isto não é um espetáculo

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  • Isto llo ull'tesp e tculo :

    C9118ider acs sobre -a

  • Isto no l ;/trn petdul o to AnglaJ"r(aterno.. ,-,' . : .... -_ . " ;.'

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    53

    )1I(l . I)idJf~r Plassard. "Val re" : }l Ull.l1ee et Ie Iruit" . In;

    .... ' , . Al.i tan t ~ M at h i eu, htre;Jes en- .:

    l. lllthaii

  • I~ ~) I b e ti .UI 2 8 e d i & o a n ua I ! 20 O,C.' .. . Se~und()Gi()rgi()AgHml)(111,emUlnJ~xt que COll1~Ilt~...Mreflexes de GlyDeord'sobre a socieU.. o 'es rjetelo,

    " a illllis~ lllarxi$l(ie~' ,se.~eQlr'pleta(Ji~5)..s,nti()()' (I~ (Ill~' :0 . , ~apltlllismo. elll ' s (?;tl;~;; tgio atuI, no q()tl(;~r1 ll!~i:; apris ....tt.~rop nao d a iiyi[.la.dGprodutiva, nlU:s .t~lnbflr ~ s~~re- . .. tiH!q alinaod -ljngliagem mesma, da c consl iruda, se ndo a temp(lraljclndeprodu zida na entlI1Ci;Ii!o e por me io dela .

    il. Valere NovarrJa; "Diante da pa-l,ilvj"a". In; Diaatedajmlvra . Trad.Angela Leire LoJles; Hiv de Janeiro:7Lrtnis. 20OJ,p. 1;)::15.54

  • l sto n. o ti um espe t c ul o An.g eIr: Muter n o

    senhores est o na mira. Os senhoresesto 1J{jfoco das nO,s~asfmlay:ras".6No texto, alm de serem repetidas algl.~U1a.s.vezesasJtas~$?lst.o no . uma pea':" "Isto llb' mn .espetclllol',.en'.ceito.mmento dito: "Esta pea uma disputtl com ote~tFo"e "Aqui no so aprovitadas as possibilidades do teatro" .

    Digo i'jue a pea prat icamente em se gundhpessOa,tllUSnot otalm ente, pois h nela uma tenso entre "ns" (oradores)e "vocs" (espectadores). Quando es tes ltimos so evocados -o que ocorre na maior ia das vezes - o texto institu i o pblico,ma terializa a sua presena: "Aq ui no se trata de agir, aqui setrata de tratar dos senhores . [.. .j Na sua qu alidade de p bli-co, os senhores formam um pad ro. [... 1 /\ sua presenc;" a es tah erhnnen te includa, a cad a inst an te, nas nossas palavras" .

    Quando emcerto momento di to que "Em vez de dizeros senhores poderfamost mb m, sob certas condies, dizerns" , estparcial ou.relativadesti tui o do pblico associa-seao falo de qu e "Isto no UI11~l reim~sentao teatral" , e de que"A qui no h dois nveis no tempo. A(p.i i tl() h( ~lois mundos.[...] O nosso tempo aqui em cima o seutempol.riibaixo .Pas sa entre LIma palavra e outra". H portanto no texto' umacontnua oscila o entre a afirmao da presena do pblicoe da separao fsic a en tre palco e platia - "aqui em cima" e" l embaixo" - e II negao da existnc ia de pblico, por meiono s da recusa da dimenso ficcion al da cena - "No fingimosest ar em nenhuma outra si tua o do que aquela em que agoraestamos" -ma,; tambm da recusa de certo hhito interpretativodos espectadores - "O vazio deste palco no significa nada .(...] A luz que nos ilumina no significa nada." Recusas qu eevocam, negando, as vrias formas de uso do palco italiano,onde ocorre a pea , confo rme evide nciad o na rubrica ini ci al .

    1" (01 b 4.~ t i na 28 e d o a n \I a l / 2 00 9

    Foto de Lenise Pi nheiro: Opupilo /fuer ser ti/t,'r, deI'cter Handke, d ire o de Fmn cisco ;\k d"iros, 2()()i .Nazareno Pe reira , .

    Nessas trs "peas faladas" de Handke forj a-se urnacena s de palavras e de vozes, em qu e no 11.1 personagensou papis , socu tores ou oradores. Vozs cujo movimento d I:alternncia e de simultanei dade, com \' ari ; ,

  • F o i li (' t i m 28 e d i I;; " anu a I / :2 () O ')

    o pblico do palco italia no que ser ins ultad or.no apenas pormeio dos xigameltosque 1I1eso dirigidos nJ!lnal - "caretas" ,"coveiros'da eultur ocidental" , "poros,llazistas" ~ mas. sobre-tllt1o, p pr meio da frustrao de suas expeotativas, contrariadasdesd e o comeo: " Os senhores no vero aqui nada. do quesempre viram aqui" . Alm disso, dizemos oradores, "Na medidaem qu e 0" insu ltamos, (l,

    '. ' lugares-comulIS ,e 'flse fei tas. ti paly;rl1 ',' ~Soeorro" . ,Ca

  • r-

    IfI

    61Foto de Guga lHe!gar: Terra em trusao, di-n;(,'od.e(~Tald Thomas2007. Fa biana GllgJ-('.Pandw Cppeld ti(fantuhe):

    isto filio li 11m espetc lll A flg e/a Mat erno

    do horr6t,a Voz el~ offda GahtoJa'~nespetculo. Em.1efr(t mtrnsi; .a moit .no 'anuncida'lllp cal1todo.cisne, . poiseste .Vii6;um.cniCO'fantoGhe" .1l1aspqr;'falas,.expropTiadas. ..

    , . :'I1!~~rpe9a' curta de ' 1~hkh6~/denornin~da i/ tentodo . cis~;'A~Grit' ~o ..final do sc;lo'XIX,na qual 'um velhoat;r ad.o. b:ii'c~ ;'hi~ho, nocamarim, depois do espeteul6; e

    . . . . . . ' -- - ' , - - .. .

    ali esqt1~c]~'p~ls clemais. QuaIIdo acorda e dirige-se parao palcoj vazi() e escuro (onde sepassa a ~)ec;a) . pe~eebe~ses, amaldioa sua vida e sua velhice, e dIZ para S I m esmoque j tempo de ensaiar -o papel.d e cadve r. Em Terra emtrnsito , a cantora/atriz jl est esquecida, ou morta, quandoo espetculo comea.

    12.EIl'l Terra.em irnsita , a voz qUI'sai drdio em i) de G.,:i';\ldThonia:;

    . imitando ,\ voz do iornalist, lii Iulc-cido,Pahln fTHlWi~ . '

    i ' 4) I h e ti m 2 8 e di o a nu a I j 2 O0 9. .. ".

    p~raenliarn palco, faz exercCib~ d ~queeilllento;(ma, cheiraeoca nae faldsatadamente, gesticulando c tiarisitmidopor umpequlJo .sp~~, freneticamente, Alm disso;'tanJ1)lllm1Versa(lOmuniisIie.(umfantoehe:que 'tem''co~oSupOlteobr'de umator, ficando este invisvel ao pblico), enquanto o alimenta paradepois dhn-lo corno pat dejQie-gras, e tenta ainda-intilmente,desligar-um apare lho de rdio, de onde saem, ince ssantemente,

    .banalidades e generalidades sobre a situao poltica e culturaldo pas e do mundo. 12 O rd io se religa automaticamente sempreque a cantora , exausta de tan to ouvir, tenta deslig-lo. A cantora,na verdade, no consegue controlar nem o rdio, nem as acu-saes c bicad as do c isne , nem sua prpria fala , fragm entada,repetitiva e quase automatizada . Quando co me a a ouvi r os pri..me iros sinais de que o espetcu lo va i come ar, a cantora tentasair do camarim c percebe que es t trancada. Crita, bate na porta,ped e socorro, e comea a p rocurar de sesperadamente a chave .

    O camarim ocupado por vrias vozes, todas, de ce rtaforma, vozes em o/r Seja a voz que sai do rd io, seja a vozque sai do ci sne-fantoc he (uma espcie de ventrloquo), seja:l voz q ue sai da cantora , cuja fal a deslanchada de talmodoe e m tal velocidade que parece estar fora de la. Nesse sentido,as vozes dentro do camar im tambm es to fina. () camarim tamb m ocupado por vrios duplos . A ca ntora ta mb maquele rdio, es t () tempo todo " ligada", a cant o ra P ta mb maqu e le ci sne-fantoch e , sua fala incessante a lime nta sua pn'p riamorto. E nq uanto proeura urna sa da. ela pr-rcehe qn c outraan totu, J D>ru, l na cena, oc upou o se u lugar f' can ta a su aiiri:l. I' roc urun I lo a inda a sada. a cantora abre a porta de umanu rio e deparn-se com s( ~ lJ d uplo final: uma mulh er-boneco.,(' si ida tal como e1n e at e nto lranca da naq nele arm rio , '.1 mw,;em de uma mor!;\ com a Loc a nJwrtiL Ao confr f Jl1 i ;;r--se,'o m :, iW im agem mor ta. N ca ntora nb n 'n h IJC. 1 num grilo "urd'),I., p;.l\or, en qua nto q ue nu ce na - que nft l ' '';; ' ll IOS ,- u mavoz.\i'iuinina can la . .\0 camari m, a ca ntora (c!upJ icnda mi bOPt.'Cd"" iv1

  • .____ 01"

    Expediente- - - --- - - - - - - - - -

    FOLHETIMISSN1 41 5-370Xja ne iro a junho de 20 04Uma publicao doTeatro do Pequ eno Ges to

    Editora geralFJimlt SO(/l/iConselho edi toria l-Antoni (;",d,:,s. ,1ngt'!0 lcit Lop"s e Wa/ter Lima TorresColaboraram nesta edioA/" ,s,s(l/u/m Vuu nurc], 11 m /,,: (,'arwim, [Ianicl VeIV/wse, Denis Cunoun,Edddo Mos/ao, Eduank Toletuino, F'dip' Vidal, Fernando Marque.s,S"/gio Urillo, Silnu, Mtlri", Kutclun, Sotiglli Kouyat e Egr gora.Projeto gn'tfico " capaHnuio O l / Z

    Produ o de imagemLuiz HenriqueS

    Foto de capaLenise Pinheiro IM(~or Brbara , de Bernard Shaw , direo de EduardoTolentiuo, 200 I. Clara Carvalho.)Foto Arle in cenaMarcio RM [Menino.s, eu vivi, texto e direo de Sergio Britto , 1998.)Fotos Em fo co e entrevistaCugaMelgarRevisoPaulo TellesSecre triaMrcia AliesTranscri o de entrevistasMrciaZanelauoCopydesk entrevista TolcntinoFtima Saadi e lsa ViannaAgrad ecimentosAderbal Freire-Filho, Andr Magela, CEDOC/FUNARTE, ClaraCarvalho,ClariceSaadi, DomingosOliveira, Elza SUl/tos, Emilia Rey, LenisePinheiro. Mrcia Cludia Figueiredo, Paulo Mattos e Cia. dos Atores.

    Teatro do Pequeno GeRloTel/Fax 2 \ 2558-0353www.pequen ogesto. com.hr

    F O I h eTeatro do pequeno Gesto

    t I

    jan-jun 2004

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