jbg_janeiro 2013

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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 12 - Nº152 JANEIRO 2013 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE PUB Se os munícipes não se podem deslocar à biblioteca, desloca-se a fonte do conhecimento aos habitantes. O conceito não é novo, mas a metodologia sim, é inovadora. À semelhança da antiga Biblioteca itinerante da Gulbenkian, Castro Marim passa a dispor de um equipamento não só com livros, como também material audiovisual e acesso à internet. «Para além do conhecimento», lema da Biblioteca municipal, o objetivo é encurtar distâncias e levar, acima de tudo, uma palavra amiga e solidária àqueles que por força das distâncias se encontram mais isolados social e geograficamente. A biblioteca ambulante já corre o concelho. Os primeiros a conhecer foram as crianças. Biblioteca itinerante percorre o concelho de Castro Marim Luís Romão é professor de História de formação, é presidente da junta de freguesia de Vila Real de Santo António, de onde é natural, e esteve desde sempre ligado à área de desporto, seja por questões quase de genética [Pai é ginasta medalhado] ou porque já praticou um sem fim de modalidades, tendo até já sido treinador dos Juniores do Olhanense. Pode-se quase dizer que é a fórmula perfeita para o cargo que ocupa há quase seis meses como Dire- tor Regional do recente e fundido Instituto Português do Desporto e Juventude. Desporto e Juventude é um binómio que desde sempre conhece e domina. À frente do IPDJ já sublinha dois caminhos: proximidade e envolvimento, pois garante que as reformas não se fazem nos gabinetes.

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JBG Janeiro 2013 com a Bibliomovel no concelho de Castro Marim a percorrer todo o território; Entrevista com Luis Romão, diretor do recente IPDJ; José Estevens oficializa candidatura ao muinicipio de Tavira

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 12 - Nº152

JANEIRO 2013

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

PUB

Se os munícipes não se podem deslocar à biblioteca, desloca-se a fonte do conhecimento aos habitantes. O conceito não é novo, mas a metodologia sim, é inovadora. À semelhança da antiga Biblioteca itinerante da Gulbenkian, Castro Marim passa a dispor de um equipamento não só com livros, como também material audiovisual e acesso à internet. «Para além do conhecimento», lema da Biblioteca municipal, o objetivo é encurtar distâncias e levar, acima de tudo, uma palavra amiga e solidária àqueles que por força das distâncias se encontram mais isolados social e geograficamente. A biblioteca ambulante já corre o concelho. Os primeiros a conhecer foram as crianças.

Biblioteca itinerante percorre o concelho de Castro Marim

Luís Romão é professor de História de formação, é presidente da junta de freguesia de Vila Real de Santo António, de onde é natural, e esteve desde sempre ligado à área de desporto, seja por questões quase de genética [Pai é ginasta medalhado] ou porque já praticou um sem fim de modalidades, tendo até já sido treinador dos Juniores do Olhanense. Pode-se quase dizer que é a fórmula perfeita para o cargo que ocupa há quase seis meses como Dire-tor Regional do recente e fundido Instituto Português do Desporto e Juventude. Desporto e Juventude é um binómio que desde sempre conhece e domina. À frente do IPDJ já sublinha dois caminhos: proximidade e envolvimento, pois garante que as reformas não se fazem nos gabinetes.

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2013

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: Ouvi qualquer coisa na rádio e acho que está errado. É mais um aumento, e que vai de certeza afetar o consumidor, princi-palmente os menos esclarecidos; estou a lembrar-me da população envelhecida do Nordeste Algarvio, por exemplo.

Nome: Alexandra FerreiraProfissão: Professora

R: Sim, sei. Acho que é negativo pois muita gente desconhece que pode mudar e ter acesso a eletricidade mais barata (não deve ser assim muito mais barata mas...)

Nome: Ana MarquesProfissão: Médica Veterinária

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CP 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão RaimundoJosé Carlos BarrosMaria Celeste SantosMiguel GodinhoPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIDECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21, 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaewww.facebook.com/jornal.d.guadiana

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Encerramos um ano difícil, no prolongamento de uma crise eco-nómica, financeira, que perma-nece e se arrasta, tomando conta do quotidiano das nossas vidas, atormentando-nos e, a cada passo, humilhando-nos. E já lá vão quatro anos. Apetecia-me não falar de difi-culdades nem de causas e conse-quências a que tudo isto nos levou. Mas a realidade não comporta emo-ções que em tempos de Festa tendem a esbater a objetividade dos dias. E o que se anuncia não são tempos de bonança, embora nos tivessem prometido que assim seriam. Os cál-culos, as anunciadas metas sobre crescimento da economia, o final

feliz, que governantes diversos e transitórios nos anunciam, em discursos anómalos, embutidos de frases sem conteúdos, inaceitáveis e desrespeitosos da nossa inteligên-cia, porque a temos, como povo, em representações que se organizam como homilias, para acalmar a nossa intranquilidade e o desespero que nos corrói, revelaram-se ao longo do tempo como inverdades para além das circunstâncias em que o tempo decorre.

Muitos de nós, num curto espaço de tempo, temos sido vazados para a vala comum da pobreza extrema, da ausência de tetos e emoções porque fomos conduzidos para a depen-dência caritativa, única forma de nos mantermos vivos. Embora os tempos se tornem, a cada dia que cresce, insuportáveis. Tudo isto está para além do aceitável, porque se torna impossível, a um determinado momento, viver assim.

É certo que uma parte de nós se adaptou como pode a estes anos de lástima. Percebemos que tínhamos de reduzir despesas porque o futuro era mais que incerto. Tivemos que

ir em busca de duplos ou triplos empregos, descobrindo caminhos de ofertas correspondentes. A manu-tenção da família, o convívio, o namoro, a ternura, foram relegados para plano secundário, em nome da sobrevivência do conjunto. Fomos obrigados a renegociar com a agio-tagem da banca dívidas contraídas, impulsionadas pelas facilidades que antes nos ofereceram de acesso ao crédito fácil. Viver de cartões de cré-dito assumiu o sinal de uma nova civilização que haveria de marcar tempos novos. Pura trapaça. Hoje muitos de nós, após termos muito pago de amortizações, e porque não há mais para dar, ficamos sem casa, sem carro, sem relógios de marca, ou outros objectos de valor, sem correspondência com o dinheiro empregue. A isto fomos conduzidos por ignorância, por facilitismo, por uma exposição social que superou a racionalidade, por mera imitação dos sinais que os sucessivos e diver-sos poderes, no seu exercício, deram à sociedade. Assim chegamos a um caminho sem regresso.

Os tempos também não foram

igualmente fáceis para o Algarve. A ausência do investimento público paralisou obra que em muito pode-ria ter contribuído para amenizar os níveis altíssimos de desemprego que a região comporta. Os mais elevados do País. Não se percebe como no exterior ou no interior do País se promove a sua actividade principal, nem quais os poderes que as novas estruturas comportam neste impor-tante domínio. As portagens na Via do Infante afastaram gente da qual dependiam, comércio, restauração e alojamento. A febre da cobrança de impostos aos mais desprotegi-dos por parte desta equipa “Gas-pariana” conduziu, e vai acentuar, a desertificação de micro e peque-nas empresas, em todas as áreas da actividade económica, porque todas dependem do comportamento do seu conjunto. É perante esta preo-cupante realidade que iniciamos o ano próximo.

Oxalá que outro caminho se torne possível trilhar. Gostaria franca-mente de vos enviar uma visão mais optimista sobre o que nos oferece o próximo ano.

Carlos Luis [email protected]

R: Não sabia, mas como tudo aumenta, é mais uma… Não sei se há mais empre-sas como a EDP, mas deveria haver para as pessoas escolherem.

Nome: Paula PortoProfissão: Auxiliar de Educação

R: Sim, acho que é um absurdo. É fun-damental o Governo ser o único player no mercado energético, isto porque não vejo o setor privado como defensor dos seus clientes, mas sim de uma maximização do lucro. Não faz sentido aumentar preços quando os custos energéticos têm tendência a reduzir. O mer-cado energético é de tendência monopolista e por essa razão o interesse dos consumidores deve ser salvaguardado.

Nome: Ricardo LuzProfissão: RP e Comercial

ABERTURA

Tem conhecimento que, a partir de Janeiro de 2013, a eletricidade vai encarecer para quem não mudou para o mercado liberalizado?

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 3

CRÓNICAS

Num tempo em que o património, nas suas diferentes manifestações, sejam elas culturais, humanas ou ambientais, conquistou um espaço próprio na sociedade contempo-rânea, por força do fenómeno da mediatização, mas também pela necessidade de o tornar um pro-duto turístico vendável, gostaria de partilhar convosco o facto do Forte de São Sebastião, na vila de Castro Marim, ter sido classificado Monumento Nacional.

No passado dia 6 de Dezembro, por decisão do Conselho de Minis-tros, o Forte de São Sebastião, à semelhança do que aconteceu com as Muralhas e Porta de Almedina em

Silves, foi classificado Monumento Nacional.

O Forte de São Sebastião e as muralhas adjacentes ao monumento foram mandados construir no século XVII, em 1641, pelo rei D. João IV, no âmbito das Guerras da Restau-ração com Espanha, o que prova a importância estratégica de Castro Marim enquanto praça militar mais importante de todo o Algarve, ou não estivesse a vila localizada junto à linha de fronteira.

Por desleixo e incúria dos vários poderes públicos, a começar na Administração Central e a acabar no Poder Local, nos anos 90, o Forte de São Sebastião apresentava ele-vados índices de degradação, que faziam perigar a sua autenticidade e integridade, até que, em 2004, a

Câmara Municipal desenvolveu um arrojado projecto de reconstrução integral e consolidação da fortifi-cação e das muralhas.

O projecto de recuperação do monumento contempla quatro intervenções, três das quais já con-cluídas, que orçaram em 2 milhões de euros, faltando executar a 4ª fase, que prevê a reorganização dos espaços intramuros e área envol-vente, destinados a fins turísticos, definindo dois espaços para a rea-lização de grandes manifestações culturais.

A decisão do Governo em classi-ficar o Forte de São Sebastião como Monumento Nacional é um motivo de orgulho para Castro Marim e de reconhecimento do seu legado his-tórico, mas é também uma respon-

sabilidade e, ao mesmo tempo, um desafio para a comunidade castro-marinense transformar cultural e turisticamente a terra.

Os dois monumentos nacionais, o Castelo, que está classificado desde Junho de 1910 e agora o Forte de São Sebastião, juntamente com a panorâmica Colina do Revelim de Santo António, constituem as jóias do tesouro histórico de Castro Marim, que tem de continuar a ser bem gerido e preservado.

Acredito que Castro Marim, com a diversidade e a riqueza do patri-mónio histórico que dispõe, com uma das principais reservas naturais da Europa e o valioso património humano que são as pessoas, reúne todas as condições para num futuro breve poder ambicionar o estatuto

de vila cultural do Algarve. Nos últimos anos, mercê de

uma política autárquica estrutu-rada nos domínios do património e da cultura de que são exemplo a recuperação e revitalização dos monumentos da vila, a realiza-ção do magnificente evento «Dias Medievais», que colocou Castro Marim no mapa ou a organiza-ção do Festival Internacional do Caracol dão-nos a confiança e a esperança de podermos oferecer um dos melhores produtos turís-ticos da região.

E porque não aproveitar as exce-lentes condições do Forte de São Sebastião, Monumento Nacional, para a realização de um Festival de Música Clássica no Algarve, com periodicidade anual?

Vítor Madeira

João tem dezanove anos. Pediu a chave da casa situada na margem portuguesa do Baixo Guadiana que o pai comprou e mandou restaurar em finais do ano passado. Foi para lá que veio celebrar a passagem do ano, na companhia de um grupo de amigos. Compraram vários quilos de carne e muitos litros de álcool – mais do que hão-de conseguir comer ou beber – e tentam agora, depois do jantar mal-amanhado de ontem, reacen-der as brasas feitas com carvão barato comprado numa grande superfície de um bairro periférico de Lisboa. Pelo caminho, realizado durante a manhã num carro de alta cilindrada do pai de um deles, atropelaram sem querer um animal que ninguém conhecia e que se atravessou de repente. Ainda pensaram

Primeiro ouvi umas conversas cruza-das sobre o fim do mundo e comecei por pensar que se falava em sentido figurado. Porque estamos num tempo que parece anunciar o fim do mundo. O fim do mundo, em sentido figurado, significa, em sentido literal, o fim da esperança. E, dia após dia, à medida que a vida vai sendo cada vez mais difícil, à medida que as dificuldades aumentam, à medida que aumen-tam os problemas sociais, é como se

adormecidos de uma noite glacial. Ainda hoje eles se deslumbram com o espectá-culo que os primeiros clarões produzem ao misturar-se com as brumas matinais, onde os pássaros entoam cânticos e voam livres, alheios ao olhar vigilante dos homens. Os cães ladram a quem por aqui passa, o território é o deles e a verdade é que nunca ninguém lhes pede permis-são para cruzar as estradas que correm junto às propriedades. A esta hora, no inverno, o céu costuma estar sempre estrelado, e as perdizes deslocam-se pelos caminhos, como se os caminhos fossem seus, e tudo parece normal, de uma harmonia intemporal. A natureza e os homens numa perfeita proporção, como sempre, os dias frios da estação, as chaminés rudimentares a distribuírem pelos céus o fumo das lareiras que, nal-guns casos, ainda ardem.

Não é fácil o inverno. Nem tão pouco ser velho hoje em dia. E muito menos ser-se velho na região do Baixo Gua-diana, uma região pobre e cada vez mais

que comece no dia que se segue ao último dia do calendário velho. Outros, como acontece sempre, aproveitaram para tratar da vidinha.

Por isso, na internet, apareceram propostas de instalação de tendas de campanha nas florestas em redor do Pico Bugarach, no Sul de França (que parece que ficará imune ao dilúvio ou à bola de fogo), ao módico preço de dois mil e quinhentos euros a uni-dade. Por isso, na China, um militar pôs à venda umas cápsulas esféricas de sobrevivência, resistentes a tudo, que podiam ser adquiridas por quem

pobre, cada vez mais isolada, cada vez mais distante de quase tudo. António vive no monte por trás daquele em que o grupo de João festeja a liberdade da adolescência e sabe bem o quão difícil é envelhecer por aqui. São muitos anos sempre a contar com a imprevisibilidade das estações, com o risco das chuvas des-proporcionadas, dos alagamentos das ribeiras, da voracidade dos incêndios, da canícula da época estival. Fez no pas-sado dia doze setenta e sete anos e tem plena consciência que quanto mais velho mais dependente apenas de si próprio. A mulher já partiu há três anos e os dois filhos, lá longe na procura de uma vida, das oportunidades que por aqui não existem, do garante do seu sustento, não podem, não querem, não sabem como cuidar de si. E assim vão correndo os dias, todos os dias, raios partam os dias, qualquer dia já não há António, e então será mais um monte em ruína, tantos são os que se vêem por aí.

João e António são dois produtos do

desembolsasse seiscentos mil euros. Por isso apareceram coisas tão jeito-sas como um bunker pré-fabricado ao preço de vinte e cinco mil euros - incluído no preço um certificado de garantia.

Enquanto muitos temem o fim do mundo em sentido literal e outros enriquecem a aproveitar-se de cren-dices baseadas nas contas de um ciclo longo - escrevo. Escrevo no dia 20 de Dezembro às dezanove horas e trinta minutos e confesso não acreditar que o cumprimento de uma profecia maia possa ser causa de esta crónica não

mundo, provindos de tempos distintos, duas realidades que se encontram num mesmo plano, neste final do ano. Um é adolescente e quer (e pode) gozar a boa vida que tem pela frente, o outro pretende encerrá-la com dignidade e em paz. O mundo tem vários rostos, muitos protagonistas. Num mesmo espaço físico, a vida acontece todos os dias e encontra formas de se revelar às vezes muito pouco justas. Há territórios que, por serem ou muito simples ou demasiado complexos, resultado da incúria ou do desprezo dos homens, podem juntar em si num mesmo momento as equidades mais opostas. A vida é assim mesmo. É certo que, por aqui, como em todo o lado, o fim de ano encerra em si a possibilidade de um novo começo – é e será sempre assim – mas, no dia um de Janeiro de dois mil e treze, a vida, por estas bandas, certamente que continuará igual. João regressará ao seu mundo claro e irrepreensível e António aguardará por melhores dias que tarda-rão, seguramente, em chegar.

estar disponível uns dias depois do dia 21 de Dezembro em papel de jornal e em formato digital.

É que o problema é outro: o fim do mundo, em sentido literal, deveria preocupar-nos pouco num tempo em que nos confrontamos com o problema mais grave do fim do mundo em sen-tido figurado.

Porque o fim do mundo, em sen-tido figurado, significa, em sentido literal, o fim da esperança. E, apesar de tudo, é essencialmente dessa morte que não deveríamos estar disponíveis para morrer.

em trazê-lo, grelhadinho havia de saber bem. Com os telemóveis topo de gama e completamente alheios à beleza natu-ral do dia a nascer, tiram fotografias em poses ébrias depois de uma noite de excessos, e tentam publicá-las nas páginas pessoais de uma qualquer rede social, sem sucesso, aqui não há rede, que raio de fim do mundo este, só mesmo para vir passar uns dias, longe do olhar repressor dos pais, de cerveja e bebidas importadas na mão, e bebem até não conseguirem mais.

São seis e meia da manhã do último dia de Dezembro de dois mil e doze. Por trás dos montes clivosos e difíceis de atingir das serras do Guadiana, o sol começa agora a despontar, formando curvas de luz e condensando as pingas de orvalho que se deitam durante a noite sobre as folhas caducas das figueiras. Os poucos velhos que ainda por aqui vivem e se dedicam à terra, isolados das coisas do mundo, começam a sair dos cantos frios das suas casas e vêm cá fora, meio

a esperança fosse ficando do outro lado de um muro que vai crescendo devagar. Um muro cada vez mais alto de cimento e arame farpado.

Depois compreendi a coisa: as pes-soas, afinal, acreditavam mesmo numa suposta profecia maia de acordo com a qual o fim do mundo ocorreria no dia 21 de Dezembro de 2012. Em muitos lugares instalou-se o medo. Em muitos lugares instalou-se o pânico. Imensa gente viu-se disponível para acredi-tar que a última folha de um calen-dário significa o fim do mundo e não a necessidade de arranjarmos um novo

Miguel Godinho

José Carlos Barros

O Forte de São Sebastião é Monumento Nacional

Melhores dias tardarão

O Fim do Mundo

* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2013

Obras na Secundária de VRSA já foram retomadas

Mais fusões de universidades para 2013

EDUCAÇÃO

Dezembro trouxe não apenas a época natalícia como também um “presente” para a comunidade esco-lar vila-realense. A Parque Escolar Algarve, empresa responsável pela empreitada da escola, já se pronun-ciou. Obras já foram retomadas e em Abril a escola vai estar pronta e livre de obras e do estaleiro que figurava no recinto escolar desde 2010. Relembre-se que na edição passada o JBG publicou uma grande reportagem que deu conta da situ-ação caótica vivida por alunos, professores e funcionários daquele estabelecimento escolar.

A Escola Secundário de Vila Real de Santo António, que serve os três concelhos do Baixo Guadiana, e conta com 900 alunos, está desde 2010 em obras de requalificação que já foram dilatadas e que, desde Julho de 2012, se encontravam paralisadas. A segurança dos alunos estava já em risco e a qualidade de ensino comprometida. O relatório da Proteção Civil local confirmou a

fragilidade da escola em caso de aci-dente ou catástrofe. Escola, Direção Regional, municípios e deputados pediram explicações à tutela que até há pouco tempo mantinha o silên-cio. A comunidade escolar chegara ao limite ponderando até encerrar simbolicamente a Secundária.

Incumprimentos ditaram a paralisação

Recorde que as obras, com um investimento de 10 milhões e 600 mil euros, foram suspensas devido ao incumprimento contratual por parte da Parque Escolar Algarve que levou consequentemente à paragem por parte do empreiteiro responsá-vel pela obra. “Neste momento todos temos culpa no processo, tanto o empreiteiro por falta de possibilida-des financeiras, que se atrasou nos trabalhos, mas nós PE que somos tutelados pelo Governo, também temos a nossa responsabilidade porque começamos a incumprir com

as nossas obrigações contratuais, nomeadamente nos pagamentos atempados ao empreiteiro”, explicou Mário Dias da Empresa Parque Esco-lar no Algarve no final do mês de Novembro ao Jornal do Baixo Gua-diana, sendo que a situação estava já entregue aos tribunais e corria o risco do processo se arrastar.

Obras retomadas em força

Em meados de Dezembro a situ-ação mudou. Face à insistência e urgência nos pedidos feitos pela comunidade escolar, municípios e deputados, o silêncio foi quebrado com a melhor resposta que a Secun-

Dia 12 de dezembro foi de come-moração por mais de trinta anos ao serviço do ensino superior na região, mas foi também um balde de água fria para muitos dos que estudam e trabalham nas universidades públicas do país. À margem das comemora-ções, o titular da pasta da educação e ensino superior admitiu fusões de universidades e extinções de cursos, naquilo que atesta como racionaliza-ção das ofertas.

“Queremos dar um sinal muito claro que é preciso racionalizar ofer-tas, estabelecer cooperações entre universidades, coordenação nas ofertas e na utilização dos recursos entre instituições de ensino superior”, explicou Nuno Crato aos jornalistas adiantando que o Governo está a estu-dar a rede portuguesa e que o próximo passo é juntar esse estudo a outros já feitos pela Agência de Acreditação do Ensino Superior e a dados que estão a ser recolhidos. A súmula pretende um “retrato melhor do que se passa no

país”, em termos de ensino superior. “É sobretudo importante dar esse sinal e julgo que tanto a Universidade do Algarve, onde hoje tive a honra de estar numa bonita cerimónia de come-moração dos 33 anos, como outras universidades, percebem esta situação

e estão por elas próprias a estabelecer estas parcerias e a ver quais são as outras instituições do ensino superior, nacionais, mas também internacio-nais, com as quais podem cooperar melhor”, acrescentou o governante da pasta educativa.

Fusões e extinções são realidade

O ministro confirmou que este processo pode conduzir à fusão de universidades e extinção de cursos. Ressalvou no entanto que a regra é a da fusão voluntária das universidades e, “em princípio não” será imposta pelo executivo. “A fusão da Univer-sidade Técnica e da Universidade Clássica foi iniciativa delas próprias, iniciativa que o Governo acompanhou e ajudou a concretizar. Damos sinais, apontamos caminhos que cabem ao Governo fazê-lo, mas é importante que sejam as instituições a tomar a iniciativa”, esclareceu. Para o gover-nante, o caminho da cooperação entre instituições de ensino superior é “inevitável” e Portugal só terá a ganhar com essa política. Quanto às extinções, são claramente uma decisão tomada. “Há cursos com uma participação reduzida e a 20 quilómetros há outra instituição com

o mesmo curso e oferta reduzida; as duas instituições só têm a ganhar com isso”, garante.

As mesmas declarações vêm no sentido da própria cerimónia de comemoração onde o Minis-tro elogiou o esforço feito pela Universidade do Algarve na pro-cura de receitas próprias e por ter já avançado para a definição das áreas âncora e para a elaboração de uma estratégia de internaciona-lização, medidas que considerou fundamentais para o futuro das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas.

No que concerne aos montantes cada vez mais reduzidos para a pasta do Ensino Superior o reitor da UAlg, João Guerreiro, apenas teceu um comentário. “Sublinho apenas que sem estabilidade ins-titucional e sem clara estratégia financeira, de preferência com carácter plurianual, a vida das uni-versidades correrá sérios riscos”.

dária podia esperar: as obras vão ser retomadas. “A Parque Escolar con-tactou a direção da escola, sendo que pagou já parte da dívida ao empreiteiro, que por sua vez acei-tou retomar a obra e não rescindir o contrato”, disse ao JBG Ana Cabrita, sub diretora da Escola Secundária de VRSA. A responsável explicou que o diretor de obra já se encontra na Escola Secundária a analisar e organizar toda a obra que começará “em força” em Janeiro. “Já nos foi deixada a garantia que em Abril a escola estará pronta e finalmente vamos poder voltar a respirar de alívio”. Já a mesma sorte não teve por exemplo, a Secundária de Por-timão, cujo processo continua a arrastar-se.

Sem estaleiro e sem obras por concluir, Abril é o mês que todos aguardam para finalmente voltar a ter a sua escola que serve 900 alunos dos concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António.

Nuno Crato elogiou a estratégia de internacionalização da UAlg

Parque Escolar já garantiu que em Abril a escola estará pronta

Depois de muitos apelos, críticas e pedidos de esclarecimentos, finalmente rompeu-se o silêncio e o Natal trouxe consigo uma boa nova: as obras da Escola Secundária vão ser retomadas e em Abril a escola vai estar finalmente pronta. Comunidade escolar já respira de alívio.

De visita a Faro, na comemoração dos 33 anos da Universidade do Algarve, o Ministro da Educação e Ensino Superior, Nuno Crato, admite mais fusões de universidades e extinções de cursos. Racionalizar ofertas é o caminho. O governante elogiou ainda a estratégia de internacionalização da UAlg.

Nuno Crato anuncia em Faro

Depois de inúmeros apelos de vários espectros

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 5

Associação Académica tem uma Presidente

Fisco não dá tréguas

Vila-realense apresenta doutoramento sobre sustentabilidade turística

Concurso criativo de Pais Natais em VRSA

Portaria atrasou funcionamento da CPCJ

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

Filipa da Silva é estudante do mes-trado de Ciências Farmacêuticas e é a primeira figura feminina eleita para a Direção Geral da associação académica algarvia. Obteve, através da Lista A, 80,5% dos votos contra a lista concorrente (B) liderada por Filipe José da Silva, estudante de Gestão de Empresas, que arrecadou apenas 19,5% da votação. A Lista A venceu em todas as Unidades Orgânicas da academia do Algarve. Também outra mulher, Rita Correia, é a responsável pela mesa de Assem-bleia Geral, com lista única.

No total, votaram cerca de 2300 estudantes dos 9 mil inscritos na academia algarvia, um número superior ao registado no ano pas-

Para além do crescente aumento do desemprego e ausência de tra-balho para os recém-licenciados, que têm saído do país à busca de melhores oportunidades lá fora, agora os estudantes de ensino superior vêm-se a braços com mais uma condicionante. Os estudantes com propinas em atraso vão ser alvo de execução fiscal.

A Autoridade Tributária e Adu-aneira (ATA) deu instruções às repartições de Finanças para exe-

João Fernando Guerreiro Romão doutorou-se em Economia no âmbito do primeiro programa de Doutoramento em Turismo pro-movido em Portugal pela Universi-dade do Algarve - Turismo e Lugar, com a defesa da tese «Diferencia-ção Territorial, Competitividade e Sustentabilidade em Turismo».

O trabalho apresenta e discute os quadros conceptuais de desen-volvimento e orientação política para o turismo, centrando-se na aplicação aos destinos turísticos dos conceitos de competitividade, sustentabilidade e diferenciação, com as implicações sobre os sis-temas regionais e processos de desenvolvimento do turismo e da economia, sobretudo relacionados com a inovação e utilização dos recursos naturais e culturais.

O trabalho foi desenvolvido em função de análises comparativas entre regiões de diversos países, nomeadamente: Istambul (Tur-quia), com os professores Sukru

A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Castro Marim foi instalada a 30 de Junho de 2010. No entanto, a publicação de portaria em Diário da República arrastou-se por mais de dois anos. O fim de 2012 trouxe a notícia que há muito o con-celho esperava. “Finalmente aí está, depois de três longos anos a aguar-dar a publicação de uma portaria que traz à luz do direito a CPCJ de Castro Marim”, assegura em tom de alívio o edil castromarinense, José Estevens, que alerta para a desatua-lização da constituição da comissão,

dado o tempo passado desde a sua instalação. “Estamos num período de reconstituição dos membros que integram as comissões alargada e restrita e 2013 é seguramente o ano do arranque efetivo da CPCJ”, atesta adiantando que “é lamentável dizer isto, mas chega numa altura em que cada vez mais se justifica; na verdade sempre se justificou, mas agora em função da grave situação económica e social que se vive exis-tem sinais claros que justificam a sua intervenção”, conclui o autarca castromarinense.

cutarem fiscalmente os estudantes com propinas em atraso sempre que as universidades emitam cer-tidões de dívida. O Fisco ganha poderes para atuar, inclusivé na penhora de bens. A medida está a preocupar as associações de estudantes, que temem que cen-tenas de alunos fiquem com os bens penhorados e não possam prosseguir os estudos. Repare que dos 300 mil estudantes no Ensino Superior público, mais de 15 mil

têm propinas em atraso.Esta medida da ATA não é nova,

no entanto a administração fiscal quer agora implementá-la de modo uniforme em todo o país adotando a cobrança coerciva de propinas. Relembre-se que a prática corrente nas universidades é aguardar pelo final do ano letivo e, em caso de incumprimento, impedir a matrí-cula no ano seguinte ou não entre-gar o diploma, caso se trate do último ano de curso.

Yarkan e Richard Butler, criador do modelo do Ciclo de Vida das Áreas Turísticas; New Haven (EUA), com os professores Robert Mendelshon, especialista em turismo e Timothy Gregoire, especialista em méto-dos econométricos (Yale School of Forestry and Evironment); Ames-terdão (Holanda), com os profes-sores Peter Nijkamp, especialista na área da economia regional e Jasper Dekkers, especialista em

representação geográfica de infor-mação estatística, Leeuwen e Bart Neuts (Departamento de Economia Espacial da Universidade Livre de Amesterdão); e Sapporo (Japão) com o professor Asami Shikida (Universidade de Hokkaido).

A investigação realizada por João Romão teve a orientação dos professores João Guerreiro e Paulo Rodrigues da Universidade do Algarve.

A «Sala da Fantasia», do Centro Infantil «A Borboleta» em Vila Real de Santo António promoveu no dia 19 de Dezembro um concurso criativo. O objetivo foi promover a parentali-dade e o envolvimento das famílias na comunidade escolar. Tratou-se de uma exposição de Pais Natais elabo-rados com os materiais mais criativos que há memória. A exposição contou com 24 figuras natalícias feitas com rolos de papel higiénico, balões, car-tões, musgami, lã, feltro, esferovite,

garrafões e garrafas de água. “O envolvimento das famílias foi ótimo e a adesão foi total. É notória a feli-cidade das crianças ao verem os seus trabalhos expostos, o que mostra a importância do envolvimento das famílias no trabalho pedagógico”, atesta Dulce Neto, educadora da instituição e promotora da iniciativa que adiantou ao JBG que o resultado foi “um sucesso, pois resultou numa linda e criativa exposição com o tra-balho dos pais e dos filhos”.

sado. A nova direção toma posse a 7 de Janeiro de 2013.

Reestruturação financeira

Em época de crise, e num ano que se espera da mais forte austeridade, o objetivo é a reestruturação finan-ceira da entidade. «Trabalhar para diminuir o passivo» da associação que, no final de 2011 rondava os 850 mil euros, é o objetivo da nova dirigente. Em 2013 vai ser levada a cabo uma reestruturação financeira que passa pela transferência de pes-soal e também pelo despedimento de alguns trabalhadores. «É duro, mas tem que ser feito», confirma

Filipa da Silva que espera que a dívida seja saldada até 2015 garan-tindo que, para evitar prejuízos e atingir este prazo «o modelo de reestruturação tem que ser seguido à risca daqui para a frente», diz em declarações ao jornal online «Canal Superior».

Outra das metas é aumentar a credibilidade da instituição e melhorar a ação social, através da aplicação do Fundo de Emergência Social de forma direta, atribuindo bolsas aos estudantes que não conseguiram pela via normal, e indireta, investindo esse mesmo dinheiro na alimentação, aloja-mento e serviços médicos dos Ser-viços de Ação Social da UAlg. Filipa da Silva é a primeira mulher a liderar a associação académica da UAlg

Crianças do Centro Infantil «A Borboleta» recriaram Pais NataisJoão Romão doutorou-se em Economia na Universidade do Algarve

Com 80,5% dos votos Filipa da Silva é a primeira mulher eleita para a direção da Associação Académica da Universidade do Algarve. Objetivo fulcral é saldar a dívida de 850 mil euros da associação.

Na Universidade do Algarve

No Ensino Superior

Investigação contou com orientação da UAlg

Em Castro Marim

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

Inés María Guzmán

El Chanza

El Angel AnunciadorCoral Polifónica

«Polinnia» de Ayamonte

Emilio Martín Campeón Mundial de Duatlon

el Festival Internacional de Música del Algarve, en los encuentro de corales “Música del Andévalo”, en Calañas. También han actuado en el Centro Cultural “Antonio Aleixo” de Vila Real de Sto. Antonio, en el encuentro de corales de Tavira y en el Festival de Corales del Atlántico de la ciudad de Isla Cristina entre otros muchos eventos.

Fueron, igualmente, invitados a participar en los actos del 150 ani-versario de la Sociedad Filarmónica “1º de Dezembro” de la ciudad por-tuguesa de Montijo.

A lo largo de su trayectoria musi-cal, han sido dirigidos por Dª María Jesús Rodriguez y por D. Rubén González Ruiz, siendo actualmente su director el profesor D. Anselmo Garcia Martín.

No pregunto siquiera si quería.Te han elegido a ti.Y Ella asintió.

Un rayo entró fugaz por la ventana.Y el rayo fue creciendoy se hizo luz,más luzy claridad sonora.

Habló y habló y se marcho triunfaldejando la semilla trasplantada.

El aura se hizo enorme por la estan-cia.Circulada, dorada y fulgurante.

Traspasó, dispersó.Y la sombra fue luz y arco-irisde setenta colores prodigiosos.Eternos, infinitos, inmortales.

Él anunció.Y no hubo mayor privilegio para un arcángel.

recibe arroyos como Santa Ana, de la Corte, Albahácar… mientras recorre los términos municipales de Aroche y Rosal de la Frontera, hasta internarse en Portugal.

La ruta de la rivera del Chanza está catalogada de dificultad media, tiene 10Km de recorrido y una dura-ción de 4 horas aproximadas.

Se inicia en la fuente de su nombre y discurre por el sendero Andrinos-Hurón, pudiendo observarse aves de gran belleza como el búho real o la cigüeña negra, además de abun-dante flora autóctona de la sierra.

También, en la localidad de Cor-tegana, y en otra antigua fuente de origen romano llamada “Fuente Vieja”, nace otro arroyo que discurre en dirección opuesta al Chanza y desemboca en el rio Múrtigas, suba-fluente del Guadiana.

La Coral Polifónica “Polinnia” de Ayamonte nació en el año 2000 como heredera de la desaparecida Coral “Jesús Villanueva”, de gran andadura musical en esta ciudad.

La coral “Polinnia”, desde su inicio marca un estilo muy diferente, aden-trándose en la música antigua y en el canto “a capella”, así como en temas tradicionales y populares de la Península y de América Latina.

Su dilatada experiencia les lleva a incursionar en el género lírico e interpretar autores de gran dificul-tad polifónica y coral como Händel, Bach o Mozart.

Sus componentes han participado en numerosos encuentros corales como la coral de Peñarroya, el grupo coral Ossonoba de Faro, la Real Agru-pación de Valverde del Camino, en

El rio Chanza es el afluente princi-pal del Guadiana en la provincia de Huelva; nace en la Sierra de Ara-cena, lugar de antiguos litigios fron-terizos entre Castilla y Portugal.

Estos parajes eran antiguos ter-ritorios del rey Sancho II, donde, este rey, aspiraba, fundar el reino del alto Algarve; actualmente esta comarca, forman parte del Parque Natural Sierra de Aracena en la región Norte de la provincia.

Nace a partir de las aguas subter-ráneas de dicha sierra, y circula por rocas bicarbonatadas hasta llegar a la localidad de Cortegana, donde mana por una antigua fuente, situ-ada en la calle del mismo nombre, muy próxima a algunas viviendas de este pueblo serrano.

Es un río que marca frontera entre los dos países ibéricos, y

Emilio Martín Romero es un claro ejemplo de esfuerzo, constancia y superación.

Emi, como le llaman los más cer-canos y amigos, nació en Huelva hace ya treinta años. De padre almendrero (de El Almendro) y madre castillejera (de Castillejos), desde su infancia sintió el gus-tillo por la práctica del deporte, en especial el de las carreras, partici-pando en las que, con motivo de las fiestas locales, se celebraban en sus pueblos, destacando muy mucho entre los de su edad. Com-binaba estas actuaciones festivas

parte de Europa y otros lugares del mundo y se ha codeado con los más grandes del atletismo español, europeo y mundial.. Por último, le dio por probar en el ciclismo, en la modalidad de duatlon (carrera y ciclismo), consiguiendo en poco tiempo ser dos veces Campeón de España y, hace poco, en Nancy (Francia) coronarse Campeón Mun-dial. Emi ya lo ha conseguido todo... lo que venga ahora será un premio más que arrimar a su esfuerzo, cons-tancia y superación. Suerte, Emi.

Desde Castillejos, Miguel Gómez.

con las que a través de la Con-sejería de Deportes de Huelva se celebraban en diversos puntos de la provincia, ocupando siempre un lugar destacado en la meta final. Los años no hicieron que aban-donase su afición, y siguió parti-cipando en eventos de atletismo, en las especialidades de 800, 1500 y 3000 obstáculos, llegando a ser Campeón de Andalucía, compo-nente de la Selección Andaluza, de la Selección Universitaria y asiduo a los encuentros Iberoamericanos y Juegos Mediterráneos.

Con el atletismo ha recorrido gran Emilio Martín, campeón de España de Duatlón

Fuente típica donde nace el río Chanza La coral Polinnia de Ayamonte durante una de sus actuaciones Cartel del Belen viviente de Beas

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 7

LOCAL

O Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes (CLAII) de Vila Real de Santo António, existente na Delegação da Cruz Vermelha (CV) pombalina, tem em mãos uma tarefa aliciante: constituir uma equipa de corfebol que pretende incentivar ao diálogo inter-cultural. A iniciativa quer promover a integração social, a participação cívica e a interação entre cidadãos imigran-tes. O torneio é misto e pretende a pro-moção de igualdade de oportunidades e combate aos preconceitos através da prática desportiva. A meta é mobilizar cidadãos nacionais e imigrantes para a prática de Corfebol e criar uma equipa local para representação no Torneio Intercultural a ter lugar em Maio de 2013; de resto uma iniciativa asso-ciada às celebrações do «Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento».

A participação no Torneio compre-ende uma equipa de 10 elementos,

No concelho castromarinense o asso-ciativismo não passa em branco e é vontade da autarquia continuar a apoiar as associações locais que estimulam o desporto e cultura no concelho e que, segundo a autar-quia, “são importantes na constru-ção de uma comunidade mais unida e solidária”. O município atribuiu valores às associações numa soma de 93.651,00 euros. “Os subsídios foram concedidos ao abrigo dos Contratos-Programa, de acordo com as atividades e capacidade de realização demonstradas por cada uma das agremiações, que intera-gem com o meio cultural, social e desportivo castromarinense”, atesta a câmara municipal garantindo que “vai continuar a apoiar as associa-

O Lar de Alcoutim comemorou o Natal com uma atuação de luxo e vinda diretamente da «prata da casa». A instituição criou um grupo coral há cerca de seis meses que apresentou o seu repertório ao vivo na festa de Natal da instituição no dia 12 de Dezembro. O grupo tem cerca de 20 elementos com idades entre os 80 e os 85 anos de idade, que estrearam com músicas do cancioneiro popular, como «Todos me querem», «Tia Anica de Loulé»,

«Entrai Pastores», «Rama da Oli-veira», entre muitas outras.

Este grupo resulta de uma coope-ração entre a Associação Humani-tária dos Bombeiros Voluntários e a câmara municipal de Alcoutim. O objetivo, para além do lazer, é melho-rar a qualidade de vida dos idosos ao nível da ocupação saudável do tempo e aumento da autoestima. A profes-sora, Ana Alves, é a responsável pelos ensaios do grupo coral que cantou, encantou e promete mais atuações.

ções locais, na medida em que elas desempenham um papel essencial na coesão social do concelho, não só na sua ação diária, substituindo com êxito os poderes públicos, mas também porque enriquecem e for-talecem o património humano que são as pessoas”.

Entre as associações locais bene-ficiadas constam catorze [Associa-ção de Pesca Desportiva de Castro Marim; Associação Recreativa Cul-tural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora; Associação Recreativa e Cultural Azinhal; Campesino Recrea-tivo Futebol Clube; Casa do Povo do Azinhal; Clube de Junqueira; Clube Recreativo Alturense; Grupo Despor-tivo e Cultural de Rio Seco; Leões do Sul Futebol Clube; Putos da Rua

Futebol Clube; Secção Columbófila Castromarinense; Secção Columbó-fila do Clube Recreativo Alturense;

Sociedade Recreativa Banda Musical Castromarinense; e União Despor-tiva Castromarinense].

Nesta edição quero falar-lhe de como reduzir o consumo energético e o valor da fatura da eletricidade no fim do mês.

Verifique primeiro o número de lâmpadas elétricas que tem em cada sala ou quarto da sua casa. São todas necessárias? Então retire o máximo de lâmpadas que lhe seja possível, deixando apenas o suficiente para o seu trabalho ou conforto. Quanto às restantes, se ainda não substituiu por lâmpadas de baixo consumo esta será uma ótima oportunidade para o fazer. Existe à venda grande variedade deste tipo de lâmpadas, um pouco mais caras, mas que duram o triplo das outras.

Nesta época do ano, algo que faz subir o consumo energético nas nossas casas é o aquecimento. Nas construções mais antigas, sem sistema de isolamento, o melhor é isolar todas as janelas e portas exteriores. Podemos encontrar em drogarias, ou outras lojas, fitas para isolamento de portas e janelas de vários tipos e com vários usos, autocolantes e de fácil aplicação.

A área mais importante a isolar é sempre a zona inferior das portas e janelas, pois o ar frio (mais pesado que o ar quente), infiltra-se por qualquer espaço, empurrando o ar quente para a zona superior da casa, obrigando-nos a usar mais eletricidade para o aquecimento. Para essa zona devemos usar a fita mais larga, que é uma tira de esponja autocolante que se aplica na zona inferior interna das portas. Nas molduras de portas e janelas usamos uma outra fita, também autocolante, mais estreita e fina e toda em borracha. Este isolamento pode ainda ser reforçado substi-tuindo as cortinas de janelas e por-tadas, normalmente mais finas e quase sempre para decoração, por cortinas mais grossas e pesadas (a usar apenas na estação mais fria, claro) evitando assim a entrada do ar frio nas nossas casas.

Algo que consome muita energia são as “luzinhas” vermelhas dos pequenos eletrodomésticos que não ficam realmente desligados. Eu chamo-lhe «o combate às luzi-nhas vermelhas»! Se não consegue desligar completamente o aparelho desligue-o da tomada quando não o estiver a utilizar. No fim do mês notará a diferença!

Boa poupança e até à próxima edição!

Divirta-se e até à próxima edição!

Maria Celeste Santos

5 homens e 5 mulheres, dos quais dois serão suplentes. Entre os crité-rios constam ter mais de 18 anos; a inclusão de pelo menos 3 cidadãos de nacionalidade portuguesa e de pelo menos 3 cidadãos estrangeiros a residir há menos de seis anos em Portugal. Recorde que o projeto «Cor-febol» é promovido pelo Alto Comis-sariado para a Imigração e Diálogo Intercultural-ACIDI em parceria com a Rede de Centros Locais de Apoio à Integração de Imigrantes - CLAII e cofi-nanciado pelo Fundo Europeu para a Integração de Nacionais de Países Terceiros - FEINPT.

Delegação de VRSA já reuniu 15 elementos

Entretanto a CV VRSA já fechou as inscrições e conseguiu reunir 15 participantes. As mulheres estão em maioria com uma participação ame-

ricana, duas moldavas, três búlgaras e quatro cidadãs portuguesas. Já os homens estão em minoria com um português e três cidadãos dos países de Leste (Moldávia, Bulgária e Ucrâ-nia). Quanto aos treinos, Maria Rita Prieto, do CLAII de VSRA garantiu

estar a aguardar a resposta da Escola D. José I em VRSA para que os trei-nos possam decorrer no pavilhão do estabelecimento escolar.

Para mais informações contacte: [email protected] ou 281541827.

VRSA já tem equipa intercultural de Corfebol

Castro Marim garante apoios ao associativismo local

Seniores criam grupo coral

Trata-se de uma iniciativa inédita que alia o desporto à promoção do diálogo intercultural e ao combate a comportamentos discriminatórios. O objetivo é formar equipa em VRSA com cidadãos nacionais e imigrantes. Cruz Vermelha já conta com 15 elementos.

Cruz Vermelha já tem equipa de corfebol com nacionalidades portuguesa, americana, búlgara, ucraniana, russa e moldava

Município atribuiu subsídios a 14 associações locais que ultrapassam os 90 mil euros

Grupo Coral abrilhantou a festa de Natal do Lar de Alcoutim

POUPANÇA CRIATIVA

Uma iniciativa da Cruz Vermelha/CLAII de VRSA

Em Alcoutim

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GRANDE REPORTAGEM

Foi na quadra natalícia que a câmara municipal de Castro Marim, em parceria com a

Associação Odiana, colocou em funcionamento a «Bibliomóvel», uma unidade móvel e extensão da biblioteca municipal castromari-nense, mas na vertente itinerante e descentralizadora. A bem dizer, o conceito de biblioteca ambulante não é novo, já a Fundação Gul-benkian nos anos 50 tinha criado o Serviço de Bibliotecas Itinerantes (SBI) com o intuito de promover e desenvolver o gosto pela leitura e elevar o nível cultural dos cidadãos. A prática era corrente e assentava no livre acesso às estantes, emprés-timo domiciliário e gratuitidade do serviço. As bibliotecas itinerantes, em veículos móveis, fizeram chegar os livros às aldeias e habitações mais dispersas de Portugal. Atu-almente a «Bibliomóvel» chega a Castro Marim em novos tempos, com objetivos semelhantes, mas com metodologias inovadoras e ade-quadas ao século XXI. A meta final é a mesma: o desenvolvimento de uma política cultural efetiva junto das populações, que visa demo-cratizar o acesso ao conhecimento e à leitura de toda a comunidade local. Passamos a explicar: a «Biblio-móvel» é um serviço itinerante de empréstimo domiciliário gratuito de material bibliográfico e infor-mático, que visa a descentralização cultural. Divulga o livro e promove a leitura junto das populações das zonas rurais e com baixa densidade populacional, assim como a grupos com necessidades especiais e com poucos recursos. De acordo com a autarquia a iniciativa “pretende con-tribuir para a formação integral e bem-estar do indivíduo, reforçando o direito de todos os cidadãos aos bens culturais”.

A busca incessante de novos uti-lizadores fora da sede de concelho é segundo a autarquia “um desa-fio cada vez maior numa sociedade em constante mutação”. O grande objetivo de uma biblioteca desta natureza, hoje, como antigamente, é o esbater das desigualdades de acesso ao Livro e à Leitura, fruto do isolamento social e geográfico de algumas populações. O projeto

leva bens culturais essenciais como o livro, o cd, o dvd e o jornal a casa de quem está impossibilitado de se deslocar à Biblioteca Munici-pal de Castro Marim, seja por razões de mobilidade ou de distância. A iniciativa já captou o interesse da população e promete levar e proje-tar a cultura aos quatro cantos do concelho.

Livros e uma palavra amiga

A «Bibliomóvel» está apetrechada de meios especializados e informati-zados, uma extensão real da Biblio-teca Municipal de Castro Marim. Não se transportam apenas livros, mas também toda uma panóplia diversificada de material audiovi-sual e as tão valiosas, e cada vez mais imprescindíveis, Tecnologias de Informação e Comunicação

[TIC]. “Para além de possibilitar aos munícipes dos aglomerados de interior o acesso à biblioteca municipal, garantindo-lhes ainda o acesso à internet (e isso pensa-mos que pode ser um serviço da maior importância), num tempo em que cada vez mais os assuntos se tratam online”, atesta o edil local, José Estevens, que vê nesta unidade uma oportunidade essencial. “Leva-mos a possibilidade aos munícipes mais isolados de poderem preencher alguns dos seus requerimentos e de se dirigirem à administração pública com esta ferramenta que o muni-cípio disponibiliza”, explica subli-nhando que para além da cultura e descentralização, leva-se também «uma palavra amiga e solidária», relembrando que a unidade móvel, apesar de incidir também nas esco-las do concelho, e portanto nos mais jovens, é destinado primariamente,

à população que vive nas localida-des das freguesias mais afastadas da sede do município. Objetivos são diversos, mas aqui descentralizar e potencializar são as palavras de ordem num concelho com muitas localidades serranas dispersas e iso-ladas, o que só por si já acarreta obstáculos ao nível de distâncias físicas e sociais e acessibilidades culturais.

Conhecimento para residentes e visitantes

A «Bibliomóvel» passa a visitar as quatro freguesias do concelho [Altura, Castro Marim, Odeleite e Azinhal]. O funcionamento é fácil e rápido, basta haver vontade e dis-ponibilidade para conhecer o inte-rior de um veículo completamente apetrechado com conhecimento. Qualquer cidadão das localidades

mais isoladas do concelho, pode ser um dos utilizadores desta unidade móvel. Basta dispor de um cartão, que pode ser solicitado no local, e que permite a requisição de todo o tipo de documentos. Cada utilizador pode requisitar dois documentos por um prazo de 15 dias, renová-vel duas vezes por igual período. A unidade ambulante funciona de Segunda a Sexta-feira e, para além da promoção do livro e da leitura, o espaço disponibiliza outros tipos de informação aos utilizadores no âmbito cultural, social e desportivo. Apesar do foco dirigir-se sobre-tudo às localidades mais isoladas do concelho, também a de litoral, neste caso a freguesia de Altura, vai receber a biblioteca itinerante. “Também vai funcionar no litoral; tem é que atuar com maior inten-sidade nas zonas do concelho onde as TIC, o acesso aos transportes e

Biblioteca itinerante percorre o concelho de Castro MarimSe os munícipes não se podem deslocar à biblioteca, desloca-se a fonte do conhecimento aos habitantes. O conceito não é novo, mas a metodologia sim, é inovadora. À semelhança da antiga Biblioteca itinerante da Gulbenkian, Castro Marim passa a dispor de um equipamento não só com livros, como também material audiovisual e acesso à internet. «Para além do conhecimento», lema da Biblioteca municipal, o objetivo é encurtar distâncias e levar, acima de tudo, uma palavra amiga e solidária àqueles que por força das distâncias se encontram mais isolados social e geograficamente. A biblioteca ambulante já corre o concelho. Os primeiros a conhecer foram as crianças.

Joana Germano

Cultura cada vez mais descentralizada

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 9

GRANDE REPORTAGEM

biblioteca municipal é mais difícil. Iremos privilegiar as freguesias de Odeleite e Azinhal, também a zona interior de Castro Marim, mas não quer isso dizer que Altura não tenha também a visita da «Bibliomóvel», assegura José Estevens que também não descarta a utilização da unidade pelos turistas. “Não é nossa prio-

ridade privilegiar os turistas, mas também não iremos fechar-lhes as portas da «Bibliomóvel», adianta explicando que “o que ocorre é que a utilização e consulta por turistas tem uma dificuldade acrescida em relação aos residentes, porque estão pouco tempo e porque podem fazer as suas requisições e depois existir dificuldade em proceder à entrega, mas é uma hipótese que não está descartada de todo” explica acres-centando que pode ser também “uma oportunidade de valoriza-ção da estadia do turista no Baixo Guadiana”.

Crianças foram as primeiras a conhecer a unidade itinerante

O arranque das funções da biblio-teca ambulante aconteceu no mês de Dezembro com visitas às escolas

do 1º ciclo e pré-escolar do concelho de Castro Marim. A visita permi-tiu dinamizar uma atividade de leitura em torno de dois livros «O trenó novo do Pai Natal», de Nuno Caravela, e «O cavalinho de pau do Menino Jesus e outros contos de Natal», de Manuel António Pina. Aqui os alunos, juntamente com os professores escolares e as animadoras da unidade, puderam desvendar o misticismo da car-rinha da cultura móvel. Os mais pequenos ficaram encantados com a carrinha, os quais apelidaram de «Biblioteca com Rodas». Depois de um breve jogo de Natal procedeu-se à visita guiada à carrinha e seus conteúdos literários e didáticos. Os mais novos, e porque a época era natalícia, foram presenteados com livros e com uma viagem ao mundo da biblioteca móvel. Ao receber os presentes as crianças depressa esbo-çaram um sorriso e transmitiram a maior das alegrias. Muitos, aguça-dos pela curiosidade apressaram-se a abrir a prenda. Outros, mais conti-dos, garantiram que só abririam no Dia de Natal. No final da apresen-tação, nomeadamente os alunos do Centro Escolar de Altura, cantaram um medley de Natal que encantou miúdos e graúdos presentes. A festa do Natal, encabeçada aqui pela «Bibliomóvel», prosseguiu para mais de duas centenas de crianças visitando todas as escolas do con-celho. Quem também manifestou contentamento com a Bibliomóvel foram algumas das professoras pre-sentes para as quais a deslocação à biblioteca descentralizada agora é mais fácil e agilizada, vindo direta-mente ao encontro dos miúdos e das suas necessidades. Segundo a autar-quia castromarinense, “o renascer da biblioteca móvel no concelho é um valioso contributo ao enrique-cimento cultural das pessoas, num compromisso para com o lema ins-crito na Biblioteca Municipal: estar para além do conhecimento”.

2013 começa em força

Dezembro foi o mês inaugural e de apresentação da biblioteca ambulante; sobretudo uma viagem pelas escolas e uma apresentação aos mais novos. Já para este mês de Janeiro a «Bibliomóvel» começa a todo o gás. As primeiras visitas da unidade dão a conhecer o staff da Biblioteca Municipal e o modo de funcionamento do equipamento. Posteriormente, por cada visita, uma história para contar e para ouvir também, por parte de quem for visitado e queira compartilhar algo com a equipa constituída por Técnicos da Biblioteca e/ou técnicos da Unidade Orgânica de Educação e Ação Social da autarquia.

Para já estão a ser definidos seis distintos percursos pela totalidade do concelho. Os percursos vão ser publicados nos mupis existentes

pelo território, nos meios de comu-nicação social e ainda através de flyers informativos e no website do município:

www.cm-castromarim.ptOs objetivos, segundo a autar-

quia são «a proximidade, periodi-cidade, cumplicidade e amizade com o público-alvo destes servi-ços».

A sublinhar que o projeto da «Bibliomóvel» tomou forma

através de uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural [PRODER]; uma iniciativa da Câmara Municipal de Castro Marim em parceria com a Asso-ciação Odiana.

Biblioteca itinerante percorre o concelho de Castro Marim

O Serviço de Bibliotecas Itinerantes (SBI) foi criado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 1958. A sugestão foi de Branquinho da Fonseca, no seguimento ao projeto de uma biblioteca-circulante iniciado pelo próprio, em 1953, no museu-biblioteca do Conde Castro Guimarães, em Cascais.

Branquinho da Fonseca era ali conservador-bibliotecário. A intenção era abranger todo o território nacional, incluindo as atuais regiões autónomas. O objetivo era o de promover e desenvolver o gosto pela leitura e elevar o nível cultural dos cidadãos, assentando a sua prática no princípio do livre acesso às estantes, empréstimo domiciliário e gratuitidade do serviço

O público a quem o serviço se dirigia era principalmente o de menor acesso à educação e cultura, habitando nas regiões mais desfavorecidas, abrangendo todas as faixas etárias. As estatísticas demons-tram que o maior acolhimento destas bibliotecas se registou entre o público mais jovem. Após a morte de Branquinho da Fonseca passou a ser dirigido pelo escritor António Quadros.

Criar bibliotecas itinerantes foi uma opção motivada pelo facto de grande parte das populações não terem tido antes contacto com o serviço de bibliotecas, tornando-se essencial que estas se deslocassem até aos leitores que tinham desde a falta de tempos livres à escassez de meios de deslocação. Pelo custo dos livros, estes só eram acessíveis, na época, às classes mais favorecidas.

As bibliotecas itinerantes, em veículos móveis, fizeram chegar os livros às aldeias, pequenos lugarejos e habitações dispersas de Portugal. Este serviço era em muitos casos o único contacto com os livros que se possibilitava a um elevado número de populações. Não disponibilizava apenas leitura lúdica, embora esta fosse a mais saliente, mas também leitura informativa e formativa, abarcando o maior número de temáticas possíveis e incluindo manuais de estudo oficiais.

A escolha do fundo documental obedecia a critérios definidos por uma comissão e era publicado num catálogo atualizado regulamente. No acervo das obras disponíveis iam-se incluindo, embora lentamente e de forma reservada, algumas obras não muito do agrado dos dirigentes políticos da ditadura do Estado Novo.

Números

No início, ano de 1958, foram colocadas em circulação 15 bibliotecas itinerantes, em especial na região de Lisboa e litoral. Em 1961 circulavam por todo o país, 47 carrinhas da marca Citroën. O pessoal que assegurava o funcionamento destas unidades móveis, era constituído por dois elementos: o auxiliar e o encarregado, este último responsável pela biblioteca, a quem competia orientarem o leitor nas suas escolhas de leitura. O encarregado não necessitava de qualquer curso específico, nem sequer de ser diplomado, apenas precisando de ser alfabetizado, evidenciar alguma cultura geral, gosto pelo livro e predisposição para o contacto com o público.

A Fundação Calouste Gulbenkian estabeleceu parcerias com as autarquias, através das quais estas últi-mas cediam instalações para depósito dos livros e pontualmente contribuíam no pagamento de despesas, ao passo que a Fundação arcava com o grande ónus de fornecer o acervo de obras, o biblio-carro, pagar os honorários do pessoal, o combustível, despesas de manutenção e conservação, entre outras. A Gulbenkian substituía-se assim ao Estado ao criar uma rede de bibliotecas, até porque o Estado não estava muito interessado na formação de cidadãos plenamente esclarecidos e informados.

A partir do início da década de 70 o projeto «Serviço de Bibliotecas Itinerantes» vê a sua sustentação fragilizada no seio da Gulbenkian, que pretendia que as despesas fossem repartidas com o poder central e local. A 20 de Fevereiro de 1974 chegou mesmo a haver uma reunião onde se discutiu a extinção do serviço. Com o 25 de Abril de 74 a situação mudou radicalmente e o serviço manteve-se, sofrendo algu-mas reestruturações.

No período de 1981 a 1996, com o escritor Vergílio Ferreira como diretor do «Serviço de Bibliotecas Itinerantes», foram enfatizadas a animação da leitura e a difusão literária e cultural e reforçadas as ativi-dades de promoção da leitura e dos livros, tais como exposições, debates, encontros com autores, leitura de contos e poesia, nas bibliotecas Gulbenkian.

Em 1983 o Serviço de Bibliotecas Itinerantes foi renomeado Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste Gulbenkian. Vergílio Ferreira foi um defensor da manutenção do projeto das biblio-tecas Gulbenkian. Entendia que a proposta lançada pelo Instituto Português da Leitura e do Livro não era uma alternativa completa, dado não cobrir então todo o país, porque excluía as regiões autónomas e por não ter um serviço de unidades itinerantes.

A implementação gradual do Programa Nacional de Leitura Pública, a partir de 1987, que visava a construção de bibliotecas de feição mais moderna de acordo com os princípios de Manifesto da UNESCO contribuiu para o decréscimo progressivo do número de efetivos da SBIF que se vinha registando desde o início da década, acima de tudo dos móveis, que rapidamente se extinguiram. Por outro lado muitas das nova biblioteca da Rede Nacional de Leitura Pública começaram a integrar o serviço de biblioteca itinerante. Contudo em muitos dos casos a gradual ausência das bibliotecas itinerantes da Gulbenkian das povoações, não foi colmatada pelos novos serviços móveis, sobretudo nos povoados mais periféricos. Em 1993 o S.B.I.F. passava a S.B.A.L. [Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura] e em 19 de Dezembro de 2002 era definitivamente extinto.

OBS: Esta resenha histórica é feita a partir de várias fontes da Internet, com especial o site: http://bibliotecasitinerantes.web.simplesnet.pt

Mais para trás, na vida das bibliotecas itinerantes

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LOCAL

A Escolinha de Infantes e Cadetes de Vila Real de Santo António foi a pri-meira a ser criada no Algarve e conta com 45 jovens; atualmente já outras surgiram na região. Esta é desde já uma aposta no futuro do corpo de bombeiros, pois do recrutamento feito no mês de Novembro de 2012 foram 24 os candidatos, sendo que cinco são da Escolinha. “De facto estamos já a colher frutos este ano. Agora foram cinco, para o ano são se calhar são mais dois ou três. Se não tivéssemos esta escolinha então não tínhamos mais ninguém”, conta o Comandante Paulo Simões que adianta que come-çar uma formação diretamente com os jovens é a solução para a ausência de bombeiros. “Os miúdos vêm com 6, 7, 8 anos e daqui a 3 ou 4 anos já sabem o valor do espírito de volun-tário”, adianta. As aulas começam em Janeiro, interrompem no Verão e recomeçam em Outubro aos Sába-dos das 10h às 13h com as vertentes de instrução, ginástica, socorrismo, incêndios, etc. “Já fizemos em VRSA um Encontro Nacional de Infantes e Cadetes porque quisemos abanar a estrutura da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que não têm nada para os miúdos”, alerta. Mas para se

ser bombeiro não basta o sonho de criança, há que ter espírito e saber acatar ordens, o que nem sempre é bem recebido. “Os miúdos querem todos ser bombeiros ou polícias, mas depois existe uma fase de adaptação ao regulamento, gradações, paten-tes, e a juventude de hoje em dia não gosta de receber ordens”, con-fessa revelando que enquanto alguns abandonam; ficam os resistentes e “os que sabem que servir aqui é muitas vezes sem receber nada em troca”. O espírito é ser-se voluntário, mas também voluntarioso.

Medicina é um caminho

Em muitos anos de casa (desde 1978) o Comandante Paulo Simões já conheceu muitos bombeiros e aspirantes que ao entrar no percurso académico encaminham-se sobretudo para a área da saúde. “Temos uma rapariga que está na República Checa a tirar um curso na área da medicina e mais duas raparigas que entraram para a escolinha já a pensar na área médica; tenho ainda um rapaz que vai para enfermagem e com a experiência que consegue adquirir aqui faz o curso com uma perna às costas”, considera.

O responsável ressalva também o grande empenho das Escolas básicas e Secundária do território onde os pró-prios docentes sugerem aos alunos ingressar nos bombeiros de forma a adquirirem algum conhecimento prá-tico daquilo com que podem lidar no futuro.

Recrutamento com apenas 15 bombeiros

No último mês de Novembro a recruta traduziu-se em 24 bombeiros; há dois anos foram 11 e a maioria não se manteve. O comandante fala em desmotivação. “Já tem acontecido casos, quando o pessoal assalariado não consegue dar conta do recado, em que se toca a sirene e aparece uma ou duas pessoas, outras vezes nem isso”, explica garantindo que a maioria dos voluntários tem o seu primeiro trabalho que lhes dá o sustento que o voluntariado não dá; e não só. “É complicado as pessoas virem volun-tariamente e deixarem as suas casas e as suas famílias e depois em serviço ainda serem ofendidas; parecendo que não desmotiva muito”, atesta. Quanto a ofensas o JBG questionou o porquê? A resposta não tardou. “Um exemplo

muito concreto: você liga para o 112 e vê o que demora a ser atendido e até ao pedido de socorro chegar. Não somos nós que atendemos e as pessoas não entendem isso. Muitas vezes os meios chegam muito tempo depois aos locais e quem ouve é quem vai lá. Os voluntários aos poucos desmo-tivam…”

Corpo de Bombeiros com novos elementos

Atualmente o Corpo de Bombei-ros vila-realense é constituído por cerca de 130 elementos. Passemos às subtrações. Desses 130, cerca de 45 pertencem à Escolinha, portanto não fazem serviço operacional. São 83 voluntários e apenas 35 são assalaria-dos. Para chegar está já uma equipa de intervenção cedida pelo Estado com mais cinco elementos; 50% é com-participado pela câmara municipal de VRSA e o Estado comparticipa os restantes 50%.

Foi em 2008 que a Escolinha de Infantes e Cadetes teve início em Vila Real de Santo António, sendo pioneira no Algarve. O objetivo é formar e renovar o corpo de soldados da paz que serve dois concelhos contíguos: VRSA e Castro Marim. Dos 24 novos bombeiros recrutados em Novembro, cinco são da Escolinha. Formação já está a dar frutos.

Escola de Infantes e Cadetes já está a dar frutos

Escolinha de Infantes e Cadetes preconiza o futuro das corporações

Corpo de Bombeiros Voluntários de VRSA

O orçamento 2013 da autarquia alcouteneja foi aprovado na reu-nião da Assembleia Municipal de Alcoutim, no dia 14 de Dezembro de 2012 prevendo uma receita e uma despesa global de 11.903.703€; sendo de despesas e receitas cor-rentes 5.922.203€, o que representa 49,8% do orçamento, e 5.981.500€ de receitas e despesas de capital, representando 50,2% do total do orçamento.

De acordo com a autarquia o documento “propõe um desenvol-vimento sustentado, onde aposta na melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos munícipes”, contem-pla ainda “a continuação dos inves-timentos nas áreas do saneamento básico e abastecimento de água, renovação da rede viária e urbana, educação, cultura e desporto, ação social e saúde, indústria e energia, ordenamento do território, turismo e proteção do meio ambiente”. O grande objetivo de 2013 “é comba-ter o desemprego e o acréscimo do número de famílias com carências sociais e económicas”. A autarquia ressalva no entanto que no Plano

Plurianual de Investimentos, a ela-boração do orçamento para 2013 teve por base “um rigoroso exercício de prioridades de investimento e rentabilização de recursos, que lhes permitirá manter-se como referência nacional em termos de consolidação orçamental e estabilidade financeira e obedecer aos condicionalismos financeiros da Administração Cen-tral, agravados em 2013 pela alte-ração na distribuição dos montantes das transferências do estado, pelo aumento das receitas correntes e diminuição das receitas de capital e pela diminuição de fundos comu-nitários disponíveis”.

Na área dos transportes rodoviá-rios e rede viária está previsto um investimento de cerca de 2.500.000 euros, onde se destacam a pavi-mentação e sinalização da estrada municipal 507 (Cortes Pereiras – Alcoutim), a 2ª fase da Avenida de Acesso à Escola de Martinlongo e a reparação da ponte de Mestras/Barroso. No abastecimento de água e saneamento básico, entre outras obras, o município evidenciou ainda a construção das condutas

As Festas de Natal multiplicaram-se pelo Baixo Guadiana e tal como tem vindo a ser tradição, os seniores tive-ram festividade com fado e música popular em Castro Marim.

O convívio no dia 23 de Dezem-bro, teve lugar na Quinta do Sobral e reuniu quinhentos idosos, com mais de 60 anos, residentes no con-celho castromarinense. Foi servido um almoço de Natal em simultâ-neo com muita música e animação com o grupo de baile «+ Dois» e a fadista Aurora Gonçalves.

Segundo a câmara municipal de Castro Marim “o tradicional almoço de Natal para os idosos constituiu um momento de confraterniza-ção, em que todos estiveram mais unidos no espírito natalício, real-çando a importância do amor e a necessidade de viverem em paz e comunhão, para que os valores da amizade, da solidariedade e da fraternidade não esmoreçam neste tempo de angústia e de dificuldades para muitas famílias”, considerou o edil local, José Estevens.

Festa de Natal dos seniores

Festa de Natal contou com muita música e animação

Em Castro Marimao Azinhal, Diogo Dias, Tremelgo e Pessegueiro.

Nas áreas da saúde e ação social está prevista a conclusão da obra do Lar de Balurcos e a autarquia avança com a construção do Lar de Martinlongo. O apoio social e a ajuda económica às famílias serão também reforçados através do alar-gamento de um conjunto de medi-das iniciadas em 2012 (atribuição de bolsas de estudo aos estudantes, pagamento de refeições a todos os alunos do 1º, 2º e 3º ciclos, pré-escolar e creche, isenção de 5% no IRS, aplicação de taxas mínimas de IMI e garantia de acesso gratuito a serviços de saúde, como dermato-logia, medicina dentária, fisiotera-pia, entre outros). Os programas de combate ao tabagismo, alcoolismo e outras dependências, bem como os serviços prestados pela Unidade Móvel de Saúde, «Alcoutim ainda + Solidário» e o «Vamos à Vila» vão manter-se como prioridades.

Em 2013 está ainda prevista a ampliação da Praia Fluvial do Pego Fundo, a remodelação do salão da câmara, que será transformado num auditório, a construção do núcleo museológico Dr. João Dias, a construção de um loteamento habitacional em Alcoutim e de outro em Martinlongo e a con-clusão da obra do edifício Paços do Concelho.

Alcoutim aprovou orçamento para 2013

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 11

LOCAL

Forte de S. Sebastião é monumento nacional

Classificação do Forte de São Sebastião em Castro Marim como monumento nacional pode atrair mais turistas à vila e fomentar a economia local

A classificação como monumento nacional do Forte de São Sebastião, antiga muralha defensiva de Castro Marim, vai contribuir para aumentar a atratividade turística da localidade, quem o garante é José Estevens, edil local. Distinção faz jus ao lema do município: «Castro Marim Uma Terra com História».

No início de Dezembro chegou a boa nova ao concelho de Castro Marim. O Forte de S. Sebastião, antiga muralha defensiva da vila, foi classificado monumento nacio-nal, segundo decisão do Conselho de Ministros de 06 de Dezembro. No caso do Forte de São Sebastião,

foram ainda integrados na classifi-cação como monumento nacional os demais elementos arquitetónicos que subsistem dos baluartes e revelins que o ligavam ao castelo de Castro Marim. A salientar que em Castro Marim já estava classificado como monumento também o castelo da vila.

Perante a classificação, o presi-dente da câmara municipal, José Estevens, atesta que este reconhe-cimento “é motivo de regozijo, de afirmação, de valorização e constitui um aumento da atratividade turís-tica da terra, porque temos sempre muita gente interessada em visitar estes monumentos, especialmente quando o património passa a inte-grar os catálogos de monumentos classificados”. A distinção do Forte é também “motivo de orgulho e, ao mesmo tempo, de esperança para o futuro do concelho”, diz. “Trata-se de reconhecer o valor histórico que Castro Marim tem, porque o facto de, sendo uma vila tão pequena ter

dois elementos [Castelo e agora o Forte] que integram o património nacional, é motivo digno de orgu-lho”, diz defendendo que “na região do Algarve, talvez sejamos a sede de concelho que terá património com maior relevância e dimensão relativa classificado”.

História e paisagem de mãos dadas

O autarca frisou ainda que a classi-ficação do Forte de São Sebastião foi um processo liderado pelos serviços de cultura do Algarve e reconheceu que, para a classificação do monu-mento também “terá contribuído o facto de ser um património comple-tamente recuperado e bem visível na paisagem do sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António”. Além do forte, a classificação inclui um dos cinco baluartes originais que ainda subsiste, e o Revelim de Santo António, que também integrava a estrutura defensiva da vila e do castelo.

Atualmente o património que integra o Forte de S. Sebastião está completamente recuperado, sendo que autarquia castromari-nense defende que este é um dos fatores que pode ter contribuído para esta distinção, relembrando que o monumento encontrava-se,

nos finais dos anos 90, num estado avançado de degradação que ame-açava a sua destruição. Para além da requalificação levada a cabo, a autarquia enaltece a paisagem cir-cundante do Forte e Revelim que dispõem de “uma vista panorâmica deslumbrante sobre a Reserva Natu-

ral do Sapal de Castro Marim/Vila Real de Santo António”.

Requalificação entra na 4ª fase

Recorde que em 2004 a Câmara Municipal de Castro Marim ini-ciou um projeto de reconstrução integral e consolidação do Forte de São Sebastião e das respetivas muralhas, com vista à preservação da autenticidade e integridade do monumento, respeitando a sua con-figuração original. O investimento foi de 2 milhões de euros, faseado em três intervenções: as obras na fortificação, que integraram o Balu-arte do Enterreiro; o Baluarte de São Sebastião; a Cortina do Enterreiro e a Cortina do Forte contemplaram a desmatação e limpeza, a recon-figuração pontual da alvenaria, a reparação de juntas desguarnecidas, a reparação de fissuras, a melho-ria das condições de drenagem das águas pluviais, a remoção e execu-

ção de argamassas de revestimento e a reconstrução dos diferentes troços de muralhas. A intervenção na fortaleza foi acompanhada por arqueólogos da Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, sob a orientação da arqueóloga Ana Arruda.

Não obstante, o projeto de requa-lificação ainda não está concluído. A recuperação e requalificação do Forte de São Sebastião ficará com-pleta com a execução da 4ª fase do projeto, que segundo a autarquia “prevê a reorganização dos espaços intramuros e área envolvente, desti-nados a fins turísticos, criando para o efeito dois espaços para a reali-zação de grandes eventos culturais: um fechado dentro da cidadela do Forte, o outro no terreiro adjacente à Cortina da Lezíria, mais informal e polivalente”. Ainda o Passeio de Ronda, que percorre toda a muralha da fortificação, irá dispor de estru-turas de acolhimento e informação para o visitante. Segundo a informa-ção disponibilizada pela autarquia a obra de melhoramento e valorização do Passeio de Ronda será executada brevemente.

A História do Forte

A construção do Forte de São

Sebastião e das muralhas adjacen-tes datam do Século XVII e foram mandadas construir em 1641, pelo rei D. João IV, no âmbito das Guerras da Restauração com Espanha, o que denota a importância estratégica deste lugar do território. A edifica-ção desta fortaleza veio transformar

o velho castelo medieval na praça militar mais importante de todo o Algarve, atendendo à sua localiza-ção privilegiada junto à linha de fronteira.

É de salientar que a planta do Forte adaptou-se ao cerro onde está implantado, contando com um recinto amuralhado que integra cinco baluartes e cuja porta princi-pal está virada a Norte, em direção à vila e ao Castelo, que está classi-ficado como monumento nacional desde Junho de 1910. Originaria-mente, o Forte de São Sebastião, enquanto elemento defensivo da vila, dispunha de duas portas de ligação ao Castelo; uma na entrada nascente em São Sebastião, a outra na entrada Sul em Santo António.

Recorde que à semelhança do Forte de Castro Marim outras seis estruturas situadas nos concelhos de Silves, Viana do Alentejo, Alcácer do Sal, Trancoso, Porto e Chaves foram classificadas como monumentos nacionais.

Reconhecimento histórico pode trazer mais turismo a Castro Marim

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LOCAL

A hipótese de candidatura ao município de Tavira já tinha sido difundida pelos media ao longo de 2012, mas agora é oficial. José Fernandes Estevens, que já atingiu o limite de mandatos à frente dos destinos do concelho de Castro Marim, vai-se candidatar ao muni-cípio vizinho de Tavira pelo Par-tido Social Democrata (PSD). “A minha candidatura ao concelho de Tavira já foi ratificada pela Comissão Política Nacional do PSD, portanto já é uma certeza”, garantiu José Estevens ao JBG no final de Dezembro.

Quanto à questão da lei de limi-tação de mandatos autárquicos José Estevens é contra. “Sempre me manifestei contra a limitação dos mandatos por entender que

isso representa um condiciona-mento do direito de qualquer cidadão; constitui um certificado de menoridade ao povo que penso que ao longo destes 38 anos de democracia já deu suficientes provas da sua superior maturidade e inteligência, sendo que não pre-cisa de ver impostas medidas para fazer as suas escolhas”, considera o autarca ressalvando no entanto que outro assunto distinto é a limitação a concelhos diferen-tes. “Nunca esteve na mente do legislador limitar os mandatos a outros municípios. Esta foi uma questão lançada à última da hora oportunisticamente, dando uma má imagem dos políticos”, asse-gura sublinhando que se trata de “uma compressão nos direi-

tos, liberdades e garantias dos cidadãos; é algo que vai contra a Constituição como muito bem esclareceu a Comissão Nacional de Eleições”. Para o responsável esta é já “uma questão ultrapas-sada”.

Recorde que a lei de limitação de mandatos impede os autarcas de cumprirem mais de três man-datos consecutivos. A ambigui-dade reside na interpretação da lei. De momento o próprio Governo em coligação tem interpretações opostas; PSD dá cobertura a candidaturas no limite a outros municípios, já o CDS entende que a limitação incide sobre o cargo, pelo que os autarcas em fim de mandato não se podem candidatar a outro município.

O JBG soube em primeira mão que José Fernandes Estevens, atual presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, já oficializou a sua candidatura ao município de Tavira para as eleições autárquicas já no próximo mês de Outubro.

José Estevens é candidato à Câmara Municipal de Tavira

O autarca castromarinense candidata-se ao concelho vizinho de Tavira

Já é oficial

A Unidade de Cuidados Continua-dos do Azinhal está concluída desde a primeira metade do ano 2012, mas o seu apetrechamento e últimos aca-bamentos ainda não permitiram a abertura da unidade. De facto a obra da Associação de Bem Estar Social da Freguesia do Azinhal (ABESFA), sob a chancela do arquiteto José Alberto Alegria ficou concluída 18 meses antes da data inicialmente prevista. “De momento está em fase de acabamento de alguns arranjos exteriores e ligação à rede elétrica”, conta José Estevens garantindo que

“a informação que temos da ARS Algarve é que está tudo em con-dições de poder ser contratado o serviço e isso irá acontecer já no princípio de 2013”. Segundo o autarca a unidade poderá começar a cumprir a sua função sendo que se trata “de uma carência recla-mada pela população do concelho e também do Algarve”.

Unidade com «excelentes condições»

O projeto, inserido numa zona

desprotegida, com população idosa, enquadra-se nos objetivos da Rede Nacional de Cuidados Continuados e foi até considerada pelo Presi-dente da Administração Regional de Saúde do Algarve, Martins dos Santos, como usufruidora de «exce-lentes condições», após uma visita de trabalho realizada ao local em 2012.

O equipamento foi construído a pensar nos utentes e nas famílias, integra espaços de convívio e dois pátios de influência arquitetónica mediterrânica, com três alas de

quartos: 10 quartos individuais de internamento, 10 quartos duplos de internamento, um quarto indivi-dual de isolamento e um quarto de pessoal de serviço. O piso inferior é composto inteiramente por uma zona de serviços, nomeadamente cozinha, refeitório, lavandaria, insta-lações sanitárias e técnicas. O inves-timento total foi de dois milhões e duzentos mil euros, sendo que 41% do investimento total foi financiado pelo Programa MODELAR do Minis-tério da Saúde e os restantes 59% da Câmara Municipal.

Albufeira, Olhão e Faro foram os últimos municípios do Algarve que viram recentemente aprovadas as suas candidaturas ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL). Juntam-se agora a Lagoa, Lagos, Loulé e Tavira cujas candidaturas foram aprovadas em Novembro. Portimão e Vila Real de Santo António aguardam ainda decisão do Governo. Até à data o Estado já garantiu 76 milhões de euros para liquidar dívidas a curto prazo das câmaras municipais.

Recorde que Vila Real de Santo António tem em curso um Plano de Ajustamento Financeiro, um instru-mento que visa a estabilidade eco-nómica da autarquia e pretende dar seguimento às metas de contenção, em vigor há pouco mais de um ano. Esta medida pressupõe o recurso ao PAEL, visando o saldo das dívi-das vencidas há mais de 90 dias e registadas a 31 de Março. Como tal, a autarquia pombalina concretizou em Outubro passado o pedido de 25,6 milhões de euros dos quais 30% se destinam a liquidar faturas a fornecedores do concelho.

Apenas os municípios de Alcou-tim, Aljezur, Castro Marim, Vila do Bispo, Monchique, S. Brás e Vila do Bispo ficam de fora e não se candidataram a este instrumento estatal.

Infraestrutura está concluída desde Maio de 2012 encontrando-se atualmente em fase de apetrechamento e arranjos finais. 2013 pode ser o ano em que a Unidade finalmente cumpre a sua função. A garantia é deixada ao JBG pelo edil castromarinense José Estevens.

Unidade de Cuidados Continuados de Azinhal quase pronta a funcionar

Investimento na infraestrutura foi de 2 milhões e 200 mil euros

Contratação dos serviços pode estar para breveVRSA aguarda pela aprovação do PAEL

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 13

À conversa com Luís Romão, novo Diretor Regional do IPDJ

Luís RomãoÉ PROFESSOR DE

HISTóRIA DE FORMA-

çãO, É PRESIDENTE DA

JUNTA DE FREGUESIA DE

VILA REAL DE SANTO ANTó-

NIO, DE ONDE É NATURAL, E

ESTEVE DESDE SEMPRE LIGADO

À ÁREA DE DESPORTO, SEJA POR

QUESTõES QUASE DE GENÉTICA [PAI

É GINASTA MEDALHADO] OU PORQUE

JÁ PRATICOU UM SEM FIM DE MODALI-

DADES, TENDO ATÉ JÁ SIDO TREINADOR

DOS JUNIORES DO OLHANENSE. PODE-SE

QUASE DIzER QUE É A FóRMULA PERFEITA

PARA O CARGO QUE OCUPA HÁ QUASE SEIS

MESES COMO DIRETOR REGIONAL DO RECENTE E

FUNDIDO INSTITUTO PORTUGUêS DO DESPORTO E

JUVENTUDE. DESPORTO E JUVENTUDE É UM BINóMIO

QUE DESDE SEMPRE CONHECE E DOMINA. À FRENTE DO

IPDJ JÁ SUBLINHA DOIS CAMINHOS: PROXIMIDADE E ENVOL-

VIMENTO, POIS GARANTE QUE AS REFORMAS NãO SE FAzEM

NOS GABINETES.

Joana Germano

GRANDE ENTREVISTA

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14 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2013

JBG – Está há seis meses na direção de um IPDJ recen-temente criado. Como tem sido?

Luís Romão - No fundo isto é o ano zero. Foi uma fusão que em termos legislativos está feita, mas que, em termos de procedi-mentos, ainda há muitas lacunas, quer a nível central ou regional, visto que fundiu o desporto com a juventude, e isto demora o seu tempo; felizmente temos aqui uma equipa muito boa. Não quero estar a bater no passado, mas efetiva-mente a herança não foi a melhor. Os feedbacks que me vão chegando revelam alguma desacreditação do antigo IPJ. É necessário ir para o terreno, é necessário reabrir isto, até porque temos um edifício fan-tástico e não podemos estar para-dos. Estamos num período em que falamos de crise 500 vezes por dia, mas o discurso está muito negativo; é muito fácil justificarmos tudo com a crise, o difícil é ter um discurso positivo no meio disto tudo e temos que acreditar que é possível.

JBG – O IPDJ é a fusão de dois organismos nas áreas da juventude e desporto. Tratou-se de redução de despesas ou de uma aposta integrada?

LR - É um bocadinho das duas. Há efetivamente uma racionaliza-ção dos serviços e dos meios, que me parece importante neste perí-odo. Se esta racionalização for feita de forma integrada e consistente, como me parece que está, julgo que é a correta, pois desporto e juventude têm tudo a ver. Acho que se ganha mais; dá mais trabalho, é um facto. Há uma racionaliza-ção dos meios e tem que existir, porque efetivamente houve erros que foram cometidos e tem que se racionalizar, mas também potenciar aquilo que existe, e aqui acho que foi uma fusão bastante feliz. Aqui o desporto pode beneficiar do con-tacto com a juventude e vice-versa; este binómio pode ganhar escala.

JBG – Como é que funciona esta política integrada e des-centralizada para ambas as áreas?

LR -É importante respeitar a identidade de cada área, sendo que será possível, em algumas situa-ções, cruzar as duas. É claro que se há um projeto de desporto convém que seja coordenado por um téc-nico de desporto e vice-versa. Isto quer por uma questão de conheci-mento e domínio da matéria, quer por uma questão de lógica. Neste momento temos um gabinete téc-nico do IPDJ onde estão a trabalhar os técnicos da juventude e os do desporto e essa integração é muito

importante porque acabam por ter que conversar sobre os projetos e isso suscita a curiosidade e refle-xão; trata-se de uma integração progressiva.

JBG – A sede do IPDJ é em Faro. Excluindo o website, como é que um jovem pode conhecer o IPDJ? Existe algum gabinete descentralizado?

LR -Não, não existe e esse é um dos projetos para começar no início de 2013, pois já estamos a preparar um périplo pelo Algarve. Ou seja, a ideia é irmos a todos os concelhos algarvios, em parceria com as câmaras municipais, e fazer com que estas convoquem todas as associações; o objetivo é fazer uma apresentação do que é o IPDJ, as valências, os apoios, a questão do associativismo jovem; é no fundo ir ao terreno. Com o caos da 125 e os constrangimentos da A22, que nos limitam, acabamos por nos afastar

e sem ser através do website não há grande hipótese. Há muita gente que não sabe quais são as valências do IPDJ e o nosso papel é inverter isso. Não podemos estar à espera que as pessoas venham aqui; temos que ir ao terreno e o périplo serve de ponto de partida. As associações e os jovens têm que saber que nós existimos, perceberem que temos uma política de proximidade e a partir daí, despoletar o processo. Quero que o IPDJ seja uma refe-rência em ambas as áreas. Na área da juventude talvez seja mais fácil, pois temos já vários projetos a nível nacional, falta é ir para o terreno. Na área do desporto é mais com-plicado não havendo dinheiro; a aposta é sobretudo na área da for-mação, mas também aqui estamos a auscultar as câmaras. Temos sobre-tudo que ouvir as pessoas.

JBG- Um dos objetivos é revitalizar o turismo jovem, nomeadamente a rede de Pousadas da Juventude. Este

ano já fecharam cinco pou-sadas por falta de condições e aquelas, com taxas de ocu-pação inferiores a 20%, vão encerrar este Inverno, inclu-sive a de Alcoutim. Trata-se da qualidade em detrimento da quantidade?

LR -Não é só a quantidade, tem a ver com a racionalização dos meios também. A crise leva-nos a repensar aquilo que temos. As Pousadas não são do IPDJ, são da Movijovem, mas a ideia é mesmo a qualidade e a rentabilidade em detrimento da quantidade. Por-tanto aquelas que estão junto às sedes são para ficar. Alcoutim não corre o risco de fechar, poderá é equacionar-se o seu período de funcionamento durante o ano; depois haverá outras que não têm viabilidade nenhuma e nesses casos poderão ser negociadas com enti-dades particulares ou com câmaras municipais. Por exemplo, e no caso concreto da Pousada de VRSA, são

precisas obras profundas, mas há interesse em negociar e assim que surja uma proposta concreta é claro que há interesse e faz muita falta em VRSA. Em relação à Pousada de Faro há um projeto muito espe-cífico, que é reformular a Pousada com mais quartos duplos, reabrir o bar e ter aqui espetáculos. O próprio auditório pode significar negócio para as Pousadas, pois há interesse de muitas empresas em formações externas e workshops; tudo isto está ainda a ser estudado, mas os feedbacks são muito posi-tivos.

JBG- Existem parcerias ao nível do desporto com as infraestruturas regionais? A título de exemplo, existe alguma parceria com o Com-plexo Desportivo de VRSA que foi recentemente distin-guido?

LR - Estão a ser preparados alguns projetos de âmbito inter-nacional, os quais atualmente estamos a tentar perceber se são possíveis de concretizar. Estamos a tentar reativar o Encontro Algarve-Andaluzia e poderia perfeitamente funcionar em VRSA, até por ques-tões de proximidade. O IPDJ não tem instalações desportivas, por-tanto temos sempre que recorrer às boas instalações que existem no Algarve. VRSA tem um complexo que tem que ser aproveitado e neste momento já há projetos em comum: o programa nacional e o centro de marchas e corrida, que funcionam no Complexo e ainda os centros de prescrição de ativi-dade física que funcionam nesses mesmos espaços; portanto há uma grande proximidade. O intuito de irmos para o terreno também é reunir com os vereadores dessas áreas para encontrar pontes. Mais uma vez vamos dar a um traba-lho de descentralização. No alar-gamento ao desporto estamos a preparar iniciativas; por exemplo em S. Brás de Alportel estamos a tentar preparar uma Festa dos Campeões para homenagear os campeões nacionais algarvios; há um encontro regional de desporto adaptado em carteira; também as Jornadas de Desporto na Natureza; o uso do Parque Aventura em Ode-leite é outra das hipóteses em que já temos iniciativas pensadas. São ideias que sendo feitas em parce-ria os custos minimizam bastante; tudo é possível. Felizmente a rede de parceiros começa a ser bastante extensa e profíqua e desta forma será sempre possível surgirem novos projetos de âmbito regional, nacional ou internacional.

JBG- A base para o futuro são portanto as sinergias?

LR – Sim, em tudo. Por exemplo, as direções regionais têm que cola-borar umas com as outras nas ativi-dades e o relacionamento pessoal é muito importante, existindo já uma base nesse sentido com o Centro de Emprego e Formação Profissional, com a Direção Regional de Educa-ção e com a CCDR, para além de clubes, associações e autarquias. A Região de Turismo é outra parceira que tem que estar connosco. Há também um excelente relaciona-mento com o Conselho Nacional de Juventude e com a Agência Nacional para a Juventude. Penso que todos ficamos a ganhar se esti-vermos em sintonia.

JBG – As sinergias também valem para as escolas?

LR - Claro! Onde é que vamos cativar mais jovens? É nas escolas! As escolas têm que estar envolvidas nestes processos, pois é onde os

“Estamos sempre no campo da subsidiodependência e o caminho não é por

aí, é pelas sinergias, parcerias, com o sermos capazes de ser criativos,

engenhosos, empreendedores e conseguirmos fazer receita com alguma coisa

“Não acredito em políticas e reformas feitas em gabinete”

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jovens passam o tempo. Costumo dizer, como professor, que as esco-las costumam ser redutos irredu-tíveis e não é fácil a entrada. Se a entrada for feita em sintonia com a Direção Regional de Educação é mais fácil através de um projeto específico. Temos alguns, por exem-plo o Parlamento dos Jovens, que é patrocinado pela Assembleia da República, também o Euro Esco-las com o Parlamento Europeu, e depois o INOVA, ao nível do empreendedorismo. Estes projetos já fazem com que estejamos pre-sentes nas escolas, penso é que não se tem aproveitado bem isso; tem que haver um acompanhamento assíduo. Façamos um raciocínio: o grande alvo de desemprego atualmente são os jovens, ora o IPDJ tem que estar envolvido em tudo aquilo que se fizer em prol de políticas de combate ao desem-prego. Temos que nos aproximar e as sinergias são a resposta, pois é a única forma que temos neste momento para poder concretizar o que quer que seja. Se o dinheiro é em menor escala temos que fazer algo para contornar isso.

JBG - As políticas de juven-tude são as ideais?

LR - Julgo que se estão a dar passos nesse sentido. A questão do Livro Branco, em que se pediu contributos aos jovens, é um bom passo, isto desde que os contributos sejam tidos em consideração. Não acredito em reformas ou políticas feitas em gabinete, pois tem que se ouvir e ir para o terreno; no fundo é auscultar as pessoas e respeitar as diferenças regionais. Por vezes os diagnósticos são díspares da realidade. Existem, por exemplo, lacunas ao nível do associativismo, na área do emprego e as formações têm que ser orientadas nesse sen-tido. Espero que em 2013 já este-jamos em condições de fazer um diagnóstico preciso e ‘precioso’ das duas áreas e a partir daí encontrar caminhos. Obviamente que em seis meses, e num período de fusão, é mais difícil. Temos que perceber quais as necessidades e esse levan-tamento tem que ser feito. É por isso que estes périplos pelo Algarve são muito importantes.

JBG - O Algarve é a região do país onde as associações juvenis têm menor expres-são. Representam cerca de 1% do país com apenas 15. Porquê?

LR - É uma percentagem ínfima e julgo que este facto tem a ver também com a incapacidade que o IPJ teve de se mexer. Estas coisas só se conseguem no terreno, pois, e volto a reiterar, não acredito em políticas ou em reformas feitas em gabinetes. Temos é que nos preo-cupar em dar a volta à situação, ir para o terreno e sermos suficiente-mente apelativos e aqui, para além da mescla de desconhecimento, a maior fatia de culpa é mesmo da direção regional que tenho a ideia de não ter sido aliciante, motiva-dora e pró-ativa.

JBG- O apoio concedido ao abrigo do Programa Apoio Associativismo Jovem [PAAJ] é suficiente para a manuten-ção de uma associação ou o paradigma tem que mudar?

LR - As associações podem con-correr ao PAAJ desde que sejam RNAJ [Registo Nacional Associa-ções Juvenis], e também através

dos programas «Juventude em Ação» e «Impulso Jovem». São medidas que podem ser decisivas para concretizar e é importante que as associações percebam que podem usufruir de tudo isto. Con-tinuo a achar, e ainda bem, que isto não é suficiente, pois se for sufi-ciente estamos sempre no campo da subsídiodependência. O caminho não é por aí, acho que o caminho são as sinergias criadas com par-cerias, com o sermos capazes de ser criativos, engenhosos, empre-endedores e conseguirmos fazer receita com alguma coisa. Estes projetos são bons, têm financia-mento e são uma ajuda forte, mas não se pode cair só nesse erro. Os dirigentes associativos devem ser muito mais pró-ativos senão correm o risco de não terem sucesso. Temos bons exemplos de dinamismo cá e as portas do IPDJ estão sempre abertas.

JBG - Uma das funções do IPDJ é, para além do apoio

ao associativismo, também o apoio ao voluntariado e promoção da cidadania. Que atividades desenvolvem?

LR - Temos programas pró-prios, temos uma base de dados de voluntários, temos programas que participam em ações dinami-zadas pelo próprio IPDJ; tivemos cá um recentemente sobre «Internet segura». Temos outro em stand by do voluntariado para as florestas e outro, muito interessante, que não existe nesta Direção Regional, que é o «Recados e Companhia» que apoia idosos, mas que no Algarve não está dinamizado. Depois temos muitos programas de voluntariado em parceria, nomeadamente com a Federação Portuguesa de Futebol, no apoio aos jogos; há ainda uma parceria com o «Rock in Rio» e o «Jovens 18-24» em parceria com a Prevenção Rodoviária.

JBG – Qual é a real impor-tância do voluntariado neste organismo?

LR – Para mim o espírito do volun-tariado é fazer sem receber nada em troca, aquele que é pago, porque existe, desvirtua completamente a essência. Tem que ser uma ação livre, algo que nos predispomos a fazer e que tem a ver com a per-sonalidade e educação das pessoas. Nas associações e clubes aquilo que chamamos de carolice é muitas vezes o voluntariado. No IPDJ queremos que a formação para a cidadania esteja sempre implícita em todas as iniciativas porque esta crise não é essencialmente de dinheiro, é uma crise de valores. Se os nossos jovens forem formados para serem bons cidadãos então teremos melhores profissionais, melhores políticos; em suma teremos uma sociedade muito melhor. Este trabalho envolve toda a comunidade e não é feito a curto prazo. Do que tenho observado o voluntariado tem que ter alguns estí-mulos ao longo do percurso senão acaba por desmotivar.

JBG- Quais os planos para

reanimar o espaço do IPDJ em Faro?

LR - É sobretudo o Plano de Ati-vidades Interno que vamos já pro-mover em 2013 com as associações que nos apresentam propostas; e já são muitas. Está aberto a qualquer associação que nos apresente pro-postas concretas. Temos um audi-tório, temos salas de formação, sala de exposições e estamos disponíveis para reunir. A questão da política de proximidade é muito importante para que se instale o hábito de vir ao IPDJ; no fundo é a valorização do espaço. A mudança da loja, a hipó-tese de reformularmos a Pousada e a reabertura do bar são aspetos funda-mentais. Para além destas mudanças físicas tem que haver uma atitude diferente com as pessoas e com as associações.

JBG - Há possibilidade de novos voos do IPDJ para 2013 ou a crise é limitativa?

LR - A crise é limitativa em parte, quando não há dinheiro para inves-tir em determinadas coisas. Mas a crise é também uma oportunidade para mudar o paradigma, para que as pessoas percebam que os modelos que existiram até agora já não funcionam. A forma como se funcionava já não faz sentido neste momento e temos que tra-balhar a cidadania para combater esta crise de valores. É um traba-lho mais desafiante, temos que ser muito mais criativos, muito mais empreendedores; é um trabalho que tem que ser feito.

JBG- Muitas associações juvenis queixam-se da ausên-cia de Conselhos Municipais de Juventude (CMJ). Quão importante pode ser esta estrutura?

LR - Efetivamente os CMJ podem e devem ser muito importantes a partir do momento em que os autar-cas percebam também que tem que lhes ser dado o valor necessário. Fazer os CMJ só por que se faz, não me parece a melhor atitude, agora se for no sentido de se ouvir e envolver os jovens nos destinos do concelho parece-me muito interessante. Se conseguirmos que as juventudes par-tidárias algarvias trabalhem em con-junto, pois são todas consensuais nos CMJ, já é um bom princípio. Agora é importante que os jovens sejam ouvi-dos e levados a sério. O que se decide não tem que ser lei, mas têm que ser ouvido, pois o futuro é dos jovens. Há duas coisas inequívocas: a crise é certa, mas se há gente que não tem culpa desta crise são os jovens que são vítimas deste estado atual, portanto mais uma razão para os envolver em busca de um futuro melhor. Estamos neste momento a construir com as Juventudes Partidárias do Algarve um projeto de cidadania e participação democrática. Estou com muitas expe-tativas relativamente ao produto final, mas acredito que vamos conseguir concretizar algo muito interessante e que sirva de exemplo, juntando as várias sensibilidades partidárias.

JBG – Foi adjunto de Luís Gomes e é atualmente presi-dente da junta de freguesia de VRSA. As autárquicas são já este ano…

LR -Faço parte da equipa do Luís Gomes inequivocamente. A única coisa que é certa e definida é que estou com o Luís Gomes, por várias razões; por amizade, por lealdade e por acreditar no seu trabalho.

“Esta crise não é essencialmente de dinheiro, é uma crise de valores e isto é mais grave porque é mais difícil resolver, pois tem que se trabalhar as questões da cidadania

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LOCAL

FOTOS 1 e 2Em Castro Marim, e com o selo da junta

de freguesia local, desfilaram pela vila cerca de 50 Pais Natais que aderiram ao apelo de trazer o fato vermelho e colocar a barba branca. Uns com fato, outros sem, todos se juntaram ao passeio. Também a «Casa do Natal» com presépio de Ernesto Pires, este ano com um túnel de um lado a outro do presépio, fez as delícias dos mais novos.

FOTOS 3 e 4Em Altura a junta de freguesia decidiu

dar largas à imaginação e encarnou a «Mãe» e o «Pai Natal» visitando o centro escolar e Infantário Cegonha Branca. Os mais pequenos adoraram a surpresa e os presentes. Também a Câmara municipal visitou todas as escolas do concelho com livros de presente com a «Bibliomóvel». Mais pequenos até cantaram medley de Natal.

FOTOS 5 e 6Augusto Rosa e Teresa Marques são

os autores do Presépio Gigante de VRSA que conta com mais de 3500 figuras e 190m2. As crianças e os turistas estran-geiros adoraram a grande obra de Natal em tamanho XL.

FOTO 7 Na Aldeia Natal de VRSA a pequenada fazia fila para poder falar com o Pai Natal. Ao chegar ao velhinho de barbas muitos pediam jogos e consolas. A «Aldeia Natal» teve ainda concertos, feiras de rua e teatro a assinalar a programação nata-lícia. Uma iniciativa da câmara, junta de freguesia SGU e da delegação de VRSA da ACRAL.

FOTO 8 O centro da vila de Alcoutim ficou mais bonito. O presépio na Praça conta com iluminação à noite e junta residentes e turistas.

O Natal é uma época de festa e ninguém lhe fica indiferente. Entre presépios e Pais Natais, e uma vasta diversidade de iniciativas que marcaram passo na região, os mais felizes são sempre as crianças. Alcoutim, Castro Marim e VRSA brindaram à época com muita cor e criatividade. Ficam as imagens.

Natal em Imagens no Baixo Guadiana

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AMBIENTE

O problema não é novo, mas só mais recentemente o assunto entrou em discussão. As espécies exóticas invasoras provocam alterações significativas e ameaçam a sobrevivência de espécies locais. Na reserva do território já foi feito um estudo. Cerca de 5% é ocupado por planta invasora.

Associado ao turismo de natureza, que começa a ganhar terreno no Baixo Guadiana, outras apostas surgem. Curso de iniciação à fotografia de Natureza é já uma das novidades para 2013 que, até à data, já conta com algumas dezenas de inscrições.

5% da área protegida é ocupada por espécies exóticas invasoras

Fotografia de Natureza é aposta para 2013Guia de Aves mais completo da Europa

Na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e VRSA

Dia 14 de Dezembro o Centro de Interpretação da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e VRSA levou a cabo um workshop técnico sobre espécies exóticas invasoras. O mote foi dado para aprender e apreender que a invasão biológica por espécies exóticas é uma ameaça à biodiversidade, assim como as ati-vidades económicas que dela depen-dem. O público-alvo incluiu técnicos de serviços públicos, de associações de produtores florestais, associações de pesca desportiva, organizações não-governamentais de ambiente, investigadores, professores e estu-dantes, bem como proprietários de áreas florestais e de salinas.

O que é uma espécie exótica?

«Uma espécie exótica, ou não indí-gena, é a que ocorre num território que não corresponde à sua área de distribuição natural. As exóticas invasoras podem ocupar o território de forma excessiva, provocam modi-ficações significativas nos ecossiste-mas e usam os recursos necessários à sobrevivência das espécies locais», esclarece um documento do Insti-tuto da Conservação da Natureza e

O turismo de natureza é já uma das grandes apostas para 2013 e é um vetor que as entidades ligadas ao turismo e desenvolvimento local e regional não descuram. Neste sen-tido passeios pedestres temáticos, atividades fotográficas e cursos de fotografia na área do património, paisagem, fauna e flora e exposição fotográfica são algumas das ativida-des que a Odiana, através do projeto TAG [Turismo Ativo no Guadiana, uma iniciativa de cooperação entre o Algarve – Alentejo – Andaluzia e financiado pelo Programa de Coo-peração Transfronteiriça Portugal – Espanha], quer desenvolver já em 2013.

Para já arranca um curso de ini-ciação à fotografia de natureza. O curso, em regime pós-laboral, começa a 8 de Janeiro e termina a 2 de Março com 32 horas de aulas teó-ricas e 21 horas de componente prá-tica. A Odiana dinamiza a iniciativa, mas a responsabilidade de lecionar é da Associação ¼ Escuro.

Sincronia entre a fotografia e a natureza

O curso vai ser orientado pelo fotógrafo Agostinho Gomes da «1/4 Escuro». O curso, claro está, é para aprender a fotografar melhor e com a especificidade exigida em natureza. “O objetivo do curso é, por um lado, para que quem goste de fotografia, fique a fotografar melhor e com mais qualidade; que conheça e execute com confiança todas as capacidades que a própria máquina fotográfica lhe oferece; por outro lado, aprender a fotografar a natureza”, explica o orientador que adianta que “paisagem natural, macro, flora e avifauna, são pontos a abordar não só a nível técnico, como também, ao nível de saber estar na natureza”.

Portanto, além da componente fotográfica também uma sensibi-lização ambiental para uma «sin-cronia fotografia/natureza». Gostar de fotografia é obrigatório para

frequentar este curso. Para o res-ponsável é “uma paixão e quem a sente quer aprender mais e mais...”. O local designado para as aulas de campo não suscita qualquer pro-blema no Baixo Guadiana. “Feliz-mente vivemos num paraíso natural e temos muitos locais para prati-carmos. Desde toda a margem do Guadiana, de VRSA a Alcoutim, à mata de VRSA, praia e dunas, pas-sando por toda a Reserva Natural do Sapal, que é um paraíso em

avifauna; temos felizmente uma escolha enorme”, garante.

Quanto ao grande boom que agora se assiste relacionado com a fotografia de natureza, Agostinho Gome é perentório. “A fotografia de natureza, como a fotografia em geral, aumentou de forma estron-dosa com a entrada do digital”, diz, confirmando que “hoje temos maquinas que já fazem fotografia muito aceitável a preços muito baixos. Não temos revelações de rolos fotográficos, ou seja, além da despesa inicial do equipamento, as pessoas não têm mais custos”. A soma dos dois campos resulta bem. “Com tudo isto, aliado ao gosto que muitas pessoas têm pelo contacto com a natureza, felizmente, está a vertente da fotografia que, também teve com o digital o seu boom”, remata.

Para mais informações sobre o curso contacte a Associação ODIANA através do 281 531 171 ou [email protected]

Já chegou às livrarias a 2ª edição do «Guia de Aves». Este é já considerado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves como «o melhor guia de campo para a observação e identificação de aves em Portugal e na Europa».

Esta 2ª edição tem 448 páginas com um formato de livro de bolso (13,5 x 19,4 cm), e contem 3500 ilustrações sobre todas as plumagens representa-tivas de cada espécie.

O guia apresenta todas as espécies de aves que nidificam ou que apare-cem regularmente na Europa, Norte de África e numa grande parte do Médio Oriente.

Os textos originais são da respon-sabilidade de Lars Svensson. As ilus-trações são de Killiam Mullarnev e de Dan zetterztröm .

O texto foca aspetos do habitat, área geográfica e descrição de cada espécie e inclui mapas de distribuição para as espécies de Portugal e da Europa.

das Florestas [ICNF]. O documento, veiculado pela Reserva, atesta que «várias espécies exóticas invasoras têm um comportamento agressivo e podem excluir competitivamente várias espécies e comunidades nati-vas». A causa é simples: o comércio e o turismo. «Com o comércio inter-nacional e o turismo é cada vez mais fácil a espécies de outros países e continentes chegarem ao nosso ter-ritório, sendo algumas invasoras», atesta o documento que garante que as consequências podem ser extre-mamente gravosas. «Reduzem a biodiversidade, afetam o equilíbrio ecológico e as atividades económicas e podem prejudicar a saúde pública através da transmissão de doenças ou parasitas».

Conhecer e prevenir

Em Portugal existem já várias invasoras, introduzidas intencional ou inadvertidamente. Existe regu-lamentação nacional para a intro-dução destas espécies em Portugal, mas legislar não chega. Uma das principais soluções está exatamente em educar. Elisabete Marchante, do Centro de Ecologia Funcional da Uni-versidade de Coimbra é perentória.

“Para introduzirmos uma espécie nova temos que pedir autorização ao Ministério do Ambiente”, mas mais importante é conhecer. “Há que procurar saber mais, tem que se educar para estes temas e não só; os técnicos têm que monitorizar, avaliar, registar e publicitar, pois a prevenção é o melhor remédio no caminho para a erradicação”, diz. A responsável defende ainda uma prevenção contínua e controlada. “Os controlos das invasoras devem ser contínuos, senão não vale a pena; é apenas gastar dinheiro”. Uma das sugestões deixadas é a colaboração das escolas na preservação da bio-diversidade educando os alunos e

modificando o comportamento da comunidade.

Na batalha da erradicação da espécie versus o controlo da mesma, Norberto Santos do ICNF é defen-sor do aproveitamento das mesmas para biocombustível, ressalvando no entanto, que desde que esta aborda-gem não fomente a sua expansão. Esta seria uma das soluções que pas-saria pelo aproveitamento da espécie e salvaguarda do equilíbrio do meio ambiente.

5% da Reserva ocupada com «invasoras»

Paulo Monteiro, vigilante da Natu-

reza do ICNF na Reserva Natural de Castro Marim e VRSA, fez as honras da casa com a apresentação das áreas de incidência da spartina densiflora [planta invasora] na área protegida. O resultado do estudo de campo foi taxativo: 5% da área protegida da Reserva Natural é ocupada com a spartina densiflora. São 647 áreas que revelam a ocorrência da «inva-sora». Recorde que a Reserva ocupa 1550 ha, sendo que 67% é área pro-tegida; 5% destes está «invadido» por espécies não amigas do meio ambiente. A spartina é proveniente da América do Sul e instala-se em sedimentos marinhos ou fluvio-ma-rinhos, saturados na maré baixa e sujeitos à influência diária das marés. Entre as ameaças está a redução do volume de sedimentos transportados pelos rios (efeito da redução da ativi-dade agrícola e pastoril e da retenção por açudes, diques, mini-hídricas e barragens).

Entre as espécies invasoras mais problemáticas no país estão as acá-cias (Acacia spp.), o chorão-das-praias (carpobtrotus edulis) que invade as dunas; e as háquias (hakea spp) que ao formarem bosques densos redu-zem a disponibilidade de água e aumentam o risco de incêndio.

Spartina densiflora é a invasora mais comum na área protegida da Reserva

Agostinho Gomes da «1/4 Escuro»

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DESENVOLVIMENTO

Automobilistas cortam simbolicamente a EN 125

«Frusoal» de VRSA também aposta na formação profissional

Portugueses gastam menos…

A Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) levou a cabo mais uma ação de luta, a 12ª marcha, contra a via portajada no Algarve. No dia 8 de Dezembro, feriado, cerca de uma centena de automo-bilistas conseguiram cortar a EN 125 durante cerca de cinco minutos, em mais um protesto contra as porta-

Foi no concelho vizinho de Tavira, no dia 5 de Dezembro, que arrancou a segunda fase do programa For-mação Algarve com a primeira das ações de formação. São 21 forman-dos, trabalhadores de duas empresas ligadas ao setor comercial frutícola: a «Frusoal» de Vila Nova de Cacela, em VRSA e a «Tavifruta» de Tavira. Recorde-se que a primeira fase do programa destinou-se à apresenta-ção de candidaturas e que encerrou a 16 de Novembro, já com dilatação do prazo inicial estipulado.

O arranque da 1ª ação de for-mação foi assinalado com a visita do Delegado Regional do IEFP IP - Carlos Baía e do Diretor Comer-cial da Frusoal - Pedro Madeira. A importância da qualificação profissional dos trabalhadores foi um dos pontos, garantindo uma cadeia de riqueza que começa na qualificação profissional – com-petitividade – mais e melhores postos de trabalho.

Esta segunda fase prolonga-se até Maio de 2013 na qual os fun-cionários abrangidos vão receber formação profissional, estando prevista a realização de cerca de 20 ações de formação em toda a região para mais de 300 forman-dos. As ações serão operacionali-zadas pelos Centros de Emprego e Formação Profissional do Instituto do Emprego e Formação Profissio-nal, I.P., pela rede de Escolas de

Hotelaria e Turismo do Instituto do Turismo de Portugal, I.P., bem como por outras entidades forma-doras acreditadas.

Programa quer combater a sazonalidade

Ao longo das 350 horas de for-mação modular certificada que irão frequentar, os trabalhadores da «Frusoal» e da «Tavifruta» vão adquirir conhecimentos e melho-rar competências em áreas per-tinentes para as atividades que desenvolvem [sistemas de enco-menda, layout, gestão e controlo de stocks, a gestão da qualidade, os princípios da nutrição e higiene e segurança alimentar].

O programa Formação Algarve, lançado em Setembro de 2012, destina-se exclusivamente às empresas do Algarve e visa comba-ter a sazonalidade do emprego na região, resultante da forte depen-dência económica do turismo. Pro-cura reforçar a competitividade e a produtividade dos setores mais afetados através da realização de formação profissional para os trabalhadores, durante a época baixa. As empresas podem ainda beneficiar de apoios financeiros entre 50% ou 70% da retribuição base mensal bruta de cada traba-lhador abrangido.

Com as festividades encerradas é hora de fazer contas ao que se gastou.

Segundo a SIBS, entidade que gere o multibanco, as compras feitas com cartão caíram 10,7% entre 26 de Novembro e 9 de Dezembro, face ao período homó-logo de 2011. Este decréscimo sig-nifica que durante esse período os portugueses gastaram menos 169 milhões de euros.

Não obstante, no espaço de duas semanas que antecedeu o Natal, os portugueses efetuaram 17 milhões de levantamentos no valor de 1.096 milhões de euros, portanto menos 5,3% do que em 2011.

Também o valor médio diário de cada levantamento foi mais reduzido; em 2011 levantavam 69 euros, em 2012 é de 65 euros. Já o valor médio de compras em lojas registou uma leve subida, passando dos 40 euros de 2011 para 41 euros em 2012.

gens na Via do Infante que durou aproximadamente duas horas e marcou o primeiro ano sobre o início de pagamento de portagens.

Os automobilistas circularam a cerca de 20 km/hora liderados por um reboque com um carro sinis-trado. A coluna de carros parou por duas vezes para colocar memoriais

a vítimas de acidentes mortais ocorridos durante o período de um ano na EN125, acidentes que a CUVI garante terem aumentado muito desde a introdução das por-tagens. A Comissão atesta que os protestos vão continuar até que as portagens sejam retiradas da A22.

O movimento considera que a suspensão das obras de requalifi-cação da via alternativa, a EN125, e a anulação da construção das variantes de Lagos, Olhão, Tavira, São Brás de Alportel e Faro são situações que agravam o problema da mobilidade e da dinâmica económica regional. A comissão alertou ainda para os prejuízos provocados na região e assegura que o movimento na A22 decres-ceu para metade.

Na marcha os insultos eram sobretudos dirigidos ao Primei-ro-ministro, Passos Coelho e ao Presidente da República. A marcha

foi até Boliqueime, terra natal de Cavaco Silva a quem o movimento apelidou de «um dos carrascos do Algarve».

A22 foi a autoestrada nacional que perdeu mais tráfego; cerca de 50%

Frusoal e Tavifruta aderiram ao programa Formação Algarve. 21 Fun-cionários encontram-se em formação até Maio de 2013

Compras feitas com cartão caíram 10,7% face a 2011

Foi exatamente um ano após a introdução das portagens na A22, que a Comissão de Utentes da Via do Infante assinalou no dia 8 de Dezembro, uma ação protesto pela suspensão da cobrança. Cerca de uma centena de automobilistas cortou a EN 125 durante breves minutos.

Trabalhadores de uma das maiores empresas de citrinos do Algarve já estão a receber formação. Nutrição, higiene e segurança alimentar e gestão da qualidade são algumas das áreas. A formação profissional prolonga-se até Maio de 2013.

Um ano depois das portagens na A22

Programa Formação Algarve inicia 2ª fase

VIA DO INFANTE RENDEU 19 MILHõES DE EUROS DE PORTAGENS

FRUSOAL

Foi através de comunicado que a Estradas de Portugal (EP) garantiu que as portagens na A22 renderam à empresa 19 milhões de euros, entre Janeiro e Novembro de 2012. Esta foi também a antiga SCUT que mais tráfego perdeu, nos primeiros nove meses do ano com uma quebra de 49%, em relação ao mesmo período de 2011, ou seja, antes da introdução de portagens (8 de Dezembro de 2011). Face ao decréscimo de utilizações a EP considera que 7% da quebra verificada corresponde à «descida conjuntural e não ao efeito de aplicação de portagens».

A destacar que os dados divulgados pela EP referem-se apenas aos montantes arrecadados em portagens pagas pelos utilizadores das autoestradas, não adiantando qual o montante dessa verba que é pago às concessionárias.

A Frusoal iniciou atividade em 1990, tendo então 24 sócios. De início a produção abrangia citrinos, vinha e produtos hortofrutícolas. Durante os anos seguintes a empresa adaptou-se ao mercado e com o aumento do número de associados e produtores (atualmente, mais de uma centena), foi feita igualmente uma aposta na especialização da produção.

Atualmente culturas como o figo ou a ameixa ainda estão presentes (embora com uma expressão residual), sendo que 99% da produção da Frusoal se concentra nos citrinos.

Os principais clientes atuam na área de distribuição grossista e no setor das grandes superfícies em Portugal, Espanha, França, Polónia, Ucrânia, República Checa e Itália.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 19

DESENVOLVIMENTO

Turismo do Algarve acredita que a taxa não avança

Aposta é nos recursos existentes e na criatividade

Algarve com mais dois «óscares» mundiais de turismo

por diversas razões, como a imagem do destino, a questão psicológica de quem nos visita e da competitivi-dade. Não me parece que nesta fase isso possa avançar”, frisou.

Com a implementação desta taxa os municípios poderiam arreca-dar cerca de 15 milhões de euros por ano, montante que de acordo com a proposta da AMAL servi-

ria para apoiar a população mais carenciada. Por outro lado, e na visão dos empresários da região, a taxa serviria para compensar a drástica diminuição de verbas no Orçamento do Estado para os municípios.

A taxa não é consensual e conti-nua a disparar críticas dos vários quadrantes.

Portugal conquistou no dia 13 de Dezembro três World Travel Awards, considerados os «ósca-res» do turismo mundial. A TAP e dois hotéis de luxo algarvios, Vila Joya e Conrad Algarve, foram distinguidos numa cerimónia que decorreu na Índia, em Nova Deli. A gala juntou profissionais de várias áreas do turismo e um pouco por todo o globo.

O hotel Vila Joya, em Albufeira, arrecadou novamente o prémio de «melhor resort boutique» do mundo (galardão que ganha consecutiva-mente desde 2006). Já o Conrad Algarve, inaugurado em Setem-bro de 2012, recebeu o título de «melhor novo resort». Quanto à TAP, empresa em vias de privatização, conquistou o prémio de melhor companhia aérea de ligações para a América do Sul; um galardão que atesta a posição da transportadora

portuguesa como uma das melhores do mundo.

Portugal contou com um total de 15 nomeados a concurso, entre unidades hoteleiras e pontos turís-ticos, todas candidatas a prémios por elevarem o nome do turismo luso ao mais alto nível.

O Algarve disputou ainda o título de «Melhor Destino de Praia do Mundo» que perdeu para as ilhas Turks & Caicos. De recordar que em Outubro de 2012 o Conrad Algarve acolheu a gala regional dedicada à europa, sendo que a revista Publi-turis foi o media partner exclusivo dos WTA em Portugal.

Esta foi a 19ª edição dos World Travel Awards, evento que distingue o que de melhor se faz no setor do turismo. A votação que dita a escolha dos vencedores é efetuada por agentes de viagens de todo o mundo.

O tempo não corre de feição e os gastos atualmente têm que se cingir ao importante. E assim funciona também o novo modelo de promo-ção externa do país. A aposta é na criatividade, recursos disponíveis e no online.

O plano foi debatido no dia 13 de Dezembro em reunião com o Turismo de Portugal onde foi apresentado o novo modelo de promoção externa do país para 2013. O encontro serviu para negociar a estratégia de marketing da Associação Turismo do Algarve (ATA) para 2013. Foi ainda estabelecida uma metodologia para «auscultação periódica» entre as partes, para que o Algarve possa ser ouvido sobre as ações previstas para a região, confirma a Associação de Turismo do Algarve (ATA).

“Este encontro de trabalho emitiu um sinal claro de proximidade entre o Turismo de Portugal, entidade que

centraliza a promoção do país, e os parceiros regionais representa-dos pela ATA. Acima de tudo saiu daqui reforçada a necessidade de intervenção do Algarve, em tempo útil, no processo de definição das estratégias para a região no plano do Turismo de Portugal” sublinha Desidério Silva, acrescentando que as ações para 2013 vão ser «ino-vadoras» e privilegiam os canais online. Sobre as medidas assentes o responsável reitera a “aposta na criatividade e na boa utilização dos recursos disponíveis, aspetos fun-damentais para a diferenciação do destino”.

A salientar que esta reunião surgiu no âmbito de uma auscultação do turismo de Portugal pelas entidades e associações regionais de promoção turística para harmonizar a atuação de divulgação do país no estrangeiro e no mercado nacional.

A ideia dos municípios é criar uma taxa turística que incida sobre as dormidas nos estabelecimentos hoteleiros da região. A ideia, até à data, continua a ser analisada, tal como o JBG deu conta na sua última edição. Para já o que se sabe é que os municípios defendem a taxa, argumentando que a mesma teria como base a situação económica que se agrava cada vez mais na região. “Os presidentes de câmara, preocu-pados com o agravamento da situa-ção económica e social, entendem que os instrumentos de apoio são insuficientes, pelo que analisaram a possibilidade dos municípios virem a adotar uma taxa sobre as dormi-das turísticas, que reverteria para fins sociais e de apoio à população mais carenciada”, lê-se no primeiro comunicado enviado à redação do JBG.

O coro de protestos, nomeada-mente das associações hoteleiras, turísticas e empresariais, repudiam

e ameaçaram até com medidas judi-ciais.

Competitividade do destino pode estar em causa

A taxa turística continua em aná-lise, mas o Turismo do Algarve já fez saber que não acredita que a taxa siga em frente, frisando até que há municípios que não concordam com a ideia. “Não houve nenhuma concertação; há municípios que não estão interessados e existem outras formas de financiamento das autar-quias. É um processo que, no meu entender, nem vale a pena especu-lar, porque não vai acontecer”, diz Desidério Silva, o novo presidente da Entidade Regional do Turismo do Algarve e antigo edil de Albufeira, à revista Publituris. Avança ainda que no contexto atual a medida não tem condições para ser posta em prática. “É bom que não aconteça,

Taxa turística continua a somar críticas na região

Conrad Algarve recebeu o título de «melhor novo resort»

O teu primeiro emprego EURES»: Comissão lança projeto piloto para ajudar os jovens a encontrar emprego

A Comissão Europeia acaba de

lançar um projeto-piloto para ajudar os jovens a encontrar emprego noutro país da UE. Na sua fase ini-cial, a iniciativa «O teu primeiro emprego EURES» visa melhorar a mobilidade transfronteiras para 5 mil jovens. Servirá também para testar a transformação da rede EURES - que reúne os serviços de emprego dos Estados-Membros – em serviço pan-europeu de emprego.

Conforme foi anunciado em abril de 2012 no Pacote Emprego, a Comissão pretende melhorar o fun-cionamento da rede EURES, a fim de conferir maior transparência ao mer-cado laboral europeu e orientar para as ofertas disponíveis as pessoas que procuram trabalho e as que preten-dem mudar de emprego. Facultará também um acesso facilitado e em tempo real às ofertas de emprego na UE, ao mesmo tempo que dispo-nibilizará aos empregadores listas de candidatos com as competências adequadas.

O Comissário Europeu respon-sável pelo Emprego, os Assuntos Sociais e a Inclusão, László Andor , afirmou: «O projeto-piloto «O teu primeiro emprego EURES» marca o primeiro passo na criação de um serviço de colocações mais perso-nalizado que assista as pessoas na tarefa de encontrar emprego nou-tros países europeus. A solução para a crise de desemprego na Europa pode passar por ajudar as pessoas com as qualificações pertinentes a encontrar emprego noutros países que delas precisem.

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

No mês de Novembro a AMAL fez pública a proposta de implementação de uma taxa turística sob as dormidas na região. Municípios querem, associações hoteleiras repudiam. Turismo do Algarve não acredita que a taxa avance.

Taxa Turística: discussão continua

Novo modelo de promoção do Algarve

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2013

CULTURA

Igreja Matriz de Alcoutim encheu para receber o «Coral Polifónica Polinnia de Ayamonte»A Associação Transfronteiriça Alcou-tim Sanlúcar (ATAS) organizou pelo 4º ano consecutivo o Concerto de Natal na Igreja Matriz de Alcou-tim.

O grupo convidado foi o «Coral Polifónica Polinnia de Ayamonte», um grupo coral que nasceu em Aya-monte em Janeiro de 2000 e que tem um largo repertório musical. A atuação em Alcoutim incluiu inter-pretações como «El Nacimiento», «Liberdad Espiritual Negro», «Soy yo Señor», «Alegria – Villancico popular de Puerto Rico», «Ya viene la vieja».

Segundo a Direção da ATAS, este concerto ultrapassou todas as expe-tativas pela beleza e pela surpresa de cada interpretação, incluindo também instrumentos musicais. Trata-se de um Grupo Coral que saiu do convencional. Algumas dessas interpretações foram coloca-das no Facebook da ATAS para que quem não teve a oportunidade de estar presente possa ver e quem viu

possa rever. Ultrapassou também as expetativas pelo facto de a Igreja ter ficado completamente cheia.

No final do Concerto, no adro da Igreja, houve Caldo Verde e Tapas para todos, desde intérpretes, acom-

panhantes e público em geral. Foi um momento de convívio com cerca de 120 pessoas (portugueses, espa-

nhóis e outros estrangeiros a residir no rio e alguns a residir no conce-lho de Castro Marim).

Coral ayamontino celebrou o Natal com música em Alcoutim

POR CÁ ACONTECE A G E N D A

Curso Fotografia de Natureza8 Janeiro até 2 MarçoBaixo GuadianaOrganização:-Associação Odiana-Associação «1/4 Escuro» Informações: [email protected] 281 531 171

Exposição Fotográfica «Caminhos da Fé»Mês JaneiroIgreja do Castelo

VRSA

Toque de Luz» – Escultura e com-posição em madeiraArquivo Histórico MunicipalAté 25 de Janeiro

Exposição de tampos de latas de conserva da coleção de José Ale-xandre PiresAté 31 de JaneiroBiblioteca Municipal Vicente Campinas

Visionamento da apresentação «Recordar faz viver»O percurso de vida de José Alexandre Pires e a indústria conserveira pelo mundo3 Janeiro, 17h30Biblioteca Municipal Vicente Campinas

«Conta lá!»Terças e Quintas-feiras, 11h- Pré-escolar: «O coelho Branquinho e a formiga Rabiga» de Alice Vieira- 1º ciclo: «Se houvesse limão? de Alice Vieira

Bosque do Pai NatalAté 6 de JaneiroParque de Merendas de Monte Gordo

Mercado Bimensal de Vila Real de Santo António6 de Janeiro, 09h às 17hAvenida da República

Presépio Gigante de Vila Real de Santo AntónioDe Augusto Rosa e Teresa MarquesAté 6 Janeiro 2013Centro Cultural António Aleixo

Aldeia de NatalCasa do Pai Natal, ateliês, música, dançaAté 6 JaneiroPraça Marquês de Pombal

Clube de leitura «Livros mexi-dos»Tema: «África»Conversas sobre os autores que aí nasce-ram ou que sobre ela escreveram.17 Janeiro, 18hBiblioteca Municipal

Alcoutim

Noite de Reis 05 Janeiro, 20hSanlúcar de Guadiana Org: Ay.Sanlúcar e CM Alcoutim

«Charolas Ossónoba» (Associação Cultural e Recreativa de Estoi)12 JaneiroLocais: - Alcoutim (Centro de Dia,13h30)-Martinlongo (Centro Paroquial, 15h30) -Vaqueiros (Clube Desportivo, 17h) -Martinlongo (Café Gonçalves,18h) -Giões (Restaurante O Poço Novo,19h)

Mercado de Vaqueiros14 Janeiro, 09h

Mercado do Pereiro27 Janeiro, 09h

Exposição «Desenhos de Carlos Luz» De 01 a 31 de Janeiro Casa dos Condes

Castro Marim

Casa do Natal(Com Presépio e Pais Natais)Até 6 Janeiro (Junto à JF Castro Marim)

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 21

CULTURA

Os Fenícios no Algarve

CO

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* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

O mercadinho natalício voltou à histórica aldeia de Cacela Velha sob a chancela da ADRIP - Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela e o CIIPC - Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela/CMVRSA. O certame aconteceu num Domingo com clima ameno, mas pouco solarengo. Ao final da manhã eram muitos os carros que congestionavam a pequena aldeia com estacionamentos improvisados em todos os cantos para visitar o mercado artesanal.Nas ruas encontrou-se artesanato tradicional com a cestaria latoaria, olaria, empreita, cortiça, trapologia, cerâmica; produtos alimentares como o mel, pão caseiro, bolos, filhós, empanadilhas, licores e aguardentes, vinhos algarvios, compotas, fruta e legumes, chocolates e trufas, frutos secos, sal e flor de sal; bijuteria com pedras, sementes e outros materiais; sabonetes e cremes naturais; brinquedos de madeira; flores, árvores de Natal naturais e ervas aromáticas; livros; e ainda um espaço destinado às velharias, antiguidades e colecionismo. Nove dezenas de artesãos pontuaram pela assiduidade e a animação também não foi esquecida. O dia foi pautado por momentos musicais, de danças do mundo com «Mare», coreografias de repertório natalício pelo projecto «Escolhas» e a «Gente pequena». E ainda o atelier experimental de uso de lãs tingidas com plantas.No que diz respeito às vendas os artesãos

não saíram dececionados. Uns venderam mais, outros menos, mas vendeu-se. Os espaços de doçaria foram os que mais depressa viram o stock ter que ser reposto.

Olaria encantou os mais novos

Era perto do espaço da «Olaria Algarvia» que os mais novos marcaram passo. Enquanto Francisco Eugénio, proprietário e artesão da Olaria moldou o barro não houve ninguém que partisse à descoberta de outros itens. Todos queriam ver e ficavam encantados como de as mãos de alguém o barro se moldava para dar origem aos mais diversos artigos. A salientar que é face a esta forte atratividade que a «Olaria» realiza workshops para crianças e recebe inúmeras visitas escolares e de turismo no seu atelier em Olhão. A novidade ainda reside noutro aspeto, é que a olaria tem uma oficina móvel.Também os turistas, sobretudo os estrangeiros, mostraram-se encantados com as peças únicas que dali resultaramSaiba mais em: www.olarialgarvia.com

Na tradição da grande música de Natal, a Banda Musical Castromarinense realizou no dia 15 de Dezembro um Concerto de Natal, na Igreja de Nossa Senhora dos Mártires, em Castro Marim. O concerto foi dirigido pelo maestro Bruno Correia com um repertório exclusivamente natalício. A primeira parte foi integralmente preenchida com a atuação da Escola de Música da Banda Musical Castromarinense, onde os jovens músicos celebraram a magia e os sons enternecedores do tempo de advento. Na segunda parte do concerto os músicos da filarmónica tocaram temas clássicos do Natal, como «White Christmas» de Irving Berlin, «Merry Christmas», de Willy Haustvast, ou «Happy Christmas», de John Lennon e Yoko Ono.

Olaria fez sucesso

Banda Musical Castromarinense trouxe música ao Natal

O moldar do barro suscitou o interesse de turistas estrangeiros e dos mais novos

Igreja Matriz de Castro Marim recebeu repertório musical filarmónico

Desde a longínqua Proto-história que o territó-rio algarvio recebeu povos oriundos do Medi-terrâneo oriental, sendo os fenícios pioneiros nas viagens que os trouxeram aos confins do mundo conhecido de então. Mas quem eram estes fenícios? Em que regiões do Algarve se estabeleceram? E qual o seu legado cultural?

Os fenícios foram um povo que ocupou o antigo território de Canaã, que corresponde grosso modo ao actual território do Líbano, por volta de 1200 a. C. Fundaram várias Cidades-Estado, nomeadamente Biblos, Sídon e Tiro, onde o comércio era a actividade principal. A sua expansão foi desencadeada devido ao declínio das potências continentais da região e também ao desaparecimento da marinha de Creta e de Micenas, potências navais do II milé-nio a.C. do Mediterrâneo oriental. Até ao séc. V a. C., quando os gregos começaram a cruzar os mares e a fundar colónias e entrepostos, os fenícios dominaram o comércio mediterrâ-nico, não tendo concorrência durante mais de trezentos anos. A grande riqueza mineira da Península Ibérica, da qual faz parte o Algarve, atraiu desde cedo a atenção deste povo. A razão inicial da sua presença no ocidente está certamente relacionada com a procura de metais como cobre, prata, estanho e ouro, não se limitando exclusivamente a esta actividade, como também ao desenvolvimento de feitorias e à riquíssima indústria da salga de peixe.

De acordo com os autores greco-latinos como Veleio Patérculo, Estrabão, Diodoro ou Plínio, a fundação das primeiras colónias fení-cias no Ocidente deu-se por volta de 1100 a. C., porém, esta informação levanta muitas dúvidas ao nível do registo arqueológico, pois as cronologias determinadas para os materiais arqueológicos raramente antecedem o séc. VIII a. C. No contexto algarvio temos conhecimento de assentamentos fenícios em Castro Marim e no Cerro da Rocha Branca, em Silves. Contudo, é provável que também Tavira ou Faro tenham recebido estabelecimentos fenícios, pois tanto as condições geomorfológicas (localizações em promontórios próximos de estuários de rios), como os topónimos latinos de Balsa e Osso-noba poderão ter origem fenícia. Estes esta-belecimentos localizados nos estuários de rios como o Guadiana, o Gilão ou o Arade, consti-tuíram uma rede de navegação de cabotagem, através da qual se podiam estabelecer relações comerciais com as populações locais. De resto, estas bases de assentamento poderiam assumir diferentes formas, como colónias, feitorias ou entrepostos comerciais, sendo estes resultado dos interesses quer dos mercadores, quer das estruturas do poder indígena.

Do ponto de vista cultural, os fenícios foram os responsáveis pela implementação das pri-meiras formas de escrita, sendo a denominada escrita do sudoeste, encontrada no Algarve e Baixo Alentejo, a adaptação do alfabeto de origem fenícia à realidade fonética das popula-ções autóctones de então. No entanto, também aqui devemos referir a introdução de novas técnicas de exploração de minas e de novas formas de explorar os recursos marinhos, assim como a introdução da roda de oleiro para o fabrico de cerâmicas, ou a introdução da pro-dução do vinho e do azeite, produtos que assu-miriam grande importância nas comunidades do Mediterrâneo da Antiguidade.

Fernando PessanhaFormador de História do Algarve

Cacela Velha recebeu mais um «Mercadinho de Natal» no dia 16 de Dezembro. Produtores,

colecionistas e amantes de velharias e antiguidades

marcaram presença. Com muitos artesãos, das mais

variadas áreas, foi na olaria que se juntaram mais pessoas.

Com o título em epígrafe foi publicado, no princípio do ano, o terceiro volume da História de Portugal de António Borges Coelho.

Inicia-se com a conquista de Ceuta e termina com a entrada no Tejo da nau de Vasco da Gama de regresso da primeira viagem à Índia.

É um livro focado sobre um dos perí-odos mais extraordinários da história de Portugal.

O autor imprime uma grande vivacidade à narração dos feitos excepcionais dos por-tugueses de então e ao juízo sereno que emite sobre eles, usando quase sempre os testemunhos dos que viveram ou tiveram notícia próxima do que se passou.

Não foram, é claro, tempos exclusiva-mente de glória, foram-no também de baixeza e tragédia, como em Alfarrobeira ou nas sucessivas conspirações da alta nobreza contra D. João II e na implacável resposta deste; de drama, como o desastre da Tânger; de inaudita crueldade, como caça aos escravos na costa africana.

Mas é também a história onde não estão só as grandes figuras – os reis, os nobres, os heróis - os pequenos também assomam nas grandes janelas que o autor lhes abre e, assim sabemos não só da sua condição, mas também da sua influência no que aconteceu, em certas ocasiões decisiva.

O título do volume – Largada das Naus - é ele próprio um impulso à leitura, pois dá-nos a impressão que estamos em cimo do cais, observamos os preparativos, assistimos à partida e vamos também na viagem.

Com a sede de conhecer dos navegadores portugueses de quinhentos, galgamos as páginas como eles galgaram a imensidão do «mar tenebroso» e em pouco mais de meio século devassaram a costa ocidental da África desde o Bojador ao Adamastor.

Mas o objectivo era a Índia. Lá chegou a armada de Vasco da Gama, a 20 de Maio de 1498, cerca de 10 anos depois de Bar-tolomeu Dias ter dobrado o Cabo da Boa Esperança. Perguntados sobre o que iam fazer, teriam respondido: «Viemos buscar cristãos e especiarias.» Tinham partido de Lisboa 148 homens, regressaram ao Tejo, apenas 55, cerca de um terço. Mas o negócio das especiarias vai dar lucros de 5, 20 e até de cinquenta vezes.

«A abertura dos mares – diz António Borges Coelho – tornava a Terra finita, revelava novos povos, novas plantas, novos animais, novos climas. O comércio desigual e o saque iriam proporcionar a trasfega de riqueza à escala planetária. As mercadorias chegariam aos portos europeus através de Lisboa, a grande metrópole sonora e mul-ticolor.»

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

António Borges Coelho

LARGADA DAS NAUS

L I V R O Spor Carlos Brito

No Mercadinho de Cacela Velha

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2013

PATRIMÓNIO

A empreita de palma é uma das principais formas de artesanato do Baixo Guadiana e ficou com este nome por ser um trabalho com preço ajustado à empreitada. Anteriormente tinha bastante peso no orçamento de muitas famílias, mas hoje em dia, apesar de ser um tipo de artesanato bastante representativo da região, já não tem a importância de outrora. A empreita emergiu das necessida-des ligadas ao trabalho rural, onde era necessário ter recipientes para embalar e transportar os produtos agrícolas.

Este ofício é tradicionalmente realizado por mulheres, que

geralmente começam ainda jovens. Aproveitavam os serões de inverno, quando não havia trabalho no campo, para ajudar as mães a entrançar as fitas de

empreita a partir das folhas secas da palmeira anã. Esta espécie de palmeira, abundante na serra algarvia, passou também a ser importada do sul de Espanha, para a realização dos trabalhos mais delicados.

Depois de lavada e seca ao sol, ripa-se, para fazer tiras mais finas. Depois, molha-se para ser mais fácil trabalhar. Em alguns casos, é tingida, para produzir efeitos artísticos nos objetos. Posterior-mente, com a ajuda de uma agulha de cobre, a empreita é cozida com

A empreita de palma: do uso na agricultura ao aproveitamento no quotidiano

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

a baracinha, que é um fino cordão feito com palma enrolada.

Ontem como hoje, é entrelaçada nos mais diversos feitios, criando alcofas para embalar produtos agrí-colas; esteiras para guardar e secar figos; gorpelhas para os burros que carregavam azeitona, amêndoa ou alfarroba; vassouros para caiar e varrer a casa; ou capacheiras para no seu interior se peneirar a fari-nha para o pão. Primitivamente era utilizada para os bens essenciais à vida no campo, mas, mais tarde, foi também utilizada no fabrico de objetos do quotidiano, como capa-chos, chapéus, abanicos, fruteiras e até revestimentos para garrafas de vidro. Em Castro Marim, as alcofas de empreita, entretanto substituídas por caixas ou sacos de plástico, eram ainda utilizadas para depositar o sal extraído nas salinas.

Pedro PiresTécnico de Património Cultural. Centro de Estudos de Patrimó-nio e História do Algarve da Universi-dade do Algarve CEPHA/UAlg

Iria da serra ao mara tal baracinha que ela

teceu, desde moça a velha,nas pausas do moirejar,entre o sacho e a panela,entre o ribeiro e a ovelha.

Leonel Neves

A Dislexia caracteriza-se por uma dificuldade na aprendizagem e automatização das competências de leitura e escrita, em crianças inteli-gentes, sendo a sua origem neuroló-gica. Encontram-se identificadas as regiões cerebrais responsáveis pelas alterações psicolinguísticas observa-das nas crianças com dislexia. Essas regiões localizam-se no hemisfério esquerdo do cérebro e apresentam uma menor activação das áreas cere-brais responsáveis pela descodifica-ção fonológica, leitura e escrita.

As crianças com dislexia revelam muitas dificuldades em adquirir e desenvolver o mecanismo da leitura e da escrita, com diversas incorrec-ções, erros e trocas de letras e síla-bas, e dificuldade na compreensão da informação lida. A sua escrita surge com muitos erros ortográficos, as frases e os textos que escreve são confusos em termos de conteúdo, com pouca riqueza no vocabulário, podendo a qualidade da sua letra ser igualmente má e irregular.

Apesar destas dificuldades, as crianças disléxicas apresentam uma capacidade intelectual normal ou superior à média, podendo evi-denciar capacidades acima da média em áreas que não dependam direc-tamente da leitura e escrita (arte, desporto, música, etc.).

Os primeiros sinais: •Começou a falar mais tarde ou

apresentou problemas de linguagem durante o seu desenvolvimento.

•Na leitura troca letras ou inventa palavras ao ler um texto.

•A sua leitura é bastante lenta, silábica, esforçada e inadequada para a idade.

•Não gosta de ler e escrever, dis-traindo-se com muita facilidade.

•Os resultados escolares não são condizentes com a sua capacidade intelectual, ocorrendo uma grande oscilação do rendimento escolar ao longo dos dias, etc.

As principais dificuldades:•Leitura silábica, hesitante, com

bastantes erros e incorrecções.•Confusão e trocas de letras ou

sílabas com diferenças subtis de som ou de grafia (o-u; p-t; b-v; s-ss-ç; s-z; f-t; m-n; f-v; g-j; ch-x; x-z-j; nh-lh-ch; ão-am; ão-ou; ou-on).

•Omite ou adiciona letras e síla-bas durante a leitura (famosa-fama; casaco-casa; livro-livo; batata-bata; biblioteca/bioteca).

•Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras (ai-ia; par-pra; sal-las; ra-ar)

•Velocidade de leitura bastante lenta para a idade e para o nível escolar.

•Dificuldades na compreensão de textos lidos.

•Escrita com muitos erros orto-gráficos.

•Dificuldades em exprimir as ideias e pensamentos na forma escrita, défi-ces na construção frásica e na orga-nização das ideias no texto.

•A qualidade da grafia poderá ser deficitária: letra rasurada, disforme e irregular, tornando os seus textos escritos quase ilegíveis, etc.

Repercussões da DislexiaAs repercussões da dislexia são

muitas vezes consideráveis, quer ao nível do sucesso escolar, quer ao nível do comportamento da criança e as reacções mais características são:

•Reduzida motivação e empenho pelas actividades que implicam a mobilização das competências de leitura e escrita, o que por sua vez aumenta as suas dificuldades de aprendizagem.

•Sintomatologia ansiosa perante

situações de avaliação ou actividades que impliquem a utilização da leitura e escrita.

•Sentimento de tristeza e de auto-culpabilização.

•Reduzida auto-estima e auto-conceito académico.

•Sentimento de insegurança e de vergonha como resultado do seu sucessivo fracasso.

•Sentimento de incapacidade, de inferioridade e de frustração por não conseguir superar as suas difi-culdades e por ser comparado com os demais.

•Problemas comportamentais caracterizados por comportamentos de oposição e desobediência, hiperac-tividade, défice atencional, etc.

•Outras problemáticas poderão estar presentes como seja a enurese nocturna, perturbação do sono, sin-tomas psicossomáticos, etc.

Caso identifique algumas destas dificuldades no seu filho é impor-tante recorrer a uma avaliação para despiste de uma eventual dislexia, uma vez que quanto mais cedo ela for detectada mais fácil será a sua reeducação, permitindo minimizar grande parte das suas consequências futuras.

A Dislexia

NEIP (Núcleo de Estudos e Investigação Psicológica) – Ana

Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves,

Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração:

Dina Figueira, Ana Sofia Gonçal-ves, Daniela Santos

www.neip-vrsa.blogspot.comwww.facebook.com/NEIP.VRSA

ou [email protected]

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia doze de Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia onze de Dezembro de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas trinta a folhas trinta e um verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e dois - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Alfredo Rodrigues Guerreiro e mulher, Maria da Encarnação Mestre Guerreiro, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ele natural da freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim, ela da freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, residentes no lugar de Cortelha, na referida freguesia de Azinhal, contribuintes fiscais números 102 066 965 e 140 342 648. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano destinado a habitação, sito na Cortelha, na dita freguesia de Azinhal, composto por um edifício térreo com vários compartimentos e logradouro, com a área total de du-zentos e setenta e quatro metros quadrados, dos quais noventa e oito vírgula cinquenta são de área coberta, a confrontar a Norte com caminho e herdeiros de José Domingos, a Sul com herdeiros de Felisberto Rodrigues e herdeiros de Américo Rodrigues Fernandes, a Nascente com herdeiros de Américo Rodrigues Fernandes e a Poente com caminho, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 506, com o valor patrimonial tributável e atribuído de quatro mil cento e oitenta euros.Que o referido prédio entrou na posse dos primeiros outorgantes, já no estado de ca-sados, por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e sessenta e cinco, feita com os demais interessados, por óbito dos pais do primeiro outorgante marido, Felisberto Rodrigues e Maria Isabel, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no já referido lugar de Cortelha, na dita freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manu-tenção, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o referido prédio por usuca-pião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 11 de Dezembro de 2012.

A Colaboradora, (Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/4, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 16.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria

n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 20/12 Factura / Recibo n.º 3266

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Janeiro de 2013

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vin-te de Dezembro de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas cinquen-ta e três a folhas cinquenta e cinco do Livro de Notas para Escrituras Diver-sas número vinte e dois - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Filipe António Herminio de Celorico Drago e mulher, Maria Luísa Guerreiro Cris-to de Celorico Drago, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, am-bos naturais da freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de San-to António, residentes na Rua Francisco Gomes, n.º 37, 2º esquerdo, em Vila Real de Santo António, contribuintes fiscais números 145 373 576 e 145 374 297.Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, ambos não descritos na Conservatória do Registo Predial:a) Prédio rústico sito na Torre dos Frades, na freguesia de Vila Nova de Cacela, con-celho de Vila Real de Santo António, composto por cultura arvense, oliveiras, sobreiros e pomar de citrinos, com a área de trezentos e três mil quinhentos e noventa metros quadrados, a confrontar a norte e sul com via pública, a nascente com Vitalino Neto, e a poente com Herdeiros de Pedro Madeira e via pública, inscrito na matriz rústica sob o artigo 106, secção AA-AA1, com o valor patrimonial tributável de 732,46 euros; e b) Prédio rústico sito em Olhos, na freguesia e concelho de Castro Marim, compos-to por cultura arvense, salgados e vinha, com a área de cento e setenta e nove mil e cem metros quadrados, a confrontar a norte com Afonso Drago, a sul com Teresa Hermínia Drago e Filipe Drago, a nascente com caminho-de-ferro, e a poente com Herdeiros de Francisco Filipe Rocha da Silva e outros, inscrito na matriz rústica sob o artigo 44, secção BU, com o valor patrimonial tributável de 2.169,02 euros. Que atribuem aos prédios os respectivos valores patrimoniais tributáveis, calculados para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões One-rosas de Imóveis e de Imposto de Selo, pelo que somam os mesmos o va-lor de dois mil novecentos e um euros e quarenta e oito cêntimos. Que os referidos prédios lhes pertencem, por os terem adquirido por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, já, portanto, no estado de casados, por óbito do pai do justificante marido, António Celorico Drago, casado que foi sob o regime da comunhão geral com Rita Hermínia, também já falecida, residentes que foram na Torre dos Fra-des, na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os primeiros outorgantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, pagando suas contribuições, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 20 de Dezembro de 2012.

A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria

n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 56/12Factura / Recibo n.º 3284

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Janeiro de 2013

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 23

SOCIEDADE

2012 à Lupa No começo do novo ano o JBG não quis deixar de referenciar algumas das notícias que pautaram os destaques e cabeçalhos do Jornal do Baixo Guadiana durante o ano de 2012. Fica aqui uma retrospetiva noticiosa do ano que já passou.

A

Autocarro social de Castro Marim encurta distância e mobilidade do interior para o litoral do concelho. População sénior é assídua.Alcoutim: Perante a crise o execu-tivo alcoutenejo oferece almoços aos alunos do 2º e 3º ciclos das escolas do concelho.Algarve foi galardoado com os «óscares» do Turismo. A região foi eleita como «o melhor destino de praia europeu».

B

Baixo Guadiana tem sido promo-vido nas feiras de turismo nacionais e internacionais. Em 2013 a Alemanha recebe o Baixo Guadiana.BTT está em crescendo no Baixo Guadiana. Clubes e associações mul-tiplicam-se com novas iniciativas.

C

Caravanismo está em voga. Foram inaugurados os Parques do Pereiro em Alcoutim e de Almada de Ouro em Castro Marim.Candidaturas PRODER crescem. Baixo Guadiana mantém uma das taxas mais saudáveis de execução para o desenvolvimento rural.Crise: É a palavra mais repetida no ano de 2012. Espera-se que para 2013 seja menos.

D

«Dias Medievais» de Castro Marim cativaram 63 mil pessoas. O evento é de sucesso.Desporto: Complexo Desportivo de VRSA vai ter centro médico de reabilitação já em 2013.

E

Euroregião. Algarve assumiu a pre-sidência da região tripartida entre Algarve, Alentejo e Andaluzia. A Ecovia do Litoral foi concluída e percorre a costa algarvia. Sinalização é um dos aspetos a melhorar.Escola Professor Joaquim Moreira, em Martinlongo descer-rou a placa de inauguração após 13 anos de abertura.

F

Fundação Real Madrid abriu escola Sócio-Desportiva em Castro Marim e VRSA. Em 2013 já estão programadas mais aulas.Freguesias: Com a Lei de Extinção as freguesias de Alcoutim e Pereiro fundem-se. Forte de S. Sebastião em Castro Marim é monumento nacional e pro-mete atrair turistas.

G

Guadiana: Desassoreamento do Rio foi anunciado. Obras devem começar em Abril de 2013.

H

Hotel Guadiana foi classificado como Edifício de Interesse Munici-pal. Estatuto preserva um marco no património de VRSA.Historiador vilarealense publi-cou livro sobre a «Cidade Islâmica de Faro». Fernando Pessanha já pensa em novo sobre o Baixo Guadiana.

I

IC 27: Governo deixou de fora do investimento a conclusão do IC 27 e a ponte Alcoutim-Sanlúcar. Incêndios: O verão ficou marcado

pelo incêndio de Tavira; ardeu mais de um terço do concelho.

J

Jardim de Blain em Alcoutim ganha placa toponímica «Dr. João Lopes Dias» numa homenagem ao médico benemérito.Jovens europeus escolheram a vila de Alcoutim para realizar «um intercâmbio sob o tema «Educação para a Saúde».

K

Kamov. Helicóptero do INEM sal-titou da sua base em Loulé para Beja. Estado quis substituir por um Kamov que não preenchia os requi-sitos. Helicóptero do INEM já voltou ao Algarve.

L

Lifecooler: O portal de turismo vir-tual registou mais de um milhão de visitantes online em busca do Baixo Guadiana. Laranjeiras: Cais da localidade de Alcoutim tem agora nova cara e prepara-se para receber turistas.

M

Monte Gordo: Apesar das conse-quentes quebras turísticas da região a localidade do concelho vila-realense

demonstra as mais altas ocupações no Algarve.Museologia: Aconteceu I Encontro Transfronteiriço de Profissionais de Museus em Alcoutim.

N

Nelson Gonçalves, atleta do clube Pic Nic de VRSA alcança o 8.º lugar nos Jogos Paralímpicos de Londres.Nacional 125: Requalificação da estrada continua parada. Para 2013 obras retomam mas quatro variantes caem por terra.

OOuro: VRSA e Castro Marim viram distinguidas as suas praias pela QUERCUS com a «qualidade ouro».Orçamento de Estado para 2013 é «brutal». Famílias ficam sem margem de manobra.

P

«Projeto Alcoutim»: o concelho nordestino está a preparar projeto ins-pirado no «Projeto Querença. Em 2013 arranca em pleno.Protesto: Quase um milhão de pes-soas manifestaram-se no dia 15 de Setembro. O protesto contra a troika e a austeridade foi uma das maiores manifestações de sempre.PAEL: Nove municípios algarvios recorrem para saldar dívidas de curto

prazo. Portagens: A22 continua a ser taxada e perdeu 50% do tráfego.

Q

Quartel da GNR de Alcoutim foi inaugurado. Autoridade já tem sede de qualidade.Quinta do Vale: resort turístico de golfe em Castro Marim apresentou pedido de insolvência. Administração garante a recuperação económica .

R

Regiões de Turismo do Algarve e Alentejo vão trabalhar juntas para pro-moção integrada.Reabilitação do centro histórico de VRSA segue marcha com a iniciativa europeia JESSICA.

S

Splash – Companhia de dança vila-realense venceu festival de dança europeu.Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim arrancou com o apoio domiciliário ao fim de semana. Secundária de VRSA: Requalifica-ção, após muitos condicionalismos, já está em marcha. Escola vai estar pronta em Abril de 2013.

T

TDT entrou em funcionamento com muitos condicionalismos.TeaTroTeca, grupo de teatro escola de Castro Marim, venceu três prémios em Lisboa numa competição promovida pela Editorial Caminho.Taxa turística proposta pela AMAL a cobrar aos turistas pela dormida na região. Proposta não reúne consenso.

U

Universidade do Tempo Livre (UTL) de Castro Marim continua no concelho. Já formou mais de 200 pes-soas.

V

VRSA valorizou a cavala. Doca-pesca e Escola de Hotelaria uniram-se para valorizar espécie em abundância e com preços em conta.VRSA e Ayamonte vão ser Euro-cidade. Os dois países vão partilhar equipamentos e infraestruturas já a partir de 2013.

W

Wi-fi: Duplicaram as zonas de internet gratuita em Altura e Castro Marim.

X

Xilografia: Liga dos Amigos da Gale-ria Manuel Cabanas mudou de espaço. Espólio do xilógrafo encontra-se no Arquivo Municipal de VRSA.

Y

Yoga e Tai Chi: Aulas já convenceram crianças e idosos em Alcoutim.

Z

Zé Povinho sofre cada vez mais com a austeridade. Greves e manifestações marcaram 2012 e já novas estão agendadas para 2013.

JBG em revista durante um ano

Page 24: JBG_Janeiro 2013

24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2013

PASSATEMPOS&LAZER

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Os consumidores responderam ao apelo da DECO, permitindo entre-gar o abaixo-assinado no Ministério da Economia, na Rua da Horta Seca, a 14 de Dezembro. Lançada a 23 de Novembro em www.igualaolitro.pt, esta ação contou com 42 268 assinaturas e defende a transparência total nos combustíveis.

As assinaturas recolhidas em cerca de 15 dias são o resultado do sucesso desta operação. O envolvimento ativo dos consumi-dores reflecte a partilha desta causa e a exigência para mudar a situação.

Testámos gasóleo low-cost, regular e premium e o resultado é igual ao litro. Na hora de atestar, use o mais barato.

Todas as alegações das companhias devem ser comprovadas. Só assim o consumidor pode saber o que compra e fazer uma escolha livre. Os testes aos combustíveis devem ser realizados periodica-mente.

É urgente criar uma entidade para controlar a publicidade e regular o setor ao nível da qualidade do combustível e da transparência nos preços, com coimas eficazes para punir os abusos.

Como o nosso estudo provou, para todos os combustíveis testa-dos, o resultado é “igual ao litro”. Podem chamar-lhe «low-cost» ou «premium», mas o impacto no automóvel não é significativo.

A DECO pretende a transparência total já. Os consumidores foram enganados durante décadas. Chegou a hora do Estado intervir nesta situação. A DECO compromete-se a divulgar os desenvolvimentos desta ação.

Susana Correiajurista

“Sei que a DECO desde o dia 23 de Novembro se encontra a recolher assinaturas para a controlo do mercado dos Combustíveis, como ficou

essa questão?”

Belmira1. Ana2. Márcia3. Sónia4. Sandra5. Joaquina6.

Luísa7. Isabel8. Cláudia9. Alice10. Vera11. Noémia12. Adélia13.

Quadratim - n.º103

Auto

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Jogo da Paciência n.º 109

“NOMES FEMININOS ”

Há Portugueses que estão a destruir Portugal. Greves, aumento de impostos, cortes nos salários e pensões (estes têm que ser devolvidos a quem ficou sem eles); fomentar a desertificação do País com a emigração e o desemprego; encerramento de centros de saúde, hospitais, maternidades, repartições de finanças, tribunais, juntas de fre-guesia; criação de taxas moderadoras; passear pelo mundo à custa dos sacrifícios do povo; não ao investimento e à manutenção de empregos e empresas, mas sim à falência total do País.

Se possível vá pelo caminho correto do Quadratim ao encontro de – FELIZ 2013. São os votos que desejo a todos os leito-res e não só!

Soluções Jogo da Paciência - n.º108

Maria14. Joana15. Susana16. Vânia17. Clara18. Catarina19. Josefa20.

1.Coma peixe: Os peixes oleosos são ricos em DHA, um ácido graxo Omega-3. É importante para as grávidas comer bastante peixe, pois o DHA é neces-sário para o desenvolvimento do cérebro do feto.

2.Beba chá: A cafeína do chá verde e preto dá energia ao corpo e à mente, mas atenção pois não é bom beber café e energéticos. Para um ganho cere-bral excelente faça pausas regulares para beber chá. Doses pequenas durante o dia são melhores do que tomar uma única grande dose.

3.Sem stress: Stress não faz nada bem ao seu dia, humor e até mesmo ao teu cérebro, mas um leve nervosismo pode melhorar o desempenho cognitivo. Uma dica: controle a sua respiração quando ficar ner-voso (a).

4.Leia, mas mais devagar: Leia mais, porém deva-gar para melhor compreender o texto e sua interpre-tação. A nossa retina e o tempo que a imagem leva para ir da mácula para o tálamo e em seguida ao córtex visual para processamento, limita os olhos para cerca de 500 palavras por minuto, em eficiência máxima.

5.Mantenha-se ativo: Pessoas com mais de 65 anos que andam cerca de 9 km por semana em passo moderado têm 27% menos hipóteses de desenvolver demência do que adultos sedentários. O exercício melhorara o fluxo sanguíneo no cérebro.

6.Pratique: Pratique mais testes de inteligência.7.Durma: Uma breve sesta, mesmo que dure

apenas seis minutos, deixa a pessoa com mais ener-gia mental.

8.Jogue videojogos: A coordenação motora e a memória melhoram, no entanto, tudo o que é em excesso faz mal….

9.Exercícios: Estudos mostram que estudantes que praticam exercícios aeróbicos regulares ajudam a construir matéria cinza e branca no cérebro de adultos mais velhos.

10.Descubra: Você pode-se tornar mais inteli-gente estudando mais, criando mais conexões entre os neurónios. Pratique!

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Page 25: JBG_Janeiro 2013

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 25

Um Poema de Natal

Era noite, e alémnos céus de Belém,

as estrelas brilhavam,e entre si cochichavam;

numa gruta funda,talvez imunda,

envolto em palhinhas,muito fofinhas,na noite fria,

de Dezembro, nasciaJesus Menino,tão pequenino

e já Senhor,nosso Redentor.

Mas, um tal rei Herodes,de grandes bigodes,

que lá governavae as leis ditava,homem mau,

um cara-de-pau,que não gostava

e até odiavaas criancinhas;

as suas alminhas,por perversidade,extrema maldade,decretou mandar

sem vacilar,para o outro mundo.

De espada nua,saiu à rua,

este monstro odiado,monarca tarado,

e espalha o terror;a morte, o horror,

entre aquela gente;de sangue inocente,

ficou o reinado,p’ra sempre manchado,

eternamente.Tal barbaridade,ódio e maldade,

na realeza,tamanha vileza,

nunca o mundo viu;meninos inocentes,de crimes ausentes,às mães arrancados,vão ser degolados,

por um louco irado,na lama atolado,impunemente.

Começa a matançae, nem uma criança,

na redondeza,escapa à crueza do rei assassino;

somente o MeninoJesus pequenino,

na gruta escondido,assim protegido,

ficou ileso!

Manuel Palma

COLABORADORES

A caça

Levantei-me cedo e fui caçarEscolhido o local, comecei a caminhar

Nada aparecia para matarFarto de tanto andar, parei para descansar

Enquanto ali estava, um cigarro fumavaAo longe tiros ouvia, pensava

De certo algum coelho escapavaUma nuvem negra passava

Ai, o sol desapareceuJá não ouvia os pássaros

Era outro o som, o da chuva que caía

Passado uns momentos, pelo chão corriaProcurei abrigo, ou molhado ficariaVim para casa, e caça? Não trazia...

Manuel Tomaz

Era Digital

Serei um defunto solitárioComo qualquer abandonado idoso

Não é um viver desditosoMas assumido, responsável, voluntário

Cada um tem o destino da sua sorteQueira ou não queira o que lhe calhou

Pois para a hora da própria morteÉ essa a sorte que Deus lhe reservou

A minha não será diferenteNeste abandono de era digitalCom ou sem internet caseira

Sou como toda a genteNão deixarei de ser «Manuel Gomes do Sapal»

Nem isso faz parte da minha canseira.

Manuel Gomes

Pensamentos

A vila de Castro MarimDe beleza natural

A brisa vai-lhe beijandoDe frescura quase igual

De olhar tão pequenaDe vez vou eu passando

A noite quase todos gentinhaCom a luz vou apreciando

Devemos amar o nosso próximoDividir o pão de cada um dia

Devemos amar-nos a todos nósDevemos cantar todos com alegria

Damos solidariedade e pazÉ o que nós melhor fazíamosAcabar com a nossa vaidade

Compartilhar a todos a alegria.

António Victor Severo Martins

O Barquilho

Fecho os olhos e olho para trás, estou nas ruas direitas e perpendicula-res, que desaguam umas nas outras. Lavadas copiosamente pelas chuvas do Inverno, varridas pelos ventos do Outono, perfumadas na Primavera,

aquecidas calorosamente pelo sol simpático do Estio.Casas baixinhas caiadas de branco ou ocre, enfeitadas de molduras nas

janelas e portas, no seu estilo próprio e singular pombalino. Vinha gente de toda a parte, de Lisboa e do Porto, das Beiras e do Alentejo para a

praia, para as águas calmas e quentes do mediterrâneo, ali a dois passos, para o areal branco e fino onde se multiplicavam os chapéus-de-sol e

toldos de cores alegres e garridas. Vinham a banhos com os seus fatinhos de corpo inteiro, para o Vasco da

Gama, para as pensões, onde bonecas trajadas de sevilhanas sobre almo-fadas de seda e escarlate vestiam cadeirões de verga nas entradas.

O famoso pregão do barquilho, deliciosa bolacha fina e estaladiça que o barquilheiro vendia na praia, faziam as delícias da pequenada.

A marreca dava a volta ao Oceano, casino num fervilhar de gente que passeava de charrete, meio de transporte puxado por um belo macho, e que o povo dava o nome de «trem», ao longo da marginal entre luxuosos

e pitorescos chalés de grandes pátios com entradas floridas, faziam o gosto ao olho de nacionais e estrangeiros.

Mas voltando à vila conserveira pela estrada da mata ladeada por pinheiros altos e elegantes descobre-se o majestoso farol, construído no

século passado.O contrabando imperava e dava cartas na economia da vila de entã,

café para lá, sedas e perfumes para cá. Outros tempos, outras vontades, tempos passados, enfim…

Ilda Ferreira

Dezembro Mês de Natal

Chegou o Pai Natal, vergado ao peso do cabaz.Vem cheio de prendas e muito amor…

Traz-nos ainda muita alegria e paz,E para suportar o frio “o seu calor”…

São as prendas no sapatinho de cada criança,Reina a alegria em cada lar…

Vive-se um momento de esperança,Nunca se conjugou tanto o verbo amar…

Que seja este o Natal de todas as crianças,Não esquecendo os mais pobres, os mais des-

protegidosAqueles que, só conhecem o sofrimento e a

dor…

Um Natal com todas estas mudanças,Em que, os sem abrigo agora mais protegidos,Passem a ter um Natal em Paz, com alegria e

muito amor.

Relógio

O Sortudo

O pobre rico foi ricoPorque a sorte o ajudouUm dia veio a desgraça

E o rico pobre ficou

Era pobre agora é ricoJá se esqueceu da pobreza

Aquele que nasce pobre Nunca chega a ter nobreza

Os sonhos são como o ventoDão prazer ao sonhador

Há quem sonhe acordadoJulgando-se um doutor

Pobre rico foi aqueleQue da miséria nasceu

Trabalhou, ou foi gatunoE a sorte tudo lhe deu

Há p’rai tanto riquinhoCom a cabecinha louca

Dizia-se ter dinheiroE a crise fechou-lhe a boca

A sorte mais o destinoAmbas são inseparáveis

Seguem o mesmo caminhoTornando-nos responsáveis

Quando um pobre chega a ricoTrambolhões ele passouMas muito ele aprendeu

Nas páginas que ele estudou.

Natália Palma

O Capitalismo e a Pobreza

O pobre sempre humilhadoDurante a vida inteira

Sentindo-se desprezadoNão se dá por derrotado

Sem um tostão na algibeira.

Os direitos e as razõesQue sempre lhe é negadoTrabalho sem condiçõesSão as leis dos tubarões

Que manobram o Estado.

Se o pobre se renderAo grande capitalismoSem força para vencerCom certeza vai morrer

Na desgraça e no abismo.

Tantos tubarões na terraMais perigosos que os do marSão eles que fazem a guerraAndam na Cidade e na serra

Para os pobres enganar.

Muitos nos fazem sofrerNão tenhamos ilusões

Dizem que votar é um deverTudo prometem fazerNa altura das eleições.

Henrique Roberto

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26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2013

DESPORTO

Sérgio Contreras (Malaga)/Gon-çalo Rubio (Sevilha) impuseram-se a Raul Marcos (Madrid)/Antonio Luque (Jaen) pelos parciais de 7/5, 3/6 e 6/4. Na Categoria de Pares Femininos foi uma final totalmente vila-realense [Padel clube de VRSA]. As atletas Laura Martins / Marta Salvador sagraram-se campeãs de Pares Femininos ao derrotar na final a Daniela Martins/Ana Nunes pelos parciais de 6/3, 4/6 e 6/4 deixando para trás a concorrência de Lisboa e Leiria. Os atletas Daniela Martins/Fer-nando Martins (Padel Clube VRSA) em Pares Mistos sagraram-se cam-peões ao vencer na final Filipa Fer-nandes/Nicolau Silva (Leiria) pelos parciais de 6/1, 6/3.

Na cerimónia de entrega de pré-mios estiveram presentes Conceição Cabrita, Vereadora do Desporto do

vem a consolidar a patinagem como uma aposta ganha do clube de S. Bar-tolomeu do Sul. A Escola de Patinagem dos Leões do Sul, que corporiza o pro-jecto «Vamos Patinar» garante que este “é o resultado da persistência, deter-minação e empenhamento do clube na aprendizagem desta modalidade e na formação dos jovens”. Trata-se da única Escola de Patinagem no concelho de Castro Marim e segundo a direção “é uma peça na estratégia de formação e desenvolvimento dos jovens, uma realidade a que como coletividade de âmbito desportivo os Leões do Sul estão particularmente atentos”. Promover a participação dos jovens e potenciar a prática da modalidade são alguns dos objetivos.

município de VRSA, Ricardo Oliveira, Presidente da Federação Portuguesa de Padel e Octávio Salvador, Presi-dente do Padel Clube de VRSA.

A organização mostra-se orgulhosa

com os resultados obtidos, mas não só. “Este torneio destacou-se pela excelente convivência e os laços de amizade criados entre os atletas dos dois países”.

Decorreu em Vila Real de Santo Antó-nio, nos dias 8 e 9 de Dezembro de 2012, a 5ª Etapa do Circuito da Fede-ração Portuguesa de Padel. A prova foi organizada conjuntamente pelo Padel Clube de VRSA e a Federação Portuguesa de Padel, com o apoio do município vila-realense.

Participaram no torneio jogado-res que competem no Circuito Padel Pro Tour [Circuito Profissional] e onde os Atletas do Padel Clube de VRSA tiveram «uma excelente par-ticipação», de acordo com a organi-zação que confirma ainda que “na prova rainha, na Categoria de Pares Masculinos, os atletas profissionais superiorizaram-se a toda a concor-rência proporcionando um grande espetáculo nas meias-finais e final do torneio”.

Na final de Pares Masculinos

A iniciativa foi do Grupo Despor-tivo, Recreativo e Cultural «Leões do Sul Futebol Clube», com o apoio da câmara municipal e junta de fregue-sia de Castro Marim, num festival que trouxe cerca de 100 jovens patinadores do Card-Portimão, Grupo Desportivo Diana – Évora, Real Amizade Farense – Faro, Escola de Patinagem de Por-timão, Patinagem Clube de Tavira e Roller de Lagos Clube de Patinagem.

O festival pertenceu sobretudo às crianças que desfilaram em patins com os passes e coreografias leciona-das durante o ano. Os figurinos foram desde os estrunfes, animais, anjos, e trajes e danças com um «cheirinho» a samba e ao hip hop.

O Festival de Patinagem Artística Natal 2012, «A pequenada sobre rodas», é mais um dos eventos que

A equipa de Triatlo dos «Leões do Sul» do concelho de Castro Marim, participou nos dias 8 e 9 de Dezem-bro não na prova de triatlo, mas sim no duatlo de San Bartolome de la Torre, na província de Huelva em Espanha.

No duatlo fica de fora a nata-ção, mas nem por isso a prova é mais fácil. O duatlo foi constituído por 5,5 kms de corrida; 20 kms de BTT; e novamente 2,75km de corrida.

Em colaboração com a SGU e a câmara municipal de Vila Real de Santo António a RODACTIVA/SEM ESPINHAS realizou no dia 15 de Dezembro um pequeno passeio BTT em família pela cidade pom-

A equipa dos Leões do Sul marcou presença e posição na prova. No escalão de Elites, num total de 112 atletas as pontuações do clube castromarinense foram as seguintes: Nelson Mestre 13º, David Costa 32º, Pedro Ribeiro 54º. Destacou-se mais uma vez, no escalão +55 anos, o Atleta Amândio Norberto que alcançou o 5º lugar numa prova com 143 atletas participantes.

balina. Pedalaram cerca de 40 pes-soas de todas as idades. “O passeio foi pela amizade, pelo desporto, pelo convívio e pelo maravilhoso espírito natalício”, considera a organização.

Vila-realenses são campeãs

Patinagem com plateia cheia em Castro Marim

Depois do triatlo o duatlo BTT Familiar de Natal em VRSA

Campeãs e vice-campeãs de Pares Femininos são do clube vila-realense

Pavilhão Muncipal de Castro Marim recebeu o festival de patinagem

Equipa dos «Leões» com o Campeão do Mundo de Duatlo Olímpico (ao centro), Emílio Martin Pais Natais de bibicleta desfilaram pela marginal de VRSA

O padel está em alta e Vila Real de Santo António é já cidade de campeões nesta modalidade. A final da categoria de pares femininos foi exclusivamente vilarealense deixando para trás a concorrência de Lisboa e Leiria.

Futebolândia

Calendário 2013…Janeiro: Godinho Lopes, porque

vive a fazer bonecos de neve (em Por-tugal só na Serra da Estrela), vive num mundo de fantasia; parece o coelhinho que vai com o Pai Natal ao circo, como no anúncio dos chocolates.

Fevereiro: Cristiano Ronaldo porque disse em entrevista a um canal de televisão americano que seria ator depois de acabar a carreira; não chega o carnaval que é a relação dele com a Irina; passar as férias com a mãe Dolo-res a ouvir a música (ou coisa parecida) da “mana” Cátia.

Março: O Sporting. Até pare-cem jogadores tirados de um jogo de matraquilhos e, como não bastasse, contrataram o Jesualdo Ferreira, que é benfiquista desde pequenino mas tem um fraquinho pelo Porto e agora também pelo Sporting. Aliás, também deve ter uma costela do Braga, Leixões, Marítimo e todas as equipas que o con-tratem no futuro.

Abril: Pinto da Costa. O presidente do F.C. do Porto continua inocente, aliás este país são só inocentes; os do processo Casa Pia, Apito Dourado, Vale e Azevedo, o Bip Bip do Coiote, o lobo mau do capuchinho, etc…

Maio: Passos Coelho. O primeiro-ministro continua convencido que está a fazer um favor ao país, com as medi-das que lança; o professor Bambo tem que intervir e fazer-lhe uma “macumba” para ele ir parar ao Pólo Norte e sem GPS, para não voltar.

Junho: Teresa Guilherme e a TVI conseguem juntar mais analfabetos e desempregados do que outra institui-ção do país. Onde será que vão desen-cantar esta gente que nem sabe onde fica Lisboa? Este programa devia ser proibido para as crianças deste país, o ensino já é o que é, ouvindo a falta de cultura que por ali vai, ainda ficam piores; ainda ficam a pensar que Por-tugal conseguiu combater o défice de 2012.

Julho: As férias que cada vez são mais cá dentro, aliás vão ser tão cá dentro que nem vamos sair de casa. Montamos uma tenda no quintal com “barbecue”; disse “barbecue” porque é mais fino que fogareiro.

Agosto: O Orçamento de Estado que vai deixar todos de calções de banho. Espera-se que pelo menos tenhamos dinheiro para dar uns mergulhos, coisa difícil com o orçamento do “Gasparzi-nho-um susto de ministro”.

Setembro: Paulo Portas que, ora está a favor ou contra, só não sabe do quê. Ainda são os efeitos de andar de submarino, aquilo lá em baixo tem menos oxigénio; é a pressão atmosfé-rica.

Outubro: Cortes na função pública. Ainda falta cortar na água, na luz, na comida, na roupa; tantos cortes só em Castro Marim (cortes de energia por parte da EDP) e olha que são muitos ao longo do ano; não há torradeiras e microondas que resistam.

Novembro: Dia dos finados. Este ano não há feriado no dia 1 de Novem-bro, acabaram-se os vendedores de velas e flores que descontavam uma fortuna para o IRS; menos uma contribuição para o Estado (Aqui fui sarcástico).

Dezembro: O subsídio de Natal que passou a ser uma miragem. Qual-quer dia acabam com o Natal. Já viram o bico-de-obra que era pagar o subsídio de Natal a uma pessoa com 2013 anos?

Eusébio Costa, radialista e licenciado em

ciências da comunicaçã[email protected]

Page 27: JBG_Janeiro 2013

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JANEIRO 2013 | 27

DESPORTO

JBG - Quantos mandatos já fez à frente dos «Leões do Sul»?

Amândio Norberto - Quando a coletividade foi fundada, os man-datos eram anuais, mas a partir de 1990/91 passaram a bianuais. Assim sendo, fiz à frente dos desti-nos dos «Leões», na qualidade de Presidente da Direção, seis man-datos de um ano e estou na parte final do 9º ano bianual. Tenho dedicado grande parte do tempo da minha vida a esta causa.

JBG - Qual o estatuto de um clube como os «Leões do Sul» após tantos anos (1976), sendo uma das coletividades mais antigas do concelho?

AN - Com 36 anos de vida e trabalho ininterruptos, procura-mos dentro do nosso espaço de ação afirmarmo-nos como “uma força viva” do concelho de Castro Marim, na certeza de estarmos a contribuir para o bem comum. Esta é a nossa forma de estar no Movimento Associativo Popular.

JBG - Começaram com o futebol e entretanto hoje já contam com o btt, natação de mar e a patinagem. É difícil conciliar tantas modalida-des?

AN -Claro que é difícil! E só o conseguimos com vontade e persistência. Estamos referen-ciados no ex-IDP, como sendo uma associação que prossegue fins desportivos; essa é a nossa maior vocação. Depois dinamiza-mos todas as outras que referiu, mais o Triatlo e o Pedestrianismo. Fruto de circunstâncias várias, as diferentes modalidades têm tido altos e baixos, algumas delas com períodos específicos de desenvol-vimento. Este ano, por exemplo, organizámos a prova de Natação de Mar de Altura com um número recorde de participantes, tanto da prova em si, como do circuito de Natação de Mar do Algarve (219); no BTT já tivemos mais ativos e por via dessa atividade tivemos um campeão nacional, Diogo Afonso, sendo treinador o Professor Mário Alpiarça. Atualmente temos 83 atletas, dos quais 25 são federa-dos.

JBG - Os «Leões» são o único

clube da zona que propor-ciona patinagem e fundou com outros dois clubes da região, a Associação de Pati-

nagem do Algarve…AN - A patinagem chegou na

década de oitenta, trazida pelos irmãos Fernando e Pedro Lobato e a partir daí tem sido uma aposta nossa; uma aposta já ganha! Grande parte das crianças do con-

celho de Castro Marim e de VRSA sabem patinar graças ao trabalho desenvolvido pela nossa coletivi-dade. De salientar aqui também o trabalho da nossa técnica, a Pro-fessora Célia Pinheiro. Para nós, «Leões do Sul», o facto mais mar-cante da modalidade aconteceu na época 2000/01, quando parti-cipámos no campeonato nacional de hóquei em patins, no escalão

de juvenis. No dia 15 de Dezem-bro realizámos mais um festival de patinagem. É mais um entre tantos outros que temos realizado.

Vamos ao encontro das expetativas das crianças que naquele dia mos-tram a sua arte em cima de um par de patins aos seus familiares e à comunidade, imbuídos do espírito de Natal. Saliento, que esta ativi-dade só tem sido possível manter,

com a colaboração e persistência dos pais das atletas.

JBG - Os «Leões» têm-se des-tacado nos últimos tempos pelo triatlo e duatlo. Como surgiu?

AN - Estas modalidades surgem no clube como federadas em 2012. Sempre admirei o triatlo por incluir as três modalidades

que sempre gostei de praticar: natação, ciclismo e corrida. Pra-tico-as há bastante tempo com amigos… Além de mim, há duas outras pessoas cuja ação foi muito importante na fundação da secção: Nelson Mestre e Lopo Faísca. Atu-almente temos nesta modalidade sete atletas federados.

JBG - Para além do des-porto, o clube tem também as componentes recreativas e sociais.

AN – Sim, e são muito importan-tes, pois complementam a nossa atividade desportiva. Na área recreativa destaco os festejos dos «Santos Populares», as «Noites de Acordeão» e as «Noites de Fado», como forma de entretenimento. Na área social, muito sensível, dado que entendemos que nada se constrói sem solidariedade e partilha, recordo os nossos con-tributos monetários, conseguidos através da atividade desportiva do BTT, à Associação Rota da Cortiça referente à ação de Reflorestação na Serra do Caldeirão e à cam-panha de angariação de fundos para ajudar as vítimas do desas-tre ambiental do arquipélago da Madeira. Na área social partici-pamos na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (CPCJR) e no Conselho Local de Ação Social de Castro Marim (CLAS).

JBG - Muita gente diz que é o grande estratega e alma do clube, para além de des-portista também…

AN - A história não se apaga, por isso mesmo, não posso negar o que está registado. Ainda assim,

de forma humilde, direi que nunca estive sozinho nesta caminhada. Entre outros não posso deixar de salientar a ajuda determi-nante do meu grande amigo zé Romeira. Somos um coletivo de voluntários a trabalhar em prol da comunidade. Prova disso foi a distinção que o Município de Castro Marim nos concedeu ao atribuir aos «Leões do Sul», em 2006, a Medalha de Mérito – Grau Ouro, «pelos relevantes serviços prestados ao concelho nas áreas do desporto e do lazer».

JBG - Quais os desígnios para o futuro dos «Leões»?

AN - A minha maior ambição, que sei ser partilhada por muita gente aqui na aldeia, é que o trabalho empenhado e dedicado que temos vindo a fazer ao longo destes 36 anos tenha continuidade no futuro. São os mais jovens que têm que assegurar esse continui-dade.

Gostaria muito que daqui a 100 anos o «Leões do Sul» ainda existisse como símbolo da nossa aldeia de S. Bartolomeu do Sul. Numa ocasião como esta, não posso deixar de referir o muni-cípio de Castro Marim, pois sem o seu apoio, toda a referida ati-vidade não seria possível. De igual modo, faço um agradeci-mento muito especial ao JBG, pela oportunidade, bem como a todos aqueles que nos ajudam e que connosco colaboram, nome-adamente, os associados, o muni-cípio e as juntas de freguesia de Castro Marim, Odeleite e Altura, bem como algumas entidades privadas.

«Leões do Sul» somam e seguem

Amândio Norberto dedica-se de corpo e alma aos «Leões do Sul» desde a fundação da coletividade

Amândio Norberto é presidente de um dos clubes mais antigos do concelho de Castro Marim, os «Leões do Sul». A coletividade é sobejamente conhecida no território e tem desenvolvido modalidades como a patinagem, o hóquei, o BTT, pedestrianismo e mais recentemente o triatlo. Amândio Norberto é, para além de um desportista inveterado, a grande alma que dá corpo aos «Leões» do Baixo Guadiana.

Entrevista com Amândio Norberto PUB

““A minha maior ambição, que sei ser partilhada por muita gente aqui na aldeia, é que o trabalho empe-

nhado e dedicado que temos vindo a fazer ao longo destes 36 anos tenha

continuidade no futuro”

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2013

Dê preferência às comidas típi-cas e aos ingredientes da sua região, pois está a ajudar a redu-zir custos de transporte para que o produto de uma outra região chegue até si ,evitando assim as perdas causadas pela manipula-ção dos alimentos.

Consuma verduras, legumes e frutas da estação, que além de respeitar o ciclo natural, e serem mais saborosos, têm preços mais baixos.

O ano de 2012 marcou o país pela forte austeridade que se fez sentir e que ainda mais se espera para 2013, mas a verdade é que o reveillon aconteceu e foi sinónimo de alegria e festejos.

No Baixo Guadiana, como tem vindo a ser tradição, a festa rija fez-se na marginal de Monte Gordo com música, dj’s e fogo-de-artifício. Entrada não se pagou e a enchente mostrou que em dia de reveillon ninguém fica em casa. A animação começou no dia 29 de Dezembro, estendendo-se até 31. No dia 29 subiram ao palco os «Grab it Band», «The Sun» e os dj’s Bruno Lourenço e Flip d’Palm. No dia 30 a noite começou com os «Allmariados», seguidos da banda «Uns & Outros». A cabina de som ficou aos comandos dos «Smash». A noite de 31 começou com o «Duo Reflexo» e no momento das doze badaladas 2013 começou com fogo-de-artifício na Baía de Monte Gordo. Nas primeiras horas de 2013, ao palco subiu a mais célebre banda algarvia, «Íris». A pista de dança abriu a cargo do dj/produtor «Rosabrava» (by Guadiprod). Noite fora o dj «Glowjack» a encerrou as celebrações.

Também na véspera de Ano Novo a Praça Marquês de Pombal ganhou música com o grupo «Cê Barros». Para Luís Gomes, edil vila-realense, a festa de passagem de ano “é um dos eventos chave, tendo em consideração as boas taxas de ocupação hoteleira nos últimos anos”, diz justificando a aposta. Não esquecendo a crise, relembrou que optou “por uma programação que recor-reu essencialmente a bandas e dj locais, o que nos permitiu um orçamento mais reduzido, mantendo um cartaz com a mesma dimensão e qualidade”.

No território do Baixo Guadiana Alcoutim também marcou a festividade. Na vila o grupo «Sixis», fogo-de-artifício e DJ Pires pela madrugada, numa organização da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários com o apoio da autarquia. O reveillon também foi assinalado nas localidades de Giões, Vaqueiros e Pereiro com festas organizadas por associações. A primeira pela Associação «Grito de Alegria», a segunda pelo Clube Desportivo de Vaqueiros e a última pela Junta de Freguesia do Pereiro e Associação Estrela Pereirense.

CartoonECOdica

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Onda de solidariedade natalícia foi crescente. Portugueses confirmam que a crise não inviabiliza a solidariedade.

Depois de muitos apelos as obras da Secundária de VRSA vão ser retomadas. Comunidade escolar já respira de alívio.

Para além da saída de mão-de-obra qualificada do país agora os estudantes de ensino superior com propinas em atraso vão ser alvo de execução fiscal. Educação está comprometida.

Passagem de Ano com «prata da casa» trouxe milhares a Monte Gordo

sotavento algarvio