manual fiação viscose

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MANUAL TCNICO para FIAES

Rev 01-Abril/2000

FibraCel

NDICE

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

INTRODUO ......................................................................................................................................... 3 CARACTERSTICAS DAS FIBRAS DE VISCOSE.................................................................................. 4 CARACTERSTICAS FSICO-QUMICAS ............................................................................................... 4 IDENTIFICAO DO FARDO.................................................................................................................. 5 SISTEMA DE ABERTURA DOS FARDOS DE VISCOSE....................................................................... 6 CONDIES CLIMTICAS NA FIAO ................................................................................................ 6 PROCESSAMENTO................................................................................................................................. 7Mistura algodo/viscose...................................................................................................................................7 Acabamento na mistura algodo/viscose ........................................................................................................9 Mistura polister/viscose................................................................................................................................14 Fluxos de processo ........................................................................................................................................14 Batedor...........................................................................................................................................................16 Carda .............................................................................................................................................................19 Passadeira .....................................................................................................................................................20 Maaroqueira .................................................................................................................................................21 Filatrio (anel) ................................................................................................................................................23 Conicaleira .....................................................................................................................................................25 Open End .......................................................................................................................................................26

8. 9. 10.

CONVERSES E FRMULAS.............................................................................................................. 28 PRINCIPAIS FIBRAS ............................................................................................................................. 30 ASSISTNCIA TCNICA................................................................................................................... 31

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FibraCel

1.

IntroduoA fibra de viscose produzida a partir de um elemento natural, o linter de algodo. Trata-se de uma fibra regenerada obtida atravs da dissoluo das fibras de material celulsico (algodo) formando-se uma pasta celulsica que por extruso (fieiras) e em contato com outra soluo volta a precipitar-se regenerando o material fibroso, produzindo-se assim a fibra artificial de viscose. A fibra de viscose utilizada para a fiao sistema algodo sendo fornecida nos ttulos 1,3 dtex e 1,7 dtex e comprimentos de 32 mm e 38 mm. Por tratar-se de uma fibra que possui suas caractersticas de ttulo e comprimento extremamente regulares e por possuir sua origem de uma fibra natural (celulose de algodo) confere ao processo de fiao excelentes caractersticas de processabilidade e fiabilidade seja nas misturas com algodo ou polister ou na produo de fios 100% viscose. A fibra de viscose com comprimento 32 mm recomendada para misturas com algodo cardado, e com fibra de polister com corte 32 mm. J a fibra de viscose com comprimento 38 mm recomendada para mistura com fibra de polister com corte 38 mm e produo de fios 100% viscose. Podemos citar como sendo as mais usuais misturas de fibras encontradas no mercado : Algodo/viscose Linho/viscose Polister/viscose Acrlico/viscose 75/25% e 67/33% 55/45% e 40/60% 67/33% 50/50%

Em busca de novas aplicaes muitas outras misturas esto sendo desenvolvidas, como por exemplo : Viscose/polister 67/33% e 50/50%

Com relao a mistura algodo/viscose aconselhvel que a utilizao de viscose na mistura no ultrapasse os 33%, pois pode-se gerar no processo de tingimento diferena de igualizao no tingimento das fibras, causando um aspecto rajado no artigo final, a menos que este efeito seja desejado.

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2.

Caractersticas das fibras de viscoseTtulo (dtex) Ttulo (den) Micronaire Comprimento (mm) Maticidade Tenacidade (g/dtex) Alongamento (%) 1,3 1,17 3,30 32 - 38 - 46 OP - BR 2,0 - 2,20 17,0 - 20,0 1,7 1,53 4,32 32 - 38 - 46 - 51 OP - BR 2,0 - 2,20 17,0 - 20,0 3,3 2,97 51 - 60 - 80 - 100 OP - BR 2,0 - 2,20 17,0 - 20,0

Obs.: OP = Opaco, BR = Brilhante

3.

Caractersticas fsico-qumicasPeso Especfico Seco Transversal Ponto de Fuso Resistncia a luz 1,52 g/cm3

Lobulada (estriada) No funde e sim decompem-se em 180C a 205C Perda de resistncia a trao quando exposto por um perodo prolongado luz solar Similar ao algodo, ou seja cidos concentrados a frio ou diludos a quente destroem a fibra. Solues alcalinas fortes causam inchamento da fibra e perda de resistncia a trao Atacada por oxidantes fortes Degradvel pela ao da natureza Altamente higroscpica, absorvendo at 13,0% de umidade a 21 C e 65% de umidade relativa Similar ao algodo

Resistncia aos cidos e lcalis

Resistncia a oxidantes Resistncia a microorganismos Absoro de umidade

Tingimento

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4.

Identificao do fardoO fardo de viscose fornecido em embalagem de tela de polipropileno sendo amarrado com arames de ao. Deve-se tomar o CUIDADO PARA NO CORTAR A EMBALAGEM evitando com isso uma possvel contaminao de polipropileno no interior do fardo. Todos os fardos so fornecidos com : Umidade de 7,0 a 11,5% Dimenses de 1,14 x 0,71 x 0,96 (m) Peso de +/- 235,0 kg Obs.: O peso descrito na etiqueta e no romaneio que segue junto com a nota fiscal, sendo o peso bruto, lquido e comercial. A identificao do fardo consta em uma etiqueta externa ao fardo como descrita abaixo :

Etiqueta de identificao

Ttulo em dtex Ttulo em den

Identificao Maticidade Brilhante ou Opaco Descrio do Peso Cor

Comprimento em mm

Nmero de produo do fardo Nmero do Lote

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5.

Sistema de abertura dos fardos de viscoseRecomenda-se a abertura de fardos em uma quantidade suficiente que possa gerar uma boa mescla de fibras. Normalmente a abertura dos fardos feita com no mnimo 12 fardos, porm esta condio depende da rea que o cliente possui disponvel para esta operao. Todos os fardos possuem na sua etiqueta uma numerao, que determina sua seqncia de produo. Recomenda-se o consumo dos fardos na sua seqncia de numerao, e em ordem crescente tomando o cuidado de no trabalhar-se com um intervalo de numerao muito grande. Por exemplo : Abrindo fardos n. 10.000 e passa-se a consumir fardos n. 14.000.

O consumo dos fardos no deve ser feito por igual, recomenda-se que a carga dos fardos abertos deva ser consumida de forma irregular gerando sempre a troca de 25% em 25% da carga total dos fardos com isto garante-se uma troca mais homognea e constante entre os fardos garantindo uma excelente homogeneizao das fibras. Por exemplo : Para uma abertura de 12 fardos deve-se trocar de 3 em 3 fardos (25% da carga total (12 fardos)

Os fardos devem ser acondicionados na sala de abertura, livres de sua embalagem, por um perodo mnimo de 12 horas para que a fibra de viscose equilibre-se com a condio climtica da sala de abertura garantindo-se uma tima processabilidade ao longo do processo de fiao. Para o perodo de inverno, onde a condio climtica geralmente mais crtica para o processo de fiar, recomenda-se que os fardos fiquem por um perodo mais prolongado de climatizao. NUNCA DEVE-SE MISTURAR FARDOS DE LOTES DIFERENTES. Ocorrendo este tipo de mistura a Fibra S.A. no garante a indenizao de eventuais problemas que possam ocorrer. Fardos com lotes diferentes possuem caractersticas distintas que podem afetar o processamento e a qualidade do produto final.

6.

Condies climticas na fiaoA condio climtica nas indstrias txteis fator fundamental para obter-se o maior rendimento das matrias-primas a serem utilizadas. No processo de fiao isto torna-se bastante crtico para obter-se uma boa processabilidade e uma boa qualidade do fio. Recomenda-se que trabalhe-se nas seguintes faixas: Temperatura Umidade relativa (%) : 25 a 30 C : 55 a 65%

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FibraCel

7.

Processamento Mistura algodo/viscoseEsta mistura pode ser processada em dois casos : Na Passadeira Nesta mistura utiliza-se 12,5 a 33% de viscose, o que determina ao fio alteraes nas caractersticas fsicas (melhoria da qualidade do fio e alterao do toque, com maior conforto do artigo final, alterao do brilho do artigo final) e qumicas (aumento do rendimento de tinturaria, devido a maior absoro de corante pela viscose com relao ao algodo). A mistura realizada na 1 passagem sendo suficientes 2 passagens para obter uma boa uniformizao da mescla das fibras. Nos processos de abertura/limpeza e cardas as fibras so processadas separadamente obtendo-se assim uma excelente performance da viscose. Agrega-se com este processo timas caractersticas de fiabilidade aumentando a regularidade de comprimento das fibras e diminuindo a quantidade de fibras volteis, melhorando a limpeza na fiao. Outro ponto a ser destacado na utilizao de viscose na mistura com algodo a diminuio da administrao de estoques do algodo. Recomenda-se a utilizao das fibras de viscose 1,3 ou 1,7 dtex / 32 mm. Na Passadeira No Batedor

No Batedor Nesta condio utiliza-se de 5 a 10% de viscose no algodo a fim de obter-se melhoria em algumas caractersticas do fio de algodo. utilizada principalmente quando trabalha-se com algodes de pior qualidade. Com a entrada de viscose, nas quantidades citadas, no se alteram as caractersticas fsicas e qumicas do fio de algodo. O que se busca neste tipo de mistura uma melhora na fiabilidade do algodo, melhorando-se as caractersticas de resistncia, alongamento, Uster, pontos finos e grossos e rendimento de produo da fiao. Esta mistura, devido a pequena quantidade de viscose, processada na primeira etapa do processo (abertura/limpeza) nos abridores e batedores. Recomenda-se a utilizao das fibras de viscose 1,3 ou 1,7 dtex / 32 mm.

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FibraCelVantagens na mistura Algodo/Viscose

Processo Fiao

Vantagens Diminuio da administrao do estoque de algodo, devido as mistas.

Cuidados Administrao, at a 1 passadeira, da utilizao de duas matrias-primas na produo

Diminuio das perdas de matria-prima ao longo do processo Melhor processabilidade Reduo das fibras volteis, melhorando a limpeza da fiao Tecelagem Melhor processabilidade Reduo das fibras volteis, melhorando a limpeza da tecelagem Reduo das fibras volteis, melhorando a limpeza das mquinas circulares Reduo do nmero de paradas / hora mquina Aumento de brilho Seleo correta de corantes para evitar efeito mescla. Vide obs. Controle de concentrao de alcali no brilho, no limite de 4,0%

Malharia

Tingimento / Acabamento

Melhoria no toque do artigo

Consumidor final

Maior absoro de umidade Melhor caimento Melhoria no toque do artigo Aumento do brilho do artigo Aumento do conforto

Obs.: Isto para participao de viscose acima de 10% ou na malharia circular.

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FibraCelAcabamento na mistura algodo/viscoseAcabamento em Malhas Os artigos mistos de Algodo/Viscose tem um comportamento similar aos tradicionais artigos de Algodo 100% no que se refere ao acabamento final. Obtivemos os melhores resultados quanto estabilidade dimensional utilizando calandras compactadeiras. Chegamos a ndices similares a de malhas de algodo 100% . Com uma malha mista de CO 75% / CV 25%, conseguimos os seguintes resultados : largura 3,6 comprimento 4,8

Encolhimento (%)

Pilling, na ocorrncia de excesso de pilling em artigos mistos de CO/CV, recomendamos um processo chamado de polimento biolgico, que consiste na degradao das fibrilas atravs de uma enzima cida. Alguns fornecedores so : Lambra Clariant Henkel Faz-se o polimento biolgico, antes da calandragem, ainda no aparelho de tingimento. Outros tipos de acabamentos como amaciamento, tratamento hidrorepelente, anti-chama, e outros, podem ser feitos como nas tradicionais malhas de algodo 100%. SUGESTO DE FLUXOGRAMA PARA O ACABAMENTO DE MALHAS CO/CV :

Malha Crua

Purga Alvejamento

Tingimento

Amaciamento

Polimento Biolgico Hidro extrao

Calandragem

Malha beneficiada

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FibraCelAcabamento em Tecidos Planos CHAMUSCAGEM Recomendamos a chamuscagem em tecidos planos, com a finalidade de manter reduzida a formao de Pilling, que indesejvel durante o beneficiamento ou em usos posteriores TRATAMENTO PRVIO Os tecidos planos produzidos com misturas algodo/viscose, podem ser submetidos aos mesmos processos de tratamentos prvios que os tecidos de Algodo 100%. A diferenciao entre os tecidos planos e malhas, est na desengomagem. Para tecer fios de Algodo ou misturas necessrio engomar anteriormente os fios de urdume, a fim de proteg-los durante o processo de tecelagem, diminuindo o nmero de rupturas nos teares. Geralmente a engomagem dos fios de algodo feita com gomas de uma combinao base de amido e acrilatos, tambm encontra-se no mercado uma goma produzida com fcula de mandioca modificada, que por sua caracterstica qumica, no necessita do uso de enzimas durante a desengomagem. Para a desengomagem de gomas base de amido utiliza-se amilase (enzimas) e tensoativos com a temperatura variando de 25 75C, dependendo do tipo de enzima utilizada e das orientaes dos fabricantes. A perfeita igualizao do tingimento depende de uma desengomagem eficiente e homognea. Trechos com resduos de goma, podem prejudicar a qualidade do tingimento, provocando trechos sem tingir ou com tonalidade mais fraca. A limpeza do artigo efetuada conforme os produtos aplicados nos processos anteriores. Como no caso das malhas, tambm em tecidos planos a mercerizao impraticvel. O alvejamento mais indicado o oxidativo, utilizando Perxido de Hidrognio. Para melhorar o aspecto visual do tecido, chamusca-se antes de qualquer processo mido. O uso de lcalis em qualquer tratamento no pode exceder 4,5% de concentrao, podendo degradar a Viscose. O tratamento prvio pode ser em processos contnuos descontnuos ou semicontnuos. Sugesto de receita para tratamento prvio ( purga e alvejamento) : 0,2 g/l cloreto de sdio 52,0 g/l soda castica 50 B 30,0 g/l detergente aninico 50,0 g/l perxido de hidrognio 1,0 g/l antiespumante 3,5 g/l querosene 5,0 g/l sequestrante para metais pesados e ferro Pick-up : 80% Repouso : 16 horas Lavar Neutralizar

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FibraCelTINGIMENTO Como j citado anteriormente, as diferentes propriedades de tingimento das fibras de algodo e de viscose so responsveis pelo efeito ps tingimento. Porm em tecidos planos, devido a sua construo fsica, esses efeitos podem ser mascarados dificultando a sua visualizao. Por esse motivo pode-se usar uma quantidade maior de Fibras de Viscose na composio to tecido, que melhora as caractersticas de toque e caimento do artigo. Mesmo em tecidos planos imprescindvel uma correta seleo de corantes e testes prvios em laboratrio, antes do tingimento em produo. Obtivemos timos resultados referentes igualizao e solidez com corantes reativos em processos Pad-bath. Alguns corantes reativos que podem ser usados em tecidos em processos Pad-bath : Procion H EXL - BASF Remazol - DYSTAR Cibacrone C - CIBA Drimaren K - CLARIANT Nossas experincias mostraram que o processo mais indicado para tecidos planos o Pad-bath. Como em malhas, alm de corantes reativos ainda possvel a utilizao de corantes diretos , enxofre e tina. Sendo que na maioria dos casos maior a montagem nas fibras de Viscose, obtendo tonalidades mais intensas.

ACABAMENTO Os tecidos planos de Algodo/Viscose podem ser submetidos aos mesmos processos, pelos quais so submetidos os tecidos de Algodo 100%, sem nenhuma restrio.

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FibraCelSUGESTO DE FLUXOGRAMA PARA O ACABAMENTO DE TECIDOS CO/CV : Tecido cru Chamuscagem Desengomagem Alvejamento

Repouso

Tingimento

Repouso

Secagem

Estamparia

Acabamento

Tecido Beneficiado

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FibraCelAcabamento em Fios Para fios mistos Algodo/Viscose, recomendamos process-los em bobinas cruzadas cnicas. O enrolamento regular dos mesmos a condio prvia para um tingimento homogneo. A densidade ideal para tingimento de bobinas de aproximadamente 0,350 g/cm . Para evitar, defeitos tintoriais por razo da dificuldade de penetrao do banho de tingimento, aconselhamos no ultrapassar 160 mm de dimetro do cone. O tratamento prvio deve ser como em Algodo 100%, no entanto fundamental no expor o fio banhos com concentrao alcalina acima de 4,5% no banho total. O tingimento de fios como nos casos anteriores podem ser realizados com corantes reativos, diretos, enxofre e tina. Em testes conseguimos bons resultados com corantes Procion H EXL. As bobinas cruzadas devem ser tintas em aparelhos de presso turbos como por exemplo : Obermayer Alm de bobinas cruzadas, os fios CO/CV pode ser tingidos em meadas, usando os mesmos critrios de preparao e tingimento abordados nos itens anteriores.3

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FibraCelMistura polister/viscoseEsta mistura muito utilizada na proporo 67/33% Pes/Cv sendo processada com muita facilidade pois as duas fibras se complementam nas suas caractersticas de fiabilidade. A mistura processada desde a 1 etapa de fiao (batedor/abertura) obtendo-se uma excelente mistura entre as fibras. Outras percentuais de misturas podem ser processadas como por exemplo: Polister/viscose 50/50% Viscose/polister 67/33%

Recomenda-se a utilizao das fibras de viscose 1,3 ou 1,7 dtex / 32 mm ou 38 mm.

Fluxos de processoA seguir so demonstrados alguns fluxos de processos mais utilizados para a fibra de viscose 100% e suas misturas com fibras naturais (Algodo) e sintticas (Polister). Sistema Cardado Polister ou Algodo Viscose

!Abertura

!Abertura

Carda

Carda

1 Passagem

2 Passagem

Maaroqueira

Filatrio

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FibraCel

Mistura Sanduche

Abridores Pesadores

Polister

Viscose

Polister

Viscose

"#Abertura Sanduche

"#Abertura Abridor Pesador

Carda

Carda

1 Passagem

1 Passagem

2 Passagem

2 Passagem

Maaroqueira

Maaroqueira

Filatrio

Filatrio

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FibraCelBatedorA fibra de viscose extremamente regular nas suas caractersticas de ttulo e comprimento sendo tambm isenta de impurezas. Como fornecida com uma prabertura, recomenda-se que a viscose passe por um mnimo de pontos de batedoria e limpeza a fim de manter-se as caractersticas fsicas da fibra e reduzir no mnimo os desperdcios gerados nesta etapa do processamento. A fibra de viscose pode ser processada em qualquer linha de abertura/limpeza atuais, seja por sistema de alimentao por rolos de manta ou por sistema shoot-feed. Caso o Cliente possua uma linha para 100% algodo onde no foi previsto o processamento de viscose, ser necessrio realizar alguns ajustes atravs da utilizao de sistemas by-pass, afim de diminuir-se os pontos de ataque a fibra de viscose.

Batedores formadores de manta Normalmente utiliza-se batedor formador de manta tanto para a produo de material 100% viscose como para misturas polister/viscose. No caso das misturas polister/viscose normalmente o material pesado e misturado em uma etapa anterior, sendo esta fase realizada atravs de uma balana e um operador. Neste mtodo temse a vantagem de obter-se uma tima homogeneizao das fibras, porm tem-se a desvantagem de uma possvel falha de composio da mistura pois a mesma realizada de forma manual atravs de operadores. Recomenda-se, em comparao as regulagens utilizadas para algodo, o fechamento das grelhas, diminuio da rotao do kirschner para 800 a 900 RPM, fechamento das caixas de alimentao, presso das calandras em 5,5 Bar e presso do mandril em 4,0 Bar. Os rolos devem ser produzidos com 400 a 500 g/metros com comprimento de 35 a 40 metros. Deve-se observar para a manta um CV(%) mximo de 2,2%. Estes parmetros so vlidos para as misturas polister/viscose e para 100% viscose.

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FibraCel

Processamento em mistura Intima Os abridores pesadores so normalmente utilizados quando da produo das misturas polister/viscose, pois garantem preciso e constncia no percentual de composio das fibras na mistura. Alm deste aspecto neste mtodo consegue-se uma tima homogenizao entre as fibras. Recomenda-se a abertura de no mnimo 12 fardos de viscose por esteira alimentadora. Deve-se ajustar a abertura entre cilindro igualizador e esteira alimentadora inclinada para 15 mm para apenas manter-se uma alimentao constante e com os flocos das fibras abertos, sem fibras aglomeradas. Ajustar o peso das balanas para a composio desejada e a quantidade necessria de produo. Por exemplo: Mistura polister/viscose 67/33%, 950 g. na balana de polister e 940 grs. na balana de viscose, sendo a linha composta por 02 esteiras de polister e 01 esteira de viscose, obtendo-se o regime de trabalho da linha em 80% go / 20% stop para 600 kg/hora.

Mistura Sanduche Para as linhas de produo que no possuem os abridores pesadores utiliza-se a mistura sanduche, isto para as misturas polister/viscose. Neste mtodo, assim como no mtodo de batedores formadores de manta, tem-se tima homogeinizao das fibras na mistura, mas tem-se a desvantagem de uma possvel falha de composio da mistura. Nesta situao pesa-se separadamente cada fibra a ser utilizada espalhandose as fibras em uma rea pr-determinada (caixas) ou boxes, formando-se camadas das fibras utilizadas. Recomenda-se que para o enchimento destas caixas as fibras sejam espalhadas de tal forma que cada camada ocupe toda a rea da caixa. A caixa deve ser alimentada formando-se as camadas na horizontal, e o consumo destas camadas deve ser realizada na vertical, garantindo-se uma melhor homogeinizao da mistura. importante que as pesagens estejam entre 15 a 25 kg. sendo realizadas por um mesmo operador, e que a altura da mistura sanduche no ultrapasse 1 metro. Esta mistura poder ser processada em batedores formadores de manta e em sistemas shoot-feed. Exemplo de sanduche :

Camada de Viscose Camada de Polister Camada de Viscose Camada de Polister

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FibraCelObservaes Mistura algodo/viscose Para a mistura algodo/viscose normalmente processa-se, na abertura/limpeza, as duas fibras separadamente a fim de se poupar a viscose, j que ela no necessita da mesma limpeza que dada ao algodo. Como as fibras so processadas separadamente vale o que foi descrito anteriormente. A mistura propriamente dita realizada na 1 passagem.

Utilizao de tinta falsa A tinta falsa utilizada como artifcio para identificao do produto dentro da fiao a fim de se evitar misturas. O corante a ser utilizado na produo de fios 100% viscose e para misturas polister/viscose deve ser da classe de corantes cidos, no tendo nenhuma afinidade com as fibras mencionadas. Para a mistura algodo/viscose no se deve utilizar tinta falsa. A tinta falsa aplicada via spray normalmente na esteira de alimentao dos batedores formadores de manta e dos abridores, e para os abridores pesadores aplica-se a tinta falsa na esteira de alimentao aps as balanas. Dissolver o corante em uma soluo com gua sendo recomendado de 1/4 a 1/7 (parte de corante / parte de gua).

Utilizao de reencimagem A fibra de viscose fornecida com um tipo de acabamento com caractersticas antiesttica, coesivo fibra-fibra e lubrificante fibra-metal que garante uma boa processabilidade. Porm devido a condio climtica de cada fbrica em algumas circunstncias necessria a aplicao de algum produto de encimagem com caracterstica anti-esttica e/ou coesiva. Recomenda-se a aplicao como descrito com a tinta falsa na soluo com gua de 1/15 a 1/20 (parte de encimagem / parte de gua), aplicando de 0,1% a 0,15% de material ativo (encimagem) sobre o peso do material seco. Indicao de alguns produtos utilizados no mercado : Morisol 1590 (Indarp) Lubrostat (Lambra) Midstat (Midlan) Gapstat (Gap Quimica) Gintex (Multi Import)

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FibraCelCardaRegulagens A fibra de viscose processa-se muito bem em todas as mquinas de alta produo atualmente em trabalho seja para 100% viscose ou suas misturas. A seguir so recomendadas algumas regulagens como parmetro para a busca do ajuste ideal. Produto Rotao Tambor (rpm) Briseur (rpm) Doffer (m/mim) Registros (poleg./1000) Tambor/flats Tambor/doffer Tambor/briseur Mesa/briseur Tambor/Grelha Entrada (frente) Meio Meio Sada (atrs) Flats/minuto Ttulo (Ne) sada Estiragem Velocidade mxima (m/min) 100% Cv 300 - 360 850 - 950 850 - 950 Pes / Cv 300 - 360 900 - 950 1000 -1100 Co / Cv 400 - 460 900 - 950 850 - 950

12 - 17 4 8 17

12 - 17 4 8 17

10 -14 4 8 17

60 36 38 22 2,5 0,11 - 0,15 90 - 105 120

60 36 38 22 2,5 0,11 - 0,15 90 - 105 150

60 36 38 22 4,5 0,11 - 0,15 90 - 105 140

Guarnies As guarnies citadas so recomendadas pelos fabricantes para fibras de 1,3 a 1,7 dtex. rgo Cilindro Doffer Briseur Flats Populao Pontas/pol2 670 a 820 310 a 365 24 a 32 270 a 400 ngulo 10 a 20 25 a 30 5 a 10

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FibraCelPassadeiraPara formao da mistura polister/viscose ou algodo/viscose na 1 passagem com proporo de 67/33%, deve-se utilizar a seguinte distribuio : xx CAB. A sada CAB. B xx xx xx xx xx Cv Cv xx Obs.: xx pode ser algodo (Co) ou polister (Pes). Neste caso sugerimos a utilizao de dublagem 6 com todas as fitas de alimentao com o mesmo ttulo. Para utilizao de dublagem 8 deve-se diferenciar o ttulo da fita de viscose do ttulo da fita de polister ou algodo para garantir-se a composio correta da mistura. Na 2 passagem recomendado cruzar-se as latas das cabeas 1 e 2 (mistura dinmica) a fim de obter-se uma perfeita homogeinizao/distribuio das fibras de polister/algodo e viscose na seo do fio. A seguir so sugeridas algumas regulagens para a produo de fios 100% viscose e para as misturas polister/viscose e algodo/viscose. Estas regulagens servem como parmetro para a busca da regulagem ideal na 1 e 2 passagem. Mquina Trem de Estiragem (inferior x superior) Produto Dublagem Pr-Estiragem Fasa 720 3x4 100% Cv 7 ou 8 1,5 a 1,7 Pes/ Cv 8 1,5 a 1,7 Co/ Cv 8 1,5 a 1,7 100% Cv 7 ou 8 1,5 a 1,7 Howa 3x4 Pes/ Cv 8 1,5 a 1,7 Co/ Cv 8 1,5 a 1,7 100% Cv 6 1,16 a 1,28 Rieter 3x3 Pes/ Cv 6 1,16 a 1,28 Co/ Cv 6 1,16 a 1,28 Cv Cv xx xx xx xx xx

Escartamento (mm) Zona Traseira

Zona Dianteira

Ttulo (Ne) sada

Velocidade mxima (m/min)

Comprimento fibra Comprimento fibra 38 38 32 38 38 32 55 55 45 46 46 43 a a a a a a 59 59 49 50 50 47 43 43 38 40 40 36 a a a a a a 45 45 40 44 44 41 0,11 0,11 a 0,11 0,11 0,11 0,11 a 0,13 a a a a 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 420 420 420 500 500 500

Comprimento fibra 38 38 32 47 47 43 a a a 51 51 45 42 42 39 a a a 46 46 42 0,11 0,11 0,11 a a a 0,13 0,13 0,13 600 800 700

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FibraCelObservaes Recomenda-se utilizar borrachas com dureza entre 80 a 85 Shore Do. Para manter-se uma boa processabilidade nas passadeiras fundamental que os rolinhos de borracha estejam limpos e sem nenhum tipo de deformao (cortes, buracos ou ondulaes). Muitas vezes os rolinhos de borracha em contato com as fibras artificiais (viscose) e sintticas (polister) carregam-se de eletricidade esttica devendo-se ser limpos a fim de evitar-se enrolamentos nos rolinhos/cilindros. Esta limpeza deve ser realizada, nos rolinhos de borracha atravs de Bercolizao que o fechamento dos poros da borracha atravs de um tratamento com luz, ou atravs de tratamento qumico atravs de cidos onde a borracha dos rolinhos queimada. Como exemplo de receita podemos citar : gua 500 ml cido ntrico 110 g cido sulfrico 120 g Bicromato de Potssio 80 g ou lcool 1000 ml Iodo metlico 100 g Iodeto de potssio 100 g

Para aplicao desta receita deve-se utilizar os equipamentos de segurana necessrios para evitar-se acidentes devido a presena de produtos qumicos perigosos.

MaaroqueiraRegulagens A fibra de viscose quando processada em 100% viscose ou em suas misturas comporta-se muito bem nas atuais maaroqueiras existentes no mercado. Os ajustes de trabalho a serem realizados so simples e devem ser realizados aps verificao visual de como a fibra de viscose est comportando-se na mquina. Normalmente ajusta-se rotao do fuso, tenso de enrolamento da bobina, toro do pavio, prestiragem, presso do brao pendular e apoio dos manches (clips). Algumas dessas regulagens so citadas a seguir como referencia para a busca de um ajuste ideal, tomando-se como base uma mquina Howa modelo RMK 2B.

Produto / Comprimento fibra (mm) Ttulo (Ne) sada Rpm fuso Toro/polegada Pr-estiragem Escartamento (mm) Clips Presso do brao pendular

100% Cv 38 mm 0,90 900 0,78 a 0,84 1,15 a 1,36 45 x 50 x 55 Verde vm / vm / vm / vm

Pes/Cv 38 mm 0,90 1.000 0,70 a 0,74 1,15 a 1,21 45 x 50 x 55 Verde vd / vm / vm / vd

Co/Cv 32 mm 0,90 900 0,96 a 1,02 1,21 a 1,24 35 x 45 x 50 verde vd / vm / vm / vd

Obs.: vd = verde, vm = vermelho

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FibraCelObservaes As regulagens de pr-estiragem, toro e escartamento dependem diretamente do tipo de mistura processada, do comprimento das fibras e do ttulo (Ne) de sada. Ttulo (Ne): Com relao ao ttulo (Ne) de sada depender do ttulo (Ne) do fio a ser produzido, porm deve-se considerar que a faixa ideal de estiragem total na maaroqueira deve estar entre 8 a 11 vezes. Pr-estiragem : Com relao a pr-estiragem recomenda-se uma faixa de trabalho entre 1,15 a 1,40. Toro : Com relao a toro deve-se considerar alguns fatores primordiais para definio da toro ideal do pavio. A toro ideal do pavio aquela que dar ao pavio a resistncia suficiente para uma boa processabilidade na maaroqueira, sem que haja um excesso de rupturas na maaroqueira nem um problema de falsa estiragem no pavio. Outro fator importante que no filatrio a toro no esteja em excesso no pavio de modo a dificultar a estiragem do mesmo gerando pontos grossos no fio e excesso de rupturas no filatrio. Recomenda-se trabalhar com fator alfa (ingls) de toro de 0,70 a 0,90. Rolinhos de borracha : Recomenda-se utilizar borrachas com dureza entre 80 a 85 Shore Do. Para limpeza dos rolinhos de borracha utilizar as recomendaes citadas para as passadeiras.

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FibraCelFilatrio (anel)Regulagens A fibra de viscose processa-se muito bem em todas as mquinas atualmente em trabalho seja para 100% viscose ou suas misturas. A seguir so recomendadas algumas regulagens como parmetro para a busca do ajuste ideal, tomando-se como base uma mquina Howa UA-33B. Produto / Comprimento fibra (mm) Ttulo (Ne) sada Fuso (rpm) Toro/polegada Pr-estiragem Escartamento (mm) Viajante (m/s) Clips Presso do brao pendular 100% Cv 38 mm 30 14.500 18,5 a 21,5 1,15 a 1,36 45 x 55 31,9 Branco Verde Pes/Cv 38 mm 30 16.000 18,5 a 19,5 1,15 a1,25 45 x 55 35,2 branco verde Co/Cv 32 mm 30 14.500 19,5 a 21,0 1,15 a 1,25 45 x 55 31,9 amarelo verde

Observaes As regulagens de pr-estiragem, toro e escartamento dependem diretamente do tipo de mistura processada, do comprimento das fibras e do ttulo (Ne) de sada. Ttulo (Ne) : Com relao ao ttulo (Ne) de sada depender do ttulo (Ne) do fio a ser produzido, porm deve-se considerar que a faixa ideal de estiragem total no filatrio deve estar entre 15 a 35 vezes. Pr-estiragem : Com relao a pr-estiragem recomenda-se uma faixa de trabalho entre 1,15 a 1,40. Toro : A toro um fator decisivo para obteno de um fio de boa qualidade que garanta um produto sem a formao de excesso de plos e/ou pillings no produto final, bem como garanta uma boa processabilidade nos processos seguintes, seja na malharia ou na tecelagem. Recomenda-se que trabalhe-se com os seguintes fatores alfa (ingls) de toro : Comprimento fibra (mm) Malharia Tecelagem 32 3,4 a 3,7 3,7 a 4,0 38 3,3 a 3,6 3,6 a 3,9

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FibraCelViajantes : A velocidade do viajante no deve ultrapassar os 36 m/s.

Rolinhos de Borracha : Recomenda-se utilizar borrachas com dureza entre 80 a 85 Shore Do. Para limpeza dos rolinhos de borracha utilizar as recomendaes citadas para as passadeiras.

Calo Distanciador dos manches (Clips) : O clips ou apoio utilizado para manter-se uma distncia entre o mancho superior e inferior no trem de estiragem. Esta distncia est diretamente relacionada com o ttulo (Ne) do fio a ser produzido. A seguir dada uma tabela orientativa para utilizao do clips para o brao pendular SKF PK 225.

Ttulo do Fio (Ne) 6 a 10 12 a 20 24 a 30 30 a 40 40 a 50 (mm) 5,0 4,0 3,5 a 3,0 2,0 1,5

Altura do Clips Cor do Clips Verde Preto Lils / Branco Amarelo Vermelho

Limite de fiabilidade : o menor ttulo que se pode produzir com uma finura de fibra mantendo-se as caractersticas fsicas do fio e sua processabilidade. Para isto utiliza-se da seguinte frmula : 5.905 Ne