jay haley terapia familiar sistêmica estratégica bruno, débora, marco, marcelo, mayara, nathaniel
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JAY HALEYTerapia Familiar Sistêmica Estratégica
Bruno, Débora, Marco, Marcelo, Mayara, Nathaniel
Trajetória
• Graduação em Artes Cênicas e Biblioteconomia.• Mestrado em Comunicação em Stanford.• Em Stanford (1953), trabalhou com Gregory
Bateson.• 1954-1960: é supervisionado por Milton Erickson• Trabalhou como terapeuta e pesquisador no Mental
Research Institute (MRI, em Palo Alto).• 1967: Sai do MRI vai trabalhar com Minuchin no
Philadelphia Child Guidance Clinic.
(1923-2007)
Trajetória
• Enquanto estava no PCGC, Jay e seus colegas criaram um instituto para treinar pessoas carentes da comunidade para serem terapeutas de família.
• 1976: Fundou o Family Therapy Institute em Washington.
(1923-2007)
Contextualização
• Escola estratégica (início anos 70):
Visão sistêmica (circular) da manutenção do problema e visão estratégica (planejada) para a mudança.
Busca de um conjunto de maneiras criativas para gerar mudança e transpor as resistências, de modo mais rápido possível. Abordagem criativa, otimista e parcimonial. Concentra-se na resolução de problemas através da interação.
Grupo de Palo Alto ou MRI (Mental Research Institute, Washington, D. C.): importante centro que liderou a pesquisa e treinamento em terapia familiar e criou o modelo ativo e com numero limitado de sessões em terapia familiar.
Paul Watzlawick, John Weakland e Richard Fisch. Jay Haley foi um dos fundadores.
Contextualização
ContextualizaçãoNos modelos estratégicos e sistêmicos encontramos 3 explicações básicas de como os problemas se desenvolvem:
1) CIBERNÉTICA: as dificuldades são transformadas em problemas crônicos devido à persistência das soluções mal orientadas tentadas, formando escalas de retroalimentação positiva; a família é vista como um sistema que se autoregula, através do comportamento de seus componentes;
2) ESTRUTURAL: os problemas são o resultado de falhas na hierarquia ou nas fronteiras da família
3) FUNCIONAL: os problemas ocorrem quando as pessoas tentam proteger ou controlar uma a outra indiretamente, de tal forma que seus problemas passam a servir a uma função para o sistema.
ContextualizaçãoJay Haley – aprendeu e trabalhou com as três pessoas mais influentes na terapia
familiar: Milton Erickson, Bateson e Minuchin.
• Milton Erickson - Concentrava-se nos sintomas e problemas. Buscou descobrir detalhes relacionados ao impacto e ao contexto dos sintomas para encontrar meios de modificá-los. Via a mente como fonte de sabedoria e criatividade que, se desembaraçada da inibição consciente, poderia resolver os problemas e curar os sintomas. Assim, o conhecimento estava no paciente, sendo necessário, para ter acesso a esta, romper com os padrões habituais de comportamento ou pensamento.
• Idéia de que era preciso que as pessoas simplesmente realizassem algo diferente no contexto do antigo comportamento.
• Trabalho com a hipnoterapia mostrando que era possível mudança rápida. Assumia a responsabilidade pela mudança de seus pacientes.
• Evitou a interpretação e se centrou em modificar a ação e o contexto. • Valia-se de diretivas para auxiliar o cliente, dizendo a ele o que fazer, através de
recomendações, conselhos, etc..
Contextualização• Bateson – Grupo: Don Jackson, Viginia Satir, Jay Haley, John Weakland,
Paul Watzlawick, Janet Beavin, Jules Riskin;
• Em 1952, Bateson e equipe iniciaram um projeto de pesquisa sobre a comunicação entre os seres vivos, que se focalizou mais tarde na comunicação dos pacientes esquizofrênicos com as equipes, e dos pacientes com seus familiares. Esta pesquisa acabou resultando em uma Teoria, a primeira teoria sobre a gênese da esquizofrenia que não era genética ou intrapsíquica. Trata - se da Teoria do Duplo – Vínculo;
• À partir destes estudos pioneiros, e com a utilização da metáfora da máquina auto-reguladora, das noções de feed-back e controle, e das teorias sobre a comunicação humana, começaram a surgir as primeiras escolas de Terapia Familiar de base internacional.
ContextualizaçãoMinuchin – Modelo estrutural Três princípios sobre os quais Minuchin baseia sua concepção de terapia familiar:• A vida psíquica de um indivíduo não é exclusivamente um processo interno; o indivíduo
que vive numa família é membro de um sistema social ao qual deve adaptar-se. Suas ações são governadas pelas características do sistema e estas características incluem os efeitos de suas próprias ações passadas. O indivíduo responde aos estresses com outras partes do sistema, às quais se adapta e pode contribuir significativamente para estressar outros membros do sistema. O indivíduo pode ser encarado como um subsistema ou como parte do sistema, mas o todo deve ser levado em conta.
• As mudanças numa estrutura familiar contribuem para mudanças no comportamento e processos psíquicos internos dos membros do sistema.
• Quando um terapeuta trabalha com um paciente ou com uma família, seu comportamento se torna parte do contexto. O terapeuta e a família associam-se para formar um sistema terapêutico novo, e esse sistema, então, passa a governar o comportamento de seus membros" (Minuchin).
• Esta modalidade terapêutica enfatiza a qualidade das fronteiras que delimitam a família e seus subsistemas. A qualidade das fronteiras é determinada pelo padrão de interação entre seus membros. Isto é, uma seqüência de comportamentos padronizados, de caráter repetitivo, governados por regras que definem quem participa em cada subsistema e de que maneira se dá essa participação.
Concepções • É mais importante fazer com que os pacientes tomem alguma atitude em relação
aos seus problemas (responsabilidade e posicionamento no relacionamento terapêutico) do que ajudá-los a compreender as origens e motivos desses problemas;
• Os sintomas surgem quando há uma incongruência entre os níveis manifestos e os ocultos de comunicação com os outros;
• “as famílias freqüentemente fazem tentativas sensatas, mas mal orientadas, para resolver suas dificuldades e, descobrindo que o problema persiste ou piora, freqüentemente aplicam mais ou menos as mesmas soluções tentadas. Isto produz apenas um agravamento do problema, que produz mais ou menos a mesma coisa, e assim por diante – em um ciclo vicioso” (p. 344);
Concepções• Há regras familiares não expressas, que funcionam como premissas
básicas que governam a operação dos sistemas familiares. A maioria dessas regras funciona bem à família. Quando uma regra promove um tipo de solução rígida a mudança não deve se dar apenas no comportamento (final), mas na regra (concepção) que governa aquele comportamento;
• Ex: chegada do segundo filho, o 1º fica enciumado e agressivo (crença de que pais amam mais o bebê). O pai repreende, de modo que reforça ainda mais a situação de mal estar para o filho e a crença dele. Mudança de 1ª ordem (comportamento): que o pai não repreenda. Mudança de 2ª ordem (nas regras que estão governando as interações): mudar a interpretação do pai sobre o comportamento do filho, de mau para triste;
Haley – estratégico?• Haley: interesse em seqüências maiores de regras que as governam.
“Haley aumentou a duração das seqüências que considerava importantes para o entendimento dos problemas, desde aquelas imediatamente circundantes ao problema, freqüentemente envolvendo duas pessoas, até as seqüências que envolvem pelo menos 3 pessoas e duram períodos de tempo mais prolongados” (p. 345), que duram meses ou anos e que refletem problemas estruturais crônicos.
Neste caso, a avaliação de Haley e seus objetivos são estruturais. Por quê?
O que, então, é estratégico?• “A terapia estratégica não é uma abordagem ou teoria em particular,
mas um nome para os tipos de terapia em que o terapeuta assume a responsabilidade por diretamente influenciar pessoas”
Técnicas• Em vez de apresentar um método geral a ser adaptado a
muitos contextos, a literatura estratégica apresenta intervenções singulares, adaptadas à pessoa e aos problemas específicos.
• A ação, não a conversa, levam à mudanças. Portanto, o terapeuta estratégico deve prescrever diretivas aos pacientes.
• A diretiva indireta, ou terapêutica paradoxal, é uma das principais técnicas da terapia estratégica. A premissa usada é a de incentivar o sintoma, explicita ou implicitamente, como um objetivo de eliminá-lo.
Atualização• Alguns autores buscaram modernizar a terapia estratégica integrando-a
com as abordagens narrativas, baseadas em seus princípios construcionistas.
• Abordagens narrativas externalização do problema. O problema é que é o problema, não as pessoas. Crença de que as pessoas são oprimidas por seus problemas (White: cooperação contra sintoma, aliança que capacita a terapia. Busca que as famílias/indivíduos expandam os momentos em que o problema não domina a família, possibilitando novos olhares e novas narrativas sobre a história de vida).
O ensino• “A terapia, assim como qualquer arte, é ensinada num
sistema mestre-aprendiz.” (Haley, 1998)• O ensino é empreendido através do esquema supervisor-
trainee. Os profissionais formados devem estar preparados para lidar com qualquer tipo de problema. As metodologias são diversas: acompanhamento de atendimento, discussão de casos, terapias gravadas em fita-tape, acompanhamento de atendimento através de espelho unidirecional, etc.. Embora o supervisor possa centrar-se em passar sua linha de trabalho, deve ensinar algumas linhas teóricas básicas: teoria do comportamento, teoria de porquê as pessoas agem como agem e teoria da mudança.
Aprendendo e ensinando terapia• Qual a melhor teoria?
• Não se vai conhecer a causa real de um sintoma, e o verdadeiro mecanismo de mudança. Por isso, a terapia deve seguir baseada no melhor conhecimento e o que for mais prático. Não é possível conhecer a verdade.
• Os terapeutas podem levantar hipóteses,mais sobretudo, necessitam agir; as condições de um pesquisador são diferentes , uma vez que estão livres para explorar todas as possibilidades associadas com cada variável que escolheram para o estudo. O terapeuta deve privilegiar o máximo de rapidez
• Características de uma teoria para os terapeutas: - Orientação para provocar mudanças no cliente.
- Deve oferecer esperança ao terapeuta e ao cliente.- Deve orientar ao êxito. - Deve descrever pessoas e problemas em linguagem comum.
Aprendendo e ensinando terapia
• Variáveis da terapia- Quantas pessoas incluir na definição do problema?
- Díade como unidade perceptiva mínima: pessoa no contexto de outra pessoa. -Tríade enquanto unidade mais útil- número de pessoas que fazem parte de um problema. “A pessoa entre o seu confronto”. Sempre é possível achar três pessoas envolvidas no problema, especialmente se o clínico for incluído.
O terapeuta deve enfocar o problema? - sintoma x história ( o que está por trás); - Com o enfoque no sintoma o paciente se sente compreendido e coopera
mais; Com o enfoque na história , terá de ter paciência até o terapeuta chegar naquilo que precisa ser transformado;
Aprendendo e ensinando terapia
• O terapeuta deve enfocar o problema?• A tomada da história remete/define a terapia como uma exploração do
passado; Depois torna-se difícil persuadir a família a lidar com o presente e iniciar as atividades.
• Questões polêmicas:• O terapeuta deve instruir o cliente? - Chamar a atenção para aquilo que o cliente já sabe.
- Cria resistência, passa uma idéia de estupidez do terapeuta desenvolvendo problema de relacionamento com o cliente. Cliente pode ignorar diretivas e não cooperar. Terapeuta pode interpretar como resistência e achar que o cliente precisa de mais instrução. Provoca culpa. - A alternativa é mudar o contexto social.
Aprendendo e ensinando terapia
Algo mais sobre as diretivas: - Não servem apenas para provocar mudanças, mas sim para estabelecer um tipo de
relacionamento. -A ação é gerada no presente, ao invés de falar sobre causas do passado ou da infância.
- A ação da terapia diretiva é conceder a diretiva e discuti-la com o paciente. O esclarecimento se dá através do envolvimento. - Algumas diretivas são chamadas diretas, simplesmente se diz ao cliente o que fazer. - Outras são chamadas indiretas, quando se impede o cliente de mudar ou se estimula um sintoma. - Depende da autoridade do terapeuta.
Objeções as diretivas:- O terapeuta toma a seu cargo o que o cliente deve fazer.
- O terapeuta reconhece que está tentando influenciar o cliente. “Não me pergunte o que fazer já é uma diretiva” . - problema para os trainees: perceber que não sabem o que fazer e manter o status de “expert” diante do cliente, que não seguiu sua diretiva.
Aprendendo e ensinando terapia
• O que é ser desonesto? (EM FUNÇÃO DAS DIRETIVAS SOLICITADAS)
• É ser desonesto com o cliente desviar sua atenção do sintoma? Pessoa que sobe um elevador sem se dar conta porque estava concentrada na sola dos pés (hipnotizada)
• É desonesto estimular o sintoma da pessoa? Efeito paradoxo -querer e não querer o sintoma. O cliente deve saber que o cliente está usando um paradoxo.
• A consciência do que está sendo feito não é a questão; portanto, não é enganoso neste sentido.
Fontes• http://www.abacon.com/famtherapy/haley.html• The art of strategic therapy (disponível em: Link do livro online)• Learning and teaching therapy (disponível em: Link do livro
online)• http://www.jay-haley-on-therapy.com/• http://www.mri.org/pdfs/jay_haley_tribute.pdf• http://www.familia.med.br/textos/Terapia_Familiar_Sistemica.pdf• http://www.tutorzone.com.br/index.php?ind=reviews&op=entry_view&iden=2244• QUIZ: http://www.jay-haley-on-therapy.com/html/therapist_training.html