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MOTOGRAPHIC CORSE: L’ÎLE 2008 PERSONAL 2WT.WEEBLY.COM | CÓRSEGA 2008 M a r e i m o ( n ) t i DE LA BEAUTÉ 16 cape corsu Com o pé direito 22 san firanzu A mais branca das praias 28 porto Património Mundial 34 ajaccio No passeio das estrelas 38 bonifaccio Lavezzi e outras maravilhas

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Reportagem de uma viagem pela Córsega

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MOTOGRAPHIC

CORSE: L’ÎLE 2008

PERSONAL 2WT.WEEBLY.COM | CÓRSEGA 2008

Mare i

mo(n)ti

DE LA BEAUTÉ

16 cape corsu

Com o pé direito

22 san firanzu

A mais branca das praias

28 porto

Património Mundial

34 ajaccio

No passeio das estrelas

38 bonifaccio

Lavezzi e outras maravilhas

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M are e Monti! O mote está dado e é anunciado em todos os guias e sites da Córsega. Por detrás deste estão paisagens excelen-

tes entre o Mar e a Serra. Saímos com a certeza de que, quer decidamos virar-nos para um ou para outro lado da ilha, o sucesso será garantido.

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B em-vindos ao relato da nossa aventura pela ilha da Córsega. A ilha da Beleza (Kallisté, como era conhecida pelos gregos antigos) é melhor

feita de moto ou de barco: uma já está.

GPS GlobalSat DG100 DataLogger http://www.globalsat.com.tw Guia de caminhos Lonely Planet, Mapa Michelin 345 Planeamento de rotas Google Maps http://maps.google.com Gestão de GPS DGManager.NET http://sourceforge.net/projects/dgmanager-net/ Geocoding GPicSync http://code.google.com/p/gpicsync/

Dia 01 Portugal—Bilbao No primeiro dia, 900km a percorrer com o objectivo de visitar o Gugeenheim, que deu corpo a toda uma cidade.

Dia 02 »Carcassonne Na ligação até França, 530km levar-nos-iam até uma pequena vila imortalizada no grande écran por inúmeros filmes.

Dia 03 »Marseille (Ferry) A ligação até ao ferry: apenas 315 kms para dar nos dar uma margem para o inesperado e assim não perder o barco

Dia 13/14 por Valencia O regresso faz em duas golfadas valentes de aproximadamente 1000kms cada..

Dia 04-12 Córsega O prato principal: a ilha da Beleza e as suas 100 mil curvas… mas é bastante mais do que estradas óptimas.

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Dia 04 Cape Corse O desembarque em Bastia é o início da aventura, que começa com chave de ouro no maravilhoso Cape Cor-se.

Dia 05 Murato—San Firanzu Praias com a areia branca mais fina da Europa:

Fomos ver!

Dia 06 Isla Rossa—Calvi Um dia de ligação até ao Golfo de Porto, com passa-gem na Isla Rossa e Calvi, seguindo a linha costeira.

Dia 07 Col di Verghio—Scandola O Golfo de Porto e a Reserva Natural de Scandola

foram as protagonistas do dia no barco.

Dia 08 Ajaccio A ligação até à Capital da Córsega passando por Piana, com uma perninha pelas Ilhas Sanguinaires.

Dia 09 Capo di Muro—Chiavari (163km) Um longo passeio a pé que quase nos mata-

va e algumas aldeias mais deliciosas da Córsega

Dia 10 Sartène—Bonifacio (156kms) O caminho em direcção ao Sul prometido, com paragem em Sartène.

Dia 11 Lavezzi Praias à moda das Caraíbas mas no Mediterrâneo no

arquipélago das Lavezzi

Dia 12 Zonza, Corti, Bastia (257kms) O último dia na Córsega com uma passagem por Corti, passando por estradas ao longo de desfiladeiros e flo-restas memoráveis.

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A viagem deverá abran-ger 2500kms o equi-valente a 5 semanas de condução diária

minha pelo que a revisão é bem-vinda na véspera da parti-da. Desde a segurança aos fluidos vitais, passando pelos «dissuasores dos amantes do alheio», até à afinação da pré-carga da suspensão traseira. A VFR é uma mota excelente! À chegada estava idêntica à partida (excepção aos 2kg de mosquitos que apanharam boleia).

3 Esta é a viagem de estreia das malas rígidas em trajectos longos. As ante-

riores haviam sido feitas com os (fantásticos) alforges da Oxford mas não competem sequer no mesmo campeonato. Principais vantagens são a capacidade de guardar ambos os capacetes em segurança e um maior volume de arrumação,.

2

Não sendo um adepto do GPS para navegar em via-

gem, a mala de depósito é essencial para o mapa de estra-das Michelin e toda a parafrená-la de coisas que dá jeito ter à mão. Apesar dos anos esta Cameron continua impermeável e em máxima forma.

1

“[…]2kg de mosquitos que apanharam boleia”

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1

4

A condução em monta-nha exige mais dos tra-

vões, mesmo optando por reduzir o andamento com o motor. Verificação de pastilhas à frente e atrás essencial.

4

A manutenção da corrente é uma obrigação quase

diária dada a extensão percor-rida. Verificar a folga e ajustar a transmissão foram tarefas devidamente garantidas

3

Esta é a viagem de estreia das malas rígidas em trajectos longos. As ante-

riores haviam sido feitas com os (fantásticos) alforges da Oxford mas não competem sequer no mesmo campeonato. Principais vantagens são a capacidade de guardar ambos os capacetes em segurança e um maior volume de arrumação,.

5

Não faz parte da minha natureza temer constantemente o roubo,

preferindo viver uma vida relaxada. Mas nas vésperas da viagem a moto de um vizinho é roubada, guardada em condições semelhantes à minha. Conclusão: já que vou de viagem e não consigo garantir garagem vigiada onde quer que vá e não quero estar limitado, toca de montar um alarme.

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A primeira ligação levar-nos-ia a Bilbao. Já que se deram ao trabalho de lá colocar algo digno da visi-

ta por si só, colocámos esta cidade do Norte da península na nossa rota, com direitos a estadia. Aloja-dos no moderno e óptimo Íbis Cen-tro Ciudad e largada a traquitana, apontamos a mira para a «baixa» onde o Guggenheim e o seu «cão-de-guarda» nos aguardavam. Tempo para a nossa imagem demarca (fotografia com pés sobre um fundo característico e emblemá-tico) e para um passeio pela mar-gem do rio. Apesar de escura, Bilbao é uma cidade com uma luz fora do comum, e com a vida e animação com a qual nuestros hermanos nos fazem pirraça.

O cachorro do Gugennheim e o «cocozinho» perfeitnho

Pés sobre fundo local: patente registada

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A imagem da tentação na loja de doces

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A Citadela traz-nos de volta a Carcassonne, cientes mais por força das circunstâncias em

termos de gestão do percurso do que da surpresa ou novidade que nos traria.

O acaso levou-nos a exactamente o mesmo restaurante que escolhemos há 7 anos atrás: sopa de cebola gratinada e pato em 1001 formas possíveis; «Donald, se me con-segues ouvir: foge!»

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As cores da citadela no cair da noite

À entrada da Citadela

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O acesso até Marseille a partir de Carcassonne fizemo-lo por entre os pomares e vinhas do Sul de França.

Acabámos por dar uma margem dema-siado ampla para esta ligação, e isto apesar da paragem em Arles. Chegámos cerca de 5 (cinco!) horas antes e ao chegar ao Cais já lá estavam mais motociclistas à espera. Ainda fomos até ao centro da cidade para comer algo e refrescarmo-nos.

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De cima para baixo, e da esquerda para a direita: 1. Na fila para obtenção dos passes de embarque para a cabi-

ne, pequeno-almoço e moto; 2. O hangar de embarque: às motos é indicada a frente da

fila, antes dos carros: Yes! 3. A espera… 4. Para entreter a espera, vai-se tirando fotos; 5. A chegada do grupo da Horizons com cerca de 30 compa-

nheiros holandeses e belgas anima a espera e distrai.

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P ara a viagem no Ferry tínhamos alguma ansiedade, para a qual não ajudou a forma como ainda tivemos de esperar 1h depois das

demais motos e mesmo tendo chegado em primeiro…

Para culminar, a moto ficou presa como vemos em cima, com uma toalha e umas cor-das, contra uns tubos e uma almofada… Um pesadelo só de pensar que o início de uma viagem de sonho pudesse correr mal. O Mediterrâneo ajudou e a moto estava como a deixámos.

1. Fila de motos no embarque; 2: o nosso barco Pascal Paoli, na fase pré-digestiva de motos e carros; 3. A espera pelos 2 últimos lugares no barco.

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1. Promenade do ferry; 2. Um pouco do Pôr-de-Sol que quase escapava devido à trapalhada no embarque; 3. a cabine dupla, exígua como seria de esperar num barco, parece um Hotel de 5 estre-las depois da espera; 4. Depois de chegarmos, o deslumbre do nascer do Sol no lado certo da costa da Córsega.

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Bastia **

Saint Florent ***

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Macinaggio **

Centuri ****

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O primeiro dia na Córsega foi, naturalmente, um dos mais inten-samente vividos.

O Cape Corsu, a norte da ilha, ocupar-nos-ia durante o resto do dia, depois de uma chega-da ao raiar da manhã após 8 horas no Mar Tir-reno. Cerca de 120km separavam-nos de Saint-Florent onde dormiríamos.

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1. Aldeia pescatória de Centuri; 2. Torre de Erbalunga; 3. Acesso à Torre de Erbalunga.

E lá vamos nós pela Costa Nascente do Cape Corsu; há figueiras por toda a par-te e figo de piteira.

Uma verdadeira mata mediterrânica metida dentro do mar. O mar é chão, as enseadas solitárias e areia não há, só pedra escura ou seixo rolado. O traçado da estrada (D80) é fantástico apesar do pavimento em alguns pontos já ter tido melhores dias. Mas a paisagem compensa largamente, melhor ainda quando rolamos nos troços novos, ainda sem marcas. Vilas e aldeias fabulosas, estrada afora e na encos-ta, telhados e ruas de pedra; parece que toda a ilha foi mexida.

O calor de andar equipado abafa tanta beleza, mas uma pizza à sombra com um granizado vinha a calhar.

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Num único dia sentimos na estrada o cheiro a poejo, rama de tomate, maresia e um cheiro verde. Chegar ao Hotel a meio da tarde foi óptimo: il fait châud! O Hotel é fabuloso, com praia privativa, pedrinhas, e um mar chão. Para ir à água eram bem-vindos os sapatinhos «peixe-peixe» mas os chinelos terão de fazer as vezes. Finalmente descalçar as botas e praia: fora de série!

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É frequente encontrar zonas destinadas a quem anda de moto, o que torna a ilha num local moto-friendly. Amanhã, acordamos com o pequeno-almoço no quarto, servido no balcão sobranceiro à «nossa» praia.

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A aldeia de San Firanzu (Saint Florent para os francófonos) é pouco mais que meia dúzia de casas e uma centena de vis-

tas óptimas. É também ponto de partida para aceder por barco às praias de Saletia e Lodu, com areias brancas finas e águas trans-parentes. Amanhã servirão para retempe-rar e ganhar energias para mais um dia de passeio, na ligação até ao Golfo de Porto.

O restaurante suspenso sobre o Mediter-râneo oferece-nos a primeira experiência gastronómica «à la Corse». Mais uma vez, o pôr-do-Sol e o mar com-binam perfeitamente

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A gendada a viagem até às praias para a tarde, para a manhã esta-va reservado um passeio de moto até San Michelle Murato e

Oletta. Depois do pequeno-almoço na cama, des-cemos até à praça para um cafézinho e enquanto desesperamos pela abertura da bilheteira do barco para as praias, deleita-mo-nos a ouvir os corsos a corsar (parece mais italiano que francês, mas não digam

que fomo nós que dissémos). Com os bilhe-tes na mão, arrancamos para um pequeno passeio até Oletta e Murato. Uma estrada de vinha, vegetação mediterrânica com oliveiras à mistura com figueiras, lado-a-lado com piteiras e castanheiros. Uma vista fabulosa na D81.

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Saint Florent

Oletta ***

Muratto *

D81 ***

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U ma viagem de barco até às praias de Saleccia e Lotu, a norte do Desert des Agriates, levou-nos à prometida areia branca e fina, digna

de Caraíbas. Agarrámos na mochila e na toalha de banho e chegando ao cais de Lotu (foto) arrepiámos caminho até Saleccia na esperança de encon-trar algo ainda melhor. Saleccia era de facto melhor e mais resguarda-da dos turistas mas daí a valer um passeio a pé de 1h… Depois de um banho o regresso até ao Cais e à respectiva praia para um banho de praia antes do último barco de ligação até Saint Florent. Contudo, a praia de Lotu estava pejada de banhistas e de, pasme-se, vespas (mas daquelas com asas e ferrões, não das outras com duas rodas). No regresso à vila estreámo-nos a lavar a roupa fora... O final de dia e umas tapas excelentes espera-vam-nos...

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A ligação entre Saint Florent e Porto fez-se em 150km, dando à vontade para chegar após o almoço. A vila de Porto é muito pequena e

simples, beneficiando de uma marina recreativa artificial numa enseada privilegia-da junto ao Golfo homónimo. Pronto; deixámos o «Hotel Maravilha» com barulhinhos de pedras a rolar e lá vamos nós rumo ao Porto. Vimos finalmente um rebanho de ovelhas a descer a encosta em alto alvoroço e a levantar pó, que agora passou a uma côr

vermelha. Esta dá o nome à Isla Rossa (Ile Rousse), onde tudo é vermelho, excepto o mar. A estrada D81 é boa e com água sem-pre à vista. Um cafézinho na praça principal e lá vamos nós. A cidadela de Calvi é sobrevalorizada; a marina é gira e as ruas fervilham de gente e comércio. A ligação pela D81B é um calvário: remen-dos feitos ao longo de 40 anos e a chegada a Galéria é decepcionante... mas, Viva!, avistámos o primeiro Cane Corsu. De volta ao calor e aos remendos da estra-da, vamos percorrendo estrada de vegeta-ção queimada e novamente nascida. São extensões enormes de montanha vermelha com mata mediterrânica. Uma pequena e dolorosa caminhada leva-nos ao cimo de um promontório de onde se avista Girolata. Mais um pouco e chegamos a Porto, foz do único rio digno desse nome que até então avistámos.

«Café» e refrescos com vista para GirolataO vislumbre do Golfo de Porto Miradouro sobre a cidade de Calvi

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Vista de Porto em final de dia It doesn’t get any better

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Ile Rousse **

Saint-Florent

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Porto ***

D81 ***

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D81 ****

«Café» e refrescos com vista para Girolata

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Porto

D84 *****

Ota** Evisa *****

Aitone ****

D urante a manhã, uma centena de quilóme-tros leva-nos a algu-mas das melhores

estradas da viagem, por desfi-ladeiros e florestas, com a oca-sional aldeia que contempla e partilha o cenário connosco. São 5 estrelas para a estrada D84!

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Levantar cedo é já um hábito que dispensa o despertador. A manhã corsa tem uma luz fabulosa para fotos. Embrenhámo-nos na floresta, com pinhas pequeninas. Castanheiros com ar de esta-rem lá a séculos, porcos selvagens escan-zelados e estradas que espreitam por desfi-ladeiros escarpados.

A pedra é usada para tudo: ele é casas, pontes e até guardas de segurança. A floresta está pejada de fetos e árvores e é completamente diferente de tudo o que havíamos visto na Córsega.

Les couchons courreurs

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Ainda dizem que i

sto não é França?

Vermelho (rochas)

, Branco (espuma

do mar) e Azul (da

água do mar)

Girolata é um ponto de chegada e partida logo após 20 minutos, que não tem a gra-ça de Centuri ou de Nonza.

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Porto

Reserva Scandola

Calanches **

Girolata **

Piana **

D epois do passeio de moto pela manhã, voltámos ao Porto após um curto passeio.

Tempo ainda para um gelado antes de embarcar rumo a Scandola.

Esta reserva é tudo o que dizem: o mar é mesmo azul.

As Calanches de Piana são imponentes pedras vermelhas geradas pelo impacto das placas tectónicas, visíveis nas zonas da falha. O pôr-do-Sol acaba por ser a melhor altura, evidenciando o vermelho da estrutu-ra.

De volta ao Porto, sem GPS mas com fome, sono e muito sal. Lagosta para o Zé e Gam-bas para a Nélia. Hoje dispensamos a mousse de castanha.

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Porto

Ajaccio **

Iles Sanguinaires ****

Cargèse ** Cargèse **

D81 ****

D61 ****

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D escemos novamente as Calancas , desta feita às 07h00, altura em que o esplendor não tem tanto impacto.

Fugindo das hordas de paraplégicos de autocarro, rumamos a Ajaccio. Cidade bastante povoada e com imensa vida, é antecedida por montes e vales bastante cultivados. Dá para perceber que os cavalinhos imperam aqui o já se avistam muitas casas de férias junto às praias.

Nestas estradas passou-nos à frente, e a toda a bisga, um javali!

A chegada a Ajaccio ainda de manhã fez-se sobre 42ºC (e cerca do dobro dentro do fato da mota). Banho e lá vão eles.

Para fugir ao calor, rumamos a Bastelica e às florestas inte-riores mais frescas. Morangos em estufa, tomate, zonas culti-vadas, melão e tudo o que se possa pensar.

Vimos finalmente um burrico à saída de Bastelica. Aponta-mos agora para as Sanguinaires onde bebemos o final de dia na Ponte de la Parata.

O jantar é sempre uma indecisão, mas Ajaccio tem vários restaurantes óptimos. A seguir, um passeio a pé para des-moer.

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D ormi (Nélia) a sonhar que condu-zia a mota para acordar e para cima dela saltar.

Seguimos para a floresta de Chia-vari sem tirar da cabeça a ameaça de chuva e nos casacos que ficaram no Hotel.

A dada altura fizemos o percurso dos caçado-res (ou não fosse Domingo, apesar de na Cór-sega todos os dias são dias de caça) tendo-nos cruzado com um par de javalis algo «abatidos».

Com os primeiros pingos grossos de chuva parámos num café no meio da floresta, em Col de Grandello. Aqui bebemos o café mais aceitável até à data em toda a viagem, ainda que servido em copo de shot.

Destino seguinte: Capo di Muro para um pequeno passeio, asseverou o Zé. 4(!) horas a pé à torreira do Sol, onde o abrigo dos arbus-tos é fraco mas desejado.

Fizemos uma pausa para visitar a única torre genovesa da viagem (umas são pagas, outras

inacessíveis e outras privadas).

Outra pausa mais à frente numa praia com um banhinho em boxers.

O regresso a pé foi tortuoso, debaixo de um calor terrível, sempre a subir.

Montar-se em cima da moto, mesmo com o assento pronto para despelar coelhos, foi uma dádiva, a levar com o fresquinho na tromba.

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Marin

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S aímos às 08h e, 1h depois, os 12ºC levam-nos a reconsiderar a vestimenta.

Campomoro podia ser um destino de férias; suficientemente perto de Propiano para não nos sentimos isolados da Dolce Vita mais comercial, mas longe daquelas confusões de trânsito para uns dias espar-ramados: a reter. Rumamos a Sartène, a verdadeira Córse-ga, supostamente mais impermeável (ao Turismo). Acaba por não o ser...

Chegamos ao nosso Hotel em Bonifacio (ver «Recarregar Baterias»), com vista para a Marina, um Sushi & Bar Lounge. Um banho para retemperar forças e avan-çar até à Citadela de Bonifacio, mergulhan-do na multidão. Terminamos com um jantar no Cantina Doria, um dos restaurantes dig-nos de destaque... convenientemente com reserva prévia.

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Lavezzi *****

Propiano ***

Campomoro *** Sartène ***

N196 ****

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Bandeira hasteada a caminho das Lavezzi

Chegámos à enseada de Lavezzi onde nos juntamos a alguns barcos particulares e pessoas na praia. Depois de percorrer-mos brevemente o ilhote acabamos por regressar à praia inicial, reconhecendo que era de facto a melhor. A praia é de facto espectacular: água não tão quente quanto era costume mas a diversidade de peixes é interessante.

H oje o dia é de barco e a moto fica no parque fechado do Hotel. Ao início estamos algo

apreensivos com os horários serem algo limitativos mas acabou por ser soberbo.

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Bandeira hasteada a caminho das Lavezzi

Para a próxima é de barco!

Solhas por debaixo dos pés, ferreiras e robalos. Sobre o omnipresente calhau gigantesco, o lagarto Nélia repousa num banho de Sol. A recolha ao barco para um almoço leve e agradável faz-se pelas 12h30, após o que se seguiu um mergulho desde o barco e algum snor-keling. O regresso fez-se ao longo da costa com escala nos demais ilhotes do arqui-pélago. Aqui o pôr-do-sol revela a melhor faceta das escarpas do Sul da ilha.

Depois de um passeio pelas lojas ruma-mos ao interessante restaurante The Kissing Pigs. Foi aqui que aprendemos que o prato de charcutaria (Assiète de charcutrie) é servido SEM manteiga. Mais queijo com doce de figo e nozes e pinhões. No final uma sobremesa de excepção: tiramisu com brocciu e «água-de-vida». No passeio antes da dormida, ainda comprámos o Fium’Orbiu e um frasqui-nho de doce de figo com nozes.

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V amos para casa, na última viagem de ligação em ter-ras corsas. Pelo caminho, mais estradas serpenteantes

e Corti. Porto-Vecchio é uma vila balnear algo sobrevalorizada. Pouco tempo depois rumamos a Zonza, mais sere-na e engraçada e entramos na flores-ta, com pinheiros, desfiladeiros e estradas às curvas... sempre a rolar. Poucas povoações vimos, e fizemos um desvio para Solenzara, para dar

de comer à moto e lá vamos nós outra vez para a serra. Aqui imperam as estradas que acom-panham os rios, os quais apesar de algo secos, estão bem servidos de parques de desportos aventura. Curvas e curvas levam-nos a almoçar em Corti, a maior cidade do interior da ilha, a qual preza o corso e a tradi-ção. Parece contudo algo descuida-da, fruto de alguma falta de investi-mento talvez.

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N193 ***

Solenzara *

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S urpresa! O grupo de motos da vinda iria acompanhar-nos também no regresso.

Foi uma surpresa agradável pois permitiu-nos trocar impressões das viagens e algu-mas experiências. Um dos colegas holande-ses no primeiro dia, logo à saída do ferry, viu-se obrigado a deixa a 1200GS no mecânico para trocar uma peça que demoraria as férias todas a vir e montar. Acaba por alugar uma VStrom, com a qual sofreu um acidente nos últimos dias, embatendo na traseira de um carro. Auch!... ele ficou óptimo, mas financei-ramente foi para esquecer. Outro casal numa ZX9R apanharam um buraco na estrada à saída de uma curva, fei-ta a grande velocidade. O resultado foi uma moto para a sucata e ambos foram evacua-dos de helicóptero para França... double auch!

Momentos antes do embarque na viagem de regresso

Assim, sim! Custava muito terem feito como

deve de ser na viagem de ida?

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Assim, sim! Custava muito terem feito como

deve de ser na viagem de ida?

O mesmo grupo da ida acompanhou-nos no ferry de regresso

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Saboreando um pouco de Fium’Orbu com doce de figo e nozes no restaurante The Kissing Pigs em Bonifacio

Torra, uma das marcas de cerveja locais

U ma boa temporada em qualquer pon-to do Mundo passa também por experimentar a gastronomia local, e, neste caso, não é esforço nenhum.

O queijo de cabra, liderado pelo famoso Fium’Or-bu (imortalizado no Astérix na Córsega) o qual é responsável por um aroma pungente característi-co. A salientar (todos com 5 *****): • Kissing Pigs (Bonifacio); • Cantina Doria (Bonifacio); • Le 20123 (Ajaccio); • Le Maquis (Porto); • La Marinuccia (Saint Florent); • Bara Vin (Saint Florent).

The Kissing Pigs em Bonifacio

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Cantina Doria em Bonifacio

Cerveja + enchidos + queijo = Córsega Lanche em Ajaccio

Mercado matinal de Isla Rossa

A calma é servida e apreciada como uma especialidade local

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O Corso

Omnipresente

A Alma Corsa A irreverência e a for-ça de vontade em pre-servar a cultura corsa dá uma cor especial à relação com a França. A cultura resiste à força «invasora» com tiros de caçadeira sobre os sinais de trânsito que parecem querer insistir em lhes ordenar para

onde ir ou o que não devem fazer, acaba por ser uma metáfora deliciosa. A língua é arremessada para a frente como porta-estandarte da cultura e alma corsa. Mas são as subtilezas que lhe dão força e é o Estado Francês que subsidia este estilo de vida, lânguido e prazenteiro, num quadro de bele-za natural que subsiste de forma algo artificial, resistindo ao betão graças à tenácia francesa. São os paradoxos da vida na Córsega que se sentem nas ruas e vivem nas estradas.

Q uando viajamos podemos ser mais ou menos permeáveis à

cultura, às gentes e aos modos de vida. É comum encontrarmos colegas e ami-gos que preferem viajar para um Pais onde o Resort de sonho, enclausurado em vedações altas e mantidas com algum músculo, os impede de chegar até à diversidade e aos pormenores de vida que diferem dos nossos. Sendo uma opção válida, acaba por contribuir para agravar o distanciamento dos povos e viajar é também o encurtar dessas distâncias, quer sejam físicas ou sociais.

Quem se cruza no nosso caminho numa viagem tem frequentemente um papel tão marcante quanto as ima-gens ou os sabores que nos ficam na memória. Esta secção é um pequeno reconheci-mento desse papel, feito de experiên-cias e vivências pessoais. Encontrámos grupos organizados de motards (Horizons Unlimited) vindos da Holanda e Bélgica. Alguns tiverem mais sorte que outros, desde alguns aciden-tes a desventuras com avarias inespera-das.

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Jacques et Gigi

Poitiers, France Voxan

Jacques

et Gigi Poitiers, France Desde Poitiers, a algumas dezenas de kms de Paris, até à Córsega numa reedição de outra viagem dessa feita num descapotável. Seduzidos pelas estradas, a sua Voxan amare-la trá-los de volta aproveitando para dar férias aos filhos com a desculpa de «a moto só dá para dois». Optaram por dedicar o tempo ao Norte da ilha, depois de terem explorado o Sul de carro. O ritmo é calmo e pausado, saboreando todas as curvas e a hospitalidade corsa.

Traveling Dutch

BMW 1200GS

Travelling

Dutch Netherlands Quando se ganha a vida na estrada ao volante de um camião de longo curso, custa a acreditar que as férias sejam pas-sadas na estrada.

Este companheiro de espera pelo Ferry revela a calma de alguém que degusta a vida, quer seja no trabalho ou em lazer. Uma boa dispo-sição contagiante e à prova de bala. Hipnotizado pelas paisagens da Noruega, este holandês sorridente abre os horizontes enquanto saboreia o Sol que o Sul dá e com as curvas e serras que a Holanda lhe nega.

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A cabámos por decidir fazer à imagem da viagem anterior aos Picos da Euro-pa: em cada estadia, ficamos 2 noites.

Isso permite-nos no destino da viagem disfrutar de cada local, e não exagerar nas viagens em cima da moto, mantendo saudável a nossa relação com ela. Tirando nos dias em que fizemos travessias (Espanha e França) nos quais ficamos apenas a noite da escala, permite-nos largar as malas e a traquitana mais pesada no Hotel e viajar mais leve e versátil. De todas as estadias, aquelas que foram mais marcantes acabam por ser a do Ferry e a de Saint-Florent. A primeira por se tratar de algo com-pletamente novo para nós e arrisco dizer que foi emblemático de toda a viagem. A segunda pela qualidade face às expectativas em função do valor relativo aos demais. O balcão sobre a praia, o pequeno-almoço servido no quarto, o espaço e o serviço. Recomendamos vivamente o Dolce Notte para futuras viagens.

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R

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E assim se acabaram os 14 dias da nossa viagem até à Córsega.

Desde a Quinta do Anjo em Portugal, passando por Espanha (Bilbao e Valência na ida e no regresso, respectivamente), revisitando Carcas-sonne, até à jangada que nos levaria de Marseille até à Córsega, destino almejado. Cerca de 3 mil kms depois, o corpo dorido das travessias do Sul de França e Espanha reco-nhece o esforço mas ainda tem forças para murmurar, por cima do relinchar do corcel que ainda arfeja: «E para o ano? Onde vamos?»

3

2

1

Carcassonne Bilbao

Marseille

12

Valencia

14

13 CÓRSEGA

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Corti

San Firanzu Calvi

Porto

Ajaccio

Bonifacio

BASTIA

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3

12

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Estrada para Corte

A caminho de Porto, junto à enseada de Girolata

Torre na Ponte de Parta, junto às Il les Sanguinaires

Passeio em Girolata

Enseada no Golfo de Porto

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Desfiladeiro de Bavella

Vista desde Bonifacio

Bonifacio vista de Sul, em final de dia, no regresso das Lavezzi Estrada para Ajaccio