jornal placar edicao 178

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(1) AP PHOTO/ARMANDO FRANCA | (2) RODOLFO BUHRER/LA IMAGEM/FOTOARENA EDIÇÃO 178 | QUARTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2010 WWW.PLACAR.COM.BR Mais uma vez, Elano tentou participar do treino e teve que parar por causa das dores na perna Copa no Brasil pode ter dois bandeirinhas atrás do gol Polícia acha sangue na casa e no carro do goleiro Bruno HEXA FALTAM 3 PARA O (2) Kaká, Luís Fabiano, Juan e Felipe Melo estão pendurados, mas Dunga não quer ver ninguém tirar o pé contra a Holanda Brasil pega Laranja com medo de amarelar AI, JESUS Portugal é eliminado pela Espanha, Cristiano Ronaldo fica devendo e manda torcida cobrar do técnico (1)

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jornal placar edicao 178

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EDIÇÃO 178 | QUARTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2010

WWW.PLACAR.COM.BR

Mais uma vez, Elano

tentou participar do treino

e teve que parar por causa

das dores na perna

Copa no Brasil pode ter dois bandeirinhas atrás do gol Polícia acha sangue na casa e no carro do goleiro Bruno

HEXA

FALTAM

3PARA O

(2)

Kaká, Luís Fabiano, Juan e Felipe Melo estão pendurados, mas Dunga não quer ver ninguém tirar o pé contra a Holanda

Brasil pega Laranja com medo de amarelar

AI, JESUS

Portugal é eliminado pela Espanha, Cristiano Ronaldo fica devendo e manda torcida cobrar do técnico

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Page 2: jornal placar edicao 178

3 GOLS4 GOLS 2 GOLS

URUGUAI 2

COREIA DO SUL 1

ESTADOS UNIDOS 1

GANA 2

URUGUAI

GANA

HOLANDA

BRASIL

HOLANDA 2

ESLOVÁQUIA 1

BRASIL 3

CHILE 0

TABELA

ARTILHEIROS

OITAVAS DE FINAL OITAVAS DE FINALQUARTAS DE FINAL QUARTAS DE FINALSEMIFINAIS SEMIFINAISFINAL

DECISÃO DO 3º LUGAR

2/7 - 15h30Joanesburgo

3/7 - 11hCidade do Cabo

2/7 - 11hPort Elizabeth

3/7 - 15h30Joanesburgo

6/7 - 15h30Cidade do Cabo

7/7 - 15h30Durban

26/6 - 11hPort Elizabeth

26/6 - 15h30Rustemburgo

28/6 - 11hDurban

28/6 - 15h30Joanesburgo

27/6 - 15h30Joanesburgo

27/6 - 11hBloemfontein

29/6 - 11hPretória

29/6 - 15h30Cidade do Cabo

3 ARGENTINA

1 MÉXICO

ARGENTINA

ALEMANHA

4 ALEMANHA

1 INGLATERRA

0 (5) PARAGUAI

0 (3) JAPÃO

1 ESPANHA

0 PORTUGAL

11/7 - 15h30Joanesburgo

10/7 - 15h30Port Elizabeth

aquecimento da copa02JORNAL PL ACAR | QUARTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2010

TEXTO

SÉRGIO XAVIER

ARNALDO RIBEIRO

RICARDOPERRONE

JONAS OLIVEIRA

FERNANDO VALEIKA

FOTO

ALEXANDRE BATTIBUGLI

ENVIADOS À ÁFRICA DO SUL

A vitória sobre o Chile animou a torcida brasileira. Segundo a pesquisa do site de PLACAR, mesmo com gols de Luís Fabiano, Ramires e Robinho, o capitão Lúcio foi o melhor do time. Além disso, 77% acreditam que o Brasil será campeão da Copa. Até Dunga está de bem com a torcida: 53% dos internautas deram notas 8, 9 e 10 para o técnico no jogo contra o Chile.

Enquanto não chega a partida contra a Holanda, você pode continuar respondendo à pesquisa em www.placar.com.br e ver a galeria de fotos das mulheres mais belas que assistiram às oitavas de final.

CHUTÃO

José Vicente Bernardo

ZÉ VICENTE É EDITOR EXECUTIVO DO JORNAL PLACAR.

Era pra ser a Copa dos africanos. Está sendo a Copa dos sul-americanos. Dos oito times que disputam as quartas de final, quatro são daqui: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (só o Chile caiu fora). Da África restou Gana (rodaram África do Sul, Camarões,

Nigéria, Argélia e Costa do Marfim). Dos 13 europeus que iniciaram a competição, só restaram três (Holanda, Alemanha e Espanha). O resto é resto. As semifinais podem ter só países da América do Sul. Também pode não ter nenhum. Por falar em “nenhum”, que ironia

aquele espetacular anúncio da Nike com Ronaldinho Gaúcho, Ribéry, Rooney, Cannavaro e Cristiano Ronaldo... Gaúcho nem foi convocado. E ontem o craque português juntou-se aos outros três e zarpou de volta pra casa. Futebol é mesmo uma caixinha...

PLACAR NA REDE PLACAR.COM.BR

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KLOSE Alemanha

PODOLSKI Alemanha

BRETT HOLMAN Austrália

TEVEZ Argentina

ELANO Brasil

ETO’O Camarões

SNEIJDER Holanda

CHUNG-YONG Coreia do Sul

JUNG-SOO Coreia do Sul

HONDA Japão

KALU UCHE Nigéria

TIAGO Portugal

DIEGO FORLÁN Uruguai

JAVI HERNÁNDEZ México

HIGUAÍN Argentina

MULLER Alemanha

LUÍS FABIANO Brasil

VITTEKEslováquia

VILLA Espanha

DONOVAN Estados Unidos

GYAN Gana

LUIS SUÁREZ Uruguai

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 ESTADOS UNIDOS 5 3 12 INGLATERRA 5 3 1 3 ESLOVÊNIA 4 3 04 ARGÉLIA 1 3 -2

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 ARGENTINA 9 3 62 COREIA DO SUL 4 3 -13 GRÉCIA 3 3 -3 4 NIGÉRIA 1 3 -2

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 URUGUAI 7 3 4 2 MÉXICO 4 3 13 ÁFRICA DO SUL 4 3 -24 FRANÇA 1 3 -3

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 ALEMANHA 6 3 42 GANA 4 3 03 AUSTRÁLIA 4 3 -3 4 SÉRVIA 3 3 -1

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 HOLANDA 9 3 42 JAPÃO 6 3 23 DINAMARCA 3 3 -34 CAMARÕES 0 3 -3

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 PARAGUAI 5 3 22 ESLOVÁQUA 4 3 -13 NOVA ZELÂNDIA 2 3 04 ITÁLIA 2 3 -1

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 BRASIL 7 3 32 PORTUGAL 5 3 73 COSTA DO MARFIM 4 3 14 COREIA DO NORTE 0 3 -11

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 ESPANHA 6 3 22 CHILE 6 3 13 SUÍÇA 4 3 04 HONDURAS 1 3 -3

4 GOLS

CHILE 0

HIGUAÍNArgentina

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PARAGUAI

ESPANHA

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QUARTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2010 | JORNAL PL ACAR

SELEção1503

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Os craques que vieram para assistirKaká e Messi ainda não marcaram gols, mas compensam com assistências aos colegas

Antes do jogo de Portugal contra a Coreia do Nor-te, uma jornalis-

ta chinesa disse a Cristiano Ronaldo que Messi já havia marcado seu gol na Copa, e que todos esperavam o gol do craque português.

Ronaldo a interrompeu e arrancou boas risadas de quem estava na sala. “Mes-si? No Barcelona?” Mas a imprecisão da jornalista com os números do craque argentino é perdoável, as-sim como seria se ela hou-vesse citado o brasileiro Kaká. Eles ainda não mar-

caram gols no Mundial, mas quem sente falta?

Em campo nos 360 minu-tos jogados pela seleção ar-gentina, Messi pode não ter marcado o seu, mas não foi por falta de tentativa. É o jogador que mais chutou a gol no Mundial, com 13 ten-tativas — Kaká chutou ape-nas duas vezes. Ambos têm uma taxa de fi nalização de passes muito parecida: 75% de Kaká e 73% para Messi.

O brasileiro lidera o ranking de assistências da Copa — três, ao lado do ale-mão Thomas Muller —, en-quanto Messi tem uma, mas participou de outros lances que resultaram em gol.

“Meu papel é dar assistên-cia para abastecer o ataque.

Vou buscar a liderança [das assistências] e torcer para que o Luís Fabiano seja o artilheiro”, disse Kaká após a partida contra o Chile.

Na Copa de 2006, quan-do pelos cruzamentos po-deriam ter se enfrentado numa fi nal, Kaká e Messi marcaram um gol cada — o brasileiro na estreia, contra a Croácia; o argentino, con-tra a Sérvia. Mas ambos dei-xaram o torneio prematura-mente, nas quartas de fi nal.

Agora, mais protagonistas do que nunca em suas se-leções, eles trabalham para fazer um tira-teima no dia 11 de julho, em Joanesbur-go. Mesmo que para isso seja preciso assistir mais e marcar menos.

Jonas Oliveira

DO ENVIADO À ÁFRICAMINUTOS JOGADOS

TOTAL DE CHUTES

TOTAL DE PASSES

PASSES COMPLETADOS

TAXA DE FINALIZAÇÃODE PASSES

LANÇAMENTOS

ESCANTEIOS

CRUZAMENTOS

ASSISTÊNCIAS

GOLS

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JORNAL PL ACAR | QUARTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2010

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Dunga encara seus prós e contrasTécnico mantém controle antes do jogo, mas ainda falta experiência quando a bola rola

Inventado como téc-nico por Ricardo Teixeira em 2006, Dunga engatinha na

profi ssão e constrói sua personalidade como trei-nador enquanto briga pela Copa, auge da carreira de qualquer um nesse ramo.

Na África do Sul, mostra a habilidade de um veterano na hora de treinar, escalar, aproveitar o intervalo para arrumar o time, controlar a concentração e conquistar o apoio dos comandados.

Mas, com a bola em jogo, se comporta como um treinador ainda verde, com difi culdade para “ler a partida” e fazer altera-ções cirúrgicas.

BOM DE GRUPODunga mostrou que escala bem contra o Chi le. Sem Fel ipe Melo e Elano, ambos machucados, fez a equipe jogar melhor, fugindo

do óbvio ao colocar Ramires e Daniel

Alves em campo. O bom rendimento dos reservas da seleção é, em

par te, fruto de outra vir tude do

treinador: manter os substitutos motivados,

treinados e em paz com os t itulares.

“Ele faz todos se sentirem importantes e com a noção de que dependemos uns dos outros”, diz Ramires, que entrou bem na par tida de segunda-feira contra o Chi le.Também motiva os atletas para treinos táticos, repetição de jogadas de bola parada e ensaios de f inal izações.

seleção

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Port Elizabeth não recebe nem treinos de reconhecimento

VOCÊ SÓ PAGA R$ 0,31 POR MENSAGEM RECEBIDA.

SELEÇÃO NO CELULARenvie a mensagem:

GOLSELECAO para 22745NOTSELECAO para 22745

▼▼

Arnaldo RibeiroRicardo Perrone

DOS ENVIADOS À ÁFRICA

Jogo mais difícil será no pior gramado da CopakChuva forte e seis jo-

gos num intervalo de 15 dias. O suficiente pa-ra arrebentar com o grama-do do Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, local do confronto entre Brasil e Holanda, sexta-feira, pelas quartas de final.

Hoje, o campo é o que está em pior situação en-

tre todos os selecionados para o Mundial. Isso não é bom para o estilo de jogo brasileiro.

Funcionários trabalham cerca de 20 horas por dia para tentar deixá-lo em condições para o jogo. Lâm-padas térmicas e lonas es-peciais estão sendo usadas para recuperar os piores

trechos, como as grandes áreas e o centro do campo.

Mais uma vez os “trei-nos de reconhecimento” do gramado, sempre às vésperas das partidas, de-vem ser cancelados.

O Brasil ainda tem na sua programação uma ati-vidade no Nelson Mandela Bay, amanhã. Mas ela não

deve acontecer. Apenas sul-coreanos e gregos pu-deram testar o campo um dia antes do jogo, na pri-meira rodada.

A previsão do tempo in-dica a volta do sol, sem previsão de chuva, para o duelo entre brasileiros e holandeses. Melhor assim. Dos enviados à África

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Técnico mantém controle antes do jogo, mas ainda falta experiência quando a bola rola

BOM DE GRUPODunga mostrou que escala bem contra o Chi le. Sem Fel ipe Melo e Elano, ambos machucados, fez a equipe jogar melhor, fugindo

do óbvio ao colocar Ramires e Daniel

Alves em campo. O bom rendimento dos reservas da seleção é, em

par te, fruto de outra vir tude do

treinador: manter os substitutos motivados,

treinados e em paz com os t itulares.

“Ele faz todos se sentirem importantes e com a noção de que dependemos uns dos outros”, diz Ramires, que entrou bem na par tida de segunda-feira contra o Chi le.Também motiva os atletas para treinos táticos, repetição de jogadas de bola parada e ensaios de f inal izações.(1 )

BOM DE GRUPODunga mostrou que escala bem contra o Chi le. Sem Fel ipe Melo e Elano, ambos machucados, fez a equipe

do óbvio ao colocar

Alves em campo. O bom rendimento dos reservas da

par te, fruto de outra vir tude do

treinador: manter os substitutos motivados,

“Ele faz todos se sentirem

noção de que dependemos

Ramires, que entrou bem na par tida de segunda-

Também motiva os atletas

repetição de jogadas de

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RUIM DE JOGOA mesma desenvoltura Dunga não mostra durante os jogos. Exceto contra Portugal, quando por pouco não teve um ataque histérico, tem falado pouco com os atletas durante as partidas para corrigir erros.Diante do Chile, deixou clara a dificuldade em ler o jogo ao não substituir os jogadores pendurados quando a partida já estava definida. Acabou perdendo Ramires, que levou o segundo amarelo — mais ou menos a mesma falta de raciocínio para sacar Kaká contra Costa do Marfim, quando o meia acabou expulso.Controlar os nervos dos jogadores tem sido um dos problemas principais. Ao incentivar a estratégia de deixar os atletas “com a

faca entre os dentes”, colecionou cartões bobos. Brigas com a

imprensa também ajudaram a aumentar a tensão.

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QUARTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2010 | JORNAL PL ACAR(1

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Com muita dor, Felipe Melo apela a Deus pra retornarVolante, que voltaria na vaga de Ramires contra a Holanda, pode ficar de fora de todo o Mundial; Josué é a opção

Felipe Melo teve uma pequena me-lhora ontem, mas ainda sente do-

res e dificilmente enfren-ta a Holanda, na sexta-feira. Ontem, via twitter, resumiu seu desespero: “É impossí-vel, mas Deus pode”.

Problema sério para Dun-ga, já que Ramires, seu subs-tituto, está suspenso e não há outro jogador com ca-racterísticas semelhantes.

Desde que sofreu uma en-trada de Pepe no jogo com Portugal, Felipe Melo vive um drama na concentração. Na véspera do duelo com o Chile, custou a dormir. Sen-tia muita dor e nas conver-sas com amigos que ficaram no Brasil dizia-se arrasado por não poder atuar.

Desabafo no twitterEnquanto Dunga fazia

mistério na coletiva da vés-pera da partida, o volante já se sentia fora do jogo. A in-tensidade da dor era tanta que ele achava desnecessá-rio o teste no dia do jogo, anunciado pelo treinador.

A dor no tornozelo tam-bém foi intensa quando trei-nou na véspera do jogo. Pu-dera, um dia antes ele nem conseguia colocar o pé no chão. Chegou a precisar do auxílio de muletas depois da partida com Portugal.

Nas horas que antecede-ram o confronto contra os chilenos, Felipe Melo de-sabafou no twitter. “Esse é o dia mais triste profissio-nalmente falando, muita dor, não deu!”

O volante também usou a internet para se defender dos críticos. “O que me deixa triste é ver algumas pessoas me chamando de

Felipe Melo desabafar no twitter: “Nunca machuquei ninguém”

O meia saiu cabisbaixo

desleal, nunca machuquei ninguém. Na verdade. quem está machucado sou eu”, declarou num dos posts. “Entrar duro é uma coisa, ser desleal, é outra bem diferente.”

Chance para Josué?Além de ficar sem um jo-

gador semelhante para co-locar em campo contra a Holanda nas quartas de fi-nal, por conta da suspensão de Ramires, Dunga perderá o atleta que mais simboliza seu espírito guerreiro, jus-tamente no jogo mais duro da seleção até aqui.

Sem Felipe e Ramires, o técnico tem duas opções para formar o par de volan-tes com Gilberto Silva: Jo-sué e Kléberson. O primei-ro, mais defensivo, tem mais chances. Ele auxiliaria Mi-chel Bastos na marcação ao perigoso Robben.

Arnaldo Ribeiro Ricardo Perrone

DOS ENVIADOS À ÁFRICA

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SÉRGIO XAVIER É DIRETOR DE REDAÇÃO DA REVISTA PLACAR.

O NOVO KLÉBERSON

OPINIÃO

Por Sérgio Xavier

Por Dunga, olhamos o time de 2010 e pensamos em

1994. O capitão daquela equipe é o comandante

desta. Os dois conjuntos são pegadores, sérios, não

se preocupam em dar show. Mas, cada vez mais, as

semelhanças são com o time de 2002. Vejamos.

O time pentacampeão começava com um goleirão em boa fase.

Marcos lá, Júlio César aqui. Na zaga, um tal Lúcio comandava a

turma. Nada mudou. Na lateral-direita, um cavalo chamado Cafu

esbanjava disposição. Maicon aí está para seguir a tradição. No

meio, Gilberto Silva era o cão de guarda. A sua partida quase

perfeita contra o Chile nos fez lembrar agora daquele Gilberto.

O time de Felipão vivia de duas referências técnicas na criação

das jogadas de ataque, Ronaldo e Rivaldo. Kaká e Robinho

estão em estágios inferiores em relação aos craques de

2002, mas suas ausências no jogo contra Portugal mostraram

que o time depende demais da dupla. Como o esquadrão

de Felipão precisava dos lampejos de Rivaldo e Ronaldo.

As semelhanças entre 2002 e 2010 ficaram mais evidentes

pela entrada de um jogador no time. Kléberson foi inventado

por Felipão durante a Copa e deu consistência na marcação e

velocidade na transição. Em função das lesões de Elano e Felipe

Melo, Dunga precisou acionar Daniel Alves e Ramires no meio

campo. A saída de bola melhorou e a transição ficou bem mais

rápida. Ramires, inclusive, lembra o jeito de Kléberson. Nosso

redator-chefe, Arnaldo Ribeiro, já havia observado na semana

passada que até o caminho brasileiro em 2010 lembra 2002.

O lado brasileiro na chave foi limpando, sobrou uma seleção

grande antes da final: a Inglaterra nas quartas. O mesmo está

acontecendo em 2010, a Holanda é o desafio das quartas.

Tudo igual, a única diferença é que, justamente nessa partida,

Ramires, “o novo Kléberson”, estará suspenso. Que azar...

Liberado por médico, Elano deixa o treino kO departamento mé-

dico da seleção espe-rava que Elano já estivesse recuperado de uma panca-da na canela e apto a jogar. Mas ontem ele travou de novo sua recuperação.

Participou apenas de cer-ca de 20 minutos do treino físico dos reservas, que tra-balharam por volta de uma hora. O meia fazia um exer-cício com elástico preso na cintura, segurado por um companheiro, quando in-terrompeu a participação.

Conversou com o médi-co José Luiz Runco e saiu cabisbaixo. A CBF não dis-se se ele sentiu dores ou se a parada estava programa-da. Na véspera, Runco ha-via dito que as chances de

o meia atuar contra a Ho-landa eram de 95%, e Elano só não jogou contra o Chile por não se sentir seguro.

Já estaria recuperado. Deu a pista de que o meia se preservou por não se sen-tir em condições ideais. En-quanto isso, Dunga dava en-trevista dizendo que em Copa não há espaço para jo-gadores que evitem dividi-das por sentirem dores.

Ao deixar o treino, Ela-no se juntou a Felipe Melo e Júlio Baptista, os outros le-sionados. Apesar dos pro-blemas, até o início da noite em Joanesburgo, o site ofi -cial da CBF informava que não havia jogadores no de-partamento médico. Dos enviados à África

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Juan, Kaká, Luís Fabiano e Felipe Melo são os pendurados da seleção. Saiba o que eles devem evitar para não perderem a semifinal, se o Brasil passar pela Holanda na sexta

Dunga diz que os jogadores da se-leção não de-vem se preocu-

par excessivamente com o

Bronckhorst(5) é um dos amarelados da Laranja de Sneijder e Van Bommel

Holanda tem pendurados em dobro

jornal pl acar | quarta-feira, 30 de junho de 2010

Arnaldo RibeiroRicardo Perrone

DOS enViaDOS À áfrica

Quarteto reza pra não amarelar de novo

06seleção

kSe o Brasil se preocu-pa com seus quatro

pendurados, a Holanda tem motivos em dobro para te-mer algum eventual desfal-que na semifinal, se conse-guir avançar na competição.

São nada menos que oito jogadores (quase to-dos eles titulares) adver-tidos com cartão amarelo até agora na Laranja: o go-leiro Stekelenburg, os la-terais Van der Wiel e Van Bronckhorst, o volante De

Jong e os atacantes Kuyt, Van Persie, Robben e Van der Vaart.

A Holanda tem conse-guido se segurar. Entrou na partida contra a Eslo-váquia com seis pendura-dos e nenhum deles foi ad-vertido. Na partida em que obteve a vaga para as quar-tas de final, apenas Rob-ben e o goleiro Stekelen-burg (no fim da partida, após cometer um pênalti) receberam o amarelo.

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Apesar da discrepân-cia entre os pendurados, os números relativos à in-disciplina dos dois times são muito parecidos neste Mundial.

Em quatro partidas, o Brasil cometeu 58 faltas, e a Holanda, 63. Se os holan-deses já somam oito car-tões amarelos, os brasilei-ros colecionam seis e mais um vermelho, o de Kaká contra Costa do Marfim, pela segunda rodada.

assunto. Falou até que “em Copa do Mundo jogador não pode ter medo ou dú-vida antes de entrar numa dividida” etc...

Mas o fato é que ter qua-tro jogadores importan-tes pendurados com car-tão amarelo na disputa de

KakáOdeia marcação individual. Tem se irritado com isso e com a ausência de espaço para suas arrancadas. E as faltas que comete costumam ser grosseiras.

juanÉ calmo, é raro cometer faltas. Mas joga numa posição estratégica, em que uma infração para parar um contra-ataque pode significar amarelo. Levou um por cortar um lançamento com a mão.

luís FabianoJogador mais faltoso do Brasil no Mundial. Leva ao pé da letra a orientação de parar o rival longe de nossa zaga. Bate em zagueiro e não leva desaforo para casa. Pavio curto.

Felipe MeloOutro que não tem controle sobre seus nervos. É metido a machão e não hesita em revidar uma entrada dura, por exemplo, como ocorreu contra Portugal.

uma vaga à semifinal da Copa incomoda. E muito.

Juan, Kaká, Luís Fabia-no e Felipe Melo (este, se tiver condições físicas) vão entrar com a pulga atrás da orelha contra a Holan-da, na sexta-feira. Os três primeiros são titulares ab-

solutos, quase insubstituí-veis. O contestado Felipe, contundido, ainda é dúvi-da para o jogo.

Nesta edição da Copa, por decisão da Fifa, os cartões serão zerados na semifinal (a intenção é evitar um possível des-

falque na decisão do tor-neio, como aconteceu, por exemplo, com o alemão Ballack em 2002).

Mas quem tomar o se-gundo amarelo nas quar-tas de final ficará de fora da penúltima parti-da do Mundial. E é isso

que atormenta o quarte-to brasileiro.

Saiba qual é o ponto fra-co de cada um dos qua-tro pendurados do Brasil e como eles podem escorre-gar e levar o fatídico car-tão. Que os holandeses não saibam disso...

Page 7: jornal placar edicao 178

07quarta-feira, 30 de junho de 2010 | jornal pl acar

quartas

Em 1994, o famoso gol “nana-nenê” homenageou o filho Mateus

Van Persie ficou insatisfeito por ter sido substituído por Huntelaar contra a Eslováquia

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Robinho tem que voltar pra marcar, recomenda BebetokPra falar sobre os

holandeses, consul-tamos o trio Bebeto, Raí e Viola, que venceu nas quartas em 1994, e o ex-zagueiro André Cruz, que estava na vitória de 1998.

Autor do segundo gol nos 3 x 2 em Dallas, Bebe-to tem o segredo pra ga-nhar. “Todos correndo e marcando forte, inclusive o Robinho”, diz o tetra-campeão, que vê como ponto forte da Holanda os rápidos e habilidosos ata-cantes. “Confio na nossa defesa, que é muito forte, e temos equilíbrio em todos

Irritado, Van Persie azeda o vestiário da LaranjaAtacante reclama por ter sido substituído contra a Eslováquia, alfineta Sneijder e obriga técnico a apagar incêndio

(1)

JonasOliveira

Do EnViaDo À áfrica

Até as oitavas, o motivo da cara de enfado de Bert Van Ma-

rwijk tinha um nome: jogo bonito. Mesmo com 100% de aproveitamento na pri-meira fase, o treinador ho-landês era questionado por seus compatriotas, para quem abrir mão de um fute-bol ofensivo é quase o mes-mo que abolir o laranja da camisa da seleção. Mas, des-de segunda-feira, o treina-dor ganhou outra preocu-pação: a crise desencadeada pelo atacante Van Persie.

Substituído no 2º tempo contra a Eslováquia, quan-do deu lugar a Huntelaar, Van Persie não escondeu

sua insatisfação. Para quem acompanhou do estádio, foi nítido que houve uma pe-quena discussão. Antes do fim da partida, uma TV ho-landesa fez a leitura labial e revelou que Van Persie per-guntou a Van Marwijk por que não havia sacado Snei-jder do time. Após o jogo, o técnico desconversou sobre o tema, dizendo que era na-tural o desapontamento.

Após a partida, Van Mar-vijk conversou separada-mente com os dois jogado-res, num papo que definiu como “unilateral”. Depois, reuniu todo o grupo no ho-tel para deixar claro o que pensava sobre o tema. On-tem, minimizou o ocorri-do. “Um fato como esse po-de servir para nos dar mais energia. Isso me faz mais forte e espero que também

holanda

aos jogadores. Recuso-me a acreditar que isso pos-sa afetar o time. Já está su-perado”, disse. Mas alguns jornalistas holandeses acre-ditam que o centroavante possa ser punido, dando lu-gar a Huntelaar.

Não é a primeira vez que Van Persie e Sneijder se es-tranham. Nas quartas da Euro 2008, contra a Rús-sia, a Holanda perdia por 1 x 0 quando teve uma falta a seu favor. Van Persie anteci-pou-se e bateu a falta, que deveria ter sido cobrada por Sneijder — a Holanda em-patou depois, mas caiu por 3 x 1 na prorrogação.

Perguntado sobre a recla-mação de Van Persie a Ma-rwijk, Sneijder também mi-nimizou. “Se ele disse, o que há de errado? Todo mundo pode dar sua opinião.”

Tem que jogar como conTra o chile, inclusive o robinho volTando pra marcar.Bebeto, autor do segundo gol contra a Holanda em 1994.

não acrediTo que ele vá parTir pra cima, assim como a holanda Também não vai.André Cruz, zagueiro na Copa de 1998, sobre o amigo Dunga.

os setores”, emendou. André pensa que Lúcio e

Juan terão dificuldades com Robben e Sneijder. “É difícil marcar caras criativos e rá-pidos como eles, que dese-quilibram”, diz o ex-beque, que vê a experiência brasi-leira como trunfo.

“Os dois times vão ata-car com cautela”, opina. Raí confia que o Brasil fará a final com a Argentina. “Pra nossa surpresa, Espa-nha e Holanda tiveram di-ficuldades até aqui”, res-salta. Viola diz que “tem que partir pra cima”. Bruno Favoretto

brasil

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O artilheiro venceu o melhor goleiroO português Eduardo completava 332 minutos sem gols no torneio quando o espanhol David Villa marcou seu quarto tento no Mundial

Era Portugal con-tra Espanha, mas havia um due-lo muito parti-

cular. David Villa, o mais agudo atacante espanhol, contra Eduardo, o úni-co goleiro que não tinha tomado gol na Copa. E os dois levaram a sério o confronto. Villa foi o jo-gador que mais arriscou a gol na partida, foram sete tentativas. Eduardo este-ve sempre atento.

No 1º tempo, pegou as de Villa e as de Fernando Torres. No 2º tempo, pe-gou tudo, ou melhor, quase tudo. Aos 17min, se atirou aos pés de Villa e evitou o primeiro gol. No rebo-

Sérgio Xavier Filho

Do enviaDo À áfrica te, porém, Villa tocou por cima, a bola ainda roçou o travessão antes de entrar. Assim Portugal se despe-diu da Copa, e Eduardo fi-cou a 5 minutos de uma marca. Passou 332 minutos no Mundial sem levar gols; o uruguaio Muslera ficou 337 minutos em branco an-tes de tomar o gol contra a Coreia do Sul.

Eduardo provavelmente não ganhará o prêmio de melhor goleiro da Copa, embora tenha salvado Portugal durante toda a competição.

David Villa, por sua vez, tem boas chances de ter-minar como o artilhei-ro da Copa. Ele já lide-ra a artilharia empatado com o eslovaco Vittek e o argentino Higuaín com quatro gols.

29/6/2010 - Loftus Versfeld (Pretória)

J: Frank de Bleeckere (BEL)

Público: 36 742

ca: Matsui, Nagatomo,

Honda, Endo e Riveros

PARAGUAI: Villar (5), Bonet (5),

Da Silva (5,) Alcaraz (5) e Morel (5);

Vera (5,) Ortigoza (4,5) (Barreto (5))

e Riveros (5,5); Santa Cruz (4,5)

(Cardozo (5)), Barrios (5,5) e Benitez

(5) (Valdez (5,5)). T: Gerardo Martino

JAPÃO: Kawashima (6), Komano

(5), Nakazawa (5), Tulio Tanaka (5,5)

e Nagatomo (5); Matsui (5,5) (Okazaki

(5)), Abe (4,5) (Nakamura (5)) e Endo

(5,5); Hasebe (5), Honda (5) e Okubo

(4,5) (Tamada (5)). T: Takeshi Okada

japão

paraguai

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JORnAl Pl AcAR | quarta-feira, 30 de junho de 2010

opinião do jogo

m kawashimaA partida foi escassa de oportunidades. Mas, quando exigido, o goleiro do Japão mostrou segurança e arrojo.

k santa cruzGorducho, o mais experiente atacante do Paraguai não sombra do que já foi. Um chute pra fora, nenhuma assistência.

qkomano O zagueiro japonês sentiu a pressão e mandou sua cobrança de pênalti no travessão. Virou o vilão da eliminação.

espanha paraguai japãoportugal

Nos pênaltis, Paraguai vai às quartas pela primeira vez

k O duelo definiria qual dos dois passaria para

as quartas de final pela pri-meira vez na história. Mes-mo com uma glória dessas em jogo, o que se viu foi uma disputa tensa e medrosa.

Chance de gol só aos 20min, quando o Paraguai chegou com Barrios — o goleiro Kawashima salvou com o pé. O Japão respon-deu na sequência, com ve-nenoso chute de Matsui, da intermediária, no travessão.

Os paraguaios manti-nham mais a bola nos pés, mas não criavam oportuni-dades de gol. Os japoneses arriscavam alguns chutes. “Escalei minha equipe mui-to defensivamente e não fi-zemos o resultado que que-

ríamos”, disse o técnico Takeshi Okada.

O jogo foi para a prorro-gação. E logo os paraguaios tiveram sua segunda gran-de chance, com Valdez cara a cara com Kawashima. Nova defesa. De novo, os ja-poneses responderam em cobrança de falta de Honda. Fim de jogo. A primeira de-cisão por pênaltis da Copa acabou com um chute do zagueiro Komano no tra-vessão e cinco cobranças certas dos paraguaios.

“Chegou a hora do mun-do conhecer a garra para-guaia”, disse o atacante Lu-cas Barrios ao Jornal PLA-CAR. “Estar nas quartas é bom, mas agora queremos muito mais.” Paraguaios não perderam nenhum pênalti para passar de fase

eliminado com apenas 1 gol, eduardo chorou villa só tem o que comemorar: 4 gols em 4 jogos e a artilharia do Mundial

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11quarta-feira, 30 de junho de 2010 | jornal pl acar

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Cristiano jogou mal e pôs a culpa no técnico

Apagado, Cristiano põe a culpa em QueirozkEstrela da seleção

portuguesa, Cristia-no Ronaldo não fez boa par-tida na derrota pra Espa-nha, mas preferiu transferir a responsabilidade pro trei-nador do time luso, segun-do o site português O Jogo.

“Como é que eu explico a eliminação de Portugal? Falem com Carlos Quei-roz”, esbravejou o jogador do Real Madrid.

Na entrevista coletiva, o técnico foi por uma linha totalmente oposta. Queiroz isentou o camisa 7 de qual-quer culpa e ainda respon-deu, irritado, que Cristia-no era o capitão ideal pa-ra a equipe. “Essa pergunta não me parece cabível. Ele

A Espanha gira e Portugal rodaVitória magra põe espanhóis nas quartas contra o Paraguai; Xavi foi o maestro da equipe

opinião do jogo

m xavi Fez seu melhor jogo na Copa. O baixinho do Barcelona parece ser incapaz de errar passes.

k eduardo Tomou um gol, o único na Copa. Mas fez tudo o que podia. O melhor português no Mundial.

q c. ronaldoO marrento estragou todos os ataques do time. Chuta de qualquer lugar. Vai pra casa, gajo! A

ntes do argenti-no Hector Bal-dassi apitar o início da par-

tida, os portugueses se agruparam no círculo cen-tral. Devem ter dito aque-las palavras de auto-ajuda de sempre. Os espanhóis, nesse instante, estavam dispersos, cada um em sua posição. Passar para as quartas de final era ape-nas mais um servicinho na vida de um grupo qualifi-cado. Para os portugueses, questão de vida ou morte.

O que se viu a seguir foi Portugal ganhando a maior parte das dividi-das. O primeiro tempo foi isso, os melhores vendo os mais esforçados triun-farem. No intervalo, a Es-panha repensou seu favo-ritismo. Sem alma, a fúria ficava mansa. Nem pare-cia que Portugal estava en-frentando os atuais cam-

peões da Europa. Se a Es-panha passou mais tempo com a bola, foi Portugal quem esteve mais perto do gol no 1º tempo.

O jogo só mudou na 2ª etapa. Xavi assumiu seu pa-pel de maestro. Xabi Alon-so se mexeu mais, Sérgio Ramos avançou pela lateral direita. O time inteiro saiu de seu imobilismo.

Portugal seguiu se esfor-çando, mas não viu a cor da bola. Aos 15min, Fernan-do Torres perdeu de cabe-ça um gol feito. Aos 18min, Villa falhou na primeira tentativa e acertou no re-bote. A Espanha colocou a partir daí definitivamen-te Portugal na roda. Em um dado momento, foram dois minutos de toques rá-pidos espanhóis sem que nenhum português conse-guisse interceptá-la.

Pedro Almeida, que ha-via entrado no 2º tempo, perdeu a paciência e a es-portiva. Deu uma cotove-lada em Capdevilla e foi expulso.

Sérgio Xavier Filho

DO enviaDO À áfriCa A Espanha apareceu, en-fim, como verdadeiro pos-tulante a levantar a Copa do Mundo. Xavi foi o ho-mem da partida, segundo a Fifa. Poderia ter sido Da-vid Villa também, autor do gol que colocou a Espanha para enfrentar o Paraguai nas quartas. Villa tem sido o jogador mais objetivo em um time que muitas vezes exagera no toque de bola.

Do outro lado, Cristiano Ronaldo só não passou to-talmente em branco por-que marcou um gol na ba-laiada de 7 x 0 contra a Co-reia do Norte.

Antes de começar Es-panha x Portugal, a resig-nada imprensa portugue-sa parecia mais preocupa-da em conseguir vagas para os primeiros voos para Lis-boa. “Podem arrumar as maletas. Ricardo Costa, Pepe e Hugo Almeida vão jogar”, comentou um jor-nalista em uma rodinha uma hora antes de a bola rolar. Os jornalistas não es-tavam de todo errado...

portugal

espanha

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29/6/2010 - Green Point (Cidade do Cabo)J: Hector Baldassi (ARG)Ca: Xabi Alonso Cv: Ricardo Costa G: David Villa (18/2º)ESpanHa: Casillas (6), Sérgio Ramos (6,5), Piqué (6), Puyol (6) e Capdevilla (6); Busquets (6), Xavi (7,5), Iniesta (5,5), Xabi Alonso (5) (Marchena 47/2º (s/n)); Villa (7) (Pedro 28/2º (s/n)) e Fernando Torres (5,5) (Llorente 13/2º (5,5)). T: Vicente del BosqueporTUGal: Eduardo (7), Ricardo Costa (5), Bruno Alves (6), Ricardo Carvalho (6,5) e Fábio Coentrão (6,5); Pepe (5,5) (Pedro Mendes 28/2º (4,5)), Raul Meireles (5), Tiago (5,5) e Simão (4,5) (Liédson 27/2º (s/n)); Hugo Almeida (6) (Danny 13/2º (5)) e Cristiano Ronaldo (4). T: Carlos Queiroz

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é o nosso líder e capitão, e foi uma decisão que cou-be ao técnico e à Federação. Fizemos isso porque acre-ditávamos que deveria ser feito”, explicou o treinador nascido em Moçambique.

Cristiano Ronaldo fina-lizou quatro vezes contra o gol de Casillas. Perdeu nove das 23 bolas recebidas, fez quatro cruzamentos, cin-co desarmes e acertou 13 de seus 15 passes.

O abraço dos jogadores da fúria após o apito final de Hector Baldassi

espanha portugal

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Quem matou e quem morreu O que de melhor e pior aconteceu nos primeiros jogos de mata-mata da Copa Por Bruno Favoretto

Eduardo vazado Após 332 minutos, o

goleiro português, que sofreu desarranjo intestinal antes do jogo contra a Coreia do Norte,

era o último sem levar gols. Até topar com o espanhol Villa.

RoqueiRo pé-fRio A sorte que mick jagger tem com mulheres não se reflete nos times para os quais ele torce. Com o rolling stone na arquibancada, Estados Unidos e Inglaterra perderam.

pRincesa paRaguaiaA seleção sul-americana, que eliminou o Japão nos pênaltis e conseguiu uma vaga inédita nas quartas, tem um segredo: a modelo larissa riquelme, musa e talismã da seleção.

10 golsCom os 3 x 1 em cima do México, a argEntina passou a ser o melhor ataque do Mundial.

23 chutesO ganês asamoh gyan é o maior finalizador da Copa. Marcou três vezes, entre eles o da vitória sobre os EUA.

2,8 por jogoA média de gols das oitavas superou os 2,1 da fase de grupos

abre o olho!O japonês honda converteu o pênalti na derrota pro Paraguai, mas, durante a partida, perdeu 16 das 38 bolas que recebeu.

direto pro oculista!Hector Baldassi (ARG), Jorge Larrionda (URU) e Roberto

Rosetti (ITA), pelos Erros E lambanças que causaram as eliminações de Portugal, Inglaterra e

México, respectivamente.

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QUARTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2010 | JORNAL PL ACAR

Rodeado de mulheres bonitas, nosso repórter acompanhou a vitória brasileira diante do Chile

As curvas do Jockey

Ofutebol é mero coadjuvante no Parque da Copa, realizado no Jo-

ckey Club de São Paulo. Pense no chope, nas mulhe-res e nos shows. E, como o clima é de “pegação”, peço permissão, caro leitor, para escolher a dedo as entrevis-tadas (e somente elas) desta tarde de sol.

A porcentagem maior de mulheres é notória. Altas, baixas, morenas, negras e loiras como a pediatra Ju-liana Tolentino, de 29 anos. Discreta, com uma blusi-nha branca decotada, ela rói as unhas na esperança de ver balançar a rede chi-lena. “Eu acho que os jogos aqui unem o útil ao agradá-vel, mas o útil, que é o fute-

bol, às vezes é deixado de lado”, diz, depois de apos-tar que o jogo seria 2 x 0 pa-ra o Brasil.

Fernanda, como a maio-ria, vai fi car para o show do Exaltasamba — que começa instantes após o fi m do jogo. “Eu não gosto muito, mas vou fi car por causa dos ami-gos”, diz a sorridente loira.

Para a publicitária Fer-nanda Scotti, de 32 anos, tirando o preço abusivo do serviço de valet (50 reais), o lugar é ótimo para ver as partidas. “O espaço ao ar livre, o telão incrível, gen-te bonita e o show comple-tam um conjunto interes-sante”, afi rma a morena, que não pretendia arre-dar pé da festa até o fi m do show, lá pelas 22h.

Com belos olhos azuis, a atriz Fernanda Bastos, de 31 anos, chama atenção por estar vestida de preto, e não com a camisa amarela da seleção brasileira. Fernanda passa os primeiros 5min do 1º tempo tirando fotos com os amigos, também atores, entre eles Ellen Roche — fa-mosa por ter participado da Casa dos Artistas, por ser rainha de bateria da Rosas de Ouro, por estar com fre-quência na sua TV e, princi-palmente, por suas estonte-antes curvas.

Ellen, que está de verde e amarelo, acha que o Brasil apresentou um futebol bo-nito. Muito melhor do que a partida contra a Coreia do Norte, que conferiu no Ellis Park, em Joanesburgo.

“GANA” QUE EU GOSTO

NA COLA DA ARGENTINAPor Alexandre Salvador

Gana, substantivo feminino. Significa ter grande apetite ou desejo

de algo; fome. Mais do que qualquer outra coisa, o que sempre me

deixou fascinado pelo futebol jogado no outro lado do rio da Prata

foi sua gana. Em espanhol, ganar é verbo, e quer dizer vencer.

A vontade de vencer uma partida quase não tem barreiras físicas

ou éticas para os argentinos. Abusam da malandragem, provocam

os adversários e, se preciso for, enfiam a mão na bola para fazer

um gol. Contra o México, o descarado Carlitos Tevez nem titubeou

para comemorar seu gol escandalosamente impedido.

Os puritanos da bola que me perdoem, mas eu admiro esse tipo de

atitude. O que faltou aos eliminados França, Itália e Inglaterra? Para

mim, faltou gana. Faltou um Tevez, incansável guerreiro dentro de

campo, jogador que mais se aproxima de Diego Maradona no que

diz respeito à garra. Até quando é substituído ele reclama.

“Quero demonstrar a todos que dou a vida pela camisa que amo. Ao

beijar o escudo, estou dizendo que amo meu país. Quando faço um

gol pela Argentina, minhas pernas tremem”, disse o camisa 11 da

alviceleste. Contra os frios alemães, no próximo sábado, a gana

pode fazer toda a diferença — como já fez há 24 anos.

Entrada por trás

A cada vitória de sua seleção, Carlos Bilardo, diretor da delegação

argentina na África do Sul, fica mais próximo de ter de cumprir a

promessa feita a um canal de televisão argentino.

Mais ousado que Maradona — que prometeu sair pelado pelas ruas

de Buenos Aires caso a Argentina ganhe a Copa —, Bilardo fez o

seguinte compromisso público: o jogador que marcar o gol do título

na África do Sul terá o direito de fazer sexo anal com ele.

“Se a Argentina for campeã, não me importa”, disse o técnico

campeão de 1986. Quanto desapego, amigo...

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“Foi um dos jogos mais bo-nitos da seleção. Acho que teve mais raça por causa da pressão de estar nas oitavas de fi nal”, diz a atriz, que dei-xou de acompanhar a sele-ção brasileira na África do Sul por ter compromissos profi ssionais aqui no Brasil.

Três a zero para a equipe de Dunga. Fim de jogo, mui-ta bebida e festa. O futebol fi cou lá atrás, na memória ébria dos que agora ouvem o pagode do Exaltasamba (antes teve Brothers of Bra-zil, do Supla, e a dupla ser-taneja Neuber e Alexandre) e tentam a sorte com algu-ma feliz torcedora. O repór-ter saiu logo após a partida e jura de pé junto que tomou apenas dois chopes.Pedro Henrique de Araújo(1

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Ellen (acima) comandou o festival de gatas no Jockey; ao lado, as moças abusam do apito e do copinho

ALEXANDRE SALVADOR É REPÓRTER DA VEJA E ESCREVE A CONVITE DO JORNAL PLACAR SOBRE

A ARGENTINA NA COPA (E NÃO, ELE NÃO TEM MEDO DE SER XINGADO PELOS BRASILEIROS)

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jornal pl acar | quarta-feira, 30 de junho de 2010

14copa

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O BRASIL VAI SURTAR!

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2014 deverá ter mais dois ‘bandeirinhas’Para presidente de Comissão de Arbitragem, Copa no Brasil pode ter mais assistentes

Depois dos erros na África do Sul, criou-se mui-ta expectativa

de que a Fifa apele à tec-nologia para minimizar as falhas de arbitragem na Copa de 2014, no Brasil.

Mas isso não deverá acontecer. Segundo o co-ronel Marcos Marinho, presidente da Comissão de Arbitragem Paulista que está na África do Sul, as chances de que novida-des tecnológicas sejam uti-lizadas no próximo Mun- O juiz não viu essa bola entrar e a polêmica voltou

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dial são quase zero. “Não acredito no uso de equi-pamentos eletrônicos a curto prazo, para 2014. O que deverá ser usado até lá são mais dois assisten-tes atrás do gol”, afirmou.

O fator que impede a im-plantação de recursos tec-nológicos — como chip na bola e supercâmeras nos gols — para evitar erros como os vistos na Copa é o alto custo para as enti-dades do esporte. E a sa-ída é investir na evolu-ção de árbitros e assisten-

tes. “Temos que treiná-los mais, investir no ser hu-mano. Os erros sempre vão acontecer, eles fazem parte do futebol.”

Com a tecnologia sendo excluída da Copa de 2014, o chefe da arbitragem acha que a alternativa é colocar dois assistentes na linha de fundo — como foi feito no Campeonato Carioca e na Liga Europa deste ano. “Eles ficariam lá como ‘juízes de linha’”, comentou Marinho.Bernardo Itri

Blatter pede desculpas a ingleses e mexicanos

kOntem, em entre-vista coletiva, o pre-

sidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu desculpas à Inglaterra e ao México pelos erros de arbitragem que prejudicaram as duas seleções nas oitavas.

Blatter afirmou que re-abrirá as discussões sobre o uso da tecnologia no fu-tebol na próxima Reunião de Trabalho Anual, no fim de julho. “Nós da Fifa pre-cisamos proteger a arbi-tragem. Temos a responsa-bilidade de tomar as medi-das adequadas para evitar que essas situações acon-teçam novamente”, disse o presidente da Fifa.

Page 15: jornal placar edicao 178

Fundador: VICTOR CIVITA (1907-1990)

Editor: Roberto Civita Presidente Executivo: Jairo Mendes LealConselho Editorial:

Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Giancarlo

Civita, Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo

Diretor de Assinaturas: Fernando CostaDiretora de Mídia Digital: Fabiana Zanni

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Diretora Geral de Publicidade: Thaís Chede Soares

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Diretor de Redação: Sérgio Xavier FilhoRedator-Chefe: Arnaldo Ribeiro; Editor-Executivo: José Vicente Bernardo; Editor: Marcos Sergio Silva; Editor de Arte: Alex Borba; Repórter: Bruno Favoretto; Estagiário: Ewerton Araujo; Designers: Eduardo Ianicelli e Everton Prudêncio; Colaboradores: Bernardo Itri (reportagem), Heber Alvares e Luís Eduardo Ratto (designers); Tratamento de imagem: Eduardo Ianicelli; Coordenação: Silvana Ribeiro; Atendimento ao leitor: Sandra Hadich; PLACAR Online: Marcelo Neves (texto); Colaborador: Pedro Pracchia (texto).

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Em São Paulo: Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 7º andar, Pinheiros, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000, fax (11) 3037-5597; Publicidade São Paulo www.publiabril.com.br; Classificados tel. 0800-7012066, Grande São Paulo tel. (011) 3037-2700.

JORNAL PLACAR é uma publicação da Editora Abril com distribuição diária em São Paulo, pelo sistema de distribuição do Jornal Destak. PLACAR não admite publicidade redacional.

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Duran, Marcio Ogliara, Sidnei Basilewww.abril.com.br

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Policiais deixam o sítio de Bruno (no alto, à esq) em Minas; Eliza sumiu no dia 4

O Corinthians busca substituto para Felipe

Em Maresias, surfistas disputam o SuperSurf

kComeçou ontem, às 9h, o segundo desafio do SuperSurf Internacional

na praia de Maresias, em São Sebastião, li-toral norte de São Paulo. As ondas do pri-meiro dia tiveram de 2 a 3 pés, mas com boa formação, o que proporcionou a realização da primeira etapa e metade da segunda, em que entram os cabeças de chave da compe-tição, que vai até domingo. O prêmio para quem for melhor nas quatro etapas do Su-perSurf é um Peugeot zero-quilômetro.

Começa a segunda etapa do SuperSurf

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no litoral

mistério

quarta-feira, 30 de junho de 2010 | jornal pl acar

15Segundo PLACAR apurou, Andrés Sanchez, presidente do

Corinthians, instigou Valdívia, que deve retornar ao Palmeiras:

“Toma cuidado, você vai voltar para lá e eles estão quebrados”. FORA DA ÁFRICA

Casa e carro de Bruno têm sanguePolícia ainda não sabe se ele pertence à amante desaparecida do goleiro

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Sem Felipe, Mano descarta reservaskO técnico do Corin-

thians, Mano Me-nezes, afirmou ontem que, se for concretizada a saída de Felipe por em-préstimo de um ano ao Genoa, da Itália, os golei-ros reservas Rafael San-tos e Júlio César devem continuar no banco.

Segundo o comandan-te, não será por falta de qualidade técnica dos go-leiros, mas sim por cir-cunstâncias do futebol. Para ele, “é a substitui-ção de um dos maiores goleiros do Brasil”. Possí-veis substitutos são o ído-lo Dida, que está se desli-gando do Milan, e Diego Cavalieri, na reserva do Liverpool.

Depois de André, Ganso poderá deixar a Vila Belmiro

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corinthians

A polícia mineira encontrou ves-tígios de sangue na caminhone-

te e na casa do goleiro Bru-no, do Flamengo, suspeito de participação no desapa-recimento da estudante Eli-za Samúdio, 25 anos. Mãe de uma criança de 4 meses, cuja paternidade é atribu-ída ao jogador, Eliza não é vista desde o dia 4, quando foi para Minas para decidir a pensão a ser paga por ele. Para a polícia, a estudante foi morta no sítio do golei-ro, em Esmeraldas (MG).

Uma perícia no sangue deve apontar se ele per-tence ou não a Eliza. A Land Rover de Bruno foi apreendida no dia 8 na cidade, guiada com a do-cumentação atrasada por Cleiton Silva Gonçalves, amigo do goleiro que foi ouvido ontem pela polí-cia. Segundo o seu advo-gado, Lourivaldo Carnei-ro, ele foi ouvido apenas como testemunha.

Uma denúncia anônima disse que Bruno e mais

dois amigos teriam ma-tado a jovem e a enterra-do no sítio. Buscas pelo corpo da estudante foram feitas ontem por trilhas próximas ao local. A polí-cia encontrou passagens aéreas, fraldas e roupas femininas. Testemunhas dirão se os objetos per-tencem a Eliza.

O chefe do Departa-mento de Investigações da Polícia Civil, Edson Moreira, espera provas de que a estudante fre-quentou o sítio do golei-ro para ouvi-lo. “Quere-mos estabelecer o perfil dele. Sabemos que bate em mulher, que levou ga-rotas de programa no sí-

tio e deu pancada, mas vamos saber coisas mais contundentes.” Segundo ele, “pessoas da pesada” foram vistas com o atleta.

Para a polícia, a peça- chave é Luiz Henrique, o Macarrão. Ele teria leva-do o bebê de Eliza, no dia 7, para que funcionários do sítio tomassem conta.

O pedido teria sido fei-to pela mulher de Bruno, Dayane Souza. A criança foi encontrada no domin-go e deixada em um abri-go em Contagem.

Afastado do Flamengo, Bruno não aparece desde segunda no condomínio em que mora, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio.

kEntre especulações e sondagens, apenas

um clube formalizou pro-posta para comprar Gan-so do Santos. O Lyon, da França, fez proposta on-tem para ter o meia santis-ta. Segundo PLACAR apu-rou, o clube ofereceu 10

Lyon faz proposta por Ganso(4)

milhões de euros, valor 40 milhões menor que o da multa rescisória. De acor-do com Gulherme Miran-da, empresário do Grupo Sonda, que detém 45% dos direitos de Ganso, o Lyon foi o único interessado que formalizou proposta.

santos

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VILÕES HERÓIS

Pênaltis que decidiram vidas na Copa

JORNAL PL ACAR | QUARTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2010

Waldir Perez Brasil, 1982

Waldir Perez não foi

bem na Copa de 1982, na Espanha. Além de ter sido inseguro em

todo o torneio, falhou logo na estreia, contra

a União Soviética, ao não defender um chute

a gol de Andrei Bal. O Brasil precisou virar,

com gols de Sócrates e Éder. Naquele ano o

Brasil caiu no triangular da segunda fase.

AmarildoBrasil, 1962

Pelé se machucou no segundo jogo da Copa do Chile. Para angústia geral da nação, o esquentado Amarildo recebeu a missão de substituir o Rei. Mas o atacante do Botafogo jogou à altura do craque e ajudou a equipe a ser bicampeã. Marcou três gols no torneio, entre eles o primeiro do Brasil na final (3 x 1 sobre a Tchecoslováquia).

Roberto Baggio Itália, 1994

A Itália poderia ser

tetracampeã mundial em 1994, nos Estados

Unidos. Na final contra o Brasil, empatou em

0 x 0 no tempo normal. Nos pênaltis, o placar estava em 2 x 2. Era a

vez do craque Roberto Baggio cobrar. O melhor jogador italiano naquela

Copa chutou por cima e deu o tetra ao Brasil.

Geoff HurstInglaterra, 1966 Geoff Hurst foi “o cara” da Inglaterra na final da Copa de 1966. A seleção britânica era a anfitriã e na final pegou a rival Alemanha Ocidental. Hurst marcou três dos gols que resultaram no 4 x 2 do titulo inglês. Um deles foi o polêmico chute que bateu no travessão e pingou na linha — até hoje muita gente acha que não entrou.

ZicoBrasil, 1986

Nas quartas de final de 1986, no México, o Brasil enfrentou a

França. Zico, poupado por problemas físicos,

havia acabado de entrar quando foi derrubado pelo francês Bats. Ele

próprio bateu – nas mãos do goleiro. Na

cobrança de pênaltis, Zico converteu. Mas Sócrates e

Júlio César erraram. Brasil eliminado.

GoycocheaArgentina, 1990 O goleiro argentino Goycochea foi o responsável por levar a Argentina até a final de 1990. O jogo das quartas de final contra a Iugoslávia e da semi contra a Itália foi decidido nos pênaltis. Goycochea agarrou dois tiros em cada disputa, classificando a Argentina. Na final, perdeu para a Alemanha e foi vice.

Zico e Baggio foram carimbados por cobranças perdidas; Goycochea, pelas que pegou

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