magia do amor
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O s F i l t r o s d o A m o r e a C i e n c i a
O impèrio misterioso da beleza
Maravilhas do corpo humano
Simpatia e an tipatia — Raios N e antropoflux
Como se consegue urna perso-
nalidade superior
POR
Martins Oliveira
Membro titular da Sociedade Astronómica de FrangaSòcio honorário do Instituto Cosmobiológico de Viena
Sòcio correspondente da SociedadeAstrodinámica da Bélgica
Com a colaborado, em Medicina Estética, do
Dr. Francis Morineau
Sòcio perpètuo da Sociedade de Investigares
Científicas de Berlim
V o l u m e 19
2 a E D i g A O
6.“ Milhar
1 9 3 6
Psychology Corporation of London
Delegagao em Portugal:
Rua Duque de Saldanha,' 625
P O R T O
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0 p r i m e i r o p a s s o n a s t r e r n
f l e n e - s e a o p r i m e i r o b i ù s o f o
q u c s e n t i l i a a n c i e d a d e d e
p e n e t r a r o s m i s t é r i o s i l a
e m o m e t r i a p u r a
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Um passo ñas trevas
O primeiro passo, trémulo, indeciso, dado ás apalpadelas no caminho tenebroso das hipóteses, deve-se ao primeiro biósofo que sentiu a anciedade de penetrar os mistérios da egometria pura.
MBORA a psico-fisiologiaseja urna ciencia recente,assim como a psico-análise,que tem apenas um escagomeio século de vida, é ine-gável que os modernos
pensadores, fundando-senos rigorosos princi pios de observagao que aquelas cienciasoferecem á biosofia pura, há muito que puzeram de parte as velhas teorías da emogáoque nao podem satisfazer as anciedades dosinvestigadores de hoje.
Todos os períodos da Historia, a comegar
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pelo clássico grego, possuíram grandes teorías emocionáis. Todas elas, porém, gravita-vam mais no campo abstracto do que noterreno concreto da observagáo e da estatís-tica. As concepgóes filosóficas de entao, filhasdo empirismo da época, falhas de teorías
científicas e de exigencias experimentáis, sóservem, hoje, para avaliarmos do valor, emdeterminados casos, da introspecgao inteligente — de certos intelectuais de eleigao.
Agora, á fórga da física nos metralhar acabega com o magestoso axioma dos efeitose das causas, o homem tornou-se infinitamente mais exigente e nao se contenta com
a observagao dos efeitos. Remontar as orí-gens, explicá-las e, se for possível, modifi-cá-las a seu modo e segundo a sua vontade — eis a ambigao moderna, o desejp supremodos investigadores contemporánios.
A ciencia de hoje é bem diferente daciencia de ontem! A’ filosofía abstracta dos
nossos avós, sucedeu a filosofía científica eexperimental dos nossos días. Agora exi-gem-se factos, provas, demonstrares exem- plificativas e claras.
A exigencia irreverente, por vezes atégrosseira, funda-se na verdade, recente-mente demons trada, de que a lógica, a parte
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mais importante da filosofia clàssica, nemsempre està de posse da razào e muito meno sdas realidades objectivas dos fenómenos que pretende explicar.
O método experimental
na investigaQáo científica
Desviando a questao da generalidadefilosófica e estudando apenas a parte quenos interessa, »Os Filtros do Amor e aCiencia», somos forgados, também por exigencias experimentáis, a por de lado todasas concepgòes antigas, que nao correspondemà moderna ància de saber e muito menos aosseus métodos de investigagao da Verdade.
Assim, o dr. Amos, com urna sinceridadeque nos faz vergar em respeito, afirma noúltimo capítulo do seu livro sobre o amor,«O segrèdo da fascinagào pessoal» (*) :
«E ’ inegável que a lgum as pessoas exercemsobre outras um extraordinàrio poder desedugao, que nao pode explicar-se pelo queexpozemos nos anteriores capítulos desta
(!) Traduzimos livremente, para maior clarezado texto.
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obra. Deve haver, de facto, quaisquer forçasocultas que actuem e que eu desconheçointeiramente. Mas nao me falem em supers-tiçôes, porque nao conseguem tirar-me dedúvidas».
E, mais adeante, o grande psicólogo
alemao, prossegue:«Deve, pois, existir urna causa secretadésse influxo maravilhoso, cujos efeitos saodemasiado eloqüentes para se poderem atri buir ao acaso ou a dotes pessoais constatados pelo sentido da visaos.
Amós, partindo do principio verdadeirode que o facto de nós ignorarmos determi
nadas causas, nao implica a sua nao existencia e muito menos se os efeitos, observados com método e com rigor, se mostramsatisfatórios, apresenta-nos a sua admirávelconfissáo de ignoráncia — bem digna de umsábio de tam elevada categoria.
Amós conclue por fazer urna exposiçâo
documentadíssima dos seus estudos, quantoaos efeitos, que reputa inexplicáveis sem aintervençâo de um fluido extranho, e porconfessar que ainda nao conseguiu penetraras causas, embora comece a fazer délas urnaideia um pouco vaga, que se clarifica, contudo,.de momento para momento.
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O dr. Regnault, o conhecido professorde anatomia e medicina da Escola de Toulon, popular pelo seu humor e pelos seus escritoscheios de sal, afirma em «Arte de fazer-seamar», que a atracgào individuai se deveao magnetismo de cada pessoa — desenvol
vido por qualquer processo ou naturalmenteforte de nascimento.
E’ notável o tom sèrio e convincente queèie dà a esta sua opiniào, quando é certoque quási tódas as páginas do livro estàocheias de picadelas de alfinete e de ironiassalpicadas de pimenta. «Venus Mágica»,
depois de dissertar sòbre a dulcissima «Artede Amar», de Ovidio, e de nos apresentaralgumas teorías clàssicas sòbre os filtros doamor e as suas fórmulas empíricas de sedugàoe de encanto, conclue também por atribuira atracgào excelsa a um «nào sei què» dam ul he r— mas sem nos explicar o mecanismo da exteriorisagào nem expor as bases
da hipotese que diz aceitável e racional.E assim se passam em revista um semnúmero de obras, cujos títulos inspiram interèsse na especialidade que nos ocupa, masque, afinal, nào adiantam mais do que as jácitadas.
Sanders, na «Conquista do Amor», urna
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obra documentadíssima e cheia de conhe-cimentos de psicología experimental, afirma :
«Contra tudo o que parece á maioria dasgentes, as grandes conquistas amorosas naose devem a urna sedugao exclusivamentefísica, mas sim a urna atracgáo que se pode
classificar, á falta de expressao mais exacta,de características moráis».Mas nem todos os psicólogos modernos
se estatelaram contra a barreira diamantinadas causas transcendentes do Amor. Algunshá que conseguiram ultrapassá-la um tudo-nada; e é precisamente ésse pequeninoavango que constitue um passo ñas trevas...
Teoría do magnetismo sexual
Os seres que possuem magnetismo sexual náo encontram, segundo Ridley, obstáculos que
possam opdr-se á realizando dos seus desejos. >
Ridley, por exemplo, na sua «Ciencia doAmor» mostra-se um investigador profundo.
O ilustre catedrático, depois de passar emrevista os enigmas que a Historia narra sobrefenómenos de sedugáo irresistível e de com-
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pulsar todas as teorías antigas e modernasque pretendém explicar os {actos expostosapenas pelas atracgóes puramente físicas^acaba por se inclinar para a exteriorisagáoda moiricidade, embora nao nos explique oseu «modus operandi».
O professor Ridley, baseando-se nos fe
nómeno s de magnetismo sexual, que observoucuidadosamente durante grande número deanos, realisou longas e pacientíssimas experiencias científicas e aproximou, com os seusesforgos, a neo-psicologia experimental, maisum passo da verdade.
Os seus estudos sérios, rigorosos, devem-se
quási exclusivamente á observagao dos fados.Até ai, é muito possível que visse com des- preso as autoridades contemporánias quededicam tóda a sua vida á investigado dasleis biosóficas, que Encausse, maravilhado,chegou a classificar de auténtica magia moderna. E também possivel que as palavras deLe Bon, de quem éle se confessa grande
admirador, tivessem pesado no seu cérebro eo vergassem ao estudo experimental dos fenómenos. De facto, Gustavo Le Bon, com a res- ponsabilidade de todo o seu saber e o peso detóda a sua autoridade, exprime-se néstestermos: «Emquantoque a magia antiga nao
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contava, como defensores, senao meia dúziade iluminados, a magia actual conta entre osseus investigadores e adeptos, físicos célebres,fisiologistas ilustres, eminentes filósofos e verdaderos sábios em ciencias naturais».
Realmente, em semelhante companhia,Ridley tinha motivos de sobra para se rir das
ironías dos p ar vo s— que se supóem nodireito de poder discutir tudo, embora, porvia de regra, nao conhegam profundamentecoisa alguma
Despresando, pois, a opiniao dos super-ficiais, que quer ataquem, quer defendam,nao tem o menor valor científico. Ridleyiniciou corajosamente as suas experiencias,
partindo da observado dos factos.E ci ta:«No decorrer da nossa existencia todos
tivemos ocasiáo de conhecer várias pessoasque tenham exercido sobre outras urna acgaoextraordinária de dominio, verdadeiramenteavassaladora: Homens que exercem urna
auténtica fascinagao sobre a maioria dasmulheres que estáo em contacto com éles emulheres, dotadas de qualidades semelhantes,que fazem render a seus pés todos oshomens que se lhes aproximem».
E, logo a seguir, continua:
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«Estes séres, dotados de qualidades cujanatureza tem escapado à nossa investigaçâo,mas cujos efeitos foram sempre de urnaeloquéncia incontroversa, inspiram, muitasvezes até sem querer, as mais violentas paixóes.
«De que força misteriosa, prossegue Ri-
dley, dispóem estas pessoas para seduzi-rem os seus semelhantes? Que qualidades possuem?
«O facto nâo pode atribuir-se à sua beleza, porque raríssimas vezes os triunfadores sao émulos de Adonis ou de Venus.Também nao pode atribuir-se à frescura da
juventude, visto que tanto homens comomulheres conservam o seu poder de atracçâoaté à idade madura.
«Nâo podemos igualmente atribuir ofenómeno à riqueza, porque grande númerode homens e mulheres que exercem tal in-fluéncia, sao, por vezes, pobres e humildes,que poderosos invejam e adoram».
E depois, como num gesto decisivo, deurna convicçâo inabalável:«E ’ preciso atribuir o facto à sua verda-
deira causa — ao magnetismo sexual».Mais adiante, Ridley afirma claramente,
sem rodeios, indo direito ao fim :
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«O homem ou a mulher que possuad e te r m in a d a quantidade de magnet ismosexual, quer êle seja natural, quer tenha sidoadquirido, nâo encontra obstáculos capazesde se oporem à realisaçâo dos seus desejos!».
E foram os trabalhos déste cientista,aliados aos esforços de Swingle, que derra-
maram um pouco de luz na escuridâo imensaque separava os enigmáticos efeitos dascausas.
O professor Walde Swingle, que sintetisourecentemente as suas investigaçôes em «Magnetismo e Amor», chegou precisamente àsmesmas conclusôes a que chegára o seu co
lega de alem-mar.Para Swingle, tal quai como para Ridley,os triunfos da seduçâo, tanto do homemcomo da mulher, devem-se ao magnetismosexual.
Teoria bacilar
Um sèr, atacado pelo * micròbio do amor>, sofre, segundo Fleury, os mais torturantes horrores.
Por outro lado, os investigadores quetudo atribuem à matèria dos très primeirosestados, continuam vigilantes e prosseguem
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afanosamente nos seus trabalhos, embora,até hoje, nào tenham chegado a acórdo.
Como, porém, se trata de homens deciencia propriamente dignos deste nome,ser ia deslealdade nào citar as suas teses —de resto apresentadas com a maior bóa-fé e
desejos de atingir a Verdade.O que é para lamentar é que os doutosinvestigadores se ocupem apenas com acreagào de hipóteses especulativas, sem se preocuparem com o critèrio experimental,embora saibam que é precisamente nèssecritèrio que assenta tóda a autoridade dasciencias modernas.
Assim, o Professor M. Fleury, em «Patologia das emogòes», atribue o amor a um micròbio — ainda desconhecido da ciè nc ia. . .
Faure diz que o amor produz efeitos se-melhantes aos de certos venenos, muitoconhecidos dos antigos, mas nào nos explicaque venen os sao ésses nem nos relata qual-quer experiencia que justifique a hipóteseapresentada !
Stendhal, no «Amor», e Doudet, em«Safo», defendem a teoria de que o amorse deve a qualquer doenga dos sentidos.
Admitem, portanto, a possibilidade da
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existencia de um micro-organismo que provoque a «enfermidade».
As hipóteses aproximam-se.. . E apesarde nào terem qualquer base experimental,nào deixam, por èsse facto, de terem algumfundo de verdade.
O amor pode, realmente, em determinadas circunstancias, apresentar-se-nos comefeitos curiosos — capazes de salvar ou dematar, como a morfina ou o opio !
A verdade, porém, é que o «veneno»,em tudo semelhante, de facto, a um poderoso estupefaciente, comega por causar per-turbagoes complicadíssimas e até, por vezes,
gra nde mal estar geral — tanto moral e intelectual, como puramente físico. Mas o«enfermo» — di-lo a o b s e r v a g á o — acabasem pre por habituar se ao «veneno» e, oque é peor, por nào poder viver sem ele!
Contudo, na realidade, as causas dofenómeno sao outras. E, o que é maiscurioso, é que urna investigagao cons-cienciosa e metódica, feita sem peías nemconvencionalismos, coloca-as no quarto estado da matèria, no radiante, com as suasleis irresistíveis, as suas determinantes deabsorgào, de subjugagao, de neutralisagáoe . . . até de «contàgio».
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Urna mulher que, por exetnplo, íenhagrande número de admiradores , veosaumen tar constantemente, em bora nada fagaconsciente ou inconscientemente, para originar o fenómeno «contagioso»
O contrario, que se deve exactamente as
mesmas leis, também é observável dia adia. Se urna mulher, com grande númerode admiradores, comegaa perder alguns, deum m om ento para o o utr o fica sem umúnico que aplauda a sua ob ra ou elogie asua estética — out ró ra ve rdadeiram ente sedu-t o r a !
A «vida» e a «morte» das estrélas docinema, para falar só de gente universalm ente conhecida, prestam-se á observag&o dosleigos, que nao disponham, por qualquermotivo, de outros meios de investigagao daverdade.
Teoría da refracgao cósmica
Segando certos autores, o poder de sedufSo deve-se ás ondas cosmo-vitais, individua-Usadas pelos seres.
Nao queremos concluir éste capítulo,sem — ainda por lesldade — apr esen tar ou tra
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TEORIA DA REFRACgÁO CÓSMICA
teoria moderna, que corita no número dosseus, adeptos homens de indiscutível saber.
É a da refracgào, feita consciente ouinconscientemente pelos seres, das ondascósmicas que assimilam !...
Após os trabalhos de Millikan, sinteti-
sados no «Electron», e das experiencias deGeorges Lakhovsky, tornadas públicas no«Segrédo da Vida» e no «Universo-ion», anova hipótese nasceu.. . e teve logo como
padrinhos homens respeitabilíssimos, decuja autoridade e boa fé nào é possívelduvidar.
Nós nào duvidamos. Temos, pelo contràrio, demonstrado já, por mais de urnavez, o imenso respeito que votamos aosseus trabalhos e a admiragáo muito sincearque nos tnerecem os seus esforgos e asinvestigagóes constantes a que procedem.
Mas continuamos a lastimar a falta demétodo experimental que se nota nos seus
estudos.Interpretando mal a nossa forma de julgar a questüo, supondo-nos agressivos etalvez mal intencionados, afirmaram-nosrecentemente que os seus trabalhos deinvestigagào científica vSo, afinal, inveredar
pelo caminho da análise. Para isso — dizem
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— só esperam os resultados de urnas expe-riências de captaçâo de fluido cósmico —agora iniciadas com éxito.
E, para ilucidarem a exposiçâo, acres-centam :
«Em Palermo, um estudante napolitano,
M. Natella, conseguiu, por meio de umaparelho de sua invençâo, captar as ondascósmicas e transformar a sua energia emluz, calor e força motriz.
«Afeiçoado desde tenra idade ao estudode problemas científicos e muito especialmente aos que se relacionam com a electri-cidade (e a ponto da própria familia o con
siderar meio doido!), Natella gastara omelhor déstes últimos quatro anos, pensando qual seria a maneira fácil deaproveitaras forças cósmicas. E assim logrou construiru m a p a r e l h o , t e n d o c o m é l e , h á p o u c o ,alcançado um éxito positivo, nas experiénciasque fez em P os itano — terra de urna regiáo,
onde está cabalmente dem onstrad o náo existir instalaçâo electrica alguma.«0 adolescente inventor,coadjuvado por
um grupo de escolhidos colaboradores,depois de colocar o seu receptor-transformador num quarto, e as antenas respectivasno terraço do Hotel Margarita, ás nove da
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noite, conseguili acender duas lampadaseléctricas vulgares, postas por sua vez novarandim central do edificio.
«Pela primeira vez brilhou, nessa ocasiao,a luz electrica em Positano. E essa luz eramais viva e mais clara do que a produzida
por urna corrente gerada em condigóesnormáis. A multidáo que se apinhava emfrente do hotel, ansiosa de verificar os resultados daquelas experiencias, irrompeu emvivas e palmas delirantes, enquanto os sinosda povoagao repicavam alegremente.
«M. Natella, num dado momento, comoFranklin ao comprovar o seu pára-raios,
foi atingido por urna potentissima descargaelectrica. Tom bo u — desmaiado. E só duashoras depois, e gragas a um médico e aosseus grandes cuidados, voltou a si.
«Felicitado e n t á o calorosamente pelasvárias personalidades centíficas, proposita-mente idas a Positano, para presenciarem as
experiéncias, Natella afirmou que o seucaptor tem as mais práticas, úteis e económicas aplicagóes, visto que se pode, comele, obter correntes eléctricas, sem outrosgastos mais do que os indispensáveis paraa manu'.ensao dos aparelhos. Afirmou aindaque a sua i n v e n g á o p o d e ser utilisada
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tarcbém como um seguro meio de loco-mogao, em combóios, barcos, automoveis^.aeroplanos, etc., fazendo-os pecorrer quais-quer d i s tanc ias , sem prec i sao da menor parcela de combustível»
Como se vé, mesmo que as experienciasdéem o resultado que se espera, nao seráfácil transpor o abismo que separa as ondasfísicas ou para-físicas, das ondas psico-fisio-lógicas e muito menos das egométricas.
Mas é preciso que M. Natella, jovemcientista que lastimamos nao ter a honra deconhecer pessoalmente, nao seja vitima dequalqu er gran de emissor hertziano, que tra-
balhe, em alta freqüencia, ñas proximidadesde Posi tano. . . De contrario, o facto dassuas lámpadas se acenderem sem contactonotável pelos sentidos humanos, nao significa grande coisa nem carece de explicagáomuito difícil.
E se assiin suceder, é pena, p o r quedesejavamos ver cob erto de gloria um jóvém
inteligente, culto e trabalhador.
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A s l e i s d a N a t u r e z a s ä o i g u a i s p a r a t u í o e p a r a t o d o s , p o r t i n e
n ä o e x i s t e d i s t i n c à o e s s e n c i a í
e n t r e o s o b j e c t o s , a s o o i s a s e o s s e r e s .
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Maravilhas da Natura
i4s leis da Natureza süo igua is para tuao e para todos, porque nüo existe distingüo essencial entre uní homem e um sol, um so t e um planeta, um planeta e um átomo.
5 leis da Natureza saoiguais para tudo e parat o d o s , porque, c o m overemos, nao existe di-
ferenga essencial entre um homem e um so l, um sol e um planeta, um p l a n e t a e u mátomo.
Apesarda aridés transcendente da matéria,vamos procurar ser claros e precisos, para
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M A R A V I L H A S D A N A T U R A
que, sem grandes esforgos intelectuais, possanascer no espirito do leitor urna concepgaoexacta da Unidade Universal. Náo seremosmassadores nem recorreremos a expressóesmatemáticas para interpretar o nosso pens a me n to , e mb o ra r e c o n h e g a mo s , c o m
Einsten, que essa seria a forma maiseloqüente e ao mesmo tempo a mais sintética de traduz ir um traballio semelhante.Como, porém, entendemos queé nosso dev e r — por que é dever de todo o vulgarisa-do r — descer até as mentalidades maisrudim entares da cultura geral, vamos em-
pregar urna linguagem cha e, po r vezes,
ilustrá-la, a-pesar-disso, com equiparagóesmetafóricas, a-fim de aumentarmos, aindamais, os coeficientes de com pre ensáo. Masseremos breves ñas divagagoes, prop osi tad amente superficiais, das teorias científicasque expozermos e muito mais ligeirosainda, quando nos referirmos a conheci-mentos básicos, que o po vo de cultura
mèdia tem obrigagüo de conhecer.
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E se conseguirnos atingir os nossos
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objectivos — ser tào eloqíientes ou tao sim ples que todo o m undo nos com preenda — dar-mos-emos p o r satisfeitos.
Nao ambicionamos mais nem temosoutras preocupagóes.
A dialética dos superficiais ou o parecerdos ignorantes, que de tudo percebem e sob retudo se manifestam cora prosápias de grandes talentos, nao nos interessam nem nosassustam, porque as consideramos vas,extéreis e inúteis. Podem dizer bem ou mal,atacar ou defender que, para nos, tem omesmo valor — nenhum.
A opiniao dos mtelectuais, dos pensadores, dos Mestres propriamente dignosdéste nome, ouvi-la-emos, pelo contràrio,com o mais profundo respeito, porquesabe mo s que é da sua crítica inteligentemente baseada — seja eia trove jante com ourna noite de invern o ou ten ha a suavidadeenc antadora de urna tardinh a de sol — queresulta o melhoramento de urna obra ou ailuminagao de um espirito.
O macrocosmus e as suas leis
Reconheceu-se, após longos anos deestudo e de observagáo demoradíssima,
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O MACROCOSMUS E A S SUAS L E IS
que o movimento próprio das nebulosas e, por conseqüéncia, o dos milhares de milhoesde sois que sulcam os océanos estelares, provem, etn parte, de um movimento detranslagao dos sistemas solares, que pareceterem um dos focos da sua incalculávef
eclipse de gravitagáo, muito próximo daconstelagáo da Lira. Como, porém, é impos-sivel, pelo menos na actualidade, o cálculode movimentos absolutos, é dificílimo determinar com exactidao, nao só o centro doinfinito (i), mas principalmente os dois focosda gigantesca elipse de gravitagáo dasestrélas. Contudo, devido aos trabalhos deLewis Boss e de W. Campbell, que nosapresentam express5es matemáticas de grandeaproximagáo entre si, nao pode haver lugar
para dúvidas — pelo menos, nos cérebros dosastrónomos que tenham seguido a questao.
E o Sol, o nosso astro central, que éigualmente uma estréla, embora das mais
modestas de céu, nao pode, por obedecer asmesmas leis que regem as nebulosas, deixarde se dirigir para o Apex— um dos focos da.infinita elipse universal.
(i) Einsten.
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Parece, pois, indiscutível que o Sol, arras-tando o seu cortejo de planetas e respectivossatélites, se dirige, com urna velocidade queoscila entre dezasseis e vinte e quatro quilómetros por segundo, para um ponto situadoentre a constelagao da Lira e a de Hércules.
Nésse ponto, dificílimo de determinarcom rigor, deve situar-se, portanto, um dosfocos da elipse do seu movimento de transí a l o . Insistimos sóbre a localisagao de umdos focos da elipse universal, porque naoqueremos que o leitor se esqueja das leisque regem o movimento das estrélas, a fimde, mais tarde, poderem estabelecer compa
r a r e s e aproximar-se da chocante verdadeque nós pretendemos demonstrar.Fica, pois, assente que é indiscutível,
por se achar demonstrado pelas cienciasastronómicas, que o Sol se desloca, na áirecQáo de um dos focos da sua elipse, coma velocidade média de 20 quilómetros por
por segundo. (x). Trabalhos idénticos, igual-
(!) E preciso nao esquecer que nos referimos acálculos recentes, devidos a astrónomos modernos dacategoría de Monck, par exemp'to, que é um dossabios que últimamente mais se tém ocupado doassunto. Os outros, os que primeiro estudaram omesmo movimento, atribuiram-lhe uma velocidademédia de 7.624 quilómetros —em igual unidade detempo.
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O MACHOCOSMUS E AS SU AS LEIS*
mente dignos de fé, porque igualmente saodevidos a autoridades supremas do cálculo,,dào-nos, em movimento semelhante, asseguintes velocidades — relativamente a ou-tros mundos :
Alpha (Centauro), 23 quilómetros ; Ré-
gulus, 27 ; Sírius, 35 ; Bételgeuse, 35 ; Bèta(Ursa Maior), 38; Castor, 40; Capela(Cabra), 47; Alpha (Andrómeda). 56; Alpha(Coróa), 58; Procyon, 64; 61.a (Cisne), 64;Pollux, 79; Arcturus, 83; Vega, 85; Alpha(Ursa Maior), 90; Gamma (Leao), 102; E (Eridano), 103; Omicron (Eridano), 111... C).
Ficamos por aqui, porque já conseguimos
dar urna ideia, embora pálida, forzosamenteincompleta, necessàriamente superficial, dasleis que regem os sois.
Vejamos agora, também sinteticamente,
i1) Seria conveniente, para bem se compreendero que pretendemos demonstrar,compulsar as principáisleis de mecánica celeste ou, pelo menos, recordar asde Kepler e as de Newton.
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como prometemos a principio, as leis queregem os planetas:
Os planetas, tal qual como os sois, témtambém de percorrer as suas elipses e deobedecer, pelo menos como a Terra (i), asleis impostas por um dos focos e ditadas,como é natural, pela estréla que o ocupa.
O nosso globo, por exemplo, percorre a sua elipse, em torno do nosso Sol, que ocupaum dos dois focos, com urna velocidade decerca de trinta quilómetros por segundo(29,616). O que sucede com a Terra, sucedecom os outros planetas, embora em proporgáoas suas massas e aos eixos das elipses que
tém de percorrer. Nao fazem excepgáo as leis da naturezanem mesmo os vagabundos do espago. Ocometa de Halley, para citar só um, percorre a sua elipse em torno do astro-rei, que igualmente ocupa um dos respectivos focos, coma magestosa velocidade, no periélio, de 393quilómetros por segundo!
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* *
ll) Há sistemas com vários sois.
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O MACROCOSMUS E AS SUAS LEXS
Já vimos como os sois, obrigados porurna força incognoscivel,infinita , rela tivamenteas nossas possibilidades de «controle», per-correm u r n a elipse indeterminada, c o mvelocidades proporcionáis às suas massas eàs distâncias que os separam do poderosofoco de atracçâo (i). Vimos igualmente comoo Sol, até aqui encarado como escravo doApex, se transforma era poderoso senhor,ob riga ndo o seu cortejo de escravos a obedecer às suas imposiçôes de gigante.
Vejamos agora como o nosso planeta,relativamente à Lúa, sobe também à categoría de grande centro de atracçâo.
A Terra, à semelhança do Apex, exactamente como o Sol, também obriga o seusatélite a percorrer urna elipse, na qual ocupaum dos focos. A Lúa, tal qual como a Terraem volta do Sol e o Sol em torno do Apex,também rebola no espaço, relativamente anós, com velocidade respeitável. O seu mo-vimento médio, na elipse que a Terra a
obriga a percorrer, é de cerca de um quilómetro por segando ou, mais precisamente,
(i) Em principio, atribuiu-se o facto à fôrça damatéria, fazendc-o proporcional à massa.
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de 970 metros no apogeu e de 1.080 no per ige u— quando está mais perto de nós.
E se a Lúa tivesse também um satélite,um planeta inferior à sua massa , que girasseem tòmo do seu centro de gravitalo, subiría
por sua vez a imperatriz e obrigaria o sub--satélite da Terra a percorrer urna elipse
idèntica à que eia pròpria percorre em voltado nosso glòbo.Somos, pois, forjados a concluir, mara-
vilhados, que as leis, no imenso campo ma-crocòsmico, obedecem à mesma harmonía emanifestam-se, em todas as direcgòes, comurna regularidade matemàtica, com urna pre-cisào absoluta — que nos obriga a pasmar!
Passemos agora a outro cam po e vejamos o que sucede no mundo infinitamente pequeño — no mundo ultra-microscópico.
O microcosmus e as suas leis
Preocupados com o nosso critèrio de ser breves, de aligeirar a linguagem científica
e até de lhe emprestar urna certa beleza esuavidade de expressao, nao temos, eremosnós, massado o leitor com pesadas teoríasnem com longas exposigoes dos esforgos daciéncia. Os detalhes técnicos e demorados,
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Em busca do nada
Para principiar, tomemos ao acaso umcorpo sólido qualquer, um pedalo de granito, por exemplo, e partàmo-lo, depois, emmilhares e milhares de bocadinhos.
Repetindo a operaio diversas vezes,
obteremos, primeiro, pequeníssimos fragmentos, depois, urna areia finissima, quàsi im- palpável e, em seguida, urna poeira de gràosmicroscópicos — pràticamente inseparàveis.Cada um dèsses gràos infinitamente peque ñosnào contem, nSo poderà conter mais do queum unico dos minerais constitutivos dogranito: Feldspath, quartzo ou mica.
Se nós quizéssemos, agora, dividir éstes pequeníssimos gràos em partículas aindamais ténues, os seus componentes mineroló-gicos seriam por seu turno dissociados e nàonos deixariarn, após a delicada operagào,mais do que compostos químicos elementares,como moléculas de silicio, de aluminio, de potàssio, de óxido, de ferro, de manganez etc.
Mas o resultado seria sempre urna subdi-visào, seria sempre alguma coisa e nunca onada, que nào existe, que nào pode existirna natureza. N ada é apenas um símbolo —exactamente igual ao tddo\
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Destru'ígao da molécula
A molécula é o extremo limite da divisaoquímica. Isto quer dizer que se quebrarmosurna molécula, nao obteremos, como resultado, senao corpos simples indecomponíveis,como o maganez, o ferro, o potássio, o aluminio, o silicio, o oxigénio, o hidrogénio etc.
Urna molécula é, pois, segundo se deduzdo exposto, um agrupamento de átomos decorpos simples: Urna molécula de siliciocontém, por exemplo, um átomo de silicioe dois de oxigénio.
E achamo-nos, percorrendo a estrada donada , nura mundo vertiginoso — num mundoinfinitamente pequeño, onde existe, aom esmotempo, um mundo infinitamente grande.
De facto, o número de moléculas de umsimples grao de poeira desafia, com a certezaabsoluta de vencer, a imaginado humana!
O número de moléculas contidas numúnico centímetro cúbico de gaz, matériamuitíssimo mais rarefeita do que o pó, expri-me-se por um 3 seguido de nada menos 19zeros!
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A grandiosidade do infinitamentepequeño
Para fazermos ideia de tal grandiosidade, basta dizer que se dividíssemos todas aque-las moléculas em grupos de um milhar cada
um, necessitariamos mil anos, empregandonoite e dia, para contar éstes grupos, gastando apenas um único segundo para fixarcada um déles!
E se quizéssemos contar, urna a urna,todas as moléculas dos grupos, gastaríamos,á mesma velocidade de um segundo paracada urna délas, nada menos de um milhaode anos, trabalhando de noite e de dia!
Após o que acabamos de dizer, basta-nosacrescentar que há moléculas que contémoitenta átomos e mais.
Pode calcular-se, agora, a grandiosidadedéste mundo infinitamente pequeño, que é,quer queiramos, quer nao, um mundo infini
tamente grande!Após a divisao minerológica do nosso pedazo de granito, depois da divisao químicados minerais, em seguida á dissociagáoextrema dos corpos químicos, vé-se que oátomo, embora químicamente simples, é,contudo, físicamente dissociável.
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Contràriamente à sua etimologia (àtomoquer dizer indivisivel), èsse infinitamente pequeño é um composto de partes, um agru- pamento de elementos, urna organisaçâo de principios, um verdadeiro sistema de fôrças.
De facto, um átomo é constituido por um
«nùcleo» carregado de electricidade positiva,em torno do qual, em ultra-microscópicaselipses (i), giram «electròes» — carregadosde electricidade negativa. O sistema completoé electricamente neutro : A energia positivado «nucleo* é equilibrada pela força negativa dos «electròes* que gravitam à sua volta.É precisamente esta harmonía, extraordinà-
riamente maravilhosa, que assegura e asse-gurarà sempre a estabilidade do «tòdo».
Nao se trata de urna fantasia
O que acabamos de expor nao é o frutode urna hipótese; é, pelo contràrio, o resul-sultado concreto e indiscutivel de profundis-simos estudos.
(!) Note-se a harmonía existente entre as leis queregem o infinitamente grande e as que se impôemno infinitamente pequeño.
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Nós já nao estamos nos tempos do átomoteórico dos antigos filósofos, dos químico--feiticeiros dos primitivos sáculos das trevas.Hoje reina a Luz e é a essa Luz que se «ve»,que se «apalpa», éssse infinitamente pequeño — que se constata a realidade incontroversado electrao.
E é táo real, táo concreta a sua existenciaque os físicos modernos chegam a foto-g ra f á - lo . . . !
O electráo deixou, pois, de ser um in-visível, um imponderável elemento da natu-reza constitutiva das coisas. É tao real comoo Homem, que o descobriu, e tao grandiosocomo a Natureza, que lhe deu orígem.
A física nao nos explica como nasceu a primeira coisa, como se gerou a primeiracélula. Diz-nos apenas que nada há eterno — que tudo se transforma.
Mas a transformado é impossível se naohouver nada para transformar. Em principio,temos, pois, de admitir urna matéria-Una,que se desdobre — que se transforme sob
diversos aspectos, com mais ou menos átomos por molécula, com mais ou menos elec-tróes por átomo.
Essa matéria-Una, ésse imenso Corpo-
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-Causal, tem forzosamente de ser eterno —sem principio nem fim.
É um Absoluto Incognoscivel, a múltiplas dimensoes, para o qual nao existemnem o tempo nem o espado. Nao está em
parte alguma, embora, porisso mesmo, esteja
em toda a parte ao mesmo tempo.Mas ésse Incognoscivel é o Deus da teología, o Eter dos filósofos, a Natura, a imensaBatería de ondas cósmicas dos físicos?
Chamem-lhe o que quizerem.. . mas naotentem definir um absoluto, cuja forma, paranós, é científicamente incognoscivel.
De facto, podemos nós, habituados a jul-
gar tudo por equiparado, fazer urna ideia, por pálida que seja, de um Absoluto — doúnico absoluto que existe, por que todos osoutros elementos que conhecemos e ignoramos sao relativos do «Todo», do «Eterno»?
Todas as nossas comparares tém por base um padrao creado por nós. O «grande»nao passa de um relativo do «pequeño». O«pequeño» nao é mais do que um relativodo «grande»,
E isto, por que, para álém do
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É tudo relativo, pois. Só um elementohá absoluto e ésse é eterno — sem principionem fim, superior ao tempo e ao espago.
Transmuta
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dos de electricidade positiva. Éles retèm, nasua esfera de atracgào, um electrào por uni- dade de carga. Num dado corpo simples,todos os núcleos atómicos encerram ummesmo número de unidades de carga. Porconseqüéncia, èles retèm um número inva-riável de electróes e é precisamente éste factoque serve de base fundamental à distingàodos corpos simples.
Assim, um átomo de hidrogénio nao possue mais do que um electrào ; um átomode hélio, tem dois ; um de litio, trés ; um dealuminio, treze ; um de cobre, vinte e nove ;
um de oiro, setenta e nove ; um de mercùrio,oitenta, etc.Por «bombard eamen to»,os físicos podem,
como já dissemos, subtraír ao cortejo de umnúcleo atómico um ou mais electróes, emborao átomo incompleto, o «iáo», se completelogo que recupere o número de electróessubtraídos.
Isso, porém, nao quer dizer que o homemnào possa, de momento, converter o mercùrio em oiro, subtraindo um electrào aocortejo atómico daquele metal líquido. Oque quer dizer, quando muito, é que o homemainda nào sabe, ainda nào conhece bem a
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mecánica electrónica e, por isso, nao podeconservar, nao lhe é possível tornar estável,enq uan to nao adquirir mais profundos conhe-cimentos do infinitamente pequeño, o tra- balho realisado.
A moderna pedra filosofal
Os primeiros investigadores do átomoforam os árabes. Éles partiam, para os seusestudos, de um raciocinio filosófico que hojefaz pasmar os mais brilhantes ornamentosdas ciencias contemporánias. Já naquélestempos primitivos, os investigadores da Natura acreditavam, embora o nao pudessemdemonstrar, que no Universo só existe — sóé eterna urna «Matéria» única.
O resto, a diversidade imensa de corposq u e conhecemos e ignoramos, já nao era, para éles, mais do que urna diversidadeimensa de aspectos.
Raciocinando de forma semilhante, é
fácil de supór que éles pensassem constantemente no deslumbrante problema da transmutado da matéria.
Os principáis herméticos foram Gaber eRhozés, árabes. Mais tarde, com a creadode «escolas», surgiram Rogério Bacon, Alberto
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o «Grande», Raimundo Lulle, Basilio Valen-tim, Paracelso e outros. O auge dos alquimistas foi no século XVIII. A
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há impossível. É tudo questáo de tempo ede estudo.
Segundo a teoria actual dos átomos, nóssabemos que todos os corpos sao compostosde partículas idénticas, nao diferindo, entresi, senao por cargas eléctricas, como já
vimos.As partículas carregadas de electricidade
negativa denominam-se, como já dissemos,«electroes» e as carregadas de electricidade
positiva— «protóes». Num dado átomo os«protóes», juntos a um certo número de«elecíroes», aglomeram-se e íormam um
«núcleo» positivo, em voltas do qual gravi-tam os «electroes» — como os planetas gravi-1am em torno do Sol.
Ora se ao nosso «Sis tema Solar»subtraíssemos um planeta, essa subtracgáodaría forzosamente orígem a perturbaresno movimento dos planetas restantes eteríamos de proceder, como se se tratasse de
um sistema novo para nós, para calcular asefemérides astronómicas.Isto é intitu'ítivo — é lógico e compreen-
sível, mesmo para aqueles que nao estáoíamiliarisados com a mecánica celeste Bastarecordar o que sucedía com as efemérides deUrano, antes de Le Verrier ter descoberto a
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existencia de Neptuno, para se concluir logoa exactidào daquela grande verdade.
Pois bem. O que sucede no infinitamentegrande, no macrocosmus, sucede no infinitamente pequeño, no microcosmus. A mecánica celeste nào difere da mecánica atòmica.
Se, por tanto, como já vimos, subtraisse-mos um electrào a um determinado átomo,èie, como sucedería ao nosso sistema planetàrio, converter-se-ia num outro corpúsculode constitui'gào fisica diversa.
Se o átomo que submetessemos à experiencia tivesse 80 electròes, como o de mercùrio, ficariamos coni um àtomo de 79 electròes, como o do oiro.
Nào é, pois, urna quimera a produgàoartificial déste metal precioso.
Vem em auxilio do que afirmamos o pedido de patente para o processo de trans- mutafào do mercurio em oiro, feito, hà poucotempo, pela conhecida empreza alemà «Sie
mens und Halske Aktiengesellschaft».Essa patente de invengáo, que se acharegistada sob o n.° 599.762, é expressa nèstestèrmos :
«A transmutagào do mercùrio em oiro,,submetendo o primeiro metal a diferentesacgòes eléctricas, obtem-se de diversas form as i
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1.“ — O mercùrio é submetido a urnadescarga eléctrica, descarga que atravessaum dieléctrico líquido, por exemplo o óleode parafina, ou líquidos nào susceptíveis deemulsionar-se, como o éter; devem, porém, preferir-se os halogenados do carbono, comoo tetracloreto de carbono.
2.° — A descarga eléctrica do mercùrio éainda exercida provocando urna descargadiscontinua entre um eléctrodo de mercurioou contendo mercùrio e um segundo eléctrodo. Obtem-se assim, quantidades de oiromuito mais consideráveis do que com um
arco luminoso uniforme, principalmente sese dispuzer uma self-indugao no circuito dedescarga e se se empregar uma freqüénciaelevada.
3.° — A superficie do mercùrio líquido ousólido é submetida a uma corrente de elec-tróes gerada por um cátodo incandescente ;airradiacào electrónica é feita num espago
de ar rarefeito. Um vàcuo muito elevado émantido entre a superficie do mercùrio e ocátodo, ao passo que uma tensáo elevada éligada ao mercùrio e ao cátodo.
4.° — Forma-se igualmente oiro no mercùrio, conduzindo atravez deste urna corrente de intensidade suficiente, por meio de
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eléctrodos constituidos por corpos passivosrelativamente ao mercùrio. Uma vez separado o oiro, o mercurio é submetido a novotratamento.
5.° — Provoca-se, finalmente, um a des
carga eléctrica sem eléctrodos num recipientecontendo mercùrio.
0 sistema atòmico é semelhante aum sistema planetàrio
Cada sistema atòmico é a imagem, no
infinitamente pequeño, do que é um sistemasolar - no infinitamente grande .O seu nùcleo é um sol, em torno do
qual gravitam os electròes — seus planetas.O sol hidrogénio nào tem mais do que um
planeta. Há-os, porérn, que teem muitosmais do que o pròprio astro centrai do nossosistema planetàrio. O sol m e r c ù r i o , porexemplo, tem nada menos de oitenta planetasem torno de si !
Registamos semelhangas; mas, como sededuz fácilmente, entre ambos os sistemas hátambem suas diferengas.
De facto, a atracgào newtoniana que fazgirar os planetas em torno do Sol nào é pre
cisamente a atracgao electrica que faz girar
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os electroes negativos em volta do seu núcleo positivo. As órbitas dos electroes, contrá-riamente as dos planetas, entrecortam-seconstante me nte. E ’ outra difereng a— que,a-pesar-de tudo, nao destroi a lei geral.
Em suma, na Natureza nao existe o grande
nem o pequeño . O que íaz com que osobjectos ou seres nos paregam pequeños ougrande é apenas o fruto de urna análise porcomparagáo, visto que só por compara-gao podemos julgar as coisas que nos cercam.
Tudo sao proporgóes.Supun ham os que o ta ma nho do único
electrao do hidrogénio é idéntico a um óvode pata.
Admitindo esta hipótese, a sua distánciaao núcleo, amplificada ñas mesmas por por-goes, seria de 1.100 quilómetros!
Se nós fizessemos a órbita déste electraoigual á que a Terra descreve em torno doSol, seria preciso dar á órbita do electrao
um diámetro de mais de 10.000 quilómetros,comparável com a da Terra, que nao vai alémde 13 mil.
A velocidade de traslagao dos electroesem volta do seu núcleo é também urna enor-midade. .. astronómica. O electrao único dohidrogénio faz t a n t a s revolugóes, nutn
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segundo, err. torno do seu núcleo, como fariaurna hélice de aéroplano em cerca de quatromilhoes de anos!
Enquanto a Terra, na sua revolugaoanual em torno do Sol, percorre cerca de20 quilómetros por segundo, éste electraode hidrogénio percorre quási 3.000 nomesmo espago de tempo!
E éste electrao náo é dos mais rápidos..Um electrao de uránio, por exemplo, está
animado de urna velocidade, na sua ultra--microscópica elipse, de uns 201.164 quiló
metros por segundo!O infinitamente pequeño é igual
ao infinitamente grande
Assim, um grao de poeira que nós pos-samos obter, despedazando um bocado degranito, é, em realidade, um enorme e vertiginoso universo — contendo milhares e
milhares de «sois», separados por distánciascomparativamente fantásticas e em voltados quais gravitani «planetas» animados develocidades que desafiam a mais robustaimaginacáo humana.
O que nós chamamos pequenés é imen-sidade; o que nos parece iinovel é movi-
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mento — o que nós supomos vazio, nào en-cerra o tremendo horror do vàcuo.
Conclusaci pasmosa
E o nosso pròprio corpo, que se compòe
de orgàos, constituidos por células, constando de glóbulos coloidais, dissolvendocristaloides, resume-se, "finalmente, em átomos—imensamente mais numerosos que asgotas de água encerradas por todos osocéanos!
E cada um désses átomos infinitamente pequeños, é um astro grandioso, circundado
por um cortejo incalculável de mundos —que percorrem, vergados pela mesma lei»elipses imensamente pequeninas!
** *
Analisemos agora o homem e o animal
inferior, as plantas adoráveis e os mineraismais grosseiros, os mil objectos que possuí-mos e os milhóes de coisas que nào temos.
É preciso que saibamos que tudo vibra,tudo vive urna vida vertiginosa e palpitanteA morte nao existe, porque a morte é o nada
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é o caos, é o vácuo, e a Natureza, nao reco-nhece, nao pode reconhecer, nem o vácuo,nem o caos, nem o nada!
Tudo o que conhecemos e ignoramos temvida semelhante — na esséncia,
Os próprios cadáveres das plantas e dos
seres apresentam-se-nos com urna vida táovertiginosa, como a que possuíam antes datra ns fo rm ad o. Há só urna diferenga: Aactividade mudou de «meio» e age de acórdocom ele. Mas a vida prossegue, prosseguesempre, embora sob o aspecto diverso quea transfo rm ado realisou. A co nc ep do do
inanimado, do repouso absoluto, é puramente simbólica, porque a morte, no sentidorigoroso do termo, nao existe no Universo.
A rapariga mais formosa, mais requintadamente sedutora, pondo de parte as com
plexidades orgánicas e a luminosa ev o lu d odo seu espirito, nao difere, em esséncia, dohumilde verme que tombou na Terra nem
do magestoso sol que gravita, poderoso echamejante, nos incomensuráveis espatos doC é u !
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s e f l u c a o e E n c a n t o
O s c e n t r i p e t o s s a o a m a d o s c e g a m e n t e — f a z e m e s c r a -
\ o s ; o s c e n t r í f u g o s , a m a m
c o m e x t r e m o s d e l o u c u r a — f a z e m s c n h o r e s a b s o l u t o s .
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Sedugáo e Encanto
Os centrípetos sao amados cegamente —fazem escravos, verdaderamente idólatras; os centrífugos, amam com extremos de loucura — fa zem senhores absolutos, que adoram como deuses.
S centríptos,comoadiante
veremos, sao amados cegam ente -- fazem escra-vos, verdadeiramenteidólatras; os centrífugos,amam com extremos deloucura—fazem senho
res absolutos, que adoram como deuses.Esta afirmagao, onde o significado de
amar se funde com o de urna atracgao verdadeiramente irresistivel, carece de serdemonstrada.
Demonstrá-la-emos, nao só á luz da
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cientíssima investigado no «folk-lore» dos primitivos povos da Terra.
Claro que o lado empírico da questaonao pode, no actual momento, inspirar-nosqualquer interésse.
Outro tanto, porém, já nao sucede como «acaso» de Pascal — o pai da ciencia das
probabilidades, cujo cálculo nos é indispen-sável íocar, embora em duas linhas apenas.Mas é preciso assentarmos já, antes mesmode esbogarmos o mais ligeiro estudo, queum milháo de probabilidades nao constitue,
por eloqüentes que sejam, senáo urna aprox im a d o de certeza — que a realidade pode
destruir, mesmo quando nao conhegamos ascausas e nos seja impossível explicar osimprevistos efeitos. Recordem-se as palavras,que Napoleáo proferiu momentos antes deiniciar-se a histórica batalha de «Waterloo:«De cem probabilidades de triunfo, tenhoñas minhas maos noventa e nove*.
Contudo, todos souberam depois, todos
o sabem agora, que a única probabilidadeque lhe faltava continha a mais formidávelderrota que os tempos registaram.
Deduz-se, pois, com que prazer Napoleáotrocaria as suas noventa e nove probabili
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O LLVRE A RBITR IO E A FAT ALIDA DE
dades pela probabilidade única que ele atri buía a Wellington.
Apesar disso, as Ieis de Pascal ficam de pé — com sólida base científica. O que se pretende é apenas evitar confusóes com relativos compreensíveis e incompreensíveisabsolutos.
É inegável que se jogarmos ao mesmotempo dois dados, é mais difícil, precisamente por ser menos provável, obtermos o valor dedois ou de doze, do que qualquer um doscompreendidos na série.
Para se compreender o exposto, basta verificar que para se obterem aqueles valores
é indispensável que ambos marquem azes,no primeiro caso, ou únicamente senas, nosegundo.
1 + 5 = 62 + 4 = 63 + 3 = 6
4 + 2 = 65 + 1 = 6
Ora, para obtermos seis pontos, porexemplo, dispomos de cinco formas distintas,
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pois basta que os dados marquem 1 e 5,2 e 4, 3 e 3, 4 e 2 ou 5 e I, para ganhar-mos a part ida. . .
A probabiiidade relativa de um aconte-cimen to é o cociente que se obtem, divi-dindo a probabiiidade absoluta do aconte-cimento pela sòma das probabilidades abso
lutas dos acontecimentos que se comparam.Um exemplo: O que é mais provável,
quando se jogam dois dados, obter a somade 4 pontos ou a de 7 ?
O número de casos possíveis, quando se jogam dois dados, é de 36. A sòma de 4 pode resultar de 1 e 3, 2 e 2, 3 e 1 ou sejam tres
formas distintas. A de 7 obtem-se com 1 e 6,2 e 5, 3 e 4, 4 e 3, 5 e 2, 6 e 1, o que nosdá seis possibilidades de ganhar.
Respondendo agora à pregunta, é fácilgarantir que é mais provável obter-se asòma de 7, visto que há a probabiiidade de-|- de se obter esta sòma antes que a de 4coincida:
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36 2
Mas nem tudo, por deficiencia dos nossos
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Se o dado nào partir do repouso, isto é,-se já se estiver jogando , o caso varia — e pode oferecer-nos grandes probabilidades, seo impulso inicial, a resistencia, o atrito e ochoque nào ultrapassar certos limites.
De contràrio, com um só dado, nào hà
cálculo que nos dè probabilidades de ganho — fora do terreno puramente estatistico, quefica anulado, como se sabe, se partirmos dorepouso.
Mas bá casos ainda mais vulgares, quetodos os dias se apresentam à análise doobservador.
A moeda que cai ao cháo, rola e fica de
p é ; a ponta de cigarro que se atira fora e ficasuspensa em pequeña base ou esbarra com acabega de um prego; a bolita branca da roleta,que depois de varias rotagòes vai precisamentecaír no mesmo número em que anteriormentecaira, sáo exemplos eloqüentes das leis doacaso, que o homem nao pode cálcular.
Em que posigáo se devem por os dedosda mào, para que a moeda càia, role e fiquede pé? Que impulso é preciso dar à pontade cigarro, para que eia, desafiando as leis>da gravidade, se vá equilibrar nuns milímetros¡de tábua? Poderá repetir-se, à vontade, a
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O L1V11B ARBÍT1U0 B A FATALIDAD®:
queda da bola no mesmo número as vezesseguidas que nos aprouver?
Nao. Mas só por isto: Porque a comple-xidade de movimentos é tamanha que ohomem nao pode sintetisa-la para a pór emequagáo. Se pudesse e fosse possível, obede-
cendo a fórmulas, realizar os mesmos movimentos, feriamos forzosamente em campo asmesmas causas e assistiriamos, com absolutacerteza, ao desenrolar dos mesmos efeitos.
Admitamos, porém, que o poder de observado do homem é divino e que o seu poderde análise e de síntese é, por conseqüéncia,infinito.
Neste caso, o número da «sorte grande»da lotería seria determinado, pelo cálculo,,com absoluto rigor.
A probabilidade de um acontecimento éa rela?áo de um número de casos favoráveis para a dos possíveis. Se subdividirmosos casos favoráveis em vários grupos, a
probabilidade do acontecimento será equivalente á som a das probabilidad es totais,relativamente a cada um désses grupos.
Com o já vimos na pág ina 67, adicio-nam-se efectivamente as fracgóes com omesmo denominador, sumando os numeradores.
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eterno, nào chegaria, sequer, a assimilar o problema! Se fosse, é possível que a loteriaacabasse e que tóda a gera^ào humana tivessedeixado de existir, quando èie, no firn, se
puzesse a discutir o enunciado !O facto, embora impossivel, mostra-nos,
contudo, que a sua irrealisa^ào se deveapenas à deficiencia dos sentidos humanose às condigòes de «meio» em que o homemexiste; nào à fatalidade dos clássicos nem aoacaso da supersti^ào.
Isto, sob o aspecto físico-matemático puro.Debaixo do ponto de vista psico-fisico
ou, mais rigorosamente, biosófico, analisemosoutro fenòmeno curioso, que muitos atribuemao incognoscivel.
No alto de urna obra trabalham vários pedreiros. Urna senhora, depois de ter entradoem cem estabelecimentos, ter feito deitarabaixo mil prateleiras e comprado metro emeio de setim, passa sob a mesma casa
onde os pedreiros trabalham. No mesmoinstante, um homem cai do alto da obra emata-a, ficando apenas, pela atenuado dochoque, ligeiramente ferido.
Seria necessàrio, para basear condignamente o fenòmeno da conjun^ào, determinar
primeiro se a senhora passou quando o
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homem caiu ou se o homem caiu precisa-mente quando a senhora passou. Mas isso élongo — e ultrapassa os limites déste livro.
Limitemo-nos, como nos propuzemos, aseparar o livre arbitrio da fatalidade e ademonst rar que um e outro sào fructos da
nossa imaginagào — imensam ente creadora,extraordinariamente fértil em concepgóesdesta natureza.
* *
Em primeiro lugar, notemos que o homemé escravo do «Tempo» e do «Meio». Essaescravidào dà origem à luta e é precisamenteessa luta que causa as manifestares da vida.
Mas o homem nao está absolutamente prèso nem absolutamente livre.
A demonstrado do exposto està no factode èie ter nascido para caminhar a duas
dimensòes e, após urna luta gigantesca, podermover-se agora a très. Claro que as leis da Natureza continuarli a impor-se e assim,urna vez ou outra, o homem sobe volun-tàriamente e depois de voluntàriamente atra-vessar, orgulhoso, o espago em tódas asdireczòes> faz uma aterrissagem forgada, su-
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perior à sua vontade, e vem estatelar-secà em baixo. . .
Conclue-se do exposto, que a naturezaconsente ao homem um livre arbitrio relativo
— dentro do seu dominio absoluto. Ora, seo livre arbitrio é relativo, a fatalidade é for-
çada a ser relativa também; e um e outradeixam de existir — no significado absoluto, que a filosofia clàssica lhes atribue.
Analisando melhor a questào, chtga-se acompreender que a desgraça que nos persegue ou a dita que nos acalenta dependemexclusivamente de nós e sâo funçào dosnossos estados de alma e da nossa fórma de
pensar, de sentir e de agir.Sob o ponto de vista biosófico, a fatalidade, a ventura, o acaso e a sorte, sâo pala-vras vas, ôcas de sentido, como o fado, odestino e a desgraça — que nao teem, comovemos, o significado errado que os povoslhes atribuein.
«Na Natureza, diz Flammarion, tudo se pode explicar. Só é preciso... saber».
De facto, as ciencias abstractas ensi-nam-nos e as concretas demonstram-nos quenao há efeito sem causa. Por conseqiiéncia,.está nas nossas máos estudar a fórma de pro
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Sedugao e Encanto
Os centros de verdadeira beleza assemelham-se nos grandes sois do espado, que impoem o seu imperio invencivel a todos os planetas que os circundam.
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o de fazer com que nao constitúa urna novateoria do amor, a juntar as tres que já expo-zemos, a do «magnetismo sexual», a «bacilar-e a da «refracgao cósmica» — o acaso ou asorte.
E estamos certos de que as pessoas queseguiram com atengao o ligeiro esbógo que
fizemos sobre a interpretado científica doacaso, nao podem atribuir á «sorte» os seustriunfos nem á fatalidade as suas derrotas.
Ninguém casa com um principe por serafortunado ou com um bandido por serinfeliz. Há outras razóes mais eloqüentes emais exactas, que determinam a uniao dos
seres e das coisas, segundo ambiénciascriadas pelas próprias coisas ou seres.
Moderna Atracpao Universal
Como lei universal da vida, parece poderestabelecer-se dos factos, da observado e daexperiencia, das teorias expostas e dos tra-
balhos de laboratorio que exporemos aseguir, que tudo quanto existe, desde o mineral mais grosseiro ao ser mais evoluído, utrai-se, entre si, na razáo directa da sua beleza egométrica e na inversa das dificul- dades a vencer.
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namente, parece que a lei que impera noinfinitamente grande, em tudo idéntica á quese faz sentir no infinitamente pequeño, é a
délas terem sido feitas sem considerado alguma paracotn o problema do sèr e do destino. Foi a ignoranciade nós mesmos que deu à mecánica, à física e à química o poder de modificar, ao acaso, as antigas formasda vida.
«O homem deveria ser a medida-padrao de tudoquanto existe.
«Mas èie, pelo contràrio, é um completo estranhono mundo que enriqueceu. Nào soube organisar èssemundo para si, porque nào conhecia a sua pròprianatureza. O homem ignora-se. Apenas conhece o
que o cerca!*A enorme dianteira tomada pelas ciencias dascoisas inanimadas sóbre as dos seres vivos e especialmente sobre o homem, é um dos acontecímentos maistrágicos da historia da humanidade. O «meio» construido pela nossa inteligencia e pelas nossas invengSes nàose ajustou nem à nossa estatura nem à nossa fórma.
Náo nos serve. Torna-nos desgranados. Néle degeneramos moral e mentalmente. Sao precisamente osgrupos e as nagSes em que a civ ilizado industrial
atingiu o apogeu que nos enfraquecem mais. Sàoaqueles em que o retorno à barbarie é mais rápido ; porque permanecem indefesos em frente do «meio»dverso que a ciencia oficial lhes criou. Em seme-lhante civ ilizado, que ignora a vida, torna-se impos-sível a e«istencia humana !
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mesma que se manifesta na vida conscientedos sêres e na existencia inconsciente dascoisas.
E notavel a semelhança, quási absoluta,dos campos: Nao há nenhum sêr, objecto oucoisa que seja exclusivamente atraído, numa
única direcçâo, por urna única coisa, umúnico objecto ou sêr: As atracçôes sâo sempremúltiplas, embora de intensidades diversas.
O sêr que nos domina, ocupa, enquanto persistir o seu império sobre nós, um dosfocos da elipse, ao mesmo tempo que todosos outros centros de atracçâo se reünem nooutro foco. Déste último pode, em dado momento, partir urna força que neutralise oufaça mesmo desaparecer totalmente a pri -meira. Néste caso, as forças menores saltarao
para o foco neutralisado, ficando no diametralmente oposto apenas o potencial que con-seguiu su'ojugar-nos.
O fenómeno tem origem no facto do
induzido se mover constantemente no perímetro da elipse.
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Causas
nos objectos e nas coisas
Muito antes de se ter destronado o átomoe creado, em substituiçâo da sua magestade,a teoria electrónica, já os nossos avós conhe-
ciam, por experiência própria, a energia queconstantemente irradiam os objectos e ascoisas. O seu conhecimento do quarto estadoda matéria era tâo profundo, que êles che-garam a construir poderosos acumuladoresdessa força, fazendo centralisar potencialidades diversas, tâo fortes como a electrici-dade e tâo duradoiras como o rádium, em
pequenissimos objectos — destinados às tremendas cerimónias absolutamente esotéricasde Magia Superior.
Leadbeater, no seu livro «O lado ocultodas coisas», trata magestralmente do assunto,demonstrando-nos pela observaçâo e pelaexperiencia que todos os objectos ou coisascriam em torno de si campos repulsivos ou
de atracçâo, que podem modificar o «processus» de vida nao só de outros objectos oacoisas, mas até dos próprios séres. O sábioteósofo conclue por afirmar que certos
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acumuladores dessas energías, hoje tâo raroscomo as mais raras pedras preciosas, chegama afectar o próprio espirito humano, até ao
ponto de criarem ambientes ao homem ca- pazes de lhe proporcionarem os maiorestriunfos ou as quedas mais desastrosas!
Atkinson, ocupando-se do mesmo assuntoem vários livros da sua gigantesca obra (maisde quarenta volumes!), faz a mesma compa-raçâo entre a física clássica e a moderna eacaba com éste comentário:
«E os antigos conheciam isto!»É, de facto, surpreendente para quem
estuda, hoje, descobrir que os sábios de um
ontem muito remoto possuiam conhecimentosque as ciéncias contemporáneas aínda naodominam com precisao!
Agora, realmente, ninguém ignora que acoisa mais simples, um pequenino grao deareia, por exemplo, é um gigantesco mundode vida. Mas o que aínda poucos sabem écomo utilisar essa extraordinária força intraatómica e muito menos dirigi-la em determinada direcçâo! (1).
(!) Afora algumas reservas sóbre o alcance da teoríade Borh, pode dizer-ss que os slementos prinordiaisadmitidos para a explicado do mundo nao biológico,
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«Paris, tào avaro dos seus e tao cerimonioso na recepgào de estranhos, recebia-ocom franca admiragào e nào dissimulado prazer.
«Tudo e todos, como se vè, sorriam aogrande artista saxao.
«Wilde, corno é do dominio público, usavaum anel misterioso, que chamava a atengàode todos os seus amigos. Era urna magnifica
joia de oiro corado, onde se via urna formosissima pedra verde.
«Quando um amigo lhe preguntou ondetinha obtido semelhante maravilha, eie expli-cou muito triste:
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a receber, há-de, quer queira, quer nao, servítima, depois, das mais crueis fatalidades!
«Para que a tremenda influencia nos ab an done, nao basta deitar fora o anel ou ofer-ta-lo, em quanto vivemos, a um amigo.
«Também nao nos livramos da desgrana,
se vendermos o anel. O comprador pode par-tilhar da fatalidade, é certo, mas nós continuamos a ser alvos do mesmo crudelíssimo poder! Para que cesse tao fantástica influencia, é indispensável que a joia se «vá em
bota por si mesma»—perdendo-a, por exem- plo, mas sem nada contribuir para o fado».
Ninguem ignora o que depois sucedeu aWilde, porque o seu doloroso e trágico destino é tao conhecido como a sua obra admi-rável. Alguns anos depois desta singularentrevista, o poeta voltou a Paris, mas ves-tindo pobremente, com um fato velho e roto,e sem uns magros vintens com que pudessemitigar a fome que o minava e o frió que
lhe fazia estalar os ossos! O anel do rajácomegara a sua obra de destruido e decrime!
Nao queremos alongar-nos; mas, comose pode atribuir ó fenómeno á «coincidéncia»ou ao «acaso», forzoso se torna destruir essashipóteses.
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Maria Antonieta, urna das suas possui-doras, morreu no cadafalso.
Urna formosa atriz francesa, que o levouemprestado, um único dia, a urna festa, morreu pouco dep oi s— assassinada!
A favorita de Abdul-Hamid morreu à
punhalada e o pròprio Abdul-Hamid perdeuo trono pouco depois de ter adquirido amisteriosa joia, acabando, como todos osoutros, por ter um firn tremendo e desastroso.
Quanto ao pai de Mac Lean, que comprouo grande diamante por cincoenta e duas millibras esterlinas, pondo como condigào só pagar a importància, passados seis mèses, a
ver se durante èsse periodo de tempo lhesucedia, de facto, «alguma coisa de notável»,toda a gente sabe o que se passou...
Um outro caso, o último que citaremos, porque näo podemos dispör de espago, éo do célebre colar de Luis XVI.
Em 1906, um rico negociante de S. Peters- burgo, M. Andreef, adquiriu, num leiläo, um
formoso colar, que depois se identificou eveio a averiguar-se ser o mesmo que o infortunado monarca havia mandado fazer.
Andreef, ao conhecer a iden tif ica do , estre-meceu, mas jà era tarde.. .
Os sobreviventes da familia real, com a
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e depois de terem provado o tremendo felda miséria!
Se nao nos faltasse o espaço, poderíamosapontar fados extraordinários, nao só deacumuladores negativos, como os que expo-zemos, mas de centros positivos de energía,que proporcionan] a quem os possue verdaderas ambiéncias de ventura.
Há acumuladores que atraem o amôr e afelicidade, como os há que só atraem o odio,a desgraça e a miséria!
Estes podem vender-se; aqueles é im- possível, porque os conservam rigorosamenteocultos e os seus possuidores nao os cedem
nem inesmo por quantias fabulosas — d e q u eafinal nao precisara — por que sao individuáis ou fazem parte de heranças esotéricas,que é criminoso revelar.
*
O que pretendemos, ao fazer esta peque-níssima digressáo histórica, nâo foi entrar natécnica intrínseca déstes invulgares acumuladores de forças, mas simplesmente demonstrar, como já fizemos ao tratar do infinitamente pequeño, que na Natureza tudo vibra
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Para tais habitantes, capazes de percebera extensao do tempo e do espaço, nâo have-ria passado nem futuro, porque anaiisariamtudo sintetisado no presente, visto que observando as partículas do nosso mundo tridi-
A quarta dimensáo
Os habitantes de um mundo a quatro dimensóes conhecem o passado, o presente e o futuro do nosso mundo tridim ensiona l...
mensional, como um todo seccionado, con-cluiriam que o único campo que se move noespaço é o de très dimensóes e portanto , para éles, o momento presente!
Esta concepçâo das teorías de campo,levou Hiton a afirmar que o passado e o
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íivel. Nos tempos de Gauss ninguem ousariaafirmar, sem ser coberto de ridículo, que umíáio de luz é urna curva, porque a atracgáouniversal, de Newton, admitia grandes ex-cepgoes no seu mundo tridimensional! Con-tudo, Riemann em 1854 e Helmoltz em 1856,interpretando as teorías revolucionárias de
Bolyai e de Lobatschewsky, dois matemáticos de invulgaríssimo talento, mostraram-secorajosos e afirmaram pela vez primeira quea linha recta é um mito!
Em meados do século findo, ignorando-secomo se ignoravam as modernas teorías daluz, a afirmagáo dos dois geómetras, destru-indo a nogao clássica do infinito, causou,como era natural, um auténtico escandalo!
Mas nao se julgue que os matemáticos«mudeceram e que as honras das teorías decampo se devem exclusivamente á tese for-midavel de Einsten.
Spotiswood, muito antes do eminentecientista alemao, manteve a existencia, nao
só do espago a quatro dimensóes, mas de n d im e n s ó e s , como pretendeu demonstrar.Hugo, seu contemporáneo, foi muito maislonge... e concebau o espago de dimensóesfraccionadas!
Stallo afirma a éste respeito, em «Maté-
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Esta dimensâo do espaço nâo a percebemosdirectamente; inferímo-la apenas dos tactosfamiliares da experiéncia visual e tactil. Paraa explicaçâo dêstes fenómenos, a terceiradimensâo torna-se, como se deduz fácilmente,urna hipótese absolutamente indispensável».
Mais adiante Stallo, que escreve, como já dissemos, era 1884, inostra-se v erd ad eramente extraordinário:
«O espaço verdadeiro tem, por conse-qüéncia, nâo très dimensóes, mas quatro,cinco ou ainda muitas mais.
«O espaço em que nos movemos podeser nâo só homoloide ou plano, mas inho-moloide: curvo, esférico ou pseudo esférico,de onde se concilie que toda a linha considerada até aqui como urna recta, pode,suficientemente prolongada, constituir urnacurva. Assim, o universo, embora ilimitado, poderia ser (e certamente é), nâo infinito,como se supunha, mas finito, como parece
deduzir-se das dimensóes por ora mal definidas do espaço. Realmente, se se admite ocaracter pseudo esférico do espaço, podetraçar-se, pelo mesmo ponto, um feixe delinhas «7 mais curtas possivel, rigorosamente paralelas, pelo menos na aparência, a umoutro feixe de linhas, também o mais cartas
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possivel, no sentido euclídio do termo —que nao se encontrem nunca, seja qual for adistáncia do seu prolongamento.
«O grau da curvatura do espago, assirncomo o número das suas dimensoes, podenrser (e sao provavelmente), diferentes ñas
várias regióes do mesmo. É de crér que anossa experiencia do espago tridimensional;que habitamos, nao nos permita inferir nadalegítimamente quanto á curvatura e ás dimensoes de outras regioes do espago — incomen-suravelmente gran de ou incomensuravelmente pequeño.
«Mais pode deduzir-se: Que numa regiaoqualquer, a curvatura do espago e o númerodas suas dimensSes podem estar (estao, cer-tamente) era vias de sofrer urna evolugáo-gradual».
Stallo, néste último período, ultrapassaa invulgaridade que sinceramente lhe atri
buimos, p a r a se tornar verdaderam ente
assombroso!É possivel que o grande geómetra, depoisde 1er Kant, Schopenhauer e Helmoltz, tenhaquerido averiguar se, de facto, a aplicagáo-das leis de causalidade, como fungao doentendimento, é feita pelo homem ápr ior i^
Néste caso, é forgoso admitir que o seu
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raciocinio matemático o libertou por com pleto do «m eio»!
Realmente, se pensarmos um pouco, che-gamos a concluir coisas fantásticas — bemdistantes da nossa época. Os sentidos trans-mitem ao cérebro todas as impressoes querecebem e que depois constituem, para nós,uma verdade incontroversa, ernbora a suaesfera de acgao esteja limitada a duas dimen-sóes, visto que éles actuam, nao dentro denós, mas na superficie do corpo.
Possuimos a nogáo de um mundo tridimensional, mas n3o podemos esquecer-nosde que essa nogáo nos é dada em conse-
qüéncia de um «processus» intelectual.Como foi que a inteligencia se apoderoudésse conhecimento?
Johann Zollner, em «Física Transcendente», apresenta-nos um raciocinio curioso:
«Se uma creanga contempla uma das suasmáos, adquire, de uma forma dupla, a cons-ciéncia de que existe: pela sua tangibilidade
e pela impressao da sua retina. Tacteando eapalpando, a créanla chega a conhecer, porexperiéncia, que a sua m3o conserva a mesmaforma e a mesma extensao ñas diferentes posigóes em que a observe, embora a formae extensao retiniana varié constantemente,
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segundo as diferentes posigoes e distanciasda mao, relativamente ao ólho observador».
Como explicar o facto, aparentementecontraditório, da invariabilidade do objectoe da variabilidade do seu aspecto?
Como? Admitindo a hipótese do espagoa tres dimensóes, no qual, em virtude dasmudangas de perspectiva, estas variagóes de
projecgáo podem nao ser incompatíveis coma conservagao íntegra da forma.
É preciso nao esquecer que as figuras planas podem, em determinadas circunstán-cias, dar-nos, intelectualmente, a terceira dimensao. O clássico esteoroscópio e o moderno
anaglife sao exemplos eloqüentes de que aterceira dimensao nasce curiosamente nocérebro, qu ando os olhos fixam, ao mesmotempo, dois quadros exactamente iguais,embora de ángulos ligeiramente diversos (i).
Néste caso, só o sentido táctil nos podetirar de dúvidas.
Conclúe-se, pois, que as nogoes que pos-
suimos da terceira dimensao, se lhes tirarmosa experiencia do «meio>, ficam reduzidas aurna necess idade intelectual — que as leis de
(i) Vidé «Ótica Fisiológica», primeiro volume da«O Mundo Científico».
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na fig. 2, de fazer descrever ao extrèmo A, percorrendo A', um ángulo de trezentos esessenta graus. Só assim, conseguiremos des-
N
Fig. 3
fazer N — solvo se conhecertnos mais de duas dimensòes, como demonstraremos a seguir.
De facto, se num mundo a duas dim ensòe s
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tantes de um mundo a duas dimensoesclassificariam de sobrenatural, poderia voltara fazer N, sem tocar para nada nos extremosA e B.
Aplicando agora, por analogía, a mesmaconsiderado a um nó tridimensional (fig.4),constataremos que fazer e desfazer N depende
de operagóes, durante as quais, as partes dacorda descrevam urna linha de dupla curvatura.
Nós, seres com p'ercepgóes tridimensio-nais, só podemos atar ou desatar um nó atres dimensoes, fazendo mover urna das extremidades da corda, atravez de trezentos esessenta graus, num plano que se ache incli
nado para aquéle que contem a parte dasduas dimensoes de N.Ora, se no nosso «meio» tridimensional
existissem seres capazes de produzir nestacorda movimentos a quatro dimensoes, éssesseres, que nós classificariamos de sobrehumanos, poderiam fazer e desfazer o nó, semtocarem ñas extremidades da corda.
O facto nao deve surpreender-nos. Lem- bremo-nos de que os habitantes de um mundo bidimensional nos podem chamar sobrena-turais!
O que é difícil é que as circunstáncias de
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presente e futura de todos os outros mundosque Ihe sejam inferiores, precisamente porque todos éles se movem em torno do seufoco de atracgao — relativamente a éles, esta-cionárío no espago.
E após esta conclusáo de harmonía coma moderna Atracgao Universal — o que bus-cávamos — podemos proseguir.
Antes, porém, vejamos o que é a vidahumana e toquemos ligeiramente no seu ma-ravilhoso segrédo de ser.
O que é a vida humana
A semelhanga que existe entre o animado
e o inanimado é, como se constata, flagran-tíssima. Contudo, nao devemos surpreen-der-nos com esta extraordinária analogia,
porque o corpo humano nao passa de urnamáquina — de urna maravilhosa máquina,sujeita, como todas as outras, á acgáo dotempo e do meio.
Ora o «tempo» e o «meio» sao os eternos,
quási absolutos e indistrutíveis agentes quehao de subjugar constantemente e aniquilar, por fim, todos os mecanismos, incluindo osmais poderosos e complexos — incluindo o próprio homem.
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o Magnetismo do Hipnotismo — suas ana-logias e diferengas».
O que outrora se denominava intrujice,charlatanismo ou lenda tinha, pois, o seufundo de verdade, que era indispensávelestudar.
Hoje a sugestáo colectiva é admitidacomo um facto científico real e concreto.Contudo, há urnas dezenas de anos, os dentistas que nao sabiam explicar o fenómeno,chamavam-lhe «fantasía», como se fantasíanao fósse urna ilusao filha do estado sugestivo em que se achava mergulhado todo osistema nervoso do «sujet».
Recordemos, a propósito, a velha historiamedieval do «Velho das Montanhas», considerada como urna fantasía dos cruzados —tida como inverosímil ainda nao há muito ehoje perfeitamente explicável á luz dos maisrigorosos principios da ciencia.
Assan Ben-Sabbah, a quem os historiadores das cruzadas chamavam o
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Mas o defensor da verdade, que a historianos legou com o nome de Silvestre de Sacy,venceu por fim a luta, esmagando os seusadversários e enchendo de luz um assuntoque parecía condenado a ficar eternamente
ñas trevas.Sacy, após aturado estudo, conseguiudemonstrar que o vocábulo «haschischin»nao significava «assassino*, como se deno-minavam, por ignoráncia, os subditos doVelho das Montanhas. Haschischin é o pluralde haschischi, originariamente o nome deuma erva, semelhante ao cánhamo, de pro-
priedades enervantíssimas. H aschischi era, pois, o nome de um forte hipnótico vegetal,como depois se demonstrou.
Ora os escravos de Hassan, segundoéles mesmo confessavam, eram gulosos porum «chá» especial, que só o seu chefe sabia preparar. Era uma infusao do tal hipnótico poderoso — que fazia dos sessenta mil bebe
dores sessenta mil autómatos — á mercé dasugestao.
E eis explicado mais um dos mistériosdo nosso sistema nervoso.
Modernamente, a complexidade nervosatem sido alvo de estudos aturadissimos edésse campo maravilhoso tém surgido conhe-
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Tudo quanto existe, desde o minerai mais grosseiro ao sèr m ais evoluido, atrái-se, entre si, na razáo directa da sua beleza egomélrica e na inversa das dijiculdades a vencer.
O mais belo (x) — que pode nao ser o mais formoso — atrái táo poderosamente o
menos belo que, se a sòma das dificuldades a vencer nào ultrapassar o coeficiente de atracgào, a conjungáo entre os seres ou coisas torna-se absolutamente certa.
Quando os coeficientes de subjugagáo e de atritos se equilib