jbg novembro 2011

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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 12 - Nº138 NOVEMBRO 2011 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL Na Hotelaria e Restauração O Presidente da Entidade Regional de Turismo, António Pina, já disse publicamente que o aumento do IVA “torna quase impossível resultados positivos”. A AHRESP identificou “o eventual encerramento de mais de 54 mil empresas, na sua maioria PME, facto que resultará na extinção de cerca de 120 mil postos de trabalho diretos, a nível nacional” A AHETA encara o futuro “com muita preocupação” e apela à “mudança de paradigma”. Falámos com três responsáveis em empresas do turismo para conhecer o balanço da época alta e focar as expectativas para a época baixa. Estão previstos despedimentos, mas também novos investimentos no nosso território. PUB CEM NORTE

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Este mês em destaque o suplemento da feira empresarial do Baixo Guadiana com Secretário de Estado a deixar garantia de revisão de ferramentas de ordenamento do território. Balanço e expectativas no turismo

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2011 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 12 - Nº138

NOVEMBRO 2011

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGAL

Na Hotelaria e Restauração

O Presidente da Entidade Regional de Turismo, António Pina, já disse publicamente que o aumento do IVA “torna quase impossível resultados positivos”. A AHRESP identificou “o eventual encerramento de mais de 54 mil empresas, na sua maioria PME, facto que resultará na extinção de cerca de 120 mil postos de trabalho diretos, a nível nacional” A AHETA encara o futuro “com muita preocupação” e apela à “mudança de paradigma”. Falámos com três responsáveis em empresas do turismo para conhecer o balanço da época alta e focar as expectativas para a época baixa. Estão previstos despedimentos, mas também novos investimentos no nosso território.

pub

CEM NORTE

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JBGJornal do Baixo Guadiana

EDITORIAL

Como encara as medidas anunciadas com o Orçamento de Estado para 2012?

Vox Pop

R: Com preocupação, se é verdade que em grande parte o problema está na despesa improdutiva do Estado e é por isso necessário que este resolva a questão internamente com os seus funcionários, tal como faz qualquer empresa privada. Outras medidas anunciadas, como a subida de impostos e desinvestimento do Estado em áreas produtivas, mais não fazem que diminuir o consumo e desin-centivar o investimento, precisamente o contrário do que devia ser feito.

No global as medidas do executivo Passos Coelho parecem-me erradas, vão ser ruinosas para quem mais e melhor produz: a classe média, e vão fazer estoi-rar o sector privado para não mexer em demasia no aparelho de Estado, uma “empresa” falida já sobre alçada de um gestor de falência, a Troika.

Nome: André NunesProfissão: Técnico Comunicação

R: Considero que é uma grande roubalheira.

Nome: Miraldina GuilhermeProfissão: Pensionista

R: Eu considero que se trata de mais um atentado à classe média baixa. Eles comem tudo e não deixam nada.

Nome: Jaime ConstantinoProfissão: Professor Aposentado

Director:Carlos Luis Figueira

Sub-Director:Vítor Madeira

Chefe de Redacção:Susana de Sousa

Redacção:Antónia-Maria,Carlos brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana brásAna DiasAna Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando pessanhaHumberto FernandesJoão RaimundoRui RosaVitor barrosAssociação AlcanceAssociação GuADIDECOEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]@gmail.com

Sede:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080

Redacção:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIM281 531 171966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva:504 408 755

Direcção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Daniela VazRui Rosa

Impressão:postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:4.000 exemplares

Registo no ICS:n.º 123554

Depósito legal:n.º 150617/00

JbG online:http://issuu.com/jornalbai-xoguadiana e Facebook

Para Além da Crise

O País vive um dos momentos mais difíceis da sua história recente. Não há que ignorá-lo, independen-temente do posicionamento de cada um quanto às causas que nos trou-xeram até aqui, bem como ao con-junto de medidas que são propostas para seu remédio. Seja como for, o próximo ano é visto, com razão, pela maioria dos portugueses como um ano de acrescidas dificuldades não só pela natureza das propostas de cortes em direitos e sobrecarga de impostos, cujas consequências conduzirão a um maior empobre-cimento de parte significativa da população, mas também pelos efei-tos negativos que podem causar na economia regional, na qual o turismo e as múltiplas actividades que lhes estão associadas ocupam fatia importante. A eliminação da taxa intermédia do IVA de 13% para

23 %, os cortes nos subsídios de Natal e Férias, o inicio do paga-mento das portagens; medidas que somadas terão seguramente impactos traduzidos num menor volume de turistas a acolher, o que a acontecer terá seguramente con-sequências muito negativas para o emprego na região.

Mas nem tudo são más notícias no Baixo Guadiana. Vários foram os acontecimentos, de grande impacto, que se verificaram nestes territórios e dos quais nesta edição lhes damos conta.

Em primeiro lugar, o prémio concedido à Associação Odiana, ao reconhecer o Baixo Guadiana como Produto Internacional de Turismo, prémio atribuído pela Junta da Andaluzia no quadro da Feira Interior de Jaen, facto que segura-mente permitirá criar motivos de

maior interesse para que mais visi-tantes sejam atraídos a percorrer estes territórios.

Por sua vez, a realização do «VIII Congresso Internacional das Cidades e Entidades do Iluminismo», promovido pela Associação Interna-cional de Cidades e Entidades do Iluminismo ( AICEI ) em Vila Real de Santo António, entidade à qual a autarquia da cidade pombalina presidia, Fórum que contou com uma significativa participação de assistentes e um conjunto muito qualificado de oradores, o que con-tribuiu para uma frutuosa troca de experiências sobre a situação dos Centros Históricos e as principais questões que se colocam em termos da sua manutenção. Evento que concentrou nos dias que decorreu o interesse de todos aqueles que se interessam directamente sobre o que estava em debate e permitiu colocar a cidade que o organizou num plano de maior visibilidade e atractividade.

Finalmente, a Feira Empresarial organizada pela Associação Odiana e pela ANJE, a 26 e 27 de Outubro, no Centro Cultural António Aleixo em VRSA. Iniciativa que para além de ter permitido, através de uma série de workshops, uma frutuosa troca de experiências entre Associa-ções e empresários dos dois lados do rio que separa os dois países ibéricos, possibilitou, com o par-ticular contributo dos presidentes de Câmara dos três municípios

do Baixo Guadiana e o Presidente da CCDRAlgarve, um importante debate sobre adiadas propostas de desenvolvimento para estes territó-rios; evidenciar os desfasamentos que se verificam nos instrumentos de planeamento face à realidade a que se aplicam, situar criticamente as relações entre poder central e autarquias e os estrangulamentos e atrasos que em múltiplas circuns-tâncias provocam no acolhimento e aprovação de projectos de incontes-tável interesse para esta região.

Deste interessante debate subli-nharia ainda a proposta deixada pelo Presidente da Câmara de VRSA para que se constituísse um Fórum permanente para analisar a evolução económica e social destes territórios já que pelo Presidente da CCDRAlg tinha sido apresentado um recente estudo sobre oportunidades de desenvolvimento no Baixo Gua-diana e, finalmente, o anúncio pelo Secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território do actual governo, do propósito de promover uma actualização das políticas de gestão territorial, e nesse sentido se propor rever a actual Lei de Bases do Território e a REN, assim como a elaboração de uma nova Lei de Solos.

São, apesar da crise, cuja reali-dade não se ignora, boas noticias para o Baixo Guadiana.

[email protected] Luis Figueira

R: O programa de austeridade eco-nómica que assenta na contenção e corte de despesas públicas, colocando em causa os direitos sociais adquiridos pos-revolução de Abril é um programa de perspectiva economista isolado da componente social e humana. O limite minimo das remunerações que sofrem ja o corte (1000 euros) acen-tuam a exclusão social. As politicas socias perdem o cariz da cidadania e do empowerment, remetendo-as para uma situação de paternalismo social, com cabazes alimentares, que vigora no plano de emergencia social. É necessario uma optimização de recursos humanos, fisicos e materiais, mas a optimização não deve ser feita pela exclusão ou abo-lição, mas por uma reestruturação ética e educacional.

Nome: Inês Apolinário Profissão: Assistente Social

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2011 | 3

CRÓNICAS

A infância do nosso contentamento foi, invariavelmente, marcada pelo contacto com os livros e a descoberta das bibliotecas, onde aprendemos a amar e a sentir o valor e a importância da leitura.

Para os indivíduos da minha gera-ção, a viver na província, o primeiro contacto com as bibliotecas surgiu através da Fundação Calouste Gul-benkian, que desenvolveu a sua rede de bibliotecas itinerantes e fixas, não obstante alguns condicionalismos, per-mitindo que o livro chegasse ao leitor nas aldeias mais recônditas do país.

Lembro-me bem da alegria e do

entusiasmo, absolutamente contagian-tes, que constituía a chegada da carri-nha bordeaux e branca da Gulbenkian à nossa terra, com a biblioteca itine-rante, na qual requisitávamos os livros dos nossos heróis, como a “Viagem ao Mundo em 80 dias” de Júlio Verne, as “Aventuras do Tintin” de Hergé, e tantos outros.

Devo confessar que nessa altura, ainda sem percebermos bem o signifi-cado do prefácio ou do índice do livro, delirávamos com o cheiro do papel, o folhear das páginas e a busca inces-sante do final da história.

Tempos inolvidáveis, que inexora-velmente a máquina do tempo trans-formou, deixando em nós as marcas que estiveram na génese da criação das bibliotecas: ensinar, informar e distrair.

Com a democratização do acesso à cultura em 1983, surgiu o Manifesto sobre a Leitura Pública em Portugal, uma análise crítica acerca do estado em que se encontravam as bibliotecas públicas, tendo-se constatado a elevada taxa de analfabetismo e a ausência de hábitos de leitura dos portugueses, o que levou à criação de uma rede de

bibliotecas públicas. Posteriormente, e na sequência de

uma parceria entre o Estado, através do actual IPLB – Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, e as Câmaras Municipais, nasceu a Rede Nacional de Bibliotecas de Leitura Pública.

Fruto desta parceria, em que o IPLB presta apoio técnico e financeiro às autarquias na criação de bibliotecas e estas assumem a construção das obras, de acordo com determinadas directi-vas técnicas para o funcionamento dos equipamentos, foi possível construir de Norte a Sul, largas dezenas de Bibliote-

cas Públicas Municipais, de que é um excelente exemplo, a nível nacional, a Biblioteca Municipal de Beja.

A construção destes equipamen-tos culturais contempla parâmetros de modernidade e funcionalidade admiráveis, como a polivalência de espaços, a divulgação e animação cultural, a democratização cultural, as redes de contactos e parcerias, a promoção da inclusão social e a aposta forte no marketing, o que faz com que as bibliotecas já não sejam encaradas como depósitos de livros.

No Sotavento Algarvio existem três exemplos de sucesso do novo modelo de biblioteca: a Biblioteca Municipal de Castro Marim, a Biblioteca Vicente de Campinas em Vila Real de Santo Antó-nio e a Biblioteca Álvaro de Campos, em Tavira. Na actualidade, as biblio-tecas cumprem um papel decisivo na transformação da paisagem cultural e social das comunidades em que se inserem, disponibilizando um conjunto de ferramentas ao nível da promoção dos hábitos de leitura, mas também pela diversidade da oferta, que fazem dela uma poderosa fonte de conhe-cimento.

Termino parafraseando Bill Gates “É claro que os meus filhos terão computa-dores, mas antes terão livros”.

Vítor Madeira

O insubmisso

Vivem-se tempos de crise global. Experiencia-se uma crise econó-mica, social, mas também um crise de valores alicerçada numa des-crença em todo e qualquer “modelo” governativo. Assistimos no final de 2008 ao desencadear de uma crise internacional, assente no subprime (empréstimos hipotecários de alto risco), que se vinha evidenciando desde 2006. A crise financeira per-mitiu tornar claro o “desgoverno” de alguns países, que aumentaram para valores astronómicos a sua “divida

soberana” relativamente ao PIB. A par de tudo isto as instituições finan-ceiras sobem diariamente as taxas de juro dos títulos de divida, com base em sistemas de rating pouco claros e altamente especulativos, esmagando as economias mais frágeis.

Se é certo que ainda não se conhece a situação real de Portugal no ano de 2011, estudos técnicos tendem a confirmar aquilo que há muito se “sabia”; Portugal gasta mais do que aquilo que produz. Vive-se num país que carece claramente de injecção de capital, que assegure no imediato, liquidez na balança de pagamentos

e no sistema bancário. O que na ver-dade se assiste, não é fruto apenas de uma conjuntura adversa, é, na verdade, a evidência da inexistência de uma estrutura nacional que nos permita crescer, investir e poupar. Assistiremos a um triénio de franca recessão económica, mas, e muito em particular, viveremos situações de acentuado flagelo social. O desem-prego, o endividamento das famí-lias, a insolvência e a criminalidade serão itens que indubitavelmente irão figurar no dia-a-dia deste futuro próximo.

Mas, e parafraseando um ilustre

vil personagem, asseguro que para “grandes males, grandes remédios”. Neste sentido o homem decidiu sal-var-se e neste particular, a investi-gação científica veio salvar Portugal e os portugueses. Recessão origina depressão. Pois bem, para aqueles que andam ou venham a estar depri-midos, uma vez que outra coisa se não pode pensar a não ser viver uma “boa depressão”, apresento-vos: VAL-DOXAM. Este maravilhoso fármaco da família dos anti-depressivos foi pensado para os portugueses. Tem como substância activa a agomelatina (substância agonista da melatonina,

responsável pelo sono, e antagonista dos receptores da serotonina). O que significa isto? Simples, vamos todos dormir melhor sem perda da libido, ou seja, vamos andar mais animados e no final do dia poderemos fazer Amor e descansar sob um maravi-lhoso sono recuperador. Como é isto possível? Simples, a agomelatina ressincroniza os ritmos circadianos (períodos de cerca de 24 horas, sobre o qual se regula o ciclo biológico de qualquer ser humano, influenciado pela luz solar), isto é, o hipotálamo passa a regular melhor a nossa tem-peratura, a nossa renovação celular, a nossa vigília, entre outros. Com efeitos secundários quase nulos, o dia-a-dia de todos os portugueses irá ser bastante positivo, repondo a normalidade onde ela não existe, e devolvendo esperança aos que não a têm. Tão simples combater a depressão! Desde que tenha médico de família!

Alento e coragem, porque ajuda já nós temos!

Osório Santos

Valdoxan, e o futuro!

O Algarve é das regiões portuguesas mais abastadas em recursos endóge-nos, desde as águas ténues e límpidas do Atlântico, às serras de Monchique e do Caldeirão; passando pelas matas, matos e matagais que albergam um sem número de espécies animais e da flora; pelo Parque Natural da Ria Formosa e da nossa Reserva Natural

riquezas que sustentam a importân-cia do seu nome «Algarve», como a laranja, a cabra algarvia, o turismo, a alfarroba, o figo, e ainda a importante mais-valia da inovação das suas gentes aliada àquilo que de melhor tem a sua região.

No Algarve residem cerca de 450 500 habitantes, centenas de estran-geiros, outros milhões escolhem esta

região para férias todos os anos.O Algarve continua com dois hospi-

tais públicos que não servem atempa-damente os seus residentes e, muito menos, os turistas em época balnear; o Algarve continua com uma rede ferro-viária que distancia, em muitas horas, os dois extremos da região, por um único motivo: falta de investimento.Esta região, plantada à beira-mar,

foi inequivocamente esquecida pelo poder central durante muitos anos e, em especial nestes últimos seis.

Cometeram-se erros em possíveis estratégias para o desenvolvimento e geração de riqueza no país por atitudes completamente centralistas e imper-doáveis, o que, certamente prejudicou o país e o Algarve.

O Algarve, os algarvios e quem nos visita, merecem que esta política de investimento nacional seja efectiva-mente revista, permitindo uma fluidez de investimento no Algarve que, por vezes, fica retida entre o Douro e o Tejo, não beneficiando o aumento do desenvolvimento nas outras regiões, como é o nosso caso, e, por vezes, degradando a qualidade de vida das populações residentes nas regiões com excesso de investimento.

de V.R.S.A e Castro Marim que outro sem fim de aves e plantas acolhem; sem esquecer as arribas do barlavento nem os ricos canais de água como o Rio Guadiana.

Este extremo sul do território con-tinental, que vai da ponta de Sagres ao pontão de Vila Real de Santo Antó-nio, sem esquecer o barrocal e a serra, alberga no seu território produtos e

Miguel Gomes

Um Algarve seco de investimento

As Bibliotecas, fonte de conhecimento “No Egipto, as bibliotecas eram chamadas «Tesouro dos remédios da alma». De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

Jacques Bossuet

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Foi na tertúlia dedicada à obesidade - que afecta cerca de 30% das crianças e jovens no Baixo Guadiana - que podemos constatar a luta que está a ser travada contra uma das grandes pandemias do século XXI.

«Conto Contigo!»

EDUCAÇÃO

decorre ao longo do ano lectivo e é destinada ao público em geral, especialmente, às crianças dos 3 aos 12 anos, mediante marcação prévia. Uma vez por mês, às terças-feiras, será seleccionado um livro, de acordo com o tema escolhido.

No mês de Outubro à volta do «Conto Contigo!» esteve a temática do Halloween, e o livro de Nicha Alvim «Uma Corrida de Vassouras». Os participantes ouvem, lêem e interpretam um conto, uma histó-

Procurando responder às novas rea-lidades sócio-educativas da comu-nidade e aos padrões de elevada exigência que caracterizam o fun-cionamento das bibliotecas enquanto espaços de promoção do conhe-cimento e da cultura, a Biblioteca Municipal de Castro Marim acaba de criar uma nova actividade intitulada «Conto Contigo!». A iniciativa surge no âmbito de uma outra actividade permanente daquela biblioteca, a Hora do Conto. Esta nova acção

40 Pessoas participaram na tertúlia do JBG na Biblioteca Municipal de VRSA

bate certo com as médias de recepti-vidade neste tipo de problemáticas. É um caminho difícil, mas acredita que “aos poucos vai-se fazendo”.

Na tertúlia promovida pelo JBG a enfermeira Assunção Pereira, da Uni-dade de Cuidados na Comunidade (UCC) Santo António de Arenilha e da Saúde Escolar criticou alguma falta de organização que possa existir neste projecto, referindo que algumas das sinalizações são remetidas para os pais com 10 meses de atraso. “Não se percebe como é que a criança ou jovem é sinalizado em Outubro e a carta só chega ao encarregado de educação em Agosto seguinte”, lamenta, dizendo que “há ainda muito a melhorar para a sen-sibilização dos intervenientes neste complexo processo”; que na fase de sinalização envolve uma equipa de saúde (administrativo, enfermeiro, médico), dietista e professor de edu-cação física da autarquia.

Simultaneamente ao projecto «Escola Activa» - que promove nas escolas hábitos de vida saudável, complementando a boa alimenta-ção com a prática do exercício físico - nasceu, há cerca de três anos, o projecto «Anda Mais». Três vezes por semana, entre as seis e as sete da tarde, na Nave Desportiva de Vila Real de Santo António, um grupo de crianças e jovens, a partir dos seis anos, praticam uma hora de exer-cício adicional sob a orientação de dois professores de educação física. O objectivo é perder peso e há casos de sucesso.

Cerca de 40 pessoas juntaram-se no passado dia 21 de Outubro na biblio-teca municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António. Foram mobilizadas por uma tertúlia do JBG que anunciava uma conversa informal, mas que pretendia ser esclarecedora sobre a problemática da obesidade que afecta 30% dos mais jovens no território - valores avançados ao nosso jornal, durante o Verão, pelo coordenador do projecto «Escola Activa» Hélder Silva.

São números “bastante preocu-pantes”, salientou na tertúlia Carlos Afonso responsável pelo projecto

«Escola Activa» no concelho pomba-lino e também membro responsável no projecto «Anda Mais» que se dedica às crianças e jovens em fase de pré-obesidade e obesidade no concelho.

«Anda Mais» é um projecto criado a pensar nos mais novos que têm de ser alvo de apoio imediato e focali-zado para necessidades específicas de cada um. E apesar dos riscos para a saúde, esta é uma emergência que nem sempre é acatada como deveria. “Dos cerca de 50 jovens sinalizados apenas 10% estão a ser acompanhados”, avança Carlos Afonso que explica que este número

Actualmente são encaminhados para este projecto crianças e jovens que os médicos de família encami-nhem para a equipa de dietista e professor de educação física que às quartas-feiras está no Centro de Saúde de VRSA a fazer o diagnós-tico. “O médico encaminha-nos a criança/jovem e nós, verificando que sofre de pré-obesidade ou obe-sidade, sinalizamos de imediato”, explica Carlos Afonso.

Mas o processo não é simples por vários motivos, tal como nos explica este professor ao serviço da autar-quia: “porque os pais não estão sensibilizados para o problema, porque há atrasos na sinalização aos encarregados de educação, porque há famílias que atravessam outros problemas, sendo este é considerado menor”, entre outros, exemplifica o responsável.

Casos de sucesso

A tertúlia do JBG juntou cerca de 20 casos de sucesso. Sucesso na vontade e determinação, na sensi-bilidade para a problemática, nos resultados; e sucesso na união que é promovida pelo projecto «Anda Mais» entre pais, filhos, professores e técnicos de saúde.

A tertúlia do JBG foi organizada em parceria com a Unidade de Cui-dados na Comunidade Santo Antó-nio de Arenilha, o projecto «Escola Activa» de VRSA e teve o patrocínio da Biblioteca Municipal de VRSA, pela edilidade.

A iniciativa é dedicada, especialmente, às crianças dos três aos 12 anos. No mês de Outubro à volta do «Conto Contigo!» esteve a temática do Halloween, e o livro de Nicha Alvim «Uma Corrida de Vassouras».

ria, cuja finalidade é desenvolver a criatividade e imaginação dos mais jovens, cimentando em cada um deles o gosto pela descoberta do uni-verso maravilhoso dos livros. «Conto Contigo!» pretende ir ao encontro da população escolar, motivando-a para o exercício da leitura, para que o livro seja encarado como um ele-mento de prazer. A actividade visa, ainda, contribuir para o desenvol-vimento das capacidades cognitivas da criança.

Pais, professores, técnicos de saúde, crianças e jovens mobilizam-se contra a obesidade

Tertúlia JBG

Biblioteca Municipal de Castro Marim

«Brigadas Gerir e Poupar» no 1.º ciclo

Médico salienta abordagem psicossomática da doença

A DECO, em colaboração com a Câmara Municipal e o Agru-pamento de Escolas de Castro Marim, vai realizar, no mês de Novembro, no concelho, uma Campanha sobre Literacia Financeira, denominada «’Gerir e Poupar – Faça Contas à Vida». A acção decorre nas Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico envol-vendo mais de duas centenas de alunos que, de modo interac-tivo e apelativo, vão aprender a conhecer o dinheiro, saber como geri-lo, afim de satisfazer as suas necessidades.

A Campanha «Brigadas Gerir e Poupar» da Associação Portu-

guesa para Defesa dos Consu-midores (DECO) “constitui uma acção pedagógica e de grande alcance, na medida em que educa os alunos para a necessidade de ganharem consciência quanto ao facto dos recursos financeiros não serem ilimitados e das consequên-cias dos seus actos individuais de consumo”, diz a autarquia em comunicado.

O objectivo é desenvolvercom-petências financeiras nas crianças que lhes possibilitem comportar-se como consumidores respon-sáveis e informados, capazes de fazer uma melhor gestão dos recursos financeiros.

A tertúlia do Jornal do Baixo Guadiana contou com o valioso e diferenciador contributo do médico argentino HectorOjunian, que actualmente exerce medicina na vizinha Espanha, e que participou na tertúlia com a abordagem psicossomática da obesidade. O autor do livro «Somos o que comemos, como comemos e com quem come-mos», que vai já na 3.ª edição, com mais de 8 mil exemplares vendidos, lembrou a importância de que como determinados com-portamentos influenciam a obe-sidade, lembrando que o stress, a ansiedade e a depressão “de que tanto se fala hoje em dia” são causas muito comuns. Este médico defende que qualquer processo de combate à obesidade deve ser acompanhado por um profissional de psicologia “senão corre-se o risco de deitar por terra todo o trabalho feito”.

Hector Ojunian dedica-se também aos processos de auto-ajuda e vai dar uma palestra na biblioteca municipal de VRSA já no próximo dia 11 de Novembro pelas 17h30 que tem como título «O analfabeto emocional fala com o seu corpo adoecendo». O médico exerce uma nova forma de abordagem das doenças atra-vés do estudo da Psicossomática, Psiconeuroendocrinologia e o Processo de Stress.

Castro Marim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2011 | 5

A decisão de abdicar da gestão da Universidade dos Tempos Livres (UTL) de Vila Real de Santo António terá acontecido, sobretudo, por razões económicas. A instituição custava anualmente 400 mil euros aos cofres da autarquia e agora o custo não ultrapassa os 130 mil.

A Associação Movimento Juvenil em Olhão – MOJU, celebrou a quarta primavera em terras do Baixo Guadiana. A Estalagem do Guadiana em Alcoutim recebeu de 14 a 16 de Outubro cerca de 30 jovens que se uniram pelo desenvolvimento social e pessoal dos jovens com o intuito de estimular a participação activa na sociedade.

Jovens, e ofuturo?!

UTL passa para as mãos de uma cooperativa

MOJU comemorou aniversário em Alcoutim

5, 10 ou 20 euros consoante o(s) curso(s) escolhido(s)”.

sucesso como o Festival Intercultural «Olhares sem Preconceito», o projecto «Graffittis de Olhão», «Abril Bandas Mil», a «Semana da Juventude», inter-câmbios juvenis, campos de férias, for-mação de monitores, passeios BTT e o projecto «Bom Sucesso». Este último surge através do programa «Escolhas» que procura promover a inclusão social de crianças e jovens oriundos de con-

Desde o início deste ano lectivo que entrou em vigor o novo modelo

textos sócio-económicos vulneráveis.Entre os principais objectivos deste

movimento associativo está a promo-ção do debate e difusão de informação relativas às necessidades e aspirações da juventude de Olhão de modo a contribuir para a implementação de políticas locais adequadas. Para mais informações consulte: http://www.mojuolhao.com

de funcionamento, sendo que a cooperativa foi constituída por for-madores da UTL. Mantém a sede (VRSA) e os cinco pólos (Monte Gordo, Aldeia Nova, Manta Rota, Vila Nova de Cacela e Corte Antó-nio Martins) e poderá melhorar a oferta formativa, uma vez que “permitirá agilizar custos e ampliar a carteira de cursos, já que, a partir de agora, existirá maior autono-mia para segmentar a oferta em função da procura dos utentes”, concretiza a autarquia no mesmo comunicado.

Esta alteração foi aprovada em reunião de Câmara, tendo ficado acordada a cedência, através de um contrato de comodato, à coopera-tiva das instalações, mobiliário e equipamento para desenvolvimento das actividades da UTL.

Em conferência de imprensa,

que antecedeu o comunicado ofi-cial do município, e questionado pelo «Jornal do Algarve», Luís Gomes, garantiu que os custos com a UTL até o ano lectivo anterior eram de 400 mil euros e agora é de “apenas 130 mil euros”. Este valor está afecto em exclusividade ao contrato-programa estabelecido com a «Akivida» e servirá para “o financiamento de alguns cursos” porque “esta será a primeira vez que a cooperativa vai coordenar”, justifica-se a edilidade.

De referir que, a oferta forma-tiva da UTL para o ano lectivo 2011/2012, nos seus vários pólos, ultrapassa a centena de modalida-des. Fazem parte da lista curricu-lar cursos como educação física, informática, inglês, bordados tra-dicionais, alfabetização, yoga ou português para estrangeiros.

O Jornal do Baixo Guadiana está a levar a cabo a produção da pró-xima tertúlia que dá por título «Os jovens e o futuro…».

Numa altura em que a crise está instalada em Portugal, na Europa e no Mundo, em que a geração mais nova é apontada como vítima de erros passados gostarí-amos de reunir para tertuliar um conjunto de jovens que perspec-tivem o seu futuro, que tenham objectivos definidos, que identifi-quem obstáculos, que vislumbrem soluções… No fundo, e no princípio, com um olhar crítico e atento.

Se procuras uma oportunidade para te dar a conhecer enquanto jovem com ideias, com vontades, com opinião junta-te à nossa tertúlia de dia 22 de Novembro, às 17h30, na biblioteca municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António. A entrada é livre e não precisa de inscrição. Mas para qualquer dúvida contacta: 966902856/281531171/ [email protected]

Esta tertúlia é aberta à comuni-dade em geral. Participe!

Estão inscritos para lá de mil alunos na UTL pombalina que agora é gerida pela «Akivida - Actividades Culturais, Educação, Cidadania e Serviços de VRSA, CRL». O que mostra que nem mesmo o aumento dos preços na UTL pôs em causa a adesão dos alunos nesta Universi-dade que tem fidelizado os utentes e mantido a oferta formativa, ao longo dos últimos anos . “A inscri-ção na UTL de VRSA tem o valor de 40 euros, dando o direito a participar em dois cursos. Para os beneficiários dos cartões «Família» ou «VRSA Social» há uma redução da tarifa (15 euros)”, esclarece a autarquia que acrescenta em comu-nicado de imprensa que “por cada curso extra, acresce o valor de cinco euros à inscrição, mais uma men-salidade única que poderá ser de

Todos os anos, desde 2007, data de surgimento da associação, que os membros da MOJU reúnem durante um fim-de-semana em locais diver-sos e este ano foi no concelho algar-vio nordestino. “Este é um momento único para tirar o pulso ao estado da associação, preparar mais um ano de actividades e acima de tudo promo-ver o espírito de equipa e a coesão”, refere a organização em comunicado salientando ainda “que se trata de uma óptima porta de entrada para a asso-ciação, sendo que foi assim que foram dados os primeiros passos de quase todos os voluntários da MOJU”.

As actividades tiveram lugar no início de Outubro tratando-se de três dias de reflexão e aprendizagem na vida da associação, mas também de actividades lúdico-pedagógicas reflectindo a temática da juventude, bem como conhecer mais a história e paisagem do cantinho nordestino algarvio através de jogos pedagógicos, foto-papers e workshops.

De recordar que a MOJU já conta com diversos projectos e actividades de

EDUCAÇÃO & JUVENTUDE

Município poupa cerca de 300 mil euros com transferência

30 jovens escolheram Alcoutim para reflexão de mais um ano de actividades

VRSA

Associação de Pais desafia «Melhor Aluno»A Associação de Pais e Encarre-gados de Educaçação da escola Básica de Martilongo abriu um concurso para »O Melhor Aluno» da escola de Martim Longo de cada ano lectivo. No final de cada período o aluno receberá um cheque-vale. O Director de turma/Professor Titular será o responsável pela determinação do melhor aluno.

Caso hajam dúvidas o Presi-dente do Conselho Executivo também participará na respec-tiva escolha.

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

Grupo de teatro de Villanueva de Castillejos

de Mértola. Castillejos está separado de la capital de provincia (Huelva) por 46 kilómetros, con buenas vías de comunicación.

¿Qué actividades culturales se dan en Castillejos?

Hay varias. Unas deportivas como fútbol, pádel, gimnasia, aerobit, musicoterapia... otras culturales como escula de música, de pintura, de informática. También son o lo eran antes, bastante importantes los carna-vales. Y está, así mismo, la actividad teatral, representada por el Grupo de Aficionados al teatro, que componen el llamado “Grupo de Teatro Endó-velo”, y del que soy director desde su fundación allá por los años ochenta. Este grupo se formó a fin de ofrecer a su pueblo “algo” nuevo.

Y de este modo, año tras año, con algún que otro paréntesis, hemos ido llevando a los castillejeros y cas-tillejeras obras de los más diversos autores teatrales españoles y suda-mericanos.

¿Qué obras se han represen-

tado? Han sido muchas. Con riesgo de

olvidarme de algunas, citaré “La ter-

cera palabra”, de Alejandro Casona; “La casa de Bernalda Alba”, de Lorca; “La venganza de la Petra”, de Arni-ches; “Un marido de ida y vuelta”, de Poncela; “Puebla de las mujeres”, de los Quinteros; “La fierecilla domada”, adaptación del Decamerón; “El mila-gro”; “El estrangulador”; “El dolor”; diversos sainetes de los Quinteros y varios skets cómicos originales del grupo.

¿Cual es la última obra repre-

sentada?La última ha sido “Anacleto se divor-

cia”, de Pedro Muñoz seca. ¿En qué época acostumbran

a representar?Perocuramos que nuestro trabajo

esté preparado para el verano, en los meses de Julio, Agosto y Septiembre, que es cuando más actividades fes-tivas se desarrollan por esta zona: Semanas Culturales, ferias...

¿Qué dificultades encuentran

para representar? En primer lugar la dificultad de

encontrar obras de teatro que se adapten al grupo, ya que la mayoría somos personas mayores y alguna de ellas hasta con incapasidad física. Otro problema es el tiempo, ya que hay que compaginar el ensayo con el tiempo de los actores, pues ninguno es profesional y todo se hace a basa de buena voluntad. Y otro problema sería la dificultad que encontramos para desplazarnos a otros lugares ya que no disponemos de medios propios.

¿Cuál es el futuro de este

grupo? Pues difícil. Y lo veo difícil porque

no hay reemplazo. La gente más joven deberían de tomar el relevo a los que ahora estamos, que, como he dicho, somos ya muy mayores (yo tengo 65 años). Si no sucede la transición, le auguro un pronto final a esta acti-vidad.

Los caminos y senderos de la región del Andévalo, dentro del programa de senderismo de la Junta de Anda-lucía, son un importantísimo patri-monio cultural a preservar y valorar por los diferentes organismos com-petentes.

Se han clasificado, con acertado criterio, en senderos de sierra, de contrabando y de molinos.

La ruta de Los Huertos- Rosal, de poca dificultad y con un recorrido de casi 3 Km, se inicia en el pueblo fronterizo de Rosal de la Frontera, donde veremos una flecha señalando el camino que va hacia los huertos. Las marcas blancas y amarillas guían a lo largo de un gran trecho, hasta llegar a la rivera del río Chanza.

El camino, al principio, se realiza entre elevadas paredes de piedra que delimitan los huertos y donde se cultivan hortalizas, abundan las higueras, perales, manzanos y gra-nadas que, por veces, se asoman al camino mostrando sus frutos abiertos y exhibiendo sus brillan-tes granos.

Corre una acequia por la margen derecha, del sendero que recorre parte de éste y que, a veces, está cubierta por una rica y frondosa vegetación como el poleo o el té bravo.

Mas tarde, veremos una casa típica de la región, con los zóca-los pintados de azul añil, de clara influencia portuguesa, y al descen-der, a nuestra izquierda, podemos observar los restos de un antiguo molino harinero y también, cerca de un barranco, un pequeño acueducto para el agua.

El camino se va ensanchando y veremos las dehesas de encina y alcornoques, donde se crían cerdos ibéricos y pasta el ganado vacuno.

También tendremos ocasión de

observar numerosas aves rapaces como el aguila culebrera y ratoneros y un sinfín de pequeños pájaros…rabilargos y abubillas.

Ya, en el amplio lecho del río se observara numerosas libélulas y pequeños renacuajos que son muy importantes, junto con algas y musgos, para la alimentación del resto de los seres vivos que pueblan el rio.

Ya en Portugal, el rio cambia de dirección y, en este punto, vamos a dar con un antiguo molino que, a diferencia de los molinos de la Sierra, es de rueda vertical y se encuentra en el lecho del río.

En las grandes lagunas, aparecen garzas reales, cigüeñas, garcillas bueyeras…; también se puede obser-var el martín pescador, el chorlito y las rápidas lavanderas que recor-ren las orillas en busca de insectos, larvas o crustáceos.

Itinerario recomendado a princi-pio de verano porque la mayoría de las espacies a observar son estivales o sedentarias, y los barrancos son fáciles de cruzar por el poco caudal existente en esta época del año.

Villanueva de los Castillejos es un pueblo situado en la comarca onubense de El Andévalo Occidental. Tiene apro-ximadamente 3.000 habitantes. Entre sus edificios más notables destaca la Iglesia Parroquial dedicada a la Inma-culada Concepción. Este edificio sufrió las consecuencias del desastrozo terre-moto que destruyó Lisboa een el 1755 yquedó casi derruido. No terminó de reconstruirse hasta el año 1928. Otro edificio característico de esta localidad es el Ayuntamiento Viejo, situado en la céntrica Plaza de España. Hoy está dedicado a otros menesteres al haber sido sustituido por un edificio nuevo de construccción más vanguardistica. La gente de esta localidad se dedica sobre todo a la agricultura habiendo en su término numerosos plantaciones de fresas y otros frutales, en especial los naranjos, que surten, sobre todo a la empresa Carrión, comerciadora de los zumos Don Simón, y cuya planta de fabricación está situada muy cerca de la localidad. En Castillejos han vivido y viven muchos descendientes de por-tugueses y uno de sus alcaldes, allá a principios de siglo, fue D. Alberto Rodriguez Centeno, natural de Portu-gal. El abuelo del que escribe esta cró-nica también era portugués, creo que

Septiembre llegó…Guiso de Rape a la MarineraEste plato marinero, es muy típico de toda la costa occidental anda-luza, fácil de hacer y se encuentra incluido dentro de la dieta mediter-ránea por su bajo nivel en grasas.

Ingredientes: 1 Kg de rape, y el hígado, ¼ de gambas peladas, 800 grs de patatas, 500 grs de cebollas muy picadas, un ajo, algo de puer-ros, un poco de tomate triturado, un chorreón de aceite de oliva, perejil, azafrán, pimienta blanca y un vasito de vino blanco.

Preparamos el aceite caliente en una cacerola plana, añadimos la cebolla, el tomate triturado, un ajo entero, el puerro, el perejil, el aza-frán, pimienta …y dejamos sofreír unos minutos.

Añadimos el caldo de cocer la cabeza del rape y las patatas, cor-

tadas a trozos, para que se pongan tiernas. Añadimos el vino blanco.

Corregimos la sal y ponemos los trozos de rape y las gambas dentro del guiso hasta dar un pequeño hervor.

Apartamos, dejamos reposar tapado y, a seguir, servimos. Este mismo guiso puede ser hecho con fideos gruesos.

Llegó Septiembre y, de repente, desaparecen las sombrillas multico-lores de la playa, los niños haciendo

sus castillos de arena o gritando de entusiasmo, frente a las olas…las madres llamándolos de lejos…los balones de futbol volando por

encima de las cabezas de los bañis-tas…el ir y venir de las señoras

que, en grupo y animadas charlas, pasean por la orilla del mar…las pandillas de amigos que, alegres, hablan de sus cosas tumbados o

sentados en grupo sobre la arena.

Llegó Septiembre; las gaviotas vuelven a recuperas su territorio y, la playa de los Haraganes recobra su calma, sus pacientes pescado-res de caña y todo su encanto…

mientras el Otoño va acercándose lentamente.

Villanueva de los Castillejos tiene aproximadamente 3.000 habitantes.

La Ruta del Camino de Los Huertos – rosal, por la rivera del chanza

La riviera del Chanza

Es muy típico en la costa occidental

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2011 | 7

LOCAL

V Feira da Perdiz demarca cinegética de excelência em Alcoutim

Apesar das dificuldades financeiras a quinta edição da «Feira da Perdiz» fez-se e com maior exuberância. Tal como foi possível ao JBG confirmar no local, o certame envolveu-se de maior oferta e de melhor arrumação no espaço. Apesar disso, e tal como o JBG também pode confirmar, a sensação foi de que havia menos gente a visitar o pavilhão José Rosa Pereira.

Os milhares de visitantes que terão afluido à feira deixaram-se levar pelo ambiente das caçadas, tanto em terra como no mar. A quinta edição do evento introduziu algu-mas novidades de sucesso, como a demonstração de mergulho do cão de água português, a demonstração de pesca e a corrida de galgos. Foi também apresentada a nova expo-sição de Carlos Luz, uma coleção de

A ODIANA, Associação para o Desenvolvimento do Baixo Gua-diana, arrecadou o prémio de «Produto Turístico Internacional» na Feira de Interior de Jaen, uma das mais importantes feiras da Andaluzia, na vizinha Espanha. O galardão foi atribuído pela IFESA, organizadora do certame, e pela Junta da Andaluzia, que o finan-cia, e distingue a oferta turistica

aguarelas do Castelo de Alcoutim. Diversas variedades de artigos liga-dos à caça e à pesca, vários produtos gastronómicos locais e tasquinhas com os afamados pratos de caça eram envolvidos pelo ambiente carregado de semblantes da natu-reza serrana. No exterior do recinto, exposições de animais, como per-dizes e cães de caça, e o aquário gigante, com peixes de , divertiam o público. As atividades desporti-vas também couberam no evento. No sábado de manhã decorreu o V BTT “Na Rota da Perdiz”, com cerca de cinquenta participantes, e uma marcha/corrida no domingo, com cerca de duzentos participantes. Com cerca de 40 zonas de caça, o concelho de Alcoutim possui tantas zonas de caça turísticas como todo o Algarve. A Feira da Perdiz é cada

que a Associação promoveu em terras espanholas em competição com cerca de 160 destinos. Os vizinhos andaluzes deixaram-se encantar pela serra, barrocal e litoral, tendo o Baixo Guadiana mostrado o potencial no turismo rural, de natureza, património edificado, percursos pedestres, praias e Guadiana; o «grande rio do Sul».

território andaluz em três feiras de relevo”, adianta. Esta insursão na vizinha Espanha surge na sequência de uma estra-tégia que a Odiana está a levar a cabo para “colmatar uma lacuna de promoção internacional deste território e de todo o Algarve em território espanhol”, considera Valter Matias, lembrando a posi-ção “muito crítica da Associação em relação à inexistência de promoção da região algarvia por parte da Associação de Turismo do Algarve [a ATA]”.A Odiana optou, assim, por levar por diante e por conta própria acções de promoção do território Baixo Guadiana. Esta associação sem fins lucrativos que é lide-rada pelo edil castromarinense José Estevens está agora mais acalentada quanto ao futuro da promoção do território, maio-ritariamente desertificado nos concelhos de Alcoutim e Castro Marim, “mas com uma beleza por descobrir e que já é bastante apreciada e premiada”, remata Valter Matias.Depois de Cartaya (Setembro) e Jaén (Outuro) está marcada para

Os empresários do sector elogiam a dinâmica do certame para oportuni-dade de promoção do negócio

vez mais visitada por caçadores e áreas profissionais ligadas á cinegé-tica, que têm no evento uma ótima oportunidade para promover a sua atividade económica.

Balanço positivo

O balanço a este certame “é bas-tante positivo” diz a autarquia que acredita que a o sucesso da «V Feira da Perdiz» demarca esta zona como zona de cinegética de excelência. Várias entidades locais e regionais marcaram presença na abertura do evento: Francisco Amaral, Pre-sidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Joaquim Castelão, Diretor Regional de Agricultura e Pesca do Algarve, António Pina, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve, Vítor Palmilha, da Fede-ração de Caçadores do Algarve, o Diretor Regional de Florestas e o representante da Autoridade Nacio-nal de Florestas, entre outros.

Para a associação Odiana este prémio surge como “prova da qualidade de uma oferta diversi-ficada que acreditamos que tem um enorme potencial e que tem de ser promovido cada vez mais na provincia da Andaluzia”, defende Valter Matias, director-executivo da Odiana. Este responsável lembra que desde Setembro que a associação, que lidera, está a “fazer importantes incursões na promoção do território em Espa-nha e até Novembro está projec-tada a presença do território no

24 a 27 de Novembro a «INTUR – Feira Internacional del Turismo de Interior», com realização anual em Valladolid. E é através deste percurso que a associação para o desenvolvi-mento do Baixo Guadiana vai con-cretizar parte de uma estratégia turística conjunta para uma oferta estruturada a nível do patrimó-nio, cultura e ambiente na região transfronteiriça do Baixo Gua-diana (Algarve, Baixo Alentejo e Andaluzia). A presença nestas feiras estão abrangidas pelo projecto GUADITER, integrado no Programa de financiamento POCTEP, dos fundos estrutu-rais 2007-2013, co-financiado pelo Fundo Europeu de Desen-volvimento Regional (FEDER), nomeadamente a «Actividade 3 – Promoção e Dinamização Turística da Região», que, entre as acções previstas, tem como o objectivo divulgar e promover todo traba-lho desenvolvido no projecto e a riqueza patrimonial deste terri-tório, sendo neste contexto que estão previstas as participações da Odiana em Feiras de Turismo.

Aconteceu entre 15 e 16 de Outubro na aldeia de Martinlongo a quinta edição da feira da Perdiz. Um certame que se consolidou e ao fim de cinco edições trouxe mais oferta e melhor organização.

Baixo Guadiana distingue-se como «Produto Turístico Internacional»Num périplo pelas feiras da vizinha Espanha a Associação Odiana elevou mais o nome do Baixo Guadiana. Foi na feira de Turismo de Interior em Jaén que a Junta da Andaluzia distinguiu o Baixo Guadiana como «Produto Turístico Internacional».

«Feira de Turismo de Interior de Jaén» rendeu-se à oferta turística do Baixo Guadiana

Em Espanha

Martinlongo

O Prémio atribuído numa sessão da feira de turismo de Interior

La riviera del Chanza

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GRANDE REPORTAGEM

Foi de luto que Luís Camarada, presidente do «Grupo Coração da Cidade», de Vila Real de Santo Antó-nio nos recebeu para uma entrevista sobre o balanço do Verão de 2011 e as expectativas da época baixa, que se iniciou em Outubro. Na véspera à nossa conversa tinha estado a assistir “em choque” ao anúncio das medidas do Orçamento de Estado para 2012. “Estou com esta camisa negra porque o Governo acabou de dar uma machadada grande ao Algarve com o que anunciou de cortes e de aumentos”, declarou o empresário que há 21 anos se dedica à restauração e hotelaria no conce-lho de Vila Real de Santo António, possuindo cerca de um dezena de estabelecimentos.A quebra no seu grupo entre Julho e Setembro foi de 20% em relação a 2010 e não acredita que “em 2012 consiga manter os valores deste verão”. Diz que o início do Verão foi “uma catástrofe”, o mês de Julho “muito mau”. Por outro lado “um excelente mês de Agosto, e um Setembro acima da média”, talvez pelas “condições meteoró-gicas”, pressupõe. Para além das dificuldades internas o “mercado espanhol faz uma grande concorrên-cia”, lembra, e apesar de “ao nivel da restauração sermos de qualidade superior há um diferencial de 17

Setembro. E para isso, garante-nos a direcção, “não se recorreu à baixa de preços porque tal medida não teria qualquer sustentabilidade finaceira para esta unidade”. Ao longo dos últimos três anos o Eurotel de Altura foi alvo de uma grande remodelação que ascendeu aos sete milhões de euros, sendo que o anterior apartho-tel de três estrelas deu lugar a um «hotel&beach» de quatro estrelas. “Não nos trouxe mais clientes, mas sim clientes diferentes”, assinala Carlos Amorim que afirma que o respectivo investimento fez posi-cionar o produto para ninchos de mercado “que valorizam o conforto, os serviços adjacentes como é exem-plo disso o nosso restaurante com serviço a la carte, o SPA, e muitas outras vertentes como wi-fi dispo-nível em todo o hotel, televisão por cabo, por satélite, lcd’s de última geração, e muitos outros”, identi-fica, salientando que este upgrade permitiu fidelizar clientes. Era, de resto, uma remodelação que se “impunha devido à antiguidade da unidade”.

Para colocar em marcha uma dinâmica de produto de qualidade e serviço que provoque a apetência pelo consumo o director do Grupo Eurotel insiste também em cam-panhas de comunicação e imagem através dos vários meios disponí-veis, com grande destaque para a

pontos percentuais aos quais não é fácil contrapôr”, avisa.Face às dificuldades vai emagre-cer a equipa em 10 trabalhadores e acredita que a retoma destas vagas apenas seja possível no ano de 2014.

Aposta no formato «low cost”

Emagrecer a estrutura e evoluir o grupo na tendência low cost são as saídas para ultrapassar os tempos “muito difíceis”, adianta Luís Cama-rada. Até porque como nos conta “há uma transformação dos clientes que optam por outros serviços do grupo como o take away”. Também ao nível de alojamento “optam por permanecer apenas três a quatro dias ao invés dos pacotes de uma semana”. O grupo também tem reduzido os preços tanto nas refei-ções como nos quartos. “Temos baixado para cativar e fidelizar os clientes”, notando que o faz em “todos os estabelecimentos”.Estar atento à mudança da pro-cura e às dificuldades sociais tem sido a posição de mercado deste grupo que em Dezembro prepa-ra-se para abrir um Studio Guest House – alojamento constituído por oito apartamentos T0 no centro da cidade. Direccionado para a classe média “representa mais

optimização dos recursos disponí-veis on-line.Ao longo do ano a taxa de ocupação do Eurotel Altura ronda uma média de 70%, sendo que, necessaria-mente, os maiores fluxos financeiros estão concentrados entre Junho e meados de Outubro. As expectati-vas para a época baixa é de uma ocupação “bastante satisfatória na ordem dos 65%” e que resulta num crescimento que “se tem verificado nos últimos três anos”.Os turistas são nacionais, de diver-sas origens, mas vêm também de destinos como Espanha, Holanda, Alemanha, sendo que o Reino Unido está a retomar posição. “O ideal é ter o mercado pulverizado também com o mercado polaco, italiano, fran-cófono e nórdico”, diz-nos Carlos Amorim que constata que para além da qualidade do Eurotel de Altura “toda a envolvente diversificada e preservada do Baixo Guadiana nos faz beneficiar da atracção turís-tica”. Mas este responsável alerta que a qualidade per si não é sufi-ciente para se almejar uma melhor posição turística, defendendo que “é necessária da parte dos vários agentes maior promoção do terri-tório”, ressalvando, “o papel impor-tante e dinamizador neste sentido do município de Castro Marim e da Associação Odiana”. Fazer face à subida do IVA não vai ser tarefa fácil, vindo a representar no ano de 2012 custos adicionais não previstos aquando da contrata-ção com os operadores turísticos. “E estamos a falar de algumas centenas de milhares de euros nos próximos três, quatro anos”, antecipa Carlos Amorim, adiantando, prontamente, que “os compromissos vão ser hon-rados”, sendo este desequilíbrio na previsão de custos compensado por “uma gestão muito mais apurada”, incidindo “num maior controlo dos custos”.Carlos Amorim não teme que as portagens venham afectar muito o funcionamento do turismo. “Terá um impacto nos primeiros tempos apenas”, mas remata, ressalvando que está “contra as portagens na Via do Infante”, mas que compreende “a situação complicada que o páis atravessa.

Susana de Sousainvestimento, logo mais risco, mas o turismo é uma maratona inter-minável; temos de estar sempre a investir e a inovar”, responde-nos o empresário que lembra que actual-mente a grande dificuldades passa “por não haver financiamento na banca”, algo que contrasta com há 20 anos atrás, quando iniciou a sua actividade, reclamando “com todas as forças contra as medidas “anti-económicas” do actual Governo, nomeadamente, o aumento da taxa intermédia do IVA de 13% para 23%, os cortes dos subsídios, a previsão da alteração dos feriados e pontes e as portagens na via do Infante.

«Eurotel Altura» investe sete milhões na remodelação

O balanço da época alta de turismo 2011 para o Eurotel Atura, em Castro Marim, é “muito posi-tivo”, como nos comenta Carlos Amorim, director do Grupo Euro-tel. Desde que começaram as inter-venções de melhoramento daquela unidade que “o Verão tem sido de excelentes resultados”, numa taxa que ultrapassa os 90%”, concretiza o responsável. E o sucesso do Euro-tel de Altura em época alta reflecte-se numa política de Verão que dura quatro meses - entre Junho a

O Presidente do Turismo do Algarve, António Pina, já disse publicamente que o aumento do IVA “torna quase impossível resultados positivos”. Também a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) afirmou que o aumento de 13% para 23% provocará “o eventual encerramento de mais de 54 mil empresas, na sua maioria PME, facto que resultará na extinção de cerca de 120 mil postos de trabalho directos, a nível nacional”. Por tudo isso a Associação dos Hoteleiros e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) encara o futuro “com muita preocupação” e apela à “mudança de paradigma”.Em entrevista com três responsáveis de empresas turística no Baixo Guadiana fez-se balanço da época alta e apontaram-se expectativas para a época baixa. Avançamos, pela negativa, despedimentos e, pela positiva novos investimentos.

Balanços e Expectativasno Turismo

Eurotel Altura aposta 7 milhões na requalificação Guadiana River Hotel de portas abertas no Inverno Grupo Coração da Cidade diminui equipa

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2011 | 9

GRANDE REPORTAGEM

tempo livre dos turistas, esta-belecendo um novo quadro legal e administrativo capaz de facilitar a intervenção dos agentes privados, quer ao nível da fiscalidade, segurança, saúde, ordenamento do terri-tório e menor burocracia, sem esquecer um adequado Plano de Marketing e Promoção que estimule os empresários do sector a implementar estraté-gias mais competitivas.Só assim poderemos valorizar o existente e acrescentar valor a áreas da oferta que as sucessi-vas políticas de turismo têm tei-mado em ignorar, como o caso do turismo residencial e o peso crescente do chamado indepen-dent traveller na procura de estadias, quer durante a vida activa quer na reforma.Tudo isto implica romper com a tradição da política e servi-ços de turismo, dominantes há dezenas de anos em Portugal e no Algarve.O Fomento da Escala e Compe-titividade da Oferta Turística do Algarve implica reformas urgentes ao nível dos servi-ços da Administração Pública, visando a sua reorganização, extinguindo as actuais ERT´s, Pólos Turísticos e outros, autên-ticos comedores de dinheiro, criando-se novas instituições regionais mais ligeiras e pro-fissionalizadas, geridas em colaboração, cooperação e concertação com a iniciativa privada, suprimindo muitas das suas actividades actuais perfeitamente inúteis, como é o caso do famigerado “ALL-GARVE”, eliminando a Rede de Delegados do Turismo de Portu-gal no Estrangeiro, atendendo à manifesta incapacidade que estes vêm demonstrando, subs-tituindo-os por outros meios mais transparentes e eficazes.A Diplomacia Económica tem que deixar de constituir uma vontade política para passar a ser a realidade das exigências económicas da actualidade, enquanto centros de negó-

cios, de promoção de marca e de produtos, tendo em vista o incremento das exportações, atracção de investimento externo, crescimento das expor-tações e internacionalização das nossas empresas.O continuado aumento do número de turistas, associado à tradicional propaganda polí-tica do melhor ano turístico de sempre, constituem motivos mais que suficientes para a reestruturação do Turismo de Portugal, quer no que se refere à sua Lei Orgânica, como às suas atribuições e competên-cias.A degeneração da Promoção Turística desde há muitos anos resulta de uma excessiva inter-venção do Estado, Governo e Administração, assumindo funções que não são suas, consequência da falta de uma Direcção e Execução profissio-nalizada e estável até ao mais alto nível.Os discursos optimistas e irre-alistas não resolvem proble-masA concertação de estratégias com a iniciativa privada obriga a uma ligação entre o Produto e a Promoção, devidamente coordenada com a Distribui-ção e estruturada através de um Marketing Estratégico Ope-racional, melhor forma de valo-rizar a nossa marca, enquanto destino turístico.As alterações que vêm verifi-cando no Modelo de Negócio Turístico Tradicional, especial-mente ao nível do aparecimento de novos canais de comerciali-zação e distribuição de férias, decorrentes da liberalização do transporte aéreo, desenvolvi-mento das TIC no turismo e vida das pessoas, adesão ao euro, etc.A situação do país é dramática e a economia do turismo do Algarve é a melhor posicionada para responder com sucesso a mais este desafio - mudarmos de vida.

«Guadiana River Hotel» aposta no Inverno

Depois da legislação nacional ter extinto as estalagens ao nível nacio-nal, em Janeiro de 2011 o Grupo Fernando Barata reconverteu a antiga «Estalagem de Alcoutim», em unidade hoteleira de três estrelas: o «Guadiana River Hotel». António Camejo foi o primeiro director da antiga estalagem, no ano de 1998, tendo estado à frente daquela uni-dade até o ano 2000. Assumiu nova-mente a direcção agora, 11 anos depois e diz-se um enamorado do Baixo Guadiana e das suas potencia-lidades, apesar de lamentar que “os obstáculos ao desenvolvimento no território sejam os mesmos de há 14 anos atrás”. Convicto que “há muito mercado para explorar e que o Gua-diana é um atractivo imenso” fala-nos de uma época alta que “correu muitíssimo bem” com uma taxa de ocupação de 85%, tendo chegado aos 98% em Agosto. Os turistas são portugueses, espanhóis e britânicos. A maior parte fica em regime de três dias, duas noites. O Guadiana River Hotel, do Grupo Fernando Barata, emprega 20 pes-soas no Verão, o que na época baixa reduz para 8. No entanto, esta uni-dade hoteleira vai manter as portas abertas também de Inverno “ao contrário do que acontecia habi-tualmente”, diz-nos o responsável que estima uma ocupação média entre Outubro e Abril na ordem dos 30%. Entretanto, a festa de Reveillon, assegura-nos, está “com-pletamente cheia com um grupo de Huelva”, tendo sido necessário recorrer a alojamento de parte do grupo na pousada de juventude e em Sanlúcar. Apesar do aumento do IVA e da quebra de poder de compra que vão afectar directamente o turismo tal como refere o líder da AHETA [ver caixa ao lado], António Camejo está “confiante na qualidade” do hotel que dirige e “nas potencia-lidades atractivas do Baixo Gua-diana”. A promoção deste hotel é feita segundo as vias tradicionais, mas muito através da internet. E “cerca de 80% dos turistas chegam ao Guadiana River Hotel via opera-dores on-line”, constanta. A. Camejo. Optimista este responsável não vai baixar os preços para fazer face às dificuldades, mas também lembra que “há 14 anos era impensável alugar um quarto a 30€/noite”. O futuro “não vai ser fácil”, mas acre-dita que “com trabalho e união de todos os actores é possível desenvol-ver o turismo neste território”. Defende que o futuro do Baixo Guadiana “passa muito por uma boa promoção dos empressários, associações e entidades locais”, refe-rindo que “seria necessário a Asso-ciação Odiana, a Mancomunidad de Beturia e a Mancomunidad da Costa del Sol Occidental coopera-rem mais”, convicto “no importante papel da “associação empresarial «Uádia Ana» [recentemente criada e virada para o desenvolvimento turístico dos concelhos de Mértola, Alcoutim, Castro Marim e VRSA]”, considerando que “é preciso apostar a norte da ponte do Guadiana na promoção do território”.

pio das indicações da própria troika, e tenha taxado o maior sector exportador nacional, retirando-lhe ainda mais com-petitividade face à concorrência mais directa, designadamente a vizinha Espanha, quer na área da alimentação e bebidas, quer no Golfe Turístico – o produto que, até hoje, verdadeiramente mais contribuiu para esbater a maior fragilidade do turismo algarvio – a sazonalidade.Por outro lado, não podemos ignorar que os cortes nos sub-sídios de férias e natal, assim como a redução de alguns feria-dos que permitiam pontes, vão afectar negativamente a pro-cura do mercado interno, esti-mando-se que este possa baixar pelo menos o dobro do verifi-cado este ano, ou seja, mais de 20%. É preciso não esquecer-mos que o mercado interno é o primeiro em número de turis-tas e o segundo em número de dormidas, tornando-o num mercado altamente estratégico e prioritário para a economia do turismo do Algarve.Não sei dizer se estas medidas vão ou não arruinar o turismo do Algarve, como refere na sua pergunta, mas uma coisa é certa, as perspectivas não só não são animadoras, como deixam antever situações alta-mente difíceis, traduzidas, entre outras, num maior número de unidades hoteleiras e empreen-dimentos turísticos a encerrar durante a estação baixa e o desemprego a aumentar.

Que alternativas à conjuntura actual?A questão que me coloca é bastante vasta e exigiria da minha parte uma resposta muito extensa, pelo que vou tentar sintetizar alguns pontos que considero serem os mais estratégicos e prioritários.No actual contexto, a Política de Turismo deve levar em con-sideração as novas dinâmicas da economia do turismo e das vivências e dimensões do

“A Política de Turismo deve con-siderar as novas dinâmicas do sector, estabelecendo um novo quadro legal e administrativo”Elidérico Viegas, Presidente da AHETA – Associação dos

Hoteleiros e Empreendimentos Turísticos do Algarve

O que tem a dizer sobre... Como encara os números que a própria AHETA avançou relativos à época alta de Turismo no Algarve?Se atendermos a que as taxas médias de ocupação se situa-ram ao nível das verificadas no ano anterior e que as receitas baixaram, só podemos encarar o ano turístico de 2011 com muita preocupação.De facto, e apesar de termos assistido a recuperações em alguns mercados externos, como o Reino Unido, Alema-nha e Holanda, por exemplo, a redução da procura por parte do mercado interno (cerca de 11%) não permitiu recuperar resultados turísticos e empre-sariais.Assim, embora tenhamos regis-tado aumentos médios nas ocupações durante os meses de Abril, Maio, Junho e Julho, a verdade é que nos restantes meses do ano ocorreram des-cidas importantes, nomeada-mente, nos meses de Agosto e Setembro, aqueles que mais contribuem para os resultados finais das empresas.

O que esperar da época baixa, e olhando para as medidas previstas em Orçamento do Estado 2012?Uma primeira constatação reside, precisamente, no facto de nos períodos de menor procura, a maior fraqueza do turismo regional – a sazonalidade - se acentuar ainda mais, confirmando a perda progressiva e sustentada de competitividade do nosso turismo que se vem registando há bastantes anos.Olhando para o OE para 2012, não podemos deixar de lamentar profundamente que o governo não tenha sido sensível à voca-ção marcadamente exportadora da actividade turística, ao arre-

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LOCAL

No passado dia 21 de Outubro o auditório do castelo de Alcoutim recebeu o «VII Congresso Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade». A organizaçao foi da Associação Transfronteiriça Alcoutim-Sanlúcar (ATAS) em parceria com a nortenha AGIR.

A abertura do seminário esteve a cargo do presidente da câmara municipal de Alcoutim, Francisco Amaral, que além de autarca é médico. Neste Encontro que procurou mostrar a interligação entre saúde, sociedade e cultura F. Amaral lembrou que são áreas que estão interreclacionadas “tal como no Homem tudo se inter-relacioa; o físico, o psicológico e o hormonal...”. alertando que a consciência dessa ligação não deve ser descurada. O autarca deu exemplos vários de intervenção do município no âmbito da melhor qualidade de vida dos cidadãos do concelho, grandemente de faixa etária elevada. “Nao há um fim-de-semana em que não há um baile de acordeão: É exercí-cio físico, é saúde e é combater a depressão. E é cultura, saúde e sociedade”, rematou o edil.

Por sua vez, Carlos Brito, presi-dente da direcção da ATAS, deu as boas vindas a todos os participan-tes, que chegaram vindos de várias partes do mundo, e enalteceu a parceria estabelecida entre a ATAS e a associação nortenha AGIR para a realização deste congresso que se realiza anualmente em dife-rentes partes do país. “Alcoutim precisa muito de ajuda”, apelou Carlos Brito que lembrou que “em 10 anos o concelho perdeu um quarto da população”. Este res-ponsável apelou para que “falem e invistam em Alcoutim”, con-siderando a iniciativa “um bom

exemplo disso”. Coube a Fernando Cruz, Presi-

dente da Direcção da AGIR, expli-car que este seminário acontece anualmente “em diferentes partes do país”, sendo o seu objectivo a descentralização; uma des-centralização levada à letra ao ponto deste evento nunca se ter realizado no Porto, onde fica a sede da AGIR. “Privilegia-se o contacto com as restantes regiões”, disse o responsável e “apesar das dificuldades [logís-ticas e de transportes] serem muitas ao fazer um congresso desta natureza internacional em Alcoutim” enalteceu a disponibi-lidade dos congressistas e o apoio da autarquia.

Envelhecimento em meio rural

Maria Luísa Francisco, membro da direcção da ATAS e produtora do evento iniciou as comunica-ções falando do «Envelhecimento em meio rural». Lembrou que a “velhice não deve ser encarada como um problema” e que só assim acontece “quando existe inade-quação de respostas às necessi-dades dos idosos”, defendendo que “a sociedade deve preparar as condições para o envelheci-mento”. Numa reflexão à volta dos processos de envelhecimento defendeu que “a prestação de cui-dados às pessoas idosas é cada vez mais prioritária”, lembrando

que as regiões deprimidas e peri-féricas estão mais vulneráveis”, elogiando, desde logo, as medidas sociais, culturais e de saúde imple-mentadas pelo município alcoute-nejo, e lembrando a importância do conceito de envelhecimento activo que a Organização Mundial de Saúde implementou nos anos 90 do século XX. A investigadora da área da sociologia rural lem-brou que “os investigadores têm papel decisivo na recolha material etnográfico”, lamentando a negli-gência da “sociedade contemporâ-nea que vive o culto da juventude e da saúde, deixando de fora os mais velhos”.

O trabalho como fonte de doença

Do México o congressista Aristeo Santos López trouxe-nos «O trabalho como fonte de doença: experiências em académi-cos universitários». O investigador da Faculdade de Ciências da Con-duta, da Universiadde Autónoma do Estado do México, afirmou que “o trabalho conduz-nos a condi-ções negativas”, referindo-se a situações de obsessão, lembrando que “o trabalho formata-nos, tanto que quando não temos trabalho [os académicos] não sabemos o que fazer no tempo livre. A obsessão a este nível existe pela produtividade, pela visibilidade dessa produtividade”, fazendo com que os académicos “estejam-

se comendo uns aos outros”. Este investigador disse que “há muita gente a esgotar-se e não há capa-cidade para injectar recursos” nas universidades. Alertou também que “o prazer pelo trabalho causa sublimação pela saúde”.

As utilidades das cidades

De referir que este congresso contou ainda, ao final da manhã, com a comunicação do presidente da AGIR que fez uma comunica-ção baseada em imagens onde identificou «As cidades temáti-cas, ócio e lazer». Em foco, as cidades do Porto, Gaia e Barce-lona. A viagem fez-nos conhecer as várias utilidades dos vários «palcos» nas urbes. Viajámos por conceitos entre «Cidade Tradicional», «Cidade Virtual», «Cidade Global». Na conclusão da sua comunicação explicita que “todas as cidades são importantes no âmbito turístico».

Saúde e Doença

A parte da tarde do congresso dedicou-se à «Educação e Promo-ção para a Saúde/Saúde Mental e Modernidade» com contrinbu-tos do Brasil e Portugal. Houve espaço para uma comunicação dedicada à «Perspectiva dos idosos com resposta social sobre a sua saúde». Do México surgiu também a comunicação «Doença mental e a saúde públia em época de crise e modernidade», tendo o contributo da vizinha Espanha surgido no âmbito da «Antropologia Médica Aplicada a determinados aspectos e situações da menopausa».

O último painel dedicou-se a «Vivências de Doença». Com a comunicação de «Continências: expandindo o circuito entre Saúde, Educação e Cultura», do Brasil. Por último o contributo de Portugal com «Vivência dos pacientes renais crónicos frente à hemodiálise».

No final uma Mesa Redonda com as técnicas Cátia Conceição e Renata Melo da Santa Casa da Misericórdia de Alcoutim e Vera Afonso, educadora social do Lar de Alcoutim.

Congresso juntou em Alcoutim especialistas de Portugal, México, Espanha e Brasil

Carlos Brito, Francisco Amaral e Fernando Cruz presidiram a Sessão de Abertura

Maria Luísa Francisco abordou o envelhecimento no meio rural

Aristeo Lópes, do México, abordou o trabalho no meio académicocomo fonte de doença

ATAS e AGIR

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LOCAL

A Associação de Bem-Estar Social da Freguesia do Azinhal (ABESFA) ini-ciou a construção da Unidade de Cui-dados Continuados de Longa Duração naquela aldeia do Nordeste Algarvio em Abril deste ano. O investimento é de um milhão e oitocentos mil euros, sendo que 59% do investimento total será financiado pela Câmara Muni-cipal de Castro Marim e os restan-tes 41% pelo Programa Modelar do Ministério da Saúde, cujo prazo de execução é de 18 meses, estando con-cluída em Outubro de 2012.

Capacidade para 3 utentes

O piso inferior do edifício é com-posto por uma zona de serviços, designadamente a cozinha, refeitório,

lavandaria, instalações sanitárias e instalações técnicas.

Para a Associação de Bem-Estar Social da Freguesia do Azinhal, o equipamento “representa um marco na qualidade e na excelência da pres-tação de cuidados de saúde no con-celho de Castro Marim e no Algarve, nomeadamente, ao nível do interna-mento, conferindo a dignidade e o respeito que os idosos devem merecer por parte de todos aqueles que têm responsabilidades em política social”. A capacidade é de 31 camas, indo assim integrar a rede nacional de cuidados continuados.

Arquitectura de José Alegria

Trata-se de um projecto de âmbito

É preciso combater o aumento das doenças do foro psicológico e controlar as existentes; sendo que muitas delas têm surgido devido à instalação da crise económico-social do país. A ansiedade e a depressão serão das mais frequentes e têm feito elevar a taxa de suicídio em Portugal.

A pensar em toda esta problemá-tica o município de Alcoutim orga-niza a 2 de Novembro uma palestra que tem como título «A Depressão: Estados de Ânimo», proferida pelo Dr. Francisco Ferreira (psiquiatra no Hospital de Faro).

A palestra tem hora marcada para as 20h30 no salão do Centro de Dia de Martinlongo e é organizada pelo Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação do Município de Alcoutim e pretende sensibilizar a população para esta problemática. Saber reco-nhecer sintomas (psicológicos e físi-cos), em si e nos outros, saber como

Médico psiquiatra ajuda a decifrar estados de ânimo

As consultas são uma aposta do município de Alcoutim

Actualmente a crise que provoca inúmeras dificuldades financeiras aos portugueses está a ser causa para muitas depressões. Estados de ânimo que têm de ser aparados por cuidados médicos para encontrar a cura, que existe.

As consultas gratuitas estão a vigorar desde o dia 10 de Outubro e acontecem nas instalações da Santa Casa da Misericórdia em Alcoutim.

O investimento ascende a um milhão e oitocentos mil euros, sendo que 59% do investimento total será financiado pela Câmara Municipal de Castro Marim e os restantes 41% pelo Programa Modelar do Ministério da Saúde. Vai ter a capacidade para 31 camas.

e onde procurar ajuda e combater o estigma a que os doentes de depres-são são sujeitos, são as diretrizes desta palestra.

A sessão é dirigida a técnicos e funcionários de saúde e ação social e à população em geral.

É preciso travar o drama dos suicídios

Um dos fenómenos que mais preocupa os médicos nestas fases críticas é o suicídio. Quanto aos números totais de suicídios verifi-cou-se uma descida progressiva na década de 90 até aproximadamente 500 suicídios anuais, sendo que no início do século XXI constatou-se uma subida para mais do dobro. Dados oficiais que poderão cor-responder não só a um aumento real de casos mas também a uma melhor fiabilidade das causas de morte.

Azinhal

Martinlongo

regional, da autoria do Arquitecto José Alberto Alegria, que está a ser desenvolvido num terreno anexo ao Centro Multiusos do Azinhal, com uma área de quase 9.000 m2, cedido pela Autarquia. A Unidade de Cui-dados Continuados de Longa Dura-ção prevê a existência de espaços de convívio e dois pátios de influência arquitectónica mediterrânica, nos quais vão ser construídas três alas de quartos: dez quartos individuais de internamento, dez quartos duplos de internamento, um quarto individual de isolamento e um quarto de pessoal de serviço.

Unidade de Cuidados Continuados pronta daqui a um ano

Consultas de reumatologia são gratuitas em Alcoutim

decorrer uma vez por mês e não poderão ser atendidas mais que vinte pessoas por dia. No dia em que começaram as consultas o município de Alcoutim já tinha recebido cerca de 40 inscrições. Todos os casos estavam em lista de espera no Hospital de Faro ou

As consultas de reumatologia sem custos para o utente são da res-ponsabilidade da câmara muni-cipal de Alcoutim e contam com a colaboração da médica volun-tária, Maria Augusta Pereira, de medicina interna e reuma-tologia. As consultas deverão

foram encaminhadas pelo médico de família.

Longa lista de espera e poucos recursos financeiros

Este tratamento a título gra-tuito surge neste concelho por duas ordens de razão; nomeada-mente os parcos recursos econó-micos e a longa lista de espera do Serviço Nacional de Saúde pela quase inexistência de médicos reumatologistas no Algarve. Ora o envelhecimento populacional faz com que as doenças reuma-tológicas sejam um dos proble-mas mais frequentes no concelho alcoutenejo.

Apesar de uma situação clínica agravada estes doentes têm agora a possibilidade de receber um tratamento mais rápido e mais perto de casa.

Informação e Mediação para Pessoas com Deficiência

VRSA

A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e o Instituto Nacio-nal para a Reabilitação estabelece-ram um protocolo de cooperação com o objectivo de criar um Serviço de Informação e Mediação para Pessoas com Deficiência (SIM-PD). A valência, que se iniciará no dia 3 de Novembro, tem como objectivo melhorar as condições de vida das pessoas com deficiência ou incapa-cidade – e respectivas famílias –, através da promoção da igualdade de oportunidades e da plena parti-cipação social e económica. Além do apoio mais directo, o SIM-PD garante, às pessoas com defici-ência, uma informação acessível, personalizada, global e integrada sobre os seus direitos, benefícios e recursos existentes, fortalecendo as suas capacidades para assumi-rem, nas respectivas comunida-des, os direitos e deveres cívicos inerentes a qualquer cidadão. O Serviço de Informação e Media-

ção para Pessoas com Deficiência (SIM-PD) desenvolve ainda uma função de mediação junto dos ser-viços públicos e entidades privadas, valorizando as parcerias locais para encontrar as soluções mais eficazes. Por outro lado, está incumbido de divulgar as boas práticas de aten-dimento do cidadão com deficiên-cia e de recolher informação que permita produzir diagnósticos de caracterização local, identificando os principais problemas existentes e promovendo as soluções adequadas. Podem recorrer ao SIM-PD pessoas com deficiência ou incapacidade – e respectivas famílias – e técnicos e instituições que intervenham na área da prevenção, reabilitação e integração comunitária das pessoas com algum tipo de incapacidade.

O SIM-PD funciona na Divisão de Acção Social da Câmara Munici-pal de Vila Real de Santo António, às quintas-feiras, entre as 9h30 e as 13h00.

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Está em consulta pública o Regulamento de Ocupação do Espaço Público

Dada a inexistência de regulamenta-ção adequada na Câmara Municipal de Vila Real de Santo António da ocupação do espaço público, mobi-liário urbano e publicidade, impõe -se, assim, a necessidade de regu-lamentar esta matéria. Este novo Regulamento Municipal deve ser entendido como parte integrante de um conjunto mais vasto de medi-das regulamentares que a Câmara Municipal pretende implementar a curto prazo, no sentido de pro-porcionar aos munícipes deste concelho uma administração mais aberta e eficiente. Um regulamento que pretende dotar o município de um instrumento que controle toda a ocupação do espaço público na área do município de Vila Real de Santo António, evidenciando as responsabilidades de cada um dos intervenientes, com especial des-taque para a autarquia e para os munícipes e, por outro lado, prever

os mecanismos que disciplinem e garantam o cumprimento das regras de convivência no âmbito da ocu-pação do espaço público.

A necessidade de melhorar a qualidade de vida em Vila Real de Santo António passa, em larga medida, pela correcção de uma série de elementos urbanos que têm vindo a degradar -se com o tempo, entre os quais assume especial relevo o espaço público, pelo facto de constituir o suporte físico que permite a instalação de inúmeros equipamentos e a realização de um conjunto muito diversificado de actividades.

“Pretende -se assim que o pre-sente Regulamento de Ocupação do Espaço Público, Mobiliário Urbano e Publicidade constitua um instru-mento compatibilizador das diferen-tes formas de ocupação e que, como instrumento de gestão, contribua para salvaguardar a imagem do con-

celho e a segurança dos cidadãos”.Até ao próximo dia 6 de Dezembro

este regulamento está em discussão pública, podendo ser consultado na câmara municipal de Vila Real de

santo António, durante as horas normais de expediente, e sobre ele podem ser formuladas, por escrito, as observações tidas por convenien-tes.

Foi publicado em Diário da República o Regulamento Municipal de Ocupação do Espaço Público, Mobiliário Urbano e Publicidade de VRSA que está em consulta pública até ao próximo dia 6 de Dezembro.

LOCAL

Castro Marim

VRSA Bombeiros

O Plano de Urbanização da Her-dade de Corte Velho estende-se por uma extensão de 130 hec-tares, na freguesia do Azinhal, junto à margem esquerda do Rio

Guadiana. Com a aprovação da altera-

ção ao Plano de Urbanização, o empreendimento turístico da Herdade de Corte Velho vê assim,

substancialmente, transformada a sua natureza, deixando cair a componente do golfe, como ini-cialmente estava previsto, para dar lugar a um novo conceito de turismo ecológico, centrado na salvaguarda e valorização dos valores naturais em presença.

O Plano de Urbanização da Her-dade de Corte Velho prevê uma área urbanizável de 320.000 m2, que consagra a existência de 6 Unidades Operativas de Planea-mento e Gestão (UOPG), compor-tando aproximadamente 101.000 m2 de área bruta de construção, distribuída por 573 unidades de alojamento com 1.869 camas, 69,50% das quais destinadas ao uso turístico.

Igualmente, prevê-se a cons-trução de três unidades hotelei-ras de cinco estrelas, incluindo equipamentos desportivos e de lazer, comércio e serviços, cuja componente habitacional é carac-terizada por moradias e edifícios multi-familiares.

O projecto da Herdade de Corte Velho integra um conjunto de cinco empreendimentos turísticos de grande qualidade em desen-volvimento no concelho, num investimento de 100 milhões de euros, que se afigura de primor-dial importância para o futuro de Castro Marim, tendo como facto-res de sustentabilidade, o cresci-mento da economia e a criação de emprego.

Para trás fica o golfe

Recorde-se que o empreendi-mento turístico previsto anterior-mente contemplava uma área de 135 hectares junto ao Rio Gua-diana; um Campo de Golfe (18 buracos), Clube de Golfe, Hotel, Aldeamento Turístico, Aparthotel e Moradias. O resort da Herdade de Corte Velho representaria um investimento estrangeiro de 200 milhões de euros, 2100 camas turísticas e irá gerar 5678 postos de trabalho directos e indirec-tos.

A Câmara Municipal de Alcoutim reparou a ponte sobre a Ribeira da Foupana, na estrada que liga Vaqueiros a Martinlongo. Degradada, resultado das múltiplas intempéries que a asso-laram, a ponte, que se localiza num dos principais eixos de circulação viária do concelho, foi alvo de uma obra de restauração que salvaguar-dou a sua integridade estrutural e a embelezou, enriquecendo a belíssima paisagem natural que a envolve. A obra custou cerca de 56.000 euros à autarquia de Alcoutim.

O empreendimento turístico previsto para a freguesia do Azinhal prescindiu do golfe para apostar no naturismo. A Assembleia Municipal de Castro Marim aprovou, recentemente, a proposta de alteração do Plano de Urbanização da Herdade de Corte Velho (PUHCV).

Empreendimento turístico de Corte Velho troca golfe por naturismo

Um novo conceito de turismo ecológico, centrado na salvaguarda e valorização dos valores naturais

A consulta pública acontece até 6 de Dezembro Santa Justa com ligação à Águas do Algarve

José Neto assume presidência

Ponte sobre a Ribeira da Foupana, restaurada e mais segura

Já começaram as obras da conduta que vai ligar a povoação de Santa Justa, freguesia de Martinlongo, à Águas do Algarve. A conduta, de 4500 metros, será ligada ao depósito de abastecimento de água da aldeia de Martim Longo, construído recen-temente pela autarquia de Alcoutim. A construção da conduta foi adjudi-cada pela autarquia de Alcoutim por 273.000 euros e é financiada pelo Programa Operacional Valorização do Território (POVT) em 218.400 euros. A Câmara Municipal de Alcoutim, que já tinha assegurado saneamento básico e ETAR à povoa-ção, assegura agora, com a constru-ção da conduta, a ligação ao sistema de abastecimento de água da Águas do Algarve.

A Associação Humanitária dos Bom-beiros de Vila Real de Santo António elegeu José Neto como presidente.Este presidente assume depois de uma liderança interina e em declaração ao JBG disse “que as dificuldades financei-ras são muitas”, mas acredita que esta associação que serve VRSA e Castro Marim “vai conseguir ultrapassar os problemas que enfrenta”.José Neto assegurou que a forma-ção dos mais jovens “não está em causa”.Tempos difíceis que este presidente promete enfrentar “com determinação e uma equipa muito disponível”.

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LOCAL

A Pedro Pires e Osvaldo Pires cabe a tarefa de proporcionar visi-tas orientadas aos vários grupos que a Fundação Inatel traz até o concelho. No dia em que estive-mos com estes dois técnicos supe-riores de património cultural, da empresa municipal castromarinense «NovBaesuris», podemos perceber a dinâmica das visitas que são pre-paradas ao pormenor “para mostrar o que o concelho tem de melhor”. E há muito para mostrar. Inseridas na «Rota dos Musicais» as visitas percorrem o património histórico,

estiveram a percorrer o território do Baixo Guadiana, entre Mértola e Vila Real de Santo António. Em

zámos em parceria com o Jornal do Baixo Guadiana um seminá-rio dedicado à temática do sal de Castro Marim”, frisou, expli-cando que também de Guèrande chegou “diversa documentação para o evento; documentação que, posteriormente, foi integrada na biblioteca da associação”.

Iniciativas previstas

Com sede na antiga escola do Rio Seco esta associação levou a cabo uma reunião recentemente com os membros da associação francesa, tendo delineado novas linhas de acção. “Ao nível da educação vamos promover, entre os dois países, a troca de contos tradicionais de Natal e sobre a Água, promovendo a cultura e o idioma junto dos jovens do primeiro ciclo; está a

ser estudada a possibilidade de proporcionar a deslocação de jovens estudantes dos Cursos de Educação e Formação (CEF) de Castro Marim até ao Liceu Pro-fissional de Guérande, vai ter lugar em Abril a deslocação de jovens de Castro Marim para uma estadia em casa de famílias de acolhimento para a promoção de intercâmbio juvenil”, enumerou o responsável.

Importação de boas práticas

No âmbito da direcção da associação haverá uma des-locação a França para reuniões com organismos da cultura e do turismo para impor-tação de boas práticas “pois é de salientar que Guérande é uma «Vila Arte e História» em França”, explica Alexandre Laurent que refere que “nesta relação de gemi-nação há elementos patrimoniais e culturais de grande semelhança e que serão concerteza melhora-dos e mais valorizados através da troca de boas práticas”, remata.

natural e dos saberes tradicionais. Para estes autênticos guias as terças-feiras têm agora um sabor especial, já que semanalmente vão recebendo cerca de 200 turistas “ávidos por conhecer o concelho; e daqui saem com uma perspectiva muito posi-tiva”, lembra o jovem Pedro que se sente “um privilegiado” por traba-lhar na área de formação e poder “apresentar um concelho como Castro Marim; tão rico em história e património”. A mesma impressão nos deixa Osvaldo que no final de cada visita fica “com mais vontade

de reiniciar um roteiro pela beleza que caracteriza Castro Marim”.

Com uma “óptima impressão” ficou também Margarida Fernan-des, animadora socio cultural do INATEL. No dia em que nos encon-trámos para uma breve entrevista, foi no revelim de Santo António que se disse “encantada” com Castro Marim e “muito satisfeita com toda a componente da visita”. Desde “o património visitado, bem como as visitas orientadas por dois jovens, muito profissionais e conhecedores, até ao final da visita onde é dada a possibilidade de se fazer algo dife-rente do habitual: a degustação”. Esta técnica de animação socio-cultural frisa assim, o momento da degustação de produtos tradicionais que é realizada no revelim de Santo António onde há possibilidade de mostrar a cultura local ao nível do queijo de cabra, o pão caseiro de Odeleite, o mel de rosmaninho e a doçaria regional, destacando-se aqui o bolo das três delícias da Pas-telaria a Prova do Azinhal, que tem na sua composição, a amêndoa, a alfarroba, o figo e a flor de sal.

Castro Marim: um Algarve a descoberto

Os turistas em declarações ao

Jornal do Baixo Guadiana mos-traram-se muito satisfeitos pela visita ao concelho, sendo que muitos deles não conheciam. Nem a sinuosidade de alguns caminhos desmotivou quem tem um espírito de aventura e descoberta.

O projecto do Inatel tem o objec-tivo de incentivar os cidadãos com 60 ou mais anos de idade à prá-tica do turismo. O programa visa obter um grande alcance social, dando a possibilidade às pessoas com baixos rendimentos de usu-fruírem de um período de férias sociais e de um convívio em regime de pensão completa e, ao mesmo tempo, promover e desenvolver o turismo e as economias das várias regiões do país.

Até Abril de 2012, os participan-

tes do «Turismo Sénior 2011/2012», terão também asseguradas deslo-cações ao Centro de Interpretação do Território, no Revelim de Santo António, com provas gastronómi-cas.

Parceria “frutuosa”

Da parte da câmara municipal “esta parceria com a Fundação INATEL é bastante frutuosa, na medida em que permite a divul-gação da nossa riqueza patrimonial e natural, sendo, também, uma ala-vanca para a dinamização do tecido económico do concelho, criando boas oportunidades de negócio ao nível da gastronomia e dos sabe-res tradicionais locais”, pode ler-se numa nota à imprensa.

«Turismo Sénior» à descoberta de Castro Marim

Geminação entre Castro Marim e Guérande reforça laços

Vários grupos de 90 pessoas chegam semanalmente a Castro Marim

Osvaldo Pires e Pedro Pires têm realizado as visitas orientadas aos turistas

A Comitiva de Guérande esteve uma semana no Baixo Guadiana à visita desde Mértola até Vila Real de Santo António

A Fundação Inatel em parceria com a Câmara Municipal de Castro Marim está a promover visitas ao concelho. São centenas de turistas que estão a descobrir melhor este concelho, contando com visitas orientadas de dois técnicos locais de Património Cultural.

Parceria Inatel e município de Castro Marim

Ao longo de uma semana, em meados de Outubro, 16 pessoas da localidade francesa de Guérande

comum têm o facto de pertencer à associação de Geminação Gué-rande/Castro Marim e para além do lazer aproveitaram a estadia para reunir e definir novas linhas de actuação numa reunião promo-vida pelos colegas portugueses.Alexandre Laurent, luso-francês e presidente da Associação portu-guesa lembrou ao Jornal do Baixo Guadiana que “o desafio de criar uma associação de geminação do lado português surgiu de um desafio do presidente da câmara municipal de Castro Marim” e que tem como “grande objectivo apro-fundar o processo de geminação com a vila francesa”.Trata-se de uma associação sem fins lucrativos e que foi formal-mente constituída em Maio deste ano. “Mas já em Fevereiro organi-

Um grupo de 16 pessoas esteve em visita ao Baixo Guadiana e reuniu-se com a Associação de Geminação de Castro Marim para definir linhas de acção.

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O nome foi Feira Empresarial «Baixo Guadiana no Desenvol-vimento Transfronteiriço» e o carimbo foi de associações que primam pelo desenvolvimento territorial e o empreendedorismo empresarial jovem; respectiva-mente Odiana e ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários. Desta sinergia resultou uma feira dirigida aos empresários do Baixo Guadiana transfronteiriço com alertas, oportunidades e estí-mulo aos empresários algarvios, em pleno ambiente de crise.

O Centro Cultural António Aleixo em VRSA foi palco do certame, nos dias 26 e 27 de Outubro, abrindo as portas aos à internacionalização de empresas, ao empreendedorismo, potencia-lidades e constrangimentos eco-nómicos na região. Seminários, workshops, consultoria e expo-sitores constituíram o leque de ofertas. O programa contou com um painel transnacional de luxo, desde a Comissão de Coordena-ção e Desenvolvimento Regional (CCDR) Algarve, Consejo Anda-luz de Cámaras de Comercio, Industria y Navegación, da vizi-nha Espanha, FOE, o IEFP, INAG, Confederação Nacional de Caça-dores, ATBG e também a parti-cipação de empresas exemplares de internacionalização com sede no território. O certame culminou com a participação do Secretário de Estado do Ambiente e Ordena-mento do Território, Pedro Afonso de Paulo que deixou o alento de uma esperada reforma na pasta que dirige.

Esbatimento de

fronteiras com sinergias

No primeiro dia do certame as sinergias foram o tema de desta-que. José Carlos Barros, vice-presi-dente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, e anfitrião do evento, fez as honras da casa num discurso de insistente apelo à cooperação em plena época de agudização da crise. “Num terri-tório de fronteira as sinergias são essenciais e a diversidade territo-rial constitui-se como uma opor-tunidade de negócio num tempo difícil”, revelou referindo ainda a grande diversidade ecológica e riqueza de recursos endógenos nesta zona de fronteira. A proxi-midade entre países unidos pelo Guadiana voltou a alicerçar-se no discurso do autarca, considerando que “os territórios de fronteira só têm a ganhar porque são espaços de futuro”.

José Estevens, autarca castroma-rinense e presidente da Associação Odiana, uma das promotoras do certame empresarial, mostrou-se satisfeito pela iniciativa da asso-ciação que dirige, fazendo jus à sua existência como agente facili-tador do desenvolvimento no ter-ritório. “É um motivo de satisfação provocar este encontro de empre-sários dos dois lados do rio num momento onde, infelizmente, o desemprego, falências e colapsos financeiros são palavras insisten-tes”. J. Estevens voltou à carga dizendo que é neste contexto de crise importa uma reacção. “Neste momento importam as iniciativas, importa o uso da criatividade para contornar obstáculos ao funcio-

namento da economia; temos que apostar num potencial que não se esgote no turismo, temos que potenciar os nossos saberes ancestrais e recursos endógenos para deixarmos a nossa impres-são num mundo global e cada vez mais competitivo”.

Divulgar a cultura ibérica

D. Antonio Fernandéz, Pre-sidente do Consejo Andaluz de Cámaras de Comercio, esteve também na mesa de abertura e focou o projecto transfrontei-riço do qual surgiu o certame, o PIDETRANS, bem como todos os interesses e cultura que unem ambos os países. Referiu a exis-tência de uma cultura ibérica que deve ser partilhada de modo a potenciar as oportunidades bila-terais de negócio entre países cujo rio Guadiana não distingue, mas une. “Acredito que a celebração deste fórum seja um fiel reflexo dos negócios e das estreitas rela-ções e que sirva para estimular a cooperação mútua entre Espanha e Portugal”. Apelidou a coopera-ção entre os dois povos como o «projecto de futuro e desenvolvi-mento para ambas». “A zona do Baixo Guadiana não está dividida, pelo contrário, os territórios do Algarve, Alentejo e Andaluzia têm sabido consolidar uma raia muito permeável que permitiu a cria-ção de organizações informais e economias complementares entre vizinhos”, concluiu.

Para encerrar a mesa de aber-tura do evento, Paulo Bernardo, presidente da ANJE Algarve e pro-

motor também da iniciativa, falou em «agitar as águas» no âmbito de uma cooperação que se quer mais consolidada, com especial relevância na ambiência de crise. Aproveitou ainda para fazer o anúncio da sua saída de funções da ANJE e no seu sucessor, Steven Piedade, actual presidente da junta de freguesia de Montene-gro, concelho de Faro.

«A união faz a força»

No I painel do evento, intitulado «Cooperação Transfronteiriça e a internacionalização», a participa-ção foi de luxo com Ignacio Con-

treras da Rede Enterprise Europe Network do Conséjo Andaluz de Comercio. Foram apontadas motivações, fases, soluções, mas também obstáculos, à internacio-nalização dos negócios. Desde lacunas financeiras, empresariais, comerciais, logísticas e culturais; no que diz respeito à cultura Ignacio C. exemplificou os hábitos culturais do Japão como de uma riqueza imensa, mas como um forte entrave a quem desconhece os seus costumes e protocolo rígido de negociação. Quanto às parcerias foi peremptório. “Com as sinergias os recursos optimi-zam-se e dois mais dois podem

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José Estevens e José Carlos Barros foram os anfitriões do certame empre-sarial

A cooperação ibérica como forma de potenciar um negócio foi uma das ideias partilhadas pelo andaluz D. António Fernandez e pelo português Paulo Bernardo

David Moreno, Patrícia Martins, Ignacio Contreras e a moderadora Rita Gonçalves constituíram o primeiro painel dedicado à internacionalização

O vilarealense Fernando Ferramacho apresentou a sua empresa distinguida com o estatuto PME LIDER. Álvaro Araújo do IEFP falou na emigração como uma solução recorrente em época de crise.

João Faria da CCDR Algarve acompanhou os autarcas da região (José Este-vens, Luís Gomes e Francisco Amaral) num painel dedicado às estratégias e ao desenvolvimento.

Certame empresarial contou ainda com vertente stand e reuniu inúmeros participantes da Escola de Hotelaria pombalina com degustação de sabores

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deixar de ser quatro e tornarem-se um cinco ou até um oito”, reflectiu o orador que destacou a transferência de conhecimentos e a proximidade entre Portugal e Espanha como importantes vanta-gens; que unidas são mais fortes. A sua apresentação culminou num vídeo motivacional, que mesmo sem sonoridade demonstrou que «a união faz a força» e o sucesso daí provém.

Incentivo à esfera internacional

Patrícia Martins da CCDR Algarve prosseguiu com os siste-mas de incentivos às empresas no âmbito do PO Algarve 21. Foram apresentadas as tipologias dos projectos e os processos de can-didaturas; falou-se do vasto leque de incentivos existentes, na legis-lação, nas actividades elegíveis e exemplos de empresas benefi-ciadas. Patrícia Martins referiu em jeito de balanço estatístico, que das despesas elegíveis com a promoção internacional 42% são relativas ao marketing e 27% numa aposta em feiras e certames. Já em relação aos mercados o con-tinente europeu está consolidado com 77%, seguido pelo continente africano com 9%.

«Algarve e Andaluzia são o mesmo produto»

David Hidalgo Moreno, respon-sável do grupo Thursa, Operadora Turística de Huelva, constituiu um dos contributos mais importantes do primeiro dia do certame, ao enfatizar um discurso de cidada-nia ibérica incontestável. «Não há distinção na minha empresa entre Espanha e Portugal; eu trabalho e crio a complementaridade das duas regiões e aproveito ambos os recursos». O responsável garantiu a constante visita e marcações de viagens ao Algarve distinguindo VRSA, Albufeira, Lagos, Vila-moura e Portimão pela paisagem, cultura, gastronomia e animação de referência para os seus clien-tes.

«O Algarve e Andaluzia são o mesmo produto e complemen-tos necessários que constituem a grande oportunidade de cresci-mento da minha empresa», disse David H. Moreno, assumindo-se como um embaixador do Algarve, garantindo que a combinação resulta e já dispõe de 48 mil clientes ibéricos para o compro-var. “As oportunidades de negó-cio são recíprocas entre ambas as

regiões e esta cooperação para a minha empresa não é um projecto, mas sim uma realidade muito vantajosa; trata-se não de uma competência mas de uma necessi-dade”, reflectiu o empresário que falou ainda da ausência de políti-cas estruturadas que beneficiem ambos os países e que se reflictam na área empresarial e no impulso ao desenvolvimento”.

Empreendedorismo e iniciativa na crise

No segundo painel, ligado ao Empreendedorismo, o primeiro momento foi de Paulo Bernardo, da ANJE e directamente dirigido a empresários. “Arrisquem agora porque o mundo não é só preto e cinzento, também há outras cores”, foi com esta declara-ção que o responsável apresen-tou fundamentadamente, as 10 razões para abrir um negócio no momento actual de crise. Número 1 «Tudo é mais barato agora»; Número 2 «Contratam-se pessoas mais qualificadas agora»; Número 3 «Há mais empresas disponíveis e com modos de pagamento fle-xíveis»; Número 4 «Existem mais apoios e incentivos à criação de empresas»; Número 5 «Família e amigos podem ajudar»; Número 6 «Fornecedores dão mais crédito»; Número 7 «A promoção é de graça (imprensa hoje em dia também faz esse papel)»; Número 8 «Há leilões de quase tudo»; Número 9 «Negócios a baixo preço»; e por fim a 10ª «Pode ser a sua última hipótese». Foram as razões, sim-ples, mas eficazes, apresenta-das pela ANJE para desenvolver um negócio em pleno tempo de crise.

Centro de emprego apresentou estatísticas

alarmantes

Seguiu-se no painel Álvaro Araújo, director do Centro de Emprego de VRSA, numa apre-sentação que focou o panorama da taxa de desemprego actual e também nos apoios ao auto-emprego. “O número de desem-pregados no Algarve actualmente situa-se acima dos três mil, uma situação que remonta a 2008 com a falência da empresa FADESA em Espanha, que albergava muitos trabalhadores portugueses”, disse. O cenário apresentado foi de um Algarve fustigado pela epidemia do desemprego, com números como 2140 desempregados licen-ciados na região e dificuldades na obtenção de subsídios. “A atribui-ção do subsídio de desemprego actualmente é muito mais rigo-rosa e temo que possa piorar”, lamentou o responsável do centro de emprego que alberga os con-celhos de VRSA, Castro Marim, Alcoutim e Tavira. Actualmente são 8156 as pessoas abrangidas nas medidas activas de emprego e o director garantiu que é da Câmara de VRSA que surge um dos maiores exemplos de «Contratos de Emprego Inserção». Abordados alguns dos apoios para a criação de auto-emprego do IEFP Álvaro Araújo frisou repetidamente, que «em tempo de crise a emigração apresenta-se cada vez mais uma solução.»

Distinção PME LIDER é prova de sucesso

Para culminar as exposições foi apresentado um caso de sucesso empresarial, agora do lado luso do Guadiana. O escolhido foi Fer-nando Ferramacho da transpor-tadora vilarealense «Ferramacho TLD» que trabalha desde 2001

no território.A empresa é o exemplo e modelo,

em tempos de crise, de vontade, trabalho e sucesso com um grupo constituído por 3 empresas, 31 colaboradores, 3 viaturas, 100 mil toneladas transportadas num ano e com cerca de 2 milhões e 100 mil euros de facturação prevista para 2011. “Esta empresa foi para mim um sonho tornado realidade, foi sempre o que quis fazer, abrir uma empresa de transportes e após ter saído da universidade arrisquei e consegui”, disse emo-cionado o responsável. Uma das grandes frustrações deste empre-sário é a não existência de zonas industriais no território adapta-das à sua empresa. “Somos de VRSA como tal gostaria de ter a nossa sede cá, mas como a rees-truturação da zona empresarial é morosa virámo-nos para Castro Marim, e até ao momento também continuamos à espera, o que nos deixa frustrados”. Actualmente a Ferramacho TLD está consolidada na Europa e detém já inúmeras rotas, advertindo, no entanto, que o sul é um mercado sobretudo importador e a marca «Algarve» é quase inexistente. A salientar que esta empresa foi distinguida pelo IAPMEI em 2010, e nova-mente em 2011, com o estatuto PME LIDER.

“O problema português não é a falta de dinheiro, é sim a falta de organização”

O segundo dia da Feira Empre-sarial do Baixo Guadiana acabou por deter um cariz mais político, com a abertura do painel sobre «Estratégias orientadoras para o desenvolvimento» da responsabi-lidade da CCDR, e com as «Uto-pias do Território», contando com

a participação dos três autarcas do Baixo Guadiana.

João Faria, presidente da CCDR Algarve, começou por fazer uma breve caracterização do território algarvio e do panorama finan-ceiro que assola o país. “Desde a entrada na União Europeia que fizemos muitos progressos, éramos bons alunos, mas a partir do final da década de 90 houve uma paragem da convergência, ou até divergência, com os par-ceiros”, considerou. Fundamentou ainda que os progressos são visí-veis na área dos equipamentos e infra-estruturas, no entanto não houve complementaridade com a competitividade e sustentabili-dade. “O problema português não é a falta de dinheiro, é sim a falta de organização e nesta fase de necessidade temos que nos con-centrar em produtos susceptíveis de gerar retorno”. Relativamente à abordagem PROVERE, o respon-sável teceu críticas ao nível da complexidade que deveria assen-tar em projectos concretos viáveis, ao invés das parcerias pesadas, recordando os eixos centrais da região: o rio e as actividades tra-dicionais.

Constrangimentos «ridículos» impedem o desenvolvimento

Francisco Amaral, autarca de Alcoutim, o concelho mais desertificado do Algarve, dirigiu mais uma vez as suas críticas aos constrangimentos que apelida de «ridículos» e que impedem o desenvolvimento e competitivi-dade do concelho que dirige. “O Guadiana une-nos e desde VRSA até Mértola não gera um tostão de riqueza; tudo é reserva ecoló-gica! Será que não é impossível conciliar?”, questiona o edil que

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defende que a «maior marina natural da Europa não desen-volve porque os fundamentalis-tas ambientais têm mais poder que o povo». Francisco A. recor-dou novamente a intenção espa-nhola de construção de hotel no concelho, contudo, os entraves provenientes do ordenamento do território e da Reserva Ecológica nacional (REN) foram tantos que os promotores partiram. “Ao invés de andarmos com os investidores ao colo mandamo-los embora e assim foram para a Roménia onde encontraram portas abertas e lhes facilitaram a vida”, contou.

“Burocracia no quadro do desenvolvimento é asfixiante”

José Estevens, edil castroma-rinense começou a conversa de forma informal, invocando frus-tração em alguns sonhos que julgara possível como autarca. “Cheguei com espírito de missão para trazer novas condições de vida a Castro Marim, um concelho que encontrei em letargia, e houve muitas coisas feitas, mas também muitos outros sonhos onde encon-trei frustração”, afiançou. Carac-terizou a burocracia envolvente no quadro do desenvolvimento como «asfixiante e não se percebe que interesses serve...”. Sustentou um quadro jurídico estruturado dos instrumentos que «defenda o território acima de interesses enviesados”, criticando o jogo político em detrimento da utili-zação e valorização dos recursos disponíveis. “Se fossemos mais sérios tínhamos um país diferente, mais trabalhador e mais eficaz e não estaríamos nesta situação”, reflectiu.

“Estrutura económica é a mesma há 30 anos”

Luís Gomes assumiu um dis-curso de mudança relativamente a instrumentos que considera “desajustados e antiquados” face à realidade actual. “Não temos sabido aproveitar a nossa estru-tura económica que é a mesma há mais de 30 anos. Porque é que não se tem diversificado?”, indagou o autarca pombalino. Teceu críticas

ao «malogrado» desassoreamento do Guadiana que perdura há mais de 30 anos, o que considera ina-ceitável. “O que falhou até hoje foi uma administração pública que não serve as necessidades dos cidadãos e o desenvolvimento do país”, criticou duramente o responsável que assegura ainda não existir uma articulação dos instrumentos de financiamento e ordenamento, deixando mais uma severa crítica e apelo. “Temos que «enveredar pelos caminhos da descentralização e desburrocrati-zação no sistema administrativo português”.

«Portagens na A22 vão ser penalizadoras»

David Vasques, Director Geral da Quinta do Vale, fez uma carac-terização do quão lucrativos, ou não, podem ser actualmente os empreendimentos turísticos. Foi abordado o Plano Estratégico Nacional de Turismo e a politica de consolidação dos 10 produtos turísticos estratégicos, entre eles o golfe. “O golfe mais que um desporto é um negócio que cria oportunidades, postos de traba-lho, riqueza e internacionaliza-ção de um destino de excelência”, explicou o responsável da Quinta do Vale. No Baixo Guadiana caracterizou os cinco campos de golfe existentes e as mais de 120 mil voltas jogadas em 2010. Em tempos de recessão David Vasques apontou ainda o dedo ao que pode vir a ser o mais forte obstáculo ao desenvolvimento do golfe, como é o caso das portagens. “Desde que se ouviu falar em portagens, e portanto custos mais acresci-dos, já estamos a sentir e assim que entrar em vigor temo que o cenário seja bem pior”, reflectiu. Para finalizar sugeriu a criação de ferramentas para adaptação dos empreendimentos turísticos ao mercado competitivo, “pois só ao ajustar-se às realidades do mercado se torna competitivo e sustentável”.

Caça combate o despovoamento

Vítor Palmilha, Presidente da Confederação Nacional de Caça-

dores, destacou a caça como o «nove golfe da serra algarvia», salientando sobretudo os conce-lhos de Castro Marim e Alcoutim como grandes potencialidades cinegéticas. “A caça é uma forma de exploração racional dos recur-sos, incide na conservação dos solos e na preservação do patri-mónio cinegético” defendeu Vítor P. destacando entre as mais-valias para o território a criação de grupos sociais e intercâmbios culturais, educação ambiental dos caçadores e recuperação de infra-estruturas de apoio à acti-vidade. “A caça contribui para o combate à desertificação, para a criação de emprego e tem vindo a ser reconhecida como um forte motor do desenvolvimento regio-nal”, atestou. Entre as necessida-des sentidas no sector apontou a profissionalização da actividade, a ampliação de apoios e um estudo do peso real da caça em termos económicos para o país.

INAG apelou à participação cívica

A concluir o painel esteve Orlando Borges do Insti-tuto Nacional da Água com o «Ordenamento da Albufeira de Odeleite como uma janela de oportunidades». “Acima de tudo temos que ver e saber que a princi-pal função das barragens é forne-cer água à população”, assegurou revelando exemplos como o caso da Barragem de Santa Clara onde para além da função primordial, existe também um conjunto de estruturas que servem de apoio a actividades económicas. A crítica foi sobretudo dirigida à popula-ção (não no caso de Odeleite, mas noutros), onde a ausência de participação pública é visí-vel. “Há que reflectir o nível de participação pública em torno dos instrumentos de gestão ter-ritorial e começar a educar para uma participação cívica que não temos”.

Secretário de Estado assegurou ferramentas mais justas no desenvolvimento territorial já para 2012

A encerrar o certame a pre-sença mais esperada foi a de Pedro Afonso de Paulo, Secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território. Antes do discurso final os três autarcas apelaram à mudança e ao desenvolvimento com palavras de Alcoutim no combate às assi-metrias regionais. José Estevens criticou o PROT e a distribuição de camas turísticas que diz “não servirem as necessidades do Algarve”. Luís Gomes criticou a

«irracionalidade da administra-ção» e um repto ao levantamento dos projectos parados no Algarve e o que representam em termos de postos de trabalho e riqueza. À Odiana deixou um apelo para criação de um fórum de discussão com os agentes locais.

O Secretário de Estado, por sua vez, primou por um discurso mais formal, no entanto reconheceu o certame como uma oportunidade para debater vantagens e obstá-culos no território. “Em matéria de ordenamento pretende-se um território mais justo e competi-tivo com recursos simplificados onde devem ser racionalizadas e flexibilizadas a gestão e estra-tégias territoriais que se devem compatibilizar numa escala regio-nal e local, sempre que possível”, alertou o governante, em jeito de resposta aos reptos lançados pelos autarcas da região.

Abordou ainda a questão da adaptação dos instrumentos de gestão territorial. “Há que actu-alizar a Lei de Bases do Ordena-mento, que é muito antiga, a lei de solos, que é muito antiquada e a filosofia da REN, que teve o seu tempo e que neste momento precisa de adaptações em função das necessidades e dos tempos”, defendeu assumindo a revisão de estratégias já para o primeiro tri-mestre de 2012.

Foi ainda peremptório na refe-rência à eficácia e eficiência dos territórios. “São necessárias solu-ções sustentáveis ao aparecimento de estruturas regionais policên-tricas e o aumento de eficiência passa no futuro por uma gestão regional e/ou local do território”, garantiu deixando a promessa em VRSA, que se avizinha para breve, uma reforma dos instrumentos de ordenamento do território.

Recorde-se que a «Feira Empre-sarial» decorreu no âmbito do projecto PIDETRANS e foi uma iniciativa de cooperação entre o Algarve – Alentejo – Andaluzia, financiado pelo Programa de Coo-peração Transfronteiriça Portugal – Espanha [POCTEP] 2007-2013 e co-financiado pelo Fundo Euro-peu de Desenvolvimento Regional [FEDER] com o apoio da União Europeia.

“Há que actualizar a Lei de Bases do Ordenamento, que é muito antiga, a lei de solos, que é muito antiquada e a filosofia da REN, que teve o seu tempo e que neste momento precisa de adaptações em função das necessidades e dos tempos”

O Secretário de Estado Pedro Afonso de Paulo referiu adaptações à REN já para 2012

David Vasques, Orlando Borges e Vítor Palmilha apontaram o dedo às portagens e à ausência de participação cívica

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AiceiA Associação Internacional de Cidades e Entidades do Iluminismo (AiCEi) é agora presidida por São Luís do Maranhão (Brasil), e a passagem de testemunho foi feita em pleno «VIII Congresso Internacional» da AiCEi, que se realizou no Centro Cultural António Aleixo, nos passados dias 6 e 7 de Outubro. O município de Vila Real de Santo António foi durante o último ano presidente da entidade e no seio do iluminismo pombalino promoveu a reflexão sobre «Rupturas e Oportuni-dades» dos Centros Históricos. Criada em 2001 a AiCEi pretende ser o ponto de ligação entre cidades e entidades que cresceram e se desenvolveram sobre a égide dos valores materiais e imateriais do período do iluminismo. A sua finalidade é fomentar o conhecimento e a protecção do património material e imaterial her-dado do século XVIII - também conhecido como o século das luzes - e procura reflectir este período na sociedade em pleno século XXI.A AiCEi é constituída pelas cidades de Almacelles, Barcelona, Es Castell (Menorca) La Nueva Guatemala de la Asunción, Madrid, Real Sitio de San Ildefonso, San Fernando, Vila Real de Santo Antonio e, agora, São Luís do Maranhão - que aderiu também durante o congresso à associação. As entidades sócias são: Fundación Ferrol Metrópoli, Loggia, Gestión de Patrimonio Cultural, S.L., MuVIM e Real Academia de Bellas Artes de San Carlos.

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Como nota positiva, destacam a boa qualidade das apresentações de slides, bem documentadas, com imagens do antes e do depois. Talvez tivesse sido útil a apresentação de comunicações de carácter não institucional. Ganhar-se-ia em polémica, atrevimento e inovação, na busca de novos caminhos para o antigo património.

O congresso foi presidido pelo vice-presidente do executivo vila-realense, José Carlos Barros, que acumulava as funções de presidente da Associação das Cidades e Entidade do Iluminismo, mandato que terminou no final do conclave.

Apesar da crise, todas as entidades se mostraram disponíveis para pros-seguir, embora de forma mais lenta. A próxima reunião está marcada para S. Luís do Maranhão, no Brasil. Esta cidade encontra-se actualmente num processo de crescimento acelerado, com a implantação de várias unida-des industriais e a descoberta de uma enorme jazida de gás natural.

O seu centro histórico, disse José Aquiles Andrade, enfrenta o deslo-camento de funções tradicionais e a substituição de usos, com ocupações irregulares e em situação de risco; zonas de conflito de tráfego na região da Praça Deodoro; áreas parcialmente segregadas na região compreendida pela Avenida Magalhães de Almeida, Mercado Central e Canal do Portinho;

excesso de barreiras arquitectónicas nos eixos viários; dificuldade de orga-nização do comércio informal.

Parte do Centro Histórico de São Luís ainda mantém o seu apelo como área de convergência do comércio retalhista e serviços, classes de médio a baixo poder aquisitivo.

Verifica-se uma constante nos cen-tros históricos do iluminismo. É que demorou quase duzentos anos até ser rota a proposta racionalista urbana, repetida por mimetismo a partir do núcleo original.

O objectivo é a “recuperação dos Centros Históricos, a sua manutenção e vivências, ou a desertificação humana e económica que noutros casos apre-sentam, colocam, novos problemas e não poucas interrogações sobre que percursos seguir quanto à administra-ção destes espaços”.

Luís Gomes, presidente da câmara municipal local, destacou o facto de a cidade pertencer a uma rede vasta, “espaço de particular importância na requalificação de valores patrimo-niais.

Todas as sessões do congresso foram coordenadas por Carlos Luís Figueira.

José Carlos Barros lembrou que, ao tempo da fundação de Arenilha, a foz do Guadiana era “uma terra de ninguém, sujeita à pirataria do corso. Lembrou que estamos, em Vila Real

de Santo António, perante uma cidade com construção material e imaterial.

Lígia Tavares disse que Lisboa teve um padrão urbanístico racionalista, assinalou a ocorrência de fenómenos de crescimento dos núcleos históricos com recurso ao mimetismo. Explicou o contexto histórico da criação do núcleo pombalino e a acção do Marquês de Pombal, numa conjuntura política em que os judeus tinham um estão paralelo, dentro do Estado português. Mostrou a estrutura da “gaiola pom-balina”, armação em volta da qual foram construídas as casas da Baixa pombalina e outros núcleos históricos fora de Portugal.

Madrid cujo núcleo tem 322,7 hec-tares, 111.501 habitantes e 68.602 casas, apresentou como preocupa-ções centrais na actualidade, a vida das pessoas, o devolver as ruas e os parques aos cidadãos, com mais qua-lidade. É preciso reabilitar para tornar mais agradável o espaço onde vivem e circulam.

Do Porto veio o conhecimento da existência de uma sociedade de gestão urbana, na qual o Estado Português, através do IRHU, participa com 60% do capital. A câmara do Porto detém os restantes 40%. O porto faz uma expe-riência única em busca de um espaço de sociabilidade e residência, no seu núcleo histórico.

Espaço de aprendizagem

Na sessão de encerramento do Con-gresso dedicado ao Iluminismo o presi-dente da câmara municipal de Vila Real de Santo António lembrou que estas jornadas foram “um espaço notável de aprendizagem e de autocritica sobre o que fizemos bem, mas fundamental-mente sobre o que poderíamos ter feito melhor”. Introduzida a importância deste congresso este responsável pelo município pombalino falou da neces-sidade do reconhecimento do patrimó-nio municipal a par da “importância da estratégia do importante elemento do urbanismo iluminista”.

“A reabilitação urbanistica e patri-monial é um desafio nos dias de hoje; onde são chamados os deveres e direi-tos de cada um de nós”, lembrou o edil, defendendo que “é preciso tratar deste espaço como sistema integrado a todos os níveis”.

Os centros históricos não são vistos como obstáculos, mas sim como opor-tunidades e Luís Gomes lamenta, por isso, “a ausência de medidas de apoio da administração central neste domínio”, defendendo que é preciso “partilhar responsabilidades aos três niveis de administração: local, regional e central”.

Estiveram reunidas em Vila Real de Santo António as cidades e entidades do Iluminismo, movimento cultural que originou uma profunda transformação nas artes e na política no Século VIII, em todo o Mundo. Especialistas e responsáveis pela gestão e reabilitação do património, apresentaram trabalhos com o ponto de situação da defesa e recuperação dos respectivos núcleos históricos. Vila Real de Santo António, assumiu a presidência da AiCEi durante o ano de 2011, no propósito de contribuir para uma nova dinâmica deste movimento, apostada em promover um diversificado debate sobre os novos desafios que se colocam à regeneração urbana no quadro de um desenvolvimento sustentável e de coesão territorial

José CruzSusana de Sousa

No final do «VIII Congresso Internacional das Cidades e Entidades do Iluminismo» os participantes que representam os mem-bros associados da AiCEi. Tratou-se de um congresso bastante preenchido; ao longo de dois dias de comunicações de natureza diversa, com enfoques bastantes distintos, que contribuíram para um enriquecimento do espólio do iluminismo em pleno século XXI.

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do centro histórico deve ser encarada como prioridade”, defendeu, criticando que após “os consecutivos anúncios do JESSICA o programa não tenha avan-çado”, afirmou, garantindo que VRSA tem o seu “processo preparado para apresentar candidatura”.

Luís Gomes reivindicou garantias do Estado ao nível de empréstimos para a reabilitacão urbana, apelando mesmo a uma “campanha nacional de incentivo à reabilitação”. E porque “o centro his-tórico é um espaço de oportunidade, dinamização económica e emprego” defendeu que o Governo não devia “deixar cair a medida da taxa reduzida do IVA na reabilitação urbana”.

“Desafio das cidades é resistir ao crescimento urbanístico”

O Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, fechou este con-gresso e considerou que o grande desa-fio das cidades é resistir ao crescimento urbanístico, mantendo, em simultâneo, as fontes de financiamento das autar-quias. “Requalificar é também reabitar as cidades, dando oportunidade para que os sinais do tempo sejam devolvidos aos cidadãos, ampliado a sua qualidade de vida”, disse o governante.

“Esta é uma oportunidade única para olharmos para o que nos rodeia”,

O exemplo de VRSA

Luís Gomes lembrou que em 2005 foi dada “notoriedade ao centro histórico com o Plano de Salvaguarda”. Depois de reconhecida a área pombalina como zona crítica pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) foram implementadas medidas com os pri-vados, tendo Luís Gomes identificado o programa «Realce».

“Gastámos 5 milhões de euros com a zona historica; intervimos na ilumina-ção pública; melhorámos o mobiliário urbano; criámos uma nova política de trânsito e estacionamento, tornando-o mais acessível; amigo da mobilidade”. Na sua lista de identificação de revi-talização do Centro Histórico pomba-lino Luís Gomes falou das “políticas da dinamização económica com a criação da Associação de Desenvolvimento da Baixa (ADB-VRSA). Lembrou o projecto de “reconstrução da Casa da Câmara”; também a “reabilitação cirúrgica com o programa «Passo a Passo»”.

O autarca sublinhou que “o Centro Histórico de VRSA tem referência ao nível do algarve; pela importancia do património, mas também para fixação de habitantes”, contrariando a tendên-cia dos centros históricos despidos de pessoas. Luís Gomes referiu que para este processo ser uma realidade estão a ser estabelecidas parcerias para a hote-laria no centro histórico. “A reabilitação

Kátia Santos BogéaSão Luis do Maranhao (Brasil)

Esta é uma forma de dar continuidade ao Iluminismo e é um momento de partilha muito importante para nós.

Carlota SimõesCoimbra (Portugal)

Acho que é uma ideia muito boa haver estes congressos anuais porque cada um de nós pode apresentar seu espólio, cruzar informação e pode até multiplicar valor do espólio.

Lluís Bosch PascualBarcelona (Espanha)

A importância deste congresso passa pelo facto de culminar anualmente num trabalho de entidades europeias e americanas que ao longo da última década têm vindo a partilhar infor-mação. VRSA é um sócio muito dinâmico nesta rede.

OPI

NIÃ

O

defendeu, dizendo que o centro histó-rico de VRSA “é um excelente exemplo; construído com ideiais iluministas”, lembrando que o Homem tem vindo a “a descurar a regeneração dos Centros Históricos em prol de cresci-mento turistico; sem regras e sem ter em conta a dimensão humana destes espaços nas cidades”, rematou o secre-tário de Estado da Cultura.

A cidade de São Luís do Maranhão (Brasil) assumiu no final do congresso a presidência da AiCEi. A passagem de testemunho aconteceu na presença do secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas. Em 2012 o Congresso de Cidades e Entidades do Iluminismo vai realizar-se no Brasil.

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DESENVOLVIMENTO

Pereiro e Monte Gordo contra agregação de freguesias

“O nosso maior triunfo foi unir as associações”

Nem na serra nem no Litoral do Baixo Guadiana a primeira versão de agregação de freguesias é aceite pelos presidentes de junta de fre-guesia. Pelo contrário, trata-se de uma proposta redondamente recusada e que já está a causar mau-estar entre os autarcas. É que pelo menos vinte freguesias das 84 actualmente existentes no Algarve estão em risco de agregação, de acordo com um estudo inicial da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) baseado nos critérios impostos pelo «Documento Verde da Reforma da Administração Local» apresentado pelo Governo.

De acordo com o estudo, Albu-feira, Alcoutim, Aljezur, Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Olhão, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António são os 11 concelhos onde a reforma poderá introduzir novidades ao nível administrativo. As freguesias dos outros cinco municípios algar-vios reunirão, à partida, os crité-rios demográficos e geográficos que estão em causa no «documento verde» aprovado pelo Governo da

Numa altura de agudas dificulda-des financeiras em que se projecta a agregação das freguesias Luís Romão que lidera a junta de freguesia de Vila Real de Santo António faz questão de lembrar que o paradigma de gestão

coligação PSD/CDS-PP no início de Setembro.

O documento, cujo resultado final ainda terá de ultrapassar debates regionais e locais que poderão causar várias mudanças a este «rascunho» inicial, estabelece uma divisão entre áreas (urbana, maiori-tariamente urbana e predominante rural) e impõe a obrigatoriedade de possuir determinado número de habitantes e/ou habitantes por km2, para além da distância para a sede de concelho.

Pereiro promete “lutar até ao fim”

Para o social-democrata António Francisco Margarida, presidente da freguesia rural do Pereiro a eventual agregação “acarreta muitos proble-mas para a gente idosa que conta com esta autarquia”, lembrando que a Junta de Freguesia acaba por ter um papel muito importante para estas pessoas. “Imagine uma pessoa que vai agregada para Alcoutim vai ter de se deslocar 27 km até à

destas autarquias mais próximas dos cidadãos deve mudar e demonstra que estas podem ser, perfeitamente, plataformas de novas dinâmicas e de promoção do conceito de comu-nidade.

sede de freguesia o que é bastante porque as pessoas são muito idosas e muitas não têm transporte pró-prio”, frisa o autarca. Até à esta junta os habitantes deslocam-se para tudo: desde taxas, licenças, caminhos, arruamentos, pagamento de luz, água e correios. Francisco Margarida promete, por isso, “lutar até ao fim”, rejeitando que esta autarquia “seja um peso para o Orçamento do Estado”. O Pereiro tem pouco mais de 200 habitantes constituída por 18 montes bastante dispersos.

Entretanto, a 26 de Outubro o o executivo municipal de Alcoutim aprovou uma moção de censura contra a extinção da freguesia do pereiro. Por tal, “O executivo cama-rário vem solicitar ao Governo, através da Secretária de Estado da Administração Local, a manuten-ção desta freguesia como a única atitude correcta e coerente de um Governo e de um País que se quer equilibrado, harmonioso e onde não haja lugar a cidadãos de 1ª e 2ª”, pode ler-se na moção a que o JBG

teve acesso e que demonstra total solidariedade para com os habitan-tes Pereiro.

Agregação “só traz desvantagens”

Também o social-democrata Manuel António, líder da fregue-sia de Monte Gordo, concelho de Vila Real de Santo António está contra o modelo de organização administrativa que prevê a agrega-ção da freguesia de Monte Gordo. Para além de não concordar não acredita que este modelo siga tal qual foi apresentado, acreditando que a freguesia de Monte Gordo vai manter-se. “É uma zona turís-

tica muito específica que alberga milhares de turistas no Verão. Só vejo desvantagens nesta agregação”, diz o autarca que mostra ter os «pés bem assentes na terra» ao dizer que “caso a Troika o imponha apenas teremos que o aceitar”. Também não acredita que esta agregação “no nosso caso [Monte Godro] sirva a contenção de despesa” e lembra que a junta de freguesia presta “inúme-ros serviços; desde psicologia, apoio social, atestados e promove activi-dades diversificadas “como as férias dos mais novos e grandes eventos como o Carnaval”, enumera. Actual-mente a freguesia de Monte Gordo alberga uma população de 3303 habitantes.

O autarca recorda que uma das características da sua junta é a diver-sidade da actividade. Ou seja, “aqui o trabalho não se limita a passar despachos e licenças”, mas antes se consubstancia numa aposta de fazer “mais e melhor”. Recorda que não se cortou com o passado, tendo sido dada continuidade a actividades criadas pelo anterior executivo, às quais foram dadas um cunho pessoal e melhorado. “Todas as actividades estão mais cimentadas”, garante, enumerando desde as «Noites de Lua Cheia» até às «Férias em Movi-mento», que abrangem muitas cente-nas de habitantes. “A adesão é maior e a qualidade foi melhorada graças às parcerias”, garante Luís Romão que conta que também as associações locais têm aderido à dinâmica desta autarquia. Reconhece que não é fácil avançar sozinho nem tão pouco isso é o que se procura, lembrando que “caso contrário corria-se o risco de haver sobreposição de actividades na freguesia”.

Diversidade de actividades

Para além das próprias activi-dades, o executivo da Junta de

Freguesia está neste momento envolvido em diversas actividades da comunidade vilarealense. Mais recentemente assumiu o custo da publicidade do Festival Internacional de Teatro, “numa forma de permuta pela total disponibilidade que a com-panhia Fech’Ó Pano tem tido para connosco”. Lembra também que na colaboração das festas de VRSA con-seguiu juntar as duas associações de pescadores locais. Na verdade uma mão lava a outra e a entreajuda tem sido “saudável” e consegue diversifi-car os eixos de intervenção. A título de exemplo, a junta de freguesia esteve também na realização das comemorações do 25 de Abril em 2011 e desde 2010 que em parceria assumiu a renovação dos tradicio-nais bailes de Carnaval.

Em 2011 “as parcerias cimenta-ram-se”, garante-nos Luís Romão, mostrando que “é este o caminho” de uma junta de freguesia que se mostra “dinâmica e parceira da comunidade”. Mas, apesar de tudo, critica que “em Vila Real, por vezes, divergências políticas e de persona-lidade se sobreponham à vontade de fazer coisas em conjunto”.

Poupança é política de

gestão

Em tempo de austeridade em que as verbas vão diminuir, a pou-pança não é novidade, garantindo Luis Romão que “desde o início que a poupança e disciplina dos gastos são boas práticas desta autarquia”. Este autarca defende que o dinheiro público tem de ser gerido com muita responsabilidade e espera que apesar dos cortes não seja em posta em causa qualquer iniciativa. “Temos de aumentar as parcerias e repensar o alcance das mesmas”, adianta.

“O sucesso desta junta passa muito pelo relacionamento que tem sido possível estabelecer com as associa-ções locais”, lembra Luís R. que em jeito de balanço refere o projecto da «Animação de praia» como “exem-plo”; e explica que para além de ser um projecto de animação tem como objectivo final tornar a praia de Santo António um ponto de atracção turís-tico no concelho. “Esta praia vai tendo melhores condições, apesar de estar apartada de abastecimento de água e electricidade”, sublinha, lembrando que houve melhoramentos ao nível dos acessos, nomeadamente, do esta-cionamento e no concessionário da praia”, remata Luís Romão.

Francisco Margarida e Manuel António estão contra medida da Troika

Luís Romão lidera o executivo da Junta de Freguesia de Vila Real de Santo António

Do Baixo Guadiana há duas freguesias que estão na lista de um estudo inicial da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) baseado nos critérios impostos pelo «Documento Verde da Reforma da Administração Local» apresentado pelo Governo. Monte Gordo e Pereiro não aceitam a agregação proposta.

Luís Romão encabeça a junta de freguesia de Vila Real de Santo António. Este executivo, maioritariamente jovem, desde o início que se propôs a fazer da junta de freguesia um espaço dinâmico e inovador.

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DESENVOLVIMENTO

Marcha lenta juntou mais uma vez portugueses e espanhóisCerca de duas centenas de carros e mais de uma centena de motos partiram do Parque das Cidades, junto ao Estádio Algarve, com des-tino a Faro, na marcha lenta de pro-testo contra as portagens na Via do Infante. A marcha lenta de protesto provocou graves constrangimentos num dos principais acessos à cidade de Faro. Aconteceu a 8 de Outubro, um sábado, e na partida de Altura, pelas 14h, estiveram representantes do sector de transportes da Anda-luzia, o alcalde de Ayamonte e os representantes dos partidos com assento parlamentar.

Pelas 17h no Parque das Cida-des concentraram-se veículos provenientes de quatro pontos do Algarve, Altura, Tavira, Albufeira e Portimão, que saíram em marcha lenta com destino à capital algarvia, passando depois pelo aeroporto de Faro.

O protesto foi organizado pela «Comissão de Utentes da Via do Infante», «Movimento Não às Portagens na A22», «Motoclube de Faro» e o movimento indepen-dente autárquico «Com Faro no Coração» e contou também com a presença dos deputados eleitos pelo Algarve do Bloco de Esquerda e do PCP, Cecília Honório e Paulo

Sá, respectivamente.Antes da partida, o represen-

tante do movimento «Com Faro no Coração», o antigo presidente da Câmara de Faro, José Vitorino, fez uma declaração aos jornalistas a criticar a medida anunciada pelo Governo de introduzir portagens até ao final do mês em todas as SCUT e considerou que a medida vai provocar graves prejuízos eco-nómicos à região e empurrar o trá-fego para a «estrada da morte», a

Estrada Nacional 125.Os deputados Cecília Honório

e Paulo Sá também se manifes-taram, e em declarações ao JBG, repudiaram a medida anunciada a 7 de Outubro pelo ministro da Economia. Porque a esperança é a última a morrer, em Castro Marim, na segunda-feira seguinte as buzi-nas e as bandeiras negras fizeram-se notar nas principais artérias da vila em protesto contra as porta-gens na A22.

Greve Geral a 24 de NovembroA CGTP e UGT anunciaram uma greve geral para dia 24 de Novembro contra as medidas de austeridade em Portugal. As duas centrais sindicais junta-ram-se, tal como há um ano atrás, para protestar contra as novas medidas de austeridade e consideraram que a melhor resposta a dar em conjunto seria a concretização de uma greve geral. Esta será a sétima reali-zada em Portugal nos últimos 29 anos.

Iniciativa teve como um dos pontos de partida a localidade de Altura

Comissão quer proteger empresas da UE contra burlas e outras práticas desleais

Muitas pequenas empresas de toda a Europa são vítimas de comerciantes deso-nestos que recorrem a práticas desleais, como a publicidade enganosa. Os burlões escudam-se atrás das fronteiras nacionais, explorando a vulnerabilidade das empresas, em particular das PME, quando exercem a sua actividade noutros países da UE. Algu-mas profissões liberais, como os médicos e os advogados, assim como as organizações da sociedade civil, também podem ser víti-mas deste tipo de fraudes. Para assegurar uma melhor protecção, a Comissão lançou uma consulta pública destinada a recolher informações junto das empresas e outros interessados sobre o carácter e a dimensão dessas práticas desleais, incluindo as fraudes praticadas através da Internet.

Comissão propõe nova parceria entre a Europa e os agricultoresA A Comissão Europeia apresentou hoje um pro-jecto de reforma da Política Agrícola Comum para depois de 2013. Este projecto visa refor-çar a competitividade, a sustentabilidade e o enraizamento da agricultura no conjunto do território de forma a garantir aos cidadãos europeus uma alimentação saudável e de qua-lidade, preservar o ambiente e desenvolver as zonas rurais.

Vistos: entrada em funciona-mento de sistema mais eficaz e mais seguro

O sistema de informação sobre os vistos entrou em funcionamento. A partir de agora, os pedidos de visto serão tratados muito mais rapidamente graças à utilização de elementos biométricos (impressões digitais e imagem facial digital) que facilitarão a identificação do titular do visto e contribuirão para impedir roubos de identidade.

Política de desenvolvimento: Comissão propõe-se aumentar o impacto da ajuda concentrando-se em menos sectores e nos países mais necessitados

A UE vai rever as prioridades da ajuda que presta aos países em desenvolvimento para optimizar os efeitos da redução da pobreza. Andris Piebalgs, comissário europeu do desen-volvimento, apresentou o «programa para a mudança» da política de desenvolvimento da UE e uma reforma da utilização do apoio orçamental da UE. Ambas as comunicações definem uma política mais estratégica da UE para a redução da pobreza, que inclui tambéuma uma atribuição mais selectiva dos fundos.

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do AlgarveComissão de Coordenação e Desenvolvimento

Regional - CCDR Algarve Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

Buraco superior a 3 mil milhões nas contas públicas nacionaisO primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, falou ao país, revelando que o buraco orçamental deste ano é superior a três mil milhões de euros, quase mais mil milhões que o esti-mado inicialmente pelo Governo. “Os desvios na execução orçamental de 2011 relativamente ao que estava previsto no Programa de Assistência são superiores a 3000 milhões de euros”, afirmou Pedro Passos Coelho durante uma comunicação a partir do Palácio de São Bento onde deu a conhecer o Orçamento de Estado para 2012 que prevê cortes histó-ricos nos subsídios de férias e natal dos trabalhadores e pensionistas da Administração Pública e Empresas públicas. “É a pensar na conjugação das necessidades financeiras com a prioridade do emprego que o orça-mento para 2012 prevê a eliminação dos subsídios de férias e de Natal para todos os vencimentos dos fun-cionários da Administração Pública e das Empresas Públicas acima de 1000 euros por mês. Os vencimentos situados entre o salário mínimo e os 1000 euros serão sujeitos a uma taxa de redução progressiva, que corresponderá em média a um só destes subsídios”, anunciou Passos Coelho.

IRS: deduções limitadas

O Governo vai limitar a todos os contribuintes as deduções fiscais que poderão fazer no IRS durante o próximo ano. “Uma vez mais de acordo com o Memorando de Enten-dimento, serão eliminadas as dedu-ções fiscais em sede de IRS para os dois escalões mais elevados, e os restantes verão reduzidos os limites existentes. Mas serão salvaguarda-das majorações por cada filho do agregado familiar”, anunciou o líder do Governo.

Pedro Passos Coelho lembrou ainda que, “ao contrário do que estava previsto no Programa de Assistência, acautelaremos a fis-calidade das Instituições Públicas de Solidariedade Social e isentare-mos de tributação em sede de IRS a maioria das prestações sociais, como, por exemplo, o subsídio de desemprego, de doença ou de maternidade”.

IVA: Redução considerável nos bens com taxa intermédia

O primeiro-ministro anunciou-também que o Orçamento para

2012 “reduz consideravelmente o âmbito de bens da taxa intermé-dia do IVA, embora assegure a sua manutenção para um conjunto limi-tado de bens cruciais” para setores como a agricultura.

Pedro Passos Coelho disse que se vão manter na taxa intermédia de IVA “bens cruciais para setores de produção nacional, como a vinicul-tura, a agricultura e as pescas”, não indicando quais.

“Como garantia aos Portugue-ses, não haverá alterações na taxa normal do IVA e mantemos os bens essenciais na taxa reduzida, com a preocupação de proteger os mais vulneráveis”, acrescentou o primeiro-ministro.

Setor privado vai trabalhar mais

O Governo decidiu não descer a Taxa Social Única (TSU) e, em alternativa, permitir que o horário de trabalho no setor privado seja aumentado em meia hora por dia nos próximos dois anos.

“Profunda reestruturação” do setor empresarial do

Estado

O Setor Empresarial do Estado (SEE) vai ser alvo de uma “pro-funda reestruturação” no Orça-mento do Estado (OE) para 2012, anunciou oprimeiro-ministro, jus-tificando a medida com o agrava-mento “substancial” do peso dos prejuízos e do endividamento.

Prestações sociais isentas de IRS

Ao contrário do que está acor-dado com a ‘troika’, a maioria das prestações sociais, como o subsídio de desemprego, de doença ou de maternidade, não terá de pagar IRS e que as Instituições Públicas de Solidariedade Social (IPSS) serão protegidas do agravamento fiscal.

Transferências para off-shores e paraísos fiscais mais tributadas

“Seremos implacáveis com a

evasão fiscal e agravaremos a tri-butação das transferências para off-shores e paraísos fiscais”, anun-ciou o primeiro-ministro.

Contra Portagens na A22

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CULTURA

António Leite foi o protótipo do cava-leiro português da era de quinhentos que, através da carreira das armas e dos serviços prestados à Coroa em Alcácer Ceguer, Azamor e Mazagão, viu os seus esforços serem coroados com honras e títulos. Oriundo de uma família do Porto ligada à actividade mercantil e com vínculos à Casa Real, foi feito cavaleiro e nomeado contador de Azamor em 1514. Com efeito, a presença militar em Mar-rocos implicou, desde logo, a fixa-ção de oficiais régios, muitas vezes pertencentes à pequena nobreza, para desempenhar cargos de chefia militar e administrativa nas praças no Algarve Dalém. António Leite, que mais tarde viria a ser Senhor de Arenilha, foi um desses capitães que, bem ao espírito da época, procurou a promoção social através da carreira das armas no teatro de guerra hostil e sangrento que era a cruzada portu-guesa em Marrocos. Entretanto, em 8 de Fevereiro de 1513, pouco antes da conquista de Azamor e da construção do castelo de Mazagão, fora criado um couto de homiziados em Areni-lha, através Carta de privilégio conce-dida por D. Manuel. Com o passar do tempo, António Leite foi ascendendo na hierarquia militar, estabelecendo relações com outros oficiais da Coroa e com figuras importantes, perten-centes às forças mouras. É neste contexto que foi nomeado capitão de Mazagão, em 1516, cargo que exer-ceu com as devidas intermitências até 1535. Tal como podemos acom-panhar pela Crónica Militar desta praça, o seu governo foi assinalado por grandes provas de competência e valentia, tendo mesmo desbaratado em Dezembro de 1521 um xeque da região da Enxovia e resistido ao cerco que o rei de Fez pôs a Mazagão em finais de 1525. Foi também capitão de Azamor de 1529 a 1530, e de 1537 a 1541, tendo igualmente demonstrado provas da sua competência. Aquando da Reformulação da Estratégia Norte Africana de D. João III, o seu pro-fundo conhecimento da realidade marroquina levou-o a desempenhar um importante papel nas negociações com o soberano de Fez, no contexto do avanço dos xarifes vindos do sul marroquino. Em 20 de Agosto de 1542, como recompensa pelos ser-viços prestados à Coroa, D. João III atribui-lhe o cargo vitalício de Senhor de Arenilha, ficando incumbido de povoar e proteger a margem portu-guesa do Guadiana das incursões da pirataria berberesca.

Fernando Pessanha

António Leite -Capitão nas praças do Norte de África e Senhor de Arenilha

Formador «História Local» - CEPHA/UALG

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Carlos Brito lançou recentemente mais uma obra de sua autoria. Chama-se «Tempo de Subversão, Páginas Vividas da Resistência» e conta-nos histórias reais dos 20 anos que antecederam o «25 de Abril de 1974». Uma homenagem a quem fez frente em tempo de subversão, como nos conta o autor.

Jornal do Baixo Guadiana: O seu novo livro é traduzido como «o percurso de um homem, a história de um país». É um retrato fiel de Portugal em plena ditadura…Carlos Brito: O livro desenrola-se nos vinte anos que antecederam o 25 de Abril. É uma memória da resistência democrática à ditadura. Denuncia a violência da opressão e da repressão fascistas. Enaltece a determinação e a coragem daqueles que lhe faziam frente, em «Tempo de Subversão». Procura sempre enquadrar este confronto no quotidiano da vida nacional, naquele período. Sem subestimar as outras correntes antifascista, o livro dá maior atenção à corrente comunista, a que

pertenço.

JBG: São crónicas longas que se traduzem em testemunho…CB: É um testemunho, pois narro episódios em que intervim ou que presenciei pessoalmente. A sucessão destes episódios contados sob a forma de crónicas longas é que fazem o livro. São realmente «Páginas Vividas».

Começam com o autor a ser preso pela PIDE, pela primeira vez, no aeroporto de Lisboa, nas vésperas do Natal de 1953. Terminam com o autor a circular pela área da grande Lisboa a mobilizar os quadros e as organizações do PCP para se jun-tarem aos capitães no Largo do Carmo e para se concentrarem em Caxias exigindo a libertação dos presos políticos, no dia 25 de Abril de 1974.

Pelo meio contam como eram as celas do Aljube, as formas de tor-tura mais usadas pela PIDE, a vida nas cadeias da ditadura, as casas clandestinas do PCP e a vida na clandestinidade, a passagem das fronteiras «a salto», os prelos da imprensa ilegal e como se fazia o «Avante!» e a outra imprensa do PCP, a preparação e a concretização de uma fuga audaciosa da cadeia

do Aljube.

JBG: Também podemos contactar com algumas situações divertidas…CB: Sim, as «Páginas Vividas» também referem algumas situações divertidas, como quando o chefe da polícia de Viseu recomendou dois clandestinos do PCP (sem saber que o eram) para arranjarem quarto num hotel em S. Pedro do Sul.

Dão muito relevo às circunstân-cias que rodearam a audiência que o Papa Paulo VI concedeu aos prin-cipais líderes dos Movimentos de Libertação das Colónias Portuguesas e o escândalo que isto provocou em Lisboa.

Os últimos capítulos são dedica-dos ao crescendo da luta popular e militar que conduziu ao derruba-mento da ditadura.

JBG: Como encara os momentos tão difíceis que o país vive ao fim 37 anos de democracia? CB: Julgo que num momento em que a democracia atravessa grandes dificuldades é muito importante dar firme combate às novas tentativas de branqueamento da

ditadura e do fascismo para desencorajar quaisquer tentações autoritárias e totalitárias, que voltam a insinuar-se nalguns posicionamentos reaccionários.

Quando as presentes políticas de austeridade estão a roubar aos portugueses conquistas económicas e sociais fundamentais alcançadas com o 25 de Abril, provocando o empobrecimento de largas cama-das do nosso povo, até situações de grande miséria e com ela certas reacções de desespero, é preciso mostrar que o caminho não é o regresso ao passado de opres-são e repressão como alguns dos defensores dessas medidas dese-jariam. Para isso, é preciso fazer a denúncia sistemática desse passado desde a supressão da liberdade e da repressão política, até à san-grenta guerra colonial, passando pelo atraso económico que reme-teu Portugal para o último lugar da escala europeia.

A evocação da resistência é também exemplar de como se pode lutar e vencer mesmo nas condi-ções mais difíceis. Acho que este exemplo nos faz muita falta nos dias de hoje.

As «Páginas Vividas» que acabo de publicar visam dar uma contri-buição para estes objectivos.

«Tempo de Subversão, Páginas Vividas da Resistência»,o novo livro de Carlos Brito

Nova obra de Carlos Brito revisita os anos de 50 e 60 em Portugal foi apresentada em Lisboa por Mário Zambujal

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CULTURA

Pedro Santos, director artístico da com-panhia de teatro vilarealense «Fech’Ó Pano» lamenta a falta de público, mas sublinha que “o festival não sofreu quebra de qualidade”. Lamentando que “a crise esteja a dominar a qua-lidade de vida dos portugueses que cortam desde logo nas idas ao teatro e ao cinema”, lembra o director artís-tico responsável pela organização do certame. Também a proximidade do evento com a tradicional «Feira da Praia» poderá ter tido as suas conse-quências “já que as pessoas terão apro-veitado para fazer as suas compras e agora reservam-se mais”, lembrou o director artístico que promete “baixar os braços” perante as dificuldades.

Uma das mudanças que vão surgir para a próxima edição é a data de realização que “quase de certeza vai retomar o mês de Março em que era habitual acontecer este festival”, recorda o encenador que deverá assim repor o festival em mês de comemo-ração do Dia Mundial de Teatro – 27 de Março.

Estreias marcaram «VI Acto»

Apesar das dificuldade em captar

público “quem esteve apreciou e muito os espectáculos”, está convicto Pedro Santos que lembrou que este certame ficou marcado por estreias. A abrir o certame o actor Pedro Górgia trouxe o monólogo «O Bom Ladrão». Surpreen-deu com a dinâmica interpretativa que deu ao texto e cerca de hora e meia pareceu passar em poucos minutos e num fôlego apenas.

A destacar, entre outras, a presta-ção do Teatro Experimental de Alcou-

tim, com o «Auto das Pinduronas» e a estreia de mais uma produção da «Fech’Ó Pano» com «A Solidão das Horas».

Mas este certame foi rico em diversi-dade com workshops de teatro, noites de magia, dança e poesia e teatro para a infância com grupos escolares.

Com um orçamento reduzido de 10 mil euros a organização do Festival de Teatro do Algarve faz, assim, um “balanço positivo” do certame.

Festival de Teatro “só lamenta a crise de público”

Terá tido menos cerca de 20% de público que em edições anteriores. O VI Festival de Teatro do Algarve teve “muita qualidade e diversidade em palco”, mas foi vítima da crise de público nos espectáculos.

O Teatro Municipal de Alcoutim participou no certame que teve quebra de 20% de público

Foi apresentado na Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António, um livro da autoria do coronel António José Pereira da Costa que apresenta a forma como a defesa da antiga vila se fazia nos séculos XVIII e XIX. José Carlos Barros, que coordenou a apresentação, disse que “é de livros como este que se faz a história da cidade”. Lembrou que esta área do conhecimento não está tão estudada, o que justifica em pleno o interesse científico da autarquia, que patrocinou a edição da obra.Hugo Cavaco prefacia a obra e também considera que é livro “a não perder”, dada a matéria em causa e o acesso privilegiado do autor às fontes, uma vez que é director da Biblioteca do Exército. Hugo Cavaco destacou o empenhamento do vice-presidente da câmara municipal e a sua contribuição para “a elevação do nível cultural da cidade de Vila Real de Santo António”. Considerou a obra um grande contributo para o conhecimento da história local, citando ainda, a este propósito, os nomes de José Horta Correia e João Manuel Horta.O autor pediu para lerem com atenção as 88 páginas do livro, “não porque seja uma obra extraordinária, mas porque fala da terra que vocês dizem que gostam”. Deteve-se depois no elogio ao tenente-coronel José Sande de Vasconcelos que, no final do Século XVIII, fez 12 postais onde desenhou a inauguração de Vila Real de Santo António, “um homem muito à frente do seu tempo, que fez o desenho que está no livro”, anotou o autor. Lembrou que os mapas são para ser vistos “à vista de pássaro”. JC

Livro estuda defesa antiga de Vila Real de Santo António

Foi no auditório da biblioteca muni-cipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António, no passado dia 28 de Outubro, às 18h00, acompa-nhado de José Carlos Barros escritor, poeta, e vereador com o pelouro da cultura do município, que José Cruz teve oportunidade de juntar amigos, companheiros, familiares e admira-dores. Falou da sua nova obra, mas aproveitou a ocasião para lembrar que o amor pela comunicação come-mou “quando era miúdo”. Lamenta que “tanto a poesia como o conto não tenham a atenção merecida dos editores”, por isso esta é uma edição de autor “em que o valor de venda reverte para fazer face aos custos de edição”, registou na sessão de lançamento.

A grande esperança deste autor é que as palavras persistam “para além dos livros e que cumpram o seu objectivo enquanto arte mais sublime do ser humano”, frisou.

José Cruz brindou os presentes com poesia dos seus autores de refe-rência: Alexandre O’neill, Fernando Pessoa, Luis Vaz de Camões, Ary dos Santos, Joaquim Pessoa, José Afonso e António Aleixo.

Uma leitura crítica

Para partilhar o momento de lan-çamento de «Brumas de Barra» o

autor convidou José Carlos Barros. Este escritor aproveitou a ocasião para partilhar as impressões que teve sobre o livro de José Cruz, lembrando que “a arte promove a discussão”. Na obra encontrou um autor “com desesperança”, mas com “o sentido de que é preciso continuar a procura”. Para José Carlos Barros

José Cruz apresentou «Brumas de Barra»

José Cruz fez a apresentação da nova obra a 28 de Outubro em VRSA

«Brumas de Barra» é uma metáfora “que apresenta a dicotomia que con-templa a descrença e a crença, e a desesperança e esperança”.

O também poeta salientou na sua reflexão sobre a mais recente obra de José Cruz “uma escrita bastante elaborada que revela uma mestria mesmo na poesia mais popular”.

Chama-se «Sagres», o começo do lindo álbum fotográfico que Telma Veríssimo dedica ao «pro-montório sacro».

«É um olhar diferente sobre o lugar e a mágica beleza dos seus espaços e segredos», explica Afonso Dias no texto introdutó-rio.

Eu ajuntaria que é Sagres em toda a diversidade.

Nada escapa ao olhar sensível e penetrante de Telma Veríssimo e à arte fotográfica que capta o que esse olhar perscruta.

Assim vai subindo desde o laborioso porto pesqueiro e turís-tico da Baleeira até à altura do sonho, que cavalga o dorso do promontório para as lonjuras da imaginação.

E à volta sempre mar.«Mar sonoro, mar sem fundo,

mar sem fim», como disse Sophia de Mello Breyner.

Ali estão, surpreendidas em belas fotos, as estranhas figuras que o bater das vagas esculpiu naquelas arribas, o património natural riquíssimo, o patrimó-nio histórico testemunhado por monumentos e ruínas que lembram os navegadores medi-terrânicos que aqui chegaram, a epopeia dos descobrimentos portugueses e, finalmente, o património imaterial e lendário que persiste naquela atmosfera de sítio frequentado pelos deuses antigos.

Tudo isto, que Afonso Dias sin-tetiza chamando-lhe «o lugar que é credor da mais expressiva carga de magia de toda a identidade portuguesa».

As palavras iniciais do livro são, contudo, do poema «Sagres», de Miguel Torga, que descobriu o mar «a murmurar aos ouvidos da terra um cósmico segredo».

Sangres, o começo está apre-sentado numa edição simples e acessível de 80 páginas. A qua-lidade artística e técnica da obra não precisa nem da monumen-talidade, nem do luxo, com que estes trabalhos são geralmente editados.

É um livro que dá gosto ter, que dá gosto oferecer. É «Sagres», é muito bonito.

Telma Veríssimo- Sagres em toda a diversidade

L I V R O Spor Carlos Brito

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CULTURA & LAZER

gramáticas formais e decorativas, mostram a criatividade do mestre construtor, dão visibilidade ao esta-tuto social do proprietário da casa e remetem ainda para a promoção turística do Algarve, tendo-se tor-nado ao longo do Séc. XX, especial-mente a chaminé rendilhada, ícones de um Algarve típico”.

Em Setembro, aquando do con-curso, os participantes foram desa-fiados a registar, ao longo de um dia, as chaminés e platibandas de Vila Real de Santo António, com o objecto de contribuir para o inven-tário e valorização destes elemen-

tos arquitectónicos. Participaram 10 concorrentes, com 100 fotogra-fias.

O júri deste concurso foi constituído por três elementos: José Carlos Barros, arquitecto e Vice-Presidente da CM VRSA; Carlos Afonso, fotógrafo da Associação ¼ Escuro; Marta Santos, arquitecta. Foram seleccionados pela sua qua-lidade fotográfica, criatividade e valor patrimonial dos elementos registados: 1º Prémio – «Vende-se» de José Luis Caño Garcia, 2º Prémio – «Resistência» de Alberto Corvo, 3º Prémio – «Agora como antes» de

José Luis Caño Garcia.O júri decidiu ainda atribuir men-

ções honrosas a:- «Gaffiti» de Mar-garida Santos, «26 de Setembro» de Margarida Santos e «Há muito tempo…I» de Maria de Fátima Afonsos.

Os prémios vão ser entregues na inauguração da exposição fotográ-fica «Chaminés e platibandas de Vila Real de Santo António» a 6 de Dezembro, pelas 18h, na Biblioteca Municipal Vicente Campinas em Vila Real de Santo António.

Realizou-se a 24 de Setembro a «1ª corrida fotográfica no concelho de Vila Real de Santo António». Em destaque nesta iniciativa estiveram as chaminés e platibandas, “elemen-tos ímpares do nosso património que continuam a identificar as paisagens urbanas e rurais do Algarve”, explica a organização da Câmara Munici-pal de Vila Real de Santo António através do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela (CIIPC).

A organização diz que para lá do seu propósito funcional as “chaminés e platibandas evidenciam complexas

Corrida fotográfica premeia chaminés e platibandas

POR CÁ ACONTECE A G E N D A C U LT U R A L

E V E N T O S

Castro Marim

Excursão Rota do Medronho Algarvio13 Novembro - Freguesias Azinhal e Altura20 Novembro – Freguesias Odeleite e Castro Marim

Espectáculo de Humor com Jorge Serafim12 NovembroCampesino ClubeMonte Francisco

Magusto de S. Martinho13 NovembroAlta MoraOrg: ARCDAA

Baile com Silvino Campos19 NovembroCampesino ClubeMonte Francisco

Concerto «US da Vila»25 NovembroCampesino ClubeMonte Francisco

Concerto Max Drum & DJ26 NovembroCampesino ClubeMonte Francisco

«Cem histórias sem palavras» Até 30 Novembro (todos os Sábados)Biblioteca de Castro Marim

VRSA

Exposição «VRSA – Um olhar»Exposição de fotografias de VRSA - Associação ¼ EscuroAté 30 NovembroPraça Marquês Pombal e Av. da República

O Cabaz da Horta em Vila Real de Santo António2 a 30 Novembro10h às13h (quarta-feira)Associação Cultural VRSA

Exposição «Genealogia do Sota-vento»2 a 30 NovembroBiblioteca Municipal

Exposição ASMAL «Percursos para a integração» 4 a 25 NovembroArquivo Histórico Municipal

Exposição - VIII Encontro de Colec-cionismo Escutista e Guidista5 NovembroCentro Cultural António Aleixo

Conferência: «VRSA Cidade Iluminista»8 Novembro, 15h30UTL VRSA

Apresentação de livro «Abelhas assassinas» de Nygel Filho10 Novembro, 17h30Biblioteca Municipal

Palestra «O analfabeto emocio-nal fala com o seu corpo adoe-cendo»pelo Dr. Hector Ojunian11 Novembro, 17h30Biblioteca Municipal

Homenagem a Hélio RodriguesApresentação adaptação obra «Mal Amado»12 Novembro, 16hCasa da Marioneta

Palestra «Viagens no Tempo»12 Novembro, 17hBiblioteca Municipal

Conferência «Os dinossauros: gigantes e anões num planeta em evolução»17 Novembro, 14h30Biblioteca Municipal

Clube de leitura «Livros Mexi-dos»Autor contemporâneo: José Saramago24 Novembro, 18hBiblioteca Municipal

JBG Tertúlia no Baixo Guadiana «Os jovens e o futuro»25 Novembro, 17h30Biblioteca Municipal

Hora do conto - Conta lá! 2 a 30 Novembro, 10h30(terça a sexta-feira)Biblioteca Municipal

Alcoutim

Exposição «60 Anos das Festas de Alcoutim»04 Novembro a 14 Dezembro Casa dos Condes

Mercado de Vaqueiros10 Novembro

Magusto em Martinlongo11NovembroSede da Associação Inter-Vivos

Magusto em Vaqueiros12 NovembroSede da Associação Grito d’AlegriaVaqueiros

Magusto no Pereiro12 Novembro

Mercado do Pereiro 27 Novembro

«Cem histórias sem palavras» na Biblioteca

de Castro Marim

A partir de Novembro, aos sábados de manhã, a biblioteca municipal de Castro

Marim abre portas aos mais pequenos com uma actividade que a autarquia

caracteriza como de «interacção com a comunidade». Dirige-se às crianças com

mais de 3 anos de idade que desafiam os pais, os avós, ou mesmo os amigos, a participarem na construção de uma

história. Ao contrário das histórias mais conheci-das no «Cem histórias sem palavras», a

escrita dá lugar aos materiais reciclá-veis, jornais e revistas, com os quais as crianças vão construir histórias, dando

vida a personagens do maravilhoso e do fantástico, à medida da sua imaginação

e criatividade.Todos os sábados será um tema dife-

rente e a finalidade é proporcionar bons momentos de convívio, uma oportuni-dade para as crianças desenvolverem as suas competências no domínio da

aprendizagem e na aquisição de novos conhecimentos à volta de uma história

de encantar.

«Vende-se» de José Luis Caño Garcia foi o galardoada com o primeiro prémio pelo júri que classificou os trabalhos fotográficos numa iniciativa no âmbito das Jornadas Europeias do Património.

A fotografia vencedora «Vende-se»

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2011 | 27

AMBIENTE

A primeira edição da «festa da Via Algarviana» aconteceu no Baixo Guadiana, mais propriamente na localizade das Furnazinhas, con-celho de Castro Marim, a 15 e 16 de Outubro. Por aqui as gentes locais foram hospitaleiras e con-taram com uma equipa de quatro pessoas que pela causa do turismo de natrureza e pelo projecto «Via Algarviana» concretizou um fim-de-semana único, cujos objectivos passaram por “envolver a população local e contribuir de alguma forma para o desenvolvimento da econo-mia local”, tal como esclareceu ao JBG Liliana Bom, responsável de marketing da Almargem. Em jeito de balanço desta festa a responsá-vel lembra que “os objectivos foram alcançados”.

Furnazinhas recebeu cerca de 100 participantes nas diversas activida-des proporcionadas pela organiza-ção. Desde percursos pedestres, em BTT, ateliers ambientais e houve até lugar para refeições em comunidade. “A população acolheu-nos de uma forma extraordinária e mostrou que para além de toda a riqueza patrino-

nial há uma grande particularidade de hospitalidade que deve ser valo-rizada quando falamos na captação de turistas para estes territórios deprimidos”, atestou-nos Liliana Bom que lembrou a “importância deste território ainda muito natural

monte, na organização das ofici-nas de artesanato (cestaria, queijo fresco, corda, cadeiras e rendas), na exposição dos trabalhos e no jantar convívio. O jantar de dia 15 foi feito por algumas habitantes e juntou cerca de 50 pessoas e consistiu no prato tradicional, a «Fritada».

A iniciativa, que teve como sede o espaço multiusos das Furnazinhas (atiga escola primária) contou com o patrocínio da Câmara Municipal de Castro Marim, bem como, com o apoio da Associação Odiana, Junta de freguesia de Odeleite, Gráfica Acerto Digital, Continente, Beira Vicente (Fonte Fraga), Hotel Guerreiros do Rio, Frutas Guer-reiro, Eliarte, Casa do Lavrador e Garvetur.

Recorde-se que a localidade de Furnazinhas tem cerca de 70 habi-tantes. O projecto Via Algarviana II tem 1,4 milhões de euros e benefi-cia do co-financiamento de 950 mil euros do PO Algarve 21, os fundos europeus do QREN. A comparti-cipação Nacional será de 512 mil euros repartidos pela Almargem, Autarquias, ATA e ERTA.

que é cada vez mais procurado por um nichoamante da natureza, que está a crescer no Algarve”.

O evento obteve entre participan-tes e visitantes um número aproxi-mado de 100 pessoas, envolvendo ainda, cerca de 40 pessoas do

Sobre o Projecto Via Algarviana

A Via Algarviana é um per-curso pedestre de longa dis-tância (300km), classificado com Grande Rota (GR13). Inicia-se em Alcoutim, junto ao Guadiana, e termina no cabo de S. Vicente, em Vila do Bispo, passando pelas serras do Caldeirão e Monchique. Atra-vessa essencialmente zonas florestais e aldeias do interior algarvio, onde persistem ainda muitas das tradições rurais que o projecto pretende dar a conhecer. Saiba mais em: www.viaalgarviana.org

Furnazinhas foi «Capital do Turismo de Natureza»

Os montes em Furnazinhas receberam uma centena de participantes

«1.ª Festa Via Algarviana»

ADRIP entrega meia tonelada de rolhas de cortiça à QUERCUS

A Associação de Defesa, Reabili-tação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela (ADRIP) efectuou no dia 3 de Outubro de 2011, a pri-meira entrega de rolhas de cortiça usadas à Quercus, através do Con-tinente em Tavira. A colaboração da ADRIP com o projecto «Green Cork» da Associação Quercus tem como principais objectivos a pro-moção, divulgação e implementa-ção do projecto, que consiste na recolha de rolhas de cortiça usadas para posterior reciclagem sendo desta forma possível o financia-mento de plantação de arvores que constituem a nossa floresta autóc-tone. Todo o material de divulga-

ção respeitante a este projecto foi cedido pela Quercus – Núcleo do Algarve.

Decorrido ano e meio de recolha de rolhas de cortiça usadas junto da restauração da freguesia de Vila Nova de Cacela, bem como a promoção da entrega na sede da ADRIP em Cacela Velha, a ADRIP atingiu a quantidade de meia tone-lada de rolhas recolhidas. Onde foi realizada a divulgação do projecto verificámos a sua pronta adesão e nesse sentido gostaríamos de congratular todos os Restaurantes participantes na freguesia de Vila Nova de Cacela que foram: Sem espinhas, Chá com água salgada, Rios, Finalmente, Sol e Mar e Café

Mondego na Manta Rota, Pedro em V. N. Cacela e Casa Velha em Cacela Velha. Bem como, os alunos do 9º ano do CEF (Curso de Educação e Formação), de manutenção de campos de golfe que fizeram a sua recolha nos restaurantes de VRSA sob orientação do Prof. António Manuel Quaresma e a todos os que passaram pela sede da ADRIP e depositaram as suas rolhas. É von-tade da ADRIP continuar a divul-gar projecto Green Cork e desta forma contribuir para a redução de resíduos, defesa da rolha de cortiça como produto plenamente ecológico e consequente defesa do montado bem como a plantação de novas árvores.

As condições foram favorecidas pelas sinergias que surgiram envolta da iniciativa promovida pela associação Almargem. Desde privados até entidades públicas e habitantes da localidade; todos juntos tornaram exclusivo um fim-de-semana que viveu da tipicidade do lugar.

Tratou-se da primeira entrega realizada pela ADRIP à Quercus

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PASSATEMPOS

1) Pato (com arroz)2) Caldo Verde3) Sopas4) Ovos (com ervilhas)5) Hambúrguer (no pão)

6) Creme (de abóbora)7) Peixe (cozido com legumes)8) Bacalhau (espiritual)9) Frango (no churrasco)10) Leite-creme

Quadratim - n.º89

Auto

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Jogo da Paciência n.º 95

“GASTRONOMIA”Portugal e os portugueses vivem com sérias dificuldades de subsistência. Encerram fábricas, a agricultura, as pescas e deri-vados não se desenvolvem e o comércio tradicional vai desaparecendo, assim como direitos e regalias dos cidadãos.Pelo caminho correcto do Quadratim vá até a «Esperança» em que Portugal será um melhor país, com melhor esforço e união de todos os residentes e visitantes.

Iniciou mais um ano lec-tivo. A preocupação em relação à alimentação para os pais é grande,

principalmente se envolve mudança: “sozinho, sem a mãe e o pai, será que vai comer?”, “será que a comida é boa, será que vai estranhar? “O meu que não gosta de nada, como é que vai comer na escola?”, e “o que mandar para os lanches?” Vamos por partes:Instituir o Pequeno-Almoço!Por mais difícil que seja, não deixe o seu filho sair de casa sem tomar o pequeno-almoço. Um copo de leite e meio-pão, pelo menos! Como sabe, as crianças que não tomam o pequeno-almoço apresentam menor rentabilidade escolar, maior irrita-bilidade, cansaço e dores de cabeça.Lanches nutritivos e saudáveis!Levar o lanche de casa constitui a melhor opção, a menos que a escola forneça refeições intermédias equilibradas. resista a enviar batatas fritas, bolos, aperitivos (tiras de milho, rolos de queijo…), refrigerantes, bolicao. Enfim, alimentos cheios de gordura e açúcares, sem qualquer interesse nutricional e que para além disso, contribuem para a falta de apetite ao almoço. A meio da manhã, um pacote de leite sem chocolate, um iogurte, uma peça de fruta ou uma fatia de pão de mistura com queijo é suficiente. Ao lanche, escolha duas destas opções.Informe-se sobre o refeitório escolar!Informe-se junto da escola acerca do funcionamento do refeitó-rio. Fale com os responsáveis, pergunte sobre as ementas, que tipo de alimentação é fornecida, quem é que elabora as ementas e se pode conhecer previamente a ementa semanal.

Regresso à Escola! Conselhos para Pais!

´ ´

Soluções Jogo da Paciência - n.º94

Ana Brásdietista

u m a s l i n h a s p a r a a a l m a . . .

11) Farófias12) Arroz doce13) Maçã assada14) Arroz de cabidela15) Borrego (no forno)16) Coelho (estufado)17) Bifes de Perú18) Tosta Mista19) (Leite com) Cereais20) Chá com Torradas

Guadi con-gratula-se com não-abate dos animais

A Guadi enquanto associação empe-nhada na defesa e promoção do bem estar e direitos dos animais do concelho de VRSA e Castro Marim, congratula-se com a sensibilidade demonstrada pelo executivo da autarquia de VRSA, expressa no com-promisso do Canil/Gatil de VRSA não ser um espaço onde por questões económicas se pratique o abate de animais, zelando assim pelos direitos daqueles que não tem a capacidade de pedir ajuda, nem culpa do abandono e maus tratos a que são sujei-tos pela raça humana. Esta posição é um motivo de orgulho, não só para os defenso-res dos animais, mas para todo aquele que respeita o direito à vida.

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]/

http://associacaoguadi.blogspot.comFACEBOOK

Surgem actualmente cada vez mais ferramentas de software que ajudam a diminuir o risco de acesso a conte-údos da Internet considerados abusivos ou perigosos.No entanto, todos sabemos que quaisquer compras, cré-ditos ou vendas podem ser alvo de burla na Internet. Assim, desconfie de e-mails com proveniência desco-nhecida. Se não lhe é dirigido nem conhece a entidade, é muito provável que se trate de fraude ou vírus.Analise o endereço do remetente. Regra geral, uma empresa credível de média ou grande dimensão não envia e-mails através de contas gratuitas (msn, yahoo e google, entre outras).Repare no modo como a mensagem está escrita. Não é habitual uma instituição financeira estrangeira, por exemplo, enviar e-mails e, menos ainda, contratos de crédito em português. Se encontrar muitos erros orto-gráficos, o mais certo é ser fraudulento.Também não é prática comum, alguém com um cargo elevado na instituição, como o presidente ou director-geral, tratar de um processo de crédito. Nestes casos, trata-se quase de certeza de fraude.Nenhuma instituição concede crédito sem garantias. Logo, desconfie de propostas desta natureza. O mesmo conselho é válido para grandes recompensas monetárias. Acima de tudo, nunca envie dinheiro.Por fim, nunca forneça a sua informação pessoal (nome completo, endereço de casa, telefone ou códigos de acesso à Internet) caso tenha dúvidas contacte as auto-ridades policiais da sua zona de residência, ou qualquer associação de consumidores.

a DECO informa

a GUADI apela

Susana Correiajurista

“Fraudes na Internet”

“Recebo com alguma frequência e-mails de publicitação de prestação de alguns serviços, nomeadamente de crédito, que me parecem ser emails fraudulentos. Como me posso proteger?”

Adopção NIB da Guadi para donativos - 0035 0234 0000 6692

1300 2 Caixa Geral Depósitos

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2011 | 29

COLABORADORES

O Jornal do Baixo Guadiana na sua edição de Setembro de 2011, página 11, fez e bem o seu trabalho. Refiro-me ao título «Autocaravanismo selvagem». Quanto ao slogan selvagem sinto perda de cidadania: porque selvagem é o procedimento do senhor vereador do turismo de Vila Real de Santo António quando insiste teimosamente em impor aos humildes autocaravanistas que sendo ele em maioria pessoas aposentadas, são ex-industriais, ex-comerciantes, ex-funcionários públicos que cimentaram alicerces que alimentam actualmente a vaidade dos senhores presidentes da CM VRSA e vereador do turismo. Não devem nem podem ser tratados como cidadãos espoliados dos seus direitos. Selvátivo é o poder que não termina onde o outro começa. O executivo em causa dá sinais de desperdício quando se interessa pelos turistas de 5 estrelas em vez de seguir o exemplo de muitos executivos de todas as cores políticas. Parece desconhecer que o Império Romano foi o mais dourado do seu tempo e também caiu. Tentar empurrar autocaravanas para dentro do parque de campismo de Monte Gordo apenas com fins lucrativos isso sim é selvático porque é privar os cidadãos de viver de acordo com a sua livre vontade. Toda e qualquer autocaravana foi concebida e homologada para as funções que se uti-lizam com todos os apetrechos de limpeza e asseio. Mais a norte, mas também por todo o país têm sido construídas áreas de serviço de apoio a autocara-vanistas. Senhor presidente siga o exemplo dos melhores. Os proprietários das autocaravanas não lhe pedem nenhuma dádiva, apenas não prescindem dos seus direitos de cidadãos condignamente respeitados.

Manuel Costa Oliveira

Chamaste à minha namoradaPêra doce apetitosaEla está bem informadaDa forma como é tratadaSente-se muito orgulhosa.

Quando lhe arrastas a asaTu dizes que não tens medoAté lhe chamas a brasaOlha que ela sai de casaCom a aliança no dedo.

Peço-te que mais nada lhe digasPara não dar mau resultadoDeixa-te dessas cantigasNão venhas com mais intrigasTemos o assunto arrumado.

Se não cumprires a leiEspera pelo castigoAcredita que eu seiE em breve te direiComo hei de falar contigo.

Henrique Roberto

Às vezes queria ser andorinha!Para voar do meu quintal!E ir fazer o ninho, no teu beiral!Outras vezes não!Queria pedir à minha vizinha!Um lugar no canteiro, no chão!Para uma rosa colorida!No teu jardim desfolhar!Em mil beijos guarnecida!E outro perfume te dar!

Às vezes queria ser ave e voar!Nas asas do teu veleiro navegar!Para ver contigo o mar!Outras vezes não!Queria pedir ao furacão!Um momento de paixão!Para contigo me deitar!E um novo romance começar!

Ilda Ferreira

Castro Marim tu tens festaEstou a gostar de verEssas colchas nas janelasQue te fazem reviver

É dia da procissãoVai o andor a passarA banda que tão bem tocaTambém a vai acompanhar

Muitas promessas são pagasDe todo o bem recebidoToda a tristeza que houveNesse dia é esquecido

Nossa Senhora dos MártiresÉs a Mãe de todos nósPois são tantos os que pedemE são ouvidos por vós

Há festa, há romariaVai sair a procissãoHá gente de todo o ladoCom fé e com devoção

Lá no alto do casteloVê-se o povo a passarTodos com velas acesasJunto à Virgem a rezar.

Natália Palma

Cidadão grita por Justiça Social e Cidadania

Um Abutre na AldeiaA vida é feita de sonhos

Tristezas e alegriasVivendo na esperançaVamos passando os dias

Às vezes são tão amargosTão cheios de sofrerQue chego mesmo a pensarSe vale a pena viver

Todos os dias são diferentesIsso ninguém duvidaTemos sempre que aprenderNesta escola que é a vida

A vida tem tantas facesMuitas mais do que a LuaUmas são belas e felizesOutras tristes e “cruas”

Mas temos que ser fortesE levantas a vozPois Jesus também sofreuE Ele era melhor do que nós

Mas a vida são dois diasÉ o povo quem o dizVamos aproveitar o que restaE procurar ser feliz.

Uma Castromarinense

O que é a vida?Às vezes…Castro Marim – A procissão

Vai ser como minha mãe diziaOs estudos acabaram; sou um vencedorÉ realidade e não fantasiaSim, estou preparado, espero com fervor

Uma posição elevada, espera por mim Vou ser bem sucedido, tenho capacidadePois esta fase, eu já venciNão demora, está ai a oportunidade

A tanta entrevista compareciEntrava cheio, saia vazioAté que, com furor, de uma fugiUma barreira? Não, um desafio

Só quero ter aquilo que sonheiQue fazer? Sim, vou em frente!Com tristeza pensei, será que nada sei?Talvez outra atitude, ser diferente

Sim, é isso que vou fazerPor de parte tanta ambiçãoTenho qualidades, vou vencerEscutar e responder com moderação

Manuel Tomaz

Desilusão

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CARTÓRIO NOTARIAL NOTÁRIA

MARIA LÚCIA GONÇALVES LOPESNos termos do Artº 100, nº. 1 do Código do Notariado aprovado pelo Decreto-Lei 207/95 de 14 de Agosto, faço saber que

no dia 26 de Outubro do corrente, foi lavrada uma Escritura de Justificação a folhas cento e vinte e duas, do Livro de Notas nú-mero cento e cinquenta e três, na qual Praxedes Peres Cavaco e marido António Pereira Cavaco, ambos naturais da freguesia e concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão geral, residente na Rua Ascensão Guimarães, nº 13, r/c, em Faro, contribuintes números 111 042 631 e 111 042 640, justificam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém do seguinte prédio:

QUATRO QUINTOS INDIVISOS do PRÉDIO URBANO, composto de edifício térreo com uma divisão e logradouro, destinado a armazém, com a área coberta de dez metros quadrados e descoberta de duzentos metros quadrados, sito em Arredores do Pereiro, freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim, a confrontar do Norte, Sul e Poente com Manuel Nobre e do Nascente com Manuel José Amaro, inscrito na respectiva matriz em nome da justificante mulher sob o artigo 1268, com o valor patrimonial actual correspondente a quatro quintos indivisos de 528,00 euros, anteriormente artigos 630, 631, 632, 633 e 634 inscritos na matriz em mil novecentos e trinta e sete, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, a que atribuem o valor de QUINHENTOS E VINTE E OITO EUROS.

Que o referido direito veio à posse deles justificantes, por o terem comprado verbalmente em data que não podem precisar do ano de mil novecentos e cinquenta e seis, a Francisco da Cruz Simões e mulher residentes em Silves, não tendo tal compra sido reduzida a escritura pública.

Que desde aquela data, eles justificantes, entraram na posse do referido prédio, sem a menor oposição de quem quer que fosse desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pública, pacífica e contínua, suportando os encargos de conservação e manutenção do prédio, pa-gando os respectivos impostos, e por durar há mais de vinte anos, adquiriram o referido direito de quatro quintos indivisos do prédio por usucapião.

ESTÁ CONFORME O ORIGINAL NA PARTE TRANSCRITA

Cartório Notarial de Faro da Notária Maria Lúcia Gonçalves Lopes, vinte e seis de Outubro de dois mil e onze.

A Colaboradora

Maria Lúcia Gonçalves Lopes

(Florbela Baranito Faísca, inscrita na Ordem dos Notários com o nº 97/1, autorizada pela Notária Maria Lúcia Gonçalves Lopes nos termos do nº 1 do artº 8º do Decreto-Lei nº 26/2004 de 4 de Fevereiro e Portaria nº 55/2011 de 28 de Janeiro,

autorização publicitada no sítio da Ordem dos Notários em 31 de Janeiro de 2011.)

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Novembro 2011

N: 24/05/1933F: 28/09/2011

JOSÉ ANTÓNIO CAVACO

Ag. Funerária de Martinlongo

Filial de S. Brás tlm. 917568923

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Para mais informações por favor contactar o departamento comercial do JBG [email protected] ou 281 531 171.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2011 | 31

DESPORTO

Portugal fez história no Mundial de Padel

A selecção Portuguesa de Padel Menores teve uma brilhante participação nos cam-peonatos da modalidade que decorreram na Cidade de Melilla (Espanha) de 16 a 22 de Outubro. Em Masculinos, na atribui-ção do quinto ao oitavo lugar, ao derrotar a Itália por 3-0 e o Reino Unido por 2-1, obtendo a quinta posição frente de países como o Uruguai , Itália e Reino Unido. A selecção Feminina quase dá surpresa do Mundial ao obrigar o Brasil ao terceiro jogo, perdendo por 2-1. Obteve também a quinta posição ao derrotar a Itália por 3-0. Portugal com estes resultados consagra-se como a segunda Selecção Europeia.

No Mundial de Pares Marta Salvador / Diana Moía na categoria de sub-14 femininos depois de vencerem o seu grupo. Colocaram-se entre as 8 melhores do Mundial.

A Seleção Portuguesa conta com 15 atletas de Vila Real Santo Antonio que é o berço da modalidade no nosso pais.

Selecção Masculina: Hugo Caldeira, Fran-cisco Martins, Xavier Fernandes, João Sousa, Joaquim Campos, João Bota, Ricardo Deus, Dario Pena, João Ferreira e David Moía.

Selecção Feminina: Marta Salvador, Diana Moía, Laura Martins, Daniela Martins, Ana Nunes, Inês Lopes, Ana Norberto e Inês Vargas.

Futebolândia

Olá! Sejam bem-vindos a mais uma «Futebolândia»! Vou falar de Godinho Lopes, José Mouri-nho e da Selecção Portuguesa de Futebol.Godinho Lopes, presidente do Sporting, referiu que a maior gole-ada nas competições europeias é da equipa de Alvalade em 1963; frente ao Apoel por 16-, e fez uma comparação com o resultado da equipa cipriota do passado mês de Outubro no Estádio do Dragão para a Liga dos campeões frente ao F.C. do Porto de 1-1.Sinceramente, não entendi a comparação, porque se os joga-dores são os mesmos de 1963, daquilo que vi estão muito bem conservados para quem tem mais de 60 anos! Se não o são (que é o mais óbvio), não entendo a comparação, mas serão coisas do presidente do Sporting que anda numa fase de euforia; tanta que parece que tem menos cabelo e até mandou calar Luís Duque (Director geral de futebol do Spor-ting). Disse mais ou menos isto: «Cala-te se não levas tautau» e o Luís Duque, bem-mandado, calou-se e ainda bem.José Mourinho mudou de estra-tégia. Agora nas conferências de imprensa que antecedem os jogos do Real Madrid, é um fofinho, amigo de todos, gosta de toda a gente e respeita tudo e todos, afinal não é uma máquina…é humano. E eu a pensar que era movido a energia nuclear ou comandado à distância.Por fim, gostava que o menino do «Sexto Sentido» falasse com os jogadores da selecção portuguesa de futebol antes do jogo com a Bósnia, porque o único que parece vivo é o Rui Patrício e assim não vamos lá. Futebol à parte, fiquem bem!

Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicação

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crónica

15 dos atletas são de Vila Real de Santo António, que é o berço da modalidade no nosso país.

A Seleção portuguesa conta com 15 atletas de Vila Real Santo Antonio que é o berço da modalidade no nosso país. Na cidade de Melilla (Espanha) decorreram os campeonatos da modalidade de 16 a 22 de Outubro com uma excelente participação lusa.

As crianças a partir dos quatro anos de idade têm aulas de Adaptação ao Meio Aquático (AMA) e/ ou iniciação e Aperfeiçoamento da Natação (AP), de acordo com os conhecimentos e aptidões que possuam.

A Adaptação ao Meio Aquático (AMA) tem por finalidade vencer as resistências que a criança apresenta no seu primeiro contacto com a natação, designadamente, o equilíbrio, a respiração e a propulsão, e a Aprendizagem Técnica dos estilos de natação (AP) que con-solidará os vários estilos da modalidade (crol, costas, bruços e mariposa).

A natação é uma actividade que promove o desenvolvimento físico e emocional da criança e contribui para a formação da sua personali-dade. É um desporto completo que melhora a resistência do organismo e ajuda na prevenção e recuperação de doenças como a asma, bron-quite e problemas ortopédicos.

Quanto aos adultos e à Terceira Idade, os técnicos da Autarquia monitorizam um pro-grama de natação e hidroginástica destinado a esta faixa etária da população que tem como propósito melhorar e aperfeiçoar a natação, com a possibilidade de integrarem sessões em grupo de ginástica coreografada em meio aquático.

Para a Terceira Idade, os benefícios da acti-vidade física aquática são inegáveis ao nível do bem-estar físico e psicológico, possibilitando, ainda, a recuperação de lesões e limitações relacionadas com a coluna e articulações.

“A Câmara Municipal de Castro Marim entende que estas actividades de natação e hidroginástica, nas quais está envolvido um universo significativo da população do con-celho, desempenham um papel relevante na qualidade de vida dos castromarinenses ao nível da profilaxia da saúde, estimulam e incentivam as relações inter-pessoais, promovendo valores como a amizade e a solidariedade”, pode ler-se em comunicado.

Natação e Hidroginástica em Castro Marim

Baixo Guadiana sobre rodas

crónicas

Tal como o verão, o calor e o bom tempo, também a época de ciclismo está na sua recta final. Quanto à vertente de estrada, pôs o seu ponto final no festival de pista em Tavira no dia 5 de Outubro, onde o natural da Manta Rota, Samuel Caldeira levou a melhor na última prova da época ganhando as 100 voltas do festival de pista. Esta prova marca o final de época como sendo a última competição do calendário nacional de estrada, e onde a grande figura do ciclismo nacional dos últimos tempos, Cândido Barbosa, fez a sua última prova de alta competição culmi-

nando com uma homenagem de final de carreira aplaudida por milhares de pessoas que também prestaram homenagem a Ricardo Mestre, que no passado mês de Agosto venceu a Volta a Portugal em bicicleta.Com o fim da época de estrada, o BTT ganha outra força e os ciclistas de estrada do Baixo Guadiana vão marcando presença nestas provas para fugirem da rotina da estrada e manterem uma performance con-siderável para encarar a pré-época que se avizinha.No passado dia 15 de Outubro o JBG, a convite da organização em nome de Fernando Dias, esteve em Martinlongo na Feira da Perdiz que recebeu o passeio de BTT «Na Rota da Perdiz». Com dois percursos para dois ritmos diferentes, a associação

jovem Inter-vivos preparou 30 kms de terra, veredas e algumas subidas e um percurso de 60 km para os mais corajosos e melhor preparados. Luís Silva, ciclista profissional da equipa Tavira/Prio, e que fez parte da vitória da Volta a Portugal em bicicleta 2011, foi o cabeça de cartaz deste evento de BTT, conjuntamente com Marco Fernandes, vencedor da Maratona Internacional de Messines disputada no mês de Outubro. À partida para este evento estiveram mais de meia centena de betetistas num ambiente de festa e convívio, num dia cheio de calor e com um tempo que só veio valorizar as belas paisagens do concelho de Alcoutim e que culminou com um óptimo almoço nas tasquinhas da feira.

Igualmente no final deste mês de Outubro, foi no concelho de Vila Real de Santo António que a Associação Polisotavento levou a cabo o «III Passeio de BTT Solidá-rio». Este ano os donativos revertem a favor da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António.Para os amantes das bicicletas, de uma forma mais competitiva ou mais recreativa, no próximo dia 13 de Novembro a associação ARCDAA, organiza também um passeio de BTT com dois percur-sos distintos para um convívio e um dia de celebração do São Mar-tinho bem passado na aldeia de Alta Mora, situada no interior da região do Baixo Guadiana.

Humberto Fernandes

Page 32: JBG Novembro 2011

32 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2011

Opte sempre que possível por alimentos frescos, ao invés daque-les que passaram por processo industriais, evitando todo o tipo de gasto envolvido no processo, como energia, recursos naturais, transporte e embalagens. Evite deixar os alimentos estragarem-se. Frutas podem ser usadas em bolos e geleias, enquanto verduras podem ser usadas em conservas, mantendo os alimentos por mais tempo.

No próximo dia 13 de Novembro a Associação Recreativa, Cultural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora (ARCDAA) comemora o Dia de São Martinho em Alta Mora com a reali-zação do 7º Convívio dedicado ao «Santo do Inverno que traz o Verão». Do programa fazem parte o tradicional Magusto, um Passeio Pedestre e o 1º Passeio BTT.

A jornada dedicada à prova do vinho novo e às castanhas inicia-se, às 9 da manhã, com a realização do Passeio Pedestre e do 1º Passeio de BTT pelos trilhos da Cumeada de Alta Mora, numa percurso de 8 Km, que contempla a descida à ribeira do Beliche e passagem por algumas povoações da freguesia, seguindo-se um almoço para os participantes.

À tarde, a partir das 14h30 horas, terá lugar o Magusto de São Martinho, oferecido pela ARCDAA, para todos aqueles que gostem de castanhas assadas, de vinho novo e jero-piga.

Paralelamente, haverá uma mostra de produtos da terra, donde se destacam: o pão caseiro, o mel, os frutos secos e os doces tradicionais. Como não poderia deixar de ser, a realização de um baile, com a participação do artista Pedro Relvas.

O 7º Convívio de São Martinho é organizado pela Asso-ciação Recreativa, Cultural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora (ARCDAA) e conta com os apoio da Câmara Municipal de Castro Marim, Junta de Freguesia de Odeleite e Associa-ção Rodactiva.

As inscrições, terão um custo de 8 euros, estão abertas até dia 10 de Novembro e poderão ser efectuadas através do telemóvel 965284657 ou por e-mail: [email protected].

ARCDAA comemora o São Martinho em Alta Mora e mantém tradição

CartoonECOdica

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Baixo Guadiana foi distinguido como «Produto Turístico Internacional» pela Junta de Andaluzia

O combate à obesidade, sendo difícil está a ser realizado. É urgente, pois a obesidade afecta 30% das crianças e jovens do Baixo Guadiana.

O Orçamento de Estado para 2012 está a causar insatisfações e preocupações sociais. Os portugueses não conseguem apertar mais o cinto...

Sotavento Algarvio