janusz korczak
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Kelly MenesesLivia SampaioThais Neto
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Janusz Korczak, pseudônimo de Henryk Goldszmit, nasceu em 22 de Julho de 1878, em Varsóvia, na Polônia.
Era membro de uma família judia rica.
Avesso à disciplina escolar, passou a infância e a adolescência resistindo às regras institucionais da escola em que estudava.
Entre 1898-1904 estudou medicina em Varsóvia, especializando-se em pediatria.
Nesse período, Henryk também começou a escrever e publicar suas experiências entre a população carente, a fim de chamar a atenção para a sua condição deplorável.
A partir do trabalho com crianças carentes, Korczak entrou em contato com a obra do educador suíço Pestalozzi. Viajou para Zurique, posteriormente, a fim de aprofundar seus estudos sobre o mesmo.
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Nesta viagem, conheceu Stefa Wilczinska. Influenciado por ela, começou a frequentar a faculdade de pedagogia.
Durante dois anos (1905-1906) serviu como médico do exército na Guerra Russo-japonesa.
Em 1911, ele viajou pela Suíça, Itália, Holanda e Dinamarca a fim de conhecer os orfanatos destes países.
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Em 15 de Abril de 1912, Korczak e Stefa inauguram o orfanato “Lar das Crianças” na Rua Krochmalna, em Varsóvia, projetado por eles e dedicado às crianças judias, filhas de agricultores.
Em 1914, Korczak atuou como médico do exército com a patente de tenente durante a Primeira Guerra Mundial.
Korczak propõe, em 1915, a instituição da Carta Magna dos Direitos da Criança.
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Entre 1934–1936 Korczak viajou anualmente para a Palestina para visitar os kibbutzim. Nessas comunidades agrícolas coletivas, encantou-se com o trabalho desenvolvido com as crianças, baseado na compreensão e no respeito.
Em 1939, Korczak testemunhou a chegada do exército alemão, durante a II Guerra Mundial, à Polônia.
Nesse período (1940), Varsóvia foi tomada pelos nazistas e Korczak foi obrigado a deslocar suas crianças para o Gueto.
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Em Maio de 1942, ele escreveu as memórias desse período no “Diário do Gueto”, que foi publicado após a Segunda Guerra.
“Eu existo não para ser amado e admirado, mas sim para que eu mesmo aja e ame. Não é dever dos que estão ao meu redor me auxiliar, ao contrário, sou
compelido pelo dever de cuidar do mundo, cuidar do ser humano.” (KORCZAK, 1942)
No dia 5 de agosto de 1942, 200 órfãos marcharam lado a lado sob a liderança de Korczak rumo aos vagões de carga que os levariam para os campos de concentração de Treblinka.
Janusz Korczak e as crianças em sua última viagem - pintura a óleo por Shmuel Nussenbaum.
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Korczak dizia que a infância não era um período, e sim um estado. As crianças deveriam ser compreendidas no momento em que se encontram;
Era contra a visão da criança como um adulto em miniatura. Segundo ele, “as crianças não vão tornar-se pessoas no futuro porque já são pessoas".
O educador não deveria se sobrepor ao educando;
Valorizava a autonomia da criança;
“Não basta amá-las, é preciso respeitá-las e compreendê-las.”
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Criança como sujeito de direitos;
Em seu trabalho como educador, Korczak procurava conhecer a criança para melhor compreender sua essência.
“A criança é como a primavera, o sol brilha, o ar é agradável, cheio de alegria e beleza. De repente, vem uma tempestade.”
(Korczak)
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O orfanato foi fundado em Varsóvia, em 1912;
Korczak dirigiu a instituição por 30 anos, pondo em prática seu sistema de educação, que transformava os pequenos em seus ajudantes, valorizando-os;
O orfanato – conhecido como República das Crianças - preconizava que as crianças deveriam ser educadas com amor, consideração, cooperação coletiva e entendimento, sempre em uma gestão democrática;
A organização interna do orfanato era baseada em um acordo envolvendo as duas partes: crianças e adultos. As regras do orfanato eram seguidas por um código próprio;
As crianças e os educadores eram submetidos às mesmas disciplinas;
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Cooperação coletiva - todos tinham direitos e deveres iguais;
Regime de auto-gestão;
Tribunal - eleito e composto pelas crianças. Julgava as disputas, os delitos e também as boas ações dos internos e dos membros do grupo educativo, incluindo o diretor – Korczak;
Arbitragem inter-pares e escolha de juiz; Exemplos de alguns processos e suas sentenças:
”Uma menina tirou um livro da sala de leitura e saiu para o pátio, deixando o livro no banco; outra criança menor aproximou-se do
banco, rasgando este livro.” O Tribunal deu castigo à menina.
O castigo: a culpa do acusado era anunciada na presença de todos;
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Segundo Korczak, porém, “era melhor perdoar do que castigar; era preciso dar ao acusado a oportunidade de melhorar.”
”Um menino subiu numa árvore, sabendo que era proibido fazer isso. Mas queria mostrar a seus amigos que sabia fazer isso depressa. E ele, depois, se
apresentou ao Tribunal.” O Tribunal perdoou-o, pois ele mesmo reconheceu a sua culpa.
Parlamento – eleito e composto pelas crianças.
Exemplos de algumas normas sancionadas: Parágrafo n°9: “A sentença do dia 22 de Dezembro: Não é necessário
acordar cedo, porque o dia é muito curto, e quem quiser pode dormir mais, ou quem quiser pode deixar de arrumar a cama.”
Parágrafo n°10: “O lema do dia 22 de Junho: Não é preciso deitar-se, quem quiser pode ficar acordado e passear se o tempo estiver bom.”
Parágrafo n°18: “O dia dos mortos: na reza matutina, serão lembrados os nomes das crianças falecidas.”
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Plebiscito – todas as crianças tinham a possibilidade de exprimir sua opinião, dando a oportunidade de conhecerem a si próprias;
Jornal “O Semanário” – órgão oficial da instituição. Nele circulavam temas sobre acontecimentos e problemas relativos ao orfanato;
Sala do silêncio;
A criança exercia o papel de educadora, através do trabalho voluntário;
Listas ou cartazes – sistema de divulgação utilizado como estratégia para educar na cidadania;
Considerava a ‘confiança’ uma estratégia educacional importante.
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O CONSELHO DAS CRIANÇAS
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SALA DE JANTAR
BANHEIRO
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COZINHA
DORMITÓRIO DAS MENINAS
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JOVENS EM OFICINAS
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EDUCADORES DO LAR DAS CRIANÇAS
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Por ordens da Gestapo, o Lar das Crianças foi obrigado a se mudar da Rua Krochmalna para o Gueto, em Dezembro de 1940.
Crianças do orfanato em um programa de acampamento de verão.
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Korczak não possuía métodos, pois acreditava que a educação se fazia através da dialética do cotidiano;
Seu sistema de educação era baseado na compreensão das necessidades mais profundas da criança;
Pregava uma educação não repressiva, onde o medo não deveria se confundir com respeito;
Educação centrada no amor, na compreensão, na solidariedade e nos valores éticos que dão sentido à existência humana;
Auto-gestão das crianças;
“Não deve-se adaptar a criança aos métodos de educação, mas, ao contrário, os métodos devem adaptar-se à criança.” (KORCZAK)
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Educação através do trabalho;
Possibilitar às crianças diversas formas de atividades educativas e recreativas, adaptando suas necessidades e desejos;
Korczak introduziu na Pedagogia o método de observação e registro da prática, empregado na Medicina;
Segundo Korczak, o papel de um pai ou professor não é impor metas para a criança, mas sim ajudá-la a alcançar seus próprios objetivos;
As crianças eram incentivadas a conhecerem os ideais de justiça, o respeito aos semelhantes, a obrigação de responder pelas próprias ações e as dos outros, e as leis sociais.
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BERNHEIM, Mark, Father of the Orphans: The Story of JanuszKorczak. Nova York: E. P. Dutton, 1989.
KORCZAK, Janusz. Quando eu voltar a ser criança. 14 ed. São Paulo: Summus, 1981. 155 páginas.
________________. Como amar uma criança/JanuszKorczak; prefácio de Bruno Bettelheim; apresentação de S. Tomkiewiez; tradução de Sylvia Patricia Nascimento Araújo. – Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1983.
HOTIMISKY, Sonia Nussenzweig; e HOTIMISKY, Silvio,JanuszKorczak e a Republica das Crianças. Shalom Documento – Suplemento Especial da Revista Shalom, São Paulo, v. 299, p. 57-65, 01 out. 1993 Disponível em http://www.ajkb.org.br/artigos/2.html. Acesso em: 26 maio. 2012.
LEWOWICKI, Tadeusz; MURAHOVSCHI, Jaime & SINGER, Helena. JanuszKorczak. São Paulo: Edusp, 1998.
SILVA, Taís Oliveira de Amorim da. Desaprendendo a ver: Representações da Linguagem Discente na Escola da Ponte. Taís Oliveira de Amorim da Silva. – 2007.vii, 145 f.Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Rio de Janeiro, 2007.
WASSERTZUG, Zalman. Janusz Korczak – Mestre e Mártir. São Paulo: Summus.