incêndio na volkswagen
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INCÊNDIO DA VOLKSWAGEM DO BRASIL
18 DE DEZEMBRO DE 1970
EQUIPE
Keulhe Sátyro
Ano de 1970
A Volkswagen lançava no mercado brasileiro a Variant, o TL, o Karmann-guia TC e o Fusca 1500 o
Fuscão. Além de ser o ano onde a fábrica comemoraria o milionésimo veículo fabricado no país e ainda detinha
56% do mercado nacional de automóveis. Mas o ano não seria inesquecível apenas por estes
motivos para a Volkswagen do Brasil.
Fusca 1500 (FUSCÃO) A Variant
O TL Carman-guia TC
A ala 13
A Ala 13 era um edifício de três andares muito imponente com uma
área de 32 mil m2 destinados a estoque de materiais e área de
pintura.
O incêndio
Era uma sexta-feira 18 de dezembro de 1970 a sete dias do natal e apenas
4 das férias coletivas: Um incêndioDe proporções monumentais destruiu
completamente a ala 13 , área de pintura recém inaugurada da fábrica
anchieta.
Um dos maiores incêndios da história do Brasil
Propagação do Fogo
À medida que o fogo se alastrava, a ala 13 desabava. Nas imensas paredes de concreto de aproximadamente 50m de
largura caíam a intervalos mais ou menos regulares, com ruído
estrondoso. Eram 12h 40min, quando, finalmente desabou o último setor,
onde estava os tanques de solventes. Embora grande parte destes já tivesse sido desviada para o riacho próximo,
elevando-se uma nuvem branca, reativando o fogo quando este parecia
dominado. Chamas de 50 metros de altura subiam entre os escombros.
O Combate ao IncêndioO Alarme soou no comando dos
bombeiros e saiu a primeira guarniçãocomposta por nove soldados, um
homem de válvula, um motorista, comandados por um sargento. Depois, saíram mais três caminhões: estavam
em ação os 50 homens do quartel. Além dos bombeiros em serviço, foram
chamados os que estavam de licença ou de férias, através de uma estação de rádio. Imediatamente foram para o
quartel.
Reforço - Bombeiros
Chegaram mais reforços de São Caetano, Santo André, Santos e São Paulo.
Os corpos de bombeiros das fábricas próximas também participaram da
operação: a Chrysler, a Mercedes-Benz, a Ford e a Karman-Ghia mandaram todas as
suas guarnições.
Risco de Explosão
Centenas de bombeiros fizeram o rescaldo do incêndio e resfriaram um
deposito com 50 mil litros de thinner e acetileno que, se explodisse, destruiria
tudo num raio de 500 metros.Para resfriar o deposito, dois
helicópteros da FAB sobrevoaram o local do incêndio durante todo o dia,
atirando sacos plásticos com gelo seco e outras substâncias químicas.
Fim do incêndio
Na tarde de 20 de dezembro, a chuva forte que caiu sobre a cidade conseguiu apagar as chamas do grande incêndio.
Apesar do trabalho de dezenas de guarnições dos Bombeiros que
consumiram cerca de três milhões de litros d'água, as chamas ainda
continuavam a queimar restos de pneus, tapetes e matérias-primas, quase 60
horas depois.
Feridos
Cerca de 200 pessoas sofreram ferimentos, a maioria, leves e intoxicações . A maioria foi
tratada no ambulatório da fábrica. Médicos e enfermeiros dos hospitais locais foram à fábrica
para ajudar.Os hospitais de São Bernardo, Santo André e
São Caetano cuidaram de aproximadamente, 50 feridos, a maioria com fratura, escoriações, queimaduras ou simplesmente intoxicados.
Os casos mais graves, como o do coronel Anor Augusto Pereira, chefe da Segurança Industrial da Volkswagen, que teve uma perna amputada, foram transferidos pa ra o Hospital Militar, e das
Clínicas , em São Paulo.
Hipóteses da Causa do Incêndio Funcionário do setor de manutenção trabalhando
furadeira elétrica no último andar do prédio. Uma fagulha teria saltado e atingido um pedaço de estopa embebido em thinner (um solvente para tintas).
Funcionário do setor de manutenção soldando no primeiro andar do prédio. Uma fagulha, da mesma forma, teria saltado e caído sobre um monte de espuma de nylon, penetrando até atingir o algodão usado para os estofamentos. Curto circuito nas instalações elétricas. Essa é a hipótese menos aceita, pois alguns engenheiros que participaram da construção da ala 13 garantem que isso é praticamente impossível de ter acontecido.