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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 13 - Nº167 ABRIL 2014 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE Estão a comemorar-se os 40 anos do 25 de Abril. Uma data redonda que não pode passar despercebida. Aliás, cada ano que passa sobre a «Revolução dos Cravos» é comemo- rada por todo o país embalada pelos factos históricos, os relatos e as emoções. O JBG dedica em especial o Vox Pop à efeméride e durante o mês estará no terreno para acom- panhar os vários eventos que vão celebrar Abril. A pergunta que colocamos também ela é redonda. «Que liberdade nos trouxe Abril?». As respostas fazem o percurso da história e deixam claro que a atual situação do país não reflete os valores, a luta e os sacrifícios de quem pôs em risco a sua vida por ideais de um Portugal diferente de 1974 e de hoje. Lar de Balurcos é exemplo de persistência e associativismo no Interior O que nos trouxe esta liberdade de Abril? É urgente criar rede de auto caravanismo no Algarve. Baixo Guadiana segue tendência de crescimento.

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Mensário do Baixo Guadiana

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Page 1: Jbg abril2014

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 13 - Nº167

ABRIL 2014

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

Estão a comemorar-se os 40 anos do 25 de Abril. Uma data redonda que não pode passar despercebida. Aliás, cada ano que passa sobre a «Revolução dos Cravos» é comemo-rada por todo o país embalada pelos factos históricos, os relatos e as emoções. O JBG dedica em especial o Vox Pop à efeméride e durante o mês estará no terreno para acom-panhar os vários eventos que vão celebrar Abril.

A pergunta que colocamos também ela é redonda. «Que liberdade nos trouxe Abril?». As respostas fazem o percurso da história e deixam claro que a atual situação do país não reflete os valores, a luta e os sacrifícios de quem pôs em risco a sua vida por ideais de um Portugal diferente de 1974 e de hoje.

Lar de Balurcos é exemplo de persistência e associativismo

no Interior

O que nos trouxe esta liberdade de Abril?

É urgente criar rede de auto caravanismo no Algarve.Baixo Guadiana segue tendência de crescimento.

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JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

Abril trouxe-nos a liberdade de construir-mos a(s) liberdade(s). Uma construção que nunca estará terminada e onde cada um de nós põe necessariamente a sua mão. Abril trouxe-nos a liberdade de criarmos o espaço para a dignidade, para a igualdade, para a solidariedade. Abril trouxe-nos uma liber-dade que ainda não soubemos aproveitar. Aprenda-se Abril. Aprenda-se a Liberdade.

Nome: Francisco BrotasProfissão: Reformado

Quando se deu o 25 de Abril eu tinha 31 anos. Na altura era um país muito atra-sado, sem liberdade, de emigração – e eu também fui emigrante. Não tínhamos direi-tos nenhuns… O 25 de Abril foi um sonho. Ver o meu povo ter o ordenado mínimo nacional, ter direito à saúde, à reforma, ao trabalho, à liberdade de expressão, a eleger e ser eleito. Os primeiros anos trouxeram conquistas importantes, mas hoje em dia essas conquistas perderam-se. Há-que lutar para inverter as desigualdades que reinam na nossa sociedade. Temos de lutar por uma nova liberdade.

Nome: Gervásio BarãoProfissão: Reformado

Está iniciado o processo de discus-são do próximo Quadro Comunitá-rio de Apoio para o quadriénio 2014 /20 o que significa para o Algarve dispor de cerca de 320 milhões de euros acrescidos de 8,6 milhões de apoio à criação de emprego jovem, montantes que na sua maioria se destinam a apoiar projectos oriun-dos da iniciativa privada.

A partir de uma reflexão sobre os resultados obtidos com anterio-res instrumentos financeiros que sustentaram planos de desenvol-vimento a eles associados e face aos resultados obtidos, a metodologia encontrada agora bem como as prio-ridades definidas para apoiar futuros

projectos, pela novidade que intro-duzem, correspondem, a meu ver, mais assertivamente às necessidades que a região reclama. O conjunto de debates que se estão a promover em torno dos sectores prioritários definidos à partida pela CCDR nos quais são chamados a participar o mundo institucional, a Universidade e o sector empresarial, também me parece um bom caminho..

Estamos no início de um novo ciclo, dispondo de uma reflexão acu-mulada pelo que se fez de bem ou mal sucedido no passado, pelos ensi-namentos que a crise a que o País tem vindo a ser sujeito a qual nos obriga a procurar outras soluções para assegurar o melhor aprovei-tamento dos incentivos financeiros que são colocados à disposição nos próximos quatro anos em benefício do desenvolvimento da região, da sua imagem externa como destino turístico de eleição, da criação sus-tentada de emprego, do melhora-mento das condições de vida das suas gentes.

Neste contexto cabe apoiar o que pode significar um renovado reconhecimento à importância que podem representar na dinâmica do

desenvolvimento regional sectores como a agricultura ( o regresso à terra ), à importância do Mar em actividades que não se circunscre-vem só à actividade pesqueira mas também, entre outros à aquacultura, em terra ou em mar aberto, bem como ao renascimento da indus-tria. Trata-se de pôr de pé um novo paradigma. Que assim seja porque a região bem o necessita. Ainda não conheço o esforço financeiro desti-nado à obra pública, tendo presente o estado em que se encontra a EN 125, e a ausência de continuidade ao IC 27, bem como à Ponte S.Lucar / Alcoutim, para identificar alguns exemplos, infra-estruturas que em muito ajudariam a dar uma nova imagem da região e simultanea-mente estimularem a actividade económica no Interior do Algarve.

Do sucesso da aplicação deste Quadro Comunitário e do cumpri-mento dos objectivos anunciados dependerá em muito, por um lado o que o País conseguirá fazer em termos de combate à centralização das decisões num processo que se tem vindo a acentuar e que constitui um sufoco e um claro desincentivo ao investimento privado ou mesmo

público; por outro lado os presiden-tes e demais eleitos nas autarquias perceberem que os novos tempos que temos de enfrentar não com-portam acções circunscritas aos limites de cada concelho e nesse sentido que a partilha em função de obter uma escala maior inter municipal, quiçá mesmo regional, para erguer novos projectos é de facto essencial.

Quarenta anos do 25 de Abril é um curto passo na história. Repre-senta a conquista da liberdade o arrancar o País do atraso de déca-das e acabar com guerras inúteis, recolocando-o numa posição de respeito pela comunidade interna-cional. O saldo é amplamente posi-tivo mesmo que demonstre a todos que a consolidação da democracia com direitos se revelou um processo bem mais difícil que os sonhos da madrugada.

Carlos Luis [email protected]

Fundamentalmente considero que Abril nos trouxe a liberdade política. O resto deveria vir por acréscimo, mas perdeu-se muito pelo caminho. Perdeu-se porque a classe política não soube conduzir o país a bom porto e tem-se preocupado mais com os seus interesses do que com os interesses do País.Antes do 25 da Abril era a ditadura com todos os inconvenientes próprios duma ditadura, fundamentalmente a falta generalizada da liberdade.

Nome: Patrícia de Jesus PalmaProfissão: Investigadora

O 25 de Abril não trouxe a liberdade que se pretendia. A ideia do 25 de Abril não era o que temos hoje. Vemos claramente que as pessoas estão presas a um ciclo que não está saudável. As pessoas têm que emigrar para terem alguma qualidade de vida e não era esse o ideal de Abril. Deveria de haver mais justiça para todos e menos desigual-dades.

Nome: Ricardo SantosProfissão: Trabalhador Supermer-cado

ABERTURA * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Eusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoFrancisco AmaralMartins GuerrueiroPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171966 902 856Fax: 281 531 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:FIG - Indústrias GráficasRua Adriano Lucas,3020-265 Coimbra,Tel: 239 499 922

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

realizado via Facebook

O que nos trouxe esta liberdade de Abril ?

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 3

CRÓNICAS

Mais do que uma associação de sons e palavras, a música tem a faculdade de unir os povos em torno de uma lingua-gem universal, que ultrapassa raças, religiões ou ideologias, despertando no ser humano emoções, sentimentos e um mundo de prazer e satisfação, que de modo incontornável contribui para a sua socialização e desenvolvi-mento.

Vem este parágrafo a propósito do acordeão, um dos instrumentos musi-cais mais versáteis que, embora tendo nascido em Viena de Áustria, no ano de 1829, venceu fronteiras e rapidamente conquistou o mundo. Em Portugal, tem

o Algarve como a sua meca e a Mito Algarvio – Associação de Acordeonis-tas do Algarve – como seu legado, e é sobre esta associação que gostaria de partilhar com os nossos leitores o meu testemunho.

Há dois anos, um grupo de profissio-nais e amantes do acordeão, entre os quais se destaca a diva Eugénia Lima, fundou a Mito Algarvio com o intuito de preservar a identidade e a cultura do acordeão, elemento distintivo da alma musical do povo português.

A Mito Algarvio tem no seu hori-zonte o estudo e a investigação para a salvaguarda do acordeão, instrumento

que como nenhum outro faz a ligação entre culturas e estilos musicais e reve-lou neste curto espaço de tempo de existência uma capacidade de trabalho surpreendente e um amadurecimento notável.

A prová-lo está um naipe de acções e eventos organizados e outros tantos em que colaborou, dos quais gostaria de destacar, pela notoriedade e pelo dinamismo evidenciados, a edição do livro “Eugénia Lima Homenagem a João César”; o “Castro Marim Palco do Acordeão”; o Festival de Acordeão em colaboração com a Liga Portuguesa Contra o Cancro “Almodôvar”; a Repre-

sentação da Região do Algarve no “Fes-tival Inatel da Costa da Caparica” ou o “1º Certame do Acordeão -Tavira”.

Um dos momentos mais sublimes da Mito Algarvio aconteceu, ainda há pouco tempo, com a festa do 2º aniver-sário, que reuniu em Castro Marim à mesma mesa 600 participantes, entre sócios, acordeonistas e alunos de acor-deão, para cantarem os parabéns à associação.

Reconhecendo o valor e o interesse desta associação para a difusão da música e da cultura do acordeão, o Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Dr. Francisco Amaral,

num gesto louvável e solidário, atri-buiu como presente de aniversário à Mito Algarvio a cedência da antiga Escola do 1º ciclo do Barrocal, em Altura, para sua sede social.

Neste meu testemunho desalinhado e descomprometido, deixo uma pala-vra de reconhecimento e de gratidão ao grande impulsionador e Presidente da Mito Algarvio, o Prof. João Pereira, que tudo tem feito para o crescimento e a afirmação da associação na con-quista dos jovens pelo acordeão, ele-vando esta a esteio do acordeão no Algarve.

É tempo dos algarvios darem as mãos, e refiro-me às autarquias, à Universidade do Algarve, à Direcção Regional da Cultura, às empresas e às associações culturais, para juntos conseguirmos cumprir o sonho da Mito Algarvio: tornar o Corridinho Patrimó-nio Imaterial da Humanidade.

Vítor Madeira

Neste tempo sombrio que o país atra-vessa, dá-nos força recordar os dias lumi-nosos do 25 de Abril de 1974.Num poema, escrito há uns anos, chamei-lhes: «A festa popular que não cabia /Na fantasia dos sonhos mais ousados».A festa popular é ainda hoje a primeira recordação que me vem ao espírito quando lembro esses dias de há 40 anos.O país levantou-se numa verdadeira explosão de alegria ao receber a notícia de que Marcelo Caetano se tinha rendido e o governo da ditadura fascista tinha sido derrubado pelos militares do MFA.As pessoas soltaram-se das amarras do medo, saltaram para a rua, cumprimen-tavam-se, abraçavam-se, falavam-se

Impulsionados por valores morais, por uma questão de dignidade das Forças Armadas e do País, organizámos o movi-mento militar que nos levou ao 25 de Abril de 1974.

São imperativos éticos que levam muitos militares a correr todos os riscos profissionais, pessoais e familiares para estabelecerem a paz e libertarem Portu-gal.

A adesão do povo português ao 25 de Abril foi a demonstração clara de que está-vamos certos, que os valores da liberdade, paz e dignidade eram igualmente senti-

A alegria e a solidariedade que acolheu a vitória dos capitães não caiu do céu. Foi o sentimento entranhado numa longa resistência e em cinco décadas de luta conduzida pelas forças antifascistas, que nunca deixaram morrer a esperança. De forma persistente souberam aproveitar as debilidades e as contradições da ditadura para reduzir a sua base de apoio social e a isolar crescentemente no plano político. Isto foi flagrante no período que ante-cedeu o 25 de Abril, especialmente na oposição à guerra colonial, que também ia ao encontro do descontentamento dos militares, abrindo espaço ao seu movi-mento e favorecendo as condições para a sua vitória.À alegria inicial prosseguiu com a cer-teza, celebrada no 1º de Maio de 1974, de que não se tratava de uma qualquer mudança, mas de uma verdadeira revo-lução. Era o que provava a libertação dos presos políticos, a extinção da PIDE

nómicos nacionais, capturou a democra-cia portuguesa reduzindo-a ao aspecto formal.

Hoje, de novo, há portugueses que sentem vergonha destes dirigentes sub-servientes ao exterior e emigram ás cen-tenas de milhar.

Já vivemos esses tempos antes do 25 de Abril, não podemos permitir a repetição de condições e factos semelhantes.

. A falta de grandeza, inteligência e capacidade, dos agentes do Poder revelada na abordagem das comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril demonstra que, sendo embora um produto do 25 de Abril, não prosseguem os seus valores.

Felizmente existem ainda muitas autar-quias, instituições e organizações, muitos

e a prisão dos seus agentes, a extinção da Censura e das organizações fascistas como a «Legião», a «União Nacional» e a «Mocidade Portuguesa», a par do amplo exercício das liberdades demo-cráticas. Era o que confirmava o fim da guerra colonial e o reconhecimento da independência das colónias, a par de medidas de grande alcance social, como foi, entre outras, a criação do salário mínimo nacional, a segurança social, as férias pagas.O desenvolvimento do processo impli-cou ainda mais: que a revolução se transformasse, para sua própria defesa, numa revolução profunda das próprias estruturas da sociedade. A contra-revo-lução levantava cabeça, os privilegiados do fascismo, derrotados a 25 de Abril, iniciavam a desforra. Foi assim que o próprio funcionamento da economia pôs na ordem do dia as nacionalizações, a reforma agrária, o controlo de empre-

portugueses e portuguesas e muitos militares de Abril, que saberão realizar com entusiasmo e forte adesão popular, comemorações de âmbito e significado nacionais .

À pequenez evidenciada pelos Órgãos de Soberania e classe dirigente responde-remos com dignidade, afirmando os valo-res de Abril de que somos depositários

Hoje estamos de novo em guerra, agora conduzida pelo capital especula-tivo que ataca o bem comum e tudo o que é público.

O instrumento de guerra e de domínio é agora a Dívida Pública.

A dívida está a ser usada como máquina de esmagamento da classe média, captura da sociedade e da democracia e como

sas pelos trabalhadores. Mas os grandes interesses capitalistas no país, apoiados pelos congéneres internacionais, jamais deixariam de se opor, aberta ou subver-sivamente, à concretização do projecto libertador nascido da revolução.Não conseguiram, no entanto, impedir a aprovação da Constituição da República, a instauração do Regime Democrático, a realização das grandes reformas ins-titucionais chamadas: Serviço Nacional de Saúde, Democratização do Ensino, a Segurança Social Pública, o Poder Local Democrático. Mais do que nunca, estas reformas estão hoje ameaçadas pela austeridade cega e reaccionária que governa o país. Estão, contudo, em claro crescimento as forças políticas que recusam o empobrecimento e acreditam na redenção do país pelo desenvolvimento, como nos dias lumino-sos de há quarenta anos. O 25 de Abril vai ganhar mais uma vez!

dispositivo de transferência de riqueza no sentido da concentração de rendi-mentos.

O sistema financeiro produz o crédito e a dívida como mecanismos de apropriação de mais valias geradas no sistema pro-dutivo

A luta está a agudizar-se, é tempo de organização, de resistência, tomada de consciência e acumulação de forças para o combate, que será longo, duro, cruel e feroz.

.Os governantes comportam-se aber-tamente como inimigos do bem comum, desprestigiam a função pública e o país.

.Hoje reafirmar Abril e os seus valores significa recuperar a dignidade ofendida, significa chamar o Povo soberano a ocupar de novo o seu lugar na História, para defesa da nossa soberania, para resgatar Portugal.

umas as outras sem se conhecer, como se fossem amigos. Portugal tornou-se, durante dias, num país de irmãos, que cantava, dançava, vitoriava, aclamava, aquilo que esperara durante quase meio século: a liberdade.Em Lisboa a festa tinha começado durante o próprio decorrer das opera-ções militares.Conta Salgueiro Maia, o heróico capi-tão que comandou o ataque vitorioso ao Quartel do Carmo, no seu relatório:«Foi bastante importante o apoio dado pela população na realização destas operações, pois além de me indicarem todos os locais que dominavam o quartel (do Carmo) e as portas de saída deste, abriram-me portas, varandas e acessos a telhados para que a nossa posição fosse mais dominante e eficaz. Também nesta altura começaram a surgir populares com alimentos e comida, que distribuíram pelos soldados.»

dos pela generalidade dos portugueses e portuguesas.

. Portugal então contribuiu de novo para a História dos povos e dos regimes políticos, Portugal reocupou o seu lugar no concerto mundial.

Iniciámos o caminho da consolidação da democracia, paz e desenvolvimento, fizemos progressos sensíveis em termos económicos, sociais e culturais.

Ainda que com atraso edificámos um Estado Republicano de carácter social.

Porém a sociedade portuguesa nos últimos anos não conseguiu gerar um escol dirigente à altura dos valores do 25 de Abril

O capital financeiro especulativo apoiado nos seus agentes políticos e eco-

Almirante Martins Guerreiro

Carlos Brito

O Insubmisso

Os dias luminosos do 25 de abril

O 25 de Abril, a guerra passada, presente e futuraUma Questão de Dignidade 1

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Mito Algarvio – O legado do acordeão no Algarve “O acordeão tem fortes raízes no Algarve. É o instrumento que melhor define a alma do povo algarvio. Os acordeonistas algarvios são os grandes culpados por eu ter começado a tocar acordeão. Muitos dos meus discos têm temas de compositores algarvios”.

Eugénia Lima

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2014

Reitor promete “maior relação afetiva” entre Universidade do Algarve e comunidade

Presidente da câmara de Alcoutim ambiciona alargar geminação com Blain

Teste pioneiro de alerta tsunami em Castro Marim

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

O concelho de Castro Marim recebeu a 25 de Março a equipa reitoral da UAlg. Foi um dia inteiro a percorrer o concelho e a conhecer projetos do foro empresarial e associativo. “Encontrei em Castro Marim empreendedorismo que me deixou muito surpreendido, nomeadamente jovens empresários que estão a apostar na exportação. E também encontrei uma câmara muito sensível aos problemas da população”, disse António Branco ao JBG no final do dia, à margem da visita à Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração do Azinhal. Questionado sobre os resultados práticos desta visita o reitor declarou que “a UAlg pode ser mais útil à sociedade”, com a convição do que o que está a ser “bem feito pode ser feito melhor”.

Ao longo do dia à reitoria da UAlg foram lançados desafios vários por parte dos empresários aos quais a UAlg prometeu “tentar dar resposta”. Desde logo “está lançado um protocolo com a Unidade de Cuidados Controlados para que possa alargar cooperação a várias áreas da saúde”, adiantou ao JBG o reitor.

Relação entre região e universidade “deverá ser mais afetiva”

Ao nosso jornal o reitor explicou que périplo pela região “deverá ficar concluído em Junho”, sendo que depois haverá uma sistematização da informação “e daí surgirão outras iniciativas”.

Francisco Amaral

Um grupo de 23 alunos e dois pro-fessores de Blain, cidade geminada com Alcoutim, foram recebidos, no salão nobre da Câmara Muni-cipal, pelo presidente, Osvaldo Gonçalves.

Os jovens franceses estiveram uma semana em Alcoutim, onde foram recebidos por famílias de acolhimento, no âmbito do pro-jeto de intercâmbio escolar entre o

No passado dia 17 de março, pelas 15 horas, a comunidade escolar da escola Básica de Castro Marim eva-cuou o espaço escolar num exercício Livex de simulação de um sismo de onze segundos de duração, seguido de tsunami, que envolveu a parti-cipação das forças de socorro e restantes parceiros da segurança. Este exercício implicou um esforço adicional da equipa da segurança da escola que, sem precedentes, o preparou cuidadosamente, cons-ciente de que esta situação poderá constituir um perigo real para o qual deverá estar preparada a comuni-dade escolar e a estrutura interna de segurança.

Para o sucesso deste exercício con-tribuiu grandemente a realização de reuniões preparatórias com os parceiros da segurança (Gabinete de Segurança da Direção de Serviços

considera que UAlg “está a contactar com o país real”

Para o presidente da câmara muni-cipal de Castro Marim esta visita da universidade “é um facto inédito e representa um contacto da univer-sidade com o país real”. O autarca louvou a atitude de reitor e é da opi-nião que “esta é a forma da UAlg se inteirar dos aspetos positivos e negati-vos das comunidades”. Considerando que “as universidades foram fábricas de desempregados”, disse que está na altura de ter lugar uma maior ligação entre universidades e comunidades porque há uma uma panóplia de culturas a considerar que são deter-minantes para o desenvolvimento e combate ao desemprego”.

Em Castro Marim o reitor visitou um projeto de aquacultura, a coope-rativa de sal, a sede de agrupamentos de escola EB 2,3 de Castro Marim , uma campo de golfe, uma plantação de morangos e outra de diospiros e a Unidade de Cuidados Continuados do Azinhal.

Recorde-se que este Reitor elegeu como uma das finalidades estraté-gicas do seu mandato (2014-2017) estreitar ainda mais a relação da Uni-versidade com a região, para que se possa estabelecer uma colaboração de grande proximidade e construir um espaço privilegiado de reflexão e de ação conjunta. À data da visita a Castro Marim tinha já visitado os concelhos de Loulé, Lagoa, tendo-se seguido São Brás de Alportel a 28 de março.

Agrupamento de Escolas de Alcou-tim e o Collège Saint-Laurent de Blain.

No discurso de receção, o presi-dente da Câmara Municipal feli-citou os professores de ambos os estabelecimentos de ensino pela realização destes intercâmbios tão frutíferos para os alunos das duas comunidades e aproveitou a ocasião, já que um dos professo-

de Educação da Região do Algarve, GNR, Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António, Centro de Saúde de Castro Marim e Cruz Ver-melha Portuguesa) e a realização de uma sessão informativa na escola, no dia 28 de fevereiro, da respon-sabilidade da Autoridade Nacional de Proteção Civil com a apresen-tação do simulador do estudo do risco sísmico e tsunami no Algarve. A mesma teve como principal obje-tivo a sensibilização dos alunos e restante comunidade escolar para a pertinência da realização de um exercício de tsunami. Paralela-mente, foi feito um estudo sobre os efeitos do sismo e tsunami de 1755 na zona e perante esse pos-sível cenário foram traçadas rotas de evacuação da escola para um local elevado nas proximidades da mesma. Mediante estes percursos e

res franceses é membro do comité de geminação, para reiterar o interesse do atual executivo em alargar a outras áreas, nomea-damente ao associativismo e ao turismo.

Recorde-se que entre 12 e 19 de Abril, durante as férias da Páscoa, será a vez de alunos e professores alcoutenejos serem recebidos em Blain.

o estudo da melhor forma de pro-ceder à evacuação de toda a comu-nidade escolar, foi organizada a estrutura interna de segurança. Após as reuniões necessárias com todos os seus elementos e percor-rida, de forma faseada, a rota de evacuação, para definir atuações, concluiu-se a preparação deste quadro de emergência. O exercício, no dia 17 de março, realizou-se com bastante sucesso, uma vez que com celeridade toda a comu-nidade escolar se encontrou a salvo no local pré-definido, num curto espaço de tempo. Desta forma, encontra-se a comunidade escolar da Escola Básica de Castro Marim preparada para fazer face, dentro do possível, a mais uma situação de emergência, tendo assim dado mais um passo na educação para a segurança.

António Branco visitou diversas iniciativas empresariais no concelho e prometeu maior relação da parte da UAlg Executivo pretende alargar geminação ao associativismo e ao turismo

Depois de um périplo pelos 16 concelhos do Algarve, que deverá terminar em Junho próximo, o reitor da Universidade do Algarve (UAlg) promete resultados práticos destas visitas. Desde logo o responsável máximo da UAlg acredita que com esta iniciativa de proximidade está a fomentar “uma maior relação afetiva entre a universidade e a região”.

Em Castro Marim

Agrupamento de escolas

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 5

Moradores do Bairro do Farol protestam contra “roubo nas rendas”

Trabalhadores do comércio e serviços manifestaram-se em VRSA

LOCAL

Maria dos Anjos Mestre garante que quando em 1980 recebeu as chaves foi-lhe dito que ao fim de 25 anos a casa seria sua. O JBG ouviu vários moradores deste bairro afirmarem que esta promessa foi-lhes feita pela Caixa de Providência, entidade que na altura estava responsável pelos bairros sociais em Portugal. Mas ao fim de 34 anos a morar aqui “a casa continua a ser do Estado que nunca se dignou a fazer uma obra de manu-tenção que fosse; o resultado está à vista com a ameaça de derrocadas”. No caso desta moradora o aumento a que fica sujeita é dos 15 para os 160 euros, faseado em atualizações progressivas ao longo dos próximos dois anos. “Há seis anos fiz várias obras na minha casa que bem precisava e à minha custa, entre pedreiro e materiais, gastei uns 17 mil euros”.

Fátima Botequilha, também arren-datária neste bairro garante que não pagará “o que eles querem” e mostra-se indignada com o rumo de degradação das casas que “ninguém lá em Lisboa quis saber”. Ao que o JBG conseguiu apurar no local muitos moradores fizeram obras por conta própria, já que “o IHRU não se disponibilizou a fazer obras, e mais; não autorizava obras nenhumas nas casas”. Pedro dos Santos nem quer fazer contas ao que gastou com as obras que fez na sua casa. “Estava tudo podre”, afiança. Para além das intervenções dentro das casas os moradores garantem que já fizeram obras por fora, desde pinturas até arranjos por temerem a própria segurança. “Eu e uma vizinha tivemos de mandar arranjar a marquise senão corríamos o risco de que ela caísse e

causasse uma desgraça”, conta-nos Fátima Botequilha. Para Isabel Gonçal-ves, também neste bairro há 34 anos este aumento “é um roubo”, tendo sido uma das que sofreu um aumento ime-diato de cerca de 150 euros. “Eu não digo que não aumentassem as casas, mas isto não é legal; um aumento destes sem faze-rem uma obra é um roubo”.

Aumentos caíram que nem uma bomba

Pa s s a d o s 34 anos de arrendamento os aumentos caíram que nem uma bomba neste bairro social. “Apro-veitaram-se de uma opor-tunidade de crise”, acusam os moradores que prometem “não baixar os braços”, espe-rando que “o presidente da câmara ajude a resolver a situação”. Para falar a uma só voz foi criada neste bairro uma «Comissão de Moradores ad hoc» e ao

longo do mês de Março foram várias as movimentações realizadas na tentativa de impedir os aumentos.

Nelson Mestre cresceu neste bairro e recorda que “a qualidade das casas deixa muito a desejar”. O jovem

assumiu a liderança do movimento de moradores e já foram várias as dili-gências em que se empenhou. Duvida

A manifestação fez-se em defesa do aumento dos salários, a actualiza-ção do salário mínimo nacional, a efetivação do direito de negociação coletiva e defesa da Constituição da República. Participaram diver-sos trabalhadores das cadeias de supermercados instalados em Vila

deste procedimento de atualizações e frisa que “não foi tido em conta o estado de conservação das casas”, acusando o IHRU de “querer salvar a sua pele com o dinheiro dos muní-cipes”. Nelson Mestre calcorreou as

várias casas do bairro e ficou a saber que o trata-mento do IHRU tem sido desigual. “Nem todos os moradores foram noti-ficados deste aumento, outros não viram o valor anunciado descontado da sua conta e há ainda quem tenha visto o aumento global ser feito de uma vez apenas, quando à partida seria um processo faseado em dois anos”.

Bairro com população envelhecida

O bairro da caixa tem 92 fogos, sendo que a média de idades ronda os 65 anos. As famílias são, maioritariamente carenciadas e há agrega-dos familiares numero-sos e alvo de acentuados problemas.

Providência cautelar em marcha

A 1 de Março entrou no tribu-nal uma providência Cautelar por parte dos moradores que contam

Real de Santo António, bem como outros trabalhadores de comércio e serviços do concelho pombalino.

Decidiram lutar em conjunto, “pela exigência do aumento dos salários, contra os abusos nos horá-rios, contra a não rotação de folgas e de turnos, contra o banco de horas

ter novidades acerca desta medida no início do mês de Abril. Nelson Mestre garante que da parte da autarquia “houve um grande apoio” e está esperançado que os aumentos não se efetivem. “A câmara fez vistorias às casas e de acordo com as simulações feitas verificou-se que os aumentos de renda deveriam ter sido inferiores aos que foram praticados”, conta-nos este jovem que também elogiou o apoio dado nesta situação “pelo PCP com o deputado do Algarve [Paulo Sá] a visitar o nosso bairro e a questionar o Governo sobre estes aumentos”.

Recorde-se que a câmara municipal de Vila Real de Santo António apro-vou, por unanimidade uma proposta da CDU que solicita ao Governo a intervenção junto do IHRU para a suspensão da atualização das rendas de habitação social até que a lei seja revista. Ao que o JBG conse-guiu apurar em cima de fecho desta edição decorreu uma reunião entre o presidente da câmara e os mora-dores. Antes da reunião Luís Gomes, edil local, garantiu ao JBG que quis “ouvir os moradores para perceber no que é possível ajudar nesta situ-ação”.

Reabilitação até final do ano

Em cima do fecho da edição foi tor-nado público que o IHRU vai lançar concurso público para a empreitada de reabilitação deste bairro - cujas obras estão orçadas em 700 mil euros. A apresentação de propostas termina no próximo dia 28 de abril, refere o IHRU em comunicado de imprensa.

imposto através de coacção e mani-pulação, bem como o uso e abuso de exploração de mão-de-obra barata e rotativa, que em nada beneficia a dignidade e a estabilidade dos trabalhadores, bem como, a econo-mia do concelho”. Em dia de luta nacional convocada pelo Sindicato

dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) e CGTP ouviram-se vozes contra “o pacto entre as grandes empresas e o Governo, pacto este que abriu portas aos favores e aumenta o roubo e a exploração dos trabalha-dores. Pacto que retirou feriados, agravou a taxa de IRS e sobretaxa, aplicadas para sobrecarregar quem trabalha e que, em conjunto com outras mordomias concedidas pelo governo, levam ao aumento dos lucros dos grandes grupos econó-

micos”. Nos protestos exigiu-se o aumento de 30euros dos salários e a defesa de direitos.

“Ser sindicalizado, não é só e apenas pagar quota para prevenir algo que seja necessário ou uma possível fatalidade futura. Não! Ser sindicalizado é participar em unidade com outros trabalhado-res nas diferentes jornadas de luta organizadas pelo CESP/CGTP-IN e não esperar que os outros o façam por nós”, lembraram várias vozes na manifestação.

Moradores reuniram-se com câmara municipal a quem pediram ajuda

O Bairro do Farol em Vila Real de Santo António foi no último mês palco de uma indignação generalizada por parte dos moradores, cujos aumentos de renda atingiram valores que ascenderam até aos 1000%.A câmara municipal fez um diagnóstico da situação de cada arrendatário afetado de modo a perceber o que pode fazer por estes munícipes.

No passado dia 14 de Março cerca de meia centena de trabalhadores do comércio concentraram-se junto à rotunda do poeta António Aleixo, em VRSA, em dia de manifestação nacional da CESP e CGTP.

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

La tarjeta de eurociudadano ya es una realidad

El dragado del rio Guadiana, un proyecto inminente El ayuntamiento

estudia modificar los horarios de pago de la zona “ora”

La tarjeta de Eurociudadano es ya una realidad para los ciudadanos de Ayamonte, Vila Real de Santo Antonio y Castro Marim. El pasado día 21 de Marzo, se presentó en la ciudad Ayamontina este DNI del Eurociudano que permitirá a sus poseedores una serie de ventajas a los habitantes de los tres municipios en servicios de cultura o deportes y descuentos en servicios sanitarios y de movilidad.

A partir del mes de abril comen-zará a funcionar este “DNI” de ‘Euro-ciudadano’ en la la Eurociudad del Guadiana, un documento que per-mitirá a los residentes de los muni-cipios de Vila Real de Santo Antonio, Castro Marim y Ayamonte compartir actividades culturales o deportivas y obtener ventajas en las áreas de salud y movilidad.

El lanzamiento de la tarjeta se rea-lizó de manera simbólica en una rueda de prensa conjunta de los tres municipios de la Eurociudad, con la entrega de los primeros documento

a los alcaldes, y marca de manera definitiva el principio de la unión administrativa de los “municipios hermanos”. El número de la tarjeta de Eurociudadano pone a disposi-ción de los ciudadanos un gabinete que se ocupará de todos los trámites. Esta tarjeta permite compartir ins-talaciones comunes, como piscinas, bibliotecas y otros espacios cultu-rales y deportivos y será otorgada sin coste alguno para todos los resi-dentes en los tres municipios que lo requieran.

Entre los beneficios de esta tarjeta también se encuentra el facilitar el acceso a un conjunto de proveedo-res de salud con precios más bajos. De momento, van a participar acti-vamente más de cuarenta empresas de los tres municipios, y se están estudiando las adhesiones de más empresas y colectivos participantes . En breve se publicará un directo-rio de servicios de salud y cuyos servicios tendrán un descuento del mínimo del 10 por ciento.

Desde este momento, los Aya-montinos pueden solicitar la tarjeta en el Área de Desarrollo Local del Ayuntamiento

Asimismo, los tres municipios están avanzando en un proyecto de movilidad que uniría por medio de transporte público las poblacio-

nes de la Eurociudad. Se trataría del primer caso de un transporte público común en dos países de la Unión Europea.

El dragado para la conservación de la desembocadura del Guadiana, proyecto largamente esperado y reclamado por las poblaciones fronterizas de España y Portugal bañadas por el río que las une. puede ser una realidad cercana en breve. Representantes de la Comisión de Coordinación y Desarrollo de El Algarve de Portugal y de la Agencia Pública de Puertos de Andalucía, se han reunido el viernes 28 de marzo en Lisboa con el fin de sacar adelante el tan esperado proyecto que asegurará unas condiciones óptimas e navegación para los barcos de pesca y de ocio de los dos países a ambos lados del rio.

En la reunión se ha abordado el último trámite que queda por completar, como es la financiación europea de la obra. A tal fin, se pretende modificar el proyecto “Guadiana, un Río Navegable” para dar cobertura económica al dragado. Actualmente, se están ejecutando las obras de rehabilitación del muelle de pasajeros y mejora funcional de las terminales de embarque del puerto de Ayamonte y las de reparación del muelle y mejora de instalaciones y amarres del puerto de Sanlúcar del Guadiana , por importe superior a 1,5 millones de euros.

El objetivo es recuperar un calado mínimo de 3,5 metros de profundidad, para lo cual se pretenden extraer más de 50.000 metros cúbicos de material del fondo marino que en parte será reutilizado para la regeneración de playas de la zona y en otra parte se verterá en alta mar por tratarse de arenas no aptas para este uso. El proyecto del Dragado está presupuestado en 1 millón de Euros y supondrá sin duda un antes y un después en la dinamización económica de las poblaciones fronterizas de los dos países.

Con el objetivo de ayudar a la economía del muni-cipio, el Ayuntamiento de Ayamonte lleva ya un tiempo trabajando conjuntamente con la empresa que gestiona la zona ORA de Ayamonte, y la Asocia-ción de la Pequeña y Mediana Empresa de Ayamonte (APYME), para la reestructuración del horario de estacionamiento.

Actualmente se encuentran varias propuestas encima de la mesa, entre ellas la de no tener zona ORA por la tarde durante seis meses al año, coinci-diendo con los meses de menor afluencia de turistas al municipio.

El Teniente Alcalde de Infraestructuras y Obras del Ayuntamiento de Ayamonte, Rafael Luna, ha señalado que las propuestas están en manos de las distintas fuerzas políticas de la localidad, y que también se va a tratar el tema, tanto en la próxima reunión del Foro de la Movilidad como en el Consejo Económico y Social.

Rafael Luna, añadió que con todas estas propues-tas en mano de las diferentes fuerzas políticas y de los agentes sociales y económicos de la localidad, se persigue que la solución final, venga de la mano del mayor consenso posible.El proyecto del Dragado está presupuestado en 1 millón de Euros

El Alcalde anunció que a partir del mes de abril comenza a funcionar este “DNI” de Eurociudadano

Fideos con Caballas

4 caballas gordas.1/2 vaso de aceite.2 cebollas grandes (900 gr.

aprox.)6 tomates maduros media-

nos.6 pimientos verdes (150 gr.

aprox.)1.5 l de caldo de pescado.200 gr. de fideos nº. 3sal

Preparación

Limpiar las caballas, quitarles las cabe-zas y espinas y reservar los lomos. Las espinas y cabezas se usarán para hacer el caldo de pescado.

Picar finamente las cebollas y los pimientos. Escalfar, pelar y trocear los tomates, quitándole las pepitas.En una cacerola pequeña poner el aceite y la cebolla. Cuando empiece a pochar añadir el tomate, sofreí¬r y cuando esté casi hecho añadir el pimiento. Añadir luego los fideos, remover un poco e incorporar el caldo. Cuando los fideos estén casi a punto a falta de cinco minutos, añadir los lomos de las caballas. Poner a punto de sal y mantener a fuego medio durante 5 minutos.

Aparcamiento

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 7

LOCAL

No passado dia 15 de fevereiro, o Grupo Desportivo e Cultural do Rio Seco realizou com os apoios da Câmara Municipal de Castro Marim e da Junta de Freguesia local a «Festa da Prova de Vinhos Caseiros», através de um jantar onde participaram mais de duas centenas de pessoas.

A 5ª edição desta reuniu à mesa 45 produtores de vinho dos conce-lhos de Castro Marim e Vila Real de Santo António, tendo sido apre-sentados alguns dos melhores tintos desta área do sotavento algarvio. Aos provadores e comensais foi difícil a tarefa de escolher os cinco primeiros.

Após um trabalho intenso de degustação, designado como «prova cega» (na qual os provadores não sabem a qual dos vitivinicultores pertencem os vinhos que vão avaliando), foram classificados os cinco melhores vinhos:

1º - Maria Antonieta Rodrigues Madeira Cipriano – Vila Real de Santo António

2º - Rogério da Conceição Fernandes – Corte António Martins (V.R.S.A)

3º - Henrique Rodrigues – Rio Seco – Castro Marim4º - Manuel José Cavaco - Altura5º - Joaquim Manuel Peres Gonçalves – Pedra Arrancada – Altura A «Festa da Prova dos Vinhos Caseiros», que constitui já um êxito

no concelho de Castro Marim, foi acompanhada de um espetáculo de fado pela jovem fadista Nádia Catarro, acompanhada à guitarra por Jorge Franco e na viola por Aníbal Vinhas.

Para Luís Godinho Gomes, Presidente do Grupo Desportivo do Rio Seco, a realização da 5ª «Festa da Prova dos Vinhos Caseiros» “foi muito positiva pela elevada participação de produtores de vinho, mas também pela qualidade e diversidade dos vinhos apresentados a concurso. Isto prova que nos concelhos de Castro Marim e Vila Real de Santo produzimos dos melhores vinhos da região, sendo um incentivo para continuarmos a apurar a qualidade dos nossos néctares frutados”.

Por seu turno, o vereador Nuno Pereira, vereador da Câmara Muni-cipal de Castro Marim, congratulou-se pela “magnífica realização do Grupo Desportivo do Rio Seco”, tendo realçado “a importância da «Festa da Prova dos Vinhos Caseiros» para uma melhoria da qualidade dos nossos vinhos, mas também pelo aparecimento de novas castas que vão, decerto, enriquecer e valorizar a produção vinícola na região Algarvia”.

A empreitada de requalificação do Mercado Municipal, que tem um prazo de execução de 9 meses, é visto como “uma alavanca na estratégia local de desenvolvi-mento, tendo como premissas: o aumento da produtividade e com-petitividade da atividade econó-mica, a revitalização de artes e ofícios e produtos locais, a promo-ção e valorização do património cultural e natural, enquanto fator de melhoria das condições de vida das populações e promoção do

território e do seu património”. A Câmara Municipal anunciou, assim, em Março, as obras de requalificação e reabilitação do Mercado Municipal.

Valor de obra ascende aos 150 mil euros

A intervenção, cujo investi-mento global é de 150 mil euros, contempla a substituição total da cobertura do edifício, a requali-ficação das pérgulas exteriores e

do fontanário frontal que passará a ser uma fonte decorativa.

As duas áreas de pérgulas serão transformadas num espaço de consumo e prova de produtos locais, tais como, sumos, doçaria regional e bebidas espirituosas.

Também no exterior haverá alte-rações com o reposicionamento do mobiliário urbano existente e a instalação de dois painéis de azulejaria magrebina com a iden-tificação do novo espaço, deig-nado «Mercado Local».

Visando revitalizar o processo de destilação do medro-nho no concelho, decorreu, no passado dia 15 de março, em Monchique, um encontro entre associados da APA-GARBE (Associação dos Produtores de Aguardente de Medronho do Barlavento Algarvio) e membros da COO-PDURO (Cooperativa Agrícola de Rega do Pão Duro), promovido pelo presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldo dos Santos Gonçalves.

Durante o encontro, os cooperantes da COOPDURO tiveram oportunidade de visitar três destilarias de pro-dutores de aguardente de medronho e melosa, bem como a Loja do Mel e do Medronho, local onde os associados da APAGARBE comercializam os seus pro-dutos.

Segundo o autarca alcoutenejo, o encontro revestiu-se de especial importância, já que possibilitou a partilha de conhecimentos, dificuldades e obstáculos comuns aos membros das duas entidades, assim como aferir possíveis soluções para essas mesmas contrariedades, de modo a otimizar as várias vertentes inerentes ao pro-cesso de destilação e comercialização do medronho.

“Estou convicto que, num futuro bem próximo, será possível operacionalizar todo o conhecimento adquirido ao longo deste encontro”, referiu Osvaldo Gonçalves.

Prova de Vinhos caseiros atraiu centenas de pessoas ao Rio Seco

Mercado Municipal de Castro Marim vai servir a promoção local

Osvaldo Gonçalves impulsiona produção de medronho em Alcoutim

Toda a zona interior e exterior deste mercado vai ser remodelada para se tornar mais atrativa

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GRANDE PLANO

Março foi, precisamente, o mês de maior pico de autocaravanistas em todo o Algarve. Um turismo que começa no Inverno e que tem o seu ponto alto na Primavera. Neste área turística a melhor publicidade que um destino pode ter é a recomendação «boca a boca» que acarreta resultados evidentes.

Entre Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António existem diversas estruturas de acolhimento e serviços às autocaravanas. Sob a gestão pública está o parque de autocara-vanismo no Pereiro e a estação de serviço no Bairro Carlos Brito, no concelho de Alcoutim; a estação de serviço em Castro Marim ou os parques da Manta Rota e da Muralha, em Vila Real de Santo António. Já no domínio privado existe o Parque do Caliço, na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António e o parque do «Almada D’Ouro Clube», na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim.

De acordo com um estudo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg), existem na região algarvia 90 locais destinados ao autocaravanismo, mas apenas 12 estão devidamente infraestruturados. Em consequência, a informalidade que proli-ferou nesta modalidade turística assume uma escala elevada, o que não tem sido combatido através do incremento de melhores condições nem por uma fiscalização musculada.

Praia do Coelho em 2011: 200 autocaravanistas tiveram de abandonar o local

Em pleno Agosto de 2011, cerca de 200 auto-caravanistas foram obrigados a desocupar o acesso à praia do Coelho, no concelho vilare-lense, depois de um conjunto de veraneantes ter feito à autarquia por não terem lugar para os seus automóveis. A resolução do problema teve de ser rápida por parte da câmara, tendo passado pela instalação de sinais de proibição de autocaravanas. A decisão camarária irri-tou muitos dos turistas visados que na altura denunciaram “falta de alternativas e condições”, manifestando-se “maltratados e discriminados”. Ameaçaram não voltar a VRSA, garantindo passar a fazer férias na vizinha Espanha.

Na sequência deste episódio e em resposta à procura crescente do concelho de VRSA por parte dos autocaravanistas a edilidade teve de promover mais condições para o acolhimento de autocaravanas. Para além de já existir o parque da Manta Rota, com capacidade de 100 lugares, nasceu à beira-rio na cidade de Vila Real de Santo António, mais um parque, com 300 lugares na zona da Muralha. São parques

homologados que dispõem dos vários serviços de fornecimento de água, eletricidade e des-pejos de resíduos e onde os autocaravanistas podem ficar o tempo que quiserem, sob o pagamento de diárias. Atualmente os par-ques são geridos pela empresa municipal pombalina SGU.

VRSA município considera que situação está “controlada”

Para o presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, o desenvolvimento do turismo em autocarava-nas está “controlado” no concelho que lidera. O autarca congratula-se pelo município ter sido “pioneiro” no que diz respeito ao ordena-mento das autocaravanas “com o parque da Manta Rota”, explicando ao JBG que a cria-ção de novos espaços autocaravanistas veio resolver vários problemas. “Desde logo deu vida a espaços mortos, ao mesmo tempo que cria receita e financia postos de trabalho”, sendo que “ se antes o autocaravanismo era considerado um problema agora assume-se como uma oportunidade”. De acordo com autarca sendo as áreas de acolhimento de autocaravanas promovidas pelo município “suficientes”, cabe a “uma eficaz fiscalização evitar o desordenamento”.

CCDR quer criar rede algarvia para autocaravanismo

Por sua vez, David Santos, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg) considera que há um percurso longo a fazer em toda a região, tanto a litoral como no interior para a criação de uma rede de autocaravanismo. Considera-a “essencial” porque “para além de minimizar o impacto da informalidade no autocaravanismo, que é prejudicial a vários níveis - ambiente, ordenamento do territó-rio, segurança e ordem pública e imagem do Algarve - a rede “será uma complementari-dade válida para os parques de campismo, bem como uma ferramenta de valorização da economia e imagem da região”.

Crescimento de 15% em 2013O crescimento do autocaravanismo no

último ano ronda os 15%, sendo que em 2013 terão sido 120 mil os autocaravanistas que desfrutaran do Algarve. Cabe à CDDR Alg elaborar uma proposta de trabalho que contem-ple um quadro estratégico e operativo de ações comuns em todos os concelhos para que a rede que se projeta se torne uma realidade.

Iniciativa privada também existe

Na iniciativa privada existe na freguesia de Vila Nova de Cacela o parque Caliço com capa-cidade para 400 autocaravanas; um número

possível graças a uma ampliação feita em 2008. Ao que conseguimos apurar junto deste inves-timento turístico que engloba também parque de campismo e moradias e que surgiu no con-celho há 40 anos, a afluência autocaravanista “é importante para a sua sustentabilidade”. Aqui os autocaravanistas ususfruem das comodida-des de todo o espaço. “Temos piscina, golfe, supermercado, restaurante e uma panóplia de oferta que possibilita que aqui dentro os turistas tenham tudo à mão e com o máximo de conforto”, diz-nos António Soares Ferreira, diretor comercial.

Em 2013 autocaravanismo

injetou 6 milhões de euros no Algarve

De acordo com os dados mais recentes, um autocaravanista no Algarve gasta em média /dia cerca de 50 euros, sendo que faz férias na

Susana H. de Sousa

Castro Marim é, muitas vezes, a porta de entrada para os autocaravanistas que chegam a Portugal, via ponte internacional do Guadiana. No ano de 2013 terão sido cerca de 120 mil os autocaravanistas a passar férias na região do Algarve. Este é um nicho turístico em crescimento na região, e apontado como um meio importante para combater a sazonalidade.No território do Baixo Guadiana, nomeadamente em Castro Marim e Alcoutim, estão identificadas lacunas que poderão ser colmatadas ainda este ano com o objetivo de melhorar o acolhimento de autocaravanas.

É urgente criar rede de auto caravanismo no Algarve.Baixo Guadiana segue tendência de crescimento

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 9

GRANDE PLANO

região ao longo de 42 dias. Contas feitas os 120 mil caravanistas que estiveram no Algarve em 2013 injetaram seis milhões de euros na economia regional. Valores que têm motivado os setores público e privado a apostarem neste nicho de turismo. Mas é notório que combater a informalidade é uma necessidade na região, já que desses 120 mil autocaravanistas apenas 40 mil ocuparam nas áreas infraestruturadas, cerca de 30% apenas.

Castro Marim projeta roteiro de autocaravanismo e parque em Altura

Em Fevereiro um debate dedicado ao tema do autocaravanismo na localidade de Altura, em Castro Marim, mobilizou cerca de 200 pessoas que assistiram à apresentação de um estudo da CCRAlg e outro da empresa muni-cipal Novbaesuris [ver caixa]. Na assistência

marcaram presença muitos autocaravanistas, bem como alguns moradores, agentes econó-micos, associativos e autarcas.

Neste debate foi dado a conhecer da parte da CCDRAlg o projeto de criação de uma rede regional de acolhimento aos autocaravanistas. E Francisco Amaral, presidente da câmara muni-cipal de Castro Marim, apresentou o projeto de um roteiro do autocaravanismo no concelho, e a construção de um parque de acolhimento de autcaravanistas em Altura. Um espaço com infraestruturas que permitam o abastecimento de água e a descarga de esgotos e o ordena-mento da área urbana; de forma a combater o autocaravanismo selvagem. Afigura-se “de grande utilidade ouvir a opinião das pessoas para com bom senso e equilíbrio decidir sobre uma atividade que está em franco desenvolvi-mento no Algarve”.

De referir que na vila de Castro Marim existe uma estação infraestrutu-rada e homologada para o autocarava-nismo sob a gestão da empresa municipal «NovBaesuris».

Clube de Caçadores já gere parque em Odeleite

Mas em Castro Marim, a iniciativa privada também já investiu neste nicho turístico. Foi na localidade de Alcaria, em Odeleite que em Outubro de 2012 o clube de caçadores «Almada D’Ouro Clube» iniciou esta atividade. Com capa-cidade para 12 autocaravanas, aqui a lógica é a “da qualidade, mas a um preço acessível”, con-ta-nos António Baltazar, presidente do clube. “Os valores praticados, essencialmente , fazem face às despesas, pois o objetivo é divulgar o concelho e as suas potencialidades, mais do que fazer disto um negócio”. Este responsável garante que os ocupantes deste parque “têm poder de compra e fazem questão de pagar os serviços para garantir a qualidade que procu-ram”, estando convicto que este parque “veio ordenar um autocaravanismo selvagem que vivivelmente estava a proliferar no Interior de Castro Marim”.

Mas no que toca à sustentabilidade do pro-jeto António Baltazar alerta que nos termos em que foi criado este é um projeto que se “torna viável porque não há ordenados a pagar ao final do mês...”. O trabalho é feito pelos membros do clube, o que significa que para ser um projeto com uma sustentabilidade diferente teria de ter uma escala distinta. Na opinião de António Baltazar a gestão destes parques “deveria ser feita pelos clubes e associa-ções ou empresas municipais, porque permite praticar preços mais acessíveis e convidativos e numa ótica de valorização do concelho e não do negócio”. Adepto da criação de um circuito de autocaravanismo no Baixo Guadiana afirma que “os turistas apaixonam-se pelo território” e a prová-lo estão as marcações completas já para Outubro próximo.

Em 6 anos surgiram mais 12 áreas de acolhimento no Algarve

A CCDRAlg tem a convição que a divulgação

dos dados que revelam as potencialidades do

Algarve para o autocaravanismo tem ajudado a mobilizar o investimento no autocaravanismo, quer ao nível privado como público.

Desde a legislação que saiu em 2008 para regular o autocaravanismo surgiram no Algarve mais 12 áreas de acolhimento.

Alcoutim vai investir mais em 2014

Em Alcoutim uma estação de acolhimento cheia com autocaravanas pode representar uma maior concentração de pessoas do que em muitos montes que estão dispersos no concelho. E, por si só, justifica a venda ambulante de pão, peixe, frutas e legu-mes. “Pode ser, concerteza, um incremento à economia, e que tanta falta faz”. Esta é a opinião de Paulo Paulino, vice-presi-dente da câmara municipal de Alcoutim e vereador com o pelouro do turismo. Este responsável garante que a questão do ordenamento está “controlada” naquele município, mas avança que o Plano Pluria-nual de Investimento Municipal para 2014 prevê melhorias nas condições existentes. “O Parque do Pereiro, com capacidade para 16 autocaravanas, apresenta diver-sos problemas o que faz com que não seja devidamente aproveitado pelos turistas”. Ali “falta sombreamento, vedação, prote-ção de vento, sendo que é um local muito árido”. O executivo que integra pretende valorizar este espaço, avançando que vai ser levada a cabo a vedação do espaço com um sistema de cancelas, bem como vai ser apetrechado de alvéolos para criar sombras e tornar aquele um lugar mais “apetecível”. O nicho do autocaravanismo está também no centro das atenções no que diz respeito ao desenvolvimento económico do conce-lho, afiança Paulo Paulino, explicando que tem no terreno a elaboração de um estudo de diagnóstico que permite qualquer inves-timento a este nível mais assertivo.

O inquérito realizado pela empresa municipal NovBaesuris aos autocaravanistas esta-cionados em Altura e Castro Marim, destinou-se a avaliar o impacto desta atividade no concelho, mas também a medir a permanência, os anseios e as expetativas dos autoca-ravanistas que visitam o concelho.

O estudo reflete uma realidade que atravessa todo o Baixo Guadiana no que diz respeito à caracterização por nacionalidades, idades e escolaridade dos turistas. A maioria dos autocaravanistas são alemães, seguindo-se os franceses, suecos e holandeses. Na esma-gadora maioria viajam em casal (90%) e a grande fatia de autocaravanistas tem 71 ou mais anos (66%). No que diz respeito à escolaridade, esta situa-se em maior escala entre o ensino secundário e o superior. Outro dado importante é que estes turistas inquiridos na sua maioria já visitaram antes Castro Marim entre uma e cinco vezes. O supermercado é o local de eleição para as suas compras. No que toca a preferências de zonas para passar as férias estão quase empatadas as zonas de litoral (45%) e interior (40%), sendo que as atividades preferidas são o percursos pedestres e passeios de bicicleta.

No que toca a questões negativas 86% assinala que em Castro Marim não existem as condições desejadas para o estacionamento de autocaravanas e, em contraponto, um dos locais que dão como bom exemplo para o autocaravanismo no Algarve é o parque da Manta Rota, no concelho vizinho de Vila Real de Santo António.

Princípio do «consumidor-pagador»

Para além do Parque do Pereiro, em Alcoutim as autocaravanas distribuem-se entre a estação de serviço no Bairro Carlos Brito e num parque de estacionamento junto à ponte dos Canaviais, ambos na sede de concelho. A autarquia que gere os espaços homologados considera que “é fundamental o princípio do consumidor-pagador”. Paulo Paulino não tem dúvidas que este é o caminho para garantir susten-tabilidade e incrementar a qualidade das infraestruturas. Por que lado, o responsável é peremtório em afirmar que “a câmara não está vocacionada para fazer gestão destes parques”, garantindo que a edilidade não se substituirá quando houver interessados privados em fazê-lo. Tem consciência que “aqui a principal questão é a sustentabi-lidade”, garantindo que o executivo que integra está empenhado em promover mais e melhores condições de modo a que para além de um nicho de turismo este passe a ser também um nicho de negócio que atraia investidores a Alcoutim.

Turismo em Alcoutim é “um desafio”

Trabalhar em turismo num concelho envelhecido, com população dispersa e cujo número de consumidores é apenas de 2900 é na opinião do vereador eleito em Setembro último “um desafio”. Alcoutim “tem a caça, o rio Guadiana, a Via Algar-viana, Rotas Pedestres e vai ter a «Grande Rota Pedestre» entre VRSA e Alcoutim”, lembrou o autarca que deixa a garantia de contínuo investimento no setor do turismo, considerando-o “um dos mais importantes para a economia do concelho”.

É urgente criar rede de auto caravanismo no Algarve.Baixo Guadiana segue tendência de crescimento

Mais recente inquérito revela que Castro Marim “não tem condições e Manta Rota é um bom exemplo”

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LOCAL

Vaqueiros recebeu a 9 de Março milhares de visitantes para aquela que foi a mais concorrida edição da já emblemática Feira do Queijo Fresco e do Pão Quente, uma orga-nização da Junta de Freguesia com o apoio logístico e financeiro da Câmara Municipal de Alcoutim.

Queijo Fresco e Pão Quente foram, obviamente, as estrelas do certame onde não faltaram os enchidos, os queijos curados, os doces regionais, medronhos e licores caseiros, o mel e outras iguarias da gastronomia serrana. Mas quem se deslocou em busca de artesanato a dificuldade, certamente, foi escolher entre arti-gos em arame, latoaria, serralharia

A adesão a este roteiro tem sido “muito positiva, mas ainda poderia ser melhor”. É o que nos transmite João Pereira que desenvolve em pleno centro histórico um projeto de divulgação turística da cidade iluminista. “Juntos seremos mais fortes e em maior escala a divul-gação será, com certeza, mais bem sucedida”. Convicto de que “é preciso tempo para os projetos se cimentarem” pacientemente o responsável pelo IVRSA vai dia-logando com os empresários da restauração e hotelaria e divulga quase porta a porta o projeto que encabeça.

Este roteiro integra restaurantes e bares do lado português, mas já está a ser pensado um roteiro do lado de lá da ponte internacional do Guadiana. “Claro que o espírito da eurocidade proporciona estas vontades, mas, acima de tudo, faz todo o sentido que assim seja”. João P. recorda que se os espanhóis são grandes adeptos da gastrono-

Entre 29 de Março e 6 de Abril a fre-guesia de Odeleite vai ser capital da gastronomia. O roteiro gastronómico «Primavera com gostos» promete ser uma iniciativa de referência já que o objetivo é divulgar a gastronomia local e promover os restaurantes que se dedicam aos saberes e sabores entre a serra, rio e mar do Algarve.

No total participam cinco restauran-tes que convidam a sentar à mesa e degustar os melhores pratos das suas cozinhas.

Desde as entradas de «Queijo de Cabra Fresco com Mel e Azeitonas», «Orelha de Porco com Coentros», ou «Salada de Polvo», seguindo para «Entrecosto com Migas», «Enguias Fritas», «Papas de Milho com Con-quilhas» ou «Caldeirada de Peixe da Ribeira», acompanhados pelas sobremesas mais típicas como «Torta de Amêndoa» ou «Torta de Alfarroba» são inúmeras das iguarias irresistíveis que fazem parte da ementa deste roteiro que envolve os restaurantes «Bela Vista», «Os Arcos», «Camponês», «Merca» e «Alberto’s».

Para além dos petiscos a «Prima-vera com Gostos» convida ao passeio numa descoberta e encanto pelo Inte-rior algarvio. Na freguesia de Odeleite existem 7 percursos pedestres disponí-

artística, cestaria, sabonetes arte-sanais, arranjos florais, bonecas de juta, bijuteria, artigos em cabedal e muitos outros.

No evento, este ano abrilhantado por Toy e pelo grupo +Dois, também não faltou, logo pela manhã, a ati-vidade desportiva com a realização de uma marcha-passeio, incluída no calendário regional do Instituto de Desporto de Portugal, onde par-ticiparam cerca de duas centenas de marchantes vindos de todo o algarve.

Iniciativas como estas têm a par-ticularidade de levar até ao Interior visitantes que descobrem as poten-cialidades do lugar.

mia portuguesa, e representam um dos principais clientes em terras pombalinas, “também não é menos verdade que nós, portugueses, somos grandes admiradores dos sabores da suas tapas e da movida que está aqui tão perto de nós”. Significa que em breve “passear por Ayamonte poderá ser opor-tunidade de degustar tapas num sistema de roteiro que nos dê um conhecimento maior das iguarias dos vizinhos ayamontinos”.

Preços em conta e degustação

Por cá o roteiro já uniu em rede sete restaurantes e bares do centro histórico edificado por Marquês de Pombal. “O interessante é que os preços são mais em conta e é dado a degustar a gastronomia tradicio-nal de modo a que a escolha por parte do cliente seja a mais asser-tiva possível”. A rota consiste num pacote de três petiscos originais e

veis, devidamente sinalizados e cuida-dos, prontos para serem aproveitados numa rota de caminhos que despertam os sentidos.

_Esta iniciativa está enquadrada no projeto “Um Outro Algarve”, cofi-nanciado pelo programa PRODER, no âmbito do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural.

Para mais informações estão disponíveis os contactos: Odiana - 281531171 e Junta de Freguesia de Odeleite - 281495148

únicos da cozinha tradicional do concelho, onde os dois primeiros têm um preço especial e o terceiro é grátis.

Agora o importante “é divulgar e cativar tanto clientes como empre-sário, explica o mentor.

Os restaurantes que já aderiram ao roteiro gastronómico do IVRSA foram: «O Cuca», «Os Arcos», «O Pescador», «O Moleiro», «Café Latté», «Avenida Café» e «Zé Calceteiro».

Descontos em souvenirs no IVRSA

Para além de descontos na gastro-nomia os clientes deste roteiro têm a possibilidade de usufruir de 20% de desconto na compra de “sou-venirs” na loja do posto de infor-mação turístico IVRSA, localizado no torreão Sul do Centro Cultural António Aleixo. Mais informações em: http://ivrsaturismo.wix.com/ivrsa ou 967583252.

Esta foi já a 16ª edição do certame na localidade de Vaqueiros

Esta é a primeira edição deste roteiro gastronómico

A cidade pombalina é palco desde o mês de Fevereiro de um roteiro gastronómico que tem sido promovido pelo projeto IVRSA – o Centro de Informação Turística daquela cidade.Desde comida típica a preços mais convidativos; são vários os ingredientes que compõem um menu de combate à crise e promoção dos melhores sabores.

Ao fim de 16 anos a Feira do Pão Quente e Queijo Fresco teve a maior adesão de sempre. Quem o afirmou na ocasião foi a Junta de Freguesia de Vaqueiros, organizadora do certame.

Feira do Queijo Fresco e do Pão Quente “foi a mais concorrida de sempre”

Roteiro gastronómico de Vila Real de Santo António para espantar a crise

Odeleite apresenta roteiro gastronómico numa «Primavera com gostos»

IVRSA

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 11

SAÚDE

O médico Eurico Gomes fez a caracte-rização da diabetes mellitus e lembrou que esta é a mais antiga doença que se conhece. A causa para o surgimento da doença “está intimamente ligada aos hábitos de vida dos cidadãos”, sendo que o seu combate “passa em larga medida pelos rastreios, que devem ser realizados precocemente, evitando, assim, as complicações decorrentes da patologia”.

Em Portugal são 500 mil os dia-béticos, ou seja, 5% da população sofre desta doença, sendo que esta é uma das doenças mais mortíferas no mundo.

Algarve região com registo maior de amputações

No decurso da palestra, Eurico Gomes deu informações e conselhos muito úteis de como lidar e controlar a diabetes, uma doença que é factor de risco para o AVC e o enfarte do miocárdio, sendo o Algarve a região do país onde ocorre o maior número de amputações dos membros inferio-

O auditório da biblioteca municipal de Castro Marim esteve lotado para um encontro que se mostrou de ele-vada componente técnico-científica que focou as várias etapas do desen-volvimento do bebé, bem como os momentos de crise que as famílias enfrentam junto dos seus filhos, em transição pelas questões transversais ao crescimento das crianças, nomeada-mente, o aleitamento materno, o sono, a alimentação, o choro, as cólicas, os sinais comportamentais e os reflexos que são a linguagem mais primitiva do bebé.

A abertura deste encontro contou com a presença do presidente da Admi-nistração Regional de Saúde (ARS) do Algarve. Moura Reis lembrou a impor-tância da troca de experiências e frisou que a “ARS tem dado particular atenção ao desenvolvimento da criança”, tendo enfatizado a “necessidade de um maior apoio à natalidade”.

Fundação Brazelton/Gomes Pedro

As escolas básicas integradas de Alcoutim e Martim Longo estão a ser palco de feiras solidárias. A pri-meira decorreu a 28 de Março e a próxima vai ter lugar a 4 de Abril. Sempre a partir das 09h o objetivo da feira solidária é angariar fundos para equipar mais uma ambulân-cia dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim com um Desfibrilhador Automático Externo (DAE).

O DAE consiste num aparelho eletrónico portátil que diagnostica automaticamente as potencialmente letais, arritmias cardíacas de fibrila-ção ventricular e taquicardia ventri-cular num paciente, sendo também capaz de tratá-las, através da des-fibrilhação, uma aplicação de cor-rente elétrica que para a arritmia,

res e que regista um universo de 30 mil diabéticos.

Por seu turno, o Presidente da Câmara Municipal, o também médico Francisco Amaral, mostrou-se satis-feito pela adesão dos castromarinenses a esta iniciativa. Falou da importância em sensibilizar as pessoas para uma doença que mata silenciosamente e da importância de saber lidar com a mesma, questionando, “se nós pode-mos viver com qualidade até aos 90 anos de idade, porque havemos de

Um dos momentos altos do encon-tro teve lugar na sexta-feira com a comunicação «O valor da paixão no bebé e na família para a ciência da felicidade», pela Fundação Brazelton/Gomes Pedro.

O conceituado pediatra João Gomes Pedro lembrou que “para haver mudança é preciso haver sonhos no coração” e lembrou que nos anos 70 quando iniciou o seu percurso “as emo-

fazendo com que o coração retome o ciclo cardíaco normal.

Bombeiros não têm recursos para equipamento

O valor de um desfribilhador

ascende aos 2500 euros e as feiras solidárias mostram-se determi-nantes pelo facto de os Bombeiros de Alcoutim não terem condições financeiras para adquiri-lo. As feiras solidárias são organizadas pelo Agrupamento de Escolas de Alcoutim, com o apoio logístico do município. As duas feiras contam com os mais variados produtos cedi-dos pelos pais e alunos das escolas do Agrupamento

viver até aos 60 sem qualidade?”, assegurou.

Rastreio em noite dedicada aos diabetes

A anteceder a palestra houve um rastreio à diabetes, monitorizado por profissionais de saúde da AEDMADA, que teve grande acolhimento junto da população que, deste modo pro-filático, pôde conhecer os valores da glicemia.

ções e a felicidade não eram entendidas como são hoje”. O médico reforçou a ideia de que “os afetos conduzem ao positivismo e por isso nunca podemos dar por terminado o trabalho do posi-tivismo”.

Comunicações variadas dominaram o encontro

Este foi um encontro bastante rico

nas comunicações. Temas como “Para uma ciência da felicidade aplicada à clínica”, “Biopsicologia da Maternidade; A construção do vínculo”, “Touchpoint e Educação no ciclo de vida do bebé da criança e da família” ou “O projeto transfronteiriço Janela Aberta – ARS Algarve” dominaram os painéis do “1º Encontro do Bebé e da Família”, em Castro Marim, onde intervieram especialistas em saúde infantil.

O «I Encontro do Bebé e da Família – ACES Algarve III – Sotavento», em Castro Marim, reuniu profissionais e famílias em torno do bebé e dos sinais neurocomportamentais que produz desde cedo no seu percurso de vida, centra-se num encontro de saberes cien-tíficos inspirados nas ideias do Professor T.Berry Brazelton – conceituado pedia-tra norte-americano, Fundador Emérito da Harvard Medical School Brazelton Touchpoints Center – e que assentam num novo paradigma de intervenção clínica, o Modelo Relacional “Touch-points, radicado na parentalidade har-moniosa saudável e investida.

Novo paradigma inspirado no vínculo relacional

Os especialistas realizaram diversas comunicações onde comprovaram que “o novo paradigma está inspirado no vínculo relacional”. E deve ser através deste conhecimento que deve incidir a estratégia precoce na ajuda aos pais para compreenderem os seus filhos.

Diabetes atinge 500 mil portugueses

Especialistas reuniram-se em Castro Marim para falar sobre Bebé e Família

Feiras solidárias surgem para adquirir desfibrilhador

Em Portugal são 500 mil os diabéticos, ou seja, 5% da população sofre de diabetes

O pediatra João Gomes Pedro, Presidente da Fundação Brazelton/Gomes Pedro falou da importância da felicidade no desenvolvimento da criança

O presidente da Associação para o Estudo da Diabetes Mellitus e Apoio ao Diabético no Algarve (AEDMADA), o médico Eurico Gomes, deslocou-se à biblioteca municipal de Castro Marim e lembrou que a diabetes é uma das doenças mais mortíferas e que atinge já 500 mil portugueses.

A iniciativa foi do Agrupamento de Centros de Saúde do Sotavento (ACES), com o apoio da Câmara Municipal de Castro Marim e Associação Odiana. Teve lugar a 28 e 29 de março, no auditório da Biblioteca Municipal de Castro Marim.

Alcoutim

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DESENVOLVIMENTO

O respeito pelo meio-ambiente tem de ser um valor de todos, no entanto, não significa isso que se confunda com implacável óbice ao desenvolvimento social, económico e cultural. Esta foi a principal ideia transmitida num debate que teve lugar no passado dia 15 de Março na biblioteca municipal de Castro Marim e que juntou inúmeros agentes do concelho castromarinense; onde existe a maior parte da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.

“Temos que ajudar a desmistificar as questões ligadas ao ambiente e per-ceber a importância das áreas classi-ficadas. A conservação sustentável dos recursos naturais, do património florestal e o valor da biodiversidade são questões que devem convocar-nos a todos. O ordenamento e o plane-amento do território não podem ser

encarados como um mal, antes como uma oportunidade”, defendeu José António Pacheco, diretor do Departa-mento de Conservação da Natureza e das Florestas do Algarve.

Diálogo é a meta mais importante

Neste debate ficou assente que “o diálogo é sem dúvida nenhuma o melhor caminho no que diz respeito à preservação dos valores ambientais e ao desenvolvimento económico, social e cultural”, disse José António Pacheco.

“Há pessoas que pensam que sabem tudo! Durante muitos anos, julgou-se que os valores ambientais eram incompatíveis com o desenvol-vimento económico. Considero que a sustentabilidade da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim/Vila Real de Santo António passa, objetivamente, por um diálogo franco e aberto com as populações locais. Não é mais pos-sível continuar a desenvolver o país

em torno das capelinhas, de costas voltadas para as pessoas”, defendeu, por sua vez o presidente da câmara municipal de Castro Marim, Francisco Amaral.

Este foi um debate com a tónica maior no diálogo e no compromisso, em torno das questões que gravitam à volta da Reserva Natural, com uma plateia interessada e interventiva.

Quatro painéis apresentaram Reserva

Durante a tarde foram apresentados quatro painéis:

«A gestão da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e VRSA e a qualidade de vida da população – o contexto atual e perspetivas de futuro», com a caracterização desta importante zona natural, que está clas-

sificada desde 1975, sendo a primeira reserva natural do país. A aprovação do Plano de Ordenamento da Reserva Natural em 2008, o Plano de gestão desta zona húmida e o impacte do Novo Quadro de Apoio Comunitário (QCA) 2014-2020, a criação de uma Agenda Cultural e a parceria com a Câmara Municipal sobre a Casa do Sal, em construção, foram algumas das questões abordadas na sua comu-nicação.

A arquiteta Cátia Susano, Chefe da Unidade Orgânica de Administração Urbanística, Ambiente e Serviços Urba-nos, da Câmara Municipal apresen-tou o painel «O Plano de Pormenor da Zona de Lazer de Castro Marim», dando a conhecer este instrumento de ordenamento do território para a vila de Castro Marim, que está em vias de ser aprovado pela autarquia e que prevê, entre outras valências, a construção do Centro Columbófilo, a instalar na encosta do Forte de São Sebastião, a futura área desportiva e a criação de percursos pedonais.

Outro dos painéis apresentados foi «A sustentabilidade ambiental do sal tradicional no ecossistema da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António», tendo como orador o João Geraldo Men-donça Pedro, da Cooperativa Terras de Sal, CRL, que referiu «a importância da evolução da produção de sal de Castro Marim, um potencial a recu-perar e a preservar», mas onde falta investimento, designadamente, no que se refere à capacidade de arma-zenamento e à comercialização. “O sal está associado ao mercado alimentar e como tal não pode ser encarado apenas como um produto local, mas antes à escala mundial”, defendeu.

No último dos quatro painéis que integrou o debate dedicado à Aqua-cultura «Soluções ecológicas na produ-ção de pescado e bivalves nos esteiros

da Carrasqueira e Lezíria em Castro Marim», André Lima Cabrita, Admi-nistrador da Atlantik Fish, Lda, falou da importância económica do projeto da sua empresa para os dois concelhos, também, para a região, assim como a produção de peixe em sistema de aquacultura, um investimento que ronda os 3 milhões de euros, ocupando uma área de 35 hectares.

PP Zona de Lazer de Castro Marim segue para aprovação

À margem deste debate o pre-sidente da câmara municipal de Castro Marim disse aos jornalistas que “o Plano de Pormenor da Zona de Lazer de Castro Marim” vai ser aprovado, mas não será executado nos próximos tempos. O autarca explica que “este plano de porme-nor foi pensado em tempo de «vacas gordas» e que agora não estamos em época de grandes obras, pois há que fazer apoio social perante

o flagelo da pobreza que se assiste no concelho; que não foge à rea-lidade do país”. Francisco Amaral lembrou que há intervenções que são acessíveis, “como é o caso da criação de percursos pedestres que também estão previstos e que não acarretam custos elevados”

Quercus diz que potencial turístico desta Reserva continua por desenvolver

Entretanto, assinalou-se a 27 de Março o 39.º aniversário da criação da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, que se constituiu na segunda área protegida do país. No dia a associação de conservação da natureza Quercus aproveitou

a fez um balanço do trabalho desenvolvido nesta Reserva do Guadiana, considerando que tem como ponto menos positivo o “subaproveitamento” das potencialidades turísticas, ligadas sobretudo ao turismo de natureza e à observação de aves.

De acordo com a Quercus aqui existe o “registo de ocorrência de 169 espécies regulares e 17 espé-cies ocasionais, na sua maioria aves aquáticas com elevado valor de conservação, como o pernilongo, o colhereiro, o flamingo, o alfaiate, o alcaravão, a andorinha-do-mar-anã e a calhandrinha-das-marismas”.

A Quercus assinala que “a reserva conseguiu, desde a sua criação até agora, manter todos aqueles habitats num estado de conservação favorá-vel, conseguiram-se proteger os prin-cipais valores naturais presentes e a única coisa que fica a destoar neste quadro positivo é de facto a falta de aproveitamento das potencialidades turísticas que pode oferecer”.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Lucas, coordenador do grupo de trabalho da Biodiversidade da Quercus disse que “fazia já muito sentido a Reserva ter melhor apro-veitamento em termos de visitação”, porque a exploração das potenciali-dades ainda “está muito aquém” da necessária para atrair um “turismo de baixa densidade” que permita aos turistas terem contacto com “um espaço único e espécies que não têm oportunidade de conhecer noutras zonas do país”.

Reserva “tem potencialidades económicas”

Paulo Lucas reconheceu que o espaço natural tem ainda poten-cialidades económicas em ativida-

des tradicionais, como a “produção artesanal de sal marinho e flor de sal certificadas ou a produção de peixe certificado” em aquacultura de baixa intensidade, que devem “ser apoiadas por programas públi-cos” para garantir que se mantém a qualidade e singularidade dos produtos.

“Tudo o que seja intensificação de produção preocupa-nos porque podemos estar a causar danos irre-versíveis naqueles habitats naturais e a afastar as espécies que ali estão presentes. Somos apologistas de uma gestão de baixa intensidade, de atividades económicas compa-tíveis com a sensibilidade daquele meio”, defendeu.

Paulo Lucas advertiu que basta o aprofundamento de tanques, como o efetuado por empresas de aquacultura já instaladas na área da reserva, para criar “níveis de água superiores aos que as espé-cies aquáticas necessitam” e fazê-las afastarem-se da zona.

Reserva do Sapal de Castro Marim e VRSA “não é nem pode ser espaço de inércia”O diretor do Departamento de Conservação da Natureza e das Florestas do Algarve defendeu em Castro Marim que o ordenamento e planeamento do território não podem significar “um mal, mas antes uma oportunidade”. Debate juntou empresários, autarquia, Conservação da Natureza que discutiram papel da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António no contexto do desenvolvimento. Entretanto, a associação Quercus já veio defender maior aproveitamento turístico desta área protegida.

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Lar de Balurcos é exemplo de persistência e associativismo

no Interior

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Jornal do Baixo Guadiana: Em Setembro de 2013 foi inaugu-rado o Lar de Balurcos, mas apenas em Dezembro teve condições de receber os primei-ros utentes. Qual a sensação de erguer este projeto na sua terra-natal?

Maria Ribeiro Vicente: É uma sensação agradável porque foi uma obra que se tornou realidade graças a uma grande persistência por parte da direção da nossa associação. Depois de começar a obra decorreu normal-mente, mas até começar acarretou um grande esforço.

JBG: Alguma vez temeu que este projeto não se viesse a concretizar?

MRV: Não propriamente, porque de facto fomos sempre muito persis-tentes e tivemos o pensamento posi-tivo. Levámos mais de meia dúzia de anos até o nosso projeto ter luz verde. Toda a equipa era novata nesta matéria, por isso também foi neces-sário fazer um percurso cauteloso. Houve várias candidaturas que não foram aprovadas, e digo-lhe que ainda bem que não foram porque senão não teríamos o projeto tão bom como ele é hoje…!

A nossa sorte, se é que se pode defi-nir assim a boa vontade das pessoas, foi termos um engenheiro da nossa terra, Carlos Lourenço, que nos ofe-receu os projetos todos. Nunca conse-guiremos pagar o favor que nos fez... Porque, como lhe disse, havia muita vontade em fazer este equipamento, até porque fazia toda a falta nesta zona envelhecida, mas a nossa inex-periência enquanto associação não teria permitido que sozinhos ideali-zássemos o lar como é hoje.

JBG: Para além de ser um equipamento ao serviço da

terceira idade é também uma fonte de empregabilidade num concelho com um tecido econó-mico muito frágil…

MRV: Exatamente porque aqui não há muitas empresas, aliás a câmara e os lares são os maiores empregadores do concelho.

JBG: Este é, certamente, um equipamento que vos orgulha bastante. E tem o seu nome… A senhora é natural de Balur-cos, mas esteve muitos anos em Lisboa. Regressar significou arregaçar as mangas em prol da terra-natal?

M R V : Tanto eu como os meus colegas de direção est ivemos fora muitos anos. Quando chegámos a escola primá-ria já tinha fechado por falta de alunos. Resolvemos pedir autorização à câmara para ali nos ins-talarmos com o objetivo de reunir as pessoas em prol do desenvolvimento da nossa terra. E assim foram dados os primeiros passos, apesar da asso-ciação ter sido criada muito mais tarde…

JBG: Já lá vamos à associa-ção… Fale-me da responsabi-lidade que efetivamente é ter um Lar com o seu nome.

MRV: É uma grande responsabili-dade, mas tudo o que tenho feito tem

MRV: O que se verifica às vezes é que as pessoas vêm de casa com alguma tristeza porque se sentem no fim da linha. É preciso ouvir essas pessoas, dar-lhes os serviços que pre-cisam e animá-las de alguma forma, fazendo com que se sintam vivas.

JBG: Para além dos utentes que vêm por sua autonomia ou das famílias já houve necessi-dade de resgatar idosos isola-dos, uma vez que o concelho é muito grande e disperso?

MRV: Ainda não nos aconte-ceu. Apesar do fenómeno geográ-fico de isolamento e envelhecimento há ainda uma relação de vizi-nhança e de famí-lia que evita que os idosos estejam sob risco de aban-dono. Muitos dos idosos estavam no centro de dia de Martinlongo e ao fim de semana os familiares vinham ajudá-los, mas começaram a

perceber que muitos desses idosos já não podiam estar em casa sozi-nhos e foram encaminhados para o nosso lar.

JBG: Sendo recente este lar responde às necessidades mais atuais?

MRV: Primeiramente a nossa grande preocupação foi fazer a obra e ainda durante a fase de obra contra-támos uma técnica da área social que desenhou a nossa equipa. Depois dos recursos humanos definidos partimos para o apetrechamento do lar à altura

sido com um grande sentido de res-ponsabilidade e, sobretudo, com uma entrega total. Darem o meu nome ao lar foi um brinde! Na altura da decisão eu fui posta fora da sala (risos).

JBG: E quanto idosos já têm no lar três meses depois da abertura?

MRV: Temos 32 e a capacidade é para 35. Em breve as vagas vão estar totalmente preenchidas.

JBG: São idosos apenas do concelho?

MRV: A maioria são, sobretudo da freguesia de Martinlongo.

JBG: E quantos postos de tra-balho criaram?

MRV: São cerca de 15 pessoas nas várias áreas: animação, social, psicossocial.

JBG: Este projeto foi conce-bido para marcar a diferença na qualidade de vida do idoso, acompanhando as tendências modernas de acompanhamento dos utentes...

das necessidades dos tempos moder-nos. Visitámos alguns equipamentos para nos inteirarmos das exigências. Um toque de cor está presente em parte do mobiliário, sobretudo nas zonas de lazer e convívio para trans-mitir alegria aos nossos idosos; que bem precisam.

JBG: A verdade é que houve a inauguração do Lar, em Setembro, mas só abriu em Dezembro. Três longos meses à espera do aval do Ministério da Solidariedade e Segurança Social...

MRV: A nossa expectativa era que abrisse em Novembro, mas estas questões atrasam-se sempre. A 5 de Dezembro entraram os primeiro funcionários e a 9 de Dezembro os primeiros utentes! Ver entrar as pri-meiras pessoas foi a compensação do dever cumprido.

JBG: A equipa multidiscipli-nar está apta a responder aos vários problemas que afetam a terceira idade?

MRV: Sem dúvida que está. A cons-tituição da nossa equipa foi um pro-cesso particular. Todos os elementos tiveram formação, que solicitámos ao Centro de Emprego, mas antes, na seleção das pessoas houve duas coisas que para nós eram prioritárias: a parte humana e a inexperiência. E explico-lhe porquê: porque nós não queríamos pessoas com vícios de outros lados, mas sim pessoas com-pletamente disponíveis para integrar a nossa filosofia que passa por cuidar dos nosso idosos com muito amor, acima de tudo. E sendo uma equipa de pessoas que se iniciam aqui está completamente integrada nesta nossa postura o mais humana possível, e que acreditamos que é a que pode contribuir para um melhor serviço aos

GRANDE ENTREVISTA

“Na seleção das pessoas

acima de tudo valorizámos a

sua parte humana. O amor e

dedicação com que se trabalha

é o mais importante”.

A comemorar 14 anos de vida a Associação de Solidariedade Social, Cultural, Desporto e Artes de Balurcos, na União de freguesias Pereiro e Alcoutim, celebra o seu grande projeto de vida: o Lar de Balurcos, que aberto há apenas três meses está ao serviço da população do Baixo Guadiana. Uma obra que foi concluída em ano e meio e que teve um custo de cerca de 2 milhões de euros, onde a comparticipação foi de 40% da parte da câmara municipal de Alcoutim e 60% da candidatura da associação aprovada no âmbito do Programa Operacional de Potencial Humano. Com capacidade inicial de 35 camas. O projeto da associação prevê num futuro próximo as valências de Centro de Dia e Apoio Domiciliário.Maria Ribeiros Vicente, presidente, recorda que na génese da associação está a solidariedade social, sendo o projeto do Lar uma ambição antiga. A escola primária da localidade, que foi palco das aulas e brincadeiras da meninice de outros tempos, é hoje sede de uma associação que para além de estar atenta à parte social aos poucos pretende recuperar a vida no Interior do Baixo Guadiana.

Susana H. de Sousa

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 15

nossos utentes. JBG: E as famílias dos utentes

são famílias presentes?MRV: São todas. Por enquanto não

temos notado abandono algum em relação aos utentes, ao contrário do que é comum assistir. Temos filhos que não podendo vir, ligam quase todo os dias para saber como estão os pais.

JBG: O vosso projeto con-templa ainda Centro de Dia e Apoio Domiciliário. Qual a capacidade prevista?

MRV: Para Centro de Dia a capa-cidade é de 45 e Apoio Domiciliário 40 utentes.

JBG: Para quando mais essas valências?

MRV: Iremos avançar com o Centro de Dia mais rapidamente, porque para fazer o Apoio Domiciliário teremos de adquirir mais uma carrinha, o que ainda não é possível. Até ao Verão iremos ter o Centro de Dia a funcio-nar. Primeiro canalizámos todas as energias para o Lar e agora que já está sob rotina podemos avançar para outras valências.

JBG: A ideia é que os utentes sejam acompanhados de forma personalizada, como já parti-lhou. Depreendo por isso que estão empenhados em realizar atividades variadas…

MRV: Sem dúvida que sim. Deve-mos respeitar o ritmo de cada utente e não expô-lo a atividades que não se enquadrem na sua capacidade de resposta. No entanto, é preciso moti-vá-los, desde logo, e depois oferecer atividades que os motivem por um gosto pessoal e até por alguma novi-dade que possam constituir. Estamos a desenvolver um atelier de atividade ocupacional, em fase de apetrecha-mento. Será fundamental para manter

os nossos idosos ativos ao nível mental e físico. Temos estado a conhecer os gostos dos nossos utentes e isso é muito importante de modo a sermos assertivos. Uma coisa que sabemos que gostam é de ouvir e dançar ao som do acordeão e estamos a verifi-car a possibilidade de termos cá uma pessoa ligada ao acordeão para animar os nossos idosos.

JBG: O que nasceu primeiro: A ideia do lar ou da asso-ciação?

MRV: Sem dúvida que o que nos moveu foi sempre a solidariedade social. Quando constituímos a associação foi com a certeza que podería-mos avançar para o projeto do Lar. Uma das nossas valências é a parte social, que, feliz-mente, já é uma realidade, mas temos a cultura, o desporto e arte também inseridos na nossa designa-ção. Quisemos incluir tudo porque aqui não havia nada.

Recuperação de tradições culturais

JBG: A primeira intervenção

que colocaram em prática foi a recuperação de uma tradição cultural: a conhecida «Maia».

MRV: Essa era uma tradição muito forte quando nós éramos crianças, ou seja, há 50 anos atrás. Antigamente havia alguns divertimentos em que não era preciso gastar dinheiro; e a

festa da «Maia» era um deles. Acho que chegou a haver dois métodos para fazer a «Maia»; numa versão era uma boneca e outra uma criança. A ver-dade é que nós aqui fazíamos com uma boneca que vestíamos muito bem, com um vestido do estilo bati-zado e era colocada num altar repleta de bordados e muito ouro. Era uma

noite de diversão, mas as pessoas dormiam ao pé da boneca para não haver o roubo do ouro!

Tivemos o apoio da câmara que nos cedeu as instalações da escola primá-ria para ser a nossa sede e desde aí temos feito as nossas festas. Fizemos sempre festas que bebem às raízes cul-

turais da terra. JBG: E a

comunidade j u n t o u - s e às vossas ideias?

MRV: Sim. Logo de início, há 14 anos atrás, recordo-me que as senhoras mais velhas da terra ajudaram-nos a recriar a tra-dição, pois nós tínhamos von-tade, mas não dominávamos por completo a forma como se fazia. Desde que começá-mos temos feito todos os anos, mas confesso-lhe que a direção está cansada… O projeto do Lar tornou-se prio-ritário e exigiu

muitas das nossas energias.JBG: Mas não baixaram os

braços!?MRV: Não, de maneira nenhuma.

Agora estamos a colaborar no 1.º Maio em Alcoutim. Há uns anos a esta parte assamos sardinha na festa e dessa forma angariamos receita para as nossas atividades. Também

começámos a fazer a festa dos avós e netos, em Julho; uma festa que junta gerações. Esta festa tem tido uma par-ticularidade porque temos querido sempre envolver a comunidade. Não tem sido muito fácil, mas vamos con-tinuar a insistir nesta união interge-racional. Apesar do dia dos avós ter lugar a 26 de Julho nós realizamos a nossa no sábado imediatamente anterior de modo a ser possível as pessoas participarem.

Temos também colaborado com a Via Algarviana, sendo que caminhei-ros têm dormido em saco-cama na nossa sede.

JBG: A comemorar neste mês de Abril 14 anos como gostaria que fosse Balurcos no futuro?

MRV: Antes de olhar para o futuro gostava de lembrar o passado. Antiga-mente Balurcos tinha muita gente; as pessoas viviam da agricultura ou eram guardas-fiscais, num tempo em que também falamos em contrabando. Os habitantes começaram a procurar melhores oportunidades em Lisboa, como foi o meu caso. Quando vinha cá de férias é que me apercebia das carências da minha terra; coisas que antes não identificava.

O facto é que Balurcos está cada vez mais despovoado e com população envelhecida. Eu não sou nem quero ser pessimista. Oiço muitas pessoas dizerem que não vale a pena arranjar as casas porque os filhos nunca vão voltar para cá, mas na minha casa pensa-se ao contrário; pensa-se que se a nossa casa estiver arranjada os nossos filhos podem fixar-se por aqui. Essa também tem sido a mentalidade da associação, até porque se não fosse assim não tínhamos colocado mãos à obra. Sem dúvida, que o que somo hoje também devemos ao grande apoio da câmara municipal.

GRANDE ENTREVISTA

“Uma das nossas valências é a

parte social, que, felizmente,

já é uma realidade, mas temos

a cultura, o desporto e arte

também inseridos na nossa

designação. Quisemos incluir

tudo porque aqui não havia

nada”.

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DESENVOLVIMENTO

Luís Gomes, presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo Antó-nio diz que a sua maior “frustração” enquanto autarca “prende-se com a estratégia em relação ao Mar”. Expli-cou que “não tem sido possível imple-mentar o que está no papel”, frisando que “há muito que se discute o poten-cial do Mar, mas a verdade é que não se palavras à concretização”. Desde 2006 que o município pombalino apre-sentou vários projetos relacionados tanto com o frente de mar de Monte Gordo como a frente ribeirinha de Vila Real de Santo António e “ há um ano que a câmara assinou contrato de gestão da zona ribeirinha, mas nada mudou; quando é imprescindível para a dinamização da nossa economia o melhor aproveitamento deste recurso natural”.

O autarca referiu as várias potencia-lidades que vão desde “a construção naval, indústria conserveira e náu-tica de recreio”. Luís Gomes lançou duras críticas à administração central, apelando “a um pragmatismo e uma administração tanto central como regional sensíveis às potencialidades do Mar”.

CCDRAlg identificou potencialidades e atrasos

Por sua vez, David Santos, presidente da CCDRAlg lembrou que “apesar de todos os exercícios de planeamento estratégico e operacional, iniciados no Plano de Desenvolvimento Regional (1986-90), referirem que a Região tem que assumir a diversificação da base do seu modelo económico e o reforço da cadeia de valor das suas atividades, a verdade é que temos vindo, período de programação, após período de pro-gramação, a concentrar recursos no complexo de atividades turísticas e de imobiliária (cada vez menos compe-titivas) e fomos perdendo as nossas produções regionais tradicionais”.

O responsável recordou que em consequência disso o Algarve é hoje a região com a maior taxa de desemprego do país (17,2%), particularmente ao nível dos jovens (registamos 19 trimes-tres consecutivos com taxas superiores a 25%, atingindo 58,2% no 1ºT de 2013); uma região em convergência negativa com as médias nacionais do PIB per capita; fortemente especiali-zada no cluster do turismo e do lazer, sem capacidade de absorver noutros setores os excedentes de desemprego, criados por variações sazonais ou con-junturais dessa atividade; uma região que perdeu competitividade e que perdeu nesse processo as suas ativi-dades tradicionais (particularmente ao nível dos produtos ligadas à Terra e ao Mar).

Para David Santos o patamar em que o Algarve se encontra não se deve a falta de visão e ambição estratégica, mas “porque provavelmente, em dife-

rentes dimensões fomos todos menos eficientes ou menos capazes”. Este responsável regional apontou o dedo ao “governo central, porque tentou resolver de forma igual o que era dife-rente, criando regulamentos comuns, e sistemas de incentivos pouco ajus-táveis a necessidades específicas, não encontrando mecanismos para valori-zar as especificidades de cada região; à gestão Regional, porque não conseguiu garantir os instrumentos adequados para forçar a mudança e capacitar os seus empresários para essa a mudança; à Região, porque sustentada numa forte atividade imobiliária e turística, não entendeu a necessidade de trans-formar as potencialidades em fatores diferenciadores; aos Empresários e o tecido organizativo e associativo local, porque acreditando no crescimento eterno e contínuo das atividades turís-ticas, não foram capazes de forma generalizada de antecipar problemas

e distribuir o risco num leque mais alargado de setores; a Universidade, porque não encontrando desafios à altura no mercado, procurou conforto nas suas áreas de valor e num conhe-cimento que sendo meritório, não tem tido a capacidade de produzir a mudança”.

Região deve estar voltada para os seus recursos

A posição da CCDRAlg é que o Plano Operacional que está a ser preparado para o período 2014-2020, garanta à região uma capacidade reforçada de ajustar os instrumentos à sua rea-lidade. “Nesse contexto, preparámos uma estratégia de intervenção no reforço e diversificação da sua econo-mia, uma estratégia de Especialização Inteligente, que em articulação com a lógica nacional, assegura de forma ajustada à realidade e à nossa escala, a

dinâmica dos seus setores e a força das suas atividades”. David Santos assume que, ao contrário do que a União Euro-peia espera, o Algarve deve “apostar menos na tecnologia do que defende a Estratégia Europeia e mais nos proces-sos internos de inovação e adaptação da nossa estrutura empresarial”.

A programação de 2014-2020 mobilizou para a Região cerca de 319 milhões de euros (FEDER e FSE) a que a se acresce mais 8,6 milhões de euros associados à Iniciativa Emprego Jovem. “Sem deixar de ser um enve-lope limitado é um envelope larga-mente reforçado em relação ao atual exercício”, o que representa mais do que o dobro da verba disponível para as empresas.

2014-2020 apontado para a inovação

O novo ciclo 2014-2020 aponta

como necessário o reforço da orien-tação para os processos de inovação e para as estratégias de especializa-ção inteligente, mas também permite constatar que a região, especializada no cluster de Turismo e Lazer, con-solidou um modelo que se mostra pouco eficaz na criação permanente de emprego e com grande sensibilidade à desaceleração económica induzida por fatores externos. “O Mar, mais do que um potencial regional, surge assim como um desígnio estratégico de afir-mação e de valorização dos recursos endógenos, pela via da incorporação de mais-valias nas atividades, produtos e serviços e pela necessária transferên-cia do conhecimento para o mercado. Mais do que a aposta em setores revo-lucionários, devemos orientar-nos para fazer melhor o que já fazemos bem e fazer do velho, novo, com base na introdução de inovação e de recursos humanos mais qualificados”, aludiu David Santos em VRSA.

O responsável quer uma Região mais competitiva, assente em unida-des requalificadas e modernas, mas com recursos humanos qualificados. É necessário fomentar a emprega-bilidade, uma base económica mais diversificada, uma região sustentável e com um baixo teor de emissões de carbono,e fazer melhor o que fazemos bem (e por isso temos que continuar a apostar na consolidação e valoriza-ção das produções tradicionais), mas temos que fazer do “velho” novo, e isso passa por encontrar novas apostas e novas formas de produzir, em áreas onde a região reforce a incorporação dos produtos e a capacidade de valori-zar (de preferência com incorporação de conhecimento) os subprodutos da sua transformação”. David Santos quer “apostas nas empresas de produtos do Mar, num plano de inovação para o Mar, na valorização dos produtos e serviços e fundamentalmente a

na governaça (com a concretização do tão desejado Simplex Mar), sem esquecer a inclusão das comunidades piscatórias, são paços que não pode-mos deixar de assumir para o futuro do setor na região”.

No Mar “tem havido mais poesia que economia”

Na opinião de Ribau Esteves, pre-sidente da Associação Oceano XXI - Associação para o Conhecimento e Economia do Mar, “em Portugal no setor do Mar tem havido mais poesia que economia”. O responsável diz que falta uma visão coletiva que dê mais poder ao Mar no país, apelando à união entre os municípios que se deverão “opor a este centralismo que tem sido altamente prejudicial que não leva ao desenvolvimento”. Também no que toca ao acesso aos fundos comu-nitários Ribau Esteves recordou que “apenas 3% das empresas ligadas

ao Mar no nosso país acederam aos fundos comunitários”, apontando o dedo aos empresários que não apro-veitam os apoios financeiro da UE

Em Portugal “é preciso investir mais na investigação do mar profundo” e no que toca à produção interna “é preciso assegurar “o acesso à matéria prima”. Ribau Esteves deixou dados elucidativos. Portugal é o segundo país do mundo que mais consome peixe e apenas produz 3% daquilo que consome.

Companhia Pescarias do Algarve é pioneira em Portugal

O seminário contou ainda com a participação de um representante da Companhia de Pescarias do Algarve, empresa com 179 anos que se dedica à produção de mexilhão, ostra e vieira e cujo trabalho dos últimos anos foi apontado como um exemplo do que se pode fazer na área do mar.

Esta empresa é pioneira em Portugal ao nível da aquacultura em offshore e a produção de bivalves decorre ao longo de 52 km, sendo que a maior ambição desta empresa é ser em 2015 o maior operador de bivalves. Esta empresa conta ampliar a sua expor-tação de bivalves para Rússia e Médio Oriente.

A empresa quer ver a produção de mexilhão do Atlântico distinguida, pela primeira vez, com a certificação inter-nacional para pesca ambientalmente sustentável da organização sem fins lucrativos Marine Stewardship Council (MSC), anunciou a administração da empresa.

O processo de certificação “demora em norma 12 meses” e o selo azul atri-buído e impresso nos rótulos permite aos consumidores “identificarem os produtos ambientalmente sustentá-veis”, segundo normas verificadas por “uma terceira parte independente”. Trata-se da empresa do setor mais antiga de Portugal e detém os direi-tos de exploração de zonas do ‘off-shore’ de aquacultura da Armona, no Algarve, com 90% da sua produção a ser mexilhão do Atlântico destinado aos mercados português, espanhol e francês.

Desassoreamento do Guadiana «em águas de bacalhau»

No momento de debate houve quem questionasse a CCDRAlg acerca do desassoreamento do Guadiana. David Santos, denunciou um atraso de um ano que do seu ponto de vista é “ina-ceitável”. Sem querer levantar falsas expetativas adiantou em VRSA que “em breve poderão haver novidades efetivas”, anunciando uma assinatura final do processo depois da Andaluzia ter encaixado mais um milhão de euro para a obra do desassoreamento.

O setor do Mar em Portugal “funciona muito mal”A 27 de Março a biblioteca municipal de Vila Real de Santo António recebeu o debate «Made In Algarve», promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg); desta vez dedicado ao setor do Mar.As críticas ao setor predominaram num encontro que contou com a presença de vários agentes do setor na região e no país, para além do presidente da câmara vilarealense e do presidente da CCDRAlg. Debate foi moderado pelo jornalista Ricardo Claro.

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18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2014

DESENVOLVIMENTO

No passado dia 22 de março teve lugar um fórum Algarve - Andaluzia dedidcado às portagens na A22

Trata-se de uma Revista electrónica com arbitragem científica, perió-dico vinculado ao Centro de Estu-dos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra – CEIS20-UC e ao Centro de Infor-mação Europe Direct de Aveiro, em parceria com o Gabinete em Por-tugal do Parlamento Europeu e a Representação da Comissão Euro-peia em Portugal.

A Revista tem como finalidade principal analisar, questionar, pro-blematizar e debater temáticas candentes da nossa realidade de hoje, na Europa. Visa, ainda, a criação de um de diálogo impres-cindível à maturação da consciên-cia europeia.

A Revista está aberta a colabora-ções na forma de artigos, recensões críticas, entrevistas, documentos inéditos http://europe-direct-aveiro.aeva.eu/debatereuropa/

O Programa Cidadania Ativa é um instrumento de apoio às Organizações Não Governamen-tais (ONG), em vigor entre 2013 e 2016 e financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants).

A sua gestão está a cargo da Fundação Calouste Gulbenkian. Consulte no site as oportunidades em 2014 www.cidadaniaativa.gul-benkian.pt

As Eleições Europeias reali-zam-se a 25 de Maio próximo.

A campanha de informação do parlamento Europeu está em marcha em todos os Estados Membro. No Algarve vão reali-zar-se 6 Sessões-Debate destinadas a diversos públicos. Informação nesta página.

As instituições europeias e seus parceiros lançam CONCURSOS de sensibilização e motivação para este importante ato que é um exer-cício de cidadania! Para todas as idades!Prémios aliciantes! PARTI-CIPE!

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«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

AMAL e câmaras municipais assinam acordos com sindicatos para 35 horas semanais

Autarcas algarvios coordenam ampla plataforma para fim das portagens

A 18 de Março teve lugar na AMAL a assinatura dos Acordos de Entidade Empregadora Pública entre a AMAL, as Câmaras Municipais do Algarve e os Sindicatos representativos dos tra-balhadores, tendo em vista a redução para 35 horas semanais do horário de trabalho dos funcionários.

A Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) promoveu a 22 de Março o «Fórum Algarve/Andaluzia: 2 anos de portagens – uma PPP rui-nosa para o Algarve» que decorreu na sala de conferências do Núcleo Empresarial do Algarve (NERA), em Loulé.

Tratou-se do segundo fórum a debater as portagens, cerca de dois anos depois da sua introdução na Via do Infante pelo atual governo.

No fórum, os autarcas algarvios aceitaram constituir uma ampla plataforma da sociedade civil que conduza à suspensão das portagens, lembrando que as portagens já exis-tem há dois anos, mas a estrada nacional 125 ainda não está requa-lificada.

No final da reunião, foi feita uma recolha de assinaturas do “Manifesto do Algarve”, um documento onde a comissão de utentes expõe os seus argumentos contra a cobrança de portagens na Via do Infante, iniciada em dezembro de 2011.

“A EN 125 não constitui uma alternativa credível à Via do Infante, apresentando-se como uma das vias rodoviárias mais perigosas da Europa e cuja requalificação se encontra totalmente parada”, lê-se no manifesto.

Desastre social

Os acordos foram assinados com os seguintes Sindicatos: STE - Sindi-cato dos quadros Técnicos do Estado e Entidades com Fins Públicos; SINTAP -Sindicato dos Trabalhadores da Admi-nistração Pública e de Entidades com Fins Públicos; FESAP - Federação Sindical da Administração Pública;

STFPSSRA - Sindicato dos Trabalha-dores em Funções Públicas e Sociais

do Sul e Regiões Autónomas; STAL - Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins e SNBP - Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais.

“Com o agravamento da crise, o Algarve encontra-se à beira do desastre social e económico – deze-nas de milhares de desempregados, centenas de falências de empresas, a fome e a miséria alastra como bola de neve, os acidentes de viação na EN 125 sucedem-se diariamente, vários com feridos e vítimas mortais ao longo destes dois anos”, refere a CUVI.

A mesa do fórum foi constituída pelos seguintes oradores: Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé; João Vasconcelos, membro da CUVI e vereador na Câmara Munici-pal de Portimão; Jorge Botelho, pre-sidente da AMAL; Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve; António Ponce, presidente da Federação Onubense de Empre-sários de Huelva (FOE); e Paulo de Morais, vice-presidente da Associa-ção Transparência e Integridade.

“O tempo agora é de debate com a finalidade de constituir uma ampla plataforma da sociedade civil do Algarve que conduza à suspensão das portagens na Via do Infante. A seguir, a luta sairá de novo à rua, espera-se muito mais forte”, reforça a comissão.

Secretário de Estado acusado de fazer

“chantagem”

Em comunicado, a Comissão de Utentes da Via do Infante acusou o secretário de Estado das Infraestru-turas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, de ter feito “chanta-gem” na sua recente visita ao Algarve em relação às obras de requalificação da EN125.

“Afirmou que se as obras de requa-lificação avançarem por força de um “resgate” das mesmas por parte do Estado, então já não haverá verbas para investir na eletrificação da linha férrea do Algarve! Uma posi-ção inqualificável de chantagem e de demagogia!”, declara a comissão.

A CUVI afirma que o cenário traçado “não passa de mais uma manobra eleitoralista”, tanto mais que afirma que “o preço [das por-tagens na Via do Infante] vai ser cobrado desde o primeiro até ao último quilómetro sempre que haja alternativa”.

A comissão pretende ainda que o contrato de concessão da parceria público-privada da Via do Infante seja tornado público, pois mesmo com a cobrança de portagens, sublinha, “o erário público está a ter um prejuízo de muitas dezenas de milhões de euros transferidos diretamente para os bolsos da con-cessionária”.

A REVISTA DEBATER A EUROPA publica os resumos do seu I Colóquio Internacional com coordenação de ISABEL MARIA FREITAS VALENTE .

RALI DO ALGARVE EM RISCO DE FUGIR - Carlos Barbosa, presidente do Auto-móvel Clube de Portugal (ACP), diz que ainda não foi tomada a decisão se o Rali de Portugal se mantém, em 2015 no Algarve ou muda para o Norte do país, dependendo dos apoios.

“Estão em aberto as duas pos-sibilidades. Se o Estado pagar, se as câmaras tiverem os troços e pagarem a parte do policia-mento, nós temos o rali pronto, quer no norte, quer no sul”, observou Carlos Barbosa.

O presidente do ACP, a enti-dade organizadora do rali, especificou que têm de ser garantidos os 1,5 milhões de euros do Turismo de Portugal, para além do apoio das autar-quias na preparação dos troços e policiamento.

NOVA AMBULÃNCIA PARA RECÉM-NASCIDOS E DOENTES - O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e o Centro Hospitalar do Algarve (CHA) dispõem de uma ambulância de transporte inter-hospitalar pediátrico (TIP) para operar na região do Algarve.

A nova unidade tem como objetivo “reforçar a capacidade de resposta na área do doente crítico pediátrico e neonatal” e o “transporte de recém-nas-cidos e doentes pediátricos em estado crítico entre Unidades de Saúde”, referiu o INEM, em comunicado.

A nova ambulância TIP do INEM vai funcionar com equi-pas médicas do CHA, sendo o seu acionamento efetuado pelos médicos das Unidades Hospitalares que necessitem deste serviço ou pelo Centro de Orientação de Doentes Urgen-tes (CODU) do INEM. Trata-se de um meio altamente diferen-ciado, com capacidade de pres-tação de cuidados na área do Suporte Avançado de Vida”.

Em Portugal, existem atu-almente três ambulâncias TIP, uma em Lisboa, outra em Coim-bra e a terceira no Porto. Cada uma delas dispõe de um médico, um enfermeiro e um técnico de ambulância de emergência.

GASTROMOMIA PRO-MOVE O ALGARVE - O conhe-cido «chef» de cozinha Gordon Ramsay vem a Portugal à procu-rar restaurantes de imigrantes britânicos no Algarve para par-ticiparem no programa ‘Kitchen Nightmare’.

As gravações deverão reali-zar-se entre Maio e Junho deste ano e os programas deverão ser emitidos no Outono.

Na série ‘Kitchen Nightma-res’, Gordon Ramsay desloca-se a restaurantes em dificuldades, intervindo e ajudando os pro-prietários a recuperar o negó-cio.

NO ALGARVE

José Cruz

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 19

DESENVOLVIMENTO

Tertúlia contou a presença de vários agentes do setor da água

José António Silva e Sousa durante a sua intervenção no Jantar de Empresários

Água do Algarve é de “excelente qualidade e recomenda-se”

Empresários têm de tirar partido da proximidade com Espanha

No passado dia 20 de Março entre as 17h30 e as 20h00 a tertúlia mensal organizada pelo Jornal do Baixo Gua-diana e Biblioteca Municipal Vicente Campinas, em VRSA debruçou-se sobre a qualidade da água na região.

Teresa Fernandes, da empresa «Águas do Algarve» assegura que “todas as análises feitas demonstram a qualidade excelente da nossa água”, de resto um produto certificado que tem tido destaque pela positiva, tanto a nível nacional como europeu. A empresa até aos dias de hoje investiu já 500 milhões de euros para a opti-mização de fornecimento de água «em alta» em toda a região, sendo que o investimento está previsto que ascenda aos 600 milhões.

Saúde confirma qualidade

Maria Clara Garcia, médica de saúde pública, do Agrupamento de Centros de Saúde do Sotavento (ACES), confirmou que a vigilância feita pela área da saúde “demonstra claramente a qualidade da água que se ingere no Algarve”, garantindo que “não existem quaisquer razões para desconfiar”. A médica lembrou factos de outros tempos em que a água não era adequada para consumo, mas

A Associação Empresarial Turística do Baixo Guadiana começou os

Jantares/Palestra no passado dia 20 de Março no Castro Marim Golfe, tendo como orador convidado o Comendador José António Silva e Sousa, advogado e Presidente do Conselho de Administração da Fundação Luso-Espanhola. Na sua intervenção sobre “inovação e oportu-nidade empresarial no espaço ibérico”

“isso acontecia antigamente quando não haviam as condições de recolha, tratamento e fornecimento que hoje existem”. Quanto ao sabor e textura da água que por vezes estão alterados devido ao tratamento da água feito com cloro a médica admitiu que se por um lado “ podem colocar dúvidas ao consumidor”, por outro lado afiançou que este tratamento “não é prejudicial de maneira nenhuma para a saúde”.

Na tertúlia foi esclarecido que o tra-tamento com cloro é feito tanto no sis-tema «em alta» - da responsabilidade da empresa «Águas do Algarve» - como «em baixa» - da responsabilidade da câmara municipal ou outras entida-des que gerem o sistema de água nos municípios. No caso de VRSA essa gestão está com a empresa munici-

salientou a importância de tirar par-tido desta proximidade com Espanha, apresentou exemplos de boas práticas e possibilidades de parcerias entre os dois lados da fronteira. A Presidente da Associação, Maria Luísa Francisco, refere que, entre outras iniciativas a divulgar, a ideia é realizar quatro

Jantares/Palestra por ano, um em cada um dos quatro municípios que integram a Associação, a saber: Vila

pal SGU.

8 milhões de investimento em VRSA

Pedro Pires, administrador-delegado da SGU lembrou que em Vila Real de Santo António “nos últimos oito anos teve lugar uma remodelação total da rede de águas e esgotos que representa um valor de mais de 37 milhões de

euros”. Uma remodelação que se encontra em fase final.

A tertúlia «O que sabe sobre a água que chega à sua torneira» permitiu que fossem colocadas questões que de imediato foram esclarecidas pelos convidados.

Para além da qualidade da água esteve em discussão a vertente ambiental, sendo

Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim e Mértola.

O próximo Jantar/Palestra em princípio irá decorrer em Vila Real de Santo António no próximo mês de Maio com a presença de um alto quadro da AIP (Associação Industrial Portuguesa). Na edição de Maio do JBG divulgaremos o Cartaz com dados mais pormenorizados relativos ao Jantar/Palestra.

que foi unânime a necessidade de se poupar o bem escasso em que a água se constitui.

O preço da água foi também questio-nado, tendo, inclusive, permitido a duas tertulianas exporem os seus casos que vão ser averiguados no que diz respeito ao valor cobrado mensalmente na fatura emitida pela SGU. Pedro Pires, esclare-ceu que existem vários escalões de preços da água, mas existe, igualmente, uma variante a considerar que é o padrão de consumo. Quando o padrão de consumo não é coincidente com o escalão praticado as dúvidas devem ser levantadas junto da Loja da Água (existe uma em cada freguesia de Vila Real de Santo António) para que sejam averiguadas caso a caso. “Por vezes existem rupturas nas canali-zações que não estão identificadas e que constituem a causa para a perda de água e aumento do valor da factura no final do mês”, lembrou o responsável.

Próxima tertúlia dedica-se ao 25 de Abril

Depois do tema da água está agendada para Abril a tertúlia «40 anos de Abril». Vai decorrer a 24 de Abril, pelas 17h30, igualmente na biblioteca municipal de Vila Real de Santo António.A entrada é livre.

A Eurocidade do Guadiana inicia, neste mês de Abril, a emissão do Cartão do Eurocidadão, um docu-mento que permitirá aos residen-tes dos municípios de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Ayamonte efetuar a partilha de equipamentos culturais e desporti-vos e obter vantagens nas áreas da saúde e da mobilidade.

O lançamento do cartão foi sim-bolicamente assinalado através da entrega dos primeiros exemplares do documento aos autarcas dos três municípios da Eurocidade do Guadiana, passo que marca de uma forma definitiva o princípio da união administrativa dos «con-celhos irmãos».

A emissão do Cartão do Euro-cidadão poderá ser feita, de uma forma gratuita, em cada um dos municípios aderentes, que coloca-rão à disposição dos cidadãos um gabinete que tratará de todas as formalidades.

Outro dos benefícios que o cartão proporcionará aos Eurocida-dãos será o acesso a um conjunto de prestadores de saúde com con-dições e preços mais vantajosos.

As parcerias estão a ser estudadas há alguns meses e darão origem a um diretório de serviços de saúde – que será lançado em breve – cujos operadores aderentes proporciona-rão descontos mínimos de 10% aos titulares do documento.

A par da emissão do cartão, os autarcas dos três municípios ava-liam a criação de uma linha perió-dica de transporte rodoviário entre Portugal e Espanha, de forma a aumentar a mobilidade na fron-teira do Guadiana e a facilitar o acesso aos equipamentos e infraes-truturas comuns.

O projeto - e respetivos trajetos - está a ser estudado com cada uma das Câmaras Municipais e deverá colmatar uma lacuna até agora registada no que se refere às des-locações de proximidade entre o Algarve e a Andaluzia.

A partilha de equipamentos, a criação de uma marca turística conjunta, o lançamento de um canal de rádio e a realização de eventos comuns em ambos os lados da fronteira são os seus objetivos principais.

Antena 1 em VRSA em programa dedicado às eurocidades

O programa Antena aberta, da Antena 1, esteve a 25 de Março em direto de VRSA, a partir da Praça Marquês de Pombal, para debater o tema da Eurocidade do Guadiana. Esta emissão esteve integrada num programa dedicado às eurocidades que existem em Portugal.

Fonte: CMVRSA

Eurocidade do Guadiana lança

cartão do Eurocidadão

Maravilhas das impressoras 3DUma mulher de 22 anos, que sofria de uma síndrome crónica óssea, foi submetida, com sucesso, a uma cirur-gia rara, que consistiu na remoção de uma parte do crânio, que foi substi-tuída por um implante feito numa impressora 3D.

A operação, foi realizada num hospital de uma universidade holan-desa, há três meses, mas só agora foi divulgada.

Após 23 horas de cirurgia, os neurocirurgiões da Universidade de Utreque foram bem sucedidos. Não houve rejeição da paciente ao mate-rial implantado na cabeça.

Os cirurgiões explicaram que o procedimento foi necessário porque a síndrome óssea fazia com que a espessura do crânio da paciente aumentasse 1,5 para cinco centíme-tros, com riscos de danos cerebrais e até mesmo de morte.

“O crânio implantado foi feito à base de plástico durável, mas ainda não há certeza de que o implante não venha a precisar de ser trocado”, dis-seram os neurologistas.

Os implantes actualmente utiliza-dos para estes casos são geralmente feitos à mão com uma espécie de cola que está longe do ideal. Usar a

impressão 3D permitiu alcançar um crânio de um tamanho exacto, com e maior probabilidade de recuperar a função do cérebro. A paciente que beneficiou do transplante já voltou à vida normal.

Também um menino de 14 meses de idade que precisava de cirurgia cardíaca para lhe salvar a vida, por ter nascido com quatro deficiências cardíacas foi operado com a ajuda de uma impressora 3D.

Os médicos do Hospital Kosair, em parceria com médicos engenheiros Universidade de Louisville, criaram um modelo 3D do seu coração,usando

imagens da tomografia computado-rizada. O coração 3D foi impresso com uma ampliação de 1,5 vezes, custou 600, dólares, levou 20 horas a fazer.

O negativo desta nova tecnologia é que ela está a ser utilizada no aperfei-çoamento de armas de guerra.

José Cruz

ESPAÇO EUROCIDADE

Inovação Foto 3 D (Diário de Notícias)

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2014

CULTURA E AGENDA

POR CÁ ACONTECE A G E N D A Alcoutim 19 de abril | Pereiro Organização: União das freguesias de Alcoutim e Pereiro 20 de abril | Farelos

25 de abril Sessão Solene do 25 de abril Local: Sala de sessões da Câmara Municipal de Alcoutim Hora: a definir

26 de abrilNoite de Fados Local: Vaqueiros (sede do Clube Desportivo)Hora: a definir

27 de abrilTorneio de Sueca Local: Centro Náutico (Alcoutim)Hora: a definir

Exposição “Bonecas da Flor d’Agulha”Mês de AbrilLocal: Centro de Artes e Ofícios (Alcoutim)Hora: De segunda a sexta-feira, entre as 08h30 e as 17h30

De 02 a 30 de abril “Nós de Ariadne” | Exposição com desperdícios, por Joana Patrício Local: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim) Hora: de segunda a sexta-feira, entre as 08h30 e as 17h30

De 07 a 11 de abril Férias Ativas | Páscoa 2014Local: Alcoutim

13 de abril Marcha Corrida do PereiroLocal: Pereiro

Castro Marim

Apresentação do Livro

“Romance Depois dos 50” de Isabel Vila Pery4 de Abril, às 18h00Local: Biblioteca Municipal de Castro Marim

Workshop de Defesa Pessoal5 de Abril (09h00)Local: Pavilhão Municipal de Castro Marim

Peddy Paper de Alta MoraData: 6 de Abril (09h00)Local: Alta Mora

Exposição “Semana da Paixão”23 de Março a 27 de AbrilHora: das 9h00 às 18h00Local: Igreja do Castelo de Castro Marim

Exposição sobre Rafael Bordalo Pinheiro18 de março a 18 de abrilLocal: Biblioteca Municipal de Castro Marim

Challenge de Atletismo18 de abril – Corta Mato em Castro Marim, 19 de Abril - Corrida da Praia, 20 de Abril - Meia Maratona de Castro Marim

Comemorações do 25 de Abril em Castro Marim21 de Abril21h00 – Debate “40 anos de 25 de Abril” – Auditório Biblioteca Municipal25 de AbrilArruada da Banda Musical C.M., hastear da bandeira, Largada de pombos no Forte de São Sebastião, Arruadas da Banda Musical pelas localidades do concelho, Atividades desportivas, Passeio da Família / Passeio de Bicicleta para todas as idades(ponto de encontro junto à sede do Clube Recreativo Alturense), Jogo de Futebol 11 - Campo de futebol 11 em Altura (simpatizantes)

Maratona de Dança –“4 horas a dançar sem parar”26 de Abril (20h00)Local: Sede do Grupo Desportivo e Cultural do Rio Seco

Bilhar - III Campeonato “Bola 8” AlengarveData: 25, 26 e 27 de AbrilHora: a partir das 10h00

VRSACOMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL As músicas que fizeram Abril*1 > 4 | 21 > 24 | 28 > 30 – escolas do 3º ciclo e secundárioArquivo Histórico Municipal VRSALeitura do Livro « O Tesouro»*De Manuel António Pina1 > 4 | 21 > 24 | 28 > 30 abril – escolas do pré-escolar e 1º cicloArquivo Histórico Municipal VRSAAs músicas que fizeram Abril16 abril / 18h00Arquivo Histórico Municipal VRSA(En)Canto de Abril – Música e Poesia do 25 de Abril 24 abril / 18h30Local: Arquivo Histórico Municipal VRSA

«Fado ao piano»Espetáculo com João Frizza e Nádia Catarro4 abril / 21h30Arquivo Histórico Mun. VRSA

Um pergaminho para a minha mãe28 > 30 abril Arquivo Histórico Muni-cipal VRSA

Exposição «Manuscritos das Biblio-tecas Checas»4 > 30 abril segunda a sexta - 9h15 > 19h45 sábado - 14h00 > 19h45

Bibliot. Mun.Vicente Campinas | VRSA

Palestra «A doença de Alzhei-mer»Pela Psicóloga Ana Raquel Rocheta 5 abril / 16h00Bibl. Mun.Vicente Campinas | VRSA

Curso «Como lidar com o stress»11 abril / 18h00 > 19h30Bibli. Mun. Vicente Campinas | VRSA

Apresentação do livro «Monte Gordo – Desenhando o Azul do Mar» De Luís Viegas Feliciano, apre-sentação de José Estevão Cruz4 abril /18h00Bibli. Mun. Vicente Campinas | VRSA

Torneio Internacional de Poom-saes5 abril / 14h30 Pav. Mun. do Comp. Desp. | VRSA

4ª Edição «Taça dos Clubes Campe-ões Europeus de Atletismo» 24 e 25 abril 14h30 > 19h30Complexo Desportivo | VRSA

Caminhada Escola Ativa - «Cami-nhada por uma vida ativa» 4 abril / 9h30l, Junto da Escola D. José I | VRSA

Marcha de orientação fotográfica 5 abril / 9h30, Percurso: 8 a 10 kmPraça Marquês de Pombal | VRSA

Seminário «A Europa dos cida-dãos» 11 abril / 11h00Câmara Municipal de VRSA

Viver AquiPrograma de Rádio Data: 1ª sexta-feira de cada mêsLocal: Rádio Guadiana | VRSA

Alcoutim

04 de abril Feira Solidária Local: Martim Longo Hora: Entre as 09h00 e as 12h30

18 e 19 de abril – DESTAQUE IX Feira de Doces d’AvóLocal: Cais Novo da Vila de Alcoutim Hora: Entre as 14h00 e as 19h00

25 de abril Feira de S. MarcosLocal: Largo da Feira – Pereiro Hora: 10h00

De 12 de abril a 18 de maioFestival Gastronómico “Sabores da Serra ao Rio”Local: Restaurantes do Concelho de Alcoutim aderentes ao festival (em breve disponibilizaremos mais informações no site)

De 01 de abril a 15 de junhoConcurso de FotografiaOrganização: Associação dos Amigos dos Farelos e Clarines

Workshop para crianças “A Grande Aventura Otimista”Local: Auditório do Castelo da Vila (Alcoutim) Hora: 10h00

11 de abril Apresentação do livro “Aquilino Ribeiro, Evolução do Homem Republicano”, de Celina Moura ArrozLocal: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim) Hora: 21h30

Bailes da Pinha18 de abril | Alcoutim (Centro Náutico)Organização: Grupo Desportivo de

A vida e obra de Bordalo Pinheiro na Biblioteca Municipal

de Castro Marim

Mais de três mil peças de cerâmica compõem a “Semana da Paixão” no

Castelo de Castro Marim

A Biblioteca Municipal de Castro Marim promove, de 14 de março a 18 de maio, a exposição itinerante dedicada à “Vida e obra de Bordalo

Pinheiro”. A exposição cedida pelo Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa, que pode ser visitada de 2 a 6ª, das 09h às 13h e das 14h às 18h horas, é consti-

tuída por quatro blocos com informação que retratam a vida de um dos maiores autores e caricaturistas portugueses do século XIX.

Rafael Bordalo Pinheiro nasceu em Lisboa a 21 de março de 1846 e morreu a 23 de janeiro de 1905, tendo iniciado os estudos de desenho

pela mão do seu pai, o pintor Manuel Bordalo Pinheiro, revelando desde cedo o gosto pela vertente caricatural, o que o levou a matricular-se na

Academia de Belas Artes. Do seu vasto e rico currículo destacam-se inúmeras exposições, o

desenho satírico e caricatural em jornais e revistas, tendo por base as per-sonagens mais ilustres da sua época, bem como a situação político-social

vivida no país. Foi fundador dos jornais humorísticos de êxito reconhe-cido como “A Berlinda”, “O António Maria” e “A Paródia”.

O seu talento alargou-se ao campo da cerâmica, onde ajudou a recu-perar a loiça das Caldas da Rainha, introduzindo criatividade e perfeição,

através das várias figuras caricaturais que criou, nomeadamente, o céle-bre Zé Povinho. Também a ele se ficou a dever a construção do Pavilhão

de Portugal para a exposição de Paris de 1889.

Numa iniciativa da Associação Cultural das Amendoeiras em Flor, com a colaboração da Câmara Municipal de Castro Marim, decorre, entre 23 de março a 27 de abril, a exposição «Semana da Paixão», na Igreja do Castelo da vila.

Nesta exposição, o visitante é convidado a descobrir minuciosamente os ritos da Semana Santa, período compre-endido entre o Domingo de Ramos e o Domingo de Páscoa, através de uma maquete de três mil peças de cerâmica

pintada à mão que recria a paixão de Cristo, quando Jesus se entrega, voluntariamente, para ser cruxificado a fim de pagar pelos pecados do seu povo.

A inauguração da «Semana da Paixão» realizou-se dia 23 de março, pelas 16horas, com a participação musical do coro litúrgico «CREDO IN VOBIS» da Associação Cultural das Amendoeiras em Flor. A valorizar a exposição também

estará patente ao público uma mostra de arte sacra, com diversas peças ligadas à religião cristã. A exposição, com maquete da via sacra, tem os apoios da Direção Regional de Cultura do Algarve, das Juntas de Fre-

guesia de Altura, Castro Marim e Odeleite, da Paróquia de São Tiago de Castro Marim, da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim e da Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António.

Iniciativa é da associação Amendoeiras em Flor que na inauguração apresentou seu coro litúrgico «CREDO IN VOBIS»

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 21

CULTURA

Quatro pintoras espanholas partilharam a sua arte em VRSA

Poetas do Guadiana celebraram Dia da poesia de forma inédita

Sinónimos de Leitura acontecem entre 23 e 30 de Abril

De Ayamonte chegaram

“Cuatro Miradas”

De 23 a 30 de Abril de 2014, a Biblioteca Munici-pal Vicente Campinas de Vila Real de Santo Antó-nio leva a cabo a 3ª edição de SINÓNIMOS DE LEITURA.Esta iniciativa anual gira em torno da leitura, em todas as suas aceções e perspetivas e do universo que a rodeia e a torna possível.Na Biblioteca, os escritores, os contadores, os edi-tores, os livreiros, outros artistas e os leitores de todas as idades, juntos numa semana de atividades que congregou já mais de 2 000 participantes.A leitura da poesia ou da prosa, mas também a do livro científico, a leitura da pintura, do cinema, da fotografia ou do teatro, cruzando-se na leitura do mundo em SINÓNIMOS DE LEITURA.Nomes como os dos escritores Miguel Real, Luis Miguel Rocha e Isabel Feliciano, ou da ilustradora Patrícia Furtado, os «Poetas do Guadiana», o ator Pedro Santos e o contador de histórias Jorge Sera-fim, associação de Paremiologia e outros fazem parte do programa deste certame.A entrada para o «Sinónimos de Leitura» é livre e o programa está disponível no blog da biblioteca: http://bmvrsa.blogspot.pt/

O grupo ibérico «Poetas do Guadiana» celebrou entre 20 e 22 a poesia. Fê-lo de forma inédita, movimentando o grupo e muitos amantes da arte da escrita e declamação poéticas. O grupo ganhou novos membros e ao longo de três dias celebrou a poesia sempre com casa cheia.A 20 de Março a noite de poesia aconteceu na biblioteca municipal de Castro Marim, a 21 na Casa Grande em Ayamonte e, a fechar, no dia 22 na biblioteca municipal de Vila Real de Santo António. Em Castro Marim contaram com a participação do recém-criado grupo de teatro de Castro Marim com direção artística e encenação de Francisco Braz.No final um sentimento de dever cumprido e feliz acompanharam as palavras de António Cabrita, um dos mentores dos «Poetas do Guadiana», encerrando a I edição de um certame que pela adesão e qualidade promete repetir-se no futuro.

A biblioteca municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António acolheu durante o mês de Março a exposição de pintura «Cuatro Miradas». As autoras são Gema Cayuela Martín, Maria Bella Mateos Povea, Ela Borrego García e Fátima Concepción García. Apresentaram-nos uma pintura que transmite sensações e vida. Há imagens que são mais realistas, mas sob olhares pessoais que depositam perspetivas únicas. Sendo o expressio-nismo um toque comum. Quatro mulheres que na vizinha cidade de Aymonte têm o atelier de arte «El Rellano».

Os 500 anos da Batalha dos Alcaides, nos Algarves Dalém-mar.

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* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Duas grandes batalhas campais foram dignas de registo durante a presença militar portuguesa em Marrocos. Uma delas, a Batalha de Alcácer Quibir, de 1578, ficou profundamente enraizada na memória lusa em virtude da derrota portuguesa e das consequências inerentes à morte de D. Sebastião. Porém, verifica-se que a outra grande batalha campal é desconhecida pela esmagadora generalidade dos portugueses, ainda que tenha resultado numa grande vitória militar para Portugal. Trata-se da Batalha dos Alcaides, de 1514, também conhecida por Batalha do Bolião, e teve lugar há precisamente 500 anos, em 14 de Abril de 1514.

Foi após a conquista de Azamor que o soberano de Fez reuniu um grande exército para pôr cerco à cidade ocupada pelos portugueses. De acordo com os Anais de Arzila, de Bernardo Rodrigues, foi enviado o alcaide de Meknés, Muley Naçar, o próprio irmão do rei de Fez, Muley Mohamed, e o alcaide de Teodola, Latar. No entanto, D. João de Meneses, que se encontrava como capitão de campo em Azamor, entendeu que seria preferível interceptar o exército mouro, de modo a evitar o cerco. Para tal empresa uniu forças com o belicoso Nuno Fernandes de Ataíde, capitão de Safim, com Martim Afonso de Melo, capitão de Mazagão, e com Bentafufa, o líder dos “mouros de pazes” aliados dos portugueses. Segundo Damião Góis, em Chronica do Serenissimo Senhor Rei D. Manoel, as forças portuguesas compreendiam “oitocentas lanças, & mil homens de pe, besteiros, espingardeiros, & de ordenança”, para além das mil e quinhentas lanças comandadas por Bentafufa. Já próximo da vila de Bolião, lançaram-se sobre os mouros, que “eram (…) mais de quatro mil de cauallo, & grão numero de pe”. Da investida da cavalaria portuguesa, não obstante a desproporção numérica, resultou o desbarato das forças muçulmanas, que fugiram para o arraial e aduares mais próximos. Leão o Africano refere que os besteiros e espingardeiros mouros, apanhados no meio da planície, foram todos passados à espada, tendo os poucos sobreviventes fugido em direcção às montanhas. Mas nem tudo foram rosas; muitos cavaleiros portugueses lançaram-se em perseguição dos mouros fugitivos. Compreendendo a desordem das suas forças, D. João de Meneses incumbiu o seu sobrinho, D. Garcia, de reagrupar as tropas. Porém, este não só desrespeitou a ordem de comando, como também se lançou na perseguição aos muçulmanos. Muitos dos portugueses que se lançaram neste acossamento morreram, nomeadamente, o referido D. Garcia e um outro sobrinho de D. João, D. Fernando de Meneses. Apesar da vitória portuguesa, D. João de Meneses ficou assaz desgostoso com tais mortes. Voltou para Azamor, onde a doença e o desgosto acabou por matá-lo, pouco tempo depois da batalha. Para a História ficou a Batalha dos Alcaides; no auge da presença militar portuguesa nos Algarves Dalém-mar.

Alguns dos momentos e protagonistas da celebração da poesia que decorreu ao longo de três dias entre Castro Marim, Ayamonte e Vila Real de Santo António

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2014

Espetáculo decorre no Arquivo Histórico Municipal de VRSA

CULTURA&POESIA

MARIA DEMOCRACIA

40 anos /40 versos

Maria era ainda criançaquando perde a virgindade,e a cada passo que avança,pare asneira de verdade.

Nas planícies verdejanteslavou o rosto à paisagem,

e as searas ondulantessão agora uma miragem.

Passou a pescar à linhae a pique os barcos meteu;

o carapau e a sardinhasó por milagre do céu.

Levanta estádios tão juntosque o país parou p’ra ver;alguns, adiados defuntos,

condenados ao nascer.

As largas auto-estradasque o lindo torrão rasgaram,

com as portagens pesadas

o trânsito escorraçaram.A saúde está doente,

pelos hospitais definha,e o infeliz paciente

já para a morgue caminha.

Classe prestigiadaos professores do meu país,

está a ser enxovalhada,e a razão nada nos diz.

Desbaratou quanto tinhae sem pão para aos filhos dar,

estende a mão à vizinhaque a aconselha a “troikar”.

Excessos à terra deita,sem ter conta nem medida,mas tem uma boa colheitad’ensinamentos de vida.

Está à beira dos quarentae, na subida mini-saia,

Maria diz: aguenta,a gente não pode, e desmaia!

Se, em encontros improváveis, Fernando Pessanha já se tinha revelado um escritor de excelentes recursos, personalidade forte, original e marcadamente literária, este pequeno conto, confirma-o sobejamente.Publicado na colecção de contos inéditos ilustrados Onda Curta, onde se junta a um autor um ilustrador da sua preferência, unindo a narrativa literária à visual, num diálogo pertinente entre duas formas de expressão distintas mas afins. Boa oferta cultural junto de um público que tem pouco tempo para dedicar à leitura e à reflexão, tarefas essenciais para a construção de futuros sustentáveis Penso que será com esse intuito que, Pessanha traz ao leitor, a imagem da sua terra natal Vila Real de Sto. António, revisitada num passado, não muito longínquo e glorioso, de um glamoroso hotel, que fez época nos anos 20, do charleston, das Big Bands, das garçonetes que aqui são personificadas, na enigmática dama de penteado à Beatriz Costa, sem dúvida, a maior referência, desses tempos loucos. Neste conto confirma-se o gosto de Pessanha pelo estilo gótico, género associado ao genial Edgar Alan Poe.A capacidade de envolver o leitor no suspense e frisson desses ambientes ruinosos por onde o imaginário deambula como uma “alma penada”, passe a vulgaridade, mas para a geração a que o autor pertence, é recorrente a ideia de que o futuro se eclipsou e que o que fica, é o melancólico voo por um passado outrora carregado de vida, hoje ausente, e uma multidão zombie que caminha sem destino para a máquina avassaladora, que alguns dizem ser já uma trans-humanidade.As ilustrações do jovem artista farense Artur Filipe, traduzem bem esse clima de luto desta época soturna e melancólica. Esse mundo, no entanto, parece estar hoje a despedir-se das suas remotas ilusões. A decadência é patente, o individualismo optimista, neo-liberal não traz felicidade a quem vê eclipsarem-se todos os valores que durante séculos alimentaram as sociedades: a comunidade, a família, a solidariedade, o destino partilhado no compromisso com a raiz, com o local de origem, a pequena pátria de cada um, que urge recuperar, preservar, amar com zelo e carinho.Em Anaidaug, o autor, embora munido das ferramentas de uma modernidade óbvia e, quiçá, necessária, parece querer regressar ao passado em muitos dos aspectos que hoje vimos fugirem, refiro-me à fidelidade para com os que nos são próximos, para aqueles locais e pessoas que representam a nossa verdadeira casa de origem, o Genius loci, nullus locus sine Genio” (“nenhum lugar é sem um Génio”).

Todo o tempo passado, é esse lugar incerto, que nos pode surpreender e cativar, ao ponto de não retorno. Cabe ao historiador descobrir as suas leis e regras de forma a poder libertar-nos das peias que nos impedem de construir um melhor futuro. A relação entre o investigador e o criador é então consumada numa criação profundamente viva e fatal no seu universalismo, como foi o caso do grande Alexandre Herculano, ou do mestre Aquilino Ribeiro, e parece ser o do nosso jovem escritor Fernando Pessanha neste pequeno mas significativo conto.

José Bivar

A propósito do conto Hotel Anaidaug de Fernando Pessanha

Depois da estreia, «Um pedido de casamento» de Tchekhov vai percorrer os montes

Nádia Catarro, João Frizza e José A. Rosa com «Fado ao Piano»

O Teatro Experimental de Alcoutim estreou a 22 de Março a peça «Um pedido de casamento» da autoria de Tchekhov numa encenação de Francisco Braz. A peça escrita pelo dramaturgo e escritor Anton Tchekhov (em 1889), é uma das comédias clássicas do teatro russo. Trata-se de um enredo simples à volta de um grande proprietário de terras e pai viúvo (Tchubukov) com o dilema de tentar casar a sua filha, já mulher (Natalia Stepanova) com o seu jovem vizinho e caçador (Ivan Lomov), que certo dia, resolve fazer-lhe uma visita, para pedir a mão de sua filha. A partir daí, surgem cenas hila-riantes, transmitindo pequenas situações banais, que chegam mesmo a transformar-se em pequenas tragédias individuais. Na estreia, que decorreu na Ermida Nossa Senhora da Conceição, na vila de Alcoutim foi bem percetível o agrado da plateia que soltou boas gargalhadas. “É isso que procuramos com esta peça, que as pessoas se divirtam”, frisa-nos Joana Cavaco que se estreou também em cima de um palco. Depois da estreia a peça segue pelos montes de Alcoutim. Fran-cisco Braz, explica-nos que “é sempre assim e a única forma de levar o teatro às pessoas”, num concelho com muitos montes dispersos.

Autarquia aplaude TEA

O presidente da câmara municipal de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves, esteve presente na primeira apresentação e garantiu que o executivo está sensível a esta arte e a este grupo. “Fazem um trabalho muito interessante e também será a nossa aposta”. O próprio presidente já foi ator de teatro, num grupo em Martinlongo, os Intervivos, e é da opinião que “o teatro é um excelente meio de cultura”. Ao JBG o autarca adiantou que a câmara irá apoiar as obras na ermida Nossa Senhora da Conceição “de modo a ter mais condições para a apresentação das peças teatrais”.

Depois de uma primeira edição a 22 de Março, está de regresso a 4 Abril o espetáculo contemporâneo de Fado com Nádia Catarro e João Frizza que dão voz aos mais emblemáticos fados de Amália Rodrigues, acompanhados ao piano pelo Maestro José António Rosa. Terá lugar às 21h30 no Arquivo Histórico Municipal (Vila Real de Santo António). A produção é do II ACTO. Informações e reservas: [email protected]/ 969106806

Manuel Palma

A encenação de Francisco Braz levou o público às gargalhadas

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 23

PATRIMÓNIO&CULTURA

No Baixo Guadiana, a caiação é um costume milenar que fez parte das lides diárias da mulher algarvia. No litoral ou no interior serrano, onde predominam as casas de alvenaria despidas de reboco, as paredes de pedra eram caiadas para se prote-gerem da humidade e do calor, bem como da bicheza – osgas ou roedores – que segundo a crença popular não gostava da cal.

A caiação era uma tarefa vulgar-mente atribuída às mulheres, que, ciosas pelo asseio da casa, caiavam

amiúde as zonas que mais se suja-vam. Para isso, tinham sempre vasilhas preparadas com cal para aproveitar os dias de sol e assim caiar o poial, o forno, o interior da chaminé ou o “pézinho” da parede, junto ao chão. Quando estavam de luto, as mulheres interrompiam este hábito e não caiavam, por respeito ao defunto. Em muitas casas da região, as paredes interiores eram também pintadas com oca – ocre –, de várias cores, recolhida nos barreiros pró-ximos da casa e misturada com a aguadilha da cal numa vasilha. A oca, que resistia mais tempo, per-mitia poupar cal e embelezava o interior da habitação. No exterior, a caiação era feita em Maio, quando o tempo estava seco e temperado. Por

A cal e a caiação no Baixo GuadianaRUBRICA DE PATRIMÓNIO

essa altura, as vizinhas juntavam-se às mulheres da casa, numa labuta que exigia maior mão-de-obra e que assumia uma grande importância na vida social rural.

Nalgumas localidades, existiam os caiadores, homens que eram con-tratados para caiar por aqueles que podiam pagar esse serviço.

A cal para a caiação provinha da pedra de calcário branco, cozida num dos muitos fornos espalhados pelo território. Depois de uma for-nada, a pedra era ensacada e ven-dida no próprio local da cozedura ou transportada porta a porta numa

carrinha. Em alguns casos, a saca de cal era carregada na albarda de algum burro, que, levado pela arre-ata, percorria os montes do Baixo Guadiana.

Depois de adquirir as pedras, as m u l h e r e s “derregavam” a cal, mistu-rando-a com água numa vasilha bem tapada para

evitar os respingos da fervedura. À medida que a “pedrinha” se des-fazia, adicionavam mais pedras e mais água, enquanto mexiam para a cal ficar homogénea, sem grumos ou “masarulhos”. Desse processo, resultava o leite de cal empregado na caiação.

Antes de caiar, as paredes da casa eram cuidadosamente raspa-das com espátulas no local onde os

“escafelos” da camada de cal velha se descolavam da parede. Depois, aplicavam água de cal, para a nova camada aderir melhor. Dava-se então a nova caiação, camada em cima de camada, com gestos mecânicos repetidos várias vezes. Para caiar, compravam nas feiras vassouras de palma com o cabo curto, feitas com ripas mais finas, que eram lavadas depois da caiação para durar mais tempo. Para caiar as zonas altas da casa, como a chaminé, enegrecida pelo fumo, usavam uma escada ou então valiam-se de uma cana, onde enfiavam a vassoura de palma, bem atada.

Pedro PiresTécnico de Património

Cultural. Centro de Estudos de Património e História do Algarve da

Universidade do Algarve CEPHA/UAlg

“Esta casa tá caiada quem será a caiadeira, Foi a mãe do meu amor com raminhos de oliveira”

“Caiadeira”, cantiga popular, Vaqueiros

Arquivo Histórico Municipal recebeu II

sessão das «Jornadas de História do Baixo

Guadiana»O Arquivo Histórico Municipal de VRSA recebeu, a 21 de março a segunda sessão do ciclo «Jornadas de História do Baixo Guadiana».

Desta vez coube a Pedro Pires, Licenciado em Património Cultural e pós-graduado em Património Imaterial, a comunicação intitulada «Castro Marim na Guerra da Restauração (1640-1668): Praça de Fronteira e Balu-arte Defensivo do Algarve».

Posteriormente, Cristina Garcia - Arqueóloga/Universidade de Huelva, falou sobre «A população islâmica de Cacela no contexto da reconquista do Baixo Guadiana».

Da parte da tarde o professor Hugo Cavaco, Licenciado em História e Mestre em História Moderna, teve a seu cargo a comunicação “Guadiana - o grande Rio do Sul”.

De seguida houve lugar para uma visita ao Centro Histórico de Vila Real de Santo António guiada por José Eduardo Horta Correia, Licenciado em História, Doutorado em História de Arte e Catedrático Emérito pela Universidade do Algarve.

Recorde-se que estas jornadas estão divididas em três sessões, durante as quais investigadores de diferentes áreas estão a partilhar com o público temas subordinados à história do Baixo Guadiana, onde o Grande Rio do Sul assume um papel central.

A iniciativa é organizada pelo Arquivo Municipal de Vila Real de Santo António e está inserida na programação da Eurocidade do Guadiana, projeto que envolve os municípios fronteiriços de VRSA, Castro Marim e Ayamonte e tem como missão a partilha de equipamentos e a realização de eventos comuns em ambos os lados da fronteira. participação nas jornadas é gratuita, mas sujeita a inscrição através do email [email protected].

Pedro Pires e Cristina Garcia (mais à direita) fizeram as comunicações da parte da manhã

FAÇA PUBLICIDADE NO [email protected] / +351 281 531 171

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2014

PASSATEMPOS&LAZER

Apelo à doação de Latas de comida para gato e cão, que podem ser entregues no Posto de Turismo de VRSA (Torreão sul do Centro Cultural)

ou através do telm: 919395094.

As duas gigantes farmacêuticas foram consideradas culpadas da prática de cartel com o objectivo de beneficiar o fármaco Lucentis em detrimento do Avastin, dez vezes mais barato.

As autoridades italianas condenaram as empresas farmacêuticas suíças Novartis e Roche a uma multa superior a 180 milhões de euros (92 milhões no caso da Roche, 90,5 milhões no caso da Novartis), pela prática de cartel. Ficou provado que, nos últimos anos, as duas empresas promoveram o descrédito do Avastin – um fármaco utilizado inicialmente na luta contra o cancro e que é usado em off-label para o tratamento da degenerescência macular –, de modo a criar um clima de suspeita e medo quer por parte dos consumidores quer por parte dos profissionais de saúde. A não utilização do Avastin no tratamento desta doença oftal-mológica beneficiaria o Lucentis, fármaco aprovado para o tratamento da degenerescência macular, mas muito mais caro, com um custo dez vezes superior ao Avastin.

Nos últimos anos, a Novartis e a Roche lançaram estratégias para dis-tinguir artificialmente os dois produtos, de modo a influenciar a escolha de médicos e sistemas de saúde em favor do Lucentis. Só em 2012 esta prá-tica custou ao Estado italiano mais de 42 milhões de euros e teme-se que os custos acrescidos no futuro venham a superar os 600 milhões de euros anuais. Este é um ato ainda mais condenável tendo em conta que, com a atual crise económica, muitos países europeus lutam com dificuldades para pagar medicamentos e garantir acesso a tratamentos. Na verdade, a estratégia das duas farmacêuticas levou a que algumas pessoas ficassem sem tratamento por causa do custo que lhe está associado.

De referir que os estudos científicos não mostram qualquer diferença, tanto ao nível da segurança como da eficácia, entre o Avastin e o Lucentis.

Perante esta decisão, a Organização Europeia do Consumidor (BEUC) veio, através da sua diretora-geral, Monique Goyens, pedir que a Comissão Europeia lance uma investigação: “A BEUC apela à Comissão para lançar uma investigação urgente ao nível da UE para avaliar os danos sofridos pelos consumidores em todos os mercados em que são vendidos o Avastin e o Lucentis”. Um pedido apoiado pela DECO, via BEUC, há alguns meses e que agora é reiterado.

Susana Correiajurista

“Ouvi falar de uma multa passada a duas gigantes farmacêuticas de Itália, qual foi a razão?”

Delegação Regional do Algarve

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

Quadratim - n.º118

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ão R

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Jogo da Paciência n.º 124

O CONDOMÍNIOÉ preciso produzir para consumo interno e evitar importações desnecessárias. Desenvolver as indústrias do mar, agrícolas, metalúrgicas, agro-pecuárias, frutícolas, hortícolas, florícolas, turismo de lazer e temático. Isentar de IRS valores até 2000 euros, baixar o IRC e taxas moderadoras; o IVA para 6% na restauração e similares e para 17% a taxa máxima. O salário mínimo nacional já para os 600,00 euros mensais; devolver aos cidadãos os valores com cortes nos salários, pensões e reformas porque não são despesas, são direitos que pertencem aos cidadãos. As amortizações da dívida portuguesa devem ser feitas de acordo com uma percentagem económica calculada sobre o PIB nacional produzido anualmente. Sem estas iniciativas Portugal será sempre pobre e o povo na miséria, com fome, doente e «coitadinho». Não aos aumentos de descontos para a ADSE. PELO CAMINHO CORRECTO DO QUADRATIM VÁ AO ENCONTRO DE - POR SI, FAMÍLIA E PORTUGAL.

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Contrato a termo incerto /colheita de peque-nos frutos-framboesa e morango

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Contabilista (TOC)oferta n.º 588298337

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União das freguesias de Tavira (Sta Maria e Santiago)

Técnico em Redes e Sistemas de Computadores

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mínima 36 meses/experiência nos sistemas informáticos para hotelaria “booking system” - Requisitos no âmbito da Medida Estímulo

2013Santa Catarina da Fonte

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Contactos: 964773101 e 927167755 (12:30 às 14:00)NIB - 0035 0234 0000 6692 13002

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(Orçamento ordinário) Anual11. Orçamento (Extraordinário)12. «Quorum»13. Permilagem14. Percentagem15. (Partes) Comuns16. Condóminos17. Actas18. Aprovação (das despesas)19. Procuração20.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 25

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CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia vinte e seis de Março de dois mil e catorze, foi lavrada neste Cartório, de folhas setenta e cinco a folhas setenta e oito do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e sete - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: ______________________________________________________________ José Gomes Francisco e mulher, Francelina Maria Teixeira Gomes, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ela da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, residentes na Rua António Pinheiro, Vivenda Gomes, 44, em Tavira, contribuintes fiscais números 149 485 476 e 160 840 961.Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios:UM - Prédio rústico sito na Horta de Baixo, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por terra com mato, cultura arvense, oliveiras e leitos de curso de água, com a área total de novecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com José Gomes e António José Gomes Cavaco, a Sul com Maria Luísa, a Nascente com Domingos António Afonso e a Poente com via pública, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na matriz sob o artigo 47, secção AM, com o valor patrimonial tributável de 74,01 euros, desconhecendo a sua proveniência matricial. __________________________________ DOIS - Prédio rústico sito no Barranco da Figueira, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por terra com amendoeiras, cultura arvense, oliveiras, alfarrobeiras e amendoal, com a área total de dezassete mil metros quadrados, a confrontar a Norte com Herdeiros de Patrocínio D’ Almeida, a Sul com Herdeiros de Manuel Francisco e Maria Rosária Gomes Peres, a Nascente com José Francisco e a Poente com Herdeiros de Maria Claudina, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na matriz sob o artigo 39, secção CC, com o valor patrimonial tributável de 238,05 euros, desconhecendo a sua proveniência matricial. _ TRÊS - Prédio rústico sito no Barranco Cabaço, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, composto por terra com olival, com a área total de oitocentos metros quadrados, a confrontar a Norte com caminho, a Sul com Maria Bárbara Pereira Rodrigues, a Nascente com Américo Pereira e José Faustino e a Poente com Maria José Rodrigues Afonso, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na matriz sob o artigo 53, secção 133, com o valor patrimonial tributável de 47,84 euros, desconhecendo a sua proveniência matricial. QUATRO - Prédio rústico sito no Corgo da Eira do Cardo, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, composto por terra de cultura arvense, com a área total de oito mil setecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Herdeiros de José Manuel e Estado Português, a Sul com José Manuel Fernandes Pereira e Lídia Teresa Pereira, a Nascente com Herdeiros de Valentim Fernandes e a Poente com Lucinda da Conceição, Albino Valentim, José Gonçalves Pereira, Maria Almerinda e José Francisco, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na matriz sob o artigo 278, secção 133, com o valor patrimonial tributável de 126,96 euros, desconhecendo a sua proveniência matricial. ___________________________________________Que atribuem aos referidos prédios os respectivos valores patrimoniais, calculados para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, pelo que somam os mesmos o valor global de quatrocentos e oitenta e seis euros e oitenta e seis cêntimos. _____________________________________________________________________ Q u e os referidos prédios entraram na posse dos justificantes, já no estado de casados, por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e seis, feita com os demais interessados, por óbito dos pais do justificante marido, Manuel Francisco e mulher, Rita Maria, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram no Monte dos Fortes, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim. _________________________________________________ E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, pagando suas contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa que é exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. _________Está conforme o original. ________________________________________________________________________________Castro Marim, aos 26 de Março de 2014.

A Colaboradora,

_________________________________ (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 64/03 Factura n.º 4140

Jornal do Baixo Guadiana - 1 de abril de 2014

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia sete de Março de dois mil e catorze foi lavrada neste Cartório, de folhas quarenta e seis a folhas quarenta e sete verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Vinte e Sete - A, uma escritura de justificação, na qual compareceu: _______________________________________________Ricardo José Madeira Cipriano, casado, natural da freguesia de Faro (Sé), concelho de Faro, com domicílio profissional na sede da sua representada, que outorga na qualidade de administrador delegado, em representação da sociedade comercial anónima: __________“ALGARVELUX, CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS,S.A.” com sede no Sítio do Lavajinho, Castro Marim Golfe and Country Club, na freguesia e concelho de Castro Marim, com o capital social de setecentos e quarenta e nove mil euros, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Castro Marim sob o número de pessoa colectiva 501 830 170, declarou que a sua representada é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito nas Eiras da Achada, da freguesia e concelho de Castro Marim, composto por terra de cultura arvense, com a área total de três mil trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com o próprio e I.C.27, a Sul com António José de Horta Valentim Madeira, José de Jesus Horta Valentim Madeira e Ildefonso Viegas Gonçalves, a Nascente com António José de Horta Valentim Madeira e José de Jesus de Horta Valentim Madeira e a Poente com Ildefonso Viegas Gonçalves e com o próprio, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 87, da secção Z, que proveio do artigo 37 secção Z, da dita freguesia de Castro Marim, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de 35,99 euros, ao qual atribuem o valor de cinco mil euros. _________________________________________________________________Que o prédio se acha descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim sob o número dois mil e duzentos, descrição essa que foi inutilizada por inexistência de inscrição de aquisição em vigor, conforme anotação um, do dia catorze de Outubro de dois mil e treze, resultando a divergência entre a área actual e a área ali constante da expropriação de uma parcela de terreno para construção da estrada I.C.27. _______________________________Que o referido prédio entrou na posse da sociedade justificante, por compra verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, feita a Maria Rosa Bernardino Larisma, viúva, e António Manuel Larisma Valentim, casado com Berta Maria Simões Gomes Valentim sob o regime da comunhão de adquiridos, todos residentes na Avenida Dr. Nuno Álvares Pereira, n.º 19, rés-do-chão esquerdo, em Almada. ____________E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado a sociedade justificante na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, posteriormente utilizando-o para nele construir as infraestruturas viárias de acesso ao empreendimento, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que a sociedade justificante adquiriu o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. _Está conforme o original. _____________________________________________________Castro Marim, 7 de Março de 2014. _____________________________________________

A Colaboradora,_______________________________________

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do

Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 05/03 Factura n.º 4103

Jornal do Baixo Guadiana - 1 de abril de 2014

Pai és uma estrela que brilha lá no céu,Pai os teus lindos olhos que partiramDeixando muitas lágrimas nos rostos de quem te amava.Parecia que estavas a sorrir para os teus netos e bisnetos,Pai era lindo e maravilhosoPai parecia uma linda florUm botão de rosa,Pai mesmo assim parecia que não tenha partidoPai os seus lindos cabelos pareciam sedaPai que Deus o guarde no paraíso

Pai como era lindo e maravilhoso!

Beijinho do seu neto Robertinho, de sua filha e da esposa.

Rosarinha Oração

Santíssima Virgem.que nos montes de Fátima vos dignastes revelar aos três pastorinhos os

tesouros de graças que podemos alcançar, rezando o santo rosário, ajudai-nos a apreciar sempre mais esta santa oração, a fim de que, meditando os mistérios da

nossa redenção, alcançamos as graças que insistentemente vos pedimos.

Ó meu bom Jesus, perdoa-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.

Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós.

Amén

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26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2014

DESPORTO

O Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural Leões do Sul Futebol Clube, promove em parceria com a Associa-ção de Defesa Pessoal do Algarve, sobe a orientação do técnico João Pacheco um Workshop de Defesa Pessoal, para todas as idades, no dia 5 de Abril das 10h às 12h.

Este workshop, consiste, em esclarecer oralmente, esta ativi-dade seguida de uma demonstra-ção prática.

O trabalho da Associação, objec-

Numa iniciativa do Centro de Yoga – Áshrama Conceição de Tavira, com o apoio da Câmara Municipal de Castro Marim, realizou-se, dia 16 de março, uma aula de yoga, destinada a miúdos e graúdos, na Colina do Revelim de Santo António.

A ação começou pelas 10h30, com uma visita guiada ao património histórico da vila de Castro Marim (Castelo, Forte de São Sebastião, Revelim de Santo António). Uma hora depois, terá lugar uma aula de

A Casa do Povo do Azinhal em par-ceria com a Associação Recreativa e Cultural Azinhal vai realizar no dia 11 de Maio de 2014 o 1º passeio TT turís-tico «Por Terras de Maio 2014», com início na aldeia do Azinhal e passagem por diferentes pontos do concelho de Castro Marim.

O passeio vai ter um programa especialmente dedicado a quem gosta de aventura e contato com a

tiva preparar o cidadão comum, de forma a desenvolver a percepção e a capacidade de análise perante uma situação em que a barreira da integridade física e moral se torna transponível.

Esta iniciativa decorre no âmbito da recente inauguração da Academia de Castro Marim e em simultâneo divulgar o mais recente projecto da Associação “EliteKids”. Este projecto surge da necessidade de educar e criar um comportamento estrutural

natureza. “Um programa para ser realizado em família, com um grau de dificuldade baixo, onde a ligação com a natureza, o espirito de conví-vio e a entreajuda estarão sempre presentes”, diz-nos a organização. «Por Terras de Maio 2014» tem como base estradas e caminhos que ser-penteiam ao longo do Grande Rio do Sul, levando os participantes numa viagem muito agradável pelas

das crianças dos 6 aos 12 anos, face ao seu desenvolvimento e necessi-dades de se adaptarem aos meios em que estão envolvidas e conflitos externos que surgem durante todo o processo evolutivo.

O workshop é gratuito e as pré inscrições deverão ser efectuadas previamente, através dos contactos: 913 090 691 ou 961 969 420.

Leõ[email protected] 962349053Para outros esclarecimentos con-

tacte João Pacheco 913090691

Yoga Sámkhya, um convite aberto a toda a população para cuidar da sua forma física e, ao mesmo tempo, aproveitar a manhã de domingo para um salutar e amigável con-vívio.

Com esta iniciativa, a Câmara Municipal pretendeu promover o conjunto monumental de Castro Marim e divulgar a prática do yoga, uma modalidade desportiva, que tem vindo a registar um crescimento muito significativo entre nós.

quatro cantos do Baixo Guadiana. “Para além de nos levarem numa espectacular viagem pelo espaço físico, estes caminhos irão servir também para ligar vários cantos e recantos do concelho de Castro Marim, levando-nos ao encon-tro das tradições e costumes dos povos deste cantinho de Portugal”, conta-nos a associação promotora. Este passeio estará associado ao cer-

tame «Terra de Maio 2014»; uma feira inteiramente dedicada à pro-moção e afirmação do mundo rural e dos produtos tradicionais de quali-dade. A «Terra de Maio» decorre no Centro Multiusos do Azinhal e vai ser espaço para mostra de produtos tradicionais qualificados, produtos biológicos, artesanato, gastrono-mia, queijaria, etnografia, folclore e a cabra de raça Algarvia.

Foi na terra dos leitões e na terra da açorda que foram dadas as pedaladas no ciclismo nacional no passado mês.Já com a época de ciclismo lançada, cumpriu-se o mês de Março com um balanço muito positivo para os ciclistas do Baixo Guadiana, especialmente para o natural da Manta Rota.Sendo que ambas as provas serviram de ementa para alimen-tar a fome de vitórias de Samuel Caldeira, que começou pela Clássica da Bairrada e terminou com a última etapa da 32ª Volta ao Alentejo.

Volta à Bairrada – 16 de MarçoVencedor: Samuel Caldeira (OFM - Quinta da Lixa)

32ª Volta ao Alentejo – 26 a 30 de Março de 2014Vencedores de etapas:1ª etapa – Byron Guama (Team Ecuador)2ª etapa – Eduard Prates (OFM- Quinta da Lixa)3ª etapa – Manuel Cardoso (Banco-Bic-Carmin)4ª etapa – Karel Hnik (Etixx)5ª etapa - Samuel Caldeira (OFM - Quinta da Lixa)

Classificações Gerais:Geral Individual:1º Carlos Barbero (Euskadi) 22h03´37”2º Eduard Prates (OFM- Quinta da Lixa) a 10”3º Karel Hnik (Etixx) a 17”9º Amaro Antunes (Banco Bic-Carmin) a 36”41º Samuel Caldeira (OFM - Quinta da Lixa) a 5´50”71º Ricardo Mestre (Efapel-Glassdrive) a 13´17”

Geral Equipas:

1ª Euskadi

Geral Pontos:1º Carlos Barbero (Euskadi) – 68 pontos9ª Samuel Caldeira (OFM - Quinta da Lixa) – 25 pontos19º Amaro Antunes (Banco Bic-Carmin) – 8 pontos

Geral Montanha:1º Byron Guama (Team Ecuador)- 13 pontos11º Amaro Antunes (Banco Bic-Carmin) – 1 ponto

Geral Juventude:1º Tanner Put (USA Cycling)

Comentários:

Samuel Caldeira (OFM - Quinta da Lixa) – “Como não poderia deixar de ser, o balanço do mês de Março é bastante positivo, comecei por vencer a Volta à Bairrada, o que me motivou bas-tante, terminando o mês com a vitória da ultima etapa da Volta ao Alentejo na chuvosa e perigosa chegada a Évora. Penso que não podia ter corrido melhor esta fase da época, agora vou fazer umas semanas mais calmas para depois voltar a carga e se possível às vitorias”.

Amaro Antunes (Banco Bic - Carmin) - “Quanto à Volta à Bair-rada, fui com o intuito de ajudar os meus colegas e ganhar ritmo competitivo. Já na “Alentejana”, o objectivo era outro, passando por ser um dos braços direitos de Daniel Mestre, que era o nosso líder para a geral, e de Manuel Cardoso para as chegadas ao sprint. Em suma, o Daniel terminou por ser 5º na

Geral Individual e o Manuel Cardoso venceu a chegada a Mér-tola, 3ª etapa, o que foi muito positivo para a equipa”.

Ricardo Mestre (Efapel - Glassdrive) - “Optei por não correr a Volta à Bairrada de modo a preparar melhor a Volta ao Alentejo, mas infelizmente os planos não se concretizaram ao ser vítima de furo logo na 1ª etapa no início da montanha que coincidia com a chegada, o que me obrigou a perder logo muito tempo. A partir daqui tive de trabalhar em prol da equipa, deixando de parte os meus objectivos pessoais. Como balanço, não posso dizer que tenha sido negativo já que me senti a um bom nível, e foi mais um bom teste para a fase crucial da época que será na Volta a Portugal”.

Humberto Fernandes

Workshop de defesa pessoal a 5 de Abrilno pavilhão Municipal de Castro Marim

Yoga Sámkhya na Colina do Revelim de Santo António em Castro Marim

Casa do Povo do Azinhal anuncia 1.º Passeio Turístico

Samuel Caldeira triunfador entre a Bairrada e o Alentejo

Futebolândia

“Cama 79”Quando esta crónica foi criada há alguns anos, o objetivo era fazer uma abordagem ligeira, agradável, com humor sobre o futebol e fazer algumas analogias do futebol para a política e vice-versa, porque no meu entender as duas coisas mesmo sendo bastante antagónicas têm algumas semelhanças.

O futebol ocupou ao longo dos tempos, um espaço demasiado impor-tante na nossa sociedade, espaço esse incontornável na sociedade moderna, quase que inseparável das nossas vidas.

Mas se já tinha uma ideia bem fundamentada que na minha vida o futebol ocupava 5% da mesma, a 14 de março ficar na cama 79 do sexto andar do serviço de Neurocirurgia do Hospital Distrital de Faro foi a confir-mação que existem coisas mais impor-tantes que o futebol.

Operado a 18 de março, com dura-ção de três horas não imaginava o sofrimento que iria ter nas 48 horas seguintes. Operado a três hérnias discais, da L3 para a L4, da L4 para a L5 e da L5 para a S1, tudo seguido porque sempre gostei das coisas bem arrumadas.

Doze pontos foi o resultado final. Se fosse cantor e estivesse no festival Eurovisão da canção, obtinha a pon-tuação máxima.

Não digo que não tenhamos pai-xões na vida, como o futebol, viajar, entre muitas outras coisas, claro que devem existir, senão não exista nada para além do trabalho e isso seria bastante desgastante, mas a partir do momento que deixas de conseguir fazer o mais básico, como levantar da cama, escovar os dentes, pentear ou mesmo andar, como aconteceu comigo ao longo de seis meses, tudo o resto não importa nada.

Quero agradecer publicamente ao neurocirurgião, Dr. Artur Lourenço, bom de mais para ser verdade e com um coração enorme, à Dra. Fátima Lopes e à equipa que esteve no bloco operatório, agradecer às enfermei-ras, Vera, Patrícia, Ana Lúcia, Inês e à Susana, enfermeira de reabilitação, sem esquecer o enfermeiro Celso e as auxiliares que fazem um trabalho tre-mendo, do ponto de vista psicológico mas acima de tudo, físico, agradecer também aos meus colegas da fregue-sia de Vila Real de Santo António, à Ana Raquel Paixão e à Dina, da secre-taria do serviço de neurocirurgia do HDF.

Aos meus amigos, poucos, mas bons e finalmente à minha família, a mais importante neste processo, prin-cipalmente à minha esposa, incan-sável e que sofreu comigo, à minha filha Mariana de dezasseis meses que me inspirou na minha recuperação e nas horas mais difíceis esteve a meu lado no pensamento, porque de outra forma não iria ultrapassar tais dificul-dades.

O pior já passou, falta a reta final, já falta pouco.

Eusébio Costa, técnico superior na área da

comunicação da junta de freguesia de VRSA

[email protected]

Yoga teve lugar depois de um passeio em família

Caldeira, Mestre e Antunes - Alentejo

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2014 | 27

GDA foi 5º a nível nacional

Padel é uma modalidade com muitos adeptos

Leões do Sul e a sua equipa

DESPORTO

Decorreu a 16 de Março na Tapada Grande da Mina de S.Domingos (Mértola) a 1ª Prova do Campeonato Nacional de Esperanças onde o prin-cipal destaque vai para as Vitórias da Dupla de Iniciadas Beatriz Ribeiros/ Mariana Costa e em C1 Infantil de Luís Simão, sendo ainda 2ºs o K2 cadete formado por Pedro Jeremias/João Joao Domingues, o K2 Menor José Rodri-gues / Rodrigues Edgar e em K1 Menor Luana Lopes, Daniela Mestre foi 4ª a escassos segundos do pódio.

De salientar ainda, não fosse as baixas de última hora e a classifica-

A Câmara Municipal de Alcoutim vai conceder um apoio financeiro ao Grupo Desportivo de Alcoutim no sentido de patrocinar a participação do piloto alcoutenejo Luís Teixeira no Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno 2014.

O apoio de 2000 euros será funda-mental para a carreira do motociclista, natural de Pereiro que, com 26 anos, já alcançou dois títulos de campeão nacional e um de campeão regional.

O Padel Clube de Vila Real de Santo António, em parceria com a Federação Portuguesa de Padel, a Câmara Municipal de VRSA e a VRSA SGU, realizou, nos dias 22 e 23 de março, o III Troféu Eurodolar Capital.

A Praça Marquês de Pombal, em pleno centro da cidade, foi transformada num campo de jogos, onde, além das emoções do desporto, decorreram diversas atividades ligadas ao Padel.

Com entrada livre, todos os visitantes puderam assistir às dezenas de par-tidas na bancada propositadamente instalada para o torneio.

Valério Fernandes, conhecido no mundo do BTT como Chaveta, recebeu o Jornal do Baixo Guadiana, na manhã em que decorreu a «I Maratona de BTT do Baixo Guadiana», a 23 de Março. Explicou-nos que pelas suas mãos passou também toda a orga-nização, uma vez que é natural de Vila Nova de Cacela, local que se sediou esta maratona.Recordou que a associação BTT do Baixo Guadiana “apostou forte neste evento, acabando por marcar pela positiva o mundo do BTT na região”. Uma organização destas “é uma grande responsabilidade” e para isso a associação contou com 150 elementos voluntários. “O facto de termos levado a cabo já diversos passeios e termos uma equipa espalhada pelo território, desde Mértola até Tavira, facilitou tanto a adesão dos participantes bem como ajudantes na organização”. A maratona decorreu em caminhos rurais e trilhos dos concelhos de Vila Real de Santo António, Tavira e Castro Marim. Foi constituída por dois percursos: um de aproximadamente 60km, indicado para quem treina regularmente e que procura superar o limite das suas capacidades, e outro de aproximadamente 40km.E tendo em conta também o sucesso dos números desta organização, é visível que há cada vez mais adeptos do BTT. Por isso “nunca é demais explicar que para que o BTT seja uma modalidade segura há que respeitar as regras na circulação”, lembrou Valério Fernandes, enumerando que “há que usar capacete, não pedalar lado a alado, evitar a estrada e procurar o Interior para desfrutar do BTT e quando se circula com crianças os mais pequenos têm que ir à frente sob o olhar atento dos pais”. Aludindo ao novo código da estrada, explica-nos que “é importante que os automobilistas respeitem um metro e meio de circulação de quem segue nas suas bicicletas”.

No passado dia 22 de Março em Ayamonte, Espanha, a secção de Triatlo dos Leões do Sul participou na 2ª Edição do IBERMAN MD. Trata-se de um triatlo na distância de Half-Ironman, 1800m Natação + 80kms de Ciclismo + 22,1 kms de Corrida.A prova contava com 216 atletas inscritos, sendo que 182 concluíram a prova. A equipa dos Leões do Sul apresentou-se na linha de partida em pleno Rio Guadiana com sete Atletas, tendo todos eles cruzado a linha de meta, “prestigiando, uma vez mais o território do Baixo Guadiana”, frisa a direção do Leões do Sul.

Classificações

Nelson Mestre -19º geral; 5º Escalão com o tempo final de 4h13mDavid Costa - 50º Geral; 13º escalão em 4h31mLuís Viegas - 94º geral; 6º escalão em 4h49mNuno Norberto - 139º geral; 34º escalão em 5h19mAlexandre Vargas - 165º geral; 12º escalão em 5h39mMiguel Coelho - 167º geral; 41º escalão em 5h53mLopo Faísca - 174º geral; 5º escalão em 6h06m

Na classificação geral por equipas, os Leões do Sul obtiveram o 6º lugar em 12 equipas que conseguiram fechar a classificação com 3 atletas, com o tempo total de 13h35, sendo a melhor equipa Portuguesa na prova. Os leões preparam já novos desafios para

o mês Abril, como a Meia-Maratona de Castro Marim e o Triatlo de Quarteira.

ção coletiva poderia ter sido ainda melhor.

GDA é campeão Regional de Fundo

Entretanto, o Grupo Desportivo de Alcoutim (GDA) conquistou em fevereiro o título coletivo de campeão regional de fundo. A prova decorreu a 22 de fevereiro, e foi uma vitória indiscutível do GDA, com 1401 pontos contra 794 do 2º classificado, a AAD-MCarregação, e 510 do Kayak Clube Castores do Arade.

De salientar que, em 13 anos de regional de fundo, este é já o oitavo título, e sexto consecutivo, alcançado pelos atletas do GDA. O GD Alcoutim venceu 9 das 16 categorias, ganhando um total de 17 medalhas (5 de segundo e 3 de terceiro), o KCCA venceu em 5 das 15 categorias, com um total de 9 medalhas e a AADMCarregação ganhou em duas categorias, alcançando 5 medalhas.

O campeonato, onde o GDA venceu 7 das 15 categorias, arrebatando um total de 14 medalhas, realizou-se em Alcoutim e foi organizado pelo GDA com o apoio do Município de Alcoutim.

GDA depois de vencer regional é 5.º ao nível nacional

Padel transformou Praça Marquês de Pombal num campo de jogos

500 pessoas participaram na «I Maratona de BTT Baixo Guadiana»

Alcoutim patrocina piloto TT

Leões do Sul com presença importante em Espanha

Caldeira, Mestre e Antunes - Alentejo

A 22 de fevereiro o GDA sagrou-se campeão regional de fundo de canoagem num título coletivo. Mais recentemente conquistou o 5.º lugar ao nível nacional. Vitórias e notáveis classificações marcam percurso da canoagem deste clube.

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2014

Se Abril cumprir a tradi-ção das «Águas Mil» apro-veite as últimas chuvas e encha os recipientes para o efeito. A água é um bem precioso e esgotável. Por isso, anteveja os perío-dos de seca e ao invés de gastar mais água para a rega no tempo quente reu-tilize aquela que conseguir armazenar agora.

O Mundialito de Futebol regressa a Vila Real de Santo António e Ayamonte. Vai ter lugar entre 12 e 20 de Abril, em plenas férias da páscoa. São esperadas milhares de crianças e jovens para disputar os jogos nos vários campos.

Este é o maior evento desportivo do mundo dedicado ao futebol infantil. Para além de animar as férias da páscoa das crianças de vários pontos do globo é um estímulo à eco-nomia local uma vez que por esta altura a hotelaria está preenchida com equipas, staff e familiares dos atletas.

É também um espaço onde o voluntariado tem grande visibilidade, uma vez que mais de uma centena de voluntários marcam pre-sença num evento desportivo.

A informação do Mundialito 2014 ainda está a ser divulgada pela organização. Acom-panhe toda a informação que vai sendo atua-lizada em: http://www.mundialito.org/

CartoonECOdica

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25 de Abril comemora 40 anos. Uma efeméride que deve ser alvo de comemoração, valorização e reflexão

AMAL demonstra claramente que está ao lado dos algarvios. Na luta contra as portagens e nas horas de trabalho semanais

Presidente da CCDRAlg já não promete desassoreamento do Guadiana. Lamenta lentidão nas negociações entre Portugal e Espanha

Mundialito anima Páscoa no Baixo Guadiana

JOÃO CONCEIÇÃO