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Como os games atrapalham sua vida? | PÁGINAS 16 E 17 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Newton Paiva Ano V | Nº 46 Outubro de 2011 LINCE DE OLHO NA NOTÍCIA GELADEIRAS, FREEZER, VIAGENS A BUENOS AIRES E MIAMI? É A CLASSE C EMERGINDO AO PARAÍSO | PÁGINA 04 E 05 A FONTE QUE É O SUSTENTÁCULO DA MATÉRIA HOJE, PODE SER ALVO DE DENÚNCIA NO FUTURO. CUIDADO! | PÁGINA 02 L I L L L A N A NOT PARTIDOS VÃO BURLANDO O SISTEMA, PROVANDO QUE AINDA FALTA MUITO PARA A MELHORIA DAS ELEIÇÕES | PÁGINA 03

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Newton Paiva

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Page 1: Lince 46

Como os games atrapalham

sua vida?| PÁGINAS 16 E 17

Jornal Laboratório do

Curso de Jornalismo do

Centro Universitário

Newton Paiva

Ano V | Nº 46

Outubro de 2011LINCEDE OLHO NA NOTÍCIA

GELADEIRAS, FREEZER, VIAGENS A BUENOS AIRES E MIAMI? É A CLASSE C

EMERGINDO AO PARAÍSO| PÁGINA 04 E 05

A FONTE QUE É O SUSTENTÁCULO DA MATÉRIA HOJE, PODE SER ALVO DE DENÚNCIA NO FUTURO. CUIDADO!

| PÁGINA 02

LILLLDE OLHO NA NOTÍCIADE OLHO NA NOTÍCIA

PARTIDOS VÃO BURLANDO O SISTEMA, PROVANDO QUE AINDA FALTA MUITO

PARA A MELHORIA DAS ELEIÇÕES| PÁGINA 03

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Outubro/20112

JORNALISMO POLICIALJORNALISMO POLICIAL

Outubro/20112

OPI

NIÃ

O

EXPEDIENTEREITORLuis Carlos de Souza Vieira

PRÓ-REITOR ACADÊMICOSudário Papa Filho

CO OR DE NA DORA DO CURSO DE JOR NA LISMOPro fes sora Ma ri a lice Em bo ava

COORDENADOR DA CENTRAL DE PRODUÇÃO JORNALISTICA- CPJPro fes sor Eus tá quio Trin dade Netto (DRT/MG 02146)

PRO JETO GRÁ FICO E DIREÇÃO DE ARTEHelô Costa (127/MG)

MONITORES: Lídia SalazarDiego dos Santos

DIAGRAMAÇÃO: Ludmila RezendeGeisiane de OliveiraFillipe Gibram

REPORTAGENS:Alu nos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário New ton Paiva

COR RES PON DÊN CIANP4 - Rua Ca tumbi, 546 - Bairro Cai çara - Belo Horizonte - MG - CEP 31230-600Te le fone: (31) 3516.2734 - [email protected]

Este é um JOR NAL-LA BO RA TÓ RIO da dis ci plina La bo ra tó rio de Jorna lismo II. Dis tri bu i ção gra tu ita. Edi ção men sal. O jor nal não se res pon sa bi liza pela emis são de con cei tos emi ti dos em ar ti gos as si na dos e per mite a re pro du ção to tal ou par cial das ma té rias, desde que ci ta das a fonte e o au tor.

FLÁVIO DE ALMEIDA (8º PERÍODO)

O tratamento dispensado às fontes é um fator de extrema relevância para todo jornalista, e que deveria ser pauta de discussão periódica. Muitos profis-sionais cometem o erro de acreditar que a aproximação exagerada junto à fonte não gera interferência na produção de boas matérias. Essa é a grande ameaça a uma produção independente e sem mácula. O ser humano é falho e, muitas vezes, busca atender seus próprios inte-resses. Aí é que está a grande armadilha.

Uma fonte deve ser bem tratada em todas as circunstâncias, pois ela é o sustentáculo da matéria. Mas, é preciso tomar cuidado para não com-prar a informação, ou até mesmo vendê-la. Ser agradável não se traduz em dar presentes, e sim em ser edu-cado. Dar presentes a uma fonte pode ser uma dica de que a pessoa está sendo imunizada para o futuro, além de ser uma atitude imoral e antiética no âmbito da profissão. A fonte de hoje, pode ser o alvo de uma denúncia

no futuro. Se você manteve estreita relação com essa pessoa, provavel-mente não vai fazer uma cobertura com lisura.

Todavia, um grande número de profissionais se deixa enganar por agrados de suas fontes. É preciso cui-dado minucioso, sobretudo em edito-rias de política e esportes, veículos com maior possibilidade de corrupção e denúncias. Claro que isso não exime os profissionais das demais editorias.

O USO ÉTICO E MORAL DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS

Em investigações jornalísticas é comum a presença de profissionais que utilizam meios, que não sejam os comuns e éticos, para se privilegiarem de informações que não seriam con-quistadas em uma conversa formal. Câmera e gravadores escondidos além de escuta telefônica são alguns dos meios utilizados para a captação de informações sigilosas, embora a ética jornalística exija transparência.

Até onde vai a ética moral destes profissionais? Deixam de ser profis-sionais quando agem desta forma? A discussão se encerra a partir do momento em que chegamos ao con-ceito de que “os fins não justificam os meios”. Para se chegar a uma infor-mação correta com o cunho de uma denúncia, é preciso utilizar os cami-nhos ensinados dentro das universi-dades. O período de formação é dedi-cado exatamente a ensinos teóricos e práticos para se chegar a soluções que a princípio parecem nebulosas.

O profissional de jornalismo pre-cisa entender que quem faz investiga-ção é a polícia. O jornalista acompa-nha e denuncia os fatos. É preciso separar o trabalho de investigação do trabalho de denúncia.

SEGURANÇA DO PROFISSIONAL

A segurança do profissional que faz coberturas externas ou até de fatos perigosos, mesmo dentro das redações,

é tarefa do veículo e também do próprio profissional. Vemos com frequência jornalistas que atuam como correspon-dentes internacionais fazendo cober-turas em campos de guerra, bem como jornalistas que cobrem incursões poli-ciais em aglomerados, usando coletes de proteção. Mas a proteção do profis-sional vai além de um colete. É impor-tante que o profissional esteja cercado de garantias que lhe assegure princi-palmente a vida. Seguro de vida e plano de saúde são imprescindíveis.

Mas, além dos deveres do veículo para com o profissional, cabe ao jor-nalista não se colocar em situações de risco sem proteção, ou até sem conhecimento do veículo. Algumas estratégias de cobertura são perigo-sas. O caso do jornalista Tim Lopes que morreu no exercício do dever é um exemplo que não deve ser seguido. O profissional em questão utilizou um método que deve ser feito por policiais. O método utilizado por Lopes não é ensinado nas universida-des, e absolutamente não é o cami-nho a ser seguido.

ROBERTA ANDRADE (8º PERÍODO)

O jornalismo policial, ant igamente conhecido como jornalismo de polícia, tem seu conceito muito ligado a crimes, mortes, fave-las e é matéria principal-mente regada a muito sensa-cionalismo. Na eterna guerra pela audiência, pelo leitor, internauta ou ouvinte, os

meios de comunicação, cons-tantemente, transformam as notícias em verdadeiros espe-táculos com muito sangue e detalhes bárbaros.

As notícias sobre crimes geralmente chamam a atenção por chocar o leitor. A apuração rasa e, muitas vezes, o contexto distorcido acabam por compro-meter a qualidade da notícia. A grande realidade é que quanto mais negativo for o fato, maior

chance tem de virar notícia.Outra característica que

contribui para que o jorna-lismo policial não esteja “bom das pernas” é o fato de jornalistas confundirem seu papel e acharem que são poli-ciais. Programas com apre-sentadores como José Luis Datena são extremamente sensacionalistas e fazem a espetacularização da notícia por meio de críticas, julga-

mentos e os desnecessários escândalos e estrelismos do apresentador em frente às câmeras.

Jornais como “Super Notícia” e “Aqui” exploram ao máximo as páginas com notí-cias sobre tráfico de drogas, assassinatos, e outros assun-tos do gênero que, na maioria das vezes, acaba virando manchete do dia. O jornal é, em resumo, composto por

notícias sobre crimes, futebol e entretenimento.

O jornalista, seja ele de qualquer editoria, tem que se lembrar do compromisso com a informação para conseguir fazer um jornalismo responsá-vel e de qualidade. Respeitar as fontes e o receptor da informa-ção são princípios básicos para conseguir contar as tantas his-tórias, sejam elas boas ou ruins, que rodeiam o fazer jornalístico.

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Outubro/2011 3Outubro/2011 3

PARTIDOS POLÍTICOS NÃO SÃO ATRAENTES

POLÍTIC

APO

LÍTICA

Por que as pesquisas

mostram que o eleitor

brasileiro até tem alguma confiança no governo, mas

pouca ou nenhuma

confiança nos partidos?

JOÃO SABINO E DIEGO ARAÚJO(2º PERÍODO)

Os brasileiros confiam nos partidos políticos? Certa-mente essa é uma pergunta que a maioria das pessoas responderia que não. Um dos principais motivos é que já virou rotina encontrar notí-cias sobre políticos envolvidos em casos de corrupção. Para se ter uma ideia, uma pes-quisa realizada em 2008 pela Associação Brasileira de Magistrados (ABM) revelou que 72% dos brasileiros não confiam. Outra pesquisa, em abril deste ano, pela Info Money, um dos portais finan-ceiros mais respeitados no Brasil, mostrou que apenas 24% da população confiam nos partidos políticos.

C u r i o s a m e n t e , a mesma pesquisa apontou que 55% das pessoas entre-vistadas costumam confiar no governo, apesar de des-confiarem dos partidos polí-ticos. Outro dado impor-tante ressalta que, em nível mundial, o Brasil ocupa a 69ª posição em relação aos

casos de corrupção, atrás de países como a Dinamarca, Nova Zelândia e Cingapura.

Uma boa alternativa para selecionar melhores opções de voto foi o projeto “Ficha Limpa”, em que can-didatos com alguma irregula-ridade em algum mandato passado ou com problemas com a Justiça são proibidos de se candidatarem em futuras eleições. Medidas como essa visam atacar o foco do pro-blema, a escolha de cada representante po l í t i co. Porém, ainda assim alguns candidatos conseguem burlar o processo, provando que há muito a ser feito para a melhoria do sistema eleitoral.

DA DITADURA AOS DIAS DE HOJE

Quando o Ato Institucio-nal nº 5 decretou o fim do pluripartidarismo, em 1968, o que levou à extinção de par-tidos tradicionais como UDN, PSD, PTB, PR e PC, restou à classe política se agrupar em dois partidos: MDB (Movi-mento Democrático Brasi-

leiro), que fazia oposição ao regime militar, e a ARENA (Aliança Renovadora Nacio-nal), criada com a finalidade de dar sustentação política à ditadura instituída a partir do golpe de 1964.

Com o fim da dita-dura, em 1985, vários partidos foram criados e outros, que estavam na clandestinidade, como o Partido Comunista (PC) voltaram a funcionar. Com ideologias diferentes, são muitos os partidos que conti-nuam atuando no Brasil.

Para explicar essa multi-plicidade partidária, o cien-tista político Rodney de Souza Pereira esclarece que “tem a ver com a questão histórica, o Brasil chegou a ter um quadro partidário menor que este que a gente tem hoje, mas com a ditadura, com a criação de um bipartidarismo, essa recons-trução com a abertura demo-crática dos anos 80 ainda é difícil”. Segundo Robney, atu-almente “não tem um partido que atraia o eleitor, que atraia confiança”. É mais ou menos o que acontece hoje com o PT que, segundo alguns ex-petis-

tas, deixou de ser um partido de esquerda para virar um partido de centro, o que fez com que muitos de seus filia-dos zarpassem para o PSTU.

Essa desconfiança dos brasileiros em relação aos partidos políticos está relacio-nada com o “fato de o eleitor não se identificar com os par-tidos, com a ideologia, com os valores e com o que move esse partido”, afirma Rodney. Em re lação aos part idos de direita, o cientista político diz não acreditar que o Brasil tenha um partido de direita.

— Até teve um partido de direita nos anos 40 e 50, que foi a UDN, um partido mais conservador, mais moralista, que defendeu certas posições mais tradicionais, mas com a ditadura e depois a quebra disso, nenhum partido e nenhuma liderança gosta de se definir como direita.

Rodney lembra que, não há partidos aqui como nos Estados Unidos, que são con-tra o aborto ou contra o casa-mento homossexual; exis-tem, sim, grupos supraparti-dários, uma parte do partido

X e um pedaço do partido Y que têm algum ideal.

O estudante Arthur Veloso, 20, afirma que não confia nos partidos políticos, “porque nenhum acres-centa benefícios para o cida-dão, além de causar muita rivalidade política, gerando conflitos que você é obri-gado a aguentar”.

— Sei que a corrupção no Brasil é causada pelos políti-cos, não acho que esse fato esteja ligado diretamente aos partidos, mais sei que eles têm uma parcela de culpa nisso, pois encobrem muito seus integrantes e aliados.

Estudante de Nutrição, Elisa Maria Rodrigues, 18, nunca votou nem tem muito interesse, “por causa da cor-rupção que rola nos partidos políticos”. Para ela, políticos e partidos “são farinha de um mesmo saco; uns são corrup-tos, porque os outros escon-dem a corrupção”. De qual-quer forma, Elisa, que vem de uma família de petistas, afirma que vota nos políticos, e não nos partidos, embora desconfie dos dois.

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Outubro/20114 Outubro/20114 Outubro/2011

A CLASSE C VAI

AO PARAÍSOFILLIPE GIBRAM

(2º PERÍODO)

No Brasil, entende-se

por classe C, a parcela da

população que está entre os

mais ou menos ricos e os

mais ou menos pobres. Ou

seja, o que, antigamente,

costumava ser chamado de

“classe média baixa”. Essa

fat ia da sociedade, no

entanto, está em profundo

crescimento. Segundo o

Instituto Brasileiro de Geo-

grafia e Estatística (IBGE),

de 2003 para cá, 32 milhões

de pessoas ascenderam ao

patamar da classe C, que

hoje estaria entre os que

têm rendimentos de R$

1.115 a R$ 4.808. Até 2010,

a classe C somava 101,65

milhões de pessoas, o que

corresponde a 53% da popu-

lação total do Brasil. E esses

números estão bulindo com

a cabeça do país.

A expansão dessa classe

pode ser medida de forma

significativa, a partir de

alguns números: em 2005,

era formada por 34% dos

brasileiros; em 2010, quase

dobrou. Isso devido à estabi-

lidade da economia, que

proporcionou melhores con-

dições de trabalho, salários,

crédito fácil e facilidade de

pagar em prestações peque-

n a s . G e re n t e d e u m a

revenda da JAC Automóveis,

na avenida Carlos Luz,

Pedro Lopes está buscando

“novas formas para atrair

clientes”. Os métodos de sua

empresa, por enquanto, são

estender a garantia dos auto-

móveis em até seis anos e

diminuir o preço das peças.

Carros, como se sabe, são

um dos sonhos de consumo

da classe C.

Desde o plano real, os

emergentes estão em pro-

funda notoriedade, gas-

tando hoje quase metade do

que ganham em supermer-

cados — isso equivale, em

média, a 48% do orça-

mento. Outros 17% vão para

domicílio. Então, só pra

comer e dormir, esse grupo

compromete 65% de sua

renda. Não é por nada que,

desde o início dos anos

2000, a classe C também se

tornou a bola da vez para

quem tem algum tipo de

produto a vender — de tele-

fonia a imóveis, passando

por roupas de griffe, viagens

de avião, produtos eletroele-

trônicos e carros.

Tamanha euforia no

consumismo também vem

criando um folclore inesgo-

tável sobre a classe C. Os

mais ricos — e preconceitu-

osos — dizem respeito às

viagens de avião, que até a

recente disparada do dólar,

quase foram responsáveis

pelo colapso dos aeroportos

brasileiros. A guia de turismo

Anacélia Ventura viajou para

a Argentina com mais de 20

emergentes e conta que a

maioria estranhou.

— As viagens de avião

remetiam a um tipo de luxo

que não existe mais, como

os lanches, as bebidas, as

aeromoças belíssimas...

Muita gente se decepcio-

nou . Nas companhias

aéreas atuais não há mais

nada d i s so. Então, na

volta, muitos entraram no

avião com um ‘lanchinho’

re forçado, porque não

aguentaram as barrinhas

de cereal ou o amendoim

japonês. Mas essa história

de isopor com farofa e coxi-

nha é puro preconceito.

EM SUAVES PRESTAÇÕES

Mariana (nome fictí-

cio), 22 anos, estudante de

engenharia e filha de empre-

sário, pede desculpas, mas

assume o preconceito —

“viagem de avião com eles

virou uma tortura; é muita

sacola, muita folga, muita

gente falando alto demais”.

Nas dutty free, até a recente

alta do dólar, a classe C tam-

bém andou fazendo a festa.

No começo, consumindo

produtos da griffe norte-

americana Victoria Secret, a

ponto de torná-los tão peri-

gosamente populares, que

ninguém compra mais.

— A classe C emergente

ainda não tem refinamento

para comprar o Chanel nº 5,

prefere perfumes de marcas

duvidosas e até caras, mas

que tenham o aval de gente

famosa, como a cantora

Beyoncè ou a atriz Jennifer

Lopez; mas, consideramos

que, só de ter parado de

comprar a Victoria Secret já

é um avanço — avalia Ana-

célia Ventura.

“Tem muito precon-

ceito nisso tudo, mas há

professores, diversos profis-

sionais liberais, médicos,

gente de ótimo nível cultu-

ral, que se situam dentro

desse estrato social; ou seja,

não tem dinheiro, mas tem

verniz”, comenta o soció-

logo Renato Vasconcellos,

que também voltou da

Argentina em um avião

repleto de emergentes e viu

que muita gente “retornou

com sacolas cheias de livros,

enquanto a classe A se

empanturrava de perfumes

Giorgio Armani”.

Geny Motta, gerente da

loja Cook, de eletrodomésti-

cos (Shopping Del Rey),

afirma que tem notado um

crescimento da classe C

como consumidora da loja,

que até então era vista como

reduto de classes mais abas-

tadas. “Eles adquirem os

produtos e vão pagando aos

poucos”, afirma Geny. Nota-

se que mesmo as lojas volta-

das para a classe média alta

já estão se adaptando à

modalidade de compra dos

emergentes, que cada vez

mais querem produtos que

antigamente só as classes A e

B podiam comprar. Só que,

pagando num crediário a

perder de vista.

Luiz Gustavo, gerente

das Casas Bahia, confirma

que a loja sempre teve a

classe média emergente

como seu público principal.

“Hoje, essa fatia da socie-

dade está com poder aqui-

sit ivo mais elevado; se

antes a classe C comprava

TV de 14 polegadas, hoje já

investe em televisores mais

sof ist icados”, af irma o

gerente. Priscilla de Souza,

Supervisora da Cazo, loja

de cosméticos, diz que tam-

bém lá as vendas para a

c lasse C têm cresc ido

muito. “Nosso diferencial é

a abordagem; convidamos o

cliente a conhecer os pro-

dutos da loja e, na maioria

das vezes, conseguimos

vender algum dos produtos

o f e rec idos pe l a l o j a ” ,

afirma Priscilla de Souza.

A verdade é que, se os

ventos da economia conti-

nuarem soprando como até

agora, ninguém vai segurar a

classe C. No paraíso das

compras, mesmo que, às

vezes, em sofridas dezoito

prestações mensais, com-

prova-se mais uma vez que

consumir é viver...

CO

MPO

RTA

MEN

TO

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Outubro/2011 5

Em dez anos, mais de 32 milhões de brasileiros

ascenderam à classe C

emergente, aquecendo a economia do

país com um consumo sem limites

Outubro/2011 5

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Outubro/20116 Outubro/20116

A busca de experiências, por meio do intercâmbio, está cada vez maior para quem quer se

diferenciar profissionalmente

À PROCURA DO IDIOMA PERFEITO

BRENDDA COSTA E JOÃO SABINO (2º PERÍODO)

Para quem quer, cada vez mais, procurar se destacar no mercado de trabalho, falar vários idiomas é uma das alternativas encontradas. Sabe-se que, hoje em dia, não basta apenas saber um segundo idioma, o terceiro pode ser um diferencial que poucos têm. Pesquisa realizada pela Belta, Associação Brasi-leira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais, apontou Canadá, Estados Unidos e Reino Unido empatados na preferência dos brasileiros, com 40% de votos cada. Austrália aparece em seguida, com 38%, e Espanha, com 26%.

Leonardo Vanucci, supervisor de departamento da GreenSystem Inter-câmbios, empresa que está no mer-cado há 35 anos, diz que “a língua

inglesa é a mais procurada pelos clientes; a segunda mais procurada, o espanhol”. Leonardo acredita que o mandarim, falado em quase todo o território chinês, é uma língua que está em ascensão, mas o espanhol ainda será uma das mais procuradas por causa do MERCOSUL. “O brasi-leiro vê a necessidade de aprender uma língua mais relacionada com a gente, com o nosso mercado”, con-clui Vanucci.

Os países que têm mais saída na GreenSystem são o Canadá, com grande procura, devido a custos mais baixos para os intercambistas e pela facilidade de obtenção de vistos; em segundo lugar, os Estados Unidos, e em terceiro lugar a Inglaterra. Quem quer aprender espanhol e tem melhor condição financeira, vai à Espanha, mas os que procuram uma coisa

rápida e sem muitos gastos, a Argen-tina ou Chile são boas alternativas.

O francês ainda é procurado, mas os clientes ainda preferem a França a escolher as províncias fran-cesas do Canadá. Outros idiomas, como o italiano e o mandarim, têm menor procura.

ESCOLHA SEU PROGRAMA

Existem diversos programas de intercâmbio. Para melhor identificar seu perfil, cada intercâmbista deve escolher com cuidado. O High School é um programa voltado para adolescentes que têm de 15 a 18 anos, que desejam fazer até um ano letivo do ensino médio no exterior. Já o Summer Camp e o Winter Camp são os programas de férias, que acon-

tecem no verão ou no inverno inter-nacional, em que os alunos devem ter 10-17 anos, com objetivo de estu-dar na parte da manhã e fazer ativi-dades esportivas à tarde — pode ser uma colônia de férias e estudo de idiomas. Para os que procuram tra-balhar no exterior, o Work Study ou Work Travel são a escolha mais indi-cada, pois oferece trabalhos remune-rados direcionados a universitários de 18 a 30 anos que tenham inglês no mínimo intermediário.

“Atualmente, mesmo com o dólar em alta, não afeta diretamente as via-gens , pe lo contrár io, teve um aumento na procura”, adianta Leo-nardo Vanucci, lembrando que “semanas atrás teve uma caída, e estava ótimo, mas isto não é de cos-tume, o normal é o dólar ser real-mente elevado”.

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Outubro/2011 7Outubro/2011 7

Leonardo Vanucci -Supervisor de departamento da empresa Greensystem Intercâmbio

BR

EN

DD

A C

OS

TA

Na Igreja Sacré-Coeur, Bairro

Monmartre em Paris na França

CRISTINA POLITANO

No Broklyn, bairro de Nova York

NOÉ MARTÍ

A PALAVRA DE QUEM JÁ FOI

Érico Luiz de Melo Carneiro, 21, estudante de engenharia elé-trica, que recentemente fez inter-câmbio na Inglaterra, sempre gos-tou da língua inglesa. Sua primeira opção foi os Estados Unidos, porém teve o visto negado e escolheu a cidade de Brighton, no litoral sul da Inglaterra, por encontrar os princi-pais polos estudantis do Reino Unido, cerca de uma hora de Lon-dres. Além disso, por não ser uma cidade turística, tinha custo menor.

Érico dá dicas para quem pre-tende fazer intercâmbio.

— É preciso planejar muito bem

a viagem, considero que a minha foi muito boa, mas se tivesse planejado mais, talvez fosse ainda melhor.

Em sua opinião, durante a viagem “deve-se procurar observar o maior número de coisas possí-veis, pois isto trará muito conheci-mento extra”.

— Procure aproveitar todas as oportunidades, estar com as pes-soas do lugar e compartilhar experi-ências com eles, isso torna a viagem enriquecedora. Divirta-se muito, conheça o máximo de pontos turís-ticos possíveis e tire muitas fotos, elas serão as lembranças de um tempo bom em sua vida.

Lorena Marques Gonçalves,

designer de moda, foi para os Esta-dos Unidos, aos 25 anos. Um dos motivos para a escolha é que Nova York é uma das capitais mundiais da moda. Lorena diz que “no início, foi um pouco difícil entender o que algumas pessoas diziam, principal-mente alunos de outros países como os da Espanha, falando inglês com o sotaque espanhol”, mas con-clui que “foi a melhor experiência da minha vida”.

Bárbara Gonçalves das Virgens, estudante de mestrado, foi para a França aos 20 anos. Ela viu no país uma oportunidade de aprofun-dar seus estudos e aprender francês. Além disso, estudou na Universi-

dade de Brasília (UnB) que tem parcerias com universidades no exterior, dentre elas a Université de Haute Bretagne - Rennes 2, que facilitou a realização do seu sonho de morar em um outro país. Agora, com 23 anos, Bárbara afirma que gostou tanto da experiência, que já está de volta a Paris para fazer mes-trado. E deixa um conselho, para quem busca esta experiência.

— Viaje de espírito aberto ao novo, evite ir para um país de lín-gua portuguesa, pois, em nível profissional, o idioma é o maior benefício; além disso, nada de malas excessivas, elas só atrapa-lham... E no mais, bon Voyage!

MATHEUS POLITI

Érico Luiz de Melo Carneiro - Pedra Stonehenge, Círculo de pedra gigantes no sul da Inglaterra

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Outubro/20118

CA

IU N

A R

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E É

...

FILLIPE GIBRAN (2º PERÍODO)

As redes sociais estão revolucionando a forma de se comunicar no mundo contemporâneo. A cada dia que passa, esses sites estão sendo mais usados, não só por adolescentes, mas por pessoas de várias gerações, promovendo um jeito novo de se expressar através de compartilhamento de fotos, textos, vídeos, discussões sobre vários assuntos e por meio disto promover a inte-

ração entre amigos. Como exemplo temos o Facebook, twitter, Orkut e a mais nova rede social criada pela Goo-gle, o Google+(Google Plus).

O Orkut e o Facebook foram criados no ano de 2004, porém o Orkut fez um sucesso repentino e desde essa época, é o site de relacionamento mais usado no Brasil. A rede social de Mark Zuckerberg só come-çou a se popularizar no início do ano passado, incomodando o Orkut com mais força. Segundo a pesquisa “Ibope Nielsen Online”, divulgada no

dia 9 de setembro, pelo menos no Brasil, o Facebook já ultra-passou o Orkut com 30,9 milhões (68,2% dos internau-tas), contra 29 milhões (64% dos internautas). O twitter, por sua vez, tem 14,2 milhões (31,3%) de usuários únicos. O Google, já prevendo que isso iria acontecer, decidiu criar uma nova rede social que jun-tasse todos os seus serviços, a Google+, pretendendo des-bancar o Facebook.

É cedo para af irmar qualquer coisa sobre essa rede, pois ela acabou de ser

aberta para o público, sem precisar de convites. Mas uma coisa é certa, essa rede social é cópia do site de M a r k Z u c k e r b e r g . A empresa afirma que não abandonará o Orkut por ser completamente diferente deste novo site, e que conti-nuará investindo pesado.

As opiniões ficam dividi-das quando o papo é discutir qual a melhor rede social: Facebook ou Orkut? Vanessa Souza, 23 anos, estudante de Relações Públicas, diz que prefere a rede social da Goo-

gle, pois nela existem comu-nidades com espaço pra dis-cutir vários assuntos. Já Claudia Rocha, 20 anos, diz que o Facebook é melhor por-que promove uma interação maior entre os usuários.

É fato que uma rede copia coisas da outra. O “like” do Facebook, que é uma ferra-menta para mostrar que gos-tou da postagem do amigo, foi copiado há pouco tempo pela rede social da Google. Essa briga entre esses sites está longe do fim. Isso só o tempo poderá dizer quem vencerá...

Outubro/20118

NET

WA

R

O Facebook, pelo menos no Brasil, já desbancou o Orkut, mas a Google lançou

uma nova rede, numa

guerrinha que só cria mais alternativas

BRUNO MENEZES

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Outubro/2011 9

GEISIANE DE OLIVEIRA E MAIARA MORAIS (2º PERÍODO)

Nos dias atuais, as redes sociais estão se tornando as mais importantes ferramentas de comunicação. Entre essas, o blog é uma das que vêm cres-cendo a cada dia. Começou como ideia de diário pessoal, em que a pes-soa podia se expressar postando aquilo que, de certa forma, fazia parte de seu universo part icular — música, cinema, poesia, moda, receitas, sexo ou simples papo furado. Hoje, o blog também se caracteriza como meio de marketing. “Principal facilidade para postar texto, fácil de mexer e é total-mente gratuito”, enumera Hely Costa Jr., professor de tecnologias avançadas em comunicação. Segundo Hely, hoje, até as grandes empresas estão ade-rindo — “elas estão transfor-mando seus sites em blogs”.

“Casando em BH” é um desses blogs. Foi criado por

Myriam Letícia Gonçalves Cesário Kalvan, 25, e Maria Isabel Rodrigues Ornelas, 33, ambas psicólogas. Em 2009, cada uma tinha seu blog, para a organização de seus próprios casa-mentos. Isabel inventou “Ele me pediu em casamento. E agora?”, enquanto Letícia nomeou o seu blog de "Casando em BH”.

No começo de 2011, as meninas resolveram se unir e ampliar o blog. Então criaram Casandoembh.com.br, em que continuaram a escrever posts de inspirações e também de serviços para as noivas, com informações sobre bons profissionais em BH, além do tradicional Classinoivas e Guia de Ser-viços — que vai do vestido à escolha do buffet. As garotas ainda não obtiveram

renda suficiente para viver do blog, mas estão com tudo para conseguir, principalmente pelo fato de ser um endereço bastante divulgado.

O caso de Rafael de Souza Lima, 26, estudante de jornalismo, é um pouco diferente, já que ele paga sua faculdade e ainda se sustenta pela renda que tira do blog. É o “camisa 12”, que fala sobre seu time do cora-ção, Clube Atlético Mineiro. O diário online surgiu quando ele ainda morava em Caratinga, interior de Minas Gerais. No início, Rafael escre-via textos e depois jogava na lixeira; depois, começou a enviar aos amigos. Foi aí que viu seus artigos sendo publi-cados em vários lugares, e inclusive por pessoas famosas, mas sem citar

seu nome. Daí a decisão de criar o blog. Atualmente, ele conta com o patrocínio de um empresário atleti-cano, cujo nome prefere não divulgar. Ainda hoje, ele é quem cuida do blog, cria e escreve tudo sem a ajuda de ter-ceiros. Fael não quer ficar só no blog, tem vários planos para o futuro: ainda pretende lançar produtos com a logo-marca do blog. “O segredo é interagir com o público”, revela.

Hoje, os blogs já fazem parte do cotidiano das pessoas. Sem que se deem conta, são formadores de opi-nião e trazem todo e qualquer tipo de informação para variados públicos. Quem acompanha essas ferramentas das redes sociais, absorve, com cer-teza, algo de seus criadores. E esses, os blogueiros, se levarem a sério, podem

transformar o que, no início era pura diversão, em uma pro-

fissão. Em alguns casos, podem ter até mesmo

uma renda vantajosa.

Outubro/2011 9

Dos casamentos À CAMISA 12

Em dois blogs

famosos de Beagá, com trajetórias, no mínimo curiosas,

internautas mostram

que é possível brincar e ganhar dinheiro na rede

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Outubro/201110

Há quem diga que quem lê são aqueles que buscam a infelicidade alheia para compensar sua própria felicidade...

Será só isso?

RAYANE DIEGUEZ(2o PERÍODO)

Várias teorias debatem o pes-simismo veiculado pela mídia. No entanto, o argumento mais utili-zado é a facilidade de consumo da tragédia. A notícia é dada com causa e efeito explícitos e tem o poder de mobilizar as pessoas, sem fazer com que elas reflitam. Desta forma, os fatos ruins são noticiados a todo o momento gerando grande repercussão.

Segundo a jornalista Carla Mendonça, as más notícias, em geral, chamam a atenção o sufi-ciente para que se venda enquanto tal, mas nunca a ponto de deixar fazer questionamentos mais pro-fundos. “Os espectadores se ape-gam ao sentimentalismo em rela-ção às personagens: a vítima chama atenção para a história e causa empatia geral”

A pergunta que desafia cien-tistas da mente humana é: por que

há tanto interesse pelas notícias ruins? As pessoas se sentem insti-gadas e atraídas por esse assunto, e o que comprova esta afirmação é a grande audiência dos noticiá-rios. A mídia pouco expõe os acon-tecimentos felizes, dando maior atenção aos desastres.

De acordo com a psicóloga Gabriela Lage, há um pessi-mismo quase imperceptível nas pessoas. “Acredito que isso acon-teça principalmente pela curiosi-dade humana; todos nós passa-mos por momentos felizes da nossa vida, mas se olharmos algo na TV, que contraste com o que vivemos, nossa atenção se vol-tará a ela”, disse.

As pessoas são atraídas pelos fatos ruins e não podem culpar a mídia por tal atração. “Biologica-mente, nos sentimos mais confor-táveis quando vemos a tragédia e não estamos inseridos nela”, afirma Gabriela. O que acontece é que as pessoas ficam indignadas

e, por alguns minutos, se sentem melhores por estarem seguras e longe de tais tragédias”.

O sociólogo Renato Vascon-cellos acredita que o único lado positivo nisso tudo — “se é que pode haver algum” —, é fazer com que as pessoas se sintam mais solidárias. “O problema todo é o maniqueísmo em torno desse noticiário, manipula-se demais a tragédia, instigando preconceitos e julgamentos apressados”. A jornalista Ângela Rodrigues acredita que, além disso, há também o culto das celebridades instantâneas, “des-sas do tipo Big Brother”, que também atraem o leitor, princi-palmente quando atreladas a algum acontecimento negativo, “como separação, escândalo sexual ou doença”. É, segundo ela, a forma como as pessoas comuns “perdoam sua existência medíocre, vendo que gente rica e famosa também sofre”.

Outubro/201110

JOR

NA

L POR QUE A MÁ NOTÍCIAATRAI TANTO?

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Outubro/2011 11

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Outubro/201112

Mulheres acima do peso também têm a chance de se vestirem bem,

mas é preciso saber escolher

PARA TODO MUNDO USAR...

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Outubro/2011 13Outubro/2011 13

LÍDIA SALAZAR E LORAYNE FRANÇOIS

(4º PERÍODO)

De acordo com o IBGE, a população brasileira está cada vez mais acima do peso. Assim, o número de mulhe-res gordinhas tem aumen-tado e o mercado da moda tem acompanhado essa nova tendência. Qual mulher não quer se sentir mais bonita, valorizada e feminina? Esse é o objetivo da moda plus size, promover a sua democratiza-ção para elevar a autoestima das mulheres que estão acima do peso.Theresa Apocalypse pas-sou do manequim 42 para o 46 e não encontrava roupas modernas para o seu corpo. Por esse motivo, ela resolveu entrar no mundo da moda plus size e fazer a diferença, “come-cei como sacoleira mesmo. O resultado foi surpreendente. Em agosto de 2010, aluguei uma loja e criei a Lypse varejo, que tem o slogan: Lypse, o jeito PLUS de vestir.”

Segundo Theresa, anti-gamente, apenas senhoras procuravam por roupas maiores , no entanto, a demanda plus size aumentou e os clientes variam de crian-ças a idosos. Existem muitas opções, os fornecedores estão se abrindo para este mercado e muitas marcas po s suem roupas super modernas com tamanhos maiores.Para inspirar as mulheres gordinhas, as modelos Silvia Neves e Rafa Coelho falam um pouco sobre o mundo plus size. Rafa Coelho começou sua carreira há dez anos com manequim 36, mas ficou doente e acabou engordando 50 quilos, com isso se tornou uma modelo GG.

Silvia Neves sempre quis ser modelo, mas muitas agências falavam que teria que emagrecer uns 20 qui-los. Adiou seu sonho até ver que seria possível ingressar na carreira plus size. Ela

conta que viu uma entrevista da modelo brasileira Fluvia L acerda, considerada a mode lo p lu s s i z e ma i s famosa do mundo. A partir de então, Silvia Neves correu atrás e entrou em contato com a Renata Poskus Vaz do blog mulherão, organizadora do Fashion Weekend Plus Size, em São Paulo, come-çando a sua carreira. Segundo as modelos, existem preconceitos com a moda GG. Rafa Coe lho lamenta que muitos pensem que esse trabalho é uma apo-logia a obesidade. “Mas não é isso, é justamente para a moda ser mais democrática.” Silvia Neves explica, “é você olhar uma roupa na vitrine e poder usar. É poder vestir aquilo que uma magrinha veste.”

Não é porque as mode-los são gordinhas que elas deixam os cuidados com a alimentação de lado. Man-ter um peso ideal, cuidar da aparência, do cabelo e da pele é essencial. Além disso, Silvia Neves e Rafa Coelho são modelos de prova, ou seja, determinada loja faz suas roupas baseada no corpo delas, portanto, elas não podem emagrecer e nem engordar, pois podem comprometer a produtivi-dade da grife.Para as mulheres que sonham em ser uma modelo, mas estão acima do peso, Neves aconselha a se profis-sionalizarem investindo em um curso de modelo, procu-rar uma agência e fazer um book de qualidade.

Apesar do mercado da moda plus size estar expan-dindo, as modelos ainda não conseguem sobreviver ape-nas com essa profissão. Rafa Coelho fez Letras e agora faz Recursos Humanos, Rádio TV e está terminando um curso de Locução. Silvia Neves é formada em peda-gogia e é cantora Lírica, canta no coro Madrigale e às vezes no Palácio das Artes.

LÍDIA SALAZAR

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Outubro/201114

O mundo da moda é

cobiçado por muitas, que querem viver em meio aos flashes e ser

sempre o centro das

atenções nas passarelas

da vida

14

CO

MPO

RTA

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ANA PAULA DUARTE (2º PERÍODO)

E, pra gostar disso, não tem idade! A moda infantil também está numa onda crescente, segundo a diretora da agência Fashion Models, de Belo Horizonte, Marina Veloso. Ela afirma que, se as crianças estão sempre em busca de novidades, os pais também não resistem.

— Eles são antenados e gostam de moda.

Por isso, as agências pre-cisam cada vez mais de mode-los infantis. Os problemas começam quando as agências passam a exigir muita respon-sabilidade da garotada.

L ar issa Bramuti , 11 anos, começou a carreira de modelo aos cinco, após parti-cipar de um book fotográfico e receber cinco convites para desfilar. A garota garante que até gosta do trabalho.

— Sempre gostei de tirar fotos e brincava que estava desfilando em casa — diz Larissa que, a pedido da agência da qual é contratada, prat ica muito exerc íc io físico: “Corro três vezes por semana e malho duas” . L ar issa só fecha a cara quando o trabalho exige demais. “É quando tenho que de ixar de sa i r com minha família para desfilar”, desanima. Apesar de tantos convites, ela pensa em aban-donar a carreira em breve.

— Na moda infantil tem brincadeira, é divertido, não existe tanta pressão como no profissional — diz, com sabe-doria de gente grande.

A m ã e d a m e n i n a , Jullyane Bramuti, 38, explica que só apoiou a filha, porque ela gostava de trabalhar, mas

reconhece que, “no começo, as cobranças assustaram”.

— Eles ligavam pra saber como ela estava na academia, e não permitiam falta de com-p r o m i s s o s — , g a r a n t e Jullyane, lembrando que, quando a filha quiser parar, ela também vai apoiar.

Ad i l son Vianna tem uma filha que chama aten-ção pela beleza. A garota, de apenas quatro anos, é super-cogitada para trabalhos de moda, mas ao contrário de Jullyane, ele afirma que não permite que a filha trabalhe tão cedo.

— Tenho medo que ela me culpe mais tarde.

Para Adilson, a menina tem que curtir a infância, sem compromissos — “ela é muito nova, tem que aproveitar”. No entanto, ele se diverte, con-tando que a filha “é toda exi-bida”. Futuramente, se ela ainda quiser seguir a carreira de modelo, ele vai apoiar. “Mas quando ela tiver ciência de suas escolhas”, ressalva. R. L. Moraes, mãe de Ana Clara, 12, tomou a mesma decisão, há dois anos, quando notou que a filha começou a adotar atitu-des e gestos estranhos. “Aos dez anos de idade, ela não que-ria saber de sair de casa sem se maquiar, tinha que passar batom, sombra...”, conta.

A c o n s e l h o d e u m a amiga psicóloga, e depois de muita conversa, Ana Clara concordou em deixar a car-r e i r a p r a d e p o i s . N o momento, como cresceu demais para a idade, seu sonho é começar a treinar vôlei no Minas e, depois, par-ticipar de uma olimpíada. “Quero ser igualzinha à Sheilla”. Nada como um dia após o outro.

LUZ; CÂMERA...

AÇÃO!

ARQUIVO PESSOAL

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Outubro/2011 15Outubro/2011 15

JARDIM JAPONÊS, um espaço cheio de riquezas

Delicadeza, detalhes,

minimalismo... A magia do

design japonês, uma arte

de milênios, que agora

chega a Beagá...

PAIS

AG

ISM

O

MAILDE MOREIRA (8º PERÍODO)

A construção do jardim japonês de Belo Horizonte foi uma homenagem à cidade pelo Centenário da Imigra-ção Japonesa no Brasil. A ini-ciativa foi do cônsul-geral honorário do Japão em Belo Horizonte, da Prefeitura Municipal, por meio da Fun-dação Zoobotânica de Belo Horizonte (FZB-BH) e da Associação Mineira de Cul-tura Nipo-Brasileira.

Com o objetivo de oficia-lizar um símbolo que signifi-casse um laço entre o Brasil e Japão, em 2007 formou-se a Comissão Mineira para Comemoração do Centená-rio da Imigração Japonesa no Brasil, responsável por defi-nir quais seriam o marcos, em Minas Gerais, dessas fes-

tividades. Após essa defini-ção, o próximo passo foi con-seguir um espaço apropriado para a construção do Jardim. Na oportunidade, surgiram, pelo menos, duas sugestões de locais na cidade — uma no alto da Avenida Afonso Pena, próximo ao bairro da Serra; outra no Jardim Zoológico da Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte (FZB-BH), um antigo recinto denomi-nado “Lago dos Flamingos”.

A Comis são acabou optando pela segunda alter-nativa, por ficar em um local de visitação intensa, mais protegido e devido às facilida-des de manutenção — afinal, a FZB-BH possui profissio-nais qualificados para aten-der a esse tipo de demanda. Vale ressaltar que essa foi uma decisão importante, também, para a FZB-BH, já

que esse era um recinto que apresentava prob lemas estruturais e necessitava de uma grande reforma.

MÍSTICA PAISAGEM

Em um espaço de 5.000 m2, o jardim tem um paisa-gístico inspirado nos jar-dins que existem no Japão, sendo um lago com carpas coloridas, cascatas artifi-ciais , árvores t ípicas — como o pinheiro oriental, a cere je i ra , a aza lé ia e o bambu — são parte dos ele-mentos que compõem o jardim. O espaço também abriga várias espécies de aves asiáticas, do marreco-mandarim à tadorna-trico-lor, tadorna-ferrujinha e ganso australiano.

Para uma instituição que tem como missão contribuir

para conservação da natu-reza, realizando ações de educação, pesquisa e lazer, que sensibilizem as pessoas para o respeito à vida, a implantação de um Jardim Japonês, veio agregar valor ao lugar e, consequentemente, às atividades da FZB-BH. “Por se tratar de um espaço de contemplação, precisa-se, cada vez mais, estimular nas pessoas este tipo de compor-tamento e a percepção da importância de observar e admirar os detalhes das for-mas, variedade e harmonia dos elementos naturais”, afirma a professora Mirtes Brandão, que visitou o jardim com os alunos de sua classe.

Além disso, é uma opor-tunidade para se trabalhar a similaridade que existe entre os valores mineiros (tradição familiar, discrição, austeri-

dade) e japoneses (cultura milenar, trabalho em equipe e disciplina), que tanto con-tribuíram para construir empresas no Estado e refor-çar os laços de amizade que existe entre esses países.

O Jardim Japonês ou Oriental é apenas mais um estilo de jardim dentre tantos que existem. Este apresenta alguns elementos bastante característicos, que vão do Portal de Entrada (Torii) às lanternas (Torô), Lago com carpas color idas, Ponte (Taiko Bashi), Casa de Chá (Sukiya). “Para a cultura japonesa, o paisagismo é uma das mais elevadas formas de arte, pois expressa a essência da natureza em um limitado espaço”, contam os estudan-tes Luís Sérgio Shinohara, descendente de japoneses, e Marcos Vila Nova.

Serviço O jardim Japonês de Belo Horizonte fica localizado Avenida Otacílio Negrão de Lima, no 8.000, Pampulha – Belo Horizonte. É aberto de terça a domingo, inclusive nos feriados. Às terças, a entrada franca; nos outros dias é cobrada uma taxa para a visi-tação, para outras informações sobre o jardim, basta ligar 3277-7191.

MIR

IAM

GO

ALV

ES

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Outubro/201116

A ILUSÃO DOOutubro/201116

MUNDO VIRTUAL

GA

MES

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Outubro/2011 17Outubro/2011 17

DIEGO DOS SANTOS(4º PERÍODO)

Os tempos mudaram e os jovens mudaram junto com ele. As brincadeiras de antigamente como pique, esconde-esconde, amareli-nha, polícia e ladrão e pega-dor estão cada vez mais escassas. A tecnologia está mais acessível aos jovens que estão levando suas vidas cada vez mais ao mundo virtual . A indústr ia dos games é uma das que mais faturam. A diversidade dos jogos, os gráficos reais e a interatividade são os maio-res atrativos para o vício.

O forte mercado dos games é um dos que mais crescem no mundo. Cada vez mais ganhando adeptos que deixam de lado o lado social e vivem restritos ao virtual. Os sinais de uma dependência estão vincula-dos com a exclusividade de prazer que só aquele ato proporciona, além de sua persistência, ou seja, a pessoa busca aquela

fonte de prazer com cada vez mais frequ-ência, deixando de p r a t i c a r a n t i g o s

hábitos saudáveis.Segundo a psicó-

loga Sheyla Almeida, qual-quer tipo de vício atrapalha qualquer pessoa, de qualquer idade. Mas especialmente no jovem, qualquer tipo de dependência o impede de vivenciar outras atividades próprias da idade. Os jovens estão deixando literalmente de serem jovens. O mundo virtual causa uma dependên-cia e os jovens deixam o lado do contato humano de lado que é importante para o desenvolvimento de qual-quer pessoa.

“Sou viciado em vídeo game, prefiro ficar o dia todo jogando do que comer”, são essas as palavras de Marcelo Henrique Souza, 13 anos, aluno da 7º série. A depen-dência pode passar a ser uma única forma de obter

satisfação e prazer no coti-diano da pessoa. Ao deixar de ter outras fontes naturais de prazer como sair com a m i g o s , p a r t i c i p a r d e encontros familiares, namo-rar, trabalhar e praticar ati-vidades físicas. O número de jovens obesos no mundo está cada vez maior, a indús-tria dos jogos está batendo forte na tecla com jogos onde o jovem se interage tendo que fazer movimentos corporais para o melhor desenvolver da partida.

Não são jogos ou mídia que irá gerar violência em uma pessoa, mas sim a orien-tação que receber de familia-res e amigos, são essas as palavras de Jefferson Alexan-dre, 22 anos, estudante de engenharia de computação. O jovem diz não saber os motivos dos jogos serem ata-cados por acharem que geram violência em crianças e adolescente, sendo que basta ligar a televisão e terão noticias e informações de violência real 24 horas por dia. Por jogarem jogos com conteúdo violento os jovens não necessariamente se tor-nam agressivos. Segundo Sheyla Almeida, psicóloga, a agressividade está ligada a diversos fatores biológicos, psicológicos e sociais. Um jovem pode jogar normal-mente sem levar o mundo virtual para o real.

Um dos jogos de maior sucesso no mundo é o Coun-ter-Strike, lançado em 1999 o game vem se renovando e ganhando novas versões. Variedades de armas baseadas nos modelos reais usados por guerrilhas, forças policiais e militares. É jogado no mundo todo em partidas de terroristas contra policiais. Em 2012 será lançada a nova versão "Coun-ter-Strike: Global Offensive”, O jogo poderá interagir entre plataformas diferentes, joga-dores com Playstation 3 pode-rão enfrentar pessoas que estiverem usando computa-dores. A venda será exclusiva-mente por meio de download.

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Outubro/201118

ANA PAULA DUARTE (2º PERÍODO)

IZABELA MOREIRA (7º PERÍODO)

Para divulgar melhor e conseguir mais visualização de seu trabalho, artistas se utili-zam cada vez mais da internet

Ser reconhecido mundial-mente, em poucos minutos, sem ter que gastar dinheiro pra isso? Esse é o sonho de muitos jovens artistas. Um sonho que, agora, pelo menos para alguns, já começou a virar realidade. Graças à internet, que vem se tornando um meio cada vez mais utilizado para divulgar trabalhos de artistas — anôni-mos ou não. Com as crescentes dificuldades de divulgação nas mídias tradicionais, cada vez mais artistas recorrem a esse recurso rápido, gratuito e capaz de alcançar várias pessoas em qualquer lugar do mundo.

Embora , em mui tos

casos, a fama não consiga ultrapassar os 15 minutos apregoados por Andy Warhol, alguns até que se deram bem. Entre eles, o brasileiro Luan Santana e o canadense Justin Bieber. Ambos divulgaram vídeos no youtube, ainda quando eram amadores, e hoje possuem milhares de fãs e uma agenda de shows lotada. Bieber, que esteve recentemente excursionando pela América Latina, só faltou levar suas fãs à loucura!

Dá pra entender, então, porque o youtube recebe milhares de vídeos por dia. Mas, lá, o joio e o trigo estão lado a lado. Se alguns conse-guem um raro padrão de excelência, outros, hilários, não chegam nem a 50 aces-sos. O que importa é que o canal é acessado em todas as nações, e é usado principal-mente, por quem corre atrás da fama. Como não se cobra

p a r a p o s t a r v í d e o s — somente são exigidas algu-mas informações do usuário para a criação de uma página que será de uso próprio do mesmo —, tanta facilidade só podia mesmo se transfor-mar na febre atual que é pos-tar no youtube.

UM RECURSO MUITO FAVORÁVEL

Fabíola Julian Augusto, 14 anos, é uma das que sonham se tornar cantora de sucesso. Por isso, optou por divulgar vídeos na internet. Apesar de seus 14 anos, Fabíola já tem opinião formada sobre o you-tube, que considera “um recurso muito favorável”.

— Todo mundo tem acesso à internet, cada vez mais se descobre talentos através dela.

Fabíola conta que o apoio dos pais também foi funda-

mental para a divulgação dos vídeos. “Eles sabem que meu maior sonho é a música, por isso, me deram a maior força”, diz.

Os acessos aconteceram rapidamente e os amigos da cantora logo ligaram, parabe-nizando-a pela iniciativa.

— Eles amaram e fala-ram que iam me ajudar a divulgar os vídeos.

Agora, Fabíola aguarda, com muita expectativa, pela repercussão dos vídeos. “Fico sempre de olho nas visualiza-ções, e quando vejo que está bombando, fico ainda mais feliz e otimista”, anima-se.

A garota, que afirma se espelhar em Demi Lovatto, sonha alto, quer chegar aonde está seu ídolo. O primeiro vídeo não teve tantos acessos, mas a menina não desistiu e continuou postando novos projetos. Uns tiveram mais acessos; outros, nem tanto.

Nada, apesar disso, abala a esperança da jovem cantora. Mas, tanto quanto ter fé, é preciso, às vezes, ter também os pés no chão.

O aspirante a cantor ser-tanejo José Soares Lopes, 22, postou vários vídeos no you-tube e diz que “não aconteceu nada”. Agora, com o pseudô-nimo de Léo Morais (o antigo, não conta “nem morto”), repertório renovado, empresá-rio mais esperto e confiando em que a esperança é real-mente a última que morre, diz que vai tentar outra vez. Mas com os pés no chão.

— Internet pra mim é loteria, uma hora dessas, acabo acertando.

Se não acertar, José Soa-res, ou melhor, Léo Morais, já sabe o que fazer. “Nem que seja no interior, sempre vai ter uma churrascaria precisando de cantor serta-nejo”, diz.

O primeiro vídeo não

teve tantos

acessos, mas a

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que será de uso próprio do mesmo —, tanta facilidade

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Entre eles, o brasileiro Luan Entre eles, o brasileiro Luan Santana e o canadense Justin Bieber. Ambos divulgaram vídeos no youtube, ainda quando eram amadores, e hoje possuem milhares de fãs

Bieber. Ambos divulgaram vídeos no youtube, ainda quando eram amadores, e

e uma agenda de shows lotada. Bieber, que esteve recentemente excursionando pela América Latina, só faltou levar suas fãs à loucura!

lotada. Bieber, que esteve recentemente excursionando pela América Latina, só faltou

lotada. Bieber, que esteve recentemente excursionando lotada. Bieber, que esteve recentemente excursionando pela América Latina, só faltou

lotada. Bieber, que esteve recentemente excursionando recentemente excursionando pela América Latina, só faltou

porque o youtube recebe já começou a virar realidade. Graças à internet, que vem se já começou a virar realidade. Graças à internet, que vem se porque o youtube recebe

milhares de vídeos por dia. Mas, lá, o joio e o trigo estão lado a lado. Se alguns conse-

mos ou não. Com as crescentes dificuldades de divulgação nas dificuldades de divulgação nas mídias tradicionais, cada vez mais artistas recorrem a esse recurso rápido, gratuito e capaz de alcançar várias pessoas em qualquer lugar do mundo.

Embora , em mui tos

mais artistas recorrem a esse recurso rápido, gratuito e capaz

qualquer lugar do mundo.Embora , em mui tos

CANTAROLANDO (OU DESAFINANDO)

NA REDE

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