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0 Interiorização da Indústria Sistema FIEB Ações 2012 Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB) / Superintendência de Desenvolvimento Industrial (SDI) Julho de 2012

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Interiorização  da  Indústria    Sistema  FIEB  Ações  -­‐  2012  

 

Centro  das  Indústrias  do  Estado  da  Bahia  (CIEB)  /    Superintendência  de  Desenvolvimento  Industrial  (SDI)  

   

Julho  de  2012  

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1  Contextualização  

A   política   de   atração   de   empresas   industriais   para   a   Bahia   tem   sido   relativamente  

bem-­‐sucedida  nas  últimas  décadas.  Mesmo  sem  apresentar  uma  alteração  significativa  

no   grau   de   concentração,   historicamente   apoiado   em   grandes   empresas   dos  

segmentos   petroquímico   e   de   refino,   novos   negócios   como   a   instalação   de   um  

complexo   automotivo,   fábricas   de   pneus,   de   celulose,   de   calçados   e   de   bebidas  

possibilitaram   ao   Estado   diversificar   a   matriz   industrial,   com   a   consequente  

dinamização  de  toda  a  economia.    

Não  houve,  no  entanto,  mudanças  significativas  na  distribuição  espacial  da  produção,  

com  a  desejável   industrialização  das   cidades  do   interior   do  Estado.  Apenas   a  Região  

Metropolitana   de   Salvador   (RMS)   e   o   Recôncavo   Baiano   respondem   por   64,7%   do  

Valor  Adicionado  Bruto  (VAB)   industrial  do  Estado  (PIB  2009  –  IBGE).  Em  contraste,  a  

Região  Oeste,  que  abrange  23  municípios  e  ocupa  20%  do  território  baiano,  responde  

por   aproximadamente   5%   do   PIB   e   2,5%   do   Valor   Adicionado   Bruto   da   Indústria   do  

Estado.  

A   excessiva   concentração   econômica   não   é   desejável   e   traz   problemas   complexos,  

conhecidos   como   deseconomias   de   aglomeração.   O   elevado   e   desordenado  

crescimento  da   cidade  de  Salvador,  por  exemplo,   trouxe  problemas  graves  quanto  à  

mobilidade  urbana,  reduzindo  a  produtividade  do  trabalho  e  aumentando  os  custos  da  

atividade  empresarial.  Aliam-­‐se  a  isso  condições  precárias  de  moradia  e  a  escalada  de  

violência,  evidências  da  deterioração  do  tecido  urbano  da  capital.  

Reduzir  o  desenvolvimento  assimétrico  entre  a  RMS/Recôncavo  e  o  interior  é  um  dos  

principais   desafios   para   o   crescimento   sustentável   da   Bahia.   É   preciso   proporcionar  

condições  para  que  as  cidades  de  médio  porte  possam  se  desenvolver,  aproveitando  

suas  potencialidades  para  criar  riquezas  e  reduzir  os  fluxos  migratórios  para  Salvador.    

Neste   contexto,   o   Sistema   Federação   das   Indústrias   do   Estado   da   Bahia   vê   na  

industrialização   o   caminho   para   o   desenvolvimento   sustentado   do   Estado.   A  

transformação   industrial   agrega   valor   e  multiplica   os   negócios   gerados   em   sua   base  

territorial.   Para   uma   cidade   do   interior,   esse   efeito  multiplicador   é   ainda  maior   em  

comparação  ao  mesmo  investimento  em  regiões  já  amplamente  industrializadas.    

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Há  oportunidades  reais  para  a  diversificação  da  cadeia  produtiva  industrial  no  interior  

do   Estado.   Projetos   em   execução,   como   a   Ferrovia   de   Integração   Oeste-­‐Leste   e   a  

implantação  do  complexo  Porto  Sul,  apontam  para  um  reordenamento  do  crescimento  

econômico,   com   espaços   para   alavancar   investimentos   desde   o   oeste   baiano   até   o  

litoral.    

O   notório   crescimento   das   atividades   agroindustriais   no   oeste   e   de   mineração   no  

semiárido   baiano,   que   conta   com   uma   base   mineral   diversificada,   gera   enormes  

oportunidades  de  desenvolvimento  e  elevação  da   renda,  principalmente  em  caso  de  

beneficiamento   local.   Da   mesma   forma,   embora   com   menor   impacto   econômico   e  

social,  a  geração  eólica  contribuirá  para  dinamizar  a  economia  de  alguns  municípios  do  

semiárido  baiano,  até  então  pouco  beneficiados  pelo  crescimento  da  economia  baiana.  

Na  região  sul  do  estado,  o  polo  de  informática  de  Ilhéus  apresenta  alternativas  viáveis  

para  crescimento,  agregação  de  valor  e  densificação  da  cadeia  produtiva,  assim  como  

as  indústrias  de  vestuário  e  alimentos.    

A   interiorização   da   indústria   em   um   estado   com   as   dimensões   da   Bahia   requer   um  

esforço   conjunto,   envolvendo   o   poder   público   (estado   e   municípios),   empresários,  

sindicatos   e   outras   entidades   representativas.   O   reconhecimento   dos   vetores   de  

crescimento   regionais   e   setores   industriais   potenciais,   assim   como   a   infraestrutura  

logística   necessária,   são   fundamentais   para   adequar   serviços   de   capacitação  

empresarial,  qualificação  de  mão  de  obra,  ensino  fundamental  e  a  oferta  de  serviços  

públicos  qualificados.  

O  Sistema  FIEB  (FIEB,  SENAI,  SESI,   IEL  e  CIEB)  detém  expertise  no  apoio  às   lideranças  

empresariais,   no   estímulo   ao   associativismo,   qualificação   de   pessoas,   apoio  

tecnológico,   oferta   de   serviços   de   lazer   e   de   saúde.   Entretanto,   as   possibilidades   de  

desenvolvimento   industrial   demandam   um   conjunto   maior   de   ações   que   exigem   o  

protagonismo  de  todas  as  instituições  capazes  de  contribuir  para  a  economia  da  Bahia.  

Uma   aliança   entre   governo,   FIEB,   sindicatos,   lideranças   industriais,   segmentos   civis  

organizados   e   a   população   local   potencializará   os   impactos   das   ações   previstas   a  

seguir.  

Interiorizar  a  produção,  aproveitando  as  vantagens  comparativas  de  cada  região,  é  um  

dos  atalhos  rumo  a  uma  sociedade  mais  justa  e  equilibrada.  

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2  Atendimento  atual  –  Sistema  FIEB  

O   primeiro   objetivo   quando   se   aborda   o   tema   interiorização   é   ampliar  

significativamente   o   percentual   de   atendimento   às   empresas   do   interior.   Em   2011,  

foram   atendidas   pelos   projetos   e   serviços   do   Sistema   FIEB   apenas   11%   das  

empresas/estabelecimentos  industriais  do  interior1  do  estado  da  Bahia.    

Este   percentual   sobe   para   34%   quando   os   dados   são   analisados   pela   base   do   Guia  

Industrial  da  FIEB  (GUIA),  em  cuja  versão  2011  constavam  3.383  empresas  no  interior  

do  Estado  (ver  quadro  evolutivo  de  atendimento  dos  últimos  3  anos).  

 

                                                                               Fonte:  SPM/GP    

Outro  desafio   importante  é  aumentar  a   representatividade  da   indústria  por  meio  do  

estímulo  ao  associativismo,  criando  ou  ampliando  mecanismos  para  que  as  empresas  

sejam  encorajadas  a  participar  dos  sindicatos  patronais  do  setor  industrial.    

O   Sistema   FIEB   atua   através   da   própria   Federação   ou   do   CIEB,   mas   o   desempenho  

pode   ser   considerado  modesto.   De   acordo   com   dados   da   base   SIGA/CNI,   verifica-­‐se  

que   apenas   5%   das   empresas   do   interior   estão   associadas   ao   Sistema   FIEB.   Existem  

desafios   a   superar   como   a   pouca   atratividade   decorrente   da   grande   oferta   de  

organizações   associativas   (especialmente   pela   existência   de   associações   mistas   de  

comércio  e  indústria  em  todos  os  principais  municípios  da  Bahia)  e  a  baixa  percepção  

por  parte  das  empresas  do  valor  gerado  pelos  benefícios  proporcionados.    

1   Considerando   os   dados   do   cadastro   industrial   de   arrecadação   SIGA/CNI.   Neste   programa,   considera-­‐se   interior   todos   os  municípios  exceto  aqueles  que  integram  a  Região  Metropolitana  de  Salvador.  Estabelecimento  é  um  empreendimento  com  CNPJ  próprio;  assim,  uma  empresa  pode  ter  vários  estabelecimentos  (a  exemplo  das  empresas  de  Construção  Civil).

16%  

25%  

34%  

1905ral   1905ral   1905ral  

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A   título   ilustrativo,   pesquisa   realizada   em   2009   no   âmbito   do   Programa   Cooperar  

(SRI2/FIEB)  aponta  que  apenas  16%  das  empresas  não-­‐sindicalizadas  têm  interesse  em  

se  associar.      

Dentro   do   Sistema   FIEB,   o   CIEB   se   apresenta   como   um   agente   de   grande   potencial  

para   o   associativismo   empresarial   e   promoção   do   desenvolvimento   regional   no  

interior  do  Estado.  Por   ter  uma  constituição   flexível,   que  possibilita  uma  penetração  

junto   aos   diversos   setores   produtivos,   o   CIEB   pode   ampliar   o   atendimento   para  

empresas  ligadas  à  cadeia  de  valor  da  indústria  e  trabalhar  com  extensões  territoriais  

maiores.    

Um  programa  integrado  de  interiorização  deve  oferecer  uma  infraestrutura  de  serviços  

voltada  para  o   fortalecimento  da  atividade  empresarial,   combinada   com  um  sistema  

de   inteligência   e   ação   de   defesa   de   interesses,   que   possibilitem   a   competitividade  

sistêmica  da  indústria.    

Em  síntese,  as  premissas  de  atuação  podem  ser  apresentadas  como  segue:  

• Atuação   proativa   para   captura   de   assuntos   que   demandam   defesa   de  

interesses;  

• Articulação   interna   para   atuação   integrada   e   coordenada   das   instituições   do  

Sistema  FIEB,  orientadas  às  demandas  das  indústrias  locais;  

• Parceria  com  instituições  locais  de  representação  empresarial;  

• Ênfase  na  mediação  com  os  agentes  públicos  municipais,  estaduais  e  federais;  e  

• Orientação   das   competências   do   Sistema   FIEB   para   o   fortalecimento   do  

associativismo  (Sindicatos  e  CIEB).  

 

   

2 Superintendência  de  Relações  Institucionais.

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3  As  Regiões  Estratégicas    

As   regiões   escolhidas   para   atuação   do   Sistema   FIEB,   no   âmbito   do   Programa   de  

Interiorização,  foram  aquelas  que  atenderam  ao  menos  dois  dos  seguintes  critérios:  

i. Densidade  industrial  (no.  de  empresas);  

ii. Notório  crescimento  do  PIB  industrial  em  período  recente;  

iii. Ausência  de  uma  estrutura  de  atendimento  às  indústrias  da  região.    

 

Com  base  nos  critérios  estabelecidos,  o  Programa  de  Interiorização  do  Sistema  FIEB  já  

contempla   as   regiões   oeste   (Barreiras   e   Luís   Eduardo  Magalhães)   e   sul   (Ilhéus),   que  

integraram  a  fase  piloto,  está  sendo  implantado  na  região  central  (Feira  de  Santana)  e,  

em  breve,  estará  no  sudoeste  e  norte.  

Cada  uma  destas  regiões  apresenta  características  e  dinâmicas   industriais  próprias,  o  

que   tem   determinado   diferentes   desempenhos   e   taxas   de   crescimento   do   valor  

adicionado   da   indústria   ao   longo   do   tempo.   No   gráfico   abaixo,   o   crescimento   da  

indústria  em  três  regiões  selecionadas  pode  ser  observado.  

Fonte:  IBGE  (2009),  elaboração  FIEB/SDI  

 

75

100

125

150

175

200

225

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Crescimento  da  Indústria:  Bahia  x  Regiões  Selecionadas  (2002  -­‐ 2009)(número  índice:  2002  =  100)  

Bahia Região  Oeste Ilhéus Feira  de  Santana

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A   indústria   na   região   Oeste,   ancorada   na   agroindústria,   apresentou   crescimento  

vigoroso  nos  anos  de  2003  e  2004,  caindo  abruptamente  entre  2005-­‐2006  por  conta  

das   influências   de   câmbio   e   oscilação   dos   preços   das   commodities   agrícolas   no  

período.  Percebe-­‐se  uma  trajetória  de  recuperação  a  partir  de  2007.  

A   indústria   de   Ilhéus   não   tem   apresentado   evolução   positiva.   Os   segmentos   de  

alimentos   e,   principalmente,   o   de   informática   têm   enfrentado   problemas   de  

competitividade   e   perdas   de   indústrias.   O   valor   adicionado   pela   indústria   registrou  

queda   acentuada   entre   os   anos   de   2006   a   2008,   estabilizando-­‐se   em   um   patamar  

baixo  em  2009  (18%  inferior  ao  nível  de  2002).  

A   indústria   da   região   de   Feira   de   Santana   destaca-­‐se   com   um   elevado   crescimento,  

impulsionado  por  sua  localização  estratégica  e  pelo  aproveitamento  eficaz  das  políticas  

de  incentivos  dos  governos  estadual  e  federal,  especialmente  as  da  Sudene.    

A  Representatividade  e  o  Atendimento  de  Serviços3  por  parte  da  FIEB  nas  três  regiões  

atendidas  ainda  é  baixa,  conforme  mostrado  na  tabela  abaixo:    

 Indicadores   Oeste   Ilhéus   Feira  de  Santana  

Representatividade   12%   18%   16%  

Atendimento  de  Serviços   6%   22%   21%  

         Fonte:  SPM/GP/FIEB.  Base  de  dados  SIGA/CNI      

O  perfil  sintético  da  situação  socioeconômica  de  cada  uma  das  regiões  da  fase  piloto  

está  descrito  a  seguir.  

 

3.1  A  Economia  da  Região  Oeste  da  Bahia  

A  região  econômica  Oeste  da  Bahia  ocupa  cerca  de  20%  do  território  baiano  (114  mil  

km2),   abrangendo   23   municípios,   com   uma   população   total   de   568   mil   habitantes  

(censo  2010).    

3 Representatividade  é  medida  pelo  percentual  de  empresas  associadas  aos  sindicatos  e  ao  CIEB  em  relação  ao  total  de  empresas  industriais  em  cada  região.  Já  Atendimento  de  Serviços  do  Sistema  FIEB  é  medido  pelo  percentual  de  empresas  beneficiadas  por  alguma  ação  SESI/SENAI/IEL  em  relação  ao  número  total  de  empresas  em  cada  região.

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O  PIB  da  Região  alcançou  R$  7,3  bilhões  em  2009  (5,3%  do  PIB  estadual),  enquanto  o  

PIB  per  capita  atingiu  R$  12.661  (valor  35,2%  superior  à  média  estadual).  

Os   municípios   mais   importantes   são:   Barreiras,   Luís   Eduardo   Magalhães   e   São  

Desidério.  Note-­‐se  na  tabela  abaixo  que  a  população  da  Região  corresponde  a  4,1%  do  

total  da  Bahia.    

 

 

No   caso  específico  da   indústria,   a  Região  possui  baixa   representatividade  no   cenário  

estadual,  com  uma  participação  relativa  de  apenas  2,5%  do  valor  adicionado.  O  setor  

agropecuário  tem  uma  posição  de  destaque  na  Bahia,  com  uma  participação  superior  a  

25%   do   total   gerado   no   estado.   A   economia   da   Região   tem   a   seguinte   distribuição  

setorial:  34%  agropecuária,  13%  indústria  e  53%  serviços.  

O   grande   vetor   de   crescimento   da   região   é   o   setor   agropecuário,   notadamente   as  

culturas   de   soja,   milho   e   algodão.   Condições   favoráveis   de   clima   e   solo,   tecnologia  

aplicada  e  organização  empresarial  eficiente  promovem  uma  produção  de  grãos  com  

os  mais  altos  índices  de  produtividade  do  País.  Especificamente  para  a  soja,  superiores  

aos  verificados  no  maior  produtor  mundial,  os  Estados  Unidos.    

O   Guia   Industrial   FIEB   registra   101   empresas   industriais   instaladas   em   Barreiras,  

empregando   2.785   trabalhadores.   Há   23   segmentos   industriais,   destacando-­‐se:  

Produtos  Alimentícios;  Obras  de  Infraestrutura;  Produtos  de  Metal  e  Produtos  Têxteis.  

Em  Luís  Eduardo  Magalhães  estão  presentes  67  empresas  industriais  (que  geram  2.240  

Município População (1) PIB (em R$ milhões) (2)

Ranking em relação ao PIB (2)

PIB per capita (em R$) (2)

Indústria (em R$ milhões) (2)

Número de Empresas

industriais (3)

Número de Empregos

industriais (3)

Barreiras 137.428 1.693 14 12.285 266 101 2.785

Luís Eduardo Magalhães 60.179 1.888 11 36.274 420 67 2.240

São Desidério 27.692 981 21 35.657 32 16 630

Outros 343.023 1.981 - 7.006 139 47 882

Subtotal da região 568.322 6.544 - 12.661 886 249 6.537

Total da Bahia 14.016.906 137.075 - 9.365 34.821 6.466 368.537

Região Oeste/Bahia (%) 4,1 4,8 - 135,2 2,5 3,9 1,8

Fontes: (1) Censo IBGE 2010; (2) IBGE/SEI 2009 e (3) Guia Industrial FIEB, acesso em 26/07/2012. Elaboração FIEB/SDI

Indicadores Econômicos Selecionados da Região Oeste da Bahia

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postos   de   trabalho)   em   18   segmentos   industriais,   com   destaque   para   Produtos  

Alimentícios,  Produtos  Químicos  e  Produtos  de  Metal.   Já  São  Desidério  apresenta  16  

empresas   industriais,   empregando   630   trabalhadores,   catalogados   em   8   segmentos  

industriais,  com  destaque  para  Produtos  Têxteis,  Eletricidade,  Gás  e  outras  Utilidades  e  

Extração  de  minerais  não-­‐metálicos.  

 

 

 

Um   grande   potencial   para   a   região   está   no   maior   desenvolvimento   dos   segmentos  

industriais   têxtil   e   de   produtos   alimentares.   Embora   a   produção   local   de   matérias-­‐

primas  desses   segmentos  apresente  elevados  padrões  de   competitividade,   ambas  as  

cadeias   produtivas   precisam   de   uma   política   de   verticalização   encadeada   ao  

agronegócio  local.    

A  produção   local  de  algodão  carece  de  um  processo  de   industrialização  que  agregue  

valor  ao  produto  (como  fiações  e  tecelagens).   Já  a   indústria  de  produtos  alimentares  

Empresas Empregados Empresas Empregados Empresas Empregados

Fabricação  de  produtos  alimentícios 29 1.380 14 956 - -Obras  de  infraestrutura 3 391 - - 1 30Produtos  de  metal 10 184 10 227 1 5Fabricação  de  produtos  têxteis 4 109 8 182 8 387Produtos  de  minerais  não-­‐metálicos 4 100 2 20 1 19Construção  de  edifícios 2 96 4 130 - -Confecção  do  vestuário  e  acessórios 11 93 4 23 - -Produtos  de  borracha  e  de  material  plástico 5 72 2 32 - -Impressão  e  reprodução  de  gravações 5 70 4 43 - -Fabricação  de  móveis 5 63 1 5 - -Fabricação  de  produtos  químicos 2 50 2 322 - -Fabricação  de  produtos  de  madeira 4 34 - - - -Fabricação  de  bebidas 1 31 1 4 - -Serviços  especializados  para  construção 1 20 1 1 1 6Veículos  automotores,  reboques  e  carrocerias 2 16 4 43 - -Fabricação  de  produtos  diversos 3 15 1 5 - -Manutenção  de  máquinas  e  equipamentos 3 11 3 70 1 6Fabr.  de  equipamentos  de  transporte 1 11 - - - -Extração  de  minerais  não-­‐metálicos 1 10 - - 2 62Extração  de  minerais  metálicos 1 10 - - - -Fabricação  de  máquinas  e  equipamentos 1 7 3 142 - -Informática,  produtos  eletrônicos  e  ópticos 1 7 - - - -Celulose,  papel  e  produtos  de  papel 2 5 - - - -Coleta,  tratamento  e  disposição  de  resíduos - - 2 27 - -Máquinas,  aparelhos  e  materiais  elétricos - - 1 8 - -Eletricidade,  gás  e  outras  utilidades - - - - 1 115

Total 101 2.785 67 2.240 16 630

Fonte: Guia Industrial FIEB, acesso em 26/7/2012

Barreiras Luís  Eduardo São  DesidérioAtividade  Econômica

Número  de  Empresas  e  Empregados  da  Indústria  da  Região  Oeste  da  Bahia,  em  2012

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apresenta-­‐se  ainda  em  um  processo  inicial  de  verticalização,  contando  com  a  presença  

de  poucas  empresas  grande  porte,  a  exemplo  da  Cargill,  Bunge  e  Galvani.  

Os   recentes   investimentos   anunciados   em   infraestrutura   geram   um   ambiente   de  

expectativa   para   desenvolvimento   da   produção   e   geração   de   novos   negócios   na  

região.   Um   dos   principais   investimentos   em   curso   é   a   Ferrovia   da   Integração  

Oeste-­‐Leste,  que  deve  reduzir  o  preço  do  frete,  facilitar  o  escoamento  e  potencializar  a  

produção.  

 

3.2  A  Economia  da  Região  Sul  da  Bahia  

O  município  de  Ilhéus,  localizado  na  região  Litoral  Sul  da  Bahia,  vem  passando  por  um  

acelerado  processo  de  urbanização  nos  últimos  anos,  alcançando  atualmente  uma  taxa  

estimada   entre   80-­‐90%.   Este   fenômeno   decorre   essencialmente   da   grave   crise   na  

lavoura   cacaueira   (base   tradicional   da   economia   regional),   que   desestruturou   a  

economia  das  regiões  vizinhas  e  intensificou  os  fluxos  migratórios.  

A  população  no  município  alcança  184  mil  habitantes,  com  um  PIB  da  ordem  de  R$  1,9  

bilhão  (10ª  posição  no  ranking  da  Bahia).  O  PIB  per  capita  é  inferior  à  média  do  estado  

da   Bahia,   alcançando   cerca   de   R$   8,8  mil.   A   economia   do  município   tem   a   seguinte  

distribuição  setorial:  4%  agropecuária,  32%   indústria  e  64%  serviços.  A   tabela  abaixo  

mostra  os  principais  indicadores  do  município  de  Ilhéus.  

 

 

 

O  Guia  Industrial  FIEB  informa  a  existência  de  106  empresas  industriais  em  Ilhéus,  com  

geração  de  3.836  postos  de  trabalho.  Estão  catalogados  19  setores  industriais,  entre  os  

quais  se  destacam:  Fabricação  de  Equipamentos  de  Informática,  Produtos  Eletrônicos  e  

Município População (1) PIB (em R$ milhões) (2)

Ranking em relação ao PIB (2)

PIB per capita (em R$) (2)

Indústria (em R$ milhões) (2)

Número de Empresas

industriais (3)

Número de Empregos

industriais (3)

Ilhéus 184.236 1.926 10 8.782 542 106 3.836

Total da Bahia 14.016.906 137.075 - 9.365 34.821 6.466 368.537

Ilhéus/Bahia (%) 1,3 1,4 - 93,8 1,6 1,6 1,0

Fontes: (1) Censo IBGE 2010; (2) IBGE/SEI 2009 e (3) Guia Industrial FIEB, acesso em 26/07/2012. Elaboração FIEB/SDI

Indicadores Econômicos Selecionados do Município de Ilhéus

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Ópticos;   Fabricação  de  Produtos  Alimentícios;   Fabricação  de  Produtos  de  Borracha  e  

de  Material  Plástico;  e  Construção  de  Edifícios.  

 

 

 

Políticas  de  diversificação  industrial  minimizaram  as  graves  consequências  da  crise  da  

produção  cacaueira.  Em  1995,  por  meio  do  Decreto  4.316/95,  o  governo  do  estado  da  

Bahia  viabilizou  a  criação  de  um  Polo  de  informática  na  Região,  com  incentivos  fiscais  

estaduais,  além  de  incentivos  federais  concedidos  pela  SUDENE  e  Ministério  da  Ciência  

e  Tecnologia  (MCT),  por  meio  da  Lei  de  Informática.    

O   Polo   de   Informática   de   Ilhéus   está   situado   basicamente   no   Distrito   Industrial   de  

Ilhéus.  De  acordo  com  o  Guia  Industrial  FIEB,  este  segmento  em  Ilhéus  conta  com  40  

Empresas Empregados

Informática,  produtos  eletrônicos  e  ópticos 40 1.717Fabricação  de  produtos  alimentícios 19 997Produtos  de  borracha  e  de  material  plástico 3 333Construção  de  edifícios 3 331Veículos  automotores,  reboques  e  carrocerias 1 90Produtos  de  minerais  não-­‐metálicos 9 89Fabricação  de  produtos  químicos 1 50Confecção  do  vestuário  e  acessórios 8 48Produtos  de  metal 3 40Máquinas,  aparelhos  e  materiais  elétricos 2 39Impressão  e  reprodução  de  gravações 4 27Fabricação  de  produtos  têxteis 2 17Fabricação  de  bebidas 2 15Celulose,  papel  e  produtos  de  papel 1 13Extração  de  minerais  não-­‐metálicos 2 11Fabricação  de  móveis 2 9Fabricação  de  produtos  diversos 2 7Fabr.  de  equipamentos  de  transporte 1 2Calçados,    couros  e  artefatos  de  couro 1 1

Total 106 3.836

Fonte: Guia Industrial FIEB, acesso em 26/7/2012

Número  de  Empresas  e  Empregados  da  Indústria  de  Ilhéus,  em  2012

Atividade  EconômicaIlhéus

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empresas,  que  representam  38%  das  unidades  industriais  do  município  e  geram  1.717  

empregos  diretos,  ou  seja,  45%  do  emprego  industrial.    

Na  Região  Sul  da  Bahia,  mais   especificamente  em   Ilhéus,   estão  em  curso  alguns  dos  

mais  importantes  projetos  de  infraestrutura  do  Estado,  que  deverão  mudar,  no  médio  

prazo,  o  patamar  de  desenvolvimento  da  região,  a  saber:  

§ Complexo   Porto   Sul   -­‐   deverá   se   constituir   em   um   dos   principais   centros  

logísticos  do  estado  da  Bahia,  oferecendo  uma  alternativa  para  o  escoamento  

da   produção   agrícola   e  mineral   e   para   a   importação   de   insumos   e   produtos  

para  o   Estado  e  para   a   região   central   do  Brasil.  Além  de  um  porto  moderno,  

com   calado   de   até   21m,   estão   previstos   um   novo   aeroporto   internacional   e  

uma  Zona  de  Processamento  de  Exportações  (ZPE)  nas  redondezas.  

§ Ferrovia  da  Integração  Oeste-­‐Leste  -­‐  extensão  de  1.527  km,  com  investimentos  

estimados   em   R$   6   bilhões.   A   ferrovia   vai   operar   sob   o   novo   modelo   de  

concessão,   que   separa   a   infraestrutura   da   operação   ferroviária   (diversos  

transportadores  ferroviários  operando  a  mesma  linha).  

§ Gasene   –   capacidade   de   transporte   20   milhões   de   m3/dia   de   gás   natural   e  

extensão  de  1.371  km,   ligando  Cabiúnas-­‐RJ  a  Catu-­‐BA.  O  Gasene   tem  um  dos  

seus  8  pontos  de  entrega  em  Itabuna,  justamente  no  nó  logístico  que  articula  a  

BR-­‐101,  a  Ferrovia  Oeste-­‐Leste  e  o  Porto  Sul.  Um  ponto  de  entrega  representa  

um   local   de   internalização   do   recurso   energético   sem   necessidade   de  

gasodutos  adicionais  de  transporte.  

 

3.3  A  Economia  da  Região  Central  da  Bahia  

O  município  de  Feira  de  Santana  está  localizado  no  Território  de  Identidade  Portal  do  

Sertão  do  Governo  da  Bahia,  numa  zona  de  planície  entre  o  Recôncavo  e  os  tabuleiros  

semiáridos  do  nordeste  baiano.  Feira  de  Santana  situa-­‐se  na  região  Agreste,  uma  área  

de  transição  entre  a  Zona  da  Mata  e  o  Sertão,  que  se  estende  da  Bahia  ao  Rio  Grande  

do  Norte.  Em  sua  vizinhança  há  importantes  cidades  como  Santo  Estevão,  São  Gonçalo  

dos   Campos   e   Conceição   do   Jacuípe,   que,   somadas   a   outras   de   menor   população,  

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formam   uma   microrregião   de   quase   1   milhão   de   habitantes.   Em   julho   de   2011   o  

Governo  do  Estado  da  Bahia  sancionou  o  Projeto  de  Lei  Complementar  nº  106/2011,  

criando  a  Região  Metropolitana  de  Feira  de  Santana   (RMFS)   formada  por  mais   cinco  

municípios:  Amélia  Rodrigues,  Conceição  da  Feira,  Conceição  do  Jacuípe,  Tanquinho  e  

São  Gonçalo  dos  Campos.    

A  Região  de  Feira  de  Santana  é  um  entroncamento  rodoviário  para  onde  convergem  as  

mais  importantes  vias  rodoviárias  da  Bahia,  destacando-­‐se  as  BR  324,  BR  101,  BR  116  e  

BR  242.  Esse  sistema  é  a  principal   ligação  da  RMS  ao   interior  do  Estado  e  conecta  os  

centros   produtores   aos   portos   de   Aratu   e   Salvador.   Por   sua   vez,   é   também   um  

caminho   quase   obrigatório   para   cargas   e   passageiros   que   saem   do   Sul/Sudeste   em  

direção  ao  Nordeste  e   em   sentido   contrário.   Tais   fluxos   comerciais,   existentes   antes  

mesmo   da   emancipação   da   cidade   em   1833,   foram   responsáveis   pela   criação   do  

município,   que   atualmente   representa   a   maior   concentração   urbana   do   interior   do  

Nordeste   brasileiro   considerando   as   cidades   fora   das   regiões   metropolitanas   das  

capitais.    

De  acordo  com  o  censo  2010,  Feira  de  Santana  possui  556,6  mil  habitantes  e  tem  um  

PIB  de  R$  6,4  bilhões  (4ª  posição  no  ranking  da  Bahia).  O  PIB  per  capita  alcança  R$  10,7  

mil,  sendo  14,7%  superior  à  média  do  Estado.    

 

 

 

A   economia   do  município   é   caracterizada   pela   predominância   do   setor   de   serviços,  

notadamente  pela  atividade  comercial,  mas  o  setor  industrial  apresentou  crescimento  

expressivo  nos  últimos  anos,  o  que  pode  ser  constatado  pela  evolução  da  participação  

da   indústria   no   PIB   do  município,   que   alcançou   cerca   de   24%  em  2009,   contra   uma  

participação   de   menos   de   20%   em   2002.   No   ano   de   2009,   o   setor   de   serviços  

Município População (1) PIB (em R$ milhões) (2)

Ranking em relação ao PIB (2)

PIB per capita (em R$) (2)

Indústria (em R$ milhões) (2)

Número de Empresas

industriais (3)

Número de Empregos

industriais (3)

Feira de Santana 556.642 6.358 4 10.745 1.293 710 25.055

Total da Bahia 14.016.906 137.075 - 9.365 34.821 6.466 368.537

Feira/Bahia (%) 4,0 4,6 - 114,7 3,7 11,0 6,8

Fontes: (1) Censo IBGE 2010; (2) IBGE/SEI 2009 e (3) Guia Industrial FIEB, acesso em 26/07/2012. Elaboração FIEB/SDI

Indicadores Econômicos Selecionados do Município de Feira de Santana

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representava   75%  do   total   da   economia,   a   indústria   24%  e   a   atividade   agropecuária  

apenas  1%.  

O   setor   industrial   tem   empregado   dinamismo   à   economia   de   Feira   de   Santana,  

crescendo  mais   do   que   o   setor   de   serviços.   A   taxa   de   crescimento   real   da   indústria  

ultrapassa  o  percentual  de  110%  no  período  2002  a  2009,  uma  média  de  quase  10%  ao  

ano.  Outro  indicador  importante  diz  respeito  à  média  de  crescimento  do  emprego,  que  

alcança  14%  ao  ano  nos  últimos  anos.  As  atividades  que  crescem  acima  da  média  no  

município  são:  (i)  Construção  Civil   (Obras  de  Infraestrutura,  Construção  de  Edifícios  e  

Serviços   Especializados   para   Construção),   (ii)   Fabricação   de   Produtos   Minerais   não-­‐

metálicos,   (iii)   Produtos   de   Metal,   e   (iv)   Fabricação   de   Produtos   de   Borracha   e   de  

Material  Plástico.    

Há   ainda   elevado   potencial   identificado   de   crescimento.  O   segmento   da   Construção  

Civil  foi   identificado  como  o  de  maior  potencial  futuro  na  região.  Verifica-­‐se  em  Feira  

de   Santana   um   boom   da   construção,   com   inúmeros   novos   empreendimentos   na  

cidade.   Outro   segmento   com   grande   potencial   é   o   de   Alimentos   e   Bebidas.   Várias  

empresas  que  se   instalaram  recentemente,  a  exemplo  da  Nestlé,  Pepsico  e  Perdigão,  

estão   em   fase   de   ampliação   ou   planejam   crescimento   no   curto   prazo.   Segundo  

executivos  da  Nestlé,  desde  sua  inauguração,  em  2007,  a  produção  na  fábrica  de  Feira  

de   Santana   cresce  a  uma   taxa  média  de  50%  ao  ano.   Em  adição,   a  Nestlé  desativou  

outros  centros  de  distribuição  no  Nordeste  e  concentrou  toda  a  distribuição  na  cidade.    

O   setor   de   Borracha   e   Plástico   também   apresenta   forte   potencial   baseado   em   três  

fatores:   (i)   várias   pequenas   empresas   de   fabricação   de   plásticos   (injetoras)   foram  

abertas  recentemente  para  aproveitar  o  crescimento  da  renda  da  população  local;  (ii)  

verifica-­‐se   uma   grande   demanda   por   embalagens   plásticas   e   de   papelão;   (iii)   o  

segmento  borracha  apresenta  expansão  da  produção  de  pneus  e  materiais,  refletindo  

a   demanda   de   novas   montadoras.   Por   fim,   o   setor   Automotivo   foi   apontado   como  

potencial,   caso   a   atração   de   novas  montadoras   para   o   estado   seja   concretizada.   As  

empresas   Yazaki   e   Vipal   podem   ser   diretamente   beneficiadas,   gerando   um   efeito  

multiplicador  na  cadeia  de  fornecedores  automotivos  da  região.  

O  Guia  Industrial  da  FIEB  apresenta  710  empresas  industriais  em  Feira  de  Santana,  com  

o  emprego  de  25.055  trabalhadores.  Ao  contrário  de  outras  regiões  da  Bahia,  em  que  

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se   observa   uma   concentração   em   poucos   segmentos,   há   no   município   uma   maior  

variedade  de  indústrias.  A   localização  facilita  o  escoamento  da  produção  e  possibilita  

às   empresas   atuarem   também   como   distribuidoras.   Desse   modo,   Feira   de   Santana  

conta   com   28   segmentos   industriais,   entre   os   quais   se   destacam:   Construção   de  

Edifícios;   Fabricação   de   Produtos   de   Borracha   e   de  Material   Plástico;   Fabricação   de  

Produtos  Alimentícios,  Confecção  do  Vestuário  e  Acessórios  e  Fabricação  de  Veículos  

Automotores,  Reboques  e  Carrocerias.    

 

 

Empresas Empregados

Construção  de  edifícios 27 6.133Produtos  de  borracha  e  de  material  plástico 25 3.037Fabricação  de  produtos  alimentícios 89 2.899Confecção  do  vestuário  e  acessórios 127 1.802Veículos  automotores,  reboques  e  carrocerias 14 1.555Produtos  de  metal 60 1.204Produtos  de  minerais  não-­‐metálicos 49 1.159Fabricação  de  produtos  têxteis 16 966Celulose,  papel  e  produtos  de  papel 22 844Metalurgia 4 580Fabricação  de  produtos  diversos 41 567Fabricação  de  móveis 41 560Impressão  e  reprodução  de  gravações 49 508Fabricação  de  produtos  químicos 20 452Máquinas,  aparelhos  e  materiais  elétricos 6 390Coleta,  tratamento  e  disposição  de  resíduos 10 309Serviços  especializados  para  construção 15 300Fabricação  de  máquinas  e  equipamentos 16 292Calçados,    couros  e  artefatos  de  couro 23 269Fabricação  de  bebidas 5 238Extração  de  minerais  não-­‐metálicos 7 205Manutenção  de  máquinas  e  equipamentos 16 199Produtos  farmoquímicos  e  farmacêuticos 2 184Fabricação  de  produtos  de  madeira 16 153Obras  de  infraestrutura 6 120Fabricação  de  equipamentos  de  transporte 2 64Biocombustíveis,  coque  e  derivados  do  petróleo 1 58Informática,  produtos  eletrônicos  e  ópticos 1 8

Total 710 25.055

Fonte: Guia Industrial FIEB, acesso em 26/7/2012

Número  de  Empresas  e  Empregados  da  Indústria  de  Feira  de  Santana,  em  2012

Atividade  EconômicaFeira  de  Santana

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A  presença  das  duas  mais   importantes  rodovias  federais,  BR  101  e  BR  116,  tornam  o  

município  de  Feira  de  Santana  atrativo  para  projetos  de  centros   logísticos  ancorados  

no  modal   rodoviário.  O  desenvolvimento  destes  projetos   cria  oportunidades  para  os  

segmentos   atacadistas   e   de   serviços,   destacando-­‐se   os   de   transportes.   Estes  

empreendimentos  podem  ainda  alavancar  novas  empresas  industriais  para  a  Região.    

 

Os   principais   objetivos   definidos   para   a   região   central   e   as   ações   estratégicas  

necessárias  para  a  sua  consecução  estão  indicados  a  seguir.  

 

▪   Assegurar   escala   e   efetividade   de   atendimento   às   indústrias,   trabalhadores   e  

dependentes.  

Ações  Estratégicas    

• Ampliar  a  capacidade  de  atendimento  do  Sistema  FIEB  na  região;  

• Diversificar  o  portfolio  de  serviços  do  Sistema  FIEB  na  região.  

 

▪  Fortalecer  o  sistema  de  representação  industrial  do  Estado  da  Bahia.  

Ações  Estratégicas  

• Fortalecer   ações   de   promoção   do   desenvolvimento   associativo   na  

região;  

• Elaborar  agenda  com  assuntos  de  defesas  de  interesse  para  a  indústria  

da  região;  

• Fortalecer   ações   de   promoção   ao   desenvolvimento   associativo   no  

segmento   de   micro   e   pequenas   empresas,   priorizando   as   ações   via  

sindicatos  e  CIEB.  

 

▪  Promover  a  inovação  para  a  competitividade  do  segmento  industrial.  

Ações  Estratégicas  

• Intensificar  a  prospecção  de  oportunidades  para  realização  de  projetos  

de  pesquisa  aplicada  na  região;  

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• Implantar  serviços  técnicos  e  tecnológicos  –  STT  na  unidade  do  SENAI  de  

Feira  de  Santana.  

 

▪  Promover  capacitação  executiva  aderente  às  necessidades  dos  clientes.  

Ação  Estratégica  

• Ampliar  as  atividades  de  capacitação  empresarial  na  região.  

 

▪  Adequar  a  infraestrutura  do  Sistema  FIEB  em  Feira  de  Santana.  

Ações  Estratégicas  

• Construir   uma   escola   de   ensino   básico   em   Feira   de   Santana   para  

implementar  o  EBEP;  

• Requalificar  a  unidade  do  SESI  em  Feira  de  Santana;  

• Requalificar   a   unidade   do   SENAI   em   Feira   de   Santana.

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4  Objetivos  e  Metas  

A   finalidade   do   Programa   de   Interiorização   da   Indústria   é   o   de   contribuir   para  

melhorar   as   condições   de   atratividade   e   competitividade   de   regiões   estratégicas   do  

estado   da   Bahia.   De   modo   específico,   este   programa   pretende   aumentar   a  

participação   da   indústria   no   interior   do   estado   da   Bahia,   contribuindo   para   elevar   o  

emprego  e  a  renda  das  regiões.    

Espera-­‐se  que  com  a   implantação  desse  programa  seja  possível  alcançar  as  seguintes  

metas  gerais:  

§ Meta   1.1:   Crescimento   do   Valor   Adicionado   Bruto   da   Indústria   (VAB-­‐Indústria)  

das   regiões   selecionadas   acima   da   média   da   Bahia.   Indicador:   Taxa   Anual   de  

Crescimento   do   Valor   Adicionado   Bruto   da   Indústria   (VAB-­‐Indústria).   Prazo:   a  

partir  do  final  de  2012.  

§ Meta   1.2:   Crescimento   do   emprego   formal   das   indústrias   das   regiões  

selecionadas   acima   da   média   da   Bahia.   Indicador:   Taxa   de   crescimento   do  

emprego  formal  da  indústria  –  CAGED.    Prazo:  a  partir  do  final  de  2012.  

No   caso   específico   do   Sistema   FIEB,   espera-­‐se   ampliar   a   representatividade   e  

aumentar   a   oferta   de   serviços   nas   regiões   estratégicas,   conforme  metas   descritas   a  

seguir:  

§ Meta   2.1:   Alcançar   os   percentuais   de   atendimento   às   empresas   industriais  

indicados  na   tabela  abaixo,   via   serviços  do  SESI/SENAI/IEL.   Indicador:   Índice  de  

cobertura  de  serviços/projetos/programas  do  Sistema  FIEB.  Prazo:  até  o  final  de  

2012.  

 

Atendimento  de  Serviços   Oeste   Ilhéus   Feira  de  Santana  

       

Meta  2012   5%   11%   12%  

Fonte:  SPM/GP.  Base  de  Dados  SIGA/CNI  

 

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§ Meta   2.2:   Elevar   para   15%   o   percentual   mínimo   de   empresas   associadas   ao  

Sistema  FIEB  nas   regiões  oeste,   sul  e  central.   Indicador:   Índice  de  cobertura  de  

serviços/projetos/programas  do  Sistema  FIEB.  Prazo:  até  o  final  de  2012.  

 

   

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  19

5  Gestão  do  Programa    

A  gestão  do  Programa  de   Interiorização  deve  ser  compartilhada  entre  empresários  e  

governo,  com  foco  no  aumento  da  competitividade:  

• Empresarial:   fatores   internos   da   empresa   (organização,   planejamento   e  

execução)  que  asseguram  a  eficácia  operacional.    

• Estrutural:  aspectos  do  entorno  à  atividade  empresarial  (fornecedores,  mão  de  

obra   qualificada,   clientes   e  mercados,   logística,  meio-­‐ambiente   etc.)   que   são  

determinantes   para   atração   e   expansão   de   atividades   industriais   em  

determinados  espaços  territoriais.    

• Sistêmica:   aspectos   legais,   regulatórios,   políticas   industriais   e   de   comércio  

exterior,   programas   de   desenvolvimento   regional,   entre   outros   fatores   que  

exercem  um  papel  de  influência  crucial  no  desempenho  empresarial.  

Com   a   execução   destas   propostas,   o   interior   terá  mais   produtividade,   qualidade   da  

mão  de  obra,  qualificação  dos  empresários  e  disponibilidade  de  soluções  tecnológicas.  

Para  o  Sistema  FIEB,  a  atuação  nestas  dimensões  desdobra-­‐se  em  três  níveis,  conforme  

descrição  abaixo:  

1. Agenda   de   Defesa   de   Interesses:   a   FIEB   utiliza   a   sua   representatividade   para  

desenvolver   ações   de   influência   no   âmbito   político   institucional,   visando  

sempre   os   interesses   da   indústria.   Por   meio   dos   Conselhos   Temáticos   e   da  

Superintendência  de  Relações  Institucionais,  realizará  o  acompanhamento  dos  

assuntos  legislativos  e  executivos  para  dar  plena  assistência  aos  industriários.  

2. Melhoria   do   Ambiente   de   Negócios:   criação   de   estruturas   que   viabilizem   a  

execução  dos  serviços  prestados  pelo  Sistema  FIEB  e  programas  que  fortaleçam  

o  associativismo  e  a  multiplicação  de  negócios  empresariais.  Além  da  criação  da  

estrutura   de   serviços   por   meio   de   novas   unidades   integradas   ou   unidades  

móveis  de  atendimento.    

3. Assistência  à  Atividade  Empresarial:   a  partir  do  portfólio  de   competências  do  

SESI/SENAI/IEL  serão  implantados  projetos  para  a  melhoria  da  produtividade  e  

da  gestão  dos  negócios,  aumentando  a  competitividade,  a  qualidade  de  vida  do  

trabalhador  e  a  capacitação  profissional.  

Page 21: Interiorização da Indústria Folder web§ão da Indústria Folder.pdf1 1Contextualização! A!políticade!atração!de!empresas!industriais!paraaBahiatem!sido!relativamente! bem7sucedidanas!últimas!décadas.!Mesmo!sem!apresentar

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Em   relação   ao   Sistema   FIEB,   o   programa   deve   ser   alcançado   com   a   elevação  

significativa   da   oferta   de   serviços   e   atividades   de   apoio   às   indústrias   do   interior.  

Integra-­‐se   à   proposta   de   interiorização   o   programa   de   estímulo   à   inovação   às  

empresas   das   regiões   priorizadas,   que   será   implementado  desde  que  haja   empresas  

interessadas  e  atendimento  aos  requisitos  do  mesmo.  

No  entanto,   o   processo  de   interiorização  da   indústria   exige   ações   que   extrapolam  o  

campo   de   atuação   da   FIEB.   Ações   tipicamente   do   setor   público,   como   prover  

infraestrutura   adequada,   conceder   incentivos   fiscais,   apoiar   as   atividades   dos  

empresários,  dentre  outras,  são  imprescindíveis  para  o  êxito  do  programa.    

Um  projeto  de  interiorização  requer  um  esforço  conjunto,  envolvendo  o  setor  público  

(tendo   o   governo   estadual   como   principal   protagonista)   e   o   privado.   Assim,   a   FIEB  

espera  contar  com  o  Governo  do  Estado  e  as  Prefeituras  Municipais  para  participarem  

do  esforço  em  levar  a  indústria  para  o  interior  da  Bahia.  As  ações  específicas  do  setor  

público   devem   ser   objeto   de   estudo   dos   respectivos   representantes   dessas  

instituições.