jbg agosto 2013

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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 13 - Nº159 AGOSTO 2013 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE Mário Zambujal Estudo ibérico revela: 11% das crianças do Baixo Guadiana entre 6 e 10 anos sofre de obesidade “Os partidos têm de ter muito juízo porque há muita malta nova que já não acredita na política” JESSICA em execução. Centro histórico está a renovar-se a olhos vistos Estrada Municipal Altura-Furnazinhas liga Interior ao Litoral Açude de Galaxos está a ser aproveitado como praia fluvial P 7

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Jornal mensário de atualidade local do território do Baixo Guadiana. Entrevistas, reportagens, notícias locais, cultura, desenvolvimento e desporto.

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Page 1: Jbg agosto 2013

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2013 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 13 - Nº159

AGOSTO 2013

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

Mário Zambujal

Estudo ibérico revela: 11% das crianças do Baixo Guadiana entre 6 e 10 anos sofre de obesidade

“Os partidos têm de ter muito

juízo porque há muita malta

nova que já não acredita na

política”

JESSICA em execução. Centro histórico está a

renovar-se a olhos vistos

Estrada Municipal Altura-Furnazinhas liga

Interior ao Litoral

Açude de Galaxos está a ser aproveitado

como praia fluvial

P 7

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2013

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: Muito sinceramente a minha opi-nião é que “casa onde não há pão todos ralham e ninguém têm razão”. Penso que a intervenção do Presidente da República seria no sentido de haver um acordo entre portugueses e não entre políticas; porque se não forem todos a contribuir para melhorar o nosso país isto irá cada vez para pior. Mais trabalho , mais produção e menos despesas com certas coisas que não fazem falta é o caminho. Embora todos tenham conheci-mento que estamos vivendo uma grande crise monetária acho que a crise de valores não é menor. As pessoas habituaram-se ao «têm que me dar»...

Nome: Ana BarãoProfissão: NR

Nome: Marta CorreiaProfissão: Advogada

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando PessanhaFrancisco AmaralGilda PereiraHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoJosé Carlos BarrosMaria Celeste SantosPedro PiresRui RosaVítor BarrosAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

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NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Boa parte dos portugueses entra-rão de férias no mês que agora corre sobre temperaturas escaldan-tes. Muitos se interrogarão, inquie-tos, sobre o que podem contar no seu regresso. Emprego, trabalho, educação dos filhos, encargos de vida e da vida. Desfrutar de uns dias de descanso fora de casa tor-nou-se saudavelmente num bom hábito. As dificuldades que hoje se vivem conduziu a que para muitos se tornasse impossível satisfazer tal desejo, mudar de ares, de pai-sagem e de circuito urbano. Para outros o sair, mesmo que por perí-odos mais curtos, representará um encargo a pagar ao longo do ano. A restauração queixa-se da menor afluência reflectindo as consequências de dois factores

somados : o aumento do IVA e a menor capacidade aquisitiva dos portugueses. Por alugar ficaram mais quartos e apartamentos. Não só porque a oferta cresceu exces-sivamente nos últimos 20 anos, mas porque igualmente diminui a capacidade financeira a quem esta oferta se dirigia. Estaremos atentos ao balanço que se vier a fazer num sector que continua a marcar a actividade económica da região. Seja como for é tempo de férias, de reposição de energias para o que der e vier.

Estamos a pouco mais de mês e meio da realização das eleições autárquicas, com a entrega das listas já marcada para 5 de Agosto. Ultimam-se por isso os diversos actos para a apresentação de can-didatos e programas. Enquanto se finalizam obras por quem até agora exerceu o poder. A ligação do interior de Castro Marim ao

litoral, num investimento de 2.8 milhões de euros surge como uma obra de mandato a somar a outras. A conclusão da primeira fase do Projecto Jessica e o anuncio da requalificação da frente ribeirinha em Vila Real de Santo António, são exemplos entre muitos outros que ao longo destes últimos quatro anos tornaram os territórios do Baixo Guadiana num espaço no qual surgiram mais oportunida-des, contrariando, nos estreitos limites que dispõe o poder autár-quico, a desertificação económica a humana que ao longo de anos se vem processando.

O regresso à politica está assim marcado para Setembro. Mês de campanha, de balanço a resultados obtidos, momento para equacionar a nova correlação de forças que a partir daí se desenhará, particular-mente entre PSD e PS,já que cons-tituem as únicas forças partidárias

a ganhar Câmaras, num quadro em que a mudança de candidatos por efeito da aplicação da Lei de limitação de mandatos, vai segura-mente ter alguma importância no voto das pessoas, em eleições onde a figura do candidato à Câmara representa um trunfo adicional somado à influência de cada força politica.

Mas o regresso à politica, após Agosto, também se fará sentir em torno da actuação do Governo recentemente remodelado. Pela frente está uma nova reavaliação da Troika e a preparação do Orça-mento de Estado para o próximo ano no qual surgirão medidas de cortes com elevada repercussão social, num País já com elevadís-simos níveis de desemprego e de empobrecimento de largos sectores da população.

Carlos Luís Figueira

[email protected]

R: Vi um grupo de rapazolas irrespon-sáveis a brincarem com o país, com a apro-vação de um Presidente da República que devia estar a gozar a sua reforma.

Nome: António CaldeiraProfissão: Inspetor de Vendas reformado

R: O que se passou prefila-se como um golpe palaciano, que visou resgatar um governo que se encontra isolado e atuando a margem da lei, sem condições de governabilidade e sem base de apoio popular. O papel do Presidente da República roça a obscenidade, pois coloca um governo nas condições acima mencionadas, debaixo da sua tutela, destruindo a liderança, do maior partido de oposição, destruindo por ação directa a liderança do maior partido da oposição e abrindo uma perigosa excepção, caminho de uim sistema presidencialista, que não faz parte daquilo que é o nosso sistema democratico.

R: Temos vivido em crise política desde há muito tempo, e iremos continuar a viver, enquanto os partidos não assumirem uma pos-tura de responsabilidade pública para com o país, mais do que com as responsabilidades internas. O Presidente da República fez o que tinha que fazer segundo a minha opinião, para não colocar o país em pior estado do que já está, e é lamentável que ao invés de todos os partidos terem colocados os seus próprios interesses de lado, investissem mais em pro-pagandas baratas para autárquicas.

Nome: Marco TaveiraProfissão: Estudante univer-sitário

ABERTURA

Como viu a crise política que marcou a atualidade do mês de Julho e que levou o Presidente da República a intervir?

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2013 | 3

CRÓNICAS

Num tempo em que deliberadamente os diferentes poderes com responsa-bilidade na cultura deste país e os agentes promotores da animação pro-curam intensificar a oferta de novos e diversificados produtos culturais, com o intuito de alcançar vários públicos, gostaria de reflectir sobre a importân-cia do evento Castro Marim, Palco do Acordeão, que no mês de Julho reali-zou a sua 8ª edição.

Tudo começou em 2001, quando a Câmara Municipal de Castro Marim entendeu e bem propiciar às crianças do concelho um conjunto de activi-dades que permitissem o desenvol-vimento cognitivo e melhorassem a sua auto-estima, designadamente

através do ensino da música, criando para o efeito a Escola de Acordeão de Castro Marim. Esta escola teve, desde a primeira hora, no Prof. João Manuel Afonso Pereira, licenciado em formação musical e com o curso do Conservatório em Acordeão, o grande impulsionador e director. Responsável pelo êxito de mais de 50 alunos nos últimos 11 anos, perscrutou e deu for-mação aos novos talentos e futuros campeões de acordeão.

Em 2005 e no esteio da Escola de Acordeão, nasceu Castro Marim, Palco do Acordeão, um evento da responsa-bilidade do Centro de Cultura e Des-porto da Câmara Municipal (CCD) e do prof. João Pereira, tendo na sua

génese o estudo da música e a divul-gação do acordeão, que tem vindo a conquistar um lugar de destaque na agenda cultural do Baixo Guadiana.

No meu entender, Castro Marim, Palco do Acordeão reúne dois méritos que fazem dele um evento único no Algarve com potencialidades culturais e turísticas. Um deles é dar visibilidade e notoriedade ao trabalho desenvol-vido pela Escola de Acordeão, dando a possibilidade aos alunos do concelho, mas também a alunos vindos de conce-lhos como Mértola, Alcoutim, Vila Real de Santo António, Tavira e Espanha, que frequentam a escola, de mostrar em palco a qualidade e excelência da sua aprendizagem.

O outro mérito é a realização da Gala Internacional de Acordeão, que preen-che a segunda parte de Castro Marim, Palco de Acordeão, em que acordeonis-tas mundialmente consagrados execu-tam grandes peças musicais, tal como aconteceu recentemente na 8ª edição com a participação de Eugénia Lima, a diva do acordeão em Portugal, cujo nome figura no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis, ou do talentoso espanhol Inãki Diéguez.

Nos últimos oito anos marcaram pre-sença na Gala Internacional de Acor-deão outros acordeonistas galardoados internacionalmente, que prestigiam e dignificam o festival tais como o fran-cês René Sopa, o Trio S. Petersburgo

da Rússia, o italiano António Grosso ou os portugueses João Frade, João Guerreiro, Tino Costa, Ilda Maria e Fábio Guerreiro.

Por tudo aquilo que já foi dito sobre Castro Marim, Palco de Acordeão estou firmemente convencido que estamos em presença de um evento de grande significado para a cultura e para a pro-moção e dignificação do Acordeão no Algarve.

Porque que é preciso que Castro Marim, Palco do Acordeão seja mais do que uma marca do Baixo Guadiana e se transforme num produto diferenciador da oferta cultural e turística da região, é fundamental que a Direcção Regional da Cultura e a Entidade Regional do Turismo Algarvio (ERTA) compartici-pem financeiramente o evento para que em conjunto possamos alcançar este desígnio a bem do reforço da iden-tidade cultural do Algarve.

Vitor Madeira

Há 4 anos, em plena pré-campanha eleitoral, escrevi um artigo intitu-lado “Macário, uma força da natu-reza”. Hoje, teria escrito exatamente o mesmo. Eventualmente alteraria o título para “Macário, uma grande força da natureza”.

Este rapaz, desde que é autarca, não teve férias (tal como eu). Está de manhã (muito cedo) até à noite (muito noite) ao serviço da causa pública, dando o melhor de si (muito e bem), o que pode (até à exaustão) e sabe (tomara eu). Mal almoça, pior janta. Tempo para a família, muito pouco (diminuto, diria eu). Para a sua vida particular muito menos, senão nada. Capacidade de tra-balho a transbordar. Inteligência mani-

1. A História é quase sempre contada pelos vencedores e centrada nas figu-ras e nos eventos que marcaram uma época. Conhecemos as repercussões políticas da vitória portuguesa em Alju-barrota; nunca saberemos das lágrimas de uma jovem de Santarém ao rece-ber a notícia de que o seu amado, um dos valorosos combatentes da Ala dos Namorados, não regressará vivo dos campos de São Jorge.

país, uma força da natureza assim. O crime do Macário: tentar contra-

riar o êxodo, que, desde os anos 60, tira algarvios da serra e os envia para o litoral. Sempre afirmei que a principal causa da desertificação e despovoa-mento da serra algarvia são os fami-gerados instrumentos de ordenamento de território, que nada ordenam e tudo inviabilizam.

Despovoam o interior e juntam (em lata de conserva) os algarvios e os por-tugueses no litoral.

Fixar pessoas na serra, é obra. Macário fê-lo. Afrontando a corrente. Remando contra a maré da insensibi-lidade. Ajudando pessoas. Porventura, irregularmente. Mas quem não erra?

a estas minudências – e dez anos do Município de Cacela, durante o século XVII, são dados a público através das Actas de Vereação. E é aí, na introdu-ção a esse livro («Cacela no Século XVII. Dez Anos de Poder Autárquico», 1990, ed. CM de VRSA), que Hugo Cavaco indicia a questão de um con-celho que é criado com a oposição, e supostamente contra os interesses, de todos os seus munícipes…

3. Data de Dezembro de 1773 a decisão régia de edificar, no Sítio do Barranco, uma «vila regular» que hoje conhecemos pelo nome de Vila Real de Santo António. Dessa decisão

Só quem nada faz. Tirou algum proveito pessoal?

Zero!!!... Foi hoje aprovado na AMAL (Comu-

nidade Intermunicipal do Algarve), por unanimidade, um voto de solidarie-dade, de reconhecimento e de agrade-cimento por tudo o que este homem fez pela AMAL, pelo Algarve e pelos algarvios. Por unanimidade, autarcas do PSD e do PS. Não há outros partidos representados, mas, se os houvesse, duvido que a unanimidade tivesse sido quebrada.

Ser autarca neste país – autarca a sério e a maioria é – é uma “profis-são” de risco! E nós arriscamos. Porque temos a felicidade, o orgulho e a honra,

havíamos de ficar com um dos mais magníficos exemplos, a nível europeu, do urbanismo iluminista. Mas esta é apenas uma parte da história… Porque os interesses mais alargados do Estado, subjacentes a esta decisão, determi-nariam a expulsão dos pescadores que viviam na baía de Monte Gordo (impedindo-os, portanto, de conti-nuar a pescar na praia) e a extinção do concelho de Cacela. Como é que os pescadores de Monte Gordo e os munícipes de Cacela passarão a olhar o novo concelho? Que representação, prática e simbólica, têm dele? Que imagem, ao longo dos anos, até aos dias de hoje, têm eles – os pescadores de Monte Gordo que se recusaram a habitar a nova Vila, e os munícipes de Cacela que, em vão, apresentaram

de trabalhar para os outros. Seremos masoquistas, dirão os nossos

amigos. Deixá-los pensar assim… Outros, metem-nos no mesmo saco

dos políticos aldrabões e corruptos. Esses, devem-se imaginar no nosso lugar...

Macário, obrigado por existires e por seres essa grande força da natureza. O futuro, naturalmente, dar-te-á razão!

Um abraço.

(escrito em Junho de 2013)

sucessivos apelos e lamentações, pri-meiro a D. José, depois a D. Maria, pro-curando reverter a decisão da extinção do município – da nova configuração política e da nova realidade que, com-pulsivamente, se viram obrigados a integrar? E de que modo essa decisão real, tomada por um Estado absolu-tista, determinará, ao nível local, rivalidades e tensões? E de que modo essas rivalidades e tensões, sociologi-camente, se manifestam ou são, ainda hoje, apreendidas?

4. É esta história que está ainda por contar – como a da jovem de Santarém a quem dão a notícia de que o seu amado, um dos valorosos combatentes da Ala dos Namorados, não regressará vivo dos campos de São Jorge.

festada através do encontrar soluções para os obstáculos. E surgem tantos… Quantas vezes me aconselhei com ele. Parecia (para ele) tudo fácil. Experiên-cia de vida política, única. Começou ao contrário: de membro do governo para autarca. Sempre defendi que qual-quer governante, antes de o ser, deveria passar por uma junta de freguesia ou câmara municipal. Há que sentir a dor dos portugueses, para encontrar bons analgésicos. E depois, então, ser gover-nante, preferencialmente sem demago-gia e irresponsabilidade, afim de não arrasar o país, tal como está, agora e, pelos vistos, sem responsáveis…

No fundo, não conheci, não conheço, no Algarve, no sul do país, quiçá no

Também no concelho de Vila Real

de Santo António há uma história por contar. Uma história que, prova-velmente, nunca poderá ser contada em pormenor.

2. Os inestimáveis trabalhos de Hugo Cavaco vão do obscuro nome de uma rua ao coreto do largo onde há-de funcionar a Escola das Meninas, dos ecos da expansão portuguesa em Marrocos às reivindicações da popu-lação de Cacela que, em 1922, luta pela instalação de uma estação tele-fónica… Em finais dos anos oitenta, trabalhando sobre um códice que se julgava perdido, Hugo Cavaco regressa

José Carlos Barros

Francisco Amaral

O insubmisso

Castro Marim, Palco do Acordeão – Um elemento diferenciador da oferta cultural no Baixo Guadiana

[email protected]

Macário, até já

A jovem de Santarém

* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2013

«Ganda Cena» promove intercâmbio em Lisboa

Banco de manuais escolares ajuda a reutilizar

Escola EB1/JI Santo António distinguida com Galardões «Escola Ativa»

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

A Escola E.B.1/JI Santo Antó-nio, em Vila Real de Santo Antó-nio, recebeu no passado dia 26 de junho, nas instalações da DEGesT - antiga Direção Regio-nal de Educação do Algarve - o Galardão «Escola Ativa», pelo 1º lugar na categoria Escola Ativa. Sagrou-se vencedora entre 178 candidatas.

Esta escola tem levado a cabo inúmeras atividades no campo da promoção de estilos de vida saudáveis, combatendo o seden-

A Associação juvenil vilarealense «Ganda Cena» vai realizar um inter-câmbio de jovens que terá lugar em Lisboa entre 24 de Agosto e 1 de Setembro. A iniciativa decorre no âmbito do programa «Juven-tude em Ação» – programa comu-nitário de promoção da Educação Não-formal e de participação dos jovens. O intercâmbio surge depois de a«Ganda Cena» ter candidatado em Maio um projeto de intercâm-bio de jovens baseado na promoção dos valores do combate contra a exclusão social, e na conscien-cialização europeia dos jovens. Em Lisboa vão juntar-se jovens portugueses e da Irlanda do Norte, num grupo que de, no máximo, 32 jovens envolvidos, na faixa etária dos 15 aos 17 anos. A estes juntam-se mais dois líde-res de cada organização, fazendo deste intercâmbio, uma atividade com a envolvência de 36 pessoas. Durante este projeto, a «Ganda Cena» e o Centro de Juventude «John Paul II» querem juntar jovens que de alguma forma já se sentiram, ou ainda se sentem, excluídos pelas suas sociedades, sendo que, para tal, acolherá jovens da cidade de Belfast, cató-licos e protestantes, atendendo ao seu conflito inter-religioso que

Pelo segundo ano consecutivo, a Biblioteca Municipal Vicente Campinas de Vila Real de Santo António leva a cabo o projeto

“Dar de volta”. A Biblioteca Municipal criou

um banco de recolha de manuais, dicionários e gramáticas de uso

na angariação para o banco. Depois da angariação de

manuais, que decorreu até dia 31 de Julho, os interessados podem

escolar. Desta forma, os mesmos podem ser reutilizados por quem os venha a solicitar, dando-se prioridade aos que contribuírem

em permanência afeta a inclusão destes jovens.Os participantes portugueses a incluir neste inter-câmbio que dá pel nome «All together in a cohesive Europe», serão jovens imigrantes, “no sen-tido de os incluir numa sociedade que se quer europeista, em todos os sentidos e valores conexos à expressão”, diz a associação em nota às redações.Ao longo do intercâmbio os participantes vão realizar diversas atividades, como visitas culturais, jogos de equipa na praia, uma visita à RTP, uma conversa informal com dois eurodeputados, mesas redondas, noites interculturais, entre outras atividades.

Intercâmbio sem taxa de participação

Para que ninguém seja excluído devido a carências económicas associação juvenil responsável pelo intercâmbio está a convida todos os jovens elegíveis para participar na iniciativa a enviarem um email para [email protected] – no sen-tido de se inscreverem a participar, sem qualquer taxa de participação. As inscrições estão abertas entre até ao próximo dia 15 de Agosto de 2013.

tarismo e, consequentemente, a obesidade infantil nas crianças em idade escolar, que de resto é tema em destaque nesta edição (ver pag.s 8 e 9). Ao longo do ano letivo foram desenvolvidas nesta escola atividades no âmbito do projeto «Escola Ativa» e que envolveram a comunidade edu-cativa. São exemplos disso uma «mega salada de frutos», o incre-mento do consumo de sopa atra-vés da iniciativa “enSopa-te”, bem como a realização de cami-

nhadas e jogos de praia. Ganhou o 1.º prémio na cate-

goria «Professor Ativo» Valentim Santos, docente da EB1 Santo António, docente que acumula as funções de coordenador do projeto a nível do 1º ciclo e do ensino pré-escolar.

Para que o projeto «Escola Ativa» tenha sucesso tem sido fun-damental o empenho dos alunos, professores, auxiliares, parceiros, autarquia, pais e, em geral, de toda a comunidade envolvida.

Esta escola tem levado a cabo diversas iniciativas no combate ao seden-tarismo e promoção de vida saudável.

Projeto «Escola Ativa» combate o sedentarismo e incute vida saudável nas crianças. Agora a E.B.1/JI Santo António foi distinguida como um exemplo de boas práticas a este nível.

«Dar de Volta»

levantar os manuais a partir de 12 de Agosto.

Uma contribuição para o ambiente e para a carteira.

Jovens que frequentam ATL «Idade de Ouro» tiveram oportunidade de integrar uma ação conjunta com PSP

PSP sensibiliza jovens de «Idade de Ouro»

Ao longo dos últimos dias de Julho a Polícia de Segurança Pública (PSP) de Vila Real de Santo António levou a cabo diversas ações de sensibiliza-ção junto dos meninos e meninas do ATL «Idade de Ouro» naquela locali-dade. A iniciativa teve início a 18 de Julho e envolveu dezenas de jovens que foram para a rua fardados e com convicções de agentes de auto-ridade a sério. Tal como lembrou a chefe Helena responsável em Vila Real de Santo António pelo Modelo Integrado do Policiamento de Proxi-midade (MIPP) “esta é uma forma de chegar aos mais novos e aos mais crescidos da comunidade”. Convívio

com a camada mais envelhecida da sociedade e ação de fiscalização na estrada marcaram a rota dos jovens nesta missão que este ano decorreu em parceria entre PSP e ATL «Idade de Ouro». Os jovens deslocaram –se até à «Casa do Avô» e ali tiveram uma hora de convívio com os mais idosos. Depois na estrada fiscali-zaram os documentos dos condu-tores. Fardados a rigor “nada vai ser para eles como dantes” afirma José Guedes, proprietário do ATL , garantindo que os «seus» jovens “são preparados para as letras, números, artes, ciências e para a vida numa ótica de responsabilidade e respeito

VRSA

pelo próximo”. Aquele responsável lembra que no ATL que dirige “os jovens têm uma panóplia de ofer-tas para estudarem e desenvolve-rem diversas competência; agora a ideia foi fazer algo inovador e é um orgulho ver a entrega dos jovens à iniciativa”. O ATL, que está em funcionamento na cidade há dois anos conta com a direção de uma equipa que “há muitos anos trabalha na ocupação dos tempos livres dos jovens e diz a experiência que é pre-ciso estar perto das suas ambições e despertá-los para preocupações que devem ser comuns a todos os cidadãos”, lembra José Guedes.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2013 | 5

LOCAL

António Rosa

MendesNa sequência do aparecimento de peixes mortos no rio Guadiana, os municípios de Vila Real de Santo António, Ayamonte, Castro Marim e Alcoutim reuniram-se com um con-junto de especialistas, biólogos e enti-dades públicas de Portugal e Espanha, nomeadamente a Comissão de Coor-denação e Desenvolvimento Regional do Algarve, a Consejería de Agricul-tura, Pesca y Medio Ambiente da Junta de Andaluzia, o IFAPA (Cartaya) e o Ministério da Saúde com o objetivo de traçar um ponto da situação.

Em comunicado de imprensa o muni-cípio indica que “as análises efetuadas até ao momento indicam que a morte de peixes no Rio Guadiana se deve a um fenómeno natural relacionado com a elevada presença de microplâncton

No passado dia 10 de julho, o Grupo Parlamentar do PCP apresentou na Assembleia da República o Projeto de Resolução n.º 798, recomendando ao Governo que assuma “a Ponte Inter-nacional do Guadiana entre Alcou-tim e Sanlúcar como uma ligação de interesse regional e nacional”, e desenvolva as necessárias diligên-cias – incluindo os contactos com as autoridades espanholas e andaluzas – “com vista à rápida concretização desta infraestrutura, vital para o desenvolvimento económico e social do Nordeste Algarvio”.

“O Nordeste Algarvio enfrenta, há algumas décadas, um processo acelerado de despovoamento e enve-lhecimento demográfico, além de um acentuado declínio económico”, lembrou o PCP, ressalvando que “nos últimos anos, alguns dos investimentos previstos para a região do Baixo Gua-diana foram adiados sine die, como, por exemplo, a construção da ponte internacional Alcoutim-Sanlúcar, a conclusão dos lanços do IC 27 ligando Alcoutim ao IP2 ou o desassoreamento do Guadiana da foz até ao Pomarão. Sem os necessários investimentos públicos, o concelho de Alcoutim, assim como os demais concelhos do interior serrano algarvio, não consegui-rão travar o processo de desertificação e continuarão a definhar, económica e demograficamente”.

PCP reclama plena utilização do Aproveitamento Hidroagrícola do Pessegueiro

De acordo com um comunicado enviado às redações pelo gabinete de imprensa do município de Vila Real de Santo António houve municípios que “não tiveram a devida assistên-cia por parte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) / Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)”. O executivo liderado por Luís Gomes reclamou oficialmente às entidades competentes, lembrando que “a existência de meios de socorro eficazes é um direito elementar que assiste à população residente e flutu-ante de Vila Real de Santo António e de qualquer município”. Por isso foi “com extrema preocupação”, que a autarquia de VRSA reagiu aos rela-tos de diversas situações, ocorridas no concelho. “Foi o caso de uma alertante, residente em VRSA, que, após quatro chamadas para o número nacional de emergência 112, sem qualquer resposta, se viu obrigada a contactar os serviços da Proteção Civil de VRSA que, de imediato, alertaram então o INEM através de número interno”, pode ler-se na nota de imprensa que descreve que “o caso adquire con-tornos ainda mais preocupantes na medida em que o INEM confirma ini-cialmente o envio de ambulância e, mais tarde, faz novo contacto com a alertante e informa não haver viatura

não nocivo para a saúde pública”. O fenómeno localizou-se na zona do estuário do Guadiana e foi monitori-zado pelas autoridades ambientais de Portugal e Espanha, no caso português pela Agência Portuguesa do Ambiente e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve. Um dos dados relevantes sublinha-dos pela autarquia é que as análises efetuadas às águas do rio Guadiana “estão de acordo com os parâmetros exigidos por lei; as análises efetuadas à qualidade das águas balneares mos-tram que as mesmas apresentam exce-lente qualidade e estão de acordo com os parâmetros exigidos por lei, não existindo por isso qualquer risco para a saúde pública nem para a prática balnear”.

de emergência disponível, sugerindo o transporte em viatura particular da vítima, de 86 anos, que apresentava inconsciência, boca ao lado, estava vomitada e encontrava-se urinada e defetada, com uma tensão arterial de 20/25”. De acordo com infor-mação camarária a vítima acabou por ser transportada para o SUB de VRSA pelos bombeiros de VRSA que, conseguindo retirar uma via-tura de outro serviço – e a pedido da Proteção Civil – afetaram a mesma para o socorro da vítima. “Desde o contacto inicial da alertante para o INEM, até ao efetivo transporte da vítima para a SUB de VRSA, decorreu aproximadamente uma hora, uma vez que não só o número nacional de emergência não se encontrava contactável, mas também o INEM não possuía viaturas de emergência disponíveis no momento”, afiança-nos o município.

Entretanto o município questionou “as entidades responsáveis sobre as razões que estão na base deste epi-sódio preocupante e exige o reforço imediato dos meios de emergência a nível pré-hospitalar em VRSA, à semelhança do que é efetuado para os dispositivos policiais e de combate aos incêndios florestais, no período de Verão”, remata a nota.

Entidades juntas para minorar impacto de fenómeno

Para minorar os incómodos para as populações, as autarquias, em parceria com um conjunto de enti-dades, nomeadamente a Marinha, as Associações de Pescadores, o Clube de Mergulho Isla Sub, a Proteção Civil de VRSA, a Agên-cia Portuguesa do Ambiente e o ICNF, continuarão a assegurar a limpeza das praias e da foz do rio Guadiana, removendo os peixes mortos. Municípios e autoridades ambientais estabeleceram reuniões semanais para acompanhar a situ-ação até que se justifique.

Em 2009, foi concluído o Aproveita-mento Hidroagrícola do Pessegueiro, compreendendo uma barragem de terra – com capacidade de armaze-namento de 300.000 metros cúbicos de água –por condutas de rega com 2,5 km e pelos caminhos de acesso à barragem. Este Aproveitamento Hidroagrícola, localizado próximo da povoação do Pessegueiro, freguesia de Martinlongo, no extremo norte do concelho de Alcoutim, beneficia cerca de 25 hectares de pequenas parcelas agrícolas. Os proprietários destas parcelas criaram a COOPÊSSEGO – Cooperativa Agrícola de Rega do Pessegueiro para explorar o Aprovei-tamento Hidroagrícola. Em Julho, numa visita à barragem do Pesse-gueiro e reunião com a direção da Cooperativa Agrícola de Rega do Pes-segueiro, uma delegação do PCP diz ter constatado que “apenas 3 hectares estão a ser regados, ou seja, pouco mais de 10% da área beneficiada por este perímetro de rega. Tal circuns-tância deve-se ao facto de a Coope-rativa não dispor de 50.000 euros para recuperar o armazém e adquirir

câmaras frigoríficas para armazena-mento de produtos agrícolas. O PCP lembra que “em 2012, a Cooperativa chegou a apresentar uma candidatura ao PRODER, comparticipada a 55%. Contudo, devido à aplicação da Lei dos Compromissos, a Câmara Munici-pal de Alcoutim não pôde financiar os restantes 45%”. Paulo Sá, deputado dos comunistas eleito pelo círculo do Algarve diz fala na “absurda situa-ção em que um empreendimento agrícola que custou ao Estado cerca de 2.000.000 de euros se encontra largamente subaproveitado devido à indisponibilidade de uma verba de 50.000 euros para dar conti-nuidade ao projeto”. Na sequência desta situação o Grupo Parlamentar do PCP questionou o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território sobre a disponibilidade do Governo para, através dos organismos do Estado, apoiar financeiramente a Coopera-tiva Agrícola de Rega do Pessegueiro, criando condições para a plena uti-lização do Aproveitamento Hidroa-grícola do Pessegueiro.

Mortandade de peixes deveu-se a “fenómeno natural”

Município denuncia irregularidades na assistência do INEM

Ponte Alcoutim/Sanlúcar e aproveitamento hidroagrícola do Pessegueiro na agenda do PCP

Junto à ribeira de Odeleite foi um dos locais onde mortandade foi mais visível

Deputado Paulo Sá esteve em Alcoutim para falar à população

Análises determinaram que a mortandade de peixes no Guadiana deveu-se à elevada presença de microplâncton. Autoridades asseguram que em causa nunca esteve a saúde pública. Municípios e entidades públicas várias monitorizaram desde início mortandade dos peixes mujos que atingiu rio e praias do Baixo Guadiana.

Guadiana

VRSA

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

El Guadiana y la Casa Grande de Ayamonte entre las «Siete Maravilas de la Provincia»

El nuevo mercado municipal de Huelva

cristal, por lo que dan al interior una gran claridad y sensación de ampli-tud.

Tiene, el nuevo mercado, una superficie de 30.000 metros cuadra-dos con 9 puntos de entrada desde todas las calles que lo rodean, y ha supuesto una inversión de 18 millo-nes de euros.

Hay puestos muy especializados donde sólo se venden un único pro-ducto: huevos, atún de Isla Cristina o chocos de Huelva.

Este nuevo mercado es un símbolo del progreso de la Ciudad de Huelva y de la provincia y ha sustituido al antiguo “Mercado del Carmen” que fue fundado en 1864.

El nuevo mercado municipal de Huelva fue inaugurado después de numerosos problemas y fallos técni-cos en su construcción, que por fin fueron superados.

La nueva plaza cuenta con 38 carnicerías,61 puestos de pesca-dos, 49 de frutería y verduras y 38 de diversos como flores, cafetería, congelados y charcutería todos muy bien iluminados y organizados por calles.

El edificio situado en la entrada Oeste de la ciudad, cuenta con un parking, con 700 plazas de aparca-miento, lo que facilita la llegada de clientes de las poblaciones cercanas. Sus paredes han sido construidas de

Técula Mécula no es una palabra mágica, aunque sí, palabra de origen desconocido y corresponde a un dulce típico de la ciudad fron-teriza de Olivenza, en la región del Alto Guadiana.

Esta receta apareció en un baúl de una casa oliventina a mediados del siglo XIX, y fue el origen de la pastelería “Casa Fuentes”, que registraron la receta, la misma que elaboran y venden, desde hace muchos años, hasta fuera de Olivenza.

En realidad es de origen lusitano y parece que procede de la dulcería del convento de Crato.

Para hablar de D’Esury, como artista, es necesario haber tenido el privile-gio de visitar, aunque sea por una vez, su casa –estudio en la calle San Mateo, situada en el barrio de la Villa.

Desde los patios de su casa, las azoteas y los tejados de su barrio, las paredes encaladas con toldos y parras incluidas - su universo mas próximo y cercano – hasta los campos de Villablanca, los paisa-jes de su casa de campo, Sevilla, el Guadiana a su paso por Mértola, los montes de Alcoutim …todo tiene en su magistral paleta el encanto irre-sistible de la pintura del natural.

El Arte como forma de Vida no tiene fin y nunca se jubila, por eso tenemos la certeza que D’ Esury en la placidez de su vida cotidiana

en su casa –estudio, en lo mas alto de la Villa, sigue pintando para una próxima exposición que será a mediados del mes de Julio en el Café Pasage- situado en la céntrica

plaza de la Ribera- exposición que se prolongará hasta el día 7 del mes de Agosto.

Ingredientes:Una lamina de hojaldre de 250

gr.Almíbar (500gr de azúcar y 250

gr de agua)9 yemas de huevo1 huevo2 cucharadas de manteca de

cerdo3 cucharadas de harina250 gr de almendras molidasSe forra un molde con la lámina

de hojaldre, al almíbar añadi-mos las yemas batidas, el huevo, mezclando bien. A seguir las almen-dras molidas, la manteca de cerdo, y la harina.

Se lleva al horno a 170 grados, aprox.

Por último se derrite un poco de chocolate y con una manga pas-telera, se pone la palabra “Técula Mécula” sobre la misma.

El Guadiana en la modalidad “Naturaleza” y la Casa Grande de Ayamonte en la modalidad “Obra Civil”fueron premiados en la 3º edición de certamen” Las siete maravillas de la provincia”.

Este concurso fue impulsado por la Delegacion de Economía, Inno-vación, Ciencia y Empleo y tiene por objetivo poner en valor los tesoros de cada rincón, cada lugar de nuestra región y reconocer los lugares, tradiciones, o personajes de cada uno de los municipios que forman parte de la provincia.

El Guadiana es el cuarto río mas extenso de la Península Ibérica y toda la “Raya fronteriza” es una “maravillosa realidad” que nos ha marcado como pueblo, como región y como ciudadanos de este lugar. Todos los que viven junto al Guadiana viven en comunión diaria con el río, que forma parte de nuestro cotidiano.

La Casa Grande de Ayamonte es un edificio situado en la calle Huelva nº 37, y fue construida en el siglo XVIII por el ayamontino Manuel Rivero, dedicado al comer-cio con las Indias, según los cano-nes de la casa colonial gaditana de la época. Las ocho columnas del patio central son de mármol de Tavira y en el centro del patio de estilo andaluz, hay un pozo que comunica con el aljibe.

La casa cuenta con numerosas dependencias como graneros, caballerizas y almacenes…la vivienda familiar se encontraba en el tercer piso.

Actualmente es la casa de la Cultura de la Ciudad y

En este certamen han cola-borado los usuarios de internet con sus votaciones, no sólo de España son de numerosos países como Portugal, Mexico, Catar, y EE.UU. Este concurso fue impulsado por la Delegacion de Economía, Innovación, Ciencia y Empleo

El mercado esta situado en la entrada Oeste de la ciudad

Dulce típico de la ciudad fronteriza de Olivenza

Angel D’Esury: El hombre y el artista

La técula mécula

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2013 | 7

Concelho de Castro Marim ligado da serra ao litoral por estrada municipal

do concelho

Em comunicado de imprensa o município liderado pelo social-democrata José Estevens lembra

que “com a construção do troço Eira Verde/Monte Novo e por con-sequência a conclusão da Estrada Municipal Altura-Furnazinhas, Castro Marim vai passar a dispor

da maior obra rodoviária alguma vez construída no concelho, asse-gurando assim a consolidação da rede de transportes e comunica-ções existente”. O autarca sublinha

que esta é “uma obra estruturante para a qualidade de vida e o desen-volvimento de Castro Marim e decisiva para o futuro do turismo nesta terra”.

Está a decorrer a construção do último troço da Estrada Municipal Altura-Furnazinhas (Eira Verde-Monte Novo). A extensão é de oito quilómetros e o investimento total é de 2,8 milhões de euros.

A obra em curso vai assegurar a ligação entre o litoral e a serra do concelho, passando pelo barro-cal - a Norte com a localidade de Furnazinhas na freguesia de Ode-leite e a Sul com a sede da freguesia de Altura, sendo a ligação preen-chida por 34 Km.

As obras neste troço da via rápida, que se iniciam na povoação de Eira Verde e terminam no lugar de Monte Novo, garantindo a ligação do limite do concelho com Alcoutim, incluem a construção de uma ponte com 135 metros de comprimento assente em cinco pilares na localidade de Fortes, que irá assegurar a travessia da ribeira de Odeleite naquele local.

A infraestrutura tem um prazo de execução de 18 meses e con-templa igualmente a execução de dois troços: o ramal de ligação à povoação de Fortes e a ligação a Furnazinhas, com cerca de 2 Km de extensão, com a construção de duas rotundas - uma na interse-ção com a via principal e outra no entroncamento com a EM 505, a nascente da localidade.

Maior obra rodoviária

O Núcleo Museológico de Santa Justa está a ser revitalizado desde o passado mês de junho. Este processo tem sido levado a cabo pela equipa do Projeto Alcoutim e até Outubro visa envolver a comunidade na valorização do seu património cultural material e ima-terial. Procura ainda proporcionar novas vivências e reavivar memórias recriando vários momentos da vida escolar das décadas de 50/60 e 70. A primeira sessão consistiu numa pales-tra intitulada «Museu local, desafio global - património e memórias, pre-servar para quê?» com a especialista em Museologia Escolar e Inspetora do Ministério da Educação, Luísa Janeirinho, que colocou o público a interagir e a “cantar” as melodias de antigamente. Contou ainda com a presença e as palavras motivadoras da Diretora Regional de Cultura do Algarve, Dália Paulo, do o Presidente da Câmara de Alcoutim, Francisco Amaral, que referiu a importância dos Núcleo Museológicos no concelho e o investimento da edilidade nessa área, do coordenador científico do «Projeto Alcoutim», António Covas que considerou este tipo de iniciativas uma forma de dar valor às coisas simples, da Delegada Regional da Associação

A autarquia de Alcoutim já avan-çou com a melhoria da estrada municipal 507 – troço Cortes Perei-ras/Alcoutim. O investimento é de cerca de 670 mil euros, sendo 65% deste valor financiado pelo «Programa Operacional Algarve 21». Estão a ser realizadas obras de pavimentação e sinalização, que deverão ser concluídas até ao final deste ano.

A Câmara Municipal de Alcou-tim definiu a rede viária como área de investimento primordial em 2013, tendo uma expressão de dois milhões e meio de euros no orçamento municipal em vigor.

Já terminaram os melhoramen-tos das ruas da aldeia de Martin-longo, no concelho de Alcoutim. Foram vários os arruamentos melhorados na sede de fregue-sia, numa empreitada que foi concluída em um mês e custou à autarquia de Alcoutim cerca de 110 mil euros. As ruas alvo de melhoramento ficaram agora com pavimento betuminoso. Essa foi a expressa vontade dos residentes, após consulta que concluiu que era o pavimento que melhor se ade-quava às necessidades e limitações da população.

Portuguesa de Museologia, Maria Luísa Francisco, que é simultanea-mente coordenadora executiva do «Projeto Alcoutim» - que referiu que esta é uma forma de “incentivar a comunidade a se envolver neste pro-cesso de revitalização de modo a valori-zar a herança cultural do seu território e a atrair mais visitantes para o Núcleo Museológico de Santa Justa.”

A sessão de Julho consistiu no enquadramento histórico do ensino no Estado Novo e na recriação de uma aula da 2ªclasse dos anos 50/60 com a presença de uma professora que iniciou a sua actividade docente

em 1964. A aula começou com todos de pé a cantar o Hino Nacional como acontecia na época. A participação de crianças nesta actividade tornou-a mais rica e interactiva, tendo sido um momento pedagógico e divertido para pais e filhos. O convívio continuou até tarde com chá e bolinhos da região. A sessão de Agosto vai realizar-se no dia 29 e terá como tema os contos tradicio-nais e a literatura tradicional no Estado Novo. Para acompanhar as iniciativas do Projeto Alcoutim poderá consultar www.projetoalcoutim.pt.vu ou www.facebook.com/ProjetoAl-coutim

Processo tem sido levado a cabo pela equipa do «Projeto Alcoutim»

Núcleo Museológico de Santa Justa está a ser revitalizado

Melhoria da estrada Cortes Pereiras/Alcoutim já começou

Autarquia melhora arruamentos em Martinlongo

Último troço em construção

Alcoutim 670 mil euros

LOCAL

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GRANDE PLANO

Diversas são as causas para uma criança sofrer de excesso de peso e obesidade. E diversas são as razões que os encarregados de educação apontam para não conseguir con-trolar o avanço dos quilos a mais no corpo dos mais pequenos. Um recente estudo ibérico vem apre-sentar dados recolhidos numa amostra bastante considerável e, baseado em diversos métodos, pretende identificar causas, efei-tos, bem como apontar soluções.

O estudo foi financiado pelo projeto de Turismo Activo no Guadiana (TAG), uma iniciativa de cooperação entre o Algarve, Alentejo e a Andaluzia através do programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal-Espa-nha (POCTEP) 2007-2013. Cofi-nanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) inclui do lado espanhol a câmara municipal de Ayamone e a associação de municípios de

Beturia, e do lado português as câmaras municipais de Vila Real de Santo António, Castro Marim, Mértola e a associação de desen-volvimento local Odiana.

A amostra do estudo em causa, e que é o único do género e com esta dimensão alguma vez reali-zado no Baixo Guadiana, é cons-tituída por crianças unidas pelo rio Guadiana. O estudo vai mesmo mais longe, fazendo a comparação das populações ibéricas entre si.

Foram passados a «pente fino» os hábitos de atividade física e de sendentarismo, os padrões alimen-tares, o índice de massa corporal e a satisfação com a imagem.

Nível de atividade física abaixo do recomendado

Personalizando, é importante notar que este estudo é o resul-tado de um trabalho intensivo de Carlos Pereira (Chefe de Divisão

de Desporto e Saúde do Município de Vila Real de Santo António), Hélder Silva (Agrupamento de Escolas de Castro Marim e coor-denador do Projeto Escola Ativa no Sotavento Algarvio), Eduardo Ozcorta e Inmaculada Tornero Quiñones, Pedro Sáenz-López Buñuel e Ângela Sierra Robles (Departamento de Educação Física, Música e Artes Plásticas da Universidade de Huelva). De acordo com estes responsáveis

existem várias conclusões que devem ser sobrevalorizados. Das mais relevantes é o facto que o nível de atividade física praticada no Baixo Guadiana encontra-se abaixo das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e quase metade da amos-tra precisa de melhorar a dieta alimentar. Ora, sabendo-se que inadequados hábitos de ativi-dade física e de alimentação são algumas das principais causas

para a obesidade, aquele é um indicador claro da existência de obesidade e excesso de peso dos mais pequenos. Tal como nos lembram os autores do estudo, remetendo para especialistas na matéria, “a consolidação da prática de atividade física e uma alimentação saudável têm o seu momento decisório na infância”. A tendência nas últimas décadas é para um “aumento da prevalên-cia da obesidade devido a uma

vida mais sedentária com escassa atividade física e alimentos com elevado grau energético.

Estas leituras atentas e depois suportadas em estudos demons-tram que não é nada difícil alte-rarem em pouco tempo os valores hoje indicados no que diz respeito ao excesso de peso e à obesi-dade.

Depois existe uma contundência que dever servir de alerta que é o facto salientado neste estudo no

Baixo Guadiana, de uma criança obesa ter maior probabilidade de continuar a sê-lo durante a idade adulta. O que para além de representar um perigo para a saúde poderá pressupor problemas sociais ligados à discriminação e estigmatização.

No Baixo Guadiana os indica-dores mais recentes mostram, então, que 22,5% das crianças tem já excesso de peso e 11% sofre mesmo de obesidade.

60% das crianças não gosta do seu corpo

Lermos o estudo - que dá pelo

nome «Atividade física, obesidade, alimentação e imagem corporal na população dos 6 aos 10 anos de idade da zona circundante do Baixo Guadiana» – é depararmo-nos com um fenómeno que estará em crescimento no seio das crian-ças e para o qual é preciso dar atenção. Trata-se do facto de “mais de 60% das crianças entre os 6 e os 10 anos no Baixo Guadiana estarem insatisfeitas com a sua imagem corporal”. Aliás este foi um item realçado no passado dia 5 de Julho pelos autores deste estudo, aquando da apresentação do mesmo na Biblioteca Munici-pal Vicente Campinas. Se antes esta conceção crítica do corpo cabia mais às raparigas agora pertence também aos rapazes. A imagem corporal insatisfató-ria em crianças que padecem, nomeadamente, de obesidade começa a manifestar-se por volta dos 7/8 anos. “As crianças, em especial as raparigas, aprendem com os seus familiares, com os meios de comunicação e com os seus pares, sobre a importância do valor da aparência na sociedade”. Diz-nos o estudo também que “na origem da insatisfação corporal destacam-se as manifestações de bullying por parte das crianças para com as outras obesas, prin-cipalmente na escola, a interação

Estudo ibérico revela que no Baixo Guadiana 11% das crianças entre os 6 e os 10 anos sofre de obesidade«Atividade física, obesidade, alimentação e imagem corporal na população dos 6 aos 10 anos de idade da zona circundante do Baixo Guadiana» é o nome do estudo pioneiro no território transfronteiriço que liga o Algarve à Andaluzia. A amostra foi de 2285 estudantes do ensino básico do Baixo Guadiana português e espanhol. Realizado por entidades de um lado e outro do Guadiana teve como um dos objetivos perceber com que intensidade a obesidade, considerada uma das pandemias da contemporaneidade, está a afetar as crianças deste território. Os dados apurados neste estudo publicado no início do mês de Julho, servirão de matriz na atuação, entre outras dinâmica, para a prevenção, mas também tratamento dos casos identificados de excesso de peso e obesidade infantis.

Susana H. de Sousa

Autores do estudo integram entidades de Portugal e Espanha e foi no âmbito da cooperação transfronteiriça que elaboraram esta ferramenta que para além de identificar as causas e efeitos da obesidade aponta soluções

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GRANDE PLANO

com os colegas e a influência do ambiente familiar. A aparência física é uma das primeiras carac-terísticas que as crianças utilizam para se descrever”.

Crianças obesas comem em casa e crianças com peso normal comem na escola

Dos dados recolhidos através dos vários métodos de cálculos utilizados, os autores chegaram a diversas conclusões que desta-cam num resumo que fazem a este estudo. Conclui-se que a maioria dos alunos da amostra tem televi-são no quarto e come enquanto vê televisão. Por sua vez, a maioria dos alunos com peso normal, com boa alimentação e satisfeita com a sua imagem corporal obteve a melhor pontuação nos níveis de atividade física.

Outro dado a registar é que durante o período escolar as crian-ças obesas comem casa e as crianças com peso normal comem na escola. Antes dessa conclusão é-nos dado a perceber que 57,3% das crianças seguem uma dieta mediterrânica ótima, sendo que 38,4% precisa de melhorar o padrão alimentar e 4,4% segue uma dieta de qualidade muito baixa.

No que diz respeito a este tema Portugal e Espanha vivem uma realidade muito contrastante porque apenas 29,3% das crianças espanho-las comem na escola contra 76,9% das portuguesas A maioria dos meninos e meninas que têm uma dieta mediterrânea ótima come na escola o que contrasta com os meni-nos e meninas que têm dietas muito más ou de qualidade a melho-rar; esses comem em casa. O estudo cor-relacionou as vari-áveis para chegar a esta conclusão.

Outro dado a considerar é o facto de as crianças espanholas terem deixado de comer no refei-tório escolar devido ao aumento dos preços.

Duas ilações são passíveis de tirar; nomeadamente que em casa os pais terão de melhorar a dieta alimentar da família e, como dado positivo, temos o facto de as escolas estarem a prestar um bom serviço no que diz respeito à ali-mentação.

Especificando dados das crianças portuguesas este estudo demons-tra que 60% das crianças do Baixo

Guadiana tem uma dieta mediter-rânea ótima. Já 36,5% precisa de a melhorar e 3,5% tem uma dieta de qualidade muito baixa.

Crianças espanholas em maior risco

Este estudo vai mais longe e avança uma comparação de dados conclusivos entre Portugal e Espa-nha, sendo que em alguns itens as crianças espanholas apresentam maiores problemas por resolver. Desde logo no que diz respeito à atividade física em que os portu-gueses têm melhores hábitos. Os autores do estudo olham “com preocupação” para os índices de obesidade nas crianças espanho-las onde 15,7% é uma realidade – contra 6,9% das crianças por-tuguesas. O excesso de peso é de 25,1% nas crianças espanholas, sendo nas portuguesas de 20,1% e quanto aos valores de peso normal as crianças portuguesas são 73% e

as espanholas 59,2%.

Padrões alimentares são melhores em Portugal

No que diz respeito aos padrões alimentares é constatável através deste estudo que são melhores em Portugal. Por cá 3,5% das crian-ças tem uma dieta alimentar muito fraca, contra 5,4% das espanholas. Já no que toca à imagem corporal tanto as crianças portuguesas como as espanholas (cerca de 40%) gos-tariam de ter menos peso. Contudo os espanhóis, apesar de apresen-tarem maior índice de obesidade, estão mais satisfeitos com o seu corpo, representando 43,4% contra 39,4% das crianças portuguesas.

Envolvimento da família para melhorar hábitos

De acordo com o estudo ibérico é preciso um maior envolvimento da família no que diz respeito também ao incremento da atividade física. A OMS recomenda a prática de uma hora diária de atividade física, que dará um resultado de sete horas semanais. Tanto em Portugal como em Espanha essa atividade não ultrapassa as quatro horas. Os auto-res defendem que seja aumentado o número de aulas de atividade física nas escolas.

Evitar ver televisão enquanto se come e evitar ter televisão no quarto será «meio caminho andado» para práticas de vida mais saudável acre-ditam os autores deste estudo que aconselham os educadores a estarem atentos aos comentários feitos sobre a dimensão corporal das crianças.

“É recomendável que as famílias partilhem atividades de tempos livres ativos e promovam estilos de vida saudável”. Esta é uma das convições deste estudo que promete mexer com a cultura alimentar e despor-tiva no Baixo Guadiana. Para isso deixa dicas como “ir para a escola de bicicleta ou a pé; aumentar a ida até aos parques infantis, aumentar o número de atividades em famí-lia…” para ajudsar a traçar o cami-nho de uma vida saudável desde bem pequenino.

De referir, que o projeto «Escola Ativa» ao nível do Algarve tem-se destacado pelo seu pioneirismo e é a grande ferramenta para incen-tivar e cimentar o gosto pela ati-vidade física nos mais novos e na adoção de alimentação cuidada.No Baixo Guadiana o projeto «Anda +» e a escola sócio-desportiva do ReALMAdrid são exemplos de dois projetos que se têm dedicado a este nível de impacto social junto dos mais novos.

Estudo ibérico revela que no Baixo Guadiana 11% das crianças entre os 6 e os 10 anos sofre de obesidade

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POLÍTICA

Convívio de Verão ficou marcado este ano pela apresentação dos primeiros candidatos da CDU ao concelho de Alcoutim. À câmara é uma mulher, Luís Fernandes, a medir forças com opositores.

CDU em Alcoutim aproveitou «Convívio de Verão» para apresentar primeiros candidatos

No passado dia 28 de Julho pouco passava das três da tarde quando a Coligação Democrática Unitária (CDU) do Partido Comunista Português (PCP) apresentou em Alcoutim os primei-ros candidatos. A cabeça-de-lista à câmara municipal de Alcoutim é Luísa Fernandes, aposentada e natural de Guerreiros do Rio. A candidata quer ser presidente “para servir a população” que, frisou, “tem contado sempre com a CDU que apesar de não ter candida-tos eleitos neste concelho, tem estado sempre na frente em lutas como a manu-tenção de serviços públicos como são exemplo os CTT, Centro de Saúde, esco-las, posto da GNR, Finanças e Segurança Social”. A comunista garante que “a CDU vai continuar a exigir a conclusão do IC27 até Beja, a Ponte Internacional do Guadiana como um projeto de inte-resse nacional e o desassoreamento do Guadiana”, tendo lembrado que “têm sido vários os ataques à democracia por-tuguesa vindos da parte deste Governo”, enumerando “a extinção e fusão de fre-guesias, tendo o Governo PSD/CDS feito constantemente tábua rasa ao poder local”. Luísa Fernandes garantiu que “estas eleições estão muito ligadas à luta

Os últimos sábados têm sido de auscultação à população por parte do candidato social-democrata Francisco Amaral. Numa nota enviada à redação, o PSD local refere que na primeira sessão, em Odeleite juntaram-se a 13 de Julho 100 pessoas no espaço anexo à igreja da aldeia. O espaço de diálogo durou duas horas, durante o qual foram levantadas questões sobre o futuro da freguesia. Questões tão diversas como o aproveitamento da barragem para fins turísticos e agrícolas e a necessidade urgente da publicação em Diário da República do Plano de Ordenamento da albufeira de Ode-leite, a construção da tão reclamada praia fluvial na ribeira de Odeleite, as deficiências detetadas na obra de requalificação paisagística da Foz de Odeleite, a falta de água em loca-lidades da freguesia, onde ainda não chega a rede de abastecimento, o estado dos caminhos agrícolas, a construção do Centro Comunitário de Odeleite ou a reparação dos alta-res da Igreja da Nossa Senhora da Visitação, cuja obra vai iniciar muito brevemente. Os vereadores do execu-tivo municipal, liderado pelo social democrata José Estevens, marcaram

presença e prestaram alguns esclarecimentos sobre as matérias que estiveram em discussão. No mesmo comunicado é avançado que Valter Matias, atual diretor-executivo da associação Odiana é o candidato de Amaral para a junta de freguesia de Odeleite e que o médico João Fernandes o candidato à liderança da Assembleia Municipal. Entretanto, até ao fecho da edição do JBG decorreu mais uma sessão, desta vez na freguesia do Azinhal.

O Bloco de esquerda já tem candidato para a câmara muni-cipal de Vila Real de Santo António. É Mário Matos que até ao fecho de nossa edição ainda não tinha sido apresentado publicamente. O Bloco de Esquerda de Vila Real de Santo António anunciou oficialmente que vai apresentar candidatu-ras à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia de Vila Real de Santo António. Em comunicado às redações o Bloco promete que “em breve será feita a apresentação pública dos candidatos”.

contra a política de direita e perda da democracia em Portugal”. Mais CDU é sinal de “maior capacidade de resolução de problemas de gentes de Alcoutim, defesa do presente e do futuro e luta por uma vida digna dos alcoutenejos”. A rematar a candidata Luís Fernandes garantiu “competência”.

Candidatos às assembleias de freguesia

Quanto às Assembleias de Fregue-sia, os primeiros candidatos são em Alcoutim Carlos Barão, aposentado e residente em Alcoutim; a Giões Mário Dionísio, aposentado e residente em Giões; a Martinlongo Gilberto Pereira, pedreiro e residente em Pessegueiro e a Vaqueiros Manuel Marques, agricultor e residente em Casa Nova.

Comité Central lembra “um outro Algarve”

À semelhança do que aconteceu em Castro Marim e Vila Real de Santo Antó-nio, em Alcoutim a apresentação dos pri-meiros candidatos da CDU contou com a presença de Vasco Cardoso, membro da

Comissão Política do Comité Central do PCP. O responsável lembrou que Alcoutim faz parte “de um outro Algarve que tem sido consecutivamente atingido por uma política de direita difícil de descrever”. Lembrou o acelerado despovoamento do concelho, reclamou a ponte Alcou-tim/sanlúcar, evocou a necessidade de desenvolvimento do turismo, agricultura e indústrias neste concelho no nordeste do Algarve, dizendo que o PCP luta “por

um futuro político diferente, que dê igualdade de oportunidades por igual em todo o país”.

Este líder acredita que nas próximas eleições autár-quicas, marcadas para 29 de Setembro, a CDU “está em condições de se apresentar numa posição “diferente das outras forças políticas porque tem estado sempre junto das populações e das suas lutas dentro e fora de períodos eleitorais”. “Contra o pacto de entendimento com a Troika e contra um “compromisso de salvação nacional que existe em Portugal há 37 anos” Vasco Cardoso apelou “ao voto na CDU”.

AUTÁRQUICAS 2013

Francisco Amaral iniciou auscultação à população

Bloco de Esquerda avança em VRSA

Luísa Fernandes, ao centro, é a cabeça-de-lista da CDU à câmara municipal de Alcoutim

Francisco Amaral tem reservado os sábados para percorrer as sedes de freguesia em Castro Marim

Mário Matos é o cabeça-de-lista à câmara municipal pelos bloquistas no concelho pombalino

Castro Marim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2013 | 11

POLÍTICA

Luís Gomes falou para a casa cheia que esteve no pavilhão multiusos de Vila Real de Santo António no passado dia 5 de Julho. Atual edil de Vila Real de Santo António lembrou obras, despesas e “corte substancial de receitas”.

Luís Gomes deu o «tudo por tudo» em discurso de recandidatura à câmara de VRSA

De acordo com a organização terão parti-cipado mil pessoas no jantar de apresen-tação de Luís Gomes como candidato à câmara municipal de Vila Real de Santo António. Foi uma noite de apoteose para o candidato social-democrata que comanda os destinos de Vila Real de Santo António há oito anos. O mandatário da candidatura é o advogado Carlos Videira de Barros.

Luís Gomes apresentou para já o seu candidato à Assembleia Municipal. José Carlos Barros deixa os destinos da vice-presidência, da cultura e outros pelouros para tentar a sorte naquele órgão autár-quico. Esta constitui, para já, a novidade da lista. Às assembleias de freguesia mantêm-se na corrida pela liderança os atuais autarcas Luís Romão para Vila Real de Santo António, José Roberto para Vila Nova de Cacela e Manuel António para Monte Gordo.

Luís Gomes falou para a multidão que o ouviu, aplaudiu e aclamou. “Vamos ser sinceros, muitos de vós mudaram o sen-tido de voto para me apoiarem, tendo sofrido pressões por isso”, agradeceu Luís Gomes que prometeu “não desiludir” os seus apoiantes.

Naquele que Luís Gomes considerou ser “o maior comício alguma vez reali-

Os socialistas de Vila Real de Santo António contaram com 200 apoiantes na apresentação dos candidatos no passado dia 20 de Julho no jardim municipal. A cabeça de lista à Assem-bleia Municipal é Luísa Currito e às juntas de freguesia de Vila Real de Santo António, de Monte Gordo e Vila Nova de Cacela, são, respetivamente, Sara Brito, Hélder Pinto e Paulo Barbosa. Luís Salas, Célia Paz, José Barão, José Rufino, Carina Rosado e Victor Pereira são os membros efetivos da lista à Câmara Municipal encabeçada por David Murta. No ato público de apresentação participaram João Proença, ex-Secretá-rio Geral da UGT, em representação do Secretariado Nacional do PS, António Eusé-bio, Presidente da Câmara de S. Brás de Alportel e Presidente do PS Algarve, Jamila Madeira deputada e membro do Secreta-riado Nacional e Ana Passos presidente das Mulheres Socialistas do Algarve.

Uma sessão de apresentação marcada por várias críticas à gestão do executivo liderado pelo social democrata Luís Gomes. Na sua intervenção João Proença referiu as dificul-dades que os novos autarcas irão sentir face

às restrições financeiras e em especial em Municípios altamente endividados como o de Vila Real de Santo António. Antes António Eusébio frisou “a enorme tarefa que será gerir o município de Vila Real de Santo António de pequena dimensão do País, mas que tem a maior volume de dívida acumulada, dívida essa que não surge como reflexo dum inves-timento estruturado e de futuro, mas apenas como resultado de atos de propaganda e pro-moção pessoal do atual presidente do PSD/Algarve”. Coube a David Murta a interven-ção final onde, depois de explicar as moti-vações e objetivos da sua candidatura falou dos “falsos empregos através da colocação nos serviços do município ou da empresa municipal de desempregados que, a troco de um pequeno montante adicional, estão a desempenhar funções ao mesmo tempo que esgotam o subsídio de desemprego a que têm direito”. D. Murta apontou o dedo a “uma gestão errante e desregrada da atual câmara que levou a que os níveis de endividamento seja brutal; os quase 2 milhões de euros de juros pagos em 2012, valor muito superior a municípios incomparavelmente maiores

como Coimbra, Cascais, Évora ou Guima-rães” . O candidato lembrou “as centenas de promessas de entrega de casas aos mais carenciados, casas que não existem, que não foram construídas pela Câmara e que, desde a última gestão autárquica do PS, nem uma casa foi construída ou entregue pela Câmara e já passaram quase oito anos de Governo local

do PSD/Luís Gomes”. O socialista prometeu “uma rigorosa gestão financeira em contraponto com o despesismo populista do PSD/Luís Gomes, a aposta da manutenção, gestão, e se necessário, construção de infraestruturas e equipamentos que sirvam para potenciar a atividade económica que é o eixo central para o combate ao grave problema de desemprego e o reforço das instituições, associações e coletividades locais como eixo das políticas de solidariedade social”.

zado no concelho de Vila Real de Santo António” o autarca lembrou os compro-missos assumidos com os seus eleitores e a obra feita. Mas dedicou às dificuldades financeiras uma atenção especial, justifi-cando a crise que o município atravessa. A dívida deve-se “à profunda crise finan-ceira que afeta o pais desde há quatro anos”, disse, lembrando que a conjuntura “teve consequência graves nas finanças do município de Vila Real de Santo António”, adiantando que “as receitas desceram mais de 50%” nos últimos quatro anos. O atual presidente da câmara municipal garante que a crise levou a uma perda de 40 milhões de euros de receita para o município.

A ação social não foi comprometida; de acordo com Luís Gomes foram investi-dos 16 milhões neste campo, recordando, entre outros, o pioneirismo em algumas medidas como é o caso no protocolo com a República de Cuba que possibilitou o apoio a centenas de vilarealenses na áreas da oftamologia e reabilitação física.

Em obras, lembrou, foram investidos 25 milhões de euros. Realçou a revita-lização urbana do centro histórico, das entradas da cidade pombalina, do Bairro do Sertão, em Monte Gordo, da rotunda

de Cacela, das Estradas 122 e 125, entre outras obras.

Câmara negoceia negócio de 115 milhões de euros

Luís Gomes anunciou ainda nessa noite que “há um negócio de 115 milhões de euros para o desenvolvimento turístico em Vila Real de Santo António”. O JBG sabe que em breve vai ser apresentado o

projeto, e de acordo com uma fonte da câmara muni-cipal “será algo completamente inovador e que pro-moverá o turtismo e economia locais”. Para já foi dada a garantia de 28 milhões de euros de financiamento por parte do Banco Europeu de Investimento que a autarquia deverá utilizar em diversas obras, nome-adamente saneamento básico. Na lista de objetivos traçados para o desenvolvimento do concelho está a requalificação da frente ribeirinha e frente de mar e a instalação de um cluster de mar na zona norte da sede de freguesia.

David Murta apresentou candidatos à Câmara, à Assembleia Municipal e às Juntas de Freguesia

Candidato social-democrata contou com o apoio de cerca de um milhar de pessoas

O candidato socialista à câmara municipal de VRSA com os candidatos da sua lista

AUTÁRQUICAS 2013

A sessão de apresentação teve como palco o jardim municipal em Vila Real de Santo António. David Murta contou com a presença do presidente da federação do PS no Algarve e do ex-líder da UGT João Proença.

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LOCAL

A Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza) distinguiu as três praias do concelho de Castro Marim - Alagoa/Altura, Verde e Retur - com «qualidade de ouro». Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, a Quercus atribui a classificação de «praias com qualidade de ouro» às zonas balneares do país cuja água apresenta os melhores parâmetros em termos de qualidade.

Para o efeito, as praias candidatas têm de cumprir alguns requisitos, nomeadamente ter obtido qualidade boa entre 2007 e 2009, qualidade excelente em 2010 e 2011 e alcan-çar um desempenho excelente em todas as análises realizadas na última época balnear.

Num comunicado às redações é visível a satisfação da autar-quia que afirma que “as praias premiadas no concelho de Castro

Marim, que vencem este galardão atribuído pela associação ambienta-lista desde 2005, são o resultado das magníficas características naturais e paisagísticas, associadas ao cres-cente investimento financeiro que a Câmara Municipal faz anualmente, em matéria de ambiente, em parti-cular no que se refere à limpeza, aos acessos e à segurança”.

Refira-se o facto das praias de Castro Marim estarem classificadas pela Quercus como «praias com qua-lidade de ouro», e no entanto, desde 2005, não lograrem obter o galar-dão da Bandeira Azul, devido a um dissenso existente entre o Município e a Associação da Bandeira Azul.

Outra das razões que atesta a qualidade das praias do concelho é o facto de receberem o galar-dão “Praia Acessível – Praia para Todos”, garantindo a pessoas com

De algum tempo a esta parte o açude de Galaxos, na freguesia de Vaquei-ros, concelho de Alcoutim, está a ser aproveitado como praia fluvial. Nestes dias de verão tem sido bas-tante concorrido com a presença de veraneantes turistas e locais.

A obra deste açude foi concluída no final do ano passado. Além de facilitar a rega das pequenas explora-ções agrícolas existentes nas margens da ribeira de Odeleite e permitir a recarga dos lençóis freáticos, que, muitas vezes, esgotam por com-pleto no verão. Agora este espelho de água tem sido aproveitado como praia fluvial, tendo, nos últimos

dias, sido procurado por residentes e turistas.

A Câmara Municipal de Alcoutim pretende num futuro próximo, dotar este açude das infraestruturas neces-sárias para ser amplamente usado como zona de lazer. A obra custou à autarquia de Alcoutim 246.568,44 euros, valor que também integra a construção do açude da Várzea, que está a decorrer.

A construção deste açude foi apoiada pelo programa da CCDR Algarve, “Ribeiras do Algarve”, ao qual a Câmara Municipal de Alcou-tim se candidatou, arranjando finan-ciamento de 65% para a obra.

mobilidade reduzida/condicionada o acesso à praia em condições de segurança.

Igualmente o programa de “Ani-

mação Desportiva de Praia”, que dinamiza a praia da Alagoa-Altura, através de atividades desportivas, permitindo aos utilizadores disporem

de espaços de recreio e de lazer para ocupação dos seus tempos livres, afirma positivamente as praias de Castro Marim.

Quercus atribui «grau ouro» às praias de Castro Marim

Alcoutim tem uma nova potencial praia fluvial

Biblioteca na praia em VRSA Castro Marim e Altura recebem cinema ao ar livre

A qualidade dourada das praias castromarinenses têm vindo a seduzir turistas

Potencial praia fluvial de Galaxos tem sido bastante concorrida por veraneantes turistas e locais

Livros e imprensa escrita marcam presença na praia de Santo António

Até final de agosto a praia de Santo António, ou «Três pauzinhos», na cidade de Vila Real de Santo Antó-nio tem uma biblioteca de praia. O objetivo é proporcionar que os vera-neantes desfrutem da leitura de um livro ou de um jornal. A iniciativa é da freguesia de Vila Real de Santo António e dá pelo nome «Biblioteca de praia».

As Papelarias e livrarias da terra, Arco-íris, Lusíada, Odiana, Agua-rela e Papelarte, são os parceiros da freguesia de Vila Real de Santo António “neste projeto que tem como objetivo, por um lado proporcionar uma mais-valia aos frequentadores da praia e por outro, sensibilizar a população para a importância da leitura”, explica a autarquia em comunicado. Além dos livros, os leitores terão ao dispor a imprensa generalista e desportiva diária e os mais pequenos jogos didáticos que poderão utilizar todo o dia.

Ler é entendimento, cultura,

Locais públicos em Castro Marim e Altura estão a ser palco de «As Noites de Cinema», através das quais a Câmara Municipal de Castro Marim se propõe apresentar grandes filmes para quem gosta de ver cinema de qua-lidade, sucessos de bilheteira em todo o mundo. Em cartaz grandes películas como “Oblivion – O Esquecido”, “Oz: O Grande e poderoso”, “Patrulha de bairro”, “A Origem dos Guardiões” ou “Os Estagiários”, um elenco de filmes é diversificado e rico, desde a aventura à ficção, passando pela comédia, até à animação infantil.

Na tela da Praça 1º de Maio, em Castro Marim, tendo por companhia o luar e as estrelas, as exibições acon-tecem às segundas e às quintas-feiras, sempre às 21.30 horas. No Cine-Estú-dio em altura, as sessões cinemato-gráficas realizam-se às terças-feiras e aos sábados, às 21.30 horas. Tanto em Castro Marim, como em Altura, a entrada é gratuita.

conhecimento, diversão e informa-ção.

A «Biblioteca de praia» faz parte do projeto «Animação de praia» da Freguesia de Vila Real de Santo

Programação:

Cinema ao Ar Livre em Castro Marim – Praça 1º de Maio

01 de Agosto – Epic – P Reino Secreto

05 de Agosto – A Saga Twilight: O Amanhecer Parte 2

08 de Agosto – A Origem dos Guar-diões

12 de Agosto – Oblivion (O Esque-cido)

Cinema em Altura – Cine-Es-túdio Alagoa Praia

03 de Agosto – Epic – P Reino Secreto

06 de Agosto – A Saga Twilight: O Amanhecer Parte 2

10 de Agosto – A Origem dos Guar-diões

17 de Agosto – Oblivion (O Esque-cido)

20 de Agosto – 007 Skyfall27 de Agosto – Os estagiários

António.Recorde-se que a junta de fregue-

sia leva a cabo ao longo do verão diversas atividades de animação de praia.

Distinção

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2013 | 13

GRANDE ENTREVISTA

Uma entrevista a Mário Zambujal no presente ano de 2013, em plena crise económica, finan-ceira, política e social é uma entrevista que aborda a complexa atualidade que atravessamos. Aos 76 anos mantém, no entanto, uma esperança por um mundo melhor, reconhecendo que tem que haver no mundo muitas mudanças. Jornalista e escritor, define-se, acima de tudo, como autor. Até Setembro deverá ter pronto mais um livro, dirige desde Maio o «Jornal Sénior», sendo que a sua preenchida agenda também se divide entre a escrita de crónicas, artigos, editoriais, participação em inúmeras conferências, apresentação de livros e a televisão, sem esquecer a sua presidência no Clube de Jornalistas. Além disso tem ainda tempo para o grupo «Pró Futuro de Alcoutim», fundado em 2011.

Mário Zambujal

“Os partidos têm de ter muito juízo porque há muita

malta nova que já não acredita na

política

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14 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2013

Jornal do Baixo Guadiana: Está desde Maio a dirigir o «Jornal Sénior». Este é dos seus mais recentes desafios. Como surgiu a ideia de criar um quinzenário que se dedica à camada mais crescida da nossa sociedade?

Mário Zambujal: A ideia não é minha, mas sim de duas jorna-listas [Maria Assunção Oliveira e Alexandra Abreu] e do investidor [Adriano Eliseu] que decidiram, quanto a mim erradamente (risos), escolherem-me como diretor. A minha vida já é muito complicada com inúmeras coisas que tenho para fazer, mas entenderam que a minha experiência seria um bom contri-buto. Está a ser um desafio muito bom; o jornal está a ser bem rece-bido, estou a tentar ajudar naquilo que é possível e faço-o com muito gosto. Sabemos que o futuro do jornal em papel é uma incerteza, mas há uma realidade que é esta camada sénior atual, que totaliza um terço da sociedade, e que por hábito consome jornais em papel. Além disso é uma população que quer estar sempre informada e a quem este jornal traz notícias que são do seu interesse, tendo em conta que nenhum outro traz com esta densidade. Se há 30 anos atrás este projeto não fazia qualquer sentido porque não havia a longevidade que há hoje, fazendo com que houvesse muito menos leitores, e se daqui a 30 anos também não fará tanto sentido um jornal em papel, pois os jovens estão hoje muito mais motivados para as novas tecnolo-gias, nesta época em que vivemos os avós são muito mais letrados e ávidos de informação impressa. Sem querer ser presunçoso, acredito que este é um jornal para toda a família

porque traz matérias que interessam também às restantes camadas etá-rias da sociedade.

JBG: E qual tem sido a acei-tação deste jornal

MZ: Fico contente por o jornal estar a ser muito bem recebido, todavia nesta época de incertezas não vale a pena pensar em certezas que não existem. O que interessa é estarmos preparados para não estar preparados! Esta é a grande neces-sidade dos tempos de hoje…

JBG: E, nomeadamente, o nicho sénior da sociedade está a viver tempos muito diferentes daqueles que pode-ria esperar viver…

MZ: Este há-de ser um período histórico; e será um período his-tórico em que no dia-a-dia vamos sentido alterações, nomeadamente ao nível do poder de compra. Mas é também uma época em que ameaçam desagregar-se as institui-ções. Os partidos têm de ter muito juízo porque há muita malta nova que já não acredita em partidos, já não acredita na política; já não acre-dita neste modelo político que vem de há 50 anos e que foi o grande modelo social europeu. E esse ceti-cismo pode levar a explosões sociais diferentes daquelas que seriam de prever quando as centrais sindicais tinham um enorme controlo sobre as pessoas. Porque de repente surgiu uma identidade nova chamada facebook que despoleta manifesta-ções imprevistas. Ou as instituições e a classe política fazem um esforço para recuperar a sua credibilidade ou estaremos perante uma alteração que não saberemos no que poderá resultar. O que se está a passar nos países do norte de África era algo impensável há meia dúzia de anos, ou mesmo antes. Os políticos têm

que ter uma atitude de conquistar, ou reconquistar, o que é mais difí-cil, a confiança das pessoas. Há a famosa frase do Churchill que diz que “a democracia é o pior de todos os sistemas com exceção de todos os outros”; sabemos que a democracia tem as suas fragilidades como a cor-rução, enriquecimentos fulgurantes elícitos; há um espaço exagerado muitas vezes para estes fenóme-nos que revoltam as pessoas. Sem dúvida que a democracia é o melhor sistema que existe, mas é preciso acautelá-la. Não quero armar-me em teórico sobre o tema, mas penso que as pessoas inteligentes que têm uma carreira política hão-de reco-nhecer todas estas fragilidades e perigos.

JBG: Receia o futuro. MZ: Eu estou a falar do lado

sombrio da realidade, mas eu acre-dito em muitas coisas boas que também vão acontecendo. Eu sou um militante otimista! Confesso que nos últimos tempos tenho assistido a coisas que me deixam desgostoso, mas ao mesmo tempo assisto a coisas bonitas de pessoas de todas as idades.

Há uma energia neste país que está a ser prejudicada por duas coisas essenciais. Uma é a emigra-ção da juventude, que é uma coisa bizarra. Antes a emigração era proibida e hoje é estimulada. Em comum estes dois tipos de emigra-ção têm as pessoas que não estão bem no seu país. Depois temos a vontade e força dos portugueses que ainda estão a tentar aceitar esta crise, lutado para a ultrapas-sar. Contudo, vamos sabendo de negócios ruinosos que são feitos e que são incompreensíveis. Há que lutar e denunciar as práticas crimi-nosas, mantendo a esperança em

dias melhores. Se há uma senhora que anda cá há muito tempo e que nunca emigrou é a «senhora dívida» por isso há que saber lidar com ela e não é agora que o país desapa-rece por causa da dívida; convém é cortá-la! (risos).

JBG: Cabe ao jornalismo mostrar a realidade das suas várias perspetivas. Há uma grande diferença entre a essência do jornalismo que se fazia quando o Mário Zam-bujal começou e o que é feito nos dias de hoje?

MZ: O que eu acho, basicamente, é que independentemente da forma como é feito, das maquinarias uti-lizadas, de uma forma geral, o jornalismo hoje está muito mais comercial. Os jornais sempre se ven-deram e precisaram de publicidade, mas o jornalismo hoje é feito muito mais como um produto para vender. A grande referência dos grandes jor-nais eram as suas redações, a cate-goria das suas redações; e agora é a capacidade das suas equipas de marketing! … Não digo que seja em todos, mas em muitos. A tendência atual é que um jornal seja rentável, feito por pessoas que na sua juven-tude nunca entraram num jornal... Quando, na verdade, um órgão de comunicação social tem um papel muito mais exigente, sob o ponto de vista social, e de acordo com o seu papel no país. [Um órgão jornalís-tico] terá que se preocupar com as suas finanças, mas não pode abdicar nunca da função que lhe cabe em contribuir para o bem comum. Mas a época em que estamos a viver é muito materialista, por muitos e variados fatores. Eu não concordo com muito do jornalismo que se faz, mas não tenho presunção para dizer às pessoas como devem fazer

porque há sempre a questão da sus-tentabilidade financeira do projeto, do pagamento de ordenados que é preciso acautelar… é uma questão muito complexa, mas para a qual devemos estar atentos.

Por exemplo, o Jornal do Baixo Guadiana faz um papel muito importante porque tem um diálogo muito permanente com os seus lei-tores sem querer estar a fazer um negócio com eles, mas antes uma conversa e um serviço público - além de que é muito bem escrito. Eu acredito muito na imprensa regional justamente por essa proximidade e companheirismo. Quando a imprensa regional é bem orientada, realmente, é um serviço público muito importante que nem sempre os grandes jornais prestam. Tenho uma muito boa impressão do jornal regional que se pratica hoje em dia.

JBG: No entanto, é notória a crise intensa da imprensa regional, nomeadamente, devido à quebra de receitas publicitária. Muitos jornais fecham, outros mantêm-se em condições precárias…

MZ: A vantagem dos antigos é que podemos comparar épocas (risos)! Antigamente quando se queria publicar anúncios fazia-se nos jornais e nas rádios. Depois quando surgiram as televisões foi uma quebra muito grande para os órgãos de comunicação social mais tradicionais. Agora existe uma pulverização de plataformas para anunciar o que a juntar a perda de capacidade das empresas em fazer publicidade levou à forte quebra de angariação publicitária para os jornais. A produção da imprensa tornou-se também mais luxuosa e, por isso, mais cara; o que não veio

Susana H. de Sousa

Neste momento

o jornalista é o

elo mais fraco

(...) Urge

fazer um

congresso de

jornalistas como

se fez há 30 anos

GRANDE ENTREVISTA

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2013 | 15

ajudar.JBG: Preside ao Clube de

Jornalistas. Os jornalistas no meio desta crise poderão ser considerados o elo mais fraco?

MZ: Neste momento o jornalista é o elo mais fraco e muitas vezes é enxovalhado. Veja-se, nas televi-sões as vedetas do comentário são os políticos e o jornalista que lhe faz companhia é, assim, uma espécie de corista de segunda fila que está ali para fazer brilhar o senhor político. Como se não houvesse jornalistas que pudessem ter comentários de grande conhecimento… Eu sei que temos alguns bem preparados que vivem intensamente os problemas todos. A secundarização dos jorna-listas como comentadores da vida pública é desgastante para uma classe. Urge fazer um congresso de jornalistas como se fez há 30 anos, mas não sou eu nesta altura que me sinto capaz de levar para a frente esse congresso…

JBG: Na sua opinião os jornalistas de hoje são dife-rentes ou encaram de forma diferente o seu papel na socie-dade?

MZ: As circunstâncias mudam e hoje são diferentes de há 30 anos. Temos excelentes jornalistas, mas não é por ter excelentes jornalistas que se fazem excelentes jornais. Depois depende também de um árbitro chamado leitor e o seu grau de exigência… Eu penso que muitas vezes é possível estabelecer equi-líbrios entre a grande informação e o quotidiano mais-ou-menos trá-gico, com notícias mais emocionais. Não tenho hoje responsabilidades num jornal, mas quando por vezes vejo certos títulos de jornal e com os quais não concordo pergunto se

perante todos os condicionalismos dos dias de hoje não faria a mesma coisa. [Pausa] São dúvidas que ator-mentam sempre porque as pessoas estão sujeitas a muitas pressões. Do que não tenho dúvidas é que tem de haver um jornalismo que sirva as pessoas, os valores de uma sociedade; e isso não exclui os fait-divers…

JBG: Antes de ser jornalista o Mário Zambujal já escrevia literatura…

MZ: Muito antes de pensar em ir para o jornalismo, na adolescência, eu escrevia contos para jornais de Lisboa. Nomeadamente no jornal «Ridículos» que era um jornal satí-rico. E o facto de ser um jornal satí-rico os meus textos representavam a minha personalidade, em que gostava de falar de coisas sérias com piadas associadas. Enquanto autor sou o mesmo que enquanto pessoa. Nunca quis copiar estilo de ninguém, sempre quis ser autêntico. E tenho mais leitores do que aqueles que imagino. É muito gratificante encontrar-me com os leitores e perceber o quanto gostam do que escrevo. Tenho tido sempre a com-preensão pelo meu estilo de escrita ao qual me mantenho fiel. E tenho essa necessidade de me sentir bem comigo enquanto ser individual; nunca quis ser sucedâneo daque-les que muito admiro. A convite do jornal «Expresso» tive oportunidade de escrever uma continuidade da obra «Os Maias» de Eça de Queirós. De modo algum quis ser um pro-longamento do estilo de escrita do autor, mas apenas fazer um prolon-gamento artificial da história.

JBG: «Uma noite não são dias» dá-nos a conhecer o «esquisito ano de 2044». Um livro que se dedica a caracte-

rizar um ano lá mais à frente onde reina a desumaniza-ção, o império da tecnologia e onde as mulheres lideram. Esta é uma sátira aos dias de hoje…

MZ: Nesse livro eu satirizo, efe-tivamente, os dias de hoje. Mas quando escrevi sobre o ano de 2044 [em 2009] pensei que efetivamente o que escrevi só acontecesse passa-dos 30 anos, mas algumas já estão a acontecer! … Por exemplo tenho lá uma brincadeira sobre alguém que foi preso por fumar na praia, o que era impensável! Mas, na verdade, depois esse fenómeno começou a acontecer em França (risos). Por outro lado, há questão das quotas femininas para os cargos políticos que eu compreendo, mas com a qual não concordo porque não estamos a promover as pessoas pelo seu mérito, mas apenas como obriga-ção… Reconheço que esta também não é uma questão simples! Já quanto à desumanização é um facto. As novas tecnologias vieram, sem dúvida, trazer um avanço enorme, maiores facilidades. Seria tolo da minha parte não reconhecer isso mesmo. Mas também é, em muitos casos, a causa para o desemprego, pois o Homem é substituído muitas vezes pela máquina. Também pro-moveu o corte nas relações afetivas de proximidade; na Internet temos coisas muito boas, mas, por exem-plo, também é possível aprender a construir uma bomba em poucos minutos… Essencialmente, acho que há uma predominância e uma dependência exageradas por parte da sociedade às novas tecnolo-gias.

JBG: A provar que é possí-vel viver a outro ritmo temos o Mário Zambujal, um dos

grandes escritores contem-porâneos portugueses, que escreve apenas à mão...

MZ: No fundo continuo aquilo que foi a minha habituação desde criança. Depois, prezo muito a caligrafia - que não nos podemos esquecer que antes do ADN repre-sentava o elemento identificativo das pessoas. Os novos autores já não nos vão deixar os seus manuscritos porque escrevem a computador.

Eu escrevo à mão e alguém tem a misericórdia de passar os meus textos! De vez em quando utilizo o e-mail.

JBG: A humanização, o humor e as mulheres são ingredientes que fazem parte das histórias dos seus livros. Porquê?

MZ: Eu acho que as mulheres são, de um modo geral, fascinantes! Têm uma vida mais rica, sempre tive-ram que recorrer a mais imagina-ção para ultrapassar as dificuldades que a sociedade lhes foi impondo. A mulher é um tema interminável; para além do fascínio físico que uma mulher pode despertar num homem há o lado como se movem nos ter-renos do pensamento e da argúcia. O humor a que recorro pode ser mais leve como mais cáustico, e não partilho nada com o humor que pressuponha a destruição dos outros. Enquanto pessoa preservo uma resistência contra o desânimo e transmito isso para os meus livros. Tal como privilegio o contacto direto com as pessoas que são a melhor coisa do mundo!

JBG: Como viu o sucesso do seu livro «Os Bons Malan-dros» que tendo sido escrito em 1980 ainda hoje é a refe-rência da sua obra e foi adap-tado já para cinema, teatro

e, mais recentemente, para musical?

MZ: Com uma enorme satisfa-ção! Sem dúvida que é a obra que tem marcado a minha carreira na literatura. A adaptação para outros géneros artísticos são sempre inte-ressantes porque são outros olhares sobre a nossa obra. E têm-me agra-dado imenso.

JBG: Para quando um novo livro?

MZ: O meu editor, que também é um bom amigo, está a pressio-nar-me para escrever um livro até Setembro!

JBG: Mais do que um jor-nalista ou escritor o Mário Zambujal define-se como um autor. Em julho decorreu em Alcoutim uma conferência dedicada à sua obra. Como encarou este momento?

MZ: Fiquei muito sensibilizado com a iniciativa. A escrita é um ato de comunicação e é isso que tenho feito ao longo da minha vida enquanto autor.

JBG: No meio de uma vida tão agitada, ainda tem tempo para se dedicar ao grupo «Pró Futuro de Alcoutim», que cofundou em 2010 com, entre outros, Carlos Brito e Teresa Rita-Lopes. Qual a importân-cia que deposita nesta inicia-tiva?

MZ: É com o maior prazer que integro o grupo «Pró Futuro de Alcoutim». O nosso objetivo é lutar por este concelho que enfrenta uma desertificação acelerada. É um lugar com muitas potenc.ialidades e farei o que puder para ajudar. A minha relação com Alcoutim tem já mais de 50 anos; foi onde vim buscar a minha esposa! É, sem dúvida, um lugar muito especial!

Enquanto autor

sou o mesmo

que enquanto

pessoa. Nunca

quis copiar estilo

de ninguém,

sempre quis ser

autêntico

GRANDE ENTREVISTA

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LOCAL

Centro histórico pombalinoestá a renovar-se a olhos vistos

O objetivo do JESSICA é tornar o centro pombalino mais atrativo, sendo que as algumas das pro-postas apresentadas pela empresa municipal SGU, responsável pela execução, foram alvo de alterações e adaptações decorrentes da aus-cultação que foi feita aos empresá-rios e população em geral. O edil vilarealense dizia em Fevereiro, e no decorrer de reuniões no salão nobre da câmara onde se juntaram comerciantes e moradores da zona histórica pombalina, que “é determi-nante que a população que reside e/ou trabalha no centro histórico seja ouvida e dê a sua opinião”. Assim foi e o projeto colocado em marcha contou com o aval destas pessoas que vêem agora esta área requa-lificada e modernizada, seguindo o objetivo de otimizar o «centro comercial a céu aberto» de Vila Real de Santo António. O investimento

do projeto ultrapassa os 2 milhões de euros, financiado a 70%.

I Fase até Julho

O Jessica em VRSA está dividido em duas fases, sendo que a primeira teve como data de término Julho deste ano. À data de fecho desta edição decorriam algumas obras que estarão terminadas já dentro de Agosto.

A SGU assegurou ao JBG que concluídas estão a exposição ilu-minista, repavimentação da Praça Marquês de Pombal, Intervenções/Arte Urbana, Sinalética comercial e cultural e Requalificação da toponímia + QR Code. Decorrem a luminotecnia do obelisco e da igreja, uniformização dos toldos para comércio, colocação de som-brinhas das esplanadas, sinalética comercial, criação de zonas de

descanso com novos bancos, colo-cação de expositores para comér-cio e QR Code do comércio com levantamento de informação junto do comércio. A curto prazo será uma realidade a uniformização das esplanadas, mesas e cadei-ras, sendo que em finais de Julho encontrava-se em fase de lança-mento a obra de requalificação dos balneários públicos, que para além de instalações sanitárias con-tará com um posto de informação turística.

Centro pombalino está diferente

Passear pelo centro pombalino e auscultar comerciantes e popu-lação indiferenciada, entre elas muitos turistas por esta altura, é encontrar opiniões diversas.

A obra que mais polémica causou

foi a repavimentação na praça marquês de pombal. Parte deste lugar viu a sua calçada ser substi-tuída por granito. O objetivo desta mudança prendeu-se sempre com a criação de melhores condições de mobilidade naquele espaço de passeio. Algumas vozes têm-se levantado contra a mudança, defendendo que deveria ter sido preservada a herança do Marquês de Pombal, outros aplaudem, sobretudo pela maior mobilidade proporcionada.

As esplanadas têm agora brancos chapéus-de-sol com motivos liga-dos ao rio. O azul faz também parte do lettering adotado para os toldos do comércio que foram renovados também. Sem dúvida que o branco é predominante no centro histórico em VRSA.

Houve um reforço da sinalética comercial e na toponímia surgiram

melhoramento de contrastes nas placas em cada rua. Os bancos para descanso são maiores, duplos, são brancos também e com poesia popular onde Aleixo assina por baixo.

Há agora edifícios em ruínas que estão embelezados com a arte de rua de artistas vários. Mais uma vez o azul marca presença desta-cada. A rua da Princesa ganhou vida também com uma exposição que conta a história da expressão iluminista em terras pombalinas de Vila Real de Santo António.

De referir que no âmbito deste projeto está também a decorrer a requalificação do edifício da alfândega, o primeiro edifício a ser mandado construir pelo Marquês de Pombal

Recorde-se que a segunda fase do JESSICA terá início em Outubro próximo.

O azul e o branco são prdominantes no Centro Histórico pombalino. Afetos à sinalética, sombreamento, esplanadas, exposições e arte de rua acompanham as obras de remodelação que têm tido lugar na primeira fase do JESSICA, programa de revitaliação do Centro Histórico de VRSA. A segunda fase começa em Outubro próximo.

VRSA

Como foi anunciado pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, Julho é mês de conclusão de primeira fase do projecto de requalificação do centro histórico de Vila Real de Santo António: JESSICA. Um projeto cujo grande objetivo é reabilitar e dinamizar ao nível económico esta zona da cidade. O centro histórico está diferente, sendo diversas as novidades.

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DESENVOLVIMENTO

Novas regras sobre os servi-ços de pagamento em bene-fício dos consumidores e dos retalhistas A fim de adaptar o mercado de pagamentos da EU às oportunida-des proporcionadas pelo mercado único e apoiar o crescimento da economia da UE, a Comissão Europeia adotou hoje um pacote legislativo, que inclui uma nova diretiva relativa aos serviços de pagamento e uma proposta de regulamento relativa às comis-sões interbancárias aplicáveis às operações de pagamento por cartão. Painel de avaliação dos consumidores: mais ação para um verdadeiro mer-cado único para os consu-midore A proteção dos direitos dos con-sumidores ainda varia muito entre os países da UE. Apenas 35 % dos europeus se sentem segu-ros a comprar na Internet a ven-dedores de outros países da UE e sete em cada dez consumidores não sabem o que fazer quando recebem produtos que não enco-mendaram. Estes são alguns dos resultados do painel de avaliação dos consumidores de 2013, publi-cado hoje pela Comissão Euro-peia. Investigadora portuguesa entre os beneficiários com 400 milhões de euros para financiamento de investiga-ção fundamental O Conselho Europeu de Investi-gação selecionou 287 dos melho-res cientistas em início de carreira para financiamento no âmbito do seu 6.º Concurso para Subven-ções de Arranque, permitindo-lhes assim realizar investigação fundamental de ponta. Cinco destes investigadores estão base-ados em Portugal, entre os quais uma portuguesa, Ana Cristina Santos, da Universidade de Coim-bra. Ana Cristina Santos é soció-loga e possui um doutoramento em estudos de género da Univer-sidade de Leeds (Reino Unido). Trabalhou em vários domínios incluindo género, direitos sexuais e reprodutivos, cidadania e direi-tos humanos. A subvenção agora atribuída permitir-lhe-á estudar os impactos sociais, culturais e jurídicos dos casais não conven-cionais casais e da diversidade sexual (lésbicas, homossexuais, bissexuais e transexuais) em Por-tugal, Espanha e Itália.

«Perto daEuropa»

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

DEMISSÃO POLÉMICA NA ARS — Martins dos Santos, presidente do conselho dire-tivo da Administração Regional de Saúde do Algarve, e a vogal médica Ana Costa apresentaram, em 12 de julho, a sua demissão ao ministro da Saúde.

A razão principal terá a ver com o encerramento de serviços no Hospital do Barlavento Algar-vio, em Portimão, na sequência da criação do novo Centro Hos-pitalar do Algarve, que engloba as três unidades hospitalares da região (Faro, Portimão e Lagos), do qual discordam.

Martins dos Santos arquite-tou a nova e polémica organiza-ção das estruturas hospitalares algarvias e tinha garantido que dela não resultaria qualquer fecho de serviços, o que está a acontecer. Outra razão poderá ter a ver com o convite ao médico Pedro Nunes para dirigir o Centro Hospitalar do Algarve.

DERBY ALGARVIO ABRE SEGUNDA LIGA — A Segunda Liga desta temporada vai arran-car com um “derby” algarvio entre Portimonense e Farense que, de resto, marca o regresso da equipa de Faro aos campeo-natos profissionais do futebol português.

A 1ª jornada da competição disputa-se a 11 de Agosto. O fim da Segunda Liga está agendado para 11 de Maio de 2014.

SERUCA EMÍDIO SUBSTI-TUI MACÁRIO NA AMAL — A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) decidiu que será Seruca Emídio, presidente da Câmara Municipal de Loulé, a substituir Macário Correia na presidência, após a suspensão de funções do presidente da Câmara de Faro, disse fonte da AMAL.

Seruca Emídio era um dos dois vice-presidentes da AMAL, juntamente com o presidente da Câmara de São Brás de Alportel, mas a escolha dos 16 autarcas do Algarve, reunidos na segun-da-feira em Faro, recaiu sobre o autarca de Loulé, acrescentou a fonte.

Seruca Emídio vai assegurar a presidência da AMAL até às próximas eleições autárquicas de 29 de setembro.

NO ALGARVE

José Cruz

Mais longe do que alcança a própria vistaA capacidade de produzir novas invenções por parte do ser humano continua incrível. Os investigado-res já conseguiram criar lentes de contacto que podem funcionar como lentes telescópicas, aumen-tando a imagem 2.8x.

Com este tipo de lentes, os seres humanos passam a ter uma espé-cie de “super-visão”, aumentando as suas capacidades biológicas, ou biónicas, como se quiser. Mas as possibilidades de aplicação vão certamente abranger as necessi-

dades do dia-a-dia das pessoas que têm problemas de visão.

Não é a primeira tentativa de obter este tipo de lentes e já foram criadas outras com ampliação, mas a espessura da lente tornava impra-ticável a sua utilização alargada. Agora, a nova lente, representa um grande avanço científico pois já foi possível criar um sistema ótico de ampliação que tem apenas 1.17mm de espessura, recorrendo a micro-reflectores circulares que atuam como lente de aumento.

Com a utilização de óculos polarizados, é possível escolher entre ver a imagem “normal” ou “aumentada”, pois não seria agra-dável estar a ver o mundo ampliado constantemente. Falta melhorar esta tecnologia de forma a conse-guir obter uma melhor qualidade de imagem.

Não estranhe se, dentro de alguns anos, encontrar à venda esta nova forma de ver a realidade que nos rodeia e mais longe do que alcança a própria vista.

Lentes de contacto podem funcionar como lentes telescópicas

Foi publicada a nova portaria que regulamenta o programa «For-mação Algarve», uma medida do Governo que teve início no ano passado, mas que não teve grande impacto pela sua tardia execu-ção. Tal como havia prometido o secretário de Estado do Emprego quando esteve há uns meses em Vila Real de Santo António este ano “tudo vai acontecer mais atempadamente” e a portaria agora publicada introduz algumas alterações ao modelo lançado no ano passado. De acordo com uma

nota enviada às redações por parte do Instituto de Emprego e Forma-ção Profissional (IEFP) “a nova Portaria surgiu da necessidade de realização de ajustamentos na con-figuração do Programa que visam torná-lo mais estruturado e com maior impacte regional”.

Vai existir, diz a nota, “a cria-ção de percursos-tipo de formação que visam potenciar e capitalizar as competências dos trabalhadores para uma qualificação e, concomi-tantemente, assegurar uma res-posta dirigida às necessidades dos

empregadores» e o «acesso à medida por parte dos trabalhadores vincu-lados através de contrato de traba-lho a termo, cujo prazo de duração termine entre 1 de setembro e 30 de novembro de 2013”. Através do Formação Algarve, os empresários dos diferentes setores económicos beneficiam de apoio financeiro caso renovem de contratos a termo, bem como acesso a formação profissional para os seus trabalhadores. A verba afeta a este programa é 2 milhões de euros para beneficiar entre 2 a 5 mil pessoas.

Formação Algarve surge “mais estruturado e com maior impacte regional”

ACRAL assume presidência da Globalgarve

Associação do Baixo Guadiana distinguida pela Responsabilidade SocialA Associação para a Defesa do Património de Mértola (ADPM) recebeu o «Prémio Maria José Nogueira Pinto» em Responsabili-dade Social. O Prémio Maria José Nogueira Pinto distinguiu, na sua primeira edição, o trabalho levado a cabo pela ADPM no âmbito do projeto Sobre Rod@s pelo seu impacto social na comunidade. O Projeto Sobre Rod@s, promo-vido pela ADPM desde 2011, foi reconhecido pelo Júri, entre as 75 entidades candidatas, por melhor responder ao conceito: “social-mente responsável na comunidade em que nos inserimos” avaliando a criatividade das ações e a sua importância na esfera social, bem como o contributo e impacto nas comunidades.

O projeto sobre Rod@s arrancou no terreno com o apoio da Funda-ção EDP e visa combater o isola-mento e solidão dos idosos expressa

A ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarveas-sumiu a presidência do Conselho de Administração da Globalgarve. Esta tomada de posse teve lugar nas instalações da Globalgarve em Faro no dia 8 de Julho e surge no

no concelho de Mértola. Pretende fomentar o envelhecimento ativo focado nos comportamentos sau-dáveis através da dinamização de ações de promoção de autoestima e bem-estar, enquanto proporciona um envolvimento comunitário res-ponsável pela sua própria qualidade de vida. Trata-se de um projeto de itinerância, onde são realizadas

visitas regulares às localidades do vasto concelho de Mértola e leva aos mais velhos o acesso à infor-mação. A intergeracionalidade e o estímulo ao bom funcionamento das redes de vizinhança são outros aspetos que têm vindo a contribuir para o sucesso deste projeto que une miúdos e graúdos nas localida-des mais isoladas deste território.

seguimento da eleição por unani-midade, dos novos Órgãos Sociais, em assembleia-geral realizada no passado dia 5 de Julho. A Global-garve é a Agência de Desenvolvi-mento Regional do Algarve que assume o papel do Agente dinami-

zador de projetos estratégicos para o desenvolvimento da região. Com o figurino legal de uma sociedade anónima, da sua estrutura acionista fazem parte diversos municípios e empresas de âmbito regional e nacional.

Mértola

Jorge Revez, presidente da ADPM, recebeu o prémio «Maria José Nogueira Pinto»

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CULTURA

O cubano Adrián Berazaín marcou presença neste certame

Cacela Velha viveu quatro «Noites

d’Encanto»

Encontro de Cultura Cubana ganha projeção ibérica

Decorreu entre 18 e 21 de Julgo a primeira edição do evento das «Noites d’Encanto».Em Cacela Velha perante um cenário inconfundível onde a ria Formosa tem um lugar

primordial, houve revisitação a outros tempos em que os árabes construíam em terras daqui os seus hábitos e costumes. Uma cultura que ficou impregnada nos genes, mas também em toda a energia que se vive quando um evento deste s acontece em Cacela Velha. Tempos em que a população moura tinha um importante peso no sul do território, cujas marcas continuam a refletir-se nos hábitos, nos costumes e nas paisagens.

A adesão ao evento foi massiva, desde logo n primeiro dia e ao longo das quatro noites. O Oriente refletiu-se nos múltiplos recantos de Cacela Velha, com coloridos mercados (souk), animação de rua, exposições e concertos diários, recriando desta forma a tolerância e a convivialidade que distinguiram a história do antigo al-Andalus.

Cerca de 60 artesãos de diferentes países (Portugal, Marrocos, Tunísia, Argélia, Egito, Paquistão, Espanha) deram vida ao mercado, trazendo produtos tão diversos como tape-tes, lâmpadas, acessórios de decoração, chás e especiarias, trabalhando ainda ao vivo as artes que herdaram do legado islâmico.

Nas «Noites d’Encanto», a gastronomia teve um espaço de relevo com alguns clássicos da cozinha marroquina, tais como couscous, tajines e espetadas de carne. A organização pensou no evento ao pormenor e reservou espaço para o tão afamado kebab ou para degustar um chá acompanhado por doces árabes.

Diariamente, entre as 18h30 e as 19h00, os finais de tarde houve conversa sobre temas tão diferentes como «A poesia no Gharb al-Andaluz», os «Jogos e a convivialidade no al-Andaluz» ou o «Algarve Medieval».Estas tertúlias tiveram como cenário uma tenda berbere situada no centro da aldeia de Cacela Velha, junto à nora.

Paralelamente, houve workshops de dança oriental, sessões de dança do ventre e uma mostra sobre as cerâmicas islâmicas de Cacela. Diariamente, o músico sírio Salah

Sabbagh apresentará uma exposição comentada com os principais instrumentos da música árabe.

Ao final da tarde, houve ainda passeios de burro, numa alusão à sua importância para o transporte das mercadorias que chegavam em barcos vindos do Levante.

O roteiro musical incluiu espetáculos de música do Magrebe e Médio Oriente com os grupos «Beth Nahrin» e «Ibn Misjan», formados por músicos que interpretam com esmero a rica tradição do Oriente muçulmano.

Os concertos tiveram lugar no espaço do antigo cemitério de Cacela e propuseram uma aproximação à arte sonora que durante séculos inundou bazares, medinas e palácios do Oriente e al-Andaluz.

As Noites d’Encanto foram uma organização conjunta da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António / CIIPC, da Ibérica – eventos e espetáculos e da Associação de Defesa do Património de Cacela (Adrip).

Cacela de encantos

O Mediterrâneo e os territórios que em torno dele se organizam sempre tiveram a capacidade de atrair gentes de diferentes culturas e credos e a localização geográfica do Algarve – o antigo Gharb – sempre facilitou, desde a antiguidade, as trocas culturais e comerciais. Cacela, importante núcleo urbano durante este período, foi um relevante ancoradouro integrado nesta densa rede de ligações, cujos barcos que ali aportavam, vindos do Levante, traziam novas modas, produtos e costumes. Após a reconquista, ocorrida no século XIII, a essência da presença da população moura no sul do território continuou a refletir-se nos hábitos, costumes e paisagens, sendo ainda hoje possível observar marcas dessa época de esplendor.

O Encontro de Cultura Cubana está de regresso a Vila Real de Santo António, desde o passado dia 24 de julho e até 7 de agosto, com um programa diversificado onde se incluem concertos, exposições, conferências, debates e projeções de filmes e documentários.

Nesta, que é a sua sexta edição, a iniciativa ultrapassa as fronteiras de VRSA e estende-se às localidades vizinhas de Castro Marim e Ayamonte integrando, desta forma, a programação da Eurocidade do Guadiana, uma estrutura de cooperação transfronteiriça constituída pelos três municípios.

Durante duas semanas, os municípios da Eurocidade apresentam um cartaz cultural que visa estreitar os laços entre Portugal e a República de Cuba, o que, aliás, já vem sendo desenvolvido, há alguns anos, através do protocolo de geminação estabe-lecido entre VRSA e a cidade de Playa (2006) e de outros acordos de cooperação com os serviços de saúde de Cuba.

A iniciativa dá também seguimento aos múltiplos acordos estabelecidos com Cuba em diversas áreas, nomeadamente na educação, desporto, saúde (medicina desportiva), desenvolvimento comunitário e reabilitação urbana.

No dia 2 de agosto, os temas da saúde voltam a estar em destaque na rádio Eurocidade, numa emissão transmitida a partir de Ayamonte, às 12h00. À tarde, pelas 18h00, a Igreja do Castelo de Castro Marim abre portas para receber a exposição coletiva de Roberto Chile, Alex Castro e Pincho.

No dia 5 de agosto, a programação centra-se em Ayamonte, com a inauguração da exposição de fotografia de Sanchez Serrano, e será acompanhada por música cubana.

O programa encerra no dia 7 de agosto com um concerto de Adrián Berazaín, na localidade de Altura (Castro Marim), a partir das 22h00.

O Encontro de Cultura Cubana é uma organização conjunta dos municípios de Ayamonte, Castro Marim e Vila Real de Santo António e da Sociedad Cultural José Martí.

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CM VRSA

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de VRSA, Ayamonte e Castro Marim. Além da divulgação da agenda cultural da «Eurocidade do Guadiana», a progra-mação reservará tempo de antena para a informação, a entrevista e o debate.

Na área do emprego, foi formalizada a disponibilidade dos três municípios para concorrer conjuntamente aos fundos comunitários no período 2014-2020, criando desta forma condições mais favoráveis para aceder às linhas de cré-dito que vierem a ser disponibilizadas para o combate ao desemprego e para a promoção do investimento.

No caso da mobilidade, está em curso a criação de uma rede de transportes públicos entre os três municípios, bem como a adaptação dos horários das carreiras fluviais aos fluxos de passa-geiros.

Entre outras medidas, prevê-se a formalização da Eurocidade como Agrupamento Europeu de Cooperação Transfronteiriça, de forma a conferir-lhe personalidade jurídica, bem como a sua inclusão na Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças.

Na mesma linha, será lançado, a médio prazo, o Cartão do Eurocidadão. O documento proporcionará vantagens aos habitan-tes que residam em permanência no território da Eurocidade e uniformizará o acesso às piscinas, espetáculos, equipamentos e outras infraestruturas dos três municípios.

CULTURA

Novo guia em papel promete uma viagem pela história medieval. Este elemento em papel,num uso isento de plataformas tecnológicas , promove passeios dialogantes em família

Autarcas de Portugal e Espanha apresentaram programação e anunciaram novidades da eurocidade

Novos guias criam Rota Medieval no Algarve

«Eurocidade do Guadiana» inicia programação cultural e põe em marcha duas dezenas de projetos

Os Guias (Re)Descobrir: Algarve Medieval /Guia de Castro Marim é um projeto da autoria da historiadora de arte Rita Manteigas e do designer gráfico Rui Gonçalves, da empresa de design «Nerve», que tem por finalidade propiciar ao visitante e ao habitante do Algarve e não só descobrir ou redescobrir o património cultural da região numa nova perspetiva.

A Idade Média foi o período escolhido para desenvolver este trabalho de investigação histórica. A partir de doze itinerários por cidades, vilas e locais o¬nde existem fortes marcas do Islão e da Reconquista Cristão que se seguiu, poderão ser observados vestígios de muralhas e respetivas portas, de bairros e arrabaldes, de templos e de hortas. Recorde-se que estes vestígios deram origem a vários locais que conhecemos no quotidiano ou sobre ao quais ouvimos falar, muitos deles com usos distintos mas outros com usos semelhantes há séculos.

Algarve Medieval /Guia de Castro Marim é o primeiro editado pela Câmara Municipal, de um conjunto de doze itinerários de vários locais do Algarve a publicar. Segundo os seus autores, este Guia cruza os conteúdos atualizados das ciências históricas, principalmente da História da Arte e do Urbanismo, traduzidos numa linguagem acessível ao grande público. O lançamento deste guia teve lugar a 19 de Julho na igreja do castelo de Castro Marim. No dia do lançamento do Guia foi igualmente inaugurada a exposição «Castro Marim na Rota do Algarve Medieval» dedicada à época medieval em Castro Marim e que estará patente ao público na Igreja do Castelo até 31 de agosto.

Delegação regional apoia projeto

Para a delegada regional da cultura do Algarve presente na cerimónia “este é um projeto inovador porque reúne toda a família à volta da descoberta da história ao mesmo tempo que promove um turismo diferenciado, baseado na cultura e no conhecimento capaz de combater a sazonalidade”. Dália Paula falou ao JBG no final da apresentação do guia e dava nota que a delegação de cultura está apostada em apoiar este e outros projetos que inovem em prol da cultura.

Dupla “muito satisfeita”

A dupla de autores estava no dia de apresentação visivelmente satisfeita com o projeto. “Acredi-tamos que este é um novo passo para promover a cultura no Algarve e também para nós consituiu um desafio”. Rui Gonçalves e Rita Manteigas avançaram-nos que o próximo guia a surgir será o de Tavira e estão em conversações com restantes municípios para um projeto que aposta muito no merchandize cultural. Um cavaleiro a percorrer o Algarve conquistando castelos, enfrentando Homens, animais e seres fantásticos que julgava existir… marca a imagem de marca deste projeto que segue agora com diversas apresentações pelo Algarve. O pack cultural pode ser adquirido em diversas unidades hoteleiras, lojas de entidades municipais e outros espaços de acesso público pelo preço de 20 euros. Está também a ser produzida gama de vestuário para crianças, nomeadamente t-shirts. A rota medieval do Algarve é constituída pelos seguintes locais: Aljezur, Lagos e Guadalupe, Alvor e Portimão, Silves, Albufeira e Paderne, Loulé, Faro, Tavira, Cacela Velha, Castro Marim e Alcoutim.

Concertos, encontros culturais, seminários, exposições e provas desportivas são apenas alguns dos muitos eventos programados, pelos três municípios transfronteiriços, para os meses de Verão.

A apresentação das atividades teve lugar na Câmara Municipal de VRSA em Julho e, para além do edil anfi-trião, contou com a presença dos autarcas de Castro Marim e de Ayamonte.

Castro Marim vai ser palco de uma das manifesta-ções que fortemente vai aludir aos produtos autênticos do território. Trata-se de um mercado de gastronomia gourmet em que os produtos artesanais do Alentejo, Algarve e Andaluzia estarão em destaque. O evento terá lugar na localidade de Altura a 30 e 31 de Agosto e 1 de Setembro e contará com a participação de cerca de 20 produtores locais que vão confeccionar produtos e convidar a degustar. O certame será protagonizado por produtores e pequenos empresários. O objetivo do projeto é apoiar os pequenos negócios em família e promover o turismo sustentável, bem como promover a gastronomia desta euroregião.

Para além da cultura... Além da vertente cultural, foram definidas as ações

prioritárias a desenvolver ao nível da informação, mobi-lidade, saúde, educação, turismo e emprego. Um desses projetos será o lançamento da Rádio e da TV Eurocidade, que teve lugar a 26 de julho, um espaço inteiramente dedicado à divulgação das atividades dos municípios

Castro Marim é o primeiro concelho do Algarve a apostar neste novo produto de descoberta da História do Algarve. O pack contempla um guia em papel, uma t-shirt e um pin. Um modelo que conjuga a informação científica e o design apelativo ao merchandize cultural.

Designer Rui Gonçalves e historiadora de Arte Rita Manteigas apostamno património medieval num projeto novo na região DR

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CULTURA

João Frizza Convida…Esménia e Indalécia (!)

Entrega de Prémios «Dias Medievais»

Depois de Vanda Stuart, Vanessa e FF João Frizza convida as duas “mulheres da luta que vão candida-tar-se em uníssono à câmara municipal de Vila Real de Santo António”.

É assim que se apresentam estas duas senhoras que têm mensalmente um programa na «Guadiana FM», a rádio local de Vila Real de Santo António. Agora para além de políticas têm ambições no campo artístico e sobem ao palco a convite de João Frizza.

Um concerto que promete muita risota e que vai ter lugar a 11 de Agosto pelas 22 horas no Centro Cul-tural António Aleixo. Informações /Reservas pelo 281510045 ou por [email protected]

No passado dia 19 de julho foram entre-gues os prémios da edição de 2012 dos «Dias Medievais de Castro Marim».

No que diz respeito aos Pendões a 3.ª classificação foi para Maria Isabel Aquilino, 2.ª classificação para Junta de Freguesia de Castro Marim e 1.º classifi-cação para Lazarina Apolónia.

Quanto aos estabelecimentos aderen-tes em 3.º lugar ficou o restaurante «2 irmãos» (400 euros), em 2.º lugar «Tasca Medieval» 1400 euros) e em 1.º lugar «Minimercado Rita Pena/Loja Fresca» (1250 euros).

A organização deste concurso é do Centro de Cultura e Desporto do pessoal da câmara municipal de Alcoutim.

Espetáculo promete muita risota

«Minimercado Rita Pena» ficou em 1.º na categoria espaços comerciais e nos pendões Aquilina Apolónia ganhou 1.º prémio

POR CÁ ACONTECE A G E N D A16, 17 e 18 de agostoFesta Tradicional de Giões Local: GiõesHora: a definir

22 de agostoNoite de FadosLocal: Giões Hora: 22h00

24 de agostoFesta da Espuma Local: Alcoutim (Cais da Vila)

23 e 24 de agostoFesta Tradicional de Vaqueiros Local: Vaqueiros (Largo da Igreja) Hora: 21h00

30, 31 agosto e 01 de setembroFesta Tradicional de Martim Longo Local: Martim Longo (Largo da Igreja) Hora: 22H00

De 05 a 30 de agosto Exposição de pintura de Dominique ChaummelleLocal: Casa dos Condes (Alcoutim) Hora: de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 18h00

De 16 a 25 de agosto Exposição “A Pesca no Guadiana”Local: Praia Fluvial do Pego Fundo de Alcoutim Hora: Entre as 10h00 e as 18h00

Castro Marim

Apresentação do livro “Um Amigo Para O Inverno”, do escritor e romancista José Carlos Barros1 DE AGOSTO – 18h00Biblioteca Municipal de Castro Marim Concerto de música clássica Orquestra Giovani Musicisti Ossolani3 DE AGOSTO – 21h30Revelim de Santo António (entrada livre) FESTA DO EMIGRANTE2, 3 e 4 DE AGOSTO – Monte Francisco

12ª Prova de Natação de Mar “Vila de Castro Marim”11 de agosto, na Praia da Alagoa/Altura11.30 horas DIAS MEDIEVAIS EM CASTRO MARIM – 22, 23, 24 E 25 DE AGOSTO

NOITES JOVENS9 de Agosto – DJ Edi Ferrer e DJ , Revelim de Santo António (integrada na programação da Eurocidade do Guadiana)16 de Agosto – Christian F – Praia de Alagoa Altura(entrada livre) FESTAS EM HONRA DE NOSSA SENHORA DOS MÁRTIRES14, 15 e 16 de Agosto – Castro Marim14 – Animação Musical (parque de estacionamento da vila)15 – Cerimónias solenes e religiosas,Missa Solene (10h30), Procissão em Honra de Nossa senhora dos Mártires (20h00),Concerto com MARCO PAULO (22h00)16 – Concerto da Orquestra do Algarve – Revelim de Santo AntónioNoite Jovem (Praia de Alagoa-Altura) ENCONTRO DE CULTURA CUBANA Até 7 de Agosto (Castro Marim, VRSA e Ayamonte)

Animação de verão em AlturaZona de Lazer junto à Av. 24 de Junho – 22h0031 de Julho - Noite de Folclore e Etnografia com o Rancho Folclórico do Azinhal e Rancho Folclórico de Moncarapacho07 de Agosto - Noite de Cultura Cubana com o cantor/trovador Adrian Berazian Azay (programa Eurocidade do Guadiana 2013)14 de Agosto - Noite de Pop-Rock com os “The Bottles”21 de Agosto - Baile com José Aníbal28 de Agosto - Banda Musical Castromarinense04 de Setembro - Noite de Pop-Rock com os Grab It FESTAS EM HONRA DE NOSSA SENHORA DA VISITAÇÃO31 de Agosto – Odeleite

VRSA

Exposição - «Fotografia de Natureza»Data: 2 a 30 de agostoHorário: segunda a sexta-feira 9h15 > 15h00Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA

Lançamento do livro «Os bombeiros na filatelia por-tuguesa» de Francisco Matoso GalveiasData: 9 de agostoHora: 18h00Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA

Oficina de ilustração (para crianças e jovens)Associada à Exposição “Bichos. Quem nos observa da paisagem?”Ilustrações de Marta SantosData: 30 de agostoHorário: 9h30 > 12h30 | 3,5€ p/ participanteLocal: Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela | Antiga Escola Primária de Santa Rita

Esculturas de Fernando ColaçoData: 2 a 30 de agostoHorário: segunda a sexta-feira 9h30 > 14h30Local: Arquivo Municipal de Vila Real de Santo Antó-nio| VRSA

Mercado Stock OutData: de 1 de agosto a 8 de setembroHorário: 20h00 > 24h00Local: frente ao Casino de Monte Gordo | Monte Gordo

GALA FINAL DO WORkSHOP DE DANÇA DO ATL «A IDADE DE OURO»Data: 4 de agostoHora: 22h00Local: Praça Marquês de Pombal| VRSA

FESTAS EM HONRA DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃOData: 14 e 15 de agostoDia 14 | Atuação de Jorge GuerreiroDia 15 | Atuação do grupo «Almas Gémeas»Local: Cacela Velha

FESTAS DO SÃO JOÃO DA DEGOLA- BANHO SANTODe 28 A 31Local: junto ao Centro de Artes| Manta Rota

NOITES DE LUA CHEIA – MARCHA PASSEIO Data: 21 de agostoPERCURSO BTTData: 23 de agosto 21h30, Local: Av. da República – Junto à Marina

Alcoutim

04 de agostoFeira Anual de Giões Local: GiõesHora: 10h00

De 05 a 11 de agostoFeira do Livro Local: Praia Fluvial do Pego Fundo de Alcoutim (Atividade Bandeira Azul)Hora: Entre as 10h00 e as 18h00

17 de agosto Feira de VerãoLocal: Martim Longo Hora: 10h00

25 de agosto Mercado do Pereiro Local: Pereiro (Feira Nova)Hora: 09h00

Mês de agostoO Cinema à Minha Porta Local: Várias povoações do concelho de AlcoutimHora: 21h00

03 de agostoBaile de acordeãoLocal: Balurcos de Baixo Hora: 21h00

03 de agostoFesta de Santa Marta Local: Santa Marta Hora: 20h00

08 de agostoII Encontro de Grupos Corais de Cante Alentejano Local: GiõesHora: 22h30

10 de agostoFesta de verão dos FarelosLocal: FarelosHora: 21h00

15 de agostoProcissão Fluvial de Nossa Senhora do CarmoLocal: Alcoutim Hora: 19h00

15 de agostoFestival de AcordeãoLocal: GiõesHora: 21h30

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CULTURA

«Núcleo Museológico Dr. João Dias» já avançou

Mário Zambujal recebido no Museu do Rio com casa cheia

Festival de Folclore do Azinhal

O Museu do Rio, em Guerreiros do Rio, foi, no passado dia 6 de julho, palco de um encontro com o escritor e jornalista Mário Zambujal. A iniciativa foi desenvolvida pelo grupo de «Amigos Pró-futuro de Alcoutim» e contou com casa cheia. O encontro centrou-se na análise de Adriana Nogueira, docente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, à obra de Mário Zambujal escritor, já com seis livros edita-dos, destacando-se o seu primeiro, adaptado posterior-mente ao cinema, teatro e musical, «Crónica dos Bons Malandros». Na sessão tomaram a palavra para falar-sobre o homenageado, o escritor José Carlos Barros e também escritor e jornalista, Carlos Brito. O grupo «Amigos Pró-futuro de Alcoutim», de onde se destacam personalidades como Teresa Rita Lopes, Carlos Brito e o próprio Mário Zambujal, realça a importância da iniciativa que, a par de outras já desenvolvidas, “têm contribuído para promover o concelho de Alcoutim”.

No dia 20 de Julho, a Casa do Povo do Azinhal realizou, em parceria com o Rancho Folclórico do Azinhal, a XIX edição do Festival de Folclore do Azinhal que teve lugar no Centro Multiusos daquela freguesia do nordeste Algarvio. Ao longo de várias horas atuaram os ranchos convidados para o festival: o Rancho Folclórico de Nossa Senhora da Alegria de Castelo de Vide, o Rancho Folclórico Lordelo do Ouro do Porto, o Rancho Folclórico Vendedeiras Saloias de Sintra e o Grupo de Cante Alentejano “Os Ganhões” de Castro Verde, que mostraram as danças, cantares e instrumentos musicais, os trajes e adereços, assim como os usos, costumes e tradições características das suas regiões. A abertura desta manifestação de arte tradicional popular esteve a cargo do Rancho Folclórico do Azinhal. O XIX Festival de Folclore do Azinhal teve a organização da Casa do Povo do Azinhal e do Rancho Folclórico do Azinhal e contou com os apoios da Câmara Municipal de Castro Marim e da Junta de Freguesia local.

Já começaram as obras do núcleo museológico Dr. João Dias, resultado de um protocolo celebrado entre a autarquia de Alcoutim e a família de João Francisco Dias, médico benemérito considerado alcoutenejo. Mediante este protocolo, a família do Dr. João Dias comprometeu-se a proceder à doação do espólio do bem feitor e a autarquia alcouteneja a honrar o nome e os feitos do médico e cirurgião, promovendo a criação do núcleo museo-lógico em causa.O médico João Dias nasceu na Tenência, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, mas veio fixar-se em Alcoutim e aqui exercer a sua profissão, depois de se licenciar em Coimbra, no ano de 1927. Faleceu em 1955, com apenas 57 anos, mas a sua memória perpetua-se até aos dias de hoje, como bom médico e cirur-gião extraordinário. Gente de terras bem distantes vinha a Alcoutim em busca deste afamado doutor.Depois da sua morte, a população de Alcoutim homenageou-o mandando erguer um busto à entrada da vila, mas agora a autar-quia alcouteneja acredita que o núcleo museológico vai fazer mais para avivar a memória do reconhecido médico. O núcleo vai ser instalado nas antigas dependências do Hospital da Misericórdia e, segundo a Dr.ª Victoria Cassinello, nora do falecido Dr. João Dias, vai contar com a biblioteca privada do médico, material do consultório, instrumentos de medicina e material cirúrgico, objetos pessoais, algumas fotografias e jornais da época com referências à sua figura benemérita.A obra custa à Câmara Municipal de Alcoutim cerca de 74.000,00 euros e deverá ficar concluída em outubro.

Obra de núcleo museológico deverá estar concluída em Outubro próximo

Iniciativa foi do grupo Pró Futuro de Alcoutim

Casa do Povo do Azinhal organizou mais um festival de folclore

Os 730 anos do Foral de Cacela

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* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Assinalou-se, no passado mês de Julho de 2013, uma data da maior importância para a História de Cacela: os 730 anos da carta de foral de 1283. Com efeito, foi em 17 de Julho de 1283 que o rei D. Dinis outorgou o dito foral, quarenta e três anos depois de D. Sancho II ter doado o castelo de Cacela à Ordem de Santiago, em 2 de Maio de 1240, e trinta e sete anos depois do Papa Inocêncio IV ter confirmado a mesma doação, em 15 de Setembro de 1246. Alguns anos depois, em 1255, doou D. Afonso III o castelo de Cacela à mesma Ordem de Santiago, acabando esta por renunciar a favor da Coroa em 1272. Deste modo, a carta de foral de 1283, não se referia a uma nova urbe, mas sim a uma povoação que remontava – pelo menos - ao domínio islâmico no al-Andaluz.

Mas perguntemo-nos: afinal o que é um foral e qual a sua utilidade? Os forais eram documentos atribuídos pelos monarcas, onde estavam determinados os direitos, deveres e obrigações dos moradores de um Concelho. Por outras palavras, o foral de Cacela de 1283 é um documento onde estão estabelecidas as liberdades, garan-tias, imunidades, coimas e impostos, ou seja: as normas gerais do direito público pelas quais os moradores do Concelho de Cacela se deviam reger.

Ainda que alguma da legislação presente neste foral de Cacela se revista de algumas particularidades curiosas – e por vezes potencialmente absurdas - devemos ter em consideração em que conjuntura histó-rica foi produzida: um remoto século XIII; um século dominado por um profundo pensamento medieval. Ora vejamos: “por homicídio e por estupro feito publicamente pague 500 soldos”. Quer isto dizer que, ao abrigo do respectivo foral, os homicídios e violações praticados em privado não eram sancionáveis?! Pelo crime de pôr “merda em boca” – prática de veemente ofensa característica da Idade Média – a coima consistia no pagamento de 60 soldos. Os mesmos 60 soldos eram pagos por quem matasse alguém fora do couto ou por quem desembainhasse armas e as tirasse de casa por fúria. Quer isto dizer que o acto de desembainhar uma arma era tão grave como matar uma pessoa dentro do burgo (não deixa de ser curioso o pouco valor que se atribuía à vida humana).

Naturalmente que se torna impossível referir aqui todas as curiosidades presen-tes nesta carta de foral. Neste sentido, aconselha-se vivamente a sua leitura, não somente pelo divertimento que esta implica, como também por se tratar de um importantíssimo testemunho para a nossa compreensão da vida em Cacela nesse lon-gínquo século XIII. Para os interessados, a carta de foral de 1283 encontra-se publi-cada em «A Vila de Cacela-a-Velha – Anto-logia de Fontes Históricas», da autoria do Prof. Hugo Cavaco.

Fernando PessanhaFormador de História do Algarve

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2013

OPINIÃO

Ex.mo Sr. Diretor do Jornal do Baixo GuadianaCarlos Luís Figueira,

Venho por este meio, na qualidade de visado, e ao abrigo do direito de res-posta, solicitar a V. Ex. a rectificação de uma noticia publicada na edição de Julho nº 158, pagina 12 no jornal Baixo Guadiana na noticia (Fregue-sia de Altura Homenageou Prof. Luís Amaro).

Nesta noticia declara a Presidente da Junta de Freguesia de Altura que a ausência da fotografia de um Presi-dente se deve a este não ter concordado em que a foto do homenageado fosse destacada em relação à dos outros Pre-sidentes. Na verdade o que se passou foi que a Sra. Presidente da Junta de

Freguesia de Altura me informou que iria inaugurar uma galeria de ex Presidentes de Junta e que desta forma iria necessitar de uma fotografia minha para colocar lá. Qual não é a minha admiração quando sou informado, não pela Sra. Presidente como seria de esperar e que ao omitir essa informação já dava mostras que a sua atitude escondia alguma coisa menos clara, mas que a dita Galeria já não era dos ex Presidentes mas sim Galeria Prof. Amaro. Desta forma não fazia sentido estar exposta a minha fotografia numa Galeria que era dedicada a uma deter-minada pessoa, a qual com todo o mere-cimento.

Fernando da Conceição Vaz(ex Presidente da Junta de

Freguesia de Altura)

DIREITO DE RESPOSTA

Há alguns anos atrás, recordo-me de ter lido, os resultados dum son-dagem, onde se pretendia identificar por amostragem, as maiores preocu-pações, da população residente numa determinada zona do país. A região selecionada para o estudo em causa, situava-se no interior Norte do país e caraterizava-se, pela interioridade, pelo abandono, pela desertificação e pelo subdesenvolvimento.

O curioso dos resultados, são a sua transponibilidade no espaço e no tempo. No tempo, porque decor-ridos vários anos, as preocupações de hoje, são basicamente as mesmas. No espaço, porque as particularidades que caracterizavam a zona em estudo, são análogas aquelas que identifica-ríamos ao longo do baixo Guadiana (garantidamente na margem direita, presumo que na esquerda o cenário seja semelhante).

E que preocupações eram essas? Cuidados de Saúde e Condições de Habitabilidade; ou seja preocupa-ções centradas em dois eixos, Saúde e Habitação, típicas dum segmento de população mais envelhecido. O grande anátema, a grande maldição dos nossos tempos, o “Desemprego” não surgia, mas sou levado a concluir, que não era expectável, que num extrato da população tão envelhe-cido, se revelasse e se evidenciasse essa preocupação.

O segundo vértice: Abraham Maslow foi um conceituado psicó-logo do seculo XX, que propôs uma divisão hierárquica de necessidades, em que, as de nível mais baixo deviam ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto e assim sucessiva-mente. As necessidades eram dividi-das em cinco grupos, Fisiológicas, de Segurança, Sociais, de Estima e de Autorrealização.

Atentemos no segundo nível de

Em Janeiro de 2013 foi assinado, entre Vila Real de Santo António e Ayamonte, o protocolo de coope-ração que deu origem à criação da “Eurocidade do Guadiana”, à qual se juntou em Maio o Município de Castro Marim. Este projeto vai além da cooperação institucional e pre-tende o fortalecimento das ligações já existentes ao longo de mais de dois séculos, exemplificando um modelo de segunda geração e promovendo a convergência em várias áreas, entre elas a cultural.

Os municípios signatários têm uma ótima relação de proximidade, cultural, social e económica, mas a situação financeira de ambos os

necessidades: necessidades de segu-rança, que vão da simples necessi-dade de sentir-se seguro dentro de uma casa, ou na rua, a formas mais elaboradas de segurança, como ter um emprego estável, ou um plano de saúde. Note-se a clara convergência entre as conclusões obtidas duma forma empírica, experimental e as presumidas duma forma mais racio-nal, mais dedutiva. Desta compara-ção conclui-se que há um consenso, na identificação daquilo que são as grandes aspirações e expetativas das populações. Saúde e Habitação.

Para terminar e a concluir a trilogia, aproximam-se eleições autárquicas e um novo ator “emerge” e ganhará cada vez mais protagonismo: O marketing politico, na sua componente eleitoral. E os candidatos que melhor conse-guirem compaginar os seus projetos políticos, os seus manifestos eleitorais, as preocupações e aspirações dos seus eleitores, com as teses, com logica e com os axiomas do marketing Politico, nomeadamente do marketing eleitoral (teses essas que por uma multiplici-dade de razões, algumas mais obvias que outra, não referirei neste fórum) contarão com um ativo extra e com uma franca vantagem competitiva, no combate politico.

E aqui fechamos a trilogia, no sentido em que conseguimos estabe-lecer uma relação estreita, entre as preocupações da pessoas, a proposta de Maslow e o papel do marketing politico.

No fundo e extrapolando esta lógica, para uma outra dimensão, há até uma dupla trilogia, porque con-vergem três grandes doutrinas da cultura e do pensamento ocidental: Racionalismo, Empirismo e Filosofia Politica.

Vítor Barros

países não permitirá, nos próximos tempos, grandes investimentos, sendo a constituição desta “Eurocidade” uma oportunidade para a partilha de recursos, sobretudo na área cultural, promovendo assim a sua economia turística e comercial.

A “Eurocidade do Guadiana” deverá no âmbito do seu acordo de coope-ração, (que destaca a valorização do património natural e cultural e a pro-moção de ações culturais conjuntas), estimular a criação de roteiros, dina-mizando assim a atividade artística e a valorização do património cultu-ral. Para isto acontecer é necessário a criação de uma “Carta Cultural do Guadiana” que sirva de ferramenta de estudo, análise e investigação. Com a elaboração deste documento, poder-se-á fazer um diagnóstico correto das necessidades e as falhas existentes a nível institucional e dos recursos. Este documento deve ser mobilizador da sociedade civil, das entidades oficiais e dos agentes culturais dos dois lados da fronteira.

Esta Carta deve promover estraté-gias e criar medidas que promovam

o bem comum das comunidades e do desenvolvimento regional, rentabili-zando espaços e equipamentos cul-turais e criando programas culturais sustentáveis. Deve também, direcio-nar os investimentos de forma a renta-bilizar os escassos recursos existentes. Este documento será uma importante ferramenta de coesão social, de cria-ção de riqueza e de valorização das sociedades abrangidas.

A “Eurocidade do Guadiana” poderá ser um destino turístico cultural com potencial, e a criação de projetos através da cooperação, ao abrigo do acordo assinado, pode trazer uma série de oportunidades para a cultura, sendo a criação de uma “Carta Cultural do Guadiana” a ferramenta para o sucesso e para o grande desenvolvimento cul-tural associado ao desenvolvimento económico e social dos Municípios de Ayamonte, Vila Real de Santo António e Castro Marim.

Miguel Peres dos Santos Gestor Cultural / [email protected]

Autárquicas, Maslow e necessidades básicas: Uma trilogia improvável?

A «Eurocidade do Guadiana» e as oportunidades para a cultura

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dezassete de Julho de dois mil e treze foi lavrada neste Cartório, de folhas sessenta e sete a folhas sessenta e oito verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e quatro - A, uma escritura de justificação, na qual compareceu:Manuel Alexandre Rodrigues, solteiro, maior, natural da freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim, onde reside, em Sentinela, contribuinte fiscal número 158 470 354.Que declarara ser dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito no Cerro do Santo Dias, na freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim, composto por amendoeiras, cultura arvense e alfarrobeiras, com a área total de dois mil oitocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte, Nascente e Poente com caminho, e a Sul com José Gomes Madeira, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 19, da secção M, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de cento e quarenta euros e quarenta e cinco cêntimos, igual ao atribuído.Que o referido prédio entrou na posse do primeiro outorgante, por compra verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e um, feita a Manuel António Rodrigues e Rosália Gonçalves, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral, e residentes que foram em Sentinela, na freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado o justificante na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, colhendo seus frutos, arando suas terras, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que o justificante adquiriu o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 17 de Julho de 2013.

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de

28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 56/07 Factura n.º 3649

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Agosto 2013

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2013 | 23

COLABORADORES

O AVÔ

Já nem sabe a sua idade;os cabelos branquearam

e agora, morre de saudade,dos tempos que não voltaram.

Leva consigo um netinho,a custo sobe a calçada,

mas segura-o com carinho,com a sua mão calejada.

As fortes rajadas de ventoque varrem o empedrado,

travam-lhe o seu passo lento,ao peso dos anos vergado.

Caminha devagarinho,depressa, não pode andar,

na lonjura do caminhoas forças deixou ficar.

Já as não tem, que protejama lentidão das passadas,a cada passo fraquejamas suas pernas cansadas.

Que foram determinantes,desbravando vida fora,

em passos firmes, constantes,os rudes carreiros de outrora.

Nos atalhos que trilharam,em tantas léguas galgadas,profundas marcas deixaram

O Pai Falando ao Filho

No jogo tudo perdesteAinda não te arrependeste

Continuas a jogarSei que não vês o perigoNão ouves o que te digoMuito me fazes pensar

Ganhaste tudo de repenteO que eu ganhei lentamente

E que ainda podia terJá não tenho nada de meu

Agora que farei euNeste pesado sofrer

Pensa bem o que fizesteTudo de mim escondeste

Sem haver o menor respeitoNem sequer posso pensarQuando se chega a gastar

Sem tirar qualquer proveito

Avançando na idadeRecordo a minha mocidade

Tão duramente a viviFui um homem lutadorNão me deste esse valor

Esperava mais de ti.

Henrique Roberto

Sorriso de Amor

O Passado é muito lembradoDevemos cuidar da linda natureza

Por vezes ver árvores a passarMas devemos manter essas belezas

Se pensares bem na vidaPorta-te no teu lugar em bemPois nesta vida amargurada

Devemos sempre amar alguém

Desilusões nesta vida querida Tenho umas imagens assim

O meu corpo não vai suportandoPara certo dia ter o meu fim

Por vezes transparece ver o céuMas traz-me beleza no olhar

A minha pureza na almaCom grande luz a pensar

Mostrar feliz com grande seduçãoMas quantas vezes com tristeza

No sentido revelar muitos segredosMas menos assim fico com satisfação.

António Victor Severo Martins

as suas botas cardadas.

À terra sementes lançou,em dias infindos, distantes,

e a pesada enxada empunhou,com os seus braços possantes.

Nos invernos lamacentos,até ao osso encharcado,

desafia a fúria dos ventos,à rabiça do arado.

A foice puxa, é ceifeiro,e, pelo seu rosto tisnado,

sob o sol que é um braseiro,escorre o suor salgado.

Nas bestas põe as cangalhase leva a seara à eira;

ao vento atira as palhase junta o grão de sua jeira.

De peito exposto à metralha,este corajoso avô,

nunca temeu a mortalhae no campo da honra lutou.

Com grande tenacidade,de cabeça bem erguida,bateu-se pela verdade,na batalha desta vida.

No turbilhão da indiferençaque move o mundo arrogante,

lá esteve, marcou presença,junto do seu semelhante.

Depois de árvores plantar,filhos ao mundo legou,

e livros fez publicar,eis em suma o que ficou.

Por terras distantes viveu,daquela que o viu nascer,

mas volta ao torrão que é seu,aqui quer vir a morrer.

Suas cinzas quer juntaràs cinzas dos entes seuse, sua terra-mãe honrar,com o seu último adeus.

À noite olha o firmamento,e a luz vinda desse altar,vem dar-lhe novo alento,vem seu estro iluminar.

Viveu intensamentea vida com muito amor,e aguarda serenamentea chamada do Senhor.

Para abraçar a felicidadena noite vestida de breu,

ao partir para a eternidade,abertas as portas do Céu.

Manuel Palma

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia dois de Julho de dois mil e treze, foi lavrada neste Cartório, de folhas quarenta e nove a folhas cinquenta verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e quatro - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: António Gertrudes Mestre Gonçalves e mulher, Arminda Maria Marques Gonçalves, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ela da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, onde residem, no lugar de Laborato, portadores, contribuintes fiscais números 164 362 495 e 140 694 234. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano destinado a habitação, sito em Laborato, na freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, composto por um edifício térreo com seis divisões, com a área total de quarenta e dois metros quadrados, a confrontar a Norte com António João, a Sul com Luís Castilho, a Nascente e a Poente com Via Pública, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 630, com o valor patrimonial tributável e atribuído de três mil trezentos e setenta euros. Que o referido prédio entrou na posse dos justificantes, já no estado de casados, por compra verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e nove, feita a Manuel Luís Castilho, solteiro, maior, residente que foi no já referido lugar de Laborato, na dita freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, já falecido. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, habitando nele, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 2 de Julho de 2013.

A Colaboradora,(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal

da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 5/07 Factura n.º 3616

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Agosto 2013

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2013

PATRIMÓNIO E PSICOLOGIA

Outrora, nem todas as famílias tinham possi-bilidades de possuir forno próprio, pelo que recorriam ao forno de familiares e amigos ou então ao “forno do monte”, de uso comuni-tário. Os fornos comunitários de cozer o pão empenhavam toda a população, que contri-buía desde logo para a sua construção. Uns forneciam os materiais e outros ajudavam com a mão-de-obra.

No Baixo Guadiana, os fornos apresen-tam uma planta quadrada ou redonda. Os exemplares que hoje encontramos podem ter cobertura em telha de canudo, cónica ou de duas águas. Outros possuem cúpula, cons-truída em argamassa de cal, com xisto, tijolo ou cacos de telha reaproveitados. Os mais antigos eram todos feitos de xisto, sendo os mais recentes completamente revestidos com

reboco de argamassa de cal e areia, caiados e com a porta destacada com uma cor diferente, disfarçando, deste modo, a sujidade provo-cada pelo fogo. No interior, a abóbada era feita em fiadas sucessivas de tijolo de burro e cacos de argila. Havia alguns com abóboda em xisto, mas a pedra demorava mais tempo a aquecer e estalava com o calor. O forno devia ser baixo, para consumir menos lenha e levar menos tempo para aquecer. Associado a este, surgia vulgarmente o poial, um pequeno murete que servia de apoio para a colocação dos utensílios usados na cozedura e na pre-paração do forno: a pá, o forcado, o rodo e o varredoiro.

O forno comunitário do monte era utilizado por todas as famílias. Chegavam a cozer várias fornadas de pão todos os dias, ao longo de

toda a semana. As mulheres, encarregadas desta tarefa, começavam a cozer antes do nascer do sol e terminavam já com o “sol-posto”. Enquanto aguardavam a sua vez, amassavam o pão, para que quando a outra terminasse, a massa levedada já estivesse pronta para cozer. Assim, o forno nem che-gava a arrefecer, e poupavam lenha. A pri-meira a cozer gastava mais lenha, enquanto a segunda, a terceira e assim sucessivamente, gastavam menos. O forno era vulgarmente abastecido pela “arreigota” (raiz) de esteva, por ser abundante na região e por consti-tuir um combustível duradouro e de fácil queima.

As vizinhas entendiam-se bem quanto à ordem de utilização do forno. Em muitos casos, utilizavam sinais para guardar a

sua vez. Nalguns lugares, utilizavam uma “manchinha” de lenha com uma “estelinha” de xisto em cima. Quando eram muitos a cozer, formavam-se longas fiadas com as “manchinhas” das famílias que aguardavam o seu turno. Se nesse dia não podiam cozer todos, a ordem dos sinais era respeitada para o dia seguinte. Quando algumas famílias se juntavam para cozer numa só fornada, faziam sinais para distinguir os pães. Umas faziam um pequeno furo, outras beliscavam a massa.

Com o passar dos anos, a melhoria das condições de vida permitiu que cada família pudesse ter forno de cozer próprio, o que motivou o desuso e consequente ruína da maioria dos fornos comunitários espalha-dos pelos povoados do Baixo Guadiana.

Os fornos comunitários nos montes do Baixo Guadiana

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

Pedro Pires Técnico de Património Cultural / Membro do CEPHA / UALg

“O único forno que havia era este, antigo. […] Era o forno do monte inteiro. Todas as mulheres faziam aqui, coziam num dia todas aqui neste forno.”

Serafim Rosa, Monte dos Fortes

Atualmente tem-se vindo a presenciar nas escolas, um aumento de problemas relacionados com a discriminação, a exclusão, o bullying e o preconceito entre os alunos. Estes problemas influen-ciam de forma decisiva e marcante a vida tanto académica como pessoal de quem os sofre. Muitas vezes deixam marcas na auto-estima, auto-confiança, sentimentos de vazio, solidão, deses-perança, fracasso, descida das notas e em alguns casos, abandono esco-lar. Torna-se, desta forma, necessário desenvolver nos alunos uma atitude de combate à exclusão, à discriminação, ao bullying e aos conflitos existentes na escola, estimulá-los a mudarem a dinâmica da escola, as suas atitudes perante os outros, mostrando quem são, por detrás dos rótulos e estereóti-pos e estando disponíveis para conhecer melhor os outros, falando sobre muitos dos assuntos que tornam o dia-a-dia na escola um problema e arranjando alternativas para a resolução desses problemas. Assim, é preciso ajudar os alunos a entender sinais de si próprios,

os sentimentos dos outros, ouvir aten-tamente, comunicar de modo eficaz e respeitar as diferenças, podendo ajudar a prevenir comportamentos de risco, de forma a desenvolver relações sociais que levam a uma vida saudável.

Existem modelos de desenvolvimento positivo que incidem sobre a formação da identidade, a formação de caráter, promoção da saúde e aprendizagem emocio-nal e social. No que diz respeito à aprendizagem social e emocional, esta desenvolve nos jovens competências para reconhecerem e gerirem as suas emoções, compreenderem outros pontos de vista, estabelecerem objetivos posi-tivos, tomarem decisões responsáveis e lidarem eficazmente com situações interpessoais. No contexto escolar, a aprendizagem social e emocional envolve a integração de dois fatores inter-relacionados – desenvolvimento de competências e ambientes de apoio − a fim de promover um desempenho

escolar bem-sucedido e próprio desen-volvimento dos jovens. Esta estratégia reforça a ideia de que o que aprendemos é afetado pela forma como nos sentimos. Desta forma, aprender competências sociais e emocionais é semelhante a aprender outras competências acadé-

micas, uma vez que os efeitos da apren-dizagem inicial são aperfeiçoados com o tempo, permitindo aos alunos lidarem com situações cada vez mais complexas no desempenho acadêmico, nas relações sociais e em cidadania. A falta de progra-mas de educação afetiva, acompanhados da falta de estimulação emocional e afe-tiva no seio familiar, leva à incompetên-cia social e à incapacidade dos jovens para expressarem as suas necessidades e sentimentos de forma eficaz. Assim, para

além da importância do reforço destas competências na dinâmica familiar, seria necessário dar-se mais atenção nas esco-las aos aspetos emocionais e afetivos dos alunos. Para isso, foi desenvolvida uma ação de sensibilização na Escola Secundária de Vila Real de Santo Antó-

nio, baseada no programa americano “Be the Change”, onde foi possível proporcionar algumas dinâmicas de grupo com uma turma de 10º ano, no sentido de criar um espaço de reflexão onde os alunos puderam estar dispo-níveis para expressar o que sentem e o que pensam em relação a si e à

escola, mostrarem um pouco mais de si e conhecerem melhor os outros, de forma a promover competências de comuni-cação eficazes, gestão de emoções e de conflitos, comportamentos de maior cooperação, afeto, ajuda e interesse pelos outros. Neste sentido, estas dinâ-micas poderão ser úteis para minimizar e até mesmo eliminar problemáticas rela-cionadas com a exclusão e os conflitos entre pares, promovendo sentimentos e comportamentos de interajuda, coo-

peração e suporte emocional. No entanto, é de salientar que o com-

bate a estes problemas não se faz apenas na escola. Este é um trabalho que deve ser desenvolvido, principalmente pela família, devendo esta oferecer-se como modelo de identificação e ter uma ati-tude de promoção do diálogo e reflexão sobre aspetos como a “normalidade da diferença”, onde reflitam sobre a ideia de que as pessoas diferentes não devem ser motivo de gozo ou de exclusão.

Exclusão e Discriminação nas Escolas? Há soluções!

NEIP (Núcleo de Estudos e Investigação Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Cle-

mente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos,

Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração: Dina Figueira,

Ana Sofia Gonçalves, Daniela Santos

[email protected]/NEIP.vrsa

“Sejam a diferença que gostariam de ver

no mundo” M. Ghandi

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2013 | 25

PASSATEMPOS&LAZER

Porquê comprar, quando pode adotar? Visite o canil/gatil

Intermunicipal de VRSA/Castro-Marim

De facto existem vários serviços no Sistema Nacional de Saúde que podem ser utilizados pelos utentes, sem que estes tenham qualquer custo com os mesmos. Quais são então esses serviços?Consultas, sessões de hospital de dia e exames médicos prescritos no âmbito de algumas doenças. Consultas de planeamento familiar, exames e cuidados decorrentes destas. Cuidados de saúde respiratórios no domicílio. Cuidados de diálise, que incluem consultas de pré diálise e diálise, bem como exames comple-mentares de diagnóstico e os tratamentos prescritos nestas. Consultas e todos os serviços necessários para a dádiva de células, sangue, tecidos e órgãos. Exames de rastreio à população incluídos em programas de prevenção da Direcção-Geral da Saúde, como os rastreios de cancro. Consultas no domicílio por iniciativa dos serviços de saúde.Atendimento urgente a vítimas de violência doméstica, exames e tra-tamentos daí decorrentes. A dispensa de pagamento ocorrerá se o utente se declarar vítima de maus tratos e apresentar lesões ou sin-tomas que o confirmem. É exigida a participação do crime às autori-dades policiais. Programas e tratamento de alcoólicos crónicos e toxicodependentes.Consultas de apoio intensivo à cessação tabágica. Programas de tomas de observação directa. Por exemplo, alguns tuberculosos têm de tomar os medicamentos na presença de um pro-fissional de saúde, para garantir que o tratamento é feito. Vacinas previstas no Programa Nacional de Vacinação. Atendimento de urgência, quando os utentes são encaminhados pelo centro de saúde ou unidade de saúde familiar. A dispensa de paga-mento aplica-se apenas à consulta de urgência. Os exames e trata-mentos realizados têm de ser pagos. Atendimento de urgência que resulte em internamento por mais de 24 horas. Se o utente pagou previamente a taxa, deve reaver o dinheiro na altura da alta. Se os serviços não devolverem o valor pago, peça-o.

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

“A lei estabelece um conjunto de cuidados

gratuitos para os utentes, quais são?”

LARANJA1. UVAS2. MELÃO3. MELANCIA4. ANANÁS5. ABACAXI6. PÊRA7.

FIGO8. ALFARROBA9. AMÊNDOA10. CASTANHA11. LIMÃO12. MANGA13. PAPAIA14. ACAJÚ15. MANGOSTÃO16. PINHÃO17. NOZ18. PÊSSEGO19. AMEIXA20.

Quadratim - n.º110

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Jogo da Paciência n.º 116

Para Que a economia nasça e floresça o desenvol-vimento é obrigatório baixar o IVA para 6% da restauração e similares e para 17% a taxa máxima. Isentar de IRS até 2.000 mensais, aumentar o Salário Mínimo Nacional para €600 mensais, assim como pensões e reformas. Devolver os valores usurpados em salários, pensões e reformas, apoiar a maternidade para aumentar os nascimentos, reduzir as taxas moderadoras na saúde e igua-lar os benefícios existentes na ADSE a todos os cidadãos.

Pelo caminho correto do Quadratim vá ao encontro de «Baixar o IVA, IRS e IRC» Soluções Jogo da Paciência - n.º115

O CEFOSAP (Centro de Formação Sindi-cal e Aperfeiçoamento Profissional) vai levar a cabo nas instalações da Asso-ciação Odiana Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD). Formações na área de informática acontecem em Castro Marim e na localidade de Altura.

As tecnologias e informática estão em crescente expansão e são atual-mente ferramentas indispensáveis no dia-a-dia, sobretudo no campo laboral. Como tal a Odiana disponibiliza a sua sala de formações para oito cursos que constam no Catálogo Nacional de Qualificações na área das ciências informáticas [processador de texto e folha de cálculo– básico e funcionali-dades, cada um, hardware e tipologias de rede, administração de redes, inter-net e criação de sites web].

A sublinhar que estas ações de for-mação são dirigidas a ativos e desem-pregados e são cofinanciadas, sendo que os formandos terão direito a cer-tificado e subsídio de alimentação. A carga horária varia entre as 25h e as 50 horas nas instalações da Associa-ção Odiana em Castro Marim e/ou na localidade de Altura na antiga escola primária. Mediante o número de inscri-ções.

Para se inscrever basta aceder à ficha de inscrição (também no site da Odiana) e enviar cópia do BI, NIF, NIB, Currículo e Certificado de Habilitações de forma legível para o email da Asso-ciação Odiana: [email protected].

Para outras informações consulte o site da Odiana www.odiana.pt , con-tacte através do 281 531 171 ou ainda no facebook

A DECO INFORMA...

Cursos de Informática na Odiana

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]/

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«FRUTOS»

A Guadi agradece aos voluntários e a todos os cidadãos que contribuíram na Campanha

de Recolha de Alimentação para Animais Abandonados, realizada nos dias 29 e 30 de

Junho no supermercado Lidl em VRSA.Obrigado pela vossa solidariedade!

Susana Correia jurista

ZACK

MAESTRO

Page 26: Jbg agosto 2013

26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2013

Autarquia deverá assinar protocolo com o comité olímpico

DESPORTO

Integrada no XXI Circuito de Nata-ção de Mar do Algarve, vai ter lugar no dia 11 de Agosto, na Praia da Alagoa - Altura, pelas 11.30 horas, a 12ª. Prova de Natação de Mar “Vila de Castro Marim”.

O evento, ininterrupto, que vai na 12ª. Edição é organizada pelo Grupo Desportivo, Recreativo e Cul-tural «Leões do Sul Futebol Clube», colectividade de S. Bartolomeu do Sul, concelho de Castro Marim. A prova tem início no lado nascente do Eurotel Altura e chegada à zona

O presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, em visita em Julho ao Complexo Desportivo de VRSA elogiou as con-dições de excelência daquela estru-tura, tendo, mesmo, assumido que deverão ser desenvolvidos “todos os esforços para potenciar a unidade vilarealense e ampliar ainda mais o número de estágios de atletas olím-picos em VRSA”.Em breve deverá ser assinado um protocolo entre a edilidade e o comité olímpico de modo a ser estimulado o trabalho em rede e o treino de alto rendimento.

A medida foi anunciada pela autarquia, através de uma nota

Depois de três anos de interregno a «Corrida da Baía de Monte Gordo» regressa ao concelho de Vila Real de Santo António no dia 11 de agosto, num percurso de 8 quilómetros sempre junto à linha de mar. A 24ª edição de uma das provas mais famosas do Sotavento volta a unir as praias da Manta Rota e de Monte

de animação/Secretariado. O acontecimento, na distância

de 1500 metros, contempla a com-petição onde só podem participar atletas federados e é integrada no circuito de Águas Abertas (prova oficial) e a de Divulgação, na dis-tância de 800 metros para atletas Populares.

As inscrições podem ser feitas até 5 dias antes da realização da prova, através dos seguin-tes contactos 281 957 115 ou [email protected]

de imprensa enviada às redações, e dá seguimento ao compromisso já assumido no mês de março pela Secretaria de Estado do Desporto, no sentido de integrar o Com-plexo Desportivo de Vila Real de Santo António na rede portuguesa de Centros de Alto Rendimento Desportivo, com uma vertente espe-cializada para o atletismo.

O processo será gerido pela Fun-dação do Desporto, em parceria com um conjunto de entidades como a autarquia de VRSA, o Comité Olím-pico de Portugal, a Confederação do Desporto de Portugal, o Instituto Português do Desporto e Juventude, entre outros parceiros.

Gordo com a competitividade de sempre. A partida do areal da Manta Rota está marcada para as 11h00. O percurso atravessa as praias da Lota e Altura e as praias Verde e Retur. A meta está situada na praia do Coelho (Monte Gordo).

Podem participar nesta prova atletas nascidos em 1995 ou ante-

riores, inscritos individual ou cole-tivamente, quer sejam federados ou não, de acordo com os escalões Juniores, Seniores e Veteranos (I, II, III, IV e V).

As inscrições para a corrida podem ser efetuadas no site da Associação de Atletismo do Algarve (www.aaalgarve.org) ou na secre-

taria do Complexo Desportivo de VRSA (de segunda a sexta-feira entre as 9h00 e as 12h00 e as 13h00 e as 15h00). As inscrições podem ser realizadas até ao dia 8 de agosto e têm o valor de 10 euros. Contemplam a oferta de uma t-shirt, água e seguro tempo-rário de acidentes pessoais.

Complexo desportivo de VRSA amplia colaboração com o comité olímpico de Portugal

Natação de Mar de regresso à Praia da Alagoa em Altura

Corrida da Baía de Monte Gordo volta a 11 de agosto

Futebolândia

Olá meu querido mês de agosto! (como diria o Nel Monteiro - o rapaz do «Tira o Biquíni Amor»). Êxitos “pimba” à parte este é o mês dos emigrantes e do início das competições oficiais de fute-bol, sendo que a pré-época tem sido bem animada. No Sporting, Bruma, que até aqui era a grande esperança do futuro daquele clube fez “beicinho” e já não quer ser o futuro do leão. Pensou que é o novo Jordão ( não sei onde foi buscar essa ideia!) e acha que merece melhor...

A coisa promete porque em Alvalade já não têm mais espaço para alvos para fazer tiro com arco; já lá está o João Moutinho e outros tantos joga-dores que trocaram o verde pelo azul! ... Mas poderiam sempre aproveitar o espaço atrás do ecrã gigante do estádio ou dos dois... (é só uma sugestão).

Depois de vinte anos de ausência regressou a taça de honra de Lisboa. Participou o Estoril, Belenenses e as equipas de matraquilhos do Sporting e do Benfica - na minha opinião com grande falta de respeito pelos adeptos tanto de uma como de outra equipa. Se era um Benfica-Sporting deveria ser com as equipas titulares. Mas uma estava no Canadá (nem sabia que existiam lá equipas de futebol!) e a outra de férias na praia do Meco.

Ser árbitro em Portugal passa a ser uma profissão bem remunerada; 72 mil euros ano. Espero que a chegada desse estatuto venha aliada à melhoria de qualidade das arbitragens e não como tem acontecido nos últimos anos.Só pergunto…e se cometerem erros agora: dá despedimento com justa causa?!!!

No sorteio para o campeonato lá vamos nós ter um Porto-Benfica, não na penúltima jornada, mas sim na última. Que coincidência.

Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicaçã[email protected]

Os Leões do Sul Futebol clube, fundado em 1976, foca a sua atividade no Triatlo, Marcha-Passeio, Natação de Mar e Patinagem, tendo uma Escola – Escola de Patinagem dos Leões do Sul- onde ministra cursos de aprendizagem no pavilhão municipal de Castro Marim.

A prova de natação de mar que costuma atrair grandes nomes da natação nacional, os clubes do Algarve e com bastante adesão dos nossos amigos Espanhóis. Contou o ano passado com 219 atletas, o que constituiu record da prova e do Circuito. Tem como objetivos animar as Praias do Concelho de Castro Marim, promover a natação no Algarve e contribuir para a dinamização do turismo na nossa região, entre outros.

A prova é apoiada por Município de Castro Marim, Junta de Freguesia de Altura, , Capitania do Porto de Vila Real de Santo António, Bombeiros Voluntários de VRSA, Associação de Natação do Algarve, Associação Naval do Guadiana, Eurotel Altura, Hotel Vasco da Gama, Veia & Calados, Intermarché-Altura,entre outros.

“A corrida mais colorida e diver-tida do mundo chega ao Algarve, à cidade de Vila Real de Santo António, no dia 10 de agosto”. Assim é anunciada mais uma ini-ciativa desportiva quevai ter lugar em Vila Real de Santo António.

«Mundialito Color» é a primeira corrida do género a ter lugar no sul do país e está aberta a parti-cipantes dos 0 aos 99 anos, des-portistas ou não, que poderão adaptar o seu ritmo a um percurso que pode ser feito por toda a famí-lia em ritmo de corrida, marcha ou passeio.

Numa prova onde não há com-petição nem cronómetro, ganha

quem se divertir mais até à meta, situada no cais da Alfândega, em Vila Real de Santo António, frente ao Rio Guadiana.

O desafio tem início na praia de Monte Gordo, às 19h30 (frente ao Casino), e, no seu percurso até Vila Real de Santo António, propõe explosões de cor e doses de boa música que não deixarão ninguém indiferente.

Durante o percurso, maiori-tariamente feito em área verde, os participantes poderão viver experiências como assistir a um concerto, viver as emoções de uma discoteca ao ar livre ou camuflar-se com quilos de cor e

explosões de boa disposição. Todos os participantes iniciam

a corrida com uma t-shirt branca. Em cada um dos cinco quilóme-tros do percurso, serão pulveriza-dos com uma cor (laranja, azul, vermelho, verde e amarelo) e animados pelos ritmos conta-giantes dos dj’s Mundialito Color. Na meta, dá-se a explosão final de cor, que será seguida por muita música, num ambiente Sunset que terá como cenário o Rio Guadiana e o nascer da lua.

Todos os produtos de cor utili-zados ao longo do percurso são constituídos à base de amido de

milho e, portanto, inofensivos, seguros e de fácil limpeza.

As inscrições para a corrida estão abertas até ao dia 10 de agosto e têm o valor unitário de 10 euros (descontos para grupos de quatro pessoas). Podem ser adquiridas no site do Mundia-lito Color (http://www.mun-dialitocolor.org) ou nos pontos de venda localizados em VRSA, Monte Gordo e Tavira (listagem em anexo). A inscrição inclui uma t-shirt e um saco de tinta.

Todos os inscritos ficarão habi-litados a ganhar um automóvel novo (Citroen C1), que será sor-teado no final da prova.

«Mundialito Color» para idades entre 0 e 99 anos

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2013 | 27

Daniel Chadas (terceiro à esquerda) trouxe medalha de prata para Vila Real de Santo António

DESPORTO

Daniel Chagas do Grupo Des-portivo Pic Nic subiu ao pódio, obtendo segunda posição com o total de 4073 pontos. Trata-se do novo recorde regional do escalão, contribuindo as vitórias nos 80 Metros com 9,54 (a 4 centésimos do recorde regional), nos 1.000 metros com 2.52,42 e a segunda posição nos 100 metros Barreiras. A seleção Regional da Associação de Atletismo do Algarve esteve em grande destaque no Torneio Atleta Completo Nacional, que se realizou no Estádio Municipal da Guarda, durante o fim-de-semana de 20 e 21 de Julho, ao obter o terceiro lugar coletivo, num total de 16165 pontos, sendo apenas superada pelas suas congéneres do Porto, com 16.912 pontos e de Setúbal

Os veteranos do Lusitano Futebol Clube em parceria com a Junta de Freguesia de Vila Real de Santo António vão levar a cabo a 10 e 11 de agosto, a primeira meia-maratona de futebol de 7 para veteranos «Mestre Germano», no campo Francisco Gomes Socorro. Recorde-se que Germano foi um dos jogadores que fez parte da equipa do Lusitano Futebol Clube na distante época de 1946/1947 no escalão máximo do futebol

A «II Batalha de Guarda-Redes 2013» vai ter lugar no dia 15 de Setembro no campo sintético do Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António. Este evento realiza-se no mês das comemorações do 8º ani-versário da Associação Escolinha de Guarda-Redes de Futebol Luís Rodri-gues, organizadora do evento, e vai contar com a participação, no total, de 80 Guarda-Redes.“Pretende-se que este evento seja um

português.Assinalar esta proeza e distinguir mestre Germano levaram a que a Junta de Freguesia em conjunto com os Veteranos organizassem o evento. “A meia-maratona de futebol de 7 tem como objetivo a promoção da modalidade, incen-tivar o convívio e proporcionar um fim-de-semana agradável aos participantes, familiares e amigos”, diz a junta em comu-nicado.

encontro de jovens com um interesse comum, o Futebol, mais concreta-mente a posição de Guarda-Redes e colocar à sua disposição a aprendiza-gem, o aperfeiçoamento da técnica desta posição. Pretende-se também, entre os participantes, fomentar a cultura e a convivência desportiva com fins educativos e lúdicos procu-rando de maneira significativa conse-guir os valores que consolidarão uma formação humana integral”, diz-nos

Luís Rodrigues em comunicado.Os Escalões que participam são: 2005, 2004, 2003, 2002, 2001, 2000, 1999, 1998, 1997 e 1996. Para se inscrever neste evento basta enviar o Nome, Data de nascimento, clube, tamanho de t-shirt e contacto de telemóvel [email protected] ou telemóvel 962791767. Mais informa-ções no site da Escolinha em www.escolinhaguardaredes.com

com 16.267. Voltando este Torneio a ser disputado numa fase nacio-nal e nos escalões de Iniciados e Juvenis, a Associação de Atletismo do Algarve fez história ao subir ao Pódio pela primeira vez numa com-petição da Campanha «Viva o Atle-tismo» da Federação Portuguesa da modalidade, contribuindo para a excelente prestação coletiva os atle-tas Daniela Afonso (OCL), Daniel Chagas (GDPN), Rafaela Pintassilgo (CBF) e Adam Ferreira (SLB-F).

Escalão de Iniciados

Daniela Afonso do Olímpico Clube de Lagos conseguiu a 8ª posição com o total de 3.098 pontos com as suas melhores prestações com a 4ª posição nos 800 metros com o

registo de 2.43,47 e a 5ª posição no salto em altura com 1,36mt.

Escalão de Juvenil

Rafaela Pintassilgo da Casa do Benfica de Faro foi a vencedora do seu escalão, subindo ao lugar mais alto do pódio com o total de 4.055 pontos, obtendo vitórias no salto em altura com a marca de 1,54mt, no lançamento do dardo com o registo de 29,00mt e a segunda posição nos 100 metros barreiras com o registo de 16,02.

Adam Ferreira do Sport Lagos e Benfica obteve a terceira posição com o total de 4.939 pontos, novo recorde Regional do escalão, obtendo vitoria nos 1.000 metros com o registo de 2.58,08,

2ª posição nos 300 metros com a marca de 37,10 e a 3ª posição no

lançamento do peso com o registo de 11,75.

Numa época do ano em todo o país e arredores desce-se até às lindas paisagens algarvias. A «Volta a Portugal», o evento des-portivo mais importante do verão luso, continua sem rumar a sul. Na edição de este ano a Volta parte assim de Lisboa - a cidade mais a sul do pais que o pelotão visitará - no próximo dia 7 de Agosto e percorrerá as estradas do centro e norte até chegar a Viseu no dia 18 de Agosto.

No passado mês foram anuncia-das as etapas que se disputarão nesta edição, com destaque para o contra-relógio por equipas em Lisboa a abrir e no penúltimo dia um contra-relógio individual que termina na Guarda - local e etapas ganhas por Ricardo Mestre em 2011 onde acabou por ganhar essa mesma Volta. Como pontos altos e decisivos, mantêm-se os do cos-tume: as habituais subidas à Torre e á Senhora da Graça e à Torre.

Com um percurso muito aciden-tado, mais uma vez esta Volta pers-pectiva-se ter sido desenhada para os homens fortes na montanha. De qualquer forma talvez os únicos a

poderem queixar-se sejam os puros contra-relogistas, visto que este com ligação Sabugal – Guarda, tem um elevado grau de dureza. Quanto as sprinters, onde se inclui um dos filhos do Baixo Guadiana, Samuel Caldeira, terão cinco che-gadas em plano para mostrarem as suas credenciais.

Em declaração ao JBG Samuel Caldeira disse que “a 75.ªVolta a Portugal não foge muito daquilo que tem sido os últimos anos, com o seu ponto principal na Serra da Estrela - com a particularidade de lá passar, um dia pelas Penas da Saúde e Penhas Douradas, terminando em Gouveia e no dia seguinte passar pela Lagoa Com-prida e terminar na difícil subida a Torre pelo lado de Seia”. O cicli-tas faz alusão ao “duro e difícil contra-relógio seguido de dois dias de alta montanha”. Para Samuel Caldeira estes “são os dias chave para se poder vencer a Volta. Vai ser preciso estar atento porque nos outros dias pode-se ganhar, mas também se pode perder a «Grandissima». “A OFM-GOL-DENTIMES-QUINTA DA LIXA vai

para a 75ª Volta a Portugal com o principal objectivo de colocar um atleta o mais alto possível na clas-sificação geral”, refere S. Caldeira que explica que este ano vai com um papel um pouco diferente dos outros anos. Vai “mais livre, com o objectivo em lutar por vitórias por etapa”, sendo que tem essa “forte possibilidade na 1ª e 10ªetapas”. São para S. Caldeira, mas, tal como lembr, “podem ocorrer outras opor-tunidades”.

Quanto as figuras desta Volta, não contaremos com os últimos vencedores. O penta vencedor da Volta, David Blanco (2006, 2008, 2009, 2010 e 2012) - já retirado da modalidade, vivendo atualmente na Guiné Equatorial - e Ricardo Mestre (2011) que integrou uma equipa ProTour em que os seus objetivos e da equipa não passam pela «Portuguesa». Assim sendo, a edição deste ano contará com 17 equipas, seis nacionais e 11 estran-geiras, provenientes de 10 distintos países. Este ano, contaremos com um pelotão muito bem composto e mesmo melhor que a edição anterior, tendo como cabeça de

cartaz o rolador e “sprinter” de 26 anos o alemão, Gerald Ciolek (MTN Qhubeka), que tem um triunfo em etapa na Volta a Espa-nha (2009), o título alemão de estrada (2005) e a clássica Milão –San Remo (2013) como os prin-cipais êxitos da sua carreira.

Equipas nacionais:1-9 - LA Alumínios – Antarte11-19 - Efapel – Glassdrive21-29 - Radio Popular – OndaBOA31-39 - Louletano – Dunas Douradas41-49 - Banco BiC – Carmim51-59 - OFM – Quinta da Lixa

Equipas estrangeiras:61-69 - Caja Rural - ESP71-79 - MTN – Qhubeka - RSA81-89 - Unitedhealthcare Pro Cycling Team - USA91-99 - Sojasun - FRA101-109 - IAM Cycling - SUI111-119 - Rusvelo - RUS121-129 - Bretagne – Seche Environnement - FRA131-139 - Leopard – Trek - LUX141-149 - Ceramica Flaminia –

Fondriest - ITA151-159 - Continental Team Astana - KAZ161-169 - Cycling Team De Rijke – Shanks - NED

Etapas:

07/08, 1ª etapa: Lisboa (contra-relógio por equipas)08/08, 2ª etapa: Bombarral-Aveiro09/08, 3ª etapa: Oliveira Azeméis-Viana do Castelo10/08, 4ª etapa: Trofa-Fafe11/08, 5ª etapa: Arouca-Se-nhora da Graça12/08, 6ª etapa: Lousada-Oli-veira do Bairro13/08, Descanso14/08, 7ª etapa: Sertã-Castelo Branco15/08, 8ª etapa: Termas de Monfortinho-Gouveia16/08, 9ª etapa: Oliveira do Hospital-Torre17/08, 10ª etapa: Sabugal-Guarda (contra-relógio indivi-dual)

Atleta do «Grupo Desportivo Pic-Nic»é vice-campeão nacional de Atletismo

I Meia-maratona Futebol 7 «Mestre Germano»

Setembro é mês de «II Batalha de Guarda-Redes»

«Volta a Portugal em Bicicleta» volta a não voltar ao Algarve

Daniel Chagas sagrou-se vice-campeão no Torneio Atleta Completo Nacional, que se realizou no Estádio Municipal da Guarda, durante o fim-de-semana de 20 e 21 de Julho.

Page 28: Jbg agosto 2013

28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2013

Estamos em pleno Verão. O Algarve é das regiões com mais horas de sol. Aproveite estas vantagens para reduzir os gastos com a iluminação. Por outro lado, existem inúmeros candeeiros solares que podem subs-tituir em grande parte a iluminação, nomeadamente exterior. No mercado já estão disponíveis gamas diversifi-cadas com qualidade e preços dife-renciados. Dedique-se ao tema da poupança energética! Bom Verão!

Já foi apresentado o Mapa Transfronteiriço do Baixo Gua-diana (escala 1:50.000) que abarca 16 municípios e uma área de 2900 quilómetros quadrados. Trata-se de um trabalho cartográfico transfronteiriço, coordenado pelo Instituto de Estatística e cartografia da Junta de Andaluzia, e que contou com a colaboração do Instituto Geográfico de Espanha (Minis-tério do Fomento) e do Instituto Geográfico de Portugal da Direção Geral do Território.

O Mapa Transfronteiriço do Baixo Guadiana representa uma experiência pioneira de colaboração entre as instituições responsáveis na área da cartografia em Espanha, Portugal e na Comunidade Autónoma de Andaluzia com o objectivo de oferecer uma ferramenta que permita um melhor conhe-cimento do território próprio e vizinho e identificar-se com um espaço geográfico pouco conhecido. De acordo com uma nota enviada à imprensa está em aberto a possibilidade de desenvolvimento de novos produtos como: cadernos didáticos, novos mapas a outras escalas, projetos de cooperação para gestão de recursos partilhados, entre outros.

“A Euroregião Alentejo-Algarve-Andaluzia, apoiou este projeto que constitui já um importante avanço na cooperação no domínio da cartografia e estatística, apontado no Plano de Ação para a Cooperação Transfronteiriça da eurorregião (PACTA-A3), como área prioritária”, sublinha à imprensa David Santos presidente daquela euroregião.

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Estrada Altura-Furnazinhas vai ligar em breve Interior e Litoral do concelho de Castro Marim

Assistência a Doentes Urgentes está a ser posta em causa em VRSA. Denúncia partiu do município

Núcleo Museológico promete eternizar memória de Dr. João Dias

Mapa transfronteiriço do Baixo Guadiana abarca 16 municípios

sotavento algarvio

DR