isabel medeiros dos santos rocha
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO
COLÊMBOLOS (ARTHROPODA: HEXAPODA: COLLEMBOLA)
NUMA ÁREA DE CAATINGA DO NORDESTE BRASILEIRO
________________________________________________
Dissertação de Mestrado
Natal/RN, agosto de 2013
ISABEL MEDEIROS DOS SANTOS ROCHA
ISABEL MEDEIROS DOS SANTOS ROCHA
COLÊMBOLOS (ARTHROPODA: HEXAPODA: COLLEMBOLA)
NUMA ÁREA DE CAATINGA DO NORDESTE BRASILEIRO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Sistemática e Evolução da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como requisito parcial para obtenção do título
de Mestre em Sistemática e Evolução.
Orientador: Alexandre Vasconcellos
Co-orientador: Bruno Cavalcante Bellini
Natal/RN
2013
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Centro
de Biociências
Rocha, Isabel Medeiros dos Santos.
Colêmbolos (Arthropoda: Hexapoda: Collembola) numa área de
Caatinga do Nordeste brasileiro / Isabel Medeiros dos Santos Rocha. –
Natal, RN, 2013.
56 f.: il.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Vasconcellos.
Coorientador: Prof. Dr. Bruno Cavalcante Bellini.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em
Sistemática e Evolução.
1. Diversidade. – Dissertação. 2. Fauna de solo. – Dissertação. 3.
Semiárido – Dissertação. I. Vasconcellos, Alexandre. II. Bellini,
Bruno Cavalcante. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
IV. Título.
RN/UF/BSE-CB CDU
591.9
ISABEL MEDEIROS DOS SANTOS ROCHA
COLÊMBOLOS (ARTHROPODA: HEXAPODA: COLLEMBOLA) NUMA ÁREA DE
CAATINGA DO NORDESTE BRASILEIRO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Sistemática e Evolução da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como requisito parcial para obtenção do título
de Mestre em Sistemática e Evolução.
Aprovada em: 30 de agosto de 2013.
Comissão Examinadora:
__________________________________________________________________
Dr. Eduardo Assis Abrantes - USP
__________________________________________________________________
Dr. Mauro Pichorim - UFRN
__________________________________________________________________
Dr. Bruno Cavalcante Bellini – UFRN (co-orientador)
AGRADECIMENTOS
A Deus, em primeiro lugar, por ter criado todas as coisas e, entre elas, o objeto do meu
estudo; por amar-me incondicionalmente e pacientemente; por capacitar-me, sustentar-me,
consolar-me, escutar-me, alegrar-me, enfim, por tudo.
Aos meus pais, pela educação e pelo afeto que sempre me ofereceram, especialmente à
minha mãe por ter aguentado solitária e em silêncio os efeitos colaterais da quimioterapia para
não me “atrapalhar” durante a fase final do mestrado.
À minha família, especialmente madrinha Ignez, pelo “apoio moral”.
Ao meu esposo, Carlos Gustavo, pelo incentivo constante; por participar, também, da
minha vida acadêmica; por seu amor.
À minha filha, Giovana, que nasceu durante o mestrado, por todas as alegrias que me
dá e por ter suportado a ausência da “minha mamãe” ainda tão pequena.
A Evaneide e Iracema, que cuidaram de Giovana nas minhas ausências.
Aos meus amigos, por existirem.
Ao meu orientador, Alexandre Vasconcellos por ensinar-me ecologia.
Ao meu co-orientador, Bruno Cavalcante Bellini, pelo precioso auxílio na
identificação dos espécimes, pela disponibilidade, pela paciência, por tudo que está me
ensinando e pela amizade. Sem ele, os colêmbolos do RN “não existiriam”.
Aos membros das bancas de qualificação e defesa (Prof. Bruno Bellini, Prof. Iuri
Baseia, Prof. Herbet Andrade, Prof. Mauro Pichorim, Dr. Eduardo Abrantes) pelas críticas e
sugestões que contribuíram para o aperfeiçoamento deste trabalho.
Ao Dr. Eduardo Abrantes pelo auxílio na identificação dos isotomídeos.
Ao Dr. José Palacios-Vargas pelo auxílio na identificação dos Symphypleona e
Poduromorpha durante sua breve visita ao Brasil.
À UFRN, ao CB, à Coordenação do Programa de Pós-graduação em Sistemática e
Evolução e ao LECOB, por fornecerem o suporte necessário à realização deste trabalho.
Aos colegas de turma, especialmente Aila e Nerivânia, pelos momentos
compartilhados nesses últimos anos.
Aos colegas do LECOB e do CB (Aila, Nerivânia, Heitor, Reberth, Uirandé, Daniel,
Nicholas, Pedro, Thiago, Rafael, Victor, Milena, George, Laura etc.) pelo auxílio em diversas
fases do trabalho.
Aos colegas e bolsistas do Labinfo, pela amizade e pelos “galhos quebrados”.
Ao Sr. Rogério Câmara, que gentilmente cedeu a área da Fazenda Cauaçu para a
realização das coletas.
Ao Sr. Helder Emanuel e sua esposa Kelly pelo apoio logístico e acolhimento em sua
Fazenda Itabira, utilizada como ponto de apoio para as coletas.
A todos que foram esquecidos nesta lista, mas que participaram de alguma forma da
minha vida e da minha pesquisa.
A todos que tentam fazer a sua parte pela conservação do que ainda resta de bom no
nosso planeta.
Aos colêmbolos (e outros artrópodes de solo) que perderam suas vidas em prol da
Ciência.
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar.
Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”
Madre Teresa de Calcutá
RESUMO
Os ecossistemas edáficos são base para toda produção de recursos biológicos terrestres e sua
dinâmica afeta não apenas os ambientes naturais, mas também a sociedade e suas atividades
econômicas. Na Caatinga, o clima semiárido associado ao uso inadequado do solo têm
potencializado a degradação e a perda do potencial produtivo das terras. Considerando que a
fauna edáfica, incluindo os colêmbolos, é um importante indicador da qualidade do solo, este
trabalho objetivou avaliar a fauna de Collembola numa área de Caatinga do Rio Grande do
Norte, verificando a influência de fatores bióticos e abióticos, tais como características do
solo, da vegetação e do clima, sobre a estrutura da taxocenose. As variáveis ambientais
utilizadas foram: granulometria (representada pela proporção de areia), quantidade de matéria
orgânica e pH do solo; riqueza, densidade e biomassa aérea vegetal; e necromassa. Foram
utilizadas armadilhas de queda (pitfall) para coletar espécimes da fauna epiedáfica de
Collembola em 30 pontos localizados na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN, nos meses de
julho (período chuvoso) e novembro (período seco) de 2011. Foram coletados 5.513
indivíduos de 15 espécies, distribuídas em 13 gêneros e 9 famílias de Collembola. Cinco das
espécies registradas são novas para a ciência, confirmando a expectativa de alto grau de
endemismo para o bioma, e a maior abundância de indivíduos foi registrada na estação
chuvosa, o que sugere sensibilidade dos colêmbolos à baixa umidade. Quatro espécies foram
mais abundantes na estação seca, todas da Ordem Entomobryomorpha, e os resultados das
análises estatísticas sugerem que a riqueza de plantas, a biomassa vegetal aérea, a proporção
de areia no solo, o pH e a umidade devida às chuvas sejam os principais influenciadores da
abundância de Collembola na região estudada.
Palavras-chave: Diversidade. Fauna de solo. Semiárido. Taxocenose.
ABSTRACT
Edaphic ecosystems are the basis for the production of terrestrial biological resources and
their dynamics affect not only the natural environment but also society and their economic
activities. In Caatinga biome, the semi-arid climate associated with an inadequate soil
management has increased the degradation and loss of productive potential of the soil. In this
context, the study of soil fauna, including springtails, becomes an important indicator of soil
quality. This study aimed to evaluate the fauna of Collembola in an area of Caatinga of Rio
Grande do Norte State and the influence of biotic and abiotic factors, such as soil, vegetation
and climate characteristics, on the structure of the taxocenosis. The environmental variables
which were used were the following ones: granulometry (represented by the proportion of
sand), quantity of organic matter and soil pH, richness, density and aerial biomass of the
vegetal structure, and necromass. We used pitfall traps intending to collect specimens of the
epiedaphic fauna of Collembola in 30 points located on Cauaçu Farm, João Câmara, RN, in
July (rainy season) and November (dry season) 2011. We collected 5513 individuals of 15
species distributed in 13 genera and 9 families of Collembola. Five of the recorded species are
new to science, confirming the expected high degree of endemism for Caatinga biome, and
the highest abundance was recorded in the rainy season, which suggests Collembola
sensitivity to low humidity. Four species were more abundant in the dry season, all of them
belonged to the Order Entomobryomorpha. Results of statistical analyzes suggest that plant
species richness, aerial biomass of vegetal structure, proportion of sand in the soil, pH and
humidity are the main influences to the abundance of Collembola in the region studied.
Keywords: Diversity. Soil fauna. Semi-arid climate. Taxocenosis.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Estrutura geral de um colêmbolo .............................................................................. 11
Figura 2 - Apêndices abdominais de Collembola ..................................................................... 12
Figura 3 - Cladograma das relações filogenéticas em Hexapoda segundo Henning (1981). ... 13
Figura 4 - Cladograma das relações filogenéticas em Hexapoda segundo Triplehorn; Johnson
(2005). ...................................................................................................................................... 13
Figura 5 - Cladograma das relações filogenéticas em Hexapoda segundo Gullan; Cranston
(2007). ...................................................................................................................................... 13
Figura 6 - Cladograma das relações filogenéticas em Arthropoda segundo Giribet e
colaboradores (2004). ............................................................................................................... 14
Figura 7 - Hábito de Collembola .............................................................................................. 15
Figura 8 - Distribuição da Caatinga, com destaque para as ecorregiões, unidades de
conservação e terras indígenas. ................................................................................................ 17
Figura 9 - Mapa do Rio Grande do Norte, com o município de João Câmara em destaque. ... 22
Figura 10 - Vista da vegetação na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN, nos períodos seco (a) e
chuvoso (b). .............................................................................................................................. 23
Figura 11 - Distribuição espacial das parcelas de coleta na Fazenda Cauaçu, João Câmara,
RN. ............................................................................................................................................ 24
Figura 12 - Armadilha utilizada nas coletas de colêmbolos ..................................................... 25
Figura 13 - Coletor suspenso instalado na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN. ..................... 26
Figura 14 - Riqueza de colêmbolos observada por parcela e por período no ano de 2011, em
João Câmara, RN. ..................................................................................................................... 30
Figura 15 - Abundância de colêmbolos observada por parcela e por período no ano de 2011,
em João Câmara, RN. ............................................................................................................... 30
Figura 16 - Relação entre a densidade de plantas e a abundância da espécie Calvatomina sp.
numa área de Caatinga (João Câmara, RN) no ano de 2011. ................................................... 32
Figura 17 - Relação entre a riqueza de plantas e a abundância de Temeritas sp. numa área de
Caatinga (João Câmara, RN) no ano de 2011. ......................................................................... 32
Figura 18 - Relação entre o pH do solo e a abundância de Temeritas sp. numa área de
Caatinga (João Câmara, RN) no ano de 2011. ......................................................................... 33
Figura 19 - Abundância média de colêmbolos entre os pontos amostrados em João Câmara,
RN, nos períodos chuvoso (julho) e seco (novembro) de 2011 (F=52,77; p<0,05). ................ 33
Figura 20 - Riqueza média de colêmbolos entre os pontos amostrados em João Câmara, RN,
nos períodos chuvoso (julho) e seco (novembro) de 2011 (F=19,63; p<0,05). ........................ 34
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Táxons de Collembola registrados em João Câmara, RN, nos meses de julho/2011
(chuva) e novembro/2011 (seca) e suas respectivas abundâncias em cada período ................28
Tabela 2 - Descrição da regressão múltipla entre a abundância de colêmbolos e as variáveis
ambientais registradas em João Câmara, RN, no ano de 2011. Em negrito, os valores do P e
do coeficiente (β) obtidos para as variáveis ambientais que foram significativamente
relacionadas com a abundância de colêmbolos ........................................................................31
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11
2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 21
2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 21
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 21
3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 22
3.1 ÁREA DE ESTUDO ....................................................................................................... 22
3.2 COLETAS ....................................................................................................................... 24
3.3 IDENTIFICAÇÃO .......................................................................................................... 25
3.4 VARIÁVEIS INDEPENDENTES .................................................................................. 26
3.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ......................................................................................... 27
4 RESULTADOS .............................................................................................................. 28
5 DISCUSSÃO .................................................................................................................. 35
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 40
ANEXOS ................................................................................................................................. 49
ANEXO A - Coordenadas dos pontos de coleta na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN. ....... 50
ANEXO B - Riqueza de espécies e densidade de plantas, biomassa vegetal aérea e
necromassa, por ponto de coleta, na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN. .............................. 51
ANEXO C - Resultado da análise feita pela EMPARN da camada A (0-10 cm) do solo
coletado na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN. ..................................................................... 52
ANEXO D - Precipitação pluviométrica e temperatura média do ar em João Câmara, RN, no
ano de 2011 (Fonte: EMPARN). .............................................................................................. 53
ANEXO E - Distribuição dorsal das macroquetas corporais (lado direito) de Seira sp. n. 1. .. 54
ANEXO F - Distribuição dorsal das macroquetas corporais (lado direito) de Seira sp. n. 2. .. 55
ANEXO G - Distribuição dorsal das macroquetas corporais (lado direito) de Seira sp. n. 3. . 56
11
1 INTRODUÇÃO
A Classe Collembola Lubbock, 1870 (Arthropoda: Hexapoda) é a de maior
diversidade entre os hexápodes entognatos (LUAN et al., 2005) e está entre os mais
abundantes e amplamente distribuídos grupos de artrópodes terrestres (HOPKIN, 1997).
Os colêmbolos são animais bastante comuns e abundantes na natureza, porém pouco
conhecidos pela população em geral, provavelmente por causa do seu tamanho reduzido (0,12
a 17 mm) (BELLINGER; CHRISTIANSEN; JANSSENS, 1996-2013). Eles não possuem
asas e o padrão de tagmose de seu corpo é semelhante ao dos insetos, com cabeça, tórax de
três segmentos e abdome de seis segmentos (EISENBEIS; WICHARD, 1987; ZEPPELINI
FILHO; BELLINI, 2004).
O táxon é considerado monofilético, sustentado por várias sinapomorfias: máximo de
oito omatídeos na mancha ocular; antena com primariamente quatro artículos; abdome com
seis segmentos, colóforo, retináculo e fúrcula (Figura 1) (ZEPPELINI FILHO; BELLINI,
2004).
Figura 1- Estrutura geral de um colêmbolo; a – colóforo; b – retináculo; c – fúrcula.
Fonte: Modificado de Bellinger; Christiansen; Janssens (1996-2013).
Os segmentos um, três e quatro do abdome possuem apêndices pares em sua face
ventral, exclusivos de Collembola, provavelmente derivados de pernas primitivas
(ZEPPELINI FILHO; BELLINI, 2004). No primeiro segmento abdominal, existe o colóforo
(Figura 2a), um tubo ventral com um par de vesículas eversíveis cuja principal função
relaciona-se à absorção de fluidos e eletrólitos e pode ter sua eficiência reduzida pela
temperatura, salinidade e pH da água, sendo especialmente importante quando a água está
presente apenas em forma de umidade no ambiente (EISENBEIS; WICHARD, 1987;
JAEGER; EISENBEIS, 1984 apud RUSEK, 1998). Os membros da Ordem Symphypleona,
particularmente, desenvolveram longas vesículas tubulares (EISENBEIS; WICHARD, 1987).
12
No terceiro segmento, está o retináculo (Figura 2b), formado por uma base (corpus) e um par
de peças distais (rami) que se acoplam aos dentes da fúrcula para mantê-la justaposta ao
abdome durante o repouso (EISENBEIS; WICHARD, 1987). No quarto segmento, encontra-
se a fúrcula (Figura 2c), um órgão saltador em forma de furca composta por uma base única
(manúbrio) e dois ramos distais (dentes) que terminam, cada um, em uma espécie de garra
(mucro). A fúrcula e o retináculo podem ser rudimentares ou estar ausentes em alguns grupos
(ZEPPELINI FILHO; BELLINI, 2004) e são considerados adaptações das diferentes espécies
de colêmbolos ao ambiente do solo (VANDERWALLE et al., 2010): uma fúrcula bem
desenvolvida indica uma forma de vida epiedáfica, enquanto as formas euedáficas apresentam
fúrcula rudimentar ou ausente (BADEJO; VAN STRAALEN, 1993; EISENBEIS;
WICHARD, 1987).
Figura 2 - Apêndices abdominais de Collembola; a – Dicyrtomina cf. ornata (Nicolet, 1842) com vesículas do
tubo ventral evertidas; b – Isotomurus sp., detalhe do retináculo, vista ventral; c – D. saundersi (Lubbock, 1862),
aspecto ventral com fúrcula estendida.
Fonte: a, c– Bellinger; Christiansen; Janssens (1996-2013); b – Magrisso (2012).
A posição filogenética de Collembola é alvo de discussões. Segundo Henning (1981),
Hexapoda estaria dividido em dois grupos irmãos: Entognatha e Ectognatha (Figura 3). O
primeiro (Collembola + Protura + Diplura) seria formado por animais cujas peças bucais são
encerradas por pregas tegumentárias da cápsula cefálica, que se prolongam unindo-se ao
lábio. O segundo (Insecta) corresponderia aos demais Hexapoda: animais com uma grande
abertura na cabeça que expõe as peças bucais.
Por outro lado, na filogenia proposta por Kukalová-Peck (1987) e Triplehorn; Johnson
(2005), Collembola estaria agrupado com Protura em um táxon chamado Ellipura, enquanto
Diplura deveria constituir grupo irmão de Insecta (Figura 4).
Já para Gullan; Cranston (2007), Collembola estaria, sozinho, como grupo irmão de
Insecta + Diplura, enquanto Protura seria colocado à parte (Figura 5).
13
Figura 3 - Cladograma das relações filogenéticas em Hexapoda segundo Henning (1981).
Fonte: Henning (1981).
Figura 4 - Cladograma das relações filogenéticas em Hexapoda segundo Triplehorn; Johnson (2005).
Fonte: Triplehorn; Johnson (2005).
Figura 5 - Cladograma das relações filogenéticas em Hexapoda segundo Gullan; Cranston (2007).
Fonte: Gullan; Cranston (2007).
Num estudo sobre o grupo Ellipura, utilizando caracteres morfológicos e dados
moleculares, Giribet e colaboradores (2004) mostraram que Protura e Diplura deveriam ser
irmãos, enquanto Collembola estaria posicionado à parte, em posição incerta entre Crustacea
e Ectognatha (Figura 6). Alguns dados que suportam uma relação próxima entre Collembola e
Crustacea são: o fato do reduzido olho composto de Collembola ter se mostrado similar ao
olho dos crustáceos (PAULUS, 1971 apud HOPKIN, 1997) e o fato de jovens embriões de
Anurida maritima (Guérin-Méneville, 1836) apresentarem um par de pequenos apêndices
transitórios no segmento intercalar (local onde o órgão pós-antenal será formado
posteriormente) que são provavelmente homólogos ao segundo par de antenas de Crustacea
(TAMARELLE, 1984).
14
Figura 6 - Cladograma das relações filogenéticas em Arthropoda segundo Giribet e colaboradores (2004).
Fonte: Giribet e colaboradores (2004).
Estudos com sequências completas de genomas mitocondriais sugeriram que
Collembola teria derivado de Pancrustacea antes da invasão da terra firme pelos Hexapoda e
todas as características que supostamente unem os dois grupos seriam resultado de
convergência à vida nesse ambiente (NARDI et al., 2003). Posteriormente, novas pesquisas
baseadas em dados moleculares sustentaram o monofiletismo de Hexapoda, com Collembola
dentro do grupo (REGIER et al., 2010).
Dentro de Collembola, as relações são menos confusas e quatro Ordens sensu
Massoud, 1971 são reconhecidas: Entomobryomorpha e Poduromorpha, representadas por
espécies de formas mais alongadas e claramente segmentadas (Figuras 7a e 7b,
respectivamente), e Symphypleona e Neelipleona, com espécies de corpo globoso e com
muitos segmentos fundidos entre si (Figuras 7c e 7d, respectivamente). Entomobryomorpha
foi apontada como polifilética em alguns estudos de filogenia molecular que apresentaram a
Superfamília Tomoceroidea fora do ramo em que se encaixaram os outros membros da Ordem
(D’HAESE, 2002; XIONG et al., 2008).
Existem cerca de 8.300 espécies de Collembola descritas no mundo, sendo a maior
parte oriunda de regiões de clima temperado (BELLINGER; CHRISTIANSEN; JANSSENS,
1996-2013). Entretanto, estima-se que a maior diversidade do grupo esteja concentrada na
Região Neotropical (MARI-MUTT; BELLINGER, 1990).
15
A Ordem com maior número de espécies descritas até o momento é
Entomobryomorpha, com mais de 3.800 espécies, seguida por Poduromorpha, com
aproximadamente 3.200. Em Symphypleona, há pouco mais de 1.200 espécies registradas e
Neelipleona possui apenas 35 (BELLINGER; CHRISTIANSEN; JANSSENS, 1996-2013).
Figura 7 - Hábito de Collembola; a – Entomobryomorpha Seira mendoncea Bellini & Zeppelini, 2008; b –
Poduromorpha Anurida granaria (Nicolet, 1847); c – Symphypleona Allacma fusca Lineu, 1758; d –
Neelipleona Neelus murinus Folsom, 1896.
Fonte: a – Bellini; Zeppelini (2008); b, c, d – Bellinger; Christiansen; Janssens (1996-2013).
No Brasil, a fauna de Collembola é pouco conhecida, tendo sido registradas apenas
287 espécies, em 94 gêneros de 19 famílias (ABRANTES et al., 2010; ABRANTES et al.,
2012; CULIK; ZEPPELINI FILHO, 2003; ZEPPELINI FILHO; BELLINI, 2004). Esse
número é certamente incapaz de demonstrar a real composição faunística existente no Brasil
(CULIK; ZEPPELINI FILHO, 2003) e reflete o baixo número de especialistas atuantes.
Para o Rio Grande do Norte, o número de registros ainda é baixo: apenas 17 espécies
(BELLINI; GODEIRO, 2012; SANTOS-ROCHA; ANDREAZZE; BELLINI, 2011). O
estado do Rio de Janeiro, por exemplo, possui uma área inferior e já conta com uma lista de,
pelo menos, 140 espécies de colêmbolos (ABRANTES et al., 2012).
Os colêmbolos são microartrópodes que, junto com os ácaros, constituem uma parcela
importante da mesofauna (até 98%) em quase todos os ecossistemas terrestres e são
considerados de grande importância nos processos de formação, dinâmica e evolução dos
solos (ATHIAS et al., 1974 apud MENDONÇA et al., 2009; EATON et al., 2004;
PALÁCIOS-VARGAS, 1985 apud MENDONÇA et al., 2009; RUSEK, 1998). São mais
frequentemente encontrados em ambientes ricos em matéria orgânica (oriunda da cobertura
vegetal nativa ou de plantações), entre musgos, associados a fungos, na superfície de folhas
16
caídas ou na bainha de folhas vivas. Algumas espécies vivem na superfície de lagos ou ao
longo de praias, sobre a neve, em cavernas ou em formigueiros e cupinzeiros. São raros, mas
não ausentes, em regiões secas e muitos são transportados pelo vento (BUZZI, 2002;
TRIPLEHORN; JOHNSON, 2005).
Eles atuam na ciclagem de nutrientes e decomposição de matéria orgânica de origem
vegetal (CHAMBERLAIN et al., 2006; GANGE, 2000; SEASTED, 1984 apud LARSEN et
al., 2008). Segundo Sautter; Santos (1991), os colêmbolos influenciam a fertilidade do solo
através da estimulação da atividade microbiana, distribuição de esporos de espécies fúngicas e
inibição de fungos e bactérias causadores de doenças em plantas.
Muitos colêmbolos se alimentam de microrganismos e fungos associados à matéria
orgânica do solo e folhiço; outros grupos são coprófagos de outros invertebrados de solo e
guano de morcegos (ZEPPELINI FILHO; BELLINI, 2004); podem ser consumidores de
algas, líquens, substância animal ou vegetal em decomposição, ou até praticar canibalismo
(BUZZI, 2002; GANGE, 2000).
Colêmbolos são utilizados em avaliações ambientais devido à sua ampla diversidade,
abundância elevada em diversos tipos de habitats e por sua alta sensibilidade a alterações
ambientais (CASSAGNE et al., 2006; DEHARVENG, 1996; FERNANDES; NESSIMIAN;
MENDONÇA, 2009; ZEPPELINI et al., 2009). A diversidade de colêmbolos e a densidade de
suas populações são influenciadas por aspectos do solo como o pH, aeração, quantidade e
qualidade da matéria orgânica, cobertura vegetal e presença (ou ausência) de compostos
tóxicos em geral (CASSAGNE et al., 2006; FOUNTAIN; HOPKIN, 2004; SALAMON et al.,
2004; ZEPPELINI et al., 2009). A Organização Internacional de Padronização (ISO) (1999
apud BROERSE; VAN GESTEL, 2010), por exemplo, publicou um protocolo para a
utilização de Folsomia candida Willem, 1902 (Collembola: Isotomidae) em testes
ecotoxicológicos.
A avaliação de impacto ambiental e dos efeitos de fragmentação florestal, promovidas
por atividades agrícolas ou outras, pode ser efetuada através da análise dos organismos do
solo considerados como indicadores (SILVEIRA NETO et al., 1995; THOMANZINI;
THOMANZINI, 2000); no entanto, estudos desse tipo com Collembola são relativamente
pouco comuns, especialmente na Região Neotropical (e. g., BARETTA et al., 2008; GOMES
et al., 2007; SAUTTER; SANTOS, 1991; ZEPPELINI et al., 2009; ZEPPELINI et al., 2013).
O presente estudo foi realizado na Caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro,
que compreende uma área de aproximadamente 844.453 Km2 (BRASIL, 2013) e ocupa,
17
principalmente, a Região Nordeste do Brasil, além da porção norte do estado de Minas Gerais
(Figura 8).
Figura 8 - Distribuição da Caatinga, com destaque para as ecorregiões, unidades de conservação e terras
indígenas.
Fonte: Velloso; Sampaio; Pareyn (2002).
O bioma Caatinga pode ser caracterizado pelo clima semiárido, com alto potencial de
evapotranspiração ao longo do ano (1.500-2.000 mm/ano) (REDDY, 1983 apud SAMPAIO,
1995), pela vegetação com formações xerófilas e caducifólias (espinhosa e que perde suas
folhas durante a estação seca) (ALVES, 2007; INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO
18
AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS, 2012), pela longa estação
seca que dura de 7 a 9 meses por ano (NÓBREGA FILHO, 2009) e pela irregularidade
pluviométrica, com precipitação anual média variando entre 250 e 900 mm (ALVES, 2007).
Os solos, em geral, são pouco desenvolvidos, ricos em minerais, pedregosos, pouco espessos
e com fraca capacidade de retenção de água (ALVES; ARAÚJO; NASCIMENTO, 2009).
A área original da Caatinga é povoada por cerca de 27 milhões de pessoas e esse alto
nível de antropização trouxe inúmeros problemas para o bioma (BRASIL, 2013), entre os
quais podem ser citados: comprometimento dos recursos hídricos; erosão, salinização e
compactação dos solos; redução da diversidade biológica e da produção primária (ALVES,
2007).
O processo de degradação da Caatinga iniciou-se ainda no Brasil colonial, a partir da
expansão da pecuária para o interior do país, e devido às várias décadas do uso impróprio e
insustentável dos seus recursos, a Caatinga é considerada o bioma brasileiro menos estudado,
menos conhecido cientificamente e menos conservado (ALVES; ARAÚJO; NASCIMENTO,
2009).
Apesar das condições severas em que se encontra, o bioma Caatinga apresenta grande
variedade de ambientes organizados num mosaico de tipos de vegetação, que varia com o
mosaico de solos e disponibilidade de água, e vai da vegetação xerófila e caducifólia até a
caatinga arbustiva arbórea, mata seca e mata úmida, entre outras. Por isso, o bioma foi
subdividido em oito ecorregiões (Figura 8), que são unidades naturais relativamente grandes
delineadas pelos fatores bióticos e abióticos que regulam a estrutura e função das
comunidades naturais que lá se encontram (VELLOSO; SAMPAIO; PAREYN, 2002).
Durante muito tempo, a Caatinga foi considerada homogênea e pouco diversa, mas
estudos realizados nas últimas décadas já permitem uma mudança de paradigma e a exibem
como um bioma heterogêneo que abriga uma alta diversidade de espécies e endemismos
(LEAL; TABARELLI; SILVA, 2003).
Até o ano de 2011, a área protegida por Unidades de Conservação (UCs) no bioma
atingiu cerca de 7,5% (Figura 8). Ainda assim, o bioma continua como um dos menos
protegidos do país, já que pouco mais de 1% destas unidades são de Proteção Integral. Além
disso, grande parte das UCs do bioma, especialmente as Áreas de Proteção Ambiental –
APAs, têm baixo nível de implementação (BRASIL, 2013).
Para a Caatinga, pouca informação sobre a distribuição, riqueza e abundância de
espécies de Collembola está disponível. Há, inclusive, trabalhos em que o grupo foi excluído
por ser pouco conhecido ou não mencionado em iniciativas de conservação (e. g.,
19
LEWINSOHN; FREITAS; PRADO, 2005). São mais comuns os registros de ocorrência e as
descrições de espécies (e. g., ABRANTES et al., 2010; ABRANTES et al., 2012; BELLINI;
GODEIRO, 2012; BELLINI, ZEPPELINI, 2008; BELLINI; ZEPPELINI, 2011; BENTO et
al., 2011; CULIK; ZEPPELINI FILHO, 2003; GODEIRO, 2013; SANTOS-ROCHA;
ANDREAZZE; BELLINI, 2011; ZEPPELINI FILHO; BELLINI, 2004; ZEPPELINI; LIMA,
2012), mas alguns estudos ecológicos já foram realizados: Nunes; Araújo Filho; Menezes
(2008) listaram os colêmbolos entre os membros da fauna edáfica em seu trabalho para
avaliar a recolonização em áreas de Caatinga desmatadas e queimadas para o plantio de milho
e feijão, mas não discutiram a presença de Collembola nos resultados; Nunes; Araújo Filho;
Menezes (2009) avaliaram o impacto da queima tradicional e do enleiramento de resíduos
orgânicos sobre abundância e diversidade da fauna edáfica, incluindo Collembola; Araujo e
colaboradores (2009a) avaliaram o efeito das estações seca e chuvosa sobre a distribuição e
abundância de organismos da macrofauna e mesofauna em áreas de Caatinga; Araujo e
colaboradores (2009b) quantificaram a densidade e diversidade de grupos da comunidade de
mesofauna do solo em área de Caatinga, no Semiárido da Paraíba, levando em consideração a
influência da precipitação pluvial; Souza e colaboradores (2013) investigaram a influência de
um rio temporário sobre a taxocenose de Collembola em uma área de Caatinga situada na
ecorregião da Depressão Sertaneja Setentrional; Oliveira e colaboradores (2013b)
compararam comunidades de colêmbolos em duas áreas com diferentes regimes de uso do
solo na Caatinga; Oliveira e colaboradores (2013c) investigaram o padrão de diversidade de
espécies de Collembola ao longo de um gradiente altitudinal na Caatinga e tentaram
identificar variáveis ambientais que pudessem influenciar a diversidade do grupo no gradiente
já citado; Oliveira e colaboradores (2013a) avaliaram o efeito da umidade, da disponibilidade
de fungos (alimento) no solo e da densidade de predadores sobre a densidade de colêmbolos;
Souto (2006) e Souto e colaboradores (2008) buscaram conhecer as flutuações das
comunidades da mesofauna do solo em área de Caatinga; Zeppelini e colaboradores (2013)
tentaram identificar padrões de diversidade em escala local em área de Caatinga (e outras) e
compará-los à escala regional.
Apesar do interesse recente pela fauna colembológica da Caatinga, estes trabalhos
isolados são incapazes de criar um panorama que explique a variação espacial da fauna de
Collembola numa escala local, tentando identificar qual fator ou fatores ambientais mais
afetam estes organismos.
Na atualidade, existe uma preocupação crescente com o ambiente e a preservação dos
recursos naturais, visando à manutenção da qualidade de vida por meio do equilíbrio entre as
20
questões ambientais, econômicas e sociais. Nesse contexto, a preservação e recuperação de
solos é de extrema importância, visto que os ecossistemas edáficos são base para toda
produção de recursos biológicos terrestres e sua dinâmica afeta não apenas os ambientes
naturais, mas também a sociedade e suas atividades econômicas.
No caso da Caatinga, não somente o clima seco (às vezes acentuado por mudanças
globais como, por exemplo, o El Niño), mas também a carência de informações, aliada ao uso
inadequado do solo (baseado na pecuária extensiva e em práticas agrícolas tradicionais), têm
potencializado a degradação e a perda do potencial produtivo das terras. Para agravar este
quadro, do ponto de vista da conservação, recursos naturais da Caatinga têm sido
terminantemente perdidos por décadas sem mesmo terem sido catalogados.
Sabendo que a fauna edáfica é um importante indicador da qualidade do solo e que os
colêmbolos são especialmente sensíveis a alterações ambientais, avaliar o efeito de fatores
como a composição do solo e da vegetação sobre a diversidade desses organismos fornece
informações preditivas do que ocorreria sob diferentes níveis de degradação, a partir das quais
podem ser determinadas intervenções a fim de eliminar ou minimizar as perdas para o bioma.
Além disso, o efeito do clima (seca x chuva) sobre a dinâmica populacional de Collembola
simula o possível efeito do aquecimento global numa escala temporal reduzida e seu estudo
auxilia a compreensão da relação entre o clima e a fauna numa região especialmente
vulnerável a desastres ambientais.
Dentro deste contexto, este trabalho propõe a avaliação da dinâmica da fauna de
Collembola numa região de Caatinga do RN.
21
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Estimar a diversidade da fauna de Collembola em uma área de Caatinga do Rio
Grande do Norte, identificando fatores bióticos e abióticos que influenciam a taxocenose de
colêmbolos numa escala local.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Inventariar a fauna de Collembola em uma área de Caatinga no Rio Grande do Norte;
- Analisar as variações de riqueza e abundância da fauna de Collembola numa área de
Caatinga, comparando os períodos seco e chuvoso;
- Verificar a influência do pH, quantidade de matéria orgânica e granulometria do
solo, biomassa vegetal aérea, estoque de necromassa, e riqueza e densidade de plantas sobre a
estrutura da taxocenose de Collembola.
22
3 METODOLOGIA
3.1 ÁREA DE ESTUDO
O município de João Câmara (Figura 9) está situado a 74 Km da capital do Rio Grande
do Norte, na mesorregião Agreste Potiguar (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2005),
ocupa uma área de 714,96 Km2, possui 32.227 habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2013) e, assim como outros 95% do estado, localiza-se no
bioma Caatinga (IBGE, 2012), na ecorregião da Depressão Sertaneja Setentrional
(VELLOSO; SAMPAIO; PAREYN, 2002).
Figura 9 - Mapa do Rio Grande do Norte, com o município de João Câmara em destaque.
Fonte: Modificado de Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte
(2013).
A sede do município está 160 m acima do nível do mar (MME, 2005) e o clima é
classificado como tropical com estação seca (classificação climática de Köppen-Geiger: As)
(KOTTEK et al., 2006). A precipitação pluviométrica anual média é de 648,6 mm, com o
período chuvoso ocorrendo tipicamente de março a junho, a temperatura média anual é de
24,7 °C e a umidade relativa média anual é de 70% (MME, 2005).
No bioma Caatinga, a ocorrência de secas prolongadas é mais comum na ecorregião
em que o município de João Câmara se encontra (VELLOSO; SAMPAIO; PAREYN, 2002).
A cobertura vegetal é típica do bioma, sendo classificada como caatinga hipoxerófila e
caatinga hiperxerófila, e os solos predominantes no município são: areias quartzosas
distróficas, podzólico vermelho amarelo equivalente eutrófico e cambissolo eutrófico (RIO
23
GRANDE DO NORTE, 2008). Geologicamente, o município de João Câmara encontra-se
inserido na Província Borborema, sendo constituído pelos litotipos dos complexos Santa Cruz
e João Câmara da Formação Seridó e das Suítes Calcialcalina de Médio e Alto potássio
Itaporanga e Suíte Peraluminosa e os sedimentos das formações Açu e Jandaíra e do Grupo
Barreiras (MME, 2005). Não há rios permanentes na ecorregião da Depressão Sertaneja
Setentrional (VELLOSO; SAMPAIO; PAREYN, 2002).
As parcelas de coleta estão situadas em uma fazenda particular com 700 ha (Fazenda
Cauaçu) e localizam-se na Formação Seridó (biotita xisto, metarritmito, clorita-sericita xisto)
(MME, 2005). Na fazenda, a Caatinga arbórea-arbustiva tem densidade variável, possui em
forte caráter decidual (Figura 10) e é entremeada por lajedos com vegetação própria (COSTA,
2012).
Figura 10 - Vista da vegetação na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN, nos períodos seco (a) e chuvoso (b).
Fonte: Costa (2012).
A área foi escolhida por apresentar um gradiente de fisionomias (vegetação mais
homogênea e baixa até vegetação mais heterogênea e alta) com potencial de indicar diferentes
níveis de degradação ambiental. Além disso, em entrevistas com moradores do entorno, foram
apontadas subáreas com tempos diferentes de regeneração: a porção da área mais próxima à
sede do município estaria sem uso para agricultura e pecuária há aproximadamente 15 anos e
a mais distante há aproximadamente 100 anos, com uma porção intermediária que não está
sendo alterada há 50 anos. Para a definição das parcelas de coleta, uma área de amostragem
foi delimitada sob um grid de 2.000 m x 500 m, com células de 50 m x 50 m, no qual foram
sorteadas aleatoriamente 30 células (Figura 11). O tamanho de 50 m x 50 m para as células do
b a
24
grid foi definido com base numa estimativa do raio de deslocamento dos colêmbolos, de
modo que cada parcela não tivesse influência sobre as outras (formação de pseudorréplicas).
Em cada célula sorteada foi delimitado um quadrado de 20 m x 20 m com o auxílio de estacas
de madeira dentro do qual as coletas foram realizadas. Foi utilizado um GPS para tomada das
coordenadas dos pontos amostrados (Anexo A).
Figura 11 - Distribuição espacial das parcelas de coleta na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN.
Fonte: Modificado de IDEMA (2013).
3.2 COLETAS
Foram realizadas duas coletas, sendo uma no período chuvoso (julho/2011) e outra no
período seco (novembro/2011), nas quais foram utilizadas armadilhas de queda (ALMEIDA;
RIBEIRO-COSTA; MARINONI, 1998). A armadilha de queda, também conhecida como
pitfall, foi escolhida por ser apropriada à captura de artrópodes que se movem sobre a
superfície do solo, o que inclui a fauna epiedáfica de Collembola (SUTHERLAND, 2000).
Sua estrutura consiste em um recipiente plástico de forma cilíndrica, com 20 cm de altura e 10
cm de diâmetro, que foi enterrado no solo até a altura de sua extremidade superior, e ao qual
25
foram adicionados 300 ml de etanol hidratado a 70%. Os pitfalls (Figura 12) foram dispostos
em cruz, com anteparos de 1 m de comprimento e 20 cm de altura, sendo um recipiente no
centro e um em cada ponta da cruz, totalizando uma réplica com cinco frascos que ficaram
abertos durante 48 h em cada parcela. Portanto, foram produzidas 30 réplicas em cada
período, totalizando 60 réplicas ao final do trabalho.
Figura 12 - Armadilha utilizada nas coletas de colêmbolos; a – esquema de um dos elementos do pitfall em
relação ao outro, ao anteparo e ao solo; b – arranjo dos pitffals em cada parcela de coleta.
Fonte: Autoria própria.
3.3 IDENTIFICAÇÃO
Os espécimes de colêmbolos coletados foram triados e contados sob
estereomicroscópio Leica EZ4 e as morfoespécies foram identificadas, separadas (pela
observação de padrões de coloração e morfometria) e fixadas em frascos do tipo eppendorf
com álcool etílico hidratado a 70%.
Os colêmbolos foram tratados conforme a metodologia descrita por ARLÉ;
MENDONÇA (1982), que consiste na imersão em uma solução despigmentadora, seguida de
imersão em uma solução clarificadora e conservadora (líquido de Arlé). Depois, foram
montados entre lâmina e lamínula com líquido de Hoyer para observação dos detalhes da
morfologia externa em microscópio óptico e identificação das espécies. As preparações
permanentes foram vedadas com esmalte incolor para unhas e etiquetadas de acordo com a
área e a estação de coleta.
A identificação taxonômica foi procedida sob microscópio óptico (Leica DM500 e
Olympus BX41) com o auxílio das chaves de identificação contidas em Bellini; Zeppelini
(2009), Betsch (1980), Christiansen; Bellinger (1980), Bellinger; Christiansen; Janssens
(1996-2013) e Richards (1968).
Todo o material biológico obtido foi depositado na Coleção Entomológica do Centro
de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
26
3.4 VARIÁVEIS INDEPENDENTES
A riqueza de espécies, densidade e biomassa aérea da vegetação (Anexo B) foram
obtidas através de um estudo fitossociológico (em fase de elaboração)1
em que se utilizou o
método de parcelas (MUELLER-DOMBOIS; ELLEMBERG, 1974), amostrando todos os
indivíduos vivos com diâmetro do caule ao nível do solo (DNS) igual ou superior a 3 cm e
altura total igual ou superior a 1 m (RODAL, 1992) numa área de 100 m² contida no quadrado
de 20 m x 20 m onde foram coletados os colêmbolos. Para estimar a biomassa vegetal aérea
de cada parcela foi usada a equação geral para plantas da Caatinga, exceto para a espécie
Cereus jamacaru DC. (mandacaru), cuja equação específica foi utilizada (SAMPAIO;
SILVA, 2005):
Equação geral: 0,0644*DNS2,3948
Equação para C. jamacaru: 0,0268*DNS2,3440
A produção de necromassa (em fase de elaboração)2 (Anexo B) foi estimada a partir
da instalação de coletores suspensos de 1 m², confeccionados em ferro e náilon, com malha de
1 mm (Figura 13). Neles, o material da serrapilheira ficou retido sem permitir o acúmulo de
água, evitando que se iniciasse o processo de decomposição (COSTA et al., 2007).
Figura 13 - Coletor suspenso instalado na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN.
Fonte: Barca (2012).
1 Dissertação de mestrado, de Marcos Alves Targino.
2 Trabalho de iniciação científica, de Milena Cordeiro de Amorim Lopes.
27
Para verificar o pH, a quantidade de matéria orgânica e a granulometria do solo
(Anexo C), foram amostrados três monolitos por parcela contendo a camada superficial do
solo (0-10 cm de profundidade). Um monolito consiste em uma amostra tridimensional e
organizada de um corpo muito maior (o solo), que está sendo exposta com a maioria de suas
propriedades preservadas (JACOMINE et al., 1996 apud MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, 2011).
As amostras dos três monolitos de cada parcela foram homogeneizadas, guardadas em
sacos plásticos impermeáveis e encaminhadas para a realização das análises no Laboratório de
Análises de Solo, Água e Planta da EMPARN – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio
Grande do Norte. A análise granulométrica foi realizada através do método densitométrico
(BOUYOUCOS, 1936), a quantidade de matéria orgânica do solo foi determinada pelo
método colorimétrico calibrado com o método de Walkley;Black (1934) e o pH foi
determinado por análise do solo em meio aquoso pelo método do potenciômetro combinado
com eletrodo (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 1997).
A temperatura média do ar e a precipitação pluviométrica (Anexo D) foram obtidas da
EMPARN.
3.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Para avaliar quais parâmetros do habitat melhor explicam a composição da fauna de
Collembola no fragmento de Caatinga analisado, foi realizada uma regressão linear múltipla
entre cada dado biótico da taxocenose (riqueza de espécies e abundância de indivíduos,
respectivamente) e os parâmetros do habitat (riqueza de espécies, densidade e biomassa aérea
da vegetação; necromassa; pH, quantidade de matéria orgânica e a granulometria do solo).
Depois disso, foi feita uma regressão linear entre os parâmetros do habitat e a
abundância de cada espécie de Collembola registrada.
Foram realizadas análises de variância monofatorial entre riqueza e abundância de
colêmbolos e a variável categórica “período” a fim de verificar se há influência da chuva/seca
sobre os animais.
Nas análises que envolveram as variáveis ambientais, as parcelas que apresentaram
dados deficitários na amostragem ou foram consideradas outliers durante a avaliação
estatística dos dados foram excluídas.
Todas as análises foram executadas nos programas Systat v. 12.02.00 (WILKINSON,
2004) e PAST (HAMMER; HARPER; RYAN, 2001).
28
4 RESULTADOS
No ano de 2011, devido ao fenômeno La Niña, o período chuvoso estendeu-se até
Julho (Anexo D), a precipitação pluviométrica anual foi de 930,3 mm e a temperatura média
anual foi de 27,2 °C (EMPARN, 2011).
Foram coletados 5.513 colêmbolos, sendo 5.098 no período chuvoso e 415 no período
seco, distribuídos em 15 espécies, de 13 gêneros e 9 famílias (Tabela 1).
Tabela 1 - Táxons de Collembola registrados em João Câmara, RN, nos meses de julho/2011 (chuva) e
novembro/2011 (seca) e suas respectivas abundâncias em cada período.
Táxons Abundância
Chuva Seca
Ordem Poduromorpha
Família Brachystomellidae
Brachystomella aff. agrosa Wray, 1953 546 50
Família Neanuridae
Arlesia albipes (Folsom, 1927) 1.903 8
Ordem Entomobryomorpha
Família Entomobryidae
Pseudosinella octopunctata Börner, 1901 4 57
Rhynchocyrtus cf. klausi Mendonça & Fernandes, 2007 1 2
Seira sp. n. 1 18 72
Seira sp. n. 2 120 216
Seira sp. n. 3 8 2
Família Isotomidae
Desoria trispinata (Mac Gillivray, 1896) 19 1
Hemisotoma thermophila (Axelson, 1900) 1 0
Família Paronellidae
Lepidonella sp. n. 1 6 0
Ordem Symphypleona
Família Bourletiellidae
Stenognathriopes sp. 20 2
Família Dicyrtomidae
Calvatomina sp. 210 0
Família Sminthuridae
Temeritas sp. 2.086 0
Família Sminthurididae
Sminthurides sp. n. 1 11 0
Sphaeridia sp. 145 5
Abundância total 5.098 415
Riqueza total 15 10
29
As espécies Lepidonella sp. n. 1, Seira sp. n. 1 (Anexo E), Seira sp. n. 2 (Anexo F),
Seira sp. n. 3 (Anexo G) e Sminthurides sp. n. 1 são novas para a ciência e, além delas, as
espécies A. albipes, P. octopunctata, D. trispinata, H. thermophila, e os gêneros
Stenognathriopes e Calvatomina são registros não publicados para o estado do Rio Grande do
Norte (ABRANTES et al., 2012; BELLINI; GODEIRO, 2012; SANTOS-ROCHA;
ANDREAZZE; BELLINI, 2011).
As espécies A. albipes e H. thermophila já haviam sido registradas em outros estados
brasileiros, com distribuição até a Paraíba, e os registros de P. octopunctata e D. trispinata no
Brasil eram restritos ao estado do Rio de Janeiro (Restinga e Mata Atlântica). As quatro
espécies tiveram sua área de ocorrência estendida.
As espécies mais abundantes foram Temeritas sp., com 2.086 indivíduos amostrados e
A. albipes, com 1.903. A espécie menos abundante foi H. thermophila, com apenas um
espécime coletado.
Um terço das espécies registradas ocorreram apenas no período chuvoso (H.
thermophila, Lepidonella sp. n. 1, Sminthurides sp. n. 1, Calvatomina sp. e Temeritas sp.) e
todas as espécies que tiveram abundância maior no período seco pertencem à Família
Entomobryidae (P. octopunctata, Rhynchocyrtus cf. klausi, Seira sp. n. 1 e Seira sp. n. 2).
A maior riqueza encontrada por coleta foi de oito espécies, nas parcelas 11 e 25, no
período chuvoso, e a menor riqueza observada foi a ausência de colêmbolos nos pontos de
coleta 4, 15, 18, 21, 23, 27 e 30, todos no período seco (Figura 14). A maior riqueza total foi
de 10 espécies nos pontos 7 e 29 e a menor foi de três espécies nos pontos 18 e 30.
A maior abundância de colêmbolos verificada por coleta foi de 482 indivíduos, na
parcela 25, no período chuvoso, e a menor abundância foi verificada nos mesmos pontos em
que a riqueza foi nula, já citados anteriormente (Figura 15). A maior abundância total
calculada foi de 483 espécimes no ponto 25 e a menor foi de 30 no ponto 9.
Todas as parcelas, com exceção da 29, apresentaram maior riqueza e abundância de
colêmbolos no período chuvoso (Figuras 14 e 15).
Nas análises que envolveram variáveis ambientais, as parcelas 16, 20 e 24 foram
excluídas a posteriori por apresentar dados deficitários e a parcela 25 foi excluída por ter sido
considerada outlier.
30
Figura 14 - Riqueza de colêmbolos observada por parcela e por período no ano de 2011, em João Câmara, RN.
Fonte: Autoria própria.
Figura 15 - Abundância de colêmbolos observada por parcela e por período no ano de 2011, em João Câmara,
RN.
Fonte: Autoria própria.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
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Parcela
Chuva
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0
100
200
300
400
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01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Ab
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olê
mb
olo
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Parcela
Chuva
Seca
31
O modelo de regressão testado para a composição da fauna de Collembola explicou
aproximadamente 57% da variação na abundância de indivíduos (R2=0,573; R
2
ajustado=0,407). Das variáveis analisadas, a riqueza de plantas, a biomassa vegetal aérea, a
proporção de areia no solo e o pH foram significativamente relacionadas com a abundância de
colêmbolos, sendo a relação com a riqueza de plantas e o pH positiva e com a biomassa
vegetal aérea e a proporção de areia no solo, negativa (Tabela 2).
Foi observada, também, uma tendência da densidade de plantas relacionar-se
negativamente com a abundância dos colêmbolos (Tabela 2).
Tabela 2 - Descrição da regressão múltipla entre a abundância de colêmbolos e as variáveis ambientais
registradas em João Câmara, RN, no ano de 2011. Em negrito, os valores do P e do coeficiente (β) obtidos para
as variáveis ambientais que foram significativamente relacionadas com a abundância de colêmbolos.
Fatores ambientais Coeficiente (β) Erro padrão P
Riqueza de plantas 23,596 6,474 0,002
Densidade de plantas -132,567 72,744 0,085
Biomassa vegetal aérea -0,087 0,030 0,009
Proporção de areia no solo -0,540 0,262 0,054
MOS -1,857 2,458 0,460
pH 79,597 30,856 0,019
Necromassa 0,977 1,029 0,355
Foi verificado, também por meio de regressão linear múltipla, que não existe tendência
da riqueza de espécies de Collembola estar correlacionada com nenhuma das variáveis
ambientais amostradas (R2=0,267; R
2 ajustado=0).
Das regressões realizadas entre as variáveis ambientais e a abundância de cada
espécie, somente duas indicaram influência significativa de alguma das variáveis sobre o
número de indivíduos: a regressão realizada com a espécie Temeritas sp. (R2=0,489; R
2
ajustado=0,29) e a realizada com Calvatomina sp. (R2=0,446; R
2 ajustado=0,23). Esta última
indicou a densidade de plantas (p=0,016) como o fator que melhor explica a abundância de
Calvatomina sp. (Figura 16) e uma tendência da necromassa (p=0,077) influenciá-la,
enquanto aquela primeira apontou que a riqueza de plantas (p=0,001) (Figura 17) e o pH
(p=0,039) (Figura 18) explicam a abundância de Temeritas sp. e a biomassa vegetal (p=0,072)
apresenta tendência de influenciá-la.
32
Figura 16 - Relação entre a densidade de plantas e a abundância da espécie Calvatomina sp. numa área de
Caatinga (João Câmara, RN) no ano de 2011.
Fonte: Autoria própria.
Figura 17 - Relação entre a riqueza de plantas e a abundância de Temeritas sp. numa área de Caatinga (João
Câmara, RN) no ano de 2011.
Fonte: Autoria própria.
Densidade de plantas (indiv./100 m²)
0
5
10
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20
25
Ab
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dân
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Riqueza de plantas
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dân
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sp
.
33
Figura 18 - Relação entre o pH do solo e a abundância de Temeritas sp. numa área de Caatinga (João Câmara,
RN) no ano de 2011.
Fonte: Autoria própria.
Com as análises de variância monofatorial, verificou-se que o período (chuvoso ou
seco) influencia significativamente a taxocenose de Collembola (Figuras 19 e 20).
Figura 19 - Abundância média de colêmbolos entre os pontos amostrados em João Câmara, RN, nos períodos
chuvoso (julho) e seco (novembro) de 2011 (F=52,77; p<0,05).
Fonte: Autoria própria.
3 4 5 6 7 pH do solo
0
50
100
150
200
Ab
un
dân
cia
de T
em
eri
tas
sp
.
34
Figura 20 - Riqueza média de colêmbolos entre os pontos amostrados em João Câmara, RN, nos períodos
chuvoso (julho) e seco (novembro) de 2011 (F=19,63; p<0,05).
Fonte: Autoria própria.
35
5 DISCUSSÃO
A ocorrência de cinco espécies novas (um terço do total) e mais seis espécies ainda
não registradas para o Rio Grande do Norte amplia para 28 a riqueza de Collembola
observada no estado (ABRANTES et al., 2012; BELLINI; GODEIRO, 2012; SANTOS-
ROCHA; ANDREAZZE; BELLINI, 2011), número ainda muito pequeno se o compararmos
com os de outros estados brasileiros em que há maiores esforços de coleta, como o Rio de
Janeiro (142 espécies) e o Amazonas (59 espécies) (ABRANTES et al., 2012).
O gênero Temeritas, que foi o mais abundante, já havia sido coletado no RN numa
área de Mata Atlântica; no entanto, não há informações sobre sua abundância neste outro
bioma (SANTOS-ROCHA; ANDREAZZE; BELLINI, 2011). A abundância elevada de
indivíduos em poucos táxons, com os demais apresentando populações reduzidas, é um
padrão característico de climas tropicais com estações bem definidas (BEGON; HARPER;
TOWNSEND, 1996; COLINVAUX, 1986). Martins; Santos (1999) salientam que, numa
comunidade, cada espécie tem abundância diferente, sendo algumas muito abundantes
(dominantes), outras de abundância intermediária e outras de abundância muito pequena
(raras). Observa-se nos resultados obtidos (Tabela 1) a grande probabilidade das espécies
Temeritas sp., A. albipes, B. aff. agrosa, Seira sp. n. 2 e Calvatomina sp. serem mais
resistentes e adaptadas às condições do ambiente em que o estudo foi desenvolvido (espécies
dominantes) e Sphaeridia sp., Seira sp. n. 1 e P. octopunctata serem intermediárias. No
entanto, as demais espécies não são menos importantes, pois todas possuem um papel na
regulação interna do fluxo de energia do ecossistema.
A maior abundância de colêmbolos observada na estação chuvosa já era esperada e
corrobora o padrão encontrado em outros estudos realizados no bioma (ARAUJO et al.,
2009a; NUNES, ARAÚJO FILHO; MENEZES, 2008; SOUTO, 2006; VASCONCELLOS et
al., 2010). Souto (2006), por exemplo, explica que no período chuvoso há uma presença mais
efetiva do estrato herbáceo na Caatinga, contribuindo para o conteúdo de matéria orgânica
associado ao solo rizosférico.
A estação chuvosa na Caatinga promove um aumento significativo na biomassa
vegetal aérea (MACHADO; BARROS; SAMPAIO, 1997) e influencia os padrões da
abundância de insetos, modulados em parte pelos recursos alimentares, que variam
sazonalmente com o clima (WOLDA, 1988). Além disso, a umidade vinda da chuva e a
sombra proporcionada pela copa das árvores são importantes tanto para a microflora do solo
(que serve de alimento para os colêmbolos, direta ou indiretamente) (SOUTO, 2006), quanto
36
para os próprios colêmbolos que, em sua maioria, só podem sobreviver, ou pelo menos estar
ativos, em condições de umidade próximas ao ponto de saturação (CHRISTIANSEN, 1992).
Vasconcellos e colaboradores (2010) estudaram os efeitos da sazonalidade sobre as ordens de
insetos na Caatinga e constataram que os padrões de abundância foram relacionados
principalmente com a precipitação pluviométrica.
O fato de a maior parte das espécies encontradas ter sido mais abundante na estação
chuvosa e uma parte delas ter sido capturada apenas nesta época do ano sugere que os
colêmbolos são sensíveis à baixa umidade (BUTCHER; SNIDER; SNIDER, 1971; GILLOT,
2005). No entanto, a escassez de indivíduos na estação seca não deve ser associada
necessariamente à mortalidade. O decréscimo populacional normalmente é devido a
mecanismos de sobrevivência, como a redução na taxa de reprodução ou a migração para
locais mais úmidos (BUTCHER; SNIDER; SNIDER, 1971). Essa migração pode estar sendo
dirigida por órgãos sensoriais, como o órgão pós-antenal, com função ainda não
completamente elucidada, mas cuja estrutura leva a crer que seja um quimio, higro ou até
termorreceptor (EISENBEIS; WICHARD, 1987). É válido ressaltar que esse órgão está
ausente em algumas famílias, como Entomobryidae (HOPKIN, 1997), que no caso deste
trabalho teve a maior abundância de espécies da estação seca. Pode-se supor, então, que a
presença do órgão pós-antenal seja importante para que os animais migrem durante a seca,
ficando no ambiente aqueles que não o possuem.
Outro mecanismo que pode estar atuando no período da seca é a sobrevivência de ovos
e imaturos através de uma forma de latência ou diapausa (BELLINGER; CHRISTIANSEN;
JANSSENS, 1996-2013; HOPKIN, 1997), ou de formas juvenis e adultas resistentes à
dessecação (anidrobiose e ecomorfose), que possam ser rapidamente reativadas pela umidade
(HOPKIN, 1997). Esse tipo de estratégia já foi observado em colêmbolos tanto de ambientes
áridos como gélidos.
Além das estratégias já citadas, pode ocorrer também de o ciclo de vida da espécie ser
rápido, com os estágios mais vulneráveis à dessecação (juvenil e adulto) durando pouco
tempo e o estágio de ovo (resistente à seca) durando a maior parte do ano, ou de a espessura
da cutícula ser maior, visando diminuir sua permeabilidade e, assim, reduzir a transpiração
(HOPKIN, 1997). Greenslade (1981 apud HOPKIN, 1997) citou o exemplo de uma espécie
do gênero Sphaeridia que vive nas regiões áridas de Koonamore (Austrália) e completa o
ciclo de vida de ovo a ovo em apenas uma semana (em laboratório).
Foi verificada a existência de quatro espécies mais abundantes no período seco, das
quais duas pertencem ao gênero Seira, já apontado em outros estudos como resistente ao calor
37
e dessecação (BELLINI; FERNANDES; ZEPPELINI, 2010; BELLINI; ZEPPELINI, 2009).
Os espécimes desse gênero têm o corpo coberto por abundantes cerdas e escamas que retêm
uma camada de ar, reduzindo a perda de água e permitindo a sobrevivência em ambientes
secos (CHRISTIANSEN; BELLINGER, 2000; ZEPPELINI FILHO; BELLINI, 2004).
Em outro trabalho realizado recentemente em João Câmara, RN, a espécie Seira sp. n.
2 também foi a mais abundante na estação seca. Nesse trabalho, foi sugerida uma relação
entre a redução de alguns grupos de insetos predadores de Collembola, como Coleoptera,
Diptera e Hymenoptera, e a maior abundância e frequência de Seira sp. n. 2 no período seco
(FERREIRA; BELLINI; VASCONCELLOS, no prelo).
Uma outra espécie que também teve maior abundância na estação seca foi P.
octopunctata, que apresenta distribuição cosmopolita e pode ser encontrada inclusive em
ambientes quentes e secos em outras partes do mundo (FJELLBERG, 2007).
As espécies da Ordem Symphypleona costumam apresentar longos colóforos que,
sendo responsáveis pelo equilíbrio osmótico, também são uma grande superfície de perda de
água para o ambiente (EISENBEIS; WICHARD, 1987; HOPKIN, 1997). Provavelmente, por
este o motivo, os exemplares deste grupo coletados na estação seca foram pouco numerosos
(apenas sete).
A parcela 29 foi a única que teve riqueza e abundância de colêmbolos maiores no
período seco que no chuvoso, mas deve-se notar que não houve diferença significativa entre
os valores dessas variáveis nos dois períodos de coleta como aconteceu na maioria dos outros
pontos. A diferença entre as abundâncias nas duas coletas foi a menor entre todas as amostras
e a diferença entre as riquezas foi de apenas uma espécie, apontando para a existência de
algum fator não analisado neste trabalho que deve manter o ambiente mais estável ao longo
do ano, como os elementos de micro-habitat (rochas úmidas, musgo, algas etc.).
A influência positiva da riqueza de plantas sobre a abundância de Collembola já foi
constatada em outros estudos (NUNES, ARAÚJO FILHO; MENEZES, 2009; ROVEDDER
et al., 2002; SALAMON et al., 2004; VEGTER; JOOSSE; ERNSTING, 1988; ZEPPELINI et
al., 2009) e está relacionada tanto com a diversidade alimentar que ela proporciona quanto
com a boa qualidade do habitat que ela indica, já que ambientes em estados mais adiantados
de sucessão ecológica (e preservados há mais tempo) tendem a apresentar maior riqueza de
espécies vegetais.
A biomassa vegetal aérea apresentou influência negativa sobre a abundância de
colêmbolos provavelmente porque a sombra proporcionada pelas plantas mais altas (que
fizeram parte do estudo fitossociológico utilizado aqui) desfavorece as mais baixas
38
(competição por luz), que estão mais diretamente associadas aos animais epiedáficos, como
gramíneas e ciperáceas. Essa vegetação de menor porte não foi avaliada no presente trabalho,
mas os dados apresentados aqui sugerem sua inclusão em futuras avaliações ecológicas na
Caatinga.
A tendência observada de a densidade de plantas influenciar negativamente a
abundância de colêmbolos pode estar relacionada também à competição com as plantas
menores e até à disponibilidade de espaço no solo para os colêmbolos, já que na região há
muitos afloramentos rochosos.
A relação positiva entre o pH e a abundância de Collembola reflete a adaptação dos
animais da espécie Temeritas sp. a um pH subneutro, como se pode verificar no gráfico da
Figura 18, e já foi observado em outras espécies por Van Straalen; Verhoef (1997). Assim, é
possível que Temeritas sp. seja um adequado bioindicador de pH do solo em ambiente de
Caatinga.
A relação entre a proporção de areia e a abundância de Collembola foi negativa e deve
estar relacionada à baixa retenção de água que é característica de solos mais arenosos, já que
uma proporção maior de areia subentende uma proporção menor de argila (elemento com
maior capacidade de retenção de líquido). Souto (2006) afirma que o conteúdo de água no
solo é particularmente importante para os colêmbolos. No caso da fauna coletada nesse
trabalho (epiedáfica), a sensibilidade à dessecação superficial do solo é ainda maior.
A riqueza de Collembola variou significativamente entre as estações, mas, ao
contrário da abundância, não foi explicada nas análises por nenhuma das variáveis utilizadas.
Ela pode estar sendo influenciada por outros fatores não incluídos nesse estudo, como:
temperatura, umidade, salinidade do solo, diversidade de microrganismos na serrapilheira ou
de plantas no estrato herbáceo, presença de predadores, competição interespecífica etc.
39
6 CONCLUSÃO
Um terço das espécies registradas corresponde a espécies novas para a Ciência,
confirmando a expectativa de um alto grau de endemismo para a Caatinga e reforçando a
necessidade de conservação do bioma.
Foram identificados alguns fatores ambientais que estão influenciando a abundância
de Collembola na área de Caatinga estudada (riqueza de plantas, biomassa vegetal aérea, pH,
proporção de areia no solo e umidade devida à chuva), permitindo um melhor planejamento
do manejo a fim de manter a saúde edáfica.
Verificou-se que a importância da água para a taxocenose de Collembola deve estar
associada não só à umidade do solo, mas também ao efeito causado pela chuva sobre toda a
vida na Caatinga.
A fim de elucidar que fatores ambientais estão relacionados à riqueza de Collembola
na área em estudo, seria necessário realizar novas coletas, incluindo dados meteorológicos e
dados bióticos relativos a predadores de colêmbolos e disponibilidade de microrganismos, por
exemplo.
Considerando que houve maior diversidade de espécies no período chuvoso e que
2011 foi um ano atípico devido à ocorrência do fenômeno La Niña, surge a preocupação com
as mudanças climáticas que vêm ocorrendo em nosso planeta: se a maioria das espécies
consideradas “dominantes” estão adaptadas às condições severas da Caatinga, mas continuam
dependentes de um alto nível de umidade na época chuvosa, havendo escassez ainda mais
prolongada deste recurso devido ao aquecimento global e aos processos de desertificação que
já se desenvolvem em nosso estado, por exemplo, é provável que ocorra a extinção de várias
espécies.
40
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49
ANEXOS
50
ANEXO A - Coordenadas dos pontos de coleta na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN.
PARCELA COORDENADAS
PARCELA1 S 5°34’6’’ W 35°55’18,4’’
PARCELA2 S 5°34’0,1’’ W 35°55’17,7’’
PARCELA3 S 5°34’5,3’’ W 35°55’10,3’’
PARCELA4 S 5°34’1,5’’ W 35°55’21’’
PARCELA5 S 5°33’56,4’’ W 35°55’16,8’’
PARCELA6 S 5°34’10,4’’ W 35°55’18,6’’
PARCELA7 S 5°34’8,1’’ W 35°55’23,3’’
PARCELA8 S 5°34’3’’ W 35°55’27,9’’
PARCELA9 S 5°34’0,4’’ W 35°55’24’’
PARCELA10 S 5°34’10,3’’ W 35°55’21,1’’
PARCELA11 S 5°34’2’’ W 35°56’0,7’’
PARCELA12 S 5°33’57,7’’ W 35°55’56,8’’
PARCELA13 S 5°34’1,6’’ W 35°55’54,4’’
PARCELA14 S 5°33’55,5’’ W 35°55’54,4’’
PARCELA15 S 5°33’59,3’’ W 35°55’51,2’’
PARCELA16 S 5°33’59,4’’ W 35°55’47’’
PARCELA17 S 5°33’59,1’’ W 35°55’42,6’’
PARCELA18 S 5°33’55,9’’ W 35°55’45,2’’
PARCELA19 S 5°34’7,1’’ W 35°55’47,5’’
PARCELA20 S 5°34’8,6’’ W 35°55’50,4’’
PARCELA21 S 5°33’54,1’’ W 35°56’28,3’’
PARCELA22 S 5°33’54,6’’ W 35°56’25,4’’
PARCELA23 S 5°33’56,2’’ W 35°56’18,2’’
PARCELA24 S 5°34’4,1’’ W 35°56’16’’
PARCELA25 5°34’5,3’’ W 35°56’19’’
PARCELA26 S 5°34’5,4’’ W 35°56’22,1’’
PARCELA27 S 5°33’52,5’’ W 35°56’18,9’’
PARCELA28 S 5°33’54’’ W 35°56’19,1’’
PARCELA29 S 5°33’52,4’’ W 35°56’25,5’’
PARCELA30 S 5°33’51,9’’ W 35°56’28,8’’
51
ANEXO B - Riqueza de espécies e densidade de plantas, biomassa vegetal aérea e
necromassa, por ponto de coleta, na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN.
PARCELA
RIQUEZA
DE
PLANTAS
DENSIDADE DE
PLANTAS
(indiv./100 m2)
BIOMASSA
VEGETAL
AÉREA (t/ha)
NECROMASSA
(t/ha/ano)
PARCELA1 7 0,92 812,5462 87,84885
PARCELA2 8 0,85 545,3656 59,33116
PARCELA3 8 0,91 517,5903 31,27991
PARCELA4 10 0,75 643,6911 40,0513
PARCELA5 5 0,75 756,3604 51,44303
PARCELA6 8 0,52 501,5162 31,91056
PARCELA7 7 0,39 371,9594 39,73971
PARCELA8 5 0,78 740,0719 48,29891
PARCELA9 7 0,62 508,8026 41,05158
PARCELA10 3 0,33 837,4673 43,18121
PARCELA11 12 0,59 770,5708 31,33143
PARCELA12 9 0,6 522,1082 59,00019
PARCELA13 10 0,34 377,7911 22,30315
PARCELA14 12 0,67 1.839,32 66,65131
PARCELA15 8 0,78 371,2023 41,79756
PARCELA16 - - - -
PARCELA17 4 0,13 173,7643 30,78941
PARCELA18 6 0,13 471,5396 10,48376
PARCELA19 7 0,62 493,4174 53,4861
PARCELA20 - - - -
PARCELA21 13 0,39 567,9695 62,73398
PARCELA22 11 0,46 568,2998 39,21613
PARCELA23 9 0,26 1.275,55 52,25904
PARCELA24 - - - -
PARCELA25 - - - -
PARCELA26 9 0,38 2.399,21 33,45603
PARCELA27 15 0,41 1.477,43 32,29703
PARCELA28 11 0,32 2.447,80 46,30006
PARCELA29 11 0,38 390,8877 39,63969
PARCELA30 9 0,28 815,7098 64,08198
52
ANEXO C - Resultado da análise feita pela EMPARN da camada A (0-10 cm) do solo
coletado na Fazenda Cauaçu, João Câmara, RN.
PARCELA QUANTIDADE DE AREIA
DO SOLO (g.kg-1
)
QUANTIDADE DE MATÉRIA
ORGÂNICA DO SOLO (g.dm-3
)
pH DO
SOLO
PARCELA1 877 19,08 5,91
PARCELA2 620 39,31 4,75
PARCELA3 740 28,27 4,75
PARCELA4 744 35,17 4,99
PARCELA5 657 26,89 5,38
PARCELA6 845 19,31 5,6
PARCELA7 678 30,8 5,49
PARCELA8 761 32,64 5,95
PARCELA9 768 28,27 4,65
PARCELA10 653 29,42 6,64
PARCELA11 648 43,9 5,48
PARCELA12 797 37,01 5,05
PARCELA13 691 25,52 5,33
PARCELA14 755 38,62 5,39
PARCELA15 596 32,18 5,14
PARCELA16 - - -
PARCELA17 826 18,16 6,12
PARCELA18 787 20,46 5,03
PARCELA19 624 49,88 5,35
PARCELA20 - - -
PARCELA21 701 32,64 5,33
PARCELA22 861 25,28 5,29
PARCELA23 623 46,2 3,95
PARCELA24 - - -
PARCELA25 - - -
PARCELA26 816 30,11 5,63
PARCELA27 767 43,9 5,11
PARCELA28 924 7,59 6,49
PARCELA29 733 28,73 4,93
PARCELA30 736 24,6 4,76
53
ANEXO D - Precipitação pluviométrica e temperatura média do ar em João Câmara, RN, no
ano de 2011 (Fonte: EMPARN).
Mês Precipitação
pluviométrica (mm)
Temperatura
média do ar (°C)
jan 170,6 27,6
fev 114,3 28,2
mar 61,9 28,6
abr 80,2 27,5
mai 169,9 26,8
jun 129,7 26,1
jul 146,2 25,7
ago 55,4 26
set 0 27,1
out 0 27,2
nov 2,1 27,7
dez 0 27,8
54
ANEXO E - Distribuição dorsal das macroquetas corporais (lado direito) de Seira sp. n. 1.
Fonte: Ferreira (2013).
55
ANEXO F - Distribuição dorsal das macroquetas corporais (lado direito) de Seira sp. n. 2.
Fonte: Ferreira (2013).
56
ANEXO G - Distribuição dorsal das macroquetas corporais (lado direito) de Seira sp. n. 3.
Fonte: Ferreira (2013).