legenda hidrogeolÓgica e unidades …...convênio entre a cprm/serviço geológico do brasil e a...

18
XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 1 LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES HIDROESTRATIGRÁ- FICAS DO MAPA HIDROGEOLÓGICO DE SANTA CATARINA José Luiz Flores Machado 1 Resumo. Este artigo trata da confecção de uma legenda hidrogeológica para o Mapa Hidrogeológico do Estado de Santa Catarina em ambiente SIG (ARCGIS). Esse mapa resulta de um convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa Catarina. O produto final será composto por 10 mapas de trabalho em escala 1:250.000 das Regiões Hidrográficas do Estado e um mapa de integração na escala 1:500.000. A legenda hidrogeológica descreve zonas e sistemas aqüíferos denominados como as (aqüíferos sedimentares), af (aqüíferos fraturados), app (aqüíferos pouco produtivos) e na (não aqüíferos). Visando a conjugação da parte técnica com a gestão das águas subterrâneas foram selecionadas as seguintes variáveis: 1) Litologias, Dimensões e /ou Feições Estruturais, 2) Unidades Hidroestratigráficas, 3) Condições Hidrogeológicas, 4) Condições Morfológicas, 5) Vazões Prováveis e Variação do Nível Estático, 6) Qualidade da Água, 7) Tipos de Obras de Captação e Profundidade Estimada, 8) Importância Hidrogeológica Local, 9) Vulnerabilidade e Risco à Contaminação. Também são definidos os conceitos de unidade hidroestratigráfica e finalmente as principais unidades do Estado são descritas sucintamente. Abstract. This article deals with the making of a legend for Hydrogeological Map of the State of Santa Catarina in GIS (ArcGIS). This map is the result of an agreement between the CPRM / Geological Survey of Brazil and the State Secretariat of Sustainable Economic Development of the Government of Santa Catarina State. The final product will consist of 10 preliminary maps at 1:250,000 scale of the Hydrographic Regions of the State and an integration map of 1:500,000 scale. The legend describes hydrogeologic zones and aquifers referred as the as (sedimentary aquifers), af (fractured aquifers), app (less productive aquifers) and na (not aquifer). Aiming to combine the technical with the management of groundwater was selected the following variables: 1) Lithology, 2) Hydrostratigraphic Units, 3) Hydrogeological Conditions; 4) Morphological Conditions, 5) Probable Yields, 6) Water Quality, 7) Types of Wells and Estimated Depth, 8) Local Hydrogeological Importance, 9) Vulnerability and Risk of Contamination. Also are defined hydrostratigraphic units and finally the main units of the State are described briefly. Palavras-Chave: Mapa hidrogeológico, unidades hidroestratigráficas, legenda hidrogeológica. 1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Superintendência Regional de Porto Alegre. Rua Banco da Província, 105. Porto Alegre, RS. CEP: 90840- 030. Tel: 51-34067300. e-mail: [email protected]

Upload: others

Post on 20-Dec-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

1

LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES HIDROESTRATIGRÁ-

FICAS DO MAPA HIDROGEOLÓGICO DE SANTA CATARINA

José Luiz Flores Machado1

Resumo. Este artigo trata da confecção de uma legenda hidrogeológica para o Mapa

Hidrogeológico do Estado de Santa Catarina em ambiente SIG (ARCGIS). Esse mapa resulta de um

convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento

Econômico Sustentável do Governo de Santa Catarina. O produto final será composto por 10 mapas

de trabalho em escala 1:250.000 das Regiões Hidrográficas do Estado e um mapa de integração na

escala 1:500.000.

A legenda hidrogeológica descreve zonas e sistemas aqüíferos denominados como as (aqüíferos

sedimentares), af (aqüíferos fraturados), app (aqüíferos pouco produtivos) e na (não aqüíferos).

Visando a conjugação da parte técnica com a gestão das águas subterrâneas foram selecionadas as

seguintes variáveis: 1) Litologias, Dimensões e /ou Feições Estruturais, 2) Unidades

Hidroestratigráficas, 3) Condições Hidrogeológicas, 4) Condições Morfológicas, 5) Vazões

Prováveis e Variação do Nível Estático, 6) Qualidade da Água, 7) Tipos de Obras de Captação e

Profundidade Estimada, 8) Importância Hidrogeológica Local, 9) Vulnerabilidade e Risco à

Contaminação. Também são definidos os conceitos de unidade hidroestratigráfica e finalmente as

principais unidades do Estado são descritas sucintamente.

Abstract. This article deals with the making of a legend for Hydrogeological Map of the State of

Santa Catarina in GIS (ArcGIS). This map is the result of an agreement between the CPRM /

Geological Survey of Brazil and the State Secretariat of Sustainable Economic Development of the

Government of Santa Catarina State. The final product will consist of 10 preliminary maps at

1:250,000 scale of the Hydrographic Regions of the State and an integration map of 1:500,000

scale.

The legend describes hydrogeologic zones and aquifers referred as the as (sedimentary aquifers), af

(fractured aquifers), app (less productive aquifers) and na (not aquifer). Aiming to combine the

technical with the management of groundwater was selected the following variables: 1) Lithology,

2) Hydrostratigraphic Units, 3) Hydrogeological Conditions; 4) Morphological Conditions, 5)

Probable Yields, 6) Water Quality, 7) Types of Wells and Estimated Depth, 8) Local

Hydrogeological Importance, 9) Vulnerability and Risk of Contamination. Also are defined

hydrostratigraphic units and finally the main units of the State are described briefly.

Palavras-Chave: Mapa hidrogeológico, unidades hidroestratigráficas, legenda hidrogeológica.

1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Superintendência Regional de Porto Alegre. Rua Banco da Província, 105. Porto Alegre, RS. CEP: 90840-

030. Tel: 51-34067300. e-mail: [email protected]

Page 2: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

2

1 - INTRODUÇÃO

Este artigo é resultado dos trabalhos preliminares do Mapeamento Hidrogeológico do Estado

de Santa Catarina. Este projeto corresponde a um convênio firmado entre a Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Econômico Sustentável - SDS, do Governo de Santa Catarina, com a

CPRM/Serviço Geológico do Brasil para o mapeamento das águas subterrâneas na escala

1:500.000. Além deste produto, estabeleceu-se que as 10 regiões hidrográficas (RH´s) do Estado

seriam de forma preliminar mapeadas na escala 1:250.000, para no final dos trabalhos serem

sintetizadas em uma única carta 1:500.000.

No final de 2010 foram entregues as cartas hidrogeológicas em escala 1:250.000 das bacias

hidrográficas cujos rios deságuam junto ao Oceano Atlântico, na porção leste do Estado. Estas

bacias hidrográficas correspondem às Regiões Hidrográficas 6, 7, 8, 9 e 10, que se localizam na

região mais densamente povoada e industrializada, além de abrigar os mais importantes centros

urbanos do Estado.

Entre os objetivos do mapeamento, destacam-se aqueles relacionados com o suporte para a

gestão dos recursos hídricos e também base para a tomada de decisões nos casos de outorga de

recursos hídricos subterrâneos. Para alcançar tais objetivos serem alcançados foi necessário o

estabelecimento de um modelo de legenda hidrogeológica, de modo a melhorar a legibilidade do

mapa e salientar os resultados mais significativos dos trabalhos de mapeamento.

A base de dados para a confecção do Mapa Hidrogeológico do Estado de Santa Catarina foi o

SIAGAS, que acumulou no período mais de 7000 poços cadastrados, em sua maioria proveniente

de trabalho de campo. A base de poços e sua relação com as Regiões Hidrográficas (RH´s) pode ser

visualizada na figura 1.

Figura 1 – Mapa com a distribuição dos poços e sua relação com as Regiões Hidrográficas.

Page 3: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

3

2 – METODOLOGIA DE MAPEAMENTO

Os mapas hidrogeológicos têm por objetivo primordial a representação da ocorrência e

variações de potencialidade da água subterrânea, considerando aspectos quantitativos e qualitativos,

em função da diversidade dos fatores geológicos (Feitosa et al (2008)).

Com relação ao convênio da CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de

Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa Catarina, o mapeamento

hidrogeológico do Estado corresponde aos denominados mapas de média escala, mais

especificamente escalas de 1:250.000 e 1:500.000.

A metodologia do mapa seguiu os procedimentos clássicos, adaptados para as condições

vigentes relacionadas à quantidade e qualidade dos dados disponíveis. O mapa hidrogeológico

envolveu a coleta, compilação, análise e interpretação dos dados. Os principais dados obtidos

relacionaram-se com os levantamentos geológicos, geofísica de superfície e subsuperfície, geofísica

de poço e relatórios de poços perfurados. De grande importância foram as compilações dos mapas

hidrogeológicos já existentes (Machado (2000), Freitas (2002)), além de várias dissertações e teses.

Concomitante com o mapeamento, foi realizado um extenso cadastramento de poços, posteriormente

incorporados ao Banco de Dados SIAGAS, que atualmente supera a 7200 poços.

3 - LEGENDA HIDROGEOLÓGICA DO MAPA HIDROGEOLÓGICO DE SANTA

CATARINA

Uma das maiores dificuldades na apresentação e confecção dos mapas hidrogeológicos reside

na grande quantidade de temas, dados e interpretações que devem ocupar um espaço finito e bastante

reduzido. Mapas carregados de quantidades exageradas de informações dificultam a leitura e sua

interpretação. Este problema gerado pela quantidade de informações é solucionado pelas novas

técnicas de Sistemas de Informações Geográficas (ARCGIS), com a subdivisão em várias shapes.

Entretanto, apesar de sua praticidade, nem sempre o público-alvo é versado no manuseio dos

softwares.

A fim de contornar ou pelo menos minimizar os problemas de legibilidade, optou-se no Mapa

Hidrogeológico de Santa Catarina (escala final 1:500.000 e escala de trabalho 1:250.000), por uma

solução que torne sua leitura mais auto-explicativa, como àqueles profissionais que tratam de gestão

de recursos hídricos e que necessitam de respostas rápidas para suas demandas.

Desse modo, optou-se pela construção de uma legenda hidrogeológica que combinasse as

zonas aqüíferas determinadas pelo mapeamento hidrogeológico, com uma série de variáveis que as

Page 4: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

4

representassem com maior detalhe e interesse para fins de conhecimento hidrogeológico, captação e

gestão dos recursos, no nível da escala de trabalho e apresentação.

Para a confecção do mapa e a legenda hidrogeológica foram determinadas as zonas de

ocorrência de águas subterrâneas: as1, 2,...são zonas aqüíferas ligadas a sedimentos e rochas

sedimentares, com predomínio de aqüíferos com porosidade intergranular predominante; af 1, 2,...,

zonas aqüíferas ligadas a rochas ígneas e metamórficas, com predomínio de aqüíferos com

porosidade por fraturas predominantemente; app, aqüíferos pouco produtivos ligados tanto a rochas

sedimentares como ígneas e metamórficas; na 1, 2,..., para todas as zonas não aqüíferas relacionadas

com rochas sedimentares, ígneas ou metamórficas. O esquema de cores na carta segue os padrões

internacionais (Struckmeyer e Margat, (1995)), sendo os aqüíferos sedimentares de cor azul, os

ígneos e metamórficos de cor verde, aqüíferos pouco produtivos e aquitardos de cor marrom clara e

não aqüíferos de cor marrom escura. Na figura 2 pode ser mais bem visualizada a classificação das

zonas aqüíferas.

Figura 2 – Representação internacional de cores para os sistemas aqüíferos.

Para a descrição de cada zona aqüífera foram determinadas nove variáveis, que representam

com maior abrangência a sua caracterização hidrogeológica: 1) Litologias, Dimensões e Feições

Estruturais, 2) Unidades Hidroestratigráficas; 3) Condições Hidrogeológicas, 4) Condições

Morfológicas, 5) Vazões Prováveis e Variação do Nível Estático, 6) Qualidade da Água TSD Totais

de Sais Dissolvidos, 7) Tipos de Obras de Captação e Profundidade Estimada, 8) Importância

Hidrogeológica Local, 9) Vulnerabilidade e Risco à Contaminação.

3.1 - Litologias, Dimensões e /ou Feições Estruturais

Page 5: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

5

Descreve os tipos de rocha e sua composição. No caso de aqüíferos sedimentares, se arenosos,

qual a granulometria, estado de consolidação e geometria. Quando se tratam de aqüíferos fraturados,

observam-se estruturas de derrame, fraturamento e espessura do manto de intemperismo.

3.2 - Unidades Hidroestratigráficas

São mapeadas zonas aqüíferas, desse modo, faz-se necessário estabelecer uma correspondência

com uma unidade hidroestratigráfica, parte dela ou inclusive várias unidades integradas. A

conceituação e definição das unidades hidroestratigráficas utilizadas no mapeamento serão descritas

posteriormente neste artigo.

3.3 - Condições Hidrogeológicas

Estabelecidas as unidades hidroestratigráficas, será descrita sua ocorrência como aqüífero livre,

semiconfinado ou confinado além da sua extensão, se regional ou local. Dados sobre sua porosidade,

continuidade, homogeneidade ou heterogeneidade e isotropia/anisotropia completam sua

caracterização.

3.4 - Condições Morfológicas

Descrição sucinta da geomorfologia da zona aqüífera, p. ex., se são terrenos planos,

montanhosas de baixa ou grande altitude. Espessuras e tipos de solos. O relevo influencia

diretamente nas condições de recarga e descarga das unidades hidroestratigráficas presentes.

3.5 - Vazões Prováveis e Variação do Nível Estático

As capacidades específicas dos poços de uma ou mais unidades hidroestratigráficas são

analisadas para o estabelecimento das vazões prováveis. O nível estático médio indica a

probabilidade de vazões maiores e mais constantes nos poços. Indica a potencialidade dos aqüíferos

captados, pois vazões mais significativas mostram valores maiores de condutância e capacitância

hidráulica.

3.6 - Qualidade da Água TSD Total de Sais Dissolvidos

Através da interpretação das análises químicas, comparar teores e verificar se as águas estão

dentro dos padrões de potabilidade. Como padrão comparativo sempre colocar os valores médios de

Teor de Sais Totais (TSD) da zona aqüífera. Salientar a presença de anormalidades químicas, como

altos teores de flúor, nitratos, ferro total e presença de gás sulfídrico.

3.7 - Tipos de Obras de Captação e Profundidade Estimada

São aconselhados os principais tipos de obra para captar águas subterrâneas da zona aqüífera.

Geralmente são privilegiados os poços tubulares profundos, podendo ser também poços ponteira,

Page 6: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

6

aproveitamento de fontes, etc. A profundidade dos poços leva em consideração o tipo de aqüífero,

sua espessura, confinamento e resultados hidráulicos obtidos através da interpretação de testes de

bombeamento.

3.8 - Importância Hidrogeológica Local

O levantamento hidrogeológico permite fazer um balanço sobre a disponibilidade de água da

zona aqüífera e a demanda associada. Desse modo, um aqüífero menos produtivo poderá ter grande

importância em uma região densamente povoada ou industrializada. Ao contrário, um aqüífero de

grande potencialidade poderá ter pequena importância por situar-se em regiões despovoadas, sem

vocação agrícola ou outras situações desfavoráveis de demanda.

3.9 - Vulnerabilidade e Risco à Contaminação

Estes temas correspondem a um estudo específico por sua importância e métodos de estudo.

Trata-se aqui de estimar a partir das litologias, capacidades de infiltração e potencialidade aqüífera,

qual seria o provável grau de vulnerabilidade da zona aqüífera. Também se estima o risco de

contaminação pela presença de agentes perigosos como venenos e insumos agrícolas, além da falta

de saneamento ambiental especialmente nas áreas urbanas.

A figura 3 apresenta uma visualização do layout do Mapa Hidrogeológico da Região

Hidrográfica 9 (RH 9) do Estado de Santa Catarina.

4 - CONCEITUAÇÃO E DELINEAMENTO DE UNIDADES HIDROESTRATIGRÁFICAS

4.1 - Princípios

Nos estudos hidrogeológicos existe a necessidade de um conhecimento mais aprofundado da

litoestratigrafia de uma determinada região e seu relacionamento com as unidades hidrogeológicas.

Tais unidades são essencialmente unidades estratigráficas, definidas e distinguidas pelas suas

propriedades condutoras (ou não) de água, sendo denominadas unidades hidroestratigráficas e de

hidroestratigrafia o estudo de seus inter-relacionamentos e propriedades (Galloway et al., 1982). A

seguir serão visualizadas as conceituações relacionadas com as unidades hidroestratigráficas e os

sistemas aqüíferos, de acordo com diferentes autores como apresentado em Machado (2005).

Nestas investigações de águas subterrâneas é fundamental uma etapa de definição e

mapeamento das unidades aqüíferas e confinantes (unidades hidroestratigráficas) na subsuperfície da

área a ser estudada. Com o delineamento dessas unidades, fragmenta-se o arcabouço geológico em

função de sua permeabilidade, procurando-se definir o sistema de fluxo.

No último século, as colunas litoestratigráficas mudaram muito com o avanço dos

conhecimentos geológicos, entretanto, o agrupamento corrente das formações consiste ainda de uma

Page 7: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

7

Figura 3 – Visualização do Mapa Hidrogeológico da Região Hidrográfica 9 e o layout da legenda hidrogeológica.

Page 8: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

8

mistura de nomenclaturas antigas e outras mais recentes. Desse modo, os nomes dos aqüíferos têm

variado de acordo com o aumento do conhecimento dos sistemas de fluxo de águas subterrâneas.

4.2 - Unidade Hidroestratigráfica – conceitos

É reconhecido pelos hidrogeólogos que o fluxo de água subterrânea nem sempre é restringido

aos limites de uma unidade estratigráfica reconhecida. Os dois termos hidrogeológicos, “aqüífero”

e “unidade hidroestratigráfica”, são comumente empregados para subdividir a subsuperfície em

unidades de maior importância para a hidrogeologia das águas subterrâneas (Noyes et al.). O termo

“aqüífero”, porém, é mais utilizado quando se leva em consideração o seu uso no abastecimento de

água em termos econômicos. O conceito de aproveitamento econômico torna relativos os conceitos

aqui tratados, pois eventualmente formações geológicas pouco permeáveis terão seu aproveitamento

baseado em disponibilidades e necessidades momentâneas ou mesmo duradouras.

O termo “aqüífero” é comumente definido por leis e regulamentações locais, o que torna ainda mais

complicado o seu uso como um termo técnico. Utilizando-se a denominação de aqüífero para

determinada camada geológica, as outras camadas podem também ter denominações tais como

aqüitardo, aqüiclude ou aqüífugo. Entende-se por aqüitardos as formações litológicas que

armazenam água, mas possuem um coeficiente de condutividade hidráulica muito pequena quando

correlacionados com o dos aqüíferos e como conseqüência transmitem água muito lentamente. Isto

torna muito difícil a sua captação através de poços, entretanto, condições geológicas de drenança

permitem que forneça verticalmente água para as formações mais permeáveis, quando então podem

ser exploradas. Os aqüicludes são aquelas formações litológicas que contêm água em seus poros,

porém não têm capacidade de transmiti-la, impossibilitando a sua captação econômica. Esse

conceito aplica-se especialmente no caso das argilas, que por sua alta porosidade armazenam até

50% de água, que não são transmitidas pelo baixíssimo coeficiente de condutividade hidráulica que

possuem, não havendo possibilidade de captá-la através de poços tubulares.

Além das argilas, formações geológicas que retenham ou impeçam a circulação de água em

um meio aqüífero, atuando como confinantes podem ser consideradas como aqüicludes, como é o

caso de alguns diques e soleiras de diabásio. Os aqüífugos restringem-se às formações geológicas

de rochas duras (maciças), que não contêm água e nem possuem a propriedade de transmiti-la.

Incluem-se nesse caso as rochas granitóides e metamórficas inalteradas. Quando essas rochas estão

intensamente fraturadas, como costuma ocorrer com as rochas basálticas, elas podem constituir

aqüíferos. Uma síntese das possibilidades de interação entre porosidade e condutividade hidráulica

(permeabilidade) é apresentada na figura 4.

Page 9: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

9

Figura 4 – Classificação das unidades hidroestratigráficas de acordo com suas características de

porosidade e permeabilidade (DAEE/USP, 1992).

O termo “unidade hidroestratigráfica”, no entanto, tem sido definido de maneiras variadas na

literatura, não possuindo uma definição formal dentro do Código de Nomenclatura Estratigráfica

Norte Americano (NASCN (1983)). Unidades hidroestratigráficas foram originalmente propostas

por Maxey (1964) para “corpos de rocha com extensão lateral considerável compondo um

arcabouço geológico que funciona razoavelmente como um sistema hidrológico distinto”. Ele

também mostra a necessidade de definir unidades de água subterrânea que são baseadas não

somente em características litológicas específicas, mas inclui parâmetros que correspondem

especialmente ao movimento, ocorrência e armazenamento. A definição de Maxey (1964) implica

que as unidades hidroestratigráficas possuam continuidade hidráulica e sejam entidades

independentes de escala e mapeáveis. A capacidade de mapeamento neste caso significa que a

geologia de superfície pode ser subdividida de acordo com a permeabilidade (Seaber, 1988). Assim

uma unidade hidroestratigráfica única pode incluir uma formação, parte de uma formação, ou um

grupo de formações.

Seaber (1988) descreve que existe uma divergência entre os hidrogeólogos sobre se “mapeiam

e nomeiam os sistemas de fluxo e as formações rochosas separadamente, ou tentam encontrar meios

de combinar os dois conceitos integrados em um único sistema de mapeamento e nomenclatura”.

Muito dessa divergência em classificar e nomear unidades hidroestratigráficas ocorre porque “a

natureza dos contornos de uma unidade não tem sido definida antes do mapeamento da unidade”. A

definição proposta por Seaber (1982; 1986; 1988) para unidade hidroestratigráfica, é que esta é

“um corpo rochoso distinto por sua porosidade e permeabilidade”, que ele considera mais

consistente com a nomenclatura estratigráfica estabelecida. Com essa definição, Seaber tenta

comprovar a observação de que uma “unidade hidroestratigráfica pode ocorrer em uma ou mais

unidades estratigráficas, aloestratigráficas, pedoestratigráficas e litodêmicas”. Ele empenha-se em

definir uma unidade hidroestratigráfica que se aplica a todos os ambientes geológicos, baseando-se

nas propriedades das rochas e sedimentos.

Page 10: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

10

Embora as unidades hidroestratigráficas estejam definidas em termos de fluxo de água

subterrânea, a feição controladora é geológica. Estes horizontes litoestratigráficos têm sido

utilizados para definir a arquitetura dos aqüíferos, como no caso do estudo do Sistema Aqüífero

Guarani.

4.3 - Zonas aqüíferas, aqüíferos e sistemas aqüíferos.

Partindo das menores para as maiores áreas, os termos usados para classificar rochas

produtoras de água são zona, aqüífero e sistema aqüífero (Laney e Davidson (1986)). Os termos são

propositalmente vagos (Freeze e Cherry (1979)) e também suficientemente flexíveis para

compreender uma variedade de ambientes e escalas hidrogeológicas, contemplando as necessidades

do projeto, conforme afirma Jorgensen (1982) em um editorial intitulado “Aquifer Names”,

publicado em Proceedings of the First C.V. Theis Conference. Ainda nesse editorial ele argumenta

que a falta de uma nomenclatura completa cria noções falsas, que podem levar a interpretações

hidrológicas errôneas ou despropositadas.

A nomenclatura complica-se quando se designa fontes de água subterrânea usando nomes de

formações ao invés de nomes hidroestratigráficos, o qual implicaria que: (1) a unidade inteira atua

como um aqüífero; (2) não existe conexão hidráulica entre unidades permeáveis adjacentes

(MacFarlane et al. (2000)).

Uma zona é usada para separar um segmento de um aqüífero com características hidrológicas

particulares e que não são típicas de todo o aqüífero, p. ex., uma subunidade altamente permeável

de um aqüífero regional, que pode ser delimitada em uma área cobrindo dezenas a centenas de

quilômetros quadrados, constituiria uma zona.

Um aqüífero, como definido por Lohman et al. (1972), corresponde a “uma formação, grupo

de formações ou uma parte de uma formação que contém suficiente material permeável para ceder

significantes quantidades de água para poços e fontes”. Fetter (1994) supõe que, para ser um

aqüífero, uma unidade rochosa deveria ter uma permeabilidade intrínseca mínima de 0,01 darcy, ou

uma condutividade hidráulica aproximada de 0,03 pés/dia.

Para maiores áreas, um sistema aqüífero foi originalmente definido por Poland et al. (1972)

como “um corpo heterogêneo de materiais com intercalações permeáveis e pobremente permeáveis

que funcionam como uma unidade hidroestratigráfica produtora de água; ele compreende duas ou

mais camadas permeáveis, separadas ao menos localmente por aqüitardos que impedem o

movimento das águas subterrâneas, mas que não afetam a continuidade hidráulica do sistema”. A

unidade confinante foi definida como equivalente aos termos aqüitardo e aqüiclude e tem sido usada

nos relatórios do U.S. Geological Survey desde 1972. Laney e Davidson (1986) sugerem que a

definição de sistemas aqüíferos poderia ser mais geral se o termo “aqüíferos” fosse substituído pelo

termo “camadas permeáveis”. Para Jorgensen et al. (1993), um sistema aqüífero pode ser descrito

como consistindo de “dois ou mais aqüíferos no mesmo sistema hidráulico, os quais estão

separados na maioria dos locais por uma ou mais unidades confinantes”. Do mesmo modo, eles

Page 11: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

11

definem um sistema confinante como “duas ou mais unidades de confinamento, separadas na

maioria dos locais por um ou mais aqüíferos que não estão no mesmo sistema hidráulico”.

5 - UNIDADES HIDROESTRATIGRÁFICAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

O andamento dos trabalhos de campo, que constaram de um amplo cadastramento de poços,

proporcionou que o Banco de Dados Hidrogeológicos SIAGAS atingisse um número de 7296 poços

inventariados. Os levantamentos geológico e hidrogeológico permitiram uma definição preliminar

das unidades hidroestratigráficas, que serão abaixo sucintamente descritas e ilustradas com fotos.

A Unidade Hidroestratigráfica Embasamento Cristalino, composta basicamente por gnaisses,

migmatitos, granulitos, xistos, calcários e granitos intrusivos, apresenta-se como um aqüífero pobre,

porém com águas de boa qualidade. A Unidade Hidroestratigráfica Campo Alegre/Itajaí, associada

ao embasamento cristalino, compõe-se de rochas vulcano-sedimentares e sedimentares

siliciclásticas, com porosidade predominante por fraturas, localmente apresenta boa potencialidade

hidrogeológica e águas de boa qualidade (figura 5).

Figura 5 – Granitos alterados e rochas vulcano-sedimentares das Unidades Embasamento

Cristalino e Campo Alegre.

A Unidade Hidroestratigráfica Itararé, composta por arenitos finos, diamictitos, tilitos,

folhelhos e varvitos, comporta-se como um aqüífero de dupla porosidade, intergranular e fraturada.

Apresenta boa potencialidade, porém com restrições quanto à sua qualidade química (figura 6).

Page 12: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

12

Figura 6 – Contato por falha entre folhelhos da Unidade Itararé e granito alterado.

A Unidade Hidroestratigráfica Rio Bonito compõe-se de arenitos médios a finos, siltitos,

folhelhos e carvão. Predominam aqüíferos com porosidade intergranular, localmente de grande

produtividade e má qualidade quando associados com camadas de carvão (figura 7).

Figura 7 – Arenitos e argilitos falhados da Unidade Rio Bonito

A Unidade Hidroestratigráfica Palermo, síltica, confina a Unidade Hidroestratigráfica Rio

Bonito, comportando-se como um aquitardo (figura 8).

Page 13: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

13

Figura 8 – Siltitos argilosos da Unidade Palermo

A Unidade Hidroestratigráfica Irati, basicamente pelítica, não possui água significativa,

comportando-se como um aquiclude (figura 9).

Figura 9 – Folhelhos cinza intercalados com lentes e camadas de calcário da Unidade Irati.

As Unidades Hidroestratigráficas Serra Alta e Teresina, apesar de serem predominantemente

pelíticas e eventualmente com níveis calcários, constituem-se em aqüíferos de baixa produtividade

(figura 10).

Page 14: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

14

Figura 10 – Folhelhos sílticos e arenitos das Unidades Serra Alta e Teresina.

A Unidade Hidroestratigráfica Rio do Rasto com litologias areníticas intercaladas com

siltitos, quando em condições gemorfológicas favoráveis pode ser classificada como um aqüífero de

média a baixa produtividade, com águas de boa qualidade (figura 11).

Figura 11 – Intercalações de arenitos e siltitos avermelhados da Unidade Rio do Rasto.

Page 15: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

15

A Unidade Hidroestratigráfica Botucatu, representa o Sistema Aqüífero Guarani e é

constituída de arenitos médios a finos, possui baixa potencialidade nas áreas de afloramento e na

região confinada apresenta alta potencialidade e qualidade das águas geralmente boa (figura 12).

Figura 12 – Arenitos médios eólicos da Unidade Botucatu (Sistema Aqüífero Guarani).

A Unidade Hidroestratigráfica Serra Geral, constituída por derrames basálticos e rochas

ácidas e intermediárias, ocupa aproximadamente 50% da área do Estado. Trata-se de um aqüífero

heterogêneo e anisotrópico, de potencialidade muito variável e boa qualidade química das águas

(figura 13).

Figura 13 – Basaltos cinza fraturados e alterados da Unidade Serra Geral.

Page 16: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

16

A Unidade Hidroestratigráfica Alcalinas ocorre no Domo de Lages, constituída por fonolitos,

carbonatitos, etc. De pequena expressão em área, é um aqüífero de pequena expressão, por vezes

tratando-se de um aquifugo (figura 14).

Figura 14 – Rochas alcalinas fraturadas da Unidade Hidroestratigráfica Alcalinas.

Finalmente, nas regiões litorâneas e de mais extensa erosão nas formações geológicas, ocorre

o Sistema Aqüífero Cenozóico, localmente com alta produtividade e águas de ótima qualidade, às

vezes com teores excessivos de ferro, manganês, enxofre e matéria orgânica.

6 – CONCLUSÕES

A definição das principais zonas e sistemas aqüíferos que ocorrem no Estado de Santa

Catarina provou ser um importante instrumento para a gestão dos recursos hídricos subterrâneos.

A confecção de um mapa hidrogeológico na escala 1:500.000, baseado na síntese de mapas

hidrogeológicos em escala 1:250.000, permitiu o desenvolvimento de uma legenda que contempla

as principais variáveis que definem as características as unidades hidroestratigráficas, tanto

relacionadas a aqüíferos porosos intergranulares, quanto porosos por fraturamento ou carstificação.

Esta legenda detalhada possibilita que a apresentação final dos mapas seja mais clara e legível,

facilitando sua leitura pelos usuários, que nem sempre estão familiarizados com a técnica

hidrogeológica e sua representação cartográfica.

Finalmente, estes documentos embasam a gestão das águas subterrâneas incluindo a outorga

de uso de poços tubulares, como também auxiliam autoridades estaduais e municipais a melhor

direcionar investimentos nesta área, pois determinam os locais mais propícios ou de maior

Page 17: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

17

potencialidade para captação de águas de boa qualidade, como também dão subsídios para a

preservação e conservação destes importantes recursos hídricos subterrâneos.

BIBLIOGRAFIA

DAEE/USP 1992. Projeto, Perfuração e Operação de Poços Profundos: cursos de formação e

especialização. Ribeirão Preto, SP. 249 p.

FEITOSA, Fernando A.C et al. Hidrogeologia conceitos e aplicações. 3 ed. Rio de Janeiro:

CPRM/LABHID-UFPE, 2008. 812 p.

FREEZE, R. A.; CHERRY J. A. 1979. Ground Water. Prentice Hall, New Jersey, 604 p.

FREITAS, Marcos Alexandre; CAYE, Bráulio Robério; MACHADO, José Luiz Flores (Orgs.).

Projeto Oeste de Santa Catarina - PROESC: diagnóstico dos recursos hídricos subterrâneos do

oeste do estado de Santa Catarina. Florianópolis: CPRM, 2002. 1 CD-ROM. Convênio CPRM;

Governo do estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio

Ambiente, Secretaria de Estado do Desenvolvimento e Extensão Rural e Agricultura; EPAGRI.

GALLOWAY W. E.; HENRY C. D.; SMITH G. E. 1982. Depositional framework,

hydrostratigraphy and uranium mineralization of the Oakville Sandstone (Miocene), Texas Coastal

Plain. Bureau of Economic Geology. Univ. Texas, Austin, Rept. Invest. N° 113

JORGENSEN D. G. 1982. Aquifer Names. In: Jorgensen D. G. & Signor D.C. (Eds.) Geohydrology

of the Dakota Aquifer, s.n., Lincoln, Nebraska, pp. 4-7. (Proceedings of the First C.V. Theis

Conference on Geohydrology).

JORGENSEN D. G.; HELGESON J. O.; IMES J. L. 1993. Aquifer Systems underlying Kansas,

Nebraska , and parts of Arkansas, Colorado, Missouri, New Mexico, Oklahoma, South Dakota,

Texas and Wyoming- Geohydrologic framework: U.S. Geological Survey, Professional Paper 1414-

B, 238 p.

LANEY R. L. & DAVIDSON C. R. 1986. Aquifer-nomenclature guidelines. U.S. Geological

Survey, Open-file Report, 86-534, 46 p.

LOHMAN S. W. et al. 1972. Definitions of selected groundwaters terms - Revisions and

conceptual refinements. U.S. Geological Survey, Water-Supply Paper, 1988, 9 p.

MACFARLANE P. A. et al. 2000. Revision to the Nomenclature for Kansas Aquifers: Current

Research in Earth Sciences, Kansas Geological Survey, Bulletin 244, part2, In:

http://www.kgs.ku.edu/Current/2000/macfarlane/macfarlane1.html

Page 18: LEGENDA HIDROGEOLÓGICA E UNIDADES …...convênio entre a CPRM/Serviço Geológico do Brasil e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo de Santa

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

18

MACHADO, J. L. F. 2000 Mapa Hidrogeológico da Folha de Criciúma. Escala 1:250.000.

Programa de Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. CPRM. Porto Alegre. 1 mapa.

MACHADO, J. L. F. 2005 Compartimentação Espacial e Arcabouço Hidroestratigráfico do

Sistema Aqüífero Guarani no Rio Grande do Sul. Tese de Doutoramento. Programa de Pós-

Graduação em Geologia Sedimentar. Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). São

Leopoldo, RS. 238 p. ilustr. Mapas.

MAXEY G. B. 1964. Hydrostratigraphic Units. Journal of Hydrology, 2:124-129.

NORTH AMERICAN COMISSION ON STRATIGRAPHIC NOMENCLATURA - NACSN.

1983. North American Stratigraphic Code: American Association of Petroleum Geologists,

Bulletin, 67(5): 841-875.

NOYES C. M.; MALEY M. P.; BLAKE R.G. Defining Hydrostratigraphic Unitswithin the

Heterogeneous Alluvial Sediments at Lawrence Livermore Nacional Laboratory. Em: <http://www-

erd.llnl.gov/library/JC - 139779.pdf>

POLAND J. F.; LOFGREN B. E.; RILEY F. S. 1972. Glossary of selected terms useful in studies in

the mechanisms of the aquifer systems and land subsidence due to fluid withdrawal. U.S. Geological

Survey, Water-Supply Paper 2025, 9 p.

SEABER P. R. 1982. Definition of hydrostratigraphic units. 2nd Annual Symposium on Florida

Hydrogeology, Northwest Florida Water Management District. Public Information Bulletin, 82

(3):25-26.

SEABER P. R. 1986. Evolution of Classification and Nomenclature of Hydrogeologic Units. EOS

67 (16):28.

SEABER P. R. 1988. Hydrostratigraphic Units. In: Rosenshein J.S. & Seaber P.R. (Eds.)

Hydrogeology: The Geology of North America, W. Back/Geological Society of America,

Boulder,CO. pp. 9-14

STRUCKMEIER W. F.; MARGAT J. 1995 Hydrogeological Maps. A Guide and a Standard

Legend. International Association of Hydrogeology. Hannover. Helse. 177 p.