manual de botanica anatomica
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Manual de Botânica Anatómica. Aplicável Para Estudantes Do 1o Nível Page 1
Botânica
Botânica (do grego "botáne" que significa planta vegetal) é a parte da Biologia que se encarrega
pelo estudo e classificação dos vegetais com mais destaque para a forma, estrutura e composição
incluindo seu agrupamento em categorias segundo as suas características semelhantes.
Classificar é sem dúvidas, a ciência que consiste em agrupar as plantas em unidades
taxonómicas.
Células e tecidos vegetais
Células vegetais
As células que formam os tecidos dos meristemas, apresentam núcleos grandes, organitos pouco
desenvolvidos, citoplasma abundante, vacúolos ausentes, ou se presentes, pequenos e com
paredes celulares finas. Estas células, possuem capacidade de divisão celular, sofrendo
constantemente mitoses que possibilitam a origem de tecidos definitivos da planta.
Depois de ocorrer a germinação, a semente passa para um novo estágio e vida e nesta fase, ela é
denominada plântula. A germinação se inicia com a absorção de água pelo embrião e termina
com a emissão da radícula. É dentro do embrião onde se inicia o processo de diferenciação dos
tecidos.
Diferenciação é o processo pelo qual as células se diferenciam entre si e das células
meristemáticas originárias, começa quando a célula ainda está aumentando. Dependendo do local
em que as células formadas pelo meristema estejam, elas poderão, por exemplo, se diferenciar
em células de sustentação, condutoras ou revestimento. Na maturidade, quando a
diferenciação já está completa, algumas células ficam vivas, ao passo que outras morrem.
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Tecidos vegetais
Tecidos são grupos de células que possuem forma e funções distintas. Os tecidos vegetais têm
sua origem nos meristemas. Os tecidos formados por apenas um tipo celular são denominados
tecidos simples, já os tecidos compostos por dois ou mais tipos de células são denominados
tecidos complexos. Por exemplo: parênquima, colênquima e esclerênquima são tecidos simples,
enquanto xilema, floema e epiderme são tecidos complexos.
Meristema é um tecido não diferenciado que dá origem a novas células. Isto significa que uma
célula meristemática pode originar qualquer tipo de célula especializada do corpo do vegetal. As
células meristemáticas, como já foi referenciado, possuem parede celular delgada, citoplasma
abundante, núcleo grande, vacúolos ausentes ou, se presentes, pequenos. Os meristemas são
considerados tecidos complexos e podem ser classificados de acordo com diversos critérios,
nomeadamente localização e origem.
Classificação dos Meristemas
Quanto à localização
No início do desenvolvimento vegetal podem ser observados dois tipos de meristemas:
Meristemas apicais - que têm a função de causar o crescimento longitudinal da planta. Esse tipo
de crescimento é chamado de crescimento primário e é responsável pela formação dos tecidos
primários. Estes meristemas estão divididos em:
Meristema apical radicular (na raíz);
Meristema apical caulinar (no caule).
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Meristemas laterais (câmbio vascular e câmbio da casca) – localizados em anel ao longo da
raíz e do caule. São responsáveis pelo crescimento em espessura também denominado
engrossamento da planta (crescimento secundário), formando os tecidos secundários da planta.
O câmbio vascular origina os tecidos condutores secundários e o câmbio da casca produz os
tecidos de revestimento secundários.
A divisão celular não se encontra limitada aos meristemas apicais e laterais. Por exemplo, a
protoderme, o procâmbio e o meristema fundamental, que são até certo ponto, tecidos
diferenciados, são denominados meristemas primários por duas (2) razões que são: 1) originam
os tecidos primários e; 2) muitas de suas células se dividem várias vezes antes de começarem a
se diferenciar em tipos celulares específicos.
Meristemas intercalares - são meristemas temporários, responsáveis pela origem e formação de
novos ramos e folhas.
Quanto à sua origem
Meristemas primários
Têm sua origem nas células embrionárias e são responsáveis pelo alongamento da raíz e do
caule, bem como pela formação dos tecidos definitivos primários. Existem três tipos de
meristemas primários que são:
Protoderme;
Meristema fundamental;
Procâmbio.
A protoderme sofre um processo de diferenciação dando origem a epiderme. Enquanto que com
a diferenciação, o procâmbio dá origem ao xilema e floema, sendo parênquima, esclerênquima e
colênquima provenientes da diferenciação do meristema fundamental.
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Meristemas secundários
São meristemas com sua origem em células já diferenciadas e com a capacidade de divisão. São
responsáveis pelo engrossamento das estruturas e pela formação dos tecidos definitivos
secundários. Existem dois tipos de meristemas secundários que são:
Câmbio Vascular - com origem em células do procâmbio ou em células parenquimatosas e
localiza-se no cilindro central, exteriormente ao xilema primário e interiormente ao floema
primário. Em corte transversal as suas células parecem pequenos quadrados mas em corte
longitudinal pode perceber-se que existem dois tipos de célula, uma longa e fusiforme que
origina as células vasculares e uma curta que origina os raios medulares;
Câmbio Suberofelogénico - com origem em células do córtex, epiderme ou mesmo do floema,
localiza-se na zona cortical, geralmente logo abaixo da epiderme. As suas células apresentam um
corte transversal rectangular e forma para o exterior súber e para o interior feloderme. Ao
conjunto, súber, câmbio suberofelogénico e feloderme, chama-se epiderme.
Figura 1: Principais Meristemas numa Planta. À esquerda se encontra o caule e à direita a raíz. Fonte: Biologia das Plantas.
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Classificação dos Tecidos
Os principais tecidos das plantas vasculares encontram-se organizados em unidades maiores,
situados em todas as partes da planta. São em número de três e denominados sistemas de
tecidos:
Sistema de tecido fundamental - consiste dos denominados tecidos de sustentação:
parênquima, colênquima e esclerênquima, sendo o primeiro o mais comum;
Sistema de tecido vascular - consistindo dos dois tecidos condutores, o xilema e o
floema;
Sistema de tecido de revestimento - representado pela epiderme e, mais tarde, pela
periderme (através de crescimento secundário).
Tecido fundamental
No tecido fundamental se encontram os tecidos parenquimatosos ou parênquimas. Estes
tecidos são encontrados em praticamente todas as partes da planta. São formados por células
vivas, dotadas apenas de parede primária. Embora sejam às vezes chamados de tecidos de
preenchimento, os parênquimas também desempenham outras funções importantes, além de
preencher espaços entre tecidos internos.
Nas folhas, o espaço entre as epidermes superior e inferior é preenchido por um parênquima
cujas células são ricas em cloroplastos. Esse parênquima é chamado parênquima clorofiliano
ou simplesmente assimilador e sua função é realizar a fotossíntese.
Em raízes e caules subterrâneos existem parênquimas que acumulam amido e outras substancias
de reserva, sendo por isso denominados parênquimas de reserva ou amilíferos.
Certo tipo de parênquima apresenta grandes espaços cheios de ar entre as células, sendo por isso
chamado parênquima aerífero ou aerênquimas. Esse tipo de parênquima se encontra presente
em certas plantas aquáticas, permitindo sua flutuação.
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Também existe um tipo de parênquima, presente em certas plantas de clima seco e árido, que
armazena água, recebendo por isso a denominação de parênquima aquífero.
Tecidos vasculares ou condutores
As plantas vasculares possuem tecidos que transportam substâncias, genericamente chamados
tecidos condutores que são:
Xilema
Lenho ou xilema – é um tecido que transporta água e sais (seiva bruta) das raízes para as folhas.
Tem também a função de armazenar substâncias alimentares (no parênquima axial e radial) e a
sustentação. Os primeiros elementos do xilema a se diferenciarem a partir do meristema apical
do caule e subapical da raíz são chamados protoxilema.
O xilema pode se formar no crescimento primário ou secundário. O xilema primário se origina
do procâmbio enquanto que o xilema secundário se origina do câmbio vascular.
O xilema é constituído por elementos de vaso e traqueídes que são responsáveis pela condução
da seiva bruta.
Os elementos de vaso são as principais estruturas condutoras de seiva bruta nas plantas
angiospermas. Eles se originam a partir de células cilíndricas dotadas de paredes reforçadas, que
morreram durante a diferenciação. Os elementos de vaso dispõem-se em sequência de modo a
formar cordões celulares que se estendem desde as raízes até as folhas.
Traqueídes – são células mortas, dotadas de paredes reforçadas, também dispostas em sequência
de modo a formar cordões, como os elementos de vaso. As paredes transversais das traqueídes,
porem, não desaparecem durante a diferenciação.
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Floema
Liber ou floema – é um tecido condutor que transporta substâncias orgânicas produzidas nas
folhas (seiva elaborada) para o caule e as raízes. O floema é o principal tecido de condução de
alimentos das plantas vasculares e está associado ao sistema vascular do xilema.Os primeiros
elementos do floema a se diferenciarem são denominados protofloema.
O floema consiste de vários tipos celulares e pode ser classificado em tecido primário e
secundário quanto a seu desenvolvimento. O floema primário se origina do procâmbio e o
floema secundário se origina do câmbio vascular. Ele é menos esclerificado, ou seja, menos
duro, e não é tão persistente quanto o xilema. Além disso, possui localização periférica nas raízes
e caules, enquanto que o xilema ocupa porções mais internas.
O floema é também composto por células parenquimáticas, fibras e esclereídeos. Portanto, assim
como o xilema, o floema é um tecido complexo e tanto o floema primário quanto o secundário
são compostos pelos mesmos tipos celulares. A única diferença entre o floema primário e o
secundário é a ausência de raios no floema primário.
O floema é constituído fundamentalmente por dois tipos de células que são: tubos crivados e
células companheiras.
Figura 2: Corte Transversal de um Caule mostrando o Xilema.
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O termo crivado refere-se aos grupos de poros (áreas crivadas) através dos quais os protoplastos
de elementos crivados adjacentes estão inter-conectados. Nas células crivadas os poros são
estreitos e as áreas crivadas possuem estrutura bastante uniforme sobre todas as paredes. A
maioria das áreas crivadas concentra-se nas extremidades adjacentes das células longas e
delgadas.
Tecidos de revestimento
Epiderme
A epiderme é a camada celular mais externa do corpo primário da planta e constitui o sistema de
tecido de revestimento das flores, frutos e sementes, bem como raízes e caules até o início do
crescimento secundário, quando é substituída pela periderme. Esta é uma camada de células
achatadas e bem encaixadas, sem cloroplastos.
Figura 3: Vasos condutores mostradas na estrutura secundária do caule
de uma dicotiledônea
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Funções da epiderme
Isolar e proteger os tecidos internos da planta – protecção mecânica;
Proteger a planta contra o dessecamento;
Permitir trocas gasosas (estômatos) e absorção de água em determinadas partes da planta
(pêlos).
A epiderme vegetal pode apresentar especializações, entre as quais se destacam os estômatos, os
pêlos e os hidatódios.
Estômatos – se localizam nas folhas, geralmente na epiderme inferior. Um estômato é formado
por um par de células encaixadas chamadas células estomáticas. As células estomáticas são as
únicas que epidérmicas que apresentam cloroplastos. As celulas estomáticas deixam entre si um
orifício denominado ostíolo, através do qual os gases atmosféricos podem entrar e sair da planta.
Pêlos – são projecções epidérmicas constituídas por uma ou várias células. Na raíz existem pêlos
absorventes, que aumentam a área epidérmica capaz de absorver água e sais minerais do solo.
Nas folhas, os pêlos têm geralmente a função de diminuir a perda de água por evaporação. Se
forem abundantes e entrelaçados, os pêlos aprisionam uma camada de ar saturada de vapor de
água, o que reduz a transpiração.
Há plantas nas quais os pêlos servem de protecção contra ataques de animais. A urtiga, por
exemplo, tem pêlos perfurados como agulhas de injecção, que ao serem tocados, os pêlos perdem
sua porção terminal arredondada e tornam-se pontiagudos. Se penetrarem na pele de um animal,
esses pêlos urticantes injectam substâncias tóxicas que produzem forte irritação.
Hidatódios – são estômatos modificados, especializados em eliminar excessos de líquidos na
planta. Os hidatódios estão geralmente presentes nas bordas das folhas, onde, pela manhã, é
possível observar as gotas de líquidos que eles eliminam, fenómeno conhecido por gutação.
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Cutícula
As células epidérmicas secretam para o exterior substâncias impermeabilizantes, que formam
uma película de revestimento denominada cutícula. O principal componente da cutícula é a
cutina, um polímero feito de moléculas de ácidos graxos. A função da cutícula é de evitar a perda
de água pela planta, proteger a planta contra infecções e traumas mecânicos.
Periderme
A periderme é um tecido complexo que reveste caules e raízes de plantas que crescem em
espessura, sendo formado por três camadas distintas denominadas feloderme, felogênio e súber.
O felogênio é constituído por células com grande capacidade de divisão e origina todas as
células da epiderme. As celulas que o felogênio produz para o interior da planta constituem a
feloderme, e as que são produzidas para o exterior formam o súber, ou cortiça, um tecido
formado por células mortas.
A periderme é composta por três tecidos diferentes: um tecido suberoso (súber ou felema), o
câmbio da casca (felogênio) e a feloderme. O câmbio da casca é um tecido meristemático que
forma o súber externamente e a feloderme internamente. Dos tecidos formados pelo câmbio da
casca o súber é morto na maturidade e a feloderme é um tecido parenquimático que permanece
vivo na maturidade.
A periderme possui funções semelhantes à epiderme na planta. Para as trocas gasosas, ao invés
dos estômatos, a periderme possui lenticelas. O súber é o responsável pela proteção mecânica e
pela proteção contra a perda de água.
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A morte das células no súber é decorrente da formação e do depósito de suberina nas paredes
celulares. A suberina é impermeável, de modo que a célula suberificada morre por não ser mais
capaz de receber água e nutrientes de suas vizinhas, mas suas paredes suberificadas formam um
revestimento resistente, que protege a parte interna da planta contra traumas mecânicos e contra
a perda de água.
Endoderme
A endoderme - é formada por uma única fiada de células apertadas umas com as outras, sem
espaços intercelulares. As suas células apresentam espassamentos de suberina ou lenhina em
alguns locais da parede celular, permitindo ainda a passagem de substâncias. A endoderme
localiza-se nas raízes separando a zona medular onde se encontram os tecidos condutores da
zona cortical (em alguns caules raramente nas folhas). As suas células apresentam espessamentos
de suberina ou lenhina em alguns locais da parede celular, permitindo ainda a passagem de
substâncias.
Figura 4: À esquerda: Corte de Embrião de Planta da Seda. No
centro: Epiderme Coberta por Cutícula (corada de vermelho) mostrando Estoma. À direita: A Flor do Algodão.
Figura 5: Epiderme foliar, destacando um estômato aberto. A. Vista frontal; B. Corte transversal. Note
que as células-guarda são portadoras de cloroplastos.
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Sumário dos tecidos e tipos celulares
Tecidos Tipos de células
Epiderme
Células parenquimáticas;
Células-guarda e tricomas;
Células esclerenquimáticas.
Periderme
Células parenquimáticas;
Células esclerenquimáticas.
Xilema
Traqueídes;
Elementos de vaso;
Células esclerenquimáticas;
Células parenquimáticas.
Floema
Células crivadas;
Elementos de tubos crivados;
Células companheiras;
Células parenquimáticas;
Células esclerenquimáticas.
Parênquima Células parenquimáticas.
Colênquima Células colenquimáticas.
Esclerênquima Fibras ou esclerócitos.
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Organização anatómica das plantas
Histologia da Raíz
Conceito
A raíz é um órgão da planta que se desenvolve a partir do promeristema (meristema apical) do
embrião e que se localiza na parte subterrânea (a parte da planta que fica no solo).
Origem das raízes
A raíz primária de uma planta com semente é originada pela radícula do eixo embrionário para o
caso de plantas dicotiledóneas e várias radículas para as monocotiledóneas. Nos dois casos o
sistema radicular é designado seminal. As plantas podem ter dois tipos de sistemas radiculares.
Nas plantas não monocotiledôneas como a cenoura, alface, couve e outras, o sistema radicular é
chamado axial (pivotante) pelo facto de possuir uma raíz principal. E nas plantas
monocotiledôneas como cebola, alho, milho, o sistema radicular é chamado fasciculado uma vez
que não possui raíz principal.
Nas plantas monocotiledôneas, a primeira raíz vive apenas por um curto período de tempo e o
sistema radicular da planta é formado pelas raízes adventícias que se originam no caule,
frequentemente em conexão com as gemas axilares. Nas gramíneas, a formação de numerosos
caules a partir de gemas e raízes a eles associadas, é conhecida como brotação (tillering). As
raízes adventícias também se ramificam, porém formam um sistema radicular relativamente
homogêneo, chamado sistema fasciculado.
Em geral, o sistema radicular pivotante penetra mais profundamente o solo, do que o sistema
fasciculado, mas este (fasciculado) une com mais firmeza as camadas superficiais do solo.
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Funções da raíz
A raíz desempenha várias funções, como as que abaixo estão mencionadas:
Fixação da planta no solo;
Absorção de água, sais;
Transporte de substâncias nutritivas para a planta;
Armazenamento de substâncias de reserva;
Produção de hormonas vegetais através dos seus meristemas.
Note que:
Existem plantas que não possuem raízes, ou as raízes não têm alguma destas funções. Em
algumas bromélias, as raízes só servem para fixação, enquanto outras nem possuem raízes
As raízes mais especializadas para armazenamento e fixação são as que apresentam uma
estrutura carnosa como é o caso da cenoura (Daucus), beterraba (Beta), batata-doce (Ipomoea) e
outras.
Água e sais minerais absorvidos pela raíz são levados até as outras partes da planta pelo xilema.
As substâncias orgânicas sintetizadas pelas partes aéreas fotossintetizantes do vegetal (açúcares)
são transportadas, via floema, para os tecidos de reserva da raíz, onde são geralmente
armazenadas na forma de amido. Parte do alimento armazenado é utilizado localmente pelas
raízes, mas a maior parte deste é quebrado em moléculas menores (açúcares) que serão
novamente transportadas, via floema, para as partes aéreas onde serão utilizadas. Nas plantas
bienais, (vegetais que completam seu ciclo de vida em dois anos), como a beterraba, por
exemplo, as grandes reservas de alimento acumuladas na raíz durante o primeiro ano são
utilizadas no segundo para produzir flores, frutos e sementes.
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As raízes adventícias são as que se formam nos nós do caule e das folhas. Tem sua origem nos
tecidos profundos localizados nos caules com origem endógena ou a partir de botões localizados
nos nós basais do caule, neste caso exógena.
Figura 6: Raízes adventíceas das monocotiledóneas.
Figura 7: Raízes adventíceas da planta Philodendron.
Figura 8: Raíz pivotante
Figura 9: Raízes adventíceas em Coleus
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Constituição da raíz
A raiz é constituida por várias partes, cada uma com suas funções específicas. Duma forma mais
resumida, a raíz é constituída pelas seguintes partes:
Coifa ou caliptra;
Zona lisa (de crescimento);
Zona polífera (dos pêlos absorventes);
Zona suberosa (de ramificação);
Colo (ou coleto).
Coifa (ou caliptra) - é uma espécie de capuz que protege a ponta da raíz. Nessa região, existem
células pequenas e relativamente delicadas que se multiplicam duma forma intense e continua
promovendo o crescimento vertical da raíz. A coifa envolve e protege essas células contra o
atrito com as partículas do solo e contra o ataque de microrganismos diversos.
Região lisa (ou de crescimento) - é a região onde ocorre o alongamento das células que foram
produzidas na ponta protegida pela coifa. O grande alongamento das células, nessa região,
permite o crescimento da raiz. Assim, para que uma raiz cresça bem, deve haver: multiplicação
de células (na ponta) e alongamento celular (na região lisa).
Região polífera (dos pêlos absorventes) - nessa região existem pêlos absorventes, que retiram
do solo água e sais minerais, que vão formar a seiva bruta. É também chamada zona de absorção;
Região suberosa (ou de ramificação) - região na qual a raíz se ramifica, originando as raízes
secundárias, que auxiliam a fixação da planta no solo e aumentam a superfície da absorção;
Colo (ou coleto) - ponto de encontro da raíz com o caule.
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Características Gerais das Raízes
A raíz apresenta várias características, a mencionar:
Corpo não segmentado, sem folhas e gemas;
Subterrânea e aclorofilada (na sua maioria);
Presença de coifa e pêlos absorventes;
Geotropismo positivo;
Fototropismo negativo.
Figura 10: Estrutura externa da raíz. Fonte
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Classificação da raíz
As raízes das plantas podem ser classificados de acordo com vários critérios como:
Quanto à origem
Quanto à origem as raízes podem ser classificadas em pivotantes (normais) e adventícias.
Raíz pivotante ou normal – é aquelaque se desenvolve a partir da radícula primária do embrião.
Raíz adventícia – éaquela que se desenvolve a partir do caule ou das folhas.
Figura 11: a) Raíz pivotante; b) Raízes adventíceas.
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Quanto ao habitat
Quanto ao habitat as raízes podem ser classificadas em:
Subterrâneas;
Aéreas;
Aquáticas.
Raízes Subterrâneas
São aquelas que crescem enterradas no solo. As raízes subterrâneas pode ser subdivididas em:
Raíz aprumada (axial ou pivotante) – são raízes mais comuns em plantas dicotiledôneas. São
formadas por uma única raiz primária e várias ramificações. Exemplo: Pinus pinaster (pinheiro),
Phaseolus vulgaris (feijão).
Raíz fasciculada – são raízes encontradas com muita frequência nas plantas monocotiledôneas
e são dotadas de raízes que saem do mesmo ponto, ficando embaraçadas. Exemplo: Zea mays.
Raíz tuberose – são raízes tuberosas, especializadas em acumular reservas nutricionais para a
planta. Exemplo: Ipomoea batata.
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As raízes tuberosas podem ser subdivididas em:
Axial tuberosa – são as que contêm reservas acumuladas no eixo principal. Exemplo: Daucus
carota.
Fasciculada tuberosa – são as que contêm as reservas acumuladas nas raízes secundárias.
Exemplo: Manihot esculenta.
Figura 12: Raízes subterrâneas.
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Raízes aéreas
Raízes aéreas são mais frequentes nas plantas tropicais epífitas, ou plantas que vivem sobre
outras plantas (parasitismo). Estas raízes podem ser classificadas em:
Raízes grampiformes (aderentes) – este tipo de raízes tem uma ligação muito forte com o
substrato. Permite a afixação (aderência) dovegetal em locais com declives denominados
suportes. Como exemplo pode-se destacar a Hedera helix (Hera, hera-miúda) e em algumas
epífitas.
Raízes estrangulantes – estas raízes possuem uma grande quantidade de ramificações que usam
troncos das árvores como suporte para se enrolarem. Esse tipo de raíz dificulta o
desenvolvimento pleno da árvore. Como exemplo das raízes estrangulantes pode-se citar a Ficus
spec (cipós – mata – pau).
Figura 13: Axial-tuberosa (Daucus carota)
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Raízes sugadoras ou haustórios – são raízes típicas de plantas parasitas. Estas raízes possuem
órgãos de contacto chamados apressórios e no seu interior se encontram raízes finas (haustórios)
que facilitam sua penetração nas plantas hospedeiras. Exemplo: raízes de Struthanthus spec (erva
– de – passarinho). As raízes sugadoras podem ser classificadas em:
Hemiparasitas – quando a sua raíz penetra no caule de outra planta atingindo o tecido lenhoso e
absorvendo a seiva inorgânica (bruta).
Holoparasitas – quando suas raízes penetram no caule de outra planta atingindo o tecido
leberiano e absorvendo a seiva orgânica.
Figura 14: Raízes aéreas encontradas em algumas plantas
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Raízes - suporte (escora) – são raízes que têm sua origem no caule e vão até ao solo servindo de
suporte para as plantas. Exemplo: gramíneas: Zea mays.
Raízes - cintura (velame) - estas raízes são aquelas que se desenvolvem ao redor de um suporte.
Suas paredes celulares são fortalecidas com lignina e com velame, que se trata de uma epiderme
pluriestratificada e que absorve toda a água existente no caule (da planta hospedeira). Este tipo
de raiz é comum nas epífitas.
Raízes tabulares (sapopema) – são raízes que se desenvolvem na horizontal sobre a superfície
do solo, e exercem a função de respiração e fixação. Sua principal característica é a forma
aplanada. Exemplo: Ffigueiras.
Raízes respiratórias ou pneumatóforos - são raízes encontradas em ambientes aquáticos e
estéreis. Estas raízes têm ramificações aéreas e apresentam geotropismo negativo, e possuem
pneumatódios, que são poros apropriados para captar oxigênio;
Raízes trepadeiras – são raízes que se encontram em plantas trepadeiras.
Raízes fotossintéticas - são raízes que possuem órgãos fotossintéticos e com as folhas reduzidas
a pequenas escamas castanhas e os caules pouco desenvolvidos. Exemplo: Genéro Microcelia
(orquídea).
Figura 15: Raízes aéreas encontradas em algumas plantas
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Raízes Aquáticas
São aquelas que se desenvolvem em plantas que habitam no meio aquatic flutuando na água.
Portanto, sua função, diferente das subterrâneas, não é de fixação, mas de absorção de água e sais
minerais. Possuem uma estrutura protectora para o meristema apical que impede o ataque de
herbívoros a estes tecidos jovens. Exemplo: Eichohornia crassipe (jacinto de água).
Figura 16: Raízes aquáticas de Eichohornia crassipe (jacinto de ]aguat).
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Quanto à Forma
As raízes quanto à forma podem ser classificadas em:
Raíz aprumada
A raíz aprumada, apresenta uma raíz principal muito desenvolvida (raíz principal) de onde
partem ramificações (raízes secundárias ou ramificações) de menor desenvolvimento em relação
a raíz principal. Como exemplo pode-se citar raízes de gimnospérmicas e das dicotiledóneas.
Raíz fasciculada
É aquela que apresenta um feixe de raízes sem raíz principal. O feixe de raízes é proveniente das
radículas secundárias do embrião e de formações adventíceas na base do caule. Todas têm a
mesma espessura. Este tipo de raíz é comum nas monocotiledóneas.
Figura 17: Raíz aprumada
Figura 18: Raíz fasciculada
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Quanto à Inserção
Quanto a inserção as raízes podem ser classificadas em:
Terminais – são as raízes que se encontram no prolongamento do caule.
Laterais – são raízes que nascem e se encontram dispostas lateralmente. Podendo ser primárias,
secundárias ou terciárias.
Quanto à duração das raízes
Anuais – são raízes que podem ser conservadas por apenas um ano (no processo de conservação
de raízes) ou in vivo. Exemplos: Zea mays, Lactua sativa (alface).
Bienais – são raízes que podem ser conservadas pelo menos durante 2 anos e continuarem com
suas qualidades (no processo e conservação e uso de raízes) ou in vivo. Exemplos: Daucus
carota L. e Brassica olaracea (couve).
Perenes (vivaz) – são raízes que podem ser conservadas durante muitos anos e continuarem com
suas propriedades e qualidades em óptimas condições, ou que podem viver mantendo suas
funções plenas por muitos anosou até milhares. Lembre-se que muitas árvores são de
crescimento indefinido. Exemplo: todas as árvores.
Quanto à Consistência
Quanto à consistência as raízes podem ser classificadas em:
Lenhosas – são raízes rígidas ou pouco flexíveis e com bastante resistência à acção mecânica
(predomina esclerênquima).
Sub-lenhosas – são raízes com uma consistência (intermédia) inferior à lenhosa.
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Carnuda – são raízes volumosas e ricas em água.
Tuberculosas – são raízes volumosas e ricas em substâncias de reserva.
Fistulosas - raízes que apresenta um canal principal.
Herbáceas – são raízes tenras, carnosas e com pouca consistência.
Sub-herbáceas - raízes de consistência (intermédia) maior do que a herbácea.
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Histologia do Caule
Conceito de caule
O caule é órgão da planta que suporta os ramos, folhas, flores e frutos. É a parte aérea do vegetal
e que sustenta as folhas, flores e frutos.
Constituição do caule
Os caules são constituídos por nós, internós e gemas:
Nós - são as regiões caulinares geralmente dilatadas onde se inserem os órgãos apendiculares
(folhas, estípulas, etc.).
Internós - são as regiões caulinares situadas entre dois nós consecutivos. Muitas dicotiledôneas
não apresentam diferença entre nó e internó, especialmente em plantas adultas. Nas
monocotiledôneas os nós são geralmente mais salientes que os internós.
Gemas - são rudimentos de ramos, geralmente formadas na axila de uma folha. Geralmente
gemas terminais aparecem protegidas por catáfilos (folhas modificadas para a protecção).
Gemas terminais - produzem ramos terminais, formação análoga ao caule.
Gemas foliares - produzem folhas quando se desenvolvem.
Gemas floríferas - produzem flores quando se desenvolvem.
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Origem de caule
A organização do meristema apical do caule mostra-se mais complexa que a da raiz. O
meristema apical do caule, além de produzir células para o corpo primário da planta, está
também envolvido na formação de primórdios foliares e, muitas vezes, primórdios de gemas os
quais formam os ramos laterais.
Figura 19: Diferentes partes que formam o caule Estrutura interna do caule
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Entretanto, assim como na raiz, seu crescimento se dá pelo meristema apical, que sofre mitoses
originando a protoderme (tecido ainda meristemático que dá origem à epiderme), o procâmbio
(produz os tecidos condutores primários) e o meristema fundamental (origina o córtex e a
medula).
O meristema apical do caule não possui um revestimento protector como a coifa no meristema
apical da raiz.
Características Gerais do Caule
O caule de uma planta apresenta as seguintes características:
Corpo dividido em nós e entrenós;
Presença de folhas e botões germinativos;
Geralmente aclorofilados (com excepção de caules herbáceos);
Geralmente aéreos (excepção bulbos e rizomas);
Geotropismo negativo;
Fototropismo positivo.
Funções do Caule
O caule tem as seguintes funções:
Dar à folha uma disposição favorável para a realização das suas funções;
Estabelecer comunicação entre a raíz e as restantes partes da planta (folhas, flores e
frutos);
Permitir a circulação das seivas (bruta e elaborada);
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Acumular substâncias de reserva da planta;
Crescimento e propagação vegetativa;
Realização da fotossíntese (em algumas plantas).
Classificação do Caule
Quanto ao número
Unicaules - quando a planta apresenta um único caule;
Multicaules - quando a planta tem mais de um caule.
No entanto, as plantas multicaules formam-se devido à ramificação das bases do caule. Os novos
caules formados são chamados de filhos ou rebentos (tillers), o processo de formação de
afilhamento ou rebentação (tillering). As plantas multicauladas cujos caules estão dispostos em
tufos muito densos, são chamados de cespitosas.
Quanto ao Habitat
Quanto ao habitat ou localização, os caules podem ser divididosem 3 grupos, a mencionar:
Caules aéreos
São caules que se localizam na parte aérea e podem ser subdivididos em:
Erectos (troncos e etc);
Rastejantes (sarmentosos) - Cucurbita pepo (abóbora);
Trepadores - hera (raízes adventíceas), volúveis (sinistrosos ou dextrosos), madressila;
Estolões - morango.
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Erectos
Erectos - os que se desenvolvem na posição vertical, podendo ser:
Tronco (árvores).
Haste (herbáceo).
Estipe (palmeira, mamão);
Colmo (milho e bambú);
Escape (agave).
Figura 20: Caules erectos: tronco, haste e estipe, respectivamente.
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Figura 21: Classificação dos caules: Colmo, escape, rastejante e trepador, respectivamente.
Figura 22: Classificação dos caules: Volúveis, tubérculo, estolão e pseudobulbo, respectivamente.
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Caules Subterrâneos
São caules com hábitos subterrâneos, isto é, vivem enterrados no solo e podem ser classificados
em:
Rizoma – as plantas representativas com este tipo de caule são bananeira, polipodium e etc.
Bulbo – as plantas com este tipo de caule são várias, podendo se exemplificar com as seguintes:
cebola, alho e lírio.
Pseudobulbo – como exemplo pode se citar as orquídeas.
Caules Aquáticos
Os caules aquáticos são aqueles que se desenvolvem na água. E como exemplo pode se citar o
caso de todas as plantas aquáticas.
Figura 23: Diferentes tipos de caules bulbos.
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Quanto à Ramificação
Quanto à ramificação os caules podem ser classificados em:
Indivisos – são caules que não apresentam ramificações. Pode-se citar como exemplo os
seguintes vegetais: colmo (milho), espique (coqueiro).
Ramificados – são caules que apresentam ramificações (ramos laterais).
Tipos de Ramificação
Os caules podem apresentar três tipos de ramificações, a mencionar:
Monopodial;
Simpodial;
Dicásio.
Ramificação Monopodial – neste caso, o ramo principal é dominante em relação aos ramos
laterais, que vão surgindo. A gema terminal é persistente, havendo um predomínio do eixo
principal sobre os ramos laterais que surgem abaixo da extremidade. O eixo principal é
constituído por tecidos formados pela mesma gema terminal, onde o crescimento do caule se dá
pela actividade de uma única gema apical, que persiste por toda a vida da planta.
Portanto, neste sistema, o eixo caulinar primário formado por tecidos derivados de uma única
gema apical, é mais desenvolvido que os demais e cresce verticalmente, enquanto, os ramos
laterais têm crescimento oblíquo e são menos desenvolvidos, como se pode observar na maioria
dos pinheiros. Exemplo: Araucaria angustifólia (Araucariaceae), Casuarina, Araucaria, Pinus.
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Ramificação Simpodial - quando cada novo broto formado assume a função de promover o
crescimento da planta, como no Ficus spec, a ramificação é denominada simpodial. A gema
terminal é curta, sendo substituída por uma gema lateral que passa a ser principal. Esta é depois
substituída por uma gema lateral, e assim sucessivamente. O eixo principal da planta é formado
por tecidos originados de diversas gemas. Exemplo: Mangueira, cajueiro, goiabeira e as árvores
em geral.
Figura 24: Ramificação monopodial
Figura 25: Ramificação monopodial
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Ramificação Dicásio – este tipo de ramo é comum em plantas inferiores e ocorre quando dois
brotos laterais do caule principal assumem o papel de alongamento do vegetal, ou seja, quando
duas gemas laterais ou secundárias crescem mais do que a sua gema terminal, formando ramos.
Depois duas gemas em cada um desses ramos e assim por diante. Como exemplo pode se citar
todas as plantas inferiores.
Figura 26: Ramificação Simpodial
Figura 27: Ramificação Dicásio
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Quanto à Direcção
Os caules obedecem, em geral um geotropismo negativo, que pode ser absoluto, crescendo na
vertical, ou relativo quando toma outros sentidos (geralmente laterais).
Quanto ao Porte
O porte ou hábito resulta, da direcção de crescimento, sendo classificados em:
Erecto - quando a planta cresce, aproximadamente na vertical;
Suberecto - quando os ramos-filhos se dispõe entre a vertical e os 45º;
Subprostrados - quando a planta no afilhamento cresce formando com o plano
horizontal ângulo inferior a 45º;
Prostrado - quando a planta no afilhamento se dispõe estendendo-se mais ou menos na
horizontal (muito prostrado quando acompanha a superfície);
Rastejante - caules prostrados que emitem raízes adventíceas, ao nível dos nós, que as
fixa no solo;
Ascendente - em que o caule ou caules apresentam-se primeiro prostrados ou
subprostrados e depois vão crescendo mais ou menos na vertical. Nas gramíneas quando
isso sucede os nós inferiores muito distintos, dobram-se e denominam-se geniculados;
Difuso - quando o caule muito ramificado, geralmente desde a base toma várias
direcções;
Decumbente - se o caule ou as suas ramificações primeiro se elevam e depois invertem o
crescimento e tocam no solo;
Trepador (escandente) - quando toma direcções variáveis conforme os suportes que
encontra e aos quais se segura. Estes tipos de caule podem ser:
Volúvel: quando descreve uma hélice sobre si mesmo ou sobre um suporte;
Gavinhoso: quando trepa por meio de gavinhas de origem caulina (videira) ou de
origem foliar (ervilheira);
Aculeado: quando trepa por meio de acúleos;
Espinhoso: quando trepa por meio de espinhos (Buganvíleas);
Raízes: quando trepa por meio de raízes.
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Quanto à forma
Quanto à forma os caules podem ser:
Cónicos - caules de eixo muito comprido, mais ou menos largos na base. São caules encontrados
em grande parte das árvores;
Cilíndricos - caules de eixo muito comprido, de secção transversal de contorno circular, e tão
largos na base bem como na extremidade superior;
Achatados ou compridos – apresentam um formato achatado;
Piramidais – apresentam-se em forma de pirâmide;
Delgados – possuem uma largura delgada (aproximadamente com mesmo diâmetro na base e no
ápice superior);
Filamentosos – caules filamentosos.
Na classificação do caule segundo a forma, considera-se também a secção transversal, sendo
através desse critério classificados em:
Circular ou arredondando - secção dos caules cónicos e cilíndricos;
Elíptico ou lenticular - secção dos caules achatados ou comprimidos;
Poligonal ou angulosa - secção dos caules piramidais ou prismáticos (Ciperáceas).
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Tipos de Caule
Existem vários tipos de caules e nem todos possuemdesignação específicade acordo com os
aspectos por eles apresentados. Em algumas plantas o caule é muito reduzido, tem entrenós
muito curtos e as folhas ficam dispostas em roseta, estas plantas são chamadas de acaules.
Os principais tipos de caules são os seguintes:
Rizomas - caule subterrâneos que se distingue da raíz por possuír folhas escamiformes
(catáfilos) e gemas com disposição regular. Os rizomas apresentam os seguintes aspectos:
Delgado ou grosso;
Curto ou alongado;
Horizontal ou oblíquo;
Raramente vertival.
Quando o rizoma é grosso, com um diâmetro maior em relação ao comprimento e com
substâncias de reserva e consistência carnosa recebe a designação de tuberoso ou tuberculoso.
Tubérculo - caule volumoso, não muito alongado e com parênquima abundante em reserva
(batata-reno). O tubérculo distingue-se do rizoma tuberoso por não emitir directamente raízes,
possuem gemas localizadas nas axilas de folhas escamiformes, a partir das quais de desenvolvem
os brotos que emitem raízes na base. O tubérculo está ligado a base do caule aéreo por meio de
ramificações subterrâneas delgadas. O ponto de união destas ao tubérculo denomina-se hilo e a
zona polar oposta do tubérculo coroa.
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Estolhoso - caule prostrado rastejante que enraiza nos nós e assegura a multiplicação da planta;
Prato (disco dos bolbos) - caule muito curto, subterrâneo, revestido de folhas escamiformes
(catáfilos), das quais em particular as mais internas são espessas e ricas em reserva, e que emitem
na base numerosas raízes adventíceas que formam, no seu conjunto raízes fasciculadas.
Os bolbos conforme o aspecto das escamas podem ser:
Entunicados (tunicados) - quando as escamas são largas e se cobrem completamente umas às
outras. Exemplo: Allium cepa (cebola);
Escamosos - se as escamas são também numerosas, mas dispostas umas às outras, como as
telhas de um telhado. Exemplo: Lilium candidum (açucena);
Sólidos - quando compactos e rodeados de escamas delgadas. Exemplo: Gladiolus italicus
(gladíolos);
Escapo (hástea) - caule florífero, próprio das plantas que em parte do seu ciclo vegetativo são
acaules, até a floração. Em geral, é desprovido de folhas propriamente ditas, estas são quase
todas basilares;
Colmo - caules com os nós bem marcados, por vezes, salientes e a que correspondem tabiques
internos e que tem entrenós cobertos pela baínha das folhas (folhas que se dizem invaginantes).
O colmo pode ser:
a) Fistuloso: quando apresenta um espaço central vazio (oco) e largo relativamente ao
diâmetro total de um corte transversal
b) Meduloso: quando o espaço central está preenchido pelo parênquima meduloso.
Exemplo: cana-de-açúcar.
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c) Espique: caule de forma geralmente cilíndrica, coroado por um tufo de folhas, que só
engrossa quando a planta é nova e depois mantêm de ordinário o mesmo diâmetro.
Exemplo: Palmeiras.
d) Tronco: caule lenhoso, que engrossa com idade, geralmente cónico e despido de
ramificações na parte inferior.
e) Sarmento: caule ou ramo lenhoso, delgado, muito alongado e flexível. Exemplo:
Videira.
Quanto à Superfície dos Caules
Nas plantas anuais, o aspecto da superfície do caule não sofre grande alteração
independentemente da idade. As características principais dizem respeito a:
Regularidade da Superfície
Lisa: superfície completamente regular, sem rugosidades;
Rugoso: superfícies com pequenas saliências e sulcos irregulares;
Estriado: com sulcos finos longetudianais ou transversais dispostos regularmente;
Sulcados: com sulcos profundos;
Canelados: com caneluras.
Indumento (revestimento constituído por pêlos, glândulas ou escamas)
Indumento se refere ao revestimento dos caules e que pode ser com pêlos, glândulas ou escamas.
Os indumentos podem estar regularmente distribuído ou podem encontrar-se apenas nas partes
mais novas, na base dos entrenós, nós, no interior das estrias, sulcos ou caneluras.
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Coloração
Os caules novos são geralmente de cor verdes, mas pode apresentar-se junto aos entrenós e nas
partes mais expostas à luz, de cor arroxeadas ou avermelhada, devido a um pigmento que está
dissolvido no suco celular das células superficiais e que em geral, é antociacina.
A cor dos caules pode ainda ser: branca, cinzenta, castanha, castanho-avermelhado ou vermelho-
acastanhado. Nas plantas perenes as modificações nas características da superfície do caule são
profundas em particular quando o caule engrossa com a idade, nos caules perenes adultos a
epiderme é substituída e em seu lugar fica a parte mais externa do ritidoma (casca seca).
Na superfície do caule distinguem-se:
Lentículas: pequenas saliências que constituem produções de tecido súbero frouxo, que
substituem os poros ou estômas da epiderme. São considerados nas descrições quanto à sua
forma, distribuição e dimensões.
Sub-herbácea: de consistência (intermédia) maior do que a herbácea.
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Figura 28: estrutura primária do caule de
dicotiledônea
Figura 29: corte transversal de um caule de
monocotiledônea
Figura 30: detalhe de um feixe do caule de milho
(monocotiledônea)
Figura 31: detalhe de um feixe do caule de uma
dicotiledônea (mamona)
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Sumário da classificação dos caules quanto ao habitat
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A Botânica é uma ciência que exige muita
leitura, dedicação e criatividade por parte do
estudante e de todos os profissionais que
desejam abraçar esta área. Um bom
Engenheiro Agrónomo e Florestal precisa
conhecer com muita solidez a anatomia das
plantas, uma vez que esta (planta), é o
instrumento básico da área da sua formação.
Para conhecer com muita profundidade todas
as particularidades que os caules apresentam,
é necessário lidar muito com a prática através
de colecta de várias plantas, sua análise
profunda e detalhada e por fim a sua
classificação. Faça isso por favor. Sucessos.
Figura 32: Esquemas ilustrativos de alguns tipos de caule especializados. (Modificado a partir de Stern, 79).
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Histologia da Folha
Folha
É um órgão que está presente em quase todos os vegetais superiores, com raras exceções, como
acontece nas Cactaceae onde as folhas transformaram-se em espinhos.
A folha faz parte do sistema caulinar e, no sentido mais amplo da palavra, é um órgão altamente
variável em estrutura e função. Nenhum órgão vegetativo das plantas apresenta tão grande
polimorfismo e adaptação a diferentes meios e funções.
Origem da Folha
A folha tem origem exógena nos caules e ramos, a partir da região periférica do ápice caulinar.
Forma-se como uma expansão lateral do caule, sendo que em sua estrutura aparecem todos os
tecidos equivalentes aos do caule.
A folha é caracterizada por apresentar crescimento determinado, tendo por isso seu meristema
apical de curta duração. Este tecido logo se transforma em tecido permanente, ao passo que a
base foliar pode continuar por mais tempo a actividade meristemática (crescimento intercalar).
Algumas Pteridófitas tem crescimento apical foliar de longa duração.
As folhas diferem na forma, textura, grau de cutinização, quantidade de tecidos mecânicos
presentes, em seus padrões de distribuição no caule, em sua nervação (distribuição das nervuras).
Em resumo, a origem das folhas pode nos conduzir à seguinte classificação:
Folhas primárias (primórdios) - são folhas que provêm directamente do embrião (caule
embrionário);
Folhas normais – são folhas que derivam dos gomos que se formam lateralmente nos caules.
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Funções da Folha
Em geral, a folha evidencia com clareza sua especialização para as seguintes funções:
Realização da fotossíntese pela forma laminar;
Transpiração e eliminação de substâncias desnecessárias na planta;
Absorção de gases atmosféricos através dos estômatos;
Condução e distribuição da seiva;
Reserva de nutrientes.
As plantas, com relação às folhas, podem ser classificadas em:
Sempre-verdes – plantas que permanecem com folhas em qualquer estação do ano e durante
toda a sua vida (nunca ficam completamente sem folhas).
Decíduas – são plantas que eliminam suas folhas periodicamente.
Estrutura Química da Folha
A folha é constituída, fundamentalmente, pelos mesmos sistemas de tecidos encontrados na raiz
e no caule, ou seja, sistema dérmico (epiderme), sistema fundamental (parênquima e tecido de
sustentação) e sistema vascular (tecido de condução). O sistema vascular pode ser considerado
uma extensão dos feixes vasculares do caule ou de suas ramificações, através do pecíolo, para o
interior do limbo foliar.
As folhas apresentam uma grande variação em sua estrutura interna, variação esta relacionada
com vários aspectos como posição taxonômica e adaptações evolutivas aos diferentes habitats.
Uma vez que a folha geralmente não apresenta crescimento secundário, a epiderme persiste
como sistema de revestimento. Pode - se observar, de forma genérica, os seguintes tecidos na
folha:
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Epiderme - com células dispostas compactamente. Presença de cutícula, estômatos e tricomas.
Mesófilo - tecido parenquimático situado entre a epiderme dorsal e ventral da superfície foliar. É
essencialmente fotossintetizante, caracterizado pela presença de cloroplastos em suas células e
um grande número de espaços intercelulares.
Para melhor perceber de que forma as folhas realizam a fotossíntese, é indispensável o estudo
apurado dos estômatos.
Estômatos da Folha
Os estômatos são estruturas existentes na epiderme das folhas, constituídas de duas células
especiais, as células-guardas:
Entre as células – guardas, existe uma abertura chamada ostíolo que tem a função de estabelecer
comunicação entre o interior da folha com o ambiente externo.
Através dos ostíolos, as folhas fazem as trocas gasosas entre a planta e o meio externo.
O controlo de abertura e fechamento dos ostíolos é feito pelas células-guardas (veja
figura 33).
Quando as células em referência se enchem de água, elas empurram a parede oposta ao
ostíolo para as laterais e abrem o orifício. Quando falta água, elas murcham e fecham o
ostíolo (veja figura 33).
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Figura 33: Visão estereoscópica de uma secção de folha típica (segundo K. R. Stern, 79).
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Constituição Anatómica da Folha
Uma folha completa é composta por:
Pecíolo
É a extensão que sustenta a folha e se insere no caule. Tem forma subcilíndrica e na face superior
uma “goteira” que percorre o sentido do comprimento. Em certas folhas a base do pecíolo se
alarga, constituindo a bainha, que permite à folha uma inserção mais firme no caule.
Limbo
É a parte achatada e dilatada da folha, especializada para receber a luz do sol e para realizar as
trocas gasosas com o ambiente. Portanto, o limbo é a região mais larga da folha. Nele
encontram-se os estômas e as nervuras, que contêm pequenos vasos por onde correm a seiva
bruta e a seiva elaborada. Constitui o sistema assimilador e sua organização está perfeitamente
adaptada para o melhor aproveitamento dos raios luminosos, do ar e da água, necessários a
fotossíntese.
O limbo pode ser formado por uma única unidade (folha simples) ou de várias unidade
separadas, chamadas folíolos (folha composta). A forma da folha é dada pela forma geral do
limbo.
Baínha
É a expansão achatada do pecíolo para aumentar a fixação da folha ao caule. Quando a bainha
envolve o caule, a folha é denominada invaginante. A bainha é mais desenvolvida e mais
comum nas folhas de monocotiledôneas. Nas bananeiras, as bainhas muito desenvolvidas, uma
sobre as outras, formam o pseudocaule desses vegetais.
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Estípulas
São apêndices laminares espinhosos ou lineares em algumas folhas na base do pecíolo. As
estípulas podem se transformar em espinhos como ocorre em certas espécies de Euphorbia
(coroa-de-cristo).
As folhas incompletas são as que não possuem uma ou duas das suas partes constituintes. Os
exemplos mais comuns de folhas incompletas são de:
Folha séssil (ou rente) - folha destituída de bainha e pecíolo, estando reduzida ao limbo;
Folha subséssil - folha sem bainha e com pecíolo muito curto;
Filódio - folha reduzida ao pecíolo o qual toma a forma laminar (acácias australianas).
Figura 34: Constituição de Diferentes Tipos de Folhas
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Heterofilia
É o caso em que em um vegetal existem diversos tipos de folhas, surgindo cada tipo em um
ambiente diferente. Um exemplo importante é o caso da Sagitária, em que existem três tipos de
folhas a mencionar:
As submersas (que são alongadas);
As flutuantes (que são arredondadas);
As aéreas (que têm forma de ponta de flecha).
Figura 35: Heterofilia e Anisofilia
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Características Gerais da Folha
De uma forma geral, as folhas apresentam as seguintes características:
Apresentam estruturas capazes de captar a luz solar;
São as principais estruturas fotossintéticas da planta;
Geralmente apresentam cor verde (são estruturas clorofiladas);
As folhas têm crescimento limitado (excepto as folhas das samambaias).
Tipos de Folhas
Folhas incompletas - são aquelas em que falta ou pecíolo, ou estípulas ou baínha.
Folha invaginante - é a que têm bainha grande para aumentar sua fixação.
Folha séssil - é a que apenas o limbo fixa directamente ao caule.
Folhas com ócrea - são folhas em que as estípulas são grandes e se abraçam ao redor do
caule (ver figura 34).
Folheatura
A folheatura ou prefoliação, é a forma como as folhas se acomodam nos botões foliares. Os
principais tipos de folheatura são:
Conduplicada - as folhas estão dobradas pela nervura média com as suas abas
aproximadas;
Convuta (enrolada) - as folhas estão enroladas sobre si mesmas, de modo que em corte
transversal se aproxima a uma espiral (folha de milho);
Involuta - as margens das folhas estão enroladas para a página superior;
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Revoluta - as margens da folha estão enroladas para página inferior;
Imbricada - com as folhas dispostas como as telhas de um telhado, isto é, cobrindo-se
parcialmente umas as outras;
Equitante - uma folha dobrada pela nervura principal inclui, no intervalo das suas abas,
as abas de outra folha e assim, sucessivamente;
Mutuamente equitante - as folhas dobradas pela nervura média têm entre as suas abas
apenas uma das abas da outra;
Valvar - quando as folhas estão colocadas tocando-se apenas pela margem;
Plicada - as folhas apresentam-se dobradas em várias pregas longitudinais (palmeiras);
Inflectidas - quando dobrada transversalmente e voltada para dentro;
Circinada - com a extremidade enrolada em forma de báculo (fetos).
Filotaxia
É a forma como as folhas estão dispostas sobre o caule, incluindo a inserção e a divergência. A
filotaxia pode ser classificada em:
Alternada – quando existe apenas uma folha em cada nó.
Oposta – quando os pares das folhas estão dispostas de uma forma oposta.
Oposta – cruzada – quando cada par de folhas se cruza com o outro par em ângulo recto.
Como exemplo pode-se citar o cafezeiro.
Geminada – quando um par de folhas se encontra em cada nó, num mesmo ponto;
Fasciculada – quando três ou mais folhas se encontram num mesmo ponto no nó,
exemplo: Pinus spec;
Verticilada – quando três ou mais folhas se encontram em cada nó, exemplo:
espirradeira.
Rosulada (rosetada) - quando as folhas, dispostas na base ou no ápice do caule, estão
próximas pelo facto de os entrenós estarem próximos uns dos outros.
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Figura 36: Filotaxias Alternada
Figura 37: Filotaxias Oposta
Figura 38: Filotaxias Oposta - cruzada
Figura 39: Filotaxias Verticilada (Casuarina
equisetifolia)
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Classificação das Folhas
Quanto à Composição
Folhas Compostas:
Considera-se folha composta aquelas que apresentam limbo dividido em folíolos. Quanto ao
número de folíolos, a folha pode ser classificada em:
Unifoliolada (simples) - quando a folha tem um folíolo;
Bifoliolada – folha com dois folíolos;
Trifoliolada – folha com três folíolos;
Pinuladas (Penada) – quando a folha termina por um folíolo ou por folíolo duplo;
Palmada – folha com três ou mais folíolos saindo do ápice;
Recomposta (bipinulada) - quando os folíolos são duplamente compostos.
Figura 40: Filotaxias Rosuladas (rosetadas)
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Quanto ao Pecíolo
Quanto ao pecíolo a folha pode ser:
Peciolada;
Séssel;
Invaginante;
Peltada.
Quanto à Forma do Limbo
Alabardina (hastada) - em forma de ferro, terminada em ponta e com aurículas basilares
divergentes, como na corriola (Convolvulus arvensis), campainha (Ipomoea purpurea).
Cordiforme - em forma convencional de coração, como na videira, na violeta, na tília (Tilia
grandifolia);
Deltóide (triangular) - em forma de triângulo, lembra a letra delta maiúscula do alfabeto grego,
possuindo os dois ângulos laterais mais próximos da base.
Figura 41: Classificação das Folhas quanto ao Pecíolo
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Elíptica - em forma de uma elipse, como é o caso da folha de laranjeira.
Ensiforme – folha em forma de lâmina de espada alongada e um pouco curva, estreitando para
extremidade.
Espátula - estreita na base larga e arredondada na região apical, como uma espátula.
Lanceolada - em forma de ferro de lança mais larga no meio e estreitando gradualmente para a
extremidade.
Oblonga - de base e extremidade obtusa.
Orbicular (arredondada) - quando a forma é mais ou menos circular.
Falcata (falciforme) - em forma de foice como nas folhas do eucalipto adulto e Acacia falcata;
Ovada - com a forma do contorno de um ovo e o pecíolo inserido na extremidade mais larga.
Rombea (romboidal) - com forma semelhante a um losango ou rombo.
Reniforme - com a forma de um corte longitudinal mediano de um rim.
Flabeliforme - com a forma de um leque aberto.
Figura 42: Alabardina Cordiforme Deltóide
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Figura 43: Elíptica Ensiforme Espátula
Figura 44: Lanceolada Oblonga Orbicular
F. 45 Ovada Rombea Reniforme Flabeliforme Falcata
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Quanto à Nervação
Nervação é a disposição das nervuras no limbo da folha ou dos folíolos. Há casos, em que as
nervuras não são aparentes, como na babosa (Aloe socotrina), e outras folhas carnosas, sendo por
isso chamadas de folhas enervadas. Inúmeras são as folhas que apresentam apenas a nervura
mediana, como as do craveiro e, também, em muitas folhas suculentas ou carnosas.
A grande maioria das folhas é multinervada ou pluminervada, isto é, há uma nervura mediana ou
principal que frequentemente está situada na parte mediana do limbo e o divide em duas metades
iguais, e é sempre mais volumosa que as outras, excepto quando há três, cinco ou sete nervuras
da mesma proporção, como se verifica nas folhas trinérveas, quinquenérveas e heptanérveas
onde da principal, partem as secundárias, destas as terciárias e assim por diante, sendo as últimas
nervuras muito delicadas e finas, denominadas vênulas.
Quanto à nervação, as folhas podem ser classificadas em:
Paralelinérveas
Quando possuem mais ou menos o mesmo diâmetro, e se dispõem, lado a lado, desde a base até
o ápice do limbo. São frequentes entre as monocotiledóneas, como nas folhas da cana-de-açúcar,
do milho, servindo de um modo geral, de distinção com as dicotiledóneas.
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Curvinérveas
Quando as nervuras são curvas desde a base do limbo até ao ápice, e simétricas em relação a
nervura principal ou mediana.
Figura 46: Folha paralelinérvea
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Peninérveas
São folhas encontradas na maioria das dicotiledôneas. Neste tipo de folhas, as nervuras
secundárias e terciárias têm sua origem na nervura principal. Para entender melhor a
particularidade deste tipo de folha, basta lembrar a disposição das plúmulas (pêlos) de uma pena
de ave.
Figura 47: Folha Curvinérvea
Figura 48: Folha Peninérvea
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Palminérveas
As folhas são consideradas palminérveas ou digitinérveas quando as nervuras se irradiam do
ponto de inserção do pecíolo, distribuindo-se, no limbo, sempre em número ímpar, como os
dedos separados da mão, encontradas na figueira e na mandioqueira.
Peltinérveas
São folhas com as nervuras partindo do ponto de inserção do pecíolo no limbo das folhas
peltadas, como no capuchibha ou folha-de-chagas.
Figura 49: Folha Paralelinérvea
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Quanto à Margem
Bordo ou margem é o contorno que delimita o limbo. Quando o limbo não apresenta recortes,
isto é, sem reentrâncias ou saliências nas margens, a folha denomina-se inteira. No caso em que
ocorram cílios, ou seja, pêlos direitos guarnecendo os bordos, a margem denomina-se ciliada.
Podemos considerar dois tipos de recortes:
Marginal - em que as reentrâncias não se afastam muito da linha de contorno ou da margem,
originando, assim, recortes de várias formas. Neste caso, se os recortes são agudos, chamam-se
dentes, e quando os recortes são arredondados ou obtusos são denominados crenos.
Em qualquer dos dois pode existir o mucrão, quer dizer, uma ponta pequena e curta, aguda, bem
distinta. Assim, pois, temos os seguintes exemplos de bordos ou margens:
Crenado - quando o recorte é arredondado ou obtuso. Se os recortes são pequenos, o bordo
denomina-se crenulado.
Denteado - quando os recortes são agudos. Há casos porém, que os dentes se apresentam muito
finos, sendo por isso chamado de denticulado.
Figura 50: Folha Crenada Folha Denteada Folha Denteada
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Espinescente
Sãofolhas quese apresentam com espinhos nas suas margens.
Serreado
São folhas que se apresentam como os dentes de uma serra. Quando os dentes são de tamanho
pequeno, a respectiva folha é chamada de serrilhada.
Figura 51: Folha Espinescente Forma da Folha Espinescente
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Sinuado
Diz-se sinuada quando a folha possui recortes e sulcos arredondados. No caso de os recortes
serem miudamente recortados, diz-se que são duplamente crenados, duplamente denteados,
duplamente serrados e duplamente sinuados.
Profundo
Os recortes são profundos quando as reentrâncias são mais pronunciadas, afastando-se bem da
linha de contorno ou margem. Os recortes profundos são divididos em:
Lirado – quando os recortes conferem ao limbo a forma de lira.
Figura 52: Folha serreada
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Lobado - quando o recorte não atinge a metade da distância que vai da margem até ao nervura
principal.
Partido - quando o recorte atinge quase a nervura principal ou o ponto peciolar.
Fig. 53:Sinuado Sinuado Profundo
Figura 54: Lobado Lirado
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Quanto ao Ápice
As folhas quanto ao ápice podem ser classificadas em:
Acuminada – quando termina com uma ponta prolongada e com os lados côncavos.
Aguda – quando termina também com uma ponta e com os lados rectos ou levemente
convexos.
Aristada – termina com ápice bem alongado, em forma de seta rígida.
Arredondada – quando a folha termina por um segmento de círculo.
Cuspidado – quando a folha termina com um ápice muito pontiagudo.
Chanfrado (emarginado) - quando possui uma reentrância pouco profunda, no vértice.
Retuso - quando o recorte apical é pequeno e muito aberto.
Truncado - quando o ápice se apresenta como se estivesse cortado por uma linha recta.
Obtuso - quando o ápice é quase arredondado e o ângulo formado é maior que 90º.
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Fig. 55: Acuminado Agudo Aristado Arredondado
Fig. 56: Chanfrado Cuspinado Retuso Truncado
Fig.56: Obtuso
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Quanto ao Número de Limbos
Para além dos critérios de classificação da folha atrás mencionados, pode-se considerar também
a classificação da folhaem relação ao número de limbos que possui. Nesta classificação se
considera os folíolos.
Folíolo
Refere-se a cada uma das partes individuais, laminares, dotadas de articulação e que constituem
uma folha composta. As folhas quanto ao número de limbos podem ser:
Simples – quando a folha possui apenas um limbo. Esta, não apresenta folíolos, tem um pecíolo
ligado ao caule ou ramo por meiode uma gema. Exemplo: folha de mangueira.
Composta – quando a folha possui mais de um limbo. É o tipo de folhas que apresenta vários
folíolos geralmente flexíveis. Exemplo: folha de mafureira.
Figura 57: Folha simples Figura 58: Folha composta
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As folhas compostas podem ser subdivididas em paripinadas, imparipinada, trifoliada, palmada e
bipinada.
Paripinada – é uma folha composta que apresenta um número par de folíolos.
Imparipinada – é uma folha composta que apresenta um número ímpar de folíolos.
Trifoliada – é uma folha composta e que apresenta apenas 3 folíolos.
Palmada – é uma folha composta que apresenta-se em forma da palma da mão
(geralmente possui 5 folíolos).
Bipinada – é uma folha composta que apresenta vários pecíolos secundários geralmente
dispostos aos pares. Cada um destes pecíolos possui vários folíolos.
Fugura 59: Folha paripinada Folha imparipinada Folha bipinada
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Quanto à Consistência
A folha recebe denominações diferentes quanto a sua consistência:
Carnosa ou suculenta - quando as folhas são espessas, com reserva de água e outras
substâncias.
Coriácea - quando as folhas são espessas, consistentes, rígidas mas flexíveis, lembrando couro.
Membranácea - finas e resistentes.
Folhas das Gimnospermas – folhas acículas. Adaptadas ao habitat seco, não têm lâmina foliar.
A epiderme apresenta paredes engrossadas coberta por uma espessa cutícula que se interrompe
ao nível dos estômatos. Apresentam mesófilo sem diferenciação celular e canais resiníferos. O
sistema vascular está formado por um ou dois feixes com xilema na face superior e o floema na
face inferior.
Figura 60: Folha trifoliada Folha palmada
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Nota: como se pode perceber com muita clareza, as folhas têm vários critérios de classificação
e, dentro desses critérios existem subdivisões convista a especificar mais a classificação. É
importante notar que nem todos os critérios e/ou subcritérios foram mencionados neste pequeno
manual, sendo por isso indispensável consultar outras fontes de informação botânica.
Adaptações das Folhas
São folhas que têm funções especiais e, por essa razão, suas formas se adaptam a essas
especializações. Como exemplos pode-se citar:
Espinho - folha modificada para economia de água.
Escama - folha geralmente subterrânea e modificada. Tem a função de proteger brotos, como,
por exemplo, no lírio.
Catáfilo - folha subterrânea e modificada. Especializada proteger o broto nos bulbos tunicados,
como na cebola.
Figura 61: Espinhos Escamas Catáfilos
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Gavinha - folha modificada para permitir a fixação dos caules sarmentosos.
Bráctea - folha modificada que acompanha as flores com função de protegé-las (flores) ou para
atrair os agentes polinizadores uma vez que as suas flores brilham pouco (geralmente).
Espata - bráctea especial que protege as inflorescências de danos mecânicos.
Figura 62: Gravinhas
Figura 63: Brácteas Espata
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Carnívorora (insectívora) - folha adapatada para atrair, capturar e digerir pequenos animais que
vão ser utilizados como adubo.
Figura 64: Folhas carnívoras Folhas carnívoras
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Herbário
Construção do Herbário
Introdução
Embora a colecta e a identificação botânicas possam parecer tarefas simples, são muitas as
implicações de uma boa colecta e, consequentemente, de uma identificação precisa. A
identificação botânica possui um papel central tanto do ponto de vista científico como para o
maneio dos recursos naturais. A taxonomia, ciência relacionada à nomeação e identificação das
espécies, é essencial no contexto do reconhecimento das diferentes espécies, e, portanto, serve de
base para estratégias de conservação.
Por outro lado, é fundamental obter informações precisas quanto às espécies que ocorrem em
determinada área, como forma de subsidiar as análises referentes à sustentabilidade do maneio
florestal.
Neste capítulo, serão apresentadas as técnicas relacionadas com procedimentos de colecta. Serão
também descritos equipamentos, materiais e procedimentos de campo e de laboratório a serem
utilizados na colecta, armazenamento e preparação de material botânico para sua identificação e
a incorporação destas amostras de plantas em herbários.
A descrição de metodologia de colecta e manaio de material botânico tem como objectivo a
padronização da colecta e maneio de plantas a fim de garantir a qualidade do material colectado.
Assegurar qualidade nas colectas é essencial para a correcta identificação de uma planta, além de
possibilitar directa ou indirectamente estudos taxonómicos, trabalhos científicos sobre a flora,
garantir a qualidade de inventários florestais, a correcta identificação de plantas medicinais,
dentre outros.
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Equipamento de Campo
Para a correcta colecta de material de campo, recomenda-se o uso de seguinte equipamento:
Exemplares de folhas (frescas) de plantas (ou partes de plantas);
Prensas provisórias de trabalho (cartolina grossa);
Papel simples ou jornal,
Cola ou fitacola;
Marcador ou caneta de filtro;
Catálogo de taxonomia e nomenclatura vegetal;
Etiquetas de papel em branco para compor as etiquetas para anotações de campo tais
como, nome popular, local, coletor, data de coleta, etc.);
Podão;
Tesoura de poda manual;
Escada de alumínio;
Envelopes de papel;
Recipientes plásticos para armazenar frutos ou outros materiais vegetais;
Mochila para carregar equipamentos;
Fitas ou tinta para marcação da árvore;
Prensas de madeira para transferir material colectado das prensas provisórias;
Figura 65: Cartolina grossa e jornal Figura 66: Prensagem com jornal e cartolina grossa
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Procedimentos
1. Identificação e recolha de várias exemplares de material vegetal na natureza;
2. Identificação e registo de informações úteis sobre o material colhido;
3. Secagem do material vegetal colhido, primeiro com o auxílio de papel simples ou jornal
juntamente com a cartolina grossa, e depois colocando-o numa prensa de madeira. Esta operação
pode durar duas semanas ou um mês dependendo do tipo de material;
4. Classificação das diversas partes anatómicas das folhas ou partes da planta, com o auxílio de
chaves dicotómicas e recolha de informações importantes sobre as suas propriedades;
5. Execução ou montagem do herbário. Esta é a última fase e consiste na colagem das folhas
sobre as cartolinas e catalogação das folhas ou exemplares colhidos. No catálogo devem constar
as seguintes informação:
Parte da planta colhida;
Local, dia e hora da colheita;
Duração da secagem das folhas ou partes da planta;
Nomes científico e vulgar (vernacular) da planta onde se colheu o material;
Parte colhida, nome de quem colheu (o colector).
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Figura 69: Colocação do herb. na prensa de madeira Figura 70: Prensagem com prensa de madeira
Figura 67: Material amarrado com borracha Figura 68: Material amarrado com corda
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Regras a Observar
O material botânico das espécies arbóreas, arbustivas ou herbáceas deve conter, sempre que
possível, folhas, flores, frutos, esporos ou estróbilos, dependendo do organismo colectado. Este
material fértil é indispensável para a identificação confiável das espécies e fundamental para
compor o acervo do herbário em que é armazenado.
Caso não se obtenha nenhum tipo de material fértil (dependendo da época do levantamento
botânico em campo), deve-se colher, assim mesmo, somente as folhas, que se constituirão no
herbário de trabalho, útil para as futuras colectas das mesmas espécies (época em que estão
florescendo ou frutificando) para o procedimento de classificação botânica. Tais situações são
comuns em inventários florestais já que não necessariamente coincidem com as épocas de
floração e/ou frutificação das espécies, que podem variar entre as regiões de distribuição
geográfica;
Plantas como as pteridófitas, algumas epífitas, as herbáceas e rasteiras, além dos líquens, devem
ser preferencialmente colectadas inteiras, com as raízes e/ou substrato no qual estão inseridas.
Quando o material for maior que a cartolina, deve-se dobrar a extremidade (veja figura71).
Os ramos devem ser obtidos cortando-se os galhos com tesouras de poda ou outro instrumento
cortante afiado, evitando-se quebrar manualmente, para evitar danos ao material botânico ou
perda de frutos ou flores pelo movimento brusco de colecta (veja figura 72).
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Evitar fazer colheita de material muito húmido, para prevenir o ataque de fungos. Na colecta de
material húmido recomenda-se a troca mais frequente dos jornais durante a prensagem
provisória.
Plantas suculentas ou epífitas com folhas carnosas como, por exemplo, plantas das famílias
Orchidaceae, Bromeliaceae, Cactaceae, Crassulaceae e Clusiaceae, entre outras, devem ser
aspergidas com álcool 70 % (diluído do álcool 96 %) e mantidas em saco plástico fechado, para a
conservação das flores e para evitar a desidratação das folhas, e posteriormente são prensadas e
secas.
Fig. 71: Planta herbácea dobrada (colectada com raiz) Figura 72: Corte do material com tesoura
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Plantas com folhas delicadas devem ser prensadas no campo no acto da colecta, para evitar
deformações, dobras ou quebras indesejáveis. Este procedimento deveria ser o preferencial,
utilizado para todas as plantas colectadas (mesmo sem terem folhas delicadas), quando o factor
tempo não for o limitante para o andamento dos trabalhos. Assim se conservam melhor as
características originais do material.
Evitar colectar material botânico (flor, fruto, sementes) que estejam no chão ao pé da árvore ou
planta, pois podem não pertencer a essa árvore ou planta.
Os frutos que se destacam facilmente dos ramos devem ser imediatamente recolhidos em
envelopes de papel ou plástico, devidamente rotulados com a identificação correspondente à da
colecta da espécie.
O material muito volumoso ou de grandes dimensões deve ser desbastado ou diminuído para
melhor visualização das características da espécie e enquadramento nas prensas ou pastas de
armazenamento no herbário (veja figura 73).
Figura 73: Processo de desbaste de material de grandes dimensões
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No retorno do campo, o material colhido deve ser preparado para a secagem, onde adquirirá a
forma definitiva de armazenamento. Por isso, nesta fase, deve-se dar atenção para os
procedimentos de manipulação do material com a finalidade de melhorar o aspecto final, tais
como: retirar do saco plástico (se for o caso), melhorar o acondicionamento trocando as folhas de
jornal inicialmente utilizadas em campo, arrumar as folhas da planta para evitar que fiquem
dobradas, retirar o excesso de folhas, etiquetar com a identificação provisória adotada no campo.
Se o material vegetal colhido no campo for volumoso, é necessário que se faça um desbaste
muito cuidadoso como forma de permitir que este se encaixe melhor na cartolina. Lembre-se que
mesmo no campo este desbaste pode ser efectuado para adequar os tamanhos do vegetal com os
dos jornais, mas pode ser também necessário repetí-lo para desta vez, conjugar os tamanhos de
cartolina grossa com os do material vegetal.
Figura 74: Material volumoso Figura 75: Desbaste do material volumoso
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Os ramos colhidos devem ser manipulados com cuidado, para que fiquem na posição mais
natural possível, sem se dobrar ou quebrar, para que possam ser observadas as suas formas e
características próprias com melhor visibilidade. Pelo menos duas folhas dos ramos devem ter
seu verso virado para cima, para que possam ser examinadas as características de pilosidade,
presença ou ausência de glândulas, domáceas, pontuações, etc., sem a necessidade de virá-las.
Isso facilita a observação do material que, depois de seco, corre o risco de quebrar (folha) ou cair
do ramo.
Após a limpeza inicial do material botânico, os ramos são recolocados entre duas folhas secas de
jornal e empilhados em sequência, formando camadas da mesma espécie. Cada espécie pode ser
separada entre si por meio de uma cartolina grossa que confere maior rigidez à prensa e, ao
mesmo tempo, permite que o material fique arejado. Estas prensas devem ser bem apertadas para
que o material não enrugue nessa desidratação prévia. Posteriormente, serão melhor manuseado
em laboratório, na secagem definitiva.
Figura 76: Encaixe do material na cartolina grossa Figura 77: Material adequado ao tamanho da cartolina
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Figura 78: Fixação do material na cartolina grossa Figura 79: Fixação do material na cartolina grossa
Figura 80: Material com folha virada para cima Figura 81: Material com folha virada para cima
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Material botânico com frutos grandes, espinhos e estruturas que se salientam sobre as demais
podem deformar no processo de secagem devido às diferenças de volume. Para contornar este
problema, coloca-se ao lado dos frutos ou espinhos, e entre os pequenos ramos, folhas de jornal
ou outro material enrolado para que, ao fechar a pequena “pasta”, as capas fiquem niveladas.
Esses rolos de papel devem ser colocados sobre as folhas, auxiliando no processo de evitar que
estas se enruguem.
Procedimentos Básicos de Laboratório
No laboratório, será feita a secagem definitiva do material colhido, que será encaminhado para a
identificação botânica e servirá, também, para compôr o acervo do herbário da instituição, neste
caso a UNIZAMBEZE.
Figura 82: Prensagem de material com frutos Figura 83: Prensagem de material com frutos
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Nesta fase, deverá ser feita a limpeza final do material botânico, que consiste em retirar o
excesso de folhas e ramos secundários, as folhas danificadas e a operação de virar pelo menos
uma folha com a face inferior para cima, para que não seja necessário mexer nas folhas na
ocasião de se observar algumas características. Serão, então, montadas as prensas de madeira.
As prensas de madeira são encaminhadas às estufas de secagem, que possuem características
próprias para secagem de material botânico, sendo que as mais comuns podem ser compostas por
um jogo de 3 a 4 lâmpadas de 150W. O processo de secagem dura de 3 a 5 dias, podendo
prolongar-se em função da humidade do ar.
Figura 84: Prensagem com prensa de madeira Figura 85: Material prensado para secagem
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As lâmpadas fornecem o calor suficiente para secar suave e gradativamente o material, para não
prejudicar a cor das folhas e, se possível, das flores. Quanto mais lenta for a secagem, mais estas
características se mantêm inalteradas. Durante o processo de secagem, é conveniente fazer pelo
menos uma troca de jornais e o acompanhamento da fase da secagem do material verde.
O material pode ser considerado seco quando, ao se passar a mão, cuidadosamente, pelo limbo
das folhas, se constatar que estão meio quebradiças. Para plantas sem estruturas muito suculentas
e não colectadas em tempo húmido, leva-se três a quatro dias para a secagem, outras plantas
podem levar até uma semana.
Figura 86: Vista geral de estufa para secagem de material botânico
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A partir daí, elas são colocadas em pastas provisórias de armazenamento, protegidas por algum
processo de preservação da acção de fungos e insectos, e encaminhadas para a determinação
(identificação) por especialistas ou técnicos com capacidades para o efeito. Uma das amostras
colectadas deverá permanecer com o técnico que efectua a identificação, enquanto a outra
retorna com a respectiva identificação.
O material seco será fixado em papel cartolina ou similar com dimensões padronizadas pela
instituição, normalmente com a colocação de pequenas tiras de papel adesivo (com cola em um
dos lados) sobre pontos estratégicos dos ramos, o suficiente para fixar o ramo e não deixar
extremidades livres que possam se quebrar no maneio cotidiano do material. Algum material
solto, como sementes e/ou frutos, podem ser armazenados em envelopes de papel, que são
afixados na mesma cartolina e recebem o mesmo código de identificação, já que se referem ao
mesmo material botânico. Sempre que possível, deve-se padronizar o local de colocação da
etiqueta de identificação, que deve ter um padrão próprio da Instituição, após ter sido
identificado botanicamente.
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Informações Importantes que Constam num Herbário
Família: Rutaceae
Nome científico: Pilocarpus pennatifolius lemaire
Nome comum: Jaborandi
Local de colecta: Campo experimental da Estação Zootécnica da Chobela – Maputo
Colector: Haua Ussene Bay
Data de colecta: 25 de Agosto de 2012
Determinador: Edgar Tavares
Obs: Arbusto, 4 metros de altura, flor branca, anteras amarelas.
Modelo informative que deve acompanhar o herbário
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Histologia da Flor
Flor
A flor tem sido objecto de numerosas pesquisas, do ponto de vista morfológico e anatômico, mas
os pesquisadores são incapazes de chegar a um acordo quanto a sua natureza e às relações
filogenéticas com outras partes da planta. Alguns botânicos, provavelmente a maioria,
consideram a flor como um ramo modificado e suas partes componentes homólogas às folhas.
A flor é o sistema reprodutor de uma planta (gimnospermas e angiospermas). É nela que ocorre a
fecundação, ou seja, a união de uma célula sexual masculina com uma feminina. Depois da
fecundação, nas angiospermas, formam-se frutos e sementes. A semente contém o embrião, que
dará origem a uma nova planta, da mesma espécie daquela da qual se originou.
Origem da Flor
A flor é o órgão responsável pela reprodução da planta. Ela se origina a partir de uma gema
florífera que pode estar na axila da folha ou no ápice caulinar. Ela se constitui de folhas
modificadas chamadas antófilos.
Formação dos verticilos florais
Os antófilos se diferenciam dando origem aos quatro verticilos florais: cálice, corola, androceu
e gineceu. O perianto se diferencia precocemente, originando as sépalas e pétalas. Estas são
recobertas por epiderme e são altamente vascularizadas por vasos de pequeno porte.
As pétalas são nutridas a partir de um único feixe vascular, assim como os estames. Os vacúolos
das células das pétalas são preenchidos com metabólitos secundários que conferem a cor
característica.
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Os estames se iniciam como pequenas protuberâncias (primórdios estaminais) recobertos por
epiderme e recebendo apenas um feixe vascular. Na extremidade do primórdio estaminal, inicia-
se a formação de pequenas saliências. Estas saliências são divididas por uma camada de células
altamente vacuolizadas e cada metade origina uma teca.
Formaçãodos tecidos florais
Dentro de cada teca, ocorre a produção de um tecido esporogênico. dentro deste tecido existe
um tecido chamado tapete. Duas porções do tapete podem ser reconhecidas: o tapete parietal
(pertencente à planta-mãe) e o tapete interno. O tapete tem a função de nutrir o tecido
esporogênico e produzir a esporopolenina. Além disso, a auto-incompatibilidade esporofítica
ocorre devido à presença de genes incompatíveis no tapete (que são libertados junto ao grão de
pólen) e no estigma da flor receptora.
Após ocorrer a microesporogênese e microgametogênese, o grão de pólen está pronto para ser
libertado. Ele é revestido por um tecido chamado esporoderme, rico em esporopolenina.
A esporopolenina tem a função de impedir a dessecação do gametófito. A porção interna da
esporoderme é chamada de intina e a externa de exina
Esporogênese e gametogênese
As plantas (embriófitas) denominadas popularmente de briófitas, pteridófitas, gimnospermas e
angiospermas possuem um ciclo de vida com alternância de gerações. Isso quer dizer que
durante a vida de uma planta, ela possui duas gerações denominadas esporófito e gametófito.
Esporófito é a geração diplóide (2n) e forma esporos enquanto o gametófito é a geração
haplóide (n) e dá origem aos gâmetas.
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A esporogênese (sporo = esporo, gênese = geração) é o processo pelo qual as plantas produzem
esporos e a gametogênese é o processo pelo qual as plantas produzem gâmetas. Nas briófitas, a
geração predominante é o gametófito, sendo o esporófito reduzido. Durante a evolução dos
vegetais, houve uma tendência de redução do gametófito e dominância do esporófito. Tanto é,
que nas plantas mais derivadas, como as angiospermas por exemplo, o gametófito é considerado
por alguns autores como um parasita do esporófito, tal é o grau de redução que ele atingiu.
Microesporogênese e microgametogênese
Estes processos são referentes à formação de esporos e gâmetas masculinos, respectivamente. A
microesporogênese é o processo que leva à formação do tubo polínico e a microgametogênese
leva à formação dos núcleos espermáticos (microgametas). No final destes processos será
formado o microgametófito que é o grão de pólen.
Nas anteras, existem quatro regiões diferenciadas contendo células esporógenas. Estas regiões
são os microsporângios e nas angiospermas são denominadas sacos polínicos. Os sacos polínicos
contêm um tipo especial de célula chamada célula-mãe do micrósporo ou microsporócito. O
microsporócito divide-se, através de uma meiose originando em 4 células-filhas chamadas
micrósporos, que são haplóides.
Após uma divisão mitótica do micrósporo, ocorre a formação de dois núcleos e o microsporócito
passa a ser chamado de grão de pólen (microgametófito). O grão de pólen possui dois núcleos,
sendo o maior denominado de macronúcleo e exerce função vegetativa, pois realiza as funções
metabólicas para a manutenção da célula. Já o menor núcleo é denominado de micronúcleo e
tem função reprodutora, já que vai se dividir e dar origem aos dois núcleos espermáticos. Os
núcleos espermáticos são os gâmetas masculinos.
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Estrutura da Flor
A flor é constituída de um eixo (receptáculo) e apêndices laterais. Estas são partes florais ou
órgãos florais. Geralmente estão reunidas em órgãos estéreis e órgãos de reprodução. Sépalas e
pétalas compondo respectivamente cálice e corola, representam as partes florais estéreis e
estames e carpelos (livres ou unidos) representam as partes reprodutoras. Os estames em
conjunto constituem o androceu, os carpelos o gineceu.
Desta forma, pode-se referenciar as seguintes partes constituintes da flor:
Cálice
O cálice é formado por um conjunto de folhas modificadas, as sépalas, quase sempre verdes. Em
algumas flores, como o cravo, as sépalas são unidas, formando uma peça única. Em outras, como
a rosa, elas são separadas.
Corola
A corola é a parte geralmente mais bonita e colorida da flor. Constitui-se de folhas modificadas
chamadas pétalas. Como as sépalas, também as pétalas podem ser unidas (campânula) ou
separadas (cravo e rosa). O conjunto formado pelo cálice e pela corola é chamado perianto. Ele
envolve e protege os órgãos reprodutores da flor, o androceu e o gineceu.
Androceu
O androceu é o órgão masculino da flor. Compõe-se de uma ou várias pecinhas alongadas, os
estames. Os estames são folhas modificadas férteis que produzem grão-de-pólen. Cada estame é
formado de antera, filete e conectivo.
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Antera - região dilatada que se situa na ponta do estame. É nesta região onde se formam os grãos
de pólen. O pólen é o pozinho amarelo que você pode ver facilmente no miolo das flores e é uma
estrutura reprodutora masculina.
Filete - haste que sustenta a antera.
Conectivo - região onde se ligam o filete e a antera.
Gineceu
É o órgão feminino da flor. Constitui-se de um ou mais carpelos. Os carpelos são folhas
modificadas e possuem estigma, estilete e ovário.
Estigma - parte achatada do carpelo, situada na sua extremidade superior; possui um líquido
pegajoso que contribui para a fixação do grão de pólen.
Estilete - tubo estreito que liga o estigma ao ovário.
Ovário - parte dilatada do carpelo, geralmente oval, onde se formam os óvulos.
A flor que possui apenas o androceu é uma flor masculina. A flor feminina tem apenas o
gineceu. Se os dois órgãos reprodutores estiverem presentes na flor, ela é chamada
hermafrodita. As flores estão presas no caule ou nos ramos por uma haste denominada
pedúnculo, que se dilata na parte superior formando o receptáculo floral.
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No receptáculo prendem-se todos os verticilos florais. As vezes, as flores estão sozinhas no
caule. São flores solitárias, como as do mamão, da laranja, a violeta, a rosa, o cravo, etc. Outras
vezes, várias flores estão presas no mesmo lugar do caule. Neste caso, elas formam uma
inflorescência. As inflorescências são diferentes umas das outras.
Tipo de Flores
As flores podem ser classificadas de acordocom o número de sexos que possuem. De acordo com
este critério, elas podem ser:
Monóclinas (hermafroditas) – quando possuem dois sexos (masculino e feminino).
Díclinas – quando os sexos são encontrados em flores diferentes.
Figura 87: Composição da flor
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Plantas monóicas e dióicas
As plantas podem ser monóicas ou dióicas, conforme a esistência ou ausência de mesmos sexos
na mesma planta. As plantas são chamadas monóicos ou hermafroditas quando os dois sexos são
encontrados numa mesma planta, isto é, numa mesma flor (monóclina) ou em flores diferentes
(díclinas).
As plantas dióicas ou unissexuais são as que possuem apenas um sexo em pés diferentes, e suas
flores, portanto, só podem ser díclinas.
Figura 88: Flor hermafrodita Figura 89. Flor díclina feminina Flor díclina masculina
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Classificação das Flores
De acordo com a presença ou ausência de estruturas florais, as flores podem ser classificadas de
várias formas, utilizando diferentes critérios:
Quanto ao Pedúnculo
Pedunculada – quando a flor possui pedúnculo.
Séssil – quando a flor não possui pedúnculo.
Quanto ao Número de Peças
Aclamídea – quando a flor não apresenta cálice nem corola.
Monoclamídea – quando a flor apresenta cálice ou corola.
Diclamídea – quando a flor apresenta cálice e corola.
Fig. 90: Planta monóica Planta dióica Figura 91: Plantas díclinas
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Quanto a Homogeneidade
Homoclamídea – quando o cálice e a corola são iguais em forma e cor, sendo por isso chamadas
de tépalas, como no lírio.
Heteroclamídea – quando o cálice e a corola são diferentes em forma e cor, como se pode ver
na rosa.
Quanto a estruturas sexuais
Unisexual masculina – quando a flor apresenta apenas estames.
Unisexual feminina – quando a flor apresenta apenas o gineceu.
Estéril – quando a flor não apresenta nem androceu e nem gineceu.
Hermafrodita – quando a flor apresenta parte masculina e feminina.
Quanto ao número de estames
Oligostêmones – quando possui número de estames menor que o número de pétalas.
Isostêmones – quando o número de estames é igual ao número depétalas.
Diplostêmones – quando o número de estames é o dobro do das pétalas.
Quanto à posição do gineceu
Hipógina – flor com ovário acima da inserção de todas as peças florais. Neste caso diz-se que o
ovário é superior.
Perígina – flor com ovário semi-ínfero.
Epígina – flor com ovário abaixo da inserção de todas as peças florais. Neste caso diz-se que o
ovário é ínfero.
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Quanto à disposição das peças florais
Cíclica – quando possui peças florais em círculo, formando os verticilos.
Espiralada – quando possui peças florais em espiral no receptáculo floral.
Quanto ao número de sépalas ou pétalas
Trímero – quando a flor tiver 3 ou múltiplos de 3 sépalas ou pétalas, caracterizando a classe das
monocotiledôneas.
Tetrâmero – quando a flor possui 4 sépalas ou pétalas, caracterizando a classe das
eudicotiledôneas.
Pentâmero – quando possui 5 ou seus múltiplos de sépalas ou pétalas, caracterizando a classe
das eudicotiledôneas.
Figura 92: Classificação da flor quanto à posição do gineceu
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Quanto à simetria
Actinomorfo – quando a flor permitir vários planos de simetria, isto é, pode-se cortar de várias
maneiras e obter dois lados exactamente iguais.
Zigomorfo – quando a flor permitir apenas umplano de simetria.
Assimétrico – quando a flor não permitir nenhum plano de simetria.
Fertilização ou fecundação
É o processo que ocorre somente após a polinização e diz respeito à união dos gâmetas. Lembre-
se que nem sempre que ocorrer polinização, a fecundação ocorrerá. Após o estigma ter recebido
o pólen, nas condições ideais ele germina e forma o tubo polínico. O tubo polínico vai crescendo
e passa pelo estilete até atingir o ovário. Ele vai levando consigo os dois núcleos espermáticos.
Os núcleos espermáticos penetram no óvulo através da micrópila e um deles vai se fundir com a
oosfera. A oosfera e o núcleo espermático são haplóides (n), e sua fusão origina uma célula
diplóide (2n) – o zigoto.
Figura 93: Classificação da flor quanto à simetria
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O desenvolvimento do zigoto culmina na formação do embrião, que nada mais é do que o
esporófito jovem. O outro núcleo espermático se funde com os núcleos polares. Cada núcleo
polar é haplóide e sua fusão com o núcleo espermático origina um tecido triplóide (3n). Este
tecido é chamado de endosperma e serve de nutrição para o embrião. Devido à ocorrência de
duas fecundações, este processo é denominado dupla-fecundação.
Após a fecundação vai ocorrer a formação da semente, que é constituída pelo embrião (formado
pela união do núcleo espermático e oosfera), endosperma (formado pela união do núcleo
espermático e núcleos polares) e tegumento (desenvolvimento dos integumentos). O tegumento é
a casca ou revestimento da semente, que a protege contra a dessecação, predadores e parasitas.
Fica fácil perceber que o óvulo origina sementes, mas de onde vêm os frutos? Se recordarmos
que o óvulo está imerso dentro do ovário, poderemos perceber que é o desenvolvimento do
ovário que vai gerar o fruto. Por isso, todas as sementes estão envolvidas por frutos.
Entenda mais sobre a fecundação
A maioria dos vegetais possui os componentes reprodutivos masculinos e femininos na mesma
flor. A parte masculina da flor é chamada androceu. É no androceu onde ocorre a produção dos
grãos de pólen. A célula reprodutiva masculina se forma dentro do grão de pólen.
Para que haja fecundação, é necessário que o pólen chegue até o óvulo (polinização). Em geral, o
pólen de uma flor alcança o gineceu de outra flor.
A polinização pode ser realizada por factores físicos, como o vento e a água, ou por seres vivos,
como insectos, pássaros, morcegos, e etc. Os agentes polinizadores (vento, abelhas, e outros),
normalmente carregam muitos tipos de grãos de pólen, que são depositados no estigma da flor. A
fecundação só ocorre se o pólen alcança o estigma de uma flor da mesma espécie.
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As gramíneas, como o milho, capim e outras, são polinizadas com o auxílio do vento. Os grãos
de pólen do milho são muito leves e facilmente carregados pelo vento. Também são produzidos
em grande quantidade, garantindo que pelo menos uma parte deles chegue até o ovário das flores
de outros pés de milho. Quanto maior for o número de grãos de pólen produzidos por um
androceu, maior é a chance de ocorrer a fecundação de flores da mesma espécie.
Por outro lado, o gineceu das gramíneas também possui adaptações que aumentam a
possibilidade de polinização. Por exemplo, o estigma é longo (maior área de contacto) e
pegajoso, dando maior aderência do grão de pólen.
,
Sem a fecundação, o ovário se desprende e cai, não gerando fruto nem sementes. Os grãos de
pólen possuem alta taxa de uma hormona chamada auxina, que tem como função garantir a
manutenção e crescimento do ovário da flor. A auxina do pólen é importante para o
desenvolvimento normal do fruto. Em muitas plantas, a semente continua a produzir hormonas,
como a auxina, até o momento de amadurecimento do fruto.
Figura 94: Polinização das gramíneas
Você sabia que?
O pozinho amarelo, muito comum em áreas
com grande quantidade de flores
(principalmente de plantas polinizadas pelo
vento), é o grão de pólen?
E que o excesso de pólen no ambiente,
principalmente de gramíneas, pode provocar
reacções alérgicas em muitas pessoas (febre
do feno)?
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Dessa forma, os óvulos fecundados se transformam em sementes e o ovário se transforma em
fruto. O fruto do feijoeiro, por exemplo, é a vagem que protege as sementes até seu
amadurecimento. Quando as sementes do feijoeiro estão maduras, o fruto (vagem) seca, até se
romper elançar as sementes ao solo.
Nota: Estigma é a parte superior do gineceu das flores que serve paraa recepção do grão de
pólen.
Curiosidade: alguns ovários possuem alta taxa de auxinas e desenvolvem o fruto mesmo sem
ocorrer a fecundação. As bananas são exemplo desse tipo.
Importante
Frutos carnosos são todos os frutos capazes de acumularem substâncias nutritivas
durante seu processo de crescimento e amadurecimento, como é o caso de tomate,
pepino, laranja,melão, e outros. E os frutos secos são aqueles que, ao se
desenvolverem, não acumulam materiais nutritivos. Os frutos da mamona, algodão e
outros, são desse tipo.
A semente é composta por uma parte rica em materiais úteis para o crescimento do
embrião que lá se encontra. O tipo de substância presente na semente varia de
espécie para espécie. A semente pode ser rica em óleos, amido, celulose ou proteínas.
Quando comemos um abacate, não estamos a destruir o embrião da planta, uma vez
que o caroço continua intacto.
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Mapa resumo da flor
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Histologia do fruto
Fruto
É o ovário amadurecido.
Em geral, após a fertilização da oosfera, o ovário se desenvolve em fruto, enquanto o óvulo se
transforma em semente. Em muitos grupos de plantas, o ovário está estreitamente relacionado
com tecidos extracarpelares, os quais podem desenvolver-se conjuntamente, formando então
parte do fruto. Tais uniões, conduzem a dificuldades terminológicas no que concerne a definição
de fruto. Estritamente definido, o fruto é o ovário amadurecido.
A tendência é ampliar o termo fruto, de modo a incluir toda e qualquer parte extracarpelar que
possa estar associada ao ovário, na ocasião de sua maturidade. O termo também se refere aos
frutos desprovidos de sementes (chamados frutos partenocárpicos). É claro que, flores com mais
de um carpelo, mas fundidos originará um único fruto. Novamente a definição não é adequada.
Parede do Fruto
A “parede do fruto” é chamada pericarpo, isto é, a parede do ovário maduro ou o pericarpo com
partes extracarpelares que podem vir a unir-se ao ovário no fruto. A parede do fruto pode ser
mais ou menos marcadamente diferenciada e com frequência, o pericarpo mostra duas ou três
camadas distintas. Se estas forem reconhecíveis, serão denominadas, de fora para dentro:
epicarpo (ou exocarpo), mesocarpo e endocarpo. Estes termos são comumente empregues na
descrição de frutos, sem levar em conta a origem ontogênica das camadas.
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Parede dos frutos secos
Frutos deiscentes
Aqueles que abrem-se libertando as sementes quando maduros. Paredes de frutos deiscentes
ocorrem em frutos que contêm várias sementes. Um fruto deiscente pode desenvolver-se a partir
de um único carpelo (folículo, legume) ou de vários carpelos (cápsula).
Tanto a região de abertura quanto a maneira de abrir-se são muito variáveis. A abertura pode
ocorrer no lugar em que os bordos de um determinado carpelo se unem; ao longo da união de
dois carpelos; longitudinalmente, através de uma área horizontal, circular, envolvendo todos os
carpelos ou ainda através da formação de poros.
Histologicamente, a zona em que vai ocorrer a deiscência pode ser visível mais cedo ou mais
tarde durante o desenvolvimento do fruto. Divisões celulares podem preceder a deiscência; a
abertura então ocorre na faixa de células de paredes delgadas dessa região.
Figura 95: Partes de um fruto carnoso
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Nas leguminosas, o exocarpo pode ser constituído apenas pela epiderme ou pela epiderme e
camadas subepidérmicas, ambas compostas de células com paredes espessadas. O mesocarpo é
geralmente de natureza parenquimática apresentando suas células, paredes finas, enquanto o
endocarpo pode constituir-se de várias camadas de células de paredes espessadas.
Frutos indeiscentes
Aqueles que permanecem fechados mesmo depois de maduros. Um fruto indeiscente geralmente
resulta de um ovário no qual apenas uma semente se desenvolve, embora mais de um óvulo
possa estar presente. Nestes casos o pericarpo muitas vezes lembra a estrutura do tegumento de
uma semente, que pode apresentar-se destruído em considerável extensão (ex: aquênio de
girassol) ou fundido com o pericarpo (ex: cariopse das gramíneas).
Por exemplo, as camadas protectoras da cariopse do trigo, compreendem o pericarpo e restos do
tegumento da semente. As camadas do pericarpo, de fora para dentro, são, respectivamente:
epiderme externa, revestida de cutícula; uma ou mais camadas de parênquima parcialmente
comprimidas e restos da epiderme interna.
A cariopse das gramíneas possui grande quantidade de endosperma. A camada mais externa (ou
várias delas) do endosperma contém inclusões protéicas recebendo o nome de camada de
aleurona. As camadas internas de endosperma contêm amido. O farelo dos grãos de trigo é
constituído do pericarpo e dos tecidos externos de semente, incluindo a camada de aleurona.
Parede dos frutos carnosos
Os frutos carnosos, como os secos, podem derivar de gineceus monocarpelares ou
multicarpelares. A parede pode ser constituída apenas do pericarpo ou do pericarpo unido a
tecidos extracarpelares. A parte externa da parede do fruto ou a parede inteira podem tornar-se
carnosas por diferenciação em parênquima suculento e macio.
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Outras partes além da parede podem tornar-se carnosas, tais como a placenta e os tabiques dos
ovários multiloculares. O pericarpo, que deriva da parede de ovário, está composto pelas três
camadas já referidas: o epicarpo, mesocarpo e endocarpo.
Classificação do fruto
Quanto à disposição dos carpelos
O fruto é o ovário maduro, que pode ou não conter partes florais persistentes. Os frutos
geralmente se classificam em frutos simples, múltiplos ou agregados, de acordo com a
disposição dos carpelos a partir dos quais o fruto se desenvolveu.
Frutos simples – quando os frutos originam-se de 1 ou vários carpelos unidos.
Frutos agregados – quando consistem de uma série de carpelos separados numa mesma flor (de
um gineceu). Ex.: magnólia, framboesa, morango.
Frutos múltiplos – quando compõem-se de gineceus oriundos de mais de uma flor. Ex.: abacaxi,
fruto múltiplo formado por uma inflorescência com muitos ovários anteriormente separados que
se fundem sobre o eixo onde as flores estavam inseridas (as outras partes florais comprimem-se
entre os ovários em expansão).
Classificação de frutos carnosos
Baga – quando todo o tecido fundamental é carnoso, frequentemente com várias sementes
facilmente separáveis do fruto. Epicarpo delgado (pele), mesocarpo carnoso (polpa), endocarpo
suculento ou gelatinoso. Ex.: tomate, uva.
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A baga pode ser classificada em hesperídeo (tipo de baga) - Ex.: cítricos. Apresentam epicarpo
compacto, com glândulas de óleo, chamado flavedo (parte amarela da casca), mesocarpo
esponjoso o albedo (parte branca da casca) e um endocarpo compacto que origina bolsas cheias
de suco que são pêlos secretores, originados subepidermicamente.
Drupa – quando possui uma semente, epicarpo fino, mesocarpo carnoso e endocarpo pétreo, em
geral intimamente aderido à semente. Ex.: pêssego, ameixa, noz.
Pomo – quando a porção carnosa é constituída por parênquima derivado do receptáculo da flor.
(Em alguns livros pomo pode ser encontrado como um exemplo de pseudofruto, onde a estrutura
carnosa corresponde à outras partes da flor e não o ovário). Ex.: pêra, maçã.
Figura 96: Frutos carnosos - A: Baga (tomate); B: Pomo (maçã); C: Drupa (pêssego)
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Figura 97: Frutos carnosos – D e E: Fruto agregado (morango); G: fruto múltiplo (abacaxi)
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Principais grupos de plantas
Reino Plantae
Muitos cientistas defendem a ideia de que todas as plantas provavelmente evoluíram de
ancestrais protoctistas pluricelulares, como as algas verdes. Existem evidências de que, a partir
deles, as plantas se diversificaram em grupos e desenvolveram inúmeros mecanismos anatómicos
e fisiológicos, como sistemas de condução da seiva, produção de flores, frutos e sementes, entre
outros. Actualmente, há cerca de 280 mil espécies de plantas catalogadas e, com base em
características comuns, é possível dividí-las em quatro grandes grupos: briófitas, pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas.
Características gerais
As plantas são organismos eucariontes, pluricelulares e autótrofos. Diversos pigmentos, como os
fotossintetizantes (clorofilas a e b) e os acessórios (carotenoides e ficobilinas, entre outros), estão
presentes nesses organismos. A realização da fotossíntese, fenômeno biológico crucial para a
vida na Terra, é uma das características mais marcantes das plantas. No entanto, a fotossíntese
também é realizada por representantes de outros reinos, como Monera e Protoctista.
A característica que distingue plantas de algas é que todos os membros do reino Planta possuem
embriões multicelulares e nutricionalmente dependentes das plantas que os originaram. Existem
representantes desse reino em praticamente todos os ambientes de nosso planeta, tanto terrestres
quanto aquáticos, incluindo algumas espécies marinhas e de água salobre. Entre as plantas que se
desenvolvem em ambientes terrestres, algumas árvores como o eucalipto australiano são os
maiores seres vivos em altura e biomassa da Terra.
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A variação de formas, cores e estruturas vegetativas e reprodutivas é imensa. Quanto ao
tamanho, a diferença entre as plantas é muito grande: eucaliptos australianos podem atingir mais
de 100 m de altura, enquanto certas espécies de plantas aquáticas são minúsculas e atingem
apenas 1 mm de comprimento.
Sistemas de classificação e grandes grupos deplantas
A classificação das plantas baseia-se em diversos parâmetros ou categorias, como anatomia,
embriologia, ecologia e, mais recentemente, genética molecular e bioquímica. Além de
padronizar um conjunto de dados relacionados a determinados grupos, a classificação é
importante para as demais áreas do conhecimento, como a ecologia, por exemplo. A
classificação é uma das áreas da Biologia continuamente actualizadas de acordo com as
contribuições resultantes de novas pesquisas.
Actualmente, as plantas estão divididas em quatro grandes grupos que são:
Briófitas - que incluem os musgos e as hepáticas;
Pteridófitas - que incluem as samambaias;
Gimnospermas - que incluem os pinheiros;
Angiospermas - que incluem as plantas com frutos.
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Nas briófitas, pteridófitas e gimnospermas, somente o subgrupo com com maior número de
espécies foi representado.
Dentro de cada grupo, existem subgrupos com muitas divisões, algumas das quais serão
estudadas neste capítulo. Mais importante, porém, que memorizar nomes complicados, é
conhecer as principais características de cada grupo e as relações entre eles. Por sua importância
tanto numérica quanto econômica, o grupo das angiospermas é o mais intensamente investigado.
Com os avanços da microscopia eletrónica e pesquisas detalhadas em filogenia (estudo das
linhas evolutivas entre os seres vivos, procurando suas relações de parentesco), novos sistemas
têm sido propostos para este grupo.
Figura 98: Esquema representativo dos grandes grupos de plantas e seus maiores subgrupos
Esquema representativo dos grupos de plantas e seus maiores subgrupos. Nas briófitas, pteridófitas e gimnospermas, somente o subgrupo com maior número
de espécies foi representado.
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Briófitas
As briófitas (do grego, bryo, “musgo”, e phyto, “planta”, “vegetal”) são plantas de tamanho
reduzido, frequentemente encontradas em ambientes húmidos, como o interior de matas e áreas
próximas a rios. Entretanto, algumas espécies também são encontradas em ambientes secos,
como desertos, e em regiões frias, muitas vezes ficando abaixo de camadas de neve durante o
inverno rigoroso. Há algumas espécies de água doce. Espécies marinhas, contudo, não foram
encontradas até o momento.
As plantas deste grupo foram as primeiras a se desenvolverem completamente em ambiente
terrestre, embora ainda dependam da água para a reprodução. São organismos vegetais muito
simples, desprovidos de um sistema condutor de seiva e, por essa razão, raramente ultrapassam
alguns centímetros de comprimento.
As briófitas são frequentemente encontradas sobre folhas, troncos e outras espécies de plantas.
Mas isso não significa que elas sejam parasitas: pelo contrário, são denominadas epífitas, ou
seja, plantas que utilizam outras plantas apenas para suporte e fixação, sem prejudicá-las. As
briófitas formam um grupo com aproximadamente 25 mil espécies distribuídas em todo o
mundo, sendo o grupo dos musgos o maior em número de espécies.
Os musgos também representam as briófitas mais conhecidas e mais comuns. Além dos musgos,
as hepáticas e os antóceros também são representantes das briófitas.
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Organização geraldo corpo das briófitas
As briófitas são plantas avasculares, ou seja, não dispõem de um sistema especializado que
conduza seiva. Assim, a água e os sais minerais absorvidos do ambiente passam de célula a
célula até atingir toda a planta. O mesmo ocorre com os produtos da fotossíntese. Esse processo é
relativamente lento e, por esse motivo, as briófitas são plantas de pequeno porte: a maioria não
ultrapassa poucos centímetros de altura, sendo muito raras as espécies cujos indivíduos alcançam
20 cm ou mais.
Em algumas espécies de musgos, porém, existe um cordão central de células condutoras que se
assemelham àquelas encontradas em plantas vasculares primitivas. Os termos raiz, caule e folha
não são aplicados às briófitas, já que são relacionados às plantas vasculares, como as pteridófitas.
Nas briófitas, as estruturas vegetativas que se assemelham à raiz são denominadas rizoides, que
são filamentos diminutos que prendem a planta ao substrato (rocha, solo, tronco de árvore, etc.).
Nos musgos, uma pequena haste geralmente vertical é bastante evidente. Essa estrutura é o
cauloide, em analogia ao caule das plantas vasculares. As estruturas em forma de folhas são
denominadas filoides (pequenas lâminas verdes e delgadas).
Figura 99: Representantes do grupo das briófitas: musgo (à esquerda), hepática (ao centro) e antócero (à direita)
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Ciclo de vida das briófitas
As briófitas dependem da água para se reproduzirem. Os gâmetas masculinos dessas plantas
somente alcançam os gâmetas femininos em meio aquoso. A reprodução de briófitas que habitam
locais mais secos depende da água da chuva ou do orvalho. Como nos demais grupos de plantas,
também entre as briófitas a reprodução ocorre através de um processo composto de duas fases,
uma sexuada e outra assexuada, denominado metagênese ou alternância de gerações. Observe
o esquema abaixo, representando a metagênese em um musgo.
Figura 100: Musgo preso ao solo por meio de filamentos chamados rizoides.
Cauloide
Filoide
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Reprodução das briófitas
A fase sexuada desse ciclo inicia-se com a produção dos gâmetas nos gametófitos, que são
haploides e geralmente dioicos. Somente em algumas espécies ocorrem gametófitos
hermafroditas. O gâmeta masculino, denominado anterozoide, é formado em uma estrutura
especial chamada anterídio. O anterozoide tem flagelos que o auxiliam na locomoção em meio
líquido. O gâmeta feminino, a oosfera, é formado no interior de uma estrutura pluricelular, o
arquegónio.
Figura 101: Representação da alternância de gerações em um musgo
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Em presença de água, o anterozoide locomove-se em direcção à oosfera, fecundando-a. Desse
processo surge um zigoto, que dá origem a um esporófito jovem diploide.
A fase assexuada inicia-se no esporófito maduro. Os esporos são formados dentro de estruturas
denominadas esporângios, cobertas por uma espécie de tampa chamada caliptra. Nos
esporângios ocorre meiose. Quando completamente maduros, os esporângios rompem-se,
liberando os esporos, que podem germinar e originar novos gametófitos, reiniciando o ciclo. Ao
germinarem, os esporos dos musgos originam pequenos filamentos que constituem o
protonema. Mitoses contínuas transformam, gradativamente, o protonema em um gametófito
masculino ou feminino desenvolvido.
Nas briófitas o gametófito persiste durante toda sua vida, por isso ele é a fase duradoura dessas
plantas. O esporófito, porém, é bastante efêmero. Assim, ele é a fase passageira ou efêmera
das briófitas.
Outras formas de reprodução das briófitas
O anterídio e o arquegônio, locais de produção de gâmetas, representam importantes avanços na
sobrevivência das briófitas em meio terrestre, pois evitam a dessecação dos gâmetas que ser
formam em seu interior. Mas as briófitas também se reproduzem vegetativamente, sem
envolvimento de gâmetas. Uma das formas mais comuns de reprodução vegetativa é a
fragmentação, pela qual fragmentos do corpo da planta desenvolvem- se em outro indivíduo. A
formação de gemas ou propágulos ocorre em estruturas especiais, em forma de taça, chamadas
conceptáculos. Essas estruturas são especialmente comuns entre as hepáticas. A partir delas, os
propágulos originam novos indivíduos.
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Importância das briófitas
As briófitas são consideradas plantas pioneiras, pois estabelecem-se em locais inóspitos, como
rochas nuas, colonizando-os. Além disso, mantêm a superfície do solo húmida pelo acúmulo de
água das chuvas em seus vacúolos e pela retenção da humidade. Algumas espécies servem de
combustível, e muitas são usadas comercialmente em floriculturas.
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Pteridófitas
Este grupo de plantas compartilha algumas características em comum com as briófitas, como a
dependência da água para a reprodução, e apresenta características evolutivas novas, como o
desenvolvimento completo de um sistema vascular.
A denominação do grupo é de origem grega (pterís ou pteridós, “feto”, e phyto, “planta”) e
possivelmente foi dada em razão de algumas espécies apresentarem as folhas jovens enroladas, à
semelhança da posição dos fetos humanos. Essas folhas jovens são denominadas báculos. As
pteridófitas também apresentam alternância de gerações, porém, ao contrário das briófitas, nas
pteridófitas a fase duradoura é o esporófito, que assume diferentes tamanhos e formas, e a fase
passageira ou efêmera é o gametófito.
Há aproximadamente 13 500 espécies de pteridófitas dispersas pelo mundo todo, nos mais
variados ambientes. São conhecidas espécies terrestres, aquáticas, trepadeiras e também epífitas.
Em relação ao tamanho, existem representantes pequenas, como a aquática Salvinia, e árvores de
mais de 10 m de altura, como algumas espécies de samambaias e samambaiaçus.
Organização geral do corpo das pteridófitas
As pteridófitas são plantas vasculares. O aparecimento dos sistemas especializados no transporte
da seiva é considerado uma grande novidade evolutiva, pois permitiu às plantas atingir tamanhos
maiores. Como a água não tem de passar de célula a célula por todo o corpo da planta, como
ocorre nas briófitas, há maior eficiência no fluxo de água e de nutrientes no interior do indivíduo.
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As pteridófitas diferenciam-se das outras plantas vasculares pela ausência de flores e
sementes. As estruturas presentes nas pteridófitas são raízes, caules e folhas, que, em alguns
subgrupos, encontram-se bastante desenvolvidos. Os caules das pteridófitas, denominados
rizomas, geralmente são subterrâneos. Há pteridófitas, principalmente do grupo das samambaias,
que possuem caules aéreos.
As folhas das pteridófitas podem apresentar uma grande variedade de formas, desde as mais
simples (sem divisão da lâmina foliar) às recortadas e compostas, em que a lâmina foliar pode
ser dividida em inúmeras partes, denominadas folíolos. A samambaia arborescente apresenta
folhas compostas. Algumas samambaias possuem folhas com mais de 2 m de comprimento.
Figura 102: Samambaia arborescente Figura 103: Avenca
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Ciclo de vida das pteridófitas
Assim como nas briófitas, os gâmetas das pteridófitas estão sempre protegidos no interior dos
arquegônios e anterídios. A alternância de gerações das pteridófitas pode ser observada na
ilustração abaixo. Observe como os processos de formação do esporófito, do gametófito, dos
esporos e dos gâmetas são semelhantes aos que ocorrem nas briófitas. Assim como acontece nas
briófitas, os anterozoides das pteridófitas também necessitam de um meio aquoso para poder
alcançar e fecundar a oosfera.
Uma diferença em relação à metagênese das briófitas é que, nas pteridófitas, o gametófito é
extremamente reduzido em relação ao esporófito. O gametófito, que recebe o nome de protalo, é
clorofilado e pode ser monoico ou dioico.
O esporófito, fase duradoura do ciclo, apresenta esporângios, nos quais são produzidos esporos.
Em algumas pteridófitas, os esporângios ficam reunidos em conjuntos chamados soros. As
pteridófitas são denominadas isosporadas quando os esporos produzidos são idênticos, e
heterosporadas quando os esporos são de dois tipos: um maior (megásporo) e outro menor
(micrósporo).
Reprodução vegetativa em pteridófitas
Em muitas espécies de pteridófitas, o rizoma que cresce paralelamente à superfície do solo pode,
em determinados pontos, desenvolver folhas e raízes. Dessa forma, novos indivíduos podem ser
originados. Ao apodrecer em certos pontos, o rizoma se parte e cada fragmento dá origem a
plantas independentes.
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Esquema resumo do ciclo das pteridófitas
Transporte de seiva e folhas especiais
A água e os sais minerais que são absorvidos do ambiente pelas pteridófitas fluem pelo interior
do corpo da planta em direção às folhas através de um sistema de células especializadas que
formam uma rede de pequenos tubos. Esse sistema é denominado xilema. Nas folhas, ocorre a
fotossíntese, cujo resultado é a produção de glicose. Saindo das folhas, a água e a glicose fluem
para todas as partes da planta no interior de outro sistema de vasos igualmente especializado,
denominado floema.
Figura 104: Representação da alternância de gerações em uma samambaia
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Entre as pteridófitas, as folhas podem desempenhar funções vegetativas e reprodutivas. Nas
folhas de samambaias e avencas, por exemplo, podem existir soros. Cada soro tem a aparência de
um ponto acastanhado ou da cor de ferrugem e apresenta diversos esporângios reunidos.
Samambaias, cavalinhas, licopódios e selaginelas
As pteridófitas são divididas em diversos subgrupos. O subgrupo das filicíneas inclui as plantas
conhecidas como samambaias, samambaiaçus, avencas, rendas-portuguesas e chifres-de-veado
(estas últimas possuem folhas simples e alongadas). As filicíneas formam o subgrupo mais
numeroso em espécies entre as pteridófitas. Muitas espécies aquáticas de pequeno porte, como
salvínia, azola e marsília, pertencem a este subgrupo. Muitas espécies de filicíneas são utilizadas
decorativamente em vasos, como a samambaia-de-metro.
As cavalinhas pertencem ao subgrupo das equisetíneas. São pteridófitas menos conhecidas e
possuem uma estrutura corporal bastante interessante, com folhas diminutas e semelhantes a
escamas. As licopodíneas formam um pequeno subgrupo, no qual se destacam as espécies
licopódio e selaginela. O licopódio é uma planta encontrada frequentemente em locais de altitude
moderada e em condições especiais de solo. As selaginelas são muito comuns em locais
sombreados e húmidos.
Existe, ainda, um subgrupo com características muito particulares, representado por espécies do
gênero Psilotum. Alguns pesquisadores consideram tais pteridófitas as mais primitivas ainda
existentes.
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Importância das pteridófitas
As pteridófitas são comercializadas devido à beleza de suas folhagens, compondo arranjos e
vasos vendidos em floriculturas e casas do gênero. Elas dominaram diversas áreas no mundo
inteiro durante o período Carbonífero e, sob condições especiais, transformaram-se em carvão
mineral (o chamado “carvão-de-pedra”), utilizado actualmente como combustível. De uma
espécie de samambaia, o feto-macho (Athyrium filix-mas), extrai-se uma substância empregue
contra certas verminoses.
Figura 105: Licopódio Figura 106: Chifre-de-veado Figura 107: Cavalinha
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Gimnospermas
As gimnospermas provavelmente foram as primeiras plantas com sementes que apareceram em
terra firme, há cerca de 350 milhões de anos. Originadas de plantas ancestrais com características
ainda comuns às das pteridófitas, as gimnospermas representam um importante passo evolutivo
das plantas, pois sua reprodução não depende mais directamente da água para ocorrer. Além
disso, o embrião desenvolve-se dentro de uma estrutura protectora - a semente.
O termo gimnosperma deriva de duas palavras gregas: gymné, “nua”, e sperma, “semente”. Essa
denominação se deve ao facto de as gimnospermas produzirem sementes, mas não frutos. Essas
plantas apresentam, em geral, árvores de médio e grande porte. As sequoias, uma espécie de
gimnosperma encontrada na costa oeste da América do Norte, estão entre as maiores árvores do
mundo.
As gimnospermas são plantas muito comuns nas regiões frias e temperadas. De facto, são as
árvores mais abundantes em alguns biomas terrestres como a taiga, localizada na Sibéria e no
Canadá, também conhecida como floresta de coníferas. As coníferas formam o maior grupo das
gimnospermas, representado principalmente pelos pinheiros. Além dessas regiões, as
gimnospermas também ocorrem, com menor frequência, em zonas subtropicais, e existe uma
espécie, a Welwitschia mirabilis, que é encontrada em desertos da África.
Figura 108: A Welwitschia mirabilis Figura 109: O pinheiro-do-paraná
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A Welwitschia mirabilis é uma gimnosperma encontrada em regiões desérticas da África. A
planta mantém-se viva absorvendo água do orvalho. E o pinheiro-do-Panamá é uma
gimnosperma nativa do Brasil.
A araucária, ou pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), é uma planta gimnosperma. De
suas pinhas originam-se, após a fecundação, o pinhão, uma semente comestível apreciada tanto
pelos seres humanos quanto por aves, em perigo de extinção devido ao desmatamento.
Organização geral do corpo
Assim como ocorre nas pteridófitas, o esporófito é a fase duradoura das gimnospermas. As
gimnospermas são plantas vasculares que se apresentam, em sua grande maioria, como árvores
com troncos fortes e resistentes. As gimnospermas não apresentam frutos nem flores, estruturas
exclusivas das angiospermas. As estruturas reprodutivas das gimnospermas reúnem-se
geralmente em estróbilos, conhecidos popularmente como pinhas ou cones. As folhas das
plantas deste grupo podem ter inúmeras variações de formato, tamanho e cor, porém as mais
comuns são as folhas alongadas e em forma de agulha, denominadas folhas aciculadas. De
algumas folhas se extraem óleos aromáticos e medicinais.
Ciclo de vida das gimnospermas
O ciclo vital das gimnospermas será explicado com base na reprodução do pinheiro-do-paraná
(araucária), espécie na qual as plantas são dioicas, ou seja, têm sexos separados. Algumas
gimnospermas possuem órgãos reprodutivos masculinos e femininos na mesma planta: são
monoicas. Observe a ilustração abaixo e acompanhe os detalhes do ciclo no texto a seguir.
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Os elementos reprodutivos das gimnospermas são formados em estruturas chamadas estróbilos.
Os estróbilos crescem no indivíduo adulto, que é o esporófito. No caso da araucária, esses
estróbilos são popularmente conhecidos como pinhas. No estróbilo masculino, que é menor que
o feminino, formam-se esporângios denominados microsporângios. Por meio da meiose, cada
saco polínico produzirá micrósporos, que se desenvolvem em grãos de pólen. No estróbilo
feminino, formam-se esporângios, denominados megasporângios, que originam, por meiose, os
megásporos.
Figura 110: Representação da alternância de gerações em uma araucária
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Note que, nas gimnospermas, há diferenças de tamanho nos estróbilos e também nos esporos
(micrósporos e megásporos). O megásporo fica retido no interior do esporângio feminino
formando uma estrutura pluricelular, o óvulo (que não é o gâmeta feminino). Este contém, em
seu interior, o gametófito feminino, denominado megaprótalo.
No interior do gametófito feminino será formada a oosfera, que é o gâmeta feminino. O
gametófito masculino é o grão de pólen em germinação e é chamado microprótalo. Essa
estrutura é responsável pela formação dos gâmetas masculinos da araucária, denominados
núcleos espermáticos. Na página seguinte é explicado como o encontro do tubo polínico com o
gametófito feminino levará à formação do embrião.
Figura 111: Estróbilos de pinheiro (o masculino) Figura 112: Estróbilo de pinheiro (o feminino)
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Polinização e fecundação
Polinização é o transporte do grão de pólen até o óvulo. O grão de pólen da araucária, assim
como em praticamente todas as gimnospermas, é leve e facilmente transportado de uma planta a
outra pelo vento. Uma vez junto ao óvulo, o grão de pólen desenvolve-se e dá origem ao tubo
polínico. Dentro do tubo polínico há dois gâmetas masculinos, que são núcleos gaméticos
haploides. Esses núcleos espermáticos são correspondentes aos anterozoides encontrados nas
briófitas e pteridófitas. Apenas um desses núcleos espermáticos irá fecundar a oosfera. O outro
núcleo gamético degenera e morre. A fecundação dá origem ao zigoto que, após sucessivas
mitoses, origina o embrião.
Germinação da semente
Após a fecundação e a formação do embrião, o óvulo converte-se em semente. A semente, como
visto anteriormente, é uma novidade evolutiva importante das gimnospermas, pois ela protege o
embrião, que dará origem ao futuro esporófito. A semente é formada por três partes (casca e
embrião e endosperma).
Casca ou tegumento - é uma parte externa, é geralmente dura e resistente.
Embrião - que dará origem ao esporófito. O embrião das gimnospermas apresenta folhas
especiais chamadas cotilédones.
O endosperma, tecido materno haploide utilizado como reserva nutritiva pelo embrião durante a
germinação. Por exemplo: a parte comestível do pinhão é formada pelo embrião e pelo
endosperma, que se torna mastigável após cozimento. As sementes das gimnospermas podem
cair no solo por gravidade ou ser dispersas pelo vento ou por animais. A disseminação das
sementes é um factor importante para a sobrevivência das espécies: se as sementes
continuamente caírem em locais inapropriados ou forem destruídas por quaisquer outros factores,
novos indivíduos não nascerão, colocando em risco a perpetuação da espécie.
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Ao encontrar condições ideais de humidade, temperatura e luz, a semente pode germinar,
originando o futuro esporófito. Dependendo da espécie e das condições ambientais, a semente
pode ficar em estado de latência, adormecida durante meses ou até anos. Atingidas as condições
adequadas, a germinação pode ocorrer. Muitas sementes tratadas em experimentos de laboratório
não germinam, mesmo que sejam mantidas as condições ideais ou próximas das encontradas nos
ambientes de origem da planta matriz, devido à morte do embrião ou inaptidão do ambiente de
laboratório para a germinação da semente.
Principais representantes das gimnospermas
O grupo das gimnospermas é formado por aproximadamente mil espécies, sendo subdividido em
coníferas, gnetáceas, gingkoáceas e cicadáceas. As coníferas formam o maior subgrupo, com
aproximadamente 550 espécies. O nome é dado em função da estrutura reprodutiva típica de seus
representantes que é o cone. Os pinheiros, ciprestes, abetos, cedros e sequoias são coníferas
bastante conhecidas e abundantes principalmente nas regiões ao norte do hemisfério Norte.
A Sequoiadendron giganteum, ou sequoia gigante, pode atingir mais de 100 m de altura.
Algumas dessas árvores possuem a maior biomassa, isto é, volume de madeira dentre todas as
árvores da Terra. As gnetáceas formam um subgrupo com características muito particulares. As
folhas e os estróbilos de seus representantes possuem semelhanças com as folhas e as flores
encontradas no grupo das angiospermas. Os gêneros Ephedra, Gnetum e Welwitschia fazem
parte das gnetáceas.
Actualmente há apenas uma espécie de gingkoácea, Gingko biloba, que cresce principalmente
na Ásia oriental (China, Japão, etc.). De diferentes partes da árvore se extraem compostos com
propriedades medicinais. As cicadáceas formam um importante subgrupo de gimnospermas,
com plantas cujas folhas se assemelham às de diversas samambaias. Os gêneros Cycas, Zamia e
Encephalartos são representativos desse subgrupo, havendo muitas espécies nas regiões
tropicais.
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Importância das gimnospermas
Muitas gimnospermas têm aplicação industrial. Papéis, gomas e colas, remédios e diversos
produtos antissépticos, como desinfectantes e bactericidas, podem ser obtidos de diversas
espécies, com destaque para os pinheiros. As gimnospermas também têm importância para a
reconstituição do passado da Terra. Uma substância viscosa produzida por diversas
gimnospermas, a resina, solidifica-se em contacto com a atmosfera, formando o âmbar. Há
milhões de anos, insectos e outros organismos agora extintos ficaram imersos nessas substâncias,
que se solidificaram, aprisionando-os e conservando-os.
Figura 113: Pinheiro Figura 114: Sequoia
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Algumas espécies, como os pinheiros, possuem resinas com aplicações terapêuticas. As árvores
de algumas gimnospermas apresentam madeira de boa qualidade, utilizada na indústria
madeireira e de mobiliário. Por outro lado, o rápido crescimento urbano e rural também tem
levado ao desmatamento da Matas de Araucárias. Além do pinheiro-do-paraná, principal
representante vegetal desse ecossistema, diversos animais também são afectados pelo
desmatamento.
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Angiospermas
As angiospermas ocupam praticamente todos os ambientes de nosso planeta, incluindo ambientes
aquáticos, sejam de água doce, salgada ou salobre. Elas podem ser árvores imensas, com várias
dezenas de metros de altura e vários metros de diâmetro, como a gigante sumaúma, ou então
plantas minúsculas como algumas espécies de água doce. As angiospermas também incluem
ervas, gramas, arbustos, trepadeiras e cipós. Evolutivamente, as angiospermas apresentam duas
estruturas muito importantes para sua adaptação e diversificação: a flor e o fruto. De facto, a
palavra angiosperma vem do grego angiós, “urna”, e sperma, “semente”. A urna, nesse caso,
refere-se ao fruto, que encerra em seu interior uma ou mais sementes.
As flores das angiospermas podem ser grandes ou pequenas, brancas ou multicoloridas; podem
possuir aromas perfumados, ou então odores fétidos que atraem moscas e besouros. Há milhares
de anos o ser humano parece manter uma relação estreita com as flores, usando-as para fins
decorativos ou como matéria-prima para perfumes, medicamentos e outros produtos.
A interdependência entre organismos polinizadores, como insectos e aves, e certas angiospermas
fez com que ambos evoluíssem concomitantemente. A especialização de certas flores é tão
grande que algumas orquídeas têm cores e formas que lembram vespas ou abelhas. Algumas
angiospermas, como as gramíneas, são polinizadas pelo vento.
Os frutos das angiospermas são igualmente variados em cores, formas, tamanhos, sabores e
texturas. São consumidos por insectos, aves, répteis, peixes e mamíferos.
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Organização geral do corpo
As angiospermas são consideradas plantas completas, pois possuem todos os órgãos vegetativos
(raiz, caule e folha) e todos os órgãos reprodutivos (flor, fruto e semente). Algumas espécies
apresentam ainda variações dessas estruturas, como estípulas, gavinhas, brácteas, etc. A
disposição de raízes, caules e folhas no corpo da planta é muito diversificada: algumas
angiospermas possuem raízes profundas e de grosso calibre, enquanto outras têm raízes
superficiais e finas. As folhas podem ser simples ou compostas, extremamente duras e
resistentes, ou então finas e frágeis. O caule pode ser aéreo, subterrâneo ou aquático. As flores e
os frutos das angiospermas apresentam uma extensa lista de tipos e subtipos.
Reprodução assexuada
As angiospermas podem reproduzir-se de forma assexuada utilizando mecanismos de
propagação vegetativa, envolvendo principalmente caules e folhas. O caule de plantas como a
grama, o morangueiro e outras cresce horizontalmente e, em certos pontos, toca o solo, enraíza-
se e dá origem a novas plantas.
Figura 115: Mamona - uma planta promissora para a
produção de biodiesel Figura 116: Um campo florido pode conter dezenas ou
centenas de espécies de angiospermas
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Esse caule é denominado estolho ou estolão e permite a propagação vegetativa, pois possui
gemas ou botões que podem originar novos indivíduos. Alguns caules subterrâneos, como os da
bananeira e do bambu, também podem originar novos indivíduos a partir do desenvolvimento
das gemas. Por exemplo: de uma única bananeira, diversos novos indivíduos podem se
desenvolver em um espaço amplo ao redor da planta-mãe devido ao desenvolvimento das gemas
presentes no caule subterrâneo.
Plantas como a fortuna e a begônia dão origem a novos indivíduos a partir de gemas localizadas
nas folhas. Ao atingir certo tamanho, os brotos destacam-se das folhas da planta-mãe,
desenvolvem raízes e crescem. Observando tais mecanismos naturais, o ser humano desenvolveu
técnicas para propagar vegetativamente as plantas. Essas técnicas incluem, entre outras, a
estaquia, a mergulhia e a enxertia. O objetivo dessas técnicas é melhorar o rendimento agrícola e
económico de certas espécies.
Figura 117: Morangueiro. Note que o caule lateral pode enraizar-se no solo, originando um novo morangueiro
Figura 118:Diversos enxertos em uma planta matriz
Estolho
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Flor
Assim como o fruto, a flor é uma estrutura característica das angiospermas, embora as
gimnospermas já apresentem estruturas compostas de folhas modificadas, os estróbilos, que
originam os gâmetas femininos e masculinos. As flores das angiospermas apresentam ampla
complexidade e variedade. Por esse motivo, as angiospermas são denominadas, também,
antófitas (do grego, anthós, “flor”, e phytos, “planta”).
A flor é um conjunto de folhas modificadas que podem ser agrupadas em subconjuntos
denominados verticilos, que podem ser de protecção (como pétalas e sépalas), ou de reprodução
(como estames e pistilos). Nem todas as flores possuem todos os verticilos; por exemplo, existem
flores sem pistilos ou sem estames. Os verticilos partem de um local geralmente mais largo,
denominado receptáculo, localizado na base da flor.
Nas flores de angiospermas, é possível ver sépalas e pétalas, que formam os verticilos de
protecção. O conjunto de sépalas de uma flor recebe o nome de cálice, ao passo que o conjunto
de pétalas recebe o nome de corola. Características específicas do cálice e da corola, como
formatos e cores, são importantes para atrair insectos polinizadores.
Os verticilos de reprodução incluem folhas muito modificadas e especializadas na produção
dos gâmetas masculinos e femininos, como veremos mais adiante no ciclo de vida dessas plantas.
Essas folhas são denominadas estame e carpelo:
Estame, que corresponde à estrutura que origina o gâmeta masculino. Algumas flores possuem
um único estame, embora a maior parte das angiospermas possua dois ou mais estames. O
estame é formado por um filamento denominado filete, na ponta do qual se encontra uma
estrutura dilatada, a antera. O conjunto de estames de uma flor recebe o nome de androceu.
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Carpelo, que corresponde à estrutura que origina o gâmeta feminino. Os carpelos são folhas
modificadas que, em algumas plantas, apresentam-se fundidas. Carpelos isolados ou fundidos
formam uma estrutura chamada pistilo. Cada pistilo é constituído de um estigma, um estilete e
um ovário, dentro do qual se encontram óvulos e, dentro destes, o gâmeta feminino (oosfera). O
conjunto de pistilos de uma flor é denominado gineceu.
Figura 119: Flor de lírio. Note os estames ao redor do gineceu
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Diversidade de flores e inflorescências
As angiospermas podem ser dióicas, quando cada indivíduo apresenta apenas um sexo, ou
monóicas, espécies nas quais o mesmo indivíduo apresenta ambos os sexos. Nas plantas dióicas,
cada indivíduo apresenta apenas flores masculinas ou femininas. Ou seja, há indivíduos que
produzem apenas flores com estames e outros que produzem apenas flores pistiladas, como
acontece com certas figueiras.
Nas plantas monóicas, a mesma planta produz gâmetas masculinos e femininos. Em algumas
espécies, como certas palmeiras, o mesmo indivíduo apresenta flores unissexuadas, masculinas e
femininas. Em outras, como a roseira, a planta produz flores hermafroditas, que têm estames e
pistilos na mesma flor. Em muitas angiospermas, as flores encontram-se reunidas em grupos
denominados inflorescências. As inflorescências das angiospermas são muito diversificadas.
Figura 120: Antera do estame com sua estrutura interna Figura 121: Visão geral do gineceu
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O espádice do antúrio (figura 123), é um tipo de espiga com eixo carnoso, protegida por folhas
especiais denominadas brácteas. Na figura 124, se pode observar a inflorescência do tipo espiga
encontrada na grama (Stryphnodendron sp.).
Fig. 122: Flor hermafrodita de hibisco
Fig. 123: Espádice do antúrio Fig. 124: Grama (Stryphnodendron
sp.)
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Ciclo de vida
O ciclo de vida das angiospermas é muito semelhante ao encontrado entre as gimnospermas. A
ilustração abaixo apresenta o ciclo em uma planta com flor hermafrodita.
Ao se tornarem maduras, as anteras dos estames produzem grãos de pólen. Cada grão de pólen
possui dois núcleos espermáticos haploides, que são os gâmetas masculinos das angiospermas.
Ao chegar ao estigma da flor, o grão de pólen desenvolve o tubo polínico, pelo qual os núcleos
espermáticos migram em direcção ao óvulo.
Figura 125: Representação da alternância de gerações em uma angiosperma
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O tubo polínico cresce por dentro do estigma e atravessa o estilete até alcançar a abertura do
megagametófito, representado por uma estrutura multicelular denominada saco embrionário e
localizado no interior do ovário da flor. No saco embrionário existem oito células, geradas por
meiose da célula-mãe do megásporo que são:
Uma oosfera, o gameta feminino das angiospermas;
Dois núcleos polares (secundários);
Cinco células, chamadas antípodas quando localizadas no lado oposto da oosfera e
sinérgides quando localizadas ao lado da oosfera.
Diferentemente das gimnospermas, em que um dos núcleos espermáticos degenera e morre, nas
angiospermas os dois núcleos são funcionais. Entre as angiospermas, ocorre um fenómeno
biológico exclusivo desse grupo de plantas chamado dupla fecundação. Um dos núcleos
espermáticos irá fecundar a oosfera, que é o gâmeta feminino das angiospermas, dando origem
ao embrião diploide.
O outro núcleo irá fundir-se aos dois núcleos polares, originando um tecido triploide (3n),
denominado albúmen ou endosperma, que nutre o embrião durante a germinação. As outras
células do saco embrionário degeneram e morrem. Após a fecundação, o ovário da flor ganha
volume e cresce, dando origem ao fruto das angiospermas, dentro do qual se encontra a
semente, originada do desenvolvimento do óvulo. Assim, nas angiospermas, o fruto é originário
do ovário, e a semente é originária do óvulo.
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Polinização
Na polinização, os grãos de pólen são transportados dos estames até os estigmas das flores. A
polinização é fundamental para que ocorra a fecundação e a formação do zigoto. Embora pareça
ser um processo simples, a polinização das flores das angiospermas envolve estratégias muito
variadas e por vezes complexas.
Estames, pétalas, sépalas e outras estruturas adaptaram-se a mecanismos específicos de
polinização, como ocorre com espécies polinizadas exclusivamente por um tipo de polinizador.
A autopolinização ocorre quando o grão de pólen alcança o estigma da mesma flor ou de flores
situadas na mesma planta. Esse processo é pouco frequente entre as angiospermas. O mecanismo
mais comum é o da polinização cruzada, no qual o grão de pólen alcança o estigma de flores
pertencentes a outros indivíduos. Essa estratégia aumenta a variabilidade genética das
populações de plantas.
Muitas plantas apresentam mecanismos que evitam a autopolinização. Um deles é o
desenvolvimento de pistilos e anteras em momentos diferentes: enquanto o pistilo está maduro,
as anteras ainda estão imaturas. A polinização cruzada envolve diversos agentes polinizadores,
como vento, aves, insectos e mamíferos. Abelhas, beija-flores e outros seres vivos transportam
grãos de pólen ao visitar diversas plantas em busca de néctar, seu alimento. O néctar é um
líquido açucarado produzido em nectários, órgãos presentes em certas plantas.
As estratégias de polinização recebem nomes específicos, dependendo do agente polinizador
envolvido, como se pode ver:
Anemofilia - o vento é o agente polinizador.
Entomofilia - a polinização é realizada por insectos, como borboletas, moscas, abelhas.
Ornitofilia - as flores são polinizadas por aves, como os beija-flores.
Mastofilia - mamíferos, como morcegos, realizam a polinização.
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Figura 126: Representação de autopolinização e polinização cruzada
Figura 127: Representação de uma flor de trigo (muito ampliada), na qual ocorre anemofilia
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Estrutura e germinação das sementes
As sementes das angiospermas são formadas por três partes. A parte mais externa, geralmente
dura e resistente, é denominada casca ou tegumento. É essa estrutura que protege o embrião
contra possíveis choques mecânicos, evitando também que ele fique desidratado. Para que o
embrião germine, porém, é necessário que a casca se rompa. Isso pode ocorrer em contacto com
água ou humidade no solo, ou então por algum mecanismo traumático (por exemplo, quebra,
raspagem ou trituração por algum animal), químico (contacto com enzimas digestivas no interior
do trato digestório de aves, por exemplo) ou mesmo físico (em diversas plantas do Cerrado, o
tegumento das sementes se rompe após incêndios ou temperaturas altas no solo).
Fig. 128: Abelha polinizando flor. Ao sugar o
néctar, o insecto roça nos estames da flor, e grãos de pólen aderem ao seu corpo
Figura 129: Entomofilia: abelha transporta grãos de pólen de
uma flor a outra, fecundando-a
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No interior da semente está o embrião. É ele que, ao germinar, dará origem ao esporófito jovem
ou plântula. Se encontrar condições favoráveis de temperatura, humidade, nutrientes
necessários, entre outros, a plântula cresce e desenvolve um novo indivíduo. A parte entre o
tegumento e o embrião é denominada albúmen ou endosperma. Essa parte é responsável pela
nutrição do embrião nos primeiros estágios de desenvolvimento, até que a plântula se desenvolva
e passe a realizar fotossíntese. Em geral, o endosperma é rico em óleos, amido e proteínas. A
concentração de cada nutriente varia de acordo com a espécie. O endosperma é reduzido em
algumas sementes, como o feijão. Nesse caso, a reserva nutritiva fica armazenada em folhas
especiais, os cotilédones.
Os cotilédones são formados durante o desenvolvimento do embrião. Eles são bem visíveis
durante a germinação do feijoeiro. Em outras espécies, os cotilédones ficam enterrados durante a
germinação. Algumas angiospermas possuem apenas um cotilédone, como as monocotiledôneas
(milho, arroz e trigo); outras (dicotiledóneas), como feijão, soja e amendoim, possuem dois
cotilédones.
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Figura 130: Representação da germinação de uma semente de feijão
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Fruto
Os frutos das angiospermas originam-se do desenvolvimento do ovário da flor. São
extremamente variados em formas, cores, sabores e texturas: há frutos carnosos, com polpa doce
e líquida, e frutos duros e secos. Alguns frutos possuem espinhos na parte externa.
Juntamente com a flor, o fruto é uma grande novidade evolutiva das angiospermas. Fósseis
demonstram uma transição entre gimnospermas primitivas que possivelmente apresentavam
estruturas semelhantes a frutos.
No fruto, a semente permanece protegida e pode também ser dispersa para locais distantes da
planta-mãe, o que reduz a competição por água e nutrientes e permite que a espécie colonize
outros lugares. Os frutos podem ser disseminados por diversos mecanismos: eles podem cair
junto à planta-mãe por acção da gravidade, flutuar na água, aderir-se ao corpo de diversos seres
vivos, ser ingeridos por animais ou simplesmente se abrir e expulsar as sementes de seu interior.
Qualquer que seja a estratégia desenvolvida, o fruto é uma importante estrutura presente em
todas as angiospermas.
Importância das angiospermas
Cruas, cozidas, refogadas ou fritas – as angiospermas estão nos pratos do mundo inteiro. Boa
parte dos alimentos de origem vegetal que consumimos todos os dias inclui frutos, folhas, raízes
e caules comestíveis de angiospermas. Milho, arroz, soja, feijão, amendoim, batata e cereais
como aveia, trigo e centeio são apenas alguns exemplos.
A pecuária depende directamente das angiospermas para existir, pois o gado alimenta-se
principalmente de plantas desse grupo, como as gramíneas. A indústria farmacêutica fabrica
medicamentos variados tendo como matéria-prima diversas angiospermas. Cosméticos e
perfumes são produzidos a partir das propriedades medicinais e aromáticas dessas plantas. As
flores das angiospermas são utilizadas decorativamente em ambientes internos e externos.
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Classificação das angiospermas
As angiospermas podem ser actualmente divididas em três grandes subgrupos com base em
características evolutivas e filogenéticas. Esses subgrupos já estiveram classificados de maneiras
muito distintas, e mesmo hoje ainda há intenso debate entre os pesquisadores a respeito de como
interpretar a classificação desse imenso grupo de plantas. O subgrupo das monocotiledôneas
recebe esse nome porque suas sementes possuem apenas um cotilédone, como o milho e as
orquídeas. Algumas de suas características são citadas a seguir.
Folhas com nervuras paralelas;
Raízes sem um ramo principal, mas formadas por inúmeras raízes finas que se
assemelham a fios ou cabelos;
Flores com cálice, corola e elementos reprodutivos baseados em múltiplos de três (por
exemplo, três estames, três ou seis pétalas, etc.).
Figura 131: Carrapicho - fruto que se prende ao pelo
dos animais ou às roupas dos seres humanos Figura 132: Os frutos, as raízes, os legumes e as hortaliças
que fazem parte de nossa alimentação são, na maioria,
angiospermas
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Entretanto, há excepções a todas essas regras. A maior parte das orquídeas, por exemplo,
apresenta um único estame unido ao estilete. As magnoliídeas formam um subgrupo grande,
com representantes presentes em diversos ecossistemas. Louro, pimenta e magnólia são
exemplos de plantas pertencentes a esse subgrupo. As principais características das magnoliídeas
são mencionadas a seguir.
Folhas com nervuras que não seguem um padrão paralelo.
Raízes que não se assemelham a fios; predominância de uma raiz principal e presença de
raízes secundárias.
Nem todas as magnoliídeas possuem flores grandes e vistosas: algumas, como as canelas e o
jaborandi, possuem flores pouco vistosas e praticamente sem nenhum odor. Também há grande
variação no número de pétalas, sépalas e demais estruturas da flor.
As eudicotiledôneas formam o maior subgrupo de angiospermas, com representantes no mundo
inteiro. As eudicotiledôneas são representadas por plantas como, trepadeiras, cipós, margarida,
feijão, etc. A variação no número e disposição de elementos florais, formas e cores das flores e
folhas, entre outras características, fazem deste subgrupo o mais diversificado entre todos os
grupos de plantas existentes. Tanto magnoliídeas quanto eudicotiledôneas possuem sementes
com dois cotilédones.
Fig. 133: A magnólia apresenta
muitos estames e verticilos de protecção
Fig. 134: A orquídea é uma
angiosperma do grupo das monocotiledôneas
Fig. 135: O girassol possui
sementes com dois cotilédones
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Adaptações específicas dos orgãos vegetais
Conceito de Adaptação
De acordo com Rizzini (1997), adaptação é a harmonia que existe entre o organismo e o meio.
Quando as plantas estão naturalmente ajustadas às condições ambientais, todas as características
estruturais e funcionais capazes de atenderem a tal ajustamento serão adaptativas.
Segundo Combes (1946), adaptação é o conjunto de modificações provocadas na constituição de
um organismo pela acção contínua de um meio diferente daquele onde, inicialmente, este se
desenvolveu ou o local onde os seus parentais se desenvolveram.
Os factores morfogenéticos são aqueles que influenciam a forma e a estrutura dos vegetais. São,
portanto, condições de clima e de solo capazes de determinarem ou modificarem a organização
vegetal. Embora para cada ser vivo haja um padrão de desenvolvimento estabelecido e
comandado pelo seu património genético (genótipo), os factores abióticos actuam sobre os genes,
modificando a sua expressão em vários sentidos.
As plantas podem ser distribuídas em grupos ecológicos, com base nos tipos de habitats e nas
estruturas e funções envolvidas em cada caso. As adaptações podem envolver as partes
vegetativas e/ou reprodutivas de uma planta e podem ser classificadas conforme a situação a ser
enfrentada.
Adaptações vegetativas
Adaptações vegetativas são aquelas que ocorrem nos órgãos não reprodutivos de uma planta,
denominados de vegetativos, isto é, raízes, caules e folhas.
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Adaptações contra a perda de água
Adaptações de órgãos ou estruturas relacionadas com a prevenção ou redução à perda de água.
Esta adaptação é comum em plantas de ambientes secos (xéricos) ou que vivem sobre as rochas.
Os orgãos vegetais possuem tecidos e factores especializados para proteger a planta contra perda
de água. Desses tecidos e factores pode-se citar os seguintes:
Cutícula
A parede das células epidérmicas apresenta cutina, principalmente nas partes aéreas da planta,
como as folhas. A cutina é um composto de lipídios, impermeável à água, que se encontra
impregnada às paredes epidérmicas ou se apresenta como camada separada, denominada de
cutícula, na superfície da epiderme. Sua função é de protecção contra a perda de água.
Figura 136: Melocactus spec: Cactaceae, com adaptações para sobreviver em climas secos
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Pilosidade densa
Na superfície das plantas podem ocorrer apêndices de origem epidérmica, comumente
denominados tricomas, muito variáveis na sua estrutura. Como apresentam grande variedade de
formas, podem ser classificados de diversas maneiras, a mencionar: tectores (não glandulares) e
glandulares. Os tricomas tectores possuem função protectora, evitando a transpiração excessiva.
Posição dos estômatos na folha
Nas folhas, os estômatos podem ser encontrados apenas na face superior (adaxial), sendo a folha
classificada como epiestomática, como ocorre na folha da ninféia e outras plantas aquáticas
flutuantes, somente na face inferior (abaxial), sendo a folha classificada como hipoestomática; ou
ocorrer em ambas as faces e sendo denominada de folha anfiestomática.
Estômatos inseridos na epiderme
Os estômas estão relacionados com a entrada e saída de ar no interior dos órgãos em que se
encontram ou, ainda, com a saída de água na forma de vapor. São encontrados frequentemente
nas partes aéreas fotossintetizantes, principalmente nas folhas, e podem também ser encontrados,
em menores quantidades, nos pecíolos, caules jovens e partes florais.
Células buliformes
As células buliformes são maiores que as demais epidérmicas e possuem parede celular fina e
grande vacúolo. Constituem a epiderme adaxial inteiramente ou ocupam áreas isoladas entre as
nervuras. Em secção transversal, as células buliformes são facilmente reconhecidas pela forma
de leque, cuja célula central é a mais alta. Não possuem cloroplastos e o seu vacúolo armazena
água. Denominam-se também células motoras, por estarem, acredita-se, envolvidas no
mecanismo de enrolamento e desenrolamento das folhas.
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Suculência
Algumas espécies apresentam um tecido especializado no armazenamento de água, no caule ou
folhas, como nas Cactaceae, e em folhas e raízes de plantas epífitas e xerófitas. As células são
volumosas, com grande vacúolo e paredes finas e geralmente desprovidas de cloroplastos. As
células aquíferas são ricas em mucilagem, o que aumenta sua capacidade de reter água, pois a
mucilagem é hidrófila.
Adaptações contra o excesso da radiação solar
Adaptações de órgãos ou estruturas relacionadas com a protecção contra o excesso da radiação
solar; comum em plantas de ambientes secos (xéricos), que habitam áreas abertas ou sobre as
rochas. Para o efeito, as plantas possuem certos tecidos e factores especializados para protegé-las
contra o excesso de radiação solar.
Cutícula
Sabe-se que as plantas desenvolvem uma espessa camada cerosa, a cutícula e que a sua presença
pode ter um papel significante na fotoprotecção. Existem evidências de importância da cutícula
na determinação quantitativa e qualitativa da radiação que chega ao mesófilo. Por se tratar de
uma camada brilhante e reflectora, actua também na protecção contra o excesso de luminosidade
ou radiação solar.
Periderme
Nos órgãos que sofrem crescimento secundário, principalmente nos caules, ocorre
desenvolvimento da periderme como tecido de revestimento, em substituição à epiderme. A
formação da periderme está relacionada não só com a idade do órgão mas, também, com as
condições ambientais e com possíveis lesões na superfície do órgão.
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Este tecido é de revestimento externo e protege a planta contra temperaturas extremas,
provocadas, por exemplo, por fogo, geada e radiação solar. Evita super-aquecimento das
estruturas internas, constituindo-se num isolante térmico. Em geral, o isolamento é directamente
proporcional à espessura da casca.
A cor externa da casca tem importante papel na protecção à intensidade luminosa, sendo as cores
claras as que conferem à planta maior grau de adaptação às condições tropicais, por refletirem a
luz, evitando o super-aquecimento dos tecidos internos.
Adaptações para viver em Ambiente Aquático
Há vegetais que posseum uma superfície permeável ao líquido circundante e circulação interna
do ar. As folhas das plantas aquáticas submersas são geralmente muito finas e recortadas,
apresentando internamente poucas camadas de células, de formato homogêneo, e muitos espaços
aeríferos.
Figura 137: Vista externa da casca das seguintes espécies: a - Quercus macrocarpa Michx. (Fagaceae); b- Carya ovata (Mill.) K. Koch (Juglandaceae); c - Pinus resinosa Ait. (Pinaceae); d - Betula papyrifera Marsh. (Betulaceae)
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As folhas delgadas constituem adaptações importantes para a planta suportar turbulências ou
oscilações da água, evitando a dilaceração do órgão. Na margem das folhas submersas podem
ocorrer fibras que apresentam certa elasticidade, as quais oferecem resistência à dilaceração.
Adaptações para viver sobre as árvores
Caules trepadores
Os caules trepadores, pela sua fragilidade ou pela deficiência em tecidos de sustentação, não
conseguem se manter erectos, necessitando de suporte para seu desenvolvimento. Os caules
volúveis não apresentam órgão de fixação à superfície do suporte, eles simplesmente se enrolam
nele. Conforme o enrolamento se procede da direita para a esquerda, ou da esquerda para a
direita, eles recebem o nome, respectivamente, de dextroso e sinistroso.
Figura 138: Aspecto geral de Egeria densa Planch. – Hydrocharitaceae. As bolhas de oxigênio são resultantes da
fotossíntese
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Caules Trepadores Providos de Órgãos Fixadores
Algumas espécies de plantas trepadeiras podem apresentar órgãos especializados (ou caules
escandentes) na fixação ao suporte, que pode ser uma árvore ou no ambiente urbano pode ser um
muro, poste, etc.
Elas podem ter:
Raízes grampiformes - raízes aéreas com forma de grampos que têm por função a fixação dos
vegetais em suportes.
Figura 139: Caule volúvel, enrolado sobre o substrato
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Raízes estranguladoras - raízes que envolvem o caule da planta suporte, causando sua morte.
Estas raízes apresentam crescimento em espessura e ficam com consistência lenhosa, podendo
comprimir a planta suporte, impedindo o seu desenvolvimento. Essas raízes também são
chamadas mata-paus, quando causam a morte da planta.
Após a morte, começa a decomposição da planta suporte. Exemplos de raízes estranguladoras
ocorrem em certas espécies de figueiras (Ficus spec).
Raízes cinturas - raízes aéreas, tenras, que abraçam o caule da planta suporte.
Gavinhas - modificações caulinares ou foliares que servem de órgão de fixação enrolando-se no
suporte. As gavinhas têm irritabilidade por contacto, geralmente é o contacto de um suporte que
provoca curvatura e enrolamento da parte irritada, em direcção ao suporte.
Figura 140: Raízes grampiformes de Hedera helix L. – Araliaceae
Figura 141: Raízes cinturas de arácea em tronco de Syagrus roman-zoffiana Glassman – Arecaceae.
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Plantas Providas de Órgãos Sugadores de Seiva
As plantas denominadas de parasitas são aquelas que devem estar ligadas à hospedeira através de
estruturas especiais (haustórios) que penetram no interior da planta, e actuam como órgãos
sugadores.
Dependendo do produto retirado da planta elas podem ser classificadas em:
Hemiparasitas
Hemiparasitas ou parasitas facultativas – são vegetais que têm aparência de uma planta verde
normal, porém não são auto-suficientes e dependem parcialmente do hospedeiro, necessitando de
água e sais minerais e, portanto, os haustórios ficam em contacto com o xilema e o floema.
Como têm clorofila, realizam a fotossíntese utilizando a seiva bruta obtida do hospedeiro.
Figura 142: Erva-de-passarinho, exemplo de uma hemiparasita
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Holoparasitas
Holoparasitas ou parasitas totais - devido à ausência de clorofila não realizam a fotossíntese,
não podem viver de outra forma a não ser de pender completamente da planta hospedeira em
relação à água, sais minerais e matéria orgânica já pronta. Os haustórios ficam em contacto com
o floema.
Velame
Em raízes aéreas de algumas orquídeas, aráceas, epífitas, entre outras, há uma epiderme múltipla
constituída de células mortas com paredes espessadas denominada velame, que dá protecção
mecânica ao córtex e reduz a perda de água.
Figura 143: Cipó-chumbo (Cuscuta sp. ─ Convolvulaceae), exemplo de uma holoparasita
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Escamas
As bromélias apresentam folhas longas e dispostas em uma roseta formando um tanque que
armazena a água da chuva. Na superfície das folhas existem estruturas especializadas na
absorção da água e sais minerais. Essas estruturas são chamadas de escamas e são formadas por
várias células. As raízes têm função só de fixação na casca da árvore.
Figura 144: Aspecto geral de uma bromélia epífita
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Adaptações para a Reserva de Água e de Substâncias Nutritivas
Alguns orgãos com esta especialização são: tubérculos aquíferos e amiláceos, bulbos, rizomas
As células desses órgãos apresentam parênquima amilífero. Estas células reservam grão de
amido, sendo este carbohidrato depositado nos amiloplastos. O parênquima amilífero ocorre nos
caules da batata-inglesa, na raiz da batata-doce e da mandioca, nos rizomas de várias espécies de
monocotiledôneas, e outros órgãos subterâneos, tanto de dicotiledônea como de
monocotiledônea.
Essas reservas, contidas nas células do parênquima amilífero, podem servir de alimento a
diversas espécies de animais ou constituir estratégia para sobrevivência de plantas que habitam
ambientes com sazonalidade bem definida. Nesse caso, os órgãos subterrâneos permanecem
ricos em amido durante o período em que o ambiente possuir algum factor limitante para a
propagação da espécie, sendo utilizado pela planta quando as condições ambientais estiverem
favoráveis.
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Adaptações reprodutivas
São aquelas que ocorrem nos órgãos reprodutivos de uma planta, isto é, nas flores, frutos e
sementes. Uma das principais adaptações envolvendo órgãos reprodutivos é a que envolve a
dispersão de sementes. Os frutos evoluíram em relação a seus agentes dispersores, num sistema
de co-evolução com muitas modificações em relação aos diferentes agentes dispersores.
Algumas adaptações dos frutos em relação aos seus agentes dispersores:
Figura 145: Exemplos de adaptações para a reserva de substâncias nutritivas
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Frutos e Sementes Dispersos pelo Vento
Os frutos e sementes são leves, em algumas espécies os frutos apresentam alas, as quais podem
ser formadas por partes do perianto, sendo deste modo capazes de flutuar de um lugar para outro.
Outras plantas lançam suas sementes. Contrastando com estes métodos activos de dispersão, as
sementes ou frutos de muitas plantas simplesmente caem no solo, sendo dispersos mais ou
menos passivamente (ou são dispersos por agentes esporádicos, como correntes de água).
Frutos e Sementes Dispersos pela Água
Os frutos e sementes de muitas plantas, especialmente aquelas que crescem próximasnde água,
são adaptados para a flutuação. Os frutos podem conter ar armazenado em seu interior, ou o fruto
pode possuir um tecido que inclui grandes espaços entre as células.
Figura 146: Exemplos de fruto (Acer saccharum Marsh. - Aceraceae)
Figura 147: semente (Asclepias spec - Asclepiadaceae)
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Frutos e Sementes Dispersos por Animais
A evolução de frutos carnosos doces e frequentemente coloridos está claramente envolvida no
processo de co-evolução de animais e plantas com flores. A maioria dos frutos, em que a maior
porção do pericarpo é carnosa, acaba sendo comida por animais vertebrados. Quando esses frutos
são comidos por aves e mamíferos, as suas sementes são espalhadas após passarem intactas pelo
trato digestivo, ou, no caso das aves, podem também ser regurgitadas a alguma distância do local
de ingestão. Algumas vezes a digestão parcial das sementes facilita sua germinação, por agir
sobre a cobertura destas.
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Informações Adicionais
As plantas são frequentemente classificadas de acordo com seus ciclos de crescimento
estacional. De acordo com este critério de classificação, elas podem ser anuais, bienais ou
perenes.
Plantas anuais
Nas plantas anuais, todo o ciclo (desde a sementeira até a floração e produção de novas
sementes) ocorre dentro de uma única estação podendo durar somente poucas semanas, somente
a semente dormente atravessa o intervalo entre uma estação e a que se segue.
Plantas bienais
Nas plantas bienais, são necessárias duas estações desde a germinação até a produção de novas
sementes. A primeira estação de crescimento termina com a formação de raiz, caule curto e de
uma roseta de folhas próxima a superfície do solo. Na segunda estação de crescimento ocorrem
floração, frutificação, formação de semente e morte do vegetal, completando o ciclo de vida.
Nas regiões temperadas, as plantas anuais e bienais raramente se tornam lenhosas, embora caule
e raízes possam sofrer crescimento secundário.
Plantas perenes
As plantas perenes, são plantas nas quais as estruturas vegetativas vivem anos após anos. As
herbáceas perenes atravessam as estações desfavoráveis mediante raízes, rizomas, bulbos ou
tubérculos, todos subterrâneos e dormentes. As perenes lenhosas sobrevivem acima do solo, mas
em geral param de crescer durante as estações desfavoráveis. Elas florescem apenas quando
adultas, o que pode levar muitos anos.
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Muitas plantas lenhosas são decíduas, isto é, perdem todas as suas folhas ao mesmo tempo, e
desenvolvem folhas novas quando a estação torna-se favorável novamente. Nas árvores e
arbustos sempre verdes, as folhas também são perdidas e repostas, mas não de modo simultâneo.
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Referências Bibliográficas
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