manejo de plantas daninhas na cultura do café fundamentos ... · produção da cultura de café...
TRANSCRIPT
1
Manejo de Plantas Daninhas na Cultura do Café
Fundamentos Técnicos
Prof. Saul CarvalhoProf. Pedro Jacob Christoffoleti
CAFEEIRO SOFRE ALTA INTERFERÊNCIA DAS PLANTAS DANIN HAS
Silva & Ronchi (2010) – perdas de 55 a 77%
Quando a matocompetição é crítica?
MatocompetiçãoMESES DO ANO
AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
FASES DA LAVOURA
Varrição Florescimento e frutificação Maturação Colheita
Implantação: controle até dois anos após plantio
2
- KOGAN (1992)� INTERFERÊNCIA MAIOR EM
LAVOURAS RECÉM-IMPLANTADAS
� CRESCIMENTO LENTO DA CULTURA
� Raízes a absorventes superficiais
� Importância para colheita
- CONTROLE EFETIVO DAS PLANTAS DANINHAS
15 A 20% DO CUSTO ANUAL DOCAFEZAL (MATIELLO, 1991)
PRINCIPAIS PLANTAS DANINHAS NO CAFEEIRO
• Amaranthus spp
• Conyza bonariensis
• Bidens pilosa
• Brachiaria plantaginea
• Commelina spp
• Cyperus rotundus
• Richardia brasiliensis
• CARURU
• BUVA
• PICÃO-PRETO
• CAPIM-MARMELADA
• TRAPOERABA
• TIRIRICA
• POAIA-BRANCA
NOME CIENTÍFICO NOME COMUM
3
• Amaranthus spp (5 espécies importantes)
• Bidens pilosa e Bidens subalternans
4
• Brachiaria plantaginea
• Commelina difusa e Commelina benghalensis
5
Conyza bonariensis
Conyza canadensis:- Folhas denticuladas- Flor de < diâmetro (< 1 cm)
Conyza bonariensis:- Folhas de borda lisa- Flor de > diâmetro (~1 cm)
Conyza canadensis
Buva
Pedro J. Christoffoleti [email protected]
Conyza canadensisConyza bonariensis
6
Cyperus rotundus
• Richardia brasiliensis
7
1.1 - COBERTURA MORTA NAS ENTRELINHAS
MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM CAFÉ
1. Controle cultural de plantas daninhas
Efeito de coberturas mortas e culturas intercalares na
população de plantas daninhas na cultura do café
8
Efeito de coberturas mortas e culturas intercalares na
produção da cultura de café
CAFÉ X FEIJÃO
1.2 CULTURAS INTERCALARES
9
Efeito das culturas intercalares sobre a população de plantas daninhas
Afetam
- Densidade do Banco de sementes
- Interferência alelopática
- Distúrbios no solo
- Irregularidade de estratégias de manejo
� (Evitar a dominância de poucas plantas daninhas nocivas emdeterminada área) Doucet et al.( 1999)
�� Diversidade Banco de sementes (Schreiber, 1992).
�� Densidade Banco de sementes (Schreiber, 1992).
Efeito da cultura intercalar na infestação de plant as daninhas
10
Aspectos importantes para a utilização de culturas intercalares de café
• Implantadas na fase de formação do cafeeiro até o terceiro ano da lavoura
• Adaptação da cultura a ser indicada às condições ecológicas da região;
• Presença de algumas características desejáveis como porte baixo, ciclo curto e baixa exigência nutricional e baixa necessidade de água e luz;
• Não deve impedir a sistematização dos tratos culturais e fitossanitários do cafezal.
ALTERNATIVA NO MANEJO DE P.D. NO CAFEEIRO
TAPETE “SPIN OUT”
- FORMULAÇÃO COMERCIAL DE HIDRÓXIDO DECOBRE (7,1%) EM LÁTEX, QUE É IMPREGNADO NAFACE INFERIOR DE UM TECIDO PRODUZIDO DEPAPEL RECICLADO NA FORMA DE TAPETES.
11
2. Medidas mecânicas (enxada ou roçadeiras)
3. Controle químico de plantas daninhas em café
- APLICAÇÃO DIRIGIDA
12
MEDIDAS DE CONTROLE
MESES DO ANO
AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
FASES DA LAVOURA
Varrição Florescimento e frutificação Maturação Colheita
ÉPOCA ÚMIDA:- ROÇADEIRA OU- HERBICIDA PÓS?
ÉPOCA SEMI-SECA:- PRÉ-EMERGÊNCIA OU- PÓS DE AÇÃO TOTAL?
ÉPOCA SEMI-ÚMIDA:- HERBICIDA PRÉ?
- NECESSIDADE DE APLICAÇÃO?- COMPORTAMENTO DOS
HERBICIDAS NO SOLO?
- ESTÁDIO DE APLICAÇÃO?- QUANTAS APLICAÇÕES?- FITOTOXICIDADE?- TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO?
- NECESSIDADE DE APLICAÇÃO?- PRÉ OU PÓS?
HERBICIDAS RECOMENDADOS PARA A CULTURA DO CAFÉ
Pré-emergentes
Sulfentrazone (Boral)Ametryn (Gesapax)Diuron (Karmex)Metribuzin (Sencor)Alachlor (Laço)Pendimethalin (Herbadox)Oxyfluorfen (Goal)Simazina (Gesatop)
Pós-emergentes
Glyphosate (várias)Paraquat (Gramoxone)Paraquat + Diuron (Gramocil)Amônio glufosinato (Finale)Carfentrazone (Aurora)Clethodin (Select)2,4-D (várias)DiquatDiuron + MSMAFluazifop-butil (Fusilade)Flumioxazin (Flumizyn)
Tole
rânc
ia a
o so
lo s
eco
Solubilidade dim
inui
13
SOLO
Cultura/planta daninha
pH
Herbicidas Pré-emergente no sistema de produção
ATMOSFERA
Tecnologia de aplicação
Herbicida
HER HER
HER
HER
HERHER
HER
HER
M.O.STextura
CTC
UmidadeMicrorganismos
Temp., Chuva UR, Vento
GRAMOCIL (PARAQUAT + DIURON) COMO GRAMOCIL (PARAQUAT + DIURON) COMO ALTERNATIVA AO USO DE GLYPHOSATE NO ALTERNATIVA AO USO DE GLYPHOSATE NO
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM CAFÉ: DOSE CHEIA E SEQUÊNCIAL CAFÉ: DOSE CHEIA E SEQUÊNCIAL
14
Aplicações seqüências: diferentes fluxos de plantas daninhasAplicações seqüências: diferentes fluxos de plantas daninhas
Glyphosate 4,0 L haGlyphosate 4,0 L ha --11
20 DAA20 DAA
Variedade Catuaí, na quinta safra Variedade Catuaí, na quinta safra Solo de textura pesada, pH 5,5Solo de textura pesada, pH 5,5Estado fenologico reprodutivo (Frutos verdes (0,8 c m x 0,4 cm)Estado fenologico reprodutivo (Frutos verdes (0,8 c m x 0,4 cm)
“Chumbinhos”“Chumbinhos”Espaçamento 3 m x 1 m Espaçamento 3 m x 1 m
15
Tratamentos Dose - g i. a. ha -1COMBE
28 DAA 90 DAA
Glyphosate 1440 55 de 35 d
Glyphosate 720 + 720 50 e 35 d
Paraquat 400 88 b 75 bc
Paraquat 200 + 200 95 a 80 b
Paraquat + Diuron (600 + 300) 1 95 a 90 a
Paraquat + Diuron (300 + 150) 3 + (300 + 150) 1 100 a 92 a
Glyphosate Potassico 1240 60 d 35 d
Glyphosate Potassico 620 + 620 70 c 35 d
Testemunha capinada --- 100 a 100 a
Test. sem capina --- 0 f 0 e
Controle da trapoeraba ( Commelina benghalensis) na cultura do café –Esalq-USP – Piracicaba – SP - 2006
Tratamentos Dose - g i. a. ha -1BRADC
28 DAA 90 DAA
Glyphosate 1440 95 a 65 b
Glyphosate 720 + 720 95 a 65 b
Paraquat 400 90 ab 65 b
Paraquat 200 + 200 95 a 70 b
Paraquat + Diuron (600 + 300) 1 99 a 95 a
Paraquat + Diuron (300 + 150) 3 + (300 + 150) 1 98 a 95 a
Glyphosate Potassico 1240 95 a 65 b
Glyphosate Potassico 620 + 620 95 a 65 b
Testemunha capinada --- 100 a 100 a
Test. sem capina --- 0 c 0 d
Controle do capim-braquiária ( Brachiaria decumbens) na cultura do café – Esalq-USP – Piracicaba – SP - 2006
16
Tratamentos Dose - g i. a. ha -1LECSI
28 DAA 90 DAA
Glyphosate 1440 90 ab 45 c
Glyphosate 720 + 720 98 a 45 c
Paraquat 400 90 ab 45 c
Paraquat 200 + 200 98 a 45 c
Paraquat + Diuron (600 + 300) 1 100 a 90 b
Paraquat + Diuron (300 + 150) 3 + (300 + 150) 1 100 a 90 b
Glyphosate Potassico 1240 88 b 45 c
Glyphosate Potassico 620 + 620 98 a 45 c
Testemunha capinada --- 100 a 100 a
Test. sem capina --- 0 c 0 d
Controle do rubim ( Leonorus sibiricus) na cultura do café – Esalq-USP – Piracicaba – SP - 2006
Glyphosate 4.0 L.ha-1
90 DAA LECSI
17
Divisão da parcelaGlyphosate 4.0 L.ha-1
LECSI
ControleGramocil 3,0 L.ha-1
ControleGramocil 3,0 L ha -1
Glyphosate 4,0 L ha -1
LECSI
Divisão da Parcela
Tratamentos Dose - g i. a. ha -1Fitotoxicidade
14DAA 90DAA
Glyphosate 1440 2 1
Glyphosate 720 + 720 2 1
Paraquat 400 3 1
Paraquat 200 + 200 2 1
Paraquat + Diuron (600 + 300) 1 3 1
Paraquat + Diuron (300 + 150) 3 + (300 + 150) 1 2 1
Glyphosate Potassico 1240 2 1
Glyphosate Potassico 620 + 620 2 1
Testemunha capinada --- 1 1
Test. sem capina --- 1 1
Fitotoxicidade dos tratamentos herbicidas na cultur a do café (notas 1 –ausência e 10 morte da planta) – Esalq-USP – Piracic aba – SP - 2006
18
Método Vantagens Desvantagens
Manual (capinas)
Alta eficáciaNão exige qualificação
Incorporação de adubosPrejuízos Mínimos ao SoloBaixo impacto ambiental
Impróprio para solo úmidoMuita mão-de-obra
Custo ElevadoBaixo rendimento operacionalImpróprio para grandes áreas
Mecânico (motorizado)
Rendimento operacional moderado
Disponibiliza mão-de-obraRapidez na operação
Próprio para grande áreasAssociação a outras práticas
Disseminação de perenesExige investimento Inicial
Adequação de espaçamentosA topografia é limitante
Mão-de-obra mais bem qualificadaFraco controle na linha
Química
(herbicidas)
Alta economia de mão-de-obraUsado em épocas chuvosas
Baixo custo por áreaRapidez na operação
Adéqua-se ao espaçamentoAção prolongada
Risco de impacto ambientalMão-de-obra muito qualificada
Há risco de derivaSeleção de tolerância / resistência
Complexidade de fatoresTecnologia de aplicação precisa
Considerações finais
� O nível tecnológico e competitivo exige aplicação d e herbicidas
� Necessidade de integrar as práticas culturais
� Manejo otimizado une medidas culturais, às caracterí sticas específicas das plantas daninhas e ao controle quím ico
� O melhor herbicida é a própria cultura (dianteira c ompetitiva)
� Receitas resultam em erros que comprometem o manejo
� Parâmetros a serem considerados:
� Comunidade infestante e histórico de manejo adotado
� Disponibilidade de herbicidas
� Período de mato-competição
� Custo e impacto ambiental
� Não há regra específica de quais herbicidas e quand o aplicar