livro colaborativo: redes sociais e inovação digital - volume 3
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Livro colaborativo dos alunos do professor Gil Giardelli da ESPM.TRANSCRIPT
inovação digitalCopyright © 2012 Gaia Criative
www.gaiacreative.com.br
(fund. 2009) / São Paulo; 64 páginas
Título: Redes Sociais e Inovação Digital | E-book Colaborativo - Volume 3
ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO
A Gaia Creative é uma Empresa de
Tendências, que visa à inovação na Gestão
do Conhecimento, a Gestão da Inovação e
é especializada em soluções tecnológicas
para Relacionamento Digital, Redes Sociais,
Campanhas de Email Marketing e Campanhas
de Mobile Marketing.
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O Centro de Inovação e Criatividade (CIC)
ESPM proporciona o ambiente adequado
para pessoas interessadas em se tornarem
profissionais atuantes em um cenário
extremamente dinâmico onde inovação e
criatividade caracterizam cada vez mais as
atividades das marcas líderes. No CIC são
realizados os cursos do professor Gil Giardelli,
o #InovadoresESPM
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inovação digital
ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Atribuição – Uso não-comercial – Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Brasil. Para ver esta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/
CONSELHO EDITORIAL:Cibele Silva, Gil Giardelli
RESPONSÁVEL:Gil Giardelli
REALIZAÇÃO:Gaia Creative e CIC/ESPM
EDIÇÃO E REVISÃOAdriane Filenga, Cibele Silva e Samanta Fluture
PRODUÇÃO DE GRÁFICA E DIAGRAMAÇÃO:Eloisa Rosendo e Marcos Bolzan
expediente
expediente
inovadores
Ana MarottiAstrid AkrabianBruna Martins de OliveiraCarla Caires AbdallaCarlos Renato Asakawa NovaisClaudia RossiDiego MarquesFabio Augusto BahiaFernando NevesHamilton LeãoIbrahim Jacob Facuri FilhoJaqueline OgliariJulia Parpulov Augusto dos SantosLuís Humberto Rocha CarrijoMara Ione Guerra de MedeirosMariana de Paiva AraújoMelissa CrocettiPatricia Bernardo de AlmeidaPatrícia GilRicardo Augusto LombardiThais AbrahãoThiago Nunes da SilvaViviany Cruz
Para defender esta ideia, lanço mais um livro colaborativo - volume III, a junção da
colaboração entre os alunos com o que eles podem ensinar a mim, a vocês leitores, e a
eles mesmos.
Pare para pensar em suas atitudes e como você está usando sua influência. Quando
você compartilha uma ideia, pense que você está educando as pessoas ao seu redor. Em
uma sociedade em rede, o presente e o futuro da educação está na mão de todos.
Repetimos em todo canto que o mantra do mundo digital é ‘você é o que você
compartilha’. Mas, se você é o que você compartilha e quem compartilha é educador,
então somos todos educadores. E, se somos todos educadores, estamos realmente nos
portando como tal?
PREFÁCIOO princípio de ser educador é compartilhar conhecimento. O educador estuda, pesquisa,
aprende, analisa, pesquisa mais um pouco e, através de filtros, cria ideias. Ao conectar
essas ideias surgem contexto e relacionamentos.
6
Ou seja, somos todos alunos eternos, cada vez mais equipados com ferramentas
inteligentes e futuristas, que enxergam algorítimos e possibilidades quase cegas aos
olhos humanos. Mas, atingindo a era do comando por pensamento, o ato de aprender,
de ensinar e de produzir necessita cada vez mais do fator humano, da sensibilidade
existente em nossas conexões de neurônios, do calor de nossa vontade, do pensamento
crítico e do coração onde nada é impossível.
E nosso poder de produzir e passar conhecimento adiante vai além de buscar palavras-
chave, copiar, colar e ter em mãos produções dignas de “mash-ups”. De acordo com
Anne Arriaga, membro da equipe de educadores do Google, o futuro da educação está
na mão de cada um que é capaz de pesquisar e pensar: ”nós precisamos cultivar a
autonomia da aprendizagem nos nossos estudantes, para que, quando eles saírem para o
mundo, depois do ensino médio, na faculdade, na carreira ou na vida, eles saibam como
pesquisar e pensar criticamente”.
Somos humanos. Somos seres sociais. Temos a necessidade de tocar outras pessoas,
olhar nos olhos de um estranho, dividir uma risada com amigos, dar um abraço de
parabéns. E, com essa condição, temos a necessidade, a oportunidade e o dever de
passar nosso conhecimento adiante.
Neste livro colaborativo, compartilhamos com todos o que aprendemos na sala de
aula, o que guardamos em nossos pen drives, o que anotamos em nossos cadernos de
anotação. A lição que tento passar em minhas aulas, e que meus alunos deixam aqui,
é a de não se limitar às cordas e prensas para escalar montanhas. O conhecimento e o
sucesso ainda é fruto do equilíbro e trabalho árduo entre mente, corpo e espírito.
Gil Giardelli
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1. 121001 coisas pra compartilhar antes de morrerpor Ana Marotti
2. 14A Caça ao Par na era digital/socialpor Ibrahim Jacob Facuri Filho
4. 20A inovação do sac através das Redes Sociaispor Diego Marques
3. 18A construção de identidades fluídas nas
redes sociais da Internet por Mariana de Paiva Araújo
5. 24Como o Twitter mudou a forma de nos informarmos
e nos relacionarmospor Ricardo Augusto Lombardi
6. 26É hora de aproveitar os bons resultados para ampliar
os segmentos de mercado no uso das redes sociaispor Mara Ione Guerra de Medeiros
SUMÁRIO
8. 32Redes sociais e o fim da era da inocênciapor Thais Abrahão
9. 36O Verdadeiro Poder Das Redes Sociais É A solidariedadepor Fabio Augusto Bahia
10. 38Perguntas têm respostas?por Melissa Crocetti
11. 40Mídias Sociais x mídias tradicionaispor Carla Caires Abdalla
12. 42Preparado para o fim do .com?por Fernando Neves
13. 44Pró-atividade: fazer a diferençapor Jaqueline Ogliari
7. 30As mudanças trazidas pelas informações recebidaspor Thiago Nunes da Silva
SUMÁRIO
14. 46O que são redes sociais e inovação digital? por Patrícia Gil
16. 50Tempos Exponenciais e a educação medievalpor Claudia Rossi
15. 48Tecnologia exponencial para seres sociais ou tecnologia social para seres exponenciais?por Hamilton Leão
17. 52Tempos Exponenciais e a falta de paciênciapor Julia Parpulov Augusto dos Santos
18. 53Tempos Exponenciais e aS mídias sociaispor Astrid Akrabian
20. 56Tempos Exponenciais e aS mídias sociais na educaçãopor Viviany Cruz
21. 58Tempos Exponenciais e aS mídias sociaispor Patricia Bernardo de Almeida
22. 60Tempos Exponenciais e aS mídias sociais: o lugar do turismo neste movimentopor Carlos Renato Asakawa Novais
23. 62Tempos Exponenciais e aS mídias sociaispor Luís Humberto Rocha Carrijo
19. 54Tempos Exponenciais e aS mídias sociaispor Bruna Martins de Oliveira
SUMÁRIO
1001 coisas pra compartilhar antes de morrer
Tem personagens muito interessantes
acampados por lá. Mas precisa saber
jogar o anzol.
Nestes dias de aprendizado, me senti
vilã, refém, eufórica, deprimida, mas na
maioria das vezes muito entusiasmada
com esta nova forma de viabilizar velhas
possibilidades. Sei que ao estender as
mãos, muitas digitais anônimas virão ao
meu encontro.
Imagino que se Clube da Luta fosse
rodado nos dias de hoje, certamente
Marla Singer iria curtir os grupos de
tuberculosos no Facebook ao invés de ir
às reuniões semanais.
Não sei se meu coração bate mais forte
quando o telefone toca, a campainha
soa, quando vejo linhas em negrito na
minha caixa de entrada ou quando um
envelopinho brilha na tela do meu celular.
O que importa é que as conexões existem
e persistem e pessoas com diferentes
interesses, e em sua maioria com boas
intenções e idéias, povoam este cenário
cheio de portas como nas cenas de
Monstros S.A.
Nas minhas mãos já não cabem tantos
leques. Faltam letras no meu teclado.
Estendo o braço direito e atinjo com
a ponta dos dedos a pobre folha
acomodada na impressora há tempos.
Branquinha, quadrada, louca de
vontade de sentir o toque de uma boa
esferográfica. Há tempos só interage com
cartucho e na maioria das vezes PB. Nem
uma corzinha pra dar alegria e sempre
no modo draft pra ser mais rápido e
econômico.
Não é só ela, a folhinha A4 de gramatura
75, que sente nostalgia, a gente também.
Mas é só baixar um video no Youtube
com músicas dos tempos dos cabelos
repicados e das ombreiras, que já
fazemos um rápido resgate e a nostalgia
passa. Não tem LP, não tem K7 e rádio só
no carro pra ouvir as notícias do trânsito.
Mas não precisamos ficar tristes, pois
temos desktops decorativos, laptops de
cabeceira, smartphones no console e
tablets na baia.
Sou destas pessoas que se adaptam e se
desadaptam quase na mesma velocidade.
Gosto de ver qual é, mas logo percebo
quando é mera curiosidade. Resolvi
mergulhar nas redes e acabei descobrindo
que nas nuvens a gente pode encontrar
bem mais que links, downloads e wikis.
por Ana Marotti
12
por Ana Marotti
Guardo ferramentas em caixas seguras.
Todas em quarentena.
Quero manter, mudar, fortalecer minhas
redes e muitas vezes poder fechar
os olhos ou traçar planos num velho
Molesquine.
Ao meter a escumadeira na panela global
e trazer à tona gente fritando na web 2.0,
você pode refletir e fazer suas escolhas:
servir-se à vontade ou consumir com
moderação.
Se a nuvem, nossa gôndola virtual, já
não pode se dar ao luxo da precipitação
tecnológica, só nos resta deixar
esquentar. Vamos ligar os ventiladores e
colaborar freneticamente, afinal, temos
1001 coisas pra compartilhar antes de
morrer.
13
A Caça ao Par na era digital/social
por Ibrahim Jacob Facuri Filho
entrando em conflito interno com tantas
opções, e acabam não fazendo nada.
Vamos começar devagar: o primeiro
contato. Nos primórdios as pessoas
já nasciam destinadas a se casar com
determinada pessoa, eram acordos
familiares. Posteriormente, começaram
a deixar o homem ter algumas opções,
mas não era tão simples assim: uma
família precisava ser amiga e próxima de
outra, mostrava uma “candidata” e, se
os pais aprovassem, mostravam ao filho.
Se este aprovasse, talvez haveria um
acordo. Lembrando: tudo verbalmente
e pessoalmente, à cavalos, carroças e
carroagem. No máximo correspondências.
Centenas de anos depois, com a
revolução cultural, tudo ficou mais
liberado. Não se pensava tanto mais em
casamento. As pessoas poderiam ter
várias experiências antes
A busca por relações afetivas é um
assunto muito maior e mais complexo
do que muitas vezes parece. Está no
instinto e no subconsciente
dos seres. Por mais que não pareça, a
maioria das nossas ações e pensamentos
é voltada pra isso. Há teorias que dizem
que todo grande feito foi estimulado
por alguma questão amorosa (seja uma
decepção, seja um novo amor, qualquer
coisa). O próprio Facebook, para ser
tão bem planejado e tão bem feito, foi
impulsionado por uma mágoa amorosa de
Mark Zuckerberg.
Essa busca vem tomando formatos
diferentes há milhares de anos. Não
entrarei detalhadamente no assunto de
como era nos primórdios e os diferentes
formatos que vieram tomando, afinal isso
tomaria uma enciclopédia inteira. Mas,
no decorrer desse artigo citarei algumas
“estratégias” antigas comparadas com as
atuais.
O que precisamos entender e enxergar
é que na ERA DIGITAL, tudo ficou muito
mais acessível, tudo infinitas vezes mais
fácil. Agora com a ERA DIGITAL/SOCIAL
então, não consigo imaginar como ficar
mais fácil. Ficou tão fácil que há pessoas
14
vivendo, inclusive no campo das relações
sociais amorosas.
Voltando ao primeiro contato. Por mais
que alguém te apresente a outrem, você
sempre fica um pouco envergonhado
e sem saber o que falar. Se você não
tem alguém para apresentá-la então,
complicou! Cantadas prontas? Pode
ser que funcione dependendo do “grau”
de ambos os envolvidos. Hoje em
compensação, com apenas um simples
clique (adicionar, seguir ou outro), você
se apresenta para QUALQUER pessoa
nas redes sociais no mundo. Se você
tiver alguns amigos em comum então,
as chances de aceitação aumentam
bastante.
Para melhorar ainda mais, a pessoa já te
conhece nas suas melhores fotos. Como
diz o velho ditado: “a primeira impressão
é a que fica”. As fotos que você sai mais
fotogênico, nos lugares e viagens mais
legais, momentos entusiasmantes, etc.
A pessoa já tem uma ideia que você tem
uma ótima vida. E para as pessoas que
já se conhecem também isso acontece.
Outra vantagem é que se você está em
duvida se tal pessoa é bonita, quais os
defeitos e tudo mais, a rede social tira
de encontrar um par ideal e se casar.
Então, veio o telefone e posteriormente o
celular. Começava a ERA DIGITAL. Como
ficou mais fácil conversar com alguém
e marcar encontros com o celular, não
é mesmo? Já imaginaram antes como
era? Só de você poder pedir o número
do telefone da pessoa, para continuarem
uma conversa depois já é fantástico.
Quando imaginamos que em uma ligação
não há presença física, aquele “olho-no-
olho”, temos coragem de falar muito mais
coisas com certeza.
De repente a internet. Parecia algo
inacessível, mas em poucos anos
dominava o mundo todo. Através de bate-
papos e recados pela internet, além de
você ter coragem de falar tudo por não
haver presença física, você tem tempo
para pensar nas respostas adequadas.
Isso facilita incalculavelmente as coisas,
sem dúvidas.
Hoje, estamos na melhor e mais fácil
etapa dessas, a ERA DIGITAL-SOCIAL.
Vamos enumerar aqui algumas facilidades
que as mídias sociais propiciaram para
quem procura um par. Creio que a grande
maioria das pessoas não se deu conta
do quão incrível é tudo isso que estamos
15
você conhecer algum destes, pode pedir
um auxílio.
Certamente, você já teve uma ou quase
todas essas atitudes com alguma pessoa,
quase todo mundo já teve. Essas foram
apenas algumas das vantagens possíveis
com as redes sociais. Para finalizar,
agradecendo mais ainda as redes sociais,
afirmo: a cada dia estamos mais próximos
dos 100% das pessoas inseridas nas
redes sociais (não que iremos alcançar um
dia)!!! Então, se você ainda não encontrou
seu par, é bom começar a se engajar
mais...
defeitos e tudo mais, a rede social tira
suas dúvidas, sem precisar ficar olhando
de “rabo de olho” ou perguntar a opinião
de outra pessoa. Na minha opinião a
melhor parte! Não é muito difícil você
ficar falando para a pessoa tudo o que
você faz de legal e interessante (seja
academicamente, profissionalmente,
culturalmente, por diversão ou qualquer
outra coisa)? Principalmente se você não
é la uma beldade, fica até ansioso para
mostrar suas qualidades. Ao mesmo
tempo que se você falar demais, o outro
pode ter um impressão de prepotência
sua ou outro sentimento parecido. Nas
redes sociais você já se apresenta pra
todos mostrando todas essas coisas.
Diariamente você vai mostrando um
pouco mais. Um foto aqui, um check-
in ali, uma frase acolá, um vídeo...
Se você souber usar sua rede social,
você definitivamente passa a ser mais
interessante.
Além disso tudo, você pode estudar
tudo que a “vítima” faz e se interessa.
Assim, você consegue abordar os
assuntos devidos em uma conversa “mal-
intencionada”. Você pode saber quem são
os amigos mais próximo da pessoa e se
A Caça ao Par na era digital/social
por Ibrahim Jacob Facuri Filho
16
A construção de identidades fluídas nas
por Mariana de Paiva Araújo
A mídia redistribui traços da cultura,
dentro e fora do seu espaço de origem.
É também pelos meios de comunicação
que a cultura encontra sua dinâmica e a
diluição de suas fronteiras. Esta relação
causa aspectos positivos e negativos,
uma vez que a essência cultural pode
ser modificada por outros fatores como
interesses econômicos, políticos e mesmo
adequação à linguagem dos meios, como
a linguagem audiovisual, atravessada pela
fragmentação – a simulação do tempo
e os recortes do espaço. Entretanto,
estes fatores podem influenciar a cultura
mesmo fora da mídia. A diferença entre
um contexto e outro está na visibilidade
e no alcance – relembremos o poder da
mídia com Thompson (2009, p.13).
redes sociais da Internet
[...] só poderemos entender o impacto
social do desenvolvimento das novas
redes de comunicação e do fluxo de
informação, se pusermos de lado a ideia
intuitivamente plausível de que os meios
de comunicação servem para transmitir
informação e conteúdo simbólico
a indivíduos cujas relações com os
outros permanecem fundamentalmente
inalterados. Nós iremos ver, ao invés, que
o uso dos meios de comunicação implica
a criação de novas formas de ação e de
interação no mundo social, novos tipos
de relações sociais e novas maneiras
de relacionamento do indivíduo com os
outros e consigo mesmo.
O que todas essas mudanças
significaram, de forma bem sintética,
para nossa sociedade? A abertura de
uma nova possibilidade: a troca em
escalas onde as fronteiras estão cada
vez mais dissolvidas. Essa nova forma de
multiplicar os pontos de contato é que
fascina estudiosos dessa “nova” cultura,
a cibercultura. Ela nos faz perceber
que não vivemos uma era marcada por
grandes revoluções como os séculos
que se passaram, mas sim, uma era de
microrrevoluções, que compartilhadas,
conseguem modificar a realidade macro
de forma efetiva. E isso significa que tanto
a velocidade quanto o espaço de trocas e
compartilhamento foram expandidos.
Essas mudanças também trouxeram à
tona novos questionamentos sobre o
espaço do sujeito na esfera social. Sua
relação de individualidade e coletividade
mudou. As fronteiras entre o que pertence
ao sujeito e o que é de pertencimento
público estão cada vez mais em
comunhão. E não apenas isso, a forma
18
por Mariana de Paiva Araújo
como esse sujeito se reconhece em
contato com uma diversidade cada vez
maior parece criar identidades virtuais,
no sentido apontado pelo conceito de
Lévy sobre o que é virtual. A identidade
se apresenta como um nó de tendências,
uma construção entre a potência de ser e
o que o sujeito assume publicamente ser.
A identidade virtual, ao mesmo tempo,
é atravessada pela representação da
persona, a “máscara” social que o sujeito
apresenta em determinados momentos
para se fazer pertencer em círculos
sociais.
19
A inovação do sac através das Redes Sociais
por Diego Marques
seja o inovador da sua empresa, não
tenha medo de propor quebra de
paradigmas, este é o momento.
Se sua empresa quer atender aos
clientes nas mídias sociais, aqui vai
a primeira dica, tire todos os pré-
conceitos adquiridos até o momento e
não se assuste ao perceber que mesmo
sem você oficialmente ter inserido sua
empresa em um canal oficial, ela já está
compartilhada na web. Mas, e aí, o que
fazer? Não existe uma métrica pronta,
como uma receita de bolo, estamos em
BETA, como diz Gil Giardelli, a questão
fundamental é inovar, tentar, e, se der
errado, começar novamente. Estude
alguns cases de sucesso, no Google é
fácil de achar, mas não entre nas mídias
sociais com o pensamento de que são
apenas mais algumas mídias de sucesso
temporárias. Em toda mídia social,
principalmente nas redes sociais (procure
entender a diferença entre mídias sociais
e redes sociais), existem grandes laços
de comunidades e amizades, onde duas
ou mais pessoas juntas com o mesmo
objetivo podem curtir e criar conteúdo
suficiente para atingir a sua marca,
positivamente ou não. Não se esqueça
Ao falar de SAC logo pensamos nos
antigos serviços de atendimento ao
cliente, com seus call center’s astuciosos,
prazos de atendimento sob o nome de
SLA’S e normas regidas pela ANATEL
quase nunca seguidas, e ainda com
o consumidor batalhando por uma
informação ou uma solução rápida
para seu problema ou dúvida. Há de
se ressaltar a vontade de algumas
empresas em ter um atendimento de
excelência, com qualidade e programas
de encantamento ao cliente, mas
infelizmente são mínimas estas ações que
se tornam efetivas ao principal envolvido,
o “Cliente”. Mas, uma revolução, a das
REDES SOCIAIS, pela primeira vez regida
sem ter um grande líder destacado, está
mudando a realidade do atendimento
pós-venda.
Em algumas empresas já é possível
se perceber novas plataformas de
atendimento, uma linguagem mais
próxima à realidade do cliente, onde o
diálogo, o compartilhamento e a interação
se fazem fundamentais para o sucesso.
Como diz Mauricio Vargas, “já tem
empresas comemorando resultados”,
então amigos, está na hora da mudança,
20
resposta na plataforma – registro no CRM
etc). Fundamental será nesta equipe que
fará o atendimento aos clientes 2.0 ter os
melhores profissionais de atendimento
da sua empresa, aqueles que dominam
o processo, que compartilham de
seus valores e são especialistas. Dica:
treinamento, remuneração adequada e
capacitação contínua serão essenciais.
Um ponto de atenção que merece
destaque é a sua base de dados. Como
vou registrar este cliente monitorado em
meu sistema de atendimento? Adapte a
base atual se ela ainda não for social, crie
campos para que os próprios atendentes
possam preencher se o cliente tem
uma conta no facebook, twitter etc. A
parceria com sua equipe de TI terá que
ser contínua, com os desenvolvimentos
sendo feitos para dar base aos gestores
de poder. Também é importante gerar
números de atendimentos exercidos
na web gerarem números, além de
informações cruciais de conteúdo
compartilhado por você ou por seus
advogados e destruidores de marca.
Gerar conteúdo positivo é de fundamental
importância para o sucesso e credibilidade
da sua marca nas plataformas atendidas.
que nas mídias não apenas se vende, o
principal objetivo é criar o diálogo, investir
no relacionamento e interagir com seu
cliente.
Antes de criar um perfil para sua
empresa no facebook, twitter e orkut
e divulgar a todos que agora está na
web2.0 atendendo e respondendo,
monitore, veja o que estão falando de
você, se prepare para atender. Existem
diversas ferramentas de monitoramento
grátis e pagas, a definição de quais
serão usadas depende do objetivo do
monitoramento e a eficácia vai depender
do seu conhecimento em manuseá-las.
Não pague por uma ferramenta se não
possui certa experiência com as redes,
você perderá dinheiro. Esteja certo que
não existe empresa que só recebe elogios
e após ter conseguido dados sobre o
conteúdo que está sendo gerado na web,
sendo positivo, neutro ou negativo, defina
quais os canais que pretende fazer o
atendimento, e para cada um deles crie
uma métrica de atendimento, um fluxo.
Cito um exemplo simplificado ( post
recebido – tratativa – contato imediato
ao cliente em no máximo 15 minutos
após seu primeiro comentário – post em
21
departamento de atendimento ao cliente
estruturado, contrate primeiro uma
consultoria para te ajudar. Lembre-se que
em breve “o consumidor não vai falar
com o 0800 da sua empresa”, como diz
Mauricio Vargas sócio presidente do site
Reclame Aqui. Este mesmo site, www.
reclameaqui.com.br, já é referência aos
consumidores, com mais de 4 milhões
de acessos/mês, e possibilita através
de consultoria identificar pontos chaves
da sua empresa a serem trabalhados e
montados, ressalto que o principal ponto
é que você gestor ou dono de empresa
tenha vontade de atender ao seu cliente,
apenas responder sem resolver não basta
mais, a relação empresa-cliente mudou.
Se ainda tem dúvida e não acredita na
força das mídias sociais, seguem alguns
dados para exemplificar: mais de 80%
dos brasileiros estão em alguma rede
social, blogueiros como Edney Souza tem
mais seguidores no twitter que mídias
consagradas, youtube tem mais de 10
milhões de usuários. Podemos dizer que a
rede social é um boca a boca amplificado
onde o seu cliente agora é o pop star da
vez.
Quer ter sucesso nas mídias sociais? Quer
Falando especificamente do atendimento
a clientes, empresas como Bradesco - @
alobradesco e Itaú - @itau30horas já
possuem seus perfis de atendimento no
twitter, e são ótimos exemplos de como
fazer o atendimento com excelência,
estude estes cases. Claro que lendo
até parece fácil de atender, mas ter
profissionais que entendam de rede social
aliado aos processos da sua empresa, ter
uma equipe concisa, do gestor de redes
sociais aos assistentes de mídia social
é difícil, exige capacitação, felicidade
no que faz, controle, estratégia, e muita
inovação.
Se sua empresa não tem um
A inovação do sac através das Redes Sociais
22
não acontecerão da noite para o dia,
mas se houver uma boa estratégia sua
equipe poderá comemorar resultados
positivos. Na fala de Fabio Cipriane, em
seu livro “Estratégia em Mídias Sociais”,
fecho o meu texto certo que: “As mídias
sociais representam hoje um importante
marco que não deve ser ignorado pela
sua empresa. Ela é o futuro e já se
faz presente. Pare de pensar que ele
representa o fim da civilização e abrace. A
inteligência é coletiva e o capital é social.”.
manter sua empresa crescendo? Palavras-
chave lidas na apresentação de Roberto
ALoureiro no slideshare, http://www.
slideshare.net/robertoaloureiro/redes-
sociais-e-as-empresas-e-agora-2541772,
para você guardar a partir de hoje:
“Interagir, escutar, compartilhar, não tratar
as redes sociais apenas como marketing”.
Não tenha medo de interagir com o seu
consumidor, traga ele para o seu lado, se
relacione, atenda, dialogue, colabore, seja
transparente, se errou peça desculpas,
se acertou curta os elogios. Resultados por Diego Marques
23
Como o Twitter mudou a forma de nos informarmos
por Ricardo Augusto Lombardi
ser utilizada para divulgar e compartilhar
textos e imagens em alta velocidade, de
forma centralizada, distribuída ou em rede.
O Twitter também é um meio para
promover o relacionamento entre pessoas,
no caso, entre usuários e seguidores.
A plataforma maximiza o networking e
permite localizar usuários que inserem
conteúdo sobre temas de interesse
mútuo, utilizando o recurso da hashtag;
termos relacionados a partir da utilização
do símbolo do jogo da velha (#).
A consolidação do Twitter como
plataforma de comunicação mudou
a forma como a mídia passou a se
relacionar com seus respectivos públicos
e exigiu uma nova postura dos meios de
massa: rádio, TV, jornais e revistas, que
identificaram novas possibilidades no
cruzamento de informação entre o off-line
e o on-line.
A forma colaborativa de comunicação é
uma das características mais marcantes
do Twitter. É como se o usuário
transformasse seu perfil numa pequena
agência de notícias e passasse a informar
fatos relevantes aos seus seguidores.
Com a otimização do fluxo de dados na
Quando o Twitter foi criado, em 20 de
fevereiro de 2008, os usuários da mídia
social eram convidados a responder a
pergunta “What are you doing?” Naquele
tempo, sequer poderiam imaginar que
o microblog evoluiria de uma simples
ferramenta de entretenimento na web
para uma poderosa plataforma de
comunicação digital.
Em pouco tempo, a famosa frase que
estimulava o usuário a abrir sua vida
pessoal na Internet mudou para “What´s
happenend?”; era o primeiro sinal que o
Twitter poderia ser também aproveitado
em novas aplicações para promover
a participação e a interatividade entre
usuários.
Se buscarmos uma definição simples para
o Twitter, podemos dizer que se trata de
um microblog que permite a publicação
de textos com até 140 caracteres na
Internet que promove a divulgação deste
conteúdo entre o emissor da informação e
seus seguidores.
Porém, esta é a definição mais simples
e minimalista para o microblog. O Twitter
é também uma poderosa ferramenta de
comunicação no meio digital que pode
e nos relacionarmos
24
por Ricardo Augusto Lombardi
O Twitter é hoje, sem dúvida, uma
importante plataforma de mídia social que
oferece velocidade na disseminação da
informação em ações de relacionamento
e marketing e na divulgação de notícias e
campanhas para promover a participação
e a interatividade do usuário.
Com a otimização do fluxo de dados na
Internet, muitos jornalistas passaram
a utilizar os perfis de suas fontes no
Twitter como canal oficial de informação.
É comum encontrar em reportagens de
diversas editorias tanto na mídia impressa
quanto na mídia on-line, citações feitas no
microblog e publicadas como declarações
oficiais. Mas, será que este tipo de
conteúdo aberto pode ser substituído pela
conversa formal de uma entrevista?
O Twitter é também uma poderosa
ferramenta de comunicação no meio
digital que pode ser utilizada para divulgar
e compartilhar textos e imagens em
alta velocidade, de forma centralizada,
distribuída ou em rede.
25
É hora de aproveitar os bons resultados para ampliar os segmentos de mercado no uso das redes sociais
por Mara Ione Guerra de Medeiros
sempre. O melhor caminho para alcançar
as metas e fazer o uso mais adequado
das novas tecnologias é estabelecer
objetivos e planejar uma execução séria,
comprometida e profissional.
E, para isso, a melhor e mais eficaz forma
disponível é utilizar todas as ferramentas
do planejamento disponíveis, para
a formatação de um bom plano que
mostre foco, objetivos, segmentação,
estratégias e planos de ação, inclusive
para resolver possíveis crises. Além disso,
o empreendedor não pode negligenciar a
busca de uma boa equipe multidisciplinar,
investir permanentemente na formação
adequada desse time e usar ferramentas
adequadas de mensuração, mesmo
as gratuitas. Apesar de isentas de
custos, são formas bastante eficientes e
apresentam uma multiplicidade de dados
para análise e adequação do rumo do
trabalho.
Bons exemplos e, acima de tudo,
resultados positivos existem, como
podem confirmar as experiências da Vivo,
Abril, IBM, Tecnisa, para citar somente
alguns casos brasileiros. Essa é apenas
uma amostra de empresas que decidiram
atuar nesse meio, relativamente novo
O uso das mídias sociais é eficaz
para alavancar o atendimento e, em
consequência, aumentar a satisfação dos
clientes, independente de a empresa (ou
a pessoa) vender um produto, prestar
um serviço ou mesmo gerenciar uma
cidade, um estado ou um país. Essa é
uma verdade que pode ser observada
em inúmeras publicações, por diversos
especialistas, hoje, e confirmada pelos
bons cases já implantados por empresas
brasileiras, governos e até pessoas
físicas.
Esses mesmos pesquisadores do assunto
também confirmam, nesses documentos,
uma certeza de que, assim como na era
offline, para estar nas redes sociais e
nos meios online, não há espaço para
amadorismo. Ao decidir fazer parte das
redes sociais e usar as mídias sociais
como forma de ampliar os canais de
comunicação, uma empresa precisa,
primeiro, estar preparada para querer
dialogar e interagir com as pessoas, e
em seguida pensar claramente no que
quer e ter o compromisso de utilizar a
ferramenta adotada com continuidade e
regularidade, sem esquecer que o espaço
requer a inclusão de conteúdo relevante
26
redes sociais, a um segmento que não
é novo mas cresce constantemente em
importância e cada vez mais influencia
o dia-a-dia e o resultado do trabalho de
todos, de forma exponencial. Falo de
energia elétrica, um bem indispensável do
Século XXI e, que pelos últimos episódios
registrados e noticiados, provoca muita
insatisfação, especialmente quando
falta e quando não há, por parte da
concessionária, informação rápida do
problema causado e especialmente uma
previsão clara do tempo para o retorno.
Vale acrescentar que essa exigência da
informação é uma realidade, independente
da classe social ou do tamanho do
problema, seja falta de energia em um
estado, uma região, uma cidade, um
bairro com moradores da classe A ou da
classe D, ou mesmo uma rua. O cliente,
que em parte já está nas redes sociais,
vale ser registrado, espera e, muitas
vezes, até pressiona para saber, através
desses mesmos meios, o que está
ocorrendo, qual foi a causa da falta de
luz e o que a empresa está fazendo para
resolver uma determinada interrupção.
Obviamente, que, em função da criteriosa
regulação do setor elétrico brasileiro,
ainda, mas ajudam a ratificar a tese
de que atuar com profissionalismo é o
caminho mais produtivo.
Bem, se hoje existem tantas iniciativas
e exemplos para análise, é preciso
incentivar outros segmentos a avaliarem
e, quem sabe, experimentarem as
facilidades proporcionadas por esse
novo mundo. É papel dos profissionais
pesquisarem o assunto com
profundidade, sem passionalismo, e
mostrarem aos empresários, diretores e
gerentes das empresas, claramente, as
características e diferenças das novas
mídias disponíveis, os acertos alcançados
e até os erros registrados, a fim de
aproveitar tudo o que já foi gerado de
conhecimento para aprender e crescer,
especialmente na relação de aproximação
e fidelidade com os clientes. Neste ponto,
para ilustrar, é bom relembrar que um
dos princípios mais valiosos das redes
sociais é a democratização da informação
e o auxílio gerado pelas experiências já
adotadas, com o compartilhamento dos
bons resultados apurados.
Levando-se em consideração o que foi
exposto, é pertinente propor a análise
do uso das mídias sociais, através das
27
Algumas perguntas se impõem: o que
impede as empresas brasileiras de energia
elétrica de estarem nas redes sociais, de
criarem perfis institucionais específicos
para informar desligamentos programados
para manutenção da infraestrutura?
Por que não utilizar esses espaços para
divulgar dicas sobre o uso correto e
seguro da energia, locais e horário de
atendimento das suas lojas, padrões
de entrada exigidos pelo regulamento
das instalações consumidoras, tipos
de tarifa, regras para benefício da tarifa
social, entre outros assuntos diretamente
relacionados ao uso do serviço ou mesmo
a novos projetos? O debate está lançado
e deve ser ampliado, por respeito aos
clientes desse segmento e para o bem
das próprias empresas, as maiores
interessadas em manter seu público
satisfeito.
a forma legal do uso das redes sociais
pelas concessionárias de energia,
inclusive como aliado das centrais de
atendimento, precisará de algumas regras,
mas que, com certeza, com um pouco
de boa vontade e visão empresarial,
é completamente viável. As iniciativas
isoladas, ainda mínimas, que vêm sendo
implantadas pelas concessionárias já
começam a ser medidas e mostram bons
resultados, podendo servir de inspiração
ao setor.
Além do uso direto para informação
dos clientes e usuários de energia
elétrica em casos de contingência ou
prestação de serviços, que hoje exigem
comprovação legal de atendimento, as
empresas precisam - e isso não depende
de nenhuma lei ou decreto específico
- aproveitar esses novos meios como
bons canais de relacionamento e uso
educacional. por Mara Ione Guerra de Medeiros
É hora de aproveitar os bons resultados para ampliar os segmentos de mercado no uso das redes sociais
28
“Ao decidir fazer parte das redes sociais
e usar as mídias sociais como forma
de ampliar os canais de comunicação,
uma empresa precisa, primeiro, estar
preparada para querer dialogar e interagir
com as pessoas...”
29
As mudanças trazidas pelas informações recebidas
por Thiago Nunes da Silva
recebemos diariamente, é um volume
absurdo e vem por todos os lados em
meio aos diversos canais de informação,
temos que saber pinçar o que é relevante
e o que agrega conteúdo, o que gera
discussão, o que valorizamos e mensurar
o que pode gerar reações diversas nas
pessoas.
As novas mídias, principalmente as
digitais, nos possibilitam acessar essas
informações rapidamente e de diversas
fontes e formas diferentes. A globalização
e essas mudanças que ela proporcionou
impactaram demais a cultura e a vida das
pessoas no planeta inteiro, mexeram com
processos, serviços, sempre surgindo
algo inovador, o que gera um certo medo
ou receio nas pessoas, que esse “novo”
vai canibalizar o antecessor. Assim foi
quando surgiu a TV e disseram que o
rádio iria morrer, e com o advento da
internet disseram que tudo o que veio
antes iria sumir. Hoje vivemos um dilema
entre conteúdo editorial DIGITAL ou em
formato tradicional, físico no PAPEL,
acredito que como hoje ainda temos
TV, Rádio e internet, até de certa forma
integrados, acho que há mercado para os
dois segmentos, o digital que traz o novo,
Que o mundo atual passa por uma
mudança todos nós sabemos e
percebemos, mas como podemos
dimensionar o tamanho dessas
mudanças? Quais impactos
sofreremos em meio a tanta mudança
comportamental, tanta tecnologia e
surgimento de comunidades? Podemos
dizer que essa onda de revoltas que
ocorre hoje em dia é uma revolução,
é a insurgência do comodismo que se
alastrou por esses anos no mundo todo.
Atravessamos um tempo de
grandes mudanças tecnológicas,
comportamentais, econômicas e isso
mudará muito a vida da sociedade, como
já mudou muito, se olharmos para trás
e vermos o que o mundo mudou nas
ultimas décadas, chegaremos a conclusão
que tudo esta muito mais rápido,
maior e atingindo muito mais gente,
influenciando culturas, criando tendências
e proporcionando novas descobertas.
Acredito que o grande desafio hoje de
todos nós, profissionais de comunicação,
inovadores, curiosos, entusiastas por
novas tecnologias e geeks de plantão
é receber, digerir, entender e aplicar
toda essa tsunami de informações que
30
por Thiago Nunes da Silva
mais abrangente, mais impactante, mais
contestador, que nos emociona, comove
e transforma pessoas nas mais diversas
vertentes, culturas, um lugar onde
pessoas interagem de forma integral.
A comunicação de mão dupla trouxe
dinamismo e encontro de ideais, como no
caso da Europa e do Oriente Médio, que
foi um reflexo do que a mobilização digital
pode proporcionar, encontro de ideais,
engajamento social em busca de um lugar
mais justo e igual. Acredito que não levará
muito tempo para ações como essas
cheguem nas Américas.
mais atraente e prático, mas também o
tradicional tem o charme e carrega o lado
sensorial.
Hoje as mídias digitais têm um poder
jamais visto, quem já imaginou que
protestos, reinvindicações e mobilizações
seriam organizadas por meios digitais? E
que essa iniciativa iria atingir um número
enorme de pessoas em tão pouco tempo,
pessoas que se engajaram em uma
causa, se identificaram com um ideal? A
tecnologia nos trouxe as redes sociais,
consequentemente as redes sociais
trouxeram um novo comportamento,
31
“Hoje as mídias digitais têm um poder jamais visto, quem já
imaginou que protestos, reinvindicações e
mobilizações seriam organizadas por meios
digitais?’’
por Thais Abrahão
mais conectados e politizados que o
Brasil.
A liberdade de gerar e usar a informação
já assusta uma parcela da sociedade, que
ainda não está preparada e não entende
a dimensão do mundo digital. Onde tudo
isso vai parar, ainda é desconhecido. A
unanimidade entre os especialistas é que
o mundo nunca mais será o mesmo. Não
à toa, ditadores e governos repressores já
se deram conta do perigo do volume de
informação e da facilidade e rapidez com
que ela circula.
A recente tentativa do Reino Unido
de conter as ações de violência que
tomaram conta das ruas de algumas das
principais cidades da “terra da Rainha”
restringindo o uso das redes sociais foi
vista pelo mundo como apenas o ataque
aos efeitos e não às causas de problemas
econômicos e sociais que afetam toda
a Europa, em diferentes níveis, mas sem
exceções.
O país mostrou-se uma panela de
pressão, prestes a explodir, em que se
misturam altas taxas de desemprego (em
torno de 8%), baixos salários, conflitos
étnicos, exclusão social e insatisfação
Quando se fala em “redes sociais” ou
“mídias sociais”, nos vem à mente a
troca de idéias entre pessoas com os
mesmos objetivos e preferências, seja
em relacionamentos afetivos ou de
cunho profissional. Quem já não avisou
os seus seguidores pelo Twitter que
estava naquele show superconcorrido,
compartilhou fotos das férias no
Facebook ou encontrou aquele amigo de
infância no Orkut ou no Linkedin? Hoje
é possível até comprar carro e casa em
promoções exclusivas nas redes sociais.
Atitudes que visam socializar, unir um
grupo, são relativamente simples e
comuns a muitos dos cerca de 80 milhões
de internautas brasileiros, dos quais 70%
usam redes sociais. A agilidade para
entrar em contato com várias pessoas ao
mesmo tempo em diferentes locais, trocar
dados, fotos, falar ao vivo e a cores com
qualquer usuário conectado é uma das
mais importantes revoluções, dentre as
que transformaram o mundo nos últimos
dois milênios.
Essa forma até certo ponto ingênua
e ainda superficial de explorar as
ferramentas, porém, pode estar chegando
ao fim em alguns países considerados
Redes sociais e o fim da era da inocência
32
como Síria, Egito e Líbia, além da China,
onde as pessoas são tão conectadas
quanto vigiadas. A China tornou-se uma
verdadeira intranet e para superar o
muro digital é preciso ter equipamentos
e tecnologias muito sofisticados,
que não estão acessíveis ao cidadão
comum. O Partido vê todo e qualquer
dado transmitido, o que dificulta ao
máximo a organização de movimentos
revolucionários pela rede.
Curiosamente, o Reino Unido vem
treinando o bloqueio de internet e parece
ter gostado do resultado. Isso ocorreu no
país recentemente, mas com um motivo
muito mais glamoroso. Para evitar que a
cerimônia do casamento real entre Kate e
William fosse interrompida pelas ligações,
a família real sugeriu que fosse bloqueado
o sinal de celular e também o acesso
ao Twitter na Abadia de Westminster.
Com isso, a família real impediu também
que informações, vídeos ou imagens do
casamento fossem transmitidos antes
do final da cerimônia. Mesmo assim, o
casamento real foi um dos temas mais
discutidos nas redes sociais na época.
De qualquer modo, bloquear o meio em
vez de entender o que está ocorrendo tem
com a política. As redes sociais e as
mensagens instantâneas teriam sido as
ferramentas utilizadas pelas pessoas para
se reunir e iniciar o movimento social,
motivado pela morte de um imigrante pela
polícia, porém o movimento acabou se
tornando violento, com quebra-quebra
e saques em diferentes localidades,
fortemente reprimidos pela polícia. O
saldo de prisões chega a quase 200 e o
de mortes, a pelo menos 4.
Cogitar o controle é a prova da
incompetência em lidar com esse
fenômeno do mundo digital, pois não
existe uma forma de bloquear essa ou
aquela mídia social isoladamente, muito
menos é viável derrubar a internet em um
país altamente conectado, o que o levaria
ao colapso. Além disso, as manifestações
são um movimento descentralizado, que
não tem uma origem isolada ou mesmo
um líder a quem responsabilizar, o que
deixa o governo britânico – e um bocado
de líderes pelo mundo com segundas
intenções ainda mais em pânico.
A censura aos veículos de comunicação
e mais recentemente às redes sociais
e à internet em geral é uma realidade
em países com históricos ditatoriais,
33
Redes sociais e o fim da era da inocência
por Thais Abrahão
não se sabe, porém, como o governo
e a polícia irão se comportar caso um
movimento social de grande proporção
gerado a partir das mídias sociais vier
a acontecer, de forma um pouco mais
contundente. Problemas pelos quais
reclamar não vão faltar à população
brasileira. Embora o Brasil seja um dos
países mais conectados do mundo
falando em tempo de permanência, ainda
existe uma enorme exclusão digital no
País.
Aqui ou em qualquer parte do mundo, é
certo que o bloqueio completo à internet
é utopia. O Brasil já viveu a censura aos
meios de comunicação e certamente
quem se lembra não quer voltar a
experimentá-la. Resta-nos aprender a
lidar com a liberdade de gerar informação,
compartilhar pelas redes sociais, nos
manifestar e agir com sabedoria – e dentro
da lei quando chegar a hora de reivindicar
um País melhor.
sido a forma mais cômoda utilizada pelos
governos para lidar com o potencial das
redes sociais em gerar movimentos. No
Brasil eles ainda têm menores proporções.
Recentemente, algumas centenas de
pessoas utilizaram uma rede social
para organizar o “Churrasco de Gente
Diferenciada”, que visava protestar contra
alguns moradores de um bairro de classe
alta de São Paulo que não aceitavam a
implantação de uma estação do Metrô
na região. Para eles, isso atrairia pessoas
menos abastadas e, consequentemente,
aumentaria a criminalidade no bairro.
Felizmente a manifestação foi pacífica,
com a morte apenas do boi, cuja carne foi
servida no evento, que contou ainda com
muito pagode.
Em razão do toque de humor, houve
apenas monitoramento a distância por
parte da polícia e a manifestação recebeu
cobertura generosa da imprensa. Ainda
34
por Fabio Augusto Bahia
O Verdadeiro Poder Das Redes Sociais É A solidariedade
por Fabio Augusto Bahia
História 3 - Mulher agride cão em
frente a criança em GO. http://glo.bo/
uUDe6I Mais um caso de maus tratos
com animais, certo? Felizmente uma
filmagem foi realizada e tomou a internet.
Existe uma campanha no facebook
para que a pessoa seja punida. 1972
pessoas curtiram a campanha, 8977
compartilharam, conseguiram encontrar
os dados da mulher
na internet junto
com CPF e
numero do
telefone.
Realmente
eu acredito
que o poder
das redes
sociais é a
solidariedade. Que
possamos estreitar cada
vez mais nossos laços e nos tornarmos
“Humanus Partem” compartilhando e
fazendo parte da humanidade.
Amigos, a base das redes sociais são a
nossa própria estrutura social, família,
amigos, colegas de trabalho, futebol e etc.
O poder que o meio on-line trouxe para
estas redes é incalculavel. Analisando 3
notícias das últimas semanas vejo que
estamos somente arranhando a casca do
ovo desta transformação que estamos
vivenciando.
A informação fluindo na velocidade da luz
encurta distâncias e faz as fronteiras e
diferenças criadas a milênios por nossos
governantes cairem por terra.
História 1 - Neta utiliza rede social e
ajuda avo a reencontrar filho após 40
anos. Fantástico exemplo de como se
utilizar os contatos do trabalho. Neta PM
buscou informações para localizar Tio que
foi deixado em orfanato com 4 anos de
idade, desenganado e com tuberculose.
http://glo.bo/sdnsDN . ;
História 2 - Mulher adotada reencontra
família biológica para buscar cura de
leucemia da filha. A busca de informações
a levou até a familia. Conseguiu mobilizar
30 parentes para identificar se a médula é
compativel para transplante. http://tinyurl.
com/7andhxa
36
Perguntas têm respostas?
por Melissa Crocetti
acreditam na mídia? Quantas pessoas
ainda dão “boa noite” ao William Bonner?
Quantas não questionam as informações
que estão em rede? Quantas curtem uma
empresa que nem conhecem? Recai
numa velha discussão sobre publicidade
e propaganda: será que os comerciais
realmente convencem e impulsionam
à compra? Sou fumante hoje porque
acreditei que o Carlton era um raro prazer
quando era criança?
Para mim, a grande questão são as
verdades que emergem dessa discussão e
o quanto elas crescem exponencialmente.
Não adianta mais querer empurrar um
produto goela abaixo do consumidor, mas
quantas pessoas pesquisam antes de
comprar e quantas compram nas casas
Bahia porque as parcelas cabem no
orçamento? Quanto se fala de um mundo
cada vez mais veloz em informação,
mas quantas pessoas que dizem que
gostariam de morar em uma cidade calma
do interior para ter qualidade de vida você
conhece? Informação é qualidade de
vida? Jornalista continua sendo aquele
que sabe um pouco de tudo e muito de
nada? A informação nas mídias sociais
deve ser humanizada, diz-se, mas tudo
Vivemos em uma época de perguntas
e opções. Este é um dos primeiros
pensamentos que tenho quando pesquiso
sobre o que é o tempo exponencial e qual
o papel que as mídias sociais exercem
na sociedade contemporânea. Quando
me formei jornalista, em 2000, a grande
discussão era a globalização, mas
naquela época os primeiros computadores
começavam a surgir na universidade em
que estudei e ainda era comum ter que
compartilhar a mesma máquina. Muito do
que se pensava era que a globalização
era um fenômeno cíclico e que levaria a
regionalização. Será?
Nesses tempos exponenciais e com o
auxílio das mídias sociais acredito que
a verdade está em cheque. Quando se
questiona qual o posicionamento de tal
ou tal empresa frente a uma crise, vejo
a verdade como o fator final. Daí vai
toda aquela discussão de que o que é
verdade para mim não é para você, que
uma fotografia é apenas um recorte e
tudo o mais. A unanimidade continua
sendo burra? Quem tem consciência
sobre esses questionamentos e de
que maneira eles influenciam a vida
das pessoas? Quantas pessoas ainda
38
por Melissa Crocetti
não continua uma mera questão de
dinheiro, como dizia a música do Fellini
nos anos 80? Perguntas, perguntas e
mais perguntas para as quais não tenho
resposta.
39
Mídias Sociais x mídias tradicionais
por Carla Caires Abdalla
muitas vezes, metendo os pés pelas mãos
nas redes sociais.
Tentativas falhas transbordam, como a
recente medida do governo inglês de
querer restringir redes sociais para tentar
deter os protestos em Londres. Ou o
exemplo brasileiro, o projeto de lei 84/99,
conhecido como Lei Azeredo, que ficou
conhecido como AI-5 da internet. E, ainda,
inúmeros exemplos recentes de levantes
contra governos ditatoriais começados
nas redes sociais. Os governos, nota-se,
tomam medidas restritivas para tentar
brecar a revolução social, não entendendo
que brecar os meios tecnológicos não
breca a vontade, o pensamento, o desejo
das pessoas, que acaba explodindo nas
ruas.
As organizações empresariais, por sua
vez, também então aprendendo a lidar
com a comunidade em rede e, muitas
vezes, falhando. Acabou a ideia da
propaganda genial para um produto
ordinário. Se um produto não é bom, se
o serviço não foi prestado a contento,
isso vai acabar nas redes. Saber dialogar
com o consumidor e lidar com críticas é o
primeiro passo para as organizações. Mas
apenas o primeiro mesmo, pois, para estar
Se a internet veio suprir a falta de
informação, as redes sociais chegaram
para suprir a sede de comunicação, de
interação. Numa sociedade que apresenta
valores cada vez mais individualistas, vê-
se surgir nas redes um movimento voltado
à socialização, ao compartilhamento, à
solidariedade.
Mas há de se observar que as redes
sociais mudaram a forma de comunicação
das mídias tradicionais. Antes as pessoas
sentavam em frente à televisão, recebiam
informações de programas jornalísticos
e mal p¬ensavam sobre aquilo, ou, no
máximo, discutiam na mesa do jantar
com a família. Hoje, ao ler uma notícia
na internet, pode-se, imediatamente,
comentar, discordar, concordar, debater
as informações e formar novas opiniões
com base em inúmeras fontes, em
inúmeras outras pessoas que estão ali,
interagindo. É o aprendizado coletivo
tomando conta da rede.
Lidar com essa revolução é difícil,
principalmente para os comunicadores
habituados aos meios de comunicação
tradicionais. Vê-se, não só veículos de
comunicação, mas governos e empresas
sofrendo para lidar com essa revolução e,
40
por Carla Caires Abdalla
efetivamente presente nas redes sociais,
é necessário dedicação e trabalho, estudo
e pessoas especializadas, apesar da
maioria das organizações ainda não terem
essa visão.
Enfim, o fenômeno está ai, acontecendo,
mexendo com os pilares, os valores
fundamentais da sociedade que
conhecemos. E quem estiver aberto para
aprender e construir novos valores fará
excelente uso das redes sociais.
41
Preparado para o fim do .com?
por Fernando Neves
uma grande festa, já que a criatividade
não terá mais limites na hora de nomear
um site.
“O sistema de endereçamento da Internet
acaba de ser aberto a todas as infinitas
possibilidades da imaginação e da
criatividade humana”, profetizou o CEO da
ICANN no anúncio da novidade.
É verdade que hoje há um número
limitado de possíveis domínios, mas na
prática poucos deles pegaram. No Brasil
é possível registrar uma série deles, mas
duvido que você já tenha acessado algum
site .SLG.BR (de algum sociólogo) ou um
.TMP.BR para algum evento temporário
como feira ou exposição, até mesmo
os .edu.br para escolas são difíceis
de encontrar. Tanto empresas quanto
pessoas físicas e profissionais liberais
continuam preferindo os .com.br, com
pouquíssimas variações (.net, .org e só).
Essas novas regras poderão causar uma
grande confusão na hora de encontrar um
site (nada que o Google não resolva…),
mas o principal problema deverá ser
mesmo a ação dos “domainers”, os
garimpeiros de domínios, que registram
nomes pensando em ganhar um bom
A Internet é feita de pequenas e grandes
revoluções. Muitas delas são silenciosas e
muito técnicas para serem compreendidas
por nós, simples usuários. Outras caem
como bomba na rede e colocam tudo de
pernas para o ar de uma hora para outra.
O recente anúncio da ICANN, órgão
regulador responsável pela criação de
domínios na Internet, colocando fim às
restrições de registro de novos sufixos
para sites, parece ser uma dessas
bombas.
A decisão abre caminho para uma
mudança sem precedentes. A partir
de janeiro de 2012, qualquer pessoa
poderá registrar endereços de sites com
praticamente qualquer nome e idioma,
no limite de 63 caracteres, com ou sem
sufixo. Será o fim do .com? A próxima
fase da Internet será o .nada? Ou a do
.qualquercoisa?
Em um mundo onde a maioria dos
usuários da Internet não fala inglês, as
novas regras inauguram uma provável
onda de domínios criados em alfabetos
não latinos, como chinês, árabe e
russo. Além disso, os profissionais de
comunicação podem se preparar para
42
por Fernando Neves
dinheiro revendendo para interessados.
Em resumo, essa flexibilidade de nomes
poderá desencadear uma nova era de
inovação sem precedentes, como a
ICANN espera, ou apenas causar muitas
dores de cabeça para os consumidores e
inúmeros processos judiciais. Na dúvida,
reserve já o seu novo domínio.
43
Pró-atividade: fazer a diferença
por Jaqueline Ogliari
Isso vai contra a forma de aprendizado
que ainda se impõe na sociedade – a
educação das massas. Há alguns anos,
a escola, os livros, as metodologias, tudo
era criado em função do aprendizado de
várias pessoas ao mesmo tempo, sem
qualquer valorização ao desenvolvimento
pessoal. A sociedade estranhava quando
alguém se apresentava como autodidata,
muitas vezes eles eram vistos por serem
fora da realidade e ousarem instruir a si
próprios.
Como tudo evolui em ritmo exponencial,
não dá mais para esperar que a
informação e o aprendizado caiam de mão
beijada às pessoas, como um manual de
sobrevivência ao novos tempos. Nesse
processo de desenvolvimento próprio e
de aprendizado individual, a criatividade
aflora. É dessa forma que as ideias
inovadoras surgem, à partir de mentes
inquietas com o conformismo do ser
humano contemporâneo.
E por meio das mídias sociais o pró-
ativo dita as regras de tudo. Regras de
etiqueta, de mercado, de convívio social,
de evolução pessoal, de estilo de vida; os
outros, que giram em redor do indivíduo
pró-ativo, são os followers, friends, fans.
Entre o fim de 2011 e começo de 2012,
a população mundial atingiu a marca
de 7 bilhões de pessoas. Esse número,
monitorado pelos demógrafos das Nações
Unidas, é resultado do assombroso
crescimento demográfico ocorrido ao
longo do século 20 – antes disso, nenhum
ser humano havia vivido o suficiente para
testemunhar a população mundial dobrar
de tamanho.
Com tantas pessoas dividindo o
mesmo espaço, o mercado de trabalho
logicamente será competitivo, ainda
que muitas vezes falte mão de obra
adequada a certas funções. Mas é preciso
enxergar nessas colunas o potencial para
se diferenciar e se destacar em meio à
multidão: a pró-atividade.
Prova disso são as pessoas que ganham
notoriedade pelo que fazem nas mídias
sociais. Independente da profundidade
do conteúdo que produzem (se falam
de política ou celebridades), o usuário
diferenciado da web é aquele que tem a
habilidade de buscar aprender as coisas
sozinho, movido pelo sentimento de
descoberta e curiosidade. Ele já sai na
frente por não esperar sentado para ser
ensinado.
44
por Jaqueline Ogliari
Não à toa eles são os nós, os atores que
intermediam as relações no meio digital.
No fim, fica a pergunta: em tempos
exponenciais, vale a pena ficar esperando
e ser apenas mais um em meio a 7 bilhões
de pessoas?
45
O que são redes sociais e inovação digital?
por Patrícia Gil
E o que são Inovações Digitais? São as
ferramentas que auxiliam a agregar idéias
e encurtar o caminho do relacionamento
entre as pessoas nas redes sociais. Os
exemplos são vários: podemos fazer
compras através da internet, conversar
com amigos e familiares nas redes
sociais, conhecer novas pessoas, nos
aproximarmos de marcas e produtos
que consumimos, curtir marcas, seguir
amigos, blipar músicas, compartilhar
vídeos, fazer check-ins em locais.
Estamos em busca de informação,
humor, divertimento, entretenimento,
sustentabilidade, coletivismo,
empreendedorismo, inovação, motivação,
criatividade, educação. As redes sociais
junto com as mídias sociais encurtam
as conexões uns com os outros,
independente de sua classe social, sexo,
etnia, raça, de forma criativa unindo o
mundo real com o digital.
Todas estas ações e comportamentos não
se originaram hoje, são características
humanas de nossos antepassados, já está
em nosso DNA, todos nós sempre tivemos
a necessidade de nos comunicarmos
uns com os outros. Sempre buscamos
influências e tendências a serem
Hoje tanto se fala de Redes Sociais, que
são o futuro dos negócios, mas afinal o
que são Redes Sociais?
Redes Sociais são pequenos ou grandes
grupos que formam uma comunidade
que tem a necessidade de se comunicar,
se relacionar, compartilhar experiências
e informações, explorando novas idéias
e conceitos. Nossos ancestrais tinham
suas redes de relacionamentos, mas são
muito diferentes das que temos hoje com
a facilidades das mídias digitais e diversas
plataformas que facilitam está união entre
as pessoas.
Vivemos em uma fase em que cada vez
mais estar conectado é inevitável, alguém
consegue se imaginar ficando pelo
menos 24h sem acessar uma de suas
redes sociais? Consegue se imaginar
tendo um simples celular somente com
o recurso de realizar chamadas e nada
mais? Ainda existem pessoas que se
utilizam apenas destes recursos, porém
esta realidade esta se tornando cada vez
mais escassa. São tantas as opções que
temos em nossas mãos, que ficamos até
indecisos ou perdidos para acompanhar
essa imensa demanda que cresce há todo
instante.
46
por Patrícia Gil
todas essas inovações digitais.
O que vivemos em pleno século XXI é
uma grande evolução, onde por meio da
tecnologia cada vez mais temos vários
recursos para estarmos conectados,
são pessoas conectadas com pessoas,
marcas, idéias e ações.
As Redes Sociais sempre existiram,
desde que o mundo é mundo, o que se
transforma a todo instante é o modo e
recursos de nos relacionarmos.
seguidas, há anos atrás não existiam
tais inovações digitais que hoje estão a
alcance de muitas classes, há 20 anos,
mal se imaginava que existiria ICQ, MSN,
Orkut, Facebook, Twitter, Foursquare,
Youtube, porém sempre existiram grupos
de pessoas agrupadas por interesses
de assuntos e ideais. Quantos de nós
chegou a comprar um brinquedo, uma
roupa, um calçado, mudou o corte de
cabelo por influência de um pequeno
grupo de pessoas ou por um ídolo que
admirávamos sem nem sequer existirem
47
Tecnologia exponencial para seres sociais ou tecnologia social para seres exponenciais?
por Hamilton Leão
Será que ao vivermos este infindável
mundo “novo” das conexões, velocidade
e compartilhamento, não estamos
esquecendo-nos do primordial?
Somos uma raça essencialmente social,
que naturalmente busca relacionar-se
com outros indivíduos desta mesma
raça e através destas interações,
estabelecer novos fluxos de trocas de
insumos intelectuais que estabelecem
novos parâmetros e, por consequência,
crescimento e desenvolvimento pessoal e
coletivo.
Ora, se como coloquei acima, buscamos
sempre a evolução pessoal e coletiva,
como podemos fazê-la sem olharmos olho
no olho, sem tocarmos, sem sentirmos o
interlocutor com quem interagimos?
A meu ver, todo este turbilhão, este
tsunami de informações, conhecimento,
coordenação coletiva e tudo mais que
usufruímos hoje não têm sentido algum
se não servirem a um propósito maior: a
evolução da sociedade humana.
E como a sociedade humana pode
crescer se seus indivíduos não se olham,
não se tocam ou, quando o fazem, é
através de um “cutucar” no facebook?
Hoje em dia, temos ao nosso dispor
milhares de ferramentas que possibilitam
nos conectar a bilhões de pessoas em
qualquer lugar do nosso planeta quase
que instantaneamente.
Podemos compartilhar nossas ações,
enviar mensagens, marcar baladas, enviar
fotos do netinho marcando seu primeiro
gol para a vovó que mora no interior
de Minas Gerais, enfim, podemos fazer
praticamente tudo virtualmente, através
da internet, formando o que chamamos
de redes sociais.
São bilhões de pessoas fazendo isso
diariamente, que disponibilizam seu
escassíssimo tempo para parar à frente de
seus devices e teclar, teclar, teclar e teclar.
Mas já paramos para pensar sobre o que
as leva a fazer isso?
O que elas buscam nessa conexão eterna,
nesta aparente busca por algo que lhes
faz muita falta, que lhes aflige, que lhes
faz consumir milhões de informações,
trocar mensagens, discutir o futuro da
sociedade, até mesmo compartilhar
sentimentos, mas tudo isso, muitas vezes,
sem um único contato físico, pessoal ou
sensorial?
48
por Hamilton Leão
realidade atual, um potencial imenso
não desenvolvido mesmo com todas as
ferramentas disponíveis.
Pois, não nos esqueçamos disso ao
programarmos nossa própria campanha,
ao planejarmos nossas estratégias, ao
buscarmos entender aquele ser vivo que
clica “trocentos” milhões de vezes ao dia
e que possui uma carteira cheia de vil
metal que muito nos interessa.
Este ser ainda tem um cérebro realizando
infinitas sinapses, sangue correndo nas
veias e, principalmente, um coração
pulsante que anseia em conquistar sua
eterna busca: a felicidade.
Venhamos e convenhamos meus amigos,
tudo o que vemos e vivemos é muito bom,
é muito conveniente, é muito fantástico
mas, ao final das contas, ainda estamos
tratando do mesmo insumo básico da
sociedade humana e que, na minha
modesta opinião, também é o objetivo
final desta sociedade: pessoas.
De que adianta termos uma tecnologia
que evolui diariamente e nos possibilita
trocar infinitas informações em milésimos
de segundo se quem as lê, interpreta
e as usa não se desenvolve na mesma
proporção? Faz sentido termos uma
Ferrari nas mãos de uma criança que
nunca dirigiu? Pois minha percepção
é exatamente esta a respeito da nossa
49
Tempos Exponenciais e a educação medieval
por Claudia Rossi
perdeu seu papel de transmissor de
conhecimento. O conteúdo está acessível
a todos. O professor perdeu seu papel
de detentor do saber. Assim, o desafio
das organizações está em dialogar com
seu público e o da educação em formar
pessoas capazes de se relacionar com
esse volume de dados e de gerir seu
próprio processo de aprendizagem. O
professor e as instituições de ensino
deveriam ser facilitadores desse processo.
Para evitar a sobrecarga informacional é
necessário desenvolver outra habilidade:
a capacidade de distinguir no meio dessa
quantidade e diversidade de conteúdos e
recursos disponíveis, o que é relevante.
Já não é suficiente apenas elaborar
apostilas, selecionar conteúdos e
promover experiências. Não basta
embalar tudo com recursos tecnológicos
pirotécnicos. É fundamental ensinar a
ser seletivo – uma das competências
imprescindível aos aprendizes e
profissionais desse século.
O processo de aprendizagem é complexo.
As novas tecnologias da informação
podem colaborar muito nesse processo
ao proporcionar diferentes formas
A quantidade de conteúdo produzido
diariamente é monstruosa e as inúmeras
ferramentas tornam cada vez mais fácil
consumir esses dados. Isso significa que
estamos mais informados? Esse excesso
de informação significa conhecimento?
Com o conteúdo acessível, qual é o
papel da educação no processo de
aprendizagem?
Estamos superestimulados. Um bom
exemplo é a forma como saímos
cada noite desse curso. Milhões de
informações todos os dias. Nem temos
tempo de processá-las, experimentá-
las. Ficamos com a eterna sensação
de há mais para saber, para ler, para
assistir, para experimentar, “corremos
atrás do prejuízo” e ainda que não
consigamos ler, que não haja tempo para
assistir, guardamos, compartilhamos
e organizamos notícias, links, vídeos,
apresentações, imagens, tudo, para
um dia, quem sabe, finalmente,
poder apreender toda essa massa de
informações.
Da mesma forma que o desafio dos
comunicadores e das organizações
deixou de ser como fazer a transmissão
de informações, a escola também
50
de interação, interligar pessoas que
não estão fisicamente próximas, criar
um ambiente colaborativo. Mas, não
é suficiente apenas a aquisição de
informações, o convívio social e a troca
de experiências. São necessárias novas
atitudes, competências, habilidades e
metodologias para encarar a educação
em tempos digitais. Resta saber se
as instituições e os professores estão
capacitados para lidar com essa nova
realidade.
por Claudia Rossi
51
por Julia Parpulov Augusto dos Santos
Tempos Exponenciais e a falta de paciência
por Julia Parpulov Augusto dos Santos
nos interessa conversar, então como se
manter com uma pessoa que é diferente
de você, que nem sempre gosta das
mesmas coisas ou segue o que você
segue?
Não estou dizendo que isso é certo e
nem gosto de acreditar nessa teoria,
mas é uma constatação desse mundo
exponencial em que vivemos, de que é
mais fácil e agradável tentar algo com
quem tem mais a ver com você e na
internet é fácil encontrar, pois está lá, na
sua comunidade, no blog que você gosta,
em qualquer lugar de interesse comum.
Tão fácil quanto descartar as pessoas da
sua vida virtual e agora da real também.
Enfim, essas ferramentas ajudam a
compartilhar, mas também ajudam a
desvalorizar sentimentos importantes
que levávamos mais a sério antigamente,
como o respeito e a paciência.
Dizem que o mundo vai acabar em
2012 e eu digo que o motivo será uma
explosão de informações! Nós vivemos
um momento em que qualquer coisa ou
pessoa pode ser encontrada na internet,
os conteúdos falsos e verdadeiros se
misturam e as nossas cabeças passam
a não absorver tão bem quanto antes,
quando tínhamos informações em um
espaço de tempo maior.
Hoje nós queremos tudo tão ágil quanto
um computador: uma fila que demora
cinco minutos, já é muita perda de tempo,
se um dia o sistema está mais lento – de
esperar uns segundos a mais – ficamos
loucos, o trânsito de meia hora que te
irritava antes da internet te irrita muito
mais hoje, nos mesmos trinta minutos,
porque estamos menos pacientes,
inclusive nos relacionamentos. Hoje em
dia manter um casamento é difícil, que
dirá um namoro, porque nós aprendemos
a nos agrupar na internet, inicialmente
no Orkut compartilhar com pessoas
desconhecidas o gosto em comum nas
famosas e decadentes comunidades,
no Facebook curtimos o que queremos
e vemos quem também curtiu a mesma
coisa, no msn bloqueamos quem não
52
Tempos Exponenciais e aS mídias sociais
por Astrid Akrabian
meu grupo de amigos, para me ajudar a
resolver. Faz 2 meses que o meu problema
está sendo monitorado e ainda não está
resolvido. Nesta semana, depois de 2
meses do post, a assessoria de imprensa
da empresa me ligou falando que havia
visto um post meu reclamando sobre a
minha conta e ela queria falar comigo
para saber o que havia acontecido.
Fiquei surpresa, primeiro pela demora
da resposta e segundo, por ela não ter
a menor idéia que o problema já estava
sendo monitorado.
O que eu penso seriamente, é que as
empresas estão muito despreparadas
para estas novas mídias, não se dando
conta da mudança estratégica não só
da comunicação como das estruturas
de atendimento ao cliente, consumidor
e grande colaborador que pode passar a
ser inimigo em vez de ser o advogado da
marca.
Em tempos em que as informações
chegam por todos os lados, meios,
ao mesmo tempo, numa velocidade
incontrolável, as pessoas acabam se
comunicando de uma forma cada vez
mais próxima, rápida e em grupos dentro
das redes sociais. O que faz destas
redes, verdadeiras mídias para o bem e
para o mal das empresas. Uma notícia
boa se espalha em poucos segundos
e problemas que parecem pessoais, se
reconhecem num mesmo grupo e se
multiplicam de forma incontrolável.
Um exemplo disso foi quando tive
um problema recorrente com a minha
operadora de celular e depois de 14
ligações no SAC da empresa, sem
sucesso, postei no Facebook da empresa
e no meu. No meu perfil, o post gerou
imediatamente alguma coisa em torno de
20 comentários e sugestões de resolução
e uma ligação (depois de 3 dias) de um
diretor da empresa que fazia parte do por Astrid Akrabian
53
por Bruna Martins de Oliveira
Tempos Exponenciais e aS mídias sociais
por Bruna Martins de Oliveira
Precisamos saber dar valor à estas
ferramentas tão importantes que temos
hoje, educar essa nova geração a
fazer a coisa certa, a reclamar, criticar
com argumentos plausíveis e não
simplesmente a fazer barulho por nada. É
preciso saber escolher nos excessos e na
diversidade de informação que recebemos
o que realmente se deve dar atenção.
As mídias sociais estão ai, basta ter
consciência e usá-las para o bem com
integridade, afinal quem sabe assim,
não conseguimos atingir o tão sonhado
mundo melhor!
A educação em tempos exponenciais
inserida nas mídias sociais exige cada
vez mais novas atitudes, competências,
desenvolvimento de visões, metodologias
e preocupações por parte dos
interessados.
Acredito que o mundo ainda não está
educado/preparado para essa nova
geração, esse novo tempo. Recebemos
muitas informações, entretanto
pouco conteúdo está sendo digerido
corretamente, por exemplo, quem matou
a “Norma” é mais importante do que
quem matou a juíza!
54
Tempos Exponenciais e aS mídias sociais na educação
por Viviany Cruz
Mais do que simplesmente aprender a
usar novas ferramentas, os educadores
têm que entender que as mídias não são
apenas instrumentos, mas a essência do
conteúdo que vem formando os alunos do
século 21.
Observar como as crianças e
adolescentes utilizam a tecnologia fora da
escola - jogos, redes sociais, mensagens
instantâneas, etc. - é outro ponto
importante para que a e escola se insira
neste contexto social e os educadores
possam traçar estratégias de como
aprender a aprender e também aprender
a ensinar usando as TIC – Tecnologias da
Informação e Comunicação.
Ao treinar o olhar para as formas que
as gerações mais novas vem usando as
TIC, os educadores desmistificam a idéia
de que crianças e jovens as dominam.
O fato de uma criança saber manusear
um videogame ou computador, não é
suficiente para que entenda e aproveite
as potencialidades que estes podem
oferecer.
Educadores que valorizam as tecnologias
digitais (que já são uma realidade nas
escolas) e se preocupam em desenvolvê-
Vivemos em um período de transição, as
mudanças são latentes e acontecem cada
vez mais rápido. Na Era da Informação,
somos bombardeados diariamente com
milhões de notícias e, na contramão
de tanto conteúdo, observa-se uma
população de raciocínio estreito, cada vez
menos crítica e reflexiva. Há inclusive uma
nova classificação para enquadrar este
fenômeno de “testemunhas” informadas,
mas meras espectadoras:”Geração T”
Neste contexto a escola tem um grande
desafio, se apropriar do uso das novas
tecnologias para estimular os alunos,
sem deixar de lado seu dever de formar
cidadãos críticos e autônomos, para que
estes não mais se percam em meio a
uma infinidade de links, mas que também
gerem conteúdo, interpretem a realidade e
a transformem.
Para que tal apropriação ocorra no âmbito
escolar, a formação de professores
flexíveis e conectados com tudo e com
todos é fundamental. E aqui residem
dois grandes desafios: 1) transformar
professores “tradicionais” em professores
“digitais”, 2) depois de estabelecido o uso
da tecnologia nas escolas, não torná-lo
algo meramente instrumental.
56
las em prol de um aprendizado crítico,
que reflita e dê significado aos atuais
processos de comunicação são
fundamentais para extinguir meros
espectadores que sabem de tudo, mas
não refletem sobre nada.
“Ensinar não é transferir conhecimento,
mas criar a possibilidade para a sua
produção ou a sua concentração. Quem
ensina, aprende ao ensinar e quem
aprende ensina ao aprender” Paulo Freire.
por Viviany Cruz
57
Tempos Exponenciais e aS mídias sociais
por Patricia Bernardo de Almeida
em que uma mulher entra em trabalho
de parto até o momento em que dá à
luz, o conhecimento da humanidade já
aumentou exponencialmente; enquanto
uma pessoa morre de câncer, milhares
de cientistas e estudiosos dão um passo
adiante na descoberta de sua cura.
A comunicação também sofreu e
sofre constantes mudanças. Desde
o surgimento do papel, da televisão,
do rádio, a forma de se comunicar se
transformou em algo mundialmente
acessível. É possível saber o que está
acontecendo na Turquia, em tempo
real, mesmo estando a quilômetros
de distância territorial. É possível se
interessar por marcas estrangeiras, cujos
produtos nunca apareceram no Brasil,
por sua página no Facebook ou sua
divulgação no Twitter. Barreiras foram
quebradas e a comunicação está alí, à
disposição de todos, na lan house da
esquina. Quando se poderia pensar que
seria possível comprar um leite pela
Internet? Hoje, pode-se pensar além:
pode-se comprá-lo e, se você tiver um
smartphone, é possível ler um QR Code
e conhecer os demais produtos do
fabricante.
Tempo... Mas quanto tempo?
Quando pensamos em tempos
exponenciais, talvez nos invada uma certa
crise existencial. Com a rapidez que tudo
vem acontecendo, qual seria o futuro
da humanidade? Acaso existiria ainda
alguma barreira territorial intransponível
num mundo tão globalizado? Em se
tratando de comunicação, as mídias
sociais vieram contribuir para as quedas
de todos os muros.
Em matemática, funções exponenciais
são aquelas que crescem ou decrescem
muito rapidamente. Da mesma maneira,
pensar a cerca de tempos exponenciais
exige extinguir o nosso conceito de
tempo já pré-estabelecido. Na escola,
nas aulas de ciências, era comum ouvir
de nossos professores que as pessoas
“nascem, crescem, reproduzem-se e
morrem”. Hoje, é preciso atualizar esta
informação: enquanto uma pessoa
nasce no Brasil, milhares de outras
estão nascendo na Índia; enquanto
uma criança cresce, ela aprende a ler e,
quase que simultaneamente, a mexer
no computador e jogar jogos eletrônicos
sem, ao menos, pedir auxílio aos seus
pais para ligá-los; durante o período
58
Você tem trabalhado demais e não
consegue mais visitar a sua mãe? Uma
simples webcam pode uni-los. Com
a popularização das tecnologias, a
tendência é que cada vez mais pessoas
estejam integradas pelas mídias,
aproximando-se de todo conteúdo e
informação. O que esperar do futuro?
Mais, sempre mais, pois como dizia o
poeta, “o tempo não para”.
“A comunicação também sofreu e sofre
constantes mudanças. Desde o surgimento
do papel, da televisão, do rádio, a forma
de se comunicar se transformou em algo
mundialmente acessível.”
por Patricia Bernardo de Almeida
59
por Carlos Renato Asakawa Novais
Tempos Exponenciais e aS mídias sociais: o lugar do turismo neste movimento
por Carlos Renato Asakawa Novais
movimento de totalidade mundo, um
exemplo ilustrativo pode ser uma
localidade remota que encontra nas
mídias sociais uma forma de se tornar
conhecida, ganhar escala e também
ser introduzida na lógica do mercado,
inclusive eliminando intermediários na
negociação de seus produtos, ou ainda
servir como espaço para alertar os
problemas do lugar, como acontece com
a Prainha do Canto Verde, localizada no
município de Beberibe-CE.
Soma-se a isso as mídias sociais
voltadas ao turismo possibilitam ao
usuário compartilhar conteúdo de
viagens, experiências, imagens, vídeos.
Nesse contexto não é estranho entender
investimentos de empresas, órgãos de
turismo em aplicativos, blogs e redes
sociais voltadas para este universo, como
a viajamos.com.br criada pela Azul Linhas
Aéreas.
Vivemos um período em que as mídias
sociais são os meios de conexões e
tornam possível uma escala exponencial
às informações que antes podiam ficar
restritas a um pequeno e seleto grupo,
ou ainda dar voz a quem antes não podia
ser ouvido. Diante dessa realidade, faz-
se necessário repensarmos uma série
de atitudes e atividades, dentre elas o
turismo, objeto de análise neste texto.
O turismo desde meados do século
passado é entendido como atividade
econômica organizada que deixa de
ser uma usuária passiva dos territórios
para tornar-se mais um agente de
sua transformação, (re)ordenamento
(CRUZ,2004). Dessa forma, aprofundar os
estudos sobre essa atividade é necessário
para assim compreendermos os impactos
desse movimento vinculados ao turismo.
O lugar turístico que é uma construção
cultural tem nas mídias sociais uma
possibilidade de se inserir dentro do
60
por Carlos Renato Asakawa Novais
“O lugar turístico que é
uma construção cultural
tem nas mídias sociais uma
possibilidade de se inserir
dentro do movimento de
totalidade mundo...”
61
Tempos Exponenciais e aS mídias sociais
por Luís Humberto Rocha Carrijo
É um movimento que rompe e ignora
fronteiras.
O que importa é a singularidade, a
independência num mundo de infinitas
possibilidades desenvolvidas pela
tecnologia, que torna obsoleto o que foi
criado meses antes.
É a confluência de cérebros trabalhando
em cooperação para um mundo melhor,
para o bem-comum.
Vivenciamos não só a revolução, mas
novos paradigmas de comportamento e
pensamentos, quase que instantâneos.
Abaixo, um copia e cola do filme Waking
Life:
“A evolução torna-se agora um processo
individualmente centrado, emanando
a partir das necessidades e desejos
do indivíduo, e não um processo
externo, um processo passivo, onde
o indivíduo é apenas um capricho do
coletivo. Produzimos um neo-humano
com uma nova individualidade e uma
nova consciência. Mas, isso é apenas o
começo do ciclo evolutivo, crescendo
até atingir a enorme realização quase
instantânea do potencial humano e neo-
Estamos vivenciando um processo
revolucionário. Somos não só
observadores, mas ativistas em uma
era de escalas exponenciais. Se
olharmos para trás no tempo, a vida
levou 6 bilhões de anos para se formar,
o hominídeo, 6 milhões, a humanidade
como a conhecemos hoje precisou de
100 mil anos. Se falarmos de revoluções
científicas, desde a agricultura, passando
pela revolução industrial, falamos de 10
mil anos, 400 anos, 150 anos.
No século XXI, a interação e as inovações
foram amplificadas pela globalização, pela
internet, pela mídia digital e pelas redes
sociais.
Os veículos de comunicação perderam
sua capacidade de monopolizar as
informações. Todos nós nos tornamos
vetores de notícia e entretenimento.
As instituições passaram a ser
questionadas de forma mais difusa e
democrática, seja na África islâmica seja
na charmosa Nottingham.
Uma revolução sem líderes se espalha,
contaminando emocionalmente todos que
tenham o mesmo sentimento ou ideologia.
62
por Luís Humberto Rocha Carrijo
humano. Poderia ser algo totalmente
diferente. Poderia ser a amplificação do
indivíduo, a multiplicação de existências
individuais. Existências paralelas agora
com o indivíduo não mais limitado pelo
tempo e espaço.
O novo paradigma evolutivo nos dará os
traços humanos de verdade, da lealdade,
da justiça, da liberdade. Estas serão as
manifestações da nova evolução. E é isso
que esperamos para ver com isso.”
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