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Revista Contabilidade e Finanças

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  • 113

    R. Cont. Fin. USP So Paulo n. 42 p. 113 - 122 Set./Dez. 2006

    ESCOLA POLITCNICA: POSSIVELMENTE O PRIMEIRO CURSOFORMAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SO PAULO

    ELISEU MARTINSProfessor Titular do Departamento de Contabilidade e Aturia

    da Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidadeda Universidade de So Paulo Campus Capital

    E-mail: [email protected]

    AMADO FRANCISCO DA SILVAProfessor Ms. da Faculdade de Economia e Cincias Contbeis

    da Universidade Metodista SPE-mail: [email protected]

    LVARO RICARDINOProfessor Doutor do Departamento de Cincias Contbeis

    da Faculdade de Economia, Administrao, Contabilidade e Aturiada Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo SP

    E-mail: [email protected]

    Recebido em 15.02.2006 Aceito em 14.07.2006 2 verso aceita em 25.09.2006

    RESUMO

    Este trabalho demonstra que, diferentemente do que se tem tanto falado, a primeira instituio formal de ensino contbil do Estado de So Paulo foi a Escola Politcnica, fundada em 1894, que ministrava no Curso Preliminar, equivalente ao primeiro ano do curso de engenharia, aulas de Escriturao Mercantil, conferindo aos alunos que fossem aprovados nas disciplinas que integravam esse primeiro mdulo, o diploma de Contador. Em 08.12.1900, o Decreto Federal no 727 reconhecia ofi cialmente os diplomas expedidos pela instituio, desde a sua fundao, independentemente do exerccio da profi sso. A Fundao Escola de Comrcio lvares Penteado, fundada em 1902, foi a segunda instituio voltada ao ensino contbil nesse Estado. Considerando-se um hiato de oito anos entre a fundao de ambas as instituies, no restam dvidas de que a Escola Politcnica a primeira instituio formal de ensino contbil do Estado de So Paulo. No obstante, um nome surge ligado exponencialmente s duas instituies: Horcio Berlinck.

    Palavras -chave: Ensino Contbil; Escola Politcnica; Escola de Comrcio lvares Penteado; Horcio Berlinck.

    ABSTRACT

    This study demonstrates that, as opposed to what is commonly told, the fi rst accounting teaching institution in So Paulo state was the Polytechnic School, which was founded in 1894 and offered, as part of its Preliminary Course, equivalent to the fi rst year of the engineering course, Mercantile bookkeeping classes, granting to students who graduated in the subjects of this fi rst module the degree of Accountant. On 12/08/1900, Federal Decree no 727 offi cially recognized the degrees issued by the institutions since the time of its foundation, independently from whether the profession was exercised. The lvares Penteado School of Commerce Foundation, which was founded in 1902, was the second institution oriented towards accounting teaching in that State. In view of an eight-year gap between the founding of the two institutions, it is beyond doubt that the Polytechnic School is the fi rst accounting teaching institution in So Paulo State. Nevertheless, one name is important at both institutions: Horcio Berlinck.

    Keywords: Accounting Teaching; Polytechnic School; lvares Penteado School of Commerce; Horcio Berlinck.

    THE POLYTECHNIC SCHOOL: POSSIBLY THE FIRST FORMALACCOUNTANCY COURSE IN THE STATE OF SO PAULO

    DIVULGAO DE TRABALHO

  • 114 Eliseu Martins Amado Francisco da Silva lvaro Ricardino

    R. Cont. Fin. USP So Paulo n. 42 p. 113 - 122 Set./Dez. 2006

    INTRODUO

    1 METODOLOGIA DE PESQUISA

    A falta de pesquisas voltadas recuperao da hist-ria da Contabilidade no Brasil permite, vez por outra, que algumas afi rmaes se perpetuem por intermdio de cont-nuas referncias escritas ou verbais afi rmativa original.

    Um exemplo dessa natureza diz respeito Fundao Escola de Comrcio lvares Penteado, tida e referendada, por diversos autores1, como a primeira instituio de ensi-no contbil no Estado de So Paulo. A esse respeito, duas notveis excees devem ser destacadas: Rodrigues Filho (1980)2 e Santos (1985).

    To grande a convico acerca do assunto que o ex Diretor-Presidente daquela instituio, quando das justs-simas homenagens conferidas ao Prof. Horcio Berlinck, por ocasio do 50o aniversrio de seu falecimento, assim se pronunciou:

    Dessa capacidade [capacidade administrativa do Prof. Berlinck] surgiram, no Brasil, os primeiros cursos

    de Cincias Contbeis, cursos pioneiros que se inicia-ram na Escola Prtica de Comrcio, fundada em 1902, mais tarde transformada em Fundao Escola de Co-mrcio lvares Penteado. FECAP (1998, p. 10).

    A afi rmativa inexata3. Em data anterior quela, outra instituio, formalmente constituda, a Escola Politcnica de So Paulo, ensinava e outorgava diploma de Contador queles que conclussem o curso preliminar, como se mos-trar mais frente.

    Enfatiza-se o uso da expresso formalmente constitu-da em funo de que, anteriormente Escola Politcnica de So Paulo, outras iniciativas, comprovadas ou no, po-dem ser encontradas no Estado de So Paulo, porm dife-rem da Escola Politcnica por no fornecerem diplomas de Contabilidade reconhecidos legalmente.

    Segundo a metodologia descrita por Andrade (1995, p. 15), no que tange aos seus objetivos, este trabalho se caracteriza como pesquisa descritiva j que

    os fatos so registrados, analisados, classifi cados e interpretados, sem que o pesquisador interfi ra sobre eles.

    No que diz respeito s tcnicas de pesquisa, foi utili-zado o processo documental que classifi ca as fontes como primrias e secundrias. Nesse particular, foram utilizados ambos os tipos de fonte. Ainda a esse respeito, vale re-gistrar a opinio de Spina apud Andrade (op. cit., p. 39), para quem

    o termo fonte pode ser empregado como a acep-o genrica, compreendendo desde os documentos originais, as obras de fundo, at a pgina de um al-manaque (fontes grfi cas).

    Oportuna a meno aos almanaques, posto que parte das fontes primrias abrangeram exatamente esse material

    que, at onde de conhecimento dos autores, tem sido pouco explorado pela rea contbil. Guardadas as devidas propores, os almanaques equivaliam s listas telefnicas atuais. Publicados anualmente, informavam, entre outras coisas4, o nome e o endereo dos mais importantes ha-bitantes da cidade onde o almanaque era publicado, bem como a profi sso e/ou cargo exercidos. Tal qual as listas telefnicas, quando um novo exemplar era editado o an-tigo era descartado, motivo pelo qual remanescem alguns poucos almanaques nas bibliotecas e acervos particulares da cidade de So Paulo. A indicao da localizao de tais publicaes se baseia no exaustivo levantamento efetuado por Camargo (1983)5.

    A identifi cao dos profi ssionais que exerciam a ativi-dade contbil na cidade de So Paulo, na segunda metade do sculo XIX, tomou por base informaes coletadas em alguns desses poucos exemplares.

    2 AS ORIGENS DA ESCOLA PRTICA DE COMRCIO

    Segundo publicao da prpria instituio, FECAP (1998, p. 30-1), a Escola nasceu dos ideais do Prof. Horcio Berlinck que, em 1897, convenceu seu amigo particular, Dr. Joo Pe-dro da Veiga Filho, a pleitear junto ao governo da cidade de

    So Paulo a criao de uma escola de comrcio. A solicitao foi recusada pela Cmara Municipal por falta de verbas.

    A alternativa seguinte foi buscar recursos junto ini-ciativa privada. Reunindo o aporte fi nanceiro de diversos

    1 Permitimo-nos no referenci-los.2 Queremos agradecer ao Prof. Masayuki Nakagawa a indicao do trabalho de Rodrigues Filho. Foi o ponto de partida que inspirou a realizao deste artigo.3 Importante esclarecer que este trabalho no pe em dvida ou questiona os enormes e irrefutveis mritos da instituio e/ou das pessoas que para ela trabalharam ou vm trabalhando ao longo desse mais de um sculo de inegveis servios ao Pas e Contabilidade, em particular. O que aqui se prope , to somente, a reviso do pioneirismo nesse campo.4 Feriados, datas religiosas, horrio de chegada e sada do correio etc.5 Os autores agradecem quela autora a indicao e cesso da obra referenciada.

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    3 AS PRIMEIRAS INSTITUIES DE ENSINO DE SO PAULO

    Segundo Almeida (2000, p. 285-6), o Estado de So Paulo, em 1889, possua 1.573.000 habitantes, dos quais apenas 1,6% tinham acesso educao. Naquela ocasio, havia apenas cinco instituies formais que forneciam ins-truo secundria: o Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo, o Instituto Taubateano de Agricultura, Artes e Ofcios, o Col-gio So Miguel e o Colgio Perseverana, em Guaratinguet. No campo do ensino superior, o Estado contava apenas com a Faculdade de Direito, situada no Largo de So Francisco.

    O pioneirismo do ensino contbil no Estado de So Paulo apresenta alguns aspectos controvertidos. Almeida (2000) e os sites das duas instituies que permanecem desde aquela poca6 confi rmam que nenhuma das cinco instituies ministrava o ensino comercial ou mantinha aulas de Contabilidade. A ausncia de educao contbil, naquele perodo, tambm confi rmada por Moacyr (1939, p.311-435). No obstante, a curta biografi a do Prof. Ho-rcio Berlinck, apresentada no trabalho comemorativo dos 100 Anos da Fundao Escola de Comrcio lvares Pente-ado, indica que, em 1895, [...] Ramos de Azevedo o fez professor de Contabilidade do Liceu de Artes e Ofcios. Gordinho (2002, p. 33). A mesma publicao faz constar que, em 1893, Joo Pedro da Veiga Filho foi convidado a lecionar Finanas e Contabilidade Pblica na Academia de So Paulo, atual Faculdade de Direito da USP. Ainda que o Liceu de Artes e Ofcios e a Faculdade de Direito inclussem em seus currculos tal disciplina, ambas as instituies no outorgavam aos seus alunos o diploma de Contador, motivo pelo qual, sem desmerecer seus esforos, no so reconhecidas como instituies de formadores dessa cate-goria profi ssional.

    Duas outras referncias a cursos de Contabilidade no Estado de So Paulo vm, respectivamente, de Almeida (2000, p. 148) e Mancini (1978).

    A primeira d conta do propsito da Sociedade Culto Cincia, fundada em 1874, de constituir, assim que sua

    situao fi nanceira permitisse, uma Escola de Agricultura e um curso de Contabilidade Comercial. Em que pese a importncia de tais propsitos, o site da instituio7, na pgina dedicada sua histria, no contm qualquer refe-rncia concretizao daquele ideal. A criao de ambos os cursos, at onde se sabe, fi cou apenas na inteno.

    A segunda indicao diz respeito ao trabalho pioneiro do engenheiro Estanislau Kruszynski8 que, tendo troca-do a Polnia pelo Brasil, se estabeleceu na cidade de So Carlos, onde, entre os anos de 1884 e 1924, data de seu falecimento, ministrou aulas de Contabilidade em sua resi-dncia, Rua Marechal Deodoro, no 101. Segundo Mancini (1978, p. 1-2), Kruszynski

    [...] iniciou, entre ns, a tarefa de formar tcnicos em contabilidade agrcola, mercantil e industrial, crian-do um curso de contabilidade segundo os mtodos e processos em uso na Itlia. Era um curso rpido de um ano e por isso cuidava de dedicar-se insistentemente ao ensino das regras essenciais dos vrios sistemas de escriturao e, especialmente, o mtodo das partidas dobradas e da personalizao das contas denominada (sic) `logismografi a, sistema de contabilidade cuja concepo a de que existem duas contas fundamen-tais a do proprietrio e a de terceiros (agentes consig-natrios e correspondentes).

    Aos melhores alunos era reservado o direito de trabalhar no escritrio de contabilidade de Kruszynski que cuidava da contabilidade de, pelo menos, doze fazendas da regio.

    Tambm nesse caso, em que pesem os indiscutveis mritos do Prof. Kruszynski, que teve entre seus alunos o admirvel Carlos de Carvalho, seu curso no funcionava como uma instituio de ensino ofi cialmente reconhecida, o que foge ao escopo deste trabalho.

    industriais e banqueiros da poca, em 02 de junho de 1902 era fundada a Escola Prtica de Comrcio de So Paulo. No dia 15 daquele ms, tiveram incio as aulas da primeira tur-ma, composta por 216 alunos regularmente matriculados. A 09 de janeiro de 1905, o Decreto Federal no 1.399 reco-

    nhecia ofi cialmente os diplomas expedidos. No dia 1o de dezembro do mesmo ano, a instituio passou a denomi-nar-se Escola de Comrcio de So Paulo, atual Fundao Escola de Comrcio lvares Penteado.

    4 OS PRIMEIROS CONTADORES DA CIDADE DE SO PAULO

    Ainda que no houvesse cursos formais na rea cont-bil, doze profi ssionais exerciam a profi sso de Guarda Li-vros como indicado na publicao Indicador de So Paulo para o ano de 1878 .

    6 Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo e Faculdade de Direito de So Paulo.7 www.planeta.terra.com.br/educacao/CultoaCiencia/crono.htm 8 Os autores agradecem ao Sr. Carlos Honrio Martins de Oliveira a gentileza da cesso do livro sobre a vida de Estanislau Kruszynski.

    Em 1884, os Guarda-livros sediados na cidade de So Paulo eram 45 (Almanaque Administrativo para 1883, p. 349), em 1885 o nmero se reduziria a 40 (Almanaque Administrativo para 1884, p. 230) e em 1886, com nova

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    Marques (2000, p. 172-3)

    reduo, eram 21 os profi ssionais de Contabilidade na ci-dade (Almanaque Administrativo para 1886, p. 197). Em 1891, o nmero de Guarda-livros voltaria a aumentar sen-do 39 os profi ssionais indicados pelo Almanaque Adminis-trativo (1890, p. 188)

    Dada essa evidncia e se at ento a Cidade de So Paulo no possua escolas comerciais ou outras que en-sinassem Contabilidade, vale perguntar: qual a fonte do conhecimento adquirido por esses pioneiros?

    difcil fornecer uma resposta precisa, mas trs hipte-ses, como mnimo, podem ser consideradas:

    a) Aprendizado na Aula de Comrcio em Lisboa: desde 1759, Portugal, por iniciativa do Marqus de Pombal, mantinha a Aula de Comrcio, curso destinado a pre-parar homens de negcios e Contadores, tanto para o setor pblico quanto para o privado. Rodrigues, Go-mes e Craig (2003, p. 6) indicam que, no perodo com-preendido entre 1759 e 1794, a Aula graduou aproxi-madamente mil estudantes sendo que, desses, vinte e sete provinham do Brasil. Como a Aula continuou a existir at 1844, razovel supor que, alm desses, outros estudantes oriundos do Brasil foram formados em data posterior a 1794, assim como estudantes de origem portuguesa possam ter se transferido para c.

    b) Aprendizado nas escolas de comrcio brasileiras em outros Estados: a sociedade brasileira, ao longo do sculo XIX, ligava os trabalhos manuais e mecni-cos aos afazeres dos escravos e classes mais humil-des, criando entraves ao ensino profi ssionalizante, inclusive o ligado administrao dos negcios.

    Formar-se doutor era ter a possibilidade de subir no status social e econmico, mas tornar-se fabricante, negociante ou lavrador era situao no desejvel para a maioria dos jovens. Essas profi sses eram destinadas aos menos inteligentes ou deserdados da fortuna [...]. Bielinski (2002, p. 2).

    Embora tais atividades possussem alto grau de rejei-o, diversas escolas de comrcio prosperaram em alguns Estados do pas.

    I. A primeira delas, derivada da Aula de Comrcio portuguesa, instalou-se no Maranho, em 1811, tendo se mantido at 1820. A Aula foi reiniciada com outro professor, em 18329.

    II. Cursos Comerciais no Estado do Rio de Janeiro: di-versos cursos prosperaram naquele Estado, princi-palmente prximo e depois da metade do sculo XIX,

    9 Sobre o assunto vide RICARDINO (2001).

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    a comear pela Aula de Comrcio da Corte, em 1846. Posteriormente, por volta de 1851, algumas institui-es particulares ministravam, junto com a instruo primria, cursos preparatrios para o comrcio. Eram elas: o Lyceu Commercial, na Rua do Andarahy, Col-legio So Sebastio, em Botafogo, Collegio Joo Hen-rique Freese, em Nova Friburgo e Collegio Estrela de Petrpolis, em Petrpolis. Bielinski (op. cit., p. 3). Em 1856, a Aula de Comrcio da Corte foi convertida no Instituto Comercial da Corte e durou at 1882, po-rm sem lograr o sucesso desejado. No ano de 1877, surgiu um outro Instituto Comercial, com sede na Rua do Regente no 19, mas no h notcias de sua continuidade. Bielinski (2002, p. 4).

    III. Curso Comercial do Imperial Liceu de Artes e Of-cios do Rio de Janeiro: de todos, a tentativa mais bem sucedida. Algumas razes foram fundamentais para o seu sucesso: era gratuito e, diferentemente de seus predecessores, funcionava em horrio no-turno. Sua primeira turma recebeu surpreendentes 478 candidatos matrcula. Era mantido pela SPBA Sociedade Propagadora das Belas Artes. Ainda, no fi nal daquele sculo, surgiram o Instituto Comer-cial do Rio de Janeiro, criado pelo Decreto no 98, de

    1894 e extinto em 1902. No mesmo ano de 1894 se estabeleceu o Instituto Comercial do Distrito Fe-deral, na Praa da Aclamao, no 2410.

    c) Aprendizado prtico junto a estabelecimentos co-merciais ou industriais: a prtica era razoavelmente freqente e dois expoentes da histria brasileira ti-veram os primeiros contatos com a Contabilidade como aprendizes em empreendimentos comerciais ou industriais. O primeiro foi Irineu Evangelista de Souza, Baro de Mau, que tendo entrado como balconista de uma loja atacadista, no Rio de Janeiro, aos quatorze anos j sabia contabilizar quaisquer transaes, passando funo de Guarda-livros da empresa na qual trabalhava11. O segundo, fi gura de proa da Contabilidade brasileira, foi Horcio Berlin-ck que, aos vinte e poucos anos de idade, comeou a trabalhar na Fbrica Penteado, onde aprendeu Contabilidade com o Contador da empresa David Justice, profi ssional de origem escocesa. Fundao Escola de Comrcio lvares Penteado (2002, p. 32). Este trabalho voltar vida de Horcio Berlinck no tpico 6, Escola Politcnica de So Paulo e Escola de Comrcio lvares Penteado: um elo comum.

    5 AS ORIGENS DA ESCOLA POLITCNICA DE SO PAULO12

    O primeiro regulamento da Escola foi outorgado pela Lei Estadual no 191, de 24.08.1893. Na ocasio, a Politc-nica foi defi nida como uma escola superior de matemtica e cincias aplicadas s artes e indstrias. O regulamento instituiu dois tipos de cursos: o de formao de mo-de-obra tcnica e o superior para formao de engenheiros.

    Um ano depois, em 20.11.1894, foi baixado o Decreto no 270-A instituindo o 2o Regulamento. Nele foi fi xada a exis-tncia de dois cursos fundamentais: o curso preliminar, com durao de um ano e o curso geral, com durao de dois anos. O objetivo de ambos era dar formao bsica que permitisse melhor aproveitamento dos cursos superiores de engenharia.

    Para incentivar a freqncia aos cursos fundamentais, a Congregao defi niu diferentes graus de profi ssionaliza-o aos estudantes que cursassem esses trs anos. Desse modo, os alunos habilitados no curso preliminar auferiam o ttulo de Contador13 (Decreto no 270-A, art. 205). San-tos (op. cit., p. 118)

    O currculo do Curso Preliminar, em 1894, era compos-to das seguintes disciplinas:

    Matemtica elementar (reviso e complementos); Trigonometria retilnea e esfrica e lgebra superior; Rudimentos de geometria analtica e geometria

    descritiva;

    Escriturao mercantil; Desenho a mo livre e geometria elementar.

    A introduo de uma disciplina voltada Contabilida-de, em um curso de engenharia, no era inovadora. Em 1890, a Escola Politcnica do Rio de Janeiro j contava em seu currculo com a disciplina Direito Administrativo e Contabilidade. Schmidt (1996, p. 363).

    Os alunos que fossem aprovados nas cadeiras de Fsi-ca Experimental, Meteorologia, Topografi a, Elementos de Geodsia e Astronomia, bem como nas aulas de Dese-nho Topogrfi co e Elementos de Arquitetura recebiam o ttulo de Agrimensor. Os alunos que completassem os trs anos bsicos recebiam, adicionalmente, o ttulo de Engenheiro Gegrafo.

    A equiparao da Escola suas congneres do Rio de Janeiro e Ouro Preto deu-se com o Decreto Federal no 727, de 08.12.1900. Esse decreto particularmente importante, pois reconhecia ofi cialmente os diplomas expedidos pela instituio. Assim, todos aqueles que concluram o curso preliminar, desde a sua fundao, foram ofi cialmente reco-nhecidos como Contadores, independentemente do exer-ccio da profi sso. Portanto, comparativamente Escola de Comrcio de So Paulo e em termos de reconhecimento

    10 As informaes sobre a instituio foram resumidas do texto disponibilizado no site http://www.senac.br/informativo/BTS/263/boltec263e.htm, em 03/10/2004 s 15:00h.11 Sobre a vida de Mau, vide, entre outros Caldeira (1995).12 As informaes que aqui se reproduzem foram obtidas, fundamentalmente de Santos (1985).13 O grifo no consta do original.

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    ofi cial, um hiato de pouco mais de quatro anos14 confere Escola Politcnica o pioneirismo do ensino contbil no Es-tado de So Paulo, bem como se confi gura como o primeiro estabelecimento de ensino do pas a conceder o diploma de Contador, antes mesmo das escolas de Comrcio em 1902. Santos (op. cit., p. 272).

    A Politcnica manteve a concesso desse ttulo at o ano de 1918, quando o Decreto Estadual no 2931 a extin-guiu. Ao longo desses vinte e quatro anos de atividades (1894 1918), a Escola Politcnica prestou um relevante servio Contabilidade brasileira, tornando-se parte in-dissocivel de sua histria. Nesse aspecto, a disciplina de Contabilidade, juntamente com outras, constituiu o incio do Departamento de Produo, que gerou o curso de Enge-nharia da Produo, no qual, lecionou at sua aposentado-ria o Prof. Dr. Amrico Oswaldo Campiglia, pessoa de reno-me na Contabilidade e na Auditoria brasileiras. Em 1946, a Escola Politcnica foi uma das Faculdades que constituram a Universidade de So Paulo sendo, at hoje, uma de suas maiores Unidades.

    5.1 Os requisitos para ingressar na PolitcnicaSegundo o art. 131 dos estatutos da instituio, para

    se inscrever ao 1o ano de qualquer curso era necessrio preencher requerimento ao diretor declarando, idade, fi lia-o e naturalidade. Ao requerimento dever-se-ia juntar:

    Comprovante de pagamento de taxa no valor de 40$000;

    Justifi cao de identidade de pessoa (espcie de carta de apresentao);

    Certido de idade, fi liao, naturalidade e, na falta desses, uma justifi cativa;

    Atestado de vacina; Certido de aprovao em portugus, francs, la-

    tim, ingls ou alemo, geografi a, histria do Brasil, matemtica elementar, lgebra, geometria e trigo-nometria retilnea, desenho geomtrico e elemen-tar ou certido de aprovao no curso do Gymna-sio do Estado.

    A Politcnica realizava algo parecido com o que hoje se denomina vestibular. Para ingresso o candidato deveria prestar exame na instruo pblica da capital Federal [Rio de Janeiro, poca] ou em qualquer outro estabelecimento de instruo superior desta capital ou dos Estados, onde tais exames sejam praticados [...]. (Estatuto, art. 132).

    Na cidade de So Paulo, o nico estabelecimento a atender tais requisitos era a Faculdade de Direito. Vale in-formar que, a julgar pelos documentos obtidos junto aos arquivos da Escola Politcnica15, os exames de cada disci-plina eram efetuados em diferentes ocasies.

    Um exemplo prtico pode ser constatado nos quatro certifi cados expedidos pela Faculdade de Direito de So Pau-lo ao candidato Tristo Tavares de Lima Junior. O histrico de seus exames indica as seguintes datas e classifi caes .

    O certifi cado expedido para o exame de cada disciplina possua as seguintes caractersticas .

    Data Disciplina Classifi cao

    23.07.1894 Geografi a, especialmente do Brasil Simplesmente aprovado

    23.08.1894 Histria do Brasil Simplesmente aprovado

    11.01.1895 Histria Universal Plenamente aprovado

    12.02.1895 Geometria e Trigonometria Plenamente aprovado

    14 Os diplomas da Escola de Comrcio lvares Penteado foram ofi cialmente reconhecidos a partir de 09.01.1905.15 Nesse particular, expressa-se nossa gratido tcnica administrativa, Sra. Maria Luiza de Souza Costa, responsvel pelo arquivo histrico permanente da Escola Politcnica, por toda a colaborao e apoio prestados.

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    Disciplina 1o ANO 2o ANO 3o ANO 4o ANO 5o ANO

    1 Cadeira 9 10 9 9 12

    2 Cadeira 9 9 10 12 12

    3 Cadeira 10 9 11 10 10

    4 Cadeira 12 12 10 9 6

    Desenho, trabalhos grfi cos ou

    projetos e exerccios prticos.10 10 10 10 10

    Total 50 50 50 50 50

    Uma vez aceito e matriculado na Politcnica, o aluno de-veria cursar cinco cadeiras (disciplinas) por ano e a cada dis-ciplina era atribudo um coefi ciente a ser multiplicado pela nota obtida pelo aluno nos respectivos exames. O art. 170 dos estatutos informa que as notas eram arbitradas por um nmero compreendido entre 1 e 20, por maioria de votos da comisso examinadora. A tabela de coefi cientes, indicada no art. 172, nico, tinha a seguinte composio .

    No que diz respeito aos critrios concernentes apro-vao em cada ano, eles esto expostos no art.173: O produto do coefi ciente pela nota do exame dar o nmero de pontos atingidos pelo aluno; e a soma dos produtos parciais classifi car as provas do ano, observadas as regras seguintes:

    De 500 a 650 pontos, corresponder nota simples-mente;

    De 651 a 800 pontos, corresponder nota plena-mente;

    De 801 a 950 pontos, corresponder nota distino;De 951 a 1.000 pontos, corresponder nota grande

    distino.A cada ano cursado o aluno recebia, ao trmino, um

    boletim com a indicao das notas obtidas. Um exemplo do modelo de boletim o do aluno Tristo Tavares de Lima Junior, reproduzido abaixo . Destaque para a nota 11 ob-tida na disciplina Aula de Escriturao Mercantil, equiva-lente a 5,5, nos dias de hoje, nota no mais do que sofrvel, mas que o habilitava a receber o certifi cado de Contador.

    No ano de 1897, o referido aluno desligou-se da ins-tituio, aps concluir as disciplinas que lhe outorgavam, adicionalmente, o ttulo de Agrimensor .

    Embora os ttulos conferidos pela Politcnica somente passassem a ter reconhecimento ofi cial a partir de 1900, no perodo de 1895 a 1900 a instituio formou setenta e sete alunos e todos eles, como mnimo, completaram o Curso Preliminar, ou seja, fi zeram jus ao ttulo de Contador.

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    Algumas dessas pessoas s vieram a requerer seu cer-tifi cado anos mais tarde, como foi o caso do aluno Alexan-dre Cramer, alemo, nascido em 11.10.1854. Formou-se agrimensor em 23.07.1898. Exerceu essa atividade em Rio Claro, cidade em que foi residir aps se formar. Requereu seu certifi cado de Contador trinta e sete anos depois de formado, em 03.09.1935, aos oitenta e um anos de idade.

    As consultas a almanaques, anurios, obra Persona-gens de Nossa Histria e, principalmente, ao site Google,

    fornecem algumas indicaes da carreira profi ssional se-guida pelos setenta e sete alunos que concluram o primei-ro ano do curso nos seis primeiros anos de funcionamento daquela instituio.

    Como indicado no quadro acima, dos 32 localizados ne-nhum parece ter seguido a carreira contbil, porm, em fun-o do elevado nmero de estudantes cujos nomes no foram localizados, no se pode afi rmar que tal no tenha ocorrido.

    Profi sso Quantidade

    Engenheiro 26

    Contador -0-

    Outras Profi sses 6

    No localizados 45

    Total 77

    6 ESCOLA POLITCNICA DE SO PAULO E ESCOLADE COMRCIO LVARES PENTEADO: UM ELO COMUM

    O primeiro professor da aula de Escriturao Mer-cantil da Escola Politcnica de So Paulo foi Horcio Berlinck16, admitido na instituio em 05.01.1895. Em 1896, publicou a obra Contabilidade Aplicada s Em-presas Comerciais, Industriais, Agrcolas e Financeiras, em cuja pgina inicial constata-se sua condio de pro-fessor daquela instituio. Vide destaque na lateral da reproduo .

    Como informado anteriormente, em 02 de junho de 1902, Berlinck fundou a Escola Prtica de Comrcio de So Paulo, primeira instituio exclusivamente voltada ao ensino comercial no Estado de So Paulo. A 09 de janeiro de 1905, o Decreto Federal no 1339 reconheceu ofi cialmente os di-plomas expedidos pela Escola Prtica de Comrcio. A 1o de dezembro do mesmo ano, a instituio passou a chamar-se Escola de Comrcio de So Paulo, sendo que, em 1908, a

    16 Os dados bibliogrfi cos sobre o Prof. Horcio Berlinck foram extrados de Cadernos lvares Penteado, 1998, p. 29-6.

  • ESCOLA POLITCNICA: POSSIVELMENTE O PRIMEIRO CURSO FORMAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SO PAULO 121

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    17 Tratado de Seguros, 1918 e 1920; Noes de Comrcio e Escriturao Mercantil, 1918; Matemtica Comercial e Financeira, 1946, entre diversas outras obras.

    Escola ampliava suas metas e criava o Curso Superior de Ci-ncias Comerciais, interrompido em 1914, por ocasio da I Guerra Mundial. O curso foi reaberto em 1932, com o nome de Faculdade de Cincias Econmicas de So Paulo.

    No obstante a envergadura da empreitada, ela no afastou o docente de seus alunos da Escola Politcnica. Pelo contrrio, Berlinck lecionou naquela instituio at

    1927, ano em que se aposentou, conforme demonstra seu histrico profi ssional , emitido pela instituio.

    Horcio Berlinck legou s geraes seguintes, alm do seu pioneirismo, diversas obras17. Faleceu em 20 de setem-bro de 1948, constituindo-se num dos principais vultos da Contabilidade brasileira, em todos os tempos.

    6 CONCLUSO

    Muitos escritos e a tradio oral vm consagrando a Escola de Comrcio lvares Penteado como a primeira instituio de ensino da Contabilidade no Estado de So Paulo, mas tal assertiva no correta. Antecedendo-a em aproximadamente oito anos, a Escola Politcnica de So Paulo conferia o ttulo de Contador aos alunos que con-clussem o Curso Preliminar, certifi cao que passou a ser reconhecida ofi cialmente a partir de 1900, portanto dois anos antes do incio das atividades da Escola Prtica de Comrcio de So Paulo.

    At aquela data, setenta e sete alunos adquiriram o di-reito legal de exercer a profi sso contbil, muito embora as

    pesquisas sobre as respectivas carreiras no tenham indi-cado que algum deles tenha exercido a profi sso contbil.

    Ainda que a Escola de Comrcio lvares Penteado no seja, de fato, a primeira instituio de ensino contbil no Estado de So Paulo, um denominador comum as une: o Prof. Horcio Berlinck. Primeiro professor da aula de Escri-turao Mercantil foi, tambm, fundador da Escola de Co-mrcio lvares Penteado. De per si, qualquer um desses feitos seria sufi ciente para imortaliz-lo, porm, tomados em conjunto, elevam-no, para sempre, ao panteo dos maiores da Contabilidade em nosso pas.

  • 122 Eliseu Martins Amado Francisco da Silva lvaro Ricardino

    R. Cont. Fin. USP So Paulo n. 42 p. 113 - 122 Set./Dez. 2006

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    NOTA Endereo dos autores

    Universidade de So Paulo

    Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade

    Departamento de Contabilidade e Aturia

    Av. Prof. Luciano Gualberto, 908 Cidade Universitaria

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