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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 14 - Nº171 AGOSTO 2014 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE Alcoutenejos desafiados a elaborar propostas para Orçamento Participativo Leonel Pereira, natural da aldeia do Pessegueiro, freguesia de Martinlongo, concelho de Alcoutim, comanda aos 44 anos a cozinha de um restaurante de luxo em Almancil. Este ilustre alcoutenejo fez formações nacionais e internacionais como a Academia Alain Ducasse, Le Nôtre e Institute of Culinary Arts, mas não esqueceu os paladares da aldeia onde nasceu, afirmando-se um eterno aprendiz e experimentalista na evolução dos sabores. Passou por hotéis como: Atlantis Vila Moura, Hotel Quinta do lago (Oriente Express) Niko París, Cipriani Veneza Itália, Alexandra Palace na Suiça. Abriu todos os Hotéis Pestana no Brasil, Carlton Alvor, Pousadas de Portugal e mais recentemente foi chef executivo do Hotel Sheraton Lisboa & SPA, sendo o restaurante Panorama o seu anterior projecto profissional, onde conquistou diversos prémios durante o período que lá esteve. OLHÃO E VRSA CRIAM REDE INTERMUNICIPAL PIONEIRA NA SAÚDE INCENTIVO À NATALIDADE ATRIBUI 5 MIL EUROS LIMPEZA DA RIBEIRA DE ODELEITE CULMINOU COM DESCARGA DE ÁGUA

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Mensário do baixo Guadiana

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Page 1: Jbg agosto

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2014 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 14 - Nº171

AGOSTO 2014

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

Alcoutenejos desafiados a elaborar propostas para Orçamento Participativo

Leonel Pereira, natural da aldeia do Pessegueiro, freguesia de Martinlongo, concelho de Alcoutim, comanda aos 44 anos a cozinha de um restaurante de luxo em Almancil. Este ilustre alcoutenejo fez formações nacionais e internacionais como a Academia Alain Ducasse, Le Nôtre e Institute of Culinary Arts, mas não esqueceu os paladares da aldeia onde nasceu, afirmando-se um eterno aprendiz e experimentalista na evolução dos sabores. Passou por hotéis como: Atlantis Vila Moura, Hotel Quinta do lago (Oriente Express) Niko París, Cipriani Veneza Itália, Alexandra Palace na Suiça. Abriu todos os Hotéis Pestana no Brasil, Carlton Alvor, Pousadas de Portugal e mais recentemente foi chef executivo do Hotel Sheraton Lisboa & SPA, sendo o restaurante Panorama o seu anterior projecto profissional, onde conquistou diversos prémios durante o período que lá esteve.

OLhãO E VRSA CRIAm REDE INTERmUNICIPAL PIONEIRA NA

SAúDE

INCENTIVO à NATALIDADE ATRIbUI 5 mIL EUROS

LImPEzA DA RIbEIRA DE ODELEITE CULmINOU COm DESCARGA DE áGUA

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2014

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

A época alta da actividade turística está aí num ambiente marcado por opiniões diferenciadas quanto aos seus resultados. Trata-se de um ciclo que se repete em cada ano, infeliz-mente em torno dos argumentos de sempre. A sazonalidade a impôr a sua presença, reduzindo a chamada época alta, no melhor dos resulta-dos, a dois meses e meio; a predo-minância da oferta de sol e praia; a deficiente promoção do País interna e externamente; o esmagamento de preços como factor de garantia de maior presença de clientes; o factor quantidade a não corresponder a mais gastos em restaurantes ou em locais de animação noturna porque, sobretudo, quanto ao turismo nacio-nal, para uma parte opinativa se torna evidente a diminuição de dinheiro para tais luxos de muitos dos que

apesar da crise não prescindiram do Algarve, mesmo que seja por um período de uma curta semana, para um banho de sol e àgua.

Haverá em todo este conjunto de questões expostas alguma razão. Sobretudo porque ano após ano não se notam grandes correções ao per-curso feito e daí repetirem-se, ano após ano, as mesmas observações crí-ticas. Mas, em tal contexto, também há que contar com outros factores que podem tornar a situação mais favorável e sublinharia: a conjuntura externa que nos é favorável; novas ofertas de alojamento para merca-dos mais exigentes a não dependerem tanto de factores sazonais; maior e melhor resposta na animação e na gestão e organização do espaço público, maior procura no turismo de cidade. Aguardemos então pelos números finais para que com tempo se possam criar condições para uma mais ampla e diversa discussão sobre o que tem de ser feito e corrigido.

O Algarve necessita desde há muito de diversificar a base da sua econo-mia. Não é problema novo, antes se arrasta desde a bonança da década de 80 do século passado na qual o dinheiro fácil corria à velocidade da maré. Serviços e negócio imobiliário tomaram conta da razão. Perdemos posição nas pescas e na indústria transformadora, entregando recurso e mão de obra qualificada a outros,

entre eles, os nossos vizinhos espa-nhóis e abandonou-se progressiva-mente a agricultura. Goraram-se expectativas em torno da implanta-ção de indústrias associadas a novas tecnologias quimericamente justifi-cadas pela amenidade do clima. No presente alguma recuperação é hoje visível quer na industria transforma-dora, na agricultura, na construção naval, na produção de sal e na valori-zação de produtos regionais. Os resul-tados são ainda escassos mas a crise também obrigou à abertura de outras oportunidades. Importante será saber tirar partido desta conjuntura.

E, por muito que custe aos centra-listas no poder ou aos comentaristas que observam o País a partir de Lisboa com binóculos ao inverso, o País tem de reconhecer que as autarquias locais têm desempenhado um papel insubstituível na criação de condições para a dinamização económica das suas áreas, no persistente combate ao desemprego, para além de repre-sentarem a almofada primeira para absorver problemas sociais criados pela política do governo central. Sem atitude, presença e esforço, hoje o País e centenas de milhar de portu-gueses estariam numa situação mais desesperada.

A Câmara de Alcoutim iniciou um processo tendo como objec-tivo discutir com os cidadãos uma pequena fatia do seu orçamento. O

«Orçamento Participativo » como é conhecido, tem ganho espaço em autarquias geridas pelas mais diversas formações politicas. Diria que se trata de um processo cujo caminho aponta ao futuro. Cada dia se torna mais visí-vel que não é mais possível governar como antes. No poder local ou no poder central. Chamar os cidadãos a decidir é fundamental para a sua mobilização na participação de actos eleitorais para que a abstenção deixe de ser “o maior partido “ o daqueles que ficam em casa sem contribuirem para decidir o que seja em qualquer dos sentidos.

As imagens que diariamente nos chegam são aterradoras e provocam um sentimento de angústia, inquie-tação, revolta. Como é possível no presente século assistirmos a mas-sacres diários de inocentes, crianças, população civil, hospitais, por um País que decide utilizar meios militares absolutamente desproporcionados perante um pequeno território cer-cado pelos agressores. O ódio o fundamentalismo, criarão só por si réplicas numa escalada infindável e sem futuro a não ser o de tornar o Mundo mais inseguro. É de Gaza que se trata.

Carlos Luis [email protected]

ABERTURA * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:António GasparEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoJosé Carlos BarrosJosé CruzPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171966 902 856Fax: 281 531 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:FIG - Indústrias GráficasRua Adriano Lucas,3020-265 Coimbra,Tel: 239 499 922

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Vox Pop

R: Já era altura de termos uma animação de verão com alguma qualidade. Esta era uma das revindicações da Acral [Associa-ção de Comerciantes], pois o nosso «Centro Comercial a Céu Aberto» merecia. Pode-mos dizer que já temos uma vida noturna com alguma dignidade, concertos, cinema, variada cultura. Agora só falta aquilo que a Delegação da Acral queria que era o comércio aberto até pelo menos às 23h30. É com muita pena que não se possa dizer o mesmo de Monte Gordo. Já é altura de o Comercio de Monte Gordo se juntar e lutar para ter as mesmas condições que tem Vila Real de Santo António.

Nome: José ChagasProfissão: Desemprego

R: Apesar de não conhecer os concelhos há muitos anos acho que as coisas têm vindo a evoluir bastante na época alta, sendo um pouco esquecida no inverno! Deveriam existir mais eventos nesse período do ano em que o clima também é bastante agradável

Nome: Neuza FernandesProfissão: Animadora sócio-cultural

R: É muito importante porque vai trazer pessoas de fora e vai fixar as que aqui estão de férias, que não sentirão necessidade de se deslocar para outros municipios gastar o pouco que trazem... Em VRSA só peca por continuarem a gastar algum dinheiro com artistas de fora, pois deviam apostar mais na prata da casa que até tem qualidade e é mais barata.

Nome: Joaquim GuedesProfissão: Responsável da ACRAL em VRSA

R: É verão e as pessoas procuram muita diversão. Todos estes eventos são muito bons para atrair e divertir, por isso considero que é muito bom terem começado a realizar este tipo de ofertas. As pessoas estão a aderir imenso e isso é excelente. Os responsáveis estão de parabéns!

Nome: Ana AfonsoProfissão: Estudante

Que opinião tem sobre a dinâmica de animação de verão que se está a viver no Baixo Guadiana com mais eventos nos vários concelhos?

ERRATA Caro Leitor,Por lapso, na edição de Julho identificámos a Marcha Popular da União de Freguesias de Alcoutim e Pereiro como Marcha de Castro Marim. As nossas desculpas aos leitores e visados

Foi efetuado pagamento de Edital no valor de €50.82 para a conta do JBG a 20 de Julho de 2014. Desconhecemos remetente apenas sabemos que transferência veio do Banco Santander Totta. Agradecemos ao remetente que se identifique para enviarmos recibo.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2014 | 3

CRÓNICAS

Nunca como agora se questionou tanto a importância da existência de um movimento associativo forte e a criação de associações locais que estimulem o aprofundamento da participação cívica dos cidadãos na vida da comunidade, ou não estivesse Portugal a viver um dos períodos mais difíceis da sua história recente, resultado do resgate financeiro a que foi obrigado pelos credores, em Maio de 2011. Vem isto a propósito da meia centena de associações locais que constituem o universo do associativismo no concelho e, em particular, da Associação Recreativa e Cultural “Azinhal”, que inaugurou recentemente, a sua sede social. Há 18 anos, um punhado de jovens do Azinhal, animados pela força da rebeldia e pela vontade da irreverência, quiseram organizar um torneio de

futebol na aldeia – e nesse preciso momento perceberam a necessidade da criação de uma associação que desse expressão à vontade da participação das gentes locais no desenvolvimento social e cultural daquela terra do nordeste algarvio. Foi assim que, a 30 de Maio de 1997, nasceu a Associação Recreativa e Cultural “Azinhal” (ARCA), um espaço aberto à participação dos jovens da freguesia, que desde então têm lutado pelo desenvolvimento local e social da sua terra, como provam o conjunto de acções colectivas de natureza cultural e desportiva levadas a cabo por esta estrutura associativa. No passado mês de Julho, a massa associativa e os dirigentes da “ARCA” viram cumprido um sonho de quase duas décadas, com a inauguração da sua sede social, num investimento de 75 mil euros, sendo que 75% do

investimento total foi financiado pelo programa comunitário PRODER e os restantes 25% custeados pela Câmara Municipal de Castro Marim.

A sede social da Associação Recreativa e Cultural “Azinhal” está localizada no coração da aldeia, numa antiga casa com uma das mais belas fachadas da arquitectura popular, que foi recuperada e adaptada às novas exigências de uma associação que se pretende dinâmica e empreendedora, dispondo para o efeito de diversos espaços como o espaço “Conhecimentos”, dedicado à informação e ao conhecimento, que inclui internet, biblioteca e escola de saberes; o espaço “Culturas”, que dispõe de um pequeno auditório, tendo em vista uma nova oferta cultural na freguesia (debates, workshops, cinema, concertos, teatro e seminários); uma

área de exposições ligadas ao mundo rural e a criação de um Centro de artes e ofícios, onde se pretende que os artesãos possam transmitir os seus conhecimentos e o seu saber fazer às novas gerações. Entendo que estamos em presença de um projecto associativo desafiante, mas muito exigente e a propósito gostava de lembrar as palavras do presidente da direcção, Dr. Jorge Martins: “A sede que inauguramos traz-nos responsabilidades acrescidas. Queremos dar corpo a um plano de actividades ambicioso, no qual acreditamos poder contar com os sócios e a população para dar vida e dinamismo ao Azinhal”.Sou daqueles que acredita que um país, uma região ou uma terra serão tanto mais coesos e unidos se existir um associativismo livre e sem amarras, antes intelectualmente

honesto e responsável, que seja capaz de convocar os cidadãos para uma participação cívica ativa, que tenham no seu horizonte o desenvolvimento social e das comunidades locais com as quais deve interagir em prol do bem comum e da resolução de problemas de diversa ordem, sejam eles de ordem social, cultural ou mesmo económica. O exemplo do trabalho sério realizado pela “ARCA” na freguesia do Azinhal é um sinal muito positivo da vitalidade do associativismo no concelho de Castro Marim, e é também uma prova de que a sociedade civil, quando quer é capaz de se organizar e dar contributos válidos para o reforço da cidadania e para o aprofundamento da democracia, assim o saibam reconhecer os poderes públicos.

Vítor Madeira

Primeiro os olhos humedeceram-se. Depois foram-se formando as lágrimas. Tentei impedir-me mas não encontrei razões para o fazer, e então comecei a chorar.

Assim que ele percebeu o que se

O meu nome é António Gaspar e sou o médico coordenador do projecto Intermunicipal de Cuidados de Saúde à População do Algarve, que se inicia com um rastreio e consultas oftalmológicas nos concelhos de Olhão e Vila Real de S. António.Aproveito para apresentar os meus cumprimentos a toda a população algarvia nesta minha primeira crónica para o Jornal do Baixo Guadiana agradecendo desde já o convite que me foi feito.Começo este texto sobre a minha vivência algarvia exactamente por alguém deste jornal, uma jornalista que me entrevistou no dia da

desampara o peito. Mas acho sempre ternurenta a forma como me quer prote-ger das lágrimas, tentando oferecer-me um mundo mais musicado e colorido.

Na Palestina continua tudo na mesma. Toda a vida me lembro de ter sido assim. Há milénios que é assim e nunca mais aprendem.

Ao fim da tarde, antes de ir trabalhar, costumo sentar-me em silêncio no alpen-dre. E desde há algum tempo que o faço

um médico que vinha trabalhar para o Algarve numa região, ainda há pouco classificada como uma das melhores regiões do mundo para se viver mas que, por vários motivos, os médicos abandonaram?Com tais pensamentos e ainda outros, demorei a responder, mas a resposta lá surgiu e de uma resposta enorme e complexa no meu pensamento, surge de facto uma resposta curta, simples, e de apenas de uma única palavra:-Totalmente. Uma única palavra como resposta, face ao inesperado da pergunta, uma vez que tocava na intimidade dos meus motivos de alteração de vida era, insuficiente. Apeteceu-me desenvolver este tema daí

com a companhia invisível dos melhores vizinhos do mundo. A casa deles fica a uns quatrocentos metros da minha, talvez mais. Vejo-a bem ao fundo, por detrás das frondosas copas de muitos pinheiros mansos. E não os saberia reconhecer na rua porque acho que nunca os vi. Mas todos os dias, ao fim da tarde, durante o meu breve momento meditativo, fazem soar o mais encantador jazz e músicas dos anos vinte que me transportam no tempo para aven-turas imaginadas que talvez um

a razão do aproveitar esta primeira crónica para completar a resposta.De facto, foi com espírito de missão que aceitei esta função por ela estar ligado ao S.N.S. ao tentar colmatar as falhas existentes nesse Serviço, pela ajuda e concordância da existência desta rede intermunicipal por parte da ARS do Algarve e do seu presidente Dr. João Moura Reis, pelo espírito de assistência à doença dos seus munícipes declarado pelos presidentes dos municípios de Vila Real de S. António e de Olhão, respectivamente o Eng. Luís Gomes e o Dr. António Pina que, indignados pela demora de resposta do Hospital de Faro às doenças dos seus munícipes,

dia vos escreva. Ontem à tarde, ouvindo as encantadoras músicas que me fazem sentir a sua presença, pensei em tudo o que é necessário à boa vizinhança; pensei se algum dia milhares de anos de inferno poderão ser substituídos por convivências harmónicas, discretas, pacíficas...

Espero que nunca me faltem as lágrimas para chorar os horrores que não sei combater. E espero que nunca me falhe a sensibilidade para saber sentir e agradecer as presenças invisíveis da harmonia humana.

resolveram desta forma actuar.Com esta minha tarefa espero também, estar a participar num momento histórico, o da descentralização dos cuidados de saúde, algo que será futuro e onde os municípios virão a ter, o que no caso de“Cuidar” já têm, uma importante responsabilidade.Tenho o desejo, como o têm os senhores presidentes dos Municípios de Vila Real de S. António e Olhão, que esta rede de assistência à doença se estenda a outros concelhos algarvios.Espero estar à altura do que pretendo realizar para bem da saúde da população algarvia.António Gaspar, um novo habitante do Algarve, que está ao vosso serviço.

estava a passar pegou no comando da televisão e mudou do noticiário para um canal de música.

- Pronto, não vamos ver mais estas coisas más, está bem?

Fiquei, por momentos, mergulhada num misto de indignação e carinho: como pode tratar-me como uma miúda de quatro anos? Não é por mudar de canal que os problemas do mundo se evaporam nem a impotência triste nos

apresentação deste projecto social fundado pelos Municípios de vila Real de S. António e de Olhão, a Susana de Sousa.E a razão de começar a escrever citando esta jornalista tem a ver com a última pergunta que ela me fez nessa entrevista e que foi:-Aceitou este cargo na “Cuidar” com espirito de missão?A profundidade desta pergunta para mim foi enorme e deixou-me surpreso e admirado.Um turbilhão de ideias surgiram-me de rompante.Teria, no que respondi anteriormente, sido tão convincente que ficou subentendida essa minha atitude?Ou seria o facto de estar perante

António Gaspar

Ana Amorim Dias

O Insubmisso

Os bons vizinhos

Cuidar - Rede Intermunicipal de Cuidados de Saúde à População do Algarve

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Associação Recreativa e Cultural “Azinhal” – A força do associativismo no concelho de Castro Marim

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2014

Jovem andrógino de Castro Marim já iniciou percurso de internacionalização na moda

Jovens de Alcoutim frequentaram Universidade durante uma semana «Juvidades…

4U»: programa de ocupação dos tempos livres para jovens

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

JBG: O teu percurso na inter-nacionalização já começou, nomeadamente na França e Suiça. O que significa este salto para a tua carreira?

Para mim cujo início não foi de todo fácil, significa muito. Já o fato de ter começado a trabalhar no meu país, sabendo de antemão que tendo uma imagem diferente e abrangendo apenas um pequeno nicho de mer-cado, me surpreendeu.

Este convite que me surgiu através da DXL Models e o que aprendi pelo caminho, a confiança que ganhei, comprova a qualidade do meu traba-lho. Faz-me sentir muito bem!

Que portas te abriu ou é expectável que abra?

Eu não espero nada para além das minhas capacidades. Gostava e quero que profissionalmente tenha a oportunidade de fazer muito mais coisas. Eu sonho! Sou um sonhador e é esse o motor da minha sobrevivên-cia. Tem sido esse sonho, que nem eu sei definir, que não me faz desistir e faz querer ser mais; dar mais…

JBG: Desde a nossa primeira conversa para o JBG conside-

Participaram numa iniciativa que pre-tendeu ambientar os futuros alunos à universidade 14 estudantes que estão a frequentar o 10ª e o 11.º anos de escolaridade. A iniciativa foi da câmara municipal de Alcoutim no âmbito da «Universidade Júnior». Trata-se de um programa de cursos de verão que procura fomentar a prossecução de estudos de nível supe-rior.tar à universidade, beneficiando de um contacto mais aprofundado com diversas áreas do conhecimento.

Os alunos de Alcoutim seguiram até ao Porto, cidade onde se desenvolve esta iniciativa, e onde lhes foi fomen-tado o gosto pelo conhecimento em múltiplas áreas, particularmente as abrangidas pela instituição universi-tária, e a familiarização com o ambiente académico, contribuindo para a escolha de um percurso vocacional e motivando para o ingresso na Universidade.

“Na Universidade Júnior os pro-gramas educativos são desafiadores, promovem o pensamento crítico e, simultaneamente, integram uma com-ponente lúdica típica dos programas de verão dirigidos aos mais jovens. As

A Câmara Municipal de VRSA lançou o programa «Juvidades… 4U» destinado a promover a ocupação dos tempos livres dos jovens com idades entre os 13 e os 18 anos.

O programa integra atividades em diversas áreas, a realizar nas 3 freguesias do concelho, tais como um percurso de orientação, uma visita guiada ao património local, atividades nas Piscinas Munici-pais, um workshop de Artes e Manualidades, jogos de praia,

ras que já és mais aceite no mundo da moda e fora dele?

NP: Sou e serei sempre aceite por algumas pessoas e rejeitado por outras. Mas isso não acontece a todos nós?! Aprendi que é a forma como reajo e não o que me acontece que condiciona o meu bem estar.

JBG: Tens cada vez mais trabalho...

NP: Tenho tido algum e acima de tudo estou a ser cada vez mais respei-tado. Isso é o mais importante.

JBG: Para além de produ-ções de moda enquanto figura feminina também tens feito enquanto figura masculina?

NP: Já fiz claro, mas quando pensam em mim, habitualmente, não é; para fazer de homem para isso existem milhares. É o fato de pode-rem brincar com a minha imagem que me torna um produto diferente. Os produtores sabem que eu em tra-balho estou ali para os servir e me transformar na sua criação. Não ter preconceitos facilita muito o trabalho aos profissionais da área.

JBG: Já consegues definir o teu rumo na moda numa altura

atividades têm em consideração os programas escolares, sendo elabora-das por docentes universitários, que supervisionam a sua execução, maio-ritariamente a cargo de estudantes uni-versitários, recém-licenciados e jovens investigadores”, explica a autarquia em comunicado. Durante a sua estadia os estudantes foram conhecer as várias faculdades da Universidade do Porto - Ciências, Enfermagem, Arquitetura, Comunicação Social, Biomédicas, Belas Artes, Direito - e múltiplas unidades de investigação, onde desenvolveram pequenos projetos como trabalho labo-

entre outras iniciativas.Os interessados deverão inscre-

ver-se nas atividades pretendidas (através de formulário eletró-nico), que serão realizadas desde que exista um grupo mínimo de 6 jovens inscritos por freguesia.

Posteriormente à inscrição será remetido um email aos partici-pantes a comunicar o ponto de encontro, data e hora de realiza-ção da atividade que será dinami-zada por técnicos do município de VRSA.

de tantas descobertas?NP: Na Moda tal como na vida

não há rumos definidos… há opor-tunidades que quando nos surgem agarramos ou não. Vou tentar não desperdiçar muitas!

JBG: Sendo um jovem de Castro Marim «sozinho» em Lisboa o que é mais difícil de suportar?

NP: A solidão, por vezes, mas tenho amigos e uma agência que me ajudam muito.

JBG: Como olhas hoje, três anos depois e com tantas histó-rias no mundo da moda, para a tua terra e para as pessoas que sempre conheceste?

NP: Da mesma forma, mas talvez com mais carinho, mais compreen-são. A cidade ensina-nos muito e agora já percebo e desculpo todas as injustiças de que fui alvo. Mais justificadas pela ignorância e pelo medo… a minha terra será sempre a minha casa.

JBG: Qual a experiência que tens adquirido na DXL Models, cujo diretor é o ex-modelo David Simões?

ratorial, aplicação prática de conteú-dos teóricos, visitas de estudo, trabalho de campo e participar em grupos de discussão.

“Além de conhecimento, a partici-pação na Universidade Júnior pro-porcionou aos 14 jovens alcoutenejos variadíssimos momentos de diverti-mento e convívio através de jogos e atividades de grupo com os demais estudantes oriundos de todo o país, concedendo-lhes ainda a oportunidade de conhecerem e explorarem de um modo ativo a cidade que os acolheu”, rematou a autarquia.

NP: Acho que o David se preo-cupa comigo como já fez com tantos outros. Mas eu cheguei ao pé dele sem noção nenhuma de como o mer-cado funcionava e com muitas ideias préconcebidas. O David teve de ter muita paciência, mas sentiu que eu era

de confiança - confiança conquistada com trabalho e dedicação. A minha evolução dentro da DXL Models é um reflexo do meu empenho. E tenho que reconhecer que o David tem uma noção muito grande do mercado o que me tem permitido aprender muito.

Nuno Pereira pertence a uma das mais conceituadas agências de moda nacional e já recebeu convites para se internacionalizar enquanto modelo

Iniciativa da câmara municipal de Alcoutim integrou «Universidade Júnior»

Nuno Pereira, natural de Castro Marim, é o único modelo andrógino em atividade em Portugal. Um percurso feito de desafios, mas as provas dadas na moda têm-no feito singrar em Portugal, sendo que agora também noutros países foi-lhe dada oportunidade de mostrar as suas potencialidades .

VRSA

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2014 | 5

Junta de Freguesia de VRSA cria Plataforma Juvenil

Moção aprovada por unanimidade quer escola até 12.º ano em Alcoutim

À procura da terceira margem

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

Vai ser apresentada a 7 de Agosto, no âmbito do «Dia da Juventude», e integrada na iniciativa da Junta de Fregueia de Vila Real de Santo António «Encontros ao Largo» [no Largo António Aleixo] a Plataforma Juvenil. Trata-se de um novo órgão criado no seio da Junta de Freguesia de VRSA e que tem como grande objetivo “dar espaço à juventude que está cheia de vontade de fazer coisas”. O presidente daquela Junta de Freguesia, Luís Romão, garante que esta é uma ideia posta em prá-tica para aproximar a juventude da freguesia.

A Plataforma Juvenil é constitu-

Foi aprovada por unanimidade na Assembleia Municipal de Alcoutim uma moção do Partido Socialista que, entre outras rei-vindicações, exige que o Governo estude os meios para viabilizar que os alunos de Alcoutim possam realizar a escolaridade obrigató-ria, ou seja, até ao 12.º ano No concelho, sendo que atualmente deslocam-se para a Mértola ou Vila Real de Santo António. No documento pode ler-se a reco-mendação ao Governo de “um tratamento igualitário de todas as crianças e jovens, o que passa

No final de mais um ano é tempo de pensar a vida do agrupamento de esco-las de Alcoutim. Uma vez mais, as duas escolas do concelho depararam-se com o desafio de acolherem mais de duas dezenas de novos professores oriundos de todas as pontas da rosa dos ventos. Arrancados das suas terras de origem nunca lhes é fácil amarem esta terra dis-tante da sua família, da sua casa e das suas raízes. Contudo, no fio dos dias vão tecendo afinidades, construindo laços e, nalguns casos, criando amarras que os fixaram ao concelho ou simplesmente levaram saudade de um tempo que os fez felizes. E este ano, nas escolas de Alcoutim houve dias felizes. A palavra felicidade não está presente nos norma-tivos legais e não é avaliada nas provas finais do 9ºano. Em nenhuma disciplina o conhecimento da felicidade é abor-dado nos programas. Ainda assim, é de fácil reconhecimento, mensurável em riso ou, tão somente, comprovado nas

ída pelas associações juvenis de Vila Real de Santo António, pelas asso-ciações juvenis equiparadas, pelos Escoteiros e pelos Escutas, pelas juventudes partidárias, presidente de junta de freguesia, presidente de assembleia de freguesia e pela associação de estudantes da escola secundária.

Será espaço de debate de ideias, sendo que Luís Romão garante que “existirão, certamente, muitas ideias que poderão ser desenvolvi-das e colocadas em práticas através de grupos de trabalho”.

O autarca, explica, ainda, que esta dinâmica “vem dar corpo à

também pelo sistema educa-tivo”.

Mostrando-se indignados pelo “constante suspense sobre a rede escolar concelhia e a forma como a mesma é comunicada”, na moção os socialistas afirmam-se totalmente contra a extinção de qualquer uma das escolas a fun-cionar neste momento, lembrando que entre as duas, ou seja, entre Martilongo e Alcoutim, distam 30 km. No mesmo documento está plasmado o facto de “não ter havido redução de custos com os cortes efetuados [pelo Ministério

palavras. E entre tantos outros, acon-teceu num dia de junho. O primeiro, em que se comemorou o dia mundial da criança onde Município, Autoridade Marítima/Capitania do Porto de VRSA, Escola de Alcoutim, Escola de Martinlongo, juntos aprenderam coisas memoráveis na pre-sença do Guadiana. Este rio sempre desem-penhou um papel pri-mordial na vida das gentes alcoutenejas. Ele foi estrada, ponte, esconderijo, pão. Nesse dia, foi palco de aprendizagem e de divertimento . «Foi o dia mais feliz da minha vida!» - disse um dos alunos. Este dado tão con-creto nunca aparecerá nos rankings das escolas básicas. Em boa verdade, não terá lugar em nenhuma estatística do Ministério da Educação. No entanto, foi

da Educação], nomeadamente, o número de turmas”. Aliás, o Partido Socialista em Alcoutim considera mesmo que a transfe-rência obrigatória das turmas do 5.º e 8.º ano de Alcoutim para Martinlongo veio “aumentar os custos por aluno”, o que con-trasta “com a redução de verbas de funcionamento das escolas o que em quatro anos representa a menos 34 mil euros”. Na moção é lembrado que em Alcoutim não se regista abandono escolar, sendo, pelo contrário, “evidente o aumento do sucesso escolar”.

muito importante para os professores que dinamizaram as atividades desse dia. E mais importante para quem o gritou a plenos pulmões.

Há muito que a escola de Alcoutim procura caminhos para justificar a sua existência num panorama nacio-nal que não conjuga o verbo crescer em relação ao interior. Cada vez mais, vão-se fechando horizontes a projetos educativos viáveis, por imperativos economicistas que comprometem o

desenvolvimento de comunidades inteiras. Territórios que vão sendo despojados das principais estruturas e valências que são a coluna vertebral

da sua identidade. Há mais de duas décadas que esta escola é mais do que uma estrutura educativa. Conseguiu assumir-se como um dos pilares identifi-cadores da comuni-dade. Porque nela se conjugam tradições e aspirações, criando um espaço cultural

que multiplica as formas de saber ser e saber estar, no sentido de um intervir no território. A escola, como nenhum outro organismo público, congrega forças e ideias das diversas componen-tes da comunidade, o que a torna um instrumento transformador e enrique-cedor daquilo que dela recebe. Nesta

permuta partilhada surge um espaço comum onde se qualificam e formam crianças e jovens, nas diferentes verten-tes da cultura, onde a escola é, indis-cutivelmente, um parceiro estratégico. Desde sempre, a Escola de Alcoutim, tem adequado o seu projeto educativo aos constrangimentos inerentes ao ter-ritório desertificado e isolado em que se insere. Incessantemente tem cons-truido um espaço integrado, alterativo e multiplicador, que torne a comunidade onde se insere mais consciente de si, afirmativa, resiliente e solidária.

Hoje, mais do que nunca, em tempos de desinvestimento na estrutura do «estado social» nomeadamente na educação, é urgente encontrar espaço onde, todos e cada um, encontrem vontades e energias potenciadoras de novas formas de interação social. Uma espécie de “terceira margem” do rio que continuará a abrir novos rumos à comunidade.

Na moção pode ler-se a recomendação ao governo de um tratamento igualitário na educação para crianças e jovens

Presidente da Junta de Freguesia de VRSA, Luís Romão, aposta na aproximação da juventude à Assembleia de Freguesia, fazendo jus à sua lista eleitoral de 2013, grandemente composta por jovens

Professora

lista que foi constituída para as eleições em 2013 e que se carac-terizou por ter uma grande massa humana de jovens”.

Acreditando na importância deste orgão que considera “neces-sário e oportuno” na freguesia de dirige, Luís Romão adianta que o Largo António Aleixo vai viver no próximo dia 7 momentos de grande relevância em que jovens da fregue-sia, nomeadamente artistas, vão mostrar as suas potencialidades. Refira-se que neste dia os Encon-tros ao Largo vão receber uma pintura de mural, dança urbana e concertos.

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EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANhA

La exposición de pintura de la artista Sevillana Carmen Sánchez Ruda

El arte sale a las calles

Campus de Verano

Sentía una enorme curiosidad por ir a visitar la exposición de pintura de la artista Sevillana Carmen Sánchez Ruda, aunque ayamontina de adopción desde hace bastantes años. Y es que nunca había dado rostro a las obras de esta mujer, más conocida por su verdadera faceta, la de restauradora. Pero la lógica se posicionaba de mi parte, porque Sánchez Ruda hacía 10 años que no exponía y en Ayamonte lo había hecho distribuyendo prota-gonismo con otros autores.

Su exposición, que cuelga en la Gale-ría Passage de Ayamonte, consta de una veintena de obras, de distinto for-mato, distinta temática pero de igual técnica, óleo sobre acrílico. Carmen ha sentido la necesidad de mante-ner esa línea de investigación que le caracteriza y ha conjugado sobre el paisaje y la figura el total de su oferta pictórica. Artista de estudio sometida a la rigurosidad de su objetivo, da sin

De nuevo el arte sale a las calles, lo hace de la mano de los artistas pinto-res. De personajes abstraídos en sus lienzos, de hombres y mujeres que con un pincel en la mano, descodifican las visiones más increíble de lo presente, lo imaginativo o los mismos sueños. Son aquellas gentes inquietas que hace unos cuantos meses hicieron aquello de “ Un paseo por el arte”, y que el próximo mes repetirán la muestra ampliando horarios, participantes y calles.

Y en esta ocasión han sacado sus cua-dros, esos lienzos recortados a tamaño natural, con muchos rostros conocidos y con muchas acciones convertidas en costumbres rutinarias. Cada uno ha hecho de su capa un sayo y ha con-vertido una tabla en un personaje. Ha hecho de un trozo de nada, un mucho de todo. Y se han asomado a los balco-nes, por dentro, por encima o por fuera. Han puesto a sus personajes mas cono-cidos en los lugares mas intrascenden-tes y a los personajes mas desconocidos en los balcones mas deseados.

BalcónArte ha hecho de las calles Cristobal Colon, San Diego o Lusitania un museo al aire libre sin necesidad de tener que sacar entrada para visitarlo. Ha obligado al viandante a buscar la figura en cualquier balcón, sin darle apenas pistas para ello. Las figuras del rey, el papa, el flautista, la señora ten-diendo ropa, el equilibrista buscando nuevas sensaciones o los críos lanzando el balón a la calle desde el balcón de su casa, y ante la mirada sorprendida del transeúnte.

Obras de autores locales y algún que otro foráneo. Nombres clásicos como D´Esury, Pepe Gámez, José Garces, Carmelete o Benito Mateo; las nuevas

Cuando llegan estas fechas, no solo el buen tiempo y las vaca-ciones llegan hasta nosotros, cuestiones de toda índole que se nos acercan de las más diversas maneras. Y aprovechando lo uno y lo otro, nos llegan ofertas diri-gidas a los más pequeños para no solo ocupar su tiempo libre, sino para ponerlos junto a críos de su misma edad, jugando, divirtién-dose o sacando a relucir sus dotes física o creativas.

Ayamonte no podía ser menos o distinto, por eso la ciudad bulle con cientos de actividades diri-gidas a todas las edades, pero donde llama de nuevo la aten-ción las dirigidas a los pequeños. Los campus son una oferta que atrae de manera especial. Global, ha dispuesto en las instalaciones

embargo libertad a las pinceladas, a la estructura de la composición y deja que fluya todo en un conjunto final que en la mayoría de las ocasiones la deja satisfecha. Y para esta ocasión un tanto especial, ha seleccionado esas obras que la define a través de las figu-ras, tanto de mujeres como de críos, ya sea posando o disfrutando del agua. Y esos paisajes de nuestro entorno repletos de vegetación y frescura. Y esas arquitecturas de Ayamonte desde el cielo o desde el agua. Esa barrio de la Villa, el suyo, o ese casco antiguo simulando un tetris o un puzzle con la torre vigilando atenta.

Y llevada por esa luz propia de nuestra tierra, se deja querer e intenta transportarla al mismo lienzo, no sin antes matizarla según su estado de ánimo o su identificación con el ori-ginal. Para ello distribuye la paleta de manera armónica con esos grises, beige, crema o en otras ocasiones con

voces de la pintura ayamontina Andrés y Alberto Moreno o Anselmo Correa; las componentes del taller de pintura “ El Rellano” Fátima Concepción, Gema Cayuela o Ela Borrego y los autores de la idea, los componentes del taller “ La Escalera”, Juan Galán, Javi Castulo o Angel Cabel. Y así hasta un total de treinta artistas de las más diversas ten-dencias, pero de la misma ilusión por esto del trabajo en equipo, imagina-tivo o creativo y buscando sorprender a quien detenga su camino para observar esta nueva idea: BalcónArte.

El centro de la ciudad está con los balcones repletos de personajes, con historias que hay que saber interpretar y con ganas de hacer frente a la crisis con una creatividad que no tiene fron-teras. Ayamonte es así y da vida a lo inerte, poesía a la experiencia y color a las formas.

del pabellón municipal depen-diente del Patronato de Depor-tes, un Campus Urbano que ha sido capaz de atraer a muchos críos que están disfrutando de sus variadas actividades.

Los responsables de esta ini-ciativa han creído más en el proyecto que en otras cuestio-nes, han supeditado otros inte-reses al de la oferta del propio servicio y la respuesta no se ha dejado esperar. Quienes tienen referencia de la profesionalidad e ilusión de estos jóvenes profe-sores, animadores y técnicos, no han dudado en asistir a este nove-doso Campus Urbano de Global. Y hemos podido comprobar in situ la diversión, la creatividad, el compañerismo o la resolución de problemas manuales, físicos

o interpretativos. Las sesiones se desarrollan de la misma manera en el aula, en la cancha deportiva o en el parque.

Despues de un curso en el que la disciplina del aula y la seriedad del trabajo les han tenido ocu-pados, ahora toca la diversión, el recreo y el aprendizaje, pero de manera distinta. Indagan en las nuevas destrezas, vivencian el respeto hacia su entorno y encauzan y potencian actitudes de colaboración.

Durante estos meses de verano podremos ver de manera ociosa y educativa a los más pequeños en estas actividades que inundan los espacios deportivos y educativos de la ciudad. Una actitud empren-dedora y una respuesta positiva. Estamos en el buen camino.

los verdes, ocres o azules. Y hace una traducción cromática que se somete a la visión matutina del tema seleccio-nado. Porque Carmen pinta en el estu-dio, de mañana, con la luz natural y con el sonido sorprendente de las noti-cias que van saliendo unas tras otras en los informativos o en las tertulias radiofónicas. Carmen no pone música, no hace presente un silencio especial, al contrario, da entrada a la bulla, a la polémica y a la información.

Carmen Sanchez Ruda se refugia en su estudio de la zona alta de Aya-monte, esa Villa de azoteas blancas y un cielo siempre azul. Por esa razón quizás, si le preguntas por los pintores ayamontinos que más le atraen, no se ruboriza para identificarse con la obra madura de Angel Guerrero D´Esury o de la siempre sorprendente Virginia Saldaña. Dos generaciones, dos estilos, pero dos artistas ubicados también en el barrio de la Villa, muy cerca los unos

de los otros.Y dejo para otro momento hacer

referencia al trabajo de Carmen cómo restauradora, su verdadera vocación, mejor dicho su compartida vocación, pero hoy hay que dejarse llevar por

esa sorpresa que representa su obra colgada en Galeria Passage de Aya-monte.

Una oportunidad especial para dis-frutar con esta artista de Cazalla de la Sierra, también especial.

Su exposición, que cuelga en la Galería Passage de Ayamonte, consta de una veintena de obras

Durante estos meses de verano podremos ver de manera ociosa y educativa a los más pequeños en estas y otras actividades

José Luis Rua

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EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANhA

La Eurociudad del Guadiana ha presentado la nueva línea de autobuses que recorrerá los tres municipios

La Eurociudad del Guadiana ha presentado la nueva línea de auto-buses que recorrerá los tres muni-cipios que la integran (Ayamonte, Vila Real de Santo António –VRSA- y Castro Marim).

Según ha indicado el Consistorio ayamontino , este proyecto, que ha sido consensuado entre la empresa Turisbus, el Ayuntamiento de Aya-monte, y las Cámaras Municipales de Vila Real de Santo Antonio y Castro Marim, se pondrá en marcha en breves fechas, ya que ha sido informado favorablemente por los Gobiernos de España y Portugal, y únicamente se encuentra a la espera del último requisito que se resolverá en cuestión de días.

La Cooperativa Española para la Movilidad Internacional de Viaje-ros (COEMIV) tiene solicitado en el Ministerio de Fomento cuatro servicios de Transporte Internacio-nal de Viajeros. Además de la línea Eurociudad del Guadiana, las otras tres líneas son las siguientes: Una primera que comunicará el Algarve-Huelva con la red de Aeropuertos Faro-Sevilla-Jerez-Málaga, Puertos de Algeciras-Tarifa y AVE Sevilla y

Málaga, otra línea que comunicará Algarve-Huelva desde la Eurociudad del Guadiana hacia CentroEuropa, y por último una línea que comunicará Algarve-Huelva desde la Eurociudad del Guadiana por Huelva, Sevilla, Jerez, Tarifa, Ferry a Tánger, Larache-Keni-tra-Rabat y Casablanca.

Por lo tanto, se trata de un proyecto muy a m b i c i o s o , cuya primera experiencia comenzará en la Eurociudad del Guadiana.

La iniciativa ha sido pre-sentada ante los distintos agentes socia-les y económicos de la zona, tanto españoles como portugueses.

El recorrido partirá desde las playas de Isla Canela y Punta del Moral, para pasar por el casco urbano de Ayamonte, posterior-

mente Costa Esuri, y cruzando la frontera, tendrá paradas en Monte Francisco, Castro Marim, Vila Real de Santo Antonio, Altura, playa de Manta Rota y Cacela Velha.

El anuncio fue hecho por el

alcalde de Ayamonte y presidente de la Eurociudad del Guadiana, Anto-nio Rodríguez Castillo, el presidente de la Cámara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, el concejal de la Cámara de VRSA, Joao Manuel

Lopes Rodrigues, el director de la empresa Turisbus, Javier Fernández y el presidente de Fenadismer, Juan Antonio Millán.

El alcalde de Ayamonte ha seña-lado que para los tres municipios el

flujo de perso-nas y mercan-cías ha sido históricamente fundamental.

Rodríguez Castillo añadió que el potencial turístico de la Euroc iudad del Guadiana es impresio-nante, y puso como ejemplo el tema de ban-deras azules, ya que entre los tres muni-cipios suman

10 de estos distintivos. También se refirió a que se trata de la primera iniciativa de movilidad transfron-teriza en el ámbito de la Eurociu-dad del Guadiana, que representará múltiples beneficios, entre ellos,

conectar por autobús una zona como Costa Esuri, que no tenía ningún tipo de conexión hasta el momento.

Por su parte, el presidente de la Cámara de Castro Marim, subrayó que portugueses y españoles deben sentir en la práctica lo que es la Eurociudad, y que este proyecto de transporte es un buen ejemplo de ello. También añadió que este proyecto pasa porque la sociedad civil crea en él.

Por su parte, el concejal de VRSA hizo especial hincapié en el hecho de que esta línea va a conectar dis-tintas zonas de los términos munici-pales de Ayamonte, Castro Marim y VRSA, con especial atención a todo lo referente al turismo.

Por último, Juan Antonio Millán destacó que este proyecto ha lle-vado un proceso largo, con la estre-cha colaboración entre la empresa y los tres ayuntamientos, y que la Eurociudad del Guadiana es una muy buena idea y un proyecto muy ilusionante, y que Turisbus viene a darle contenido a la Eurociudad del Guadiana en lo referente a la movilidad.

Seguramente hay pocas experiencias más divertidas y excitantes que la que nos proporciona esta Tirolina Trans-fronteriza, con la que se puede cruzar el Río Guadiana desde España hacia Portugal. Este producto, único en el mundo permite al usuario, a través de los 720 metros de longitud cruzar los dos países, a una velocidad com-prendida entre 70 y 80 kilómetros por hora, literalmente transportándo-nos en el tiempo, ganando una hora, debido del cambio de huso horario existente entre ambos países.

La actividad es muy segura y de gran eficiencia, tal como explica David Jarman, flamante promotor de la idea, que reside en España desde hace diez años y que tiene bastante experiencia en actividades de aven-tura a nivel mundial. Jarman garan-tiza a sus clientes “una experiencia segura, puesto que es imposible caerse al río, divertida e inolvidable por la belleza de su localización, su impresionante instalación y sobre todo por ser la primera tirolina trans-fronteriza en el mundo,

La experiencia tiene un coste de 17 € y puede practicarla cualquier persona con más de 14 años y con un peso comprendido entre los 25 y los 110 kg.

Nuestro viaje se inicia en España, en la localidad de Sanlucar del Gua-diana, donde se transporta a los participantes con el equipamiento y cascos en grupos de hasta 8 personas en un vehículo 4×4 hasta la plata-forma de salida. Comienza entonces el espectáculo de la emoción el pai-

El Centro Guadalinfo de Ayamonte, ha ganado su tercer premio consecutivo , gracias a la ilusión y al empuje de los usuarios y de los distintos colectivos de la ciudadanía ayamontina, a través de una iniciativa de idea emprendedora llamada “Nosotros vamos Contigo”.

El Centro Guadalinfo Ayamonte y su desempeño en el ultimo año han sido valorados por diferentes motivos, llevándose varias recompensas fruto de la dinamización social de sus colec-tivos y del trabajo realizado.

Los galardones conseguidos son: 2 finalistas en el concurso “Las 7 Mara-villas de la Provincia de Huelva”, como fueron, Casa Grande de Ayamonte en Obra Civil y Río Guadiana como Naturaleza, en colaboración con San Silvestre de Guzmán y El Granado. Dicho concurso en esta última edición ha alcanzado un gran impacto a nivel

saje a vista de veloz pájaro y alguna dosis de Adrenalina.

A llegar al final de la Tirolina, nos hallaremos en Alcoutim, Portugal, con la curiosidad de llegar ¡una hora antes de nuestra partida!.¡Ya está, hemos recorrido 720 metros a una velocidad media de 70 km /h y estamos en otro País.

Tras un relajante paseo de aproxi-madamente 5 minutos para llegar al muelle de este encantador municipio , los usuarios de la Tirolina Transfron-teriza tienen a su disposición un Ferry

comunicativo y sobre la imagen de la provincia logrando la captación de miles de votos de onubenses y forá-neos, así consta cómo se recibieron votos incluso desde Australia.

En este sentido, el Centro Gua-dalinfo de Ayamonte a través de su dinamizador hizo una gran labor de difusión de las candidaturas finalistas a través de los medios locales e incluso (junto con los demás municipios ribe-reños (San Silvestre de Guzmán o El Granado) los cuales se desplazaron al vecino Portugal.

El Alcalde de Ayamonte ha valo-rado positivamente las actuaciones que se llevan a cabo en Guadalinfo Ayamonte y anima a la ciudadanía a seguir colaborando activamente tanto en las acciones de formación como en futuras acciones de dinamización de este tipo.

para cruzar el río y volver a España. Sin límite de tiempo para permanecer en la localidad Portuguesa, el aventu-rero puede aprovechara para visitar sus típicas calles, el remodelado cas-tillo, reponer fuerzas con sus platos regionales o sencillamente observar la otra orilla desde una de sus terrazas, hasta que llega el momento de volver a España con la sensación de haber “volado en el tiempo”.

Aventura, magnífico paisaje y viaje en el tiempo… ¿ Se puede pedir más?

Un transporte para los ciudadanos de la Eurociudad del Guadiana

Tirolina transfronteriza El Centro «Guadalinfo» de Ayamonte vuelve a ser premiado

Con esta Tirolina Transfronteriza se puede cruzar el Río Guadiana desde España hacia Portugal

El Centro Guadalinfo de Ayamonte, ha ganado su tercer premio consecutivo

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GRANDE PLANO

O presidente da câmara municipal de Alcou-tim afirmou que a medida do Orçamento Par-ticipativo (OPA) “foi das medidas que mais gosto deu implementar”. Osvaldo Gonçalves, em declarações ao nosso jornal, mostrava-se visivelmente satisfeito pela concretização desta que também era uma promessa eleito-ral. “A primeira vez que ouvi falar de Orça-mento Participativo ainda nem sonhava vir a ser autarca”, conta-nos, garantindo que o grande objetivo deste projeto é “envolver as pessoas na governança municipal”.

O edil alcoutenejo foi alvo de críticas que, acredita, “são construtivas” por parte de alguns cidadãos que consideram o valor do orçamento participativo baixo. O autarca diz que percebe “o alcance destas críticas”, mas também considera que “100 mil euros [valor em questão] é bastante interessante para uma medida que é pioneira”

Quanto ao valor global em causa para esta medida irá ser aplicado numa ou várias propostas, de acordo com o que for mais votado pelos cidadãos. “Estamos convictos que para o ano poderá ser possível aumentar o valor, já com base na experiência de 2014”, admitiu ao JBG Osvaldo Gonçalves.

Cidadãos apelam ao voto dos seus concidadãos

A fase de entrega de propostas decor-reu até 31 de julho. Foram levados a cabo espaços de debate sobre o processo em cada uma das freguesias do município, ou atra-vés do envio da ficha de proposta, que foi disponibilizado nas instalações dos órgãos autárquicos, para a Câmara Municipal ou para o email camarário.

Depois de uma análise técnica para aferir o enquadramento das propostas, aquelas que forem viáveis vão a entre 29 de setembro e 10 de outubro. Os cidadãos preponentes terão nessa altura de apelar ao voto dos seus concidadãos.

O Orçamento Participativo de Alcoutim é um processo deliberativo, pois são os cidadãos a apresentar propostas e a deci-dir, através de votação os projetos a incluir no orçamento municipal do ano seguinte. “Trata-se de um processo de gestão parti-lhada entre a Autarquia e a população, cujo objetivo passa por fomentar a participação ativa dos munícipes na discussão das polí-ticas governativas locais”, pode ler-se num comunicado de imprensa da autarquia. E que continua dizendo que “esta medida incentiva a cidadania ativa, promovendo a participação e envolvimento dos munícipes nas dinâmicas de governação e na defini-ção de prioridades, aprofunda a ligação da autarquia com os seus munícipes e contribui para aumentar a transparência da atividade

governativa”.No processo puderam participar todos os

cidadãos, com mais de 18 anos, recenseados no concelho de Alcoutim. Cada cidadão apenas pôde apresentar uma proposta, cujo valor não excedesse o montante afeto ao OPA para este ano. As propostas apresentadas tinham de ter como base as áreas de competência do muni-cípio e incidir sobre investimentos de âmbito coletivo.

Alcoutenejos desafiados a elaborar propostas para Orçamento Participativo

Susana H. de Sousa

Pela primeira vez na história do Município de Alcoutim está a ser implementado um Orçamento Participativo (OPA), para ter efeitos em 2015, “com o principal desígnio de fomentar a democracia participativa, ativa e responsável, e com vista à melhoria da qualidade de vida da população”. Estas são as convições do executivo liderado por Osvaldo Gonçalves e os alcoutenejos foram convidados a propor investimentos de interesse coletivo, num montante global de 100 mil euros, que serão posteriormente votados e integrados no orçamento municipal para o próximo ano.

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GRANDE PLANO

Alcoutenejos desafiados a elaborar propostas para Orçamento Participativo

Opinião dos cidadãos

Para além de percebermos a visão e dinâmica do executivo municipal quanto à medida pioneira em que se consubstancia este Orçamento Participativo fomos ao encontro dos alcoutenejos para saber qual a opinião que têm acerca desta iniciativa.Telma Marques, presidente da Associação Florestal Cumeadas; Francisco Braz, Encenador e Diretor Artístico do Teatro Experimental de Alcoutim e Nelson Evangelista, funcionário público, dão-nos a sua visão sobre o Orçamento Participativo. Em comum têm o facto de terem apresentado propostas em que acreditam piamente.

Qual a sua opinião em relação à medida criada pelo executivo camarário e que consiste num Orçamento Participativo no valor de 100 mil euros?

Telma Marques: Acho que é uma medida de louvar, pois cada vez mais temos que envolver os munícipes nas atividades que se desenvolvem no concelho, para desta forma unir o “poder local” na discussão da politica local. Os 100 mil euros parece pouco, mas para uma primeira edição penso que seja o suficiente para estimular o espirito critico de cada munícipe.

Nelson Evangelista: Todas as medidas que visam chamar a população a participar para o desenvolvimento cresci-mento da sua terra são de louvar. Uma vez que a população nem sempre tem a oportunidade de participar no orçamento do município, assim, através desta medida podem transmitir ao executivo algumas das suas a ideias que consideram úteis para o desenvolvimento do concelho. O valor de 100 mil euros é um pouco baixo.

Francisco Braz: Quanto a mim 100 mil euros não dá para fazer grandes projetos, mas também considero que é um começo para no futuro, se correr bem, poder ser um valor superior. É uma forma de se iniciar um processo que permite perceber quais as vontades dos alcoutenejos e através do qual é possível fazer uma triagem das propostas mais valorativas. Nos tempos que correm penso que faz todo o sentido este tipo de iniciativas. É uma prática extremamente democrática em prol da cidadania ativa; o que é sempre bem vindo!

Porque decidiu participar neste repto? Já tinha ouvido falar nesta medida aplicada a outros concelhos?

Telma Marques: Já tenho conhecimento da existência desta medida há alguns anos, através do município de São Brás de Alportel. Decide participar porque desta forma posso sugerir alguma ideia que acho necessária para o nosso concelho.

Nelson Evangelista: Sendo eu um Alcoutenejo de gema, senti-me na “obrigação” de participar no desenvolvimento futuro do meu concelho. Sim, já tinha ouvido falar de Orçamento Participativo.

Francisco Braz: Já conhecia esta modalidade de Orçamento. Aderi porque tenho ideias de propostas que consi-dero que são completamente viáveis e poderão contribuir de forma muito positiva para o concelho. Tendo em conta o isolamento social considero que é importante a incrementação de projetos de cariz cultural, social e lúdico.

Sendo uma medida pioneira no concelho de Alcoutim qual a expectativa que tem no desenvolvimento deste projeto?

Telma Marques: Espero que exista grande participação, pois só assim podem surgir muitas ideias, que acredito que serão todas de louvar. Tenho noção que grande parte não poderá entrar no orçamento participativo, pois as pessoas vão sugerir projetos que muitas vezes não são de domínio da Câmara, mas de qualquer modo, vamos ficar com a perceção do que as pessoas acham importante, e quem sabe se o executivo não tentar efetuar esses projetos de outra forma!?...

Nelson Evangelista: Espero que tenha algum impacto no desenvolvimento do concelho, para o bem-estar da população e fixação da mesma em Alcoutim.

Francisco Braz: Espero ver mais pessoas envolvidas no processo. Na fase de apresentação não foi tanta a adesão esperada, mas agora estou expectante quanto à entrega de propostas! Depois temos o processo entre cidadãos de apelo ao voto que me parece bastante interessante também. No fundo, estamos incumbidos de uma nova tarefa na comunidade.

Que tipo de propostas considera que são úteis apresentar neste âmbito?

Telma Marques: Acho que todas as propostas são importantes e úteis, há que sugerir ideias, porque mil cabeças pensam melhor que uma, e cada pessoa olha para as coisas de sua forma.

Nelson Evangelista: Todo o tipo de propostas, independentemente da sua natureza, uma vez que todas as ideias são úteis uma mais que outras, mas são. Desde quesejam realistas e possam contribuir para o desenvolvimento do concelho são válidas. Por exemplo, deixo duas, arranjo paisagístico dos diversos cruzamentos das estradas municipais no concelho, loteamentos para a construção de novas habitações no concelho a custos reduzidos.

Francisco Braz: Proponho trabalhos em rede entre montes próximos e que desenvolvam atividades com as popu-lações no trinómio Cultura-Lúdico -Social.

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LOCAL

A campanha de marketing de proximidade está a apresentar a medicina veterinária no Baixo Guadiana

Associação do Azinhal tem uma nova sede social

Juan Diaz é chileno, mas está no Sotavento do Algarve a divulgar a medicina veterinária homeo-pática. No entanto, sendo esta uma vertente alternativa da vete-rinária convencional em que se especializou, este médico sentiu a necessidade de recorrer a uma campanha de marketing para que a sua visibilidade aumentasse. Para isso contratou os serviços de um jovem que está a empreender na área do marketing criativo em Vila Real de Santo António, Rui de Carvalho, empresa RUCA. A união destes dois empresários tem levado o veterinário ao encontro do animal, e não ao contrario como é habitual. Neste caso, Juan Diaz e Rui transpor-tam consigo o tradutor de cães e apontam o microfone ao focinho do cão. O resultado é peremptó-rio e afiança que quando o animal precisar o seu dono deve levá-lo ao consultório de Dr. Juan. A reação da pessoas por norma é um sorriso pelo inusitado. Depois cabe ao médico veterinário expli-car o que é isto da veterinária homeopatia.

“A homeopatia não incide apenas a doença do animal, mas cura o seu estado geral, o que por conseguinte melhora subs-tancialmente a sua qualidade de vida”, assegura o médico que desde muito cedo teve contacto com a homeopatia. Formou-se há seis anos na Grécia com Jorge

Bitucas, prémio nobel alternativo. “A maior recompensa que posso ter é a gratidão das pessoas”, diz-nos o médico que dá exemplo de cura através da homeopatia de problemas como a epilepsia refractária.

O médico veterinário garante que não quer “impingir a home-opatia a ninguém”, mas acredita que pelo facto de ser um médico veterinário convencional pode dar mais segurança aos donos dos animais que recorrem ao seu consultório. “Ou seja, a pri-meira abordagem não é necessa-riamente a homeopatia, mas caso verifique que esse é o caminho e caso os donos tenham abertura para tal” aconselha um trata-mento homeopático.

«Marketing de guerrilha»

Por sua vez, o criativo Rui de Carvalho explicou ao JBG que a técnica de «Marketing Guerrilha» é aquela que puxa mais pelas emoções das pessoas e que por isso é também exige maior criatividade, sendo “muitas vezes menos onerosa face ao retorno do investimento”. Neste caso foi criada uma máquina que é um tradutor dos animais. Abor-damos o animal com o seu dono e de forma criativa apresentamos os serviços inovadores de Dr, Juan Diaz.

Veterinário Homeopata entrevista animais para ouvir o que têm a dizer

ARCA celebra 17 anos em prol da juventude e inaugura sedeNo passado dia 11 de julho, a Asso-ciação Recreativa e Cultural Azinhal (ARCA) inaugurou a sua sede social, numa cerimónia bastante participada, que contou com a presença de sócios e dirigentes da agremiação, assim como do Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral e do Presidente da Junta de Freguesia, António Baltazar Martins.

Integrada nas comemorações do 17º aniversário da associação, a cerimó-nia de inauguração teve início com o descerrar de uma placa alusiva à efe-méride, seguindo-se um conjunto de intervenções do Presidente da Assem-bleia-Geral, Vítor Rosa, do Presidente da Junta de Freguesia de Azinhal, do Presidente da direção, Jorge Martins e do Presidente da Câmara Municipal.

Foi perante uma plateia de gente feliz, que ocupou por completo o pequeno auditório da “ARCA”, que o presidente da Direção, Jorge Martins falou da importância da inauguração da sede social da associação, enquanto espaço de união e coesão da comunidade do

Azinhal, mas também como um meio privilegiado da promoção da cultura e do desporto no nordeste algarvio.

Segundo contou, tudo começou há 18 anos, quando os jovens da terra qui-seram realizar um torneio de futebol e perceberam a necessidade de criar uma associação que pudesse respon-der aos sonhos e desejos dos jovens da aldeia. “A sede que inauguramos traz-nos responsabilidades acrescidas. Queremos dar corpo a um plano de atividades ambicioso, no qual acredi-tamos poder contar com os sócios e a população para dar vida e dinamismo ao Azinhal. Gostaria, ainda, de subli-nhar o apoio da Câmara Municipal, que foi decisivo para a aquisição do imóvel, o mesmo é dizer para a concretização de um sonho, que a todos nos irradia de felicidade”, disse.

A finalizar, interveio o Presidente da Câmara, Francisco Amaral, que deu os parabéns à direção da “ARCA” pela inauguração da sede social e pelo tra-balho realizado em prol da juventude do Azinhal. “ Sei bem o que é lutar

pelo associativismo e o que é estar à frente de uma associação, muitas vezes com a incompreensão dos outros. Há 20 anos, no concelho de Alcoutim, sem apoios institucionais, fui eu que rea-lizei os primeiros torneios de futebol e a Feira de Artesanato. Esta é uma obra invejável. Um espaço muito digno que, decerto, vai ajudar os jovens da freguesia, contribuindo para o desen-volvimento do Azinhal e estimular a criação de emprego. A ARCA, tal como todas as associações locais, poderão sempre contar com o apoio da Câmara Municipal, pois só numa comunhão de esforços poderemos ter um associati-vismo mais forte e um concelho mais solidário”, concluiu.

A sede social da Associação Recre-ativa e Cultural “Azinhal” representou um investimento de 75 mil euros, sendo que 75% do investimento total é financiado pelo programa comu-nitário PRODER e os restantes 25% custeados pela Câmara Municipal de Castro Marim.

O equipamento está instalado numa

antiga casa da aldeia do Azinhal, um dos mais belos exemplares da arqui-tetura popular, que foi recuperada e adaptada às necessidades da associa-ção, integrando diversos espaços como o espaço «Conhecimentos», dedicado à informação e ao conhecimento, que inclui internet, biblioteca e escola de saberes; o espaço «Culturas», que

dispõe de um pequeno auditório, tendo em vista uma nova oferta cultural na freguesia (debates, workshops, cinema, concertos, teatro, seminários); uma área de exposições ligadas ao mundo rural e a criação de um «Centro de Artes e Ofícios, onde se pretende que os artesãos possam transmitir os saberes tradicionais aos mais novos.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2014 | 11

LOCAL

A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e a Câmara Municipal de Olhão criaram o programa «Cuidar», acreditando que esta é “uma forma inovadora de partilha e otimização de recursos que permitirá dar uma resposta mais rápida e próxima aos problemas de saúde dos munícipes de ambos os concelhos algarvios”. Em VRSA a oposição votou contra condenando, nomeadamente, os moldes em que o processo foi conduzido.

Osvaldo Gonçalves, presidente da câmara municipal de Alcoutim, gostava que no mês de Setembro já estivesse em vigor o incentivo de natalidade que decidiu implementar. São cinco mil euros distribuídos nos primeiros três anos de vida da criança. Num concelho com a mais baixa natalidade do país.

Verba será distribuída nos primeiros 3 anos de vida da criança

O programa «Cuidar» de Vila Real de Santo António e Olhão tem, para já, disponível o acesso dos municí-pes mais carenciados de Olhão e Vila Real de Santo António a tratamentos na área da oftamologia. No entanto, os presidentes de ambas as câmaras adiantaram aquando da apresentação do programa que estão em vista mais especialidades que poderão vir a ser integradas neste programa intermu-nicipal.De acordo com os autarcas, Luís Gomes, e António Pina, “a medida que é pioneira permite dar um passo em frente na implementação de redes intermunicipais de cuidados de saúde, desenvolvendo um novo modelo assente em políticas de pro-ximidade que otimizará recursos e responderá aos problemas reais das populações.

O executivo de Alcoutim pretende colmatar lacuna do país no que diz respeito ao incentivo à natalidade numa altura em que considera “urgente” salvaguar-dar o futuro geracional do concelho de Alcoutim. “O envelhecimento e desertificação são dois graves problemas que temos de enfrentar com determinação e políticas sérias”, defende o autarca.

O incentivo à natalidade pretende ser um estímulo para o nascimento de mais bebés, mas também à fixação das famílias no concelho alcoutenejo. Estes cinco mil euros servem para a aquisição de produ-tos de puericultura, bem como para o pagamento do infantário, e Osvaldo Gonçalves explica que a diferença neste estímulo consiste no facto de a verba ser atribuída exigindo-se que as despesas dos encar-regados de educação sejam feitas no concelho de Alcoutim. “Esta é também uma forma de ajudarmos a economia local”, diz convicto o autarca.

Resposta dada num mês ao requerente

A candidatura deve ser feita durante os três primei-ros meses de vida da criança e em um mês o reque-rente tem a sua resposta ao pedido de incentivo.

O PCP fez as contas e deu conta que a extensão de Saúde de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, necessita “de mais um médico para que todos os utentes possam ter médico de família”. O PCP discrimina que esta extensão dispõe de dois médi-cos de medicina geral e familiar (mais um médico que, uma vez por mês, faz consultas de planeamento familiar) para cerca de 3.400 utentes,

“Um dos dois assistentes técnicos que exercem funções nesta extensão de saúde tem um contrato de emprego e inserção, havendo no Agrupamento de Centros de Saúde Algarve III – Sotavento (ACES Sotavento), que integra a Extensão de Saúde de Vila Nova de Cacela, 16 assistentes téc-nicos nesta situação”. De resto, uma situação que o JBG já tinha noti-ciado ao nível do ACES Sotavento. “O Governo, em vez de contratar assistentes técnicos, inserindo-os na carreira, insiste em recorrer a traba-lhadores em situação de desemprego para preencher temporariamente e de forma precária postos de trabalho que são permanentes”. O PCP exige “a conversão destes contratos de traba-lho precários – cinicamente chamados

de “inserção” – em contratos de tra-balho com vínculo à Administração Pública, inserindo-se os trabalhadores nas respetivas carreiras”.

Paulo Sá, deputado do PCP eleito pelo círculo eleitoral do Algarve subli-nhou que “na Extensão de Saúde de Vila Nova de Cacela – como, aliás, nos restantes centros e extensões de saúde do Algarve – há um problema de falta de material clínico e de medicamen-tos, já reconhecido pelo Governo em respostas a anteriores perguntas do Grupo Parlamentar do PCP. Esta falta de material clínico e de medicamentos reflete-se negativamente na qualidade dos cuidados de saúde prestados às populações, obrigando, no caso dos kits de hemoglobina glicosilada, a reencaminhar os utentes com diabetes para o Centro de Saúde de Vila Real de Santo António”.

Governo confrontado pelo PCP

Esta visita do Grupo Parlamen-tar do PCP questionou o Ministério sobre as debilidades que encontrou na extensão de saúde de Vila Nova de Cacela.

A oftamologia aparece pela dimen-são das “listas de espera nesta espe-cialidade, que ultrapassa atualmente os dois anos no sul do país”.

Para beneficiar do «Cuidar», os munícipes deverão inscrever-se na Divisão de Ação Social das respeti-vas autarquia, sendo expectável que o programa venha a atender cerca de 100 pessoas/mês.

Para Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA, “o pro-grama «Cuidar» é um alerta para as deficiências do Serviço Nacional de Saúde e representa uma iniciativa his-tórica e um virar de página na gestão autárquica”.

Por seu turno, António Pina, presi-dente da Câmara Municipal de Olhão, o «Cuidar» diz que “é a prova de que tratar das pessoas não tem partidos nem cores políticas”, referindo-se

ao facto de o programa estar a ser implementado por autarcas eleitos por forças partidárias opostas.

Os custos da rede serão divididos pelos dois municípios, que terão ao seu serviço um médico que fará a tria-gem dos casos mais urgentes.

PS e CDU de VRSA votaram contra

Este programa não foi bem aceite nem pelo PS nem pela CDU em VRSA, e de acordo com comunicados à imprensa, “não pelo objeto do pro-tocolo”, mas pelos moldes em que foi preparado. Estas duas forças políticas votaram contra e explicam porquê: os vereadores socialistas, David Murta e Luís Salas, garantem que o PS “nunca votou contra propostas deste género”, mas explicam que o fizeram desta vez

devido ao facto de o projeto ter sido apresentado antes de ter sido discu-tido em reunião de câmara. Os verea-dores do PS falam mesmo em “má fé do executivo PSD”. “Face às respostas vagas, nada esclarecedoras e omissas [do edil em relação ao CUIDAR], e considerando ainda e mais uma vez a forma indecorosa que o executivo PSD trata a oposição em processos desta natureza, que dado o seu teor sensível seriam merecedores de mais rigor, transparência e consenso, não restou outra alternativa, aos verea-dores do PS. Votar contra a proposta apresentada”.”

Para os comunistas duas questões se levantam em relação a este processo. Um tem que ver com o facto de “a decisão tenha sido realizada à margem dos executivos municipais, sendo que para a CDU o projeto “converge com

os objectivos do Governo de destruição do Serviço Nacional de Saúde” e “abre a porta à sinistra proposta, apresen-tada nos últimos dias pelo Governo PSD/CDS, de transferência para as autarquias locais da gestão dos Cen-tros de Saúde”.

Em resposta a estas acusações o PSD de VRSA, liderado por Pedro Pires, recordou que a implementação do «Cuidar» foi alvo de uma consulta pública aos principais operadores de saúde algarvios, tendo o Centro Hospi-talar do Algarve sido uma das entida-des contactadas no âmbito da consulta efetuada, “não tendo, contudo, apre-sentado qualquer proposta”.

Para os sociais democratas PS e o PCP estão “contra a saúde dos vila-realenses”, devido ao facto de terem votado contra a criação do programa «Cuidar».

Câmaras de Olhão e Vila Real de Santo António implementam rede pioneira de cuidados de saúde intermunicipais

Alcoutim dá 5 mil euros para incentivo à natalidade

PCP questiona Governo sobre falta de médico de família em Cacela

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LOCAL

Depois de a câmara municipal de Vila Real de Santo António ter posto em causa os resultados das análises do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), e que obrigaram ao longo de dois meses, initerruptamente, a interdições no município de captura de bivalves, nomeadamente a conquilha, surgiu um acordo que tem como objetivo garantir a fiabilidade dos resultados. Assim, a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e a Associa-ção de Mariscadores de Arrasto de Cintura da Baía de Monte Gordo vão passar a colaborar no processo de recolha de amostras de bivalves para análise. A decisão foi tomada na sequência da reunião de urgência solicitada pela Câmara Municipal de VRSA ao IPMA, tendo em conside-ração o facto de a autarquia consi-derar “estranhos” os resultados das análises efetuadas pelo laboratório

daquele organismo, cujos resultados determinaram, ao longo de mais de dois meses, a interdição da captura de bivalves.

O presidente da câmara municipal, Luís Gomes, adiantou à imprensa que foi chegada a conclusão que “as amostras referentes à zona de Monte Gordo (L9) estariam a ser recolhidas noutra zona (L8), o que compromete de forma inequívoca a validade dos resultados e coloca em causa o sustento de centenas de famílias que dependem única e exclusivamente da atividade da mariscagem”.

Será esta a razão apontada pelo município para o facto de as análises do IPMA apresentaremm “valores de toxinas positivos, enquanto as análi-ses efetuadas pela Câmara Municipal de VRSA, em laboratório certificado, mostram resultados muito inferiores que tornariam as zonas aptas para

a captura de bivalves”.

Executivo pede explicações sobre ausência de resultados

Na reunião realizada com o IPMA, a autarquia pediu igualmente expli-cações sobre as razões que estão a determinar a ausência de dados públicos atualizados sobre os valo-res das colheitas efetuadas (a última análise efetuada em Monte Gordo e publicada no site do IPMA data de 2 junho de 2014) ou sobre os valores de toxinas. Por outro lado, a autarquia comprometeu-se também a enviar periodicamente amostras e dados necessários para a realização de análises por parte do IPMA, bem como a colaborar no processo de recolha, acondicionamento e envio dos dados para atestar a qualidade das águas costeiras locais.

A câmara municipal de Alcoutim levou a cabo os trabalhos de limpeza nos pontos mais críticos da Ribeira de Odeleite, nomeadamente a jusante da Barragem de Odeleite, nas imediações da aldeia. Esta intervenção pretendeu desassorear a ribeira, cuja obstrução ao escoamento da água comprometeria a sua qualidade.Refira-se que a limpeza da Ribeira de Odeleite surgiu na sequên-cia de uma reunião entre a Câmara Municipal de Castro Marim, a Junta de Freguesia de Odeleite e a ARH Algarve (Administração da Região Hidrográfica do Algarve, IP), sendo que a câmara municipal responsabilizou-se por custear os trabalhos e a ARH Algarve teve a seu cargo o acompanhamento técnico.

Depois da fase de limpeza, decorreu a 29 de Julho a última etapa dos trabalhos de limpeza nos pontos mais críticos daquela Ribeira de Odeleite, com a descarga da barragem.

A localidade de Odeleite apresenta agora a ribeira revitalizada.

A câmara municipal de Castro Marim está a realizar a cabo obras para levar água à povoação à povoação de Campeiros, da freguesia de Castro Marim. Realizadas por administração direta, as obras devem estar concluídas em setembro. Os trabalhos passam pela construção cerca de 1000 metros de conduta, estação elevatória e tratamento de água e ramais de abastecimento, que servirão água potável à população de Campeiros.

“Levar água tratada a cerca de 50 povoações do concelho de Castro Marim, onde o abastecimento de água, não tratada, se fazia através da rede pública por fontanários, é uma das principais metas da autarquia de Castro Marim para os próximos anos”, pode ler-se em nota de imprensa. O presidente da câmara Francisco Amaral avançou, entretanto, que “todas as obras de abastecimento de água previstas para os próximos anos vão ser realizadas por administra-ção direta, o que permite à autarquia reduzir significativamente os custos da instalação”.

Reclamação terminou em colaboração entre município de VRSA e Instituto Português do Mar e da Atmosfera

Limpeza da Ribeira de Odeleite finalizou com descarga da barragem

Água potável chega à povoação de Campeiros

A descarga da barragem foi feita a 29 de Julho

Castro Marim

Câmara Municipal de Vila Real de Santo António saiu em defesa dos mariscadores e suas famílias

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Chef

Leonel Pereira, natural da aldeia do Pessegueiro, freguesia de Martinlongo, concelho de Alcoutim, comanda aos 44 anos a cozinha de um restaurante de luxo em Almancil. Ali apresenta uma gastronomia onde a criatividade, a pro-vocação e o vanguardismo são mote para saberes e sabores numa cozinha com uma equipa de 15 elementos sob o seu comando. Este ilustre alcoutenejo fez formações nacionais e internacionais como a Academia Alain Ducasse, Le Nôtre e Institute of Culinary Arts, mas não esqueceu os paladares da aldeia onde nasceu, afirmando-se um eterno aprendiz e experimentalista na evolução dos sabores. Passou por hotéis como: Atlantis Vila Moura, Hotel Quinta do lago (Oriente Express) Niko París, Cipriani Veneza Itália, Alex-andra Palace na Suiça. Abriu todos os Hotéis Pestana no Brasil, Carl-ton Alvor, Pousadas de Portugal e mais recentemente foi chef executivo do Hotel Sheraton Lisboa & SPA, sendo o restaurante Panorama o seu anterior projecto profissional, onde conquistou diversos prémios durante o período que lá esteve.

DR

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Vai para o segundo ano à frente da cozinha do restaurante «São Gabriel»; um restaurante de luxo em Vale do Lobo, no Algarve. Este foi mais um desafio que decidiu aceitar!?

Sim, mais um, de facto, porque a minha carreira tem sido feita de desafios! Sempre aspirei ser um bom cozinheiro para um dia vir a ser chef. Não ambicionei nunca ser chef de um restaurante de luxo antes dos 40 anos. Primeiro quis formar-me em três áreas diferentes: recursos humanos, gestão aliados à sabedoria da cozinha. Quando comecei tinha a ambição de ser chef num grande hotel; e refiro-me a um hotel de 600 quartos, banquetes para quatro, cinco, seis mil pessoas, três mil pequenos-almoços todos os dias, gerir 150 pessoas! Não comecei pela aspiração de ser chef de restaurante de luxo porque tenho a convicção que a nossa carreira é feita por desafios, sendo que este em que me encontro surgiu na hora certa!

Teve sempre as convições bem claras na sua cabeça?!

Sempre. Tive sempre ideias fixas que se foram consolidando. Sou da opinião que temos que querer muito as coisas para que elas aconteçam… Nunca procurei o media-tismo, aliás os jornalistas costumam-me chamar o chef low profile! (risos)

Mas a verdade é que a sua car-reira tem sido recheada de reconhe-cimentos, distinções e prémios!

Felizmente, posso afirmar que sim. Ini-cialmente comecei a participar em nome individual em concursos de cozinha; depois fiz parte da equipa olímpica de cozinha escolhido pelo capitão Fausto Airoldi, um dos grandes chef ’s portugueses com quem trabalhei como sub-chef, e que viu o meu valor, chamando-me para a equipa olím-pica regional Algarve durante o período 1996-2000. Eu liderei essa equipa, que era a única regional do país, e levei-a às Olimpíadas de cozinha, que é o maior evento de cozinha do mundo. Nunca o Algarve tinha participado e deste aí também nunca mais participou. Fica o marco de percurso também por ter tornado conhecidos alguns chef ’s algarvios. Depois fui chamado para a seleção nacional 2000-2004 onde integrei a equipa olímpica que em 2004 atingiu o seu auge; com duas medalhas de prata e duas de bronze. Este foi o meu primeiro contacto com concursos e já com alguns reconhecimentos.

Mas também teve diversas dis-tinções atribuídas por blog’s e revistas. Foi revelação de ano no Brasil...

Os prémios e distinções de carreira atri-buídos pelas revistas ou pelos blogs são um pouco relativos. Acredite que quando participei em concursos em nome indivi-dual e em que fiquei em segundo e terceiro lugares fiquei sempre muito mais contente do que com as distinções. Nas competições o segundo lugar para muitos é o primeiro! É preciso perceber que o segundo lugar é discutível, mas o primeiro é mais discutível ainda. O segundo é sempre mais tranquilo, é aquele lugar que ninguém fica com um olhar diferente para conosco. Quando somos primeiros ou somos nomeados o melhor perdemos sempre algumas pes-soas. Secalhar se as perdemos é porque não são verdadeiros amigos, não fazem falta, mas se ficassem como antes estavam bem melhor…

Não tem uma estrela Michelin e essa situação é muitas vezes questionada, já que tem inúmeros reconhecimentos nacionais e inter-

nacionais. Como lida com isso?Não tenho uma estrela Michelin, mas

não me considero inferior por isso. E tenho maturidade gastronómica suficiente para o dizer. Se me acho superior a algumas pessoas que têm uma estrela Michelin digo-lhe que em relação a algumas con-sidero que estou muito acima, tal como sei reconhecer que outros estão acima de mim. Eu tenho trabalhado em companhias grandes e o Guia Michelin não gosta muito de companhias grandes, prefere reconhe-cer espaços como este [restaurante «São Gabriel»].

«São Garbriel» que perdeu a estrela Michelin que tinha quando foi assumido por nova gerência, que por sua vez contratou Leonel Pereira.

Não a perdeu... Eu não tive a preocu-pação de explicar a ninguém. A imprensa caiu-me em cima, afirmando que o São Gabriel ou o Leonel perdeu a estrela Michelin... Em primeiro lugar eu não a perdi porque a estrela é do restaurante. Na verdade, a estrela está retida. Isto porque nós estamos a continuar a filosofia de mais qualidade, maior equipa e de uma culinária muito mais atualizada e muito mais contemporânea. Eu tive uma reunião com o guia para trazer uma informação fidedigna à minha equipa, explicando que os estatutos do Guia Michelin prevêem que quando o novo proprietário assume a gerência do restaurante caso não tenha ainda restaurantes com a estrela Michelin a probabilidade de a perder é total. E foi o que aconteceu.

O que mais me incomodou foi o Guia não ter enviado ninguém o ano passado para verificar a nossa qualidade. O que nos disseram é que a estrela foi retida entre um a três anos, mas que temos gran-des hipóteses de durante esse período a recuperar. O Guia Michelin já conhece o meu trabalho do Sheraton Lisboa e agora quer ver o que a gerência do São Gabriel me deixa fazer. Este ano já tivemos três visitas do Guia no São Gabriel.

Portanto, está tudo em aberto...

Também lhe digo que não vou vibrar se receber a estrela Michelin. Não vou falar com ninguém se receber uma estrela Michelin; ninguém me venha pedir entre-vistas... Se der será a pessoas que estive-ram sempre perto de mim, jornalistas que conhecem o meu trabalho e que nunca duvidaram dele. Uma estrela Michelin não me irá dar aquele prazer caso ma tivessem dado há seis ou sete anos atrás quando eu acho que já a merecia.

Refere-se ao período sensivel-mente entre os seus 30 e 40 anos em que desenvolveu funções muito intensas em Portugal e no estran-geiro...

Exacto. Nessa fase fui nomeado no Brasil Chef Revelação do Ano, que é o prémio mais importante num país que tem cen-tenas de chef ’s bons e não uma dezena apenas como em Portugal…

Na altura [ano 2000] estava a enfrentar um mega desafio?!

Sem dúvida. É daqueles desafios que acho que apenas conseguimos enfren-tar aos 30 anos! Eu coordenava o grupo Pestana no Brasil; era director de alimen-tação e tinha cerca de 600 pessoas em sete Estados diferentes...

Falamos de uma dimensão gigan-tesca...

Para ter uma ideia o último banquete que realizei, no Hotel de São Salvador da Baía, servi sete mil e quinhentas pessoas

em que comprei duas tone-ladas e meia de comida. Só nesse hotel tinha 120 cozi-nheiros. E depois geria todos os outros hotéis. Foi um expoente máximo em que eu geria dezenas de milhar de milhão de reais. Muitas vezes tinha de deixar de ser chef para andar de fato e gravata em reuniões de direção. Tinha de fazer orçamento de sete, oito, dez milhões de reais, tinha cerca de 300 cozinheiros de Estados diferentes, de cultu-ras diferentes. Para mim era mais fácil gerir seis hóteis na Europa do que seis distribu-ídos pelos Estados brasiliros porque culturalmente é mui-tíssimo complexo.

Tem 17 anos de ges-tão-chefia, mas desde os 16 anos que está na cozinha, vindo de uma família que em nada está ligada ao ramo e da da serra onde é mais difícil conseguir deter-minadas coisas...

Eu muito cedo percebi que por ser um puto da serra me faltavam algumas coisas... Os tipos da cidade gozavam comigo da forma como eu me vestia ou falava e eu por vezes dava-me raiva por ser julgado por isso... Mas eu só posso dizer que essas pessoas deram-me uma força incrível para ter mais vontade em vencer. O factor serra faz-nos desen-rascar mais vezes, acredito eu. Não havia indícios que eu viria a ser um cozinheiro, não tenho ninguém na famí-lia que seja hoteleiro sequer. Na verdade, eu queria ser barman porque era ado-lescente e naquela idade pensava mais em conhecer raparigas, sendo que acre-ditava que tal fosse possível através desse meio!

Lutou muito para chegar onde chegou, sendo que como já refe-riu veio de um meio com menos oportunidades.

Muitas vezes já escreve-ram sobre mim, dizendo que subi a pulso. Eu não sei se subi a pulso, mas a verdade é que tinha muitas convic-ções. Eu sei que olhava para mim e que era um puto feliz, que tinha tido uma infân-cia espectacular, melhor que muitos, mas também me fal-tavam muitas coisas. Algu-mas por culpa minha porque eu tinha condições para estar a estudar e não quis. Eu não soube dizer «sim» naquelas alturas, então tive que estu-dar mais tarde, aos bocados, em vários locais. Isso para mim foi muito melhor do que se tivesse feito uma carreira académica. Esco-lhi áreas e escolas que era importante frequentar para me formar, daí ter estudado

GRANDE ENTREVISTA

Susana H. de Sousa

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em França, Estados Unidos e outros locais onde con-segui especializar-me em áreas que eu queria bas-tante, desde marketing, gestão, idiomas,;para além da cozinha, claro! Tinha a convicção que era isso que fazia crescer um chef...

As diversas habili-tações permitiram-lhe exercer funções em áreas distintas…

Quando me dei conta as pessoas já não viam como um chef. As pessoas come-çavam-me a ver como um director. Nos desafios que me apareciam à frente ninguém me dava trabalho como chef de cozinha. E daí ter tido oportunidade de dirigir grandes grupos. Foi o caso do Brasil e mais tarde como Chef das Pousadas de Portugal. Nas pousadas de Portugal geria 40 equipas e era Corporate Chef/F&B Manager, ou seja a maior parte do meu tempo eu andava de fato e gravata… Na verdade entre os 28 e os 36 anos foi uma temporada muito difícil porque muito intensa, mas também acre-dito que tenha sido a altura certa.

Sentia-se bem no papel cada vez mais intenso de diretor?!

Não, não me sentia bem. Sentia que era consequên-cia do meu trabalho, mas também percebia que o futuro que viam para mim não era de chef, mas sim de director de um hotel e não era isso que eu ambi-cionava. Não estava no caminho que preten-dia, na verdade…

Efectivamente não. Sen-tia-me feliz por conseguir atingir e bem os objectivos traçados, mas via toda a gente feliz menos eu. Sentia o reconhecimento total como gestor, mas como Chefe de cozinha sentia que estava a por máquinas de cozinha a funcionar: grandes hotéis, grandes fábricas.

E foi isso que me fez acordar, sair das Pousadas de Portugal e ir para o Sheraton.

E quando é que con-seguiu desvincular-se desse caminho?

Quando estava nas Pousadas de Portugal e a crise começou a obrigar a cortar nos orçamentos. Queriam que eu cortasse na qualidade, na equipa e aumentasse receitas!... Mas quanto a mim isso é impossível, são pólos que entram em choque. Disse sempre que se o orçamento passasse eu saía, e foi isso que aconteceu. Portanto, há que ter coragem para enfrentar estas situações.

E despedi-me, fiquei sem trabalho, mas rapidamente me chamaram para uma entrevista no Sheraton e passado duas semanas comecei a trabalhar, sendo que ali fiquei seis anos.

Foi para chef de cozinha, como tanto queria!?

Quando cheguei ao Sheraton disse que queria ser chef de cozinha, mais nada. Não quis que pensassem que por eu ser director de F&B me devessem contratar como chefe para um ano depois me colo-carem naquelas funções de direcção! Pus logo tudo em pratos limpos! Depois fiquei também chef do restaurante Panorama, do mesmo grupo. Nunca procurei o media-tismo, apesar de ser chefe de cozinha de restaurantes bastante mediáticos e reco-nhecidos, o maior prazer está na apre-ciação que as pessoas fazem da comida, e depois está o chef.

Nesta fase já auspiciava ser chef de um restaurante de luxo.

Já, nesta altura já. Porque já estava cansado de abrir hotéis. Estava mais na altura de dizer «quer ter o meu canto, quero ter a minha equipa, só fazer jantares ou almoços, não fazer pequenos-almoços, não ter grupos e pôr a minha criatividade à prova!».

Portanto, podemos afirmar que estar no «São Gabriel» permite-lhe concretizar essas vontades todas?!

Sem dúvida. Este projecto permite-me utilizar alta qualidade; tenho uma equipa com quem passo muito tempo, aqui posso estar com o cliente, falar com ele, saber o que quer do São Gabriel, o que sente depois de experimentar a minha comida

Ou seja, vive-o muito intensa-mente…

Muito mesmo. E aqui no Algarve posso deixar os outros carros em casa e andar no meu Citroen 2 Cavalos, ou de mota, ou de bicicleta…

É bom aos 44 anos ter já esta qualidade de vida, com uma expe-riência de vida enorme.

É, claro que sim! A experiência de vida que adquiri ao passar por tantos países, conseguir lidar com tantas culturas dife-rentes é muito importante para mim.

O que gostaria de dizer aos mais jovens, tendo em conta toda a sua experiência de vida pessoal e pro-fissional?

Na verdade vivi muitas situações em que é notório que a vida por vezes é muito difí-cil e pode levar-nos por caminhos muito negros. Começamos em miúdo com a droga a morar ao lado, é um problema sério. Eu vi amigos meus perderem-se completa-mente pela droga, outros pelo álcool e aparentemente viriam a ser grandes profis-sionais, muito porque há problemas muito mal resolvidos na cabeça das pessoas… Eu convivi ao lado disso tudo. Também é preciso saber não cair na ambição desme-dida e falsidade; saber qual é o momento certo para mudar. O dinheiro também é uma droga porque pode gerar ambição cega. Eu tive de gerir muito bem qual o melhor momento para dar os passos certos e seguros; não aceitava os desafios pelo dinheiro, mas por estar ao seu alcance. Temos que ter garra e não podemos desis-tir à primeira porque hoje nesta profissão existem muito melhores condições para se evoluir do que quando eu comecei; tem de haver determinação.

Também teve ao longo de muito tempo uma imagem irreverente. Mudou a imagem que se tinha do típico cozinheiro…

Até há quatro anos atrás eu usava rabo de cavalo! No Brasil a minha irreverência visual era notícia! (risos) Sabe, eu tinha que marcar a diferença. Quando comecei os cozinheiros não eram muito bem vistos, ou seja, associava-se a cozinha a pessoas básicas e com uma aparência estética menos favorável. E efectivamente quem tinha menos estudos, era menos jeitoso fisicamente e com pior formação pessoal ia para a cozinha ou para os calabouços da cozinha… A velha guarda não me orgu-lhava. Eram os cozinheiros que se achavam donos da verdade e que não partilhavam o seu saber. As cozinhas funcionavam como autênticas dinastias. Pelo meu lado irreve-rente inicialmente chamaram-me muitos nomes pejorativos, mas eu consegui provar o contrário.

Em relação à actualidade é uma pessoa bastante crítica em relação àqueles que, como diz, querem ser muito chef’s, mas mas pouco cozi-nheiros…

Essa é uma questão muito preocupante. É preciso desmistificar que hoje muita gente, devido aos programas de televisão mediáticos, quer ser chef, mas não quer ser um cozinheiro e ninguém pode chegar a chefe de cozinha sem saber cozinhar. Há muitas falsidades nestes meios. Eu cada vez mais tenho vergonha de dizer que sou chef, acredite. Devido à banali-zação do termo e dos equívocos que se têm criado...

No São Gabriel como caracteriza a sua cozinha?

É uma cozinha 100% criativa em que no máximo 25% é de base regional. Na grande parte do ano 99% dos clientes são estrangeiros e não posso injectar comida regional porque esse é o papel dos restau-rantes tradicionais. Quem aqui vem não procura uma experiência de gastronomia portuguesa, mas sim criativa e provoca-dora. Há uma intensidade muito grande de peixe de alta qualidade; temos mos-trar o que há de melhor, e que é o nosso peixe. Trabalho com uma quinta biológica de Lagos onde os legumes são produzi-dos exclusivamente para nós, mas em que determino como quero os produtos.

As carnes são de Trás-os-Montes; dou preferência aos produtos portugueses, mas se não encontrar a qualidade que procuro compro no estrangeiro. Não aceito parce-rias com ninguém no sentido de receber dinheiro para divulgar os seus produtos. Os produtos utilizo-os por convição e não em troca de nada e isso dá-me a vantagem de trabalhar com quem quero. Mas, claro, sou algarvio, gosto de dar oportunidade à minha região e ao meu país. Quanto a abores do Algarve, por exemplo, tenho um prato com Xarém. Mais do Alentejo, faço os Pezinhos de Coentrada. O sal e a flor de sal que utilizo são de Castro Marim e Tavira que são os melhores que há...

Gostava de trabalhar mais com produtos da sua terra, Alcoutim?

Gostava, mas não há produção que assegure isso. No Baixo Guadiana existe enorme potencialidade ao nível de vários produtos de caça, peixe, legumes e frutas. Mas, na verdade, ainda ninguém se orga-nizou para ter escala que permita abas-tecer restaurantes como o São Gabriel, por exemplo. Também gostava de deixar um apelo aos restaurantes tradicionais e que passa por dizer que sejam autênticos. Sirvam o que é local e não adulterem as raízes porque isso é enganar as pessoas, quando não há necessidade nenhuma de o fazer porque têm à mão excelentes produtos.

GRANDE ENTREVISTA

DR

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LOCAL

Na foto da esquerda temos a carruagem presidencial. Na imagem à direita pormenor do corredor

Comboio Presidencial assinalou em VRSA os 125 anos da chegada do comboio ao AlgarveA Fundação Museu Nacional Ferroviário (FMNF), a Câmara Municipal de Faro e a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António celebraram, esta terça-feira, a bordo do Comboio Presi-dencial, os 125 anos da chegada do comboio ao Algarve. Para assinalar a efeméride, entidades e entusiastas dos caminhos-de-ferro efetuaram uma viagem a 1 de julho entre VRSA e Faro, na composição ferroviária que era utilizada pelo Chefe de Estado e pela sua comitiva entre 1910 e 1970.

À chegada, os convidados foram conduzidos ao Museu Municipal de Faro onde foi inaugurada a exposição «Um olhar sobre os caminhos-de-ferro do Algarve».

O restauro do Comboio Pre-sidencial teve início em 2009, tendo sido concluído em Feve-reiro de 2013. Pretende-se, no futuro, a exploração turística da composição.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2014 | 17

DESENVOLVIMENTO

Os trabalhos deverão começar no final do Verão

Ministro visitou, entre outros, a Cooperativa de Sal em Castro Marim

Iniciativa é uma parceria municipal com a ACRAL

Desassoreamento da Foz do Guadiana em fase de Concurso

Ministro Poiares Maduro visitou Baixo Guadiana

VRSA é município pioneiro na promoção turística interativa Agosto é mês de início de

(algumas) obras da EN 125

A Agencia Pública de Portos da Anda-luzia iniciou os procedimentos para o lançamento do concurso para a dragagem da Foz do Guadiana, cujos trabalhos deverão começar no final do verão, concretizando-se assim a primeira fase do projecto «Navega-bilidade do Guadiana», aprovado no Programa Operacional de Coopera-ção Transfronteiriça Espanha Portu-gal (POCTEP). De acordo com um comunicado da Comissão de Coorde-nação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg) este procedimento vem na sequência da assinatura do

Memorando de Entendimento sobre o Desassoreamento da foz do Guadiana, assinado em Lisboa, a 28 de março de 2014, entre o Director Geral de Recursos Naturais, Segurança e Servi-ços Marítimos e o Director da Agencia Pública de Portos da Andaluzia, que determina as premissas técnicas e o acompanhamento das mesmas pelas entidades competentes. De referir que a intervenção na foz vai recuperar a cota de dragagem de -3,5 metros per-mitindo assim a navegação em segu-rança das embarcações desportivas e pesqueiras.

Tanto os concelhos de Alcoutim como Castro Marim e Vila Real de Santo António receberam a visita do Ministro-adjunto e do Desenvolvi-mento Regional. As visitas decorreram no âmbito do ciclo de visitas que está a efetuar pelo País denominado «Roteiro pelos Territórios de Baixa Densidade» com o objetivo de conhecer as “boas práticas” no domínio de iniciativas públicas e empresariais, que valorizem a importância do território como fator de competitividade.

Em Alcoutim a comitiva visitou dois projetos de sucesso, financiadas pelo Programa Operacional Algarve21, que são exemplo da capacidade de potencializar os recursos endógenos e promover a criação de emprego e

Vila Real de Santo António é o primeiro município do Algarve a receber um ecrã interativo do projeto «Algarve 360», uma iniciativa da Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (Acral) que envolve diversas autarquias da região e promete revolucionar a forma de promoção turística dos equipamentos, infraestruturas e serviços turísticos.

O sistema foi inaugurado na Praça Marquês de Pombal, em Vila Real de Santo António, e permite aos residentes e visitantes aceder a informações sobre pontos de interesse turístico, comércio e serviços, notícias, eventos culturais, mapas e roteiros.

Com funcionamento tátil, muito semelhante a um tablet, o ecrã é de utilização fácil e intuitiva e permite pesquisar desde restaurantes, praias, transportes ou visualizar spots e vídeos promocionais.

Para aumentar a interatividade com os utilizadores, este equipamento de última geração permite tirar fotogra-fias tipo selfie e enviar para familiares e

Depois de ter sido anunciado em Maio que as obras da EN 125 iria mdeixar de fora muitas das inter-venções previstas a requalifica-ção de algumas partes da EN 125 avança em Agosto. O presidente das Estradas de Portugal (EP), António Ramalho, reuniu-se com os autarcas da região, no quadro da Comunidade Intermunicipal do Algarve – Amal, para lhes dar conta da renegociação feita com a subconcessionária Rotas do Algarve Litoral. O acordo inclui o regresso de cerca de metade da EN 125, entre Olhão e Vila Real de Santo António, à manutenção e exploração directa da EP. Terá um custo de cerca de 14 milhões de euros, mas aguarda o visto do Tribunal de Contas.

Vão ser construídas as varian-tes a Faro, Almancil e Lagos. A variante do nó da Guia/Albufeira

riqueza, designadamente o projeto Enercoutim, uma plataforma de ener-gia Solar, em Martinlongo, e a empresa Dandle&Vasquez, localizada no parque empresarial, em Balurcos.

Não podemos ter um país a duas velocidades

“Nós não podemos ter um país a duas velocidades”, declarou Ministro Poiares Maduro já em Castro Marim. Neste concelho o ministro visitou o Revelim de Santo António, a Coopera-tiva Terras de Sal e a recém-inaugurada Casa do Sal, em Castro Marim.

Este responsável sublinhou as perdas no âmbito do desenvolvimento econó-mico-social que afetam os territórios

amigos através de um simples clique.Esta possibilidade funciona não só

como ferramenta de promoção turís-tica de Vila Real de Santo António, mas aumenta também a presença e a visibilidade do município nas redes sociais.

Além de VRSA, também as frentes de praia de Monte Gordo e de Manta Rota vão receber um ecrã interativo.

está congelada nesta fase tal como o acesso directo a Vilamoura.

O presidente da Amal, Jorge Botelho, também presidente da câmara de Tavira, encara este avanço segmentado como uma discriminação em relação ao Sota-vento. A construção da variante a Olhão, uma das obras mais caras que fazia parte do projecto inical, não vai ser construída.

As mudanças previstas

A requalificação e conservação da EN 125, de Lagos a Olhão, fica sob a responsabilidade da Rotas do Algarve Litoral. Daquela zona até Vila Real de Santo António a totali-dade da via voltará para a Estradas de Portugal. A variante à localidade de Luz de Tavira é outra das obras que não se vai realizar.

Quem passa pela EN125 de

acesso a Manta Rota conhece bem os seus retalhos e buracos. Ao que tudo indica na zona de Manta da Rota a Cacela Velha, só vão haver intervenções em 2015.

Turismo do Algarve aplaude início de obras

O responsável pelo turismo algar-vio, Desidério Silva, recorda que a intervenção na EN125 é uma rei-vindicação do setor que o mesmo abraçou “desde o início do mandato na presidência da RTA” e que a pres-são das diversas entidades regionais “vai finalmente dar frutos”.

Apesar de estarmos em plena época alta do turismo, o presi-dente da RTA encara bem o reco-meço imediato dos trabalhos nas variantes de Faro, de Lagos e do Troto, em Almancil, que estão parados há três anos.

de baixa densidade. Durante a visita, o ministro sublinhou a importância de trazer crescimento económico e emprego aos territórios de baixa den-sidade através dum aumento da com-petitividade económica, lembrando que, no próximo quadro de apoio comunitário (2014-2020), as infra-estruturas não serão prioridade. “A competitividade encontra-se a partir daquilo que existe no território, dos produtos tradicionais, dos recursos naturais que aqui existem. No caso de Castro Marim, por exemplo, valorizar o sal através de uma capacidade de comercialização diferente, da criação de novos produtos, aquilo que tem vindo a ser feito mas potenciado”, realçou o ministro Poiares Maduro.

Já em Vila Real de Santo António o Ministro visitou a empresa Nautiber - Estaleiros Navais do Guadiana.

Entretanto, os presidentes da câmara municipal de Castro Marim e de

Alcoutim no seguimento destas visitas assinaram em Monchique os protocolos que garantem a instalação de Espaços do Cidadão em várias fre-guesias dos concelhos.

Com muitos cortes

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18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2014

DESENVOLVIMENTO

MENOS UM JORNAL REGIO-NAL - O jornal Avezinha, dirigido pelo decano da imprensa regional Arménio Aleluia Martins deixou de ser publicado em Julho.

O jornal existia graças à caro-lice do Arménio, mas não con-seguiu resistir à crise, nem às medidas que, paulatinamente, para não se sentir o veneno, foram sendo tomadas para que prevale-cessem os mais fortes, quando na realidade eram todos fracos. A força da imprensa local e regional advém de serem muitos os jornais e estarem espalhados por todo o território, tornando simpática aos habitantes de cada terra a leitura da imprensa local com algumas bicadas em quem manda.

O fim do porte pago e da obriga-toriedade de publicação dos con-cursos de obras públicas e outros foi a machadada final, sobre os aumentos dos custos do papel e das telecomunicações, da falên-cia das distribuidoras e, amêndoa amarga sobre este bole podre, os cortes nos vencimentos e o desem-prego de demasiada gente.

Os jornais que resistem, meia dúzia de títulos sobrevivem com enormes dificuldades. Devido à quebra das receitas publicitárias e da diversidade de anunciantes, as pressões políticas são enormes para a missão dos jornalistas, afe-tando a circulação democrática da informação a favor das muitas verdades oficiais, o que conduz também à saturação dos leitores e à quebra nas compras e assina-turas.

Cada autarquia tem o seu site, os seus jornalistas privados. A informação ali publicada, sendo muito útil como fonte de informa-ção, será sempre o ponto de vista de quem a governa, tal como as notas de imprensa de organismos e empresas.

Só jornais com sólida indepen-dência financeira proporcionada pelas compras e assinaturas e por uma publicidade de origens bem diversificadas estão em condições de aprofundar e testar os pontos de vista de quem manda, mas também de dar o ponto de vista das oposições e dos cidadãos inde-pendentes.

A migração para o digital não tem estado a resolver o problema. Há mais circulação do mesmo tipo de informação e o contraditório não sai analisado pelo olho técnico do jornalista que, antes de publi-car, testa fontes e separa a verdade da ficção ou da invenção.

Uma vez que é ínfimo o número de pessoas que pagam pela infor-mação digital, quem tem estado a fazer negócio são os criadores dos suportes informáticos e as empre-sas de telecomunicações. Os pro-dutores de conteúdo ficam a ver navios ou, pior, ficam a ver as suas obras amplamente difundidas pela cópia não autorizada.

Ao Arménio Aleluia Martins deixo o reconhecimento, nesta espécie de requien em que trans-formei esta coluna. É de quem ainda não perdeu a esperança de ver um próximo governo de Portu-gal a olhar melhor pela informa-ção independente que é a seiva da democracia.

NO ALGARVE

José Cruz

Um estágio na Comissão Euro-peia visa proporcionar aos jovens licenciados uma experiência única do funcionamento da Comissão Europeia e das instituições da UE, em geral; visa oferecer aos estagi-ários a oportunidade de trabalha-rem num ambiente multicultural, multilingue e multi-étnico, contri-buindo para o desenvolvimento da compreensão, da confiança e da tolerância mútuas; e promover a integração europeia no espírito da nova governança e, através de uma participação activa, promover a consciência de uma verdadeira cidadania europeia.

O estágio tem a duração de 5 meses, a começar em março de 2015, em Bruxelas, no Luxem-burgo ou nas capitais dos Estados-Membros, delegações da Comissão em países terceiros e é dirigido a nacionais de um Estado-Membro ou de um País candidato.

Os candidatos dos Estados-Membros devem ter um conheci-mento excelente de, pelo menos, duas línguas comunitárias, uma das quais será uma língua de traba-lho da Comissão Europeia (inglês, francês ou alemão).

Complete e confirme esta infor-mação com a leitura do anúncio e das regras aplicáveis aos estágios e de como formalizar a candidatura (em linha, através do registo no portal e do preenchimento de um formulário).

Saiba mais sobre oportunida-des de estágio e de emprego para outras instituições europeias e / ou organizações internacionais, con-sultando o sítio www.carreirasin-ternacionais.eu

CONCORRA! NÃO DEIXE

PASSAR ESTA OPORTUNIDADE!

ESTÁGIO NA COMISSÃO EUROPEIA

Candidatura até dia 29 de agosto

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

«Perto daEuropa»

Halografia está a chegar aos telefones inteligentes (smartphones)A empresa Takee do mercado de smartphones na China acaba de apresentar o primeiro aparelho holo-gráfico da categoria.

Alguns observadores afirmam que a empresa ainda não conseguiu explicar muito bem como o recurso para hologramas funciona. Há um vídeo que mostra alguns detalhes interessantes, donde se infere que o aparelho terá sensores de movimento que podem ser utilizados sem tocar no aparelho.

Para gerar o que a Takee chama de halogramas inteligentes (Smart Holograms), há quatro câmaras nos quatro cantos frontais do aparelho que rastreiam o olhar e geram as imagens tridimensionais.

Algo semelhante já existe no Fire Phone da Amazon que em vez de hologramas cria imagens com sen-sação de profundidade, após rastreamento pelo olhar feito com quatro câmeras.

A empresa apresenta seu dispositivo de uma maneira diferente e insiste nos hologramas e não em imagens tridimensionais no próprio ecran.

O aparelho ainda não está à venda, não parece haver uma data para isso, mas aqui deixamos algumas especificações técnicas: processador: MediaTek octa-core MT6592T, 5,5’’ 1080p, câmara traseira – Sony Exmor IMX135 de 13 MP; frontal – 5 MP, bateria: 2.500 mAh

José Cruz

Associação Empresarial Turística do Baixo Guadiana e a Universidade do Algarve assinam Protocolo de CooperaçãoA Associação Empresarial Turís-tica do Baixo Guadiana e a Uni-versidade do Algarve, assinaram em Junho um Protocolo de Coo-peração. O referido Protocolo pretende desenvolver activida-des de cooperação que refor-cem interesses mútuos das duas Instituições, nomeadamente na área da investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação empresarial.Este

De acordo com a Agência Lusa, a Quercus exigiu a realização de estudos de impacto ambiental para quaisquer eventuais explo-rações de gás natural e petró-leo no Algarve, projetos que, a avançar, serão um “péssimo ‘cartão de visita’” para a região. Em comunicado, a Associação Nacional de Conservação da

estreitamento de relações de cooperação e intercâmbio passa por atividades nos domínios do ensino e da formação, partici-pação em projetos de investiga-ção e de prestação de serviços à comunidade, de âmbito nacional e internacional, estágios científi-cos e técnicos e apoio a candida-turas a medidas que contribuam para a prossecução dos objetivos de ambas as partes.

Natureza - Quercus mostrou-se “muito preocupada com as notí-cias (...) de que estará iminente a exploração de gás natural e de petróleo no Algarve” e alertou que “a situação é ainda mais pre-ocupante quando se sabe que não foi realizado qualquer estudo de impacto ambiental, nem pondera-das quaisquer medidas de mini-

mização dos impactos ou medidas de atuação em caso de eventuais desastres ambientais”. No início deste mês, o presidente da multi-nacional espanhola Repsol, Anto-nio Brufau, afirmou, depois de um encontro com o Presidente da República, que a companhia vai iniciar a perfuração e prospe-ção de gás natural no Algarve no

Reitor da UAlg coopera com a Úadiana na investigação

Quercus exige estudos de impacto ambiental para exploração de gás e petróleo no Algarve

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2014 | 19

CULTURA

Iniciativa decorreu após um workshop de escrita criativa que decorreu sob a orien-tação do ator Francisco Braz

O Festival de Folclore é sempre motivo de atração para os turistas e residentes no Baixo Guadiana

O XVIII Festival de Bandas foi organizado pela Banda Musical Castromarinense e teve os apoios da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Castro Marim

Os Mouriscos nos Algarves Portugueses

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* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Finda a conquista cristã no Algarve, em 1249, muitos foram os muçulmanos que permaneceram em território português. Estas populações, que no Algarve viram os seus direitos e deveres salvaguardados por documentos como o foral dos mouros forros de Silves, Tavira, Loulé e Faro, passaram a ser designadas por “mudéjares”, palavra derivada do árabe muddajan, ou seja, “aquele a quem se permite que fique”. Mais tarde, em 1496, o decreto de D. Manuel I que determina a conversão (ao cristianismo) ou expulsão das minorias mouras e judaicas, sob pena de morte e confisco de bens, fez surgir no reino a comunidade conhecida como mouriscos ou cristãos novos de mouros. Com efeito, é frequente os investigadores espanhóis aplicarem o termo morisco aos descendentes dos muçulmanos que dominaram a Península Ibérica entre 711 e 1492, uma vez que em Espanha os mouriscos eram, essencialmente, os descendentes da antiga população mudéjar. Porém, no caso português, a leitura atenta das fontes dá-nos conta de outros grupos de mouriscos que começam a dar entrada no reino a partir de fins da Idade Média e inícios da Idade Moderna, o que torna cientificamente incorrecta a circunscrição dos mouriscos aos descendentes dos muçulmanos que permaneceram em Portugal após da conquista cristã. Uma análise atenta revela que outros grupos de mouriscos, exteriores ao universo ibérico, deram entrada no território português, nomeadamente os magrebinos convertidos ao cristianismo e oriundos das praças portuguesas do Norte de África: prisioneiros de guerra, militares mouriscos ao serviço da Coroa portuguesa e refugiados políticos. Um bom exemplo é o estudo de Rogério de Oliveira Ribas aos processos de 349 réus penitenciados por práticas islâmicas nos tribunais portugueses, entre 1540 e 1600, onde se pode concluir que 4% eram naturais de Portugal (seguramente descendentes dos antigos mudéjares), 67.5% eram oriundos do Norte da África e os restantes 28.5% eram provenientes de outros pontos do império português. Verifica-se, portanto, que a esmagadora maioria dos mouriscos residentes em Portugal, no séc. XVI, resultava da guerra portuguesa no Norte de África, contrariamente ao caso espanhol, onde os mouriscos são entendidos como os descendentes da antiga população muçulmana. E a explicação é simples: ainda a Espanha não tinha conquistado Granada e já Portugal tinha conquistado os Algarves Dalém-mar, em Marrocos… Para os interessados nesta matéria fica ainda uma sugestão de leitura: “Os Mouriscos nos Algarves Portugueses – Uma perspectiva generalista sobre uma minoria étnica”, comunicação que apresentámos em Tânger, em Abril do presente ano, e que se encontra publicada no livro de actas do Congresso Internacional Los Descendientes Andalusíes «Moriscos» en Marruecos, España y Portugal, sob a coordenação científica do catedrático Ahmed Tahiri.

Fernando PessanhaHistoriador

Castro Marim foi palco do XVIII Festival de Bandas

Faleceu José Alexandre Pires

Casa dos Condes encheu para mais uma “Palavra Sexta à Noite”

Azinhal é palco de Folclore há 20 anos

Castro Marim foi palco do XVIII Festival de Bandas no passado dia 12 de Julho. Foi uma plateia bastante interessada e entusiasmada aquela que assistiu, no passado sábado, ao XVIII Festival de Bandas, que teve como cenário a Praça 1º de Maio de Castro Marim.

Com as participações da Filarmónica Pampilhosense e da Banda Musical de Tavira, o festival iniciou-se com um desfile pelas ruas da vila e terminou com o concerto na Praça 1º de Maio.

O XVIII Festival de Bandas foi organizado pela Banda Musical Castromarinense e teve os apoios da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Castro Marim e tem por principal objetivo a preservação da tradição secular das filarmónicas em Portugal e, ao mesmo tempo, incrementar o aparecimento de novos músicos.

Faleceu José Alexandre Pires, natural de Portimão, mas residente em Vila Real de Santo António e uma figura incontornável quanto ao tema de indústria conserveira e do pescado.

José Alexandre Pires estabeleceu contacto com o mundo da pesca e da conserva desde muito novo, já que o seu pai era industrial e armador. Sentiu sempre uma grande paixão por esta atividade e pelo colecionismo, tendo adquirindo latas de conserva ao longo das suas viagens, em Portugal e no estrangeiro. Após a conclusão do curso de Economia na Escola Industrial, especializou-se como técnico de conservas de peixe, sendo colaborador de Dr. Funestin, diretor do Instituto Científico das Pescas, em Marrocos. Para além de estudos efetuados sobre o ciclo da sardinha e outros peixes pelágicos, importantísimos para um conhecimento aprofundado sobre a matéria, José Alexandre Pires dedicou-se também, ao estudo e ensino das técnicas de conservação, nomeadamente do enlatamento do peixe a cru.

Frequentemente fazia comunicações em palestras relacionadas com a pesca e as conservas, entre outros temas. Era um excelente comunicador e uma das suas características passava pela forma simples com criava empatia com quem se cruzava consigo. Em 2005 publicou o livro «O Mundo da Pesca e da Conserva em Geral».

O JBG deixa as mais sentidas condolências à família enlutada.

A «Palavra Sexta à Noite» de Julho teve como mote a leitura dos textos criados no âmbito do workshop de escrita criativa, orientado pelo ator Francisco Braz, que decorreu na Biblioteca Municipal entre 7 e 10 de julho.

Após a entrega dos diplomas aos participantes no workshop, a cargo do vereador Paulo Paulino, a iniciativa incluiu ainda a apresentação da peça de teatro “Um Pedido de Casamento”, de Anton Tchekhov, pelo grupo de Teatro Experimental de Alcoutim.

Decorreu no passado sábado, dia 19 de julho, no Centro Multiusos do Azinhal, o XX Festival de Folclore do Azinhal. Organizado pela Casa do Povo do Azinhal, em parceria com o Rancho Folclórico do Azinhal, o Festival de Folclore traz à aldeia centenas de visitantes e alguns dos melhores ranchos do folclore português.

Nesta edição participaram o Rancho Folclórico do Azinhal, o Rancho Folclórico Ceifeiras e Campinos da Azambuja, o Rancho Folclórico Flor do Alto Alentejo de Évora, o Rancho Folclórico de Penha Garcia de Idanha-a-Nova e o Grupo Etnográfico de Quelfes “Dança dos Velhos” de Olhão. Diferentes danças, cantares e instrumentos, bem como a diversidade de trajes e adereços, estiveram em palco no Azinhal numa franca manifestação de usos, costumes e tradições que caracterizam as regiões de proveniência dos grupos.

O XX Festival de Folclore do Azinhal contou também com os apoios da Câmara Municipal de Castro Marim e da Junta de Freguesia do Azinhal.

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2014

CULTURA E AGENDA

POR CÁ ACONTECE A G E N D A 22, 23 e 24 de agosto

Música na Praça 27 de agosto “Grab it band”22h00 / Praça da República - Alcoutim

Noite de Fados30 de agosto Giões / Associação Grito D’ Alegria

Festa da Espuma30 de agosto Local: Cais de Alcoutim

Aulas de ZumbaAtividade gratuita durante toda a época balnear / praia fluvial do Pego Fundo – Alcoutim, terças-feiras às 18h15 | quintas-feiras às 19h00

Marcha Pedestre Noturna1 de agosto Martim Longo21h00

Marcha da Lua Cheia10 de agosto / Pereiro

Exposição “Nu Alto”4 a 29 de agostoCasa dos Condes - Alcoutim

Castro Marim01, 02 e 03 | XX Festa do Emigrante / Monte Francisco

01| Noite Glow com DJ Guz e DJ Gustavo VeraAltura – Praia da Alagoa 22h00

03| Concerto da Orquestra Giovani Musicisti OssolaniCastro Marim – Revelim de St. António / 21h00

De 06 a 17 | 8ª Feira do Livro em Altura Altura (Zona de Lazer, junto à Av. 24 de Junho) / 20h00 – 00h00

08| Noite de Pop/RockCastro Marim (Revelim de St. António) / 22h00

09| Passeio Noturno “Estórias

de Assombrar” / Castro Marim – Revelim de St. António 21h30

10| 13ª Prova de Natação de Mar em Altura / Praia da Alagoa/Altura / 11h30

De 14 a 17 de agosto| Festas em Honra de Nossa Sra. Dos Mártires / Castro Marim

20| Animação de Verão em Altura – Folclore Internacional | Equador e Eslováquia / Altura / 22h00

27| Animação de Verão em Altura com “Duo Reflexo”Altura / 22h00

31 | Marcha Passeio Local: Monte Francisco (Sede do Campesino Recreativo Futebol Clube) / 10h00

VRSA

XVI Feira do Livro de Monte Gordoaté 15 setembro20h00 > 24h00Marginal | Monte Gordo

«Mostras de artesanato de Verão19h00 > 24h00 Entrada livreMarginal | Monte Gordo22 e 29 julho | 5, 12, 19 e 26 agostoPraça Marquês de Pombal | VRSA24 e 31 julho | 7, 14, 21 e 28 agostoJunto ao centro de artes e ofícios | Manta Rota25 julho | 1, 8, 15, 22 e 29 agosto

Bailes de VerãoSede da Associação Cultural de VRSA | Hortas |21h001 agosto > Sérgio Conceição8 agosto > Zé Aníbal9 agosto > Noite de Fados22 agosto > Fábio e André29 agosto > Grupo +2

Manta Beach Summer Club 2014

até 31 agosto23h00 > 05h00Praia da Manta Rota

«Noites de Lua Cheia»Marcha passeio e BTT11 e 12 agosto22h00Marina| VRSADia 11 agostoPercurso marcha passeio – concentração 21h30Dia 12 agostoPercurso Btt – concentração 21h30(uso obrigatório de capacete)

Herbário FóssilExposição dos trabalhos da oficina de impressões vegetais em argila - até 15 setembrojulho e agosto: 9h00 > 15h00 | setem-bro: 9h00 > 13h00 | 14h00 > 17h00 Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela Santa Rita

Arquivo entre Histórias - «Tecnolo-gias Hidráulicas no Algarve Antigo (Portugal): as canhas/qanat», por Miguel Godinho 8 agosto / 18h00 / Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes

Micro concertos no Centro Histó-rico de VRSA1, 8, 15, 22 e 29 agosto22h00 > 00h30 / Centro Histórico de VRSA / Entrada livre

Festival de Folclore 16 agosto / 21h00 /Praça Marquês de Pombal

Jazz no Jardim3, 10, 17, 24 e 31 agosto18h00 > 22h00 / Jardim da Avenida da República (junto à Marina)Entrada livre

«A língua da sogra»Comédia com Florbela Queiroz, Ricardo Raposo e Rita Rodrigues3 > 7 agosto / 21h30 / Teatro móvel > Monte Gordo | VRSA

Reservas: www.teatro-azul.com

Torneio de Veteranos de Ténis João Ximenes+ 35, + 45, +55 em singulares e pares, femininos e masculinos8 > 10 agosto / a partir das 9h00 / Clube de Ténis | Complexo Desportivo VRSA

«Corrida da Baía de Monte Gordo»9 agosto / 19h00Percurso: Praia de Manta Rota > Praia de Monte Gordo (zona do coelho)Inscrições: Complexo Desportivo | VRSA

I Festival de Dança do Guadiana 9 agosto / 21h30 / Praça Marquês de Pombal | VRSA

Corrida Mundialito 10 agosto / 19h00Percurso: Monte Gordo > Cais da Alfân-dega em VRSA

Festas em honra de Nossa Senhora da Assunção14 > 17 agosto / Cacela Velha

EtniarteMercado étnico & músicas do mundo19 > 22 agosto / 17h00 > 24h00Marginal | Monte Gordo

Torneio de Ténis de AgostoSub 14/18 em singulares e pares, femi-ninos e masculinos23 e 24 agosto / a partir das 9h00Clube de Ténis | Complexo Desportivo VRSA

Festas de S. João da Degola28 > 31 agosto / Manta Rota

Subida e Descida à vela do Gua-diana Data: 30 e 31 agosto Subida: 30 agosto > 12h00 | VRSA > Alcoutim / Descida: 31 agosto > 9h00 | Alcoutim > VRSA

Alcoutim

Feira Anual de Giões4 de agosto

Mercado de Vaqueiros14 de agosto Rua do Poço Novo - Vaqueiros

Feira de Verão17 de agosto (domingo) Rua Dr. Antero Quintal - Martim Longo

Mercado do Pereiro24 de agosto (domingo)Largo da Igreja - Pereiro

Festa de Santa Justa1, 2 e 3 de agosto

Festa de Santa Marta2 de agosto

3.º Encontro de Grupos Corais (Cante Alentejano)2 de agosto Giões

Música na Praça 6 de agosto (quarta-feira)22h00 / Praça da República - Alcoutim

Festa Anual de Farelos8, 9 e 10 de agosto

Comemoração dos 25 anos da Capela de Nossa Senhora da Oliveira /8 de agosto / Clarines

Festa de Tacões8 e 9 de agosto

Espetáculo de Violas Campaniças15 de agosto / Giões

2.º Festival de Acordeão – Homenagem a Eugénia Lima16 de agosto / Giões

Festa de Giões15, 16 e 17 agosto

Festa Tradicional de Vaqueiros

Diego Mesa apresentou «Viaje al Sur de Portugal»

No dia 25 de julho, pelas 18 horas e com casa lotada, Diego Mesa apresentou o seu trabalho «Viaje al sur de Por-tugal». A sessão decorreu no Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes, em Vila Real de Santo António. Este livro oferece-nos dois anos de viagens do autor pelos 16 concelhos do Algarve, uma aventura que começou com a travessia de barco entre Ayamonte e Vila Real de Santo António. O autor procurou seguir os passos de José Saramago e aceitou as palavras do escritor português “O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto” (na obra Viagem a Portugal) como um repto e como um desafio, tornando-se, ele próprio, um viajante pelo sul de Portugal. Questionado acerca do que pensa sobre o território do Baixo Guadiana, Diego Mesa afirmou que é “Maravilhoso!”. O autor salientou que em cada visita aos concelhos do Baixo Guadiana faz novas e belíssimas descobertas. “Tão próximo e tão surpreendente.”, reforçou. Diego Mesa é licenciado em

Pedagogia, pela Universidade de Sevilha. É membro fun-dador da Asociación Cultural CRECIDA, criada em 1989 e dedicada à publicação de livros de poesia e da coleção Los Libros del Estraperlo, da qual esta obra faz parte. É autor de poemas publicados em revistas e antologias poéticas e é coordenador e participante em diversas ações internacionais de Mail Art e poesia visual. Grande conhecedor e divulgador da obra de Saramago, Diego Mesa criou o projeto Aula José Saramago, desenvolvido nas bibliotecas públicas de Huelva e de Vila Real de Santo António, no Centro Penitenciário de Huelva e na Universidade de Stanford (Estados Unidos da Amé-rica). A apresentação do livro contou também com a presença e intervenções de João Caldeira Romão, em representação da Liga dos Amigos Manuel Cabanas, promotora da apresentação, e de Fernando Pessanha, historiador e escritor que fez a revisão das referências históricas da obra.

Pedro Oliveira Tavares

(sobre o território do Baixo Guadiana afirmou: “Maravilhoso! Tão próximo e tão surpreendente.”)

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2014 | 21

CULTURA

Duas gerações de historiadores unem-se em prol da História de Arenilha

O livro «Os 500 anos da Fundação de Arenilha – memórias de uma «vileta» nascida no decurso da Expansão Portuguesa», apresen-tado em Maio no aniversário da fundação de Vila Real de Santo António tem o mérito de juntar dois historiadores de gerações diferentes, mas que sentiram que era preciso unir conhecimento para dar a conhecer dados novos relevantes acerca do tema. Neste caso, o jovem Fernando Pessa-nha foi ao encontro do profes-sor Hugo Cavaco a quem foi dando conta, paulatinamente, do trabalho de investigação que ia fazendo, bem como fez uma “autêntica intimação para que escrevesse o prefácio da obra”. Pessanha frisa que “não podia ser de outra maneira, pois são estas trocas de informação e impres-sões sobre a História que poten-ciam uma melhor investigação e consequente obra”.

Ora, para o professor Hugo Cavaco a História de Santo Antó-nio de Arenilha é muito cara, sendo que já muito escreveu e publicou sobre o tema. “Mas havia uma lacuna de informa-ção que era urgente colmatar e ainda bem que o Fernando o fez”, declara. Aliás, esta infor-mação fê-la também aquando da apresentação do livro em causa, no passado dia 14 de Maio no Arquivo Histórico Municipal. Com humildade de quem sabe que o conhecimento é infinito e a História inacabada. “Tal como a História de Arenilha não acaba aqui, e talvez daqui a uns 10 anos outra pessoa escreva sobre esta matéria e com novas e pertinen-tes informações”, diz Fernando Pessanha.

“O mundo é dos jovens!”

O historiador Hugo Cavaco gostou de ver um jovem histo-riador interessado em investigar sobre Arenilha e até aqui “lamen-tava que não aparecesse ninguém da terra a querer fazer algo sobre esta temática”. A oportunidade surgiu e o professor acolheu de braços abertos o jovem que ao longo de seis meses elaborou a obra.

As investigações sobre Areni-lha foram realizadas recorrendo a fontes no arquivo municipal de Vila Real de Santo António, arquivo nacional da Torre do Tombo e outras. Pessanha explica que este livro foi um trabalho realizado no decurso para a dissertação de Mestrado para e coloca Arenilha no contexto da expansão portuguesa para o norte de áfrica. “É interessante perceber a importância da funda-ção de Santo António de Arenilha no ano de 1513”, conta-nos Pes-

sanha que nos diz também que “estudando um pouco os antece-dentes da região do Guadiana e a relação com o outro Algarve Por-tuguês chega-se à conclusão que parece que sempre que era idea-lizada uma nova empresa militar em Marrocos parece que havia necessidade de colocar aqui mais gente para povoar este território e para ajudar em caso de necessi-dade. Não terá sido muito à toa que o couto de Castro Marim é criado em 1421 depois de D. João I ter passado por cá ao voltar de Ceuta. Ou o couto de Alcoutim quando D. Afonso V idealiza con-quistar Alcácer Ceguer em 1458. Parece que existiu sempre a pre-ocupação em povoar o Algarve na zona mais próxima de Marro-cos. É lógico que dificilmente se poderia assegurar a conquista do Além-Mar se o Aquém-Mar não estivesse devidamente assegu-rado e povoado. E não podemos

esquecer que o Guadiana era uma autêntica autoestrada por onde passavam os inimigos e por isso era preciso proteger Aquém, bem como por todas as razões eco-nómicas que o professor Hugo Cavaco já desenvolveu nos seus estudos”, enquadrou Fernando Pessanha.

Por sua vez, o professor Hugo Cavaco lembra que “a povoação de Arenilha em 1509 já aparece no livro de Duarte D’Armas, ou seja, antes da fundação de D. Manuel. Esta era, possivelmente, uma póvoa povoada sazonal-mente onde era perigoso habi-tar. Era de tão fraca densidade demográfica que tinha de ser o padre de Ayamonte a fazer os serviços litúrgicos”, contextua-liza o historiador.

Entre as várias investigações “foi-se construindo um puzzle sobre Arenilha”, atestam os dois historiadores.

Reconstituição de Santo António de Arenilha. Ilustração de Luís Mansinho Afonso. Retirado da obra “Vila Real de Santo António: reflexos do passado em retratos do presente” de Hugo Cavaco

Investigar História traz-nos a imagem de estudiosos envoltos em documentos, livros, fontes várias e, não menos raramente, a imagem de um estudo individualizado. Mas na verdade há investigações que se fazem em união, e no caso dos 500 anos da fundação de Arenilha foi o que aconteceu.

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CULTURA&POESIA

Numa organização do Campesino Recreativo Futebol Clube, decorre a 1 a 3 de Agosto no Monte Francisco, em Castro Marim, a 20ª Festa do Emigrante com a música popular portuguesa, uma feira de produtos tradicionais e um pique-nique.

O primeiro dos três dias de uma festa única no concelho, que há duas dezenas de anos home-nageia a comunidade emigrante, tem início esta sexta-feira, dia 1 de agosto, no Largo do Parque, às 21.30 horas, com a música do Grupo + 2 & Nelson Ramiro.

No sábado, a festa abre as portas, às 16.00 horas, com o “Mercadinho”, uma feira de produtos tradi-

Pelo segundo ano consecutivo a vila de Castro Marim recebeu mais um espectáculo da «Gala de Dança». O palco, tal como em 2013, foi o Revelim de Santo António. O anfiteatro repleto de amantes desta arte foi pequenos para tamanha adesão.Em atuação estiveram quatro escolas pertencentes aos concelhos de Castro Marim e Vila Real de Santo António.Foram eles: Arutla, o grupo de Altura com a sua sede no Clube Recreativo Alturense (na foto) e que ao longo dos anos tem provado o seu potencial no concelho e nos espectáculos que realiza fora dele.Para além do grupo alturense participou o grupo «Idade de Ouro» que pertence ao Centro de Atividades dos Tempos Livres de VRSA, com o mesmo nome, e que a 9 de Agosto vai levar a cabo na Praça Marquês de Pombal o I Festival de Dança do Guadiana.

O Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes recebeu, entre os dias 9 e 25 de julho, a exposição fotográfica «A festa de mouros e cristãos em Alcoy», de Carlos Afonso e José Luís Rúa.A mostra fotográfica é baseada na recreação dos tempos da Conquista das terras cristãs Valencianas – feita anualmente em abril - e permite uma aproximação ao fenómeno festivo, folclórico, etnográfico e antropológico desta festa tradicional.Estas comemorações, que decorrem no município de Alcoy, província espanhola de Alicante, foram já declaradas como Interesse Turístico Internacional.A mostra pôde ser visitada de segunda a sexta das 9h30 às 14h30.

Na próxima noite de Lua Cheia fica o convite para percorrer Castro Marim, “à hora das bruxas”, por lugares que ocupam o imaginário popular e nos contam estórias de mouros, mourinhos, bruxas e aparições. A empresa municipal Novbaesuris, em Castro Marim, propõe uma viagem ao ima-ginário fantástico da Vila, seguindo as ruas e ruelas da zona histórica, o Forte, as casas e as gentes onde serão relatadas as lendas os estranhos acontecimentos que nelas ocorreram e que chegaram até nós através da tradição oral local, reproduzida entre gerações até aos nossos dias.

Na noite de 10 de Agosto, é lançado o repto para aparecer pelas 21h30 em Castro Marim, junto da Ermida de Santo António (Revelim de Santo António) com lanterna, agasalho e calçado confortável.

As inscrições para esta iniciativa são limitadas e devem ser feitas pre-viamente até 8 de Agosto, através dos seguintes contactos:

Novbaesuris EM, [email protected] 510 160A inscrição inclui acompanhamento pelo técnico de património da

empresa municipal e lanche no final da visita.

cionais, um bom pretexto para reunir os emigrantes e as suas famílias que, nesta altura do ano, nos visitam para uns merecidos dias de férias.

Às 18h, solteiros e casados vão calçar as chutei-ras para um jogo de futebol, que une o gosto pela bola e o espírito da partilha. A fechar, o segundo dia das festas sobe ao palco a Banda Musical “Os Baile a Baile”.

A 20ª Festa do Emigrante, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Castro Marim e da Junta de Freguesia de Castro Marim, termina dia 3 de agosto, pelas 13h com um piquenique para sócios e comunidade emigrante, no Largo do Parque.

Também o Grupo de Dança Splash integrou a Gala de Castro Marim, e recorde-se que está a preparar uma megacoreografia para 27 de Setembro no Complexo de VRSA [ver notícia na pág. 26].O outro grupo de dança participante nesta gala foi a Academia Gracia Diaz, de VRSA, que tem promo-vido, para além das aulas ao longo do ano, diversos workshops e realizado espectáculos e festivais diver-sos.No total foram 150 as crianças e jovens com idades entre os 5 e os 30 anos que passaram por esta gala. Entre Sevilhanas, Flamenco, Dança Clássica, Contempo-rânea e Hip Hop, foram muitas as artes demonstradas em palco num espectáculo com muita música, luz e movimento. Esta foi uma iniciativa promovida pela Câmara Muni-cipal de Castro Marim.

O Pescador

O pescador vai para o marVendo o perigo espreitar

No meio de ondas e ventoÉ uma vida de amargura

Em nada ela é seguraPara ganhar o seu sustento.

Pescando noite e diaEm nada sente alegria

Vê perigosos os seus caminhosDesejoso em regressar

Para poder abraçarA mulher e os seus filhinhos.

Com o mar mais traiçoeiroNão ganha nenhum dinheiroNão tendo para o dia-a-dia

São as ondas alterosasNão consentem de raivosas

A faina da pescaria.

É um golfinho do marLevando a vida a pescar

Trabalhando arduamentePensa que em terra deixou

A quem ao mar o levouPara dar pão à sua gente.

Henrique Roberto

Guadiana - O meu RioI

Eu vejo da minha janelaO rio que amo desde menino.

E nele os barcos à vela,Percorrendo o seu caminho.

IIRio abaixo, rio acima… lá vão…

Por vezes em desafio.E nessa divertida corrida,Eles são a alegria do rio.

IIIAdmiro as suas margens coloridas,

Num verde-escuro carregado.E as suas águas envolvidas,

Nas águas de um mar salgado!

IVConheço os seus afluentes,

Os riachos que lhe dão vida.As suas margens atraentes,Qual delas a mais querida.

VNa foz de Odeleite, onde vivi,

Admirei-te bem de perto.Esquecer-te não consegui,

Num grande abraço te aperto.

Relógio

Campesino Recreativo Futebol Clube comemora os 20 anos da Festa do Emigrante no Monte Francisco

Gala de Dança em Castro Marim cativou centenas de pessoas até ao Revelim de Santo António

Exposição fotográfica «A festa de mouros e cristãos em Alcoy»

Estórias de Assombrar

O grupo de dança alturense ARUTLA marcou presença na gala que atraiu centenas

Passeio na lua cheia

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2014 | 23

ARTIGOS DE OPINIÃO

Se vos disser que vou escrever sobre “ a importância do pescado para o turismo por-tuguês”, aposto que perdem a vontade de continuar a leitura. Mas, tenham paciência, e acompanhem-me neste postal ilustrado pelos sentidos!

Francamente falando, tentem lembrar-se de um relato de férias sem expressões como “comemos lindamente”, “cada vez que me lembro daquele prato…” ou “se lá forem, não podem perder o restaurante X”. Não se con-segue lembrar? É difícil! Todos os relatos de férias, sobretudo das que foram mesmo boas, incluem comida. E dão vontade, a quem ouve os relatos, de provar e viajar!

Portugal não será certamente o melhor sítio do planeta para comer uma massa, pizza, tem-pura, paella ou uma empanada. Mas, pode entrar, sem medo, no campeonato do melhor peixe do mundo. Preparado de maneira sim-ples, mas inigualável! Um sabor que só nós sabemos produzir, mas que sabemos partilhar tão bem com quem nos visita.

Quem, como os portugueses, consegue criar uma experiência inesquecível apenas com brasas, sal e peixe? Ninguém! Mesmo as confeções mais simples e menos calóricas, como um peixe grelhado, se tornam únicas!

Activista social norte-americana, Anna Ele-anor Roosevelt nasceu a 11 de Ou-tubro de 1884, em Nova Iorque, e morreu a 7 de Novembro de 1962, na mes-ma cidade.

Proveniente de uma abastada família com ascendência holandesa, era sobri-nha do vice-presidente norte-americano Theodore Roosevelt.

Aos oito anos perdeu a mãe e aos dez o pai, pelo que foi morar com a avó ma-terna. Aos 15 anos foi estudar para um colégio interno em Inglaterra e quando regressou a Nova Iorque fez diversos tra-balhos de assistência social.

Em 1905, casou com um primo afastado, Franklin D. Roosevelt, que mais tar-de, entre 1933 e 1945, viria a ser presidente dos Estados Unidos da América.

Quando, em 1918, Eleanor descobriu que o marido tinha uma relação extra-conjugal resolveu deixar a vida de dona de casa e seguir uma carreira. Envol-veu-se na Liga das Mulheres Votantes e num sin-dicato feminino.

A partir de 1921 começou a trabalhar a nível político para o seu marido, que sofria de poliomielite, e participava assidu-amente nas actividades do Partido Demo-crático. Manteve, assim, viva a carreira do marido, que em 1932 foi eleito para a presidência dos Estados Unidos.

Eleanor ficou como assistente do marido e tornou-se uma pessoa muito influen-te na administração do presidente. Após a morte deste em 1945, fundou um grupo liberal chamado Americanos pela Acção Democrática dentro do próprio Partido Democrático. Ao mesmo tempo, Eleanor

Somos também os únicos a dar às conservas a versatilidade que hoje lhes conhecemos, umas verdadeiras embaixadoras gourmet, ou sim-plesmente refeições económicas e simples, mas muito nutritivas.

Seja numa tasca, ou num restaurante sofisticado, devemos promover aquilo que verdadeiramente nos distingue e identifica. Ninguém virá a Portugal de propósito para comer pasta pomodoro, mas há muita gente que volta ao nosso país pela certeza de, aliada a um clima fantástico, reencontrar a nossa gastronomia única.

Não há muitos países que tenham 1800 kms de costa como a nossa, servida por um oceano que oferece pescado com uma quali-dade ímpar, onde são capturadas mais de 300 espécies diferentes com valor de mercado. Temos que nos saber valer disso, e criar um elemento diferenciador, um selo turístico que saiba capitalizar a riqueza que a natureza nos oferece e a imaginação portuguesa para tratar da melhor forma o que o mar dá. Afinal, não há mais ninguém que saiba fazer bacalhau de 1001 maneiras diferentes!

Portugal já começou a trabalhar nesta questão e, entre outras ações, a Fileira do Pescado produziu, com o apoio do Turismo

era delegada dos Estados Unidos da Amé-rica nas Nações Unidas, cargo que exerceu entre 1945 e 1953, período durante o qual contribuiu para a elaboração da Declara-ção Universal dos Direitos Humanos.

Num livro de Mary Ann Glendon con-ta-se como foi elaborada a Declaração Universal de Direitos Humanos, aprovada a 10 de Dezembro de 1948. O aces-so aos diários pessoais, em parte inéditos, de Eleanor Roosevelt (1884-1962), pre-sidente da comissão encarregada da res-pectiva redacção, permite-lhe ofe-recer um relato vivo, onde se apresentam as tensões políticas, as diferenças filosóficas e, inclusivamente, os conflitos pessoais dos redactores.

Nas palavras da professora de Harvard: “A história da Declaração é, em senti-do amplo, a história da viagem empreendida por um extraordinário grupo de homens e mulheres que assumiram o desafio num momento histórico sem pa-ralelo”. Eleanor Roosevelt, pensava que a Decla-ração serviria como “uma ponte sobre a qual possamos encontrar-nos e conver-sar”. E foi isso o que conseguiu dos seus colegas nas Nações Unidas para obter a elaboração da Declaração, en-quanto pre-sidente da Comissão de Direitos Huma-nos.

Mas a tarefa não foi fácil. Oito dos mem-bros do Comité de Redacção represen-tavam todos os conflitos internacionais da altura. E. Roosevelt teve de superar as tentativas de boicote do representante soviético e, ao mesmo tempo, nave-gar entre as diferenças políticas e ideológi-

de Portugal, o DVD “Como preparar o Melhor Peixe do Mundo”. Este DVD teve por objetivo valorizar e promover o Pescado português em toda a Europa, através da distribuição em mais de 600 escolas de hotelaria europeias. Para além de ensinar cortes e preparação de pescado português aos futuros chefs, foram apresentadas recei-tas que realçam o sabor natural do pescado português, e que dão a sofisticação e o glamour que os produtos merecem.

Já temos, no nosso país, quem venha pelo turismo de praia, turismo de aven-tura, turismo religioso e turismo cultural. Há que apostar mais no turismo gastro-nómico, que é uma tendência em todo o mundo, sobretudo entre os turistas com maior poder de compra!

“O melhor peixe do Mundo” não seria uma campanha excessiva para promover o nosso país! Afinal, qual é o turista que não acha que está acampando no paraíso, quando lhe servem um riquíssimo prato de pescado, saboroso, para degustar numa noite quente de Verão, ao ar livre, e acom-panhado por um belíssimo vinho portu-guês?! Confesse, até o leitor já está com vontade de viajar para o país onde mora!

cas dos seus colegas. E ainda con-seguir acordos entre eles.

Para exemplificar, temos de conhecer o perfil dos outros três redactores mais importantes da Declaração: Peng-chun Chang (China), um filósofo e diplo-mata capaz de balançar entre Confúcio, Rousseau e São Tomás de Aquino; René Cassin, jurista humanista francês, que estruturou a declaração ao estilo dos documentos dos séculos XVIII e XIX; e Charles Malik (Líbano), filósofo existen-cialista, reconhecido como tomista, con-vertido em diplomata, que juntamente com Chang, apoiaram a declaração na razão, na consciência, na dignidade e na solidariedade.

Os redactores da Declaração Univer-sal, liderados por E. Roosevelt, actuaram entre o Outono de 1946 e a aprovação do documento, a 10 de Dezembro de 1948.

Para os redactores da Declaração Universal, o colapso moral associado à se-gunda guerra mundial - as raízes negativas da Declaração - evitar-se-iam e superar-se-iam se a declaração fosse redigida - raízes positivas - a partir de um conjunto de ideias que podiam ser par-tilhadas racionalmente no plano moral entre pessoas de diversas culturas. Ou seja, se fossem afirmados direitos hu-manos universais.

Terão conseguido um documento universal aplicável a qualquer cultura? A aceitação e o reconhecimento que a Declaração conseguiu em todo o mundo é prova disso.

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia vinte e um de Julho de dois mil e catorze, foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e trinta a folhas cento e trinta e dois verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e oito - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Domingos Anastácio Cavaco e mulher, Maria Rita Viegas Afonso Cavaco, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Pereiro, concelho de Alcoutim, onde residem em Tacões, Pereiro, contribuintes fiscais números 106 378 180 e 155 216 236.Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos da União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro, concelho de Alcoutim, não descritos na Conservatória daquele concelho:

VERBA UMPrédio rústico sito em Soalheira, composto por cultura arvense de sequeiro, com a área de quinhentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com João Nobre, a Sul com Mário Lopes e a Poente com António Romeira Marques, inscrito na matriz sob o artigo 39, da secção A053, que teve origem no artigo 39, secção 053, da extinta freguesia do Pereiro, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de vinte euros e doze cêntimos, igual ao atribuído.

VERBA DOISPrédio rústico sito em Cerquinha Pequena, composto por mato e leitos de curso de água, com a área de quatro mil quinhentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel José Vicente, a Sul com Maria de Fátima Marques, a Nascente com António José Cavaco e a Poente com António Sebastião, inscrito na matriz sob o artigo 5, da secção A052, que teve origem no artigo 5, secção 052, da extinta freguesia do Pereiro, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de treze euros e noventa e cinco cêntimos, igual ao atribuído.

VERBA TRÊSPrédio rústico sito em Umbria, composto por cultura arvense de sequeiro, com a área de oitocentos metros quadrados, a confrontar a Norte, a Sul e a Poente com José Rodrigues e a Nascente com Manuel José Vicente, inscrito na matriz sob o artigo 15, da secção A056, que teve origem no artigo 15, secção 056, da extinta freguesia do Pereiro, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de trinta euros e noventa cêntimos, igual ao atribuído.

VERBA QUATROPrédio rústico sito em Portela da Palmeira, composto por alfarrobeiras, amendoeiras, cultura arvense de sequeiro, citrinos e oliveiras, com a área de três mil setecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Ilda Maria Mestre, a Sul com Manuel Francisco, a Nascente com Manuel José Vicente e a Poente com Domingos Anastácio Cavaco, inscrito na matriz sob o artigo 20, da secção A057, que teve origem no artigo 20, secção 057, da extinta freguesia do Pereiro, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de quatrocentos e cinquenta e três euros e noventa e sete cêntimos, igual ao atribuído.Que os referidos prédios lhes pertencem por os terem adquirido por compra verbal, já no estado de casados, e nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e dois, feita a Maria Antónia Marques Ribeiro, viúva, residente em Tacões, na dita União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro, concelho de Alcoutim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, colhendo os seus frutos, arando suas terras, utilizando-os para pastoreio do seu gado, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original.

Castro Marim, aos 21 de Julho de 2014.A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal

da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 56/7 Factura / Recibo n.º 4362

1 de agosto de 2014Jornal do Baixo Guadiana

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Portugal deve apostar no turismo gastronómico!

Eleanor Roosevelt e a Declaração dos Direitos Humanos

Isabel Tato, Fileira do Pescado

Maria Fernanda Barroca

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2014

PASSATEMPOS&LAZER

A DECO analisou os sítios na internet de 5 companhias aéreas low cost e de 4 agências de viagem de venda online e concluiu que não é prestada qualquer informação ou é fornecida apenas informação muito incompleta ao consumidor sobre os seus direi-tos de passageiro aéreo, situação agravada pela fragilidade da maioria dos serviços de apoio ao cliente disponíveis.

A DECO verificou, também, através de um conjunto de simu-lações, a existência de disparidades entre o preço inicialmente anunciado/publicitado, em regra mais reduzido e por isso mais atractivo e o efectivamente cobrado, assim como informação pouco clara relativamente a todos os encargos existentes.

As agências de viagens EDreams e Rumbo são aquelas de cuja análise permitiu aferir que o preço por elas anunciado, é inferior ao efectivamente cobrado pelas próprias, bem como ao cobrado pela transportadora aérea em causa, induzindo-se assim o con-sumidor em erro, consubstanciando esta uma prática comercial desleal.

A DECO alertou as autoridades competentes e as duas agên-cias de viagens para o incumprimento ou falta de rigor na presta-ção de informação e para a questão da transparência de preços.

A DECO manifesta a sua preocupação face à necessidade de apoiar medidas protectoras dos direitos dos consumidores passageiros aéreos, especialmente neste período de crise que se atravessa, em que decidir viajar pode trazer dissabores aos consumidores turistas.

Susana Correiajurista

“Vi nas notícias que a DECO comunicou que as companhias aéreas low cost e

agências online falham na informação. Como chegaram a essa conclusão?”

Delegação Regional do Algarve

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

Quadratim - n.º122

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Jogo da Paciência n.º 128

TURISMOOs atletas que estiveram no mundial de futebol no Brasil a representar Portugal, tiveram mau comportamento. Não souberam dignificar a sua própria imagem, nem o País. A comunicação social e os adeptos prestigiaram-nos com as suas palavras e incentivos para lhes transmitirem - confiamos e acreditamos em vós - e fossem dignos de vestirem as cores nacionais em vez de se deixarem idolatrar erradamente com as múltiplas manifestações de apoio que só pretendiam lembrar-lhes que mostrassem, chama, garra, honra, glória, e técnica de saber jogar futebol. Mas em vez disso demonstraram apatia, desinteresse, como se a bola fosse quadrada e calçassem tamancos. Não são dignos do apoio do povo e da Pátria porque não fazem por merecer. Alguns não estavam em perfeitas condições físicas e não tiveram coragem para informar das suas debilidades. Outros como o Sr. Pepe complicaram ainda mais a apatia coletiva que existia em campo, ao ser violento, grosseiro para com o adversário e não soube honrar a Pátria que o acolheu na sua selecção. Nunca mais devia representar Portugal, por dois motivos: - Não é indígena nacional e tem maus comportamentos. Temos tantos talentos em todo o país, só que não querem procurá-los. As vitórias e derrotas de outras selecções não são atenuantes ou exemplos que possam invocar. Que interessa que na selecção exista um atleta que é considerado o melhor jogador do mundo? Deviam de pensar que eram 23 e não só um!Pelo caminho correcto do quadratim vá ao encontro de - SEMPRE E SÓ PORTUGAL.

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E pouco mais de 48 horas, deram entrada no Canil/Gatil Intermunicipal de Vila Real de Santo António/Castro Marim 12 animais. Entre os quais 11 cachorros!

Há muito que o Canil e o Gatil estão na sua capacidade máxima, e neste momento a qualidade de vida dos animais que lá vivem, está em risco.

Mas os pedidos de ajuda são constantes e não param. A Associação e o Canil/Gatil, ajudam no que podem mas não podemos fazer milagres.

Esta situação é da responsabilidade de TODOS e não só das Associações de protecção animal ou das Autarquias.

O jogo do empurra não pode continuar.As necessidades são mais que muitas, e as ajudas cada

vez mais escassas.A Associação Guadi, desdobra-se em tentar arranjar

dinheiro para vacinas, chips, medicamentos, anestesias para esterilizações, areia para gatos, alimentação para os gatos que são mais de 200 e a situação está a ficar insus-tentável.

Agradecemos que quem queira adoptar um animal, que o faça com RESPONSABILIDADE e CONSCIÊNCIA!

Um animal é para a vida, e o mesmo necessita de cuida-dos que custam dinheiro, e a ESTERILIZAÇÃO é uma delas.

As forças neste momento começam a falhar-nos, porque realmente esta Luta é completamente desigual, quando existem pessoas que não entendem que não podemos estender mais a mão, porque humanamente é nos impossí-vel ajudar tudo e todos, não temos condições, mas mesmo assim exigem.

Pedimos a todos que tenham estes aspectos em conside-ração, e se nos puderem ajudar no que for, agradecemos em nome de todos os Animais que o Canil /Gatil Intermuni-cipal de Vila Real de Santo António/Castro Marim, alberga.

Obrigada.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2014 | 25

PATRIMÓNIO&PSICOLOGIA

O sal é produzido em Castro Marim desde tempos imemoráveis, como resultado de uma relação perfeita entre a força do homem e a vontade da natureza. Castro Marim é Sal, e nas veias dos castromarinenses corre sangue salgado. O corpo seco e fibroso, com a pele curtida pelo sol, denuncia o ofício de salineiro: uma arte mantida por homens, conhece-dores da água, das marés, da argila compacta e cor de chumbo, do sol e dos ventos, que, ao ar livre e sob um sol inclemente, durante as esta-ções mais quentes e secas do ano, desempenharam, através de gera-ções, um dos trabalhos mais árduos e penosos.

A época da safra segue o ritmo das estações, iniciando-se em Abril, com

a chegada da Primavera, e termi-nando em Outubro, com as primei-ras trovoadas do Outono. Manter as marinhas em condições exige do salineiro uma dedicação constante, desde a preparação das salinas até à extracção da última rasa.

A época inicia-se com a limpeza das marinhas. Nesta fase, o sali-neiro escoa a água que durante o Inverno protegeu os talhos das chuvas e repara os muros. Utiliza meios mecânicos em tare-fas antes executadas com recurso a meios artesanais, como o “combeiro” – pá de madeira suspensa por um tripé, utili-zada para baldear a água em excesso – e do “pálim” – pequena pá em madeira e chapa com que se cortava as lamas e os “fangos” e se preparavam as barachas e os barachões. Depois de lavradas as salinas, o salineiro “governa” a circulação da água pelos viveiros, passo a passo, con-

trolando a sua graduação, até que por fim abre os olhais dos travado-res e enche os talhos. Aqui, o nível da água deve manter-se constante e controlado, até atingir a saturação certa. Para medir a graduação das águas, que no passado dependia da experiência do marnoto ou do uso da “bombilha”, utilizam-se agora os barómetros.

Em meados de Junho, a água de

cor rosada, saturada pelo sal, indica que a primeira rasa está pronta para ser colhida. O salineiro uti-liza então o rodo de madeira para “rachegar” e puxar o sal grosso para junto das barachas, onde é escorrido. Este processo permite

também a lavagem do sal, libertan-do-o da lama negra e das impure-zas trazidas pelo vento. Depois de “embarachado”, o sal seca ao sol, em pequenas pirâmides, formadas com movimentos diagonais, suaves e cadenciados, a que se chamam “marechar”. As alcofas de empreita, que transportavam o sal grosso já seco, foram entretanto substituídas por sacas de plástico. No entanto,

o modo de transpor-tar mantem-se: com a mão esquerda, o salineiro levanta a carga com um movi-mento rápido, põe-na à cabeça e segue em passo ligeiro para o armazém.

A flor de sal – ou coalho, como era antes conhecida – for-

ma-se à tona da água e é recolhida diariamente com o rodo coador, cuidadosamente, para os finos cristais não afundarem. Depois de colhida, é depositada nas eiras e deixada a secar ao sol.

O ciclo do sal renova-se

a cada maré viva, repetindo-se três a cinco vezes, até à chegada das primeiras chuvas. No final da temporada, inundam-se novamente os talhos para os proteger do mau tempo.

Hoje, a produção artesa-nal de sal em Castro Marim con-tinua viva e adaptada ao mundo actual, reproduzindo métodos que continuam, em grande parte, idên-ticos aos utilizados em épocas mais recuadas.

Os salineiros das marinhas de Castro Marim

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

Pedro PiresTécnico de Património Cultural |

Membro do CEPAC/UAlg (Centro de Estudos de Património,

Ambiente e Construção da Universidade do Algarve)

Chegaram as férias de verão. As crian-ças e seus pais cansados, após mais um ano lectivo, sonham com longas noites de verão livres de trabalhos de casa e estudo. Que alívio colocar os livros na gaveta ou na prateleira e deixá-los lá por alguns meses! Certo? Errado!

As férias de Verão não devem sig-nificar a fazer uma pausa na apren-dizagem, especialmente quando se trata de leitura. Estudos mostram que a maioria dos alunos experimentam uma perda de habi-lidades de leitura ao longo dos meses de verão, mas as crian-ças que continuam a ler, na verdade, ganham habilida-des.

A leitura é uma habilidade para a vida, e, como acontece com qualquer habilidade, a prática é fundamental. Estudos demonstram que as crianças que lêem mais tornam-se melhores leitores. Quando as crianças se tor-narem melhores leitores, a leitura torna-se uma experiência mais agra-dável e eles querem ler mais.

Durante o verão, os pais podem ajudar as crianças a manter (e até mesmo reforçar) as habilidades de leitura, reforçar o seu vocabulário e reforçar os benefícios da leitura. Lem-bre-se de que as crianças precisam de tempo livre, longe das aprendizagens

académicas estruturadas, e o verão é o momento perfeito para relaxar e desfrutar os prazeres da infância.

Assim, leitura de verão deve ser divertida. Não é difícil de fazer. Com tantos livros lá fora, o verão é a hora de você ajudar seu filho a encontrar livros e revistas que são interessantes e divertidas.

A biblioteca pública ou livrarias locais podem ajudá-lo e ao seu filho. Quer se trate de um livro sobre a cons-trução de pontes, um atleta favorito,

uma revista sobre carros ou uma his-tória em quadrinhos engraçada, lendo pelo menos 30 minutos por dia vai manter o seu filho no caminho para se tornar um melhor leitor ao longo da vida. Escrever também deve fazer parte do verão. Incentive seu filho a manter um diário de verão e escrever cartas para os avós e amigos.

A seguir, estão algumas dicas para tornar a leitura de verão agradável:• Leiaemvozaltajuntocom

seu filho todos os dias. Depois de ler peça-lhe que lhe conte/reconte o que esteve a ler por palavras suas.

• Tornealeituradivertida.Leia ao ar livre, no quintal, na praia ou parque infantil. Além disso, deixe o seu filho ler para si. Para crianças mais novas, não se esqueça de praticar a correspondência letra-som, fazer muitas rimas, salientar as sílabas e explorar as relações entre linguagem oral e a escrita. • Dêumbomexemplo!Leia

também.• Tenha os livros de casa

acessíveis e não no cimo da estante (tipo bibelô). Desligue a TV e tenha

tempo de lei-tura da família (incluindo a mãe e o pai). • Deixeo

seu filho esco-lher o que quer ler. O impor-tante é ler, mesmo que seja

aquela história que está cansado de ouvir, aproveite para ler o livro com o seu filho. • Compre áudio-livros ou

leia-os na biblioteca. Pode ser espe-cialmente útil para uma criança com dificuldades de aprendizagem e, por favor, não se esqueça de desligar a TV. • Comovaipassarodia...

na praia, no jardim, nas compras de supermercado, a jogar… Utilize este tempo como uma oportunidade de se envolver em jogos de palavras verbais, construção de vocabulário.

• Leve,regularmente,oseufilhoàbiblioteca.Verifiqueoprogramada biblioteca para actividades de leitura e eventos especiais. As bibliotecas disponibilizam livros e revistas apropriadas para todas as idades. • Faciliteaseparaçãodeverãodeumamigofavoritodaescola,

incentivando-os a tornar-se amigos por correspondência (envio de postais ou correio-electrónico).• Asviagensdecarropodemserumamaneiradivertidadeincen-

tivar a leitura. Peça ao seu filho que leia os sinais de trânsito e outdoors em voz alta. Mostre-lhe como ler um mapa. • Incentiveoseufilhoafazerumdiáriodeverão“lembranças

de verão”. Tire fotografias e faça postais ou um diário das actividades da família nas férias. Peça ao seu filho que escreva as legendas ou comen-tários. • Visitealgumasfeirasdolivroqueocorremnoverãoedeixeo

seu filho manusear e escolher um livro ao seu gosto.• Ofereçaumlivroaoseufilhocomoprémio/recompensa/incen-

tivo por transitar de ano...

BOAS

FÉRIAS

E

BOAS

LEITURAS!

Leitura no Verão

NEIP (Núcleo de Estudos e Intervenção Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina

Clemente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia

Cardoso. Colaboração: Jorge Hilário

www.facebook.com/[email protected]

“Um Livro é um Brinquedo feito com Letras. Ler é brincar.”

Rubem Alves

“Na vês? A gente estamos mir-rados… até pareço um pau de arame… o sal mirra-nos…”

António Salvador, Vamos à sirga.

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26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2014

DESPORTO

Futebolândia

Mundial de futebolParte 2

O mundial de futebol já lá vai, a Alemanha da Angela Merkel venceu a Argentina na final e a chanceler alemã não se sentia tão feliz desde a lua-de-mel no início de 1999 com o seu atual marido o químico quântico e professor Joachim Sauer - refiro aqui a profissão por a chanceler alemã ser cientista de profissão, devem enten-der que os serões lá em casa não são muito animados, digo eu.

Messi foi escolhido como melhor jogador do mundial, escolha muito polémica, mas já se sabe que o joga-dor argentino é como um filho para Joseph Blatter - não anda com ele ao colo porque a coluna já não é o que era. Além de sabermos como é gerido a futebol a nível internacional, cheio de interesses e acima de tudo o inte-resse nos milhões envolvidos. Mas para mim, que não faço parte desse tipo de esquemas, o melhor jogador do mundial foi o holandês, Arjen Robben.

Para finalizar uma breve análise sobre a pré-temporada. O Benfica parece o Pingo Doce, está tudo em promoção, tem sido uma saída de jogadores nunca vista. Eu pergunto com que jogadores o Benfica irá jogar o campeonato. Tu queres ver que até o Rui Costa e o Nuno Gomes vão ter que regressar; até o Luís Felipe Vieira vá ter que dar uma “perninha”, vai ter que justificar o encaixe financeiro no bolso dele.

A grande novidade na equipa do Sporting é a Sporting TV, a programa-ção baseia-se essencialmente nas cró-nicas sobre as arbitragens de Bruno de Carvalho. Fizeram-se contas e 24 horas não dão para encaixar todas por isso a equipa de Alvalade está a pensar pedir na Assembleia da República que o dia passe a ter 28 horas.

Em Espanha o Barcelona contratou Luis Suárez, para formar um ataque de sonho, Neymar, Messi e o jogador uruguaio, depois dos testes médicos e das vacinas contra a raiva foi apresen-tado aos sócios e adeptos da equipa catalã.

Resumindo, as emoções do des-porto-rei estão de volta, os golos, as vitórias, as derrotas, os desmaios de Lopetegui (treinador do Porto), o português nível V de Jorge Jesus, os combates de boxe entre Bruno de Carvalho e os árbitros e o trio do norte “Bobby”, “Tareco” e Pinto da Costa. Tudo manobras de distração para não ficarmos atentos que vêm aí mais medidas de austeridade porque o défice vai ter que baixar outra vez. É fácil é só cortar mais os vencimen-tos dos funcionários públicos (só falta começar a cortar uns braços e umas pernas e alguns órgãos e vender no mercado negro) e com o dinheiro arrecadado oferecer mais uns carros topo de gama.

Despeço com uma música….“Eu gosto é do Verão, de passearmos

de prancha na mão. Saltarmos e rirmos na praia, de

nadar e apanhar um escaldão. E ao fim do dia, bem abraçados, a

ver o pôr-do-Sol Patrocinado por uma bebida qual-

quer”.

www.facebook.com/futebolandiaEusébio Costa,

técnico superior na área da comunicação da junta de

freguesia de [email protected]

A organizadora da terceira edição do Festival de Dança «Artes sem Frontei-ras», a companhia de dança Splash, vai levar a cabo uma mega-coreografia no próximo dia 27 de Setembro. Trata-se “de um salto na organização deste fes-tival”, confessa-nos Anna Avramenko, responsável desta academia de dança. Para concretizar este objetivo são neces-sárias 600 pessoas, sendo que até agora estão inscritas apenas cerca de 100 pes-soas que têm participado nos vários ensaios realizados. “Em Setembro vão ter lugar vários ensaios por isso quem se quiser inscrever pode fazê-lo”. Cada inscrição custa cinco euros e dá direito a equipamento para a mega-coreografia e diploma de participação.

“Ao longo de cerca de 10 minutos vamos recriar imagens dos três muni-cípios da eurocidade Guadiana [Castro Marim, Vila Real de Santo António e Ayamonte]”, explica Anna A.

No âmbito do 21º Circuito de Nata-ção de Mar do Algarve, os Leões do Sul Futebol Clube realizam, dia 10 de agosto, na Praia da Alagoa/Altura, a 13ª Prova de Natação de Mar «Vila de Castro Marim».

A prova tem início às 11h30, com partida no lado este da praia de Alagoa/Altura, é única do género realizada no Sotavento Algarvio, tendo já assegurada a participação de dezenas de atletas federados e não federados, muitos deles cam-peões nacionais.

A competição na Praia da Alagoa/Altura tem duas vertentes: os atletas federados no circuito de Águas Aber-tas (prova oficial) que percorrem uma distância de 1500 metros de mar, enquanto os atletas não fede-rados participam na prova popular numa distância de 800 metros.

“A 13ª Prova de Natação de Mar «Vila de Castro Marim» tem por finalidade o incremento da natação, constituindo também um excelente cartaz turístico para o concelho e para a região do Algarve”, diz a organização.

A iniciativa dos Leões do Sul Futebol Clube conta com os apoios da Câmara Municipal de Castro Marim, da Junta de Freguesia de Altura, da Junta de Freguesia de Castro Marim, da Capitania do Porto de Vila Real de Santo Antó-nio, dos Bombeiros Voluntários de VRSA, do IDP- Algarve, da Asso-ciação de Natação do Algarve e da Associação Naval do Guadiana.

No fim-de-semana de 26 e 27 de Julho a canoagem do Grupo Des-portivo de Alcoutim esteve uma vez mais em destaque no Nacio-nal de Pista. A prova foi dedicada aos escalões Júniores e Séniores, sendo que o GDA esteve represen-tado por cinco atletas, chegando às sete finais da competição. Conquis-tou dois pódios, nomeadamente o terceiro e segundo lugares.

No primeiro fim-de-semana de Agosto o GDA vai estar em prova novamente, representado por 30 embarcações.

Foram cerca de 150 os participantes na Prova de Resistência Noturna de BTT, que aconteceu a 19 de julho, na vila de Castro Marim. A prova foi organizada pela Associação Rodactiva e levou os particpantes e assistência aos principais marcos do património histórico edificado da vila de Castro Marim. Foi o caso do Castelo da vila, Forte de São Sebastião e Colina do Revelim de Santo António. No final, os desportistas juntaram-se à comunidade para uma festa na Colina do Revelim de Santo António, com DJ, aula de zumba e música ao vivo. A 2ª edição da Prova de Resistência Noturna de BTT da Rodactiva contou com os apoios da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Castro Marim.

As duas participantes mais crescidas que participam neste projeto têm 83 e 80 anos. São as senhoras Luberta e Alzira que garantem “ter um espírito muito jovem” e estarem “muito satisfei-tas por terem esta oportunidade”. Anna A. garante que esta mega-coreografia pode ser feita por pessoas com idades entre os 10 aos 90 anos.

Por sua vez, o festival « Artes Sem Fronteiras» vai juntar entre 26 e 28 de Setembro companhias de dança nacionais e internacionais, sendo que os espectáculos vão decorrer nos três municípios.

Recorde-se que a companhia de dança Splash foi este ano uma das granded vencedoras do Festival Inter-nacional de dança de Viana, realizado no Porto.

Anna Avramenko remata, dizendo que “quem quiser apoiar este festival é, sem dúvida, muito bem vindo, porque

estamos a receber todos os apoios pos-síveis, pois em momentos de crise as parcerias são muito valiosas”. Contac-

tos desta organização: [email protected], facebook ou 961152166

Mega coreografia em VRSA vai juntar 600 pessoas

Canoagem de Alcoutim sobe mais uma vez ao pódio

150 pessoas fizeram Prova de Resistência Noturna de BTT de Castro Marim

Leões do Sul promovem 13ª Prova de Natação de Mar em Altura

A organização apela à participação das pessoas e recorda que em Setembro vão recomeçar ensaios

Atletas de Alcoutim em destaque uma vez mais

RODACTIVA foi a promotora de uma prova que levou participantes e assistência pelo património da vila medieval

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2014 | 27

DESPORTO

Luís Conceição assume comando das seleções nacionais femininas de Futsal

Em Maio iniciou uma nova etapa na sua vida enquanto treinador de Futsal, ao treinar as Seleções Nacionais Femininas de Futsal. Um novo desafio sobre o qual já nos pode fazer um breve balanço?

Nesta nova etapa tenho a cargo as seleções nacionais de futsal feminino, na qual estão incluídas a seleção nacional universitária, seleção nacional sub-20 e seleção nacional A.

No mês de Julho, participámos no campeonato do mundo universitário que se realizou em Antequera, Málaga, onde conse-guimos o 4º lugar depois de sermos eliminados nas meias finais pela seleção Brasileira que é tricampeã mundial.

Tivemos uma participação que nos deixou bastante satis-feitos visto que apresentámos uma seleção bastante jovem e onde defrontámos seleções universitárias que eram compostas maioritariamente por atletas da seleção A, como foi o caso da

Espanha, Brasil e Rússia.Já em Novembro temos o campeonato do mundo de sele-

ções A que se realiza na Hungria e onde queremos lutar pelos primeiros lugares.

Considera que este cargo de seleccionador nacional surgiu na altura certa?

Para este tipo de cargos todas as alturas são certas desde que estejamos preparados para isso. Prefiro que sejam os outros a falar sobre mim, mas se o convite me foi feito para este cargo de tanta responsabilidade julgo que o momento é mais que certo e tudo farei para superar as exigências colocadas.

Penso que tenho tido um percurso gradual ao longo destes anos como treinador. Preparei-me e dediquei-me ao futsal com o objetivo de um dia poder ter uma oportunidade de trabalhar a este nível, tanto em clubes como em seleções nacionais. Esse momento chegou. É sinal de que os dirigentes federativos estão

atentos à qualidade do trabalho que se faz por esse país fora.Quanto ao Futsal no feminino; como está a moda-

lidade em Portugal?O futsal feminino está em crescente de ano para ano, cada

vez estão a surgir mais equipas e atletas de muita qualidade. Na época passada foi criado o campeonato nacional feminino o que veio trazer uma maior competitividade entre as equipas. Neste momento temos no nosso país um dos campeonato mais competitivos da Europa.

Recentemente com a transmissão do jogo da final taça de Portugal pela RTP2 e em 2012 com a transmissão do campeonato do mundo realizado em Oliveira de Azeméis veio dar ao futsal feminino uma maior visibilidade e notoriedade.

A nova direção da federação portuguesa de futebol muito tem feito pelo crescimento do futsal feminino em Portugal com

a implementação de um conjunto de novas medidas que vieram potenciar a modalidade no seu desenvolvimento.

Quais são os seus objetivos à frente da seleção feminina de Futsal, que vai treinar pelo menos no âmbito do actual contrato até Junho de 2016?

As nossas exigências e organização faz com que tenhamos de ser competitivos, competentes e rigorosos na luta pelas nossas ideias de jogo. Só assim podemos lutar pela vitória em todos os jogos.

Estamos a trabalhar para que a nossa seleção A continue a ser uma das quatro melhores seleções mundiais, a mostrar qualidade naquilo que faz e a lutar pela vitória em todos os jogos.

Como se iniciou o seu percurso no Futsal?O meu percurso como treinador de futsal surgiu nos Inter-

vivos Martinlongo há 16 anos com um conjunto de miúdos de Martinlongo que queriam jogar futsal de forma organizada e com

participação em campeonatos distritais. Comecei a envolver-me na modalidade, de querer saber cada vez mais, a investir bastante na minha formação pessoal de forma a melhorar as minhas competências. Passei por alguns clubes algarvios e nos últimos anos estava a trabalhar com as diversas seleções do Algarve de futsal. Conseguimos esta última época feitos históricos para a nossa região com as seleções distritais de sub-16 e sub-18 masculino.

As oportunidades e reconhecimentos do meu trabalho pelas diversas instituições desportivas foram, surgindo gradualmente ao longo dos anos e neste momento vejo-me a trabalhar com os melhores, questionando-me por diversas vezes, como é que tudo isto aconteceu tão rapidamente!...

O que considera que mais contribuiu para a sua evolução nesta carreira de treinador de futsal?

Por natureza sou uma pessoa humilde, empenhada e dedicada naquilo que faço. Só assim posso melhorar as minhas compe-tências para ser cada vez melhor.

O facto de ter conhecido e trabalhado com diversas pessoas com muita experiência e conhecimento no futsal nacional fez com que a minha constante aprendizagem tivesse evoluido.

Tem uma vida muito intensa profissionalmente, pois também é técnico na câmara municipal de Alcou-tim. Como consegue conciliar tantas tarefas?!

Conseguir conciliar família, trabalho e futsal não é tarefa fácil! Obriga-me a gerir muito bem todo o tempo disponível. A minha maior dificuldade são as distâncias a que estou dos grandes centros de decisão; Lisboa e Porto. Para poder realizar a observação de atletas obrigo-me semanalmente a realizar viagens para essas zonas do país onde atualmente está a maioria das equipas.

Após as «Bodas de Diamante», terem sido celebradas em 2013, a Volta a Portugal Liberty Seguros este ano, com realização entre 30 de julho e 10 de agosto, dá continuidade a uma tradição que, ano após ano, traz à população a magia do desporto nas estradas do pais, dando cor e calor às festas populares do verão.Como nota negativa mais um ano a Volta que se diz a Portugal corre-se apenas no centro e no norte do pais. Algarve e Alentejo ficam de fora da rota da Volta. Vários são os factores que afastam a competição rainha do desporto português no verão destas duas regiões que podem ser discutíveis. De entre muitos motivos um dos quais, são os custos logísticos envolvidos que triplicam, quando tem de se alojar e mobilizar toda uma caravana que envolve largas centenas de pessoas numa região como o Algarve que tem no mês de Agosto a sua época alta. Já o Alentejo, carente de recursos financeiros prefere canalizar os mesmos nesta modalidade, mas de uma forma mais própria, alimentando ano a pós anos a sua própria prova, a Volta ao Alen-tejo. O mapa da competição vai ligar Fafe a Lisboa num total de 1613,4 Km distribuídos por dez dias de competição, onde os corredores

vão experimentar diversos tipos de terreno, de onde os trepado-res podem ser os principais beneficiados.

Julgamos ter uma Volta equilibrada com todos os ingredientes para quase duas semanas de intensa luta pela vitória, afirma Joa-quim Gomes, diretor de prova da 76ª Volta a Portugal Liberty Seguros que realça os quatro dias sempre a subir na primeira fase da prova. A chegada a Braga, Montalegre, à Sr.ª da Graça e depois a chegada à Assunção, em Sto. Tirso, são efetivamente quatro dias com quatro chegadas muito difíceis. Sublinho também as várias estreias de 2014, assim como os regressos de Gondomar e espe-cialmente de Braga que estava há mais de 40 anos afastada dos grandes palcos da Volta a Portugal. De forma inédita iremos ter nesta etapa intermédia um circuito com passagens no Bom Jesus e no Sameiro que vão provocar as primeiras grandes diferenças.

76ª Volta Portugal Liberty SegurosEtapas

30 julho - Prólogo - Fafe-Fafe - 6,8km31 julho - 1ª Etapa - Lousada - Maia - 183,5km01 agosto - 2ª Etapa - Gondomar - Braga - 171,8km02 agosto - 3ª Etapa - Viana Castelo - Montalegre - 180km03 agosto - 4ª Etapa - Boticas - Mondim Basto - 192,5km04 agosto - 5ª Etapa - Alvarenga - Santo Tirso - 161,3km05 agosto - 6ª Etapa - Oliveira do Bairro - Viseu - 155km07 agosto - 7ª Etapa - Belmonte - Torre (Seia) - 172,5km08 agosto - 8ª Etapa - Sabugal - Castelo Branco - 194km09 agosto - 9ª Etapa - Oleiros - Sertã - 28,9km10 agosto - 10ª Etapa - Burinhosa - Lisboa - 167,1km

Foi um pelotão de 150 corredores que dia 30 de Julho esteve na partida em Fafe com formações participantes que representam origens tão diversas como Espanha, Colômbia, Equador, Alema-nha, Dinamarca, Rússia, Japão e Emirados Árabes Unidos. Estes conjuntos aliam-se aos melhores valores do ciclismo português. De entre os quais Ricardo Mestre (Efapel), Samuel Caldeira (OFM) e Amaro Antunes (Banco BIC Tavira) irão estar presentes na luta pelas etapas e pela consagração final em Lisboa.

Humberto Fernandes76ª Volta a Portugal em Bicicleta corre-se de 30 de julho e 10 de Agosto

Luís Conceição, natural de Martinlongo e técnico de desporto da câmara municipal de Alcoutim assumiu recentemente o comando das Seleções Nacionais Femininas de Futsal. Aos 37 anos enfrenta, até agora, o maior desafio da carreira, sendo que em entrevista ao JBG mostra-se confiante na sua prestação ao mais alto nível da modalidade.

Susana H. de Sousa

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Muitos são os donos respon-sáveis pelos seus animais. E, por isso mesmo, fazem questão de os trazer con-sigo em plenas e merecidas férias. Apenas lembrar que hoje em dia estão disponíveis diversos pontos de acesso a sacos para dejetos de animal. Poupe o ambiente, utilizando este meio tão útil e de fácil acesso.

Cartoon ECOdica

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Parecem efetivas as obras de desassoreamento do Guadiana que deverão começar depois do Verão

Incentivo à Natalidade em Alcoutim atribui 5 mil euros aos futuros bebés. Medida entra em vigor em Setembro

A saúde no Algarve continua a assumir um estado muito preocupante

Este Verão está recheado de animação por todo o Baixo Guadiana. Ao tema dedicámos o nosso Vox Pop de Agosto (pág. 2) e aqui deixamos algumas imagens alusivas aos eventos que se vão propagando pelos três concelhos. A animação tem sido uma aposta e são diversos os suportes onde é possível recolher informação acerca do que está programado no Baixo Guadiana.

Julho ficou marcado pelos concertos na Praça da vila de Alcoutim, pelas Noites D’ Encanto em Cacela Velha (VRSA) e também em Vila Real de Santo António com as animações de largos, microconcer-tos ou Feira do Livro de Monte Gordo, evento este que se prolonga em Agosto. Em Altura, concelho de Castro Marim, os mercadinhos de Verão trouxeram mais motivos para passear à rua num ano em que o trânsito está mais controlado e as noites de Agosto vão ter mais eventos. Castro Marim tem tido diver-sos eventos culturais e desportivos no Revelim de Santo António e prepara-se também para receber em Agosto os «Dias Medievais» que atraem milhares de visitantes. Alcoutim prepara as suas festas nos montes e acolhe também os seus imigrantes.

Tratam-se de organizações privadas ou de caráter municipal que estão já programadas e que se dão a conhecer através da nossa agenda (p.20), bem como pelos sítios da internet e páginas de facebook das autarquias e promotores várias. Vale a pena sair de casa é o que se constata! Comprove.

Animação no Baixo Guadiana é aposta forte