introduÇÃo À disciplina · a era do saneamento e a origem das políticas ... 4.4 farmácia...
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Profa. M.Sc. Glívia Barros*
*Graduação em Fisioterapia- UFPE
Mestre em Patologia– Núcleo de Pós-Graduação em Patologia/UFPE
Coordenadora de Fisioterapia- Santa Casa de Misericórdia de Recife
MBA – Gestão em Saúde
* Docente Estácio- Recife – Fisioterapia/Enfermagem/ Nutrição/ Farmácia – 2011 - Atual
ORGANIZAÇÃO E POLÍTICAS DE SAÚDE
INTRODUÇÃO À
DISCIPLINA
AULA 1
OBJETIVOS
Apresentar os conceitos fundamentais de saúde que
deverão pautar suas práticas, contemplando reflexões,
posições teóricas, abordagens metodológicas e
conhecimento científico essenciais para a compreensão da
realidade sanitária nacional.
O ALUNO DEVERÁ:
Definir saúde, doença, saúde pública e saúde coletiva;
· Reconhecer as bases de formação do campo da saúde coletiva a partir de seus
aspectos teóricos;
· Descrever o processo histórico da reforma sanitária e de implantação do Sistema
Único de Saúde;
· Identificar e discutir as principais leis, portarias e programas estratégicos do SUS;
· Discutir sobre a importância do sistema de informações como orientador para o
planejamento das ações em saúde;
· Refletir sobre o papel do profissional de saúde no atual sistema de saúde;
· Contribuir para incrementar a resolutividade e a qualidade da sua prática profissional.
UNIDADE 1 – Marcos Conceituais em Saúde Coletiva
1.1. Definições de Saúde ao Longo da História;
1.2. Definições de Saúde Coletiva, Saúde Pública e Saúde Comunitária;
1.3. Processo saúde e doença;
1.4. Saúde e qualidade de vida;
1.5. Contribuições das Conferências Internacionais de Cuidados Primários e de Promoção da Saúde
1.6. Determinantes sociais da saúde
UNIDADE 2 – Histórico das Políticas de Saúde no Brasil 2.1. A Revolta das Vacinas 2.2. A era do saneamento e a origem das políticas
nacionais de saúde pública; 2.3. Era pré-Vargas (CAP), 2.4. Governo Vargas (IAP, a Formação do Ministério.
Saúde), 2.5. Governo Militar (INPS, INAMPS, CONASP), 2.6. Movimento da Reforma Sanitária 2.7. Anos 80 (AIS, SUDS), 2.8. Conferências Nacionais e Internacionais de Saúde
UNIDADE 3 – Legislação do SUS
3.1. Lei Orgânica do SUS (8.080 e 8.142/90)
3.2. Normas Operacionais Básicas (NOB)
3.3. Normas Operacionais da Atenção à Saúde (NOAS)
3.4. Pacto 2006
3.5. Política Nacional da Atenção Básica – Port. 648/2006
UNIDADE 4 – Programas e Projetos Estratégicos do SUS 4.1 QualiSUS (SAMU) 4.2 ReforSUS 4.3 HumanizaSUS 4.4 Farmácia Popular 4.5 Programa Volta pra Casa 4.6 Políticas e Práticas de Promoção da Saúde 4.7 Políticas e Práticas da Atenção Básica 4.8 Políticas e Práticas de Saúde para Populações Específicas 4.9 O Terceiro Setor e as Políticas e Práticas de Saúde 4.10 Sistemas de Informação (DATASUS)
UNIDADE 5 – Dados e Informações em Saúde
5.1. Epidemiologia
5.2. Vigilância da Saúde
5.3. Vigilância Epidemiológica
5.4. Vigilância Ambiental
5.5. Vigilância Sanitária
5.6. Sistemas de Informação em Saúde
5.7. Planejamento em Saúde
5.8. Indicadores de Saúde: conceitos e fundamentos para o planejamento
1. ANDRADE, Luiz O. M.; BARRETO, Ivana C. H. SUS Passo a Passo: História, Regulamentação, Financiamento, Políticas Nacionais. 2ª Ed. São Paulo: HUCITEC, 2007.
2. FLECK, Marcelo Pio de Almeida; et al. A AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA: GUIA PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE,Porto Alegre: Artmed, 2007.
3. PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: Teoria e Prática. 6. reimpressão. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
1. AGUIAR, Zeneide Neto. SUS – Sistema Único de Saúde – Antecedentes, Percurso, Perspectivas e Desafios. Ed. Martinari, 2011.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. O SUS de A a Z : garantindo
saúde nos municípios / Ministério da Saúde, Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde. – 3. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009.
3. CORDEIRO, Hésio. SUS: Sistema Único de Saúde. 2. ed. Rio de
Janeiro: Ed. Rio, 2005. 4. CZERESNIA, Dina; FREITAS, Carlos Machado de (Org.).
Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005.
5. SOUZA, Renilson Rehem. A regionalização no contexto atual
das políticas de saúde. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro: ABRASCO, 2001.
UNIDADE 1
Marcos Conceituais em Saúde Coletiva
SAÚDE X DOENÇA
1. Você já parou para pensar qual o significado de saúde e doença para as pessoas?
2. Será que em todas as idades os conceitos são os mesmos? 3. O que, por exemplo, diria uma criança quando indagada sobre o que ela entende por saúde e por doença? 4. A resposta será a mesma se a pergunta fosse feita a um idoso?
RESPONDA
5. Mulheres e homens têm a mesma representação do que é saúde e doença? 6. Será que as experiências vividas influenciam nestes conceitos? 7. E para você, qual o significado de saúde e doença?
RESPONDA
Saúde – ausência de doença Doença – falta ou perturbação da saúde Saúde (OMS) – é um completo estado de
bem-estar físico, mental e social, e não meramente ausência de doença.
Saúde (Aurélio) – é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal
Saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e o seu meio ambiente.
Em lugar de considerar saúde e doença como sistema
binário, devemos concebê-lo como um processo que o
ser humano passa por multiplas situações que exigem
de seu meio interno um trabalho de compensações e
adaptações sucessivas.
SAÚDE E DOENÇA
História Natural da Doença
Padrões de evolução das doenças
Tempo Recuperação
da saúde
Óbito Evolução clínica
Evolução subclínica
Invalidez
Cronicidade Limiar clínico
Inte
nsi
dad
e d
o
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cess
o
a
b
c
d
e
a) evolução aguda (rápida/e fatal) (ex. raiva)
b) evolução aguda (ex. gripe)
c) evolução s/ limiar clínico (ex .hepatite anictérica)
d) evolução crônica † (câncer, ICC)
e) evolução crônica ( AVC, Parkinson, Lepra)
O que leva uma doença a ocorrer?
Teorias causais
UNICAUSALIDADE
Fase miasmática – influência invisível, vinha do
ar (fluido, miasma), fazia adoecer
Sociedades antigas até séc XIX, influência
religiosa e mística
Doença era castigo de Deus pela desobediência
dos homens
P. ex. febre amarela no Brasil, malária (mal ares)
UNICAUSALIDADE
Avanço da biologia
Descoberta das bactérias
Pesquisas de Pasteur, Kock – micróbios associados às doenças
Teoria – toda doença tem um agente biológico (final séc XIX)
Era dos antibióticos
John Snow, meados séc XIX desenvolve e aplica o método epidemiológico no estudo do cólera
Desprendeu da medicina individual teve visão da doença na população
Doença tendo como origem apenas no agente etiológico
Classificação dos Agentes Etiológicos
- Biológicos – Bactérias, vírus.
- Genéticos – Translocação de cromossomos
- Químicos – nutrientes, drogas, gases, fumo, álcool
- Físicos – radiação, atrito e impacto de veículos automotores
- Psíquicos ou psicossociais – estresse do desemprego e da migração
MULTICAUSALIDADE
Nem toda doença tinha origem apenas no
agente etiológico
Havia infecção sem doença e doenças não
infecciosas
Outros fatores envolvidos
Hospedeiro
agente Meio Ambiente
Tríade Ecológica
Fatores Ambientais
Ambiente Físico
- Clima, altitude, umidade relativa do ar, temperatura.
Ambiente Biológico
- Seres vivos da terra
- Podem constituírem como agente, hospedeiro, reservatório de doença
Ambiente Social
- Características sociais, econômicas, políticas e culturais.
Fatores do Hospedeiro
Herança Genética
- Alterações cromossômicas – Hemofilia e anemia falciforme
Anatomia e Fisiologia do Organismo Humano
- Imunidade natural e a adquirida
- Idade, sexo, raça.
Estilo de Vida
- Controle social e autocontrole
- Usuários d drogas injetáveis, fumantes...
Ações para intervir no processo saúde-doença Hospedeiro (homem) 1. Em relação a herança genética - aconselhamento genético - diagnóstico pré-natal - aborto terapêutico 2. Em relação à anatomia e fisiologia - imunização ativa ou passiva - manutenção do peso corporal em níveis
aceitáveis 3. Estilo de vida - não fumar - evitar promiscuidade sexual
Ações para intervir no processo saúde-doença Meio ambiente 1. Meio Físico - saneamento das águas - saneamento do ar - saneamento do solo 2. Meio biológico - controle biológico de vetores - vigilância de alimento - eliminação de vetores na cidade 3. Meio social - Provisão de empregos, habitações,
transportes, escolas, lazeres. - Melhor qualidade nos serviços de saúde.
Determinação Social da Doença sec. XX
◦ Centralização no hospedeiro
◦ Desigualdades sociais
◦ Desencadeadora dos fatores associados às doenças
◦ Doença – sociedade injusta
◦ Exemplo: mortalidade infantil – bolsões de pobreza
•Referências bibliográficas
•MINAYO M.C.S. Saúde – doença: uma concepção popular da
etiologia. Cadernos de Saúde Pública, RJ. 4(4):363-381, 1988.
•PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Ed. Guanabara
Koogan. 1995. Capítulo 3: Saúde e Doença.
•ROUQUAYROL, M.Z. Epidemiologia e Saúde. 6º edição. MEDSI,
Rio de Janeiro, 2003, Capítulo 2: Epidemiologia, História Natural e
Prevenção de Doenças.
•KNAUTH D.R; de OLIVEIRA F.A. Capítulo 15 - Antropologia e
atenção Primária à Saúde. Em: Medicina Ambulatorial. Fundamentos
e Práticas em Atenção Primária à Saúde.