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Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

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Page 1: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002

Vasco Coucello - EDP Energia

Page 2: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Serviço Público e Liberalização

Estruturas empresariais

Áreas de competição

Competição entre centrais produtoras

Trading

Comercialização

Mercado Ibérico

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Page 3: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Infraestruturas de serviço público “em rede” são habitualmente consideradas um monopólio “natural” Energia (electricidade e gás) Água Telecomunicações Rede Ferroviária

Mas, o “verdadeiro monopólio natural” é de construção/exploração das infraestruturas, não a exploração do serviço que elas viabilizam

A visão tradicional confunde as duas áreas: exploração do serviço público torna-se monopólio de quem explora a infraestrutura Embora tenha havido monopólio em infraestruturas que não são “em rede”

Ou que serviço público implica exploração em monopólio, mas O que distingue a rede de autoestradas da rede ferroviária?

E as estações de serviço, proporcionam um serviço público?

Infraestruturas de Serviço Público – a visão tradicional

Page 4: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

A não liberalização tradicional é resultado de uma opção política (segurança de abastecimento, função estratégica das utilidades...)

A liberalização nestes sectores não se impõe por si própria o sector das utilidades é capital intensivo, é muito dependente de economias de escala, tem importantes barreiras à entrada…

A liberalização exigia um importante impulso dos Estados Este impulso teve origens diversas nuns casos, a genuína crença de que mercado é melhor que monopólio, de que privado é melhor que público noutros, procuraram-se outras finalidades políticas: construção do mercado interno, limitação de défices públicos, necessidade de financiamento externo

Mas o que é motor de tudo isto é a perspectiva de baixar preços: só assim a liberalização pode fazer sentido para os Governos

Infraestruturas de Serviço Público – decisão de liberalizar

Page 5: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Nos regimes de monopólio, as infraestruturas de serviço público eram frequentemente exploradas por empresas

verticalmente integradas

Infraestruturas de Serviço Público – cadeia de valor tradicional

TRANSFORMAÇÃOGRANDE

TRANSPORTEDISTRIBUIÇÃO

Os monopóplios tradicionais são integrados

Recebe energia potencial edisponibiliza energia útil

• refinarias• centrais eléctricas• terminais de GNL• sistemas de recepção de LNG

Interliga centros de produção

Nas energias de rede, inclui o sistema global de controlo dos fluxos energéticos

Sistema arterial que“leva“ a energia à casadas pessoas

Page 6: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Infraestruturas de Serviço PúblicoA cadeia de valor pós-liberalização

Com a liberalização, a cadeia de valor desintegra-se e nascem novas funcionalidades

PRODUÇÃO

GRANDE TRANSPORTE

DISTRIBUIÇÃOFÍSICA

TRADING COMERCIALIZAÇÃO

As infraestruturas físicas são monopólios naturais

A competição concentra-se em três áreas : produção, trading e comercialização

A gestão dos activos é estática

A gestão dos fluxos é dinâmica

Page 7: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Na zona de “não competição” , os fluxos são físicos

Transporte

Distribuição ClienteProdução

Mercadosorganizad

osComercalizaçã

oClienteProdução

Traders

Na zona de competição, os fluxos são comerciais

físico físico

Não físico

Não físicoNão físico

Não físico

Não

físico

físico

A cadeia de valor pós-liberalizaçãonão traduz apenas relações físicas

Page 8: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Com a liberalização ocorrem grandes modificações empresariais

Empresas que desagregam a sua cadeia de valor Produção Transporte Distribuição Comercialização

Mas também empresas que vão comprando outras, que vão sendo compradas por outras, que se vão fundindo com outras....

Estruturas empresariais – o abanão da liberalização

Empresas verticalmente

integradas

Ganhos de escala e de market powerFusões e aquisições

Empresas verticalmente

integradas

Enquanto que os entrantes são empresas especializadas novos produtores traders brokers comercializadores

Page 9: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

E acredita-se que o panorama europeu de utilitiesenergéticas será profundamente alterado

Exemplo do sector eléctrico

Grandes players internacionais Players em mercados nacionais < 50TWhe 450 TWh

240 TWh

200 TWh

150 TWh

100 TWh

60 TWh

50 TWh

EDF

E.ON

RWE

SUEZ

ENDESA

IBERDROLA

ENEL

INNOGY (UK)

NUON(NL)

ESSENT (NL)

EDP (P)

VATTENFALL(SW)

TXU (UK)

Estruturas empresariais – Players pós-liberalização

Page 10: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Competição na Produção – A questão é o preço

Estruturas de custo em função do nível de tensão (€/MWh)

Sendo que o custo das redes é regulado ( não sujeito a competição) E o custo da produção é função da hora consumo

Alta Tensão

Média Tensão

Baixa Tensão

85 % ( 2,5 - 5,0) 1%

( 0,05)

70 % (3,0 - 5,0) 28 %( 1,0-2,0)

2 %( 0,1)

40 % (3,0 - 5,0)

57 %( 1,0-2,0)

3 %( 0,4)

e das perdas ( 1% a 2% em AT e 8% a 9% em BT)

0123456789

101112cêntimo/ KWh

Curva acumulada de preços da pool espanhola

H13 - 20/12/2001

H18 - 02/01/2001

H7 - 28/01/2001

14 %(0,3-0,8)

Page 11: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Competição na Produção – A questão é o preço

E a tecnologia do ciclo combinado veio alterar as regras de jogo Nuclear

Carvão

Fuelóleo

Custo fixo Custo variável

30–40

15-50

~ 100%

~ 100%Hidroeléctrico

65 % 35 %30 15

30 % 70 %15 35

22 % 78 %Gás natural

Porque tem eficiência muito elevada (50-55% contra 35-38% para o carvão) e

Baixo prazo de construção: menor risco de investimento

A liberalização representou para os Governos, uma aceleração na rotação de activos que se tinham tornado menos

competitivos

288

Custo da produção emfunção das tecnologias

(€/MWh)

Page 12: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Competição na produção – emergência de custos “ociosos”

Ao colocar em competição, por um lado, centrais antigas com custos mais elevados e, por outro, tecnologias mais recentes e eficientes, as centrais antigas podem não recuperar os custos de produção

Pior ainda quando os custos das centrais antigas já foram incorridos (hidroeléctricas e centrais a carvão com custos fixos elevados) e não estão amortizadas

Ocorrem riscos de enorme desequilíbrio económico

Duas soluções mais conhecidas a privatização de produção em Inglaterra, por 30% do valor contabilístico dos activos privatizados (o Estado a pagar, ele próprio, os custos”ociosos”) a consagração de CTC’s (Custos de Transição para a Concorrência) pagos por todos como forma de recompensar os detentores de activos com custos “ociosos”

Page 13: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Competição na produção – a questão portuguesa

SENVSENV SEPSEP

Distribuição Comercial Distribuição

ClientesTarifa

POOL REN

MercadoLiberalizado

ClientesTarifa

MercadoLiberalizado

ProdutoresProdutoresVinculados

ProdutoresNão Vinculados

POOL

Page 14: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

O Trading sob duas perspectivasa) Os mercados grossistas

Para alargar âmbito da concorrência é preciso que os agentes que não possuem meios de produção, lhe tenham acesso fácil

Nascem assim os mercados grossistas os vendedores representam os detentores de meios de produção

os compradores não são os utilizadores finais de energia, compram-na por grosso para a revenderem nos mercados de retalho

O que permite a correcção de posição de empresas integradas

E, sobretudo, permite a operação quotidiana do sector eléctrico, fazendo o encontro entre a oferta e a procura e ajustando, no curtíssimo prazo, as posições dos agentes

Page 15: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

CompradorComprador

CompradorCompradorVendedorVendedor

VendedorVendedor

CompradorComprador

CompradorCompradorVendedorVendedor

VendedorVendedor

VendedorVendedor

VendedorVendedor

CompradorComprador

VendedorVendedor

VendedorVendedor

VendedorVendedor CompradorComprador

CompradorComprador

Exchange Multilateralou Bolsa Independente(muitos com muitos)

Trader(um com muitos)

Consolidador(leilão)

Exchange bilateral(com ou sem broker)

Trader

Consolidador

broker

broker

5

Mercados Grossistas – Diferentes formas

Page 16: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

PLX

LPX, EEX. EPX

Nord Pool

Pool RTE

APX

OMEL

UKPX

GOPool

Italiana

Swiss PX

2

Mercados Grossistas - Proliferação de Mercados Locais...

Page 17: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Centro-Sul

Sudoeste

Nórdico

Ilhas Britânicas

Centro

Mercados grossistas – Emergência de Mercados Regionais

Page 18: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

O Trading sob duas perspectivas b) Os mercados não físicos

As diferentes formas de mercados grossistas fazem pressupor a emergência de mercados não físicos (financeiros)

Os mercados grossistas proporcionam um preço de referência e um histórico

A mercadoria transaccionada nos mercados grossistas é uma commodity

A flutuação de preços nos mercados grossistas é muito grande (maior no petróleo e no gás), logo a questão do risco é elemento essencial de competitividade

Os utilizadores finais são compradores “on-going” do produto

Page 19: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

A comercialização – Três dimensões do mercado de retalho

Uma empresa que compete no mercado retalhista de electricidade tem que, no mínimo, ser capaz de gerir três variáveis

Preço - que é determinante para alguns segmentos- é elemento em que o risco deve ser do fornecedor- é fundamental ajustar diagramas de aprovisionamento e de - e ser capaz de gerir diferentes maturidades

Canais - desde os canais “ one- to- one” - até canais indirectos como o call center ou a internet

SVAs - tentar vender “ services beyond the meter”

Page 20: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

A comercialização – O papel dos SVAs

A electricidade é uma commodity: se o serviço proporcionado não for palpável, o único elemento de competição é o preço, isto é, o estreitamento da margem comercial

O primeiro elemento de diferenciação é o serviço comercial propriamente dito: contudo, a replicação da política de canais pelos concorrentes é muito simples

Torna-se necessário aprofundar os elementos de diferenciação, procurando tornar a electricidade palpável: os Serviços de Valor Acrescentado têm essa função

Page 21: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Mercado Ibérico – De novo, a Organização

SENVSENV SEPSEP

Distribuição Comercial Distribuição

ClientesTarifa

POOL REN

MercadoLiberalizado

ClientesTarifa

MercadoLiberalizado

ProdutoresProdutoresVinculados

ProdutoresNão Vinculados

POOL

Page 22: Lisboa, 16 de Fevereiro de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia

Mercado Ibérico – O que está feito e o há que fazer

Do lado do mercado de retalho, pouco há a fazer: os agentes de um lado já podem actuar no outro e vice-versa É necessário contudo, consagrar a figura de comercializador em Portugal

A questão é, sobretudo, a da criação do mercado grossista

Contudo, quando a interligação disponível comercialmente é apenas 10% do consumo em Portugal (e 2% do Espanhol) que significado tem um único mercado grossista? Tem que ser resolvido por restrição ou por market split

Conclusão: - relevante é a ampliação das interligações e - as adaptações à organização portuguesa que decorrem desse mercado grossista único