manual 8 do formando - vendas e distribui o
TRANSCRIPT
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
1/75
Vendase
DistribuioManual N 8
Curso de MicrocrditoFinanciado por
Parceria com Millennium BCP
Produo da
e
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
2/75
FICHA TCNICA
Origem Este manual faz parte de uma srie de manuais concebidos em 2006 parapreparar empresrios que trabalham com apoio a Microcrdito.
Orientao dacoleco
Esta coleco orientada pela UNIAUDAX, e pela FORMEDIA.
Liderou os trabalhos Eduardo Cruz
UNIAUDAX AUDAX Empreendedorismo e Empresas Familiares
Criado em Julho de 2005 pelos Associados Fundadores INDEG/ISCTE e
ICAT/FCUL, o AUDAX teve a sua origem na Ps-graduaoEmpreendedorismo e Criao de Empresas, actualmente na sua 5 Edio, etem como misso estudar e promover o esprito empreendedor e intervir juntode potenciais empreendedores e empresrios de organizaes de naturezafamiliar. As principais actividades do Centro abrangem reas como ainvestigao, consultoria, eventos, publicaes, formao e promoo eacompanhamento de veculos de investimento, como o caso do fundo decapital de risco FIQ Universitas.
http://www.audax.iscte.pt
FORMEDIA FORMEDIA Instituto Europeu de Formao de Empresrios e Gestores, uma empresa de formao de executivos, especializada em e-Learning,especialmente vocacionada para o mundo de lngua portuguesa, com osmelhores programas internacionais.
Tem actividades regulares em Portugal, Angola, Cabo Verde e Moambique,em regime presencial e a distncia, Online, com recurso Internet eMultimdia. Em 2006 iniciou tambm actividades no Brasil.
Funciona com parceiros de elevada qualidade, oriundos dos diversoscontinentes.
Criada em 1988, a FORMEDIA definiu a sua misso como um centro dedesenvolvimento de gesto, que visa implementar o esprito empresarial nos
pases de lngua portuguesa, utilizando de forma inovadora as mais modernastecnologias.
Propriedade edireitos de autor
A propriedade e os direitos de autor so cedidos Fundao CalousteGulbenkian.
Autoria A autoria do manual de Dr. Carmo Leal
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
3/75
ndice
Objectivos de Aprendizagem ................................................................................. 5Sntese ...................................................................................................................... 7Captulo 1 A Distribuio ....................................................................................... 9
Objectivos de Aprendizagem do Captulo .............................................................. 9Cenrio ............................................................................................................... 11Estratgia ............................................................................................................ 13
O que a Distribuio ..................................................................................... 13Tipos e formas de distribuio ......................................................................... 15Tipos de Distribuidores ................................................................................... 16A Seleco de um Distribuidor ........................................................................ 16Critrios de Seleco de um Distribuidor ......................................................... 20
Os Sistemas contratuais ................................................................................... 21A importncia da varivel Localizao ............................................................ 22Recomendaes para a Aco .............................................................................. 25Soluo para o Cenrio ........................................................................................ 27Exerccios para Resolver ..................................................................................... 29
Captulo 2 Vendas ................................................................................................ 31Objectivos de Aprendizagem do Captulo ............................................................ 31Cenrio ............................................................................................................... 33Estratgia ............................................................................................................ 35
O contexto actual da Venda ............................................................................. 35O que a venda consultiva .............................................................................. 36
A frmula de sucesso nas Vendas e a importncia da relao com o Cliente .... 38Uma nova forma de Vender ............................................................................. 43As Caractersticas de um Bom Vendedor ......................................................... 47
Recomendaes para a Aco .............................................................................. 49Soluo para o Cenrio ........................................................................................ 51Exerccios para Resolver ..................................................................................... 55
Captulo 3 Preos ................................................................................................. 57Objectivos de Aprendizagem do Captulo ............................................................ 57Cenrio ............................................................................................................... 59Estratgia ............................................................................................................ 61
A Poltica de Fixao de Preos ....................................................................... 61
Factores Condicionantes na Marcao de Preos ............................................. 62O Clculo da Margem Comercial..................................................................... 63Outras questes relacionadas com a Gesto do Negcio .................................. 67
Recomendaes para a Aco .............................................................................. 69Soluo para o Cenrio ........................................................................................ 71Exerccios para Resolver ..................................................................................... 73
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 75WEBGRAFIA ......................................................................................................... 75
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
4/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
4
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
5/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
5
Objectivos de Aprendizagem
No final deste manual, o micro empresrio dever estar apto a:
Compreender a importncia da escolha de um distribuidor e saber como seleccion-lo
utilizando os critrios mais adequados;
Identificar a importncia de uma boa localizao do ponto de venda no sucesso do
negcio e saber como seleccionar esta varivel de marketing;
Conhecer e saber implementar as formas de potenciar o negcio atravs do aumento do n
de clientes, do incremento da compra mdia e do aumento da frequncia dos clientes ao
ponto de venda;
Conhecer a importncia da venda consultiva, identificando os diversos momentos da
venda e os comportamentos adequados na relao com o cliente;
Identificar o impacto das caractersticas comportamentais e tcnicas do vendedor na
relao com o cliente e saber como actuar com os diversos tipos de clientes;
Conhecer as estratgias possveis de fixao de preo, identificando o seu impacto na
captao e reteno de clientes.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
6/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
6
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
7/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
7
Sntese
O manual Vendas e Distribuio procura estruturar, de forma simples e intuitiva, os principais
conceitos e prticas que estimulam a fidelizao dos clientes, com particular destaque para as
tcnicas de vendas e atendimento to necessrias em qualquer negcio.
A primeira parte do manual centra-se no conceito da distribuio e na importncia da seleco
dos canais de distribuio, j que muitos dos empresrios que recorrem ao microcrdito o fazem
para iniciar negcios com pontos de venda estando, portanto, integrados em circuitos dedistribuio de produtos e servios.
Para empresas que so elas prprias intervenientes no circuito de distribuio
fundamentalmente como retalhistas mas tambm para empresas produtoras , pois, relevante
perceber o seu papel no fluxo que orienta os produtos e servios desde o produtor at ao local
onde os mesmos esto acessveis ao cliente final. Uma parte do captulo sobre distribuio
centra-se, assim, nos principais critrios de seleco de um distribuidor e na caracterizao das
opes mais adequadas a cada situao empresarial, tendo em conta as funes desempenhadas
por cada um destes intervenientes.
O segundo captulo do manual diz respeito aos conceitos estruturantes da funo vendas. O
nfase desta parte do manual colocado na importncia das tcnicas da venda consultiva que
tem como principal caracterstica uma postura de criao de parcerias e laos de confiana com
os clientes, assumindo o vendedor um papel de conselheiro e verdadeiro conhecedor do negcio
e das necessidades dos seus clientes.
A explicitao das necessidades gerais dos clientes acompanha a necessidade de preenchimento
das mesmas em cada uma das fases do processo de venda, desde a abordagem inicial at ao
fecho e acompanhamento ps-venda. A este propsito, importante referir que,
independentemente das especificidades de cada negcio ou sector de actividade, quer se trate de
clientes individuais ou empresarias, as tcnicas de vendas descritas neste manual podem
globalmente ser aplicadas a qualquer situao de venda sendo, naturalmente, adaptadas em
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
8/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
8
funo do contexto da venda, do mercado em questo e do nvel de proximidade da relao entre
vendedor e cliente.
Em todo o caso, inquestionvel a importncia do atendimento e da ateno na criao e reforo
de uma relao comercial que se pretende duradoura.
Este captulo aborda, igualmente, a importncia da preparao e da aprendizagem das tcnicas
que caracterizam um bom vendedor. Para alm da especial vocao comercial de alguns, as
competncias de venda tcnicas e comportamentais no so inatas; aprendem-se, na maioria
dos casos. O mito do vendedor nato um mito em vias de extino!
A terceira e ltima parte do manual refere-se a preos. A varivel preo to relevante na
maioria dos negcios! de delicada abordagem quando se pretende abranger, num mesmo
documento, destinatrios com diferentes actividades e a operar em mercados distintos.
Contudo, os aspectos bsicos de uma poltica de definio de preos procuram ter uma base
generalista e aplicvel a qualquer negcio. dado, assim, especial destaque aos factorescondicionantes da definio de preos e ao clculo da margem comercial, com exemplo prtico
apresentado de forma quantitativa.
A exemplo dos outros manuais, os cenrios apresentados tm como objectivo servir de base para
o desenvolvimento dos conceitos de cada captulo, sendo desejvel que cada formando possa
conseguir extrapolar as principais tcnicas e ideias para a realidade da sua empresa e do seu
mercado.
Da mesma forma, aconselha-se que a situao descrita nos exerccios de aplicao, no final de
cada captulo, possa constituir uma base para a adaptao a situaes porventura mais especficas
e inseridas no contexto do negcio de cada empresrio.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
9/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
9
Captulo 1 A Distribuio
Objectivos de Aprendizagem do Captulo
No final deste manual, o micro empresrio dever estar apto a:
Conhecer e saber identificar os vrios conceitos da palavra Distribuio e os seusdiversos contextos;
Identificar a tipologia de distribuidores enquanto intervenientes nos circuitos de
distribuio entre o produtor e o cliente final;
Identificar as funes dos distribuidores, na sua vertente de distribuio fsica e de
servios;
Conhecer e saber utilizar os principais critrios de seleco de um distribuidor;
Caracterizar e conhecer as vantagens e desvantagens dos sistemas contratuais como o
franchising;
Identificar a importncia de uma boa localizao e saber como seleccion-la em funo
da actividade.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
10/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
10
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
11/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
11
Cenrio
Cenrio 1 - As tricotadeiras
Podias dar-me uma ajuda pedia Joslia sua filha Raquel, aps o almoo de sbado. Tu
sabes que eu no percebo nada de vendas mas tenho que pensar numa boa forma de pr no
mercado (risos!) todas estas camisolas e casacos de criana
Joslia Alves nem sabe muito bem como surgiu este negcio. Desde jovem que sempre
adorou malhas e tricot. Com 60 anos, precocemente reformada devido a um problema de
sade que lhe dificulta o andar, Joslia percebeu na sua
actividade preferida uma forma de conseguir receitas quando
as suas companheiras de caf, um pouco por graa, lhe
comearam a encomendar peas para os filhos e netos. Afinal,
os seus casaquinhos, camisolas e cachecis coloridos, com
pontos engraados e botes originais estavam a fazer um
sucesso que ela nunca julgara possvel.
Quando as encomendas aumentaram, Joslia comentou o
assunto com a irm e duas amigas, tambm reformadas, que
rapidamente aderiram sua proposta de se tornarem uma equipa de tricotadeiras, como
Joslia gosta de dizer.
Com a capacidade produtiva aumentada, esta mini-empresa aumentou significativamente o
nmero de peas confeccionadas e achou que era chegada a hora de pensar num circuito mais
profissional para a colocao das peas no mercado.
Mas nenhuma das senhoras desta parceria sabia realmente o que fazer. Abrir uma loja
(Joslia achava a ideia aterradora!)? Arranjar um acordo com outras lojas? Dar uma comisso
a algum para vender as peas? ou, como teimava a sua sobrinha Ana, utilizar a internet?
O que tu queres saber ria-se Raquel que circuito de distribuio deves utilizar, no ?
OK, vamos por partes
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
12/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
12
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
13/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
13
Estratgia
O que a Distr ibuio
Quando se fala em Distribuio, a primeira tendncia pensar
em distribuio fsica, isto , transporte de mercadorias.
Pensamos de imediato em empresas transportadoras, em
logstica.
Em boa verdade, apesar de estas empresas fazerem, de facto, parte dos circuitos de distribuio,
a Distribuio, enquanto varivel de negcio, um conceito muito mais abrangente.
Quando falamos em Distribuio, podemos estar a referir-nos:
distribuio fsica de produtos (um entre vrios intervenientes num circuito de
distribuio);
um sector de actividade (tradicionalmente designado por comrcio);
uma componente da poltica de marketing de uma empresa produtora (que, a par de
decises como o tipo de produto, preo e comunicao, tem tambm que ponderar que
circuitos de distribuio vai utilizar para chegar aos consumidores finais);
a estratgia de negcio do distribuidor.
Consciente de que o conceito de Distribuio no se refere apenas a distribuio fsica, vejamos
o que se entende por circuito ou canal de distribuio:
Um circuito de distribuio composto por:
todas as entidades (empresas, equipamentos, pessoas) que desempenham uma
funo na conduo de um fluxo de bens ou servios do produtor ou fabricantepara o consumidor final.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
14/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
14
Assim sendo, to distribuidor a empresa transportadora como o grossista (que vende por
grosso, em grandes quantidades), como o retalhista (que vende a retalho, isto , em pequenasquantidades, ao cliente final).
Como mostra a Figura 1:
Figura 1 Exemplos de circuitos de distribuio
Quer isto dizer que, qualquer empresrio que decida abrir um ponto de venda, est a integrar um
determinado canal de distribuio de um produto ou servio do qual, na maioria das vezes, no
o produtor.
Vejamos algumas tipologias de distribuidores.
GROSSISTA
LOJASPRPRIAS
LOJASPRPRIAS
RETALHISTASRETALHISTAS
Cliente finalCliente final
INSTALADOR
GROSSISTA
RETALHISTASLOJAVIRTUAL
LOJAVIRTUAL
GROSSISTA
LOJASPRPRIAS
LOJASPRPRIAS
RETALHISTASRETALHISTAS
Cliente finalCliente final
INSTALADOR
GROSSISTA
RETALHISTASLOJAVIRTUAL
LOJAVIRTUAL
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
15/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
15
Tipos e formas de distribuio
Para alm dos grossistas que, frequentemente, intervm neste
circuito particularmente no caso dos bens alimentares os
produtos podem estar acessveis ao cliente final em muitos locais
que no apenas as tradicionais lojas.
So exemplos de retalhistas (e, portanto, de distribuidores)
(Figura 2).
Figura 2 Formas de Distribuio
Formas de distribuio Exemplo de produtos vendidos
Vendas ao domiclio aspiradores, enciclopdias, seguros, livros, telecomunicaes,etc
Vendas por telefone cartes de crdito, servios bancrios
Vendas por correspondncia roupas e equipamentos (Exemplo:La Redoute)
Vendas pela TV (televendas) produtos dietticos, equipamentos para o lar
Vendas em reunies produtos do tipo Tupperware, produtos de beleza Avon, etc
Vendas em mercados produtos alimentares
Venda ambulante roupa
Em mquinas (vendingmachines)
refrigerantes, jornais, produtos alimentares, servios bancrios(caixas ATM)
Na internet artigos de informtica, viagens,
Lojas fsicas todos os produtos
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
16/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
16
Tipos de Distr ibuidores
As entidades que, mais frequentemente, integram um canal de distribuio so:
Tipos Descrio
Grossistas Compram aos produtores e vendem em grandes quantidades normalmente aosretalhistas
Retalhistas Compram aos produtores ou directamente aos fabricantes e vendem aoconsumidor final
Agentes Representam os produtores mas no chegam a tomar posse dos produtos.
Recebem uma comisso pelo que vendem.
VARs valueadded resellers
Compram aos produtores, modificam o produto acrescentando-lhe valor edepois vendem ao cliente final (ex: central telefnica)
A Seleco de um Distr ibuidor
Sendo o distribuidor responsvel pelo modo e pelas condies emque um produto chega ao consumidor final, fcil perceber que a
seleco de um distribuidor no pode ser feita sem uma reflexo
cuidadosa das funes que se pretende que este distribuidor venha a
ter e qual a empresa ou o particular mais habilitado para
desempenhar essas funes.
Na anlise das funes desempenhadas pelos distribuidores e por
uma questo de facilidade, vamos, para j, distinguir entre produtos e servios.
No caso da maioria dos produtos, um fabricante estejamos a falar de um produtor de frutas e
alfaces ou de um grande fabricante de roupa, por exemplo necessita de escolher um canal que
torne os seus produtos disponveis aos clientes finais. E que funes tem esse distribuidor que
desempenhar? Vejamos as principais, ainda que algumas delas possam no ser to relevantes emdeterminadas actividades (Figura 3, pgina seguinte).
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
17/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
17
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
18/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
18
Figura 3 Funes dos Distribuidores
Tipo de funes Funo Observaes
Distribuio fsica
transporte at ao local onde o cliente final poder
adquirir os produtos
armazenamento para que no haja rupturas de stock
manuteno sobretudo no caso dos bens perecveis mastambm nos outros que precisam de condiesespecficas
Prestao deservios
constituio de um sortido o retalhista, principalmente, preocupa-se em
seleccionar os produtos que vende em funodo tipo de negcio e da clientela
fraccionamento dosprodutos
por forma a que, ao contrrio dos grossistas eretalhistas, o cliente final no tenha quecomprar caixas ou paletes de produtos masapenas as unidades de que precisa
promoo dos produtos por vezes, concertadas com o fabricante
recolha de informao esta informao de mercado pode sertransmitida aos fabricantes porque osretalhistas so os primeiros a sentir omercado
venda ao cliente final
ps-venda garantias, entregas, reclamaes, montagens
financiamento acordos com entidades financeiras que visam
possibilitar flexibilidade ao cliente final
risco comercial em muitos casos, se os produtos no se
vendem, o distribuidor fica com um stockparado.
Como pode verificar, o distribuidor e, em particular, o retalhista, faz muito mais do que vender.
E, a propsito, to retalhista o quiosque de jornais da esquina da rua como uma grande cadeia
de lojas de livros ou de roupa, por exemplo.
Em alguns casos, o produtor encarrega-se tambm da distribuio dos produtos, normalmente
atravs de lojas prprias. o que designamos por canal integrado de distribuio e acontece
frequentemente no caso das marcas de caf, tintas ou telemveis (marcas como a Sical, a Delta, a
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
19/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
19
Robbialac ou a TMN tm pontos de venda prprios, apesar de tambm utilizarem outros canais
de distribuio (lojas multimarca , hipermercados, etc...).
E quanto aos servios? No tendo existncia fsica, ser que os servios no tm um circuito de
distribuio? Claro que tm!
Pensemos em viagens, por exemplo. O prestador (produtor) de uma viagem area a companhia
transportadora. No entanto, para alm do ponto de venda prprio nos aeroportos, tipicamente
estas organizaes tambm tm grossistas que compram em grande quantidade e que depois
vendem s agncias de viagens, por exemplo, Neste caso, as agncias e os outros operadores do
mesmo tipo so retalhistas que, por vezes, juntam a viagem com a estadia e entretenimento,
conseguindo um pacote mais apelativo.
Outro exemplo a restaurao. A restaurao , como todo o comrcio, uma prestao de um
servio (muito embora os produtos que comemos tenham um corpo fsico!). Que dizer da
distribuio deste servio?
A produo e a prestao do servio de restaurao so feitas no ponto de venda, isto , o bar,
restaurante ou caf. Em alguns casos, a cadeia de distribuio pode incluir vrios pontos de
venda. Apesar de os servios no terem corpo fsico e, portanto, no poderem ser transportados e
armazenados, o distribuidor (dono ou responsvel pelo estabelecimento) cumpre todas as outras
funes de distribuio referidas.
Outro aspecto importante a referir que errada a ideia de que um intermedirio a mais no canal
de distribuio tem sempre como consequncia um preo mais elevado ao consumidor final. Na
verdade, o distribuidor exerce funes que so necessrias para fazer chegar o produto ao cliente,
nas condies e no local onde este o deseja adquirir.
Assim, por exemplo, se algum se dirige ao norte do pas para comprar directamente ao
fabricante uma moblia de quarto, ele vai comprar mais barato do que no ponto de venda mas
esquece-se, por vezes, de que est ele prprio, enquanto cliente final, a desempenhar funes que
pertencem ao distribuidor, isto , transporte, seguro, montagem (tempo, esforo, etc).
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
20/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
20
Critrios de Seleco de um Distribuidor
Ponderadas as funes que o distribuidor tem que
desempenhar, necessrio identificar qual o distribuidor
mais indicado para as desempenhar. Assim, um
fabricante de refrigerantes ter que pensar se ser
melhor entregar a distribuio dos seus produtos a um
distribuidor externo ou, por outro lado, criar uma fora
de vendas prpria que distribua os refrigerantes at ao interveniente mais prximo cafs, bares,
restaurantes e supermercados.
Que critrios pesam nesta deciso (Figura 4)?
Figura 4 Critrios de seleco de um distribuidor
Critrio Descrio
Cobertura do alvo epotencial do circuito dedistribuio
Se o produtor pretende fazer chegar os seus produtos a todo o a pasno pode cingir-se a um distribuidor regional
Competncia e adaptao estratgia do produtor
A imagem e a evoluo da empresa distribuidora tm que sercoerentes com a imagem comercial do produtor
Imagem do circuito ecapacidade promocional
O posicionamento da marca do distribuidor e a sua capacidade deajudar na promoo dos produtos que distribui tm que ser ponderados
Controlo da distribuio Que controlo mantm o fabricante sobre os seus produtos a partir domomento em que os coloca no canal de distribuio (condies de
preo, entrega, etc)?
Compatibilidade com outroscanais
Se o produtor tambm utiliza outros canais de distribuio (vendadirecta ou por internet, por exemplo), todos os circuitos tm que tercondies coerentes
Custo da Distribuio H canais mais onerosos do que outros. Por exemplo, manter umafora de vendas prpria sempre mais caro do que utilizar os serviosde um distribuidor externo. Utilizar uma mquina mais barato do queutilizar capital humano
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
21/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
21
Os Sistemas contratuais
Em alguns casos, as relaes entre produtores e distribuidores so celebradas em contrato que
estipula as obrigaes e os deveres de cada parte. o caso do Franchising, onde o dono da marca
o franchisador cede a outras pessoas ou empresas (os franchisados) o direito de a
comercializar, explorando o conceito mas impondo, contudo, determinadas condies.
Em regra, em troca de uma prestao mensal designada por royalties, o franchisador autoriza a
comercializao da marca, da sua sinaltica, fornece apoio tcnico no ponto de venda, formao,
apoio administrativo ajudando nos gastos de promoo. Naturalmente que so as marcas
conhecidas e com conceitos j testados que tm mais sucesso neste sistema de franchising.
Vantagens deste conceito para o franchisado:
permite a associao do comerciante a marcas e conceitos j testados noutros mercados o
que significa um risco muito menor;
constitui uma arma concorrencial porque utilizam uma marca conhecida, com garantias
de venda;
o franchisado recebe apoio tcnico na venda: decorao da loja, material de merchandising,
apoio na gesto dos stocks e em formao profissional;
o franchisado recebe tambm apoio comercial sobre matrias de preos e de margens a
praticar;
e tambm apoio administrativo, em termos de marketing e controlo da gesto do negcio;
existe uma repartio de investimentos em material promocional e publicitrio.
Em contrapartida deste apoio do franchisador, o franchisado obriga-se a cumprir os
procedimentos de gesto do negcio estabelecidos e a pagar ao franchisado um fee que
normalmente uma percentagem das vendas, para alm de um valor fixo inicial (os direitos de
entrada).
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
22/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
22
A licena de franchising:
pode referir-se a um franchising de Distribuio, onde transmitida a licena de
comercializao dos produtos de uma marca, fornecidos pelo franchisador. o caso da
maioria das lojas de vesturio como a Benetton, por exemplo;
existe ainda o franchising de Servios, onde o franchisador concede a licena de
explorao da insgnia e transmite os seus conhecimentos de gesto. Bons exemplos so os
da rea da restaurao, insgnias como a Loja das Sopas, o Frango da Guia, etc...
Apesar das vantagens comerciais de trabalhar com uma marca j testada, optar por um sistema
de franchising poder no ser a opo mais adequada em todos os casos. Na verdade, para alm
da perda de autonomia, o franchisado pode estar sujeito ao insucesso da marca, a problemas de
imagem, sortido ou preos desadequados, sendo-lhe impossibilitada a procura de novos
fornecedores ou a alterao da estratgia comercial.
O mais conhecido caso de franchising porventura a cadeia de hambrgueres McDonalds com
lojas em todo o mundo; mas existem muitas outras marcas que comeam a ter grande sucesso em
cadeias de franchising. A maior parte das lojas dos centros comerciais so disso um bom
exemplo.
A importncia da varivel Localizao
Na poltica de marketing de um distribuidor, a Localizao ,
provavelmente, a mais importante deciso que o empresriotem de ponderar.
Ao contrrio da poltica de produtos, da seleco do nvel de
preos ou at mesmo do tipo de comunicao que se pretende
fazer, no possvel alterar a localizao de uma empresa de
um dia para o outro. Os custos da mudana so enormes!
E, no entanto, a localizao a varivel mais importante no
marketing dos distribuidores, em particular dos retalhistas.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
23/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
23
Se verdade que pode no ser muito importante o local dos armazns de um grossista (apesar de
os retalhistas, que so os clientes dos grossistas, tambm apreciarem as vantagens de uma boa
localizao), j no caso das lojas dos retalhistas, a localizao essencial.
Vejamos, por exemplo, o caso da restaurao. Excepto no caso em que j conhecemos o
restaurante ou em situaes em que fomos fortemente aconselhados para o visitar, o que nos leva
a visitar um restaurante, um bar ou um caf? A ementa na porta, o bom aspecto das instalaes, o
preo afixado, etc mas tudo isto s funciona se este restaurante nos ficar em caminho, se
estiver visvel.
Por outras palavras, um excelente ponto de venda localizado num sitio escondido ou onde no
passem pessoas poder estar destinado a fracassar. Uma fantstica papelaria com jornais e
revistas nacionais e estrangeiras no ter sucesso se no se situar num local de passagem. Da, a
preferncia de muitos empresrios por centros comerciais
Contudo, o conceito de boa localizao depende de negcio para negcio. Uma grfica ou uma
loja de ferragens, por exemplo, no precisam de se localizar numa rua ou artria principal
enquanto que uma loja de roupa (onde so frequentes as compras de impulso) precisa de estar
mais visvel.
Para a seleco da localizao so importantes os aspectos j abordados em mdulo anterior,
como a rea e a capacidade de atraco de clientes. No entanto, mesmo uma localizao menos
boa pode ser atenuada pela utilizao de sinaltica indicativa que encaminhe os potenciais
clientes para o ponto de venda.
Em se tratando de negcios onde os clientes no vo escritrios, por exemplo a localizao
no to relevante mas convm lembrar que em alguns negcios o local de instalaes pode ser
importante como carto de visita.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
24/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
24
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
25/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
25
Recomendaes para a Aco
Questes Sugestes
Que importncia tem a
varivel Distribuiono meu negcio?
Se voc for um comerciante, faz parte de um determinado
circuito de distribuio (tipicamente ser um retalhista) deprodutos ou servios.
Ao ser responsvel pelo acesso do cliente final a esses
bens, voc naturalmente parceiro desses produtores. Como deverei
seleccionar umdistribuidor,encontrando-me eu nasituao de produtor?
Identifique as funes que quer que o seu distribuidor
desempenhe, em funo do produto, do mercado e daconcorrncia.
Compare, depois, as vrias opes e decida.
Como retalhista, quefunes de distribuiodevo privilegiar?
Como retalhista, voc responsvel pela venda e todos osservios ps-venda do seu sortido j que, para o cliente,voc a cara do produtor. Existem outras funes mais
logsticas mas o principal perceber que o cliente quer sertratado como nico.
Que devo saber paratomar a deciso de metornar franchisado deuma marca?
Deve saber quais so os direitos de entrada, os royalties apagar e quais os seus direitos e restantes obrigaes.
Convm no decidir antes de fazer um clculo da futura
rentabilidade do negcio partindo de outros exemplos.
Como posso melhorar o
impacto negativo deuma localizao menos
boa de um ponto devenda?
Atravs de sinaltica em locais visveis das imediaes,
decorao da montra e aces de comunicao local.
Fomente o passa-palavra positivo porque muito eficaz.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
26/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
26
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
27/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
27
Soluo para o Cenrio
No caso em questo, apesar da pequena dimenso da empresa, abordada a escolha de um canal
de distribuio.
Estas senhoras fabricantes de pequenas peas de tricotpara crianas tm meios produtivos
mas precisam de fazer chegar os produtos ao cliente final. Convm, no entanto, manter presente
que se trata de um negcio de pequena dimenso e com poucos meios, pelo que a seleco do
canal tem que ter em conta este aspecto.
Vejamos que tipo de canais de distribuio estas senhoras podem utilizar (Figura 5).
Figura 5 Caracterizao dos canais de distribuio possveis para os casacos de tricot
Canal CaractersticasProcurar um ponto de venda prprio Grande investimento e obrigatoriedade de
manuteno de um determinado sortido
Fazer um acordo com o dono de outro ponto devenda (preferencialmente de roupa)
Incerteza de venda; pouco controlo sobre aexposio e a promoo do produto
Pagar comisses a pessoas que se encarreguemde vender os produtos
Incentiva a venda mas pode diminuirsignificativamente a margem de lucro
Promover reunies em casa de pessoas amigas econhecidas
Recursos com tendncia a escassear (o nmero deamigas e conhecidas tem limite)
Criar uma pgina de internet, apresentando osprodutos, que possa receber encomendas
Necessidade de promoo da pgina
Necessidade de criao e actualizao doscontedos
Obrigatoriedade de cumprimento de encomendas
Marcar reunies em empresas onde trabalhemfundamentalmente mulheres (aproveitando ointervalo do almoo)
Incerteza da venda
Reduzido horrio para venda
Procurar informao sobre grvidas e recm-mams e abord-las directamente
Aumenta a probabilidade de acertar no cliente alvomas mais complicado o contacto
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
28/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
28
Loja infantilReunies
Pgina deinternet
Venda emescritrios
Comissionistas
Produtor
Loja infantilReunies
Pgina deinternet
Venda emescritrios
Comissionistas
Produtor
Pesados os prs e os contras, estas senhoras tm que reflectir sobre a sua capacidade produtiva,
os objectivos futuros que tm (o negcio que comeou por ser uma brincadeira para passar aconstituir uma fonte significativa de receitas?), o nvel de lucro que pretendem obter e o nvel de
envolvimento pessoal que pretendem associar a este negcio.
As diversas opes so resumidas na Figura 6.
Figura 6 Representao grfica dos canais de distribuio possveis para as peas detricot
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
29/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
29
Exerccios para Resolver
Exerccio 1 Que canal utilizar?
Uma empresa produtora de batatas fritas que utiliza uma poltica de distribuio tradicional, com
grossistas e retalhistas, decide repensar essa poltica recorrendo a prestadores de servios. Como
que a empresa deve ponderar entre estas duas hipteses?
Exerccio 2 Circuitos de distribuio
Identifique e esquematize o circuito de distribuio para os seguintes produtos:
Tupperware
Mquinas de lavar loua Indesit
Cafs Delta
Identifique tambm as suas principais vantagens e desvantagens.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
30/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
30
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
31/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
31
Captulo 2 Vendas
Objectivos de Aprendizagem do Captulo
No final deste captulo, o micro empresrio dever estar apto a:
Conhecer o actual contexto da funo venda e a sua evoluo ao longo das ltimas
dcadas;
Conhecer as caractersticas que definem um tipo de venda consultiva, colocando o
vendedor como parceiro do cliente;
Conhecer as variveis estruturantes do sucesso de um negcio, sabendo como
operacionalizar aces que tenham como consequncia um aumento de vendas;
Conhecer as principais necessidades dos clientes e saber como satisfaz-las atravs de um
atendimento correcto;
Identificar as etapas de um processo de venda pessoal, conhecendo os comportamentos
adequados em cada uma delas;
Conhecer o conjunto de competncias de um excelente vendedor tcnicas e
comportamentais identificando a sua importncia no sucesso da funo venda.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
32/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
32
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
33/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
33
CenrioCenrio 2 Saudades do Sr. Esteves
A mim, no me vem mais naquela loja assegurava indignada a Amlia sua vizinha e
amiga Graciete ao cruzar-se com ela na escada do prdio.
Que loja?, admirou-se a amiga pouco habituada a desabafos deste tipo. O que que
aconteceu?
Imagina que fui hoje, pela primeira vez, loja de roupa que abriu onde era a antiga loja do
Sr. Esteves. Precisava de comprar algumas roupas e vi na montra tambm lenis que me
pareceram bonitos. Quis ver o que havia, nunca l tinha entrado desde a remodelao.
E ento?, admirava-se Graciete. E ento, acho que aquela funcionria est convencida de
que faz aos clientes um grande favor em os atender. Vou-te contar!
Quando entrei na loja, estavam as duas empregadas a conversar animadamente a um canto.
Nem olharam para mim, que me dirigi para a seco de roupa feminina. Queria uma camisa
que ficasse bem com as minhas calas cremes novas. Vi uma que gostei, mas pareceu-me
pequena. Pedi ajuda empregada que continuou a falar com a colega. Ao meu 3 pedido, veio
ter comigo manifestamente enfadada por ter tido que interromper a conversa
Queria esta camisa mas o n o 40
S temos o que est vista foi a resposta seca.
Mas aquela do manequim da montra no ser o meu tamanho?
capaz, mas no podemos desfazer a montra
Ento e noutra cor? talvez roxo
Roxono h, sabe que essa cor no est na moda este ano
(trimmm! gritou o telemvel que a funcionria logo atendeu).
Quando, finalmente, 5 minutos depois, desligou o telefone, j eu tinha
passado para o linear das t-shirts.
Qual o preo desta? perguntei indicando uma pea castanha.
Est tudo marcado! Mas essa no lhe serve, a senhora no vai caber a dentro!
Ento e no tem igual em maior? No???...E no sabe quando vai ter?
No fao a mnima ideia
Por esta altura, eu que j no tinha a mnima pacincia para falar com aquela pessoa to
pouco simptica e vim-me embora sem nada comprar. Pois se calhar ela estava chateada,
talvezmas eu estava habituada a ser bem atendida com o Sr. Esteves.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
34/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
34
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
35/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
35
Estratgia
O contexto actual da Venda
A orientao de marketing de qualquer negcio centra-se na identificao de clientes potenciais e
das suas motivaes de compra. Mas os clientes identificados tm que ser conquistados e, mais
importante ainda, fidelizados. uma tarefa que diz respeito a toda a empresa mas principalmente
fora de vendas, independentemente de se tratar de uma funo com uma nica pessoa
porventura o dono do negcio ou de uma equipa com numerosos elementos. Os princpios so
os mesmos, a responsabilidade a mesma.
Recuemos um sculo, at ao incio do sculo XX, para referirmos que quando a oferta de
produtos e servios era menor do que a oferta, como sucedia at ento, as pessoas limitavam-se a
comprar o que havia, sem grandes alternativas de escolha. Consumia-se o que se produzia e
apenas isto; o esforo para vender era praticamente nulo. A
funo vendas consistia praticamente em anotar pedidos de
compra
Com o final da 2 guerra mundial e com a vulgarizao da
fbrica e da produo em massa, a oferta aumentou
significativamente, banalizando produtos e servios, ainda que as
necessidades dos respectivos consumidores fossem pouco tidas
em conta. Data do final dos anos 50 a famosa frase do Sr. Henry Ford, iniciador da conhecida
marca de automveis Ford que, referindo-se aos seus modelos (todos iguais) dizia O clientepode escolher qualquer cor desde que seja preto.
Por esta altura, a nfase da venda estava naturalmente centrada nas caractersticas do
produtoe no nas necessidades dos clientes.
medida que os clientes passam a deparar-se com um maior nmero de opes para satisfazer
as suas necessidades, podendo, desta forma, escolher livremente os produtos, servios e
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
36/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
36
respectivos pontos de venda, as organizaes (da maior de mais pequena dimenso) passaram a
procurar entender e superar as expectativas dos clientes melhor do que a sua concorrncia.
Emergiu, assim, um outro tipo de venda a venda consultiva, baseada na anlise das
necessidades e desejos dos utilizadores.
Em boa verdade e lamentavelmente, este tipo de venda ainda, em muitos casos, substituda por
aquilo a que chamamos venda hard-selling em que o vendedor, preocupado em cumprir
objectivos, se esfora por empurrar para o cliente produtos que ele no precisa e que no so
os indicados para a sua necessidade. o que anedoticamente ainda chamamos de vendedor de
banha da cobra, espcie que vai tendendo a desaparecer.
O que a venda consult iva
Na venda consultiva, o vendedor assume uma postura activa na relao com
os seus clientes. um consultor, algum que conhece, aconselha, a melhorsoluo para um problema de algum, que pode at nem saber
exactamente o que precisa.
Cabe ao vendedor, enquanto especialista dos produtos ou servios que
vende, diagnosticar as necessidades menos bvias e propor a melhor soluo.
Vender no mais do que casar uma necessidade com um produto ou servio que vai resolver
essa necessidade. Esta atitude no especfica de grandes negcios, de vendas a clientes
empresariais ou de produtos/servios de elevado montante. Pelo contrrio, vender de forma
consultiva pr-se do lado do cliente, colocar-se no seu lugar, independentemente do local de
venda ou do valor do produto.
Seguem-se algumas das posturas que caracterizam este tipo de venda (Figura 7, pgina
seguinte).
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
37/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
37
Figura 7 A postura do vendedor na venda consultiva
Numa vendaconsultiva ovendedor
Olha para o cliente como algum a quem tem que compreender esatisfazer.
Sabe que a sua funo consiste em ajudar o cliente a decidir de formainteligente.
Diagnostica, pergunta e escuta, procurando o mais possvel conhecer asnecessidades do cliente para melhor o poder ajudar.
Procura informar e negociar em vez de manipular. Um negcio tem que serde ganho para ambas as partes.
Sabe que uma venda no termina com a nota de encomenda. O serviops-venda e o acompanhamento posterior fazem a diferena.
Sabe que tem que ter conhecimentos muito qualificados sobre o que vende,ser um bom comunicador e ter caractersticas de interrelacionamento
pessoal
O fulcro da ateno do vendedor no cliente e nas suas necessidades justifica-se pela importncia
da fidelizao do cliente. Na verdade, bem mais difcil captar um novo cliente do que mantersatisfeito um cliente actual.
Porque um cliente fidelizado:
Compra em maior quantidade a marca em causa;
Tende a no considerar as propostas da concorrncia;
Tem, face aos produtos novos da empresa, um atitude positiva;
menos sensvel ao preo;
Mantm com os vendedores um contacto pessoal mais fcil;
Pode ser uma boa fonte de ideias para melhorar produtos e servios
Muitas empresas e negcios esforam-se muito por conseguir novos clientes, isto , interessar
novas pessoas, esquecendo que quando os actuais clientes no esto satisfeitos eles deixam de
comprar e passam a ser ex-clientes.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
38/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
38
Esta tendncia mope para apenas ver no curto prazo tem uma forte influncia sobre a
rentabilidade dos negcios, ainda que muitos empresrios desconheam o custo de obter um
novo cliente e a facturao que perdem quando um cliente os abandona.
por isso que qualquer empresa tem que exercer a sua actividade comercial controlando, ao
mesmo tempo, as vrias etapas do ciclo da sua relao com a carteira de clientes (Figura 8):
Figura 8 As etapas da relao com o cliente
A frmula de sucesso nas Vendas e a importncia da relao com oCliente
Como vimos no manual de Clientes, a frmula do sucesso nas vendas passa obrigatoriamente por
uma das trs variveis.
N de clientes x compra mdia x frequncia da compra
Por isso, para aumentaro volume de negcio, em qualquer actividade, ser necessrio:
aumentar o nmero de clientes
conseguir que eles comprem mais de cada vez que compram ou
conseguir que eles comprem mais vezes
Para atingir o primeiro objectivo levar mais clientes a comprarem pela 1 vez e
independentemente da rea de actividade, qualquer empresrio precisa de tornar conhecido o seunegcio, passando para o respectivo mercado uma boa imagem.
Exclientes
Recuperar
No clientes
interessar
CLIENTES
vender satisfazer fidelizar
Exclientes
Recuperar
No clientes
interessar
CLIENTES
vender satisfazer fidelizar
Exclientes
Recuperar
No clientes
interessar
CLIENTES
vender satisfazer fidelizar
Exclientes
Recuperar
No clientes
interessar
CLIENTES
vender satisfazer fidelizar
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
39/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
39
Por que h-de um potencial cliente experimentar um determinado produto, um servio ou um
ponto de venda quando existem tantos, se no houver algo de especial que justifique essa
escolha?
A notoriedade de uma marca o quanto ela conhecida do pblico consegue-se atravs de
uma boa localizao que facilite o trfego dos clientes, de actividades promocionais que
incentivem a visita e atravs de aces de comunicao (publicidade e relaes pblicas, por
exemplo).
Leve em linha de conta que uma aco de publicidade no forosamente uma campanha na TV
ou na imprensa generalista e que uma aco de comunicao que consista em distribuir folhetos
nas imediaes de uma loja ou a colocao de um anncio num jornal local ou na imprensa
gratuita pode ser extraordinariamente eficaz, dependendo do pblico-alvo que se pretende
atingir.
J o objectivo de levar os clientes a comprarem mais de cada vez estimula-se por meio de uma
cuidada exposio de produtos que estimule as compras de impulso, pela aposta num sortido
com produtos de maior valor acrescentado e pela criao de condies que favoream mais
tempo de visita e mais liberdade de pagamento (temperatura ambiente, msica, aromas, escadas
rolantes, flexibilidade de pagamento, servios de entrega, etc).
A frequncia com que os clientes compram trabalha-se, procurando que um cliente que
experimentou fique satisfeito e se torne cliente regular. E como se consegue tal propsito?
Atravs de tudo o que consolide uma relao com o cliente: qualidade da oferta, boa percepo
da relao qualidade-preo, aces promocionais que levem o cliente mais vezes loja,
disponibilizao de produtos e bens de compra repetida e, sobretudo, atravs da excelncia no
atendimento.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
40/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
40
Quando falamos de fidelizao, foroso falar de relao. Uma boa relao com os clientes
consegue-se atravs de um excelente atendimento que tenha em conta as necessidades dos
clientes.
As necessidades do cliente
Qualquer cliente quer numa situao de visita a uma loja, quer em caso de venda pessoal ou
empresarial espera encontrar produtos e servios de qualidade e elevados padres de
atendimento. Como vimos anteriormente, as expectativas dos clientes so actualmente elevadas
o que nos satisfazia ontem, hoje j faz parte do expectvel.
por isso que um dos factores diferenciador da oferta de venda e, em particular de um ponto de
venda relativamente a outros, o atendimento personalizadoe competente, que tanto contribui
para a fidelizao do Cliente loja.
O que se segue diz respeito a um contexto de ponto de venda mas, estes conselhos deatendimento, so naturalmente vlidos para qualquer situao de venda:
Qualquer cliente gosta de:
1. Sentir-se bem-vindo
Quem que no gosta de comprar num ambiente simptico, agradvel, onde se sinta bem?
Assim, quando um cliente entra na sua loja ou na sua empresa, esforce-se para que ele se sinta
bem-vindo.
Sorria
Cumprimente
Olhe o Cliente nos olhos
Por muito bvio que tal possa parecer, importante lembrar que o vendedor deve ter uma
apresentao cuidada (sapatos, farda, mos, unhas, rosto, barba, cabelos) e que mantenha com o
cliente uma postura de amabilidade e simpatia.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
41/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
41
Outra necessidade importante de qualquer Cliente, quando pretende fazer uma compra, :
2. Sentir-se compreendido
Todos ns gostamos que nos dem ateno, que esclaream as nossas dvidas. Enquanto
clientes, todos desejamos estabelecer com o vendedor e com o ponto de venda uma relao de
confiana. Gostamos que nos compreendam e por isso que muitas vezes fidelizamos numa loja
mesmo que existam outras alternativas muito parecidas, porventura at com preos inferiores.
Ora a confiana constri-se no dia-a-dia atravs da ateno, da importncia e da personalizao
dedicada aos Clientes.
Por isso, no esquea:
Oua o Cliente com ateno
Faa perguntas para perceber o que o Cliente precisa
Confirme o que o Cliente quer
Conquiste a confiana do Cliente
Para alm de ser compreendido, todo o Cliente gosta de:
3. Sentir-se importante
O Cliente no quer saber se voc est muito ocupado, se est chateado ou se est preocupado
com a sua vida particular. Ele quer sentir-se importante, quer que voc lhe d ateno, quer
sentir-se como se fosse o nico.
Por isso:
Coloque sempre o Cliente em 1 lugar
Ele a sua prioridade n 1
Fale-lhe das coisas que so importantes para ele
E, no entanto, a simpatia no suficiente. Porque ao entrar numa loja, o Cliente tambm espera:
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
42/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
42
4. Encontrar competncia
A amabilidade do vendedor, por si s, no preenche todas as necessidades do Cliente. Oatendimento tem quer ser eficaz e prestado por algum com competncia, que conhea
verdadeiramente os produtos ou servios que vende. Isto , vender de forma profissional.
Por isso, importante que:
Esclarea as dvidas do Cliente
Responda s suas objeces Resolva os problemas do Cliente
Seja profissional em tudo o que faz
A qualidade do atendimento no acaba no acto da venda. O Cliente espera tambm
5. Receber assistncia
Enquanto vendedor, a sua responsabilidade relativamente aos produtos que vende e aos servios
que presta ao cliente, no acaba quando este sai da loja. Dentro ou fora do ponto de venda
Ajude o Cliente
Disponibilize-se para o ajudar
Apresente solues que satisfaam as necessidades do Cliente
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
43/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
43
CONFIANCONFIANAA
NECESSIDADENECESSIDADE
APRESENTAAPRESENTAOO
FECHOFECHO
SOFT SELLINGSOFT SELLING
40%40%
30%30%
20%20%
10%10%
CONFIANCONFIANAA
NECESSIDADENECESSIDADE
APRESENTAAPRESENTAOO
FECHOFECHO
SOFT SELLINGSOFT SELLING
40%40%
30%30%
20%20%
10%10%
40%40%
HARD SELLINGHARD SELLING
RELACIONARRELACIONAR
QUALIFICARQUALIFICAR
APRESENTAAPRESENTAOO
FECHOFECHO
30%30%
20%20%
10%10%
40%40%
HARD SELLINGHARD SELLING
RELACIONARRELACIONAR
QUALIFICARQUALIFICAR
APRESENTAAPRESENTAOO
FECHOFECHO
30%30%
20%20%
10%10%
HARD SELLINGHARD SELLING
RELACIONARRELACIONAR
QUALIFICARQUALIFICAR
APRESENTAAPRESENTAOO
FECHOFECHO
30%30%
20%20%
10%10%
Uma nova forma de Vender
Colocando grande nfase no produto e com a principal preocupao de empurrar a oferta para os
clientes a todo o custo, o vendedor tradicional no tinha em grande conta todas estas
necessidades. Ele procurava, numa situao de venda, fundamentalmente falar o mais possvel
sobre o que tinha para vender.
Para um vendedor tradicional do tipo hard selling as tarefas de criarconfiana e diagnosticar as necessidades do cliente ocupam muito
pouco tempo, j que a preocupao principal falar o mais
possvel e depois conseguir o fecho da venda a todo o custo.
Assim, na forma tradicional de vender ocupa-se a maior parte do tempo a procurar obter um
sim de um cliente que, por vezes, levado a comprar o que no precisa.
Pelo contrrio, o vendedor consultivo assemelha-se a um mdico conselheiro que no faz
qualquer prescrio sem primeiro diagnosticar a situao do seu paciente.
A principal preocupao do vendedor no falar mas
ouvir. A maior parte do tempo de venda ser ocupada com a
criao de confiana e empatia, seguida da identificao da
verdadeira necessidade de produto ou servio.
S depois destas duas fases, o vendedor passa apresentao da melhor soluo, seguindo-se o
fecho que surgir de forma natural se a apresentao tiver sido bem feita.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
44/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
44
O primeiro passo a dar conseguir a Confiana do Cliente. Oua-o atentamente. D-lhe
ateno. Aperceba-se do que, para ele, importante, saiba o que ele valoriza, aquilo a que
sensvel.
Sorria e olhe o Cliente.
Estimule a conversa.
A confiana conquista-se e mantm-se atravs da
criao de empatia. Ajuda saber quais so os pontos de
sensibilidade do cliente (a famlia, o trabalho, alguma
actividade em especial, etc)
A segunda etapa do atendimento consiste em identificar as necessidadesreais do seu Cliente.
Convm ter em conta que, por vezes, as necessidades no so expressas. necessrio
diagnosticar, fazer perguntas. Voc no vai querer for-lo a comprar o que ele no precisa mas,
para isso, tem de conhecer o que ele realmente gosta, necessita e lhe faz falta.
Assim, importante saber quem, quandoe comoir utilizar ou consumir determinado produto, a
frequncia da compra, porventura conhecer a composio do agregado familiar, etc.
As necessidades identificam-se atravs de perguntas abertas, que comeam com: Quem
vai? Quando vai ? Como vai ?
Por esta altura, feito o diagnstico, o vendedor pode passar fase da apresentao dos
produtos/servios. o terceiro passo da fase do atendimento.
Apresente, por exemplo, a nova mquina que chegou ontem ou o detergente que se encontra empromoo Conhea as caractersticas dos artigos que vende mas fale dos benefcios da sua
oferta, explique as vantagens que os produtos tm para os clientes. Para isso:
Conhea bem todos os produtos e servios que vende. H que dar a
conhecer os produtos novos, chamar a ateno para os destaques e
promoes.
Apresente os produtos que se identificam com as necessidades dos
Clientes.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
45/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
45
na fase de apresentao da venda que surgem as inevitveis Objeces. o quarto passo do
processo de venda consultiva.
Considere as objeces como um pedido de esclarecimento. No se trata de nada pessoal,
o cliente no o est a pr em causa a si, est apenas a pedir mais informao sobre o
produto.
Pense que as objeces significam mais oportunidades para vender, porque um cliente
que foi esclarecido compra mais facilmente do que outro que tem ainda dvidas.
Aproveite para salientar as vantagens dos produtos e explicar as formas de utilizao.
Refira as outras pessoas que j compraram e como elas se sentem satisfeitas com esse
produto.
Fale da publicidade que o produto tem e como ele conhecido de todos.
Apresente todas as provas que puder.
O quinto passo do atendimento o Fecho. Um bom vendedor deve conhecer a altura exacta para
fechar a venda. Se os benefcios do produto tiverem sido explicados na lgica das necessidades
do cliente, o fecho aparece de forma natural.
Utilize o chamado fecho de empurro. Pergunte:
- Porque que no experimenta?
- Leve, experimente e depois diga-me o que achou...
Ou ento, o fecho alternativo:
- Qual o sabor que prefere?
- Prefere levar a embalagem grande ou a pequena?
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
46/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
46
importante tambm no perder de vista que o atendimento na caixa pode ser determinante para
a fidelizao do Cliente ao ponto de venda. Nesta fase de atendimento, o vendedor deve reforar
no Cliente a sensao de ter feito uma boa compra. Para isso:
Olhe o Cliente nos olhos e sorria
Se possvel, trate-o pelo nome
Pergunte qual a forma de pagamento que prefere
Agradea e despea-se
Mas a sua relao com o Cliente no acaba no acto do pagamento. Aps a venda, o vendedor
tem de estar apto a tratar qualquer situao de reclamao. Dever, tambm, disponibilizar-se
para prestar servios de assistncia venda, como, por exemplo, entregas em casa, ou flexibilizar
a forma de pagamento (carto de crdito, cheque, etc). Por isso, disponibilize-se
profissionalmente para:
Resolver situaes de reclamao com competncia e profissionalismo
Reforar a boa imagem da empresa ou da loja
Atrair e fidelizar clientes atravs da criao de servios ps-venda.
Lembre-se sempre: voc um profissional e deve ser visto pelos
seus clientes como um profissional. Tenha sempre em conta que 1
Cliente satisfeito passa essa mensagem a 3 outros potenciaisClientes mas 1 Cliente insatisfeito passar alegremente essa
insatisfao a, pelo menos, 10 outros Clientes.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
47/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
47
As Caractersticas de um Bom Vendedor
Sobretudo nos negcios de menor dimenso vulgar as pessoas serem muito polivalentes, isto ,terem vrias funes simultneas o que faz com que tenham que vender, mesmo no se
considerando a si prprios como vendedores e, por vezes, sem as condies de um bom vendedor
nato.
Ora o conceito de vendedor nato no existe de todo.
Independentemente da maior ou menor vocao natural que
alguns possam ter para a funo Vendas, a verdade que
praticamente todas as caractersticas de um excelente vendedor se
aprendem e se exercitam.
So elas:
1. Competncias tcnicas
Conhecimento das motivaes de compra relativas aos produtos ou servios que vende;
Conhecimento das caractersticas/benefcios da sua oferta de produtos (um bom vendedor
deve saber tudo sobre o que vende ou, pelo menos, estar perfeitamente capacitado para
procurar e obter rapidamente essa informao);
Conhecimento sobre os produtos e as condies de venda dos concorrentes;
Conhecimento total de todas as condies de pagamento (descontos, prazos,
flexibilidade);
Conhecimento de todos os aspectos logsticos relativos deslocao e entrega dosprodutos.
2. Competncias comportamentais
Capacidade de comunicao interpessoal (empatia, simpatia, amabilidade);
Pontualidade;
Resistncia presso;
Procura de auto-desenvolvimento pessoal e profissional;
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
48/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
48
Atitude positiva (o fracasso apenas o sucesso visto do avesso);
Boa gesto do tempo;
Proactividade (em vendas, ser proactivo o contrrio de ser re-activo); Capacidade de auto-motivao (porque um vendedor ouve muito mais no do que
sim!)
3. Competncias de gesto
Enquadramento nos objectivos do negcio ou da empresa;
Capacidade de optimizar recursos (humanos e financeiros);
Capacidade de deciso
Capacidade de planeamento, organizao e controlo;
Capacidade de motivao e envolvimento dos outros elementos.
Todas estas competncias se podem aprender e treinar, existindo inmeros cursos de formao
de tcnicas de vendas. No entanto, muitas destas caractersticas podem ser razoavelmente
intuitivas, como o caso da simpatia ou da boa-disposio. O importante mesmo procurar
incessantemente melhorar cada uma destas competncias, aprendendo com os melhores e
colocando-se sempre do lado do cliente. E tome nota dos 10 Mandamentos das Vendas (Figura
9).
Figura 9 - Os 10 Mandamentos das Vendas
1. O Cliente est sempre em 1 Lugar
2. Sorria
3. Cumprimente o Cliente
4. Olhe o Cliente nos olhos
5. Faa o Cliente sentir-se importante
6. Esclarea as dvidas do Cliente
7. Resolva os problemas do Cliente de forma profissional
8. Disponibilize-se para ajudar o Cliente
9. Trate o Cliente com amizade10. Agradea e despea-se do Cliente
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
49/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
49
Recomendaes para a Aco
Questes Sugestes
Qual a importncia de
uma venda consultivano caso dos bens decompra repetida?
No caso dos bens de compra frequente, ganha importncia
o preo e o atendimento no ponto de venda, uma vez que amarca j conhecida.
Vender bens de compra repetida uma excelente
oportunidade para levar o cliente mais vezes loja e lev-lo a comprar mais.
Que aces tm maisimpacto na atraco declientes a uma loja?
Se o potencial cliente no conhece a loja, h que lev-lo aexperimentar.
Aces de comunicao local, material de ponto de venda,
promoes e sinaltica adequada so eficazes.
O que devo fazer para
aumentar a quantidadeda compra dos meus
clientes?
Estimule as compras de impulso e os produtos com maior
margem colocando-os em stios de maior visibilidade ealcance.
Rode os produtos em promoo.
Como posso criarconfiana com os meusclientes se eles estosempre com pressa parase despachar?
A confiana e simpatia no obrigam a grandes conversas;um sorriso, um cumprimento, um aceno pode ser osuficiente para fazer a diferena.
Trate o cliente pelo nome sempre que for possvel.
Quando o cliente no
correcto comigo porque
que devo ser correctocom ele?
Porque as suas aces tm que ser exemplares e h outros
clientes a observar. Responder a uma frase ou gesto mal-
educado com outro cai sempre mal, mesmo que voc estejacoberto de razo.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
50/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
50
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
51/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
51
Soluo para o Cenrio
Lamentavelmente, a funcionria da loja de roupa fez exactamente aquilo a que muitos de ns jassistimos. Ou seja, comeou por ignorar a cliente quando esta entrou na loja, passando, depois,
a trat-la com enfado como se a quisesse despachar rapidamente.
A D. Amlia que at tinha curiosidade de ver a nova loja e que j tinha reparado em alguns
produtos na montra no voltar a este ponto de venda porque no se sentiu compreendida e
bem-vinda (Figura 10):
Figura 10 Atendimento errado vs atendimento correcto
O que esteve mal Consequncia na cliente Como fazer bem
A cliente entrou na loja eas funcionriascontinuaram a conversar
Sentiu-se ignorada; no lheprestaram qualquer ateno
Parar de conversar e passar aatender o cliente.
Em caso extremo, olhar ocliente e pedir-lhe para aguardarum pouco
A funcionria nocumprimentou a cliente,no sorriu nem se
preocupou em criarqualquer empatia
Sensao de poucaimportncia para aempregada e para a loja
Cumprimentar, sorrir, olhar acliente nos olhos, perguntar se
precisa de ajuda
A cliente no tinha umaideia precisa sobre o quecomprar e no recebeuqualquer sugesto
Ausncia de compra esensao de mal-estar
Diagnosticar o que a clienteprecisava (algo que ficasse bemcom umas calas cremes) eapresentar alternativas
A funcionria no sedisponibilizou para ir
buscar a camisa queestava na montra
Sensao de poucaimportncia; no houvequalquer esforo para lheagradar
Verificar se o n da camisa erarealmente o que a cliente
pretendia e prontamente troc-lapor outra na montra
A funcionria atendeu otelefone interrompendo,
para tal, o atendimentoda cliente
No pediu desculpa nempediu para a clienteaguardar um momento
Sensao de poucaimportncia; o telefonemaesteve em 1 lugar
No atender o telefonema ou,pelo menos, pedir licena aocliente para atender.
Ser muito breve a falar
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
52/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
52
Figura 10 Atendimento errado vs atendimento correcto (continuao)
O que esteve mal Consequncia na cliente Como fazer bem
S h o que est vista!
Falta de ateno edisponibilidade para verificarse existia o tamanho
pretendido
Verificar se existia o tamanhoque a cliente pretendia
Propor outras opesalternativas
Essa cor no se usa Sensao de nocompreenso das suasnecessidades
Juzo desvalorativo sobre osseus gostos
De momento no temos essacor mas existem outras que
podem servir para o mesmoefeito.
A senhora no vai cabera dentro
Desvalorizao do cliente eda sua noo de realidade
Vejamos se esse nmero oseu!
No fao a mnima ideia Demonstrao de ignornciados aspectos fundamentais donegcio e falta dedisponibilidade para procurarobter informao
Sensao de poucaimportncia
No tenho uma data certa masvou procurar saber. Se me der oseu contacto, posso avis-la
Est tudo marcado! Ignorncia sobre os preos
Indisponibilidade para ajudar,procurando a etiqueta com opreo
D-me um momento, porfavor. So x Euros.
Em concluso, nesta pequena histria, a funcionria no conseguiu captar uma cliente que at
teria vontade de comprar porque:
no criou confiana nem demonstrou disponibilidade;
no diagnosticou necessidades;
no apresentou solues alternativas;
no soube responder s objeces;
no procurou fechar a venda
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
53/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
53
Por mais anedtica que possa parecer esta histria, todos ns j vivemos ou presencimos algo
parecido!
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
54/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
54
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
55/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
55
Que moderno!Que moderno!
Exerccios para Resolver
Exerccio 3 O frigorfico novo
Aps um ms de espera e vrias reclamaes pela demora do seu
novo frigorfico, o Sr. Pesaroso comentava para si prprioFoi caro
e demorado mas valeu a pena. Estou encantado com este ltimo
modelo de frigorfico . O Sr. Pesaroso foi interrompido pelo
toque do telefone.
Boa tarde, estou a falar da Frigoshop, seco de cobranas por
causa do seu frigorfico. O Sr. tem aqui uma factura vencida h dois
dias e ainda no recebemos qualquer pagamento. Se tal no acontecer durante o dia de hoje,
entregaremos o assunto ao nosso Contencioso.
Mas eu acabei de receber o frigorfico agora!
Lamentamos, mas se assim foi, o atraso deve-se ao transportador, no de nossaresponsabilidade. Est informado que o nosso horrio para pagamentos das 10.00 H s 12.00 H
e das 16.00H s 17.30 H. Bom dia!.
H algo de errado nesta histria, no h?
Exerccio 4 Dizer com as palavras certas
Por vezes, uma expresso menos bem pensada pode parecer agressiva, apenas porque se usaram as
palavras erradas.
Relativamente s expresses seguintes, reformule-as de forma a perderem a sua conotao mais
agressiva e, simultaneamente, ganharem uma forma mais assertiva e convincente, no contexto de
um entrevista de vendas em que voc o vendedor.
1.
No entendo o que me est a dizer
2. Isso impossvel
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
56/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
56
3. Mas, deixe-me explicar
4.
Em princpio, iremos resolver o seu problema daqui a 2 dias5. Tem que nos enviar s seus dados para
6. Mas qual o seu problema?
7. Vou tentar resolver isso da melhor maneira
8. Vou explicar-lhe como isto funciona
9. Como deve compreender, a nossa empresa
10.
O mais que lhe posso fazer
11.Eu acho que este um excelente produto!
12.No sei se percebeu o que eu disse
13.Aqui lhe deixo ficar o meu cartozinho
14.Se tivesse lido a informao que lhe deixei, teria percebido que
15. tudo?
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
57/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
57
Captulo 3 Preos
Objectivos de Aprendizagem do Captulo
No final deste captulo, o micro empresrio dever estar apto a:
Conhecer e saber aplicar as principais estratgias de marcao de preos;
Identificar os factores condicionantes de uma poltica de preos e o seu impacto na reaco
dos clientes;
Conhecer as vrias formas de clculo da margem comercial conhecendo a diferena entre a
margem lquida e a margem bruta de explorao;
Conhecer as vrias aces cuja implementao no negcio pode influenciar o nvel de
preo praticado e as suas consequncias no comportamento dos clientes.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
58/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
58
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
59/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
59
Cenrio
Cenrio 3 Ganhar ou no ganhar
Rui Ferreira abrir h pouco tempo um negcio de artesanato de peas de cermica pintadas
mo. Para arrancar com o negcio, Rui alugou uma pequena loja num local turstico e passou a
ter um conjunto de custos fixos mensais como gua, luz, gs, contabilista, telefone, num total
de 2.200.
Cada pea custa a Rui, em matrias-primas para transformao (tintas, por exemplo), uma
mdia de 0,5.
Rui Ferreira pode fazer 40 peas por dia (8 horas de trabalho dirio) e considera que o seu dia
de trabalho deve ter um custo de, pelo menos, 80 (incluindo encargos sociais, seguros e
impostos).
O Rui est tambm disposto a trabalhar 25 dias por ms.
Entre as peas que Rui Ferreira compra para pintar encontram-se 4 tipos de peas em bruto,
pelos seguintes preos:
jarra pequena 1
jarra grande 3,5
prato pequeno 1;
prato grande -3,5
Relativamente ao preo de venda, Rui decidiu multiplicar o custo de compra e transformao
(incluindo o seu trabalho) por 2, em todas as suas peas, de acordo com um velho mtodo:
jarra pequena e prato pequeno vende por 8,47 [(1 de custo de compra + 0,5 de
matrias-primas + 2 de mo-de-obra) x 2) x 1,21 (IVA)] = 8,47
jarra grande e prato grande vende por 14,52 [(3,5 de custo de compra + 0,5 de
matrias-primas + 2 de mo-de-obra) x 2) x 1,21 (IVA)] = 14,52
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
60/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
60
Rui expe as peas na montra e na entrada da loja. No Vero h sempre gente a entrar para ver
as peas pintadas com motivos tradicionais. No entanto, muitos olham os preos e comparam
com outras lojas da localidade acabando por no comprar, o que o faz com que Rui acabe por
acumular stocks. Rui calcula que perde 30% de vendas por esta razo.
Depois de realizar uma observao cuidada ao comportamento dos clientes e sua
concorrncia, Rui Ferreira chegou seguinte concluso:
os clientes so mais atrados pelo prato grande. A concorrncia tambm vende pratos
semelhantes mas com um preo de 12,99. Afinal, parece que o prato grande que faz
com que os clientes formem uma imagem de preo de todo o sortido;
a concorrncia vende os pratos pequenos a 8,99 e no vende jarras;
90%. dos clientes compra peas pequenas por serem mais fceis de transportar e estarem
abaixo do preo de 10.
80% das vendas de Rui Ferreira so pratos e 20% jarras.
A questo que preocupa o Rui no momento saber qual o nmero de peas pequenas e
grandes que ele tem de vender por ms para atingir o ponto em que cobre todos os custos e
comea a ter lucro (isto , o chamado ponto morto do negcio).
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
61/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
61
Estratgia
A Poltica de Fixao de Preos
Ao fixar os preos dos artigos a vender, o empresrio ter de procurar cobrir o custo que teve
com a compra desse bem e, simultaneamente, retirar da uma margem ou benefcio que lhe
permita rentabilizar o negcio.
Existem alguns princpios que devem
fundamentar uma poltica de preos (infelizmente,
ainda pouco usuais na generalidade do comrcio
tradicional):
margens diferenciadas por categoria de
produtosou mesmo dentro do mesmo tipo
de produto, utilizando produtos conhecidos com preos baixos para servirem de
chamariz, no caso de se pretender passar uma imagem de competitividade e preo baixo;
preos diferenciados em funo da procuraao longo do ano (por exemplo, preos mais
baixos nos artigos escolares no incio do ano lectivo, momento em que os consumidores
esto mais sensveis ao preo e compram em maiores quantidades).
Em muitos sectores mas, sobretudo, no comrcio alimentar e no vesturio, fcil encontrarartigos aparentemente semelhantes ou mesmo iguais, vendidos a preos distintos em funo do
ponto de venda. Se tal acontece, porque os responsveis pelos respectivos negcios utilizaram
na fixao dos preos critrios que variam de loja para loja, com o tipo de servio prestado, a
imagem e o posicionamento do ponto de venda ou mesmo com o custo de compra do artigo.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
62/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
62
Factores Condicionantes na Marcao de Preos
Vrios so os factores condicionantes da poltica de fixao de preos (Figura 10):
Figura 10 Factores condicionantes na marcao do preo
Factorescondicionantes
Impacto no preo
Custo doaprovisionamento do
produto, dos servios edo esforo demarketing envolvidos
As condies de compra variam em funo de quantidades e dopeso que o comprador tenha na sua relao com o vendedor
O tipo e a quantidade de servios disponibilizados no ponto devenda tm impacto no preo de venda dos produtos (garantias,facilidades de pagamento, entregas, reparaes, arranjos ouatendimento personalizado)
O custo de aces promocionais e publicitrias, dentro e fora doponto de venda, deve ser alocado ao produto ou respectivacategoria
Concorrncia directa Quer decida marcar os seus preos abaixo ou acima da suaconcorrncia, impossvel no ter em considerao os preos dos
concorrentes mais directos e ainda a tendncia geral do mercado.Por exemplo, se as vendas de equipamentos de telemveis est a
baixar, no uma boa altura para aumentar os preos.
Elasticidade daprocura
A generalidade dos produtos tem aquilo a que se chama umaelasticidade positiva ao preo. Ou seja, se o preo sobe, a procuradiminui quase sempre na mesma proporo.
Embora com excepes para produtos como o po, o tabaco ou osprodutos de luxo em que a procura tende a pouco variar com opreo as variaes do preo de venda na loja fazem oscilar a
quantidade de pessoas que procuram esses produtos.Objectivos derentabilidade
O preo fixado depende tambm da liquidez disponvel e dacapacidade de financiamento que o empresrio possa ter. Por outras
palavras, se o objectivo for um lucro de curto prazo, o preo globaldas mercadorias ou servios a vender tender a ser maior.
Contudo, um objectivo de lucro a mdio e longo prazo poderpossibilitar uma poltica de preos baixos, com maior rotaoembora com uma menor margem de lucro unitria.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
63/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
63
Sugere-se que opte por um dos dois tipos de estratgias de fixao de preos:
uma estratgia de penetraode mercado caracterizada por uma adopo de preosbaixos e margens reduzidas, procurando obter rapidamente uma elevada quota de
mercado e incentivando um rpido aumento da procura. vulgar quando se trabalha com
produtos e servios no muito diferenciados (como os bens alimentares, por exemplo).
Esta estratgia tem em vista um desencorajamento da concorrncia e envolve tipicamente aces
de comunicao e promoo, sendo mais provvel quando o distribuidor compra em grandes
quantidades;
uma estratgia de desnatao com preos e margens elevadas e mais comuns em bens
com um alto nvel de diferenciao que possa justificar o preo mais elevado (bens que
envolvam tecnologia, por exemplo).
A uma estratgia de desnatao corresponde uma preocupao de maior rentabilidade no curto
prazo, embora as vendas em quantidade sejam menores. mais comum quando existem poucosconcorrentes no mercado, j que a vulgarizao de produtos e o aumento da concorrncia tende a
originar uma viragem para uma estratgia de penetrao.
Para alm destas estratgias, convm lembrar que existem factores psicolgicos que podem
constituir barreiras compra, Assim, comum percepcionarmos um preo de 19,90 como
muito diferente de 20 , quando, na verdade, apenas 10 cntimos separam estes dois valores.
O que se passa que 19,90 um preo psicolgico quando, na nossa cabea, 20 Euros o
preo limite. Esta estratgia muito comum nos produtos alimentares e nas sapatarias, por
exemplo.
O Clculo da Margem Comercial
Designa-se por margem comercial a diferena entre o custo de um artigo e o preo a que esse
produto , depois, vendido ao cliente final.
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
64/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
64
Preo de venda custo da compra = margem comercial
Na verdade, este clculo simples d-nos a chamada margem brutaque deve ser distinguida da
margem lquida, que considera todos os custos do negcio que podem ser imputados a esse
produto ou servio (ou seja, uma parte proporcional dos custos
de promoo e divulgao, custos fixos como o aluguer da loja,
armazm ou escritrio, os custos de electricidade ou a
amortizao de equipamento).
Embora seja delicado identificar exactamente qual a parcela de custos que respeita a cada
produto ou famlia de produtos e, assim, definir exactamente qual a margem lquida, convm
lembrar que a margem bruta que o comerciante fixa para um produto tem tendncia a no secumprir rigorosamente j que, com o tempo, se vo verificando variaes diversas devido a:
evoluo das vendas desse produto pode obrigar o comerciante a realizar algumas
promoes que diminuem a margem inicialmente prevista;
quebras de produtos, por roubo ou por deteriorao, com desaparecimento da respectiva
margem;
porque o comerciante pode sempre querer praticar alguns descontos a determinadas
pessoas colaboradores ou familiares, por exemplo.
Consideremos o exemplo de um artigo cujas vendas apresentam os seguintes resultados (Figura
11, pgina seguinte):
-
7/26/2019 Manual 8 Do Formando - Vendas e Distribui o
65/75
Vendas e Distribuio
Curso de Microcrdito Fundao Calouste Gulbenkian / Millennium BCP 2006
65
Figura 11 Margem bruta e margem lquida
Conceito Volume Percentagem
Vendas lquidas
Custo dos artigos vendidos
1.000
600
100%
60%
Margem bruta das vendas
Outros custos com as vendas (custos fixos,promoo, salrios, impostos...)
400
360 40%
36%
Margem lquida 40 4%
Chega-se, assim, a uma margem lquida de 4%, bem diferente da margem bruta de 40%. A
margem pode ser calculada:
sobre o preo de