jbg dezembro 2013

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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 13 - Nº163 DEZEMBRO 2013 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE Plataforma pioneira deverá começar a produzir electricidade em Março de 2014 Vila Real de Santo António e Alcoutim têm menos inscritos no Centro de Emprego, mas Castro Marim não seguiu, para já, a mesma tendência. Os dados são de Outubro de 2013 em comparação com período homólogo de 2012. Carlos Baía, delegado regional do IEFP, diz que são fatores decisivos para a diminuição dos números “as importantes medidas na qualifi- cação de quem está no desemprego e a simplificação dos programas de apoio à empregabilidade”. E se é verdade, como diz este respon- sável, que “cada desempregado precisa de uma solução” não é menos verdade que para muitos está difícil ver a «luz ao fundo do túnel». Emília Rosa é uma habitante de Castro Marim. Daquelas que nos ficam na memória e, sobretudo, nos trazem à memória outros tempos. A sua história de vida com 74 anos faz-nos viajar desde a Isla Cristina, na vizinha Espanha, a Castro Marim, seguindo até Vila Real de Santo António. Teve ofícios que hoje são património imaterial. Guarda a vontade de os partilhar e mostra-se uma defensora convicta da preservação das tradições. Lendas, cantares e pessoas da terra onde vive estão apenas à distância de uma conversa. Município investe na poupança de gastos de eletricidade e água Estudo do Baixo Guadiana sobre a obesidade foi recentemente distinguido IEFP aposta na formação e simplificação do apoio ao emprego P 12

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Notícias, crónicas, poesia, artigos de psicologia e património e muito mais.

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Page 1: Jbg dezembro 2013

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2013 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 13 - Nº163

DEZEMBRO 2013

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

Plataforma pioneira deverá começar a produzir electricidade

em Março de 2014

Vila Real de Santo António e Alcoutim têm menos inscritos no Centro de Emprego, mas Castro Marim não seguiu, para já, a mesma tendência. Os dados são de Outubro de 2013 em comparação com período homólogo de 2012. Carlos Baía, delegado regional do IEFP, diz que são fatores decisivos para a diminuição dos números “as importantes medidas na qualifi-cação de quem está no desemprego e a simplificação dos programas de apoio à empregabilidade”. E se é verdade, como diz este respon-sável, que “cada desempregado precisa de uma solução” não é menos verdade que para muitos está difícil ver a «luz ao fundo do túnel».

Emília Rosa é uma habitante de Castro Marim. Daquelas que nos ficam na memória e, sobretudo, nos trazem à memória outros tempos. A sua história de vida com 74 anos faz-nos viajar desde a Isla Cristina, na vizinha Espanha, a Castro Marim, seguindo até Vila Real de Santo António. Teve ofícios que hoje são património imaterial. Guarda a vontade de os partilhar e mostra-se uma defensora convicta da preservação das tradições. Lendas, cantares e pessoas da terra onde vive estão apenas à distância de uma conversa.

Município investe na poupança de gastos de

eletricidade e água

Estudo do Baixo Guadiana sobre a obesidade foi recentemente

distinguido

IEFP aposta na formação e simplificação do apoio ao emprego

P 12

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2013

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: Eu desejo, acima de tudo, saúde e paz. O que mais me preocupa neste momento é a situação do nosso país. No entanto, vejo a luz ao fundo do túnel.

Nome: Ana Luís RibeirosProfissão: Administrativa Bombeiros de Alcoutim

Nome: Pedro GuerreiroProfissão: Jornalista

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana Amorim DiasAna Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando PessanhaFrancisco AmaralGilda PereiraHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoJosé GuedesPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Aproximamo-nos do final de mais um ano mal amado pela grande maioria das nossas gentes. Razões há de sobra: dificuldades, inquie-tações, insegurança, abandonos, medos, continuam a marcar o quotidiano das nossas vidas. Os dias festivos que se aproximam amenizarão o azedume que por vezes nos sufoca, numa trégua que permitirá repor emoções, voltar a gostar. As festas cumprem essa função.

O desemprego constitui uma das maiores chagas sociais como se pode verificar nos vários exem-plos que esta edição traz aos lei-tores. É o esvaziamento de vidas, a perda da auto estima, a solidão e o desespero que tomam conta de um tempo sem tempo, porque tudo à volta está vazio.

Parece haver algum retrocesso pelos números que são apresenta-dos. Mas temo que estejamos ainda longe de resultados consolidados porque há que ter presente o con-tributo que para estes indicadores é dado pela vaga de emigração que marca muito negativamente a vida do país. Sendo de valorizar todos os esforços que se estão fazendo, nos quais se sublinha o importante contributo dado pelas autarquias, como aqui é documentado, em apoios sociais, em programas de inserção, ou em formação, creio todavia que só com a economia a crescer a outro ritmo se podem esperar, cumulativamente com tais ajudas, mudanças qualitativas, perante uma dramática realidade que rapidamente se alastrou na sociedade.

A privatização da maioria do capital da empresa pública CTT, prestadora de um serviço público de enorme importância económica e social, conduz-me ao seguinte alerta: pode acontecer quando a

nova administração privada tomar conta do negócio, venha justificar como pouco importante manter tal serviço em lugares cujo rácio apresente valores menores no bolo geral do negócio e daí, sempre em nome de uma gestão eficiente, se iniciar um processo de liquida-ção de serviços de proximidade indispensáveis às populações e à economia, cujos efeitos negativos já são sentidos pelo encerramento de serviços de finanças, exten-sões de apoio médico, da caixa de previdência, tornando largas faixas do País mais empobrecido e desertificado.

O sucessivo incumprimento da promessa de desassoreamento do Guadiana que ao longo de mais de uma vintena de anos se tem verificado por parte de sucessivos Governos, descredibiliza a vida política perante populações a que consecutivamente se mente, tal como acentuaram recentemente os presidentes de Câmaras de Castro Marim e Vila Real de Santo Antó-

nio. Lembro que a última data anunciada, por parte do Presi-dente da CCDRAlgarve, segura-mente também ele confiando em promessas que lhe foram feitas, a obra deveria iniciar-se no primeiro semestre do ano em curso. O ano aproxima-se do seu término e nada se moveu a não ser, no seu conti-nuo movimento, as águas do rio.

Em Histórias de Vida trazemos o que se pode considerar um impres-sivo retrato da vida de uma grande parte da população do Sotavento Algarvio, no passado século. É comovente a vontade e a alegria de viver por quem apesar das inú-meras dificuldades que a vida lhe impôs, se expressa e trespassa, em cada episódio do extenso relato que aqui nos deixa. De facto só com o 25 de Abril as operárias e operários conserveiros tiveram acesso a um salário fixo e a um horário de trabalho.

Boas Festas para todos!

Carlos Luís Figueira

[email protected]

R: O desejo que tenho é o mesmo todos os anos: que as pessoas realizem os seus projectos de vida, e que esses projectos contribuam para reforçar laços entre a humanidade. Para Portugal, que a tem-pestade passe.

Nome: Cristóvão NorteProfissão: Deputado Assembleia da República

R: Desejo que haja mais respeito pelas pes-soas. O que estão a fazer à população em geral demonstra bem a falta de respeito que existe em relação a tudo e a todos, tendo em conta apenas interesses pessoais.

R: Espero que o Natal traga bom senso à classe política portuguesa e que a popula-ção resista melhor aos grandes problemas que enfrenta.

Nome: Cecília BrancoProfissão: Funcionária Pública

ABERTURA

Enquanto cidadão que desejos de Natal gostaria que se concretizassem?

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Nota de Redação:Na edição de Novembro por lapso não colocámos crédito da foto da página 14. Crédito é «Alcoutim.net». Aos leitores e visados as nossas sinceras desculpas.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2013 | 3

CRÓNICAS

Nos últimos dezasseis anos, o concelho de Castro Marim conheceu um surto de crescimento e desenvolvimento sem para-lelo na sua história mais recente, fruto do projecto político autárquico reformista e ambicioso de José Estevens.

A visão estratégica invulgar da sua acção está espelhada na obra física que mandou executar, mas também na reso-lução dos problemas sociais dos castro-marinenses.

A prová-lo estão obras como a rede de estradas municipais, uma das melhores do Algarve, a taxa de cobertura do sanea-mento básico no concelho, na ordem dos

80%, a requalificação do parque escolar do 1º ciclo e a construção do Centro Escolar de Altura, a construção de equipamentos, nomeadamente a Biblioteca Municipal, o Centro de Interpretação do Território na Colina do Revelim de Santo António, a Casa da Música, o Centro Multiusos do Azinhal, a recuperação e requalificação do património histórico de que o Forte de São Sebastião é um excelente exemplo, a recuperação de casas degradadas de munícipes ou ainda a criação dos Dias Medievais, uma referência incontornável

no mapa cultural algarvio. Vem esta enumeração a propósito

da construção, actualmente em curso, do último troço da Estrada Municipal Altura - Furnazinhas (Eira Verde/Monte Novo), numa extensão de 8 Km, garan-tindo a ligação do limite do concelho com Alcoutim. Quando a obra terminar, estará concluída a Estrada Municipal Altura-Furnazinhas, que vai assegurar a ligação entre o litoral e a serra do conce-lho, passando pelo barrocal – a Norte com a localidade de Furnazinhas na freguesia

de Odeleite e a Sul com a freguesia de Altura, num total de 34 Km.

Castro Marim prepara-se para ter a maior obra rodoviária alguma vez cons-truída no concelho, assegurando assim a consolidação da rede de transportes e comunicações existente.

A Estrada Altura-Furnazinhas não é mais uma estrada municipal, mas antes um pilar de modernidade, com força para lutar contra o despovoamento e a deser-tificação do interior do concelho.

Esta via rápida afigura-se de primor-

dial importância para valorizar os valo-res endógenos e dinamizar o potencial turístico ambiental e cinegético que esta terra encerra, exercendo uma maior atratividade junto de novas pessoas que procuram o concelho para se fixar.

Num tempo de austeridade e de gran-des dificuldades como aquele que o país atravessa, considero que é motivo de orgulho para os castromarineses pode-rem dispor de um projecto estruturante como este para a qualidade de vida e o futuro de Castro Marim.

Vitor Madeira

O meu pai é tão grande que quando me pega ao colo quase toco no céu e ele diz que um dia me deixa agar-rar uma nuvem.Acredite, senhor guarda, a gente dantes não tocava em nada, mas uma vez dei com uma pulseirita a cinco metros do sinistro, era uma coisa simples, de prata fininha, achei graça a plaquinha ter o nome do meu mais novo. Ia entregá-la, mas o chefe chamou-me para

Estava a conduzir e fui atingida. O pensamento chegou como o primeiro relâmpago de uma forte trovoada.

“ E se tivesses que explicar como funciona o Mundo? “

“ Hã!? ““ Sim. Imagina que estavas a ser

entrevistada por um extraterrestre e tinhas que explicar, em poucas palavras, como é que o Mundo fun-ciona!”

“ Ai caneco!...”

ou outra em que realmente eles ainda mexiam um bocadinho. Acho que isso começou com a gaja nova do BMW encarnado. Despiste com capotamento, havia um anel mesmo aos pés, aquilo era mais um tijolo que uma pedra!, ela já estava mais para lá do que para cá, que diferença fazia, não é?O meu pai é o mais bonito e manda em todos, até no presidenteAgora o resto, isso foi outra his-tória. Uma vez fomos chamados a um despiste na Marginal. Uma

povo como é que o vosso planeta funciona.-

- Eh... pois. O nosso planeta...-“ És mesmo maluca! Tu metes-te em

cada uma...!!Reparo que todos os carros me estão

a ultrapassar. Volto ao ritmo normal.- O nosso planeta funciona com as

mesmas regras físicas e químicas que o vosso. É um planeta muito belo em que a natureza, ao sair dos eixos, tem os seus próprios e eficazes métodos de regressar à harmonia...-

- E a vossa espécie? Como

Hiace com sete gajos do esta-leiro do Ribas, que tinham ido ao Coqueiro gastar o ordenado. Os gajos vinham cheios de guito, mas tiveram azar. Ficaram desfeitos, aquilo foi mais raspar que desen-carcerarporque até o presidente chama os bombeiros quando tem um pro-blema.Nesse dia fomos-lhes aos bolsos. O mais compostinho era o con-dutor. Vou a deitar-lhe a luva e ele de repente agarra-me o braço,

funciona?-- A história da humanidade está

quase toda na internet, é só irem lá consultar, o que posso fazer é dar uma opinião muito geral...-

- Parece-me bem. - comentou o encantador ser.

- A humanidade anda esquecida de como ser feliz. Desligou-se da natureza e higienizou-se demais, tornando-se muito indefesa. Os Homens vendem a vida em profissões de que não gostam, a troco de dinheiro que usam para comprar coisas de que não precisam e que, ao adquirir, lhes acentuam a sensação de vazio. Vendem a vida por dinheiro sem tentar sequer perceber qual é o ofício da sua alma. Trocam o SER pelo TER e, com isso, ganham inimigos, guerras, doenças e mutilam

de olho arregalado. Apanhei um cagaço! Quando parei de lhe arrear ele estava mais amassado que os outros. A partir daí passámos a revistar as vítimas todas, mas só tirávamos alguma coisa se valesse mesmo a pena!Quando eu for grande quero ser bombeiro como o meu pai para ajudar toda a gente.E antes que me esqueça! Nunca limpámos o cebo a nenhum gajo que a gente achasse que se podia safar.

o seu íntimo com sentimentos absur-dos. Passam o tempo a sonhar com o “depois” à espera que a plenitude lhes chegue, na forma de algo ou alguém, e ignoram por completo a responsabili-dade de serem plenos no “agora”...

- Oh céus... Precisam da nossa ajuda? Ainda há esperança para vós?-

E aí vem-me o sorriso.- Há cada vez mais gente no Mundo

a saber tudo isto com uma certeza ancestral. E depois temos um pode-rosíssimo aliado!...-

- Quem!?-- O amor. O mais puro e profundo

amor, a nós mesmos e ao próximo!-- Waow!!!- disse o extraterrestre

enquanto eu estacionava o carro, sã e salva, cá na Quinta.

recolher um braço que tinha sido projetado a quinze metros, meti a pulseira ao bolso, quando dei por ela já ficava mal falar nisso e depois, nem sei como, a malta pôs-se de acordo.Eu gosto quando o meu pai me leva na ambulância e me deixa tocar o ni-nó-ni.A partir daí passámos a tirar uma coisita aqui, outra ali, um dinhei-rito ou um relógio tombado — e só quando eles estavam mortos! Agora, prontos, houve uma vez

A tempestade começara! Continuei a guiar sabendo que já não podia sair dela. Entrei na rotunda, com atenção e cuidado, dei pisca, saí e, com a cons-ciência plena das ações do meu corpo, permiti que a imaginação fosse para o espaço.

O extraterrestre tinha um ar bastante simpático e o ambiente era confortá-vel. O único problema era a questão que me estava a ser colocada.

- Ana Amorim Dias, muito obri-gada por ter aceite o nosso convite. Gostaríamos que explicasse ao nosso

Ana Amorim Dias

José Guedes

O insubmisso

Estrada Municipal Altura – Furnazinhas – Uma via estruturante para o futuro de Castro Marim

[email protected]

Confissão

Como funciona

* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2013

Crianças já sabem «o que comiam os nossos avós»

Estudantes de toda a Europa reuniram-se em VRSA

Fusão Criativa marca segunda iniciativa de CRIACT

«Prémio Europeu Carlos Magno para a Juventude »

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

Foi apresentado no passado dia 23 de Novembro o livro «O que comiam os nossos avós? A alimentação no sotavento algarvio». Teve lugar na Biblioteca Municipal Vicente Cam-pinas e é uma edição da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. Esta obra reúne tradições, receitas, ilustrações e experiências realizadas pelas crianças do conce-lho que participaram, entre 2010 e 2012, no projeto educativo.

De acordo com o Centro de Inves-tigação e Informação do Patrimó-nio de Cacela (CIIPC) “a iniciativa explorou as antigas tradições ali-mentares e a sua ligação ao terri-tório, investigou ciclos agrícolas e calendários festivos, reuniu receitas familiares e incentivou a pesquisa de campo”.

Por isso este é um livro “escrito a muitas vozes e ilustrado a muitas mãos, resultado de um trabalho coletivo, com a duração de dois anos, que envolveu crianças, pais, avós, professores, auxiliares de ação educativa e os técnicos de patrimó-nio cultural do Centro de Investi-gação e Informação do Património de Cacela/Câmara Municipal de VRSA”.

O projeto foi acompanhado pelo

Alunos e professores de diversos países da Europa estiveram reuni-dos em Vila Real de Santo António, entre os dias 18 e 22 de novembro, no âmbito do projeto «Magic Bricks For European Citizenship».

O encontro faz parte do programa Comenius e envolveu a participação de 11 escolas. Tem como objetivo a promoção da educação para a cidadania e a participação ativa

O «Prémio Europeu Carlos Magno para a Juventude» propõe-se incen-tivar o desenvolvimento de uma consciência europeia entre os jovens e a sua participação em projetos de integração europeia.

O «Centro Europe Direct do Algarve» apoiar na divulgação desta iniciativa, a qual tem uma edição anual e o prémio atribuído, conjun-tamente, pelo Parlamento Europeu

dos alunos na sociedade. O intercâmbio envolveu escolas

de Itália, Hungria, Bulgária, Tur-quia, Espanha, Polónia, Portugal, Alemanha, Dinamarca e Grécia.

Durante o encontro, os estudan-tes desenvolveram atividades que têm por base, entre muitos outros, os conceitos de cidadania, direitos, igualdade, identidade, diversidade, criatividade, solidariedade.

e pela Fundação do Prémio Inter-nacional Carlos Magno de Aachen, na Alemanha.

É concedido a projetos, levados a cabo por jovens dos 16 aos 30 anos, que promovam o entendimento, fomentem o desenvolvimento de um sentido partilhado da identidade europeia e ofereçam exemplos prá-ticos de europeus que vivem juntos ,formando uma comunidade.

No que respeita aos prémios, estes serão em dinheiro para os três ven-cedores que irão receber, respeti-vamente 5.000€ para o primeiro, 3.000€ para o segundo e 2.000€ para o terceiro lugar. Os representantes dos três projetos serão convidados a visitar o Parlamento Europeu. Os 28 vencedores nacionais serão con-vidados para uma visita de quatro dias a Aachen, Alemanha.

Depois da chamada aos criativos da região algarvia realizada no ano passado, a ADS - Associação de Designers do Sul volta à carga para a 2ª Edição do CRIACT, desta vez no Palácio do Tenente, em Faro, entre os dias 05 e 08 de Dezembro de 2013. Uma vez mais a organização pretende criar um espaço de tertúlias, exposições, música, workshops, instalações e performances que inspirem todos os visitantes e ainda potenciem o convívio entre os inúmeros criativos da região do Algarve. O tema deste ano é «Fusão Criativa», e a questão que se coloca nesta edição é saber qual a importância da multidisciplinaridade para os profissionais das industrias criativas e de que forma se traduz nos seus projetos.

O espaço escolhido foi o Palácio do Tenente, situado na Rua Conselheiro Bivar, em Faro. “Este edifício histórico com mais de 200 anos será o palco de alguns dos mais recentes e inovadores projetos criativos rea-lizados a Sul de Portugal. Nesta 2ª Edição a organização decidiu convidar criativos, de outras zonas do país, com o objetivo de enriquecer o evento e assim alargá-lo para um âmbito nacional”, lê-se na nota à imprensa. Saiba mais em: criact.ads.org.pt

minicurso «Cozinha dos avós», onde avós e netos partilharam e confe-cionaram algumas receitas como açorda de galinha, barriga de atum com feijão branco, carapaus alima-dos, xarém com conquilhas, griséus com ovos, doces de laranja, amên-doa e figo, filhoses, entre outras iguarias.

“É necessário valorizar mais o que é nosso”

Na mesa de oradores da apresen-tação deste livro esteve também Conceição Cabrita, vereadora da cultura e educação da câmara municipal de Vila Real de Santo António. A autarca defendeu que “é preciso valorizar mais a nossa gastronomia e todo o património que é riquíssimo”. Lamentou que “sejam mais os de fora a valorizar as nossas potencialidades”, e apelou “à mudança de mentalidades” a todos os níveis, referindo-se a pais, educa-dores, empresários e responsáveis políticos e outros intervenientes.

Processo desenvolveu fenómeno de aproximação

Catarina Oliveira, coordenadora do CIIPC salientou durante a apre-sentação do livro que este “é mais do que um livro de tradições e receitas. O mais importante é todo o processo que permitiu chegar ao livro; esti-veram muitas pessoas envolvidas. Uma partilha muito interessante de saberes, experiências e de memó-rias”, focou.

A responsável lembrou, ainda, que o CIIPC “tem tido um traba-lho continuado e regular com a comunidade educativa através da proposta anual ou bi-anual de pro-jectos temáticos na área do patrimó-nio cultural. Desde 2006 foram já inúmeros temas trabalhados numa recuperação e valorização, partindo do conhecimento do território, dos seus usos e costumes, valores patri-moniais para dar resposta a que lugar é este que habitamos, como chegámos que somos hoje e o que nos aproxima e diferencia dos outros”.

As grandes questões do livro apresentado

O livro «O que comiam os nossos avós? A alimentação no sotavento algarvio» partiu de grandes questões que passaram pelo esclarecimento de

que forma o que comemos se relaciona com os recursos disponíveis no territó-rio, que troca de produtos se estabele-ciam em tempos idos entre os vários agentes, como sazonalidade e ciclo agrícola marcavam a alimentação ao longo do ano, como se conservavam os alimentos, o que se comia e como se comia nos dias festivos, como eram as cozinhas de antigamente, o que se cozia no forno de lenha e o que resta hoje no receituário da memória dos mais velhos. Questões que foram ponto

de partida e em que para dar respostas participaram três dezenas de turmas das escolas do primeiro, segundo e terceiro ciclo do concelho de Vila Real de Santo António, com especial inci-dência do primeiro ciclo.

O livro está à venda no CIIPC, em Santa Rita, no Arquivo Municipal, Biblioteca Municipal e Centro Cultural, localizados em VRSA pelo valor de 5 euros. O download é possível nos sites do município de VRSA e do Agrupa-mento de Escolas D. José I.

O livro é resultado de um projeto que começou em 2010

Desde 2010 que o Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela está empenhado em fazer um estudo sobre a alimentação no sotavento algarvio. A iniciativa explorou as antigas tradições alimentares e a sua ligação ao território, investigou ciclos agrícolas e calendários festivos, reuniu receitas familiares e incentivou a pesquisa de campo.

Pedagógico

Candidaturas abertas até 20 Janeiro 2014

No total o projeto envolveu 11 escolas da Europa

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2013 | 5

Castro Marim prepara-se para apresentar candidaturas no novo quadro comunitário

Impostas medidas para redução de custos na água e eletricidade

LOCAL

Em reunião com David Santos, pre-sidente da Comissão de Coordena-ção e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve o presidente da câmara municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, pre-tendeu estabelecer uma relação proactiva para o melhor enqua-dramento de projetos futuros e outros já em execução no concelho de Castro Marim.

De acordo com nota de imprensa Francisco Amaral “defendeu, um conjunto de candidaturas ao PO Algarve 21 que o município está a organizar, nomeadamente, o desenvolvimento do projeto da ciclovia e a melhoria das condições de circulação da E.N. 125-6, entre Castro Marim e a Praia Verde, a melhoria da eficiência energética do espaço urbano e o projeto de

A 13 de Novembro o edil de Castro Marim reuniu-se com a Direção de Redes e Clientes, Sul da EDP, com o intuito de executar obras que têm como objetivo criar ganhos de maior eficiência na distribuição de energia elétrica localmente.

Em vista está a construção da Sub-Estação de Junqueira, enquanto elemento de qualidade na distribui-ção de energia elétrica, reduzindo de modo significativo o número de interrupções que anteriormente se verificavam.

“Compreendendo a importância do Programa de Eficiência Ener-gética de Iluminação Pública, a Câmara Municipal, em articulação com a EDP, mandou instalar relógios astronómicos nos postes de trans-formação do concelho, que irão permitir controlar com maior rigor a iluminação pública”, pode ler-se numa nota do município.

Adesão à iluminação Led

Em matéria de política energé-tica, outra das medidas do execu-

tivo prende-se com a adesão do município ao projeto piloto de ilu-minação pública por LED’S da EDP, que consiste na colocação de novas luminárias com esta tecnologia, substituindo as existentes.

O projeto deverá iniciar-se muito em breve na localidade de Altura, onde serão substituídos mais de uma centena de candeeiros, garantindo deste modo uma redução efetiva do consumo de energia elétrica e, ao mesmo tempo, uma baixa dos custos suportados pela Câmara Municipal.

Outro dos assuntos presentes nesta reunião de trabalho com a EDP foi a apresentação de uma candidatura do Município ao PO Algarve 21, Energia.

A candidatura apresentada tem por finalidade a substituição da ilu-minação pública na zona histórica da vila de Castro Marim e a insta-lação de reguladores de fluxo em Altura. São 86 mil euros de inves-timento, que vai contribuir para a eficiência e redução dos custos energéticos, colocando o concelho

numa linha de modernidade numa área que é de primordial importân-cia para o desenvolvimento susten-tável do país.

Combate a perdas de água na rede de abastecimento

Já a 15 de novembro, foi estabele-cido um acordo entre o Município de Castro Marim e a empresa HUBEL, que tem como objetivo a elaboração de um estudo para a poupança e a diminuição significativa das perdas de água verificadas no concelho.

“Esta medida, que a Câmara Muni-cipal reputa de grande importância com ganhos financeiros para os cofres do município, poderá repre-sentar um investimento aproxima-damente a 150 mil euros, após a elaboração do estudo, cujo retorno será recuperado ao fim do primeiro ano”.

De acordo com estudos recentes as perdas de água na rede de abas-tecimento situam-se, em média, na ordem dos 35 a 40%.

modernização administrativa”.

Pedido de apoio integral para Pólo incubador de empresas

Nessa reunião, e também de acordo com informação enviada às redações o autarca castroma-rinense pediu o apoio da CCDR/Algarve para o financiamento integral do projeto do Pólo Incu-bador de Empresas, em construção na vila de Castro Marim, e onde vai funcionar também a sede da empresa municial «Novaesuris».

Outros temas da agenda, que marcaram a reunião da Câmara Municipal com a CCDR/Algarve foram o autocaravanismo e orde-namento do território no concelho e, ainda, a revisão do Plano Dire-

tor Municipal (PDM) e delimita-ção da Reserva Ecológica Nacional (REN), questões estruturantes para o futuro de Castro Marim.

Nesta reunião de trabalho mar-caram também presença a vice-presidente, Filomena Sintra, e os vice-presidentes da CCDR Nuno Marques e Adriano Guerra.

“Foram discutidas questões de grande interesse para o futuro de Castro Marim, tais como, a repro-gramação financeira de obras cofinanciadas de que é exemplo a obra de conclusão da Estrada Municipal Altura-Furnazinhas, numa extensão de 34 Km, com a construção do troço Eira Verde – Monte Novo/Furnazinhas, num investimento de 2 milhões de euros, em curso”, refere nota informativa.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve reuniu-se com executivo camarário de Castro Marim

No passado dia 14 de Novembro autarcas castromarinenses reuniram-se em Castro Marim com direção da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve. A aposta é o melhor aproveitamento dos fundos comunitários.

Fundos europeus (2014-2020)

Em Castro Marim

Em Castro Marim está a ser levado a cabo um conjunto de medidas que têm como objetivo poupar nos custos elevados de consumo de água e eletricidade. Em Novembro a autarquia desenvolveu esforços com várias entidades para chegar a soluções, tanto para o desperdício de água, bem como para reduzir custos nas faturas de eletricidade.

Autarquia financia projeto de arquitetura do lar de Martinlongo

A Câmara Municipal de Alcoutim deliberou, em reunião de câmara, a atribuição de um apoio financeiro no montante de 24.246,00 euros ao Centro Paroquial de Martin-longo, “honrando o compromisso assumido anteriormente com esta entidade”, pode ler-se numa nota de imprensa.

Por meio de um acordo de cola-boração estabelecido entre as duas entidades, em 7 de julho de 2007, o Município de Alcoutim comprome-teu-se a financiar noventa por cento das despesas inerentes à execução dos projetos de arquitetura e demais legalmente exigidos do Lar de Idosos de Martinlongo, que estava previsto edificar naquela localidade.

A nova infraestrutura estava prevista para um terreno anexo

ao Centro de Dia da mesma locali-dade, adquirido para o efeito com um apoio financeiro aprovado pelo Município em 9 de julho de 2009, no montante de 131 mil euros, e estava dimensionado para institucionali-zar 37 pessoas, sendo gerido pelo Centro Paroquial de Martinlongo, instituição local com 26 anos de experiência no apoio à 3ª idade.

“Mais de seis anos depois da assinatura do protocolo original, através de uma deliberação apro-vada por unanimidade em reunião de Câmara, o Município de Alcoutim honrou os compromissos assumidos, contribuindo para a estabilidade financeira e orçamental do Centro Paroquial de Martinlongo”, explica o município liderado por Osvaldo Gonçalves.

Apoio financeiro tem o valor de cerca de 25 mil euros

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Mariapor Antónia-Maria

Jose Luis Rua

XVIII Jornadas Históricas de Ayamonte

La Dama Blanca del Guadiana

Cine portugués en el I Festival Europeo en Sevilla

El parque eólico del Granado

Presentado el libro «La isla de la retamas» del escritor Eladio Orta

El Centro Cultural de Ayamonte, “Casa Grande,” acogió las XVIII Jornadas Históricas de Ayamonte con un programa muy interesante y con ponentes de gran prestigio en el ámbito universitario.

En la Jornada inaugural fue la pre-sentación del libro publicado de las

Una de las leyendas de la “Extre-madura Secreta”, que se cuenta entre los habitantes de la ciudad de Badajoz - a orillas del Guadiana- es la historia de Leonor, una hermosa joven que vivió en esta ciudad, hace mas de dos siglos, en una hermosa mansión junto a sus padres y una vieja ama, siendo su única distrac-ción contemplar el Guadiana desde el balcón de su habitación.

Cuentan que pasaba muy a menudo por su calle, por asuntos de negocios, un joven, vecino de Olivenza, que prendado por su bel-leza e inocencia, le hacía promesas de amor a través de cartas que le hacía llegar.

Después de algunos encuentros a escondidas en el viejo puente de

El I Festival de Cine Europeo de Sevilla dedicó este año la sección Focus Europa, a Portugal, un país con un histórico filón creativo en lo que a cine se refiere gracias a los tra-bajos de nombres como Manoel de Oliveira, César Monteiro o António Reis. Pero además, en los últimos años, la cinematografía del país vecino está viviendo una desta-cada eclosión de talento. El Festival, prestará especial atención a lo que está ocurriendo en estos momentos en el país vecino y, entre el 8 y el 16 de noviembre, programará casi 20 films de lo más representativo del cine luso actual. Este nuevo universo creativo del cine portu-guês ha nacido gracias a la labor de productoras como “O som e a fúria”, de productores como Rodrigo Areias y de directores como Miguel Gomes, João Pedro Rodrigues, João Rui Guerra da Mata, Gonçalo Tocha, Sandro Aguilar, João Canijo, y otros… Nuevas voces dentro del cine portugués que, aprovechando la reducción de costes que supone el cine digital, se proponen exprimir todas sus posibilidades creativas. Su presencia en los principales fes-tivales de todo el mundo han sido apoyados y presentados en certá-menes portugueses especialmente atentos a las derivas del cine con-temporáneo. Certámenes como el IndieLisboa, DocLisboa, FantasPorto, DocsKingdom (Azores) o Curtas Vila do Conde han colocado a Portugal en un lugar puntero en el panorama del cine europeo. Portugal canceló en 2012 todas las subvenciones públi-cas al cine, sin embargo, ha tenido el efecto contrario, pues en su seno han venido floreciendo durante las últimas temporadas obras y cineas-tas que, de algún modo, han venido a descubrir la riqueza de sus tradi-ciones culturales Fue en marzo de 2003 que entró

en funcionamiento este parque eólico, el primero de la provincia de Huelva. La producción de 35,8 megavatios generados por los 17 aerogeneradores en un año de funcionamiento evita la emisión de 9400 toneladas al año de CO2 y sustituye la incineración de 8600 toneladas de petróleo.

El Parque Eólico El Granado en el Andévalo Occidental, disminuye la dependencia del petróleo, mejora el autoabastecimiento energético, mejora las infraestructuras eléctri-cas de la comarca y genera ener-gía eléctrica para 20.000 familias onubenses.

En el Sardón , aldea cercana a este municipio fronterizo, se encuentra el Parque Eólico El Sardón, con una potencia de 25,5 Mw. Entre ambos

A la hora prevista abrió sus puertas el modulo sociocultural de la Punta del Moral, para dar cabida a un acto de un significado muy especial, la presenta-ción de un libro del escritor del Campo de Canela, Eladio Orta. “ La isla de la retamas” se presentaba ante muchos de sus protagonistas. Eladio Orta se atrevía a contar, una vez más, algunos relatos de su última obra en la tierra sobre la que se desarrollaron hace algún tiempo o quizás mucho tiempo.

Luis Alarcón abrió el acto presentando a los participantes. El salón repleto de un público deseoso de escuchar las viejas historias. Isabel Martin dejaba caer sin disimulo cada uno de sus versos paridos en los rincones de esta barriada, que hace algunos años la vio nacer. El profesor en la Universidad de Lisboa, desplazado ex profeso para el recital y natural de Punta del Moral, José Acosta, leía poemas de su reciente obra “ Diario póstumo de Rafael”. Miss Parker dejaba los sonidos de su voz y su guitarra, en el silencio de un salón muy receptivo. Todos ellos mostraban sus trabajos por primera vez en su propia tierra y como decía una señora presente en el acto, este momento era histórico por todo

Jornadas del pasado año, a cargo del licenciado en Historia, Luis Navarro Modet.

Estas Jornadas estrenan Eurociu-dad, y la participación de invitados del país vecino marca un fuerte carácter fronterizo con la presen-cia de Joao Paulo Ribeiro, teniente

coronel del ejército que expuso su ponencia sobre las fortificaciones del reino del Algarve.

También se realizó una visita guiada para la exposición “Paisajes en la frontera” y hacer una ruta por la ciudad pombalina y fronteriza de Vila-Real de Sto. Antonio, a cargo del

profesor de Historia Hugo Cavaco y por último, el profesor Fernando Pesssanha, del Archivo Municipal de Vila- Real participó con una palestra sobre el Quinto Centenario de la fun-dación de Santo Antonio de Arenilha, poblado desaparecido, y su relación de vecindad con Ayamonte.

Palma, sobre el Guadiana, la joven fue olvidada por su amante oliven-tino, que nunca mas volvió a la ciudad de Badajoz.

Leonor tras muchos meses de

suman 40 MW. El parque de El Sardón consta de 30 aerogenera-dores de 850 Kv cada uno, de los cuales 12 se encuentran instalados en Cumbres del Chanza y 18 en los terrenos del Monte Público El Sardón.

La utilización de recursos renova-bles como el viento para la produc-ción de energía eléctrica supone la sustitución de otros combustibles fósiles de importante impacto medioambiental. Con la utilización de esta materia prima se produce una notable reducción de emisiones de CO2 y otros gases nocivos.

La generación de electricidad eólica no produce ningún tipo de contaminación atmosférica y se configura como una de las alterna-tivas más eficaces a otras formas de generar electricidad.

este cumulo de circunstancias.Doña Elvira, la que fuera maestra

de toda la vida en la vieja escuela de la barriada, fue desgranando las emo-ciones que le invadían al presentar a Eladio Orta en Punta del Moral. No tuvo reparo en reconocer el valor del autor ni la valía de sus relatos. Tuvo buenas pala-bras y buenos gestos hacía el escritor de la tierra, sentado a su lado, que mal disimulaba su inquietud y nerviosismo. Y finalmente Eladio Orta, templando la voz y dominando la situación pro-vocó las risas en los presentes y obligó a pronunciar en voz alta los nombres de los protagonistas de sus historias. Y así, con la cadencia y la fuerza de las pala-bras del escritor, se hizo ese recorrido obligatorio por lo más representativo de “ la isla de las retamas”.

Y con esta presentación, Eladio Orta ha estado presente en Punta del Moral, Canela y Ayamonte donde ha dejado constancia de sus relatos y sus buenas formas. Y los aplausos finales, han sido la aceptación manifiesta de una obra que habla de la isla, de sus gentes y de sus viejas historias.

espera, altiva y vestida de blanco, como aquel día de su primera cita, se dirigió al puente que atraviesa el Guadiana y se arrojó a él, perdién-dose su cuerpo entre los remolinos

del río.También se cuenta que su cuerpo

nunca apareció, pero que, en las noches de luna llena, surge la figura de una hermosa mujer, vestida de ropajes blancos, flotando sobre las aguas y cantando una bella melodía para atraer a algún curioso que se acerque al río.

Algunos jóvenes atrevidos, que se atreven a bañarse en esas noches de plenilunio, sienten que lo arras-tran al fondo del río con fuerza, y tuvieron que ser salvados por sus compañeros de morir ahogados en el Guadiana. Cuando consiguen escapar cuentan que se sienten arrastrados por una fuerza invisible que surge del fondo del río contra la que no pueden escapar.

Una de las leyendas de la “Extremadura Secreta”, que se cuenta entre los habitantes de la ciudad de Badajoz

Producción de 35,8 megavatios generados por los 17 aerogeneradores en un año

El I Festival de Cine Europeo de Sevilla dedicó este año la sección Focus Europa, a Portugal

Luis Alarcón abrió el acto

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2013 | 7

Um dos objectivos passa por adquirir Denominação de Origem Protegida para o sal de Castro Marim

Sal de Castro Marim está no centro das atenções

em que a direção da cooperativa está a trabalhar no intuito de criar um caminho de sucesso para este «ouro branco de Castro Marim».

Recentemente a cooperativa foi recebida pelo presidente da câmara recentemente eleito, Francisco Amaral. Uma reunião “bastante positiva”, revela Luís Horta Cor-reia que avança ao JBG que em Dezembro vai ter lugar outra reu-nião com o objetivo de fazer uma visita às salinas locais e conhecer seus produtores. “É importante alargar a comunicação entre coo-perativa e câmara de modo a con-certar as medidas em prol de um futuro positivo para este produto reconhecidamente com potencial alargado”.

Atualmente a Cooperativa cas-tromarinense dá emprego a quatro dezenas de pessoas.

Câmara de Castro

Marim revitaliza salina para mostrar como se faz sal marinho

A empresa municipal «NovBaesu-ris» tem a seu cargo a exploração de uma salina com o objetivo de

revitalizar a produção deste pro-duto. Nos objetivos da empresa municipal está também a cria-ção de um armazém para emba-lamento, tendo já esta entidade adquirido um moinho de refina-ção de sal. A salina “Félix” deverá

ser associada da Cooperativa em breve, sendo já associada da Tra-disal – associação de empresário do sal de Castro Marim.

A salina «Félix» é, conjunta-mente, com a «Casa do Sal», que está em construção em Castro Marim, um mecanismo de pro-moção.

Autarquia atenta às dificuldades

Francisco Amaral, presidente da Câmara Municipal de Castro Marim comprometeu-se a ajudar na resolução dos problemas inven-tariados pela cooperativa de sal. O autarca salienta “produção do melhor sal do mundo, que utiliza as técnicas tradicionais, nomeada-mente, a flor de sal com as suas características benéficas para a saúde”, lê-se em nota enviada pela câmara às redações.

Diversos especialistas já afirma-ram que o sal de Castro Marim é o melhor sal do mundo. Luís Horta Correia, presidente da cooperativa de sal «Terras de Sal» não tem dúvi-das da potencialidade do sal e flor de sal castromarinenses e avança ao JBG que já existe um novo produto para lançar no mercado nacional e internacional. “É o sal líquido para quem já temos um cliente; um revendedor que vai colocar este nosso produto no mercado externo”. O sal líquido está em fase de etiquetagem e embalamento, mas já fez furor na feira de Nurem-berg, BioFach 2013, onde a «Terras de Sal» marcou presença.

Atualmente esta cooperativa, que produz anualmente 600 toneladas de sal e 60 toneladas de flor, que são recolhidas manualmente, conta com 11 associados e está a avançar na divulgação com a elaboração de um novo site. São várias as frentes

LOCAL

Em Novembro decorreu uma reunião entre a câmara municipal e a «Terras de Sal», a cooperativa de sal do concelho. O objetivo é incrementar este setor produtivo. Isto numa altura em que a vizinha Tavira obteve a Denominação de Origem Protegida (DOP) do seu sal.

Associação Empresarial Turística «Uadi Ana» empenhada em adquirir nova sedeA nova direção da Associação «Uadi Ana» está a começar o seu trabalho com a angariação de novos sócios e com a participação em eventos ligados ao empreendedorismo. Neste primeiro mês da nova dire-ção eleita houve a participação no Festival de Inovação e Criatividade na FIL, em Lisboa e na 16ª Feira do Empreendedor 2013 no Porto, tal como o contacto com outras asso-ciações empresariais portuguesas e espanholas.

A Presidente Executiva da Asso-ciação Empresarial Turística do

Baixo Guadiana, Maria Luísa Fran-cisco, refere que “a direção está a preparar uma candidatura para a aquisição de um espaço de acolhi-mento, que funcione como sede da Associação e proporcione aos empresários um local de encontro e troca de experiências e contactos”. Acrescenta ainda que, em breve e em data a anunciar, será realizado um almoço transfronteiriço de empresários que procurará gerar sinergias entre empresários portu-gueses e espanhóis e estimular uma nova dinâmica na região.

Com nova direção

Via Algarviana dinamiza-se num estreito contacto com Baixo Guadiana

Decorreu dia 14 de novembro, em Castro Marim, uma reunião com a Almargem (Associação de Defesa do Património Cultural e Ambien-tal do Algarve) e os representantes dos Municípios de Castro Marim e Alcoutim, destinada a apresentar o Modelo de Gestão da Via Algar-viana, que liga os concelhos de Alcoutim a Vila do Bispo. O Modelo de Gestão, apresentado em Castro Marim, por Anabela Santos da Associação Almargem e Coordenadora do Projeto, aos representantes da Via Algarviana

é o resultado de uma candidatura a fundos comunitários denomi-nada - “Via Algarviana II – Ecotu-rismo no Interior do Algarve”Os autarcas dos dois concelhos congratularam-se com a realiza-ção desta reunião, na qual deram os seus contributos para valori-zar o objetivo do projeto: dina-mização e rentabilização da Via Algarviana.

Festa da Via Algarviana vai a Vaqueiros

Entretanto, a Via Algarviana volta a estar em Festa. A segunda edição vai decorrer na aldeia de Vaqueiros, no concelho de Alcou-tim. Durante o fim-de-semana de 7 e 8 de dezembro são diversas as atividades disponíveis: cami-nhadas, passeios de BTT, passeios temáticos, jogos tradicionais, atividades para crianças, baile e muito mais. Mais informações e inscrições:Tel: 289 412 959 / TLM: 925 481 986 / Email: [email protected]

Castro Marim e Alcoutim

A Almargem, entidade criadora e dinamizadora da Via Algarviana esteve em Castro Marim para uma reunião que passou por estreitar laços entre o projeto e dois dos concelhos do Algarve: Alcoutim e Castro Marim.

DR

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GRANDE PLANO

Nesta edição de Dezembro reme-temo-nos aos dados disponíveis e mais atualizados à data de fecho do JBG e que dizem respeito ao número de inscritos no Centro de Emprego (CE) no território do Baixo Guadiana. No total estão ins-critos no Centro de Emprego 1921 desempregados respeitantes aos concelhos de Vila Real de Santo António [1427], Castro Marim [438] e Alcoutim [56]. De referir que este Centro abrange também o concelho vizinho de Tavira [cujo número de desempregados inscri-tos é de 1435].

Carlos Baía, delegado do Algarve do Instituto de Emprego e Forma-ção Profissional mostra-se “muito preocupado” com os números, mas acredita, “e também de acordo com projeções de um conjunto de organismos internacionais, como é o caso da Organização para a Coo-peração e Desenvolvimento econó-mico (OCDE), que a evolução será de retoma e levará à diminuição deste flagelo social”.

Em meados de Novembro saíram

os dados mais recentes de desem-prego, referentes a Outubro, que dão nota de um comportamento positivo nos concelhos de Alcoutim e VRSA, com o número de inscritos a diminuir em relação ao período homólogo do ano passado. São menos 162 inscritos em VRSA e menos 10 em Alcoutim, em com-paração com o mesmo mês do ano passado. Não é, no entanto, ainda, uma realidade do concelho de Castro Marim que tinha este ano em Outubro mais sete pessoas no desemprego que no mesmo período do ano passado.

O aumento da imigração tem tido grande peso na diminuição de pessoas ativas inscritas neste centro regional de emprego.

A maioria caiu na teia do desemprego há menos de um ano

No Baixo Guadiana há mais mulheres que homens no desem-prego, a maioria viu-se colocada nesta situação há menos de um

ano, sendo que em maior número têm idades compreendidas entre os 35 e 54 anos. Dos três concelhos é em Vila Real de Santo António que o desemprego afeta mais pes-soas, e em que a taxa de desem-prego é superior à média nacional, fixando-se nos 15,9%.

Recorde-se que a nível nacional a taxa é de 15,7%, tendo baixado pelo sétimo mês consecutivo; em Abril o desemprego fixava-se nos 17,3%.

Se atentarmos à variável «ofer-tas recebidas» percebemos que em Outubro de 2013 havia 139 ofertas de trabalho, menos 75 que no ano passado. Mas se tivermos em conta o número de ofertas de trabalho de 2011 e 2010 percebemos que nos últimos anos houve um signi-ficativo aumento de empresários à procura de trabalhadores [em Outubro de 2011 eram apenas 16 ofertas de trabalho e em 2010 apenas 13]. O número de inscritos no CE abrandou numa contagem global do Algarve, mas em parti-cular a mesma tendência foi veri-

ficada no Baixo Guadiana.

Sazonalidade fatal num Algarve que “precisa de mudar de estratégia”

A grande dependência do Algarve de um turismo de sol e praia tem ditado uma grande vulnerabili-dade económica da região face a uma crise que é mundial. Apesar da época alta do turismo em 2013 ter tido um bom comportamento na região, e aos poucos, como noti-ciámos na edição de Setembro, a região estar a recuperar taxas de ocupação, a sazonalidade é bas-tante longa e dita a subida em flecha do desemprego.

“Cada desempregado precisa de uma solução”, recorda Carlos Baía, delegado regional do IEFP. Este responsável defende que apesar da grande adversidade da conjun-tura “a aposta clara que tem sido feita na formação, o incentivo ao emprego e a importante melhoria no panorama turístico no Algarve ” têm sido fatores “muito importan-

tes no apoio à população ativa”. Também a aposta nos Gabinetes

de Inserção Profissional (GIP) “foi ganha”, declara Carlos Baía que lembra a importância destes gabi-netes na proximidade entre uten-tes, empresários e IEFP. Recorde-se que no Baixo Guadiana existem dois GIP; um na Cruz Vermelha Portuguesa de VRSA e outro na Associação Odiana.

«Formação Algarve» para travar desemprego na época baixa

E no que toca a medidas Carlos Baía recorda que o programa «For-mação Algarve», com orçamento de 1 milhão de euros para este ano saiu reforçado também pela maior divulgação e informação feita acerca do programa junto dos empresários. “Apesar de podermos apontar fragilidades à primeira edição, não nos podemos esquecer que esta medida em 2012 apoiou na região 162 postos de trabalho e promoveu formação para 500

Desemprego abranda em ínicio de época baixa

Câmara de VRSA: “melhor exemplo de empregabilidade”

Em relação a Outubro de 2012, Vila Real de Santo António e Alcoutim têm menos inscritos no Centro de Emprego. Castro Marim não segue a mesma tendência. Carlos Baía, delegado regional do IEFP diz que “as medidas na qualificação de quem está no desemprego e os programas de apoio à empregabilidade” são a aposta maior para dar apoio à população ativa que cai no desemprego. E se é verdade, como diz este responsável, que “cada desempregado precisa de uma solução” não é menos verdade que para muitos está difícil ver a «luz ao fundo do túnel».

Susana H. de Sousa

A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António formalizou em Novembro 20 novos contratos emprego-inserção para pessoas portadoras de deficiência e incapacidade, refor-çando, uma vez mais, a sua aposta nas políticas de responsabilidade social.

Com esta medida, a autarquia passa a integrar mais de uma centena e meia de pessoas portadoras de deficiência nos seus mais variados setores (como é o caso da área cultural, desportiva, administrativa ou da manutenção de espaços verdes) e reforça as suas medidas inclusivas nesta área, implementadas há mais de seis anos.

Os novos contratos foram desenvolvidos em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional, através das Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho, nomeadamente a Associação de Beneficência Mão Amiga, a Cruz Vermelha e a Santa Casa da Misericórdia de VRSA.

Desta forma, a Câmara está apoiar a transição destes munícipes para o mercado de trabalho, reforçando as suas competências.Só em 2013, o município de Vila Real de Santo António já contabilizou a integração de mais de meia centena de pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade, cujos

beneficiários dos contratos auferem uma bolsa de ocupação mensal no valor do Indexante de Apoios Sociais (IAS), mais subsídio de alimentação e seguro de acidentes pessoais, por um período de 12 meses.

Para Carlos Baía, “a câmara municipal de Vila Real de Santo António é um excelente exemplo da boa utilização de medidas de apoio à empregabilidade do IEFP”.

Autarquia de VRSA integra uma centena e meia de pessoas portadoras de deficiência

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GRANDE PLANO

pessoas”. Na edição que decorre foi alargada a duração do contrato até Novembro [em 2012 era até Outubro] e o período de candida-turas para Dezembro [em 2012 até Novembro]. O responsável enfa-tiza “o facto de este programa ter sido criado em exclusivo para o Algarve numa clara tentativa de combater a sazonalidade” que é particular nesta região, refe-rindo também, que o sucesso de «Formação Algarve» também está dependente da manutenção das unidades hoteleiras abertas na época baixa.

2013 com quatro vezes mais candidaturas aprovadas que 2012

De acordo com dados oficiais avançados ao nosso jornal, em 2013, e em comparação a 2012, foram, até agora, aprovadas quatro vezes mais candidaturas de apoio ao emprego. Carlos Baía responde a estes números falando em “sim-plificação das medidas existentes”. Só em 2013 o número de estágios-emprego no Algarve duplicou. Os «Estágios» “têm tido maior sucesso, uma vez que se adaptam a todas as entidades, quer públicas, quer privadas, num apoio que varia de acordo com o tipo de entidade e a habilitação do candidato ao estágio”.

Numa abordagem às medidas que “têm sido determinantes para combater o desemprego no Algarve” Carlos Baía destaca o programa «Estímulo 2013» como uma alavanca para incentivar os empresários a criarem postos de trabalho. “Para desempregados com menos de 25 anos e mais de 45 é possível acumular esta medida com o reembolso da TSU”, sublinha.

Incentivo à Formação e Emprego no setor produtivo

Carlos Baía avança ao JBG “a grande aposta” que está a ser feita na Formação e medidas de emprego em áreas ligadas ao setor produtivo. “Por todo o Algarve têm sido desen-volvidas formações na área agrí-cola, com uma aposta mais incisiva, nomeadamente, na aquicultura e cortiça. Não nos podemos esquecer que o próximo quadro comunitário de apoio contempla o mar e as energias alternativas como nichos de futuro”, sublinha o delegado regional.

A cerâmica criativa é também um nicho que pretende fazer a simbiose entre o tradicional e contemporâ-neo num compromisso em deposi-tar maior atenção ao saber-fazer da região.

“É preciso reforçar comunicação”

Numa altura em que as redes sociais prevalecem sobre muitos outros órgãos tradicionais de comu-nicação e divulgação, Carlos Baía admite que a aposta na comunica-ção tem de ser uma das prioridades no organismo que dirige sob pena da informação não chegar como se pretende ao destinatário. “Temos feito um grande esforço para divul-gar medidas junto das empresas e dos desempregados”, lembrando que os desempregados “também podem e devem ter uma atitude ativa na divul-gação das medidas que existem no estímulo às empresas”.

IEFP avança com formação no turismo em VRSA

O Centro de Emprego de Vila Real de Santo António abriu este ano formação de Mesa/Bar e Cozinha, representando duas turmas de ini-ciação. Trata-se de uma medida que vem preencher um vazio deixado pela escola de hotelaria e turismo local, que, tal como o JBG avançou na edição de Setembro, devido a restri-ções do Turismo de Portugal não abriu

turmas de iniciação. “Sem dúvida que a área do turismo é muito importante, começando desde logo, na sua forma-ção”, sublinha Carlos Baía que afirma que “segundo estudos feitos 70% dos jovens que frequentam formação pro-fissional conseguem arranjar trabalho e auferir de melhores salários”.

Novo pólo de formação de VRSA vem “colmatar lacuna real”

O novo pólo de formação de Vila Real de Santo António, que em Novembro se encontrava em fase de projecto, deverá estar pronto até ao final do primeiro semestre de 2014. Trata-se de um “grande avanço” no que diz respeito à formação local, mas não só já que “este polo para além de servir a abrangência do

Centro de Emprego de Vila Real de Santo António [de Alcoutim a Tavira] poderá acolher formandos de todo o Algarve”. Será um polo “mais poliva-lente, mais adaptado ao mercado de trabalho. Terá mais salas para infor-mática, uma loja pedagógica pioneira onde os formandos poderão exerci-tar todas as áreas que dizem respeito a uma loja, tais como as vendas, o marketing, entre outras. Terá uma oficina que servirá as áreas da clima-tização, electricidade e canalização”, explica o responsável.

Carlos Baía admite que esta infra-estrutura vai colmatar “uma lacuna que é real” e que diz respeito à débil componente prática em algumas formações ministradas. Admitindo “falhas na formação”, nomeada-mente, no que diz respeito à falta de equipamento informático, Carlos Baía

explica que “as limitações adminis-trativas e processuais têm retardado o apetrechamento de computadores para as formações naquela área”.

Apesar de tudo o delegado regio-nal garante que “ da componente de Formação levada a cabo pelo IEFP é possível fazer um balanço muito mais positivo que negativo”. Confrontado com algumas críticas em relação a Formações de curta duração do IEFP, feitas por formandos e a que tivemos acesso no decorrer desta reportagem, Carlos Baía garante que nos serviços que lidera “tem havido um esforço sempre muito grande para que as formações se adaptem ao perfil dos inscritos”, admitindo, “por vezes alguns lapsos que se tenta corrigir de imediato”.

Desemprego abranda em ínicio de época baixa

Inscrição online para “evitar filas de espera”

Como consequência do fim de um número elevado de contratos de trabalho a prazo, no final do mês de Outubro, maioritariamente no setor da hotelaria, registou-se no início do mês de Novembro no Algarve um fluxo significativo de trabalhadores desempregados aos serviços de emprego da região. Ao todo terão sido mais três mil novos inscritos, chegando muitos deles a passar a noite ou a madrugada à porta dos centros de emprego.

“Assim, para evitar estas situações, bem como possibilitando uma maior comodidade os utentes podem inscrever-se no portal do IEFP em www.netemprego.gov.pt , sendo posteriormente convocados para comparecer nos serviços de emprego. Nestes casos, é válida, para todos os efeitos, a data de registo no portal”, esclarece o IEFP em comunicado à imprensa.

Entretanto, os deputados do Partido Socialista questionaram o Ministro da Solidariedade, do Emprego e da Segurança Social “sobre a incapacidade dos serviços regionais do IEFP atenderem com rapidez o fluxo de novos desempregados que todos os anos ali se deslocam devido à cessação dos contratos de trabalhos sazonais”.

Para o deputado do PS Miguel Freitas, a situação de desemprego por si só “já é uma situação de extrema delicadeza” que, associada a sacríficos no momento da inscrição no centro de emprego, “agrava ainda mais a situação individual de cada novo desempregado”, pois considera que não se deve obrigar novos desempregados a ficar em filas intermináveis, que em muitos casos se começam a formar nas vésperas, obrigando os novos desempregados a pernoitar às portas dos centros de emprego algarvios.

Uma das razões desta situação é a falta de recursos humanos existentes nos centros de emprego, pelo que Miguel Freitas relembra que “no acordo tripartido de Concertação Social Sobre “Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego”, de janeiro de 2012, as partes subscritoras definiram que uma das linhas de ação era exatamente a redistribuição dos recursos e, sobretudo, o reforço dos meios humanos e materiais dos Centros de Emprego do IEFP”.

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GRANDE PLANO

conhecimento, mas parece que não querem saber de isso para nada. Tratam-nos como números”. Grávida, Ângela está “obviamente preocupada com o futuro” até p o r q u e a famí-lia, em b r e v e , vai cres-cer. A jovem de 36 anos c o n t a -nos que recentemente foi convidada a frequentar um curso de formação de curta duração para aprender a fazer currículos e a adquirir técnicas de assertividade. “Não

ção profissional. Antes de atingir a condição de desempregado per-tenceu à equipa de sapadores flo-restais da c â m a r a munic i -pal de Vila Real de Santo António.Explicou-nos que quando ficou desempregado dirigiu-se ao Centro de Emprego para que lhe arranjassem uma

cada, também precisa muito dos seus “meninos”, mas as dificuldades financeiras que atravessa são graves. “Não os quero comigo para passarem dificuldades. Com o pai sei que não lhes falta o básico e vou tendo opor-tunidade de os ver porque vivemos todos na mesma cidade…”, aceita esta mulher entristecida.

A pobreza, que não é envergonhada, ditou que Vanessa fosse viver sozinha para uma arrecadação num prédio da cidade pombalina, f a z e n d o d a q u e l e espaço o seu quarto. Tem contado com o apoio de uma familiar para pagar a renda, mas essa é uma ajuda que está a esgotar-se. “Já me pagou as duas rendas desde que aqui estou, mas também não tem possibilidade para continuar…”

Beneficia de apoio do banco alimen-tar contra a fome na Cruz Vermelha

faz sentido nenhum proporem-me isto porque no desempenho das minhas funções eu ensino os alunos a fazerem currículos...”. A situação que apelida de “cari-

cata”, garante-nos, foi resolvida pelos serviços depois de percebe-rem que numa mesma formação estavam misturadas pessoas de qualificações bem distintas. “Não

deveriam misturar as pessoas assim...”, critica.

Além das apresentações quinze-nais, já foi convocada três vezes ao Centro de Emprego para verifi-

cação de procura a t i v a de tra-balho e para for-m a ç ã o . Garante que não se sente

apoiada no que diz respeito à orientação no sentido de encon-trar trabalho, sentindo-se mesmo “completamente desamparada”. “Esquecem-se que aqueles que

estão no desemprego estão numa situação muito mais fragi-lizada, não só emocionalmente, mas também economicamente”. Ângela interrompeu o doutora-mento por questões financeiras e atualmente está a fazer, por iniciativa própria, uma forma-ção de costura. Sublinha que não tem parado de procurar trabalho, nomeadamente, respondendo a anúncios ou enviando candida-turas espontâneas na sua área profissional.

Esta jovem, perante as dificul-dades, está disponível a redefinir a sua vida profissional e gostava que houvesse mais ajuda nesse sentido, “nomeadamente dos ser-viços de apoio ao emprego.

ocupação. O seu processo foi rápido e está há três meses com um Contrato de Emprego Inserção

(CEI) na Cruz Vermelha Portu-guesa de Vila Real de Santo Antó-nio. Lamenta aos 61 anos “não ter

qualquer expectativa em arranjar trabalho” e é muito cético em relação às formações. “Para que é

que vou aprender i n g l ê s com esta idade se ninguém me dá emprego na hote-

laria...” Apesar das dificuldades financei-ras mostra-se satisfeito no contri-

buto que também sente que dá na Cruz Vermelha Portuguesa de VRSA. “É um trabalho muito poli-valente. “Desde conduzir carri-nha de utentes, até transporte de roupas e manutenção do espaço; faz-se de tudo um pouco”. Vitalino deixa um desafio aos Centros de Emprego . “Peguem nas pessoas que têm experiên-cias em ofícios que hoje vão aca-bando e em vez de as colocarem a aprender inglês e informática coloquem-nos a ensinar ofícios que já ninguém sabe”.

Portuguesa em Vila Real de Santo António e de refeições quentes da associação de beneficência «Mão Amiga». Vai a alguns supermercados com vales do projeto social vilarea-lense AGARRA . Dizer que Vanessa está a passar por uma fase dolorosa é pouco. Não passa fome, mas são inúmeras as restrições. “Os vales que nos dão não nos permitem adquirir

produtos de higiene, nem servem para manteiga nem para o café para pôr no leite…”. E é assim que nos dá conta de como produtos básicos estão agora tão distantes.

“Nunca pensei estar nesta situação. Sempre fui uma dona de casa, uma pessoa muito ativa, uma mãe dedi-

cada à família e agora não estou a conseguir dar um novo rumo à minha vida…”.

Esta mulher garante que tem feito uma “procura intensa” de trabalho, mas para além do Verão onde esteve a trabalhar na hotelaria não conse-guiu até agora arranjar mais nada. “Arranjam-me formações, mas que não são subsidiadas. Eu percebo a sua

importância, mas agora eu preciso é de ganhar dinheiro, e não posso parar de pro-curar porque quanto mais o tempo passa mais

difícil se tornará...”Vanessa confessa-se “frustrada e

desesperada”. Mas luta pelo objectivo de recompor a sua vida e recuperar a guarda partilhada dos filhos. “Eles precisam muito de mim; do meu cari-nho, do meu amor e do meu acom-panhamento como sempre estiveram

habituados”. Privada de máquina de lavar, a sua

roupa maior como toalhas e lençóis é lavada em casa de uma amiga. “Retribuo como consigo. Vou buscar o filho dessa minha amiga à escola, se ela precisa de alguma ajuda em casa dou e, porque ela também passa por dificuldades, dou-lhes os alimentos que não posso confecionar porque não tenho cozinha”.

No Alto Alentejo, de onde é origi-nária trabalhou na agricultura. Tem o 12.º ano de escolaridade e tirou um curso profissional de geriatria e outro de auxiliar de cozinha.

Atualmente, enfrenta o fenómeno de aos 41 anos já ser velha para traba-lhar. “Ou sou velha demais ou tenho escolaridade a mais”, lamenta.

Os dias vão passando e a noite, que dizem que é boa conselheira, intensifica-lhe a solidão. Os pensa-mentos dispersam-se entre muitas sensações. Deseja intensamente os filhos que não pode ter junto a si; e por isso sofre ainda mais, lamentando vezes sem conta uma vida que chegou sem avisar.

Ângela Vale está desempregada desde Setembro deste ano. Profes-sora de Português, Latim e Grego garante que estes meses em casa, apesar de uma procura ativa de emprego, “não são nada fáceis de aguentar”.

Não poupa críticas, garantindo que não se sente amparada pelos serviços do IEFP. “Temos habili-tações, experiência profissional,

A vida de Vitalino passou bastante pela sua dedicação à carpintaria. Um ofício “que hoje muitos não sabem fazer”, constata, mas que também não é mais a sua ocupa-

Vanessa (nome fictício) é protago-nista de uma história real. O nome com que a identificamos não é o seu porque os seus problemas envolvem outros, nomeadamente a família mais próxima, que não quer, de maneira alguma, expor. Mãe de dois filhos entre 7 e 13 anos está, desde que o Verão terminou, desempregada. Uma condição que não parece ter luz ao fundo do túnel. E não beneficia de qualquer subsídio de desemprego nem Rendimento Social de Inserção. A rela-ção conjugal que durava há muito não resistiu, estando oficialmente separada há seis meses. No meio encontram-se duas crianças que precisam do pai e mãe. Diga-se que a mãe, protagonista de um exemplo de uma vida compli-

Auto-estima dos jovens qualificados no desemprego está muito fragilizada

A idade vai avançando e transforma-se num grande problema para quem cai nas teias do desemprego

A fronteira entre uma vida estável e o limiar da pobreza está, hoje em dia, muito estreita

Ângela Vale,

professora, 36 anos

Vitalino Nunes carpinteiro, 61 anos

Vanessa (nome fictício), formação geriatria e cozinha , 41 anos

“As pessoas não compreendem porque ainda não emigrei. O meu objetivo é recuperar a vida ao lado dos meus

filhos...”

“Temos habilitações, experiência profissional, conhecimento, mas parece

que não querem saber de isso para nada. Tratam-nos como números”

“Peguem nas pessoas que têm experiências em ofícios que hoje vão

acabando e coloquem-nas a ensinar”

Continuação das páginas 8 e 9

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2013 | 11

DESENVOLVIMENTO

Eurocidade do Guadiana integrada na Rede Ibérica

Eurocidade acolheu Encontro Transfronteiriço «EU Cidadão»

Luís Gomes é o novo Presidente de direção da associação Odiana

A V edição do Encontro Transfronteiriço de Jovens decorreu a 19 de Novembro, na cidade de Ayamonte, na província de Huelva (Espanha), e contou com a presença de cerca de seis dezenas de alunos e professores vindos de Ayamonte, de Vila Real de Santo António e de Mértola.

A Odiana – associação para o Desenvolvimento Local do Baixo Guadiana elegeu os seus novos órgãos sociais. Luís Gomes, presidente do município de Vila Real de Santo António, é agora o novo presidente da direção desta Associação de Desenvolvimento Local (ADL).

O Centro de Jovellanos de Ayamonte foi o ponto de encontro para os par-ticipantes e o local das boas vindas dadas pelo Alcalde de Ayamonte, pela Deputada provincial e pelas Diretoras dos três Centros Europe Direct (Algarve, Alentejo e Huelva) presentes no encontro.

Os participantes foram divididos em dez equipas transfronteiriças de reportagem, que de papel e lápis na mão, levaram a “Europa para a Rua”. As repostas às seis perguntas do questionário, muito generalista, sobre a União Europeia, foram por vezes desconcertantes, como por exemplo: “Qual é o Ano Europeu? O da crise; da Alemanha”; “Que direi-tos enquanto cidadão europeus? A liberdade de expressão”. As cores da bandeira e a liberdade de circulação de bens e pessoas, no que respeita às respostas, pareceram ser os assuntos mais conhecidos.

A parte da tarde do encontro

A associação que trabalha pelo desenvolvimento do território do Baixo Guadiana tem novos Órgãos Sociais desde o dia 22 de novembro. A sede da Odiana foi palco da elei-ção e da tomada de posse que traça novo rumo para o futuro.

A presidência da direção da Odiana está agora sob a tutela de Luís Gomes, edil vila-realense, acompanhado na vice-presidência por Francisco Amaral, autarca cas-

decorreu no Ecomuseu do Moinho El Pintado, na Reserva Natural das Marismas de Ilha Cristina. Aqui rea-lizou-se uma sessão debate, a qual contou com a presença da jornalista Elisabete Rodrigues do Sul Informa-ção, onde cada equipa partilhou a sua experiência e trabalho ocorrido na manhã, algumas situações divertidas tais como um senhor que insistia em dar as boas-vindas ao entrevistador “bienvenido” quando lhe pergunta-vam o nome e que afinal se chamava “Benvindo”, e outras menos agradá-veis denotando desconfiança em rela-ção às questões europeias e em geral fraco conhecimento.

Jovens repórteres apresentaram fotografias

No final foi apresentado o trabalho fotográfico dos jovens repórteres, rea-lizado durante a reportagem de rua, o qual pode ser visionado no facebook

tromarinense, e pelo tesoureiro Osvaldo dos Santos Gonçalves, edil de Alcoutim.

Na mesa da Assembleia Geral está na presidência José Luís Afonso Domingos e na vice-presidência António Manuel Cipriano Cabrita. António da Costa Amorim assume as funções de secretário. O Conse-lho Fiscal tem como Presidente José Carlos da Palma Pereira, Célia Paula Palmeira Brito e David Vasques da

do Europedirect Algarve https://pt-pt.facebook.com/europedirectalgarve

Houve ainda espaço para dois desa-fios aos grupos: colocar uma pergunta que tivesse ficado por responder e identificar uma vantagem/benefício para o espaço comum.

Foram muitas as questões colo-cadas pelas jovens como “O que é necessário para se fazer uma bolsa

Silva assumem o cargo de 1º e 2º Vogais, respetivamente.

Recorde-se que a eleição dos órgãos sociais da associação é con-sequência direta das autárquicas de 2013.

Para Luís Gomes, recém-em-possado presidente da Odiana, os desafios da nova direção passam por “recuperar a dinâmica do Baixo Guadiana e impulsionar ainda mais as potencialidades dos seus recur-

Erasmus?”; “Há equivalências em toda a Europa?”, relativamente a estas referiu-se o europass, e outros pro-gramas de intercâmbio/ formação como Comenius ou Leonardo.

“Qual a vantagem de ser cida-dão europeu?” Mencionou-se as acessibilidades, a livre circulação no espaço europeu e a resolução de conflitos; “Quais as vantagens

sos endógenos, recorrendo sempre que possível às verbas disponíveis nos próximos quadros comunitá-rios».

Odiana fundada em 1998

A associação Odiana foi fundada em Dezembro de 1998 pelos muni-cípios de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António e veio a merecer um antigo nome do rio

do Euro?” Indicaram a facilidade nas trocas comerciais internacio-nais e nas viagens; “O que faz a EU pelos países que não são membros” fez-se referência às Filipinas. Como benefícios da cidadania europeia, na vida de todos os dias, foram referidos: o acesso a programas de intercâmbio e formação, a facili-dade em viajar ou trabalhar noutro país europeu, a melhoria nas aces-sibilidades, o acesso à informação. Os participantes avaliaram, nesta V edição, como aspectos mais posi-tivos: a possibilidade de conhecer pessoas de outra nacionalidade, o convívio, a experiência de entrevis-tar na rua, o receber informação. De menos positivo salientaram: a dificuldade de comunicação entre espanhóis e portugueses. Em suma, uma iniciativa a repetir e outras de igual género, reconhecendo também o pouco que se sabe sobre matérias europeias.

Guadiana: «Odiana», elemento marcante na história e determi-nante no futuro.

A associação trabalha pelo desen-volvimento económico, social e cultural da região e tem vindo a desenvolver projetos nacionais e internacionais estruturantes, em áreas tão diversas como a social, a económica, turística e cultural, para uma região que possui poten-cialidades excecionais.

A Rede Ibérica de Entidades Trans-fronteiriças (RIET), a primeira estrutura europeia constituída por empresários e entidades locais para a defesa dos interesses comuns da fronteira, integrou a Eurocidade do Guadiana, durante a Assem-bleia Geral, que se realizou em Ourense. A rede passa a integrar 13 entidades transfronteiriças e 12 associações empresariais.

A Rede Ibérica de Entidades

Transfronteiriças de Cooperação foi constituida a 23 de junho de 2009 com o objetivo de promover o desenvolvimento sócio-econó-mico nos locais da fronteira his-pano portuguesa e de se constituir, como voz única perante os gover-nos de Espanha, Portugal e União Europeia, no momento em que se encontram em negociação, em Bruxelas, os fundos para o período 2014-2020.

Na Assembleia Geral, celebrada em Ourense, foram aprovadas as medidas que serão posteriormente apresentadas na próxima Cimeira Ibérica, em 2014, onde se inclui a elaboração de um Plano de Mobili-dade Transfronteiriça, a criação de um portal institucional conjunto que favoreça as trocas adminis-trativas entre os dois países ou a criação de uma entidade conjunta coordenadora de emergências.

Iniciativa transfronteiriça envolveu Alentejo, Algarve e Andaluzia

Odiana elegeu os seus novos órgãos Sociais

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DESENVOLVIMENTO

Desassoreamento do rio Guadiana no centro das perguntas ao GovernoOs autarcas do Baixo Guadiana cri-ticam “as promessas sem resultado” sobre desassoreamento do rio Gua-diana. Os presidentes das câmaras de Vila Real de Santo António e Castro Marim criticam os sucessivos adia-mentos nestas obras que dizem “ser prometidas de ano para ano sem haver resultados no terreno”.

Recorde-se que o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvol-vimento Regional (CCDR) do Algarve, David Santos, que exerce a presidên-cia rotativa da Eurorregião Algarve-Alentejo-Andaluzia, tem defendido as potencialidades de desenvolvimento do Baixo Guadiana e afirmou que as questões ambientais para realizar o desassoreamento do rio “já foram ultrapassadas”, faltando agora apenas um parecer da comissão internacional de limites luso-espanhola para a obra avançar.

Contudo, tanto o presidente da Câmara de Vila Real de Santo Antó-nio, Luís Gomes, como o seu colega de Castro Marim, Francisco Amaral, criticaram os sucessivos atrasos, dizendo que “o que é necessário é

mesmo realizar a obra e não fazer promessas que se repetem ao longo do tempo”.

“É uma vergonha”

Franscisco Amaral em declarações à agência Lusa afirmou, sem redon-dâncias, que “é uma vergonha o que se está a passar, porque isto devia estar feito há 20 anos e há 20 anos que ouço falar na dragagem do rio. O Governo e a CCDR o que têm é que fazer e deixar de dizer que vão fazer, porque a história do ir fazer já ouço há muitos anos, dos governos todos, dos partidos todos”.

O recém-eleito presidente da Câmara de Castro Marim, que já esteve cinco mandatos à frente de Alcoutim, considerou que “já chega de enganar as pessoas” e que o que é necessário “é fazer e mais nada”.

“Estou farto de ser enganado, eu e os habitantes do Baixo Guadiana”, afirmou, frisando que antes a desculpa era a falta de acordo com Espanha, agora é a crise económica e a obra não avança.

Luís Gomes disse, por seu turno, esperar que “seja de vez e se passe das promessas à prática”, sublinhando que “já há três décadas que se ouve promessas dos governos, de todos os partidos, sobre a dragagem e desas-soreamento do rio”. Continuou afir-mando que “todos nós precisamos que haja desassoreamento da barra do Guadiana, porque nós não podemos ter o rio com este potencial e esteja prisioneiros há mais de três décadas

do assoreamento da barra. Acho que de uma vez por todas é preciso deixar as palavras e passar aos atos”

PCP questiona Governo

Também o PCP voltou a questio-nar o Governo acerca do desassorea-mento do Guadiana até ao Pomarão, criticando severamente “os sucessivos atrasos ao desenvolvimento deste ter-ritório”.

Francisco Amaral e Luís Gomes estão indignados com os atrasos do processo de desassoreamento do rio Guadiana

Sol e mar são prioridades do turismo — O produto “Sol e Mar” figura na agenda do ministro da Eco-nomia como atração principal para o turismo algarvio. O golfe, a natureza, o turismo de saúde ou o turismo resi-dencial, vão ser apenas âncoras, pois o produto “Sol e Mar” é considerado como o mais forte.

A opção foi revelada por Pires de Lima, ministro da Economia, durante a recente Cimeira da CTP, realizada no Algarve.

Fim de uma parceria público-privada no Algarve — A Adminis-tração Regional de Saúde (ARS) do Algarve assumiu a gestão do Centro de Medicina e Reabilitação do Sul (CMRS), situado em São Brás de Alportel, depois do fim da parceria público-privada com o GP Saúde, esta-belecida em 21 de Junho de 2006, por sete anos. O despacho do processo de reversão está já publicado no Diário da República.

No entanto esta situação é transi-tória, dado que o despacho do gabi-nete do secretário de Estado da Saúde prevê que ela apenas se mantenha “até que esteja em condições de assumir a gestão um novo operador, atenta a continuidade dos trabalhos da equipa de projeto designada para o estudo e preparação do lançamento de uma nova parceria”.

Caviar “algarvio” será pro-duzido no Alentejo — A empresa “Caviar Portugal”, criada a partir da Universidade do Algarve, vai exportar até cinco toneladas por ano de caviar, produzido a partir de uma unidade no Alentejo,

Numa piscina da Universidade do Algarve, há centenas de esturjões importados da Holanda. A iguaria é feita dos ovos salgados deste peixe e estará pronta para a exportação no distrito de Évora, a partir de 2017. Em Portugal ficará apenas cinco por cento.

Não foram encontrados investido-res para que a produção pudesse ser realizada no Algarve.

Algarve recuperou mais o valor imobiliário — O valor médio atribuído pelos bancos aos imóveis, que tem vindo a recuperar de forma lenta, tem agora a sua expressão mais alta no Algarve (1.298 euros/m2), que acaba de destronar, neste indicador, a Região Autónoma da Madeira (1.218 euros/m2).

O preço médio do metro qua-drado está idêntico ao observado em Dezembro de 2012, de acordo com os dados divulgados pelo INE - Instituto Nacional de Estatística. O valor da ava-liação bancária aumentou, em Outu-bro, quando comparado com o mês anterior, 0,5%, para 1.019 euros por metro quadrado. Como se sabe este indicador é fundamental para quem quer comprar casa através de crédito querem emprestar.

Por regiões, é o Algarve que reco-lhe a melhores avaliações, com o preço médio a estar 27% acima da média do resto do país. É na região Centro que este valor é mais baixo.

NO ALGARVE

José Cruz

Plataforma pioneira começa a produzir electricidade em Março de 2014 em AlcoutimDe acordo com Marc Rechter, res-ponsável pela Enercoutim (Associa-ção Empresarial de Energia Solar de Alcoutim), “até ao final de Março do ano que vem a plataforma deverá ter uma capacidade de produção de quatro megawatts”. Trata-se, como já tivemos oportunidade de noti-ciar, de uma plataforma pioneira com uma tecnologia de ponta e experimental. Uma infraestrutura que reúne um conjunto diverso de diferentes tipos de tecnologia de solar concentrado. Várias marcas e diferentes soluções dentro do fotovoltaico concentrado vão estar aqui”. Será por isso uma autêntica montra a este nível.

Os promotores pretendem levar para Martinlongo, uma das fre-guesias de Alcoutim, tecnologias de mais nova geração de modo a terem espaço de teste, numa dinâ-mica de incremento pioneiro no território do setor de energia solar. Estão, por isso, associadas a este projeto as vertentes comercial e de demonstração.Os promotores deste investimento acreditam na viabilidade do pro-jecto também quando apresen-tado como potenciador de novos investimentos que contam com a eficiência de custo operacional, ou seja, beneficiando de vantagens competitivas.

Novo edil alcoutenejo está confiante

O atual, e recentemente empossado, presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves, reuniu-se com Marc Rechter, numa visita à plataforma de demons-tração de energia solar, em fase de instalação. Os equipamentos ocuparão 16 hectares e utilizam tecnologia de fotovoltaico de concentração, uma solução que permite concentrar a luz do sol numa única célula de alta efici-ência e que a transformará em eletricidade. Com a plataforma, avançou ao autarca Marc Rechter,

“conseguimos oferecer aos promo-tores uma forma rápida de imple-mentarem os seus projetos a um custo total de implementação e operacional mais baixo do que fora da plataforma, o que acredi-tamos que será fundamental na atração de investimento para um concelho como Alcoutim”. Osvaldo Gonçalves acrescentou que “este é um projeto muito importante para Alcoutim, porque nos coloca na linha da frente no campo das energias renováveis e tem sido um grande dinamizador da economia local”, expectando que a plataforma venha a criar cerca de 10 postos de trabalho.

Baixo Guadiana no Lifecooler tem imagem mais apelativa

Vinte e dois meses depois “os resultados são os melhores concre-tizando uma estratégia conjunta na região transfronteiriça do Baixo Guadiana. Os indicadores gerais de desempenho de 3º trimestre de 2013 [Julho a Setembro 2013] ascende-ram às 546 mil visualizações, mais 10 mil que no trimestre anterior”, pode ler-se numa nota de imprensa da Odiana. Por sua vez o canal Life-cooler emite informação relativa ao assunto, dizendo que “numa análise global do ano 2013 o Canal do Baixo Guadiana atinge, no final do mês de Setembro a fasquia de mais de 1,5

milhões de páginas vistas, facto que se traduz numa importante visibili-dade para toda a oferta turística do Baixo Guadiana”.

Nova Imagem

Os responsáveis pelo projeto salientam que “o Canal do Baixo Guadiana no Lifecooler foi refor-mulado a pensar no visitante internauta”. As mais-valias avan-çadas são várias: “modernização da imagem; melhorar a experiência de navegação, ampliar a visibilidade dos conteúdos e aumentar o número

de páginas visitadas”. Agora as ima-gens apresentadas são “maiores, mais cativantes”, existem “novos filtros de pesquisa, destaques mais apelativos e galeria de imagens com possibilidade de pesquisa”.

O canal do Baixo Guadiana está integrado nos projetos TAG – Turismo Ativo no Guadiana, e UADITUR’S, ambos iniciativas de cooperação entre o Algarve, Alen-tejo e Andaluzia, financiados pelo Programa de Cooperação Transfron-teiriça Portugal – Espanha, 2007-2013. Em www.lifecooler.com/baixoguadiana

O objectivo de ser criada uma nova imagem para o canal do Baixo Gua-diana no Lifecooler foi acompanhar a evolução positiva das visitas que este canal tem tido; visitas que con-tinuam a aumentar neste segundo ano de vida. “A meta está estabe-lecida: ampliar a visibilidade dos conteúdos e aumentar o número de páginas visitadas. Só no 3º trimes-tre de 2013 foram 546 mil visuali-zações”, diz a Odiana, promotora deste canal que congrega informa-ção de turismo e lazer dos concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António.

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Emília Rosa é sobejamente conhecida em Castro Marim. Esta não é a sua terra-natal, mas o lugar para onde veio viver há quase 70 anos. Tinha apenas quatro primaveras quando deixou Isla Cristina, do lado espanhol e se fixou mais os seus irmãos em Castro Marim. Foi na vila que cresceu, sofreu, continuou a sofrer e onde também viveu alegrias. Hoje fala-nos do que a vida lhe deu e tirou. Deu-lhe sete filhos e já tirou dois. Deu-lhe um amor que por ser impossível nunca foi selado. Impôs um casamento ainda ado-lescente que resultou em quase três décadas de violência doméstica. Os braços trabalharam muito e em profissões que hoje fazem a história e integram o património imaterial do Baixo Guadiana.

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carro custava 10 tostões. “Íamos a pé sim senhora. Como haveríamos de ir!? De trem só de oito em oito dias. Se andássemos de trem não tínhamos dinheiro para comer um bolo...”. Por semana ganhava-se 90 escudos (hoje 45 cêntimos…). Em casa desse ordenado Emília R. dava à mãe 50 escudos [25 cêntimos]. Com o que sobrava ia comprando o enxoval para o casamento.

Para o trabalho levava-se um

filho num braço e outro no regaço

Mãe aos 17 anos Emília Rosa, muitas vezes seguia caminho para o trabalho “com um filho num braço, e outro no regaço”. “Nessa altura não havia creches como há hoje”. E as crianças ali ficavam até a labuta das mães terminar. “Púnhamos os filhos

Desde a infância que a vida de Emília Rosa não foi fácil. Em criança viu a mãe

ser internada por sofrer de insa-nidade mental. E com apenas 10 anos cresceu mais do que a conta. “Não estava a minha mãe e fiquei eu a tratar dos meus irmãos e a fazer a lida a casa”. O pai era pescador. “Nesse tempo o senhor José Rita tinha muitas traineiras. O meu pai andava na traineira que mais fama tinha e que mais peixe apanhava! Chamava-se Tufão”. Em menina começou a servir «na casa de senhoras». Conseguiu fazer até à terceira classe e só depois de adulta completou o ensino primário.

Amor impossível

Emília avisa-nos que abordar a sua vida é “falar de tristezas”. É que as contrariedades por que passou atin-giram inclusivamente o amor. Apai-xonou-se por um homem e casou-se com outro; que não sendo de sua vontade assim foi imposto pela família. “Apareceu-me um marido que eu não queria e a minha mãe dava-me castanhada porque tinha de ser aquele”. Outro havia que era o seu eleito; por quem o seu cora-ção palpitava, e muito. Chamou-lhe «amor impossível», porque o foi mesmo. Conta-nos que tinha quase 15 anos quando a paixão chegou de rompante. “Falei com ele 20 dias às escondidas. A minha mãe não queria aquele namoro porque pensava que com o outro eu iria casar rica”. O amor não resistiu a tantas contrarie-dades e também não se reacendeu passados 50 anos quando se reen-contraram. “A imagem que eu tinha dele era outra... O facto de ele ter casado e ter família também pesou muito. A vida não volta atrás”.

Casamento marcado pela violência

Casou apenas uma vez, ainda não tinha 17 anos. “Ao fim de 26 anos dei-lhe a guia de marcha”. A expressão em jeito de gracejo não desvenda à partida que esta mulher foi vítima de violência doméstica ao longo de todo o matrimónio. “Sofri muito com o meu ex-ma-rido, houve muita luta… Comi «o pão que o diabo amassou». Havia

muitas garreias, muito medo. Tudo o que ganhávamos ele gastava na bebida”.

Atravessar estas tormentas trans-formou-a, como diz, “numa mulher de armas”. E às mulheres que sofrem de violência doméstica aconselha a fugir desde logo da situação, “custe o que custar, porque nunca terá um bom fim”.

Aos 40 anos ficou solteira. “Não procurei mais o amor porque fiquei muito traumatizada”. Livre da vio-lência Emília Rosa seguiu com a vida para a frente, tendo-se dedicado aos filhos.

A vida de operária nas fábricas de conserva em VRSA

Cedo começou a tra-balhar na indústria conserveira em Vila Real de Santo Antó-nio.Também corria para as fábricas de peixe e con-serva ao som da buzina. Era assim mesmo que acontecia com as mulheres que se empregavam naquelas fábri-cas de VRSA. Ao som que apitava bem forte em chamada urgente as mulheres acu-diam. Todas; umas de mais longe – de Castro Marim; vila e serra - e outras de mais perto - Hortas e Monte Gordo.

Muitas vezes corriam para as fábricas sem saber se quando lá chegavam ainda havia trabalho; caso não houvesse era certo que não havia tostões a ganhar.

Por isso a jovem Emília saía de Castro Marim e «num virote» che-gava à capital das conservas. “Nessa estrada a gente não andava, a gente voava…” Com apenas 13 anos fugia debaixo de chuva, sob o calor, frio e com fome. “Havia dias em que íamos trabalhar e levávamos o cesto em branco...”.

Na época cada viagem de auto-

nuns caixotes com umas mantas ao pé de nós a dormir”.

Primeiramente trabalhou na fábrica da anchova de José Rita. “O José Rita gostava muito de mim. Foi um homem que à custa do tra-balho e boa orientação conseguiu enriquecer”. Recorda “um patrão muito sério que defendia as ope-rárias e pagava a tempo e horas”. Emília seguiu depois para a fábrica Parodi pela mão “do senhor Toy, que a mulher era professora. Ali des-cabeçava-se e enlatava-se cavala e também se enlatava o atum”, des-

creve.

Recuar no tempo

A forma como esta nossa protagonista

conta a sua histó-ria de vida pro-porciona-nos uma autên-tica viagem no tempo. Está tudo à flor da pele e a memó-ria não a atraiçoa. “Às vezes d a n ç a -va-se nos bailaricos de São João até de manhã, íamos a

casa buscar as cestas e

arrancávamos para a fábrica.

Roubávamos uns biqueiranitos para

comer, fazíamos umas sopinhas de tomate no

meio do mato, com o fogo, outras vezes umas papinhas

de farinha, ou sopinhas de cebola e era o que a gente comia”.

Milho-rei

Conta-nos que os pescadores andavam no Guadiana até à Foz de Odeleite ao longo de oito dias. “Tra-ziam o peixe, vendiam e repartiam o dinheiro numa casa que está ao pé da igreja [na vila de Castro Marim], junto à casa de José Valentim, o

«velho». Era ali que faziam as cal-deiradas e repartiam os dinheiros. E com esse dinheiro iam à feira no mês de Outubro comprar os alquei-ros [medida grande quadrada] de milho para se comer de Inverno quando não havia trabalho”. Des-creve que o milho cozinhava-se com “favinhas, às vezes roubadas de noite por aí nas hortas…”. Milho que era, naquela época, importante alimento para muitos. E quando ia com o pai para a serra vender conquilhas. Em troca das conqui-lhas davam-lhes milho, toucinho, chouriço, ovos, figos, entre outros produtos. O dinheiro não chegava a ser moeda de troca. Remete-nos para uma crise de antigamente “que não era como a de hoje. Havia difi-culdades, mas o Salazar não deixava entrar aqui estrangeiros nenhuns. Havia crise, mas os patrões eram obrigados a pagar”.

Trabalho na câmara municipal

Depois da indústria conserveira em Vila Real de Santo António o percurso de vida profissional desta mulher passou para a função pública em Castro Marim. “Trabalhava-se três meses na câmara. Limpávamos e caiávamos o matadouro que aqui havia, sob a orientação do mana-jeiro Felisbal, limpávamos também as escolas e o edifício da câmara…”. Emília Rosa até ficou conhecida pelos habitantes da vila e turistas como a «rouxinol caiadeira». Che-garam a tirar-lhe fotografias quando estava a pintar e a cantarolar nos telhados.

“Quando comecei a trabalhar na câmara municipal ainda estava lá o senhor Parra, o senhor Narciso e o Ramelica”. Nomes que estão na história das gentes. “Depois entrou o Zé Carlos, o Chapinha; era no tempo da Tia Juliana, Piedade, da Mariete, mãe do Felisbal, a Umbelina, a Maria Sílvio…”. Também caiava o edifí-cio da atual Caixa Geral de Depó-sitos que antigamente pertencia à «Senhora Faisquinha». “Em Castro Marim antigamente haviam pes-soas muito importantes, com muito dinheiro depois é que deixaram de haver…” E continua a recordar-nos nomes: “ Os senhores Marco

HISTÓRIAS DE VIDA

Íamos a pé sim senhora. Como haveríamos de ir!? De trem só de oito em oito dias. Se andássemos de trem não tínhamos dinheiro para

comer um bolo...

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da Costa, Jacinto da Palma, Parra, Dr. Dias, Maria Xavier, Mariana, Cavaco. Era tudo gente rica, e que tinham enterreiros, quintas”, recorda. Pessoas que empregavam muitas aqui da terra. Na altura em que “se descascava amêndoas em troca de tostões”.

É com um tom praticamente docu-mental que Maria Emília recorda pessoas e tempos idos.

Património oral preserva na memória histórias reais e tradições

Muitas das lembranças que hoje Emília Rosa partilha foram herdadas da sua avó e também da sua mãe. Tem-nas bem frescas na memória e tem gosto em contar. “A zona onde hoje é a associação Odiana (antigo edifício dos CTT, em pleno centro da vila) teve o nome de «Largo das Portas». Era onde se vendia peixe, legumes, fruta e de tudo um pouco já que não havia mercado”.

Ouvir os versos e músicas que canta é também escutar outras vozes. E ouvi-los permite também conhecer uma parte da etnografia de Castro Marim. A vontade em ser cantora nunca a abandonou. “Sempre quis subir a um palco, cantar para as pessoas, mas a minha mãe nunca me deixou…” Ainda hoje conserva esta paixão pela música por isso, apesar das tristezas por que tem passado, mantém vontade em cantar e em fazer-se ouvir. Já fez parte do grupo coral de Castro Marim, canta no coro da igreja e se lhe pedirmos para dar o ar da sua graça não consegue resistir. A voz e afinação não a deixam ficar mal, pelo contrário.

«Vamos a dar volta à terra/moças não tenham medo/Se encontrarmos a roda/logo vai tudo para o São Pedro». Os festejos na vila de Castro Marim percorriam os santos populares todos. «Primeiro é o Santo António/depois é o São João/ São Pedro por ser mais velho/ tem a chave na mão».

Antigamente a festa era intensa em Castro Marim. “Cantávamos ao desafio em volta da terra, em volta da vila, como fazem hoje as procissões!”. A zona onde hoje está a biblioteca, perto do «Largo 1.º de Maio» e a «Rua de São Sebastião» eram pontos altos dos festejos. Pri-meiro apenas as vozes, mais tarde começaram a organizar-se os baila-ricos ao som da concertina.

À porta de Emília orga-n i zava - se os bailes, as rodas, as f ogue i ra s dos ranchos populares. Foi sempre uma foliona do Carna-val. Já para o evento «Dias Medie-vais» conta que colabo-rou “muitas vezes e a troco de nada; apenas pela vontade de ajudar”.

F o i t a m b é m pioneira na criação de presépio ao vivo para a comu-n i d a d e . “Muitos pre-sépios fazia eu e as pes-soas iam lá ver a casa”. Nos dia que correm não falta à missa, e é também irmã da Santa Casa da Misericór-dia de Castro Marim.

E em casa

Emília Rosa ainda se vai dedi-cando às rendas de bilros, crochet e malhas.

Lendas que não desaparecem

Porque Emília Rosa valoriza o que diziam os mais antigos, permite-nos fazer um percurso imaginário pelas lendas destas terras da Ordem

de Cristo. “Havia um gigante que aparecia aqui na terra, na praça das laranjeiras [praça 1.º de Maio] junto a um poial ao pé da casa onde eu vivi com minha mãe. Quem nos falava desse gigante eram os homens que vinham acordar o meu pai de madrugada para ir à levada (pesca). Junto à câmara municipal também apareciam coisas estra-nhas; perto de uma leitaria que ali

havia. Eu e o meu pai chegámos a ver uma noiva... ”.

Emília conta-nos também a lenda do «Mourinho do Forte». Tratava-se de “uma pessoa encantada que estava no Forte de São Sebastião e que tinha uma panela de barro cheia de libras. Diz-se que uma vez contou a um sobrinho que ali havia um segredo que ele tinha de descobrir para o desencantar. Em cima da tampa da panela de barro estava um bicho que ele tinha que matar e depois é que podia caçar a panela de barro. Mas o mouro encantado descuidou-se e contou a mesma história a um outro sobri-nho. Ora, esse sobrinho calou-se muito bem calado e foi roubar a panela de barro. Matou a bicha, abriu a panela e tirou as libras… Mas, olhe, não as gozou porque deu em maluco! Foi a maldição por ter levado o que não era para ele”. Este homem ficou conhecido como o «Álvaro das Medalhas» “porque andava sempre cheio de medalhas”. São personagens que marcaram a geração de Emília Rosa e continuaram, enquanto as repli-carem, a fazer parte do imaginário de muitos.

Aos 74 anos contorna solidão e a crise

Emília Rosa vive hoje sozinha num lamento à solidão. Os filhos estão longe. Também as condi-ções financeiras, a condizerem com a crise que se atravessa, não ajudam. São apenas 300 euros para comer e pagar despesas. “Encolho e mesmo assim não chega. Se almoço não janto e se não janto não almoço...”.

Os dias passa-os entre a sua casa e as pessoas conhecidas com quem troca dedos de conversa. Caso o tempo esteja de feição dá o seu passeio.

E a viagem pela sua vida é, sem dúvida, um percurso por parte das memórias do território do Baixo Guadiana.

HISTÓRIAS DE VIDA

«Esta vida está difícil

Não se ganha para comer

É preciso trabalhar muito

Para a vida poder vencer

Quando eu nasci chorava

Com pena de ter nascido

Parecia que adivinhava

Que ia casar contigo

(Emília Rosa)

«Velhos moços e crianças

Gente de toda a idade

Cheio de saudade e esperança

Desta nossa mocidade

E nós sempre em voz bem alta

Não paramos de gritar

Ai Jesus mas que alegria

Que folia no Carnaval»

(Refrão de estudantinas, tradição de antigamente,

recordada por Emília Rosa)

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DESENVOLVIMENTO

O PSD/Algarve rejeita o corte de cerca de 3 Milhões de euros nas transferências para as autarquias do Algarve previsto na proposta de Orçamento de Estado para 2014 que está em discussão na Assem-bleia da República. Para o PSD/Algarve “a região, nomeadamente os seus municípios, têm sido dupla-

mente penalizados pela crise pois a dependência dos impostos muni-cipais sobre os imóveis é elevada o que, com a quebra da dinâmica do ramo da construção, tem levado a elevadíssimas quebras de recei-tas municipais. Adicionalmente os municípios algarvios são chama-dos a dar respostas a um aumento

substancial da população na época estival o que os obriga a manterem estruturas essenciais altamente sobredimensionadas”.

Luís Gomes, o líder distrital do partido laranja, defende uma equi-dade na repartição dos cortes de transferências para as autarquias locais, defendendo ainda uma

atenção especial para o Algarve, uma das regiões mais penalizadas pela crise, nomeadamente na área do emprego. Neste seguimento, o dirigente afirmou que “é indis-pensável e urgente uma política potenciadora de investimentos na nossa região”.

JESSICA aumentou em 50% verbas para investimento

PSD/Algarve rejeita corte de 3 milhões de euros no financiamento das autarquias

a céu aberto, e no financiamento da construção de um parque de esta-cionamento com 459 lugares, em Albufeira. A Iniciativa JESSICA foi lançada conjuntamente pela Comis-são Europeia, pelo Banco Europeu de Investimento e pelo Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, e visa apoiar os Estados membros na utilização de mecanis-mos de engenharia financeira para financiamento de investimentos de reabilitação urbana. Em Portugal, o Fundo JESSICA disponibiliza 130 milhões de euros, tendo uma capacidade de investimento

direto de 340 milhões de euros. O investimento total do Fundo em Portugal, até 4 de Novembro de 2013, foi de 100 milhões de euros, estimando-se que chegue aos 128 milhões de euros até ao final do presente ano. Um inves-timento que permitiu financiar 36 projetos em 19 concelhos do país, criando 626 postos de trabalho diretos. As áreas de intervenção que mais têm recorrido ao Fundo são o Turismo, o Imobiliário, o Comércio e a Energia. Os inte-ressados em recorrer ao Fundo JESSICA no Algarve devem fazê-lo

através do Turismo de Portugal, a entidade gestora de Fundos de Desenvolvimento Urbano para a Região.

O Fundo JESSICA Portugal aumen-tou em 50% as verbas disponíveis para investimento em reabilitação urbana no Algarve. O montante é, neste momento, de 15 milhões de euros. Desde 2010, quando a inicia-tiva JESSICA foi criada em Portu-gal, foram já aplicados 2,3 milhões na região algarvia, prevendo-se que este valor suba para os 10 milhões até ao final de 2013. O investimento feito até agora traduziu-se na rea-bilitação e dinamização económica do centro histórico pombalino de Vila Real de Santo António, pela construção de um centro comercial

É tempo de a UE adotar medidas mais rigorosas contra a violência com armas de fogo

Nos últimos anos, ocorreram na Europa vários ataques trágicos com armas de fogo, nomeadamente na Noruega, na Bélgica, na Finlândia, em França e na Itália, para citar apenas alguns. Nenhum país está imune a este problema e, no conjunto da UE, há todos os anos mais de mil vítimas de homicídios com armas de fogo e mais de meio milhão de armas perdidas ou furtadas continuam com paradeiro desconhecido.

A Comissão apresentou hoje várias propostas para reduzir a violência associada às armas de fogo na Europa Foram identifi-cadas várias ações a executar a nível da UE, mediante a adoção de legis-lação e de medidas operacionais, a formação e o financiamento da UE, a fim de combater as ameaças susci-tadas pela utilização ilegal de armas de fogo.

A Comissão publicou também os resultados de um inquérito Eurobaró-metro que revelou que seis em cada dez europeus consideram que o nível da criminalidade com armas de fogo irá aumentar nos próximos cinco anos. Esse inquérito revelou ainda que 55 % dos europeus defendem a adoção de regulamentação mais rigo-rosa sobre quem pode possuir, adqui-rir ou vender armas de fogo.

Acordo sobre o Fundo Euro-peu dos Assuntos Marítimos e das Pescas: investir num futuro sustentável

O FEAMP apoiará a aplicação da reforma da PCP, recentemente ado-tada, em particular a reconstituição das unidades populacionais de peixes, a redução do impacto da pesca no meio marinho e a eliminação pro-gressiva da prática das devoluções, que constitui um esbanjamento de recursos. Este fundo reforçará o investimento na pequena pesca e na aquicultura, enquanto fontes de cres-cimento futuro, e apoiará o melhora-mento da recolha de dados das pescas para que as decisões sejam tomadas com base em provas irrefutáveis. O Fundo aumentará igualmente o apoio da UE aos programas de con-trolo das pescas, a fim de assegurar o cumprimento das regras em matéria de pesca responsável e sustentável. cofinanciará projetos paralelamente aos circuitos nacionais de financia-mento e cada Estado-Membro rece-berá uma parte do orçamento total. Os Estados-Membros elaborarão um programa operacional que especifi-que de que modo tencionam utilizar os fundos que lhe foram assim atri-buídos e, uma vez este aprovado pela Comissão, as autoridades nacionais decidirão quais os projetos que pre-tendem apoiar.

«Perto daEuropa»

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

Segurança Social fechoutesouraria também em Castro Marim Em Castro Marim a tesouraria da Segurança Social encerrou no pas-sado dia 1 de Novembro, seguindo exemplos como nos serviços locais de Quarteira, Vila do Bispo e São Bartolomeu de Messines. Ao que o JBG conseguiu apurar não houve des-pedimentos na repartição de Castro Marim.

A notícia do encerramento das tesourarias tinha sido avançada pelo jornal digital Sul Informação que

apurou junto de fonte da Segurança Social que para já o fecho afeta apenas o serviço de Tesouraria (pagamentos e recebimentos), mantendo-se as res-tantes funções destes quatro serviços locais.

A mesma fonte considerou este fecho como “um contrassenso”, em especial numa altura em que se prevê uma maior afluência de pessoas, por estar em vigor, entre 1 de novembro e 20 de dezembro, o novo regime de

regularização de dívidas ao Fisco e à Segurança Social, para empresas e pessoas singulares. “Numa altura em que as tesourarias vão ter de certeza mais movimento, já que, em todo o país, o Governo espera arreca-dar 500 milhões de euros, fecha-se estes serviços? Porque não fazê-lo apenas em janeiro?”, replicou jornal online. A decisão terá sido imposta por Lisboa, afeta os serviços em duas sedes de concelho – Vila do

Bispo e Castro Marim – e em duas localidades com grande movimento – Quarteira e Messines.

Nos quatro casos, trata-se de serviços classificados como «infra-concelhios», obrigando os utentes que não tenham acesso à internet a deslocar-se agora a Aljezur ou Lagos (no caso de Vila do Bispo), Vila Real de Santo António (Castro Marim), Loulé ou Faro (Quarteira) e Silves (Messines).

Circuitos elétricos funcionais sobre uma folha de papel

Uma caneta, a «CircuitScribe», que usa uma tinta condutora com base em sais de prata, permite a constru-ção de circuitos elétricos funcionais, desenhados sobre uma folha normal de papel num simples caderno.

A descoberta abre um novo hori-zonte à inovação e dá partida para aplicações que deem mais substância a este invento.

Com a «Circuit Scribe» podem ser montados desde circuitos com com-ponentes relativamente simples, como luzes de «led», até circuitos com sensores de luz e potenciôme-

tros. De acordo com a empresa, até se pode montar um ecrã táctil com-pletamente funcional.

A caneta está em fase de desenvol-vimento e os inventores colocaram uma campanha no Kickstarter, para angariarem fundos. Na primeira semana, a «Circuit Scribe» arreca-dou mais de 350.000 dólares ame-ricanos, quando queria arrecadar 85.000.

Um dos objetivos da empresa é ajudar na educação e tornar a cons-trução de circuitos eletrónicos dispo-nível para o maior número possível de pessoas. Desde crianças no início da aprendizagem sobre circuitos ele-

trónicos até pessoas que gostam de construir pequenos aparelhos eletrô-nicos, como «hobby».

Por cerca de 25 euros é possível adquirir o «kit» básico que contém uma caneta e alguns componentes, entre os quais placas de LED, resis-tências e condensadores. O «kit» para os fabricantes vale cerca de 45 euros e traz a caneta, os componentes bási-cos, componentes mais avançados, como potenciômetros, sensor de luz, LED RGB e um caderno especial para começar a montar circuitos.

Por cerca de 100 euros, além de receber tudo o que vem nos outros «kits», podem receber também um

adaptador USB, um motor, cabos de conexão, uma placa para soldas e dois comutadores DPDT.

O Jornal do Baixo Guadiana não está a fazer publicidade a esta invenção, mas considera-se que até pode ser um presente interessante para os mais jovens e curiosos, nesta quadra natalícia, dado que os transportará para horizontes de descoberta matérias que se apren-dem nos cursos da escola. Reco-mendamos o endereço: http://canaltech.com.br/noticia/geek/Caneta-promete-desenhar-circuitos-eletronicos-funcionais-em-uma-fo-lha-de-papel/#ixzz2lvnu15F9

José Cruz

Centro histórico de VRSA foi alvo de intervenção JESSICA

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SOCIAL & SAÚDE

Consultas gratuitas de clínica geral para doentes com cancro

Baixo Guadiana recebe rastreios gratuitos de SIDA

Rastreio alargado até aos 30 anos

Dia Internacional contra violência de género foi assinalado

dez, no Núcleo de Apoio ao Doente Oncológico, sito na R. da Quinta do Loureiro à Av. de Ceuta, Lote 11 - Loja 2, em Lisboa, todas as quartas-feiras, a partir das 15h00.

Para serem atendidos na consulta, os utentes devem, preferencialmente, proceder à sua marcação através da Linha Contra o Cancro: 213619542, dos tel.: 213619540 ou 213940302, de e-mail: [email protected], ou pessoalmente no local. Aos doentes impossibilitados de se deslocarem, o Apoio Médico é também prestado através da Linha Contra o Cancro. A União Humanitária dos Doentes com Cancro é uma associação de solida-riedade social, sem fins lucrativos,

Centros de Saúde do ACES do Sotavento (Alcoutim, Castro Marim, Vila Real de Stº Antó-nio e Tavira) e do ACES Cen-tral (Olhão, S. Brás de Alportel, Faro, Loulé e Albufeira).

Nos Centros de Saúde do ACES do Barlavento o calendá-rio é o seguinte: (Aljezur (3 de dezembro), Lagos (4 de dezem-bro), Portimão (4 de dezembro), Silves (5 de dezembro), Monchi-que (12 de dezembro).

que tem como primeiro objectivo apoiar os doentes com cancro e seus familiares. Fundada em 7 de Abril de 1999 (Dia Mundial da Saúde), a União foi pioneira em Portugal na criação de 4 diferen-tes tipos de apoio a doentes com cancro: consultas de Apoio Médico e de Psico-oncologia, Linha Contra o Cancro e Núcleo de Apoio ao Doente Oncológico (a funcionar em instalações cedidas pela Câmara Municipal de Lisboa). Todos os apoios que a União presta são inteiramente gratuitos e abertos a toda a população, beneficiando assim milhares de doentes com cancro mais carenciados.

treio HPV (vírus que pode provocar Cancro no Colo do útero) na bacia do Baixo Guadiana (concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António). Este estudo/rastreio é co-financiado através do Programa Operacional de Cooperação Transfron-teiriço Espanha Portugal (POCTEP).

Recorde-se que o rastreio é indo-lor, grátis e dirigido inclusivamente às mulheres que já tenham sido vaci-nadas contra o HPV. “O rastreio é fun-damental para detetar alterações do colo do útero antes da manifestação de sintomas. O teste Papanicolau é a forma mais eficaz de rastreio, aju-dando a detetar células anormais antes de evoluírem para cancro”, recorda a associação oncológica.

As inscrições efetuam-se na Dele-gação da Cruz Vermelha Portuguesa através do telefone 281541827 ou pelo email: [email protected].

A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António associou-se às comemorações do Dia Internacional Contra a Violência de Género, que se celebrou a 25 de novembro.

A organização da iniciativa esteve a cargo da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (CPCJ), em parceria com a PSP, GNR, Cruz Vermelha e Administração Regional de Saúde do Algarve, e teve como objetivo sensibilizar e mobilizar a população para as situações de vio-lência a que se encontram expostas muitas mulheres no nosso país.

Para assinalar a data, a organiza-ção promoveu a recolha de carta-zes, histórias, imagens, fotografias e desenhos sobre o tema «Violência

Doméstica», que integraram uma exposição patente na Bibiloteca Municipal Vicente Campinas.

Diversas pessoas e entidades

A União Humanitária dos Doentes com Cancro presta consultas de clínica geral gratuitas e abertas a toda a população, todas as quartas-feiras. A valência de Apoio Médico consiste na prestação de consultas de aconselhamento e infor-mação a doentes oncológicos e seus familiares e, em termos de Cuidados Primários de Saúde, assegura a toda a população a acessibilidade aos cui-dados essenciais e o aconselhamento na resolução dos problemas dos doen-tes, com disponibilidade e de forma personalizada. Abrange a prevenção primária e secundária, ou seja, a edu-cação para a saúde e a prevenção da doença. A valência de Apoio Médico é prestada pelo Dr. Gonçalo Fernan-

Os centros de saúde de Alcou-tim, Castro Marim e Vila Real de Santo António vão receber a 3 de Dezembro um rastreio gratuito para o teste VIH SIDA. A ARS Algarve IP associa-se, assim, às comemorações da 1ª Semana Europeia do Teste do VIH e do Dia Mundial de Luta Contra a Sida 2013, com a realização do Dia do Teste do VIH nos Centros de Saúde da Região.

No dia 3 de dezembro nos

O rastreio do cancro do cólon do útero que está a ser levado a cabo na bacia do Guadiana foi agora alargado às mulheres até aos 30 anos. Recorde-se que a iniciativa está a decorrer até ao dia 17 de Dezembro. Acontece às segundas e terças feiras entre as 14H30 e as 19H00. É da responsa-bilidade da Associação Oncológica do Algarve e da Delegação da Cruz Vermelha de Vila Real de Santo Antó-nio.

Em parceria estão a efetuar um ras-

envolveram-se na iniciativa e foram acendidas velas em memória das vítimas na parte exterior à biblio-teca Vicente Campinas.

Jovens do projeto «Escolhas Vivas» acenderam velas pelas vítimas

Eurocidade do Guadiana planeia oferta partilhada de cuidados de saúde

Os municípios da Eurocidade do Guadiana elegeram os domínios da saúde, educação, turismo e transpor-tes como as áreas prioritárias para desenvolver e estabelecer parcerias, em 2014, no âmbito das atividades de cooperação fronteiriça.

De acordo com os autarcas de Ayamonte, Castro Marim e Vila Real de Santo António estes serão também os domínios a enquadrar no Programa de Cooperação Trans-fronteiriça Espanha – Portugal, através do qual os municípios da Eurocidade vão candidatar-se a

um conjunto de verbas para ope-racionalizar os projetos calenda-rizados.

A área da saúde será a primeira a incluir na agenda de trabalhos das próximas semanas, estando em plano a extensão dos cuida-dos médicos além das fronteiras geográficas dos dois países.

Em cima da mesa está a possibili-dade de os prestadores de serviços de saúde alargarem os seus convé-nios às populações raianas dos dois lados da fronteira que, desta forma, terão acesso a um maior número de

especialidades médicas, evitando deslocações demoradas e onerosas até às capitais de distrito.

De acordo com Luís Gomes, pre-sidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, «juntos, os três municípios da Eurocidade englobam uma população superior a 50 mil habitantes, um número que permite aos prestadores de saúde obterem economias de escala através da oferta integrada de serviços médicos, proporcionado mais opções de escolha às popu-lações».

Associação de Defesa Sanitária recebe verba para ultrapassar precariedadeA Câmara Municipal de Castro Marim aprovou a atribuição de uma verba de 8 mil euros à Associação de Defesa Sanitária do concelho de Castro Marim (ADS), mediante a assinatura de um protocolo de colaboração.

“Tal apoio financeiro, prende-se com o facto da Associação de Defesa Sanitária do concelho, que nas duas últimas décadas tem desempenhado um papel importante no domínio da saúde pública, estar a viver uma situação de grande precaridade financeira, que ameaçava o seu encerramento e o perigo real de transmissão de doenças dos animais ao homem”, pode ler-se em nota enviada à reda-ção.

A Autarquia entende que o apoio financeiro concedido à ADS, além

de permitir que a associação con-tinue a pugnar pela saúde pública do concelho, é também um forte incentivo à expansão da pecuária existente no território que, neste momento, dispõe de uma centena de rebanhos de ovinos, caprinos e bovinos, geradores de riqueza e emprego na sub-região do Baixo Guadiana.

Recorde-se que a Associação de Defesa Sanitária do concelho de Castro Marim (ADS) garante a sani-dade animal, no sotavento algar-vio, fazendo o acompanhamento sanitário de 12 mil pequenos rumi-nantes e 2 mil bovinos, permitindo assim o combate efetivo de doenças, que se podem transmitir aos seres humanos, bem como de doenças de incidência local, responsáveis pela baixa produtividade dos animais.

Ayamonte, VRSA e Castro Marim

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CULTURA

Delegação Regional da Cultura comprou desenhos que descrevem a

construção de VRSA

II Encontro de Poesia Popular do Pereiro

Portugueses do Baixo Guadiananas XVIII Jornadas de História de Ayamonte

Foi recentemente comprado em leilão pelo Estado português um conjunto de três desenhos de José de Sande Vasconcelos. Em entrevista ao JBG Dália Paulo, delegada regional da cultura no Algarve, explicou que foi alertada para estes desenhos por José Eduardo Horta Correia - professor jubilado da Universidade do Algarve e historiador de Arte que tem uma tese de doutoramento publicada sobre «Vila Real de Santo António, Urbanismo e Poder na Política Pombalina». A responsável explica que já tinha havido uma anterior tentativa para comprar estes desenhos , mas não tinha sido feita a tempo de adquirir os exemplares. “Agora sim, estão na posse do Estado Português depois de serem comprados numa casa leiloeira em Lisboa”.

Datados, ao que tudo indica de 1774, são desenhos a tinta-da-china sobre papel, datados e assinados; um de 8 de Março e outro de 9 de Setembro. Virão para o Algarve, mas agora seguiram para a Biblioteca Nacional, para um primeiro diagnóstico e para operações de restauro, explicou Dália Paulo que acrescentou que os desenhos estão em “ótimo estado de conservação”.

São desenhos numa longa tira de papel de mais de quatro metros e meio de comprimento (4,54 metros) e de 38 centímetros de largura, da autoria do engenheiro militar Joze Sande Vasconcelos.

Os três desenhos agora comprados, que foram uma longa tira, são identificados como «Prospecto da Vª de S. Antº de Arenilha, tirada no dia 28 de Março, e feita no dia seguinte, pello sargento mor Joze de Sande Vasconcellos», «Vista do Estalleiro» e «Estaleiro da Vª de S. Antº de Arenilha, tirado em 9 de Setembro, pello Sargto mº Joze de Sande Vas.los».

O conjunto de desenhos será entregue mais tarde à terra, Vila Real de Santo António para exposição no Arquivo Municipal de VRSA.

O II Encontro de Poesia Popular do Pereiro (Alcoutim) decorreu no passado dia 9 de Novembro e foi organizado pela Associação «Estrela Pereirense». A ideia da associação é realizar o evento duas vezes por ano e procurar reunir os poetas populares do concelho de Alcoutim e dos concelhos limítrofes em momentos de partilha poética. O Encontro ocupou uma tarde inteira de poesia e terminou com um lanche, onde não faltaram as castanhas. Cada participante recebeu no final do Encontro um Certificado de Participação.

As XVIII Jornadas de História de Ayamonte, que decorreram entre dia 19 e 23 de Novembro, ficaram marcadas pela participação de vários portu-gueses naturais dos concelhos do baixo Guadiana. No dia 20 de Novembro, pelas 10h30, a «Casa Grande» recebeu a apre-sentação e inauguração da exposição “Tampos de latas de conserva”, da colecção de José Alexandre Pires e, no mesmo dia, pelas 20h00, foi a vez do Tenente Coronel João Paulo Ribeiro apresentar a comunicação “Fortifi-cación de la costa del Reino del Algarve, condado de Niebla y Marquesado de Ayamonte en los siglos XVI y XVII contra los piratas bereberes”. No dia seguinte, 21 de Novembro, pelas 10h00, o prof. Hugo Cavaco teve a seu cargo uma visita guiada pelo Arquivo Municipal de Vila Real de Santo António e centro histórico da cidade pombalina. A participação portuguesa chegou ao fim no mesmo dia, pelas 21h00, com a comunicação “Quinto centenario de la fundación de San Antonio de Arenilha y las relaciones con Ayamonte”, pelo historiador Fernando Pessanha.

Cada participante recebeu no final do Encontro um Certificado de Participação.

Os desenhos são da autoria de José Sande Vasconcelos, engenheiro militar

Julgo que os leitores desculparão que faça uso deste espaço dedicado aos livros para, desta vez, falar de um disco – «Fado Aleixo de Afonso Dias & a sopa dos pobres».

Trata-se de um CD fundado nos vários livros onde está condensada a obra poé-tica de António Aleixo, especialmente na antologia póstuma intitulada «Este livro que vos deixo». Não há por isso um grande desvio.

O CD é um notável trabalho de divul-gação do grande poeta algarvio, que nasceu em Vila Real de Sto. António, em 1899, e viveu a maior parte da vida em Loulé, onde morreu em 1949. A sua obra poética, construída nas formas tradi-cionais da poesia popular, especialmente na quadra, ocupa um inegável lugar de destaque na poesia portuguesa da pri-meira metade do século XX.

O «Fado Aleixo» é, também, uma obra criadora que se salienta pela selecção dos textos, a sua arrumação e sequência, o casamento da música e da letra e a inter-pretação apropriada.

Ao ouvi-lo percebe-se melhor a mensa-gem cheia de sabedoria que o poeta nos deixou, como reflexo da tragédia que foi grande parte da sua vida, marcada pela miséria e a doença. Ele próprio sintetizou a natureza deste saber, ao dizer:

«Eu não tenho vistas largas, / nem grande sabedoria/ mas dão-me as horas amargas / lições de filosofia. /.

E são grandes essas lições sobretudo quando reflecte sobre a sociedade e o seu futuro.

Assim, com muita actualidade, alerta:

«Esta mascarada enorme / com que o mundo nos aldraba / dura enquanto o povo dorme / quando ele acorda acaba.»

Com não menor actualidade, previne:

«Vós, que lá do vosso império / prometeis um mundo novo / calai-vos, que pode o povo / querer um mundo novo a sério.»

Com actualidade máxima, sus-tenta:

«A ninguém faltava o pão / se este dever se cumprisse / - ganharmos em relação / com o que se produzisse.»

Estas e outras lições apreendem-se melhor quando se ouvem cantadas pelas vozes de Afonso Dias, Tânia Silva e Teresa Viola, que interpretam o disco.

Daí o êxito que tem obtido, como na Casa dos Condes, em Alcoutim, nos primeiros dias do passado mês de Outubro.

O Autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Fado Aleixode Afonso Dias

L I V R O Spor Carlos Brito

José Alexandre Pires, João Paulo Ribeiro, Hugo Cavaco e Fernando Pessanha marcaram presença neste encontro

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CULTURA

Monte Gordo dedica cinco dias e cinco noites à passagem de ano com muita música

POR CÁ ACONTECE A G E N D A

jornal” - De Sílvia RodriguesLocal: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim)Hora: de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 17h30

CASTRO MARIM

Apresentação do livro «Porquê Eu?» de Hugo Pena6 de Dezembro18hBiblioteca Municipal de Castro Marim

Apresentação da biografia «Olho Ubíquo, A vida de Eric Lobo», da autoria de Ana Amorim Dias14 de Dezembro21hBiblioteca Municipal de Castro Marim

Natal na Aldeia21 e 22 (13h - 19h)Odeleite

Casa de Natal e Presépio Gigante7 Dez a 6 de JanRua 25 de Abril - Castro Marim

VRSA

Presépio Gigante de Vila Real de Santo Antó-nioData: 6 de dezembro > 12 de janeiroHorário: segunda-feira a domingo: 10h00 > 13h00 | 14h30 > 19h00Inauguração: 5 de dezembro às 17h00 Dia 1 de janeiro: 14h30 > 19h00Local: Centro Cultural António Aleixo |VRSA

Natal Solidário: Recolha de roupa infantil, brinquedos e alimentos secosData: até 20 de dezembroLocal: Universidade dos Tempos Livres de VRSA

Aldeia de NatalData: 6 de dezembro > 6 de janeiro

Hora: 10h00 >20h00Local: Praça Marquês de Pombal| VRSA

Workshop - Produção de EspetáculosData: 7 de dezembroHorário: 10h00 > 13h00 | 14h30 > 18h30Inscrições: [email protected] | 963 590 321 | Valor:30€Formadora: Cristina BragaLocal: Biblioteca Municipal Vicente Campinas | VRSA

Aula Aberta Integrada no Curso de História do Algarve«Uma nova rota medieval para o algarve: os guias (Re) Descobrir»Pela Drª Rita ManteigasDia: 11 de dezembroHora: 15h30 Local: Arquivo Histórico Municipal | VRSA

Clube de leitura «Livros Mexidos»Tema: Fernando PessoaData: 12 de dezembroHora: 18h00Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA

«Barafunda»a partir de Raul Brandão Data: 13 de dezembroHora: 21h30Local: Centro Cultural António Aleixo | VRSAExposição Fotográfica do Projeto «Viver Aqui»Data: 9 a 31 de dezembroHora: segunda a sexta - 9h15 > 19h45sábado - 14h15 > 19h45Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas | VRSA

Festa de solidariedade no Lar da Santa Casa da Misericórdia de VRSA Data: 14 de dezembro- Banda Filarmónica de Castro Marim- Rancho da Associação Cultural de VRSA

- Fados com Telma Salvador

Festa de Beneficência da PSP - NATAL 2013Data: 17 de dezembro14h30 – 17h10 Local: Centro Cultural António Aleixo | VRSA

«O Lugar do Primeiro Amor»de Vanda PalmaData: até 10 de janeiroInauguração: 29 de novembro > 18h30Horário: segunda a sexta-feira - 9h30 > 18h00Local: CIIPC - Antiga Escola Primária de Santa Rita | 281952600 |

Apresentação do livro «Marés travessas »contos de José Cruz , com apresentação da Profª. Helena AraújoData: 5 de dezembroHora: 18h00Local: Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA

ALCOUTIM

23 de dezembroMercado do PereiroLocal: Pereiro (Feira Nova)Hora: 09h00

06 de dezembro - Palavra Sexta à Noite - Apresentação do livro “Este Ano Não há Natal” de Helena MachadoLocal: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim)Hora: 21h00

07 e 08 de dezembro 2ª Festa da Via AlgarvianaLocal: Sede do Clube Desportivo de Vaqueiros (Vaqueiros)Hora: 09h15

07 e 08 de dezembroFim de Semana Cultural Local: Sede do Clube Desportivo de Vaqueiros (Vaqueiros)Hora: 08h00

08 de dezembroMissa e Procissão de Nossa Sra. da Conceição Local: Alcoutim (Igreja Matriz)Hora: 15h00

19 de dezembroConcerto de Natal Local: Igreja Matriz de Alcoutim Hora: 19h00

20 de dezembro Concerto de Natal Local: Casa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim) Hora: 18h30

31 de dezembroPassagem de Ano com Cantares das Janeiras Local: Giões (Sede da Associação Grito d’Alegria)Hora: 20h00

21 de dezembroBaile de NatalLocal: Farelos (Sede da Associação dos Amigos de Farelos e Clarines)Hora: 21h30De 03 a 31 de dezembro Exposição “primeira letra do MEU

Vila Real de Santo António prepara-se para receber 2014 entre os dias 27 e 31 de dezembro. A pro-posta deste ano integra cinco noites e cinco temas diferentes com os melhores artistas da atualidade e um espetacular fogo-de-artifício. A programação tem início na sexta-feira, dia 27 de dezembro, com Katia Aveiro a assegurar o concerto principal da noite. O cartaz deste dia, dedicado ao espírito «retro», reserva muito mais surpresas com Fran-cisco Jackson, o único imitador oficial de Michael Jackson, e a banda «Vide Versus» a aquecer as hostes. Noite fora, o ritmo de dança prossegue com Flashback Brothers e Bruno Lourenço. No sábado, dia 28 de dezembro, anuncia-se a noite «disco-theque» com Mastiksoul a liderar os comandos da cabina de som. Antes, a programação começa ao som dos «Allmariados» e dos «Grab it Band», terminando com as batidas do dj Flip D’Palm. No domingo, dia 29, a programação arranca ao início da tarde com os eventos Mundialito Color e Mundialito Color Bike, duas corridas à prova de famílias e desportistas que prometem doses de muita cor e boa disposição. O percurso será acompanhado pelos ritmos eletrizantes de Diego Miranda (atualmente no top 100 da Dj Mag) e de muitos outros djs. Depois das emoções da tarde, a noite de 29 de dezembro volta a ser aquecida por

Diego Miranda, não sem antes os «Insight» pisarem o palco e os «Amistades Peligrosas» recordarem alguns dos temas que fizeram sucesso e atraves-saram gerações. Madrugada fora, os ritmos ficam aos comandos do dj Rosabrava. A penúltima noite do ano continua a marcar pontos. É dedicada aos jovens e começa ao som do grupo «Uns e Outros» e dos «Sebenta», formação portuguesa já com provas dadas que integrou a banda sonora de séries de sucesso como «Morangos com Açúcar» ou «Lua Ver-melha». Noite dentro, o multifacetado Dj Ride anima as hostes, com o serão a ser rematado pelo dj Mike Simon. Na noite de réveillon, a 31 de dezembro, o ambiente único de Monte Gordo começa a ser aquecido com os ritmos de baile do «Duo Reflexo». A maior noite do ano reserva também a melhor surpresa da região do Algarve: às doze badaladas o céu da Baía de Monte Gordo irá iluminar-se com as cores de um magnífico fogo-de-artifício, para depois David Carreira subir ao palco nos primeiros minutos de 2014 e mostrar porque é um dos mais premiados cantores da sua geração. Noite fora, o projeto Smash conduz as batidas finais da noite. Além de Monte Gordo, a Noite de São Silvestre será de igual forma assinalada em VRSA, no dia 31 de dezembro, na Praça Marquês de Pombal, com um concerto e muita animação.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2013 | 21

«O Carteiro de Fernando Pessoa» apresentado em Vila Real de Santo António

«Casa dos Condes» repleta no II Concerto

de Outono

CULTURA

Na tarde daquele sábado José Carlos Barros lembrou que “nunca se publicou tanto como agora”. Falou numa “banalização em que não se distingue entre o bom e o mau livro”.

No que diz respeito à obra de Fernando Esteves Pinto referiu logo no início da sua apresentação que se trata de um livro com “singularidade e qualidade tais que será uma pena que fique sendo apenas mais um livro”. José C. Barros lamentou na sequência desta parte da sua apresentação que em Portugal “falta espaço para a crítica literária”.

Os livros de Fernando Esteves Pinto “numa leitura superficial podem parecer brutais e muito crus”, mas são, na verdade, “de uma imensa ternura a ser descoberta” e “mais do que romances são ensaios”, considerou. Referiu também que «O Carteiro de Fernando Pessoa» faz “uma procura de identidade, sendo uma “cristalização” daquilo que o autor já escreveu para trás.

Referindo que “é um risco, um atrevimento escrever sobre Fernando Pessoa”, afirma que há uma grande verosimilhança com a história, fazendo, inclusive, “um bom serviço ao Algarve”, já que traz para o enredo algarvios que travaram contacto impor-tante dom o poeta.

Sinopse de «O Carteiro de Fernando Pessoa»

Num edifício da Rua Coelho da Rocha, em Lisboa, onde vive Fernando Pessoa, um cadáver é encontrado em circunstâncias misteriosas. Ao lado do corpo, cuidadosamente disposto em cima da cama, foi encontrado um fato de homem, incluindo chapéu e sapatos. Porém, não são visíveis quaisquer sinais de violência.

A «Casa dos Condes», biblioteca municipal de Alcoutim recebeu a 15 de Novembro o «II Concerto de Outono», integrado na iniciativa «Palavra Sexta à Noite», que, mensalmente, abre as portas da biblioteca à noite, para um serão diferente à luz dos mais variados temas.

Bob e Kate, os dois residentes na vila vizinha, Sanlúcar de Guadiana, foram os protagonistas deste último serão, num concerto de música clás-sica com piano e flauta. A biblioteca de Alcoutim encheu-se para este encontro, que terminou num agradável convívio-magusto.

Promover a troca de ideias e a partilha de experiências e, simultane-amente, levar a população ao espaço da biblioteca, num contacto mais contínuo com os livros, têm sido as alavancas deste projeto, que continuará a animar as sextas-feiras.

Estaremos perante um suicídio? Perante um crime passional? Nas relações entre os habitantes e os peculiares visitantes do edifício – um polícia reformado obcecado pela vigilância, um carteiro submisso com uma amante no prédio, uma mulher enlouquecida pela paixão ou um poeta com várias personalida-des – pode estar a chave do enigma. Obra intensa para saborear demoradamente, jogo constante de sombras e luzes, certezas e dúvidas, exaltações emocionais e estados depressivos, O Car-teiro de Fernando Pessoa explora a complexidade das relações humanas e a inquietação afectiva provocada pelo estado amo-roso, consagrando Fernando Esteves Pinto como um dos mais singulares narradores da actualidade. Fernando Esteves Pinto

Nascido em Cascais em 1961, desde muito cedo se dedicou à literatura, colaborando no Jornal de Letras e no «DN Jovem», suplemento do Diário de Notícias.Em 1990, foi galardoado com o Prémio Inasset Revelação de Poesia, atribuído pelo Centro Nacional de Cultura, cujo júri era composto por José Saramago, António Alçada Baptista e Pedro Tamen. Em 1998, obteve uma bolsa de criação literária concedida pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas. Do romance à poesia, do conto ao ensaio, a sua obra literária estende-se por vários domínios, destacando-se os títulos Conversas Terminais, Brutal, Dispensar o Vazio ou Património Bukowski. Foi um dos fundadores da revista Sulscrito, sendo actualmente o seu coordenador. A sua obra está publicada em Espanha, México e Marrocos.

Fernando Esteves Pinto contou com Marcelo Teixeira (à esquerda) seu editor na apresentação

Iniciativa juntou a comunidade de um lado e outro do rio

José Carlos Barros apresentou a 9 de Novembro em Vila Real de Santo António o mais recente livro de Fernando Esteves Pinto. Chama-se «O Carteiro de Fernando Pessoa» e já

partiu, entretanto, para apresentações em Lisboa e outros pontos.

Guarda Nacional Republicana – Chegou a Vila Real de Santo António há 100 Anos

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

O presente mês de Dezembro de 2013 assi-nala os 100 anos da Guarda Nacional Repu-blicana em Vila Real de Santo António. Porém, e de modo a percebermos em que conjuntura histórica e política foi imple-mentada esta força de segurança, façamos uma breve, mas necessária retrospectiva. Depois do golpe de Estado de 5 de Outu-bro de 1910, que substituiu a Monarquia Constitucional pelo Regime Republicano, a Guarda Municipal de Lisboa e Porto foi transformada na Guarda Republicana de Lisboa e Porto. Curiosamente, a obstinada Guarda Municipal foi a última força monár-quica a render-se aos revolucionários repu-blicanos. Nesse sentido, não deixa de ser irónico o facto de se ter transformado na única força portuguesa que passou a apre-sentar a designação de “Republicana”.

Posteriormente, em 3 de Maio de 1911, a Guarda Republicana de Lisboa e Porto foi transformada na Guarda Nacional Republicana. Não obstante os necessitados avatares que tão bem caracterizaram os primeiros anos da República portuguesa, a implementação da GNR no Algarve foi um processo não particularmente célere. De acordo com alguma documentação à guarda do Arquivo Municipal de Vila Real de Santo António (Correspondência Geral Recebida e Expedida - 1913), o processo relativo à implementação da GNR na vila pombalina apenas teve início em meados de 1913, ou seja; dois anos após a criação da supra citada força de segurança, e numa altura em que os distritos de Braga, Bra-gança, Porto, Santarém, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja e Lisboa já con-tavam com postos em todas as sedes de Concelho!

Numa circular emitida pelo Comando Geral da GNR, em 5 de Julho de 1913, e dirigida ao então presidente da Câmara Municipal de VRSA, o 2º comandante responsável pelo processo solicitava à autarquia “quartel para a secção e posto destinados a esse concelho e mobilia e utensilios”. Neste sentido, não pudemos deixar de reparar nos “escarradores hygie-nicos” briosamente oferecidos pela autar-quia-vila-realense, com o “altruísmo digno de todo o louvor” que a GNR esperava da Câmara Municipal de VRSA. No mês de Agosto, as instalações foram visitadas pelo delegado do Comando Geral e pelo oficial de engenharia, “afim de procederem á ins-pecção do quartel destinado ao posto da Guarda Nacional Republicana”. De acordo com uma circular de Novembro do mesmo ano, a secção da guarda destacada para o quartel de VRSA deveria seguir no “pro-ximo dia 2 (de Dezembro) no comboio da noute”. Razão pela qual aqui assinalamos os 100 anos da implementação da Guarda Nacional Republicana em Vila Real de Santo António.

Fernando PessanhaHistoriador

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PASSATEMPOS&LAZER

No dia 1 de Janeiro de 2014, entrará em vigor o novo código da estrada, que redobra a atenção dada aos ciclistas. Nos velocípedes com motor (bicicletas eléctricas), obriga-se ao uso do capacete homologado, apertado e ajustado. Apesar de não ser obriga-tório, é recomendável usar o capacete, por uma questão de segurança. Segundo as novas regras, os velocípedes têm prioridade quando se apresentam pela direita. O código anterior obrigava os ciclistas a ceder passagem a veículos a motor.Os automobilistas devem manter uma distância lateral, no mínimo, de 1,5 metros dos velocípedes. Na rotunda, os ciclistas podem ocupar a via de trânsito mais à direita, mas devem permitir a saída dos condu-tores que circulam no interior da rotunda. Também é possível fazê-lo nas faixas reservadas aos transportes colectivos, consoante a regula-mentação municipal. Esta medida, porém, deveria ser homogeneizada. A não autorização de velocípedes nestas vias coloca em risco a segurança dos ciclistas, sobretudo quando circulam entre um automóvel e um autocarro. É permitido aos velocípedes circularem a dois numa via ao lado de uma ciclovia, desde que o façam com boa visibilidade e não causem perigo nem embaraço ao trânsito. Excepções: vias com visibilidade reduzida ou em engarrafamentos. Caso exista uma pista especial, os velocípe-des devem circular de preferência por esta via. Ao fazê-lo numa via pública, devem respeitar as regras. Desde que não ponham em perigo ou perturbem os peões, os menores até 10 anos estão autorizados a andar de bicicleta nos passeios. Os velocípedes podem ser equipa-dos com uma cadeira homologada para o transporte de crianças até aos 7 anos de idade. Os reboques para transportar crianças devem também ser homologados. A sua circulação passa a ser autorizada e também nas ciclovias. Sensibilidade e bom senso devem imperar. Nos automobilistas, pro-tegendo os utilizadores mais vulneráveis, nos ciclistas, optando por manobras seguras, e nos peões, respeitando as vias para circular.

Delegação Regional do Algarve

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

1. Jesus2. São José3. Nossa Senhora4. Família5. Presépio6. Burro7. Vaca8. Filhós9. Sonhos10. Rabanadas11. Bolo-Rei

12. Bolo-Rainha13. Bacalhau14. Couves15. Prendas16. Reis Magos17. Pinheiro18. Impostos19. Belém20. Nazaré

Quadratim - n.º114

Auto

r: Jo

ão R

aim

undo

Jogo da Paciência n.º 120

Aumentar os encargos familiares e diminuir os seus rendi-mentos com impostos e cortes? NÃO. Aumentar já o SMN para 600,00€ mensais; isenção de IRS até 2.000€; baixar o IRC, taxas moderadoras, IVA para 6% na restauração e simi-lares e 17% a taxa máxima. Só estes e outros factores iguais poderão ressurgir Portugal da anarquia em que se encontra. Cortar nas despesas com viagens, estadias, mordomias e outros doces sabores aos membros dos órgãos de sobera-nia e similares. Não à miséria, fome, doença, desemprego, falência e roubos. Deixar continuar Portugal a «afundar-se»? NÃO. É preciso reagir já e depressa. Desejo Feliz Natal se possível a todos os leitores e famílias.Pelo caminho correcto do Quadratim vá ao encontro de – SIM À INTELIGÊNCIA E…… Soluções Jogo da Paciência - n.º119

A DECO INFORMA...

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]/

http://associacaoguadi.blogspot.comFACEBOOK

[email protected]

Susana Correia jurista

“Ouvi falar em novas regras para quem anda de bicicleta na estrada ou nas ciclovias. Quais são as

novas regras e quando é que entram em vigor?”

Para ajudas monetárias:NIB: 0035 0234 0000 6692 13002

Apelo à doação

A Guadia apela à doação de todos de alimentação, areia para gato e todo o tipo de utensílios para cão e gato (camas, coleiras, trelas, mantas, mantas, medicamentos, etc). Vai ser realizada uma Campanha de Recolha de Alimen-tação no fim-semana 7 e 8 de Dezembro no supermer-cado Intermarché de VRSA.

Jovens dos

18 aos 30

anos

«É Natal»

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2013 | 23

PATRIMÓNIO&PSICOLOGIA

Hoje, como ontem, repete-se pela serra e bar-rocal do Baixo Guadiana, de modo cíclico e anual, a matança – ou matação – do porco cevão, isto é, do animal criado num regime de engorda, que proporcionava alimento para todo o ano. No início da Primavera, cada famí-lia comprava um bácoro aos criadores locais ou nas feiras de gado mais próximas dos seus montes, nomeadamente nas feiras de maio em São Bartolomeu e no Azinhal, ou na feira de São Marcos no Pereiro. Feita a compra, o capador castrava o animal, para que este engordasse e as hormonas sexuais não interferissem no sabor e textura da carne. A engorda era feita com as “sobras” da casa: abóbora, frade, figo, marmelo, milho, alfarroba, centeio, farelo de trigo e com boleta, que aumentava a olhos vistos o peso do

cevão, até ao seu abate, que se levava a cabo entre Novembro e Janeiro.

A matança do porco era um acontecimento social de grande importância, pela reunião de familiares e vizinhos e pelo envolvimento da comunidade no trabalho. Antes do grande dia, os donos da casa preparavam tudo, dividindo as tarefas entre si: a dona da casa limpava a casa, cozia o pão e os bolos, preparava as louças, as roupas, a salgadeira e areava os tachos. Ao homem cabia-lhe preparar a lenha, as alfaias, palha de centeio ou tojo para chamuscar, comprar o sal, café, açúcar, e os “adubos” para temperar – colorau, pimenta, pimentão e cominhos.

No dia da matação, os convidados, cheios de frio, chegavam pela “fresca” e “matavam o bicho” com café, bolo, frutos secos e um copinho de medro-nho. De seguida, iam buscar o porco ao pocilgo, atavam-no e colocavam-no em cima da banca, onde o “matador” – que dirigia e executava todas as etapas com a ajuda dos outros homens – aplicava

a facada certeira na papada, enquanto uma mulher “aparelhava” o sangue num alguidar. Para fazer a moleja, receita típica de Mértola e do nordeste algarvio, o sangue era “aparelhado” com vinagre e mexido, para não coagular. O porco era depois chamuscado com tojo ou palha de centeio em chama para tirar o pêlo, raspado e lavado. Iniciava-se então o trabalho de corte, com muito cuidado para não furar as “tripas” e sujar a carne. O rabo do porco era cortado em bocados e distribuído pelas crianças, que aguardavam, irrequietas, junto do “matador”.

A meio da manhã faziam uma paragem para comer uma “palengana” de sangue cozido com vinagre e temperado com alho e coentros. Depois do trabalho do corte, as mulheres iam lavar as tripas no poço ou ao ribeiro mais próximo, com água e esfregadas com rodelas de laranjas e limão, sal e seixos da ribeira.

Findo o trabalho, juntavam-se todos à volta da mesa, para comer uma fritada de miúdos e algu-mas presas de carne, acompanhadas com batata

frita na banha e pão caseiro. Tudo isto acompa-nhado de vinho novo. À noite comia-se a “cachola”, constituída por uma mistura de bocados de fígado, pulmão, coração e alguma carne magra, guisada com batatas.

Já fria, a carne era esquartejada no dia seguinte e tudo era aproveitado. Uma parte era oferecida aos vizinhos e familiares. Do que sobrava, salgava-se um presunto, o toucinho e alguns ossos que ser-viam de tempero aos pratos elaborados à base de hortaliças e de leguminosas. As banhas, depois de derretidas, tinham várias aplicações: para barrar o pão ou para temperar a comida. Os pedaços que não derretiam – os torresmos – eram aproveitados para fazer costas, ou para comer como acompanha-mento. Os chouriços e os paios, feitos a partir da carne condimentada com sal, pimentão e tomilho e das tripas, eram colocados para “secar” nos varais, junto da chaminé.

Nos dias que correm, a tradição mantém-se ainda, preservando um ritual com raízes ancestrais.

A matança do porco cevão no Baixo Guadiana

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

Pedro Pires Técnico de Património Cultural / Membro do CEPHA / UALg

Ao ouvirmos a palavra - Bullying, quase todos nos lembramos de episódios vividos na escola, ou descritos por quem está no meio escolar... logo não será difícil recordar ocasiões em que crianças foram vítimas de bullying: “passar rasteiras às crianças que passavam a correr sem olhar para a frente”, “o bully (agressor) que fazia as raparigas do 1º ano chorarem”, “o bully que trancava os mais novos na casa de banho”. Estas são, com certeza memórias que permanecem após vários anos, e se o bullying é para alguns uma parte “normal” da infância, porque é que estes episódios permanecem tão vividos?

Houve uma mudança da sociedade em relação a este tipo de comportamentos, o que costumava ser aceite como “coisas de crianças”, é actualmente encarado como algo sério... Os pequenos bullies crescem e tornam-se adultos abusivos!

O papel da escola, é determinante no desenvolvimento de cada criança e a relação com a comu-nidade escolar torna-se um elemento preponderante neste tema. Sabemos que no percurso escolar é natural o surgimento de algumas brincadeiras caracterizadas por crueldade e insensatez, ultra-passando limites consoante a tolerância de cada aluno, podendo em alguns casos transformar-se em actos de violência. Quando repetitivos, intencionais e deliberados, com o intuito de intimidar e causar sofrimento a outro(s), estamos perante uma situação de bullying!!!

Os bullies (agressores) são crianças que, por norma, gostam de ser o “centro das atenções” e precisam de sentir que têm poder, garantindo um nível pessoal de satisfação com a prática de bullying. O que os distingue de uma criança que pontualmente provoca alguém é um padrão repetido de intimidação física ou psicológica. Estes episódios, que no início surgem como uma simples brincadeira, não o são, e podem levar à depressão, ou traumas que dificilmente serão eliminados da memória.

As crianças vítimas de bullying poderão crescer com sentimentos negativos, especialmente com uma baixa autoestima, tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento. Podem ainda assumir um comportamento agressivo, que mais tarde se poderá verificar na prática do bullying noutros contextos.

É nas escolas que as crianças são, diária ou periodicamente, vítimas de bullying, logo é funda-mental o papel dos agentes educativos na identificação, intervenção e prevenção. Estas situações ocorrem nos mais diversos contextos dentro das escolas, mas o importantante é saber identificá-las e intervir de forma a resolver o ocorrido. No entanto, não é suficiente pôr termo ao bullying que já está a acontecer, mas também é necessário evitar que os alunos que ainda não são bullies, nem vítimas sigam por este caminho. As estratégias de combate devem ter um papel central no contexto de uma política preventiva e formativa de toda a escola.

Neste sentido podem-se criar estratégias preventivas, numa área educativa, onde seja abordada a resolução de conflitos, de mediação de pares, de treino de competências sociais, e cujo objectivo é dar aos alunos a ajuda necessária para se relacionarem bem uns com os outros desenvolvendo as suas capacidades.

Quando oferecemos modelos de comportamentos de aceitação e de tolerância, estamos a indicar-lhes o caminho que eles devem seguir para se comportarem de igual modo. A comunicação com os pais ou encarregados de educação é fundamental ao longo deste processo. Ter atenção ao comportamento dos filhos é indispensável para que pais e mães identifiquem se o filho é vítima ou pratica os actos de bullying. A maioria tende a acreditar que é próprio da idade ou que com o tempo passa, mas…

…quanto mais cedo o bullying for “controlado”, melhor será o resultado a longo prazo.

Bullying em Contexto Escolar

NEIP (Núcleo de Estudos e Intervenção Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração: Dina Figueira, Inês Morais

[email protected]/NEIP.vrsa

“É uma das formas de violência que mais cresce no mundo”

Cléo Fante

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2013

EDITAIS&PUBLICIDADE

CARTÓRIO NOTARIAL DE ALCOUTIMA cargo da Adjunta de Notário

Lic. Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão

Certifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje neste Cartório Notarial, a folhas cento e vinte e uma do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “trinta e três – D”, Maria Rosa Teixeira Lourenço, N.I.F. 109.080.025 e marido, Fernando Manuel Lourenço, N.I.F. 109.080.017, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, onde residem em Malfrade:

Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrem, do prédio urbano, composto de edifício de dois pisos com vários compartimentos e logradouro, sito em Malfrade, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a superfície coberta de cento e sessenta e dois metros quadrados e a descoberta de cento e cinquenta e três metros quadrados, a confrontar do norte com via pública, sul com Valentim Afonso, nascente com Manuel António Guerreiro e poente com Manuel Teixeira e irmão, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim e inscrito na respec-tiva matriz, em nome do justificante marido, pelo artigo 1390, com o valor patrimonial tributário de 18.970,00€, a que atribuem igual valor.

Que o referido prédio lhes pertence por ter sido doado a ambos, já no estado de casados entre si, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e sete e, portanto, há mais de vinte anos, por contrato verbal, não titulado por escritura pública, pelos seus pais e sogros, Casimiro Rosa e mulher, Gracinda Maria Dionísia, já fale-cidos, casados que foram sob o regime de comunhão geral de bens e residentes que foram em Malfrade, não dispondo os justificantes de título formalmente válido que comprove tal doação.

Que, no entanto, desde que a mesma foi efetuada até à pre-sente data, eles justificantes entraram na posse e fruição do citado imóvel, ininterruptamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizar e fruir coisa exclusivamente sua, adquirida dos anteriores proprietários, cui-dando da sua manutenção e habitando-o, pagando as respectivas contribuições e impostos, dele retirando todas as suas normais utilidades.

Que, em consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública e contínua, adquiriram o dito prédio por usucapião, que invocam para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo.

Que o identificado prédio tem a natureza de bem comum do casal.

Está conforme o original.Cartório Notarial de Alcoutim, aos seis de novembro de dois

mil e treze.A Adjunta do Notário, em substituição legal,

(Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão)Conta:Art.º 20.º nº 4.5…….€ 23,00São: vinte e três euros. Conta registada sob o nº 38

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2013

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e sete de Novembro de dois mil e treze foi lavrada neste Cartório, de folhas cinquenta e três a folhas cinquenta e quatro verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e seis - A, uma escritura de justificação, na qual compareceu:

Aldina Claudina Dias, natural da freguesia e concelho de Castro Marim, casada com Eduardo Domingues Rodrigues sob o regime da separação de bens, residente em Tanoeiro, na freguesia e concelho de Castro Marim, con-tribuinte fiscal número 167 059 815.

Que declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio urbano destinado a arrecadações e arrumos, sito em Tanoeiro, na freguesia e concelho de Castro Marim, composto por edifício térreo, com uma divisão, e logradouro, com a área total de trinta e três metros quadrados, dos quais vinte são de área coberta, a confrontar a Norte com Jorge Ferreira e Cândido Ferreira, a Sul e Nascente com Herdeiros de Ermelinda Rosa Palma, e a Poente com Caminhos e Herdeiros de Ermelinda Rosa Palma, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 8146, da dita freguesia de Castro Marim, sem proveniência de matriz anterior, com o valor patrimonial tributável e atribu-ído de seiscentos e noventa euros.

Que o referido prédio entrou na posse da justificante, no estado de sol-teira, maior, por doação verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e cinco, feita pelos seus pais António da Palma Dias e mulher, Rita Maria Claudino, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram na freguesia e concelho de Castro Marim, ambos já falecidos.

E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado a justificante na posse do referido prédio, utili-zando-o para guarda de alfaias agrícolas, e outros objectos seus, cuidando da sua manutenção e conservação, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhe-cimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que a justificante adquiriu o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.

Está conforme o original. Castro Marim, aos 27 de Novembro de 2013.

A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da

Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e

da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 75/11 Factura n.º 3927

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2013

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRA

Nos termos do Artº. 100, n.º 1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec – Lei número 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia vinte sete de Novembro de dois mil e treze, de folhas vinte e oito a folhas vinte e nove, do livro de notas para escrituras diversas número cento e sessenta e sete – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual:

ANTÓNIO CUSTÓDIO ADRIANO MARTINS, NIF 139.108.262, natural da freguesia de Martim Longo, con-celho de Alcoutim e mulher EDUARDA FILIPE MARTINS ADRIANO, NIF 200.522.787, natural da freguesia de S. Pedro de Sólis, concelho de Mértola, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no sitio de Pessegueiro, Caixa Postal 364, Martim Longo, Alcoutim, declararam:

Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio urbano, composto por edifício térreo com diversos compartimentos e quintal, destinado a habitação, sito em Pessegueiro, freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, com a área total de cem metros quadrados, a confrontar do norte com via pública, do sul com José Brás, do nascente com o próprio e do poente com Vicente da Silva, inscrito na matriz sob o artigo 1.286, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de QUATRO MIL OITOCENTOS E OITENTA EUROS, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.

Que eles justificantes adquiriram este prédio, no ano de mil novecentos e noventa, em data que não podem precisar, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Silvestre Baltazar e mulher Maria Vir-gínia, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no sitio de Diogo Dias, freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim.

Que desde esse ano possuem o prédio em nome próprio, usufruindo do mesmo, fazendo as obras de con-servação e reparação necessárias, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhe-cimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o prédio por usucapião.

Que o prédio tem a natureza de bem comum do casal.Vai conforme o original.

Tavira, em 27 de Novembro de 2013A funcionária por delegação de poderes;

(Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/1)Conta registada sob o nº. Factura nº.

1 de Dezembro de 2013

CARTÓRIO NOTARIAL DE ALCOUTIMA cargo da Adjunta de Notário

Lic. Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão

Certifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje neste Cartório Notarial, a folhas cento e vinte e três do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “trinta e três – D”, que Bebiana da Conceição Marques Neves, N.I.F. 143.191.322, natural da freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim e marido, Rogério Policarpo Neves, N.I.F. 143.191.330, natural da freguesia de Moncarapacho, concelho de Olhão, casados sob o regime de comu-nhão de adquiridos, residentes na Estrada Nacional 398, nº 21, 1º dtº, em Quelfes, Olhão, declararam:

Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrém, do prédio urbano destinado a habitação, sito em Soudes, freguesia de Alcoutim e Pereiro, concelho de Alcoutim, composto de edifício térreo com várias divisões e logradouro, com a superfície coberta de setenta e nove vírgula setenta e dois metros quadrados e a descoberta de cento e vinte e sete vírgula quarenta e três metros quadrados, que con-fronta a norte com Claudino António Nobre, do sul com via pública, do nascente com Avelino Rodrigues e do poente com João Marques, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim e inscrito na matriz, em nome da justificante mulher, sob o artigo 2137 da fregue-sia de Alcoutim e Pereiro, anterior artigo 1270 proveniente do artigo 1205, ambos da extinta freguesia do Pereiro, com o valor patrimonial tributário e atribuído de cinco mil quinhentos e sessenta euros.

Que o prédio supra identificado entrou na posse em data impre-cisa do ano de mil novecentos e oitenta e oito e portanto há mais de vinte anos, por doação verbal e nunca reduzida a escrito feita pelos pais da justificante mulher e sogros do justificante marido, Francisco Marques e mulher Gracinda Marques, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral e residentes em Soudes, freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim, pelo que o indicado prédio tem a natureza de bem comum do casal.

Que, no entanto, desde que a mesma foi efetuada até à presente data, sempre eles justificantes estiveram na posse e fruição do citado imóvel, ininterruptamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizar e fruir coisa exclu-sivamente sua, adquirida dos anteriores proprietários, pagando as respetivas contribuições e impostos, cuidando da sua manutenção e habitando-o, enfim, extraindo todas as utilidades por ele proporcio-nadas.

Que em consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública, continua e de boa fé, adquiriram o dito prédio por usucapião, que expressamente invocam para justificar o seu direito de proprie-dade para fins de registo.

Está conforme o original.Cartório Notarial de Alcoutim, aos vinte de novembro de dois mil

e treze.A Adjunta do Notário, em substituição legal,(Margarida Rosa molarinho de Brito Simão)

Conta:Art.º 20º nº 4.5……….€ 23,00. São Vinte e três euros. Conta regis-

tada sob o nº 40.

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2013

Certifico para efeitos de publicação que, por escritura de Justificação Notarial, outorgada neste Car-tório, em vinte e cinco de Julho de dois mil e treze, lavrada de folhas 146 a 148, do Livro de notas para escrituras diversas número 127, “CTT – Correios de Portugal, S.A.”, com sede na Rua de São José, número 20, freguesia de São José, concelho de Lisboa, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, com o mesmo número de matrícula e identificação fiscal 500.077.568, com o capital social integralmente realizado de oitenta e sete milhões trezentos e vinte e cinco mil euros; justificou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, da totalidade do seguinte prédio urbano, destinado a ser-viços, sito na Rua Dom Sancho II, número 3, ligar, freguesia e concelho de Alcoutim, onde se mostra regis-tada a aquisição de dezanove barra vinte avos a seu favor, a ora da justificante, pela inscrição com a AP. 2 de 1955/09/20. Que o referido prédio se encontra inscrito na matriz da referida freguesia sob o artigo1504, com o valor patrimonial tributário de € 53.860,00, correspondendo ao direito que se pretende justificar o valor de dois mil seiscentos e noventa e três euros valor que lhe atribui. Que o supra identificado prédio foi adquirido pela administração Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones, antiga denominação da sociedade justificante, a António Joaquim Felício Júnior e mulher Belmira Pereira Afonso Felício, por escritura de compra e venda, outorgada em trinta de Junho de mil novecentos e cinquenta e quatro, no Cartório Nota-rial de Alcoutim, lavrada a folhas 64 do livro de notas para escrituras diversas número 27, no entanto, na referida escritura pública e encontrando-se o prédio não descrito na competente Conservatória do Registo Predial, foi nela indevidamente identificado, só tendo sido possível à ora justificante registar a seu favor dezanove barra vinte avos, apesar da referida compra e venda ter tido por objecto a totalidade do prédio, tanto assim é que a sociedade justificante entrou de imediato na posse do prédio (no seu todo), onde inclusivamente funciona a estação de correios de Alcoutim, serviço que subsiste até aos dias de hoje, que todavia, não chegaram a formalizar a necessária rectificação da escritura de compra e venda atrás melhor identificada, nem pode agora vir a fazê-lo, em virtude de se desconhecer o paradeiro dos vendedores ou mesmo dos seus herdeiros, já que atendendo-se às suas idades podem mesmo já ter falecido. Que se encon-tra na posse da totalidade do prédio há mais de vinte anos, posse que sempre exerceu sem oposição de quem quer que seja e com o conhecimento de todos, sendo por isso uma posse de boa fé, pública, pacífica e contínua de que o imóvel lhe pertence, por praticar todos os actos inerentes à qualidade de proprietário, nomeadamente, utilizando-o como estação de correios da localidade, serviço que ali funciona até aos dias de hoje e pagando os impostos a ele devidos, pelo que o adquiriram por usucapião, não conseguindo reunir agora todos os demais interessados que lhe permita fazer a prova da aquisição pelos meios extrajudiciais normais.

Está conforme o original. Alfragide, vinte e cinco de Julho de dois mil e treze.

A Notária,(Ana Filipa de Losada Marcelino Tomás)

Conta nº. 1825

1 de Dezembro de 2013

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2013 | 25

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26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2013

POESIA&COLABORADORES

Pedro Tavares

À Descoberta do Verbo

Andei pela vida foraverbos a coleccionar

e, mesmo em cima da hora,apanho com o verbo “troikar”.

Por uma moeda forte“troikei” os meus magros tostões,

caí na teia da morte,tecida por hábeis barões.

Cavei o meu próprio fosso,não ganhei para almoçar;já só tinha a pele e o osso,

restava-me apenas “troikar”.

“Troikei”, sirvo outros patrões,envergo o meu fato de ganga;mas, levei com três mandões

e fiquei mesmo de tanga.

Nada tenho p’ra “troikar”,minha vida é um fracasso,

sem sapatos p’ra calçar,ando na rua, descalço!

Manuel Palma

Não Enfrentes o Mar

Nunca enfrentes o marSabes bem que és derrotado

Porque ele vem buscarAquilo que não quis dar

E tanto lhe tens roubado.

Agora está a sentirO que sofre há muitos anos

Já não pode admitirVer os seus bens a fugir

Com desculpas e enganos.

Vê que ele é devoradorNão deves roubar-lhe a terra

A todos causa pavorMostrando assim o terror

Quando as ondas estão em guerra.

Ilhas, Duas e BaíasQue tanto têm sofrido

O mar mostra a sua arreliaPode esperar noite e dia

Mas nunca está esquecido.

Olha que o mar não perde tempoEle quer o que é seu

Vem com raiva e traz o ventoAparece de momento

Vem buscar o que não deu.

Henrique Roberto

Toda a Gente é pessoa

Rosa… Ó Rosa!?... Moça?... tu “na me oves”!? “Má rás” partam os namoricos… Não há meio de dares conta do que te digo?...Ó raio!...olha lá!?...O moço bebeu o “banacau”!?...

Tenho a cabeça “desvaída” e aquele enfezado cada dia está mais “deslaiado”.

Maria Maria!?...Ele na quer o “banacau”… quer sopas de cavalo cansado…Olhe lá!... na “ove”!?... Viu passar por aqui o Lárinho!?...O Lárinho?...Senhora!?... Na me diga que na conhece o Lárinho?Outra coisa na conheça eu!? Lá porque é baixinho!?...Baixinho é, mas dizem que é bem composto…Moça… tem vergonha nessa cara, tas sempre com “a canina

n’água”…Rosa, empurra-me o 2banacau” a esse moço!... Na vês como ele

anda “melriço”…na tem nada do pai…Amanhã vou mostrá-lo ao Doutor Gomes …já sei a sentença que vou

ouvir!...Sentença?... Mana Maria!...“Ora-ai-tens”!?...Tu na sabes como ele é!...Na haja dúvida que trata todos por igual, mas com as crianças!?...Valha-me Deus, É UM AI Jesus…Os moços, no dizer dele…E tantos que por aquelas mãos passa.Quando descobre que não estamos a fazer as coisas como manda o

preceito, desanca na gente que é um regalo.Pudera: Toda a gente sabe que não é homem de “camelices” mas

muito lhe devemos e muito mais a “moçanhada”… Na te lembras das “bácinas”?

O cuidado que ele tinha…E a maternidade?Maternidade? Aqui em Castro Marim?“Oleques”!...É verdade Rosa, os moços aqui nasciam aqui e, tanto o Dr. José

Afonso Gomes, como a parteira, Maria Marques, não tinham mãos a medir.

Um sismo, ou um abalo de terra, não sei como se diz isso… o que sei é que a Terra tremeu e a uma quinta-feira pela noite a dentro do dia 28 de Fevereiro de 1969 toda a zona da Maternidade que estava no primeiro andar do Hospital Ribeira Ramos ruiu e veio abaixo.

Ai Mana Maria, não me diga nem me conte…

Ant.º de Castro

O livro «Porquê Eu?», de Hugo Pena«…uma narrativa muitíssimo interessante, que transmite segurança e consistência, permitindo ao leitor o prazer de especular sobre a ação, as personagens, a verdade e a ilusão (como se quer num livro marcadamente policial)».

Com uma escrita atenta, constante e clara, Hugo Pena oferece-nos Porquê Eu?. O jovem escritor revela-se um pensador de múltiplas situações e resoluções e, ao mesmo tempo, criador de perspetivas emocionantes dentro das ações que constrói. Através de Porquê Eu?, Hugo Pena apresenta uma narrativa muitíssimo interessante, que transmite segurança e consistência, permitindo ao leitor o prazer de especular sobre a ação, as personagens, a verdade e a ilusão (como se quer num livro marcadamente policial).

Nesta narrativa, os capítulos são curtos e nem sempre centralizados nas personagens principais (como acontece, também, por exemplo, no marcadamente policial O Código da Vinci, de Dan Brown). Igualmente como em Brown, os finais destes curtos capítulos deixam sempre uma porta entreaberta para as linhas seguintes. Salienta-se, ainda, a importância da voz narrativa (a qual nos acompanha e confunde, na presença de visões em forma de dom), que nos habituamos a ler, por exemplo, em Murakami. Esta voz penetra numa das personagens, na ação e aconchega-se no leitor. Não falta, claro, o estilo Noir, com personagens em conflito, repletas de sarcasmo próprio e de aventuras e romances vividos no limite.

O autor, com apurada mestria, consegue sublinhar o privilégio narrativo das personagens femininas. Consegue, mesmo, correlacionar uma perspetiva feminina do mundo com uma narração repleta de múltiplas ideias (…Maria coloca um braço à volta do pescoço do marido e pergunta-lhe quantos dias é que tinha de se ausentar… - in Porquê Eu?) Mas não só! A vida de quatro personagens (uma arquiteta, uma jornalista, um informático e um agente da PJ) percorre os labirintos da infertilidade (masculina), da competitividade e, em contrapartida, da amizade no trabalho, da eterna dualidade entre amor e desamor, lembrando o Poema do Desamor, de O’Neill (… Ferra – marca – dispara – enodoa / Não se pode morar nos olhos de um gato...) e, claro, de uma série de crimes que, certamente, unem livro e leitor.

Hugo Pena, com este tom policial, próximo do tradicional thriller criminal, mas também com a modernidade da escrita informativa-jornalística crescente neste género, visíveis nesta obra com a perícia de estudos forenses, com o avanço científico, com a utilização da pesquisa via Internet, nas redes sociais/correio eletrónico e com o uso e abuso do telemóvel, abre uma nova janela no recente panorama literário da região do Baixo Guadiana. Panorama, este, já muito bem preenchido na escrita poética e no domínio do conto e do romance, agora enriquecido com um policial. Assim sendo, estamos perante uma obra que justifica a nossa atenção e que, reitero, abre essa nova e supracitada janela - com vista para muitas e diferentes paragens.

Em suma, Porquê Eu? revela-se uma viagem ao mundo do suspense, mas também ao interior do ser humano (O que se passará na cabeça da minha filha? Aquela expressão e olhar penetrante …A minha filha não era assim… - in Porquê Eu?), com descobertas íntimas (O homem tinha ido beber para esquecer, mas a verdade é que não só esquecia a desilusão que foi a notícia dada pelo médico, como também se esqueceu da boa educação. Tornou-se inconveniente… - in Porquê Eu?), diálogos, silêncios e aproximações inesperadas: uma verdadeira viagem… com um horizonte de vida… que poderia ser a vida de qualquer um de nós. A viagem Porquê Eu? está feita. Agora, merece ser lida.

Nota: a apresentação da obra será feita no dia 6 de dezembro, na Biblioteca de Castro Marim, às 18h; ainda neste mês de dezembro, o livro também será apresentado na Biblioteca Provincial de Huelva.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2013 | 27

DESPORTO

“O esforço, dedicação e união de toda a equipa fez com que este fosse o nosso resultado final no Circuito Provincial de Huelva, obrigado a todos os atletas e aos nosso patrocinadores”. Esta é a mensagem principal que o núcleo spor-tinguista de BTT deixou no rescaldo da grande vitória obtida no «Circuito Pro-vincial de Huelva - Rally Xco 2013».

Depois de participar, naquela com-petição na vizinha Espanha, em quatro percursos, num total de seis a equipa leonina da cidade pombalina teve um resultado «sobre rodas» que encheu de alegria os seus elementos, corpos dire-tivos e todos os apoiantes e patrocina-dores. O pódio foi ganho com um total de 2510 pontos. Por tudo isto o orgulho da família sportinguista é grande.

Decorreu no domingo, dia 3 de novembro, mais um passeio moto “Odeleite TT”, organizado por um grupo de jovens residentes e pela associação Almada d’Ouro Club. A 5ª edição contou com 163 participantes, o maior número de sempre.

O passeio iniciou pela manhã, com a concentração de participan-tes na sede do Almada D’Ouro Club, neste que foi o ponto de partida e chegada escolhido para a realiza-ção do percurso todo-o-terreno de 85 quilómetros, pelos montes e vales do interior serrano do concelho de Castro Marim.

Após o término da prova, suce-deram-se momentos de convívio e diversão, num almoço que juntou organização e participantes, seguido da cerimónia de entrega de troféus.

Este ano a organização decidiu premiar os participantes que se têm vindo a destacar nos passeios “Ode-leite TT”, com os seguintes troféus:• Prémioparaa1.ªinscrição

- Jaime Gomes

Tem pelo nome «Entre Muralhas» e as inscrições estão abertas até 22 de Dezembro. Este é o último desafio radical de 2013 lançado pela Rodactiva/Sem Espinhas e vai acontecer a 29 de Dezembro. “Pensado nos amantes do atletismo, eis que surge o repto de correr por uma diversidade infindável de terrenos (alcatrão, terra batida, empedrado, subir e descer escadas e claro correr nas muralhas do Castelo de Castro Marim), com passagem nos monumentos mais emblemáticos da Vila de Castro Marim, são a nossa oferta para todos vós no 1.º TRAIL URBANO de 2013”, anuncia a organização. A concentração e partida está marcada para o Pavilhão Municipal de Castro Marim. Há duas opções de percurso entre, um de 7 km e outro de 14 km, sendo que a dificuldade é de nível médio. As inscrições e informações estão http://rodactiva.pt/8.html e em http://rodactiva.blogspot.pt/p/trail-urbano-entre-muralhas.html. O valor da inscrição é de 5€.

A jovem vilarealense Sílvia Corriente ficou em terceiro lugar da taça de Portugal de Culturismo, na categoria «women physique», que decorreu em Aveiro a 23 e 24 de Novembro. Em Abril de 2014 vai participar no campeonato nacional.

Novo protocolo

Entretanto já foi apresentado o protocolo para a equipa de ciclismo – Modalidade de BTT para o ano de 2014. Terá o nome «Tema Casa Abílio Bike Shop – Núcleo Sportinguista de Vila Real de Santo António. “Após o último ano de muito trabalho e muita dedicação, desde o inicio deste projecto temos patrocínios de algumas marcas que representamos, da qual ficamos muito agradecidos e isso só demonstra a confiança que tem em nós e no nosso trabalho”, declara o núcleo leonino que está a ganhar pontos importantes no mundo do ciclismo. “Vamos surpre-ender muita gente!!!”, garantem os ciclistas.

• Prémioparaoparticipanteque mais evoluiu ao longo de todos os passeios - Pedro Luís• Prémioparaa1.ªsenhora

inscrita - Mónica Pereira• Prémioparaoparticipante

de mérito - Duarte Fernandes• Prémio para o Almada

D`Ouro Club, pela cedência de ins-talações e apoio logístico prestado desde 2012.

A Câmara Municipal de Castro

Marim associou-se a esta iniciativa, apoiando a organização do «Odeleite TT», tendo igualmente marcado pre-sença no decorrer da prova, assistindo aos vários momentos de convívio que ocorreram ao longo de todo o dia.

Núcleo Sportinguista de VRSA de BTT campeão em Huelva

5º “Odeleite TT” animou interior do concelho de Castro Marim

Rodactiva leva a cabo 1.º trail urbano

Sílvia Corriente no pódio do Culturismo

Futebolândia

Olá, já estamos no mês do natal, mês do consumo exagerado, para muitos infelizmente não, mas para outros é a loucura! E falando em loucuras, aquela de um comer-ciante de Braga a partir à “marre-tada” uma máquina da “Pepsi” por causa de um “Spot” publicitário da Suécia contra o Cristiano Ronaldo, aquando do “Playoff” de apura-mento para o mundial do Brasil… E agora isto que vou escrever é sério, muito sério.Até coloco noutro parágrafo para destacar…Eu fico preocupado que o futebol leve as pessoas a cometer este tipo de ações, estamos a falar de um desporto apenas e por uma cam-panha infeliz da “Pepsi”, já eram chamadas de atenção nas redes sociais para boicotar a “Pepsi”, bebendo outro tipo de bebidas.Agora pergunto, se aparecer uma campanha de uma empresa de produtos alimentícios, de várias bebidas, de mulheres, todas cam-panhas contra o Cristiano Ronaldo, vão deixar de comer, beber e não digo mais porque este é um jornal sério. Admito, é um jogador excecional, fez um jogo extraordinário, mas não podemos ser radicais com as situações, tem que haver pondera-ção e eu acho que existem coisas muito mais importantes que o futebol.Eu acho que enquanto os portu-gueses preocuparem-se com a “Pepsi” da Suécia, com o Cristiano Ronaldo, com a “Casa dos Segre-dos” e da Teresa Guilherme, que um come outra e outra come outro e outro faz o não sei o quê a outro, com a seleção portuguesa que vai ao Brasil dançar samba, os portu-gueses continuam desempregados, passando dificuldades, famílias a devolver as casas aos bancos e a voltar a viver com os pais e o governo a cortar em tudo e eu nas redes sociais leio muito pouco sobre o assunto, só sobre “Joseph Blatter” e a “Pepsi”. Mas atenção!... eu não gosto de “Pepsi”, gosto mais de cola zero, por causa das calorias e dos açucares…engordam.Mas preocupo-me porque parece que tudo o resto não importa, como tudo o resto estivesse tudo bem, mas será que sou eu que estou errado em pensar assim…secalhar estou. Bom Natal.

A equipa já apresentou protocolo para próxima época

Eusébio Costa, técnico superior na área da comunicação da junta de freguesia de [email protected]

O passeio de moto foi organizado por um grupo de jovens residentes e pela associação Almada d’Ouro Club. A 5ª edição contou com 163 participantes, o maior número de sempre.

Taça de Portugal de Culturismo decorreu em Aveiro em Novembro

DR

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2013

O Natal chegou! Há quem já tenha resolvido a sua decoração em casa, e não só, mas há quem nesta altura a que o nosso jornal sai esteja ainda com dúvidas na opção a tomar no que toca à árvore de Natal.Ora bem, nada mais aconselhável do que recorrer a material reciclado para elaborar uma árvore de Natal. Os mais céticos que se inspirem em bons exemplos que se podem encon-trar a este nível, navegando na Inter-net. Poupamos, mais uma vez, na carteira e no ambiente. Inspire-se!

O Estudo «Atividade física, obesidade, alimentação e imagem corporal na população dos 6 aos 10 anos de idade da zona circundante do Baixo Guadiana» foi recentemente distinguido no 17.ª Congresso Portu-guês de Obesidade. A menção honrosa foi atribuída ao trabalho de Carlos Afonso Pereira, Eduardo Ozcorta, Pedro Buñuel, Ángela Robles, Helder Silva e Inma-culada Quiñones´. Um estudo ibérico de cooperação entre o Algarve, Alentejo e a Andaluzia através do programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal-Espanha (POCTEP) 2007-2013. Cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) inclui do lado espanhol a câmara municipal de Aya-mone e a associação de municípios de Beturia, e do lado português as câmaras municipais de Vila Real de Santo António, Castro Marim, Mértola e a associação de desenvolvimento local Odiana. A amostra do estudo em causa, que também contou com o apoio do projeto «Escola Activa» e que é o único do género e com esta dimensão alguma vez rea-lizado no Baixo Guadiana, é constituída por crianças unidas pelo rio Guadiana. O estudo vai faz também a comparação entre si das populações ibéricas. Foram passados a «pente fino» os hábitos de atividade física e de sendentarismo, os padrões alimentares, o índice de massa corporal e a satisfação com a imagem.

Cartoon ECOdica

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Há projetos que marcam as gerações. Livro sobre alimentação de sotavento aproximou netos e avós

Desassoreamento do rio Guadiana sofre atrasos consecutivos. Os autarcas do território estão indignados

Sal de Castro Marim está a ganhar novo fôlego. Cooperantes investem em novos produtos e comunicação e câmara municipal dá apoio

Estudo do Baixo Guadiana sobre obesidade distinguido por Associação Portuguesa