lima internacional paisagens e espaços de fronteira

851
  Instituto de Ciências Sociais Elza Maria Gonçalves Rodrigues de Carvalho Lima Internacional: Paisagens e Espaços de Fronteira Volume 1 Tese de Doutoramento em Geografia Ramo de Geografia Humana  Trabalho efectuado sob a orientação da Professora Doutora Rosa Fernanda Moreira da Silva Julho de 2006

Upload: nuno-pousada

Post on 21-Jul-2015

110 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Instituto de Cincias Sociais

Elza Maria Gonalves Rodrigues de Carvalho

Lima Internacional: Paisagens e Espaos de FronteiraVolume 1

Tese de Doutoramento em Geografia Ramo de Geografia Humana

Trabalho efectuado sob a orientao da Professora Doutora Rosa Fernanda Moreira da Silva

Julho de 2006

Declarao relativa s condies de reproduo da tese assinada pelo autor (Anexo 2)

ii

Agradecimentos

No foi de nimo leve que optmos, como objecto desta investigao, pelo estudo de um Lima raiano, quando, para ns, os seus contornos eram muito pouco definidos, o conhecimento sobre as suas gentes era muito diludo e a distncia, que nos separava, correspondia, por motivos meramente pessoais, a um forte obstculo, tendo em ateno as estratgias, que pretendamos privilegiar, o contacto directo e sistemtico com as populaes. Mas, os desafios que se nos colocavam, desde o interesse em conhecer trajectrias de vida e quadros ambientais, testemunhos de patrimnio fsico e cultural peculiar, s problemticas de um desenvolvimento equilibrado no sculo XXI em espaos serranos e de raia, foram suficientemente fortes e decisivos para a prova a que, voluntariamente, submetemos as nossas capacidades de trabalho e de persistncia nos finais de uma carreira profissional, como a nossa. Se conseguimos realizar o presente trabalho em consonncia com o cumprimento do nosso horrio de docente no Departamento de Geografia da Universidade do Minho, o ficamos a dever Professora Doutora Rosa Fernanda Moreira da Silva que, apesar de todas as nossas dificuldades, sempre acreditou que seramos capazes, no hesitando, sequer, em se disponibilizar para nos orientar e acompanhar ao longo de toda a investigao. Pelo apoio e confiana que sempre depositou no nosso trabalho, pelo que nos incentivou, quer no perodo que antecedeu a nossa tomada de deciso, quer no prosseguimento de tarefa to rdua, pelo que nos ensinou e pelas suas enriquecedoras sugestes a nossa profunda gratido. Reconhecidos estamos tambm Professora Doutora Paula Cristina Remoaldo quer pelas palavras de alento, verdadeiro lenitivo em momentos cruciais, que sempre nos dirigiu, quer pelos esforos em nos proporcionar horrios de acordo com a investigao que tnhamos em curso. Encontrmos no Departamento de Geografia da Universidade do Minho um ambiente de liberdade e responsabilidade, condies indispensveis consecuo de trabalhos de cariz cientfico. Os nossos agradecimentos estendem-se ao Professor Doutor Manuel Silva e Costa pelo interesse demonstrado em que efectussemos a investigao, bem como ao Professor Doutor Joo Sarmento pela preocupao, tantas vezes revelada, na concluso do presente trabalho. A Professora Doutora Maria Norberta Amorim motivou-nos na pesquisa cientfica quando conseguiu que efectussemos a reconstituio demogrfica da parquia de Basto (St iii

Tecla), unidade territorial sobre a qual incidiu, em momento posterior, o nosso trabalho de Mestrado em Histria das Populaes. No esquecemos que o incio do nosso percurso na investigao cientfica se deve ao entusiasmo que a Professora Norberta Amorim nos incutiu no estudo de temticas prximas a uma das vertentes do conhecimento geogrfico. As alteraes pormenorizadas que nos sugeriu, neste trabalho, sobre o comportamento demogrfico de populaes raianas, ao longo de trs sculos, so reveladoras da leitura cuidada que efectuou e do interesse que continua a manifestar sobre a nossa investigao. O Professor Justino Magalhes pela curiosidade que nos transmitiu, na dcada de noventa do sculo passado, sobre as problemticas da Alfabetizao do sc. XVIII, e pelas sugestes que nos deu acerca do mesma temtica, no presente trabalho, o nosso obrigada. O Professor Doutor Ruben Lois Gonzalez do Departamento de Geografia da Universidade de Santiago, proporcionou-nos a cartografia digital georeferenciada sobre a provncia de Ourense, material sem o qual no conseguamos realizar a investigao. Pela confiana depositada no nosso trabalho, com a entrega do material cartogrfico de to difcil acesso, a nvel das entidades oficiais espanholas, os nossos reconhecidos agradecimentos. A cartografia, que apresentamos, exigiu a colaborao incansvel do Dr. Miguel Nogueira da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e da Dra. Maria da Luz Fernandes do Departamento de Geografia da Universidade do Minho, gegrafos com preparao especfica em Sistemas de Informao Geogrfica e, por isso, a eles dedicamos um agradecimento muito especial. A Maria Joo Gonalves e a Maria Joo Gregrio, jovens licenciadas em Geografia e Planeamento pela Universidade do Minho, apoiaram-nos nas exigncias associadas interpretao digital da fotografia area, que apresentamos. Muito presente temos, ainda, a gente to generosa, lusa e galega, do Lima raiano, que com a sua simplicidade e espontaneidade, mas com uma grande sabedoria, resultado de uma herana cultural transmitida de gerao em gerao, nos deu um contributo indispensvel na investigao, que tnhamos em curso. Para a boa gente do Lima raiano o nosso bem-haja. No podemos deixar de salientar um reconhecimento particular aos autarcas das onze freguesias lusas pelo empenhamento e contribuio inestimveis em nos enquadrar nas suas aldeias atravs da apresentao sistemtica a todos os moradores. Na descoberta do mago da serra com os respectivos poulos e currais, envolvendonos no ambiente do pastoreio em comum de h umas cinco dcadas, conduziram-nos o Senhor Manuel Trouxo e o Senhor Manuel Santos, na Serra Amarela; o Senhor Manuel

iv

Soares e a Lusa Gomes, na Serra do Soajo; o Senhor Joaquim Franqueira, na Serra da Peneda; o Senhor Antnio Veloso, na raia do "planalto" de Castro Laboreiro. Para todos o nosso muito obrigada. Para os resultados do presente trabalho contriburam Instituies atravs dos apoios que nos concederam e pelo qual expressamos o nosso melhor reconhecimento. Destacamos a importncia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, do Ncleo de Estudos em Populao e Sociedade da Universidade do Minho, do Instituto Geogrfico Portugus, da E,D,P,, no Porto, alm da Delegao do Instituto Nacional de Estatstica, em Ourense. A Faculdade de Letras do Porto atravs do Gabinete de Cartografia e Comunicao Grfica possibilitou a feitura de material cartogrfico que documenta o trabalho. No Ncleo de Estudos em Populao e Sociedade, Ncleo de Investigao a que nos encontramos ligados desde a sua institucionalizao, a Dra. Ana Alice Martins processou a informatizao do ficheiro biogrfico de todos os residentes da freguesia do Lindoso e respectivo encadeamento genealgico, enquanto o Daniel Freitas se debruou sobre o tratamento estatstico. O Instituto Geogrfico Portugus disponibilizou toda a fotografia area e ortofotomapas em suporte analgico, alm de ampliaes fotogrficas em suporte digital, de acordo o Programa F.I.G.I.E.E.. Na E.D.P., Porto, o Eng. Nuno Portal disponibilizou-nos todo o material cartogrfico elaborado pela Empresa, na dcada de oitenta, e que constituiu o dossi de reconhecimento e levantamento dos espaos submersos pela nova albufeira. Na Delegao do Instituto Nacional de Estatstica, em Ourense, recebemos todas as informaes de que necessitvamos sobre os critrios utilizados nos sucessivos levantamentos censitrios, desde o sc. XIX, assim como os diversos tipos de publicaes em que se encontram exarados. Mas foram muitas as Instituies que nos forneceram, com a maior simpatia e disponibilidade, informao sobre o presente trabalho e a quem estamos muito gratos. O Arquivo Histrico de Ourense, o Arquivo Arqueoloxico de Ourense, a Biblioteca y Archivo da Deputacin Provincial de Ourense, o Arquivo Distrital de Braga, o Arquivo Distrital de Viana do Castelo, o Arquivo do Registo Civil de Viana do Castelo, o Arquivo Municipal de Melgao, a Biblioteca Distrital de Braga, a Biblioteca Municipal do Porto, a Cmara Municipal dos Arcos de Valdevez, a Conservatria do Registo Civil de Ponte da Barca, a

v

Cooperativa Agrcola dos Arcos de Valdevez e Ponte da Barca e a Associao Raiana AgroPecuria de Mono e Melgao. A nvel de freguesia distinguimos, com um agradecimento muito particular, os Cartrios das Juntas de Freguesia de Ermelo, do Soajo, da Gavieira, de Castro Laboreiro, do Lindoso, de Britelo, de Entre Ambos-os-Rios, de Germil e da Ermida, alm do Cartrio Paroquial da freguesia do Lindoso. Por fim o meu Pai, que ao longo dos seis anos nos dispensou muita pacincia e compreenso, alm do nimo e da coragem que nos transmitiu nos momentos mais difceis e que nos sustentou at concluso do presente trabalho.

vi

Resumo Com a realizao do presente trabalho questionamos espaos e paisagens hierarquizados pelo rio Lima, que registaram nas ltimas dcadas, a exemplo de todo o Mundo Rural, mutaes econmicas e sociais que os tornaram mais vulnerveis aos impactos da mundializao da economia. Constitui a rea da nossa investigao os espaos e territrios da bacia do rio Lima delineados pelas portelas a altitudes superiores a 1000 metros, inseridos nas unidades topogrficas bem individualizadas, que so as serras espanholas do Xurs e do Laboreiro, as portuguesas da Amarela e da Peneda, mas, directamente influenciados pela presena do limiar poltico, que a fronteira, tendo, sensivelmente, como limiar as albufeiras, a norte, a das Conchas, e a sul, a de Touvedo. Territrio que encerra um patrimnio dotado de uma preciosidade, que se identifica com as primeiras civilizaes, a megaltica, a castreja, a romana, ou, a rabe, no esquecendo, tambm, a sueva e a visigoda. Mas, so as estruturas defensivas com funo exclusivamente militar e contemporneas do advento da Reconquista Crist, os castelos, que em colaborao estrita com a aco humanizadora dos Mosteiros, se tornam imprescindveis na compreenso do povoamento do territrio em estudo. A presso demogrfica, as exguas produes agrcolas e a prpria influncia colonizadora do mosteiro sob proteco militar do castelo incentivaram a busca de novos espaos, que, existiam nos patamares e plainos superiores da serra. Modelo de povoamento milenar justificado pelas condies naturais, adversas e hostis, que exigiram s populaes residentes a implementao de esquemas e estratgias peculiares de sobrevivncia, como seja, a adopo de sistemas agrrios que envolveram a explorao agrcola por conta prpria e propriedade privada e os montes em comum, a explorao silvcola em comum. A exemplo dos tempos medievais, at meados do sc. XX a economia das populaes dependia, primordialmente dos respectivos montes, cuja expresso mxima da sua importncia se reflectia no pastoreio em comum, que se complementava com as produes da explorao agrcola, por conta prpria e propriedade privada. Apesar do vultuoso empreendimento do complexo hidroelctrico do Lindoso, actualmente, do Alto Lindoso, so territrios que na primeira dcada do sc. XXI se caracterizam por um esvaziamento das suas gentes, consequncias do intenso xodo dos habitantes, que se iniciou nas dcadas de cinquenta/sessenta do sculo passado.

vii

Despovoamento que se processou a um ritmo acentuado, do que resultou um efectivo de habitantes, predominantemente idoso, que vive, maioritariamente, dos rendimentos provenientes do estrangeiro, as penses de reforma adquiridas, aps longos anos de trabalho rduo, em pases como a Frana, os Estados Unidos, ou, o Canad. Paisagens e espaos inseridos no primeiro Parque Transfronteirio Europeu, o do Gers/Xurs, em que as parcelas, outrora de cultivo, se encontram predominantemente de paul, com a serra a destacar-se pelas manchas de floresta, as resinosas e, at, as folhosas a serem devoradas pelos incndios de Vero, a que no fogem as extensas superfcies de pastagem, hoje, entregues " sua sorte". Se os territrios em estudo se identificam por uma baixa densidade relacional, encerram um conjunto de amenidades "latentes", como seja, a variedade de culturas, os valores paisagsticos e ambientais mpares, alm da matriz identitria multissecular das populaes que, ainda, o povoam. Os evidentes sinais da procura no mbito do Turismo de Natureza, a aco motivadora das jovens Associaes de Desenvolvimento Local junto dos residentes, a esclarecerem os programas de iniciativa comunitria, que visam a revitalizao das respectivas aldeias, permite-nos considerar este Lima raiano, no s um mercado emergente, como admitir que se encontra no advento de uma nova economia suportada pela oferta de produtos endgenos e complementares. Contudo, a oferta dos bens e dos novos servios locais s se concretizar, quando se reunirem as condies propcias recriao da agro-pastorcia em moldes a atrair e a fixar residentes, o que permite, sem qualquer dvida, recriar as condies de vida local, indispensveis ao incremento de outras actividades, nomeadamente, a turstica e a de lazer, que contribuem, por sua vez, para assegurar a proteco e a valorizao de estes espaos e paisagens com um teor arqueolgico e cultural inestimvel. Em sntese, o Lima raiano por ns estudado rene condies, caso haja vontade, inteligncia e imaginao por parte de todos os intervenientes, os residentes e as entidades competentes, para a implementao de solues que viabilizem, no sc. XXI, um desenvolvimento harmonioso entre a agro-silvo-pastorcia e o ambiente, que preserve o meio natural, a paisagem e o patrimnio rurais, emergindo, assim, uma nova vida em territrios serranos e de raia, aparentemente agrestes, mas, que num futuro prximo, poder-se-o integrar, mesmo a nvel peninsular, nas melhores bolsas de oportunidades.

viii

The International Lima: Landscapes and Frontier Areas Abstract With the execution of this work we debate the areas and landscapes, hierarchized by the Lima, which showed in the past decades, just like the whole Rural World, economic and social changes that made them more vulnerable to the impacts of economic globalization. Our research includes the areas and lands of the Lima hydrological basin limited by the gorges in altitudes over 1 000 ms, inserted in the well-defined topographic units of Xurs and Laboreiro in Spain and Amarela and Peneda in Portugal, but directly influenced by the political frontier and having as a limit the dams of Conchas in the north and Touvedo in the south. It is a territory that includes a splendid patrimony identified with the earliest civilizations: megalithic, pre-Roman, Roman or Moorish and also the Suevi and Visigoth civilizations. But it is the castles, defensive structures for military use only, and contemporary to the beginning of the Christian conquest, that became indispensable to understand the peopling of the analysed territory, together with the humanizing work of the monasteries. The demographic pressure, the scarce crops and also the colonising influence of the monastery, helped by the military protection of the castle, encouraged the search for new land on the landings and higher plateaus of the mountain. This is a model of millennial peopling justified by the hostile, adverse, natural conditions that demanded from the natives the improvement of schemes and special survival strategies such as: agrarian methods based on the self-sufficient land exploration, private property, common land and common sylvan exploration. From the Middle Ages up to the 20th century, the population economy mainly depended on its own common grazing, which was helped by agricultural crops, either on one's own account or in private property. In spite of the huge venture of the Lindoso hydroelectric plant, the Alto Lindoso lands are nowadays, in the first decade of the 21st century, characterised by an emptying of their inhabitants as a consequence of the intense migration that started in the 50s and 60s of last century. This decline in population, which happened at an outstanding rhythm, has resulted in a predominantly aged population who mainly lives from income from abroad, retiring pensions received after long, hard, working years in countries such as France, USA or Canada.

ix

Landscapes and areas inserted in the first Parque Transfronteirio Europeu Gers/Xurs, in which the plots of land, formerly arable land, are now marsh, with the mountain showing green areas. The resinous and even the leafy trees are destroyed by summer fires which also affect the vast grazing grounds, now totally abandoned. If the studied lands show a low relational density, they also include a collection of latent amenities such as the variety of crops, the unmatched landscape and environmental values, besides the centuries-old identity origin of the inhabitants who still live there. The evident demand in Ecoturism areas, the motivating action of novel Local Development Associations near the population clarifying the community programmes (these programmes aim at revitalizing their villages), let us not only consider this bordering Lima an emerging market, but also admit that it is on the threshold of a new economy sustained by endogenous and complementary products. However, the offer of goods and new local services will only become a reality when the favourable conditions to the re-creation of the agro-pasturing life are found, to attract and establish residents, what, undoubtedly, allows an improvement in the quality of the environment, which is the guarantee of other activities, tourism and leisure, which, in turn, contribute to guarantee the protection and valorization of these areas and landscapes, whose archaeological and cultural content is undeniable. To sum up, the analysed bordering Lima has conditions if there are will, intelligence and imagination from all intervenients, the residents as well as the lawful entities, to implement solutions which make, in the 21st century, an harmonious development between the agro-sylvo-pasturing and the environment possible, which will preserve the rural environment, the landscape and patrimony, so that a new life in mountainous and bordering lands, which are apparently wild, can emerge. These lands will, in a new future, be likely to be incorporated, even in a peninsular level, in the best opportunity markets.

x

NDICE GERAL Volume 1 Agradecimentos.... Resumo. Abstract. ndice de Figuras Texto................................................................................................. ndice de Quadros Texto................................................................................................ ndice de Fotos Texto..................................................................................................... ndice de Quadros Anexos............................................................................................. Captulo 0 INTRODUO . 0.1. A rea em estudo: delimitao e enquadramento local.............................................. 0.2. Fundamentos investigadores...................................................................................... 0.2.1. Objectivos e a variedade mltipla de informao........................................... 0.2.2. Fontes: diversidade e princpios de seleco temporal................................... 0.2.2.1. Documentos Manuscritos (Scs. XIII-XXI)........................................ 0.2.2.1.1. Livros Paroquiais de Registos de Actos Vitais do Lindoso...... 0.2.2.1.2. Livro do Tombo das Demarcaes dos lugares das Comarcas de Tralos Montes e Dantre Douro e Minho que estam ao longo da raia estremo de Castela e Gualiza....................................... 0.2.2.1.3. Catastro de Ensenada da Provincia de Orense........................ 0.2.2.1.4. Dicionrio Geogrfico do Pe. Lus Cardoso............................ 0.2.2.1.5. Livros de Inquiries de 1220 e 1258....................................... 0.2.2.2 Fontes estatsticas................................................................................... 0.2.2.3. Coberturas areas (1960/70 e 1994/95) e cartogrficas (1940 e 1995)...................................................................................................... 0.2.3. Metodologias: pressupostos e especificidades................................................ Parte I O TERRITRIO DO LIMA RAIANO........................................................ Captulo 1 Os espaos de raia....................................................................................... Introduo......................................................................................................................... 1.1. Percursos num tempo e no espao............................................................................. 1.2. Estratgias para a autonomia e esboo dos contornos territoriais.............................. 1.3. Organizao espacial versus estrutura defensiva....................................................... 1.4. Linha de fronteira em construo.............................................................................. Reflexes conclusivas....................................................................................................... Captulo 2 O povoamento serrano: estudo de casos..................................................... Introduo......................................................................................................................... iii vii ix xiv xxi xxii xxiii 31 31 40 42 44 45 45

47 48 49 50 50 52 53 61 63 63 65 85 90 122 135 141 141

xi

2.1. Povoamento e a matriz dos aglomerados................................................................... 2.2. Singularidades de um povoamento agrupado............................................................ 2.2.1. "Duplo" povoamento em Castro Laboreiro..................................................... 2.2.2. Povoamento complementar alicerado na casa secundria......................... 2.2.3. Outras formas de povoamento complementar............................................. Reflexes conclusivas....................................................................................................... Parte II PERFIL EVOLUTIVO DA POPULAO EM ESTUDO (scs. XVIII/XXI)...................................................................................................................... Captulo 3 O universo dos residentes........................................................................... Introduo......................................................................................................................... 3.1. Os lugares e as fontes geodemogrficas.................................................................... 3.2. Estrutura sociodemogrfica....................................................................................... 3.3. Comportamento demogrfico.................................................................................... Nota Prvia................................................................................................................ 3.3.1. Nupcialidade.................................................................................................... 3.3. 2. Fecundidade.................................................................................................... 3.3.2.1. Fecundidade no Casamento................................................................. 3.3.2.2. Fecundidade fora do Casamento......................................................... 3.3.3. Mortalidade..................................................................................................... 3.4. Alfabetizao............................................................................................................. Nota Prvia............................................................................................................... 3.4.1. Alfabetizao no sc. XVIII............................................................................ 3.4.2. Escolarizao (notas breves)........................................................................... Reflexes conclusivas....................................................................................................... Captulo 4 Mobilidades geogrficas............................................................................. Introduo........................................................................................................................ 4.1. Movimentos migratrios............................................................................................ Nota Prvia................................................................................................................ 4.1.1. Deslocaes inter-lugares: naturalidade-residncia........................................ 4.1.2. O xodo do sc. XX: repercusses socioespaciais.......................................... 4.1.2.1. Modificaes na composio social da populao.............................. 4.1.2.2. Interaces espaciais a nvel nacional e internacional........................ 4.1.2.3. Fluxos margem da legalidade........................................................... 4.2. Movimentos intrarraianos.......................................................................................... Nota Prvia................................................................................................................ 4.2.1. Comportamentos e trajectos submersos...................................................... 4.2.2. A caminho da Peneda: as peregrinaes das geraes seniores.....................

143 192 193 209 218 229

235 237 237 244 281 304 304 306 309 309 315 317 320 320 321 330 345 349 349 350 350 354 371 372 406 433 437 437 440 456

xii

Reflexes conclusivas....................................................................................................... Volume 2 Parte III VALORIZAO DE UMA ECONOMIA CULTURAL E ORDENAMENTO DE UM TERRITRIO................................................................. Captulo 5 Sistemas agro-silvo-pastoris (scs. XVIII-XXI)......................................... Introduo......................................................................................................................... 5.1. Explorao silvo-pastoril em comum........................................................................ 5.2. Estruturas de pastoreio............................................................................................... 5.2.1. Peculiaridades do pastoreio em comum e repercusses na paisagem............. 5.3. Explorao agrcola e morfologia agrria.................................................................. 5.3.1. Os solos cultivados e a toponmia................................................................... 5.3.2. Cultura cerealfera: repercusses na estrutura agrria..................................... 5.3.3. Regadios e sistema de rega.............................................................................. 5.3.3.1. Singularidades de um sistema de rega................................................. 5.3.3.2. Tcnicas de rega nos espaos de regadio............................................ 5.3.4. Construes de apoio explorao agrcola................................................... 5.4. Entreajuda e hbitos comunitrios na explorao agro-silvo-pastoril....................... Reflexes conclusivas....................................................................................................... Captulo 6 Paisagem agro-silvo-pastoril e dinmicas de evoluo (sc. XX)............. Introduo......................................................................................................................... 6.1. Espaos agro-silvestres: mutaes das ltimas dcadas............................................ 6.2. Perspectivas de um amanh para paisagens agro-silvo-pastoris em rea protegida.. Reflexes conclusivas....................................................................................................... Captulo 7 Amenidades e espaos de oportunidade no sc. XXI................................. Introduo......................................................................................................................... 7.1. Recursos e potencial de desenvolvimento................................................................. 7.1.1. O complexo hidroelctrico do Alto do Lindoso.............................................. 7.1.2. O Parque Transfronteirio Gers-Xurs.......................................................... 7.1.3. Projectos de desenvolvimento no mbito comunitrio.................................... 7.1.4. O turismo: uma actividade emergente............................................................. 7.2. Desafios de um Lima raiano uma proposta sntese de desenvolvimento................ NOTA FINAL................................................................................................................... BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................. ANEXOS - QUADROS (1 volume)................................................................................. NDICE GERAL...............................................................................................................

463

471 473 473 476 527 541 582 589 595 620 623 635 644 661 668 679 679 680 713 722 727 727 729 729 744 753 763 776 793 799 855 xi

xiii

ndice de Figuras Texto

1. Lima raiano: Posicionamento na rea envolvente segundo indicadores altimtricos............................................................................................................ 2. Lima raiano: Posicionamento na rea envolvente segundo o total da populao por freguesias (2001)...................................................................................................... 3. Lima raiano: Contedo espacial.................................................................................... 4. Lima raiano: A humanizao pr-medieval (do megalitismo ocupao romana: uma amostra)............................................................................................................ 5. Lima raiano: Estruturas de defesa e de povoamento medievais................................... 6. Castro Laboreiro (sc. XVI) Vista da banda sul.................................................... 7. Desenho Topographico do Lindoso, Anno de 1803..................................................... 8. Lima raiano: Distribuio do Domnio Senhorial dos Mosteiros de Celanova e de Ermelo (uma amostra).............................................................................................. 9. Lima raiano: Evoluo da linha de fronteira, do sc. XIV actualidade..................... 10. Lima raiano: A matriz de povoamento as aldeias.................................................... 11. Castro Laboreiro: Pontes e respectivos eixos de ligao ao exterior em perodo medieval................................................................................................................... 12. Castro Laboreiro, a Vila (sc. XVI) Vista da banda norte................................... 13. Lima raiano luso: Os lugares do Soajo e da Gavieira no sc. XVIII.......................... 14. Lima raiano: Eixos de mobilidade no sc. XVI os itinerrios de lvaro Vaz, Mem Afonso, Duarte dArmas e Claude de Bronseval........................................... 15. Lima raiano: ndice de envelhecimento dos Edifcios, por lugar, em 2001............... 16. Lima raiano: O peso dos edifcios construdos no perodo de 1951 a 1980 no total do edificado, por lugar, em 2001............................................................................. 17. Lima raiano: Alojamentos segundo o uso (habitual, ocasional e vagos), por lugar, em 2001.................................................................................................................... 18. Castro Laboreiro: O duplo povoamento nos meados do sc. XX........................... 19. Castro Laboreiro: as deslocaes sazonais veranda-inverneira................................. 20. Castro Laboreiro: As deslocaes inter-lugares, em 2000, (naturalidaderesidncia)................................................................................................................ 21. Lima raiano luso: Povoamento complementar com casa secundria nos meados do sc. XX................................................................................................................ 22. Lima raiano: Outras formas de povoamento complementar nos meados do sc. XX............................................................................................................................

33 35 37 67 93 97 105 115 131 145 151 153 159 167 179 181 187 195 197 207 213 219

xiv

23. Lima raiano: Formas de povoamento geradas pelas deslocaes sazonais, em meados do sc. XX.................................................................................................. 24. Lima raiano: Populao por subseces lusas e seces espanholas (2001)....................................................................................................................... 25. Lima raiano galego: Populao segundo o sexo e grandes grupos etrios (1787)...... 26. Lima raiano galego: Populao segundo o estado civil (1787).................................. 27. Lima raiano galego: Populao e principais actividades (1787)................................ 28. Lima raiano: Principais profisses da populao nos meados do sc. XVIII, segundo o gnero..................................................................................................... 29. Lima raiano galego: efectivo da populao mencionada no Catastro de Enseada segundo grandes grupos de idade (1753)................................................................. 30. Lima raiano: Populao, por lugar, em 1910/11......................................................... 31. Lima raiano: Populao, por lugar, em 1940.............................................................. 32. Lima raiano: Populao, por lugar, em 1960.............................................................. 33. Lima raiano: Populao, por lugar, em 1991.............................................................. 34. Lima raiano: Populao, por lugar, em 2001.............................................................. 35. Lima raiano luso: Populao, por lugar, em 2000...................................................... 36. Lima raiano: Variao da populao, por lugar, entre 1910/11 e 1940...................... 37. Lima raiano: Variao da populao, por lugar, entre 1960 e 1991........................... 38. Lima raiano: Variao da populao, por lugar, entre 1991 e 2001........................... 39. Lima raiano: Populao residente segundo o sexo, por lugar, em 2001..................... 40. Lima raiano luso: Populao residente segundo o sexo, por lugar, em 2000............. 41. Lima raiano: Populao residente segundo a situao profissional (empregados e reformados), por lugar, em 2001.............................................................................. 42. Lima raiano luso: Sectores de actividades dos residentes empregados, em 2000...... 43. Lima raiano luso: Os produtores agrcolas singulares nas dcadas de 1989 e 1999.......................................................................................................................... 44. Lima raiano luso: Os produtores agrcolas singulares a tempo completo, em 1899 e 1999.......................................................................................................................... 45. Lima raiano luso: Proporo da populao familiar agrcola no total de residentes, 1989 e 1999..............................................................................................................46. Lima raiano luso: Profisses/Actividades no agrcolas dos residentes, em 2000......

231 239 247 248 248 250 252 259 261 263 265 267 269 273 275 277 283 285 287 289 282 290 291 293 294

47. Lima raiano luso: Profisses no associadas a organismos estatais e de solidariedade ou iniciativa individual, em 2000...................................................

xv

48. Lima raiano luso: Residentes com reformas portuguesas resultantes de actividades no agrcolas, em 2000............................................................................................ 49. Lima raiano: Populao residente, por grandes grupos de idade e lugar, em 2001.......................................................................................................................... 50. Lima raiano luso: Populao residente, por grandes grupos de idade e lugar, em 2000.......................................................................................................................... 51. Lima raiano luso: A idade dos produtores singulares em 1999.................................. 52. Lima raiano luso: O grau de instruo dos produtores singulares em 1999............... 53. Lindoso: Esperana mdia de vida dos indivduos casados de ambos os sexos Geraes nascidas nos perodos de 1690 a 1849 e 1850 a 1899..............................54. Lindoso: Importncia dos assinantes com data de nascimento identificada (1700-

296 299 301 298 303 319 323 325 326 327 329 334 335 337 341 343 344 352 356 357 360 361

1789)........................................................................................................................ 55. Lindoso: Evoluo do nvel mdio de assinaturas (1700-1789)................................. 56. Lindoso: Evoluo do nvel mdio da assinatura para os assinantes com idades entre os 10 e 20 anos (1700-1789)........................................................................... 57. Lindoso: Idade mdia da primeira assinatura (1700-1789)........................................ 58. Lindoso: Proporo dos assinantes nos nascimentos (1700 a 1789).......................... 59. O Lima raiano luso: O grau de instruo nas diferentes freguesias (1878-1920)....... 60. Lima raiano: Grau de instruo nos diferentes concelhos (1887-1920)..................... 61. Lima raiano: Populao residente segundo o grau de escolaridade, por lugar, em 2001.......................................................................................................................... 62. Lima raiano luso: Populao residente segundo o grau de escolaridade, por lugar, em 2000.................................................................................................................... 63. Lima raiano luso: Os residentes com escolaridade superior ao Ensino Bsico, ou obtida no estrangeiro, por freguesia, em 2000......................................................... 64. Lima raiano luso: Residentes em idade escolar, em 2000.......................................... 65. Lindoso: bitos registados nos Livros Paroquiais, no perodo de 1663 a 2001, ocorridos no exterior................................................................................................ 66. Lima raiano luso (margem direita): deslocaes de naturalidade-residncia em 2000.......................................................................................................................... 67. Lima raiano luso (margem esquerda): deslocaes de naturalidade-residncia em 2000.......................................................................................................................... 68. Lindoso: Naturalidade dos cnjuges residentes nas trs aldeias (1680-1950)............ 69. Lindoso: Origem dos cnjuges residentes no naturais (1680-1950)......................... 70. Lindoso: Concelhos de origem dos cnjuges residentes no naturais (1680-

xvi

1950)........................................................................................................................ 71. Lindoso: Aldeias de origem (rea em estudo) dos cnjuges residentes no naturais (1680-1950).............................................................................................................. 72. Lindoso: Freguesias de origem (dos concelhos das aldeias em estudo) dos cnjuges residentes no naturais (1680-1950)......................................................... 73. Lindoso: Os residentes no naturais e respectivos perodos de entrada em 2000...... 74. Soajo: Os residentes no naturais e respectivos perodos de entrada em 2000.......... 75. Castro Laboreiro: Os residentes no naturais e respectivos perodos de entrada em 2000.......................................................................................................................... 76. Britelo: Os residentes no naturais e respectivos perodos de entrada, em 2000....... 77. Lima raiano luso: os naturais deslocalizados e os espaos de residncia, em 2000.......................................................................................................................... 78. Lima raiano luso: Perodos da primeira sada da populao, por lugar, nas ltimas dcadas..................................................................................................................... 79. Lima raiano luso: Perodos das sadas e entradas da populao residente, por lugar, em 2000.................................................................................................................. 80. Lima raiano luso: Perodos das deslocaes dos residentes segundo a freguesia, grupos de idade e gnero, no sc. XX...................................................................... 81. Lima raiano luso: Perodos da primeira sada dos naturais no residentes segundo o sexo e os grandes grupos de idade, em 2000........................................................ 82. Lima raiano luso: Populao residente e peso da mobilidade, por lugar, em 2000.......................................................................................................................... 83. Lima raiano luso: O peso das mulheres sem mobilidade na populao residente, por lugar, em 2000................................................................................................... 84. Lima raiano luso: Populao residente com mobilidade e data de regresso posterior a 1991, por lugar, em 2000...................................................................................... 85. Lima raiano luso: Populao residente com mobilidade e idade inferior a 60 anos, por lugar, em 2000................................................................................................... 86. Lima raiano luso (margem direita): Profisses dos naturais activos residentes no exterior em 2000...................................................................................................... 87. Lima raiano luso (margem esquerda): Profisses dos naturais activos residentes no exterior em 2000...................................................................................................... 88. Lima raiano luso (margem esquerda): Actividades e respectivos espaos de trabalho dos naturais no residentes, em 2000......................................................... 89. Lima raiano luso (margem direita): Actividades e respectivos espaos de trabalho dos naturais no residentes, em 2000....................................................................... 90. Lima raiano luso: Grau de instruo dos naturais no residentes, em 2000...............

362 363 364 367 368 369 370 373 375 377 379 383 387 389 391 393 397 398 399 400 402

xvii

91. Lima raiano luso (margem direita): Grau de instruo dos naturais no residentes, em 2000.................................................................................................................... 92. Lima raiano luso (margem esquerda): Grau de instruo dos naturais no residentes, em 2000.................................................................................................. 93. Lima raiano luso: Locais de trabalho dos residentes nos diferentes lugares segundo a frequncia e o sexo, em 2000................................................................................ 94. Lima raiano luso: Espaos de residncia dos naturais ausentes segundo a frequncia e o sexo, por lugar de naturalidade, em 2000......................................... 95. Lima raiano luso: Perodos de estadia dos residentes segundo os diferentes locais de trabalho e sexo, por lugar, em 2000.................................................................... 96. Lima raiano luso: Perodos de estadia dos ausentes nos espaos de residncia e trabalho, por lugar de naturalidade, em 2000.......................................................... 97. Lima raiano luso: Destinos dos residentes e respectiva sequncia de opes em 2000.......................................................................................................................... 98. Lima raiano luso: Sequncia de espaos de residncia dos naturais no residentes em 2000.................................................................................................................... 99. Lima raiano luso (margem direita): Sequncia de espaos de residncia dos naturais no residentes em 2000.............................................................................. 100. Lima raiano luso (margem esquerda): Sequncia de espaos de residncia dos naturais no residentes em 2000.............................................................................. 101. Lima raiano: Corredores de fluxos submersos, meados do sc. XX..................... 102. Lima raiano: Caminhos da Senhora da Peneda, meados do sc. XX....................... 103. Lima raiano luso: Residentes, mobilidade e regressos de 1991 a 2000, por lugar, em 2000.................................................................................................................... 104. Efectivo pecurio em Castro Laboreiro e no Soajo (1851)....................................... 105. Castro Laboreiro: Evoluo do efectivo pecurio (1851 a 1855)............................. 106. Lima raiano: Animais de pastoreio predominantes, por lugar, meados do sc. XX............................................................................................................................ 107. Lima raiano: Animais de pastoreio, por lugar, em 2003........................................... 108. Evoluo quantitativa dos animais de pastoreio nas freguesias lusas (19341999)........................................................................................................................ 109. Evoluo quantitativa das espcies de gado grado nas freguesias lusas (19341999)........................................................................................................................ 110. Animais de pastoreio por explorao nas freguesias lusas (1979-2003).................. 111. Animais de pastoreio por explorao nas freguesias lusas, em 2003....................... 112. Evoluo dos bovinos em vinte e sete das aldeias lusas em estudo e respectivas

403 404 417 419 421 423 426 427 428 429 443 459 467 494 495 499 501 507 508 510 511

xviii

freguesias (1996-2002)............................................................................................ 113. Efectivo de caprinos e ovinos em vinte e sete das aldeias lusas em estudo e respectivas freguesias (2002 e 2003)....................................................................... 114. Animais de pastoreio nas freguesias lusas e respectivas aldeias, em 2003.............. 115. Animais de pastoreio em Castro Laboreiro e respectivas aldeias (2003)................. 116. Proprietrios de terras residentes e criadores de animais de pastoreio nos diferentes lugares das freguesias lusas, em 2000..................................................... 117. Lima raiano luso: Idade dos criadores de bovinos nas diferentes aldeias, em 2000.......................................................................................................................... 118. Lima raiano: As vigias por lugar, nos meados do sc. XX....................................... 119. Lima raiano: As vezeiras por lugar, nos meados do sc. XX................................... 120. Lima raiano: Poulos e currais segundo os lugares, meados do sc. XX.................. 121. Lima raiano luso: Percursos de bovinos em pastoreio nas serras do Soajo e da Peneda, meados do sc. XX (uma amostra: vila e Vilarinho das Quartas).......... 122. Lima raiano luso: Percursos de bovinos em pastoreio nas serras do Soajo e da Peneda, meados do sc. XX (uma amostra: Adro)................................................. 123. Lima raiano luso: Percursos de bovinos em pastoreio nas serras do Soajo e da Peneda, meados do sc. XX (uma amostra: Tibo)................................................... 124. Lima raiano luso: Percursos de bovinos em pastoreio na serra Amarela, meados do sc. XX (uma amostra: Ermida, Mosteir/Paradamonte e Cidadelhe)............... 125. Freguesias lusas: Exploraes agrcolas e os blocos com S.A.U. (1989, 1999)....... 126. Lima raiano luso: As veigas, por lugar, em 2003..................................................... 127. Lima raiano luso: Culturas em meados do sc. XVIII.............................................. 128. Produo e consumo cerealferos nos trs concelhos lusos (1835-36)..................... 129. Principais culturas nos concelhos de Castro Laboreiro e Soajo (1848-1851)........... 130. Produo vincola no concelho do Soajo (1835-1851)............................................. 131. Lima raiano luso: Culturas em meados do sc. XX.................................................. 132. Lima raiano luso: Culturas em 2003......................................................................... 133. Rede de alimentao do sistema de rega (esboo).................................................... 134. Esquemas de regadio nas leiras de milho maz........................................................ 135. Lima raiano luso: Eiras e regime de propriedade, por lugar, 2003........................... 136. Ermida e Bilhares: evoluo da ocupao do solo desde meados do sc. XX at 2003.......................................................................................................................... 137. Parada: evoluo da ocupao do solo desde meados do sc. XX at 2003.............

513 514 515 517 522 524 531 533 543 553 557 563 567 587 591 599 605 606 607 609 621 625 641 645 689 693

xix

138. A vila do Soajo: evoluo da ocupao do solo desde meados do sc. XX at 2003.......................................................................................................................... 139. Vrzea: evoluo da ocupao do solo desde meados do sc. XX at 2003............ 140. Castelo: evoluo da ocupao do solo desde meados do sc. XX at 2003............ 141. Castro Laboreiro: Ocupao do solo em 2003.......................................................... 142. Gavieira: Ocupao do solo em 2003....................................................................... 143. As freguesias lusas: Variao da terra arvel limpa (1989, 1999)............................ 144. As freguesias lusas: As exploraes agrcolas e a ocupao da terra arvel limpa (1989, 1999)............................................................................................................. 145. As freguesias lusas: formas de explorao agrcola (1989, 1999)............................ 146. As freguesias lusas: Os produtores agrcolas singulares (1989, 1999)..................... 147. As freguesias lusas: Grau de instruo dos produtores singulares (1989, 1999)...... 148. Paradamonte: O impacto da Electro del Lima na organizao espacial (primeira metade do sculo X)................................................................................................. 149. O Lima submerso principais manchas de ocupao do solo (anterior a 1992)...... 150. Buscalque: Estrutura Fundiria (1983)..................................................................... 151. Lima raiano: um espao turstico (uma amostra: rea lusa)..................................... 152. Lima raiano: um territrio com futuro (uma amostra: rea lusa)..............................

695 697 699 703 709 715 716 717 718 719 731 737 739 767 781

xx

ndice de Quadros Texto

1. Lima raiano: rea do contedo espacial e respectiva populao (1857/1864 a 2001)........................................................................................................................ 2. Castelo (Lindoso): Parque residencial em 2000 e 2001................................................ 3. Validao dos resultados obtidos junto das populaes lusas (17 de Junho a 13 de Novembro de 2000)................................................................................................. 4. Lima raiano: Cmputo dos vizinhos e moradores (sc. XVI)...................................... 5. Lima raiano: Populao provvel (sc. XVIII)............................................................. 6. Lima raiano: Populao no perodo pr-censitrio moderno (sc. XIX)...................... 7. Lima raiano: Ritmo mdio de variao do efectivo populacional, (1900-2001).......... 8. Lima raiano: Estrutura sociodemogrfica da populao residente em 2001................ 9. Lindoso: ndice de masculinidade ao nascimento (1670-2001)................................... 10. Lindoso: Idade mdia ao primeiro casamento (1680-1959)....................................... 11. Lindoso: Celibato definitivo (1720-2001).................................................................. 12. Lindoso: Taxas de Fecundidade no Casamento por grupos de idade......................... 13. Lindoso: Idade Mdia da Me ao Nascimento do ltimo Filho................................. 14. Lindoso: As famlias segundo o nmero de filhos (1680-2001)................................. 15. Lindoso: Concepes pr-nupciais (1680-2001)........................................................ 16. Lindoso: Durao dos casamentos (1680-1959)......................................................... 17. Lindoso: Nascimentos fora do Casamento (1670-2001)............................................ 18. Lindoso: Estado civil das mes dos filhos nascidos fora do Casamento.................... 19. Lindoso: Idade mdia da me solteira ao nascimento do primeiro............................. 20. Lindoso: Mortalidade infantil (1861-2001)................................................................ 21. Lindoso: Esperana mdia de vida dos indivduos casados de ambos os sexos......... 22. Lindoso: Populao alfabetizada. Recenseamentos Gerais da Populao Portuguesa (1878-1920). Livros de Registo de Baptismos e Casamentos (18771911; 1912-1916)..................................................................................................... 23. O Lindoso: Fluxos de entrada e sada na freguesia em funo do casamento (16801950)....................................................................................................................... 24. A margem direita do Lima luso: Baldios e plano de reconverso na dcada de quarenta.................................................................................................................... 25. Ermida: Vezeira e vigias em 2002 e 2003..................................................................

32 184 243 245 246 253 255 257 306 308 308 310 311 312 313 314 315 316 316 317 318

332 358 488 535

xxi

26. Rotao de culturas na rea galega, meados do sc. XVIII........................................ 27. Um calendrio agrcola nos espaos de centeio, meados do sc. XX........................ 28. Um calendrio agrcola nos espaos do milho maz, meados do sc. XX.................. 29. O calendrio de rega na Ermida.................................................................................. 30. A vila do Soajo: calendrio das guas do eido no perodo estival..........................

601 612 613 628 631

xxii

ndice de Fotos Texto

1 e 2. As vigias da Ermida (a caminho das pastagens em comum).................................. 3, 4, 5, e 6. Implementao de um esquema de regadio perecvel e multissecular: o aleirar/entalheirar da parcela de milho maz.......................................................... 7, 8, 9, 10 e 11. Expresses de tcnicas de rega no solo cultivado: Leiras entalheiradas/aleiradas em Maio/2004..................................................................... 12, 13, 14 e 15. As leiras aps a sementeira do milho, Maio/2004.................................. 16 e 17. Preservao do solo irrigado Parcelas de batata, Maio de 2004...................... 18 e 19. O regadio das forragens em Castro Laboreiro, Junho de 2003........................... 20, 21 e 22. Os canastros com forma circular, Maio de 2004.......................................... 23 e 24. Eiras de herdeiros, Maio de 2004....................................................................... 25 e 26. A paisagem do centeio em final de ciclo vegetativo........................................... 27, 28, 29 e 30. O caminho principal das Busgaslinhas transformado em eira (2004)....................................................................................................................... 31. O impacte das medas na paisagem do centeio, incios dos anos oitenta do sc. XX............................................................................................................................ 32 e 33. Hipotticos espaos vitcolas na seco jusante da bacia do Cabril (sc. XIX)......................................................................................................................... 34 e 35. Lindoso: Esplio de duas imemoriais adegas em Cidadelhe (Maio de 2004)........................................................................................................................ 36 e 37. As adegas do Castelo do Lindoso (sc. XX)....................................................... 38. Formarigo e a rea envolvente (incios dcada de oitenta, sc. XX).......................... 39 Represa do Lindoso: vista geral da situao do local da barragem obtida de jusante, panormica em trs partes, Abril de 1982............................................................... 40, 41 e 42. Espaos submersos na rea em estudo pela albufeira de Touvedo...............

537 636 637 639 642 643 649 651 655 656 657 681 682 684 707 730 742

xxiii

ndice de Quadros Anexos

I. BRITELO: A populao residente segundo a naturalidade, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ...................................... II. CASTRO LABOOREIRO: A populao residente segundo a naturalidade, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ............................... III. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: A populao residente segundo a naturalidade, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 .................... IV. ERMELO: A populao residente segundo a naturalidade, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ................. V. ERMIDA e GERMIL: A populao residente segundo a naturalidade, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ........... VI. GAVIEIRA: A populao residente segundo a naturalidade, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ................. VII. LINDOSO: A populao residente segundo a naturalidade, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ................. VIII. SOAJO: A populao residente segundo a naturalidade, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ......... IX. VILA CH (S. Joo): A populao residente segundo a naturalidade, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ... X. CIBES: A populao residente segundo a naturalidade, o estado civil e o grau de instruo, em 2000................................................................................................... XI. BRITELO: Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000............................ XII. ERMELO: Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000............. XIII. CASTRO LABOREIRO: Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000 .................. XIV. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000 .................. XV. ERMIDA: Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000 ........................... XVI. GERMIL: Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000............................................................................. XVII. VILA CH (S. Joo): Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000................... XVIII. CIBES: Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000.....................................................................................................

857 859 873 876 877 878 881 883 887 888 891 891 892 894 895 895 895 895

xxiv

XIX. GAVIEIRA: Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000 ............ XX. LINDOSO: Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000 ............ XXI. SOAJO: Os residentes em idade escolar e a localizao das respectivas Escolas, em 2000 ........................... XXII. BRITELO: Profisses e actividades desempenhadas pelos residentes, em 2000 .......................... XXIII. CASTRO LABOREIRO: Profisses e actividades desempenhadas pelos residentes, em 2000.............................. XXIV. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Profisses e actividades desempenhadas pelos residentes, em 2000 ............................. XXV. GAVIEIRA: Profisses e actividades desempenhadas pelos residentes, em 2000 .......................... XXVI. LINDOSO: Profisses e actividades desempenhadas pelos residentes, em 2000 .......................... XXVII. SOAJO: Profisses e actividades desempenhadas pelos residentes, em 2000 .......................... XVIII. ERMELO: Profisses e actividades desempenhadas pelos residentes, em 2000 .......................... XXIX. ERMIDA e GERMIL: Profisses e actividades desempenhadas pelos residentes, em 2000 ..... XXX. Os trs lugares, Paradela, Portuzelo (Vila Ch, S. Joo) e Vergao (Cibes): Profisses e actividades desempenhadas pelos residentes, em 2000........... XXXI. Lima raiano luso: Residentes com uma penso de reforma portuguesa e resultante de uma actividade profissional no agrcola, em 2000 .............. XXXII. BRITELO: A populao residente e a mobilidade, em 2000.................. XXXIII. ERMELO: A populao residente e a mobilidade, em 2000............................ XXXIV. CASTRO LABOREIRO: A populao residente e a mobilidade, em 2000 .... XXXV. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: A populao residente e a mobilidade, em 2000.......................................................................................................................... XXXVI. GAVIEIRA: A populao residente e a mobilidade, em 2000.......................... XXXVII. LINDOSO: A populao residente e a mobilidade, em 2000.......................... XXXVIII. SOAJO: A populao residente e a mobilidade, em 2000.............................. XXXIX. ERMIDA, GERMIL e os trs lugares: A populao residente e a mobilidade, em 2000 ...........................

896 897 898 902 903 905 906 907 908 909 910 910 914 919 919 920 924 925 926 927 928

xxv

XL. BRITELO: Naturalidade dos residentes no naturais e perodo de fixao de residncia, em 2000 ............ XLI. CASTRO LABOREIRO: Naturalidade dos residentes no naturais e perodo de fixao de residncia, em 2000 ........... XLII. ERMELO: Naturalidade dos residentes no naturais e perodo de fixao de residncia, em 2000 ............ XLIII. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Naturalidade dos residentes no naturais e perodo de fixao de residncia, em 2000 ......... XLIV. ERMIDA: Naturalidade dos residentes no naturais e perodo de fixao de residncia, em 2000 ............ XLV. GERMIL: Naturalidade dos residentes no naturais e perodo de fixao de residncia, em 2000 ............ XLVI. GAVIEIRA: Naturalidade dos residentes no naturais e perodo de fixao de residncia, em 2000 ............ XLVII. LINDOSO: Naturalidade dos residentes no naturais e perodo de fixao de residncia, em 2000......... XLVIII. SOAJO: Naturalidade dos residentes no naturais e perodo de fixao de residncia, em 2000 ............ XLIX. VILA CH (S.JOO): Naturalidade dos residentes no naturais e perodo de fixao de residncia, em 2000 ........... L. CIBES: Naturalidade dos residentes no naturais e perodo da fixao de residncia, em 2000 LI. BRITELO: Sadas da populao residente, em 2000 .................... LII. CASTRO LABOREIRO: Sadas da populao residente, em 2000......

931 933 937 938 940 940 941 942 944 947 947 951 955 965 969 971 972 977 978 981 991 992

LIII. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Sadas da populao residente, em 2000.................. LIV. ERMELO: Sadas da populao residente, em 2000 .................. LV. ERMIDA: Sadas da populao residente, em 2000..................... LVI. GAVIEIRA: Sadas da populao residente, em 2000............................................ LVII. GERMIL: Sadas da populao residente, em 2000 ..................... LVIII. LINDOSO: Sadas da populao residente, em 2000................... LIX. SOAJO: Sadas da populao residente, em 2000 .................. LX. VILA CH (S. JOO): Sadas da populao residente, em 2000 ................... LXI. CIBES: Sadas da populao residente, em 2000 .................... LXII. BRITELO: Sequncia das sadas dos residentes e respectivos locais de estadia,

xxvi

em 2000 ............... LXIII. CASTRO LABOREIRO: Sequncia das sadas dos residentes e respectivos locais de estadia, em 2000....................................................................................... LXIV. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Sequncia das sadas dos residentes e respectivos locais de estadia, em 2000 ..........

995 996 999

LXV. ERMIDA: Sequncia das sadas dos residentes e respectivos locais de estadia, em 2000 ........... 1000 LXVI. ERMELO: Sequncia das sadas dos residentes e respectivos locais de estadia, em 2000 ........... 1001 LXVII. GAVIEIRA: Sequncia das sadas dos residentes e respectivos locais de estadia, em 2000 .......... 1002 LXVIII. LINDOSO: Sequncia das sadas dos residentes e respectivos locais de estadia, em 2000 .......... 1004 LXIX. SOAJO: Sequncia das sadas dos residentes e respectivos locais de estadia, em 2000 ....... 1005 LXX. GERMIL: Sequncia das sadas dos residentes e respectivos locais de estadia, em 2000.................................................... 1008 LXXI. VILA CH (S. Joo) e CIBES: Sequncia das sadas dos residentes e respectivos locais de estadia, em 2000 ........... 1010 LXXII. BRITELO: Entradas da populao residente, em 2000...................... LXXIII. CASTRO LABOREIRO: Entradas da populao residente, em 2000.............. LXXIV. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Entradas da populao residente, em 2000......... LXXV. ERMELO: Entradas da populao residente, em 2000 .......................... LXXVI. ERMIDA: Entradas da populao residente, em 2000 ......................... LXXVII. GAVIEIRA: Entradas da populao residente, em 2000................................. LXXVIII. LINDOSO: Entradas da populao residente, em 2000................................. 1011 1014 1021 1024 1025 1026 1028

LXXIX. SOAJO: Entradas da populao residente, em 2000.......................................... 1031 LXXX. GERMIL: Entradas da populao residente, em 2000........................................ 1036

LXXXI. CIBES: Entradas da populao residente, em 2000 ....................... 1036 LXXXII.VILA CH (S. Joo): Entradas da populao residente, em 2000 .......... 1037

LXXXIII. BRITELO: Os naturais ausentes segundo a residncia, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ......... 1041 LXXXIV. CASTRO LABOREIRO: Os naturais ausentes segundo a residncia, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ................ 1043 LXXXV. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Os naturais ausentes segundo a residncia, o

xxvii

estado civil e o grau de instruo, em 2000 ................

1051

LXXXVI. ERMELO: Os naturais ausentes segundo a residncia, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ......... 1053 LXXXVII. ERMIDA: Os naturais ausentes segundo a residncia, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ......... 1054 LXXXVIII. GERMIL: Os naturais ausentes segundo a residncia, o estado civil e o grau de instruo, em 2000...... 1054 LXXXIX. GAVIEIRA: Os naturais ausentes segundo a residncia, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ......... 1055 XC. LINDOSO: Os naturais ausentes segundo a residncia, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 .......... 1057 XCI. SOAJO: Os naturais ausentes segundo a residncia, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 ...... 1059 XCII. Os trs lugares (Paradela, Portuzelo e Vergao): Os naturais ausentes segundo a residncia, o estado civil e o grau de instruo, em 2000 .......... 1062 XCIII. BRITELO: Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero e a idade, em 2000 ........ 1065 XCIV. CASTRO LABOREIRO: Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero 1067 e a idade, em 2000................................................................................................. XCV. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero e a idade, em 2000........................................................................................ 1074 XCVI. ERMELO: Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero e a idade, em 2000 ......... 1076 XCVII. ERMIDA: Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero e a idade, em 2000 ......... 1077 XCVIII. GERMIL: Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero e a idade, em 2000 ......... 1077 XCIX. GAVIEIRA: Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero e a idade, em 2000 ............. 1078 C. LINDOSO: Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero e a idade, em 2000 ...................... 1080 CI. SOAJO: Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero e a idade, em 2000 .......... 1082 CII. VILA CH (S. Joo): Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero e a idade, em 2000 ............ 1085 CIII. CIBES: Os naturais ausentes segundo a residncia, o gnero e a idade, em 2000 ......... 1085 CIV. BRITELO: Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no xxviii

residentes, em 2000.................................................................................................. 1090 CV. CASTRO LABOREIRO: Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no residentes, em 2000 .................. 1092 CVI. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no residentes, em 2000 ............................ 1097 CVII. ERMIDA: Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no residentes, em 2000 . 1099 CVIII. GERMIL: Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no residentes, em 2000 ............. 1099 CIX. GAVIEIRA: Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no residentes, em 2000 ............. 1100 CX. ERMELO: Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no residentes, em 2000.................................................................................................................... 1101 CXI. LINDOSO: Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no residentes, em 2000.................................................................................................. 1102 CXII. SOAJO: Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no residentes, em 2000.................................................................................................................... 1104 CXIII. VILA CH (S. Joo): Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no residentes, em 2000 .................. 1107 CXIV. CIBES: Profisses e actividades desempenhadas pelos naturais no residentes, em 2000.................................................................................................. 1107 CXV. BRITELO: Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000......................................................... 1111 CXVI. CASTRO LABOREIRO: Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000.................. 1116 CXVII. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000 ............. 1138 CXVIII. ERMELO: Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000....................................................... 1144 CXIX. ERMIDA: Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000 ............ 1147 CXX. GERMIL: Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000 ............ 1148 CXXI. GAVIEIRA: Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000 .................. 1150 CXXII. LINDOSO: Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000....................................................... 1156 CXXIII. SOAJO: Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a xxix

dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000.........................................................

1162

CXXIV. VILA CH (S. Joo): Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000................................... 1175 CXXV. CIBES: Os naturais ausentes segundo o perodo de residncia no exterior, a dcada de sada, a idade e o gnero, em 2000......................................................... 1177 CXXVI. BRITELO: Sequncia das sadas e respectivos locais de estadia dos naturais no residentes, em 2000 .................. 1181 CXXVII. CASTRO LABOREIRO: Sequncia das sadas e respectivos locais de estadia dos naturais no residentes, em 2000 .......... 1184 CXXVIII. ENTRE AMBOS-OS-RIOS: Sequncia das sadas e respectivos locais de estadia dos naturais no residentes, em 2000 .......... 1195 CXXIX. ERMELO: Sequncia das sadas e respectivos locais de estadia dos naturais no residentes, em 2000........................................................................................... 1198 CXXX. ERMIDA e GERMIL: Sequncia das sadas e respectivos locais de estadia dos naturais no residentes, em 2000....................................................................... 1200 CXXXI. GAVIEIRA: Sequncia das sadas e respectivos locais de estadia dos naturais no residentes, em 2000............................................................................. 1201 CXXXII. LINDOSO: Sequncia das sadas e respectivos locais de estadia dos naturais no residentes, em 2000............................................................................. 1204 CXXXIII. SOAJO: Sequncia das sadas e respectivos locais de estadia dos naturais no residentes, em 2000 ...... 1207 CXXXIV. VILA CH (S. Joo): Sequncia das sadas e respectivos locais de estadia dos naturais no residentes, em 2000 .......... 1213 CXXXV. CIBES: Sequncia das sadas e respectivos locais de estadia dos naturais no residentes, em 2000........................................................................................... 1214

xxx

Captulo 0 INTRODUO

0.1. A rea em estudo: delimitao e enquadramento regional Pretendemos estudar, com a prossecuo de este trabalho, espaos e paisagens hierarquizados pelo rio Lima, mas, politicamente separados pela fronteira, que registaram nas ltimas dcadas, a exemplo de todo o Mundo Rural, mutaes econmicas e sociais que os tornaram mais vulnerveis aos impactos da mundializao da economia. Constitui a rea da nossa investigao os espaos e territrios da bacia do rio Lima delineados pelas portelas a altitudes superiores a 1000 metros e directamente influenciados pela presena do limiar poltico, que a fronteira. (Fig. 1). As paisagens vigorosas e imponentes, que queremos estudar e alvo da justa admirao de quem as visita, correspondem a um soco grantico compartimentado por redes de falhas tectnicas com idades diferenciadas de que resultaram unidades topogrficas bem individualizadas, como as serras do Gers, ou, da Peneda1, drenadas pelas linhas de gua, cuja bacia de recepo a do rio Lima. Independentemente de todo o acidentado de relevo, que impe o movimento vigoroso e peculiar no Lima de raia, qualquer caminheiro, que aleatoriamente suba as vertentes e atinja as cabeceiras das linhas de gua, v-se confrontado com a evidncia de imponentes superfcies aplanadas, as chs2 ou chairas3, a altitudes variadas, como as dos cimos dos interflvios, ou, as que se dispem pelas vertentes de acordo com o respectivo declive. Espaos limianos de raia integram, a nvel peninsular, os territrios rarefeitos em populao, que contrastam com um litoral matizado por centros urbanos geradores de actividades que atraem e fixam uma mo-de-obra vida de trabalho (Fig. 2). Residentes limianos de raia, que fizeram num perodo multissecular da agro-silvopastorcia a actividade dominante, deambularam com os animais de pastoreio, mido e grado, pelas chs e chairas, urdindo um sistema de movimentos e fluxos, que aproximou lugares e stios, de ambas as nacionalidades, a altitudes entre os 50 e mais de 1200 metros. Matriz identitria que, tambm, se entende pela complexidade intrnseca s novas relaes de produo, em que a distribuio espacial do emprego pode ser interpretada como o resultado da forma como a produo se organizou em determinadas reas geogrficas e nos fenmenos relacionados com os movimentos de internacionalizao e globalizao das1 - Recordamos que numa perspectiva de evoluo geomorfolgica se insere num quadro mais vasto, o dos socos granticos do velho Noroeste Ibrico, marcados pelo sistema tectnico hercnico e rejuvenescidos pela epirogenia pr-quaternria. 2 - Designao que os residentes lusos do s superfcies de eroso, independentemente, da altitude a que se desenvolvam. 3 - Designao que os residentes galegos do s superfcies de eroso, independentemente, da altitude a que se desenvolvam.

31

economias. O Lima que nos propomos estudar constituiu, tambm, uma bolsa importante de mode-obra vida e carente, que, para integrar e usufruir dos actuais sistemas de produo, se viu na necessidade, a partir dos meados do sc. XX, em se deslocalizar para lugares, por vezes, bem longnquos, com consequncias notrias para os seus espaos e paisagens, que se evidenciaram nas ltimas dcadas pelo forte decrscimo do efectivo populacional4 (Quadro 1). Quadro 1 - Lima raiano: rea do contedo espacial e respectiva populao (1857/1864 a 2001)Contedo rea espacial Galego Luso 296,03 317,6 9035 .... 9 825 ..... 9 947 10 212 Populao (milhares) 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 .... 10 096 10 833 11 836 10 495 10 183 9 848 9 135 5 839 5 062

(Km2) 1857 1864 1888 1890 1900 1910 1911 1920 .... 6 739 .... 7 543 8 201

... 8 647 8 601 8 480 9 123 10 152 10 347 8 314 6 437 5 305 3 756

TOTAL 613,63 15 774 17 368 18 148 18 859 18 697 19 313 20 959 20 647 20 530 18 162 15 572 11 144 8 818 Fontes: Nomenclatr de las Ciudades, Villas, Lugares, Aldeas Y Demas Entidades de Poblacion, 1857, 1888, 1900, 1910, 1920, 1930, 1940, 1950, 1960, 1970, 1981, 1991, Provncia de Ourense, I.N.E., Madrid; Censo de Poblacin y Viviendas 2001, www.ine.es. Censos da Populao de Portugal, 1864, 1890, 1900, 1911, 1920 e 1930, Direco Geral de Estatstica, Imprensa Nacional, Lisboa; Recenseamentos Gerais da Populao, 1940, 1950, 1960, 1970, 1981, 1991, 2001, Instituto Nacional de Estatstica, Lisboa.

Se o Lima raiano, que individualizmos, abrange paisagens e espaos organizados por populaes cujo ritmo de variao foi, nas ltimas dcadas, acentuadamente negativo, a matriz sociocultural comum confere-lhe uma unidade que no se compadece, nem com o movimento do relevo, nem com o limiar poltico. Baseados em pressupostos fsicos e humanos, que, sempre interagiram, delinemos para a nossa investigao uma seco da bacia do Lima, que considermos territrio serrano e de raia (Fig. 3), e identificada: - por verdadeiros patamares escalonados, que correspondem a planos de eroso5 dispostos por nveis de altitude6; - pela morfognese cclica, que explica o puzzle de espaos que acomodam populaes4 - A apresentao sumria dos valores de populao absoluta (Quadro 1) registados no perodo censitrio limita-se, apenas, a "confirmar" a frase textual, sem qualquer pretenso na laborao de uma leitura estatstica, que ser apresentada nos captulos posteriores, nomeadamente no Captulo 3, O universo dos residentes. 5 - possvel identificar cinco nveis de eroso, os Nveis I, II, III, IV e V, respectivamente, s cotas de 150-200, 400-500, 600-800, 7001000 e 1100-1300 metros. Coud-Gaussen, Genevive, 1981, Les Serras da Peneda et do Gers, tude Gomorphologique, C.E.G., Lisboa, p. 23. 6 - Sem pretendermos problematizar os quadros geomorfolgico e paleoclimtico em que se insere o rio Lima de raia, pois no so esses os objectivos deste trabalho, diremos, muito simplesmente, que se enquadra num relevo: - de eroso escalonado, cuja gnese est associada aos paleoclimas tropicais do Mesozico e Cenozico, seguidos de uma evoluo local, com caractersticas subtropicais hmidas, o que originou uma forte arenizao dos granitos; - de fractura, em que as fases tardias da orogenia hercnica determinaram processos de eroso e definiram a geometria angulosa dos volumes e as diferenas petrogrficas das paisagens; - em que o fenmeno da arenizao dos granitos predominou e contribuiu, em grande escala, para a uniformizao da paisagem, sem se poder esquecer, contudo, o trabalho do Pleistocnio frio e as formaes, que os processos periglacirios e glacirios, na sua essncia, originaram. Coud-Gaussen, Genevive, 1981, Les Serras da Peneda et do Gers, tude Gomorphologique, C.E.G., Lisboa, pp. 39, 61 e 112.

32

Fig. 1 Lima raiano: Posicionamento na rea envolvente segundo indicadores altimtricos

33

34

Fig. 2 Lima raiano: Posicionamento na rea envolvente segundo o total da populao por freguesias (2001)

35

36

Fig. 3 - Lima raiano: Contedo espacial

37

38

implementadoras de formas de habitat e modus vivendi peculiares; - pelas fortes ligaes que, atravs dos tempos, essas mesmas populaes estabeleceram entre o seu lugar e todos os outros, no s os mais altos, como os "do lado de l da fronteira"; - pelos residentes distribudos por nacionalidades distintas, que apesar da evoluo especfica dos ltimos sculos, ostentam fortes laos de unio, que facilitam e aproximam os modos de vida, os costumes e as tradies, alm da vontade de desenvolvimento concertado e em parceria, enquanto habitantes de espaos e paisagens profundos da Unio Europeia. Em termos globais, diremos que a rea em estudo se desenvolve no tramo limiano compreendido pelas albufeiras das Conchas, a norte, de Touvedo, a sul, at aos cimos mais elevados das unidades montanhosas, respectivamente, na margem direita, das serras do Soajo, Peneda e Laboreiro, na margem esquerda, do Xurs e da Amarela. Como facilmente se constata, o Lima raiano, que delinemos, corresponde a uma rea extensa e morfologicamente muito movimentada, pelo que rene condies locais de clima diversificadas, que explicam os variados mantos herbceos e de culturas, que, por serem diferenciados, contribuem para os ndices de rentabilidade do solo, o matiz e a policromia da paisagem. Organizao de espaos e paisagens cujo imbricado foi gerador de movimentos e fluxos, que considermos essenciais na identidade geogrfica, que distinguimos, a exemplo de outros autores, nomeadamente gegrafos7, e que nos propomos estudar. Lima transfronteirio inserido no Noroeste Peninsular distingue-se, portanto, por uma unidade geogrfica resultante da interaco conjunta do movimento do relevo, do modo de distribuio dos lugares, da baixa densidade relacional, da matriz sociocultural comum das populaes que o povoam e, gradualmente, consolidada pelas diferentes civilizaes, que a marca poltica da fronteira no conseguiu varrer. Em nota de sntese, diremos que o Lima, objecto da nossa investigao, corresponde a um territrio que acolheu, desde h longos sculos, comunidades cujas actividades se desenvolveram em stios e lugares distintos pelos nveis de altitude, pela exposio geogrfica, pelas respectivas formas de implementao e peculiaridades do mesmo modo de- Brito, Raquel Soeiro, 1951, Migrations Pastorales et Agricoles dans les Montagnes du Minho in Comptes Rendus du Congrs International de Gographie, Tomo III, Lisboa, pp. 78-82. Brito, Raquel Soeiro, 1953, Uma aldeia de Montanha do Minho. O Soajo. Estudo de Geografia Humana in Revista da Faculdade de Letras, Tomo XVIII, 2 Srie, n 1-3, Lisboa, pp. 88-132. Medeiros, Isabel, 1986, Estruturas Pastoris e Povoamento na Serra da Peneda in Estudos de Geografia Humana e Regional, C11, Centro de Estudos Geogrficos, Lisboa, policopiado, pp. 50-52. Ribeiro, Orlando, 1991, Brandas e Inverneiras em Castro Laboreiro e Montanhas Pastoris de Portugal, Tentativa de Representao Cartogrfica in Opsculos Geogrficos, O Mundo Rural, Vol. IV, Fundao Calouste Gulbenkian, pp. 251-281. Ribeiro, Orlando, 1995, Opsculos Geogrficos, Estudos Regionais, Vol. VI, Fundao Calouste Gulbenkian, pp. 292-294.7

39

vida, do que resultou um mesclado de padro mido de paisagens e espaos, que, simultaneamente, lhe conferem uma identidade geogrfica que nos d o sentimento de no termos sado do mesmo lugar, apesar de em muitos deles, at, se falar lnguas distintas, como facilmente se detecta, quando se decide visitar, por exemplo, a Fraga, ou, a Ermida, a Vila, na Lobeira, ou, a Vila, em Castro Laboreiro, Mann, ou, o Castelo, no Lindoso (Fig. 3). Ento, propomo-nos estudar um Lima raiano que: Desconhece a fronteira poltica e, por isso, abrange, no seu todo, espaos e paisagens que no foram investigados em qualquer ramo do conhecimento das cincias sociais, o que lhe d a peculiaridade de ser indito; Corresponde a um territrio de montanha e de raia, tambm, rea protegida, que pretendemos explic-lo por um modelo, provavelmente inovador, o gizado pelos fluxos e movimentos, uns, multisseculares, que resultaram de um mesmo modo de vida, o agro-silvopastoril, outros gerados pela fora de uma mo-de-obra, que ao ultrapassar fronteiras, por vezes, transcontinentais, o associou, nas ltimas dcadas, a sistemas produtivos de cariz global. Enfrenta como principais desafios, para o sc. XXI, a recriao e o reforo de actividades produtivas em direco a novas funes, aquelas que facilitam e privilegiam a preservao e promoo da qualidade do seu ambiente, para assim, melhorar o bem-estar das suas populaes e combater, deste modo, o despovoamento.

0.2. Fundamentos investigadores Encontramo-nos perante paisagens e espaos, os limianos de raia, com um vultuoso patrimnio multimilenar, construdo e imaterial, gizado de um modo sbio e paciente por comunidades que, desde sempre, labutaram num quadro muito adverso. Motivos, que entendemos suficientes para dedicar parte substancial de esta investigao abordagem de temticas, aparentemente fora da essncia do saber geogrfico, por entrarem demasiadamente na foro histrico, mas, cujo conhecimento se torna imprescindvel, no s na compreenso do estdio actual, como na construo de propostas e cenrios de desenvolvimento para o sc. XXI. Nos variados e mltiplos documentos, por ns consultados, sobre problemticas to especficas, como, por exemplo, a presena das civilizaes megaltica e dos fortificados, sejam eles, os castrejos, ou, os medievais, as relaes econmicas e mercantis, ou, as organizaes espaciais contemporneas, constatmos que os investigadores, lusos e espanhis, tiveram, sempre, como limite adquirido da problemtica em estudo, a fronteira 40

poltica, apesar de, frequentemente, admitirem a continuidade do fenmeno em investigao "no pas vizinho"8. Factos que em muito dificultaram o nosso trabalho, uma vez que nos sentimos "obrigados" a fazer leituras, que nos permitissem "tecer", ou no, uma certa continuidade do fenmeno "do outro lado da fronteira", recorrendo, para isso, a um continuado e intensivo trabalho de campo, que nos permitiu estabelecer correlaes entre o fenmeno temporal em estudo e o espao, ou, espaos em que teria decorrido. Investigao, aparentemente, extempornea de um trabalho de ndole geogrfica, mas, preciosa no nosso estudo sobre o Lima raiano, hoje em abandono e decadncia. Partimos do modelo conceptual de que no sc. XXI, a importncia do Mundo Rural advm no, propriamente, da produo do sector alimentar, mas da prestao de servios a outras comunidades9, as resultantes da valorao de recursos naturais e ambientais, humanos e paisagsticos, que constituem a matriz identitria dos seus naturais. Baseados neste conjunto de princpios, entendemos que a reorganizao dos espaos e paisagens, que pretendemos estudar, far-se- atravs da implementao de uma cultura de desenvolvimento, que promova os seus stios e lugares, os verdadeiros testemunhos das memrias colectivas e individuais, pela valorizao e salvaguarda da multiplicidade cultural, arquitectnica e paisagstica. Ao partirmos de uma hiptese, que querermos validar na realidade geogrfica, que envolve e especifica o Lima raiano em estudo, temos que pressupor e admitir, embora estejamos confiantes na sua aplicabilidade, a complexidade do universo em que incide a investigao do presente trabalho. Se no a conseguirmos devidamente justificar, atravs da apresentao de uma proposta de desenvolvimento para a realidade em estudo, esforar-nos-emos em questionar modos possveis de interpretao, ou, talvez melhor, em desenvolver leituras interpretativas, no mbito geogrfico, sobre a densidade e diversidade das paisagens e espaos que pretendemos investigar. Admitimos, desde j, por ambicionarmos efectuar uma leitura fundamentada num conjunto vasto de dimenses, quer no mbito temporal, quer no mbito espacial, e pelo facto de os territrios se encontrarem em permanente mutao, a existncia de lacunas na interpretao dos fenmenos geogrficos implcitos na ruralidade a estudar.8 - O ritmo actual da investigao cientfica , de tal modo intenso, que permite a actualizao, em perodos curtos, das diferentes reas do conhecimento. Assim, para no corrermos o risco do no cumprimento da calendarizao, previamente estabelecida, para a realizao do nosso trabalho, todas as fontes, manuscritas e impressas, alm das obras