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1 BioLab www.iq.ufrgs.br/biolab/ Prof. Gustavo Pozza Silveira Introdução a Química Medicinal 1 INTRODUÇÃO A QUÍMICA MEDICINAL Prof. Gustavo Pozza Silveira [email protected] Sala 209 Bloco K Farmacodinâmica - RECEPTORES

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1

INTRODUÇÃO A QUÍMICA

MEDICINAL

Prof. Gustavo Pozza Silveira [email protected]

Sala 209 – Bloco K

Farmacodinâmica - RECEPTORES

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Cell Membrane

Cell

Receptor

Messenger

message

Induced fit

Cell

Receptor

Messenger

Message

Cell

Messenger

Receptor

Mecanismo

Estrutura e função de receptores

De modo semelhante ao visto para catálise enzimática, receptores

respondem a forças intermoleculares causadas pela aproximação de

hormônios e neurotransmissores (mensageiros químicos).

A grande diferença para catálise é que não ocorre modificação no mensageiro.

Hormônios e neurotransmissores são regenerados após deixarem o sítio

ligante.

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Processo Completo da Interação

Receptor/Mensageiro

M

M

E R

• Interações ligantes devem ser fortes o suficiente para manter o mensageiro por

tempo suficiente para a tradução de sinal ocorrer

• Interações precisam ser fortes o suficiente para permitirem a partida do

mensageiro

• Portanto, isto implica num balanço fino • Planejamento de moléculas capazes de promover fortes interações ligantes sem

promover a tradução de sinal resultam em fármacos capazes apenas de bloquear o

sítio ligante: antagonistas

R

M

E R

Tradução de sinal: produz um efeito

biológico

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M

M

E R

• Agonistas são fármacos planejados para mimetizar o mensageiro natural.

• Agonistas ligam-se e saem rapidamente do sítio ligante – número de interações

ligantes é importante.

• Antagonistas são fármacos planejados para bloquear o mensageiro natural.

• Antagonistas tendem a ter mais interações ligantes ou interações mais fortes de modo a resultar em um preenchimento induzido leve a uma diferente conformação do

receptor que faz que o este não seja ativado.

R

M

E R

Agonistas vs Antagonistas

Tradução de sinal: produz um efeito

biológico

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Processo de Interação Receptor/Mensageiro

Estereoquímica e atividade biológica: modelo de três pontos de Easson-

Stedman.

Quiralidade definida do fármaco possui grande importância para que ocorram

três interações. Enantiômero liga-se através de apenas um ponto no sítio ligante

não sendo suficiente para promover o preenchimento induzido e gerar o

resultado biológico.

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Agonistas

Agonistas são moléculas que ligam-se em três pontos do sítio ligante

deformado o receptor de modo semelhante ao que é feito pelo mensageiro

natural.

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Agonistas

Fármacos promíscuos: moléculas interagem com mais de um receptor levando a

diferentes resultados biológicos.

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Planejamento de Agonistas

E

Agonista

R E

Agonista

R

Tradução do sinal

Agonista

R

Induced fit

• O agonista deve possuir grupos ligantes corretos

• Estes grupos ligantes precisam estar corretamente posicionados para interagir

com as regiões ligantes complementares

• O fármaco precisa estar na conformação correta para preencher o sítio ligante

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Exemplo hipotético de um mensageiro e receptor

van der Waals binding region

H-bond

binding region Ionic binding region

Grupos ligantes

Neurotransmissor

O O 2 C

H

Sítio ligante

Receptor

NH2Me

OHH

Planejamento de Agonistas

Observe os três pontos para ligação

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O

N H 2 M e

H

H O

O 2

C

H

Binding site

Receptor

O

N H 2 M e

H

H O

O 2

C H

Binding site

Receptor

Preenchimento

induzido

Preenchimento induzido permite

criar interações ligantes mais fortes

Examplo hipotético de um mensageiro e receptor

Planejamento de Agonistas

Ligação iônica (terceiro ponto)

está muito distante

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Neutrotransmissor

hipotético

H O N H 2 M e

H

• Identificar interações ligantes importantes em mensageiros naturais

• Agonistas são planejados a fim de conter grupos funcionais capazes de

promover as mesmas interações

• Geralmente promovem o mesmo número de interações ligantes

Grupos ligantes corretos

H-bonding

group

van der Waals

-bonding

group

Ionic

binding

group

H 2 N N H 2 M e

H

N H M e H O H O

N H 2 M e

H

H

H M e

Possíveis agonistas contendo grupos ligantes similares

Planejamento de Agonistas

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O O

2 C

H

Binding site

Receptor

O O

2 C

H

Binding site

Receptor

H C H 2 M e

H

EStrutura II apresenta 2 dos 3 grupos

ligante necessários – baixa atividade

H N H 2 M e

H

I

HCH2Me

H

II

H N H 2 M e

H

Estrutura I apresenta um grupo ligante

fraco – atividade desprezível

Grupos ligantes corretos

Planejamento de Agonistas

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• Grupos ligantes precisam estar posicionados de uma forma a permitir que eles

interajam com reagiões complementares ao mesmo tempo

• Neste examplo, existem três grupos ligantes, mas apenas dois grupos podem fazer

ligações simultâneas,

• Assim, a atividade desta molécula será baixa

H

N H 2

M e

O H

H

O

O 2

C

H

Binding site

Apenas 2 interações

H

N H 2 M e

H

O H

Sem interação

Grupos ligantes corretos

Planejamento de Agonistas

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• Um dos enantiômeros de um fármaco quiral geralmente liga-se mais

efetivamente do que o outro

• Enantiômeros geralmente apresentam diferentes propriedades biológicas

O O

2 C

H

Binding site

3 interações

O

N H 2 M e

H

H

O O

2 C

H

Binding site

2 interações

O H

N H 2 M e

H

O N H 2 M e

H

H

O M e H 2 N

H

H

Espelho

Enantiômeros de

uma molécula

quiral

Grupos ligantes corretos

Planejamento de Agonistas

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O

N H

2

H

H

Me

C H 3

• Agonistas precisam apresentar o tamanho e formatos corretos para preencher o

sítio ligante

• Grupos que impedem o acesso ao sítio ligante são chamados de bloqueadores

estéricos

Sem encaixe

O

O 2

C

H

Binding site

Tamanho e formato

C H 3

Bloqueador estérico

Me

Bloqueador

estérico

Planejamento de Agonistas

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Antagonistas

Antagonistas possuiem grande afinidade pelo sítio ligante, promovendo a

formação de um complexo ligante+sítio ligante muito estável. Porém, a ligação

não leva a modificação na proteína a fim de disparar o efeito biológico.

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Antagonistas

Antagonismo

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Antagonistas Reversíveis

• Antagonistas ligam-se reversivelmente ao sítio ligante

• Ligações intermoleculares estão envolvidas na ligação ao sítio ligante

• Antagonista liga-se ao sítio ligante resultando um preenchimento induzido

diferente do que seria esperado para a ligação ao mensageiro. Como

consequência, o receptor assume um formato desativado • O antagonista não sofre qualquer reação

• Nível de antagonismo depende da força que o antagonista se liga e de sua

concentração

• Molécula mensageira é impedida de chegar ao sítio ligante

• Aumento da concentração do mensageiro reverte o antagonismo

An

E R

M

An

R

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Planejamento de Antagonistas

• Antagonistas ligam-se ao sítio ligante, mas falham ao produzir o preenchimento

induzido correto. Como resultado, o receptor não é ativado

• Mensageiro normal é impedido de ligar-se

O N

H

H

M e

H

H

O

O 2

C

H

Sítio ligante

Preenchimento perfeito

(Não altera o formato)

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Antagonistas podem formar interações ligantes com regiões de ligação no sítio

ligante que não são utilizados pelo mensageiro natural

OH

O 2

C

Receptor binding site

Extra binding regions

Planejamento de Antagonistas

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O

O

Asp

-

HO

Antagonistas podem formar interações ligantes com regiões ligantes extras

próximas ao sítio ligante utilizado pelo mensageiro natural.

Extra hydrophobic

binding region

Hydrophobic

binding region

Ionic binding

region

H-bond

binding region

Hypothetical

neurotransmitter

NH2Me

HO

H

Planejamento de Antagonistas

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Hydrophobic

region

O

O

Asp

-

HO

Preenchimento induzido resultante da ligação do mensageiro normal.

NH2Me

HO

H

Hydrophobic

region

O

O

Asp

HO

-

NH2Me

HO

HPreenchimento

induzido

Planejamento de Antagonistas

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Hydrophobic

region

O

O

Asp

HO

Hydrophobic

region

HO

Initial binding

-

Preenchimento induzido resultante de uma interação extra com o sítio ligante

NHMe

HO

H

Hydrophobic

region

O

O

Asp

HO

Different induced fit

- NHMe

HO

H

Planejamento de Antagonistas

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Agonistas e antagonistas - Ação em Receptores

Afinidade x atividade intrínseca

Veremos ainda outras classes de agonistas e antagonistas

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Acão do receptor de estrogênio

Oestradiol

H12

Oestrogen

receptor

Sitio ligante AF-2

regions

Dimerisation &

exposure of

AF-2 regions

Coativador

Nuclear

transcription

factor

Coativador

DNA

Transcription

Planejamento de um antagonista para o receptor

de estrogênio

Estradiol liga-se ao sítio ligante fazendo que a porção conhecida como H12 do

receptor dobre-se agindo como uma tampa que ajuda a “prender” ainda mais o

estradiol ao sítio ligante. Este processo é ainda acompanhado de dimerização e

exposição da região AF-2 da proteína dimerizada.

O co-ativador é então ligado à região AF-2 para dar início a etapa de transcrição.

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O

MeOH

H

H H

H

H

H2O

His 524

Glu353

Arg394

Hydrophic skeleton

Oestradiol

• Fenol e álcool do estradiol são importantes grupos ligantes

• Sítio ligante é espaçoso e hidrofóbico

• Fenol do estradiol está posicionado em uma fenda estreina no sítio ligante e

orienta o resto da molécula

• Age como agonista

Interações ligantes para o estradiol

Planejamento de um antagonista para o receptor

de estrogênio

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Interações ligantes para o raloxifeno

OH

S

O

O

Raloxifene

Asp351

His 524

O

Glu353

Arg394

N

H

H

Side chain

Raloxifeno é um antagonista (agente antineoplásico)

Grupos fenólicos mimetizam o fenol e álcool do estradiol

Interação com Asp-351 é importante para atividade antagonista

Cadeia lateral evita que a hélice H12 do receptor dobre-se e funcione como uma

tampa que possa prender o estradiol. Além disso, a região ligante AF-2 não é revelada

Co-ativador não consegue ligar-se impossibilitando o proceso de transcrição

Planejamento de um antagonista para o receptor

de estrogênio

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Agente antineoplásico

CH2CH3

O

Me2N

Tamoxifeno – antagonista do receptor de estrogênio

Planejamento de um antagonista para o receptor

de estrogênio

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Exercício: Tamoxifeno age como antagonista do receptor de estrogênio. Sugira

como tamoxifeno liga-se ao receptor.

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Exercício: O metabólito do tamoxifeno abaixo é um agonista do receptor de

estrogênio. Sugira uma explicação para este fato.

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Antagonistas Irreversíveis

• Antagonistas ligam-se irreversivelmente ao sítio ligante

• Preenchimento induzido que resulte em diferentes geometrias da proteína

fazem com que o receptor fique inativado

• Ligação covalente é formada entre o fármaco e o receptor.

• Mensageiro é impedido de entrar no sítio ligante • Aumento na concentração de mensageiro não reverte antagonismo

• Frequentemente utilizado para marcar receptores

X

OH OH

X

O

Covalent Bond

Irreversible antagonism

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1

N u

N u

Receptor

Propylbenzilylcholine mustard

C l

C l

Agonist binding site

Antagonist binding site

C l

C l

HOO

O

NCl

Cl

N u

N u

Receptor

2 Irreversible binding

Antagonistas Irreversíveis

A identificação de receptores específicos presentes nos tecidos pode ser feita

colocando-se um forte eletrófilo dentro de um forte antagonista de um

determinado receptor. Essa estratégia foi utilizado para identificação do receptor

colinérgico muscarínico utilizando-se a mostarda de propenilbenzilconina.

Exemplo

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Agentes que intensificam a atividade do receptor através da ligação a um sítio

ligante alostérico ao invés de se ligarem ao sítio onde a molécula mensageira liga-

se

Exemple 2:

MeHN

CF3

Cinacalcet

• Modulador alostérico da proteína-G conhecida como receptor sensível a cálcio

• Prescrito a pacientes com doenças renais crônicas que estão geralmente sob

diálise. Utilizado também para tratar problemas relactionados a tireóide

Moduladores Alostéricos

Exemplo 1:

Benzodiazepínicos ligam-se ao sítio alostérico do receptores de GABAA

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34

Moduladores Alostéricos

Benzodiazepínicos: grupo de fármacos ansiolíticos utilizados como sedativos,

hipnóticos, relaxantes musculares, para amnésia anterógrada e atividade

anticonvulsionante.

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triazolam diazepam clonazepam

Moduladores Alostéricos

Exemplos de fármacos benzodiazepínicos:

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Antagonistas Alostéricos

• Antagonistas ligam-se reversivelmente ao sítio ligante alostérico

• Ligação intermolecular entre o antagonista e o sítio ligante é formado

• Preenchimento induzido altera o formado do receptor

• Sítio ligante é distorcido e não mais reconhecido pelo mensageiro

• Aumento da concentração do mensageiro não reverte a ação antagonista

ACTIVE SITE (open)

ENZYME Receptor

Allosteric

binding site

Binding site

(open) ENZYME Receptor

Induced

fit

Binding site

unrecognisable

Antagonist

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Antagonistas por efeito guarda chuva

• Antagonista liga-se reversivelmente a uma sítio ligante vizinho ao sítio ligante do

mensageiro natural

• Ligações intermoleculares são formadas entre o antagonista e o seu sítio ligante

• Antagonista sobre o sítio ligante do mensageiro natural

• Mensageiro é impedido de entrar no sítio ligante

Antagonista

Sítio ligante do

antagonista

Sítio ligante do

mensageiro

mensageiro

Receptor Receptor

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Agonistas Parciais

Agentes que agem como agonistas, mas produzem um efeito fraco

Partial

agonist Slight shift

Partial opening

of an ion channel

Receptor

O O 2 C

H

1

N H M e O

H

H H

Receptor

O

O 2 C

2

N H M e

O

H

H

Explicações possíveis

• Agente liga-se, mas não produz o preenchimento ideal para maximizar o efeito

esperado

• Agente liga-se ao sítio ligante de duas diferentes formas, uma onde o agente

age como agonista e outra como antagonista • Agente liga-se como agonista a um subtipo de receptor e antagonista a outro

subtipo

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Agonistas Inversos

Propriedades compartilhadas com antagonistas

• Ligam-se aos sítios ligantes do receptor com diferentes preenchimentos

induzidos comparados ao do mensageiro normal

• Receptor não é ativado

• Mensageiro normal é impedido de entrar e ligar-se ao sítio ligante

Propriedades não compartilhadas com antagonistas

• Bloqueiam qualquer atividade inerente relativa ao receptor (ex. Receptor

de GABA)

• Atividade inerente = nível de atividade presente na ausência do

mensageiro químico • Receptores estão em equilíbrio entre as formas ativas e inativas

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Resumo dos tipos de agonistas e antagonistas

Mesmo sem ser ativivado pelo agonista, o

receptor possui uma atividade mínima.

Agonista liga-se ao receptor deslocando o

equilíbrio para o lado da conformação

ativada da proteína.

Antagonista pode possuir alguma

semelhança com o agonista, mas

geralmente promove mais ligações ao sítio

ligante.

Agonista inverso liga-se a outro local na

proteína modificando o sítio ligante e

desativando completamente o receptor.

Agonista parcial liga-se a mais de um local

da proteína, desativando-a (ligando-se fora

do sítio ligante) e ativando-a (ligando-se no

sítio ligante).

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Resumo dos tipos de agonistas e antagonistas

O gráfico mostra as respostas decorrentes de cada tipo de interação entre

ligantes e receptores.

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Exercício: analise o gráfico abaixo e aponte quais curvas representam o perfil

de um agonista total, de um agonista parcial, de um antagonista e de um

agonista inverso, justificando sua resposta.

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Dessensibilização e Sensibilização

• Receptores tornam-se dessensibilizados devido a longa exposição à agonistas

• Acredita-se que a ligação prologanda do agonista ao receptor leve a fosforilação

do receptor

• Como consequência, receptores fosforilados alteram o formato da proteína

desativando-a. Receptores fosforilados alteram o formato do receptor desativando-o

• Quando o agonista parte, ocorre a desfosforilação

Receptor

O O2C

1

H Canal iônio

(fechado)

Agonista NH3

Receptor

O

H

Agonist NH3

O2C

Receptor

O

H

Agonist P

O2C

NH3

Dessensibilização

Preenchimento induzido altera o

formato da proteína e abre o canal iônico

Fosforilação altera o formato da

proteína fechando o canal iônico levando a dessensibilização

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Receptor

O

H

Agonist NH3

O2C

• Receptores dessensibilizam após longa exposição à agonistas

• Ligação prolongada ao agonista leva a fosforilação do receptor

• Fosforilação do receptor leva a modificações no formato do receptor

inativando-o

• Defosforilação ocorre quando o agonista deixa o sítio ligante

Preenchimento induzido altera

o formato da proteína e abre o

canal iônico

Dessensibilização

Dessensibilização e Sensibilização

Receptor

O

H

Agonist P

O2C

NH3

Fosforilação altera o formato da

proteína fechando o canal iônico

levando a dessensibilização

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• Receptores tornam-se sensibilizados após longa exposição de antagonistas

• Células sintetizam receptores extras para compensar os receptores bloqueados

• Células tornam-se mais sensíveis ao mensageiro natural

• Pode resultar no aumento de tolerância ou dependência química

• Aumento das doses do antagonista é necessário para atingir-se o mesmo efeito (tolerância)

• Células são super sensibilizadas frente ao neurotransmissor natural

• Retirada do antagonista leva a efeitos adversos comuns em dependentes

químicos

• Leva a dependência

Sensibilização

Dessensibilização e Sensibilização

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Antagonist

Neurotransmitter

Normal response

Receptor

synthesis

No response

Response

Stop

antagonist Excess response No response

Increase

antagonist Tolerance

Receptor

synthesis

Sensitization

Dependence

No response

No response

Sensibilização

Dessensibilização e Sensibilização

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Receptores Colinérgicos: receptores do tipo TM e classificados de acordo com

sua farmacologia, ou de acordo com suas afinidades relativas ou sensibilidades

frente a diferentes moléculas. Embora todos sejam ativados pela acetil colina,

são divididos em nicotínicos e muscarínicos.

Nicotínicos nAChR, ionotrópicos – receptores que abrem diratamente o canal

iônico. Resposta muito rápida. Localização muscular NM ou neuronal NN.

Muscarínicos mAChR, metabotrópicos – efeito indireto (proteína G ativa canais

iônicos). Todos os receptores M1-M5 estão presentes no cérebro.

Ação em Receptores Colinérgicos

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Ação em Receptores Colinérgicos

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Receptores Nicotínicos

Tipo Muscular (NM)

» Localização: junção neuromuscular esquelética

» Função: transmissão neuromuscular

Tipo Neuronal (NN)

» Localização: gânglios autônomos, terminações nervosas

sensoriais e SNC

» Função: transmissão ganglionar

Ação em Receptores Colinérgicos

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Ação em Receptores Colinérgicos

Receptores Nicotínicos

Acetilconina liga-se a duas subunidades alfa do receptor.

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M1 M2 M3

Localização SNC: córtex,

hipocampo

Glândulas:

salivares, gástricas

Coração: átrios

Músc. Liso: TGI

SNC: ampla

distribuição

Glândulas:

salivares, gástricas

Músc. Liso: TGI,

olho

Vasos sanguíneos:

endotélio

Resposta celular IP3. DAG

Despolarização

Excitação

condutância K+

inibição cAMP

condutância Ca2+

Condutância K+

Estimulação IP3

[Ca2+]

Resposta funcional Excitação SNC

Secreção gástrica

(memória e

aprendizado – ratos)

Inibição cardíaca

Inibição neural

Efeitos centrais:

tremor, hipotermia

(funções cognitivas)

Secreção gástrica,

salivar

Contração do

músculo liso no TGI

Acomodação ocular

Vasodilatação

Subtipos de receptores colinérgicos muscarínicos

Ação em Receptores Colinérgicos

Obs.: M4 e M5 presentes no CNS. Ainda necessitam de maiores estudos.

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Ação em Receptores

Receptor muscarínico

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Funcionamento do Receptor Colinérgico

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acetilcolina metacolina

carbacol betanecol pilocarpina

Agonistas colinérgicos (exemplos)

Ação em Receptores Colinérgicos

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Atropina

[(±)-hioscianina]

Antagonista competitivo

Intravenoso ou intramuscular

Bradicardia (< 60 batidas/min)

Escopolamina

Antagonista mACh M1

Ipratrópio – Atrovent

Inalação – Asma

Antagonista mACh

Amônia quaternária – não

atravessa BHE

Antagonistas colinérgicos (exemplos)

Ação em Receptores Colinérgicos

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Orfenadrina - Norflex

Antagonista mACh

Tolterodina – Detrol Pfizer

Antagonista mACh M2 e M3

Incontinência urinária

Antagonistas colinérgicos (exemplos)

Ação em Receptores Colinérgicos

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Me: ativ.,

ativ. N > ativ. M

troca Me por Et: atividade

troca 3Me por 3Et: antagonismo

ativ. N3º > N2º > N1º

tamanho:

não mais que 5 átomos

Me: ativ. N

ativ. S > ativ. R

carga positiva:

importante

troca éster por

carbamato:

estabilidade

Agonistas e antagonistas colinérgicos (exemplo)

Relação Estrutura e Atividade

Ação em Receptores Colinérgicos

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Exercício: estrutura I é um agonista do receptor colinérgico mimetizando a ação

do ligante natural (mensageiro) acetil colina. Estrutura II não apresenta atividade,

bem como não liga-se ao receptor. Sugira uma explicação para este fato.

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• Receptores H1

– Receptor acoplado à proteína G ativação da fosfolipase C

– Musculatura lisa dos brônquios, intestino e útero –

constrição

• Receptores H2

– Receptor acoplado à proteína G ativação da adenilato

ciclase

– Estômago – aumento da produção e secreção de ácido

pelas células parietais

• Receptores H3

– Sistema nervoso central

Ação em Receptores Histamínicos

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clorfeniramina

(H1) Loratadina – Schering Plough

Agonista inverso H1: alergias (rinite)

Cimetidina – Tagamet GSK

Antagonista H2: Tratamento de úlceras

Exemplos de fármacos anti-histamínicos

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Ação de fármacos anti-histamínicos H1

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Aspectos Quantitativos

Potência: refere-se a quantidade de fármaco necessária para atingir-se um

determinado efeito biológico. Menor quantidade do fármaco requerido, maior a

potência. É Possível uma droga ser potente, porém ter uma baixa eficácia.

Afinidade: refere-se a quão forte o fármaco liga-se ao receptor.

Eficácia: medida do máximo efeito biológico que o fármaco pode produzir como

resultado da ligação ao receptor. Alta afinidade não necessariamente quer dizer

alta eficácia. Antogonista pode ter alta afinidade e baixa eficácia.

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Aspectos Quantitativos

Potência e eficácia

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Aspectos Quantitativos

Antagonismo competitivo: Aumento [agonista] reverte o antagonismo

Antagonismo não-competitivo (lembrando): liga-se ou ao sítio alostérico ou ao

sítio ligante. Reduzem o efeito do resposta máxima. Aumento [agonista] não altera

o resultado.

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Agonista parcial (lembrando): liga-se a mais de um local da proteína:

desativando-a (ligando-se fora do sítio ligante), mas também ativando-a

(ligando-se no sítio ligante).

Aspectos Quantitativos

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Aspectos Quantitativos

Agonista inverso (lembrando): liga-se a outro local na proteína modificando o

sítio ligante e desativando completamente o receptor.

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Índice terapêutico (IT): indica a segurança de uma droga. É medido pela razão

entre o efeito adverso em altas doses e a dose mínima para gerar o efeito

desejado.

Aspectos Quantitativos

IT é dado pela comparação entre a dose da droga que resulta em efeitos tóxicos

em 50% (LD50%) dos casos estudados e o máximo efeito terapêutico para 50%

(ED50%) dos casos estudados. IT elevado elevado significa que existe uma grande

margem de segurança.

IT = LD50%/ED50%

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Exercício 1: por que é dito que certos fármacos possuem uma janela terapêutica

pequena. A janela terapêutica está relacionada a toxicidade do fármaco? Embase

sua resposta utilizando gráficos.

Exercício 2: considerando-se os gráficos abaixo, você esperaria que o fármaco

X, Y e Z apresentem eficácias distintas? Em termos de potência, você esperaria

diferenças significativas de dose entre X e Z?