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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 14 - Nº174 DEZEMBRO 2014 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE Agrupamento de Escolas é distinguido a nível nacional pelo conhecimento de idiomas Luís Gomes foi distinguido pelo Concelho de Estado da República de Cuba Investimento de milhões em energia solar avança com expectativa P 17 P 13 a 15 P 4 P 10 P 8 P 9 Associação «Cumeadas» na luta contra desertificação do Interior Filmagens aéreas: Aeromodelista apaixona-se pela tecnologia Drone União de Freguesias Alcoutim e Pereiro no Baixo Guadiana: o que mudou?

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Page 1: Jbg dezembro

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2014 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 14 - Nº174

DEZEMBRO 2014

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

Agrupamento de Escolas é distinguido a nível nacional pelo

conhecimento de idiomas

Luís Gomes foi distinguido pelo Concelho de Estado da

República de Cuba

Investimento de milhões em energia solar avança com

expectativaP 17

P 13 a 15

P 4 P 10

P 8

P 9

Associação «Cumeadas» na luta contra desertificação do Interior

Filmagens aéreas: Aeromodelista apaixona-se pela tecnologia Drone

União de Freguesias Alcoutim e Pereiro no Baixo Guadiana: o que mudou?

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2014

JBGJornal do Baixo Guadiana

Não há que fugir ao tema. O JBG não vive num espaço virtual e por conse-guinte o que de importante se passa no País não lhe pode ser indiferente, sobretudo porque os acontecimentos que estamos a viver representam um abalo telúrico de extrema dimensão na vida politica, fazendo crescer uma opinião muito desfavorável de uma boa parte dos portugueses quanto aos políticos e ao valor das instituições que dão corpo ao regime democrá-tico.

Compreende-se tal estado de espí-rito pelo peso das acusações que são imputadas a um ex-governante e, desse modo, neste tempo de finais de Novembro tempestuoso e frio, como é suposto ser, tal acontecimento tenha atraído a atenção da maioria dos por-tugueses, perante o espetáculo que a imprensa reservou, alimentado por sucessivas fugas ao segredo de justiça . Pelo caminho, e por enquanto, ficou a saber-se que, pela primeira vez, um ex-primeiro ministro ia ficar em prisão preventiva num tempo que se pode

arrastar em, pelo menos, um ano a não ser que no contraditório venham a predominar razões invocadas em sua defesa. Seja como for, num País de maioria católica, conhecida que foi a decisão do super juiz havia razões de sobra para se ficar entre a perple-xidade e o espanto, divididos entre a raiva e a luxúria, singularmente, dois dos sete pecados mortais.

Numa Associação dirigida por mulheres luta-se contra a desertifi-cação do Interior através do apoio prestado aos produtores florestais bem como a jovens que vislumbram no regresso à terra e à produção agrí-cola alguma luz quanto ao seu futuro. Todos os que por cá andamos desde há muito nos recordamos das enormes expectativas que foram criadas pelo povoamento de pinheiros mansos em significativas áreas da serra de Alcou-tim e Castro Marim; acções que per-mitiram aos proprietários recuperar algum rendimento de propriedades até aí, na sua maioria, ao abandono. Todavia, pela voz das dirigentes da Associação «Cumeadas», na repor-tagem que o JBG oportunamente vos trás nesta edição, fica-se a saber que a espécie plantada não está em condições de garantir, após 20 anos, os rendimentos esperados aos seus proprietários, período em que cessa a atribuição dos subsídios que até aqui

usufruíam. Tratava-se de facto de uma emergência a que as diversas autori-dades: autarquias, Governo, universi-dade e corpo cientifico tinham de ser alertadas e mobilizadas para encon-trar uma solução que para além de técnica tem de ser económica porque se tal não ocorrer a breve prazo o que se terá pela frente é um regresso ao passado.

Em contraste são excelentes as notí-cias que nos dão conta de intenções de investimento para criar uma área de produção de energia solar a partir de um enorme parque de painéis foto-voltaicos. Oxalá se possa rapidamente passar das intenções aos actos pelo relevo que tal investimento permi-tiria no desenvolvimento não só de Alcoutim, mas igualmente de conce-lhos vizinhos. O planalto de Alcoutim é uma área desde há muito estudada para a produção de energia solar e dos estudos conhecidos todos apontam para condições excepcionais dadas as horas de sol/ano existentes neste território, condições facilitadas desde há não muito tempo, pelo atravessa-mento de uma linha de alta tensão na qual, a haver produção, a mesma poder vir a ser injectada e comercia-lizada.

Aproximamo-nos de mais um fim de ano. O próximo vai ser marcado, a atender ao conteúdo do Orçamento

de Estado, por mais um período de sacrifícios exigidos à maioria dos por-tugueses. Um ano em que é expec-tável saber-se que desenvolvimento tiveram as investigações ao caso BES e à família do banqueiro, às acusações de corrupção que envolvem os vistos Gold que conduziram à demissão de um Ministro e à prisão preventiva de altos funcionários do Estado, às condições de privatização da TAP, ao desenvolvimento de mais episódios em torno da prisão e das acusações ao ex-primeiro ministro, mas também, igualmente, um ano marcado pela realização de eleições para Assem-bleia da República em Outubro pró-ximo. É assim, previsivelmente, um período para o qual são mobilizadas todas as atenções dos portugueses.

Finalmente, aproveito para vos desejar a todos, jornalistas, colabora-dores, leitores do JBG, trabalhadores da Odiana, um bom Natal e, tanto quanto necessitem de saúde e condi-ções de vida e trabalho, que o próximo ano vos seja de todo melhor.

Carlos Luis [email protected]

ABERTURA * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Alexandra GonçalvesAna Amorim DiasCarlos BrásEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoJosé Carlos BarrosJosé CruzPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171966 902 856Fax: 281 531 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:FIG - Indústrias GráficasRua Adriano Lucas,3020-265 Coimbra,Tel: 239 499 922

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Vox Pop

R: Claro que vi da forma que todos os cidadãos viram. Foi muito bem a deten-ção, mas já tardia. Que a justiça tenha mão pesada para esse e todos os malfeitores de todo este país.

Nome: Celestina LapaProfissão: Reformada por invali-dez

R: Para nós portugueses acaba por ser mais um golpe de descrédito da classe política que, por si só, já tem a sua cre-dibilidade muito fragilizada. Do ponto de vista externo demonstra que, por um lado, o sistema de justiça português, de facto, funciona, punindo até as altas individua-lidades do Estado. Mas temos também o lado negro: será que se vai manter a con-fiança num país que foi governado por um homem agora preso?...

Nome: Ana Rita CaleiroProfissão: Artesã/cantora/técnica de comunicação

R: Eu acho que isto já deveria ter sido feito há mais tempo. Mas ainda estão muitos cá fora; se não fossem eles secalhar Portugal poderia estar melhor.

Nome: Joaquim QuinitoProfissão: Comerciante

R: Esta situação em que actualmente se encontra o ex - primeiro ministro faz acre-ditar que a justiça em Portugal está no cami-nho correcto e que mudará o seu repertório, que até hoje é duvidoso em relação a figu-ras políticas. Espero que este caso seja um exemplo positivo e que realmente a punição seja a mais adequada para a gravidade da situação.

Nome: Gilda MariaProfissão: Fotógrafa

Como viu a atuação da justiça portuguesa no caso da detenção de José Sócrates, ex-primeiro ministro?

Editorial

Na edição de novembro enunciámos por diversas vezes, erradamente, o Presidente de Castro Marim como Presidente de Alcoutim. No desporto, por lapso, saiu informação desatualizada na notícia relativa à prova «X Milhas do Guadiana». Aos visados e aos nossos leitores as nossas desculpas.

ERRATA

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2014 | 3

CRÓNICAS

Quando o Cante Alentejano foi classificado como Património Cultural e Imaterial da humanidade pela UNESCO, num momento histórico para a cultura portuguesa, Castro Marim conheceu, fruto do trabalho dos castromarinenses nos últimos dezassete anos, um dos maiores progressos da sua história mais recente em termos sociais, económicos e culturais, exercendo atractividade bastante para que diversos empresários acreditassem e se instalassem no concelho como foi o caso da Atlantik Fish, uma empresa de sucesso. Tudo começou em 2008, quando a Atlantik Fish, liderada pelo empresário André Lima Cabrita, adquiriu 35 hectares dos esteiros

da Carrasqueira e Lezíria em Castro Marim, em pleno santuário da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim/Vila Real de Santo António, para a produção de peixe em sistema de aquacultura. Volvidos seis anos sobre o lançamento deste projecto arrojado, no valor de 3 milhões de euros, a empresa moldada por um empreendedorismo cativante assegura a produção anual de mais de 300 toneladas de pescado e bivalves, entre robalos, douradas e ostras, o equivalente a 60% da capacidade instalada. Um dos êxitos da maior instalação de aquacultura semi-intensiva em Portugal, localizada em Castro Marim, reside na produção do

pescado, cuja renovação completa da água entre os tanques é baseada no ciclo das marés, com ganhos muito significativos ao nível da qualidade e dos custos. Outro dos pilares fundamentais que preside à estratégia empresarial da Atlantik Fish, que compagina a produção de pescado e bivalves com a defesa dos valores ambientais da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim/Vila Real de Santo António, é o escoamento e a comercialização do produto, além da região do Algarve, de Lisboa e de Matosinhos, 20% dos robalos e das douradas produzidos são importados pela Espanha. Quanto aos bivalves, a empresa conta até ao fim de 2014 exportar

meio milhão de ostras para França. Para esta empresa inovadora e estruturante para o desenvolvimento do tecido económico do concelho de Castro Marim, o apoio do Programa de Desenvolvimento do Mar (PROMAR) foi muito importante para a concretização de um projecto único na região algarvia, que tem como desígnio alcançar as metas a que se propôs tais como a produção anual de 200 toneladas de ostras. Entendo que projectos como o da Atlantik Fish, que estão ancorados no conhecimento cientifico, numa lógica empresarial que tem na sua base a excelência e a qualidade e que são responsáveis por gerar riqueza e criar postos de trabalho devem ser encarados como parceiros

essenciais ao desenvolvimento económico de um país, de uma região ou de concelho. Por tudo isso, Castro Marim deve orgulhar-se de ter no seu território uma empresa moderna como a Atlantik Fish, que está apta a competir com os melhores no mercado nesta era da globalização e cuja produção nasce na nossa “Terra com História”.

Vítor Madeira

O adiamento da maternidade, quando se dá por vontade de um dos parceiros na relação ou de ambos, é uma medida do foro íntimo do casal. Quando se dá por imposição de uma entidade estra-nha pode ser um atentado aos direitos humanos. Se acontece como chantagem dentro de uma relação de trabalho, entra no domínio da sobre-exploração sobre quem nada mais tem para garantir a subsistência que a força dos seus braços ou capacidade intelectual.É sabido que, dentro de uma sociedade de matriz capitalista, o empregador

Deixo o carro a trabalhar e volto a casa para ir buscar outra pasta de CDs. Passo uma hora a guiar e a ouvir boleros. A pele arrepia-se. A música passa dos ouvidos para as veias e entranha-se como se fizesse parte de mim. Pergunto-me porque me tocam tanto, os boleros...

Há alguns anos, ao ver um pro-grama sobre mulheres presidiárias, ouvi um testemunho que não mais esqueci: ela disse, com uma since-ridade que me pareceu incontestá-

vel, que era muito feliz na prisão pois já não vivia com medo. Estava presa por, no limite do desespero de tantos maus tratos sofridos, ter assassinado o marido.

Muitas pessoas, vítimas de peri-gosas relações tóxicas que tantas vezes levam à morte, não sabem como sair incólumes desse pesa-delo; pior, a maioria nem sabe como sair. Paradoxalmente, incontáveis casais existem que, num hino ao consumismo moderno, desistem de projetos de família potencialmente bem sucedidos por ninharias sem

importância. Não investem nenhum esforço em fazer funcionar relacio-namentos que até são saudáveis e lançam-se numa busca ininterrupta da meia-laranja perfeita. Pois bem, ela não existe: constrói-se e con-quista-se.

Mas voltemos ao tema: a violên-cia doméstica é frequentemente subestimada como uma situação à qual as vítimas se podem furtar pelo simples afastamento. Infeliz-mente a complexidade dos expe-dientes de controlo emocional e prático destes agressores envolvem

as vítimas em teias das quais estas crêem ser impossível sair. É por isso que a todas as valiosas iniciativas de apoio às vítimas se deve juntar uma mais: a de não fecharmos os olhos aos que nos estão próximos só porque dizem que estão felizes e que amam muito a tal pessoa. Devemos ser mais curiosos com todos os nossos e usar de alguma ingerência nas suas vidas, se pre-ciso for, fornecendo à priori e em generosas doses a força que um dia precisarão de ter.

O CD chega ao fim. Nos confins

da minha memória revejo o meu pai a puxar a minha mãe para dançar um bolero no meio da cozinha. É por isso que tenho os boleros entra-nhados na essência de uma maneira tão doce. É por isso que agradeço à vida a sorte de ter dado aos meus filhos um pai com quem jamais porei a tocar heavy metal.

ao elevado desemprego que gera uma reserva de mão-de-obra capaz de permi-tir aos empregadores todas as veleida-des, quer com o trabalho operário quer com o especializado, que não deixa de ser trabalho.É dentro desta premissa da sociedade em que vivemos que empresas tecnológicas como a Apple ou o Facebook, propuse-ram às suas empregadas em idade fértil o adiamento da maternidade recorrendo à congelação dos óvulos.Ora esta medida, não isenta de altos riscos de saúde, pode justificar-se em determinadas condições muito particu-lares da mulher ou do casal. Não pode é servir para manter a mulher mais tempo

no trabalho, negando-lhe o direito à felicidade e a cumprir o seu desígnio de ser humano, razão pela qual todos nascemos.É uma medida eticamente inaceitável e discriminatória. Um útero aos 40 anos não é o mesmo que aos 20, mesmo que receba óvulos congelados. Para além do mais, a retirada dos óvulos por esti-mulação ovárica envolve injeções fortes de hormonas, algumas delas ainda no domínio do experimentalismo cientí-fico.Os mecanismos da exploração desenfre-ada são muitos e extremamente perigo-sos e a única atitude plausível é a mais veemente negação.

A vida não é apenas a sujeição aos meca-nismos do trabalho e da produtividade. Aposto dobrado contra singelo que nenhum empresário pensará que esta medida se aplicará a uma filha que esteja no conselho de administração da sua empresa, antes lhe garantirá o tempo necessário e até uma ama.Continuo a pensar que, quanto mais jovens forem os pais, mais tempo terão para conviver com os filhos e os netos e, com a atual esperança de vida, até com os bisnetos. Mas o futuro é dos jovens e são eles que têm de tomar a opção.

compra o trabalho como uma merca-doria e tentará fazê-lo ao menor preço possível e o trabalhador tentará obter dele o máximo rendimento que puder. A definição dos preços do trabalho depende da abundância ou escassez da mão-de-obra.Já vivi um tempo em que, quando um trabalhador queria mudar de emprego, porque tinha uma oferta melhor de quem necessitava dos seus serviços, por não haver disponibilidade suficiente de quem fizesse o seu trabalho na empresa, ele tinha de dar ao patrão tempo de saída previsto no seu acordo de traba-lho. Hoje tal não é assim, não por ter deixado de estar escrito, mas devido

Ana Amorim Dias

José Cruz

O Insubmisso

Questionar a maternidade adiada

Boleros e Heavy Metal

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Atlantik Fish – A força do empreendedorismo e do desenvolvimento económico no concelho de Castro Marim

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2014

Agrupamento de escolas de Castro Marim distinguido pelo conhecimento de idiomas

Grupo de Dança «Idade de Ouro» numa final de dança em Sevilha

Desvalorização da disciplina de Educação Física está a preocupar responsáveis

EDUCAÇÃO

Num grupo de apenas seis escolas na esfera nacional está a EB 2,3 de Castro Marim que em 2014 recebe, assim, o «Selo Europeu para as Iniciativas Inovadoras na Área do ensino/Apren-dizagem das Línguas». Esta distinção foi possível graças ao projeto «Livros em Palco».

O reconhecimento deste projeto dá-lo como uma prática inovadora para o ensino e aprendizagem de línguas, sendo que o projeto consiste em colo-car em palco, através de performan-ces teatrais em língua inglesa, textos

As aulas vão desde o sapateado, pas-sando pelo contemporâneo, remontando ao clássico. São três géneros de dança que a associação «Bichinho do Saber» tem como oferta formativa num espaço que o responsável António Guedes quer transformar numa “casa para a juven-tude”. Conta-nos que existe na equipa da associação “um grande amor em trans-mitir conhecimento” o que fez com que esta associação enveredasse pelo apoio aos estudos, bem como pela dança e capoeira.

Este espaço de educação e juventude

Depois de uma reunião realizada entre a Comissão de Educação Física e Desporto na Escola do Comité Olímpico de Portugal, a Sociedade Portuguesa de Educação Física e o Conselho Nacional de Associações de Professores e Pro-fissionais de Educação Física saiu a “preocupação” dos responsáveis pela eventual desvalorização da disciplina de educação Física nas escolas. Na reunião, que contou com a presença do Presidente do Comité Olímpico de Portugal, os responsáveis falaram sobre “os sinais de crescente desvalorização da disciplina de Educação Física

de literatura portuguesa adaptados e reescritos em inglês.

O concurso que atribui o «Selo Europeu para as Línguas» é pro-movido pela Agência Nacional PROALV e o júri conta com representantes das associações de Professores de Alemão, Francês e Inglês, bem como com ele-mentos do Programa «Erasmus+». O Selo Europeu para as línguas (ELL) é uma certificação de qualidade conce-bida para reconhecer e incentivar o domínio do ensino de línguas, e dis-seminar o conhecimento das línguas,

funciona junto à biblioteca municipal Vicente Campinas o ano inteiro “num apoio não apenas às crianças e jovens, bem como às famílias que precisam de espaços de confiança para que os seus filhos fiquem em segurança e adquiram conhecimento”.

Podem frequentar este local crianças e jovens dos 5 aos 30 anos.

A dança tem palco privilegiado

São cada vez mais os alunos que

no sistema educativo público”. Adicionalmente, as instituições manifestaram o desejo de avança-rem com a criação de uma agenda comum de reivindicação quanto à valorização da disciplina”, que desempenha um papel absolu-tamente essencial à elevação da qualidade de vida desportiva dos portugueses, não só pelos fato-res sociais inerentes, como pela importância de criação de hábi-tos de vida saudáveis e todas as repercussões positivas daí adja-centes”. A notícia foi avançada pelo próprio comité olímpico de Portugal.

promovendo boas práticas. Todos os anos, este selo é

atribuído aos projetos de aprendiza-gem de línguas mais inovadores em cada país. Ao apoiar esses projetos, a nível local, regional e nacional, o «Selo Europeu para as Línguas» visa “elevar os padrões de ensino de línguas na Europa”.

A entrega de selos de qualidade e prémios será realizada a 5 de dezem-bro, em Lisboa, e decorrerá no âmbito de uma Conferência Internacional sobre Multilinguismo.

escolhem o grupo «Idade de Ouro» para aprender vários géneros de dança. Antó-nio Guedes confessa que esta modalidade desportivo-artística é a «menina dos seus olhos» e mostra-se empenhado em cada vez mais dar força a quem compõe esta valência no espaço que dirige.

Atualmente são já três professores. Em Agosto o grupo organizou um Festival de dança para animar os turistas que visitaram a cidade pombalina e a 7 de Dezembro estarão, então, em Sevilha para representar Portugal no festival «Vive Tu Sueño».

A 5 de Dezembro responsáveis do agrupamento de escolas de Castro Marim vão até Lisboa receber o prémio que os distingue entre os demais a nível nacional.

O evento de dança vai ter lugar a 7 de dezembro e o grupo de dança «Idade de Ouro» vai marcar presença. A partir de Vila Real de Santo António este grupo, da associação «Bichinho do Saber», conta já com 42 elementos.

Associação «Bichinho do Saber»

Alunos de Castro Marim foram distinguidos devido ao projeto «Livros em Palco»

Atualmente são já perto de 50 elementos que frequentam os estilos contemporâ-neo, sapateado e clássico no grupo de dança «Idade de Ouro»

Reunião realizada entre a Comissão de Educação Física e Desporto na Escola do Comité Olímpico de Portugal, a Sociedade Portuguesa de Educação Física e o Conselho Nacional de Associações de Professores e Profissionais de Educação Física

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2014 | 5

A Federação das Associações juvenis do Algarve já é uma realidade

JUVENTUDE&EDUCAÇÃO

O evento foi promovido pelo Ins-tituto Português do Desporto e da Juventude do Algarve, dirigido pelo vilarealense Luís Romão, e pelo município de São Brás de Alportel, em estreita colaboração com o movimento associativo juve-nil do Algarve.

Aconteceu a 1 de Novembro e juntou cerca de 200 jovens perten-centes a 20 associações algarvias, entre elas algumas do Baixo Gua-diana. Foi um encontro que permi-tiu reunir as associações juvenis, promover a troca de experiências e a reflexão conjunta sobre os desa-fios que se colocam ao movimento associativo, e mostrar publicamente o trabalho desenvolvido na região pelas associações juvenis.

Teve lugar no cineteatro São Brás onde o socialista Vitor Guerreiro, presidente do município que aco-lheu esta iniciativa, se congratu-lou com a realização da iniciativa, tendo sublinhado “a importância das associações como escolas de cidadania”, no qual confessou ter “aprendido grandes lições”. Por sua turno, o vilarealense Luís Romão, diretor regional do Algarve do IPDJ, aproveitou a ocasião para salientar “o crescimento verificado nos dois

últimos anos do número de associa-ções juvenis sediadas no Algarve e a importância deste I Encontro de Associações Juvenis “enquanto meio de dar a conhecer publicamente a dinâmica do movimento associativo juvenil na região”.

Federação das Associações juvenis do Algarve já é uma realidade

Este Encontro foi palco da apre-sentação pública da Federação das Associações Juvenis do Algarve. Uma apresentaçã oficial realizada pelas associações que estão envolvidas na sua constituição. “Trata-se da primeira estrutura interassociativa que terá como objetivos represen-tar, apoiar e promover o associativo juvenil da região”, lembra o IPDJ em comunicado.

Por sua vez, as associações pre-sentes no Encontro tiveram oportu-nidade de mostrar publicamente o trabalho que desenvolvem através de apresentações intercaladas com momentos de animação com música, dança e vídeo.

Houve também lugar para os par-ticipantes ficarem a conhecer outras

entidades que desenvolvem ações para as associações juvenis e para os jovens. A Direção Regional do Algarve do IPDJ, IP, a FNAJ – Fede-ração Nacional das Associações Juve-nis, a Agência Nacional do Programa Erasmus + - Juventude em Ação e a Cooperativa Ecos apresentaram-se aos dirigentes, técnicos e jovens pre-sentes no Encontro.

As associações juvenis participan-tes no J@lgarve dinamizaram um diversificado programa de animação que incluiu demonstrações de BTT e artes marciais, uma simultânea de

xadrez, atuações de hip-hop, dança e acordéon, workshops de yoga do riso e de origami e outras atividades que permitiram mostrar, na prática, o trabalho que é desenvolvido na região pelas associações juvenis.

Simultaneamente, decorreram no auditório painéis de reflexão e debate para dirigentes e técnicos de juventude. A importância da coope-ração interassociativa, as vantagens da participação das associações em atividades de âmbito internacional e o papel que as associações juvenis podem desempenhar no desenvol-

vimento local foram os temas em análise nestes painéis. Intervieram nestes debates, como moderadores: José Vaz da FNAJ, Nuno António da associação juvenil MOJU de Olhão, Pedro Reis da Agência Nacional do Programa Erasmus + - Juventude em Acão, Sofia Martins da Cooperativa ECOS, Marlene Guerreiro, vereadora da Juventude da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, Hugo Nunes, Vice-presidente da Câmara Munici-pal de Loulé, em representação da AMAL, Associação de Municípios do Algarve e Luís Romão, que aqui acumulou também a representativi-dade enquanto presidente da Junta de Freguesia de Vila Real de Santo António.

O Encontro terminou com a representação da peça de teatro «Sopa com Massa» pelo grupo de teatro Sin-Cera da Associação Acadé-mica da Universidade do Algarve.

“Para a realização deste encontro, a organização contou com o apoio do AquaShow, FNAC e Intermarché de São Brás de Alportel. De referir, também, a colaboração da ADS – Associação Designers do Sul que concebeu a imagem dos diferentes suportes de difusão do evento”, frisou a organização.

No total estiveram no Encontro de associações juvenis do Algarve, em São Brás de Alportel duas centenas de jovens de um total de 20 associações algarvias. Partilha de experiências e reflexão, num encontro marcado pela apresentação oficial da Federação de Associação Juvenis do Algarve.

A formação sobre a problemática da «Dislexia sob o método fononímico Paula Teles» teve lugar na biblioteca municipal de Castro Marim a 22 e 29 de Novembro. Ficou o alerta de que uma deteção precoce deve ter lugar ainda no ensino pré-escolar.

Sinais de alerta de dislexia devem ser detectados no pré-escolar

«Love to Dance Arutla» comemorou 15 anos

Vera Oliveira, da «Clínica de Disle-xia Dra. Paula Teles», lembrou na formação para terapeutas da fala, formadores, pais e educadores que “a dislexia não é uma dificuldade temporária e que por isso deve ser detectada o mais precocemente possível” de modo a que a inter-venção seja a mais otimizada. “No pré-escolar as competências fonoló-gicas devem ser avaliadas”. A tera-peuta alertou para o facto que “é errado deixar para o segundo ano [do primeiro ciclo], como é comum acontecer”. Sendo que, despistar na adolescência “já é tarde”. A espe-cialista defendeu também que a intervenção na dislexia deveria ser sistémica, congregando uma rede de especialistas.

Ler muito tem extrema impor-tância para quem precisa do apoio na área da dislexia, uma vez que aumenta em grande escala o capital visual de palavras.

É comum a dislexia acarretar uma baixa auto-estima para os indiví-

O grupo de dança «Love to Dance Arutla» comemorou em Novembro o seu 15.º aniversário. A festa reuniu bailarinos, professora, encarregados de educação, direcção do clube Alturense e a comunidade de Altura aplaudiu mais um aniversário deste grupo de dança do concelho de Castro Marim.

duos. Quanto a sinais, nomeadamente

no ensino pré-escolar, é preciso estar atento “a uma linguagem de bebé persistente e a frases curtas com palavras mal pronunciadas”, disse a formadora.

Foram inúmeras as abordagens ao nível da dislexia feitas pelas for-madoras Vera Oliveira e Lina Rosa. A iniciativa esteve a cargo da asso-ciação Odiana, câmara municipal de Castro Marim e Associação de Beneficiência «Mão Amiga».

Luís Romão, diretor regioanl do IPDJ congratula-se com a criação da Federação das Associações Juvenis do Algarve apresentada em S. Brás de Alportel

Formação sobre a dislexia na biblioteca de Castro Marim

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6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2014

EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

Aniversario de la muerte del pintor ayamontino Antonio Gómez Feu

Raul Vela ha recibido la Mención Especial del jurado en la categoría residencial

Nueva edición del curso de dibujo y pintura con modelos profesionales

En estos días se celebra el aniversario de la muerte del pintor ayamontino Antonio Gómez Feu, un artista sordo-parlante que cautivó a todos por su especial sensibilidad y su manera tan especial de plasmar en el lienzo con la idéntica soltura, un paisaje, un inte-rior o un retrato. Si hubiera que decir algo de él, seguramente podríamos escucharlo de labios de alguien, o de muchos, quizás de todos aquellos que tuvieron la oportunidad de vivir en su época, de visitar sus exposiciones, de comunicarse con él -dado que era un gran conversador a pesar de ser sordomudo-, de sorprenderse de sus inquietudes literarias, de su enorme sensibilidad, de su afán viajero, de su humanidad y de su sencillez, de ser especialmente amigo de sus amigos.

Hoy, pasados alguno años de su ausencia, siento su amistad como si terminara de despedirlo en cualquier calle o plaza de nuestro Ayamonte, con

Raul Vela, 35 años, soñador y diseñador de edificios y casas donde poder vivir. Creador de espacios para facilitar a otros seres humanos la posibilidad de soñar y hacer realidad sus ilusiones. Lleva ya 10 de esos años dedicado a la arquitectura, básicamente en el ámbito privado, en el de la autopromoción. Ha diseñado un ciento de proyectos que han sido ejecutados, pero tan solo dos de ellos han sido esas obras en las que queda la seña de identidad del creador.

Sus trabajos, como la inmensa mayo-ría de ellos, dependen de las necesi-dades del propietario, de los recursos económicos sobre los que se sustenta y de los planes urbanísticos que deter-minan las condiciones a las que tiene que someterse. Por esa razón la obra pública tiene un enorme atractivo para los arquitectos dado que les deja una mayor libertad. Como dicen ellos “ es más limpia”, no sienten la presión de una supervisión que les meta el lápiz. Raul, en estos momentos, es respon-sable de la ampliación de la Caseta Municipal en Ayamonte, sede de la Escuela Oficial de Idiomas.

Y es que en estos días se ha hecho entrega de los XXI Premios de Arquitec-tura del Colegio Oficial de arquitectos de Huelva, lo que comenzó hace años como los Premios Pérez Carassa, y Raul Vela ha recibido la Mención Especial del jurado en la categoría residencial, a la vez que también el proyecto ha sido la obra más votada por los propios arquitectos en la misma categoría. Un reconocimiento que le permite sen-tirse satisfecho por su trabajo, máxime cuando lo hace por el voto de sus pro-pios compañeros.

La casa premiada, situada en la Plaza del Salvador en Ayamonte, uno de los

Por segundo año consecutivo, los miembros del taller de pintura «La Escalera» de Ayamonte, sacaron a la luz una nueva edición del curso de dibujo y pintura con modelos profesionales. Una experiencia que en el año anterior fue ya todo un éxito y que en esta ocasión ha superado las previsiones.

El curso ha sido impartido por los profesores Pablo Lanuza y Quino Gon-zález, ambos licenciados en bellas artes y viejos conocidos de los amantes a la pintura en Ayamonte, puesto que sus exposiciones suelen verse en la Gale-ría Passage. Y no solo nuestra ciudad alberga especialmente muestras de Pablo, sino que Villa Real de San Anto-nio, Sevilla o Mairena del Aljarafe son testigos de su trabajo. Para esta oca-sión, han preferido el trabajo en equipo para facilitar la comprensión y ayudar a resolver dudas en los participantes.

En esta edición las clases se han impartido en la Ermita de San Sebas-tián, lo que le ha dado un valor añadido al curso, que rápidamente ha sido muy comentado por todos. El entorno, su plasticidad y esa atmosfera de silencio y trabajo han permitido a los asistentes realizar auténticas obras de arte, reci-biendo las felicitaciones tanto de los profesores como de los visitantes que se han acercado hasta el aula magna improvisada en tan especial recinto.

Las clases han sido teórico prácticas, dado que tanto Pablo como Quino han

el recuerdo vivo de una conversación recién finalizada y que sabía a sabiduría y experiencia. Y si tuviera que definir el concepto más amplio de su estilo podrían hacerlo a través de sus fantás-ticas acuarelas (de la escuela de Segrel-les) opuestas a los ligeros retratos, a la rica composición de los bodegones, al arabesco detalle de los interiores de iglesia ( de la escuela sevillana), a las apretadas perspectivas del paisaje, a la fiel reproducción de lo filatélico…Y esa amplia diversidad que tan magistral-mente manejaba, se debió unicamente al dominio de la técnica en sus más diversas acepciones.

Hablaríamos de su paso por Valencia en la época de estudiante; de Sevilla, esa etapa de madurez y asomo a las galerías; y de cuando en 1952 se ins-tala en Barcelona, donde desarrollara su trayectoria pictórica hasta que en el verano del 1983 recala en Ayamonte hasta los últimos días de su vida. Una

lugares emblemáticos de la ciudad. Hemos visitado y tenido la fortuna de recibir las explicaciones que dan sentido a esta obra personal de arqui-tecto ayamontino. Y quizás una de las cuestiones que sorprendió al jurado es que la fachada de la obra premiada mantenía una relación de dialogo con la Iglesia del Salvador, con la propia plaza. Esa relación de lleno-vacio, de pared-ventana, es perfecta. Porque el edificio está invertido, los espacios prin-cipales de la casa miran hacía atrás, al patio, y por el contrario los espacios y zonas de tránsito, hacia el exterior.

El premiado ha jugado de manera magistral con las luces y las dimen-siones, con espacios situados a doble altura, acompañados por luces cenita-les. Le ha dado al interior un recorrido de luz natural de tal manera, que esta penetra en las distintas zonas por tres puntos distintos que se comunican según la ubicación del sol a lo largo del

día. Y algo que la convierte en especial, la cubierta, que siendo un extraordina-rio mirador que otea desde arriba la ciudad blanca, se acompaña de una piscina, única en la zona, que es a su vez un plus de aprovechamiento del espacio abierto.

La crisis económica es la autora de ese estancamiento de la construcción y la que está llevando a los profesiona-les a buscar otras formas de intentar superarla. En el caso de Raul Vela, la diversificación es la salida y la que man-tiene este stand by creativo. Informes periciales, pequeñas reformas o la acti-vidad como constructor ocasional son su salida profesional. Pero un premio como este es el que realmente man-tiene la ilusión y las ganas de sacar a la luz su creatividad y su visión particular de la vivienda de hoy. Y con una espe-cial fuerza cuando este galardón le es concedido por sus propios compañeros de profesión.

esbozando la mejor manera de trabajar con modelos a través de las diversas téc-nicas del lápiz, la sanguina, el carbon-cillo, pastel y oleo. Con la observación del natural de dos modelos masculino y femenino, Esteban y Rasedo, que nue-vamente han sorprendido por los mag-níficos posados y que han reforzado la interpretación al papel de la percep-ción que cada uno de los alumnos ha tenido. Algunos de ellos sin experiencia en este tipo de trabajo y otros con la carga experimental de la talla de Ángel Guerrero D´Esury, Juan Galán, Fátima Concepción o Rita Martínez, amén de las componentes del taller de pintura “ El Rellano” y el propio taller convocante del curso. Destacar que en esta oca-sión no solamente se ha contado con alumnos de la ciudad sino también del vecino Portugal, Alemania, Sevilla o la Puebla de Guzmán. Las respuestas han sido variadas y emotivas, quedando plasmado tanto en el soporte como en propia expresión.

Esta actividad que se puede calificar de enormemente exitosa, se va a man-tener dada su aceptación, y dado que abre nuevos caminos que permiten a los amantes de la pintura avanzar en la mejora de sus técnicas y en el conocimiento que les transmiten profe-sionales, todos ellos enamorados de la misma ciudad que enamoró a Sorolla. Ayamonte y su luz tan especial.

vida que transcurre entre el silencio de sus labios y en las mejores conversa-ciones de sus lienzos.

Su título de profesor obtenido en la Escuela de Bellas Artes San Fernando de Madrid, era su tarjeta de presen-tación, mientras que las mejores crí-ticas especializadas fueron su tarjeta de visita. Alejado de los círculos y los grupos, fue un luchador independiente, honesto, creativo, capaz de lucirse con el óleo, la acuarela o el lápiz, y seguro de lograr el mejor trabajo en el retrato (inmortalizó a grandes personalidades de la vida militar, social y cultural del momento, destacando el acuarelista Segrelles, militares de la época o su último retrato al pintor ayamontino D´Esury); la imaginería ilustrativa (Becquer y sus leyendas, Bethoven y su Marcha Heroica, Camoes y Las Lui-siadas, El Quijote o las estampas filaté-licas); en los interiores de templos (Los Jerónimos de Lisboa, el Claustro de la

Rábida, Las Angustias o San Antonio de Ayamonte); las naturalezas muertas llenas de vida; los paisajes urbanos de la Barcelona antigua o la belleza del Alcázar de Sevilla o la Casa de Pila-tos.

Y en sus ojos las lágrimas de agradeci-miento a su ciudad, que supo homena-jearlo cuando aún podía dar las gracias. Un homenaje sencillo en el patio del ayuntamiento en la tarde noche del 22 de agosto de 1980. Ochenta obras en una exposición antológica en la sala capitular. Rotulación de una calle con su nombre. Cena de honor en la caseta municipal y un alcalde que supo estar a la altura de las circunstancias, el siem-pre recordado Juan Antonio González. Y muchas cosas que se podrían decir de este insigne pintor ayamontino, de esta gran persona y de este buen amigo, que vivió en Barcelona parte de su existencia, pero que siempre llevó a Ayamonte con él y lo dejó presente

en cada una de sus obras. Hoy solo es cuestión de recordarle, posiblemente, como uno de los mejores pintores que engendró Ayamonte. Desde esta ciudad que es más bella porque fue tuya, un abrazo.

Gomez Feu en el recuerdo

Curso de dibujo y pintura ha sido impartido por los profesores Pablo Lanuza y Quino González

Raul Vela recibiendo la Mención Especial del jurado en la categoría residencial

José Luis Rua

Arquitectura

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2014 | 7

EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

La insistencia y la presión de los comerciantes del centro de Ayamonte, de la mano de la Asociación de la Pequeña y mediana Empresa de la localidad , han dado finalmente sus frutos El próximo 18 de enero de 2015 se celebra la trigésima edición del Medio Maratón Ciudad de Ayamonte

l próximo 1 de diciembre se pone en marcha la tercera Ruta de Belenes de Ayamonte

La insistencia y la presión de los comerciantes del centro de Aya-monte, de la mano de la Asocia-ción de la Pequeña y mediana Empresa de la localidad , han dado finalmente sus frutos y des-pués de numerosas reuniones con la empresa de la zona de pago y con el Ayuntamiento, se ha con-seguido que durante seis meses al año, desde octubre a marzo (coincidiendo con los meses de menor afluencia de turistas al municipio), las tardes de la Zona ORA sean gratis para todos los que aparquen.

Además, se ha conseguido que se amplíe de dos a tres horas el ticket máximo que expiden los parquímetros. Igualmente la empresa va a incorporar un nuevo dispositivo para que el usuario, desde un móvil o cualquier otro dispositivo con internet, pueda realizar el pago del aparcamiento sin necesidad de ir al parquíme-tro correspondiente y después al vehículo a poner el ticket. Para ello, será necesaria una modi-

El próximo 1 de diciembre se pone en marcha la tercera Ruta de Bele-nes de Ayamonte, que en esta oca-sión cuenta con la participación de siete belenes y misterios. La inicia-tiva municipal a cargo del Área de Turismo cuenta con la importante colaboración de hermandades y otros colectivos municipales, con el objetivo de hacer llegar las tra-diciones navideñas a los vecinos ayamontinos, así como animar a los residentes y visitantes a salir a la calle y a la vez realizar sus compras navideñas en la población

Los participantes son los siguien-

El próximo 18 de enero de 2015 se celebra la trigésima edición del Medio Maratón Ciudad de Aya-monte, prueba que está organizada por el Patronato Municipal de Depor-tes de Ayamonte.

Esta actividad está incluida dentro del Circuito provincial de Gran fondo que coordina el Area de Deportes de la Excma. Diputación de Huelva y se desarrolla sobre un circuito urbano de 21.097 metros que discurre por

ficación de la ordenanza sobre la materia, la publicación de los mismos y esperar un plazo de ale-gaciones, y finalmente en unos meses será una realidad, según se ha informado desde APYME Ayamonte.

El objetivo de la medida, es minorar el perjuicio que a juicio de APYME está causando en los comercios y empresas locales el hecho de que los aparcamientos del centro estén sujetos al pago, sobre todo durante todo el día, mañanas y tardes”.

Esta situación había motivado una recogida de firmas de clientes y empresarios de comercio y hos-telería, en la que “más de 3.500 personas avalaron la necesidad de modificar de alguna forma esta zona de aparcamientos. Las firmas reclamaban la supresión total del pago durante los meses de invierno, pero debido a los compromisos contractuales de Ayuntamiento y Empresa, final-mente se ha llegado a un acuerdo parcial.

tes:

• Ayuntamiento de Aya-monte, con su típico misterio en el Patio Noble.• Hermandad del Lunes

Santo, con un Belén Hebreo en el Templo de la Merced.• Centro Cultural Casa

Grande, con un Belén Tradicio-nal.• HermandaddeNuestra

Señora del Carmen y San Antonio de Padua, con un Belén Tradi-cional, ubicado en la barriada de Punta del Moral.

las principales calles y avenidas de la ciudad, así como por la carretera de acceso a la playa de Isla Canela y que al mismo tiempo pretende mos-trar a los participantes los principa-les edificios históricos del municipio, así como su patrimonio paisajístico y medioambiental.

Paralelamente, se organizan una serie de carreras para las categorías inferiores que se enmarcan bajo la Carrera Popular Virgen de las Angus-

• Asociación Juvenil ‘ElSolá’, con un Belén estilo flamenco, enfocado en la aldea del Rocío, y que estará situado en el Centro Comercial‘LaPlaza’.• HermandaddelaSagrada

Lanzada, con la representación del Misterio del Nacimiento, con las imágenes secundarias de la Her-mandad a tamaño natural, situado en el Templo de San Francisco.• GrupoParroquialde la

Humildad y la Estrella, con un Belén Tradicional que estará pre-sente en la Parroquia de San Vicente de Paúl.

tias que se desarrollan en los momen-tos previos y durante la prueba del Medio Maratón. El número máximo de inscripciones será de 600 atletas distribuidos entre todas las cate-gorías convocadas, que van desde junior hasta veteranos F, tanto mas-culinos como femeninos.

Las inscripciones se pueden realizar en la web: www.mediomaratonayamonte.com

Aparcamiento libre de pago en Ayamonte en las tardes de octubre a marzo

III Ruta de Belenes en Ayamonte a partir del 1 de Diciembre

XXX medio maraton Ciudad de Ayamonte

José Luis Rua

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EM FOCO

Paulo Vasques é aeromodelista com 28 anos de experiência no desenho, construção e pilotagem de aeromo-delos telecomandados à distância, desde aviões, helicópteros acrobá-ticos e também UAVS destinados a captação de imagens aéreas nomeadamente fotografia e video.Há uns anos a esta parte tem uti-lizado os famosos UAVS, também conhecidos por Drones, para a cria-ção de diversos trabalhos, tais como cobertura de eventos desportivos, festas, inspeção de pontes e edifí-cios de difícil acesso, entre outros. Tecnologicamente falando, explica-nos que utiliza “um Octocopter e dois hexacopters de ultima gera-ção, ambos com autonomia para cerca de 15 minutos de voo por cada bateria, depois é só trocar a bateria em 2 minutos e pronto para voar outra vez!”.Dedica-se ao voo com drones desde que surgiram no mercado, mas foi em 2012 que se iniciou no video e foto aérea em alta defini-ção. “Tenho mais de 200 horas de voo sem nunca ter tido acidentes. Todos os meus drones são profis-sionais e com inúmeros sistemas de segurança, só utilizo material de alta qualidade para evitar falhas durante o voo. Disponho também de um avião drone, que pode ir até 6km de distância, com uma autonomia para 40 minutos sem abastecer”, conta-nos este aero-modelista.

Drones estão na moda

São cada vez mais os casos de drone utilizados nas buscas de desaparecidos em locais de difícil acesso. Por outro lado a tecnologia que permite realizar filmagens em espaço aéreo através de controlo remoto é cada vez mais a paixão de muitos amantes da sétima arte. Os preços têm vindo a baixar o que torna um drone mais acessível às carteiras. Paulo Vasques adquiriu o seu primeiro drone há três anos, mas quando ficou desempregado em 2014 o tempo permitiu-lhe explorar melhorar esta tecnologia. Desde que começou de forma mais séria que não tem parado de filmar e editar vídeos, onde as imagens aéreas marcam a diferença; são muitos e de variados temas. Os voos acontecem em Vila Real de Santo António, Castro Marim, em diversos eventos desportivos, tendo já participado em filmagens para produções estrangeiras. “Em 2013

houve o grande boom de utilização de drones”, lembra-se, recordando que aos 19 anos já era grande a sua paixão pelo aeromodelismo. “Foi nessa altura que construi o meu primeiro avião remoto e desde aí nunca mais parei”. Não pensava Paulo é que um dia pudesse juntar duas paixões. Atualmente constrói os seus próprios drones, o que torna tudo muito mais complexo, mas ao mesmo tempo mais apaixonante e é muito o tempo, para além do valor material do equipamento, inves-tido neste hobbie. De resto, uma actividade de tempo livre que um dia Paulo Vasques gostaria que se transformasse em algo mais sério. Ambiciona “filmar para produções de vídeo e cinema”.

O Drone que percorre o Baixo Guadiana

O mais recente trabalho que Paulo Vasques produziu foi um vídeo promocional da companhia de dança Splash. As imagens foram recolhidas durante o espetáculo em Vila Real de Santo António onde várias companhias que par-ticiparam no festival internacional de dança «Arte Sem Fronteiras» elaboraram uma mega-coreogra-fia. Ali, no complexo desportivo de VRSA Paulo Vasques e o seu drone não passaram desperce-bidos. Foi um trabalho que “deu muito gozo fazer”, conta-nos o autor, que no ar tinha um drone e em terra duas câmaras.

Dedicação à séria

É grande a paixão de Paulo por esta nova tecnologia que permite reco-lher facilmente imagens aéreas. Dedica-se a estudar e a melhorar todos os dias esta arte que se une à tecnologia. E essa dedicação não o impede de criar vídeos comple-tamente promocionais de lugares que considera “magníficos”. Tem enviado os seus trabalhos quer para entidades públicas, como as autarquias como particulares que já vão identificando a «pedra de toque» de Paulo Vasques que inovou no Baixo Guadiana.Entretanto, já deixou a sua marca no Alentejo. Este ano realizou filmagens aéreas no âmbito do festival da canção escolar europeu «Schoolvi-sion 2014». Foi em Arroiolos e contribuiu para um meritório quinto lugar dos alunos da Escola Cunha Rivara.

Aeromodelista especializa-se na tecnologia Drone

Susana H. de Sousa

É autor de inúmeros vídeos no Baixo Guadiana com imagens aéreas. A paixão pelo aeromodelismo já é antiga e Paulo Vasques une-a agora às novas tecnologias de filmagem. São muitas horas a recolher imagens de paisagens, património e pessoas, tendo o vídeo mais recente registado a mega-coreografia de dança que juntou bailarinos da eurocidade.

Filmagens aéreas

Paulo Vasques é aeromodelista desde os 19 anos. Desenha e constrói os modelos de aeronaves. Na tecnologia drone também já desenha e monta os seus equipamentos. Recentemente ajudou uma escola do Alentejo a promover-se num festival escolar da canção de nível europeu: o «Schoolvision 2014»

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EM FOCO

João Carlos Simões assumiu em 2013 a presidência da União de Freguesias de Alcoutim e Pereiro após eleições autárquicas. Para este autarca foi tudo novo: a vida política que até aí desconhecia, veio do setor da banca, e uma união administrativa de fregue-sias que, apesar de “estar a ser levada com a maior boa vontade e abertura possíveis”, não é “um processo simples de interiorizar”. Há bairrismo ainda visível, mas cada vez mais atenuado. “É natu-ral que assim seja, pois não é de um momento para o outro que as coisas mudam por completo”. No entanto, agora que já passou mais de um ano de união João C. Simões assume que esta foi “uma feliz união”. O autarca atenta à partilha de recursos que passou a ser feita o que possibilitou uma otimização. “O que se conseguiu conjugar em equipamentos e recursos foi muito positivo. Temos uma carrinha de nove lugares que dá apoio às consultas e antes isso não existia no Pereiro, por exem-plo”. O autarca também dá nota de uma retroescavadora e um camião de 3500 quilos, anterior-mente cada um na sua freguesia, hoje unidos ao serviço desta fusão autárquica”.

Apesar da sede da junta estar localizada em Alcoutim a verdade é que existem dois espaços físi-cos onde os fregueses se podem dirigir. Mantiveram-se os edifícios que antes serviam as antigas fre-guesias e aí continuaram as valên-cias já existentes. “Por exemplo, no Pereiro continua a funcionar no edifício autárquico o centro de dia”. João Carlos Simões garante que é um “presidente presente” e durante a campanha eleitoral, em 2013, distribuiu o seu cartão com o número de contacto de modo “a manter aquela proximi-dade que é essencial nestas zonas envelhecidas e desertificadas”. As queixas, na sua maioria, são feitas para reclamar limpeza de ruas ou pequenas reparações. Mas para o presidente desta união de fregue-sias existem problemas maiores para resolver e que não têm solu-ção à vista. “O despovoamento é muito grande e, sem dúvida, que o facto de não haver uma dina-mização económica torna tudo mais difícil”.

A União de Freguesias de Alcou-tim e Pereiro tem no total pouco mais de mil eleitores, sendo que 10% dos residentes não se encon-

tra recenseado. “Temos muitos novos habitantes que estão a recuperar as suas casas, mas que ainda não se recensearam aqui”. São, por norma, filhos da terra que regressaram ao lugar que os viu nascer, na fase da reforma.

Gente jovem há pouca

Os jovens nesta união de fregue-sias são poucos. Os que cá estão “vão beneficiando dos apoios sociais que prestamos”. O autarca, recorda que “desde apoios à nata-lidade, passando pelas refeições gratuitas nas escolas e outras medidas sociais” são tudo moti-vações adicionais criadas pelo município para combater o êxodo e tentar acenar para novos resi-dentes. “A falta de emprego é um enorme entrave para a captação de novos residentes em idade ativa”. O autarca lamenta que na união de freguesias a oferta de alojamento esteja a “atraves-sar uma enorme crise” e apela para que na restauração haja uma oferta concertada “de modo a não fecharem os restaurantes todos no mesmo dia porque senão os nossos visitantes, que são cada vez mais, não regressam”.

Ampliação do cemitério é prioridade

Em mãos o maior projecto que João C. Simões tem é a obra de ampliação do cemi-tério do Pereiro. “Esta é uma obra urgente e que tem prio-ridade no nosso orçamento”. A câmara municipal é o grande apoio, para além do Fundo de Financiamento de Freguesias. “O nosso orçamento ascende aos 130 mil euros, mas cerca de 70% está alocado a despesas fixas pelo que não nos permite projectar gran-des obras”.

Outras das prioridades deste autarca passa por incrementar os certames culturais e etnográ-ficos da união de freguesias que lidera.

Para o parque de autocarava-nismo do Pereiro está a ser estu-dada a criação de um heliponto para aterragens de emergência. E toda esta zona está a ser limpa e preparada para continuar e aumentar a oferta de locais para a prática de desporto de Todo-o-terreno. “O Pereiro tem uma enorme potencialidade a este nível”, remata.

Alcoutim e Pereiro: 1 ano depois da fusão

Susana H. de Sousa

O Baixo Guadiana tem um exemplo de União de Freguesias. Neste caso a reforma administrativa imposta pela Troika exigiram que no concelho de Alcoutim se unissem as antigas freguesias de Alcoutim e Pereiro. Esta alteração do mapa representou, sobretudo, uma mudança na gestão autárquica.

União de freguesias

João Carlos Simões tem um orçamento de 130 mil euros para gerir na União de Freguesias de Alcoutim e Pereiro

A valorização dos espaços patrimoniais e promoção à visita cabe também no papel desta União de feguesias

A animação das festas une também as populações que se fundiram nesta reforma administrativa

Caracterização da União de Freguesias Alcoutim e Pereiro:

União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro é uma freguesia portuguesa do concelho de Alcoutim com 231,17 km² de área e 1 134 habitantes (2011). Densidade: 4,9 hab/km². Foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Alcoutim e Pereiro e tem sede em Alcoutim.

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LOCAL

Foi um fim-de-semana de cinegética, na freguesia de Martinlongo, Alcou-tim, em que a perdiz vermelha foi um verdeiro símbolo num certame que começou em 2007. Este ano, sob o comando do executivo de Osvaldo Gonçalves, a «Feira da Perdiz» apresen-tou novidades tanto nas actividades, bem como nas instalações. No total foram 40 os expositores de diversas áreas, num certame que teve maior oferta de competição, com alarga-mento de horário e num espaço maior. Foi, igualmente, palco do lançamento do II Festival Gastronómico de Alcou-tim, à base de pratos de caça.

Atividade Cinegética é compatível com Conservação da Natureza

Os colóquios marcaram, também, esta «Feira da Perdiz». Na escola de Mar-tinlongo os responsáveis do Insti-tuto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) do Alentejo e

O presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, foi homenageado em Cuba, pelo Conselho de Estado, onde rece-beu a Medalha da Amizade.

Trata-se da mais alta condecoração atribuída pela República de Cuba a um cidadão estrangeiro, cujo obje-tivo, neste caso específico, é desta-car a relação de proximidade que o município de VRSA tem mantido com este país ao longo dos últimos oito anos.

De referir que o galardão tem o alto patrocínio do presidente Raúl Castro e foi atribuído no Instituto Cubano de Amizade com os Povos, e contou com transmissão na televisão cubana.

Em comunicado às redações Luís Gomes disse que “esta distinção é a prova do sucesso das relações de pro-ximidade que VRSA sempre desenvol-

O alcoutenejo Leonel Pereira ganhou a estrela Michelin no restaurante onde ele e a sua equipa deliciam com as suas iguarias. No São Gabriel, na Quinta do Lago, Leonel Pereira elabora uma cozinha de experiências onde rebusca os sabores típicos e onde prima por inovar constantemente.

Em reacção à distinção o alcoute-nejo agradeceu às centenas de men-sagens de felicitações e agradeceu em seu nome e da equipa que lidera.

Recorde-se que em Agosto de 2014 Leonel Pereira cedeu uma entrevista ao Jornal do Baixo Guadiana onde falou da sua carreira, do percurso efetuado na área de cozinha, sendo protagonista de uma carreira nacional e internacional de sucesso, tanto na área de cozinha como também na de gestão hoteleira.

Algarve defenderam que a actividade cinegética, enquanto exploradora de um recurso natural, renovável, com uma gestão adequada é, na maioria das vezes, compatível com a conser-vação da natureza. Ao nível nacional é mínima a zona de interdição à caça nas áreas protegidas. O responsável pelo ICNF no Algarve, José Pacheco, lembrou que “a conservação de muitas espécies depende da cinegética”.

O drama da doença hemorrágica viral no coelho-bravo

Pedro Esteves, investigador do CIBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos) levou até Martinlongo o drama de uma doença que tem afectado a popula-ção do coelho-bravo e que se mostra evolutiva e preocupante. Trata-se da doença hemorrágica viral.

Foi em 2009 que se realizou pela primeira vez um estudo acerca desta

veu, sem reservas, com a República de Cuba, e através da qual se provo-caram importantes roturas, nomea-damente na saúde, cujas parcerias contribuíram para a redução das filas de espera para cirurgia, na área da Oftalmologia, no Serviço Nacional de Saúde”.

O autarca acrescentou que “por outro lado, esta proximidade tem per-mitido encontrar diversas respostas sociais com impacto na melhoria da qualidade de vida dos vila-realenses. Disso é exemplo o programa «Cuidar», onde beneficiamos do know-how de Cuba ao nível da oftalmologia, ou o modelo geriátrico pioneiro desenvol-vido na Casa do Avô”.

Recorde-se que através da colabora-ção com os serviços de saúde de Cuba, mais de 300 vila-realenses beneficiaram de intervenções oftalmológicas neste

país, tendo o exemplo sido seguido por outros municípios. Esta parceria estratégica levou à abertura do Centro Médico Internacional de VRSA, onde se encontram alguns dos mais inovadores tratamentos na área da medicina física e da reabilitação.

No campo cultural, as sinergias com Cuba permitiram a realização de diversas edições do Encontro de Cultura Cubana e a organização, em VRSA, da Conferência Mundial do Projeto José Martí para a Solidariedade Internacio-nal, reunião que trouxe ao nosso país o destacado intelectual e teólogo Frei Betto.

Ainda no âmbito desta homenagem, Luís Gomes conduziu uma Sessão Magistral, na Universidade das Ciências Informáticas, em Havana, subordinada ao tema «A situação da Europa e o seu futuro imediato».

doença, tendo esse estudo sido desen-volvido por cientistas portugueses e espanhóis. Em 2012 cientistas espa-nhóis e franceses descobriram uma nova variante e em 2012/2013 a doença foi pela primeira vez sinali-zada em Portugal. A nova variante da doença está a aumentar o nível de mortalidade da espécie. O investigador alertou também para o facto de serem muito negativas as translocações de animais “porque acarretam o risco de translocar, igualmente, outras varian-

tes da doença”. As más notícias dão conta ainda que já foram encontra-dos anti-corpos da doença em outros animais. Pedro Esteves alertou para o facto da vacina apenas estar válida num período de 9 meses a um ano, devendo depois disso ser renovada. Questionado se os humanos podem consumir carne de coelho-bravo o especialista afirmou que sim, pois os estudos realizados demonstram que a esse nível não há transmissão da doença entre o animal e o Homem.

«Feira da Perdiz» voltou renovada após um ano de interregno

Chef Leonel Pereira recebeu estrela Michelin

Luís Gomes foi distinguido pelo Conselho de Estado da República de Cuba

Agraciado com a «Medalha da Amizade»

O presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, foi homenageado em Cuba, pelo Conselho de Estado, onde recebeu a Medalha da Amizade.

Decorreu em Novembro a VII «Feira da Perdiz», na localidade de Martinlongo, concelho de Alcoutim. Esta foi a edição que se seguiu a um ano de interregno. Executivo camarário quis amadurecer a ideia sobre o evento que acredita ter inovado.

O espaço da Feira da Perdiz foi ampliado para a receção de stands de produtores

Luís Gomes recebeu a «Medalha da Amizade» em Cuba

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LOCAL

Foi ainda em Outubro, no dia 30, que o Orçamento e as Grandes Opções do Plano para o ano de 2015 da Câmara Municipal de Alcoutim foram aprovados por maioria, com dois votos contra dos vereadores da oposição social-democrata, em reu-nião de Câmara extraordinária.

Comparativamnente com 2014, o município de Alcoutim vê reduzida em cerca de cinco milhões a receita prevista. No entanto, o executivo liderado por Osvaldo S. Gonçalves, explica que essa redução resulta “essencialmente da aplicação das alterações legislativas, designada-mente no que se refere aos critérios para o cálculo do valor estimado da receita”. O edil alcoutenejo prefere reiterar que “os documentos agora

Quarenta e cinco dias na serra de Alcoutim com mais um encerra-mento , mesmo que temporário, na área da saúde consegue ter um reflexo do medo junto da popu-lação. Um ano e, sensivelmente, um mês depois de ter encerrado a extensão de saúde de Vaqueiros, e os respectivos utente serem trans-feridos para Martinlongo, agora é a vez de o centro de saúde de Martin-longo ver encerradas as suas portas; desta vez para obras de reabilitação do edifício. Mas Osvaldo Gonçalves, presidente da câmara municipal de Alcoutim, disse ao JBG que “foi, no mínimo, com indignação” que rece-beu a notícia destas obras apenas dois dias das mesmas se iniciarem.

A VRSA - Sociedade de Gestão Urbana (SGU) foi distinguida com o selo de «Qualidade Exemplar de Água para Consumo Humano» 2014. Com este galardão, a empresa res-ponsável pela gestão e distribuição de água no concelho de Vila Real de Santo António vê reconhecida a excelência e segurança da água que chega à população vila-realense.

O galardão é um dos «Prémios de Qualidade de Serviço em Águas e Resíduos» que será atribuído na 9ª Expo Conferência da Água, no dia 19 de novembro, no Centro de Congres-sos do Laboratório Nacional de Enge-nharia Civil (LNEC), em Lisboa.

Esta distinção premeia as entida-des prestadoras de serviços de abas-tecimento público de água que, no último ano, tenham assegurado uma qualidade exemplar da água para consumo humano.

“Este é também o resultado do investimento de 30 milhões de euros que está atualmente a ser levado a cabo pela VRSA SGU em todo o con-celho, através da criação de novas redes de abastecimento de água e de

aprovados representam uma matriz orçamental clara e cuidada, que teve como base um escrupuloso diagnós-tico no que concerne às necessidades da população do concelho”. Assim, este orçamento “espelha a situação real, na adversa conjuntura macro e microeconómico em que o conce-lho se insere, considerando quer as condições exógenas, quer a matriz funcional da própria autarquia”, não estando “em causa a concretização das políticas definidas”.

Menos receita em prol das famílias

“Ainda no âmbito da receita, refira-se também que a autarquia abdicou, em prol das famílias, da

O autarca manifestou-se “muito preocupado”, não escondendo receio de poder vir a assistir no concelho de Alcoutim a mais um encerramento na área da saúde. “Isso seria algo inqualificável”, diz-nos, avançando que da parte da ARS “ficou a garantia que este encerramento é temporário”. O edil criticou, enfatizando “o facto de a câmara ter sido avisada apenas 48 horas antes do encerramento” e de “nesse curto espaço de tempo ter de assumir resposta para o trans-porte dos utentes visados com este fecho; que de outra forma muitos não teriam meios para se deslocar até ao centro de saúde de Alcoutim [que fica a cerca de 30 quilómetros

saneamento básico”, diz o município em comunicado.

“Com a atribuição deste rótulo, o município de VRSA vê reconhe-cido o trabalho diário realizado ao longo dos últimos anos pela empresa municipal e aumenta ainda mais a confiança juntos dos consumidores”, continua.

A atribuição do prémio baseia-se em critérios como o cheiro e sabor da água fornecida, a realização da totalidade do número de análises agendadas no programa de controlo de qualidade da água, ou o cumpri-mento, em pelo menos 99%, dos valores paramétricos nos estudos de rotina.

Os «Prémios de Qualidade de Ser-viço em Águas e Resíduos» preten-dem contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços de abasteci-mento público de água, saneamento de águas residuais urbanas e gestão de resíduos sólidos urbanos.

A organização está a cargo da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e do Jornal Água & Ambiente.

totalidade dos 5% de IRS que lhe era devida”, recorda a autarquia em comunicado. “Esta medida pretende atenuar a carga fiscal os munícipes numa altura de crise económica em que o poder de compra dos cida-dãos é cada vez menor. Enquanto a situação financeira da autarquia o permitir esta será uma medida para continuar” garante o edil alcoutenejo.

Saúde, Educação e Ação Social

A câmara municipal garante que as áreas da Saúde, Educação e Ação Social vão ser privilegiadas ao nível de “investimentos mais relevantes, quer pelo montante envolvido,

de distância]”.

Utentes «castigados»

Os utentes do centro de saúde de Martinlongo, que já são os habi-tantes das freguesias de Vaqueiros e Alcoutim sentem-se «castigados» por estarem a viver mais uma carên-cia na área da saúde. Depois do fecho da extensão de Vaqueiros, cuja abertura não tem data à vista, os habitantes da serra de Alcoutim não têm a mesma esperança de outros tempos. O medo apoderou-se do sentimento em relação à prestação dos cuidados de saúde básicos, que é como se lhes estivesse a fugir por entre os dedos.

quer pela natureza premente dos mesmos”.

Na lista está a construção do Lar de Martinlongo; saneamento e abas-tecimento de águas, com especial enfoque para a ETAR dos montes das Laranjeiras, Guerreiros do Rio, Álamo e Cortes das Donas, e o sis-

tema de tratamento e abastecimento de água a diversas populações do concelho; transportes rodoviários, com destaque para 2.ª Fase da Avenida de Acesso à EBI de Mar-tinlongo e à construção e repara-ção de diversas estradas e caminhos municipais.

Orçamento de Alcoutim ascende aos 8 milhões de euros

Centro de Saúde de Martinlongo fecha para obras e deixa população inquieta

Água do concelho de VRSA premiada com Selo de Qualidade

2015

Com excepção da oposição [dois vereadores do PSD] o orçamento de Alcoutim para governar no ano de 2015 foi aprovado pela maioria PS e apresenta um valor global de 8.088.591,00 euros. Cerca de dois milhões são para despesas de capital; uma fatia de 26% do bolo orçamental alcoutenejo.

A 13 de Novembro a câmara municipal de Alcoutim recebeu um ofício da Administração Regional de Saúde (ARS) a solicitar transporte para os utentes do Centro de Saúde de Martinlongo poderem deslocar-se até às consultas em Alcoutim, porque dois dias depois aquele Centro de Saúde iria fechar as portas para obras de mês e meio.

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LOCAL

A senhora Dorila Maria celebrou 104 anos de vida. A data é muitís-simo especial e por isso mesmo a Casa do Avô de Monte Gordo onde passa os seus dias preparou uma festa para a qual foram convida-dos os utentes da Casa do Avô de Vila Real de Santo António.

Nelson Ramiro animou com a sua mestria artística esta festa que contou também com o execu-tivo do município de Vila Real de Santo António. A família de Dorila Maria mostrava-se sensibilizada pela homenagem a esta senhora com uma idade tão distintiva. Ao JBG a aniversariante disse que o segredo para longevidade é “ ter paciência, muita paciência!”.

A Câmara Municipal de Castro Marim concluiu a empreitada de beneficiação do arruamento do lote-amento municipal do Azinhal, junto à Unidade de Cuidados Continuados. A obra, concluída no prazo de dois meses, teve um custo de cerca de 56 mil euros.

“Criar melhores condições de mobilidade aos transeuntes, asse-gurar melhores condições de circu-lação e segurança rodoviária a peões e automobilistas e desenvolver con-dições controladas de escoamento de

águas pluviais, foram os principais objetivos desta empreitada. Depois da pavimentação, o arruamento foi dotado de sinalização vertical e hori-zontal. A beneficiação de arruamen-tos, tal como a conservação do bom estado das estradas, a limpeza das ruas e a requalificação de espaços urbanos, pertencem, a par de outras medidas noutras áreas, ao grupo de prioridades do executivo da Câmara Municipal de Castro Marim para o ano de 2015”, pode ler-se na nota de imprensa enviada às redações.

O deputado Paulo Sá, eleito pelo círculo do Algarve pelo Partido Comunista Português, levou até à Assembleia da República questões que denunciam degradação da esquadra da PSP.Em nota às redacções os comunistas dão conta que o “edifício está cada vez mais degradado e o teto de uma das casas de banho ruiu recentemente”. Os comunistas temem pela segurança dos profissionais da PSP de Vila Real de Santo António e que trabalham num edifício quase centenário. Da parte do Governo ficou a garan-tia de que as obras de reabilitação serão asseguradas em 2015 por estarem contempladas em Orçamento de Estado.

104 anos de vida da senhora Dorila Maria celebrados na «Casa do Avô»

Autarquia de Castro Marim melhora arruamentos em Azinhal

PCP leva degradação de esquadra de VRSA à Assembleia da República

A obra teve a duração de dois meses e renova a entrada da aldeia do AzinhalSenhora Dorila Maria festejou aniversário na «Casa do Avô» de Monte Gordo acompanhada do filho e outros familiares

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Associação «Cumeadas» na luta

contra a desertificação do Interior

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ESPECIAL CUMEADAS / Entidade premiada pela Confragri em 2014

Quando falamos de reflorestação e dos programas que se lhes assiste temos que ter em conta um sem número de medidas tomadas em prol de um combate à desertificação não apenas física, mas muito, humana. É repovoar os solos e repovoar as casas. É dinamizar a economia dos lugares e absorver as raízes e tradições que se vão mesclando com as novas tendências de vida. Telma Marques é a presidente da Cumeadas e Ana Gancho a coordenadora da equipa, instalada num gabinete no Pereiro, que diariamente trabalha no apoio aos proprietários de terras deste território. As responsáveis dão-nos conta das dificuldades que enfrentam perante vários constrangimentos. Desde logo, a presidente reconhece que a equipa que possui não é suficiente para fazer face ao serviço, mas garante que a prioridade passa por equilibrar as contas e assegurar os salários. “Desde que entrei que não estamos em falta com nenhum salário e isso é o mais importante”, diz, recordando que a decisão de encurtar a equipa perante as adversidades financeiras veio já da anterior direção. Agora, Telma Mar-ques assegura que antes das contas equilibradas não há espaço para fazer crescer o número de colaboradores. Dar resposta a candidaturas na área agrícola, actualmente, só é possível graças a uma parceria com uma empresa, pois neste gabinete locali-zado no coração do Pereiro não exis-tem técnicos especializados na área. “Mas a solução da parceria pareceu-nos ideal, face à impossibilidade de contratarmos novos quadros”, insiste Telma Marques, sublinhando que “aqui nenhum proprietário de terras que queira fazer uma candidatura na área da agricultura fica sem resposta, uma vez que é encaminhado para a

entidade parceira”.Ana Gancho é engenheira florestal

e coordena a equipa desta associação que agrega cerca de 330 proprietários associados. Veio de Lisboa em 2009 e não se arrepende da mudança. Ao contrário de muitos jovens que decidem partir do Baixo Guadiana à procura de novas oportunidades, para Ana a prioridade foi sempre viver “a sul do Tejo”. Essa convicção fe-la candidatar-se a uma vaga para um lugar na associação florestal. “Ao início não foi simples a adaptação a um registo de vida muito diferente” daquele a que se habituou na grande cidade de Lisboa, mas rapidamente se sentiu integrada e daqui, garante-nos, não pretende sair tão cedo.

Instalação de Pinheiro Manso não deu os resultados esperados

Aquando da realização de uma visita do Reitor da Universidade do Algarve ao concelho de Alcoutim, em Abril deste ano, Ana Gancho fez ques-tão de lançar a ideia de uma parceria com a Universidade do Algarve para um estudo sobre o facto do pinheiro manso que foi utilizado para reflo-restar o nordeste algarvio não estar a dar, na sua maioria, rendimento. Este é um fenómeno para o qual as responsáveis na Cumeadas alertam e que pode até passar despercebido para muitos. “São muito poucos os proprietários florestais que dão nota de rendimento com os seus pinheiros, mas, efectivamente, indo ao terreno é bastante perceptível que a maioria não está a produzir”. Este problema identificado pela associação é de sobremaneira valorizado pelos téc-nicos liderados por Ana Gancho que temem que dentro de muito pouco

tempo os terrenos, até agora mantidos com apoios para o efeito venham a ser abandonados.

«Regulamento 2080» provocou boom na reflorestação do nordeste algarvio

Em 1994 foi o nordeste algarvio que registou um maior número de instalações de pinheiro manso. Ana Gancho fala-nos do «boom» que esta realidade representou e que na altura, entre 1994 e 1999, mexeu muito com a economia local. “Os terrenos foram dinamizados, surgiram muitos projetistas e empreiteiros florestais”, conta-nos. Estávamos no âmbito do «Regulamento 2080» que se apresen-tou como uma oportunidade para os proprietários de terrenos desgasta-dos por uma agricultura intensiva, e que através de uma política florestal viram a oportunidade de obter algum rendimento desses terrenos. Foram repovoados milhares de hectares de terrenos. Em cada hectare cerca de 830 pinheiros mansos e por cada hec-tare o proprietário poderia receber entre 150 e 200 euros de subsídio. A este apoio foi dado o nome de «Perda de Rendimento» que representa um valor aproximado daquele que seria o rendimento auferido pelos pro-prietários com a prática da agricul-tura. Na verdade, a maioria destes terrenos, solos agrícolas, há muito que não eram aproveitados para a agricultura e o «Regulamento 2080» apareceu como um incentivo aos proprietários; um estímulo no com-bate à desertificação. Uma tentativa de povoamento. E resultou do ponto de vista da adesão.

Este programa previa que o valor de apoio anual vigorasse ao longo de

Telma Marques assumiu em 2012 a presidência da associação «Cumeadas», cuja sede está instalada na localidade do Pereiro, concelho de Alcoutim. Esta é uma entidade que tem uma área social que abrange dois municípios do Baixo Guadiana - Alcoutim e Castro Marim - e com uma equipa de oito pessoas desenvolve um trabalho no combate à desertificação física e humana.

Susana H. de Sousa

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ESPECIAL CUMEADAS / Entidade premiada pela Confragri em 2014

duas décadas. Ou seja, durante 20 anos os proprietários que tivessem instalado espécies florestais de acordo com a medida de incentivo teriam o seu apoio assegurado face à conversão de terrenos agrícolas para florestais.

Em 2014 encontramo-nos numa altura em que esses 20 anos estão a esgotar-se e agora no seio da associa-ção Cumeadas surge uma preocupa-ção evidente. A dúvida que subsiste é a de saber como vai ficar o nordeste algarvio depois de os proprietários deixarem de ver assegurado o seu ren-dimento face a uma espécie florestal que na sua esmagadora maioria não está a produzir.

“Manter os terrenos tem custos e quando terminarem as subvenções o facto da maioria dos proprietários não tirar rendimento dos pinheiros não é evidente que façam a manutenção desses terrenos”. Ana Gancho alerta mesmo que “daqui a 10 anos a rea-lidade nesta região pode ser muito diferente, para pior, se não houver incentivos para os proprietários”. A técnica explica que há muitos terre-nos abandonados e que a esmagadora maioria dos que são povoados são-no graças aos incentivos. “A nossa área social, que abrange Castro Marim e Alcoutim tem muitos terrenos que estão abandonados pelas mais varia-das razões; os proprietários não resi-dem cá, ou já faleceram e são diversos os casos das heranças em divisas que não se mostram processos simples”, lembra Ana Gancho.

Perceber o parco rendimento do pinheiro manso não é possível antes de um estudo que se debruce seria-mente sobre a problemática, frisam em uníssono presidente e coordena-dora da associação.

Antes do Pinheiro a

Azinheira

Antes da instalação de pinheiro manso no nordeste algarvio houve a tentativa de instalar a Azinheira. “Esta é uma espécie autóctone, muito querida pelas pessoas daqui porque culturalmente servia para alimenta-ção do gado e proporcionava muitas sombras. Mas na verdade teve um índice de mortalidade na ordem dos 90% e levou à conversão sucessiva das instalações por pinheiro manso”. Ana Gancho conta-nos um pouco da história recente das instalações flo-restais que se foram sucedendo para a protecção dos solos. Passados cerca de 20 anos, e graças à instalação do pinheiro manso, “os solos podem estar já diferentes e regenerados ao ponto de voltar a aceitar espécies como a azinheira tão típica daqui”, ressalva a coordenadora.

Jovens agricultores representam esperança

A Cumeadas tem como função maior reverter a realidade de um nordeste algarvio que está cada vez mais desertificado. As mais recentes estatísticas nos Censos 2011 indicam que o concelho de Alcoutim foi o que a nível nacional perdeu mais popula-ção entre 2001 e 2011.

Contudo, Telma Marques confirma ao JBG que “são cada vez mais os jovens com projectos agrícolas que recorrem à Cumeadas para poderem candidatar-se a fundos”. Nesses casos são encaminhados para uma empresa especializada na elaboração desses projectos, mas nestes primeiros con-tactos no Pereiro deixam sinais de esperança. “Aqui realizamos o ser-viço de parcelário (de acordo com

as características de cada parcela de terreno) e verificamos, claramente, que são muitas as intenções de jovens agricultores para investirem em cul-tivo de alfarrobeira e medronheiro, e muitos são aqueles que querem seguir o ramo da apicultura”. Estas informações coincidem com as que têm sido veiculadas publicamente pelo director regional de agricultura, que dá como crescente o número de jovens agricultores [dos 18 aos 40 anos] nos concelhos de Castro Marim e Alcoutim.

Cumeadas distinguida em 2014

O trabalho da Cumeadas foi dis-tinguido em 2014 pela Confragri – a Confederação Nacional das Coo-perativas. A distinção baseou-se no número de «Pedidos Únicos» - candi-daturas de financiamento agrícola e florestal - realizadas na associação no período que decorre de 1 Fevereiro a 30 de Abril. Este é um trabalho com “um peso burocrático muito grande”, contextualiza Ana Gancho que explica que o facto de a Cumeadas ser uma entidade acreditada pela Confragri “também permite um conjunto de funções que contribuem para a sus-tentabilidade da associação”.

A Cumeadas presta serviços nos concelhos de Alcoutim e Castro Marim. Existem protocolos estabe-lecidos tanto com entidades públi-cas como privadas que permitem assegurar os vencimentos e as despesas globais das equipas. Têm uma equipa de sapadores florestais que atua no concelho de Alcoutim, nomeadamente com um protocolo estabelecido entre a União de Fre-guesias de Alcoutim/Pereiro e a câmara municipal de Alcoutim.

A atuação da associação «Cumeadas» é, também, realizada em Zonas de Intervenção Florestal (ZIF). Neste momento são seis ZIF, envolvendo os concelhos de Castro Marim e Alcoutim.

Atuação Associação «Cumeadas»

- Elaboração de projectos- Investimento nas explorações agrícolas: Aquisição de equipamentos e alfaias agrícolas Novas plantações Infra-estruturas agrícolas - Elaboração e acompanhamento de projectos - Beneficiação de povoamentos florestais - Florestação de terras agrícolas - Gestão Multifuncional - Recepção de candidaturas às ajudas ao rendimento dos agricultores- Manutenção da Actividade Agrícola em Zonas Desfavorecidas - Alteração de Modos de Produção Agrícola - Protecção da Biodiversidade Doméstica - Intervenções Territoriais Integradas

- Asistência técnica no encaminhamento para programas de financia-mento disponíveis e adequados a cada caso

- Informação e apoio a projectos florestais- Substituição de espécies - Transferências de titularidade - Pedidos de exclusão de áreas por expropriações ou outros - Apoio e acompanhamento técnico a trabalhos de manutenção em

povoamentos florestais - Elaboração de Planos de Gestão Florestal (PGF)- Elaboração de cartografia digital e levantamentos GPS- Preenchimento e entrega dos pedidos de licenciamento de queima-

das e de cortes ou podas de sobreiros e azinheiras- Preenchimento e entrega do manifesto de produção suberícola (pro-

dução de cortiça em cru)- Apoio técnico e informação actualizada nas mais diversas áreas

- Ana Costa (Eng. Florestal)- Ana Gancho (Eng. Florestal)- Inês Brito (Admnistrativa)Sapadores Florestais:- Diamantino Gonçalves- José Justo- Manuel Inácio- Paulo Fernandes

Equipa instalada no Pereiro

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INSCRIÇÕES ABERTAS

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DESENVOLVIMENTO

Alcoutim aguarda com expectativa investimento ímpar em energia solar

Município de Castro Marim reuniu-se com empresários de Turismo Rural

Baixo Guadiana esteve na «Portugal Agro»

Numa primeira reacção à agên-cia Lusa o presidente da câmara municipal de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves, disse ter recebido com “surpresa” e “agrado” as notícias sobre a intenção de uma empresa privada construir uma central de energia solar no concelho. O autarca referiu que desconhecia a intenção, mas destacou que a dimensão do projecto apontada nas notícias publicadas seria, em termos de emprego, “o Euro-milhões para Alcoutim”, já que fala na criação de 600 postos de trabalho, diretos e indiretos. De acordo com o Jornal de Negócios a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) recebeu um pedido de licenciamento para uma central fotovoltaica de 200 megawatts, a implementar numa área de 800 hectares nas freguesias de Mar-tinlongo e Vaqueiros. A acontecer será um investimento que repre-sentaria a maior central solar do

Por iniciativa da Câmara Muni-cipal de Castro Marim, decorreu a 14 de Novembro a primeira reunião entre os representantes da autarquia de Castro Marim e os representantes das unidades de turismo em espaço rural do concelho.

“Cientes de que o concelho de Castro Marim reúne uma enorme diversidade de patrimónios histó-ricos e naturais, que podem servir nichos de mercados distintos, desde as praias, ao golfe, à caça, à pesca, ao artesanato, à etnogra-fia e folclore, ao pedestrianismo, importa apoiar a criação de uma rede de comunicação e promo-ção, associada ao turismo rural, em muito prejudicado, pela falta de escala das grandes massas”, explicou o município em comu-nicado.

O Baixo Guadiana participou na primeira edição da feira de produtos «Portugal Agro». O certame foi anunciado também como a «Grande festa da Agri-cultura Nacional». Contou com produtos e produtores, exposi-ções, gastronomia, degustação, concursos e vendas. Teve lugar na FIL, em Lisboa, e o território do Baixo Guadiana marcou presença numa parceria com a Associação Terras do Baixo Guadiana e Asso-ciação Odiana. A feira da especia-lidade aconteceu entre 20 e 23 de Novembro e tratou-se “não apenas de uma feira agroalimentar, mas também de um projeto transversal a toda a fileira, que promove a capacidade produtiva nacional, os operadores económicos da fileira, a excelência dos produ-tos, da tradição aliada à inovação e do genuíno português”, disse a organização.

A inauguração do certame teve no stand do Baixo Guadiana uma

país, superando a que existe no concelho alentejano de Moura. “Isto foi uma notícia que nos apa-nhou com alguma surpresa, mas acompanhada em proporção supe-rior por agrado”, afirmou Osvaldo Gonçalves. O autarca reconhece as “enor-mes poten-cialidades do conce-lho face ao a p r o v e i -t a m e n t o energético já que a sua expo-sição ao sol é das m a i o r e s na Europa e revela que já tinham surgido contactos diversos de investidores nesta área. Alcoutim “tem já uma

Da reunião saiu a vontade una-nime de trabalhar em rede, por forma a potenciar a quase centena de quartos de Turismo em Espaço Rural do concelho. Até ao final do ano, o município garantiu a implementação de um projeto de sinalética, ficando também defi-nidas a elaboração de mapas de orientação do concelho, a geor-referenciação de localizações e a garantia de participação em feiras nacionais e internacionais, por si ou por interposta pessoa, e a associação dos seus eventos às unidades de alojamento.

Marcaram presença as unida-des: «Monte do Malhão», «Com-panhia das Culturas», «Quinta de São Gabriel», «Casa do Lavrador», «Casa de Campo Vale do Asno», «Casas do Palheiro Velho» e «Espargosa – Monte de Baixo».

degustação promovida pela Asso-ciação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) aplicações gas-tronómicas concebidas a partir de recursos silvestres do Alentejo. Foi uma colaboração da «Been-volved» e a arte de Martim Flin. Degostou-se Crocante de plantas aromáticas sobre lombinho de porco preto, compota de medro-nho sobre queijo de Serpa e sumo de polpa de figo-da-índia. Neste stand esteve, igualmente, em destaque o sal de Castro Marim, as compotas, manteigas de alfar-roba, frutos secos, trufas de figo, a doçaria regional e os enchidos do território.

A participação do Baixo Guadiana realizou-se no espaço de «A Minha Terra – Federação por-tuguesa de Associações de Desen-volvimento Local». O certame teve o Alto Patrocínio do Ministério da Agricultura e do Mar e o envolvi-mento de entidades e organismos regionais e setoriais.

ampla divulgação nesta área e uma comprovação técnica de que é um território com uma exposi-ção solar óptima para este tipo de tecnologia”, contaxtualizou.

Sobre esta temática o JBG já noticiou o investi-mento da « E n e r c o u -tim», uma plataforma de ensaios de energia solar sedeada em Alcoutim e que na fre-guesia de Martinlongo arrancou com um investi-mento de 18 milhões de

euros ao serviço das tecnologias solares em ascensão.

O autarca observou que Alcou-

tim tem “muitos hectares com características para fazer estes investimentos” e é necessário “que haja vontade” e aprovação por parte das entidades oficiais que têm que se pronunciar, “a Câmara, a Comissão de Coordenação e Desen-volvimento Regional (CCDR) do Algarve e o Estado”.

As vantagens económicas são evidentes

Questionado sobre as vantagens económicas de um investimento deste tipo para um concelho como Alcoutim, muito afectado pela desertificação do território e pelo envelhecimento populacional, Osvaldo Gonçalves respondeu que são muitas, tendo sublinhado que se fosse possível “acoplar neste inves-timento uma unidade de montagem e produção de painéis fotovoltaicos, isso seria ouro sobre azul”.

Em meados do mês de Novembro chegava pela mão de órgãos de comunicação social nacionais a notícia de que Alcoutim, no nordeste do Algarve, seria palco para um investimento de “milhões de euros” em energia solar. O executivo que comanda os destinos do concelho aguarda novidades com “muita expetativa”.

Central Martinlongo/Vaqueiros

Foi esta a mensagem que se passou aos 60 jovens portugueses e espanhóis, de Tavira, Mértola e Aracena, alunos de cursos ligados à Hotelaria e Turismo, que se reuniram em Tavira para um encontro transfronteiriço, inspirados na Dieta mediterrânica como sinónimo de um estilo de vida:“A Europa és tu: Direitos e opor-tunidades para os jovens no setor turístico no espaço transfronteiriço”

O setor da hotelaria segundo um recente estudo europeu desempenha um papel crucial na luta contra o desemprego entre os jovens tendo crescido 2,9% por ano entre 2000 e 2010 e criando 2,5 milhões de postos de trabalho.

O Passaporte Europeu de competências do setor da hotelaria lançado em junho de 2014 é uma iniciativa da Comissão Europeia da HOTREC - Confederação de Associações hote-leiras e da EFFAT – Federação de sindicatos do setor,. A rede EURES de apoio ao emprego aloja esta ferramenta que é um complemento ao CV e pretende facilitar a procura de emprego eds-tando a ser desenvolvido para outros setores.

Parte da atividade do dia 29 de Outubro desenvolveu-se ao ar livre e todas as deslo-cações dentro da cidade se fizeram a pé, pro-movendo o estilo de vida saudável. O almoço consistiu numa partilha gastronómica com produtos mediterrânicos/locais que fomentou o convívio e acrescentou a estes jovens uma experiência internacional.

No período da tarde puderam perceber o funcionamento do Parlamento Europeu e por a prova as suas competências linguísticas. Orga-nizados em “comissões sectoriais” em torno de 4 temas os jovens dispunham de 10 ̀para debater cada um deles com os convidados que presidiam às comissões. Seguiu-se o plenário onde os rapporteurs, indicados pelas comissões, fizeram o resumo das mesmas assegurando os EDIC – Centros de Informação Europeia a tra-dução simultânea português-castelhano:

ERASMUS+ : Quem se pode candidatar? | Quais as ações concretas em que os jovens podem participar? | o que é o Erasmus+? | Que oportunidades para cursos profissionais?

http://ec.europa.eu/programmes/erasmus-plus/index_pt.htm

http://www.etwinning.net/pt/pub/news/news/a_bright_future_for_etwinning_.htm

Passaporte EU: O que é e para que serve o passaporte? | Como se adquire este passaporte? | Quem pode adquirir o passaporte EU?

https://ec.europa.eu/eures/ Dieta: Pertinência do projeto “A Dieta Medi-

terrânica | O que é a “Dieta Mediterrânica”? | Para além da gastronomia quais as outras ver-tentes do projeto

http://museumunicipaldetavira.tavira.pt/Hotelaria na Europa: Oportunidades con-

cretas de estágio/emprego na EU? |Existem acordos de parceria transfronteiriços para for-mação nesta área? |

http://ec.europa.eu/portugal/comissao/destaques/20140617_passaporte_europeu_competencias_pt.htm

http://www.ey.com/Publication/vwLUAssets/The_Hospitality_Sector_in_Europe/$FILE/EY_The_Hospitality_Sector_in_Europe.pdf

Setor da hotelaria na Europa dá emprego aos jovens

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

«Perto daEuropa»

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CULTURA

Revista que reúne poetas e fotógrafos foi apresentada em VRSA

«Carbonários e outros revolucionários» passou pelo arquivo histórico António Rosa Mendes

Mostra de Filatelia - O Primeiro Edifício Público de VRSA

Chama-se «Sizígia» e é uma revista de poesia e fotografias. Os autores estão no Algarve; são residentes ou naturais, alguns do Baixo Guadiana. São artistas que amam o Sul do país e isso move-nos na criação que agora tem também como palco uma revista produzida pela, também, algarvia editora Canalsonora, uma editora de Tavira que pretende com a revista Sizígia comemorar um ano de atividade. Colaboram 37 autores algarvios, juntando nomes conhe-cidos da poesia como Fernando Cabrita, Manuel Neto dos Santos ou Fernando Esteves Pinto, a auto-res praticamente estreantes como Marco Mackaaij, Van S.a ou Mariano Alejandro. Na fotografia, Jorge Jubilot, o já habitual fotógrafo da editora assina mais uma vez a capa, mas no miolo surgem num vege-tal acetinado, as imagens de Luísa

A sessão foi promovida pela Liga dos Amigos do Mestre Manuel Cabanas, cujo seu presidente João Caldeira Romão apresentou o livro de Pedro Pereira e Nuno Marques Inácio “Carbonários e outros revolucionários”. Aconteceu a no arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes em Vila Real de Santo António ao final da tarde no passado dia 7 de Dezembro. O presidente da Liga apresentou «Carbonários e Outros Revolucionários» como resultado “de uma investigação completamente inédita sobre esta temática, com uma visão geral da Carbonária Portuguesa e uma análise do caso da Carbo-nária Portimonense”. Esta é uma obra de cariz histórico, mais um contributo para a elaboração de uma História de Portimão. Quem foram os carbonários e revolucio-nários portimonenses, que vestígios há da sua presença em Portimão e que relação havia entre eles são algumas questões que têm resposta nesta obra. Os vilarealenses marcaram presença interessada na sessão.

A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António recebeu entre os dias 22 e 29 de novembro, a mostra filatélica «Edifício da Alfândega». A exposição teve como base o primeiro imóvel público a ser construído na cidade; uma das mais emblemáticas referências pombalinas. A iniciativa foi da secção de coleccionismo da Associação Humanitária dos Bombeiros de VRSA.

Soares Teixeira, Fatinha Afonso, Joana Rosa Bragança, Lina Madeira e do experiente Filipe da Palma. Na poesia: AnaPaula Madureira, Antó-nio Baeta, António Brumas, António José Ventura, António Pedro, Dinis Nunes, Fernando Cabrita, Fernando Esteves Pinto, Fernando Pessanha, João Bentes, Luís Ene, Manuel Neto dos Santos, Marco Mackaaij, Marco Mangas, Mariano Alejandro, Miguel Godinho, Myriam Jubilot de Carvalho, Naná Rebelo, Nuno Mangas-Viegas, Paulo Ferreira, Paulo Moreira, Pedro Afonso, Pedro Faria Bravo, Pedro Jubilot, Pedro Oliveira Tavares, Rute Castro, Sara Monteiro, Tiago Nené, Van S.a, Vitor Gil Cardeira, Zé Bono. Na fotogra-fia: Fatinha Afonso, Filipe da Palma, Joana Rosa Bragança, Jorge Jubi-lot, Lina Madeira e Luísa Soares Teixeira. Esta é a capa da revista literária «Sizigia»

Autores elaboraram um estudo que se dedicou à carbonária de Portimão

A secção de coleccionismo da Associação de Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António

O moçarabismo no Algarve e a lápide funerária do bispo

Julião, encontrada em Cacela

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* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

No mês em que (erroneamente) se comemora o nascimento de Cristo, torna-se pertinente recordar as comunidades cristãs que existiram no Gharb al-Andaluz durante o domínio islâmico. Referimo-nos, portanto, aos moçárabes, ou seja: as comunidades cristãs que viviam sob domínio muçulmano, adoptando, muitas vezes, usos e costumes arabizantes. Como sabemos, foi em 711 que o exército de Tarik Ali Ibn Zyad entrou na Península Ibérica, derrotando as forças do rei Rodrigo na Batalha de Guadalete. E, pouco depois, o território que compreende o actual Algarve passou a funcionar como uma comarca administrativa e militar governada pelo árabe-iemenita Abû Sabah al-Yamani, o chefe supremo dos iemitas que se viriam a estabelecer entre Sevilha e Silves. Porém, terá a expansão muçulmana erradicado o culto cristão nos territórios conquistados?

Desde o período visigodo que a capital do Algarve se apresentava como proeminente sede de bispado. Aliás, basta recordar que já no concílio liberitano, entre 301 e 305 d.C., estava referido Vicente, bispo de Ossonoba. Durante o período emiral-califal (depois da conquista islâmica), a tolerância dos governantes para com a língua e religião dos dominados permitiu a manutenção de algumas estruturas religiosas e sociais. Foi nesse sentido que Faro assumiu paradigmática importância, na medida em que a sua população moçárabe era tão influente que chegou a substituir o nome da cidade de Ukxûnuba para Santa Maria. Aliás, vários documentos apontam nesse sentido, nomeadamente, a cantiga de Afonso X de Castela, Esta é dun miragre que mostrou Santa Maria en Faaron quando era de mouros, fonte que refere a existência de um culto à virgem por parte de um significativo grupo de pescadores moçárabes. De resto, um material arqueológico de grande interesse atesta a continuidade do culto cristão na antiga província de Ukxûnuba: trata-se da lápide funerária de Julião, um bispo moçárabe de Ossonoba que viveu no séc. X. O artefacto foi encontrado em Cacela Velha, a antiga Qastalla islâmica, no concelho de Vila Real de Santo António, e nele podemos ler: “Aqui descansa o corpo de Julião, bispo, que morreu pelas 12ª calendas de Abril da milésia quinta (21 de Março de 987). Peço, a ti, leitor, que não recuses orar por ele, para que deste modo, tenhas em Cristo Nosso Senhor, um protector”.

Posteriormente, já durante o domínio almorávida e almóada, os moçárabes passaram a ser tratados com maior intransigência. Ainda assim, é provável que o culto cristão tenha resistido durante os impérios norte-africanos, se bem que de forma mais discreta e diminuta. Para eventuais interessados neste assunto, recomenda-se ainda a leitura de A Cidade Islâmica de Faro, publicação da Edições Mandil / 4Águas Edições.

Fernando PessanhaHistoriador

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2014 | 19

CULTURA

Mário Sousa, Fernando Reis e João Rodrigues apresentaram «A Casa» de Carlos Luís FigueiraVila Real de Santo António recebeu em Novembro o romance «A Casa» de Carlos Luís Figueira, director do Jornal do Baixo Guadiana. A chegada à biblio-teca municipal Vicente Campinas, a 21, aconteceu depois de um percurso por Lisboa, Porto e Algarve. Segue-se ainda Coimbra e Alentejo, Campo Maior, de onde o autor é natural.

Para apresentar o livro de Carlos Luís Figueira estiveram na mesa Mário Sousa, Fernando Reis – que deram conta da leitura pessoal da obra – e João Rodrigues, que esteve para além de representante do município de Vila Real de Santo António, uma vez que é amigo pessoal de Carlos Luís Figueira e ambos fizeram parte do mesmo partido político em tempos, o Partido Comu-nista Português (PCP).

Fernando Reis falou do enredo do romance e contextualizou a história fic-cionada dentro de uma realidade vivida entre 1969 e 1973 em que a clandesti-nidade de quadros do PCP “obrigava a muitos sacrifícios pessoais”. O diretor do «Jornal do Algarve» elogiou a forma

como Carlos Luís Figueira contou a his-tória da clandestinidade através da per-sonagem Augusto, que personifica um quadro clandestino do PCP que muitas vezes teve de assumir identidades falsas e mudar de casa. Elogiou, ainda, a capacidade para a escrita envolta em erotismo “bem visível quando o autor faz a descrição dos traços femininos de uma das personagens de «A Casa»”.

Por sua vez, Mário Sousa preferiu desenvolver uma apresentação ligada aos perfis psicológicos das personagens, dando conta, nomeadamente dos prin-cipais, como são o caso do protago-nista, a sua mulher e um colega de casa operário. Também Mário Sousa elogiou a escrita do autor e desafiou-o a continuar a escrever.

Por sua vez Carlos Luís Figueira explicou que este romance “não é um ajuste de contas com o PCP nem com a dissidência de opinião que levou a que fosse expulso do partido”. O autor agradeceu profundamente à esposa por ter tido papel fundamental para que conseguisse escrever o livro até ao fim o

que não se mostrava tarefa fácil por ter um trabalho muito intenso diariamente. Partilhando emoções, Carlos Luís Figueira disse também que este livro é uma homenagem à mulher dos seus filhos, entretanto já falecida.

A cerimónia contou também com a presença do editor da «Lápis de Memória».

A jovem de Monte Gordo, concelho de Vila Real de Santo António, está a conquistar, “pouco a pouco” como diz, o seu lugar no mundo do fado. Lançou o CD «Dentro de mim» e atua entre o Algarve e Lisboa. No Baixo Guadiana ainda não vê as oportunidades que gostaria, mas acredita que “aos poucos as mentalidades vão mudar e os artistas da terra vão ser mais valorizados”.

A obra foi apresentada na biblioteca municipal Vicente Campinas, em VRSA

Nádia Catarro lançou «Dentro de Mim» e a carreira desta jovem fadista já entrou por Lisboa a dentro

És uma jovem do Baixo Gua-diana já bastante reconhecida no território e fora dele. Como tem sido esse crescimento na arte da música?

O crescimento na arte da música tem sido fantástico, sendo que “cres-cimento” é a palavra certa! Comecei muito muito pequenina e pouco a pouco tenho crescido; um passo de cada vez, vivendo experiências que não esperava viver, conhecendo pessoas que não esperava conhecer, entre outras coisas, mas, acima de tudo, viver sem querer passar por cima de ninguém, viver com humildade para conseguir conquistar mais coisas e para não perder o que tenho vindo a ganhar. Adoro este viver!

Lembraste como tudo come-çou? Quando cantaste pela primeira vez e que sensação tiveste?

Sim, lembro-me perfeitamente! (risos). Entrei para a pré-escolar de Monte Gordo e as minhas educadoras de Infância sentavam os meus colegas para eu puder cantar. Eles adoravam, então eu subia para cima de uma mesa e interpretava a música “ El Toro e la luna” (risos). Aí eu era uma miúda com cinco anos, não tinha experiência nenhuma mas a sensação foi tão boa que eu achava que devia cantar para eles esta música todos os dias, sempre que me pedissem!

Agora, mais do que nunca, é essa a arte que queres para a tua vida. Porquê?

Sem margem de dúvida, mesmo que eu não quisesse esta arte acho que isso nao seria possivel... a música faz parte do meu ser, dos meus dias. Quero mais do que tudo esta arte porque a música dá-me anos de vida, é algo verda-deiro e eu tenho a certeza que vai estar sempre do meu lado, mesmo quando eu menos merecer! Cantar para mim é tentar ignorar as coisas menos boas da vida e eu acredito que isso dá uma certa elegância...(risos). Passei por vários estilos musicais e conse-guia adequar-me a qual-quer um, muito antes de cantar fado já tinha can-tado outros estilos.

Mas o Fado é o teu estilo musical predi-lecto…

O fado é o meu estilo, é realmente no fado onde eu consigo mostrar mais emoção. Primeiro porque é português, é nosso!E depois porque o fado me transporta para outro mundo, e eu carrego esse mundo todos os dias e não me canso. Não me canso de o querer mostrar, a alma guarda aquilo que nos acalma e é bom eu ter a sensação que o meu amor pelo fado renasce a cada dia que passa... as letras são lindas, a melodia do trinar das guitarras abra-çam-me e ali eu permaneço como se estivesse abraçada a alguém que gosto

muito! Tal como disse a minha fadista de eleição, Ana Moura, numa entre-

vista: “eu não escolhi o fado, foi o fado que me escolheu” . Comigo aconteceu a mesma coisa, todos podem cantar fado, mas nem todos são fadistas. E este foi o estilo de música a que mais fugi na minha adolescência, não me perguntem porquê, talvez por ser muito nova e ter vergonha. Mas um dia decidi experimentar, a partir daí nunca mais parei, nem quero!

«Dentro de Mim» é o teu mais recente trabalho. O que nos gos-tarias de dizer sobre ele?

Gostaria de dizer-vos que estou extremamente feliz, é o meu bébé!

Estou verdadeiramente no fado vai fazer no dia 13 de Abril de 2015 dois

anos. A caminhada não é facil mas também nin-guém me disse que assim seria. Tenho conseguido contornar todos os obs-táculos. O meu primeiro trabalho surgiu rápido demais, pois num ano eu consegui guitarristas algo que não tinha, surgiu-me bastante trabalho, e final-mente consegui lançar o meu CD. «Dentro de mim» porque em mim existia um sonho, dentro de mim havia algo que eu sempre ambicionei fazer. Eu para o fado e o fado para mim, porque dentro de mim estão as emoções, estão todas as minhas vivênvias, estão todas as pessoas que

me apoiaram. Fado dentro de mim!E quanto a atuações como

estão? Onde tens atuado e como está a tua agenda?

Felizmente, tenho tido bastante trabalho desde há um ano para cá! É bom para mim estar ocupada e fazer o que realmente amo. Comecei a cantar em pequenos sítios e aos poucos vou conquistando sítios maiores. Já tenho cantado em Lisboa o que para mim, é muito importante. Canto em restaurantes e desde o ano passado que estou como fadista residente de uma casa em Tavira, todas as quintas-feiras.

Depois vou atuando noutros restauran-tes. Já tenho substituído algumas fadis-tas em casas de fado em Lisboa como por exemplo no «Pateo de Sant’ana», não esquecendo a oportunidade que sempre me dão de cantar na casa de fados «Luso». Quero realçar também a minha veia solidária desde muito nova em centros de dia, lares e em espetá-culos para angariação de fundos para instituiçoes ou particulares, pois afinal foi assim que comecei.

Estudar, trabalhar... Como conciliar com a música?

Normalmente as minhas atuaçoes são à noite, o que me dá a oportunidade de durante o dia fazer mais coisas como por exemplo trabalhar. Já terminei o 12º ano e consegui conciliar. Uns dias melhor outros pior, mas isso faz parte; há que saber gerir o tempo!

Estando aqui no Baixo Gua-diana como vês o teu futuro na música por estes lados?

No Baixo Guadiana não são muitas as oportunidades, mas aos poucos vão-se conquistando trabalhos. Gostava de ter mais oportunidades principal-mente no meu concelho. Infelizmente ainda sentimos que se dão mais opor-tunidades às pessoas de fora do que às da terra. Embora essa mentalidade já tenha mudado um pouco... Gostava de ver o meu concelho mais rico na aréa da música e não só. No outro lado do Algarve há mais sítios onde se faz fado, mas o trabalho também é escasso porque são muitas as colegas nesta área.

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2014

CULTURA&AGENDA

Afonso Dias e Tânia Silva levaram a cabo espetáculo «O Mar ao Fundo»Feira do Livro foi promovido pelo agrupamento de escolas

Jovens protagonizaram

Feira do Livro«Casa do Sal» assume-se como lugar de cultura

O concelho de Alcoutim acolheu uma Feira do Livro; iniciativa organi-zada pela Biblioteca Escolar «Luísa Ducla Soares» do Agru-pamento de Esco-las do Concelho e contou com o apoio da Câmara Munici-pal. O evento, em parceria com a Papelaria/Livraria Sagres, decorreu nos dias 24 e 25 de novembro, junto à Casa dos Condes, em Alcoutim, e 27 e 28 de novembro, na Rua Direita, na aldeia de Martin-longo.

A «Casa do Sal» recebeu a 21 de Novembro o espectáculo «Mar ao Fundo», de Afonso Dias e com a especial participação de Tânia Silva. Afonso Dias, um “algarvio adotado”, tem em si o “sortilégio do mar”. Foi, precisamente, na poesia e na música de autores algarvios, naturais ou adotados, e de amantes do mar, que este recital se inspirou. No espetáculo ouviram-se os mais variados poemas ligados ao mar e ao Algarve de autores como António Ramos Rosa, António Pereira, João Lúcio, Teresa Rita Lopes, Carlos Brito, entre outros. De acordo com a autarquia “este espetáculo foi ao encontro do carácter multicultural deste recente espaço castromarinense, que se afirma através da ligação às artes, à educação, à cultura, ao desporto e ao lazer, tendo como pano de fundo a valorização do sal de Castro Marim”. Atualmente, a «Casa do Sal» alberga a exposição “Histórias de Sal”, da Associação ¼ Escuro, com a colaboração do Taller de Fotografia de Lepe (Espanha), do Clube de Fotografia de Guérande e do Clube de Fotógrafos de La Baule (França). O espaço está aberto de terça a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

A G E N D A

Concerto de Natal 21 de dezembro / Igreja de Nª Sª da Con-ceição - Alcoutim

I Torneio de Karaté14 de dezembro / Pavilhão Desportivo Municipal | Martim Longo

Natal sénior19 Dezembro / Martinlongo

Exposição “Minudências” 02 a 31 de dezembroDescrição: Exposição de Fotografia de Margarida AntunesCasa dos Condes (Biblioteca Municipal de Alcoutim)

Presépio 13 de dezembro a 6 janeiroMartim Longo

Castro Marim

01 | Inauguração da Exposição “Fragmento”Local: Igreja do Castelo de Castro Marim - 18h00

05 | Apresentação do livro “Justiça Cega” Local: Biblioteca Municipal de Castro Marim - 18h00

13 | Concerto de Natal com a “Orquestra Clássica do Sul” Local: Igreja Matriz de Altura - 21h00

20 | Concerto de Natal da “Banda Musical

Castromarinense” Local: Igreja de N. Sra. dos Mártires, Castro Marim - 21h00

21 | Almoço de Natal de Séniores Local: a definir/ Hora: a definir28 | 2º Trail Urbano Entre Muralhas Castro Marim - 10h00

VRSA

Exposição de Artes PlásticasCírculo Artístico e Cultural Artur Bual 6 dezembro > 2 janeiro9h30 > 13h00 | 14h00 > 16h45 Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes

Arquivo entre Histórias«História da Alimentação no Algarve a partir do registo Arque-ológico», Diz-me o que comeste e dir-te-ei quem foste — Os recursos animais nas dietas (algarvias) do passado, com Doutora Maria João Valente da UALG12 dezembro - 18h00, Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes

Apresentação do livro «Subsídios para a História do Baixo Guadiana e dos Algarves Daquém e Dalém-mar» de Fer-nando Pessanha11 dezembro - 18h00, Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes

Apresentação da obra «Onde o Guadiana acaba» reedi-

çãoDe António C. Ribeiro Machado4 dezembro - 18h00, Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Apresentação do livro «A objetiva humorística do autor»De Sebastião Leiria por João Leal, 12 dezembro - 17h00, Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA

Tertúlia no Baixo GuadianaNatal Solidário18 dezembro - 17h30, Biblioteca Muni-cipal Vicente Campinas

Oficina de Natal «Tecer em teares de cartão»Com o Hospital das Coisas - E5G6 Dezembro - 15h00 > 18h00CIIPC - Antiga Escola Primária de Santa Rita

Mercadinho de Natal14 dezembro 10h30 > 17h00Cacela Velha

Zumba Solidária a favor da Santa Casa da Misericórdia de VRSA6 dezembro - 16h00 > 18h00 Complexo Desportivo

Torneio de Natal de TénisSub 12/1613 e 14 dezembro - 9h00 > 19h00Campos de Ténis | Complexo Desportivo de VRSA

Mostras de Artesanato Natalícias6, 7, 8, 20, 21, 27, 28 dezembro10h00 > 17h00, Praça Marquês de Pombal | VRSA

Alcoutim

Peça de Teatro «Tal não está a porra!»01 Dezembro Salão da Junta de Freguesia de Giões20h00

Procissão de Nossa Senhora da Conceição08 de dezembro / Alcoutim

Festa de Natal do Lar de Idosos de Balurcos9 de dezembroLar Maria Ribeiro Vicente - Balurcos17h00

Festa de Natal19 de dezembro Jogos Tradicionais e Lanche convívio com as crianças da freguesiaGiões / 15h00

Baile de Natal20 de dezembroCentro Náutico - Alcoutim

Baile de Natal20 de dezembro Sede da Associação (Antiga Escola Primária) - Farelos / 21h00

Passagem de Ano31 de dezembroCais da vila - Alcoutim

Passagem de Ano31 de DezembroSede da Associação Grito d’Alegria (Antiga Escola Primária de Giões)

Concerto pela Orquestra Juvenil de Guitarras do algarve 6 de dezembro / Salão da Junta de Fre-guesia de Martim Longo, 20h30

POR CÁ ACONTECE

Mercadinho de Natal14 dezembro - 10h30 > 17h00Cacela Velha Campanha de Recolha de Roupas e Brinquedos para Crianças1 dezembro > 6 janeiro - 9h00 > 21h00, Universidade dos Tempos Livres - UTL | VRSA

Aldeia de Natal de Vila Real de Santo Antónioaté 6 de janeiro de 2015todos os dias das 10h00 > 20h00Praça Marquês de Pombal | VRSA

Presépio Gigante de Vila Real de Santo António6 de dezembro de 2014 a 11 de janeiro de 2015segunda-feira a domingo: 10h00 > 13h00 | 14h30 > 19h00Inauguração: 5 de dezembro às 18h00 Dia 1 de janeiro: 14h00 > 19h00Centro Cultural António Aleixo | VRSA

Aldeia Natal – Junta de Freguesia de Monte GordoInsufláveis, Pai Natal, Presépio e distri-buição de doces pelas criançasLocal: Edifício da Junta de Freguesia | Monte Gordo 15 de dezembro – segunda-feira / 20 e 21 de dezembro – sábado

Passagem de ano 2014/2015Concertos, dj, animação e fogo-de-artifício31 dezembro a 3 de janeiro22h30 > 05h00Dia 31: 22h30 > 06h00Avenida Marginal - zona poente | Monte Gordo

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2014 | 21

CULTURA

Alcoutim vai receber exposição internacional de arte «My Fukushima»

Tertúlia do Baixo Guadiana assinalou os 25 anos da «Convenção dos Direitos das Crianças»

(à esq.da) O adjunto do presidente da câmara municipal de Alcoutim com o presidente da «Peace and Art Society» e (à d.ta) momento de «My Fukushima»nas ruas de Cachopo, onde também estará até 7 de Janeiro

Foram diversas as associações locais que participaram nesta tertúlia a 20 de novembro

Depois de ter estado em Faro durante o mês de Outubro, e ter seguido em Novembro para a fre-guesia de Cachopo, concelho de Tavira, onde vai estar patente até ao próximo dia 7 de Janeiro, a mega-exposição «My Fukushima» tem na sua rota o concelho de Alcoutim. A con-firmação foi dada pelo executivo alcou-tenejo que marcou presença na inaugu-ração na freguesia vizinha de Cachopo. A mega-exposição «My Fukushima» reúne centenas de artistas de todo o mundo que criaram as suas obras a partir de poemas do poeta japonês Taro Aizu. Este poeta escre-veu uma obra cuja receita reverte para as crianças com cancro vítimas do acidente nuclear de Fukushima em 2011. A exposição interna-cional de arte conta com diversas perfor-mances artísticas e pretende servir de alerta para os perigos da ener-gia nuclear, desde logo ajudando de alguma forma a salvar as suas

Decorreu a 20 de Setem-bro mais uma tertúlia no Baixo Guadiana. Sob o tema dos 25 anos da Con-venção dos Direitos das Crianças marcaram pre-sença para uma agradável conversa de duas horas: a presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Castro Marim, a representante do Ministério da Educação da Comissão de Protec-ção de Crianças e Jovens em Risco de Vila Real de Santo António, o Media-dor da Etnia Cigana ao serviço da Câmara Muni-cipal de VRSA,o Chefe de Divisão da Cultura da câmara municipal de VRSA, o Chefe de Divisão de Desporto e Saúde da câmara municipal de VRSA, a Cruz Vermelha Portuguesa de VRSA, a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, o presidente da JSD de VRSA, o encenador do grupo de teatro escolar de Castro Marim TeaTroTeca, o Professor João Caldeira Romão, Isabel Calheiros, co-fundadora em Portugal da primeira casa da associação «NovoFuturo», o escritor alturense Hugo Pena e Francisco Galveias da secção de colecionismo dos Bombeiros de VRSA. Esta foi mais uma tertúlia com o apoio imprescindível da Biblioteca Municipal Vicente Campinasm, nas pessoas das suas coordenado-

ras Mariana Ornelas do Rego e Assunção Cons-tantino. Na tertúlia ouviu-se o hino da «Missão Pijama» da autoria de Pedro Abru-nhosa e fez-se uma inte-ressantíssima reflexão sobre as problemáticas e os sucessos na salva-guarda dos Direitos de todas as Crianças no Baixo Guadiana. Luís Villas-Boas, fundador da Emergência Infantil em Portugal - que por moti-vos de visita oficial no Refúgio Aboim Ascensão não pode estar presente - enviou uma mensagem

de bem haja pela realização de uma tertúlia em torno da celebra-ção dos 25 anos da Convenção dos Direitos das Crianças (Nações Unidas em 20 de Novembro de 1989). Luís Villas-Boas que presidiu ao grupo de trabalho para a criação da Agenda Criança - no ano de 2012 - recordou em Abril deste ano que quando foi projectada esta Agenda Nacional foi contemplada a criação de quatro comissões: «Protecção», «Adopção», «Acolhimento» e «Emergência Infantil», mas alertou para o facto de não terem ainda sido lançadas bases para o Sistema Nacional de Emergência Infantil e ter sido protelada a criação da comissão do «Acolhimento».

vítimas. Países como Portugal, Espa-nha, Israel, Arménia, Rússia, Japão, Alemanha, México, Brasil, Holanda, França, Argentina e muitos outros fizeram questão de marcar presença num contributo artístico, técnico e, sobretudo, solidário em que se

consubstancia «My Fukushima».A poesia de Taro Aizu revela ao

mundo a tragédia causada pelo ter-ramoto e tsunami e consequente

destruição parcial das centrais nucleares na cidade de Fukushima que contaminaram e continua a con-taminar radioactivamente pessoas, campos e rios, tornando inabitável vastas regiões do Japão.

Esta mega-exposição é uma pro-

dução da associação «Peace and Art Society» dirigida pelo cineasta Paulo Duarte Filipe. “O objectivo é demonstrar que a arte, o apoio

social e a sensibilização ambiental quando estão de mãos dadas conse-guem transpor barreiras incríveis e contribuir para o bem comum que é global”. O cineasta, que, recorde-se, este ano esteve em no Festival de Cinema de Cannes (França) com a

sua obra Filipe, garante que a viagem de «My Fukushima» pelo Algarve está a ganhar uma rota “incrí-vel”, lembrando que não se trata apenas de uma exposição dos que vêm de fora. “Não é nada invasivo, pelo contrário; é interactivo. Os artistas das terras que nos acolhem vão integrar com a sua arte esta mega-exposi-ção e ajudar a espalhar a mensagem de Taro Aizu”. O

Baixo Guadiana vai ser, assim, também palco desta exposição internacional já em meados de Janeiro.

Veio a público, em finais de Setembro, simultaneamente em Portugal e no Brasil, um livro impressionante, de fotografias e textos, da autoria de João Pina, sobre rasto da criminosa Operação Condor.O juiz Baltazar Garzón, que escreve o posfácio do livro, chama-lhe «operação diabólica de alguns serviços secretos, coordenada pela CIA e pelas ditaduras militares latino-americanas e destinada a aniquilar os movimentos de esquerda na região, através da detenção, da eliminação e do desaparecimento de dirigentes políticos, sindicais ou sociais, de países como a Argentina, o Chile, o Paraguai, o Uruguai, a Bolívia, o Brasil e outros.»A operação foi desencadeada a partir de uma reunião efectuada no Chile, em 1975, onde os serviços secretos dos países referidos combinaram os planos de repressão, incluído a de poderem actuar nos países uns dos outros, com uma vaga de terror, prendendo, torturando, assassinando por todo o cone sul da América Latina. Quando, durante os anos 80 do século passado, a operação abrandou, tinha provocado mais de 60 mil mortes. E só na Argentina havia mais de 30 mil desaparecidos.É este delírio repressivo, especialmente simbolizado pelas figuras sinistras dos generais Pinochet, Videla, Stroessener e Banzer, que o livro documenta pela imagem e pela palavra.Com a máquina fotográfica numa mão e o gravador na outra, João Pina registou, durante oito anos seguidos, o que resta das câmaras de tortura, as valas comuns já identificadas (muitas outras ainda não conhecidas), as bases militares dos carrascos e, ao memos tempo, fotografou e entrevistou as vítimas, reunindo cerca de duas dezenas de testemunhos, que cobrem os diferentes países e as diferentes orientações de esquerda. Não deixou sequer de fotografar os torturadores, apanhando alguns a tapar a cara, quando foram julgados na Argentina por crimes contra a humanidade.O livro é, assim, um libelo acusatório implacável contra as ditaduras militares de extrema-direita e fascistas que dominaram na América Latina nas décadas de sessenta, setenta e oitenta do século passado.João Pina faz no entanto questão de dizer: «As fotografias aqui publicadas têm precisamente o objectivo de resgatar o anonimato e homenagear todas as vítimas das ditaduras que governaram com mão de ferro esta região.»É uma edição de excelente qualidade gráfica da Editora «Tinta da China».

C O N D O Rpor João Pina

L I V R O Spor Carlos Brito

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2014

PASSATEMPOS&LAZER

Recentemente o Tribunal de Justiça da União Europeia veio considerar que qualquer cidadão residente num país da União Europeia pode solicitar a um motor de busca a remoção de links que surjam como o resultado de pesquisas feitas sobre o seu nome, o chamado “direito ao esquecimento”. Esse pedido justifica-se se estivermos perante links que remetam para informações desactualizadas ou que possam prejudicar a sua reputação pessoal e profissional.

Não será, no entanto, uma tarefa fácil. O visado terá que expor os seus argumentos, e a empresa que detém o motor de busca analisa-os, podendo aceitar, ou não, o pedido. Em caso negativo, o processo poderá ter de passar pelo tribunal.

Em Portugal, a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) confirmou já ter recebido algumas queixas de cidadãos que solicitaram a remoção dos seus dados, tendo recebido res-posta negativa.

A CNPD, relembra, ainda, que o direito ao esquecimento não tem, actualmente, consagração legal, apenas existindo uma proposta de regulamento de protecção de dados, que está em discussão nas instâncias europeias há três anos.

Ao decidir que a lei da protecção de dados pessoais também se deve aplicar aos motores de busca, o Tribunal de Justiça da União Europeia dá um primeiro passo neste sentido, no entanto, é necessário ir mais além. É, por isso, imprescindí-vel criar mecanismos de defesa para os cidadãos, para evitar que o seu nome surja associado a informação desactualizada, incorrecta ou até difamatória.

Deste modo, a DECO ao entender que a liberdade de infor-mação e o interesse público dos dados são valores inquestio-náveis, considera essencial que o direito ao esquecimento se traduza em lei, esperando que a anunciada legislação europeia sobre esta matéria conheça rapidamente a luz do dia.

Susana Correia

Carlos Brás

jurista

“Tenho ouvido falar no direito ao esquecimento na internet. Afinal, do que é

que se trata?”

Delegação Regional do Algarve

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

Quadratim - n.º126

Auto

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ão R

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Jogo da Paciência n.º 132

«Museus de Portugal»

A amargura é tristezaA angústia mete dó

Nesta época de NatalTer família e estar só

Quantos familiares há por aíque recebem de outros a pensãoDeixam-nos em lares e hospitaisE não têm por eles compaixão

É preciso é receberAndem descalços, com frio ou na rua

Comer, beber e festejarCom quantia que não é sua

Natal, é comércio activoJá não será família em uniãoTiram tudo uns aos outros

E não querem repartir o pão

Pelo caminho correcto do quadratim e se possível vá ao encontro de BOM NATAL E FELIZ 2015

Soluções Jogo da Paciência - n.º131

Infante (D. Henrique - Faro)1. Arqueologia (Albufeira)2. Municipal (Portimão)3. (Municipal) Tavira4. Paço Ducal (Vila Viçosa)5. (de) Évora6. (de) Mértola7. (de) Aljustrel8. (de) Moura9. Pedro Nunes (Alcácer do Sal)10.

(de) Santiago (do Cacém)11. Leal (da Câmara - Rio de Mouro, Sintra)12. (Ecomuseu do) Seixal13. (do) Ar (Alverca e Sintra)14. (Arqueológico) Odrinhas (Sintra)15. Arte Sacra (Fátima)16. (do) Brinquedo (Sintra)17. (da) Cerâmica (Caldas da Rainha)18. (da) Loiça (Sacavém)19. Etnográfico (Dr. Joaquim Manso - Nazaré)20.

Descongele alimentos em segurança APELO EXTERNO!

Conceição de TaviraEste cãozinho vive na rua, e tem medo das pessoas.Existe um bom coração que o alimenta todos os

dias, mas a rua não é sítio para ele.

Alguém com um espacinho para este pequeno?...

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A congelação é um dos métodos mais utilizados para conservar alimentos. Se for bem efetuada (de forma rápida) permite aumentar o seu prazo de validade consideravelmente. No entanto para serem confecionados, a maioria dos alimentos, deverá ser descongelado.

Embora este seja um processo lento, o método mais seguro é através da descongelação dos alimentos no frigorífico. Deste modo nunca se quebra a cadeia de frio, passando estes de aproximadamente -18ºC para os +4ºC / +5ºC. Este é um fator importante a ter em conta. Uma descongelação mais lenta, não degrada tanto a qualidade nutricional e o alimento não fica sujeito a temperaturas suscetíveis de crescimento microbiano. O alimento a descongelar deve ser colocado na prateleira inferior do frigorífico, em recipiente coberto com plástico transparente e que permita o escoamento da água.

Existem métodos mais rápidos para des-congelar os alimentos: descongelação à tempera-tura ambiente (deverá ser feita num local fresco) e descongelação em água corrente e potável, desde que esta não entre em contacto direto com o alimento. Contudo estes não são tão aconse-lháveis, pois expõem o alimento a uma diferença de temperatura considerável (de -18ºC a +20ºC) num curto período de tempo. Isto afeta, não só a qualidade nutricional, como expõe o alimento a uma temperatura que permite o crescimento microbiano.

Os alimentos descongelados, não podem voltar a ser congelados novamente.

Planeie antecipadamente as refeições, e des-congele os alimentos no frigorífico.

Carlos BrásEng. Alimentar

Ideias a Conservar

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2014 | 23

PATRIMÓNIO&PSICOLOGIA

A tradicional reunião da família durante o Natal continua a constituir o centro das festividades que marcam esta época, porém, perderam-se algu-mas tradições que, há apenas algu-mas décadas, distinguiam a data no Baixo Guadiana e que hoje resistem na memória dos “antigos”, como as “searinhas” e o “cepo de natal”. Outras, porém, como as filhoses, mantêm-se vivas.

A partir do dia 4 de Dezembro, dia de Santa Bárbara, algumas famílias do Baixo Guadiana semeavam o trigo em tigelas com água, a que chama-vam o “trigo de Santa Bárbara”. Outras semeavam no dia 8, dia de Nossa Senhora da Conceição. Podiam ainda semear diferentes cerais ou

leguminosas, como agrião ou len-tilhas. As sementes germinadas serviam para preparar as searinhas que adornavam o presé-pio ou o altar do Menino Jesus, com maior tradição na zona serrana. Havia quem, através dessa ger-minação, previsse as futu-ras colheitas do ano. Na véspera de Natal, as sea-rinhas eram colocadas no altar com o Menino Jesus, dentro das tigelas ou sobre toalhas húmidas. Com as searinhas faziam-se também pórticos e outras figuras que decoravam a composição, juntamente com laranjas e folhas de laranjeira. As searinhas eram também colocadas no centro das mesas da ceia de Natal, ou nos pre-sépios, juntamente com uma vela. Em frente do altar ou do presépio, faziam um arco em cana, enfeitado com ramos de laranjas ou murta. No litoral, algumas famílias mais endinheiradas armavam o presépio numa cómoda da “casa de fora”,

Tradições de Natal no Baixo Guadiana: as searinhas, o cepo de natal e as filhoses

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

decorada com colchas, lençóis e flores de papel. Era aí que as famí-lias se reuniam para cantarem o

terço e as loas ao Menino Jesus, rezarem a novena e mais alguma “oraçanita” que conhecessem.

Mas nem todas as casas tinham por costume fazer o pre-sépio ou armar o altar do Menino Jesus. Algumas famílias assina-

lavam a data com uma candeia acesa durante a noite de Natal, ou um grande madeiro, a que cha-

mavam o “cepo do Natal” e que devia arder até ao Dia de Reis, para proteger a casa contra o “mau-olhado”. Alguns guarda-vam o tição para queimar em ocasiões especiais.

Antes da missa do galo, na noite da consoada, a família juntava-se em redor do cepo ou da braseira, onde passavam o serão. Comiam linguiça assada ou frita com ovos, do “sovão” que matavam propositada-mente a partir do Dia de Todos os Santos, para que os enchi-dos estivessem prontos para comer pelo Natal. Na doçaria dominavam os fritos, como as filhoses de joelho, de canudo ou de rosa, bolinhóis e as empa-nadilhas recheadas com batata-

doce ou doce de grão, feitos pelas mulheres nas vésperas. Faziam-se também nogado, estrelas de figo e amêndoa e bolos de figo. Depois de festejarem a “meia-noite”, acorriam à missa do galo, onde apenas as crianças que chegavam

com a cabeça ao pano da chaminé podiam assistir. A igreja, devido à importância da data, era enfeitada e perfumada com ervas da ribeira e verdura do campo. No regresso a casa, comiam a tradicional ceia de Natal.

Na alvorada do dia de Natal, as crianças acorriam à chaminé, onde na noite anterior tinham deixado o sapatinho, na esperança que o Menino Jesus os presenteasse com um choco-late ou um par de peúgas. Nesse dia, as pessoas estreavam roupa nova e iam à missa das onze. Em Cacela, realizava-se no fim do dia um baile que encerrava as cele-brações e a que também acorriam as gentes das redondezas.

Pedro PiresTécnico de Património Cultural |

Membro do CEPAC/UAlg (Centro de Estudos de Património,

Ambiente e Construção da Universidade do Algarve)

O sono é um processo fisiológico dinâmico e complexo, com funções que passam pela reconstituição do organismo nomeadamente a reposição da energia gasta durante o dia. A duração média do tempo total de sono é de 6 a 8 horas embora existam diferenças de pessoa para pessoa uma vez que as necessidades quantitativas e qualitativas de sono de cada um são aquelas que permitem estar acordado e ativo durante o dia.

Uma das dificuldades do sono mais diagnosticada é a insónia, ou seja, dificuldades para adormecer à noite, despertar durante a noite ou muito cedo, não sentir que o sono tenha sido reparador após uma noite de sono. Tudo isto pode provocar falta de energia, fadiga, sonolência diurna, alteração do estado de humor, irritabilidade, falta de concentração, pre-ocupações contínuas com o sono e consequentemente afetar o desempenho pro-fissional, afetivo e sexual.

A insónia é um sintoma e deve ser analisado tendo em atenção os fatores físico, psicológico e social. Podemos mesmo destacar os problemas familiares, económicos e profissionais. Entre as causas mais comuns da insónia temos as mudanças no ambiente ou horário de trabalho, maus hábitos de sono que incluem irregularidade do sono, como dormir e acordar em horários diferentes todos os dias, atividades estimulantes antes de deitar, dormir em ambientes inapropriados e des-confortáveis. O uso de alguma medicação pode interferir e também o consumo de cafeína, nicotina, álcool, alguns chás, refrigerantes. Comer demasiado pode fazer com que uma pessoa se sinta fisicamente desconfortável na hora de adormecer. As sestas podem também constituir outro problema na hora de ir dormir tal como a dor cronica, depressão, ansiedade, stress.

Estudos recentes comprovam que a privação do sono compromete seriamente o funcionamento humano. Pro-

pomos algumas orientações e sugestões se sente que a sua qualidade de vida está a ser afetada pela insónia promovendo assim hábitos de sono saudáveis.

Importa salientar que estas orientações não têm uma ordem específica, nem têm necessariamente de se aplicar todas as pessoas uma vez que cada pessoa tem as suas particularidades. Na correta interpretação da queixa de insónia é fundamental também procurar estabelecer relação da insónia com outros dados clínicos para chegar à causa do problema.

Os pensamentos, atitudes negativas e crenças irra-cionais acerca do sono devem ser substituídas, como

por exemplo, as pessoas que acre-ditam ser impres-cindível ter de dormir sempre 8 horas por noite para se sentirem bem durante o dia. Isso varia de acordo com cada

pessoa. Deve utilizar a cama e o quarto apenas para dormir e ir para a cama apenas quando está sonolento. Caso não consiga adormecer, deve ir para outra divisão da casa e apenas voltar para a cama quando voltar a sentir-se sonolento. Não se deve esforçar por adormecer mas deixar que o sono ocorra naturalmente. Procurar manter um horário de sono, deitar e levantar, mesmo ao fim-de-semana, e independentemente da hora a que se deitou no dia anterior. As pessoas com dificuldades no sono, de uma forma geral, passam mais tempo na cama num esforço de obter uma maior probabilidade de adormecer. Isto pode fracionar o sono comprometendo a sua qualidade. Deve-se reduzir o tempo que se passa na cama para aumentar a percentagem do tempo que se passa a dormir. A pessoa deve dormir o tempo suficiente para se sentir restaurada e não em demasia. Evitar sestas durante o dia. Tentar pensar nos problemas durante

o dia e não na hora de se deitar. Se dormir mal uma noite, não desesperar. Na noite seguinte, deitar-se à hora normal.

Os fatores ambientais do quarto como a luz, o ruído e a temperatura devem ser controlados. E ainda deve proteger o quarto de elementos que possam provo-car distrações como por exemplo despertadores, televisão. Uma ligeira refeição antes de se ir deitar pode ajudar a dormir melhor e devem ser evitados o café, bebidas com cafeína depois das 16 horas. Evitar ficar agitado à noite. A prática do exercício físico regular também constitui um forte aliado.

Todas as alterações nos hábitos e no ambiente de sono revelam-se eficazes. As instruções são simples e devem ser cumpridas de modo consistente. Trata-se apenas de uma reaprendizagem do saber dormir que vai ajudar a melhorar a sua qualidade de vida.

Bom sono!

O sono

NEIP (Núcleo de Estudos e Intervenção Psicológica) – Adelaide Ruivinho, Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrí-cia Gonçalves, Inês Morais, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia

Cardoso. Colaboração: Jorge Hilário, Juliana Martins

www.facebook.com/[email protected]

“A insónia é a vingança da mente por todos os pensamentos

que evitamos durante o dia... “(Alain de Botton)

“Meninos dos homens,

Em berço doirado,

E o Filho de Deus,

Em palhas deitado.

Em palhas deitado,

Em palh’estendido,

Filho d’uma rosa,

D’um cravo nascido.”

Ó Avé-Maria, Altura, Castro Marim,

José João Costa

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2014

CULTURA

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia seis de Novembro de dois mil e catorze foi lavrada neste Cartório, de folhas cinquenta e quatro a folhas cinquenta e cinco verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número trinta - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Manuel João Madeira e mulher, Joaquina Inácia da Palma Madeira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia e concelho de Alcoutim, residentes no Cerro dos Balurcos, Alcoutim, contribuintes fiscais números 113 973 357 e 112 822 673.Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do direito a três quartos indivisos do prédio urbano destinado a arrecadações e arrumos, sito no Cerro dos Balurcos, na União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro, concelho de Alcoutim, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 712, proveniente do artigo 768 da extinta freguesia de Alcoutim, com o valor patrimonial tributável, correspondente ao direito, de dois mil oitocentos e noventa e sete euros e um cêntimo, igual ao atribuído.Que o referido prédio se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho sob o número mil novecentos e noventa e um, mas apenas com registo de aquisição de um quarto indiviso a favor deles, justificantes, conforme resulta da inscrição AP. dois mil setecentos e noventa e três, de vinte de Outubro de dois mil e catorze.Que eles, justificantes, são também donos do direito aos restantes três quartos indivisos do prédio, por o terem adquirido em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e quatro, já no estado de casados, por partilha verbal e nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, por óbito do pai da justificante mulher, Manuel Gonçalves, casado que foi sob o regime da comunhão geral de bens com Inácia Maria, e residente que foi no Cerro dos Balurcos, Alcoutim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, na sua totalidade, cuidando da sua manutenção, utilizando-o para guarda de alfaias agrícolas, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram aquele direito a três quartos do prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 6 de Novembro de 2014.

A Colaboradora, _____________________________

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a

05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 22/11 Factura / Recibo n.º 4598

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia vinte de Outubro de dois mil e catorze, foi lavrada neste Cartório, de folhas vinte e sete a folhas vinte e oito verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número trinta - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Vítor Pereira Lopes e mulher, Hélia Cláudia Pereira Viegas Lopes, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho de Castro Marim, ela da freguesia de Santo Estevão, concelho de Tavira, residentes no Sítio da Soalheira, em Castro Marim, contribuintes fiscais números 110 602 595 e 158 305 779.Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano destinado a habitação, localizado no Sítio de Soalheiras, na freguesia e concelho de Castro Marim, composto por edifício térreo com várias divisões e logradouro, com a área total de oitocentos e oitenta e três metros quadrados, dos quais cento e quarenta e três vírgula oitenta e dois são de área coberta, a confrontar a norte com Lazarina Martins, sul com Ercília Joaquina Pereira, a nascente com caminho e a poente com o próprio, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 6544, proveniente do artigo 3160, da dita freguesia de Castro Marim, com o valor patrimonial tributável e atribuído de trinta e sete mil seiscentos e trinta e cinco euros e setenta e sete cêntimos.Que o prédio se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho sob o número três mil duzentos e cinquenta, a favor dos justificantes, conforme inscrição AP. um, de vinte e sete de Abril de mil novecentos e noventa e dois.No referido prédio também se encontra registada uma hipoteca voluntária a favor do “Instituto Nacional de Habitação”, conforme inscrição AP. um, de doze de Julho de dois mil. ______________________________________________Que o referido prédio foi adquirido pelos justificantes por escritura de justificação lavrada no dia treze de Fevereiro de mil novecentos e noventa e dois, a folhas treze, do livro de notas para escrituras diversas número C - vinte e oito, no Cartório Notarial de Tavira.E pelos justificantes, mais foi dito:Que para fins de registo e sob sua inteira responsabilidade, JUSTIFICAM que o prédio acima identificado, está descrito na citada Conservatória com a área coberta de quarenta e oito metros quadrados e a área descoberta de quatro metros quadrados, descrição esta que é consequência de erros nas declarações aquando da inscrição do referido prédio na matriz predial urbana, pois o mesmo tem e sempre teve, desde que têm conhecimento, a área total de oitocentos e oitenta e três metros quadrados, dentro da qual, após demolição parcial e ampliação das edificações existentes levada a cabo pelos justificantes, coexistem o edifício térreo que é sua habitação própria permanente, bem como a antiga ramada e pocilgos, ocupando a referida área coberta de cento e quarenta e três vírgula oitenta e dois metros quadrados, e isto, sem que se tivessem verificado quaisquer alterações na configuração do terreno, mantendo-se este com a mesma configuração geométrica e limites geográficos de sempre, não sendo sequer possível outra, em virtude do prédio se encontrar perfeitamente demarcado e delimitado pelos prédios confinantes a norte, sul e poente e a nascente pelo caminho público.Está conforme o original. Castro Marim, aos 20 de Outubro de 2014.

A Colaboradora,________________________________ (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28

de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 77/10 Factura / Recibo n.º 4565

1 de dezembro de 2014Jornal do Baixo Guadiana

1 de dezembro de 2014Jornal do Baixo Guadiana

«Justiça Cega» de Hugo Penapor Pedro Tavares

Com a sua habitual escrita atenta, constante e clara, Hugo Pena oferece-nos Justiça Cega, a sua segunda obra, que marca, de certo modo, um caminho de continuidade, mas, ao mesmo tempo, de novas perspetivas criativas, em relação ao seu primeiro livro (Porquê Eu?). O autor é o exemplo de como um jovem escritor consegue obter bons resultados, quer no número de vendas alcançado quer nas muitíssimas apresentações, extremamente bem conseguidas e bastante assistidas, da sua primeira obra (em Portugal e em Espanha, reflexo de que estamos perante um estilo de escrita bastante abrangente). Voltando ao traço narrativo do escritor, revela-se um pensador de múltiplas situações e resoluções e, ao mesmo tempo, criador de perspetivas emocionantes dentro das ações que constrói. O romance policial Justiça Cega transforma-se numa interessante e sempre forte narrativa, na qual as ações transmitem segurança e consistência, permitindo ao leitor o prazer de especular sobre o desenrolar da história. Hugo Pena trabalha muito

bem as personagens, entre a verdade e a ilusão (como se quer num livro marcadamente policial). Mas as páginas são, também, presenteadas com marcantes situações do nosso quotidiano. Estas pinturas escritas – por si só – seriam ações capazes de criar histórias; no entanto, incorporadas, ora por encadeamento ora por alternância, nos quadros policiais tornam o resultado geral do livro consistente e capaz de oferecer diversidade textual ao leitor. Nesta obra, como na anterior, os capítulos são curtos e nem sempre focados nas personagens principais (o que alarga o foco narrativo); os finais destes curtos capítulos deixam sempre uma porta entreaberta para as linhas seguintes. Salienta-se, ainda, a importância da voz narrativa, que acompanha e alerta o leitor para diversas situações da nossa sociedade. Hugo Pena, com o tom policial, próximo do tradicional thriller criminal, consegue igualmente acompanhar a modernidade da escrita informativa-jornalística crescente neste género. São visíveis, na sua obra, a perícia de estudos forenses, o avanço científico e a alusão à utilização constante das ditas “novas tecnologia de informação e comunicação”. Esta nova forma de abordar temáticas policiais conquistou um novo público que, seduzido pela consistência

textual e pelo sincronismo de vivências e resoluções, tornou-se ávido de leituras marcantes. Justiça Cega oferece-nos, de novo, a companhia de dois agentes, Martins & Neves, que nos levam a relembrar tantas parcerias de trabalho. O que os separa parece tanto, mas o que junta, na amizade pessoal e na excelência profissional, é muito mais! Estes agentes já são uma companhia dos leitores, são personagens que nos agradam e uma referência no motor policial das duas obras do autor. No entanto, este livro é muito mais do que um itinerário policial; o autor chama a atenção para alguns perigos da nossa sociedade, como, por exemplo, os riscos escondidos nas redes sociais ou os fenómenos da prostituição e dos abusos sexuais. A preocupação do escritor revela-se, desde logo, no início da obra, com o rapto de Joana, “Coloca uma boa quantidade de fita isoladora à volta da boca de Joana, enrolando várias vezes para não se soltar…” (p.26), e transporta o leitor para um acompanhamento analítico das ações que se seguem e para a necessária reflexão social. Desta forma, prova-se que este livro não deixará o leitor indiferente; esta é uma das grandes qualidades das palavras sentidas. Assim sendo, estamos perante uma obra que justifica a nossa atenção e que,

reitero, abre uma nova janela com vista para muitas e diferentes paragens, umas mais próximas de uns, algumas mais próximas de outros. Numa nota de autor, Hugo Pena afirma que “Justiça Cega não é apenas um livro, também é um alerta” (p. 350). Justiça Cega é ainda, como a anterior obra do autor, uma viagem ao mundo do suspense, mas também

ao interior do ser humano. A viagem está escrita. Merece ser lida. Nesta leitura, cada um fará, também, a sua viagem nas páginas do livro e nos próprios passos deste caminho a que chamamos vida. (nota: a apresentação do livro irá decorrer no dia 5 de dezembro, pelas 18 horas, na Biblioteca Municipal de Castro Marim)

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2014 | 25

EDITAIS

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia seis de Novembro de dois mil e catorze foi lavrada neste Cartório, de folhas cinquenta e um a folhas cinquenta e três verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número trinta - A, uma escritura de justificações, na qual compareceram:

PRIMEIROSMaria Antónia Serafim Romeira Parreira e marido, Jacinto José António Parreira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, residentes na Rua Jornal do Correio do Sul, n.º 35-B, 1º direito, em Faro, contribuintes fiscais números 143 239 660 e 143 239 651; e

SEGUNDOS Diamantino Serafim Romeirinha e mulher, Maria Hermínia Branquinho Cavaco Romeirinha, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, residentes na aldeia e freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim, contribuintes fiscais números 135 638 984 e 135 639 018.Os primeiros justificantes declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, todos na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, e não descritos na Conservatória do Registo Predial deste concelho:UM. Prédio rústico sito na Terra Negra, composto por terra de amendoeiras, cultura arvense, figueiras, oliveiras e mato, com a área total de quinze mil seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Herdeiros de Rafael Rodrigues, a Nascente com Herdeiros de Rafael Rodrigues e Manuel António Dias Romeira, a Sul com Herdeiros de Maria Joaquina e Manuel António Dias Romeira e a Poente com Maria Antónia Isabel Gonçalves Dias, Fernando Manuel Dias Romeira, Herdeiros de João Rodrigues Gonçalves e Herdeiros de Francisco Afonso, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 66, da secção CZ, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de cento e setenta e seis euros e setenta e três cêntimos, igual ao atribuído;DOIS. Prédio rústico sito na Corte Pequena, composto por terra de cultura arvense, com a área total de trezentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel João Afonso, a Sul com Domingos João António Afonso, a Nascente com Clube de Caçadores e Pescadores da Corte Pequena, e a Poente com Casimiro Rosa, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 123, da secção DL, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de nove euros, igual ao atribuído; e TRÊS. Prédio rústico sito na Barrada, composto por terra de cultura arvense, amendoeiras, figueiras e oliveiras, com a área de três mil e oitocentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Herdeiros de Francisco Gonçalves Sequeira, a Sul e Nascente com Abílio Marques Dias, e a Poente com Herdeiros de João Manuel Afonso, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 31, da secção CZ, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de cento e vinte e seis euros e oitenta e um cêntimos, igual ao atribuído.Os segundos justificantes declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, todos do concelho de Castro Marim, e não descritos na Conservatória do Registo Predial deste concelho: QUATRO. Prédio rústico sito em Vale Grande, na freguesia do Azinhal, composto por terra com amendoeiras e cultura arvense, com a área total de dois mil novecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com João Martins, a Sul com Amândio António, e a Poente com Otília Maria Isabel Amaro Sequeira, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 26, da secção C, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de duzentos e setenta e sete euros e noventa e nove cêntimos, igual ao atribuído;CINCO. Prédio rústico sito na Eira das Lebres, na freguesia de Odeleite, composto por terra de alfarrobeiras, amendoeiras e cultura arvense, com a área total de cinco mil novecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Herdeiras de Alzira Isabel, a Sul com Herdeiros de Alzira Isabel e Flora Lentes, a Nascente com Manuel António Dias Romeira, e a Poente com Gualdina Maria José, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 58, da secção DL, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de cento e quarenta e três euros e sessenta e dois cêntimos, igual ao atribuído; SEIS. Prédio rústico sito no Pego da Lã, na freguesia de Odeleite, composto por terra com alfarrobeiras, amendoeiras, cultura arvense, figueiras, oliveiras, leitos de curso de água e vinha, com a área total de sete mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Turília Maria, a Sul e Poente com Manuel João Afonso, e a Nascente com Maria Violante Pereira Cristino, Arquimínio António Charneca Santos e Manuel António Dias Romeira, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 256, da secção DL, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de seiscentos e sessenta euros e catorze cêntimos, igual ao atribuído. Que os prédios identificados em UM, DOIS e TRÊS entraram na posse dos primeiros justificantes, já no estado de casados, e os prédios identificados em QUATRO, CINCO e SEIS entraram na posse dos segundos justificantes, também já no estado de casados, por partilha verbal e nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e seis, por óbito do pai da primeira justificante mulher e do segundo justificante marido, Manuel António Romeira, casado que foi com Maria Claudina sob o regime da comunhão geral, e residente que foi na Corte Pequena, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os primeiros e os segundos justificantes na respectiva posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, colhendo seus frutos, arando suas terras, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posses essas exercidas de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacíficas, porque sem violência, e contínuas, pelo que aqueles justificantes adquiriram, respectivamente, os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar os seus direitos.Está conforme o original. Castro Marim, aos 6 de Novembro de 2014.

A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos

termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 19/11 Factura / Recibo n.º 4597

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃONos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia seis de Novembro de dois mil e catorze foi lavrada neste Cartório, de folhas quarenta e oito a folhas cinquenta verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número trinta - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:José Serafim Gonçalves Romeira e mulher, Alcina Arlinda Gonçalves Morais Romeira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ela da freguesia de Vilar de Ferreiros, concelho de Mondim de Basto, residentes na Corte Pequena, na dita freguesia de Odeleite, contribuintes fiscais números 138 830 029 e 138 830 037. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, não descritos na Conservatória deste concelho: UM. Prédio rústico sito na Cerca da Eira, composto por terra de cultura arvense e eira, com a área de quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel António Dias Romeira, a Sul com Casimiro Rosa, a Nascente com Herdeiros de Clementina Maria, e a Poente com Herdeiros de Francisco Afonso, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 186, da secção DL, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de três euros e noventa e um cêntimos, igual ao atribuído.DOIS. Prédio rústico sito em Soeiro, composto por terra de amendoeiras, cultura arvense, figueiras, oliveiras e mato, com a área de vinte e três mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com João Afonso Gomes, a Sul com Herdeiros de Francisco Afonso, a Nascente com caminho e Maria Gonçalves Romeira e a Poente com Herdeiros de Manuel José, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 21, da secção CF, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de duzentos e quarenta e sete euros e sete cêntimos, igual ao atribuído.TRÊS. Prédio rústico sito na Rocha do Zambujeiro, composto por leitos de curso de água e terra com mato, com a área de cinco mil seiscentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Gustavo Serafim Mestre, a Sul com Manuel Amaro Gonçalves, a Nascente com António Manuel e José António Fernandes, e a Poente com Amaro António Fernandes e João Afonso Gomes, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 1, da secção ET, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de treze euros e quinze cêntimos, igual ao atribuído.QUATRO. Prédio urbano sito na Corte Pequena, composto por um palheiro e curral, destinado a arrecadações e arrumos, com a área total e de implantação de quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Nunes, a Sul com Manuel António, a Nascente e Poente com a via pública, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 491, com o valor patrimonial tributável de mil trezentos e sessenta euros, igual ao atribuído. Que os referidos prédios entraram na posse dos justificantes, já no estado de casados, por partilha verbal e nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e seis, por óbito do pai do justificante marido, Manuel António Romeira, casado que foi com Maria Claudina, sob o regime da comunhão geral, e residente que foi na Corte Pequena, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, colhendo os seus frutos, arando suas terras, utilizando o urbano para guarda de utensílios e ferramentas, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original.Castro Marim, aos 6 de Novembro de 2014.

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 17/11 Factura / Recibo n.º 4596

1 de dezembro de 2014Jornal do Baixo Guadiana

1 de dezembro de 2014Jornal do Baixo Guadiana

1 de dezembro de 2014Jornal do Baixo Guadiana

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26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2014

COLABORADORES

ESTE VELHO TÃO NOSSO AMIGO(Poema adivinha)

Do tecto do Mundo pendiaa candeia que alumiaestes pigmeus aflitos

e a Humanidade aos gritoscom os olhos postos no cais,

solta suspiros e ais.

Horrorizada assistiaà tragédia nesse dia;um velho distraído

foi pelo fosso engolido,enquanto o diabo pariaa noite que escurecia.

O milagre levanta o véu;esse louco não morreu;

nas asas dum bicho aladovoou, foi p’ra outro lado

e escondeu-se bem no fundoatrás, das brumas do fim do Mundo.

E, quando amanheceu,radiante ele apareceu;

dá os bons dias à gente,diz vir lá do Orientee inicia a caminhada

sem querer saber de mais nada.

Incansável caminheiro,amigo e companheiro,

eleva-se nas alturasindiferente às amarguras,nem uma lágrima derrama

e vai ao sol-posto para a cama.

Já nem sabe a sua idade;anda desde a mocidadeneste percurso diário

e porque é este o seu fadárioà vista de toda a gente,

está nele, eternamente!...

Quem é o sujeito?

Manuel Palma

Barqueiros e Barcos do Rio Guadiana

Já não há barcos no RioDiz o povo tristementeA nossa gente sentiu

Porque nunca mais os viuDesapareceram para sempre.

Havia camaradagemAmizade e união

Fazia-se uma viagemCom alegria e coragem

De Vila Real ao Pomarão

De Mértola a Vila RealTantos barcos navegaram

Nunca mais será igualEssa frota colossal

Tanta carga transportaram.

Foz, Álamo, Guerreiros e LaranjeirasTerras de grandes barqueiros

Bordejando noites inteirasEntre as duas fronteiras

São sinais bem verdadeiros.

No Inverno o Rio enchiaSó para baixo corria

Os barcos sem navegarA vida sem solução

Muitas famílias sem pãoTiveram que se ausentar.

Henrique Roberto

Fado, Fadinho

I

Não é um fado de amor!De tão grande ardor!

Que eu canto a saudade!E sem a vaidade!

Que eu sou quem sou!Porque à tua espera estou!

E posso esperar à toa!Porque sou barco sem proa!

II

Não é um fado de amor!De tão grande clamor!

Que eu canto a verdade!E sem a vaidade!

Que eu sou quem sou!Porque à tua espera não estou!

Não posso esperar à toa!Porque sou barco sem proa!

Ilda Ferreira

O horizonte do meu sonho

Desliso no sonho promissorÀ procura de comprrener o sentido

O caminho tortuoso só traz suorNão encontro o horizonte, estou perdido

Perdido no horizonte do meu sonhoMas não perco a vontade de sonhar

Quem sonha tem um futuro mais riosonhoAinda que a realidade possa enganar

«O sonho comanda a vida», diz o poetaNum monólogo que se afirma no conselho

Cheio de carinho, ternura e emoção

Na vida faço do sonho a minha metaQuantas vezes o sonho é um espelho

Que a realidade do futuro nos dá razão

Manuel Gomes

Artigo de opinião do Dr. Paulo Pereira, neurocirurgião e Coordenador da campanha «Olhe pelas Suas Costas».

Hérnias discais lombares e cervicais causam incapacidadeNa coluna, as vértebras são separadas individualmente por discos que funcionam como “almo-fadas” e que permitem a mobilidade da coluna vertebral. Quando estes discos rompem, com exteriorização de material que estava contido no seu interior, originam as hérnias de disco que, embora possam também ocorrer na coluna torácica, são muito mais frequentes na cervical (zona superior da coluna, na região do pescoço) ou lombar (região inferior da coluna móvel, no “fundo das costas”).

O principal sintoma associado a uma hérnia discal lombar é a dor na região lombar ou nádega com irradiação para o membro inferior, chegando frequentemente ao calcanhar ou pé. Para além destes sinais, pode ainda surgir a dormência e o formigueiro nos membros inferiores ou a falta de força na perna ou no pé.

As hérnias discais cervicais podem provocar sintomas não só de compressão dos nervos, mas também de compressão da própria medula, o que compromete os movimentos e a sensibilidade do tronco e dos quatro membros. Nestes casos, é comum as pessoas sentirem dores no pescoço, na região da omoplata ou no ombro, irradiando frequentemente ao longo do membro superior.

O diagnóstico das hérnias discais pode iniciar-se com uma TAC à coluna, no entanto, a ressonância magnética é o principal meio de diagnóstico, já que permite visualizar em detalhe o disco intervertebral, o canal medular , as raízes nervosas e a estrutura da medula.

Em doentes com sintomas recentes e sem sinais de comprometimento da medula ou das raízes nervosas, geralmente opta-se por um tratamento conservador, que se baseia no recurso à medicação, recomendações de redução da atividade física e posturas adequa-das e programa de fisioterapia.

O tratamento cirúrgico é indicado para os casos de hérnias discais muito sintomáticas, que não melhoram com tratamento conser-vador ou que se acompanham de sinais de disfunção nervosa. Na cirurgia são utilizadas técnicas microcirúrgicas para identificação e remoção do componente do disco intervertebral que está a comprimir as estruturas nervosas. A taxa de complicações associada a esta cirurgia é baixa e a maioria dos doentes pode ter alta hospitalar ao fim de um a dois dias e retomar a atividade profissional após algumas semanas.

A campanha Olhe pelas Suas Costas é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, em parceria com a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia e Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia. Para mais informações consulte: https://pt-pt.facebook.com/paginaolhepelassuascostas

Dr. Paulo Pereira

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2014 | 27

DESPORTO

Yoana Dudova, tenista do Clube de Ténis de VRSA vencedora regional

Karatecas de Alcoutim em treinos de competição

Leões do Sul vencem 1.º Duatlo de Castro Marim

No fim-de-semana de 8 e 9 de Novem-bro, realizou-se nas instalações do Vila-moura Tennis Academy, o «Masters Inter-Regional da Zona Sul» do circuito K-Open Smashtour 2014, com a parti-cipação de cerca 40 jovens jogadores oriundos das três associações regionais que compõem a Zona Sul, Associação de Ténis do Algarve, do Alto Alentejo e de Setúbal. Esta derradeira etapa ditou o apuramento dos representantes desta zona no Masters Nacional, que se irá rea-lizar nos próximos dias 22 e 23 no Está-dio Nacional em Lisboa. Sendo assim, estiveram em competição os melhores jovens da Zona Sul e que proporciona-ram excelentes partidas.

A grande vencedora foi Yoana Dudova (CTVRSAntónio)que‘bateu’nafinal,Rita Trocado (Centro Ténis Faro) por 4/1 e 4/0, tendo arrecadado o 3º lugar

Os atletas do Clube de Karate de Alcoutim e Martinlongo partici-param a 22 de novembro, em dois treinos de competição da Liga de Karate do Sul. Os treinos tive-ram lugar em Almodôvar pelas 10h00 e em Martnlongo, pelas 15h00.Para este clube trata-se de actividades importantes do ponto de vista da preparação física dos seus atletas.

Com condições climatéricas excelentes para a prática desportiva, O 1º. Duatlo Vila de Castro Marim fez a sua estreia no calendário nacional e encerrou a tem-porada do Triatlo, no dia 16 de novem-bro. Castro Marim afirma-se, cada vez mais, como local de excelência para a realização de provas desportivas.

O 1º. Duatlo Vila de Castro Marim foi uma prova aberta, na distância sprint, realizada em BTT, feito de forma sequencial 1ª corrida 5000 m, BTT 21000m e 2ª corrida 2500m, com partida e chegada junto ao pavilhão municipal, decorreu em asfalto e terra

batida dentro do perímetro da vila, contou com 79 participantes a cortar a linha da meta entre masculinos e femininos dos vários escalões.

Registou-se uma boa participação de atletas da zona do Baixo Guadiana, e de outras associações desportivas.

Os atletas dos Leões do Sul: Nelson Mestre 2º., David Costa 9º, Tiago Cristo 18º, Luís Viegas 32º, Pedro Ribeiro 37º, David Valentim 44º, Nuno Norberto 45º, Lopo Faísca 56º e Amândio Norberto 63º classificaram-se respetivamente.

A organização conjunta Associação Rodactiva/Leões do Sul/Federação de

Triatlo de Portugal, contou com o apoio e colaboração do Município de Castro Marim, Junta de Freguesia de Castro Marim e várias entidades privadas.

Deixamos uma palavra especial de agradecimento á Associação Rodactiva pela maneira cordial de relacionamento e presença humana.

Carlota Neves (Escola Ténis de Olhão) que levou à melhor sobre Andresa Félix (Vilamoura TA) por 4/2 e 4/2. Em pares femininos, Rita Trocado e Yoana Dudova venceram na final, a dupla Andreia Semiano e Rita Lopes (CET Elvas). Nos pares masculinos, Tiago Pereira e Bernardo Teixeira (Tavira Racket Club) venceram o par Tomás Francisco e David Sousa (Clube Ténis Tavira). Uma vez mais o sucesso desta jornada contou com o empenho do clube anfitrião, Vilamoura Tennis Academy, que disponibilizou as suas excelentes instalações para a realização deste Masters Inter Regional.

Singulares Femininos:

1º Yoana Dudova (CTVRS António)2º Rita Trocado (CT Faro)3º Carlota Neves (ET Olhão)4º Andresa Félix (Vilamoura TA)

Pares Femininos:

1º Rita Trocado e Yoana Dudova2º Andreia Semiano e Rita Lopes

Futebolândia

Conto de natal

Era uma vez três reinos, o da Luz, o do Dragão e o reino de Alvalade. No reino da Luz o grande Rei Jorge Jesus sonha todos os anos em ser campeão nacional e vencer a Taça de Portugal; sonho de menino como o Tony Carreira, mas não se sabe bem porquê não dá demasiada importância às com-petições europeias. Na Rússia com a equipa do discípulo de Mourinho mais uma derrota - até a equipa do Leonardo ficou à frente; será o primeiro natal do rei Jesus sem Europa, pior do que isso é o presépio não ter a vaca e o burro ou mesmo ser o preso 44 na cadeia de Évora.

No reino do Dragão impera a alegria, melhor só na altura em que Pinto da Costa casou com Carolina Salgado, escritora de profissão (diz ela), ou mesmo do Guarda Abel que enfiava “bolachada” em tudo que mexia, bem no campeonato, melhor na Liga dos Campeões, a Taça de Portugal é que já foi - mas também não se perdeu grande coisa, é muito mais seguro estar longe do Estádio do Jamor, pois nunca se sabe quando pode cair uma bancada, um poste de ilu-minação ou uma telha vir parar ao meio do relvado, se é que por vezes se pode chamar assim. Além de se encontrar em Oeiras, um bocadinho fora de mão do Porto.

No reino de Alvalade é só sofrimento e angústia há quase quatro décadas e vodu para todos os árbitros. O rei Bruno de Carvalho quer levar o reino à felicidade, à glória, mas os homens vestidos de preto…perdão amarelo, vermelho…bom, resumindo, aqueles que levam um apito, segundo o rei de Alvalade, estão contra o seu sonho de transformar o seu reino no mais brilhante… brilhante? Acho que já ouvi isto num anún-cio de televisão, adiante…De vez em quando ainda vão sur-gindo algumas alegrias, mas logo a seguir as tristezas, nada aconselhável para quem sofre de arritmia ou outro qualquer problema de coração.

Existe ainda outro reino, mais sombrio; o das trevas onde impera o mal, o silêncio, as contas “offshore”, os vistos Gold, os submarinos, a Tecno-forma, os vencimentos astro-nómicos (enquanto outros não têm para alimentar as famí-lias), os carros topo de gama, avultados montantes injetados nos bancos onde são desvia-dos milhões pelos seus admi-nistradores, além dos mesmos bancos colocarem pessoas no desemprego e fecharem balcões, câmaras falidas e funcionários públicos “depenados” que nem um frango de aviário no seu vencimento e um sem número de pessoas desempregadas.

Apesar de tudo isso, desejo a todos um Santo Natal e que em 2015, principalmente os do Reino das trevas, apanhem num dos submarinos do Paulo Portas e vão viver com os pinguins para a Antártida.

www.facebook.com/futebolandiaEusébio CostaLicenciado em ciências da comuni-cação pela Universidade do [email protected]

Jovens treinaram em Almodôvar e acolheram treino em Martinlongo

A jovem tenista com o troféu e os treinadores do Clube de Ténis de Vila Real de Santo António

Esta prova contou com 79 participantes

Cláudio Pica e Natacha Cruz vencedores absolutos

Humberto FernandesTaça Regional do Algarve XCMElites - 1ºAndrew Henriques (BTT Loulé / BPI) 1350 pontos6º Duarte Dias (Team Casa Abilio /Nuc. Sport. VRSA) 670p.7º André Horta ( “ ) 500p.Taça Regional do Algarve XCOCadetes Masculinos1º Pedro Melo (BTT Loulé / BPI) 210 pontos8º Pedro (Mestre Team Casa Abilio /Nuc. Sport. VRSA) 75p.11º Henrique Silva ( “ ) 63p.20º Miguel Soares ( “ ) 31p.24º Filipe Martins ( “ ) 17p.25º Hugo Faísca ( “ ) 14p.27º Márcio Valente ( “ ) 4p.Masters 301º Pedro Fernandes (BTT Loulé / BPI) 1040 p.14º Hugo Conceição (Team Casa Abilio /Nuc. Sport. VRSA) 371p.20º Ricardo Leitão ( “ ) 320p.23º Paulo Ajuda ( “ ) 278p.37º Carlos Faustino ( “ ) 160p.47º André Vieira ( “ ) 60p. Juniores Femininos1º Beatriz Martins (Team Casa Abilio /Nuc. Sport. VRSA) 195p.Masters 501º Ilídio Carvalho (GPP / NI.FI.ÍR – Pescados) 1300p.6º Sérgio Horta (Team Casa Abilio /Nuc. Sport. VRSA) 600p.Juniores Masculinos1º Filipe Felisberto BTT Loulé / BPI 190p.5º Gonçalo Soares (Team Casa Abilio /Nuc. Sport. VRSA) 99p.8º David Gonçalves ( “ ) 58p.14º Fernando Custodinho ( “ ) 26p.16º Igor Pereira ( “ ) 23p

Equipas1º BTT Loulé / BPI 1500p.5º Team Casa Abilio Bike Shop/Nuc. Sport. VRSA 600p. SUB 23 / Elites Femininos1º Andreia Martins (Team Extremosul / C A Messines) 205p.2º Adriana Gomes (Team Casa Abilio /Nuc. Sport. VRSA) 141p.SUB 23 Masculinos1º Carlos Porfírio (Team Extremosul / C A Messines) 192p.8º Joaquim Conceição (Team Casa Abilio/Nuc. Sport. VRSA) 38p.Elites Masculinos1º David Belo (Atlantic Service / Clube XELB) 177p.3º Duarte Dias (Team Casa Abilio /Nuc. Sport. VRSA) 138p.6º Diogo Afonso ( “ ) 95p.7º Carlos Brás ( “ ) 89p.13º André Horta ( “ ) 27Masters 301º Marco Nunes (Atlantic Service / Clube XELB) 2102º André Vieira (Team Casa Abilio/Nuc. Sport. VRSA 1614º Carlos Faustino ( “ ) 1675º Hugo Conceição ( “ ) 128Masters 40 1º Jorge Chaveca (Individual) 190 p.6º Tiago Gonçalves (Team Casa Abilio/Nuc. Sport. VRSA) 84 p.Masters 501º José Coelho (Team Extremosul / C A Messines) 200 p.2º Mário Alpiarça (Team Casa Abilio/Nuc. Sport. VRSA) 154 p.6º Sérgio Horta ( “ ) 27 p.Equipas 1º BTT Loulé / BPI 250p.4º Team Casa Abílio Bike Shop / Núcleo Sportinguista de Vila Real de Santo António 152p.

O ciclismo não pára, mesmo na paragem da época!

Em tempos de «limpar armas» e pendu-rar as máquinas por um par de semanas é tempo de balanços de época, pensar o que correu mal o os pontos positivos, de forma a levantar a cabeça com vista a novos obje-tivos.

A maior luta com que a modalidade se debate é com a busca de fundos/patrocínios de modo a planear uma época competitiva e com poucas paragens, mas devido às condi-ções da economia, luta-se mais com o cora-ção do que propriamente com as condições ideais de se praticar uma modalidade tão exigente como o ciclismo, seja ele nas suas vertentes de estrada ou de BTT.

Com isto o JBG este mês vem dar desta-que aqueles que mais lutam sozinhos e por prazer, leia-se sem grandes patrocínios, mas com a mesma garra dos profissionais. Esta-mos a falar dos atletas amadores que com-petem igualmente em competições sobre a alçada da Federação Nacional de Ciclismo, atletas esses que competem por equipas igualmente débeis economicamente, tendo os atletas que pagar para competir.

José Armando Romeira

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2014

Celebre um Natal evitando desperdícios. A reciclagem pode ser uma excelente alternativa nas suas decorações. Reúna todo o material que possui para os efeitos natalícios e reaproveite.Se tem crianças consigo estimule-as neste processo criativo e amigo do ambiente! Boas Festas!

Em fecho de edição do JBG o Baixo Gua-diana estava a vestir-se a rigor para assinalar a quadra natalícia. Ao lado da nossa redação a equipa da Junta de Freguesia de Castro Marim trabalhava para no dia 7 de Dezembro estar tudo a postos para inaugurar a «Casa do Natal», na Rua 25 de Abril. Um espaço para toda a população desfrutar, nomeadamente, de um presépio gigante que é construído a várias mãos, mas cujo mentor da conceção é Ernesto Pires.

Também Vila Real de Santo António tem o seu presépio gigante que estará em exposi-ção no Centro Cultural António Aleixo e que há vários anos a esta parte é assegurado por Teresa e Augusto com a ajuda de António Bar-tolomeu e outros colaboradores que se vão juntando. A Praça Marquês de Pombal trans-forma-se entre Dezembro e Janeiro na Aldeia do Pai Natal com animação variada, artesa-nato e produtos regionais.

Alcoutim iluminava-se também para esta quadra, espalhando nas ruas o brilho, os pre-sépios e demais ingredientes natalícios que alegram a quadra e onde não faltarão as festas e bailes de Natal pelas várias freguesias.

O comércio local deixa o convite para com-prar no Baixo Guadiana, e são muitas, e para todas as carteiras, as opções para o presente especial. Feliz Natal!

Cartoon ECOdica

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Parqueamento grátis em Ayamonte graças a manifestação dos cidadãos

Cante Alentejano declarado Património Imaterial da Humanidade

Detenção de José Sócrates aponta graves suspeitas sob ex-primeiro ministro de Portugal

Feliz Natal no Baixo Guadiana

-DR