manual sobrevivência 9.050-04

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Pessoas com deficincia e mobilidade reduzidaManual deConvivnciaMara GabrilliMara GabrilliManual de Convivncia - Pessoas com Defcinciae Mobilidade Reduzida - 2a. Edio, ampliada e revista.Realizao: Mara Gabrilli Patrocnio: ENPAVIApoio tcnico:Associao Gente Pequena do BrasilAACD Associao de Assistncia Criana DefcienteAADVAT Associao Brasileira de SurdosABRASC Associao Brasileira de SurdocegosAhinsa Associao Educacional para Surdocegos e Mltiplos DefcientesAPABB Associao de Pais, Amigos e Pessoas com Defcincia de Funcionrios do Banco do Brasil e ComunidadeAPAE Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais de So PauloAPMDFESP Associao dos Policiais Militares Defcientes Fsicos do Estado de So PauloAssociao de Defcientes Visuais e Amigos ADEVACMPD - Conselho Municipal da Pessoa com Defcincia Derdic Reabilitao dos Distrbios da Audio, Voz e LinguagemECSRB Escola para Crianas Surdas Rio BrancoFeneis Federao Nacional de Educao e Integrao dos SurdosFbio AdironFundao Dorina Nowill para CegosGrupo Brasil de Apoio ao SurdocegoLar Escola So FranciscoMovimento SuperaoPPP - Projeto Prximo Passo SMPED - Secretaria Municipal da Pessoa com Defcincia e Mobilida-de Reduzida da Prefeitura da Cidade de So PauloSociedade Pestalozzi Redao, organizao e edio: Ana Claudia CarlettoProjeto Grfco: Marcella Marini e Alex FullIlustrao: Willian Coelho Diagramao: Alex FullReviso do texto: Miriam Boffo / Apoio: Lincoln TavaresImpresso no Brasil.O conhecimento a vontade de desbravaroutras realidades.Nestas linhas, expomos um recorte dadiversidade humana atravs daqueles que se arriscam pela felicidade, todos os dias. Quanto mais ousarmos ser felizes, maispossibilidade de felicidade teremosMara Gabrilliexcluso das pessoas com defcincia acontece em forma de cascata. No topo, est a difculdade que grande parte das pessoas tem em entender as diferenas. Em seguida, e por consequncia (de no entendermos suas necessidades), acabamos por espalhar por todos os cantos das nossas cidades, bairros, pas, uma infnidade de barreiras arquitetnicas que impedem as pessoas com defcincia ou mobilidade re-duzidade circularem livremente. Hoje, o Brasil est em uma das ltimas colocaes quando tratamos do cumprimento das leis e das condies de acessibilidade s pes-soas com defcincia. Nesta largada, samos com um atraso considervel se nos com-pararmos com pases como o Japo, Sucia ou mesmo os Estados Unidos. A resposta podeserquenotemosocapitaldessespasesparainvestiremcaladasacessveis, nibus adaptados, edifcaes com rampas, entre outras estruturas que dependem de oramento - visto que ainda bailamos no principal, como educao e sade. Mas, se mudarmos uma chavinha, a primeira da lista, acreditamos poder reverter, sim, nossa colocao nessa linha de chegada. Basta uma simples atitude, a do respeito e entendi-mento, para que as pessoas com defcincia possam exercer sua cidadania e usufruir de todos os servios e equipamentos que a sociedade oferece. E podemos comear essa mudana dentro de nossas prprias casas.A Prefeitura da Cidade de So Paulo lanou a pedra fundamental quando criou a Secretaria Municipal da Pessoa com Defcincia e Mobilidade Reduzida para pensar egerirpolticaspblicasquemelhoremaqualidadedevidadessaspessoas.Desde 2005, So Paulo vem sendo trabalhada para ser uma cidade de todos e para todos. Nossa capital est fcando apta a receber pessoas com defcincia ou com mobilidade reduzida. Muita coisa ainda precisa ser feita, mas o mais importante estamos empe-nhando aqui:o trabalho de ensinar a todos a lidar com essas diferenas.Este manual serve para esclarecer que defcincia no sinnimo de incapaci-dade e que ser diferente normal. Pretendemos tombar o preconceito ancorado na desinformao e, principalmente, acabar com o medo do relacionamento entre pes-soas com e sem defcincia. Espero que o aprendizado seja agradvel. Boa leitura!Mara Cristina GabrilliAApresentaoManual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaManual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaPOR QUE NO SOMOS TODOS IGUAIS PRIMEIROS TOQUES DEFICINCIA FSICAMULETASMOBILIDADE REDUZIDADEFICINCIA VISUALVISO SUBNORMALDEFICINCIA AUDITIVADEFICINCIA INTELECTUAL DEFICINCIA MLTIPLASURDOCEGUEIRA OUTROS CASOSTECNOLOGIAS ASSISTIVAS LEGISLAO INFORMAES ADICIONAISCONSIDERAES FINAISREFERNCIA BIBLIOGRFICA1014182324263132384244485460808486SumrioNo nascemos todos iguais e podemos observar isso ainda no berrio: algu-mascrianassobrancas,outrasamarelasounegras;tembebcomolhosverdes, azuis ou de diversos castanhos; tem criana grande, pequena. Outrasdiferenas so extremamente marcantes, como a falta de um brao, uma perna, a impossibilidade de ver, ouvir ou andar, ou ainda a difculdade de entender o mundo ao redor. Assim comodevemosrespeitaraquelesquenascemdiferentes,temosderespeitaraqueles que vieram ao mundo com alguma defcincia, ou seja, com limitaes permanentes ou temporrias que impossibilitam a autonomia em algumas situaes da vida coti-diana.As causas das defcincias so diversas. Existem casos, como os que mencionei acima,emqueaspessoasjnascemcomalgumadefcincia.Houtrosemquea defcincia motivada por alteraes fsicas ou biolgicas que podem surgir ao longo dos anos. Tem ainda as defcincias decorrentes de doenas ou ocasionadas por aci-dentes. Segundo o censo de 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografa e Esta-tstica),aproximadamente14,5%dapopulaobrasileiratemalgumadefcincia, seja ela fsica, visual, auditiva, mltipla, surdocegueira ou intelectual. Portanto, existe hoje, no nosso Pas, cerca de 27 milhes de cidados que precisam do nosso respeito e igualdade de condies, porque so brasileiros como todos ns. Na maior cidade da Amrica Latina, a nossa So Paulo, so 3 milhes de pesso-as com defcincia ou com mobilidade reduzida. Durante anos, elas foram amparadas por polticas de assistencialismo, refexo do pensamento que pessoas com defcincia no podem seguir suas prprias vontades. Ultimamente, esse quadro vem se transfor-mando e os direitos dessas pessoas esto sendo assegurados no apenas por leis, mas por uma outra mudana, mais fundamental. A minha experincia em lidar com pessoas com defcincia comeou dentro de casa. Tenho uma tia que fcou cega aos 7 anos de idade. Seus pais -meu avs, pessoas simples do interior do Estado de So Paulo, resolveram que sua flha mais velha iria ter as mesmas oportunidades de todos seus outros rebentos. Arrumaram as malas e se mudaram para a capital procura de educao adequada e acompanhamento. Assim eu conheci a defcincia: pela Teresa, j mulher, um ser humano de fbra impactante que, apesar de uma limitao sensorial, trabalhava para ajudar na renda de casa, faz croch e tric e circula sozinha por a. Mesmo assim, tenho de admitir que a minha convivncia com o universo da defcinciaeramnima.Quandoumamigo(queestavaemumanovaempreitada ajudando a montar o esqueleto da primeira secretaria para pessoas com defcincia do Brasil)me chamou para compor o quadro de funcionrios desta pasta indita, no Por que no somos todos iguais?11Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzidaimaginei que teria tantas surpresas. Mergulhei em um mundo completamente dife-rente, inusitado e extremamente cordial. Comecei a perceber que as diferenas fazem parte da nossa vida desde sempre e que estranho como muita gente no perceba isso. Notei,comodescrevinocomeo,queasdiferenaspodemsersutisoumarcantes, mas elas existem desde que o mundo mundo. Elas esto l, mas nossas lentes que no so graduadas o sufciente para enxerg-las dessa maneira.Senti, ento, que o bichinho da acessibilidade tinha me mordido - como sem-pre diz a Mara Gabrilli, uma pessoa de tanta garra e coragem, que a tetraplegia dela s existe mesmo para o nosso olhar oblquo. A partir da minha entrada na Secretaria Municipal da Pessoa com Defcincia e Mobilidade Reduzida (SMPED), comecei a participar de um universo onde a diversidade humana e o respeito so letras corren-tes e moeda de troca, todo o dia. Percebi que lidar com essas diferenas - e com as defcincias - acabou ligando um motorzinho (que eu nem sabia que tinha) interno de vontade de mudar o mundo. E o motor trabalhou com tanta intensidade, que a transformaoveiodedentroparaforaaumavelocidadetoavassaladoraquefui apenas espectadora da minha prpria mudana. E foi esse motor - e de todos que trabalham na SMPED - que impulsionou a criao deste manual. preciso lembrar que todo esse trabalho fruto, tambm, de incansveis reunies de muitas entidades que defendem acausa da pessoa com de-fcincia. Foram as idias levantadas nesses encontros que formaram alinha mestra de todo esse manual. Por isso, queremos que todos leiam essas pginas para tambm serem picados por essa vontade de transformar. A convivncia com pessoas com de-fcincia nos faz entender o verdadeiro sentido de palavras como respeito, dignidade, admiraoesuperao.Eaprimeiratransformaoessa,queacontecedentroda gente. Porque mudar nossas cidades ser uma proposta real quando todos pensarem na acessibilidade com a mesma naturalidade em que pensam construir suas casas com quatro paredes e um teto. So Paulo ser uma cidade para todos quando o respeito pela diversidade humana estiver arraigado em sua cultura. Por isso, importante co-mear derrubando a mais difcil das barreiras: a nossa atitude.Para ajudar nesse longo caminho chamado incluso, estamos abrindo, agora, o vespeiro que contm milhares de bichinhos da acessibilidade. Queremos que todos os cidados paulistanos - sejam jovens, crianas ou adultos - sejam mordidos. Deixe-se picar... Ana Claudia Carletto13 12Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaNotenhamedo.Algumassituaespodemparecerembaraosas,mastudo vaidependerdaformacomovoclidarcomelas.Umacoisa,entretanto,temde estar muito clara: nunca subestime a efcincia de uma pessoa com defcincia e nem superestime as difculdades. Ter uma defcincia no faz com que a pessoa seja melhor ou pior, somente impe a necessidade de algum tipo de adaptao. Ao contrrio do que se diz, as pessoas com defcincia no se importam em res-ponder a perguntas sobre sua defcincia. Aquelas situaes em que uma criana fca olhando ou faz alguma pergunta sobre a defcincia de uma pessoa no constrange-dora. O que torna a situao embaraosa , invariavelmente, a atitude dos pais, que puxam a criana pelo brao e cochicham algo do tipo: no faa isso, no mexa com ele. A criana tem curiosidade do mundo que ainda no conhece. O adulto j tende a mascarar essas curiosidades que ignoram. De qualquer forma, a receita simples: aja com naturalidade. Perguntar sobre o que no conhecemos sempre natural. Bom, digamos que voc encontrou uma pessoa com defcincia, perguntou o que aconteceu, sobre a defcincia etc. Ento, voc sente aquela inclinao para ofe-recer ajuda. Se sentir essa vontade, oferea. Mas, antes de faz-lo, pergunte como a pessoa quer ser ajudada. Se no soubermos exatamente como ajudar, acabamos atra-palhando. Vou dar um exemplo de uma situao em que normalmente usamos o im-pulso. Uma pessoa que usa muletas precisa de ajuda para subir uma escada. Voc, que nunca ajudou uma pessoa com defcincia fsica antes, se dispe a ajudar e ... pimba, segura na muleta e comea a impulsion-la para cima. Pois , no foi uma boa idia. Fazendo isso, voc comete dois erros graves: o primeiro que segurando e puxando o apoio dessa pessoa, voc tira o ponto fxo que a mantm em p; o outro mexer nas muletas sem pedir licena. Essas rteses, bem como a cadeira de rodas, so como uma extenso do corpo da pessoa com defcincia. Seria a mesma coisa que uma pessoa, disposta a te ajudar, fosse pegando no seu brao antes de perguntar se pode. Importante, tambm, no se sentir mal caso a pessoa com defcincia recuse a sua ajuda. Muitas vezes, elas podem e querem fazer determinada atividade sozinhas, e at vo fazer melhor se no tiverem auxlio. Portanto, no se incomode com essa negativa. O contrrio tambm verdadeiro. Se voc no se sentir seguro para ajudar, sinta-se livre para recusar o pedido de ajuda. preciso saber como para dar alguma contribuio, certo? Agora, quer ajudar para valer? A vo algumas dicas: nunca pare nas vagas de estacionamento destinadas s pessoas com defcincia e nem estacione em frente s guias rebaixadas. Os cinco minutinhos que alegam para usar a vaga reservada fazemmuitafaltaquandoumapessoacomdefcinciaprecisaestacionarnesselu-gar. No deve ser por acaso que algum reservou uma vaga, pintou com as cores do smbolo internacional de acesso e marcou as medidas (que so maiores do que as das Primeiros toques15Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzidavagas normais porque tem de se prever a transferncia da pessoa para uma cadeira de rodas, por exemplo). Outra coisa: se todas as outras vagas so preferenciais para quem no tem defcincia, por que preciso estacionar logo na que est reservada? Tambm quem estaciona em frente s guias rebaixadas interfere no direito de ir e vir de quem precisa do acesso criado pelo rebaixamento. Mentalize a situao: um carro parado em frente guia rebaixada de uma esquina e uma pessoa, na cadeira de rodas, ten-tando atravessar a rua pela faixa de pedestres e, claro, precisando usar o rebaixamento para chegar calada. Impossvel, no? E, quando puder, d oportunidade de trabalho a uma pessoa com defcincia. Vocestarabrindoasportasdasuaempresa,casaoucomrciopararelaesmais humanas e tambm vai perceber que sua capacidade de trabalho no est, necessaria-mente, ligada defcincia. Alm disso, empregadas, essas pessoas podem se integrar com mais dignidade e exercer plenamente a sua cidadania. Por ltimo, uma dica infalvel: seja sincero ehonesto, tolerante, bem humora-do, delicado e respeitoso. Isso vale para sua boa relao com todo mundo-pessoas com ou sem defcincia.17 16Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaAs causas da defcincia fsica so diversas e podem estar ligadas a problemas genticos,complicaesnagestaoougravidez,doenasinfantisouacidentes.As causas pr-natais, ou seja, aquelas que acontecem antes de a criana nascer, podem ser ocasionadas por remdios, lcool ou drogas tomados pela me, tentativas de aborto mal-sucedidas, perdas de sangue durante a gravidez, crises maternas de hipertenso, entre outras. Durante o nascimento, ainda outras complicaes podem comprometer os movimentos da criana (problema respiratrio na hora do nascimento, prematuri-dade etc), mas uma causa, j erradicada no Brasil, fez um grande nmero de crianas fcarem com defcincia fsica: a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil. A plio, como tambm chamada, foi combatida graas s campanhas de vacinao. Por isso, no se esquea de levar, sempre, as crianas para vacinar. muito importan-te!Outros motivos que deixam muitas pessoas com defcincias fsicas so os aci-dentes de carro, a violncia urbana, acidentes de mergulho (principalmente em gua rasa, quando a pessoa quebra o pescoo), a hipertenso e a diabetes no cuidadas, por exemplo. Dirija conforme as normas de trnsito, no reaja a assaltos, verifque sempre a profundidade dos rios e lagos onde for mergulhar e faa o acompanhamento mdico para saber se a sade vai bem. Prevenir muito melhor do que remediar, pois muitas vezes no h remdio. A defcincia fsica engloba vrios tipos de limitao motora. So elas:Paraplegia: paralisia total ou parcial dos membros inferiores, comprometendo a funo das pernas, tronco e outras funes fsiolgicas. Tetraplegia: paralisia total ou parcial do corpo, comprometendo a funo dos braos e das pernas. O grau de imobilidade dos membros superiores depende da altu-ra da leso. Hemiplegia: paralisia total ou parcial das funes de um lado do corpo como conseqncia de leses cerebrais.Paralisiacerebral:termoamploparadesignarumgrupodelimitaespsi-comotoras resultantes de uma leso no sistema nervoso central. Geralmente, pessoas com paralisia cerebral possuem movimentos involuntrios e espasmos musculares re-pentinos - chamados espasticidade. Esses espasmos tambm so verifcados nas outras defcincias, mas em menos intensidade.Amputao: perda total ou parcial de um ou mais membros do corpo.Quais so os tipos de defcincia fsica?Deficinciafsica19Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaO defciente fsico no doente! Pode parecer umpouco bvio, mas sempre vale a pena reforar. Preparados? Defcincianosinnimodedoena!Umapessoasentadaemumacadeirade rodas est privada de andar, mas pode ser que ela tenha uma sade to boa - ou me-lhor -do que a sua. Devemos trat-la normalmente, como tratamos as pessoas que conhecemos ou aquelas a quem estamos sendo apresentados: com respeito, educao e simpatia. E quando voc for conversar com uma pessoa com defcincia, dirija-se dire-tamente a ela. Vou dar um exemplo: uma pessoa com defcincia fsica pode andar por a sozinha ou acompanhada de outra, sem defcincia. Essa juno no quer dizer quealmdenoandar,porexemplo,apessoacomdefcinciatambmnopossa ouvirefalar.Podeparecerbrincadeira,massoinmerasassituaesemqueisso acontece. Vou contar uma. Certa vez, estava a Maria, que anda em cadeira de rodas, com sua irm mais nova em um restaurante. O garom, muito solcito, olhou para as duas e perguntou para a Joana, que tinha 9 anos, qual o prato que as duas queriam. Ora, no seria correto o garom perguntar Maria, ou a ambas, qual seria a refeio do dia? Acabo de me lembrar de outra situao. Em umrestaurante (nada pessoal com esse tipo de estabelecimento), um garom serve refrigerante a uma pessoa com defcinciavisual.Depoisdeunspoucosminutos,oJoo-quetateiaamesapara pegar o refrigerante e colocar mais um pouco no copo - percebe que a latinha sumiu. Resolveu, ento, chamar o garom para perguntar onde estava o refresco. Ficou mais surpreso com a resposta do que com o desaparecimento do refrigerante: ah, eu dei paraoseucoleguinhaqueestnamesaaolado.Doismetrosadiante,outrocego estava sendo servido pelo mesmo atendente.Comear a citar casos s comear. A vai mais um. Esse aconteceu com a So-fa, tetraplgica, ao ser cumprimentada por um senhor que, sem saber (o que claro, ningum tem a obrigao de conhecer a defcincia do outro, afnal, as pessoas no vm com bula), esticou a mo para um aperto de mos. Quando ouviu a respostaque a pessoa no mexia os braos, ele saiu gritando: ela no ouve, ela no ouve - confun-dindo a tetraplegia com surdez. Fica uma boa refexo: por que confundimos tanto as defcincias e por que nos acanhamos quando algo d errado?E mais: por que fcamos to constrangidos na presena de pessoas com defcincia que, s vezes, preferimos ignor-las?Cadeira de rodas Podemos nos perguntar por que no encontramos pessoas em cadeira de rodas a todo o momento por onde circulamos. A primeira resposta pode ser porque, com certeza, boa parte desses locais no tm acessos para elas. Mas no s isso. Claro que acessibilidades so fundamentais (como rampas, elevadores), mas restabelecer nossos parmetros culturais abrindo as portas para o tema incluso social mais transforma-dor. A pessoa com defcincia precisa sair de casa, mas, para que isso acontea, preci-samos mudar a cultura da nossa sociedade. Comeando pelos familiares e chegando at voc, leitor desse manual. E, para continuar o aprendizado, podemos embarcar em outros exemplos de situaes que podem - e vo - acontecer com voc. Vamos navegar por essas hist-rias?Histria 1, a altura do olharRepare a altura entre voc e seu amigo cadeirante (palavra nova!). Antes de esticar a conversa com ele, contando aquele caso que promete levar horas, procure fcar no mesmo nvel do seu olhar. Se voc se postar de p por muito tempo, alm de te dar cimbras terrveis, seu amigo pode fcar com um torcicolo e tanto. Sempre que puder, procure sentar ou fcar na mesma altura do olhar de um cadeirante. Uma conversa olho no olho at mais excitante, no acha?Histria 2, ajudando a guiar a cadeiraQuandoforajudarumamigo,eguiarsuacadeiraderodas,no pensequeamesmacoisadoqueempurrarumcarrinhodesupermercado.pa, calma l! Lembre-se de nunca movimentar uma cadeira de rodas sem pedir permisso para quem est sentado nela. Adiante. Imagine a situao: voc chega ao supermercado, pega um carrinho e sai guiando, feito um louco, pelas sees procura daquela novidade que anunciaram na TV.E encontra! Quando pega o produto, encontra um conhecido (ou conhecida) que tambm estava procura da mesma mercadoria. Pronto, fcam alguns minutos ali, trocando fgurinhas. Pois , pense que, na nossa situao hipottica, aquele carri-nho virado para a frente, e sem participar da conversa, podia ser um amigo que usa cadeira de rodas. Ento, tome cuidado para no deixar um cadeirante de fora da con-versa. Lembre-se sempre de virar a cadeira de rodas para que a pessoa com defcincia possa fcar de frente aos seus interlocutores. Afnal, estavam todos procura daquele mesmo produto, lembra? Ah! Mais uma coisinha: nada de sair guiando feito um louco. Isso no bom 21 20Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaCadeirante:termo usado para designar as pessoas que andam em cadeira de rodaslizao de movimentos fsicos. Assim, uma pessoa com PCpode apresentar expres-sesestranhasnorosto,difculdadesnafala,gestosinvoluntriosedifculdadesde locomoo, mas no se intimide com isso. Elas mantm a inteligncia absolutamente intacta.Portanto,noassubestimem:elasraciocinamcomovoc. Tenhapacincia em ouvi-las, compreend-las e acompanhar seu ritmo. Se a fala estiver muito enro-lada, pea que repita. Se no conseguir compreender, pergunte. Procure sempre ter tempo para acompanhar essa pessoa, pois seu ritmo bem mais lento. Agora, o mais importante: no a trate como uma criana. Adifculdade do corpo em compreender as ordens do crebro j imensa, portanto, procure facilitar a sua relao com essa pessoa no tratando-a com infantilidade. Tenha conscincia sobre a importncia da acessibilidade!Estejaatentoparaaexistnciadebarreirasarquitetnicas (qualquertipodeimpedimentoparaacirculaodeumaca-deiraderodas,porexemplo,degraus,desnveis,faltaderam-pasetc)noslocaisondequerlevarumamigocadeirante, muletante (mais uma palavra nova...) ou com mobilidade reduzida. Se voc no tiver o amigo, mas a conscincia, tambm pode reparar se h rampas no lugar de degraus, elevadores e outras acessibilidades para o deslocamento de uma pessoa com defcincia, um idoso ou obeso. Os locais de reunio, na cidade de So Paulo, que recebam mais de 100 pessoas por dia, tm obrigao, por lei, de ter todos esses acessos. Se voc presenciar o descumpri-mentodalei,podecontatar aComissoPermanente deAcessibilidade(CPA) e denunciar o estabelecimen-to. Ou, ento, pode tambm fazerumadennciaaoMi-nistrio Pblico.MuletasPessoas que usam muletas tm um pouco mais de autonomia do que aquelas que andam em cadeira de rodas, mas, ainda assim, podem precisar de ajuda em algumas si-tuaes. A receita a mesma: sempre se informe e pergunte sepodeajudarecomodeveproceder.Ofereasuaajuda, mas d preferncia para que a pessoa pea. nem com o carrinho de supermercado, nem com o seu prprio carro (leia o comeo deste captulo e veja que acidentes de carro podem ocasionardefcincias, seja em voc, seja em outra pessoa) e muito, muito menos com uma cadeira de rodas que tem uma pessoa sentada. Tsc, tsc, no faa isso de jeito nenhum! Tambm tem gente que acha que o colo ou a cadeira da pessoa com defcin-cia guarda-volumes. No se esquea de que a cadeira de rodas quase a extenso do corpo do seu dono. Voc tambm no gostaria que todos que chegassem perto de voc colocassem a bolsa no seu ombro, n?Histria 3, subindo e descendo pequenos desnveisQuando for ajudar uma pessoa na cadeira de rodas a subir um degrau, apie na manopla da cadeira e levante as rodinhas que fcam frente da cadeira de modo a alcanar o desnvel. Transposto o obstculo com as primeiras rodas, as duas outras, maiores, tendem a passar com mais facilidade. Mas, cuidado! Essa manobra requer foraemuitasegurana.Seforajudarumapessoatetraplgicaadescerumdegrau ou qualquer inclinao, procure sempre fazer de marcha r. Assim, o cadeirante fca encostado na cadeira e mais seguro com o seu prprio corpo. No caso de pessoas com paraplegia,elaspreferemtransporosdegrausdefrente.Nestecaso,sajudeseela pedir sua ajuda. Sevocpresenciarumtombodeumapessoacomdefcincia,ofereaajuda imediatamente, mas nunca ajude sem perguntar se e como deve faz-lo. Saiba que a pessoa que est ali no cho no consegue fazer alguns movimentos e precisa, se ela quiser,deumapoioparaserecolocarnacadeira.Sejaumcidadoconsciente.Isso ajuda e muito!Vamos correr?No precisa se acanhar em usar palavras como correr ou andar. As pessoas com defcincia fsica empregam naturalmente esses verbos. Todo mundo est corren-do atrs de um bom lucro, no mesmo?Paralisia CerebralAlgumas pessoas tm paralisia cerebral, o que no quer dizer defcincia inte-lectual. E por que colocamos este tpico no meio de defcincia fsica? Porque as pes-soas que tem PC (abreviao muito usada) apresentam limitaes fsicas e motoras. Vamos explicar isso melhor.Devido a alguma leso, o crebro envia informaes em desordem para a rea-23 22Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaMuletante: pessoa que usa muletas.A CPA tem como atribuio orientar para que a aces-sibilidade em edifcaes, vias pblicas, mobilirio urbano, habitaes e trans-portes na cidade de So Paulo seja garantida. Se houver o descumprimento, denuncie pelo telefone: 55 11 3242-9620 ou pelo site www.prefeitura.sp.gov.br.Se voc fcar responsvel porguardar as muletas de uma pessoa, procure dei-x-lassempreaoalcancedoseuusurio.Sehouverumoutromeioparaapessoa sedeslocar,guardeasmuletasemlocaladequadoedevolva-asassimquepedido. Houveumcaso(olhaeudenovo...)emqueumrapazentrounumacasadesho-wscomsuasmuletas,masoseguranaimplicoucomosapoios-noregulamento dacasa,ningumpoderiaentrarcomnadaalmdasbolsas.Orapazentrou,de-pois de muita briga porque queriam que ele fosse sem as muletas, sentou-se no seu lugarecolocouasmuletasaoseulado.Emdoisminutos,quandovoltouoolhar paradaraquelaconferida,notouqueasmuletasnoestavammaisali.Dooutro ladodosalo,oseguranasorriacomardetarefacumprida.ofmdapicada... Por ltimo, ao caminhar, respeite o ritmo de andar da pessoa com defcincia. Mantenha-se ao seu lado, mas no atrapalhe seu espao de deslocamento. Ningum precisa fcar colado no p do outro, no , chul?Mobilidade Reduzida s vezes no a defcincia em si que faz com que uma pessoa precise de algum tipo de adaptao. Um idoso, por exemplo, no uma pessoa com defcincia, mas tem difculdades em se locomover por locais que tenham escadas, desnveis e outros impeditivos para a livre circulao nos ambientes. Isso porque ao envelhecer fcamos mais propensos a adquirir algumas doenas como esclerose, doenas do corao, ar-trite, entre diversas outras. Tambm as articulaes enfraquecem e j no fca to fcil a locomoo. Por isso, o idoso precisa de acessos mais simples, que facilitam muito a vida de quem tem mobilidade reduzida. Outro exemplo a pessoa obesa. Ela tambm tem algumas difculdades quando o assunto circular por a. Imagine um obeso indo ao cinema. Vrios pequenos pro-blemas so gerados nesse simples passeio. Invariavelmente, esses lugares tm degraus ou rampas muito acentuadas que difcultam a mobilidade dessas pessoas. Porm, o fator primordial so os assentos - que so pequenos e no adequados aos obesos. Esse casoespecfcojtemumasoluo,comoindicaaLeiEstadual12.225/2006que obriga os cinemas, teatros, auditrios e locais onde se renam mais de 100 pessoas -e que tenham cadeiras fxas - a dispor cadeiras adaptadas aos obesos. Ainda tem os problemas de circulao nos nibus, catracas apertadas etc .Regulamentos no faltam no Brasil. Parece que o que falta, mesmo, a cons-cientizao da importncia do cumprimento dessas leis. Mesmo porque, duvido que tcnicosgastaram tempo e estudo para elaborar normas toa. Vamos fazer valer esses direitos. NanismoOs anes so pessoas com estatura reduzida, eles atingementre 70 cm e 1,40 mnaidadeadulta.Porcontadisso,osanestmsriasdifculdadesdelocomoo emcidadesplanejadasparapessoascommdiaoualtaestatura.Essaobservao- dequeosanestambmprecisamdeacessos-levouessaparceladapopulaoa ser considerada como pessoas com defcincia pelo Decreto Federal 5.296/2004. Mas asdifculdadesqueosanesenfrentamnofcamapenasnocampoarquitetnico. Os anes sofrem bastante com o preconceito. Muitas pessoas tm medo deles ou, ento, os tratam com infantilidade ou ridicularizao. Tem gente que atravessa a rua quando encontra com um ano. Desviam o olhar... Sabia que o maior ndice de suicdio entre as pessoas com defcincia na comunidade an? Pois ...Por causa da baixa estatura, os anes no conseguem acessar muitos ambientes, produtos e servios de uso pblico, como balces de atendimento, prateleiras em su-permercados, degraus, transportes, caixas eletrnicos, mobilirio pblico e domstico em geral (mesas, cadeiras, bancos, camas, estantes, armrios etc.). At quando fazem adaptaes para pessoas com defcincia, no pensam no ano. Um caixa eletrnico, por exemplo. Tem casos em que o cadeirante consegue acessar um caixa eletrnico adaptado, mas mesmo este modelo - que mais baixo - no serve para o acesso de um ano. Ele no consegue, por causa do comprimento dos seus braos, chegar nas teclas. De qualquer forma, a indicao : trate-os com respeito e considerao. essa a receita.Grupo de Atuao Especial de Proteo s Pessoas Portadoras de Defcincia do Ministrio Pblico Estadual: qualquer pessoa pode fazer uma representao a ser enviada pelo correio para a rua Riachuelo, 115 1 andar CEP: 01007-904 SP, SP; ou dar queixa pessoalmente no mesmo endereo. O atendimetno de segunda sexta-feira das 13h30 s 17 horas. Ou, antes disso, pode solicitar orientaes pelo telefone 55 11 3119-9054 / 905325 24Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaSugestes de flmes:Murderball. Gnero: Documentrio / Durao: 88 min. / Ano: 2005My fesh and blood. Gnero: DocumentrioDurao: 90 min. / Ano: 2003DeficinciavisualH muitos tipos de defcincia visual. Algumas pessoas vem apenas o que est diretamente na sua frente e nada do que est ao lado - o que chamamos de viso tubular; outras enxergam os objetos como um quebra-cabeas em que faltasse uma ou duas pe-as. Ainda h pessoas que tm baixa viso, ou seja, enxergam muito pouco, mas, ainda assim, so capazes de utilizar a viso para o planejamento e execuo de uma tarefa. E, claro, tem aquelas que no vem absolutamente nada. A gravidade da defcincia visual depende da parte dos olhos que estiver danifcada. Voc sabe como funciona a nossa viso? Vamos a uma pequena aula extrada do livro Conversando sobre as defcincias, de Jenny Bryan: Aspessoascomdefcinciavisual,ouseja,pessoasquetmbaixavisoouce-gueira, precisam tambm de auxlio para usufruir de alguns recursos que a sociedade oferece. Fazpartedoapoio spessoas cegas,por exemplo, o Sistema Braille para leitura e escrita(so aquelas bolinhas que fcam salientes em um papel - muitos cegos usamaregleteparaescreverobraille);oSorob,queumacaixinhaqueajudana execuo de clculos matemticos; a ben-gala ou o co-guia para a sua locomoo e mobilidade. Existem softwares especfcos para que pessoas com defcincia visual te-nhamacessoacomputadores,porexem-plo.Tambmforamdesenvolvidasvrias outras tecnologias para dar autonomia aos cegos, como elevadores, telefones, relgios e outros, com comandos de voz. As pessoas com baixa viso tambm podem precisar de algum tipo de apoio.Issonoquerdizer,necessariamente,queessaspessoasprecisemdasuaajuda. Alis, essa dica bsica e vai fazer parte de todos os tpicos deste manual. Afnal, imagi-ne-se andando pela rua e, em cada esquina que voc atravessar, ter algum perguntando se voc precisa de alguma coisa. Chato, no? Claro que, no caso das pessoas com defci-27Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaReglete: uma chapa retangular de metal com os vrios quadrados que contm seis furos que fazem as combinaes das letras em braille. A chapa fca em cima de uma pran-cheta comum, onde o cego encaixa uma folha de sulfte com gramatura maior para susten-tar as bolinhas demarcadas.BRYAN, Jenny. Conversando sobre as defcincias,Traduo Andr Andrade - So Paulo; Moderna, 1997. A luz atravessa o olho absorvida pela pupila, aquela bolinha preta que fca no centro do globo ocular. Essa luz , ento, focalizada pelo cristalino - uma lente que fca logo atrs da pupila - e a imagem se forma em uma rea no fundo do olho chamada retina. As informaes sobre essa imagem registrada na retina so transmitidas pelos nervos ao centro de viso do crebro, que as decodifca. Algumas pessoas no conseguem focar muito bem as imagens sobre a retina, por isso enxergam mal e usam culos. Outras tm uma fssura na retina e qualquer imagem que incidir nessa rea danifcada no pode ser registrada. J a viso tubular ocorre se a presso interna do olho fcar muito alta e interferir no suprimento de sangue para a retina. Outras vezes, o defeito no centro da viso, localizado no crebro. Isso signifca que, embora os olhos no tenham nenhum problema, o crebro no consegue decodifcar os sinais vindos da retina de cada olho.ncia, algumas vezes a ajuda necessria. Se voc se deparar em uma situao na qual o apoio imprescindvel, aproxime-se, diga o seu nome e oferea seu auxlio. Mas nunca ajude sem antes perguntar como deve fazer. Dica 1, o encontroAo se encontrar com uma pessoa cega, caso voc no a conhea, toque em seu brao, se apresente e ento inicie a conversa. Se voc j conhec-la, toque no seu brao e diga o seu nome. Um beijinho e um aperto de mo tambm so bem-vindos. Todo mundo gosta de ser bem tratado! Depois do primeiro encontro, se voc quiser apre-sentaressapessoaparaosseusoutrosamigos,faa-otomandoalgunscuidados.Por exemplo, nunca se esquea de virar a pessoa cega para a frente de quem quer apresentar, assim voc evita que ela possa estender a mo para o vazio que fca do lado contrrio dessas pessoas. Outro detalhe nunca se afastar sem anunciar que est saindo do lado dela. s vezes, a pessoa cega fca chamando um amigo que j est a metros de distncia. Mais uma coisa: quando for apresentar um defciente visual aos seus amigos, avi-se a quem ele for apresentado sobre a defcincia. Esse procedimento facilita a interao entre as duas pessoas, pois no d oportunidade para possveis situaes embaraosas. Certa vez, fui apresentar um amigo com defcincia visual a um grupo de conhecidos que aguardavam na entrada do cinema. Fiz o cordial fulano, esse ciclano, beltrano, esse Joo. Como as pessoas no notaram a defcincia desse meu amigo, saram de perto e deixaram-no ali, de mo estendida ao vento. No tem mal nenhum em dizer: fulano, esse beltrano, meu amigo defciente visual. No um rtulo, uma informa-o. E estamos aprendendo aqui que determinadas informaes so valiosssimas, pois desmistifcam muita coisa, no ?Dica 2, os ambientesAo receber uma pessoa cega no seu local de trabalho ou na sua casa, faa uma primeira visita monitorada dizendo onde fcam os cmodos desses locais. Ao explicar as direes, seja o mais claro possvel e, de preferncia, indique as distncias em metros. Pode usar tambm expresses como direita, esquerda, frente e atrs. Mas nunca aqui e ali -que no dizem nada para quem no enxerga. Ah! Tambm nunca deixe portas entreabertas; elas devem estar ou totalmente abertas ou totalmente fechadas. Conserve os corredores e os lugares de passagem livres de obstcu-los e sempre avise se a moblia for mudada de lugar. Quando voc explica a localizao de cada rea, voc d autonomia para que a pessoa cega possa ir a qualquer uma delas quando quiser. Por exemplo, se essa pessoa quiser ir ao banheiro, no vai precisar fcar perguntando ou dependendo do favor de quem quer que seja. Agora, se voc for levar uma pessoa cega a um ambiente novo, diga-lhe, muito discretamente, onde esto os objetos, moblias e cmodos. Avise tambm quem so as pessoas que esto nesse lugar.Dica 3, a ruaCaso a pessoa cega precise se locomovercomo atravessar uma rua, por exemplo, e tenha aceitado a sua ajuda, coloque a mo dela no seu cotovelo dobrado ou no seu ombro, e deixe que ela acompanhe o seu corpo enquanto vai andando. Avise, sempre com antecedncia, se existem degraus, pisos escorregadios, buracos ou qualquer outro obstculo que possa impedir a livre circulao de vocs durante o trajeto. Detalhe: no ande como uma tartaruga, mas no pense em correr como uma lebre. Lembre-se sem-pre de usar o bom senso. Em um corredor estreito, onde s pode passar uma pessoa, v frente e coloque seu brao para trs de modo que a pessoa cega possa continuar a seguir voc. Lembra da dica que fala que a cadeira de rodas como uma extenso da pessoa com defcincia fsica? Ento, a bengala como uma extenso da pessoa com defcin-cia visual. Portanto, no a puxe pela bengala e nem tente gui-la por esse equipamento. Mais uma coisinha: se voc perceber que a pessoa cega est com a blusa do avesso, as meiastrocadasoucomosbotesforadeordem,notenhareceiodeavis-la.Mas, faa-o com cuidado e discretamente. Ningum quer que o mundo saiba que deu uma bola fora dessas, n?Dica 4, para sentarFiquei na dvida se haveria a necessidade de um tpico s para esse item, mas acho que vale a pena ressaltar todas as medidas que podemos tomar para no errar na mo. Ao conduzir uma pessoa cega para se sentar, direcione suas mos por trs do en-costo do assento, seja uma cadeira, banco etc. No esquea de avis-la se o assento tem ou no braos, assim ela pode se orientar em relao ao espao e s pessoas presentes. J no automvel, coloque a mo da pessoa cega na lateral da porta e, em seguida, no encosto do assento. Com essas orientaes, ela pode entrar sozinha no veculo. Agora, essa dica a mais importante: se voc estiver com uma pessoa cega no interior do carro, certifque-se de que seus dedos estejam bem seguros. Qualquer desfalque nas mos para um cego pssimo, pois o mundo lhe sentido por meio do tato. Ajude a cuidar bem dessa preciosa riqueza da pessoa cega: os dedos.Dica 5, o co-guiaVoc j deve ter ouvido falar desse co, que acompanha o defciente visual servin-do-lhe de olhos. Como o prprio nome sugere, o co-guia responsvel pela autonomia do cego. Bem treinado, ele enfrenta com domnio e tranqilidade o desafo de facilitar o acesso e conduzir com segurana as pessoas com defcincia visual. Nunca acaricie ou d alimentos a esse animal. Os ces-guia tm um trabalho de muita responsabilidade e, de acordo com seu treinamento, qualquer recompensa - seja 29 28Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzidacomida ou carinho - uma forma de avis-lo que est em seu momento de folga. Essas interferncias desmobilizam a guarda e ateno do co e podem colocar em perigo a vida do defciente visual. Muito cuidado!Outra informao importante conhecer: a Lein11.126/2005 assegura a essas pessoas o direito de ingressar e permanecer em ambien-tes de uso coletivo acompanhadas de seu co-guia.Dica 6, uma reunioAgora vamos nos concentrar para imaginar a seguinte cena. Voc vai participar de uma reunio com outras oito pessoas que ainda no conhece e, como de praxe, antes de se sentarem em volta da indefectvel mesa redon-da, voc se apresenta e troca cartes com todas elas. O tema logstica e quem abafa nesse assunto o seu chefe Jair, que defciente visual. Ele est um pouco atrasado e pe-diu para voc adiantar o encontro para no perderem tempo. A reunio j est avanada quando o Jair entra e se senta. Passa-se, ento, toda a reunio e Jair permanece calado. Voc estranha muito e, quando chega ao fnal, depois das despedidas, pergunta para ele por que no se pronunciou, j que sabe tudo sobre o tema. Enfm, ele responde: Ana, eu no sabia quais eram as pessoas que estavam na sala. Como iria me posicionar sem saber com quem estou conversando?. Ops. Voc pensa: que gafe!. Por isso, sempre que estiver em um local de reunio com uma pessoa com defcincia visual, diga o nome das pessoas que esto ali para que ela possa saber e se direcionar ao seu interlocutor. isso.Por fm, Quando voc for ajudar uma pessoa cega a fazer uso do banheiro, procure ser natural, afnal, fazer xixi no coisa do outro mundo. Num local pblico, por exemplo, procure descrever a posio dos equipamentos presentes no ambiente, isso facilita a au-tonomia dessas pessoas. Mas tome alguns cuidados: veja antes se o local a ser utilizado est limpo e diga onde esto o rolo de papel higinico e o cesto; se possvel, ou em caso de necessidade, espere pela pessoa, leve-a at a pia para lavar as mos e informe a locali-zao de toalhas e/ou secador de mos; se a pessoa com defcincia for do sexo oposto, procure algum do mesmo sexo para ajud-la. Aja com naturalidade, assim, a pessoa que for ajudar tambm agir.Todas as defcincias tm caractersticas prprias e acessibilidades necessrias. importante conhecer todas elas para que confuses no sejam feitas. Por exemplo, algu-mas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam com pes-soas cegas. A menos que a pessoatambm tenha defcincia auditiva, no faz nenhum sentido gritar. Fale em tom de voz normal.Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida31 30Sugesto de flmes:Perfume de mulher. Gnero: Drama / Durao: 156 min.Ano: 1992Janela da Alma. Gnero: Documentrio / Durao: 78 min.Ano: 2001Viso SubnormalAvisosubnormalnodeveserconfundidacomacegueira,poisquemtem essadefcinciapossuiumavisoquepode,eventualmente,sermelhoradapormeio de tcnicas e auxlios especiais, como o uso de culos, lentes de contato ou eventuais tratamentosecirurgiasoftalmolgicas.Adiminuiodacapacidadevisualpodevir acompanhada tambm de alterao do campo visual. A pessoa com viso subnormal pode enxergar como se olhasse por um tubo ou pode apresentar uma grande mancha escura na parte central da viso ao tentar fxar um objeto. Pedagogicamente,diz-sequeumapessoatemvisosubnormalquandoelal tipos impressos ampliados ou com o auxlio de potentes recursos pticos. Muitas delas tm enorme difculdade para ler e reconhecer pessoas e objetos. Embora o uso da bengala seja essencial para a segurana de pessoas com viso subnormal,principalmenteparatransitaremlugaresmaliluminados,parasualoco-moo noite ou ao atravessar ruas, infelizmente, poucas pessoas com essa defcincia utilizam esse recurso. Observa-se uma grande resistncia ao uso da bengala - tanto pelas pessoas com viso subnormal, quanto pelos seus familiares - por causa do preconceito que ainda existe em relao cegueira e ao cego. CausasNo adulto, as causas mais comuns da viso subnormal so: a coriorretinite ma-cular, a degenerao macular senil, a retinose pigmentar, toxoplasmose, as atrofas do nervo tico, a alta miopia, a retinopatia diabtica e o glaucoma. Nas crianas, so causas comuns a desnutrio, a coriorretinite macular, a catarata congnita, o glaucoma congni-to e a atrofa tica, que tambm podem levar cegueira. DeficinciaauditivaAdefcinciaauditivaareduoouausnciadacapacidadedeouvirde-terminadossons,emdiferentesgrausdeintensidade,devidoafatoresqueafetam aorelhaexterna,mdiaouinterna.Ascaractersticasdasurdezdependemdotipo e da gravidade do problema que a causou e se pr-lingustica, adquirida antes da fala, ou ps-lingustica.A surdez de grau leve pode ser observada quando as pesso-as no se do conta de que ouvem menos e tendem a aumentar progressivamente a intensidadedavoz,porm,ouvemqualquersomdesdequeemvolumemaisalto (namaioriadoscasos,nohnecessidadedeaparelhosdeamplifcaosonorain-dividual - AASI).Quando a surdez passa a ser moderada, a pessoa, normalmente, fala muito hein?!, tem difculdade de ouvir ao telefone, faz troca nos sons da fala e precisa de apoio visual. J a surdez severa faz com que as pessoas no escutem sons importantes do dia-a-dia: fala, campainha e TV, por exemplo, e escutem apenas sons fortes.Porfm,asurdezprofundaimpedequeapessoaescuteamaioriadossons, percebendo apenas os sons graves que transmitem vibrao, como um avio, trovo... Se a surdez moderada, severa ou profunda for de nascimento ou adquirida no perodo pr-lingustico, haver prejuzo na aquisio da linguagem oral pela criana e ela necessitar de amplifcao sonora e educao bilinge (Lngua de Sinais/Lngua Portuguesa).Assimquedescobertaasurdez,acrianaeafamliadeveroconviver com adultos surdos e ouvintes fuentes em Lngua de Sinais (comunidade surda, esco-la para surdos) para que possam adquir-la e ter acesso ao mundo do conhecimento, da informao e da comunicao. Para desenvolver a linguagem oral, a criana preci-sar de atendimento individualizado com uma fonoaudiloga, o que, no entanto, no garantia da qualidade da fala que ser obtida.A surdez pode ser decorrente de problemas nos perodos pr-natal (congnita), peri-natal e ps-natal (adquirida). As principais causas da surdez congnita so a here-ditariedade, viroses maternas (rubola, toxoplasmose, citomegalovirus, entre outras) e o uso de drogas consideradas ototxicas durante a gravidez. No perodo peri-natal, os partos traumticos (demorados demais), a prematuridade (peso abaixo de 1500 gr) e a ictercia intensa do recm-nascido podem provocar perda auditiva. No perodo ps-natal,infecescomomeningiteecaxumba,fatoresambientais,comoexposioa rudo excessivo e uso de drogas ototxicas podem tornar surdas pessoas com audio normal.Dica muito importante: a PREVENO uma forte aliada contra a defcin-cia auditiva e a surdez. Tome cuidados como a vacinao contra a rubola, caxumba, meningiteesarampo(nameeflho),noingiraremdiossemacompanhamento mdico e, quando tiver flhos, faa o Teste da Orelhinha. Procure, tambm, no fre-qentarambientescombarulhosourudosmuitoaltos.Aqualquerdiferenana audio, procure um mdico.33Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaO SurdoEsseumbomcomeoparaorelacionamentocomumapessoasur-da.Chame-odesurdo.Risquedaagendaostermossurdo-mudo,surdinho,mu-dinho.Mudoquemnoconseguefalar.Osurdopodefalar,masissodepen-dedoquantoelepercebeauditivamenteafalaedoquantoelesabesobrea LnguaPortuguesa.Almdisso,elesecomunica,sim,masusaumalnguadife-rentedaquens,ouvintes,usamos.EleusaaLnguadeSinais,queumalngua demodalidadevisual-espacial,ofcializadacomolnguapelaLei10.436,de2002. No subestime as diferentes formas de comunicao que as pessoas podem desenvol-ver. A surdez / defcincia auditiva a que mais particularidades apresenta e a de maisdifcilinteraonasociedade.Acomunidadesurdacostumaseisolarporse sentir incompreendida, a comear pela sua lngua diferenciada, que poucas pessoas conhecem. A Libras (Lngua Brasileira de Sinais) produzida com diferentes confgu-raes de mos, localizadas em diferentes partes do corpo (do alto da cabea, linha dacinturaeumpoucoalmdosombros),realizandovriosmovimentos.Aorien-taodas palmasdasmos,assim comoa expressofaciale omovimento corporal (conhecidos como traos no-manuais) tambm so fundamentais na produo dos sinais. Os surdos mais oralizados, muitas vezes, preferem se comunicar por meio da fala e da leitura oro-facial (dos movimentos dos lbios e dos msculos da face). Paraumsurdo,umaquestoabsolutamentecoerentepensarqueosolfaz barulho quando toca o cho, assim como a chuva quando cai. Nunca nos pegamos pensando sobre isso porque simplesmente sabemos que a chuva faz barulho e o sol no.Mas, para o surdo, todos os barulhos tm de ser explicados e relacionados. Alis, sabe como um surdo bate palmas? Fazendo sucessivas meias-voltas com as mos... A convivncia Osegredo,comovocbemreparou,sempreomesmo:respeito.Se forconversarcomumapessoasurda,dirija-seaela.Ossurdosqueaprende-ramafazerleituralabialvosecomunicarcomvoc.Casoelenoconhe-aesserecurso,comcerteza,vaipedirajuda.Masdirija-seaele.Ah!Antesdes-secontato,voctemdechegaratapessoasurda.Quandoseaproximar,toque noseubrao(leiaabaixosobreotoque)ouaceneparachamarsuaateno. Mais uma coisinha. Quando for conversar com o surdo, fque de frente para ele, o que facilita a leitura labial. Fale normalmente -nem preciso dizer que no adianta gritar - e pausadamente, palavra por palavra. Procure no desviar o olhar. Se voc o fzer, o surdo pode achar que a conversa terminou. Aexpressofacialfundamentalparaacomunicaocomapessoasurda. Portanto, seja expressivo ao falar, mas no exagere. Mudanas sutis na entonao da voz para indicar sentimentos no so comunicaes vlidas, por isso, expresse corpo-ralmente e facialmente o que quer dizer. Procure no obstruir a visualizao do seu rosto. Uma curiosidade: pessoas que usam bigode comprido no so interlocutores possveis para os surdos. Imagine estes tentando fazerleitura labial do sr. Bigode...O toqueImportantssimoesteitem.Noseassuste,ossurdostocamvoc.Comsua-vidade e respeito, o surdo usa o toque da mo para chamar sua ateno, para iniciar uma conversa, para pedir licena. E o inverso extremamente verdadeiro. Outro dia assistiaumapalestraondeopalestranteerasurdoeestavaexplicandoexatamente essasparticularidades.Muitaspessoasnogostamdesertocadas,poisachamessa aproximao uma intimidade no permitida a quem no se conhece. Agora, imagine a situao: um surdo no metr, s 6 horas da tarde, tentando descer numa estao antes de todos que esto naquela situao de sardinha enlatada. Ele no consegue pedir a cordial licena, licencinha... O que ele faz? Ele toca as pessoas e sorri. Voc, completamente leigo, imagina: que pessoa desaforada, me tocando assim... Preste ateno antes de vociferar indecncias no meio da multido. Verifque se a pessoa em questo surda e est, simplesmente, pedindo passagem. Como descobrir? Pela sua expresso facial.Outra particularidade: na festa de aniversrio deste ano, voc, que j fez um monte de amigos surdos, convidoutodos para repartirem seu bolo de chocolate. L pelas tantas,percebe que eles no descolaram da mesa um segundo sequer. Voc pen-sa: que fominhas. J esto querendo comer!. Pode at ser, porque ningum resiste a chocolate, mas repare. Eles precisam de um local para aparar os copos, pois utilizam as mos para se comunicar. Da prxima vez, j sabe: reserve uma mesa para que eles no tenham de dividir espao com o bolo, salgados e afns. Ningum gosta muito de ser tachado de fomi-nha... 35 34Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaA comunicaoALibrasumsistemalingsticolegtimoenatural,utilizadopelacomu-nidadesurdanoBrasil,demodalidadevisual-espacialecomestruturagramatical independentedaLnguaPortuguesa.ALibrasmuitodifundida,principalmen-teoalfabetogesticuladopelasmos,chamadoAlfabetoManualouDatilolgico. Paraestabeleceracomunicaoinformalcomossurdos,procureusaraLibras,se souber. Caso contrrio, perceba se o surdo que est sua frente faz a leitura labial. Seelefzer,acomunicaopodeseestabelecerpelafala.Ouraopo,seelesou-berlereescrever,nessecaso,useaescrita.Oimportantesecomunicarcomos surdos. J, em situaes formais, como entrevista, locais pblicos, entre outros, ga-ranta a presena de algum que saiba Lngua de Sinais para evitar mal entendidos. Emeventos,sempreprocurecontratarumintrpretedeLibras.Odirei-todossurdosaintrpretesestprevistonoDecreton5.296,de2004,noarti-go26,estabelecequeasempresasconcessionriasdeserviospblicoseosrgos daadministraopblicafederal,diretaeindireta,devemgarantirspessoassur-dasotratamentodiferenciado,pormeiodousoedifusodeLibrasedatradu-oeinterpretaodeLibras-LnguaPortuguesa,realizadosporservidoreseempre-gadoscapacitadosparaessafuno,bemcomooacessostecnologiasdeinformao. A lngua de sinais uma lngua como a portuguesa, inglesa, italiana, ou seja, temgentequeaprendeuoportuguseoingls,soportugusou....saLibras. Uma grande parte dos surdos no conhece a Lngua Portuguesa e se comunica ape-naspelaLibras,daaimportnciadecolocarcomonohorrioeleitoralgratuito intrpretes de Libras para fazerem a traduo. a mesma coisa de voc estar em um encontro com muitas pessoas que falam alemo e voc no saber patavinas des-salngua.Senohouverumintrpreteparaoportugus,comovocfaz?Nofaz! interessante saber que a Lngua Brasileira de Sinais, como o prprio nome j diz, um sistema lingstico brasileiro. Outros pases tm outras lnguas de sinais. Assim,alnguadesinaisnouniversal,embora,porservisual-espacial,noseja muito difcil de ser compreendida pelos surdos de outros pases. Nem sempre as pessoas surdas que conseguem falar tm boa dico. Portan-to, no se sinta incomodado se precisar pedir que ela repita as frases caso no tenha entendido alguma coisa. A maioria dos surdos no se incomoda de repetir at que se entenda o que querem falar. Por ltimo, se acontecer alguma emergncia, fque calmo. Os surdos tm, nor-malmente, um papel com endereo e telefone de contato.Sugesto de flmes:Filhos do Silncio. Gnero: Romance / Durao: 119 min.Ano: 1986A Msica e o silncio. Gnero: Drama / Durao: 110 min.Ano: 200037 36Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaA B C DE F G H IJ K L M NO P Q R ST U V W XY ZAlfabeto ManualDeficinciaintelectualA defcincia intelectual, ou defcincia mental, de acordo com a American Asso-ciation on Intellectual and Development Disabilities - AAIDD (Associao Americana de Defcincia Intelectual e do Desenvolvimento), consiste no:(...) funcionamento mental signifcativamente abaixo da mdia, oriundo do perodo de de-senvolvimento,concomitantecomlimitaesassociadasaduasoumaisreasdaconduta adaptativa, ou da sociedade, no seguintes aspectos: comunicao, cuidados especiais, habili-dades sociais, desempenho na famlia e comodidade, independncia na locomoo, sade e segurana, desempenho escolar, lazer e trabalho. Quandofalamosdedefcinciaintelectualcomumaspessoasfazeremuma relao imediata com a doena mental. No se engane, pois no . A doena mental confgura-sepelaalteraodapercepoindividualedarealidade,oque,nemsem-pre,acontececompessoascomdfcitintelectual,asquaisnoapresentamsintomas patolgicos verifcados nas doenas mentais como as neuroses graves, psicoses agudas ou casos de demncia. Portanto, a primeira regra de relacionamento com pessoas com defcincia intelectual : no trat-las como doentes. Isso pode prejudicar os processos demediaes,trazendosriasconsequnciasaoseudesenvolvimento.Nopodemos esquecer que elas so saudveis. Resumindo: no confunda defcincia intelectual com doena mental. Mas vale lembrar algumas boas dicas, como: se a pessoa com defcincia intelectual for uma criana, trate-a como uma criana. Se for um adulto, trate-a como um adulto. Se for adolescente, trate-a como tal. Devemos agir naturalmente, percebendo e respeitando as diferenas.As pessoas com defcincia intelectual levam mais tempo para aprender e com-preender solicitaes. Tenha pacincia e explique quantas vezes forem necessrias para que ela possa entender o que est sendo pedido. No desanime caso haja retornos ne-gativos,oimportantefavoreceressaintegrao,sempreestimulandoparaqueelas possam cooperar e se relacionar. Ah! Posturas positivas, nada de desestmulos. Umaorientaoprincipal:nosejasuperprotetor.Permitaqueapessoacom defcincia intelectual - que mantm ntegras a percepo dela mesma e da realidade - faa ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Auxilie apenas no que for estritamente necessrio. preciso observar e aprender o ritmo das pessoas, afnal, cada um tem o seu. As pessoas com defcincia intelectual levam mais tempo para executar determinadas tarefas. Desta forma, repita a orientao de forma clara e simples at que seja compre-endida. 39Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaQuando for conversar, fale de maneira adequada (nem to rpido quanto uma locuo de futebol, nem to lento que parea uma vitrola em baixarotao) e no use diminutivos. Expresses como que coisinha da mamezinha mais lindinha s podem servir se a pessoa em questo tiver menos de um ano. Mais do que isso j no cola...Um pedido...Se for pedir alguma coisa para uma pessoa com defcincia intelectual e notar que ela no consegue fazer, mostre um modelo e certifque-se de que compreendeu. Respei-te seu ritmo. Pode demorar, mas voc ter uma surpresa com o resultado. Importante tambm explicar quais so as posturas que tm de ser adotadas: como se comportar, por exemplo. Condutas inadequadas tm de ser trabalhadas e orientadas de forma frme e clara. Mas no se assuste se ouvir um xingamento: pessoas com defcincia intelectual tambm sentem raiva, tristeza, desejos e descontentamento com ordens severas como qualquer pessoa.Meu nome Joo! Nunca chame uma pessoa com defcincia pelo seu quadro clnico. Ol, fula-no, esse aqui aquele meu primo que tem defcincia intelectual. Pior ainda se sair algo como ele doente mental. Sei que a gente no usa isso, mas sempre vale a pena reforar. Afnal, j percebemos quecertos termos so PEJORATIVOS e no devem ser usados. Nunca. Nunca. Nunca.Como fazer? Ol, Maria, esse o meu primo Joo. Joo, essa a Maria, uma grande amiga minha que quero que voc conhea. Viu, simples.Joo no trabalhoAo contrrio do que muita gente pensa, pessoas com defcincia intelectual po-dem e devem trabalhar. Estabelecer esse contato de trabalho e tornar as pessoas economi-camente ativas faz parte da arte de inser-las na sociedade. A sugesto aqui estabelecer uma ROTINA de trabalho para elas. Coisas simples, mas bem explicadas, funcionam como um toque de mgica para que o dia transcorra produtivamente. Calma!Se voc encontrar na rua uma pessoa com defcincia intelectual que esteja perdi-da, em primeirssimo lugar, tente acalm-la. Elas costumam fcar muito nervosas quan-do esto em situaes inusitadas, assim como ns. Depois, faa perguntas simples sobre como ajudar. Pergunte tambm se ela possui algum carto de identifcao. comum que as pessoas com defcincia intelectual andem com esse tipo de carto com dados como endereo, telefone de contato...Mitos Pessoas com defcincia intelectual so doentes. J descobrimos que elas no tm uma doena e sim uma defcincia. Pessoas com defcincia intelectual morrem cedo devido a graves e incontornveis problemas de sade. Pessoas com defcincia podem morrer em decorrncia de algumas complicaes que estejam ligadas defcincia, mas isso no comum.Elas precisam usar remdios controlados. Pessoas com defcincia intelectual podem at usar remdios para controlar alguma disfuno, mas, normalmente, usam para fns comuns, como uma gripe, dor de cabea...So agressivas e perigosas, dceis ou cordiais. As pessoas com defcincia intelectual, assim como as demais pessoas, refetem o ambiente em que vivem. Afnal, a personalidade socialmente construda. So generalizadamente incompetentes. Pessoas com defcincia intelectual podem - e devem - trabalhar. Existe um culpado pela condio da defcincia. No h culpados. Por isso, no seja superprotetor. Temos de tratar as pessoas com defcincia intelectual com dignidade e respeito, como tratamos todas as pessoas.O meio ambiente pouco pode fazer pelas pessoas com defcincia intelectual. Costumamos dizer exatamente o contrrio: o meio que defciente, no as pessoas.Pessoascomdefcinciaintelectualsestobemcomseusiguais. O relacionamento com pessoas sem defcincia pode ajudar no desenvolvimento delas. Portanto, essa interao essencial.Pessoas com defcincia intelectual s aprendem at um determinado limite. Mentira. Dadas as condies de aprendizado, eles aprendem de tudo, inclusive a abstrair, que um exerccio mental.41 40Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaSugesto de flmes:Do luto luta. Gnero: Documentrio / Tempo de Durao: 75 min.Ano de Lanamento (Brasil): 2005Forrest Gump. Gnero: Drama / Durao: 133 min. / Ano: 1994Prefeitura da Cidade de So Paulo. Coordenadoria de Incluso Digital, Cartilha da Incluso Digital e Social para pessoas comnecessidades especiais - Dezembro de 2005. pg. 18.Deficinciamltipla a associao de duas ou mais defcincias, podendo ser:Defcincia intelectual associada defcincia fsica;Defcincia auditiva associada defcincia intelectual e defcincia fsica;Defcincia visual associada paralisia cerebral.Segundo a defnio da Secretaria de Educao Especial do Ministrio da Edu-cao (MEC), defcincia mltipla a expresso adotada para designar pessoas que tm mais de uma defcincia.umacondioheterogneaqueidentifcadiferentesgruposdepessoas,re-velandoassociaesdiversasdedefcinciasqueafetam,maisoumenosintensamente,o funcionamento individual e o relacionamento social . Para lidar com uma pessoa que tenha defcincia mltipla, observe-a ou per-gunte a quem a acompanha. O relacionamento se estabelece de acordo com as orien-taes j elencadas nesse manual nos itens anteriores.43Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaSurdocegueira uma defcincia nica que apresenta a perda da audio e da viso concomi-tantemente em diferentes graus, o que leva a pessoa surdocega a desenvolver diferen-tes formas de comunicao para entender e interagir com pessoas e meio ambiente. H tempos, essa defcincia era considerada como defcincia mltipla sensorial, mas suas particularidades comunicacionais estabeleceram a necessidade de uma designa-o e especifcao de defcincia prpria. A surdocegueira a defcincia sensorial em sua plenitude, pois o contato com o mundo exterior pode ser totalmente cerceado. Pessoas que tm surdocegueira podem apresentar diferentes nveis da defcin-cia. H surdocego que enxergue pouco e no oua nada, bem como quem oua um pouco e no enxergue nada. H tambm quem no pode ouvir nem ver completa-mente nada. Segundo Censo do MEC (Ministrio da Educao), no Brasil existem 1.250pessoascomsurdocegueira.Porm,especialistasdareaacreditamtermuito mais.Como se relacionar com um surdocego?Perguntecomo deve se comunicar com o surdocego ao seu guia-intrprete ou ao acompanhante. As formas so variadas e extremamente particulares.Os surdocegos andam, normalmente, com um guia-intrprete ao seu lado para conseguirestabeleceracomunicaocomoutraspessoas.Quandochegarpertode um surdocego, toque-o levemente na mo para sinalizar que est ao seu lado. O guia- intrprete quem vai guiar essa interao. Alguns surdocegos se comunicam colocan-do a mo em sua boca para sentir a vibrao do som que voc est emitindo.A comunicao com pessoas surdocegasOs sistemas de comunicao usados pelas pessoas surdocegas so divididos em Alfabticos e No Alfabticos. Vamos conhec-los.Sistemas AlfabticosAlfabeto Dactilolgico: as letras do alfabeto se formam mediante diferentes po-sies dos dedos da mo;Alfabeto de Escrita Manual: quando o dedo indicador da pessoa surdocega fun-ciona como um lpis escrevendo o que quer sobre a outra mo; Tablitas Alfabticas: so tbuas que tm letras escritas em forma maiscula ou 45Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaimpressaemBraille.Paraacomunicao,ointerlocutorvaiassinalandocadaletra para formar uma palavra com o dedo da pessoa surdocega e ela responde fazendo o mesmo procedimento;Meios Tcnicos com Sada Braille:so mquinas utilizadas pelo surdocego que conhece o Braille.Sistemas No Alfabticos Libras:LnguaBrasileiradeSinaisutilizadapelaspessoassurdas; Todoma: consiste na percepo, por meio da mo da pessoa surdocega que re-pousa sobre a boca de quem fala para sentir a vibrao das palavras.Como estabelecer a comunicao? Use um dos sistemas descritos acima que melhor se encaixe na situao em que voc est e com os recursos disponveis. O importante estabelecer a comunicao com a pessoa surdocega. Por exemplo, se voc observou que o surdocego tem resduo visual, voc pode se comunicar com ele por meio da Libras ou pela escrita. Se for es-crever, lembre-se de faz-lo em letra de frma grande e com caneta preta ou azul. Use papel branco ou amarelo, que do maior contraste.Agora, neste caso, no se esquea de fcar bem prximo do seu campo de viso. Onde conseguir um guia-intrprete? O servio de guias-intrpretes profssionais oferecido pela Associao Brasi-leira de Surdocegos - ABRASC (Rua Baltazar Lisboa, 332 - Vila Mariana, So Paulo - SP. Fone: 55 11 5549-3119). E muito importante contratar um intrprete de Libras ou guia-intrprete de associaes que ofeream certifcado. Para prestar esses servios, o profssional tem de ter formao especfca com horas de treinamento.O exemplo de Helen KellerHelen Adams Keller nasceu na Tuscumbia (EUA), em 27 de junho de 1880. Aindamenina,Helenteveumadoenadiagnosticadapocacomofebrecerebral (hoje, acredita-se que tenha sido escarlatina) e fcou surda e cega. Mas essas defcin-cias no foram obstculos para que Helen Keller se tornasse uma das mais notveis personalidades de seu sculo. Fonte: Wikipdia, enciclopdia livre.47 46Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaAntesdesetornarescritoraeconferencista,Helengraduou-se,comlouvor, como bacharel de flosofa pela Universidade Radclife, no Alabama, EUA. Ao longo da vida recebeu ttulos e diplomas honorrios de diversas instituies, como a Uni-versidade de Harvard, ainda nos EUA, e universidades de outros pases como a Esc-cia, Alemanha, ndia e frica do Sul. Keller tambm recebeu diversas condecoraes como a Ordem do Cruzeiro do Sul, no Brasil; a do Tesouro Sagrado, no Japo, dentre outras. Ainda foi membro honorrio de vrias sociedades cientfcas e organizaes flantrpicas nos cinco continentes.Em1902,estreounaliteraturapublicandosuaautobiografaAHistriada Minha Vida.A partir de ento, no parou de escrever.OutroscasosAtaxiaAtaxiaaperdadacoordenaodosmovimentosmuscularesvoluntriosdo corpo. Apesar de causar defcincia no indivduo que a tem, ela no considerada, em si, uma defcincia. A Ataxia abrange diversas formas de desordens neurolgicas, o que a faz presente em quadros clnicos de diversas doenas do sistema nervoso. Ataxis, do grego, quer dizer sem ordem ou incoordenao. A Ataxia um sintoma, no uma doena especfca ou diagnstico.Aperdadecoordenao,causadapelaAtaxia,podeafetardedos,mos,braos, pernas,ps,afalaouomovimentodosolhos.Essasdisfunesso,freqentemente, causadas por uma perda da funo do cerebelo, a parte do crebro que funciona como centro de coordenao.Algumas vezes, a Ataxia aparece subitamente. Por exemplo, em casos de trauma craniano, derrame, hemorragia e tumor cerebral, ps infeco, exposio a certas drogas outxicosouapsumaparadacardacaourespiratria.Mastambmpodeaparecer gradualmenteemdecorrnciadohipertireoidismo,defcinciadevitaminas(ex.Ee B12), algumas espcies de cncer, anomalia congnita, esclerose mltipla, sflis, doenas hereditrias ou de degenerao cerebelar.Por enquanto, no existe nenhum remdio conhecido para tratar os sintomas da Ataxia. O que fazer?Oidealqueseofereatodaaautonomiapossvelaosindivduosquetm Ataxia.Como,porexemplo,disponibilizandoequipamentosadaptadosquepermitam ao indivduo ter o mximo de independncia na execuo de tarefas do dia-a-dia. Esses dispositivospodemserbengalas,muletas,andadores,cadeirasderodas;equipamentos para o auxlio da escrita, da alimentao e dos cuidados pessoais e, ainda, outros aparelhos para facilitar a comunicao para as pessoas que tm difculdades na fala. Pacientes que tm Ataxia Hereditria (transmitida pela famlia. Pode ser dominante quando o individuo recebe o gene defeituoso dos pais, que pode acarretar a desordem gentica; ou recessiva onde uma s cpia do gene defeituoso no sufciente para a transmisso da doena e nem o desenvolvimento dos sintomas) ou Ataxia de causas desconhecidas, apresentam outros sintomas adicionais. A medicao ou outras terapias podem ser apropriadas para o tratamento desses sintomas.49Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaFonte: wikipdia.Informaes disponveis no sitewww.ataxia.org.AutismoA palavra autismo tem sua raiz no grego autos, que signifca de si mesmo. Se-gundo a ASA (Autism Society of America), o autismo uma inadequacidade no desen-volvimentoqueaparecenos3primeirosanosdacriana e se manifesta de maneira grave por toda a vida. Acomete cercade1entrecada150nascidosequatrovezesmais comum no sexo masculino do que no feminino.O termo nasceu no incio do sculo XX, quando foram realizadas descobertas sobre o processo do pensamento de pacientes considerados psicticos que faziam referncia simultnea ao mundo e a si mesmos.Mas foi em 1943 que o americano Leo Kanner deu um passo fundamental para a identifcao do autismo. Ele fez um estudo com 11 crianas gravemente lesadas, que apresentavam determinadas caractersticas em comum, e elaborou a publicao Autistic Disturbances of Afective Contatc (Distrbios Autsticos do Contato Afetivo). Durante sua investigao, Kanner identifcou que as crianas apresentavam inabilida-des no relacionamento com outras pessoas e situaes desde o incio da vida (extremo isolamento), falha no uso da linguagem e desejo obsessivo ansioso para manuteno da mesmice. Em 1944, o pediatra austraco Hans Asperger publicou um artigo ampliando osestudosdeKannercomcrianas.Nestanovaavaliao,ascrianasselecionadas, apesar de terem as mesmas caractersticas do estudo anterior, apresentavam habilida-des como: fala altamente gramatical em idade precoce, capacidades especiais e bom prognstico.Assim,otranstornodeAsperger,comofcouconhecido,sediferencia do autismo pelo fato de as pessoas que a apresentam no desenvolverem retardo ou defcincia de linguagem.Existe uma trade de limitaes associada ao autismo:a) difculdade em comunicao, que eventualmente gera auto-agresses e homoagres-ses, como forma primitiva de comunicao;b) difculdade na interao social e na imaginao,c) dfcit na Teoria da Mente e Coerncia Central.Para ilustrar como funciona essa trade, vamos pensar a seguinte situao: ima-gine que um de ns, brasileiro em viagem China, fosse roubado no centro de Chan-gai, largado sem roupa, documento, sem falar chins, sem saber como pedir ajuda e se explicar. Essa a pessoa com autismo.Com a evoluo das pesquisas cientfcas, identifcou-se que o Autismo no um distrbio afetivo, como indicou Kanner, e sim um Distrbio do Desenvolvimento. Segundo o Cdigo Internacional de Doenas (CID-10), os Transtornos Globais do Desenvolvimentosoumgrupodetranstornoscaracterizadosporalteraesquali-tativas das interaes sociais recprocas e modalidades de comunicaoeporumre-pertrio de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo.Segundo o CID-10, o Autismo pode ser dividido em:Autismo infantilCaracterizado pelo desenvolvimento anormal ou alterado, desenvolvido antes dostrsanosdeidade,queapresentaperturbaocaractersticaparainteraesso-ciais, comunicao e comportamento.Autismo atpicoQuando os sintomas no conferem com os do autismo infantil. O autismo at-pico ocorre, normalmente, em crianas com retardo mental profundo ou com trans-torno no desenvolvimento de linguagem.Sndrome de RettAcontece s em meninas. Inicialmente, o desenvolvimento normal, seguido da perda de linguagem, da marcha e do uso das mos, associado a um retardo do de-senvolvimento craniano. Sndrome de AspergerApresenta transtornos semelhantes ao autismo. Diferencia-se, essencialmente, por no apresentar retardo, defcincia de linguagem ou no desenvolvimento cognitivo. Existem duas informaes sobre o nascimento do termo autismo. Algumas fontes, como o site www.autismo.com.br, creditam a Plouller a introduo do termo, em 1906. J outras, como o Oxford English Dictionary, conferem a Eugen Bleuler o mesmo feito, em uma edio de 1912 do American Journal of Insanity. Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Eugen_Bleuler.CID-10, F84 - Transtornos Globais do Desenvolvimento(vide em www.datasus.gov.br/cid10/webhelp/cid10.htm)Estatstica da ASA,disponvel no sitewww.autism-society.org 51 50Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaFonte: www.autismo.com.brEpilepsia Asepilepsiassocondiesfsicas,singulares,queocorremquando,inespe-radamente, surgem mudanas breves e repentinas no funcionamento bioeltrico do corpo. Importante ressaltar que no uma defcincia, mas pode ser ocasionada por ela. Para explicar como ocorre uma crise, vamos comparar o ataque epiltico a um curto-circuitomomentneoqueafetanossasclulasnervosascomopartedeuma disfunodoSistemaNervosoCentral.Essecurto-circuitopodeocasionarperda de conscincia momentnea, acompanhada de outros distrbios como abalos mus-culares, movimentos bruscos, perda do equilbrio corporal, entre outros. A epilepsia pode atingir qualquer pessoa, por isso importante estar atento ao que se pode fazer quando isso ocorrer.Para ajudar algum em crise epiltica, em primeiro lugar, mantenha a calma. Depois,tentedeit-laemumlugarconfortvelelongedoalcancedetudooque possa oferecer perigo. O ideal posicionar a cabea dessa pessoa um pouco mais ele-vada do que o resto do corpo. Use, para isso, uma blusa ou outro material acessvel. Segure o rosto e tente deix-lo de lado para que a saliva no interrompa a respirao. Nocoloquenenhumobjetodentrodabocadoepiltico.ummitoacharquea pessoa em crise de epilepsia pode engolir alngua. No asegure, tentando controlar seus tremores, e nem jogue gua ou tente dar alguma coisa para ela comer ou beber. Aguarde pacientemente at a crise terminar. comum que, aps a crise epiltica, a pessoa tenha sono e durma. No a acorde, espere at que ela desperte e pergunte se pode ajud-la de mais alguma maneira.Questes importantesO autista tem expectativa de vida completamente normal. O autismo no tem cura, porm, importante que a famlia busque um diagnstico precoce, pois ajuda muito no desenvolvimento do indivduo. Os tratamentos podem ser feitos por equipes multi e interdisciplinares como mdicos, terapeutas, neurologistas etc. A participao da famlia fundamental para a evoluo do autista, que pode ter alguns sintomas amenizados ou extintos. Claro que vai depender do atendimento adequado e qualifcado dos profssionais. Mas uma coisa tem de fcar clara: no existe medicao ou tratamentos especfcos para o autismo. O quadro do autismo no esttico, alguns sintomas podem se modifcar ou at desaparecer. Por isso, aconselham-se avaliaes peridicas.Por fm,Todomundotemumpotencialnico. Trateapessoacomautismovislum-brando as capacidades que ela tem. Uma relao harmoniosa e respeitosa capaz de transformaes profundas. importante sempre acreditar no ser humano, tenha ele alguma limitao, transtorno ou defcincia.53 52Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaTecnologiasassistivasUfa!Depoisdeumlongorelatosobrecomotratarpessoascomdefcincia, vamos abrir um pouquinho esse leque para entender, tambm, o que elas precisam para poder usufruir plenamente dos servios que nossa cidade oferece. Acredito que a primeira barreira, mais ampla e complexa, a atitude. Como voc j aprendeu, preciso um pouco de bom senso e alguns toques para saber conviver com as pessoas com defcincia. Muitas vezes, temos medo daquilo que no conhecemos, mas, agora, j aprendemos muita coisa e saberemos como lidar com as mais diversas situaes.Porm, o que tambm falta so acessos e acessibilidades, o que nos leva a pensar que a defcincia est no meio e no, necessariamente, nas pessoas. Vamos estender esse raciocnio. Voc vai a um restaurante e quase nunca se depara com pessoas com defcinciafsica,porexemplo.Bom,vamosnotaralgunspequenositens:esseres-taurante tem degraus na entrada? E mais, os espaos entre as mesas so to apertados que se no tivesse perdido aqueles quilinhos a mais nem voc circularia por ali? Pois . Vamos mais longe: ser que esse restaurante tem banheiro adaptado para pessoas com defcincia fsica (barras de transferncia, espao para circulao, pia acessvel)? Com degraus, falta de espao e sem banheiro, o defciente fsico, com certeza, no bem-vindo nesse lugar. Agora, se houvesse todas essas acessibilidades, seu amigo que anda em cadeira de rodas estaria ali comendo um belo prato de massa e tomando um bom vinho. Ento, de quem a defcincia?Alm dos acessos fsicos, h outras formas de acessibilidades as quais chamamos de tecnologias assistivas ou ajudas tcnicas. Traduzindo: toda a tecnologia desenvolvi-da ou produtos, instrumento, estratgia, servio ou prtica para garantir a integrao da pessoa com defcincia na sociedade. Exemplo: o sistema Braille e os softwares que fazem a leitura de tela dos computadores para defcientes visuais; os aparelhos de au-dio para os defcientes auditivos; as prteses e rteses para os defcientes fsicos; os telefones para surdos (TS);os Sistemas de Comunicao Alternativos (SAS) - prin-cipalmente, os usados por aqueles que tm paralisia cerebral; entre muitos outros. importante citar que as tecnologias no indicam apenas objetos e dispositivos, mas englobam toda a organizao referente ao assunto. Por exemplo, vamos falar de trans-porte. Quando citamos tecnologias de transporte, no nos referimos apenas uma rampa ou a um sistema de rebaixamento, que acabam tornando esse nibus acessvel, mas, tambm, a todo o controle de trfego, circulao nas caladas, formao de pro-fssionais etc. Enfm, vamos saber um pouco mais sobre outras tecnologias.55Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaSistema Braille Braille um sistema de leitura com o tato para cegos inventado pelo francs Louis Braille (1809 /1852). Braille, que fcou totalmente cego aos trs anos de idade, inventou um sistema de pontos em relevo, inspirado pela visita do capito aposentado Charles Barbier, que trouxera um novo conjunto de escrita para a noite que permitia aos militarestrocar ordens e informaes silenciosamente. Este sistema, conhecido como Serre, baseado em 12 pontos, ao passo que o sistema desenvolvido por Braille mais simples, com apenas seis pontos. Louis Braille melhorou seu sistema, incluindo a notao numrica e musical. Em1829,publicouoseumtodo.OsistemaBrailleumalfabetoconvencional cujos caracteres se indicam por pontos em relevo. A partir dos seis pontos salientes, possvel fazer 63 combinaes que podem representar letras simples e acentuadas, pontuaes, algarismos, sinais algbricos e notas musicais.Dois anos depois da morte de seu inventor, o mtodo Braille foi ofcialmente adotado e reconhecido na Frana.Curiosidade: Um cego experiente pode ler duzentas palavras por minuto.Softwares para pessoas com defcincia visualNoBrasil,jforamdesenvolvidosalgunssoftwaresdevozparaquepessoas com defcincia visual tenham acesso a computadores. Desta forma, elas podem tra-balhar, se divertir, enfm, usar o universo de possibilidades que um computador pode oferecer. Softwares como o Visual Vision ou Virtual Vision, que rodam em sistema Windows, tm timos sintetizadores de voz e so algumas possibilidades de softwares. Bem como o Dosvox, outro tipo de software, que pode ser adquirido gratuitamente pelositehttp://caec.nce.ufrj.br.ODosvoxfoicriadopeloNcleodeComputao Eletrnica da Faculdade Federal do Rio de Janeiro.Aparelhos auditivosSo equipamentos que permitem aos defcientes auditivos a possibilidade da audio. Em muitos casos, os aparelhos no devolvem a integralidade dos sons, mas possibilitam que sejam detectados rudos que facilitam a comunicao. Hoje, h dis-ponveis aparelhos miniaturizados com tecnologia digital de ltima gerao, que ofe-recem melhor ajuste perda auditiva e ao estilo de vida do usurio.Implante coclearO implante coclear um dispositivo eletrnico, de alta tecnologia, que estimu-la eletricamente as fbras do nervo auditivo para que essa corrente seja percebida pelo crtex cerebral. Esse implante fornece impulsos eltricos para estimulao das fbras neuraisremanescentesemdiferentesregiesdacclea,possibilitandoaousurioa capacidade de perceber o som.Prteses e rtesesPrteses so equipamentos que substituem parte do corpo humano, e podem ser implantadas ou no. Um amputado, por exemplo, pode usar o recurso da prtese para colocar uma perna ou uma mo mecnica. J as rteses so equipamentos que substituem uma funo do corpo, como a cadeira de rodas e muletas, por exemplo, que suprem a carncia do andar de pessoas com defcincia fsica. Outro exemplo de rtese bem mais usado do que voc imagina. Os culos suprem a carncia de viso e possibilitam que muitas pessoas possam enxergar um pouco melhor. Essa uma rtese que muitagente usa.Telefone para Surdos TS - Telefone para Surdos - um aparelho telefnico com tecnologia especfca que facilita a comunicao por telefone entre pessoas surdas e ouvintes. O TS, tem na parte superior do aparelho, uma pequena tela onde a mensagemaparece escrita e, um pouco abaixo, tem um teclado onde o surdo podedigitar a conversa. Quem faz a operacionalizao e a transmisso das mensagens a Central de Intermediao Surdo-Ouvinte (CISO), que funciona 24 horas por dia e pode ser acessada pelo n-mero142.Esseaparelhodisponibilizadoemgrandepartedosprdiospblicos, mas, ainda, pouco utilizado porqu muitos surdos no tm o telefonedisponvel em casa. O sistema funciona da seguinte maneira: um surdo tecla do TS o nmero da central 142 e transmite sua mensagem por meio do teclado alfanumrico. Na CISO uma intermediadora completa a ligao (que pode ser para um surdo ou ouvinte)e transmite, no caso da outra pessoa ser ouvinte, o recado por via falada. Se o outro interlocutor tambm for surdo, e estiver em TS, a mensagem aparece no visor. 57 56Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaA cclea (ou caracol, devido sua forma) a poro do ouvido interno onde est o rgo de Corti, que contm os terminais nervosos responsveis pela audio.Sistemas de comunicao alternativos e/ou suplementares (SAS)O SAS o uso integrado de componentes - smbolos, gestos, recursos, estrat-gias e tcnicas - utilizados por um indivduo em sua comunicao. Os sistemas gr-fcos facilitaram a interao, principalmente, para pessoas que tm paralisia cerebral. Os mais conhecidos e usados no Brasil so o Rebus, Picture Communication Sym-bols (PCS), Pictogram Ideogram Communication Symbols (PIC) e Blissymbols.O sistema Bliss, por exemplo, composto por um pequeno nmero de formas chamadas de elementos simblicos, ou seja, so desenhos que simbolizam a idia deumacoisaecriamumaassociaogrfcaentreosmboloeoconceitoqueele representa. J os sistemas PCS e PIC so pictogrfcos, ou seja, baseados em imagens edesenhosquerepresentamexatamenteaquiloqueso.umacomunicaomais curta entre o smbolo e aquilo que ele representa.Todos esses sistemas so apresentados em um prancha, onde a pessoa com pa-ralisia cerebral indica as imagens ou smbolos representativos daquela informao que deseja transmitir.59 58Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzida Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade ReduzidaJ que falamos bastante sobre como lidar com pessoas com deficincia, vamos conheceragora umpoucodas Leis que garantemos seus direitos comocidados.Sempre que precisar, ampare-se legalmente. Grande parte dessas legislaes nosocumpridas e precisamos fazer valer todas elas. Esse onossoatode cidadania!LEI N 5.440, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1957LEI N 5.690, DE 08 DE FEVEREIRO DE 1960.LEI N 8.438, DE 20 DE SETEMBRO DE 1976.LEI N 10.012, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1985LEI N 10.072, DE 09 DE JUNHO DE 1986.LEI N 10.205, DE 04 DE DEZEMBRO DE 1986LEI N 10.508, DE 04 DE MAIO DE 1988.LEI N 10.832, DE 05 DE JANEIRO DE 1990.LEI N 10.880, DE 17 DE SETEMBRO DE 1990LEI N 11.039, DE 23 DE AGOSTO DE 1991.Estabelece medidas de proteo em benefcio dosvendedores ambulantes de capacidade fsica reduzida.Regulamentada pelo Decreto 4575/60.Dispe que os surdos e surdos-mudos podero sernomeados ou admitidos para cargos ou funes pblicas,cujo desempenho seja compatvel com a deficincia de queforem portadores, e d outras providncias. Regulamentadapelo Decreto 6303/65. Lei 6665/65 acrescenta pargrafoao artigo 2 da lei.Dispe sobre organizao da educao de deficientesauditivos no Ensino Municipal, e d outras providncias.Dispe sobre assentos reservados para uso por gestantes,mulheres portando bebs ou crianas de colo, idosos edeficientes fsicos, nos veculos de transporte coletivo depassageiros.Dispe sobre a instalao de bancas de jornais e revistas emlogradouros pblicos, e d outras providncias. - Artigos 1;2; 5, 1. Regulamentada pelo Decreto 22.709/86.Disciplina a expedio de licena de funcionamento e doutras providncias. Redao dada pelas Leis 11.785/95,13.537/03; alterada pela Lei 14.028/05. Decreto 41532/01regulamenta emisso de termo de consulta, auto de licenae alvar de funcionamento.Dispe sobre a limpeza nos imveis, o fechamento deterrenos no edificados e a construo de passeios, e doutras providncias. - Art. 10 e pargrafo nico.Regulamentada pelo Decreto 27.505/88.Determina tratamento prioritrio a pessoas comdeficincias fsicas. Decreto 32.329/92 revoga artigo 2 noque for incompatvel..Autoriza o Executivo Municipal a criar escolas para crianascom deficincia mentail, e d outras providncias.Disciplina o exerccio do comrcio ou prestao de serviosambulantes nas vias e logradouros pblicos do municpiode So Paulo. Regulamentada pelo Decreto 42.600/02, deacordo com o disposto na Lei 13.399/02, que disps sobrea criao das Subprefeituras.Autoriza o Executivo Municipal a celebrar convnios comentidades, reconhecidas como de utilidade pblica, quemantenham cursos bsicos ou especiais de alfabetizaopara crianas excepcionais. Regulamentada pelo Decreto31.384/92.Torna obrigatria a adaptao dos estdios desportivos parafacilitar o ingresso, locomoo e acomodao das pessoascom deficincia fsica, especialmente os paraplgicos.Dispe sobre a entrega de livros a pessoas com deficinciafsica em suas residncias, para leitura e pesquisa nasBibliotecas Municipais. Regulamentada pelo Decreto31.285/92.Institui nos rgos da Administrao Municipal, setorespecial para atendimento de idosos, gestantes e portadoresde deficincia.Dispe sobre a construo de salas, para cinema e teatroem Centros Comerciais do Municpio de So Paulo. - Art.3. Regulamentada pelo Decreto 31.335/92.Dispe sobre o Cdigo de Obras e Edificaes, revoga aLei n 8.266, de 20 de junho de 1975, com as alteraesadotadas por leis posteriores, e d outras providncias.Regulamentada pelo Decreto 32.329/92.Dispe sobre o atendimento preferencial de gestantes,mes com crianas de colo, idosos e deficientes emestabelecimentos comerciais, de servio e similares, e doutras providncias. Regulamentada pelo Decreto32.975/93. Lei 13.036/00 altera o artigo 3 da lei.Dispe sobre a iseno de tarifa no sistema de transportecoletivo do Municpio s pessoas com deficincia fsica emental, e d outras providncias.Autoriza a Prefeitura do Municpio de So Paulo aimplantar o servio de Rdio-Perua, destinado aoLEI N 11.056, DE 04 DE SETEMBRO DE 1991.LEI N 11.065, DE 04 DE SETEMBRO DE 1991.LEI N 11.101, DE 29 DE OUTUBRO DE 1991.LEI N 11.109, DE 31 DE OUTUBRO DE 1991.LEI N 11.119, DE 08 DE NOVEMBRO DE 1991.LEI N 11.228, DE 25 DE JUNHO DE 1992.LEI N 11.248, DE 1 DE OUTUBRO DE 1992.LEI N 11.250, DE 1 DE OUTUBRO DE 1992.LEI N 11.257, DE 07 DE OUTUBRO DE 1992.Legislao da Cidade de So PauloLegislao61Manual de Convivncia - Pessoas com Deficincia e Mobilidade Reduzidaatendimento de pessoas com deficincia fsica. Decreto32.223/92 institui no Sistema de Transporte Individual dePassageiros, por veculos de aluguel providos de taxmetro,a categoria Perua-Rdio-Txi.Dispe sobre o Conselho Municipal da Pessoa Deficiente -CMPD, e d outras providncias. Decreto n 36.842, de 08de maio de 1997 aprova o Regimento Interno do ConselhoMunicipal da Pessoa Deficiente - CMPD. Lei 12.499/97altera o pargrafo 2 do artigo 7 da lei. Decreto 45.810, de1 de abril de 2005, altera o nome do Conselho para,vinculado Secretaria Especial da Pessoa com Deficincia eMobilidade Reduzida - Seped.Dispe sobre o atendimento aos alunos com necessidadesespeciais. Regulamentada pelo Decreto 33.793/93.Dispe sobre a adequao das edificaes a pessoas comdeficincia, e d outras providncias. Regulamentaoconsolidada pelo Decreto 45.122/04.Obriga a rede hospitalar do Municpio de So Paulo afornecer, quando necessrio, prteses e cadeiras de rodaspara deficientes fsicos.Cria uma classe especial para alunos excepcionais mentaiseducveis, a cada nova implantao de Escola Municipal.Dispe sobre o acesso de pessoas com deficincia fsica acinemas, teatros e casas de espetculos. Lei 12.815/99 alterao artigo 1 da lei. Decreto 45.122/04 consolida aregulamentao da lei.Dispe sobre instalao ou adaptao de box comsanitrios destinados aos usurios de cadeiras de rodas nasseguintes edificaes: locais de reunio com mais de 100(cem) pessoas; qualquer outro uso com mais de 60(sessenta) pessoas.Dispe sobre a colocao de assento nas farmcias edrogarias, e d outras providncias. Regulamentada peloDecreto 35.070/95Dispe sobre a criao de vagas especiais paraestacionamento de veculos dirigidos ou conduzindopessoas com deficincia nas vias pblicas municipais, e doutras providncias.Autoriza o Executivo a adaptar pelo menos um veculo snecessidades das pessoas com deficincia fsica em todas aslinhas de nibus da cidade de So Paulo, e d outrasprovidncias. Regulamentada pelo Decreto 36.071/96, queteve o pargrafo 2 do art. 5 alterado pelo Decreto45.038/04.Dispe sobre a criao de Oficinas Abertas de Trabalhopara ensino e profissionalizao de pessoas com deficinciafsica. Regulamentada pelo Decreto 35.824/96.LEI N 11.315, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1992.Conselho Municipal da Pessoa com DeficinciaLEI N 11.326, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1992.LEI N 11.345, DE 14 DE ABRIL DE 1993.LEI N 11.353, DE 22 DE ABRIL DE 1993.LEI N 11.369, DE 17 DE MAIO DE 1993.LEI N 11.424, DE 30 DE SETEMBRO DE 1993.LEI N 11.441, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1993.LEI N 11.468, DE 12 DE JANEIRO DE 1994.LEI N 11.506, DE 13 DE ABRIL DE 1994.LEI N 11.602, DE 12 DE JULHO DE 1994.LEI N 11.607, DE 13 DE JULHO DE 1994.LEI N 11.785, DE 26 DE MAIO DE 1995LEI N 11.859, DE 31 DE AGOSTO DE 1993.LEI N 11.987, DE 16 DE JANEIRO DE 1996.LEI N 11.992, DE 16 DE JANEIRO DE 1996.LEI N 11.995, DE 16 DE JANEIRO DE 1996.LEI N 12.002, DE 23 DE JANEIRO DE 1996.LEI N 12.037, DE 11 DE ABRIL DE 1996.LEI N 12.117, DE 28 DE JUNHO DE 1996.LEI N 12.360, DE 13 DE JUNHO DE 1997.LEI N 12.363, DE 13 DE JUNHO DE 1997.LEI N 12.365, DE 13 DE JUNHO DE 1997.LEI N 12.368, DE 13 DE JUNHO DE 1997.LEI N 12.471, DE 16 DE SETEMBRO DE 1997.Altera a redao do art. 1 e do art. 6 da Lei n 10.205 de 4de dezembro de 1986 que disciplina a expedio de licenade funcionamento, e d outras providncias.Acrescenta subitem ao item 9.5.3 da Seo 9.5 do Captulo9 do Anexo 8 da Lei Municipal n 11.228, de 25 de junhode 1992, que dispe sobre o Cdigo de Obras eEdificaes.Dispe sobre a obrigatoriedade de instalao nos parquesdo Municpio de