influÊncias das prÁticas maternas no...
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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
Curso de Fisioterapia
INFLUÊNCIAS DAS PRÁTICAS MATERNAS NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE LACTENTES: RELATO
DE 2 CASOS
Bragança Paulista
2010
BRUNA AGOSTINI – R.A. 001200701116 FERNANDA F. FORTINI – R.A. 001200701355
INFLUÊNCIAS DAS PRÁTICAS MATERNAS NO
DESENVOLVIMENTO MOTOR DE LACTENTES – RELATO
DE 2 CASO
Bragança Paulista 2010
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de
Fisioterapia da Universidade São Francisco,
sob orientação da Professora Simone Borba
do C. Silva, como requisito parcial para
obtenção de Graduação em Fisioterapia do
título de Bacharel em Fisioterapia.
BRUNA AGOSTINI FERNANDA F. FORTINI
INFLUÊNCIAS DAS PRÁTICAS MATERNAS NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE LACTENTES – RELATO
DE 2 CASO
Banca Examinadora:
Profª Simone Borba do C. Silva (Orientadora)
Universidade São Francisco
Profª Ms. Carolina Camargo de Oliveira (Examinadora)
Universidade São Francisco
Profª Dra. Rosimeire Simprini Padula (Examinadora)
Universidade São Francisco
Trabalho de Conclusão de Curso
aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa em 25 de março de dois mil e
dez da Universidade São Francisco,
como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Fisioterapia.
Data de aprovação: 25/03/2010
Agradeço primeiramente a Deus, à minha
família, amigos e aos meus professores
por todo apoio e dedicação.
Bruna Agostini
Aos meus Pais Mauro e Bete à minha
madrasta carinhosamente chamada de
Tia Jaqueline, pela formação de meu
caráter, pelo amor, carinho e dedicação e
aos meus professores pela dedicação e
paciência durante todo esse trajeto.
Fernanda F. Fortini
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, à minha família, amigos e aos meus professores por todo
apoio e dedicação.
Bruna Agostini
Agradeço primeiramente a Deus por ter dado força para enfrentar todas as barreiras impostas
pela vida.
Ao meu pai por confiar em meu potencial, por investir em meus estudos e tornar possível meu
grande sonho.
A minha mãe pelas palavras de consolo e de perseverança nos momentos difíceis e por estar
sempre ao meu lado.
A minha tia Jaqueline pelo carinho e dedicação, por também ter feito esse sonho hoje se
tornar realidade.
Ao meu namorado pela compreensão e apoio.
Aos meus familiares e amigos que sempre estiveram ao meu lado.
Enfim, todas as vezes que me sentia fraca desanimada é o “rostinho” de cada um de vocês que
me vinha na memória e surpreendentemente me reerguia, no dia em que estiver com o
diploma em mãos saibam que um “pedacinho” dele também é de vocês.
Obrigada mais uma vez a minha família, pois o que me ensinaram e ainda ensinarão, não está
escrito em livro algum, são coisas que se aprende somente em seio familiar, por achar de
suma importância o valor familiar não teria razão alguma não abordar esse tema nesse
trabalho.
Fernanda F. Fortini
“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de errar”. Willian Shakespeare
RESUMO
O desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) é a sequência de mudanças no comportamento
motor e sensorial, na resposta afetiva, na inteligência, na linguagem e no aprendizado. Este
inicia-se no momento da concepção e vai aproximadamente até a adolescência, sendo que o
período crítico compreende os cinco primeiros anos de vida. Entende-se então que o ambiente
em que o bebê se encontra, a cultura em que vive, seus hábitos, nível socioeconômico e
principalmente de que forma ele é tratado pelos seus cuidadores afetam diretamente na
maturação do seu organismo como um todo, moldando assim os aspectos neuropsicomotores
em suas devidas fases do desenvolvimento. O presente estudo teve como objetivo analisar as
influências das práticas maternas no desenvolvimento motor de 2 lactentes apresentando um
ou mais fatores de risco, atendidos na Clínica de Fisioterapia da Universidade São Francisco e
como as orientações fisioterapêuticas podem influenciar nas práticas maternas. O estudo
analisou as influências das práticas maternas no desenvolvimento de lactentes a partir das
orientações dadas às mães por fisioterapeutas em reuniões quinzenais, durante dois meses. Na
primeira reunião foi aplicado o roteiro de anamnese e a Alberta Infant Motor Scale (AIMS);
na última reunião os lactentes foram novamente avaliados pela AIMS e as mães responderam
há um questionário de auto-avaliação. Os resultados obtidos com a AIMS demonstraram
inicialmente que os lactentes apresentavam suspeita de atraso do desenvolvimento
neuropsicomotor (ADNPM) e após a intervenção dos pais e/ou cuidadores houve evolução no
desenvolvimento neuropsicomotor e em resposta da auto-avaliação das mães, ambas relataram
mudanças no seu comportamento em relação ao seu filho e que houve maior interação
familiar. Concluiu-se que as práticas maternas influenciaram no desenvolvimento motor de
lactentes e que o conhecimento dos cuidadores sobre as práticas maternas e sua importância
ainda é escasso.
Palavras-Chave: desenvolvimento neuropsicomotor normal. recém-nascido. recém-nascido de
risco. práticas maternas.
ABSTRACT
The psychomotor development (DNPM) is the result of changes in sensory and motor
behavior in affective response, intelligence, language and learning. This begins at conception
and go about until adolescence, and the critical period covers the first five years of life. It's
understood that the environment in which the baby is, the culture that he lives, their habits,
socioeconomic status and especially how it is handled by their caretakers directly affect the
aging of your body as a whole, thereby shaping neuropsicomotores aspects in their particular
stages of development. O objective to analyze the influences of maternal practices in the
motor development of two infants with one or more risc factors, treated at the physiotherapy
clinic of Universidade São Francisco and how the guidelines in physical therapy may
influence maternal practices. The study examined the influences of maternal practices in the
development of infants from the guidance given to mothers by physiotherapists in biweekly
meetings for two months. The first meeting was used to interview and tour alberta infant
motor scale (AIMS), and at the last meeting of the infants were re-evaluated by AIMS and the
mothers answered a questionnaire of self- evaluation. The first results of the aims showed that
the infants were suspected of developmental delay (ADNPM) and after the intervention of
parents or caregivers were advances in the neurological development and about the self-
evaluation both reported changes in their behavior toward their son and there was more family
interaction. We conclude that maternal practices influence the motor development of infants
and that the caregivers' knowledge about maternal practices and their significance is still
scarce.
Key words: normal psychomotor development. Newborn. Newborn at risk. Maternal
practices.
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Evolução do DNPM dos lactentes........................................26
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DNPM – Desenvolvimento Neuropsicomotor
ADNPM – Atraso do Desenvolvimento Neuropsicomotor
AIMS – Alberta Infant Motor Scale
RTCS – Reflexo Tônico Cervical Simétrico
RTCA – Reflexo Tônico Cervical Assimétrico
RN – Recém Nascido
RNs – Recém Nascidos
HUSF – Hospital Universitário São Francisco
USF – Universidade São Francisco
IG – Idade Gestacional
PN – Peso ao Nascimento
PC – Perímetro Cefálico
SM – Seio Materno
DG – Diabéte Gestacional
DHEG – Doença Hipertensiva Específica da Gravidez
UTI N – Unidade de Terapia Intensiva Neo-natal
IOT – Intubação Oro Traqueal
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
2 OBJETIVOS.........................................................................................................................22
2.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................22
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO..................................................................................................22
3 MÉTODOS............................................................................................................................23
4 RESULTADOS GERAIS...................................................................................................25
4.1 CASO 1...............................................................................................................................25
4.2 CASO 2...............................................................................................................................25
4.3 RESULTADOS...................................................................................................................26
5 DISCUSSÂO........................................................................................................................28
CONCLUSÂO.........................................................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................32
ANEXOS..................................................................................................................................36
ANEXO I - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO..........................36
ANEXO II - ROTEIRO DE ANAMNESE..............................................................................38
ANEXO III - ROTEIRO DE AUTO AVALIAÇÃO...............................................................41
ANEXO IV - Albert Infant Scale (AIMS) Modificada.............................................................42
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) é a seqüência de mudanças no
comportamento motor e sensorial, na resposta afetiva, na inteligência, na linguagem e no
aprendizado. Este inicia-se no momento da concepção e vai aproximadamente até a
adolescência, sendo que o período crítico compreende os cinco primeiros anos de vida
(LEJARRAHA, 2002 apud BRANCO, 2007).
Bobath (1990) afirma ainda que o desenvolvimento de um bebê, em sua totalidade
(físico, mental, emocional e social) depende de sua capacidade de movimentar-se, ou seja, de
aprender a partir de repetição.
Shepherd (1995) atenta que o período que o ser humano leva para se desenvolver
completamente se inicia ainda na vida embrionária, não cessando ao nascimento, pois o
desenvolvimento do ser humano ocorre até a fase adulta, à medida que aprendemos e nos
adaptamos.
Os fatores de risco determinantes para o DNPM podem estar presentes antes do
nascimento, durante o nascimento em relação às condições do parto e pós natais. As
condições maternas como histórico familiar de síndromes genéticas, incompatibilidade
sanguínea, fertilidade, idade da mãe, exposição ao raio-x, uso de drogas durante a gestação,
gravidez múltipla e hipertensão, são considerados fatores de risco presentes antes do
nascimento. Durante o nascimento os fatores de risco presentes são chamados de perinatais, e
consistem em trabalho de parto demorado (mais de 18 horas), prematuridade, uso de fórceps,
prolápso do cordão umbilical, ruptura tardia ou prévia da placenta, entre outros. Riscos pós-
natais são referentes às condições do bebê, como doenças adquiridas, desidratação,
subnutrição e condições sociais, como organização inadequada do ambiente físico e temporal
do lar (RODRIGUES, 2003).
Ao nascer, o bebê é totalmente dependente, mas no primeiro ano a criança adquire
um impressionante grau de independência física. Ela muda da impotência para a competência
em atividades motoras amplas, como sentar, engatinhar e levantar-se e em habilidades
motoras finas, que incluem a manipulação de vários tipos de objetos. Muitas crianças já
andam em seu primeiro ano de vida (TECKLIN, 2002).
Tendo em mente que cada criança é um indivíduo com padrão, ritmo de
desenvolvimento e habilidades ligeiramente diferentes, pode-se considerar as seguintes
aquisições da criança em desenvolvimento:
Durante o primeiro mês de vida a postura do recém-nascido é a flexão fisiológica,
predominando a assimetria. Em decúbito dorsal ele é capaz de virar a cabeça para ambas ás
direções. Em decúbito ventral, é capaz de estender os membros inferiores reciprocamente e de
virar a cabeça para liberar as vias aéreas nessa posição. A cabeça do recém-nascido cai
completamente para trás quando é puxado para a posição sentada. Quando segurado pelas
axilas, apóia-se mantendo-se por alguns segundos sem fixação adequada e depois cai fletindo
os joelhos (FLEHMIG, 2004).
A criança recém-nascida move os braços, as pernas e o corpo inteiro ao mesmo
tempo (movimento em bloco) porque não pode ainda diferenciar os movimentos separados. À
medida que o córtex e as bainhas de mielina se desenvolvem, é estabelecida a conexão com a
medula espinhal. Assim, os movimentos em bloco diminuem e os movimentos voluntários se
tornam mais precisos (HOLLE, 1990).
Alguns reflexos e reações estão presentes desde o primeiro mês de vida, como o
Reflexo de Sucção e Deglutição, Quatro pontos cardeais, Olhos de boneca, Fuga à asfixia (até
o resto da vida), Glabelar, Magnético, Colocação palmar, Colocação plantar, Tônico cervical
simétrico (RTCS), Preensão palmar, Preensão plantar, Tônico cervical assimétrico (RTCA),
Tônico labiríntico, Galant, Moro, Positivo de apoio, Cutâneo plantar em extensão, Marcha
automática e a Reação de endireitamento da cabeça (FLEHMIG, 2004).
Em decúbito dorsal, a criança ainda apresenta predomínio de flexão no segundo
mês, porém apresenta simetria. Na posição ventral é capaz de estender o segmento torácico. A
cabeça levanta-se por curtos intervalos, ainda ligeiramente oscilando, mas não além dos 45º.
Quando puxada para sentar, a cabeça ainda oscila, mas ela orienta-se para a posição ereta
mais estável. Segurada pelas axilas, a criança ergue-se por alguns segundos de maneira mais
estável e abandona a posição mais suavemente, fletindo os joelhos (FLEHMIG, 2004).
Os reflexos têm menor intensidade, mas se produzem bem equilateralmente. São
eles: Sucção e deglutição, Quatro Pontos Cardeais, Glabelar, Marcha Automática, Magnético,
Colocação Plantar, Colocação Palmar, Galant, RTCA, RTCS, Tônico Labiríntico, Preensão
Plantar, Preensão Palmar, Positivo de Apoio, Cutâneo Plantar em Extensão, Moro e a Reação
de Endireitamento da Cabeça (FLEHMIG, 2004).
Ao entrar no terceiro mês a criança pode virar-se para os dois lados, não mais em
bloco, mas com certa rotação. A cabeça pode ser mantida na linha média, mas se coloca
freqüentemente, para um dos lados. As mãos podem ser trazidas para a linha média, e segurar
objetos, levando-os à boca. Na posição ventral, ergue a cabeça a 45º e o apoio sobre os
antebraços ainda não é estável. A criança já colabora quando se quer levantá-la da posição
dorsal. A cabeça acompanha bem, mas ainda oscila um pouco. Segurado pelas axílas,
permanece mais estável na posição em pé. O tônus flexor já não predomina e o padrão
extensor é o predominante (FLEHMIG, 2004).
A criança com três meses de vida apresenta reflexos e reações como o RTCA,
Tônico Labiríntico, Preensão Plantar, Preensão Palmar, Cutâneo plantar em extensão, Moro e
Reações de endireitamento da Cabeça, Postural labiríntica, Óptica de retificação e Retificação
do corpo sobre a cabeça (FLEHMIG, 2004).
Em resumo, sentar e ficar em pé não são posturas independentes no primeiro
trimestre, mas o bebê mostra sinais do que está para acontecer. Lutando contra a gravidade,
ele adquire controle da cabeça e dá um grande passo para vencer a força da gravidade que o
havia deixado tão fisicamente dependente no momento do nascimento (GOLDBERG; SANT,
2002).
No quarto mês as mãos são trazidas à linha média e contempladas, coordenadamente
com a atitude da cabeça e do corpo. Em posição ventral, a cabeça realiza flexão a quase 90º e
a criança se apóia com os antebraços com bastante estabilidade. Já iniciam os movimentos de
rastejamento. Quando levantada da posição dorsal, colabora com bom controle da cabeça.
Sentada, o tronco ainda não é estável. Quando levantada pelas axilas, estende as pernas,
encontra o suporte e faz peso ligeiramente mediante co-contração (FLEHMIG, 2004).
O RTCA, Tônico labiríntico, Preensão plantar, Preensão palmar, Cutâneo plantar em
extensão e Moro ainda estão presentes no quarto mês, acrescido do Landau (FLEHMIG,
2004).
Devido ao melhor contato com o ambiente, a criança mostra-se mentalmente mais
adiantada do que lhe permite a motricidade. A criança tem, além das fases da satisfação de
necessidades alimentares, o desejo de contatos com o ambiente e se não os consegue, chora
(FLEHMIG, 2004).
Com cinco meses, a criança quando colocada em decúbito dorsal pode virar-se de um
lado para o outro e, às vezes, atingir o decúbito ventral. Consegue alcançar a boca com os pés.
Em decúbito ventral, a cabeça ergue-se bem até 90º e faz o deslocamento de peso para um dos
lados, a fim de liberar um dos braços. Apresenta estabilidade incipiente do tronco. Quando
erguido pelas axilas, há maior flexibilidade no joelho (FLEHMIG, 2004).
Reflexos e reações encontrados no quinto mês: Preensão plantar, Cutâneo plantar em
extensão, Landau e inicia-se a Reação de equilíbrio (FLEHMIG, 2004).
No sexto mês, em sedestação a criança pode manter a postura sem apoio das mãos
por curtos períodos. Ela joga-se, então, para adiante, tendo um controle de peso insuficiente.
Quando colocada em pé, apresenta boa simetria da postura, mas não se mantém
independentemente. Algumas palavras como mamãe e papai já são pronunciadas pela criança.
(FLEHMIG, 2004).
No sexto mês de vida os seguintes reflexos e reações encontram-se presentes:
Preensão plantar, Cutâneo plantar em extensão (pode se extinguir nesse mês, mas em algumas
perdura até 1 ano de idade), Landau e Reações de retificação da cabeça sobre o corpo,
Endireitamento do corpo sobre o corpo, Postural de fixação e de Proteção (FLEHMIG,
2004). Ao sétimo mês de vida a criança não permanece mais em decúbito dorsal,
virando-se para um dos lados. Em decúbito ventral, às vezes tenta ficar de gato. Sentada,
apresenta bom equilíbrio quando se inclina para frente. Quando segurada pelas axilas, tenta
equilibrar-se, mas oscila. A criança agarra objetos e tenta estabilizar-se neste sentido. Objetos
menores e maiores são agarrados, quase sempre com a palma da mão. Os músculos oculares
estão coordenados, apresenta boa coordenação olho-mão, já acompanha em todos os planos
(FLEHMIG, 2004).
Neste momento o único reflexo presente é o Landau (FLEHMIG, 2004).
No oitavo mês, na posição ventral a criança pode passar para a posição de gato
fletindo-se. Sentada, apóia-se com boa rotação para adiante e lateralmente. Consegue ficar em
pé com apoio. Neste período a criança torna-se muito mais estável e chega à posição ereta
embora ainda sem segurança. Movimentos continuados, modificações na posição e tentativas
constantes de alcançar alguma coisa no espaço determinam o desenvolvimento (FLEHMIG,
2004).
Quando a criança senta-se estavelmente reagindo ao desequilíbrio contra o
movimento do corpo, em torno do nono mês de vida, dificilmente se mantém em posição
dorsal ou ventral. Fica em pé com maior estabilidade e, quando segurada, apresenta bom
equilíbrio. Sentada ou em pé apóia-se sobre os quatro membros, locomovendo-se com maior
rapidez. Nessa idade, o brinquedo bem agarrado já pode ser atirado. Pega objetos pequenos
com o polegar e o indicador (pinça) (FLEHMIG, 2004).
No décimo mês a criança atinge o sentar sem apoio independentemente, com
bastante equilíbrio. Também fica em pé sozinha segurando em objetos. Passa da posição em
pé para sentada e sentada para em pé. Esta idade é o estágio intermediário da horizontal para a
vertical ainda instável. Os estágios intermediários melhoram. A criança fica em pé e tenta
largar-se. Anda ao longo dos móveis, engatinha. Por isso, já não se pode deixá-la só
(FLEHMIG, 2004).
Segundo Flehmig (2004) no décimo primeiro mês a criança amadurece todas as
aquisições se preparando para as novas aquisições.
Com um ano de vida a criança atinge o sentar sem apoio independentemente, com
equilíbrio e assume a bipedestação sozinha segurando em objetos. Começam a dar os
primeiros passos, mas ainda preferem engatinhar pois é uma locomação mais rápida
(FLEHMIG,2004).
Um mês depois, o engatinhar já não é o recurso mais utilizado para se locomover. A
criança pode deslocar seu peso e adaptar-se bem à modificação da sua posição no espaço.
Pode caminhar livremente. Têm boa compreensão do que lhe dizem e consegue expressar-se
dizendo, por exemplo, papá (comer), au-au (cão) (FLEHMIG, 2004).
É no décimo oitavo mês que a criança mostra equilíbrio adequado às posições. Bom
controle de cabeça e tronco, boa rotação, boa flexão de quadril na posição sentada, boa
extensão de quadril em pé e boa mobilidade das articulações. Consegue segurar um objeto e
transportá-lo. Arruma os objetos, tenta colocá-los em ordem, desarruma, apalpa, distingue
materiais e superfícies. Melhora de forma constante a sua integração perceptiva, acompanhada
pelo desenvolvimento da fala. A evolução motora está realizada, de modo que a criança pode
experimentar amplas dimensões evolutivas (FLEHMIG, 2004).
O ambiente em que o bebê se encontra, a cultura em que vive, seus hábitos, nível
socioeconômico e principalmente de que forma ele é tratado pelos seus cuidadores afetam
diretamente na maturação do seu organismo como um todo, moldando assim os aspectos
neuropsicomotores em suas devidas fases de desenvolvimento (HALPERN, 2000).
Existem diversos fatores de risco interferindo na primeira infância e segundo
Carvalho e Mansur (2005), esses fatores determinam susceptibilidade ao atraso no
desenvolvimento neuropsicomotor. Esses fatores podem ser de ordem biológica, social ou
familiar/ ambiental.
Os riscos biológicos apresentam importante relação com atraso do DNPM. Entre
eles, podemos citar a desnutrição e o alto risco para desnutrição, que geram consequências
desastrosas no crescimento, desenvolvimento e sobrevivência da criança (MONTE, 2000).
Estima- se que 100 milhões de crianças sofram de desnutrição moderada ou grave.
Das gravemente desnutridas, 20 a 30% evoluem à óbito durante tratamento em serviços de
saúde nos países em desenvolvimento (MONTE, 2000).
Os riscos sociais incluem as enfermidades, a pobreza, as inadequadas condições
sociais somadas à ausência ou precariedade de políticas de ações preventivas na saúde
pública. Damiani et al (2002) dizem que o risco familiar/ambiental corresponde a uma relação
inadequada entre pais e filhos, levando a provável desestrutura do vínculo familiar, o que
poderia desencadear atraso no desenvolvimento neuropsicomotor da criança.
A prematuridade pode também deixar prejuízos que comprometem o futuro
desenvolvimento da criança. As taxas que indicam atraso neuropsicomotor podem chegar a
50% em crianças prematuras de muito baixo peso, ou seja, com menos de 1.500g e extremo
baixo peso, nascidos com 1.000g ou menos (RUGOLO, 2005).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (1999), é considerado pré-termo o RN
nascido antes da trigésima-oitava semana de gestação (trinta e sete semanas e seis dias)
período onde ocorre a organização e a migração neuronal.
Estudo comparativo sobre o desempenho perceptual e motor de crianças em idade
escolar que nasceram pré-termo e a termo mostrou diferenças significativas de desempenho
entre os dois grupos em quase todos os testes. Chama a atenção para a importância do
acompanhamento que deve ser dado do desenvolvimento de recém-nascidos pré-termo,
principalmente os nascidos abaixo da 34º semana de gestação e com menos de 1500g, até a
idade escolar. Uma recomendação pertinente, frente aos dados apresentados é que, além de
programas de detecção precoce de seqüelas neuromotoras, crianças com história de
prematuridade e que não apresentam quadro neurológico evidente, deveriam ser
encaminhados a programas de intervenção precoce (MAGALHÃES et al, 2003).
Halpern et al (2000), analisaram nas crianças nascidas em Pelotas (RS), fatores
determinantes no atraso de desenvolvimento neuropsicomotor e verificaram que existe
prevalência significante de atraso nas crianças de famílias de menor renda. Provavelmente as
crianças de classe socioeconômica mais alta recebem maior estimulação e variadas
oportunidades no primeiro ano de vida. Este risco de atraso no desenvolvimento também
aumenta 2,2 vezes conforme diminui a escolaridade materna. Constatou-se também que
crianças com mais de quatro irmãos tiveram 90% de chance de apresentar suspeita de atraso,
pois em geral, há menos estímulos para que possam explorar seu potencial de
desenvolvimento, provavelmente associado à menor disponibilidade materna para oferecer
atenção à criança.
O índice de sobrevivência neonatal aumentou nas últimas décadas devido aos
avanços nos cuidados perinatais, o que levou a necessidade de um acompanhamento
multidisciplinar chamado “Follow- up” dos RNs de risco. O Follow-up direciona o
investimento para o cuidado de RNs de alto risco, oferecendo tratamento precoce às crianças
(MARTINS, 1993).
A fisioterapia atua na tentativa de resolver os problemas motores e sensoriais gerados
por fatores diversos na criança. O tratamento deve ser de forma estimulante e sempre de
maneira lúdica para chamar a atenção do lactente, proporcionando experiências ricas de
aspecto cognitivo, motor, afetivo e social, orientando os pais e cuidadores quanto as questões
de saúde básica e métodos de estimulação domiciliar (SHEPHERD, 2002).
A melhor maneira de abordar o paciente é com uma equipe interdisciplinar e no caso
de lactentes, inclui-se as práticas maternas, que segundo Darling e Steinberg (1993 apud
SILVA et al 2006), são definidas como comportamentos específicos, com objetivos dirigidos,
por meio dos quais as mães/cuidadores desempenham suas tarefas de cuidados diários com o
lactente.
Identificar e tratar as dificuldades relacionadas às crianças e aos seus pais tornou-se
um objetivo prioritário em saúde pública e isso vem sendo confirmado pelo sucesso dos
serviços destinados a esta população. Toda estratégia de prevenção deve intervir o mais cedo
possível, assim que fatores de risco são identificados e, idealmente, antes mesmo do
surgimento das primeiras dificuldades (WENDLAND, 2002).
A avaliação é um processo contínuo de coleta e organização de informações
relevantes para planejar e implementar um tratamento efetivo. É importante que os terapeutas
baseiem suas recomendações de tratamento em instrumentos apropriados de avaliação. Uma
ampla visão das dificuldades da criança e de seu significado funcional é o aspecto mais
importante da avaliação. As crianças podem apresentar grande variedade de dificuldades
comportamentais, e o fisioterapeuta precisa determinar qual é a melhor maneira de ajudá-las a
funcionar em seu mais pleno potencial (TECKLIN, 2002).
A escala motora infantil de Alberta (AIMS – Alberta Infant Motor Scale), uma
ferramenta de avaliação observativa, foi elaborada por Piper e colaboradores para medir a
maturação motora ampla em bebês desde o nascimento até a locomoção independente. Os
objetivos gerais da AIMS são: Identificar bebês cujo desempenho motor esteja atrasado ou
anormal em relação ao grupo normativo; dar informações para os profissionais da saúde e
para os pais quanto às atividades motoras do bebê que já estão maduras, as que estão se
desenvolvendo e as que não fazem parte do seu repertório; medir o desempenho motor ao
longo do tempo, antes ou depois da intervenção; medir mudanças no desempenho motor que,
por serem bastante pequenas, provavelmente não são detectadas usando medidas motoras
mais tradicionais e agir como instrumento de pesquisa adequado para avaliar a eficácia do
programa de reabilitação para bebês com distúrbios motores. O teste é uma avaliação do
desempenho motor amplo, designado para identificação e avaliação do desenvolvimento
motor de bebês desde o nascimento (40 semanas pós-concepção) até a idade de locomoção
independente (0 a 18 meses de idade). O foco da avaliação é o desenvolvimento sequencial do
controle postural referente a quatro posturas: supina, prona, sentada e em pé. Cada item
descreve três aspectos do desenvolvimento motor como sustentação de peso, postura e
movimentos antigravitacionais. A administração do teste envolve uma avaliação de
observação com o mínimo de manuseio. A superfície do corpo que sustenta o peso, a postura
e os movimentos são avaliados em cada item. Os pontos em cada área (prona, supina, sentada
e em pé) são somados em uma pontuação total de itens passados. Os percentis derivados da
amostra normativa fornecem uma comparação para a monitorização da maturação motora da
criança ao longo do tempo. A AIMS oferece a possibilidade de detectar, o mais cedo possível,
qualquer desvio do normal, permitindo, assim uma intervenção precoce para remediar ou
minimizar os efeitos da disfunção (TECKLIN, 2002).
O tratamento pelo desenvolvimento neurológico como planejado por Bobath, usa o
manuseio para inibir respostas anormais enquanto facilita reações automáticas. As técnicas de
manuseio são usadas para proporcionar experiências sensoriais e motoras normais que darão a
base para o desenvolvimento motor (TECKLIN, 2002).
Além do acompanhamento fisioterapêutico é indispensável que o lactente tenha
estímulos domiciliares, pois para se desenvolver é preciso que ele passe por adaptações, ou
seja, repetições para gerar hábitos de movimentos adequados e aquisições motoras diversas.
Os pais devem ser estimulados a tocar, brincar e conversar com o bebê (RATLIFFE, 2000;
SHEPHERD, 2002).
Os profissionais que trabalham em pediatria dependem das informações e cuidados
dos pais para promover a completa saúde e desenvolvimento de seus pacientes (KOLOBE,
2004).
Ramey e Ramey (1998 apud FORMIGA; PEDRAZZANI, 2004) e Berger (2003
apud FORMIGA; PEDRAZZANI, 2004) afirmam ainda que o atendimento individualizado da
criança possibilita a identificação de risco; e a avaliação da família permite a contextualização
e a decisão de estratégias de intervenção de acordo com valores e rotinas desta que poderiam
contribuir para o alto grau de aproveitamento dos programas de estimulação neuropsicomotor.
É imprescindível que a família da criança seja orientada e motivada a colaborar e
participar de programas terapêuticos, promovendo, desta forma, interação maior entre criança,
sociedade e família. Também é fundamental que a família incentive a prática de tudo que a
criança assimila, porque a qualidade da estimulação no lar e a interação dos pais com a
criança se associam ao desenvolvimento e aprendizagem de crianças com algum atraso no
desenvolvimento (KNOCHE, 2006).
A importância da família como fator que pode influenciar positiva ou negativamente
o desenvolvimento da criança, intervindo de forma a amenizar ou potencializar os efeitos das
complicações orgânicas e/ou ambientais, quando existentes, está sendo cada vez mais relatada
na literatura. A atuação familiar inclui as práticas não apenas dos pais mais dos cuidadores em
geral, como parentes, babás e professores, possibilitando o desenvolvimento de estratégias de
estimulação a partir do espaço vivido da criança. Sem o envolvimento familiar, sugere o autor
Knoche (2006), a intervenção tende a não obter sucesso, e os poucos efeitos atingidos ficam
propensos a desaparecer quando a intervenção é descontinuada. Destaca-se, assim, o processo
de interação da criança em seu ambiente (o organismo, o lar, a creche, a escola, a vizinhança)
como mecanismo responsável pelo seu desenvolvimento.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar a influências das práticas maternas no desenvolvimento motor de dois lactentes
apresentando um ou mais fatores de risco para atraso do desenvolvimento motor.
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Analisar o conhecimento das mães/responsáveis sobre o desenvolvimento motor dos
lactentes;
Correlacionar o conhecimento das mães sobre desenvolvimento motor destes lactentes com as
práticas maternas e o desempenho dos lactentes avaliados com a AIMS.
3 MÉTODOS
Participaram do presente estudo 2 lactentes apresentando idade entre 1 e 18 meses,
com encaminhamento médico do Hospital São Francisco (HUSF) do Município de Bragança
Paulista, SP, que apresentavam um ou mais fatores de risco para atraso do desenvolvimento
motor e que nunca haviam passado por acompanhamento fisioterapêutico.
Na busca de mais participantes houve o contato pessoal com a médica pediátrica do
HUSF, anexado lembretes nas enfermarias pediátrica e obstétrica e consulta de prontuários de
prematuros que poderiam ser inclusos no trabalho, porém as mães se recusaram a participação
relatando dificuldade de transporte e que procurariam o serviço caso houvesse problemas
futuros.
Os demais lactentes encaminhados foram excluídos do trabalho por apresentarem
achados neurológicos, sendo então atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da
Universidade São Francisco (USF).
Após a aprovação do trabalho pelo Comitê de Ética em Pesquisa da USF e a
assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos responsáveis dos lactentes,
iniciou-se o trabalho.
As reuniões aconteceram quinzenalmente com duração de uma hora
aproximadamente, inicialmente realizadas na Clínica Escola de Fisioterapia da USF e as
demais nas residências das mães, pois ambas relataram dificuldades em virem até o local pré-
determinado. Durantes as reuniões as fisioterapeutas passavam orientações sobre
desenvolvimento neuropsicomotor, as particularidades de cada etapa do desenvolvimento, as
práticas maternas e a influência que elas exercem sobre o desenvolvimento do lactente
demonstrando as técnicas em uma boneca.
As avaliações foram realizadas por fisioterapeuta diferente, não tendo contato com as
fichas de avaliações antes do término da intervenção.
Na primeira reunião foi aplicado às mães o roteiro de anamnese para levantamento
dos indicadores de risco para alteração no desenvolvimento, avaliando antecedentes
gestacionais, neonatais e familiares e cada lactente foi avaliado com a AIMS, para mensurar o
desenvolvimento motor antes da intervenção das práticas maternas orientadas pelas
fisioterapeutas.
As demais reuniões teve conteúdo específico para cada lactente de acordo com a sua
idade ajustada contendo explicações sobre o mesmo e demonstrações sobre as técnicas a
serem usadas pelas mães naquela etapa.
Na última reunião, cada lactente foi novamente avaliado pela AIMS para avaliação
da evolução motora e aplicado às mães uma auto-avaliação, para que as mesmas
descrevessem o que aprenderam com as orientações e também sobre a evolução do
comportamento do seu filho.
Após o término do trabalho os lactentes foram encaminhados para a Clínica escola de
fisioterapia da USF para a continuidade do tratamento até adquirirem o andar independente,
porém as mães se recusaram por apresentarem dificuldades no transporte e em deixar os
demais filhos em casa relatando procurarem o serviço caso houvesse necessidades.
4 RESULTADOS GERAIS
4.1 Caso 1
Paciente H.A.M, seis meses de idade ajustada, sexo masculino, filho de pai M.R.M., 38 anos,
cursou o ensino fundamental incompleto e exerce a profissão de servente de mestre de obras.
Mãe E.A.R., 24 anos, cursou o ensino médio incompleo e é do lar. Renda familiar: um salário
mínimo. Na casa há dois adultos e três crianças. Mãe relata ter tido 5 gestações, com 1 aborto
espontâneo, sendo o paciente em questão o 4° filho, iniciou o pré natal no 4° mês gestacional,
e nega doenças maternas de início gestacional. Apresentou Influenza H1N1 no primeiro
trimestre gestacional fazendo uso de Tamiflu e Metildopa. Relata que os movimentos fetais
iniciaram ao 6° mês gestacional de forma lenta e fraca. O parto ocorreu com 41 semanas e 2
dias de Idade Gestacional (IG) via vaginal, sem complicações. Mãe não soube relatar o peso
ao nascimento (PN), comprimento e perímetro cefálico (PC); Apgar 9/10. Inicialmente
alimentava-se somente por seio materno (SM) até os seis meses de vida, atualmente alimenta-
se por SM, mamadeira e papinhas. Apresenta crises convulsivas do tipo tônica-clônica ao
menos uma vez ao mês, e não apresenta achados neurológicos tais como hemorragia
intracraniana e infecções entre outros. Na primeira avaliação o lactente obteve dois pontos
em prono, cinco em supino, um sentado e dois em pé, totalizando dez pontos, permanecendo
abaixo da faixa de normalidade segundo a AIMS. Na última avaliação, pontuou cinco em
prono, seis em supino, um sentado e três em pé, obtendo quinze pontos no resultado final,
dentro da faixa de normalidade.
4.2 Caso 2
Paciente M.A.C.F, um mês de idade ajustada, sexo feminino, filho de pai M.A.F., 23 anos
cursou o ensino médio incompleo e exerce a profissão de segurança. Mãe C.O.C., 22 anos
cursou o ensino médio completo e é do lar. Renda familiar de três salários mínimos. Na casa
há dois adultos e duas crianças. Mãe primigesta, iniciou o pré natal no 1° mês gestacional,
apresentou no segundo trimestre gestacional DHEG fazendo uso de Metildopa. Relata que os
movimentos fetais iniciaram ao 3° mês gestacional de forma normal. No final do terceiro
trimestre gestacional houve necessidade de internação por possível pré-eclâmpsia sendo
necessário realizar o parto com 32 semanas de IG via cesárea com PN de 1930 gr, 44 cm de
comprimento e 31 cm de PC, Apgar 5/9. A criança necessitou de oxigenioterapia, incubadora,
fototerapia e antibióticoterapia por oito dias sendo necessário permanecer sete dias na
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e doze dias no berçário. Inicialmente e
atualmente alimenta-se por mamadeira. Não apresenta crises convulsivas e motivos de
internações e cirúrgicos.
Na primeira avaliação o lactente apresentou um ponto em prono, um em supino,
nenhum sentado e nenhum em pé, totalizando dois pontos, ficando abaixo da faixa de
normalidade segundo a AIMS. Na última avaliação o mesmo pontuou três pontos em prono,
dois em supino, sentado e um em pé, obtendo no resultado final sete pontos, sendo
classificado então como dentro dos limites normais de desenvolvimento motor, assim como
mostra o grafico 1.
Gráfico 1 – Evolução do DNPM dos lactentes.
4.3 Resultado
Ambas as mães notaram mudanças no próprio comportamento em relação ao
cuidado de seus filhos depois das orientações passadas para elas, principalmente em
atitudes nas atividades diárias como o modo de carregar a criança no colo, o estimulo
tátil oferecido à ela e ainda a integração entre mãe e filho, sendo que uma das mães
mencionou que houve aproximação até mesmo do pai em relação ao filho e com a mãe
do lactente, pois a partir do esclarecimento sobre desenvolvimento motor, toda a
família se dedicou mais aos cuidados com a criança. As mães relataram estarem
elucidadas sobre o atraso de desenvolvimento apresentado por seus filhos.
5 DISCUSSÃO
A avaliação é um processo contínuo de coleta e organização de informações
relevantes para planejar e implementar um trabalho efetivo. Instrumentos de avaliação do
lactente têm como objetivos conhecer as características de normalidade de determinada
população ou grupo; promover intervenções precoces nos desvios do desenvolvimento;
recolher informações sobre o nível de operação ou marcos alcançados, revelar a velocidade e
direção do desenvolvimento e avaliar os testes, assegurando a confiabilidade e validade
(SILVA, 2006).
A avaliação dos lactentes pela AIMS constituiu um bom instrumento para analisar a
sequência de aquisições motoras e foi importante para direcionar as orientações destinadas
aos pais, além disso, a AIMS permite que o terapeuta e a família tenham um feedback de
como evolui o comportamento da criança ao longo do programa de intervenção, podendo
verificar em que postura a criança está mais ou menos desenvolvida (FORMIGA, 2004;
PIPER, DARRAH, 1994).
De acordo com a literatura, manter lactentes a maior parte do tempo no colo, no
berço, no carrinho ou cadeira de bebê pode ser considerado uma condição negativa para o
desenvolvimento motor, pois quando as crianças são mantidas sem condições de se
movimentar livremente, podem ocorrer prejuízos no aprendizado e na utilização dos
mecanismos de feedback, essenciais para aquisição das habilidades motoras (BARROS et al,
2003).
Na análise dos fatores socioeconômicos, foi encontrada a presença de renda familiar
abaixo ou igual a 2 salários mínimos e escolaridade materna com o predomínio de I grau
incompleto, um ambiente familiar adequado pode reduzir ou compensar os efeitos adversos
do risco perinatal e, em contrapartida, um ambiente familiar inadequado pode intensificar o
risco. A condição de pobreza aparece associada à prognóstico desfavorável no funcionamento
global da criança pré- termo (CARVALHO, 2001).
O nível de escolaridade dos pais está intimamente ligado à profissão que exercem e
consequentemente à condição socioeconômica dos mesmos, influenciando a moradia, saúde,
educação do ser humano, e a rotina de toda família, pois em muitos casos há necessidade de
que todos os integrantes da casa desenvolvam maiores responsabilidades: os pais visando
garantir o sustento da casa e as crianças tendo a responsabilidade de cuidar de irmãos e irmãs
mais jovens (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
Moura et al (2004) estudaram o conhecimento sobre desenvolvimento infantil de
405 mães primíparas, com filhos menores de um ano, distribuída por seis cidades em
diferentes regiões do Brasil por meio de questionários. Foram encontrados efeitos
significativos de escolaridade materna em todas as cidades, menos em Porto Alegre,
possivelmente pelas políticas de atenção materno-infantis la implementadas.
Com relação à atenção a criança, foi observado aleitamento materno exclusivo até os
seis meses em um caso, e alimentação mista em outro. Sabe-se que o leite materno é
importante para o desenvolvimento neuropsicomotor. Pois, as crianças que nunca foram
amamentadas no peito apresentam, segundo Halpern (2000), um risco 88% maior de déficits
do que as que foram amamentadas por mais de 6 meses. Além das vantagens nutricionais,
psicológicas e de proteção contra infecções, existem evidências de que o aleitamento materno
exclusivo gera melhor desempenho no seu desenvolvimento cognitivo futuro.
A intervenção fisioterapêutica precoce apresenta bons resultados, mas, na prática,
muitos bebês são encaminhados tardiamente às instituições, geralmente apresentando algum
tipo de deficiência, restringindo a intervenção, que pode não alcançar o objetivo de prevenção
das alterações patológicas no desenvolvimento (ALS, 2004).
Ferraz et al (2010) realizaram um Programa de Follow-up de Recém-nascidos de
Alto Risco com 356 pacientes acompanhados até os cinco anos de idade por uma equipe
interdisciplinar, composta por médicos (Pediatras Neonatalogistas), enfermeiros,
fisioterapeutas, fonoaudiólogo, nutricionista, assistente social e psicólogos que resultou na
identificação precoce de alterações (mesmo que sutis) e o tratamento precoce.
Estudos realizados com bebês de risco afirmam que os programas de intervenção
centrados apenas na criança têm demonstrado menor eficácia quando comparados às
intervenções centradas na família (KOLOBE, 2002; FORMIGA, 2004; CASE-SMITH, 1996).
No estudo de Oliveira e Braga (2004), as autoras ministraram um curso voltado para
pais de crianças com alterações no desenvolvimento, a partir das concepções destes acerca
desse processo. Foi observado que os pais, de modo geral, indicaram formas de estimulação
do desenvolvimento dos filhos, demonstrando serem agentes facilitadores desse processo. O
estudo enfatizou ainda a importância dos profissionais da saúde se responsabilizarem pelo
fornecimento de práticas educativas voltadas para essa população, com o intuito de auxiliar
tanto no atendimento como no desenvolvimento dos filhos.
Bornstein et al (2003 apud MOURA, 2004, p. 135) conduziram dois estudos sobre
conhecimento do desenvolvimento infantil. Ambos os estudos foram realizados com grandes
amostras de mães, às quais foi administrado o Inventário de Conhecimento do
Desenvolvimento Infantil. No primeiro estudo, participaram 1336 mães norte-americanas de
crianças com 2 anos, e os autores verificaram, entre outros aspectos, que o conhecimento
sobre o desenvolvimento infantil pode ser significativamente associado às seguintes variáveis:
idade das mães, nível educacional das mães e quantidade de leitura sobre o assunto. Não
foram identificadas diferenças significativas entre mães de meninos e meninas, entre mães
com e sem ocupação profissional remunerada, ou entre mães naturais e mães adotivas. No
segundo estudo, envolvendo 2252 mães de sete países (Argentina, Bélgica, França, Israel,
Itália, Japão e Estados Unidos), Bornstein e colaboradores verificaram diferenças no
conhecimento do desenvolvimento infantil entre diversas amostras. A leitura de material
escrito, a participação em turmas para gestantes, e o apoio de companheiros, amigos e
vizinhos também contribuíram significativamente para o conhecimento do desenvolvimento
infantil. Entre outros aspectos, esses resultados ressaltam a influência da escolaridade das
mães, sugerem a influência de variáveis culturais (inferidas pelas diferenças transnacionais) e
apontam para a influência de outras variáveis, como a participação em cursos de gestantes.
A falta de conhecimento dos pais foi notável durante o presente estudo também na
fase de captação de pacientes, pois outros lactentes foram encaminhados, porém os pais não
procuraram o atendimento, talvez o esclarecimento da importância do atendimento precoce
deveria ser feito desde o período pré-natal.
6 CONCLUSÃO
Foi verificado a progressão no desenvolvimento motor dos lactentes após as
orientações às mães, resultado que junto a outros estudos indicam que as práticas maternas
influenciam significantemente no desenvolvimento motor dos lactentes.
O conhecimento dos pais/cuidadores é escasso, e cabe ao fisioterapeuta realizar,
programas para informação e capacitação dos pais para realização das práticas maternas.
Embora a amostra de pacientes tenha sido pequena, pôde-se observar que a AIMS foi
adequada para avaliação dos lactentes identificando mudanças no comportamento motor de
ambos os bebês.
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Brasília: LGE, 2002. p. 512-535.
ANEXOS
ANEXO I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Influência das práticas maternas no desenvolvimento motor de lactentes
Responsável pelo projeto: Simone Borba do Carmo Silva
Av São Francisco de Assis, 218, Bairro Taboão, Bragança Paulista – SP
Fone: (011) 2454-8133
O abaixo-assinado,__________________________________________________________,
RG ________________________ responsável pelo menor __________________________
_______________________________________________, residente à rua _____________
________________________________________________ nº _______, bairro__________
____________________, cidade _________________________, CEP_________________
fone (_____) __________________________, declaro que é de livre e espontânea vontade
estar participando como voluntário da pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso de
Fisioterapia da USF, de responsabilidade da Profª Simone Borba do Carmo Silva. O abaixo-
assinado está ciente que:
1. O objetivo da pesquisa é analisar a influência das práticas maternas sobre o
desenvolvimento motor de lactentes atendidos na Clínica de Fisioterapia da
Universidade São Francisco.
2. A participação neste estudo acarretará em benefícios terapêuticos como: educação das
práticas maternas de cuidados e estimulação da motricidade pelos pais/ responsáveis
das crianças participantes desse estudo.
3. Obteve todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a
participação do referido estudo.
4. No início da pesquisa, o lactente será acompanhado em uma sessão onde será feita a
anamnese e a avaliação motora. Durante as oito semanas após a primeira avaliação do
lactente os pais e/ou responsáveis deverão comparecer quinzenalmente na Clínica de
Fisioterapia da USF e participar das reuniões onde serão dadas as orientações aos pais.
Após as oito semanas será aplicado aos pais/ responsáveis um questionário sobre
conhecimento de práticas maternas e será novamente feita a avaliação motora com o
lactente.
5. Sua participação não é obrigatória.
6. Está livre para interromper a participação do estudo a qualquer momento, a não ser que
esta interrupção seja contra-indicada por motivos médicos.
7. Estas sessões são gratuitas.
8. As informações durante este estudo serão mantidas em sigilo, e a USF não identificará o
voluntário por ocasião da exposição e/ou publicação dos mesmos.
9. O resultado lhe será comunicado, com o que pensamos retribuir, em parte, a
colaboração que estão nos prestando.
10. Poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa da USF para apresentar recursos ou
reclamações em relação ao atendimento/intervenção pelo telefone (0xx11) 4034 8028.
11. Poderá contactar a responsável pelo estudo Profª Ft. Simone Borba do Carmos Silva,
sempre que julgar necessário pelo telefone (0XX19) 9205-8865 ou (0xx11) 2454-8133
(Clínica Escola de Fisioterapia da USF – secretária Natália).
12. Este Termo de Consentimento é feito em 2 vias, sendo que uma permanecerá em seu
poder.
Bragança Paulista, ____/____/____.
_____________________________ _____________________________
Responsável pela criança Profª Simone Borba do Carmo Silva
ANEXO II
UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO - USF
CURSO DE FISIOTERAPIA
ROTEIRO DE ANAMNESE
Identificação: Data da Avaliação: ____/____/____
Nº do Projeto: _______________________________________________________
DN:___/___/_______Idade:______Cor:(1)Pardo (2)Branco (3)Negro (4)Índio Sexo ( F) (M)
Endereço:___________________________________________________Nº_____
Complemento:_____________________________ CEP______________________
Cidade:___________________________________ Estado:___________________
Telefone:___________________________________________________________
Variáveis de controle:
Pai:______________________________________________ Idade:____________
Cor:(1)Pardo (2)Branco (3)Negro (4)Índio
Escolaridade: (1)Ensino Fund. incompleto (2)Ensino Fund Compl. (3)Médio Incompl.
(4)Médio Compl. (5)Superior Incompl. (6)Superior Compl. (7)Pós-
graduação
Profissão:___________________________________________________________
Mãe:_____________________________________________ Idade:____________
Situação conjugal: (1)Casada (2)Amasiada (3)Viúva (4)Solteira
Ocupação materna: (1)Trabalha fora (2)Do lar
Cor:(1)Pardo (2)Branco (3)Negro (4)Índio
Escolaridade: (1)Ensino Fund. incompleto (2)Ensino Fund Compl. (3)Médio Incompl.
(4)Médio Compl. (5)Superior Incompl. (6)Superior Compl. (7)Pós-graduação
Profissão:___________________________________________________________
Consangüinidade: (S) (N) → Grau de parestesco: ___________________________
Variáveis biológicas:
História gestacional
Nº. de filhos: G_____P_____ A_____ Colocação: _____ Ameaça de aborto: (S) (N)
Gemelar: (S) (N) → Colocação:_______________________
Pré-natal (S) (N) Início: ____________ mês
Febre: (S) (N) Época 1o ( ) 2o ( ) 3o ( )trimestre:
Infecções maternas: (S) (N) Época 1o ( ) 2o ( )3o ( ) trimestre.
Qual?______________________________________________________________
Doenças maternas de início gestacional (S) (N) 1.DHEG (S) (N) 2.Diabetes (S) (N)
Época 1o ( ) 2o ( ) ou 3o ( ) trimestre
Intercorrências durante a gestação: (S) (N) Quando? 1o ( ) 2o ( ) ou 3o ( ) trimestre
Hemorragia (S) (N) Repouso (S) (N) RPM. (S) (N)
Traumatismo. (S) (N) Sintomático (S) (N) Assintomático (S) (N)
Outras:_____________________________________________________________
Movimentos fetais: (1)Normais (2) Fracos (3)Aumentados Início:______________
Edema (S) (N) →Época 1o ( ) 2o ( ) 3o ( ) trimestre
Uso de medicamentos: (S) (N) →Época 1o ( ) 2o ( ) 3o ( ) trimestre
Qual:______________________________________________________________
Etilista: (S) (N) Tabagista: (S) (N) Quantos/dias:_____________
Drogas: (S) (N) Internações: (S) (N) Causa:________________________________
Época 1o ( ) 2o ( ) 3o ( ) trimestre
Toxemia: (1) Possível pré-eclâmpsia (2) Pré-eclâmpsia (3) Eclâmpsia
História do Parto
IG__________ Método:__________ Peso______ gr Estatura________cm PC_______cm
Via do parto: (1) vaginal (2) cesárea (3) fórceps
Apresentação: (1) cefálica (2) pélvica (3) córmico (4)outros:___________________
Complicações: (1) circular de cordão (2) prolapso de cordão (3) aspiração de mecônio (4)
outras: __________________________________________________
Índice de Apgar: 1o_____/5o______/10o______/15o_______/20o_______ minuto
Choro ao nascimento: (1) ausente (2) fraco (3) forte
Coloração: (1) pálido (2) roxo (3) róseo
Sucção: (S) (N)
Necessitou de ressuscitação: (S) (N)
Manifestações neonatais:
Fez uso de:
Oxigenioterapia:(S) (N) →(1) Máscara de O2; (2) Tenda de O2; (3) IOT ou nasotraqueal;
(4) Cateter de O2
Incubadora: (S) (N) → Quanto tempo? _________________________________
Fototerapia: (S) (N) → Quanto tempo?_____________ ( ) simples ( ) dupla
Exosanguíneo-transfusão: (S) (N) → nº_________________________________
Antibióticos: (S) (N) → Qual:__________________________________________
Apresenta crises convulsivas: (S) (N)
Tipo:(1)tônica (2) Tônica-clônica (3)Atônica → nº. de crises por dia:__________
Modo como é alimentado: (1) SNG (2) Seringa (3) Copinho (4) Seio materno
Hemorragia Intracraniana: (S) (N)
→ Direita: (1) Grau I (2) Grau II (3) Grau III (4) Grau IV
→ Esquerda: (1) Grau I (2) Grau II (3)Grau III (4) Grau IV
Meningite bacteriana: (S) (N)
Cirurgia: (S) (N) → Qual tipo: __________________________________________________
Tempo de internação: (1) UTIN:_______________ (2) Berçário:_______________________
Diagnósticos neonatais:_______________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Avaliadora:_________________________________________________________________
ANEXO III
Roteiro De Auto-Avaliação Para Ser Respondido Pelas Mães
1. Você notou mudanças no seu comprtamento em relação ao cuidado do seu filho depois das
orientações passadas à você pelas responsáveis pelo estudo?
( ) Sim ( ) Não
2. Descreva sobre as principais mudanças observadas.
3. O que achou das orientações passadas à você?
( ) Claras ( ) Confusas ( ) Não entendi
4. Te ajudaram de alguma forma? Como?
( ) Sim ( ) Não
____________________________
Mãe/Responsável pela Criança
ANEXO IV
Roteiro de Avaliação AIMS