mamografia digital vs mamografia convencional

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Mamografia Digital vs Mamografia Convencional Desde 1913, quando Albert Salomon, Cirurgião da Surgical Clinic of Berlin University, utilizou a radiografia convencional para o diagnóstico do câncer de mama, notou-se que seria necessário um método diferenciado para este tipo de estudo, iniciou-se então, desde esta época um processo de estudo diferente para mama. Diversos métodos e equipamentos foram criados, com o intuito de cada vez mais, aproximar-se de um diagnóstico mais preciso. O sistema de écran-filme, associado a um equipamento específico para o exame de mamografia, e a gravação da imagem na película através de reações de agentes químicos, até hoje, vem sendo o método mais utilizado para o exame da mama, e em tempos de tecnologia, a pesquisa nos achados clínicos da mama, sofre um avanço considerável com o diagnóstico digital. No período de 2003 a 2005, o ACR (American College of Radiology) dirigiu um estudo realizado em 33 locais divididos entre os Estados Unidos e o Canadá, submetendo um total de 49.528 mulheres assintomáticas a realizar um exame de mamografia em ambos os sistemas - Convencional e Digital - com interpretação independente de dois médicos, um para cada exame, com a finalidade de comparar a eficácia de ambos os sistemas. O DMIST (Digital Mammographic Imaging Screening Trial) foi idealizado para medir diferenças relativamente pequenas, mas potencialmente importantes, do ponto de vista clínico, na precisão diagnóstica entre mamografia digital e a mamografia convencional. As empresas participantes deste estudo, como a Fuji-Film, Hologic-Lorad, Fischer Medical, General Eletric Medical System, cederam, em alguns casos, os próprios sistemas para realização deste estudo. Como conclusão do DMIST, foi observada que a precisão diagnóstica global da mamografia convencional foi semelhante a mamografia digital, mas a mamografia digital é mais precisa em mulheres abaixo da idade de 50 anos, mulheres com mamas densas e mulheres em período pré-

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Mamografia Digital vs Mamografia Convencional

Mamografia Digital vs Mamografia Convencional Desde 1913, quando Albert Salomon, Cirurgio da Surgical Clinic of Berlin University, utilizou a radiografia convencional para o diagnstico do cncer de mama, notou-se que seria necessrio um mtodo diferenciado para este tipo de estudo, iniciou-se ento, desde esta poca um processo de estudo diferente para mama. Diversos mtodos e equipamentos foram criados, com o intuito de cada vez mais, aproximar-se de um diagnstico mais preciso. O sistema de cran-filme, associado a um equipamento especfico para o exame de mamografia, e a gravao da imagem na pelcula atravs de reaes de agentes qumicos, at hoje, vem sendo o mtodo mais utilizado para o exame da mama, e em tempos de tecnologia, a pesquisa nos achados clnicos da mama, sofre um avano considervel com o diagnstico digital. No perodo de 2003 a 2005, o ACR (American College of Radiology) dirigiu um estudo realizado em 33 locais divididos entre os Estados Unidos e o Canad, submetendo um total de 49.528 mulheres assintomticas a realizar um exame de mamografia em ambos os sistemas - Convencional e Digital - com interpretao independente de dois mdicos, um para cada exame, com a finalidade de comparar a eficcia de ambos os sistemas. O DMIST (Digital Mammographic Imaging Screening Trial) foi idealizado para medir diferenas relativamente pequenas, mas potencialmente importantes, do ponto de vista clnico, na preciso diagnstica entre mamografia digital e a mamografia convencional. As empresas participantes deste estudo, como a Fuji-Film, Hologic-Lorad, Fischer Medical, General Eletric Medical System, cederam, em alguns casos, os prprios sistemas para realizao deste estudo. Como concluso do DMIST, foi observada que a preciso diagnstica global da mamografia convencional foi semelhante a mamografia digital, mas a mamografia digital mais precisa em mulheres abaixo da idade de 50 anos, mulheres com mamas densas e mulheres em perodo pr-menopausal ou peri-menopausal, sem levar em considerao o ps-processamento das imagens, inerente ao sistema de mamografia digital.Comparao entre os sistemas: Convencional e Digital

Fig. 1: Esquema do aparelho utilizado para ambos os sistemas. O anodo de um equipamento de mamografia constitudo de molibdnio (O molibdnio contm uma maior porcentagem de fotnios de baixa energia, facilmente absorvidos). O posicionamento da (o) paciente o mesmo para ambos os sistemas.Fig. 2: posicionamento da Paciente. Uma das grandes desvantagens do sistema convencional o processamento da imagem, pois este, est sujeito a reaes qumicas de agentes que iro fixar a imagem no filme.

Fig. 3: Processamento Wet Aps a gravao da imagem esta avaliada pelo Tecnlogo/Tcnico, que envia a imagem ao mdico Radiologista para ser interpretada.

Resumindo:

E o que muda no sistema CR? A principio, o sistema digital foi criado para reduo de dose efetiva, pois devido a placa de fsforo utilizada possuir uma latitude de exposio ampla, tcnicas de menor exposio podem ser empregadas em alguns sistemas digitais, sem perda de informaes. Fig. 4: Comparativo entre as curvas caractersticas A mudana inicia-se pelo chassi que utiliza uma placa de fsforo que armazena os raios-x residuais, esta placa denominada Imaging plate (IP).Fig. 5: IP sendo colocado em chassi de CR Aps a exposio, o IP introduzido em uma leitora que faz a liberao da energia armazenada, realizando a converso do sinal analgico para o sinal digital. Fig. 6: Leitora de IP Logo aps a leitura do IP, a imagem j digitalizada estar disponvel no monitor do console do profissional que estar incumbido de realizar o ps-processamento desta imagem podendo, tambm, este profissional, enviar para a estao de laudo do mdico ou at mesmo, imprimir a imagem.Fig. 7: Estao de laudo do mdico A estao de laudo deve possuir monitores de alta resoluo, tela anti-refletiva, e recursos de tratamento como, inverso de valores (negativo-positivo), mensurao de ngulos, densidades, estruturas, magnificao (total ou localizada), alterao do brilho e contraste, recursos diferenciados para impresso, entre outros recursos. Alguns destes recursos tambm estaro disponveis no console do Tecnlogo/Tcnico. Uma das grandes vantagens do sistema digital a impresso das imagens que so feitas em equipamentos especficos. Estes equipamentos funcionam sem a influncia de agentes qumicos, podendo ser impressas a laser, gerando uma qualidade de imagem muito maior.

Fig. 8: Impressora a laserResumindo:

Vantagens do sistema digital (CR):1- Diminuio de tcnica (kV/mAs) em torno de 25% (em alguns sistemas). Menos exposio aos efeitos nocivos e cumulativos (mAs) do (a) paciente, Tecnlogo/Tcnico e maior durabilidade da ampola;2- PEM algoritmo que procura o centro de gravidade e a borda (edge) da patologia (ex: microcalcificao). Caso no os tenha a imagem no existe evitando, assim, o falso-positivo. O PEM opera em conjunto com a placa de fsforo de dupla face (Dual Side Reading), ambos patentes FujiMedical;3- Sistema Mult Load. Permite a leitura em fila, de quatro placas de fsforo, agilizando assim, o servio e aumentando a produtividade do aparelho de raios-x/mamgrafo;4- Permite digitalizar todo o servio de raios-x/mamografia com um nico aparelho CR, sem necessidade, a priori, de atualizar a base instalada (modalidades);5- Permite armazenar as imagens em mdia, tais como CD (capacidade 750Mb), DVD (capacidade 3Gb) ou fita magntica (capacidade medida em Tb), considerando-se que um trax (35 x 43) aproximadamente 8Mb, por exemplo. Esse armazenamento de imagem previsto no Cdigo de tica Mdica (CEM), transferindo a responsabilidade do referido armazenamento ao mdico. A relao mdico-paciente vista como a de consumidor, portanto, alm do CEM, as penalidades do no armazenamento pelo servio (hospital/clnica) so previstas pelo Cdigo de Defesa do Consumidor e, dependendo da extenso/gravidade do diagnstico (erro mdico, tratamento, medida adotada (cirrgica ou no), etc.) a no preservao da imagem pode passar para instncias judicirias superiores;6- Fideliza o paciente/mdico cliente ao servio. Quando o mdico solicitante encaminha um paciente ao hospital/clnica para um exame radiolgico de rotina, o mdico pode acompanhar a evoluo ou involuo da patologia, tais como, CA, pr durante e ps- cirrgico, se o tratamento est respondendo positivamente ou no, se a medicao/RT/QT est sendo adequada, etc; pois a radiologia, pode atravs de marketing, disponibilizar ,rotineiramente ou no, imagens/exames (ex.: controle de CA de mamo) anteriores em CD e s esta clnica/hospital ter os dados armazenados;7- Diminuio de perda de filmes/tempo de espera do paciente. O Tecnlogo/Tcnico ter a visualizao do exame antes da impresso e somente se houver erro de posicionamento ou erro exagerado na tcnica, haver perda do exame, pois se o erro da tcnica for mdio, a imagem poder ser trabalhada em brilho/contraste, latitude e sensibilidade resumindo num melhor fluxo de trabalho, pois o paciente no necessitar aguardar a revelao do filme para saber se precisa repetir o exame, aumentando a produtividade do servio (menos tempo de espera = a mais pacientes/exames = maior lucratividade do servio de radiologia);8- Permite a distribuio de um exame (ex.: contrastado) num nico filme, dividindo-o em at quatro (CR Console) ou at dezesseis imagnes (Estao de laudo). O software permite formataes diversas de imagens. No caso de rea cardaca, por exemplo, pode se documentar num filme 20 x 25 e imprimir uma rgua em milsimo de milmetros na rea de interesse ou, no caso de uma espondilite anquilosante, cifose, escoliose, soluo de continuidade, imprimir uma rgua goniomtrica para estabelecer os ngulos num filme 20x25, ou imprimir coluna frente/perfil num nico filme, resultando numa maior economia final.

Disposies Gerais:a) Com o PACS, as imagens digitalizadas podem ser distribudas no hospital (Centro Cirrgico, UTI, Ambulatrios/consultrios, Andares e enfermarias) sem necessidade de trfego de pelculas pelo hospital, diminuindo as despesas com o mesmo ou risco de extravio;b) Com a adoo de impressoras (Dry Pix) + CR elimina-se a cmara escura/clara e os inconvenientes (consumo de qumicos, gua, luz em excesso, estao de tratamento de efluentes qumicos/gua), dando um aproveitamento mais racional dos espaos, que tm, obviamente, um custo financeiro para a instituio e tornando-a mais ecologicamente correta. Concluso: Desde quando Albert Salomon, pioneiro do estudo da mama, atravs do uso de raios-x, iniciou a investigao diferenciada para a mama, os mtodos de obteno e armazenamento das imagens radiolgicas evoluram muito. A Mamografia convencional de cran-filme, com seu processamento qumico associado e os arquivos de filmes, esto sendo gradativamente substitudos pela tecnologia digital, portanto, os estudantes e profissionais que pretendem se colocar no mercado, precisam ter esta compreenso de tecnologia, pois o futuro digital!Douglas IanelliDouglas Ianelli Tecnlogo e Tcnico em Radiologia, Application da FUJI-FILM do Brasil e servidor da Prefeitura de So Caetano do Sul.Contatos: [email protected]