letra n.pdf

60

Upload: uilson-oliveira

Post on 18-Jul-2016

201 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: LETRA N.pdf
Page 2: LETRA N.pdf

MÚSICAMÚSICAMÚSICAMÚSICA NAAMANAAMANAAMANAAMA

N NAÃ Um filho de Calebe, filho de Jefoné (1Cr 4.15).

NAÃ Um homem da tribo de Judá, cunha-do de Hodias (1 Cr 4.19).

NAAJLAL Cidade levita em Zebulom nas pro-ximidades de Catate e Dimna (Js 19.15;21.35). Israel não conseguiu expulsar oscananeus, provavelmente por ser uma regiãoaberta e mais adequada aos métodoscananitas de combate aos inimigos.

NAALIEL Lugar de parada dos israelitasem sua peregrinação pelo deserto. Situadoentre Matana e Bamote, nas proximidadesdo deserto de Quedemote, e a norte deMoabe, era a última etapa da jornada (Nm21.19). Como seu nome significa “ribeiro deDeus”, poderia ser um afluente ao norte dorio Arnon, o grande Uádi Wala, ou o UádiZerqa Ma‘in que deságua no mar Morto, cer-ca de 18 quilômetros ao sul do monte Nebo.

NAALOL Outra forma de Naalal (q.n.), en-contrada somente em Juizes 1.30. Éra umadas cidades cananéias situada dentro do ter-ritório de Zebulom (Js 19.15), concedida àfamília levítica de Merari (Js 21.35). Oscananeus não foram expulsos desse local,mas ficaram sujeitos ao pagamento de im-postos. Provavelmente a atual cidade de Tellen-Nahl, a leste de Haifa, na planície de Acre,pode corresponder à sua localização.

NAAMA O nome ocorre em ugarítico comoN‘mn e em um texto egípcio da época deTutmósis III. 1. Um benjamita e fundador de um clã (Gn46.21). 2. Um filho de Belá, filho de Benjamim (Nm26.40; 1 Cr 8.4). Alguns estudiosos identifi-

cam este homem com o n 1, como sendo amesma pessoa, 3. Um filho de Eúde, neto de Benjamim (1Cr 8.7). 4. Um capitão sírio do exército de Ben-Hadade, rei de Damasco, Este competentecomandante-em-chefe foi curado de lepraatravés do ministério do profeta Eliseu (2 Rs5; Lc 4.27). A natureza precisa da lepra de Naamã é des-conhecida, pois o termo hebraico (sara aí) éusado para vários tipos de doenças de pele(cf. Lv 13-14). Alguns pensam que esta nãoera perigosamente contagiosa, pois nemNaamã nem o servo de Eliseu, Geazi, foramisolados da sociedade (2 Rs 5.27; 8.4). Por

A limpeza de Naama. Tapeçaria flamenga, século XV. MM

1322132213221322

Digitalizado Por

Editado Por

Page 3: LETRA N.pdf

NAAMÃNAAMÃNAAMÃNAAMÃ NAARA1 ou MAHATÍ1NAARA1 ou MAHATÍ1NAARA1 ou MAHATÍ1NAARA1 ou MAHATÍ1

outro lado, a doença podería ser extrema-mente grave, porém naquele momento po-dería estar em uma fase inicial. A descriçãobíblica sobre o general sírio, que era ator-mentado pela terrível doença, é carregadade drama. Enquanto era perseguido pelamorte, Naamã ouviu, de uma pequena es-crava israelita de sua casa, sobre o poder queum profeta hebreu na Palestina tinha pararealizar milagres. Armado com uma carta,redigida em termos um tanto arrogantes, deseu rei sírio ao rei de Israel, Naamã foi aSamaría e solicitou sua cura. O rei de Israelficou imediatamente desconfiado e sobres-saltado com as exigências da carta, e rasgousuas roupas em uma atitude de desespero.O profeta Eliseu ouviu a respeito do dilemado rei, e procurou recompor o assustado mo-narca. Então, o profeta Eliseu mandou umamensagem a Naamã, instruindo-o para quese banhasse por sete vezes no rio Jordão. Aprincípio, o general sírio, arrogantemente,desdenhou sua suposta humilhação, e rejei-tou o remédio. Mas seus auxiliares o persu-adiram a submeter-se ao tratamento reco-mendado pelo homem de Deus. Ele condes-cendeu e foi curado. Ao ser limpo da lepra, Naamã insistiu comEliseu para que aceitasse presentes de pra-ta, ouro e roupas, mas o profeta gentilmenterecusou. Naamã confessou mie o Deus de Is-rael é o único e verdadeiro Deus, e solicitouduas cargas de mula da terra de Canaâ (2 Rs5.15-17). Isto pode ser uma indicação de suacrença de que o Senhor (Yahweli) se limitavaà.Palestína e só podia ser adorado em seu solo(Ex 20.24). Ele também refletiu a idéia pagãda época de sincretísmo religioso, ao levan-tar junto a Eliseu a questão da adoração nacasa de Rimom (v. 18), Eliseu manteve-seestranhamente silencioso. A idéia de queYahweh era visto como o Deus do mundo in-teiro, mas de que Ele realizasse alguns even-tos históricos através dos membros de seuconselho celestial, e de que os deuses das na-ções vizinhas fossem esses seres celestiaismenores <Dt 32.8,9; 1 Rs 22.19, 22; SI 82) éuma explicação insatisfatória deste enigma.Curado de sua lepra e tendo uma nova fé,Naamã partiu para sua pátria. Mas ele foiinterceptado no caminho por Geazi, o opor-tunista servo de Eliseu que, sob um falsopretexto e motivado pela ganância, requisi-tou alguns dos presentes que Eliseu recusa-ra. Naamã, de forma gentil e generosa, osentregou. Ao retomar para a casa de Eliseu,Geazi teve sua falsidade exposta, e a leprade Naamã caiu sobre ele. Troca de hospitalidade por questões médi-cas parece ter sido predominante no mundoantigo, conforme demonstrado pelo rei egíp-cio Ramsés II, que ofereceu ajuda médica auma princesa hitita. Também por volta de1275 a.C., um médico e exorcista foi enviadopelo rei babilônio ao rei hitita Hattusilis.

Josué refere-se a uma tradição judaica queiguala Naamã a um homem que “entesou oarco e, atirandp ao acaso” matou o rei Acabe(1 Rs 22.34). E provável que esta seja ape-nas uma conjectura. Os milagres do Senhor Jesus Cristo e os deEliseu (q.o.) são notavelmente semelhantes.O Senhor Jesus, em Lucas 4.27, destaca acura de um oficial sírio como um exemplo dapreocupação de Deus com os gentios. A curade Naamã permanece como um testemunhoimortal de que não se pode comprar o poderde Deus com as coisas do mundo!

D. W. D.

NAAMÁ 1. A filha de Lameque e Zilá, que eram des-cendentes de Caim, e irmã de Tubailcaim, oinventor das ferramentas de corte (Gn 4.22). 2. Esposa amonita de Salomão e a mãe dorei Roboão (1 Rs 14.21,31; 2 Cr 12.13). 3. Uma cidade designada a Judá na regiãoda Sefelá na Palestina (Js 15.41), possivel-mente localizada em Khibert Fered, a noro-este de Timna.

NAAMANI Um dos doze líderes da tribo deJudá que retomou do cativeiro da Babilôniacom Zorobabel (Ne 7.7). Seu nome foi omitidoem uma lista paralela contida em Esdras 2.2,

NAAMANITA Mencionado em Números26.40. Veja Naamã 2.

NAAMAT1TA Zofar, um dos amigos de Jó,era um naamatita (Jó 2.11; 11.1; 20.1; 42.9).É um nome gentílico, possivelmente de umacidade em Edom.

NAARA Esta é uma ortografia de Naara ouNaarate (q.v.) em 1 Crônicas 7.28.

NAARA 1. Uma das duas esposas de Asur, da tribode Judá, que fundou Tecoa. Ela deu a Asurquatro fillios (1 Cr 4.5,6). 2. Uma cidade na fronteira de Benjamim eEfraim, entre Betei e Jerico (Js 16.7), cujonome é literalmente traduzido como Naarate.Em 1 Crônicas 7.28, a cidade é chamada deNaarâ. Josefo a chamou de Neara e disse queHerodes Arquelau desviou metade da águada fonte da cidade para irrigar as palmeirasde seu palácio na Jericó do NT (Ant. xvii, 13.1).Nelson Glueck identificou sua localização comKhirbet el-‘Ayâsh, nas proximidades do Uádiel-‘Auja, cerca de 8 quilômetros ao norte deJericó, no vale do Jordão (BASOR, XXV-XXVIII, Parte I [1939], 412ss.).

NAARAI ou NAHARI Homem de Beerote,em Benjamim. Foi listado entre os 30 pode-rosos de Davi como portador da armadurade Joabe, comandante-em-chefe do exércitode Davi (2 Sm 23.37; 1 Cr 11.39).

1323132313231323

Page 4: LETRA N.pdf

NAARATENAARATENAARATENAARATE MABALMABALMABALMABAL

NAAEATE Uma cidade de Benjamim ou deEfraim nas proximidades de Jerico (Js 16.7).Veja Naara 2.

NAARI Um dos heróis de Davi, chamado dePaarai, o arbita, em 2 Samuel 23.35, mas deNaari em 1 Crônicas 11.37.

NAÁS 1. Um rei amonita que sitiou Jabes-Gileade,depois que Saul foi ungido rei por Samuel (1Sm 11.1,2; 12,12). Seu termo ae rendição in-cluía arrancar o olho direito de cada homemde Jabes a fim de deixá-lo incapacitado departicipar de outras guerras. R. W. Corneysugere que Na ás desejava alcançar maior gló-ria derrotando um inimigo mais poderoso e,assim, permitiu que os defensores pedissemajuda; porém calculou erroneamente o tama-nho do exército que Israel podería enviar(“Nahash”, IDB, III, 497). A surpreendentevitória de Saul abriu caminho para que elefosse aceito como rei dos israelitas (1 Sm 11.6-15), Ele é provavelmente o Naás que foi bon-doso para com Davi, inimigo de Saul (2 Sm10.2; 1 Cr 19.1,2) e cujo filho Sobi levou su-primentos a Davi em Maanaim (2 Sm 17.27), 2. Pai de Abigail e, aparentemente, deZeruia, sua irmã (2 Sm 17.25), Como Abigaile Zeruia são mencionadas em 1 Crônicas2.13-16 como irmãs de Davi e de seus irmãos,é possível que fossem enteadas de Jessé.Seus filhos tinham quase a mesma idade deDavi. Acreditamos que Naás tenha sido o reiamonita descrito acima e, nesse caso, a ami-zade de Davi com esse rei estava baseadaem um íntimo relacionamento familiar.

J. R,

NAASOM Príncipe da tribo de Judá, na épo-ca do Êxodo. Como chefe da tribo, ele apare-ce no censo (Nm 1.17), na designação dosacampamentos (Nm 2.3), e no transporte dasofertas da tribo, junto com outros príncipes,na dedicação do Tabernáculo (Nm 7.12,17).Sua irmã, Eliseba, foi esposa de Arão (Êx6,23). Ele morreu lio deserto, junto com suageração, mas Davi foi um de seus descenden-tes (1 Cr 2.10,11; Rt 4.20-22), como tambémo Senhor Jesus Cristo (Mt 1.4; Lc 3,21; Na-assom, em grego).

NAASSOM Esta é a ortografia para Naasomno NT, Um ancestral de Cristo, era filho deAminadabe (Mt 1.4; Lc 3.32).

NAATE 1. Neto de Esaú, por Basemate, filha deIsmael, através de seu filho Reuel (Gn36.13,17; 1 Cr 1.37). 2. Descendente de Levi, através de seu filhoCoate (1 Cr 6.26), provavelmente aquele queem outras passagens é chamado ae Toá (1Cr 6.34), e de Toú (1 Sm 1.1). Foi um ances-tral de Samuel.

3, Um levita que, no reinado de Ezequias,ajudou a supervisionar os dízimos e as ofer-tas do Templo (2 Cr 31.13).

NABAL Um rico fazendeiro que vivia ao sul-sudeste de Hebrom. Residia em uma cidadede nome Maom (não a Maom próxima aPetra) e pastoreava seus rebanhos na fron-teira de Jndá, no Carmelo (não no monteCarmelo), em um lugar hoje conhecido comoel-Kurmul. Ele é mencionado na história bí-blica por causa de um confronto com Davi eseus 600 homens que buscavam refúgio dorei Saul na mesma vizinhança. Enquantoestavam ali, os homens de Davi protegeramo gado de Nabal dos ataques dos beduínosda vizinhança, e mantiveram boas relaçõescom seus pastores (1 Sm 25.15). Por causada sua necessidade de provisões, Davi en-viou dez de seus servos a Nabal na época datosquia das ovelhas, em busca de uma grati-ficação pela proteção contra a pilhagem quefora fornecida aos pastores de Nabal. Nabal afirmou que nunca ouvira falar deDavi, e insinuou que ele nada mais era doque um escravo fugitivo. Este insulto enfu-receu tanto a Davi, que ele deu ordens a seushomens para que 400 de seus poderosos ata-cassem Nabal, Os empregados de Nabal in-formaram o fato a Abigail (q.v.), a atraentee habilidosa esposa de Nabal, a tempo deevitar a catástrofe. Abigail apressou-se emcarregar uma grande quantidade de provi-sões em jumentos e, sem que seu marido sou-besse, acompanhou a oferta de paz até o cam-po de Davi. A generosidade, graça, e belezadela foram suficientes para dissuadir Davide seu propósito, salvando, assim, seu mari-do de ser assassinado, e Davi da culpa peloderramamento de sangue. Em sua longa eeloquente intercessão, ela apelou não só àpiedade de Davi, mas aos próprios interes-ses dele (1 Sm 25.24-31). Por consideração aela e a seus presentes, além do desejo de evi-tar uma mancha em seu histórico, Davi re-considerou e cancelou o ataque. Tanto os servos de Nabal (cujo nome em heb.significa “tolo”, insensato intelectual e moral-mente) quanto sua esposa concordavam quan-to à maldade de seu senhor. Quando retor-nou à sua fazenda, Abigail encontrou seumarido comendo e bebendo como um rei. Eleestava tão bêbado, que ela não lhe contou so-bre sua pequena escapada até o dia seguinte,quando estava sóbrio. Após ouvir sobre o pe-rigo a que esteve exposto, alguns entendemque Nabal sofreu um ataque cardíaco ou tal-vez uma congestão e ficou “como pedra”. Dezdias depois “feriu o Senhor a Nabal, e estemorreu”. Davi considerou sua morte como umato de Deus, pelo qual foi vingado e protegidode derramar sangue por si mesmo. Pouco tempo depois, Davi enviou servos parapedirem a mão da viúva em casamento.Abigail graciosamente e sem hesitar consen-

1324132413241324

Page 5: LETRA N.pdf

NABALNABALNABALNABAL NABATEUSNABATEUSNABATEUSNABATEUS

tiu, dizendo: “Eis aqui a tua serva servirá decriada para lavar os pés dos criados de meusenho/. Em sua segunda viagem ao campode Davi, ela foi acompanhada de seus benspessoais e cinco servas a fim de permanecercom Davi como sua segunda esposa. Maistarde ela foi com Davi para Hebrom e Jeru-salém, como sua rainha. Esta história tem em si todas as evidênciasde autenticidade. A área ao sul de Hebrom ébem adequada ao pastoreio concordando,portanto, com a natureza e o escopo das ati-vidades de pastoreio de Nabal. A grosseriade Nabal é, também, característica de mui-tos homens que “se fizeram por si mesmos”,que se preocupam apenas com suas própri-as riquezas.

G. A. T.

NABATEUS Os nabateus eram uma tribosemita vinda do noroeste da Arábia, que co-meçou a assentar-se na árça localizada entreo mar Morto e o golfo de Acaba, em algumaépoca durante o século VI a.C., invadindo amaior parte do território ocupado pelos edo-mitas. Seu nome pode ter aparecido pela pri-meira vez em 646 a.C., quando um povo cha-mado “Nabaiate” revoltou-se contra o reiAssurbanipal, da Assíria, que levou sete lon-gos anos para subjugá-los. Desde a primeiraaparição, entende-se que estavam engajadosno comércio e na proteção das rotas das cara-vanas entre a Arábia e o Crescente Fértil, pelaqual cobravam taxas exorbitantes. A prospe-ridade gradualmente chegou e inevitavelmen-te tornou possíveis as esculturas de monu-

mentos magníficos que ainda prendem a aten-ção dos visitantes modernos. Veja Árabes. A próxima vez que se ouve falar dos nabateusé em 312 a.C., quando Antígono, o Caolho,um dos generais de Alexandre o Grande,enviou uma expedição contra a capital de-les, Petra íq.ej, em seu avanço sobre o Egi-to. Suas tropas capturaram a cidade e a sa-quearam, mas íoram apanhados pelosnabateus em seu retorno e completamenteaniquilados em um ataque de surpresa, no-turno. Os nabateus mais tarde lucraram coma confusão que prevalecia no reino selêucidae expandiram seu poderio por toda a Trans-jordânia, penetrando ao norte até Damasco.Durante o século I a.C. eles se envolveramna guerra contra o rei macabeu, AlexandreJaneu, a quem derrotaram, e novamente como último rei selêucida, Antíoco XII, a quemcapturaram. Com a chegada dos romanos, os nabateusassumiram um papel mais subserviente e,muitas vezes, são encontrados ajudando osromanos em suas guerras no Oriente Próxi-mo, Aretas III enviou uma força de cavala-ria com 40 animais para ajudar Júlio Césarna batalha de Alexandria, e Aretas IV en-viou um contingente para ajudar Varo con-tra os judeus. Foi este mesmo Aretas queestava governando Damasco, quando Pauloescapou da cidade (2 Co 11.32). Finalmente,os romanos, sob Trajano, anexaram seu rei-no e o converteram na Terceira Província daÃrábia em 106 d.C. Os nabateus eram pagãos que adoravam umamultiplicidade de deuses no comando dos quais

1325132513251325

Page 6: LETRA N.pdf

NABATEUSNABATEUSNABATEUSNABATEUS NABONIDONABONIDONABONIDONABONIDO

estava Dhu Shara (Dusares). A adoração emlugares altos parece ter sido muito popularentre eles e no meio de seus monumentos emPetra, existiam dois lugares altos, um dosquais consistia em um altar e dois obeliscospróximos, todos escavados na roclia. Eles en-terravam seus mortos em câmaras cortadasna rocha, adornadas externamente com umpadrão em degrau ou no estilo helênico, comcolunas e frisos. Seus monumentos mais fa-mosos eram o Khazneh e o Deir. O primeiro érecortado de muitas pedras de arenito colori-do da região, e está situado no final de um des-filadeiro estreito que leva à cidade, enquantoo Deir fica no topo de uma ravina íngreme.Além destes, há numerosas outras tumbas aoredor da cidade. Veja Petra. Além de suas construções em Petra, osnabateus deixaram um sem número de for-talezas e postos avançados que ficam na an-tiga rota das caravanas entre Hedjaz e Da-masco. Os restos de suas represas e cister-nas no Neguebe indicam sua grande habili-dade em engenharia e seus intensivos pro-gramas agrícolas, que levaram a populaçãodaçjuela área ao seu ponto mais alto na his-tória. Eles faziam uma notável cerâmicaleve, com uma bela decoração com desenhosflorais. Todas estas ruínas silenciosas ates-tam o alto grau de sua civilização.

Bibliografia. CornPBE, pp. 542-554. Nel-son Glueck, Deítíes and Dolphins, The Storyof the Nabataeans, Nova York. Farrar,Straus and Giroux, 1965.

NABI Representante da tribo de Naftali,escolhido para espionar Canaã (Nm 13.14).

NABONIDO Último rei da Nova Babilônia(aprox. 556-539 a.C.) e pai de Belsazar tq.v.).O fato de Belsazar, e não Nabonido, ser men-cionado como rei da Babilônia no livro deDaniel, tem levado muitos estudiosos a ques-tionar a exatidão dos registros de Daniel.Textos cuneiformes recentemente publicadosrevelam que Nabonido era uma pessoa in-trigante e nos dão a base para entender aproeminência de Belsazar na Babilônia emlugar de seu pai. Foi somente depois da publicação da obra deSidney Smith, “Persian Verse Account”, so-bre Nabonido em 1924, que os estudiososcomeçaram a levar a sério a insinuação deque o rei havia passado vários anos no de-serto da Arábia. Em 1929, Dougherty publi-cou a obra “Nabonidus andBelshazzar” queorganiza todas as evidências pertinentes,cuneiformes e não cuneiformes, sobre o rei-no de Nabonido e de seu filho. Em 1956, D. S. Rice descobriu três monolítos em Harranque foram reutilizados pelos muçulmanospara servir como soleira da porta de suamesquita. Essas importantes inscrições, quedescrevem a morte da mãe de Nabonido, fo-

ram publicadas por Gadd em 1958. Em 1956,Milik publicou alguns fragmentos deQumran, escritos em aramaíco, que tratamdeste rei. Veja ANET, pp. 305-306, 308-316.Essas descobertas nos obrigam a rever a nos-sa antiga opinião sobre Nabonido como umestudioso antiquário que não estava interes-sado em administração. Acreditamos que elefoi um monarca competente, cuja falha comogovernante estava relacionada à sua fanáti-ca devoção ao deus-lua, Sin. Essa devoçãohavia sido estimulada por sua mãe, uma no-tável mulher que viveu 104 anos. QuandoNabonido subiu ao trono em 556 a.C., ele de-via ter aproximadamente 50 anos de idade.No início de seu reinado, Marduque lhe re-velou um sonho em que o deus Sin estavairado porque os Ummanmanda (os medos)haviam destruído seu Templo em Harran.Nabonido resolveu suspender a festa do AnoNovo até conseguir reconstruir o Templo.Mas sua devoção a Sin não o tornou maisquerido pelos sacerdotes de Marduque.Quando Ciro atacou os medos, Nabonido foicapaz de terminar o Templo em Harran, em553 a.C. Depois de uma campanha no Líba-no, em 553 a.C,, ele ficou doente, mas recu-perou-se e dirigiu-se para Edom ao sul e,depois, continuou mais adiante até o oásisde Tema (q.u.) ainda mais ao sul, no noro-este da Arábia. De acordo com uma decisãosem precedentes, Nabonido preferiu perma-necer na Arábia e deixar a Babilônia nasmãos de Belsazar. Acreditou-se, posterior-mente, qne o rei tenha permanecido no de-serto de sete a oito anos. Os novos textos deHarran mostram que ele ficou mais tempoainda, dez anos vivi entre eles, (e) paraminha cidade Babilônia não fui”. E prová-vel que seu exílio tenha durado do quintoao décimo quinto ano de sen reinado, 552-542 a.C. Embora ainda conservasse o títulode rei, ele dava suas ordens a partir deTema. O alimento era transportado por ca-melos desde a Babilônia, a 800 quilômetrosde distância. Ele estabeleceu postos avan-çados em outros cinco oásis, inclusiveYathrib (Medina, o refúgio de Maomé l, 400

Suílômetros ao sul do oásis de Tema. lentre as várias razões eopjetu radas para a

estranha atitude de Nabonido, estão as se-guintes: (1) Econômica. Os medos e os persascontrolavam as rotas comerciais a norte e aleste, mas o sul permanecia aberto para aBabilônia. (2) Militar. A necessidade dos ali-ados árabes de se reunir contra o crescentepoder de Ciro pode ter sido um dos fatores.(3) Higiênica. O clima pode ter agradado aoidoso e adoentado rei. As verdadeiras razõespodem ser encontradas nos novos textos deHarran que relatam: “Os filhos da Babilô-nia... sacerdotes e povo das capitais acádias,contra sua grande divindade (Sin) ofendida,,.traição e não lealdade, como cães se devo-rando entre si, febre e fome entre eles...”

1326

Page 7: LETRA N.pdf

NAB0N1D0 NABNABNABNABOTEOTEOTEOTE

O rei se recusou a voltar à Babilônia, a cida-de que havia sido castigada por Sin pelo des-respeito mostrado a essa divindade, até queo povo se arrependesse de sua atitude. Suaalienação era tão intensa que ele nãoretornou para o funeral de sua mãe, quemorreu no nono ano de seu exílio. Como con-sequência de sua ausência, o ritual do AnoNovo foi suspenso na Babilônia.Entretanto, Nabonido não havia abdica-do. Ele ainda era chamado de sarru ou"rei”, e mesmo estando em Tema dava or-dens a Belsazar, que era chamado de marsarri ou “filho do rei”. Antes de partir paraTema, ele havia “confiado o reinado”(sarrutam) a seu filho. Dougherty demons-tra que Belsazar exerceu poder real e estáassociado a Nabonido através de váriasinscrições. Ele conclui que a descrição queDaniel fez de Belsazar como rei da Babilô-nia é muito precisa. A promoção de Daniela “terceiro governante” (Dn 5.29) tambémparece ser um reconhecimento da situação.Pouco antes da captura da Babilônia pelospersas em 539 a.C., Nabonido retomou à ci-dade e celebrou o ritual do Ano Novo. Eletentou reunir os deuses de muitas outras ci-dades, mas Borsippa, Cuthah e Sippar recu-saram-se a enviar os seus. Na verdade, mui-tos babilônios receberam Ciro como rei, poisacreditavam que ele honraria mais a Mar-duque do que Nabonido. De acordo com fon-tes gregas, sua vida foi poupada e ele foi no-meado governador de Carmania (ef. uma his-tória semelhante à de Croesus). Há estudiosos da Bíblia que aceitam a tese deque a história da loucura de Nabonido, queconsta do livro de Daniel, seja uma imagemdistorcida de seu exílio na Arábia (vejaGenouillac, Von Soden). Dentre outras obje-ções a essa história, existe a opinião de queela foi baseada na tradução feita por Smith deuma linha do Persian Verse Account: “Um de-mônio cruel (sedit ) o havia alterado”. De acor-do com essa tradução, Nabonido teria ido paraa Arábia porque estava demente. Oppenheim,por sua vez, traduz esta linha da seguintemaneira: “Sua divindade protetora se tornouhostil para com ele” (ANET, p. 313). De acordo com “A Oração de Nabonido", orecentemente publicado texto aramaieo deQumran, Nabonido (e não Nabucodonosor- portanto uma outra situação além daque-la que foi relatada em Daniel 4), foi afligidoem Tema, por Deus, sofrendo uma enfermi-dade durante sete anos. Depois de orar emvão aos deuses de prata, madeira, pedraetc... um “exorcista judeu” (Daniel?) o cu-rou. Milik e Freedman acreditam que essahistória seja anterior à de Daniel; Dupont-Sommer pensam de outra forma. Ela real-mente mostra que os judeus conheciamNabonido, embora ele não seja mencionadopelo nome no livro de Daniel, Veja Nabucodonosor.

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. Raymond P. Dougherty, Na- bonidus and Belshazzar, Yale. Yale Univ. Press, 1929, C. J. Gadd, “The Harran lnscriptions of Nabonidits”, Anatolian Studies, VIII (1958), 35-92. Henri de Genouillac, “Nabonide”. RA,XXII (1924), 71- 81. Hildegard Lewy, “The Babylonian Background of the Kay Kâüs Legend”, Archiv. Orientální, XVII (1949), 28-109. Julius Lewy, ‘The Late Assyro-Babylonian Cult of the Moon... at the Time of Naboni- dus”, HUCA, XIX (1946), 405-489. J. T. Milik, “Prière de Nabonide”, RB, LXIII (1956), 407- 415. D. S. Rice, “From Sin to Saladin”, Illustrated London News (21 de setembro de 1957), 466-469). H. H. Rowley, “The Historicity of the Fífth Chapter of Daniel”, JTS, XXXII (1931), 12-31.

E. M. Y.

NÀBOPOLASAR Rei babilônio (626-605 a.C.) que fundou a Dinastia dos Caldeus, e pai de Nabucodonosor II. Assumiu o título de rei da Acádia (ANET, pp. 303ss.). Fazia parte da coalizão com Cyaxares, rei do Im- pério dos Medos que conquistou Nínive em 612 a.C. Uma série de textos babilônieos da coleção do Museu Britânico menciona, com exceção dos anos de quatro a nove, todos os anos do reinado de Nabopolasar e suas campanhas contra os assírios e seus antigos vassalos na Síria e Cilíeia.

NABOTE Cidadão do Reino do Norte de Is- rael que possuía um vinhedo em Jezreel, nas proximidades do palácio de campo de Acabe e Jezahel (1 Rs 21.1; 2 Rs 9,21,25). Foi convo- cado por Acabe para ir a Samaria, pois este desejava comprar sua terra. Nabote recusou porque ela fazia da parte da herança da fa- mília, portanto o título não podia ser transfe- rido a alguém que não fizesse parte de sua tribo (Lv 25.23; Nm 36.7; cf. Ez 46.18). Quan- do Jezabel soube o quanto o petulante Acabe desejava anexar o vinhedo, sem hesitar es- creveu uma carta aos encarregados da cida- de de Jezreel e cruelmente mandou apedre- jar Nabote e seus filhos até a morte sob uma falsa acusação de blasfêmia (1 Rs 21.8-14). Elias condenou Acabe e Jezabel por este cri- me (1 Rs 21.17-24), e profetizou que os cães iriam lamber o sangue do rei e comer a car- ne de Jezabel, da mesma forma que haviam lambido o sangue de Nabote depois dele ter sido apedrejado. Essa profecia teve um du- plo cumprimento com cães lambendo o san- gue de Acabe quando sua biga foi lavada no tanque de Samaria (1 Rs 22.38), e cães co- mendo o corpo estraçalhado de Jezabel fora das portas ae Jezreel (2 Rs 9.30-37). De acordo com Francis I. Andersen, o propó- sito de Jezabel pode ter sido reivindicar que Nabote havia realmente prometido vender o vinhedo a Acabe, e que depois se arrepen- deu. Eia enviou um titulo espúrio de venda,

1327132713271327

Page 8: LETRA N.pdf

Uma reconstrução da Babilônia nos dias da Nabucodonosor, com a porta de Ishtar em primeiro plano e os Jardins Suspensos à direita, ORINST

1328132813281328

Page 9: LETRA N.pdf

NABOTE NABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSOR

selou-o com o selo do rei, e o enviou entresuas “cartas” aos anciãos de Jezreel. No jul-gamento, duas falsas testemunhas juraramque Nabote havia invocado o nome de Jeováem uma promessa que teria formalizado asuposta transação (“The Socio-JuridicalBackground of tne Naboth Ineident”, JBL,LXXXV [19661, 46-57),

A. W. W.

NABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSOR O nome. O nome real Nabukudurri-usur(“Nebo, Proteja a Minha Fronteira!” ou “Nebo,proteja o teu servo!”) foi adotado por quatromonarcas babilônios, sendo que apenas umdeles (Nabucodonosor II) é mencionado naBíblia, embora com uma ênfase e uma fre-quência que testemunham seu importantepapel na história redentora. Das duas trans-crições inglesas de seu nome, encontradas nasversões padrão em inglês, aquela com r (emhebraico, N‘bukadre’ssar em Jeremias eEzequiel) é a que mais fielmente representao acádio original (ef. acima). A ortografia comn (em hebraico N''bu lukadne[’]ssar) é en-contrada em 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras,Neemias, Ester, Daniel e, ocasionalmente, emJeremias. Em aramaico Nebu / ukadnessar emEsdras e Daniel. Na Septuaginta (LXX), cons-ta Naboucfiodonosfs]or). No entanto, todas elassão o resultado de uma dissimilação dialetal.Fontes de informação. Foram escavadas maisde 500 tábuas relacionadas com a adminis-tração e os contratos, datadas de acordo comos dias, meses e anos do reinado de Nabuco-donosor. Também existem cerca de 30 edifí-cios e inscrições honoríficas, principalmenteem cilindros de pedra e tijolos que jncluem aimportante inscrição da Casa da índia Ori-ental, uma inscrição em um monolito debasalto negro com 621 linhas que descrevema fortificação da Babilônia, a restauração doantigo palácio e uma nova construção. As 720linhas da inscrição Uádi Brissa, na Síria(ANET, p. 307) registram sua conquista doLíbano e o transporte de seus cedros para aBabilônia. D. J. Wiseman publicou recente-mente o conteúdo de tábuas relacionadas àcrônica da Babilônia, ano a ano, e que tra-tam dos primeiros 12 anos de seu reinado.Outras fontes incluem livros do AT como 2Reis, 2 Crônicas, Jeremias, Ezequiel eDaniel, além de fragmentos de historiado-res posteriores citados por Josefo e Eusébio.História política. Nabucodonosor II foi, semdúvida, o maioT dos governantes do breveImpério NeoBabilônico (626-539 a.C.), sobreo qual ele reinou durante 43 anos (605-562).Seu pai era Nabopolassar que, desafiandoos exércitos da enfraquecida Assíria, foi en-tronizado como rei da Babilônia em 23 denovembro de 626 a.C. Depois da destruiçãode Nínive, em 612 a.C., por uma aliançamedo-babilônica, a Assíria mudou sua capi-tal para Harran, situada a oeste, mas, em

610 a.C., ela foi ocupada por Nabopolassarsem qualquer luta. Nada mais ficamos sa-bendo sobre a Assíria depois de 609 a.C. O resultado imediato da derrota da Assíriafoi urna breve afirmação da hegemonia egíp-cia sobre Judã. O Faraó Neco II (609-593a.C.) nomeava e destituía os monarcas ju-deus a seu bel prazer até a derrota das for-ças egípcias em Carquemis. O crédito pela vitória da Babilônia deve seratribuído a Nabucodonosor, o príncipe herdei-ro que havia sido enviado por Nabopolassarpara liderar o exército de seu país.Recentemente, tábuas publicadas sobre aserônicas da Babilônia nos permitem deter-minar com bastante precisão a data da ba-talha de Carquemis (maio-junho de 605 a.C.).Tanto Jeremias (Jr 46.2-12) quanto Josefo(Aní.x.6) reconheceram uma parte de suaimportância, por ter marcado a eliminaçãodo Egito de qualquer papel significativo nosnegócios da Palestina, assim como a eleva-ção de Nabucodonosor ao poder. No dia 16de agosto de 605 a.C., Nabopolassar morreu,e Nabucodonosor não levou adiante o propó-sito do pai de que os egípcios se retirassempara seu país a fim de assumir o trono daBabilônia. Sua coroação foi realizada no dia7 de setembro, depois da qual ele dirigiu seuexército para o ocidente e recomeçou o avan-ço sobre a Síria. Por volta de 603 a.C., Nabucodonosor reina-va sobre toda a Sírio-Palestina. Jeoaquimtransferiu a ele sua lealdade, mesmo de for-ma temporária (2 Rs 24.1). Asquelom, naFilístia, navia sido destruída por Nabucodo-nosor antes de seu retomo à Babilônia emfevereiro de 603 a.C. O Papiro Saqqara nú-mero 86984 (Museu do Cairo), uma cartaescrita em aramaico que apela pela ajudado Faraó, foi provavelmente escrito emAsquelom, pouco antes de sua destruição.Em 601 a.C., Nabucodonosor mais uma vezmarchou em direção ao Egito e travou umaintensa batalha contra as forças de Neco nasproximidades da fronteira egípcia. Ambos oslados sofreram grandes perdas e a batalhaterminou em um empate forçado. Foi nesseponto que Jeoaquim, evidentemente conven-cido de que sua oportunidade havia chega-do, rebelou-se contra a Babilônia e deixoude pagar seu tributo (2 Rs 24.1). Porém,embora estivesse em desvantagem naquelemomento, Nabucodonosor não tinha qual-quer intenção de permitir que Judá se desli-gasse de seu império. Portanto, durante al-gum tempo ele atormentou esse pequeno rei-no com bandos de saqueadores convocadosdentre seu próprio exército, assim como decontingentes mercenários (24.2). Ele veio com o principal exército babilônicocontra Judá (2 Rs 24.10,11) em dezembro de598 a C. O escriba lacônico da crônica daBabilônia reportando os eventos de 597 a.C,declara simplesmente que Nabucodonosor

1329132913291329

Page 10: LETRA N.pdf

NABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSOR NABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSOR

Tábua relatando a ascensão de Nabucodonosor ao trono da Babilônia e sua conquista de

Jerusalém em 597 a.C. BM

“acampou contra a cidade de Judá [isto é,Jerusalém] e, no segundo dia do mês de Adar[isto é, 16 de março], ele tomou a cidade ecapturou o rei [isto é, Joaquim]. Lá ele no-meou um rei que o agradava [isto é,Zedequias]”. Jeoaquim havia morrido mis-teriosamente no mesmo mês em que o exér-cito babilônico havia marchado contra Judá.Em vista do fato de que seu filho Joaquim (2Rs 24.6) governou durante três meses e dezdias (2 Cr 36.9; acredita-se que os “três me-ses” de 2 Rs 24.8 sejam apenas uma aproxi-mação) antes da captura de Jerusalém, Adata exata da morte de Joaquim foi 7 de de-zembro de 598 a.C. Sua idade declarada em2 Crônicas 36.9 - oito anos de idade - pare-ce ser algum erro do copista, pois em 2 Reis24.8 consta 18 anos de idade. Seguindo o exemplo de seus predecessoresdesde o tempo de Tiglate-Pileser III (q. v.),Nabucodonosor deportou o rei (Joaquim) eseu séqüito, assim como todos os habitantesde Jerusalém que poderíam tentar fomen-tar uma rebelião (2 Rs 24.12-16; 2 Cr 36.10;Jr 22.24-30; 52.28). Embora ele tivesse exi-gido levar alguns reféns para a Babilônia,incluindo Daniel e seus três amigos, e partedos vasos do Templo de Salomão, logo de-pois da batalha de Carquemis (Dn 1.1-7; cf.também 2 Cr 36.5-7), a deportação de 597a.C. constituiu a primeira fase importantedaquilo que é tradicionalmente referido comoo cativeiro na Babilônia (cf. Mt 1.11). Da mes-ma maneira como havia feito antes, embora

em uma escala muito maior, Nabucodono-sor saqueou o Templo de Salomão e levouconsigo um enorme despojo de guerra. Eleempossou o tio de Joaquim, Matanias, notrono de Judá (2 Rs 24.17; em 2 Cr 36.10seria melhor traduzir “irmão” como “paren-te”), dando-lhe o novo nome de Zedequiaspara demonstrar sua própria suserania.Zedequias, sem dúvida, teria se sujeitado aser um vassalo muito mais dócil se váriosfatores fora de seu controle não tivessemperturbado a situação política, Um conside-rável número de judeus, tanto em Jerusa-lém como na Babilônia, ainda consideravaJoaquim o legítimo ocupante de seu trono.Ezequiel, por exemplo, traiu seus verdadei-ros sentimentos ao avaliar as datas relati-vas ao cativeiro do “rei Joaquim” (Ez 1.2 etc).Além disso, mesmo depois de sua derrota emCarquemis, o Egito, embora seriamente en-fraquecido, continuava a exercer alguma in-fluência sobre os negócios do Oriente Próxi-mo. Outrossim, a dissidência contra a Babi-lônia estava predominando não só em Jeru-salém (o que se pode concluir pelos inúteisesforços de Jeremias para manter seus com-patriotas afastados da rebelião), mas tam-bém entre o próprio povo de Nabucodonosor.Em 595/4 a.C., Nabucodonosor considerouque seria melhor permanecer na Babilôniapara reprimir uma rebelião local. No anoseguinte, Hananias, um falso profeta de Je-rusalém, previu publicamente o retorno doexílio - dentro de dois anos - de todos aque-les que o rei havia levado para a Babilônia(Jr 28.1-4). Talvez Hananias tivesse recebi-do alguma notícia sobre a insurreição e atenha interpretado como sinal de uma revol-ta mais disseminada. De quatquer forma,Jeremias denunciou esse indevido otimismoe aconselhou os exilados a adotarem a filo-sofia de “viver como sempre”, pois o Senhorhavia revelado que sua permanência na Ba-bilônia seria prolongada (Jr 29.1-23).Durante algum tempo, Zedequias continuouconvencido da sabedoria do conselho de Je-remias, O texto em Jeremias 51.59 pareceindicar que no mesmo ano da imprudenteprofecia de Hananias e, talvez, até mesmocomo resultado dela, Zedequias fora convo-cado por Nabucodonosor para uma entrevis-ta na Babilônia para determinar a extensãode sua lealdade. Evidentemente, Nabucodo-nosor ficou satisfeito com as respostas deZedequias, pois permitiu que este continu-asse no trono de Judá. Entretanto, os anosseguintes encontraram Zedequias cada vezmais incapacitado de resistir ao elementopró-egípcio e antibabiiônico da população deJudá. Finalmente, de modo contrário ao con-selho de Jeremias (2 Cr 36.12; Jr 21.1-7;37.3-10,17-20; 38.14-23) ele se rebelou (2 Rs24.20. 2 Cr 36.13-16; Jr 52,3). Em janeiro de 588 a.C., Nabucodonosor e seuexército estavam sitiando Jerusalém (2 Rs

1330133013301330

Page 11: LETRA N.pdf

NNNNABUCODONOSORABUCODONOSORABUCODONOSORABUCODONOSOR NABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSOR

25.1; Jr 39.1; 52.4; Ez 24.1,2). O exércitobabilônico havia capturado, uma a uma, ascidades fortificadas de Judá, de modo quena época em que o sítio de Jerusalém estavaacontecendo restavam somente La quis eAzeca (Jr 34.6,7). As cartas de Laquis, umconjunto de 21 documentos encontrados namoderna Tell ed-Duweir (a bíblica Laquis,q.v.) em 1935 e 1938 ilustram a consterna-ção que reinava em Judá durante os últimosdias de sua existência nacional (veja ANET,pp. 321ss.). O único lampejo de esperançapara uma situação que de outra forma seriameramente desesperadora, seria uma reti-rada temporária das forças da Babilônia dacidade de Jerusalém para enfrentar o exér-cito egípcio que estava avançando (Jr37.5,11} provavelmente sob o comando doFaraó Apries (589-570, veja Faraó Hofra).Entretanto, o alívio de Jerusalém durou pou-co, pois os babilônios forçaram os egípcios ase retirarem e o cerco à cidade recomeçou.A cidade suportou um sítio de 30 meses, masas forças superiores da Babilônia finalmen-te abriram caminho através de seus murosem julho de 586, no 19“ ano do reinado deNabucodonosor (2 Rs 25.2-4,8; Jr 39.2; 52,5-7,12). Zedequias e algumas de suas tropastentaram fugir durante a noite, mas foramcapturados nas proximidades de Jerico. O reifoi levado à presença de Nabucodonosor emRibla, no Orontes, onde foi forçado a contem-plar a execução de seus filhos. Então cega-ram seus olhos e ele foi levado acorrentadopara a Babilônia (2 Rs 25.5-7; Jr 39.4-8; 52.8-11), como um dos exilados da segunda maiorfase do cativeiro na Babilônia (Jr 52.29). Emseguida, Nabu-zer(a)-iddina (Nebuzaradã,q.v.), capitão da guarda de Nabucodonosor,chegou a Jerusalém para completar a des-truição e a pilhagem a a cidade e do Templo,assim como a deportação dos habitantes,deixando para trás apenas os indivíduosmais pobres (2 Rs 25.8-17; 2 Cr 36.17-20; Jr39,9,10; 52.12-23), Depois da destruição de Jerusalém, Nabu-codonosor nomeou outro governador paraJudá, Gedalias (q.v.) que logo caiu em des-graça perante os elementos restantes da po-pulação antibabilônica da cidade. Aguardan-do uma oportunidade adequada, eles assas-sinaram o governante em Mispa, junto comalguns de seus companheiros babilônios ejudeus (2 Rs 25.22-25; Jr 40.7—41.3). O in-centivador dessa conspiração, um certoIsmael, fugiu para Amom com oito de seuslacaios (Jr 41.15), enquanto um outro grupode judeus, temendo as represálias dosbabilônios, fugiu para o Egito (2 Rs 25.26;Jr 41.16-18) levando Jeremias consigo (Jr43.5-7). Em 582 a.C., ocorreu a terceira eúltima fase do cativeiro na Babilônia (Jr52.30), aparentemente como resultado deuma expedição punitiva enviada por Nabu-codonosor depois do assassinato de Gedalias.

Enquanto isso, o cego Zedequias definhavana prisão na qual veio a morrer (2 Rs 25.7;cf. Ez 12.13). Seu predecessor, Joaquim, foiconsideravelmente mais afortunado: em 562Amel-Marduk (Evil-Merodaque, q.v,), filho esucessor de Nabucodonosor, libertou-o daprisão e o manteve na corte da Babilônia (2Rs 25,27-30; Jr 52.31-34). Antes disso, asnecessidades de Joaquim já haviam sidoamplamente satisfeitas, como está claro eminúmeros documentos administrativos en-contrados na Babilônia, datados do reinadode Nabucodonosor, e que se referem a Joa-quim como Ya(k)ukin(u), rei de Yah/kudu(Judá; ANET, p. 308). As expedições de Nabucodonosor ao ociden-te, depois de 586 a.C., foram um anticlímaxdo ponto de vista de Judá. Suas campanhascontra Tiro (585-572 a.C.) são mencionadasem Ezequiel 26-28; 29.18, enquanto a bata-lha contra as tropas de Amasis do Egito em568/7 a.C. (ANET, p. 308) parece ter sidoprevista por Ezequiel (29.19). Nabucodono-sor morreu em 562, exatamente 25 anos de-pois da capitulação de Jerusalém. Edifícios. Nabucodonosor II, além de ser jus-tamente famoso como brilhante estrategis-ta e administrador, também deve ser reco-nhecido como um grande construtor. As ex-pedições arqueológicas do Deutsche Orientge-sellsehaft, sob a direção de Robert Koldewey,que se iniciaram em 1899, mostraram queele reconstruiu a Babilônia e a transformouem uma cidade magnífica (cf. Dn 4.30). Elea fortaleceu e a embelezou simultaneamen-te. Em Borsippa, e na Babilônia, ele restau-rou mais de 20 templos, enquanto na pró-pria capital ele construiu uma rua suspensacom a porta de Ishtar para a procissão deMarduque, com seu colossal palácio orna-mentado (cf. Dn 1-4 para noções sobre a vidana corte da Babilônia durante seu reinado).Ele também construiu uma das chamadassete maravilhas do mundo antigo, os fabulo-sos Jardins Suspensos, um arvoredo eleva-do destinado a compensar sua esposa meda,Amytis, pela perda do lar de sua infância nasmontanhas. A julgar pelas inúmeras inscri-ções reais, compostas em uma arcaica escri-ta e dialetos babilônicos, ele estava preso auma diferente espécie de nostalgia - umaintensa saudade dos melhores dias de umaépoca passada. [Legislador. Uma tábua do Museu Britânicopublicada em 1965 por W. G. Lambert e A.R. Millard exalta as virtudes de legislador ejuiz de um certo rei, que somente pode tersido Nabucodonosor II. Um código de leis foi atribuído a ele, tantoquanto regulamentos para sua cidade (que,oDviamente, era a Babilônia) e para sua pró-pria função real. A justiça era exercida, emum caso, por decapitar um criminoso. Emoutro, por submeter um acusado de assassi-nato, e seu acusador, ao ordálio do rio (pro-

1331133113311331

Page 12: LETRA N.pdf

NABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSOR NABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSORNABUCODONOSOR

Inscrições em túmulos eram típicas dos antigos

egípcios. Aqui Ra-hetep, uni sacerdote de Mênfis, está sentado à frente de üma mesa de

ofertas, de aprox. 2600 a.C. BM

va judiciária, na Antiguidade, pela qual seconferia a veracidade da inocência ou culpa-bilidade de um acusado lançando-o no rio.Se sobrevivesse, era considerado inocente;também conhecido por “Juízo de Deus^/rog.XXVII, 1-11]). [Religião. As inscrições de Nabucodonosorrevelam que ele era um homem muito reli-gioso que procurava observai todas as ceri-mônias ligadas ao culto das divindadesbabilônicas. Os textos mais longos geralmen-te contêm dois hinos que terminam com umaoração. São feitas frequentes menções sobresuas elaboradas ofertas aos deuses.[Referências em Daniel. A luz de um frag-mento de papiro em aramaico, da Caverna 4de Qumran, conhecido como “Oração de Na-bonido”, muitos estudiosos que acreditam tersido o livro de Daniel escrito em uma datamacabeana, sugeriram recentemente que asEscrituras cometeram um erro ao represen-tar Nabucodonosor como um rei acometidode uma estranha doença durante sete anos(D. N. Freedman, BASOR #145 [1957], pp.31ss.; J. T. Milik, Ten Years of Díscovery intke Wilderness of Judaea, Napervíile, Ui.Allenson, 1959, pp. 36ss.). Mas, ao contrá-rio, de acordo com o texto de Qumran, é Na-bonido iq.v.), pai de Belsazar, que é mencio-nado. A doença descrita em Daniel 4.33 erauma doença mental, ou uma espécie de pa-ranóia, e pode ser diagnosticada comolicantropia (delírio mórbido) ou boantvopia,uma forma rara de monomania, clinicamen-te reconhecida, pela qual o rei se imaginavaum touro ou uma águia, e agia como tal(Harrison IOT, pp. 1114-1117 ). Mas a doen-ça mencionada na “Oração de Nabonido” es-tava relacionada com a inflamação dos teci-dos ou com uma doença maligna, certamen-te diferente de uma insanidade. R. K.

Harrison concluí que o texto de Qumran éum material lendário cuja origem é seme-lhante às histórias de Bel e o Dragão deSusanna, e com uma forma e conteúdo mui-to próximos da apócrifa Oração de Manas-ses (IOT, pp. 1117-1120), „ [A inscrição da Coluna VIII da Casa da índiaOriental, que data da última metade do rei-nado de Nabucodonosor, oferece alguma ra-zão para se acreditar que ele pode ter sidoafastado do poder pelo menos durante qua-tro anos. A porção mais significativa foi tra-duzida da seguinte maneira: “Durante qua-tro anos a sede de meu reinado em minha ci-dade... não trouxe alegria ao meu coração. Emtodos os meus domínios não construí uma ele-vada posição de poder, os preciosos tesourosde meu reino eu não mostrei. No culto aMarduque, meu senhor, a alegria de meu co-ração na Babilônia, a cidade da minha sobe-rania, não cantei seus louvores nem abastecíseus altares, nem limpei os canais” (IDB, I,851). Não poderiamos esperar que um orgu-lhoso monarca oriental se referisse à sua pró-pria calamidade, especial mente em se tratan-do de sua loucura, de uma maneira mais es-pecifica do que essa. Além disso, raros regis-tros chegaram até nós dessa parte de seu rei-nado. R. Dick Wilson sugere que os “sete tem-pos” (Dn 4.16,23,25,32) podem ter sido me-ses, e não anos (ISBE, IV, 2128) de forma queo pior estágio de sua enfermidade pode terdurado muito menos tempo que os quatroanos da inscrição mencionada acima.[Nenhuma das inscrições de Nabucodonosormenciona qualquer um de seus sonhos, em-bora os registros de outros governantes (porexemplo, Assurbanipal, Nabonido, Xerxes)indiquem a importância que era dedicadaaos sonhos e suas interpretações. Sabemos,a partir de seus registros, que Nabucodono-sor em uma ocasião fez a imagem de sua realpessoa (ISBE, IV, 2128). J. Oppert encon-trou, 10 quilômetros a sudeste da Babilônia,ruínas de uma grande plataforma quadradade tijolos (15m x 15m x 7 m) sobre a qualdeve ter sido colocada a imagem de ouromencionada em Daniel 3.1. Quanto à “for-nalha ardente”, R. Dick Wilson afirma queAssurbanipal, rei da Assíria, registrou queseu irmão Shamash-shumukín foi queima-do em uma fornalha semelhante (ISBE, IV,2129). - J. R.j Veja Babilônia; Daniel, Livro de.

Bibliografia. W. F, Albright, “King Joiachinin Exile", BA, V (1942), 49-55. J. Bright, “ANew Letter in Aramaic. Wrüten to a Pharaoh ofEgypt", BA, XII (1949), 46-52. D. N,Freedman, "The Babylonian Ckronicle”, BA,XIX (1956), 50-60. W, G. Lambert, “Nebuchad-nezzar King of Justice”, Iraq, XXVII (1965),1-11. Stephen Langdon, Bui.lding Inscriptionsof the Neo-Babyionian Empire, Paris, 1905.G.R.Tabouis, Nebuchadnezzar, Nova York;

1332133213321332

Page 13: LETRA N.pdf

N ABU C OD ON OSORN ABU C OD ON OSORN ABU C OD ON OSORN ABU C OD ON OSOR NAÇÕESNAÇÕESNAÇÕESNAÇÕES

Os assírios colocaram muitos touros aladosnas portas de seus palácios. Este touro é dopalácio de Sargâo II em Khorsabad. ORINST

MacGra w-Hill, 1931. R. Dick Wilson, “Nebu-chadnezzar”, ISBE, IV, 2127ss. D J. Wiseman,Chronicles of Chaldean Kings (626-556 a.C.), Londres. Museu Britânico, 1956.

R, E. Y.

NAÇÕES NAÇÕES NAÇÕES NAÇÕES A Bíblia tem inúmeros sinônimospara a palavra “nações”, tais como “gentios”(q.o.), “pagãos”, “infiéis” e “povos”. Quando asvárias palavras hebraicas e gregas ocorremno plural, o termo “nações” é geralmente atradução mais precisa. O termo “povo” é en-contrado com muita frequência no singular,referindo-se à nação ou ao povo de Israel.Nas Escrituras, Deus declara repetidamen-te que Ele escolheu Israel para ser um povosantificado, um povo exclusivamente seu emmeio a outros povos que existem sobre a faceda terra, “Povo santo ao Senhor, teu Deus, eo Senhor te escolheu de todos os povos quehá sobre a face da terra, para lhe seres seupovo próprio” (Dt 7.6; 14.2; cf. 26.18,19; etalX Israel deveria ser uma nação santa, se-parada e consagrada^ como sacerdotes paratodos outros povos (Ex 19.5,61, O primeirolivro da Bíblia relaciona 70 nações ou gru-pos étnicos (Gn 10), enquanto o último pre-diz que no fim dos tempos um vasto contin-gente de todas as nações e de todas as tri-bos, e povos, e línguas estará perante O tro-no de Deus (Ap 7.9). Esse interesse pelasdemais nações indica a importância da his-tória na Bíblia, como um veículo da revela-ção. O fato de seus dados históricos seremuniformemente precisos é único na literatu-ra sagrada mundial.

TerminologiaTerminologiaTerminologiaTerminologia No AT existem duas principais palavras he-

braicas que foram traduzidas como “nação”.A mais frequente (557 vezes em hebraico e373 na versão KJV em inglês) é goy (plural,goyim) ou “povo, nação, toda a população deum território” (KB, p. 174). Essa palavraenfatiza os aspectos impessoais políticos esociais, ao invés dos laços de parentesco. Elarepresenta o estado, a instituição da nacio-nalidade, as massas da humanidade. Para ojudeu, ela veio a significar especifica menteos gentios, os pagãos, em contraste com Is-rael ou Judá. Israel foi chamada de goy de-pois de se tornar uma nação no monte Sinai,com leis e governo, mas sua semelhança comos gentios idólatras em sua desobediência aDeus e em sua apostasia, está implícita (Dt32.28; Jz 2.20; Is 1.4). A palavra hebraica ‘am ocorre 17 vezes naversão KJV em inglês como “nação” e 1,835vezes como “povo”. Original mente, esse ter-mo enfatizava um íntimo relacionamentofamiliar, como em um clã. Em hebraico, elevaria em significado desde o povo que estáem torno de um indivíduo (Gn 32,7; 2 Sm15.30; 2 Rs 4.41) até o povo de uma cidade(Rt 4.9), de uma tribo (2 Sm 19.40), de umanação (Ex 9.15,27), e até mesmo referindo-se a toda a humanidade (Gn 11.6; Is 42.5). Apalavra hebraica 'ara sugere um grupo deindivíduos ou de pessoas com os mesmos la-ços sanguíneos e não uma organização regi-mental (E. A. Speiser, “’People’ and "Natioivof Israel”, tIBL, LXXIX [1960], 157-163). Logodepois do Êxodo, o termo ha‘am, “o povo” foiaplicado quase que exclusivamente a Israelcomo o povo escolhido de Jeová. Dessa ma-neira, ‘am e goy tornaram-se termos prati-camente opostos, isto é, israelitas e não is-raelitas, como na literatura rabínica. No período pré-exílico, a frase bíblica ‘amha’ares, ou “povo da terra”, se referia aosqualificados cidadãos do sexo masculino dalocalidade (Gn 23.13), os homens que coroa-vam o rei (2 Rs 11.19; 23.30), que eram es-pecialmente taxados pelos tributos devidosao Egito (2 Rs 23.35), e que possuíam escra-

Os fenícios eram os grandes navegadores do mundo antigo. Aqui está o ]>orto fenício em

Sidom. HFV

1333133313331333

Page 14: LETRA N.pdf

ASQUENAZ

RIFATE?

$ TVJBW-

" ^MESEQUE TOGARmA MADAI

Page 15: LETRA N.pdf

NAÇÕESNAÇÕESNAÇÕESNAÇÕES NAÇÕESNAÇÕESNAÇÕESNAÇÕES

vos (Jr 34.8-19). No período pós-exílico, essetermo foi aplicado pelos que retornaram daBabilônia àqueles que já residiam na terrade Judá (Ed 4.4), No NT, a palavra grega ethnos foi traduzidacomo “nação” (64 vezes) e “gentios” (93 vezes)na versào KJV em inglês. Essa última pala-vra é usada quando é feita uma referência anações não judaicas (Mt 20.19,25; At 4.27;9.15). A palavra “nações" é empregada quan-do a referência inclui todas as nações semexcetuar os judeus (Mt 24.9,14; 28.19; Mc11.17; Ap 7.9). A palavra grega laos (143 ve-zes) ê sempre traduzida como “povo"; na Sep-tuaginta (LXX) ela equivale à palavra hebrai-ca ‘ain no singular. Outra palavra grega,ochlos, “aglomeração” ou “multidão”, foi tra-duzida 83 vezes como “povo" na versão KJVem inglês. O termo demos, “populacho, povo”,ocorre em Atos 12.22; 17.5 e 19.30, 33.

A Lista Bíblica de NaçõesA Lista Bíblica de NaçõesA Lista Bíblica de NaçõesA Lista Bíblica de Nações A Tábua das Nações. Muitas vezes, esse tí-tulo é aplicado em Gênesis 10 e 1 Crônicas1.5-23, que fornecem uma relação étnica dosdescendentes de Noé através de seus trêsfilhos: Sem, Cam e Jafé. Parece que esse re-gistro está limitado a nações e povos do Ori-ente Próximo, da metade do 2o milênio a.C.,com quem os israelitas poderíam ter tidoalgum contacto. Inscrições encontradas noantigo Egito e Mesopotâmia revelam queuma pessoa educada na corte do Egito, emaprox. 1500 a.C., como era o caso de Moisés(At 7.22), podería ter conhecido a maioriadessas nações. Além disso, o termo hebraico toTdoih, “ge-rações”, em Gênesis 10.1,32 sugere que oautor de Gênesis estava usando registros ouhistórias sobre as origens das famílias. Es-ses registros poderíam ter sido entregues aele através dos patriarcas que tinham vindode Ur ou de suas vizinhanças, em aprox. 2000a.C. Isso poderia explicar a referência feitaa Acade e Ereque (10.10) como importantescidades da terra de Sinar, que tinnam per-dido sua proeminêneia no final do 3° milênioa.C., e ao reinado de Hamurabi (1792-1750),respectivamente. Nessa tábua existem certas indicações de queela foi compilada por volta da metade do 2°milênio a.C. Nessa época, os heteus (q.u.)controlavam a maior parte da área desdeCarquemis, no Eufrates, até Hamate, noOrontes, e a costa ocidental do Mediterrâ-neo, o que explica a presença de Hete (Gêne-sis 10.15) como parte do grupo populacionalem Canaã-Síria. W. P, Albrignt observou quequase todos os nomes dos descendentestribais de Arâ (10.23) e Joctã (10.26-29) sãoarcaicos e não ocorrem em inscrições do Io

milênio a.C. da Assíria e do sul da Arábia.Muitos nomes também pertencem a tiposconhecidos como nomes pessoais somente noinício do 2o milênio, embora ainda possam

ter continuado por muito tempo como nomesde tribos (“The Old Testament andArcheology", Old Testament Commentary, ed.por Alleman eFlack, Filadélfia; MuhlenbergPress, 1948, p. 139). Em Gênesis 10, os povos e as terras do mun-do conhecido da época estão divididos em trêslinhas principais; os descendentes de Sem naMesopotâmia e Arábia, os descendentes deCam no nordeste da África e dentro da esferade influência egípcia, e os descendentes deJafé nas terras ao norte do Mediterrâneo.Todos eles se encontrando e se sobrepondo emCanaã ou na Palestina, a terra prometida aAbraão. Também estão incluídas algumas ci-dades reais e importantes centros da época,localizados no Crescente Fértil. Em Gênesis 10, os nomes dos descendentesnão derivam de qualquer das principais ca-racterísticas que distinguem um povo. Emalguns casos, parecem ser grupos étnicos; emoutros, alguma entidade linguística; e, aindaem outros, unidades geográficas ou políticas.Podemos observar, em Gênesis 10.5,20 e 31as frases “segundo suas famílias” (etnia), “se-gundo sua língua” (linguística), “nas suas ter-ras” (geográfica) e “suas nações” (política).Ao reconhecermos essas múltiplas bases dedistinção das nações, podemos entender por-que Canaâ está relacionada como filho deCam, e não de Sem, embora os cananeus de2000 a.C. em diante falassem um dialetosemítico ocidental. Canaã pode ter sido con-siderada camita porque foi criada sob o po-der egípcio pelos reis do início da 18a Dinas-tia, ou porque as tribos que haviam conquis-tado a Palestina, no início da Idade do Bron-ze (3100-2100 a.C.) podem ter sido camitas,tendo mais tarde sucumbido à influência deinvasores de língua semítica. Três nomes têm uma dupla aparição nessatábua: Sebá (w. 7,28), Havilá (vv. 7,29) eLude (w. 13,22) com o, descendentes tanto deCam como de Sem. E provável que Seba eHavilá tenham sido originalmente semíticosem termos de etnia, no norte da Arábia (cf.Gn 25.3,18) e depois tenham se mudado parao sul da Arábia, para a região do Iêmen, ondeSebá (heb., skeba") ficou conhecido comoSabá, nome arábico do sul, do reino sabeu(IDB, IV, 144ss.l. Alguns, entretanto, foramem direção à África como mercadores e colo-nos da Etiópia (Cuxe) e se misturaram comgrupos camitas, onde ficaram conhecidospelos hebreus como “Sebá” ou “Sabá”, ou ain-da“sabeus”(seôa; cf. SI 72.10; Is 43.3; 45.14).A identidade de Lude e Ludim ainda não estáclara. O nome Cuxe também envolve um pro-blema porque é aplicado no AT, e tambémem registros extva-bíblicos, tanto em rela-ção a Núbia como ao Sudão (ou “Etiópia”;q.v.) e também à terra dos cassitas na Babi-lônia (ueja Cuxe). Talvez os cuxitas camitastenham vindo da terra de Sinar (ou Sumer),onde Ninrode fez com que se tornassem go-

1335133513351335

Page 16: LETRA N.pdf

NAÇÕESNAÇÕESNAÇÕESNAÇÕES NAÇÕESNAÇÕESNAÇÕESNAÇÕES

vernantes. Existem evidências anteriores a3000 a.C., tanto no Neguebe como no Egito,de que esses primeiros habitantes tinhamafinidades com os suméríos. Dessa forma, osmercadores suméríos, viajando pelo interiorda Palestina até o vale do Nilo, ou por maraté o leste da África, poderíam ter se insta-lado na área do Sudão e imposto seu nomeàquele distrito. Estamos considerando osacontecimentos de Gênesis 10.8-12, e seuprovável contexto histórico no período Ubaid(3800-3500 a.C.), veja Ninrode. As informações obtidas através de antigasinscrições, e relacionadas aos nomes conti-dos em Gênesis 10, serão agora discutidasde forma ordenada. 1. Jafé. A maioria dos grupos étnicos nos ver-sos 2-4 era de origem indo-européia. Gomerfoi identificado com os Gimirrai que, antes doséculo VIII a.C., haviam fugido para a Capa-dócia, passando pelo Cáucaso dos citas.Magogue pode aparecer como a terra mais aonorte de Gagaia, na carta de Amama núme-ro 1 (1,38). Os medos descendiam de Madaí,que perambulava pelas terras semi-áridas doaltiplano a leste dos montes Zagros. Comoeram nômades de origem indo-iraniana quetinham vindo do sul da Rússia, eram habili-dosos cavaleiros e flecheiros, e se tornaramformidáveis inimigos dos assírios nos séculosDí e VIII a.C. Veja Medos, Média; Pérsia.Javã é, sem dúvida, um nome grego para atribo conhecida como os jônios. O equivalen-te desse nome ocorre no século XIV a.C., nostextos ugaríticos. Também conhecidos comomicênicos, eles começaram a destruir a civi-lização minoana em Creta, em aprox. 1400a.C. A Ilíada de Homero representa de for-ma dramática sua famosa expedição contraTróia, ao norte de Éfeso, e a 240 quilôme-tros de distância. Veja Javã; Grécia. Das es-tepes da Rússia vieram os Tabali, descen-dentes de Tubal, que se instalaram a lesteda Anatôlia e os Mushki, que se originaramde Meseque. Eles viviam a leste do Eufratessuperior. Esses dois povos guerrearam con-tra Tiglate-Pileser I, em aprox. 1100 a.C. Onome Tiras pode ser o mesmo que Turasha,um dos Povos do Mar, assim chamados porRamsés III, em aprox. 1190 a.C. Na linhagem de Gomer, Asquenaz pode seridentificado eom Ashkuz que se aliou aEsar-Hadom (681-669 a.C.) da Assíria.Também conhecidos como citas, eles tam-bém vieram do sul da Rússia. Togarmahaparece nos textos hititas de Suppiluliumas(1380-1342 a.C.) como Tegarama (ANET, p.318) e nos registros assírios como Tilgarim-mu, mencionado como um povo do uorte dosmontes Taurus, Aqueles que estão relacionados com Javãincluem Eliseu, conhecido como Alashiya,o nome anterior de Chipre nos registros dascartas de Mari, Alalakh, Ugarite e Amarnanúmeros 33-40, e Hattusas (capital hitita

em Boghaz-koi); Társis, nome para as áre-as na Espanha e/ou Sardenha, colonizadaspelos Povos do Mar e depois pelos fenícios,e chamados de tartessos em grego; Quitim,Kit ou Kiti, das inscrições fenícias, a mo-derna Larnaka na costa sudeste de Chipre;e Dodanim (Rodanim, 1 Cr 1.7), o povo dailha de Rodes. 2. Cam, Os descendentes de Cuxe (v.7) são ospovos das margens do mar Vermelho e do sulda Arábia. Sebá, Havilá e Seba foram discuti-das acima. Entende-se que Sabtã e Sabota sãoo mesmo local, a principal cidade da terra dosHadhramaut (Hazar-Mavé, v.26) na costa sulda Arábia. Raamá sugere os ramanitas(Strabo, xvi.4.24) e sua cíaade de Ra‘amah, nasproximidades de Ma‘m no sudeste da Arábia.Dedã era uma tribo que controlava as rotasdas caravanas entre o sul e o norte da Arábia,e tinha seu centro no oásis de el-‘Ula, 240 qui-lômetros ao norte de Medina. Mizraim (v.13), outro camita relacionado nov, 6, é um nome hebraico comum para o Egi-to. Ele significa “dois distritos”, uma refe-rência às duas seções do vale do Nilo, a Su-perior e a Inferior (o Delta) do Egito. Essenome aparece nas cartas Ugaríticas comomír e em acádio como Musur ou Misir (vejaEgito). Vários nomes dos vv. 13,14 são duvi-dosos ou desconhecidos. Os leabeus (descen-dentes de Leabim) são frequentemente iden-tificados com os líbios. Os descendentes deNaftuim podem ter sido o povo do Delta oudos oásis a leste do Nilo (NBD, p. 865), Osdescendentes de Patrusim, conhecidos pelosassírios como paturisi (ANET, p. 290), eramos habitantes do Egito Superior (veja Patros).Os filisteus (q.v.), faziam parte dos Povos doMar. Estes e os caftorins vieram de Caftor(Am 9.7), de Creta ou das ilhas do mar Egeu.Os filisteus imigraram em vários grupos atéa costa da Palestina, onde construíram cin-co cidades-estado assim que chegaram emgrande número, e até tentaram invadir oEgito, em aprox. 1190 a.C. Mas os filisteusda época de Moisés eram provavelmentemercadores e colonizadores de Creta que ti-veram continuidade através dos pacíficosfilisteus com quem Abraão e Isaque se en-contravam (Gn 21;26). Na época do Êxodo,os israelitas evitaram o caminho da costa,que conhepiam como o caminho da terra dosfilisteus (Ex 13.17), por causa das pequenascolônias dos filisteus situadas entre o Uádiel-Arish e Gaza. Portanto, a razão dessamenção a este povo com Mizraim pode serpuramente geográfica, pois tentaram se ins-talar ao longo da estrada costeira que, ge-ralmente, era controlada pelos egípcios atéGa2a (cf. Gn 10.19). Pute (v.6) é, provavelmente, a região daCirenaica, ao longo da costa da Líbia, cha-mada de Putah nos registros de Dario I(NBD, p. 1066). Canaã e Sidom estão claramente relaciona-

1336133613361336

Page 17: LETRA N.pdf

NAÇÕESNAÇÕESNAÇÕESNAÇÕES NAÇÕESNAÇÕESNAÇÕESNAÇÕES

das de acordo com o v. 15. Historicamente,os cananeus do Líbano e da Síria começa-ram a ser chamados de fenícios pelos merca-dores gregos, em aprox. 1200 a.C. (veja Fe-nícia; Púrpura). Sidom tornou-se a principalcidade daquela época. Biblos (Gebal) haviasido conquistada pelos hurrianos e heteus,aprox. na metade do 2° milênio a.C. O termosidônios continuou a ser equivalente afenícios no AT, inclusive na época deEzequiel (32.30), Como discutimos acima, Hete está listadocomo um dos povos em Canaâ. Embora Hetepossa indicar os historicamente poderososheteus, que falavam uma língua inc[o-euro-péia e governavam grande parte da Ásia oci-dental a partir de sua capital na Anatólia,também é possível que os “filhos de Hete”de Gênesis 23 também estejam sendo con-siderados. Eles seriam hatianos (proto-heteus), alguns dos quais entraram emCanaã em pequenos números no início daIdade do Bronze e estão associados à carac-terística cerâmica de Khirbet Kerah; ou ain-da podem ter pertencido a um enclavehurriano anterior, fazendo parte do povoque era tão proeminente no Oriente Próxi-mo na metade do 2° milênio a.C. (E. Á* Spei-ser, Genesís, Anchor Bible, p. 69). E muitoprovável que os jebuseus, habitantes da ci-dade-estado de Jerusalém até sua capturapor Davi, fossem hurrianos. Os amorreus, de acordo com textos sumeria-nos anteriores a 2000 a.C., eram um povoseminômade das estepes ao norte da Síria edas montanhas próximas a Palmira. Fala-vam um dialeto semítico ocidental e forma-vam um poderoso grupo de tribos. No iniciodo 2o milênio a.C., fundaram reinos desde oOrontes até o vale do Tigre. ControlavamMari em aprox. 2000 a.C., e, por volta de1800, governavam a Babilônia (a dinastia deHamurabi). Entretanto, todos esses reinosjá haviam sido destruídos na época deMoisés. Portanto, eles estão listados na Tá-bua das Nações de acordo com uma base ge-ográfica da grande Canaã, a única área ondeainda representavam uma fração proemi-nente da população (veja Amorreus). Fora da Bíblia Sagrada, os girgaseus não sãoconhecidos como um povo. Entretanto, no-mes pessoais como Grgs e Grgsy nos textosde Ugarite e Cartago, sugerem que osgirgaseus estavam relacionados com ocananeus e, mais tarde, com os fenícios.Embora a origem racial dos heveus não sejaconhecida, eles estão geograficamente liga-dos a Canaã, pois seu centro estava localiza-do nas montanhas do Líbano (Jz 3.3). Mui-tos acreditam que “lieveu” seja uma formaalternativa de se escrever “horeu”, e queambos sejam nomes bíblicos para oshurrianos (q.v.). Migrando das montanhasdo Cáucaso, os não semi ticos hurrianos setornaram um povo muito influente na Me-

sopotãmia superior antes da metade do 2“milênio a.C. As narrativas patriarcais deGênesis refletem muitos costumes e leis pra-ticadas pelos hurrianos, como foi reveladoatravés das tábuas de Alalakh e Nuzu iq.v.).Canaâ foi chamada muitas vezes de Hurupelos Faraós da 18a Dinastia e, nas cartasde Amam a, o governante de J eras além temum nome hurriano, Abdu-Heba (ANET, pp,487-489), Por causa de sua proeminência,poderiamos esperar que os hurrianos esti-vessem, de alguma forma, listados em Gê-nesis 10. Os arqueus, arvadeus e zemareus (vv.17,18) viviam em cidades (Irqata, cidade-ilha de Arwada e Sumur) exatamente aonorte de Trípolí, na costa libanesa. Tutmó-sis III capturou esses portos em suas cam-panhas antes de 1450 a.C. O nome dossineus está presente em Nahr-as-Sinn eSinn ad-Darb, ao longo da costa do Líbano,e podem ser a fenícia Usnu, em acádioSiannu (ANET, p. 282) e sn em ugarítieo.Os hamateus estavam centralizados emHamate no Orontes, uma cidade-estadoamorita do período de Amarna. E bastante significativo que os sumerianos,que tinham desenvolvido a primeira grandecivilização mundial por volta de 3000 a.C.(veja Suméria) não tenham sido listadoscomo um dos povos daquela época. A razãopara essa ausência é que sua última eidade-reino, da dinastia de Ur III, foi derrotada de-pois do ataque dos elamitas e amorreus, emaprox. 2000 a.C. Dessa forma, os sumáriosnão eram mais considerados uma nação,embora sua língua continuasse a ser usadaaté o século III a.C. 3. Sem, Nesse ramo da humanidade, somen-te alguns nomes podem ser identificados comuma razoável certeza. Elão era o vizinhomais oriental, e tinha sido rival dos reinosda Mesopotâmia desde o alvorecer da histó-ria. Embora a língua elamita não fossesemítica, ela foi incluída aqui por razões po-líticas e geográficas. O rei semita Sargão deAgade conquistou Elão em aprox. 2200 a.C.,e estabeleceu algumas de suas tropas de lín-gua semítica nessa região (Archer, SOTI, p.203). O nome Assur nos é familiar como anação dos assírios, Lingüisticamente falan-do, eles pertenciam ao ramo oriental da fa-mília de língua semítica. Tornaram-se poli-ticamente importantes logo depois de 2000a.C. Por volta de 1900, mercadores da capi-tal, Assur, estabeleceram algumas colôniascomerciais na distante Anatólia. O reinoassírio de Shamshi-Adade I (aprox. 1800a.C.) foi pouco mais tarde derrotado porHamurabi da Babilônia, e a influênciaassíria estava bastante enfraquecida nosdias de Moisés. O nome da Babilônia está estranhamenteausente de Gênesis 10, a não ser que apare-ça nas três últimas letras hebraicas do nome

1337133713371337

Page 18: LETRA N.pdf

NAÇÕESNAÇÕESNAÇÕESNAÇÕES NAÇÕESNAÇÕESNAÇÕESNAÇÕES

etimo]ogieamente difícil de Arfaxade (v. 24).Esse nome pode ser analisado como Arip (umnome humano), mais kasd (os kasdim oucaldeus, isto é, os babilônios; veja ÍDB, I,231). Entretanto, a ausência da Babilôniapode ser explicada pela destruição da cida-de pelos heteus, em aprox. 1600 a.C., e pelasubseqüente conquista de todo o seu territó-rio nos séculos seguintes pelos cassitas. Des-sa forma, a Babilônia não era uma naçãopoliticamente independente quando a Tábuadas Nações foi escrita. Arã é conhecido através dos arameus, umgrupo de tribos localizado no meio do distri-to do Eufrates. Eles haviam ocupado Harãna época de Abraão. Labão falava o aramai-co, uma língua semítica ocidental, em aprox.1900 a.C. (Gn 31.47), embora as primeiraspalavras da língua aramaica a aparecer emtextos fora da Bíblia tenham ocorrido no sé-culo XV a.C., nas tábuas ugaríticas. Umacolônia chamada Arami, na região do Tigreoriental, a leste da Assíria e a noroeste deElão, foi mencionada em inscrições de Sargãoe Ur UI (2300-2000 a.C.) correspondendo aoagrupamento de Arã com Elão e Assur emGênesis 10.22. Veja Arã, Arameus. Uz (v. 23) estava localizada em algum lugarda Síria, ou ao norte do deserto aa Arábia,ao norte de Edom e ao sul de Damasco. Másestava situada no lado oriental daquele de-serto, conhecido nos registros assírios comoMas’a (ANET, pp. 283ss.). A genealogia desde Sem até Pelegue (vv.24,25) encontra-se repetida mais detalhada-mente em Gênesis 11.10-17. Em relação aÉber, como o assim chamado ancestral“epônimo” do povo hebreu, e ao possível re-lacionamento entre Éber e os habiru, vejaÉber 1; Povo Hebreu. A referência à divisãoda terra nos dias de Pelegue (v.25), quando“foram divididas as nações na terra, depoisdo dilúvio'’ (v. 32), parece ser defmitivamen-te uma confusão de línguas como ocorreu naTorre de Babel (Gn 11.1-9; veja Dispersãoda Humanidade; Línguas, Confusão de).Listas de Nações Não-Israelitas, O AT con-tém 22 listas que incluem de dois a dez no-mes de povos que ocuparam a Palestina an-tes da conquista israelita sob a liderança deJosué. A lista mais frequente tem sete “na-ções”: amorreus, cananeus, heteus, perizeus,heveus, jebuseus e girgaseus. Os dois primei-ros nomes representam dois grupos étnieosconhecidos. Os heteus eram remanescentesdos hatíanos ou dos heteus indo-europeus seexistiram enclaves ou colônias comerciaisdestes povos na Palestina. Os heveus podemter sido os hurrianos, que eram mais conhe-cidos. Os perizeus dificilmente teriam per-tencido a um povo mais importante, pois nãoforam mencionados em Gênesis 10. No en-tanto, ainda formavam uma tribo distintano reinado de Salomão (1 Rs 9.20,21). Po-dem ter sido hurrianos porque um mensa-

geiro hurriano do rei Mitano Tushratta ti-nha o nome de Pirizzi (Cartas de Amama,números 27 e 28). Os dois últimos nomes sãodiscutidos no tópico da Tábua das Nações.O texto em Gênesis 15.18-21 dá uma rela-ção maior de povos e tribos, situando-os geo-graficamente entre o Nilo e o Eufrates. Alémdos que já foram discutidos, estão osqueneus, quenezeus, cadmoneus e os refains.Os queneus eram uma tribo de Canaâ queparece ter se misturado com os midianitas,porque Jetro era chamado de queneu e tam-bém de midianita (cf. Jz 1.16 com Nm 10.29).Alguns deíes podem ter sido tanoeirositinerantes, porque a palavra hebraica qayinquer dizer “ferreiro”. Os quenezeus forma-vam uma tribo obscura, talvez relacionadacom os queneus, com os quais Calebe (Nm32.12) e Otniel (Js 15.17; 1 Cr 4.13) tiveramalguma ligação. Os cadmoneus (qadmoni)são sinônimos de “filhos do Oriente” (b‘neqedemi Gn 29.1; Jz 6.3,33; 1 Rs 4.30; Jó 1.3),O último termo cobre as tribos nômades queperambulavam pela região leste e noroestede Canaâ (Jr 49.28; Ez 25.4,10). Veja Filhosdo Leste. Os refains formavam um povo for-te, tão alto quanto os anaquíns (Dt 2.20,21),e viveram na Transjordânia (Gn 14.5; Dt2.11; 3.11). A literatura do AT é muito rica em referên-cias descritivas e poéticas às nações com asquais Israel teve contato durante sua histó-ria (por exemplo, SI 83; Is 11.11-16; 60.1-9;66.18-20; Jr 25.12-33; Ez 27). Muitas dasmensagens proféticas são oráculos de casti-gos contra os povos hostis que se aproveita-ram do pequeno reino de Judá (Is 13-23; Jr46-51; Ez25-32; Am 1.3-2.3; Ob; Na; Sf 2.4-15). Em nenhum momento pode ser demons-trado que houve um preciso e factual errohistórico nos nomes dos povos ou de seusgovernantes, ou mesmo nos eventos e costu-mes a eles associados. Os judeus da Diáspora, Em Atos 2.9-11, en-contra-se uma relação dos vários países ondeos judeus foram viver após terem sidodispersos, depois da época de Alexandre oGrande. Eles vinham de todas essas terrascomo peregrinos a Jerusalém para a FestaAnual das Semanas ou do Pentecostes. Os ju-deus estrangeiros ficavam admirados quandoouviam os judeus da Galiléia louvar a Deus,não em sua língua aramaica nativa, mas nalíngua ou dialeto em que nasceram (gr.,dwlektos). Eles vinham aa Pérsia, Mesopotâ-mia, Ásia Menor, Egito, norte da África, Roma,das ilhas (cretenses), e das regiões desérticas(árabes). A maioria dos peregrinos podia falaruma segunda língua usada em Jerusalém, ougrego ou aramaieo (os partos, medos, elamitase residentes da Mesopotâmia estariam maisfamiliarizados com essa última).

A A A A Preocupação Divina com as NaçõesPreocupação Divina com as NaçõesPreocupação Divina com as NaçõesPreocupação Divina com as Nações A responsabilidade de Israel, Sob as alian-

1338133813381338

Page 19: LETRA N.pdf

NAÇÕESNAÇÕESNAÇÕESNAÇÕES NADABENADABENADABENADABE

ças de Deus eom Abraão e Moisés, os judeustinham uma responsabilidade outorgada porDeus em relação às outras nações. Deus es-colheu o patriarca Abraão (Is 51.2) e com elefez um pacto para abençoar todas as naçõesda terra (Gn 12.3; 18.18; 22.18; 26.4; 28.14).Essa promessa se tornou a base para o rela-cionamento com os israelitas redimidos nomonte Sinai: “Agora, pois, se diligentemen-te ouvirdes a minha voz e guardardes o meuconcerto, então, sereis a minha propriedadepeculiar dentre todos os povos; porque todaa térra é minha. E vóp me sereis reino sacer-dotal e povo santo” (Ex 19.5,6). Um reino desacerdotes, entre todos os povos - assim Deusconsagrou Israel para a tarefa de dar teste-munho entre as nações e levá-las a adorá-lo.Repetidamente, através dos profetas, o Se-nhor lembrou seu propósito à nação de Isra-el. Apesar disso, tanto Jonas, como profeta,quanto o povo em geral, ficaram surdos à suaresponsabilidade na aliança (Is 42.19). En-tretanto, Deus continuou chamando-os: “Vóssois as minhas testemunhas, diz o Senhor, eo meu servo, a quem escolhi” (Is 43.10). Elepreviu que derramaria seu precioso Espíri-to sobre toda a humanidade (J1 2,28) e querestabelecería a decaída casa de Davi paraque seu povo pudesse possuir todas as na-ções que são chamadas pelo seu nome (Am9.11,12). Deus anunciou sua vinda para reu-nir todas as nações a fim de mostrar sua gló-ria, e enviaria os remanescentes às distan-tes nações que ainda não tinham ouvido fa-lar de sua fama, para que declarassem suaglória entre elas (Is 66.18,19). Dentre os pro-fetas do período pós-exílico, Zacarias (2.11)e Malaquias (1.11) continuaram a publicaro desejo do Senhor de tornar todas as naçõesseu povo, assim como Israel. Veja Dispersãode Israel. A missão da Igreja, Isaías profetizou queDeus encarregaria o Messias de ser a luzpara as nações, a fim de que sua salvaçãopudesse alcançar até os confins da terra (Is49.6; cf. 42.1-6). Quando o Senhor Jesus veio,afirmou claramente: “Ainda tenho outrasovelhas que não são deste apriseo; tambémme convém agregar estas, e elas ouvirão aminha voz, e naverá um rebanho e um Pas-tor” (Jo 10.16). Ele ensinou aos discípulos queo evangelho deveria ser pregado ao mundotodo como testemunho a todas as nações e atodas as gentes, e então virá o fim, E quan-do o Filho do Homem vier em sua glória, to-das as nações serão reunidas diante dele

Ê ara julgamento (Mt 24.14; 25.31-33). lepois de sua ressurreição, Cristo em vári-

as ocasiões deu aos seus seguidores a incum-bência de fazer discípulos ae todas as nações(Mateus 28.19; veja Comissão, A Grande).Foi necessário o derramamento do EspíritoSanto, no Pentecostes, como cumprimento daprofecia de Joel, para que os primitivos cris-tãos fossem capacitados a obedecer a ordem

do Senhor Jesus (Lc 24.49; At 1.8; 2.4,16-18). Pedro anunciou que o prometido dom doEspírito Santo era para os judeus presentesno Pentecostes e seus descendentes, e tam-bém “a todos os que estão longe, a tantosquantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At2.38,39). A expressão “todos os que estão lon-ge” descreve a condição espiritual dos genti-os (Is 57.19; Ef 2.13,17). O Espírito Santo guiou os apóstolos, e os cris-tãos primitivos, na obediência à ordem do pla-no estratégico de Cristo em Atos 1.8. Pauloreconheceu essa diretiva quando escreveusobre sua obrigação: “Primeiro do judeu e tam-bém do grego” (Rm 1.16), Suas palavras fi-nais aos líderes judeus em Roma declaramclaramente que a salvação concedida por Deushavia sido enviada aos gentios, e que eles iri-am responder positivamente (At 28.25-28).João previu o dia em que os membros de to-das as nações da terra estariam reunidos emvolta do trono de Deus em triunfo e louvor(Ap 5.9; 7.9). As nações serão curadas (22.2)e caminharão à luz da glória de Deus e doCordeiro, e os reis da terra trarão a glória ea honra das nações à cidade santa (21.24,26).

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. G. L. Archer, Jr., “Peoples ofBible Times”, TheHoly Bible, Family Heritageed., Cleveland. World Publ. Co, 1968, pp. 27-32. J. M. Grintz, “On the Original Home oftheSemites", JNES, XXI (1962), 186-206. E, J.Hamlin, “Nations”, IDB, III, 515-523. T. C.Mitchell, “Nations, Table of”, NBD, pp. 865-869, John Rea, “Nations”, ZPBE (em fase depublicação). K. L. Sehmidt, “Ethnos etc.”,TDNT, II, 364-372. J. Simons, GTT, 1959. E,A. Speiser, “Man, Ethnic Divisions of’, IDB,III, 235-242; Genesis, Anchor Bible, GardenCity. Doubleday, 1964. H. Strathmann e R.Meyer, “Laos“, TDNT, IV, 29-57.

J. R.

NACOM Um benjamita em cuja eira Uzá foimortalmeute ferido por ter tocado na arca(2 Sm 6.6,7); também chamado de Quidom(1 Cr 13.9).

NADABENADABENADABENADABE 1. Filho primogênito de Arão (Êx 6.23). Jun-tamente com Moisés, Arão, os anciãos de Is-rael e seu irmão Abiú, Nadabe estava pre-sente, no monte Sinai quando Deus se reve-lou (Ex 24.1-9). A consagração de Arão e deseus quatro filhos ao sacerdócio, com suasrespectivas vestimentas, está descrita em Êx28.1-43, Ele e seu irmão Abiú foram assassi-nados porque ousaram oferecer “fogo estra-nho” no altar do incenso, dentro do Tabemá-culo (Lv 10.1-3). Como depois deste incidentefoi mencionada a proibição ao vinho (Lv10.8,9), alguns concluíram que o pecado de-les tenha sido a embriaguez. Outros acredi-tam que a maneira pela qual apresentaram oincenso era ilícita, porque somente um sacer-

1339133913391339

Page 20: LETRA N.pdf

NADABENADABENADABENADABE NA1MNA1MNA1MNA1M

dote de cada vez tinha permissão para entraino lugar santo. Também foi sugerido que osdois desejavam entrar no Santo dos Santos,uando o fogo de Deus os matou. Nadabe nãoeixou nenhum descendente (Nm 3.41. 2. Descendente de Jerameel, filho de Samaie pai de Selede e Apaim (1 Cr 2.27-30). 3. Uni dos filhos de Jeiel, o primeiro coloni-zador israelita em Gibeâo pertencente à tri ■bo de Benjamim (1 Cr 8.29-31; 9.36). 4. Filho e sucessor de Jeroboâo I, que reinouem Israel durante dois anos (1 Rs 14.20;15.25,26). Ele seguiu o precedente de seu pai“no seu pecado com que tinha feito pecar aIsrael”, estimulando a adoração idólatra abezerros em Betei e Dâ. Durante seu curtoreinado, ele sitiou Gibetom, uma cidade dosfilisteus e, nessa ocasião, foi atacado por umrebelde de seu próprio exército chamadoBaasa. No conflito que se seguiu, Nadabe foiassassinado e Baasa reinou em seu lugar (1Rs 25,27-31). Com sua morte, terminou adinastia de Jeroboâo I, como havia sido pre-visto pelo profeta Aías (1 Rs 14.7-16).

G. A. T.

NAFIS Décimo primeiro filho de Ismael (Gn25.15; 1 Cr 1.31; 1 Cr 5,19) e fundador de umclã contra o qual as tribos israelitas do lestedo Jordão fizeram guerra e venceram. Esseclã não é mencionado nos registros posterio-res, e nem é possível fazer sua identificação.

NAFTALI NAFTALI NAFTALI NAFTALI Sexto filho de Jacé e o segundode seus dois filhos com Bila, a serva de Ra-quel (Gn 30.4-8; 35.25), Dâ era seu irmãomais velho. Seu nome pode ser interpretadocomo “minha disputa” porque Raquel haviaiutado com sua irmã Leia, que tinha filhos,enquanto ela permanecia estéril (Gn 30.8).Naftali foi ao Egito como parte da famíliapatriarcal de seu pai, acompanhado por qua-tro filhos (Gn 46.24; 1 Cr 7.13), Jacó expressou apenas uma profecia sobre ofuturo de Naftali (Gn 49.21); “Naftali é umacerva solta; ele dá palavras formosas”. A tra-dução e o significado dessa frase têm sidodiscutidos, embora a expressão “palavrasdivinas” possa antecipar o cântico de Débo-ra e Baraque (Jz 5), sendo que esse últimodescendia de Naftali. Quando foi realizado o primeiro censo nodeserto, a tribo de Naftali tinha 53.400 guer-reiros (Nm 1.43; 2.30), e estava em sexto lu-gar, No segundo censo, realizado depois dapraga (26.1,2), o número de homens que ti-nham de 20 anos para cima havia diminuí-do para 45.400 (26.50) e assim esta tribohavia passado para o oitavo lugar. A triboocupava uma posição ao norte do Taberná-culo, junto com Aser, e estavam cada umade um lado de Dâ (Nm 2.25-31). Quando osisraelitas marchavam, o acampamento de Dãvinha na retaguarda (2.31). O território destinado a Naftali estava loca-

lizado no norte da Palestina (Js 19.32-39),Sua fronteira oriental era o mar da Galiléiae os limites superiores do Jordão; na fron-teira ao sul estavam Issacar e Zebulom; e nafronteira ocidental, Zebulom e Aser (19.34).São mencionadas dezenove cidades fortifica-das (19.35-38), inclusive Hazor (p.i>.), a mai-or cidade da Palestina daquela época. Trêscidades foram destinadas à família levita deGérson; Qnedes na Galiléia, Hamote-Dor eCartã (Js 21.6,32; 1 Cr 6.62,76), sendo queessa última também era uma cidade de re-fúgio (Js 20.7). Naftali não expulsou os ca-naneus de duas cidades, Bete-S emes e Bete-Anate, mas submeteu-os a trabalhos força-dos (Jz 1.33), Durante o período dos juizes, os naftalitaslutaram sob a direção de Débora e Baraque.O próprio Baraque, de Quedes de Naftali (Jz4.6,10) foi louvado por sua coragem nocântico de Débora (5.18), Eles também res-ponderam a Gideâo (6.35; 7.23). Trinta e oitomil vieram a Davi em Hebrom para ajudá-lona luta contra Isbosete (1 Cr 12.34,40). A cidade de Naftali foi destruída por Ben-Hadade, rei da Síria (1 Rs 15.20; 2 Cr 16.4).Seus habitantes foram os primeiros da mar-gem ocidental do Jordão a serem levadoscativos poT Tiglate-Pileser III, rei da Assíria(2 Rs 15.29). Is aías faz alusão a essas calamidades e pro-mete uma grande luz nas trevas (Is 9.1ss.).Esta profecia se cumpriu quando Jesus veioe viveu na Galiléia, nas fronteiras comZebulom e Naftali (Mt 4.12-17). Em Apoca-lipse 7.6, também há uma referência aoshabitantes de Naftali,

G. W. K.

NAFTUIM Quarto filho de Mizraim, filhode Cam, relacionado apenas nos registrosgenealógicos como parte da divisão da famí-lia camita que ocorreu depois do Dilúvio (Gn10.13; 1 Cr 1.11). Várias sugestões foramapresentadas para justificar esse nome, mascontinua sendo impossível fazer uma identi-ficação positiva. Com toda a probabilidade,a família dessa tribo se estabeleceu no Egi-to, ou um pouco a oeste dessa nação,

NAG HAMMADI Veja Chenoboskion

NAGAI Listado em Lucas 3.25 como um dosancestrais de Jesus.

NAIM Cidade onde Jesus ressuscitou o fi-lho de uma viúva. Ele interrompeu o cortejofúnebre e restituiu o jovem à sua mãe (Lc7.11). Essa cidade, que ainda hoje conservao nome de Nein, está localizada no declivenorte do antigo outeiro deMoréíJz 7,1), cer-ca de 10 quilômetros a sudeste de Nazaré,Atualmente, existe um pequeno santuáriochamado “O lugar de Nosso Senhor JesusCristo” que comemora sua visita.

1340134013401340

Page 21: LETRA N.pdf

NAIOTENAIOTENAIOTENAIOTE NASCER DE MOVO (ou REMASCER)NASCER DE MOVO (ou REMASCER)NASCER DE MOVO (ou REMASCER)NASCER DE MOVO (ou REMASCER)

NAIOTE NAIOTE NAIOTE NAIOTE Aparentemente, uma área deRamá e não uma cidade independente. Poressa palavra significar algo como “lugaresde moradia", ela pode ter se referido a umlugar de vida comum ou um mosteiro paraum grupo de profetas a quem Samuel forne-ceu inspiração e liderança. Cf. uma colôniasemelhante ou uma escola sob a direção deEliseu (2 Rs 6.1-7). A referência a Naiote estálimitada a 1 Samuel 19.18-20.1. Foi nesselugar que Davi reuniu-se com Samuel quan-do fugiu de Saul. Saul enviou mensageirospara capturar Davi, mas estes começaram a“profetizar" sob a influência da companhiados profetas, como o próprio Saul quandoacompanhou seus homens a Naiote. Davientão fugiu desse lugar para encontrar-secom Jônatas (1 Sm 20.1).

NAORNAORNAORNAOR 1. Filho de Serugue, pai de Tera e avô deAbraão; ele viveu 148 anos {Gn 11.22-29;22.20, 23; Lc 3.34). 2. Filho de Tera e irmão de Abraão (Js24.2). Ele se casou com Milca, a filha deseu irmão Harã, e com ela teve oito filhos.Dentre eles estava Betuel, pai de Rebeca ede Labâo (Gn 11.26-29; 22.20,23; 24.10,15,24,27; 29.5). Quando Abraão deixou Ur,toda a sua família o acompanhou à regiãode Harã. A fé idólatra de Naor está sugeri-da no pacto entre Labâo e Jacó, quandojuraram pelo Deus de Abraão e pelo deusde Naor (Gn 31.53; Anchor Bible, p. 243;cf. Js 24.2). A “cidade de Naor” (Gn 24.10) era conside-rada, antigamente, como sendo Harã, Entre-tanto, pode ter sido uma colônia próxima,talvez fundada por Naor, As tábuas de Mari(século XVIII a.C.) mencionam frequente-mente Nahitr como uma cidade a leste ou aosul de Harã.

NARNARNARNARCISO CISO CISO CISO Em Romanos 16.11, Paulo saúdaos cristãos que fazem parte da família deNarciso. Embora esse nome fosse muito co-mum em Roma nessa época, pode ser que elefosse o rico e proeminente escravo liberto queservia ao imperador Cláudio, e que foi conde-nado à morte por Nero logo depois que a Epís-tola aos Romanos foi escrita. Se assim for, issoserve para indicar como os cristãos estavampassando a fazer parte da casa dos oficiaismais graduados daquela época.

NARDO NARDO NARDO NARDO Veja Plantas: Espinacardo,

NARIZ CHATO NARIZ CHATO NARIZ CHATO NARIZ CHATO Veja Doença.

NARIZ, NARINAS NARIZ, NARINAS NARIZ, NARINAS NARIZ, NARINAS Este é o órgão atravésdo qual respiramos (Nm 11.20). Desse modo,Deus soprou nas narinas do homem “o fôle-go da viaa” (Gn 2.7). O nariz também é o ór-gão para do olfato (SI 115.6; Is 65.5). Era olugar onde se colocava a argola ornamental

(Gn 24.47; Is 3.21; Ez 16.12) e a argola ouanzol do cativo (2 Rs 19.28; Is 37.29). A mesma palavra heb. é usada para denotara face, uma vez que o nariz é a característi-ca mais proeminente do rosto (Gn 19.1; Nm22.31; 1 Rs 1.23,31). A palavra também sig-nifica ira, uma vez que esta é, às vezes, ex-pressa por uma respiração difícil (Gn 27.45;49.6,7; Ex 32.12; Dt 9.19; Pv 22.24).

NASCER DE NOVO (ou RENASCER).NASCER DE NOVO (ou RENASCER).NASCER DE NOVO (ou RENASCER).NASCER DE NOVO (ou RENASCER). Renascer significa experimentar a obra cri-ativa e que traz vida, que é realizada peloEspírito Santo. Ele regenera (Jo 3.5) aque-les que estão mortos em transgressões e pe-cados para que possam ser espiritualmentevivificados (Ef 2,1,5) e transformados de fi-lhos do Diabo (Jo 8.44; Ef 2,2,31 em filhos efilhas de Deus (Jo 1.12; Rm 8,16,17), Ao nas-cer novamente, a pessoa se torna participan-te da natureza divina de Cristo (G1 2.20; Ef2.10; Cl 1.27; 1 Pe 1.23; 2 Pe 1.4). São várias as interpretações da expressão“nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5). (Paramais detalhes, veja os comentários.) Tanto noEvangelho de João (veja 1.33; 7.37-39) comono AT (veja Ez 36.25-27; Is 44.3) esses doiselementos aparecem reunidos. Nos dias deNicodemos, o ministério de João Batista, queenfatizava a purificação através do arrepen-dimento e da vinda do Espírito, fora bastanteilustrativo. A água era o sinal; a obra de pu-rificação pelo Espírito era o significado lite-ral. Ambas são importantes e, em conjunto,complementam o conceito de arrependimen-to e fé (At 20.21) que traz a salvação. A necessidade do novo nascimento. Deus pre-veniu Adão e Eva que no dia em que se rebe-lassem contra Ele, pela desobediência aosseus mandamentos, morreríam (Gn 2.17).Eles morreram espiritualmente, quando co-meram do fruto proibido (Rm 5.12), com a con-seqüência de que, a despeito do quanto seusdescendentes pudessem vir a ser moral men-te justos e obedientes às leis, cada homem,em seu coração, seria totalmente pecador edepravado, O homem passaria a ter uma na-tureza decaída e, por estar cego em relaçãoao pecado, seria incapaz de se salvar (Jo 3.6;SI 51.5; 1 Co 2.14; Rm 8.7,8) e, por isso, preci-saria ser purificado de seus pecados para quetivesse sua salvação pessoal (SI 51.7; Mt26.28; Jo 13.8; Tt 3.5; Hb 1.3; 10.14). Cristo explicou a Nicodemos, membro da su-prema corte dos judeus (o Sinédrio) e um dosprincipais teólogos de sua época, que deverianecessariamente nascer de novo (ou “de cima”como alguns traduziram o termo anothen emJoão 3,3-7). Pois “o que é nascido da carne écarne” - através de nossos pais experimenta-mos o nascimento físico e entramos no mun-do como seres humanos, e “o que é nascido doEspírito é espírito” - através do Espírito San-to recebemos um nascimento espiritual e nostornamos filhos de Deus.

1341134113411341

Page 22: LETRA N.pdf

NASCER DE NOVO {ou RENASCER)NASCER DE NOVO {ou RENASCER)NASCER DE NOVO {ou RENASCER)NASCER DE NOVO {ou RENASCER) NATALNATALNATALNATAL

Os testes do novo nascimento. Uma das ra-zões pelas quais os homens às vezes ignorama doutrina do novo nascimento, é que nãoperceberam que esse fato está evidenciadonão só em João 3, mas também em 1 João.Em sua epístola, João aborda mais profun-damente o assunto do novo nascimento e re-vela os sinais ou provas pelos quais um ho-mem pode saber se realmente nasceu de novo(1) Esse homem não vive em pecado (1 Jo 3.9;5.18). (2) Ele sente um verdadeiro amor cris-tão pelos semelhantes (4.7,20; cf. 3,14,15),particularmente pelos irmãos cristãos (5.1).(3) Ama a Deus e obedece aos seus manda-mentos (5.2,3). (4) Vence o mundo, isto é, viveuma vida cristã vitoriosa (5.4,5). Quando es-sas evidências estão ausentes, o homem nãopassa de um cristão nominal, e portanto nãofoi salvo, ou é um cristão que está vivendouma vida frustrada e de derrotas. Veja NovaCriatura; Regeneração.

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. F. Büchsel e K. H, Rengstorf,“Gennao etc.",TDNT, 1,665-675. Herman A.Hoyt, TheNewBirth, Fíndlay, Ohio. DunhamPub. Co., 1961.

R. A. K. e W. M. D.

NASCIDO EM CASA NASCIDO EM CASA NASCIDO EM CASA NASCIDO EM CASA Veja Serviço.

NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTONASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTONASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTONASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO Veja Encarnação.

NASOM NASOM NASOM NASOM Veja Naassom.

NATÃNATÃNATÃNATÃ 1. Filho de Atai e pai de Zabade do clã deJerameeI da tribo de Judá (1 Cr 2.36). 2. Terceiro filho de Davi e Bate-Seba, nasci-do depois do inicio de seu reinado em Jeru-salém (2 Sm 5.14; 1 Cr 3,5; 14;5). Ele é umdos ancestrais de Cristo (Lc 3.31), Seu ramona linhagem de Davi parece que também foireconhecido como muito importante na épo-ca do profeta Zacarias (Zc 12.12). 3. Habitante de Zobá, que era pai de Igal eirmão (a LXX diz “pai”) de Joel. Tanto Igalcomo Joel faziam parte dos poderosos doexército de Davi (2 Sm 23.36; 1 Cr 11.38), 4. Profeta e cortesão nos reinados de Davi eSalomão. Dois de seus filhos, Azarias eZabude, foram muito importantes na cortede Salomão (1 Rs 4.5), com base na suposi-ção de que o Natã deste verso seja o profeta.Esse Natã exerceu um importante papel emtrês conjunturas críticas. o. Em relação à casa do Senhor (2 Sm 7.1-17;1 Cr 17.1-15). Davi confiou a Natã seu desejode construir a casa do Senhor como um lugarpermanente para a arca da aliança. A res-posta de Natã foi entusiasmada e encoraja-dora, mas naquela noite o Senhor enviou umamensagem ao profeta, destinada ao rei, e quepode ser resumida em duas declarações: “Vocênão irá construir a minha casa, mas eu cons-

truirei sua casa”; e, “Você não irá construir aminha casa, mas um de seus filhos a cons-truirá”. Não se pode desprezar o elementomessiânico dessa mensagem. A casa de Davi,que Deus prometeu construir, era a “casa”messiânica no sentido de uma linhagem oudinastia, pois, certamente ,2 Samuel 7.16 vaialém do reinado de Salomão. b. Em relação ao pecado de Davi (2 Sm 12.1-15). O duplo pecado de Davi - o adultério comBate-Seba e o assassinato de seu marido Urias“com a espada dos filhos de Aiacm” - exigiauma repreensão. Natã foi o mensageiro esco-lhido. Sua parábola despertou o senso de jus-tiça de Davi, de modo que sua aplicação foiclara. O arrependimento de Davi garantiu operdão divino, mas as terríveis conseqüênciasdesses atos não poderíam ser evitadas. Entre-tanto, houve uma redução de seus efeitos paraBate-Seba, já que um de seus filhos, Salomão,foi nomeado herdeiro do trono. O texto em 2Samuel 12.25 parece significar que Deus en-viou Natã a Davi para conferir o nome deJedidias (“amado por Jeová”) a Salomão. c. Em relação à sucessão de Salomão (1 Rs1.5-48). Davi estava próximo da morte e nãohavia anunciado oficialmente o herdeiro deseu trono. Adonias, um meio-irmão de Sa-lomão, planejou um golpe súbito do qualNatã foi informado. Ele enviou Bate-Sebaao enfermo monarca para lembrar-lhe queprometera nomear Salomão como sucessor.Enquanto Bate-Seba estava em audiência,Natã juntou-se a ela para revelar a Davi oplano de Adonias. O rei então deu ordempara a unção e entronização de Salomão soba responsabilidade de Natã, o profeta, e deZadoque, o sacerdote. Dessa forma, o profe-ta se mostrou um homem de ação, assimcomo um portador da mensagem divina.Natã também tomou parte no desenvolvi-mento da música do Templo (2 Cr 29.25),além de ter escrito a história do reinado deDavi (1 Cr 29.29) e, também, pelo menos umaparte da história do reinado de Salomão (2Cr 9.29). Portanto, partes de suas crônicasdestes reinados podem ter sido incluídas noslivros canônicos de Reis e Crônicas. 5. Pai de Azarias, um alto oficial de Salo-mão (1 Rs 4.5). Ele pode ser o Natã, pai deZabude, um sacerdote e confidente de Salo-mão (1 Rs 4.5). Também é possível que sejaa pessoa mencionada nos itens 3 ou 4 acima. 6. Chefe enviado por Esdras de seu acampa-mento no rio Aava, até a colônia de judeus emCasifia, para obter ministros para a casa deDeus (Ed 8.16). E possível que ele seja o Natãque expulsou sua esposa pagã (Ed 10.39).

E. M. B.e J. C. M.

NATAL NATAL NATAL NATAL Os turistas que fazem a peregrina-ção de Natal a Jerusalém e a Belém surpre-endem-se ao descobrir que ali o Natal é co-memorado em três dias diferentes. Os cató-licos romanos, e a maioria dos protestantes,

1342134213421342

Page 23: LETRA N.pdf

NATALNATALNATALNATAL NATURAL, NATUREZANATURAL, NATUREZANATURAL, NATUREZANATURAL, NATUREZA

comemoram no dia 25 de dezembro. A IgrejaOrtodoxa Oriental comemora no dia 6 de ja-neiro, ao passo que a Igreja Armênia come-mora no dia 19 de janeiro. Não existe evidência para a comemoraçãono dia 25 de dezembro antes de aprox. 300 d. C. Supõe-se que Hipúlito, em seu comen- tário sobre Daniel, tenha sido o primeiro aregistrar a data. Ele acreditava que desdea concepção até a crucificação de Cristo pas-saram-se exatamente trinta e três anos, eque os dois acontecimentos ocorreram no dia25 de março. Isto faria com que o nascimen-to, ocorrido nove meses mais tarde, coinci-disse com o dia 25 de dezembro. A fraquezadessas premissas é óbvia. No século III, al-guns preferiam dizer que o dia do nascimen-to do Senhor Jesus teria sido 18 ou 19 deabril; outros defendiam a hipótese do dia28 de março. A. H. Newman diz; “O primei-ro registro da comemoração do dia 25 dedezembro como uma festa da Igreja está nocalendário filocaliano (reproduzido em 354,mas representando a prática romana em336)” (SHERK, III, 47). Uma objeção sempre levantada contra a co-memoração do Natal é a de que se trata sim-plesmente da cristianização do antigo festi-val pagão do sol. Mas a ligação desse festi-val com o nascimento do Sol da Justiça podeter sido intencional (HDCG, I, 261).

R. E.

NATÃ-MELEQUE Oficial judeu (mordomo,ou eunuco), diante de cujas acomodações, naentrada do Templo, o rei Josias removeu oscavalos que os antigos reis de Judá haviamdedicado ao sol (2 Rs 23.11).

NATANAEL Ele é tradicionalmente consi-derado como um dos Doze, embora não apa-reça um apóstolo com esse nome nas listascontidas nos Evangelhos Sinótícos (Mt 10,1-4; Mc 3.16-19; Lc 6.13-16). No Evangelho deJoão (Jo 1.45-49) Filipe conduziu Natanaela Jesus, afirmando que Ele era o Messiasprometido. Nos Evangelhos sinóticos (Ma-teus, Marcos e Lucas) seu nome é Bartolo-meu, um dos Doze, mas ele não é assimlistado em João. Natanael tem sido geral-mente identificado com Bartolomeu (filho deTalmai) e é provável que esse tenha sidoapenas seu sobrenome; portanto, NatanaelBartolomeu, assim como no caso de SimãoBarjonas. Os dois nomes eram usados demodo alternativo pelos patriarcas da Igreja.Lembrando a associação de Filipe comNatanael, em João, deve-se observar tam-bém que Bartolomeu é mencionado por cadaum dos três primeiros evangelistas, imedia-tamente depois de Filipe, e que em Lucasele é associado a Filipe da mesma maneiraque Simão é associado a seu irmão André, eTiago a seu irmão João.

O encontro de Natanael com o Senhor Jesus

é muito significativo, e pouco comum no re-gistro do evangelista. A relutância em acei-tar alguém de Nazaré como sendo o Messiastem sido considerada como a conseqüênciado mesquinho ciúme existente entre Nazarée Caná, presumivelmente a cidade deNatanael. Por causa de sua imediata respos-ta a Jesus, pode parecer que sua hesitaçãofoi, antes, provocada pelo fato de Nazaré uãoestar mencionada no AT e porque, certamen-te, não seria um lugar que pudesse ser a ter-ra natal de um Messias. Jesus elogiou a in-tegridade desse homem que, em consequên-cia da discussão, chamou o Senhor de “Filhode Deus" e “rei de Israel”, em uma conversaque, sob vários aspectos, pode parecer mis-teriosa. Veja Bartolomeu. Outros homens são mencionados no AT soba forma hebraica de Netanel (q.v.).

H. L. D.

NATIVIDADE DE CRISTO Veja Natal;Encarnação; Jesus Cristo.

NATURAL, NATUREZA 1. Em hebraico, leah, “frescura”, “umidade”,“a maciez da juventude”. Em Deuteronômio34,7, sua única ocorrência no AT, essa pala-vra foi traduzida com o sentido de “forçanatural” na frase “seus olhos nunca se escu-receram, nem perdeu ele seu vigor”. Embo-ra tivesse 120 anos quando morreu, não sedefinhara em Moisés a vitalidade. A palavra Ik foi encontrada duas vezes nastábuas ugaríticas com o significado de vigorou força aa vida (cf. ANET, p, 150, col 1,1.30). 2. Em grego, a palavra genesis significa “ori-gem”, “nascimento”, “ganhar vida”, “natu-ral”, no curso da natureza, com seu ciclo dedesenvolvimento. Foi usada no sentido deolhar a origem de alguém ou a natureza emum espelho e ver sua idade refletida (Tg 1.23)e a vida (a nossa vida) como um ciclo pro-gressivo (Tg 3.6). 3. A palavra grega psychíkos quer dizer “na-tural”, “sen suai”, e tem a natureza e as ca-racterísticas comuns à vida animal. Dessaforma, temos o contraste entre o corpo natu-ral e o espiritual (1 Co 15.44,46) e o equiva-lente à carne e sangue (v, 50). Em 1 Corínti-os 2.14 ela é usada para exprimir o homemque não é salvo ou regenerado em contrastecom o homem redimido, “O homem natural nãocompreende as coisas do Espírito de Deus”. Eleestá sujeito aos seus próprios apetites e pai-xões e não pode entender a verdade divina. 4. A palavra grega physis quer dizer “natu-reza”; physihos significa “aquilo que foi pro-duzido pela natureza”, “natural” (Em11.21,24). Alguns homens são judeus pelonascimento natural (G1 2.15). Paulo fala dehomens e mulheres abandonando o papelnormal do sexo encontrado na natweza (Rm1.26,27). Pedro e Judas falam sobre aque-les que agem como animais (2 Pe 2.12; Jd

1343134313431343

Page 24: LETRA N.pdf

NATURAL, NATUREZA NAVIOS

10). Não existe uma moral implantada queos gentios possam obedecer instintiva men-te ou “pela natureza” (Rm 2.14). No entan-to, todos os homens são, por natureza oupela sua condição natural, “filhos da ira” esujeitos ao terrível castigo de Deus (Ef 2.3).Em Cristo nos tomamos participantes danatureza divina, compartilhando a presen-ça e a comunhão com o próprio Deus (2 Pe 1. 4). Dessa forma fomos libertos desses se- res que em sua natureza não são deuses (G14.8), e que são meramente espíritos inferio-res ou demônios ív. 9).

R. A. K.

NAUM NAUM NAUM NAUM Sua única referência no NT (Lc 3.25)inclui Naum como um ancestral de Cristo,por ser filho de Esli e pai de Amós.

NAUM, LIVRO DENAUM, LIVRO DENAUM, LIVRO DENAUM, LIVRO DE

Lugar no CanonLugar no CanonLugar no CanonLugar no Canon Naum é o sétimo na ordem dos ProfetasMenores, na segunda divisão do cânonhebraico. A Septuaginta (LXX) coloca Naumimediatamente depois de Jonas, pois amboscensuraram Nínive, capital da Assíria.

AutoriaAutoriaAutoriaAutoria O autor Naum veio de Elcos, uma cidadedesconhecida identificada várias vezes comoElquesi, da Galiléia, ou como Cafarnaum (li-teralmente, “vila de Naum”), ou ainda comoElcesei de Jfudá. A autoria de seu livro não foi questionada até oséculo XIS, quando uma data pós-exílica foi de-signada pelos críticos, levando em conta as se-guintes bases desprovidas de fundamento. Quea presença de um poema acróstico (1.2-10) in-dicava uma autoria posterior (Pfeiffer); que essaé uma liturgia profética constituída por quatropoemas lltúrgicos (Haupt); que o livro tem ummotivo religioso revestido de forma histórica(Mowinckel), onde ambos celebram a queda deNínive. A única maneira pela qual um poemaacróstico podería ser elaborado é emendandogrosseiramente o texto. O texto destrói as teo-rias litúrgicas e de abordagem religiosa porquesua mensagem olha para o futuro e não para aultrapassada derrota de Nínive.

DataDataDataData A partir de 3.8ss., a profecia pode ser data-da com muita precisão na segunda metadedo século VII a.C, Naum refere-se à destrui-ção de Tebas (No-Amon), no Alto Egito, pelorei da Assíria em 663 a.C. E como a quedade Nínive foi prevista para acontecer no fu-turo, a data de Naum se encontra entre 663e 612 a.C., data da derrota da capital assíriadeterminada pela crônica babilônica.

Título e TemaTítulo e TemaTítulo e TemaTítulo e Tema “O castigo de Deus sobre a Nação (Nínive)pelos pecados de orgulho, opressão, adulté-

rios e feitiçaria”. O tema está bem explícitoem 1.2, que mostra que o Senhor vinga-sede seus adversários, Naum estava tão preo-cupado com a justiça e o poder de Deus nahistória quanto Amós e Isaias. O grande po-der militar de sua época logo seria destruí-do sem possibilidade de recuperação.

Esboço e ComentáriosEsboço e ComentáriosEsboço e ComentáriosEsboço e Comentários I. O Caráter e a Majestade do Senhor em

Relação ao Seu Juízo, Cap. 1 II. O Cerco e a Queda de Nínive, Cap. 2. II. Razões para a Queda de Nínive, Cap. 3.

A profecia começa com um tema (em hebrai-co massa', 1.1) que é um oráculo ameaçadorsobre o justo e zeloso Deus que se vingará deNínive pela sua opressiva crueldade contraseu povo, O capítulo 2 retrata com nitidez o cerco e aderrota de Nínive por homens vestidos de ver-melho que em suas bigas iriam atacar as por-tas da cidade. Eles seriam ajudados por chu-vas torrenciais que levariam embora parte dacidade, como indica a notável previsão em 2,6,Portanto, os medos e os babilônios capturaramuma cidade parcialmente inundada. O capítulo 3 revela que Nínive havia sidoderrotada por causa de sua crueldade, pros-tituição, impenitência e feitiçaria. Assimcomo Nô-Amom (Tebas) foi derrotada, issotambém aconteceria com a capital assíria, enem suas fortificações, nem seus oficiais enobres poderíam ser considerados para sualibertação.

Bibliografia. Oswald T, Allis, “Nahum,Nineveh, Elkosh”, EQ, XXVII (1955), 67-80!W. J. Deane, Nahum, The Pulpit Commen-tary, ed. por H. Spence e J, Excell, Londres eNova York. Funk & Wagnalls, 1913. CharlesL. Feinberg, “Nahum’', WBC, pp, 863-969.Hobart E. Freeman, An Introduction to theOld Testa rnent Prophets, Chicago. MoodyPress, 1968, pp. 225-231. A. Haldar, Síudiesirt the Book of Nahum, Uppsala. Lunde-quistska, 1947. R. K. Harrison, Introdueti-on to the Old Testament, Grand Rapids. Eerd-mans, 1969, pp. 926-930. Walter A. Maier,The Book of Nahum, A Commentary, St.Louis. Concordia, 1959.

D. S.

NAVALHA NAVALHA NAVALHA NAVALHA Veja Cabelo; Ocupações: Bar-beiro.

NAVIOS NAVIOS NAVIOS NAVIOS Os navios e a frota mercante têmsido conhecidos desde tempos muito antigos.Já em 3500 a.C. navios com velas quadra-das e popa bipartida (para sustentar a pá doleme) foram retratados nas pinturas egípci-as ou modelados para uso em tumbas. Naépoca de Snefru no Reino Antigo (2650 a.C.)grandes navios com mais de 50 metros decomprimento se ocuparam do comércio en-

1344134413441344

Page 25: LETRA N.pdf

M AVI OSM AVI OSM AVI OSM AVI OS NAVIOSNAVIOSNAVIOSNAVIOS

Modelo de um navio marítimo egípcio de aprox, 2500 a,C, Departamento de Clássicos,

Universidade de Nova Iorque

tre o Egito e Biblos, na Síria (ANET, p. 227).De um selo cilíndrico vem a evidência de quebarcos com proa e popa altas foram usadosna Assíria já em 3200 a.C. (ANEP #104). OWen-Amon egípcio conta em detalhes a via-gem de Tânis a Dor, e de Tiro a Biblos paraconseguir madeira em aprox. 1100 a.C.(ANET pp. 25-29; cf. ANET #111). Embora os israelitas estivessem familiari-zados com os navios e a navegação, eles nãoeram um povo marítimo. A falta de bons por-tos naturais no Mediterrâneo ao sul do mon-te Carmelo, e a presença de povos maríti-mos estrangeiros (filisteus e fenícios), man-tiveram os israelitas afastados do mar du-rante a maiOT parte do tempo. As escavaçõesno pequeno porto em Tell Abu Hawam nafoz do rio Quisom, perto de Haifa, tendem aconfirmar, porém, que Aser “se assentou nosportos do mar e ficou nas suas ruínas” (Jz5.17; cf. Gn 49.13), Somente durante o rei-nado de Salomão (1 Rs 9.26-28; 10.22) Isra-el se engajou no comércio nos altos mares,

porém nem tanto dos portos mediterrâneoscomo de Eziom-Geber (q.v.) no golfo deÁcaba. Josafá tentou fazer reviver os diasáureos da marinha de Israel (1 Rs 22.47,48),mas a frota naufragou em Eziom-Geber.Apesar de não se envolver fortemente no co-mércio marítimo, os israelitas estavam fa-miliarizados com a terminologia relaciona-da aos navios no mar. Vários termos são usa-dos para navios no AT. O termo mais comum,'oniyya (por exemplo, Jn 1.3; 1 Rs 9.26), podeser relacionado ao indo-europeu naus, no,vis,Uma outra palavra significando “navio co-berto”, s'!pina, ocorre apenas em Jonas 1.5,mas é comum em aramaico e em árabe. Umapalavra emprestada do Egito para navio, si,é encontrada em Números 24.24; Isaías33.21; Ezequiel 30,9 e Daniel 11.30. Um ou-tro termo geral, k'íi, “vaso”, é usado comouma referência a um navio de papiro ou jun-co em Isaías 18.2 (veja Papiro; ANEP #109). “Naus de Társis” (1 Rs 10.22; Is 2.16; Ez27.25) refere-se aos grandes navios marítimoscapazes de transportar cargas pesadas. O ter-mo “Társis” (q. i.’.), que é uma palavra fenícia,significando “mina’’ ou “local de fundição” (W.F. Albright, BASOR #83 [19411, pp. 21ss,),provavelmente se refere a Tártessus na Sar-denha ou à antiga Tártessus, uma colôniafenícia em Guadalquivir, na região sudoesteda Espanha. Para uma fotografia colorida domodelo de um navio fenício do século VIII a.C.deste tipo (com 20 remos, um ninho de corvoem um único mastro alto na metade do na-vio, remo de direção, e proa e popa altas), vejaVBW, II, 222ss, Embora o AT relate a história de um grandenavio que poupou oito pessoas do Dilúvio, aarca de Noé iteba), estritamente falando, nãopode ser classificada como um navio. Ela nãoera nada mais que uma grande casa flutu-ante. Sua função era simplesmente perma-necer em cima da água, e não navegar ouviajar. Veja Arca de Noé. Além destas palavras para “navio”, outrostermos náuticos como remo, mastro, vela,

1345134513451345

Page 26: LETRA N.pdf

NAVIOSNAVIOSNAVIOSNAVIOS NAZARÉNAZARÉNAZARÉNAZARÉ

piloto e marinheiro são usados no AT (Ez27.5ss.; Is 33.21,23; Jn 1.3ss.). Os israelitassabiam o que era estar em uma tempestadeno mar (SI 48.7; 107.23-30; Pv 23.34}. A ha-bilidade de um navio navegar no oceano eraconsiderada uma maravilha (Pv 30.19). Aprópria vida foi comparada à passagem deum navio (Jó 9.25,26). A cidade de Tiro foidescrita dramaticamente e poeticamentecomo um navio (Ez 27.3-9). O NT também possui vários termos diferen-tes para “navio”. A palavra grega naus ge-ralmente se refere a um navio grande. Elaocorre somente em Atos 27.41 no relato daviagem de Paulo a Roma. A palavra usualdo NT para “navio” é ploion (66 vezes). Elapode se referir a um navio grande ou peque-no. Ploiarion é o diminutivo de ploion, signi-ficando, deste modo, apenas “barquinho”,mas é frequentemente usada em relação aosbarcos pesqueiros galileus (Mc 3.9; Lc 5.2;Jo 6.22-24; 21.8). O termo grego skaphe, “umpequeno barco, ou um barquinho a vela”,aparece apenas em Atos 27.16,30,32 como obatei ou bote salva vidas do navio. No NT os navios são mencionados mais fre-qüentemente nos Evangelhos e no livro deAtos. A maioria das referências nos Evange-lhos trata de barcos no mar da Galiléia. Emsua maior parte, eles eram pequenos barcosusados, para a pesca (Mt 4.21; Mc 1.19; Jo21.3). As vezes os barcos eram usados paracomunicações (Mt 8.23; 9.1; 14.13; Mc 8.10),Em uma ocasião, o Senhor Jesus até usouum barco como púlpito (Mc 4.1; Lc 5.2,3).Veja Barcos. Os navios romanos são mencionados em co-nexão com a primeira viagem missionária dePaulo e sua viagem a Roma, e pequenas em-barcações para curtas distâncias aparecemem conexão com sua segunda e terceira via-gens missionárias. Navios transportandocargas oficiais do governo durante o século Id.C. tinham comumente uma capacidadepara 340 toneladas. A frota de navios quetransportava cereais era composta por em-barcações que chegavam a ter uma capaci-dade de 1.200 toneladas, e às vezes mediammais de 60 metros de comprimento. Não sesabe em que tipo de navio o apóstolo Paulonavegou para Chipre, mas ele evidentemen-te estava a bordo ae um navio bastante gran-de quando viajou para Roma. Neste segun-do caso, havia 276 pessoas a bordo (At 27,37).A expressão “Um navio de Alexandria” (At27,6) pode sugerir que este era um dos navi-os de cereais levando suprimentos para acapital. Apesar de seu tamanho, tais naviospossuíam muito pouco no que se refere a aco-modações para passageiros, de forma que amaioria das 276 pessoas provavelmente fa-zia parte da tripulação. Josefo, porém, de-clara que ele certa vez navegou para Romaem um navio que transportava 600 passa-geiros que naufragou no mar Adriático (Life

3). Tais navios mercantes possuíam âncoras(q.o.; At 27.29,40), um sino (v. 28), lemes evelas (v. 40). A vela de proa (v. 40, gr.artemon)é mais precisamente traduzida pelotermo “traquete”. Normalmente o mastro dosnavios era retirado e as embarcações eramguardadas de meados de novembro até me-ados de fevereiro para evitar as tempesta-des de inverno (At 20.3,6; 28.11; 1 Co 16.6; 2Tm 4.21; Tt 3.12). Os períodos de cerca deum mês antes e depois desta estação tam-bém eram considerados perigosos (At 27.9-13) porque as nuvens carregadas das tem-pestades preponderantes podiam escurecero sol e as estrelas e assim atrapalhar a na-vegação. As metáforas náuticas são usadas de forma escassa no NT. A esperança é chamada de “ân- cora da alma” em Hebreus 6.19, e Tiago com- para a língua com o leme de um navio (3.4). Veja Viagem e Comunicação; Ocupações; Construtor de Navios.

Bibliografia. CornPBE, “Ships andNavigation”, pp. 659-663. B. Landstrõm,Ships of the Pharaohs, Leiden. Brill, 1970.K. L McKay, “Ships and Boats”, NBD, pp.1178-1181. James Smith, The Voyage andSkipwreck of St. Paul, 4a ed., Londres.Longmans, Green, 1880.

R. L. S.

NAZARÉ A cidade de Nazaré, isolada entreas montanhas da Baixa Galiléia que a cir-cundavam, não era um lugar importante atése tomar famosa na época do NT como o lu-gar onde o Senhor Jesus passou sua infân-cia. Essa antiga cidade é representada pelomoderno lugar chamado en-Nâzirah e sualocalização geral é considerada a mais belada Palestina. A cidade de Nazaré não é mencionada no AT,no Talmude, nem pelo historiador Josefo. Asreferências literárias mais antigas a esselugar aparecem no NT. Era a residência de

Nazaré com a cúpula da igreja da Anunciação no centro à distância, HFV

1346134613461346

Page 27: LETRA N.pdf

NAZARÉNAZARÉNAZARÉNAZARÉ NEAR1ASNEAR1ASNEAR1ASNEAR1AS

Neápolís

Maria e José (Lc 1,26,27; 2.39) e o lugar ondeo anjo anunciou a Maria o nascimento do Mes-sias (Lc 1.26-28). Foi para esse lugar que Josélevou a criança e sua mãe depois da peregri-nação pelo Egito (Mt 2.19-23), e também o lu-gar onde Jesus atingiu a maioridade (Lc 4,16)e passou cerca de 30 anos de sua vida (Lc 2.39-51). Lá, Ele ensinou na sinagoga (Mt 13.54; Lc4.16) e experimentou a rejeição por parte dopovo da cidade. Embora sua cidade natal fos-se Belém, sua longa associação com essa cida-de fez com que fosse chamado de Jesus deNazaré (Lc 18.37), e que seus discípulos se tor-nassem conhecidos como nazarenos. A repu-tação de Nazaré não era das melhores; seu povohavia desenvolvido uma péssima reputaçãoquanto à moral e a religião (Jo 1.46), Antes de 1948, Nazaré era uma cidade comuma população de 22.000 habitantes, prin-cipalmente composta por muçulmanos e cris-tãos. Em 1970, sua população havia aumen-tado para 33.000 pessoas.

P. S. H.

NAZARENO Essa designação do NT traduzas palavras gregas nazarenos e nazoraiosusadas algumas vezes como uma referênciaao Senhor Jesus e uma vez (At 24.5) paraseus seguidores. Exceto em Mateus 2,23 eAtos 24.5, ela é sempre usada com o nomede Jesus (algumas versões utilizam a expres-são “Jesus de Nazaré”, e, outras, “Jesus oNazareno”). Foi usada: pelos demônios queestavam aterrorizados (Mc 1.24; Lc 4.34);desdenhosamente pelos inimigos do Senhor(Mt 26.71; Mc 14.67; At 6.14) e favoravel-mente pelos seus seguidores (Lc 18.37; 24.19;At 2.22; 3.6; 4.10); pelo mensageiro de suaressurreição (Mc 16.6) e pelo próprio Senhorressuscitado (At 22.8). O texto em Mateus2.23 associa o nome à sua residência emNazaré. Embora a palavra nazoraios sejamuitas vezes considerada como se referindotanto ao “rebento” (neser) de Isaías 11.1 comoao nazireu (nazir), a expressão indefinida deMateus “pelos profetas" (2.23) não sugereuma profecia específica, mas um tema pro-fético, isto é, que Ele foi desprezado.

Bibliografia. H. H. Schraeder, “Nazarenosetc.”, TDNT, IV, 874-879.

NAZIREU Pessoa leiga de qualquer sexoque estava presa a um voto especial de con-sagração ao serviço de Deus durante um pe-ríodo definido ou durante toda a vida (Nm 6.1- 5). Sua abstinência era assunto pessoal,mas não como membro de um grupo como osrecabitãs (q.v.). Geralmente, o voto era feitovoluntariamente, mas os pais às vezes fazi-am a consagração dos filhos para a vida toda,como nos casos de Sansão (Jz 13), de Samuel(1 Sm 1.9-11) e de João Batista (Lc 1.15,80;Mc 1.6), Um nazireu: (1) não podia participar do fru-to da vinha; (2) não podia cortar o cabelo (vejaCabelo); (3) tinha que permanecer livre detodas as impurezas, inclusive de tocar o cor-po de pessoas mortas (Nm 6.3-8). Em casode profanação era prescrito um ritual depurificação (Nm 6.9-12). Ao final do períodode separação, o nazireu obedecia a um pro-cedimento especial para a finalização de seuvoto, que incluía seu eomparecimento peran-te o sacerdote com certas ofertas especiais, etambém deveria raspar a cabeça e queimaro cabelo cortado (Nm 6.13-21). Durante a monarquia, Deus denunciou quehomens apóstatas estavam forçando osnazireus aDebervinho (Am 2.11,12). Quan-do estava em Corinto, Paulo fez um vototemporário de nazireado, taivez para obtera proteção divina naquela cidade; esse pe-ríodo terminou quando foi a Cencréia ondecortou o cabelo (Àt 18.18). Mais tarde, Pau-lo foi persuadido a se purificar como nazi-reu, junto com quatro crentes judeus emJerusalém, e a pagar pelo término dos sa-crifícios relacionados ao voto daquele gru-po (At 21.18-26).

E. M. B.

NEA Uma das cidades fronteiriças deZebulom (Js 19.13) da qual não existe atual-mente uma identificação positiva. Algunssugeriram que essa palavra pode ser umavariante de Neiel Js 19.27) que é men-cionada na delimitação de Aser.

NEAPOLIS A “nova cidade”, ou a modernaKavalla no norte da Grécia, que serviu comoporto para Filipos, está situada a 16 quilô-metros do litoral, Um antigo aqueduto e ou-tras ruínas indicam a importância que estacidade tinha no passado. Está localizada emuma faixa de terra entre duas baías do marEgeu. Paulo aportou nessa cidade vindo deTrôade, em sua segunda viagem missioná-ria (At 16.11), depois de sua chamada àMacedónia.

NEARIAS 1. Um dos seis filhos de Semaías e pai deElioenai, Ezequias e Azrícão; está listado nafamília real de Judá depois do cativeiro ílCr 3.22,23). 2. Capitão simeonita, filho de Isi que, junto

1347134713471347

Page 28: LETRA N.pdf

IMbAKIAb TV U U U L>/\

com seus irmãos e 500 outros simeonitasderrotaram os amalequitas nas proximida-des do monte Seir, na época de Ezequias (1Cr 4.42).

NEBAI Um dos chefes que ajudou Neemiasa assinar o pacto depois que este foi lido parao povo, assim que terminaram a reconstru-ção dos muros de Jerusalém (Ne 10.19).

NEBAIOTE Filho mais velho de Ismael eirmão de Quedar (Gn 25,13; 1 Cr 1.29) e an-cestral de uma tribo de pastores que tem seunome (Is 60.7). Esaú, filho mais velho deIsaque, se casou com a irmã de Nebaiote (Gn28.9; 36.3). A respeito do problema que exis-te sobre seu nome, veja Basemate 2 eMaalate 1. Existem dúvidas se esta triboárabe do deserto da Síria, junto com o povode Quedar, seriam os precursores dosn aba teus (q.v.) que conquistaram e ocupa-ram Petra no século IV a.C. Os árabes deNebaiote parecem ter sido os Nabaiati men-cionados nos registros assírios por Tiglate-Pileser III, junto com o Qidri (Quedar) men-cionado por Assurbanipal (ANET, pp. 298-300). Mas os nabateus posteriores escrevi-am seu nome com um t (teth) e não com o t(tau) do Nebaiote do AT.

NEBALATE Cidade localizada nas colinasbaixas de Efraim, cerca de 6 quilômetros anordeste de Lode (Lida). Foi uma das cida-des relacionadas entre aquelas que foramocupadas pelos benjamitas depois do exíliona Babilônia (Ne 11,34), Foi identificada coma moderna Beit Nebala.

NEBATE Pai de Jeroboão, o primeiro rei dasdez tribos do norte (1 Rs 12,2; ef ai.). Foi ditoque ele era um efraimita de Zereda, no valedo Jordão (1 Rs 11.26). Seu nome foi prova-velmente usado para distinguir seu filho deJeroboão, filho de Jeoás (2 Rs 14,23),

NEBO 1. Uma divindade babilônia conhecida comoNabu (Is 46,1). Veja Falsos deuses, 2, Montanha da cadeia de Abarim em Moabe,oposta a Jerico (Nm 33,47; Dt 32.49; 34.1),Ela oferece uma visão da maior parte da ter-ra situada a leste e a oeste da Palestina. Foino monte Nebo, do pico do Pisga (q.v.) queMoisés avistou Canaâ e depois morreu sementrar na terra prometida (Dt 34.1-8). Sua localização mais provável é Jebel en-Neba, um proeminente contraforte ou pro-montório do vale de Moabe. Estando a umaaltitude de aprox. 900 metros acima do ní-vel do mar, ela se inclina de forma agudaem direção à extremidade norte do mar Mor-to, que está a mais de 1,320 metros abaixodo nível deste, e a quase 20 quilômetros doseu lado oeste. Uma antiga tradição cristãidentificava o monte Nebo com o Rás es-

Siyaghah, um pouco mais baixo, separadopor uma “sela" do pico do en-Neba, onde fo-ram escavadas ruínas de igrejas bizantinasde 1933 a 1937 pelos franciscanos de Jeru-salém. O panorama que se descortina dequalquer desses lugares é soberbo. Em umdia bastante claro pode-se ver o pico cobertode neve do distante monte Hermom, ao nor-te. Podemos perceber as torres do monte dasOliveiras a oeste e, bem ao sul, En-Gedi àmargem ocidental do mar Morto. Os picosgêmeos de Ebal e Gerizim são visíveis anoroeste. 3. Cidade em Moabe, a leste do Jordão, ocu-pada e reconstruída pela tribo de Rúben (Nm32,3,38; 1 Cr 5,8). Na Pedra Moabita (q.v.:linhas 14-16,. ANET, p. 320), Mesa, rei deMoabe, conta como conquistou a cidade deNebo e retirou dela um objeto de adoração aJeová. Essa cidade pode ter si recapturadapor Jeroboão II, jimtamente com outras ci-dades de Moabe, mas um pouco mais tardeNebo estava outra vez nas mãos dos moabi-tas (Is 15.2; Jr 48.1,22). Têm havido tentativas de identificar a cida-de com Khirbet Mekhayyet, cerca de três qui-lômetros a sudeste de Ftas es-Siyaghah, ondeexistem ruínas de uma antiga fortaleza egrandes quantidades de fragmentos de louçamoabita (Idade do Feno I-II, 1200-585 a.C.). 4. Cidade mencionada depois de Betei e Aína relação dos israelitas que retornaram docativeiro na Babilônia (Ed 2,29; Ne 7.33).Neemias chama essa cidade de “outra Nebo”,talvez para distingui-la da cidade que tem omesmo nome em Moabe (3 acima). Esse lo-cal pode ser a moderna Beit Nuba, perto deAijalom, cerca de 20 quilômetros a noroestede Jerusalém. 5. Ancestral de sete judeus que haviam secasado com mulheres pagãs durante ou de-pois do Exílio (Ed 10.43).

J. R.

NEBUSAZBÃ Um dos príncipes babilôniosque ocupou a função de Rabe-Saris (isto é,chefe dos eunucos) a quem Nebuzaradâ, ca-pitão da guarda de Nabucodonosor, envioupara proteger Jeremias durante o sítio deJerusalém em 587 a.C. (Jr 39.13). Ele pro-vavelmente sucedeu Aspenaz cujo título efunção eram idênticos (Dn 1,3).

NEBUZARADÂ Capitão da guarda de Na-bucodonosor que teve um papel preponderan-te na captura de Jerusalém. Seu nomebabilônico era Nabu-zir-iddina, que signifi-ca “Nebo deu uma posteridade". Ele foi o res-ponsável pelo incêndio do Templo, do palá-cio e das grandes casas, pela deportação dopovo para a Babilônia e pela remoção dosvasos sagrados do Templo (2 Rs 25,8ss.; Jr39.9ssj, Juntamente com outros oficiais daBabilônia, ele foi encarregado de cuidar deJeremias. Nebuzaradâ concedeu ao profeta

1348134813481348

Page 29: LETRA N.pdf

NEBUZARADÃNEBUZARADÃNEBUZARADÃNEBUZARADÃ NEEMIASNEEMIASNEEMIASNEEMIAS

uma quota de alimentos e um presente, e apermissão de escolher entre ir à Babilônia comos exilados ou permanecer em Judá (Jr40.1ss.). Seu nome está registrado como Nabu-zer-i-din-nam rab-nuhtimmu em uma lista de ofi-ciais de Nabucodonosor encontrada na Ba-bilônia e publicada por Eckhard Unger emTheologísçke Literaturzeí 1 ung, L (17 de ou-tubro de 1925), 482-86. A frase rab-nuhtimmu significa “chefe dos padeiros” epode corresponder à frase bíblica associadacom Nebuzaradã, rab-tabbahim. Geralmen-te, essa última é traduzida como “guardas”;seu significado literal pode ser “matador” ou“carniceiro” e também pode significar “cozi-nheiro”. O “padeiro” e o “mordomo” (oucopeiro) não eram servos domésticos, masoficiais leais e honrados (cf. Samuel Feigin,“The Babylonian Officials in Jeremiah 39.3,13”, JBL, XLV (1926), 149-55.

E. M. Y.

NECESSITADO Veja Pobre.

NEC O Veja Faraó.

NECODA 1. Um dos netineus, ou servos do Templo,cujos descendentes retornaram a Judá e Je-rusalém com Zorobabel, depois do cativeiroda Babilônia (Ed 2.48; Ne 7.50). 2. Chefe de uma das famílias que, depois docativeiro na Babilônia, vieram de várias co-lônias da Babilônia e se apresentaram aogovernador para serem registradas, mas nãopuderam provar sua descendência israelita(Ed 2.58-60; Ne 7.62).

NECROMANTE Esse termo, de origem gre-ga, quer dizer: “Aquele que invoca espíritospara revelar o futuro”. Essa palavra ocorreem Deuteronômio 18.11 e em 1 Crônicas10.13 em algumas versões. Em hebraico, elacorresponde literalmente à frase “Aquele queconsulta [ou busca] os mortos”. Moisés usouessa expressão em uma lista de oito termosque descrevem práticas ocultas relacionadas(Dt 18.10,11) e todas elas são “abominaçõesdas nações” (v. 9). A necromancia era prati-cada por Manasses (2 Rs 21.6), e era muitocomum na religião dos babilônios (Is 47.9-14). Uma carta em uma tábua de argila en-contrada em Taanaque, na Palestina, escri-ta em aprox. 1450 a.C,, menciona um mági-co ou médium espírita (BASOR #94, p. 18).O único exemplo de necromancia que apare-ce na Bíblia é a experiência de Saul. Deusnão respondeu da forma usual, através desonhos, do Urim do sumo sacerdote ou de umprofeta. Portanto, o rei procurou à noite amédium de En-Dor (uma “feiticeira”), e lliepediu para trazer Samuel gue havia morridoalgum tempo atrás. Ela disse que via algu-ma coisa que parecia ser um deus ou um ser

sobre humano saindo da terra e com a apa-rência de um homem idoso envolto em ummanto (1 Sm 28.6-14). Mas de uma manifes-tação como esta, Saul não deveria esperaraprender nada. A vontade de Deus eracomunicada através de um porta-voz, comoMoisés deixa bem claro em Deuteronômio18.15-22 (cf. Is 8.19ss.). Tudo o mais seria,normalmente, um mero engodo (Jr 27.9ss.;Ap 18.23), e geralmente vinha com a imora-lidade pagã (Is 57.3). Entretanto, no caso deSaul, alguns entendem que Deus abriu umaexceção e permitiu que o espírito de Samuelfalasse realmente com o aterrorizado rei, epronunciasse seu fracasso. Outros pensamque, já entregue a uma prática condenada emaligna, este homem foi total mente entre-gue a Satanás (1 Sm 28.15-20), Veja Espírito Familiar; Magia; Murmuração.

W. G. B.

NEDABIAS O último filho do rei Jeconias(Joaquim) cujo nome é mencionado, um des-cendente de Davi através de Salomão (1 Cr3.17,18).

NEELAMITA Nas Escrituras este nome sóé aplicado ao falso profeta Semaías, quandoJeremias pronunciou o juízo de Deus sobreele (Jr 29.24,31,32). Esse título pode ser deuma família ou o nome de uma cidade queidentifica Semaías, mas não existe nenhu-ma pessoa ou lugar com esse nome nas Es-crituras nem em outro lugar. Embora elepareça bastante dúbio, tem sido sugerido queeste nome seja um jogo de palavras que des-creve o falso profeta como “o sonhador”. Emhebraico, o radical ou as letras básicas para“sonho” e neelamita são os mesmos, hlm(LYanre, “Elymas-Nehelamite-Pethor”, JBL,LXXIX [1960], 297-314.

NEEMIAS 1. Um exilado que retornou com Zorobabelem 538 a.C. e que tinha sido levado por Na-bucodonosor (Ed 2,2; Ne 7.7), 2. Governador de Bete-Zur, filho de Azbuque,que ajudou Neemias, o governador, a recons-truir os muros de Jerusalém (Ne 3.16). 3. Governador de Judá, filho de Hacalias (Ne1.1; 8.9; 10.1; 12.26,47; provavelmente umjudeu). Um dos descendentes daqueles queforam levados ao cativeiro na Babilônia,Neemias ganhou proeminência depois que ospersas derrotaram os babilônios. Ele alcan-çou a influente posição de copeiro pessoal dorei persa, Artaxerxes I Longimanus (465-424 a. C.). Essa era uma posição de extrema con-fiança no sentido de que somente ele levavao vinho que era destinado ao rei. Enquantoservia nesse cargo, Neemias soube das con-dições de Jerusalém. Os muros ainda esta-vam em ruínas, os portões estavam parcial-mente queimados e não havia qualquer de-fesa contrq os ataques dos inimigos.

1349134913491349

Page 30: LETRA N.pdf

MEEM IAS NEEMIAS, UVRO DENEEMIAS, UVRO DENEEMIAS, UVRO DENEEMIAS, UVRO DE

Neemias conseguiu receber a permissão deArtaxerxes para restaurar a dignidade daantiga cidade de seus pais. Depois de ter sidonomeado governador da província que cir-cundava Jerusalém, ele recebeu cartas desalvo-conduto para entregar aos sátrapas aolongo do caminho, e a autoridade para asse-gurar os materiais necessários a partir dasflorestas do rei. Chegando a Jerusalém em444 a.C., ele deu início ao seu trabalho vital,examinando secretamente as ruínas dosmuros que haviam sido derrubados por Na-bucodonosor (Ne 2.11-16). A obra de reconstrução dos muros era cons-tantemente prejudicada pelos interesses deSambalate de Samaria, Tobias dos amoni-tas, e Gesém da Arábia. Embora esses ho-mens fossem poderosos e astutos, não ame-açavam a desenvoltura de Neemias. Elestentaram os insultos e a zombaria, planeja-ram ataques armados, tentaram atrair Ne-emias para um lugar onde pudessemcapturá-lo, e enviaram ameaças de rebeliãoao rei Artaxerxes, com o intuito de fazer comque Neemias caísse em descrédito. Emboratenham sido bem sucedidos em retardar einterromper as obras durante algum tempo,Neemias demonstrava continuamente suaspoderosas qualidades de liderança e de ha-bilidade organizacional. De acordo com o li-vro de Neemias (6.15), a obra foi concluídaem 52 dias, embora Josefo tenha menciona-do um período de dois anos e quatro meses.Os deveres de Neemias ultrapassavam seupropósito original de reconstruir os muros. Eleera capaz de despertar um senso de honranacional e de restaurar a dignidade de Jeru-salém. Nomeou funcionários a quem delegouautoridade para conseguir um governo me-lhor. Corrigiu muitos abusos, resolveu situa-ções difíceis, e estabeleceu a lei e a ordem.Neemias reavivou a adoração a Deus ao en-corajar a leitura da lei, ao celebrar a Festados Tabemáeulos, ao observar as festas naci-onais, e ao renovar a aliança. Protegeu Jeru-salém ao ordenar que um, entre dez, residis-se dentro dos muros da cidade. Além disso,separou as multidões mistas, purificou o Tem-plo, melhorou o apoio ao sacerdócio erevitalizou a observância ao sábado. Existe alguma dificuldade para se estabele-cer a duração do governo de Neemias. Origi-nalmente, ele foi nomeado para um períododefinido que começou no 21° ano de Arta-xerxes I. Entretanto, esse limite foi sem dó-vida ampliado devido às prementes necessi-dades de Jerusalém. No 32° ano de Artaxer-xes, ele retornou à cidade da Babilônia. Pa-rece que foi oficialmente governador duran-te os anos intermediários, embora nem sem-pre de forma permanente, O fato de muitosabusos terem que ser imediatamente corri-gidos logo depois de sua segunda chegada aJerusalém, sugere que a expressão “ao cabode alguns dias” em Ne 13.6 possa ter exigido

um tempo considerável. A menção a “Dario,o persa’f (Darius II Nothus, 423-404 a.C.) nolivro de Neemias (12.22) sugere também queele continuou ainda durante algum tempocomo um líder ativo de Jerusalém. Embora alguns estudiosos tenham amplia-do esse mandato até 405 a.C., uma carta emaramaico, de Elephantine no Egito, se refe-re a Bagoas como governador de Jerusalémpor volta de 407 a.C. (ANET, p. 492). O caráter de Neemias revela-se ilibado nomaterial escrito disponível. Ele foi tão dota-do e talentoso como qualquer homem dostempos pôs-exílicos. Seu contagioso patrio-tismo era profundo e intenso e levava os ho-mens a deixar suas colheitas a fim de viajarpara Jerusalém e trabalhar na reconstruçãodo muro. Sua rígida integridade, associadaa uma bondosa humildade, fazem com queele se projete como um notável exemplo deliderança leiga. Sua abnegada prática derecusar qualquer recompensa pelos serviços(5.14-18) deve ter deixado uma impressãoindelével nos pobres de Jerusalém. Sua in-tensa fé em Deus e genuína piedade eramevidenciadas pelo zelo que dispensava à éti-ca e à parte cerimonial da religião. Acima detudo, sua devoção ao dever, sua infatigávelenergia e determinada persistência impul-sionaram um grupo de nomens que nuncadesistiam. Neemias era um homem de ação,não um homem que se sentava para esperarque Deus fizesse com que acontecesse algumevento sobrenatural. A desesperada condi-ção de seu povo exigia, sem demora, que fos-sem tomadas medidas extremas. Analisan-do sua obra como um todo, Neemias realmen-te foi um homem preparado por Deus paraagir naquela hora. Veja Esaras: Restauração e Período Persa.

K. M. Y.

NEEMIAS, LIVRO DE O livro que leva onome de Neemias aparece nos primeiros ma-nuscritos, combinado com o de Esdras, e am-bos formam um único livro. Certos manuscri-tos gregos separaram os dois antes da épocade Orígenes e Jerônimo, mas os manuscritoshebraicos combinaram os dois até o ano 1448d.C. Sua união nos códices mais importantes(Vaticano, Sinaítico e Alexandrino) indica queoriginalmente formavam apenas um livro naSeptuaginta (LXX).

ConteúdoConteúdoConteúdoConteúdo I. A Administração de Judá por Neemias,

1,1- 12.47 A. Chegada a Jerusalém, 1.1-2.20 B. Reconstrução do muro, 3.1-7.4 C. Registro dos que retomaram, 7.5-72 D. Renovação da aliança, 7.73-10.39 E. Censo de Jerusalém e da vizinhan-

ça, 11.1-36 F. Relação dos sacerdotes e levitas, 12.1-

26

1350135013501350

Page 31: LETRA N.pdf

NEEMIAS, LIVRO DENEEMIAS, LIVRO DENEEMIAS, LIVRO DENEEMIAS, LIVRO DE NEGARNEGARNEGARNEGAR

G. Consagração do muro, 12.27-47 II. Segunda Visita de Neemias a Jerusa- lém e Reformas Pinais, 13.1-31

FontesFontesFontesFontes Como no caso do livro de Esdras, várias e dis-tintas fontes podem ser facilmente reconhe-cidas demonstrando o caráter composto des-se livro, da maneira como agora se encontra. 1. Memórias pessoais de Neemias (1.1,2.20; 4,1- 7.5; 10,28-11.2; 12.27; 13.31). Essas pas- sagens foram escritas na primeira pessoa. 2. Narrativas na terceira pessoa (7.73-9.38).Essas passagens podem ter sido adaptadasdas memórias de Neemias, porém, vieramprovavelmente dos registros do Templo. 3. Relações e genealogias. a. Construtores (3.1-32), das memórias deNeemias. b. Exilados que retornaram (7.6-73), da mes-ma fonte de Esdras 2.1-70. c. Aqueles que selaram a aliança (10.1-27),das memórias de Neemias ou dos registrosdo Templo. d. Residentes de Jerusalém e de sua região(11.3-36), dos registros do Templo ou arqui-vos do estado. e. Sacerdotes, levitas e sumos sacerdotes(12,1-26), dos registros do Templo.

AutoriaAutoriaAutoriaAutoria Há muito tempo esse livro tem estado liga-do ao nome de Esdras na tradição hebraico-cristã. Seus estreitos laços com os livros de1 e 2 Crônicas em estilo, linguagem, aspectoe propósito apontam para uma obra que ori-ginalmente incluía Crônicas, Esdras e Nee-mias. O fato de Crônicas ter estado inicial-mente como o primeiro livro da série podeser observado pela repetição dos versos fi-nais de 2 Crônicas no início do livro de Es-dras. Provavelmente, os livros de Crônicasforam mais tarde colocados em último lugarem virtude de terem sido aceitos posterior-mente pela comunidade judaica. Outros ar-ranjos diferentes são evidentes na LXX, comoparte de Neemias 8 ter sido transferido paraacompanhar Esdras 10.2. A natureza com-posta dessas obras, e sua grande semelhan-ça têm dado ao autor ou editor o nome de“Cronista'’. O Talmude (Baba Bathra 15a)considera Esdras como o autor principal eNeemias, seu contemporâneo, como aqueleque completou os registros. O fato de Neemias ter feito intenso uso dememórias pessoais torna-o, com toda certe-za, um substancial autor do material queagora leva seu nome. Esse material vem deum documento muito parecido com um diá-rio pessoal. Alguns acreditam que ele nuncateve a intenção de publicá-lo por ter regis-trado os eventos e as emoções a eles associa-dos de forma muito franca e cheia de vida.Essas observações feitas em primeira mãosão tremendamente importantes para lan-

çar alguma luz sobre a história política dosjudeus durante o período persa. Veja Neemias; Esdras; Esdras, Livro de.

Bibliografia. S. E. Anderson, Nehemiah, theExecutive, Wheaton. Van Kampen, 1954. A.E. Cundall, “Ezra and Neemiah”, NBD, rev.(1970). G. Coleman Luck, Ezra andNehemiah, Chicago. Moody, 1961. Jacob MMyers, Ezra, Nehemiah, Anchor Bible,GavdenCity. Doubleday, 1965. JohnC. Whi-tcomb, Jr., “Ezra, Nehemiah”, WBC. J.Stafford Wright, The Building ofthe SecondTemple, Londres. Tyndale, 1958.

K, M. Y,

NEFEGUE 1. Um dos filhos de Isar e bisneto de Levi.Foi relacionado entre os chefes das casas is-raelitas na época do êxodo do Egito (Êx 6.21). 2. Um dos filhos do rei Davi nascidos emJerusalém (2 Sm 5.15; 1 Cr 3.7; 14.6).

NEFLL1M Essa palavra foi traduzida como“gigantes” em várias versões. Foi usada comoreferência a um grupo de seres antediluvia-nos considerados por alguns como o resulta-do de casamentos mistos entre os filhos deDeus e as filhas dos homens (Gn 6.4). Sua segunda utilização no AT descreve osfilhos de Anaque, homens de estatura gigan-tesca que, segundo informaram os espias is-raelitas, ocupavam as terras de Canaã, e fi-zeram com que o povo de Israel se recusassea entrar nesse território (Nm 13.33). VejaGigante; Anaquins,

NEFISIM Chefe de uma família de netineus,ou servos do Templo, que retomou com Zoro-babel do cativeiro da Babilônia (Ed 2.50).Também chamado de Nefiisesim (Ne 7.52).

NEFTOA, ÁGUAS DE Geralmente identi-ficada com a moderna Lifta, cerca de 5 qui-lômetros a noroeste da cidade jebusita deJerusalém, 10 quilômetros a leste de Quiri-ate-Jearim e a sudeste de Gibeá. Era umafonte de água corrente que servia como refe-rência na fronteira entre Judá e Benjamim(Js 15.9; 18.15). Outras identificações possí-veis incluem Ain Karem, a fonte de Filipe(Ain Haniyeh) e o poço de Jó, no limite oci-dental do Uádi Aly. Essas últimas tentati-vas para identificar Neftoa têm pouco ounenhum fundamento consistente.

NEGAÇÃO DE CRISTO Veja Negar;Pedro.

NEGAR O verbo “negar” aparece de três for-mas no NT grego e na LXX, onde é traduzidopor três palavras heb. diferentes. Os trêstermos gregos foram iluminados pelas des-cobertas em papiros dos séculos 1 e II d.C.Apalavragr. arneomai foi usada nos primei-

1351135113511351

Page 32: LETRA N.pdf

NEGARNEGARNEGARNEGAR NE1ELNE1ELNE1ELNE1EL

ros séculos cristãos significando “renegar”(MM, p. 78) e tem este significado em passa-gens do NT tais como Atos 3.14; Mateus10,33; 2 Timóteo 2.12,13; 1 João 2.22; 1 Ti-móteo 5.8 e Tito 2.12 (cf. Arndt, p, 107). Tam-bém significa simplesmente negar no senti-do de dizer não como em Mateus 26.70; Atos4.16 e Hebreus 11.24. Negar-se a si mesmo(Mt 16.24; Mc 8,34; Lc 9.23) significa colo-car de lado ou renunciar a toda ambição pes-soal e interesse próprio a favor das novasreivindicações de Cristo relacionadas à pró-pria vida da pessoa por um franco compro-misso com Ele e com seu evangelho. A palavra gr. aparneomaí também era usadacom o significado de “negar” no sentido de re-negar (MM, p. 53), como é visto especialmentenas negações de Pedro em relação a Jesus emMarcos 14.30,31,72 e passagens paralelas, eem Marcos 8.34 e passagens paralelas. A palavra gr. antilego tem sido mostrada nospapiros com o significado de “contradizer” emuma passagem onde é dito a um homem para“não concordar agora com seu pai, mas seopor a ele e não fazer contrato” (MM, p. 48).Este forte sentido de “contradizer” ou “opor-se” é encontrado em Romanos 10.21 (Is 65.2),onde o juízo de Deus sobre Israel é que eleseram um povo desobediente e que se opu-nham. Paulo diz que os judeus se opuseram(antilego, lit., “falaram contra”) à sua liber-tação em Cesaréia (At 28.19). Esta palavratambém aparece em Tito 1.9; 2.9; João 19.12;Atos 13,45 e, provavelmente, em Lucas20,27. A Igreja sofria oposição em todos oslugares (At 28.22).

J, McR.

NEGINOTE Termo que significa “instru-mento de cordas” e ocorre nos títulos demuitos Salmos (por exemplo, SI 4,6,54,55,61,67,76). Veja Salmos.

NEGUEBE Palavra traduzida como “o sul”em cerca de 40 passagens nas versões KJV eRSV em inglês. O Neguebe compreende cer-ca de 7.000 quilômetros quadrados de umdeserto situado ao sul de Judá, e que consti-tuía quase a metade da área da modernaIsrael antes da guerra de 1967. O limite norte do Neguebe pode ser desenha-do desde o sul, da estrada de Gaza-Berseba,terminando a leste do mar Morto. O limitesul, que antigamente acreditava-se alcançaraté o interior da península do Sinai, é traça-do atualmente desde a área de Cades-Baméiaaté o ápice do golfo de Acaba. A maioria dasreferências do AT ao Neguebe é encontradanos escritos anteriores ao exílio. Explorações feitas por Nelson Glueck e ou-tros revelaram que houve vários assenta-mentos nesse deserto na metade da Idadedo Bronze I {2100-1900 a.C,), Portanto, atra-vés de suas viagens ao Egito, Abraão foi ca-paz de obter o sustento para seu grande gru-

po de servos e animais (Gn 12.9-13.1). W, F.Albright afirmava que essas colônias repre-sentavam freqüentes pontos de parada, ne-cessários para o florescente comércio entre 0 Egito e a Síria, que era realizado atravésde caravanas de jumentos. Essa região era importante pelas seguintesrazões: (1) em virtude do cobre encontradono Neguebe oriental; (2) do comércio de Is-rael com a Arábia; e, (3) a partir da época eSalomão, por causa de Eziom-Geber, o portode embarque de cobre estabelecido por Salo-mão com a ajuda de técnicos fenícios, A ocu-pação dessa área pelos amalequitas e edo-mitas em acampamentos de tendas, e doscananeus em cidades como Arade UJ.ÍO, aolongo do limite norte, antes da entrada deIsrael na terra prometida e de seu forte es-tabelecimento nesse local (Nm 13.29; 20.14-21; 21.1), levou a numerosas guerras entreestes povos e Israel (por exemplo, Jz 6.3; 33; 1 Sm 14.48; 15.1-9; 27.8-10; 30.1-20; 1 Rsll.ISss.; 1 Cr 4.39-43). Uzias estabeleceucolônias fortificadas no norte do Neguebepara proteger sua fronteira ao sul (2 Cr26.10). O Neguebe era um lugar muito con-veniente para os migrantes se restabelece-rem depois de serem expulsos do CrescenteFértil aevido à pressão populacional. O “caminho de Sur” (veja Sur) atravessava oNeguebe, desde o Egito, o centro norte doSinai e chegava a Berseba e Hebrom a noro-este (Gn 16.7; 20.1; 25.18; Êx 15.22). Semdúvida, ele foi percorrido pelos patriarcas(Gn 13.1; 24.62), Hadade, o edomita (1 Rs11.14,17), possivelmente por Jeremias (Jr43.6-12), e por José e Maria (Mt 2.13-15). Ocurso dessa estrada, pelo menos na Palesti-na, era determinado pelos poços disponíveis(Gn 16.7; 21.19; Js 15.18,19; Jz 1,14,15). Os modernos israelitas fizeram extensasexplorações e pesquisas nas antigas colôni-as do Neguebe, especial mente dos n abateu siq.v.), a fim de entenderem como, no passa-do, as cidades puderam florescer nesse lu-gar. Através de água encanada trazida des-de a região da Galiléia, eles estão fazendocom que esse deserto volte a florescer “comoa rosa” (Is 35.1).

Bibliografia. Y, Aharoni, “Forerunners ofthe Limes. Iron Age Fortresses in the Negeb”,IEJ, XVII (1967), 1-17. “The Negeb of Judah”,IEJ, VIII (1958), 26-28; “Tne Negeb”, TAOTS,pp. 385-404; Denis Blay, Geography of theBible, Nova York. Harper & Bros., 1957, pp.74-75, 260-266. Nelson Glueck. Rivers in theDesert, Nova York. Farrar, Strauss e CudaViy,1959. Benno Rothenberg, God n Wílderness.Londres. Thames e Hudson, 1961.

R. A. K.

NEIEL Uma das cidades fronteiriças desig-nadas como limite das terras da tribo de Aser.Estava localizada entre o vale de Ifta-El e

1352135213521352

Page 33: LETRA N.pdf

1353135313531353

Page 34: LETRA N.pdf

TslEÍEL MEO -OltTODOXl A

Cabul (Js 19,27). Alguns sugeriram que estevilarejo seja idêntico a Neá (v. 13), mas Neáestava no,setor nordeste da fronteira deZebulom. E provável que ela possa ser asso-ciada à moderna Khirbet Ya‘nin, onde exis-tem ruínas do final da Idade do Bronze e daIdade do Ferro I, localizada no limite orien-tal da planície de Acco, 13 quilômetros a su-deste da cidade que tem o mesmo nome.

NEILOTE Termo musicai usado no títulodo Salmo 5 que significa instrumento de so-pro, e que alguns interpretam como sendo aflauta (RSV). Veja Música.

NEMUEL, NEMUELITASNEMUEL, NEMUELITASNEMUEL, NEMUELITASNEMUEL, NEMUELITAS 1. Rubenita, filho de Eliabe e irmão de Datae Abirão (Nm 26.9). Está relacionado entreos israelitas de 20 anos ou mais que esta-vam prontos para o serviço militar. 2. Filho mais velho de Simeão (1 Cr 4.24),chamado de Jemuel (q.v. ) em Gênesis 46.10.Seus descendentes, os nemuelitas, foramrelacionados entre aqueles que estavamprontos para o serviço militar.

NEÓFITO Esta palavra é encontrada naLXX em Jó 14.9 e Isaías 5.7 com o sentido deuma “planta nova”. Ela ocorre somente umavez no NT (1 Tm 3.6), onde se refere a umnovo convertido ou a alguém que ainda nãoamadureceu na vida cristã.

NEO-ORTODOXIA A neo-ortodoxia, obartianismo (princípios e doutrinas de KarlBarth), a teologia dialética ou a teologia daPalavra começaram a existir devido ao fra-casso do modernismo (veja Liberalismo).Primeiro, à teologia modernista faltava umsentido de pecado; este era uma evoluçãoentendida como uma “queda” superior e, deforma otimista, se esperava que o reino deDeus na terra seria estabelecido dentro deuma a duas décadas. Segundo, o modernismo, pelo menos em suaforma mais avançada e consistente, não tinhalugar para Deus. Sob a influência de Hegel, ainsistência na inianência de Deus virtualmenteresultava em um panteísmo disfarçado, E,então, em terceiro lugar, a crítica da Bíblia e“a procura de um Jesus histórico” exigiam umaconstante alteração da fé religiosa das pesso-as, o que acarretava conclusões sempre dife-rentes das investigações dos estudiosos. A guerra de 1914-18 despedaçou, com suabrutalidade, o quadro otimista do homemfeito pelos liberais. Assim, o panteísmo deHegel não era melhor que o ateísmo que, naverdade, tornou-se explícito em Marx eFeuerbaeh. Além disso, ele transformavacada ser humano em voláteis conceitos abs-tratos. Finalmente, a instabilidade dohistoricismo podia levar apenas ao ceticis-mo e ao desespero em um mundo que estavaconstantemente em perigo.

Na época do final da Primeira Grande Guer-ra, um grupo de teólogos suíços e alemãesdescobriu escritos do até então desconheci-do Sõren Kierkegaard (1813-1855). Ele ha-via enfatizado a existência individual emoposição aos conceitos abstratos, e definidoa verdade como uma paixão subjetiva.Kierkegaard destruiu a uniformidade dopanteísmo de Hegel através de uma dialéticaradical entre o tempo e a eternidade. VejaExistencialismo. Karl Barth e Emil Brunner,então, passaram a entender o homem comoum pecador que precisa da divina revelaçãoque a crítica da Bíblia não consegue abalar.IPortant.o, neo-ortodoxia foi o nome dado àteologia desenvolvida por Barth e Brunner,tendo como base o existencialismo de Kierke-gaard. Ela adotou a teoria da comunicaçãoindireta na revelação, suas opiniões sobre otempo, o pecado original e a salvação. Em-bora chamada de neo, ou nova ortodoxia, eiaestá mais próxima de um neomodernismo,no sentido de aceitar as conclusões de umacrítica superior e rejeitar a posição do cristi-anismo evangélico e fundamentalista emrelação à inspiração, à infalibilidade da Bí-blia, ao pecado, à queda e à regeneração. Suaposição quanto a Cristo e à Trindade é débile varia de acordo com os diferentes propo-nentes. A doutrina da Trindade particular-mente sofreu nas mãos de Barth, que trouxeuma Cristologia que se apresenta como puraformalidade e desaparece totalmente emTilieh, que transformou a Trindade em umadialética de Hegel dentro do Ser Absoluto.Em suas primeiras obras, quando tentou de-sesperadamente libertar a teologia dohistoricísmo através de uma ênfase na eter-nidade, Brunner não se interessou absolu-tamente pela vida temporal de Cristo, po-rém, mais tarde admitiu que a crucificaçãoera essencial. [Sõren Kierkegaard enfrentou muito cedouma crise em sua vida repleta de conflitos;a perda da fé na infalibilidade da Bíblia, ea insistência de Immanuel Kant que Deusera atemporal e infinito também em termosespaciais (veja Tempo). Pronto para descar-tar totalmente a Bíblia, que para ele pare-cia estar repleta de absurdos, paradoxos econtradições, Kierkegaard, de repente vis-lumbrou uma solução. E por Deus seratemporal e infinito (e o homem viver emum tempo e em um espaço bem definidos elimitados) que a Bíblia apresenta tantosproblemas. O homem não tem categoriasnem receptáculos mentais que possam re-ceber uma verdade eterna atemporal e in-finita. Existe uma disjunção, uma muralhada China entre Deus e o homem. Qualquercoisa que consiga ultrapassar esta barrei-ra, será forçada pelo homem a uma perver-são e adequação às suas próprias categori-as, O hopiem reveste a eterna verdade comas vestes do tempo e a localiza no espaço.

1354135413541354

Page 35: LETRA N.pdf

N EO- ORTODOXIA NEQUEBE

Por exemplo, a queda de Adão e Eva, o fatode todo homem pecar - de eu e você sermoscomo Adão - é retratado na Bíblia como umevento que ocorreu no tempo e no espaço.Ele foi mostrado no início da vida do homemsobre a terra, e ocorreu em um determina-do lugar, no Jardim do Éden. Dessa forma,a revelação vem apenas indiretamente atra-vés de tais exemplos, isto é, de uma comu-nicação indireta. [De acordo com Kierkegaard diversas idéiasdecorrem como eonseqüências. Se Deus exis-te além de um tempo criado, então Ele viveem um eterno “agora" no qual o passado, opresente e o futuro representam, todos, deforma homogênea, um presente. Estes ho-mens concluem que, na experiência existen-cial da revelação, a forma como o homem re-cebe a verdade eterna, através e apesar dasuposta falibilidade das Escrituras, ele ex-perimenta a contemporaneidade de Deus ede tudo que Ele fez através de Cristo na re-denção. Assim, essa revelação é idêntica àsalvação. Ela representa a cura para o com-plexo de culpa. Como os santos do AT foramsalvos? De maneira semelhante. Como par-te do eterno “agora" e de uma história pri-mitiva, ou Urgeschichte, Cristo está sempremorrendo, portanto os crentes do AT são con-temporâneos de sua morte na experiência darevelação. Embora mnito tenha sido dito so-bre a Erwartung, ou expectativa desse even-to, ele pouco significa à luz da contempora-neidade. [Qnal é a resposta cristã a todo este raciocí-nio? Primeiramente, será necessário enten-der que a Bíblia é a inspirada e infalívelPalavra de Deus (veja Inspiração). Em se-

g

hda, será necessário entender a visão daíblia sobre o tempo e compreender a falá-

cia dos três infinitos de Kant (veja. Tempo;Teologia). Deus trabalhou na criação e naredenção dentro de um espaço de tempo. Otempo não é nma categoria ou qualidademeramente da criação e do finito, mas umarelação que encontra sua existência em Dense, depois, na criação. O mesmo é verdade emrelação ao espaço. Se não fosse assim, a cri-ação deveria ser anexada a Deus porque ofe-rece a Ele novos relacionamentos e, dessaforma, ela se tomaria tanto uma necessida-de para Ele, para que fosse Dens em toda aplenitude, como também uma limitação, nosentido de que Ele não podería ser plenamen-te Deus se não tivesse uma existência. [O argumento de Kant sobre os três infini-tos é falacioso. Um infinito não elimina, ne-cessariamente, outro infinito, particular-mente se tratando de um tipo diferente deinfinito. O tempo infinito não elimina o es-paço infinito, e nenhum deles (nem mesmoos dois juntos) elimina 0 Deus infinito. Se osinfinitos que são semelhantes, como o infi-nito número de linhas infinitas, o tempo in-finito e o espaço infinito não se excluem mu-

tuamente, quanto mais os muitos infinitosque são muito diferentes, tais como as rela-ções entre tempo e espaço de um lado, e Deusde outro, poderíam fazê-lo? Quando acres-centamos a este raciocínio o fato de que osrelacionamentos não têm uma natureza ma-terial, retiramos o tempo e o espaço de suasdimensões finitas - R. A. K,1Embora a neo-ortodoxia reconheça a neces-sidade que o pecador tem de uma revelaçãoque os estudiosos não consigam subverter,eles não a comparam precisamente com aBíblia. E certo que Deus fala através da Bí-blia, mas Brunner fez um gracejo com a no-ção de que Deus também fala através do Al-corão e dos Vedas. Estes estudiosos pensamque qualquer qne seja o caso, Deus não pre-cisa falar a verdade, porque “Deus pode,quando assim o desejar, falar sua Palavraao homem até mesmo através de falsas dou-trinas” (Wahrheit ais Begegnung, p, 88;Diuine Human Encounter, p. 117), Barth encontra a Palavra de Deus em trêslugares: no sermão semanal, na Bíblia e noseventos da revelação. Ele pensa que a Bíblianão é infalível, pois “os profetas e os apósto-los, como tais, e mesmo em suas funções,mesmo sendo as testemunhas, e mesmo noato de escrever esses seus testemunhos são,na verdade, passíveis de erros em sua pala-vra falada ou escrita” {Church Dogmatics, 1,2, p. 529). Veja Iluminação; Inspiração. Os eventos-revelações de Barth, que corres-pondem ao encontro divino-humano de Brun-ner, parecem ser uma experiência muda eininteligível. Se os apóstolos não podiamevitar cometer erros nos relatos de suas ex-periências, será muito duvidoso que alguémencontre nelas nma teologia crível e estávelda salvação. Portanto, parece que a neo-or-todoxia não resolveu os problemas que her-dou do modernismo.

Bibliografia. Karl Barth, Church Dogmá-tica, Edinburgh. T. & T. Clark, 1936 (os últi-mos volumes em inglês ainda estão em fasede publicação). G. C. Berkouwer, TheTriumph of Grace in Theology of Karl Barth,Grand Rapids; Eerdmans, 1956. Gordon H.Clark, Karl Barth’s Theological Method, Fi-ladélfia. Presbyterian and Reformed, 1963.Paulo K. Jewett, Brunner’s Concept ofRevelation, Londres. James Clark & Co.,1954. Klaas Runia, Karl Barth’s Doctrineof Hoty Scripture, Grand Rapids. Eerd-mans,1962.

G. H. C.

NEQUEBE Uma das cidades fronteiriças, ameio caminho entre o monte Tabor e Tiberí-ades, que foi dada, na divisão das terras, àtribo de Naftali (Js 19.33). Em várias ver-sões ela está ligada à palavra precedente,formando o nome Adami-Nequebe. VejaAda mi.

1355135513551355

Page 36: LETRA N.pdf

NERNERNERNER NERONERONERONERO

NER Um benjamita, filho de Abiel e pai deQuis e Abner, sendo que esse último era co-mandante do exército do rei Saulíl Sm 14.51;1 Rs 2.32; 1 Cr 8.33; eí aí.). Portanto, Ner eraavô de Saul. Como E. R. Dalglish deixa bemclaro (“Ner”, IDB, III, 537), em 1 Samuel 14.50a designação “tio de Saul” deve se referir aAbner, e não a Ner. O Quis de 1 Crônicas 9.36deve ser outro homem com o mesmo nome,além daquele Quis que seria filho de Ner epai de Saul (1 Cr 9.39). Veja Quis.

NEREU Membro da Igreja de Roma que,com sua irmâ, foi saudado pelo apóstolo Pau-lo (Rm 16.15),

NERGAL Veja Falsos deuses.

NERGAL-SAREZER Nome babilônico deNergal-sar-usur (em grego Neriglisaros) quesignifica “Nergal, proteja o rei”. Em Jeremias 39,3, esse nome ocorre duasvezes na relação dos príncipes da Babilôniaque estavam com Nabucodonosor na captu-ra de Jerusalém, a segunda vez com o títulode Rabe-Mague ou Rabe-Saris {q. lO. Essarepetição pode indicar que havia duas pes-soas com o mesmo nome. Um prisma de argila quebrado, de Nabuco-douosor, relaciona alguns oficiais de sua cor-te, e entre eles está Nergal-sar-usur, prínci-pe de Sin-magir. Baseados nesse texto cu-neiforme, as versões NEB e JerusB em in-glês reagruparam os elementos desses no-mes em Jeremias 39.3 que passaram a ser:“Nergalsarezer de Simmagir, Nebosarse-quim o Rabesaris, Nergalsarezer o Rabema-gue e todos os outros...' E provável que Nergal-Sarezer tenha sido ocomandante do exército que ocupou o tronoda Babilônia em 560 a.C., depois do assassi-nato de Amel-Marduque (Evil-Merodaque),conhecido na história como Neriglissar. Eleera casado com Bel-sum-iskun, uma filha deNabucodonosor, Neriglissar pode ter ascen-dido ao trono através de uma rebelião, onmesmo como um legítimo sucessor de seu cu-nhado. Cerca de 35 anos antes de sua ascen-são ao trono, ele aparece nos contratos comoum rico proprietário de terras na Babilôniae Opis, e como aquele que foi nomeado porNabucodonosor para cuidar dos negócios doTemplo do deus do sol em Sippar. Duranteos primeiros dias de seu curto reinado, eleesteve muito ativo na restauração do Tem-plo de Esagila, na Babilônia, e do Templo deEzida, em Borsippa, na reconstrução de umantigo palácio como sua residência, e na re-paração dos canais em volta da Babilônia.Um fragmento da crônica da Babilônia revelauma interessante campanha conduzida porNeriglissar em 557 a.C. O rei levou seu exérci-to até o longínquo noroeste de seu reino naCilicia, para reprimir a invasão de Appuasu,rei de Pirindu (oeste da Cilicia e Tracheia) que

havia atravessado Hume (leste da Cilicia).Apesar das dificuldades do terreno montanho-so, Neriglissar e suas forças tiverem sucessototal ao expulsar Appuasu, e o perseguiramaté o interior de seu território. Acrônica regis-tra que as trilhas eram tão estreitas que ossoldados tiveram que marchar em fila por cer-ca de 150 quilômetros! Também tiveram mui-to sucesso ao conquistar a ilha rochosa dePitusu, onde estavam alojados 6.000 solados.Depois da morte de Neriglissar em 556, seufilho Labasi-Marduk reinou apenas durantenove meses, antes de ser morto por Nabonido,o último rei caldeu (veja D. J. Wiseman,Chronides of the Ckaldaean Kings, Londres.Museu Britânico, 1956, pp. 37ss.).

E. M. Y.

NERI Filho de Melqui e pai de Salatiel, in-cluído na lista genealógica como ancestralde Jesus (Lc 3.27,28). Ele representa umaimportante ligação na linha real messiânica,através do filho de Davi, Nata, porque a li-nha de Salomão foi cortada do trono apósJecouias.

NERIAS Filho de Maaséias e pai deBaruque, escriba de Jeremias (Jr 32.12,16;et aL), e Seraías, mordomo chefe que acom-panhou Zedequias até o cativeiro na Babilô-nia (Jr 51.59).

NERO Nero Cláudio César Druso Germâni-co era filho adotivo do imperador Cláudio(41-54 d.CJ. Ascendeu ao trono de Romaquando tinha 17 anos de idade e governoude 54 a 68 d.C. Durante os primeiros anosde seu reinado, foi ajudado por sua mãe,Agripina, pelo filósofo estóico Sêneca (irmãode Gálio, veja At 18.12-17), e pelo hábil sol-dado Burrus.

Nero. Gleason Archer; foto de W, LaSor

1356135613561356

Page 37: LETRA N.pdf

NERONERONERONERO NET1111NEU

Depois de vários anos, ele se livrou dessestrês mentores e embarcou em uma carrei-ra marcada pela crueldade e pela autocom-

laeência. uas verdadeiras habilidades, prineipal-

mente artísticas, foram muitas vezes pre-judicadas por excessos e atrocidades. Final-mente, quando a revolta contra ele se espa-lhou (na África, Espanha e Gália), fugiu deRoma e cometeu suicídio em 9 de junho de68 d.C. (alguns dizem que ele perdeu a ra-zão, e ordenou a um de seus soldados quelhe tirasse a vida). Seu nome não aparece no NT, somente seutítulo e suas atividades. Durante os anos 59-68, sua carreira esteve diretamente ligada àIgreja primitiva. Paulo apelou a ele paraconseguir um julgamento justo (At 25.10-12),e passou dois anos em Roma à espera de umaaudiência (At 28.30). Não se sabe se seu casofoi julgado, embora muitos considerem queo texto em 2 Tm 4.16,17 faça referências aeste julgamento. Outras referências às ati-vidades de Paulo nas Epístolas Pastoraisparecem indicar que ele foi libertado porNero depois de sua primeira prisão emRoma. Entretanto, depois de um período deLiberdade e de renovada atividade, Paulo foipreso novamente, provavelmente em Romae sob as ordens de Nero. Para uma descrição das ruínas do palácio deNero, veja WHG, pp. 548ss. Então veio o incêndio do ano 64 d.C. Tácito,o historiador romano registrou detalhes des-se incêndio em seu Annals, XV, 44. Roma foiseveramente danificada pelas chamas, ma-neira evidente pela qual o imperador lim-pou o terreno para o novo complexo de seupalácio, e ficou sob suspeita. Culpando “umaclasse de homens, desprezados por seus há-bitos, a quem o povo intitulava cristãos”, eleinstituiu uma série de castigos cruéis e en-genhosos contra essas pessoas. Dessa formateve início a primeira perseguição oficial elocal, porém bastante rigorosa, de Roma con-tra a Igreja. De acordo com a tradição, Pedro e Paulo fo-ram martirizados em Roma, sob as ordensde Nero, e pode haver algum reflexo desseperíodo em certos escritos do NT, principal-mente no Evangelho de Marcos, 1 Pedro e,de acordo com alguns, no livro de Apocalipse.

BiblBiblBiblBibliografia.iografia.iografia.iografia. Robert M Grant, “Nevo”, IDB,III, 537ss. Merrill C. Tenney, New TestamentTimes, Grand Rapids. Eerdmans, 1965, pp.282-293).

W. M. D.

NERVO ou TENDÃO A palavra hebraicagid, “nervo” ou “tendão”, em Jó 10,11 eEzequiel 37.6,8 referem-se a tendões e a ou-tros tecidos conectivos do corpo. A identifi-cação talmúdica de “nervo encolhido” (Gn32.32) com o nervo ciático parece basear-se

em uma antiga prática sectária, Na descri-ção poética, os nervos das coxas dos hipopó-tamos são entretecidos juntos (Jó 40,17);dores lancinantes são descritas em termosde nervos em Jó 30.17; e o pescoço de umapessoa obstinada é visto como um “nervo deferro” em Isaías 48.4.

NESIAS Um dos netineus cujos descenden-tes acompanharam Zorobabel desde o cati-veiro da Babilônia e foram listados no regis-tro genealógico (Ed 2.54; Ne 7.56),

NETANEL 1. Filho de Zuar da tribo, de Issacar, prínci-pe da tribo na época do Êxodo (Nm 1.8; 2.5;7,18,23; 10.15). 2. Quarto filho de Jessé e irmão de Davi (1Cr 2.14). 3. Um dos sacerdotes que tocavam as trom-betas diante da arca quando esta foi levadada casa de Obede-Edom para Jerusalém (1Cr 15.24). 4. Um levita, pai do escriba Semaías, na épo-ca de Davi (1 Cr 24.6). 5. Filho de Obede-Edom, nomeado por Davicomo porteiro do Templo (1 Cr 26.4). 6. Um dos príncipes enviados por Josafá paraensinar a lei nas cidades de Judá (2 Cr 17,7). 7. Chefe levita que tomou parte na grandePáscoa sob Josias (2 Cr 35.9). 8. Sacerdote da família de Pasur que haviase casado com uma esposa pagã na época deEsdras (Ed 10.22). 9. Sacerdote da família de Jedaías, na épocade Jeoaquim, depois do exílio (Ne 12.21), 10. Levita que tomou parte na consagraçãodo muro de Neemias (Ne 12.36).

P. C. J.

NETANIAS 1. Um músico nos dias de Davi, um dos qua-tro filhos de Asafe. Foi o líder do quinto tur-no de cantores e músicos no Templo (1 Cr25.2,12), 2. Um dos levitas enviado por Josafá paraensinar a lei nas cidades de Judá (2 Cr 17.8). 3. Pai de Jeudi, que trouxe a profecia de Je-remias aos príncipes, e mais tarde a leu pe-rante o rei Jeoaquim (Jr 36.14). 4. Filho de Elisama, da família real de Davi.Foi o pai de Ismael, o violento príncipenacionalista que assassinou o governadorGedalias após a queda de Jerusalém (2 Rs25.23,25; Jr 40.8,14,15; 41.1ss.).

NETINEU Nas várias versões, o termonetíneu(s) é uma transliteração da palavrahebraica rftinim, que literalmente significa“os que foram dados”, e que ocorre pelo me-nos 17 vezes no AT. À tradução “servidoresdo Templo” descreve sua função. Eles eram, especificamente, aqueles a quem“Davi e os príncipes deram para o ministé-rio dos levitas” (Ed 8.20), o que indica, ao

1357135713571357

Page 38: LETRA N.pdf

NET1NEUNET1NEUNET1NEUNET1NEU NEVENEVENEVENEVE

mesmo tempo, seu campo de atividade e suaorigem histórica. Na maior parte das ocor-rências, eles estão relacionados junto ou de-pois dos levitas (cf. 1 Cr 9.2; Ed 7.7; Ne 7.73).Por causa dessa referência às atividades deDavi, e de estarem junto com os servos deSalomão (Ed 2.58; Ne 7.60; cf. 1 Rs 9,21), alémdos nomes estrangeiros que tinham, acredi-ta-se que eram estrangeiros e <jue, a maiorparte aeles, era formada por prisioneiros deguerra colocados nessa função. Por exemplo,os meunitas (Ed 2.50; Ne 7.52) podem se re-ferir àqueles que foram derrotados por Uzias(2 Cr 26.7); os nefuseus (Ed 2.50; Ne 7.52)podem se referir ao clâ hagarita de Nafis (Gn25.15; 1 Cr 5.19). Devido à semelhança dedeveres, alguns procuraram os seus antece-dentes nos gibeonitas “radiadores de lenha...(e) tiradores de água, para a casa... (de) Deus”(Js 9,23,27), e também nos midianitas (Nm31.30,47). E provável que essa correlação sedeva à semelhança de deveres, e não a umreladonamento direto. Quaisquer que sejamas raízes de sua origem, eles eram tratadoscomo parte do povo de Deus, pelos menos comorosélitos (Ne 10.28ss.).ão mencionados nominalmente no AT naépoca pós-exílica. Da Babilônia retornaram612 pessoas, sendo 392 com Zorobabel (Ed2.58; Ne 7.60; um tota! que inclui “os fi-lhos dos servos de Salomão”) e 220 comEsdras (Ed 8.20), como “ministros para aCasa de nosso Deus” de um lugar chama-do Casifia (Ed 8.17), “no ano sétimo do reiArtaxerxes” (Ed 7.7). Como outros minis-tros sagrados, eles estavam isentos de im-postos (Ed 7.24), Os netineus residiam nas cidades levitas(Ed 2.70) e na área de Ofel, em Jerusalém,nas proximidades da Porta das Aguas (Ne3.26; 11.21; veja 3.31, “a casados netineus”).Seus líderes eram Zia e Gispa (Ne 11.21).Na passagem de 1 Esdras 5.29ss. (cf. Josefo,Ant. xi. 5.1), paralela a Esdras 2.43ss. e Ne-emias 7.46ss., esse grupo é designado como“os servos do Templo” (gr. hierodoyloi). Osescritores do Talmude falam sobre eles emtermos muito pejorativos (Mishna, Kiddu-shin, iii.12; iv. I; Jebamoth, ii, 4). Vejo Serviço.

G. W. K.

NETOFA Cidade da Judeia próxima aBelém paia a qual 56 homens retomaramdo cativeiro da Babilônia, e lá se instalaram(Ed 2.22; Ne 7.26). Vejo Netofatitas.

NETOFATITAS Moradores de Netofa, ci-dade agora identificada com Khirbet BeddFaluh, cinco quilômetros ao sul de Belém.Seus habitantes eram da tribo de Judá, eforam primeiramente mencionados quandodois deles aparecem relacionados entre ospoderosos de Davi (2 Sm 23.28,29; 1 Cr 11.30;27.13-15). Seraías e os filhos de Efai eram

netofatitas e lideraram o remanescente quefoi deixado depois da queda de Jerusalém ' 2Rs 25.23; Jr 40.8). Os habitantes dessa cidade também sâomencionados entre aqueles que retomaramdepois do exílio (Ed 2.22; Ne 7.26; 12.28).

NEUM Um dos 12 líderes qne retornaramdo cativeiro da Babilônia com Zorobabel (Ne7.7). Em Esdras 2.2 seu nome aparece comoReum (q.u.).

NEÚSTA Filha de Elnatã de Jerusalém,esposa de Jeoaquim e mãe de Joaquim. Seunome é mencionado em conexão com o brevereinado desse último como rei de Judá (2 Rs24.8), e como tendo acompanhado seu filhoque foi levado prisioneiro para a Babilôniapor Nabucodonosor (vv. 12,15).

NEUSTÃ Serpente de bronze destruídapelo rei Ezequias durante sua reforma daadoração no Templo (2 Rs 18.4). Ela haviasido feita por Moisés séculos antes. Essenome pode significar “um pedaço de bron-ze” e, provavelmente, foi atribuído por Eze-quias como forma de desdém. Veja Serpen-te de bronze; Animais 1V.30. K. R. Jones (“The Bronze Serpent in theIsraelite Cult”, JBL, LXXXV1I 11968], 245-256) relaciona várias descobertas arqueoló-gicas qne demonstraram qne na Mesopotâ-mia, antes da época de Abraão, a serpenteera um símbolo muito comum da fertilidadee do retomo à vida. Foram os hicsos que, apa-rentemente, trouxeram o símbolo da serpen-te para a Palestina onde, durante escavações,foram encontradas sete serpentes de bronzedestinadas ao culto das épocas da Idade doBronze, Média e Final (1650-1200 a.C.). NoOriente Próximo, eram muito frequentes asrepresentações da serpente, ao lado de deu-sas da fertilidade, em placas ou estandartes(ANEP, #470-474, 585, 590, 591; BA, XX[1957], 43 - fig.8). Durante o reinado de Sa-lomão, que importou muitas formas de idola-tria, o símbolo da fertilidade foi, provavelmen-te, transferido para a serpente de bronze fei-ta por Moisés (1 Rs 11.1-8).

J. R.

NEVE O Antigo Testamento indica que aneve (do heb. sheleg) só caiu ocasional men-te na Palestina, mas que algumas vezeshouve uma forte nevasca (2 Sm 23.20; 1Cr 11.22; cf. 1 Mac 13.22). A cobertura deneve do monte Hermom era visível de mui-tas partes da região, e também era umafonte de suplemento de água na Palestina(Jr 18.14). O poder de Deus sobre a natu-reza fornecia a neve (Jó 37.6; 38.22). A nevefoi notada por sua alvura (Êx 4.6; Nm12.10; Sl 51.7; Is 1.18), por sua pureza (Jó9.30), e por seu frescor restaurador (Pv25.13). A neve simboliza a luminosidade

1358135813581358

Page 39: LETRA N.pdf

NEVENEVENEVENEVE N1C0LAUN1C0LAUN1C0LAUN1C0LAU

(Dn 7.9), a pureza (SI 51.7; Is 1.18) e a lim-peza (Jé 9.30).

NEZIBE Cidade na Sefelá da Judéia que foiincluída na divisão de Canaà por Josué, edesignada à tribo de Judá (Js 15.43). Foi iden-tificada com a moderna Khirbet Beit Nesib.

NIBAZ Veja Falsos deuses.

NIBSÃ Cidade no deserto da Judéia, às mar-gens do mar Morto, ao norte de En-Gedi, quefoi incluída na divisão da terra por Josué (Js15.62). F, M. Cross, Jr., e J. T. Milik identifi-caram Nibsã com Khirbet el-Maqari, um lo-cal cuja tradição vai apenas até a Idade doFerro, na região de Buqe‘ah (o vale de Aeor ) asudeste de Jericé(BASOR#142 [1956], p, 16).Porém, Nibsã e suas cinco cidades irmãs eramsuficientemente grandes para ter vilas emsuas proximidades, portanto deveria ser pro-curada uma área maior, que datasse pelomenos do início da Idade do Bronze. Em 1965-66, foram investigadas três cida-des ao longo da margem ocidental do marMorto, na metade do caminho entre Qumrane En-gedi. Elas foram datadas dos séculosVIII ou VII a.C. através de fragmentos decerâmica. Elas estavam localizadas perto devárias fontes de água doce, exatamente aonorte de um uádi que corria desde Belém, esão atualmente conhecidas como Ramad, AinTurabi e Ain Ghnweir. É possível que sejamos locais de Nibsã, Midim e Secaca (IanBlake, “Dead Sea Sites of ‘The UtterWildemess™, ILN, March 4,1967, pp. 27-29).

J, R.

NICANOR Um dos sete homens escolhidospara serem diáconos, com a função de aten-der as necessidades das viúvas que falavama língua grega na Igreja de Jerusalém (At 6.5).

NICODEMOS Um fariseu, líder dos judeus(iarchon, “governador”, palavra usada mui-tas vezes como título dos membros do Siné-drio, cf. João 7.50, “Nicodemos, que era umdeles ”) um mestre em Israel, e provavelmen-te um homem abastado (Jo 3.1,10; 19.39).Sua visita noturna a Jesus deu ocasião aodiscurso sobre o nascimento espiritual regis-trado em João 3.1-10. Nicodemos só é mencionado (no NT) no Evan-gelho de João. (1) Ele procurou Jesus durantea noite, e o Senhor lhe ensinou a doutrina donovo nascimento (Jo 3.1-10); (2) ele defendeuJesus perante os principais sacerdotes e osfariseus - o Sinédrio (Jo 7.46-52); (3) ele aju-dou José de Arimatéia na preparação do corpode Jesus para o sepultamento (Jo 19.38-42).Nada se sabe com certeza sobre sua famíliaou antecedentes. Têm havido tentativas paraidentificá-lo com o Nicodemos ben Gorionmencionado no Talmude. Depois de sua par-ticipação no sepultamento de Jesus, Nicode-

mos desapareceu da narrativa do NT. Porém,em um relato apócrifo da paixão e ressurrei-ção de Cristo, várias vezes intitulado Evan-gelho de Nicodemos e Atos de Pilatos, sãofeitas outras referências a ele. Embora o NT não afirme que Nicodemostenha, posteriormente, se tornado um cris-tão, existe uma forte possibilidade destefato ter ocorrido. A tradição cristã diz que ele foi batizado porPedro e João, sofreu muitas provações nasmãos de judeus hostis, foi privado de suasfunções no Sinédrio e expulso de Jerusalémpor causa de sua fé em Cristo.

B. M. W.

NIC OLAÍTAS A menção desse nome, emconexão com a referência a Balaâo (Ap2.14,15) pode muito bem indicar o antino-mianismo desse grupo. Comer a carne quehavia sido sacrificada aos ídolos e praticar afornicação eram consideradas evidênciasespecíficas dos ensinos de Balaão. A expres-são “assim, tens também” (Ap 2.15) indicaum paralelismo com o nicolaitanismo, Esse entendimento do significado desse teT-mo está confirmado nos escritos dos patriar-cas da Igreja. Inácio (aprox. 110 d.C.) falasobre eles como “amantes do prazer” e “da-dos a discursos caluniosos” (Epistle ofIgnatius to the Trallians, cap. 11) e define otermo: “Um nicolaita... corruptor de sua pró-ria carne" (Epistle of Ignatius to thehiladelphians, cap. 6). Irineu (aprox. 180d.C.) diz: “Eles vivem uma vida de desenfre-ada indulgência” (Against Heresíes, 1.26.3).Clemente de Alexandria os qualifica comoauto-indulgentes (Stromata 1120). Tertulia-no (aprox. 200 d.C.) diz que eles comem coi-sas sacrificadas aos ídolos, e menciona a for-nicaçào que cometem (On ProscriptíonAgainst Heretics, cap. 33). Hipólito (aprox,200 d.C.) escreve: “João os reprovou no Apo-calipse como fornicadores e comedores decoisas oferecidas aos ídolos” (The RefutatíonofAll Heresies, VII24). As referências feitas por Irineu e Hipólito aNicolau, um prosélito de Antioquia (At 6.5),como íúndador dos nicolaítas, devem ser vis-tas com desconfiança. O testemunho geralindica que os nicolaítas eram culpados deantinomianismo.

W. C.

NICOLAU Esse nome, que significa “con-quistador do povo”, só é mencionado em Atos6.5. Ele era um dos sete homens (às vezesconsiderados os primeiros “diáconos”), esco-lhidos para cuidar do “ministério cotidiano”e “servir às mesas” (At 6.1,2) quando essatarefa se tomou cansativa demais para osapóstolos. Sua terra natal era Antioquia eele era, originalmente, um gentio converti-do ao judaísmo, porque é chamado de “pro-sélito de Antioquia”.

1359135913591359

Page 40: LETRA N.pdf

N1C0LAU NILONILONILONILO

-UI*'

O Nilo em Luxor com as colinas da Líbia ao fundo, HFV

Epifânio (aprox. 315-403 d.C.), bispo deSalamina, afirmou que mais tarde Nicolause sentiu descontente ou enfadado, e fundoua seita herética dos nicolaítas (Ap 2.6,15),Mas essa informação parece ser extrema-mente duvidosa. Clemente de Alexandria(aprox. 150-220 d.C.) defendeu o caráter deNicolau. Como os outros seis diáconos,Nieolau evidentemente preenchia as quali-ficações estabelecidas pelos apóstolos: “Setevarões de boa reputação, cheios do EspíritoSanto e de sabedoria* (At 6.3).

NICÓPOLIS NICÓPOLIS NICÓPOLIS NICÓPOLIS Em sua carta a Tito, Paulo oinforma sobre seu plano de passar o invernoem Nicópolis (Tt 3.12). Embora existam pe-quenas cidades com esse nome na Trácia eCilíeia, Paulo sem dúvida estava referindo-se àquela “cidade da vitória* fundada porAugusto em Epiro, na costa ocidental daGrécia. Era uma cidade grande e florescen-te e Paulo chamou Tito de Creta para virajudá-lo nesse higar. Nessa cidade, Pauloprovavelmente foi preso e levado para Romapela última vez,

NIGER NIGER NIGER NIGER Veja Simeâo.

NILO NILO NILO NILO O rio Nilo é um dos maiores sistemasfluviais, o segundo mais longo do mundo,(depois do Amazonas) e um dos poucos quefluem do sul para o norte. De suas nascen-tes, nos lagos equatoriais da África oriental,ele percorre mais de 6.000 quilômetros atédesaguar no mar Mediterrâneo. Iniciando nolago Victória, ele continua através do lagoKioga, despenca pelas cataratas MurchisonFalis e atravessa o lago Albert. Finalmente,snas águas inundam um grande charco ondea vegetação esconde os vários canais e tornaa navegação quase impossível. O luxuriante“sudd” (plantas aquáticas) era o curso dosprimeiros exploradores, e contribui para afertilidade que caracteriza o Nilo. Os afluentes do Nilo são pouco numerosos, equase todos deságuam na margem orientaltransportando água das montanhas daAbissínia, Seu curso principal, o Nilo Bran-co, recebe o Sobat perto de Maíakal. Em

Khartum, ele encontra o Nilo Azul, que exer-ce um importante papel na inundação anu-al. O triângulo formado pelos rios Nilo, Bran-co e Azul, o Gezira (“ilha”) é uma rica regiãoagrícola especializada em algodão. Abaixo deKhartum, seu último afluente, o Atbara, éapenas um leito seco de rio na maior partedo ano, mas se transforma em uma violentatorrente quando chega a época das enchen-tes, O Nilo continua para o norte, cerca de2,500 quilômetros em direção ao mar, semqualquer outro afluente. Entre Khartum eÀssuâ o rio atravessa seis cataratas, que fo-ram numeradas de norte a sul na ordem desua descoberta. Nessa região estavam loca-lizadas as áreas de Cuxe e Núbia. Os egípcios haviam sido muito ativos na re-gião da Núbia desde o Velho Reino (aprox.2700-2200 a.C.). Durante o Reino do Meio(aprox. 2000-1775 a.C.) eles construíram for-tes e postos de comércio desde o sul até asegunda e terceira cataratas. Inúmeros tem-plos egípcios estavam localizados na Núbiadurante o Novo Reino (aprox. 1580-1100a.C.), e dentre eles o de Abu Simbel era omais conhecido. Logo acima da primeira catarata, em Assuâ,

Estátuas gêmeas em granito negro representando Hapi, o deus do Nilo, em pé atrás de altares sobre os quais estão peixes, correntes de águas e plantas aquáticas, LL

1360136013601360

Page 41: LETRA N.pdf

NILONILONILONILO NILONILONILONILO

fcFluviòirtetro,> na ilha de Elefantina em Assuà, usado para medir a inundação do Nilo, HFV

fica a ilha de Philae, com os famosos templosde uma época posterior. Em Assuâ, antigaSevene, encontra-se a ilha Elefantina onde,no século V a.C., se desenvolveu uma comu-nidade judaica que mantinha contato com aPalestina. De Assuã até o Cairo o vale é rela-tivamente estreito, uma faixa de terra de 3 a45 quilômetros de largura, circundada porrochedos íngremes e desertos rochosos.Abaixo do Cairo, abre-se um Delta na formade um leque, com cerca de 200 quilômetrosde comprimento por 180 de largura. Na épo-ca clássica, o Nilo se dividia aqui em setecanais, mas atualmente existem apenas doiscanais principais; o ocidental ou Roseta, quedeságua perto da cidade de Alexandria, e ooriental, ou Damieta, que alcança o mar emPort Said do lado ocidental, no extremo nor-te do canal de Suez. Na época da DécimaNona Dinastia (aprox. 1300ss.l, Ramsés IIfez muitas obras a nordeste do Delta parainstalar a residência real e a capital emTânis (veja Zoã), Como o Nilo era a fonte e o suprimento detoda a vida no Egito - sem ele a maior partedo nordeste da África seria inabitável - osegípcios reconheciam um deus do rio, cha-mado Hapi, que era representado por um serhermafrodita com seios pendentes. O rio su-pria a maior parte das necessidades da vida:água para a irrigação, água para beber, la-var e banhar o corpo e alimentos como pei-xes e aves. Ao longo de suas margens as pas-tagens de juncos eram usadas paia a cria-

ção de gado (Gn 41,1-4). O rio formava umaavenida comercial; a correnteza em direçãoao norte facilitava o comércio do sul, e o cons-tante vento norte alimentava as velas nasviagens do sul (em eontracorrente). O Temo,a pesca e a caça ao longo do rio proporciona-vam esporte e recreação para os nobres. A inundação anual representava a base daagricultura dopaís. Esse fluxo vital de águacomeçava na África Equatorial com a esta-ção das chuvas. Elas aumentavam o volumedo Nilo Branco que, conseqüentemente, co-bria longos trechos de terras alagadiças acu-mulando muito material orgânico.Entretanto, eram as chuvas das montanhas daEtiópia que contribuíam para a maior parte dainundação anual. Como os rios que lã se origi-navam tinham uma queda mais pronunciadado que o Nilo Branco, eles despencavam comgrande velocidade e carregavam uma enormequantidade de solo para formar o depósito dealuviâo, O fluxo do Nilo Azu!, na cheia, chega arepresar as éguas do Nilo Branco. Na latitude de Mênfis (nas proximidades damoderna cidade do Cairo), o início da inun-dação acontecia em junho, e ela aumentavaacentua dam ente até aprox. 19 de julho. Aelevação das águas era cuidadosamente ob-servada pelos oficiais e medida por fluviô-metros em vários pontos de controle. Umainundação ótima tinha grande importância;uma pequena quantidade de água represen-tava um desastre agrícola, com a consequen-te falta de alimentos; uma quantidade ex-cessiva significava uma catástrofe causadaelos danos da inundação. No mês de outu-ro as águas alcançavam sua altura máxi-ma e, em dezembro, o rio voltava aos seuscanais normais. Desde a Antiguidade foram feitas várias ten-tativas para controlar as águas para irriga-ção, pois a maior parte dela ia para o marsem ser utilizada. No Reino do Meio o contro-le da água era feito através do uso da depres-são de Fayum. Atualmente, existem reserva-tórios (barragens) em inúmeros lugares. ARepresa de Assuã foi terminada em 1902, esua altura já foi aumentada duas vezes. Anova Represa Alta (Sadd el Aali), iniciada em1960 e oficialmente inaugurada em 15 de ja-neiro de 1971, criou o imenso lago Nasser. Elapoderá favorecer a formação de 2,500.000acres adicionais de terras cultiváveis, e per-mitir um impressionante aumento da dispo-nibilidade de energia elétrica. Na Antiguidade, a inundação influenciava ocalendário do Egito em vários aspectos. Eladeterminava o calendário prático da agricul-tura, a base da economia ao país. O apareci-mento da Estrela do Cão (Sirius, Sotis) no ho-rizonte, no amanhecer do dia 19 de julho, deuinício a um ciclo de 1.400 anos, o cido Sótico,que tem sido muito útil ao se trabalhar com acronologia do Egito antigo. Veja Egito. Na Bíblia Sagrada, as referências ao Egito

1361136113611361

Page 42: LETRA N.pdf

NILONILONILONILO Wíí-í̂ t

são muito frequentes na última seção do li-vro de Gênesis, e no início do livro de Êxodo.Esses reflexos do ambiente local transmitemprecisamente um conhecimento em primeiramão sobre a vida egípcia, e confirmam a opi-nião tradicional da autoria mosaica desseslivros. O termo y’<v, “rio, curso de água”, re-presenta a designação habitual do Nilo emhebraico. Ela é uma palavra emprestada dalíngua egípcia; a palavra itrw, assim comoY’or, era usada para o curso principal de umrio, seus braços no Delta e até para os canaisque, naturalmente, recebiam as águas desserio. Geralmente, a palavra hebraica é acom-panhada por um artigo definido, “o rio”, queexprime um ponto de vista claramente egíp-cio, Em hebraico, o Nilo também é chamadode shihor em diversas passagens (Is 23.3; Jr2,18). Deve-se tomar cuidado para não con-fundir o Nilo com o “rio do Egito” que, namaioria das vezes é o Uádi el-Arish, a fron-teira sudeste da Palestina. Veja Egito, Rio do.Na narrativa de José, o Faraó sonhou queestava em pé junto ao Nilo (Gn 41.1,17). Ogado em seu sonho pastava ao longo do rio(Gn 41.2,3,18). No período da opressão noEgito havia uma ordem pela qual todos osrecém nascidos do sexo masculino deveríamser eliminados ao nascer, sendo lançados norio (Éx 1.22). O recém-nascido Moisés foi co-locado em um cesto impermeável e escondidonos juncos às margens do rio (Êx 2.3) onde foiachado pela princesa e suas servas (Êx 2.5,6).A primeira praga foi dirigida contra o Nilo(Ex 7.14,25; cf, SI 78.44). A praga das rãs tam-bém estava associada ao rio (Ex 8.3,5,9,11).Nos escritos dos profetas, o Nilo aparece emprevisões contra o Egito. Foi profetizado queas águas do Nilo iriam secar (Is 19.5-10;37.25; Ez 30.12; Zc 10.11). A colheita do Niloé mencionada como parte dos lucros da cida-de mercantil de Tiro (Is 23.3), e em Isaías23.10 pode ser encontrada uma alusão àinundação. Naum menciona a cidade deTebas, que “está situada entre os rios [Nilo],cercada de águas, tendo por esplanada o mare ainda o mar, por muralha” (Na 3.8).

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. Georg Gerster, “ThreatenedTreasures of the Nile , National Geographic.CXX1V (outubro de 1963). 587-623 e AtlasPl. 56. Irving e Electa Johnson, “YankeeCruises the Storied Nile”, NationalGeographic, CXXVII (maio de 1965), 583-633e Atlas Pl, 58.

C. E. D.

NIMRUD Veja Calá.

NINFA Uma crente proeminente emColossos ou Laodicéia, cuja casa era usadapara adoração, a quem Paulo enviou sauda-ções (Cl 4.15). O nome ocorre na formaacusativa Nymphan, de forma que não setem certeza se ele representa um nome mas-

culino (Ninfas) ou feminino (Ninfa). O pro-nome “dele” ocorre no Codex D e em outrosmanuscritos gregos, enquanto o pronome“dela” é encontrado no Codex B, na frase “eà Igreja que está na casa dela”.

NINHO A palavra hebraica qen correspon-de a “ninho” no AT, e o verbo qanan signifi-ca “fazer um ninho”. O termo usado por nos-so Senhor em Mateus 8.20 e Lucas 9.58 é ogr. kataskenosis, que dá a conotação de umcampo de tendas, um acampamento ou lu-gar de moradia. O contraste com o povo doSenhor que não tem uma moradia é extre-m amente forçado. Os vários usos de qen no AT incluem um ter-mo para compartimentos ou “quartos” daarca em Gênesis 6.14; várias alusões a forti-ficações (por exemplo, Nm 24.21); a expres-são de Jõ para a permanência e segurança(“no meu ninho expirarei”, 29,18); para es-conderijo de fugitivos (Jr 48.28); para umninho abandonado (Isaías 16.2, literalmen-te “lançado fora do ninho”); e como uma ex-pressão usada para “ninhos esparsos”, umretrato dos moabitas fugitivos.

NÍNIVE Do outro lado da moderna cidadede Mosul, na margem oriental do rio Tigre,existem duas colinas que em árabe são cha-madas de Kuyunjik (o castelo de Nínive), eNebi-Yunus (o provável local de sepultamen-to do profeta Jonas). Essa última ainda édesabitada. Elas faziam parte de um com-plexo de edifícios rodeado por um muro detijolos de cerca de 12 quilômetros de compri-mento e 15 portas de cidades que formavama antiga Nínive. Jonas, aue tinha sido enviado para pregarnessa cidade assíria no início do século VIIIa.C., descreveu-a como “uma grande cidade,de três dias de caminho” (Jn 3.3). Atravésdesta declaração, é provável que o profetadesejasse dizer que seriam necessários trêsdias para alcançar todas as partes da cida-de, em sua missão de pregação. Podemos jul-gar o tamanho de sua população através dadeclaração expressa em Jonas 4.11. Algunsentendem que o Senhor Deus, ao se referir àpopulação inocente de Nínive, estaria men-

O monte de Kuyunjik, Nínive, JR

1362

Page 43: LETRA N.pdf

MÍNTVE NÍNIVE

Escavações em Ca lá, subúrbio de Nínive. JR

cionando todas as crianças demasiadamen-te pequenas para saberem a diferença queexiste entre a mão direita e a esquerda, eque totalizavam 120.000 crianças; isto su-geriría uma população total de aproximada-mente 600.000 pessoas. Talvez Jonas esti-vesse pensando na “grande Nínive”, uma vezque todas as principais cidades freqüente-mente consistiam de uma fortaleza murada,com muitas outras vilas vizinhas estenden-do-se por muitos quilômetros, e que, na lin-guagem hebraica, era chamada ae cidade esuas aldeias (Js 15.45,47). Outros, entretanto, consideram essa expres-são de Jonas 4.11 como metafórica, e desig-nando toda a população a quem Deus enten-dia como tendo um conhecimento imperfeitodo bem e do mal. Uma população total de120.000 pessoas está bem de acordo com onúmero registrado de 69.574 pessoas acomo-dadas em Calá, uma cidade com uma dimen-são que correspondia a menos da metade deNínive em 879 a.C. Ela só se tomou a capital da Assíria no reinode Senaqueribe (705-681 a.C.). Entretanto,vários reis antes dele construíram ali paláci-os, templos, e edifícios públicos. AssumasirpalII (884-859) e Salmaneser III (859-824) fize-ram de Nínive sua residência durante certosperíodos de seu reinado (ANET, pp. 277ss.).E possível interpretar a palavra “rei” (emhebraico melek) em Jonas 3.6,7 no sentido dernalku, em acádio, que significa “príncipe, go-vernador”, de modo que o livro de Jonas, his-toricamente falando, é bastante preciso (vejaJonas, Livro de). As duas colinas, separadas por um regatochamado atualmente de Khosr, têm sidomuitas vezes objeto das ferramentas dos ar-queólogos desde o início das escavações emKuyunjik, sob a coordenação de P. E. Bottae A. H. Layard, na metade do século XIX.Em 1903, L. W. King foi acompanhado porR. C. Thompson, que usou modernas técni-cas arqueológicas nesse local em suas exten-sas escavações feitas de 1927 a 1932. ComoNebi-Yunus tem casas e uma mesquita quecontém a suposta tumba de Jonas, Layard

fez algumas escavações subterrâneas nessemonte e, em 1954, o diretor geral de anti-guidades do Iraque descobriu parte do palá-cio de Esar-Hadom. As escavações mostraram que a origem deNínive podia ser acompanhada desde o finalda época neolítica (aprox. 5000 a.C.). VejaArqueologia. Isso está de acordo com a tra-dição bíblica que menciona essa cidade naTábua das Nações (Gn 10) junto com outracapital assíria, Calá. As duas cidades foram construídas porNinrode, que invadiu essa região vindo da ter-ra de Sinar. Mais tarde elas foram chamadasde Assíria. Talvez isso tenha ocorrido em aprox.3500 a.C., pois um antigo nível de Kuyunjikrevelou uma cerâmica do tipo Ubaid, conheci-da como originária do sul da Mesopotâmia. Onome de Ninrode se manteve entre os habi-tantes locais que, mesmo atualmente, chamamessa área de Calá Tell Ninrode. Nínive foi mencionada em documentoscuneiformes desde os séculos XXII e XXI a.C.Tábuas que foram encontradas em um cen-tro comercial assírio em Kultepe, na antigaCapadócia, no início do 2° milênio a.C., men-cionam o nome dessa cidade e indicam queela era um centro de adoração a Ishtar. Issofoi confirmado por um documento da épocadeSliamsi-Adad(1748-1716a.C.)que diz queo templo de Ishtar foi construído por Ma-nishtusu (2295-2281 a.C.), filho de Sargãoda Acádia. Um segundo templo dedicado aIshtar, a deusa da fertilidade e da guerra,

Uma tábua da criação, da biblioteca de A&surbanipal, Nínive. BM

1363136313631363

Page 44: LETRA N.pdf

NÍNIVENÍNIVENÍNIVENÍNIVE NINRIMNINRIMNINRIMNINRIM

identificada com o planeta Vênus, foi desen-terrado em Knyunjik, junto com um templodedicado a Nabu, o deus das artes e ofícios.Entretanto, a maior descoberta feita emNínive foi o palácio de Senaqueribe (705-681a.C.), o rei assírio que fez muito para glorifi-car esta grande cidade. Esse palácio,edificado no ápice sudeste da colinaKuyunjik, com quase 30 metros de altura,foi primeiramente escavado por Layard em1849-51. Havia dois grandes salões de en-trada, cada um com mais de 2.300 metrosuadrados, e mais de 3.000 metros de pare-es decoradas com inscrições históricas eretratos das explorações ao rei executadosem baixo-relevo. Muitos touros alados e es-finges pesando cerca de 30 toneladas guar-davam suas entradas. Senaqueribe tambémconstruiu um aqueduto de quase 50 quilô-metros para trazer água potável à cidade.Ele trouxe a Nínive, cidade que chamava de“minha cidade senhoril”, os tributos e os ca-tivos de Jerusalém e de outras cidades daPalestina (ANET, p. 288). Embora não tenha sido encontrado nenhumTemplo do deus Nisroque, de Senaqueribe,no qual ele foi assassinado (2 Rs 19.37), oTemplo de Nabu, desse mesmo período, con-tinha mais de mil tábuas em caracteres eu-neiformes que, evidentemente, faziam par-te da biblioteca real, Mas uma bibliotecamaior e mais organizada foi descoberta noextremo noroeste da colina, pois lá era o lu-gar onde o rei Assurbanipal (669-631 a.C.)guardava mais de 100.000 tábuas colecio-nadas ou copiadas de muitas fontes anti-gas pelos escribas da época. A descobertadessa biblioteca, no século SIS, forneceu oimpulso original ao estudo dos caracterescuneiformes. A maior parte desse materialhavia sido publicada em séries intituladas“Cuneiform Texts from Babylonian Ta.bletsin the British Museum”. Quando foram fi-nalmente traduzidos, os textos mais admi-ráveis estavam em sete tábuas que forma-vam o épico babilônico sobre a criação(ANET, pp. 60-72) e 12 tábuas sobre o épicode Gilgamesh, contendo um relato babiló-nico sobre o Dilúvio (ANET, pp. 72-99). VejaDilúvio; Gênesis. Depois do reinado de Assurbanipal, a Assíriacomeçou a perder poder. A Babilônia se tor-nou independente e foi anexada pelos medos.Juntas, elas começaram primeiro a conquis-tar a antiga capital chamada Assur. Em se-guida, com a ajuda dos bandos nômades doscitas, Cyaxares, o medo, e Nabopolassar, ocaldeu, começaram seu assalto a Nínive. Du-rante três meses, os aliados tentaraminvestidas infrutíferas contra essa cidade. Fi-nalmente, ela foi conquistada por essa coali-zão de poderes que havia sido treinada pelospróprios reis assírios na tática de sitiar cida-des. A crônica da Babilônia registra que Nínevefoi derrotada no décimo quarto ano de Nabo-

polassar, que os cronologistas computaramcomo o ano 612 a.C. (ANET, pp. 303-305). A queda de Nínive encerrou a história assí-ria, embora a destruição final de seu exérci-to só tenha acontecido em 609 a.C., quandoseus remanescentes foram arrasados na con-quista de Harran pelos babilônios e citas.Nínive foi reduzida a uma ruína total, e seuspalácios e templos foram demolidos. As pa-lavras do profeta Sofonias dão uma notáveldescrição daquilo que aconteceu a essa cida-de: “E fará de Nínive uma assolação, terraseca como o deserto... Esta é a cidade alegree descuidada, que dizia no seu coração. Eusou, e não há outra além de mim; como setornou em assolação, em pousada de ani-mais!” (Sf 2.13,15). O profeta Naum dedicou seu oráculo à der-rota de Nínive. Seu sentimento é de alegriaporque um amargo flagelo logo teria fim, eas atrocidades dos assírios eram exata men-te isso. Naum canta no final do primeiro ca-pítulo: “Celebra as tuas festas, ô Judá, cum-pre os teus votos, porque o ímpio não torna-rá mais a passar por ti; ele é inteiramenteexterminado” (Na 1.15). Quão verdadeiraseram suas palavras, pois todas as cidadesmais importantes da Assíria haviam sidodestruídas! Depois da destruição e desur-banização, somente uma civilização primi-tiva continuou nestes locais até o primeiroséculo d.C., quando um povo ressurgiu comoum reino vassalo dos partos. Talvez estaseja uma das ironias da história; a casa realdesse reino de Adiabene converteu-se ao ju-daísmo, e contribuiu para a construção deJerusalém.

Bibliografia. C. J. Gadd, The Fali ofNine-veh, Londres. Oxford Univ. Press, 1923.André Parrot, Ninevek and the Old 7Vsfa-m.ent, trad. por B. E. Hooke, Londres. SCMPress, 1955. R. C. Thompson e R. W. Hutchin-son, A Century of Exploration at Ninevek,Londres. Luzac, 1929.

E. B. S.

NINIVTTAS Residentes de Nínive. Na Bí-blia essa palavra é usada no plural (Lc 11. 30). Veja Nínive.

NINRA Cidade do lado oriental do Jordãoue foi incluída na divisão tribal, e designa-a à tribo de Gade (Nm 32.3). Ela é idênticaa Bete-Ninra (q. v.; v. 36) e está localizadaem Tell el-Bleibil no Uádi Sha‘ib. Não muitolonge está o Uádi Ninrim, que preserva oantigo nome das águas do Ninrim (q.v.).Ambos estão 12 quilômetros ao norte do marMorto, no extremo oriental do vale do Jordão.

NINRIM Um nome que ainda pode ser en-contrado no Uádi en-Numeirah a sudeste domar Morto. Essas águas foram amaldiçoadasem oráculos contra Moabe (Is 15.6; Jr 48.34).

1364136413641364

Page 45: LETRA N.pdf

NINRODE M1SÃ

NINRODE Descendente de Cam, através deCuxe, que logo se distinguiu através da re-gião da Mesopotâmia (Gn 10.8-12). Ele édescrito como alguém “poderoso na terra”(v.8) e um “poderoso caçador perante o Se-nhor” (v. 9), o que provavelmente significaque ele tenha sido um dos primeiros poten-tados registrados na história, e também umtirano (um caçador de homens, cf. Jr 16.16).De acordo com o v. 10, ele fundou um reinona terra de Sinar (q.v.), isto é, no sul doIraque, que era formado por Babel, Erequee Acade, “todas elas” (veja JBL, XC [1971],99-102). Em seguida ele foi para a Assíria econstruiu -ou reconstruiu - Ninive, Reobote-Ir, Calá e Resém (w. 11,12). Em termos de arqueologia, Ninrode pode tersido o líder do movimento Ubaid do sul ao nor-te do Iraque, em aprox. 3800-3500 a.C. Esseé o único período anterior à época de Abraão(aprox. 2000 a.C.) quando uma cultura nãosemítica veio do sul e deixou significativas ru-ínas nos primeiros níveis das cidades assírias.Sargão de Acádia, ou Agade (aprox. 2300a.C.), que conquistou toda a Mesopotâmiamarchando de sua capital nas proximidadesda Babilônia, foi um governante semita. Em Miquéias 5.6, a Assíria é chamada deterra de Ninrode. Até hoje seu nome está li-gado a cidades em ruínas; Calá (q.v.) ê umlocal chamado de Nimrud, e o local da anti-ga cidade de Borsippa, na Babilônia, é cha-mado de Birs Nimrud.

J. R.

NINSI Avô de Jeú (2 Rs 9.2,14) que é geral-mente chamado de filho de Ninsi (1 Rs 19.16;2 Rs 9.20; 2 Cr 22.7).

NIPPUR Uma das principais cidades da an-tiga Mesopotâmia, localizada 150 quilômetrosa sudeste de Bagdá. Nippur ocupava umaposição privilegiada por causa de sua extra-ordinária posição religiosa. Embora nuncatenha sido uma capital política, Nippur foiuma cidade proeminente ao longo de toda ahistória registrada da Mesopotâmia. Foi acidade especial de Enlil, chefe de todos osdeuses das variadas cidades da Babilônia eda Assíria, e lá estava localizado o seu Tem-lo, conhecido como Ekur. Dessa forma, des-e o início da época dos sumérios até o Impé-rio Neo-assírio (inclusive), todos os governan-tes confirmavam sua autoridade fazendo umaperegrinação a Nippur para “se agarrar àsmãos de Enlil”. Na verdade, o nome Nippurestá escrito através de um símbolo abreviadosumério, EN.LIL.KI, que significa “o lugar dodeus Enlil”. Entretanto, a ocupação original de Nippur pre-cede a época dos sumérios. Antigos fragmen-tos do tipo Ubaid indicam que ela existia pra-ticamente desde o início da colonização do suldo Iraque. Foi ocupada de forma mais ou me-nos contínua desde o período dos partos, um

intervalo de 4.000 anos. Em sua maior exten-são, a cidade cobria uma área de aproximada-mente 730.000 metros quadrados. Mas a po-pulação se encontrava dispersa em uma áreamuito maior fora de seus muros, e o vilarejode Puzris’ Dagan, 10 quilômetros ao sul, ser-via como o mercado de gado de Nippur. As primeiras escavações importantes foramrealizadas durante quatro temporadas pelaUniversidade da Pensilvânia, sob a orienta-ção científica do professor Herman V.Hilprecht, de 1888 a 1900. As escavações emsi foram supervisionadas, durante a maiorparte do tempo, por John Henry Haynes.Essa foi a primeira expedição americana emlarga escala no Oriente Próximo, seguindo aliderança dos ingleses e franceses. Talvez a descoberta mais importante tenhasido a grande coleção de quase 6.000 tábuasde argila e de fragmentos, que originalmen-te se acreditava terem vindo da bibliotecado templo. Estudos posteriores mostraramque, na realidade, elas vieram das casas par-ticulares de escribas profissionais, e eramusadas no processo de ensinar a arte da es-crita acadiana e sumeriana aos aprendizesda escrita cuneiforme. Em geral, essas tá-buas foram descritas como textos escolarese incluem muitos tipos diferentes, desde tá-buas de exercícios contendo cunhas separa-das, até simples cópias de composições lite-rárias como provérbios, poemas épicos e hi-nos. É interessante notar que tanto a litera-tura sumeriana, como a chave para sua in-terpretação, tenham vindo da mesma cole-ção de textos escolares; pois sem as infor-mações sobre vocabulário e os paradigmasgramaticais usados há muito tempo paraensinar o suméirio, os estudiosos modernosteriam sido incapazes de traduzir os docu-mentos literários. Escavações recentes foram realizadas de1948-52 pelo Instituto Oriental da Univer-sidade de Chicago, juntamente com a Uni-versidade da Pensilvânia, e mais tarde, du-rante várias temporadas, por essa últimainstituição. Elas produziram cerca de miltábuas adicionais e fragmentos contendoesses “textos escolares” únicos. Também des-cobriram e escavaram o grande templo deInanna, a contrapartida sumeriana da babi-lônica Ishtar, deusa do amor e da guerra.Esse templo existe desde o início da épocadas dinastias, e exerceu um importante pa-pel na vida religiosa e econômica de Nippur.Entretanto, ainda resta muito a ser desco-berto, pois referências literárias feitas amuitas outras divindades indicam a existên-cia de outros templos em Nippur que aindanão foram descobertos. Veja Babilônia; Suméria.

F. R. S.

NISA Primeiro mês do calendário judaico sa-grado (Ne 2.1; Et 3.7), chamado deAbibe (q.v.)

1365136513651365

Page 46: LETRA N.pdf

NI SÃ NÔ ou NÔ-AMOM

no Pentateuco. Ele se refere ao mês das floresdurante o qual ocorria a Páscoa, e correspondiaao nosso março-abril. Veja Calendário,

NISROQUE Veja Falsos deuses.

NITRATO Veja Minerais e Metais.

NO ou NÔ-AMOM Palavra hebraica queindica o nome de um lugar e significa “cida-de de Amom”. Derivada da palavra egípcianiwt, “vila” ou “cidade”, e designa a cidadeegípcia que os gregos chamavam de Díospo-lis, Diospolis Magna ou Tebas. O nome egípcio traduzido como Tebas éWaset, aplicado tanto à vila que está à mar-gem oriental do Nilo como ao quarto nomeao Egito Superior. Em geral, o nome Tebasveio a significar Karnak, Luxor e a área danecrópole na margem ocidental do rio. A cidade de Nô alcançou sua maior glóriadurante a Dinastia XVIII (1570-1329 a.C.),quando era a capitai do Egito. Foi apelidadade “A cidade dos cem portões”. Centro religi-oso da tríade Amom, Mut e Khonsu, o nomeNô-Amom indica a relação entre a cidade eseu principal deus. Os sacerdotes de Amomse tomaram cada vez mais poderosos e as-sumiram o reinado depois da morte deTutancamon. O rei assírio Assurpanipal con-quistou e saqueou essa cidade em 663 a.C.(cf. Na 3.8). Ò rei persa Cambises marchouatravés da cidade quando estava a caminhoda Núbia em 525 a.C. A cidade sofreu umagrande destruição nas mãos do prefeito ro-mano Comélío Gallus, por ter participado darevolta contra os excessivos impostos depoisdo suicídio de Cleópatra em 30 a.C. Em Tebas, ainda podem ser vistas numero-sas evidências da glória do Egito, inclusiveos grandes templos de Luxor e Karnak, nalargem oriental do Nilo. No lado ocidentalexistem grandes templos mortuários como

Saguao Hypostyle no templo de Karnak, Tebas. HFV

Ramesseum, Medinet Habu e Deir el-Bahri,e os magníficos túmulos dos Faraós no valedos Reis. Pinturas existentes em numerosostúmulos de nobres, cavados na rocha, retra-tam a vida e os costumes da época de Moisés.Entre as ruínas do Templo de Karnak, o Sa-guão Hypostyle é especialmente impressionan-te, uma das grandes conquistas arquitetôni-cas do mundo. Existem 134 colunas suportan-do o teto; a avenida central tem colunas ae maisde 20 metros de altura, as maiores do mundo.O Faraó Ramsés II, no século XIII a.C., foi ogrande responsável por essa construção.Tebas só aparece na Bíblia em contextos re-lacionados ao juízo do Senhor. O texto em Jr46.25 afirma que o Senhor punirá Amom deTebas; Ez 30.14-16 declara vários castigossobre essa cidade; e em Naum 3,8ss., o des-tino de Nô-Amom serve como lição para seus

1366

Page 47: LETRA N.pdf

NÔ ou NÔ-AMOM NOÉ

Nobe. HFVHFVHFVHFVconquistadores assírios.

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. Charles F. Ninas, Thebes ofthe Pharaohs. Nova York; Steine Day, 1965.

C. S. D.

NOA NOA NOA NOA Quarto filho de Benjamim, filho maisnovo de Jacó (1 Cr 8.2). Ele rião está incluí-do na lista daqueles que acompanharam Jacóao Egito (Gn 46.21), portanto é provável quetenha nascido mais tarde. Alguns o têm iden-tificado como Sufa (ç.i>.; Nm 26.39).

NNNNOA OA OA OA Uma das cinco filhas de Zelofeade (Nm26.33; 27.1; 36.11; Js 17.3). Em hebraico seunome era no‘a.

NOADIASNOADIASNOADIASNOADIAS 1. Um levita que, com Meremote, Eleazar eJozabade, pesou a prata, o ouro e os objetossagrados que foram trazidos da Babilônia aJerusalém (Ed 8.33), 2. Uma profetisa que, com outros profetas,foi contratada por Tobias e Sambalate paraintimidar Neemias na reedificaçào dos mu-ros de Jerusalém (Ne 6.14).

NOBANOBANOBANOBA 1. Um israelita que foi provavelmente filhode Maquir, da tribo de Manasses. Ao con-quistar a terra do lado leste do Jordão, eletomou a cidade de Quenate juntamente comas aldeias vizinhas e lhe deu seu próprionome (Nm 32.42). 2. Uma cidade a leste de Gileade, menciona-da na perseguição de Gideão aos midianitas(Jz 8.11).

NOBA1 NOBA1 NOBA1 NOBA1 Veja Nebai.

NOBE NOBE NOBE NOBE Uma cidade de sacerdotes ria épocade Saul (1 Sm 22.19), ao norte de Jerusa-lém, em Benjamim, nas proximidades deAnatote, provavelmente no monte Scopus. Osacerdote Aimelecme, no Tabernáculo, ino-centemente deu a Davi, em sua necessidadedesesperada de esconder-se de Saul, o pãosagrado e a espada de Golias (1 Sm 21.1-9).Por ordem de Saul, Doegue, o ed omita, as-sassinou Ai mele que e 85 sacerdotes à espa-

da depois que os guardas de Saul recusaram-se a fazê-lo. Ele então exterminou tudo o quetinha vida em Nobe (1 Sm 22,17-19). Maistarde, invasores assírios detiveram-se aliconfrontando Jerusalém (Is 10.32). Nobe foihabitada depois do exílio (Ne 11.32).

NOBRES NOBRES NOBRES NOBRES Veja Príncipe.

NODABE NODABE NODABE NODABE Um clã hagareno que, juntamen-te com Jetur e Nafis, sofreu a derrota naguerra com os rubenitas, gaditas e a meiatribo de Manassés (1 Cr 5.18-20 ),

NODE NODE NODE NODE Veja Éden.

NOÉ O NOÉ O NOÉ O NOÉ O último dos patriarcas antediluvianos.Ele foi chamado de noah (heb.) por seu paiLameque, porque iria confortar (heb. naham,a mesma raiz de “Noé") a humanidade sobre-vivendo a um dilúvio universal e, assim, tor-nar-se-ía a figura principal no início de umanova era da história humana (Gn 5.29).Quando Noé tinha 480 anos de idade, Deusanunciou um período de 120 anos de prova-ção final para o homem (Gn 6.3), e logo de-pois disso ele recebeu o projeto para a arca(6.14-16). Com meio milênio de experiência,Noé estava, sem dúvida alguma, bem quali-ficado para tal tarefa; porém as qualificaçõesmais importantes eram as espirituais; “Noé,porém, achou graça aos olhos do Senhor...Noé era varão justo e reto em suas gerações;Noé andava com Deus" (Gn 6.8,9; cf. Ez 14.14.20) . Apesar da dificuldade de imaginar chuva einundações (“coisas que ainda não se viam”Hebreus 11.7; cf. Gênesis 2.5), e suportandoo escárnio de seus contemporâneos (cf. 2 Pe3.4-6), “Pela fé, Noé... temeu, e, para salva-ção da sua família, preparou a arca, pela qualcondenou o mundo, e foi feito herdeiro da jus-tiça que é segundo a fé” (Hb 11.7). Enquanto“a longanimidade de Deus esperava nos diasde Noé, enquanto se preparava a arca" (1 Pe 3.20) , o grande patriarca, como um “pregoei- ro da justiça” (2 Pe 2.5), estava sem dúvidaalguma constantemente explicando o terrívelsignificado deste projeto ao “mundo dosímpios” que o cercava. A civilização era sufi-cientemente avançada naquela época parapermitir que a notícia das atividades de Noéfosse divulgada aos homens por todo o globo,Noé foi pai aos 500 anos de idade. Seus trêsfilhos eram Sem, Cam e Jafé (Gn 5.32). Semera provavelmente o mais novo, tendo nas-cido quando Noé tinha 503 anos (cf. 11.10).Tendo armazenado na arca “toda comida quese come" (6.21), Noé entrou na arca no se-gundo mês de seu 600“ ano de vida. Deus nãosó levou os animais para a arca (7.9,15) efechou a porta pelo lado de fora (7.16), mastambém proveu a subsistência de todas assuas necessidades durante todo o período doDilúvio (o que é sugerido pela expressão;

1367136713671367

Page 48: LETRA N.pdf

NOÉNOÉNOÉNOÉ NOIVA DE CRISTONOIVA DE CRISTONOIVA DE CRISTONOIVA DE CRISTO

Aldeia no local da antiga Mênfis

“Deus lembrou-se de Noé, de todos os ani-mais e de todo o gado, que estavam com elena arca”, 8.1). Depois de um ano, por meio de pássaros sol-tos em intervalos regulares, Noé discernia acondição das áreas de terra recém-expostas,Para uma discussão sobre a questão da fo-lha de oliveira e paralelos com o Épico Gil-gamesh, veja a obra de Whitcomb e Morris,The Genesis Flood (Presbyterian and Refor-med, 1961), pp. 38-40, 104-106. Após o Dilúvio, Noé ofereceu sobre um altarsacrifícios de animais limpos (deixando al-guns pares para reprodução) como um sacri-fício especial de ação de graças a Deus (7,2; 8.20) . Este clímax da carreira de Noé (jun-tamente com as misericordiosas promessasde Deus na aliança estabelecida com ele) foiseguido vários anos depois por nm episódioque confirma a preservação da natureza pe-caminosa do homem através do Dilúvio. Noése tomou um lavrador, plantou uma vinha,ficou embriagado, e vergonhosamente se ex-pôs em sua tenda (9.20,21). Cam, suposta-mente levado por seu filho Canaã, zomboude Noé. Por esta má ação, Canaã foi amaldi-çoado e Cam não recebeu nenhuma bênção.Por outro lado, Sem e Jafé demonstraram odevido respeito a seu pai (9.23) e receberamricas bênçãos para seus descendentes. Noé viveu 350 anos depois do Dilúvio, mor-rendo com a idade de 950 anos. Ele foi ver-dadeiramente um dos maiores homens dahistória. Veja Antediluvianos; Arca de Noé; Dilúvio.

J. C. W.

NOEMI Esposa de Elimeleque, o efrateu deBelém de Judé que, por causa da fome, mi-grou para a terra de Moabe. Durante os dezanos em que viveu nessa terra, seu esposo eos dois filhos morreram. Por esta razão,retomou a Belém acompanhada por Rute,uma de suas noras. Tendo chegado em casa,Noemi orientou sua nora nos procedimentos

Íjue deveria tomar para conseguir que Boazósse seu marido. Depois do nascimento de

Obede, o primeiro filho do casal, Noemi tor-nou-se a ama da criança (Rt 1.1-4.17). VejaRute; Elimeleque.

NOFA Uma cidade moabita que, junto comHesbom, Dibom e Medeba, foi ocupada pe-los amorreus e subseqúentemente captura-da pelos israelitas a caminho do rio Jordão(Nm 21.30). Ela é provavelmente a cidadede Noba (q.u.; Jz 8.11), a noroeste de Amâ,atualmente chamada de Nowakis.

NOFE O nome heb. da cidade egípcia deMênfis (Os 9.6), a capital do baixo Egito, loca-lizada na margem oeste do Nilo, ao sul do Cai-ro. Ela foi provavelmente a capital dos Faraósna época ae José e do Êxodo, Veja Mênfis.

NOGA Um dos filhos de Davi nascido atra-vés de uma de suas esposas, com exclusãode Bate-Se ba, depois que estabeleceu seutrono em Jerusalém (1 Cr 3.7; 14.6).

NOITE Unidade de tempo que designa o perí-odo que vai desde o ocaso até o nascer do sol,incluindo o crepúsculo e o alvorecer. Esse ter-mo é usado de forma figurada para designarum período de dificuldade ou perturbação (Is21.11,12), o momento da morte ou a sepultura(Jo 9.4), um tempo de ignorância e desamparo(Mq 3.6), e a depravada condição da humani-dade (1 Ts 5.5-7). Veja Tempo, Divisões do.

NOIVA, NOIVO A p alavra noiva, traduzidado termo hebraico kallah e do termo gregonymphe, refere-se a uma mulher comprome-tida ou recém-casada (Is 61.10; 62.5; Jr 7.34;Jo 3.29). O mesmo termo hebraico foi tradu-zido como “esposa” em Ct 4.8-5.1. Seu usomais importante é a referência à Igreja comoa Noiva de Cristo (Ap 21,2,9; 22; 17; tambémem 2 Co 11.2; Ef 5.25ss.). A palavra gregagyne, que significa “esposa”, também estámuito relacionada, como em Mateus 1.20. O noivo representa a contrapartida da noiva,O termo grego nymphios corresponde a “noi-vo” (Jo 3.29; Ap 18.23), enquanto o termo he-braico hatan significa “noivo”, “marido” ou“genro”, de acordo com o contexto. Cristo usouesse termo a respeito de si mesmo na parábo-la das dez virgens (Mt 25.6). O “amigo do noi-vo” era uma pessoa que cuidava dos detalhesdo casamento e ocupava um lugar proeminen-te nas festividades do casamento (Jo 3.29).Veja Noiva de Cristo; Casamento.

Bibliografia. J. Jeremias, “Nymphe etc.”,TDNT, IV, 1099-1106. T. C. Mitchefi, “TheMeaning of the Noun HTN in the 07", VT,XIX (1969), 92-112.

W. M. D.

NOIVA DE CRISTO Uma das sete figurasusadas para estabelecer o relacionamento daIgreja com Cristo: os ramos e a Vinha (Jo 15,1-

1369136913691369

Page 49: LETRA N.pdf

NOIVA DE CRISTONOIVA DE CRISTONOIVA DE CRISTONOIVA DE CRISTO NOME (S)NOME (S)NOME (S)NOME (S)

11), a ovelha e o Pastor (Jo 10.1-30), as pe-dras e a Pedra Angular (1 Pe 2.4-8), os sacer-dotes e o Sumo Sacerdote (Hb 2.17; 4.14; 7.26;1 Pe 2.9), a nova criação e o Ultimo Adão (1Co 15.45-50), os membros e a Cabeça do Cor-po (1 Co 12; Ef 4.4-16), a noiva e o Noivo (Ap19.7-9; cf. Ef 5.21-32). Veja Noiva, Noivo. A Igreja, formada por aqueles que foram sal-vos pela graça através da fé, constitui a Noi-va de Cristo. Aqueles que já estão com o Se-nhor, junto com aqueles que ainda estiveremvivos por ocasião do arrebatamento, irão nes-se evento receber o corpo da ressurreição (1Ts 4.14-17; 1 Co 15.51s.). Como membros daIgreja, eles irão celebrar as bodas do Cor-deiro com Cristo (Ap 19.7-9), próximo à datade seu retorno a fim de aniquilar seus inimi-gos (Ap 19.11-21). Nosso Senhor previu aocorrência desse casamento na parábola dasdez virgens, na qual Ele realçou o fato deque o dia e a hora de seu retomo são desco-nhecidos (Mt 24.36; 25.1-13), e a consequen-te necessidade de estarmos sempre prontoscom azeite em nossas lâmpadas - talvez umafigura da salvação no sentido de que o cris-tão é o Templo cio Espírito Santo (1 Co 6.19).Veja Bodas do Cordeiro; Cabeça da Igreja.Portanto, no presente, o casamento entre aIgreja e Cristo ainda não foi consumado. Eladeve viver como a virgem prometida ao seufuturo esposo (2 Co 11.2), pertencendo a Cris-to de acordo com um contrato de casamento(isto é, o pacto da redenção). Ele buscou suanoiva com amor e, até agora, a está santifi-cando para que ela possa estar livre de qual-quer mácula quando Ele mesmo a apresen-tai a si próprio com todo esplendor (Ef 5.23-27). Esse tempo atual de purificação da Igre-ja é uma reminiscência dos doze meses deembelezamento pelos quais passaram Estere as virgens, antes de serem trazidas à pre-sença do rei (Et 2.12). A Noiva de Cristo seincorpora à última oração da Bíblia, à medi-da que espera seu retorno, que acontecerápor causa dela: “E o Espírito e a esposa di-zem [a Jesus], Vem... Amém! Ora vem, Se-nhor Jesus!” (Ap 22,17,20). Em conexão com o tema da noiva e do Noivo,o ensino do NT fala sobre os convidados parao casamento (Mt 22.1-14), os “filhos das bo-das” (Mc 2.19ss.) e até do amigo do noivo,isto é, João Batista (Jo 3.27-30). As imagensdo AT incluem os acompanhantes das núp-cias e a filha do rei ou a noiva em uma lindaprofecia poética sobre o casamento messiâ-nico que se realizará (SI 45.13-15). A inter-pretação de quem seriam esses convidados eacompanhantes não é teologicamente exata.Por fim, a noiva irá reinar ao lado de seuEsposo sobre a nova terra, como parece in-dicar a idêntica metáfora da cidade santa,da nova Jerusalém “que de Deus descia docéu, adereçada como uma esposa ataviadapara seu marido” (Ap 21.2,9,10).

R. A. K. e J. R.

NOIVADO NOIVADO NOIVADO NOIVADO Veja Casamento

NOME (S) NOME (S) NOME (S) NOME (S) Nas Escrituras, muitas vezes onome é a expressão da natureza de seu por-tador, descrevendo seu caráter, posição, pro-fissão, alguma circunstância que o afeta oumesmo alguma esperança ou tristeza que lhedizem respeito. Terminologia. Em hebraico, o termo shemsignifica “nome”, “memorial”, “majestade” (SI54.1), “renome” ou “fama” (Gn 6.4); e zekersignifica “lembrança”, “memorial", “nome”(SI 30.4). Em grego, temos os seguintes ter-mos; onoma (como a tradução çle shem),mneme (SI 30.4), mnemosynon (Ex 3.15) emneia (Is 26.8). No NT, a palavra gregaonoma também é usada para indicar pesso-as (At 1.15; Ap 3.4; 11.13), posição (Mt 10.41),autoridade (Mt 21.9), além da santa pessoae caráter de Deus (Jo 17.6,26). No antigo mundo semítico, o significado deum nome sob os pontos de vista da religião,pessoal, familiar, histórico ou geográfico eramuito maior do que em nossa cultura oci-dental. As extensas relações genealógicasdas Escrituras indicam a importância histó-rica que os hebreus atribuíam às origensancestrais e ao desenvolvimento relaciona-do aos nomes de indivíduos, tribos e nações;dessa forma, estabeleciam direitos de heran-ça e substanciavam origens, linhagens e su-cessões reais, especial mente no caso do Mes-sias Davídico (por exemplo, Gn 5; 10; 11; 46;1 Cr 1-9; Mt 1.1-17; Lc 3.23-38). Como o nome era considerado a descrição deuma natureza essencial da pessoa ou coisa,havia uma concepção de identidade entre onome e seu portador (Gn 2.19,20). “Desar-raigar” ou “exterminar” o nome de alguémda terra, significava remover a pessoa e seusdescendentes de sua existência (-Js 7.9; 2 Sm14.7; 2 Rs 14.27; SI 83.4). Agir, falar ou es-crever em nome de alguém era agir comorepresentante dessa pessoa com sua inspi-ração, poder e autoridade (Êx 5,23; Dt 18.19;1 Sm 17.45; 1 Rs 21.8). Dessa forma, a ex-pressão literal “tomai o nome de alguém”sobre um povo ou lugar indicava uma rei-vindicação à posse ou propriedade (2 Sm12.28; Is43.7;Jr7.10). O destinatário pode-ría não usar o nome, mas estava sujeito àsua autoridade e recebia sua proteção (2 Cr7.14; Pv 18.10; Is 4.1; Jr 14.9). Declarar o seu nome era o meio principal dese revelar ou manifestar (Êx 9,16; Js 9.9).Observe como Deus revelou solenemente osignificado de seu próprio nome a Moisés emvárias ocasiões (Êx 3,2-15; 6.2-8; 33.13-34,7),Um nome, através da paronomásia (jogo depalavras) representa o que se conhece dapessoa. Por exemplo, Noemi (“agradável”)mudou seu nome para Mara (“amarga”) emseu desespero ou privação (Rt 1.20). Outroexemplo é Nabal (que significa “tolo”). “Por-que tal é ele qual é o seu nome. Nabal é seu

1370137013701370

Page 50: LETRA N.pdf

NOME (5)NOME (5)NOME (5)NOME (5) NOME (5)NOME (5)NOME (5)NOME (5)

nome, e a loucura está com ele” (1 Sm 25.25).Os nomes que as profecias usavam para oMessias que estava prestes a chegar retra-tavam os aspectos de seu caráter e ministé-rio (Is 7.14; 9.6). Um novo ou segundo nome era dado quandoexistia uma mudança de personalidade oufunção de uma pessoa, ou de sua experiên-cia ou circunstância (por exemplo, Simàopara Cefas ou Pedro, Jo 1.42), e tambémquando a regeneração produz um novo cará-ter (Is 56.5; 62.2; 65.15; Ap 2.17; 3.12; 14.1).Com base no seu relacionamento de aliança,o nome de Abrão (“pai exaltado”) foi muda-do para Abraão (“pai de uma multidão”). Jacó(“enganador” ou “suplantador”) se tornouIsrael (“o que luta [persevera] com Deus”)depois de seu encontro com Deus no Jaboque(Gn 32.28). Veja Otto Eissfeldt, “Renaming in the OldTestament”. Words and Meanings, ed. por P.R. Ackroyd e B. Linders, Cambridge.University Press, 1968, pp. 69-79. Nomes pessoais. Eram geralmente dados àcriança na hora do nascimento ou logo de-pois. Antes do exílio, muitas vezes o nomeera dado a um filho de acordo com o seu sig-nificado, mas depois do exílio tomou-se cos-tume nomear o indivíduo conforme um pa-rente, freqüentemente, o avô. Muitos nomes da Bíblia são de origem he-braica, mas alguns nomes de lugares da Pa-lestina podem ter outra origem, como a pa-lavra não semítica Ziclague, Também ocor-rem nomes gregos ou latinos, como Antipá-tride (At 23.31), Cesaréia de Filipe (Mt 16.13)e Ptolemaida (At 21.7). Os nomes hebraicos podem ser compostos porapenas um elemento, como Jacó (“engana-dor”) e Nabal (“tolo”), ou por vários elemen-tos como Penuel (“a face de Deus”) e Ema-nuel (“Deus Conosco”), ou mesmo por umasentença completa, como Jehoshua (“Jeováé salvação”), Josafá (“Jeová julga”) e Elias(“Jeová é Deus”). G. B. Gray relacionou 135nomes com o termo El e 157 com uma dasabreviaturas de Jeová. Os nomes pessoais eram usados para iden-tificar ou dizer alguma coisa a respeito de: 1. Fatores físicos, pessoais ou espirituaiscomo Esaú (“peludo”) e Pedro (“pedra”). 2. Fé e gratidão a Deus. Pais religiosos refleti-am sua piedade compondo os nomes de seusfilhos com elementos dos dois principais no-mes de Deus, El (de Elohim), ou Jah, ou aindaYah (de Yahweh ou Jeová). Por exemplo, Joel(“Jeová é Deus”), Daniel (“El é meu Juiz”),Abias (“Jeová é [meu] Pai”), Natanael (“El deu”ou “dádiva de Deus”) e Ismael (“El ouve"). 3. A associação com animais e plantas, comoJonas (“pombo”), Raquel (“ovelha”), Penina(“coral”) e Tamar (“palmeira”) como expres-são de carinho ou do desejo que a criançapossa ter alguma qualidade peculiar desseanimal ou planta.

4. Alguma coisa importante ao pai, como onome que Jacó deu ao seu último filho Ben-jamim (“filho da mão direita”), embora amoribunda Raquel o tivesse chamado deBenoni (“filho de minha tristeza”). 5. Acontecimentos históricos da época donascimento, como Icabô (“inglório”), porquea mãe havia dito: “Foi-se a glória de Israel,porquanto a arca de Deus foi levada presa”(1 Sm 4.21,22). 6. Profecia relativa ao trabalho a ser feito,como Jesus (“Ele salvará seu povo dos seuspecados”, Mateus 1.21). 7. Relação com a qualidade e/ou lugar, comoMelquisedeque (“rei da justiça”), rei de Salem(“paz”, Hebreus 7.2), e Zorobabel (“gerado naBabilônia” ou “semente da Babilônia”). 8. Nomes de tribos, como Cuxe (tribo cuxita,2 Sm 18.21). 9. Eventos cuja realização foi profetizada,como no nome dos filhos de Isaías: Sear-Jasube (“um remanescente irá retornar”,Isaías 7.3) e Maer-Salal-Hás-Baz (“apressan-do-se o despojo, apressa-se a presa”, ou “Rá-pido-Despojo-Presa-Segura”, Isaías 8.3). Tam-bém os nomes dos filhos de Oséias: Jezreel(“Deus semeia”; um nome que possui duplosignificado e importância, por causa de even-tos passados e de uma bênção futura, Os1.4,5,11; 2.22,23), Lo-Ruama (“sem piedade”,Os 1.6) e Lo-Ami (“não meu povo”, 1.9). 10. Função. Por exemplo, o nome de Eva(“vida”) foi sugerido por Adão porque ela de-veria ser “a mãe de todos os viventes” (Gn 3.20) . Há ainda outros nomes como Obil(“guia de camelo”, 1 Cr 27.30) e Onésimo(“útil”, como um escravo, Fm 10,11). Nomes de cidades, lugares e coisas. Nomesgeográficos podem revelar muitas coisas di-ferentes como: 1. As condições físicas envolvidas, como o marde Sal (Gn 14.3), o Líbano (“branco”, por cau-sa de seu pico coberto de neve), Jerico (“fra-grância de palmeiras, jardins de rosas e bál-samos”), En-Gedi (“fonte do cabrito”). 2. Qualidades, como Jope (“beleza”), Siló(“tranqüilidade”) e Salem (“paz”), 3. Forma, como Quinerete (“em forma deharpa”, isto é, mar da Galiléia, Nm 34.11),Siquém (“espalda [ombro] de um monte”). 4. Funções, como Gade (“prensa de vinho”),Belém (“casa de pão”). 5. Divindade ou costume religioso, comoBete-Dagom (Js 15.41), Astarote (Dt 1.4),Bete-Semes (“templo do sol”, Js 19.22). 6. Importantes eventos históricos, comoEbenézer (“pedra da ajuda”, 1 Sm 7.12), Betei(“casa de Deus”, Gênesis 28.16-19), 7. Relação com uma pessoa ou tribo, comoGibeá de Saul (1 Sm 11.4), Dà (Jz 18.29). 8. Animais e plantas, como Aijalom (“campo dos veados"), Bete-Hogla (“casa da perdiz”), vale de Elá (“carvalho” ou “terebinto”). Nomes e títulos divinos. Era considerado muito importante aprender o nome do ser

1371

Page 51: LETRA N.pdf

NOME (S)NOME (S)NOME (S)NOME (S) NOVA CRIATURANOVA CRIATURANOVA CRIATURANOVA CRIATURA

divino que aparecia a alguém (por exemplo,Jacó, Gênesis 32.29 e Manoá, Juizes 13,6,16-21), Conhecer seus nomes e títulos, comoJeová, Elohim e Senhor fazia com que Deusficasse mais vivo e real ao seu povo. As ve-zes, o simples conceito do “nome” de Deusmostrava a pessoa do próprio Deus (Lv 24.11;Mt 12.21). Conhecer e acreditar no nome deDeus ou de Cristo era equivalente a conhe-cer e acreditar no próprio Deus ou em Cristo(SI 9.10; 91.14; Is 64.2; Ml 3.16; Jo 1.12; 2.23;3.18; 1 Jo 3.23; 5,13). Veja Deus, Nomes eTítulos de, para os diversos nomes simples ecompostos que manifestam aos homens seusatributos e seu caráter. O nome de Jesus. Os primeiros cristãos nãoatribuíam nenhum significado mágico aonome do Senhor Jesus, e ele era usado damesma maneira como seus antepassadoshaviam empregado os nomes de Deus naépoca do AT. Jesus havia ensinado aos seusdiscípulos que tudo que fizessem em seunome estaria sendo feito diretamente a Ele(Mt 19.29; cf. 10.22). Seu Nome represen-tava seu poder e autoridade, como por exem-plo, ao realizarem milagres (Mt 7.22; At4.7,10). As pessoas foram incentivadas a in-vocar o nome de Jesus para a salvação (At2.21; 4.12) e os pecadores eram e são per-doados e justificados através de seu nome,ou em seu nome (1 Co 6.11; At 10.43). Oevangelho deveria ser pregado em seu nome(Lc 24.47) e a vida eterna será alcançadaatravés dele (Jo 20.31). Jesus ensinou seusseguidores a orarem ao Pai em seu nome,isto é, com base em sua autoridade (Jo16.23,24). “O nome”, quando usado sozinho,refere-se ao Senhor Jesus Cristo (“seunome” ou “esse nome”, At 5.41; 3 Jo 7). O significado do batismo em nome de Jesusvaria ligeiramente de acordo com a preposi-ção grega usada. Em Atos 2.38, Pedro exor-tava os judeus a se arrependerem e serembatizados em o, ou no (epi) nome de JesusCristo, apoiando-se em sua autoridade e sen-do devotados a Ele. Mais tarde, Pedro instruiuCornélio a ser batizado em (eu) nome de Je-sus Cristo, agindo na autoridade dele. Trêspassagens usam eis (Mt 28.19; At 8.16; 19,5),mais a frase paralela “batizados em Cristo”(Rm 6.3; GI 3.27). Um estudo desses versos,junto com os verbos baptízo e eis em 1 Corín-tios 1;13; 10.2 e 12,13 indica que quem é ba-tizado identifica-se com Cristo (ou com Pau-lo, ou com Moisés) e se torna parte de umanova associação com Ele, com uma nova fide-lidade e comunhão.

Bibliografia. Raymond Abba,“Name”, IDB,III, 500-508. Hans Bietenhard, “Onoma etc.”,TDNT, V, 242-283. John D Davis “Names,PropeP’, ISBE, IV, 2113-2117. GeorgeBuehanan Gray, Studies in Hebrew ProperNames, Londres. 1896 (a obra mais comple-ta em inglês sobre esse assunto). H. Midland,

J. J. Von Allmen, et. aL, “Name, Names”, ACompanion to the Bi.ble, ed. Von Allmen,Nova York. Oxford Univ, Press, 1958, pp. 278-300. W. L. Walker, “Name”, ISBE, IV, 2112ss.

W, H. M, e H. E. Fr.

NOMES DE DEUS Veja Deus, Nomes e Tí-tulos de.

NORA Corresponde à esposa de um filho, ea tradução desse termo também é usada para“noiva”. A nora juntou-se à família do espo-so e colocou-se sob a autoridade de seu sogro(Gn 11.31). Relações incestuosas do sogrocom a nora eram proibidas e, se essa lei fos-se violada, a morte era o castigo aplicado aambos (Lv 18.15; 20.12).

NORTE A palavra comum para norte emheb., sapon, significa “escondido” on “secre-to”, talvez porque as montanhas que ficamdistantes ao norte, fazendo fronteira com ovale da Mesopotâmia, fossem o fim do mun-do para os povos da Antiguidade. Veja Za-fom. Fora destas terras misteriosas vieramincursões repentinas e violentas de estran-geiros. Embora a Babilônia, a Assíria, et al,nâo estejam estritamente no norte da Pa-lestina ao se utilizar uma bússola, elas sãochamadas de nações e reis do norte porqueesta era a direção por onde eles vinham paraconquistar a Palestina (Sf 2.13; Jr 1.14;46,6; Ez 26.7). A expressão “rei do norte”em Daniel 11 refere-se ao rei da Síria quedesceu para a Palestina no século II a.C.Uma outra palavra heb, para norte usadaem Jó 37,9 significa literalmente “dispersão”,referindo-se ao vento frio do norte que dis-persava as nuvens.

NOVA CRIATURA Esse termo ocorre emGálatas 6.15 e 2 Coríntios 5.17. Ele é associ-ado pelas Escrituras a toda a criação origi-nal, registrada em Gênesis 1 e 2, como nocaso de Isaías 40.26-31 e Isaías 42.5-7 (oDeus que criou todas as coisas redimirá efortalecerá seu povo); e 2 Coríntios 4.6 (oDeus que trouxe a luz è existência na cria-ção, iluminou as mentes e os corações; cf. 2Co 5.17). A nova criatura também é comparada pelasEscrituras à criação original do homem, comopode ser visto em Efésios 4.24 (o novo ho-mem em Cristo é criado à semelhança deDeus em justiça e santidade), e em Colos-senses 3.10 (o novo homem está sendo reno-vado em conhecimento de acordo com a ima-gem do Deus que o criou). A questão relacionada à nova criatura giraem torno de dois temas principais: (1) anova criação espiritual do homem e todasas implicações que isso acarreta, e (2) anova criação física e material que serátrazida à existência nos acontecimentosque envolvem a segunda vinda de Cristo.

1372137213721372

Page 52: LETRA N.pdf

NOVA CRIATURANOVA CRIATURANOVA CRIATURANOVA CRIATURA NOVO CEU E NOVA TERRANOVO CEU E NOVA TERRANOVO CEU E NOVA TERRANOVO CEU E NOVA TERRA

Tanto o AT como o NT usam termos seme-lhantes para falar da nova criação do homembaseada na obra redentora de Cristo reali-zada na cruz. Cristo é a Cabeça dessa novacriação, como seu Criador e como seu primei-ro fruto, o primeiro a ser ressuscitado nessanova vida (Cl 1.18-20; 1 Co 15.20, 23). Essesconceitos incluem: 1. Uma nova aliança através da qual a Pala-vra de Deus toma-se uma parte vital da re-denção da vida de cada indivíduo (Jr 31.SI-SA; Mt 26.28; Mc 14.24; Lc 22.20; Hb 8.8-12;9.15). Ele exige um sinal ou um selo novo ediferente - o batismo. 2. A obra da nova criação divina; o novo nas-cimento ou a regeneração (q.o.) produzidapor Deus e pelo Seu Espírito (Ez 36.26,27;Jo 1.12,13; 3.3-5; Rm 7.6; Tt 3.5) foi plena-mente realizada através da obra redentorado Cristo encarnado (Is 42.5-9; Ef 2.10). 3. Um novo discernimento espiritual relati-vo à importância de Cristo e da salvação queEle concede (Is 42.6; Lc 2,32; Jo 1.4,5,9; 3.19;8.12; 12.35,36,46; 1 Jo 1.5-6; 2.8-11). 4. Um novo coração e uma nova vida (Ez36.26,27; Rm 6.4; 2 Co 5.17; Ef 2.10). 5. Um novo e renovado relacionamento pesso-al com Deus (Jr 31.32,33; Ef 2.11-22; Os 2.23). 6. Uma renovação da imagem de Deus nohomem, à semelhança daquela que foi con-cedida a todo homem por ocasião da criação(Gn 1.26,27), e que está relacionada ao co-nhecimento, à justiça e à verdadeira santi-dade (Ez 36.26; Ef 4.24; Cl 3.10). 7. Um novo mandamento para nos amar-mos mutuamente, assim como Cristo nosamou (Jo 13.34). 8. Um novo e renovado andar, e liberdadeno caminho do Senhor (Ez 36.27; G1 4.5-7;5.1,13; Rm 8.2; Ef 2.10). 9. Uma condição projetada para o milênio,quando todo o povo de Deus, de fato, conhe-cer o Senhor (Jr 31.31-34; Hb 8.8-12; cf. Ap20.4-6). As palavras gregas usadas no NT para essanova criatura são ktizo (“criar”) e ktísis (“cri-ação”), que junto com poieo (“fazer”) são usa-das pela LXX em lugar de demiourgeo (“tra-balhar em”, ou “fabricar”; cf. LSJ e HR). Osjudeus que traduziram o texto hebraico doAT para o grego podem ter pensado tratar-se de uma palavra que sugere uma depreci-ação do poder criativo de Deus (cf. 6. W.Anderson, “Creation", IDB, I, 731). A respeito do tema relativo à nova criaçãofísica e material do futuro, tanto o AT comoo NT sugerem que as promessas da aliançade Deus envolvem um ambiente milenial aepaz e harmonia para a criação física e ani-mal (Is 11.1-9; Os 2.18-23; Rm 8.19-23), naépoca em que Cristo virá para reinar sobrea terra com seus santos (Ap 20.4). Os doisTestamentos também apresentam uma fu-tura terra e um futuro céu que estarão re-criados e onde não haverá lugar para o mal

nem para o pecado (Is 65.17,18; 66.22-24; 2 Pe 3.13; Ap 21.1-8). E haverá uma nova ca- pital, a Nova Jerusalém (Ap 3.12; 21.2,10).

W. H. M.

NOVA JERUSALÉM NOVA JERUSALÉM NOVA JERUSALÉM NOVA JERUSALÉM Veja Cidade de Deus; Jerusalém, Nova.

NOVA NATUREZA NOVA NATUREZA NOVA NATUREZA NOVA NATUREZA Veja Nova Criatura.

NOVIDADE NOVIDADE NOVIDADE NOVIDADE Termo que ocorre nas Escritu- ras como a tradução da palavra grega kaínotes, e que significa “frescor", “novida- de”. Representa um novo estado da vida ao qual o crente em Cristo é introduzido pelo Espírito Santo através da regeneração. Paulo afirma que todos aqueles que foram batiza- dos em Jesus Cristo estão unidos a Ele em sua ressurreição, para que possam caminhar com Ele “em novidade da vida” (Rm 6.4,5). Devemos servir a Deus em “novidade do Es- pírito”, e não no texto da lei (Rm 7.6). Isso ocorre em uma vida cheia do Espírito, por- que o Espírito mantém a lei em nós e atra- vés de nés, para a nossa santificação (Rm 8.3,4). Cristo já cumpriu a lei por nós em sua própria vida, e suportou os castigos em nos- so lugar em sua morte para a nossa justifi- cação (2 Co 5.21; 1 Pe 2.24), Portanto, nâo servimos a Deus segundo a letra morta que condena e mata, mas no poder da nova vida que nos foi dada pelo Espírito através da regeneração. Veja Nova Criatura.

R. A. K.

NOVILHA NOVILHA NOVILHA NOVILHA Veja Animais: Gado 1.8.

NOVILHA VERMELHA ou BEZERRANOVILHA VERMELHA ou BEZERRANOVILHA VERMELHA ou BEZERRANOVILHA VERMELHA ou BEZERRA RUIVA RUIVA RUIVA RUIVA Veja Sacrifícios; Impuro, Impureza.

NOVO NOVO NOVO NOVO CÉU E NOVA TERRA E NOVA TERRA E NOVA TERRA E NOVA TERRA O objetivo e a consumação final do reino de Deus serão criados por Ele depois do milésimo ano do reino milenar de Cristo. Seu reinado sobre a terra com seus santos (Ap 5.10; 20.4ss.) ter- minará com a libertação final de Satanás, a rebelião de Gogue e Magogue e o castigo di- vino para Satanás e as nações rebeldes (Ap 20.7-10). Tudo isso será acompanhado pelo julgamento do Grande Trono Branco - que representa o julgamento dos não salvos de todas as eras - e a destruição (Ap 20.11; 21.1) ou renovação (2 Pe 3,11,12) do céu e da terra que agora existem, O novo céu e a nova ter- ra são mencionados duas vezes no AT (Is 65.17; 66.22) e duas vezes no NT (2 Pe 3.13; Ap 21.22). Duas principais opiniões são defendidas pe- los teólogos ortodoxos. 1. O novo céu e a nova terra aparecem imedi- atamente depois da segunda vinda de Jesus Cristo. Essa opinião assume dois aspectos. Primeiro, a opinião defendida pelos amile- nialistas e pós-milenialistas que acreditam que o julgamento final do Grande Trono

1373137313731373

Page 53: LETRA N.pdf

NOVO CÉU E NOVA TERRANOVO CÉU E NOVA TERRANOVO CÉU E NOVA TERRANOVO CÉU E NOVA TERRA NOVO CEO E NOVA TERRANOVO CEO E NOVA TERRANOVO CEO E NOVA TERRANOVO CEO E NOVA TERRA

Branco ocorrerá na segunda vinda de Cris-to, e que o novo céu e a nova terra virão ime-diatamente após este evento. A dificuldade que essa opinião apresenta éque, no caso dos amilenialistas, ela exige aespiritualizaçâo de muitas profecias entre-gues a Israel no AT relativas à terra e aoreino, e também ao claro ensino de Apoca-lipse 20.4-10. No caso dos pós-milenialistas,ela exige a identificação daquelas profeciasde Cristo em Mateus 24, que prevêem as con-dições precedentes à verdadeira segunda vin-da de Cristo, com aquelas em Lucas 21.5-24,que previam a queda de Jerusalém no ano70 d.C. Muitos amilenialistas também fazemessa identificação. Uma dificuldade dessaidentificação é qne ela deixa sem resposta asegunda e terceira parte da pergunta feitapelos discípulos em Mateus 24.3: “Quandoserão essas eoisas e que sinal haverá da tuavinda e do fim do mundo?” Alêm disso, elavai contra Mateus 24.15ss,, forçando-a a seharmonizar com Lucas 21.5-24. Segundo, a opinião defendida por alguns pré-mílenialistas identifica a criação do novo céue da nova terra com o início do reino milenarde Cristo. Eles estão impressionados comduas eoisas: que em Isaías 65.17 está escri-to: “Eis que eu crio céus novos e nova terra”,e em Isaías 65.18: “Porque eis que crio paraJerusalém alegria; e para seu povo, gozo”.Como o novo céu e a nova terra sâo mencio-nados junto com a recriação de Jerusalémna segunda vinda de Cristo, eles pensam queos dois eventos devem ser contemporâneos.A dificuldade é que essa identificação entra emconflito com a ordem dada em Apocalipse 20-21, onde o novo céu e a nova terra sâo especifi-camente mencionados como acontecendo de-pois que o Milênio tiver terminado. A respostaà colocação de Isaías, fazendo uma justaposi-ção entre a criação de Jerusalém e do novo céue da nova terra, pode ser encontrada em Isaí-as 66,22, “Porque, como os céus novos e a ter-ra nova que hei de fazer estarão diante daminha face, diz o Senhor, assim há de estar avossa posteridade e o vosso nome”. Como aquiessa identificação foi usada meramente comouma comparação, o mesmo também pode sero caso de Isaías 65.17,18. Assim como em Isa-ías 65,17 o Espírito Santo compara a renova-ção de Jerusalém, na época do Milênio, com acriação de um céu e de uma terra completa-mente novos, também em Isaías 66.22 ele com-para a infinita permanência de Israel com apermanência do novo céu e da nova terra. In-terpretar Isaías 65.17 à luz de Isaías 66,22mostrará que aquilo que Isaías diz está emharmonia eom o que Apocalipse 20 revela.Com muita propriedade, Hodge diz que aspassagens mais obscuras devem ser inter-pretadas à luz das mais claras, e esse é umbom exemplo. Além disso, devemos observarque, de acordo com Isaías 65.20, no reino doMilênio existem tanto o pecado como a mor-

Um touro Apis. LM

te, enquanto no estado final dos abençoados, no novo eéu e na nova terra, estes proble- mas deixarão de existir (Ap 21.4). Essa deve ser uma evidência conclusiva de que as duas

È assagens não podem ser idênticas. Intretanto, ainda resta uma outra passagem a ser comparada. Não só os amilenialistas e os pós-milenialistas, mas também os pré- milenialistas acima (veja 2 Pedro 3.11-13) identificam o novo céu e a nova terra com a época do milênio. Pedro fala sobre o novo céu e a nova terra surgindo no dia do Senhor. A resposta a isso é que, no AT, o dia do Senhor incluía não só a segunda vinda de Cristo, mas também o Milênio e, em seu final, aconteee- rá a criação do novo céu e da nova terra (ef. Ze 14.1ss.). Mas como isso se coaduna com o que Pedro diz? Ele eomeça dizendo: “Um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pe 3.8). Em outras palavras, ele indica que o dia do Senhor tem, na verdade, mil anos de duração - que é a duração exata do Milênio em Ap 20.4-6. Nesse dia, diz Pedro, o Senhor virá primeiro como um la- drão de noite (v. 10; cf. Ap 16.15; 1 Ts 5.4); mas também nesse dia - quando este termi- nar, de acordo com Apocalipse 20.11 todas essas eoisas perecerão (2 Pe 3.11), ou como diz Apocalipse 20.11, a terra e o céu fugirão. Novamente, quando aplicamos a regra de Hodge, de que a passagem mais obscura deve ser interpretada à luz da mais clara, e o tex- to em 2 Pedro 3,10-13 é interpretado à luz de Apocalíose 20, a passagem em 2 Pedro é entendida como sendo compatível com Apo- calipse 20, 2. O novo céu e a nova terra serão criados ao término do reinado milenar de Cristo. No Milênio, os erentes de ambos os Testamen- tos reinarão eom Cristo em corpos ressusci- tados (Dn 12.2,13; Ap 20.4,6).

1374137413741374

Page 54: LETRA N.pdf

NOVO CÉU E NOVA TERRANOVO CÉU E NOVA TERRANOVO CÉU E NOVA TERRANOVO CÉU E NOVA TERRA NOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTO

A despeito de a humanidade ver claramen-te, pela primeira vez, que salvação perfei-ta e suficiente significa ter em si uma novanatureza, a remoção completa da nature-za decaída, o recebimento de um corpo daressurreição, e a remoção de toda e qual-quer maldição, ainda assim, os homens nãoacreditarão em Cristo, exceto através dasoberana graça de Deus, por causa de suatotal devassidão e da excessiva iniquidadecontida em seus pecados. Assim que Sata-nás for libertado, os homens o seguirãomais uma vez. Tendo provado, através dasdiferentes dispensações, a completapecaminosidade do homem, Deus agoraencerrará a Era do Evangelho, julgará osiníquos de todas as eras em Seu GrandeTrono Branco, e criará “novos céus e novaterra, em que habitará a justiça” (2 Pe3.13). Nos dois últimos capítulos da Bíblia, a NovaJerusalém é descrita com detalhes que for-necem um retrato glorioso da morada finaldos redimidos de Deus, a grande cidade en-viada do céu por Deus, situada no novo céu ena nova terra. Veja Escatologia; Milênio.

Bibliografia, Robert D. Culver, Daniel andthe Latter Days, Chicago. Moody Press, 1954.John F. Walvoord, The Revelation of JesusChrist, Chicago. Moody Press, 1966. J.Dwight Pentecost, Things to Come, GrandRapids. D unham, 1958.

R. A. K,R. A. K,R. A. K,R. A. K,

NOVO HOMEM Veja Nova Criatura.

NOVO TESTAMENTO Nome dado à segun-da parte da Bíblia que compreende 27 docu-mentos escritos por testemunhas oculares deCristo ou pelos seus contemporâneos. Essetítulo implica um contraste com o AT, ou comas Sagradas Escrituras que a Igreja herdoudo judaísmo. O nome Novo Testamento (gr,he kaíne diatheke) pode seT melhor traduzi-do como “nova aliança” e revela um contratoestabelecido por Deus que o homem podeaceitar ou rejeitar, mas não pode alterar. Otermo foi usado, pela primeira vez, pelo Se-nhor Jesus ao instituir a Ceia, com a finali-dade de definir a nova base da comunhão comDeus que Ele pretendia estabelecer atravésde sua morte (Lc 22.20; 1 Co 11.25). A essên-cia dessa nova aliança reside no cumprimen-to da antiga aliança por meio de um sacrifí-cio que fosse adequado para remover todosos pecados (Hb 9.11-15), e operasse nas mo-tivações interiores ao invés de ser meramen-te um regulamento para condutas exterio-res (Jr 31.31-34; Hb 10.14-25). A declaraçãodesse novo método, pelo qual Deus tratariaagora com o homem, foi registrada nessacoleção de obras, e o nome “Novo Testamen-to” foi aplicado a elas por metonímia.

ConteúdoConteúdoConteúdoConteúdo Os livros do NT podem ser divididos em qua-tro seções gerais: a primeira, contém livroshistóricos, que incluem os quatro Evangelhose Atos; a segunda, contém as 13 epístolas dePaulo; e a terceira, refere-se às epístolas emgeral, duas de Pedro, uma de Tiago, uma deJudas e quatro que não estão ligadas a ne-nhum nome específico. Geralmente, três des-sas epístolas são atribuídas a João, porquerevelam uma significativa semelhança como quarto evangelho em vocabulário e estilo,e a autoria do livro dos Hebreus tem sidodiscutida desde os primeiros séculos, A quar-ta e última seção refere-se ao livro de Apo-calipse, que é profético e apocalíptico e des-creve, através de termos simbólicos, a reali-zação do propósito divino no mundo. Todosestes livros podem ser datados dentro doprimeiro século da era cristã, embora a or-dem exata em que foram escritos ainda sejatema de muitos debates. Os Evangelhos fornecem as principais fon-tes para o conhecimento da vida de Cristo,embora nenhum deles contenha uma biogra-fia completa. Mateus enfatiza o caráter reale profético da obra de Jesus; Marcos apre-senta seus atos de autoridade moral e espi-ritual; Lucas trata do aspecto humano de seuministério; e João apresenta sua divindadee o significado de crer nele. O livro de Atosregistra o movimento da pregação missioná-ria desde Jerusalém até Roma, em meadosdo primeiro século, e está centralizado navida de Paulo. As epístolas são as cartas ins-piradas que trazem em si mesmas a autori-dade do Senhor. São correspondências dePaulo e de outros autores às igrejas ou a in-divíduos que precisavam de ensinos e conse-lhos. O Apocalipse é uma representação pic-tórico-dramática do estado das sete igrejastípicas da Ásia, e das coisas que em brevedeveríam acontecer. Escrita por volta do ano95 d.C., no reinado de Domiciano, ele refleteo conflito entre a Igreja e o Império Roma-no, e pressagia a luta final que precederá avolta de Cristo. Várias epístolas de Paulo, como Gálatas,Tessalonicenses e Coríntios, precedem a ela-boração dos Evangelhos, e refletem o conhe-cimento e a história da Igreja relacionada aCristo, antes que essas informações fossemregistradas de forma permanente. Todo oNT desenvolveu-se por causa da necessida-de de instrução.

O Desenvolvimento do CânonO Desenvolvimento do CânonO Desenvolvimento do CânonO Desenvolvimento do Cânon Desde o início, a maior parte das obras doNT foram aceitas pelos cristãos como tendoautoridade suficiente e, à medida que o tem-po passava, os livros considerados duvido-sos foram totalmente reconhecidos ou rejei-tados pela Igreja como um todo. O cânon, oucoleção de livros, não foi criado arbitraria-mente ou decidido através de um grupo de

1375137513751375

Page 55: LETRA N.pdf

NOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTONÚMERO, NUMEROLOG1ANÚMERO, NUMEROLOG1ANÚMERO, NUMEROLOG1ANÚMERO, NUMEROLOG1A

líderes, mas gradualmente reconhecido in-dividualmente pelas igrejas e pelos concili-es, Os quatro Evangelhos e as Epístolas dePaulo foram reunidos muito cedo, provavel-mente antes do ano 100 d.C., e amplamentedifundidos entre as igrejas. Por volta de 140 d.C., Marcion, um mestregnóstico da Ásia Menor, foi a Roma. Ele re-pudiava a autoridade do AT como um livro“judeu”, e propunha nm cânon consistindodo Evangelho de Lucas, revisado para elimi-nar toda a influência jndaica, e dez epísto-las de Paulo. Sua proposta provocou umaforte reação. Os líderes da Igreja foram obri-gados a definir e defender seu próprio cânon.As primeiras relações anti-marcíonitas, comoo Cânon Muratoriano (aprox. 170 d.C,), con-tém os Evangelhos, o Livro de Atos, 13 epís-tolas de PanJo, Judas, duas epístolas de Joãoe o Apocalipse. Irineu, que era o bispo de Lyon, e um con-temporâneo do Cânon Muratoriano, citou osEvangelhos, Atos, todas as epístolas de Pauloexceto Filemom, 1 Pedro, 1 e 2 João, Judas,Tiago e o Apocalipse. Ele provavelmente co-nhecia o Livro de Hebreus, embora as cita-ções não sejam claras. A ausência deFilemom, 3 João e 2 Pedro em suas citaçõesdo NT podem indicar que estas obras meno-res não continham um material adequado àssuas necessidades imediatas, ou que não es-tavam em circulação na região do mundoonde ele vivia. Tertuliamo (aprox. 150-220 d.C.) foi o pri-meiro escritor a usar o termo “Novo Testa-mento” no sentido de uma coleção de escri-tos com autoridade divina. Nessa coleção eleincluiu os quatro Evangelhos, as 13 cartasde Paulo, o Livro de Atos, o Apocalipse, 1João, 1 Pedro e Judas. No ano 367 d.C., Atanásio listou os “livrosque estão canonizados, e entregou-nos, e osrecebemos como sendo divinos”; sem hesita-ção, ele deu nome aos livros do AT e a todosos 27 livros de nosso cânon do NT. Os Concílios regionais de Hippo (393 d.C.),de Cartago (397), e o Concilio Ecumênico deCalcedônia (451) reafirmaram todo o cânonde 27 livros que, em seguida, foram ampla-mente aceitos pela Igreja como um todo.Veja Cânon das Escrituras - NT; Bíblia;Manuscritos da Bíblia; Evangelhos, OsQuatro; Evangelhos Sinóticos; Paulo; Epís-tolas Gerais; artigos sobre cada um dos li-vros; Apócrifos.

M. C. T.

Bibliografia, (livros recentes). Glenn W.Barker, William L. Lane e J. RamseyMichaels, The New Testament Speaks, NovaYork. Harper and Row, 1969. Everett F.Harríson, Introduction to the New Testament,Grand Rapids. Eerdmans, 1964. Bo Reícke,The New Testament Era. the World of theBible from 500 B.C. to AD 100, Filadélfia.

Fortress Press, 1968. Merrill C. Tenney, NewTestament Survey, ed. rev. Grand Rapids.Eerdmans, 1961; New Testament Times,Grand Rapids. Eerdmans, 1965.

NOZES Veja Plantas.

NUDEZ Esse termo, freqüentemente, refe-re-se a estar fisicamente nn (Gn 3.7; Jó 1.21;Ec 5.15). Segundo as leis levíticas, essa pa-lavra identifica a indecência ou uma inacei-tável exposição de certas partes do corpo (Lv18.6; 20.11). Ela também refere-se a umaexposição imprópria da parte inferior daspernas e dos pés durante os rituais sagra-dos (Êx 20.26 etc.). A palavra descreve ves-tes rasgadas e esfarrapadas (Is 58.7; Mt25.36). A condição de desamparo e sujeiraera o que Isaias provavelmente usava pararetratar o próximo cativeiro do Egito e daEtiópia (Is 20.2,3). Ela se aplica aos recur-sos de uma terra que foi despojada ou torna-da nua (Gn 42.9,12), como resultado de umcastigo aplicado à nação transgressora (2 Cr28.19). Assim, essa palavra foi aplicada àscondições de uma nação em queda (Na 3.5etc.). Em João 21.7, Pedro estava trabalhan-do vestido apenas com uma túnica que ser-via como uma roupa de baixo, depois de terdespido suas roupas exteriores.

NUM1 Um efraimita através de Berias, quenasceu a Efraim depois que os homens deGate mataram alguns de seus filhos (1 Cr7.20-23,27). Ele foi o pai de Josué (Êx. 33.11;Js 1.1 etc.), o líder militar dos israelitasquando entraram em Canaã. Nada se conhe-ce de sua vida.

NUM1A décima quarta letra do alfabeto heb.(SI 119, 14a seção). O N inglês tem a mesmaorigem, e representa os nomes hebraicosanglicanizados. O termo “Num” tambémpode ser usado para o número 50.

NÚMERO, NUMEROLOGIA

A Construção dos Números O método básico de contagem em Israel, as-sim como na Assíria, Egito, Grécia e Roma,era o sistema decimal. Na Assíria, porém, osistema sexagésimo era também popular-mente usado. Os números que aparecem notexto heb. do AT são sempre escritos em for-ma de palavras. O mesmo é verdadeiro parao texto do NT com a exceção da ocorrênciadas letras gr. chi (600), xi (60), 2eía (6) para666 em alguns manuscritos em Apocalipse13.18. Em Ugarite, os números em textos li-terários são geral mente soletrados, excetoem documentos administrativos onde elessão escritos de forma ideográfica com sím-bolos sumero-acadianos. Embora sinais es-peciais para números fossem usados pelosvizinhos de Israel, há pouca evidência de que

1376

Page 56: LETRA N.pdf

NÚMERO, NUMEROLOG1ANÚMERO, NUMEROLOG1ANÚMERO, NUMEROLOG1ANÚMERO, NUMEROLOG1A NUMERO, NUMEROLOG1ANUMERO, NUMEROLOG1ANUMERO, NUMEROLOG1ANUMERO, NUMEROLOG1A

Israel usasse estes sinais de forma expressi- va em sua literatura até a época do exílio. Os símbolos foram empregados para certos números em um óstraco de Samaria (século VIII a.C., AN ET, p, 321) e marcas ou símbo- los em pesos de pedra inscritos foram encon- trados em certos níveis de cidades de Judá da Idade do Ferro (veja Pesos, Medidas e Moedas), O número 1, em hebraico, é um adjetivo, enquanto os números dois a dez são subs- tantivos, Os números onze a dezenove são formados colocando-se a unidade antes do dez, O conjuntivo waw não é empregado e as duas palavras permanecem separadas (por exemplo, ’ahad ‘asar, “onze”). As dezenas são denotadas pelo plural de dez (‘eser).

Usos dos NúmerosUsos dos NúmerosUsos dos NúmerosUsos dos Números O uso convencional dos números. Este é o uso que diz respeito ao valor matemático do número. Os números empregados desse modo são criados para denotar uma quan- tidade matemática específica ou geral. Apenas alguns processos aritméticos po- dem ser ilustrados a partir da Bíblia. A adição é usada em Gênesis 5.3-31 e Núme- ros 1.20-46; a subtração em Gênesis 18.28ss.; a multiplicação em Levítico 25.8 e Números 3.46ss.; e a divisão em Núme- ros 31.25-41. A Bíblia demonstra um grau extraordinário de precisão em seu uso de frações, o que não era sempre o caso nos documentos daquela época. A prática de arredondar os números é comum à litera- tura bíblica e extra-bíblica. Freqüentemen- te os escritores das Escrituras sentiam que era desnecessário incluir enumerações ou somas exatas, oficiais e detalhadas, mas somente uma estimativa arredondada do total. As estatísticas de batalha muitas vezes tomam esta forma. Um dos problemas cruciais relacionados ao uso convencional de números, são aqueles que parecem ser excessivamente altos. Os grandes números relacionados ao Êxodo (Nm 1, 26); o número dos homens no censo de Davi (1.300.000 em 2 Sm 24.9 on 1.570.000 em 1 Cr 21.5); as 7.000 ovelhas sacrificadas em Jerusalém (2 Cr 15.11); o grande número de carros usados na região montanhosa (30.000 em 1 Sm 13.5) têm fei- to com que a historicidade do texto seja questionada neste aspecto. Os estudiosos têm tentado resolver o problema atribuin- do ao termo heb. ’elep nm significado dife- rente de “mil” nestas passagens questiona- das. W. M. Flinders Petrie propôs que o ter- mo significava “grupo" ou “família” em re- lação ao tamanho do êxodo, assim reduzin- do o tamanho do êxodo para cerca de 20.000 pessoas incluindo mulheres e crianças, R. E. D. Clark mais tarde propôs que ’elep pro- vavelmente significava “capitão" ou “ho- mens valentes,Y nas estatísticas militares.

Mendenhall sugere que o termo faz referên-cia a uma unidade militar. Naturalmente, é verdade que ‘elep é usadodestas maneiras no AT (cf. Jz 6.15; Mq 5.2;Nm 1,16; 1 Sm 10,9). No entanto, não pare-ce que estas propostas funcionem nas lis-tas do censo relacionadas ao êxodo por nomínimo três razões; (1) A maioria dos nú-meros inclui centenas bem como milhares.(2) A tribo de Gade tinha 45.650 pessoas(Nm 1.25), indicando uma deelinação numé-rica tripla; ou seja, milhares, centenas egrupos de cinqüenta (cf. Êx 18.21). (3) Ostotais para as listas de censo eram soma-dos tendo como base o termo ’elep signifi-cando “mil", não “tribo", “capitão”, ou “uni-dade militar” (Nm 1.46; 2.32; 26.51). Deveser observado que os números grandes re-lacionados ao Exodo referem-se ao potenci-al militar das tribos, e não necessariamen-te ao tamanho de um exército mobilizado.Este é provavelmente o caso de muitos dosgrandes números relacionados ao tamanhodos exércitos no AT. Veja Censo. Uso retórico dos números. Um uso muito im-portante dos números tanto no AT como noNT é aquele que visa um efeito retórico oupoético. Onde quer que os números sejamusados assim, eles não são destinados a serconsiderados literalmente ou simbolicamen-te. A intenção do escritor é expressar con-ceitos tais como “alguns”, “muitos", on tal-vez intensificar ou enfatizar um pensamen-to. O arranjo de um numeral com sua se-quência dentro da mesma oração é um ins-trumento literário comum na poesia do no-roeste semita. O valor real de tais númerosnão é significativo, Um excelente exemplodeste fenômeno é encontrado em Amós 1.9- “Por três transgressões de Tiro e por qua-tro, não retirarei o castigo”. É evidente queo profeta não está tentando totalizar os pe-cados de Tiro neste versículo, mas simenfatizá-los (cf. também Pv 30.18). Este ins-trumento literário é comum tanto na lite-ratura de Ugarite como no AT (cf. Epic ofBaal and Anath II, iii, 16-21, ANET, p. 132;II, vii, 9-12, ANET, p. 134). Uso simbólico dos números. O simbolismo dosnúmeros não era limitado a Israel, pois ele éencontrado em muitos documentos da época.Sua origem, porém, parece ter sido os escribassacerdotais no Egito e na Babilônia, e não osescritores bíblicos. O número sete parecia seramplamente utilizado para propósitos simbó-licos entre muitos povos do antigo OrientePróximo. Não foi até a era de Pitágoras (sé-culo VI a.C.) que o simbolismo numérico re-cebeu um tratamento sistemático. Ele baseousua filosofia sobre o postulado de que o nú-mero era a fonte de várias qualidades damatéria e era a base para o conhecimento sig-nificativo do universo. Isto o levou a habitarnas propriedades místicas e simbólicas dosnúmeros e suas relações. Os seguidores de

1377137713771377

Page 57: LETRA N.pdf

NUMERO, NUMEROLOG1ANUMERO, NUMEROLOG1ANUMERO, NUMEROLOG1ANUMERO, NUMEROLOG1A NÚMEROS, LIVRO DENÚMEROS, LIVRO DENÚMEROS, LIVRO DENÚMEROS, LIVRO DE

Pitágoras expandiram sua idéia e seus méto-dos, dando um significado teológico detalha-do aos números. Esta prática se tornou popu-lar entre os escritores judeus do período in-tertestamentário e foi posteriormente empre-gada por muitos patriarcas da Igreja, A questão é importante. Os escritores daBíblia usam os números simbolicamente? Sea resposta for sim, até que ponto? Está bemclaro que alguns números são usados sim-bolicamente na Bíblia; e, nitidamente o nú-mero sete. Alguns estudiosos têm argumen-tado que todos os números são usados sim-bolicamente, e têm valores teológicos asso-ciados a si mesmos. Por exemplo, o númeroum deve representar a “unidade”; dois, a “di-visão” ou “separação” etc. No entanto, estaopinião depara-se com um sério problemaneste ponto, pois com cada escritor há gran-des diferenças de opinião quanto às inten-ções teológicas dos números. E por esta ra-zão que a Bíblia não atribui, em nenhumapassagem, valores teológicos a qualquer nú-mero. A Bíblia usa os números simbolica-mente para representar idéias, tais como “to-talidade”, “alguns" etc., o que é um fenôme-no comum em toda a literatura do antigoOriente Próximo. O sistema que atribui va-lores teológicos aos números, portanto, pa-rece ser um desenvolvimento das práticaspitagoreanas e gnósticas. E certa mente estranho que nenhum escri-tor do NT tenha mencionado o significado te-ológico de um número simbólico ocorrido noAT. Muitos outros símbolos são citados pe-los escritores do NT e são interpretados.Parece, portanto, que embora a Bíblia usenúmeros esquematicamente e simbolicamen-te para transmitir idéias gerais, como “tota-lidade”, “poucos”, “muitos” etc., ela nuncaatribui conceitos místicos ou teológicos aosnúmeros. Uso místico dos números. A teoria dos nú-meros místicos é o sistema de interpretaçãoque tenta descobrir verdades escondidas pormeio de fenômenos numéricos. Gematria, osistema de números místicos ou algarismosbíblicos, funciona sobre duas pressuposiçõesbásicas: (1) há um objetivo uo uso de núme-ros nas Escrituras, e (2) há um significadoteológico ligado aos padrões numéricos en-contrados na Bíblia. Neste sistema, as letrasdo alfabeto gr. e heb. recebem valores nu-méricos que permitem ao intérprete “desco-brir1’ significados escondidos no texto bíbli-co que de outra forma estaria obscuro. O sis-tema na verdade tem sua origem no pensa-mento pitagoreano, e foi desenvolvido porescritores judeus na Palestina durante e apósas conquistas alexandrinas. [O único exemplo autêntico de um númeromístico na Bíblia é o número do nome dabesta, 666 (uma leitura variante é 616), emApocalipse 13.17,18. E óbvio que o apóstoloJoão sabia que ele tinha um significado es-

condido, pois escreveu: “Aqui há sabedoria:Aquele que tem entendimento calcule o nú-mero da besta, porque é número de homem;e seu número é seiscentos e sessenta e seis”(v, 18). Várias interpretações têm sido suge-ridas. Pela gematria, o número 666 tem sidoidentificado com os valores numéricos dosnomes de várias pessoas proeminentes, dosimperadores romanos Calígula, Nero,Trajano e posteriores, e com os conceitoscomo o monstro do caos. O mais provável dos

Íiersonagens históricos é Nero(n) César (emetras heb.): n-r-w-n q-s-r, 50+200+6+50+

100+60+200 = 666. - Ed.] O mesmo sistema era usado pelos gnósticoscomo uma apologia à suas teorias. Este mé-todo de interpretação foi assumido pelos pa-triarcas da Igreja, e foi-lhe conferido um pon-to de vista cristão. A teoria como um todoreside na premissa de que o alfabeto sempreteve valores numéricos ligados a si. No quediz respeito à evidência, Pitágoras foi o pri-meiro a empregar um sistema deste tipo noséculo VI a.C. Não há nenhuma evidênciade que os escritores do AT o conhecessem.Para uma discussão completa do desenvol-vimento deste sistema de interpretação euma avaliação, veja a obra de John J, Davis,Bíblical Numerology (Grand Rapids. Baker,1968), pp. 125ss. Para artigos dando maiscrédito a uma importância simbólica ou teo-lógica, veja R. A. H. Gunner, “Number”,NBD, pp. 895-898; Marvin H. Pope,“Number, Numbering, Numbers”, IDB, III,561-567; “Seven, Seventh, Seventy”, IDB, IV,294ss.; “Twelve”, IDB, IV, 719.

J. J. D.

NÚMEROS, LIVRO DE Este quarto livro doPentateuco de Moisés é descrito com maiorexatidão pelo nome que possui na Bíbliahebraica, b-midbar. “no deserto”. Os eventosocorrem no deserto (por exemplo, no Sinai,1.1; em Zim, 20.1) e no oásis adjacente aodeserto, como, por exemplo, Cades-Barnéia(q.v.) no deserto de Parã (13.26). O nome Números é derivado da formação detropas do exército (descrita nos caps. 1-4 eno cap. 26) que foi feita durante a prepara-ção para a exploração militar e entrada naterra prometida. A primeira tentativa a par-tir do sul fracassou por causa da desobedi-ência a Deus (14.41-45), A segunda forma-ção de tropas (cap. 26) cria a divisão lógicado livro, uma vez que o material que se se-gue (caps. 27-36) está mais intimamente li-gado a Deuteronômio e aos últimos mesesde preparação antes de entrarem na terra a

Íiartir do leste; esta parte traz temas como aei da herança (27.1-11), a designação do

sucessor de Moisés (27.12-23), e a divisão daterra (33,50-34.29). A história de Balaão (caps. 22-24) é uminterlúdio entre estas duas partes; ela for-ma uma espécie de eixo literário uma vez

1378137813781378

Page 58: LETRA N.pdf

NÚMEROS, LIVRO DENÚMEROS, LIVRO DENÚMEROS, LIVRO DENÚMEROS, LIVRO DE NUVEMNUVEMNUVEMNUVEM

que descreve acontecimentos totalmente ex-ternos ao acampamento de Israel, emboraseu propósito seja mostrar a bênção sobe-rana de Deus sobre seu povo escolhido. Emseções alternadas, as seqüências históricassão suplementadas por várias orientaçõesde caráter religioso, e detalhes cerimoniais.Por exemplo, os textos em 5.1-10.10 podemser considerados, de certa forma, como umaunidade de material sacerdotal. Em segui-da vem a viagem do Sinai até Pa rã, a histó-ria dos espias e a tentativa inútil de entrarna terra (10.11-14.45); então aparece umsegundo “rolo” sacerdotal envolvendo mui-tos detalhes cerimoniais e a rebelião deCorá 115.1-19.22). A seguir temos uma nar-rativa dos eventos finais dos anos de pere-grinação, em que eles vêm pelo deserto deZim em direção às estepes de Moabe (20.1-22.1). O tempo envolvido em Númerosabrange um período que começa com os úl-timos 19 dias no Sinai (1.1; 10.11) e quetermina depois de 40 anos de peregrinaçãocom a chegada de uma nova geração às pla-nícies de Moabe, no vale do Jordão, do ou-tro lado de Jericó.

EsboçoEsboçoEsboçoEsboço I. Israel no Deserto, 1.1-22.1

1.0 primeiro censo no Sinai, 1.1—4.49 2. Primeira seção de material sacerdo-

tal, 5.1-10.10 3. A jornada do Sinai até a rebelião em

Cades, 10.11-14.45 4. Segunda seção de material sacerdo-

tal, 15.1-19.22 5. A jornada de Cades a Abel-Sitim, 20.1- 22.1

II. A História de Balaâo, 22.2-25.18 1. Balaão é contratado por Balaque

para amaldiçoar Israel, 22.2-41 2. Oráculos de Balaâo, 23.1-24.25 3. Apêndice. O pecado de Baal-Peor,

25.1- 18 III. Preparação de Israel para a Entrada

em Canaã, 26.1-36.13 1. Preparativos para a conquista e di-

visão da terra, 26.1-27.23 2. Terceira seção de material sacerdo-

tal, 28.1-30.16 3. Guerra contra Midiã, 31.1-54 4. Heranças tribais na Transjordânia,

32.1- 42 5. Resumo das viagens do Egito ao

Jordão, 33.1-49 6. Orientações para o estabelecimento

em Canaã, 33.50-36.13

O livro de Números tem muitos elementossobrenaturais. Este fato prejudicou suacredibilidade no pensamento dos críticos daBíblia. Além de Israel ter sido conduzido(10.11-13) e tratado de forma sobrenatural(11.8,9), há o “problema” básico do grandenúmero de pessoas envolvidas; um exército

de mais de 600.000 homens, o que sugere queuma nação de no mínimo dois milhões depessoas teve que ser sustentada no desertopor aproximadamente 40 anos. Se este fosseum relato de uma história comum, seria pos-sível questionar tal circunstância; mas estaé uma história redentora e sua autenticida-de é afirmada pelo próprio Senhor JesusCristo em Lucas 24.44. A antiga opinião documentária mais críticaque defendeu que o livro de Números erauma obra de sacerdotes do século VI ou Va.C. (documento P) tem sido seriamentequestionada. Em substituição a esta, algunsestudiosos críticos modernos acreditam queo livro de Números tenha surgido gradual-mente, e que foi escrito por muitos autores,editores e redatores, mas que foi baseado emuma tradição oral mosaica que teria preser-vado uma parte de sua historicidade, quepode portanto ser considerada “válida”. A visão conservadora que aceita a doutrinada inspiração, considera que Moisés utili-zou um ou mais escribas (cf. Nm 11,16, ondeos “superintendentes” ou “oficiais”, heb.shotrirn, eram escribas), fato que explica-ria o uso da terceira pessoa em relação aMoisés. Deus revelou diretamente a Moisésalgumas partes do livro, tais como as ins-truções para o estabelecimento na terra epara as cerimônias. Mas Moisés e seu(s)escriba(s) registraram (1,20-46; cap. 7; 26.3-51; cap. 33) e tiveram acesso a documentos(21.14) e conheciam muitas tradições orais(22-24), O texto em Números 32.34-42 podeter sido acrescentado por Josué ou por umescriba no período do assentamento. O Es-pírito de Deus impediu que os escritorescometessem algum erro de fato, de doutri-na ou de julgamento. Veja Canon das Escrituras - AT, O; Censo;Lei de Moisés; Pentateueo; Peregrinação noDeserto.

Bibliografia. Roland K. Harrison, Introduc-tion to the Old Testament, Grand Rapids.Eerdmans, 1969, pp. 614-634. Irving LJensen, Numbers. Journey to God’s Rest-Land, Chicago. Moody Press, 1964. A. A.MacRae, “Numbers”, NBC, 1953. Elmer B.Smick, “Numbers”, WBC, 1962. J. A.Thompson, “Numbers”, NBC2, 1970.

E. B. S.

NUVEM A palavra é usada muitas vezes.Basicamente, ela se refere às nuvens literaisno céu, como em Gênesis 9.13,14,16 e Lucas12.54. No entanto, ela é freqüentemente usa-da figurativamente como em Ezequiel 8.11e Hebreus 12.1. A palavra também é usadacom um outro sentido para indicar a presen-ça de Deus para guiar seu povo (Ex 13.21,22;40.34-38), ou para protegê-los (Êx 14,19).Literal. Diferente do baixo Egito, a Palesti-na desfruta de chuvas consideráveis, mas

1379137913791379

Page 59: LETRA N.pdf

NUVEM NUZU

quase que inteiramente limitadas ao inver-no - de 15 de outubro a 1° de maio. Duranteo verão - 1“ de maio a 15 de outubro - prati-camente não há chuvas, e há poucas nuvens.Por isso, “passou o inverno: a chuva cessou ese foi” (Ct 2.11). Figurativo. A dissipação de uma nuvem es-pessa é usada para representar a anulaçãodos pecados de Israel (Is 44.22). Uma nuvemencobria a glória do Senhor da vista de Moi-sés e do povo quando a lei foi dada (Êx 19.9;24.15-18), e o mesmo também aconteceu emoutras ocasiões (Êx 16.10; 34.5). O Senhorprometeu aparecer em uma nuvem sobre opropiciatório no Santo dos Santos no Dia daExpiação (Lv 16.2). Uma nuvem represen-tando a glória de Deus apareceu quando oTabemáeulo foi originalmente montado (Êx40.34,35), e quando a arca foi introduzidano primeiro Templo (1 Es 8.10-11). As nu-vens são frequentemente mencionadas emconexão com a inacessibilidade de Deus,como em Jó 22.14; SI 18.11,12; 97.2. Na transfiguração, uma nuvem encobriu ostrês discípulos, e a voz de Deus falou delareconhecendo Jesus como seu Filho amado(Mt 17.5; Mc 9,7; Lc 9.34,35). Jesus disse queviria novamente “numa nuvem, com poder egrande glória” (Lc 21.27; veja também Mt24.30; Mc 13.26; Ap 1.7). Paulo fala de cren-tes sendo recolhidos nas nuvens (ou, em nu-vens) quando Cristo vier para os seus (1 Ts4.17). Dessa forma, as nuvens, estando nocéu, parecem ser usadas repetidamente nasEscrituras para nos lembrar de Deus: de suaglória e de sua direção, de sua distância e desua presença.

J. A. S.

NUVEM, COLUNA DE Veja Coluna deFogo e de Nuvem.

NUZU Um centro administrativo e um pos-to avançado militar dos hurrianos durante oreino Mitani. Esta cidade antiga foi identifi-cada em 1925 pelo Dr. Edward Chiera. Tá-buas escavadas em Yorghan Tepe deram aolocal o nome hurriano Nuzu (conhecido pormuito tempo pela forma genitiva Nuzi). Omonte bastante afetado pela erosão tem cer-ca de 200 metros de um lado, se eleva cincometros acima da planície, e está aproxima-damente a 16 quilômetros a sudeste da mo-derna Kirkuk, no Iraque, e cerca de 240 qui-lômetros ao norte de Bagdá. Uma ocupação anterior parece ter começa-do no período pré-histórico Halaf. Os níveisX-XII, porém, são predominantementeObeid. Os níveis VII-IX são principalmenteUruk. Durante a ocupação dos níveis III-VIa cidade tinha um nome diferente. Nestaépoca ela era conhecida como Gasur e sur-giu sob o império da grande dinastia deSargão, de Agade. Depois de um considerá-vel período de declínio, se não de completo

abandono, ela foi reocupada pelos invasoreshurrianos da Mesopotâmia e recebeu o nomede Nuzu (níveis I e II). A etapa final de ocu-pação abrange o período Parto-Sassânida. Deuma forma geral, este período totaliza apro-ximadamente 5.000 anos. O período mais interessante e importante nahistória deste local foi a época em que ele foihabitado pelos hurrianos e chamado deNuzu. A maior parte do que é conhecido davida social e econômica humana vem de umestudo de mais de vinte mil tábuas de barroescavadas em Nuzu, visto que a cidade-es-tado mitaniana de Arrapkna (a modernaKirkuk) não foi estudada, e a capitalmitaniana Washshukanni, que deve estarlocalizada em algum lugar a leste de Harã,jamais foi identificada com certeza. Além disso, detalhes da vida social hurrianaparecem equiparar-se às condições de Padã-Arã e da Palestina durante a época dos pa-triarcas Abraão, Isaque e Jacó, e conseqiien-temente esclarecem consideravelmente oseventos bíblicos desta época. As tábuas do tipo Nuzu foram primeiramen-te adquiridas ae comerciantes de bazares,tendo sido escavadas pelos árabes. Posteri-ormente, outras foram encontradas nos ar-redores de Kirkuk. Finalmente, seguindo assugestões de árabes locais, o monte YorghanTepe foi selecionado como um local onde,provavelmente, havería mais tábuas, e asescavações começaram em 1925. Cinco tem-poradas foram dedicadas a este local até1931, envolvendo, em épocas diferentes, oMuseu do Iraque, a Universidade deHarvard, a Universidade da Pensilvânia e,

durante todo este período, as Escolas Ame-ricanas de Pesquisa Oriental. No primeiro local escolhido, um pequenomonte cerca de 300 metros de Yorghan Tepe,foram identificadas as ruínas das casas deShukri-TiOa e Tehip-tilla, cidadãos proemi-nentes e ricos de Nuzu. Por meio de escava-ções posteriores no monte principal, foramdescobertas muitas moradias particulares etambém um grande “palácio”^ e Templo. Oassim chamado “palácio” era, de acordo comtodos os indícios, a habitação e o escritóriodo prefeito local (hazannu) chamado deKushshiharbe, Tábuas encontradas nesselugar revelam o fato de que um oficial públi-co tão elevado pôde ser e foi processado porsubornos, roubo e até seqüestro. Porém, são os arquivos privados que contri-buem com informações que dizem respeitoao período patriarcal descrito na Bíblia Sa-grada. Estes documentos revelaram parale-los ao episódio da adoção de Eliézer porAbraão, às situações entre Jacó e Labão, eao significado dos terafins on deuses de Gê-nesis 31.19,30-35. Veja ANET, pp, 219ss.Evidências adicionais da cultura hurriana ede sua influência que se estendeu por toda aárea mediterrânea oriental e pelo território

1380138013801380

Page 60: LETRA N.pdf

NUZUNUZUNUZUNUZU 0BAD1AS, LIVRO DE0BAD1AS, LIVRO DE0BAD1AS, LIVRO DE0BAD1AS, LIVRO DE

heteu, e até mesmo pelo Egeu, podem sernotadas nos artefatos encontrados em Nuzu.Os selos cilíndricos têm certos motivos pe-culiares, e a “porcelana mítaníana” é distin-ta onde quer que seja encontrada, especial-mente o típico copo grande de boca larga, combase em forma de botão, com desenhos geo-métricos e de animais pintados em brancosobre um fundo vermelho ou marrom escu-ro. Veja Arqueologia; Assíria; Horeus. Em 1967-69 Tell al-Fakhar, um local cer-ca de 30 quilômetros a sudeste de Nuzu,foi escavado. Ali, um grande palácio deaprox, 60 por 30 metros foi encontradodatando de meados do segundo milênio a.C.e presume-se que foi destruído pelos exér-citos assírios. Ele continha no mínimo mil

tábuas - contratos e documentos comerci-ais relacionados ao arrendamento de ter-ras, compra de terras, adoções e permutas- todos estes documentos contribuem parao conhecimento e o esclarecimento da cul-tura hurriana-mitaniana.

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. Para uma bibliografia maiscompleta veja FLAP, pp. 47-48, 65-67. CyrusH. Gordon, “Biblical Customs and the NuzuTablets”, BA, III (1940), 1-12. E. A, Speiser,Oriental and Biblical Studies, ed. por J. J.Finkelstein e M. Greenberg, Filadélfia. Univ.ofPennsylvania Press, 1967, pp. 62-82, 89-96,126ss., 132-137,151-156,244-269,542-545. C.J. Mullo Weir, “Nuzu”, TAOTS, pp. 73-86.

F. R. S.

1381138113811381