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Jeanes Martins Larchert

Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Santa

Cruz - UESC. Mestre em Educação, doutoranda em Educação

pela Universidade Federal de São Carlos/SP, professora do

Departamento de Ciências da Educação da UESC da Área

de Ensino e Aprendizagem. Centra seus estudos nas áreas

de currículo com ênfase em diversidade cultural, tecnologia

educacional e formação de professor.

Informações sobre o autor

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Prezada(o) aluna(o), você está vivenciando um processo de

formação de professor na modalidade a distância. Existem meios que

podem ajudá-la(o) a aprofundar mais seus estudos e que contribuirão

com experiências para além dos módulos de aprendizagem. Esta

disciplina apresenta as tecnologias como linguagem, com o intuito de

sensibilizá-la(o) para seu uso durante e após a sua formação.

A Unidade I contextualiza a sociedade tecnológica, provocando

o debate sobre os conteúdos e metodologias da escola e a possível

discrepância com os conteúdos das tecnologias da informação e

comunicação. As reflexões e os procedimentos que iremos realizar na

Unidade II sobre o uso das tecnologias, remetem à TV, ao vídeo e ao

computador na educação escolar, os quais devem ser estudados como

continuação das aprendizagens sobre a metodologia de ensino e as

técnicas de ensino estudadas na disciplina do módulo anterior, Didática

e Tecnologias I.

Na unidade III, você terá a experiência da aprendizagem na

prática de forma presencial. Quem já é professor irá revisitar seu

campo de atuação; quem ainda não teve a oportunidade de ensinar, irá

experienciar o campo didático da escola através dos projetos solicitados.

A organização didática desta disciplina centra seus conteúdos no

aprender a aprender e no saber fazer, por isso, você terá a experiência

de elaborar e aplicar um projeto de ensino.

As atividades aqui propostas representam o saber fazer que

estudamos em Didática I. As atividades das unidades I e II deverão

ser realizadas através de práticas, debates e reflexões individuais e

em grupo, mas não serão encaminhadas para o tutor. As atividades da

unidade III (os projetos de ensino), estas serão encaminhadas para seu

tutor.

Bons estudos!

Profª. Msc. Jeanes Martins Larchert

Emen

ta História das tecnologias na educação. Tendências atuais das

tecnologias educacionais: possibilidades e limites do uso das

tecnologias na educação. Desenvolvimento de habilidades

básicas para a interação sócio-técnica com o vídeo, televisão,

rádio, computadores (software) e rede de comunicações, a

exemplo da Internet. Propostas e projetos para produção de

conhecimentos didáticos mediados pelo uso das tecnologias.

As novas percepções de tempo e espaço nos novos territórios,

formas de ensino e aprendizagem.

CARGA HORÁRIA – 60 HORAS

DISCIPLINA

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

Profª. Msc. Jeanes Martins Larchert

Ao final da unidade o(a) aluno(a) deverá:

• Promover a análise e reflexão crítica dos novos paradigmas

das tecnologias cientificizadas e suas implicações político-

pedagógicas, a fim de se considerar o processo ensino/

aprendizagem no contexto das novas tecnologias

educacionais.

• Debater questões referentes à Sociedade da Informação e

Comunicação, através dos estudos sobre o uso da TV, do

vídeo e do computador na educação escolar.

• Desenvolver aprendizagens pedagógicas para que as(os)

alunas(os) possam elaborar um planejamento de ensino

inserindo a Internet, a televisão e o vídeo na sala de aula,

tendo em vista a inserção da pesquisa no universo escolar.

Objetivos

1

AS NOVAS PERCEPÇÕES DE TEMPO E ESPAÇO NOS NOVOS TERRITÓRIOS,

FORMAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Unidade

UNIDADE 1AS NOVAS PERCEPÇÕES DE TEMPO E ESPAÇO NOS

NOVOS TERRITÓRIOS, FORMAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

1 INTRODUÇÃO

Nesta unidade, iremos estudar sobre o desenvolvimento

da tecnologia e suas características na sociedade contemporânea.

Veremos como as tecnologias da informação e comunicação – TICs

- constituem linguagens audiovisuais, dinâmicas, despertando o

interesse de crianças, jovens e adultos, mudando através da percepção

e da imaginação, o comportamento das pessoas. No transcorrer da

unidade, iremos refletir sobre o papel da educação frente às TICs, em

especial, a educação escolar. Essa reflexão é de suma importância

para a formação do professor, isto por que a tecnologia na educação

não é entendida somente como equipamento, mas, principalmente,

como estruturante de aprendizagem, pois amplia nossa visão de

mundo e cria novas maneiras de apreender a realidade.

Uma educação para ser libertadora deve tomar

como objetivo os modos de pensar, fazer e sentir

dos alunos. Esses modos podem ser aperfeiçoados

indefinidamente, qualificando os sujeitos do

processo educativo. Todos os recursos didáticos

são meios para a realização desses objetivos.

(SEED; MEC; UNIREDE, 2003, p.43).

19PedagogiaUESC

1U

nida

de

2 HISTÓRIA DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO

Para iniciarmos este assunto, é importante diferenciarmos

os termos Tecnologia em Educação de Tecnologia da Educação. A

Tecnologia em Educação diz respeito à aplicação, na educação, de

tecnologias desenvolvidas em outras áreas, enquanto que Tecnologia

da Educação diz do desenvolvimento das tecnologias próprias da

educação. Atualmente, para designar as duas compreensões, usamos

o termo Tecnologia Educacional.

A tecnologia educacional é um conjunto de conhecimentos

científico, tecnológico e metodológico mediado por ferramentas

voltadas para o ensino e a aprendizagem, que vão da cópia no quadro

de giz ao Power Point na lousa virtual.

Existem os meios próprios de ensino, como estudamos

em Didática e Tecnologias I, e meios desenvolvidos para fins de

entretenimento, informação, comercial etc., que utilizamos na

educação. Assim, a televisão, o vídeo, o rádio e o computador, que

estudaremos neste módulo, são tecnologias desenvolvidas para

outras áreas que são trazidas para a educação com objetivos de se

tornarem meios de ensino.

Estudamos sobre a abordagem tecnicista e sobre as técnicas

de ensino. Vamos relembrar? O tecnicismo foi um movimento na

educação brasileira de grande valorização da técnica; também foi

um momento de grande desenvolvimento da tecnologia educacional,

desde a organização pedagógica que o professor estrutura para

ensinar até os meios audiovisuais. Nas décadas de sessenta e setenta,

os materiais visuais e os meios para sua utilização receberam muito

apoio no meio educacional, contrapondo a verbalização da aula na

Pedagogia Tradicional. Assim, o álbum-seriado, o flanelógrafo, o

cartaz didático, o mimeógrafo e outros são exemplos de tecnologias

didáticas desenvolvidas na época.

Simultaneamente, as tecnologias audiovisuais, resultantes da

evolução tecnológica dos materiais projetáveis, entraram na educação:

filmes cinematográficos, gravadores de som, retroprojetores, epíscopo

etc. O rádio e a televisão tornaram-se meios importantes de ensino.

Porém, lembre-se, essa tendência educacional valorizou a técnica

pela técnica sem a preocupação com o pensamento crítico reflexivo.

Mas, o que são tecnologias? Segundo Kenski (2003, p. 18),

Ao conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se

aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um

equipamento em um determinado tipo de atividade nós chamamos

de ‘tecnologia’. Para construírem qualquer equipamento – seja

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

20 Módulo 3 I Volume 1 EAD

As novas percepções de tempo e espaço nos novos territórios, formas de ensino e aprendizagem

uma caneta esferográfica ou um computador - os homens

precisam pesquisar, planejar, criar tecnologias.

Sendo assim, o homem tem desenvolvido procedimentos

tecnológicos desde o inicio da humanidade e, a cada época

histórica, podemos dizer que se efetivou uma época tecnológica. O

desenvolvimento social e político das sociedades dá-se pela invenção

e utilização das técnicas da época; então, o desenvolvimento da

humanidade é simultâneo ao desenvolvimento das tecnologias.

Considerando que a produção da tecnologia envolve o planejamento,

a técnica e a utilização de um determinado conhecimento, vejamos

como elas se estruturaram e se desenvolveram em cada época

histórica.

2.1 Evolução histórica das tecnologias

I. Período Paleolítico

Conhecimento: mágico mítico, o poder e o saber estão nas

mãos dos sacerdotes e dos feiticeiros.

Técnica: quebrar, afiar, entalhar.

Instrumento: objetos cortantes, fogo, arte rupestre.

Produto: matéria-prima (pedra), facas, lanças, geração de

calor, luz, ampliação do cardápio.

Educação: empirista oralidade, repetição.

II. Período Neolítico

Conhecimento: empírico, com divisão do trabalho em intelectual

e manual.

Técnica: polir, pastorear, cultivar, irrigar, fundir, tosar, curtir,

tecer.

Instrumento: olaria, arado, liga metálica, tecelagem,

agricultura.

Produto: barcos, balanças, casas, bronze, cestas, alavancas,

rodas, vestimenta.

Educação: visão mágica de homem e mundo.

III. Período Idade de Bronze

Conhecimento: empírico, porém com a preocupação em

produzir uma visão não-mágica do mundo.

Técnica: matemática, astronomia.

Instrumento: calendário lunar, numerologia, metalurgia.

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nida

de

Produto: cobre, ouro, registros contábeis.

Educação: imitação, treino prático.

IV. Período Idade Antiga, civilizações orientais - Egito o ápice da

tecnologia.

Conhecimento: domínio da aristocracia religiosa e militar.

Técnica: registrar, ensinar, pesar, medir, drenar, fundir,

embalsamar.

Instrumento: divisão do tempo, construção de canais (diques),

vidro, metalurgia, medicina.

Produto: criação do calendário vinculado às estações do ano,

escrita, pão fermentado, cerveja.

Educação: instrução literária só para sacerdotes e nobres.

V. Período Grécia antiga

Conhecimento: domínio da aristocracia religiosa e militar.

Considerada o berço científico tecnológico da humanidade.

Técnica: cunhar, represar água.

Instrumento: ferramentas para agricultura e para a guerra.

Produto: moedas, abastecimento de água.

Educação: observação e imitação dos adultos, filosofia.

VI. Período Idade Média

Conhecimento: humanista, utilitarista, reflexão sobre a prática.

A ciência e a técnica buscavam o conhecimento por meio da fé.

Técnica: fabricação de pergaminho.

Instrumento: textos diversos.

Produto: livros, óculos.

Educação: formação do homem na razão apoiada na fé.

VII. Período Idade Moderna

Conhecimento: científico; revolução científica. Supremacia

europeia na nova concepção de trabalho e de novas ciências.

Técnica: mecânica: 1ª fase: séc. XIV- xvi; 2ª fase: séc. XVII

– XX.

Instrumento: bússola, imprensa, pólvora, máquinas de tricotar,

régua de calcular, bomba de ar, máquina de calcular.

Produto: navegação, armas, difusão de conhecimento,

microscópio, termômetro, panela de pressão.

Educação: seminários, liceus, escolas de artesãos: ensinar a

fazer.

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

22 Módulo 3 I Volume 1 EAD

As novas percepções de tempo e espaço nos novos territórios, formas de ensino e aprendizagem

VIII. Período Contemporâneo

Conhecimento: científico-tecnológico, por exemplo: tecnologia

da comunicação, tecnologia a serviço da medicina, engenharia

genética, DNA.

Técnica: informática.

Instrumento: computador; telecomunicação robótica e

biogenética.

Produto: Internet, webcam, chips, transgênico.

Educação: ensinar a saber, saber fazer e saber ser.

A partir dessa análise podemos afirmar que a tecnologia

educacional não envolve somente meios e equipamentos, mas,

também, conhecimentos métodos, técnicas, processos, meios e

recursos voltados para o ensino e a aprendizagem.

Podemos dizer que as tecnologias constituem ferramentas

necessárias para nossa vida cotidiana, equipamentos que foram

sendo desenvolvidos e aperfeiçoados de acordo com o surgimento

das necessidades humanas.

Para Kenski (2003, p.18), a tecnologia

Está em todo lugar, já faz parte de nossas vidas. Nossas atividades

cotidianas mais comuns – como dormir, comer, trabalhar, ler,

conversar, deslocarmo-nos para diferentes lugares e divertimo-

nos – são possíveis graças às tecnologias a que temos acesso. As

tecnologias estão tão próximas e presentes, que nem percebemos

mais que nem são coisas naturais. Tecnologias que resultaram,

por exemplo, em talheres, pratos, outros produtos, equipamentos

e processos que foram planejados e construídos para podermos

realizar a simples e fundamental tarefa que garante nossa

sobrevivência: a alimentação.

Muitas tecnologias,

recursos e equipamentos es-

tão tão imbricados na escola

que não conseguimos pensar

a organização escolar sem

elas, como exemplo, temos

o quadro de giz, em escolas

informatizadas, a lousa digi-

tal. Outras tecnologias como

a caneta, o lápis e o caderno

constituem o aparato tecnoló-

gico do material escolar.

SAIBA MAIS

Vale a pena aprofundar os conhecimentos no cam-po da evolução das tec-nologias, para isso leia GRINSPUN, Mírian P. S. Zippin (Org.). Educação Tecnológica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2001.

Figura 01 - Fonte: UAB/UESC

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nida

de

Existem tecnologias que são apenas suportes, ferramentas,

como o retroprojetor que projeta a imagem auxiliando na visualização

do que está sendo explicitado pelo professor. Outras ultrapassam

os limites de simples equipamentos e são também conhecimentos,

mudando os modos de pensar, agir, sentir e relacionar-se em grupo,

como a televisão que, usada em sala de aula de forma crítica e

colaborativa, amplia os modos de pensar e sentir de todos.

O desenvolvimento científico - tecnológico avança sobre o

conhecimento e cria tecnologias cada vez mais sofisticadas. No

período contemporâneo, estamos vivendo a era das tecnologias da

informação, resultado da informática e do conhecimento científico –

tecnológico; por isso, alguns autores consideram-nas como “novas”

tecnologias, e comumente utilizamos o termo TICs – Tecnologias da

Informação e da Comunicação, assim chamadas, porque mudam as

formas de as pessoas se comunicarem e adquirirem conhecimentos.

As TICs são equipamentos diferenciados e sofisticados que

apresentam várias formas eletrônicas de armazenamento, tratamento

e difusão da informação. Como exemplos, temos: televisão, telefone

celular, fax, vídeos, computador (multimídia e Internet), videogames,

softwares.

PARA REFLETIR

As tecnologias, como técnicas ou como ferramenta, são conhecimento aplicado. Não configuram necessariamente um bem ou um mal. Mas o uso que delas se faz pode fazer bem ou mal a este ou a aquele indivíduo ou grupo de pessoas. A apropriação desigual de tecnologias pode permitir que um grupo ou nação tenha hegemonia sobre os demais. Muitas tecnologias são poluentes, e seus detentores e usuários contribuem para a degradação ecológica. Neste momento, há uma crise mundial de emprego tem a tecnologia entre suas causas. Mas vamos encontrar as tecnologias também nas respostas que têm sido dadas, ao longo do tempo, às aflições humanas, físicas e psicológicas. Prevenir a utilização destrutiva das tecnologias ou corrigir os seus efeitos prejudiciais é uma responsabilidade ética e política de cada grupamento humano. Assumir essa responsabilidade prepara a cada momento, o sentido da história em construção. “Quem viver, verá!” (SEED, MEC E UNIREDE 2003, p.17).

3 AS NOVAS PERCEPÇÕES DE TEMPO E ESPAÇO NOS

NOVOS TERRITÓRIOS DE ENSINO - APRENDIZAGEM

O mundo contemporâneo, a cada dia, busca nas tecnologias

benefícios, facilitando o cotidiano da sociedade no que diz respeito

à rapidez e velocidade nas informações transmitidas, pagamentos,

compras, viagens etc.

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

24 Módulo 3 I Volume 1 EAD

As novas percepções de tempo e espaço nos novos territórios, formas de ensino e aprendizagem

As tecnologias da comunicação

permitem novas experiências humanas,

como o desenvolvimento cognitivo e sua

atuação sobre o meio. A utilização de

revistas, jornais, livros, programas de rádio,

TV e Internet nos possibilitam novas formas

de comunicação, bem como a produção de

novos conhecimentos. E com a existência da

comunicação on-line, podemos interagir com

pessoas em lugares nunca imaginados, tendo

imagens, informações de diversos lugares

do mundo em tempo real. Diante disso, as

mudanças ocorridas nos revelam uma nova

percepção de mundo, de valores e de atuação

social (PIRES, 1998).

As novas formas de comunicação, que

foram sendo constituídas no entrelaçamento

de diferentes linguagens e de diversas

culturas veiculadas por diferentes meios,

remetem e localizam um determinado grupo social no tempo e no

espaço. Preocupa-nos, nesta disciplina, o (re)dimensionamento do

espaço e do tempo da escola e suas implicações na aprendizagem.

Entendemos, pois, que a forma mais adequada da escola se

aproximar do modo do sujeito perceber o mundo e perceber-se

nele é identificando, compreendendo e processando, no ensino, as

linguagens que representam o momento atual.

A educação está inserida em relações de poder, que

consubstanciam visões sociais, particulares e interessadas, assim

como identidades individuais e sociais específicas, ligadas a um

momento histórico. Por isso, a educação não pode ser considerada

apenas como um simples veículo transmissor, mas, sobretudo, como

um instrumento de crítica dos produtos herdados e dos novos produtos

que estão sendo propostos pela tecnologia. A educação abre espaço

para que seja possível a reflexão crítica da sociedade tecnológica.

Assim, compreendemos que, sem que haja uma clareza

maior sobre os fatos que geram dinamicamente a realidade social e

a realidade escolar, não se pode compreender a prática educacional

dada, entre outras coisas, tais como, a discrepância de ritmos no

limiar do século, em que a vida cotidiana vai para um lado e a escola

para outro. É fundamental que nós, educadores, coloquemos em foco

uma discussão de natureza epistemológica, que passa pela análise

de que a construção do ensino deve ser alterada, porque “os novos

Figura 02 - ParabólicasFonte: Filipe Thomaz

25PedagogiaUESC

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nida

de

modos de comunicação alteram as formas, o modo de o sujeito

perceber e perceber-se no mundo” (MOREIRA, 1997, p.13).

Este momento é marcado por dois aspectos determinantes:

o tempo e o espaço. Por isso, a presença da era da informação e da

comunicação nos processos educacionais é cada vez mais notória, na

condição ora de veículos principais, ora de recursos complementares,

bem como na perspectiva de McLuhan (1995), como meio e mensagem.

As velozes transformações da atualidade impõem novos ritmos e

dimensões à tarefa de ensinar e aprender. Diante desses fatos, é

preciso que se esteja em permanente estado de aprendizagem e de

adaptação do novo, e é a linguagem, através de sua produção social

que vai dar conta da dinâmica e preservação da cultura.

Essa afirmativa nos remete a Heidegger (1988), para quem

só é possível abordar a linguagem no homem, lugar onde o ser se

mostra. Isso significa ultrapassar a postura objetivante com que a

nossa sociedade vê a linguagem. Esta não deve ser concebida como

um instrumento da qual lançamos mão para representar e nominar

coisas, mas concebida a partir do entendimento de que nela se dá a

representação do mundo pelo homem. Nesse sentido, ela se institui

como desvelamento do significado do ser, ser como espaço–tempo

em que toda a significação é possível. Assim, o nosso saber no mundo

e sobre o mundo se dá na linguagem, como evento originário da

compreensão do ser–no–mundo. A linguagem, no sentido original da

palavra (mostrar, deixar aparecer, ver, ouvir), é o caminho necessário

para nosso encontro com o mundo, uma vez que ela é quem estrutura,

funda e instaura todos os conceitos sociais.

A linguagem ganha um novo sentido. Compreende-se que

a grande característica do mundo contemporâneo é exatamente a

maneira como se passa a entendê-la e que toda forma de expressão

e organização do mundo é texto; todo meio e modo de representação

é linguagem. Uma paisagem, um grafismo, uma dança, uma música,

uma crença, são textos e intertextos, ou seja, formas de linguagem.

Assim, considerando-a como o elemento fundador e mediador das

interações humanas, ela se torna processo estruturante e socializador

da cultura.

Segundo Pierre Lévy (1977, p.76), é a partir da linguagem

que o homem se distingue do restante da natureza, pois “dispõe

deste extraordinário instrumento de memória e de propagação das

representações”, para edificar as sociedades.

Podemos, então, afirmar que a linguagem faz parte de um

complexo de condutas ligadas a todo o desenvolvimento intelectual e

afetivo e, por isso, torna-se a linguagem um dos fatores estruturantes

SAIBA MAIS

Para McLuhan (1995), o meio não é um simples canal de passagem, um mero veículo cuja mensagem é transmitida, é um “elemento determinan-te da comunicação”, assim, os diferentes meios apresen-tam diferentes elementos de transmissão e recepção, pos-suem diferentes processos de compreensão das mensa-gens, produzindo diferentes significados. Para o teórico, o meio constitui a “forma co-municativa” determinando o “conteúdo da mensagem”, nesta perspectiva ele chama atenção para o professor, pois é ele um meio de comunica-ção, e, como tal, é responsá-vel em organizar e determinar a mensagem que transmitirá para seus alunos.

Figura 03:Fonte: http://www.facasper.com.

br/rep_imagens/2010/01/14/ 1263481462.jpg

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

26 Módulo 3 I Volume 1 EAD

As novas percepções de tempo e espaço nos novos territórios, formas de ensino e aprendizagem

da realidade. De maneira mais pertinente, dizemos que o homem

produz linguagem e se produz simultaneamente na e pela linguagem.

Este é um trabalho social e simbólico de produção de signos e sentidos,

onde a linguagem não é só um meio e modo de interação, é também

produto histórico.

Na atual sociedade oral e de relatos escritos, onde o

comum é que as pessoas se comuniquem usando a fala ou

a escrita, acreditamos que os jovens estejam envoltos por

uma linguagem mais específica: a linguagem dos meios de

comunicação de massa, em que prevalecem as imagens e sons,

sobretudo da televisão. Esta linguagem, também se caracteriza

pelo apelo à afetividade, à repetição, à memorização de

músicas, jingles, gestos e enredos, envolvendo personagens

ficcionais, com a pretensão de que as ideias, informações,

valores, comportamentos, mensagens e apelos (principalmente

comercial) sejam aprendidos. Segundo Babin (1988, p.39), são

sete as características que marcam as novas linguagens: “a

mixagem; a língua popular; a dramatização; a relação ideal

entre fundo e figura; a presença ao pé do ouvido; a composição

por lashing; disposição por razão de ser”.

Isto posto, percebemos que, no sujeito contemporâneo,

a linguagem audiovisual acontece no momento em que

elementos distintos entram em interação, como um sistema

vivo que se manifesta através das cores, dos movimentos, dos

efeitos etc.; elementos em superposição, sempre em interação

e em complementaridade. Podemos fazer uma analogia com

o átomo, que se constitui por um núcleo onde, ao seu redor,

camadas de energia se atraem e se repelem, formando as

partículas de uma molécula que, por sua vez, constituem a

matéria.

CORCOR

SOMSOM

FORMAFORMA

RITMO

RITMO

COMPUTADOR

TELEVISÃO RÁDIO

IMAGEM

MÚSICA

DESENHO

Figura 04 – Sistema Vivo de Linguagens

Fonte: LARCHERT, J. M. Educação e as novas linguagens de comunicação. (1999, p.11).

27PedagogiaUESC

1U

nida

de

Esse sistema e/ou formas de linguagens tendem a se

comportar como um sistema vivo, isto é, os elementos se reproduzem,

se readaptam, se transformam e se regeneram. A linguagem

contemporânea é uma linguagem que volta às raízes visuais e,

principalmente, sonoras da língua. A entonação das palavras tem

mais importância que o rigor conceitual, pois são imagens verbais;

e a mímica dos gestos de acompanhamento da fala substitui os

raciocínios e as construções bem organizadas.

Temos hoje, na sociedade, um conjunto de linguagens circulando:

gráfica, musical, imagética, tecnológica etc., caracterizadas, por

Pierre Babin (1991), como audiovisuais. Essas linguagens são

representações próprias da complexidade das sociedades atuais e são

mediadas por uma rede intrincada e plural de informações simbólicas.

Nessa rede, nos comunicamos através da leitura e da produção de

formas, volumes, interações de forças e movimentos; somos também

leitores e produtores de dimensões e direções de linhas, traços,

cores, sons etc. Enfim, também, nos comunicamos e nos orientamos

através de imagens, gráficos, sinais, setas, números, luzes... “Através

de objetos, gestos, expressões, cheiro e tato, do olhar, do sentir, do

apalpar e do clicar” (SANTAELLA, 1983, p.10).

Ao analisar essas ideias, insistimos para que a escola

perceba que todas essas mudanças envolvem questões pedagógicas

e questões de cunho epistemológico. Assim, a escola entenderá o

que significa a mudança provocada pela informação e pelos meios

de comunicação de massa, na maneira de sentir, pensar e agir do

homem contemporâneo.

Nesse sentido, é imprescindível compreender que vivemos

em um mundo de imagens, onde desaparece a dicotomia real/

representação. Isso porque a realidade funde-se em um único

processo: o rádio, a televisão, o computador, a música popular e os

jornais se tornaram elementos de uma grande explosão e multiplicação

de visões do mundo, “A tela passa a assumir a condição de espaço

público e a realidade é virtual” (PRETTO, 1996, p.53). Uma época

multissensorial, pois todos os sentidos passam a ter importância.

Escrevem Bill Green e Chirs Bigun (1995, p.83) que “de

particular relevância para nosso estudo é o papel da cultura, da mídia

nos mundos vitais desses/as jovens e a relação entre essa cultura e sua

escolarização”. Diante disso é preciso que as propostas pedagógicas,

preocupadas com o momento atual, pensem o jovem nessa relação

entre cultura e escolarização, considerando suas linguagens e suas

dimensões plurais. Faz-se necessário elaborar propostas educacionais

que pensem um novo conceito de educar. Deixar um jovem fazendo

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

28 Módulo 3 I Volume 1 EAD

As novas percepções de tempo e espaço nos novos territórios, formas de ensino e aprendizagem

uma coisa completamente fora do seu interesse sem se perceber é

destruir uma relação pedagógica de aprendizagem, pois o que não

se faz sentir não se entende e o que não se entende não interessa.

Como escreve Saltini (1996, p.81), “As máquinas, a mentalidade, as

necessidades mudam, tudo enfim está em constante mudança. Então

podemos acreditar que as lições, os exercícios e os problemas que

estão dando hoje às nossas crianças são válidos?”.

A rotina a que as escolas submetem os jovens não considera

seu modo de ver o mundo, sua linguagem. A escola, como espaço

meramente de informação, tem causado muita confusão na cabeça

dos alunos, já que eles são consumidores gulosos de informação

e não têm espaços para refletir sobre o que consomem. Sem a

reflexão, a informação não tem sentido. Portanto, faz-se necessário

maior criticidade para não se cair no equívoco, tão comum hoje, de

se confundir informação com conhecimento. Informação é o fato

intencionalmente selecionado, codificado e submetido a um processo

de refinamento, informatizado ou não, para a veiculação das ideias,

imagens, sons, cores e mensagens. Conhecimento diz respeito ao

processo de interpretação e reelaboração das informações, conferindo-

lhes sentidos e significados operados pelos sujeitos da comunicação.

Segundo Wurman (1991, p.54),

Na indústria da comunicação, existem apenas três tipos de

atividade ligados à difusão da informação: a transmissão

que é facilmente reconhecida. Abrange tudo que possa

ser transmitido por via, rebatidos por um satélite ou

impresso numa página [...]; o armazenamento [...] que

envolve fabricante de computadores e bancos de dados

e, por último a atividade de compreensão, por sua vez

permanece ainda praticamente inexplorada, compreender

a ponte entra os dados e o conhecimento – é o objetivo

da informação. Embora existam pessoas preocupadas com

esse fator são poucas até agora as dedicadas a ele.

A escola, sem dúvida, é um espaço privilegiado para essa

prática, e, respeitando as experiências dos alunos, com certeza,

proporcionará espaços comunicativos de criatividade, de reflexão,

de reconhecimento das relações contextuais existentes entre a

informação e o conhecimento.

Entendemos que o mundo da comunicação concretiza-se com

maior agilidade, pois se sustenta na informação e constitui-se na

fragmentação e codificação da representação semiótica. Educação, ao

contrário, não prescinde da informação e do processo de comunicação,

mas se diferencia pelo objetivo e o compromisso de potencializar

29PedagogiaUESC

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nida

de

a construção da representação semiótica na interpretação da

informação, na reelaboração da mensagem, na construção de novos

conhecimentos.

O grande desafio da escola parece se constituir em ajudar

o aluno a interagir a linguagem elaborada pela ciência com a sua

linguagem cotidiana - audiovisual, de modo que adquira instrumentos

conceituais, formas de pensar e sentir para interpretar a realidade e

viver consciente nela. O professor precisa saber fazer as conexões

entre essas linguagens e as mediações cognitivas do ensino, do livro

didático, do método e das técnicas de aula.

3.1 Do texto ao hipertexto

Para Kenski (2003), a base da linguagem digital é o hipertexto,

uma linguagem simples e possível para informar, comunicar,

interagir, aprender e ensinar. Uma linguagem de síntese, que engloba

aspectos da oralidade e da escrita em novos contextos interligados,

que funcionam como páginas sem numeração, rompendo com as

narrativas circulares, repetidas e fragmentadas. Tudo vai depender

da ação do sujeito. O hipertexto é uma evolução do texto linear.

Comumente nos referimos ao hipertexto como um meio de

leitura e produção textual que existe em um computador de forma on-

line; porém, podemos pensar no livro impresso que oferece ao leitor

diferentes interconexões e nexos no trajeto da leitura, possibilitando

a leitura hipertextual.

No hipertexto, por exemplo, a geração audiovisual articula

ideias de forma mais rápida e abandona a lógica linear, com começo,

meio e fim. Trabalha melhor em rede/grupo; esperam gratificações

instantâneas e recompensas frequentes; não querem mais ser

apenas consumidora de informações, essa geração quer ser autora,

produzir conteúdos (vídeos, textos coletivos nos wikis, criam páginas

pessoais nos blogs, sites de relacionamento, fotologs). Essas crianças

e jovens conhecem o mundo pelos buscadores, fazem amigos pela

rede, desenvolvem habilidades por meio de videogames.

Hoje se aprende de forma hipertextual. Isto marca o

descompasso entre a forma como o velho modelo de ensino oferece

conhecimento e a forma como os alunos aprendem com as TICs.

O conhecimento marcado na dimensão hipertextual é midiático. O

conceito de multimídia está diretamente ligado ao hipertexto, pois

representa as múltiplas possibilidades de produção de textos, vídeos,

integrando os diversos meios de expressão e de comunicação, ou

seja, as diferentes mídias.

SAIBA MAIS

Acesse o hipertexto

h t t p : / / p t . s h v o o n g .c o m / i n t e r n e t - a n d -technologies/1794880-que-%C3%A9-hipertexto/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertexto

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

30 Módulo 3 I Volume 1 EAD

As novas percepções de tempo e espaço nos novos territórios, formas de ensino e aprendizagem

ATIVIDADE

Para exercitar o hipertexto, vamos navegar! Utilizamos o conceito “navegar” para

designar o percurso que o usuário, leitor realiza ao fazer o trajeto entre os diferentes

textos on–line oferecidos pela Internet.

Nesta atividade, você vai escolher um dos conteúdos escolares que são trabalhados no

Ensino Fundamental I (seres vivos, substantivo, adjetivo, operações matemáticas etc.)

e faça uma busca na Internet. Navegue... Pesquise e estude o conteúdo. Agora você fará

uma espécie de relatório sobre a sua navegação digital:

Quais os sites visitados?

Descreva o link que você ficou mais tempo lendo?

Quais imagens lhe chamaram atenção?

Você consegue destacar algum momento em que se sentiu “perdida (o)”, sem saber

onde estava e sem saber para onde seguir?

Agora escolha um site e pare na página principal. Faça a leitura da página: os links, as

imagens, os textos, os sons e as formas. Descreva tudo o que vê.

Discuta com seus colegas a experiência de navegar pesquisando um conteúdo escolar.

RESUMINDO

Nesta unidade, estudamos o conceito de tecnologia e sua evolução histórica.

Refletimos sobre as influências das tecnologias no cotidiano das pessoas e como

estas mudam os modos de apreender a realidade e como se constituem em

linguagem. Destacamos a importância da educação escolar no desenvolvimento

da criticidade dos adultos, jovens e crianças frente a gama de informações

recebidas diariamente das tecnologias da informação e comunicação.

UM CONSELHO

ORIENTAÇÕES PARA ORGANIZAR OS ESTUDOS

Realize a experiência de construir sua biblioteca virtual. Com um CD regravável ou um pen-drive você organiza textos, resenhas, imagens, entrevistas etc. para seus estudos. Reserve um tempo para acessar a Internet e navegar nos endereços relacionados à Didática e Tecnologia. Ao navegar, você escolherá os textos que quer salvar. Continue compondo sua biblioteca virtual com os conteúdos das outras disciplinas do seu curso e com temas que lhe interessam. Aproveite as leituras complementares recomendadas nos módulos e salve-as na sua biblioteca virtual.

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de

LEITURA COMPLEMENTAR

Biblioteca Virtual sobre Tecnologia na Educação

José Manuel Moran http://www.eca.usp.br/prof/moran/identidade.htm

José Armando Valente http://www.nied.unicamp.br/equipe/equipe_detalhes.php?id=30

Nelson Prettohttp://www.pretto.info/

Paulo Gileno Cisneyroshttp://www.institutoclaro.org.br/observatorio/artigos/detalhe/tecnologias-aprendizagem-e-desenvolvimento-humano

Andréa Ramal http://hermes.ucs.br/cchc/dele/esp/mypage/apresentacoes/leiturasead.htm

Vani Kenskihttp://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE08/RBDE08_07_VANI_MOREIRA_KENSKI.pdf

RE

FE

NC

IAS

BABIN, Pierre; KOULOUMDJIAN, Marie-France. Tradução de Augusto Gomes Lima Os novos modos de compreender a geração do audiovisual e do computador. São Paulo: Edições Paulinas, 1988.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

GREEN, Bill; BIGUN, Chris. Alienígenas em sala de aula. In: Silva, Tomás Tadeu (Org.). Alienígenas em sala de aula. Petrópolis: Vozes, 1995.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Tradução de Márcia de Sá Cavalcante. Petrópolis: Vozes. 1988.

KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e Ensino presencial e a distância. Campinas: Papirus, 2003.

LARCHERT, Jeanes M. Educação e as novas linguagens de comunicação. Dissertação de mestrado. UFBA/FACED, 1999.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. O futuro do pensamento na era da informática. Tradução de Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

MOREIRA LEITE, Mirian; BIANCO, Bela-Feldman. Desafios da imagem - fotografia, iconografia e vídeo nas ciências sociais. Campinas: Papirus, 1997.

PRETTO, Nelson de Luca. Uma escola com/sem futuro. Educação e multimídia. Campinas: Papirus, 1996.

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

32 Módulo 3 I Volume 1 EAD

As novas percepções de tempo e espaço nos novos territórios, formas de ensino e aprendizagem

RAMAL, Andréa Cecília. Avaliar na cibercultura. http://www.idprojetoseducacionais.com.br/doc/avaliar_na_cibercultura.pdf. Acessado em 10 jun. 2010.

SALTINI,Claúdio João Paulo. Uma educação para o próximo século: paradigmas para uma nova pedagogia. In: Teoria e Prática - IV simpósio Internacional de Epistemologia genética. Águas de Lindóia, São Paulo, 1996.

SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983.

SEED, MEC e UNIREDE. Curso: TV na Escola e os Desafios de Hoje. Módulo I: Tecnologia e educação: desafios e a TV escola, Brasília, 3. ed., 2003, p.43.

VEIGA, Ilma P. A. Técnicas de ensino: novos tempos, novas configurações. Campinas, São Paulo: Papirus, 2006.

WURMAN, Richard Saul. Ansiedade de informação. Como transformar informação em compreensão. Tradução de Virgílio Freire. São Paulo: Culturas Editoras Associados, 1991.

33PedagogiaUESC

1U

nida

de

Suas anotações

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2

O ESPAÇO EDUCATIVO DO VÍDEO, TELEVISÃO, COMPUTADORES E REDE

DE COMUNICAÇÕES

Unidade

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

36 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

Ler imagens criticamente implica

aprender como apreciar, decodi-

ficar e interpretar imagens, ana-

lisando tanto a forma como elas

são construídas e operam em

nossas vidas, quanto o conteúdo

que elas comunicam em situações

concretas.

Douglas Kellner

UNIDADE IIO ESPAÇO EDUCATIVO DO VÍDEO, TELEVISÃO, COMPUTADORES E REDE DE COMUNICAÇÕES

1 INTRODUÇÃO

Prezada(o) aluna(o), é comum vermos a escola com

dificuldades para inserir as TICs como meios didáticos na sua prática

pedagógica. Porém, todos nós, professores, alunos, funcionários e

pais, nos entregamos ao completo divertimento quando assistimos

à televisão, ao filme ou navegamos na Internet, em nossos lares.

Esta unidade chama a atenção para a discrepância entre os meios

de comunicação e o ensino na escola, a qual deve ser diminuída para

tornar a escola mais interessante e as aprendizagens mais próximas

da vida do aluno.

As TICs nos oferecem uma gama de conteúdos veiculados

pela mídia. É função da escola a leitura crítica das imagens e dos

conteúdos veiculados, a reflexão sobre a influência da mídia nas

nossas vidas, suas características enquanto produto de consumo, de

alienação e, de forma antagônica, sobre outras características como

2U

nida

de

37PedagogiaUESC

interatividade, a democratização do acesso, e o entretenimento. No

primeiro momento, estudaremos a TV e sua inserção social nas nossas

vidas; em seguida, discutiremos como a imagem televisiva pode ser

utilizada na educação escolar. Também estudaremos a inserção do

computador como máquina e como conhecimento, dando destaque

para a importância da Internet nas atividades pedagógicas, tanto

para as aprendizagens do professor como para as aprendizagens dos

alunos.

2 USOS DA TELEVISÃO E DO VÍDEO NA ESCOLA

A tecnologia de modo geral proporciona os avanços dos meios

de comunicação, os quais influenciam crianças e jovens, por estarem

na maior parte do tempo utilizando esses recursos. Nesse sentido,

a TV, por ser um equipamento de fácil aquisição, torna-se mais

utilizada por todas as camadas da sociedade. Evidenciando que se

torna necessário inserir o uso desse recurso com responsabilidade

nas escolas, utilizando critérios pedagógicos, pois as crianças chegam

a passar mais tempo em frente à TV do que propriamente na escola

ou em qualquer outro lugar (GUTIÈRREZ, 1995).

Desde a década de 60, Leonardo Woodcok, em sua obra

Televisão Educativa (1967), já mencionava a implantação da TV como

ferramenta pedagógica a ser utilizada em sala de aula. Atualmente,

no século XXI, muita coisa mudou: inclusive a TV não é mais preta e

branca, a evolução já nos permite utilizar a TV digital.

O que se observa é que evoluímos apenas no que diz respeito

à tecnologia. Infelizmente, o que se vê ainda hoje, nas escolas

brasileiras, são professores desmotivados, não sabendo fazer uso

desse recurso, por não entenderem o quanto pode ser útil dispor

dessa ferramenta em sala de aula. Mas, para isso, é necessário que

o professor tenha interesse pela linguagem audiovisual quebrando as

resistências criadas ao novo e às tecnologias.

Muitas vezes, por não dominar a linguagem audiovisual, pois

foi preparado para o domínio da linguagem oral escrita, e não tem

formação adequada para leitura crítica das imagens veiculadas, uma

vez que esse modo de expressão sempre foi visto para entreter e

nunca para educar, os professores sentem-se decepcionados com o

uso da TV e do vídeo em sala de aula, chegam a acreditar que não

serve para educar. Outros acreditam que a aula com a tecnologia

da comunicação não precisa do professor: é só ligar e deixar os

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

38 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

alunos assistindo. No entanto, temos a certeza de que nenhum meio

tecnológico, imagem ou programa de computador, será capaz de

substituir as orientações didáticas do professor. E, por fim, existem

aqueles professores que, frente aos obstáculos existentes na escola,

desistem de acrescentar ao seu planejamento de ensino a TV como

recurso didático.

A televisão articula três elementos básicos e essenciais:

o texto, o som e a imagem. A sua própria etimologia – telos, que

em grego significa distância, com o prefixo visão é um dado que

demonstra a superposição da imagem sobre os outros elementos. A

imagem televisiva organiza-se nas palavras de Samain (1998, p. 55)

como, [...] uma imagem de signos essencialmente móveis, o

rastreamento gerado por um feixe de elétrons correndo em

alta velocidade sobre uma tela fosforescente, varredoura

que faz surgir na tela do monitor uma aparência de

imagens, pois sabemos que essa imagem não existe a

não ser sob a forma de pontos luminosos que se sucedem

indefinidamente.

Temos que considerar a grande influência da televisão na

vida cotidiana do brasileiro. A TV comanda o nosso jogo da vida e

determina a cultura de massa dos grupos jovens. Um bom exemplo

da influência da cultura de massa é a novela. O grande encontro de

“todos” se dá no horário da telenovela, que provoca um espaço de

diálogo entre ficção e realidade, em que a construção do cotidiano

incorpora os temas da realidade concreta, para discuti-los, dar-lhes

centralidade e colocá-los na ordem do dia das discussões dos grupos

sociais. Funciona como uma pauta para a mídia e alimentação para as

conversas informais da vida cotidiana.

A partir dessas reflexões, percebemos como essa forma de

cultura é estruturante da vida dos jovens, em especial dos nossos

alunos. A existência da televisão coloca para nós, educadores, alguns

desafios. Em primeiro lugar, um desafio de conteúdos informáticos

e, consequentemente, de conotações e ideologias. Esse desafio não

é somente quantitativo (número de programas assistidos e as horas

que passam em frente a uma televisão), mas também qualitativo

referente ao tipo de conteúdo a que se assiste. A informação que as

emissoras de mensagens põem em circulação e fazem significar de

forma mais ampla e se relacionar com uma multiplicidade de aspectos

da vida social, econômica e política, não é neutra. Carrega matizes e

ênfases particulares que a convertem em produto cultural, no sentido

mais amplo do termo.

VOCÊ SABIA?

Segundo o site http://www.sergiomattos.com.br\liv_perfil03.htmL, a televisão brasileira foi inaugurada oficialmente no dia 18 de setembro de 1950, em estúdios pre-cariamente instalados em São Paulo, graças ao pioneirismo do jornalista Assis Chateaubriand. A TV Tupi-Difusora surgiu numa época em que o rádio era o veículo de comunicação mais po-pular do País, atingindo a comunidade brasileira em quase todos os es-tados. Ao contrário da televisão norte-america-na, que se desenvolveu apoiando-se na forte in-dústria cinematográfica, a brasileira teve de se submeter à influência do rádio, utilizando inicial-mente sua estrutura, o mesmo formato de pro-gramação, bem como seus técnicos e artistas.

Pesquise sobre o desen-volvimento histórico da TV no site http://www.sergio-mattos.com.br\liv_perfil03.htmL

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de

39PedagogiaUESC

Assim, a informação se converte em um bem de consumo,

aparentemente cada vez mais necessário para os indivíduos e os

grupos em seu esforço por uma existência plena de sucesso, em

uma sociedade repleta de interações sociais informatizadas. Cabe

aqui refletirmos sobre o sentido da liberdade de escolha dos canais

televisivos, seus programas e seus conteúdos.

Um segundo desafio que a TV nos impõe tem a ver com as

formas de construção, apresentação e transmissão das mensagens.

Formas que se originam nos tipos de conteúdos e, sobretudo, no uso

de diferentes linguagens e combinações de signos e códigos, através

de recursos tecnológicos. É a linguagem videotecnológica que reúne

um conjunto de códigos distintos das linguagens oral, escrita e visual.

Para a professora Maria Elizabete Couto (1999, p. 96),

A rapidez de informação é um pulsar incessante e significa

que é possível realizar muitas atividades, vivenciar

muitos fatos, mais do que em qualquer outra época,

constatando a rapidez com que as notícias atravessam

as fronteiras, como os repórteres transmitem aos jornais

escritos, telejornais e revistas, instituindo uma nova

forma de adquirir informações e, consequentemente, de

aprender, mudando o ambiente de trabalho, as relações

sociais e pessoais e introduzindo um novo estruturante

de aprendizagem, que não deve ser desconsiderado na

escola, porque a rapidez de informação, via televisão,

instalou-se como uma concorrente das tarefas escolares

‘dá a impressão de transmitir um conhecimento maior,

mais certo, mais novo, mais atual e mais completo que

uma aula’ (Marcondes Filho, 1988:104). A televisão é mais

ágil, imaginativa, colorida e barulhenta, é veiculadora do

novo, preenchendo o imaginário com signos de cultura.

Essa linguagem apresenta uma justaposição de signos de

diversos tipos e procedências (visuais, auditivos, rítmicos etc.) sempre

com a finalidade de espetáculo. Por isso, a televisão mostra-se tão

magnetizante e persuasiva em seus modos de ser que acaba nos

contaminando até mesmo quanto às formas de nos relacionarmos

com o real, visto que a tendência é nos fixarmos mais no espetáculo

propriamente dito do que nas intenções que permeiam o espetáculo.

Essa oportunidade de espetáculo que seduz a todos contrasta

com as possibilidades da escola pública, a qual estrutura seu material

didático basicamente nos livros de texto, sem uma metodologia atrativa

para sua utilização. Considerando que as crianças e os jovens passam

mais tempo em frente ao televisor do que em atividades escolares, é

compreensiva a total sedução e dominação dos programas televisivos

PARA REFLETIR

Sob o jugo de um todo progressivo, a liberdade pode ser transformada em poderoso instrumento de dominação. O alcance da escolha aberta do in-divíduo não é o fator de-cisivo para a determina-ção do grau de liberdade humana, mas o que pode ser escolhido e o que é escolhido pelo indivíduo (MARCUSE, 1982, p. 28).

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

40 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

nas vidas destes. Diante disso, ao usarmos a televisão na sala de

aula, precisamos conhecer suas possibilidades e limites, para que

não seja mais um programa assistido pelos alunos, sem finalidade

nenhuma de educar ou mesmo para impedir que televisão repita as

enfadonhas aulas de pura verbalização do professor.

Para que a TV possa ser usada na escola é importante pensá-la

a partir dos diferentes gêneros que são transmitidos, questionar seus

diversos programas e seus conteúdos veiculados. Também devemos

refletir sobre a televisão como um meio eletrônico, desenvolvido para

informar e entreter, que somente educa através de uma programação

especial ou de uma mediação intencionalmente planejada para chegar

ao conhecimento.

Veja o que nos diz a professora Maria Elizabete Couto (1999,

p. 4)

Isso quer dizer que o conhecimento requer um

aprofundamento e uma reelaboração da informação e

é indispensável para a construção e produção da nova

aprendizagem. E, para chegar ao conhecimento, é preciso

que haja o processo de aprender a aprender aprendendo.

Dessa forma, o conhecimento está ligado à vida, ao fazer,

ao ser e ao cotidiano das pessoas, implica em crítica,

baseia-se na inter-relação e não na fragmentação. A

escola não é mais uma instituição baseada só no falar/

ditar do professor. O universo da relação professor -

aluno-professor, aluno - aluno amplia-se para o falar

/ ditar / ver / ouvir / ler / escrever / criar / discutir /

assistir a filmes e a programas de TV/chegar a consensos

e conseqüentemente produzir novos conhecimentos, [...].

O professor terá que deixar de ser um artesão da transmissão

do saber, baseado apenas na própria capacidade, e terá de trabalhar

em grupo, com programações visuais, analistas de sistemas,

profissionais de informática e de outras especialidades que surgirão

nos próximos anos e décadas (BUARQUE, 2006).

2.1 O espaço educativo nos programas de televisão

A utilização da TV e do vídeo em sala de aula deve produzir

resultados positivos na aprendizagem dos alunos, inclusive com

crianças do ensino fundamental I. E, para que isso aconteça, o

educador deve ter critérios pedagógicos diante da mídia, não se

limitando apenas aos materiais didáticos, mas desenvolvendo, nos

2U

nida

de

41PedagogiaUESC

alunos, a leitura crítica e criativa diante dos programas de TV e

estabelecendo juízos de valor, através de questionamentos e opiniões,

como também desenvolver a informação de conteúdo, a motivação e

a ilustração.

Porém, a concepção mecânica do uso da TV, em que

os telespectadores são manipulados pelos programas sem

questionamentos, coincide com o ensino-aprendizagem em sua

metodologia tradicional, ou seja, o professor é o único conhecedor do

saber, e os alunos, os receptores passivos.

Atualmente, o telespectador é considerado um sujeito ativo,

com opiniões e questionamentos diante das informações oferecidas,

de acordo com a sua visão da realidade; mesmo assim, o poder de

persuasão é muito grande, por isso, tanto a escola como a família, ao

assistirem à TV com os alunos, filhos, podem auxiliá-los na construção

de significados e maior aprendizagem (CARNEIRO, 2001) com os

programas televisivos.

O desafio do educador frente à televisão

é ensinar a seus alunos a assisti-la com um

olhar crítico, sob o prisma da ética e cidadania,

exigindo, antes de tudo, um conhecimento

mais aprofundado desse poderoso meio de

comunicação (RIZZO, 1998).

A escola não deve abrir mão de inseri-

la no seu projeto de ensino, pois existe um

nível maior de aprendizagem quando os alunos

conseguem estabelecer uma relação com as

informações que ouvem e veem, interpretam

melhor os conteúdos assistidos se estes forem discutidos nas escolas.

Segundo Okky de Souza e Rosana Zakabi, à luz da psicologia e da

neurociência, os computadores, videogames, certos programas da

TV e filmes de hoje, usados ou vistos na dose certa, proporcionam

à moçada outro tipo de aprendizado, “eles ensinam a selecionar e

processar informações, a exercitar lógica e a deduzir - em suma a

raciocinar” (2006, p.68).

Neste sentido, a forma como é elaborada a programação

da televisão, envolvendo muitos personagens diante das tramas

paralelas, permite aos jovens tirar conclusões, levando-os a pensar

e questionar.

Diante dessa realidade, o papel do educador também se altera,

por sentirem na pele a necessidade de mudar sua maneira de ensinar,

quebrando os velhos paradigmas da escola, não mantendo relações

autoritárias com os educandos, valorizando os conhecimentos

Figura 05Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_mT7-

tobk8WY/Su2XxHOnJEI/AAAAAAAAAD8/

cjC7VyqZH4M/s320/tv.jpg

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

42 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

originados dos meios de comunicação trazidos por eles.

Atualmente, o debate entre escola e TV está relacionado

aos valores culturais que são exibidos na tela; que, muitas vezes,

desvalorizam seus aspectos, expondo a violência, o individualismo

e o consumismo. Porém, a cultura popular está incorporada no meio

televisivo, diante das novelas, programas infantis, propagandas.

Embora possamos apontar que a televisão manifesta uma

tendência geral para valorizar certos modelos de vida e não outros, o

discurso televisivo não se fecha sobre uma só perspectiva. Por outro

lado, assim como o discurso televisivo é heterogêneo, também existe

heterogeneidade na leitura de seus significados (LITWIN, 1997). Sem

esquecer que muitos telespectadores se identificam com personagens

das novelas, minisséries, seriados etc., pois mostram histórias que

relatam o que acontece no cotidiano das pessoas, e essa aproximação

seria uma oportunidade dos educadores trabalharem com temas

relacionados a valores e comportamentos.

O uso indiscriminado da TV e mídia pelas crianças, em geral, se

dá, principalmente, pela ausência dos pais; que, tendo a necessidade

de passar o dia fora de casa, acabam por facilitar todo tipo de excesso

por parte da criançada. Entretanto, introduzir uma programação

pedagogicamente correta, na educação infantil, vai depender em

parte do poder de mediação do professor, no momento em que ele

motiva, ilustra, informa, suscita debates em função dos programas e

vídeos a serem exibidos (PACHECO, 1998). Como percebemos,

Um programa pode ser usado de muitas maneiras: como

porta de entrada de um assunto, fonte adicional de

informação, pretexto para debater um tema, para coroar

o final de um projeto etc. Mas em qualquer circunstância

o fundamental é que o educador faça um uso didático

proveitoso sem pensar em usar a TV / Vídeo apenas como

passa tempo (ARATANGY, 2001, p. 8).

Segundo Bertrand (1999, p.36-38), as funções que a TV pode

desempenhar são:

a) Observar o entorno. Tratar a informação e fazê-la circular.

Informar sobre os Poderes Executivo, Legislativo e

Judiciário.

b) Assegurar a comunicação social. Favorecer a formação de

grupos de debates de diversos temas e grupos.

c) Fornecer uma imagem do mundo. Informar sobre o

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nida

de

43PedagogiaUESC

conhecimento que as pessoas experienciam.

d) Transmitir cultura (de geração a geração). Apresentar as

informações, dentro de uma visão de presente, de passado

e de futuro, respeitando as tradições e valores que dão ao

indivíduo identidade étnica, religiosa, familiar etc.

e) Contribuir para a felicidade, entreter. As mídias devem

oferecer entretenimentos suficientes para que as pessoas

diminuam as tensões.

f) Fazer – comprar. Meios de comunicação são veículos de

publicidade.

O Curso TV na Escola e os Desafios de Hoje (SEED, MEC e

UNIREDE 1999), em seus três módulos, apresenta um excelente

estudo sobre o uso das TCIs na sala de aula. Abaixo transcrevo uma

atividade do Módulo II, e solicito que seja respondida por você.

ATIVIDADE

1. Preencha a tabela abaixo, classificando os programas conforme você considere.

Educativo com

finalidade explícita

de educar

Educativo sem

finalidade explícita

de educar

Não - educativo Deseducativo

2. Agora responda as seguintes questões:

a) A quais desses programas de TV você assiste?

b) A quais desses seus alunos assistem? Se você não tem alunos pense em crianças.

c) Como você avalia os programas a que seus alunos (as crianças) mais assistem?

d) Como avalia os programas de maior audiência em sua casa?

e) Há opções mais interessantes para escolher?

f) Que programas você indica para crianças e adolescentes?

g) Há programas que você desconhece? Quais?

h) Há programa que você deseja discutir, analisar? Quais?

Fonte: Módulo II: TV na Escola e os Desafios de Hoje/Unirede e Seed/MEC/UNB, 2003, p.11-12.

2.2 Funções do vídeo na sala de aula

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

44 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

A oportunidade da informação, sua contextualização e

as possibilidades técnicas e linguísticas para sua apresentação de

espetáculo, talk show, contrasta com as possibilidades das escolas,

na qual o material didático, basicamente o livro texto, é insuficiente

e inapropriado para cumprir sozinho a função de seduzir e instigar a

aprendizagem dos alunos. A interação das crianças e jovens com a

imagem televisiva é muito grande, e isto também se dá com relação

aos filmes. O processo de recepção do conteúdo da TV ou do conteúdo

de um filme é imediato. Aceita-se ou rejeita-se!

Quando assistimos a TV em casa e rejeitamos um

determinado programa imediatamente mudamos para outro canal.

No caso do vídeo, quando rejeitamos um filme, também temos a

oportunidade de trocar ou simplesmente parar de assistir. Na escola,

o processo de recepção não deve acontecer da mesma maneira: para

utilizar esses recursos precisamos de um planejamento sistematizado.

O professor José Manuel Moran (1995, p.29) chama

atenção para o uso inadequado do vídeo em sala de aula:

a) Vídeo tapa–buraco - colocar o vídeo quando há um

problema inesperado, como falta de professor.

b) Vídeo–enrolação - exibir o vídeo sem articulação com a

matéria de ensino.

c) Vídeo–deslumbramento - o professor que acaba de descobrir

o uso do vídeo e empolga-se passando o vídeo em todas

as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes.

d) Vídeo–perfeição - existem professores que questionam

todos os vídeos possíveis, alegando que todos os vídeos

possuem defeitos de informação ou estéticos, nenhum

presta.

e) Só vídeo - não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo

sem discuti-lo, sem integrá-lo com o assunto de aula e

sem destacar os momentos mais importantes.

Em contrapartida, o professor Moran (1995) classifica as

funções do vídeo quanto ao uso adequado. Assim como a TV, o vídeo

exerce as funções de informação, de conteúdo, motivação, ilustração

e meio de expressão:

a) Informação e de conteúdo de ensino, explorar no vídeo

seu conteúdo próprio e o conteúdo de ensino.

b) Motivação, o vídeo deve ser integrado à cultura daqueles

que estão aprendendo, com emoção motivar o interesse

da aprendizagem.

SAIBA MAIS

No site da TV Escola você encontra os mó-dulos deste curso e ou-tros textos e links dire-tamente ligados ao uso da TV na sala de aula. Vale a pena conferir!http://tvescola.mec.gov.br/

Informalmente, uma pro-fessora me contou que foi exibir um filme para um grupo de alunos e, ao reu-nir o grupo e informar qual era o filme a ser exibido, foi uma rejeição total, pois eles queriam assistir o fil-me “Tropa de Elite”, e ela havia escolhido passar “A era no Gelo”. Resultado: eles não interagiram com o filme. O que fica eviden-te nesse episódio é que provavelmente a escolha do filme aconteceu de for-ma aleatória sem nenhum planejamento e, com cer-teza, não poderia acabar de outra forma, aparen-temente para preencher o horário “tapa buraco”, pois ela estava substituindo uma colega que havia fica-do doente. Infelizmente é desta forma que a TV e o DVD são utilizados em al-gumas escolas, como algo a que o professor recorre quando não planeja suas aulas e quer manter entre-tidos os alunos. Às vezes, não funciona, pois tudo o que é feito sem planeja-mento aumenta a possibi-lidade de dar errado.

2U

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45PedagogiaUESC

d) Ilustração, deverá o vídeo ilustrar aulas, ajudando na

compreensão de fatos, ideias e conceitos.

e) Meio de expressão, trata-se de expressar-se por meio

do vídeo, é fundamental que os alunos e professores,

produzam vídeos sobre suas experiências escolares.

Concordando com o professor Moran, a professora Maria

Elizabete Couto elaborou procedimentos metodológicos para uso do

vídeo no ensino. Veja suas orientações:

A organização do trabalho dependerá de dois princípios: as modalidades de utilização

da televisão e vídeo e a metodologia adequada a essas modalidades.

Para identificar essas modalidades partimos dos seguintes critérios:

a- duração – filmes de curta e longa metragem;

b- gênero dos filmes – ficção e documentários;

c- equipamentos – televisão e vídeo e televisão;

d- transmissão - TV de circuito aberto e TV de circuito fechado.

Para atingir os objetivos referentes às modalidades, fez-se necessária uma

estrutura metodológica que pudesse garantir aos professores mais segurança

e intimidade para lidar com tais aparatos tecnológicos dentro da escola e

desenvolver um trabalho que realmente estivesse contribuindo com a produção

do conhecimento da comunidade escolar (alunos e professores).

Constituíram-se passos dessa estrutura metodológica:

a- Escolha do conteúdo de da disciplina a ser trabalhado na classe e o filme a

ele relacionado.

b - Antes da projeção, o professor deverá assistir ao filme, fazer suas devidas

anotações, planejar sua aula, verificar se tem relação com o conteúdo que

está sendo trabalhado e com os seus objetivos. Ver e analisar a qualidade

da fita; deixá-la no ponto de exibição; checar o som (volume), o canal de

exibição (2 ou 3) e a regulagem do vídeo e da televisão. Iniciar as atividades

já na sala de vídeo, para não perder o ritmo do trabalho na mudança de sala

(sala de aula para a sala de vídeo).

c - Poderá fazer a exposição do conteúdo de forma panorâmica, utilizando os

recursos necessários (livros, mapas, cartazes, transparências etc.).

d - O professor informará aos alunos quanto ao gênero (ficção, documentário,

desenho animado, humor etc.); autor e duração, não fazendo nenhum

julgamento ou pré-julgamento para que o aluno possa formar a sua idéia

sobre o filme.

e - Pedir aos alunos que anotem as cenas mais importantes, como (as palavras-

chaves, as imagens mais significativas, caracterizar os personagens,

músicas, mudanças acontecidas no filme – do começo até o final, etc.).

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

46 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

Caso seja necessário, podem-se fazer alguns comentários com a classe após

a exibição do filme.

f - Observar as reações dos alunos antes, durante e depois da exibição.

g- Se preciso, pode-se voltar o filme ao começo para que os alunos possam rever

algumas cenas importantes ou difíceis. Pode-se também exibir o filme uma

segunda vez, caso a classe solicite, chamando a atenção para determinadas

situações que porventura os alunos não perceberam.

h - Pode-se “congelar” a imagem, por alguns instantes, para que os alunos

observem a cena mais criteriosamente e até tirem dúvidas.

i - Na discussão, após a exibição do filme, o professor é o mediador para conversar

com os alunos. Mas não deve ser o primeiro a dar a sua opinião, nem falar

o tempo inteiro. Deve ouvir os alunos, anotar as suas falas, e, depois,

posicionar-se em relação ao filme, considerando seus aspectos positivos ou

negativos, o tempo e o espaço em que ocorrem as cenas, as ideias principais,

o que gostaria de mudar e as conseqüências de determinadas situações para

a nossa vida, para o grupo etc. Poderá anotar, no quadro de giz, as opiniões

dos alunos, separando-as quanto às convergências e divergências, porque,

nesse momento, observam-se os valores e opiniões dos alunos.

j - Pode-se trabalhar com os alunos as semelhanças e diferenças, mudanças e

permanências, para que possam entender o processo histórico dentro de

determinado contexto histórico-social.

l - Propor alguma forma de avaliação, após a exibição do filme, levando em

consideração o conteúdo que está sendo estudado, estabelecendo critérios

de avaliação, de acordo com os objetivos da aula (conteúdo do livro-texto e

do filme).

m - Após a exibição do filme e realização da atividade, pode-se continuar

trabalhando com o tema, buscando outras fontes como: reportagens de

jornais, revistas, livros e até outros filmes que possam contribuir e ampliar

os conhecimentos dos alunos e professores.

n - Com um filme de curta-metragem também é possível a divisão em blocos,

partes ou cenas para atender os objetivos da aula.

o - Se o filme for de longa-metragem, pode-se dividir em blocos, em pequenas

cenas atendendo aos interesses e objetivos propostos pelo conteúdo que ora

está sendo estudado, ou até mesmo projetar a parte que tenha relação com

o conteúdo de estudo.

p - Pode-se também, projetar dois filmes que tratem do mesmo conteúdo, com

enfoques diferentes, como por exemplo, um retratando mais o passado,

o outro, mais o presente, ou os dois retratam o passado e o presente,

na tentativa de estabelecer uma comparação, trabalhar as mudanças e

permanências, semelhanças e diferenças (COUTO, 1999, p. 43-45).

2U

nida

de

47PedagogiaUESC

A partir dessas orientações metodológicas, reafirmamos a

necessidade do planejamento pedagógico para a organização do

ensino com o uso das tecnologias de informação e comunicação.

3 O COMPUTADOR COMO MÁQUINA E COMO

CONHECIMENTO. A INTERNET NA SALA DE AULA

Para iniciarmos os estudos sobre o uso do computador na escola

devemos entender o que é informática e o que é informática educativa.

O termo informática designa a técnica usada nos equipamentos que

utilizam a linguagem digital. Na Unidade I do módulo da disciplina

Educação a Distância de autoria da Profa. Dra. Vani Moreira Kenski,

você estudou sobre a tecnologia digital.

Os recursos digitais são formados pela computação (a

informática e seus aplicativos), as comunicações (transmissão e

recepção de dados, imagens, sons etc.), e os diversos tipos, formas e

suportes em que estão disponíveis os conteúdos (livros, enciclopédias,

filmes, fotos, músicas, propagandas, jornais, textos etc.). Tudo isso já

pode ser interligado a vários equipamentos digitais: telefone celular,

computador, televisor, máquina fotográfica etc. para fazer circular

com mais rapidez as informações e conhecimentos.

Quando falamos em informática educativa, estamos nos

referindo ao uso dos recursos digitais na educação escolar. Marques

e Caetano (2002, p.141) apontam as seguintes características da

informática educativa:

• Suporte para as atividades de aprendizagem dos

alunos: a tecnologia oferece um poderoso suporte para

a aprendizagem através da investigação e resolução

de problemas.

• Investigação em ambientes complexos e realísticos:

os professores podem basear-se nas aplicações

tecnológicas para simular e criar ambientes reais.

• Informação e ferramenta para suportar a investigação:

os professores tornam acessíveis para os alunos

aplicações que lhes permitem juntar, guardar, organizar

e analisar as informações.

• Aulas colaborativas para partilhar informações: as

redes permitem que as produções escolares sejam

levadas para o mundo exterior.

• Partilha expansão do conhecimento: os sistemas de

telemáticas ajudam os professores a acabar com o

DIGITAL- Do latim digita-le, informação que utiliza os números 1 e 0, que per-mitem inúmeras combina-ções. Nos computadores são usados para compor o código binário, que usa esses dois dígitos. Fonte: SEED, MEC E UNIREDE (2003, p.47).

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

48 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

tradicional isolamento com colegas e profissionais a

longas distâncias.

• Suporte de comunicação com os pais: alguns serviços

de telemática ajudam aos professores informar aos

pais sobre os trabalhos de casa, relatórios e boletins.

É importante entender que antes de a informática educativa

se efetivar na escola, professores e alunos precisam ter o domínio da

máquina, ou seja, é preciso uma formação em informática básica para

que todos tenham um domínio mínimo da tecnologia computacional.

Após as aprendizagens da informática básica, faz-se necessária uma

formação continuada concomitante aos projetos pedagógicos com o

uso do computador, aprofundando as aprendizagens para o uso de

diversos programas computacionais.

3.1 Conhecendo a máquina

O computador data de 1946, inventado para solucionar

problemas da base militar americana durante a Segunda Guerra

Mundial. Já a computação nasce da resolução de problemas, apoiada

em fundamentos lógicos. Esses fundamentos copiam o modelo

do funcionamento do sistema nervoso humano, que se apoia na

lógica matemática para explicar o funcionamento dos neurônios,

suas configurações, circuitos, representações para chegar ao

conhecimento. Por isso, a expressão “cérebro eletrônico” é usada

quando nos referimos ao computador.

Para dominarmos o computador, precisamos desenvolver as

habilidades de adoção, adaptação, apropriação e invenção. Assim,

passaremos da apropriação técnica ao letramento digital.

O termo “letramento digital” define-se como certo estado

ou condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia

digital e exercem práticas de leitura e escrita na tela, diferente do

estado ou condição do letramento dos que exercem práticas de leitura

e de escrita no papel (SOARES, 2002). Embutido neste conceito

está o de alfabetização digital, que tem a sua especificidade. Frade

(2005) afirma que este termo pode ser utilizado para os que já são

alfabetizados e que alcançam o domínio dos códigos que permitem

acessar a máquina, manuseá-la e que, portanto, pode utilizar seus

comandos para práticas efetivas de digitação de texto, leitura e

produção de mensagens para efeitos de interação a distância ou para

uma leitura de informação ou mesmo de leitura e escrita de outras

2U

nida

de

49PedagogiaUESC

linguagens (visuais, sonoras, entre outras).

Veja, no quadro 1, a descrição de cada habilidade e o tempo

necessário para seu desenvolvimento.

O computador, enquanto máquina, é formado por duas partes,

o hardware e o software. O hardware é composto dos elementos do

equipamento, enquanto o software é o programa que será instalado

na máquina. Existe software que, para ser usado, é preciso pagar por

sua licença e existe software disponível gratuitamente e que pode

ser utilizado para uso educacional. Como exemplo de software pago,

temos os da Microsoft e como gratuitos, disponíveis na Internet,

temos o Linux e o Star Office.

Os softwares mais comuns que compõem a máquina são os

processadores de texto, que servem para construção de textos a

partir de vários recursos. Como exemplos temos o Word da Microsoft

e o Star Word da Star Office; os editores gráficos são programas

que servem para criar desenhos e imagens gráficas e ilustram os

SAIBA MAIS

Acesse no endereço ele-trônico o Dicionário de termos de informática e da Internet http://www.torque.com.br/internet/glossario.htmPara conhecer mais so-bre os softwares livre ou freeware acessewww.gnu.org,www.conectiva.com.br,www.linuxmall.com.

Quadro 1

Estágio / habilidade Descrição Tempo de

preparação

Entrada

A pessoa tenta dominar a tecnologia e o novo

ambiente de aprendizagem, mas faltam as

experiências para prática.

Nenhum

Adoção A pessoa realiza treinamento bem sucedido e

domina o uso básico da tecnologia.

30 horas de

treinamento

Adaptação

Supera o uso básico, descobre uma variedade de

aplicações e aplica no seu trabalho. Começa a ter

noções operacionais do hardware, pode detectar

falhas no equipamento.

+ 45 horas;

3 meses de

experiência com

apoio técnico.

Apropriação

Domínio sobre a tecnologia e pode usá-la para

alcançar seus objetivos. Possui boa noção dos

aplicativos, do hardware e da rede.

+60 horas de

treinamento;

2 anos de

experiência

Invenção

Desenvolve novas formas de ensino e objetos de

aprendizagem, a tecnologia é uma ferramenta

flexível.

+ 80 horas de

treinamento;

4 a 5 anos de

experiência.

Fonte: Kesnki apud site: http://www.benton.org\kickStart em 1996 (2003, p.79).

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

50 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

textos; também permitem que fotografias possam ser convertidas no

formato digitalizado e sofram modificações, como exemplos temos o

Paint e o Corel Draw da Microsoft.

Os apresentadores eletrônicos permitem a montagem em

sequencia de textos e imagens para serem expostos, esses programas

tem tido muita aceitação em vários setores da sociedade pela sua

capacidade de multimídia (sons, imagens, movimentos, formas,

cores) e interação. Como exemplos temos o Power Point da Microsoft

e o Starimpress da Star Office.

As folhas de calculo são softwares que possibilitam organizar

textos, números ou fórmulas, calcular médias e medidas estatísticas

e também criar gráficos. O mais conhecido é o Excel da Microsoft e o

StarCalc da Star Office. Assim, para que a informática educativa ou

a tecnologia educacional com as TICs sejam utilizadas na escola de

maneira eficaz devem ser inseridas num projeto maior, devem ser

planejadas no projeto político pedagógico, pois se tratam de uma

questão didática, política e curricular.

3.2 A informática educativa

Com o advento da cibercultura, o cotidiano dos alunos é

marcado pelas vivências digitais em várias esferas, de tal modo

que a tecnologia intermedia o homem e o mundo. Hoje, o que

mais proporciona a inventividade é a presença das tecnologias da

informação e comunicação na vida das pessoas. As tecnologias

contemporâneas favorecem novas formas de acesso ao saber pela

navegação, pela caça de informação, pelos novos estilos de raciocínio

e de conhecimento, como a simulação. Esses saberes podem ser

compartilhados por um grande número de indivíduos e, portanto,

aumentam o potencial de inteligência coletiva dos seres humanos.

Com o ciberespaço, passou a se desenvolver um conjunto de

técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos

de pensamento e de valores, ao que se denomina cibercultura. Para

Lemos (2003), a cibercultura é essa nova relação desenvolvida pela

sociedade contemporânea entre tecnologias digitais (ciberespaço,

simulação, tempo real, processos de virtualização etc.) e a vida social.

O ciberespaço ou rede (LÉVY, 1999, p. 17) é o novo meio de

comunicação que surge da interconexão mundial de computadores,

não apenas “a infra-estrutura material de comunicação digital, mas

também o universo de informações que esta abriga, assim como os

seres humanos que navegam e alimentam esse universo”. Portanto,

2U

nida

de

51PedagogiaUESC

a cibercultura é uma forma sociocultural que emerge da relação entre

sociedade, cultura e tecnologias digitais. Essencialmente, potencializa

as trocas, possibilitando que cada indivíduo seja, ao mesmo tempo,

emissor e receptor de informações e sentidos.

A presença do computador no processo de ensino aprendizagem

é condição real da escola brasileira. Hoje as máquinas estão

chegando às escolas mais distantes geograficamente; em muitos

países desenvolvidos isto já é uma realidade desde a década de 80.

No Brasil, políticas públicas do governo federal para o uso e presença

das tecnologias nas escolas fazem-se presentes desde 1990. Surgem

a partir da definição das necessidades sociais, das finalidades e dos

objetivos que deverão ser alcançados pelo sistema educacional, e

fazem parte de um conjunto que enfatiza a melhoria do ensino e da

aprendizagem de alunos e professores.

Os chamados laboratórios de informática estão nas escolas de

assentamentos rurais, na Educação de Jovens e Adultos, na Educação

Infantil, na Educação Especial etc. Também é uma verdade que, diante

da imensidão geográfica e da complexidade administrativa e política

do Brasil, muitas localidades ainda não receberam os computadores.

Por tudo que discutimos na unidade I, deste módulo, o

computador é uma tecnologia que não temos como desconhecer, e se

faz urgente compreendê-la. Assim como a televisão, o computador não

foi construído especificamente para ser usado como recurso didático

escolar, mas as suas possibilidades no tratamento das informações

e da comunicação conferiram-lhe um lugar especial no contexto do

ensinar e do aprender na educação.

A inserção do computador nas atividades pedagógicas requer

da escola planejamento específico. Primeiro, se a escola recebeu o

laboratório de informática é preciso que, no seu calendário de aulas

seja introduzida a informática educativa. Isto se deve ao fato de

muitos alunos não conhecerem a máquina ou não saberem usá-la

para suas atividades de aprendizagem.

Segundo, o computador é um instrumento de transmissão

de informação muito eficiente, mas jamais substitui a explicação

de um professor sobre um determinado assunto, nem mesmo um

livro ou um módulo didático, onde a matéria é organizada com um

determinado objetivo. O conhecimento oferecido no computador é

aberto, a sistematização depende de quem acessa.

É da responsabilidade do professor assumir a mediação entre

o aluno e o computador, de modo que o aluno se sinta desafiado para

descobrir as potencialidades da máquina. Para tanto, o professor deve

ser um conhecedor da máquina e do conhecimento que é armazenado.

SAIBA MAIS

Acesse o site do programa

computador para todos em

www.computadorparatodos.

gov.br/ e conheça as pro-

postas de financiamento e

licenciamento de computa-

dores para a população.

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

52 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

PARA REFLETIR

Prezada(o) aluna(o), leia o texto abaixo com

o objetivo de compreender como o autor se utiliza

dos conceitos da tecnologia digital para valorizar a

leitura e o livro.

High Tech!

Millor Fernandes

Na deixa da virada do milênio, anuncia-se um

revolucionário conceito de tecnologia de informação,

chamado de Local de Informação Variadas, Reutilizáveis e

Ordenadas – L.I.V.R.O. - que representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fio,

circuitos elétricos, pilhas. Não necessita ser conectado a nada e nem ligado.

É tão fácil de usar que até uma criança pode operá-lo. Basta abri-lo! Cada L.I.V.R.O

é formado por uma seqüência de páginas numeradas, feitas de papel reciclável e capazes de

conter milhares de informação. As páginas são unidas por um sistema chamado lombada,

que as mantém automaticamente em sua seqüência correta. Por meio do uso intensivo do

recurso T.P.O. – Tecnologia de Papel Opaco -, permite que os fabricantes usem as duas faces

de papel. Isso possibilita duplicar a quantidade de dados inseridos e reduzir seus custos pela

metade! Especialistas dividem-se quanto aos projetos de expansão da inserção de dados

em cada unidade. É que, para se fazer L.I.V.R.O.s com mais informações basta se usar mais

páginas. Isso porém os torna mais grossos e mais difíceis de ser transportados, atraindo

críticas dos adeptos da portabilidade do sistema.

Cada página do L.I.V.R.O. deve ser escaneada opticamente, e as informações

transferidas diretamente para a CPU do usuário, em seu cérebro. Lembramos que quanto

maior e complexa a informação a ser transmitida, maior deverá ser a capacidade de

processamento o usuário. Outra vantagem do sistema é que, quando em uso, um simples

movimento de dedo permite o acesso instantâneo à próxima página. O L.I.V.R.O. pode ser

rapidamente retomado a qualquer momento, bastando abri-lo.

Ele nunca apresenta “ERRO GERAL DE PROTEÇÃO”, nem precisa ser reinicializado,

embora se torne inutilizável caso caia no mar, por exemplo. O comando browser permite

acessar qualquer página instantaneamente e avançar ou retroceder com muita facilidade.

A maioria do modelo à venda já vem com o equipamento “índice” instalado, o qual indica a

localização exata de grupos de dados selecionados.

Um acessório opcional, o marca página, permite que você acesse o L.I.V.RO

exatamente no local em que o deixou na última utilização, mesmo que ele esteja fechado. A

compatibilidade dos marcadores de páginas é total, permitindo que funcionem em qualquer

modelo ou marca de L.I.V.R.O. sem necessidade de configuração. Além disso, qualquer

L.I.V.R.O. suporta o uso simultâneo de vários marcadores de páginas, caso seu usuário

deseje manter selecionado vários trechos ao mesmo tempo. A capacidade máxima para uso

de marcadores coincide com o número de páginas.

Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O. por meio de anotações em

suas margens. Para isso, deve-se utilizar um periférico de Linguagem Apagável Portátil

de Intercomunicações Simplifcada – L.A.P.I.S. Portátil, durável e barato, o L.I.V.R.O. vem

sendo aposentado como o instrumento de entretenimento e cultura do futuro. Milhares

de programadores desse sistema já disponibilizaram vários títulos e upgrades utilizando a

plataforma L.I.V.R.O. (SEED/MEC/UNIREDE, Módulo 1, 2003, p.43).

Figura 06 - Fonte:http://1.bp.blogspot.com/__n7hiNr0yKs/SsxnK7fPQuI/AAAAAAAAACQ/-nM2H2Uf4R0/s1600-h/pc.jpg

2U

nida

de

53PedagogiaUESC

O computador auxilia o professor a promover o desenvolvimento da

autonomia, da criatividade, da criticidade, e da auto-estima do aluno

quando ele descobre que pode conhecer através do computador.

A metodologia de ensino com o uso do computador deve partir

sempre de situações instigadoras, levando sempre o aluno à busca

de soluções de problemas. No processo de aprendizagem com o

computador, professor e aluno irão articular diferentes tecnologias e

recursos, tais como linguagens de programação, editor de desenho,

redes telemáticas, simulações, modelagens, sistema de autoria e

os aplicativos, que são os editores de texto, planilhas eletrônicas,

gerenciadores de banco de dados.

Assim, professor e alunos tornam-se construtores do seu

conhecimento, usando o computador para buscar, selecionar e

inter-relacionar informações, que serão exploradas, representadas

e depuradas pelo usuário da máquina. A aprendizagem construída

através das diversas possibilidades de uso dos aplicativos e da internet

desafia professores e alunos na produção de atividades criativas com

os conteúdos escolares. O conhecimento escolar depura a linguagem

digital, e o professor e os alunos decifram ícones, percebem detalhes,

leem imagens, visualizam diferentes dimensões, constroem novas

formas de aprender e pensar. Enfrentam os seguintes desafios

cognitivos da aprendizagem tecnológica/escolar:

Pesquisar

Simular situações

Elaborar conhecimentos específicos

Descobrir novos conceitos

Descobrir lugares

Criar ideias

Desenhar formas e cores

3.3 A Internet na sala de aula –

Pesquisa no livro eletrônico

Para refletirmos sobre o uso

da Internet como recurso didático, é

importante sabermos que podemos

utilizá-la como ferramenta para

formar cidadãos em constante

contato com o mundo. Faz-se

SAIBA MAIS

Para conhecer mais o sobre os programas: editor de de-senho, redes telemáticas, simulações, modelagens, sis-tema de autoria, aplicativos, acesse: http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal

Figura 07 - Fonte: quimicos123.blogspot.com\2009\04\seminario-as-tendencias-tecnicistas-e-html

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

54 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

necessário também termos uma leitura crítica da gama de

informações recebidas, que descubramos na rede novas formas

de contato e de organização do seu espaço e tempo.

Para Pierre Lévy (1999, p. 47), a rede como “toda entidade

‘desterritorializada’, capaz de gerar diversas manifestações

concretas em diferentes momentos e locais determinados,

sem contudo estar ela mesma presa a um lugar e tempo em

particular”. O espaço da Internet é virtual, possibilita que as

pessoas compartilhem do mesmo campo de informações ao mesmo

tempo construindo uma memória coletiva, para Lévy, (1999, p.48) “o

virtual é aquilo que existe sem estar presente”

A Internet promove na escola o desenvolvimento de inúmeras

atividades que podem contribuir para a aprendizagem dos alunos e

dos professores, a saber: busca de informações (em diferentes lugares

- como museus, portais de universidades, entre outros); interações

com pessoas (através de fóruns, chats, listas de discussão, e-mails,

comunidades virtuais); entretenimento (jogos e simulações); e,

principalmente, espaços abertos para a produção individual e coletiva

de conteúdos.

Para Moran (2010, p.04),

A Internet está se tornando uma mídia fundamental para

a pesquisa. O acesso instantâneo a portais de busca, a

disponibilização de artigos ordenados por palavras-chave

facilitaram em muito o acesso às informações necessárias.

Nunca como até agora professores, alunos e todos os

cidadãos possuíram a riqueza, variedade e acessibilidade

de milhões de páginas WEB de qualquer lugar, a qualquer

momento e, em geral, de forma gratuita.

Porém, o uso educativo da Internet requer do educador um

trabalho rigoroso no seu planejamento em especial nos seus objetivos

de aprendizagem, pois, a Internet é muito sedutora, a “navegação”

é um campo vasto de imagens, textos, sons, cores etc., provocando

uma motivação derivada das infinitas possibilidades de pesquisa.

Assim, tanto os adultos como os jovens tendem a se dispersarem, a

acumularem muitos textos e imagens quando estão pesquisando. O

comum é copiarem muitos textos e imagens e salvá-las em sequência

sem uma triagem adequada.

Mercado (2002, p.193) aponta para os seguintes problemas

com a pesquisa na Internet:

PARA REFLETIR

Meus filhos terão computadores sim, mas antes terão livros. Sem livros e sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever inclusive sua própria história. Bill Gates.

Fonte: http://www.fraseseproverbios.com/frases-

de-bill-gates.php

2U

nida

de

55PedagogiaUESC

• confusão entre informação e conhecimento;

• facilidade de dispersão;

• perde-se muito tempo na rede;

• impaciência para a análise e reflexão;

• conciliar os diferentes tempos dos alunos.

O professor José Manuel Moran (2010) nos alerta que na Internet

sempre lemos palavras ou trechos, preferimos títulos atrativos, e que

somente 16 % dos alunos se detêm na leitura do texto completo. Isto

quer dizer que a maioria procura o que é mais fácil, o imediato; é a

leitura fragmentada, superficial, de pedaços do conteúdo. Devemos

ter cuidado com o que chamamos de pesquisa: há algum tempo,

a pesquisa na escola foi entendida como cópias manuscritas ou

reprografadas dos livros; agora pode ser confundida com “copia, cola

e imprime” da Internet.

Por isso, é importante que o planejamento didático aponte as

principais orientações relacionadas com a pesquisa:

• o objetivo da pesquisa e o nível de profundidade do

conteúdo que se quer alcançar;

• as fontes confiáveis para obter as informações;

• a apresentação das informações pesquisadas e a indicação

das fontes de pesquisa nas referências bibliográficas;

• a problematização do conteúdo para que a pesquisa seja

realmente feita e não copiada.

O professor comprometido com um planejamento de ensino

coerente e flexível orientará seus alunos para a seleção dos textos

e das imagens, acompanhadas das respectivas citações das fontes,

origens das informações selecionadas.

Então, o ensino-aprendizagem deve ser organizado para

analisar o conteúdo acessado pelos alunos, provocando a reelaboração

das informações com vistas à construção do conhecimento, finalidade

de qualquer ação didática com ou sem a utilização das TICs.

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

56 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

SAIBA MAIS

PÁGINA: partes integrantes de um site, abertas através do link.SITE: conjunto de páginas na Internet. Exemplo: www.uesc.br HOME PAGE: primeira pagina de um site. PORTAL: é um site na Internet que funciona como núcleo que reune e distribue conteúdos para uma série de outros sites ou subsites dentro, e também fora, do domínio ou subdomínio da empresa gestora do portal. Exemplo: www.mec.org.brDOMÍNIO: espaço e ou endereço que localiza um site na grande rede.HOSPEDAGEM: local onde os dados do site ficam armazenados.

2U

nida

de

57PedagogiaUESC

ATIVIDADE

Leia o texto a seguir e, após a leitura, faça o que se pede.

Avaliar na cibercultura.

Estamos em 2069, num ambiente de estudo e pesquisa, antigamente chamado de “sala

de aula”. Os aprendizes têm entre doze e dezesseis anos e conversam com o dinamizador

da inteligência coletiva do grupo, uma figura que em outras décadas já foi conhecida

como “professor”. Eles estão levantando e confrontando dados sobre os Centros de

Cultura e Saberes Humanos (ou, como diziam antes, as “escolas”) ao longo dos tempos.

Admirados, não conseguem conceber como funcionava, no século passado, um ensino

que reunia os jovens não em função dos seus interesses ou temas de pesquisa, mas

simplesmente por idades. O orientador de estudos lhes fala da avaliação: ela classificava

os alunos por números ou notas segundo seu desempenho, e em função disso eles eram

ou não “aprovados” para o nível seguinte. Os aprendizes ficam cada vez mais surpresos.

Como determinar “níveis de ensino”? Como catalogar “fases de conhecimento”? O

que seriam “etapas” escolares? Em que nó da rede curricular eles se baseavam para

fundamentar isso? A surpresa maior se dá quando descobrem que essas avaliações ou

“provas” eram aplicadas a todos os estudantes do grupo. A MESMA PROVA? - espantam-

se todos. Não conseguem conceber uma situação em que todos tivessem que saber

exatamente os mesmos conteúdos, definidos por outra pessoa, no mesmo dia e hora

marcados. “Eles não ficavam angustiados?” - comenta um aprendiz com outro. Os jovens

tentam se imaginar naquela época: recebendo um conjunto de questões a resolver, de

memória e sem consulta, isolados das equipes de trabalho, sem partilha nem construção

coletiva. Os problemas em geral não eram da vida prática, e sim coisas que eles só iriam

utilizar em determinadas profissões, anos mais tarde. Imaginando a cena, os aprendizes

começam a sentir uma espécie de angústia, tensão, até mesmo medo do fracasso,

pânico de ficar na mesma “série”, de ser excluído da escola... “Assim, eu não ia querer

estudar”, diz um deles, expressando o que todos já experimentam. Mas em seguida,

envolvido pelos outros temas da pesquisa, o grupo inicia uma nova discussão ainda mais

interessante, e todos afastam definitivamente da cabeça aquele estranho pensamento.

Fonte: http://www.idprojetoseducacionais.com.br/doc/avaliar_na_cibercultura.pdf

Baseado nas informações contidas no texto de autoria da professora Andréa Ramal e nas

discussões realizadas com seus colegas e tutor, aponte os elementos da Didática que

aparecem no texto, identificando como eram e como seriam na escola de 2069.

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

58 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

RESUMINDO

Nesta unidade, abordamos o uso da TV, do vídeo e do computador na sala de

aula. Apontamos suas funções e possibilidades educativas quando planejados

para articular seus conteúdos aos conteúdos escolares. Ressaltamos a

importância da competência crítica, tanto para os alunos como para os

professores, no processo de ensino-aprendizagem com essas ferramentas, por

fim, chamamos a atenção que as TICs devem ser usadas na escola inseridas em

uma metodologia de ensino cuja concepção de educação seja emancipatória.

LEITURA COMPLEMENTAR

Apresentamos mais referências para sua biblioteca virtual:

1. O uso da televisão na sala de aula

http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/tedh/tedhtxt2b.htm

http://www.crmariocovas.sp.gov.br/com_a.php?t=004

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-25551997000100017&script=sci_arttext-

http://www.faced.ufba.br/~bonilla/texto3.htm

2. O uso do computador na sala de aula

http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/223_materiacapa_abre.shtmlhttp://www.espacoacademico.com.br/085/85rocha.htm#_ftn2

http://www.pgie.ufrgs.br/alunos_espie/espie/silviab/public_html/espieufrgs/espie00001/usocomputador.html

ARATANGY, Claúdia Rosemberg (Org.). Vendo e aprendendo: Como usar os vídeos da TV escola. Brasília: MEC. 2001.

BERTRAND, Claude-Jean. A deontologia das mídias. Bauru: Edusc, 1999.

BUARQUE, Cristóvão. Formação do professor e os avanços tecnológicos. Disponível em: http\\www.A:\crsitovaobuarque.htm. Acesso em: 26 jun. 2008.

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59PedagogiaUESC

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DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

60 Módulo 3 I Volume 1 EAD

O espaço educativo do vídeo, televisão, computadores e rede de comunicações

Suas anotações

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Unidade 3

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E SUA PRÁTICA MEDIADA PELO USO DAS

TECNOLOGIAS

UNIDADE IIIA FORMAÇÃO DO PROFESSOR E SUA PRÁTICA

MEDIADA PELO USO DAS TECNOLOGIAS

A educação num mundo de comunicação é

certamente, um desafio a todos, professores,

alunos, pais, porque precisa buscar a formação

do ser humano em mutação, preparando-o

para viver plenamente esta sociedade que se

modifica velozmente.

Nelson Pretto

1 INTRODUÇÃO

Estudamos, nas unidades I e II, que a sociedade

contemporânea criou diferentes linguagens para se comunicar:

cinema, TV, rádio, histórias em quadrinhos, revistas, computadores,

outdoor. Todas essas linguagens devem fazer parte do cotidiano

escolar, da organização do ensino e, consequentemente, participarem

da produção de conhecimentos dos alunos. É preciso falar, escrever,

grafar, movimentar, pintar, navegar, assistir a imagens, para que a

escola esteja mais próxima de seus alunos.

Esta unidade pretende levá-la(o) a discutir e elaborar

propostas pedagógicas que articulem as tecnologias da informação e

comunicação- TICs - com práticas de ensino interdisciplinares. Essa é

uma oportunidade para você, aluna(o), experimentar seu saber-fazer

didático, observando a relação teoria e prática do ato de planejar,

pontuando as dificuldades e as possibilidades da Didática e das

Tecnologias na escola.

3U

nida

de

65PedagogiaUESC

2 AS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

Na atual estrutura curricular, a escola brasileira tem exercitado

praticamente a linguagem falada e escrita, embora em algumas escolas

se pense que o fato de ter introduzido a televisão e o computador

no interior das salas de aulas as tornam modernas. A presença

desses recursos não garante a mudança de metodologia de ensino

com as linguagens tecnológicas. O importante não é que tenham

esses recursos, mas que o aluno possa expressar sua aprendizagem

através dessas linguagens. Para tanto, são necessários a utilização

de um planejamento didático, a elaboração de técnicas de ensino,

instrumentos, atividades que permitam ao estudante apreender

criticamente essas linguagens.

Esse trecho do professor Nelson Pretto representa todo cuidado

e crítica que devemos ter frente às TICs na educação.

Não basta, portanto, introduzir na escola o vídeo, televisão,

computador ou mesmo todos os recursos multimediáticos

para se fazer uma nova educação. É necessário repensá-la

em outros termos porque é evidente que a educação numa

sociedade dos mass media, da comunicação generalizada,

não pode prescindir da presença desses novos recursos.

Porém, essa presença, por si só, não garante essa nova

escola, essa nova educação [...] (PRETTO, 1996, p.122 -

Grifos do autor).

Desta forma, é importante que o professor conheça essas

linguagens e saiba utilizar os recursos suas possibilidades e limites

para que, na prática, faça escolhas conscientes sobre o uso no ensino,

articulando com coerência e apropriação a tecnologia, o espaço

pedagógico, o conteúdo escolar em um tempo adequado.

O desafio do planejamento pedagógico é ajudar o aluno na

interação a linguagem elaborada (oral e escrita), com a linguagem

audiovisual, televisiva, videotecnológica, de modo que adquira

habilidades conceituais, formas de pensar e sentir, capazes de

interpretar a realidade e viver consciente nela. O planejamento

fará conexões entre o texto escolar e o hipertexto tecnológico, fará

mediações entre o conteúdo escolar e os conteúdos midiáticos,

entendendo que todo esse processo é educativo.

O ensino e a aprendizagem na escola, organizados pela imagem

tecnológica, levarão professores e alunos a refletirem criticamente

em temas polêmicos e importantes para a educação de todos. Deverá

surgir neste processo a subjetividade, a reflexibilidade, o dialogismo,

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

66 Módulo 3 I Volume 1 EAD

A formação do professor e sua prática mediada pelo uso das tecnologias

a interdisciplinaridade, os estilos, os gêneros etc.

Para tanto, determinadas competências precisam

ser desenvolvidas. Qualquer avanço ou melhoria na edu-

cação passa necessariamente pela melhoria e inovação na

formação de professores. Precisamos refletir sobre nossas

práticas cotidianas; o professor precisa pesquisar e refle-

tir sobre seu fazer didático, gerando novos conhecimentos

para inovar e ampliar sua prática.

Em Blandin apud Belonni (1998), levantei algumas

pistas para a definição dessas competências necessárias ao

professor na perspectiva de uma renovação da educação

escolar e da sua formação. Segundo ele, o professor terá

que desenvolver competências em quatro grandes áreas:

1. Cultura técnica - significa um domínio mínimo das

técnicas ligadas ao audiovisual e à informática,

indispensáveis em situações educativas cada

vez mais midiatizadas.

2. Competência comunicativa – necessária para

que o professor saia da sua solidão acadêmica e

escolar e aprenda a trabalhar em equipe, onde

a comunicação interpessoal é muito importante

para elaborar o planejamento político pedagógico

da escola e seus projetos de ensino.

3. Capacidade de trabalhar com métodos –

capacidade de sistematizar e formalizar

procedimentos necessários as aprendizagens

dos seus alunos e, assim, alcançar os objetivos

desejados.

4. Capacidade de capitalizar – traduzir e apresentar

seus saberes e experiências de modo que possa

adequar a suas necessidades e as dos outros

professores.

Vamos agora relembrar o que estudamos na

disciplina Didática e Tecnologias I. No debate sobre a

qualificação do professor, durante a sua formação inicial ou

continuada, o professor para atender as necessidades da

sociedade tecnológica deve organizar-se em três grandes

dimensões: a pedagógica, a tecnológica e a didática.

A dimensão pedagógica refere–se às atividades de

orientação, aconselhamento e tutoria, inclui o domínio de

conhecimentos relativos ao campo específico da Pedagogia,

aos processos de aprendizagem, oriundos principalmente

PARA REFLETIR

Quando dizemos que as TICs mu-

daram os modos de pensar, de

fazer e de sentir do homem con-

temporâneo, veja o que significa

afirmar que elas são estruturantes

de aprendizagem:

Modos de pensar são atividades

abstratas que se utilizam de ima-

gens ou códigos linguísticos para

representar o mundo e preparar

respostas aos acontecimentos. Es-

sas atividades têm recebido mui-

tos nomes: habilidades, capaci-

dades, competências, operações,

comportamentos. O nome é me-

nos importante desde que o aluno

aprenda a pensar.

Modos de fazer são as ações que

realizamos com o nosso corpo e

com as ferramentas que podem

ser consideradas prolongamento

dele. São também como o pen-

samento, atividades. Diferem do

pensamento por que são concre-

tas, enquanto o pensar é abstrato

e se utiliza de imagens e signos.

Como atividades que são, as ações

e os pensamentos podem fazer-se

metodicamente. Esse é o sentido

da educação libertadora: orientar

o estudante para pensar e agir

com método, ou seja, proceder

com autonomia, por si próprio,

para resolver os problemas com os

quais depare e, quando forem des-

conhecidos e não tenham solução

já pronta, para responder a eles

com originalidade ou criatividade.

Modos de sentir são, segundo Jean

Piaget, uma energia que acom-

panha o que cada um de nós faz

ou pensa. Pensamos e fazemos

com interesse, gosto ou raiva, por

exemplo. Sem essa energia você

e eu estaríamos tão indiferentes à

vida ou à morte quanto um mine-

ral.

Fonte: SEED, MEC E UNIREDE

(2003, p.43).

3U

nida

de

67PedagogiaUESC

dos campos da psicologia, das ciências cognitivas e das metodologias,

com a finalidade de desenvolver o pensamento investigativo e

a aprendizagem autônoma, faculdades que o professor precisa

experimentar em sua própria formação para poder desenvolvê-las

nos seus alunos.

A dimensão tecnológica abrange as relações entre tecnologia

e educação, inclui a produção de materiais pedagógicos, utilizando

as tecnologias, isto é, implica no conhecimento proveniente das

metodologias próprias de cada tecnologia.

A dimensão didática diz respeito à formação específica para

o ensino. É o desenvolvimento de competências e habilidades para

a organização do ensino–aprendizagem, relacionando a dimensão

pedagógica e a tecnológica na sala de aula.

O processo de ensino a partir dessas dimensões vai se

configurar em experiências docentes com o uso das tecnologias e a

organização didática das atividades de aprendizagem, utilizando as

diversas linguagens que os(as) alunos(as) cotidianamente utilizam.

Para começarmos a elaborar e vivenciar o planejamento

com as tecnologias, é importante que você reflita e discuta com

seus tutores suas aprendizagens acerca dos conteúdos necessários

para o planejamento: elaboração dos objetivos, dos conteúdos , dos

procedimentos metodológicos e da avaliação. Não se preocupe se

tiver que rever esses conteúdos, basta voltar ao módulo da Didática

I, ou solicitar explicações do tutor presencial, ou do tutor a distância,

ou mesmo do professor responsável pela matéria na UESC ou do

Coordenador do curso. Lembre-se, você não está sozinho: existe uma

equipe pronta para atender as necessidades da sua aprendizagem.

Na disciplina Didática e Tecnologias I, demos a seguinte

conceituação para projeto: o projeto educativo é um instrumento

teórico metodológico para mudança da prática e da realidade

educativa. Pode ser considerado um plano mais aprofundado e mais

complexo, por que não é simplesmente um roteiro, é um documento

que propõe mudanças reais e efetivas dos problemas existentes na

instituição de ensino.

Também estudamos que o planejamento é o conteúdo central

da prática de um professor. Por isto, exercite-o sempre no seu curso,

em todas as disciplinas, em todas as atividades.

É importante que, depois da oficina de planejamento proposta

na disciplina Didática e Tecnologias I, você relate como foi a

experiência de planejar. Você elaborou que tipo de planejamento? O

plano, o projeto? Ou elaborou os dois?

Pois bem, a partir de nossos estudos sobre a Didática e a

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

68 Módulo 3 I Volume 1 EAD

A formação do professor e sua prática mediada pelo uso das tecnologias

Tecnologias I e II, iremos experimentar um planejamento voltado

para alunos reais em uma determinada escola.

3 O PLANEJAMENTO DE ENSINO UTILIZANDO AS TICS

Neste item, orientaremos para o uso pedagógico da televisão

e do computador na sala de aula, com o objetivo de proporcionar

a você, aluna(o), o saber fazer didático com as TICs no cotidiano

escolar. Incorporar os meios de comunicação como recursos didáticos

ao projeto pedagógico é, portanto, uma necessidade decorrente da

exigência de que a educação escolar esteja atrelada à vida e às

circunstâncias sociais.

3.1 Projeto de ensino utilizando a televisão

Cara(o) aluna(o), a dimensão prática do planejamento da

docência começa a ser uma realidade quando iniciamos o planejamento

e somente se efetiva no ato de ensinar, ou seja, precisamos aprender

fazendo. Organize seu tempo de estudos para que suas aprendizagens

não sejam “atropeladas” pelos afazeres do dia a dia. Os procedimentos

aqui descritos para elaboração dos projetos são orientações que

deverão ser modificadas, complementadas ou suprimidas por você

durante a elaboração do seu planejamento.

Antes de elaborar o projeto de ensino utilizando as tecnologias,

reflita sobre a escola e a sala de aula em que irá desenvolver o

projeto, respondendo as seguintes questões: 1. Você conhece bem

as condições existentes na escola para aplicar a proposta? 2. Como

os profissionais têm utilizado esta tecnologia na escola? 3. Como

essa proposta de uso da tecnologia na escola poderá contribuir com

a prática pedagógica no cotidiano escolar? Existem resistências

à utilização das tecnologias na escola, na sala de aula? Existem

experiências de ensino significativas com o uso de TV e vídeo e do

computador na escola?

Procedimentos didáticos:

As orientações a seguir irão conduzi-la(o) para a elaboração e

execução do projeto de ensino:

Primeiro momento – Conhecendo a escola e os alunos.

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69PedagogiaUESC

Descrever a escola e a sala de aula que irá aplicar o projeto.

1. Caracterização da escola

1.2 Nome

___________________________________________________

___________________________________________________

1.2 Endereço

___________________________________________________

___________________________________________________

1.3 Ano de fundação/ outros aspectos históricos:

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

1.4 Sistema de ensino/ nível de ensino oferecido/turnos de

atendimento:

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

1.5 Comunidade que atende/situação socioeconômica da

comunidade atendida:

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

1.6 Entidade mantenedora:

1.7 Número de alunos matriculados:

___________________________________________________

___________________________________________________

2. Estrutura Física

( ) número de salas ( ) salas de vídeo

( ) número de turmas ( ) biblioteca

( ) banheiros

( ) espaço para Educação física ( ) auditório

( ) espaços alternativos ( ) laboratório

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

70 Módulo 3 I Volume 1 EAD

A formação do professor e sua prática mediada pelo uso das tecnologias

3. Equipe escolar

3.1 Número de professores por nível de formação:

( ) nível médio/ magistério

( ) nível médio/ formação geral

( ) superior incompleto

( ) superior completo

( ) outro ___________________________________________

3.2 Composição e perfil da direção e coordenação:

___________________________________________________

___________________________________________________

Número de funcionários de apoio:

___________________________________________________

4. Recursos materiais

( ) televisão ( ) vídeo

( ) vídeo ( ) computador

( ) impressora ( ) DVD

( )livros ( ) telefone

( ) mimeógrafo

( )assinatura de revistas/periódicos ( ) máquina copiadora

5. Organização Pedagógica

5.1 A escola possui Projeto Político Pedagógico? Quando foi

elaborado e quem participou de sua elaboração?

__________________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________

_________ ___________________________________________

5.2 Como a escola planeja? Como os professores organizam as

suas aulas?

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

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71PedagogiaUESC

5.3 Como se dão a avaliação e o acompanhamento da

aprendizagem?

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

6. Caracterização da turma

6.1 Série/Ano _____________________________________

Turno ________________________________________

Número de alunos ______________________________

Feminino ( ) Masculino ( )

Média de idade _________________________________

6.2 Desempenho da aprendizagem

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

6.3 Conteúdos escolares que estão estudando no momento da

pesquisa.

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

Segundo Momento – A pesquisa.

Aplicar o questionário com o objetivo de conhecer a

realidade das tecnologias e seus conteúdos no cotidiano dos

alunos. O texto do questionário deve ser adaptado para cada

turma. Depois de aplicado em toda turma, deverão ser tabulados

os dados, isto é, fazer o levantamento de todas as respostas,

indicando as maiores incidências. A partir das respostas, você

escolherá um programa, ou um filme, ou uma propaganda, ou

um desenho que foi significativamente indicado pelos alunos

e elaborará um projeto de ensino para ser aplicado na sala de

aula. Lembre-se esse instrumento de ensino deve atender aos

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

72 Módulo 3 I Volume 1 EAD

A formação do professor e sua prática mediada pelo uso das tecnologias

conteúdos escolares.

Veja as orientações para elaboração do projeto na Didática

I, no item “Roteiro para elaboração do projeto de ensino”, também

conhecido como projeto didático. Caso o escolhido seja um filme,

reveja os procedimentos para o uso do vídeo, organizado pela

professora Elizabete Souza Couto, na unidade II deste módulo.

IDENTIFICAÇÃO:

1. SEXO M ( ) F ( )

2. IDADE _____________

3. SÉRIE _____________

1. O que mais faz quando não está na Escola?

1- Joga vídeo game ( )

2- Joga Futebol ( )

3- Assiste a TV ( )

4- Lê revistas ( )

5- Conversa com amigos ( )

6- Ajuda em casa ( )

7- Outros ( ) Qual? _______________________________

2. Gosta de assistir a Televisão?

Sim ( ) Não ( )

3. O que mais assiste na televisão?

1- Novela ( ) Qual ?_____________________________

2- Jornal ( ) Qual?_______________________________

3- Programa Infantil ( ) Qual? _________________________

4- Filme ( ) nome _______________________________

5- Desenho animado ( ) Qual? __________________________

6- Programa de Auditório ( ) Qual? _______________________

7- Esporte ( ) Qual? _______________________________

8- Outros ( ) ____________________________________

4. Por que gosta de assistir a televisão?

1- Interessante ( )

2- Informa ( )

3- Ensina ( )

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73PedagogiaUESC

4- Passatempo ( )

5- Diverte ( )

6- Mostra a realidade ( )

7- Tudo é ficção ( )

8- É legal! ( )

9- Outros ________________________________________

5. Você gosta mais de propaganda da televisão ou das propagandas

encontradas na rua?

___________________________________________________

___________________________________________________

6. Descreva uma propaganda da qual você gosta muito, qual o

conteúdo que ela veicula e explique porque gosta.

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

7. Que tipo de filme mais gosta?

1- Ação ( )

2- Romântico ( )

3- Suspense ( )

4- Aventura ( )

5- Terror ( )

6- Outros ________________________________________

8. Dê exemplos de conteúdos veiculados pela televisão que é

assunto para ser discutido na sua sala de aula?

1- Novela ________________________________________

______________________________________________

______________________________________________

2- Desenhos ______________________________________

______________________________________________

______________________________________________

3- Programas de auditório ___________________________

______________________________________________

______________________________________________

4- Jornais ________________________________________

______________________________________________

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

74 Módulo 3 I Volume 1 EAD

A formação do professor e sua prática mediada pelo uso das tecnologias

______________________________________________

Terceiro momento - O ENSINO

Desenvolver as atividades propostas no projeto. Neste momento

você executará as vivências didáticas do projeto de ensino.

Ao término da experiência de ensino, utilizando a televisão

você escreverá um memorial explicando como desenvolveu as

atividades programadas, indicando os procedimentos que foram

adotados, os recursos e os materiais. É importante que você relate

as dificuldades pessoais e institucionais encontradas durante a

execução de cada atividade, bem como as superações, as suas

aprendizagens e as dos alunos. Ao escrever os resultados obtidos,

estará realizando a avaliação da prática docente.

3.2 Projeto de ensino utilizando o computador

Procedimentos didáticos:

• Primeiro momento – Conhecendo a escola e os alunos

Nesta etapa, você deve aplicar o mesmo questionário para descrever

a escola e a sala de aula, usado no projeto com o uso da TV. Se for a

mesma escola, repetem-se os dados.

• Segundo momento - A pesquisa

Investigar a experiência do aluno com o computador, (quem tem em

casa, quem frequenta a Lan House, quantas horas passa na Lan, quais

os programas que acessam). Descobrir as habilidades desenvolvidas

pelos alunos com o uso do computador.

Em, se tratando do uso computador, as realidades ainda são

diversas. Haverá alunos com experiências com o computador e o

contrário, alunos com nenhuma experiência com a máquina. Por isso,

apresentamos dois tipos de propostas de utilização do computador na

sala de aula. Você escolherá uma para experienciar a docência.

Proposta A

Projeto para escola que não tem sala de informática. É muito difícil

elaborar um projeto de ensino com o uso do computador quando

não temos as máquinas disponíveis para as diversas atividades que

requer um projeto. Por isso, para a escola que não tem o laboratório

de informática, você deverá organizar um roteiro de atividades para

realizar com os alunos.

Não esqueça! Você encaminhará para o tutor o projeto de ensino, e, como anexo, os dados tabulados da pesquisa. Também encaminhará o memorial descritivo da sua experiência docente.

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75PedagogiaUESC

• Excursão com os alunos a um laboratório de informática, caso

a turma seja constituída de alunos que não tenham nenhuma

vivência com o computador.

• Apresentação das possibilidades da máquina, utilizando o data

show.

Escolha um site educativo adequado para a idade dos alunos.

Lembre-se que existem muitos sites de jogos infantis e juvenis

educativos que são criativos e atrativos, e sites referentes a um

conteúdo escolar que pode ser usado para a pesquisa. Explore

com os alunos os conteúdos do site.

Descreva as atividades a desenvolver, os procedimentos e as

sequências.

• Pesquisa em casa sobre um determinado assunto para os

alunos que tenham computadores em casa.

Proposta B

Projeto de ensino para a escola que tem o laboratório de informática.

Procedimentos didáticos:

Primeiro você deve descrever a escola aplicando o mesmo questionário

usado no projeto com o uso da TV e, em seguida, investigar a

experiência do aluno com o computador, descobrindo as habilidades

desenvolvidas pelos alunos com o uso do computador, essa é a etapa

da pesquisa sugerida na Proposta A.

• Terceiro momento – O ensino

Para organização da metodologia estamos sugerindo algumas

atividades que poderão ser realizadas a partir dos aplicativos.

1. Oficina de produção de texto

(Word – digitador de texto)

Produção de texto a partir da produção de imagens. Escolha de temas

geradores, conteúdo das diversas disciplinas, construção da escrita,

edição de fundo, inserção de objetos (figuras), utilização de cores e

formas.

Exemplos: cartões, cartazes, slogans, poesias, campanhas etc.

2. Resoluções de problemas lógicos

(Excel - Planilha eletrônica)

Problemas matemáticos utilizando as planilhas eletrônicas. Produzir

informações e cruzar dados a partir dos conteúdos de geografia,

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

76 Módulo 3 I Volume 1 EAD

A formação do professor e sua prática mediada pelo uso das tecnologias

história, química etc., construindo tabelas, planilhas, dados estatísticos,

gráficos. Muito utilizado em conteúdo de muita informação que

necessite de uma sistematização para melhor associação entre si.

3. Seminário

(Power Point)

Apresentação das produções dos alunos organizadas em slides.

Ferramenta que permite apresentações criativas e objetivas.

Possibilita diversas cores, som, formas, justaposição de imagens etc.

Exemplo: trabalho de uma temática ao final de uma unidade.

4. A pesquisa e a criação

(A Internet)

• Na Internet as ações devem ter uma metodologia

compartilhada e colaborativa.

• Os alunos serão estimulados ao processo de

investigação, pesquisa na/com Internet, criação

de páginas com questões e roteiros planejados,

considerando as aprendizagens/resultados das ações

anteriores.

• O conteúdo escolar deve ser organizado

preferencialmente de forma interdisciplinar.

• Habilidades necessárias – saber digitar, usar os recursos

do processador de textos, copiar imagens da rede.

• Nas páginas, os alunos trabalharão o conteúdo, do

conceito mais elementar ao mais complexo, utilizando-

se do menu e dos links.

Ao final escrever o memorial descritivo, assim como, no projeto do

uso da TV em sala de aula, e encaminhar para o tutor.

RESUMINDO

No decorrer desta unidade, vimos a importância de os estudos das TICs na

educação serem matéria na formação do professor. O professor como um agente

de mudança, ao valorizar os interesses e necessidades da escola, deve utilizar as

TICs de maneira reflexiva possibilitando a si e aos seus alunos o exercício crítico

dos meios de comunicação de massa. Quanto aos projetos, estes:

• Oferecem uma metodologia adequada para o professor investigar

a sua prática e favorecer conteúdos reais e dinâmicos aos seus

alunos.

• Possibilitam a articulação entre a formação na teoria e a formação

na prática e entre o ensino e a pesquisa, favorecendo a experiência

interdisciplinar do conhecimento.

3U

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de

77PedagogiaUESC

LEITURA COMPLEMENTAR

Durante as unidades deste módulo oferecemos uma lista significativa

de endereços eletrônicos para você completar seus estudos e conhecer

mais sobre a temática desta disciplina. Acrescente o endereço da

Biblioteca Virtual de Educação - http://bve.cibec.inep.gov.br

BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância mais aprendizagem

aberta. In: Associação Nacional de Pesquisa em Educação-

ANPED. Caxambu, 1998. p. 47-59.

PRETTO, Nelson de Luca. Uma escola com/sem futuro. Educação e

multimídia. Campinas: Papirus, 1996.

R E F E R Ê N C I A S

DIDÁTICA E TECNOLOGIAS II

78 Módulo 3 I Volume 1 EAD

A formação do professor e sua prática mediada pelo uso das tecnologias

Suas anotações

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