literatura - modernismo em portugal - 3aço - prof. kelly mendes

20
O MODERNISMO MODERNISMO EM PORTUGAL

Upload: natalia-malheiro

Post on 06-Jun-2015

103 views

Category:

Documents


8 download

TRANSCRIPT

Page 1: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

O MODERNISMO

MODERNISMO EM PORTUGAL

Page 2: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Portugal no início do século XX:

•Tensão política, insatisfação social;•Perda da autonomia ultramarina frente à Inglaterra;

•Busca de arte autêntica lusitana;•Desejo nacionalista de recuperação do prestígio português.

Page 3: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

ARTE• Ruptura com o passado.• Molda-se às transformações históricas =>

tendências que adotam a ingenuidade e o sentimento dos povos primitivos = volta a sua origem.

• Anseio de independência e renovaçãoprofunda, marcando o desgosto e a decepçãodo homem com o passado.

Page 4: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Ruptura convencional

Ruptura com o ideal romântico

Ausência da metrificação

Valorização do subconsciente

Linguagem ousada

Características:

Page 6: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Primeira geração: ousadia e irreverência

Temos como ponto de partida a Revista Orpheu

Publicada em 1915, com duas edições, manteve os princípios do Futurismo de Marinetti;

Surgiu para derrubar a Literatura convencional, introduzindo um novo estilo que viria escandalizar os conservadores;

Considerada o marco inicial do Modernismo, idealizada por Fernando Pessoa, Mario de Sá- Carneiro e Almada Negreiros;

Page 7: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

FERNANDO PESSOA

Page 8: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

HETERÔNIMOS

Fernando Pessoa

Ortônimo – “Ele mesmo”

Heterônimos:• Alberto Caeiro• Ricardo Reis• Álvaro de Campos

“Multipliquei-me para me sentir,Para me sentir precisei sentir tudo,Transbordei-me, não fiz senão, extravasar-me”

Page 9: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Alberto CaeiroNasceu em 1889 e morreu tuberculoso em 1915, era um homem simples do campo. Sua estatura era mediana, loiro de olhos azuis, órfão e estudou pouco, até o primeiro ano.

Textos marcados pela ingenuidade e pela linguagem simples do campo. Seus versos são livres e falam do amor à natureza e da simplicidade da vida camponesa.

Page 10: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Alberto Caeiro: Pura sensação!O guardador de rebanhosSou um guardador de rebanhos.O rebanho é os meus pensamentosE os meus pensamentos são todos sensações.Penso com os olhos e com os ouvidosE com as mãos e os pésE com o nariz e a boca.Pensar uma flor é vê-la e cheirá-laE comer um fruto é saber-lhe o sentido.Por isso quando num dia de calorMe sinto triste de gozá-lo tanto,E me deito ao comprido na erva,E fecho os olhos quentes,Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,Sei a verdade e sou feliz.

Não me Importo com as Rimas. Raras vezes Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra. Penso e escrevo como as flores têm cor Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me Porque me falta a simplicidade divina De ser todo só o meu exterior Olho e comovo-me, Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado, E a minha poesia é natural como o levantar-se vento...

Page 11: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Estilo clássico e erudito. Ricardo Reis é extremamente racional. Sua linguagem é rebuscada e complexa. Usa com muita freqüência a mitologia

clássica, carpe diem. Tinha plena consciência da brevidade da vida

e, o que lhe causava sofrimento.

Ricardo Reis

Nasceu em 1887, na cidade do porto e era médico. Era baixo, forte, moreno e um monarquista de formação.

Page 12: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Ricardo Reis: Pura razão!Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.  Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos  Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.   (Enlacemos as mãos.)   Depois pensemos, crianças adultas, que a vida  Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,  Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,Mais longe que os deuses.   Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.  Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.  Mais vale saber passar silenciosamente  E sem desassossegos grandes.   Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,  Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,  Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,E sempre iria ter ao mar.  

Page 13: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Ricardo Reis: Pura razão!

Atrás não torna, nem, como Orfeu, volveSua face, Saturno.Sua severa fronte reconheceSó o lugar do futuro.Não temos mais decerto que o instanteEm que o pensamos certo.Não o pensemos, pois, mas o façamosCerto sem pensamento.

Uns, com os olhos postos no passado,Veem o que não veem: outros, fitosOs mesmos olhos no futuro, veem

O que não pode ver-se.Por que tão longe ir pôr o que está

perto -A segurança nossa?  Este é o dia, 

Esta é a hora, este o momento, isto É quem somos, e é tudo.

Perene flui a interminável horaQue nos confessa nulos.  No mesmo

haustoEm que vivemos, morreremos.  Colhe 

o dia, porque és ele.

Page 14: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Álvaro de CamposNasceu em outubro de 1890, era engenheiro naval, alto, magro, cabelos lisos e assemelhava-se a um judeu português.

Era o poeta do futuro, da velocidade das máquinas, do tempo presente.

Textos são contraditórios, ora marcados por uma grande energia, ora revelando a crise dos valores espirituais e a angústia do homem de seu tempo.

Page 15: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Álvaro de Campos: Pura emoção!Não: não quero nada.Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!Não me falem em moral!Tirem-me daqui a metafísica!Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistasDas ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?Se têm a verdade, guardem-na!Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.Com todo o direito a sê-lo, ouviram?Não me macem, por amor de Deus!

Page 16: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Fernando Pessoa - Ortônimo

Um dos escritores mais complexos da literatura portuguesa, começou a se destacar a partir de seus inúmeros artigos

sobre as novas tendências europeias.

Page 17: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Sua produções apresentam características diferentes das de seus heterônimos. Expressa um profundo sentimento

nacionalista e um apego a tradição portuguesa. Sua produção é dividida em Lírica e Épica.

Mensagem

Poesia épica, na qual fala dos grandes feitos de Portugal, dos

reis e da época das grandes navegações.

Fernando Pessoa - MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu salSão lágrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas mães choraram,Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso, ó mar!Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma não é pequena.

Quem quere passar além do BojadorTem que passar além da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu.

Page 18: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

O poeta fingidor - Poesia Lírica

Page 19: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Mario de Sá-CarneiroFez parte do grupo de escritores da Revista

Orfeu responsável pela parte financeira.

Buscou compreender o sentido de sua

existência, mas não encontro acabando se

perdendo nele mesmo.

Seus texto são marcados por um

profundo sentimentos de inadaptação ao

mundo e subjetivismo

Dispersão - Mário de Sá-Carneiro Perdi-me dentro de mimPorque eu era labirinto,E hoje, quando me sinto,É com saudades de mim.(...)Não sinto o espaço que encerroNem as linhas que projeto:Se me olho a um espelho, erro-Não me acho no que projeto.

Regresso dentro de mim,Mas nada me fala, nada!Tenho a alma amortalhada,Sequinha, dentro de mim.(...)Eu tenho pena de mim,Pobre menino ideal...Que me faltou afinal?Um elo...um rastro...Ai de mim!...(...)Perdi a morte e a vidaE louco, não enlouqueço...E na hora foge vividaEu sigo-a mas permaneço.

Page 20: Literatura - Modernismo em Portugal - 3aço - Prof. Kelly Mendes

Almada Negreiros – artista eclético

Pintor, coreógrafo,

artesão, escritor e bailarino

Destacou-se por contribuir para a produção da revista Orfeu.

Eu sou o resultado consciente de minha própria experiência.