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Mozambique Vol. 9 EDIÇÃO DE: ABRIL DE 2016 INCLUSIVE AND DYNAMIC DEVELOPMENT Resumo do relatório do Seminário de Divulgação de Resultados de Investigação no Corredor de Nacala Foto de familia dos participantes do seminário do ProSavana-PI Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) implementou o Projecto de Melhoria da Capaci- dade de Investigação e Transferência de Tecnologias, ProSAVANA-PI, desde Abril de 2011, com o apoio dos Centros Internacionais de Pesquisas Japonesas (NTC/ JIRCAS) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecu- ária (EMBRAPA) no corredor de Nacala. Participaram como entidades responsáveis do projecto, o Ministério de Agricultura e Segurança Alimentar (MASA), a Agên- cia Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). No dia 10 de Março de 2016, realizou-se na Cidade de Nampula, um seminário com o objectivo de partilhar os resultados de investigação e experiências colhidas ao longo dos 5 anos de implementação do ProSAVANA -PI no corredor de Nacala. o (para página 2) Dia de campo do seminário do ProSavana-PI Participantes durante o seminário do ProSavana-PI ProSAVANA-PI JICA MOZAMBIQUE NEWSLETTER Vol. 9

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Mozambique

Vol. 9

EDIÇÃO DE: ABRIL DE 2016INCLUSIVE AND DYNAMIC DEVELOPMENT

Resumo do relatório doSeminário de Divulgação de Resultados de Investigação no Corredor de Nacala

Foto de familia dos participantes do seminário do ProSavana-PI

Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) implementou o Projecto de Melhoria da Capaci-dade de Investigação e Transferência de Tecnologias, ProSAVANA-PI, desde Abril de 2011, com o apoio dos Centros Internacionais de Pesquisas Japonesas (NTC/JIRCAS) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecu-ária (EMBRAPA) no corredor de Nacala. Participaram como entidades responsáveis do projecto, o Ministério de Agricultura e Segurança Alimentar (MASA), a Agên-cia Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

No dia 10 de Março de 2016, realizou-se na Cidade deNampula, um seminário com o objectivo de partilhar os resultados de investigação e experiências colhidas ao longo dos 5 anos de implementação do ProSAVANA-PI no corredor de Nacala.

o

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Dia de campo do seminário do ProSavana-PI Participantes durante o seminário do ProSavana-PI

ProSAVANA-PI

JICA MOZAMBIQUE NEWSLETTER Vol. 9

JICA MOZAMBIQUE NEWSLETTER Vol. 9

(da página 1)

Estiveram presentes também os representantes dos Governos de Moçambique e do Japão, faltando a repre-sentação brasileira por motivos de agenda.

Em plenária a parte moçambicana fez-se representar pela Dra. Anabela Zacarias, como representante da(MASA), o Eng. Pedro Dzucule, DPASA-Nampula, o Eng.António Limbau, Coordenador do ProSAVANA-PI,enquanto a parte japonesa foi representada pelo Sr. Katsuyoshi Sudo, representante da JICA em Moçambique.

Tanto no seminário como na visita de campo foi ress-altada a importância que o projeto ProSAVANA PI teve para o desenvolvimento regional do norte de Moçamb-i

O ProSavana-PI foi uma excelente oportunidade de troca de experiências em pesquisa agrícola entre pesquisadores moçambicanos, brasileiros e japoneses. Houve inovação institucional através da criação de mecanismos de coordenação entre os 3 países envolvidos e mecanismos de divulgação dos resultados dos trabalhos de investigação para extensionistas e produtores, ainda que em pequena

Ficam como desafios a disseminação das tecnologias desenvolvidas pelo projecto ProSAVANA-PI pàra a extensão e produtores para o aumento da produção e produtividade; a necessidade de incrementar os recursos humanos para responder à demanda de pesquisa ao longo do corredor de Nacala; continuar amelhorar as infra-estruturas de pesquisa e incluir pesquisas em irrigação.

escala.

Durante a vigência do ProSAVANA-PI houveram grandes ganhos para o desenvolvimento da pesquisa que contribuirão para o aumento da produtividade e segurança alimentar no corredor de Nacala. Dentre os quais se destacam a construção e apetrechamento do Laboratório de Análise de Solos e Plantas no IIAM-Nampula, o treinamento dos pesquisadores do IIAM, o desenvolvimento de sistemas de cultivo e de tecnolo-gias para o melhoramento e conservação do solo, bem como estudos sócio-económicos eprodução de modelos de suporte para os produtores escolherem o sistema de cultivo apropriado.

Avaliação Final do Projecto de Produção Sustentável de Biocombustível a partir

da jatrofa

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Este projecto está a ser implementado pela Univers-idade Eduardo Mondlane-UEM em Moçambique e pela Universidade de Tóquio e outros 4 instituições , no Japão, respectivamente, e tem duração de 5 anos prevendo-se o seu termo para o final de Junho de 2016.

A avaliação final do projecto

jatrofa foi realizada no período

de 8 Fevereiro a

3 Março de 2016.

Momento de Discussão do Projecto pelo Comité de Coordenação Conjunta (JCC), realizado a 03 Março 2016

O projecto da jatrofa visa alcançar os seguintes objectivos: ·

·

Estabelecimento de um sistema de cultivo de jatropha adequado para as áreas semi-áridas em Moçam bique;

Verificação científica da eficácia da conserva- ção e melhoria do meio ambiente, através do estabelecimento de tecnologias de cultivo, conversão e utilização.

Já no dia 11 aconteceu o dia de campo em Muriaze e Posto Agronómico de Nampula (áreas experimentais doIIAM) onde se apresentaram ensaios em curso e vitrin-as tecnológicas com as tecnologias agrárias desenvolv-idas pelo IIAM e seus parceiros.

O encontro contou com a presença de 102 participantesprovenientes dos Centros Zonais Nordeste e Noroeste, equipe japonesa do ProSAVANA-PI e ProSAVANA-PEM, directores dos SDAEs de alguns distritos do corredor deNacala, técnicos de Extensão agrária do DPASA-(Director Provincial da Agricultura e Segurança Alimentarde Nampula), produtores agrários, ONGs, instituições académicas e mídias que fizeram a cobertura do evento.

que, especialmente para o corredor de Nacala.

(da página 2)

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A avaliação final foi feita em conjunto por ambos os lados, moçambicano e japonês, e baseou-se em5 critérios, nomeadamente: a relevância, eficácia,eficiência, impacto e sustentabilidade.

O comité de avaliação concluiu que os resultados estão a ser paulatinamente alcançados e se espera que sejam integralmente alcançados até ao final doprojecto.

A equipe de avaliação recomendou que se deverá proceder à compilação dos resultados, assim como, à publicação dos trabalhos de pesquisa até ao finaldo projecto. Esses resultados foram apresentados e aprovados pelo Comité de Coordenação conjunta

Sendo a primeira experiência de avaliação do projecto SATREPS (programa do governo japonês -JST/JICA para a pesquisa conjunta internacional emquestões globais por pesquisadores no Japão e nos

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IPEME apresenta manual e Kit de suporte CaDUP

IPEME apresenta manual e Kit de suporte CaDUP

Seminários de lançamento do manual CaDUP e do Kit

Não obstante a parceria entre o IPEME e a JICA ter iniciado em 2010 com envio de assessor para apoiar em iniciativas visando estimular o consumode produtos locais e alargar o mercado nacional, o IPEME apresentou, recentemente, na província de Gaza e Inhambane, o manual do projecto CaDUP,como ferramenta de apoio aos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE's) e demaisintervenientes a fim de solucionar problemas pontuais das Pequenas e Medias Empresas (PME's).

Em Gaza e Inhambane

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Importa salientar que alguns estudantes que base-aram suas pesquisas no âmbito deste projecto, obtiveram alta pontuação na defesa de seus trabalhos de fim de curso, com a colaboração de professores e pesquisadores moçambicanos ejaponeses. Alguns dos estudantes vão continuar com o programa de mestrado, nesta área, que será introduzido na faculdade de engenharia. Por fim, espera-se que esses estudantes contribuam, futuramente, para o desenvolvimento deste país.

países em desenvolvimento) por pesquisadores moçambicanos e japoneses, tem se notado que o âmbito do projecto SATREPS, não está, até aqui, muito claro para a maior parte da audiência facto que deu origem a muitas questões de debate no JCC.

O Ministério da Indústria e Comércio (MIC) através do Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas(IPEME) está a implementar de 2013 a2016 o Projecto para o Desenvolvimento

, em parceria com a Agência Japonesa de Cooperação Internac-ional (JICA),com o objectivo de fortalecer a estrut-ura e procedimentos de implementação para o de-senvolvimento da indústria local na zona rural deforma integrada, através da exploração e valori-zação de recursos existentes ao nível do distrito.

“Cada Distrito Um Produto-CaDUP”

O Manual foi apresentado aos técnicos dos SDAE'se pontos focais das PME's beneficiários do projecto CaDUP nos distritos de Mandlakazi em Gaza e Zavala na província de Inhambane, respectivamente.Contudo, estes seminários de lançamento do manual CaDUP e do Kit de suporte serviram para atroca de experiência entre os técnicos do IPEME, dos SDAE's e os pontos focais na busca de soluçõeseficazes de apoio nas estratégias de marketing paraas PME's.

(JCC) no dia 03 de Março.

da Indústria local denominado

Produtos embalados

O Projecto de Produção sustentável de biodiesel a partir da jatrofa está prestes a terminar, mas se espera uma contínua colaboração entre as univers-idades e pesquisadores de ambos os países após o fim do projecto.

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Para o efeito foram apresentados os casos de suce-ssos de alguns beneficiários no que concerne ao melhoramento de embalagem e rotulagem graças àassistência técnica do IPEME, através do programa CaDUP, com destaque para Prossocala e Agro Malate.Por conseguinte estas PME's têm-se destacado, positivamente, no mercado em termos do volume de vendas, resultando da demanda dos seus produtos.

Importa salientar que a apresentação do manual CaDUP e o Kit de suporte teve início na cidade de Maputo envolvendo técnicos do IPEME, Peritos da JICA, pontos focais de Maputo, Gaza, Inhambane, Nampula e Manica e tinha por objectivo discutir os instrumentos como forma de recolha de contribuições de modo a melhorar o mesmo.

JICA DOA EQUIPAMENTOS METEOROLÓGICOS AO INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA

A JICA e o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM)assinaram em finais de 2014, um Memorando de Entendimento para implementação do projecto de assistência técnica para o fortalecimento da capaci-dade de observação meteorológica, previsão de tempo e aviso prévio em Moçambique.

O Projecto cujo início deu-se em Fevereiro de 2015, terá a duração de três anos, e visa fortificar as capacidades do INAM nas componentes de observ-ação meteorológica, previsão de tempo e aviso prévio, com intuito de fazer face às mudanças climáticas, e consequentemente aos desastres naturais em Moçambique.

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(da página 3)

De um modo geral, o fortalecimento das capacida-des do INAM através do Projecto em referência é feito através de assessoria técnica por peritos japoneses, treinamentos dos técnicos do INAM no Japão e em Moçambique em matérias de calibraçãode instrumentos obedecendo as recomendações dequalidade indicadas pela Organização Mundial de Meteorologia.

Calamidades e a Direcção Nacional de Águas para participar da 3ª Conferência Mundial das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres que teve lugar em Sendai-Japão. Por outro lado, a JICA enviou no final de 2015, quatro técnicos do INAM ao Centro Regional de Instrumentos da Agência Japonesa de Meteorologia localizado em Tsukuba-Japão, onde puderam trocar experiências sobre várias componentes da área meteorológica.

No dia 23 Março de 2016 - data em que se com-emorava o Dia Mundial de Meteorologia - a JICA, através do seu Representante Residente, Sr. Katsuyoshi Sudo, procedeu a entrega de um conjunto de equipamentos meteorológicos para a calibração de barómetros e termómetros ao INAM, visando assegurar maior precisão nas actividades incumbentes a este.

De salientar que a cerimónia de entrega dos equipamentos contou com a presença do Ministro

Mesquita, da Directora Geral do INAM, Dra Cândida Sete, Representantes da Embaixada do Japão e várias personalidades ligadas ao sector.

Em Março de 2015, um técnico do INAM teve a oportunidade de se juntar aos de outras instituições, nomeadamente, Instituto Nacional de Gestão de

Equipamentos de calibração constituidos por barómetros, termómetros e pluviometros doados pelo JICA

de Transportes e Comunicações, Eng. Carlos

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«Não seja enfermeiro, se não tiver bom coração» - Eriko Abe –

Voluntária da JICA

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Desde 1985 quando as Nações Unidas instituíram o dia 5 de Dezembro como a data oficial para a celebraçãodo voluntariado, centenas de países aderiram a data para trabalhos voluntários. Através da JICA, vários voluntários em diversas áreas de intervenção social trabalham no país. Eriko Abe, 31 anos, especialista emenfermagem geral desde 2014 em Moçambique, actuando como docente voluntária Japonesa de Cooperação Internacional,JICA, no Instituto de Ciênciasde Saúde de Maputo (ICSM). Convidamo-la para falar do seu trabalho.Quando é que começa com o trabalho voluntário em Moçambique? – Chamo-me Eriko Abe, 31 anos de idade e sou especialista em enfermagem geral. Estou em Moçambiquedesde Abril de 2014 e desde a data afecto no Instituto deCiências de Saúde de Maputo (ICSM). como professora de enfermagem.

“EXPERIÊNCIA DA ÍNDIA TORNOU-ME VOLUNTÁRIA”

Que características julgaram serem importantes parate tornares voluntária da JICA? – Eu trabalhei por quase sete anos num hospital no Japão, anos alternados entre o bloco operatório e numaenfermaria de cardiologia que comportava a medicina geral e serviços de urgência. Primeiro viajei para Índia tendo escalado uma província pacata. Aqui deparei-me com situações de má nutrição e de crianças padecendo depoliomielite. Foi uma situação nova para mim até porque no Japão nós não temos esta doença e é obrigatório logo anascença tomar a devida vacinação contra esta doença.

Mas ainda não respondeu a questão…! – Fiquei sentida com aquela realidade e senti que podia ajudar uma vez ter técnicas e conhecimentos adquiridos ao longo da minha formação. Decidi a partir daí que queria ajudar crianças de todo o mundo. As crianças não precisam apanhar doenças nem morrer porque falta-nos enfermeiros ou pediatras. O meu caso particular foi osentimentalismo e a vontade de ajudar os mais necessit-ados que me levou a abraçar o voluntariado e a JICA apareceu no momento certo.

“GOSTO DE ESTAR COM DOENTES”

Eriko Abe – Voluntária da JICA

Pude perceber que na Índia também era obrigatório mas havia uma espécie de mito sobre a vacinação muito porque a maioria das crianças e até adultos não tinham sido instruídas sobre os perigos da doença. Foi uma situação que chocou e marcou-me bastante e que influenciou muito na minha decisão de ser voluntária.

Mas porque escolheu Moçambique e não a India, por exemplo, que foi onde começou o afecto por esta causa humanitária?

– (Risos!) Na verdade não escolhi Moçambique masconfesso que a sorte foi favorável. O que acontece é que temos a oportunidade de escolher três países. Como disse anteriormente, eu trabalhava num hospital e não tinha experiência como professora mas a JICA decidiu mandar-me a Moçambique e para o ICSM como professora embora,a minha prioridade fosse, como disse, trabalhar com doentes numa unidade sanitária. Gosto de estar em contacto com doentes e poder ajudá-los, aí sim, sentiria que estou a exercer o meu dever de voluntária. Qual foi a tua primeira avaliação sobre os níveis sanitários em Moçambique? – Os meus colegas moçambicanos têm excelentes conhecimentos técnicos mas por outro lado os níveis de conhecimento e pesquisa sobre a medicina no meu ponto de vista continuam baixos embora haja esforço para progredir.

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Há muita falta de técnicos qualificados e especializados na medicina e os poucos que existem não dispõem de tempo para responder tanta procura. O outro obstáculo é a falta de recursos materiais e modernos para atender a evoluçãovertiginosa do mundo. Estive num outro instituto de formação na Massinga, província de Inhambane e a situação da falta de material é deplorável. Imaginemos os formados que saem, como é que vão saber manusear instrumentos que durante a formação não tiveram acesso?

Quais são as grandes dificuldades de que a instituição carece? – Falta de material de trabalho para aulas práticas experimentais e a falta de salas de aulas. A propósito do material de trabalho, o Japão ofereceu manequins e modelos para equipar a sala do laboratório de manuseamento mas deparamos com situações deprofessores que não sabem manejar senão a discrição. Não foi fácil o entendimento com alguns colegas porque eu tenho uma cultura de trabalho diferente e eles têm outra. Graças a directora pedagógica, conseguimos equipar uma sala com mínimas condições para aulas práticas.

“META É FORMAR BONS ENFERMEIROS”“EM MOÇAMBIQUE ESTUDA-SE A ENFERMAGEM EM POUCO TEMPO”

Como se sente hoje a contribuir com formação de novos quadros da saúde em Moçambique? – É uma situação me comove porque aprendo a cadadia nova forma de estar e inserir-me na sociedade. Somosdois povos distintos em quase tudo e chegar aqui e encontrar uma realidade diferente da minha, foi no início difícil mas depois habituei que hoje estou muito a vontade. No Japão estuda-se por 4 anos para ser enfermeira e aqui em apenas 2 anos, eu considero que são poucos e foi uma surpresa para mim. Foi ainda surpresa o facto de os alunos em tão pouco tempo terem contacto directo com os doentes, antes de potenciados de técnica suficiente. Mas a estratégia, avaliada positivamente é boa porque faz com que os alunos terminem o curso com alguma experiência.

“SER ENFERMEIRO É TER CORAÇÃO”Acredita que pelas suas mãos vão sair bons enfermeiros

capazes de se identificarem com o seu trabalho? – Técnicas e conhecimentos são fáceis de aprender mas o comportamento, por exemplo, não se aprende facilmente. Ser enfermeiro não é só ter conhecimentos técnicos e técnicas, é também ter um bom coração.

O que pretendo que os meus alunos saibam é que nunca se esqueçam que os doentes são seres humanos tal comonós que precisam de vosso cuidado. Por isso, os meusalunos devem ter o respeito consigo mesmo para conseguir transportar isso as doentes. O aluno deve pensar em como é que ele gostaria de ser tratado quando estiver em doente. Esse é o perfil do enfermeiro que eu gostaria de formar, um aluno comprometido com o doente.

Quando terminar o seu tempo em Moçambique, que enfermeiro gostaria de deixar?

– Lembro-me que quando cá cheguei uma das dificuldades que travei com os colegas foi o entendimentono trabalho mas por questões da língua. Chegou-se a pensar que queríamos aumentar a carga horária aos funcionários porque entendemos que havia necessidade de colocar as coisas organizadas a nossa maneira. Mas o tempo de convivência foi melhorando a forma de trabalho tanto que eles nos querem a todo momento para partilha de conhecimentos. Tenho duas metas por concretizar. Primeiro formar bons enfermeiros, sou directora da turma e o meu desejo é que eles estejam identificados com a minha forma de estar. Já não me resta muito tempo em Moçambique mas no pouco que tenho quero transmitir e adquirir experiências. Segundo, Quero um enfermeiro que saiba buscar soluções num ambiente de carências.

Eriko dando aula no de Saúde de Maputo (ICSM).

Instituto de Ciências

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O que eu aprendi no Japão -A voz de um dos participantes da formação através da JICA

Nesta edição, apresentamos a voz de um dos participantes, o Sr. Rafael Lambo Bernardo, do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano participou num curso, de “Stengthening of Local Education for (SMASSE)Strengthening Mathematics And Science at Secondary Education in Sub-Saharan Africa” de 2016 no Japão.

1. Que cargo desempenha na instituição? 4. Como aplicar a experiência do curso em Moçambique?

Chefe do Departamento de Formação de Professores. O meu trabalho consiste na planificação e elaboração de currículos de formação de professores do ensino primário e educação de adultos. Também realizamos capacitação dos formadores dos Institutos de Formação de

Professores

A experiência japonesa tem alguns aspectos que podem aplicados

no nosso país. Por exemplo, na formação de professores em

exercício o treinamento depois de alguns anos de serviço (pode ser

depois de 5 ou 10 anos) pode ser adaptado para o contexto

moçambicano, o licenciamento de professores para a valorização

da carreira docente.

A existência de professores itinerantes ajuda na melhoria da

qualidade do trabalho. Por isso, essa é uma outra experiência que

pode ser adaptada em Moçambique, sobretudo na formação de

professores, durante o estágio integrado e pré-profissional.

2. Em que curso que participou?

3. O que aprendeu no curso?

5. Que impressão teve da estádia no Japão?

Strengthening of Local Education for SEMASE in Sub-Saharan Africa. Consistiu na troca de experiências entre países africanos em relação ao sistema educativo japonês. Estiveram presentes 11 participantes em representação de 9 países

africanos.

A minha estadia no Japão foi bastante agradável. O povo Japonês é

respeitoso e trabalhador. Em qualquer lugar ode estive, tanto em actos

oficiais como em actos informais, fui sempre bem recebido.

A cultura de trabalho, o respeito pelas regras são algumas das lições

que aprendi no Japão.

Outra coisa que me impressionou foi a pontualidade dos japoneses.

Estre as matéria que constituíam o curso destaca-se:

1. Política e Administração japoneses

2. Economia japonesa

3. Sistema Educacional do Japão

o Inspecção escolar e papel dos “Teachers

consultants”

o Formação de professores

Aprendi que em alguns momentos não precisamos de muito dinheiro

para organizar o processo de ensino e aprendizagem.

Os laboratórios das ciências naturais que visitamos funcionam com

materiais cuja maioria provém do reaproveitamento e objectos.

Aprendi também que há momentos de aula que o professor deve deixar

os seus alunos explorarem o conhecimento, através de experiências

individuais, colectivas ou através de perguntas aos colegas.

Os programas de Formação e diálogo da JICA são formas de cooperação técnica que esta instituição realiza no Japão para participantes de vários países. Alguns dos conhecimentos que a sociedade japonesa tem acumulado, incluindo a sua experiência nas áreas do know-how organizacional e dos sistemas sociais, só podem ser compreendidos através da experiência em primeira mão.

Os programas são meios importantes de cooperação técnica, que apoiam no desenvolvimento de recursos humanos e na resolução de problemas nos países em vias de desenvolvimento. Desde 1998, mais de 400 participantes de Moçambique tomaram parte dos programas de formação no Japão, em sectores tais como agricultura, saúde, combate a corrupção, desenvolvimento rural, entre outros.

Em qualquer lugar onde estive, tanto em actos

SMASSE

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O que é TICAD?

TICAD significa "Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano". TICAD tornou-se a maiorestrutura global para Ásia e África para colaborar na promoção do desenvolvimento da África. A primeira Conferência de Tóquio foi realizada em 1993, marcando o início de um processo contínuo de apoio para a África e de construção de consensos em torno de prioridades para o desenvolvimento da África. Esse processo foi reforçado com uma segunda conferência de Tóquio, em 1998.

A quinta conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD V) foi realizada em Yokoyama em Junho de 2013. Desde 1993, o ano quando o governo do Japão acolheu a primeira TICAD, África drasticamente mudou, de um "continente de pobreza e conflito" para um "continente da esperança," continuamente alcançando crescimento económico anual de mais de 5% nos últimos anos.

Agência Japonesa de Cooperação internacional (JICA) está implementando diversas cooperaçoês com parceiros nacionais e internacionais para dar suporte ao crescimento sustentável em África. Estes esforços são realizados em consonância com o compromisso do governo do Japão no TICAD V, "Ao longo dos cinco anos, o Japão apoiará o crescimento Africano através de meios públicos e privados de 3,2 triliões de ienes, incluindo ODA de cerca de 1,4 triliões de ienes e outros recursos públicos e privados de cerca de 16 biliões de dólares"

A sexta Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD VI terá lugar de 27 a 28

de Agosto de 2016 em Nairobi, no Quénia, que será o primeiro país africano a acolher esta reunião.

JICA- Agência Japonesa de Cooperação InternacionalEscritório da JICA em Maputo Escritório Filial da JICA em Nampula

JICA Mozambique Facebook Page: https://www.facebook.com/jica.mozambiqueTICAD Website: http://www.jica.go.jp/regions/africa/ticad

Publicado pela JICA Mozambique

Av.24 de Julho No.7, edifício da Polana Shopping Centre 11 Andar, Escritório A, Maputo, MoçambiqueTel.: +258 21 486 357/8 Fax:+258 21 486 356Caixa Postal : 2650URL:http://www.jica.go.jp/mozambique/english

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