matematica manual do aluno 12 ano timor leste

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Livro de Matematica Manual do Aluno 12 anoTimor LesteEast Timor Mathematics 12kTimor-Leste

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  • Repblica Democr ca de Timor-LesteMinistrio da Educao

    Manual do AlunoMATEMTICA12. ano de escolaridade

  • x

    y

    Projeto - Reestruturao Curricular do Ensino Secundrio Geral em Timor-Leste

    Cooperao entre:Ministrio da Educao de Timor-Leste | Cames - Instituto da Cooperao e da Lngua | Fundao Calouste Gulbenkian | Universidade de Aveiro

    Financiamento do Fundo da Lngua Portuguesa

    Manual do AlunoMATEMTICA12.o ano de escolaridade

  • Este manual do aluno propriedade do Ministrio da Educao da Repblica Democrtica de Timor-Leste, estando proibida a sua utilizao para fins comerciais.

    Os stios da Internet referidos ao longo deste livro encontram-se ativos data de publicao. Considerando a existncia de alguma volatilidade na Internet, o seu contedo e acessibilidade podero sofrer eventuais alteraes. Caso tenha sido inadvertidamente esquecido o pedido de autorizao de uso de algum material protegido por copyright, agradece-se que seja comunicado, a fim de serem tomadas as providncias adequadas.

    TtuloMatemtica - Manual do Aluno

    Ano de escolaridade12.o Ano

    AutoresJos BessaLucinda SerraTeresa Neto

    Coordenadora de disciplinaTeresa Neto

    Consultor cientficoJoo Pedro da Ponte

    Colaborao das equipas tcnicas timorenses da disciplina Este manual foi elaborado com a colaborao de equipas tcnicas timorenses da disciplina,sob a superviso do Ministrio da Educao de Timor-Leste.

    IlustraoPlural Design Unipessoal, Lda.

    Design e PaginaoEsfera Crtica Unipessoal, Lda.Plural Design Unipessoal, Lda.Manuela Soares de Almeida

    1 Edio

    Conceo e elaboraoUniversidade de Aveiro

    Coordenao geral do ProjetoIsabel P. Martinsngelo Ferreira

    Ministrio da Educao de Timor-Leste

    2014

  • 3

    ndice

    Unidade Temtica

    1 Clculo diferencial e integralDerivadas e aplicaesConceito de derivada de uma funo num pontoInterpretao geomtricaInterpretao fsicaDerivadas lateraisDerivabilidade e continuidadeFuno derivadaRegras de derivaoDerivao de uma funo compostaSegunda derivada de uma funoAplicaes das derivadas na fsica

    Aplicao na economiaOtimizaoMximos e mnimosExtremos de uma funo (teste da 1 derivada)Concavidades do grfico e inflexesExtremos de uma funo (teste da 2 derivada)Esboo do grfico de funesIndeterminaes

    Clculo de reas e volumesFuno primitivaMtodos de primitivao

    Primitivao imediataPrimitivao por decomposioPrimitivao por mudana de varivelPrimitivao por partes

    Noo de soma integralrea sob uma curva: Integral definidaPropriedades da integral definida de RiemannTeorema Fundamental do clculo integralAplicaes do clculo integral

    a) Clculo de reas de figuras planasb) Clculo de volumes de slidos de revoluo

    81012141516172021232526262931333436

    42434344464849505557596061

  • 4

    Cnicas

    Elipse, Parbola, Hiprbole e Superfcies cnicasA elipse

    Esboo da elipseAs equaes paramtricas da elipse

    Traado da elipseA parbolaA hiprbole

    Esboo da hiprboleHiprboles equilteras

    Superfcies cnicas e cilndricas

    687076777881828586

    Organizao e tratamento de dados

    ProbabilidadesIntroduo ao clculo de probabilidades

    Experincias aleatrias e experincias deterministasConjunto de resultados ou espao amostralOperaes com acontecimentosAcontecimentos incompatveisAcontecimento contrrio ou complementarAcontecimento diferenaLeis de MorganTeoria frequencista de probabilidadePropriedades da frequncia relativa de um acontecimentoLei dos grandes nmerosDefinio frequencista de probabilidade ou lei dos grandes nmeros

    Definio clssica de propabilidade ou de LaplaceLei de LaplacePrincpio fundamental de contagem

    Definio axiomtica de probabilidadeProbabilidade condicionadaAcontecimentos independentes

    96969799

    100101101102103104104104106106108111113114

    Unidade Temtica

    Unidade Temtica

    2

    3

  • 5

    Estatstica descritiva e indutivaIntroduoRecenseamento e sondagem

    Estatstica descritiva e estatstica indutivaAtributos estatsticos

    Organizao de dadosTabelas de frequnciasDistribuies estatsticasFrequncias absolutasFrequncias acumuladasFuno cumulativa

    Dados agrupados em classesRepresentaes grficas

    Diagrama de barrasDiagrama circularPictogramasHistogramasPolgono de frequncias

    Medidas de localizaoMdiaPropriedades da MdiaModaMediana

    QuartisDiagrama de extremos e quartisMedidas de dispersoAmplitude total e amplitude interquartis

    Varincia e desvio padroDesvio padroPropriedades

    Distribuies bidimensionaisReta de regressoCoeficiente de correlao

    Distribuies de probabilidadeValor mdio de uma varivel aleatriaDesvio padro de uma varivel aleatria

    Variveis aleatrias discretasDistribuio binominal ou modelo binominal

    Modelo de PoissonVariveis aleatrias contnuas

    Distribuio normalCaratersticas da curva normal

    118118120120121121121122124126126128128129131131132133133135136137141142143144144145146147148150151153153154154156158158159

    3

  • M E T A S

    Determinar a derivada de uma funo num ponto dado, aplicando a definio;

    Aplicar as regras das derivadas para o estudo grfico e analtico de uma funo e na resoluo de problemas prticos de otimizao;

    Definir primitiva de uma funo;

    Calcular primitivas usando os mtodos de primitivao por decomposio, por partes e por mudana de varivel;

    Determinar a rea de figuras planas irregulares e o volume de um slido de revoluo, utilizando a integral definida.

  • Unidade Temtica 1 | Clculo diferencial e integral

    Subtema 1 - Derivadas e aplicaesSubtema 2 - Clculo de reas e volumes

  • Unidade Temtica 1 | Clculo diferencial e integral

    8

    iContedosConceito de derivada de uma

    funo num ponto

    Interpretao geomtrica

    Interpretao fsica

    Derivadas laterais

    Derivabilidade e continuidade

    Funo derivvel

    Regras de derivao de uma

    funo

    Derivao de uma funo

    composta

    Segunda derivada de uma

    funo

    Aplicaes das derivadas

    Referncia histrica

    Isaac Newton (1642-1727 e

    Gottfried Leibniz (1646-1716),

    de forma quase simultnea

    e independente, descobrem

    um mtodo geral para a

    resoluo de problemas

    associados ao problema da

    tangente a uma dada curva

    (Clculo Diferencial) e, por

    outro lado, aos problemas

    de reas delimitadas por

    curvas e volumes de slidos

    gerados por revoluo (Clculo

    Integral).

    Subtema 1 - Derivadas e aplicaes

    Conceito de derivada de uma funo num ponto

    A noo de derivada de uma funo e as regras da sua aplicao constituem

    o que conhecido por clculo diferencial que tem a sua origem, no sculo

    XVII, com Leibniz (1646-1716) e Newton (1642-1727).

    O conceito de derivada est presente, por exemplo, na determinao

    da evoluo do crescimento de uma certa populao, nos ndices de

    desenvolvimento econmico de um pas ou, na determinao das

    variaes das temperaturas ou, no clculo das velocidades de corpos ou

    objetos em movimento.

    Considera uma funo real de varivel real definida por y = f (x) e x0 um ponto qualquer do seu domnio Df .

    Seja x Df ( x x0 ),

    Chama-se acrscimo ou incremento da varivel no ponto x0

    diferena x = x x0 (tambm se escreve h = x x0 ).

    Chama-se acrscimo ou incremento da funo no ponto x0

    diferena y = f (x) f (x0 ) ou f (x0 ) = f (x0 + h) f (x0 ) .

    Considera a curva que representa o grfico de uma funo contnua f num

    ponto P de abcissa x0 Df .

    Seja agora outro ponto Q do grfico de f, cujas coordenadas so

    (x0 + h, f (x0 + h)) , onde h o acrscimo da varivel no ponto de abcissa

    x0 , ocorrido do ponto P ao ponto Q.

  • Derivadas e aplicaes | 9

    Recorda:

    Uma funo diz-se contnua

    num ponto x = a do seu domnio se e s se existe

    limxaf ( x )e lim

    xaf ( x )= f ( a ) .

    Outras notaes

    y '(x0 ) ou dydx

    x=x0

    ou yx

    x=x0

    Dx f (x0 ) ou dfdx

    (x0 )

    ...l-se derivada de y ou,

    derivada da funo f , no

    ponto 0x .

    Regra de Ruffini

    2 0 1 3

    -1 -2 2 -3

    2 -2 3 0=Resto

    A reta que passa por P e Q secante curva representativa de y = f x( ). O declive desta reta determinado pela razo dos acrscimos (razo

    incremental) da funo f com respeito varivel x , no ponto x0 conhecida por:

    Quociente de Newton: Q(x0 ,h) =f (x0 + h) f (x0 )

    h.

    Derivada de uma funo, definida por y = f (x) , num ponto

    x0 Df o limite (se existe) da razo N (x0 ,h) , quando o acrscimo da varivel tende para zero e escreve-se:

    f '(x0 ) = limh0Q(x0 ,h) = limh0f (x0 + h) f (x0 )

    h .

    Se o limite existe e finito, a funo diz-se diferencivel e a diferena

    x x0 representa uma pequena variao de x , prxima de x0 , ou seja

    h = x x0 ou, x = x0 + h e a derivada da funo f em x0 Df pode ser

    tambm expressa por: f '(x0 ) = limxx0f (x) f (x0 )x x0

    Exemplo:

    Usando a definio de derivada de uma funo num ponto, calcular:

    a) f '(1) , sendo f (x) = 2x3 + x+1 .

    Temos f '(1) = limx1

    f (x) f (1)x (1)

    = limx1

    2x3 + x+1+ 2x+1

    = limx1

    2x3 + x+3x+1

    Que uma indeterminao do tipo 00

    que pode ser levantada, usando

    a regra de Ruffini para fatorizar o polinmio do numerador. Ou seja,

  • 10 | Clculo diferencial e integral

    Tarefa 1

    Usando a definio de derivada

    de uma funo num ponto

    calcula:

    a) f '(1) , sendo 2( ) 1f x x= +

    b) '(2)f , sendo 1( )f xx

    =

    Recorda:

    o limite notvel

    limx0

    ex 1x

    =1

    Ento, f ' 1( ) = 7 .

    b) f '(0) , sendo f (x) =1x+ 2

    .

    Temos, f '(0) = limh0

    f (0+ h) f (0)h

    = limh0

    1h+ 2

    12

    h

    . Ento, f '(0) = 14

    .

    c) f '(1) , sendo f (x) = e2x .

    Temos, f '(1) = limh0

    f (1+ h) f (1)h

    = limh0

    e2(1+h) e2

    h

    = limh0

    e2(1+h) e2

    h= limh0

    e2.e2h e2

    h= e2.lim

    h0

    e2h 1h

    = 2e2 limh0

    e2h 12h

    Fazendo uma mudana de varvel y = 2h ,

    2e2 limh0

    e2h 12h

    = 2e2 limy0

    e y 1y

    limite notvel

    = 2e2 1= 2e2 .

    Interpretao geomtrica da derivada

    Vejamos como a derivada representa o declive da reta tangente curva

    que representa o grfico de uma funo num ponto do seu domnio.

    Fixe-se um ponto qualquer (arbitrrio) P1 cujas coordenadas so

    (x0 + h1, f (x0 + h1)) sobre a curva que representa a funo. A reta que passa por P e P1 secante curva.

  • Derivadas e aplicaes | 11

    Nota:

    A reta tangente curva no

    ponto P aquela que contm

    o ponto e que melhor

    aproxima o grfico da funo

    na vizinhana deste ponto.

    Nota

    A reta normal ao grfico de

    f no ponto P(x0 , y0 ) uma reta perpendicular reta

    tangente neste ponto.

    A equao da reta normal

    (y y0 ) = 1m(x x0 ) , sendo

    m o declive (coeficiente angular) da reta tangente t .

    Na figura:

    Os pontos P1,P2,P3,... pertencem ao grfico de f e as suas abcissas

    esto cada vez mais prximas de x0 .

    Os declives das retas secantes definidas pelos pontos

    PP1,PP2,,PPi , esto cada vez mais prximas do declive da reta r, tangente ao grfico de f no ponto P.

    Fazer os Pi se aproximarem de P consiste em fazer os valores de

    h1, h2, h3, tenderem para zero, isto , tomar os valores de h arbitrariamente prximos de 0.

    Observamos que:

    1. Quando os Pi esto prximos de P , o declive da reta secante deve estar prximo do declive limite da reta tangente ao grfico no ponto P . Ou seja, quando h 0 e a razo incremental se aproxima do valor finito m, dizemos que m o limite (se existe) da razo incremental

    com h tendendo para zero e escrevemos:

    m = limh0

    f (x0 + h) f (x0 )h

    = limxx 0

    f (x) f (x0 )x x0

    .

    2. Se a funo f for contnua num ponto P(x0 , f (x0 )) ento a reta tangente curva que representa o grfico da funo no ponto P , tem

    equao y f x0( ) =m x x0( ), onde m = f '(x0 ) o declive da reta.

    Exemplo:

    O declive da reta tangente ao grfico da funo quadrtica f x( ) = x , no ponto de coordenadas (1,1), dado por:

    Logo, a reta tangente ao grfico da funo em (1,1) tem de equao

    .

  • 12 | Clculo diferencial e integral

    Exemplo:

    Dada a funo f x( ) = x , o declive m da reta tangente ao grfico da funo no ponto de coordenadas (1,1) dado por

    mt = f '(1) = limh01+ h 1h

    .

    Este limite uma indeterminao do tipo 00

    . Para resolver esta

    indeterminao, podemos racionalizar o numerador, multiplicando e

    dividindo a fraco pela expresso conjugada do denominador (ver nota

    ao lado).

    Logo, a reta tangente ao grfico da funo em (1,1) tem de equao

    .

    Em resumo, a derivada de uma funo f em um ponto x0 pode ser interpretada geometricamente como o declive da reta tangente ao

    grfico de f no ponto (x0 , f (x0 )) .

    Interpretao fsica da derivada

    Velocidade e acelerao so noes conhecidas da Fsica.

    Quando dirigimos um veculo, podemos medir a distncia percorrida num

    certo intervalo de tempo. O velocmetro de um automvel marca, a cada

    instante, a variao da distncia percorrida e a velocidade. Se pisarmos

    no acelerador ou no travo, percebemos que a velocidade muda. Ento

    sentimos a acelerao.

    Suponhamos que um corpo se move em linha reta e que s t( ) representa o espao percorrido pelo mvel at ao instante t . No intervalo de tempo

    t,t +t o corpo sofre um deslocamento que pode ser representado por:

    s = s t + t( ) s t( ) .

    Tarefa 2

    Dada a funo f x( ) = x3 , determina a equao da reta

    tangente ao grfico de f , no ponto P(1,1) .

    Nota:

    Se para cada valor de t

    (tempo), f (t) representar a distncia percorrida por um

    corpo em movimento at ao

    instante t, ento a velocidade

    do mvel no instante t0 ,

    a derivada da funo f

    no ponto t0 , tal como a acelerao a derivada da

    velocidade no mesmo instante

    t0 .

  • Derivadas e aplicaes | 13

    O quociente entre o espao percorrido e o tempo gasto em percorr-

    -lo, ou seja vm =s(t +t) s(t)

    t, corresponde velocidade mdia nesse

    intervalo de tempo.

    De modo geral, a velocidade mdia nada nos diz sobre a velocidade do

    corpo no instante t. Para obtermos a velocidade instantnea do corpo no

    instante t, calculamos sua velocidade mdia em instantes de tempo t cada

    vez menores.

    A velocidade instantnea (ou velocidade no instante t) o limite

    das velocidades mdias quando t se aproxima de zero, isto ,

    v(t) = limt0

    st

    = limt0

    s(t +t) s(t)t

    .

    A derivada de uma funo f em um ponto x0 pode ser interpretada, na Fsica, como a velocidade instantnea de um corpo em

    deslocamento dado pela funo f no instante de tempo x0 .

    Exemplo:

    Um pndulo de um relgio oscila para a esquerda e para a direita. A funo

    posio dada por p t( ) = t 2 6t , onde p t( ) medida em metros e em t segundos. Determina:

    a) Qual a variao num instante t = t0 qualquer?

    A variao mdia do pndulo no intervalo de tempo t dada por:

    VM =p(t0 +t) p(t0 )

    t=(t0 +t)

    2 6(t0 +t) (t02 6t0 )

    t=

    t02 + 2t0tt

    2 6t0 6t t02 +6t0

    t 2=2t0t +t

    2 6tt

    = 2t0 +t 6

    A variao no instante t = t0 dada por:

    V (t0 ) = limt0p(t0 +t) p(t0 )

    t= limt0(2t0 +t 6) = 2t0 6 .

    b) Qual a variao instantnea do pndulo em t = 0 e t = 4?

    Se t0 = 0V (0) = 206 = 6 metros/segundo

    Se t0 = 4V (4) = 246 = 2 metros/segundo

    Tarefa 3

    Admite que a altura h (em

    metros), t segundos aps

    ter sido disparada uma bala,

    de uma arma na vertical, de

    baixo para cima. dada pela

    expresso h(t) = 410t t 2 .

    Qual a velocidade (em

    metros por segundo) da bala,

    dois segundos aps o disparo?

  • 14 | Clculo diferencial e integral

    c) Em que instante a variao nula?

    Como V (t0 ) = 0 t0 = 3 , o pndulo no est em movimento no instante 3 segundos.

    Derivadas laterais

    Recorda que o limite de uma funo num ponto existe se e s se os limites

    laterais existem e so iguais. Como a derivada de uma funo num ponto

    um limite, esta derivada somente existir em condies anlogas.

    Seja uma funo definida por y = f (x) e x0 Df um ponto do seu

    domnio tal que x0 x,x0 para um x IR+ .

    A derivada lateral esquerda (ou derivada esquerda) de f em x0 dada

    por: f '(x0 ) = limxx0f (x) f (x0 )x x0

    .

    De modo anlogo, se x0 Df um ponto do seu domnio tal que

    x0 ,x0 + x para um x IR+ , ento a derivada lateral direita (ou derivada

    direita) de f em x0 dada por: f+ '(x0 ) = limxx0+f (x) f (x0 )x x0

    .

    Exemplo:

    Determina, usando a definio de derivada de uma funo num ponto,

    f '(1) , sendo f (x) = 2x1 se x 1x2 se x< 1{ .

    .

    f+(1) = lim

    x1+

    f (x) f (1)x 1

    = limx1+

    2x 11x 1

    = limx1+

    2(x 1)x 1

    = 2 .

    Como f(1) = 2 = f+(1) , ento f derivvel e f (1) = 2 .

    Exemplo:

    Mostra que a funo definida por f (x) = x+1 no derivvel no ponto de abcissa x = 1.

    Escrevemos f (x) = x+1 = x1 x

  • Derivadas e aplicaes | 15

    tangentes ao grfico no ponto 1,0( ) so diferentes. Analiticamente:

    f(1) = lim

    x1

    f (x) f (1)x+1

    = limx1

    x 10x+1

    = 1

    f+(1) = lim

    x1+

    f (x) f (1)x+1

    = limx1+

    x+10x+1

    =1

    Repara que as derivadas laterais existem, mas so diferentes.

    Logo no existe a derivada f '(1) .

    Uma funo tem derivada ( derivvel) num ponto quando as

    derivadas laterais (a direita e a esquerda), neste ponto, existem e

    so iguais.

    Se no existem as derivadas laterais num ponto ou, se existem e so

    diferentes ento a funo no derivvel nesse ponto.

    Derivabilidade e continuidade

    A continuidade e a derivabilidade de uma funo esto relacionadas. Uma

    funo pode ser contnua num ponto e no ter derivada nesse ponto, mas

    uma funo descontnua num ponto no derivvel nesse ponto.

    Toda a funo derivvel num ponto contnua nesse ponto.

    Desta afirmao tambm se conclui que (regra de converso), se uma

    funo descontnua num ponto, ento no derivvel nesse ponto.

    Tarefa 5

    Considera a funo de domnio

    representada no grfico:

    1. Determina os limites:

    a) limxa+

    f (x) f (a)x a

    b) limh0

    f (b+ h) f (b)h

    2. Indica, se existirem, valores

    para f (a) de modo que:

    a) f seja contnua em x = a

    b) f seja derivvel em x = a

    Regra de converso:

    a b verdadeira, ento tambm verdadeira a

    afirmao que ~ b~ a .

  • 16 | Clculo diferencial e integral

    Exemplo:

    Considera a funo definida por f (x) = { 0 se x=3 (x3)2+2 se x3

    .

    Verifica-se que quando x se aproxima de 3, temos que:

    limx3

    f (x) = limx3[(x 3)2 + 2]= (33)2 + 2 = 2 .

    Ento, f no contnua para x = 3 porque 2 f (3) = 0 .

    Por outro lado, derivando esquerda do ponto x = 3 , temos:

    f '(3) = limx3f (x) f (3)x 3

    = limx3

    (x 3)2 + 20x 3

    = limx3

    x2 6x+11x 3

    =918+110

    =

    Ou, derivando direita do ponto,

    f+ '(3) = limx3+f (x) f (3)x 3

    = limx3+

    (x 3)2 + 20x 3

    = limx3+

    x2 6x+11x 3

    =918+110+

    = +

    Logo, a funo no derivvel no ponto de abcissa x = 3 .

    Funo derivada

    Para todo o x Df em que a funo derivvel, chama-se funo

    derivada de f funo definida por: f (x) = limh0

    f (x+ h) f (x)h

    Exemplo:

    Dada a funo f (x) = 3x2 , definida em IR , calcular a expresso da sua funo derivada.

    f (x) = limh0

    3(x+ h)2 3x2

    h= limh0

    3 x2 + 2xh+ h( )2

    3x2

    h=

    limh0

    3x2 +6xh+3(h)2 3x2

    h= limh0

    h 6x 3h( )h

    = 6x

    Ou seja, f (x) = 6x, x IR .

    Tarefa 6

    Verifica se cada uma das

    funes contnua e tem

    derivada no ponto indicado.

    a) f (x) =x2 , x > 02x 1 , x 0

    ,

    em 0 0x =

    b) g(x) = 2 x 1 ,

    b.1 em 0 1x =

    b.2 em x0 = 3

    Nota:

    A funo derivada de ( )y f x=

    tambm pode ser indicada por:

    dfdx , ,

    dydx (l- se, derivada

    de y em relao a x ).

    Tarefa 7

    Determina qual a funo

    derivada de cada uma das

    funes reais de varivel real

    definidas por:

    a) 3( )f x x=

    b) 1( )g xx

    =

  • Derivadas e aplicaes | 17

    Exemplo:

    Dada a funo g(x) = ex , definida em IR , calcular a expresso da sua funo derivada.

    Ora, g '(x) = limh0

    ex+h ex

    h= limh0

    ex .eh ex

    h= ex lim

    h0

    eh 1h

    = ex 1

    Ou seja, g '(x) = ex , x IR .

    Regras de derivao:

    O clculo da derivada atravs da sua definio nem sempre simples,

    pois envolve o clculo do limite de uma razo incremental (quociente de

    Newton). Para minimizar este problema, utilizamos algumas propriedades

    das derivadas, que chamamos regras de derivao.

    Exemplos:

    a) Recorrendo regra (de uma potncia) temos:

    (x3) ' = 3x31 = 3x2 ou (x5) ' = 5x51= 5x6 = 5x6

    b) Recorrendo regra (derivada da

    exponencial) temos que (5x ) ' = 5x ln 5 .

    c) Recorrendo regra (derivada do logaritmo

    natural) temos que (log2 x) ' =1x ln 2

    .

    Usando as propriedades das funes e as proposies anteriores possvel

    demonstrar outras regras de derivao que resultam das operaes

    algbricas com funes.

    Vejamos as seguintes:

    Regras prticas:

    Seja ( )y f x= uma funo

    derivvel em x Df e ' '( )y f x= a expresso da sua

    derivada. Ento:

    y k= (k IR) y'=0

    y x= y'=1n y=x (k IR) n-1 y'=nx

    y=xk (k 0) y'=kxk-1

    y=sen(x) y'=cos(x)

    y=cos(x) - ( ) y'= sen x

    y=ln(x) (a > 0,a 1) y ' =1x

    x y=a .lnx y'=a a

    a y=log (x) 1ln

    y'=x a

  • 18 | Clculo diferencial e integral

    Sejam f , g duas funes derivveis em x (Df Dg) e f '(x) e g '(x)

    as expresses das respetivas derivadas. Ento:

    O produto de uma constante por uma funo derivvel e:

    (k. f ) '(x) = k. f '(x) (k 0)

    A soma ( f + g) derivvel e temos a regra:

    ( f + g) '(x) = f '(x)+ g '(x)

    A diferena ( f g) derivvel e temos a regra:

    ( f g) '(x) = f '(x) g '(x)

    O produto ( f .g) derivvel e temos a regra:

    ( f g) '(x) = f '(x) g(x)+ f (x) g '(x)

    O quociente ( fg

    ), g(x) 0 derivvel e temos a regra:

    ( fg) '(x) = f '(x) g(x) f (x) g '(x)

    g(x) 2

    Exemplo:

    Determina a expresso da derivada da funo afim definida por

    f (x) = ax+b (a,b IR) .

    Seja x0 Df , um ponto arbitrrio.

    1. Usando as regras de derivao,

    f '(x) = (ax+b) ' = (ax) '+b ' = a+0 = a .

    2. Por definio,

    f '(x0 ) = limh0f (x0 + h) f (x0 )

    h= limh0

    ax0 + ah+b (ax0 +b)h

    = limh0

    ahh= a .

    Tarefa 8

    Usa as regras para obter as

    derivadas:

    a) (x2 +3x 1) '

    b) (x7 2x3) '

    c) (4 ) 'xe

    d) ln( )xx

    e) (log2 x x) '

    f) (2sin x cos x) '

    Tarefa 9

    Seja f (x) = xe a expresso de uma funo real de varivel

    real.

    a) Determina '( )f x

    b) Escreve a equao da reta

    tangente ao grfico de f no ponto de abcissa 1x = .

  • Derivadas e aplicaes | 19

    Exemplo:

    Usar as regras prticas de derivao para obter as expresses das derivadas

    das funes definidas por:

    a) f (x) = x4 2x3

    f '(x) = (x4 2x3) ' = (x4 ) ' (2x3) ' (pela regra da derivada da soma)

    = 4x3 [2' (x3)+ 2 (x3) '] (pela regra da derivada do produto)

    = 4x3 (0+ 23x2) (pela regra da derivada de uma constante)

    = 4x3 6x2 .

    b) f (x) = x2 +3x

    (Recorrendo derivada do quociente de funes e)

    f '(x) = ( x2 +3x) ' = (x

    2 +3) '.x (x2 +3).x 'x2

    =

    =2x.x x2 3

    x2=x2 3x2

    c) f (x) = 5x4 (x 1)

    (Recorrendo derivada do produto de funes e)

    f '(x) = (5x4 ) '.(x 1)+5x4.(x 1) ' =

    = 54x3(x 1)+5x.(x '1') = 20x3(x 1)+5x .

    Exemplo:

    Uma partcula de poeira desloca-se de acordo com a lei e(t) = 5t 2 + 20t ,

    sendo e(t) a distncia percorrida em metros ao fim de t segundos.

    Calcula a velocidade instantnea aos 3 segundos.

    Ora, como a velocidade dada pela derivada, temos que

    e '(t) = 5t 2 + 20t( )'=10t + 20 . Logo, e '(3) =103+ 20 .

    A velocidade aos 3 segundos de 50 m/s.

    Tarefa 10

    Um balo meteorolgico

    solto e sobe verticalmente de

    modo que a sua distncia d (t) ao solo durante os primeiros

    10 segundos de subida dada

    por 2( ) 6 2d t t t= + + , na qual ( )d t medido em metros e t

    em segundos.

    a) Determina a velocidade

    mdia do balo durante os

    dois primeiros segundos da

    subida.

    b) Determina a velocidade

    instantnea do balo quando

    t=1 segundo.

  • 20 | Clculo diferencial e integral

    Derivao de uma funo composta

    Dadas duas funes f e g , a composta f g (l-se f composta com g), uma funo definida por:

    Dfog = x IR : x Dgg(x) Df{ }

    ( f g)(x) = f g(x) ,x Df g

    Exemplo:

    Sendo f (x) = 3x2 e g(x) = 5x 1 , ento:

    ( f g)(x) = f (g(x)) = f (5x 1) = 3(5x 1)2, x IR

    Teorema da derivada da funo composta:

    Sejam f e g duas funes reais de varivel real tais que Df CDg e f '(x) e g '(x) as expresses das respetivas derivadas.

    Se g derivvel no ponto x e f derivvel no ponto y = g(x), ento a funo composta f g derivvel em x e tem-se a

    seguinte regra prtica: ( f g) '(x) = f ' g(x) g '(x), x Df g .

    Exemplo:

    Sejam as funes definidas por f (x) = 3x2 e g(x) = 5x 1 , ento,

    ( f g) '(x) = f '(5x 1).(5x 1) ' = 6(5x 1)5= 30 (5x 1)

    Tarefa 11

    Determina as expresses

    das derivadas das funes

    compostas:

    a) 3( ) cos(2 )h x x=

    b) 23 2( ) x xh x e +=

    c) h(x) = ln(x2 1)

    d) h(x) = 3x2 +5x 1x 1

    e) h(x) = (3x2 +6x 2)23

    f) 2cos(2 )( ) xh x e=

    Tarefa 12

    Usa as regras prticas de

    derivao para obter as

    expresses das derivadas das

    funes definidas por:

    a) y = (ex + x 1)3

    b) 25 (ln )y x x x= +

    c) 21 logy x= +

    d) 3 2xy e=

    e) 22

    1

    xeyx

    =+

    f) y = 2x1 ln x

    g) y = 2ex2

    h) y = ln(2 xx+1

    )

    i) y = (x+1)3x2

    j) 1

    2 12

    x

    xy ++

    =

    k) y = log2x+1x 1

    l) 1lnyx

    =

  • Derivadas e aplicaes | 21

    Exemplo:

    Seja h(x) = x3 + 2x .

    x g(x) = x3 + 2x h(x)= x3 + 2x ,x D( fog)

    g f

    Pela composta, h(x) = ( f g)(x) , sendo f (x) = x e g(x) = x3 + 2x

    Pela regra de derivao da composta, temos h '(x) = g '(x). f '(g(x))

    Ou seja, como f '(x) = 12 x

    e g '(x) = 3x2 2 , ento h '(x) = 3x2 2

    2 x3 2x.

    Exemplo:

    Seja i(x) = ecos x . Pela composta, i(x) = ( f g)(x) , sendo f (x) = ex e g(x) = cos x .

    Sendo f '(x) = ex e g '(x) = senx , ento,

    pela regra de derivao da composta, temos:

    i '(x) = f '(g(x)).g '(x) = senx ecos x ,x IR .

    Segunda derivada de uma funo

    Seja f uma funo real de varivel real e f ' a sua funo derivada num

    ponto x0 do seu domnio. Se f ' admite tambm derivada no ponto x0 ,

    ento diz-se que f duas vezes derivvel no ponto x0 e tem-se:

    f (x) = limh0

    f (x0 + h) f '(x0 )h .

    Chama-se funo segunda derivada (ou funo derivada de ordem 2) de

    uma funo f a uma nova funo tal que:

    Domnio de f '' o conjunto em que f ' tem derivada;

    A cada ponto do domnio faz corresponder a derivada da derivada da

    funo nesse ponto.

    Exemplo:

    Definir as expresses da primeira e a segunda derivada das funes

    definidas em IR por:

    a) f (x) = (2x 1)3

    A primeira derivada dada por: f '(x) = 32 (2x 1)2

    Regras prticas das derivadas

    Seja ( )u f x= uma funo

    derivvel em x Df e '( )u x a expresso da sua derivada.

    Ento:

    (u+ v) ' = u '+ v '

    (k.u) ' = k.u ' k IR

    (u.v) ' = u 'v u.v '

    (uv) ' = u 'v uv '

    v2

    (un ) ' = nun1.u '

    ') '2u ( u

    u=

    ( un ) ' = u '2 un1n

    ( ) ' 'u ue u e=

    ( ) ' ' cossen u u u=

    (cos u) ' = u 'sen u

    (tgu) ' = u 'cos2 u

    'u (ln u)'=u

    (logau)'=u '

    u.lna (a > 0,a 1)

    ) ' . lnu u (a u a a=

  • 22 | Clculo diferencial e integral

    A 2 derivada a derivada da primeira derivada, ou seja:

    f ''(x) =122 (2x 1) = 48x 24 .

    b) g(x) = 1x

    Ora, g '(x) = (1x)= (x1) ' = 1 x11 = x2 = 1

    x2.

    Para a 2 derivada, usamos a regra da derivada de um quociente. Ou

    seja, g ''(x) = 1x2= 1' x2 1 (x2 ) '

    (x2 )2=2xx4

    =2x3

    .

    c) h(x) = xln x

    Ora, h '(x) = x ' ln x x (ln x) '(ln x)2

    =1 ln x x 1

    xln2 x

    =ln x 1ln2 x

    Para a 2 derivada, usamos a regra da derivada de um quociente. Ou

    seja, h ''(x) =

    1x ln2 x 2

    xln x (ln x 1)

    (ln2 x)2=ln2 x 2ln2 x+ 2ln x

    x ln4 x

    Simplificando a expresso, temos: h ''(x) = 2 ln xx ln3 x

    ,x > 0 .

    d) i(x) = x log2 x

    Pela regra da derivada de um produto, temos:

    i '(x) = x ' log2 x x(log2 x) ' . Ou seja,

    .

    E a 2 derivada dada por: i ''(x) = 1x ln 2

    ( 1ln 2) ' . E, como ( 1

    ln 2) ' = 0

    ento, i ''(x) = 1x ln 2

    .

    Exemplo:

    Encontrar as primeiras derivadas de ordem n das funes definidas por:

    a) f (x) = 8x4 +5x3 x2 +7

    Ora,

    f '(x) = 32x3 +15x2 2x

    f ''(x) = 96x2 +30x 2

    f '''(x) =192x+30

    Derivadas sucessivas

    De modo similar a derivada da

    segunda derivada chamada

    de terceira derivada. Podemos

    nos referir s derivadas

    sequentes terceira derivada

    de f por: quarta, quinta, sexta, e sucessivamente.

    , ( ), ( ( )),...df d df d d dfdx dx dx dx dx dx

    ou, ainda,2 3

    2 3, , ,..., ,...n

    n

    df d f d f d fdx dx dx dxn IN

    A notao mais usual para as

    derivadas de ordem superior :( ) ( )'( ), ''( ), '''( ), ( ),..., ( )iv nf x f x f x f x f x

    n IN( ) ( )nf x (l-se derivada de

    ordem n )

    Tarefa 13

    Define a primeira e a segunda

    derivada das funes definidas

    por:

    a) f x( ) = 2x 33x+ 2b) g x( ) = x 4 x2

    c) h x( ) = log x2 5x+6

    d) i(x) = e2x .ln x

    e) 2( ) (ln 2 )j x x=

  • Derivadas e aplicaes | 23

    f iv (x) =192

    f v (x) = f vi (x) = ...= f n (x) = 0 , n IN

    b) f (x) = ex2

    Ora,

    f '(x) = 12ex2

    f ''(x) = 14ex2

    f '''(x) = 18ex2

    f iv (x) = 116ex2

    sucessivamente

    f n (x) = 12nex2 , n IN

    Aplicao das derivadas na fsica

    Se uma funo s t( ) descreve a posio de um corpo em movimento, no instante t , ento s ' t( ) fornece a taxa de variao instantnea do movimento, isto , a velocidade deste corpo no instante t .

    Por sua vez, a segunda derivada s '' t( ) fornece a taxa de variao instantnea de s ' t( ) , ou seja, a taxa de variao da velocidade, que conhecida como acelerao no instante t .

    Exemplo:

    Uma partcula move-se ao longo de uma reta de acordo com a seguinte

    equao de movimento:

    s(t) = t2

    2+4tt +1

    , onde s (centmetro) a distncia orientada da partcula

    at a origem em t (segundos).

    Se v (em cm por segundo) for a velocidade instantnea e se a (em cm por segundo quadrado) for a acelerao, determina: t,s,v quando a acelerao nula.

    Tarefa 14

    Calcula as derivadas sucessivas

    at ordem n indicada.

    a)

    f (x) = 3x4 sen(2x) ; n = 5

    b) 1( ) ; 4xg x ne

    = =

    c) h x( ) = x2ex ; n = 4

    Nota

    Se s t( ) > 0 , o corpo est em acelerao e se s t( ) < 0 , o corpo est em desacelerao.

    Tarefa 15

    Uma bola de futebol chutada

    para cima na vertical a uma

    velocidade de 80 ps/segundo.

    A sua altura t segundos aps o chute dada por

    a(t) = 80t 16t 2 .

    a) Qual a velocidade da bola

    quando atingir 96 ps de

    altura acima do solo?

    b) Qual a desacelerao

    da bola nos dois primeiros

    segundos aps o chute?

    c) Qual a altura mxima

    atingida pela bola? Em que

    instante isso ocorre?

  • 24 | Clculo diferencial e integral

    Resoluo:

    Sabemos que:

    v(t) = ( t2

    2+4tt +1

    ) ' = ( t2

    2) '+ ( 4t

    t +1) ' = 1

    22t + 4(t +1) 4t(t +1) '

    (t +1)2=

    t + 4t + 4 4t(t +1)2

    = t + 4(t +1)2

    a(t) = (t + 4(t +1)2

    ) ' = (t ')+ ( 4(t +1)2

    ) ' =1 8(t +1)(t +1)4

    =

    =1 8(t +1)3

    ,com t +1 0

    Tomando a = 0 teremos:

    1 8(t +1)3

    = 0 (t +1)3 8

    (t +1)3= 0 (t +1)3 8 = 0(t +1)3 0

    t +1= 2 t 1 t =1

    Quando t =1, temos: s(1) = 12+41+1

    =52

    e v(1) =1+ 4(1+1)2

    = 2 .

    Portanto, a acelerao nula 1 segundo aps o incio do movimento,

    quando a partcula est a cm da origem, movendo-se para a direita, com

    uma velocidade de 2 cm/seg.

    Exemplo:

    A distncia percorrida por um paraquedista t (segundos) aps ter aberto o seu paraquedas dada, em metros, aproximadamente, por:

    d(t) = 25+6t 25e1,7t . Determina a desacelerao na queda, trs segundos aps a abrir o paraquedas (arredondado s centsimas).

    Resoluo:

    A acelerao obtida atravs do estudo da 2derivada. Assim,

    d '(t) = 6 25 (e1,7t ) ' = 6 25 (1,7t) ' e1,7t

    = 6 25 (1,7) e1.7t = 6+ 42,5e1,7t

    E a segunda derivada,

    d ''(t) = (6+ 42,5e1,7t ) ' = 42,5 (1,7)e1,7t = 72,25e1,7t

    Ento, aps 3 segundos temos, d ''(3) = 72,25e1,73 0,4404 .

    Ou seja, a desacelerao , aproximadamente, 0,44 m / s

    Tarefa 16

    Um Distrito atingido por

    uma doena epidmica. O

    Ministrio da Sade calcula

    que o nmero de pessoas

    atingidas pela molstia

    depois de um tempo t

    (medido em dias a partir do

    primeiro dia da epidemia) ,

    aproximadamente, dado por:

    e(t) = 64t t3

    3.

    a) Qual a variao da

    epidemia no 4dia? E, no 8

    dia?

    b) Qual o nmero mximo

    de pessoas atingidas pela

    doena?

    c) Ao fim de quanto tempo j

    no havia pessoas doentes?

    Tarefa 17

    Um Taxi seguia a uma

    velocidade dada em cada

    instante pela expresso

    V (t) = 3t 2 + 24t .

    A sinalizao existente em

    todo o percurso no permite

    exceder os 60km/h. Verifica,

    por processos analticos, se

    o Taxi excedeu a velocidade

    permitida.

  • Derivadas e aplicaes | 25

    Aplicao na economia

    Em economia e contabilidade, dada uma funo y = f (x) costuma-se utilizar o conceito de funo marginal para avaliar o efeito causado em

    f (x) por uma pequena variao de x unidades. Ou seja:

    Custo marginal (Cmg) Variao do custo total decorrente da variao de

    uma unidade na quantidade produzida.

    Receita marginal (Rmg) Variao na receita total gerada pela venda de

    uma unidade na quantidade vendida do bem. R(x)x

    = p , onde p a demanda da produo e x o nmero de unidades produzidas.

    Lucro marginal (Lmg) Variao do lucro/prejuzo total. L(x) = R(x)C(x) gerado na comercializao das unidades.

    Exemplo:

    Supe que a funo custo (em dlares) de x unidades de um produto

    C(x) =10000+5x+0,01x2 . Ento, a funo derivada C '(x) = 5+0,02x representa o custo marginal para um nvel de produo de x unidades.

    Ou seja, se forem produzidas 500 unidades, o custo marginal ser de

    c '(500) = 5+0,02500 =15 dlares (por item).

    Exemplo:

    Se x unidades de um produto so vendidas a um preo p (dlares) por unidade, ento a receita de faturao dada por R(x) = x p(x) dlares

    Ora, sabe-se que a equao da procura de um certo produto

    p(x) = 600,05x .

    A receita de faturao para este produto dada por:

    R(x) = x(600,05x) e a respectiva receita marginal dada por:

    R '(x) = 600,1x ,

    Sabemos que R '(x) = 0 600,1x = 0 x = 600 .

    Logo, para x = 600 unidades temos R(600) = 600(600,05600) =18000 (dlares) - valor de receita de faturao extrema (mximo).

    Tarefa 18

    18.1) Considera, em $US, a

    funo custo:

    C(x) = 0,01x3 0,5x2 +300x+100

    Determina o custo marginal

    para 10 unidades de um certo

    produto.

    18.2) Dada a funo receita,

    em $US R(x) = 2x2 +1000x ,

    determina a receita marginal

    para 50 unidades.

    18.3) A empresa tem uma

    capacidade de produo

    mxima de 200 unidades por

    semana. A funo procura do

    produto p = 0,2x+900 e a funo custo semanal

    C(x) = 5008x+ x2 . Qual o preo que deve ser cobrado

    para maximizar o lucro?

  • 26 | Clculo diferencial e integral

    Otimizao

    A otimizao est relacionada com a escolha da melhor alternativa

    para a resoluo de um problema com base em critrios especficos de

    maximizao ou minimizao. Por exemplo, quando um mdico pretende

    conhecer a quantidade mnima de droga que produzir o efeito desejado

    nos seus pacientes; quando um produtor necessita determinar a frequncia

    com que equipamentos devem ser substitudos de forma a minimizar os

    custos de manuteno; ou, na maximizao/minimizao de reas, etc.

    Exemplo:

    Uma lata cilndrica produzida a fim de conter 1 litro de leo. O objetivo

    minimizar a quantidade de metal gasto no seu fabrico. Quais devem ser

    as dimenses da lata?

    Resoluo:

    Ora, sabemos que um cilindro de raio r, (r > 0) e altura h , tem como

    volume: V = r2h .

    Como 1 litro =1 dm3 , temos que 1= r2h h = 1r2

    .

    A rea total do cilindro, em funo do seu raio, dada por

    Atotal = 2rh+ 2r2 . Sabendo que h = 1

    r2 ento,

    Atotal =2rr2

    + 2r2 Atotal =2r

    + 2r2

    Derivando, A 'total = 2r2

    + 4r e igualando a zero, vem que:

    A '(r) = 0 2r2

    + 4r = 0 r = 12

    .

    Sendo 3,1416(4cd ) , temos que a altura h = 1

    ( 12)2= 4 12,566

    Logo, uma lata cilndrica com altura aproximada de 12,566 cm e dimetro

    0,318 cm, a quantidade de metal gasta mnima.

    Mximos e mnimos

    No grfico ao lado, percebemos que a parte circulada em vermelho a

    mais baixa de sua vizinhana que est dentro do crculo vermelho mas

    no a mais baixa do grfico existe outra bem menor direita!

    Tarefa 19

    Um agricultor quer vedar com

    rede um terreno retangular

    encostado a um dos lados

    da sua casa. Calcula quais as

    dimenses do terreno com

    maior rea a ser vedado,

    usando 40 metros de rede.

    Tarefa 20

    Encontra dois nmeros x e y cuja soma seja um dado nmero positivo S e cujo

    produto P seja o maior

    possvel.

    Tarefa 21

    Uma caixa sem tampa deve ser

    construda com base quadrada

    e rea total constante C.

    Determine os lados da caixa

    de modo que o volume seja

    mximo.

  • Derivadas e aplicaes | 27

    Ou seja, diz-se que uma funo y = f (x) possui pontos extremos de

    mnimo (mximo) relativo em x0 se houver um intervalo aberto contendo

    x0 tal que f (x0 ) menor (maior) ou igual a qualquer outro f (x) nesse intervalo.

    Nota que os extremos relativos apenas ocorrem nos chamados pontos

    crticos, que so aqueles onde a derivada da funo zero ou onde a

    funo no derivvel (o que pode ocorrer em pontos angulosos ou em

    descontinuidades).

    Considera a figura que representa o grfico de uma funo y = f (x) ,

    onde assinalamos os pontos de abscissa x1,x2 ,x3,x4 .

    Os pontos assinalados so chamados pontos extremos da funo.

    Os pontos x1 e x3 so pontos de mximo relativo (ou local), enquanto

    que f (x1) e f (x3) so valores mximos relativos.

    Os pontos x2 e x4 so chamados pontos de mnimo relativo (ou

    local), enquanto f (x2 ) e f (x4 ) so os valores mnimos relativos.

    Exemplo:

    A funo definida por f (x) = x4 4x2 tem um ponto de mximo relativo

    em x = 0 e dois pontos de mnimos relativos em x = 2 . O valor mximo

    relativo e o valor mnimo relativo f ( 2) = f ( 2) = 4 .

    Considera a figura que representa o grfico de uma funo y = f (x) ,

    onde assinalamos os pontos de abcissa x1,x2 ,x3,x4 ,x5,x6 ,x7 . Os valores de m representam os declives das retas tangentes ao grfico da funo em alguns pontos do seu domnio.

    Nota

    A parte circulada a vermelho

    indica um ponto de mnimo

    relativo, pois possui o menor

    valor da funo na sua

    proximidade.

    A parte circulada a verde indica

    um ponto demximorelativo,

    pois possui o maior valor da

    funo na sua proximidade.

  • 28 | Clculo diferencial e integral

    Observamos que:

    f contnua no intervalo x1,x7

    f no derivvel nos pontos x3,x4 ,x5 e x6 .

    f '(x) > 0 x ( x1,x2 x5,x6 ) f estritamente crescente,

    neste intervalo. O declive das retas positivo (m > 0 ).

    f '(x) < 0 x ( x2 ,x3 x4 ,x5 x6 ,x7 ) f estritamente

    decrescente, neste intervalo . O declive negativo (m < 0 ).

    f '(x) = 0 x ( x2{ } x3,x4 ) f constante em x3,x4 e tem um extremo (mximo) relativo no ponto de abcissa x2 , porque a derivada existe neste ponto e muda de positiva para negativa.

    O ponto de abcissa x5 um extremo (mnimo) relativo da funo, porque a derivada existe neste ponto e muda de negativa para

    positiva, neste ponto.

    O ponto de abcissa x6 um extremo (mximo) relativo da funo, porque a derivada existe e neste ponto e muda de positiva para

    negativa.

    Conclumos que existe uma relao entre o sinal da derivada e a

    monotonia da funo.

    Exemplo:

    Determina os intervalos de monotonia e os extremos relativos (se existem)

    da funo definida, em IR , por h(x) = 2x(x 1)4 .

    Ora, a funo contnua em IR , pelo que os pontos crticos verificam a

    condio h '(x) = 0 2(x 1)4 +8x(x 1)3 = 0

    2(x 1)3(x 1+ 4x) = 0

    Tarefa 22

    Encontra os valores mnimos

    e mximos, se existirem,

    da funo definida por

    f (x) = 2x3 15x2 + 24x+19 , para x 0

    Tarefa 23

    Determina os intervalos de

    monotonia e extremos de cada

    uma das funes definidas em

    IR por:

    a) f (x) = (x 2)2(x+1)

    b) g(x) = ex x2ex

    c) ( ) lnh x x x=

    d) i x( ) = ln cos x( )

  • Derivadas e aplicaes | 29

    (x 1)3 = 0(5x 1) = 0

    x =1 x = 15

    Logo, os pontos crticos so x =1 ou x = 15

    .

    Por observao do quadro de sinal da derivada conclumos quais os

    intervalos em que esta positiva e negativa e que correspondem aos

    intervalos de monotonia da funo. Ou seja:

    h '(x) positiva e h estritamente crescente em ],15] 1,+ ;

    h '(x) negativa e h estritamente decrescente em [15,1] ;

    Nos pontos crticos, h(15) mximo relativo h(1) mnimo relativo

    Extremos de uma funo (Teste da primeira derivada):

    Seja c Df um ponto crtico e x um qualquer outro ponto do domnio da funo, na proximidade de c.

    a) Se f '(x) muda de positiva esquerda para negativa direita, no ponto c , ento f (c) diz-se um mximo relativo (ou local) da funo.

    Tarefa 24

    Aplica o teste da primeira

    derivada para determinados

    extremos relativos de cada

    uma das funes definidas em

    IR por:

    a) f x( ) = 2x 33x+ 2b) g x( ) = 4 x2

    c) h x( ) =2+ x

    2 ,x 0

    2 2x ,0 < x

  • 30 | Clculo diferencial e integral

    b) Se f '(x) muda de negativa esquerda para positiva direita, no ponto c , ento f (c) diz-se um mnimo relativo (ou local) da funo.

    c) Se f '(x) no muda de sinal, no ponto c , ento f (c) no extremo da funo.

    Exemplo:

    Aplica o teste da primeira derivada para determinar os pontos crticos e

    verificar se so extremos do grfico da funo.

    a) f (x) = x3 +1

    Verificamos pelo grfico que a funo contnua em IR

    A expresso da sua derivada f '(x) = 3x2 ,x IR .

    f '(x) = 0 x = 0 , zero o nico ponto crtico e tendo em conta que

    3x2 0,x , conclumos que a funo sempre crescente.

    b) f (x) = x2 x+5

    A funo contnua em IR e temos que f '(x) = 2x 5,x IR .

    Ento, 2x 1= 0 x = 12

    , um ponto crtico

    2x 1> 0 x > 12

    , a funo crescente

    2x 1< 0 x < 12

    , a funo decrescente.

    O ponto crtico x = 12

    um minimizante relativo, logo f (12) = 4,75

    um mnimo relativo da funo.

  • Derivadas e aplicaes | 31

    c) f (x) =x1 se x

  • 32 | Clculo diferencial e integral

    Se a segunda derivada existe no ponto de inflexo, o seu valor tem que ser

    zero. No entanto, os pontos de inflexo podem ocorrer onde a segunda

    derivada no existe (pontos crticos de segunda ordem).

    Um ponto P(c, f (c)) do grfico de uma funo contnua uma inflexo (ou ponto de inflexo) se o sentido da concavidade do

    grfico muda neste ponto crtico.

    Na figura, os pontos de abcissa c1,c2,c3 e c4 so pontos de inflexo.

    Observa que:

    Os pontos c2 e c3 so pontos extremos relativos de f ( f no derivvel nestes pontos).

    Nos pontos c1 e c4 existem as derivadas f '(c1) e f '(c4) .

    Nos correspondentes pontos (c1, f (c1)) e (c4, f (c4)) a reta tangente corta o grfico da funo f .

    Exemplo:

    Estudar a concavidade e as inflexes do grfico da funo definida por

    f (x) = x3

    352x2 14x+10

    Resoluo:

    f '(x) = x2 5x 14f "(x) = 2x 5

    f "(x)= 0 2x 5= 0 x = 52

    (ponto crtico de 2ordem)

    Tarefa 25

    Estuda as concavidades do

    grfico das funes definidas,

    em IR por:

    a) f (x) = x3 2x2 + x

    b) ( ) xf x x e= +

    c) f (x) = (x 3).ln x

  • Derivadas e aplicaes | 33

    Para x > 52 f "(x) > 0 A curva do grfico de f cncava

    Para x< 52 f " x( ) < 0 A curva do grfico de f convexa

    O ponto( 52

    , f (52

    ))uma inflexo do grfico de f

    Extremos de uma funo (Teste da segunda derivada):

    Sejam f uma funo derivvel num intervalo a,b e c a,b um ponto crtico da funo f , ou seja f (c) = 0 .

    Se f admite segunda derivada em a,b ento temos:

    a) Se f ''(c) < 0 , f (c) um mximo relativo.

    b) Se f ''(c) > 0 , f (c) um mnimo relativo.

    Exemplo:

    Encontrar os mximos e mnimos relativos de f , aplicando o teste da segunda derivada:

    a) f (x) =18x+3x2 4x3 .

    Temos, f '(x) =18+6x 12x2 e f ''(x) = 6 24x .

    Fazendo f '(x) = 018+6x 12x2 = 0 x = 1 x = 32

    .

    Logo, x = 1 x = 32

    so pontos criticos de f .

    Como, f ''(1) = 6 24 (1) = 30 , positivo, ento x = 1 abcissa de

    um ponto de mnimo relativo de f .

    Modo anlogo, f ''( 32) = 6 24 (3

    2) = 30 , negativo, ento x = 3

    2

    abcissa de um ponto de mximo relativo de f .

    b) f (x) = 6x 3x2 + 12x3 .

    Temos, f '(x) = 66x+ 32x2 e f ''(x) = 6+3x .

    Fazendo f '(x) = 0 e resolvendo a equao, obtemos x = 2 como nico

    ponto crtico de f . Como, f ''(2) = 0 e f '' uma funo contnua que

    Tarefa 26

    Aplicando o teste da primeira

    e da segunda derivada, indica

    se existem, os extremos

    relativos, pontos de inflexo

    e concavidades do grfico das

    funes definidas por:

    a) 13)( 23 ++= xxxf

    b) f (x) = (x2 1)3

    c) f (x) = (x 3)ex

    d) ( ) lnf x x x= , 0x >

    e) 1( )f x xx

    = + , x 0

    f) f (x) = x2

    x 1, x 1

  • 34 | Clculo diferencial e integral

    muda de sinal neste ponto, ento x = 2 um ponto de inflexo do grfico de f . Usando o teste da primeira derivada, conclumos que a funo sempre crescente em IR , logo no existem extremos.

    Esboo do grfico de funes

    No estudo de uma funo deves comear por identificar se a funo

    pertence a alguma das famlias estudadas (quadrticas, polinomiais,

    racionais, exponenciais, logartmicas, trigonomtricas,) e obter uma

    representao grfica, caso disponhas de uma calculadora ou computador.

    Em seguida, deves abordar os seguintes itens:

    Domnio: Pode ser dado na caracterizao da funo, pode ser determinado pelas condies do problema ou pode ser o domnio de

    existncia da expresso analtica y = f (x) que define a funo;

    Continuidade e paridade: Dentro de domnio importa procurar se existem pontos de descontinuidade. E til saber se a funo par eu mpar

    pois, em caso afirmativo, simplifica o estudo de muitas caractersticas;

    Assintotas: Imprescindveis para a compreenso do comportamento da funo, devem ser determinadas e caracterizadas pelas suas equaes;

    Limites: H que calcular os limites laterais em pontos de descontinuidade, de mudana de definio da funo e em pontos que no pertencem ao

    domnio mas so seus pontos de acumulao. Estudar os limites da funo

    quando a varivel tende para infinito;

    Interseco com eixos e variao de sinal: Determinar, se existem, as coordenadas dos pontos de interseco do grfico com os eixos e quais os

    intervalos de variao de sinal positivo ou negativo da funo;

    1 derivada : O sinal e os zeros da 1 derivada indicam-nos os intervalos de monotonia e as abcissas dos possveis extremos relativos.

    A derivada explica a variao da funo. No esqueas que pode

    Tarefa 27

    Esboa o grfico de uma

    funo f que verifica as seguintes propriedades:

    Df = IR+

    (3) 4f =

    f (x) > 0 x < 3

    '(3) 0f =

    f '(x) < 0 x > 3

  • Derivadas e aplicaes | 35

    haver mximos ou mnimos em pontos onde no h derivada ou nas

    fronteiras do domnio.

    2 derivada: O sinal e os zeros da segunda derivada indicam o sentido da concavidade do grfico e possveis pontos de inflexo. Estes podem

    identificar onde o crescimento (decrescimento) foi mximo ou mnimo.

    Esboo do grfico e contradomnio: O estudo analtico dever permitir esboar uma representao grfica da funo que considere todas as

    caractersticas obtidas. A representao grfica permite, por sua vez, a

    leitura do contradomnio. A imagem geomtrica da funo a forma mais

    sugestiva e eficaz de apresentar globalmente o comportamento de uma

    funo.

    Exemplo:

    Esboar o grfico da funo, definida em IR , por f (x) = 1x+ 2

    .

    Ora, a funo a estudar uma funo racional de domnio

    Df = x IR : x+ 2 0}= IR{ \ 2{ } e contradomnio CDf = IR \ 0{ }

    A funo no par porque, f (x) f (x) nem mpar ( f (x) f (x) )

    A funo descontnua para x = 2 ( (2 Df ) e a reta de equao x = 2

    uma assintota vertical porque, limx2

    f (x) = e limx2+

    f (x) = + ,

    O eixo Oy uma assintota horizontal porque,

    limx

    f (x) = 0 e limx+

    f (x) = 0 ,

    A funo no intersecta o eixo Ox (no tem zeros), mas interseta o eixo

    Oy no ponto de ordenada 12

    .

    A primeira derivada tambm uma funo racional, definida por

    f '(x) = 1(x+ 2)2

    x 2 e f '(x) < 0 x 2 , logo f estritamente

    decrescente. A funo no tem pontos extremos.

    A segunda derivada dada por f ''(x) = 2(x+ 2)2

    x 2 e

    f ''(x) > 0 x 2 , logo o grfico de f tem concavidade voltada para cima (cncava) e no tem inflexes.

    Tarefa 28

    Esboa o grfico de uma

    funo f que verifica as seguintes propriedades:

    Os pontos

    (2,3), (4,5), (6, 7)pertencem ao grfico

    f contnua

    '(6) 0f = e '(2) 0f =

    f ''(x) > 0 x < 4

    f ''(x) < 0 x > 4

    ''(4) 0f =

    Tarefa 29

    Esboa o grfico das funes

    reais de varivel real definidas

    por:

    a) y = 13x3 +3x2 5x

    b) y = x4 2x

  • 36 | Clculo diferencial e integral

    O grfico de y = f (x) uma hiprbole:

    Indeterminaes

    As derivadas podem ser muito teis no clculo de limites de quocientes

    f (x)g(x)

    que assumem indeterminaes, na forma 00

    ou

    .

    Regra de Cauchy:

    Sejam f e g duas funes derivveis em um intervalo aberto I contido nos respetivos domnios, tais que g '(x) 0 x I .

    Se quando x tende para a ( x a ), f (x) e g(x) tendem para

    0 ou para e se existe limxa

    f '(x)g '(x)

    = L , ento tambm existe

    limxa

    f (x)g(x)

    e tem-se que limxa

    f '(x)g '(x)

    = limxa

    f (x)g(x)

    = L

    Exemplo:

    Calcular limx0

    senxx

    .

    Ao calcular limx0

    senxx

    encontramos a indeterminao 00

    .

    Sejam f (x) = senx e g(x) = x para qualquer x 0 .

    As funes so derivveis e f '(x) = (senx) ' = cos x e g '(x) = x ' =1 .

    Nota

    A Regra de Cauchy ainda

    aplicvel na resoluo de

    indeterminaes 00

    ou

    quando x .

  • Derivadas e aplicaes | 37

    Ento limx0

    f '(x)g '(x)

    =cos x1

    = cos0 =1 .

    Estamos em condies de aplicar a regra de Cauchy para concluir que

    limx0

    senxx

    = limx0

    cos x1

    =1 .

    Exemplo:

    Calcular limx+

    x2

    ex.

    Ora, limx+

    x2

    ex uma indeterminao do tipo

    .

    Sejam f (x) = x2 e g(x) = ex . Ento, o limite das respectivas derivadas,

    limx+

    f '(x)g '(x)

    = limx+

    2xex

    ainda uma indeterminao do mesmo tipo.

    Derivando novamente, limx+

    f ''(x)g ''(x)

    = limx+

    2ex

    =2+

    = 0 .

    Pela regra de Cauchy conclumos que limx+

    x2

    ex= 0 .

    Exemplo:

    Mostra que limx0

    ex 1x

    =1 .

    Ora, (ex 1) ' = ex e (x) ' =1 , nas condies para aplicao da regra de

    Cauchy, temos que limx0

    ex 1x

    = limx0

    ex

    1= e0 =1 .

    Exemplo:

    Calcular limx0

    3x 2x

    x.

    Este limite uma indeterminao 00

    . Consideramos f (x) = 3x 2x e

    g(x) = x , em condies de aplicar a regra de Cauchy e obter:

    limx0

    3x 2x

    x= limx0

    3x ln3 2x ln 21

    = ln3 ln 2 = ln(32) .

    Tarefa 30

    Calcula os seguintes limites

    a) limx0

    ln(x+1)x

    b) limx9

    x 3x 9

    c) limx1

    x3 11 x

    d) limx+

    x+1 x( )e) lim

    x02log (x+1)x

    f) limx+

    xex

  • 38 | Clculo diferencial e integral

    Exerccios e Problemas

    1. Usa a definio para determinar a derivada de cada uma das seguintes funes:

    a) f (x) = x

    b) g(x) =1 4x2

    c) h(x) = 12x 1

    2. Calcula as derivadas laterais nos pontos do domnio em que a funo no derivvel.

    a) f (x) = 2 | x 3 |

    b) f (x) = 2x1 x1x x

  • Derivadas e aplicaes | 39

    5. Determina as derivadas sucessivas at a ordem n indicada.

    a) y = 1x

    , n = 6

    b) y = 3x4 2x, n = 5

    c) y = sen(2x), n = 4

    6. Uma empresa possui a Receita e o Custo dados pelas expresses:

    Receita R(x) = x2 +11 ;

    Custo C(x) = 296x+1 .

    Para um intervalo de produo de zero a seis unidades, determina:

    a) A produo para que o Custo seja mnimo;

    b) Os intervalos em que a funo Custo cresce ou decresce;

    c) A produo para que a Receita seja mxima;

    d) Os intervalos em que a Receita cresce ou decresce;

    e) A produo para que o Lucro seja mximo.

    7. Um projtil lanado na vertical de baixo para cima a uma velocidade inicial de 140 m/segundo. A distncia,

    em metros, a que encontra do solo decorrido t segundos dada por d(t) =140t 20t 2 .

    7.1 Decorridos 5 segundos, a que distncia do solo se encontra o projtil?

    7.2 Escreve a expresso da velocidade (1derivada) e da acelerao (2derivada) do projtil ao fim de t segundos.

    7.3 Qual a altura mxima atingida pelo projtil? Em que instante isso ocorre?

    7.4 Passado quanto tempo o projtil atinge o solo?

    8. Uma empresa descobre que t dias aps terminada uma campanha publicitria dum determinado produto,

    o nmero de vendas dirias dado em funo de t por: s(t) =100+800e0,2t .

    8.1 Determina:

    a) O nmero de vendas no instante em que terminou a campanha.

    b) O nmero de dias que se seguiram ao final da campanha e durante os quais o nmero de vendas foi

    superior a 500.

    8.2 Esboa graficamente ( )s t e explica como foi variando o nmero de vendas dirias com o decorrer do tempo aps ter terminado a campanha publicitria do produto.

    8.3 Calcula e estuda o sinal de '( )s t . Com base nos resultados interpreta a forma como evoluiu o nmero de vendas e compara com as concluses tiradas antes.

  • 40 | Clculo diferencial e integral

    8.4 Se no for feita mais nenhuma campanha publicitria em que valor tender a estabilizar o nmero de

    vendas dirias do produto?

    9. A equao T (t) = 30+ 250tt 2 +10

    relaciona a Temperatura T (em graus Celcius) de uma reao qumica com o

    tempo da experincia (em minutos). Sabendo que experincia durou 60 minutos:

    9.1 Calcula e explica o significado do quociente T (2)T (0)2

    .

    9.2 Qual o significado de limt2

    T (t)T (2)t 2

    no contexto da experincia?

    9.3 Determina em que instante t se registou a temperatura mxima.

    9.4 Existe alguma inflexo na curva da temperatura da experincia? Justifica a tua resposta e determina

    qual o significado no contexto da situao.

    10. Supondo que a equao de procura de um artigo comercial p =1000,01x e custo deste artigo C(x) = 50x+10000 dlares.

    10.1 Determina o nmero de unidades que maximiza o lucro e qual o lucro total para esse valor de produo.

    10.2 Supondo que cobrada uma taxa de valor igual a 10 dlares por unidade, qual ser ento o nmero

    de unidades correspondente ao lucro mximo.

    11.

    11.1 O custo C para se beneficiar um produto alimentar base de trigo dado por: C = x2 + 4000 , onde C dado em dlares e x a quantidade de trigo (em toneladas).

    a) Determina a taxa de variao mdia do custo para o intervalo 1 x 5 . Qual o significado geomtrico

    desse resultado obtido?

    b) Calcula a derivada do custo no ponto correspondente a x = 2 . O que significa este resultado no

    contexto da situao?

    11.2 Para o mesmo produto, a receita R, em dlares, ao se comercializar a quantidade y , em unidades, dada pela funo: R = 2y2 +1000y .

    a) Esboa o grfico de R, assinalando os seus principais pontos de referncia.

    b) Calcula a derivada R '(100) . Qual a unidade dessa derivada? O que representa no contexto da

    situao?

    c) Quantas unidades devem ser comercializadas para que a receita seja mxima? Qual o valor desta

    receita mxima?

    d) Calcula R '(200) e '(300)R . O que significa o sinal do resultado obtido, no contexto da situao?

  • Derivadas e aplicaes | 41

    12. Esboa o grfico e faz um estudo das funes, indicando o domnio, pontos crticos, extremos, intervalos de

    crescimento e decrescimento, concavidades e inflexes do grfico das funes definidas em IR por:

    a) f (x) = 4 x2

    b) f (x) = x3 +1

    c) f (x) = 2ex

    d) f (x) = ln(2x+3)

    e) f (x) = x3

    3 9x + 2

    f) f (x) = 3 (x +1)3

  • Unidade Temtica 1 | Clculo diferencial e integral

    42

    Subtema 2 - Clculo de reas e volumes

    Primitivas e integrais so noes fundamentais para o clculo e a anlise

    matemtica.

    Conhecida a derivada de uma funo pode ser importante saber qual

    a funo que lhe corresponde. A primitivao o processo inverso da

    derivao.

    Por sua vez, a integral definida surge relacionada com o problema de

    determinar a rea de certas figuras irregulares planas e o volume de

    slidos de revoluo, mas tambm possui muitas outras interpretaes

    possveis. Permite por exemplo, determinar a posio futura de um corpo

    a partir da sua posio atual e do conhecimento das foras que atuam

    sobre ele.

    Funo primitiva

    Determinar uma primitiva de uma funo envolve o processo inverso da

    derivao.

    Uma primitiva para uma funo real de varivel real f uma outra funo real de varivel real derivvel F , cuja derivada coincide

    com f , isto , F ' x( ) = f x( ).

    Exemplo: Para a funo definida por f (x) = x2

    , so suas primitivas as

    funes definidas por:

    F(x) = x3

    3 , pois F '(x) = ( x

    3

    3) ' = 1

    33x2 = x2

    F(x) = x3

    3+ 2

    , pois F '(x) = ( x

    3

    3+ 2) ' = 1

    33x2 +0 = x2

    F(x) = x3

    3+ c (c IR)

    , pois F '(x) = ( x

    3

    3+ c) ' = x2

    A constante c da ltima primitiva to geral, que se F (x) e G(x) so duas quaisquer primitivas de uma funo f ento, para todo x Df , c = F (x)G(x) . Ou seja, todas as primitivas de uma funo diferem por uma constante.

    iContedosFuno primitiva

    Primitivas. Mtodos de

    primitivao

    Teorema fundamental do

    clculo

    Regra de Barrow

    Noo de soma integral

    Integral definida. Propriedades

    Aplicaes do clculo integral:

    a) reas de figuras planas

    b) Volumes de slidos de

    revoluo

    Nota

    Para primitivar uma funo

    f deves pensar qual a funo cuja derivada ( )f x ?...

    ? f

  • Clculo de reas e volumes | 43

    Exemplo:

    Todas as primitivas para a funo f (x) = x2 so da forma:

    F(x) = x3

    3+ c (c IR) .

    Se F(x) uma primitiva para f (x) ento P[ f (x)]= F(x)+ c a expresso geral de todas as primitivas para a funo f , qualquer que seja c IR .

    Exemplo:

    A primitiva de uma funo uma inversa da funo derivada.

    Se a derivada (x3) ' = 3x2 , ento sabemos que 3x2 uma primitiva de x3 .

    Indicando por P a operao inversa da derivao (primitivao), temos

    que P(3x2 ) = x3 + c (c IR) .

    Mtodos de primitivao

    Uma funo f diz-se primitivvel se admite uma primitiva. Para obter uma primitiva para uma funo h tcnicas de primitivao que podem

    ser desenvolvidas. Vejamos algumas testas tcnicas:

    Primitivao imediata

    O mtodo de primitivao imediata consiste em verificar se a expresso a

    primitivar define a derivada de alguma funo conhecida.

    Exemplo:

    (x) ' =1 P(1) = x + c, c IR ;

    (x2 ) ' = 2x P(x) =12x2 + c, c IR ;

    (x3) ' = 3x2 P(x2 ) =13x3 + c, c IR ;

    (x5) ' = 5x4 P(x4 ) =15 x5 + c, c IR ;

    Estes exemplos levam-nos a estabelecer a seguinte regra de clculo para a

    primitiva de uma funo potncia:

    Recorda

    A regra de derivao de uma

    potncia: (un ) ' = nun1 u ' .

  • 44 | Clculo diferencial e integral

    Se n 1 , P(nxn1) = xn + c , c IR . Ou seja,

    P(xn ) = xn+1

    n+1+ c, c IR

    Se n = 1, como (ln x) ' = 1x

    ento P(x1) = P(1x

    ) = ln | x |+c, c IR .

    Nota que esta regra aplicvel a todo tipo de potncias de expoente

    natural, inteiro ou racional.

    Exemplo:

    P(x7 ) = x7+1

    7+1+ c = x

    6

    6+ c, c IR

    P( 1x

    ) = P(x

    12 ) = x

    12+1

    12+1+ c = 2 x + c, c IR

    P( 1x 2

    )=ln | x 2 |+c, c IR

    P( 12x+1

    ) = 12P( 1

    x+ 12

    )= 12

    ln | x+ 12

    |+c, c IR

    Se k uma constante real no nula e f uma funo que admite primitiva, ento:

    P(k) = kx+ c, c IR

    P[k. f (x)]= k.P[ f (x)] .

    Primitivao por decomposio

    A primitiva de uma soma de funes igual soma das primitivas das

    funes. Ou seja,

    P[( f1 + f2 + ...+ fn )(x)]= P[ f1(x)]+ P[ f2 (x)]+ ...+ P[ fn (x)]

    Exemplo:

    P(6x 1) = 6P(x) P(1) = 6 12x2 x+ c, c IR

    Exemplo:

    P(3x2 5x+ 4) = P(3x2 ) P(5x)+ P(4) = x3 52x2 + 4x+ c, c IR

    Recorda

    A derivada da raiz quadrada:

    ( u )= u '2 u

    (u > 0) .

    Recorda

    A derivada do logaritmo

    natural: (lnu)= u 'u

    ,u > 0 .

    Tarefa 31

    Calcula as seguintes primitivas:

    a) cos(4 )P x

    b) P(3x4 )

    c) (6 )P x

    d) 7( )P x

    e) 31( )

    2P

    x

    f) P( 2x3)

    g) 3( )P x

    h) P(13x

    43 )

    Recorda

    A regra da derivada de

    uma soma de funes:

    f1 + f2 + ...+ fn ' = f1 '+ f2+...+ fn '

  • Clculo de reas e volumes | 45

    Exemplo:

    P(senx+ cos x) = P(senx)+ P(cos x) = cos x+ senx + c, c IR

    Exemplo:

    Se (6x+1)3 ' = 3(6x+1)2.(6x+1) ' = 36 (6x+1)2 , ento

    P[18 (6x+1)2]= 6x+1( )3+ c, c IR

    Se (x3 + x2 )4 ' = 4 (x3 + x2 )3.(3x2 + 2x) , ento

    P[4 x3 + x2( ) 3x2 + 2x2( )]= x3 + x2( )4+ c, c IR

    Nas situaes gerais, a regra da derivada da composta permite-nos

    generalizar algumas das mais usuais regras prticas de primitivao.

    Seja u = f (x) . Ento:

    P(un . u ') = un+1

    n+1+ c, c IR (n 1)

    P(u1. u ') = P(u 'u

    ) = ln |u |+c, c IR (n = 1)

    P(eu . u ') = eu + c, c IR

    P(sen(u). u ') = cos(u)+ c, c IR

    P(cos(u). u ') = sen(u)+ c, c IR

    P( u 'cos2 (u)

    ) = tan(u)+ c, c IR

    P( u 'sen2 (u)

    ) = cot g(u)+ c, c IR

    a > 0a 1, P(au . u ') = au

    lna+ c, c IR

    Exemplos:

    P(2x ) =1

    ln 2

    .2x + c, c IR

    Tarefa 32

    Calcula as seguintes primitivas:

    a) P x7 6x+8( )b) P(x4 + 2x+3)

    c) (3 )P senx

    d) ( 5)P x +

    e) P(x3 6x2 + 4x)

    f) P(12x4 + x3 + 2)

    Recorda

    As regras de derivao:

    ( u) ' ' cos sen u u=

    (cos u) ' = usen(u)

    (eu ) ' = eu

    (au ) ' = u. au .lna

  • 46 | Clculo diferencial e integral

    P[cos( x2

    )]= P[cos(12x)]=

    sen 12x

    12

    + c = 2sen x2+ c, c IR

    Primitivao por mudana de varivel

    Por vezes, h necessidade de proceder a pequenas transformaes

    algbricas de modo a identificar mais facilmente a derivada de alguma

    funo. Esta tcnica consiste em substituir a varivel na funo a primitivar,

    transformando-a em outra mais facilmente primitivvel.

    Exemplos:

    a) P(e5x )

    Fazendo u = 5x u ' = 5 e primitivando em ordem a esta varivel,

    temos: P(15eu ) = 1

    5eu + c,c IR

    Voltando varivel original,

    P(e5x ) = 15e5x + c, c IR

    Tarefa 33

    Calcula as seguintes primitivas:

    a) P[.sen x( ) ]b) 2 1(2 )tP te +

    c) P( x3 + x 2 x 3

    x2)

    d) P(x3 1x3)

    e) 1( )P xx

    +

    f) P( x3 + 2xx2 1

    )

    g) P(e2x 2x 5)

    h) [ (2 1) cos(3 2)]P sen x x+ + +

  • Clculo de reas e volumes | 47

    b) P[(x2 +3x)2 (2x+3)]

    Fazendo u = x2 +3x e u ' = 2x+3 , temos que,

    P(u2 ) = u3

    3+ c, c IR ,

    P = (x2 +3x)3

    3+c, c IR

    c) P( 5xx2 +1

    )

    Fazendo u = (x2 +1) e u ' = 2x , temos que,

    P(duu

    ) = ln |u |+c, c IR

    P( 5xx2 +1

    ) = 52Px (

    2xx2 +1

    ) = ln(x2 +1)+ c, c IR

    d) P(cos(5x))

    Fazendo u = 5x u ' = 5 , temos:

    15P(cosu) = senu+ c, c IR

    Px (cos(5x)) =15sen(5x), c IR

    e) P( x1 x2

    )

    Fazendo u =1 x2 u ' = 2x , temos:

    P( x1 x2

    ) = P(x(1 x2 )12 )

    P( 12u

    12 ) = P( 1

    2 u) = u + c, c IR

    P( x1 x2

    ) = 1 x2 + c, c IR

    f) P( 2+ ln xx

    )

    Fazendo u = 2+ ln x u ' = 1x

    Tarefa 34

    Usa a tcnica de primitivao

    por mudana da varivel para

    calcular:

    a) 2(2 1 )P x x+

    b) ( 1 )P x+

    c) 2( cos )P sen x x

    d) P( x +3)4 )

    e) 5( )xP e

    f) 2

    ( )xP x e

    g) 2[ cos (3 )]P x x

  • 48 | Clculo diferencial e integral

    23P(u

    12 ) = u

    32

    32

    + c, c IR

    P( 2+ ln xx

    ) = 23

    (2+ ln x)32 + c, c IR

    g) P(x3ex4

    + 2)

    Fazendo u = ex4

    u ' = 4x3ex4

    P(x3ex4

    + 2) = P(x3ex4

    )+ P(2) = 14ex

    4

    + 2x+ c, c IR

    h) P( x1+ x

    )

    Fazendo u = 1+ x u2 1= x 2uu ' =1

    2P(u2 1u

    .u.) = 2P(u2 ) P(1) = ...= 23

    ( 1+ x )3 1+ x + c, c IR

    Primitivao por partes

    Primitivando a regra da derivada do produto de duas funes, temos:

    P( f .g) '(x) = P[ f (x).g(x)]+ P[ f (x).g(x)]

    Ou seja, ( f .g)(x) = P[ f (x).g(x)]+ P[ f (x).g(x)] , que equivalente a:

    P[ f (x).g(x)]= ( f .g)(x) P[ f (x).g(x)] .

    Esta igualdade til quando se verifica que mais fcil obter uma primitiva

    imediata para o produto ( f .g ')(x) do que para o produto ( f '.g)(x) .

    Regra prtica

    Para aplicar esta tcnica, escolhe-se uma das funes para primitivar

    (por exemplo, f (x) ) e deriva-se a outra (funo g(x) ) e usa-se a regra P( f g) = f .g P( f .g) .

    Exemplo:

    Para calcular P(x ln x ) , tomamos f (x) = x e g(x) = ln x . Assim, uma

    primitiva para P(x) a funo F(x) = x2

    2 e a derivada g(x) = 1

    x.

    Recorda

    A regra da derivada de um

    produto de funes:

    ( . ) . . f g f g f g= +

  • Clculo de reas e volumes | 49

    Aplicando a regra da primitivao por partes, temos:

    P(x ln x ) = x2

    2ln x P( x

    2

    2. 1x

    ) = x2

    2ln x 1

    2P(x) = x

    2

    2ln x x

    2

    2+ c, c IR

    Nota que a constante c IR s foi colocada no final para no atrapalhar os clculos intermedirios.

    Exemplo:

    Usar sucessivamente a tcnica da primitivao por partes para calcular

    I = P(x2 cos x) .

    Tomamos P (g(x ))=P (cos x ) g (x )=senx

    f (x )=x2 f '(x )=2x

    Primitivando por partes, obtemos:

    I =()

    x2senx P(2xsenx)

    Tomamos P (g '(x ))=P (senx ) g (x )=cos x

    f (x )=x f '(x )=dx

    I =()

    x2senx 2 xcos x P(cos x) .

    Ou seja,

    I = x2senx+ 2xcos x 2senx+ c, c IR

    Noo de soma integral

    A noo de soma integral assenta no mtodo da exausto atribudo a

    Eudoxo (406-355 a.C.), desenvolvido e aperfeioado por Arquimedes

    (287-212 a.C.). Este mtodo consiste em aproximaes sucessivas da

    figura dada por meio de outras de reas e volumes conhecidos.

    O caso mais conhecido o famoso problema da quadratura do crculo, isto

    , o problema de obter um quadrado com a mesma rea de um crculo de

    raio r dado.

    Exemplo:

    Uma primeira aproximao para a rea do crculo dada pela rea do

    quadrado inscrito no crculo. Com o acrscimo de quatro tringulos

    Tarefa 35

    Usa a tcnica de primitivao

    por partes para calcular:

    a) (ln )P x

    b) ( sin(2 ))P x x

    c) ( )xP xe

    d) P( ln xx2)

    Referncia histrica

    Arquimedes de Siracusa (287

    212 aC), pela originalidade

    de seus mtodos e pelo rigor

    de suas demonstraes,

    considerado um dos mais

    ilustres matemticos da

    antiguidade. Interessava-se

    tanto pela matemtica pura

    quanto pela aplicada e criou

    dois ramos da fsica (esttica

    e hidrodinmica). Tornou-se

    famoso por suas invenes

    mecnicas, algumas delas

    utilizadas na defesa da cidade

    de Siracusa.

  • 50 | Clculo diferencial e integral

    issceles convenientes, obtemos o octgono regular inscrito no crculo,

    cuja rea fornece uma aproximao melhor rea do crculo.

    Do ponto de vista geomtrico, possvel aproximar a rea do crculo com

    polgonos regulares inscritos de 2n lados, obtendo aproximaes cada vez

    melhores para a rea do crculo.

    Usando um procedimento similar a este, com polgonos inscritos e

    circunscritos, Arquimedes calculou a rea do crculo de raio unitrio

    mostrando que a rea A = (l-se pi) um valor real compreendido entre 3 +10/71 (por defeito) e 3 + 1/7 (por excesso).

    Ou seja: 3,140485 < < 3,142857 (prximo com 6 casas decimais).

    rea sob uma curva: Integral definida

    O que permitiu a passagem do mtodo de exausto de Arquimedes para

    o conceito de integral foi a noo que, em certos casos, a rea da regio

    pode ser calculada sempre com o mesmo tipo de aproximao por reas

    de retngulos.

    Uma partio de um intervalo a,b da reta real um conjunto finito

    de pontos xo ,x1,...,xn{ } em IR tal que: a = x0 < x1 < ... < xn = b .

  • Clculo de reas e volumes | 51

    Dado um intervalo a,b , podemos tomar uma partio muito particular, como aquela que toma pontos de modo que os sub intervalos da partio

    tenham comprimentos iguais. Seja, I j = x j ,x j+1 o j-simo subintervalo da partio.

    Definio de Cauchy- Riemann

    Seja f : a,b IR limitada e tal que f (x) 0, x a,b .

    Considere-se uma partio: a = x0 < x1 < ... < xn = b do intervalo a,b que contenha todos os n sub intervalos com o mesmo comprimento

    x =b a( )n

    .

    Tomamos apenas os primeiros pontos da partio e fazemos uma

    anlise geomtrica da curva no sub-intervalo x0 ,x1 (para os outros sub intervalos ocorre uma situao similar).

    Ento, a rea sob a curva no intervalo x0 ,x1 pode ser obtida atravs

    da rea S1 do retngulo cuja base mede x = x1 xo e a altura a linha

    tracejada cuja medida dada por f c1( ) , onde c1 um ponto em x0 ,x1

    Existe uma diferena residual entre as reas que ficam acima da curva e

    dentro do retngulo e abaixo da curva e fora do retngulo.

    Em cada sub intervalo I j = x j ,x j+1 desta partio tomamos um ponto

    genrico qualquer c j e formamos n retngulos, todos com as bases de

    medida x e alturas dadas por, f c1( ), f c2( ), ..., f cn( )

    Referncia histrica

    Os estudos do matemtico

    francs Augustin Cauchy

    (1789-1857) foram muito

    importantes por terem

    dado incio investigao

    sobre os fundamentos do

    Clculo Integral, levando ao

    desenvolvimento da anlise

    matemtica e da teoria das

    funes.

    O matemtico alemo

    Bernhard Riemann (1826-

    1866) realizou um estudo bem

    mais aprofundado sobre a

    integral e em sua homenagem

    a integral estudada por ele

    passou a receber o nome de

    Integral de Riemann.

  • 52 | Clculo diferencial e integral

    Se a partio tem n sub intervalos, seja Sn a soma das reas dos n retngulos.

    Temos que:

    Sn = f c1( )x+ f c2( )x+ ...,+ f cn( )x = f (c j )xj=1

    n

    Para todos os valores de n possvel formar uma sucesso numrica

    {S1, S2, ..., Sn ,...} de todas as somas parciais que correspondem, cada uma

    rea do retngulo de base x e altura f (c j ), j =1,2,3,...,n .

    Se esta sucesso convergente para um nmero real bem definido,

    obtemos uma estimativa para a rea da regio delimitada pelo grfico da

    funo f e pelo eixo Ox , entre as retas x = a e x = b .

    Neste caso,

    f integrvel no intervalo a,b e o limite desta sequncia a soma integral das reas de todos os retngulos,

    s = limn+

    f (c j )xj=1

    n

    = f (x)dxa

    b

    A expresso limn+

    f (c j )xj=1

    n

    o limite da sequncia das somas

    parciais Sn , tambm chamadas de somas de Darboux-Riemann.

    Se a funo f integrvel, a soma f (x)dxa

    b

    chamada

    integral definida de Riemann, no intervalo a,b .

  • Clculo de reas e volumes | 53

    Exemplo:

    Calcular 3.dx1

    1

    , c IR

    Representando graficamente a funo integranda, definida por f (x) = 3 ,

    (funo constante) verificamos que podemos obter a rea do retngulo

    limitado pelas retas y = 3 , y = 0 , x = 1 e x =1 .

    Sabemos que a rea A =|1 (1) |3= 6 .

    Vamos calcular a rea, tendo em conta a definio de integral definida:

    3 dx1

    1

    = limx j0

    f (c j )j=1

    n

    x j

    = limx0

    3j=1

    n

    x j = 3limx0 x jj=1

    n

    = 3limx0(1 (1)) = 3(1+1) = 6

    Ou seja, 3dx1

    1

    = 6 unidades de rea.

    Observaes:

    A integral definida de Riemann corresponde rea da figura

    delimitada pelo grfico de f , pelo eixo Ox e pelas retas verticais x = a e x = b .

    A existncia e o valor do limite s deve ser independente da escolha

    dos pontos c1, ..., cn nos sub intervalos de a,b .

    O limite s da sequncia das somas Sn pode existir ou no.

    Determinar condies necessrias e suficientes para que uma

    funo seja integrvel (segundo Riemann) uma questo que requer

    conceitos que so abordados num nvel mais avanado da anlise

    matemtica e no so do mbito do programa.

    Toda a funo contnua definida num intervalo limitado e fechado

    integrvel, segundo Riemann.

    Uma funo limitada definida num conjunto fechado e limitado

    a,b integrvel, segundo Riemann, se o nmero de pontos de descontinuidade da funo neste intervalo for finito.

    Se f no necessariamente positiva em a,b , a integral de f pode tambm ser definida da mesma forma, mas alguns cuidados

    devem ser tomados quanto sua interpretao.

    Nota

    No caso geral, sendo

    a,b,c IR

    Se b > a ,c 0 , ento

    cdxa

    b

    = c(b a)

    Tarefa 36

    Calcula as integrais definidas:

    a) 2 dx1

    3

    b) ( 13

    )dx1

    2

    c) x dx1

    2

    d) senx dx0

    2

  • 54 | Clculo diferencial e integral

    Exemplo:

    Seja a seguinte situao:

    Consideremos o ponto c a,b como um dos pontos da partio. Caso

    exista a integral de f sobre a,b , verifica-se pelas propriedades das somas integrais que:

    f (x) > 0,x a,c e f (x)dxa

    c

    > 0 , coincide com a rea (regio rosa)

    f (x) < 0,x c,b e, ento f (x)dxc

    b

    < 0 , pelo que a rea (regio azul)

    dada por f (x)dxc

    b

    = f (x)dxc

    b

    = f (x)dxb

    c

    , (c < b)

    A rea delimitada pelo grfico de uma funo y = f (x) e pelo eixo Ox , no intervalo a,b dada por:

    rea = f (x)dxa

    b

    = f (x)dxa

    c

    f (x)dxc

    b

    ,

    ou seja: rea = f (x)dxa

    c

    + f (x)dxb

    c

    Exemplo:

    Para calcular a rea da figura delimitada pela parbola y = x2 o eixo Ox e

    a reta vertical x =1 , comeamos por dividir o intervalo 0,1 em n partes

    iguais de comprimento x = 1n

    .

    Tomemos os pontos c j como os extremos esquerdos de cada j -simo intervalo, de forma que:

  • Clculo de reas e volumes | 55

    c1 = 0, c2 = x, c3 = 2 x, ..., cn = n1( )x

    Para f (x) = x2 , tomamos o comprimento x = 1n

    e escrevemos a soma

    Sn = f c1( )1n

    + f c2( )1n

    + ... + f cn( )1n

    na forma:

    Sn = 02 + (1

    n)2 + (2 1

    n)2 + ...+ (n 1

    n

    1n

    )2

    1n=

    Sn = 12 + 22 +32 + ...+ (n1)2

    n3=

    (n1).n.(2n1)6n3

    Sn =

    n3

    3n2

    2+n6

    n3=1312n

    +16n2

    Quando n , a soma s = limn+

    Sn =13

    e, ento conclumos que a rea da

    figura aproxima-se de s = x2 dx = 130

    1 (unidades de rea).

    Propriedades da integral definida de Riemann

    Seja f (x)dxa

    b

    uma integral de Riemann.

    A funo f designada por funo integranda e os nmeros reais a (limite inferior) e b (limite superior) por extremos ou limites de integrao.

    O intervalo a,b designado por intervalo de integrao.

    Considera-se ainda que:

    f (x)dxa

    a

    = 0 , quando a = b

    f (x)dxa

    b

    = f (x)dxb

    a

    , quando b < a

    Nas propriedades seguintes, supondo que a funo integranda uma

    funo contnua no intervalo de integrao, admitimos sem mostrar a

    veracidade da seguinte proposio:

    Toda a funo contnua num intervalo fechado a,b integrvel, segundo Riemann, nesse intervalo.

    Considera que

    i2i=1

    n

    =1+ 22 +32 + ...+ n2 =

    = n(n+1)(2n+1)6

  • 56 | Clculo diferencial e integral

    Propriedade 1:

    Se f uma funo integrvel no intervalo a,b e k uma constante

    qualquer, ento a funo kf integrvel em a,b e

    k. f (x)dx = k. f (x)dxa

    b

    a

    b

    Propriedade 2:

    Se f e g so duas funes integrveis no intervalo a,b , ento f + g integrvel no mesmo intervalo e alm disso:

    ( f + g)(x)dx = f (x)dx+ g(x)dxa

    b

    a

    b

    a

    b

    As duas proposies acima constituem as propriedades lineares da integral

    definida, sendo que as demonstraes das mesmas so relativamente

    simples, com o uso da definio de integral apresentada.

    Propriedade 3:

    Se f uma funo integrvel nos intervalos a,c e c,b sendo a < c < b

    ento f integrvel em a,b e alm disso:

    f (x)dx = f (x)dx+ f (x)dxc

    b

    a

    c

    a

    b

    Propriedade 4:

    Sendo m e M , respetivamente, o menor e o maior valor da funo

    integrvel no intervalo a,b , ento:

    m(b a) f (x)dx M (b a)a

    b

    Propriedade 5 (Teorema da mdia):

    Seja f uma funo contnua num intervalo a,b . Pelo teorema de Bolzano-

    Cauchy, existe c a,b tal que: f (x)dx = f (c).(b a)a

    b

    Prova: Se f uma funo contnua em a,b podemos falar no menor e no maior valor que a funo assume neste intervalo.

    Sejam

    m =min f x( ) : x a,b { } e M =max f x( ) : x a,b { } .

  • Clculo de reas e volumes | 57

    Existem x = x0 e x = x1 tal que m = f (x0 ) e M = f (x1) , os quais para

    todo ci ,i =1,2,...,n , do intervalo a,b , temos:

    m f ci( ) MDonde, realizando a soma relativa aos ndices de ci ,i =1,2,...,n obtemos:

    mdxi=1

    n

    f (ci )i=1

    n

    dx Mdx1=1

    n

    Logo, m(b a) f (ci )i=1

    n

    dx M (b a)

    Tomando o limite com n nas trs expresses das desigualdades,

    sendo, limn

    f (ci )dxi=1

    n

    = f (x)dxa

    b

    , temos:

    m(b a) f (x)dxa

    b

    M (b a)

    isto : m 1b a

    f (x)dxa

    b

    M

    Portanto, o termo intermdio das desigualdades est entre f (x0 ) e

    f (x1) . Segue pelo Teorema de Bolzano-Cauchy que existe pelo menos

    um c a,b tal que: f (c) =1b a

    f (x)dxa

    b

    .

    Teorema Fundamental do clculo integral

    Seja f uma funo integrvel num intervalo a,b e seja F a

    funo definida por F(x) = f (t)dta

    x

    .

    Ento, em todos os pontos x ]a,b[ tem-se que:

    F uma funo contnua;

    Se f contnua, ento F uma funo derivvel e F '(x) = f (x) .

    Prova: Considera um acrscimo h varivel x , poderemos escrever:

    F(x+ h) = f (t)dt = f (t)dt + f (t)dt = F(x)+x

    x+h

    a

    x

    a

    x+h

    f (t)dtx

    x+h

  • 58 | Clculo diferencial e integral

    Pelo teorema da mdia, existe um valor c x,x+ h , tal que:

    f (t)dt = f (c).hx

    x+h

    Ento, F(x+ h) = F(x)+ f (c).h .

    Dividindo ambos os membros por h e fazendo h 0 , temos a definio de derivada da funo. Ou seja,

    limh0

    F(x+ h) F(x)h

    = f (x) F '(x) = f (c) .

    O clculo deste limite garante que c tende para x e pela continuidade da funo, f (c) tende para f (x) e F '(x) = f (x) .

    Assim: F(x) = f (t)dta

    x

    uma primitiva para a funo f .

    O teorema fundamental do clculo integral permite exprimir a integral

    definida de uma funo em termos de uma sua funo primitiva.

    Em consequncia deste teorema podemos obter uma frmula para o

    clculo da integral definida, conhecida por Regra de Barrow:

    Seja f uma funo contnua num intervalo a,b e F uma

    primitiva de f , ento, f (x)dx = F(x) b= F(b) F(a)

    a

    b

    .

    Exemplo:

    Usando a frmula de Barrow, calcular a rea da figura delimitada pela

    parbola y = x2 , o eixo Ox e as retas verticais x =1 e x = 2 .

    Sugesto: comea por fazer um esboo do grfico que ilustra a situao.

    Referncia histrica

    Isaac Barrow (1630 1677)

    no seu estudo do movimento

    com velocidades variadas,

    fez uma abordagem muito

    prxima do processo moderno

    de diferenciao, mediante

    o uso do chamado tringulo

    diferencial. A derivada da

    distncia era a velocidade e

    a operao inversa, partindo

    da velocidade, levava

    distncia. Assim, Barrow foi

    dos primeiros matemticos a

    perceber que a diferenciao

    e a integrao so operaes

    inversas uma da outra.

    Esta relao est na base do

    Teorema Fundamental do

    Clculo integral estabelecido

    mais tarde por Newton e

    Leibniz.

    Tarefa 37

    Usa a regra de Barrow para

    calcular as seguintes integrais

    definidas:

    a) (2x+1)dx1

    1

    b) x3 dx1

    3

    c) x dx1

    2

    d) cos xdx0

    e) sen2xdx0

    4

  • Clculo de reas e volumes | 59

    Uma primitiva para f (x) = x2 a funo F(x) = x3

    3, logo, pela frmula

    de Barrow, temos que:

    x2 dx1

    2

    = F(2) F(1) = x3

    3

    1

    2

    =8313=73

    . A rea 73

    unidades de rea.

    Exemplo:

    Calcular a rea da regio limitada pela parbola y = x2 e a reta de equao y = 2x+3 .

    rea= (2x+3) x2 dx = (2x+3)dx x23

    1

    3

    1

    3

    1

    dx

    (2x+3 x2 )dx =3

    1

    2 x2

    2+3x x

    3

    3

    3

    1

    =

    = (3)2 +3 (2)(3)3

    313+ 1

    3=323

    A rea 323

    unidades de rea.

    Exemplo:

    Um estudo indica que, daqui t anos, a populao de um dado municpio crescer taxa de 117+ 200t pessoas por ano. Qual ser o aumento populacional deste municpio nos prximos 10 anos?

    Seja P = P(t) a populao para cada t anos, ento P '(t) =117+ 200t a variao mdia da populao em t anos.

    Seja P1(t) =117t +100t2 P1 '(t) = (117t +100t

    2 ) ' =117+ 200t . Ento,

    uma primitiva para P '(t) P1(t) =117t +100t2 , logo o aumento

    populacional nos prximos 10 anos ser dado por:

    P1(10) P1(0) = (117+ 200t)dt =111700

    10

    pessoas.

    Aplicaes do clculo integral

    A interpretao geomtrica da integral definida permite uma aplicao

    imediata no clculo de reas planas, na determinao do volume de

    alguns slidos geomtricos ou ainda, no clculo do comprimento de arcos

    e curvas. Vejamos os seguintes exemplos:

    Tarefa 38

    Uma populao de

    5000 indivduos tem

    uma variao dada por,

    VM 0,x = 2+6 x , (x em anos)

    Determina qual a populao

    daqui a 9 anos.

  • 60 | Clculo diferencial e integral

    a) Clculo de reas de figuras planas

    A rea limitada por uma curva y = f (x) e as retas de equao x = a e x = b e pelo eixo Ox dada por:

    Se f (x) 0 em a,b ,

    A = f (x)dxa

    b

    Se f (x) 0 em a,b

    A = f (x)dxa

    b

    = f (x)dxb

    a

    A rea limitada pelas curvas y = f (x) e y = g(x) e pelas retas de equao x = a e x = b dada por:

    A = f (x)dxa

    b

    g(x)dxb

    c

    Exemplo:

    Calcular a rea limitada pelo grfico da funo definida por f (x) = x3 x ,

    o eixo Ox e as retas verticais x = 2 e x = 2 .

    Como f (x) muda de sinal em x = 1, x = 0