lubavitch magazine
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Lubavitch Magazine realizada em parceiria com Emilio MartinsTRANSCRIPT
30 ANOS DE BEIT LUBAVITCH
NOVO CENTRO CULTURAL EM
PORTO ALEGRE
C A R T A D O R E B E
Recebi sua carta relacionada com a aproximação do
novo ano, bem como uma cópia da carta anterior.
Como foi solicitado, eu me lembrarei de você e sua
família, bem como daqueles mencionados em sua
carta, em prece, para a realização dos desejos de seus
corações para o bem.
Com referência às suas dúvidas e a
dificuldade de tomar decisões, e sobre
um sentimento de insegurança para
confiar nas pessoas em geral, não
é preciso eu me alongar muito para
dizer que este tipo de sentimentos
surge quando alguém pensa que está
sozinho, e pode apenas confiar em si
mesmo e em seu próprio julgamento,
e portanto sente-se incerta e insegura
sobre cada passo que precisa dar.
E embora ele também confie em
D’us, esta confiança de certa forma é
superficial e não está imbuída nele, em
todos os detalhes de sua maneira de viver; e apenas
em determinados dias, como as Grandes Festas, ele
se sente mais próximo de D’us.
Porém quando a pessoa tem uma profunda fé em
D’us, e quando reflete que a benevolente Providência
Divina se estende a todas as pessoas, e a todo e
cada detalhe, e a todo e cada minuto, certamente ele
desenvolve um profundo senso de segurança e confiança.
O conceito de “Divina Providência” é melhor
compreendido no termo original hebraico, Hashgachá
Peratit [supervisão individual], pois Hashgachá
significa cuidadosa vigilância, razão pela qual o termo
Hashgachá também é usado em conexão com as leis
de Cashrut [leis dietéticas judaicas], onde
cada detalhe precisa ser cuidadosamente
supervisionado. Uma outra tradução que
às vezes é usada para Hashgachá Peratit,
ou seja, “supervisão”, não é inteiramente
satisfatória neste caso, porque supervisão
implica “visão de cima”, ou seja, olhar do
alto, ao passo que Hashgachá no sentido
da vigilância de D’us significa conhecer
todos os assuntos, por dentro e por fora,
completamente.
A crença nesta Hashgachá Peratit é
fundamental em nossa religião e modo de
vida, a tal ponto que antes de cada novo
ano, e durante o início do ano, recitamos duas vezes ao
dia o Salmo 27: “D’us é minha luz e minha salvação, a
quem temerei? D’us é a força da minha vida, de quem
terei medo?” Por isso vemos que mesmo que as coisas
não ocorram como desejadas, segundo os cálculos
humanos, e mesmo que pareça que, segundo a Torá,
deveria ser diferente, um judeu ainda coloca sua confiança
S A U D A Ç Õ E S E B Ê N Ç Ã O S , 2 5 D E E L U L , 5 7 3 5 ( 1 9 7 5 )
P R O V I D Ê N C I A D I V I N A
em D’us, como conclui o Salmo: “Espera em D’us; sê forte
e fortalece teu coração e esperança em D’us.”
Em outras palavras, às vezes é necessário ser forte
e fortalecer o próprio coração para atingir plena
confiança em D’us, mas há também a promessa de
ser capaz de consegui-la.
O que foi dito acima vem mais facilmente quando se
fortalece a aderência à Torá e mitsvot [mandamentos]
na vida diária. E não importa o quão satisfatório isso
possa ser a qualquer tempo, sempre há espaço para
aperfeiçoamento em todos os assuntos de bondade
e santidade, Torá e mitsvot, que são infinitos, sendo
derivados do Infinito. Na verdade, estou contente
por notar que apesar das suas dúvidas, você dedica
tempo e esforço para ser útil em seu campo, e que
D’us conceda que seja com Hatzlocho (sucesso),
especialmente por isso não interferir com períodos
regulares de estudo diário de Torá. Nesta conexão,
cabe lembrar as palavras do Alter Rebe, o fundador
de Chabad, que verdadeiro Kviat Ittim (horários
estabelecidos) para o estudo de Torá implicam não
apenas no tempo, mas também na alma.
Possa D’us conceder que você tenha boas notícias
para relatar sobre o que foi dito acima.
Desejando a você e todos os seus um Kesivo
VeChasima Tovo [que você seja inscrito e selado para
o bem, para um ano novo bom e doce]
EDITORIAL
Antes de partir de Nova York rumo
ao Brasil ainda desconhecido, fui
recebido junto com a minha esposa
Mimi em uma audiência particular
com o Rebe de Lubavitch, o Moisés
da nossa geração.
O momento é singular, um encontro
de almas. Aos olhos do Rebe tudo é
exposto. Revelam-se dimensões do
nosso ser mais íntimo que até então
não conhecíamos, e uma vez vistas
cabe à pessoa aproveitá-las. São
energias, talentos, sensibilidades
e aptidões em uma combinação
única formando a composição
interna de cada um, somados
com a educação transmitida pela
família, pelo estudo, pelo meio em
qual vivemos. D-us oferece um
serviço personalizado, imbuíndo no
indivíduo aquilo que será necessário
para cumprir a missão da sua vida.
Lá estávamos para receber a
bênção e injeção de força para
cumprir o que o Rebe identificou
como sendo a nossa missão de
vida, se instalar em uma cidade
remota chamada Porto Alegre.
Fomos privilegiados em receber a
seguinte mesagem:
Serão abençoados com alunos
e alunas como se fossem seus
próprios filhos, como também filhos
e filhas próprios que dedicarão
suas vidas em prol da Torá e das
Mitsvot, preceitos Divinos. Terão
deles muitas nachas, satisfação e
alegrias deles.
Juntamente com os nossos filhos
e parceiros, Chezky, Reisel, Chana,
Dina, Saadia, Ari, Muci, Chaia, Rivka,
Sheina, Bracha e Shaie e nossos
genros,Shmuel, Mendy P., Mendy
Z., e Menachem Mendel e nossos
netos Baruch, Shlomo Aharon,
Yosef e Risya Liba, agradecemos
ao Rebe pela honra de sermos seus
shluchim emissários no Rio Grande
do Sul.
Que as centelhas Divinas aqui
reveladas aproximem a revelação
de Mashiach, quando o mundo se
tornará um deleite de paz.
012 - Quem somos016 - O Rebe022 - 30 anos de t ra je tór ia038 - Cumpr imentos ao Be i t Lubav i tch042 - Caba lá045 - Sha lom no rád io046 - Mash iach048 - Campanha das Mi tsvot054 - Mezuzá056 - Prece de Shema Y israe l060 - As Le is de Nóe064 - Espec ia l Shofar Center082 - A pr incesa e o camponês084 - Como mudar o passado088 - Dando nome ao bebê090 - Br i t Mi lá094 - Bar e Bat Mi tvá096 - Casamento098 - O que s ign i f i ca Maza l Tov100 - Confor tando os que so f rem104 - Trancado por fora106 - É imora l es tar ac ima do peso?108 - Começar com o f im em mente110 - A ar te de v iver112 - Ame-se113 - I ’m a jew for a l iv ing116 - Sopa f r ia120 - O pão nosso de cada d ia122 - Vivendo numa ca ixa124 - Shabat128 - Rosh Hashaná130 - Yom Kipur132 - Sucot134 - Por que é d i f í c i l se desped i r136 - Chanucá139 - O Ano Novo das árvores140 - Pur im142 - Pessach145 - Lag Baomer146 - Shavuot
ÍNDICE
FOTOGRAFIA
IMPRESSÃO
CONSELHO EDITORIAL Mimi Liberow
Rivka Liberow
PRODUÇÃO EDITORIAL
DIAGRAMAÇÃO Emílio R. Martins
Geraldo Oliveira
Verde Comunicação Total
verdecomunicacao.com
Guilherme Ferreira - MTB 14.422
Paulo Maia - MTB 14.228
PROJETO GRÁFICO Emílio R. Martins
Clleber Passus
Léo Plachek
Luiz Ventura
Simon Menem
Print Paper
TIRAGEM 4,000
Distribuição gratuíta
SEDE
Sinagoga Beit Lubavitch | Rua Felipe Camarão, 748
Telefones: 3335-1264 ou 30235438
Site: www.chabadpoa.org
E-mail: [email protected]
CNPJ: 03712761/0001-64
Rabino Mendel Liberow
Presidente Sidney OchmanVice-Presidente Leandro Kolodny
1º Secretário Fernando Steinbruch2º Secretário Newton Birman1º Tesoureiro James Kravetz
2º Tesoureiro Jacob BurdDiretor Administrativo Roberto Schotkis
Diretor Assistente Julio KatzDiretores de Assuntos Religiosos Julio Ratzkowski
Diretor de Novos Sócios Gilberto RaskinDiretor de Patrimônio Daniel Ruvel
Diretor de Relações com a Comunidade Renato Stifelman
Informativo Periódico da Sociedade Beneficente e Cultural Beit Lubavitch
bemdocinha
Economizar é comprar
ZA-0056-11T AN 423x27.indd 1 22/09/11 14:06
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12LUBAVITCH MAGAZINE
Q U E M S O M O S
O Chassidismo
Fundado por Rabi Yisrael Ben Eliezer, o Baal Shem
Tov, há dois séculos e meio, o Chassidismo espalhou-
se rapidamente pelo mundo judaico. O Baal Shem Tov
ensinava que o judaísmo e a Torá são propriedades
de todos os judeus; que cada um, independente
de seu status ou de suas qualidades pessoais, está
perfeitamente capacitado a servir a D’us.
A devoção, enfatizava ele, é vital para uma vida plena -
e o potencial religioso da devoção é incalculável. Prazer
e entusiasmo no atendimento aos desejos de D’us,
calor e afeto no relacionamento com os outros - essas
se tornaram as marcas de identificação do Chassidismo.
A Filosofia
Chabad enfatiza a importância em cumprir para
si mesmo e transmitir para os outros a beleza e
profundidade do estilo de vida baseado na Torá. A
virtude da filosofia Chassídica Chabad é que ela não se
esgota com ensinamentos teóricos, mas motiva e induz
aqueles que a estudam a traduzir seu conhecimento
intelectual em ações práticas. Os líderes de Chabad-
Lubavitch juntamente com sua grande influência no
campo espiritual, dedicavam sua atenção para as
condições gerais da comunidade judaica, motivados pelo
seu ilimitado Ahavat Yisrael, que é uma de suas molas
mestras. Amar um companheiro judeu significa amá-lo
completa e incondicionalmente. Assim, o seu trabalho
tinha um propósito duplo - melhorar as condições
materiais de seu povo, assim como seu padrão espiritual.
13 LUBAVITCH MAGAZINE
O Movimento Chabad-Lubavitch
Chabad-Lubavitch é uma filosofia, um movimento, uma
organização. A palavra “Chabad” é um acrônimo em
hebraico para as três faculdades intelectuais de: chochmá
(sabedoria), biná (compreensão) e daat (conhecimento).
Ensina o entendimento e o reconhecimento do Criador,
o papel e o propósito da Criação, e a importância e
missão singular de cada criatura. Esta filosofia orienta a
pessoa a refinar e governar cada ação e sentimento por
meio destes três atributos intectuais.
Lubavitch, “A Cidade do Amor Fraterno”, era uma
pequena cidade no condado de Mohilev, Rússia branca,
e seu nome transmite a essência da responsabilidade
e amor engendrados pela filosofia Chabad por todo
e cada judeu. Tornou-se a residência dos líderes do
Movimento Chabad-Lubavitch em 1814, quando Rabi
Dovber, filho e sucessor do fundador do Movimento,
Rabi Shneur Zalman, estabeleceu-se no local. Por mais
de um século (até 1916) e quatro gerações de líderes
Chabad-Lubavitch, ela permaneceu como o centro do
Movimento. Assim, os líderes de Chabad-Lubavitch
tornaram-se conhecidos como “Lubavitcher Rebes” e
seus Chassidim como “Lubavitcher Chassidim”.
14LUBAVITCH MAGAZINE
Q U E M S O M O S
Liderança
O movimento é guiado pelos ensinamentos de seus
sete líderes (Rebes), começando com Rabi Shneur
Zalman de Liadi, de abençoada memória (1745-1812).
Estes líderes tornaram acessíveis os mais refinados
e delicados aspectos do misticismo judaico, criando
um corpo de estudo composto de milhares de livros.
Eles personificaram as milenares qualidades bíblicas
de piedade e liderança, se preocupando não apenas
com Chabad-Lubavitch, mas com a totalidade da
vida judaica, física e espiritual. Nenhuma pessoa ou
detalhe era pequeno ou insignificante demais para
seu amor e dedicação.
Os Rebes
O Báal Shem Tov – O Mestre do Bom Nome - (1698-1760)
Fundador do Chassidismo.
O Maguid de MezeritchRabi DovBer (? – 1772)
Discípulo do Báal Shem tov e professor de Rabi Shneur Zalman de Liadi. Fortaleceu o chassidismo de seu mestre, ancorando-o firmemente no pensamento e na prática judaicas.
1º Rebe: O “Alter Rebe”Rabi Shneur Zalman de Liadi
(1745-1812)
Fundador do chassidismo Chabad. Conhecido como “o Rav” e autor do tanya; fundador da linha Chabad-Lubavitch dentro do Movimento Chassídico; discípulo do Maguid de Mezeritch, e pai do Mitteler Rebe.
15 LUBAVITCH MAGAZINE
3º Rebe: O “Tsêmac Tsêdec”Rabi Menachem Mendel
Schneersohn (1789-1866)
Conhecido pelo título de sua responsa haláchica; sobrinho e genro do Mitteler Rebe, e pai do Rebe Maharash.
4º Rebe: O “ Rebe Maharash” Rabi Shemuel Schneersohn de Lubavitch
(1834-1882)
Em sua curta liderança, Rabi Shmuel fortaleceu a Chassidut, combateu o anti-semitismo, e preparou o terreno para o alcance mundial de Chabad. Filho mais novo do Tsêmach Tsêdec, e pai do Rebe Rashab.
2º Rebe: O” Mitteler Rebe”Rabi DovBer de Lubavitch
(1773-1827)
Conhecido pela amplitude e profundidade de seus ensinamentos e seu incrível amor por cada judeu, Dedicou sua vida ao serviço da comunidade tanto espiritual quanto fisicamente. Filho e sucessor do Alter Rebe, e tio e sogro do Tsêmach Tsêdec.
5º Rebe: O “Rebe Rashab”Rabi Shalom DovBer Schneersohn
de Lubavitch (1860-1920)
Devotou-se ao futuro da nação judaica, envolvendo-se em educação em todos os níveis. segundo filho do Rebe Maharash, e pai do Rebe Rayatz.
6º Rebe: O “Rebe Rayatz”Rabi Yossef Yitschac Schneersohn
(1880-1950)
Nascido no coração do Comunismo, Rabi Yossef Y. Schneersohn lutou pelo Judaísmo na Rússia em todas as frentes, assegurando a sobrevivência do Judaísmo no Velho Mundo. Estabeleceu-se nos Estados Unidos onde revolucionou e reinventou o Judaísmo para o Ocidente. Conhecido também como “o Rebe Anterior”; filho único do Rebe Rashab, e sogro do Rebe.
O líder da nossa geração. Veja a biografia completa na página 18.
7º Rebe: O RebeRabi Menachem Mendel Schneerson (1902-1994)
16LUBAVITCH MAGAZINE
N O S S O L Í D E R
OREBE
Em cada geração existe um Moisés. Na nossa, é o Rabino
Menachem Mendel Schneerson conhecido como O
Rebe. Na sua época, Moisés recebeu a incumbência
Divina de redimir um povo das garras das escravidão
e elevá-lo a um estágio de liberdade plena, seu ápice
atingido na Outorga da Torá no deserto. Nos tempos
atuais, o Rebe nutriu um povo devastado pelas garras
do nazismo e comunismo e extendeu os conceitos
autênticos de liberdade a cada ser individualmente, sem
exeções. O deserto espiritual da humanidade começou
a mostar vida e se tornou evidente a presença de muita
energia positiva, curiosidade em revelar as dimensões
desconhecidas do Universo, e um desejo palpável para
transformar este mundo em um lugar melhor.
Em praticamente cada palestra que o Rebe proferiu,
cada carta que escreveu e cada diretiva que emitiu, o
tema, o encerramento e o objetivo eram: a vinda de
Mashiach e como alcançar a Redenção. Trazer o Céu
para Terra que será banhado pela sabedoria e bondade
de seu Criador, um mundo sem ódio e ganância, livre de
sofrimento e discórdia. Nada menos que isso.
A idéia de uma Redençaõ Universal, introduzida por
um líder global chamado Mashiach, “o ungido,” é um
princípio básico da fé judaica. O judeu acredita que o
mundo criado por D-us possui o potencial para refletir
completamente a infinita bondade e a perfeição do
seu Criador. E o judeu acredita que a realização deste
objetivo é o propósito para o qual sua alma foi colocada
num corpo físico e recebeu uma vida nesta terra.
17 LUBAVITCH MAGAZINE
Yecatrinoslav (Dniepropetrovsk) de 1907 a 1939.
Desde a infância, o Rebe mostrava prodigiosa
inteligência, e logo teve de deixar o chêder, por
estar muito à frente dos colegas. Aos nove anos, o
diretor da escola local disse a seus pais que não havia
mais nada que pudesse lhe ensinar. Desde então,
seu pai – ele próprio um célebre erudito e cabalista
– encarregou-se da educação do filho, empregando
tutores e ensinando-o pessoalmente.
Uma autoridade rabínica certa vez visitou o pai do
Rebe. Os dois sábios começaram a discutir delicados
pontos de estudo, sem perceber que Mendel, então
com oito anos, havia entrado na sala e estava ouvindo
com atenção.
O convidado notou a expressão concentrada no rosto
do menino. “Ele entende o que estamos dizendo?”
perguntou. Com um olhar de conhecedor, o pai
replicou: “É impossível saber.”
Teve um grande exemplo e forte influência de seus
pais durante sua vida. Seu pai, Rabi Levi Yitschac, agia
com raro grau de dignidade e coragem para sustentar
e fortalecer o judaísmo sob o regime comunista. Ao
seu lado contava sempre com a grande coragem e
abnegação de sua esposa, Rebetsin Chana, mãe do
Rebe, que não poupava esforços colocando sua vida
em risco, para que seu marido pudesse continuar
escrevendo suas obras sagradas. Rabi Levi Yitschac
foi preso e exilado para o vilarejo distante de Chi li, na
Ásia Central e como resultado dos seus sofrimentos ,
faleceu no exílio, na cidade vizinha de Alma Ata, em
20 de Menachem-Av, 1944, aos 66 anos.
O Rebe muitas vezes citava o grande sábio Maimônides,
que há mais de 800 anos dizia: um simples ato, uma
única palavra, apenas um pensamento, tem o poder de
inclinar as balanças e trazer redenção a este mundo.
O Rebe explicou: como a natureza básica de nosso
mundo é perfeita e boa, toda ação do bem é real e
permanente,enquanto que toda a negativa é somente
aquilo – um fenômeno negativo, um vácuo esperando
para ser dissipado, a escuridão na espera da luz.
Não importa quão escuro o mundo possa parecer ou
sentir, a luz está apenas a uma única ação de distância.
O Rebe viu isso e partilhou esta visão conosco. Se
abrirmos nossos olhos a esta realidade, traremos
redenção a este mundo. Hoje.
Biografia
Nascimento e infância
Em 1900, Rabi Levi Yitschac Schneerson, renomado
pela sua erudição talmúdica e haláchica e em Cabalá
casou-se com Rebetsin Chana Yanovski, aristocrática,
de família rabínica prestigiosa.cujo pai, Rabi Meir
Shlomo, era rabino da cidade de Nicolaiyev, Ucrânia.
No dia 11 de Nissan (18 de abril de 1902), nasceu seu
primeiro filho, bisneto do terceiro Lubavitcher Rebe,
seu homônimo. Menachem Mendel. Seu pai, Rabi
Levi Yitschac era bisneto de Rabi Baruch Shalom, o
filho mais velho do Tsemach Tsedec (terceiro Rebe de
Chabad-Lubavitch e neto do fundador do Movimento,
Rabi Schneur Zalman, o Alter Rebe) e Rabino-Mor de
18LUBAVITCH MAGAZINE
: A R T I G O
Casamento
O Rebe encontrou o sexto Rebe de Lubavitch, Rabi
Yossef Yitschac Schneerson, em 1923, em Rostov,
Rússia. Em 27 de novembro de 1928 casou-se com
Chaya Mussia (1901-1988), segunda filha do Rabi
Yossef Yitschac. A Rebetsin é lembrada pela sua
excepcional erudição, embora fosse de comportamento
compassivo, humilde e despretensioso.
O casamento foi realizado em Varsóvia, Polônia, na
terça-feira à tarde, em 14 de Kislêv de 1928. Centenas
de Chassidim Chabad de Varsóvia, das áreas polonesas,
da Lituânia e da Rússia Branca compareceram, além
de renomados Rebes e eruditos.
Logo após o casamento, o Rebe mandou o jovem casal
viver em Berlim, então a capital intelectual da Europa
Ocidental, onde Rabi Menachem Mendel deveria
passar parte do seu tempo estudando em famosos
centros de estudos e acabou matriculando-se na
Universidade de Berlim. Rabi Yossef Ber Soloveichik
também encontrava-se em Berlim naquela época e
os dois passaram muito tempo juntos, em estudos
gerais e talmúdicos. Rabi Soloveichik relembra que o
Rebe trazia um volume do Talmud ou outros textos da
Torá a suas palestras, e o colocava dentro do livro de
textos. Certa vez, um dos professores ficou aborrecido
pela aparente falta de atenção do Rebe, e no meio da
palestra, acreditando que ele não o estava ouvindo,
resolveu testá-lo: “Pode repetir uma palavra daquilo
que eu disse?” perguntou ele. Humildemente, o Rebe
levantou-se e repetiu a palestra inteira, palavra por
palavra.
Embora o Rebe passasse a maior parte de seu tempo
em Paris envolvido nos estudos, também deu muitas
aulas. Eliyáhu Reichman lembra-se que quando jovem
assistiu diariamente a aula de Talmud dada pelo Rebe.
Uma vez ele e outro aluno perceberam que o Rebe tinha
citado uma passagem de modo ligeiramente diferente
do que aparecia no texto. Depois que a aula terminou,
foram à estante do Rebe para conferir o texto do Talmud
que ele usara; talvez tivesse uma versão diferente?
Para sua surpresa, viram que o Rebe tinha usado um
tratado completamente diferente! Havia uma escassez
de textos,e vários alunos tinham que estudar usando
o mesmo volume. A fim de deixar um texto adicional
disponível para os alunos, o Rebe tinha recitado as
passagens de cor, e para esconder o problema dos
alunos, fingira usar um livro com outro tratado.
Formação
Em 1933, a mudança do regime forçou Rabi Menachem
Mendel a deixar a Alemanha, onde se graduara em
Heidelberg, em Engenharia Superior e mudar-se para
Paris. Matriculou-se na Sorbonne onde receberia outro
diploma, Engenharia Mecânica, com especialização em
Projeto Naval.
O conhecimento adquirido nestes estudos habilitaram-
no a resolver dúvidas haláchicas nos anos subseqüentes.
Por exemplo, quando houve uma discussão sobre se um
navio com tripulação de judeus poderia viajar no Shabat,
o Rebe comentou: “A alegação de que tais trabalhos
proibidos podem ser realizados automaticamente
demonstra não apenas ignorância sobre os princípios
haláchicos no trabalho, como também ignorância sobre
os rudimentos da engenharia.”
19 LUBAVITCH MAGAZINE
O Rebe organizou um corpo de shluchim – emissários
de Lubavitch – e os encarregou de estabelecer
centros Chabad-Lubavitch no mundo. Hoje milhares
de instituições Chabad-Lubavitch cobrem o planeta.
Além de se preocupar com cada indivíduo, o Rebe
dava atenção especial a órfãos e viúvas de soldados
israelenses, as crianças de Chernobyl, entre outros.
Mais de 1300 crianças recebem tratamento médico
em Kfar Chabad. Para os meninos órfãos, são
celebradas anualmente cerimônias de bar-mitsvá,
no Muro das Lamentações. Além disso, foram
criados vários centros de reabilitação para pessoas
viciadas em drogas. O Rebe estabeleceu cerca de
60 instituições de ensino judaico na Comunidade
dos Estados Independentes e na Letônia. Centenas
de emissários visitam regularmente e muitos outros
estabelecem lá suas residências para promover as
atividades judaicas. A organização Ezrat Achim envia
toneladas de alimentos para os judeus destes países.
O Rebe foi quem iniciou o movimento de teshuvá
(retorno ao autêntico judaísmo), através de uma
forma revolucionária de difundir o judaísmo para
todos os judeus com a sua famosa “Campanhas das
Mitsvot” (campanha das boas ações). A colocação dos
tefilin, o acendimento das velas de Shabat e Yom Tov
pelas mulheres judias, a cashrut, a prática da tsedacá,
a educação baseada na Torá, entre outras. Na época
foi duramente criticado, enfrentando forte oposição,
ao dizer que esta era a única maneira de salvar o
judaísmo da assimilação. Suas campanhas inovadoras
hoje servem de modelo a diversas instituições judaicas
que atraem judeus de volta a sua herança exatemente
como o Rebe já fazia há cinco décadas.
O Rebe sempre dedicou-se primordialmente à oração,
ao estudo da Torá preocupando-se com cada judeu,
onde quer que se encontra-se.
Chegada aos Estados Unidos
Segunda-feira, 23 de junho de 1941, o Rebe e a
Rebetsin chegaram aos Estados Unidos, havendo
milagrosamente escapado da investida nazista e
se estabelecendo em Nova York. Seu sogro, Rabi
Yossef Yitschac Schneerson, que havia chegado aos
Estados Unidos um ano antes, escolheu-o para liderar
suas recém-fundadas organizações: Merkos Linyonei
Chinuch, o braço educacional do movimento Lubavitch;
Machané Israel, a organização de serviço social do
movimento; e a Sociedade Kehot de Publicação, a
editora de Lubavitch.
Logo após o Rebe começou a escrever suas
anotações eruditas sobre vários tratados chassídicos e
cabalísticos, bem como uma vasta gama de responsas.
Com a publicação dessas obras, logo foi reconhecido
por eruditos de todo o mundo.
Liderança
Em 1950, Rabi Yossef Yitschac faleceu. Embora o
Rebe fosse escolhido como seu sucessor foi relutante
no início em aceitar o manto da liderança. Apenas
um ano mais tarde assumiria formalmente o título de
“Rebe”: foi em 28 de Janeiro, 10 de Shevat de 5710.
Em seu primeiro discurso como Rebe, ele afirmou que
a missão da nossa geração é a de trazer Mashiach
(Messias).
20LUBAVITCH MAGAZINE
: A R T I G O
Sua preocupação com a educação e o futuro da
humanidade foi reconhecida nos Estados Unidos. A
data de nascimento do Rebe, 18 de abril,(11 de Nissan)
foi transformada pelo Presidente Ronald Reagan em
“Dia Nacional da Educação”.
Entre as previsões que fez sobre situações mundiais as
que mais repercutiram foram a abertura da Cortina de
Ferro, com a emigração maciça de judeus soviéticos
para Israel, ao alertar o governo israelense para a
construção de casas e condições de emprego para
estes judeus. E isto aconteceu numa época em que tal
possibilidade era impensável.
Outra previsão fantástica: durante a Guerra do Golfo,
em 1991, o Rebe foi o único a dizer que esta guerra não
atingiria o povo judeu, declarando que as máscaras
de gás não seriam necessárias. Ele declarava isso
enfaticamente mesmo durante o contínuo bombardeio
de scuds sobre israel, pois lá “é o lugar mais seguro do
mundo.”
Conscientizou sobre a iminente vinda de Mashiach
(Messias) e da importância de “recepcioná-lo”
apropriadamente, principalmente através de um
estudo intensivo dos assuntos relativos à era
messiânica, contidos na Torá, Talmud, e outras fontes
judaicas, como no código de leis de Maimônides.
Todos os domingos o Lubavitcher Rebe costumava
receber e abençoar as vastas multidões que vinham
buscar as suas palavras de sabedoria e bênção. A
cada uma das milhares de pessoas que o procuravam
entregava uma nota de um dólar para ser doada a
uma instituição de caridade à critério da pessoa. Além
de pessoas comuns, diversas personalidades judias e
não-judias pediam seu conselho e bênção.
21 LUBAVITCH MAGAZINE
A Goldsztein Cyrela parabeniza o Beit Lubavitch de Porto Alegre pelos 30 anos de educação e divulgação da cultura judaica. Esta data é mais um passo importante rumo à realização plena desta missão.
www.cyrela.com.br/rs
SAMEACH,BEIT LUBAVITC
H,BEIT LUBAVITC
H,H!H,H!H,
YOM HULEDET
22LUBAVITCH MAGAZINE
T R A J E T Ó R I A
30 ANOS DE MUITO TRABALHO, FÉ E LUZ
“Não será uma missão fácil, mas terão sucesso”, Rebe Lubavitch
Nascido na França, em 1958, de família tradicional, avô
e pai Rabinos, Mendel Liberow partilhava a mesma
vocação. Em nenhum momento foi persuadido a seguir
o caminho dos antepassados, apenas exerceu seu livre
arbítrio e deu início a sua trajetória. Na sua família a
tradição de servir os outros é muito forte e esta é uma
das principais funções de um Rabino. Poder contribuir
para que as pessoas possam conhecer e compreender
as suas origens, seu passado era uma de suas vocações.
Ele sentia isso.
Quando ainda era noivo de sua esposa, Mimi, em Nova
Iorque, o Rabino enviou uma carta para o Rebe de
Lubavitch, solicitando orientação para os seus caminhos.
Naquela época receberam uma proposta de morar e
desenvolver um trabalho na cidade brasileira de Porto
Alegre. Na carta questionaram se aquele deveria ser o
destino do casal. O Rebe respondeu de forma direta e
convicta:
- Não será uma missão fácil, mas terão sucesso!
Acreditaram nesta indicação e rumaram para o sul do
Brasil. Chegaram a Porto Alegre em março de 1981.
Superaram a fase de adaptação e começaram a “plantar
suas sementes” na comunidade local. “Trabalhamos com
todos os clubes, sociedades, famílias, hospitais, escolas,
sinagogas e instituições judaicas de Porto Alegre. Nunca
ignoramos ninguém de outra etnia, crença ou origem.
Sem nenhuma restrição, nosso trabalho começou a se
propagar”, relembra o Rabino.
O que chamou a atenção do Rabino logo que teve
contato com a comunidade hebraica local foi a pouca
participação dos jovens nas instituições judaicas.
“Quando cheguei, constatei que apenas os avós,
estavam envolvidos. Onde estavam os pais, os filhos
e as filhas? Não havia envolvimento das gerações
mais jovens. Porém, isto está mudando. Atualmente a
23 LUBAVITCH MAGAZINE
da festa de Chanucá, em uma praça da Avenida Goethe
e nos Shopping Center Iguatemi e Praia de Belas.
Sua contribuição também ultrapassou a barreira das
diferenças linguísticas. Hoje praticamente todas as
sinagogas possuem a integridade de seus livros em
hebraico e, traduzidos para o português. Desta forma,
integrando ainda mais as famílias judaicas. “Levamos
nossa história para as ruas, praças, escolas e bairros.
Queremos continuar fortalecendo nossa cultura. Nossa
mensagem está se propagando”, alegra-se.
Estar inserido integralmente na comunidade onde vive é
para o Rabino uma grande conquista. Porém ele não irá
parar. Seu trabalho continua, sua contribuição continua
para todos os moradores de Porto Alegre. Seus olhos
se enchem de luz quando falamos de sua missão. E o
Rebe estava mais uma vez certo. Houve dificuldades e
percalços, mas podemos afirmar que foi, e ainda é, uma
caminhada de vitorioso sucesso.
comunidade judaica está se renovando. Os jovens estão
mais participantes”, destaca.
A sua integração com a comunidade em geral, não
judaica, foi muito aberta e ampla. Não houve nenhum
tipo de preconceito. “Não tivemos nenhuma restrição,
lidamos apenas com a falta de conhecimento. Esta falta
de informação gerou apenas curiosidade. Já fui até
convidado para fazer uma palestra para os membros
da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, totalmente
lotada, na maior harmonia”.
O trabalho do Rabino Mendel também incentivou
a comunidade judaica a comemorar as suas datas
festivas, algo que não era valorizado na época de sua
chegada. Um exemplo disto é a festa do Chanucá, Festa
das Luzes, hoje bastante cultuada. O Rabino inovou ao
levar o judaísmo para o âmbito público. Foram erguidos,
por iniciativa dele, um menorá, candelabro tradicional
Levi
Lib
erow
24LUBAVITCH MAGAZINE
T R A J E T Ó R I A
A T I V I D A D E S C O M C R I A N Ç A S
A U T O R I D A D E S C H A N U K A - I G U A T E M I
Y O M K I P U R N O Q U A L I T Y
25 LUBAVITCH MAGAZINE
CHANUKA - PRAÇA SILVIO UGHINI
C A S A M E N T O INAUGURAÇÃO DA TORÁ
26LUBAVITCH MAGAZINE
B A R M I T Z V Á
B E N Ç Ã O D O S O L - PA R C Ã O
B A T M I T Z V Á C L U B
M A I M O N I D E S D A Y H O S P I T A L
T R A J E T Ó R I A
27 LUBAVITCH MAGAZINE
SHOW - JUDEU DA SAMBA AMRIGS
C H A N U C Á - P R A I A D E B E L A S
C H A N U C Á - N A S R U A S
COLÉGIO ISRAELITA - FÁBRICA DE SHOFAR
SINAGOGA UNIÃO ISRAELITA - FABRICA DE MATZA
JANTAR CHANUCÁ
28LUBAVITCH MAGAZINE
T O R Á N A C H U P Á
T R A J E T Ó R I A
29 LUBAVITCH MAGAZINE
ATIVIDADE COM MULHERES NO LITORALNA CÂMARA MUNICIPAL
BEIT LUBAVITCH- JANTAR MELAVE MALKA
C A N T E C O M C H A B A DFARBRENGUEN BEIT LUBAVITCH
SINAGOGA LINAT HATZEDEK - PURIM
30LUBAVITCH MAGAZINE
SINAGOGA LINAT HATZEDEK
SINAGOGA LINAT HATZEDEK - CHANUKA JUVENTUDE - CHANUCÁ
JUVENTUDE - LAG BAOMER SUCÁ MOVEL - NAS RUAS
T R A J E T Ó R I A
31 LUBAVITCH MAGAZINE
JUVENTUDE COLÉGIO ISRAELITA - CHANUCA
ERECHIM COLÉGIO ISRAELITA - FÁBRICA DE MATZÁ
32LUBAVITCH MAGAZINE
CLUB CAMPESTRE - LAG BAOMER COLONIA DE FERIAS
CLUB HEBRAICA - PURIM
CLUBINHO
T R A J E T Ó R I A
33 LUBAVITCH MAGAZINE
COLONIA DE FERIAS LAR DOS VELHOS
GUIMEL TAMUZ - NY
34LUBAVITCH MAGAZINE
D E P O I M E N T O S
“As sinagogas são o centro da vida judaica. Muitos dos
valores da sociedade ocidental foram nelas forjados.
Monoteísmo, amor pela justiça, culto à sabedoria,
respeito ao semelhante fazem parte dessa tradição. Sem
embargo desse tesouro cultural que hoje é um legado
irreversível, os judeus e suas sinagogas foram ao longo
da história vítimas do ódio e do preconceito. Sinagogas
foram ocupadas na Idade Média. No inferno nazista, as
sinagogas foram simplesmente destruídas.
A construção de uma sinagoga no mundo moderno, tão
apegado ao materialismo, é um feito histórico, e quando
isso acontece por obra de um homem, ajudado embora
por uma grande mulher, constitui um ato heróico. O
Rabino Mendel Liberow, com o incansável apoio de
Mimi, fez mais do que isso. Levantou uma sinagoga
espiritual sem o prédio apropriado, mas sólida e forte.
Sinto-me contente pelo fato de ser testemunho desse
trabalho que exigiu trinta anos de coragem e que,
não importa quantos anos mais, será concluído com
a construção de uma bela sinagoga. A visão desses
abnegados destinará, com certeza, um espaço a um
museu e a um centro cultural para o desfrute de judeus
e não-judeus.
A despeito de tudo, o mundo merece isso.”
Ari Pargendler
“Gostaríamos de agradecer o convite para participar
das comemorações dos 30 anos da Sociedade Beit
Lubavitch que se dedica a benemerência e tanto tem
contribuído para a cultura do nosso Estado.
Parabéns e vida longa neste trabalho social de relevante
significado.”
Afonso Motta, Secretário de Estado
“Há tempo de celebrar, como ensinam os livros sagrados.
Parece que o início de século aponta para o valor
da tolerância multicultural, para uma reacomodação
dialética, uma convivência edificante, inclusive no espaço
público, entre a fé e a razão. Em Porto Alegre, muito
deste ambiente foi forjado pelo generoso movimento
liderado pelo Rabino Mendel Liberow, que toca corações
e mentes e enfatiza a educação e o diálogo, frutos do
esclarecimento que decorre dos atributos intelectuais
celebrados pelo Chabad-Lubavitch – a sabedoria, a
compreensão e o conhecimento. À pessoa e à obra,
nossa admiração e reconhecimento.”
Eduardo de Lima Veiga,Procurador-Geral de Justiça
“É com alegria que saúdo os 30 anos de ação do
movimento Beit Lubavitch junto à comunidade
gaúcha. Nestas três décadas da missão de facilitar o
entendimento dos ensinamentos da Torá, difundindo
os conhecimentos judaicos em nossa cidade, tivemos
a oportunidade de estreitar os laços com a rica cultura
do povo judeu. As tradições trazidas de longe já fazem
parte da nossa história e demonstram a pluralidade e o
Cumprimentos ao Beit Lubavitch
35 LUBAVITCH MAGAZINE
respeito às diferenças, que são características de Porto
Alegre. A sabedoria, a compreensão e o conhecimento,
que são alicerces do movimento, são fundamentais para
que, cada vez mais, trabalhemos pela sociedade mais
justa, solidária e humana que todos nós queremos.”
José Fortunati Prefeito de Porto Alegre
“A presença e a história do Beit Lubavitch em Porto
Alegre têm um representativo papel na comunidade
judaica gaúcha. Nesses 30 anos, o movimento
chassídico trouxe a todos contribuições importantes
para a manutenção da vida judaica em nosso estado.
A devoção do Rabino Mendel Liberow e da professora
Mimi é um exemplo de entusiasmo e fé em nossa
comunidade, atuando incansavelmente e com respeito
à diversidade de pensamentos de que é formado nosso
Ishuv.
A nova sede do Beit Lubavitch vem para coroar
esse trabalho e reforçar este movimento que busca
não apenas o aperfeiçoamento espiritual de seus
congregados, mas também a construção de uma
kehilá forte e representativa. A FIRS une-se a essa
comemoração e deseja Mazel Tov a toda comunidade
Lubavitch.
Jarbas Milititsky Presidente da FIRS
“Diz um adágio popular que a palavra convence, mas
o exemplo arrasta. Natural ao longo dos séculos que o
Judaísmo, que nunca foi uma religião prosélita, sofresse e
continue sofrendo sucessivas tentativas de assimilação.
É nesse contexto que cresce a importância da chegada
há trinta anos em Porto Alegre dessa família que com
o seu exemplo, como diz o adágio “arrasta”, cativa,
abriga e inspira para uma vida focada no amor a Deus,
na fraternidade como norte da existência humana e na
afirmação do Judaísmo e do seu eterno e indivisível
compromisso com Deus”.
Valter NagelsteinVereador de Porto Alegre licenciadoSecretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio
“Saúdo o Rabino Mendel Liberow e sua família assim
como a comunidade Chabad pelos 30 anos de atividades
em Porto Alegre. Estou seguro que a presença do
movimento hassídico em Porto Alegre enriqueceu
sobremaneira a vida judaica de nossa Kehilá. É muito
importante para todos nós assegurar a diversidade
de manifestações e tendências do legado cultural e
religioso assim como das tradições e da identidade
judaica. Somos um povo unido na diversidade. Esta
riqueza deve ser preservada com a tolerância mútua
e o diálogo constante de suas diversas tendências
e correntes. A hassidut é uma das mais vibrantes
manifestações da mensagem judaica. Cabe por isso
assinalar neste momento de festa e alegria que este
legado está muito bem representado em Porto Alegre.
O Rabino Mendel nos cativou a todos por sua alegria,
serenidade, tolerância, paciência e sabedoria. Vida
longa à família Chabad.“
Jacques A. Wainberg
Yasher Koach ao
Rabino Mendel e Mimi Liberow
Luíza Turkienicz e Família
Que vocês continuem a ser fonte de Inspiração para toda
a comunidade
IN MEMORIAM ISAC TURKIENICZ Z”L
arabéns ao Rabino Mendel e Mimi Liberow
nos 30 Anos do Beit Lubavitch de
Porto Alegre pela sua dedicação e Chessed por
Klal Yisroel
P
Yasher Koach ao
Rabino Mendel e Mimi Liberow
Luíza Turkienicz e Família
Que vocês continuem a ser fonte de Inspiração para toda
a comunidade
IN MEMORIAM ISAC TURKIENICZ Z”L
arabéns ao Rabino Mendel e Mimi Liberow
nos 30 Anos do Beit Lubavitch de
Porto Alegre pela sua dedicação e Chessed por
Klal Yisroel
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38LUBAVITCH MAGAZINE
C A B A L Á
Bem viver, para todos
Ros
tisla
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linsk
y
39 LUBAVITCH MAGAZINE
“D’us mandou mandamentos para serem seguidos e a
Cabalá é um manual de instruções desses mandamentos,
ou seja, como praticá-los no cotidiano”, assim a gaúcha
Ana Moreira define a primeira lição que aprendeu sobre
o tema. Foi há mais de quatro anos, antes de fazer parte
de uma turma de estudos sobre a cabalá. Na ocasião
um grupo de amigas participou de um seminário
sobre religiões monoteístas na Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul.
Instigadas pela palestra sobre
o judaísmo, ministrada por
Mimi Liberow, elas decidiram
saber um pouco mais sobre
os fundamentos cabalísticos.
Ali nascia a primeira turma
de estudos da Cabalá com
mulheres de diferentes
religiões organizada pelo Beit
Lubavitch de Porto Alegre.
“Todas nós procurávamos
uma coisa a mais, que
cuidasse da alma. Ali a Mimi
começou a falar sobre o que
é a Cabalá, que resumindo é
o ‘bem viver’”, conta a participante, Suzana Etchepare.
Para ela, foi um momento em que acendeu a “luzinha
no fim do túnel”, com a perspectiva de um alimento para
a alma. “Assim, nós pedimos para ver como era essa
novidade e foi de encontro com o que esperávamos.
Nos ensina a viver em harmonia, sempre com um
conselho positivo. Acredito que mudou a vida de todas
nós.”
Os encontros acontecem uma vez por semana, com
início às 17h30 e, muitas vezes, sem hora para acabar.
A dinâmica é simples e baseada na reciprocidade. As
turmas, são sete no total, têm de 6 a 10 participantes
para que todos possam trocar experiências. “São
grupos pequenos para que todos possam falar. Embora
não exista a necessidade de que as pessoas relatem
suas intimidades, elas têm espaço, oportunidade e
tempo para se expressar,
tirar dúvidas e fazer
comentários especificos”,
revela Mimi. As pessoas
podem, a partir das suas
vivências durante a semana,
discutir temas relevantes
às suas vidas. Devido
ao caráter abrangente
da Cabalá, situações e
pensamentos podem gerar
benefícios práticos. “Ela trata
de tudo, se para ti existe,
se você pensa sobre isso, a
Cabalá vai enriquecer esse
pensamento. Então é muito
importante aproveitar esses momentos em que as
pessoas estão sendo espontâneas, porque ali existe
energia”, crê Mimi.
Para a surpresa das participantes, as aulas ministradas
por representantes do judaísmo ortodoxo não
eram caracterizadas por ideias excludentes. “Com
o pouquinho que sabemos do judaísmo, sobretudo
o ortodoxo, imaginamos um pensamento radical e
D’US MANDOU MANDAMENTOS PARA SEREM SEGUIDOS E A
CABALÁ É UM MANUAL DE INSTRUÇÕES DESSES
MANDAMENTOS, OU SEJA, COMO PRATICÁ-LOS NO
COTIDIANO
40LUBAVITCH MAGAZINE
fechado, mas a cabeça da Mimi é muito, muito aberta
e comporta todos os questionamentos e atitudes”,
afirma Ana Moreira. Já a aluna Beth Logemann revela
outra surpresa: “Eu não imaginava que na Cabalá o ser
mais importante fosse D’us, um D’us único, do bem,
e que a importância de d’Ele está em tudo.” “Afinal,
temos muito mais em comum do que diferenças”,
completa Mimi.
Outro aspecto ressaltado por elas é a objetividade
com que valores e conceitos que muitas vezes
parecem subjetivos e abstratos podem ser facilmente
aplicados no dia a dia através da cabalá. Para Valdívia
Pretto, além da tranquilidade e confiança em D’us,
a experiência fez com que valorizasse os aspectos
realmente importantes da vida. “São valores simples e
ensinamentos práticos. Você vai a uma aula e sempre
sai com alguma coisa que pode ser aproveitada
para que a vida da tua família seja melhor.” Suzana
Etchepare, vê as aulas quase como uma terapia, em
que aprende-se diversos conceitos que podem ser
utilizados no cotidiano, com os filhos ou para enfrentar
momentos dificeis.
Para a ex-aluna Ana Luiza Moscoso, as lições foram
fundamentais para que sua vida tomasse um rumo
diferente. “A Cabalá me fez ficar forte e pensar que
eu tinha de fazer parte do mundo e dar a minha
contribuição, sobretudo para a minha família, para
que eles me sintam mais participativa.” Como
consequência, a então dona de casa passou a ser,
também, uma dedicada profissional. A atividade fez
com que não pudesse mais participar das reuniões
semanais, mas mantêm-se informada com as amigas
sempre que é possível. Como católica praticante, vê a
cabalá como um agregador positivo. “Foi uma coisa
muito positiva na minha vida, pois me ensinou a olhar
à frente, me deu esperança.”
Todas fazem questão de demonstrar o quanto o
envolvimento foi benéfico para suas famílias, criando,
a partir da própria mudança na forma de enxergar o
mundo, interesse das pessoas mais próximas. “Sempre
fui mais religioso que minha esposa. Porém, com esses
anos de cabalá e dessa vivência com a Mimi e com o
Mendel, ela se tornou tão ou mais religiosa do que eu
e reforçou a minha fé de uma forma comprovatória”,
conta Hugo Diebold. “Hoje, ela me puxa para que eu
tenha ainda mais fé”, continua. Suane Vezzani, esposa
de Diebold, diverte-se ao contar que de todas era a que
menos imaginava o que seria a Cabalá. Hoje sintetiza
os quase cinco anos de aprendizado em uma palavra:
Amparo. “No momento que eu aceitei a existecia
de D’us e que Ele me ampara, a minha vida mudou.
Agora a vida tem todos os espaços preenchidos, tudo
passou a ter sentido e isso não existia antes.” Sobre
o fato inusitado de todas terem encontrado o sentido
de suas buscas em um religião diferente das suas, ela
conclui: “A maestria do que nos é ensinado é mostrar
que apesar das diferenças das regras de cada religião,
todos somos filhos de D’us e nessa essencia é que
conseguimos uma conexão.”
C A B A L Á
41 LUBAVITCH MAGAZINE
Conceitos Judaicos com uma mensagem universal
e que abordam os ensinamentos da Torá (Bíblia),
o legado milenar para o mundo contemporâneo,
músicas judaicas, temas da atualidade, entrevistas e
notícias do mundo judaico podem ser captadas nas
ondas do rádio. O Programa Shalom, apresentado
pelo Rabino Mendel Liberow e sua esposa Mimi vai ao
ar todos os domingos, das 8h30min até às 9h. Basta
sintonizar na Rádio da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, AM 1080, ou acessar o link http://www.
ufrgs.br/radio/ e ouvir pela WEB.
Com mais de 10 anos no ar, o Programa Shalom
busca levar ensinamentos universais para toda a
comunidade gaúcha, sempre com uma mensagem
positiva e uma abordagem espiritualizada. Abaixo o
depoimento de um ouvinte ilustre e admirador deste
programa. Confira:
“Desde meus tempos de faculdade de Comunicação,
quando eu fazia um programa nos domingos de
manhã, na antiga Rádio Pampa, no Alto da bronze,
tinha a oportunidade de ouvir a Hora Judaica, que
Shalom nas ondas do rádio
antecedia o programa que eu apresentava. Anos
depois, reencontrei o programa, reformulado, mais
extenso, mais “cultural”, na Rádio da UFRGS. Num
primeiro momento me surpreendeu: uma rádio
pública com um programa religioso? Ao ouvi-lo,
porém, logo compreendi que o sentido amplo dado ao
programa justificava incluí-lo em uma programação
cultural. Desde então, quase que todos os domingos,
ouço o programa. Mesmo não estando vinculado
religiosamente ao judaísmo, admiro as interpretações
bíblico-historicas que o programa apresenta; as
atrações musicais; o conjunto de informações
culturais. O judaísmo é, sem dúvida, uma das grandes
tradições culturais da humanidade. Não podemos nem
ignorá-lo, nem negá-lo. Melhor, devemos conhecê-lo
e compreendê-lo, e um programa como este, sem
dúvida, nos ajuda muito a isso”.
Prof. Dr. Antonio Hohlfeldt – Famecos - PUCRS
M Í D I A
Sla
ven
Dev
ic
42LUBAVITCH MAGAZINE
M A S H I A C H
FÉRIAS MARCADAS
indo tão bem, quando… ao chegar no aeroporto, você
descobre que perdeu o vôo; e o pior! O próximo? Só
daqui a duas semanas; e o mais grave, não tem lugar,
nem na lista de espera…Que agonia, tristeza, angústia,
não há palavras. Agora, férias só ano que vem…
Sobre momentos decisivos, o Rebe, em sua última
campanha (e, na minha opinião, a mais difícil),
declarou publicamente que Mashiach está chegando,
e que devemos nos preparar para esse momento
máximo da história. E realmente tudo está indicando
a vinda de Mashiach, pois os sinais previstos pelos
Imagine trabalhar durante um ano inteiro e, quando
chega o mês de setembro, começa a sonhar com
as férias de final do ano, para descansar e esfriar a
cabeça, preparando-se para mais um ano letivo, com
novas atividades e programações. A expectativa das
férias é sempre grande – os preparativos, comprar
passagens, decidir o itinerário; tudo tem que estar
adequadamente organizado.
Quando finalmente chega o dia da viagem, é aquela
alegria! Tudo pronto, malas, passagens, passaportes,
sacolas, em resumo: “toda tranqueira”. Tudo estava
POR RABINO DAVID AZULAY
jdko
enig
43 LUBAVITCH MAGAZINE
Venezuela, boarding now gate 21.” O vôo está saindo
daqui a alguns minutos, o coração bate mais rápido;
você não pára quieto, cada segundo é precioso,
pois um vacilar e você perde o avião. Você corre e
finalmente entra no avião… Ah! Que alívio!
O Rebe sabia que o povo está esperando Mashiach
há cem anos, porém anunciou que Mashiach já está
chegando mesmo, mamash. Então mexa-se, prepare-
se! Logo irão anunciar: “Flight Yerushaláyim, Boarding
Now!” Você não vai querer ficar fora desta, vai?
livros sagrados estão aí. O que restou? O homem deve
preparar seu “ego” e, com suas ações, conscientizar-
se desse grande dia quando Mashiach “pintar na área”.
Sempre me questionei: o que o Rebe quis dizer com
“Mashiach está chegando”? Afinal, Mashiach sempre
esteve “chegando”; cem anos atrás também.
A resposta é simples (voltando ao nosso “vôo”): há
dez, cinco, dois dias eu sabia que o avião decolaria na
quarta-feira às 11h50 para a Venezuela. Porém já no
aeroporto escuto aquela voz: “Flight number 745, to
44LUBAVITCH MAGAZINE
P R Á T I C A J U D A I C A
CAMPANHADAS MITSVOT
Amar ao próximo
Rabi Akiva (um dos grandes Sábios do Talmud)
explicou que amar o irmão judeu é “um dos princípios
mais importantes da Torá”. Uma campanha para
Ahavat Yisrael significa fazermos um esforço para que
nosso pensamento, palavra e ação seja permeado
com um real interesse e sensibilidade pelo bem-estar
de nossos irmãos judeus. O Báal Shem Tov ensinou
que o indivíduo deve ter Ahavat Yisrael até por um
judeu que nunca viu na vida. O raciocínio por trás
disso é explicado no capítulo 32 do Tanya.
No judaísmo ação é o principal. Fazer deve vir antes de entender. Para este fim incluímos aqui um breve
resumo da campanha de mistvá do Rebe. A campanha se concentra em dez mitsvot específicas, por cujo
cumprimento o indivíduo e a família poderão avaliar melhor o seu legado judaico.
45 LUBAVITCH MAGAZINE
Educação judaica
A campanha para a educação de Torá procura envolver
toda criança judia num programa educacional que
ensinará o que significa viver como judeu. A educação
não é somente para crianças; os adultos são encorajados
a se matricularem em grupos de estudo e seminários
de acordo com sua educação e conhecimento.
Estudo de Torá
A Torá é o meio de comunicação através do qual
D’us permite ao homem conhecê-Lo e servi-Lo. A
campanha pelo estudo de Torá encoraja cada indivíduo
a estabelecer um horário fixo para estudar Torá todos
os dias, de modo que nosso crescimento espiritual
possa ser sistemático e dirigido.
Rabi Shneur Zalman de Liadi explicou que o estudo
de Torá deveria ser fixo não apenas no tempo mas
também na alma. Seria um eixo ao redor do qual gira
todo o espectro da nossa experiência do dia-a-dia.goldenK
B
Um lar repleto de livros judaicos
Ambiente ensina. Aquilo que você tem em casa ajuda
a determinar que tipo de lar você terá. Ao ter livros
judaicos à vista em casa, sua família e os visitantes serão
motivados a usá-los. Além disso, sua própria presença
nos lembra seu conteúdo e a importância dos valores
judaicos. Obviamente, quanto mais livros, melhor. No
entanto, sugerimos um mínimo de um Chumash (os
Cinco Livros de Moshê), um Tehilim (Livro dos Salmos)
e um Sidur (livro de orações).
46LUBAVITCH MAGAZINE
Mezuzá
“E vocês os inscreverão nos batentes de suas casas e
sobre os seus portões.” (Devarim 6:9, 11:20)
Uma mezuzá casher é um pequeno rolo de pergaminho,
escrito à mão por um escriba especializado, contendo
duas passagens bíblicas, uma delas o Shemá Yisrael.
No lado oposto do pergaminho estão escritas as três
letras hebraicas, Shin, Dalet e Yud. Isso é um acrônimo
para as palavras hebraicas que significam: “Guardião
das portas de Israel”. Uma mezuzá é afixada do lado
direito de toda porta da casa (exceto a do banheiro), e
protege seus habitantes ao entrarem e saírem de casa.
Uma mezuzá designa uma casa (ou aposento) como
judaica, lembrando-nos da nossa conexão com D’us e
nosso legado.
Ao colocá-la no batente, declaramos que esta é uma
casa ou aposento onde a palavra de D’us e Sua Torá
influenciam nosso comportamento, assim tornando a
morada sagrada.
Os tefilin e as mezuzot precisam ser certificadas
como casher por um escriba autorizado. Precisam
também de uma conferência periódica. Em muitos
casos, quando o Rebe recebia um pedido de bênção
(especialmente em questões de saúde), ele sugeria
que os tefilin e mezuzot fossem examinados.
P R Á T I C A J U D A I C A
Comida casher
Comer comida casher permite que nos identifiquemos
com nosso Judaísmo num nível básico e fundamental.
Quando nosso envolvimento judaico está limitado à
prece, estudo ou atos rituais específicos, ele é espiritual,
acima da nossa realidade do dia-a-dia. Mas quando
você se alimenta de maneira diferente porque é judeu,
seu compromisso é não apenas metafísico, mas uma
parte integrante de seu próprio ser.
A observância da Cashrut consiste em comer apenas
alimentos casher em casa e fora dela. Significa também
não comer juntos laticínios e alimentos à base de carne,
e separar louças, talheres e utensílios para carne e leite.
47 LUBAVITCH MAGAZINE
Tsedacá
Devemos doar aos outros por um senso de
responsabilidade, entendendo que aquilo que temos
também é um presente de D’us, confiado a nós com
um propósito: ajudarmos os outros.
Nossa prosperidade é um fundo que devemos dirigir e
generosamente partilhar com aqueles que precisam.
A campanha de tsedacá clama por um aumento na
doação, bem como a colocação de uma caixa de
tsedacá visível para servir de lembrete para doar com
freqüência, todos os dias da semana, exceto Shabat
e Yom Tov, quando antecipamos este ato colocando
tsedacá antes do horário de acendimento das velas.
Nossos Sábios disseram: “A tsedacá é notável, porque
aproxima a Redenção.”
Tefilin
A Torá descreve o tefilin como um sinal, uma
declaração pública do compromisso judaico. Ao
colocar tefilin diariamente, um indivíduo expressa seu
sentimento básico de identidade judaica. Os tefilin são
colocados no braço, de frente para o coração, e sobre
a cabeça. intelectuais do homem ao serviço de D’us.
As correias, que vão do braço até a mão e da
cabeça até as pernas, significam a transmissão da
energia intelectual e emocional para as mãos e pés,
simbolizando a ação.
Nossos Sábios explicam que o versículo: “E todas as
nações do mundo verão que o nome de D’us está
sobre vocês, e eles os temerão”, aplica-se ao tefilin.
Os tefilin são um meio de trazer segurança aos judeus
na era atual e apressar a vinda da suprema segurança,
que será vivenciada quando Mashiach chegar.
Rebe instituiu esta campanha na véspera da Guerra
dos Seis Dias, e requisitou especificamente que os
soldados das Forças de Defesa Israelenses colocassem
tefilin, pois isso os protegeria na batalha.
48LUBAVITCH MAGAZINE
Acendimento das velas
Shabat é um dia de luz; um dia com padrão
diferente dos demais dias comuns da semana.
Todo Shabat é um precursor da Era de Mashiach.
O acendimento das velas 18 minutos antes
do pôr-do-sol introduz e inspira este estado
de conscientização. A responsabilidade pelo
acendimento das velas e por induzir esta mudança
de perspectiva cabe à mulher. É ela também que
dá as boas vindas à Rainha Shabat ao lar. Meninas
a partir dos três anos também são encorajadas
a acenderem sua própria vela, para que tomem
parte na criação deste ambiente.
Pureza Familiar
Taharat Hamishpachá – as atitudes e práticas que
a Torá prescreve para a vida conjugal – ajudam a
desenvolver uma comunicação genuína e o amor entre
marido e mulher, e trazem ao mundo filhos saudáveis e
amorosos. Casais de todas as esferas da vida adotaram
esta mitsvá como um meio para realçar e enriquecer
sua vida conjugal. É necessário consultar um rabino
para saber os detalhes destas leis.
Jalfim EventosEmpório das Locações
Simon BlumSushi Drive
O Rabino Mendel e o Beit Lubavitch agradecem
Graças ao seu esforço e dedicação foi possivel a realização
do Evento de 30 anos
Denis R
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P R Á T I C A J U D A I C A
49 LUBAVITCH MAGAZINE
Jalfim EventosEmpório das Locações
Simon BlumSushi Drive
O Rabino Mendel e o Beit Lubavitch agradecem
Graças ao seu esforço e dedicação foi possivel a realização
do Evento de 30 anos
50LUBAVITCH MAGAZINE
P R Á T I C A J U D A I C A
PRÁTICA JUDAICA: MEZUZÁHoje em dia, e sempre, a mezuzá, uma mitsvá que tem
acompanhado o povo judeu ao longo dos anos, mais
do que nunca constitui o sinal de que nesta residência
ou estabelecimento se encontra um judeu, e em sua
porta sua maior proteção: D’us. “Mezuzá” é a palavra
hebraica para designar umbral. Consiste em um
pequeno rolo de pergaminho (klaf) que contém duas
passagens bíblicas, manuscritas, “Shemá” e “Vehaiá”. A
mezuzá que deve ser afixada no umbral direito da porta
de cada dependência de um lar ou estabelecimento
judaico, obedece ao seguinte mandamento da Torá:
“Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa, e em teus
portões” (Deuteronômio VI:9, XI:20)
É no conteúdo, guardado em seu interior, que reside o
verdadeiro valor da mezuzá, e não em seu invólucro. A
mezuzá não deve ser julgada pela sua aparência. Para
ser casher deve ser escrita à mão, sobre pergaminho,
e por um sofer (escriba) temente e observador dos
mandamentos divinos, habilitado para esta função,
o que é fator essencial para tornar o pergaminho
sagrado. No momento em que é afixada no batente da
porta, ela atrai a santidade de D’us que pairará sobre
a casa ou estabelecimento. No verso do pergaminho
estão escritas as letras hebraicas Shin, Dalet e
Yud, que forma o acróstico das palavras hebraicas
“Shomer Daltot Israel” – “Guardião das casas de
Israel”. A mezuzá tem uma função semelhante à do
capacete. Ao usá-lo, um possível acidente é evitado
ou amenizado. Do mesmo modo, quando é casher,
a mezuzá tem o poder de proteger os moradores da
casa e evitar infortúnios.
51 LUBAVITCH MAGAZINE
CONTEÚDO
A Mezuzá contém duas passagens bíblicas que
mencionam o mandamento Divino de afixá-la nos
umbrais das portas: “Shemá” e “Vehaiá” (Devarim
6,4-9 e 11,12-21). O “Shemá” proclama a unicidade do
D’us único e nosso eterno e sagrado dever de servi-
Lo, e somente a Ele. O “Vehaiá” expressa a garantia
Divina de que nossa observância dos preceitos da
Torá será recompensada e nos previne sobre as
consequências se os desobedecermos. A mitsvá da
mezuzá demonstra claramente que não somente
a sinagoga ou qualquer outro local de estudo são
sagrados, como também nosso lar.
SIGNIFICADO
Embora atualmente existam centenas de sofisticados
equipamentos de vigilância (câmeras, aparatos
eletrônicos, entre alarmes e até cercas elétricas)
para o povo judeu a mezuzá afixada na porta sempre
constituirá sua maior proteção. Ao entrar ou ao sair
seremos sempre lembrados de quem é o verdadeiro
“Guardião das casas de Israel.”
CUIDADOS NA AQUISIÇÃO
É importante lembrar que o componente principal
da mezuzá é o pergaminho, e não o estojo. Deve-se
tomar cuidado na hora da compra da mezuzá, pois ela
é um objeto sagrado. Deve ser escrita por um escriba
autorizado, com tinta e pena apropriadas sobre um
pergaminho de um animal casher. Mesmo que na
hora de sua compra a mezuzá esteja casher, ela pode,
com o tempo, tornar-se inválida por várias razões.
Uma única trinca numa pequena letra pode tornar a
mezuzá não-casher, imprópria para uso; por isso ela
deve ser periodicamente verificada por um escriba
competente.
PROCEDIMENTO NA COLOCAÇÃO
A mezuzá deve ser afixada nas portas da casa o
mais cedo possível, pois ela é uma mitsvá que nos
dá proteção. No caso de uma casa alugada, ela pode
ser colocada até o prazo de 30 dias.Antes de afixá-
las, porém, é aconselhável mandá-las para uma
verificação, com um rabino versado (sofêr), para
assegurar que elas não tenham nenhum erro. Segue
aqui o procedimento e bênção ao afixar uma mezuzá.
Cada entrada de uma dependência necessita de
uma mezuzá, não somente a porta principal. Em
termos gerais, a mezuzá é afixada no umbral direito
da entrada do aposento, no final do primeiro terço
superior. É aconselhável verificar com um rabino qual
o lado correto da porta para afixar a mezuzá, pois há
muitos detalhes a serem levados em conta.Ao afixar
várias mezuzot numa mesma casa, uma só bênção
vale para todas.
ANTES DE AFIXAR A MEZUZÁ, RECITA-SE:
“Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam,
asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu licbôa
mezuzá.” Tradução: (Bendito és Tu, A-do-nai, nosso
D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus
mandamentos, e nos ordenou afixar uma mezuzá.)
52LUBAVITCH MAGAZINE
P R E C E
Um Psicoterapeuta em Auschwitz A Prece de Shema Yisrael
Shema Yisrael Hashem Elokeinu Hashem Echad…
Ouve, ó Israel, o Eterno é nosso D’us, o Eterno é Um.
Essas palavras são o ponto alto das nossas preces
diárias, expressando poderosas pérolas de fé. Essas
palavras têm sido murmuradas no decorrer dos
tempos, em épocas de grave desafio, em porões
escuros, por aqueles que exalavam seu último suspiro,
POR CHANA WEISBERG
num auto-da-fé, na Espanha, ou numa câmara de
gás na Alemanha nazista. Há também palavras de
esperança e felicidade, entoadas com alegria ao
celebrar importantes acontecimentos.
Porém eu não esperava ler essas palavras hebraicas
num clássico campeão de vendas, um livro de
53 LUBAVITCH MAGAZINE
psicologia que foi considerado pela Biblioteca do
Congresso como um dos dez livros mais influentes nos
Estados Unidos.
“A Busca do Homem por um Significado”, por Viktor
Frankl, vendeu mais de doze milhões de cópias em
todo o mundo. Frankl descreve suas experiências
nos campos de concentração nazistas, porém mais
que as suas provações, ele escreve como psicólogo
sobre o que lhe deu força para sobreviver. Frankl
descreve pungentemente como os prisioneiros que
desistiram da vida e da esperança por um futuro
eram inevitavelmente os primeiros a morrer. Eles
morreram menos pela falta de comida que pela
falta de algo pelo qual viver. Em contraste, Frankl se
manteve vivo pensando em sua mulher, e sonhando
em fazer palestras sobre como as suas experiências
reforçaram aquela que já era uma parte importante de
sua tese antes de entrar nos campos – que a força de
motivação fundamental de toda pessoa é a busca por
um significado. A autobiografia de Frankl é seguida
por um esboço de sua doutrina terapêutica de cura
da alma encontrando significado na vida. Sua teoria
ganha credibilidade a partir do pano de fundo de suas
experiências pessoais nos campos de concentração e
como ele encontrou significado enquanto enfrentava
seu sofrimento. Um forte encadeamento implícito
em todo o livro é a força e o amor que ele extraiu
não somente das lembranças de sua mulher, como
também de sua fé.
Como ele declara em seu livro, “A Busca do Homem
por um Significado Definitivo”: “D’us não está morto,
nem mesmo depois de Auschwitz.” Pois a crença em
D’us é incondicional, ou então não é crença. Se for
incondicional, enfrentará o fato de que seis milhões
morreram no Holocausto; se não for incondicional,
então vai desmoronar se apenas uma única criança
inocente tiver de morrer… Não adianta barganhar com
D’us, ele diz e argumenta: ‘Até o ponto de seis mil ou
até um milhão de vítimas no Holocausto eu mantenho
minha fé em Ti; porém acima de um milhão nada
mais pode ser feito, e sinto muito mas devo renunciar
à minha fé em Ti… Uma fé fraca é enfraquecida por
provações e catástrofes, ao passo que uma fé forte
fica ainda mais fortalecida por elas.”
Pouco depois de chegar a Auschwitz, Frankl foi
privado do objeto mais precioso que possuía – um
manuscrito que era a obra de sua vida, e que tinha
escondido no bolso do casaco. Percebendo que
as chances de sobreviver eram pequenas, “não
mais que uma em vinte e oito”, ele teve aquela que
descreve como “talvez a experiência mais profunda
nos campos de concentração.” “Eu tive de passar e
superar a perda de minha criança mental. E parecia
como se nada nem ninguém fosse sobreviver a mim;
nem uma criança física nem uma mental que fosse
minha. Portanto fui confrontado com a questão de que
sob tais circunstâncias minha vida, em última análise,
estava vazia de significado.
“Eu ainda não tinha percebido que uma resposta a essa
pergunta com a qual eu lutava tão apaixonadamente
já estava reservada para mim, e que pouco depois
essa resposta me seria dada. Foi isso que aconteceu
54LUBAVITCH MAGAZINE
quando tive de entregar minhas roupas e por minha
vez recebi os trapos rasgados de um interno que já
tinha sido enviado à câmara de gás… Em vez das
muitas páginas do meu manuscrito, encontrei no
bolso no casaco recém-ganho uma única página de
um livro de preces em hebraico, contendo a prece
mais importante, Shema Yisrael. Como poderia eu ter
interpretado tamanha “coincidência” como não sendo
um desafio para viver meus pensamentos em vez de
meramente colocá-los no papel?”
E então na sentença que
conclui este livro campeão
de vendas que foi traduzido
em vinte e quatro idiomas,
Frankl novamente expõe essa
eterna proclamação de fé.
“Nossa geração é realista,
pois chegamos a conhecer o
homem como realmente é.
Afinal, o homem é aquele ser
que inventou as câmaras de
gás de Auschwitz; no entanto, ele é também aquele ser
que entrou naquelas câmaras de cabeça erguida com
a oração do Shemá Yisrael nos lábios.” O que há na
prece Shemá Yisrael que tem inspirado tantos através
das maiores dificuldades e tem conferido tamanho
significado e propósito para nos ajudar a sobreviver
até mesmo nas circunstâncias mais desesperadoras?
Creio que além da simples afirmação de fé num
único poder Superior e o profundo significado místico
oculto nas palavras dessa prece especial, há quatro
elementos psicológicos vitais que fizeram dela nosso
alicerce da fé:
Relevância: Ouve, ó Israel – Uma religião ou estilo de
vida não pode começar e terminar com teorias; deve
também dirigir-se à parte humana dentro de nós.
O Shemá não começa no âmbito da ideologia, nos
céus, com uma declaração de fé despersonalizada.
Fala endereçando todos e cada um de nós. Ouve, ó
Israel, ouve essa mensagem, e faz dela uma parte do
teu ser, porque não está falando
sobre ti, não para ti, mas está te
chamando.
Pertencer: A prece Shemá está
no plural (“nosso D’us” e não
“meu D’us”), falada como um
grupo coletivo, dirigindo-se a nós
todos como Israelitas. Os seres
humanos têm uma necessidade
de se identificarem uns com os
outros. O senso de fazer parte.
Recebemos força uns dos outros
e a fortaleza de sermos parte de algo maior que
nós mesmos. Mais atraente que a ideologia é uma
sensação de pertencer a uma família expandida –
apesar das barreiras. Aquele senso de comunidade é
um dos nossos alicerces mais fortes.
Personalização: D’us é nosso D’us. D’us é “nosso”.
D’us que é transcendental e infinito é também
nosso D’us pessoal que está conosco em todos os
momentos, segurando nossa mão tanto em tempos de
celebração quanto nas horas de desespero. D’us não
BENDITO SEJA O NOME DA GLÓRIA
DE SEU REINO PARA TODA A ETERNIDADE.
P R E C E
55 LUBAVITCH MAGAZINE
é apenas um governante objetivo, que cria e regula o
cosmos. Ele é “nosso”, está perto de nós, entendendo
subjetivamente a parte mais profunda de nós mesmos,
mais do que a entendemos; Ele está conosco em
tempos de necessidade, júbilo e sofrimento.
Individualidade: Por mais que precisemos todos de um
senso de pertencer e de comunidade, não devemos
negar nossas diferenças individuais. A declaração
do Shemá termina com as palavras “D’us é um” (em
vez de D’us é “singular” ou “sozinho”). A unicidade de
D’us está presente na diversidade do mundo. Como
disseram os mestres chassídicos: “Não há nada além
d’Ele.” Enquanto a conformidade tolhe o crescimento,
a “unicidade de D’us” deveria nos possibilitar descobrir
e cultivar a unicidade e unidade Divina dentro de cada
um de nós.
Uma base da teoria de Frankl é que forças além do
nosso controle pode levar tudo que possuímos exceto
uma coisa – nossa liberdade de escolher como vamos
reagir à situação.
Após descrever a angústia de suas experiências em
Auschwitz, Frankl conclui suas memórias pessoais: “A
experiência mais elevada, para o homem que regressa
ao lar, é a maravilhosa sensação de que após tudo
que ele sofreu, não há nada de que precise temer –
exceto seu D’us.” Esta pode tornar se nossa crença
mais poderosa:
Shemá Yisrael, A-do-nai E-lo-hê-nu, A-do-nai Echad.
(Em voz baixa:)Baruch shem kevod malchutô leolam
vaed. Veahavtá et A-do-nai E-lo-hê-cha, bechol levave-
chá uvchol nafshechá uvchol meodêcha. Vehayu ha-
devarim haêle, asher Anochi metsavechá hayom al
levavêcha. Veshinantam levanêcha vedibartá bam,
beshivtechá bevetêcha, uvlechtechá vadêrech uv-
shochbechá uvcumêcha. Ucshartam leot al yadê-cha
vehayu letotafot ben enêcha. Uchtavtam al mezuzot
betêcha uvish’arêcha.
Tradução: (Ouve, Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-
nai é Um. (Em voz baixa:) Bendito seja o nome da glória
de Seu reino para toda a eternidade. Amarás a A-do-
nai, teu D’us, com todo teu coração, Estas palavras
que Eu te ordeno hoje ficarão sobre teu coração.
Inculca-las-ás diligentemente em teus filhos e falarás
a respeito delas, estando em tua casa e andando por
teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares. Ata-
las-ás como sinal sobre tua mão e serão por filactérios
entre teus olhos. Escreve-las-ás nos umbrais de tua
casa e em teus portões.)
56LUBAVITCH MAGAZINE
VA L O R E S U N I V E R S A I S
Após o Dilúvio e a saida de Nôach (Noé) e sua família
da arca, D’us os abençoou e estabeleceu uma aliança
assegurando-lhes de que jamais haveria outro dilúvio
para destruir a terra.
Fez surgir no céu o primeiro arco-íris que selaria para
sempre esta aliança e forneceu um Código de sete leis
sobre as quais uma nova civilização seria construída.
Estas leis representam o reconhecimento de que
a moralidade – na verdade, a própria civilização –
deve ser baseada na crença em D’us. A menos que
reconheçamos um Poder Mais Alto perante quem
somos responsáveis, e quem observa e conhece as
nossas ações, não transcenderemos o egoísmo de nosso
caráter e a subjetividade de nosso intelecto. Se o próprio
homem é o árbitro do certo e errado, então o “certo”
para ele será aquilo que deseja, independentemente das
conseqüências para os outros habitantes da terra.
“As Sete Leis” são uma herança sagrada para toda a
humanidade e para cada um em particularde como
deve conduzir sua vida espiritual, moral e pragmática.
São intemporais, não restritas a locais geográficos e
jamais podem ser alteradas ou modificadas, guiando a
humanidade a perceber seu potencial máximo.
Chegará um tempo em que todos estarão preparados
para incorporar este caminho. Será então o início de um
novo mundo de sabedoria e paz.
AS LEIS DE NOÉ
Corbis
57 LUBAVITCH MAGAZINE
As Sete Leis
1.Reconheça que existe apenas um D’us
que é Infinito e Supremo acima de todas as
coisas. Não substitua este Ser Supremo por ídolos
finitos, seja você mesmo ou outros seres. Esta ordem
inclui atos como prece, estudo e meditação.
2.Respeite o Criador. Por mais frustrado ou
furioso que você possa estar, não dê vazão a
isto blasfemando contra o seu Criador.
3.Respeite a vida humana. Todo ser humano é
um mundo inteiro. Salvar uma vida é salvar o
mundo inteiro. Destruir uma vida é destruir um mundo
inteiro. Ajudar outros a viver é uma ramificação deste
princípio. (inclui saúde)
4.Respeite a instituição do casamento. O
matrimônio é um ato Divino. O casamento de
um homem e uma mulher é um reflexo da unicidade
de D’us e Sua criação. A deslealdade no casamento é
um ataque àquela unicidade. (inclui família, honrar os
pais, educação)
5.Respeite os direitos e a propriedade
dos outros. Seja honesto em todos os seus
negócios. Ao confiar em D’us em vez de em nosso
próprio julgamento, expressamos nossa confiança
Nele como Provedor da Vida.
6.Respeite as criaturas de D’us. A princípio, o
homem foi proibido de consumir carne. Depois
do Grande Dilúvio, ele foi autorizado – mas com uma
advertência: não causar sofrimento desnecessário a
qualquer criatura. (inclui toda a Natureza)
7.Promova a justiça. A justiça é um assunto de
D’us, mas recebemos o encargo de fazer as leis
necessárias e fazê-las valer sempre que pudermos.
Quando corrigimos os erros da sociedade, estamos
agindo como parceiros no ato de sustentar a Criação.
(inclui liberdade, democracia, paz, esperança).
57
Alexander Shalam
ov
58LUBAVITCH MAGAZINE
São os Votos de Renato, Beatriz, Bruno e Carlo Stifelman
NESTE CHANUCÁ, MUITA LUZ, PAZ E ALEGRIA
59 LUBAVITCH MAGAZINE
Axelrud Arqui te tos Associados, Mixmidia Comunicação e Sondes Consul t ing.
Uma homenagem de
Alicia , Karen e Ricardo Sondermann
60LUBAVITCH MAGAZINE
S H O F A R C E N T E R
UM PRESENTE PARA PORTO ALEGRE:Conheça o projeto de Daniel Libeskind, um dos mais conceituados arquitetos do mundo, que promete unir cultura judaica e universal, tecnologia e arte na capital gaúcha.
61 LUBAVITCH MAGAZINE
Imagem
: Studio D
aniel Libeskind
62LUBAVITCH MAGAZINE
S H O F A R C E N T E R
A PEDRA FUNDAMENTAL DE UMA JOIA ARQUITETÔNICA
ano seguinte. Desejava-se que a programação
contemplasse com mais ênfase o foco das artes.
Músicos, dramaturgos, cineastas, escultores,
escritores... Um arquiteto, também, claro! Sim, a
cidade precisa ouvir um grande arquiteto, logo disse
alguém.
Porto Alegre preparava-se para acolher a
inauguração do prédio da Fundação Iberê Camargo,
projeto premiado do português Álvaro Siza. Mais
Coincidências, acasos: é como muitas vezes as
pessoas explicam o encadeamento fortuito de
acontecimentos na vida da gente. Talvez... Ou quiçá
alguns eventos, tais como fios desgarrados de uma
elaborada tapeçaria, a encontrarem outras linhas,
que lá estavam, também viúvas, como por mágica,
lavrem dessa união novo desenho, imantando de
significado o que jazia solto. Se olharmos sobre o
ombro, para traz, trilhas, por vezes caprichosas,
convergem em encontros. Ecos esfumados
subitamente timbram. Sobre pequenas surpresas, ou
dissabores, ou experiências que pareciam pontuais,
revigorada luminosidade incide, realçando nuances,
desvelando sentidos.
Foi em 2007. Debatíamos, no âmbito da curadoria
do seminário Fronteiras do Pensamento, da qual
então eu participava, o conceito para a edição do
POR GUNTER AXT
Foto
s: d
ivul
gaçã
o
63 LUBAVITCH MAGAZINE
tradição conceitual, da qual é testemunho, entre outros
exemplos, a elegante sede do Jóquei Clube, projetada
pelo uruguaio Román Siri e inaugurada em 1959. Como
se sabe, a partir da segunda metade dos anos 1960,
a arquitetura modernista
local precipitara-se em
desgaste, diante da
banalização de soluções
e de um funcionalismo
como um fim em si
mesmo.
O momento era
propício, com debates
ventilados no horizonte,
como aquele em torno
da perspectiva de
revitalização do cais da
Mauá. Entendia-se, assim, que o seminário poderia
agregar alguma parcela de contribuição. Mas jamais
imaginamos os desdobramentos que estariam por vir.
Esboçada uma relação de nomes sonhados, nos
pusemos a campo para tentar localizar os contatos.
Daniel Libeskind, pela sua importância, evidentemente,
estava dentre aqueles logo considerados.
Por uma coincidência de trajetória própria, eu nutria
curiosidade especial pelo trabalho de Libeskind,
torcendo, no íntimo, para que ele fosse um dos primeiros
a responder acedendo ao convite. Daniel estava
dentre os que, desde os anos 1980, questionavam o
convencionalismo da arquitetura moderna e, inspirados
numa leitura de Derrida, apostavam na desconstrução
das formas, percebendo a arquitetura também como
linguagem.
Daniel começara a sua carreira com o icônico Museu
Judaico, erguido entre 1993 e 1998, na curvinha da
Lindenstrasse, no bairro de Kreuzberg, em Berlim,
distante, em linha quase retilínea, umas doze pequenas
quadras do local onde
morei por um tempo,
em 1990. De todos os
destinos de Berlim, eu me
sentia emocionalmente
atado àquele antigo
bairro operário,
arrasado durante a
Segunda Grande Guerra,
reconstruído nos anos
1960 e pulsando, nos
anos 1980, com suas
fachadas coloridas e
etnias diversas, como o coração intercultural da velha
metrópole. A Berlim que eu conhecera era uma cidade
murada, uma espécie de ilha comprimida pelo concreto
e pelo aparato militar, com mobilidade restrita, marcas
do passado sangrento a rasgarem o tecido urbano a
todo instante, mas sem deixar por um só segundo de
acreditar num futuro alvissareiro. Eu ainda conheci um
Portão de Brandemburgo arruinado, cujo vão por onde
se dava originalmente a passagem da Pariser Platz para
o Tiergarten o muro bloqueava. O dramático prédio de
Libeskind, logo apelidado de “raio” pelos Berlinenses,
em alusão a sua forma característica, foi um marco na
base da história da urbe reunificada e um importante
agente propulsor da revitalização do bairro, ao mesmo
tempo em que encarou e frente a complexa dimensão
da memória trágica.
Feira do Livro de Porto Alegre
64LUBAVITCH MAGAZINE
do que um fato isolado, nutria-se a expectativa
de que o edifício contribuísse para reconciliar a
cidade com sua sólida tradição conceitual, da qual é
testemunho, entre outros exemplos, a elegante sede
do Jóquei Clube, projetada pelo uruguaio Román
Siri e inaugurada em 1959. Como se sabe, a partir
da segunda metade dos anos 1960, a arquitetura
modernista local precipitara-se em desgaste, diante
da banalização de soluções e de um funcionalismo
como um fim em si mesmo.
O momento era propício, com debates ventilados
no horizonte, como aquele em torno da perspectiva
de revitalização do cais da Mauá. Entendia-se,
S H O F A R C E N T E R
Foto
s: C
llebe
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Daniel Libeskind
assim, que o seminário poderia agregar alguma
parcela de contribuição. Mas jamais imaginamos os
desdobramentos que estariam por vir.
Esboçada uma relação de nomes sonhados,
nos pusemos a campo para tentar localizar os
contatos. Daniel Libeskind, pela sua importância,
evidentemente, estava dentre aqueles logo
considerados.
Por uma coincidência de trajetória própria, eu
nutria curiosidade especial pelo trabalho de
Libeskind, torcendo, no íntimo, para que ele
fosse um dos primeiros a responder acedendo
ao convite. Daniel estava dentre os que, desde os
65 LUBAVITCH MAGAZINE
anos 1980, questionavam o convencionalismo da
arquitetura moderna e, inspirados numa leitura de
Derrida, apostavam na desconstrução das formas,
percebendo a arquitetura também como linguagem.
Daniel começara a sua carreira com o icônico
Museu Judaico, erguido entre 1993 e 1998, na
curvinha da Lindenstrasse, no bairro de Kreuzberg,
em Berlim, distante, em linha quase retilínea, umas
doze pequenas quadras do local onde morei por um
tempo, em 1990. De todos os destinos de Berlim,
eu me sentia emocionalmente atado àquele antigo
bairro operário, arrasado durante a Segunda Grande
Guerra, reconstruído nos anos 1960 e pulsando, nos
anos 1980, com suas fachadas coloridas e etnias
diversas, como o coração intercultural da velha
metrópole. A Berlim que eu conhecera era uma
cidade murada, uma espécie de ilha comprimida
pelo concreto e pelo aparato militar, com mobilidade
restrita, marcas do passado sangrento a rasgarem
o tecido urbano a todo instante, mas sem deixar por
um só segundo de acreditar num futuro alvissareiro.
Eu ainda conheci um Portão de Brandemburgo
arruinado, cujo vão por onde se dava originalmente
a passagem da Pariser Platz para o Tiergarten o
muro bloqueava. O dramático prédio de Libeskind,
logo apelidado de “raio” pelos Berlinenses, em
alusão a sua forma característica, foi um marco na
base da história da urbe reunificada e um importante
agente propulsor da revitalização do bairro, ao
mesmo tempo em que encarou e frente a complexa
dimensão da memória trágica.
Filho de sobreviventes do Holocausto, Libeskind
nasceu na Polônia, em 1946, e tornou-se cidadão Ground Zero
estado-unidense em 1965. Formou-se em 1970.
Em 1989, com a esposa e os filhos, mudava-se para
Berlim, depois de vencer o concurso para o Museu
Judaico. Embora o prédio tenha sido dado por
concluído em 1999, a exposição permanente, com
cerca de quatro mil objetos, foi inaugurada apenas
em... 11 de setembro de 2001!
Em 2003, Daniel Libeskind venceu o concurso para
desenhar e coordenar o conjunto do projeto para a
reurbanização do Ground Zero, a pavorosa cratera
surgida depois do ataque às Torres Gêmeas do
World Trade Center, que eu visitara uns quatro ou
66LUBAVITCH MAGAZINE
cinco dias antes do fatídico 11 de setembro.
Lembro-me ainda hoje daquela enlutada manhã, a
incredulidade inicial diante das imagens se repetindo
na TV substituída pelo choque e, depois, por corrosiva
angústia. Para alguém que acabara de chegar de uma
Nova Iorque plena de atitude e pujança e vivera, 11
anos antes, o contexto vertiginoso da queda do Muro
de Berlim, um evento parecia a face negativada do
outro. A derrubada das Torres ceifava milhares de
vidas e calava fundo a compreensão de que o mundo,
dali para diante, mudaria substancialmente. Tudo
indicava que uma nova guerra se instalaria, lenta,
difusa, sofrida. Senti como se ruísse ali aquela que
talvez tenha sido a última grande utopia do século
XX, amplificada com a queda do muro: a de que um
mundo com fronteiras permeáveis seria possível.
Pode parecer tolo para quem é jovem nos dias de
hoje, mas era uma visão estimulante para quem
crescera no clima de intolerância da Guerra Fria e
numa era pré-internet.
O projeto de Daniel para o Ground Zero é, sem
exagero, titânico. Distribuiu cerca de um milhão
de metros quadrados de escritórios em cinco
diferentes torres, numa área total de 16 acres, para
onde também foram previstos memoriais, espaços
culturais e uma nova estação de metrô.
Instigava-me, então, ouvir o que tinha a dizer este
arquiteto, que interpretara eventos tão dramáticos,
em projetos que divisavam o futuro com otimismo,
sem jamais perder de vista os silêncios e os ruídos
da memória.
Foi, assim, uma agradável surpresa quando a
assessoria de Daniel prontamente respondeu ao
nosso estímulo, concordando com os termos do
Daniel Libeskind
Foto: Clleber Passus
S H O F A R C E N T E R
67 LUBAVITCH MAGAZINE
A organização do Fronteiras do Pensamento tinha o
costume de manter um receptivo no aeroporto de São
Paulo, de sorte que a dificuldade foi logo detectada.
Em pouco tempo, estávamos nos comunicando com
Daniel e Nina pelo celular. Mas o problema não era
nada fácil de resolver. Pelo contrário! Descobrimos,
enfim, que o Itamaraty admite o instituto de um visto
de trânsito no Brasil, concedido em situações muito
especiais, sob autorização da cúpula da Presidência
da República ou do Ministério das Relações
Exteriores. Por agravante, todavia, tratava-se de um
domingo e, ainda por cima, feriado de finados! Uma
tarefa já em si árdua parecia inexequível!
Mas a equipe de produção se mobilizou. Decidimos
não medir esforços para contornar o obstáculo
que inviabilizaria a estada dos Libeskind em Porto
Alegre. De telefonema em telefonema, depois de
várias horas, durante as quais o casal permaneceu
acomodado na sala da Polícia Federal no aeroporto
de Guarulhos, conseguimos chegar às altas
autoridades da República, sensibilizando-as, e um
visto extraordinário para uma semana, salvo engano,
foi, milagrosamente, concedido!
Quando o casal finalmente aterrissou em Porto
Alegre, esperávamos encontrá-los tensos,
incomodados, abatidos. Mas não! Embora
fatigados, o que era perfeitamente compreensível,
transmitiam bom humor e simpatia, declarando-
se impressionadíssimos por termos resolvido algo
que lhes parecia intangível. Nos Estados Unidos,
garantiram, uma exceção como aquela seria
inimaginável, ainda mais num espaço de tempo tão
curto!
convite, sem tergiversar ou formular exigências,
traduzindo espontaneidade e disponibilidade em
partilhar experiências e conceitos. Agendamos a
conferência para o dia 21 de julho de 2008.
Poucos dias antes da data aprazada, entretanto,
um telefonema dos escritórios de Libeskind, de
Nova Iorque, trouxe inquietação. Sua querida
esposa Nina, que sempre lhe acompanha, tivera
um contratempo de saúde e a viagem precisaria
ser adiada. Confirmado o seu restabelecimento e
após um exercício de engenharia para conciliar as
disponibilidades da disputada agenda de Daniel com
a do salão de atos da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, que abrigava o ciclo de palestras, a
fala de Libeskind foi transferida para a noite de 3 de
novembro.
Daniel e Nina, destarte, chegariam ao Brasil no dia 2,
um domingo. E partiriam de Porto Alegre com destino
ao Rio de Janeiro no dia 4. Era a primeira vez do
casal no Brasil e eles se mostravam entusiasmados
com a visita.
Mas um novo susto nos espreitava. Ao embarcar
de Nova Iorque para São Paulo, Daniel apanhara
por distração o passaporte americano. Eis que para
cidadãos estado-unidenses a política de reciprocidade
do Governo Brasileiro exige a concessão de vistos
para ingressos no País. E Daniel não solicitara um
visto brasileiro... Assim, ao desembarcar em São
Paulo, a Imigração logo detectou a falha e, seguindo
o procedimento padrão para casos de tal natureza,
reteve-o em uma sala da Polícia, programando o
seu reembarque no primeiro voo de volta para Nova
Iorque.
68LUBAVITCH MAGAZINE
Daniel e Nina puderam, enfim, registrar-se na
recepção do hotel por volta das 18 horas daquele
domingo, dia 2 de novembro de 2008.
Cabe aqui, talvez, o registro de mais uma
curiosidade. A organização do seminário garantia
aos seus convidados hospedagem em hotéis de
padrão superior, previsão que constava, inclusive,
em cláusula contratual. As reservas eram feitas com
um ano de antecedência, para se garantirem as
vagas desejadas. Porém, com a mudança da data da
conferência, perdeu-se a preferência. Casualmente,
na época em que a nova palestra aconteceria, Porto
Alegre acolhia grandes eventos, de sorte que não
havia acomodações disponíveis. Eu fui a todos os
hotéis da cidade. O
único lugar vago era a
antiga suíte presidencial
do Hotel Plaza São
Rafael. Foi lá, assim,
que hospedamos,
excepcionalmente, o
casal Libeskind! E eles
puderam repousar,
depois da estafante
jornada, com uma
bela vista para o Lago
Guaíba.
O dia seguinte seria
agitado. Dentre os
únicos pedidos que
Daniel e Nina nos
haviam feito estavam
um city tour e uma
visita à Fundação Iberê Camargo: a fama do prédio
de Álvaro Siza às margens do Guaíba corria o mundo!
Numa luminosa manhã de outubro, guapuruvús e
jacarandás espargindo as calçadas de amarelo e lilás,
fomos à Fundação Iberê Camargo, especialmente
aberta numa segunda-feira para receber o casal: “é o
melhor de Siza”, exclamou Daniel, exultante, ao final
da visita.
De volta ao Centro Histórico, logo depois de um giro
pela cidade, Nina, curiosa com as barraquinhas que
vira pela janela da van espremidas entre o Margs e
o Santander Cultural, quis saber do que se tratava:
“é nossa feira do livro”, respondi. Daniel e Nina,
amantes dos livros e donos de uma biblioteca com
S H O F A R C E N T E R
Museu Judaico de Berlim
69 LUBAVITCH MAGAZINE
eu adoraria desenvolver um projeto!”
À tarde, levamos o casal Libeskind ao Porto da
Capital, região para a qual se discutia há 12 anos um
projeto de revitalização. E até passeamos de barco.
“Pedra Fundamental”. Foi o título que Daniel deu
para a sua conferência, proferida à noite, no salão
de atos da Universidade lotado, com cerca de
1.300 pessoas. Daniel comentou com vivacidade
vários de seus projetos. Especialista na criação de
museus, sustentou que a
cidade pode se transformar a
partir de um prédio. Disse que
a arquitetura contemporânea
está mais pluralística, mais
democrática. Ele, a propósito,
nega-se a trabalhar em países
não democráticos. Construir
um edifício, para Daniel, é
como contar uma estória.
A arquitetura, assim, seria
uma classe de narrativa,
porque fala sobre o passado
e sobre o momento presente.
Ela confere identidade e descortina um futuro,
operando uma combinação de poesia, de filosofia,
de música, de dança, de astronomia, de todas
as coisas, enfim, que matizam a civilização. Eis
porque sua arquitetura não é apenas construção,
mas, sobretudo, uma forma de transmissão de
experiência cultural. Daniel se declarou interessado
em eliminar categorias: “os museus precisam ser
bem-sucedidos comercialmente, ao passo que os
espaços comerciais precisam ter uma dimensão
mais de 10 mil volumes, perguntaram-me então se
não seria possível trocar o almoço com autoridades,
previsto para acontecer numa badalada churrascaria,
por um passeio na aprazível feira. Claro!, acedi. E lá
se foram os dois, percorrendo as alamedas da Praça
da Alfândega, circulando por entre os estandes,
furungando nos balaios.
Havia uma barraca que homenageava a Polônia!
Daniel entrou, fascinado por encontrar um pedacinho
da sua pátria de origem, ali,
tão longe, no Brasil tropical.
A surpresa foi ainda maior
quando o livreiro reconheceu-o
prontamente e dirigiu-se a ele
em bom polonês: era um dos
muitos gaúchos descendentes de
imigrantes.
Nina adorou a sineta do Xerife
e impressionou-se com a
quantidade de crianças. Expliquei-
lhes que se tratava da maior feira
do livro ao ar livre da América
Latina e que se dirigia, sobretudo,
para os leitores. Como a promoção já acontecia há
54 anos, quase todo o porto-alegrense, ou gaúcho
em visita à Capital, trazia impressa na memória a
lembrança de, quando criança, ser trazido à Feira
pelos pais, pelos tios, pelos avós, para comprar pelo
menos um livro, para encontrar os amigos, para ver
de perto os autores. Frequentar a Feira tornara-se um
hábito incorporado às rotinas familiares. Foi quando
Daniel, que escolhe a dedo os convites profissionais
que aceita, me disse: “esta é uma cidade para a qual
ESTA É UMA CIDADE PARA A QUAL EU ADORARIA
DESENVOLVER UM PROJETO!
DANIEL LIBESKIND
70LUBAVITCH MAGAZINE
cultural, um componente cultural”. Justamente por
causa da globalização, registrou, é preciso que cada
lugar possa contar a sua história e emular uma
identidade. Criticando o modernismo, revelou-se
incrédulo na possibilidade de repetir experiências do
Humano. Eis porque os museus não devem existir
apenas para eles mesmos, mas sim atender as
necessidades éticas de uma comunidade. Otimista,
avaliou que a arquitetura pode gerar crescimento
para uma cidade, e não apenas econômico, mas
também cultural.
Terminada a conferência, sob entusiásticos aplausos
da plateia, dirigimo-nos para um jantar. Fazia parte
da sistemática do Fronteiras do Pensamento receber
os convidados com uma apurada ceia de boas vindas
em um dos bons restaurantes locais, na véspera da
conferência. Seguíamos, nesse sentido, orientação
estabelecida pelo idealizador do seminário, o então
Superintendente da Copesul, empresa patrocinadora
do evento, Dr. Luis Fernando Cirne Lima, que
entendia esses momentos como uma oportunidade
de interação para algumas pessoas da comunidade
cujos interesses e trajetórias dialogassem com as
do conferencista convidado. A intenção era que as
ideias pudessem frutificar em convívio mais íntimo,
deitando raízes no entorno comunitário.
A confraternização, contudo, tinha sido transferida
para a segunda-feira, pois como o casal ficara o dia
inteiro retido no aeroporto de Guarulhos, isso depois
de longa viagem de Nova Iorque para São Paulo,
todos entenderam que eles precisariam repousar na
noite de domingo. O problema foi que os restaurantes
com os quais estávamos acostumados a operar
fechavam nas segundas-feiras e estava difícil localizar
uma alternativa. Percebendo minha aflição, a querida
amiga Sandra Axelrud Saffer, uma das convidadas
para a ceia, ofereceu-se para recepciona-los em sua
residência. Assim, Sandra, que também é arquiteta,
recebeu-nos depois da conferência com um delicioso
salmão.
A solução revelou-se providencial, pois o clima
instaurado foi descontraído e doméstico. Nina e
Daniel, que inclusive trabalham juntos, são muito
ligados à convivência familiar. Recordo-me que,
depois do jantar, todos ainda à mesa, Nina ergueu-
se com uma taça na mão e propôs um brinde de
agradecimento aos anfitriões, sublinhando residir a
mais agradável surpresa daquela viagem no sentir-
se tão vivamente em família. Eles tinham vindo de
tão longe para se sentirem tão em casa, exclamou,
manifestando certeza de que ali se iniciava uma bela
e duradoura amizade.
Já não me lembro se foi antes ou depois da refeição.
Em pé, na sala, com drinques, formou-se uma
animada roda de bate-papo com Daniel. Quando
então alguém lhe perguntou se havia algo que ele
desejasse construir sem tê-lo ainda feito. Sim, ele
respondeu, observando que ainda não aparecera
a oportunidade para erigir algo na América Latina.
Participava da conversa Ricardo Sondermann, que
imediatamente transmitiu-nos saber estar em curso
em Porto Alegre a intenção de construção de uma
S H O F A R C E N T E R
71 LUBAVITCH MAGAZINE
ao Rabino Mendel Liberow e a sua esposa Mimi,
instalando-se pronta sintonia entre todos. Aos
poucos o conceito evoluiu para um centro cultural de
inédita concepção. Nina apelidou o projeto em curso
de “Joia Arquitetônica” e passamos a chama-lo de
novo centro cultural voltado à história judaica. Os
olhos de Libeskind brilharam e um sorriso iluminou-
se em sua face...
Nos meses seguintes, as conversas avançaram.
Ricardo e Sandra introduziram o casal Libeskind
Museu Judaico de Berlim
72LUBAVITCH MAGAZINE
S H O F A R C E N T E RIm
agem: S
tudio Daniel Libeskind
Imagem interna do projeto de Libeskind para Porto Alegre
73 LUBAVITCH MAGAZINE
“little pearl”: estávamos todos, enfim, engajados na
lapidação de uma joia. Daniel, finalmente, batizou
o projeto conceitual de Centro Cultural Shofar, em
alusão aos poderosos significados do chifre de
carneiro – um dos mais antigos instrumentos de
sopro de que se tem notícia – tocado na cerimônia
de celebração do Ano Novo judaico.
Escrevo este texto pouco depois de chegar de
uma viagem a Berlim, cidade aonde não retornava
há 21 anos. Pude finalmente caminhar pela Unten
den Linden, avenida que ficara em Berlim Oriental,
respirando o frescor das tílias, e passei sob as
imponentes colunatas do Portão de Brandemburgo,
em direção à Grosse Stern. Conheci o refinado
palácio rococó de Sansouci, erguido por Frederico
o Grande no século XVIII, na vizinha Potsdam –
antes localizada na Alemanha Oriental, a DDR, que
ao exigir um complicado visto inviabilizava a visita
para estrangeiros como eu. Vi o Reichstag renovado,
agora com uma magistral cúpula de vidro. E fui,
também, ao prédio que Libeskind concebeu para o
Museu Judaico.
Eu conhecia a edificação por fotos. Mas visitá-la
representou uma experiência sensorial inusitada.
Muito mais do que ser visto, é um prédio para ser
vivido e sentido. Poderíamos encher páginas e
páginas sobre os detalhes que compõem o conjunto,
sobre as sensações que suscitam, tais como a
instigante maneira como as aberturas, vislumbradas
de fora, remetem-nos a uma estrela de David
estilhaçada. Mas um espaço, em particular, me
chamou muito a atenção: o Jardim da Diáspora é
acessado por uma porta pesada, ao final do Eixo do
Exílio. É um jardim incomum, como se estivesse de
cabeça para baixo. Belas oliveiras, que não podem ser
tocadas, crescem no topo de desconcertantes blocos
de concreto alinhados geometricamente. Caminhar
por entre esses blocos, de igual proporção, causa
certa desorientação, pois o piso tem inclinações. A
experiência sugere a imponderabilidade da História,
cujos desafios, muitas vezes opressores, enfrentam-
se coletivamente. Mas a mensagem é otimista, pois
se lançarmos os olhos para o alto, veremos o verde
das oliveiras projetando-se para o céu, num registro
claro de esperança.
Impossível não lembrar aqui da pomba que trouxe
um ramo de oliveira no bico para o patriarca Noé,
anunciando a terra tão sonhada, depois da longa
deriva pelas torrentes sem fim do dilúvio, cujas
águas purificaram a matéria física e ampliaram a
consciência dos homens no Divino. Para os judeus,
o azeite extraído das olivas era medicinal, ajudava a
cicatrizar. O seu uso indicava o sentimento de alegria,
ao passo que a sua falta, tristeza e humilhação. Um
pequeno jardim, no museu, condensa experiências
tão arrebatadoras.
Quando Daniel concebeu o seu prédio, em 1988,
ninguém imaginaria que o muro cairia em novembro
do ano seguinte e a Berlim dividida se reunificaria tão
rápido. Quando morei em Berlim, naqueles tempos,
ninguém imaginaria que um dia Porto Alegre pudesse
sonhar com um prédio de Daniel Libeskind.
74LUBAVITCH MAGAZINE
S H O F A R C E N T E R
SHOFAR CENTERCULTURA JUDAICA E UNIVERSALO Shofar nos chama para acordarmos de nossa
letargia mental, clama para que possamos despertar e
nos envolver com as necessidades de nossa alma. Um
chamado para o nosso interior. Para o conhecimento.
Com este espírito, o Rabino Mendel Liberow e sua
esposa Mimi iniciaram a missão de deixar um legado
para nossa cidade. Algo que contemple a comunidade
gaúcha e não seja apenas para os porto-alegrenses de
Visão Interna do Projeto
Imagens: S
tudio Daniel Libeskind
origem judaica. Algo universal. Para todos.
O objetivo deste centro é dividir cultura judaica
e universal com todos os gaúchos. Compartilhar,
propagar e semear conhecimento. Um ponto
importante deste projeto é o fato de não ser apenas
voltado para a comunidade judaica, todos poderão ter
acesso ao centro.“Queremos que seja um lugar onde
qualquer pessoa possa aprender. Teremos espaço
75 LUBAVITCH MAGAZINE
intenção é ter interatividade total”, destaca. O local
também estará aberto para manifestações artísticas
e culturais gerais. Palestras, cursos e exposições,
terão espaço no centro. E estas
manifestações poderão ser de etnias
variadas.
Ainda não há uma previsão de início
para as obras, porém elas só serão
possíveis com a ajuda de toda a
comunidade gaúcha. “Este projeto, é
para toda Porto Alegre. Precisamos
do envolvimento de todos que
moram e amam esta cidade. Todos
que puderem ajudar, de todas as
formas, serão bem vindos. Acredito
que, em breve, poderemos presentear nossa cidade
com o Shofar Center”, finaliza o Rabino.
AERIAL VIEW FROM SOUTHWESTTHE SHOFAR | PORTO ALLEGRE, BRASILCONCEPT PRESENTATION
Jardim no topo do prédio é um dos destaques do projeto idealizado por Libeskind
para todos. Sem restrições, os visitantes poderão
interagir com todos os serviços do local”, destaca o
Rabino Mendel. Na sua essência ele será um centro
multicultural, voltado para o conhecimento.
Com um projeto arquitetônico único, certamente
será um ponto de referência para a capital
gaúcha. “O arquiteto, Daniel Libeskind, entendeu
perfeitamente nossa ideia. A sua formatação está
em sintonia com a figura do Shofar. O Shofar tem
a finalidade de chamar a pessoa para o seu interior.
Um chamamento de dentro para fora”, explica o
Rabino.
Uma grande atração para os visitantes do centro
será o museu interativo de valores. Embora a
formatação ainda esteja em desenvolvimento, o
conteúdo será separado em temas e o visitante
poderá selecioná-los com um simples toque na
tela. O usuário poderá ir aprofundando-se nos temas
de acordo com sua vontade. Depois de concluído, o
Shofar Center, irá desenvolver diversas temáticas
históricas. “Estes assuntos não serão
somente abordados superficialmente.
Vamos aprofundar o conhecimento”,
comenta.
O museu terá seu conteúdo
permanente, mas também poderá
abordar temas ligados aos períodos
históricos do ano. “Vamos aproveitar
as datas históricas e festivas para
desdobrarmos diversos conteúdos.
Por exemplo, na época da Pessach,
a Páscoa Judaica, faremos uma
exposição da matsá, do pão azimo. Montaremos uma
pequena fábrica, onde as crianças farão a matsá. A
76LUBAVITCH MAGAZINE
SHOFAR CENTERPOR DANIEL LIBESKIND
S H O F A R C E N T E R
Arquiteto explica alguns conceitos aplicados no projeto
Você fez muitos projetos diversificados, de grande e pequena escala, o que levou você a
aceitar esta proposta?
Daniel Libeskind: Primeiro, eu conheço bem o
Chabad. Tenho muito conhecimento das tradições
judaicas. Poder trabalhar em um projeto judaico tão
profundo, compreendendo o aspecto espiritual do
significado do Chabad, é algo único. É uma mensagem
para o mundo e, não apenas para o povo local. É uma
mensagem da humanidade para a humanidade. Fui
atraído pelos valores da comunidade judaica, contadas
de uma forma contemporânea, de uma forma eterna.
E acima de tudo é sobre vocês – porque eu conheci
vocês! É sempre sobre as pessoas.
Você acredita na ideia que a arquitetura se comunica com a cidade, ela sendo algo receptivo às pessoas. Apesar de ter visitado Porto Alegre uma única vez, por poucos dias, como você imagina esta construção inserida
na capital gaúcha?
DL: Eu pensei muito sobre isso. Porto Alegre é um
lugar com muita luminosidade, um lugar belíssimo,
histórico, que possui muita luz natural e diversidade
cultural. Pensei um projeto que atendesse aos
padrões da cidade, que possuísse um contexto
histórico de sua arquitetura. Também pensei em
algo que desse movimento para a cidade, algo que
a impulsionasse para o futuro. Será uma construção
luminosa, um lugar muito agradável e convidativo.
Tive a ideia de fazer o *pardess abraçando o prédio,
algo que dará movimento ao projeto. Ele será coberto
por vidro aproveitando a luz natural ao seu máximo.
Funciona tanto como jardim, quanto como uma forma
Foto
: Clle
ber
Pas
sus
77 LUBAVITCH MAGAZINE
diciplinada de entender os textos que são muito mais
que sua tradução literal, pois têm muitas e muitas
camadas de entendimento. Isto também se aplica a
Porto Alegre porque é uma cidade na história.
* Pardess: Jardim ou pomar em hebraico. No projeto
este jardim terá a forma das quatro letras hebraicas
que formam a palavra pardess, abraçando o prédio.
Esta palavra possui acróstico de quatro letras em
hebraico. No projeto cada letra indicará um nível de
estudo, cada dimensão mais profunda, dando o sentido
de conhecimento aprimorado a cada nível estudado.
Como você considera este projeto entre tudo
que você já fez, tem algo especial nele?
DL: Muito especial! Acho que eu nunca fiz um projeto
como este. Eu diria que no núcleo do projeto tem
uma luz própria, nunca vista em nenhuma outra
construção. É um prédio muito específico, mas ao
mesmo tempo universal. Este não é um prédio que
eu já havia feito. Não é um museu, não é apenas
sobre história, sobre memória, é sobre “abraçar” a
alegria que esta construção trará para todos. Acho
que também representa a mensagem do Chabad para
a humanidade, a mensagem da sua verdade.
Sobre o Museu Interativo de Valores:
É na verdade sobre o engager da alma humana,
não apenas o corpo, não apenas a pessoa envolvida
nas atividades, mas é a imersão completa em algo
positivo, algo interessante. Vivenciar algo do qual ela
possa se beneficiar como indivíduo por ser baseado
na escala humana, baseado em luz. Não apenas uma
luz externa mas a luz interna que é parte do prédio.
Pensei em uma criança ou uma família ou alguem que
possa estar distante disso que vai entrar em um lugar
cheio de vida e um lugar que não é possível exaurir.
Tem muitas e muitas dimensões, é um espaço que
é profundo em todos os sentidos da palavra. Penso
em acender a chama da imaginação que, na verdade,
sustenta o espírito das pessoas. Isso será parte deste
palco interativo para aprender, para lembrar, para ler,
para desfrutar, para encontrar outras pessoas, para
abrir portas novas, para recuperar conhecimento
perdido, para convidar novos horizontes na tua vida.
Acho que será um lugar que não é apenas intelectual
mas também emocional.
Fruto de sabedoria milenar em busca de significado na
vida, este espaço extenderá os conceitos e vivências
do Judaísmo para a sociedade mais ampla. O projeto
abrange um museu interativo de valores que tem
por objetivo oferecer ao visitante uma experiência
que o fará pensar e rever a sua pessoa, o seu meio
e o mundo todo com uma apreciação mais otimista.
A tecnologia de ponta será um instrumento principal
em despertar ideias e energia, engajando-as em um
processo de transformar este mundo em um lugar
melhor. Valores como a compreensão e a compaixão,
alegria e humor, justiça social e democracia, família
e educação, esperança, fé, criatividade e honestidade
serão exploradas nesta ala do Centro. Ateliers,
biblioteca, áreas de pesquisa e jardins oferecerão
ambientes de descoberta e reflexão.
78LUBAVITCH MAGAZINE
E S P I R I T U A L I D A D E
A PRINCESA E O CAMPONÊSConta-se uma parábola sobre uma princesa que
desposou um camponês. Seu pai, o rei, tinha
entrevistado diversos pretendentes, mas nenhum foi
aprovado. Finalmente ele disse: “O primeiro homem
que entrar por aquela porta será seu marido.” Ela
concordou. O próximo a entrar foi o jardineiro das
propriedades do rei, e eles tiveram de se casar.
Ele estava muito feliz, mas ela estava desolada. Mas
esta era a situação. Eles se casaram, e ele preparou
a casa, colocou palhas no chão para dormirem, e ela
estava infeliz.
No dia seguinte ele trouxe batatas para ela, e ela não
estava feliz. Ele trouxe os melhores tomates do campo,
e ela não estava feliz. Ela voltou ao pai e disse: “Olhe,
como posso explicar a ele que fui criada num palácio?
Ele não pode me dar o que preciso, porque nem
imagina que isso exista.” Esta é uma parábola da alma
que se casou com o corpo. O corpo é o camponês,
oferecendo-nos Bolsa de Valores, condomínios,
sucesso e poder, e todos os outros tipos de batatas e
tomates. A alma vai até D’us e diz: este camponês não
está me dando o que preciso.
POR TZIPORAH TZUKERNIK
79 LUBAVITCH MAGAZINE
transcende completamente. Chegar àquele ponto
abalou meu intelecto. Até então, eu sabia que poderia
haver uma pessoa que era como eu, porém mais
inteligente, ou como eu, porém mais sensível. Mas
quando fui exposto aos ensinamentos do Rebe,
foi a primeira vez que encontrei alguém num nível
completamente diferente.
Lembro-me de sentar em aulas nas quais os discursos
do Rebe eram ensinados, e sair dali não conseguindo
dirigir meu carro de volta para casa. O Rebe abalou
meus axiomas sobre o mundo. Ninguém mais fez isso.
Era uma mudança em toda a consciência da pessoa;
mudar o modo de agir de alguém era apenas o começo.
Embora eu não soubesse o que estava se passando
no meu interior, de alguma forma percebi que esta
árvore pode ser plantada em meu próprio solo, que
isso dará certo com meu próprio funcionamento
interior. Aquilo estava num nível intuitivo. Em mais
de um nível intelectual, o importante era ter acesso
aos ensinamentos do Rebe, e ver que estas perguntas
começavam aonde todas as minhas respostas tinham
acabado.
Creio que no decorrer de nossa vida sempre há essas
questões essenciais, que nem sequer percebemos
que estamos perguntando. São questões raízes, mas
estamos conscientes apenas dos ramos. Fazemos
uma pergunta e as palavras que saem são os ramos.
Se nós não soubéssemos que há uma raiz, seríamos
levados a pensar que podemos nos dirigir ao ramo.
E jamais seremos felizes, porque sempre haverá
outro ramo brotando para fora da raiz. Precisamos
de mentores espirituais para nos fazer conscientes de
quais são nossas perguntas raízes…
Muitos vivem pensando que são o camponês. É por
isso que, não importa o quanto se possua, nunca é o
suficiente. Porque estão se alimentando com as coisas
erradas. Pode ser tudo aquilo com que o camponês
jamais sonhou, mas ainda não é o bastante, porque a
princesa foi criada com coisas mais refinadas.
Os ensinamentos dos mestres da Chassidut nos
permitem acessar a consciência da princesa. Eles
abrem nossos olhos para o fato de que muitas vezes
passamos pela vida pensando que somos alguma
coisa que não somos, e portanto buscamos coisas que
não nos proporcionarão satisfação.
Tenho estado muito envolvido no pensamento
acadêmico e quando ouvi pela primeira vez os
ensinamentos do Lubavitcher Rebe, percebi pela
primeira vez que poderia haver alguém que me
Foto
: Fili
pe S
amor
a
80LUBAVITCH MAGAZINE
E S P I R I T U A L I D A D E
COMO MUDAR O PASSADO
“Eu não devia…” ou “Se pelo menos eu soubesse…”
Seja algo obviamente errado, seja uma decisão infeliz
ou uma oportunidade perdida, nós seres humanos
tendemos a nos concentrar no passado, muitas vezes
em detrimento de nossos esforços presentes e futuros
potenciais.
Alguns nos aconselham a deixar o passado onde está,
e seguir em frente com a vida. Somos seres físicos,
e as leis da Física (pelo menos até o momento) ditam
que o tempo corre apenas em uma direção. Então,
por que não deixar simplesmente o passado para
trás, especialmente porque o passado está atrás de
POR YANKI TAUBER BASEADO NOS ENSINAMENTOS DO REBE
81 LUBAVITCH MAGAZINE
nós, quer o deixemos ou não para trás?
Este é um conselho que não seguimos. Continuamos a
nos sentir responsáveis pelo que ocorreu, continuamos
a tentar reescrever nossa história, continuamos a
considerar nosso passado como algo que ainda, de
alguma forma “faz parte de nós”. Alguma coisa em
nossa natureza se recusa a abrir mão, se recusa a
reconciliar-se com o fluxo unidirecional do tempo.
Sim, somos seres físicos; porém existe algo em nós
que transcende o físico. O homem é um amálgama de
matéria e espírito, um casamento de corpo e alma. É
nosso ser espiritual que persiste na crença de que o
passado pode ser resgatado. É nossa conexão com a
essência espiritual de nossa vida que nos concede a
capacidade para teshuvá – a capacidade de “retornar”
e transformar retroativamente o significado das ações
e experiências passadas.
Qual é esta “essência espiritual” com a qual buscamos
uma conexão? E como isso nos permite literalmente
mudar o passado?
Não apenas o homem, mas todo objeto, força ou
fenômeno tem tanto um “corpo” quanto uma “alma”.
A alma de um objeto é seu significado mais profundo –
as verdades que expressa, a função que desempenha,
o propósito ao qual serve.
Como exemplo, consideremos as duas ações
seguintes: numa viela escura, um bandido armado
com faca ataca um membro de uma gangue rival; a
uma centena de metros de distância, um cirurgião se
inclina sobre um paciente sedado que está na mesa de
operações. O “corpo” dessas duas ações é bastante
similar: um ser humano usando um objeto afiado de
metal que abre a barriga de outro ser humano. Porém
um exame da “alma” desses dois eventos – os desejos
que os motivam, os sentimentos que os inundam, os
objetivos que procuram atingir – revelam que são
ações bem diferentes.
Foto
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billa
s
82LUBAVITCH MAGAZINE
E S P I R I T U A L I D A D E
Em outras palavras, o homem é uma criatura
espiritual no sentido em que confere significado aos
seus atos e experiências. As coisas não simplesmente
acontecem – elas acontecem por uma razão, têm um
significado, procuram um certo objetivo. O mesmo
evento portanto pode significar coisas diferentes para
pessoas diferentes; como prova disso, dois eventos
muito diversos podem servir ao mesmo propósito
e provocar sensações idênticas,
imbuindo-as com almas análogas
apesar da dessemelhança em seus
corpos.
O corpo de nossas vidas está
totalmente sujeito à tirania do
tempo – os “fatos difíceis” não
podem ser desfeitos. Um vôo
perdido não pode ser retomado;
uma palavra dura a um ente
querido não pode ser desfalada.
Porém a alma desses eventos
pode ser mudada. Aqui podemos
literalmente viajar de volta no
tempo para redefinir a importância
daquilo que aconteceu.
Você dormiu demais, perdeu aquele vôo, e não
apareceu para a reunião importante. O significado inicial
daquele evento; seu chefe está furioso, sua carreira
sofre um sério revees, sua auto-estima despenca.
Porém você se recusa a “deixar o passado para trás”.
Você fica remoendo o que aconteceu. Pergunta a si
mesmo: O que isso significa? O que isso me diz sobre
mim mesmo? Percebe que não se importa realmente
com seu emprego, que seu verdadeiro chamado está
em outra parte. Você resolve começar de novo, num
esforço menos rentável porém mais realizador. Você
voltou no tempo para transformar aquela hora de
cochilo num chamado para acordar.
Ou você teve uma discussão, perdeu a calma, e
disse aquelas palavras imperdoeaveis. Na manhã
seguinte faz as pazes, concordando em ‘esquecer
o acontecido.” Porém você não
esquece. Está horrorizado pelo grau
da sua insensibilidade; você sofre pelas
distância que as palavras colocaram
entre vocês dois. Seu horror e agonia
fazem você perceber como são
sensíveis um ao outro, o quanto você
deseja a proximidade com a pessoa
que ama. Você voltou no tempo para
transformar uma fonte de distiancia
e desarmonia num catalisador para
maior intimidade e amor.
Na superficie material de suas vidas,
a lei do tempo é absoluta. Porém
no interior, espiritual, o passado
nada mais é que uma outra visão da vida, aberto
a explorações e desenvolvimento com o poder
transformador da teshuvá.
AS COISAS NÃO SIMPLESMENTE
ACONTECEM – ELAS ACONTECEM POR UMA RAZÃO, TÊM UM SIGNIFICADO, PROCURAM UM
CERTO OBJETIVO.
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85 LUBAVITCH MAGAZINE
PERGUNTA:
Minha mulher entrou no sétimo mês de gravidez, e
começamos a discutir nomes para nosso bebê. Ela
deseja algo tradicional, mas eu quero que meu filho seja
um indivíduo e estou pensando em algo mais exótico. O
que diz o Judaísmo sobre dar nome a um filho?
RESPOSTA:
Escolher um nome não é tarefa fácil. O nome da pessoa
não é uma mera etiqueta, pois expressa a essência do
portador. As letras que formam seu nome, seu som e
seu significado são descrições de sua alma. Somente um
profeta tem a visão e a perspicácia para saber que nome
combina com a alma de seu filho. Você é este profeta.
A Cabalá ensina que os pais recebem uma profecia
temporária para escolher o nome certo para o filho,
Este lampejo de perspicácia pode chegar a qualquer
hora, mas quando vem, você sabe que escolheu
o nome certo. Um determinado nome começa a
aparecer na sua cabeça e gradualmente o influencia.
É uma inspiração Divina, levando-o a dar o nome que
realmente pertence ao seu filho.
Para uma alma judia, o nome da alma está em
hebraico. O hebraico é o idioma original, sagrado, o
idioma que D’us usou para criar o mundo. Os nomes
hebraicos têm significados elevados, têm múltiplas
camadas, há tantas pessoas com o mesmo nome
mas mesmo assim cada qual é única, dependendo de
qual camada de significado sua alma expressa. Ser
chamado pelo seu nome hebraico desperta a alma
para ser mais manifesta em sua vida diária.
Examine os nomes dos grandes personagens da
História Judaica, ou nomes de avós falecidos. Se algum
desses nomes “saltar” para você, isso pode indicar que
a criança tem uma centelha da alma daquela pessoa,
e vai imitar os traços positivos daquela pessoa. A alma
tende a continuar na mesma família, e uma criança
que recebe o nome de um ente querido que se foi
continuará a carregar aquela chama.
A originalidade não deveria ser um fator decidivo na
escolha de um nome. Tentar ser diferente de todo
mundo significa basear sua escolha em todo mundo.
Isso não pode ser chamado de individualidade. Porém
dar ao seu filho um nome hebraico com o qual tanto
você quanto sua mulher concordam, significa dar um
nome que é verdadeito para a alma única de seu filho.
Lembre-se você não está apenas dando nome a um
bebê. Está também dando nome a um adolescente,
um adulto e um cidadão idoso. Os nomes da moda de
hoje estarão ultrapassados quando seu bebê estiver
ganhando os dentinhos. Os nomes hebraicos têm
permanecido em voga por 4 mil anos. Use sua chance
de ser profeta por um dia, e escolha um nome que
descreva a alma de seu filho.
86LUBAVITCH MAGAZINE
BRIT MILÁ
C I C L O D A V I D A
(In)Decisão
Nenhum outro costume, hábito ou ritual tem
atravessado tantas eras e vencido tantas
perseguições. A circuncisão seja na paz ou na guerra,
tem sobrevivido, de Avraham Avinu até os dias de
hoje.
TRAUMA OU ALEGRIA?
Atualmente, no entanto, muitos judeus têm deixado de
realizar a mistvá de Brit Milá em seus bebês, um dos
mais antigos preceitos ordenados por D’us na Torá.
Alegam as mais diversas razões para isto, indo desde
trauma psicológico, diminuição da tolerância à dor até
a diminuição do desejo sexual.
Sem base científica, ou fatos que apontem para
qualquer uma destas conclusões, o resultado tem sido
desastroso. Estes mitos e medos transformam-se em
desafios onde a única lógica na decisão a tomar é a
proteção natural que pais desejam garantir ao futuro e
ao bem estar de seus filhos.
87 LUBAVITCH MAGAZINE
“Porque eu deveria fazer o brit milá em meu filho? É
cruel. Não posso fazer algo tão bárbaro que o marcaria
psicologicamente para o resto da vida!”
“Por que o faria sem dar-lhe o direito de escolha?”
“Este procedimento é arcaico, fora de moda e
arriscado.”
“Não sou religioso e nem acredito nisto. Estaria sendo
hipócrita!”
Mas porque, antes de tomar qualquer iniciativa ou
decisão, não escutam o outro lado da questão? Afinal,
deve haver prós, senão, nenhum judeu, e felizmente
ainda há muitos, arriscariam a vida emocional de seus
filhos submetendo-os ao Brit Milá.
Então, que tal dar uma chance?
Do ponto de vista médico
Um estudo no New England Journal of Medicine (1990)
registrou uma taxa de complicação por volta de 0,19%
quando a circuncisão é realizada por um médico.
Quando é feita por um mohel, a taxa cai para 0,13%,
aproximadamente 1 em 1.000. Quando ocorre uma
complicação, geralmente trata-se de sangramento
excessivo, que é facilmente contornável. Nenhum
outro procedimento cirúrgico chega a tais índices de
operações livres de complicações. Um estudo mostrou
que em torno do oitavo dia, os níveis de protombina
atingem 110 por cento do normal.
Uma razão pela qual há tão poucas complicações
envolvendo o sangramento deve-se aos agentes
coaguladores mais importantes, a protombina e a
vitamina K, quando não atingem os níveis máximos
no sangue até o oitavo dia de vida. Os níveis de
protombina são normais ao nascer, caem a níveis
muito baixos nos dias seguintes, e voltam ao normal
no fim da primeira semana. Um estudo demonstrou
que por volta do oitavo dia, os níveis de protombina
atingem 110% do normal. Nas palavras do Dr. J. Quick,
autor de diversas obras sobre controle de hemorragia,
“Não parece acidental que o ritual da circuncisão
fosse adiado até o oitavo dia pela Lei Judaica.” Além
disso, a circuncisão é conhecida por oferecer proteção
praticamente completa contra o câncer peniano.
Segundo um recente artigo no New England Journal
of Medicine, nenhum dos mais de 1.600 homens com
este tipo de câncer no estudo tinham sido circuncidados
na infância. Nas palavras dos pesquisadores Cochen
e McCurdy, a incidência de câncer peniano nos
Estados Unidos é “praticamente zero” entre homens
circuncidados.
Diversos estudos relataram que meninos circuncidados
tinham de 10 a 39 vezes menos probabilidade de
desenvolver infecções do trato urinário durante a
infância que meninos não circuncidados. Além disso,
a circuncisão protege contra bactérias, fungos e
infecções parasitárias, além de uma série de outros
problemas relacionados com a higiene. A taxa
extremamente baixa de câncer cervical em mulheres
judias (de 9 a 22 vezes menor que entre mulheres
não-judias) é atribuída à prática da circuncisão.
88LUBAVITCH MAGAZINE
Como resultado de estudos como esses, diversas
organizações médicas de prestígio reconheceram os
benefícios da circuncisão, e a Associação Médica da
Califórnia tem endossado a circuncisão como uma
“efetiva medida de saúde pública.”
No entanto, não é por nenhuma destas razões que
realizamos a mitsvá de Brit Milá.
Uma conexão espiritual
A circuncisão tem sido praticada
em judeus do sexo masculino
há quase 4.000 anos, desde que
Avraham assim foi ordenado
por D’us. A verdade é que não
há argumento “lógico” para
cortar um pedaço de carne de
um bebê indefeso.
Em lugar algum a pessoa tem
mais potencial para expressar
comportamento “bárbaro” que
no desejo sexual. É por isso que
o Brit é feito neste órgão específico. Se trouxermos
santidade em nossa vida ali, tornaremos fácil a tarefa
de trazer santidade em todas as outras partes de nosso
ser. O judaísmo nos direciona a sermos os verdadeiros
donos de nossos impulsos e emoções e a controlar
nossos desejos mais primitivos direcionando-os a
buscas espirituais.
Em termos cabalísticos, o prepúcio simboliza uma
barreira que impede o crescimento. Quando a Torá
fala sobre aproximarmo-nos de D’us, nos conclama
a “remover a Orlah, (o invólucro) de seu coração”
(Devarim 10:16).
Quando Avraham fez sua própria circuncisão aos 99
anos, D’us adicionou a letra “heh” ao seu nome. “Heh”
é parte do próprio nome de D’us, significando que
por meio do Brit Milá, o ser humano acrescenta uma
dimensão de espiritualidade ao corpo físico.
Médico ou mohel?
A escolha não é tão difícil se
você conhecer os argumentos.
Os métodos são diferentes, as
circunstâncias são diferentes, e os
resultados são diferentes.
A circuncisão feita no hospital,
longe da mãe da criança, é
realizada com tenazes dolorosas e
pode demorar até 15 minutos. Em
contraste, o trabalho de um mohel
é completado em segundos.
No hospital, é uma prática cirúrgica: luzes, ambiente
frio, uma equipe de estranhos “homens de branco”
debruçados, mãos e pezinhos do bebê amarrados
numa mesa impessoal cirúrgica, ao passo que num Brit
ele repousa no colo tranquilo de um vovô carinhoso,
em um ambiente aquecido e familiar.
Estas e outras diferenças foram registradas em
1997 pela Associated Press, que relatou serem as
OS MÉTODOS SÃO DIFERENTES, AS
CIRCUNSTÂNCIAS SÃO DIFERENTES, E
OS RESULTADOS SÃO DIFERENTES.
C I C L O D A V I D A
89 LUBAVITCH MAGAZINE
“circuncisões judaicas mais suaves” que aquelas
realizadas em ambientes seculares, e que os
“mohels, hábeis praticantes do antigo ritual judaico da
circuncisão, parecem infligir menos dor nos recém-
nascidos que a maioria dos médicos.”
Cicatrizes psicológicas, anestesia, barbarismo e
crueldade - tudo isso fala da circuncisão ao estilo do
hospital. Nas palavras de um mohel da Califórnia, “Se
eu tivesse de fazer um brit usando a técnica hospitalar,
não desejaria ser um mohel.”
Uma livre escolha?
“E quanto à livre escolha de
nossos filhos, podemos nos
impor sobre este direito?”
Como pais, é nossa obrigação
nos impor a nossos filhos. E na
verdade, é isso que fazemos.
Escolhemos seu quarto (antes
mesmo de nascerem!) suas
roupas, babás e escolas. Os vacinamos pontualmente
para que não estejam expostos a riscos e contraiam
doenças. O que estamos fazendo? Impomos nossos
padrões de comportamento! Como pais responsáveis
nos sentimos no dever de incutir em nossos filhos
valores, na esperança de que quando eles crescerem,
também os adotarem. Não deveríamos fazer o
mesmo com a identidade e valores judaicos? Se o
brit é o símbolo do Judaísmo da pessoa, por que não
podemos “impô-lo,” com tudo aquilo que representa,
ao nosso filho recém-nascido?
Alguém poderia argumentar: “Mas a circuncisão é
diferente, porque possui caráter permanente.”
Certo, mas as impressões feitas na mente e no coração
de uma criança também são permanentes. Tudo na
verdade que os pais fazem afeta profundamente os
filhos. Se para os pais o Judaísmo ocupa um significativo
espaço em suas vidas, então a responsabilidade de
introduzi-lo e torná-lo desde cedo familiar a seus filhos
passa a ser fundamental. O Brit é apenas o primeiro
passo na direção destes
valores. Do contrário, jamais
poderão reivindicar uma
posição judaica no futuro.
Fomos o povo instruído a
utilizar nosso corpo e toda
a matéria existente a fim de
elevá-los a níveis espirituais.
Não sabemos até aonde estes
níveis são capazes de nos
conduzir, mas com certeza,
ao conduzir nosso filho em nossos braços e entregá-
lo por segundos nas mãos hábeis de um mohel pode
ser justamente este o único gesto que garantirá nossa
identidade mais íntima como judeus e nossa mais
profunda e eterna relação com D’us.
“E QUANTO À LIVRE ESCOLHA DE NOSSOS
FILHOS, PODEMOS NOS IMPOR SOBRE ESTE
DIREITO?”
90LUBAVITCH MAGAZINE
BAR E BAT MITVÁ
Bar-mitsvá
A expressão “Bar-Mitsvá” se origina parcialmente
do aramaico, a língua do Talmud. “Bar” significa
literalmente “filho de”, e “mitsvá” significa
“mandamento”. Assim, um “bar-Mitsvá” é um “filho
do mandamento”. A ocasião mais importante na vida
de um judeu chega quando ele atinge a idade para
entrar na aliança com D’us e no compromisso de
manter, estudar e praticar todos os mandamentos da
Torá, aos treze anos de idade.
O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo
terceiro aniversário de um menino, a alma Divina é
revelada com maior intensidade, e exerce uma maior
influência. Neste momento os jovens tornam-se aptos
a responder pelo cumprimento das mitsvot. Esta é a
razão de se fazer uma comemoração especial neste
dia. Uma Seudat Mitsvá (refeição completa com pão
e carne) é preparada por ocasião do Bar-Mitsvá.
Durante a refeição, o rapaz pronuncia um Devar Torá
(um breve, mas profundo comentário sobre algum
aspecto da Torá).
B A R E B A T M I T Z V Á
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91 LUBAVITCH MAGAZINE
Costumes
• A partir desta data o jovem deve colocar Tefilin
diariamente (exceto em Shabat, Yom Tov e Chol
Hamoêd) e cumprir todas as leis judaicas.
• Jovem deve ser chamado à Torá para recitar as
devidas bênçãos, na primeira oportunidade.
• Após a cerimônia faz-se uma refeição, denominada
Seudat Mitsvá, que deve conter pão e carne.
• Nesta refeição, o jovem faz um discurso baseado na
Torá.
• Na conclusão da refeição, recita-se Bircat Hamazon,
a Bênção de Graças.
• É costume no dia do Bar-Mitsvá o jovem e seus pais
fazerem maior doação do que o habitual para caridade,
para que este ato lhes traga uma bênção especial.
Bat-mitsvá
“Bat” significa literalmente “filha de”, e “mitsvá”
significa “mandamento”. Assim, uma “Bat-Mitsvá”
representa uma “filha do mandamento”. Uma das
ocasiões mais importante na vida de uma menina
judia chega quando ela atinge a idade para entrar
na aliança com D’us e no compromisso de manter,
estudar e praticar todos os mandamentos da Torá, aos
doze anos de idade.
O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo
segundo aniversário de uma menina, a alma Divina
é revelada com maior intensidade, e exerce uma
maior influência. Neste momento as jovens tornam-se
aptas a responder pelo cumprimento das mitsvot. No
caso da menina é positivo, não uma obrigação, reunir
suas amigas e familiares onde algumas palavras de
Torá deverão ser proferidas, seguida de uma seudat
mitsvá, refeição festiva. Ao contrário da cerimônia
de Bar-Mitsvá do menino, que implica na colocação
dos tefilin e sua chamada pela primeira vez à Torá,
esta data não requer nenhum ato religioso específico,
já que o Bat-Mitsvá ocorre um ano antes do menino,
pois D’us abençoou as mulheres com um grau maior
de compreensão e ligação com o Criador.
Costumes
• As meninas, ao completarem doze anos, chegam
à idade da maturidade, e têm a responsabilidade de
assumir o cumprimento das mitsvot.
• É uma mitsvá fazer uma refeição festiva no dia do
Bat-Mitsvá, de forma discreta, conforme nossos sábios
explicam que a discrição é uma das maiores virtudes
da mulher.
• É costume no dia do Bat-Mitsvá a jovem e seus pais
aumentarem a doação que habitualmente reservam
para caridade, ato que lhes traz uma bênção especial.
92LUBAVITCH MAGAZINE
C I C L O D A V I D A
Pergunta:
Compreendo que o motivo para eu quebrar um copo
ao final da cerimônia de casamento é para comemorar
a destruição do Templo em Jerusalém há cerca de
2.000 anos. Este de fato foi um evento relevante
na história judaica, mas não parece ter qualquer
relevância para mim. O que um edifício destruído tem
a ver com meu casamento?
Resposta:
A destruição do Templo Sagrado tem extrema
relevância pessoal. Aconteceu a você. É verdade que
quebrar o copo basicamente comemora a queda de
Jerusalém; no entanto, é também um lembrete de
outro estraçalhamento cataclísmico – o do seu próprio
templo, sua alma.
POR QUE QUEBRAR UM COPO NUM CASAMENTO JUDAICO?
POR ARON MOSS
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93 LUBAVITCH MAGAZINE
Amtes de nascer, você e sua alma gêmea eram uma,
uma única alma.
Então, quando se aproximou a hora de você entrar
neste mundo, D’us quebrou aquela única alma em
duas partes, uma feminina e uma masculina. Essas
duas metades de alma então nasceram para o mundo
com a missão de tentar encontrar a outra parte e se
reunirem.
Na época, a separação parecia trágica e
incompreensível. Por que criar fragmentação onde
antes havia plenitude? Por que quebrar algo apenas
para que pudesse ser consertado? E se vocês
deveriam ficar juntos, por que D’us não deixou os
dois juntos?
É sob a chupá, a canópia nupcial, que essas perguntas
podem ser respondidas. Com o casamento, duas
metades estão se unindo, para jamais se separarem
outra vez. Não apenas isso, mas você pode olhar para
trás, para a dolorosa experiência de ser separado
e realmente celebrá-la. Pois agora está claro que a
separação trouxe vocês mais perto do que teria sido.
Ironicamente, foi somente por se separarem e levarem
vidas longe uma da outra que vocês puderam se
desenvolver como indivíduos, amadurecer e crescer.
Sua união é algo que vocês tiveram de conseguir e
escolher, e portanto é profundamente valorizada.
Com a alegre reunião no casamento, fica claro que
sua alma somente foi partida para reunir-se e tornar-
se uma num nível mais elevado e mais profundo.
E portanto você quebra o copo sob a chupá e
imediatamente expressa o desejo de Mazal Tov!
Porque agora, em retrospecto, até a separação
das almas é motivo para ficar alegre, pois deu à
sua conexão a possibilidade de real profundidade e
significado.
Vemos uma história paralela na destruição do Templo
em Jerusalém. O Templo não era meramente um
edifício; era o local de encontro de céu e terra, o
ideal e o real, D’us e a criação. Quando o Templo foi
perdido, também o foi o relacionamento entre D’us e
o mundo. Nossas almas foram arrancadas de nossa
Alma Gêmea.
O único antídoto para a fragmentação é a unidade. E
a unidade mais profunda é sentida num casamento.
Todo casamento é uma cura, um conserto de uma
alma fragmentada, uma reconstrução de Jerusalém
em miniatura. Nossos Sábios nos ensinam: “Quem
celebra com os noivos, é como se reconstruísse uma
das ruínas de Jerusalém.” Quando almas gêmeas
se reúnem num casamento sagrado, uma energia
de amor e unidade é gerada, elevando o mundo e
aproximando-o do conserto de seu relacionamento
rompido com D’us.
Portanto veja, sua história pessoal e a história da
destruição de Jerusalém estão intimamente ligadas.
A destruição que aconteceu a Jerusalém aconteceu
à sua alma; e a alegria que você está sentindo agora
será um dia sentida também em Jerusalém. Um dia,
em breve, quando o Templo for reconstruído, nossas
almas se reunirão com D’us, nossa Alma Gêmea,
num verdadeiro relacionamento que construímos
juntos. Não prantearemos mais a destruição, mas
olhando para trás finalmente entenderemos seu
propósito, e iremos celebrar.
94LUBAVITCH MAGAZINE
C I C L O D A V I D A
Pergunta:
Sempre pensei que Mazal Tov significasse “parabéns”.
Ouvi recentemente que na verdade significa “boa
sorte”. Mas eu achei que os judeus não acreditassem
em sorte…
Resposta:
Sua confusão é compreensível. O Talmud – a antiga
enciclopédia da sabedoria judaica – parece contradizer-
se sobre isso. Em um local declara: “No seu aniversário,
sua mazal é forte.” Em outro local o Talmud diz: “O povo
judeu não está sujeito a mazal”!
A palavra mazal significa literalmente “uma gota do
alto”. Pode ter diferentes conotações dependendo do
contexto, mas todas estão conectadas a essa definição
básica – algo caindo de cima.
Os signos do Zodíaco são chamados mazalot. A tradição
judaica vê as constelações no alto como dirigindo o
destino dos indivíduos e das nações aqui em baixo.
Portanto mazal é a influência pingando dos astros para
baixo. (No decorrer dos anos, boa ou má mazal passou
O QUE SIGNIFICA
MAZAL TOV? POR ARON MOSS
Mazal Tov ao Rabino Mendel Liberow e Família pelos 30 anos do Beit Lubavitch em Porto Alegre
Marcos e Clara MaltzMoyses, Sirlene Abensur e FamíliaBenamy, Marisa Turkienicz e Família
Marcelo, Céres Bin e Família
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95 LUBAVITCH MAGAZINE
a significar sorte, mais que destino.) Quando o Talmud
diz que não estamos sujeitos a ela, isso quer dizer que
não estamos limitados ao nosso destino, mas sim que
nossas próprias ações determinam nosso destino.
Há um outro significado da palavra mazal que é mais
relevante à expressão Mazal Tov. Mazal é o termo usado
no misticismo judaico para descrever a raiz da alma. Os
místicos afirmam que somente um raio da nossa alma
habita realmente o nosso corpo. A parte principal da
alma, nossa mazal, permanece acima, reluzindo sobre
nós a distância.
Você já teve uma sensação de intuição espontânea,
onde sem mais nem menos você de repente sente-
se em paz consigo mesmo e com o universo? Ou um
súbito lampejo de inspiração que faz você enxergar a
vida sob uma nova luz?
Ocasionalmente podemos receber um fluxo extra
de energia da nossa alma acima. Pode acontecer a
qualquer tempo, mas é mais comum numa hora de
celebração – um nascimento, aniversário, brit, bar/bat
mitsvá ou casamento. É especialmente nestas horas de
alegria que somos capazes de ver além do mundano e
do corriqueiro, e sentir as verdades mais profundas da
vida.
Quando dizemos Mazal Tov a alguém, estamos lhe
dando uma bênção. Que essa gota de inspiração de sua
alma acima não se dissipe, mas sim tenha um efeito
positivo e duradouro, que a partir desse evento você
possa levar a vida com consciência mais elevada. Você
deveria estar consciente das bênçãos em sua vida
e estar pronto para receber mais e mais. Em outras
palavras: Bom Mazal!
Mazal Tov ao Rabino Mendel Liberow e Família pelos 30 anos do Beit Lubavitch em Porto Alegre
Marcos e Clara MaltzMoyses, Sirlene Abensur e FamíliaBenamy, Marisa Turkienicz e Família
Marcelo, Céres Bin e Família
96LUBAVITCH MAGAZINE
C I C L O D A V I D A
CONFORTANDO OS QUE SOFREM POR ARON MOSS
“Eu não sabia o que dizer”, escreveu minha amiga,
“portanto não disse nada.”
No dia anterior, eu tinha escrito para perguntar: Eu
estava ficando paranóica ou ela estava se afastando
de mim? Eu acabara de passar pelo período que talvez
fosse o mais doloroso da minha vida (até então), e
minha amiga – uma amiga leal, carinhosa, dedicada –
simplesmente tinha desaparecido.
Durante anos, não tínhamos passado mais que uns
poucos dias sem um e-mail ou telefonema entre nós
– ela sempre transbordante de calor, bom humor e
amizade. E então – puff! – ela sumiu, oculta sob um véu
de silêncio. Justo na ocasião em que eu mais precisava
do seu apoio e proximidade, ela sumiu.
“Eu sabia como você deveria estar sofrendo”, escreveu
ela pedindo sinceras desculpas – “mas eu não sabia o
que fazer.”
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97 LUBAVITCH MAGAZINE
Não entendi.
Minha amiga é uma pessoa bondosa e tem
consideração. Pois não é quando alguém está sofrendo
que é mais importante demonstrar amizade? Porém, é
uma reação bastante humana fazer o contrário; afastar-
se. Não porque você não se importa, mas porque você
simplesmente não sabe o que fazer.
Ceder ao medo do “o que dizer” ou “o que fazer” com
certeza é mais confortável a curto prazo, mas, diz o
Judaísmo, é abdicar da obrigação humana de consolar
quem está sofrendo. Até o próprio D’us consolou
Yitschac pela morte do pai. Fácil para Ele, certo? Afinal,
D’us sabe o que dizer!
Mas a tradição judaica dá orientações sobre como
confortar aqueles que sofreram uma perda. Não
apenas os enlutados que perderam um ente querido,
mas também o fim de um relacionamento, a perda de
um emprego, ou qualquer uma das muitas flechadas
e pedradas que fazem da vida uma experiência tão
interessante…
Faça uma visita
Em primeiro lugar, faça contato.
Resista à vontade de evitar a cena dolorosa que é ver
alguém sofrendo. O senso de isolamento e solidão que
acompanha qualquer perda séria pode ser esmagador.
Você é necessário.
No caso de luto, vamos à casa onde a pessoa está
sentando shivá. Ninguém gosta de fazer “visitas de
shivá”, mas reconhecemos a obrigação de aliviar os
enlutados da indizível solidão que acompanha a perda
que sofreram. Com o simples ato de fazer contato com
alguém que sofre, você alivia o fardo. Combate a solidão
daquela pessoa simplesmente pelo fato de estar ali.
Dependendo das circunstâncias, você talvez queira
levar seu amigo para jantar, assistir a um filme, ou
encontrá-lo para tomar um café. Mas nem precisa
tanto. Telefone. Deixe uma mensagem dizendo: “Estou
pensando em você.” Ou então envie um cartão ou
e-mail, dizendo: “Saiba que estou pensando em você e
espero que esteja se sentindo melhor.”
Deixe-o Falar
Obviamente, quando você planeja uma visita, entra em
pânico: “O que vou falar?”
Há um bom motivo para isso: a maioria de nós tende
a dizer algo idiota. A tradição judaica instrui: Não fale
com enlutados até que eles falem primeiro com você.
Deixe-os falar se quiserem, ou apenas os conforte com
sua presença. Deixe-os estabelecer o tom e o ritmo da
conversa. Resista à vontade de preencher o silêncio
com palavras.
Aplique a mesma regra a outros cenários desagradáveis.
Afinal, o que você diz a alguém que acaba de perder o
emprego? Ou que está passando por um divórcio?
Ou lutando contra uma doença?
98LUBAVITCH MAGAZINE
A maioria de nós não é composta de rabinos ou
psicólogos que podem oferecer as palavras certas aos
amigos que sofrem. Mas pode-se oferecer um ouvido,
um ombro, ou dar um abraço. E isso geralmente basta.
Uma palavrinha aos inteligentes: não force alguém a se
abrir com você. É maravilhoso dizer: “Se você quiser
conversar, estou aqui.” Porém não ajuda muito dizer:
“Você teve um aborto? Venha, vamos falar a respeito,
você se sentirá melhor.”
Todo mundo deseja e precisa
de coisas diferentes para
consolo. Uma pessoa pode
querer que você a ouça
chorar. Outra pode querer que
você a anime. Deve-se usar a
sensibilidade e o bom senso
em uma hora tão delicada.
Ofereça aquilo que as pessoas
desejam.
Aquilo que você precisa numa situação dessas pode
ser totalmente diferente daquilo que o outro precisa.
Tenha humildade para entender que aquilo que você
acha que eles precisam, talvez não seja realmente o
que precisam.
A conversa séria, o discurso encorajador que parece
fazer tanto sentido para você pode ser devastador
para alguém muito frágil. Tente perguntar o que ele
precisa de você: “Como posso ajudá-lo?” ou então: “O
que posso fazer para dar apoio?” “O que você gostaria
que eu fizesse?” Talvez seja sair para pagar uma conta,
ajudar com alguns arranjos, ou dar uma mão nas tarefas
domésticas.
Respeite os estágios do luto
Reconheça que a única coisa que pode ajudar seu
amigo é o tempo. Isso é aplicado no judaísmo através
dos diferentes períodos de luto pelas quais um enlutado
passa, até o término de um ano (para os pais). À medida
que o tempo passa, as restrições do luto relaxam e os
enlutados aos poucos retornam ~a
vida social. Passar por qualquer
processo de sofrimento envolve
inevitáveis altos e baixos. Seu
amigo pode estar bem num dia
e totalmente deprimido no outro,
calmo uma hora e desesperado
na hora seguinte.
Conheça a perspectiva
Tente ser paciente, até mesmo
enquanto está pensando: “Durante
quanto tempo ele vai ficar assim?” ou “Quantas vezes
vou escutar a mesma coisa?” É fácil calcular o sofrimento
de alguém quando você tem a perspectiva que falta a
ele. Você não está passando por aquilo.
Ao mesmo tempo, a tradição judaica adverte contra o
luto excessivo. Se alguém não consegue passar esta
fase de sofrimento, talvez precise de ajuda. Se você
acha que seu amigo está nesse caso, fale com um
conselheiro ou rabino para ajudá-lo a avaliar a situação.
Você pode sugerir delicadamente que talvez seja bom
A TRADIÇÃO JUDAICA INSTRUI: NÃO FALE COM
ENLUTADOS ATÉ QUE ELES FALEM PRIMEIRO
COM VOCÊ.
99 LUBAVITCH MAGAZINE
seu amigo conversar com alguém treinado para lidar
com o sofrimento, para ajudá-lo a se sentir melhor e
adquirir outra perspectiva sobre a situação.
Você tem o tempo
Mais ou menos na metade do meu caminho rumo
ao equilíbrio, falei sobre as maneiras que as pessoas
reagiram com outro amigo que passara por uma
experiência semelhante. Eu sabia que eu tinha
desenvolvido uma lealdade para
toda a vida com três ou quatro
amigas que tinham sido bondosas,
pacientes e carinhosas enquanto
eu tentava achar meu caminho de
volta à normalidade.
O que elas fizeram? Não muito.
Me telefonaram e me convidaram
para sair. Uma delas comprou-me
um chapéu engraçado num dia em
que eu me sentia especialmente
deprimida. Basicamente, fizeram
um esforço tendo em mente
que eu estava passando por algo e quiseram que eu
soubesse que estava na mente delas. Minha amiga
contou-me tristemente que seus sentimentos tinham
mudado em relação aos amigos que não tinham se
incomodado de contactá-la.
Pensando em minha amiga bem intencionada mas
desnorteada, lembrei a ela que as pessoas têm suas
próprias vidas e talvez fiquem tão envolvidas no seu
dia-a-dia que podem ter se esquecido de ligar, ou não
sabiam o que dizer. Não é que não tenham carinho por
ela.
“Você tem razão”, disse ela tristemente. “Mas não
estou pedindo que me dediquem muito tempo, ou que
carreguem sozinhos o meu fardo. Estou pedindo um
telefonema de três minutos. Ou um e-mail que leva três
segundos para escrever e enviar.”
A Torá nos diz “não oprima o
estrangeiro, pois vocês foram
estranhos no Egito.” É fácil
repousar sobre os louros da
auto-satisfação. O supremo
desafio é domar nosso
sofrimento e aprender com
ele.
Quando esta amiga e eu
tivermos passado pelos
desafios e voltarmos “ao
normal”, nos lembraremos
da incrível maravilha que
foram aqueles telefonemas e e-mails? Quando outra
pessoa está sofrendo, saberemos ter mais paciência?
Saberemos escutar?
Pois são justamente estes pequenos atos que fazem
com que uma pessoa se sinta lembrada e querida e faz
com que a gente possa passar pelo próprio sofrimento
tirando lições dele para a nossa vida.
AQUILO QUE VOCÊ PRECISA NUMA
SITUAÇÃO DESSAS PODE SER TOTALMENTE
DIFERENTE DAQUILO QUE O OUTRO PRECISA.
100LUBAVITCH MAGAZINE
V I D A & S O C I E D A D E
TRANCADO POR FORA
Você ficou trabalhando até tarde no escritório. Vai
até o estacionamento e nota como está deserto.
Olha em torno, nervosamente, Pelo menos não há
muitos carros, tudo está visível. Ou então você ficou
fazendo compras até o shopping fechar. Quando
chegou, o estacionamento estava cheio. Agora está
praticamente vazio. Você pode ver seu carro, sozinho
naquela ala, e alguns poucos carros espalhados.
Qualquer que seja o caso, você chega ao carro e
procura a chave. Nervoso, mexe no chaveiro, tentando
encontrar a chave certa. Sem conseguir. E de repente
percebe que a deixou no escritório – e não pode entrar
lá até a manhã seguinte. Ou então você vê a chave no
banco do motorista, onde a deixou cair.
POR ARON MOSS
Foto
:Pet
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ovar
101 LUBAVITCH MAGAZINE
trancados para fora. As palavras parecem tão
estranhas, ocas, artificiais. Olhamos em volta e
vemos os outros de olhos fechados, concentrados,
expressões de júbilo; ouvimos a alegria, ou pelo
menos o sentimento expresso na canção. E tudo aquilo
parece vir do outro lado de uma parede, um lugar onde
não temos permissão de ir. Temos vontade de dar as
costas, de rejeitar aquilo que parece nos excluir, negar
uma impotência que não podemos refutar.
Nossos Sábios nos dizem que os portões da prece
estão sempre abertos. E há muitas histórias que
demonstram e enfatizam o poder da prece simples
dita com sinceridade.
O mesmo se aplica ao estudo de Torá, ou às mitsvot.
Rabi Akiva, o erudito mais notável do seu tempo,
somente começou a estudar aos quarenta anos. E
ele aprendeu e observou uma letra, uma mitsvá, um
passo por vez.
D’us não nos tranca para fora. Nós nos trancamos
para fora. Mas Ele nos dará a chave, se O deixarmos.
Tudo que temos de fazer é pedir.
Quando Mashiach vier, “nenhum judeu será deixado
para trás”. Não importa o que somos, espiritualmente,
a Redenção abre suas portas. Pois D’us nunca nos
tranca para fora.
Você está trancado para fora.
Talvez você chegue tarde em casa, vindo de uma
viagem de negócios. Está com a chave. Mas quando
chega à porta, percebe que há uma corrente a
fechando.
Você está trancado para fora.
Você pode usar o celular para chamar alguém ou
acordar um membro da família. Mas por um instante,
sente um certo desespero. É diferente do medo que
talvez sinta até chegar ao carro ou à casa, um temor do
desconhecido. Mas isso que sente agora é frustração.
É seu carro, sua casa. Por que não consegue entrar?
Você se sente indefeso, sente que ficar trancado para
fora é muito pior que o medo que sentiu minutos atrás.
É como se você tivesse sido rejeitado, barrado
daquilo que lhe pertence. Não está certo. Ninguém
deveria ser barrado daquilo que lhe pertence. Às
vezes, infelizmente, sentimo-nos trancados para fora
de nossa vida, fora de nossa alma – ou seja, fora do
Judaísmo. Talvez seja porque não recebemos aquela
educação. Sentimo-nos ignorantes quando entramos
na sinagoga, furiosos ou constrangidos por não
sabermos hebraico. Sentimo-nos desajeitados ao
cumprir uma mitsvá pela primeira vez; deveríamos
saber isso. Quando nos sentamos numa aula ou
assistimos a uma palestra, e o rabino está fazendo
uma citação do Talmud, Torá ou Maimônides e não
sabemos qual é qual, não nos sentimos bem.
E quando rezamos, é aí que nos sentimos mais
102LUBAVITCH MAGAZINE
V I D A E S O C I E D A D E
É IMORAL ESTAR ACIMA DO PESO?
O bem-estar físico não é importante?
Em nosso mundo atual, estamos vendo a saúde como
a nova moralidade. Bom e mau agora são medidos
em calorias. Minha caixa de cereal me convida a
“saboreie a bondade” – não um valor moral, mas sim
nutricional. As balanças do mérito não se encontram
mais no céu, mas bem aqui no chão do banheiro, e o
julgamento diário é pronunciado em quilos e gramas.
As balanças do mérito não se encontram mais no céu,
mas estão bem aqui no chão do banheiro.
Isso tudo faz sentido se você vir o ser humano
como apenas um corpo sem uma alma. Se a carne
está toda ali, a saúde se torna o ideal mais elevado.
Como treinador de academia, fico me perguntando: saúde e boa forma física têm um lugar no Judaísmo?
Parece que o mundo secular encoraja uma vida saudável mais do que o mundo judaico o faz. Ouço rabinos
falarem sobre problemas espirituais, mas acho difícil ouvi-los se eles próprios estão acima do peso.
POR ARON MOSS
103 LUBAVITCH MAGAZINE
Porém sob a perspectiva judaica, a alma é o nosso
verdadeiro ser, e o corpo seu veículo. O corpo e sua
saúde são importantes apenas porque através deles
expressamos nosso ser mais
elevado. Além disso, embora
nosso corpo abrigue nossa alma,
é um presente do Criador para
usarmos enquanto estamos
aqui neste mundo. Como é
um empréstimo e portanto
não pertence realmente a nós,
devemos sempre tratá-lo com
respeito.
O grande pensador judeu,
Maimônides, escreveu no
Século 12: “Cuidar da saúde e do bem-estar do corpo
é uma das maneiras de servir a D’us.”
E ele imediatamente explica por que:
“A pessoa é incapaz de pensar claramente e entender
a verdade se não estiver bem.”
A tradição judaica não dá desculpas para não ser
saudável.
Se a sua mente está nublada, você pode não ter a
clareza moral para saber o que é certo. Enquanto
batalhamos com a doença, podemos não encontrar
a força para lutar contra as doenças do mundo. É por
isso que precisamos cuidar do nosso corpo. Um corpo
sadio não é por si mesmo o propósito de nossa vida;
ele nos ajuda a cumprir nosso objetivo. É um veículo
que nos transporta na direção do bem, mas não
é o destino.
A tradição judaica não dá desculpas para
não ser saudável. Pelo contrário, dá os
melhores motivos possíveis para viver de maneira
sadia: a vida tem significado e propósito, e cada dia
é precioso. Somente se a vida tiver um significado
vale a pena ser cuidada. Os
riscos de colesterol alto, fumo
excessivo e uso de drogas
são uma preocupação apenas
para quem valoriza a vida.
A ameaça de uma vida mais
curta nada significa para
alguém que vê a vida como
inútil. Somos a geração mais
saudável na história recente,
e nossa expectativa de vida
está atingindo proporções
bíblicas. Isso significa que temos mais tempo e energia
para cumprir nosso objetivo – elevar nossa parte do
mundo, e fazer as balanças se inclinarem na direção
do verdadeiro bem.
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104LUBAVITCH MAGAZINE
V I D A & S O C I E D A D E
COMEÇAR COM O FIM EM MENTE
POR ARON MOSS
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105 LUBAVITCH MAGAZINE
Os campeões esportivos têm um método que praticam
antes do evento, especialmente se estão para jogar
contra um time que ainda não conhecem. Eles
visualizam o jogo na mente; imaginam-se vencendo
e os torcedores aplaudindo-os freneticamente.
Vivenciam todas as emoções e os bons sentimentos
associados com a vitória. Repassam esta cena na
mente durante algum tempo até se sentirem à vontade
e aquilo parecer real. Então eles saem e jogam em
campo, já tendo sentido a vitória dentro da mente.
Os grandes líderes têm uma visão para seus
seguidores. Eles têm a capacidade de visualizar
o futuro numa maneira que a pessoa comum não
consegue, e inspiram a pessoa comum a tomar parte
na sua visão e transformá-la em realidade.
Encontrei recentemente um casal que estava passando
pelo sofrimento de um casamento problemático.
Quando eu sugeri que, com esforços de ambos os
lados, eles poderiam chegar a um relacionamento
significativo, a mulher disse: “Isso é impossível. Estou
casada há 14 anos, e os últimos dez têm sido apenas
sofrimento. Isso jamais mudará!”
Ela não estava preparada para acreditar que o futuro
poderia ser diferente do passado. “Se é assim” –
disse eu – “então o futuro provavelmente será uma
repetição do passado. Você está feliz por as coisas
continuarem do jeito que estão?”
“Nós queremos um futuro melhor” – veio a resposta.
Eu os aconselhei assim: comecem com o fim em
mente. Feche os olhos e imaginem vocês estando
em casa um ano a partir de agora e desfrutando um
relacionamento carinhoso. Descrevam totalmente
esta atmosfera de amor e harmonia, com todos os
detalhes, e façam anotações – no tempo presente,
como se já tivessem se tornado reais. Mantenham
contato com os sentimentos de amor e prazer gerados
por este maravilhoso relacionamento.
Em seguida, examinem os passos que foram dados
para chegar a este ponto. Ainda visualizando o
resultado, volte uma etapa e descreva como seu
relacionamento está daqui a 11 meses, e o que vocês
fizeram para levá-lo até este ponto. Volte mês a mês,
até o presente. Então programe em seu diário o tempo
em que você estará fazendo estas coisas, e como vão
celebrar suas pequenas vitórias ao longo do caminho.
Ao começarem com o fim em mente, seu subconsciente
pode começar a acreditar que a mudança é possível,
e ajudará vocês a trabalhar para consegui-la. Ajam
e sintam como se já tivessem uma relacionamento
maravilhoso. Ajam como um casal amoroso age,
mesmo que ainda não tenham chegado lá. Em outras
palavras, finjam até conseguirem. Se pensam que
estão sendo fingidos, não pensem – o fingimento é
fazer a coisa verdadeira.
Esta é a chave para o sucesso em nossos
relacionamentos, criar os filhos e praticamente tudo
que fazemos: Entrar em ação faz a diferença. Quando
uma área de sua vida não está funcionando da
maneira que você gostaria que fosse, comece com o
fim em mente. Ponha em prática um plano de ação,
trabalhe e desfrute um novo nível de felicidade mesmo
quando você ainda está a caminho de conseguir o seu
objetivo. Tente – dá certo!
106LUBAVITCH MAGAZINE
A ARTE DE VIVER Moshê e os AnjosO Talmud relata que quando Moshê ascendeu ao céu
para receber a Torá - um evento celebrado anualmente
durante a Festa de Shavuot - os anjos protestaram
veementemente a D’us. “Tu estás compartilhando
Teu segredo mais prezado com os seres humanos,
que abusarão dele,” disseram. “Deixa que Tua graça
permaneça no céu conosco,” clamaram eles.
D’us ordenou a Moshê, relembra o Talmud, segurar
Seu trono e dar aos anjos uma resposta. Moshê
respondeu ao lamento deles demonstrando quantos
dos mandamentos e episódios da Torá aplicam-se
exclusivamente à raça humana e não aos anjos, como
“Não matarás” e “Respeitarás teu pai e tua mãe.”
Os anjos concordaram e Moshê retornou com a Torá,
um projeto Divino para o povo judeu e para toda a raça
humana.
Quem eram aqueles anjos com os quais Moshê lutou?
Os anjos não são criaturas físicas de asas brancas
que voam pelo mundo, descansando em galáxias
afastadas, ou algo semelhante ao herói Superman
das histórias em quadrinhos. No Judaísmo, um anjo
é visto como um ser criado inteiramente de matéria
espiritual. Um anjo é uma conscientização, uma
forma de energia, separada de um corpo físico e da
experiência física.
POR YOSEF Y. JACOBSON
V I D A & S O C I E D A D E
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107 LUBAVITCH MAGAZINE
milhões de dólares.”
“Por quê?” perguntou o Rebe. “Não parece justo. A
foto acurada deveria custar mais dinheiro, não?”
“Porque a maioria das fotografias,” explicou o jovem,
“são itens inanimados, sem vida. Uma foto capta e
congela uma pessoa ou uma cena como é. Por outro
lado, uma pintura contém a riqueza da imaginação
humana, a profundidade da emoção humana e a
estética da criatividade humana. É isso que dá à
pintura seu grande valor. É o que chamamos de arte.”
O Rebe sorriu e disse: “Esta é a resposta à sua
pergunta. Anjos são fotos, enquanto que os seres
humanos são peças de arte.”
Os anjos são criaturas impecáveis; como as fotos,
são reproduções perfeitas das realidades espirituais.
Como as fotos, jamais erram. Porém é exatamente
o drama flutuante da existência humana, o perpétuo
conflito entre nossa luz interior e as trevas, e o vazio
interior humano procurando significado e verdade -
que torna nossa vida, a todo momento, uma obra de
arte.
O Báal Shem Tov ensinou que tudo que fazemos
é significativo. Cada ação nossa, cada palavra que
dizemos, até um simples pensamento que temos,
provoca um efeito que reverbera em todos os mundos
e através de toda a história. Com todo pensamento e
ação, você é capaz de transformar sua vida em arte.
Somente nas câmaras atormentadas do coração
humano D’us pode descobrir obras de arte genuínas
e inspiradoras. São a bondade e o idealismo que
emergem da dúvida e do conflito humano que
concedem à humanidade uma dignidade e esplendor
que o mais elevado dos anjos jamais pode atingir.
Estes seres espirituais sentiam que a Torá pertencia a
eles. D’us discordou. Por quê?
Lamentos de um AdolescenteDeixe-me compartilhar uma história com você: Um
adolescente certa vez visitou o Rebe, Rabi Menachem
Mendel Schneerson, e expressou angústia porque sua
vida estava repleta de conflito e desapontamento. “Por
que não pode ser apenas simples e fácil?” perguntou
o sofrido rapaz.
“Porque os seres humanos não são anjos,” respondeu
o Rebe. Os anjos são impecáveis e sem falhas, sempre
corretos. Os seres humanos, por outro lado, são
fragmentados e dualísticos, vacilando entre extremos
e abalados por conflitos. Por causa da composição
multi-facetada e dicotomizada do homem, ele deve
lutar para chegar a um acordo com sua alma.
O adolescente continuou a sondar o coração do
mestre. “Mas por que D’us nos criou de maneira tão
complicada?” perguntou ele. “Ele não teria gostado
mais de nós se fôssemos como os anjos?”
A Alma da ArteO Rebe, um educador nato, perguntou ao jovem se
ele tinha um passatempo. O rapaz disse que gostava
de pinturas. O Rebe então perguntou: “O que é mais
preciso, uma fotografia ou uma pintura?”
“Claro que é uma foto,” disse o rapaz. “Uma foto capta
exatamente qualquer cena, algo que uma pintura
jamais poderia fazer.”
“Qual delas vale mais?” continuou o Rebe a inquirir.
“Uma pintura. Enquanto uma foto custa alguns dólares,
uma pintura de uma cena idêntica pode chegar a
108LUBAVITCH MAGAZINE
Vayicrá 19:18
Em nossa “Era de Baixa Autoestima”, este versículo
pode parecer problemático a muitos que simplesmente
não amam a si mesmos.
Se eu não amar a mim mesmo e se vejo apenas o
(geralmente imaginário) negativo em mim mesmo, como
posso implementar esta mitsvá tão importante? Amando
meu próximo como amo a mim mesmo? Livre-me deste
amor!
Como posso compartilhar algo que não tenho? Como
posso aceitar o outro se não aceito a mim mesmo? Como
posso dar a outro o benefício da dúvida se não o concedo
a mim mesmo? Como diz o ditado: “Você não pode doar
um centavo que não tem!”
Fica claro que a mitsvá de amar o próximo [como a si
mesmo] deve começar alimentando um verdadeiro
amor e respeito por si mesmo.
“ A M A T E U P R Ó X I M O C O M O A T I M E S M O ”
POR LEVI AVTZON
V I D A & S O C I E D A D E
AME-SE! Rabi Yosef Yitschak Schneersohn, o sexto Rebe
de Chabad-Lubavitch, dizia que a proibição contra
maledicência inclui a de menosprezar a si mesmo. Você
não pode falar mal de si mesmo! Nem sequer pode pensar
que é mau. Não importa o quanto suas ações possam ser
negativas e prejudiciais, isso não o torna mau.
Não deixe jamais que seus erros manchem a sua auto-
perspectiva. Você é sempre um filho de D’us’ você é
bom.
Ame a si mesmo e ame o seu próximo.
Eis aqui um desafio:
1 – Pegue um pedaço de papel e desenhe duas colunas,
Na coluna da direita escreva dez dos seus atributos
positivos; no lado esquerdo, escreva dez características
negativas.
2 – Marque o tempo para ver quanto demora para
encher cada coluna.
3 – Repita até que a coluna da direita vença.
Foto
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109 LUBAVITCH MAGAZINE
V I D A & S O C I E D A D E
“I’m a Jew for a Living”
Querendo contribuir com esta publicação, tenho
interesse em abrir um diálogo que desenvolvesse
praticamente comigo mesmo. Frequentemente,
surge de forma discreta a pergunta clássica: “No que
eu pretendo trabalhar no futuro?” Honestamente,
no momento eu não me preocupo com isso, pois
não convém no presente prever o futuro. Afinal, não
sabendo onde e com quem estaremos, então não é
possível estabelecê-lo. Da mesma forma, nunca se
sabe o que o momento exigirá especificamente de
cada pessoa, portanto resta deixar-se em aberto à
essa incógnita.
110LUBAVITCH MAGAZINE
Deve-se moldar de forma mais concreta e definitiva
por aquilo que se conhece. Porém, avaliando o caso de
uma perspectiva mais essencial, acaba ficando espaço
para pensamentos e dúvidas: “Será que essa atitude
é correta?” Isso acontece principalmente quando
existe um vão em aberto, e a pergunta continua não
respondida. Partindo desse ponto, ampliou-se em
minha mente o aspecto essencial que concluí pelo
meu raciocínio.
É fundamental saber que o estudo e a educação no
ambiente judaico são completamente distantes e
direcionados, diferentemente daquilo que a formação
e o diploma profissional oferecem. Neste último,
mesmo quando raramente aprecia-se e temde tirar
prazer em seu rumo e ocupação, não é visto como
sentido de vida e sim uma auto-satisfação. Ou seja, a
influência resultante na profissão é considerável dentro
do possivel como um efeito emotivo, e menos fruto de
princípios. Ausente fica a vida individual em relação
à conduta de ação e pensamento, o que a pessoa há
inicialmente de ser: superior da existência de tudo
ao seu redor. O que fornece o rumo e conteúdo para
guiar a pessoa honestamente de acordo com o que
ela individualmente é, e o que é esperado de si em
atingir seu pleno potencial. Ao extrair do abstrato,
é nessessario abordar a corrente e continuidade
dos conceitos, ampliandos extremos existentes: o
intelectual e a ação.
Em relação ao nível intelectual no caso do conteúdo da
Torá, existe o risco de ser visualisado somente como
matéria ideológica, e em nenhum ponto expressar-se
em qualquer que fosse resultado prático. E no outro
extremo da ação, não é pelo fato do indivíduo reagir
automaticamente de forma correta mas sem intenção
qualquer (no melhor dos casos) ou às vezes direcionado
negativamente ao menos que esteja cumprindo seu
dever. Essas perspectivas não pertencem a dimensão
da Torá. Longe de querer desvalorizar e menos
ainda desencorajar o entusiasmo e envolvimento de
qualquer um.
É minha intenção despertar para desenvolver a semente
interior para que floreça, e não permaneça superficial.
A constituição interna dessa linha de pensamento
ésua realização e o momento em que concretiza-se
aideologia. Portanto, atingindo a próxima categoria,
existe a regra e o fundamento de que qualquer
conteúdo, ideia ou conceito intelectual elaborado,
sendo e pertencendo a expressão da Torá, é na prática
uma forma de conduta, é um jeito de comportamento,
envolvendo todas suas dimensões com as quais possa
atingir o desejado relativo ao alcance da pessoa.
Mais amplamente, a Torá e seu conteúdo de infinito
ensinamento, é essencialmente direcionada a atingir
a ação e comportamento, sendo educativamente de
diciplina individual. Incrível é sua beleza, alcançando
seu aspecto “personalizado”, quando exercida com a
base adequada e corretamente fundada. Cabe a cada
indivíduo, como um caso a parte, se aprofundar e
concentrar-se em extrair o ensinamento que pertence
a ele individualmente, influenciando então cada passo,
envolvendo-o completamente e acompanhando
em toda e qualquer oportunidade a vida da pessoa.
Formando, assims, detalhadamente tudo a fazer parte
do conteúdo da Torá. Parecendo uma perspectiva
não muito prática e realista, em outras palavras, o
conteúdo devido fornecido pela Torá e seu efeito, não é
de ser aceita o posicionadao como de forma adicional
à existência particular da pessoa. Deve ser aplicado
111 LUBAVITCH MAGAZINE
a cada etapa do cotidino, pois sua existência original
e essencial é o que nos envolve, e ao permanecer
em estágio ideológico (diferente de todo outro tipo
de estudo, seja qual for) estaríamos nos-trocar por: o
afastando de seu pertencente espaço.
De fato, o mundo foi criado a partir da Torá, e
posteriormente ela foi entregue ao povo judeu, e
desde então vem nos acompanhando, sendo por
nós abraçada e praticada num modo de viver. Como
prova, a própria Outorga da Tora nos fornece a clara
e direta indicação de que ela pertence ao mundo físico
e não dentre os anjos celestiais. Ao elevar o aspecto
da ação e comportamento, estaremos incluindo seu
ponto mais bruto e afastado da Divindade, envolvendo
as necessidades pessoais do corpo humano. Nesse
caso, cabe a nós agir superficialmente, paralelo ao
comportamento selvagem da natureza inferiorizando-
nos ao nível animal. Em contra partida, podemos
aproveitar e elevar cada detalhe da fisicalidade,
enquadrando no efeito e conteúdo da Torá, ampliando
o espaço e extensão dela, fornecendo o alcance da
Torá de forma em que cada detalhe do mundo se
complete e revele a sua própria dimensão.
Podemos comparar dois indivíduos ao saírem de
uma loja de eletrônicos. O primeiro exibe-se com um
caro investimento de um aparelho muito sofisticado.
Ao usá-lo, mal conhece as diversas funções da sua
mercadoria, enquanto o segundo sujeito sai da
loja com um aparelho relativamente simples, mas
estuda o manual de instruções, resultando em um
aproveitamento máximo e mais avançado que o
primeiro cliente. O mesmo ocorre nas nossas vidas.
Vivendo ao redor do mundo cujo criação acontece
através de Hashem, D-us, e pertencendo ao povo
judeu, podemos reagir e comportar-se igual aos
sujeitos anteriormente mencionados.
Em nosso caso, seria aceitar e asumir a nossa
obrigação, de abrir e estudar o manual de instruções,
a Torá, aproveitando a oportunidade de extrair o
conteúdo nela contida em potencial e desenvolvê-
la. Em resumo, pelo ponto de vista pessoal como do
estudo da Torá, deve-se atingir uma união entre ambos,
com a tendência de constantemente complementarem
um ao outro. Assim, a Torá se transforma em um
elemento prático da vida, e a vida numa expressão da
Torá, onde a percepção é mais profunda, e a sensação
mais intensa. Concluindo finalmente a questão “no que
eu pretendo me ocupar..” Dentro de uma perspectiva
mais aprofundada, honesta e realista, eu duvido
primeiramente quanto espaço a dúvida realmente
possui. Pois deve estar ausente ou ao menos sendo
trabalhado a “coluna vertebral” humana.
Tentando me posicionar de forma mais elevada e
podendo reelaborar do ponto de vista pessoal, Na
prática, ao considerar alguma ocupação profissional, a
Torá não proíbe nem impede, muito pelo contrário, ela
admira profundamente e considera de alta importância
e nessessidade de se sustentar. O único grande porém
seria o ponto de referência, o enfrentar, e finalmente a
conduta adotada pelo indivíduo.
Até a próxima!
112LUBAVITCH MAGAZINE
C O M P O R T A M E N T O
SOPAFRIA
Se você perguntar a alguém saindo da igreja num
domingo: “Você acredita em D’us?” a pessoa ficará
chocada. “Que espécie de pergunta é essa? É claro
que acredito!” Se você perguntar: “Você se considera
religioso?” qual será a resposta? “Certamente. É por
isso que estou aqui!”
Se você for a uma mesquita numa sexta-feira e
perguntar a qualquer pessoa lá: “Você acredita em
D’us?” qual será a resposta? “Com toda a certeza.”
“Você se considera religioso?” “Bem, é óbvio.”
Isso é normal. Essas conversas fazem sentido.
Agora vá a uma sinagoga em Yom Kipur. Pergunte
ao judeu sentado na sinagoga em Yom Kipur,
jejuando: “Você acredita em D’us?”
Você não vai conseguir uma resposta direta. “Hum,
depende do que você quer dizer com “D’us”. Isso
se ele for do tipo filosófico. Caso contrário ele
simplesmente dirá: “O que eu sou? Um rabino? Não
sei.”
Então pergunte: “Você se considera religioso?”
Você já perguntou a um judeu americano se ele é
religioso? Eles começam a rir. E garantem a você
que são tudo, menos religiosos.
“Está brincando? Sabe o que eu como no café da
manhã?”
Então cada um deles vai dizer: “Tive um avô, pelo lado
da minha mãe, que era um homem religioso... Mas
eu…?”
POR MANIS FRIEDMAN
113 LUBAVITCH MAGAZINE
SOPAFRIA
Então você faz aquela que parece uma pergunta
lógica. “Então por que está aqui?”
Por algum motivo, este judeu, que não acredita em
D’us e é muito não-religioso, olhará para você como
se você fosse louco e dirá: “O que quer dizer? É Yom
Kipur!”
Isso não é normal.
Vamos analisar por um momento. O que este judeu na
verdade está dizendo?
Você perguntou se ele acredita em D’us e ele disse
“Não”. Ou “Quando eu era mais jovem, costumava
acreditar.” Ou então: “Quando ficar mais velho,
começarei a acreditar.”
“Então você não acredita em D’us?”
“Não.”
“Você é religioso?”
“De maneira alguma.”
“Então por que está aqui?”
“Porque é Yom Kipur!”
O que ele está dizendo é: “Por que estou aqui? Porque
D’us deseja que um judeu esteja na sinagoga em Yom
Kipur. Então onde mais eu poderia estar?”
Então você diz: “Mas você não acredita em D’us.”
Ele diz; “E daí?” e ele não entende o seu problema.
Ele está dizendo: “Hoje é Yom Kipur mesmo que eu
não tenha um calendário. Esta é uma sinagoga mesmo
que eu não goste dela. Sou um judeu mesmo que não
seja religioso, e D’us é D’us mesmo quando eu não
acredito nele. Então qual é o seu problema?”
Ora, isso pode ser desconsiderado, e infelizmente
muitos de nós o desconsideramos, como pura
hipocrisia. Dizemos: “Você não acredita em D’us e
não é religioso – não vá à sinagoga. Não venha aqui
apenas para mostrar o quanto é judeu.”
O Rebe de Lubavitch tinha uma abordagem
diferente. Esta insanidade é que nos torna judeus.
É isso que mostra como somos especiais em nosso
relacionamento com D’us. Isso se chama verdade.
Não se trata de mim. Não quero ser religioso. Não
quero acreditar em D’us. Não quero ouvir falar disso.
Mas Ele me quer aqui, portanto aqui estou.
O mesmo acontece em Pêssach. Todo judeu se
senta para um Sêder. Pergunte ao judeu médio num
Sêder: “Você acredita em D’us?” Resposta: “Deixe-
me em paz”. Mais uma pergunta: “Você é religioso?”
Ele engasga com a matsá, rindo. “Então você
está celebrando o Êxodo do Egito há 3.300 anos?”
Resposta: “A história não é para mim...” As perguntas
seguem... “Então por que está aqui?” seguido de
“Onde eu deveria estar? É Pêssach!” É isso que é tão
magnífico sobre o judeu.
Se Mashiach chegar agora, e quiser julgar, o que ele vai encontrar? Sopa fria?
Agora vamos colocar tudo no contexto. Há mais
três mil e trezentos anos D’us nos perguntou se
queríamos casar com Ele. Tivemos uma cerimônia
de casamento extraordinária, com fabulosos efeitos
especiais – fomos prometidos. Após o casamento Ele
disse: “Tenho algumas coisas que gostaria que você
cuidasse para Mim, por favor… Voltarei logo.” Ele
não foi mais visto desde então. Durante mais de três
mil e trezentos anos. Ele tem enviado mensageiros,
mensagens, cartões postais… você sabe, escrevendo
nos muros… mas não ouvimos uma palavra Dele
114LUBAVITCH MAGAZINE
C O M P O R T A M E N T O
durante todo esse tempo.
Imagine, um casal se casa, e o homem diz à esposa:
“Você faria alguma coisa para eu comer, por favor?
Volto logo.” Ela começa a preparar. O sujeito volta
3.300 anos depois, entra em casa, vai até a mesa,
direto para a sua cadeira favorita, senta-se e saboreia
a sopa que está sobre a mesa. A sopa está fria.
Qual será sua reação?
Se ele for um homem sábio, não reclamará. Em vez
disso vai pensar que é um milagre a casa ainda estar
ali, que sua mesa e cadeira favorita ainda estejam ali.
Ficará encantado ao ver uma tigela de sopa à sua
frente. A sopa está fria? Bem, sim, após 3.300 anos, a
sopa pode esfriar.
Agora estamos esperando Mashiach. O Rebe
apresentou essa noção radical de que Mashiach está
para chegar agora. O que a torna tão radical? Significa
que ele vai chegar sem um aviso de duas semanas.
Sempre pensamos que haveria algum aviso, para
que pudéssemos nos recompor antes que ele venha.
Mashiach, chegando agora? Mas agora eu não estou
pronto. Não quero ser julgado da maneira que sou.
Preciso de um pouco de antecedência. Um pouco
mais de tempo...
Se Mashiach chegar agora, e quiser julgar, o que ele
vai encontrar? Sopa fria?
Se Mashiach vier agora, diz o Rebe, ele encontrará
um povo judeu incrivelmente saudável. Após 3.300
anos estamos preocupados em sermos judeus, o
que significa que estamos preocupados com o nosso
relacionamento com D’us.
Sim, se Mashiach chegar hoje, ele encontrará nossa
sopa fria. Sofremos com a ansiedade da separação.
Sofremos de uma perda de conexão com nossos
ancestrais. Sofremos de uma perda de conexão até
mesmo com nossa família próxima. A sopa está fria. A
sopa está muito fria. Mas de quem é a culpa? E quem
recebe o crédito pelo fato de que há sopa, afinal?
Somos um milagre. Tudo que precisamos é entrar
nele. Nós somos a cura. Não apenas para nós
mesmos, mas também para o mundo inteiro. Através
de nós a cura é holística, é natural, é orgânica. Nosso
relacionamento com D’us é orgânico. Não é uma
religião que praticamos – trata-se de nós, quem nós
somos, é isso que somos.
Portanto o Rebe nos diz que a maneira de ir é direto
para D’us. Pule todos os passos, pule a Cabalá, vá
direto até D’us e fique em contato com o seu objetivo.
O objetivo não é cabalístico. O objetivo é pessoal. D’us
precisa que você cumpra uma mitsvá. Ele enviou você
a este mundo para ser quem você é, porque somente
você pode fazer este tipo de mitsvá. Sim, as mitsvot
são as mesmas para todos nós. Mas quando você a
cumpre, é diferente, porque é holística. É com suas
emoções, com seus problemas passados, com sua
origem familiar, com seu conhecimento e com sua
ignorância. Tudo que vem junto torna a sua mitsvá
holisticamente única.
Portanto, que Mashiach venha agora e nos encontre
aqui com nossa sopa fria, porque não temos nada para
nos envergonhar. Somos realmente incríveis. Quando
D’us decidiu casar conosco, Ele sabia que estava
realmente fazendo um bom negócio.
115 LUBAVITCH MAGAZINE
Rabino Mendel e Mimi
Que D’us continue a iluminá-los, na difusão da palavra da Torá.Com alegria, comemoramos seus 30 anos em nossa comunidade.
Mazel Tov
ANDRADAS • BOM FIM • IGUATEMI
Graças à visão do Rebe de Lubavitch, tivemos o privilégio e a benção Divina de contar com a vinda do Rabino Mendel e da
Morá Mimi para Porto Alegre. Podemos dizer que com eles
estamos vivenciando o judaísmo que manteve o povo judeu através
da História. Assim, juntos, teremos a certeza da sua continuidade.
À família Liberow as nossas homenagens.
Daniel RuwelFernando Steinbruch
Gilberto RaskinJacob BurdJair Segal
Jairo MoscovichJames Kravetz
José ScharcanskyJúlio Katz
Júlio RatzkowskiLeandro Kolodny
Milton Luis Wainberg Moacir GalbinskyNewton BirmannRenato StifelmanRoberto SchotkisSidney Ochman
116LUBAVITCH MAGAZINE
I D E I A S E C O N V I C Ç Õ E S
O PÃO NOSSO DE CADA DIA
Você mora no deserto. O pão que te alimenta cai dos
céus. O cesto que você coleta está em sua atitude.
Agarre fortemente seu cesto e seu maná não terá lugar
para cair. Abra-o e olhe para os céus, e seu cesto estará
sempre repleto. Você tem a refeição de hoje à sua
frente na mesa, e senta-se e se aflige sobre o que será
amanhã — e alega que está apenas sendo “prático.”
Isso não é ser prático — isso é confusão.
Todos os dias você é alimentado diretamente de Sua
mão cheia, aberta e transbordante. Tudo o mais — todo
seu trabalho e registros e contas e recibos e clientela
e prospectos e investimentos — tudo é apenas uma
nuvem de interface entre Sua mão que concede e sua
alma, uma interface com nenhuma substância real que
Ele curva e flexiona à vontade.
Se assim é, se Ele está alimentando você hoje, e Ele tem
alimentado e fornecido tudo que você precisa e mais
por todos estes dias, que preocupação você poderia ter
sobre o amanhã? Por acaso existe algo que pudesse
ficar em Seu caminho? Seria possível que Ele tivesse
esgotado os meios para cuidar de você?
Concentre-se nos canais uniformes pelos quais você
recebe e coloque seus olhos sobre a Infinita Fonte de
Doação. A Fonte não carece de canais.
O motivo pelo qual você tem um negócio é para
reconectar todos esses fragmentos de volta ao Criador
POR TZVI FREEMAN
117 LUBAVITCH MAGAZINE
o sustento.” Uma carreira não faz nada. Aquilo que
você recebe é gerado acima, num reino espiritual. Seu
negócio é estabelecer um canal para permitir que tudo
aquilo flua para o mundo material.
Todo negócio é o negócio de um alfaiate: fazer roupas
para as bênçãos que vêm ao seu encontro.
Você não pode alterar o tamanho de suas bênçãos
colocando-as em roupas maiores — pelo contrário, elas
simplesmente podem ser afugentadas. Mas as roupas
também não devem ser pequenas demais. Porque este
é todo o objetivo: que milagres e bênçãos não venham
ao mundo completamente nuas, mas sim revestidas no
mundo natural. E nós somos os alfaiates.
deles. E o medidor de seu sucesso é sua atitude.
Se você se considera uma vítima das circunstâncias,
dos competidores, mercados e tendências, que seu
pão está em mãos de carne e osso… então seu mundo
ainda está separado de seu D’us.
Mas se você tem a confiança de que Ele está sempre
com você em tudo que você faz e o único que tem
poder para mudar seu destino é você mesmo por meio
de seus próprios atos de bondade…então sua terra está
conectada aos céus, e como nos céus nada falta, assim
também será em seu mundo.
A concepção comum de como funciona o sistema é
falha. As pessoas vêem uma carreira como “ganhar
Foto
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118LUBAVITCH MAGAZINE
A 26 de setembro de 1991, uma tripulação de quatro
homens e quatro mulheres entraram no Biosfera II,
um ambiente hermeticamente selado, construído
por cientistas como um modelo funcional da biosfera
(a camada ao redor da terra que sustenta a vida).
O Biosfera II - que desde então foi convertido num
hotel/abrigo e centro de conferências - encerrado
numa área de 3,15 acres e que incluía um deserto,
um pântano, uma savana, uma floresta tropical e
um oceano com 4 milhões de litros. Abrigava mais
de 3.000 espécies, a maioria plantas e insetos, mas
também peixes, répteis, pássaros e mamíferos. Foi
isolada da terra por uma lâmina de aço inoxidável de
500 toneladas, e da atmosfera por 6.000 painéis de
vidro. Os custos da construção excederam US$ 150
milhões.
Os oito “biosferianos” passaram dois anos
encerrados na estrutura, extraindo alimentos, água
e oxigênio de seu eco-sistema selado. Emergiram
a 26 de setembro de 1993. A experiência produziu
dois casamentos e sonhos de dados científicos que,
acreditamos, têm ajudado nosso entendimento de
como funciona nossa macro-biosfera.
Se os cientistas que dirigiram o projeto tivessem
tido uma inclinação mais bíblica, poderiam ter
denominado a estrutura de “Tevá II.” A Tevá (caixa,
em hebraico) era uma arca de três andares, 11.500
metros quadrados, construída em madeira e “selada
interna e externamente com piche,” que Nôach (Noé)
construiu por ordem de D’us. Não sabemos qual foi
o custo da Tevá, mas nossos Sábios contam que
Nôach trabalhou por 120 anos em sua construção.
A 17 de Cheshvan do ano 1656 da Criação (2105
A.E.C.), quatro homens e quatro mulheres (já
casados) entraram na Tevá. Levaram com eles um
macho e uma fêmea de cada espécie de mamífero
VIVENDO NUMA CAIXAPOR YANKI TAUBER
I D E I A S E C O N V I C Ç Õ E S
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119 LUBAVITCH MAGAZINE
e ave, sementes e mudas de vários tipos de plantas,
e suprimento de comida e ração animal. O objetivo
não era o de estudar a vida na terra, mas preservá-la
do Dilúvio provocado por um mundo corrupto.
Por muitos meses, a Tevá flutuou sobres as águas
que engolfaram a terra; quando o Dilúvio começou
a amainar, parou sobre o pico do Monte Ararat. A
27 de Cheshvan de 1657, após 365 dias dentro de
sua biosfera encaixotada, os oito “Tevianos” e seus
companheiros animais e vegetais emergiram da Arca
para reconstruir um mundo novo e melhor sobre os
alicerces do antigo.
Nôach precisou enfrentar uma situação extrema - a
destruição iminente de todos os seres vivos - e agiu
prontamente, construindo uma enorme caixa que
manteria e preservaria amostras de todo o espectro
da vida na terra. Em escala menor mas não menos
significativa, fazemos o mesmo, todos os dias de
nossa vida.
Nós também enfrentamos “dilúvios” que ameaçam
destruir tudo que é vital em nosso universo pessoal.
E nós também reagimos construindo “caixas” para
manter e preservar espécimes preciosas de nosso
mundo interno.
Somos arrebatados diariamente pelas preocupações
e exigências da vida material. Se não estamos
nos escravizando a nossos empregos ou nos
preocupando com contas a pagar, sempre há um
aparelho eletrônico para consertar, limpeza para
fazer ou o lixo que precisamos pôr para fora. Uma
torrente de materialidade inunda a vida do homem
moderno, preenchendo nossas horas e minutos,
consumindo nossas habilidades, subvertendo nossas
emoções, e quase fazendo submergir a centelha de
espiritualidade em nossa vida.
Por isso construímos caixas. Uma caixa de tempo
dedicada à prece a cada manhã; uma porcentagem
de nossos ganhos dedicados à caridade; um pouco
de energia reservado para alguma obra voluntária na
comunidade. Selamos estas caixas, ciumentamente
preservando estas ninharias de propósitos mais
elevados em nossa vida da torrente de água que
busca engolfá-las e as clama para si mesma.
Às vezes, o esforço parece um tanto fútil. Na
mente consumida por seus negócios, apenas uma
pequena porção do raciocínio é dirigida por alguns
poucos minutos à Torá. De um coração agitado por
preocupações financeiras, apenas um cantinho é
reservado a sentimentos puros de amor a um ente
querido. E quanto sobra para caridade após as
contas terem sido pagas? Na melhor das hipóteses,
apenas minúsculas “amostras” de nossos recursos
são dedicadas a propósitos mais elevados.
Aí repousa a eterna lição da Arca. Nôach não
pôde salvar o mundo todo - não tinha espaço,
capacidade ou ordem para construir um abrigo de
tais proporções. Por isso, construiu um santuário
para uma amostra das várias formas de vida na
Criação. Estas, entretanto, eram mais que simbólicas
representações: por doze meses, tudo que havia
da humanidade estava concentrado nos oito seres
humanos dentro da Tevá; toda espécie de animal
ou planta residia nas representações individuais
trazidas para dentro de suas paredes. E quando a
caixa selada foi aberta, seus ocupantes tornaram-se
as sementes de um mundo novo e revitalizado.
A Divina ordem “Venha para a arca!” foi seguida,
doze meses mais tarde, pelo comando Divino “Saiam
da arca!” Este é nosso desafio: nutrir sementes de
espiritualidade em meio a um mundo material, e
então libertá-las para que exerçam influência em
todas as áreas de nossa vida.
120LUBAVITCH MAGAZINE
C A L E N D Á R I O J U D A I C O
Comércio
No Shabat seu emprego não existe. Seja você é um estudante ou um homem de negócios, no Shabat sua presença na lista de chamada e seu trabalho não existe. Além disso, nada de compras ou qualquer outra transação comercial neste dia.
O Shabat é uma ilha no tempo. Do pôr-do-sol da sexta-feira até o anoitecer do sábado, transcendemos as preocupações e cuidados da vida material. D’us criou por seis dias e descansou no sétimo; ao descansar no Shabat, testemunhamos a criação do mundo e sincronizamos nossa vida com o ciclo Divino de criação e repouso. O “trabalho”, quando relacionado ao Shabat, não é esforço físico, mas aquilo que a Torá considera trabalho criativo. Por exemplo, escrever ou cozinhar é proibido; carregar um móvel pela sala não é.
SHABAT
121 LUBAVITCH MAGAZINE
O LarTelefone, TV, computadores, microondas e lava-louças ficam em silêncio, pois nenhum aparelho elétrico é ligado no Shabat. Luzes, aquecedores e aparelhos de ar condiciondo são ligados antes do Shabat (podem ser usados timers para ligá-los ou desligá-los em horários pré-estabelecidos).
Cozinhar e assar são feitos antes do Shabat, e a comida é mantida aquecida em chapa elétrica ou sobre uma chapa especial colocada sob o fogão com uma ou mais chamas acesas antes do Shabat.
Limpeza pesada, jardinagem ou consertos também estão fora. Além disso, evitamos manusear objetos associados com atividades da semana, como dinheiro, fósforos e canetas.
Transporte
Não viajamos de carro, ônibus, trens ou aviões. Também não podemos carregar um objeto a partir de uma área fechada, como uma casa ou um quintal cercado, para uma área aberta, ou vice versa, ou cerca de 1,20m numa área aberta.
Emergências
Todas as leis do Shabat são suspensas em caso de emergência ou risco de vida. Por exemplo, se uma pessoa adoece e houver a mínima chance de que a condição ameace a vida, chamamos um médico, dirigimos até o hospital, e assim por diante.O espírito do descanso no Shabat não é menos importante que sua observância técnica. Evite falar sobre negócios ou outros assuntos dos dias da semana. O Shabat é um tempo para buscas espirituais – estudo de Torá, prece e tempo especial dedicado à família. Um tempo para tocar a base com nossa alma.
Velas do Shabat - A Luz FemininaO que é
Toda mitsvá traz luz ao mundo, Com algumas mitsvot, a luz que geramos pode realmente ser vista e apreciada. Acender velas para recepcionar o Shabat é uma dessas mitsvot: as velas que emprestam uma atmosfera suave e pacífica para o sagrado Dia de Descanso.
Quem
As velas do Shabat são tradicionalmente uma mitsvá para as mulheres. A mulher cria o clima da família; é sua tarefa e habilidade concedida por D’us assegurar que a luz e a harmonia prevaleçam em seu lar.Coloque algum dinheiro numa caixa de caridade antes de acender as velas. Meninas começam a acender velas de Shabat quando conseguem pronunciar a bênção (aprox. aos três anos de idade). Um homem deve acender as velas se não houver uma mulher adulta presente.
Quando
Acenda as velas dezoito minutos antes do pôr-do-sol.
Como
Meninas pequenas acendem antes da mãe. Coloque as velas sobre ou próximo da mesa de jantar do Shabat. Coloque algum dinheiro numa caixa de caridade antes de acender as velas. Antes de se casarem, meninas e mulheres acendem uma vela. Depois do casamento, as mulheres acendem duas velas. Algumas acrescentam uma vela para cada filho. Ex.: uma mulher com três filhos acende cinco velas.
122LUBAVITCH MAGAZINE
O procedimento
Acenda as velas. Estenda as mãos, faça movimentos circulares em sua direção e cubra os olhos.Recite: Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner shel Shabat côdesh. (Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D-us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou acender a vela do santo Shabat.)A hora do acendimento das velas é auspiciosa para a prece particular. Enquanto seus olhos estão cobertos, reserve um momento para rezar por aquilo que seu coração deseja. Descubra os olhos e deseje toda sua família: “Shabat Shalom!”
Notas técnicas
Depois que a mulher recita a bênção, ela introduziu o Shabat. A partir desse momento ela não pode fazer nenhuma atividade que seja proibida no Shabat. As velas e castiçais não podem ser movidos até a conclusão do Shabat. Lâmpadas elétricas podem ser usadas como vela do Shabat onde não é possível acender uma chama, como num hospital.
Kidush - Vinho Antes de JantarO Shabat começa com palavras de louvor sobre o vinho, para cumprir o versículo: “Lembra-te do dia do Shabat para santificá-lo”. Nós o chamamos de kidush, um ritual de palavras e bebida, uma ponte mágica do atarefado dia de semana para o dia de descanso. Tão encantados ficamos pelo kidush que o repetimos novamente em formas diferente a cada dia. O kidush serve como o ponto de partida para as refeições do Shabat da noite e do dia.
O kidush da noite consiste de três partes: 1) Três versiculos de Bereshit que relatam como D’us descansou no sétimo dia e o santificou.2) A bênção para o vinho.3) Uma bênção agradecendo a D’us por nos dar o Shabat.
Uma ponte mágica do atarefado dia de semana para o dia de descanso O kidush durante o dia consiste de vários versículos de Shemot seguidos pela bênção sobre o vinho.
Kidush – como fazer:
Na noite de sexta-feira, cante Shalom Aleichem para receber os anjos do Shabat e Eshet Chayil, Uma Mulher de Valor. Enxague e seque o copo do kidush. Encha-o até a borda com vinho casher. Reúna todos ao redor da mesa do Shabat. Levante o copo cheio de vinho na sua mão direita (a menos que você seja canhoto) e recite o kidush em voz alta. Na sexta-feira à noite, contemple as velas do Shabat enquanto você pronuncia as primeiras quatro palavras. Então olhe para o vinho no copo enquanto recita a bênção do vinho. Todos os presentes respondem “Amen” na conclusão do kidush. Beba pelo menos 50 ml do copo. Todos devem beber um gole.
Detalhes técnicos
O vinho é preferível, mas suco de uva casher também pode ser usado. Não coma ou beba antes do kidush –sexta-feira ao por-dpo-sol e após as preces de Shabat de manhã. Se não há vinho ou suco de uva disponível, recite o kidush sobre chalá ou pão. No Sidur, você deve recitar a bênção, trocando a do vinho pela bênção do pão – e lave as mãos antes do kidush. Depois que todos beberam do copo de vinho, o vinho restante não deve ser usado para kidush a menos que vinho fresco seja acrescentado ao copo.
Após o kidush, faça a lavagem ritual das mãos para o pão. O chefe da família pega as chalot, corta uma dela com uma faca, recita a bênção Hamotzi e corta uma fatia. Cada um come um pedaço de chalá mergulhado no sal.
Confira ao lado o quadro com o horário de acendimento das velas.
C A L E N D Á R I O J U D A I C O
123 LUBAVITCH MAGAZINE
Horários de acendimento das velas de Shabat e Yom Tov
2011-2012/5772-5773
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat Kodesh.
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat veshel Yom Tov.
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu le-hadlik ner shel Yom Tov.
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Yom Hazicaron.
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat Yom Hakipurim.
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam shehecheyanu vekiyemanu vehiguianu lazman haze.
1
2
3
4
BÊNÇÃOS
5
6
Véspera do 1º dia 06/04 ..... 17:57 ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6 Véspera do ..º dia 07/04 ..... 18:50 ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera do 7º dia 1../04 ..... 17:50 ...... B.n..o ..B.n..o ..Véspera do 8º dia 1../04 ..... 17:49 ...... B.n..o ..B.n..o ..Véspera do 1º dia ..6/05 ..... 18:1.. ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera do ..º dia ..7/05 ..... 18:1.. ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera do 1º dia 16/09 ..... 18:00 ...... B.n..os 4 e 6B.n..os 4 e 6Véspera do ..º dia 17/09 ..... 18:54 ...... B.n..os 4 e 6B.n..os 4 e 6Véspera ..5/09 ..... 18:05 ...... B.n..os 5 e 6B.n..os 5 e 6Véspera do 1º dia ..0/09 ..... 18:08 ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera do ..º dia 01/10 ..... 19:0.. ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera 07/10 ..... 18:1.. ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6Véspera 08/10 ..... 19:06 ...... B.n..os .. e 6B.n..os .. e 6
Festividades Judaicas:
Pessach
Shavuot
Rosh Hashaná
Yom Kipur Sucót
Shemini Atzeret Simchat Torá
Dez 0.. ... 18:54 09 ... 18:59 16 ... 19:04 .... ... 19:08 ..0 ... 19:11Jan 06 ... 19:1.. 1.. ... 19:1.. ..0 ... 19:11 ..7 ... 19:08Fev 0.. ... 19:04 10 ... 18:59 17 ... 18:5.. ..4 ... 18:46Mar 0.. ... 18:..9 09 ... 18:..1 16 ... 18:.... .... ... 18:14 ..0 ... 18:05
Abril ..0 ... 17:4.. ..7 ... 17:..5Maio 04 ... 17:..9 11 ... 17:..4 18 ... 17:19 ..5 ... 17:16Jun 01 ... 17:14 08 ... 17:1.. 15 ... 17:14 .... ... 17:15 ..9 ... 17:17Jul 06 ... 17:..0 1.. ... 17:.... ..0 ... 17:..7 ..7 ... 17:..1Ago 0.. ... 17:..5 10 ... 17:..9 17 ... 17:4..
..4 ... 17:47 ..1 ... 17:51Set 07 ... 17:55 14 ... 17:59 ..1 ... 18:0.. ..8 ... 18:06Out 05 ... 18:10 1.. ... 18:15 19 ... 18:..0 ..6 ... 18:..5Nov 0.. ... 18:..0 09 ... 18:..6 16 ... 18:4.. .... ... 18:47 ..0 ... 18:5..Dez 07 ... 18:59 14 ... 19:04 ..1 ... 19:08 ..8 ... 19:10Enquanto vigorar o horário de ver.o, acrescente uma hora a esta tabela
Shabat - Recitar a b.n..o 1:
Horários de acendimentodas velas de Shabat e Yom Tov
2011-2012/5772-5773
124LUBAVITCH MAGAZINE
SEMPRE DOCE!HASHANÁ
ROSHC A L E N D Á R I O J U D A I C O
125 LUBAVITCH MAGAZINE
NA ÁGUA
No primeiro dia de Rosh Hashaná há uma tradição
antiga de ir até um reservatório de água que contenha
peixes vivos e cumprir a cerimônia chamada Tashlich,
que significa “jogar fora”. Recitamos uma pequena prece
e balançamos os cantos de nossas roupas, pedindo a
D’us que jogue fora e perdoe todos nossos pecados.
A água é uma metáfora para bondade, e os olhos sem
pálpebras dos peixes simbolizam nossa esperança de
que o olho vigilante de D’us esteja sempre sobre nós.
Se o primeiro dia de Rosh Hashaná cair no Shabat,
Tashlich é realizado no segundo dia. Perdeu a cerimônia
em Rosh Hashaná? Você ainda tem até o último dia do
feriado de Sucot para jogar seus “pecados fora”.
SHOFAR - UM CHAMADO À AÇÃO
O shofar é um chifre de um animal casher com o tutano
removido. Sopre em um shofar e você terá um toque
especial. Toque a sequência de sons na ordem correta
na época certa do ano e terá cumprido uma grande
mitsvá. Na Torá, Rosh Hashaná é chamado “O Dia
do Toque do Shofar”. Esta é a mitsvá do dia: ouvir os
toques do shofar.
Como Rosh Hashaná dura dois dias na diáspora,
precisamos ouvir o toque do shofar durante as horas
diurnas daqueles dois dias – a menos que o primeiro
caia no Shabat, e neste caso tocamos o shofar somente
no segundo dia.
Sua mensagem é singular e tocante: é época de nos
livrarmos de nosso sono espiritual e reconectarmo-nos
com a nossa fonte.
Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, é uma festa que
dura dois dias. As manhãs são passadas na sinagoga
rezando, pedindo a D’us que nos conceda um ano
bom e doce, e ouvindo os toques do shofar (chifre
de carneiro), Aqui estão mais algumas tradições que
completam a experiência de Rosh Hashaná:
COSTUMES
As velas são acesas nas duas noites de Rosh
Hashaná. O kidush é recitado e refeições saborosas
são apreciadas reunindo a família e amigos. Nestes
dois dias (celebrado em um único dia em Israel) não
trabalhamos, dirigimos, escrevemos, ou ligamos
aparelhos elétricos, como no Shabat. Temos permissão
de cozinhar (tranferindo o fogo de uma chama pré
acesa e de carregarmos objetos necessários, como o
Machzor de Rosh Hashaná, Livro de Preces.
SEMPRE DOCE
Há muitos costumes simbólicos. Na primeira noite de
Rosh Hashaná comemos uma fatia de maçã mergulhada
em mel, para termos um ano bom e doce. Ingerimos
um pedaço da cabeça de um peixe, pedindo a D’us
que sejamos cabeça e não a calda, no ano vindouro.
Comemos romãs, com uma prece para que este ano seja
repleto de mitsvot como a romã repleta de sementes. E
para adocicar ainda mais os próximos meses, durante
todas as refeições de Rosh Hashaná, a chalá (pão) é
mergulhada em mel. Se não bastasse o simbolismo,
verbalizamos nossos desejos transmitindo à família e
aos amigos um Shaná Tová: um ano bom e doce.
126LUBAVITCH MAGAZINE
YOM KIPUR:MAIS UMA CHANCE
C A L E N D Á R I O J U D A I C O
Foto: webking
127 LUBAVITCH MAGAZINE
1) As preces noturnas, que começam com o solene Kol
Nidrei.
2) Prece Matinal.
3) Mussaf, que inclui uma descrição do serviço de Yom
Kipur no Templo Sagrado (Avodá).
4) Prece Vespertina, na qual é lido o Livro de Yoná.
5) Neilá, recitada quando o dia está acabando e o
veredicto para o novo ano é selado.
As primeiras quatro preces incluem uma confissão
(privada) dos pecados a D’us. Muitas leis e costumes
estão associados com os serviços de prece; o rabino de
sua sinagoga lhe dará a orientação que precisa.
FINAL DO JEJUM.
Neilá conclui-se com a congregação proclamando
o Shemá em uníssono, e então um toque do shofar
assinala o final do dia. Yom Kipur é seguido por uma
refeição festiva. Nós nos alegramos, confiantes de que
D’us perdoou nossos pecados.
Quarenta dias após receberem a Torá no Monte Sinai e
se comprometerem a ser o povo escolhido de D’us, os
Filhos de Israel adoraram um Bezerro de Ouro. Moshê
implorou a D’us para que Ele não destruísse Sua nação
errante, e a 10 de Tishrei D’us disse: “Eu perdoei.”
Desde então, observamos esta data como um “Dia da
Expiação” – uma celebração de nosso relacionamento
indestrutível com D’us. É o dia mais sagrado do ano,
quando nos reconectamos com nossa própria essência,
que permanece fiel a D’us independentemente de nosso
comportamento.
COMPORTAMENTO ANGELICAL
Yom Kipur é um dia de jejum: do pôr-do-sol da véspera
de Yom Kipur até o anoitecer do dia seguinte não
comemos ou bebemos (se você está doente, consulte
um rabino). Também nos abstemos de certos prazeres
físicos: usar sapatos de couro, tomar banho ou lavar-
se, aplicar loções ou cremes, ter relações conjugais. É
também um “dia de repouso” no qual todo trabalho é
proibido (como no Shabat).
* CINCO PRECES
Usamos roupas brancas em imitação aos anjos
celestiais, e passamos a maior parte do dia na sinagoga,
engajados em arrependimento e prece. Há cinco
serviços de prece:
A família de Nelson Castan celebra os 30 anos da Família do
Rabino Mendel entre nós.
Nelson, Yara, Juliana, Tiago, Paula, Daniel
Mazal Tov!מזל טוב!
128LUBAVITCH MAGAZINE
SUCOT A FESTA DA CABANA
Assim que termina Yom Kipur, começamos a nos
preparar para o próximo feriado, a alegre festa de
Sucot. A mitsvá principal dessa data é a sucá. Ela é
uma cabana construída para proporcionar sombra.
É por isso que muitos se sentam sob o céu aberto
– não sob um deque no pátio ou sob os galhos de
uma árvore. As paredes podem ser feitas de qualquer
material, desde que sejam seguras e não voem com
o vento. O teto, no entanto, (chamamos de s’chach)
deve ser feito de materiais não processados que
tenham crescido no solo. Estacas de bambu, ripas de
madeira e galhos de sempre-viva são algumas opções
populares. Certifique-se de usar s’chach suficiente
para que o interior da sucá tenha mais sombra que
luz do sol.
Aqueles que não têm muito tempo podem adquirir
uma sucá pré-fabricada e galhos de bambu. Durante
oito dias, transforme a sucá em seu lar oficial. Não
entre em pânico: você só precisa fazer as refeições
ali. Porém, tente incluir outras atividades que você
normalmente faz em sua casa – como ler um livro
ou conversar com um amigo. Sentamo-nos na sucá
a partir do pôr-do-sol em 14 de Tishrei até o anoitecer
de 22 de Tishrei.
É uma mitsvá fazer todas as refeições na sucá (uma
“refeição” é definida como mais de 56 gramas de
cereal – ex., pão, bolo, massa). Algumas pessoas têm
o costume de fazer lanches também na sucá. Antes
de comer na sucá, é recitada a seguinte bênção:
“Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, Rei do universo,
que nos santificou com Seus mandamentos e nos
C A L E N D Á R I O J U D A I C O
129 LUBAVITCH MAGAZINE
ordenou habitar a sucá.”Esta bênção é feita quando
sua refeição ou lanche inclui um alimento baseado em
cereal.
Está chovendo? Se for realmente desconfortável,
não há obrigação de sentar ali. Volte quando o
tempo melhorar. Esta linda mitsvá é tradicionalmente
cumprida pela família inteira, embora, como ocorre
com todas as mitsvot relacionadas ao tempo, a
obrigação de comer na sucá se aplique a homens
acima dos 13 anos.
A sucá comemora as Nuvens de Glória que cercavam
e protegiam nossos ancestrais durante a jornada de
40 anos no deserto, após o Êxodo do Egito. Nossa
disposição em deixar a segurança de nosso lar e
passar oito dias numa cabana precária demonstra
nossa fé em D’us e em Sua benevolência.
AS QUATRO ESPÉCIES - EXPRESSANDO NOSSA UNIDADE
Em todos os dias de Sucot (exceto no Shabat)
seguramos os Arba Minim, também conhecidos
como “As Quatro Espécies”.Sucot é uma festa com
duração de sete dias, começando em 15 de Tishrei e
terminando em 21 de Tishrei.
O QUE SÃO AS QUATRO ESPÉCIES?
Um ramo de palmeira (lulav), dois de salgueiro (aravot),
um mínimo de três galhos de murta (hadassim) e
um cítrico (etrog). As primeiras três espécies são
arrumadas juntas. Nem todos os jogos de Arba Minim
à venda são casher. Confira com seu rabino. E trate
seu conjunto com todo o cuidado – são bem frágeis!
Arba Minim é ogrigação do homem. Para as mulheres
é opcional, mas encorajado. O melhor lugar para
cumprir essa mitsvá é a sucá, a cabana ao ar livre.
Segure o lulav na mão direita (a menos que seja
canhoto) com a espinha de frente para você. Fique
de frente para o leste e recite: “Bendito és Tu, Eterno
nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com
Seus mandamentos e nos ordenou segurar o lulav.
No primeiro dia de Sucot (ou na primeira vez que você
faz isso em Sucot) acrescente: “Bendito és Tu, Eterno
nosso D’us, que nos concedeu vida, nos susteve e
nos permitiu chegar a essa ocasião.” Junte o lulav e o
etrog e balance-os – você cumpriu essa mitsvá!
Apesar disso, o costume é balançar os Arba Minim em
todas as seis direções – norte, sul, leste, oeste, para
cima e para baixo. Leve seus Arba Minim à sinagoga
para os serviços matinais. Nós os balançamos durante
a prece de Halel e então os carregamos em torno da
bimá durante a cerimônia de hosha’anot.
A unidade judaica é um dos temas mais importantes
de Sucot. As quatro espécies que você está segurando
simbolizam quatro tipos de judeus, com níveis
diferentes de conhecimento e observância de Torá.
Juntá-los representa nossa unidade como nação –
apesar de nossas diferenças externas. Portanto nesse
espírito de unidade, certifique-se de compartilhar seus
Arba Minim com seus amigos e vizinhos judeus!
130LUBAVITCH MAGAZINE
PORQUE É DIFÍCILSE DESPEDIR
C A L E N D Á R I O J U D A I C O
131 LUBAVITCH MAGAZINE
Logo após a Festa de Sucot, vêm os alegres dois
dias de Shemini Atseret e Simchat Torá (em Israel, a
festa é “compactada” num único dia). Isso é análogo a
um rei que convidou os filhos para um banquete que
dura alguns dias. Quando chega a hora de partirem,
o rei diz: “Meus filhos! Por favor, fiquem mais um dia;
é difícil para mim, separar-me de vocês!” (Midrash).
Velas são acesas nas duas noites de Yom Tov, e o
kidush e refeições são apreciados nas noites e dias do
feriado. Não trabalhamos, dirigimos, escrevemos nem
acionamos aparelhos elétricos. Mas temos permissão
de cozinhar e carregar para fora.
SHEMINI ATSERET
Em Shemini Atseret ainda comemos na sucá (segundo
o costume da maioria das comunidades), mas sem
recitar a bênção sobre a sucá. As “Quatro Espécies”
não são mais balançadas neste dia.
O serviço matinal de Shemini Atseret inclui Yizkor,
bem como a prece especial pela chuva, lançando
oficialmente a estação chuvosa no Mediterrâneo
(a prece silenciosa, Amidá, é alterada neste trecho.
De “morid a tal”,(“Faz cair o orvalho”) para “Mashiv
haruach umorid hagueshem” (“Faz soprar o vento e
cair a chuva”).
SIMCHAT TORÁ
O segundo dia é chamado Simchat Torá (“Alegrando-
se com a Torá”). Não comemos mais na sucá.
Neste dia concluímos, e começamos novamente,
o ciclo anual de leitura da Torá, um ato que produz
incomparável alegria. O ponto principal de Simchat
Torá são as hacafot, na qual marchamos, cantamos
e dançamos com os Rolos de Torá ao redor da bimá,
mesa de leitura da Torá na sinagoga. As hacafot são
feitas duas vezes, à noite e na manhã de Simchat
Torá, e em algumas comunidades, também na noite
de Shemini Atseret. Todos recebem uma aliyah em
Simchat Torá, até as crianças. As hacafot são um
evento imperdível! Informe-se sobre os horários na
sua sinagoga.
132LUBAVITCH MAGAZINE
CHANUCÁ Latkes, Donuts & Blintzes de Queijo
C A L E N D Á R I O J U D A I C O
Chanucá comemora um milagre baseado no azeite – o que explica por que comemos alimentos fritos no óleo
para celebrá-lo. Alguns comem panquecas de batata, os latkes, outros sufganiot – sonhos fritos em óleo. Alguns
comem ambos. A maioria sobrevive ao feriado!
Sim, a comida pode ser perigosa. Uma das mais notáveis vitórias dos macabeus foi resultado de alimentarem o
inimigo com queijo – também comemos laticínios em Chanucá. Mais uma vez, sobrevivemos.
Foto
: Rom
an S
igae
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133 LUBAVITCH MAGAZINE
CHANUCÁ GUELT
Durante Chanucá é costume dar guelt (dinheiro) às
crianças, para que possamos ensinar a elas como
fazer caridade – e ajudar a manter o espírito festivo
e alegre. Alguns têm o admirável costume de dar
guelt em todas as noites de Chanucá. Estes também
sobrevivem.
DREIDEL
Os opressores gregos baniram as escolas de Torá,
portanto as crianças estudavam nas florestas,
colocando uma sentinela para alertar sobre as
patrulhas gregas. Quando chegava um alerta, as
crianças escondiam os textos e começavam a brincar
com seus dreidels (piões giratórios). Nós, também,
jogamos dreidels para comemorar a coragem dessas
crianças heroicas. As quatro letras hebraicas sobre o
dreidel são um acrônimo para “Nes Gadol Haya Sham”
– “um grande milagre aconteceu lá”. Portanto jogar
dreidels nos mantém conscientes sobre os milagres
de Chanucá mesmo durante as horas de divertimento
e brincadeiras.
AS PRECES
A cada dia de Chanucá agradecemos a D’us recitando
o Halel completo durante o serviço matinal. Também
inserimos uma prece especial de agradecimento, V’al
Hanissim, nas preces e Graças Após as Refeições.
Toda manhã lemos na Torá sobre as oferendas
de inauguração levadas em honra à dedicação do
Tabernáculo – reminiscência da rededicação do
Templo profanado feita pelos macabeus.
SHABAT DE CHANUCÁ
Na tarde da sexta-feira, acenda a menorá antes de
acender as velas do Shabat. As velas da noite de
Chanucá na sexta-feira devem arder pelo menos por
1h30 – portanto você precisa de mais azeite ou velas
maiores. Na noite de sábado, acenda a menorá após
escurecer, depois da cerimônia de Havdalá que marca
o término do Shabat.
A Menorá - Produza Luz!
O acendimento da Menorá foi instituído como uma
estratégia de publicidade: anunciar ao mundo inteiro
que D’us faz milagres para aqueles que defendem
a verdade e a justiça. Os macabeus expulsaram as
forças das trevas com espadas; nós o fazemos com
velas. É por isso que acendemos a menora pouco
após o pôr-do-sol. Duas exceções: na sexta-feira à
noite, acenda as velas antes do pôr-do-sol. No sábado
acenda-a após escurecer.
OndeOnde quer que você esteja vivendo na ocasião.
Coloque a menora num batente central, perto do
batente oposto à mezuzá. Alguns têm o costume de
colocá-la sobre o parapeito de uma janela de frente
para a rua.
QuemQualquer judeu, homem, mulher ou criança. Em
muitas casas, o chefe da família acende uma menorá
para todos recitando a bênção. Em outras, cada um
134LUBAVITCH MAGAZINE
acende a sua própria. Alguns acendem uma vela e
deixam as crianças acenderem as outras.
A MenoráO milagre de Chanucá envolveu azeite de oliva,
portanto este é o óleo escolhido. Porém você pode
usar qualquer vela que queime até meia-hora após
o anoitecer. As menorot elétricas podem parecer
bonitas para decoração, mas não servem para cumprir
a mitsvá.
Como fazerReúna todos ao redor da menorá. Acenda o shamash
(vela auxiliar). De pé, recite as bênçãos encontradas
no livro de preces. Acenda as velas. Na primeira noite,
coloque uma vela no canto direito mais distante da
menorá e a cada noite acrescente uma à esquerda.
A cada noite, acenda primeiro a vela mais nova e
continue acendendo da esquerda para a direita.
Coloque o shamash em seu lugar na menorá e cante
os hinos “Hanerot Halalu” e/ou “Mao Tzur”. Fique
próximo das velas por cerca de meia-hora. Partilhe
algumas histórias de Chanucá com sua família, aprecie
um jogo de dreidel e sirva-se de alguns latkes quentes!
Foto
: Elis
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C A L E N D Á R I O J U D A I C O
135 LUBAVITCH MAGAZINE
Quando foi a última vez que você desejou Feliz Ano
Novo a uma árvore?
O 15º dia do mês hebraico de Shevat é uma grande
oportunidade; é conhecido como Tu B’Shevat, o Ano
Novo das Árvores.
Por que as árvores celebram seu Ano Novo tão depois
do nosso?
Isso tem a ver com a estação chuvosa em Israel,
que começa com a Festa de Sucot. São necessários
quatro meses para as chuvas saturarem o solo, nutrir
as árvores e levá-las a produzir frutos. Na época do
Templo Sagrado de Jerusalém o povo judeu levava seu
dízimo de frutas. A Torá afirma: “O homem é uma árvore
do campo.” Somos nutridos por raízes profundas, que
datam a Avraham e Sarah; atingimos o alto na direção
dos céus enquanto temos os pés firmemente plantados
no solo; e quando fazemos tudo isso com retidão e
emuná, fé sincera, produzimos frutos que beneficiam o
mundo – ou seja, nossas boas ações.
Costumes
Nesta data costuma-se consumir algumas daquelas
frutas pelas quais Israel é famosa: lembre-se da
palavra FRUTA (figo, romã, uva, tâmaras e azeitonas).
Recite a bênção sobre a fruta
“Baruch Atá A-donai, Eloheinu Melech Ha’Olam bore
pri há-etz.” - Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, Rei do
Universo, que cria o fruto da árvore.
Ao saborear pela primeira vez um fruto da estação,
recite a bênção “Shehecheyanu” antes da bênção
da fruta: “Ba-ruch A-tá Ado-nai E-lo-hei-nu Me-lech
Ha’olam she-heche-ya-nu ve-ki-yi-má-nu ve-higi-a-
nu liz-man há-zeh.” - Bendito seja, Eterno nosso D’us,
Rei do Universo, que nos concedeu vida, nos susteve
e nos permitiu chegar a essa ocasião.
Alguns têm o costume de comer alfarroba. O mestre
cabalista Arizal comia quinze tipos de frutas neste dia!
C A L E N D Á R I O J U D A I C O
ANO NOVO DAS ÁRVORES
136LUBAVITCH MAGAZINE
PURIMPurim, celebrado a 14 de Adar, é o dia mais animado
e repleto de ação do ano judaico. Há 2.400 anos,
Haman, primeiro ministro persa, ordenou o genocídio
dos judeus. Seu plano foi frustrado por Esther e
Mordechai – e nós celebramos!
Eis aqui um breve guia:
Escute sobre o milagre
Vá à sinagoga e escute a Meguilá inteira. A Meguilá,
também conhecida como “O Livro de Esther, é o rolo
que conta a história de Purim. Ouça duas vezes a
leitura feita em público: uma vez na noite de Purim e
novamente durante o dia de Purim. Preste atenção – é
vital escutar cada palavra, do início ao final. Quando o
nome de Haman é mencionado na leitura, as crianças
sacodem graggers (maracas ruidosas) e os adultos
batem o pé para erradicar seu nome perverso.
Partilhe alguma comida
Purim trata de amizade, comunidade, e carinho. Envie
um pacote contendo pelo menos dois tipos diferentes
de alimentos prontos e/ou bebidas a pelo menos um
amigo judeu durante o dia de Purim.
C A L E N D Á R I O J U D A I C O
137 LUBAVITCH MAGAZINE
Doe aos necessitados
Purim é sobre carinho. Doe comida ou dinheiro a
pelo menos duas pessoas necessitadas durante o dia
de Purim. Caso você não encontre nenhuma pessoa
necessitada, solicite a sua sinagoga para que o faça
em seu nome. Pelo menos, coloque duas moedas
numa caixa de caridade. A caridade é uma mitsvá
que devemos cumprir durante o ano inteiro, mas em
Purim devemos doar a quem pedir.
Festeje e alegre-se
Purim é sobre compartilhar a sua alegria. Durante as
horas do dia de Purim, reúna amigos e família para
uma festa com carne e vinho. Cante, ria, divirta-se.
Tradicionalmente, o banquete de Purim inicia antes do
pôr-do-sol e dura até bem após o anoitecer.
Agradeça a D’us
Acrescente V’al Hanissim, uma breve seção de
agradecimento pelo milagre de Purim, às preces diárias
e às Graças Após as Refeições. Tradicionalmente as
crianças se fantasiam – uma alusão ao milagre de
Purim que foi disfarçado em eventos naturais. Vista
suas crianças como presonagens bons e alegres,
como Mordechai e Esther.
138LUBAVITCH MAGAZINE
PESSACH: LIBERDADE VERDADEIRA“O que estamos celebrando? Por que estamos todos aqui?”
Estamos aqui para celebrar nossa liberdade. É por isso
que o feriado é chamado “A Festa de Nossa Libertação”.
Éramos escravos no Egito, agora somos livres. Portanto,
vamos à refeição e à celebração.Estou contente por eles
se sentirem tão livres. Quanto a mim, ainda sou um
escravo e o Faraó, rei do Egito, nunca morreu. Trabalho
para ele a semana toda. Ele me levou a isto: Primeiro,
ele me deixa possuir todas estas coisas boas que eu
realmente queria sem pagar nada. Depois ele começa
a exigir dinheiro em troca delas. Quando, certa vez, não
paguei todo o dinheiro, ele exigiu ainda mais dinheiro.
Precisei então trabalhar ainda mais para dar a ele todo o
dinheiro que exigia. Levo uma foto do Faraó em sua atual
encarnação na minha carteira. Há um nome assustador
gravado sobre ela. Ele se chama “MasterCard”.
“Somos todos prisioneiros. O ato da existência é nosso
crime. O universo é nossa prisão. Nosso corpo e nossa
pessoa é nossa cela. As chaves para a libertação estão
firmemente guardadas nos punhos de nosso próprio
ego.” Consultei o Tanya, a clássica obra chassídica do
C A L E N D Á R I O J U D A I C O
Foto
: Sel
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BASEADO NO ARTIGO DE TZVI FREEMAN
139 LUBAVITCH MAGAZINE
Rabi Shneur Zalman de Liadi, capítulo 47. Ali ele afirma
que quando D’us nos deu a Torá, deu-nos a infinitude.
Conectamo-nos a Ele por intermédio da Torá e somos
livres porque então somos infinitos e livres como Ele.
E ele escreve: “… e portanto não há nada impedindo
ninguém, exceto sua própria vontade”
Este é o conselho prático do Rebe, numa palestra
proferida num Pêssach:
“Torne uma parte de sua vida uma ação que o leve além
de seus limites, ajudando pessoas que não são parte
de sua família ou círculo de amigos, fazendo alguma
coisa que não se encaixe em sua própria auto-definição.
Convide alguém com quem você não se sente à vontade
para seu sêder. A princípio, talvez você não se sinta
muito bem. Mas você se libertou.”
Portanto, mais uma vez este ano, chego ao meu sêder.
Deixo meu pequeno mundo particular do meu minúsculo
eu e passo pela porta rumo a algo infinito, intemporal e
eterno, porque está conectado ao infinito, intemporal e
eterno D’us. Não faço mais parte de mim. Sou parte de
nós e parte de Sua Torá, e portanto, parte d’Ele.
Eu me libertei. Este ano, devemos todos nos libertar.
Não apenas no sêder, mas em todos os momentos da
nossa vida. Para sempre.
Este ano em Jerusalém!
Ingredientes do Sêder
As principais mitsvot do Sêder são: comer matsá; narrar
a história do Êxodo ao recitar a Hagadá e explicar o
significado de três itens: Pêssach (cordeiro pascal),
matsá e maror (ervas amargas); beber quarto taças
de vinho; comer maror; e recitar o Halel (cântico de
louvores a D-us).
140LUBAVITCH MAGAZINE
C A L E N D Á R I O J U D A I C O
A FORÇA DO ARCOLAG BAOMERLag Baômer significa “33º do Ômer,” pois este é o 33º
dia da “Contagem do Ômer” que tem a duração de 49
dias, conectando Pêssach a Shavuot, e interligando a
jornada dos judeus na saída do Êgito até a chegda ao
Monte Sinai. No calendário
judaico, este corresponde ao 18º
dia do mês de Iyar. Lag Baômer
celebra a vida e os ensinamentos
de dois dos mais notáveis Sábios
da história judaica: Rabi Akiva e
Rabi Shimon bar Yochai.
Arco e Flechas
É costume levar as criancas a
passeios a parques e espaços
abertos para brincar com arcos
e flechas. Conta-se que durante a vida de Rabi Shimon
nenhum arco-íris apareceu no céu. O arco-íris é símbolo
de falha humana: conforme relatado em Gênesis, D’us,
após a destruição da geração do Dilúvio, prometeu que
mesmo que a humanidade tornasse a ser imerecedora
Ele colocaria o arco-íris no céu como um pacto de Seu
voto de jamais destruir Seu mundo novamente. Mas
enquanto Rabi Shimon estava vivo, seu mérito foi
suficiente para assegurar que
D’us não se arrependeria de Sua
criação.
O ensinamento chassídico
vê outra ligação do arco: ele
funciona sob o princípio de
“recuar para poder avançar” -
ao empurrar a flecha para trás,
rumo ao próprio coração, o
arqueiro a impele a uma grande
distância, para golpear o coração
do inimigo. A essência mística
da Torá, disseminada por Rabi
Shimon, funciona pelo mesmo princípio. A pessoa deve
mergulhar em si mesma, recolher-se a sua essência
e lá descobrirá a “centelha Divina” que possui. Esta
descoberta confere o poder de derrotar o adversário
mais obscuro e transformá-lo em algo bom e positivo.
A PESSOA DEVE MERGULHAR EM SI
MESMA, RECOLHER-SE A SUA ESSÊNCIA E LÁ
DESCOBRIRÁ A “CENTELHA DIVINA” QUE POSSUI.
141 LUBAVITCH MAGAZINE
o casamento eternoSHAVUOT
Shavuot é a festividade que comemora o aniversário da
união de D-us com o povo judeu, há mais de 3.300 anos,
em uma humilde montanha chamada Sinai.
Foi a primeira e única vez (até hoje) que o Criador do
Universo revelou Sua presença e Sua filosofia para toda
uma nação.
Cinquenta dias após deixar o Egito, o povo judeu recebeu
a obra-prima de D-us: a Torá. Eles deixaram de ser uma
nação de escravos para se transformar no povo ao qual
foi confiada a missão cósmica de levar a luz Divina para
todo o mundo.
Em Shavuot celebramos este momento e nos
rededicamos ao cumprimento de nossa tradição.
Costumes de Shavuot
- Reviva a experiência do Monte Sinai ouvindo a leitura
dos Dez Mandamentos em sua sinagoga. Não deixe de
levar as crianças.
- Decore sua casa com flores relembrando o milagroso
florescimento do Monte Sinai.
- Coma laticínios, recordando, entre outras coisas, os 40
dias e 40 noites que Moshe passou no Sinai (em hebraico,
a palavra “leite” tem o valor numérico equivalente a 40).
- Fique acordado durante toda a primeira noite de
Shavuot estudando Torá, preparando-se para recebê-la
no dia seguinte.
- Recite Yizcor, a prece pela alma dos entes queridos
que não estão mais entre nós.
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Xandel Weinstein e FamíliaAnônimo
PRATAAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH
Clínica GoldmanFábio Cipele e FamíliaIldo Meyer e Família
Júlio & Jussara Grinblat e FamíliaMilton Burd e Família
Nelson Castan e FamíliaRelojoaria e Óptica SafiraRosa Hermann e Família
Túlia Guinsburg Ochman IN MEMORIAM
BRONZEAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH
José Scharcansky e FamíliaMPD Engenharia Ltda.
Farmácias PanvelPorto Alegre Clínicas
Rafael Braude CanterjiRosane Dubin Wainberg IN MEMORIAM
Sérgio Sclovsky e Família Solidus S. A.
STB Trip & TravelUniair Serviços AéreosVitacon Participações
Xandel Weinstein e FamíliaAnônimo
PRATAAEL Sistemas S/AArcádia Urbanismo
Blue BayEfraim, Iehudit e Libby Rose Lavinsky
Lojas OtelloMaurício Estrougo e Márcia Estrougo e Família
Renato & Beatriz Stifelman e FamíliaRicardo & Karen Sondermann e Família
Rodrigo EtlisYomacama Empreendimentos Ltda.
Anônimo
OUROAbraão Isakiel Charchat e Família
Abrão Pocztaruc e Família Ari Traub & Lisete Levitan e Família
Aspis e Palmeiro da Fontoura Advogados AssociadosColiseu
Denver ImpermeabilizantesEduardo Suslik Igor e Beno Igor
EMI EmpreendimentosFamília Szachnowicz
Gilberto Raskin e FamíliaJacques & Sílvia Heller
Jeny & Abraham Birmann IN MEMORIAM
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Clínica GoldmanFábio Cipele e FamíliaIldo Meyer e Família
Júlio & Jussara Grinblat e FamíliaMilton Burd e Família
Nelson Castan e FamíliaRelojoaria e Óptica SafiraRosa Hermann e Família
Túlia Guinsburg Ochman IN MEMORIAM
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José Scharcansky e FamíliaMPD Engenharia Ltda.
Farmácias PanvelPorto Alegre Clínicas
Rafael Braude CanterjiRosane Dubin Wainberg IN MEMORIAM
Sérgio Sclovsky e Família Solidus S. A.
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Xandel Weinstein e FamíliaAnônimo
PRATA
APOIOAGRADECEMOS SEU APOIO AO BEIT LUBAVITCH
Alberto Luíz ZamelAlfredo & Inez Richter IN MEMORIAM
Aron Lejba Katz IN MEMORIAM
Breno Kor e Família e Ilton KorDaniel Schwetz e Família
Del Turista BrinquedosDrogaMaster Farmácia de Manipulação
Edison Cohen e FamíliaFamília Goldfajn
Fiação e Tecelagem GaúchaGericenter Lar e Pousada
Gilberto & Monica Spiguel e filhosGildo Irineu Coifman
APOIOIsac & Ester SzajmanIsy Helale e Família
Moacir Sibemberg e FamíliaMordko Meyer e FamíliaMoysés Tornaim IN MEMORIAM Pampack Embalagens
Pizza HutPonto Kresil
Sérgio Raskin e FamíliaSzlama Zamel e Mário Zamel IN MEMORIAM
3E Engenharia Estrutural Ltda.Anônimo
APOIOAlberto Luíz Zamel
Alfredo & Inez Richter IN MEMORIAM
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“A Providência Divina conduz cada um a seu lugar de residência com o propósito de fortalecer e difundir a Torá.
Quando ara-se e semeia-se, as coisas crescem.”
Cheskel, Reisel & Shmuel, Chana & Mendy, Dina & Mendy, Saadia, Ari, Muci & Menachem Mendel, Chaia, Kika, Sheina, Brochi, Shaie, Boruch, Shlomo Aharon, Yosef e Risya Liba
Das Palavras do Rebe de Lubavitch Hayom Yom 25 de Cheshvan