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Jornal do projeto Comunicapaz em 2012

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Page 2: JORNAL COMUNICAPAZ

EXPEDIENTE COMUNICAPAZUma publicação do Curso de Comunicação Social,Habilitação Jornalismo, Universidade Federal doMaranhão, Campus Universitário do Bacanga, Av.dos Portugueses, s/n, CEP.65085-580, São Luís–MAReitorNatalino SalgadoVice-ReitorAntonio Oliveira

Chefe de Departamento de Comunicação SocialFrancisco GonçalvesCoordenador do CursoEsnel FagundesCoordenação EditorialProfa. Dra. Vera Lúcia SallesProduçãoLuana CamargoPlanejamento Gráfico e DiagramaçãoJonilson Bruzaca

EdiçãoProfa. Dra. Vera Lúcia SallesIzabel AlmeidaPablo HabibeRedaçãoAlunos do 7º período, Disciplina Laboratóriode Jornalismo Impresso, e jovens participantes da oficina de Produção Textual, do bairro Vila EmbratelRevisãoProfa. Dra. Vera Lúcia Salles

Izabel AlmeidaPablo HabibeFotosAlunos da Disciplina Laboratório de JornalismoImpressoProjeto Grafiteiros EcológicosProjeto ComunicapazImpressãoUnigrafTiragem1000 exemplares

O jornal Comunica Paz é resul-tado de um trabalho conjunto dos alunos do 7º período de Comunica-ção Social – Jornalismo – da UFMA com jovens moradores do bairro da Vila Embratel, numa demons-tração da integração entre univer-sidade e comunidade

Toda a equipe se envolveu no processo de confecção do jornal, sugerindo e produzindo pautas, escrevendo matérias. Mas para chegarmos a esse produto, foi ne-cessário um trabalho anterior que preparasse esses jovens para uma tarefa que eles iriam desempe-nhar.

A partir do comprometimento com a cultura de paz, foram rea-lizadas oficinas de Produção Tex-tual, Jornalismo Comunitário e Jornalismo Cidadão, no Núcleo de Extensão da UFMA na Vila Embra-tel (NEVE). Essas práticas ofere-ceram as ferramentas necessárias para falar de uma realidade que poucos conhecem.

São projetos, atividades espor-

tivas, eventos, cursos, pessoas e personagens de uma comunidade vibrante, muito mais do que é di-vulgado na mídia local. O jornal buscou abordar os aspectos posi-tivos do bairro, abrindo os olhos também para as boas notícias.

Nas reuniões de pauta, as su-gestões partiram de todos os lados, universitários e moradores que, orientados pela professora Vera Salles, escolheram os assun-tos abordados ao longo do jornal. Tanto a apuração como a elabo-ração dos textos foram feitas por duplas ou trios, formados por es-tudantes de Jornalismo e jovens da comunidade, numa troca de expe-riências que enriqueceu a ambos os grupos.

O Jornal Comunica Paz mostra que, apesar das dificuldades, é possível despertar vocações que contribuam para uma melhor qua-lidade de vida, promovendo uma reconstrução da identidade do bairro a partir de seus próprios moradores.

A intenção deste jornal-laboratório foi a constru-ção de um produto que possibilitasse a prática do jornalismo entre alunos da disciplina Labora-tório de Jornalismo Impresso e jovens estudan-

tes do bairro da Vila Embratel.Esta experiência buscou, além de aproximar universi-

dade da comunidade, fugir ao modelo imposto pela mídia tradicional em âmbito nacional e local que, geralmente, costuma se basear no lema “notícia boa é notícia ruim”.

Nesse sentido, foi sugerido à equipe de trabalho seguir outro caminho, dando destaque aos aspectos positivos do bairro. Assim, foram mostrados perfis de pessoas que fazem a diferença em prol do progresso da comunida-de, ou mesmo notícias ou reportagens revelando que valores do bom convívio e da cultura de paz, como a solidariedade e a generosidade, também fazem parte do cotidiano de seus moradores.

Outro aspecto importante nesse processo foram as ofi-cinas de produção de texto ministrada pelos alunos com a ajuda da jornalista Luana Camargo que tiveram como foco o jornalismo cidadão. Este se caracteriza por ser co-laborativo e participativo e pela divulgação e discussão dos problemas de uma localidade que não são retrata-dos ou agendados pela mídia em geral.

Desta maneira, foi dada a oportunidade para que os jovens participantes gerassem conteúdos próprios, ao contarem o que acontece no bairro do ponto de vista deles próprios.

Cabe ressaltar o entusiasmo com que esses jovens acolheram o jornal Comunicapaz revelando outra face da Vila Embratel, ao contrário da que é rotulada pela mídia local.

É sempre gratificante acreditar e apostar que experi-ências como esta contribuem para acreditar que outra comunicação é possível.

Profa. Vera Lucia Rolim Salles

TROCA DE EXPERIÊNCIAS:UNIVERSIDADE E COMUNIDADE Izabel Almeida

EDITORIAL

Alunos de jornalismo e jovens da Vila Embratel durante a oficina de produção do jornal

Page 3: JORNAL COMUNICAPAZ

Uma rede de pessoas preocupadas em disseminar a alegria e o bem-estar social é posta em prática por 55 pessoas - 20 articuladores e 35 meninos e meninas, entre 15 e 18 anos - mo-radores da comunidade Vila Embratel. Trata-se do projeto “JuPaz”-Juventude pela Paz- que, por meio de atividades lúdicas, como teatro e dança, além de palestras trabalham de acordo

com as orientações dos jovens de Timon (MA): “o círculo de paz”.O círculo é composto por três grandes vertentes, Direitos de Paz, Direitos Humanos e Ecologia, que

ganham força no interior do Estado do Maranhão. Com participação dos Missionários Cambonianos, esses princípios são seguidos também em outros estados do nordeste brasileiro, como Paraíba, Ceará, e Bahia.

“Queremos ser construtores de um ambiente mais sadio, onde a violência não possa ter vez e voz. Precisamos fazer esse resgate dos bons valores e educar a população para uma nova Vila Embratel.” ressalta a educadora Maria do Carmo.

Para Maria, integrante e educadora desde março de 2009, a utilização de ferramentas virtuais como o twitter, o orkut e o e-mail, assim como o contato direto com as pessoas, contribuem para criar um espírito de coletividade no bairro.

Segundo ela, o patrocínio da província dos Cambonianos, da Conferência Episcopal Italiana e do Observatório da Juventude (grupo de universitários e professores da UFPI – Universidade Federal do Piauí) é importante, porém a arrecadação ainda se deve muito à mobilização de articuladores e demais membros. “Vendemos cremosinho e outros produtos para que não possamos depender única e exclusi-vamente dos nossos parceiros. Precisamos nos manter e temos meios para isso”, comenta.

O ecumenismo, como semente a ser cultivada pela rede, desperta em estudantes como Wynielly dos Santos, 17 anos, do colégio CEMA (Unidade Dr. Francisco de Assis Ximenes Aragão Filho), um desejo de dias melhores. “Meu bairro é muito violento, projetos como este fazem com que minhas esperanças não morram. Só gostaria mesmo que mais pessoas estivessem engajadas”, desabafa a jovem.

Ela nos conta, ainda, que antes era muito agressiva com seus familiares, inclusive com a própria mãe, mas as dinâmicas de grupo e o acompanhamento de representantes em sua escola, fizeram dela uma cidadã disseminadora da união e da fraternidade.

A mesma preocupação pode ser notada no trabalho de outras denominações cristãs. Para o pastor Manoel, da Assembléia de Deus, área 5 da Vila Embratel, a igreja tem papel fundamental na socialização do jovem para tirá-lo do mundo da violência. “A igreja não deve se preocupar só em buscar a alma, mas também em cuidar dela. Pelo evangelho resgatamos o jovem e fazemos acompanhamento para que ele permaneça” enfatiza o Pastor. Outro aspecto no qual a religião contribui é em relação aos problemas sociais. A comunidade evangélica do bairro se une para distribuir cestas básicas e promover um sopão para as pessoas mais carentes da área.

DE TIMON à VILA EMbRATEL,MISSãO DE PAz NA COMUNIDADE

Alessandra Dutra Ana Tatiana Marcos Soares Raquel da Silva Machado

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No coração da Vila Em-bratel, existe uma das células da congregação das Irmãs da Redenção.

O trabalho realizado pelas freiras e noviças que lá vivem e convivem ultrapassa em muito a simples (e muitas vezes necessária) orienta-ção espiritual dos fiéis católicos. Essas religiosas organizam, há 27 anos, atividades e trabalho de in-tervenção no cotidiano, ajudando os segmentos mais vulneráveis do bairro na construção de uma vida digna por uma sociedade melhor.

Prestes a completar três déca-das de atuação na Vila Embratel, as Irmãs da Redenção já presta-ram diversos serviços à população do local. Dentre eles, destaca-se a casa de apoio em que era ofereci-do auxílio a garotas que viviam em situação de risco de violência físi-ca, psíquica ou sexual. Apesar de

representar um trabalho de gran-de extensão, que apoiava, também jovens de outros bairros e cidades maranhenses, a casa de apoio teve que finalizar seus serviços por falta de verbas para manter as jo-vens sob a guarda provisória.

No entanto, as irmãs decidiram deixar um trabalho que requeria maiores investimentos (já que man-ter jovens em tempo integral tem um custo bastante elevado) trans-formando a área em que antes fun-cionava o abrigo (localizado na rua 20) em espaço para atividades cul-turais dirigidas a toda a população, especialmente os mais novos. Com oficinas de bordado, aulas de tea-tro, música, balé clássico e capoeira, o pessoal do bairro pode aprovei-tar o tempo livre para ingressar no mundo da arte e do artesanato.

O grupo Musicatear, que une música, capoeira e o teatro numa

só oficina, apoiado pelo grupo de religiosas, mantém duas turmas que funcionam quatro vezes na se-mana, nos turnos matutino e ves-pertino. Crianças e adolescentes entre oito e dezesseis anos partici-pam das reuniões que acontecem às terças e quintas-feiras, traba-lhando na perspectiva do Teatro do Oprimido. Este método teatral foi criado no Brasil em meados do século passado e, tem, por objeti-vo, discutir os problemas sociais, possibilitando a todos a entrada no espetáculo artístico.

Uma das coordenadoras da ofi-cina teatral, Naiana Coimbra Amo-rim, confessa que se sente bas-tante realizada em ajudar os mais moços da comunidade na constru-ção de uma nova realidade. Há um ano no grupo, Naiana já participou da montagem de cinco peças com mais 25 adolescentes, com a ajuda

de outros tres educadores. Os en-saios também acontecem no gal-pão do centro de apoio das Irmãs da Redenção e as montagens bus-cam sempre englobar assuntos re-ligiosos e de relevância social.

Roelson Gomes, de 16 anos, en-trou no grupo em 2007 e afirma que desde então o seu desempenho escolar melhorou e a timidez que o atrapalhava nas relações com os amigos diminuiu bastante. Há um ano ele passou a coordenar outro grupo de teatro na Igreja Nossa Se-nhora da Esperança com a experi-ência obtida nas oficinas das quais participou. “No começo nem sabia o que era o teatro, mas depois fui vendo que o palco é o meu lugar e hoje penso em seguir a carreira ar-tística”, afirmou o jovem.

RELIgIOSAS APóIAM jOVENS EM ATIVIDADES ARTíSTICO-CULTURAIS Aline Queiroga

Dayane Furtado

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A biblioteca do SESI, localizada na Rua da Estrela está à disposição de todos os moradores do bair-ro. Inaugurada em novembro de 2008, com um acervo de aproxi-madamente 1000 livros, incluindo enciclopédias, livros didáticos, pa-radidáticos, literatura infantil e in-fanto-juvenil. Possui também uma dvdteca com vários filmes, gibiteca para a criançada, além de oferecer capacitação em várias áreas.

Para os que não querem ficar de fora da informática, ela dispõe um curso de inclusão digital gratuito. A idade mínima para participar é de sete anos, a criança só tem que

saber ler. Outra atividade oferecida são os cursos online, que têm du-ração de 20 dias e podem ser fei-tos em casa, basta ter um compu-tador, apresentar os documentos de identidade, CPF, possuir idade mínima de 14 anos e ter concluído o Ensino Fundamental. Entre eles estão o de Empreendedorismo, Legislação Trabalhista, Tecnologia da Informação e Comunicação, Se-gurança do Trabalho, Propriedade Intelectual e Educação Ambiental.

Para os maiores de 16 anos exis-tem os cursos de qualificação que oferecem uma oportunidade de en-trada no mercado de trabalho. São

eles: carpinteiro de forma, armador de ferragem, bombeiro hidráulico, pedreiro e caldeireiro. Várias em-presas como a Odebrecht, Canopus e Franere costumam contratar os alunos. A biblioteca do SESI é mo-nitorada por uma bibliotecária, Lu-zane Frazão e por uma pedagoga, Josilene Cruz, que dão toda a assis-tência necessária aos usuários.

Toda a comunidade da Vila Em-bratel pode sentir-se convidada a fazer parte das atividades da bi-blioteca, que funciona com acesso livre das 8h às 12h, das 13h às 17h e das 18h às 21:30h, somente para os maiores de 16 anos.

A educação é a base para o de-senvolvimento e a escola deve preparar o aluno para a vida, com força de vontade para ensinar. Esse é o principio que move Margarida Soares Nogueira conhecida como uma das primeiras educadoras do bairro da Vila Embratel.

A professora foi uma das funda-doras da Unidade Integrada Henri-que de La Roque, no dia 2 de maio de 1966 que, na ocasião, tinha aproximadamente 70 alunos de 1ª a 4ª, no local denominado Piancó. Esta escola chegou a ser construí-da com a ajuda das pessoas da co-munidade. “Ela é um exemplo a ser seguido, muitos agradecem pela sua insistência e perseverança,” disse o ex-aluno Francisco Pereira.

Margarida nasceu no dia 24 de setembro de 1929, na cidade de São Bento e chegou a São Luís com 39 anos. De origem humilde, enca-rou os desafios e conseguiu supe-rá-los. Casou e teve seis filhos, foi professora de 1ª a 4ª série na cida-de de origem onde lecionou na es-cola Menino Jesus. Depois que veio para São Luis, com esforço e deter-minação concluiu o ensino médio com 55 anos, na escola Henrique de La Roque, no Centro.

Em 1976, a Universidade Fe-deral do Maranhão tomou posse do terreno no Piancó onde ficava

a escola comunitária. Sem espa-ço para um novo prédio as aulas foram transferidas para uma casa alugada mantida pela Secretaria de Educação. Em 1983, finalmen-te, foi construída pela Prodasec, no terreno comprado por dona Mar-garida, passando a funcionar nos turnos matutino e vespertino, de 1ª a 4ª serie. Quando o estabele-cimento foi reformado tiraram a professora Margarida da direção, pois achavam que ela não tinha mais competência para dirigir e nem forças para trabalhar. “Para mim estava terminando a vida na escola Henrique de La Roque”, de-sabafa a educadora.

Já em 1995, Margarida foi apo-sentada pela prefeitura de São Luís. “Fiquei uns três meses chorando foi muito difícil aceitar” confessa à educadora, mas, ela não quis saber de descanso, trabalhou volunta-riamente por mais seis meses na escola América do Norte, que fica próximo a sua casa. Sua filha Ma-riana Tereza, resolveu comprar uma linha de crochê e outros ma-teriais de artesanato para que ela ficasse mais um pouco em casa.

Dona Margarida continua sendo uma figura importante no bairro,constantemente é convi-dada para eventos escolares. Ela reclama que muita coisa mudou,

tudo é muito diferente do seu tempo. “Hoje os alunos não que-rem mais estudar e só faltam bater nos professores”.

A educadora aproveita para man-dar uma mensagem para todos do bairro: “Deus proteje a quem dese-ja o bem estar da escola e que tem forças para dirigir, são os votos que desejo a todos os funcionários, di-rigentes e alunos”.

bIbLIOTECA OFERECE ESPAÇO PARA LEITURA E CAPACITAÇãO

Ana Carolina Neves, Geane Santos e Janaina Martins

EDUCADORA é EXEMPLO DE PERSEVERANÇA E AMOR à ESCOLA

Neilson Viana

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CONhECENDO O NúCLEO DE EXTENSãO DA UFMA

Ao chegar ao NEVE ( Núcleo de Extensão da Universidade Federal do Maranhão)localiza-do na Vila Embratel se percebe, de imediato, que as pessoas freqüentadoras do local tem

algo diferente, talentos especiais e muitas coisas boas para oferecer.

Dentro desse ambiente, donas de casa como Maria Benedita encontram no NEVE uma oportunidade e uma opção de vida. “Estou aqui há cinco anos e nesse tempo cresci muito como mãe, mulher e esposa. Neste espaço fiz cursos como pintura, corte e costura, moda íntima, são tantos que nem consigo lembrar. Hoje estou na ofi-cina de bijuterias e tento passar as minhas colegas tudo que aprendi”.

Assim como a Maria Benedita, Maria Dolores que trabalha com biojóias (bijuterias feitas com sementes) encontrou um sentido para sua vida. “Depois que en-trei no NEVE, senti que posso fazer várias coisas, me alegro bastante quando alguém elogia e valoriza o meu trabalho”.

Outras pessoas também tiveram suas vidas transfor-madas para melhor, graças as possibilidades de capaci-tação oferecidas pelo NEVE.

A história do NEVE começou com o Programa Rio Bacanga, em janeiro de 1999, que tinha por objetivo promover ações para o desenvolvimento da educação, saúde, cultura e qualidade de vida das comunidades que se si-tuam

nos arredores da UFMAUm dos primeiros projetos desse programa “Preven-

ção e Assistência à Gravidez na Adolescência”, coorde-nado pelo Departamento de Medicina III, teve o apoio da UNICEF (Fundo das Nações Unidas pela Infância). A partir daí, outras atividades foram se desenvolvendo no bairro.

Logo após, surge o projeto de extensão “Iniciação desportiva: futebol de campo”, que nasceu do interesse dos alunos do curso de Educação Física, o “Jovens de bem com a Vida”. Além de dar atenção integral à saúde dos adolescentes, oferecia uma série de atividades ar-tísticas e culturais, através da parceria com a Funda-ção da Criança e do Adolescente (FUNAC), bem como oficinas de capoeira, artes plásticas, teatro, serigrafia e dança de rua.

Também foram implantados os projetos “Ambulató-rio de Cuidados Primários em Pediatria” e “Ambulató-rio de assistência ao “Pré-natal de Gestantes e Adoles-centes”, “Planejamento Familiar”, “Aconselhamento e Tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDS)” e o “Coreografando o Cotidiano: a dança um caminho para a reconstrução da cidadania das ado-lescentes”

Em julho de 2001, a Pró-Reitoria de Extensão e As-suntos Estudantis reabriu o NEVE fechado desde 1996. A partir daí todas as coordenações de proje-tos se transferiram para o referido Núcleo.

Além de consolidar todos esses programas, rea-tiva a Horta Comunitária, implanta o Projeto CriA-ção, em parceria com a Sociedade de Puericultura e Pediatria do Maranhão, a Biblioteca Comuni-tária/ Escolar da Vila Embratel, o Projeto Vida Vôlei, Dom Quixote,Cardiologia para a 3ª Idade, o Telecentro Comunitário.

Daniela JulianArison Nascimento

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Maria de Fátima Lobão- Dire-tora do NEVE

Como e quando você chegou ao Neve?

Eu vim para ser coordenadora do Núcleo em 2003. Sou pedagoga e sempre estive envolvida com tra-balhos comunitários, trabalhei na Igreja, em fundações que promo-viam ações em localidades caren-tes, inclusive me envolvi com pro-jetos de alfabetização na zona rural do estado. O Reitor da Universida-de, na época Fernando Ramos, me convidou e estou aqui até hoje.

Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao chegar à co-munidade?

Tive muitas dificuldades, o pri-meiro obstáculo foi o da aceitação, eu nem era conhecida, então nin-guém me queria aqui, eles estavam acostumados com o outro coorde-nador, confiavam muito nele, mas hoje temos uma relação muito boa com a comunidade.

Qual a importância desse núcleo para comunidade?

Eu vejo como algo de muita im-portância, primeiro porque a Vila Embratel é um local bem prepa-rado, é um dos bairros mais bem atendidos em São Luís. Aqui são oferecidas medidas na área da saúde, segurança e formação aca-dêmica. O NEVE é uma espécie de abre portas, pois têm um leque de opções e dá ao bairro a oportuni-dade de crescimento.

Ao longo desse trabalho que você realiza no Neve o que você observou de mudança na comuni-dade?

Nesses seis anos em que estive aqui, eu já vi muitos jovens que ul-trapassaram os muros do bairro e hoje estão na universidade. Depois que terminam a maioria volta para dar aulas neste núcleo. A capoeira também exerce uma força muito grande, além de tirar os jovens da rua, prepara-os para vida.

Quais são as perspectivas para o futuro do NEVE?

Eu acredito que ele ainda tem muito a crescer. Se a UFMA e os cursos continuarem a incentivar

seus projetos de exten-são, todos vão ganhar alguma coisa, os acadêmicos

e os professo-res e a popula-ção.

Juvenal Ferreira- Professor de capoeira

Como você chegou no NEVE ?Cheguei aqui através de um pro-

jeto de assistência à gravidez pre-coce. Eu já era capoerista e o NEVE precisava de um educador para dar uma oficina. Fiz o teste e comecei a trabalhar. Depois, com a ampliação das atividades, viemos para este prédio, e, mais tarde, fui contrata-do como funcionário.

Quais as atividades que você de-senvolve aqui?

Durante o dia trabalho como auxiliar administrativo e, à noite, nas terças, quintas e sábados, dou oficina de capoeira para crianças, adolescentes e adultos.

Como é sua relação com a capo-eira?

Hoje eu diria que a capoeira é parte da minha vida. É minha pro-fissão, esporte e lazer para mim e minha família.

Quais mudanças esse esporte trouxe aos meninos da Vila Em-bratel?

Eu vejo que é um processo

muito importante, sobretudo para aqueles que nos procuram. Tenho atendido adolescentes que já tive-ram contato com drogas, estão na ociosidade, na rua. A partir do mo-mento que eles começam freqüen-tar as aulas, trabalhamos o proces-so de ressocialização.Buscamos a conscientização, a auto-estima e a valorização da família dos jovens.

Qual o episódio mais inusitado que você já vivenciou aqui dentro?

Houve um caso em que fui cha-mado para ir atender um ado-lescente que estava se drogando. Consegui desarmá-lo e fazer com que ele saísse daquele local. Hoje ele está se formando na UFMA em História, e esse, para mim, foi um momento muito importante, ele deu a volta por cima.

Qual a relação da capoeira com o combate à violência?

É uma prática muito importan-te. Antes era uma arte mal inter-pretada até pelos próprios prati-cantes. Hoje esse esporte é um elo de atração para jovens e pode ser-vir como ferramenta no processo educacional.

EntrEvistas

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“Vila Isabel, Riacho Doce, Vila Embratel aqui tem sangue bom atitude muito mais preto guerreiro mirim

é só chegar na paz / já vi muitas coisas que me dão até medo, já vi muitos malucos no desespero, só que vou estudar”. Com esses ver-sos, Jorge Luís Silva, de apenas 12 anos, passa para a comunidade da Vila Embratel que a cultura do Hip Hop não é marginal nem violenta.

Muito pelo contrário, há mais de três anos o estudante que é b.boy, mc e compositor encontrou no hip hop uma alternativa para um mundo rejeitado e esquecido. “Eu conheci o movimento observando o Arison, dançar no NEVE e logo me empolguei para criar e compor versos de rap”, afirma Jorge Luís.

Considerado uma das grandes influências da cultura Hip Hop no bairro da Vila Embratel, Arison Ro-

bert Nascimento, conhecido como Careca, desabafa que o início de sua trajetória no movimento de rua foi marcado pela não-aceita-ção dos pais. Aos 12 anos, Careca percebeu que o hip hop contribui para uma cultura de paz e para um novo pacto de convivência nas co-munidades. “A rua é um lugar de aprender muita coisa ruim, mas também um local que a pessoa tem para se autoafirmar e trabalhar a autoestima”, ressalta. “A cultura de rua tem dois lados, o jovem preci-sa apenas discernir e diferenciar o que pode levar à violência ou não”, completa.

Para quem não sabe, o Hip Hop é um movimento cultural iniciado no final da década de 1970 nos Es-tados Unidos. O principal objetivo da cultura que nasceu nas ruas era reagir aos conflitos sociais e à vio-lência sofrida pelas classes menos

favorecidas da sociedade urbana. Mais que uma simples combina-ção de música e dança, o Hip Hop na Vila Embratel representa um movimento que reivindica espaço e voz, traduzido em letras questio-nadoras, num ritmo peculiar e em imagens grafitadas nos muros da comunidade.

O grupo de rap “Instinto Cruel” é um ótimo exemplo de que o Hip Hop também pretende mudar o olhar que a sociedade tem sobre a favela. “Os jovens geralmente se interessam pelo movimento por-que observam um pessoal aí que costumava ‘trombar’ nas ruas, nas esquinas e hoje estão aí no palco, nas ruas mandando um som, dan-çando”, explica o Mc Jaksuel Nunes, conhecido como Ciel.

Mesmo não recebendo apoio de órgãos públicos ou demais en-tidades, o grupo realiza oficinas e

trabalhos que promovem a cultura Hip Hop entre crianças e jovens. “Algumas famílias não apóiam a participação dos filhos nas ofici-nas por achar que o Hip Hop tem ligação com brigas de gangues e fazem com que os jovens desistam do movimento”, afirma o street dancer Edimilson Pinheiro.

Apesar do preconceito encontra-do na própria comunidade, ainda existem pessoas que enxergam nos grupos uma alternativa para quem convive com os problemas da pe-riferia. “As mães chegam e já falam com a gente para conversar com os filhos, pois eles estão meio de-sorientados, então algumas delas percebem uma alternativa melhor para a vida dos filhos”, completa o Mc Antonio de Jesus Fiel, reforçan-do a capacidade de transformação do Hip Hop.

hIP hOP TRANSFORMA A REALIDADE DAS RUAS

Andréa Barros Wesley da Silva

Grupo de rap “Instinto Cruel”

Page 9: JORNAL COMUNICAPAZ

Em muitos bairros de São Luis é comum observar a arte do grafite. Na Vila Embratel não é diferente.

Essas pinturas dão vida e cores ao que já foi manchado pelo estigma da violência, uma constante na mídia local.

Para quem faz parte da comuni-dade, a prática do grafite também é uma transmissão de idéias. “Ali

passamos nossos con-ceitos políticos e cul-turais às pessoas, con-tribuindo muito para o acesso a informação dos moradores”, afir-ma o grafiteiro Joel-son.

Apesar de não con-tar com a iniciativa da própria comunidade,

o bairro recebe ajuda de ONG’s estabelecidas nas proximidades. Estas divulgam a arte como forma de cultura e conhecimento, popu-larizando o grafite.

Em seu primeiro ano de existên-cia (2009), o Projeto Grafiteiros Ecológicos, da área Itaqui- Bacan-ga, fez uma intervenção na Vila Embratel. O intuito foi ensinar alunos de uma escola municipal a grafitar, junto a noções de ecolo-gia, como sugere o nome do proje-to. “Foram cerca de 10 alunos que aprenderam a preservar o ambien-te e a colorir sua escola”, informa o coordenador, Ulisses.

O Ministério da Educação já implantou nas escolas públicas de todo o Brasil o projeto “Mais Educação”,que desenvolve ativi-dades voltadas para diversos as-

suntos, entre elas o grafite. Na Vila Embratel, esse projeto funciona na escola municipal Rosa Mochel.

As aulas estão em fase teórica e acontecem todos os sábados, com duas turmas pela manhã. No curso estão inscritos 15 alunos, que tam-bém adquirem noções da história do grafite, suas ferramentas e ide-ologias.

A importância do grafite ainda não é consenso.“Às vezes recebe-mos tinta ou spray dos donos dos muros onde pedimos para grafitar, mas não é sempre”, afirma Joelson. “Há alguns anos atrás a prefeitura da capital fez uma campanha di-vulgando o grafite, mas não durou muito e ficou por isso mesmo. Desde então, não houve mais nada. O que fazemos vem do nosso bolso e por puro amor”, completa.

gRAFITE PINTA A VILA EMbRATEL COM OUTRAS CORES

Aline Alencar e Edileuza Ribeiro

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Grupo de rap “Instinto Cruel”

Page 10: JORNAL COMUNICAPAZ

Os moradores do bairro da Vila Embratel convi-vem diariamente com o estigma, mais do que

com a violência propriamente dita. Essa imagem foi construída prin-cipalmente pela mídia local, que abusa do sensacionalismo e desta-ca os aspectos negativos do lugar. O projeto Comunicapaz se propõe a modificar essa percepção não só externamente como na autovalori-zação da identidade dos jovens da comunidade, propagando a cultura da não-violência.

“Agora posso entender a chegada da cultura de paz, a não-violência, na Vila Embratel como uma coisa positiva, porque ajuda as pessoas a perceberem a comunidade de outro jeito, diferente do que vemos diariamente, passamos a vê-la de uma forma boa.” Essa frase é de Elizandra Ribeiro, jovem de 16 anos que faz do bairro seu mundo. Como ela, aproximadamente 40 jo-vens já participaram do projeto de pesquisa Comunicapaz, promovido pelo Departamento de Comunica-ção Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Professores e alunos da UFMA se uniram, desde janeiro de 2010, a moradores da comunidade, se utilizando da linguagem audiovi-sual para promover a cultura de paz, por meio de valores como o respeito ao outro, o diálogo e a so-

lidariedade.Para a professora Vera Salles, co-

ordenadora do grupo de pesquisa “o foco do projeto é o protagonis-mo juvenil, dando oportunidade para que os jovens construam suas próprias mídias e transformem suas realidades, sempre é claro, buscando o entendimento da cul-tura de paz”.

Wesley Reis, de 14 anos, também morador da Vila Embratel, está co-meçando a entender o que signifi-ca a cultura de paz. “Na minha fa-mília acho difícil ter cultura de paz, porque ela é meio desunida. O que temos de melhor pode ser o diá-logo”. Por meio do projeto, ele já participou de oficinas de produção textual, rádio e vídeo, adquirindo também novas perspectivas pro-fissionais.

Durante o primeiro semestre, foram realizadas oficinas de vídeo em celular, fotografia, rádio, pro-dução textual, teatro do oprimido e produção de vídeo em máquina fotográfica.

Não são só os moradores da Vila Embratel que têm percebido novas perspectivas de vida, os professo-res e estudantes da Universidade, também. ”O Comunicapaz, tem conseguido agregar valores hu-manos muito importantes para a minha vida e, principalmente, para a profissão que escolhi, muitas vezes vista como individualista e

desinteressada da questão huma-nitária. Não vejo obstáculos para minha participação, na verdade, o que há é um prazer em estar de-dicando um pouco do meu tempo aos jovens da Vila Embratel. Eu também começo a entender esse mundo de paz pela primeira vez”, disse o estudante Pedro Aragão, 25 anos, do 6º período de Jornalismo.

Apoiado pela Fundação de Am-paro à Pesquisa e Desenvolvi-mento Científico e Tecnológico do Maranhão - FAPEMA, em parceria com a Agência de Notícias pela In-fância-MATRACA, bem como pela École de La Paix – França, o grupo de pesquisa realiza suas ativida-des, geralmente, aos sábados das 8 às 12h, no Núcleo de Extensão da UFMA na Vila Embratel, o NEVE.

O próximo passo é perceber em quais modalidades os jovens se identificam e proporcionar cursos intensivos de maior carga horária para capacitação dos participan-tes. A meta do projeto é transfor-mar a realidade e mostrar que há em cada espaço da Vila Embratel, uma forma de contribuir para a construção da paz.

Visite o blog comunicapaz.blogspot.com e saiba mais sobre o projeto.

TRANSFORMAR PARA UMA NOVA FORMA DE CONVIVER EM PAz

Arison Nascimento e Paola Botelho

Oficina de vídeo

Oficina de fotografia

Oficina de teatro do oprimido

Oficina de produção de jornal

Page 11: JORNAL COMUNICAPAZ

No bairro da Vila Embra-tel, a prática de esportes é mais do que diversão ou atividade física: é

uma forma de mudar vidas para melhor. Em toda a comunidade, grupos de futebol de campo, fu-tebol de salão e capoeira ajudam crianças e jovens a adquirir pers-pectivas de um futuro promissor. A maioria dessas iniciativas parte de moradores da própria Vila, e nem sempre contam com o apoio de que necessitam para continuar seu trabalho.

Por trás de cada grupo, histórias de jovens que superaram dificul-dades e encontraram, no esporte, o caminho para vitória na vida.

CapoeiraKleane da Silva foi uma dessas

crianças e, atualmente, é estudante universitária. Ela começou a pra-ticar capoeira aos 7 anos, e con-sidera o esporte um fator muito importante para seu sucesso. “Ad-quiri não só conhecimento sobre a capoeira, como a ter disciplina no esporte e na sala de aula. Hoje sou uma capoeirista e cidadã respeita-da na comunidade”, diz, se referin-do à Associação de Capoeira Gegê Nagô.

Um dos grupos mais antigos da comunidade é o Grupo Gegê Nagô, criado em 1994 e coordenado pelo mestre Juvenal Ferreira. Formado inicialmente por jovens da igreja católica do bairro, o projeto bus-cava o resgate e a valorização da cultura afro-brasileira por meio do esporte.

Com o apoio da UFMA (Univer-sidade Federal do Maranhão) e do NEVE (Núcleo de Extensão da Vila Embratel), o grupo se tornou uma associação em 1999, e de lá para cá ajudou centenas de jovens em situação de risco a serem verda-deiros capoeiras. Atualmente, são 56 crianças e adolescentes con-templados somente em São Luís, além dos núcleos da associação que atuam em outros municípios do estado, como Pastos Bons e Barra do Corda.

Juvenal, coordenador da asso-ciação, era marceneiro antes de se dedicar à capoeira e hoje se sente realizado ao colher os frutos do tra-balho de mais de 15 anos. “Nosso objetivo maior não é formar ca-poeiristas, mas, antes de tudo ci-dadãos. Não consigo dormir feliz sabendo que formei um esportista que não fosse comprometido com a comunidade”.

Os títulos nas competições nacio-nais e regionais são consequências do trabalho. Em maio deste ano, o Gegê Nagô foi campeão estadual de capoeira, pela classificação geral, além de ter quatro títulos seguidos na categoria conjunto.

Futebol de campo e de salãoJá Erison Pereira, 17 anos, é

praticante de futebol de salão há apenas sete meses, e pretende ir mais longe. “Por enquanto, quero apenas praticar, mas com o passar do tempo penso em criar uma es-colinha também”, afirma. Ele é um dos 200 jovens que participam dos projetos desenvolvidos pela Pasto-

ral do Menor da Vila Embratel, que incluem futsal masculino e femini-no, além de dança de rua e capo-eira.

De acordo com a coordenadora da Pastoral, Fábia Rachel Pinheiro, “os esportes são acompanhados das chamadas ‘formações’, encon-tros que abordam assuntos como sexualidade, drogas, cidadania, e outros relacionados à realidade desses jovens”.

O mesmo caminho que Erison tem a percorrer já foi trilhado por Diogo Sousa, ex- participante do SEVE (Sport Educativo Vila Em-bratel) e hoje jogador profissional do Iape, time de São Luís. Criado em 1995 com o nome de Meninos Bons de Bola, o projeto atende hoje 130 crianças e é coordenado por Adilson Aranha de Jesus.

Adilson, graduado em Enferma-gem, resolveu se dedicar ao fute-bol. “É um trabalho muito gratifi-cante, pois era um sonho que eu tinha. Amo muito o que faço”, de-clara. O grupo foi vice-campeão da primeira edição da Copa Itaqui Ba-canga com o time sub-15, campeão da segunda edição do evento, com o time sub-17, e já participou de torneios em outros municípios.

Esses projetos vem ajudando a reescrever muitas outras histó-rias de crianças e adolescentes, que serão agentes de mudança do lugar onde vivem, pois encontra-rão no esporte a afirmação da sua própria identidade.

O ESPORTE A FAVOR DObAIRRO Izabel Almeida e Cláudio Ferreira

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Futebol de ruaSe o Maracanã não fica na rua ao lado, eles criam

seu próprio estádio e fazem do chão batido o palco de verdadeiros clássicos, onde todos os jogadores já começam heróis.

bRINCADEIRAS DE CRIANÇA

Elas estão por todos os lugares da Vila Embratel, nas casas, ruas, escolas e praças. Na verdade elas nem ligam para o que as outras pessoas possam pensar e se concentram apenas em brincar. São apenas crianças sem nenhum tipo de preocupação, irradiam alegria e

depois da escola, a única obrigação do dia é juntar os amigos e fazer a maior folia.As brincadeiras são diversas, vão desde as tradicionais cantigas de roda, pula

corda, elástico, casinha, peteca e boneca, até os mais modernos jogos de computa-dor e PlayStation.

Bolinha de gudeConcentração, estratégia, pontaria. O jogo de bolinha de gude

desperta nos pequenos jogadores o que a vida exige de todos os adultos. Mas agora, o que vale é se divertir é aumentar a coleção.

Fotos: Daniela JulianTextos: Daniela Julian e Izabel Almeida