jornal vitae nº95 - julho,agosto 2007

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in formação jornal da paróquia de Gueifães - Maia edição95 | anoX | julho/agosto2007

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Jornal da Paróquia de Gueifães - Maia

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pe. Orlando

E indesmentível a crise de fé que hoje se vive, sobretudo na Europa. As igre-

jas estão muito mais vazias, o numero daqueles que vão e vêm é cada voz

maior. 0 mesmo se diga do fruto, das consequências do chamado

“catolicismo não praticante” que é a indiferença religiosa, o abandono de

Deus, muito embora cresça o número de pessoas que buscam a bruxaria, e

em simultâneo, cresça o interesse por tudo o que é ou dá espectáculo, no

campo religioso.

Inclusive, parece que Deus é um rival do homem e que pertencer à Igreja,

sobretudo para gente nova, não soa bem. É ser “betinho”, atrasado, porque

“in” é dizer-se contra, ser alheio à vida e à causa cristã. Nada sofre tanto a

crítica da descrença como a própria instituição eclesial. Não está na moda

ser cristão. Isto obriga-nos, naturalmente, a rever a imagem que damos de

Deus, de Cristo, do Evangelho e da Igreja a que dizemos pertencer.

E qual é a reacção dos crentes face a esta onda de indiferença ou descrença

religiosa? Em muitos, sobretudo jovens, o que se vê é uma certa vergonha

de ser cristão. Para muitos outros é o pessimismo, o progressivo desencanto,

o desleixo, o desânimo, a desmotivação que, psicologicamente, vai afectar

outras pessoas, numa autêntica bola de neve.

Para além disso, e ainda que entre nós haja cerca de 85% de pessoas que se

digam afectas à fé católica, os inquéritos e a experiência demonstram que

os critérios e os valores de muitos que se dizem crentes não os recomendam

como mais edificantes que os não crentes.

Como resposta a esta situação, deparamo-nos perante um desafio e uma

oportunidade de descobrir as nossas deficiências e de incentivar a nossa

conversão pessoal e comunitária, de maneira a credibilizarmos o rosto da

Igreja e a novidade do Evangelho. Isto não passa pela simples mudança nas

estruturas, mas pelo incentivo à formação evangélica, à vivência espiritual,

e pela consciência de que a fé não é um bem para uso e consumo pessoal,

mas para partilhar com outros.

Ora, esta tarefa não é exclusiva dos que na Igreja exercem a função de pas-

tores, nem monopólio dos missionários da linha da frente. Toda a comunida-

de cristã deve ser missionária, sempre e em todo o lugar, porque pelo bap-

tismo, todos participamos, igualmente, da missão profética de Cristo. Para

isso, não precisamos de ir para a América Latina ou para algum país da Ásia.

Basta querermos pautar a nossa vida pelo Evangelho de Jesus, pelo ensino

da Igreja, diante dos familiares, dos filhos, dos companheiros, dos vizinhos e

colegas de trabalho. É que, hoje, não precisamos de pregadores, mas de tes-

temunhas.

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Cristina Pereira e Maria Inês Rocha

Férias! É esta a palavra de ordem na vida da maioria dos adolescentes por esta altura. Para trás ficaram as aulas, os testes, a campainha, as correrias para evitar a falta… já vai longe o último dia de aulas, para muitos o melhor dia do ano, aquele dia em que tudo é permitido, desde fazer uma bagunça na sala de aula até fazer entusiasmadas figuras tristes no meio da rua. É a altura mais desejada do ano! Depois do cansaço das aulas, dos testes, dos exames, podemos finalmente fazer aquilo que bem nos apetece! Podemos dormir até ao meio-dia, passar dias inteiros na praia a torrar ao sol com os amigos, ir à noite para uma esplanada qualquer conversar um bocado, dar uns passeios de bicicleta… resumindo, podemos fazer aquilo que nos dá na real gana! No entanto, há uma coisa que me deixa intrigada: por que raio é que ainda há adolescentes que passam as férias inteiras agarrados ao computador? Levantam-se, ligam o computador. Almoçam (muitas vezes não tomam o pequeno almoço porque se levantam à uma hora da tarde), passam a tarde no computador. Lan-cham, computador. Jantam, computador até às tantas da manhã. Quando já estão a desfalecer, decidem dormir e começa o ciclo outra vez. Será falta de imagina-ção? Falta de tempo não é de certeza, acho que nenhum de nós tem contrato com a CIA para ter que trabalhar tanto… Bem, tenho que admitir também tenho o vício da Internet, passo algumas vezes umas boas horas em frente ao computador. No entanto, vou começando a apren-der que, apesar de na Internet ser bem mais fácil dizer as coisas, já que não olha-mos as pessoas nos olhos, é na realidade da convivência com os outros que as coisas são mais verdadeiras! Na nossa memória fica muito mais facilmente um pequeno momento que tenha-mos vivido com alguém do que horas de conversa virtual! Conversar com os ami-gos pela Internet é óptimo, desde que isso não substitua o prazer de estar com eles ao vivo. Isto tudo para dizer: aproveitem o Verão da melhor forma! Saiam com os amigos, vão à praia (nunca esquecendo de se besuntar com protector solar antes), descar-reguem as energias todas ao ar livre e deixem o computador descansar um boca-do, que também merece! E assim, vão ver, irão ter a sensação de que este foi o melhor Verão da vossa vida!

MIR

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SINCERIDADE

A sinceridade ainda existe

E vale a pena acreditar

Mesmo que seja escondida

Temos que a buscar

A sinceridade constrói

Amizades, amores, paixões . . .

Mas quando é oca

Provoca desilusões.

É importante negar

Tudo o que é hipocrisia.

Para a sinceridade vencer

No nosso dia-a-dia.

A sinceridade, enfim,

Está em vias de extinção

Por isso, vamos todos

Praticá-la até à exaustão.

Carla

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Nazaré Marques

Será que este S. João não é o João Baptista que conhecemos como primo de Jesus ? Vou partilhar convosco o que li na Internet sem, con-tudo, dar qualquer garantia de veracidade, pois não a tenho. S. João do Porto, eremita natural do Porto, ( séc. IX ), viveu a sua vida eremí-tica na região de Tuy, onde terá sido sepultado. No séc. XVII ainda aí se con-servavam as suas relíquias, de grande veneração entre os fiéis, que acredita-vam que S. João os salvaria das febres. Diz a tradição, que a cabeça de S. João do Porto, foi trazida pela Rainha Mafalda no séc. XII, para a Cidade do Porto. O facto da sua festa se ter celebrado a 24 de Junho talvez explique o facto de ter o seu culto sido absorvido pelo de S. João Baptista, cujo nasci-mento ocorreu no mesmo dia 24 de Junho e a que o povo dedicou através dos tempos forte devoção e grandes festas. Ainda hoje se mantém viva a tradição das fogueiras de S. João de origem muito antiga, que substituíram as festas pagãs do solstício. Festa de forte cunho popular, o S. João do Porto nasce espontaneamente na véspera do feriado, embora se vá preparando discretamente durante o dia. Inicia-se com o jantar, constituído por sardinhas assadas, batatas cozidas e pimentos ou entrecosto e fêveras de porco na brasa, acompanhadas de ópti-mas saladas, obviamente tudo regado com vinho verde ou cerveja, mais modernamente. Findo o jantar, os grupos de amigos começam a encontrar-se, organizando as chamadas rusgas de S. João. Dantes as pessoas muniam-se de alhos pôrros e molhos de cidreira. Actualmente as armas são outras; mudaram para martelos de plástico, duros e ruidosos, mas que acabaram por ser bem aceites e hoje já fazem parte da tradição. O S. João do Porto caracteriza-se por ser uma festa onde ricos e pobres convi-vem numa noite de inteira fraternidade e onde a diversão é constante. Nos bairros, as comissões organizadoras mantêm o baile animado até altas horas da madrugada. No tempo áureo do alho pôrro, quem chegasse ao Porto vindo de fora, estranharia o odor espalhado pela cidade...efectivamente ela chei-rava a alho. Nos dias de hoje, o S. João espalhou-se pela cidade, além do seu palco tradi-cional, estendeu-se até a Ribeira, às Praias da Foz , à Boavista e por aí fora. Chegou às discotecas, aos pubs e aos bons restaurantes. Mas muita da tradição ainda se mantém: em barracas ou espalhados pelo chão lá estão os manjericos (planta tradicional do S. João) , as tendas das fogaças, as farturas, o algodão doce, as pipocas, as barracas da sardinha assa-da e dos comes e bebes e até os matraquilhos, os carroceis, as pistas dos carros. Durante toda a noite, centenas de balões são lançados e muito fogo de artifício particular é queimado. Pela meia-noite o tradicional fogo de artifí-cio da Câmara Municipal do Porto que tem rivalizado com a de Gaia, faz sem-pre furor pela sua beleza. No fim e já alta madrugada é ver os foliões procu-rarem as padarias onde o pão acabado de fazer e ainda quentinho vai confor-tar as barrigas para um merecido descanso. O feriado municipal do 24 de Junho na cidade do Porto foi uma das primeiras iniciativas legislativas do Governo Provisório da Republica Portuguesa. A República foi instaurada em Portugal a 5 de Outubro de 1910 e em Janeiro de 1911, após consulta popular junto dos portuenses, foi decretado este feriado municipal, que tem ajudado a que se não perca esta tradição. Os concelhos limítrofes foram contagiados pela folia e, mesmo que na Maia não seja feria-do neste dia, ninguém dispensa a sua sardinha assada e o seu balão colorido.

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Muitas vezes, encontramos pessoas que, ao longo da nossa vida, mar-cam o nosso coração profundamente. Margarida Araújo é uma dessas pessoas, ela é mãe de 3 filhos e um deles é portador de paralisia cerebral. Este facto levou-a a formar uma associação, ACOD – Associa-ção Criar Oportunidades aos Deficientes, em Sto Tirso. Esta associação tem como principal finalidade a assistência às crianças com algum tipo de deficiência e suas famílias.

informaçãoVITAE (IV) | Como surgiu a ideia de criar ACOD? Margarida Araújo (MA) |O facto de ter um filho portador de paralisia cerebral foi, realmente, o que me fez tomar a decisão de formar uma associação de ajuda ao deficiente. Em Stº Tirso, não existia nenhum movi-mento de pais, nem cívico em prol da deficiência. Tem dado muito trabalho, o que é natural, pois as coisas no início são assim, mas por outro lado também dá muito prazer, porque vejo que tudo está a correr bem, as pessoas estão a empenhar-se, não só os pais, mas também os amigos. O vosso grupo de teatro também contribuiu e foi muito bom; o vosso esforço, o vosso trabalho... é de louvar pessoas assim, com a vossa dis-ponibilidade IV | Há quanto tempo é que existe a vossa associação? MA | A associação foi criada em Outubro de 2005. A nossa sede é ainda provisória, estão a ser feitas diligên-cias para uma sede onde possamos alargar um bocadinho os nossos objectivos, porque temos grandes pro-jectos mas precisamos de espaço para trabalhar. Mas isso não nos impede de trabalhar porque nós estamos cá, temos feito grandes eventos e temos mostrado que somos capazes e merecemos credibilidade. IV | Que tipo de apoios têm? MA | Nós actualmente ainda não temos estatuto e por essa razão é que organizamos muitos eventos para angariar fundos. A nível das associações, temos sido apoiados muito com a sua experiência, que acho que é uma mais valia para nós, porque já fizeram o mesmo percurso, já têm conhecimento de como devemos actuar para não cor-rermos os mesmos riscos que eles correram. Acho que é muito importante haver esta ligação com outras associações do género porque trabalhamos todos para o mesmo fim. O objectivo é proporcionar uma maior qualidade de vida ao portador de deficiência, mais felicidade... portanto, eu acho que se nos unirmos as coi-sas vão sair muito melhor, não é? IV | Para além destas actividades para angariar fundos, que outro tipo de actividades proporcionam aos deficientes? MA | Nós implementámos no início do ano a hidroterapia, é uma terapia em água que é muito benéfica para o deficiente. Temos neste momento 9 utentes a usufruir desta terapia aos sábados de manhã. Um dos nos-sos projectos é implementar a hipoterapia. Vamos caminhando lentamente… Fizemos um programa de aco-lhimento temporário nas férias da Páscoa, onde levámos três jovens portadores de deficiências diversas, acompanhados por 4 monitores, dois deles da área da saúde, até porque um dos jovens necessitava de mui-tos cuidados específicos e uma psicóloga e realmente os monitores realizaram um trabalho fantástico. Os jovens sentiram-se muito bem, visto que foi para todos eles a primeira experiência sem contactar os pais.

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(o conteúdo destes textos é da responsabilidade dos seus autores)

Foi interessante no dia em que fui entregar os jovens aos pais. Estes diziam "então vocês nem ligaram para nós!" O que é óptimo, é uma felicidade muito grande para mim ver que eles são capazes de viver sem nós. Nós, por vezes somos mais dependentes deles do que eles de nós! E o que eles pediram foi que da próxima vez não fosse só uma semana mas duas semanas pelo menos, o que demonstra que ficaram satisfeitos. E foi necessário um cuidado muito grande para que nada lhes faltasse para que nada os fizesse ficar insatisfeitos. Porque como primeira experiência tinha de ser uma coisa fantástica para eles voltarem a querer e, realmen-te, foi óptimo porque eles pediram mais. IV | Qual é a permanência dos jovens aqui? MA | Neste momento os jovens só vêm ter com a ACOD para fazerem as terapias ou outros trabalhos momentâneos. Como disse há pouco a nossa sede é provisória. A nossa sede é muito limitada para alargar-mos já o nosso apoio. Estamos à espera de um espaço que permita criarmos um ATL, que lhes vai preencher o tempo depois da escola. Visto que os nossos jovens estão ainda integrados num ensino regular ou em salas de apoio que vão tendo ainda alguma resposta. Mas o que me preocupa realmente é o tempo depois da escola, a partir das 15h30/16h. O que nós queremos é criar um espaço onde eles estejam bem, à espera que os pais os venham buscar. E mesmo ao fim de semana criar um espaço de apoio para que as famílias possam ir ao cabeleireiro, ou às compras e deixar os filhos num espaço como se deixa os ditos normais, num espaço tipo "Brincadeiras&Companhia"onde os pais os entregam e dizem "daqui a uma hora ou duas eu venho cá buscar". IV | Então há também um apoio dado aos pais. MA | Sem dúvida! Aliás eu acho que fazemos o trabalho ao contrário. Quando é detectada uma deficiência num filho é-lhe dado logo um sítio onde há apoio a todos os níveis: terapias, apoio psicológico e mais não sei o quê... e esquecem-se dos pais. Quem deve ser ajudado primeiro são os pais, devem ser ajudados a aceitar o problema do filho e a ajudar o filho. Eu acho que enquanto os pais não aceitarem e não se sentirem bem com eles próprios não vão conseguir ajudar o filho e isso vai-se reflectir logo. Eu acho que acima de tudo é importante fazer uma escola de pais e dar apoio aos pais para então depois trabalharmos todos: nós e os pais com os filhos IV | Disse que esta associação trabalha com 9 jovens. Haverá outros jovens em Stº Tirso interessados em fazer parte? Estão aqui a fazer algum esforço no sentido de eles poderem usufruir desta mais valia? MA | Nós estamos a fazer divulgação desta terapia, que é feita voluntariamente por uma fisioterapeuta para esta associação, a quem nós agradecemos imenso, porque senão seria um valor muito alto para os pais, o que dificultaria a adesão. Muitas vezes associada à deficiência está uma carência muito grande em termos económicos. Mas, sim, estamos a divulgar, para que outros jovens venham e possam usufruir. Aliás o nosso objectivo é criar oportunidades ao deficiente, como diz o nosso nome: ACOD - Associação Criar Oportunidades aos Defi-cientes. É criar oportunidades para que eles possam ser mais felizes. IV | Quer deixar alguma mensagem? MA | A mensagem que quero deixar é que para que o deficiente seja mais feliz é preciso que nós o vejamos com emoção. Se o virmos com emoção, vamos ouvi-lo, vamos falar com ele, vamos partilhar com ele o nos-so mundo que também é dele. As pessoas às vezes esquecem-se e pensam que o mundo é só delas, que não há mais ninguém que tenha os mesmos direitos e os mesmos deveres. E não nos podemos esquecer disso. Mas eu acho que acima de tudo é isso: ver as pessoas, ver o nosso semelhante, a pessoa que está ao nosso lado com emoção.

Ana Clara Moreira Susana Leite

Teresa Ascensão

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1 de Junho | 5º Aniversário DIDASAN Cinco anos de existência comemorados em ambiente de festa. Parece que foi ontem, mas já lá vão cinco anos de intenso trabalho em prol da dádiva de sangue. O movimento que surgiu por um ape-lo de necessidade grave de sangue disponível para um paroquiano local ganhou força e surge actualmente como uma promissora e dinâmica equipa de promoção da dádiva de sangue do Distrito. No intuito de se celebrar a data, os Dinamizadores para a Dádiva de Sangue da Paróquia de Gueifães (Didasan) promoveram no passado dia 1 de Junho (dia da primeira colheita realizada por este grupo em 2002) um encontro de especialistas na área realizado na Cripta da igreja desta Paróquia. Alves Ribeiro, Mário Gomes e Costa Andrade, importantes amigos deste grupo ao longo destes cinco anos estive-ram presentes. Alves Ribeiro como convidado a título individual, como ex-Coordenador do Grupo de Dadores de Sangue da CGD, Mário Gomes como convidado, presidente do Grupo de Dadores de Sangue de Pernes, Costa Andrade representando a Federação da Associações de Dadores de Sangue de Portugal e Dr. João Miguel Vasconcelos, em representação do Instituto Português do Sangue, tiveram a oportunidade de felicitar o Didasan pelos seus cinco anos de vida, comentando ainda as problemáticas e desafios que as asso-ciações de dadores de sangue encontram no dia a dia. Também António Gonçalves presidente da Assembleia de Freguesia e Alberto Monteiro, presidente da Junta de Freguesia de Gueifães marcaram presença. Este último saudou a presença na freguesia de um grupo desta natureza, disponibilizando-se igualmente para dar continuida-de à parceria que tem vindo a existir entre as duas instituições. Aires Oliveira, coordenador do Didasan, agradeceu a presença de todos, fazendo de seguida uma breve resenha da história do grupo, sublinhando a forte presença juvenil no grupo: «o principal motivo e argumento do nosso sucesso», afirmou. Discursos realizados, procedeu-se à habitual troca de lembranças entre as várias instituições presentes com Aires Oliveira a gratificar alguns amigos e colaboradores do grupo com pequenas placas alusi-vas à data. Como culminar das comemorações, no domingo seguinte (dia 3 de Junho) na Eucaristia das 19 horas, o padre Orlan-do Santos destacou a força e a dinamização constante que o Didasan tem dado à paróquia congratulando todos os que com este grupo têm vindo a colaborar, dando início de seguida à cerimónia da bênção da bandeira oficial do Didasan. «Foi um momento alto na ainda pequena história deste grupo poder apresentar a bandeira a toda a comu-nidade local. A cerimónia da bênção foi muito bonita e é sempre bom ouvir da parte de muitas pessoas presentes e também do Padre Orlando palavras tão encorajadoras», disse Aires Oliveira.

Miguel Ângelo (coordenação)

20 a 22 de Junho | Curso Bíblico pelo pe. António Couto Talvez pelo nome ser mais sonante do que outros, a maior sala da nossa cripta foi pequena para receber os interessados neste curso bíblico. O pe. António Couto, com o seu jeito muito próprio, foi abordando, em cada noite, o tema dos “Dez Man-damentos”. Um a um, os “mandamentos” foram sendo analisados, partindo dos textos originais e não das nossas bíblias tantas vezes adulteradas pelas traduções. Desta forma, cada “mandamento“ foi ganhando novo sentido para a maioria dos presentes. Pena foi que nos tenhamos debruçado unicamente nos “mandamentos judaicos”, esquecendo as tão mais importantes “bem-aventuranças cristãs”… mas como se costuma dizer: o tempo não dá para tudo! No entanto, foram positivos estes momentos de formação tão necessários na nossa comunidade. Felizmente, tanto no início, como no final, foi deixado claro pelo pe. António Couto que os mandamentos de Deus não são letras “caídas do céu”, como simbolicamente vem descrito no Antigo Testamento, mas são o resultado de morosos estudos dos anciãos daquele tempo.

Ricardo Ascensão

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| Festas da Catequese Em todos os caminhos que percorremos necessitamos, muitas vezes, de parar para recuperar forças, recuperar o ânimo e a vontade de continuar… Numa caminhada que dura 10 anos, essas paragens são fulcrais para melhor atingirmos a nossa meta, principalmente, porque esta caminhada não pertence só a uma pessoa, mas sim a uma comunidade. Ao longo de 10 anos de cateque-se, não são só as crianças e adolescentes que crescem na fé, é toda uma comu-nidade que cresce. É quase como um ciclo vicioso, as crianças e adolescentes precisam da comunidade para crescerem e a comunidade precisa deles para continuar a caminhar e recriar-se constantemente. Em todos os ciclos de uma vida em crescimento há um constante degrau a ser ultrapassado e celebrado como uma nova etapa… Na catequese também temos estes degraus. Mas afinal que degraus são estes que as crianças e adolescentes necessitam na sua longa caminhada? São degraus muito simples e, ao mesmo tempo, muito importantes. Estes degraus são as “festas da catequese” são acontecimentos vitais para que o caminho seja percorrido com sucesso. É através delas que as crianças e ado-lescentes mostram o que cresceram na fé e, por sua vez, a comunidade pode expressar a sua alegria nesse crescimento. A Festa do Pai Nosso representa ACOLHIMENTO, pois começamos a sentir e a saborear o Amor de Jesus. A 1ª Comunhão é CERTEZA, pois podemos dizer com alegria: “Estamos com Jesus”, vivemos com e em Jesus. A Festa da Palavra é ser BEM-AVENTURADO, pois sentimo-nos bem-aventurados por consagrarmos a vida ao anúncio do Evangelho. A Profissão de Fé é COMPROMISSO, pois conhecer Jesus tornou-nos responsáveis na fé e testemunhas do seu Reino de Amor. A Festa da Vida é PROJECTO, pois pertencemos ao projecto de vida, de amor que Jesus concretiza em nós. A Festa do Envio é CHAMAMENTO, pois agora estamos prontos para construir um mundo melhor, estamos prontos para levantarmos voo para ir pelo mundo fora gritando o teu Amor… Todos os anos, estes simples mas derradeiros degraus são vividos com grande alegria, são vividos intensamente pelas crianças e adolescentes, pelos seus pais, pelos seus catequistas e pároco e por toda a comunidade. Também este ano assim aconteceu, todos se prepararam, todos trabalharam, todos embelezaram, todos criaram, todos viveram estes momentos. Obrigada a todas as crianças e adolescentes que viveram e querem continuar a viver no Amor do Pai. Obrigada a todos os pais que acompanham e ajudam a crescer os seus filhos. Obrigada a todos os catequistas que não guardam só para si a grande alegria do Reino de Deus. Obrigada ao nosso pároco que é um Pai que nos guia. Obrigada a toda a comunidade por serem comunidade.

Susana Leite

16 e 24 de Junho | Peças de teatro “A Lenda do Castelo” e “ O Criado do Tavares” pelo Grupo Vitae Mais uma vez, o Vitae Teatro respondeu positivamente ao convite que teve e levou “A Lenda do Castelo” e “ O Criado do Tavares” até Santo Tirso. O Auditório Eng. Eurico de Melo, da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso, abriu as suas portas para nos receber e, assim, em conjunto poder-mos ajudar quem muito precisa de nós… Neste caso a ACOD - Associação Criar Oportunidades aos Deficientes Como alguém recentemente me disse, o teatro existe para criar sonhos, para despertar a alegria interior de cada um, para viver fantasias, para ajudar… E, em meu nome e em nome de todos os que directa ou indirec-tamente fazem parte do Vitae Teatro, obrigada por este convite, obrigada por podermos ajudar… Mas, todas as peças têm o seu fim e estas duas foram pela última vez a cena no passado dia 24 de Junho., na cripta de Gueifães. Uma última oportunidade para os que ainda não tinham visto “A Lenda do Castelo” e “ O Criado do Tavares”, ou mais uma oportunidade para voltar a sonhar com as lendas de S. João e dar umas boas gargalhadas com aquele cria-do trapalhão, que nada sabia e ficou a saber tudo. Terminaram, é verdade, mas deixo-vos uma promessa: nós vamos voltar… talvez com um drama, talvez com uma comédia, talvez com… Até já... Susana Leite

30 de Junho | Festa da Sardinha pela CCPG A Comissão de Cultura da Paró-quia de Gueifães promoveu a Fes-ta da Sardinha no passado dia 30 de Junho. O Terreiro da Junta ves-tiu-se de acordo com a quadra dos Santos Populares e serviu de palco ao espectáculo onde a gran-de vedeta foi a sardinha. Muitos foram aqueles que se deixaram atrair pela música e pelo cheiri-nho da sardinha assada. À medida que a noite caía, os estômagos pediam o aconchego do caldo verde que também não faltou à festa. Tudo isto acompanhado por um bom vinho, boa companhia e muita animação. Aproveito para, em nome de toda a Comissão, agradecer a todos aqueles que connosco colabora-ram, tornando possível a realiza-ção deste evento. Fica também a promessa de uma segunda edição da Festa da Sardinha para o próxi-mo ano, que esperemos seja ain-da melhor!

Cristina Pereira

Foto: Jornal Primeira Mão

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10 informação VITAE - Julho/Agosto 2007

A Vida

A vida é como um marinheiro que procura um dia descobrir a ilha encantada do tesouro…

É necessário, no entanto, saber que até o navio chegar a bom porto e ser acolhido da melhor maneira, há

todo um percurso a preceder-lhe. Esse percurso pode não ser aquele que tinha idealizado, pois tal como o

mar, a vida é como uma caixinha de bombons, uns bons outros nem tanto.

É durante o percurso que cresço e torno-me cada vez mais forte face a todas as adversidades. Durante esse

percurso encontro as tão indesejadas tempestades que levam qualquer um a transformar-se num marinheiro

de primeira viagem. A cada etapa ultrapassada fica a vontade de enfrentar de frente a seguinte…

…Nas regras do bom marinheiro não é permitido abandonar o barco e desistir, só porque esta hipótese é a

mais fácil

…Auxiliar os outros navios, que, fugindo do controlo dos seus marinheiros, se afundam, permite aumentar a

tripulação…

…é sempre importante escutar o que o capitão diz, pois é nele que devemos confiar…

…é sem dúvida crer sempre que tudo é possível e ter muita fé.

Quando menos se espera é avistada terra e lá está ela, a encantadora ilha do tesouro!

Está fora de questão deitar tudo a perder, mudando a rota só porque ela nos parece demasiado nua, subtil,

pequena, deserta, sem uma nova vida. Pois bem, é nos pequenos embrulhos que estão os melhores presen-

tes, é na simplicidade que tudo ganha cor.

Chegada à desejada ilha e finalmente encontrado o tesouro, não se deve pensar que tudo terminou, mas sim

que tudo começa novamente… a vida é uma roda, é cíclica e tudo se repete, se renova e recomeça…

É possível o marinheiro, que ficou sem navio pelas mais variadas razões, construir um novo navio, retirar a

âncora e partir à descoberta do que é a vida… Quanto ao que já tem o tesouro, tem que conservar a simplici-

dade à imagem daquela ilha, que mesmo contendo algo tão valioso, não passa de uma ilha sem ornamen-

tos.

Agora o marinheiro que alcançou algo que desejava há muito tempo, tem mais para

ensinar, encorajar, repartir e ajudar, sem que se torne um arrogante que olha só pelos

seus interesses…

Porque o mais importante na vida é nós conseguirmos descobrir qual é o nosso

tesouro, pois todos temos um e não nos deixarmos cegar pelo aparente brilho do

tesouro de outra pessoa… em troca do seu verdadeiro tesouro… em troca da sua

verdadeira vida! Não é possível ter o tesouro que a ti não pertence, tal como não é

possível viver uma vida que não é a tua.

Há que tirar experiência e sabedoria dos tormentos, pois é assim que se consegue

tirar melhor proveito das ondas e dos ventos que querem soprar a nosso favor…

Sim, é nas derrotas que se aprende a viver!!! Sendo que o melhor vencedor tem

que saber perder!!!

Sofia Ramos

10 informação VITAE - Julho/Agosto 2007

(o conteúdo destes textos é da responsabilidade dos seus autores)

Page 11: Jornal Vitae nº95 - Julho,Agosto 2007

informação VITAE - Julho/Agosto 2007 11

(o conteúdo destes textos é da responsabilidade dos seus autores)

Ser avó é conhecer e viver o futuro. Porque sempre vivemos no agora, hoje é o futuro do ontem! Ser avó é passar no tempo e olhar a seara que é viçosa. Da semente que somos, resultado de outras, ver pela segunda vez germinada a seara que é linda! Da árvore que somos, olhar as flores que são belas, lindas caravelas no mar da vida! Ser avó é criar as flores, soprar nas velas das caravelas, acariciar a seara e avaliar quanto é bela! Se avó é ter construído a Felicidade! Ser avó é ser Feliz!

Olga Santos (avó)

“Ser avó é ser feliz”. Acho que ser neto também nos traz imensa felicidade! Ter uma avó, ter um avô, é maravilhoso. Eu diria até que é das melhores coisas que podemos ter na vida! Dizem que os pais servem para educar e os avós para deseducar. Se calhar até é verdade… se calhar são pouco severos, se calhar deixam passar demasiadas coisas… talvez até nos dêem demasiados doces, dema-siado mimo! Mas uma coisa é certa, eles são essenciais na nossa vida! Uma vez li um texto de uma menina de oito anos, onde dizia o que eram para ela os avós. Entre outras coisas, dizia que “são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo para nós”! É impressionante como consegue dizer tudo em tão poucas palavras. Têm sempre tempo! Ainda que a comi-da esteja a queimar, ainda que a novela esteja no seu ponto máximo, ainda que o telefone esteja a tocar há séculos, estão sempre disponíveis. E são capazes de largar tudo isso apenas para ver o desenho que acabá-mos de fazer… Não sei quem teve a brilhante ideia de criar um dia para homenagear os avós. Mas se há pessoas que mere-cem essa homenagem, essas pessoas são eles! Não há ninguém que nos consiga transmitir tanto carinho como os nossos avós. Podem fazer muitas coisas erradas! Mas mais tarde ninguém nos tira as memórias das tardes passadas em casa deles, daqueles abraços apertados que só eles sabiam dar e das brincadeiras que só eles compreendiam. Acho que os nossos heróis costumam ter poderes especiais e um aspecto fabuloso. Costumam ser persona-gens tiradas de um filme ou de um livro que nada tem a ver com a nossa vida. No meu caso, os meus heróis são os meus avós. Não digo isto para preencher linhas ou para ficar bem no jornal! É a mais pura das verda-des. Os meus heróis são aquelas pessoas de carne e osso com quem estou no meu dia-a-dia, pessoas com qualidades e também defeitos. E sabem porquê? Porque muito subtilmente me fizeram e ainda fazem compreender aquilo que há de mais importante na vida. Não, não se tornam invisíveis, nem vêem através das paredes. Mas continuam a ser heróis, os meus super-heróis!

Maria Inês Rocha (neta)

26 de Julho

Dia Mundial dos Avós

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Este texto precisa de introdução. É longuíssimo, mas que se lixe!!! Há coisas que não se conseguem dizer por telegrama, e esta é uma delas. Hoje de manhã, bem cedo, uma criança de 11 anos esteve a conversar comigo. Sentou-se na cadeirita à minha frente ao mesmo tempo que dizia: “Ai, Rui, a minha vida está muito complicada!”

Escutei-a com tempo. A Mafalda tem um rosto lindo e uma voz de criança encantadora! As palavras saíam-lhe com uma leveza que me deixavam suspenso do que iria dizer a seguir… Os seus “problemas” eram o “mundo dos adultos”. Trazia uns quantos medos que sabia verbalizar com uma clareza espantosa…

Houve muitos momentos, enquanto ela falava, em que eu disse “Muito Obrigado” a Deus por estar a viver aque-le momento! No fim, disse-lhe: “Obrigado, amor, por teres confiado em mim”. Ela, sem esperar, respondeu-me: “Eu confio em ti porque olho para ti e vejo Jesus! É por isso que eu confio!” Tive que fazer uma ginástica interior grande para deixar as lágrimas lá dentro…

Disse-lhe que sentia em mim um impulso muito forte de dizer aos adultos o que ela me tinha dito, e foi ela pró-pria que me disse como havia de o fazer!

Quando nos despedimos, senti que ela vinha comigo! Já no carro, estava ainda dentro de mim. O que eu senti, muito claramente, foi que enquanto falava ela abriu lentamente uma fenda no peito, entrou, sentou-se dentro de mim numa cadeirinha, disse-me “Protege-me!” e fechou outra vez. Ainda agora, enquanto escrevo no com-putador, sinto que ela está sentada dentro de mim, e continua a dizer “Protege-me!”

Mal me despedi dela disse mil vezes “Obrigado” ao Bom Deus pela minha vida! Foi uma daquelas experiências que dão sentido a toda a nossa existência! Valeu a pena ter nascido para viver o dia que eu hoje vivi!

Recado da Mafalda ao Mundo dos Adultos Mamã, tenho muitas coisas para te dizer, mas nunca con-

sigo dizê-las porque te amo demais e ainda não sei como é possível dizer-te a verdade sem te magoar. Gostava que tu também pensasses mais vezes assim em relação a mim.

Gosto muito de ti e tenho pena que às vezes andes tão triste e tão cansada, mas eu não tenho culpa disso. Estás sempre a dizer que a vida é complicada, mas não fui eu que a construí assim. Foram vocês, no vosso mundo dos adultos!

Um mundo feito por mim seria muito mais simples. Cos-tumas rir-te quando eu digo estas coisas e comentar que eu não percebo ainda nada da vida. Por isso aprendi a calar-me e a não partilhar contigo muitas vezes aquilo que penso.

Vocês, adultos, têm sempre a mania que sabem tudo, mas quando eu olho para vocês vejo apenas gente apressa-da e atarantada sem saber muito bem o que deve fazer a seguir! Por isso é que discutem tantas vezes e andam sem paciência nenhuma. A verdade é que vocês não sabem tan-to quanto dizem… Mas acham que vos fica bem esse papel.

Há coisas importantes que eu só guardo no meu Coração. Tenho medo de te deixar triste se tas disser, e eu não quero, porque tu e o papá são as pessoas mais importantes para mim! E também porque tenho medo da tua reacção…

Olha, vive comigo de maneira a que eu queira sempre contar-te aquilo que estou a sentir! Não me obri-gues a esconder-te nada, porque isso faz-me sentir insegura.

Não queiras obrigar-me a alcançar o sucesso que tu sonhaste de antemão para mim, porque na maior parte das vezes isso é apenas um desejo que tu levas dentro de ti de redimires na minha vida aquilo que tu própria não alcançaste, porque não conseguiste ou porque não te deram oportunidades para isso. Não me coloques em função dos teus projectos nem estejas sempre a revelar-me que do meu sucesso depende o teu próprio sucesso. Isso é um fardo grande demais para eu carregar, não te dás conta?!

São muito importantes para mim as regras que me impões, porque é assim que me ajudas a construir a minha vida com sentido, critérios e valores. Mas olha que eu só tenho onze anos e já sei muito bem que “as

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regras existem para serem quebradas” pelo amor! Por isso, quero pedir-te que às vezes quebres as regras, mesmo diante de mim, e me ames com um amor que as ultrapassa, que brinques comigo e faças palhaça-das daquelas que as regras dos adultos parece que não deixam fazer. No fundo, o que te estou a pedir é que me reveles que eu sou para ti mais importante que as regras que me impões!

Ama-me assim como sou… Não estejas sempre a falar-me de uma filha que eu não sou, aquela filha ideal que tu tens na cabeça e pões diante de mim tantas vezes. Por isso me obrigas a muitas coisas, para que eu chegue a ser essa filha-modelo que idealizaste para mim. Mas essa não existe! Existo apenas eu, e quero ser amada por ti! Olha, um amigo meu quase da tua idade, disse-me que é importante todas as pessoas senti-rem-se amadas “de graça”, tal como são, e “é incrível como as pessoas mudam quando são amadas assim”.

Não te escandalizes tanto com as asneiras que eu faço. Farto-me de ver asneiras que tu e os adultos fazem, bem maiores que as minhas, e não vês em mim essa cara de espanto e reprovação que tu fazes quando eu me engano ou faço mal.

Não me faças sentir culpada da tua tristeza naqueles dias em que te sentes mal. Eu não tenho culpa dos problemas no teu trabalho! E quando tu e o papá discutem, de certeza que não é por minha vontade. Por isso, depois não descarregues isso tudo em cima de mim!

Não sejas bruta comigo! Muitas vezes me chamas à atenção porque eu te respondo como não devo, mas tu também fazes isso comigo e eu não te posso corrigir a ti! Além disso, eu só tenho onze anos, e tu estás sempre a dizer que eu já devia ter aprendido que “não se fala assim, e não se responde assado”! Mas tu tens muitos mais anos e parece que também ainda não aprendeste muito bem…

Tem paciência comigo e tem paciência contigo própria. Eu gosto muito de ti! Quando me magoas, ou quando perdes a paciência comigo, não estejas depois a dizer-me que só fazes

isso porque me amas muito e porque é para o meu bem… O amor perfeito não precisa de justificações! Eu preferia que me pedisses desculpa! Era muito mais simples e mais verdadeiro… Ouvir-te dizer da tua boca que também falhas torna-te incrivelmente maior, mais bonita e digna de confiança dentro de mim!

Sabes, vou-te dizer um segredo: não há nada mais educativo que o perdão! Garanto-te… Sei que me amas muito. E o papá também. Mas, olha, este amor ainda não me chega… Há uma maneira

de vocês me amarem que é muito especial. Não basta tu gostares de mim e o papá gostar de mim. Preciso que vocês gostem um do outro. O vosso amor alimenta-me! E quando já não conseguirem amar-se, então, por favor, não se tratem mal um ao outro, não me digam mal um do outro e jamais me usem como argu-mento nas vossas discussões!

Sabes, mamã, eu tenho estas coisas no Coração há muito tempo, mas não sabia nunca como é que se diziam! Até tenho algum medo de as dizer, porque gosto muito de ti. Sabes, é bom ter uma casa grande como a nossa, termos comida em casa, podermos passear, ter brinquedos e estudar… Mas eu às vezes só queria sentir-me protegida. Sim, é mesmo esta palavra que eu quero usar: protegida. Proteges-me, mamã? Proteges-me, papá? É a coisa mais importante que se pode pedir a alguém. Mais importante que tudo o que eu tenho. É que no meio de tantas coisas eu às vezes sinto-me sozinha, insegura, desprotegida…

Deixa-me ser criança, sentir como criança, ocupar o tempo como criança… Deixa-me ver o tempo a passar como fazem as crianças! Não me obrigues já a olhar tantas vezes para esse futuro promissor e trabalhoso que já sonhaste para mim. Eu prometo-te que com o teu amor eu me tornarei uma pessoa capaz de construir todos os dias um futuro que te vai deixar muito contente e orgulhosa de mim, não por eu ser “Doutora-de-tal” ou “Engenheira-qualquer-coisa”, mas por eu me tornar uma pessoa feliz, livre e sem medos!

Não é isso que tu queres, também?! Olha, acho que já disse as coisas mais importantes. Como vês, no meu Coração não há nenhum rancor!

Isso é coisa de adultos. Vocês é que inventam essas coisas que complicam muito a Vida. Eu gosto muito de ti e do papá. Queria que vocês me mostrassem que percebem isso mais vezes…

Gostava que vocês um dia destes conversassem a sério sobre estas coisas, e depois me fizessem uma sur-presa qualquer! Eu adoro surpresas… É uma maneira muito bonita que vocês têm de me mostrar que gostam de mim e, nesses momentos, “o meu Coração cresce pr’aí mil quilómetros” cá por dentro!!!

Não é assim tão difícil, pois não? Eu sei que para os adultos quase todas as coisas parecem difíceis, por-que vocês são muito desconfiados, mas isto não é assim tão difícil, pois não?...

Olha, agora que já fui capaz de dizer, fico à espera, “tá bem”? Gosto muito de ti e do papá. Rui Santiago, cssr

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Nazaré Marques (Ilustrações: Rita Fonseca)

Olá. Estão de férias? Vou dar-vos algumas ideias para se divertirem sem estar agarrados à televisão ou ao com-putador, dias inteiros. Primeiro, não se esqueçam que o exercício físico faz muito bem à saúde e não deixem de dar umas corridas ou desafiar os vossos pais para umas caminhadas. Mas, se não podem mesmo sair de casa, aqui vão duas oportunidades para se divertirem fazendo ciência.

1º >> A FONTE DIVERTIDA

Material: uma garrafa de água de plástico transparente plasticina uma palhinha

Enche a garrafa de água até 2/3 Coloca a palhinha dentro Põem a plasticina no gargalo à volta da palhinha

de forma que não deixe entrar nenhum ar Tenta beber a água pela palhinha – se colocaste

bem a plasticina, a água não sai. Sopra tanto quanto puderes para dentro da garrafa

e afasta-a de ti. O ar que enviaste para dentro da garrafa aumentou a pressão no seu interior e a agua vai sair em repuxo pela palhinha. CUIDA-DO! Terás que limpar tudo no fim!

2º >> VAI CHOVER?

Material: uma pinha um recipiente transparente onde caiba a pinha água

Colocar a pinha dentro do recipiente com água

durante uma hora. Ver o que lhe acontece. Reti-rá-la e deixar secar. Verificar o que modificou na pinha.

Quando começa a chover as pinhas fecham para não molhar as sementes. As pinhas “sabem” quando vai chover. Se nós também quisermos saber, arranjamos uma pinha e observamo-la todos os dias. Vamos saber as mudanças do tempo ainda antes de estas serem anunciadas pelos Meteorologistas.

BOAS EXPERIÊNCIAS E BOAS FÉRIAS!!

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Serviços da Paróquia

Atendimento do Pároco Terça, Quinta e Sexta 16h30 às 18h30

Secretaria

Seg. a Sexta 15h às 19h

Biblioteca Sábado 17h30 às 19h

Bar Sábado 9h às 12h 14h às 19h

Acolhimento das Crianças

Celebrações Sábado - 16h30, 19h15 Domingo - 19h

Julho 1 Dia das Bibliotecas | Dia da Força Aérea 6 Dia Mundial da Cooperação 7 Ida à Praia com os Adolescentes da Catequese 8 Dia da Marinha

11 Dia Mundial da População 12 Dia Mundial da Luta Contra o Trabalho Infantil 13 Dia do Agricultor 14 Ida dos Adolescentes da Catequese ao Teatro Rivoli Assistir ao Musical

“Jesus Cristo Super Star”

17 Visita dos Adolescentes da Catequese aos Subterrâneos do Porto 21 Retiro dos Adolescentes da Catequese na Casa da Juventude

22 Retiro dos Adolescentes da Catequese na Casa da Juventude

23 Retiro dos Adolescentes da Catequese na Casa da Juventude 25 Dia do Exército 26 Dia dos Avós 28 Visita cultural à cidade do Porto, organizada pela Comissão Cultural

Agosto

1 Semana Mundial do Aleitamento Materno 3 Dia Mundial do Canhoto 9 Dia Internacional da População Autóctone no Mundo

12 Início da Semana das Migrações

15 Assunção de Nossa Senhora 23 Dia Internacional de Memória do Tráfico de Escravos e da sua Abolição 31 Dia Internacional da Solidariedade

Ficha Técnica

Periodicidade mensal Distribuição gratuita 900 exemplares

Editorial Pe. Orlando

Coordenador Ricardo Ascensão

Equipa de Redacção Ana Lopes Cristina Pereira Fernando Gomes Maria Inês Rocha Nazaré Marques Pedro Graça Rita Fonseca Susana Leite Vânia Oliveira

Design | Montagem Ricardo Ascensão Teresa Ascensão

Revisão Lígia Lopes

Publicidade Altina Borges

Impressão Tipografia Araújo

Publicação On-line Pedro Graça

www.grupovitae.pt.tc [email protected]

Actividades da Paróquia / Agenda Cultural

Leituras Dominicais

1 | Domingo XIII do T. Comum 1 Reis19,16b.19-21 | Sl 15,1-2a

Gal 5,1.13-18 | Lc 9,51-62

8 | Domingo XIV do T. Comum Is 66,10-14c | Sl 65

Gal 6,14-18 | Lc 10,1-12.17-20

15 | Domingo XV do T. Comum Deut 30,10-14 | Sl 18B,8.9.10.11

Col 1,15-20 | Lc 10,25-37

22 | Domingo XVI do T. Comum Gen 18,1-10a | Sl 14,2-3a Col 1,24-28 | Lc 10,38-42

29 | Domingo XVII do T. Comum Gen 18,20-32 | Sl 137,1-2a

Col 2,12-14 | Lc 11,1-13

5 | Domingo XVIII do T. Comum Co 1,2;2,21-23 | Sl 89,3-6.12-17ac

Col 3,1-5.9-11 | Lc 12,13-21

12 | Domingo XIX do T. Comum Sab 18,6-9 | Sl 32,1 e 12

Hebr 11,1-2.8-12 | Lc 12,32-48

19 | Domingo XX do T. Comum Jer 38,4-6. 8-10 | Sl 39,2-3.4.18

Hebr 12,1-4 | Lc 12,49-53

26 | Domingo XXI do T. Comum Is 66,18-21 | Sl 116,1. 2

Hebr 12,5-7.11-13 | Lc 13,22-30

Horário das Celebrações

2ª e 4ª feira - 9h 3ª, 5ª e 6ª feira - 19h Sábado - 16h30, 19h15 Domingo - 9h, 19h

Calendários

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