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Poemas de que gostamos. Trabalho colectivo dos alunos do 8.º C. Escola Secundária José Estêvão.

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Poemas de que gostamos

8.º Ano | Turma C

Escola Secundária José Estêvão

Trabalho realizado na disciplina de

Educação Visual

Ano Lectivo

2008/2009

Page 4: Maria Izabel

Escola Secundária José Estêvão • Educação Visual • 8.º C • 2008/2009

Ana Carlota Pinto Caldeira Martinho

Eu gostei de

A cigarra e a formigaLa Fontaine/Bocage

Tendo a cigarra em cantigasPassado todo o VerãoAchou-se em extrema penúriaNa tormentosa estação.

Não lhe restando migalhaQue trincasse, a tagarelaFoi valer-se da formigaQue morava perto dela.

Rogou-lhe que lhe emprestasse,Pois tinha riqueza e brio,Algum grão com que manter-se‘Té voltar o aceso estio.

A formiga nunca empresta,Nunca dá, por isso ajunta.«No Verão em que lidavas?»À pedinte ela pergunta.

Responde a outra: «Eu cantavaNoite e dia, a toda a hora.»«Ah! bravo! (torna a formiga)— Cantavas? Pois dança agora!»

2 Poemas de que gostamos

Page 5: Maria Izabel

Escola Secundária José Estêvão • Educação Visual • 8.º C • 2008/2009

Poemas de que gostamos 3

Ana Isabel Gomes de Sousa

Eu gostei de

Porque os outros se mascaram e tu nãoSophia de Mello Breyner Andresen

Porque os outros se mascaram mas tu não

Porque os outros usam a virtude

Para comprar o que não tem perdão.

Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados

Onde germina calada a podridão.

Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem

E os seus gestos dão sempre dividendo.

Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos

E tu vais de mãos dadas com os perigos.

Porque os outros calculam mas tu não.

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Escola Secundária José Estêvão • Educação Visual • 8.º C • 2008/2009

4 Poemas de que gostamos

Ana Sofia Rodrigues Pereira

Eu gostei de

O que é o amor?António Botto

O que é o amor? Não sei; Nem é precisoTentar saber, — tentar ou descobrirPorque razão há quem pretenda ouvirA fala de um olhar ou de um sorriso.

Jamais devemos formular um juízoPara poder pensar ou reflectirSobre o que nasce e anda a progredirNo silêncio das almas, impreciso…

Tumulto sereníssimo e fecundo;Domínio dominado na inconstânciaDe fixar os desvarios deste mundo…

E se a vida é somente o que se vê,Será melhor andarmos na ignorânciaDe nos armarmos sem saber porquê.

Page 7: Maria Izabel

Escola Secundária José Estêvão • Educação Visual • 8.º C • 2008/2009

Carolina Estima dos Santos

Eu gostei de

Maresia da tardeAntónio Eco

Poemas de que gostamos 5

À beira-mar passeei, tão sozinho e triste,

numa tarde de sol, muito quente,

bebi o cheiro da água, maresia

que me encheu de ar fresco e doce.

 

Sentimento quente de paz eterna

encheu o meu melancólico corpo!

Imensa nostalgia!

Sentimento de liberdade infinita!

 

Lá longe, no azul do mar,

uma gaivota passeia, tão sozinha,

voando, serena, calma, cortando o livre ar.

 

Naquela momento, estranho e eterno,

a gaivota e eu

fomos um só,

seres iguais,

perfeitamente iguais,

bebendo na maresia

o sentimento e a nostalgia

de liberdade infinita…

Page 8: Maria Izabel

Escola Secundária José Estêvão • Educação Visual • 8.º C • 2008/2009

6 Poemas de que gostamos

Dragana Koprivica

Eu gostei de

Mudar o mundoFujiwara Tatsuya

Quero mudar o mundoCruzar os céus e nada temerSéculos passam num segundoNum brilho de um sorrisoTem a força que me guiaÉ o paraiso

Sempre em busca de uma nova razãoAtravessando a escuridãoDe repente a luz do amorIlumina o coraçãoTudo se parece transformarA água, o fogo, a terra e o arA vida ganha um novo sentidoUma nova emoçãoUm novo colorido

Quero mudar o mundoCaminhar sem olhar para trásContigo eu encontrei a pazNas asas de um sonhoNão vou me perder mais

Mudar minha menteUm novo mundoNa nossa frentenada me vai fazer pararse você me amarO mundo inteiro… vai mudarÉ o paraiso

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Elizaveta Vladimirovna Omeltchenko

Eu escrevi

O nosso dia-a-diaElizaveta Omeltchenko

Poemas de que gostamos 7

Deitamo-nos bem cedoPara amanhã acordarO barulho irritanteDo despertadorFaz-nos levantarPensamos “PareceQue ainda agoraMe deitei e já tenhoQue me levantar?”

Chegamos à escolaNum alvoroço.As aulas de teoriaPassam bem devagarE estamos sempre a olharPara o relógioQue se move bem lentamenteParecendo brincarCom a nossa caraTic tac, tic tac, tic tac…

Alguns procuramCom que se entreterOutro aproveitamPara pôr os z's em diaHá ainda outros,Embora poucos,Que se mantêm atentosTic tac, tic tac, tic tac…

Mas que monotonia!O tempo parece serSempre o mesmoTic tac, tic tac, tic tac…

Chegamos à melhor aula do dia:A aula de práticaAté pode ser ginásticaDesde que não seja teoria

Cansados, chegamos a casaFinalmente, o descanso!Mas não, descobrimosAfinal que temos quePôr a mesa e arrumarO lava-loiças para além de fazeros t.p.c.'s.Com as mãos a cheirarA trapo velho, vamosPrepararmo-nos para o diaseguinte

Depois de lavar os dentes,Pensamos “Ainda bem queVou dormir agora!”Deitamo-nos bem cedoE tudo recomeça.

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8 Poemas de que gostamos

Ester Nogueira Simões

Eu gostei de

Não posso adiar o amor para outro séculoAntónio Ramos Rosa

Não posso adiar o amor para outro séculoNão possoAinda que o grito sufoque na gargantaAinda que o ódio estale e crepite e ardaSob as montanhas cinzentasE montanhas cinzentas

Não posso adiar este braçoQue é uma arma de dois gumes de amor e ódio

Não posso adiarAinda que a noite pese séculos sobre as costasE a aurora indecisa demoreNão posso adiar para outro século a minha vidaNem o meu amorNem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

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Inês Marques de Sá

Eu gostei de

MotivoCecília Meireles

Poemas de que gostamos 9

Eu canto porque o instante existee a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,não sinto gozo nem tormento.Atravesso noites e diasno vento.

Se desmorono ou se edifico,se permaneço ou me desfaço,— não sei, não sei. Não sei se ficoou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.Tem sangue eterno na asa ritmada.E um dia sei que estarei mudo:— mais nada.

Page 12: Maria Izabel

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10 Poemas de que gostamos

João André Nolasco Dias Ferreira

Eu gostei de

O guardador de rebanhosAlberto Caeiro

(…)Não acredito em Deus porque nunca o vi.Se ele quisesse que eu acreditasse nele,Sem dúvida que viria falar comigoE entraria pela porta dentroDizendo-me, Aqui estou!

(Isto é talvez ridículo aos ouvidosDe quem, por não saber o que é olhar para as coisas,Não compreende quem fala delasCom o modo de falar que reparar para elas ensina).

Mas se Deus é as flores e as árvoresE os montes e Sol e luar,Então acredito nele,Então acredito nele a toda a hora,E a minha vida é toda uma oração e uma missa,E uma comunhão pelos olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as floresE os montes e o luar e o Sol,Para que lhe chamo eu Deus?Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luarPorque, se ele se fez para eu o ver,Sol e luar e flores e árvores e montes,Se ele me aparece como sendo árvores e montesE luar e Sol e flores,É que ele quer que o conheçaComo árvores e montes e flores e luar e Sol.E por isso eu obedeço-lhe,(Que mais eu sei de Deus que Deus de si próprio?)

Obedeço-lhe a viver espontaneamente,Como quem abre os olhos e vê,E chamo-lhe luar e Sol e flores e árvores e montes,E amo-o sem pensar nele,E penso lendo e ouvindo,E ando com ele a toda a hora.

Page 13: Maria Izabel

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Poemas de que gostamos 11

José Rafael Madail Cruz Oliveira

Eu gostei de

Durmo ou não?Fernando Pessoa

Durmo ou não? Passam juntas em minha almaCoisas da alma e da vida em confusão,Nesta mistura atribulada e calmaEm que não sei se durmo ou não.

Sou dois seres e duas consciênciasComo dois homens indo braço-dado.Sonolento revolvo omnisciências,Turbulentamente estagnado.

Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.Disperto. Enfim: sou um, na realidade.Espreguiço-me. Estou bem... Porquê depois,De quê, esta vaga saudade?

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12 Poemas de que gostamos

Luís Pedro Azevedo Breda

Eu gostei de

Os mortos hecateSophia de Mello Breyner Andresen

Ao nosso lado os mortos em surdinaBebem a exalação da nossa vidaSão a sombra seguindo os nossosgestos,Sinto-me passar quando leves vêmAlta noite buscar os nossos restos.

Passam nos quartos onde nosdeixamos,Envolvem-se nos gestos que traçamosRepetem as palavras que dissemos,E debruçados sobre o nosso sonoBebem como um leite o nosso sonho.

Intangíveis, sem peso e sem contornoRessurgem no sabor vivo do sangue.Sorriem às imagens que vivemosE choram por nós quando não asvemos,Porque já sabem para onde vamos.

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Maria Emanuel T. Neves

Eu gostei de

Tenho pena e não respondoFernando Pessoa

Poemas de que gostamos 13

Tenho pena e não respondo.Mas não tenho culpa enfimDe que em mim não correspondoAo outro que amaste em mim.

Cada um é muita gente.Para mim sou quem me penso,Para outros --- cada um senteO que julga, e é um erro imenso.

Ah, deixem-me sossegar.Não me sonhem nem me outrem.Se eu não me quero encontrar,Quererei que outros me encontrem?

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Maria Izabel Madeira

Eu gostei de

RosaOtávio de Souza / Pinxinguinha

14 Poemas de que gostamos

RosaTués,divina e graciosaEstátua majestosa do amorPor Deus esculturadaE formada com ardorDa alma da mais linda florDe mais ativo olorQue na vida é preferida pelo beija-flor.

Se Deus, me fora tão clementeAqui neste ambiente, de luz,Formada numa tela deslumbrante e bela,O teu coração, junto ao meu, lanceado,Pregado e cruscificado sobre a rósea e cruzDo arfante peito teu.

Tu és a forma ideal,Estátua magistral,oh alma perenalDo meu primeiro amor,sublime amor.Tu és, de Deus a soberana flor.Tu és, de Deus a criaçãoQue em todo coração sepultas o amor,O riso, a fé e a dorEm sândalos olentes cheios de sabor,em vozes tão dlontes como um sonho em flor.

És láctea estrela,És mãe da realeza.És tudo emfim que tem de beloEm todo resplendor da santa natureza.

Perdão,se ouso confessar-teeu hei de sempre amar-te,Oh! Flor, meu peito não resiste,

Oh! Meu Deus quanto é tristeA incerteza de um amorQue mais me faz penar em esperar,Em conduzir-te um diaAo pé do altar.

Jurar, aos pés do oniponente,Em preces comoventes de dor,E receber a unção de tua gratidão,Depois, de remir meus desejosEm nuvens de beijosHei de te envolver até meu padecer,De todo fenecer.

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Maria Manuel Mónica Vieira

Eu gostei de

Retrato de uma princesa desconhecidaSophia de Mello Breyner Andresen

Poemas de que gostamos 15

Para que ela tivesse um pescoço tão fino

Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule

Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos

Para que a sua espinha fosse tão direita

E ela usasse a cabeça tão erguida

Com uma tão simples claridade sobre a testa

Foram necessárias sucessivas gerações de escravos

De corpo dobrado e grossas mãos pacientes

Servindo sucessivas gerações de príncipes

Ainda um pouco toscos e grosseiros

Ávidos cruéis e fraudulentos

 

Foi um imenso desperdiçar de gente

Para que ela fosse aquela perfeição

Solitária exilada sem destino

Page 18: Maria Izabel

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16 Poemas de que gostamos

Marta Marques Silva

Eu escrevi

EsquecimentoMarta Silva

Sou folha e caí do nadaA mim própria eu me levantei.E voltei a cair,Quase rasgada. Só tinha uma ajuda,O vento.E era de passagemEle ia aparecendo... Nunca fui só,Mas sempre assim me senti.Não sei porquê,Mas acho que foi por ti. Porque tenho a deslembrançaQue me magoava.Parecia que não havia esperança,Eu já não acreditava. Não te foste embora,Sei que estás no céu, ali.Não a deitei fora,Apenas não procurei por ti.

Page 19: Maria Izabel

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Nuno Gonçalo Assunção Ferreira

Eu gostei de

Ó sino da minha aldeiaFernando Pessoa

Poemas de que gostamos 17

Ó sino da minha aldeia,Dolente na tarde calma,Cada tua badaladaSoa dentro da minha alma.

E é tão lento o teu soar,Tão como triste da vida,Que já a primeira pancadaTem o som de repetida.

Por mais que me tanjas pertoQuando passo, sempre errante,És para mim como um sonho,Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua,Vibrante no céu aberto,Sinto mais longe o passado,Sinto a saudade mais perto.

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18 Poemas de que gostamos

A civilização em que estamos é tão errada que

Nela o pensamento se desligou da mão

 

Ulisses rei de Ítaca carpinteirou seu barco

E gabava-se também de saber conduzir

Num campo a direito o sulco do arado

Parshkov Ilya

Eu gostei de

Rei de ÍtacaSophia de Mello Breyner Andresen

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Ricardo Alexandre Guedes Marques

Eu gostei de

EurydiceSophia de Mello Breyner Andresen

Poemas de que gostamos 19

A noite é o seu manto que ela arrasta

Sobre a triste poeira do meu ser

Quando escuto o cantar do seu morrer

Em que o meu coração todo se gasta

 

Voa no firmamento dos seus cabelos

Nas suas mãos a voz do mar ecoa

Usas as estrelas como uma coroa

E atravessa sorrindo os meus pesadelos

 

Veio com ar de alguém que nao existe,

Falava-me de tudo quanto morre

E devagar no ar quebrou-se, triste

De ser apariação, água que escorre

Page 22: Maria Izabel

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20 Poemas de que gostamos

Rita Isabel Almeida Campino Martins do Vale

Eu gostei de

Poema do homem sóAntónio Gedeão

Sós,irremediavelmente sós,como um astro perdido que arrefece.Todos passam por nóse ninguém nos conhece.

Os que passam e os que ficam.Todos se desconhecem.Os astros nada explicam:Arrefecem

Nesta envolvente solidão compacta,quer se grite ou não se grite,nenhum dar-se de outro se refracta,nehum ser nós se transmite.

Quem sente o meu sentimentosou eu só, e mais ninguém.Quem sofre o meu sofrimentosou eu só, e mais ninguém.Quem estremece este meuestremecimentosou eu só, e mais ninguém.

Dão-se os lábios, dão-se os braçosdão-se os olhos, dão-se os dedos,bocetas de mil segredosdão-se em pasmados compassos;dão-se as noites, e dão-se os dias,dão-se aflitivas esmolas,abrem-se e dão-se as corolasbreves das carnes macias;dão-se os nervos, dá-se a vida,dá-se o sangue gota a gota,como uma braçada rotadá-se tudo e nada fica.

Mas este íntimo secretoque no silêncio concreto,este oferecer-se de dentronum esgotamento completo,este ser-se sem disfarçe,virgem de mal e de bem,este dar-se, este entregar-se,descobrir-se, e desflorar-se,é nosso de mais ninguém.

Page 23: Maria Izabel

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Rui Eduardo Figueiredo Arnay Lopes

Eu escrevi

AmigoRui Lopes

Poemas de que gostamos 21

Amigos sem amigosNão são amigos de ninguém

Um amigo tem que ter um amigoPara viverPorque sem amigo, não há vida

Pede ao teu amigo que sejaAmigo de mais alguémPois no nosso amigo planetaHá muitos que querem ser amigos

Amigo não é só ser amigoAmigo é tema de conversaAmigo é uma palavra graveNão em sentidoMas em gramáticaAmigo não é poder recolher os nossos amigosSó em momentos de profunda tristeza.Amigo tem um significadoIncompleto no dicionário.Amigo é sentido de humorÉ paciência, é vida, é fé

Amigo é ter potênciaÉ construir uma verdade além de outrasÉ criar uma casaÉ viver acompanhadoÉ sentir amorÉ sentir calor

E tu? O que sentes?Sentido de viver como amigo de alguém?

Revela ao teu amigo os teus poderesTenta sentir o que te querem dar.

Sem ti, este mundo não existiaSem ti, a vida não é belaSem ti, o mundo não é realSem ti, a liberdade estaria extinta.

Precisamos de ti, para sermos alguémPara sermos amigos

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Sara Raquel Silva Ribeiro

Eu gostei de

Passa uma borboletaFernando Pessoa

22 Poemas de que gostamos

Passa uma borboleta por diante de mim

e pela primeira vez no univeso eu reparo

que as borboletas não têm cor nem movimento,

assim como as flores não têm perfume nem cor,

a cor é que tem cor nas asas da borboleta,

no movimento da borboleta o movimento é que se move,

o perfume é que tem perfume no perfume da flor.

A borboleta é apenas borboleta

e a flor é apenas flor.

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Escola Secundária José Estêvão • Educação Visual • 8.º C • 2008/2009

Poemas de que gostamos 23

Ai que prazerNão cumprir um dever,Ter um livro para lerE não o fazer!Ler é maçada,Estudar é nada.O sol doiraSem literatura.

O rio corre, bem ou mal,Sem edição original.E a brisa, essa,De tão naturalmente matinal,Como o tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.Estudar é uma coisa em que está indistintaA distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,Esperar por D. Sebastião,Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...Mas o melhor do mundo são as crianças,Flores, música, o luar, e o sol, que pecaSó quando, em vez de criar, seca.

E mais do que istoÉ Jesus Cristo,Que não sabia nada de finançasNem consta que tivesse biblioteca...

Vanessa Raquel Oliveira Figueiredo

Eu gostei de

LiberdadeFernando Pessoa

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24 Poemas de que gostamos

Joana da Silva Videira

Eu gostei de

PirataSophia de Mello Breyner Andresen

Sou o único homem a bordo do meu barco.Os outros são monstros que não falam,Tigres e ursos que amarrei aos remos,E o meu desprezo reina sobre o mar.

Gosto de uivar no vento com os mastrosE de me abrir na brisa com as velas,E há momentos que são quase esquecimentoNuma doçura imensa de regresso.

A minha pátria é onde o vento passa,A minha amada é onde os roseirais dão flor,O meu desejo é o rastro que ficou das aves,E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.

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