jornal o foco - edição 106 - notÍcia com nitidez

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O FOCO jornalofoco.com.br Ano 6 | Edição 106 22 de julho de 2011 Diretor: Thiago Melo Página 18 Página 5 A casa do rock é em Itaguaí Uma página só para você O FOCO descobriu um bar que só toca o ritmo que fez história. A Rolling Stone Disco é dirigida por um italiano. Descubra onde fica. Estreia nesta edição um espaço onde o leitor pode conferir se sua reclama- ção será atendida. Utilidade pública para uma cidade melhor. Página 6 Página 3 Presidente Dilma visita Cidade do Porto para dar início a projeto da Marinha Vida de passageiro é difícil: moradores sofrem quando precisam ir ao RJ [ESPECIAL - CASSAÇÃO E INELEGIBILIDADE] [POLÊMICA NA EDUCAÇÃO] JUPY JUNIOR Andréia se mantém deputada por liminar TRE-RJ cassa mandato, mas TSE suspende efeitos da decisão e Busatto garante permanência na Alerj. Charlinho e Jorginho também foram atingidos por decisão: tornaram-se inelegíveis por 8 anos, mas advogado vai recorrer LEIA NESTA EDIÇÃO REPORTAGENS EXCLUSIVAS Procuradora e presidente do Tribunal comentam decisão Abuso de poder político e econômico e uso da imprensa Imprensa duvidosa: jornais locais envolvidos Impacto, ABC, Atual e No Stilo mencionados na ação Relações viciosas com prefeitura de Itaguaí A difícil tarefa de atuar como imprensa livre Páginas 7 a 15 Página 16 Julgamento no TRE-RJ na quinta (14): desembargadores decidem futuro de integrantes do grupo político de Charlinho Diretora afirma que foi exonerada por motivação política Manifestantes exigem volta de Sônia Regina à direção da E.M. Adalberto Pinto Protesto na sexta (15) em frente à prefeitura: diretora é querida pela comunidade THIAGO MELO [LLX] [VOCÊ GOSTA DE ROCK?] [NOVIDADE NO SEU JORNAL] [SUBMARINOS] [TRANSPORTE] Presidente de ONG acusa empresa de práticas irregulares em Itaguaí "O SuperPorto Sudeste em Ita- guaí foi alternativa para o in- sucesso de Peruíbe (SP)" afirma Plínio Melo, da Mongue. Segun- do o presidente da ONG, a LLX tentou comprar os índios na lo- calidade onde seria construído o Porto Brasil. Projeto naufra- gou graças à Justiça paulista, que determinou a interdição da área pretendida pela empresa do bi- lionário Eike Batista. Melo acu- sou a LLX, durante audiência pública, de desestabilizar lide- ranças locais. Página 4

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Notícias de Mangaratiba, Itaguaí e Seropédica.

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Page 1: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

O FOCOj o r n a l o f o c o . c o m . b r

Ano 6 | Edição 10622 de julho de 2011Diretor: Thiago Melo

Página 18

Página 5

A casa do rock é em Itaguaí

Uma página só para você

O FOCO descobriu um bar que só toca o ritmo que fez história. A Rolling Stone Disco é dirigida por um italiano. Descubra onde fica.

Estreia nesta edição um espaço onde o leitor pode conferir se sua reclama-ção será atendida. Utilidade pública para uma cidade melhor.

Página 6 Página 3

Presidente Dilma visita Cidade do Porto para dar início a projeto da Marinha

Vida de passageiro é difícil: moradores sofrem quando precisam ir ao RJ

[especial - cassação e inelegibilidade]

[polêmica na educação]

jupy junior

Andréia se mantém deputada por liminar

Tre-rj cassa mandato, mas Tse suspende efeitos da decisão e busatto garante permanência na alerj. charlinho e jorginho também foram atingidos por decisão: tornaram-se inelegíveis por 8 anos, mas advogado vai recorrer

LEIA NESTA EDIÇÃO REPORTAGENS EXCLUSIVASProcuradora e presidente do Tribunal comentam decisão Abuso de poder político e econômico e uso da imprensa Imprensa duvidosa: jornais locais envolvidosImpacto, ABC, Atual e No Stilo mencionados na açãoRelações viciosas com prefeitura de ItaguaíA difícil tarefa de atuar como imprensa livre

Páginas 7 a 15

Página 16

julgamento no Tre-rj na quinta (14): desembargadores decidem futuro de integrantes do grupo político de charlinho

Diretora afirma que foi exonerada por motivação políticamanifestantes exigem volta de sônia regina à direção da e.m. adalberto pinto

protesto na sexta (15) em frente à prefeitura: diretora é querida pela comunidade

Thiago melo

[llX] [você gosTa de rock?]

[novidade no seu jornal]

[submarinos] [TransporTe]

presidente de ong acusa empresa de práticas irregulares em itaguaí"O SuperPorto Sudeste em Ita-guaí foi alternativa para o in-sucesso de Peruíbe (SP)" afirma Plínio Melo, da Mongue. Segun-do o presidente da ONG, a LLX tentou comprar os índios na lo-calidade onde seria construído o Porto Brasil. Projeto naufra-gou graças à Justiça paulista, que determinou a interdição da área pretendida pela empresa do bi-lionário Eike Batista. Melo acu-sou a LLX, durante audiência pública, de desestabilizar lide-ranças locais.

Página 4

Page 2: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

O FOCO Sexta-feira, 22 de julho de 20112

[juliana Torres][email protected]

Os animais do ZooNit es-tão sendo levados pelo Iba-ma (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Re-cursos Naturais Renováveis) para Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e zoológicos de todo o pa-ís. Vinte e quatro animais foram encaminhados para o Cetas de Seropédica. De acordo com o analista am-biental, Vinícius Modesto, o objetivo é melhorar a quali-dade de vida destes animais. No dia 13 de julho, o chim-panzé Jimmy (símbolo do zoológico), junto com mais 40 macacos-pregos, foi leva-do para Sorocaba, São Paulo. Para o mesmo local, foi tam-bém o leão Sansão.

A retirada dos animais do ZooNit foi cumpri-mento de uma determina-ção judicial. A alegação do Ibama é que o zoológico de Niterói não tem regis-

tro que comprove sua exis-tência. Os agentes do Iba-ma, contaram com o apoio da Polícia Federal, do Ba-talhão Florestal e da Advo-cacia Geral da União.

CETAS Os animais apreendi-

dos por meio de fiscaliza-ção ou resgatados de cati-veiros irregulares são aten-didos pelos Cetas. No local são feitas as identificações e estudos de tratamento para cada animal. O des-

tino final são zoológicos, criadouros registrados no Ibama e centros de pesqui-sa. “Cada caso é um caso” – disse Vinícius.

Corujas e cágados de barbicha estão dentre os animais que foram enca-minhados para Seropédi-ca. Todos os animais se-rão avaliados, receberão os tratamentos necessários e depois seguirão o seu des-tino rumo a uma outra ca-sa. Tudo pelo bem da fau-na brasileira.

c o t i d i a n o

Mais de dois mil caramu-jos africanos foram retira-dos das praias da Flechei-ra e Gamboa na última se-mana. Voluntários e agen-tes de saúde de Mangarati-ba estiveram nos locais e ali mesmo incineraram os ani-mais. Além disso, os agen-tes orientaram os morado-res locais sobre a prevenção de doenças, higiene corpo-ral e cuidados com alimenta-ção. A ação foi realizada pe-lo projeto “Desatando Nós”, da secretaria de Saúde.

Segundo a coordenado-ra do projeto, Sônia Couti-

nho, a melhor maneira para “dar fim à praga” é com fo-go. “Cavando um buraco no chão, a pessoa deposita ne-le os caramujos recolhidos com uma luva ou saco plás-tico, e com álcool mesmo po-de incinerá-lo” – disse ela.

O caramujo africano (Achatina Fulica) é um mo-lusco grande, terrestre, que, quando adulto, atinge 15 centímetros de comprimen-to e 8 centímetros de largu-ra, com mais de 200 gramas de peso. A cada dois meses, um caramujo põe 200 ovos.

O animal africano po-

de transmitir uma série de doenças para o homem, e as pessoas não devem ma-nipulá-lo sem luvas, pois o simples contato pode cau-sar o contágio. O animal pode ser encontrado em hortas, jardins, plantações e armazéns de grãos e pos-sui uma significativa resis-tência à seca e ao frio.

O molusco foi introdu-zido no Brasil como uma versão do escargot, mas de-pois descobriu-se que a es-pécie não é comestível e que transmite doenças.

prOTEjA-SEPara evitar que os cara-

mujos africanos de pro-priedades vizinhas che-guem ao seu terreno, pre-pare uma mistura de sa-bão em pó e água, forman-do uma calda forte, e es-palhe sobre o muro. Refa-ça esse procedimento a ca-da 3 semanas ou após cada chuva. Faça uma busca em seu quintal. Os caramujos em geral gostam de luga-res úmidos e sombreados.

[juliana Torres][email protected]

Terça-feira (12), sete e quarenta da manhã. Um carro de som estridente com locutor alardeando as delícias de um restauran-te japonês perturbou a paz

de quem ainda dormia no centro de Itaguaí. Cada vez mais os carros de som na cidade circulam com liber-dade total, e os donos pou-

co se importam com o incô-modo alheio. A situação é a mesma daquela retrata-da em O FOCO na edição 99. O secretário de Meio Ambiente confirmou sua intenção de promover um encontro entre Inea, donos dos carros e a imprensa.

O FOCO bem que ten-tou fazer “barulho” e aler-tar as autoridades compe-tentes sobre a situação ca-ótica pela qual morado-res e comerciantes da Ci-dade do Porto passam dia-riamente: a exposição con-tínua a altos níveis de deci-béis. Mas quase dois meses já se passaram e a situação continua a mesma.

ACIMA DE 66 DECIBÉISCarros de som em alto

volume, kombis com áu-

dio que anuncia os des-tinos e caixas de som nas calçadas das lojas são al-guns dos fatores que fa-

zem os níveis de decibéis irem “às alturas”. A con-vite de O FOCO, um téc-nico da Secretaria de Am-

biente do Estado, o médi-co Luiz Roberto Tenório, esteve em Itaguaí e cons-tatou que os níveis estão

muito acima de 66 decibéis – o máximo recomendá-vel. Em alguns lugares, co-mo no calçadão, o decibe-límetro (aparelho de medi-ção sonora) chegou a mar-car 117 decibéis.

rEUNIÃONa época, o secretário

de Meio Ambiente de Ita-guaí, Jailson Barboza, dis-se que já havia feito uma reunião com donos de car-ros de som e que por al-guns meses o problema foi diminuído. Barboza ainda declarou que em julho fa-ria uma nova reunião, e que convidaria o Institu-to Estadual do Ambien-te - Inea – e a imprensa. O FOCO entrou em contato com o secretário e ele afir-mou que na próxima sex-ta-feira (22) vai se reunir com o Inea para agendar o encontro. “Não quere-mos problema com os do-nos dos carro de som, mas com o barulho eles estão criando transtornos para a população”- disse ele.

carros de som continuam a infernizar a vida dos moradores de itaguaí

juliana Torres

[haja TÍmpanos]

[meio ambienTe] [seropédica]

E o barulho continua...

Não aos Caramujos! Animais em migração

poluição sonora na cidade ainda persiste

moluscos africanos são recolhidos em itacuruçá centro de Triagem do ibama recebe animais do zoológico de niterói

animais retirados do Zoonit: 24 foram levados para seropédica

caramujos africanos são uma ameaça à saúde pública

divu

lga

çã

o

divulgação

“Não queremos problema com os donos dos carro de som, mas eles

estão criando transtornos”

jailson barboza, secretário de meio ambiente de itaguaí

Page 3: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

Sexta-feira, 22 de julho de 2011 O FOCO 3

[juliana Torres][email protected]

Mulheres de biquíni em outdoors mexem com o ima-ginário masculino. Esta regra tem sido seguida à risca pelo marketing da cervejaria Cin-tra, que bolou uma promoção – a “Isso que é musa” - traves-tida de concurso: o consumi-dor pode votar em uma das mulheres que representam al-guns bairros e cidades do Rio de Janeiro. Basta comprar a cerveja e usar o código da em-balagem para votar na sua fa-vorita. Em Itaguaí, Camila Ri-beiro, 28 anos, representa a Ci-

dade do Porto e estampa um outdoor próximo à rodoviária.

Nada de anormal se não fosse pelo fato de existir um Código Brasileiro de Autor-regulamentação Publicitá-ria que proíbe “eventuais apelos à sensualidade”, no qual “modelos publicitários jamais serão tratados como objeto sexual”. De acordo com a assessora de impren-sa da cervejaria Cintra no Rio de Janeiro, Geisa Souto, o concurso “segue todas as

normas e está dentro da lei”. O código é regulamen-

tado pelo Conselho Nacio-nal de Autorregulamenta-ção Publicitária, o Conar, desde 2008. O texto referen-te a bebidas alcoólicas está nas “Categorias Especiais de Anúncio”, no anexo “a”.

A prOMOÇÃOO concurso teve mais de

mil inscrições e 20 candidatas foram escolhidas para estar na final do “Isso que é mu-

sa” (além de Itaguaí, as can-didatas representam Madu-reira, São João de Meriti, San-ta Cruz, Bangu, Itaboraí, Ilha do Governador, Nova Igua-çu, Campo Grande, Leopol-dina, Pavuna, São Gonçalo, Realengo, Belford Roxo, Vi-cente de Carvalho, Nilópolis, Duque de Caxias, Jacarepa-guá, Irajá e Mesquita).

As finalistas realizaram um ensaio fotográfico. Para ver o making of e o vídeo, basta o in-ternauta acessar o site da pro-moção – www.issoqueemu-sa.com.br. É também por meio

dele que o interessa-

do registra seu voto. A “musa” será escolhida em setembro, ganhará um carro zero e par-ticipará da próxima campa-nha publicitária da Cintra. O votante também pode ganhar uma série de prêmios.

ApELO SENSUALA polêmica que envolve o

uso da imagem sensual da mulher relacionada às cerve-jarias não é nova. Situação se-melhante ocorreu com a pro-paganda da cerveja Devas-sa. O Conar proibiu em 2010 o anúncio televisivo que mos-trava a socialite Paris Hilton de

microvestido preto observa-da por um voyeur. Outra ação do Conar proibiu o anúncio da Antarctica com a atriz Juliana Paes, que sugeria uma situa-ção sensual que envolvia seios.

A maioria dos anúncios de cerveja apela para a sensuali-dade de suas “garotas-propa-

ganda”. E o concurso da Cin-tra, apesar da negação da as-sessora, não fica de fora. Uti-lizar mulheres de biquínis em cartazes e outdoors da pro-moção e realizar um ensaio fotográfico para lá de sensu-al (basta conferir no site) vai contra as normas estabeleci-das pelo Conar.

[TransporTe pÚblico]

Transtorno rodoviárioempresas locais têm horários irregulares para o rio de janeiro e deixam passageiros impacientes

[ana carolina brandão][email protected]

Para sair de Itaguaí com destino ao Rio de Janeiro, ou vice-versa, o passagei-ro precisa se armar de mui-ta paciência e bom humor. Tudo porque as empresas Real Rio e Expresso Man-garatiba - responsáveis, respectivamente, pelas li-nhas Itaguaí/Central/Cas-telo e Itaguaí/Campo Gran-de - não colocam mais ôni-bus em circulação – princi-palmente nos horários de maior movimento. A si-tuação fica pior nos finais de semana: os ônibus com destino ao Castelo (centro do Rio) param de circular e os intervalos entre os veícu-los são mais espaçados.

HOrÁrIOS IrrEGULArESNão apenas os moradores

de Itaguaí, mas os trabalhado-res da região estão cada vez mais insatisfeitos com o trans-porte público local. Falta re-gularidade nos horários, os ônibus estão sempre cheios – pelo menos nos horários críti-cos –, as linhas são muito res-tritas e as pessoas esperam muito tempo pela condução.

De acordo com infor-mações dos fiscais das em-presas Real Rio e Expres-so Mangaratiba, o interva-lo entre as conduções são de 25 a 30 minutos, seja para ir a Campo Grande ou para o centro da cidade. “Os pas-sageiros sempre reclamam da demora entre um ôni-bus e outro” – disse Vagner Martins, fiscal da Expres-so Mangaratiba. O fiscal da Real Rio, Josué de Souza, justifica a demora entre os ônibus pela alternância entre as linhas Central - “expres-so” e “parador” - e Castelo.

INSATISFAÇÃOTambém gera insatisfação

os horários de saída e chega-da dos ônibus com destino à Central do Brasil. De acordo com o fiscal da Real Rio o pri-meiro ônibus para o Rio de ja-

neiro sai da rodoviária de Ita-guaí às 3h30min e o último às 22h. Do Rio para Itaguaí o pri-meiro sai às 5h10min e o últi-mo às 23h40min. Para as pes-soas que moram no Rio e tra-balham no shopping Pátio-Mix, por exemplo, pegar a condução de volta para casa é um problema, pois o shop-ping fecha às 22h. “O shop-ping disponibiliza um ônibus que leva os trabalhadores até Santa Cruz, mas fora isso não há outra opção” – disse

a coordenação do PátioMix. Para quem trabalha em Ita-

guaí e precisa chegar cedo ao serviço, o horário de saída dos

ônibus da Central não é favo-rável. “O transporte para Ita-guaí é muito ruim, eu, por exemplo, tenho que estar às

7h no trabalho, e quando te-nho que vir de ônibus é im-possível chegar cedo. O ôni-bus de madrugada é péssi-

[isso Que é musa]

Musas de biquíni concurso de cervejaria contraria conar

muita paciência e disposição: ir para o rio de janeiro ou voltar de lá depende dos horários incompreensíveis das empresas

josé carlos rodrigues, também mo-rador de itaguaí, ressalta que para os moradores de coroa grande, manga-ratiba ou conceição de jacareí a situ-ação é ainda pior. segundo rodrigues, a expresso mangaratiba cancelou as linhas mangaratiba/campo grande e conceição de jacareí/campo grande,

o que obriga as pessoas a fazer pe-lo menos uma baldeação. “o povo de itaguaí sofre muito quanto ao transpor-te aqui no município” – lamentou jo-sé carlos. para esclarecer essa questão a empresa foi questionada pela reda-ção, mas até o fechamento desta edi-ção não obteve resposta.

[linhas suspensas]

raphael melo

ana carolina brandão

josué justifica demora

reprod

ão

/inTern

eT

estas são algumas das candidatas a musa: biquíni e cerveja, embora de modo velado, é a campanha da cintra

Cartazes com mulheres de biquíni chamam a atenção

de pedestres e motoristas pelas ruas da capital e

de Itaguaí

Page 4: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

O FOCO Sexta-feira, 22 de julho de 20114

O FOCO EXPEDIENTEDiretor Geral/Editor-Chefe: Thiago melo mTb 25806-rjEditor: jupy junior mTb 28085-rj. Diretora Comercial: verônica leal.Colaboradores: ana carolina brandão, juliana Torres e raphael meloMatérias assinadas não refletem necessariamente a opinião do jornal O FOCO e elas são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus respectivos autores.

Editado e distribuído por T.M. Comunicações Ltda. O jornal O FOCO é impresso pela Editora Esquema Ltda.

(21) 2687-0694(21) 8254-9275(21) 8400-7848

www.jornalofoco.com.br

FALE [email protected]

[email protected]@jornalofoco.com.br

o jornal o Foco é distribuído gratuitamente às sextas-feiras nas principais bancas e ruas de seropédica, itaguaí e mangaratiba. Tem alcance estimado de 50 mil leitores na região.

[jupy junior][email protected]

Plínio Melo, da organi-zação não-governamental Mongue, lembrou que a data da audiência pública na Câmara que discutiu as obras na Ilha da Ma-deira (Itaguaí) – dia 29 – era dia de São Pedro, pa-droeiro dos pescadores. Nada mais adequado. O evento teve como objeti-

vo expor à população os problemas e possíveis so-luções, mas serviu como desabafo para as aflições dos moradores da bucóli-ca localidade de Itaguaí. Melo veio de São Paulo a convite de Marcos Garcia (Fapesca) para acompa-nhar a audiência e ofere-cer um testemunho sobre as práticas da LLX em Pe-ruíbe, cidade onde a em-presa tentou implemen-

tar um porto nos moldes que constrói em Itaguaí. A disputa que ocorreu na cidade paulista, entretan-to, fez a empresa desistir do negócio.

pOrTO BrASILMelo – presidente da

Mongue Proteção ao Siste-ma Costeiro - fez um dis-curso contundente na au-diência pública e contou a O FOCO que polêmica, construção de porto e LLX andam de mãos dadas. Em 2007 a empresa começou a se movimentar para cons-truir o Porto Brasil uma área da restinga preserva-da na Baixada Santista que

pertence ao município de Peruíbe, na divisa com Ita-nhaém, em São Paulo. Jus-tamente na área havia uma aldeia indígena, e, segun-do Melo, a empresa ofe-receu dinheiro para reti-rar os índios do lugar. A Mongue, cujas preocupa-ções incluem a preserva-ção das tradições indíge-nas, entrou na briga para valer contra a LLX.

CONSELHO DESTITUÍDOPara a LLX conseguir im-

plementar o porto em Peru-íbe – caso a Funai liberasse a área – seria preciso que o zoneamento fosse alterado, pois o Plano Diretor do mu-

nicípio não permitia. As ne-gociações começaram com o prefeito José Roberto Pre-to (PDT), mas ele morreu e quem assumiu foi Julieta Omuro (PMDB). Ela substi-tuiu os funcionários da pre-feitura que faziam parte do Conselho da Cidade (órgão responsável pela convoca-ção das audiências públicas para alterar o zoneamento) e que eram contra a implan-tação do Porto da LLX.

A Mongue interviu com ação pública, pois os fun-cionários tinham mandato de 2 anos e não poderiam ser substituídos. A ONG conseguiu na Justiça que o Conselho ficasse proibi-do de se reunir por qua-se 6 meses e os membros substituídos retornaram. Mais do que isso: a ex-pre-feita foi condenada a pa-gar 660 mil reais de multa e perdeu os direitos políti-cos por 5 anos. O Tribunal de Justiça entendeu que o dano ambiental também é improbidade administrati-va e cassou os direitos da prefeita. Até então somen-te o dano financeiro cassa-va os direitos. Plínio, em contrapartida, está sen-do processado por Salo-mão Fadlalah, diretor da LLX, em uma ação de da-nos morais.

[[audiência pÚblica]]

Na cola da LLXong em peruíbe acusa empresa de manter em itaguaí mesmas práticas que motivaram disputa em são paulo

plínio melo da ong mongue: testemunho contra a ação da llX/mmX

crédiTo

Plínio afirmou: “O Su-perPorto Sudeste em Ita-guaí foi a alternativa pa-ra o insucesso de Peruí-be”. A LLX saiu da cidade paulista em outubro de 2008, e divulgou recente-mente que optou oficial-mente por Itaguaí mais ou menos na mesma data.

Melo conta que a em-presa ofereceu aos indí-genas uma fazenda, casas de alvenaria, um carro im-portado Mitsubishi L200, um ônibus escolar e cinco

salários mínimos por famí-lia. As ofertas iniciaram uma “guerra” na aldeia, o que motivou a intervenção do Ministério Público Federal.

Uma ONG foi criada pe-la LLX, segundo Plínio, pa-ra mostrar a preocupação da empresa com o meio ambien-te. O Conselho da Bioatlantic era formado por Eliezer Batis-ta – pai de Eike, dono da LLX e da MMX - e por membros da Aracruz Celulose.

Para o presidente da Mon-gue, a LLX/MMX tenta deses-

tabilizar as lideranças locais que poderiam se opor ao projeto do porto. “Foi exa-tamente assim que ocorreu em Peruíbe” – disse Melo durante a audiência públi-ca na Câmara – “é preciso que a sociedade itaguaien-se se mobilize a fim de im-pedir o avanço da LLX/MMX sobre a cidade”.

O FOCO procurou a LLX/MMX para se pro-nunciar a respeito, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

pai de eike preside ong

“A LLX achou que era só fazer o cheque, mas encontrou uma

comunidade forte e teve que amargar uma

grande derrota” plínio melo,

presidente da mongue

[Terceira idade]

pelo direito de ser idosoconferência em mangaratiba abre debate sobre o envelhecimento humano

[juliana Torres][email protected]

A qualidade de vida na terceira idade foi assunto da II Conferência Regional dos Direitos da Pessoa Idosa da Costa Verde, na última sex-ta-feira (15). O evento acon-teceu no salão do Iate Clu-be de Itacuruçá. A discussão sobre os direitos dos ido-sos ocorreu em torno do te-ma “O compromisso de to-dos por um envelhecimento digno no Brasil”.

A Conferência contou com a participação de Jor-ge Luiz (vice-prefeito da

cidade), Maria da Penha (presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa), Daniel Fer-nandes da Silva (diretor de Ação Social de Mangara-tiba), Maria Izabel Ribei-ro (secretária de Ação So-cial de Itaguaí), Maria da Graça Porto (secretária de Ação Social de Paraty), Leila Corado (assessora técnica da superintendên-cia de Políticas para Pessoa Idosa da secretaria esta-dual de Assistência Social e Direitos Humanos), dos presidentes dos Conse-lhos dos Idosos de Itaguaí,

Mangaratiba e Angra dos Reis. Também participa-ram representantes da se-cretaria de Ação social de Angra dos Reis e do Con-selho de Paraty - este últi-mo município está em fase de implantação.

O ENCONTrOO Coral Luz do Sol, da

Terceira Idade de Itaguaí, fez a abertura do evento. Após a apresentação do grupo, o vi-ce-prefeito agradeceu a pre-sença do público e afirmou a relevância da Conferên-cia para os idosos. “Temos consciência de trabalhar da melhor maneira possível pa-ra garantir os direitos destas pessoas tão amadas, dignas de respeito e qualidade de vida”- disse Jorge Luiz.

Além de palestras, houve a eleição de quinze pessoas para participar da Confe-rência Estadual dos Direi-tos da Pessoa Idosa, na ca-pital do Rio de Janeiro. O encontro será de 30 de ju-lho a 01 de agosto, no Ho-tel Othon, em Copacabana.

O vice-prefeito Jorge Luis afirmou

a relevância da Conferência para

os idosos

cora da terceira idade se apresenta no evento

o vice: jorge luis

FoTos divulgação/pmm

Page 5: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

Sexta-feira, 22 de julho de 2011 O FOCO 5

[ana carolina brandão][email protected]

Rua São Francisco – sem número – bairro Califór-nia, Itaguaí. Este é o en-dereço do ônibus abando-nado que há aproximada-mente um ano preocupa moradores locais. O ter-reno é particular, mas não tem muro, cerca ou qual-quer isolamento que impe-ça a utilização indevida.

Segundo informações de moradores, pessoas de to-das as idades – adolescen-tes do bairro, inclusive – se reúnem dentro do veículo para consumir drogas, ci-garros, bebidas etc.

No local, além de dro-gas, os jovens praticam se-xo e atemorizam as pesso-as, que inclusive procuram

os pais de alguns deles – pois o ônibus é frequen-tado por gente do bairro – mas estes nada fizeram. Além dos próprios mora-dores, agora o local serviu de ponto de encontro para gente de fora: “Antes só os meninos daqui da rua vi-nham para cá [bairro Ca-lifórnia], mas agora está vindo gente de outros lu-gares, causando medo aos moradores” – disse Anto-nio Imperino, que mora há 45 anos no bairro.

rECLAMAÇÃOA moradora Bianca Ga-

briel, incomodada com a situação, já recorreu à polí-cia e à Prefeitura, mas não obteve resultado. Segundo Bianca, a prefeitura infor-mou que nada podia fazer,

pois o terreno era particu-lar, e que a responsabilida-de é da delegacia, pois tra-ta-se de um caso de polí-cia. Inconformada, a mora-dora procurou O FOCO a fim de que alguém se ma-nifestasse. “Aqui sempre foi um lugar muito calmo, tranquilo, agora a gente vi-ve com medo, alguém pre-cisa fazer alguma coisa pa-ra resolver essa situação” – ressaltou Bianca.

SOLUÇÕESO FOCO procurou a Se-

cretaria de Transporte, que informou não ter conheci-mento do caso. Mas garan-tiu que vai tomar providên-cias. “A denúncia é muito importante para que a gen-te possa agir. Iremos fisca-lizar a situação do veícu-

lo e terreno, e tomaremos uma atitude junto à dele-gacia, se for preciso” – dis-se Wellington Rodrigues, funcionário da prefeitura. O FOCO também conver-sou com o inspetor Araújo,

da 50ª DP de Itaguaí. O ins-petor disse que cabe à Polí-cia Militar fazer uma ronda no local para verificar a si-tuação e registrar o flagran-te. Nesse caso a delegacia poderia ser acionada caso

o veículo fosse roubado. A redação falou com a PM, mas o sargento Amaril-do, policial de plantão, não soube informar se a ronda na localidade está sendo feita regularmente.

[moradores preocupados]

Califórnia das drogas Ônibus abandonado em terreno baldio vira ponto perigoso em itaguaí

leiTor em FOCOestas matérias foram produzidas a partir de denúncia feita por leitores.

você também pode participar. é só ligar para (21) 2687-0694 ou mandar carta para [email protected] com sua reclamação.

[jupy junior][email protected]

Demorou mais de um mês, mas agora há luz na praia de Muriqui. Donos e funcionários de quiosques fi-caram preocupados com ar-rombamentos e desaponta-dos com a queda no fatura-mento. A Prefeitura de Man-garatiba já normalizou a ilu-minação e promete para bre-ve um serviço mais eficiente e de melhor qualidade.

rECLAMAÇÕESAna Paula Soares dos

Santos comanda o Quiosque da Paula há 14 anos e na se-mana passada reclamou do problema: “quando dá 17h os clientes vão embora, o fa-turamento cai”. Ana Paula disse ainda que não é a pri-meira que acontece a falta de luz: “parece que sempre nessa época acontece isso, já reclamamos e nada acon-teceu”. Ela reforçou a pare-de do quiosque porque já foi

vítima de arrombamento no passado, e se mostrou nova-mente preocupada.

NOVA ILUMINAÇÃOEm nota divulgada quin-

ta-feira (14) a assessoria de imprensa da prefeitura in-formou que a iluminação já foi restabelecida na orla pe-la própria prefeitura, po-rém não informou quan-do o serviço foi executado. De acordo com o secretário de Obras, Humberto Vaz, a empresa responsável pela manutenção de energia elé-

trica na cidade se recusou a dar continuidade ao serviço na atual administração, que começou em março.

Vaz afirma ainda que desde dezembro de 2010 a prestação de serviço es-tava interrompida e que a orla ganhará nova ilumi-nação, mais eficiente e com consumo menor. A prefei-tura informa também que já está em andamento pro-cesso licitatório para con-tratação de uma nova em-presa para manutenção de energia elétrica na cidade.

[QuiosQueiros reclamaram]

Enfim, a luzprefeitura promete nova iluminaçãopara praia de muriqui

[jupy junior][email protected]

A Prefeitura de Manga-ratiba resolveu atender aos moradores da rua Cruzei-ro do Sul, em Muriqui, de-pois que O FOCO esteve no local para apurar de-núncia de descaso do po-der público em relação aos vários buracos e ao li-xo acumulado. Na segun-da (18), O FOCO registrou que a Prefeitura enviou uma equipe para recolher o entulho, e prometeu pa-ra breve fechar os buracos que causam transtorno.

BUrACOS CONTINUAMMarinete Conceição Fi-

gueiredo, moradora da rua, procurou O FOCO na semana passada para ten-tar dar visibilidade ao pro-blema e apelar para que a Prefeitura tomasse pro-vidências. “Já reclama-mos várias vezes mas na-da aconteceu” – reclamou

ela, na ocasião. Na segun-da (18), Marinete confir-mou que a Prefeitura este-ve no local, mas que os bu-racos ainda continuam.

prEFEITUrA prOMETEOs problemas com entu-

lho foram resolvidos, mas sobre os buracos a asses-soria de comunicação da Prefeitura de Mangarati-ba informou que em breve mandará uma nova equipe para realizar estudos a fim de consertar o calçamento da rua Cruzeiro do Sul.

O FOCO A SErVIÇO DA pOpULAÇÃOO jornal O FOCO abre

suas páginas para a po-pulação de Itaguaí, Man-garatiba e Seropédica a fim de permitir que haja um diálogo produtivo en-tre o povo e o poder pú-blico. Os cidadãos podem telefonar para (21) 2687-0694 ou enviar e-mails pa-ra [email protected]. O FOCO tentará fazer uma intermediação a fim de que todos tenham uma cidade melhor.

prefeitura atendeu moradores e promete solução total para breve

[muriQui]

Foi-se o entulho, ficaram os buracos

raphael melo

este ônibus tem servido de ponto de encontro para o consumo de drogas

depois de um mês a luz voltou à praia de muriqui Trator retira entulho da rua: agora só falta resolver os buracos

Thiago melo Thiago melo

Page 6: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

O FOCO Sexta-feira, 22 de julho de 20116

No último sábado (16), Itaguaí recebeu uma visita ilustre: a presidente Dil-ma Rousseff. Foi ela quem deu início à cerimônia de construção de submari-nos em Itaguaí. O even-to foi realizado na sede da Nuclebras Equipamen-tos Pesados – Nuclep -, empresa que vai produ-zir chapas para a estrutu-ra dos submarinos. Estes fazem parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) da Marinha do Brasil. O tér-mino da construção do

primeiro submarino está previsto para 2017.

Serão construídos qua-tro submarinos convencio-nais Scorpène, chamados de S-BR, com tecnologia france-sa. Eles serão de propulsão diesel-elétrica. Com o início das realizações do PROSUB, o Brasil seguirá – futura-mente – com uma constru-ção de tecnologia ainda mais potente: a de um submari-no com propulsão nucle-ar, o SN-BR. Somente a Chi-na, EUA, França, Inglaterra e Rússia possuem o domí-nio da energia nuclear. Com

a construção do SN-BR, o Brasil passará a fazer parte do grupo de países que pos-suem esta tecnologia.

ACOrDO EM 2008Há três anos o ex-presi-

dente Luis Inácio da Silva fez um acordo com a França que deu origem ao Programa de Desenvolvimento de Sub-marinos (PROSUB) da Mari-nha do Brasil. Parte do acor-do preveu a transferência de tecnologia francesa. O país europeu repassará seus co-nhecimentos para as indús-trias brasileiras fabricarem

os equipamentos necessários à construção dos submari-nos. Válvulas de casco, bom-bas hidráulicas e baterias es-peciais de grande porte estão dentre eles. Estima-se que o PROSUB irá gerar mais de trinta mil empregos diretos e indiretos. A intenção é utili-zar a mão de obra local.

Da parceria entre a empre-sa francesa DCNS e a cons-trutora brasileira Norber-to Odebrecht foi formada a Itaguaí Construções Navais – ICN. A Marinha do Brasil possui o direito de veto so-bre a atuação da empresa da Cidade do Porto. A ICN fica-rá responsável pela constru-ção dos cinco submarinos.

SUBMArINOS O submarino com pro-

pulsão nuclear possui inú-meras vantagens, dentre elas as elevadas velocida-des por longos períodos

de navegação. Isso faz com que uma área maior do oceano seja monitorada.

Que a construção de submarinos na cidade de Itaguaí gera um grande avanço tecnológico para o país, isso ninguém tem dúvidas. Mas, a utiliza-ção da energia nuclear ainda é alvo de discus-são. Isso porque o ris-co de um possível vaza-mento gera preocupação não só para a população da Cidade do Porto, mas também para todos os municípios vizinhos.

[submarinos em iTaguaÍ]

Tecnologia emergente para submergircerimônia de construção de submarinos traz dilma rousseff para a cidade do porto

Em 2008, Lula fez um acordo com

a França que deu origem ao prOSUB

da Marinha

[juliana Torres][email protected]

[ana carolina brandão][email protected]

[jupy junior][email protected]

Durante reunião do Conselho Comunitário de Segurança Pública no dia 11 de julho, o presi-

dente do Conselho, Lu-ís Machado, alegou que a construção do subma-rino representa um peri-go nuclear para a popula-ção de Itaguaí. Ele ques-tionou autoridades pre-sentes – Bombeiros, Polí-cia Militar, Polícia Rodo-viária Federal e Marinha do Brasil – quanto a um

plano de evacuação, caso ocorra algum acidente.

GABINETE DE GESTÃOO chefe de policiamen-

to da PRF, Rodrigo Medei-ros, disse que a iniciativa de elaboração de um pla-no diretor deve partir da defesa civil. “A defesa civil municipal deve elaborar

um plano diretor para que assim os órgãos competen-tes possam começar a se mobilizar e traçar estraté-gias” – ressaltou Medei-ros. Porém, segundo a De-fesa Civil do estado do Rio de Janeiro, em Itaguaí este órgão é de responsabilida-de do Gabinete de Gestão Integrada. “A população

de Itaguaí está sem a quem recorrer, já encaminhei um ofício para a Marinha, es-tou aguardando resposta” – lamentou Luís Machado.

O FOCO procurou o Ga-binete de Gestão Integrada, porém, como é de hábito na maioria dos órgãos da Pre-feitura de Itaguaí, a repor-tagem ficou sem resposta.

de acordo com a marinha do bra-sil, a construção do submarino com propulsão nuclear deverá ser iniciada em 2016, com previsão de término para 2023. o contra-almirante pau-lo mauricio Farias alves disse que a “a marinha do brasil cumpre todos os re-quisitos previstos pela comissão na-cional de energia nuclear (cnen),

sendo que após a prontificação do es-taleiro e base naval, em itaguaí, es-tão previstos exercícios com foco na segurança nuclear e ambiental”.

O FOCO procurou a cnen, que informou aguardar a documentação da marinha sobre o plano de pre-venção. a nuclep não enviou nota até o fechamento desta edição.

[marinha diZ Que cumpre regras da cnen]

empreendimentos com energia nuclear precisam de um plano de prevenção de acidentes. em itaguaí, instituições não esclarecem esse importante detalhe

perigo à espreita

O presidente do Conselho de

Segurança alegou que a construção

do submarino representa um perigo nuclear

para a população de Itaguaí

divulgação

Page 7: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

Sexta-feira, 22 de julho de 2011 O FOCO 7

p o d e r

[jupy junior][email protected]

A quatro dias do seu ani-versário, Andréia Cristina Marcello Busatto, conheci-da como Andréia “do Char-linho” (PDT), sofreu um re-vés na sua curta carreira po-lítica. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janei-ro decidiu na quinta-feira (14), por unanimidade, cas-sar o mandato da deputada e a tornar inelegível pelos próximos oito anos. Porém um pedido de liminar con-cedido pelo Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE) suspen-deu a decisão até que o Tri-bunal julgue um recurso – a ser ajuizado pelo advogado Bruno Calfat – que pede re-visão do julgamento.

A procuradora Mônica Campos de Ré impetrou em 2010 uma ação de in-

vestigação judicial eleito-ral por abuso de poder po-lítico, econômico e uso dos meios de comunicação em que figuraram como inves-tigados, além de Andréia, o prefeito Carlo Busatto Ju-nior (“Charlinho”), o ve-reador Jorge Luis da Silva Rocha (“Jorginho do Char-linho”, PV) e o dono do jor-nal Atual, Marcelo dos San-tos Godinho. A ação foi jul-gada procedente pelo rela-tor juiz Antonio Augusto de Toledo Gaspar, e seu vo-to foi seguido pelo desem-bargador Sergio Lucio de Oliveira e Cruz e pelos juí-zes Ana Tereza Basílio, Gil-berto Clóvis e Luiz Rober-to Ayoub. Charlinho, Jor-ginho e Godinho também foram considerados inele-gíveis por oito anos, mas ainda cabe recurso ao TSE, que, de forma preliminar,

suspendeu a decisão do jul-gamento por entender que não se pode executar a de-cisão sem que tenha havido publicação do acórdão ou julgamento do recurso.

SErVIDOrES“COAGIDOS”Segundo o entendimen-

to do Tribunal, Andréia – que foi eleita deputada estadual nas últimas elei-ções, com aproximada-mente 60 mil votos – com-prometeu-se com a justiça eleitoral de duas formas. A primeira delas foi relativa ao abuso de poder político e econômico: a ação impe-trada por Mônica Ré men-ciona que funcionários da prefeitura de Itaguaí fo-ram “manipulados” para servir à campanha da pri-meira-dama. Genessi Ma-chado, um dos depoentes no processo de investiga-ção, declarou ao Ministé-rio Público que foi demi-tido por não ter prestado apoio político aos Busatto.

Outra evidência para o MP foi o fato, descrito na ação, de que “algumas pessoas, detentoras de car-gos comissionados sem ocupação precisa, após te-rem sido recentemente desligados da prefeitura, foram flagrados trabalhan-do no comitê da campanha de Andréia do Charlinho”. Machado também afirmou ao MP que funcionários da prefeitura eram “convida-dos” a comparecer a reuni-ões políticas, e que, se as-sim não o fizessem, esta-riam em “situação delica-da”, pois poderiam perder seus empregos como uma forma de retaliação do pre-feito quanto à discordân-cia da adesão à campanha da primeira-dama.

Mônica Ré também afir-mou na ação que o Tribunal julgou procedente: “Charli-nho perpetua o cenário de contratações irregulares de forma a manter poder de bar-ganha sobre um grande nú-mero de servidores não efeti-vos, que chegam a aproxima-damente quatro mil pessoas”.

USO DA IMprENSAO outro ponto que pro-

vocou a cassação e inele-gibilidade de Andréia (e do prefeito, do vereador e do jornalista) foi o envol-vimento irregular com a imprensa local. O MP en-tendeu que Charlinho fez uma mobilização junto ao jornal Atual para que es-te passasse a divulgar so-mente as benesses da Pre-feitura e as qualidades de Andréia. Além disso, Mô-nica Ré classifica de “pan-fleto político”o jornal Im-pacto. Segundo ela, a pu-blicação foi criada exclu-siva e “artificialmente” para servir de propagan-da para os Busatto, tendo como objetivo principal a eleição da primeira-da-ma. O MP entendeu que o Impacto, por ser distribu-ído gratuitamente e não contar com anunciantes, recebeu dinheiro público para “publicar matérias tecendo elogios exacerba-dos à sua [de Charlinho] administração e também à sua pessoa”.

Além do jornal Atu-al, tanto o Impacto quan-do o ABC Diário foram ci-tados como publicações comprometidas com o prefeito e com Andréia, e que ambos se beneficia-ram da influência que os jornais exerceram sobre a população por ocasião das suas eleições.

[especial - cassação e inelegibilidade]

Mandato garantido até segunda ordemTre-rj cassou mandato de andréia busatto e a tornou inelegível por oito anos, porém Tse suspendeu a decisão até julgamento de recurso. charlinho e vereador jorginho também estão na mesma situação

O Ministério público entendeu

que servidores foram incitados a fazer campanha para Andréia do

Charlinho

As complicações com Andréia já haviam co-meçado há cinco me-ses. A Câmara Legisla-tiva de Itaguaí abriu em fevereiro uma Comis-são Parlamentar de In-quérito para investigar o suposto esquema de privilégios na “doação” de casas dos conjuntos Turmalina, Esmeralda e Topázio em Chaperó. A CPI apurou que fun-cionários ligados à se-

cretaria de Educação, co-mandada na época por Andréia, foram beneficia-dos pelas casas por meio do projeto da Caixa Eco-nômica Federal em parce-ria com a Prefeitura. Du-as empregadas dos Busat-to – Ilcéia Vicente e Cas-sia Regina Burgo de Men-donça – e o motorista da primeira-dama, Marce-lo Augusto Borges, tam-bém receberam casas e, de acordo com o relató-

nal Superior Eleitoral. O revés desta quinta--feira (14) pode atrapa-lhar os planos políticos dos Busatto. Ainda em evento de campanha de Andréia em Muriqui, em setembro de 2010 (O FOCO, edição 87), o prefeito declarou aos presentes: “Andréia se-rá uma ótima deputa-da, e, depois, será pre-feita de Mangaratiba. Por que não?”.

cerco aperta: suspeitas em cpi rio da CPI encaminhado na primeira semana de ju-lho ao MP de Itaguaí, se tornaram evidências de crimes. Para a CPI, An-dréia cometeu prevarica-ção (ato contra o dever do cargo), improbilidade ad-ministrativa e crime elei-toral. Ela foi denunciada no relatório com mais se-te pessoas.

Já o prefeito Charlinho ainda está às voltas com 26 processos no Tribu-

andréia discursa na sessão solene da câmara: para o mp e o Tre-rj, houve abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação na campanha da deputada em 2010

arQuivo o Foco/Thiago melo

Page 8: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

O FOCO Sexta-feira, 22 de julho de 20118

[jupy junior][email protected]

A decisão do TRE-RJ sobre Andréia, Charlinho e Jorginho deu início a uma batalha política que somente o Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE) vai decidir. Quando? Impos-sível prever. Para o lei-go fica complicado enten-der os recursos que os ad-vogados podem impetrar nos Tribunais. A liminar concedida a Andréia, por exemplo, tem um efeito suspensivo, ou seja, até que um dos recursos se-

ja julgado, o TSE decidiu que Andréia mantém sua cadeira na Alerj. A bata-lha judicial está apenas começando, e pode levar anos. Assim foi com Aa-rão de Moura Britto Ne-to, ex-prefeito de Manga-ratiba: levou mais de um ano até que sua cassação tivesse efeito, e mais al-guns meses até que o Tri-bunal ordenasse a reali-zação das eleições suple-mentares.

ANDrÉIA pUBLICA NO FACEBOOKLogo depois da deci-

são, o TRE expediu ofí-cio à Assembleia Legis-

lativa do RJ a fim de pro-mover a substituição de Andréia. O suplente, de acordo com a assessoria de imprensa da Alerj, é o vereador de São Gonçalo Jorge Mariola (PDT). Po-rém Mariola nem pode se animar: não há datas para a cassação definiti-va de Andréia, se é que ela vai ocorrer.

O FOCO procurou por Andréia Busatto a fim de ouvir suas declarações a respeito, porém uma as-sessora disse que ela não pretende falar com a im-prensa. Em seu facebook, a primeira-dama de Ita-guaí declarou: “Fui sur-

preendida com a cassação do meu mandato, acre-dito não haver nenhuma justificativa baseada na Legislação Eleitoral pa-ra isso. Na minha opinião o TSE irá devolver meu mandato e com isso es-tará prestigiando os mais de 60.000 eleitores que re-conheceram nas urnas o meu trabalho.”

[especial - cassação e inelegibilidade]

Nos corredores da Justiçamanutenção do mandato de andréia depende de tecnicalidades

A batalha judicial está apenas

começando, e pode levar anos.

Assim foi com Aarão, ex-prefeito de Mangaratiba

O advogado de Andréia, Charlinho e jorginho garan-tiu a O FOCO que

vai recorrer da decisão do TrE-rj

“Não se pode julgar com base em testemu-nhas cujos depoimentos não foram colhidos com base no princípio do contraditório” – disse a O FOCO o advogado de Andréia, Charlinho e Jorginho. Bruno Calfat disse que para colher os depoimentos nos quais se fundamentou a ação do MP era preciso haver presença do advoga-do da parte investiga-da com juiz togado. Ele também diz que a ju-risprudência da justiça eleitoral é clara quanto à adoção de uma linha editorial de jornais e re-vistas que apoiem de-terminado candidato, que nada há de irregu-lar. O advogado não se declarou quanto ao fa-to de servidores elabo-rarem os jornais Impac-to, ABC e revista No Sti-lo dentro da Prefeitura. Calfat disse que vai re-correr da decisão.

Advogado protesta

o Tre-rj decidiu, mas o advogado bru-no calfat agiu prontamente, e, ainda du-rante o julgamento, questionou o Tribunal sobre a execução da decisão, ou seja, so-bre o fato de andréia ser já considerada cassada e inelegível, assim como a inegibi-lidade de charlinho e jorginho. a questão surgiu a partir de uma tecnicalidade: era preciso que a decisão fosse publicada em diário oficial para que pudesse ter efeito. para os desembargadores e juízes do Tre, o efeito deveria ser imediato. o presiden-te do Tre, luis Zveiter, ordenou que fosse emitido ofício à alerj para que o suplente de andréia, jorge mariola (pdT), assumisse a cadeira na assembleia.

há também o fato de que o recurso “em-bargos de declaração” será interposto, co-mo o advogado garantiu a O FOCO. isso

significa que calfat vai protestar a favor dos seus clientes. caso o Tre mantenha a deci-são, ainda cabe apelar para o Tse. portan-to, andréia ainda é deputada por força da liminar, pelo menos até que o recurso se-ja julgado. ainda não há datas específicas. a assessoria de imprensa da alerj preferiu manter silêncio e não confirmou se o ofício expedido pelo Tre chegou à casa legislati-va, nem se jorge mariola foi convocado pa-ra assumir a vaga de andréia.

nesta segunda (18), dia do aniversá-rio da deputada, muita gente a parabe-nizou no facebook, e ela divulgou o se-guinte recado: “Quero agradecer a tor-cida de todos e comunicar que acabo de ser reconduzida ao cargo por decisão do Tse. muito obrigada a todos pelo apoio, carinho e confiança.”

[a dispuTa judicial apenas começou]

bruno calfat, o enfático advogado dos charlinho, no julgamento. abaixo o post de andréia no Facebook: cassação e inelegibilidade ainda serão discutidas na justiça

jupy junior

CHAVEIRO AMÉRICACópias de chaves , troca de segredo e conserto de fechadura

Estrada RJ-14 - Muriqui - Tel.: (21) 8871-8179 Cláudio

Page 9: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

Sexta-feira, 22 de julho de 2011 O FOCO 9

[jupy junior][email protected]

Se depender do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, os dias de assisten-cialismo eleitoreiro e rela-ções viciosas do poder pú-blico com a imprensa estão com os dias contados. O de-sembargador Luis Zveiter – presidente do Tribunal – e a Procuradora Mônica Cam-

pos de Ré – autora da ação julgada procedente que cas-

sou Andréia Busatto e decla-rou a ineligibilidade dela, de Charlinho e Jorginho – dis-seram a O FOCO que a jus-tiça eleitoral será implacável com as práticas abusivas de políticos, candidatos e de-tentores de cargos públicos.

ASSISTENCIALISMO“Foi uma decisão histó-

rica para a política do Rio de Janeiro” – disse a Procu-radora – “nossa intenção é coibir o assistencialismo, o abuso de poder político e uso da imprensa pelos po-líticos locais” – frisou ela.

Antes da cassação e ine-ligibilidade de Andréia Busatto, o Tribunal jul-gou o deputado estadual Domingos Inácio Brazão (PMDB). A decisão tam-bém foi unânime e igual à da primeira-dama de Ita-guaí. O relator, juiz An-

tonio Augusto de Toledo Gaspar, declarou seu vo-to e disse que o “Projeto Ação Social”, na Taquara, era mantido pelo político, e realizava – dentre outros benefícios - atendimentos médicos gratuitos. "Foi en-contrado, durante a busca e apreensão, vasto mate-rial que evidenciava o ca-ráter eleitoral, como cami-sas, toalhas e escovas de dente com o nome do de-putado na haste" - relatou

Toledo de Gaspar. Duran-te o julgamento, houve a exibição de um vídeo para apresentar o centro social, e ficou evidente que o mon-tante de dinheiro usado pa-ra manter a complexa es-trutura enquadrou o depu-tado em “abuso do poder político e econômico”.

ZVEITEr COMENTALuis Zveiter, presiden-

te do TRE-RJ, disse que há parâmetros que os políti-

cos devem respeitar. Sobre os julgamentos, ele afir-mou: “É um indicativo de que o Tribunal tem uma postura de não permitir o assistencialismo e uso ir-regular da imprensa para manter o equilíbrio nas de-cisões”. Para as eleições de 2012, Zveiter avisa que os postulantes a cargos públi-cos devem observar com atenção as regras e a lei eleitoral: “vamos aplicar a lei a quem quer seja”.

“Decisão histórica”[especial - cassação e ineligibilidade]

procuradora mônica ré e desembargador Zveiter avaliam julgamentos

Zveiter concluiu que os julgamentos comprovam que as leis devem ser respeitadas

FoTos jupy junior

mônica ré garantiu que o mp estará atento às irregularidades

cabe informar aos leitores de O FOCO qual é o po-sicionamento desta publicação em relação aos pode-res constituídos. a linha editorial de O FOCO tem co-mo compromisso inegociável a promoção do diálo-go entre população, autoridades, artistas e socieda-de em geral. Toda renda obtida com O FOCO para fi-nanciar os custos de impressão e pagamento de pes-soal - além de manutenção de equipamentos e lucro do seu proprietário – provém da venda de espaços pu-blicitários. O FOCO tem se mantido a muito custo co-mo um jornal independente. para o leitor, algumas ve-zes, pode parece que a publicação privilegia determi-nadas vozes em detrimento de outras. Tal fato não é da filosofia editorial de O FOCO: tem-se por princípio “ouvir os dois lados”, como se costuma dizer. o que tem ocorrido é que os poderes públicos executivos não têm dado ensejo ao enfrentamento da imprensa no

que diz respeito às demandas da população nas quais O FOCO entende ser representante. O FOCO não é pró-charlinho nem contra charlinho, não é pró-evan-dro nem contra evandro, não é pró-matinazzo nem contra martinazzo. O FOCO é a favor da população, e mantém o jornal em circulação com muitas dificul-dades financeiras, em que pese a dedicação da equi-pe mesmo com salários baixos em face da gigantes-ca carga de trabalho. O FOCO lamenta que parte da imprensa local ainda não tenha atingido um grau de profissionalização compatível com a importância das cidades retratadas. espera-se também que a popula-ção seja esclarecida quanto ao real papel da impren-sa, e que a sociedade das cidades de abrangência dos jornais institua uma cultura mais avançada, quer se-ja no atendimento à imprensa pelos órgãos públicos, quer seja na valorização do trabalho do jornalista.

[opinião - posicionamenTo de o Foco]

[especial - cassação e inelegibilidade]

julgamento de andréia “do charlinho” expõe relações suspeitas da prefeitura com jornais locais

Imprensa duvidosa

“Os julgamentos foram um

indicativo de que o Tribunal não vai permitir a ilicitude

dos processos eleitorais” luis Zveiter,

presidente do Tre-rj

[jupy junior][email protected]

[Thiago melo][email protected]

O julgamento que culmi-nou com a cassação e ineli-gibilidade de Andréia Bu-satto (PDT), e a ineligibili-dade de Carlo Busatto Ju-nior (“Charlinho”, PMDB), Jorge Luis da Silva Rocha (“Jorginho do Charlinho”, PV) e Marcelo dos San-tos Godinho (dono do jor-nal Atual) revelou uma fa-ce desconhecida para mui-tos munícipes: a relação para lá de suspeita de al-guns dos jornais em circu-lação na cidade com o po-der executivo municipal.

O TRE-RJ entendeu que os jornais Impacto, ABC Diá-rio e Atual e a revista No Sti-lo fizeram propaganda po-lítica deliberada para o Pre-feito Charlinho (por oca-sião da eleição de 2008), e para sua esposa (para as

eleições de 2010), em tro-ca de dinheiro público e fa-vores comerciais. O rela-tor juiz Antonio Augusto de Toledo Gaspar declarou que as publicações não fo-ram isentas nas suas cober-turas, e que se limitaram a contar os feitos e quali-dades de Andréia e Char-

linho, o que prejudicou o equilíbrio das eleições em favor dos denunciados.

AMADOrISMO Jornais do interior, na

sua maioria, carregam consigo as características do amadorismo e do com-prometimento com os po-

deres públicos instituídos. Tudo pela sobrevivência em um cenário de falta de conhecimento do papel da imprensa e pouca ver-ba publicitária disponível (leia a matéria “O preço da liberdade”, nesta edição). As relações com o poder público podem, muitas ve-zes, ser viciadas. Foi o que procurou demonstrar a Procuradora Mônica Cam-pos de Ré na ação movida contra Andréia, Charlinho, Jorginho e Godinho.

O desembargador Tole-do de Gaspar disse no jul-gamento do dia 14 que se ocupou em analisar as ma-

térias do jornal Atual, por exemplo. Ele constatou que em um determinado momento a publicação co-meçou a tecer elogios à ad-ministração de Carlo Bu-satto Junior e ressaltar as qualidades da primeira--dama e, na ocasião, can-didata Andréia Cristina Marcello Busatto.

ArGUMENTOSToledo de Gaspar se po-

sicionou também quan-to aos argumentos da de-fesa dos investigados – a de que os jornais, por te-rem tiragem de aproxima-damente 6 mil exemplares, não seriam capazes de in-fluenciar as eleições. O de-sembargador disse que a maioria dos votos de An-dréia foram obtidos na re-gião onde os jornais men-cionados circulam, e que isto indicava um potencial de influência considerável.

O que se depreende é que talvez esteja chegando o momento em que a atu-ação da imprensa em Ita-guaí, Mangaratiba e Sero-pédica comece a ser repen-sada em relação à sua fun-ção e manuntenção, assim como as prerrogativas éti-cas, obrigatórias em qual-quer atividade social.

Talvez seja o momento de refletir sobre o papel da

imprensa local e suas

prerrogativas éticas

Page 10: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

O FOCO Sexta-feira, 22 de julho de 201110

Page 11: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

Sexta-feira, 22 de julho de 2011 O FOCO 11

[jupy junior][email protected]

[Thiago melo][email protected]

Várias “coincidências” fo-ram mencionadas na ação impetrada por Mônica Cam-pos de Ré julgada proceden-te pelo Tribunal Regional

Eleitoral do RJ no último dia 14. As que envolvem o jor-nal Impacto são as mais inci-sivas: Sergio Roberto Gon-çalves trabalha para o jornal,

para outra publicação (ABC Diário) e para a Prefeitura de Itaguaí. Este foi um dos ar-gumentos nos quais se va-leu a Procuradora para im-petrar a ação que cassou e tornou inelegível por oito anos a deputada Andréia do Charlinho (ela mantém a ca-deira na Alerj sob liminar do TSE), e tornou inelegíveis o prefeito de Itaguaí e o vere-ador Jorginho do Charlinho (que também aguardam jul-gamento de recurso).

“pANFLETO pOLÍTICO”A denúncia detalha que

o endereço do jornal Impac-to – rua Santo Inácio, 85, atu-almente rua Leda Santiago – é o mesmo da sogra de “Jor-ginho do Charlinho” (PV). Ela se chama Elisabeth Ne-ves e tinha registro comer-cial no estado do Rio de Ja-neiro de uma firma individu-al formalizada para a produ-ção de fraldas descartáveis. Houve uma modificação de

registro para que o jornal Im-pacto pudesse funcionar. Ho-je Elisabeth aparece no expe-diente da publicação como diretora geral. Tanto o verea-dor quanto sua esposa, Shei-la Neves de Oliveira, têm ca-dastros eleitorais no mesmo endereço. Tanto Elisabeth quanto Sheila são funcioná-rias comissionadas na Pre-feitura de Itaguaí.

Para o MP, o Impacto é um “panfleto político” e foi cria-do artificialmente para enal-tecer as figura dos Busatto e dos seus aliados políticos, dentre eles, o prefeito de Seropédica, Alcir Martina-zzo. Segundo a ação julga-da procedente pelo TRE-RJ, o Impacto começou a circu-lar na Cidade do Porto pa-ra dar sustentação à campa-nha de Charlinho em 2004 para a Prefeitura de Itaguaí.

MULTA DE r$ 50 MILAinda em 2004, o jor-

nal Impacto foi condena-

do por estas práticas à multa eleitoral de R$ 50 mil, valor que ainda não foi pago e que permanece na dívida ativa, de acor-do com o Recurso Eleito-ral número 2491.

Para o MP e o TRE-RJ, não há dúvidas quanto à li-gação dos Busatto, Martina-zzo e Jorginho com o jornal Impacto. Mônica Ré também questiona para o Tribunal sobre as formas de finan-ciamento da empresa: “atu-almente, o principal anun-ciante do jornal Impacto é a Porto Veículos, revenda de automóveis que pertence ao vereador Roberto Espola-

dor Guimarães [PSDC, do grupo de vereadores pró--Charlinho], também co-nhecido como ‘Robertinho’, que estaria registrada em nome de seu filho”.

O irmão e assessor de Jorginho do Charlinho, co-nhecido como “Fabinho”, disse a O FOCO que o ve-reador não se pronunciaria a respeito.

[especial - cassação e inelegibilidade]

O impacto da revelaçãomp acusa jornal impacto de ter sido criado artificialmente para enaltecer a figura dos busatto e de seus aliados políticos

O endereço do Impacto é o

mesmo da sogra de “jorginho do

Charlinho” (pV) – Elisabeth Neves – que figura no

expediente como diretora geral da

publicação

“Só o vereador jorginho pode

falar em nome do Impacto”

bia rocha, esposa de enos lage, assessor de

imprensa da prefeitura de itaguaí

Thiago melo

o jornal impacto e o vereador jorginho do charlinho têm o mesmo endereço: esta casa

Page 12: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

O FOCO Sexta-feira, 22 de julho de 201112

[jupy junior][email protected]

[Thiago melo][email protected]

No esquema denunciado pelo MP, e que culminou na procedência da ação da Pro-curadora Mônica Campos de Ré, o jornalista conhecido simplesmente como “Bob” é uma das figuras-chave na re-

lação viciosa de parte da im-prensa local com a Prefeitu-ra de Itaguaí. Ele consta no expediente do jornal Impacto como jornalista responsável (sob o nome “Roberto Gon-çalves”, sem número de re-gistro de jornalista) e tam-

bém no expediente do jor-nal ABC Diário (com o nome “Bob Gonçalves”, com o regis-tro número 17676 ). Para o MP, o ABC Diário faz campanha os-tensiva e irregular a favor dos Busatto e de Martinazzo, e é parte do esquema que envolve também a revista No Stilo.

Roberto, Bob e Sérgio são a mesma pessoa: um servidor da Prefeitura de Itaguaí, ma-trícula 19.504, que até outubro de 2010 estava lotado na secre-taria municipal de Obras e Ur-banismo. Atualmente ele está lotado na assessoria de impren-sa da prefeitura, fato confirma-do pelo assessor Enos Lage.

jOrNAIS FUNCIONAMNA prEFEITUrADe acordo com denúncia

ao MP de Itaguaí promovi-da pelo secretário executi-vo da Fapesca, Marcos Gar-cia – por conta de uma pu-blicação irregular no ABC Diário de edital da Asso-ciação de Pescadores Arte-

sanais da Ilha da Madeira (APAIM) - Sérgio elabora o Impacto e o ABC Diário nas dependências da Assessoria de Comunicação da Prefei-tura comandada por Enos Lage. Lage inclusive assi-nou um ofício dirigido ao jornal ABC. Garcia, ao pro-curar os responsáveis pela publicação em um endereço no centro, foi orientado a se dirigir à prefeitura.

Eis parte do texto da de-núncia apresentada ao MP de Itaguaí por Garcia: “(...) o Jor-nal ABC assim como o Impac-to [têm] suas redações instala-das na secretaria de comuni-cação/imprensa da Prefeitura (mantendo endereço de sede fictício), de onde suas publica-ções são editadas utilizando--se para tal [...] recursos públi-cos e mão de obra remunera-da pelo erário público”.

“NÃO LIGUEM pArA MIM”O ABC também tem publi-

cado sistematicamente maté-

rias ofensivas aos vereadores opositores ao governo Char-linho, como uma maneira de rebater pela imprensa as acu-sações dirigidas ao prefeito Carlo Busatto que eles têm

feito repercutir em outros ve-ículos da imprensa.

O FOCO telefonou para Sérgio Gonçalves na segun-da (18) a fim de ouvir sua ver-são para os fatos. Ele afirmou

à reportagem: “não sou pes-soa famosa, e não sou crian-ça, esqueçam o meu nome, o que eu faço é da minha conta, eu sei o que vocês pretendem fazer, não liguem para mim”.

Jornal “ABCharlinho Diário”“bob” assina os jornais abc diário e o impacto, e tem matrícula na prefeitura de itaguaí

[jupy junior][email protected]

[Thiago melo][email protected]

Outra publicação men-cionada na ação da procu-radora Mônica Campos de Ré que o TRE-RJ julgou pro-cedente no último dia 14: a revista No Stilo, cujo dire-tor-editor é Alexandre Lo-pes, funcionário da prefei-tura. Campos de Ré denun-ciou um esquema de favore-cimento ilícito da Prefeitura e do prefeito Charlinho, jun-tamente com a primeira-da-ma, Andréia Busatto, a par-tir de matérias elogiosas pu-blicadas na revista No Sti-lo sobre os dois, inclusive às vésperas de eleições. Enos Lage, assessor de impren-sa da prefeitura, confirmou a O FOCO que Lopes está lotado no executivo munici-pal como fotógrafo da asses-soria. Lopes recebeu a repor-tagem na redação da revista e a expulsou da sala median-te questionamentos.

DESTAQUE pArA ANDrÉIASegundo a ação de Cam-

pos de Ré, a principal anun-ciante da revista No Stilo é a empresa Marvalle Corretora de Seguros, "que foi ou é de

propriedade de Charlinho e de Alexandre Valle" (secre-tário municipal de indústria, turismo, esporte e eventos – mesma secretaria da qual a assessoria de imprensa da

Prefeitura é subordinada). Ainda segundo o MP, a revis-ta se mantém graças às maté-rias que enaltecem os Busatto e seus aliados políticos.

Durante a Expo 2011 em

Itaguaí, Alexandre Lopes foi fotografado pela equipe de O FOCO dentro de um car-ro com a logomarca da Pre-feitura de Itaguaí, no sexta (1). No sábado (2), a cena se repe-tiu, embora sem foto: desta vez Lopes estava em um car-ro da Guarda Municipal, nas proximidades da arena onde ocorreu o rodeio do evento. O relator juiz Toledo de Gas-par mencionou que Andréia foi capa da revista no ano passado, em matéria elogiosa

às vésperas da eleição, e em várias outras em tom de exal-tação à deputada do PDT.

EQUIpE EXpULSADA SALA E AMEAÇADAO FOCO procurou por

Alexandre Lopes na redação da revista na quinta (14) a fim de ouvir a sua versão para os fatos. Ele negou que fosse só-cio na revista No Stilo. Ao sa-ber que a revista tinha sido ci-tada na ação movida pela pro-curadora Mônica Campos de

Ré, Lopes expulsou a reporta-gem da sala e disse a Thiago Melo, diretor do jornal O FO-CO, que acompanhava a apu-ração: “você está dando uma de pilantra, querendo envol-ver meu nome no meio”.

Mais tarde, o diretor de O FOCO recebeu uma ligação telefônica de Vinícius Lins, diretor-executivo na revista No Stilo. Lins ameaçou Melo: “cuidado com o que você vai escrever sobre a minha revis-ta. Vai ter chumbo trocado" – alertou. Poucas horas depois Vinícius encontrou com Thia-go Melo durante sessão na Câmara de Itaguaí, e muito exaltado disparou: "jornalista tem que respeitar jornalista".

[especial - cassação e inelegibilidade]

Estilo pouco éticoalexandre lopes expulsa equipe de reportagem e não responde sobre envolvimento da revista no stilo

arQuivo o Foco/jupy junior

"bob" em uma das sessões legislativas em mangaratiba: cobertura jornalística própria em horário de trabalho na prefeitura

Outra denúncia, desta vez ao Mp de Itaguaí, diz que o ABC e o Impacto

funcionam dentro da prefeitura de Itaguaí

“Cuidado com o que você vai escrever, vai ter

chumbo trocado” vinícius lins,

diretor-executivo da no stilo

jupy junior

Thiago melo

lopes ao volante de carro com logotipo da prefeitura

no portão da casa onde funciona a revista no stilo, adesivo com divulgação do telefone "alô prefeito"

Page 13: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

Sexta-feira, 22 de julho de 2011 O FOCO 13

[especial - cassação e inelegibilidade]

[jupy junior][email protected]

[Thiago melo][email protected]

Na relação viciosa com a Prefeitura de Itaguaí de-nunciada pelo Ministé-rio Público, uma publica-ção que circula na cida-de mereceu destaque: o jornal Atual. Comanda-do por Marcelo Godinho – cuja decisão do Tribunal o tornou inelegível por oi-to anos – o jornal serviu como evidência que “os Charlinho” (como se re-feriu a Procuradora Cam-pos de Ré) se beneficiaram

de uma cobertura elogio-sa a respeito do prefeito e da primeira-dama. O atu-al prefeito de Seropédica, Alcir Martinazzo, também foi mencionado. O MP en-tendeu que há um esque-ma de produção de notí-cias que visa influenciar a população para manter al-tos os índices de popula-ridades, destes políticos, e que há omissões sobre fa-tos condenáveis da prefei-tura de Itaguaí a fim de não manchar a reputação das autoridades.

MUDANÇA EDITOrIALMônica Campos de Ré

relata na ação julgada pro-cedente pelo Tribunal que, até meados de 2009, Marce-lo Godinho manteve a linha editorial do jornal Atual com críticas ao prefeito Charli-nho. Depois disso, houve uma súbita mudança: o Atu-al passou a enaltecer a figu-ra dos Busatto. Campos de Ré credita isso à invibiabili-

dade econômica que o jor-nal sofreu depois das pres-sões realizadas pelo prefeito, que teria inclusive ordena-do a proibição da venda da publicação nas bancas e teria feito manobras para impedir que comerciantes anuncias-sem no jornal. Godinho, sem saída, teria entrado em acer-to com o prefeito para man-ter a publicação de pé.

O FOCO procurou Mar-celo Godinho para ouvir a sua versão dos fatos, po-rém foi informado pelo editor da publicação – Re-nato Reis - que ele estava na Europa, de férias.

Atualmente, na berlindaatual mudou linha editorial a favor de charlinho, diz Tre-rj

A procuradora do MP afirma que

Martinazzo publica atos oficiais no

Atual como uma recompensa pela

cobertura elogiosa aos Busatto

Até meados de 2009, Godinho

manteve no Atual críticas a Charlinho. Depois, houve uma

súbita mudança: o jornal passou a enaltecer a figura

dos Busatto

Depois do suposto acerto, o Atual mudou de sede (foi para uma casa espaçosa próximo à Câmara), mudou de linha editorial (sem crí-ticas ao prefeito) e ob-teve um importante fi-nanciamento indireto: a prefeitura de Seropé-dica passou a publicar os atos oficiais do exe-cutivo daquela cidade. Tais publicações só po-deria ser feitas em jor-

nal diário de grande cir-culação, e mediante este impedimento, Godinho decidiu mudar a perio-dicidade do Atual de se-manal para diário. Alcir Martinazzo,que se tor-nou prefeito de Seropédi-ca depois da cassação de Darci dos Anjos, foi vi-ce-prefeito de Charlinho no seu primeiro manda-to. Mônica Ré afirma que Martinazzo publica atos oficiais no Atual orques-

trado por Charlinho para fins de recompen-sa pela cobertura elo-giosa aos Busatto.

A reportagem tam-bém entrou em conta-to com a secretaria de governo da Prefeitura de Seropédica e solici-tou valores e uma có-pia do contrato com o jornal Atual. Até o fe-chamento desta maté-ria nenhuma resposta foi enviada à redação.

contrato com prefeitura

a nova sede do jornal atual: mudança súbita na linha editorial, alteração de periodicidade e contrato com prefeitura de seropédica justificaram ação do mp

DIVULGUE AQUI SUA MArCA

pArA MILHArES DE pESSOAS.

O FOCOligue(21) 2687-0694 [email protected]

Thiago melo

Page 14: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

O FOCO Sexta-feira, 22 de julho de 201114o

ferta

s vál

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viso

prév

io.

[jupy junior][email protected]

[Thiago melo][email protected]

Uma relação no míni-mo suspeita: assim se po-de dizer da sintonia en-tre as publicações Impac-to, ABC Diário e revista No Stilo com a prefeitura de Itaguaí. Esta conclusão pode ser alcançada a par-tir da entrevista que Enos Lage, assessor de impren-sa da prefeitura, conce-deu a O FOCO no dia 14, mesmo dia em que o TRE--RJ julgou procedente a ação impetrada pela Pro-curadora Mônica Campos de Ré. A Procuradora de-nunciou esquema de fa-vorecimento das publica-ções com dinheiro públi-co em troca de matérias elogiosas a respeito dos Busatto e de seus aliados políticos. Os envolvidos: Andréia, Charlinho, vere-ador Jorginho e Marcelo Godinho, do jornal Atual.

OUTrA DENÚNCIA NO MpOutra denúncia, desta

vez encaminhada ao MP de Itaguaí pelo secretá-rio executivo da Fapesca - Marcos Garcia – dá conta de que tanto o ABC quan-to o Impacto são elabora-dos dentro da assessoria comandada por Lage. Gar-cia procurou o ABC para levar um ofício em que pe-dia retratação por conta de uma publicação irregular de edital da Associação de Pescadores Artesanais da Ilha da Madeira (APAIM). Foi ao endereço que cons-ta no expediente da publi-cação, mas ao chegar lá foi orientado a se dirigir à Pre-feitura para entregar o do-cumento. Foi recebido por Enos Lage, que assinou re-cibo do ofício para o jornal.

ENOS CONFIrMALOTAÇÃO DE BOB E ALEXANDrEEnos negou que o Impac-

to e o ABC fossem feitos den-tro da Prefeitura. Mas confir-

mou que Sergio é lotado em seu gabinete: “ele trabalha aqui de 8:30h às 17h, inclu-sive sábados, domingos e fe-

riados, se for preciso” – disse o assessor. Bob acompanha quase todas as segundas e quartas as sessões legislati-

vas da Câmara de Manga-ratiba para realizar cober-tura jornalística para o ABC e o Impacto. “Não tenho co-

nhecimento disto” – afirmou Lage. Quando a reportagem afirmou que tinha fotos ca-pazes de comprovar, Enos disse: “vamos apurar isso e tomar providências”.

Quanto a Alexandre Lo-pes, diretor-editor da revis-ta No Stilo, Enos afirmou: “é fotógrafo da prefeitu-ra, lotado aqui na assesso-ria de imprensa”. A revis-ta é mencionada na ação da Procuradora Mônica Ré e no voto do relator desem-bargador Toledo Gaspar, do TRE-RJ, como uma das publicações que fazem apo-logia aos Busatto. Lage de-monstrou surpresa quanto ao fato: “É?” – perguntou--se o assessor, surpreso, e complementou: “O que eu vejo na relação da prefeitu-ra com os jornais é a divul-gação dos fatos do execu-tivo, não é uma promoção pessoal do prefeito”.

Enos afirmou que a im-prensa recebe os informes sobre a Prefeitura regular-mente, por e-mail. Há mais de um ano o jornal O FOCO não recebe qualquer comu-nicado oficial da Prefeitura, e as credenciais para a Ex-po 2011, por exemplo, foram negadas a O FOCO.

[especial - cassação e inelegibilidade]

Prefeitura e imprensa: estranha sintoniaenos lage, assessor da prefeitura de itaguaí, confirma relação pouco ética

Sobre a verba destina-da à assessoria, ele disse: “aqui na assessoria não tem verba, não”, e acres-centou: “somos ligados à secretaria de Indús-tria, Turismo, Eventos e Esportes, de Alexandre Valle”. Valle, juntamen-te com Alexandre Oberg

(Procurador-geral de Ita-guaí) e Fernando Ramos, é investigado por suposto acesso a informações privi-legiadas na compra de ter-renos na Ilha da Madeira vendidos depois à LLX, de Eike Batista.

Sobre o fato de servido-res da sua assessoria atua-

rem em veículos de im-prensa acusados pelo Ministério Público Fe-deral de fazer apologia do prefeito e da primei-ra-dama, Enos não vê qualquer impedimen-to ético: “É mesmo um quebra-cabeças difícil de entender” – declarou.

assessoria "sem verba"

bia rocha, que aparece no expediente do jornal impacto como contato publicitário, é mulher de enos lage (ler matéria “o impac-to da revelação”, nesta edição). “sim, bia rocha é minha mulher e trabalha no jornal impacto” – disse ele a O FOCO. “pelo que eu sei o jornal impacto não recebe um cen-tavo da prefeitura, se não houver um com-provante de pagamento que indique isso,

não é estranho” – declarou lage.bia declarou a O FOCO que quem res-

ponde pelo impacto é o vereador jorginho “do charlinho”, portanto, aliado político do prefeito. lage disse ainda que a imagem positiva da publicação sobre o prefeito é de acordo com a linha editorial de cada jornal ou revista: “eu mando a notícia, eles publi-cam do modo que quiserem”.

[mulher de lage Trabalha no impacTo]

lage em sua sala: assessor confirmou que editores estão lotados na sua assessoria

FoTos Thiago melo

"não é estranho" - disse lage

Page 15: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

Sexta-feira, 22 de julho de 2011 O FOCO 15

[jupy junior][email protected]

Os jornais que exercitam independência política em relação aos poderes consti-tuídos muitas vezes sofrem com dificuldades financei-ras. É o caso de O FOCO. Muitas vezes as publicações amargam prejuízos porque não conseguem obter ren-da com publicidade paga

por comerciantes, empresas ou indústrias. Estes, por sua vez, subestimam a popula-ção e não se sentem na obri-gação de anunciar seus pro-dutos, ideias ou projetos. Já o poder público, por interes-se eleitoreiro, muitas vezes manipula as publicações pa-ra que estas somente divul-guem notícias positivas so-bre os governos, e, quando

não conseguem manipular, subtraem informações. Este é o contexto no qual O FOCO atua em Itaguaí, Mangarati-ba e Seropédica.

TrIpÉ BÁSICOPara atuar e sobreviver co-

mo empresa lucrativa que pague contas - impostos, funcionários, aluguel da sa-la onde funciona a redação, impressão da gráfica, mate-rial de escritório, combustí-vel para o carro de reporta-gem, manutenção de equi-pamentos, legalização de documentos, serviços como internet, telefone, divulga-ção e distribuição etc - a im-prensa precisa estar funda-mentada em um tripé bási-co: venda de publicidade, de assinaturas e de exemplares avulsos. Por ter a distribui-ção gratuita O FOCO tem se mantido apenas com a pu-blicidade, porém com imen-sas dificuldades financeiras: é o preço da liberdade.

COMErCIANTES TEMErOSOSA venda de espaços pu-

blicitários tem se tornado uma batalha diária. Mui-

tos comerciantes, atentos aos movimentos políticos, temem represálias dos po-deres públicos – principal-mente do executivo muni-cipal. Isto também se de-ve ao fato de que alguns atuam de modo irregular, e a publicidade poderia ser um chamariz desagra-dável. Outros não querem se ver vinculados a uma cobertura jornalística que aponte falhas ou proble-mas na administração mu-nicipal, quer seja por con-vicção política, quer seja para evitar represálias.

Além desta primeira di-ficuldade, ainda há a ideia de que publicidade não traz clientes, algo que contraria diversos estudos sobre co-municação humana empre-endidos desde a década de 1940: a publicidade tem o imenso poder de atuar so-bre o imaginário humano, e empresas como a Coca-co-la, por exemplo, apesar de absolutamente líderes nos seus segmentos, mantêm a publicidade constante co-mo princípio fundamental dos seus negócios.

As grandes indústrias e

empresas que se instalam nas cidades muitas vezes não se ocupam em anun-ciar nas publicações locais, e quando o fazem, é de mo-do esporádico e ocasional. O diálogo que promovem com a população local é res-trito e sempre de modo cir-cunstancial.

“IMprENSA CHApA BrANCA”Grande parte dos leitores já

desenvolveu uma descrença em relação à imprensa local.

A expressão usada é “impren-sa chapa branca” (relativo às placas de carros oficiais), ou seja, imprensa que atende aos comandos do poder públi-co constituído. A equação es-tá longe de ser resolvida: se o jornal ou revista expõe a cor-rupção do poder público, per-de propaganda oficial e fica com menos dinheiro ainda em caixa. Se não expõe, fica à mercê da publicidade, so-fre pressões políticas e não consegue sobreviver.

O poder público tam-

bém não se sente na obri-gação de responder aos jornalistas a respeito das atividades oficiais, e sub-traem informações essen-ciais. Deste modo, impe-dem a fiscalização do po-der público, um dos fun-damentos da atividade jor-nalística. A falta de pro-fissionalismo dos depar-tamentos de comunica-ção tem sido uma denún-cia constante de O FOCO. Muitos governantes escon-dem seus atos para que su-as atividades irregulares não se tornem de conheci-mento da sociedade.

[imprensa regional]

o preço da liberdadeatuar como imprensa independente exige jogo de cintura e sacrifício

O jornal O FOCO mantém seu compro-misso ético de denun-ciar os poderes públi-cos quando estes não atuam em prol da po-pulação. Em contrapar-tida, precisa de dinhei-ro para manter suas ati-vidades, que são dis-

pendiosas e que exigem – claro – pagamento jus-to para seus profissionais. Por este motivo, o tripé básico, atualmente em desequilíbrio, precisa ser reorganizado: assinatu-ras e venda de exempla-res estão sendo conside-rados para que o jornal O

FOCO possa continuar seu trabalho de servir de intermediário entre a população e o poder público. Mais uma vez o leitor será primordial no sucesso da emprei-tada. Envie sua opinião para o e-mail [email protected].

compromisso com a sociedade

O FOCO mantém seu compromisso ético de denunciar os poderes públicos quando estes não

atuam em prol da população O FOCO tem se

mantido apenas com a publicidade, porém com imensas

dificuldades financeiras: é o

preço da liberdade

O FOCO pronto para distribuição: sacrifício e equilíbrio

FoTos arQuivo o Foco/Thiago melo

O FOCO sendo impresso na gráfica: jornal se mantém à custa de muito empenho

ALô REDAÇÃOLigue e denuncie!(21) 2687-0694

O FOCO

Page 16: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

O FOCO Sexta-feira, 22 de julho de 201116

[educação]

Depois da festa, exoneraçãomanifestantes acusam secretária de educação de mangaratiba de represália política. pivô do conflito é ex-secretária e primeira-dama mônica moura de brito

[jupy junior][email protected]

[Thiago melo][email protected]

Tudo levava a crer que a tradicional festa julina pro-movida na escola municipal Adalberto Pereira Pinto, na localidade conhecida como Itacurubitiba (Conceição de Jacareí, às margens da Rio--Santos), no sábado (9), se-ria apenas mais uma con-fraternização da comunida-de. Porém, foi com surpre-sa que a diretora da esco-la, Sônia Regina de Olivei-ra Barbosa recebeu na terça (12) a notícia: estava exone-

rada do cargo pela secretá-ria de Educação de Manga-ratiba, Vânia Nunes. O mo-tivo pode ter sido político: a presença da ex-secretária de Educação do município e ex-primeira dama - Mônica Moura de Brito – na festa ju-lina da escola teria incomo-dado Nunes.

MANIFESTAÇÃONa sexta (15), manifes-

tantes protestaram em fren-te à Prefeitura contra a exo-neração de Sônia Regina e exigiram a volta dela ao car-go que ocupou durante 13 anos. Sônia tem 23 anos de magistério, sempre na mes-ma escola. Em carta aber-ta à população distribuída durante o protesto, Sônia é exaltada como pessoa queri-da da comunidade de Itacu-rubitiba: “Sempre disposta a ajudar quem precisa, pessoa humilde e dedicada, recebe a todos com carinho e uma palavra amiga. Mesmo de li-cença médica não deixou de

acompanhar de perto a obra da escola” – diz o texto.

O QUE DIZ A EX-DIrETOrA“Fui chamada ao gabine-

te da secretária Vânia Nu-nes na terça (12), por volta das 16h. Vânia pediu que eu explicasse porque reser-vou o melhor lugar da fes-ta para Mônica [Moura de Brito] e porque a ex-secre-tária tinha sido tratada com tantas honrarias. Disse que nunca tinha sido tão humi-lhada, e que o lugar deve-ria ter sido reservado para ela.” – conta a ex-diretora.

Sônia Regina também con-ta que respondeu à secretária que Mônica Brito havia che-gado primeiro, e que a fes-ta era aberta à comunidade. Além disso, alegou que po-deria ter reservado um lu-gar para Nunes, se assim ela o quisesse. “Por conta de tu-

do o que aconteceu no sába-do (9), eu estou trocando a di-reção da escola” – teria dito a secretária, segundo Sônia.

O QUE DIZ A prEFEITUrAO FOCO tentou falar com

a secretária Vânia Nunes, po-rém ela não atendeu as liga-ções. A Prefeitura de Manga-ratiba divulgou nota em que diz o seguinte: “Segundo a secretária de Educação Vânia Nunes, a vaga de diretora es-colar trata-se de um o cargo de confiança e que, em con-

versa com Sônia Regina, ela decidiu pelo seu afastamen-to ao alegar que a ex-direto-ra não provia de sua confian-ça para exercer o cargo. A Se-cretária esclarece ainda que não se trata de perseguição po-lítica, visto que a diretora conti-nuou no cargo desde que a atu-al gestão assumiu a Prefeitura.”

A nota porém não escla-rece por qual motivo a se-cretária Vânia Nunes per-deu a confiança em Sônia Regina, e qual incidente a fez chegar a essa conclusão.

O vereador Gustavo Busse (PSDB) enviou pe-dido formal à Prefeitu-ra para que Sônia Regi-na fosse reconduzida ao cargo. Até o fechamen-to desta edição, a Pre-feitura não reconduziu Sônia ao cargo de dire-tora. Um abaixo-assina-do com cerca de 300 as-sinaturas foi entregue na manhã de sexta (15) ao secretário de gover-no Edson Nogueira, que prometeu encaminhá-

-lo junto com uma carta e o pedido de Busse. Noguei-ra prometeu a resposta pa-ra segunda-feira (18), mas a decisão foi mantida.

CApIXABA X AArÃOEvandro Capixaba (PR),

atual prefeito, é adversário político de Aarão de Mou-ra Brito, ex-prefeito cassa-do em 2010, desde meados de 2005. Capixaba foi vice de Brito no primeiro man-dato dele, e romperam pu-blicamente, sem que uma

causa específica tenha sido divulgada. Depois da cassação, Evandro disputou a eleição su-plementar para substi-tuição do prefeito, e foi eleito. Assumiu em mar-ço de 2011, e trocou to-do o secretariado. Môni-ca, mulher de Aarão, foi secretária de Educação nos dois mandatos do marido. Vânia Nunes as-sumiu a pasta de Educa-ção em março, junto com o atual governo.

pedidos de recondução

prefeitura alega que Sônia foi exonerada

por “falta de confiança” da secretária na ex-diretora

busse com manifestantes em reunião na prefeitura: eles exigem a volta da ex-diretora ao cargo

Thiago melo

divulgação

sônia regina, vânia nunes, kelly Ferreira e alessandra na festa da discórdia

Page 17: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

Sexta-feira, 22 de julho de 2011 O FOCO 17

Uma nova opção em saúde está disponí-vel em Muriqui. No dia 8 de julho foi inau-gurado o consultório que conta com atendi-mento especializado em Cardiologia, Fisio-terapia e Psicologia. A nova opção unirá a experiência da Dr.ª Eliane Rodrigues Danne – cardiologista - ao entusiasmo de Dr.ª Fer-nanda Correia e Dr.ª Ellen Meirelles – fisiote-rapeuta e psicóloga. Tudo isso a preços aces-síveis a população. O consultório atende pa-cientes de todas as idades.

O evento de inauguração foi marcado pela presença de amigos e familiares. Um coque-tel com direito a brinde com champagne foi oferecido aos convidados. Dentre as presen-ças, destaque para padre John, que fez uma oração para abençoar o novo consultório.

rEALIZAÇÃO“A ideia de montar o consultório surgiu nu-

ma festa” – conta Eliane, e acrescentou: “em um mês executamos o projeto e inauguramos o consultório”. Ellen disse que se sente reali-zada com o empreendimento porque sempre trabalhou no serviço público, e de certa forma ela agora terá mais liberdade para inovações. Fernanda também comemorou a novidade.

TrATAMENTO CONjUNTOEm um mesmo endereço, os pacientes

vão tratar do coração, do corpo e da men-te. As três especialidades juntas podem ajudar quem precisa de um tratamento conjunto, algo que se torna difícil na re-de pública. O fato das três profissionais

se conhecerem certamente ajuda a criar uma estratégia de saúde mais eficaz.

COMODIDADEOutra vantagem é a comodidade: em

Muriqui as opções de tratamento são mui-to limitadas. As pessoas não precisam mais ir até Itaguaí para serem atendidas.Quanto ao pagamento, os clientes podem combinar pacotes e facilitações para terem a saúde sempre em dia.

Inicialmente, o consultório não aceita convê-nios, mas as negociações estão em curso. To-das as facilidades para o melhor atendimento.

serviço consulTórios:

cardiologia – quarta – das 8h ao meio-dia e

quinta (a partir de agosto) – 8h às 17h

Fisioterapia – segundas, quartas e

sextas – 13h às 17h

psicologia – agendamento pelo

telefone 9339-1721

endereço: rua. rio grande

do norte, n.° 577 - muriqui

[inForme publiciTÁrio]

mais perto e mais baratoconsultório inaugurado em muriqui é boa opção de saúde

Fernanda, eliane e ellen: experiência e entusiasmo

Page 18: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

O FOCO Sexta-feira, 22 de julho de 201118

c u l t u r a

[juliana Torres][email protected]

Ainda bem que nem só de serta-nejo e pagode vive a música. O som estridente da guitarra, o grave do baixo e as batidas har-mônicas da bateria se casam per-

feitamente quando o assunto é rock´n´roll. Na última quarta-feira (13) foi comemorado o Dia Mundial do Rock, e apesar do Rio de Janeiro ser conhecido pelos batuques do funk e pelas rodas de samba, o estado tem um grande nú-mero de pessoas que gostam do ritmo.

Prova disso são as casas específicas para este público. Em Itaguaí, existe um lugar onde os roqueiros podem se reunir e escutar uma mú-sica de boa qualidade. A Rolling Stone Disco existe há dois anos e é exclusiva para o público rock´n´roll. Segundo o proprietário da casa, o italiano Antonio Claps, mais de mil bandas já se apresentaram no local, dentre elas as conhe-cidas Black Dog e Maldita.

Pessoas de Campo Grande, Seropédica e Mangaratiba vêm para a Cidade do Porto pa-ra conhecer a casa de rock. A Rolling Stone Disco conta com dois andares. O primeiro, co-nhecido como “a caverna do rock” é a área de shows, onde as bandas se apresentam. No se-gundo, há mesas de sinuca, sofás e uma junkie box com mil discos só de rock.

AMOr pELO rOCKAntonio tem seus 38 anos marcados pe-

lo rock´n´roll. O italiano de Nápoles disse que sempre trabalhou com a realização de even-

tos musicais e como DJ em casas noturnas. In-clusive foi assim que viveu quando veio pe-la primeira vez ao Brasil em 1996. Na Bunker (RJ) e na Madame Satã (SP) ficou conhecido como o “DJ gringo”. Hoje, Antônio reside em Mangaratiba e foi por meio de amigos que sur-giu a idéia de uma casa de rock em Itaguaí. “Eu tinha um bar lá, e o pessoal dizia que Ita-guaí precisava de um lugar para os músicos se apresentarem”- disse ele.

[dia mundial do rock]

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na semana do dia mundial do rock, o Foco confirma que itaguaí vai além de luan santana

FoTos divulgação

serviço:

a rolling stone disco

fica na rua juraci vidal

clemente, 111, centro de

itaguaí.

a casa funciona de quinta

a sábado, a partir das 21h.

preços entre 3 e 5 reais.

rollingstonedisco.com.br

Dia mundial do rock começou com Live Aid

a música se torna ainda mais simbólica quando, além de suas notas e atitude, é

usada para fazer o bem a outras pessoas. e foi justamente por isso que um dos estilos musicais mais conhecidos ganhou um dia especial. o dia mundial do rock é comemorado em todo o mundo desde 1985, quando o músico bob geldof realizou o live aid. o evento foi em re-alizado simultaneamente em dois países - in-

glaterra e eua - e teve como objetivo a erradi-cação da fome na etiópia. Famosas bandas se apresentaram, dentre elas The Who e black sa-bbath. o live aid ajudou a popularizar a cam-panha que tinha por objetivo reunir fundos pa-ra minimizar o problema da fome na África. o evento, que teve repercussão mundial, foi reali-zado no dia 13 de julho e por isso, esta data foi a escolhida para celebrar o rock.

“Mais de mil bandas já se

apresentaram na casa”

antonio claps, proprietário da rolling

stone disco

Page 19: Jornal O FOCO  - Edição 106 - NOTÍCIA COM NITIDEZ

Sexta-feira, 22 de julho de 2011 O FOCO 19

O artista plástico Giovan-ni Velasco divulga seus qua-dros em Itacuruça. A exposi-ção acontece de 15 de julho a 6 de agosto, de segunda à sexta-feira, das 9:00 às 17:00, no centro cultural de Itacu-ruçá. A exposição contará com um total de 12 reprodu-ções das obras originais do artista. Essa é a segunda vez

Giovanni Velasco

O teclado de Mineiro continua a toda, assim co-mo a simpatia de Graça, dona do restaurante Mole-jo, que fica na Vila Margari-da, em Itaguaí. O Molejo é uma boa opção para quem quer se divertir: tem músi-ca, boa comida, cerveja ge-lada e bom atendimento.

As noites dançantes são às sexta-feiras, a partir das

21h. Quem tiver disposi-ção no dia seguinte, vale conferir a feijoada, com tu-do o que tem direito.

A entrada é gratuita, mas é bom chegar cedo para garantir a sua mesa: o local é disputado, o am-biente é familiar, e as músi-cas de Mineiro não deixam ninguém parado. É só trei-nar os passos e se animar.

Imagine ter em mãos uma obra de Jorge Amado a R$ 3. Um livro de Cecília Mei-reles ou José de Alencar a preço popular. Alguns volu-mes a R$ 1. Esta é a grande oportunidade que a Funda-ção Mário Peixoto apresenta à população com a I Feira de Livros de Mangaratiba. São seis tendas com mais de três mil exemplares disponíveis para venda até o dia 30 – po-dendo ser prorrogado até o dia 20 de agosto – na Praça Robert Simões, no Centro.

Os expositores fazem par-te da Associação dos Livrei-ros Independentes do Esta-do do Rio de Janeiro (Alierj), que aceitaram o convite da FMP para trazer para a cida-de mais conhecimento por meio da leitura. “Mangara-

restaurante molejo: música na sexta e feijoada no sábado

[liTeraTura]

Quase de graçaFeira de livros em mangaratiba oferece obras a um real

tiba está dando um grande passo à frente a incentivar à leitura. A cidade acordou a tempo” - destacou o exposi-tor e dirigente da associação, Carlos Alberto Lourenço.

À disposição dos “consu-midores de leitura” – confor-me classificou outro expo-sitor – estão livros de varia-dos gêneros. “A expectativa é vender muito. As pessoas já estão vindo e comprando. Tem muito livro novo, nun-ca usado, e que custa R$ 5” - avaliou uma vendedora.

A Feira é uma novida-de no município e uma boa oportunidade para quem é carente de boas obras, já que não existem livrarias no co-mércio da cidade. A palavra de ordem é aproveitar, e le-var muitos livros para casa.

Boa opção em Itaguaí

[jupy junior][email protected]

Foi assim: a reportagem esperava o carro que a le-varia para outra apuração. Mas eis que um som do-mina a tarde com tempe-ratura amena na Avenida Cândido Jorge, em Muri-qui: um saxofone. Após se-guir o som, descobre-se a origem dele: é a Barbearia do Mineiro, quase em fren-te ao sacolão do Valmir. O músico é o dono da barbe-aria, Carlos Alberto Pires, de 45 anos.

Pires veio para Muriqui há um ano e há três me-ses abriu a barbearia. Nas-ceu em Carangola (MG), e

cati laport se inspira na paisagem carioca e expõe no solar do sahy

A Fundação Mário Pei-xoto traz para Mangarati-ba as obras da artista plás-tica francesa Cati Laport. A partir dessa sexta-fei-

ra (22), o público vai po-der conferir as peças feitas pela autora no Solar Barão do Sahy, sede da FMP.

Cati Laport é formada

em pintura decorativa, em Bruxelas, na Bélgica. Al-gumas de suas pinturas lembram o mármore, ma-deira e painéis decorati-vos. Cenografia também é uma especialidade de La-port. Após morar nos Es-tados Unidos e na Europa, a artista descobriu no Rio de Janeiro uma nova inspi-

ração: a paisagem carioca. Atualmente a francesa se dedica a atividades de de-sign com papelão, móveis e câmara escura portátil.

A mostra fica em expo-sição até o dia 13 de agos-to, no Sola Barão do Sahy, na Rua Coronel Moreira da Silva, 173, de segunda a sábado, das 8h às 17h.

Arte francesa em Mangaratiba[arTes plÁsTicas]

[muriQui]

Barbearia musicalsaxofone deixa tarde demuriqui mais poética

como a cunhada já mora-va há 15 anos em Muriqui, ele resolveu trazer a famí-lia para dar mais chances de trabalho ao filho de 19 anos, Lucas.

rEDENÇÃO EILUMINAÇÃOO saxofone significa

para ele duas coisas: re-denção e iluminação. “Eu bebia muito, estava de-sencaminhado na vida, e o instrumento é uma re-velação de Deus” – conta ele. Carlos Alberto é bas-tante religioso, e se dedi-ca à igreja, onde ele to-ca seu sax para louvar a Deus. “Aprendi há 3 anos” – explicou. Disse

também que o sax tenor, que ele exibe com orgu-lho, é um dos mais difí-ceis de tocar: “porque são quatro vozes, soprano, contralto, tenor e baixo”.

MÚSICA SACrAEle costuma ensaiar to-

das as tardes para tocar música sacra às quartas e sábados na igreja em Mu-riqui. Já se apresentou em

Itaguaí, também. Entre os atendimentos – são qua-tro ou cinco pessoas por dia, em média – ele sopra o sax e enfeita o dia de quem passa pela porta.

Para quem está interes-sado nos serviços da Bar-bearia do Mineiro, os pre-ços não são altos – barba a 5 reais e cabelo com tesou-ra a R$ 10. Mas a música – que legal! – é de graça.

[muriQui]

[diversão na cerTa]

que Giovanni expõe seus quadros. Ele já havia apre-sentado essa exposição no restaurante “Comida Minei-ra”, em Mangaratiba. “Mi-nha expectativa para a expo-sição é que tenha um grande número de público que pos-sa divulgar o meu trabalho. Espero que seja um sucesso” – almejou o artista.

carlos alberto e seu saxofone: "canja" para clientes

jupy junior

FoTos verÔnica leal

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O FOCO Sexta-feira, 22 de julho de 201120