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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA MARIA ANGELA ADAMOLI DE MORAIS ROSSETTO QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO Piracicaba 2018

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

    FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

    MARIA ANGELA ADAMOLI DE MORAIS ROSSETTO

    QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM CÂNCER DE

    CABEÇA E PESCOÇO

    Piracicaba

    2018

  • MARIA ANGELA ADAMOLI DE MORAIS ROSSETTO

    QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM CÂNCER DE

    CABEÇA E PESCOÇO

    Dissertação de Mestrado Profissional

    apresentada à Faculdade de Odontologia

    de Piracicaba da Universidade Estadual de

    Campinas como parte dos requisitos

    exigidos para a obtenção do título de

    Mestra em Gestão e Saúde Coletiva.

    Orientadora: Profa. Dra. Karine Laura Cortellazzi Mendes

    Co orientadora: Profa. Dra. Luciane Miranda Guerra

    ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL

    DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA MARIA

    ANGELA ADAMOLI DE MORAIS ROSSETTO E

    ORIENTADA PELA PROFA. DRA. KARINE LAURA

    CORTELLAZZI MENDES.

    Piracicaba

    2018

  • Ficha Catalográfica

  • DEDICATÓRIA

    Dedico este trabalho a Deus, a minha família e em especial ao meu marido.

  • AGRADECIMENTOS

    Ao reitor da UNICAMP, Prof. Dr. Marcelo Knobel.

    À Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP, na pessoa de seu

    Diretor, Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques.

    Ao Prof. Dr. Antonio Carlos Pereira, coordenador do curso de Mestrado

    Profissionalizante da FOP/UNICAMP, pela oportunidade e incentivos.

    Agradeço o apoio da FOP UNICAMP no departamento de Odontologia em

    Saúde Coletiva por todo o conhecimento que adquiri neste período de estudos.

    A minha orientadora Profa. Dra. Karine Laura Cortellazzi, por toda

    orientação, dedicação e em especial por ter acreditado no meu trabalho.

    A minha co-orientadora Profa. Dra. Luciane Miranda Guerra, pela

    dedicação e interesse em apoiar nos momentos difíceis desta empreitada.

    Aos meus professores do curso do Mestrado Profissional em Saúde

    Coletiva, aos funcionários da pós-graduação, departamento de saúde coletiva, outros

    setores pelo apoio e orientação, aos meus colegas do curso pelo apoio e amigos.

    A Associação Ilumina pela oportunidade de poder realizar esta pesquisa de campo.

  • RESUMO

    Os pacientes acometidos por Câncer de Cabeça e Pescoço (CCP)

    compõem um grupo de pacientes com alta vulnerabilidade, alta letalidade,

    estigmatizado pela sociedade em razão de deformidades craniofaciais que são

    comuns nesse tipo de neoplasia e, portanto, apresentam, com frequência, sequelas

    tanto físicas quanto emocionais, afetivas ou sociais que podem impactar na sua

    qualidade de vida. Este estudo teve como objetivo avaliar os fatores associados à

    qualidade de vida de pacientes diagnosticados com CCP inseridos no nível de média

    complexidade de uma Rede de Atenção Oncológica. Trata-se de um estudo

    transversal analítico. A amostra foi composta por 240 pacientes diagnosticados por

    CCP no período de julho de 2016 a abril de 2017 e inseridos em uma associação não

    governamental de um município de médio porte do Estado de São Paulo/Brasil. A

    variável dependente foi qualidade de vida (QV) avaliada pelo instrumento WHOQOL-

    bref. As variáveis independentes foram características sociodemográficas e clínicas,

    coletadas por meio de questionário semiestruturado. Análise de regressão simples foi

    realizada para cada variável independente com o desfecho e em seguida foi estimado

    modelo de regressão múltipla, ajustado para a distribuição binomial negativa,

    estimando-se a Prevalence Ratio Ratios (PRR) e os respectivos intervalos de 95% de

    confiança. Para cada ano de escolaridade, houve um aumento de 3% no escore da

    qualidade de vida (PRR=1,03; IC=1,00-1,21; p=0,0153). Para cada unidade de renda,

    houve um aumento de 10% no escore da qualidade de vida (PRR=1,10; IC=1,02-1,17;

    p=0,0076). Os indivíduos não portadores de diabetes, (PRR=1,10; IC=1,01-1,21;

    p=0,0248), que não apresentavam sequela física (PRR=1,16; IC=1,04 -1,29;

    p=0,0069) e sequela funcional (PRR=1,17; IC=1,03-1,32; p=0,0124) tiveram 10%,

    16% e 17% escores maior de qualidade de vida, respectivamente. A qualidade de vida

    dos pacientes com CCP está associada com as condições socioeconômicas e

    clínicas.

    Palavras-chave: Qualidade de vida. Neoplasias de cabeça e pescoço. Atenção à

    Saúde.

    https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&ved=0ahUKEwiB4Ked7oXZAhWGvZAKHZrmC1MQFgg7MAM&url=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fscielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS0101-81082009000400007&usg=AOvVaw0LFb0hXJA3cXSU4ojKzLWlhttps://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&ved=0ahUKEwiB4Ked7oXZAhWGvZAKHZrmC1MQFgg7MAM&url=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fscielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS0101-81082009000400007&usg=AOvVaw0LFb0hXJA3cXSU4ojKzLWl

  • ABSTRACT

    The patients affected by Head and Neck Cancer (CCP) are a group of patients

    with high vulnerability, high lethality, stigmatized by society due to craniofacial

    deformities that are common in this type of neoplasia and, therefore, often have

    sequelae both physical, emotional, affective or social factors that may impact their

    quality of life. This study evaluated the factors associated with the quality of life of

    patients diagnosed with PCC inserted in the level of medium complexity of an Oncology

    Care Network. This is a cross-sectional analytical study. The sample consisted of 240

    patients diagnosed by CCP from July 2016 to April 2017 and enrolled in a non-

    governmental association of a medium-sized municipality in the State of São Paulo /

    Brazil. The dependent variable was quality of life (QOL) assessed by the WHOQOL-

    bref instrument. The independent variables were sociodemographic and clinical

    characteristics, collected through a semi-structured questionnaire. Simple regression

    analysis was performed for each independent variable with the outcome and then

    estimated the multiple regression model, adjusted for the negative binomial

    distribution, estimating the Prevalence Ratio Ratios (PRR) and the respective 95%

    confidence intervals. For each year of schooling, there was a 3% increase in the quality

    of life score (PRR = 1.03, CI = 1.00-1.21, p = 0.0153). For each income unit, there was

    a 10% increase in the quality of life score (PRR = 1.10, CI = 1.02-1.17, p = 0.0076).

    The individuals without diabetes (PRR = 1.10, CI = 1.01-1.21, p = 0.0248), who had no

    physical sequelae (RR = 1.16, CI = 1.04 -1, 29, p = 0.0069) and functional sequela

    (PRR = 1.17, CI = 1.03-1.32, p = 0.0124) had 10%, 16% and 17% higher quality of life

    scores, respectively. The quality of life of patients with CCP is associated with

    socioeconomic and clinical conditions.

    Keywords: Quality of life. Head and neck neoplasms. Health Care.

  • SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO 10

    2 ARTIGO: AVALIAÇÃO DOS FATORES ASSOCIADOS A QUALIDADE

    DE VIDA DE PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E

    PESCOÇO 14

    3 CONCLUSÃO 38

    REFERÊNCIAS 39

    APÊNDICE 1 -INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES

    CLÍNICAS E SOCIODEMOGRÁFICAS

    43

    ANEXOS 45

    ANEXO 1 – CERTIFICADO DO COMITÊ DE ÉTICA 45

    ANEXO 2 – SUBMISSÃO DO ARTIGO 46

    ANEXO 3 - INSTRUMENTO WHOQOL – Bref 47

  • 10

    1 INTRODUÇÃO

    O Câncer de Cabeça e Pescoço (CCP) pode ser definido por um tumor

    maligno decorrente da mucosa do trato aerodigestivo superior: nasofaringe e laringe,

    incluindo a hipofaringe, orofaringe, lábio e cavidade oral (Algtewi et al., 2017). Tem

    início nas células escamosas que revestem as superfícies das mucosas da boca, nariz

    e garganta e pode ser classificado conforme a área da cabeça ou pescoço onde inicia-

    se a lesão. Os sinais e sintomas aparecem com uma ferida que não cicatriza seja por

    um nódulo ou dificuldade para engolir, alterações na voz, rouquidão e dor na garganta

    que não melhoram (Oncoguia, 2017).

    Em todo o mundo, cerca de 650 mil pessoas por ano são diagnosticadas

    com esse tipo de câncer. Corresponde ao quinto tipo mais comum no mundo,

    apresentando grande mortalidade e morbidade (Campana e Goiato, 2015), sendo

    responsável por 5% de todos os cânceres no mundo ocidental (Ringash, 2015; Rettig

    e Souza, 2015). Além disso é considerado o sétimo tipo mais comum em malignidade

    e pode ter sua origem na cavidade oral (40% dos casos), na faringe (15% dos casos),

    na laringe (25% dos casos) ou em outras estruturas, como a tireóide e glândulas

    salivares (Lambert et al., 2011; Chang et al., 2015), resultando em aproximadamente

    300 mil mortes por ano (Parkar e Shah, 2017). Os países asiáticos mostram que cerca

    de 70% dos casos de câncer são por câncer de cabeça e pescoço (Chang et al., 2015).

    Tumores malignos orais são geralmente associados a um mau prognóstico com uma

    taxa de sobrevida de 5 anos em até 50%, principalmente devido ao diagnóstico tardio

    (Lambert et al., 2011; Rodrigues et al. ,2015).

    Entre as diversas causas de morbimortalidade no mundo, o câncer é a

    única que continua a crescer independentemente do país ou continente e nos países

    em desenvolvimento é atualmente responsável por uma entre dez mortes. Por esse

    motivo, configura-se como um grave problema de saúde pública (WHO, 2002).

    No Brasil, a incidência de CCP tem aumentado a cada ano, especialmente

    nos anos de 2016 e 2017. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa

    de novos casos da doença é de 596.070 para este período (INCA, 2017).

    A média de idade para o diagnóstico de CCP é em torno de 60 anos, com

    predominância masculina, especialmente para o câncer de laringe. Cerca de dois

    terços desses pacientes apresentam-se em estágio avançado da doença, geralmente

    apresentando comprometimento do gânglio (Sook et al., 2017). O CCP representa

  • 11

    cerca de 25% dos tumores malignos que acometem a laringe e 2% de todas as

    doenças malignas relacionadas ao câncer em geral. A ocorrência pode se dar em uma

    das três porções em que se divide o órgão: laringe supraglótica, glote e subglote,

    sendo que aproximadamente 2/3 dos tumores surgem na corda vocal verdadeira,

    localizada na glote, e 1/3 acomete a laringe supraglótica (acima das cordas vocais).

    O tipo histológico mais prevalente, em mais de 90% dos pacientes, é o carcinoma

    epidermóide (INCA, 2017).

    Em se tratando das estruturas que envolvem o CCP, o câncer da cavidade

    oral pode afetar os lábios, gengiva, mucosa jugal (bochechas), palato duro (céu da

    boca), língua (principalmente as bordas), assoalho da língua (região embaixo da

    língua) e amígdalas. Dentre eles, o de lábio é o tipo mais comum em pessoas brancas,

    ocorre mais frequentemente no lábio inferior e está associado à exposição solar, ao

    tabagismo e ao etilismo (INCA, 2017). Segundo Simard et al. (2014), a etiologia do

    câncer bucal é multifatorial, sendo o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o

    hábito de mascar noz de betel os fatores mais prevalentes. Quando o câncer da

    cavidade oral é detectado em fase avançada e as opções terapêuticas são reduzidas

    o prognóstico é muito pior (Algtewi et al., 2017).

    Em se tratando do tratamento para este tipo de câncer, a cirurgia, a

    quimioterapia, a radioterapia, a hormonioterapia e a terapia biológica são

    considerados tratamentos padrões após o diagnóstico do câncer podendo causar

    efeitos tardios e irreversíveis para os pacientes (Nigro et al., 2017). Como

    consequência, pode ocorrer danos físicos como a perda de funções vitais na

    deglutição, fala e sentidos de sabor e cheiro (Santos et al., 2015) que podem vir

    acompanhados pela deterioração social e emocional (Daugaard et al., 2017; Dzebo et

    al., 2017). Portanto, é fundamental investigar as variáveis que possam influenciar na

    qualidade de vida de pacientes afetados pela doença, a fim de planejar intervenções

    que contemplem a integralidade do paciente e que não se restringem aos sinais e

    sintomas do câncer (Mansano-Schlosser et al., 2012; Alves et al., 2012).

    Em meados dos anos 70, o termo qualidade de vida passou a ser

    empregado na área da saúde visando o bem-estar do paciente oncológico (Diniz e

    Schor, 2006; Chem, 2012). Com o avanço tecnológico foi necessário se introduzir

    novas reabilitações como por exemplo próteses em pacientes amputados de titânio,

    dentre outras, o que proporcionou um aumento na expectativa de vida de pacientes

    com doenças crônicas (Diniz e Schor, 2006; Chem, 2012).

  • 12

    Em 1995, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o conceito de

    qualidade de vida (QV) como sendo “a percepção do indivíduo de sua inserção na

    vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos

    seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (The Whoqol Group, 1995,

    Fleck et al., 1999).

    A Qualidade de Vida é um conceito que vem sendo definido na tentativa de

    categorizar aspectos da experiência do ser humano por meio da avaliação de

    domínios individuais (Sheperd, 2004). Avalia-se o impacto físico e psicossocial que as

    enfermidades, disfunções ou incapacidades podem acarretar para as pessoas

    acometidas, permitindo assim um melhor conhecimento do paciente e de sua

    adaptação à enfermidade (Angelo et al., 2010).

    Dentre as enfermidades que afetam a QV, destaca-se o câncer de cabeça

    e pescoço, que é um dos principais problemas de saúde do Brasil (Angelo et al., 2010).

    Logo, estudar a qualidade de vida desses pacientes é fundamental, pois se trata de

    uma doença extremamente agressiva e mutiladora, que gera sofrimento tanto para o

    paciente quanto para sua família (Seidl et al., 2004; Chem, 2012).

    O tratamento desse tipo de câncer é muitas vezes considerado agressivo,

    podendo acometer a qualidade de vida dos pacientes. Devido às terapias e métodos

    envolvidos no tratamento, os pacientes podem enfrentar mudanças drásticas na sua

    qualidade de vida e no estado psicológico ao longo da doença (Silveira et al., 2012).

    O câncer de cabeça e pescoço e seu tratamento podem causar mudanças

    significativas nas funções vitais relacionadas à alimentação, comunicação e

    respiração de pacientes afetados como também à autoimagem do indivíduo, podendo

    gerar consequências devastadoras sobre a qualidade de vida do paciente e também

    em suas famílias (Jungerman et al., 2017).

    Devido a sua problemática que pode causar deformidades e incapacidades

    ao longo da doença atingindo vários órgãos e comprometendo funções vitais, é

    necessária uma abordagem mais ampla e humanizada, com o objetivo de o

    tratamento desenvolvido incluir a cura, o órgão afetado e preservação da função a fim

    de manter a qualidade de vida e cuidados paliativos. Assim, a gestão do cuidado no

    tratamento desta patologia deve envolver uma gama de profissionais de saúde

    multidisciplinares com conhecimentos relevantes (Nigro et al., 2017).

    Esta enfermidade tem o diferencial de provocar, desde o momento do

    diagnóstico, impacto psicológico, sentimentos negativos, receios e medo. Ocorrem

  • 13

    mudanças importantes no modo de vida dos indivíduos acometidos, como alterações

    físicas e emocionais devido ao desconforto, dor, desfiguração, dependência e perda

    da autoestima, intensificadas pela associação da doença com o risco de morte

    (Schosser e Ceolim, 2012).

    A promoção de uma assistência integral cujas necessidades tanto

    biopsicossociais quanto espirituais destes pacientes devem ser atendidas. Diante

    deste ponto de vista, os profissionais de saúde da área de oncologia demandam ter

    domínio das formas de avaliar e medir a qualidade de vida de seus pacientes, as quais

    devem estar alicerçadas no cuidado integral e humanizado, visando para além da

    cura, a qualidade de vida do indivíduo (Leite et al., 2015).

    Saber abordar um indivíduo que está passando por um processo de

    fragilização é entender que a perspectiva de trabalhar em redes pode ser uma

    estratégia de intervenção na articulação das relações de força como recurso para as

    equipes multidisciplinares no tratamento de pacientes com CCP (Kern, 2004).

    Sob a concepção da proteção integral, da qual trata o Estatuto da Criança

    e do Adolescente (Brasil, 2010), a diretriz é de interdisciplinaridade entre os

    profissionais (Rossini e Barros, 2012). Poder avaliar as ações preventivas

    desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar de uma Organização Não

    Governamental no município de médio porte de São Paulo foi um dos motivos deste

    estudo.

    Apesar de existir estudos internacionais a respeito da importância da

    mensuração da qualidade de vida em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, no

    Brasil há escassez de trabalhos que relatem programas sociais de natureza

    multidisciplinar, principalmente quanto aos aspectos psicológicos do câncer de cabeça

    e pescoço, mesmo existindo equipes especializadas em assistir estes tipos de

    pacientes (Silveira et al., 2012).

    Esse aspecto é importante, não apenas para descrever as questões

    inerentes a essa população, mas também para discutir possíveis intervenções

    (Silveira et al., 2012).

    Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar os fatores associados à

    qualidade de vida de pacientes diagnosticados com CCP inseridos na média

    complexidade de uma Rede de Atenção Oncológica.

  • 14

    2 ARTIGO: AVALIAÇÃO DOS FATORES ASSOCIADOS A QUALIDADE DE

    VIDA DE PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO

    Artigo submetido ao periódico Revista Ciência & Saúde Coletiva (Anexo 2)

    ASSESSMENT OF FACTORS ASSOCIATED WITH THE QUALITY OF LIFE OF

    PATIENTS WITH HEAD AND NECK CANCER

    Maria Ângela Adamoli de Morais ROSSETTO1

    Inara Pereira da CUNHA2

    Jaqueline Vilela BULGARELI3

    Glaucia Maria Bovi AMBROSANO4

    Antonio Carlos PEREIRA4

    Luciane Miranda GUERRA5

    Karine Laura CORTELLAZZI 5

    1. Mestranda em Odontologia em Saúde Coletiva. Departamento de Odontologia

    Social. Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de

    Campinas.

    2. Doutoranda em Odontologia. Departamento de Odontologia Social. Faculdade de

    Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas, Brasil.

    3. Pós doutoranda em Odontologia. Departamento de Odontologia Social -

    Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas,

    Brasil.

    4. Professor titular. Departamento de Odontologia Social - Faculdade de

    Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas, Brasil.

    5. Professor doutor. Departamento de Odontologia Social - Faculdade de

    Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas, Brasil.

  • 15

    RESUMO

    Os pacientes com Câncer de Cabeça e Pescoço (CCP) atravessam uma experiência

    desafiadora no tratamento e na recuperação da saúde, o que interfere na qualidade de vida (QV).

    Nesse sentido, a Rede de Atenção Oncológica deve auxiliar no processo do cuidado em saúde.

    Este estudo teve como objetivo avaliar os fatores associados à qualidade de vida de pacientes

    diagnosticados com CCP inseridos na média complexidade de uma Rede de Atenção

    Oncológica. Participaram do estudo todos os 240 pacientes diagnosticados com CCP, no

    período de julho de 2016 a abril de 2017 e inseridos em uma associação não governamental de

    um município de médio porte do Estado de São Paulo/Brasil. A QV foi a variável dependente

    avaliada pelo instrumento WHOQOL - Bref. As variáveis independentes foram características

    sociodemográficas e clínicas, coletadas por meio de questionário semiestruturado. Análise de

    regressão simples foi realizada para cada variável independente com o desfecho e em seguida

    foi estimado modelo de regressão múltipla, ajustado para a distribuição binomial negativa,

    estimando-se a Prevalence Ratio Ratios (PRR) e os respectivos intervalos de 95% de confiança.

    Para cada ano de escolaridade, houve um aumento de 3% no score da qualidade de vida

    (PRR=1,03; IC=1,00-1,21; p=0,0153). Para cada unidade de renda, houve um aumento de 10%

    no escore da qualidade de vida (PRR=1,10; IC=1,02-1,17; p=0,0076). Os indivíduos não

    portadores de diabetes, (PRR=1,10; IC=1,01-1,21; p=0,0248), que não apresentavam sequela

    física (PRR=1,16; IC=1,04-1,29; p=0,0069) e sequela funcional (PRR=1,17; IC=1,03-1,32;

    p=0,0124) tiveram 10%, 16% e 17% escores maiores de qualidade de vida, respectivamente. A

    qualidade de vida dos pacientes com CCP está associada com as condições socioeconômicas e

    clínicas.

    Palavras-chave: Qualidade de vida. Neoplasias de cabeça e pescoço. Rede de Atenção à

    Saúde.

  • 16

    ABSTRACT

    Patients with Head and Neck Cancer (CCP) experience a challenging experience in the

    treatment and recovery of health, which interferes with quality of life (QoL). In this sense, the

    Oncology Care Network should assist in the process of health care. This study aimed to evaluate

    the factors associated with the quality of life of patients diagnosed with PCC inserted in the

    average complexity of an Oncology Care Network. All 240 patients diagnosed with CCP, from

    July 2016 to April 2017, were enrolled in a non-governmental association of a medium-sized

    municipality in the State of São Paulo / Brazil. The QOL was the dependent variable evaluated

    by the WHOQOL - Bref instrument. The independent variables were sociodemographic and

    clinical characteristics, collected through a semi-structured questionnaire. Simple regression

    analysis was performed for each independent variable with the outcome and then estimated

    multiple regression model, adjusted for the negative binomial distribution, estimating the

    Prevalence Ratio Ratios (PRR) and the respective 95% confidence intervals. For each year of

    schooling, there was a 3% increase in the quality of life score (PRR = 1.03, CI = 1.00-1.21, p =

    0.0153). For each income unit, there was a 10% increase in the quality of life score (PRR =

    1.10, CI = 1.02-1.17, p = 0.0076). The individuals without diabetes (PRR = 1.10, CI = 1.01-

    1.21, p = 0.0248), who had no physical sequelae (PRR = 1.16, CI = 1.04-1. 29, p = 0.0069) and

    functional sequela (PRR = 1.17, CI = 1.03-1.32, p = 0.0124) had 10%, 16% and 17% higher

    quality of life scores, respectively. The quality of life of patients with CCP is associated with

    socioeconomic and clinical conditions.

    Key words: Quality of life. Head and neck neoplasms. Health Care Network.

  • 17

    INTRODUÇÃO

    O Câncer de Cabeça e Pescoço (CCP) é decorrente do desenvolvimento e proliferação

    de células escamosas de carcinomas localizados no trato aerodigestivo superior, ou seja, que se

    localizam na superfície dos lábios, na região do pescoço, do esôfago, e incluem a cavidade

    bucal, laringe, faringe, orofaringe, hipofaringe e nasofaringe1.

    Representa a sexta neoplasia mais comum e é responsável por meio milhão de casos de

    câncer no mundo2. No ano de 2014, estimou-se que nos Estados Unidos, 43.371 pessoas

    apresentavam câncer na cavidade bucal e faringe, sendo 71,2% homens e 28,8% mulheres.

    Além disso, foi revelado que 9.404 pessoas morreram vítimas dos agravos da doença3. No

    Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) previu 22.840 novos casos de câncer bucal e na

    faringe no ano de 2016, ocorrendo principalmente em regiões do país menos favorecidas4.

    A cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia são geralmente os tratamentos padrões após

    diagnósticos de câncer e podem apresentar efeitos tardios e irreversíveis para os pacientes

    acometidos 5. Dentre as consequências da terapêutica do CCP, pode-se citar a perda de funções

    vitais como a deglutição, fala e sentidos de sabor e olfato6. Os danos físicos podem ser

    acompanhados pela deterioração social e emocional7,8. Assim, é fundamental investigar as

    variáveis que possam influenciar na qualidade de vida de pacientes afetados pela doença, a fim

    de planejar intervenções que contemplem a integralidade do paciente e que não se restrinjam

    aos sinais e sintomas do câncer 9,10.

    A Qualidade de Vida (QV) pode ser avaliada através da percepção do indivíduo sobre

    as condições que contribuem para o seu bem físico, espiritual, psicológico, emocional e nas

    relações sociais11. Estudos comprovaram que os efeitos do tratamento do câncer impactam

    negativamente na qualidade de vida dos pacientes 12,13,14,15, entretanto, poucos buscaram

    investigar a influência de outros fatores que também permeiam na QV, como a inserção dos

    acometidos em uma Rede de Atenção Oncológica.

  • 18

    O cuidado dos pacientes com câncer deve se dar de forma integral. Para isso, devem

    realizar ações que visam à promoção, prevenção, detecção precoce, tratamento e cuidados

    paliativos, englobando iniciativas singulares de autocuidado desenvolvidas pelos próprios

    indivíduos, até as atividades ofertadas de forma organizada pelos sistemas de saúde 16. Para

    esse fim, o sistema de saúde deve estar organizado em rede. Cada serviço, dentro do sistema de

    saúde, deve ser pensado como um componente fundamental da integralidade do cuidado, como

    uma estação no circuito que cada indivíduo percorre para obter a integralidade de que

    necessita17. Assim, a Rede de Atenção à Saúde é uma forma de organizar e definir pontos de

    cuidado que se comunicam e se articulam.

    O arcabouço normativo da oncologia no Sistema Único de Saúde (SUS) tem como base

    duas portarias, ambas de 2005: a GM 2.439, que institui a Política Nacional de Atenção

    Oncológica, e a SAS 741, que define a Rede de Atenção Oncológica, que deve ser implantada

    em todas as unidades federadas. A alta complexidade da rede é composta pelos Centros de

    Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACONS), pelas Unidades de Assistência

    de Alta Complexidade em Oncologia (UNACONS) e por serviços isolados de radioterapia.

    Dentre os princípios da Rede de Atenção Oncológica, cabe destacar a organização de linhas de

    cuidado que perpassa todos os níveis de atenção (básica, média complexidade e alta

    complexidade) e de atendimento (promoção, prevenção, diagnóstico tratamento, reabilitação e

    cuidados paliativos) 18.

    Ressalta-se que a atenção do cuidado para as pessoas com câncer envolve,

    necessariamente, uma abordagem multiprofissional. As equipes multiprofissionais possuem

    maior capacidade para realizar o cuidado integral dos pacientes oncológicos do que as práticas

    de profissionais fragmentadas19. Portanto, o trabalho multiprofissional se torna efetivo na

    articulação de profissionais de distintos conhecimentos, com seus saberes e habilidades

  • 19

    específicas, no campo único de atuação para construção de estratégias conjuntas de intervenção

    20.

    Em um município de médio porte no interior do Estado de São Paulo, a Rede de Atenção

    Oncológica apresenta uma peculiaridade em sua linha de cuidado. Além da atenção básica de

    saúde e dos estabelecimentos convencionais habilitados de alta complexidade, há no município

    um ponto de atenção de média complexidade, organizado por uma associação não

    governamental, conveniada ao município, que oferece acesso irrestrito e assistência integral,

    humanizada e multiprofissional a todos os pacientes com câncer, inclusive com CCP. Portanto

    é importante avaliar a qualidade de vida e outros aspectos que possam influenciam estes

    pacientes.

    Em âmbito nacional, a Rede de Atenção Oncológica não está suficientemente

    estruturada para possibilitar aos pacientes com câncer acesso favorável e equitativo na

    prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer 21. Nesse sentido, o presente estudo pode agir

    como ferramenta importante na assistência ao paciente com câncer, pois ao reconhecer como a

    Rede de Atenção Oncológica está contribuindo com a QV, haverá a possibilidade de mobilizar

    os recursos certos para a otimização dos serviços.

    Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar os fatores associados à qualidade de

    vida de pacientes diagnosticados com CCP inseridos na média complexidade de uma Rede de

    Atenção Oncológica.

    MATERIAL E MÉTODOS

    Aspectos Éticos

    O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa FOP/UNICAMP sob o

    protocolo nº 1.562.894 (CAAE 53699816.9.0000.5418). Foram seguidos todos os

    procedimentos normativos e éticos como a assinatura do TCLE.

  • 20

    Tipo do estudo

    Trata-se de um estudo transversal analítico.

    Local do estudo e amostra.

    O estudo foi conduzido em um município de médio porte, com uma população estimada

    de 397.322 habitantes22.

    A amostra foi constituída por todos os 240 pacientes diagnosticados com câncer de

    cabeça e pescoço que estavam em tratamento em um serviço oncológico com acompanhamento

    por uma associação não governamental no período de julho de 2016 a abril de 2017.

    Esta associação trabalha em prol da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do

    câncer e tem por missão assegurar e aumentar o rastreamento do câncer no município, diminuir

    a mortalidade da doença e melhorar a qualidade de vida. Assiste aos pacientes do Sistema único

    de Saúde e funciona como ambulatório de atendimento a pacientes com diagnóstico de câncer

    em todas as suas fases, ou seja, desde o diagnóstico inicial, tratamento clínico e

    encaminhamento, até o tratamento cirúrgico e acompanhamento após cirurgias e outros

    (quimioterapia e radioterapia). Assim, os pacientes são encaminhados para a associação por

    meio das Unidades Básicas de Saúde ou dos Centros de Especialidades Médicas, por suspeita

    ou após o diagnóstico confirmado de todos os tipos de câncer. Os tratamentos com

    quimioterapia, radioterapia e cirúrgico são realizados somente nos hospitais da cidade (alta

    complexidade). Observa-se que a média complexidade, executada pela associação não

    governamental ainda compartilha a função de realizar o diagnóstico e oferecer suporte para os

    cuidados paliativos com outros níveis de complexidade.

    Cabe ressaltar que os usuários contra referenciados pelos hospitais são acompanhados

    por uma equipe multiprofissional da associação, formada por médicos cooperados que atendem

    pacientes do SUS, funcionários contratados (duas secretárias, um administrador de empresa e

    um técnico de informática) e profissionais voluntários (dentistas, enfermeiros, psicólogos,

  • 21

    fisioterapeutas, fonoaudiólogo, assistente social, professora de ioga, artista plástico, tatuador,

    terapeuta holístico, cabelereiras, e voluntários da comunidade).

    É uma instituição sem fins lucrativos, solidária e única que atua em parceria com o

    município e com outros onze da microrregião, e é exclusivamente voltada para: prevenção,

    diagnóstico precoce do câncer, humanização do tratamento, visão integral do paciente,

    qualidade de vida durante e pós-tratamento e resgate da pessoa – cidadania. Consta de projetos

    de promoção e prevenção de saúde, como por exemplo, o “Apodere-se” que arrecada cabelos

    para confecção de perucas para mulheres e homens que passam por quimioterapia bem como o

    projeto “Parceiros do Peito” que envolve o companheiro na prevenção de câncer de mama, entre

    outros23.

    Critérios de inclusão/exclusão

    Foram incluídos todos os participantes diagnosticados com câncer de cabeça e pescoço

    acompanhados pela rede pública municipal, pela associação não governamental e que aceitaram

    participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os

    pacientes com idade menor de 18 anos tiveram a autorização de um responsável para participar

    do estudo. Foram excluídos os pacientes com deficiências neuromotoras e cognitivas, gestantes

    e crianças menores de 10 anos.

    Variáveis do estudo e Instrumentos utilizados

    Considerou-se como variável dependente a qualidade de vida avaliada pela aplicação

    do instrumento WHOQOL - Bref 24 que se refere a um índice de natureza transcultural, que

    valoriza a percepção individual em relação a qualidade de vida. É composto por 26 questões,

    com duas perguntas gerais sobre a qualidade de vida geral e outras 24 perguntas que

    representam quatro domínios: relações, físicas, psicológicas, sociais e meio ambiente. Cada

    domínio é composto de perguntas com respostas que variam de um a cinco, de modo que quanto

    maior o score, melhor a qualidade de vida.

  • 22

    As variáveis independentes foram características sociodemográficas e clínicas,

    avaliadas por meio de um questionário semiestruturado (apêndice I), como segue: sexo

    (masculino e feminino), estado civil (solteiro, casado e outros), renda familiar mensal (≤ 1

    salário mínimo, até 2 salários mínimos, ≤ 2 a ≤ 4 salários mínimos, e acima de 4 salários

    mínimos), nível de escolaridade (não sabe ler/escrever, ensino fundamental

    completo/incompleto, ensino médio completo/incompleto e ensino superior

    completo/incompleto), idade (em anos), número de pessoas na casa, situação profissional

    (ativo, aposentado e não trabalha), religião (pratica e não pratica), tempo em tratamento externo

    (em meses), tempo em tratamento no Ilumina (em meses), diabetes (sim e não), hipertensão

    (sim e não), sequela física (sim e não), sequela funcional (sim e não), conhecimento da doença

    (sim e não), tipo de câncer (pescoço até ombro, mandíbula até nariz e nariz até cabeça) e câncer

    de cabeça e pescoço com acometimento em outros órgãos (sim e não).

    Realizou-se um estudo piloto para a aplicação dos questionários previamente ao início

    da coleta de dados.

    Análise dos dados

    Realizou-se análise descritiva por meio de tabelas de frequência e medidas de tendência

    central e dispersão. Análise de regressão simples foi realizada para cada variável independente

    com o desfecho e em seguida foi estimado modelo de regressão múltipla pelo procedimento

    PROC GENMOD, ajustado para a distribuição binomial negativa, estimando-se a PRR

    (Prevalence Ratio Ratios) e os respectivos intervalos de 95% de confiança. Avaliou-se o ajuste

    do modelo pelo deviance/grau de liberdade e Akaike`s information criterion (AICC). As

    variáveis que apresentaram p≤0,20 na análise de regressão simples foram testadas na análise de

    regressão múltipla. Um modelo final foi ajustado com as variáveis que permaneceram com

    p≤0,05, após o ajuste das demais variáveis. Todas as análises foram realizadas pelo programa

    estatístico SAS, 2010.

  • 23

    RESULTADOS

    Na tabela 1 são apresentados os valores da média, desvio padrão, mediana, valor mínimo

    e máximo dos domínios do WHOQOL-Bref.

    -----------------------------------------Inserir Tabela 1-------------------------------------------

    A tabela 2 apresenta os valores da média, desvio padrão, valor mínimo e máximo das

    variáveis idade, número de pessoas na casa, número de doenças associadas, tempo em

    tratamento externo, tempo em tratamento na associação e qualidade de vida. Os participantes

    tinham em média 55,2 anos (desvio padrão=18,6), residiam em casas com 2,8 pessoas em média

    (desvio padrão=1,5), sendo que o tempo médio em tratamento externo e na associação foi de

    10,9 meses (desvio padrão=17,8) e 5,0 meses (desvio padrão =7,8), respectivamente. Além

    disso, tinham em média 1,7 doenças associadas e apresentaram score médio de qualidade de

    vida de 58,3.

    -----------------------------------------Inserir Tabela 2 -------------------------------------------

    A tabela 3 apresenta a distribuição de frequências das variáveis independentes

    analisadas. Observa-se que 60,8% dos participantes era do sexo feminino e 39,2% do sexo

    masculino, 56,7% era casados, 81,2% dos voluntários tinham ensino médio e fundamental

    completo/incompleto, 34,2% estavam ativos profissionalmente, 89,2% praticavam alguma

    religião, 53,6% recebiam até 2 salários mínimos, 50,9% tinham diabetes, 51,4% não eram

    hipertenso, 77,1% não tinham sequela física, 84,6% não apresentaram sequela funcional,

    57,5% tinham conhecimento da sua doença, 75,8% eram portadores de câncer de pescoço até

    ombro e 90,8% dos participantes não apresentavam câncer em outros órgãos.

    -----------------------------------------Inserir Tabela 3 -------------------------------------------

    As tabelas 4 e 5 apresentam, respectivamente, os parâmetros estimados da análise de

    regressão simples e múltipla para descrever a influência das variáveis independentes sobre a

    qualidade de vida. As variáveis que permaneceram significativas no modelo múltiplo foram

  • 24

    nível de escolaridade, renda familiar mensal, diabetes, sequela física e sequela funcional. Para

    cada ano de escolaridade, há um aumento de 3% no escore da qualidade de vida (PRR=1,03;

    IC=1,00-1,21; p=0,0153). Para cada unidade de renda, há um aumento de 10% no escore da

    qualidade de vida (PRR=1,10; IC=1,02-1,17; p=0,0076). Os indivíduos não portadores de

    diabetes, (PRR=1,10; IC=1,01-1,21; p=0,0248), que não apresentavam sequela física

    (PRR=1,16; IC=1,04-1,29; p=0,0069) e sequela funcional (PRR=1,17; IC=1,03-1,32;

    p=0,0124) tiveram 10%, 16% e 17% escore maior de qualidade de vida, respectivamente.

    --------------------------------------Inserir Tabela 4 e 5 ----------------------------------------

    DISCUSSÃO

    Os procedimentos terapêuticos do câncer, embora tenham a finalidade de promover a

    cura ou a reabilitação do paciente, podem adquirir um caráter fisicamente debilitante, afetando

    negativamente aspectos da qualidade de vida7,8,14.

    Assim, buscando compreender os fatores que influenciam a qualidade de vida (QV) dos

    pacientes com câncer de cabeça e pescoço (CPP), o presente estudo identificou que para cada

    ano de escolaridade há um aumento no escore da qualidade de vida dos pacientes com CCP. O

    grau de escolaridade é um fator importante para se perceber as alterações na saúde causadas

    pelo câncer 27. Estudos demonstraram que a escolaridade compromete o diagnóstico precoce e

    tratamento do câncer, pois é menor o acesso a serviços médicos por parte dos segmentos

    populacionais de menor escolaridade28. Além disso, no tratamento do câncer, as recomendações

    por escrito dos preparos e cuidados da alimentação e da radioproteção exigem capacidade de

    leitura e compreensão 29. Esse dado traz um alerta para a necessidade do uso de uma linguagem

    visual por parte da equipe de saúde e de outros recursos das práticas de educação em saúde que

    podem ser aplicadas ao longo do acompanhamento dos usuários. Para que a informação tenha

    significado, capaz de fomentar mudanças no estilo de vida, os conhecimentos prévios e os

  • 25

    novos, transmitidos pelos profissionais de saúde, devem ser debatidos com os pacientes,

    respeitando sua cultura e experiências associadas 30.

    No presente estudo observou-se que para cada unidade de renda, há um aumento no

    escore da qualidade de vida. A literatura reporta, que quanto maior a renda familiar melhor a

    qualidade de vida dos pacientes com câncer 15,31,32. Sabe-se também que pode ocorrer

    considerável redução na renda familiar dos pacientes durante o tratamento do câncer, gerando

    instabilidade emocional e estresse psicológico, diminuindo os domínios da qualidade de vida

    dos enfermos15, 33. Ademais, um nível socioeconômico favorável aumenta as oportunidades de

    seguir as recomendações do tratamento e de ter acesso a medicamentos e tecnologias

    complementares 32.

    Os indivíduos não portadores de diabetes tiveram maior score de qualidade de vida. As

    pessoas que sofrem de diferentes doenças crônicas devem se adaptar a suas limitações, uma vez

    que as doenças exigem mudanças de hábitos e comportamentos deletérios, o que ocorre no

    decorrer de um tempo. Esse ajustamento por si só, pode implicar em uma pior QV34. A diabetes

    mellitus, é considerada uma doença crônica associada na qualidade de vida diminuída 35, uma

    vez que exige a abdicação de determinados prazeres e o comprometimento físico e emocional

    decorrente do tratamento rígido, o que pode levar até mesmo a depressão grave 36. Verifica-se

    na percepção de pacientes oncológicos o desconforto e as dificuldades que os tratamentos

    vigentes causam nas atividades diárias, os efeitos da quimioterapia, como fadiga, náuseas,

    alterações intestinais e alimentares, comprometendo a imunidade e o cuidado integral daqueles

    que são também portadores de diabetes 37. Assim, parece haver uma sobreposição de

    complicações condicionadas pelo tratamento do câncer e diabetes na QV, evidenciando a

    necessidade de um olhar mais atento a esse subgrupo.

    Este estudo evidenciou que pacientes sem sequelas física e funcional tem melhor

    qualidade de vida, corroborando com outros achados 33,38,39. Os pacientes acometidos pelo CCP

  • 26

    atravessam uma experiência desafiadora para sobreviverem ao câncer e os efeitos físicos e

    emocionais do tratamento podem prejudicar a qualidade de vida e a luta contra a doença 40, 41.

    O tratamento provoca dificuldades em a deglutição salivar e alimentar42, modificação do

    paladar, tosse43, manifesta sintomas como dor, perda de peso, disfagia, xerostomia e limitação

    das atividades diárias44.

    Assim, se faz essencial a abordagem multiprofissional no cuidado dos pacientes com

    CCP. Nesse sentido, as práticas profissionais compartilhadas permitem uma melhor avaliação

    do tratamento da dor e de situações que envolvam o comprometimento das condições físicas,

    psicológicas, sociais e espirituais, melhorando a qualidade de vida45. Cabe à equipe

    multidisciplinar coordenar ações eficientes para atender as necessidades integrais dos pacientes,

    articulando os serviços que compõem a Rede de Atenção Oncológica.

    O controle do câncer envolve necessariamente a ampliação e rastreamento de novos

    casos, mediante o acesso aos serviços de qualidade e estratégias de educação participativa até

    a organização de uma rede oncológica. A referência para a atenção de média complexidade,

    com garantia de ações voltadas para o cuidado, tem sido um nó crítico para construção das

    linhas de cuidado 46. Segundo Mendes et al. (2015)47, há um espaço vazio no nível da média

    complexidade, principalmente em relação aos cuidados paliativos dos pacientes com câncer.

    Esse descompasso dos serviços revela a inevitabilidade de discutir o modelo de saúde que

    insiste em uma fragmentação do cuidado integral, comprometendo com os princípios

    implementados pelos SUS.

    Dessa forma, a presença de uma instituição não governamental na média complexidade

    de uma Rede de Atenção, realizando um apoio assistencial e social voltados exclusivamente

    para o enfrentamento e combate ao câncer, é uma peculiaridade importante a ser estudada. Por

    realizar atividades que contam com o apoio de uma gama maior de profissionais de diferentes

    conhecimentos, e até mesmo membros da comunidade, as atividades realizadas mobilizam de

  • 27

    maneira impactante os usuários da rede e seus familiares. Isso pode minimizar os efeitos do

    tratamento e contribuir com uma melhor QV aos pacientes diagnosticados com CCP.

    Este estudo apresenta algumas limitações por ser um estudo transversal buscou

    inferências em relação a fatores causais sem, no entanto, estabelecer uma relação temporal.

    Apesar de terem sido utilizados instrumentos auto aplicáveis, confiáveis e válidos, e assegurada

    à confidencialidade dos dados, há de se considerar a possibilidade de algum viés de informação,

    já que alguns instrumentos eram subjetivos. Ademais, ressalta-se a possibilidade de que os

    indivíduos podem não responder com fidedignidade aos questionários. Além disso, a obtenção

    de dados sobre renda é muito sensível e os entrevistados podem não ter informado com precisão.

    Nesse contexto, os fatores socioeconômicos, a presença de condição crônica e sequelas

    do tratamento são aspectos que influenciam na QV e precisam da atenção das equipes

    multidisciplinares de todos os níveis do sistema. Por serem pacientes com CCP, incorporados à

    prática clínica, pode-se sugerir que essas informações auxiliam no processo de decisão

    referentes ao cuidado integral dos pacientes. Faz-se também necessária a reflexão da

    estruturação da média complexidade, podendo as instituições não governamentais contribuírem

    com o modelo de Redes de Atenção Oncológica.

    Sugere-se novos estudos com abordagem qualitativa a fim de explorar aspectos

    subjetivos relacionados com os sentidos e significados da qualidade de vida para os pacientes

    oncológicos.

    CONCLUSÃO

    A qualidade de vida dos pacientes com CCP inseridos em uma Rede de Atenção

    Oncológica está associada com aspectos socioeconômicos e clínicos.

  • 28

    CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES

    MAAMR: Foi o autor sênior que propôs o desenho do estudo, contribuiu na análise e

    interpretação dos dados e na primeira minuta do artigo.

    IPC: Contribuiu para a interpretação dos dados e na redação da versão final do artigo.

    JVB: Contribuiu para a interpretação dos dados e na redação da versão.

    GMBA: Contribuiu para a interpretação dos dados e na redação da versão.

    ACP: Contribuiu para a interpretação dos dados e na redação da versão.

    LMG: Contribuiu na análise e interpretação dos dados, além da redação final do artigo.

    KLC: Propôs a hipótese, design, análise e interpretação dos dados e escreveu a primeira versão

    do manuscrito. Todos os autores contribuíram para e aprovaram a versão final do manuscrito.

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  • 33

    Anexos artigo

    Tabela 1. Média, desvio padrão, mediana, valor mínimo e máximo dos domínios do WHOQOL

    -Bref.

    Domínios Média Desvio padrão Mediana

    Valor

    mínimo

    Valor

    máximo

    Físico 57,0 19,6 57,1 3,6 100,0

    Psicológico 63,4 20,7 66,7 8,3 100,0

    Relações Sociais 58,2 24,4 58,3 0,0 100,0

    Meio Ambiente 54,8 17,2 56,3 9,4 100,0

  • 34

    Tabela 2. Média, desvio padrão, mediana, valor mínimo e máximo das variáveis independentes analisadas.

    Variável Média Desvio

    padrão Mediana

    Valor

    mínimo

    Valor

    máximo

    Idade (anos) 55,2 18,6 58,0 10,0 90,0

    Número de pessoas na casa 2,8 1,5 2,0 1,0 10,0

    Número de doenças associadas 1,7 0,9 1,0 1,0 4,0

    Tempo em tratamento no serviço público

    (meses) 10,9 17,8 3,0 1,0 192

    Tempo de tratamento na associação (meses) 5,0 7,8 1,0 1,0 36

    Qualidade de vida 58,3 16,8 60,1 11,6 94,0

  • 35

    Tabela 3. Distribuição de frequências das variáveis independentes analisadas.

    Variável Categoria n %

    Sexo

    Feminino 146 60,8

    Masculino 94 39,2

    Estado civil

    Solteiro 51 21,2

    Casado 136 56,7

    Outros 53 22,1

    Renda familiar mensal

    ≤ 1 salário mínimo 8 3,3

    Até 2 salários mínimos 123 50,8

    ≤ 2 a ≤ 4 salários mínimos 100 41,3

    Acima de 4 salários mínimos 11 4,6

    Nível de escolaridade

    não sabe ler 26 10,7

    fundamental incompleto 78 32,1

    fundamental completo 31 12,7

    ensino médio incompleto 28 11,5

    ensino médio completo 58 23,9

    ensino superior incompleto 6 2,5

    ensino superior completo 16 6,6

    Situação profissional

    ativo 82 34,2

    aposentado 79 32,9

    não trabalha 79 32,9

    Religião pratica 214 89,2

    não pratica 26 10,8

    Diabetes sim 89 50,9

    não 86 49,1

    Hipertensão Sim 85 48,6

    Não 90 51,4

    Sequela física Sim 55 22,9

    Não 185 77,1

    Sequela funcional Sim 37 15,4

    não 203 84,6

    Conhecimento da doença Sim 138 57,5

    Não 102 42,5

    Tipo de câncer de cabeça e pescoço

    pescoço até ombro 182 75,8

    mandíbula até nariz 48 20,0

    nariz até cabeça (fronte, parietal,

    occipital e posterior) 10 4,2

    Câncer de cabeça e pescoço com

    acometimento de outros órgãos

    sim 22 9,2

    não 218 90,8

  • 36

    Tabela 4. Análise de regressão simples para qualidade de vida como variável dependente.

    Regressão simples

    Variável Estimativa Erro padrão p-valor

    Sexo (ref=feminino) 0,0539 0,0408 0,1860

    Idade (em anos) -0,0016 0,0011 0,1336

    Estado civil (ref=solteiro)

    casado 0,0428 0,0509 0,4003

    outros 0,0621 0,0607 0,3062

    Número de pessoas na casa -0,0025 0,0138 0,8551

    Nível de escolaridade 0,0433 0,0116 0,0002

    Situação profissional (ref=ativo)

    aposentado -0,0742 0,0485 0,1263

    não trabalha -0,0612 0,0485 0,2067

    Religião (ref=pratica) -0,0524 0,0645 0,4165

    Renda familiar mensal 0,0808 0,0311 0,0092

    Número de doenças associadas -0,0547 0,0261 0,0363

    Diabetes (ref=sim) 0,1081 0,0479 0,0239

    Hipertensão (ref=sim) -0,0142 0,0486 0,7702

    Sequela física (ref=sim) 0,1995 0,0463

  • 37

    Tabela 5. Análise de regressão múltipla para qualidade de vida como variável dependente.

    Regressão múltipla

    Estimativa Erro padrão IC95% PRR IC95% p

    valor

    Nível de

    escolaridade

    0,0315 0,0130 0,0060-0,0570 1,03 1,00-1,06

    0,0153

    Renda familiar

    mensal

    0,0928 0,0348 0,0246-0,1609 1,10 1,02-1,17

    0,0076

    Diabetes

    (ref=sim)

    0,0998 0,0445 0,0127-0,1870 1,10 1,01-1,21

    0,0248

    Sequela física

    (ref=sim)

    0,1488 0,0550 0,0409-0,2566 1,16 1,04-1,29

    0,0069

    Sequela

    funcional

    (ref=sim)

    0,1546 0,0618 0,0335-0,2757

    1,17 1,03-1,32

    0,0124

    AICC 1473,2396

    Ajuste do modelo pelo AICC (Akaikes information criterion); IC (intervalo de confiança), PRR (Prevalence

    Ratio Ratios).

  • 38

    3 CONCLUSÃO

    A qualidade de vida para os pacientes com CCP assistidos por uma Rede

    de Atenção Oncológica está relacionada com os aspectos clínicos e socioeconômicos.

  • 39

    REFERÊNCIAS*

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  • 40

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  • 42

    29. World Health Organization. International Society of Nurses in Cancer Care (UK). A

    core curriculum for palliative nursing. International Council of Nurses, United Kingdom;

    2002

  • 43

    APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES CLÍNICAS E

    SOCIODEMOGRÁFICAS

    Formulário de Entrevista Nº de identificação: _______

    Nome completo:_________________________________________________

    DADOS CLÍNICOS E SOCIODEMOGRÁFICOS

    Sexo: 1 ( ) F 2 ( ) M

    D.N.:____/____/_____

    Estado civil: (apoio familiar)

    1 ( ) Solteiro 2 ( ) Casado/União Estável 3 ( ) Separado/Divorciado 4 ( )Viúvo

    Número de pessoas que moram com o paciente: _________________

    Grau de escolaridade:

    1 ( ) não sabe ler nem escrever

    2 ( ) ensino fundamental incompleto 3 ( ) ensino fundamental completo

    4 ( ) ensino médio incompleto 5 ( ) ensino médio completo

    6 ( ) ensino superior incompleto 7 ( ) ensino superior completo

    Situação Profissional:

    1 ( ) Ativo

    2 ( ) Aposentado, mas desempenha atividades remuneradas

    3 ( ) Aposentado

    4 ( ) Atividades em casa (dona de casa, auxilia na casa)

    5 ( ) Aguardando aposentadoria devido a problemas com saúde

    6 ( ) Outros.

    Religião:

    1 ( ) Sim 2 ( ) não Qual? _______________________________

    Renda Mensal Individual (em reais): ______________________

    Renda Mensal Familiar (em reais): ________________________

    Presença de doenças associadas:

    1 ( ) HAS 2 ( ) AVC 3 ( ) Dislipidemias 4 ( ) Insuficiência Renal

    5 ( ) Câncer outras : ___________________________

    Você tem alguma sequela física? Sim ( ) Não ( )

    Se sim, qual e há quanto tempo?

    _______________________________________________________________

    Você tem alguma sequela funcional? Sim ( ) Não ( )

    Se sim, qual e há quanto tempo?

    _______________________________________________________________

  • 44

    Você foi acolhido no Ilumina? Sim ( ) Não ( )

    Se sim, em que situação ocorreu o acolhimento (se foi acolhido por recepcionista do serviço,

    por profissional de saúde ou por outro paciente reabilitado pelo serviço)?

    __________________________________________________________________________

    ____________________________________________________

    Você tem conhecimento sobre sua doença? Sim ( ) Não ( )

    Se sim, o que sabe, descreva:

    __________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________

    _________________________________________

    Há quanto tempo você está em tratamento?

    a) até 3 meses b) 3 – 6 meses c) 6 a 9 meses d) 9 a 12 meses e) 12 meses a 18 meses f) 18

    meses a 24 meses g) 2 anos ou mais

    Há quanto tempo está em tratamento na Associação Ilumina?

    a) 1 a 3 meses b) 3 a 6 meses c) 6 a 9 meses d) 9 a 12 meses e) 12 meses a 18 meses f) 18

    meses a 24 meses g) 2 anos ou mais

    Para qual(is) profissional(is) de saúde você foi encaminhado na Associação Ilumina? Utilizou?

    Sim ( ) Não ( ) Se sim cite quais:

    __________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________

    ________________________________________________________

    OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO

  • 45

    ANEXOS

    ANEXO 1 – CERTIFICADO DO COMITÊ DE ÉTICA

  • 46

    ANEXO 2 – SUBMISSÃO DO ARTIGO

  • 47

    ANEXO 3 - INSTRUMENTO WHOQOL – Bref Instruções Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida. “Por favor, responda a todas as questões”. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha. Por favor, tenham em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as “duas últimas semanas”. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão poderia ser:

    Nada Muito pouco Médio Muito Completamente Você recebe dos outros o apoio de que necessita?

    1 2 3 4 5

    Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve

    circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.

    Nada Muito pouco

    Médio Muito Completamente

    Você recebe dos outros o apoio de que necessita?

    1 2 3 4 5

    Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio. Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.

    1 Como você avaliaria sua qualidade de vida?

    Muito ruim 1

    Ruim 2

    Nem ruim nem boa 3

    Boa 4

    Muito boa 5

    2 Quão satisfeito (a) você está com a sua saúde?

    Muito satisfeito

    Insatisfeito

    Nem satisfeito nem insatisfeito

    Satisfeito Muito satisfeito

    Nada Muito pouco

    Mais ou menos

    Bastante Extremamente

    3 Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você precisa?

    1 2 3 4 5

    4 O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária?

    1 2 3 4 5

    5 O quanto você aproveita a vida?

    1 2 3 4 5

    6 Em que medida você acha que a sua vida tem sentido?

    1 2 3 4 5

    7 O quanto você consegue se concentrar? 1 2 3 4 5

    8 Quão seguro (a) você se sente em sua vida diária?

    1 2 3 4 5

  • 48

    9 Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos)?

    1 2 3 4 5

    As questões seguintes perguntam sobre “quão completamente” você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas Nada Muito

    pouco Médio Muito Completam

    ente

    10 Você tem energia suficiente para seu dia a dia?

    1 2 3 4 5

    11 Você é capaz de aceitar sua aparência física?

    1 2 3 4 5

    12 Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?

    1 2 3 4 5

    13 Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-dia?

    1 2 3 4 5

    14 Em que medida você tem oportunidades de atividade de lazer?

    1 2 3 4 5

    As questões seguintes perguntam sobre “quão bem ou satisfeito” você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

    Muito ruim

    Ruim Nem ruim nem bom

    Bom Muito bom

    15 Quão bem você é capaz de se locomover?

    1 2 3 4 5

    Muito satisfeito

    Insatisfeito

    Nem satisfeito nem insatisfeito

    Satisfeito

    Muito satisfeito

    16 Quão satisfeito (a) você está com o seu sono?

    1 2 3 4 5

    17 Quão satisfeito (a) você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do seu dia-a-dia?

    1 2 3 4 5

    18 Quão satisfeito (a) você está com sua capacidade para o trabalho?

    1 2 3 4 5

    19 Quão satisfeito (a) você está consigo mesmo?

    1 2 3 4 5

    20 Quão satisfeito (a) você está com suas

    1 2 3 4 5

  • 49

    relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas)?

    21 Quão satisfeito (a) você está com sua vida sexual?

    1 2 3 4 5

    22 Quão satisfeito (a) você está com o apoio que você recebe de seus amigos?

    1 2 3 4 5

    23 Quão satisfeito (a) você está com as condições do local onde mora?

    1 2 3 4 5

    24 Quão satisfeito (a) você está com o seu acesso aos serviços de saúde?

    1 2 3 4 5

    25 Quão satisfeito (a) você está com o seu meio de transporte?

    1 2 3 4 5

    As questões seguintes referem-se a “com que frequência” você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas

    Nunca Algumas vezes

    Frequentemente

    Muito frequentemente

    Sempre

    26 Com que frequência você tem sentimentos negativos tais como: mau humor, desespero, ansiedade, depressão?

    1 2 3 4 5

    Alguém lhe ajudou a preencher este questionário? _____________________________________________________________________

    Quanto tempo você levou para preencher este questionário?

    Você tem algum comentário sobre o questionário?