manejo reprodutivo em vacas de corte: revisão de literatura · natalÍcio de holanda cavalcante...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC JOÃO GABRIEL DOS SANTOS BAZILIO NATALÍCIO DE HOLANDA CAVALCANTE NETO MANEJO REPRODUTIVO EM VACAS DE CORTE: revisão de literatura MACEIÓ/AL 2018/02

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

JOÃO GABRIEL DOS SANTOS BAZILIO

NATALÍCIO DE HOLANDA CAVALCANTE NETO

MANEJO REPRODUTIVO EM VACAS DE CORTE: revisão de literatura

MACEIÓ/AL

2018/02

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JOÃO GABRIEL DOS SANTOS BAZILIO

NATALÍCIO DE HOLANDA CAVALCANTE NETO

MANEJO REPRODUTIVO EM VACAS DE CORTE: revisão de literatura

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da professora Dra. Valesca Barreto Luz.

MACEIÓ/AL 2018/02

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JOÃO GABRIEL DOS SANTOS BAZILIO

NATALÍCIO DE HOLANDA CAVALCANTE NETO

MANEJO REPRODUTIVO EM VACAS DE CORTE: revisão de literatura

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da professora Dra. Valesca Barreto Luz.

APROVADO EM: 05/11/2018

Orientadora – Dra. Valesca Barreto Luz

BANCA EXAMINADORA

Médico Veterinário - Marcio Calixto Matias

Médico Veterinário – Davi Soutinho de Paiva

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AGRADECIMENTOS

Dedicamos esse trabalho a todos que nos disponibilizaram um tempo nessa

longa caminhada percorrida, contribuindo direta e indiretamente para que

realizássemos esta pesquisa.

Agradecemos primeiramente a Deus, por estar conosco em todos os

momentos e iluminando-nos, sendo nossa fortaleza e refúgio nas horas

angustiantes.

À nossa família pelo apoio necessário a concretização do nosso sonho. Pais,

irmãos, esposa e todos envolvidos que estiveram sempre ao nosso lado,

compreensivos nos nossos momentos ausentes, dando-nos apoio e força.

Aos nossos colegas de cursos por tudo que aprendemos juntos e por

partilharem a construção do nosso conhecimento. Obrigado pelas amizades

enraizadas durante nossos anos de luta.

À Instituição Cesmac em nome de todos os que fazem parte desta família, á

orientadora Profa. Valesca Barreto Luz pela paciência, dedicação e ensinamento

que possibilitaram que nos realizássemos esse trabalho.

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LISTA DE SIGLAS

CL Corpo Lúteo

FSH Hormônio Folículo Estimulante

PGF2α Prostaglandina

IA Inseminação Artificial

IATF Inseminação Artificial em Tempo Fixo

SOV Superovulação

TE Transferência de Embriões

TETF Técnica de Transferência de Embriões em Tempo Fixo

PIVE Produção in vitro de Embriões

US Diagnóstico de Gestação por Ultrassonografia

EM Estação de Monta

IBR Rinotraqueíte Infecciosa Bovina

BVD Diarreia Viral Bovina

TIFOI Transferência Intrafolicular de Ovócitos Imaturos

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Desenho esquemático dos manejos para a ressincronização de

fêmeas de corte para IATF...................................................................................

15

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Escores de condição corporal em bovinos de corte (escala de 1 a

5)........................................................................................................................

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Estimativa das exigências nutricionais diárias de novilhas e

vacas....................................................................................................................

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MANEJO REPRODUTIVO EM VACAS DE CORTE: revisão de literatura REPRODUCTIVE MANAGEMENT IN CUT COWS: literature review

João Gabriel dos Santos Bazilio Graduando do Curso de medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac

[email protected]

Natalício de Holanda Cavalcante Neto Graduando do Curso de medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac

[email protected]

Valesca Barreto Luz Doutora em Biotecnologia do Centro Universitário Cesmac

[email protected]

RESUMO

O objetivo deste estudo foi relatar a importância do manejo reprodutivo em vacas de corte. Para isso, foram apresentadas algumas biotécnicas utilizadas na reprodução de vacas, com destaque para a inseminação artificial, a inseminação artificial em tempo fixo, a superovulação, a transferência de embriões, a transferência de embrião em tempo fixo e a ressincronização. Pode-se verificar que a escolha do produtor pela melhor biotécnica, dependerá de fatores diversos que incluem o potencial das suas condições pecuárias e objetivos a alcançar. Verificou-se que o manejo reprodutivo requer conhecimentos em fisiologia da reprodução, exigências nutricionais, controle sanitário, entre outros.

Palavras-chave: Reprodução. Bovinos. Biotécnicas.

ABSTRACT

The objective of this study was to report the importance of reproductive management in beef cows. For this, some biotechniques were used to reproduce cows, with emphasis on artificial insemination, artificial insemination at fixed time, superovulation, embryo transfer, embryo transfer at fixed time and resynchronization. It can be verified that the choice of the producer for the best biotechnology will depend on several factors that include the potential of their livestock conditions and objectives to be achieved. It was verified that the reproductive management requires knowledge in reproduction physiology, nutritional requirements, sanitary control, among others.

Keywords: Reproduction. Bovine. Biotechniques.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 11

3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 11

3.1 Fisiologia da reprodução da vaca .................................................................... 11

3.2 Biotecnologias utilizadas na reprodução de vacas ....................................... 12

3.2.1 Inseminação artificial (IA) ................................................................................. 13

3.2.2 Inseminação artificial em tempo fixo (IATF) ..................................................... 13

3.2.3 Superovulação (SOV) e a transferência de embriões (TE) .............................. 14

3.2.4 Produção in vitro de embriões (PIVE) ............................................................. 14

3.2.5 Transferência de embrião em tempo fixo (TETF) ............................................. 15

3.2.6 Ressincronização ............................................................................................. 15

3.2.7 Transferência intrafolicular de ovócitos imaturos (TIFOI) ................................. 16

3.3 Estação de monta .............................................................................................. 16

3.3.1 Indução de puberdade em novilhas ................................................................. 17

3.3.2 Diagnóstico gestacional.................................................................................... 17

3.4 Novilhas para reposição ................................................................................... 18

3.5 Condição corporal das vacas e exigências nutricionais ............................... 18

3.6 Suplementação mineral .................................................................................... 20

3.7 Controle sanitário .............................................................................................. 21

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 22

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23

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1 INTRODUÇÃO

O manejo reprodutivo é um conjunto de práticas que visam aperfeiçoar a

eficiência reprodutiva de um rebanho. Sendo considerado mais do que uma receita,

devendo ser dinâmico segundo a condição em que o animal se encontra (VEIGA,

1975). Deve-se considerar a compreensão e experiência do produtor e do técnico

sobre a ambiência, a categoria animal, a sanidade, a nutrição, e a disponibilidade de

recursos naturais, técnicos e financeiros essenciais para implantação do manejo

com vistas a uma boa eficiência reprodutiva (MARQUES JÚNIOR; XAVIER; LEÃO,

2014).

O manejo reprodutivo começa bem antes da criação, com a seleção e o

desenvolvimento adequado das reposições de matrizes. Um manejo adequado

baseia-se em uma observação acurada do que ocorre com o rebanho, que deve ser

transformada, numa escritura zootécnica mínima que possibilite uma avaliação

objetiva de índices e medidas que norteiem uma tomada de decisão sobre o que se

deve implantar na propriedade (MARQUES JÚNIOR; XAVIER; LEÃO, 2014).

Diferentes fatores como: seleção genética (incluindo fenótipos melhorados

para uso em programas de melhoramento), manejo nutricional, controle de doenças

infecciosas, sincronização estro/ovulação, diagnóstico rápido do status reprodutivo

podem ser utilizados para melhorar a fertilidade (CROWE; HOSTENS; OPSOMER,

2018).

A falha em detectar o estro é a principal razão para o insucesso da

Inseminação Artificial (IA). Quando a nutrição e a detecção do cio são

adequadamente gerenciadas, resultados satisfatórios são obtidos. Quando as vacas

são inseminadas adequadamente com sêmen de boa qualidade no tempo

adequado, 50%-60% podem conceber no primeiro serviço (STATHAM, 2018).

Melhorias recentes nos métodos de indução e sincronização de estro e

ovulação em vacas de corte pós-parto e de novilhas de corte criam a oportunidade

de expandir significativamente o uso de IA em rebanhos Puros de Origem (PO) e

comerciais. Existe a tecnologia para inseminar com sucesso as vacas de corte em

horários fixos predeterminados, a qual é conhecida como inseminação artificial em

tempo fixo (IATF), resultando em altas taxas de prenhez, comparáveis às obtidas

com a detecção do cio (PATTERSON, 2006).

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Para se obter um manejo reprodutivo eficiente diferentes biotécnicas podem

ser empregadas, tendo em vista uma maior produtividade individual dos animais ou

do rebanho, estas incluem as mais simples como monta controlada ou dirigida,

monta em campo e IA, as mais sofisticadas como a IATF acima citada, a

transferência de embriões (TE), a Produção in vitro de Embriões (PIVE), e a

transferência de embrião em tempo fixo (TETF) (BALIEIRO, 2008). Diante do

exposto, a presente revisão objetiva relatar a importância do manejo reprodutivo em

vacas de corte.

2 METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica na qual foram realizadas

consultas no portal de periódicos capes, revistas indexadas, monografias,

dissertações, teses bem como através de bases de dados online, a exemplo do

portal Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Outras bases de

dados constam o PubMed; SciELO (Scientific Electronic Library Online).

Foram utilizadas literaturas clássicas e sem delimitação do tempo de

publicação. Os descritores para esta pesquisa foram buscados no site

http://decs.bvs.br/, os quais: reprodução, bovinos, biotecnologia.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Fisiologia da Reprodução da Vaca

As vacas são poliéstricos anuais, isto quer dizer que possuem um ciclo

durante o ano inteiro. O tempo de duração de ciclo estral é 21 dias (18 a 24 dias),

sendo a duração do estro de aproximadamente 18 horas (10 a 24 horas), e o

momento da ovulação ocorre entre 10 a 12 horas após o primeiro sinal de estro

(BALL; PETERS, 2006).

Concluída a puberdade, as fêmeas bovinas passam por mudanças cíclicas no

comportamento e na morfologia do aparelho reprodutivo. Facilmente são observadas

mudanças no período do cio, momento em que a fêmea aceita o macho. Levando

em conta as mudanças comportamentais hormonais e morfológicas da fêmea, o

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ciclo estral se divide em quatro fases: proestro (3 dias), estro (12-18 horas),

metaestro (3-4 dias) e diestro (15 dias) (HAFEZ, 1995).

O proestro caracteriza-se como o período da preparação ao estro, no qual

ocorre um crescimento rápido folicular em decorrência da estimulação do hormônio

folículo estimulante (FSH) e regressão do corpo lúteo (CL) do último ciclo pela

prostaglandina (PGF2α). O crescimento folicular faz elevar os níveis de estradiol,

provocando edemaciação vulvar com hiperemia, aumento da atividade secretora do

muco cervical e a estimulação da contratilidade uterina. Registra-se, também,

comportamento de irritabilidade da fêmea saltando sobre as outras e mugindo

frequentemente (HAFEZ, 1995).

Define-se como estro o período onde a fêmea aceita a cópula. Durante o

estro a vaca apresenta mugidos frequentes e inquietação, a vulva fica edemaciada e

o canal cervical relaxa pode-se observar a liberação de muco e a ovulação da vaca

ocorre no final do cio; no momento do metaestro (HAFEZ, 1995).

As características do metaestro são o desaparecimento brusco dos sinais do

cio e o começo da formação do corpo lúteo (CL). Acontece a ruptura do folículo e a

liberação do óvulo. A cavidade do folículo é preenchida com coágulo e as células da

teca e granulosa luteinizam-se originando o corpo lúteo (CL). O útero diminui as

contrações neste período, elimina-se a hiperemia e o edema vulvar, atenua a

secreção de muco e é promovido o fechamento do canal cervical (BALL; PETERS,

2006).

No diestro é verificado o total desenvolvimento do corpo lúteo e os órgãos

reprodutivos ficam sob domínio da progesterona. As glândulas uterinas se atrofiam e

a cérvix encontra-se fechada e as mucosas genitais pálidas e secas. Nas fêmeas

vazias, o diestro dura de 13 a 16 dias, indo do 4º ao 17º dia do ciclo. Caso o óvulo

não seja fecundado, em torno do 16º dia, o CL inicia um processo de regressão em

decorrência da ação da PGF2α secretada pelo útero e o diestro é seguido pelo

proestro do ciclo seguinte reiniciando o processo (HAFEZ, 1995).

3.2 Biotecnologias Utilizadas na Reprodução de Vacas

A grande pressão do mercado consumidor mundial exigindo qualidade, escala

e padronização dos produtos de origem animal, bem como a competição por espaço

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entre a pecuária, agricultura e a bioenergia fizeram acelerar o crescimento das

técnicas de reprodução artificial bovina no Brasil (BRASIL, 2015).

3.2.1 Inseminação Artificial (IA)

A Inseminação Artificial (IA) consiste em um conjunto de etapas realizadas a

partir da colheita do sêmen, incluindo a avaliação macroscópica e microscópica,

processamento em laboratório, a manutenção por resfriamento ou congelação até à

data de sua introdução do sêmen fresco ou não no trato genital da fêmea

(GONÇALVES; FIGUEIREDO; FREITAS, 2008).

A IA é a mais antiga entre todas as biotécnicas aplicadas à reprodução

animal, porém é a mais eficiente. Em seu início esta técnica teve a finalidade de

erradicar doenças infecciosas transmitidas pelo touro na monta natural, passando a

ser um instrumento eficaz e econômico ao melhoramento genético dos rebanhos

(MORAES; JAUME; SOUZA, 2007).

A partir do congelamento do sêmen a IA tornou-se mais rápida e controlada,

proporcionando a utilização do sêmen de um animal no futuro. As vantagens da IA

em relação à monta natural incluem: controle da transmissão de doenças

infectocontagiosas da esfera reprodutiva; incremento do melhoramento genético e

da produção animal; aprimoramento do controle zootécnico; racionalização do

manejo reprodutivo; redução dos problemas de partos em novilhas, possibilidade do

nascimento de crias após a morte do pai. Como desvantagens desta biotécnica

estão a falta de mão-de-obra especializada e utilização da técnica de forma incorreta

(MORAES; JAUME; SOUZA, 2007).

3.2.2 Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)

A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) estimula a sincronização da

ovulação das fêmeas bovinas através da manipulação hormonal do ciclo estral. Em

decorrência disso, pode-se sincronizar um lote de vacas paridas ou novilhas e

inseminá-las, não precisando fazer observação do cio, permitindo a inseminação de

um grande grupo de bovinos em apenas um dia (GONÇALVES; FIGUEIREDO;

FREITAS, 2008).

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A técnica da IATF é bastante lucrativa podendo utilizar sêmen de touros que

não se adaptam a climas tropicais, faz o incremento genético do rebanho, melhora

índices reprodutivos, reduz o intervalo entre partos e aumento do número de

bezerros nascidos, além de diminuir o anestro. Deste modo, o processo de

inseminação é rápido e organizado, melhora o manejo das pastagens e racionaliza a

utilização da mão de obra e das instalações (BARROS; ERENO, 2004).

Outras vantagens incluem: viabilidade da inseminação artificial,

principalmente em vacas paridas; concentração dos nascimentos e o desmame nas

melhores épocas do ano; aumento do peso ao desmame; redução da idade ao

abate; melhoramento da padronização do rebanho e das carcaças; melhoramento

genético do rebanho (BARROS; ERENO, 2004).

3.2.3 Superovulação (SOV) e a Transferência de Embriões (TE)

A superovulação (SOV) é um tratamento hormonal que objetiva o

impedimento da atresia dos folículos e estimula seu desenvolvimento até o momento

da ovulação. Uma vez que a cada ciclo estral as vacas apresentam o crescimento

de vários folículos, no entanto, apenas um atinge a ovulação e os demais se

degeneram por um processo conhecido como atresia folicular (MAPLETOFT; BÓ;

ADAMS, 2008)

Já a técnica de Transferência de Embriões (TE) se caracteriza, basicamente,

pela coleta uterina dos embriões em estado pré-implantacional (mórula e blastocisto)

de uma vaca de mérito genético superior (doadora), transferindo estes embriões

para vacas de baixo valor comercial (receptora). Estas ainda que sejam de baixo

valor, devem gozar de características funcionais, sanitárias, nutricionais e de

temperamento que contribuam na habilidade materna (MAPLETOFT; BÓ; ADAMS,

2008).

3.2.4 Produção in vitro de Embriões (PIVE)

A Produção in vitro de Embriões (PIVE) é uma das biotécnicas empregadas

no melhoramento genético animal, tendo a capacidade de aumentar o número de

descendentes de uma vaca a curto prazo. De forma comparativa, estima-se que a

inseminação artificial (IA) produz um bezerro por ano; já a clássica transferência de

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embriões (TE), produz um por mês; no entanto a FIV tem um potencial de produzir

um bezerro por semana. Portanto, a FIV é a ideal aos pecuaristas que objetivam

aumentar a rentabilidade do negócio, adotando as pesquisas de evolução genética,

aliado a novas tecnologias que elevam os índices reprodutivos (GONÇALVES et al.,

2007).

3.2.5 Transferência de embrião em tempo fixo (TETF)

A Técnica de Transferência de Embriões em Tempo Fixo (TETF) é uma

ferramenta que tem ganhado destaque no manejo reprodutivo de vacas, pois

maximiza a reprodução do rebanho com alto ganho genético e, ao mesmo tempo,

garante um grande número de nascimento. A implementação de uma rotina

reprodutiva representa um dos principais passos para a eficiência desse sistema de

reprodução, uma vez que requer várias etapas de trabalho que serão realizadas

conforme o cronograma previamente estabelecido (GONÇALVES; FIGUEIREDO;

FREITAS, 2008).

3.2.6 Ressincronização

A ressincronização é uma biotécnica que utiliza o protocolo de IATF

juntamente ao diagnóstico precoce de gestação (próximo de 30 dias após IA) com

subsequente ressincronização das fêmeas vazias, ou seja, é a repetição do

protocolo de IATF nas fêmeas que não emprenharam na primeira IATF (figura 1).

São vantagens do uso desta biotécnica a maximização do número de matrizes

gestantes de IA no começo da estação de monta e a possibilidade da redução do

número de touros necessários ao repasse (MARQUES et al., 2013).

Figura 1. Desenho esquemático dos manejos para a ressincronização de fêmeas de corte para IATF.

Fonte: (MARQUES et al., 2013).

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Verifica-se na figura 1, a demonstração do início da ressincronização no dia

do diagnóstico de gestação (28 a 32 dias após a primeira IATF), apenas nos animais

não gestantes. Sincronização - protocolo de sincronização da ovulação; IATF –

inseminação artificial em tempo fixo; US – diagnóstico de gestação por

ultrassonografia (MARQUES et al., 2013).

3.2.7 Transferência Intrafolicular de Ovócitos Imaturos (TIFOI)

A transferência intrafolicular de ovócitos imaturos (TIFOI) consiste em uma

biotecnologia inovadora na produção de embriões bovinos. A técnica aplicada injeta

ovócitos, imaturos, em um folículo préovulatório, com o objetivo de sofrerem

maturação e ovulação in vivo. Tem-se, portanto, um "pool" de ovócitos maturados

passíveis de sofrer liberação no período da ovulação e, assim, fecundados depois

da inseminação, sendo desenvolvidos até o estágio de blastocisto. A etapa final

consiste em fazer a lavagem uterina, 8 dias após a injeção/inseminação, finalizando

com a recuperação dos embriões (SPRÍCIGO; DODE, 2017).

3.3 Estação de Monta

A estação de monta (EM) é uma prática de fácil implementação que

compreende o período do ano em que se realiza a exposição das fêmeas que estão

em reprodução, para serem inseminadas ou cobertas com touro. A EM tem entre

como objetivos: determinar melhores épocas para o nascimento e o desmame de

bezerros, pois animais que nascem em épocas inadequadas acabam sofrendo mais

devido a parasitas, pastagens de baixa qualidade para as matrizes, entre outros;

facilita o controle zootécnico e sanitário do rebanho, devido à uniformidade do lote

de bezerros; permite selecionar as fêmeas e machos que permanecerão no rebanho

(VALLE; ANDREOTTI; THIAGO, 2000).

O emprego da EM contribui para uma melhor recuperação das matrizes e dos

touros, porque haverá um tempo maior até a próxima monta. Os machos terão a

possibilidade de uma recuperação total, em decorrência do longo período de

inatividade. Consequentemente, os que não estiverem aptos à reprodução serão

melhor identificados por meio do exame andrológico e substituídos antes da próxima

estação (MORAES; JAUME; SOUZA, 2007).

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3.3.1 Indução de puberdade em novilhas

A puberdade na pecuária de corte é um indicativo econômico e marca o início

da vida reprodutiva do animal significando que a fêmea em breve poderá ser coberta

e produzir um bezerro. Existem evidências de que a redução da idade ao primeiro

parto de 3 para 2 anos possibilita um aumento de 16% no retorno econômico do

sistema, revelando-se que a redução da idade ao primeiro parto em um ano diminui

o custo de um ano de recria, elevando de 0,5 a 0,8 bezerros por vaca, em sua vida

reprodutiva. A indução da puberdade é conseguida através de protocolos hormonais

associados à alimentação diferenciada (ELER; FERRAZ; TEIXEIRA, 2010).

A indústria de gado de corte objetiva que suas novilhas ao atingir dois anos

de idade tenham seu primeiro bezerro tendo em vista aumentar a produtividade

durante a vida do animal. Entretanto, algumas fêmeas não correspondem a esta

expectativa reprodutiva no início da estação de monta, mantendo-se pré-púberes,

assim sendo, seu desempenho reprodutivo é limitado e gera prejuízos econômicos

ao produtor (MAQUIVAR; DAY, 2011).

3.3.2 Diagnóstico gestacional

O diagnóstico de gestação tem o objetivo de determinar a existência de um

feto e seu estágio de desenvolvimento, tem especial importância para avaliação

imediata do serviço de inseminação artificial; identificação de fêmeas vazias;

redução de perdas pelo tratamento imediato e facilita o manejo. Os métodos de

diagnósticos compreendem: clínico: palpação retal; ultrassonografia. Sendo o mais

utilizado a palpação retal realizado por um médico-veterinário experiente (VALLE;

ANDREOTTI; THIAGO, 2000; GONÇALVES et al., 2007).

Fazer o diagnóstico por palpação e ultrassonografia tem a diferença de que

com o ultrassom é possível obter mais informações como viabilidade fetal,

visualização de alteração de útero, diferenciar conteúdo uterino para o diagnóstico

de processos infecciosos, sendo, portanto, mais favorável a um diagnóstico preciso

da prenhez e da condição da vaca. Por meio da ultrassonografia, obtêm-se

resultados mais rápidos e eficientes, e por volta de 60 dias de gestação pode-se

saber o sexo do feto (COSTA FILHO, 2010).

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O uso da ultrassonografia Doppler é algo novo na medicina veterinária,

datando da década de 70, sendo muito útil na avaliação da hemodinâmica do

sistema reprodutivo de animais de grande porte. Como resultado, passou a ser

possível caracterizar a perfusão sanguínea e a estimativa da funcionalidade nos

órgãos e tecidos reprodutivos ao longo do ciclo estral e da gestação em bovinos.

Entre todas as possíveis aplicações da ultrassonografia, o escaneamento do útero

para detecção da gestação e de infecções é a principal finalidade praticada

comercialmente na indústria bovina (PUGLIESI et al., 2017).

3.4 Novilhas para Reposição

A seleção e o preparo de novilhas para reposição são dois aspectos, entre

outros, considerados de primordial importância no manejo reprodutivo. As novilhas

deverão ser selecionadas e manejadas com o objetivo de alcançar a maturidade

sexual de forma precoce e que a concepção e as parições se deem,

respectivamente, no início do período de monta e nascimentos (CAPPELLOZZA;

MARQUEZ; COOKE, 2014)

Para a reposição de novilhas é imprescindível que o produtor: propicie

condições nutricionais e sanitárias adequadas para a redução da idade à puberdade

e condições corporais de moderada a boa ao parto; deve-se colocar em monta 25%

de novilhas a mais do que a necessidade do rebanho (para que haja seleção),

selecione para reposição aquelas que conceberam ao início do período de monta;

efetue o diagnóstico de gestação de 45 a 60 dias após o final da monta, para

descartar as vazias; após o parto, manter as novilhas em pastos separados das

vacas, até a desmama (VALLE; ANDREOTTI; THIAGO, 2000).

3.5 Condição Corporal das Vacas e Exigências Nutricionais

A avaliação da condição corporal das fêmeas é uma ferramenta de especial

importância no manejo reprodutivo. É uma técnica subjetiva, porém revela o estado

nutricional do rebanho em um determinado período. A utilização dessa prática em

momentos estratégicos favorece corrigir o manejo nutricional a tempo, para que os

animais estejam em condições mínimas adequadas no momento certo. Diversas

pesquisas constatam a alta relação entre a condição corporal ao parto e o

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desempenho reprodutivo no pós-parto. Deste modo, as vacas em boas condições

corporais ao parto reiniciam o cio mais cedo com maiores índices de concepção

(NICHOLSON; BUTTERWORTH, 1986).

O escore se realiza pela avaliação visual e tátil do animal, desde que feita por

um profissional treinado. A importância do escore de condição corporal do rebanho

tem especial importância para a tomada de decisões quanto às medidas de impacto

na produção e nos custos do empreendimento pecuário. Importante ressaltar que há

diferentes escalas de escores que variam em conceitos, topologia, pontos de

observação e espécie animal (BERGAMASCHI et al., 2008).

Atualmente, utiliza-se um sistema de avaliação da condição corporal cuja

pontuação oscila numa escala de 1 a 5, exemplificado no quadro 1.

Quadro 1. Escores de condição corporal em bovinos de corte (escala de 1 a 5).

Escore Avaliação

1 Caquético ou emaciado

Os processos transversos e os processos espinhosos estão proeminentes e visíveis. Há total visibilidade das costelas, a cauda está totalmente inclusa dentro do coxal e os íleos e os ísquios mostram-se expostos. Há atrofia muscular pronunciada e é como se houvesse a visão direta do esqueleto do animal (aparência de "pele e osso").

2 Magro

Os ossos estão bastante salientes, com certa proeminência dos processos dorsais e dos íleos e dos ísquios. As costelas têm pouca cobertura, os processos transversos permanecem visíveis e a cauda está menos inclusa nos coxais (aparência mais alta). A pele está firmemente aderida no corpo (pele esticada).

3 Médio ou ideal

Há suave cobertura muscular com grupos de músculos à vista. Os processos dorsais estão pouco visíveis; as costelas, quase cobertas; e os processos transversos, pouco aparentes. Ainda não há camadas de gordura; a superfície do corpo está macia e a pele está flexível (pode ser levantada com facilidade).

4 Gordo

Há boa cobertura muscular, com alguma deposição de gordura na inserção da cauda. As costelas e os processos transversos estão completamente cobertos. As regiões individuais do corpo ainda são bem definidas, embora as partes angulares do esqueleto pareçam menos identificáveis.

5 Obeso

Todos os ângulos do corpo estão cobertos, incluindo as partes salientes do esqueleto, onde aparecem camadas de gordura (base da cauda e maçã do peito). As partes individuais do corpo ficam mais difíceis de ser distinguidas e o animal tem aparência arredondada. Este estado só é aceitável para animais terminados, prontos para o abate.

Fonte: (BERGAMASCHI et al., 2008).

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Dentro de um elenco de fatores influenciadores do desempenho reprodutivo

do rebanho de cria está a nutrição. Por isso, é preciso atender as necessidades

nutricionais de proteína, energia, minerais e vitaminas para suprir toda a demanda

nutricional das matrizes, durante o período de fase reprodutiva do animal. A tabela 1

notifica as exigências nutricionais diárias para novilhas em crescimento, novilhas e

vacas no terço médio e final de gestação e durante o início da lactação.

Tabela 1. Estimativa das exigências nutricionais diárias de novilhas e vacas Nutrição Manutenção Crescimento Lactação Gestação Total

Novilhas durante o terço inicial da gestação (Peso = 273 kg) Energia líquida (Mcal/d) 4,62 1,81 - 0,10 6,53 Proteína metabolizável (g/d) 254 95 - 3 352 Cálcio (g/d) 8 7 - 0 15 Fósforo (g/d) 6 3 - 0 9 Novilhas durante o terço final de gestação (Peso = 384 kg) Energia líquida (Mcal/d) 5,32 2,08 - 2,72 10,12 Proteína metabolizável (g/d) 292 90 - 123 505 Cálcio (g/d) 10 6 - 9 25 Fósforo (g/d) 8 3 - 4 15 Vacas durante os três últimos meses de gestação (Peso = 468 kg) Energia líquida (Mcal/d) 6,43 0,00 0,00 2,72 9,15 Proteína metabolizável (g/d) 353 0 0 123 476 Cálcio (g/d) 13 0 0 9 22 Fósforo (g/d) 10 0 6 4 14 Vacas durante os três primeiros meses de lactação (Peso = 428 kg) Energia líquida (Mcal/d) 7,72 0,00 2,61 0,00 10,33 Proteína metabolizável (g/d) 353 0 190 1 544 Cálcio (g/d) 13 0 9 0 22 Fósforo (g/d) 10 0 6 0 16

Fonte: National Research Council (1996).

3.6 Suplementação Mineral

As forragens das pastagens tropicais não possuem todos os nutrientes

essenciais indispensáveis ao bom desempenho reprodutivo e produtivo do gado

bovino, em decorrência disto surge a necessidade de suplementação mineral que

constitui na adição de minerais deficientes à dieta de pasto dos animais

(NICHOLSON; BUTTERWORTH, 1986). Há diversos fatores que implicam na

escolha da suplementação mineral animal que precisam ser conhecidas para

atender de forma adequada às necessidades do animal e alcançar os objetivos

pretendidos (BRASIL, 2015).

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Considerando as forrageiras, o sódio é um mineral encontrado com mais

deficiência no centro-oeste; o cloreto de sódio deve estar sempre presente no cocho;

o fósforo deve ser suplementação de um modo geral; o zinco e o cobre também

precisam ser inseridos na dieta animal; o cálcio e o magnésio comumente existem

em níveis adequados; o potássio, o ferro e o manganês foram identificados em

níveis acima das exigências nutricionais de bovinos (BRASIL, 2015).

3.7 Controle Sanitário

A preocupação do produtor em estabelecer um bom manejo sanitário visa

garantir a saúde e a qualidade do rebanho para evitar a proliferação de doenças que

comprometam a saúde do animal e a lucratividade do seu negócio. A adoção de um

calendário anual de controle sanitário através da vacinação é uma medida simples e

necessária à prevenção e controle de enfermidades. Dentre as doenças que afetam

diretamente a eficiência reprodutiva ocasionando grandes prejuízos, podemos citar:

Brucelose, Campilobacteriose, Diarreia Viral Bovina (BVD), Leptospirose e

Rinotraqueíte Infecciosa dos Bovinos (IBR) (VALLE; ANDREOTTI; THIAGO, 2000).

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta revisão apresentou a teoria de vários autores sobre o manejo reprodutivo

em vacas de corte correlacionando com a eficiência dos resultados. É conhecido

que um manejo reprodutivo adequado para vacas de corte é condição indissociável

para se obter resultados positivos dentro de uma propriedade.

Conforme as biotécnicas utilizadas no manejo reprodutivo pode-se destacar

que a IA é a mais antiga entre todas as biotécnicas aplicadas à reprodução animal,

considerada a mais eficiente. Já com relação a IATF as fazendas que utilizam esta

biotécnica não precisam fazer observação do cio, permitindo a inseminação de um

grande grupo de bovinos em apenas um dia.

A TETF ganha destaque no manejo reprodutivo de vacas, porque maximiza

a reprodução do rebanho com alto ganho genético e, simultaneamente, garante um

grande número de nascimentos.

E, por fim, a biotécnica da ressincronização maximiza o número de matrizes

gestantes de IA no começo da estação de monta e possibilita a redução do número

de touros necessários ao repasse.

Então, pode-se dizer que para cada biotécnica o produtor deve juntamente a

um Médico Veterinário, analisar suas melhores vantagens de acordo com a

realidade de seu rebanho, seu potencial de investimento, condições de pastagem,

potencial para competir no mercado, e seus principais objetivos.

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