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RENATA GENEROSO CAMPOLI ABISSAMRA
LATÊNCIA DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS DA
ORELHA NORMAL DE PORTADORES DE PERDA
AUDITIVA SENSORIONEURAL UNILATERAL.
Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre.
SÃO PAULO
2001
RENATA GENEROSO CAMPOLI ABISSAMRA
Latência das emissões otoacústicas da orelha normal de
portadores de perda auditiva sensorioneural unilateral.
Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Fisiopatologia Experimental Orientador: Profa. Dra. Renata Mota Mamede Carvallo
SÃO PAULO
2001
Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus. Eclesiásticos. 3, 1.
DEDICATÓRIA
À Deus que me guia ,
À minha mãe que me ilumina,
Ao meu pai que me ampara,
Aos meus irmãos que me apoiam,
Ao meu marido que me suporta,
Dedico a realização deste trabalho !
AGRADECIMENTO ESPECIAL
À professora doutora Renata Mota Mamede Carvallo, professora do curso de
Fonoaudiologia da Universidade de São Paulo, muito mais do que orientadora
do mestrado, uma profissional que orienta a vida. Meu agradecimento especial
pela atenção, carinho e disponibilidade sem fim durante a realização desta
composição a quatro mãos. Seu entusiasmo e paixão pela ciência somados ao
respeito à individualidade do ser-humano envolvem e atraem à pesquisa pelo
seu humilde, honesto e correto exemplo de ser pesquisador.
AGRADECIMENTOS
Aos membros e colegas da Fisiopatologia Experimental da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo pela possibilidade de realização do
mestrado nesta área;
À todos os alunos, professores e funcionários do Centro de Docência e
Pesquisa em Fonoaudiologia da Universidade de São Paulo por onde passei
como aluna e como professora, pela atenção e carinho em me receber de volta
para a coleta dos dados;
Aos meus familiares que, cada um da sua forma, sempre me apoiaram nas
minhas escolhas e decisões profissionais;
Aos meus verdadeiros amigos que souberam respeitar e entender minhas
ausências;
Aos meus sobrinhos, pequenas obras de arte, por trazerem o recreio escolar
em momentos tão necessários;
Às fonoaudiólogas da XIV turma do curso de Fonoaudiologia da Universidade
de São Paulo, uma por uma, pelos 13 anos de amizade e desafios
profissionais compartilhados;
Ao professor Dr. Gilberto Gattaz e à fonoaudióloga Profa. Dra. Mônica Basseto
pelas prestimosas correções e orientações durante a qualificação desta
dissertação;
À fonoaudióloga Maria do Carmo Redondo, chefe do setor de Audiologia
Clínica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, minha grande mestra,
que despertou em mim o amor pela Audiologia;
Às “Fonoaudiólogas-Audiologistas” : Dra. Diná Olivetti Hueb, Ivone Ferreira
Neves, Dra. Eliane Schochat, Dra. Renata M. M. Carvallo, Ms. Katia
Rabinovitch, por depositarem cada qual, uma semente importante na minha
formação profissional;
À fonoaudióloga Ms. Edilene Boechat pela troca de experiências e
encaminhamento de pacientes devido à agradável coincidência sobre o tema a
ser estudado;
Às amigas fonoaudiólogas Edimara Garcia Comissoli, Claudia da Silva Giuntini
e Lucia Nishino, por suprirem minha ausência em momentos de importantes
decisões e realizações profissionais;
Às fonoaudiólogas da pós-graduação do CDP- FMUSP: Mirley de Carvalho e
Gabriela Sanchez pela carinhoso auxílio na coleta dos dados dos sujeitos
desta pesquisa;
À fonoaudióloga Ieda Ishida pela incansável disponibilidade para a coleta dos
dados e auxílio na revisão da literatura;
À professora Dra. Sheila Grillo pela carinhosa revisão gramatical;
Ao matemático Marcos Maeda, pelo valioso tratamento estatístico ;
À todas as pessoas que participaram voluntariamente deste estudo e
principalmente, a todos os indivíduos portadores de perda auditiva unilateral,
minha admiração pela habilidade em superar suas limitações pela própria
natureza;
LISTA DE ABREVIATURAS
ABR – Auditory Brainstem Response
AASI – Aparelho de Amplificação Sonora Individual
CAE – Conduto Auditivo Externo
CCE – Células Ciliadas Externas
CCI – Células Ciliadas Internas
CDP – Centro de Docência e Pesquisa
dB – Decibel
EOA – Emissões Otoacústicas
EOAE – Emissões Otoacústicas Evocadas
EOAPD - Emissões Otoacústicas por Produto de Distorção
EOAT - Emissões Otoacústicas Transientes
f1 – Frequência 1
f2 - Frequência 2
FMUSP – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Hz – Hertz
IPRF – Índice Percentual de Reconhecimento de Fala
LAF – Limiar de Atenção à Fala
LRF – Limiar de Reconhecimento de Fala
ms – Milisegundos
NA – Nível de Audição
NPS – Nível de Pressão Sonora
NS – Nível de Sensação
OD – Orelha Direita
OE – Orelha Esquerda
PASNU – Perda Auditiva Sensorioneural Unilateral
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Média das amplitudes das EOAPD nas frequências de 1000 a
5000 Hz para os grupos A e B.
Gráfico 2 – Média e desvio padrão das amplitudes das EOAPD nas
frequências de 1000 a 5000 Hz para os grupos A e B.
Gráfico 3 – Média e desvio padrão das latências das EOAPD na frequência
de 2000 Hz para os grupos A e B.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Classificação das Perdas de Audição segundo Davis &
Silverman (1970)
Quadro 2 – Médias das Amplitudes da relação sinal- ruído de achados da literatura
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Distribuição da casuística por grupo, faixa etária e sexo.
TABELAS 2 a 6 – Amplitudes da relação sinal-ruído obtidos nas frequências de
1038, 1636, 2063, 4126, e 5200 Hz comparando-se OD e OE no grupo de
indivíduos normais (Grupo A).
TABELAS 7 a 11 – Amplitudes da relação sinal-ruído obtidos nas frequências
de 1038, 1636, 2063, 4126, e 5200 Hz comparando-se OD e OE no grupo de
indivíduos com PASNU (Grupo B).
TABELAS 12 a 16 – Amplitudes da relação sinal-ruído das EOAPD nas
frequências de 1038, 1636, 2063, 4126, e 5200 Hz comparando-se a Orelha
Direita do grupo A com grupo B.
TABELAS 17 a 21 – Amplitudes da relação sinal-ruído das EOAPD nas
frequências de 1038, 1636, 2063, 4126, e 5200 Hz em Orelha Esquerda
comparando-se grupo A com grupo B.
TABELAS 22 a 26 – Amplitudes da relação sinal-ruído das EOAPD nas
frequências de 1038, 1636, 2063, 4126, e 5200 Hz para o total de orelhas
comparando-se grupo A e grupo B.
TABELAS 27 a 31 – Latências das EOAPD na frequência de 2000 Hz
comparando OD e OE, grupo A e grupo B e também ao comparar total de
orelhas.
RESUMO
ABISSAMRA, R.G.C.- Latência das Emissões Otoacústicas da orelha normal de Portadores de Perda Auditiva Sensorioneural Unilateral. São Paulo, 2001. Dissertação de Mestrado - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Unitermos: Latência das Emissões Otoacústicas, Emissões Otoacústicas, Perda Auditiva Unilateral, Função Coclear.
A audição é naturalmente uma modalidade sensorial binaural. A integridade do sistema auditivo inclui ambas as orelhas. Nos casos onde há comprometimento auditivo unilateral, o canal auditivo preservado supre em grande parte as funções de detecção, reconhecimento e discriminação da informação sonora. Porém, nestes casos, o sistema auditivo ainda apresenta limitação no desempenho de outras funções que exijam participação binaural (localização e reconhecimento de fala no ruído). Com o objetivo de estudar a função coclear em portadores de perda auditiva unilateral, este trabalho verificou a latência das respostas cocleares, partindo do pressuposto que possa existir alguma diferença na função coclear das orelhas normais dos indivíduos com Perda Auditiva Sensorioneural Unilateral (PASNU) quando comparadas a ouvintes normais que contam com o sistema íntegro binauralmente. Para tal, foram registradas as medidas de latência das emissões otoacústicas por produto de distorção nas orelhas normais de portadores de PASNU (n=30) e as medidas de latência de ambas as orelhas de ouvintes normais (n=60). As respostas foram obtidas por meio do Método da Mudança de Fase na frequência de 2000 Hertz de f2 e comparadas quanto ao tempo de latência em milisegundos. Os resultados obtidos demonstram medidas de latência das EOAPD maiores para orelhas normais de portadores de PASNU (7,00 ms) quando comparadas às orelhas normais de indivíduos sem alterações auditivas (6,41 ms) apresentando uma tendência à diferença estatística (p = 0,09). A literatura oferece suporte para se acreditar que maior latência implica maior nível de atividade coclear. Tais achados podem estar relacionados à atuação do sistema eferente na perda auditiva unilateral na tentativa de aproximar funcionalmente este sistema ao modelo de um sistema binaural.
SUMMARY
ABISSAMRA, R.G.C.- Latency of Distortion Product Otoacoustic Emissions in the normal ear of unilateral sensorineural hearing loss people. São Paulo, 2001. Dissertação de Mestrado - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Keywords: Latency of Otoacoustic emissions, Otoacoustic emissions, Unilateral hearing loss, Cochlear function.
Hearing is by nature a binaural sensorial modality. The integrity of the auditory system includes both ears. In cases of unilateral hearing loss, the preserved ear provides part of the central auditory process such as sound detection, recognition and discrimination of sound stimulus. However, in these cases, there is still a handicap in some functions that demands binaural function (localization and speech in noise recognition). The aim of this study was to verify how the cochlear function works in unilateral hearing loss. For this purpose the latency of the cochlear function was evaluated suposing that might exist some diference on the cochlear function of the normal ear of unilateral sensorineural hearing loss people in comparison to the normal ear of normal hearing people that have a binaural auditory system. The measurements of latency of the distortion product otoacoustic emissions of the normal ears in unilateral hearing loss people (n=30) and the measurements of latency of both ears in normal hearing people (n=60) were registered. The responses were obtained by the Phase Gradient Method at the frequency of 2000 Hertz of f2 and were compared in time (milliseconds) delay of the latency. The results show latency of DPOAE measurements longer to the unilateral people (7,00 ms) comparing to the normal people (6,41 ms), ( p = 0,09 ). Literature suggests that the longer latency values are, the higher is the level of cochlear activity. These findings might be concern the eferent system function on the unilateral hearing loss attempting to functionally approach the unilateral system of the model of a binaural one.
SUMÁRIO
Lista de abreviaturas
Lista de tabelas
Lista de gráficos
Resumo
Summary
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 01
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................. 06
2.1 Audição Unilateral ..................................................................... 06
2.2 Emissões Otoacústicas ............................................................. 09
2.3 Latência das EOAPD ................................................................ 14
3. OBJETIVO ............................................................................................ 19
4. MATERIAL E MÉTODO ........................................................................ 20
a-) Casuística ................................................................................. 20
b-) Equipamento ............................................................................. 21
c-) Procedimento ............................................................................ 22
d-) Método estatístico ..................................................................... 26
5. RESULTADOS ...................................................................................... 28
R.1 Análise da amplitude
da relação sinal-ruído das EOAPD ....................................... 29
R.2 Análise da latência das EOAPD ............................................... 59
6. DISCUSSÃO
7. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 67
1
INTRODUÇÃO
2
A audição é naturalmente uma modalidade sensorial binaural. Nos
casos onde há comprometimento auditivo unilateral, o canal auditivo
preservado supre em grande parte as funções de detecção, reconhecimento e
discriminação da função auditiva, tendo limitação no desempenho de outras
funções que exijam participação binaural (localização e reconhecimento de fala
no ruído).
Cada canal auditivo é composto por uma porção periférica, orelha
externa, média e interna (cóclea) e uma porção central (vias e córtex auditivo).
Este conjunto bilateral de estruturas periféricas e centrais, organizadas
de modo a exercer funções paralelas e simultâneas garante a eficiência no
processamento da informação sonora recebida. Para tanto, tais estruturas
desempenham importante papel no gerenciamento de habilidades auditivas
que envolvam a localização do estímulo sonoro, o reconhecimento de
estímulos sonoros em presença de ruído competitivo e na seletividade de
frequência. (CARVALLO, 2001). A seletividade de frequência se desenvolve a
partir de características tonotópicas da membrana basilar; e o reconhecimento
de fala no ruído tem relação direta com a ação da musculatura intratimpânica
que, por sua vêz, é controlada pela via eferente auditiva.
Dentre as estruturas da parte periférica, a cóclea exerce importante
função na transdução da informação mecânica sonora em atividade bioelétrica.
A exploração desta atividade foi possível com o surgimento dos analisadores
de emissões cocleares (emissões otoacústicas) que permitem um estudo
objetivo das respostas cocleares isoladamente.
3
Numa perda de audição sensorioneural unilateral seria esperado
encontrar assimetria de respostas cocleares. No entanto, KONRADSSON
(1996) realizou um estudo com quatro crianças com perda auditiva
sensorioneural severa a profunda unilateral detectadas a partir de uma
triagem. Na realização das emissões otoacústicas, ocorreu presença de
respostas bilaterais mesmo variando os instrumentos de avaliação, o que não
seria esperado devido à assimetria do audiograma. A partir destes achados da
literatura, surgiu o interesse em pesquisar tais ocorrências na busca de maior
conhecimento sobre o comportamento auditivo destes indivíduos perante o
mundo sonoro.
Com o passar da coleta dos dados, fomos encontrando a não
observância de tais achados, ou seja, a presença bilateral de emissões
otoacústicas em portadores de perdas auditivas unilaterais. Dos pacientes
colhidos até então, 100% deles apresentaram presença de EOAPD somente
em orelha normal e ausência de respostas na orelha comprometida.
Concomitantemente, conforme nos aprofundávamos nos estudos relacionados
às EOAPD, pudemos concluir que o trabalho que nos motivou para a
realização deste se referia à neuropatia auditiva, assunto que será melhor
abordado no capítulo de revisão da literatura.
Devido ao grande interesse em continuar estudando a função coclear
em portadores de PASNU, buscamos outros parâmetros de avaliação que
pudessem nos fornecer dados comparativos entre tais indivíduos e aqueles
com audição normal.
4
Como sabemos que a medida de tempo das respostas cocleares pode
nos informar sobre a integridade auditiva, acrescentamos então a medida de
latência das EOAPD como parâmetro adicional.
A latência é definida como o tempo despendido entre o estímulo
fornecido no Meato Acústico Externo (MAE) e as emissões detectadas de volta
no canal auditivo, sendo um método seguro, objetivo e não invasivo de
pesquisa da função coclear.
A progressão da onda viajante pela membrana basilar é conhecida
como sendo dependente das células ciliadas externas. Se a latência das
emissões otoacústicas por produto de distorção é determinada pela
progressão da onda viajante, então a medida da latência refletirá a função
coclear.
O objetivo deste trabalho foi comparar o funcionamento do sistema
coclear em orelhas normais de ouvintes normais com orelhas normais de
indivíduos portadores de PASNU, partindo do pressuposto que possa existir
um nível de atividade mais acentuado na função coclear das orelhas normais
dos indivíduos com PASNU quando comparadas a ouvintes normais que
contam com o sistema íntegro binauralmente.
Para tal, optamos, portanto, por estudar a latência das EOAPD como
forma de análise da função coclear.
5
6
2.1 - AUDIÇÃO UNILATERAL:
Um dos primeiros trabalhos específico encontrado em literatura foi de
EVERBERG (1960) e se referia à etiologia da surdez total unilateral. Tal autor
relata que, para a época, eram estimados 6.5 milhões de americanos com
algum grau de perda auditiva unilateral e que a prevalência de tal patologia
para perdas maiores que 45 decibels (dB) era de 3:1000 em crianças em idade
escolar. Acrescenta ainda que a hereditariedade foi encontrada como o
principal fator congênito enquanto que as mais frequentes formas adquiridas
eram complicações virais e meningite.
REISS & REISS (2000) afirmam que a etiologia da perda sensorioneural
unilateral pode ser muito difícil de ser determinada. Cita como causas mais
frequentes a surdez súbita, a síndrome de Menière e os tumores do ângulo
pontocerebelar .
A perda auditiva sensorioneural se apresenta na maioria dos casos de
forma bilateral. No Brasil, recentes estudos (COUTO et al., 1999) encontraram
deficiência auditiva unilateral como sequela de meningite bacteriana. Da
população diagnosticada com deficiência auditiva sensorioneural, 69% se
manifestaram de forma bilateral e 31% de forma unilateral. É importante
lembrar que tal percentual se refere a esta população específica que foi
submetida à avaliação audiológica após manifestação da meningite.
De acordo com BESS & THARPE (1984), um som apresentado a duas
orelhas é percebido como mais intenso do que se fosse apresentado de modo
7
monoaural, devido ao fenômeno de somação binaural. Se um indivíduo tiver
sensibilidade igual nas duas orelhas, o limiar auditivo binaural é de 3 dB melhor
do que o obtido monoauralmente.
NEPONUCENO (1994), após um levantamento sobre a binauralidade,
cita efeito de fase, efeito de intensidade e efeito de tempo na localização do
som, porém afirma que até hoje ainda não foi formulada uma hipótese teórica
que explique na íntegra a audição binaural. Conclui confirmando a necessidade
da binauralidade para que se possa saber de onde provém o som e acrescenta
que qualquer diferença entre a acuidade auditiva das duas orelhas é suficiente
para que se perca tal habilidade.
As consequências de tal privação sensorial foram bastante estudadas
por FRED BESS, um dos maiores pesquisadores a respeito da audição
unilateral que, na década de 80, publicou vários trabalhos sobre o tema e suas
implicações sociais, linguísticas, educacionais e psicológicas.
BESS (1982) realizou um estudo com 60 crianças com perda auditiva
sensorioneural unilateral (PASNU) e concluiu que estas sentem
consideravelmente mais dificuldade comunicativa e educacional do que se
supunha anteriormente. Em 1986, publica uma sucessão de artigos sobre as
dificuldades e estratégias utilizadas para compensar a falta de audição em
uma orelha.
KELLER & BUNDY (1980) pesquisaram o desempenho escolar em
crianças com perda auditiva unilateral e os resultados foram pequena
desvantagem com relação a ouvintes normais.
8
COLLETTI et al. (1988) estudaram os efeitos a longo prazo da audição
monoaural em adultos de 30 a 55 anos que possuem PASNU desde a
infância. Foi aplicado um questionário envolvendo itens objetivos e subjetivos
relacionados a questões psicossociais e os resultados obtidos confirmaram
claramente dificuldades psico-acústicas. Contudo, os parâmetros referentes a
questões sociais, educacionais e de realização profissional não demonstraram
a existência de qualquer diferença entre sujeitos mono ou binaurais.
ABISSAMRA (1999) realizou um estudo com indivíduos portadores de
PASNU a respeito de suas dificuldades na comunicação e concluiu que tais
indivíduos no geral não apresentaram auto-conceito de falante prejudicado
demonstrado pelo fato de que 100% dos sujeitos entrevistados afirmam gostar
de se comunicar e se sentir confortáveis enquanto falam; não anulando,
contudo, as dificuldades, receios e soluções (estratégias) encontradas durante
o ato da comunicação. Quanto às dificuldades sociais apresentadas, os
indivíduos que as citaram foram unânimes em relatar atividades em grupo,
situação de ruído por vozes, música alta e ruído ambiente como causadores de
incômodo e irritabilidade; concordando assim com a literatura que propõe a
fala no ruído como sendo uma das dificuldades encontradas em indivíduos
com perda de audição unilateral. Com relação às estratégias para potencializar
a audição, a autora cita a leitura oro-facial como a mais utilizada, seguida de
movimentação de corpo a fim de voltar a orelha normal para a fonte sonora.
A intervenção a respeito da adaptação de Aparelho de Amplificação
Sonora Individual (AASI) em PASNU é controversa com relação ao tipo de
9
adaptação, porém todos autores concordam na importância de se previlegiar a
audição binaural.
ANDRADE et al. (1999) apresentaram um estudo com indivíduos
portadores de PASNU de grau leve a profundo, usuários de AASI, através de
um questionário de auto-avaliação e os resultados obtidos mostram que a
maioria dos pacientes encontra-se satisfeita com o uso do AASI e concordam
na utilidade dos mesmos em situações diárias de comunicação, não havendo
discrepância entre os resultados obtidos e o grau da perda.
SCHWEINFURTH et al. (1997) realizaram um estudo em indivíduos com
PASNU decorrente de surdez súbita e utilizaram como instrumento clínico as
emissões otoacústicas. Concluíram que tal exame pode ser de grande auxílio
prognóstico, pois podem ser preditivas da recuperação auditiva e servir de
apoio para o tratamento.
2.2 - EMISSÕES OTOACÚSTICAS :
As emissões otoacústicas são sons gerados pela cóclea que podem ser
registrados no meato acústico externo espontâneamente ou em resposta a
estimulação acústica (KEMP, 1978). São resultado de micromovimentos das
Células Ciliadas Externas (CCE); fenômeno este chamado de eletromotilidade
(KURC, 1999). A eletromotilidade é resultante da ação da via auditiva eferente
sobre as CCE (SAHLEY, 1997).
A existência das emissões otoacústicas depende extritamente da
integridade micromecânica das CCE e estas estão anatomicamente
10
localizadas pós- sinapticamente aos neurônios medial eferentes. Portanto, as
CCE estão numa posição excepcional onde elas estão diretamente moduladas
pelo sistema medial eferente (WARR, 1980).
Os tratos descendentes originam-se em diferentes camadas do córtex
auditivo e as células receptoras recebem um suprimento nervoso eferente a
partir do Complexo Olivar Superior do Tronco encefálico, cujas fibras chegam à
cóclea através do feixe coclear ( BONALDI et al., 1997).
Dentre as estruturas mais importantes do sistema eferente medial
podemos citar o Complexo Olivar Superior. Tal estrutura, além de exercer
controle sobre a ação do nervo facial na contração da musculatura
estapediana, desempenha importante papel no gerenciamento de habilidades
auditivas que envolvam a localização do estímulo sonoro, o reconhecimento de
estímulos sonoros em presença de ruído competitivo e na seletividade de
frequência (CARVALLO, 2001).
SATO et al. (1991) compararam o comprimento dos giros cocleares de
indivíduos do sexo masculino e feminino. O comprimento coclear médio foi
significantemente maior no sexo masculino do que no feminino e não variou
em função da idade cronológica em nenhum dos sexos. Os autores sugerem a
possibilidade de que o mapa de frequência da membrana basilar seja diferente
nos sexos, ou seja, que a distância da janela oval ao pico da onda viajante
numa determinada frequência seja diferente entre homens e mulheres e que,
portanto, a latência das transdução coclear seja maior no sexo masculino. Este
dismorfismo coclear poderia explicar diferenças na sensibilidade auditiva para
11
tons puros em frequências baixas para o sexo masculino e em frequências
altas para o sexo feminino. Por outro lado, este estudo confirma a ausência de
crescimento pós-natal, indicando que o comprimento da cóclea aproxima-se do
seu máximo durante a vida fetal.
As emissões se dividem em: emissões espontâneas e emissões
evocadas, sendo as primeiras geradas espontaneamente sem a presença de
estímulo auditivo e as últimas somente são observadas na presença dele.
As emissões evocadas englobam emissões otoacústicas transientes
(EOAT) e emissões otoacústicas: produto de distorção (EOAPD). Ambas de
validade no auxílio diagnóstico, diferem basicamente na técnica utilizada.
Um terceiro tipo é o registro de emissões estímulo-freqüência,
específicas quanto à freqüência e provavelmente o último tipo de emissões
com aplicação clínica. Elas refletem a resposta coclear para entrada de tons
puros, ocorrendo simultaneamente com o estímulo eliciador e na mesma
freqüência deste.
Muitos estudos demonstraram uma prevalência de EOAE de 90-100%
em ouvintes normais (KEMP,1978; BONFILS et al.,1988). Este valor decai
com o aumento da perda auditiva, sendo esperado que um ouvido com perda
auditiva maior que 40 dB, no geral, não apresente emissões otoacústicas.
As emissões otoacústicas refletem, preferencialmente, o “status”
funcional da cóclea. Entretanto, como a passagem da informação sonora, tanto
em sua direção aferente como na eferente, depende de condições que vão
desde o grau de vedamento da oliva no meato acústico externo, do meato
12
propriamente dito, das condições da orelha média, até das alterações que
ocorrem com o desenvolvimento nos segmentos da orelha externa, orelha
média e orelha interna, são vários os fatores que podem regular o registro
final das emissões otoacústicas ( KEMP et al., 1990).
Muito se tem pesquisado sobre as emissões otoacústicas desde sua
descoberta. Tais estudos visam ampliar cada vez mais sua utilização como
ferramenta importante na identificação e complementação do diagnóstico da
deficiência auditiva.
WADA et al. (1993) estudaram a relação entre presença de Emissões
Otoacústicas e as características dinâmicas da orelha média. Usando
equipamento desenvolvido por eles em laboratório, concluíram que as
Emissões Otoacústicas são melhor detectadas na freqüência de ressonância
da orelha média e também melhor detectadas nos sujeitos cuja mobilidade de
sistema tímpano ossicular é moderada.
No Brasil, CARVALLO et al. (1998a) procuraram estudar os efeitos da
alteração de orelha média em adultos que pudessem impedir a captação de
emissoões otoacústicas. Estudaram 66 orelhas de adultos jovens, sem
alteração timpanométrica com sonda de 226 Hz. Quando avaliados por outras
sondas (678Hz e 1000 Hz), parte da amostra apresentou discreta alteração.
Analisando-se o total da amostra, foi encontrada a probabilidade de captação
de EOAPD 78 vezes maior entre os sujeitos sem nenhuma alteração.
13
A partir deste ponto, serão enfocados somente trabalhos voltados ao
estudo das emissões otoacústicas: produto de distorção, pois esta constitue o
objeto deste trabalho.
As EOAPD são evocadas por dois tons puros com diferentes
frequências (f1 e f2). Um terceiro tom, que não o harmônico das frequências de
estímulo, é emitido de volta para o conduto auditivo externo. Este tom, produto
da distorção de f1 e f2, é obtido como resposta nas regiões da cóclea cujas
frequências apresentam limiares de 15 a 50 dBNA (decibels nível de audição)
(HARRIS, 1990).
KEMP (1978) encontrou que na cóclea humana a emissão de maior
amplitude ocorre na região da membrana basilar correspondente à frequência
equivalente a 2f1 - f2 e que o limiar de detectabilidade das emissões pode ser
até 10 dBNPS (nível de pressão sonora) mais baixo que o limiar auditivo
psicoacústico.
As EOAPD apresentam vantagens sobre as outras emissões pois são
frequência especifica; além de demonstrarem maior sensibilidade na
observação da presença de emissões com maiores graus de perda auditiva
que as transientes.
Ao se falar em especificidade de frequência surge o questionamento
sobre a correlação das EOAPD com um possível audiograma objetivo. Porém
PROBST & HAUSER (1990) constataram realmente que não parece haver
relação direta entre a amplitude das emissões e os tons puros do audiograma.
14
SMURZYNSKI et al. (1990) estudaram EOAPD em adultos normais e
com perdas sensorioneurais e encontraram que as orelhas com perdas
produziram EOAPD substancialmente reduzidas comparadas com orelhas
normais quando as frequências primárias f1- f2 correspondiam à região da
perda de audição e que diante de perdas auditivas puramente neurais e/ou
centrais, sem envolvimento da cóclea, as emissões otoacústicas
permaneceram intactas.
A intensidade utilizada para os estímulos de f1 e f2 pode ser variável.
Porém, GORGA et al. (1996) referem as intensidades de 65 e 55 dBNPS para
f1 e f2 respectivamente como obtendo melhores amplitudes de respostas.
PROBST & HARRIS (1993) compararam EOAPD e EOAT e suas
relações com os limiares auditivos. Para o estudo foram avaliados 21 sujeitos
com audição normal (sem histórico de exposição a ruído ou queixa auditiva) e
62 sujeitos com perda auditiva sensorioneural e encontraram que 100 % das
orelhas dos sujeitos normais apresentaram EOAPD e EOAT.
CASTOR et al. (1994) registraram as EOAPD com e sem estimulação
contralateral em grupos que variavam de acordo com idade e concluíram que a
idade influencia o funcionamento das EOAPD e do sistema olivococlear
medial. Porém, as alterações parecem estar relacionadas com a perda auditiva
em virtude da idade.
TRAUTWEIN et al. (1996) realizaram pesquisas em chinchilas
destruindo as células ciliadas internas (CCI) para observar se estas poderiam
levar a uma redução significativa da amplitude das EOAPDs mesmo
15
acreditanto-se que as células ciliadas externas (CCE) são a principal fonte das
EOAPDs em mamíferos e concluíram que a perda total das CCIs não leva a
mudança significativa da amplitude das EOAPDs; a amplitude só foi reduzida
quando houve perda significativa das CCE.
LUTMAN et al. (1989) descrevem um caso de um menino de 11 anos
com PASNU profunda onde foram encontradas EOAT presentes
bilateralmente. A eletrococleografia, o BERA e a ressonância magnética
indicaram função coclear relativamente normal com uma disfunção notável do
VIII par craniano ou regiões mais baixas de tronco cerebral. Sugerem que
qualquer programa de triagem deve ter a consciência da possibilidade de não
identificar perda auditiva retrococlear.
PRIEVE et al. (1991) relatam um caso de um adulto com perda auditiva
sensorioneural severa a profunda bilateralmente , ausência de respostas no
BERA a 100 dBNAn em ambos ouvidos, EOAT ausente à direita e presente à
esquerda. A partir de tais achados, os autores sugerem que deva existir uma
população de CCE funcionantes na região correspondente à frequência em
que foi obtida resposta de EOAT e sugerem que sejam feitas outras pesquisas
para maior aprofundamento no assunto.
LACCOURREYE et al. (1996) citam uma menina de 3 anos de idade com
atraso de linguagem que apresenta timpanograma normal, reflexos ausentes
bilateralmente e BERA ausente a 100 dBNAn em AO, e presença de EOAT
normais bilateralmente. Discutem que tais resultados são raros mas não
impossíveis, podendo ocorrer devido à alteração retrococlear, lesão no nervo
16
ou nas células ciliadas internas (CCI) e concluem que o uso das EOA
evocadas em screening para deficiência auditiva em neonatos não deve ser
questionada devido à condição relatada neste estudo ser de ocorrência
extremamente rara.
STARR et al. (1996) apresentam um estudo com 10 pacientes com perda
auditiva sensorioneural e realizam um levantamento de achados anteriores de
literatura e definem como neuropatia auditiva.
DELTENRE et al. (1997) relatam 3 crianças com perda auditiva
sensorioneual moderada e ressaltam o cuidado que se deve tomar com falsos
negativos na triagem auditiva neonatal realizada com emissões espontâneas.
PSAROMMATIS et al. (1997) citam 2 casos de bebês com presença das
EOA transientemente evocadas bilateralmente. Ambos os casos foram
achados de uma Triagem Auditiva Neonatal onde as emissões foram
realizadas anteriormente ao BERA. Tal registro sugere a presença de EOA em
perdas profundas como uma rara desordem extritamente retrococlear e atenta
para o risco das triagens auditivas baseadas apenas nas EOAs.
NAMYSLOWSKY et al. (1999) descreveram um caso de perda auditiva
sensorioneural severa unilateral idiopática em uma criança, onde a perda
auditiva unilateral foi confirmada pela audiometria tonal, imitanciometria e
BERA. Porém, nesta mesma orelha, simultaneamente foram encontradas
emissões otoacústicas espontâneas, transientes e produto de distorção;
sugerindo a possibilidade de existência de células ciliadas externas normais
simultaneamente a desordens nas CCI ou patologia de primeiro neurônio.
17
2.3 - LATÊNCIA DAS EOAPD:
A progressão da onda viajante pela membrana basilar é conhecida
como sendo dependente das células ciliadas externas. Se a latência das
emissões otoacústicas por produto de distorção é determinada pela
progressão da onda viajante, então a medida da latência refletirá a função
coclear.
VON BEKESY (1960) descreveu os movimentos oscilatórios da cóclea
como onda viajante e teve seus méritos honrados com o Prêmio Nobel em
Medicina e Fisiologia naquele ano. Porém, somente mais tarde com o estudo
da cóclea ativa é que se falou a respeito de tal onda viajante possuir duas
direções – de ida e de volta.
A latência das EOAPD foi definida por MAHONEY (1993) como o tempo
que um som leva desde o seu estímulo inicial até o seu registro de volta no
Conduto Auditivo Externo (CAE). A forma que vem sendo utilizada para medir
a latência das EOAPD é o Método de Mudança de Fase. Tal método pode ser
explicado da seguinte forma: suponhamos que uma frequência conhecida
inicia no ponto A com uma fase de 0º e é observada novamente em um ponto
B. A fase da onda no ponto B pode ser determinada. Se, por exemplo, a fase
no ponto B for novamente 0º, isto não significa que a onda não levou tempo
nenhum para ir de um ponto a outro, mas sim que um número de ciclos
completos foram realizados. Se, no entanto, soubermos quantos períodos de
onda há entre A e B então o tempo da onda viajante entre A e B pode ser
calculado. Porém, se os períodos de onda não forem conhecidos, não
poderemos calcular o tempo. Um jeito de contornar este problema é gerar duas
18
ondas iniciando na mesma fase, mas com leve diferença de frequência no
ponto A e posteriormente comparar o ângulo de fase das duas ondas no ponto
B. Ao final do período, a onda 1 estará X graus fora da fase. O valor de X
depende da diferença entre as duas frequências que são conhecidas. Por
exemplo, se a onda 1 é 10% mais alta em frequência que a onda 2, então ao
final do período a diferença em fase entre estas duas ondas será 10% de um
ciclo completo (360º) que é 36º . Portanto, ao medir as diferenças de fase no
ponto B, poderemos calcular o número de períodos da onda do início até a
detecção do sinal de volta no CAE. Sabendo-se as frequências originais, a
latência pode ser calculada (SILVA & YSUNZA, 1998).
MAHONEY (1993) sugere que a latência das EOAPD juntamente com a
amplitude podem nos fornecer informações mais completas dos processos
cocleares através do estudo da propagação da onda viajante. Propõe a
pesquisa da latência como um método clínico promissor para investigar
patologias cocleares. Acredita que a latência seja menor para a frequência
testada na cóclea patológica. O estímulo que entra não viajará tão longe na
membrana basilar devido à falta de energia de entrada pelas células ciliadas
externas patológicas, pois a energia da onda é absorvida mais basalmente e
não pode progredir tão longe. Logo, o tempo levado pelo estímulo para entrar e
as emissões serem transmitidas de volta ao canal será menor.
PROBST et al. (1991) acrescentam que a latência muda quando muda
a relação f2/ f1. Para esta relação ser modificada, mantém-se o f1 e realiza-se
pequenas modificações em f2 ou vice-versa.
19
MAHONEY & KEMP (1995) concluíram que manter o f1 é mais
relevante para investigar a fisiologia coclear do que manter o f2.
STOVER et al. (1996) observaram em seu estudo que a latência diminui
com o aumento de intensidade do estímulo.
KIMBERLEY et al. (1993) pesquisaram a latência das EOAPD em 2000
Hz e observaram que a fase aumenta com a redução da intensidade por volta
de 0,85 milisegundos (ms) a cada 10 dB.
QUIÑÓNEZ & CRAWFORD (1988) pesquisaram que tipo de mudança
na latência das EOAPD deve ocorrer com o aumento da idade pós natal. 18
sujeitos com idade neonatal de pelo menos 33 semanas (no teste inicial),
saudáveis, sem passagem pela incubadora, sem problema de orelha média
foram avaliados longitudinalmente para evitar variabilidade interindividuais (o
que pode ter ocorrido nos estudos anteriores). Redução significativa da
latência (de acordo com a MEP) só foi observada com f2 = 3kHz; mudanças
desenvolvimentais na orelha externa/média e na cóclea afetam a latência;
(mas ainda não se sabe o grau determinado de contribuição de cada
componente do sistema auditivo periférico).
EGGERMONT et al. (1996) tentaram relacionar a maturação da onda I
do ABR com a maturação coclear através da mudança de fase das EOAPD e
encontraram como resultados do ABR e das EOAPD compatíveis com a
maturação da cóclea antes de 35 semanas de idade, mas com sinapses da
célula ciliada com o neurônio do giro basal superior ainda imaturo.
20
WABLE et al. (1997) estudaram as medidas de latência das EOAPD em
função de 2f1-f2, com f1 fixo e f2 aumentando em degraus de 4 frequências
próximas, variando em intervalos de 12 Hz. Constataram que em qualquer
nível de primárias, a latência diminuiu em função da frequência (de acordo com
a distribuição das frequências ao longo do ducto coclear) e diminuiu
significativamente em função do nível do estímulo (maior envolvimento de
locais de geração na base da cóclea para estímulos de nível mais alto). A
conclusão deste estudo foi que a latência das EOAPD é altamente influenciada
pelo nível das primárias e pela frequência.
MAHONEY (1993) já havia também descrito que a latência varia
sistematicamente com a frequência. Isto é baseado na crença de que a
latência seja determinada pela progressão da onda viajante e então
relacionada com a teoria da seletividade coclear de frequência.
SILVA & YSUNZA (1998) investigaram se o mascaramento contra-lateral
levaria a alguma modificação na latência das EOAPD. Para tal, utilizaram o
método de variação de fase com pequenas diferenças nas frequências. Os
resultados obtidos não demonstraram diferenças estatisticamente significantes
quando comparadas às latências com e sem mascaramento.
21
22
O objetivo deste trabalho foi verificar as características de
comportamento da função coclear de portadores de PASNU através da
comparação das respostas da orelha preservada com as medidas obtidas em
ouvintes normais.
Para tanto, as respostas foram estudadas quanto à :
amplitude da relação sinal-ruído da emissão otoacústica: produto de
distorção em bandas de frequência de 1000 a 5000 Hertz (Hz) de f1 ,
em relação às variáveis grupo e lado de orelha avaliada.
tempo de latência da captação de tais emissões, considerando-se a
freqüência de 2000 Hz de f2, em relação às variáveis grupo e lado
de orelha avaliada.
23
24
4.1 - CASUÍSTICA:
Fizeram parte da Casuística 60 indivíduos, sendo 30 portadores de
perda auditiva sensorioneural unilateral em grau severo ou profundo e 30
ouvintes normais, selecionados dentre a clientela atendida no setor de
Audiologia Clínica do Hospital Santa Marcelina e no Centro de Docência e
Pesquisa CDP - FMUSP. Foram todos voluntários, tendo concordado em
participar do estudo conforme assinatura em Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (ANEXO 1) , aprovado pela Comissão de Ética do Hospital da
Clínicas da FMUSP (ANEXO 2).
Foram determinados dois grupos pareados por idade:
Grupo A - ouvintes normais, com idades entre 4 e 44
anos, nos quais foram avaliadas e estudadas as respostas auditivas
de ambas as orelhas.
Grupo B - indivíduos com perda auditiva unilateral, com
idades entre 4 e 44 anos, nos quais foram avaliadas ambas as
orelhas e estudadas as respostas auditivas das orelhas com audição
preservada.
No total, foram avaliadas 120 orelhas e estudadas as respostas de 90
delas. Os critérios de inclusão para seleção dos indivíduos envolveram:
a) Normalidade timpanométrica bilateralmente determinada através do
exame da timpanometria para ambos os grupos;
25
b) Audição preservada bilateralmente, segundo os critérios de DAVIS &
SILVERMAN (1970) - com limiares tonais até 25 dBNA, nas freqüências de
250 a 8000 Hz, para o grupo de ouvintes normais (Grupo A).
c) Audição preservada em uma das orelhas (segundo os mesmos
critérios já descritos) e presença de perda auditiva sensorineural severa ou
profunda na orelha contralateral, ainda segundo os critérios de DAVIS &
SILVERMAN (1970) - com média de limiares tonais maior que 71 dB, para o
grupo de protadores de perda auditiva unilateral (Grupo B).
Os critérios de exclusão para a classificação dos indivíduos envolveram:
a) Casos em que não foi possível a confirmação dos limiares tonais de
250 a 8000 Hz através de audiometria convencional.
Desta forma, a casuística utilizada neste estudo obedeceu à distribuição
descrita na Tabela 1.
26
Tabela 1 - Distribuição dos Grupos A e B por sexo e faixa etária
Ouvintes Normais/ idade
Grupo A
PASNU/ idade
Grupo B
Feminino 22 ( 4 a 44 anos ) 16 ( 4 a 44 anos )
Masculino 8 ( 7 a 44 anos ) 14 ( 7 a 43 anos )
Total 30 ( 4 a 44 anos ) 30 ( 4 a 44 anos )
4.2 - EQUIPAMENTO:
Audiômetro AC-30 (INTERACOUSTICS) munido de 2 canais que realiza
audiometria tonal por via aérea e via óssea; e logoaudiometria (testes de fala);
acompanhado de fones auriculares TDH 40, calibrado segundo as normas
ANSI 69.
Imitanciômetro AZ-7 (INTERACOUSTICS) que realiza timpanometria e
pesquisa de reflexos estapedianos ipsi e contra-laterais, calibrado segundo as
normas ANSI 69.
Analisador de respostas cocleares ILO-92 (OTODYNAMICS) versão 4.2
providos de emissão otoacústica por produto de distorção, cujas características
técnicas são apresentadas a seguir:
27
Características Técnicas ILO 92
Estímulo
2 canais estímulos sinusoidais
Centro Geométrico das Freqüências 0.5,0.75,1.0,1.5,2.0,3.0,4.0,6.0,8.0 kHz
Faixa de nível de estímulo
0 - 75dB NPS (máx. 70dB a 8kHz)
Sensitividade para estímulos
> 50 dBNPS: 80 a -30 dBNPS < 50 dB NPS : 60 a -50 dBNPS
Nível sonoro
+ 6 dB relativo a 500 Hz
Sensitividade microfone
+ 5 dB relativo a 1000 Hz
4.3 - PROCEDIMENTO:
Primeiramente os pacientes foram submetidos em uma única sessão à
bateria de exames audiológicos básica que compreende a Audiometria e a
Imitanciometria.
A Audiometria foi realizada em cabina acústica subdividida nos
seguintes procedimentos:
a) Audiometria tonal por via aérea de 250 a 8000 Hz em ambas orelhas.
Através de fones auriculares TDH 40 foram apresentados estímulos acústicos
na forma de tons puros em degraus decrescentes com intervalo de 10 dB e
degraus ascendentes com intervalos de 5 dB. Os limiares obtidos foram
anotados em protocolo próprio. Os resultados foram categorizados segundo os
critérios de DAVIS & SILVERMAN (1970)( Quadro 1 )
���������� �����
��������� �����
28
Quadro 1 - Classificação das Perdas de Audição segundo Davis &
Silverman (1970)
0 a 25 dB audição normal
26 a 40 dB Perda auditiva de grau leve
41 a 70 dB Perda de grau moderado
71 a 90 dB Perda de grau severo
91 em diante Perda de grau profundo
b) Audiometria tonal por via óssea nas frequências de 500 a 4000 Hz.
Através da adaptação de um vibrador ósseo à mastóide do lado
correspondente à orelha testada, foram apresentados estímulos acústicos na
forma de tons puros apresentados na mesma modalidade descrita para via
aérea. Simultaneamente foi introduzido mascaramento por ruído de banda
estreita na orelha contralateral.
c) Limiar de reconhecimento de Fala (LRF), a intensidade em dB na
qual o indivíduo reconhece 50% dos estímulos de fala apresentados ou Limiar
de Atenção à Fala (LAF) nos casos onde não foi possível o reconhecimento
mínimo suficiente;
d) Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IRPF) a uma
intensidade de 30 dBNS em relação ao LRF.
29
A Imitânciometria se subdivide em timpanometria e pesquisa de
reflexos acústicos.
A Timpanometria foi realizada com tom sonda de 226 Hz. Para a
obtenção do traçado foi adaptada uma oliva de látex para vedamento do meato
acústico externo de cada orelha. Foi introduzida uma variação de pressão e um
microfone monitorou a quantidade de tom puro remanescente no meato
acústico externo (226 Hz). Através desta operação, o equipamento traçou a
curva timpanométrica. Foram aceitas as curvas do tipo A de acordo com a
classificação de JERGER (1970).
A Pesquisa do Reflexo Acústico foi realizada nas frequências de 500 a
4000 Hz contralateralmente. Através de um fone, foram apresentados
estímulos acústicos na forma de tons puros. Os resultados da Imitanciometria
foram analisados segundo protocolo adotado no serviço de Audiologia Clínica
do Centro de Docência e Pesquisa - FMUSP (CARVALLO, 1998b).
Foram descartados os indivíduos que apresentaram alteração
timpanométrica, mesmo que unilateralmente. Após a bateria básica de
avaliação audiológica, os pacientes foram encaminhados para o estudo da
função coclear no prazo máximo de 1 (um) mês. Previamente à realização das
Emissões Otoacústicas, as condições imitanciométricas foram reavaliadas.
Uma vez obedecidos os critérios de inclusão, o indivíduo foi submetido a
provas de emissão otoacústica: produto de distorção bilateralmente.
A emissão otoacústica: produto de distorção foi realizada através da
introdução de uma oliva no meato acústico externo que teve a função de
30
apresentar 2 tons puros diferentes (f1 e f2) nas intensidades de 65 e 55 dbNPS
(nivel de pressão sonora) respectivamente nas freqüências de 1000 a 5000 Hz
como descritas no Quadro 2. O equipamento buscou as emissões
otoacústicas esperadas na relação 2f1-f2 sendo as respostas visualizadas na
tela e registradas através da impressora acoplada ao equipamento. Foi
considerada presença de Emissão Otoacústica quando a amplitude da
resposta foi maior ou igual a 3 dB em relacão ao ruído captado, levando-se em
conta o segundo desvio padrão do ruído (GORGA, 1997).
Posteriomente foi pesquisado, em todas as orelhas deste estudo, o
tempo de latência entre apresentação do estímulo e a captação da resposta no
meato acústico externo, considerando-se a frequência de 2000 Hz para f2.
Para a pesquisa da latência, foi utilizado o Método de Mudança de Fase.
Quatro frequências de f2 foram consideradas para cada frequência de f1.
Optou-se por manter f1 e variar o f2 que foi incrementado por uma pequena
porcentagem da sua frequência original em três degraus iguais de incremento.
Cada degrau variou de 12 em 12 Hz com uma variação total de 36 Hz. Com
esta pequena variação, ocorreu uma modificação também na frequência de
2f1- f2, gerando, portanto, produtos de distorção de pequenas variações de
frequência que quando captados pelo microfone diferiram em fase. Então 4
frequências levemente diferentes de emissões foram geradas e estas diferiram
no ângulo da fase no ponto de detecção por uma quantidade proporcional ao
tempo demorado. A medida da mudança de fase foi então convertida para uma
medida de tempo (latência). A latência foi obtida pela inclinação da melhor reta
juntando os 4 pontos de fase. Esta reta foi traçada pelo próprio programa ILO
31
92, usando o método adequado dos menores quadrados por minimizar o
quadrado da distância de cada ponto da reta. O resultado da latência foi
traçado por uma inclinação Fourrier e apresentado em milisegundos na tela.
No ANEXO 3 encontram-se modelos de registro de EOAPD e de Latência de
EOAPD.
32
Quadro 2: Valores das freqüências primárias ( f1 e f2 ) do estímulo e
dos produtos de distorção ( 2f1-f2 ) no DP- Gram
Primárias Produto de Distorção
f1 (Hz) f2 (Hz) 2f1-f2 (Hz)
818 1001 635
1038 1257 818
1306 1587 1025
1636 2002 1270
2063 2515 1611
2600 3174 2026
3284 4004 2563
4126 5042 3210
5200 6348 4053
33
4.4 - MÉTODO ESTATÍSTICO:
As orelhas que fazem parte deste estudo são orelhas normais
pertencentes a dois grupos diferentes: grupo A formado por orelhas normais
de indivíduos com audição normal bilateral; e grupo B formado por orelhas
normais de indivíduos portadores de Perda Auditiva Sensorioneural Unilateral
(PASNU).
Ao compararmos orelha direita com orelha esquerda de tais grupos,
uma característica que difere o grupo A do grupo B é que no primeiro a
amostra é pareada , isto é, cada informação de um lado da orelha tem
correspondência com informação do outro lado do mesmo indivíduo, o que não
ocorre no grupo B, onde as amostras são independentes entre dois grupos de
indivíduos, pois a comparação é de normais do lado direito com normais do
lado esquerdo.
Tais características são importantes de serem identificadas do ponto de
vista estatístico pois utilizamos testes não paramétricos diferentes na
comparação entre orelhas dos dois grupos.
Para avaliarmos possíveis diferenças entre orelha direita e orelha
esquerda do grupo A, usamos o teste de Wilcoxon, teste não paramétrico
indicado quando se quer comparar dois grupos de informações quantitativas de
amostras pareadas e não se deseja assumir suposições acerca das amostras
analisadas.
Ao avaliarmos a diferença entre orelhas do grupo B, e diferenças entre
os grupos por orelha e para o total de orelhas do estudo, o teste paramétrico
34
utilizado foi o teste de Mann-Whitney; pois este é indicado para comparar dois
grupos de informações quantitativas de amostras independentes e não se
deseja assumir suposições acerca das amostras analisadas.
Em ambos os testes, o nível de significância utilizado foi de 0,05 ou
cinco por cento.
35
36
Foram investigadas ambas as orelhas de indivíduos com audição
normal (grupo A) e ambas as orelhas de indivíduos com perda auditiva
sensorioneural unilateral (grupo B). Não tendo sido encontrada presença de
EOAPD nas orelhas com perda auditiva, foram incluídos para avaliação dos
dados apenas os resultados obtidos nas orelhas preservadas de ambos os
grupos, conforme já descrito anteriormente no método estatístico.
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos na realização
das EOAPD tendo a amplitude da relação sinal-ruído e a latência como
parâmetros para comparação entre grupo A e grupo B.
Para melhor apresentação dos resultados quanto às respostas das
EOAPD, dividimos este capítulo em:
R.1. Análise da amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD.
R.2. Análise da latência das EOAPD.
37
R.1. Análise da Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD
Nas tabelas de 2 a 6, apresentaremos os resultados das amplitudes da
relação sinal-ruído obtidos nas frequências de 1038, 1636, 2063, 4126, e 5200
Hz comparando-se OD e OE no grupo de indivíduos normais ( Grupo A )
calculados segundo o Teste de Wilcoxon.
Nas tabelas de 7 a 11, apresentaremos os resultados das amplitudes da
relação sinal-ruído obtidos nas frequências de 1038, 1636, 2063, 4126, e 5200
Hz comparando-se OD e OE no grupo de indivíduos com PASNU ( Grupo B )
calculados segundo o Teste de Mann-Whitney.
38
Tabela 2 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 1038 Hz em indivíduos normais comparando-se OD e OE
Indivíduos OD OE 1 14,7 17,6 2 14,3 14,1 3 15,5 22,4 4 1,3 13,6 5 15,5 5,3 6 6,9 9,0 7 11,9 5,2 8 0,6 16,2 9 2,5 1,7 10 2,9 7,1 11 0,4 6,8 12 10,8 15 13 -6,2 9,1 14 20,4 20,4 15 19,1 7,8 16 11,6 10,5 17 4,5 8,8 18 12,7 4,9 19 -1,7 6,8 20 5,2 5,0 21 -10,5 5,5 22 3,0 10,2 23 -9,0 6,2 24 10,3 18,0 25 18,0 17,0 26 1,9 -5,4 27 10,4 15,8 28 11,2 12,9 29 -6,5 2,7 30 -9,1 -8,6
MÉDIA 6,09 9,39 Desvio-padrão 8,85 7,02
Teste de Wilcoxon P = 0,0314
39
Tabela 3 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 1636 Hz em indivíduos normais comparando-se OD e OE
Indivíduos OD OE 1 10,3 12,5 2 18,1 16,1 3 21,0 20,6 4 1,1 15,6 5 15,4 13,3 6 15,6 15,9 7 14,5 5,0 8 16,2 19,6 9 12,3 9,2 10 14,4 8,8 11 12,2 6,3 12 19,4 33,0 13 7,0 0,3 14 20,0 15,7 15 13,0 25,5 16 20,9 18,4 17 19,7 21,9 18 11,8 11,7 19 13,5 9,0 20 2,9 11,0 21 3,9 6,3 22 0,4 3,0 23 20,7 20,3 24 19,3 17,5 25 5,6 13,5 26 8,9 5,2 27 10,1 9,4 28 22,2 10,7 29 14,9 8,5 30 9,4 5,6
MÉDIA 13,16 12,98 Desvio-padrão 6,23 7,18
Teste de Wilcoxon P = 0,4528
40
Tabela 4 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 2063 Hz em indivíduos normais comparando-se OD e OE
Indivíduos OD OE 1 14,0 10,2 2 20,1 15,0 3 29,0 22,2 4 5,9 14,3 5 15,9 11,7 6 13,5 14,4 7 16,4 13,4 8 25,4 26,0 9 18,1 15,3 10 13,1 12,8 11 7,1 6,1 12 25,2 24,2 13 3,4 5,3 14 19,2 24,0 15 20,7 23,4 16 22,8 10,6 17 15,1 18,1 18 9,5 6,0 19 14,9 18,6 20 14,8 12,2 21 4,7 4,3 22 4,4 -2,2 23 17,9 23,7 24 15,7 18,4 25 10,7 7,3 26 9,6 11,2 27 1,7 3,9 28 14,1 10,5 29 12,9 12,3 30 -27,0 5,0
MÉDIA 12,96 13,27 Desvio-padrão 10,12 7,16
Teste de Wilcoxon P = 0,5372
41
Tabela 5 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 4126 Hz em indivíduos normais comparando-se OD e OE
Indivíduos OD OE 1 22,3 23,5 2 20,3 25,8 3 25,1 34,1 4 20,8 20,3 5 28,9 25,3 6 20,6 23,8 7 30,2 33,5 8 34,8 34,3 9 13,0 18,2 10 25,0 22,9 11 25,6 18,4 12 26,9 27 13 25,6 14,2 14 31,0 30,7 15 25,7 28,6 16 27,8 20,6 17 27,7 27,2 18 23,3 23,4 19 21,1 16,3 20 14,6 20,1 21 16,2 16,1 22 22,8 16,9 23 18,9 11,9 24 24,6 26,9 25 21,1 21,3 26 29,0 22,2 27 2,5 3,3 28 22,1 20,1 29 20,6 19,5 30 12,2 10,7
MÉDIA 22,68 21,90 Desvio-padrão 6,48 7,04
Teste de Wilcoxon P = 0,3709
42
Tabela 6 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 5200 Hz em indivíduos normais comparando-se OD e OE
Indivíduos OD OE 1 20,2 25,0 2 14,9 26,4 3 22,5 22,4 4 15,3 -9,2 5 26,9 26,1 6 26,1 23,6 7 26,9 24,5 8 21,8 26,8 9 16,1 15,1 10 22,2 24,4 11 28,1 5,4 12 18,5 12,8 13 18,8 9,7 14 26,8 29,5 15 18,7 19,5 16 26,6 27,2 17 23,6 23,8 18 16,2 22,5 19 16,9 6,4 20 6,6 15,8 21 -5,1 6,8 22 11,7 9,7 23 4,0 6,9 24 19,3 23,4 25 23,0 23,3 26 28,3 21,1 27 -6,2 -3,2 28 11,7 14,2 29 7,7 8,5 30 5,9 13,2
MÉDIA 17,13 16,72 Desvio-padrão 9,25 9,69
Teste de Wilcoxon P = 0,4844
43
Tabela 7 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 1038 Hz na orelha normal de indivíduos com perda auditiva unilateral comparando-se OD e OE
Indivíduos OD OE 1 8,1 5,0 2 -5,0 5,2 3 6,1 13,4 4 -5,3 4,5 5 -11 16,6 6 9,5 15,7 7 11,1 20,6 8 5,5 10,4 9 6,5 13,6 10 19,9 10,0 11 -5,0 17,1 12 -1,0 7,0 13 16,0 19,2 14 21,3 15 8,3 16 2,4 17 26,6
MÉDIA 6,71 12,18 Desvio-padrão 10,33 5,58
Teste de Mann-Whitney P = 0,1266
44
Tabela 8 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 1636 Hz na orelha normal de indivíduos com perda auditiva unilateral comparando-se OD e OE
Indivíduos OD OE 1 5,6 19,1 2 0,1 8,4 3 15,1 13,0 4 17,9 9,9 5 10,5 17,5 6 6,5 16,0 7 18,3 26,1 8 5,7 10,4 9 9,3 4,5 10 15,6 18,7 11 18,6 12,8 12 4,6 17,7 13 22,6 16,2 14 26,3 15 21,4 16 18,7 17 26,6
MÉDIA 14,32 14,64 Desvio-padrão 8,02 5,61
Teste de Mann-Whitney P = 0,9333
45
Tabela 9 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 2063 Hz em orelhas normais de indivíduos com perda auditiva unilateral comparando-se OD e OE
Indivíduos OD OE 1 3,2 8,1 2 9,6 11,2 3 12,3 12,6 4 5,2 5,5 5 4,9 13,5 6 14,4 10,2 7 19,6 17,5 8 12,7 19,4 9 7,7 7,8 10 24,4 7,6 11 3,2 11,7 12 6,3 9,8 13 22,7 14,6 14 18,4 15 12,0 16 23,0 17 23,0
MÉDIA 13,09 11,50 Desvio-padrão 7,51 4,02
Teste de Mann-Whitney P = 0,7220
46
Tabela 10 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 4126 Hz em orelhas normais de indivíduos com perda auditiva unilateral comparando-se OD e OE
Indivíduos OD OE 1 20,5 27,9 2 26,8 22,8 3 19,7 24,1 4 26,8 -2,7 5 17,3 10,2 6 26,3 15,2 7 23,1 21,2 8 21,1 30,1 9 25,3 17,8 10 27,6 21,9 11 25,7 26,9 12 16,1 30,2 13 22,4 21,6 14 26,4 15 26,6 16 22,7 17 25,3
MÉDIA 23,51 20,55 Desvio-padrão 3,54 9,05
Teste de Mann-Whitney P = 0,6302
47
Tabela 11 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 5200 Hz em orelhas normais de indivíduos com perda auditiva unilateral comparando-se OD e OE
Indivíduos OD OE 1 12,0 26,9 2 23,8 22,5 3 22,7 20,3 4 6,6 -6,5 5 4,0 -26,0 6 25,4 11,9 7 16,6 16,3 8 18,2 24,1 9 10,1 10,1 10 13,8 21,0 11 19,1 24,3 12 26,2 28,2 13 15,8 15,6 14 15,3 15 31,5 16 19,5 17 22,6
MÉDIA 17,84 14,52 Desvio-padrão 7,25 15,20
Teste de Mann-Whitney P = 0,9666
48
Nas tabelas de 12 a 16 serão apresentados os resultados das amplitudes da
relação sinal-ruído das EOAPD nas frequências de 1038, 1636, 2063, 4126, e
5200 Hz comparando-se a Orelha Direita do grupo A com grupo B calculados
segundo o Teste de Mann-Whitney.
49
Tabela 12 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD em OD na frequência de 1038 Hz comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais
1 14,7 8,1 2 14,3 -5,0 3 15,5 6,1 4 1,3 -5,3 5 15,5 -11,0 6 6,9 9,5 7 11,9 11,1 8 0,6 5,5 9 2,5 6,5 10 2,9 19,9 11 0,4 -5,0 12 10,8 -1,0 13 -6,2 16,0 14 20,4 21,3 15 19,1 8,3 16 11,6 2,4 17 4,5 26,6 18 12,7 19 -1,7 20 5,2 21 -10,5 22 3,0 23 -9,0 24 10,3 25 18,0 26 1,9 27 10,4 28 11,2 29 -6,5 30 -9,1
MÉDIA 6,09 6,71 Desvio-padrão 8,85 3,04
Teste de Mann-Whitney P = 0,9294
50
Tabela 13 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD em OD na frequência de 1636 Hz comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais 1 10,3 5,6 2 18,1 0,1 3 21,0 15,1 4 1,1 17,9 5 15,4 10,5 6 15,6 6,5 7 14,5 18,3 8 16,2 5,7 9 12,3 9,3 10 14,4 15,6 11 12,2 18,6 12 19,4 4,6 13 7,0 22,6 14 20,0 26,3 15 13,0 21,4 16 20,9 18,7 17 19,7 26,6 18 11,8 19 13,5 20 2,9 21 3,9 22 0,4 23 20,7 24 19,3 25 5,6 26 8,9 27 10,1 28 22,2 29 14,9 30 9,4
MÉDIA 13,16 14,32 Desvio-padrão 6,23 8,02
Teste de Mann-Whitney P = 0,5951
51
Tabela 14 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD em OD na frequência de 2063 Hz comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais 1 14 3,2 2 20,1 9,6 3 29,0 12,3 4 5,9 5,2 5 15,9 4,9 6 13,5 14,4 7 16,4 19,6 8 25,4 12,7 9 18,1 7,7 10 13,1 24,4 11 7,1 3,2 12 25,2 6,3 13 3,4 22,7 14 19,2 18,4 15 20,7 12,0 16 22,8 23,0 17 15,1 23,0 18 9,5 19 14,9 20 14,8 21 4,7 22 4,4 23 17,9 24 15,7 25 10,7 26 9,6 27 1,7 28 14,1 29 12,9 30 -27,0
MÉDIA 12,96 13,09 Desvio-padrão 10,12 7,51
Teste de Wilcoxon P = 0,6499
52
Tabela 15 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD em OD na frequência de 4126 Hz comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais 1 22,3 20,5 1 20,3 26,8 2 25,1 19,7 3 20,8 26,8 4 28,9 17,3 5 20,6 26,3 6 30,2 23,1 7 34,8 21,1 8 13,0 25,3 9 25,0 27,6 10 25,6 25,7 11 26,9 16,1 12 25,6 22,4 13 31,0 26,4 14 25,7 26,6 15 27,8 22,7 16 27,7 25,3 17 23,3 18 21,1 19 14,6 20 16,2 21 22,8 22 18,9 23 24,6 24 21,1 25 29,0 26 2,5 27 22,1 28 20,6 29 12,2
MÉDIA 22,68 23,51 Desvio-padrão 6,48 3,54
Teste de Mann-Whitney P = 0,7650
53
Tabela 16 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD em OD na frequência de 5200 Hz comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais 1 20,2 12,0 1 14,9 23,8 2 22,5 22,7 3 15,3 6,6 4 26,9 4,0 5 26,1 25,4 6 26,9 16,6 7 21,8 18,2 8 16,1 10,1 9 22,2 13,8 10 28,1 19,1 11 18,5 26,2 12 18,8 15,8 13 26,8 15,3 14 18,7 31,5 15 26,6 19,5 16 23,6 22,6 17 16,2 18 16,9 19 6,6 20 -5,1 21 11,7 22 4,0 23 19,3 24 23,0 25 28,3 26 -6,2 27 11,7 28 7,7 29 5,9
MÉDIA 17,13 17,84 Desvio-padrão 9,25 7,25
Teste de Mann-Whitney P = 0,8856
54
As tabelas de 17 a 21 demonstrarão os resultados de amplitude da relação
sinal-ruído das EOAPD nas frequências de 1038, 1636, 2063, 4126, e 5200 Hz
em Orelha Esquerda comparando-se grupo A com grupo B calculados
segundo o Teste de Mann-Whitney.
55
Tabela 17 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD em OE na frequência de 1038 Hz comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais
1. 17,6 5,0 14,1 5,2 22,4 13,4 13,6 4,5 5,3 16,6 9,0 15,7 5,2 20,6 16,2 10,4 1,7 13,6 7,1 10,0 6,8 17,1 15,0 7,0 9,1 19,2 20,4 7,8 10,5 8,8 4,9 6,8 5,0 5,5 10,2 6,2 18,0 17,0 -5,4 15,8 12,9 2,7 -8,6
MÉDIA 9,39 12,18 Desvio-padrão 7,02 5,58
Teste de Mann-Whitney P = 0,2962
56
Tabela 18 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD em OE na frequência de 1636 Hz comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais 1. 12,5 19,1
16,1 8,4 20,6 13,0 15,6 9,9 13,3 17,5 15,9 16,0 5,0 26,1 19,6 10,4 9,2 4,5 8,8 18,7 6,3 12,8 33,0 17,7 0,3 16,2 15,7 25,5 18,4 21,9 11,7 9,0 11,0 6,3 3,0 20,3 17,5 13,5 5,2 9,4 10,7 8,5 5,6
MÉDIA 12,98 14,64 Desvio-padrão 7,18 5,61
Teste de Mann-Whitney P = 0,3478
57
Tabela 19 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD em OE na frequência de 2063 Hz comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais 1. 10,2 8,1
15,0 11,2 22,2 12,6 14,3 5,5 11,7 13,5 14,4 10,2 13,4 17,5 26,0 19,4 15,3 7,8 12,8 7,6 6,1 11,7 24,2 9,8 5,3 14,6 24,0 23,4 10,6 18,1 6,0 18,6 12,2 4,3 -2,2 23,7 18,4 7,3 11,2 3,9 10,5 12,3 5,0
MÉDIA 13,27 11,5 Desvio-padrão 7,16 4,02
Teste de Mann-Whitney P = 0,4353
58
Tabela 20 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD em OE na frequência de 4126 Hz comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais 1. 23,5 27,9
25,8 22,8 34,1 24,1 20,3 -2,7 25,3 10,2 23,8 15,2 33,5 21,2 34,3 30,1 18,2 17,8 22,9 21,9 18,4 26,9 27,0 30,2 14,2 21,6 30,7 28,6 20,6 27,2 23,4 16,3 20,1 16,1 16,9 11,9 26,9 21,3 22,2 3,3 20,1 19,5 10,7
MÉDIA 21,90 20,55 Desvio-padrão 7,04 9,05
Teste de Mann-Whitney P = 0,9263
59
Tabela 21 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD em OE na frequência de 5200 Hz comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais 25,0 26,9 26,4 22,5 22,4 20,3 -9,2 -6,5 26,1 -26,0 23,6 11,9 24,5 16,3 26,8 24,1 15,1 10,1 24,4 21,0 5,4 24,3 12,8 28,2 9,7 15,6 29,5 19,5 27,2 23,8 22,5 6,4 15,8 6,8 9,7 6,9 23,4 23,3 21,1 -3,2 14,2 8,5 13,2
MÉDIA 16,72 14,52 Desvio-padrão 9,69 15,20
Teste de Mann-Whitney P = 0,9894
60
As tabelas de 22 a 26 demonstrarão os resultados de amplitude da relação
sinal-ruído das EOAPD nas frequências de 1038, 1636, 2063, 4126, e 5200 Hz
para o total de orelhas comparando-se grupo A e grupo B calculados segundo
o Teste de Mann-Whitney
61
Tabela 22 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 1038 Hz comparando-se orelhas normais de ouvintes normais e orelhas normais de indivíduos com perda auditiva unilateral.
ORELHAS NORMAIS UNILATERAIS - 14,7 8,1 - 17,6 5,0 - 14,3 -5,0 - 14,1 5,2 - 15,5 6,1 - 22,4 -5,3 - 1,3 -11,0 - 13,6 13,4 - 15,5 4,5 - 5,3 9,5 - 6,9 11,1 - 9,0 5,5 - 11,9 16,6 - 5,2 6,5 - 0,6 19,9 - 16,2 15,7 - 2,5 -5,0 - 1,7 -1,0 - 2,9 16,0 - 7,1 20,6 - 0,4 21,3 - 6,8 10,4 - 10,8 8,3 - 15,0 13,6 - -6,2 10,0 - 9,1 2,4 - 20,4 17,1 - 20,4 7,0 - 19,1 19,2 - 7,8 26,6 - 11,6 - 10,5 - 4,5 - 8,8 - 12,7 - 4,9 - -1,7 - 6,8 - 5,2 - 5,0 - -10,5 - 5,5 - 3,0 - 10,2 - -9,0 - 6,2 - 10,3 - 18,0 - 18,0 - 17,0 - 1,9 - -5,4 - 10,4 - 15,8 - 11,2 - 12,9 - -6,5 - 2,7 - -9,1 - -8,6
MÉDIA 7,74 9,08 DESVIO PADRÃO 8,09 8,91
Teste de Mann-Whitney P = 0,4695
62
Tabela 23 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 1636 Hz comparando-se orelhas normais de ouvintes normais e orelhas normais de indivíduos com perda auditiva unilateral.
ORELHAS NORMAIS UNILATERAIS
� 10,3 5,6 � 12,5 19,1 � 18,1 0,1 � 16,1 8,4 � 21,0 15,1 � 20,6 17,9 � 1,1 10,5 � 15,6 13,0 � 15,4 9,9 � 13,3 6,5 � 15,6 18,3 � 15,9 5,7 � 14,5 17,5 � 5,0 9,3 � 16,2 15,6 � 19,6 16,0 � 12,3 18,6 � 9,2 4,6 � 14,4 22,6 � 8,8 26,1 � 12,2 26,3 � 6,3 10,4 � 19,4 21,4 � 33,0 4,5 � 7,0 18,7 � 0,3 18,7 � 20,0 12,8 � 15,7 17,7 � 13,0 16,2 � 25,5 26,6 � 20,9 � 18,4 � 19,7 � 21,9 � 11,8 � 11,7 � 13,5 � 9,0 � 2,9 � 11,0 � 3,9 � 6,3 � 0,4 � 3,0 � 20,7 � 20,3 � 19,3 � 17,5 � 5,6 � 13,5 � 8,9 � 5,2 � 10,1 � 9,4 � 22,2 � 10,7 � 14,9 � 8,5 � 9,4 � 5,6
MÉDIA 13,07 14,46 DESVIO PADRÃO 6,66 6,97
Teste de Mann-Whitney
P = 0,3665
63
Tabela 24 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 2063 Hz comparando-se orelhas normais de ouvintes normais e orelhas normais de indivíduos com perda auditiva unilateral.
ORELHAS NORMAIS UNILATERAIS
1- 14,0 3,2
2- 10,2 8,1
3- 20,1 9,6
4- 15,0 11,2
5- 29,0 12,3
6- 22,2 5,2
7- 5,9 4,9
8- 14,3 12,6
9- 15,9 5,5
10- 11,7 14,4
11- 13,5 19,6
12- 14,4 12,7
13- 16,4 13,5
14- 13,4 7,7
15- 25,4 24,4
16- 26,0 10,2
17- 18,1 3,2
18- 15,3 6,3
19- 13,1 22,7
20- 12,8 17,5
21- 7,1 18,4
22- 6,1 19,4
23- 25,2 12,0
24- 24,2 7,8
25- 3,4 7,6
26- 5,3 23,0
27- 19,2 11,7
28- 24,0 9,8
29- 20,7 14,6
30- 23,4 23,0
31- 22,8
32- 10,6
33- 15,1
34- 18,1
35- 9,5
36- 6,0
37- 14,9
38- 18,6
39- 14,8
40- 12,2
41- 4,7
42- 4,3
43- 4,4
44- -2,2
45- 17,9
46- 23,7
47- 15,7
48- 18,4
49- 10,7
50- 7,3
51- 9,6
64
52- 11,2
53- 1,7
54- 3,9
55- 14,1
56- 10,5
57- 12,9
58- 12,3
59- -27,0
60- 5,0
MÉDIA 13,12 12,40 DESVIO PADRÃO 8,69 6,20
Teste de Mann-Whitney
P = 0,3464
65
Tabela 25 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 4126 Hz comparando-se orelhas normais de ouvintes normais e orelhas normais de indivíduos com perda auditiva unilateral.
ORELHAS NORMAIS UNILATERAIS ♦ 22,3 20,5 ♦ 23,5 27,9 ♦ 20,3 26,8 ♦ 25,8 22,8 ♦ 25,1 19,7 ♦ 34,1 26,8 ♦ 20,8 17,3 ♦ 20,3 24,1 ♦ 28,9 -2,7 ♦ 25,3 26,3 ♦ 20,6 23,1 ♦ 23,8 21,1 ♦ 30,2 10,2 ♦ 33,5 25,3 ♦ 34,8 27,6 ♦ 34,3 15,2 ♦ 13,0 25,7 ♦ 18,2 16,1 ♦ 25,0 22,4 ♦ 22,9 21,2 ♦ 25,6 26,4 ♦ 18,4 30,1 ♦ 26,9 26,6 ♦ 27,0 17,8 ♦ 25,6 21,9 ♦ 14,2 22,7 ♦ 31,0 26,9 ♦ 30,7 30,2 ♦ 25,7 21,6 ♦ 28,6 25,3 ♦ 27,8 ♦ 20,6 ♦ 27,7 ♦ 27,2 ♦ 23,3 ♦ 23,4 ♦ 21,1 ♦ 16,3 ♦ 14,6 ♦ 20,1 ♦ 16,2 ♦ 16,1 ♦ 22,8 ♦ 16,9 ♦ 18,9 ♦ 11,9 ♦ 24,6 ♦ 26,9 ♦ 21,1 ♦ 21,3 ♦ 29,0 ♦ 22,2 ♦ 2,5 ♦ 3,3 ♦ 22,1 ♦ 20,1 ♦ 20,6 ♦ 19,5 ♦ 12,2 ♦ 10,7
MÉDIA 22,29 22,23 DESVIO PADRÃO 6,72 6,56
Teste de Mann-Whitney P = 0,7776
66
Tabela 26 - Amplitude da relação sinal-ruído das EOAPD na frequência de 5200 Hz comparando-se orelhas normais de ouvintes normais e orelhas normais de indivíduos com perda auditiva unilateral.
ORELHAS NORMAIS UNILATERAIS ♦ 20,2 12,0 ♦ 25,0 26,9 ♦ 14,9 23,8 ♦ 26,4 22,5 ♦ 22,5 22,7 ♦ 22,4 6,6 ♦ 15,3 4,0 ♦ -9,2 20,3 ♦ 26,9 -6,5 ♦ 26,1 25,4 ♦ 26,1 16,6 ♦ 23,6 18,2 ♦ 26,9 -26,0 ♦ 24,5 10,1 ♦ 21,8 13,8 ♦ 26,8 11,9 ♦ 16,1 19,1 ♦ 15,1 26,2 ♦ 22,2 15,8 ♦ 24,4 16,3 ♦ 28,1 15,3 ♦ 5,4 24,1 ♦ 18,5 31,5 ♦ 9,7 10,1 ♦ 26,8 21,0 ♦ 29,5 19,5 ♦ 18,7 24,3 ♦ 19,5 28,2 ♦ 26,6 15,6 ♦ 27,2 22,6 ♦ 23,6 ♦ 23,8 ♦ 16,2 ♦ 22,5 ♦ 16,9 ♦ 6,4 ♦ 6,6 ♦ 15,8 ♦ -5,1 ♦ 6,8 ♦ 11,7 ♦ 9,7 ♦ 4,0 ♦ 6,9 ♦ 19,3 ♦ 23,4 ♦ 23,0 ♦ 23,3 ♦ 28,3 ♦ 21,1 ♦ -6,2 ♦ -3,2 ♦ 11,7 ♦ 14,2 ♦ 7,7 ♦ 8,5 ♦ 5,9 ♦ 13,2 ♦ 12,8 ♦ 18,8
MÉDIA 16,93 16,4 DESVIO PADRÃO 9,39 11,29
Teste de Mann-Whitney
67
P = 0,9590
68
69
70
R.2. Análise da latência das EOAPD
As tabelas de 27 a 31 demonstrarão os resultados de latência quando
comparadas orelha direita e orelha esquerda; quando comparados grupo A e
grupo B e também ao comparar total de orelhas.
71
Tabela 27 - Latência das EOAPD comparando-se OD em indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais ♦ 7,65 9,16 ♦ 6,55 4,74 ♦ 3,72 6,17 ♦ 6,18 7,04 ♦ 7,28 6,37 ♦ 7,54 7,69 ♦ 6,26 6,24 ♦ 1,71 1,06 ♦ 6,46 5,57 ♦ 5,72 1,99 ♦ 9,1 14,9 ♦ 5,07 8,03 ♦ 6,36 5,68 ♦ 6,2 9,33 ♦ 4,76 6,27 ♦ 8,41 8,72 ♦ 7,57 6,35 ♦ 9,55 ♦ 8,89 ♦ 3,52 ♦ 5,46 ♦ 6,73 ♦ 7,3 ♦ 6,62 ♦ 3,75 ♦ 5,68 ♦ 6,73 ♦ 5,91 ♦ 6,76 ♦ 8,19
MÉDIA 6,39 6,78 Desvio-padrão 1,74 3,04
Teste de Mann-Whitney P = 0,7990
72
Tabela 28 - Latência das EOAPD em OE comparando-se indivíduos normais e indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos Normais Unilaterais 6,79 6,22 3,89 7,76 6,05 6,95 5,96 8,02 6,44 6,5 7,07 7,12 6,21 9,05 8,2 5,78 1,33 8,07 3,58 6,4 5,7 7,65 7,75 7,84 4,31 7,36 5,87 7,7 6,53 6,5 7,45 5,33 5,99 7,01 8,82 6,66 2,18 5,8 2,22 6,74 21,5 7,5 6,19
MÉDIA 6,44 7,29 Desvio-padrão 3,35 0,91
Teste de Mann-Whitney P = 0,0193 *
73
Tabela 29 - Latência das EOAPD comparando-se OD e OE em indivíduos normais.
Indivíduos OD OE 7,65 6,79 6,55 3,89 3,72 6,05 6,18 5,96 7,28 6,44 7,54 7,07 6,26 6,21 1,71 8,2 6,46 1,33 5,72 3,58 9,1 5,7 5,07 7,75 6,36 4,31 6,2 5,87 4,76 7,7 8,41 6,53 7,57 6,5 9,55 7,45 8,89 5,33 3,52 5,99 5,46 7,01 6,73 8,82 7,3 6,66 6,62 2,18 3,75 5,8 5,68 2,22 6,73 6,74 5,91 21,5 6,76 7,5 8,19 6,19
MÉDIA 6,39 6,44 Desvio-padrão 1,74 3,35
Teste de Mann-Whitney P = 0,4107
74
Tabela 30 - Latência das EOAPD comparando-se OD e OE em indivíduos com perda auditiva unilateral.
Indivíduos OD OE 9,16 6,22 4,74 7,76 6,17 6,95 7,04 8,02 6,37 6,5 7,69 7,12 6,24 9,05 1,06 5,78 5,57 8,07 1,99 6,4 14,9 7,65 8,03 7,84 5,68 7,36 9,33 6,27 8,72 6,35
MÉDIA 6,78 7,29 Desvio-padrão 3,04 0,91
Teste de Mann-Whitney P = 0,2674
75
Tabela 31 - Latência das EOAPD comparando-se orelhas normais de ouvintes normais e orelhas normais de indivíduos com perda auditiva unilateral.
ORELHAS NORMAIS UNILATERAIS
7,65 9,16 6,79 6,22 6,55 4,74 3,89 7,76 3,72 6,17 6,05 7,04 6,18 6,37 5,96 6,95 7,28 8,02 6,44 7,69 7,54 6,24 7,07 1,06 6,26 6,5 6,21 5,57 1,71 1,99 8,2 7,12 6,46 14,9 1,33 8,03 5,72 5,68 3,58 9,05 9,1 9,33 5,7 5,78 5,07 6,27 7,75 8,07 6,36 6,4 4,31 8,72 6,2 7,65 5,87 7,84 4,76 7,36 7,7 6,35 8,41 6,53 7,57 6,5 9,55 7,45 8,89 5,33 3,52 5,99 5,46 7,01 6,73 8,82 7,3 6,66 6,62 2,18 3,75 5,8 5,68 2,22 6,73 6,74 5,91 21,5 6,76 7,5 8,19 6,19
MÉDIA 6,41 7,00 DESVIO PADRÃO 2,65 2,35
Teste de Mann-Whitney
P = 0,0909
76
77
78
Desde sua descoberta (KEMP, 78) as EOAs vêm sendo aplicadas como
um indicador da condição fisiológica dos mecanismos da membrana basilar.
Esta nova abordagem da cóclea está mudando a forma de se investigar e
interpretar a perda auditiva. As evidências são muito fortes de que em estágios
precoces da maioria das patologias sensoriais, as perdas auditivas estariam
correlacionadas a uma resposta mecânica coclear reduzida.
A progressão da onda viajante pela membrana basilar é conhecida
como sendo dependente das células ciliadas externas (MAHONEY, 1993).
Uma vez que a latência das emissões otoacústicas: produto de distorção é
determinada pela progressão da onda viajante, a medida da latência registrada
por meio das EOAPD pode nos fornecer dados sobre a função coclear.
A função coclear, por sua vez, depende extritamente da integridade
micromecânica das CCE e estas são diretamente moduladas pelo sistema
medial eferente (WARR, 1980), o qual paralelamente desempenha importante
papel no gerenciamento de habilidades auditivas que envolvem a localização
do estímulo sonoro, o reconhecimento de estímulos sonoros em presença de
ruído competitivo e na seletividade de frequência (CARVALLO, 2001).
Ao pensarmos nas dificuldades apresentadas pelo grupo de pacientes
com PASNU podemos citar justamente tais habilidades que dependem do
sistema eferente medial como localização do estímulo sonoro e
reconhecimento de fala no ruído.
Considerando que tal população conta apenas com um sistema
periférico unilateral, podemos imaginar o aumento de atividades deste sistema
79
para lidar com as informações que deveriam ser processadas por um sistema
binaural. Desta forma, o nível de atividades do sistema eferente relacionado ao
controle da atividade das Células Ciliadas Externas poderia estar aumentado
nas orelhas preservadas na tentativa de aproximar funcionalmente este
sistema ao modelo de um sistema binaural.
O registro da amplitude da relação sinal-ruído foi realizado nas
frequências de 1038, 1636, 2063, 4126 e 5200 Hz, assim como em
CARVALLO et al. (2000) e GORGA et al. (1997) devido a estas se
encontrarem numa faixa de frequência mediana onde são visualizadas as
melhores respostas. As intensidades das primárias de f1= 65 dB e f2= 55 dB
foram selecionadas por nos apresentarem a melhor representação do status
auditivo (GORGA et al., 1996). A proporção f2/f1utilizada foi de 1,22 ,pois,
segundo PROBST & HARRIS (1993), KIMBERLEY et al. (1993) e GORGA et
al. (1997), esta proporção tende a produzir os maiores produtos de distorção.
Para a latência, assim como em PROBST et al. (1991), MAHONEY
(1993), MAHONEY & KEMP (1995), WABLE et al. (1997) e SILVA & YSUNZA
(1998); utilizamos o Método da Diferença de Fase.
Os resultados de amplitude da relação sinal-ruído apresentaram-se
semelhantes para os 2 grupos analisados em todos os aspectos avaliados,
como descrito a seguir:
Em nosso estudo, tivemos como critérios de seleção os parâmetros de
normalidade auditiva, descartando, com isso, a possibilidade de influência do
fator idade na interpretação dos dados, embora outros autores (CASTOR et
80
al.,1994 e SATO et al., 1998) não tenham encontrado diferenças nas respostas
de EOAPD decorrentes da idade. Desta forma, para melhor fidedignidade dos
resultados obtidos, houve o cuidado de parear ambos os grupos de acordo
com a faixa etária, onde tivemos como média da faixa etária do grupo A = 24,9
anos e para o grupo B = 25,4 anos.
Os dados das médias de amplitude da relação sinal-ruído encontrados
neste estudo se assemelham aos dados de literatura (CARVALLO, 2000;
COUBE, 2000) em intensidade e na constatação de que, de uma forma global,
as amplitudes aumentam com o aumento da frequência:
Quadro 3 – Médias das Amplitudes da relação sinal-ruído de achados da
literatura.
AUTOR ANO 1038 Hz 1636 Hz 2063 Hz 4126 Hz 5200 Hz
Carvallo 1999 15,3 dB 18,4 dB 17,3 dB 27,2 dB 23,5 dB
Coube 1999 12,6 dB 18,0 dB 16,5 dB 21,5 dB 22,05 dB
Este estudo (Grupo A)
2001 7,74 dB 13,07 dB 13,12 dB 22,29 dB 16,93 dB
Este estudo (Grupo B)
2001 9,08 dB 14,46 dB 12,40 dB 22,23 dB 16,40 dB
Com relação à variável lado da orelha, também houve a preocupação no
pareamento com o grupo B (53,33% OD e 46,66% OE), já que o grupo A
apresentava um pareamento natural (50% OD e 50% OE). Porém, após
pareamento e análise dos resultados, foram encontrados os seguintes
resultados:
81
A amplitude da relação sinal-ruído quando comparadas OD e OE no
grupo A apresentou diferença estatística na frequência de 1038 Hz onde o lado
esquerdo obteve resultado de média maior (Média OD = 6,09 dB ; Média OE =
9,39 dB)( p = 0,03 *). Para o grupo B, embora não tenha sido significante, há
indícios de que na mesma frequência (1038 Hz) possa haver diferença
estatística, onde o lado esquerdo obteve novamente maiores resultados de
média (Média OD = 6,71 dB ; Média OE = 12,18 dB)(p = 0,12). Ao fixarmos a
orelha, não encontramos diferenças na amplitude da relação sinal-ruído entre
os grupos A e B. Tais resultados não concordam com KHALFA (1997) que
encontrou predominância de amplitude da relação sinal-ruído e de efeito do
sistema medial eferente para a orelha direita.
Com relação `a variável sexo, foi realizado tratamento estatístico para que
a análise não sofresse influência da predominância feminina na amostra:
(grupo A = 44 fem e 16 masc. E grupo B = 16 fem e 14 masc.). Porém, após
estudo comparativo, não foi possível observar nenhuma diferença estatística
que sugerisse influência do fator sexo feminino nas respostas coletadas.
Pelo fato do grupo A ser formado por um maior número de indivíduos do
sexo feminino e a frequência de 1038 Hz ter apresentado indícios de
predominância de amplitude para o sexo feminino, suspeitamos que a
diferença estatística da OE com maior amplitude da relação sinal-ruído em
1038 Hz pudesse estar relacionada à presença de mais mulheres nestes
grupos ; porém tal constatação não foi verificada. O grupo A possui o mesmo
número de indivíduos do sexo feminino em ambas orelhas, pois é uma amostra
pareada, enquanto que o grupo B é formado por um maior número de sujeitos
82
do sexo masculino para OE e sexo feminino para a OD, negando nossa
suposição de que o fator sexo pudesse estar influenciando nos resultados.
Para a avaliação dos dados de latência das EOAPD, devemos nos
lembrar que todas as precauções tomadas quanto ao pareamento e tratamento
estatístico já citadas com relação à amplitude da relação sinal-ruído também
são válidas para as medidas de latência obtidas em 2000 Hz.
Com relação à variável sexo influenciando estas medidas de latência, não
encontramos nenhuma diferença estatística. Porém nos chamou a atenção o
fato de que a média das medidas de latência em indivíduos do sexo masculino
tenha sido maior em ambos os grupos – normais e unilaterais – Média (A)masc
= 6,55 ms e Média(A)fem = 6,43 ms (p = 0,47); Média (B)masc = 7,64 ms e
Média(B)fem = 6,44 ms (p = 0,36), concordando com SATO et al. (1998) que
sugerem maior latência para o sexo masculino.
Ao fixarmos o sexo para compararmos os grupos, tanto no grupo de sexo
masculino quanto feminino os resultados de média de latência foram maiores
para o grupo B (unilaterais) – Média(masc)A = 6,55 ms e Média(masc)B = 7,64
ms (p = 0,28); Média(fem)A = 6,43 ms e Média(fem)B = 6,44 ms (p = 0,46).
Com relação à variável lado da orelha, em ambos os grupos ( A e B )
observamos média de latência maior para Orelha Esquerda – Média(A)OD =
6,39 ms e Média(A)OE = 6,44 ms (p = 0,41); Média(B)OD = 6,78 ms e
Média(B)OE = 7,29 ms (p = 0,26). Ao fixarmos o lado da orelha, tivemos como
resultado sempre o grupo B (unilaterais) com valores maiores de latência e
especificamente para OE encontramos diferença estatisticamente significante
83
para o grupo B com médias de: Média(OE)A = 6,44 ms e Média(OE)B = 7,29
ms (p = 0,01*).
Quando avaliamos o total de orelhas, conforme já citado anteriormente
para a análise da amplitude da relação sinal-ruído, não obtivemos nenhuma
tendência ou indício de diferença estatística. Porém, quando nos referimos à
latência das EOAPD pudemos observar uma tendência estatística de maior
latência para o grupo de unilaterais (B): Média(A) = 6,41 ms e Média(B) = 7,00
ms , concordando com nossa suposição inicial de que haveria alguma
diferença entre as orelhas normais de indivíduos normais com as orelhas
normais de indivíduos com PASNU, que não contam com a integridade
binaural.
Ao nos questionarmos sobre tal resultado, precisávamos primeiramente
esclarecer o que a medida de latência significa em termos de aumento de
tempo. Voltamos novamente `a literatura, agora de uma forma muito mais
crítica e após contato estabelecido com Dr. David Kemp (ANEXO 4), pudemos
concluir que tais resultados de latência maiores em orelhas normais de
indivíduos com PASNU significam orelhas "mais saudáveis" do que cada
orelha isoladamente de indivíduos que contam com ambas orelhas
preservadas. A explicação para tal fato poderia estar justamente na atuação do
sistema eferente para que haja uma espécie de “compensação e ajuste” das
funções auditivas unilaterais, para que o indivíduo portador de PASNU possa
obter como resultado desempenho auditivo adequado, como nos refererimos
na Introdução deste estudo:” A audição é naturalmente uma modalidade
sensorial binaural. Nos casos onde há comprometimento auditivo unilateral, o
84
canal auditivo preservado supre em grande parte as funções auditivas de
detecção, reconhecimento e discriminação, tendo limitação no desempenho de
outras funções que exijam participação binaural (localização e reconhecimento
de fala no ruído).
Os resultados obtidos contribuíram com importantes informações a
respeito da função coclear, uma vez que a literatura referente à latência das
EOAPD ainda é escassa e não existe um suporte teórico que justifique todos
os achados. Desta forma, é imperativo o seguimento de pesquisas nesta área,
já que as medidas de latência se configuram em valioso instrumento na
diferenciação da função coclear.
85
86
Os resultados deste estudo permitiram as seguintes conclusões:
Não houve diferença entre os grupos para a amplitude da relação sinal-
ruído das EOAPDs.
Não houve diferença entre as orelhas ( OD e OE ) para o grupo de
ouvintes normais para a amplitude da relação sinal-ruído das EOAPDs.
Não houve diferença entre as orelhas ( OD e OE ) para o grupo de
indivíduos portadores de PASNU para a amplitude da relação sinal-ruído das
EOAPDs.
As medidas de latência das EOAPDs do total de orelhas apresentaram
resultados de média maiores no grupo de PASNU.
As medidas de latência das EOAPDs para ambos os grupos apresentaram
resultados de média maiores para orelha esquerda.
87
88
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ANEXO 1 - Termo de Consentimento Pós - Informação I - Dados de Identificação do sujeito da pesquisa ou responsável legal 1 - Nome do paciente : Identidade : Sexo : M ( ) F ( ) D. N : / / Endereço : No.: Apto : Bairro : Cidade : CEP Tel : 2 - Responsável legal : Natureza ( grau de parentesco ,tutor , curador ) : Identidade : Sexo : M ( ) F ( ) D. N : / / Endereço : No.: Apto : Bairro : Cidade : CEP Tel : II - Dados sobre a pesquisa científica: Título da pesquisa : Estudo da Função Coclear em Portadores de Perda Auditiva Unilateral Pesquisador : Renata Generoso Campoli _ Fonoaudióloga CRFa :6420 - SP Avaliação do risco da pesquisa : sem risco 4- Duração da Pesquisa : 2 anos . III - Explicaçoes do pesquisador ao representante legal :
Esta pesquisa pretende estudar como funciona o comportamento auditivo de portadores de perda auditiva unilateral, por meio da realização de 3 exames: a audiometria, a imitanciometria e a pesquisa da função coclear através das emissões otoacústicas. Na audiometria você escutará apitos e avisará até o menor som que escutar. Na imitanciometria você sentirá uma leve pressão e posteriormente uma série de apitos altos (não precisa responder nada). Nas emissões, você ouvirá uma série de apitos altos novamente. Não há necessidade de respostas por parte do paciente.
Eu , pesquisadora , garanto responder a qualquer pergunta a respeito dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa.
Comprometo-me a não identificar o paciente e manter o caráter confidencial da informação relacionada com a sua privacidade.
Você, paciente, tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo. IV - Consentimento pós esclarecido : Declaro que após ter sido convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente protocolo de pesquisa. São Paulo, de de . -------------------------------------------------- -------------------------------------- Sujeito ou representante legal Pesquisador
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Received: from mailhost1.dircon.co.uk (mailhost1.dircon.co.uk [194.112.32.65]) by breton.uol.com.br (8.9.1/8.9.1) with ESMTP id FAA28771 for <[email protected]>; Fri, 30 Jun 2000 05:54:53 -0300 (BRT) Received: from oemcomputer (th-en138-200.pool.dircon.co.uk [194.112.55.200]) by mailhost1.dircon.co.uk (8.9.3/8.9.3) with SMTP id JAA14684 for <[email protected]>; Fri, 30 Jun 2000 09:54:46 +0100 (BST) Message-Id: <[email protected]> X-Sender: [email protected] X-Mailer: Windows Eudora Light Version 3.0.1 (32) Date: Fri, 30 Jun 2000 09:56:06 +0100 To: "Renata Campoli" <[email protected]> From: "David T. Kemp" <[email protected]> Subject: Re: OAE Questions In-Reply-To: <000b01c9f863$d7ca9b40$6ab6e3c8@o5f1i3> References: <[email protected]> <[email protected]> Mime-Version: 1.0 Content-Type: text/plain; charset="us-ascii" > At 11:02 AM 6/28/00 -0300, you wrote: > >Dr. David Kemp, >First of all I would like to thank you very much for your attention. It's such a pleasure asking you about OAE. > >I'm studing OAE DP on my master and I'm comparing the cochlear function on normal ears from normal people with normal ears from people with sensorineural unilateral hearing loss. > >There is no diference between amplitude of this 2 groups, but I decided to study the latency because I believe the response time can give us more cochlear informations. > >I studied the latency on OAE DP at the frequency of 2000 Hz, and I comparedthe 2 groups. > >The normal ears from the group with unilateral hearing loss showed later latency than the normal ears from normal people. > >My question is: > >What does it mean? Does it mean that it takes more time because these ears are suffering some pression to work " like 2 ears" ? > >I read a lot about it and Mahoney, 1993, wrote that he believes that when it takes more time it means that the sound made the complete way, but I sometimes I think that more time means more obstacles to cross in the cochlear way, so ... > >What do you believe: > >Which ear is healthier? The sooner or the later latency?
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> >Dr. Kemp, I don't know if I made me misunderstood with my poor English, I'm sorry about it, but I'm able to answer and write again as many as you need. > >Once again, I appreciate your attention and wait ansiously your answer, > >My regards, > >Renata Campoli Abissamra >São Paulo/ Brasil. Dear Renata Campoli Abissamra Thank you for your question The sound energy entering the cochlea forms a travelling wave which travells quite slowly from the base to the place of maximum resonance where it ends OAE latency tells us about the time taken for each frequency to reach its peak ( actually two times this becuase of the return journey) Different animals have different times - and we think this time depends on the construction of the basilar membrane - its size and length and stiffness Also in the healthy cochlea out hair cells active to sustain the travelling wave longer in the cochlea- This gives the idea that a sick cochlea will give shorter OAE latency and that long latency is a sign of health Against this - work with hearing impaired ears and DPs show little decrease in latency with loss. However this may be because quite high stimulus levels are used to obtain DPs in these patients So I beleive that for low level the latency of TEOAE and DPOAE will be related to the strength of the outer hair cells and to threshold in the health ear I do not have any experimental proof of this! Your results are interesting. It makes sense that the contralateral (good ear) is made more active (via the efferent system) in the case of unilateral deafness. Evidence for this would be a) better hearing threshold than before the loss b) stronger OAE intensity than before the loss
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c) longer OAE latency than before the loss You say you see longer latency My questions are What is the magnitude of the increased latency? % and ms? Is it a statistically valid differenc? P%? Is there a difference in threshold? dB? Is there a difference in OAE intensity? dB? between the two groups I look forward to this information Best wishes David Kemp Dear Dr. Kemp Just after I read your answer, I concluded my study. The difference between the two groups on latency is only statistically valid when comparing the left ears (from the 2 groups) but there is also some tendency when comparing the total (both ears). Comparing rigth ears: OAE intensity in normal group at 2063 Hz: average: 12,96 dB OAE intensity in unilateral group at 2063 Hz: average: 13,09 dB P= 0,6499 Comparing left ears: OAE intensity in normal group at 2063 Hz: average: 13,27 dB OAE intensity in unilateral group at 2063 Hz: average: 11,50 dB P= 0,4353 Comparing total ears: OAE intensity in normal group at 2063 Hz: average: 13,12 dB OAE intensity in unilateral group at 2063 Hz: average: 12,40 dB P= 0,3464 About latency at 2000 Hz: Right ears average: Normal : 6,39 ms Unilateral: 6,78 ms P= 0,7990 Left ears average: Normal: 6,44 ms Unilateral: 7,29 ms P= 0,0193*( statistically difference)
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Total ears average: Normal: 6,41 ms Unilateral: 7,00 ms P= 0,0909 ( this result shows some tendency) Now I have some questions about what you wrote: What do you call low levels and high levels in this case? I used the frequency of 2000 Hz because it seems to be the best in results for OAE. Why do high stimulus levels may cause little decrease in latency with loss? What does it mean some individual results with abnormal longer latency; (22 ms for example); and abnormal shorter latency (1,21 ms for example)? Does it mean the health of the cochlea? I appreciate your help, Best regards, Renata. ----- Original Message ----- From: David T. Kemp <[email protected]> To: Renata Campoli <[email protected]> Sent: Wednesday, June 28, 2000 12:29 PM Subject: Re: OAE Questions Renata Thank you for the azdditional information I understand that you found not differences in intensoty - butpossible an increased latency for the unilateral ears The significant differences were only with the left ears (just under 1ms) This result is interesting - but before constructing a hypothesis- its important to be sure the result is significant For this you should apply a non parametric test of signitifance - this is because the data may not be gaussian due to one or more extreme value I would say f1<65 and f2<55dB woujld be 'low level' f1 or f2>70dB woujld be high level This is based on the sensitivity of DP to small hearing losses. At low levels -it is similar to TEOAE
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With high levels of stim - outer hair cells basal to the frequency place will be strongly stimulated. These will produce DP of shorter latency Also at high levels - even sick outer hair cells can be made to produce DP So at high levels - latency is shorter and not affected so much by earely pathology You read the paper of OMahoney. She has a MSc thesis in London university called " Investigatin the latency of the 2f1-f2 distortion product in normal and pathalogical ears" 1993. You may request Otodynamics to send you a copy - In this she found extreme values - like you - but only at one soecific frequency You see a intensity V shape in the ILO92 latency screen eg you may see 22ms at 2000Hz for one ear - but in general only at one frequency for 2100 and 1900 the latency is normal If you used always one frequency only - then you should remove extreme values from your data sey and compare only the 66% data around the median of the distribution I hope this is useful to you Best wishes David Kemp From: "Renata Campoli" <[email protected]> To: "David T. Kemp" <[email protected]> References: <[email protected]> <[email protected]> Subject: Re: OAE Questions Date: Sun, 28 Jun 2000 23:46:14 -0300 MIME-Version: 1.0 Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1" Content-Transfer-Encoding: 8bit X-Priority: 3 X-MSMail-Priority: Normal X-Mailer: Microsoft Outlook Express 5.00.2314.1300 X-MimeOLE: Produced By Microsoft MimeOLE V5.00.2314.1300