materia georgia folha de londrina

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Construindo um cérebro ‘MAGRO’ Saúde 9 FOLHA DE LONDRINA, segunda-feira, 6 de setembro de 2010 agitação, medo e tristeza, e isso, segundo ela, faz com que se tornem ‘‘comedores emocionais’’. ‘‘São aquelas pessoas que usam o prazer e a distração de comer para sentir alívio e mais calma. A comida é usada como uma droga para combater a an- gústia e o desconforto’’, diz. O livro apresenta ao leitor como é o funcionamento do cérebro e disponibiliza al- guns testes que revelam a neurorregulação da alimen- tação. Segundo a autora, pessoas que abusam do ex- cesso de comida possuem a área pré-frontal do cére- bro ‘‘defeituosa’’. É nessa área que fica o sistema lím- bico, onde residem muitas estruturas que regulam a ansiedade, medo, raiva e tristeza. Para Georgia, a origem da gula e da obesidade resi- de na desregulação, ou se- ja, no mau funcionamento dos mecanismos que nor- malmente mantêm as pes- soas num peso normal. ‘‘Es- tudos têm identificado vá- rios destes mecanismos re- gulatórios que dão errado. Eis um exemplo muito sim- ples: comer deve desenca- dear a liberação de insulina, que por sua vez, deve ‘- desligar’ o botão ‘comer’ do cérebro. No entanto, em al- guns indivíduos os mecanis- Livro ensina como reeducar a mente para administrar melhor o comportamento alimentar Fernanda Borges Reportagem Local A receita mais eficaz pa- ra aqueles que lutam contra o excesso de peso já é bastante conheci- da: comer menos e se exer- citar mais. A novidade le- vantada pela psicóloga fi- siológica Georgia D. Andria- nopoulos é que uma grande mudança no comportamen- to alimentar é possível por meio de um programa de reeducação do cérebro. Pa- ra a pesquisadora norte americana, é possível esta- belecer uma eliminação na ânsia por comida - o que faz as pessoas comerem de- mais sem necessidade. O programa elaborado por Georgia está no livro ‘‘Ree- duque seu Cérebro, Remo- dele seu Corpo’’, publicado pela Editora DVS. Em entrevista à FOLHA, a autora explica que algumas pessoas reagem aos desa- fios da vida com ansiedade, mos responsáveis pela de- tecção de insulina perdem a sua sensibilidade e não acio- nam o botão ‘desligar’ para a pessoa parar de comer’’, ex- plica. Estudos norte americanos mostram que as dietas não são eficientes na gestão de peso a longo prazo. Pesqui- sas apontam que mais de 90% das pessoas perdem peso com dieta e recuperam tudo o que perderam em me- nos de cinco anos. A psicó- loga acredita que é possível evitar a desregulação por meio de novos hábitos (veja quadro). Ainda segundo Georgia, muitas pessoas comem por diversos outros motivos que não estão associados dire- tamente à fome, como por exemplo, quando assistem anúncios de comida; quando veem outros co- mendo ou quando vivem emoções negativas. ‘‘O mais importante é ter consciência de que as pessoas se tornam vicia- das no prazer que a comi- da traz. Não há diferença alguma na química cere- bral de uma pessoa que é viciada em cocaína, álcool ou comida’’, finaliza. Pilates pode ser um bom aliado da vida sexual Agência Estado Por Isis Bbrum S S ã ã o o P P a a u u l l o o - O pilates não serve apenas para melhorar a flexibilidade do corpo e a postura. Ele também pode ser um bom aliado da vida sexual. Os exercícios, explica o fisio- terapeuta paulista Sergio Machado, trabalham sis- tematicamente a muscu- latura abdominal e o as- soalho pélvico. No caso das mulheres, o fortaleci- mento dessas regiões le- va ao melhor controle dos músculos da vagina, am- pliando seu potencial de prazer e também o do companheiro. De acordo com Macha- do, os benefícios do pila- tes começam a surgir já no terceiro mês de atividade regular. ‘‘Em três meses de aula, três vezes por sema- na, a pessoa tem um cor- po novo’’, garante ele. O controle da respiração é parte determinante para os bons resultados dos exer- cícios. ‘‘Melhora a harmo- nia e a percepção corpo- ral, direcionando o esforço para determinada região’’, completa. Instrutora de pilates há dois anos em São Paulo, Mercês Regina da Silva acrescenta que o pratican- te do método tem mais resis- tência física para prolongar o ato sexual e mais sustenta- ção muscular para variar as posições. ‘‘Como ganha for- ça e resistência, o corpo não fica tão cansado’’, observa a profissional. Cristiane Siqueira, de 24 anos, começou a praticar o pilates há pouco mais de um mês. Se o sexo melhorou, a resposta, segundo Cristiane, veio com a aprovação do na- morado. ‘‘O pilates dá mais resistência física e mais flexi- bilidade, que são importantes para o sexo’’, comenta. Ela garante que, após três me- ses, já conseguia sentir os benefícios dos exercícios e lamenta, agora, só poder fre- quentar a academia duas ve- zes por semana. Para o diretor do Instituto para Saúde Sexual (Ibrase- xo), Alfredo Romero, a práti- ca de exercícios é sempre positiva para um bom sexo. ‘‘A vida sexual dos casais se norteia por padrões de boa saúde’’, afirma. Isso signifi- ca, para ele, não apenas um corpo livre de doenças, mas também com peso adequa- do e movimentação frequen- te. Segundo o especialista, quase todos os pacientes que apresentam problemas de disfunção sexual têm sobrepeso ou são obesos. Romero diz que o pilates é uma boa opção para man- ter o corpo bem- disposto, flexível e alongado. ‘‘Esse método une ginástica com fisioterapia e pode ser praticado por pessoas de qualquer idade’’, avalia. ‘‘O pilates devolve o equilíbrio e a elasticidade e reúne uma quantidade de movimentos que poucos exercícios traba- lham de uma só vez’’, com- pleta. O ideal, garante o pro- fissional, é fazer os exercícios durante uma hora por dia. Os resultados começam a surgir depois de cerca de três meses de prática ‘Morte’ do desejo é diferente para homens e mulheres A ‘morte’ do desejo é igual para homens e mulheres? R.R. - Não. Para os homens, a perda do desejo está liga- do a fatores de estresse, principalmente, provocados pelo trabalho. Para asmu- lheres, é o desgaste, ligado ao fato de não sentirem-se valorizadas o suficiente pelo companheiro. No caso das mulheres, is- so tem a ver com a forma física? R.R. - Normalmente, elas perdem, primeiro, o desejo por elas mesmas. Daí, fan- tasiam que o homem tam- bém perdeu e, por isso, per- de o desejo pelo outro. Acaba sendo uma forma de se proteger? R.R. - Não, isso é neurose e precisa ser tratada. Ralmer Rigoletto, psicólogo especialista em saúde sexual e presidente do Centro de Es- tudos e Pesquisas em Com- portamento e Sexualidade (CEPCoS), fala sobre uma vi- da sexual saudável. O que é preciso para manter uma vida sexual saudável? Ralmer Rigoletto - Primeiro, é preciso cuidar do corpo, man- tendo a boa saúde, com boa alimentação. Também é preci- so manter o desejo e estar apaixonado. Como o desejo acaba? R.R. - A vida que a gente leva, hoje, é bastante estressante e influencia. Mas fatores como saúde, trabalho, problemas fa- miliares, frustrações e o des- gaste do relacionamento con- tribuem para que o desejo acabe. Reprodução Reprodução

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Construindoum cérebro

‘MAGRO’

Saúde 9FOLHA DE LONDRINA, segunda-feira, 6 de setembro de 2010

agitação, medo e tristeza, eisso, segundo ela, faz comque se tornem ‘‘comedoresemocionais’’. ‘‘São aquelaspessoas que usam o prazere a distração de comer parasentir alívio e mais calma. Acomida é usada como umadroga para combater a an-gústia e o desconforto’’, diz.

O livro apresenta ao leitorcomo é o funcionamento docérebro e disponibiliza al-guns testes que revelam aneurorregulação da alimen-tação. Segundo a autora,pessoas que abusam do ex-cesso de comida possuema área pré-frontal do cére-bro ‘‘defeituosa’’. É nessaárea que fica o sistema lím-bico, onde residem muitasestruturas que regulam aansiedade, medo, raiva etristeza.

Para Georgia, a origemda gula e da obesidade resi-de na desregulação, ou se-ja, no mau funcionamentodos mecanismos que nor-malmente mantêm as pes-soas num peso normal. ‘‘Es-tudos têm identificado vá-rios destes mecanismos re-gulatórios que dão errado.Eis um exemplo muito sim-ples: comer deve desenca-dear a liberação de insulina,que por sua vez, deve ‘-desligar’ o botão ‘comer’ docérebro. No entanto, em al-guns indivíduos os mecanis-

Livro ensinacomo reeducara mente paraadministrarmelhor ocomportamentoalimentar

Fernanda BorgesReportagem Local

Areceita mais eficaz pa-ra aqueles que lutamcontra o excesso de

peso já é bastante conheci-da: comer menos e se exer-citar mais. A novidade le-vantada pela psicóloga fi-siológica Georgia D. Andria-nopoulos é que uma grandemudança no comportamen-to alimentar é possível pormeio de um programa dereeducação do cérebro. Pa-ra a pesquisadora norteamericana, é possível esta-belecer uma eliminação naânsia por comida - o que fazas pessoas comerem de-mais sem necessidade. Oprograma elaborado porGeorgia está no livro ‘‘Ree-duque seu Cérebro, Remo-dele seu Corpo’’, publicadopela Editora DVS.

Em entrevista à FOLHA, aautora explica que algumaspessoas reagem aos desa-fios da vida com ansiedade,

mos responsáveis pela de-tecção de insulina perdem asua sensibilidade e não acio-nam o botão ‘desligar’ para apessoa parar de comer’’, ex-plica.

Estudos norte americanosmostram que as dietas nãosão eficientes na gestão depeso a longo prazo. Pesqui-sas apontam que mais de

90% das pessoas perdempeso com dieta e recuperamtudo o que perderam em me-nos de cinco anos. A psicó-loga acredita que é possívelevitar a desregulação pormeio de novos hábitos (vejaquadro).

Ainda segundo Georgia,muitas pessoas comem pordiversos outros motivos que

não estão associados dire-tamente à fome, como porexemplo, quando assistemanúncios de comida;quando veem outros co-mendo ou quando vivememoções negativas. ‘‘Omais importante é terconsciência de que aspessoas se tornam vicia-das no prazer que a comi-da traz. Não há diferençaalguma na química cere-bral de uma pessoa que éviciada em cocaína, álcoolou comida’’, finaliza.

Pilates pode ser um bom aliado da vida sexualAgência EstadoPor Isis Bbrum

SSããoo PPaauu lloo - O pilatesnão serve apenas paramelhorar a flexibilidade docorpo e a postura. Eletambém pode ser um bomaliado da vida sexual. Osexercícios, explica o fisio-terapeuta paulista SergioMachado, trabalham sis-tematicamente a muscu-latura abdominal e o as-soalho pélvico. No casodas mulheres, o fortaleci-mento dessas regiões le-va ao melhor controle dosmúsculos da vagina, am-pliando seu potencial deprazer e também o docompanheiro.

De acordo com Macha-do, os benefícios do pila-tes começam a surgir já noterceiro mês de atividaderegular. ‘‘Em três meses deaula, três vezes por sema-na, a pessoa tem um cor-po novo’’, garante ele. Ocontrole da respiração éparte determinante para osbons resultados dos exer-cícios. ‘‘Melhora a harmo-nia e a percepção corpo-ral, direcionando o esforçopara determinada região’’,completa.

Instrutora de pilates hádois anos em São Paulo,Mercês Regina da Silvaacrescenta que o pratican-

te do método tem mais resis-tência física para prolongar oato sexual e mais sustenta-ção muscular para variar asposições. ‘‘Como ganha for-ça e resistência, o corpo nãofica tão cansado’’, observa aprofissional.

Cristiane Siqueira, de 24anos, começou a praticar opilates há pouco mais de ummês. Se o sexo melhorou, aresposta, segundo Cristiane,veio com a aprovação do na-morado. ‘‘O pilates dá maisresistência física e mais flexi-bilidade, que são importantespara o sexo’’, comenta. Elagarante que, após três me-ses, já conseguia sentir osbenefícios dos exercícios elamenta, agora, só poder fre-quentar a academia duas ve-

zes por semana.Para o diretor do Instituto

para Saúde Sexual (Ibrase-xo), Alfredo Romero, a práti-ca de exercícios é semprepositiva para um bom sexo.‘‘A vida sexual dos casais senorteia por padrões de boasaúde’’, afirma. Isso signifi-ca, para ele, não apenas umcorpo livre de doenças, mastambém com peso adequa-do e movimentação frequen-te. Segundo o especialista,quase todos os pacientesque apresentam problemasde disfunção sexual têmsobrepeso ou sãoobesos.

Romero diz que opilates é uma boaopção para man-ter o corpo bem-

disposto, flexível e alongado.‘‘Esse método une ginásticacom fisioterapia e pode serpraticado por pessoas dequalquer idade’’, avalia. ‘‘Opilates devolve o equilíbrio ea elasticidade e reúne umaquantidade de movimentosque poucos exercícios traba-lham de uma só vez’’, com-pleta. O ideal, garante o pro-fissional, é fazer os exercíciosdurante uma hora por dia.

Os resultadoscomeçam a

surgir depoisde cerca de

três meses deprática

‘Morte’do desejoé diferente para

homens e mulheresA ‘morte’ do desejo é igualpara homens e mulheres?

R.R. - Não. Para os homens,a perda do desejo está liga-do a fatores de estresse,principalmente, provocadospelo trabalho. Para asmu-lheres, é o desgaste, ligadoao fato de não sentirem-sevalorizadas o suficiente pelocompanheiro.

No caso das mulheres, is-so tem a ver com a formafísica?

R.R. - Normalmente, elasperdem, primeiro, o desejopor elas mesmas. Daí, fan-tasiam que o homem tam-bém perdeu e, por isso, per-de o desejo pelo outro.

Acaba sendo uma formade se proteger?

R.R. - Não, isso é neurose eprecisa ser tratada.

Ralmer Rigoletto, psicólogoespecialista em saúde sexuale presidente do Centro de Es-tudos e Pesquisas em Com-portamento e Sexualidade(CEPCoS), fala sobre uma vi-da sexual saudável.

O que é preciso para manteruma vida sexual saudável?

Ralmer Rigoletto - Primeiro, épreciso cuidar do corpo, man-tendo a boa saúde, com boaalimentação. Também é preci-so manter o desejo e estarapaixonado.

Como o desejo acaba?

R.R. - A vida que a gente leva,hoje, é bastante estressante einfluencia. Mas fatores comosaúde, trabalho, problemas fa-miliares, frustrações e o des-gaste do relacionamento con-tribuem para que o desejoacabe.

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