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AVALIAÇÃO DE CONCLUINTES DO ENSINO MÉDIO EM NOVE ESTADOS 1997 RELATÓRIO-SÍNTESE

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  • AVALIAO DECONCLUINTES DOENSINO MDIOEM NOVE ESTADOS1997

    RELATRIO-SNTESE

  • Equipe Tcnica DAEBMaria Mitsuko OkudaCoordenadora-Geral de AvaliaoLuiza Massae UemaCoordenadora-Geral do SAEBCludia TamassiaGuilherme Coelho RabeloJane Hudson AbranchesLuiz Jos de MacdoMrcio Correa de MelloMargarida de Sousa Queiroz

    Consultoria: Fundao Carlos Chagas

    CoordenaoGlria Maria dos Santos Pereira LimaYara Lcia Espsito

    Tratamento EstatsticoDalton Francisco de AndradeMiriam Bizzocchi

    Assistentes TcnicosGlucia Torres Franco NovaesMarina Muniz Rossa Nunes

    PsicometristasMeire Berto AugustoZlia Heringer de Moraes

    Tratamento dos DadosLeonardo Vieralves AzevedoRicardo Paterno

    Repblica Federativa do BrasilFernando Henrique Cardoso

    Ministrio da Educao e do Desporto - MECPaulo Renato Souza

    Secretaria ExecutivaLuciano Oliva Patrcio

    Instituto Nacional de Estudos e PesquisasEducacionais - InepMaria Helena Guimares de Castro

    Diretoria de Avaliao da Educao BsicaMaria Ins Gomes de S Pestana

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Avaliao de concluintes do ensino mdio em nove estados, 1997 : rela-trio-sntese / Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.Braslia : O Instituto, 1998 321 p. : il. tab

    1. Ensino Mdio. 2. Avaliao de desempenho discente. 3. Aluno conclu-inte. I. Ttulo CDU 373.5

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    Sumrio

    5 Apresentao

    7 Introduo

    9 Perfil dos Concluintes

    31 Anlise das Provas

    31 Lngua Portuguesa

    31 Manh

    52 Tarde

    71 Noite

    93 Matemtica

    94 Manh

    111 Tarde

    130 Noite

    151 Biologia

    152 Manh

    170 Tarde

    187 Noite

    209 Fsica

    209 Manh

    228 Tarde

    247 Noite

    267 Qumica

    268 Manh

    287 Tarde

    306 Noite

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    Apresentao

    Por solicitao do Conselho Nacional de Secretrios de Educao(CONSED) e em parceria com as Secretarias de Estado da Educao dos estados da Bahia,Gois, Pernambuco, Paran, Rio Grande do Norte, Rondnia, Rio de Janeiro, So Paulo eSergipe, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministrio da Educao edo Desporto, atravs da Diretoria de Avaliao da Educao Bsica, realizou uma avaliao deconcluintes do Ensino Mdio, com o objetivo de verificar o desempenho das escolas e o perfilsocioeconmico e cultural dos alunos matriculados na 3 srie do Ensino Mdio.

    A aplicao dos instrumentos foi realizada no dia 5 de novembro de1997, nos nove estados citados, atingindo um total de 429.755 alunos de 5.141 escolas, das re-des federal, estaduais, municipais e particular.

    Os resultados dessa avaliao esto sendo divulgados em dois relat-rios: o Relatrio Final da Avaliao de Concluintes do Ensino Mdio em Nove Estados, que apre-senta todas as informaes metodolgicas, tcnicas e operacionais sobre a pesquisa, as anli-ses realizadas e os dados coletados, e este Relatrio-Sntese da Avaliao de Concluintes doEnsino Mdio em Nove Estados, que contm o perfil dos concluintes, as questes das provas decada uma das disciplinas examinadas e a anlise das respostas dadas pelos alunos.

    Este Relatrio-Sntese destina-se, preferencialmente, s escolas e aosprofessores, pois busca informar-lhes as expectativas, a situao socioeconmica e cultural e odesempenho dos alunos (isto , os acertos e erros em cada questo), para que, de posse des-ses resultados, as escolas possam redimensionar e refletir sobre seus projetos pedaggicos, eos professores, a sua prtica docente, replanejando-a em funo das dificuldades apresentadaspelos alunos em cada disciplina.

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    Introduo

    Com o objetivo de avaliar as escolas de Ensino Mdio, gerandoinsumos para a elaborao e reviso dos projetos pedaggicos das escolas participantes, o Mi-nistrio da Educao e do Desporto e nove Secretarias de Estado de Educao promoveram,em novembro de 1997, um processo de avaliao do qual participaram 429.755 alunos da 3 s-rie do Ensino Mdio. Os estudantes responderam a provas de Lngua Portuguesa, Matemtica,Fsica, Qumica e Biologia e a um questionrio socioeconmico e cultural. Os estados participan-tes foram: Rondnia, Gois, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, So Paulo, Riode Janeiro e Paran.

    A grande maioria dos alunos e das escolas pertencia s redes estadu-ais de ensino, mas tambm houve a participao de alunos e escolas das demais redes de ensi-no (federal, municipais e particular). O Quadro 1 mostra a abrangncia da avaliao realizada.

    Quadro 1: Ensino Mdio Concluintes em 1996 econcluintes participantes da avaliao em 1997, por Estado

    Vale destacar que, no ano de 1996, em todo o Brasil, os concluintes doEnsino Mdio foram 1.163.767; portanto, 62% dos concluintes pertenciam aos nove estados aci-ma listados, o que torna as informaes dos 429.755 alunos que participaram da avaliao bas-tante significativas, uma vez que se referem a uma parcela expressiva dos alunos brasileiros(cerca de 37% de todos os concluintes).

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    Perfil dos Concluintes

    Como j era esperado, o perfil dos concluintes bastante peculiar e,aparentemente, muito heterogneo. Na realidade, esta heterogeneidade aparece quando obser-vamos os concluintes em seu conjunto. No entanto, se separamos alguns grupos, tais como osalunos do turno diurno em contraposio queles do turno noturno, bem como os alunos de cur-so de formao acadmica em contraposio aos alunos de cursos profissionalizantes, come-am a aparecer situaes mais homogneas e peculiares, como veremos a seguir.

    Em termos gerais, 59% dos concluintes so mulheres. J nos cursosdiurnos o contingente feminino cresce para 68% e, se olhamos os cursos profissionalizantesdeste mesmo turno, este porcentual aumenta para 74%. Nos nove estados, o contingente femininonos cursos profissionalizantes diurnos sempre superior a 70%, indicando que as mulheres ampliama sua participao na matrcula quando se observa a formao profissional, o que significa uma mai-or qualificao para o trabalho da mo-de-obra feminina, caso este quadro se mantenha.

    Em relao idade, o esperado que o aluno da 3 srie esteja com-pletando 17 ou 18 anos; no entanto, constata-se que aproximadamente a metade dos alunosapresentou defasagem idade-srie. Neste aspecto, porm, de acordo com o Quadro 2, existempelo menos duas realidades distintas, a dos cursos diurnos e a dos cursos noturnos, mas tam-bm so registradas diferenas significativas entre as clientelas dos cursos acadmicos eprofissionalizantes. No turno diurno, cerca de 83% dos concluintes tm at 20 anos, enquantoque no noturno este porcentual cai para 66%. E nos cursos diurnos acadmicos, os alunos comat 20 anos correspondem a 90% do total, enquanto que nos cursos noturnos profissionalizanteseste porcentual cai para 58%.

    Quadro 2 Distribuio porcentual de concluintes,segundo a faixa de idade, o turno e o tipo de curso

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    A situao retratada no Quadro 2 repete-se, com pequenas variaes,em todos os nove estados. Em estados cujos sistemas de ensino tm maiores taxas de distoroidade-srie, h maior concentrao de concluintes com 19 anos ou mais, como o caso daBahia, de Pernambuco, Sergipe, do Rio Grande do Norte e de Rondnia. O Estado do Paran,embora esteja em situao semelhante aos demais, apresenta maiores contingentes de alunosnas faixas etrias mais baixas.

    Quanto ao estado civil, a grande maioria dos estudantes solteira(86,46%), sendo esta uma caracterstica que abrange pelo menos 80% de todos os grupos.

    A distribuio dos concluintes segundo o tipo de residncia da famlia bastante homognea, uma vez que os grupos diurno/noturno e acadmico/profissionalizante nodiferem entre si. No total dos nove estados, cerca de 60% dos estudantes moram em residnciaprpria quitada, 18% em residncia prpria no quitada,12% em residncia alugada e 4% em re-sidncia cedida.

    A renda familiar mensal uma informao, entre outras, que possibilitaa definio dos nveis socioeconmicos que caracterizam os concluintes do Ensino Mdio e que,em grande medida, afetam o trabalho desenvolvido pelas escolas. Da anlise dos dados do con-junto dos nove estados (Quadro 3) depreende-se, mais uma vez, a heterogeneidade da clientelado Ensino Mdio. Ou seja, a distribuio total dos concluintes por faixa de renda familiar mensalrevela um quadro heterogneo, onde cada faixa de renda at R$ 1.200,00 aparece com pelo me-nos um quinto dos alunos.

    Quadro 3 Distribuio porcentual de concluintes,segundo a faixa de renda familiar mensal, o turno e o tipode curso

    Observa-se, tambm, uma concentrao de alunos das faixas de ren-da mais altas (acima de R$ 1.201,00) nos cursos acadmicos do turno diurno (36,4%) e que, poroutro lado, 66% dos alunos dos cursos profissionalizantes no turno noturno tm renda familiarmensal de at R$ 720,00. A diferenciao entre os turnos diurno e noturno aparece em todos osnove estados, em maior ou menor grau (Quadro 4). Em Sergipe, por exemplo, ela bastante for-te, uma vez que, no turno diurno, 20% dos alunos posicionaram-se na faixa de R$ 1.201,00 a R$2.400,00, contra 54% dos alunos do noturno na faixa de at R$ 360,00.

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    Quadro 4 Distribuio porcentual de concluintessegundo a faixa de renda familiar mensal, o estado e oturno

    Os dados gerais, no entanto, mascaram diferentes situaes nos esta-dos, tomados individualmente. Tanto que, analisando o Quadro 4, podemos identificar trs gru-pos distintos de estados, em termos de renda familiar dos estudantes: um primeiro grupo, forma-do pelos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, onde mais da metade dos

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    concluintes tm renda familiar de at R$ 360,00; um segundo grupo, formado por Gois, Paran,Rio de Janeiro e Rondnia, onde cerca de um tero dos alunos tm renda de at R$ 360,00 e,por ltimo, o Estado de So Paulo, onde apenas 15% dos alunos se encontram nesta faixa derenda. O Estado de Sergipe aparece entre o primeiro e o segundo grupo, com 39% dos alunosna faixa de renda familiar de at R$ 360,00, embora 54% dos alunos do turno noturno estejamnesta situao. Estas diferenas nos nveis de renda dos alunos parecem refletir, de certa forma,os diferentes nveis de desenvolvimento e riqueza destes grupos de estados.

    Tambm se pode ressaltar que, seguindo a tendncia dos dados ge-rais, h maior heterogeneidade, em termos de renda, nos estados do Paran, Rio de Janeiro,Rondnia e So Paulo, pois h uma distribuio de contingentes significativos de alunos (acimade 15%) em pelo menos trs faixas de renda. J os estados de Pernambuco, Bahia e Rio Grandedo Norte tm uma clientela mais homognea e mais pobre.

    As informaes do Quadro 5, sobre o exerccio de atividade remunera-da durante o Ensino Mdio, e do Quadro 6, sobre a idade em que o estudante comeou a exer-cer atividade remunerada, ambas relacionadas ao perfil socioeconmico dos concluintes, confir-mam, mais uma vez, as diferenas existentes entre os alunos dos turnos diurno e noturno. Se,em termos gerais, 40% dos alunos nunca exerceram atividade remunerada, este porcentual au-menta para 64% entre os alunos do turno diurno e cai para 28% entre os alunos do turno noturno.

    Quadro 5 Distribuio porcentual de concluintes,segundo o exerccio de atividade remunerada, o turno e otipo de curso

    De forma semelhante comportam-se os dados do Quadro 6. Cerca de31% dos concluintes pesquisados nunca exerceram atividade remunerada, porm 58% dos alu-nos do turno diurno tambm jamais o fizeram, enquanto que somente 17% dos alunos do turnonoturno nunca receberam remunerao ao trabalhar. Tambm merece destaque o fato de 19%dos alunos do turno noturno terem comeado a exercer atividade remunerada com menos de 14anos, contra apenas 6% dos alunos do turno diurno. Com pequenas variaes, esta tambm asituao de cada um dos estados.

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    Quadro 6 Distribuio porcentual de concluintes,segundo a faixa de idade do incio da atividaderemunerada, o turno e o tipo de curso

    Ainda relacionadas questo do trabalho, as informaes do Quadro 7mais uma vez revelam a situao distinta entre os turnos, pois enquanto os resultados geraismostram que apenas 29% do total de alunos no trabalha, no turno diurno este porcentual au-menta para 57% e cai para 15% no turno noturno. Deve-se ressaltar que aproximadamente umtero dos alunos do turno noturno profissionalizante encontra-se em situao de desemprego.

    Quadro 7 Distribuio porcentual de concluintes,segundo sua situao atual em relao ao trabalho, o turnoe o tipo de curso

    A situao dos concluintes em relao ao emprego bastante seme-lhante em todos os nove estados, isto , com diferenas significativas entre os turnos diurno enoturno. Com isso, reafirma-se no somente o j conhecido fato de que o aluno do ensino notur-no o aluno trabalhador, mas principalmente a necessidade urgente de se discutir e rever a atual

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    forma de atendimento deste alunado, tanto em termos de estrutura curricular quanto em termosde metodologias, tcnicas de ensino e materiais didticos.

    A participao do concluinte do Ensino Mdio na vida econmica dafamlia tambm varia de acordo com o turno em que o aluno estuda, conforme pode ser observa-do no Quadro 8.

    Quadro 8 Distribuio porcentual de concluintes,segundo sua participao na vida econmica da famlia, oturno e o tipo de curso

    Alguns dados do turno noturno merecem ser ressaltados. Primeira-mente, o contingente de 10% de alunos que trabalha para se manter e, em segundo lugar, oscerca de 5% que trabalham e sustentam a famlia. Estes dados acrescentam um certo matiz aoaluno trabalhador do ensino noturno, pois, na realidade, atenuam um pouco a carga do significa-do do trabalho, que pode ser considerado mais como uma complementao de renda familiar,alis, a opo escolhida por 34% dos alunos do curso noturno.

    bastante diversificada a situao dos alunos em termos da ocupaoprincipal do chefe da famlia, de acordo com o Quadro 9. Destaca-se, com 21% das respostas, aocupao trabalhador do setor informal. Dentre as demais categorias, os seguintes grupos deocupao aparecem com freqncias superiores a 10%: trabalhadores do setor de prestao deservios (16,56%); trabalhadores da produo industrial (12,42%) e funcionrios pblicos(11,15%). Em funo da grande diversidade de respostas, no parece haver diferenas marcantesentre os turnos ou tipos de curso, a no ser a presena de 11% de chefes de famlia dos cursosdiurnos acadmicos no grupo profissional liberal, professor ou tcnico de nvel superior e de12% no grupo proprietrio de microempresa.

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    Quadro 9 Distribuio porcentual de concluintes,segundo a ocupao principal do chefe da famlia, o turnoe o tipo de curso

    A situao atual de trabalho dos pais nos revela um quadro homog-neo, onde o mais comum, com 59% das respostas no caso do pai e cerca de 42% no caso dame, o trabalho regular. significativo o nmero de pais e mes aposentados e pensionistas.Merecem destaque as diferenas entre homens e mulheres nas situaes classificadas comotrabalho eventual e desemprego, sendo significativo tanto o nmero de mulheres desempre-gadas quanto daquelas em situao de trabalho no regularmente (sempre acima de 13%, nosdois casos).

    Quadro 10 Distribuio pocentual de concluintes,segundo a situao atual de trabalho do pai ouresponsvel, o turno e o tipo de curso

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    Quadro 11 Distribuio porcentual de concluintes,segundo a situao atual de trabalho da me, o turno e otipo de curso

    Os dados sobre a escolaridade dos pais (Quadros 12 e 13) mostramque cerca de 50% dos jovens concluintes do Ensino Mdio so filhos de pais que no completa-ram o Ensino Fundamental; cerca de 11% dos pais possuem o nvel mdio de escolaridade eapenas 5% dos pais (ou o pai, ou a me) possuem nvel superior completo. Merece destaque,mais uma vez, o caso do turno diurno, onde aparecem aproximadamente 10% de pais com nvelsuperior completo.

    Quadro 12 Distribuio porcentual de concluintes,segundo a escolaridade do pai, o turno e o tipo de curso

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    Quadro 13 Distribuio porcentual de concluintes,segundo a escolaridade da me, o turno e o tipo de curso

    Na realidade, este quadro geral indica significativa mobilidade socialnos grupos de alunos, pois apenas 9% dos pais e 7% das mes possuam nvel de escolaridadesuperior ao alcanado pelos filhos, at agora.

    Os Quadros 14 e 15 apresentam os quatro principais motivos de esco-lha da escola que o aluno freqenta, uma vez que eles aparecem com maior concentrao derespostas, entre oito opes dadas no questionrio. A anlise das freqncias das respostaspermite destacar aspectos interessantes: a preocupao dos alunos com a profissionalizao,refletida na opo curso oferecido; a preocupao com a qualidade do ensino; a necessidade doensino gratuito e, por fim, a necessidade de escolha de uma escola prxima do lugar de moradia.

    Quadro 14 Distribuio porcentual de concluintes,segundo o motivo da escolha da escola que freqenta, oturno e o tipo de curso

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    A situao dos diferentes grupos de alunos, tanto em termos do con-junto dos estados como em cada estado em particular, apresenta algumas nuanas. Assim que o grupo de alunos dos cursos profissionalizantes destaca o tipo de curso oferecido comorazo da escolha da escola; os alunos dos cursos noturnos destacam o motivo proximidade decasa. Em So Paulo, a opo proximidade de casa foi escolhida por 26% do total de alunos epor 31% dos alunos do turno noturno, enquanto que, no Rio de Janeiro, 27% do total de alunos e27% dos alunos do turno noturno marcaram a opo gratuidade do ensino, o que talvez reflita,em ambos os casos, o contexto socioeconmico e at mesmo algumas dificuldades da vida ur-bana nestes estados.

    Quadro 15 Distribuio porcentual de concluintes,segundo o motivo da escolha da escola que freqenta, porestado

    Muito interessantes e, em certa medida, surpreendentes, uma vez quevo de encontro ao senso comum, so os dados sobre as expectativas dos concluintes em rela-o ao curso que esto terminando. Os Quadros 16 e 17 mostram que no so to numerososos estudantes que acreditam que a concluso do Ensino Mdio, por si s, lhes possibilite o in-gresso no Ensino Superior. Possuem essa expectativa entre 17% e 36% dos estudantes. Comoj exposto em outras situaes, os estudantes dos cursos acadmicos diurnos so uma exce-o, j que 55% deles acreditam que a contribuio do Ensino Mdio a possibilidade de ingres-so no Ensino Superior.

    Na realidade, a outra forte expectativa gerada pelo Ensino Mdio estrelacionada ao trabalho, pois, com exceo dos alunos dos cursos acadmicos diurnos, os alu-nos vem o Ensino Mdio como um instrumento que lhes possibilita o ingresso e a melhoria dasua posio no mercado de trabalho.

    Estes dados podem contribuir muito para a discusso sobre as carac-tersticas e funes do Ensino Mdio, em um momento de reforma deste nvel de ensino.

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    Quadro 16 Distribuio porcentual de concluintes,segundo o tipo de expectativa em relao concluso doEnsino Mdio, o turno e o tipo de curso

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    Quadro 17 Distribuio porcentual de concluintes,segundo o tipo de expectativa em relao concluso doEnsino Mdio, por estado e segundo o turno

    Em relao s intenes ou planos para o futuro imediato (Quadro 18),observa-se, primeiramente, um significativo nmero de estudantes indecisos (entre 7% e 14%).Porm, entre os que j se decidiram, h um grupo de alunos que se mostra bastante voltado

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    para o ingresso no mercado de trabalho, imediatamente ou aps a realizao de cursosprofissionalizantes (17% do total geral e 21% dos estudantes do turno noturno). Este dado podeestar indicando uma necessidade, j identificada por uma parcela especfica do alunado osestudantes do turno noturno , que ainda no foi atendida pelo nosso sistema de ensino: a decursos profissionalizantes ps-secundrios.

    Os dados do Quadro 18 mostram que aumenta um pouco, em relaoaos dados do Quadro 16, o contingente de alunos que pretende ingressar no Ensino Superior.Este aumento, antes de ser uma incoerncia, pode estar indicando que, para alguns alunos, oEnsino Mdio no os prepara para ingressar no Ensino Superior (j que a pergunta era sobre acontribuio do Ensino Mdio Quadro 16). Seria necessrio, alm de muito interessante,aprofundar o estudo sobre expectativas e opinies dos concluintes do Ensino Mdio a respeitodeste grau de ensino, pois parece que eles poderiam contribuir no debate que se instala sobre areforma do ensino secundrio.

    Quadro 18 Distribuio porcentual de concluintes,segundo os planos para o futuro imediato, o turno e o tipode curso

    Para concluir a sntese dos resultados da Avaliao dos Concluintes doEnsino Mdio, apresentam-se, a seguir, diversas figuras contendo informaes sobre o perfil dosconcluintes e o desempenho nas provas aplicadas. Convm registrar que as provas so constitu-das de 30 itens cada, e o desempenho dos alunos apresentado, em termos de mdias deacerto, em % de acertos.

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    Grfico 1 Desempenho mdio por tipo de curso e turno:Portugus e Matemtica

    Grfico 2 Desempenho mdio por disciplina e turno(somente alunos de curso acadmico)

    13,3

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    13,3

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    9,90

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    Grfico 3 Desempenho mdio por turno e idade:Portugus e Matemtica

    Grfico 4 Desempenho mdio por turno e modalidadede ensino: Portugus e Matemtica

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    Grfico 5 Desempenho mdio por turno segundo hbitosde leitura: Portugus e Matemtica

    Grfico 6 Desempenho mdio por faixa de renda eturno: Portugus e Matemtica

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    Grfico 7 Desempenho mdio por turno segundo aescolaridade do pai: Portugus e Matemtica

    Grfico 8 Distribuio dos concluintes por idade

    20,8

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    27,5

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    Grfico 9 Distribuio dos concluintes por faixa de renda

    Grfico 10 Distribuio dos concluintes segundoescolaridade do pai

    6,50

    6,20

    12,7

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    3,80

    2,80

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    Grfico 11 Distribuio dos concluintes segundo suarenda mensal

    Grfico 12 Distribuio dos concluintes segundo a suasituao em relao ao trabalho

    6,40

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    Grfico 13 Distribuio dos concluintes segundo aparticipao na vida econmica da famlia

    Grfico 14 Distribuio porcentual dos concluintessegundo o motivo da escolha da escola

    7,30

    4,60

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    Grfico 15 Distribuio dos concluintes segundo aexpectativa em relao concluso do Ensino Mdio

    Grfico16 Distribuio dos concluintes segundo osplanos para o futuro imediato

    Outra

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    Anlise das Provas

    Lngua Portuguesa

    Lngua Portuguesa Manh

    O nmero de provas de Lngua Portuguesa aplicadas no turno da ma-nh foi de 37.663. Cerca de 12.817 alunos (34,03%) estavam em cursos de formao geral e24.846 (65,96%), em cursos profissionalizantes (Grfico 17). A mdia geral de acertos foi 12,66,equivalente a 42% de acertos, e o desvio padro foi igual a 4,51 pontos. O valor da mediana foide 13 itens acertados, sugerindo uma pequena tendncia a notas mais altas. A nota mnimaalcanada foi igual a 0 ponto e a mxima, a 29 pontos (97%). O grupo de desempenho inferiorteve notas no intervalo entre 0 e 10 pontos, enquanto os alunos do grupo superior de desempe-nho alcanaram notas entre 15 e 29 pontos. Esses dados sugerem que a maior parcela dos estu-dantes avaliados nessa prova teve um ndice de acertos inferior a 50%. A prova de Lngua Portu-guesa caracterizou-se como um instrumento adequado para medir as habilidades e contedosestabelecidos pela matriz de especificao, tendo em vista que o ndice de fidedignidade foi de0,71. Em termos de discriminao, cerca de 67% dos itens foram classificados como bons e ex-celentes, 20%, como mdios e 13% foram pouco discriminativos.

    Grfico 17 Distribuio dos alunos por estado emodalidade de curso: Lngua Portuguesa Manh

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    Para os cursos de formao geral, a mdia foi 13,30 (44%). A mdiageral nos cursos profissionalizantes foi 12,32 (41%), um pouco abaixo daquela verificada noscursos de formao geral. O Grfico 18 representa a distribuio das notas para o total de alunosavaliados nesta disciplina.

    Grfico 18 Distribuio dos escores obtidos pelosalunos: Lngua Portuguesa Manh

    A maioria dos itens foi classificada como de dificuldade mediana,totalizando 67% deles. Outros 30% foram considerados fceis e somente 3%, difceis.

    Comentrios relativos prova de LnguaPortuguesa ManhPara permitir uma compreenso mais apurada daquilo que os estudan-

    tes foram capazes de realizar, solicitou-se a especialistas que comentassem os resultados obti-dos em cada prova. Antecedendo os comentrios, apresentam-se os contedos e descritoresque nortearam a elaborao de cada questo.

    Item 1Caractersticas e estratgias prprias de cada gnero Reconhecer

    caractersticas bsicas de uma narrativa ficcional (conflito e desenlace, personagens, tipo denarrador).

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    Ateno: As questes de nmeros 1 e 2 referem-se ao texto apresentado abaixo.

    Apenas...

    Aula inaugural de uma pequena escola do interior. Os alunos, endomingados como reque-ria a ocasio. O professor, grave, de preto, voz cava. Pelo que bem se v, a aula era de Portugu-s. E eis que no final, to ansiado pela gente mida como pela gente grande, ele tossiu, mudoude tom e disse:

    Ateno, meninos! Para gravarem melhor a matria exposta, copiem o esquema que voutraar no quadro-negro.Perpassa pela classe um frio de pnico. Esquema? Meu Deus, que diabo disto seria aquilo?Mas o professor, que, alm de autodidata, era tambm humano, farejou a angstia daque-

    las alminhas e esclareceu ento, com um esgar bondoso: uma sinopse, meus filhos, apenas uma sinopse...

    1. Percebe-se simpatia do narrador pelas personagens no seguinte fragmento:(A) Perpassa pela classe um frio de pnico.(B) ...farejou a angstia daquelas alminhas. (C) Os alunos, endomingados como requeria a ocasio.(D) Mas o professor, que, alm de autodidata, era tambm humano...(E) Ateno, meninos! Para gravarem melhor a matria exposta, copiem o esquema que vou

    traar no quadro-negro.

    Foram capazes de reconhecer a modalidade afetiva de uma expresso45% dos alunos, o que permite, numa narrativa ficcional, a apreenso de caractersticas donarrador ou de personagens.

    Assinalaram uma alternativa incorreta, atrados pelo uso de uma pala-vra em que no perceberam o tom de ironia, 31% dos alunos.

    Item 2Progresso temtica e estratgia argumentativa Estabelecer relao

    entre o ncleo dramtico e outros elementos da narrativa.

    2. A fala final do protagonista, associada ao ttulo,(A) prova que ele era um autodidata.(B) justifica que o narrador o considere humano.(C) revela que ele estava irritado com os alunos.(D) indica que sua ansiedade o fazia ignorar a reao dos alunos.(E) mostra que ele achava a palavra sinopse mais fcil que esquema.

    Foram capazes de estabelecer relaes entre componentes do textonarrativo (no caso, o ttulo e uma fala de personagem) 55% dos alunos.

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    O fato de 20% dos alunos assinalarem a alternativa B, errada, parecerevelar dois aspectos: no atenderam ao proposto na raiz, isto , associar a fala da personagemao ttulo do texto (observaram s a fala do protagonista), e associaram essa alternativa da ques-to 2 a outra alternativa, da questo 1, tambm errada; houve, assim, contaminao de erro.

    Item 3Caractersticas e estratgias prprias de cada gnero Estabelecer

    relao entre os aspectos formais e temticos de um texto potico (lirismo amoroso, descriode objeto ou cena, retrato de cotidiano, narrativa dramtica).

    Ateno: As questes de nmeros 3 e 4 referem-se ao texto apresentado abaixo.

    Penso familiarManuel Bandeira

    Jardim da pensozinha burguesa.Gatos espapaados ao solA tiririca sitia os canteiros chatos.O sol acaba de crestar as boninas que murcharam.Os girassisamarelo!resistem.

    E as dlias, rechonchudas, plebias, dominicais.

    Um gatinho faz pipi.Com gestos de garom de restaurant-PalaceEncobre cuidadosamente a mijadinha.Sai vibrando com elegncia a patinha direita: a nica criatura fina na pensozinha burguesa.

    3. Pelas caractersticas dadas aos elementos observados no jardim o poeta j indica(A) o reconhecimento do carinho que deve reinar na pensozinha familiar.(B) sua crtica ao esprito burgus, neles refletido, pela nsia de uma nobreza que no possuem.(C) seu desprezo por pessoas que no cuidam do espao ao redor de si, mesmo vivendo em

    habitaes coletivas.(D) sua inteno de mostrar como um espao bastante degradado ainda assim pode preser-

    var um elemento to belo como o amarelo do sol e dos girassis.(E) seu desejo de criticar as pensezinhas burguesas, to diferentes das penses familiares,

    por no serem habitadas por pessoas finas.

    Apenas 37% dos alunos estabeleceram corretamente relao entre as-pectos formais e temticos num texto potico. O espao caracterizado atravs de imagens as-pecto inerente ao gnero foi reconhecido como metfora de um modo de ser, tema do poema.

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    Item 4Caractersticas e estratgias prprias de cada gnero Reconhecer

    recursos prosdicos freqentes em texto potico (rima, ritmo, assonncia, aliterao).

    4. A repetio da vogal i no terceiro verso revela a presena do recurso potico denominado(A) assonncia. (B) metfora.(C) aliterao.(D) rima.(E) elipse.

    Reconheceram a assonncia como recurso potico constitudo pelarepetio de sons voclicos 25% dos alunos.

    O fato de 47% terem assinalado outras alternativas revela que identifi-cam rima e aliterao como recursos de repetio de sons, mas no distinguem a especificidadede cada um.

    Item 5Progresso temtica e estratgia argumentativa Analisar a pertinn-

    cia das informaes selecionadas na exposio do argumento.

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    Ateno: As questes de nmeros 5 a 7 referem-se ao texto e foto apresentados abaixo.

    O Brasil comeou a viver h 10 anos um de seus principais movimentos de emigrao.Uma incrvel massa de brasileiros descendentes de japoneses, os dekasseguis, decidiu viajarpara a terra onde nasceram seus avs, alimentando um sonho high tech de acumular fortunas ea nsia de voltar com as malas abarrotadas de dlares. Os primeiros que regressaram transfor-maram a aventura em lenda. Tanto que o movimento no parou at hoje. Atualmente, pelo me-nos 200 mil brasileiros trabalham no Japo e todos os anos cerca de 60 mil partem cheios deesperana para l. Mas nem sempre o retorno do eldorado japons coberto de glrias. Ao con-trrio do punhado de dlares, vrios desses aventureiros descobrem que nunca passaro de ci-dados de segunda classe na terra estrangeira e regressam sem dinheiro. Trazem na bagagemapenas ressentimento e desiluso. Voltam deprimidos, s vezes com quadros psiquitricos gra-ves, e ainda enfrentam a difcil readaptao dos filhos na escola.

    Revista ISTO no 1 455 (20/08/97)

    5. um bom argumento para a defesa da tese a seguinte idia:(A) A terra dos ancestrais sempre o espao de um futuro promissor.(B) Quem no aventura no tem boas oportunidades na vida.(C) Pases com alta tecnologia tm muito a oferecer para os estrangeiros.(D) O sucesso de alguns no garantia do sucesso de todos. (E) Adaptar-se a novas realidades um desafio que todos devem aceitar.

    Foram capazes de reconhecer a pertinncia de um argumento na defe-sa de uma tese 70% dos alunos, ndice da capacidade de compreenso de texto informativo vei-culado em revista de grande circulao.

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    Item 6Estratgias de leitura Articular informaes oferecidas no corpo do

    texto com outras informaes oferecidas em ilustraes ou fotos.

    6. A foto que ilustra o texto registra(A) a famlia que volta e tem de enfrentar a dura realidade do recomeo: a casa vazia, o desem-

    prego, os filhos menores que tm de se readaptar escola. (B) uma das primeiras famlias que regressaram: a felicidade pelo sucesso obtido e a prova da

    fortuna garantida.(C) a cena de despedida de uma entre as centenas de famlias que emigram para o Japo: no

    rosto de cada um, a esperana de um futuro melhor na terra dos ancestrais.(D) o eldorado japons: a realidade que movimenta anualmente 60 mil brasileiros.(E) quadros psiquitricos graves: pessoas que voltam com comportamentos visivelmente patol-

    gicos.

    A maioria (81%) foi capaz de articular dados obtidos num texto verbal de cunho informativo, veiculado em revista de grande circulao com dados presentes numafoto que o ilustra; dada a natureza do texto, a foto explicita com muita clareza as idias centraisda matria escrita.

    Item 7Relao entre texto e contexto, e entre texto e outros textos implicados

    pelo primeiro Reconhecer estratgias de significao em funo da explorao de recursos deconotao e denotao.

    7. A frase em que se observa sentido conotativo :(A) O Brasil comeou a viver h 10 anos um de seus principais movimentos de emigrao.(B) Os primeiros que regressaram transformaram a aventura em lenda.(C) Atualmente, pelo menos 200 mil brasileiros trabalham no Japo.(D) Trazem na bagagem apenas ressentimento e desiluso. (E) Voltam deprimidos, s vezes com quadros psiquitricos graves.

    Identificaram o emprego de uma palavra em sentido conotativo, numtexto informativo veiculado em revista de grande circulao, 43% dos alunos, evidenciando reco-nhecimento de estratgias de significao.

    Item 8Estratgias de leitura Comparar uma informao dada no texto com

    outras fontes, de modo a verificar sua pertinncia e legitimidade.

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    8. Compare os dois textos.

    Texto ICelina, descendente de japoneses, tira uma grande lio da experincia mal sucedida no Japo:Hoje, de volta minha terra, encontrei a minha identidade e a certeza de que nunca seria umajaponesa. Quem tem essa iluso est tapando o sol com a peneira, pois jamais ser consideradojapons e voltar sentindo-se humilhado. Os nisseis e sansseis devem buscar suas verdadeirasrazes e, para serem fiis a elas, no devem sair de sua terra natal.

    Texto IIOs primeiros japoneses que desembarcaram do cargueiro Kasato Maru, em 1908, no Porto deSantos, com sacrifcio, coragem e perseverana chegaram e permaneceram na terra estrangei-ra. Mas h 90 anos no esquecem suas razes.

    Comparando os dois textos, principalmente os fragmentos grifados, percebe-se que o II(A) confirma as idias do texto I.(B) trata de um assunto totalmente diferente do texto I.(C) contraria o texto I, pois mostra que a fidelidade s razes pode ser mantida mesmo quando

    o indivduo sai de sua terra natal. (D) complemento do texto I, porque, com um exemplo, prova ser verdadeira a informao de

    que o indivduo s fiel s suas razes em sua terra natal.(E) indica as causas que justificam o conselho dado no fragmento grifado no texto I.

    Ao todo, 55% dos alunos foram capazes de comparar textos informati-vos acerca do mesmo tema e de reconhecer as diferenas entre eles, evidenciando capacidadede compreenso de textos.

    Item 9Relao entre texto e contexto, e entre texto e outros textos implicados

    pelo primeiro Analisar as diferenas entre uma parfrase e o texto original.

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    9. Moldar a educao dos filhos lanando mo da velha frase No faa isso que Deus castigano um expediente recomendvel para quem leva a srio os princpios da Psicologia. O medode Deus uma das principais causas de estresse em crianas de seis a doze anos e podetransform-las em adultos inseguros.

    A alternativa em que a nova redao NO altera o sentido do texto acima :(A) Quem lana mo de educar seus filhos com a frase No faa isso que Deus castiga, con-

    tra os psiclogos, no recomendvel, pois as crianas ficam inseguras, na faixa dos se-is a doze anos, e sero inevitavelmente inseguras e estressadas como adultos.

    (B) Para evitar o estresse em crianas entre seis e doze anos, os pais no devem educar seusfilhos utilizando o expediente de dizer: No faa isso que Deus castiga. Pelo que ensina aPsicologia, assim no haver adultos inseguros.

    (C) Segundo a Psicologia, pessoas que educam seus filhos sob a ameaa de que Deus casti-ga certos atos correm o risco no s de v-los, principalmente entre seis e doze anos, es-tressados pelo medo, como tambm de v-los se tornarem adultos inseguros.

    (D) Para nenhum pai expediente recomendvel educar seus filhos, entre seis e doze anos, commedo de Deus, porque eles crescero estressados e sero adultos medrosos. Assim aPsicologia explica a insegurana.

    (E) Adultos inseguros so o resultado de uma infncia moldada sob a frase No faa isso queDeus castiga, pelos princpios da Psicologia. Isso gera crianas com medo de Deus entreseis e doze anos.

    Foram capazes de analisar diferentes parfrases de um texto dado ede reconhecer a que no alterou o sentido original 48% dos alunos, evidenciando capacidade decompreenso de texto de natureza informativa.

    Item 10ndices formais de estabelecimento de relao sinttico-semntica na

    progresso temtica Identificar um ndice formal de estabelecimento de relao sinttico-semntica num texto dado: concluso.

    10. H alguns meses, o caso do ingls que voltou a se comunicar depois de oito anos em comasurpreendeu a todos. Depois de um longo perodo no hospital, ele foi levado para casa, onde fi-cou sob os cuidados da famlia. Hoje, o rapaz se comunica diz sim e no por meio de umboto. Esse fato serve de argumento para os que condenam a prtica da eutansia. Pode-seesperar, portanto, que se reacenda a polmica sobre a induo morte.

    A conjuno grifada no texto traduz idia de(A) explicao.(B) concluso. (C) adio.(D) alternncia.(E) adversidade.

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    A maioria (60%) identificou a relao de sentido estabelecida entreoraes por uma dada conjuno, evidenciando capacidade de reconhecimento de relaes sin-ttico-semnticas.

    Item 11Contexto histrico-social na anlise textual Identificar, na leitura de

    um texto literrio, as marcas de estilo conseqentes do contexto histrico de produo.

    11. Neste comeo de sculo, com as mudanas e reformas que tem experimentado o Brasil,novo aspecto apresenta sua literatura. Uma s idia absorve todos os pensamentos, uma idiaat ento quase desconhecida; a idia da ptria; ela domina tudo, e tudo se faz por ela, ou emseu nome.

    O estilo e as consideraes do texto acima permitem identific-lo como o de um autor que(A) prega os valores que devem orientar a nossa Colonizao.(B) se preocupa em relatar as riquezas da terra desconhecida.(C) se mostra convencido do fracasso das idias libertrias.(D) testemunha efeitos da emancipao poltica do Brasil. (E) justifica a independncia da Arte em relao Poltica.

    Apenas 28% dos alunos identificaram o contexto histrico de produode um texto que traz consideraes sobre a produo literria.

    O fato de 20% terem apontado a alternativa A (errada) sugere que elesse pautaram mais pelas consideraes do texto (mal compreendidas na sua relao com o con-texto histrico) que pelo estilo (confundiram referncia a fatos com pregao de valores), talvezpelo seu carter terico.

    Item 12Contexto histrico-social na anlise textual identificar, na leitura de

    um texto literrio, as implicaes no tratamento temtico e no estilo, conseqentes do contextohistrico de produo e recepo do texto.

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    12. Mas houve um estouro nos aprendimentos. Os homens que sabiam tudo se deformaram co-mo borrachas sopradas. Rebentaram.A volta especializao. Filsofos fazendo filosofia, crticos, crtica, donas-de-casa tratandode cozinha.A Poesia para os poetas. Alegria dos que no sabem e descobrem.

    Linguagem e idias do texto acima refletem valores tpicos de um autor(A) do final do sculo XIX.(B) do Modernismo de 22. (C) da gerao de 45.(D) naturalista-regionalista.(E) romntico-nacionalista.

    S 29% dos alunos reconheceram valores tpicos do Modernismo de22, expressos por linguagem e idias. A questo implica conhecimento de caractersticas de mo-mentos literrios e de tendncias dentro de um mesmo momento.

    Tambm, 22% dos alunos no identificaram a correlao tema e estilo/contexto histrico de produo.

    Item 13Relaes de intertextualidade entre dois enunciados Distinguir uma

    pardia de uma parfrase.

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    13. Compare estes dois textos:

    Texto INa famosa Cano do exlio, Gonalves Dias enaltece as belezas superiores de sua terra, ex-pressa as saudades que dela sente e afirma seu desejo de a ela voltar.

    Texto IIMinha terra tem palmaresOnde gorjeia o marOs passarinhos daquiNo cantam como os de l

    Ouro terra amor e rosasEu quero tudo de lNo permita Deus que eu morraSem que volte para l.

    correto afirmar que, em relao ao poema de Gonalves Dias,(A) os textos I e II so igualmente objetivos.(B) o texto I retoma o texto original para deform-lo.(C) o texto I o que mais se aproxima da forma de composio do autor citado.(D) os textos I e II tratam-no ironicamente.(E) o texto II reconstri criticamente o texto original.

    Foram capazes de comparar textos de vrias naturezas (um texto crti-co e dois poemas, um deles no citado, mas referido) e de identificar a relao entre eles (re-construo crtica) 19% dos alunos.

    A forte atrao para a alternativa A (errada) 55% revela: a) incom-preenso do texto potico dado; b) incompreenso da natureza do gnero potico.

    Treze por cento assinalaram uma alternativa que indica desconheci-mento da natureza do texto referido.

    Item 14Operaes lingsticas de estabelecimento de relaes entre forma e

    construo de sentido Realizar operaes de escolha (formas lexicais, formas de tratamento,estruturas sintticas, nveis de registro).

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    14. A frase cuja construo est correta :(A) Entre doces e salgados, estes tm minha preferncia. (B) Meu prazer maior pelos doces que aos salgados.(C) Acho prefervel os doces, em vez dos salgados.(D) Prefiro mais os doces do que aos salgados.(E) Acho os salgados mais preferveis do que aos doces.

    Foram capazes de identificar estrutura sinttica correta, implicando re-gncia verbal e nominal, 16% dos alunos.

    Assinalaram a alternativa D (errada) 33% dos alunos, indiciando o des-conhecimento da regncia do verbo preferir.

    Item 15Operaes lingsticas de estabelecimento de relaes entre forma e

    construo de sentido Realizar operaes de transformao estrutural (ativa X passiva, cons-trues adverbiais, adjetivo X locuo adjetiva).

    15. Transpondo para a voz passiva a frase J no o consideramos nosso amigo, a forma verbalresultante ser(A) tm sido considerados.(B) seremos considerados.(C) ser considerado.(D) considerado. (E) consideraremos.

    Somente 34% dos alunos foram capazes de realizar operao de trans-formao estrutural. A grande incidncia de erro nessa questo parece revelar o desconheci-mento da natureza das vozes ativa e passiva, visto que se erra no s o tempo verbal (surge apassiva, mas o tempo aparece incorreto alternativa C), como tambm substitui-se a voz ativadada por outra voz ativa, s com a mudana do tempo verbal (alternativa E).

    Item 16Operaes lingsticas de estabelecimento de relaes entre forma e

    construo de sentido Identificar operaes de expanso do sintagma nominal (adjuntos,complementos e oraes subordinadas) e do sintagma verbal (adjuntos adverbiais e oraesadverbiais).

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    16. Estamos certos do futuro arrependimento deles.

    O elemento sublinhado na frase acima transforma-se numa orao de sentido equivalente em:(A) que eles tero se arrependido.(B) de que eles viro a se arrepender. (C) de seu prximo arrependimento.(D) de seu arrependimento no futuro.(E) de que veio um dia em que se arrependeram.

    A maioria (63%) foi capaz de identificar a expanso de um complemen-to nominal em orao subordinada substantiva.

    Item 17O texto como objeto sociohistoricamente construdo Distinguir texto

    literrio de texto no literrio, em funo de sua forma, finalidade e convencionalidade.

    17. Compare estes dois textos:

    Texto IO tempo passa, e com ele os fatos que constituem as experincias humanas. Isto no significaque sejam esquecidas: tudo pode se conservar enquanto memria afetiva ou aprendizado.

    Texto IIO vento varria os mesesE varria os teus sorrisos...O vento varria tudo!E a minha vida ficavaCada vez mais cheiaDe tudo.

    Manuel Bandeira

    correto afirmar que(A) o texto I mais objetivo que o II, alm de ter um ritmo mais marcado.(B) esses textos consideram a passagem do tempo de perspectivas opostas.(C) o texto II vale-se de sonoridades que dotam sua linguagem de inteno expressiva. (D) o texto II perde, por sua subjetividade, o poder de expressar uma convico sobre o tempo

    que passou.(E) esses textos adotam formas diferentes de linguagem com o mesmo objetivo de informao.

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    Apenas 7% dos alunos foram capazes de reconhecer caractersticasdo gnero lrico e 55% identificaram formas diferentes de linguagem, sem reconhecer-lhes a fi-nalidade, o que indicia desconhecimento dos gneros.

    Dezoito por cento revelaram incompreenso do significado das ima-gens do texto potico dado.

    Item 18O texto como objeto sociohistoricamente construdo Compreender o

    texto literrio como manifestao cultural presente em diferentes pocas.

    18. Os diferentes textos literrios vo expressando, ao longo do tempo, diferentes caractersticasde distintas pocas histricas. Pode-se comprovar essa afirmao analisando-se, por exemplo,(A) as idias abolicionistas e as republicanas na poesia de Castro Alves.(B) o indianismo da prosa de Jos de Alencar e o nacionalismo de Gonalves Dias.(C) a presena que tm as habitaes populares e coletivas na fico naturalista.(D) o perodo anterior e o imediatamente posterior nossa Colonizao.(E) os sentimentos demonstrados pelos escritores barrocos e pelos romnticos, em relao

    nossa terra.

    Reconheceram a relao entre distintos contextos histricos e distintasmanifestaes literrias 32% dos alunos. A alternativa B (errada), indicada por 22% dos alunos,indica que eles no sabem se os escritores so contemporneos.

    Item 19O texto como objeto sociohistoricamente construdo Perceber por

    comparao de dois textos literrios suas semelhanas ou diferenas, decorrentes de seu mo-mento histrico de produo.

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    19. Compare estas duas passagens:

    I. Os olhos rasgados e luminosos s vezes coalham-se em um enlevo de ternura, mas natural eestreme de afetao, que h de torn-los irresistveis, quando o amor os acende.

    II. Seu olhar percorreu a sala e deu com dois mveis muito antigos e pesados, com os quadrossimetricamente dispostos na parede e com a janela semi-aberta, por onde viu o saguo.

    O modo pelo qual se apresenta o olhar permite afirmar que as passagens I e II traduzem(A) uma perspectiva romntica e uma realista, respectivamente. (B) a mesma perspectiva romntica.(C) uma perspectiva realista e uma romntica, respectivamente.(D) a mesma perspectiva realista.(E) uma perspectiva jornalstica.

    Sessenta por cento dos alunos reconheceram estilo de poca em frag-mentos de texto em prosa, revelando capacidade de comparao de textos e de associao dotexto com o contexto em que foi produzido.

    Item 20O texto como objeto sociohistoricamente construdo Reconhecer,

    em um texto dado, concepes de mundo e de sujeito decorrentes de sua historicidade.

    20. Eu tinha sido criado num primeiro andar. Todo o meu conhecimento do campo fizera nunspasseios de bonde a Dois-Irmos.

    E era com olhos deslumbrados que olhava ento aqueles stios, aquelas mangueiras e os meni-nos que via brincando ali. As divergncias de meu pai com meu av nunca permitiram minhame fazer uma temporada no engenho.

    O texto acima sugere(A) a apreenso do mundo urbano por uma conscincia rstica.(B) a crtica do mundo rural pela conscincia do civilizado.(C) a revelao da natureza intocada pela civilizao.(D) o contraste entre dois universos culturais. (E) a descoberta da usina por um menino de engenho.

    Ao todo, 44% dos alunos reconheceram, no texto dado, idias produzi-das por uma certa vivncia do mundo. Revelam, assim, compreenso do texto enquanto objetosocial e historicamente construdo.

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    Item 21O texto como objeto sociohistoricamente construdo Reconhecer, em

    um texto dado, marcas de valores e intenes dos agentes produtores em funo de seus com-prometimentos e interesses polticos, ideolgicos e econmicos (discurso religioso, cientfico,poltico-sindical, poltico-empresarial).

    21. A pena de morte no deve ser instituda. Se no sobrassem razes humanitrias, ainda ha-veria razes pragmticas: nos pases em que a pena se aplica, no se nota diminuio sensvelda criminalidade. No caso do Brasil, no parece haver dvida que a aplicao se restringiria aosmiserveis entre os miserveis.

    No texto acima, inteno do autor(A) lamentar a deciso de se incluir a pena de morte entre as sanes legais.(B) apelar para o sentimentalismo do pblico, diante de uma questo emocional.(C) sugerir que, no caso de sua promulgao, a pena de morte no se aplique apenas aos mise-

    rveis.(D) debater o fato de que a pena de morte tenha reduzido a alta incidncia de crimes violentos.(E) persuadir o leitor quanto a distintos aspectos negativos da instituio da pena de morte.

    Reconheceram a inteno do produtor do texto 35% dos alunos. O fatode 36% terem assinalado a alternativa C (errada) parece indicar que, na anlise dos enunciados,faltou percepo da fora argumentativa de certas formulaes no sentido de persuadir (ex: Apena de morte no deve ser instituda.).

    Item 22Funes da linguagem e atos da fala Perceber, na anlise de enunci-

    ados concretos, as funes que se atribuem linguagem, conforme a inteno do enunciado(funo referencial, apelativa, emotiva etc.).

    22. Pense primeiro, depois retruque, est bem?

    No enunciado acima, a funo predominante da linguagem (A) apelativa. (B) esttica.(C) emotiva.(D) referencial.(E) metalingstica.

    Perceberam a funo da linguagem predominante no enunciado, rela-cionada com a inteno do emissor, 43% dos alunos.

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    Item 23Funes da linguagem e atos da fala Reconhecer, na anlise de

    enunciados concretos, as aes que se realizam com a linguagem conforme a inteno do enun-ciado (pedir, sugerir, mandar, batizar, condenar etc.).

    23. A forma verbal sublinhada tem a fora do imperativo em:(A) Ora, direis, ouvir estrelas...(B) Ao toque do sinal, entrar na classe. (C) preciso que eles venham comigo ao aeroporto.(D) Sero expulsos, caso assim se comportem.(E) Lembrar no me traz de volta o passado.

    Trinta por cento dos alunos reconheceram o valor imperativo impessoaldo infinitivo.

    O fato de 20% terem assinalado a alternativa C (errada) parece indicarque houve contaminao do valor semntico de preciso com a idia de ordem presente naraiz : fora do imperativo.

    Item 24Funes da linguagem e atos da fala Estabelecer relao entre a for-

    ma lingstica e a funo que a ela se atribui (por ex.: imperativo fi funo conativa; predomnioda 1 pessoa fi funo emotiva etc.).

    24. Meu corao, sem nenhuma alegria, pesa no fundo do meu peito vazio.

    A funo emotiva da linguagem, predominante na frase acima, decorre(A) do tempo verbal empregado.(B) da utilizao de uma orao absoluta.(C) das mltiplas referncias ao emissor da mensagem. (D) da utilizao do pronome indefinido.(E) da nfase dada ao destinatrio da mensagem.

    Somente 24% dos alunos reconheceram os ndices lingsticos deuma dada funo da linguagem. O fato de outros 29% terem assinalado a alternativa E (errada)parece indicar: a) confuso entre emissor e destinatrio da mensagem; b) erro sugerido peloemprego da palavra nfase, to mencionada quando se analisam enunciados sob o ponto devista das funes da linguagem.

    Item 25Progresso temtica e estratgia argumentativa Identificar a tese e

    os argumentos de um texto.

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    Ateno: As questes de nmeros 25 a 30 referem-se ao texto apresentado abaixo. Essas ques-tes possuem apenas 4 alternativas: A, B, C e D.

    No Pas do FutebolCarlos Eduardo Novaes

    Segunda-feira 14 horas Juvenal Ourio aproximou-se de um vendedor parado portade uma loja de eletrodomsticos e perguntou:

    Qual desses oito televisores os senhores vo ligar na hora do jogo? Qualquer um disse o vendedor desinteressado. No. Qualquer um no. Eu cheguei com duas horas de antecedncia e mereo uma certa

    considerao. Pra que o senhor quer saber? Para j ir tomando posio diante dele.

    O vendedor apontou para um aparelho. Juvenal observou os ngulos, pegou a almofadaque o acompanha ao Maracan e sentou-se no meio da calada.

    Ei, ei, psssiu chamou-o um mendigo recostado na parede da loja como que , meu irmo? Que foi? Perguntou Juvenal. Quer me botar na misria? Esse ponto aqui meu. Mas eu no vou pedir esmola. Ento senta aqui ao meu lado. A no vai dar para eu ver o jogo. Na hora do jogo ns vamos l para casa. Voc tem TV a cores? Claro. Voc acha que fico me matando aqui pra qu?

    Juvenal agradeceu. Disse que preferia ficar na loja onde tinha marcado encontro com unsamigos que no via desde a final da Copa de 70. O mendigo entendeu. E como gostou deJuvenal lhe deu o chapu onde recolhia esmolas. Juvenal, distrado, enfiou-o na cabea.

    No, no. Na cabea no. Por que no? J viu mendigo usar chapu na cabea? Deixe-o a no cho. Sempre pinga qualquer coisa.

    (In: Juvenal Ourio Reprter. Rio de Janeiro: Nrdica, 1977, p.24-25)

    25. A escolha do ttulo No Pas do Futebol justifica-se:(A) pelo gosto de Juvenal por esse esporte to popular no pas.(B) pelo encontro marcado com os amigos que no via desde a Copa de 70.(C) pelo fato das lojas mostrarem o jogo pelos aparelhos que esto venda.(D) pelo encadeamento dos temas presentes no texto, entre eles, o do futebol.

    Reconheceram o motivo da escolha do ttulo da crnica 38% dos alu-nos. O fato de outros 30% terem assinalado a alternativa A (dada como errada) justifica-se pelofato de esta alternativa estar contida na D, dada como correta.

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    Item 26Progresso temtica e estratgia argumentativa Analisar a seleo

    de argumentos de um texto para a corroborao da tese.

    26. A fala do personagem: Claro. Voc acha que fico me matando aqui pra qu? indica queele, ao ficar na rua, se encontrava em uma situao de(A) doena.(B) contraveno.(C) trabalho. (D) cio.

    No total, 58% reconheceram, num texto narrativo, o sentido da fala deuma personagem. O modo como a questo est proposta (o teor das alternativas) permite a res-posta correta por excluso, o que prejudica a anlise do desempenho dos alunos.

    Item 27ndices formais de estabelecimento de relao sinttico-semntica na

    progresso temtica Articular a escolha de ndice formal de estabelecimento de relao sintti-co-semntica com a estratgia argumentativa estabelecida pelo autor: contraposio.

    27. Mas eu no vou pedir esmola. Ao dizer esta frase, Juvenal est negando uma interpreta-o que o mendigo fez de uma ao sua. Esta ao foi:(A) no ter comprado um TV a cores.(B) ter-se sentado no meio da calada. (C) ter apontado para um dos aparelhos.(D) ter resolvido ver ali o jogo.

    Identificaram o motivo mediato (no imediato) de uma fala da persona-gem 67% dos alunos. A questo, que envolve compreenso de texto, no em si fcil; tornou-sefcil pelo teor das alternativas, pouco atraentes.

    Para atender ao descritor proposto, a questo teria de incidir sobre oconectivo (no caso, o mas) e seu valor no contexto da crnica.

    Item 28ndices formais de estabelecimento de relao sinttico-semntica na

    progresso temtica Analisar o valor de um ndice formal de relao sinttico-semntica nosegmento do texto dado: explicao.

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    28. H uma relao de causa e conseqncia em:(A) E como gostou de Juvenal lhe deu o chapu onde recolhia esmolas. (B) Deixe-o a no cho. Sempre pinga qualquer coisa.(C) Voc acha que fico me matando aqui pra qu?(D) Juvenal, distrado, enfiou-o na cabea.

    Reconheceram relao de causa e conseqncia num dado enuncia-do, evidenciando conhecimento de ndice formal de relao sinttico-semntica, 34% dos alu-nos. O fato de outros 35% terem assinalado a alternativa B (errada) justifica-se: a alternativaapresenta as mesmas idias, em ordem inversa: conseqncia e causa.

    Item 29Estratgia de leitura Inferir o sentido de uma palavra ou expresso,

    considerando o universo temtico.

    29. Em uma das frases abaixo, o termo em destaque tem como antecedente outro termo queaparece no texto como um recipiente.(A) Para j ir tomando posio diante dele.(B) Disse que preferia ficar na loja onde tinha marcado encontro com uns amigos.(C) E como gostou de Juvenal lhe deu o chapu onde recolhia esmolas. (D) J viu mendigo usar chapu na cabea?

    Reconheceram o antecedente de um pronome relativo 46% dos alu-nos; o reconhecimento foi indiciado, na proposta, por referncia ao sentido da palavra substitu-da. O fato de 24% terem assinalado a alternativa D (considerada como incorreta) indicia que osestudantes consideraram antecedente o termo que vem antes de outro, no aquele que, anterior,foi substitudo por um pronome relativo. Como a raiz no explicita a natureza do termo assinala-do, a alternativa D torna-se muito atraente.

    Item 30Estratgia de construo da verossimilhana do universo ficcional

    Articular a organizao do cenrio (tempo-espao) com o enredo e a ao das personagens.

    30. A informao segunda-feira 14 horas e o fato de Juvenal carregar uma almofada sugeremque a cena corresponde:(A) a uma simulao do futebol.(B) a um jogo que ocorreria num feriado.(C) ao fato de Juvenal ser um desocupado. (D) ao fato de Juvenal ser mais pobre que o mendigo.

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    Foram capazes de articular dados de tempo e espao com caracteriza-o das personagens 38% dos alunos.

    Lngua Portuguesa Tarde

    Cerca da 15.937 alunos realizaram a prova de Lngua Portuguesa noperodo da tarde, sendo que 2.248 (14%) estudavam em cursos de formao geral e 13.689(86%), em cursos profissionalizantes, conforme est indicado no Grfico 19. A mdia geral equi-valeu a 10,39 pontos, ou seja, a 35% de aproveitamento. O desvio padro foi estabelecido em4,08 pontos. A mediana situou-se prxima mdia, sendo esse ndice igual a 10. A nota mnimaverificada foi de 0 ponto (0%) e a mxima, de 27 pontos (90%). O grupo de desempenho maisbaixo obteve notas entre 0 e 8 pontos, enquanto as notas do grupo de desempenho superior situ-aram-se entre 13 e 27 pontos. Os dados sugerem, portanto, que a maioria dos alunos avaliadosnesta disciplina, neste turno, teve rendimentos inferiores a 43% de acertos. O ndice de fidedigni-dade foi de 0,65, sugerindo a adequao do instrumento de avaliao para medir os objetivos econtedos determinados. A maior parte dos itens da prova foram considerados discriminativos,sendo que, dentro deste quesito, 13% foram classificados como excelentes, 53%, como bons,10%, mdios e 35% no discriminaram.

    Grfico 19 Distribuio dos alunos por estado emodalidade de curso em Lngua Portuguesa Tarde

    Os alunos dos cursos de formao geral tiveram mdia igual a 10,98(37%), enquanto nos cursos profissionalizantes, em que se encontrava a maior parcela dos estu-dantes, a mdia foi de 10,29, representando 34% de acertos. O Grfico 20 indica a distribuiodos escores obtidos pelos estudantes nessa prova.

    Grande parte dos itens caracterizou-se como de dificuldade mediana,pois somente 7% foram difceis e 17%, fceis.

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    Grfico 20 Distribuio dos escores obtidos pelosalunos: Lngua Portuguesa Tarde

    Comentrios relativos prova de LnguaPortuguesa TardePara permitir uma compreenso mais apurada daquilo que os estudan-

    tes foram capazes de realizar, solicitou-se a especialistas que comentassem os resultados obti-dos em cada prova. Antecedendo os comentrios, apresentam-se os contedos e descritoresque nortearam a elaborao de cada questo.

    Item 1Caractersticas e estratgias prprias de cada gnero Reconhecer

    caractersticas bsicas de uma narrativa ficcional (conflito e desenlace, personagens, tipo denarrador).

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    Ateno: As questes de nmeros 1 a 3 referem-se ao texto apresentado abaixo.

    O autor invisvel

    Certa vez, Quando se realizava um garden-party num dos castelos da Inglaterra, compa-receu um distinto ancio, muito bem-posto e apoiado na sua bengala. E, para constrangimentode todos, olhava detidamente na cara de cada um, como se se tratasse de um bicho ou de umacoisa. E como algum indagasse quem era, respondeu o anfitrio que se tratava do romancistaSir Bulver-Lytton, j completamente gag e que se considerava invisvel.

    Gag? Mas o que ele estava realizando era o ideal de todo verdadeiro romancista: serisento de quaisquer inibies, de respeitos de qualquer ordem, e ver portanto imparcialmente omundo. No embelezar, no reformar, no polemizar: ver!

    (Obs: Garden-party = festa dada num jardim)

    1. O ltimo pargrafo do texto contm(A) palavras de uma personagem, um dos presentes festa, respondendo informao do

    anfitrio.(B) o pensamento do ancio quando ouve o que se afirma sobre seu comportamento.(C) palavras do protagonista, que o narrador da histria.(D) a fala do narrador que, discordando do anfitrio, d sua opinio sobre o comportamento do

    protagonista. (E) palavras do autor invisvel.

    Muitos no reconhecem a voz do prprio narrador, ou deixam de lheatribuir a precisa significao que tm suas palavras. A alta incidncia na escolha de C revelaindistino entre narrador e protagonista de uma ao.

    Item 2Progresso temtica e estratgia argumentativa Estabelecer relao

    entre o ncleo dramtico e outros elementos da narrativa.

    2. O episdio narrado permitiu que o narrador(A) criticasse as pessoas que estranham o comportamento dos idosos.(B) desse sua opinio pessoal sobre os romancistas em geral. (C) se indagasse sobre o porqu de as pessoas julgarem umas s outras.(D) revelasse sua surpresa diante de uma atitude pouco social.(E) manifestasse sua dvida sobre as razes de certos comportamentos humanos.

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    A distribuio das respostas entre A, B e C indica no haver muita dis-criminao entre o que seja uma opinio, uma crtica e uma indagao interferncias mais ob-jetivas. Houve relativa facilidade em se descartar surpresa e dvida atitudes mais subjetivas.

    Item 3ndices formais de estabelecimento de relao sinttico-semntica na

    progresso temtica Identificar um ndice formal de estabelecimento de relao sinttico-semntica num texto dado: concluso.

    3. A frase que apresenta idia de concluso :(A) ... e ver portanto imparcialmente o mundo. (B) ... como se se tratasse de um bicho ou de uma coisa.(C) E, para constrangimento de todos, olhava detidamente na cara de cada um.(D) ... quando se realizava um garden-party num dos castelos da Inglaterra...(E) Certa vez, compareceu um distinto ancio, muito bem-posto e apoiado na sua bengala.

    Facilidade no reconhecimento de portanto como marca conclusiva dodiscurso. Alguns confundem o que seja conclusivo com o que apenas posterior (C, D e E).

    Item 4Caractersticas e estratgias prprias de cada gnero Estabelecer

    relao entre os aspectos formais e temticos de um texto potico (lirismo amoroso, descriode objeto ou cena, retrato de cotidiano, narrativa dramtica).

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    Ateno: As questes de nmeros 4 e 5 referem-se ao texto apresentado abaixo.

    PeregrinaoManuel Bandeira

    O crrego o mesmo.Mesma, aquela rvore,A casa, o jardim.

    Meus passos a esmo(Os passos e o esprito)Vo pelo passado,Ai to devastado,Reconhecendo tristeTudo quanto existeAinda ali de mim Mim daqueles tempos!

    4. Nesse poema, o poeta se refere(A) a uma viagem feita em romaria a um lugar sagrado de sua religio.(B) a um passeio sem destino por uma cidade em runas.(C) mesmice de uma cidadezinha qualquer, igual a tantas por onde j passara.(D) a uma triste volta ao seu passado, que lhe revela quanto de si se perdeu no tempo. (E) a uma terra distante que, nunca visitada, reconhece por ter sido tantas vezes imaginada.

    Grande facilidade no reconhecimento do ato da lembrana associado correta qualificao do tom de quem se lembra. O aspecto emotivo do poema, enfatizado numanica alternativa, foi logo identificado.

    Item 5Caractersticas e estratgias prprias de cada gnero Reconhecer

    recursos prosdicos freqentes em texto potico (rima, ritmo, assonncia, aliterao).

    5. Os elementos grifados no texto revelam a presena do recurso potico denominado(A) metonmia.(B) metfora.(C) pleonasmo.(D) elipse.(E) rima.

    Relativa facilidade no reconhecimento da rima. A metfora, como naprova do noturno, imediatamente identificada com a linguagem.

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    Item 6Progresso temtica e estratgia argumentativa Analisar a perti-

    nncia das informaes selecionadas na exposio do argumento.

    Ateno: As questes de nmeros 6 a 9 referem-se foto e ao texto apresentados abaixo.

    O mundo gira cada vez mais rpido. Pela telinha do computador se viaja o mundo surfandona Internet. Conectados a toda essa parafernlia eletrnica esto as crianas e os adolescentesque, diante de tantos recursos, voam pela janela de aula. Como plug-los aos captulos da hist-ria ou s equaes matemticas? Como incentiv-los a pensar nos rompantes de D. Pedro I ouobservar que na multiplicao a ordem dos fatores no altera o produto? Ou ainda, como faz-los perceber a importncia do Romantismo do sculo XIX, distante anos-luz de sua realidadehigh-tech? As perguntas, sem respostas definitivas, martelam na cabea de pais e educadores.Principalmente porque na dinmica da vida moderna aluno e professor ganharam novos papis.O professor no mais o detentor do conhecimento e o aluno no mais aquela pgina embranco onde se gravaro por meio de um sem-nmero de cpias e exerccios repetitivos asletras do saber. Alis, at o saber mudou. Diariamente, o homem redescobre que a Terra no quadrada. E a notcia chega cada vez mais rpido.

    Revista ISTO no 1 458 (10/09/97)

    6. um bom argumento para a defesa da tese a seguinte idia:(A) Os alunos tm acesso a muita informao sem a presena do professor. (B) Os mestres que tm boa formao na sua rea no tm dvidas sobre sua atuao.(C) A rapidez com que a informao circula no deve assustar os educadores.(D) Nem todos esto a par das conquistas da tecnologia.(E) As escolas procuram cada vez mais garantir um ensino eficiente.

    H alguma facilidade na relao entre as informaes da foto e as dotexto, ainda que aquela no seja clara quanto presena ou ausncia do professor.

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    Item 7Estratgias de leitura Comparar uma informao dada no texto com

    outras fontes, de modo a verificar sua pertinncia e legitimidade.

    7. No fragmento assinalado no texto (I), o autor sugere que, antes da era da tecnologia, todo pro-fessor era o dono do conhecimento e sua tarefa era imprimir o saber em seus alunos medianteum nico instrumento: a repetio.Compare essa informao com o que se afirma abaixo.

    Texto IIO verdadeiro papel do professor sempre foi, acima de tudo, desenvolver a capacidade crtica doaluno, independente do campo de conhecimento em que atue e da quantidade de informaesque tem a seu dispor.

    A comparao revela que o texto II(A) confirma as idias do texto I.(B) trata de um assunto totalmente diferente do texto I.(C) indica as causas do comportamento citado no texto I.(D) permite a observao de que o texto I indicou como geral um comportamento que no ca-

    racteriza todo tipo de professor. (E) apresenta novas idias sobre o papel do professor e, por isso, complemento do texto I,

    que trata de idias antigas sobre o ensino.

    Grande dificuldade na comparao entre textos parcialmente distintos.Neste caso, reconhece-se melhor o que neles surge como semelhante, ou complementar.

    Item 8Estratgias de leitura Articular informaes oferecidas no corpo do

    texto com outras informaes oferecidas em ilustraes ou fotos.

    8. A foto ilustra a seguinte situao associada ao texto:(A) O mundo gira cada vez mais rpido.(B) O professor busca respostas s perguntas relacionadas a seu papel de educador. (C) Diariamente o homem redescobre que a Terra no quadrada.(D) A notcia chega cada vez mais rpido.(E) Pela telinha do computador se viaja o mundo surfando na Internet.

    Confundiu-se o que a foto sugere (pesquisa, atualizao de conheci-mento etc.) com o que de fato ela mostra.

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    Item 9Relao entre texto e contexto, e entre texto e outros textos implicados

    pelo primeiro Reconhecer estratgias de significao, em funo da explorao de recursos deconotao e denotao.

    9. O verbo grifado est empregado em sentido denotativo em:(A) Pela telinha do computador se viaja o mundo surfando na Internet.(B) Como plugar os jovens aos captulos da Histria ou s equaes matemticas?(C) Diante de tantos recursos da eletrnica, os alunos voam pela janela de aula.(D) As perguntas, sem respostas definitivas, martelam na cabea de pais e educadores.(E) E a notcia chega cada vez mais rpido.

    Reconhecimento relativamente baixo do conceito de denotao, semcujo domnio prtico no se responde.

    Item 10Relao entre texto e contexto, e entre texto e outros textos implicados

    pelo primeiro Analisar as diferenas entre uma parfrase e o texto original.

    10. O argumento para a privatizao das universidades pblicas parte do princpio de que ela demasiado cara e serve aos ricos. Levantamentos socioeconmicos recentes mostram, no en-tanto, que h cada vez mais um predomnio de estudantes de classe mdia e um avano pro-gressivo dos alunos com renda familiar inferior a dez salrios mnimos.

    A nova redao NO altera o sentido do texto acima em:(A) Contrariando o argumento privativista de que a universidade pblica muito cara e s aten-

    de aos ricos, pesquisas recentes mostram que ela cada vez mais freqentada pela classe mdia e que h um crescimento contnuo do nmero de alunos com renda inferior a dezsalrios mnimos.

    (B) H um princpio de que a universidade pblica, para os ricos, muito cara e, por isso, deveser privatizada. Levantamentos recentes comprovam, nessa linha, que um nmero cada vezmaior de filhos da classe mdia e dos mais pobres est chegando universidade.

    (C) Alunos que chegam a ganhar at dez salrios e vindos da classe mdia podem chegar uni-versidade, como demonstram recentes levantamentos socioeconmicos. Isso prova quevai contra a privatizao da universidade, em que esto s os mais ricos.

    (D) O predomnio de estudantes de classe mdia e dos alunos com menor renda que dez sa-lrios mnimos fala contra o que se debate sobre a privatizao, pois a universidade pbli-ca no feita s para ricos.

    (E) O argumento de que a universidade pblica no deve atender aos ricos est derrubado, por-que h o predomnio de alunos de classe mdia e mais pobres freqentando; ela cara, mash um avano progressivo no nmero de alunos.

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    Alguma dificuldade no reconhecimento dos nexos lgicos de um dis-curso apresentado em nova verso. Neste caso, a atrao por D revela preferncia pela versomais sinttica, num perodo nico, com aspecto conclusivo mais marcado (pois).

    Item 11Contexto histrico-social na anlise textual Identificar, na leitura de

    um texto literrio, as marcas de estilo conseqentes do contexto histrico de produo.

    11. Sor Antnio de Sousa de Menezes,Quem sobe ao alto lugar, que no merece,Homem sobe, asno vai, burro parece,Que o subir desgraa muitas vezes.

    Os versos acima exemplificam a seguinte afirmao:(A) A conveno da poesia arcdica era artificial, figurando personagens e paisagens imaginrias.(B) A moralidade e a tcnica punham-se, em seus sermes, a servio dos nativos oprimidos.(C) O humor modernista servia-se da linguagem franca das ruas, do ritmo cortante da fala.(D) A stira poltica, sempre engenhosa, era uma das prticas desse poeta barroco. (E) O vigor emocional desse romntico tinha como alvos o regime poltico e o sistema de produo.

    A distribuio das respostas indica baixo reconhecimento do que sejastira e barroco, confundindo-se esses termos com outros indicadores de gnero e de estiloda poca. Parece ter havido dificuldade, tambm, numa compreenso do tom dos versos deGregrio de Matos Guerra.

    Item 12Contexto histrico-social na anlise textual Identificar, na leitura de

    um texto literrio, as implicaes no tratamento temtico e no estilo conseqentes do contextohistrico de produo e recepo do texto.

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    12. Vou comprar a catarata de NigaraGrande usina eltricaCompro tambm a Nigara Falls Power Company...Com toda a fora que conseguir de todos os dnamosEletrizar o globo terrestreFaz-lo girar como uma turbina...

    So traos da esttica e do pensamento modernista, na estrofe acima,(A) a mtrica irregular, as rimas ricas, o tema da velocidade.(B) o verso livre, a novidade tecnolgica, o tema da velocidade. (C) a confisso lrica, a mtrica irregular, o tema social.(D) o verso livre, a confisso lrica, o temor da tecnologia.(E) a nacionalizao, a mtrica convencional, a tecnologia.

    Dificuldade em se precisar, simultaneamente, caractersticas distintasda linguagem potica. Conceitos como mtrica, lirismo e versos livres no parecem familiares.

    Item 13Relaes de intertextualidade entre dois enunciados Distinguir uma

    pardia de uma parfrase.

    13. Compare estes dois enunciados:

    I. Iracema, apresentada como a virgem dos lbios de mel, encarnou a prpria terra colonizada,a natureza que generosamente se revelou ao homem branco e por ele se sacrificou.

    II. Iracema, a virgem dos lbios de mel, flechou o guerreiro mas lhe saiu o tiro (digamos assim)pela culatra: perdeu seu povo, sua casa e o prprio namorado, acabando uma palmeira que ficoua ver navios.

    Ambos os enunciados referem-se ao romance IRACEMA, de Jos de Alencar. correto afirmar que(A) I revela a inteno de destruir um mito nacionalista.(B) I e II so pardias do famoso romance romntico.(C) apenas II interpreta corretamente a inteno do romancista.(D) apenas I interpreta corretamente a inteno do romancista. (E) I e II so igualmente objetivos.

    No h familiaridade com Iracema, de Alencar. provvel que boa par-te dos acertos se deva ao tom mais srio do enunciado I, que s por isso seria visto como o queinterpreta corretamente.

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    Item 14Operaes lingsticas de estabelecimento de relaes entre forma e

    construo de sentido Realizar operaes de escolha (formas lexicais, formas de tratamento,estruturas sintticas, nveis de registro).

    14. A frase corretamente construda :(A) Logo escrever-te-ei, mantendo-lhe bem informado.(B) Ele preferiu ficar conosco mesmos a sair com ela.(C) Diga o que para eu fazer, e o farei com prazer. (D) Se Vossa Excelncia preferirdes, adiaremos a reunio.(E) Ele havia indignado-se com as acusaes que o moveram.

    Muita hesitao entre as alternativas. Dificuldade em se reconhecererros de tratamento e colocao pronominal.

    Item 15Operaes lingsticas de estabelecimento de relaes entre forma e

    construo de sentido Realizar operaes de transformao estrutural (ativa fi passiva, cons-trues adverbiais, adjetivo X locuo adjetiva).

    15. Transpondo para a voz ativa a frase Os discos teriam sido quebrados pela irmzinha, a for-ma verbal resultante ser:(A) teria quebrado. (B) tinha quebrado.(C) foram quebrados.(D) quebraram.(E) quebrara.

    O baixo ndice de acerto revela dificuldade no pr