manual de fitoterapicos - principais interações medicamentosas
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FITOTERPICOS
Principais Interaes Medicamentosas
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Os autores e a editora empenharam-se para citar adequadamente e dar o devido crdito a
todos os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se
a possveis acertos caso, inadvertidamente, a identificao de algum deles tenha sido omitida.
SRIE ANFARMAG
FITOTERPICOS
Principais Interaes Medicamentosas
1 Edio Ano 2012
Presidente
Ademir Valrio da Silva
Diretores
Hugo Guedes de Souza | 1 Vice-presidente Ivan da Gama Teixeira | 2 Vice-presidente
Carlos Alberto P. Oliveira | 3 Vice-presidente Simone de Souza Aguiar | Secretria Geral
lvaro Favaro Junior | 2 Secretrio Adolfo Cabral Filho | Tesoureiro
Marcos Antonio C. Oliveira | 2 Tesoureiro Antnio Geraldo R. S. Jnior | Conselho Fiscal Rejane Alves Gue Hoffmann | Conselho Fiscal
Luiz Carlos Gomes | Conselho Fiscal Ana Lcia Mendes | Diretora de Comunicao
Gerson Appel | Diretor de Comunicao
NICOLETTI, M.A. et al. Fitoterpicos Principais Interaes Medicamentosas. So Paulo: ASSOCIAO NACIONAL DE FARMACUTICOS MAGISTRAIS - Brasil, 1 edio (2012), 118 pgs. 1 Fitoterpicos, 2 Interaes Medicamentosas, 3 - IN 05, I - Fundao Biblioteca Nacional.
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Os autores e a editora empenharam-se para citar adequadamente e dar o devido crdito a
todos os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se
a possveis acertos caso, inadvertidamente, a identificao de algum deles tenha sido omitida.
SRIE ANFARMAG
FITOTERPICOS
Principais Interaes Medicamentosas
Principais interaes com fitoterpicos de uso oral constantes na Instruo Normativa (IN) n 05, de 11 de dezembro de 2008
Autores
Maria Aparecida Nicoletti Carolina Andrea Leiva Dalsin Fiore
Vagner Miguel Lucia Helena Gonzaga Pinto
Contribuio e reviso
Maria do Carmo Garcez Ivan da Gama Teixeira
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Prefcio O registro do uso de plantas com fins teraputicos data de tempos primrdios e se confunde com a histria do farmacutico e da medicina. A fitoterapia considerada uma das primeiras formas de cuidado da sade utilizada pela espcie humana. A imensa biodiversidade de nosso planeta disponibiliza uma variedade de espcies com aplicabilidade teraputica, mostrando respostas positivas no tratamento. Nos dias atuais, estudos sobre o uso dos fitoterpicos crescem de maneira expoente, comprovando e reconhecendo seus efeitos teraputicos, sendo prescritos tanto no sistema pblico de sade quanto no privado de todo o Brasil. O contedo desta obra rene informaes importantes para o uso consciente dos fitoterpicos aqui citados, representando uma fonte de apoio de valor inestimvel para o desenvolvimento da dispensao ativa de preparaes magistrais fitoterpicas e, consequentemente, contribuindo de forma significativa para o enriquecimento da sade pblica. A Anfarmag tem conscincia de seu papel no mercado farmacutico e se orgulha em poder ofertar ao profissional magistral informaes que permitam o uso da fitoterapia com maior segurana. Parabenizo a todos os profissionais que idealizaram este material e fizeram com que se tornasse realidade.
Ademir Valrio da Silva
Anfarmag Nacional Presidente
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Agradecimentos
Agradeo aos ex-estagirios de iniciao cientfica da Fundao de Apoio Universidade de So Paulo / Farmcia Universitria Departamento de Farmcia FCF/USP, cujo interesse e dedicao sempre foram motivadores de novos desafios: Karen Cristina Carvalho, Marcos Antnio Oliveira Jnior, Carla Cristina Bertasso, Patrcia Yunes Caporossi e Ana Paula Libois Tavares.
Dr Maria Aparecida Nicoletti
A Anfarmag agradece o apoio, suporte e colaborao de toda a equipe interna.
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SUMRIO
Parte 1 | Histrico e Contextualizao............................................................ 8
Parte 2 | A regulamentao de plantas, drogas vegetais e fitoterpicos no Brasil ............................................................................................................... 13
Parte 3 | Conceitos empregados ................................................................... 18
Parte 4 | Contextualizao da utilizao de medicamentos ....................... 21
Parte 5 | Interao medicamentosa .............................................................. 23
Parte 6 | Quadros orientativos das principais interaes de medicamentos fitoterpicos de uso oral constantes na Instruo Normativa n 05, de 11 de dezembro de 2008. .................................................................................... 27
1- Aesculus hippocastanum L. (Castanha-da-ndia) ............................................................... 28
2 - Allium sativum L. (Alho) ....................................................................................................................... 29
3 - Arctostaphylos uva-ursi Spreng (Uva-ursi) ........................................................................... 31
4 - Centella asiatica (L.) Urban (Centela) ......................................................................................... 32
5 - Cimicifuga racemosa (L.) Nutt. (Cimicfuga) ......................................................................... 33
6 - Cynara scolymus L. (Alcachofra)................................................................................................... 34
7 - Echinacea purpurea Moench. (Equincea) ............................................................................. 35
8- Eucalyptus globulus Labill. (Eucalipto)...................................................................................... 36
9 - Ginkgo biloba L. (Ginkgo).................................................................................................................... 37
10 - Glycyrrhiza glabra L. (Alcauz)..................................................................................................... 39
11 - Hamamelis virginiana L. (Hamamlis) ..................................................................................... 40
12 - Hypericum perforatum L. (Hiprico) ......................................................................................... 41
13 - Matricaria recutita L. (Camomila) ................................................................................................ 44
14 - Maytenus ilicifolia Mart. Ex Reiss. (Espinheira-santa)................................................ 45
15 - Melissa officinalis L. (Melissa, erva-cidreira) ..................................................................... 46
16 - Mentha piperita L. (Hortel-pimenta) ........................................................................................ 47
17- Mikania glomerata Sprengl. (Guaco) ......................................................................................... 48
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18 - Panax ginseng C. A. Mey (Ginseng) ......................................................................................... 49
19 - Passiflora incarnata L. (Maracuj, passiflora) ................................................................... 51
20 - Paullinia cupana H. B. & K. (Guaran) ..................................................................................... 53
21 - Peumus boldus Molina (Boldo, boldo-do-chile) .............................................................. 55
22 - Pimpinella anisum L. (Erva-doce, anis) .................................................................................. 56
23 - Piper methysticum G. Frost. (Kava-Kava) ............................................................................ 57
24 - Polygala senega L. (Polgala) ......................................................................................................... 59
25 - Rhamnus purshiana DC. (Cscara-sagrada) ...................................................................... 60
26 - Salix alba L. (Salgueiro-branco) ................................................................................................... 61
27 - Sambucus nigra L. (Sabugueiro)................................................................................................. 62
28 - Senna alexandrina Mill., Cassia angustifolia Vahl ou Cassia senna L. (Sene).......................................................................................................................................................................... 63
29 - Serenoa repens (Bartram) J. K. Samll L. (Saw palmetto) .......................................... 64
30 - Tanacetum parthenium Sch. Bip. (Tanaceto)..................................................................... 65
31 - Valeriana officinalis L. (Valeriana) .............................................................................................. 66
32 - Zingiber officinale Rosc. (Gengibre) ......................................................................................... 68
Parte 7 | Instruo Normativa n 05 de 11 de dezembro de 2008 ............... 69
Anexo | Lista de Medicamentos Fitoterpicos de Registro Simplificado .. 70
Parte 8 | Referncias bibliogrficas .............................................................. 85
Parte 09 | ndice Remissivo ........................................................................... 92
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PARTE 1 | HISTRICO E CONTEXTUALIZAO
Histrico
O termo fitoterapia tem como significado o tratamento e/ou a preveno de doenas usando plantas, partes das plantas e preparaes feitas com plantas. Sua origem vem do grego phyton (planta), entretanto, a origem exata do termo fitoterapia desconhecida e atribuda ao mdico francs Dr. Henri Leclerc (1870-1955).
A histria do medicamento muito antiga, entretanto, os registros histricos so escassos. O uso de plantas e animais pode ser evidenciado atravs de pinturas rupestres referentes ao perodo Paleoltico Superior com o homem de Neanderthal, representando plantas, folhas e rgos humanos em uma clara aluso correspondncia teraputica.
O uso da papoula, entre os sumrios, data de 5.000 a.C. Por meio das denominadas Tabletas de Nippur (regio da Sumria 4.000 a.C.) so encontradas menes sobre a utilizao de resina, tomilho, pereira, entre outras matrias-primas.
Na China, atribuda ao Imperador Amarelo e Sheri-nong a criao da Medicina Tradicional Chinesa, h aproximadamente 4.000 anos.
J no Papiro de Ebers (rolo contnuo de 18 metros 1.600 a.C.) esto descritas mais de 800 formulaes e de 700 substncias (predominantemente vegetais).
Algumas contribuies foram decisivas para o desenvolvimento do medicamento. Entre elas podemos citar:
Hipcrates (460 a.C. data provvel de nascimento): mdico de Cs, foi o fundador da medicina racional e seus escritos se referem forma e s operaes farmacuticas. Graas ao seu trabalho pioneiro na cincia mdica, ensinamentos e filosofias avanadas se tornaram uma parte da medicina moderna. Hipcrates considerado o Pai da Medicina e sua obra iniciadora de uma conscincia metdica da medicina que culmina com Galeno.
Ele racionalizou a medicina, sistematizou o conhecimento mdico e colocou a prtica da medicina em um plano tico elevado. Seus pensamentos sobre tica e cincia dominaram os escritos mdicos tanto da sua como de geraes sucessivas, e seus conceitos e preceitos tomaram forma no renomado Juramento Hipocrtico sobre a conduta tica de profissionais da sade. Seu trabalho inclui a descrio de centenas de medicamentos.
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Galeno (Claudius Galenus): de origem grega (129 d.C.-199 d.C.), da cidade de Prgamo, escreveu livros sobre a composio de medicamentos, surgindo da o termo Farmcia Galnica, no sculo XVI. Estudou na Grcia e em Esmirna; fixou-se em Roma no imprio de Marco Aurlio. Escreveu numerosas obras: De ptisana; De simplicium medicamentorum facultatibus; De antidote; De
medicamentorum compositione secundum locos.
o criador da farmcia racional, considerando desde a concepo at a obteno do produto final.
Foi um dos mais prolficos autores de sua ou de qualquer poca, tendo recebido o crdito da realizao de 500 tratados sobre medicina e de outros 250 sobre filosofia, leis e gramtica. Seus escritos mdicos incluem a descrio de vrias drogas de origem natural, juntamente com frmulas e mtodos de manipulao. A mais famosa frmula por ele desenvolvida foi o Cold Cream, ou seja, Cerato de Galeno, que muito semelhante s preparaes atualmente utilizadas.
A farmcia permaneceu atrelada medicina por muitos anos, at que fosse, oficialmente, separada da medicina em 1240 d.C., por meio do decreto do Imperador Frederico II, da Alemanha, que regulamentou a prtica da farmcia dentro de parte de seu reino, chamado de Duas Siclias. Seu edito separou as duas profisses, reconhecendo que a prtica da farmcia requeria conhecimentos, habilidades, iniciativas e responsabilidades especiais, para que cuidados adequados s necessidades mdicas das pessoas fossem garantidos. Os farmacuticos passaram a ser obrigados a prestar juramento quanto preparao de medicamentos confiveis e de qualidade uniforme. Qualquer explorao do paciente, por meio de relaes comerciais entre o farmacutico e o mdico, era proibida. Entre esse perodo e a consolidao da qumica como cincia exata, a farmcia e a qumica permaneceram unidas, assim como a farmcia e a medicina foram um dia.
Na Europa da Idade Mdia e do Renascimento, os cultos praticados por feiticeiras e por mgicos estavam intimamente ligados ao consumo de beladona (Atropa belladonna), meimendro (Hyoscyamus niger) e mandrgora (Mandragora officinarum).
Essas plantas eram usadas para a preparao de unguentos com os quais as bruxas se untavam e que, supostamente, as faziam voar. Esse unguento, conhecido como frmula de voo, era passado em certas partes do corpo, principalmente nas que continham pelos, e esfregado sobre o cabo de uma vassoura, que era colocada entre as pernas pelas bruxas como se fosse um instrumento de voo. Em contato com as mucosas vaginal e anal, o unguento era absorvido mais rapidamente pelo organismo. Os efeitos alucingenos e a sensao de voar, causados por essas ervas, podem ser explicados pela
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presena, no unguento, dos alcaloides tropnicos escopolamina, atropina e hiosciamina.
Esses alcaloides possuem efeitos psicoativos alucingenos, caracterizados por um estado de embriaguez seguido de um sono profundo, acompanhado de amnsia. Causam delrios e, ao que parece, a sensao de levitao, fato que explica as viagens fantasiosas das supostas bruxas.
No Brasil, podemos dividir os momentos vividos no desenvolvimento da prtica farmacutica, considerando a fase poltica pela qual o pas vivenciava no perodo.
Brasil Colnia | 1500-1822
A prtica profissional estava limitada s boticas dos colgios jesutas, das quais se valia tambm a populao civil; s boticas e hospitais militares; s poucas farmcias existentes e s boticas particulares de fazendas, presdios e conventos.
Os oficiais da prtica, geralmente, no eram diplomados nos primeiros sculos e aps o sculo XVIII eram aprovados em exame. No havia curso de Farmcia.
Desde 1808, o Brasil teve ensino mdico na Bahia e no Rio de Janeiro e, nesses cursos, eram ministradas aulas de Farmcia, mas apenas para estudantes de medicina.
Brasil Imprio | 1822-1889
Surgiu em 1839 a primeira escola autnoma de Farmcia Escola de Farmcia de Ouro Preto.
No sculo XIX, havia farmcias importantes na Corte e nas grandes capitais dos estados, mas as boticas eram geralmente pobres e a maior parte do exerccio estava nas mos dos prticos, dada a insuficincia de diplomados, embora a lei j exigisse a presena de um titulado responsvel para cada estabelecimento farmacutico.
A autorizao imperial para abrir botica, dada pessoa no diplomada (boticrio), era a maneira para resolver o problema social de assistncia de medicamentos s pessoas do interior.
Datas representativas do setor:
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1870 | Incio da indstria farmacutica nacional.
1877 | Funda-se o Instituto Farmacutico do Rio de Janeiro, que promoveu um congresso de classe.
Brasil Repblica | a partir de 15 de novembro de 1889
Principais momentos:
1895 | Fundao da Sociedade Farmacutica de So Paulo.
1898 | Fundao da Escola de Farmcia de So Paulo.
1901 | Reforma do ensino Epitcio Pessoa com reduo do curso para 2 anos.
1911 | Reforma Rivadavia Correia amplia novamente o curso para 3 anos.
1913 | Criao da Unio Farmacutica de So Paulo.
1917 | Publicao da Farmacopeia Paulista, a primeira Farmacopeia Brasileira.
1925 | Reforma do ensino Rocha Vaz aumenta o curso de Farmcia para 4 anos.
1929 | Publicada e tornada de uso obrigatrio a Farmacopeia Brasileira.
1931 | Decreto n 19.606, que regulamenta o exerccio da profisso farmacutica no Brasil.
1934 | criada a Universidade de So Paulo, nela incorporando a Faculdade de Farmcia e Odontologia.
1946 | Decreto n 20.497, primeiro regulamento da Indstria Farmacutica no Brasil.
1959 | Publicao da segunda edio da Farmacopeia Brasileira.
1960 | Lei Federal n 3.820, de 11 de novembro, cria os Conselhos Federal e Regional de Farmcia.
1961 | A Universidade de So Paulo aprova a mudana do ttulo conferido pela Faculdade de Farmcia e Odontologia para farmacutico-bioqumico, sendo a turma desse ano a primeira a ter esse diploma.
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A partir de ento, o segmento farmacutico teve desenvolvimento nos diferentes campos envolvidos.
As menes acima se referem, somente, a alguns dos inmeros dados que podem ser considerados histricos e que subsidiaram o desenvolvimento da rea farmacutica no Brasil.
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PARTE 2 | A REGULAMENTAO DE PLANTAS, DROGAS VEGETAIS E FITOTERPICOS NO BRASIL
O Brasil vem acompanhando a evoluo mundial na rea, conforme demonstra a relao de publicaes abaixo, as quais norteiam o desenvolvimento do segmento de produtos que contenham insumos de origem vegetal.
Principais aes para a regulamentao da Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares no Sistema nico de Sade (PNPIC)
Declarao de Alma-Data (1978): Desde ento, a OMS tem expressado sua posio a respeito da necessidade de valorizar a utilizao de plantas medicinais no mbito sanitrio.
A partir da dcada de 80
Resoluo Ciplan n 8/88, 8 de maro de 1988: Regulamenta a implantao da fitoterapia nos servios de sade e cria procedimentos e rotinas relativos a sua prtica nas unidades assistenciais mdicas.
Relatrio da 10 Conferncia Nacional de Sade, ocorrida entre 2 e 6 de setembro de 1996: Incorporar ao SUS, em todo o pas, as prticas de sade como a fitoterapia, a acupuntura e a homeopatia, contemplando as terapias alternativas e prticas populares.
O Ministrio da Sade deve incentivar a fitoterapia na assistncia farmacutica pblica e elaborar normas para sua utilizao...
Portaria n 3.916, 30 de outubro de 1998: Aprova a Poltica Nacional de Medicamentos.
Dever ser continuado e expandido o apoio s pesquisas que visem ao aproveitamento do potencial teraputico da flora e fauna nacionais, enfatizando
a certificao de suas propriedades medicamentosas.
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Relatrio do Seminrio Nacional de Plantas Medicinais, Fitoterpicos e Assistncia Farmacutica, ocorrido entre 28 e 30 de agosto de 2003: Recomenda integrar no Sistema nico de Sade o uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterpicos.
Relatrio da 12 Conferncia Nacional de Sade, ocorrida entre 7 a 11 de dezembro de 2003: Aponta a necessidade de se investir na pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para produo de medicamentos homeopticos
e da flora brasileira, favorecendo a produo nacional e a implantao de
programas para uso de medicamentos fitoterpicos nos servios de sade, de
acordo com as recomendaes da 1 Conferncia Nacional de Medicamentos e
Assistncia Farmacutica
Resoluo n 338, de 6 de maio de 2004: Conselho Nacional de Sade aprova a Poltica Nacional de Assistncia Farmacutica.
[...] definio e pactuao de aes intersetoriais que visem utilizao das plantas medicinais e de medicamentos fitoterpicos no processo de ateno
sade [...].
Resoluo RDC n 296, de 29 de novembro de 2004: Institui a Cmara Tcnica de Medicamentos Fitoterpicos (Catef), uma instncia colegiada, de natureza consultiva, vinculada tecnicamente Coordenao de Fitoterpicos, Dinamizados e Notificados (Cofid). A Catef tem por finalidade assessorar a Cofid nos procedimentos relativos a medicamentos fitoterpicos. O regimento e a portaria que nomearam os membros participantes foram republicados em 2007 atravs das Portarias 453/07, e 454/07 respectivamente. Cabe Catef manifestar-se quanto definio de mtodos, de procedimentos cientficos e tecnolgicos relativos anlise da qualidade, da eficcia e da segurana desses medicamentos, inclusive emitindo recomendaes. Representantes da Cofid participam regularmente da Catef. Alm disso, dois desses membros tambm fazem parte dos Comits da Farmacopeia Brasileira relacionados a Plantas Medicinais e Fitoterpicos.
Resoluo RE n 90, de 16 de maro de 2004: Guia para a realizao de estudos de toxicidade pr-clnica de fitoterpicos. Estabelece os critrios mnimos aceitveis para o estudo toxicolgico agudo, subcrnico e crnico, os testes para medicamentos de uso tpico e o estudo especial de genotoxicidade. Para os estudos clnicos, devem ser seguidas as
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determinaes do Conselho Nacional de Sade (CNS), por meio das Resolues n 196/96 e n 251/97, alm da RDC no 39/2008.
Resoluo RE n 91, de 16 de maro de 2004: Guia para a realizao de alteraes, incluses, notificaes e cancelamentos ps-registro de fitoterpicos.
Decreto Presidencial, de 17 de fevereiro de 2005: Cria o Grupo de Trabalho para a elaborao da Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos.
Portaria Ministerial MS/GM n 971, de 3 de maio de 2006: Aprova a Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema nico de Sade.
Decreto Presidencial n 5.813, de 22 de junho de 2006: Aprova a Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos e d outras providncias.
Portaria Interministerial n 2.960, de 9 de dezembro de 2008: Aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos e Cria o Comit Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos.
O primeiro objetivo do programa foi construir e aperfeioar o marco regulatrio em todas as etapas da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterpicos, a partir dos modelos e das experincias existentes no Brasil e em outros pases.
Instruo Normativa n 05, de 11 de dezembro de 2008: Determina a publicao da Lista de Medicamentos Fitoterpicos de Registro Simplificado, que contempla 36 espcies vegetais para as quais dispensada a comprovao de eficcia e segurana, considerando a quantidade de estudos que j foram publicados sobre cada uma dessas espcies. Se o solicitante do registro seguir todos os parmetros especificados na lista citada, que so: parte da planta, forma de uso, quantidade de marcador, indicaes, via de administrao, dose diria e restries de uso, fica dispensada a apresentao de comprovao de eficcia e segurana no processo de registro.
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Secretaria de Cincia e Tecnologia e Insumos Estratgicos Departamento de Assistncia Farmacutica e Insumos Estratgicos, em 2009: Estabelece Relao Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus).
Resoluo RDC n 47, de 8 de setembro 2009: Dispe sobre a padronizao de informaes fornecidas sobre medicamentos fitoterpicos populao e aos prescritores por meio da publicao da RDC n 95/2008, atualizada pela RDC 47/2009, que padroniza as informaes disponveis nas bulas de medicamentos fitoterpicos obtidos de 13 espcies vegetais, selecionadas entre as mais registradas e constantes do registro simplificado.
Os textos de bulas hoje padronizados esto disponveis no link: http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/bula_padronizadas_fitoterapico.pdf e so disponibilizados pelo Bulrio eletrnico da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa). Os textos de bulas foram elaborados pelo corpo tcnico da Cofid e revisados pela Catef. Eles s podem ser modificados em dois casos: 1) quando da republicao da norma, que pode ocorrer por iniciativa da Anvisa ou por solicitao de qualquer interessado; 2) quando forem apresentados estudos clnicos especficos para o produto conforme disposto na RDC n 47/2009. Os outros medicamentos fitoterpicos que ainda no tiveram suas bulas padronizadas seguem a RDC n 47/2009 em forma e contedo.
Resoluo RDC n 10, de 9 de maro de 2010: Dispe sobre a notificao de drogas vegetais na Anvisa e d outras providncias. Foi elaborada com base em normativas alems para os Chs Medicinais, seguindo os requisitos de qualidades citados naquela legislao. Tambm foi determinado o limite mximo de carga bacteriana, fngica e de aflatoxinas, que pode estar presente nesses produtos, conforme determina a Organizao Mundial da Sade (OMS). Outros controles preconizados so da quantidade de outros contaminantes, como metais pesados, partes no permitidas da prpria planta, outras plantas medicinais etc. As drogas vegetais industrializadas e notificadas na Anvisa, conforme essa norma, so destinadas ao uso episdico, oral ou tpico, para o alvio sintomtico das doenas, devendo ser disponibilizadas exclusivamente na forma de droga vegetal para o preparo de infuses, decoces e maceraes. Vale ressaltar que cpsula, tintura, comprimido, extrato, xarope, entre outras formas farmacuticas, no se enquadram nessa categoria, ou seja, drogas vegetais no podem ser confundidas com medicamentos fitoterpicos. Ambos so obtidos de plantas medicinais, porm elaborados de forma diferenciada: enquanto as drogas vegetais so constitudas da planta seca, inteira ou rasurada (partida em pedaos menores), e utilizadas na
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preparao dos chs. Os medicamentos fitoterpicos so produtos tecnicamente mais elaborados, apresentados na forma final de uso (comprimidos, cpsulas e xaropes). A forma de uso, se infuso, decoco ou macerao, como tambm o tempo de uso das drogas vegetais, foram determinados nessa resoluo.
Resoluo RDC n 14, de 31 de maro de 2010: Dispe sobre o registro de medicamentos fitoterpicos.
Instruo Normativa n 05, de 31 de maro de 2010: Lista de referncias bibliogrficas para a avaliao de segurana e de eficcia de fitoterpicos. Essa norma disciplina a utilizao de artigos cientficos e de monografias publicados sobre a espcie que se pretende registrar para comprovar a segurana e a eficcia. No mnimo, metade dos artigos apresentados deve ser sobre ensaios clnicos. Os estudos citados tm de se referir ao derivado especfico que se pretende registrar e apresentar as mesmas indicaes solicitadas para o produto em dosagens semelhantes s testadas no estudo.
Apenas os medicamentos fitoterpicos industrializados para uso humano so registrados na Anvisa. Para o registro desses medicamentos, existe regulamentao especfica desde 1967, a Portaria n 22, que foi seguida pela Portaria n 06, publicada em 1995, a RDC n 17, publicada em 2000, a RDC n 48, publicada em 16 de maro de 2004, e a norma vigente RDC n 14, publicada em 5 de abril de 2010.
Em 2011, , ento, publicado o Formulrio de Fitoterpicos da Farmacopeia Brasileira (disponvel em: http://www.anvisa.gov.br/farmacopeiabrasileira/ conteudo/Formulario_de_Fitoterapicos_da_Farmacopeia_Brasileira.pdf), que contm formulaes embasadas em vasta literatura cientfica disponibilizada internacionalmente e que tratam de dados como eficcia e segurana das plantas utilizadas nas preparaes levando populao maiores conhecimentos sobre a biodiversidade brasileira. A publicao disponibiliza, alm das inmeras solues extrativas, vrias outras formulaes em diferentes formas farmacuticas que as contm.
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PARTE 3 | CONCEITOS EMPREGADOS
Citocromo P450 (pode ser abreviado para CYP450 ou CYP): Superfamlia, extensa e diversificada, de enzimas presentes no nosso organismo (intestino e fgado). Protagonizam grande parte das reaes de biotransformao de fase I.
Droga vegetal: Planta medicinal, ou suas partes, que contm as substncias, ou classes de substncias, responsveis pela ao teraputica, aps processos de coleta, estabilizao, se aplicvel, e secagem, podendo estar na forma ntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.
Derivado vegetal: Produtos de extrao da planta medicinal in natura ou da droga vegetal: extrato, tintura, alcoolatura, leo fixo e/ou voltil, cera, exsudato e outros.
Efeito colateral: qualquer efeito no intencional de um medicamento que ocorra em determinada dose normalmente utilizada nos seres humanos, que relacionada com as propriedades farmacolgicas do medicamento.
Erro de medicamento: definido pela Organizao Mundial de Sade (OMS, 2005):
Qualquer evento evitvel que pode conduzir ao uso inadequado de um medicamento ou causar dano ao paciente enquanto o medicamento est
no controle do profissional de sade, paciente ou consumidor. Tais
eventos podem estar relacionados com a prtica profissional, com os
procedimentos ou com os sistemas, incluindo falhas na prescrio,
comunicao, etiquetao, rotulagem, denominao, preparao,
dispensao, distribuio, educao, monitoramento e utilizao.
Evento adverso/experincia adversa: qualquer ocorrncia mdica desagradvel que pode aparecer durante um tratamento medicamentoso, mas que no possui, necessariamente, uma relao causal com o tratamento.
O evento adverso definido pela OMS como um dano relacionado interveno mdica desfavorvel, em contraste com complicaes de doenas.
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Inclui todos os aspectos do cuidado, falhas nos diagnsticos e tratamento e nos sistemas e equipamentos utilizados no desenvolvimento do cuidado (OMS, 2005).
Eventos Adversos Relacionados a Medicamentos (EAMs): so caracterizados por qualquer dano causado aos pacientes durante a terapia medicamentosa e se dividem em: evento adverso medicamentoso evitvel produzido por erro na medicao (ex.: dose errada do medicamento); e evento adverso medicamentoso inevitvel.
Fitoterpico: o produto obtido de planta medicinal, ou de seus derivados, exceto substncias isoladas, com finalidade profiltica, curativa ou paliativa.
Idiossincrtico: relativo suscetibilidade particular de um indivduo, em geral inata, para reagir a determinados fatores fsicos ou qumicos, e que se manifesta por uma reao que lembra alergia ou anafilaxia.
Matria-prima vegetal: planta medicinal, droga vegetal ou derivado vegetal.
Medicamento fitoterpico tradicional: elaborado a partir de planta medicinal de uso alicerado na tradio popular, sem evidncias, conhecidas ou informadas, de risco sade do usurio, cuja eficcia validada por meio de levantamentos etnofarmacolgicos e de utilizao, documentaes tecnocientficas ou publicaes indexadas.
Planta medicinal: espcie vegetal, cultivada ou no, utilizada com propsitos teraputicos.
Problema Relacionado a Medicamentos (PRM): O Terceiro Consenso de Granada (Comit de Consenso, 2007) define PRM como as situaes em que o medicamento provoca um resultado negativo associado a seu uso. Esse consenso prope a classificao dos PRMs em funo dos requisitos que todo medicamento deve ter para ser utilizado: ser necessrio, efetivo e seguro. Os PRMs podem ser decorrentes de vrios fatores desencadeantes, por exemplo, administrao errnea do medicamento, conservao inadequada,
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contraindicaes, dose/posologia/durao do tratamento inadequadas, erros na prescrio/dispensao, no adeso ao tratamento, interaes decorrentes, problemas de sades existentes, efeitos adversos, e inmeros outros.
Reao adversa a medicamentos: qualquer resposta a um frmaco que seja prejudicial, no intencional, e que ocorra nas doses normalmente utilizadas em seres humanos para a profilaxia, diagnstico e tratamento de doenas ou para a modificao de uma funo fisiolgica.
Reao adversa grave: quando resulta em morte, ameaa vida, hospitalizao ou prolongamento de hospitalizao; deficincia/incapacidade persistente ou significante, anomalia congnita/defeito no nascimento ou efeito clinicamente importante, incluindo os efeitos por uso no preconizado na bula ou por abuso.
Resultados Negativos associados aos Medicamentos (RNMs): so resultados na sade dos pacientes no adequados ao objetivo da farmacoterapia e associados ao uso ou falha no uso de medicamentos. De acordo com o 3 Consenso de Granada (2007), so estabelecidas seis categorias de RNM: problema de sade no tratado, efeito de medicamento desnecessrio, inefetividade no quantitativa, inefetividade quantitativa, insegurana no quantitativa e insegurana quantitativa.
Segmento farmacoteraputico: esse servio implica um compromisso; deve prover-se de forma continuada, sistematizada e documentada, em colaborao com o prprio paciente e com os demais profissionais do sistema de sade, com o objetivo de alcanar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do paciente (Terceiro Consenso de Granada, 2007).
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PARTE 4 | CONTEXTUALIZAO DA UTILIZAO DE MEDICAMENTOS
A planta medicinal utilizada em medicamentos um xenobitico, isto , um produto estranho ao organismo humano e que nele introduzido com finalidades teraputicas (podendo ou no ser txica, dependendo da natureza do xenobitico, da respectiva dose e de fatores inerentes a cada indivduo). Portanto, necessrio seu conhecimento para poder utiliz-la com segurana.
As recomendaes internacionais e nacionais sugerem que o farmacutico seja formado para atuar no sistema de sade como membro de uma equipe multiprofissional, pautado pela ateno farmacutica, visando no s melhorar a qualidade de vida do usurio, mas tambm a realizao dos objetivos de sade do sistema como um todo. Atualmente, muitas propostas tm sido discutidas para melhorar a qualidade do entendimento do indivduo em relao ao uso racional de medicamentos. A expresso Educao Teraputica est sendo difundida e circunstanciada no entendimento de que o paciente tem experincias acumuladas durante sua vida, bem como gera expectativas e preocupaes ante uma srie de aspectos, alm de apresentar um comportamento individualizado em relao a seus problemas vivenciados. Isso exige um entendimento do paciente em relao farmacoterapia proposta para que tenha um comportamento de adeso ao tratamento e se sinta estimulado a alterar hbitos que foram adquiridos durante sua vida e que no contribuam com o estado de sade.
O usurio de medicamento (paciente/indivduo) tem responsabilidade no processo da recuperao da sade, entretanto, ele precisa do conhecimento sobre o que est ocorrendo para que possa fazer essa assuno consciente de seu papel no processo como um todo.
O profissional farmacutico um elemento fundamental nesse contexto, considerando a identificao dos PRMs para evitar o aparecimento dos RNMs.
Um dos aspectos importantes est no conhecimento das interaes que podero ocorrer entre inmeros outros fatores envolvidos.
Os modelos de atendimento aos usurios de medicamentos esto sendo cada vez mais aprimorados, justamente pelo entendimento de que a postura de simples paciente no colabora no processo de cura. O modelo mais recente o de concordncia, ou seja, o farmacutico e o indivduo interagem em igualdade de condies, permitindo assim a formao de uma aliana teraputica entre eles. Dessa forma, o farmacutico passa a apoiar o indivduo na construo do seu prprio conhecimento e de atitudes objetivando o uso
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racional de medicamentos, alm de ser considerado um conhecedor de sua prpria doena e dos medicamentos utilizados.
Segundo levantamento estatstico realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), foi evidenciado que 31,3% (59,5 milhes de pessoas) afirmaram ter pelo menos uma doena crnica e 5,9% declararam ter trs ou mais. Deve ser considerado tambm que a populao brasileira est envelhecendo e com isso, provavelmente, o nmero de usurios crnicos de medicamentos tambm aumentar.
Esse quadro leva necessidade de reflexo por parte dos profissionais da sade sobre as necessidades dos indivduos em relao ao esquema farmacoteraputico estabelecido e de que a possibilidade do surgimento de interaes um fato real, que deve ser preditivo quando possvel, para o desenvolvimento de outro esquema alternativo.
Considerando a necessidade de uma orientao geral no atendimento ao usurio de medicamento, foram elaborados guias orientativos dos principiais fitoterpicos, considerando as principais interaes descritas na literatura daqueles constantes na Instruo Normativa n 05, de 11 de dezembro de 2008.
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PARTE 5 | INTERAO MEDICAMENTOSA
Segundo Fonseca, quando duas drogas interagem, a resposta farmacolgica final pode resultar, entre outras, no aumento dos efeitos de uma ou outra droga; no aparecimento de efeitos totalmente novos, diferentes dos observados com quaisquer das drogas usadas isoladamente; na inibio dos efeitos de uma droga pela outra; ou pode no ocorrer nenhuma modificao no efeito final, apesar de a cintica e de o metabolismo de uma ou de ambas as drogas terem sido substancialmente alterados.
Interao pode ser definida como uma resposta farmacolgica ou clnica administrao de dois ou mais frmacos que seja diferente da resposta desencadeada por esses frmacos, quando tomados individualmente. Ou seja, os efeitos resultantes podem ser benficos quando melhoram a eficcia teraputica ou reduzem seus efeitos adversos.
considerada prejudicial quando aumenta exageradamente os efeitos farmacolgicos dos princpios ativos ou estes se antagonizam a ponto de anular, mesmo que parcialmente, seus efeitos teraputicos.
Tipos:
Adio: dois frmacos que possuem mecanismos de ao semelhantes apresentam efeitos aditivos.
Somao: dois frmacos produzem efeitos semelhantes, mas atuam por mecanismos diferentes.
Potencializao: o efeito resultante da associao de dois frmacos maior que a soma dos efeitos de cada um. a potencializao por sinergismo.
Classificao das interaes medicamentosas
Fsico-qumicas (interessante sob o ponto de vista de antagonizar os efeitos exacerbados de frmacos):
Mecanismos frequentemente observados: reaes de xido-reduo; reao de precipitao; adsoro; neutralizao.
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Farmacocinticas:
So decorrentes das modificaes produzidas por um frmaco desencadeante sobre os processos de absoro, distribuio, biotransformao e excreo de um outro frmaco, cujo efeito modificado. Um dos agentes capaz de modificar os parmetros farmacocinticos de outro agente administrado concomitantemente ou os dois agentes tm sua farmacocintica alterada.
Interaes bioqumicas:
Podem ser enquadradas no grupo das interaes farmacocinticas; contudo, seus mecanismos que envolvem modificaes das atividades de diversos sistemas enzimticos justificam a constituio de um grupo especial.
Farmacodinmicas:
Resultam das modificaes na resposta do rgo efetor, dando origem a fenmenos de sinergia, antagonismo ou potenciao. Essas interaes podem ser verificadas no nvel dos receptores farmacolgicos ou no nvel de processos moleculares subsequentes ativao dos receptores. Constituem as interaes nas quais os efeitos finais so resultantes das aes farmacodinmicas prprias dos agentes concorrentes. Ou seja, quando os efeitos da adio, somao ou potencializao so semelhantes e quando os efeitos so opostos: antagonismo.
Antagonismo:
Fisiolgico: dois agentes com mecanismos independentes exibem efeitos opostos;
Farmacolgico: os agentes concorrentes atuam nos receptores comuns ou sobre as mesmas estruturas, tendo-se, respectivamente, antagonismo farmacolgico competitivo;
Fsico: antagonismo se faz por mecanismo puramente fsico;
Qumico: quando os agentes concorrentes reagem entre si quimicamente.
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A ocorrncia de possveis interaes envolve um conhecimento amplo de vrios aspectos relacionados aos medicamentos, aos pacientes (talvez seja esse o de maior complexidade) e, tambm, via de administrao.
Quando consideramos os aspectos relacionados aos medicamentos, temos que abordar tanto a questo farmacocintica quanto a questo farmacodinmica, alm das situaes que podero influenciar a ao de determinado frmaco, como uma simples alterao de pH urinrio.
As caractersticas apresentadas pelo paciente devero ser consideradas. Por exemplo, a constituio gentica, os estados patolgicos (diabetes, hipo ou hipertireoidismo, etilismo etc.), a funo heptica (com diminuio, poder ocorrer uma metabolizao insuficiente dos medicamentos gerando alterao dos nveis sricos e aumento da possibilidade de interao), os nveis sricos de protenas (a hipoalbuminemia aumenta a gravidade de interao de drogas, cuja eliminao envolve a conjugao proteica), a ingesto de alimentos, a idade, entre outros aspectos, so de grande importncia para a orientao correta em relao ao uso de medicamentos.
No podemos deixar de mencionar as consideraes sobre as vias de administrao, que, tal como os aspectos mencionados anteriormente, tm papel fundamental na predio de possveis interaes. Nesse sentido, devemos considerar a via e o tempo de administrao, o perodo do tratamento (algumas interaes podero ser desencadeadas aps determinado tempo de utilizao do medicamento), a posologia (s vezes a interao dose-dependente) e a forma farmacutica.
Conforme exposto anteriormente, entendemos que o aparecimento de possveis interaes medicamentosas no um processo simples de ser verificado e, particularmente, quando se trata de fitoterpicos, j que grande parte da populao, por crendice popular, acredita que medicamentos contendo drogas de origem vegetal no apresentam problemas em sua administrao por, essencialmente, apresentarem componentes vegetais em sua composio.
Uma das reas que est sendo desenvolvida intensamente a farmacovigilncia. Sua importncia fundamental para os registros de reaes adversas a medicamentos que ocorrem durante ou aps o uso de um medicamento, a interao medicamentosa, o desvio de qualidade, o uso abusivo e a ineficcia teraputica.
As pesquisas realizadas na rea de fitoterpicos para a avaliao do uso eficaz e seguro de fitoterpicos so ainda incipientes, e as notificaes de eventos auxiliam na gerao de novas informaes, colaborando para a promoo de seu uso racional.
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Em publicao, Balbino & Dias (2010) apresentam os resultados da avaliao das notificaes de eventos adversos a plantas medicinais e seus derivados (fitoterpicos), efetuadas voluntariamente ao Sistema Nacional de Farmacovigilncia, coordenado pela Anvisa, no perodo de janeiro de 1999 a maro de 2009. Para destacar a importncia desse assunto, est representado parcialmente abaixo o quadro elaborado pelos citados autores que retrata a importncia das notificaes para a melhoria das informaes relacionadas utilizao de medicamentos fitoterpicos.
Fonte: BALBINO E.E.; DIAS, M.F. Farmacovigilncia: um passo em direo ao uso racional de plantas medicinais e fitoterpicos. Rev Bras Farmacogn. 2010;20(6). Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2010000600027&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
Essa situao poder ser modificada com a exposio do usurio de medicamento educao em sade por meio das orientaes recebidas por profissionais capacitados, o que poder ser intensificado atravs da prtica da ateno farmacutica. O quadro a seguir (parte 6) contm as principais informaes descritas em literatura sobre os medicamentos fitoterpicos de uso oral constantes na Instruo Normativa n 05, de 11 de dezembro de 2008. Sua finalidade facilitar o acesso no atendimento ao usurio de medicamento, considerando que se constitui uma ferramenta aditiva, porm, no nica na orientao sobre a predio de possveis interaes.
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PARTE 6 | QUADROS ORIENTATIVOS DAS PRINCIPAIS INTERAES DE MEDICAMENTOS FITOTERPICOS DE USO ORAL
CONSTANTES NA INSTRUO NORMATIVA N 05, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2008.
Instruo Normativa n 05, de 11 de dezembro de 2008.
Determina a publicao da LISTA DE MEDICAMENTOS FITOTERPICOS DE REGISTRO SIMPLIFICADO
Relao de medicamentos de uso oral e possveis interaes decorrentes:
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1- AESCULUS HIPPOCASTANUM L. (CASTANHA-DA-NDIA)
Uso teraputico: fragilidade capilar, insuficincia venosa
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Antiplaquetrios e anticoagulantes
cido acetilsaliclico, varfarina, heparina,
clopidogrel
Aumento do risco de sangramentos.
Anti-inflamatrios no esteroidais
Ibuprofeno e naproxeno Aumento do risco de
sangramentos.
Hipoglicemiantes Insulina e outros frmacos
para diabetes (em animais) Intensificao dos
efeitos hipoglicemiantes. Anticidos e antiulcerosos
---- Diminuio da ao.
Laxativos Sene Intensificao do efeito. Antibiticos Gentamicina Intensificao da nefrotoxicidade.
Comentrios gerais
A escina pode se ligar s protenas plasmticas e afetar a ligao a outras drogas.
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2 - ALLIUM SATIVUM L. (ALHO)
Uso teraputico: coadjuvante no tratamento de hiperlipidemia e hipertenso arterial leve, auxilia na preveno de aterosclerose
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Anticoagulantes e antiplaquetrios
Varfarina, heparina, cido acetilsaliclico e clopidogrel
Aumento do risco de sangramentos.
Anti-inflamatrios no esteroidais
Ibuprofeno e naproxeno Aumento do risco de
sangramentos.
Hipoglicemiantes Insulina e glipizida Intensificao dos efeitos
hipoglicemiantes.
Antirretrovirais inibidores da
protease
Saquinavir e outros antirretrovirais
Diminuio de nveis plasmticos, podendo ocorrer ineficcia
teraputica. Diminuio e/ou elevao da
biodisponibilidade do frmaco.
Quimioterpicos Citarabina e fludarabina Intensificao dos efeitos
antineoplsicos. Frmacos
metabolizados pelo sistema
heptico enzimtico P450
---- Interao varivel.
Anti-hipertensivos inibidores da ECA
Lisinopril Aumento do efeito hipotensor do
frmaco.
Antidiabtico Clorpropamida Elevao da biodisponibilidade do
frmaco. Analgsico e antitrmico
Paracetamol Alteraes nos perfis
farmacocinticos do frmaco. Tuberculostticos Isoniazida Reduo da absoro. Bloqueadores de canais de clcio
Diltiazem, nicardipine, verapamil
Reduo de efetividade.
Quimioterpicos Etoposide, paclitaxel,
vinblastina, vincristina, vindesina
Reduo de efetividade.
Antifngicos Cetoconazol, itraconazol Reduo de efetividade. Glicocorticoides ---- Reduo de efetividade.
Anestsico e analgsico opioide
Alfentanil Reduo de efetividade.
Tratamento do refluxo
gastroesofgico Cisaprida Reduo de efetividade.
Analgsico narctico
Fentanil Reduo de efetividade.
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Antiarrtmicos da classe I (subgrupo
1B), anestsico local
Lidocana Reduo de efetividade.
Antagonistas dos Receptores da Angiotensina (ARAs) e para hipertenso
arterial
losartan Reduo de efetividade.
Benzodiazepnico Midazolam Reduo de efetividade. Contraceptivos Estrognios Reduo da efetividade.
Comentrios gerais
Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para
profissionais da sade, pela Anvisa.
De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este
medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.
No foram estabelecidas precaues para uso peditrico e em idosos (OMS, 1998).
Esse medicamento no pode ser utilizado em associao com anticoagulantes orais, heparina, agentes trombolticos, antiagregantes plaquetrios e anti-inflamatrios no esteroidais, por aumentarem o risco de hemorragias" (MICROMEDEX, 2007). Quando associado a inibidores da protease, pode reduzir as concentraes sricas dessa classe, aumentando o risco de resistncia ao antirretroviral e falhas no tratamento (GALLICANO et al. 2003; PISCITELLI et al., 2002). Alm disso, pode diminuir a efetividade da clorzoxazona por induzir o seu metabolismo (GURLEY et al., 2002).
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3 - ARCTOSTAPHYLOS UVA-URSI SPRENG (UVA-URSI)
Uso teraputico: infeces do trato urinrio
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Acidificantes urinrios ---- A uva-ursi no deve ser
administrada concomitantemente a medicamentos ou alimentos que
acidificam a urina.
Comentrios gerais
Restrio de uso: no utilizar continuamente por mais de uma semana nem por mais de cinco semanas/ano. No usar em crianas com menos de 12 anos.
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4 - CENTELLA ASIATICA (L.) URBAN (CENTELA)
Uso teraputico: insuficincia venosa dos membros inferiores
Classe Exemplo Possveis consequncias da
interao
Anti-inflamatrio Dexametasona
(em animais) Ao antagnica aos efeitos que a dexametasona
exerce como agente supressor no processo de cicatrizao
(portanto, contribuio efetiva no processo cicatricial).
Anti-hansenase ---- Administrao oral com cloreto de
potssio resultou em terapia eficaz.
Comentrios gerais
Nenhuma informao relevante a ser comentada.
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5 - CIMICIFUGA RACEMOSA (L.) NUTT. (CIMICFUGA)
Uso teraputico: sintomas do climatrio
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Antiplaquetrios cido acetilsaliclico Intensificao da ao.
Hormnios Estrognios e
contraceptivos orais Interao negativa.
Hipotensores betabloqueadores
Metoprolol e propranolol Intensificao do efeito hipotensor.
Hipotensores bloqueadores do canal de clcio
Diltiazem e verapamil Intensificao do efeito hipotensor.
Quimioterpico e infertilidade anovulatria
Tamoxifeno Potencializao do
efeito do tamoxifeno.
Para alcoolismo crnico
Dissulfiram Desencadeamento de
usea e vmito.
Antiprotozorio Metronidazol Desencadeamento de
nusea e vmito. Antianmicos
(anemia ferropriva)
---- Inibio da absoro de ferro.
Comentrios gerais
Venda sob prescrio mdica.
Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para
profissionais da sade, pela Anvisa.
De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco B. Este medicamento no deve ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.
H um relato de hepatite necrosante ocorrida aps a tomada de um produto base de C. racemosa por uma semana, portanto, este medicamento deve ser administrado com cuidado a pacientes com insuficincia heptica grave.
Pessoas alrgicas a salicilatos devem utilizar este medicamento com cuidado, pois produtos base de C. racemosa contm pequenas quantidades de cido saliclico.
Pode potencializar o efeito de medicamentos anti-hipertensivos.
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6 - CYNARA SCOLYMUS L. (ALCACHOFRA)
Uso teraputico: colertico (aumento da liberao de blis a partir da vescula biliar) e colagogo (aumento da produo de blis pelo fgado)
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Diurticos
Furosemida (diurtico de ala), tiazdicos
(clortalidona, hidroclorotiazida,
indapamida)
(em animais) Queda de presso arterial por reduo de volume
sanguneo (aumento de diurese), alm de aumentar a excreo de potssio causando a hipocalemia.
Comentrios gerais
Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para
profissionais da sade, pela Anvisa.
O uso concomitante deste medicamento com diurticos em presena de hipertenso ou cardiopatias deve ser realizado sob estrita superviso mdica, dada a possibilidade de haver descompensao da presso arterial, ou, se a eliminao de potssio considervel, uma potencializao de drogas cardiotnicas. No existem estudos disponveis para recomendar o uso em menores de 12 anos ou durante a gravidez.
Pode reduzir a eficcia de medicamentos que interferem na coagulao sangunea, como cido acetilsaliclico e anticoagulantes cumarnicos (por exemplo, a varfarina).
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7 - ECHINACEA PURPUREA MOENCH. (EQUINCEA)
Uso teraputico: preventivo e coadjuvante na terapia de resfriados e infeces do trato respiratrio e urinrio
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Frmacos imunossupressores
---- No poder ser administrada.
Esteroides anabolizantes
---- Hepatotoxicidade aumentada.
Quimioterpico Metrotexato Hepatotoxicidade aumentada. Antifngico Cetoconazol Hepatotoxicidade aumentada.
Antiarrtmico Amiodarona Hepatotoxicidade aumentada. Analgsico Acetominofeno Hepatotoxicidade aumentada.
Estimulante Cafena Aumento das reaes adversas
da cafena.
Imunossupressores Azatioprina, ciclosporina
e prednisona Possvel interferncia.
Frmacos que so submetidos ao metabolismo
heptico
Clozapina, haloperidol, imipramina, teofilina, propranolol e outros.
Intensificao do efeito e das reaes adversas.
Comentrios gerais
Venda sob prescrio mdica. Restrito para no mximo oito semanas de uso contnuo, pois poder causar danos hepticos. No poder ser administrada em pacientes com tuberculose, esclerose mltipla, sndrome da imunodeficincia adquirida e doenas autoimunes.
Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para
profissionais da sade, pela Anvisa.
No h estudos disponveis sobre o uso deste medicamento em mulheres e lactantes (OMS, 1998).
De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C, no devendo ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista. No existem recomendaes especficas para o uso de E. purpurea em pacientes idosos e outros grupos de risco. No so conhecidas interaes medicamentosas de extratos de E. purpurea com outros medicamentos.
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8- EUCALYPTUS GLOBULUS LABILL. (EUCALIPTO)
Uso teraputico: antissptico/antibacteriano de vias areas superiores e expectorante
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Medicamentos que atuam no
Sistema Nervoso Central (SNC)
Benzodiazepnicos (lorazepam ou diazepam), barbitricos (fenobarbital),
narcticos (codena), alguns antidepressivos e
lcool)
Intensificao na dificuldade de raciocnio.
Hipoglicemiantes ---- Intensifica a diminuio dos nveis
de acar no sangue. Quimioterpico 5-Fluoruracila Aumento da absoro.
Frmacos metabolizados pelo sistema enzimtico
citocromo P450
---- Diminuio dos nveis sanguneos do frmaco com reduo de ao
farmacolgica.
Comentrios gerais
Nenhuma informao relevante a ser comentada.
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9 - GINKGO BILOBA L. (GINKGO) Uso teraputico: vertigens e zumbidos (tinidos) resultantes de distrbios circulatrios; distrbios circulatrios perifricos (claudicao intermitente); e insuficincia vascular cerebral
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Antiplaquetrios cido acetilsaliclico
clopidogrel Risco de sangramento.
Anticoagulantes Varfarina
Heparina Risco de sangramento.
Anti-inflamatrios no esteroidais
Ibuprofeno
naproxeno Risco de sangramento.
Alho ---- Risco de sangramento. Vitamina Vitamina E Risco de sangramento.
Anticonvulsivantes Fenitona Diminuio do efeito.
Antidepressivos (inibidores da
Monoaminoxidase) ----
Intensificao do efeito e tambm dos efeitos colaterais (cefaleia,
tremores e surtos manaco-depressivos).
Antidepressivo Sertralina Aumento de batimentos
cardacos, hipertermia, sudorese, rigidez muscular e agitao.
Hipoglicemiantes ---- Poder afetar os nveis de
insulina e do acar no sangue. Disfuno ertil Sildenafil Intensificao do efeito.
Quimioterpico 5-Fluoruracila Intensificao dos efeitos
colaterais. Imunossupressor Ciclosporinas Intensificao da toxicidade renal.
Alimentos que contenham
tiramina ---- Elevao da presso arterial.
Inibidor reversvel da
acetilcolinesterase (Alzheimer)
Donepezil e tacrine Intensificao de urina e
salivao.
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Comentrios gerais
Venda sob prescrio mdica. Alertar pessoas que utilizam antiplaquetrios, anticoagulantes, alho, vitamina E sobre o risco das interaes.
Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para
profissionais da sade, pela Anvisa.
De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista. Este medicamento no deve ser utilizado em crianas menores de 12 anos e no existem contraindicaes ou precaues especficas para os pacientes idosos.
A associao deste medicamento com anticoagulantes, antiplaquetrios, anti-inflamatrios no esteroidais (AINES) e/ou agentes trombolticos pode aumentar o risco de hemorragias.
Este medicamento pode diminuir a efetividade dos anticonvulsivantes e alterar os efeitos da insulina, aumentando a sua depurao. Pode provocar mudanas no estado mental quando associado buspirona ou Hypericum perforatum.
Potencializa o efeito dos inibidores da monoaminaoxidase e aumenta o risco dos efeitos colaterais da nifedipina.
Pode aumentar o risco de aparecimento da sndrome serotoninrgica quando associado aos inibidores da recaptao de serotonina e pode causar hipertenso em uso concomitante com os diurticos tiazdicos.
A associao deste medicamento com omeprazol acarreta diminuio de nvel srico do omeprazol (YIN et al, 2004).
A associao com trazodona pode trazer risco de sedao excessiva (GALLUZZI et al, 2000a).
Quando associado com risperidona e/ou fluoxetina h diminuio da disfuno sexual (LIN et al,2007).
A associao com papaverina pode acarretar potencializao de efeitos teraputicos e adversos (SIKORA et al, 1989).
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10 - GLYCYRRHIZA GLABRA L. (ALCAUZ)
Uso teraputico: expectorante, coadjuvante no tratamento de lceras gstricas e duodenais
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Anti-hipertensivos ---- Intensificao do efeito
hipopotassmico.
Diurticos ---- Intensificao do efeito
hipopotassmico.
Glicosdeo cardaco
Digoxina Aumenta o risco de intoxicao
por digoxina por induzir a hipopotassemia.
Antialrgico Loratadina Efeito aditivo. Contraceptivos
orais ----
Risco de hipertenso, edema e hipocalemia.
Anti-inflamatrio Hidrocortisona Potencializao da
vascularizao cutnea.
Comentrios gerais
No dever ser utilizado continuamente por mais de seis semanas sem acompanhamento mdico.
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11 - HAMAMELIS VIRGINIANA L. (HAMAMLIS)
Uso teraputico: hemorroidas
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
---- ----
Por apresentar taninos em sua composio o uso desta planta poder ocasionar a reduo na
absoro de alguns medicamentos.
Comentrios gerais
Nenhuma informao relevante a ser comentada.
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12 - HYPERICUM PERFORATUM L. (HIPRICO)
Uso teraputico: estados depressivos leves a moderados
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Contraceptivos orais ----
Reduo da efetividade do medicamento.
Sangramentos ou gravidez indesejada.
Inibidores da bomba de prtons
Lansoprazol, omeprazol
Aumento da fotossensibilidade.
Anti-inflamatrio Piroxicam Aumento da fotossensibilidade. Bacteriosttico Sulfonamida Aumento da fotossensibilidade. Inibidores da
monoaminoxidase ---- Aumento da presso sangunea.
Imunossupressor Ciclosporina
Diminuio nos nveis sanguneos desses frmacos com
comprometimento da ao farmacolgica.
Antirretrovirais Indinavir
Diminuio nos nveis sanguneos desses frmacos com
comprometimento da ao farmacolgica.
Glicosdio cardiotnico
Digoxina
Diminuio nos nveis sanguneos desses frmacos com
comprometimento da ao farmacolgica.
Antiasmtico Teofilina
Diminuio nos nveis sanguneos desses frmacos com
comprometimento da ao farmacolgica.
Anticoagulante Varfarina
Diminuio nos nveis sanguneos destes frmacos com
comprometimento da ao farmacolgica.
Frmacos que so submetidos s
enzimas hepticas
Omeprazol, talbutamida, cafena,
carbamazepina,
Os nveis sanguneos dos frmacos podero ser
aumentados em curto espao de
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citocromo P450 ciclosporina, midazolam, nifedipina, sinvastatina, teofilina,
antidepressivos tricclicos, varfarina,
inibidores da transcriptase reversa no nucleosdeos ou
inibidores da protease
tempo, causando aumento dos efeitos ou potencializao das reaes adversas srias e/ou serem diminudas em maior
espao de tempo.
Antidepressivos tricclicos
Amitriptilina
Reduo da eficcia da amitriptilina.
Uso concomitante com o hiprico poder causar sndrome
serotoninrgica. Inibidores da
recaptao da serotonina
---- Uso concomitante com o hiprico
poder causar sndrome seratoninrgica.
Inibidores da monoaminoxidase
----
Uso concomitante com o hiprico poder causar sndrome
seratoninrgica. Elevao intensa da presso
arterial.
Inibidores de apetite ---- Uso concomitante com o hiprico
poder causar sndrome seratoninrgica.
Antiexaquequosos (agonistas
serotoninrgicos e alcaloides do ergot)
---- Uso concomitante com o hiprico
poder causar sndrome seratoninrgica.
Broncodilatadores ---- Uso concomitante com o hiprico
poder causar sndrome seratoninrgica.
Ansioltico Alprazolam Reduo da eficcia do
alprazolam.
Fotossensibilizantes
cido aminolevulnico, amitriptilina,
ciprofloxacina, norfloxacina,
lomefloxacina, ofloxacina,
levofloxacina, sparfloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina,
trimetoprima/sulfametoxazol, tetraciclina,
metoxsalen e trioxsalen
Aumento de fotossensibilidade.
-
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Quimioterpicos Imatinibe, irinotecan Reduo da eficcia.
Inibidores da protease
Amprenavir, nelfinavir, ritonavir e saquinavir
Reduo na eficcia dos frmacos.
Analgsicos narcticos
Hidrocodona, morfina, oxicodona e outros
Intensificao da ao dos frmacos e tambm dos efeitos
colaterais.
-----
Meperidina, nefazodona, paroxetina,
pentazocina, sertralina, tramadol
Intensificao da ao dos frmacos e tambm dos efeitos
colaterais.
-----
Mefenitona, nortriptilina, fenobarbital,
fencroupomom, fenitona, reserpina,
barbitricos, tracolimus
Reduo na eficcia dos frmacos.
Comentrios gerais
Venda sob prescrio mdica. Cuidados: alimentos e plantas que contenham tiramina. Deve ser reiterado o cuidado na administrao desse fitoterpico considerando todas as interaes descritas e outras de menor gravidade. O hiprico utiliza o sistema enzimtico P450, particularmente, CYP3A4 e P-glicoprotena, interferindo na eficcia de inmeros frmacos.
Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para
profissionais da sade, pela Anvisa.
Existe interao de H. perforatum com ciclosporina, anticoagulantes cumarnicos, anticoncepcionais orais, teofilina, digoxina, indinavir e possivelmente outros inibidores da protease e transcriptase reversa, prejudicando os efeitos destes. Isto ocorre devido induo pelo H. perforatum da via metablica envolvendo o citocromo P450.
A utilizao de H. perforatum concomitante a antidepressivos inibidores da recaptao de serotonina e inibidores da monoaminoxidase poder causar sndrome serotoninrgica. No recomendado utilizar H. perforatum com drogas fotossensibilizantes como clorpromazina ou tetraciclina. O extrato de H. perforatum no demonstrou interao com o lcool em estudos farmacolgicos, porm sabe-se que o lcool pode piorar o quadro depressivo.
De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.
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13 - MATRICARIA RECUTITA L. (CAMOMILA)
Uso teraputico: antiespasmdico intestinal, dispepsias funcionais
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Anticoagulantes e antiplaquetrios
Varfarina, heparina, clopidogrel
Aumento do risco de sangramento.
Barbitricos e outros depressores do SNC
Fenobarbital Intensificao ou prolongamento
da ao depressora do SNC. Alimentos ou
medicamentos ---- Reduo da absoro de ferro.
Anti-inflamatrios no esteroidais
Ibuprofeno, naproxeno Aumento do risco de sangramento.
Quimioterpico Tamoxifeno Interage com moduladores seletivos dos receptores de
estrognio. Inibidores da
reabsoro ssea (anti-hipercalcmico)
Raloxifeno Interage com moduladores seletivos dos receptores de
estrognio.
Comentrios gerais
Tintura dever ser administrada somente em uso tpico. Dados sugerem que a camomila interfere no sistema enzimtico citocromo P450, e os frmacos que
utilizam essa via podero estar em concentrao aumentada na corrente sangunea e intensificar as reaes adversas.
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14 - MAYTENUS ILICIFOLIA MART. EX REISS. (ESPINHEIRA-SANTA)
Uso teraputico: dispepsias, coadjuvante no tratamento de gastrite e de lcera gastroduodenal
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
---- Etanol e outros medicamentos
No existem informaes disponveis na literatura
consultada sobre possveis interaes e, portanto, a
administrao concomitante no recomendada.
Comentrios gerais
Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para
profissionais da sade, pela Anvisa.
De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.
No existem recomendaes especficas para o uso de M. ilicifolia em pacientes idosos e outros grupos de risco.
A administrao concomitante de M. ilicifolia com bebidas alcolicas e outros medicamentos no recomendada, pois no existem estudos disponveis sobre as interaes medicamentosas deste fitoterpico.
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15 - MELISSA OFFICINALIS L. (MELISSA, ERVA-CIDREIRA)
Uso teraputico: carminativo, antiespasmdico e ansioltico leve
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Depressores do SNC
---- Intensificao da ao
depressora.
Comentrios gerais
Nenhuma informao relevante a ser comentada.
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16 - MENTHA PIPERITA L. (HORTEL-PIMENTA)
Uso teraputico: carminativo, antiespasmdico intestinal, expectorante
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Antianmicos (anemia
ferropriva) ---- Inibio da absoro de ferro.
Drogas cardivasculares
Felodipino e sinvastatina Elevao da concentrao dos
frmacos no sangue.
Imunossupressor Ciclosporina (animais) Intensificao da
absoro do frmaco. Frmacos que
utilizam o sistema enzimtico heptico
citocromo P450
----
Elevao da concentrao dos frmacos no sangue, podendo provocar a intensificao dos
efeitos ou potencializar reaes adversas.
Comentrios gerais
Nenhuma informao relevante a ser comentada.
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17- MIKANIA GLOMERATA SPRENGL. (GUACO)
Uso teraputico: expectorante e broncodilatador
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Antibiticos Tetraciclinas, cloranfenicol, gentamicina, vancomicina
e penicilina
(estudo in vitro) Ao sinrgica contra Staphylococcus aureus.
Comentrios gerais
Nenhuma informao relevante a ser comentada.
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18 - PANAX GINSENG C. A. MEY (GINSENG)
Uso teraputico: estado de fadiga fsica e mental, adaptgeno
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Quimioterpico Imatinibe Aumento de hepatotoxicidade. Frmaco para insuficincia
coronria aguda e crnica
Nifedipina Aumento dos efeitos colaterais da
nifedipina.
Hormnios Estrognios
Efeito aditivo na ao dos estrognios, falha nos perodos menstruais, sangramentos ps-menopausa, aumento de mama
em homens, dificuldade na manuteno da ereo, aumento
da libido.
Anticoagulantes Varfarina Reduo nos efeitos
anticoagulantes do frmaco.
Antiplaquetrios cido acetilsaliclico, heparina, clopidogrel
Aumento do risco de sangramento.
Bloqueadores do canal de clcio
---- Diminuio da efetividade do
medicamento.
Inibidores da monoaminoxidase
---- Promoo de insnia, tremor, intensificao da depresso,
agitao e cefaleia. Hipoglicemiantes ---- Aumento do risco de hipoglicemia.
Analgsicos opioides
---- Diminuio da efetividade do
medicamento. Medicamentos
para controle de presso arterial
---- O ginseng poder aumentar ou diminuir a presso sangunea.
Alimentos Caf, chs, chocolates etc. Aumento do efeito estimulante.
Frmacos que utilizam o sistema enzimtico P450
----
Elevao dos frmacos no sangue podendo ocorrer aumento
do efeito ou intensificao dos efeitos colaterais.
Fitoterpico Ginkgo biloba Aumento da funo cognitiva.
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Comentrios gerais
Usar por no mximo trs meses. No dever ser administrado a mulheres grvidas ou em fase de amamentao. H relato de morte neonatal e o desenvolvimento de caractersticas masculinas em beb do sexo feminino aps utilizao de ginseng na gravidez.
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19 - PASSIFLORA INCARNATA L. (MARACUJ, PASSIFLORA)
Uso teraputico: ansioltico leve
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Anticoagulantes e antiplaquetrios
Varfarina, cido acetilsaliclico, clopidogrel,
heparina
Aumento do risco de sangramento.
Benzodiazepnicos Vrios Intensificao da ao depressora do SNC.
Barbitricos Vrios Intensificao da ao depressora do SNC.
Frmacos inibidores da
Monoaminoxidase
Isocarboxazida, fenelzina, tranilcipromina
Efeito aditivo.
Anti-inflamatrios no esteroidais
Ibuprofeno e naproxeno Aumento do risco de
sangramento. Estimulantes Cafena e efedrina Aumento da presso arterial.
Comentrios gerais
Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para
profissionais da sade, pela Anvisa.
Mulheres grvidas, ou em fase de amamentao, no devem fazer uso deste medicamento sem orientao mdica, face presena dos alcaloides indlicos como harmana, harmina e seus derivados, na espcie vegetal. Estudos pr-clnicos relatam a atividade de estimulao uterina para estes alcaloides (VADEMECUM DE PRESCRIPCIN, 1998).
Este medicamento no dever ser utilizado junto a bebidas alcolicas. Tambm no dever ser usado associado a outros medicamentos com efeito sedativo, hipntico e anti-histamnico (VADEMECUM DE PRESCRIPCIN, 1998).
Crianas menores de 12 anos no devem usar este medicamento. De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.
No existem recomendaes especficas para o uso deste medicamento em pacientes idosos, porm, dever ser acompanhado por orientao mdica.
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Crianas menores de 12 anos no devem fazer uso deste medicamento sem orientao mdica.
Interaes medicamentosas descritas em bula: este medicamento potencializa os efeitos sedativos do pentobarbital e hexobarbital, aumentando o tempo de sono de pacientes.
H indcios de que as cumarinas presentes na espcie vegetal apresentam ao anticoagulante potencial e possivelmente interagem com varfarina, porm no h estudos conclusivos a respeito (BRINKER, 2001).
O uso deste medicamento junto a drogas inibidoras da monoaminoxidase (isocarboxazida, fenelzina e tranilcipromina) pode provocar efeito aditivo (NEWALL, 1996).
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20 - PAULLINIA CUPANA H. B. & K. (GUARAN)
Uso teraputico: psicoestimulante/astenia
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Anticoagulantes e antiplaquetrios
---- Aumenta o risco de sangramento.
Analgsicos ---- Potencia a ao de analgsicos.
Comentrios gerais
No h estudos bem controlados da utilizao de cafena em mulheres grvidas e,
portanto, dever ser evitada a sua administrao.
Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para
profissionais da sade, pela Anvisa.
Os efeitos nocivos da cafena ocorrem no uso crnico dessa substncia, havendo riscos aumentados de aborto na gestao, reduo do peso fetal e potencializao de agentes teratognicos. As metilxantinas so distribudas em todos os compartimentos corpreos. Elas atravessam a placenta e passam para o leite materno.
Estudos em mulheres grvidas demonstraram que a eliminao da cafena est significativamente reduzida durante este perodo, o que incrementa um possvel risco de toxicidade para o feto e para a me.
A cafena tem uma meia-vida plasmtica de 3 a 7 horas, aumentando em duas vezes nas mulheres durante os ltimos estgios de gravidez ou com o uso em longo prazo de anticoncepcionais esteroides orais.
De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco X. Este medicamento no deve ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista.
Devido seu efeito estimulante, este medicamento no deve ser ingerido noite por ocasionar insnia. Recomenda-se no associar este medicamento a bebidas que contenham metilxantinas (caf, ch, refrigerantes base de extrato de cola e mate), j que pode haver aumento dos efeitos do medicamento. No utilizar em crianas.
A sensibilidade a P. cupana pode estar alterada com a idade, assim, recomenda-se o uso em idosos apenas sob orientao mdica.
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Este medicamento potencia a ao de analgsicos e, quando administrado com anticoagulantes, poder inibir a agregao de plaquetas aumentando o risco de sangramento (NICOLETTI, 2007).
Este medicamento pode levar a hipocalcemia e, consequentemente, aumentar a toxicidade da digoxina.
O etinilestradiol pode potencializar o efeito da cafena, enquanto a cimetidina potencia seu efeito e tambm sua toxicidade.
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21 - PEUMUS BOLDUS MOLINA (BOLDO, BOLDO-DO-CHILE)
Uso teraputico: colagogo, colertico, dispepsias funcionais, distrbios gastrintestinais espsticos
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Anticoagulantes e Antiplaquetrios
cido acetilsaliclico, heparina, clopidogrel,
varfarina
Ao aditiva em funo de a boldina inibir a formao do
Tromboxano A2.
Comentrios gerais
Informaes e respectivas referncias bibliogrficas descritas em bula disponibilizada para
profissionais da sade, pela Anvisa.
No se recomenda o uso contnuo deste medicamento. O uso de P. boldus no deve ultrapassar quatro semanas consecutivas. De acordo com a categoria de risco de frmacos destinados s mulheres grvidas, este medicamento apresenta categoria de risco C e no dever ser utilizado por mulheres grvidas sem orientao mdica ou do cirurgio-dentista. Este medicamento no indicado para mulheres grvidas ou em amamentao.
No existem recomendaes especficas para o uso deste medicamento em pacientes idosos.
Crianas menores de seis anos no devem fazer uso deste medicamento.
Segundo informao descrita em bula do medicamento: no foram encontradas na literatura referncias a interaes medicamentosas com medicamentos a base de P. boldus.
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22 - PIMPINELLA ANISUM L. (ERVA-DOCE, ANIS)
Uso teraputico: expectorante, antiespasmdico, carminativo e dispepsias funcionais
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao Hipnticos e
sedativos ---- Prolongamento da ao.
Comentrios gerais
Nenhuma informao relevante a ser comentada.
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23 - PIPER METHYSTICUM G. FROST. (KAVA-KAVA)
Uso teraputico: ansioltico/ansiedade e insnia
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Inibidores da Monoaminoxidase
---- Aumento do risco dos efeitos
adversos ocasionado pela inibio excessiva da monoaminoxidase.
Estimulante dos receptores
dopaminrgicos (antiparkinsonianos)
Pergolide Diminuio da efetividade
do frmaco.
Ansioltico Alprazolam Aumento da ao depressora
do SNC. Inibidores da
galactogenese Bromocriptina
Diminuio da efetividade do frmaco.
Antiparkinsoniano Pramipexol Diminuio da efetividade
do frmaco.
Antiparkinsoniano Levodopa Diminuio da efetividade
do frmaco. Agonistas
dopaminrgicos
Ropinirol Diminuio da efetividade
do frmaco.
Antagonistas dopamnicos
----
Poder causar bloqueio dopaminrgico e provocar
discenesia, distonia e parkisonismo.
Frmacos que atuam no SNC
lcool, barbitricos, benzodiazepnicos e agentes psicoativos
Intensificao do efeito dos frmacos.
Anabolizantes Esteroides anabolizantes Ocorrncia de danos hepticos. Antiarrtmico Amiodarona Ocorrncia de danos hepticos.
Antineoplsico Metotrexato Ocorrncia de danos hepticos. Analgsico/ antitrmico
Paracetamol Ocorrncia de danos hepticos.
Antifngico Cetoconazol Ocorrncia de danos hepticos. Relaxantes musculares
---- Aumento da ao
depressora do SNCl.
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Anticoagulante Heparina de baixo peso
molecular Aumento de risco de ocorrncia
de sangramento. Frmacos
trombolticos ----
Aumento de risco de ocorrncia de sangramento.
Antiplaquetrios ---- Aumento de risco de ocorrncia
de sangramento.
Antipsicticos Fenotiazinas Intensificao dos efeitos
colaterais dos antagonistas dopaminrgicos.
Antiparkinsonianos Amantadina Diminuio do efeito do frmaco. Analgsicos
opioides ----
Aumento da ao depressora do SNCl.
Comentrios gerais
Venda sob prescrio mdica. A OMS orienta que essa droga no seja administrada por mais de trs meses sem orientao mdica. Relatos clnicos de toxicidade heptica: hepatite, cirrose, insuficincia heptica.
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24 - POLYGALA SENEGA L. (POLGALA) Uso teraputico: bronquite crnica, faringite
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
---- ----
No existem informaes disponveis na literatura
consultada sobre possveis interaes e, portanto, a
administrao concomitante a outros medicamentos no
recomendada.
Comentrios gerais
Nenhuma informao relevante a ser comentada.
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25 - RHAMNUS PURSHIANA DC. (CSCARA-SAGRADA)
Uso teraputico: constipao ocasional
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Diurticos tiazdicos
---- Ocorrncia de perda excessiva de
potssio resultando em hipocalemia.
Glicosdeos cardiotnicos
---- Ocorrncia de desequilbrio
eletroltico potencializando o efeito dos glicosdeos cardiotnicos.
Frmacos administrados por
via oral ----
Como estimula o trnsito gastrintestinal poder afetar a
absoro de frmacos administrados por via oral.
Comentrios gerais
No usar continuamente por mais de uma semana.
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26 - SALIX ALBA L. (SALGUEIRO-BRANCO)
Uso teraputico: antitrmico, anti-inflamatrio, analgsico
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Analgsico/antipirtico
Paracetamol Nefrotoxicidade
Antianmicos (anemia
ferropriva)
---- Diminuio da absoro de ferro.
Comentrios gerais
Nenhuma informao relevante a ser comentada.
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27 - SAMBUCUS NIGRA L. (SABUGUEIRO)
Uso teraputico: mucoltico/expectorante, tratamento sintomtico de gripe e resfriado
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
---- ----
No existem informaes disponveis na literatura
consultada sobre possveis interaes e, portanto, a
administrao concomitante a outros medicamentos no
recomendada.
Comentrios gerais
No utilizar folhas por conterem glicosdeos cianognicos que podem ser txicos
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28 - SENNA ALEXANDRINA MILL., CASSIA ANGUSTIFOLIA VAHL OU CASSIA SENNA L. (SENE)
Uso teraputico: laxativo
Classe Exemplo Possveis Consequncias da
Interao
Frmacos administrados por
via oral ----
Poder reduzir a absoro de frmacos administrados por via oral, considerando que haver
diminuio do tempo do trnsito intestinal.
Glicosdeos cardiotnicos
Digitalis e estrofanto Aumenta a perda de potssio e
inten