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MECANISMOS DE CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA EM UM CURSO SUPERIOR
DE GESTÃO EMPRESARIAL
PRISCILA AMANDA RODRIGUES DE SOUZA ALCIENE RIBEIRO FEITOZA DA SILVA
São Sebastião 2012
PRISCILA AMANDA RODRIGUES DE SOUZA
MECANISMOS DE CONTRIBUIÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA EM UM CURSO SUPERIOR
DE GESTÃO EMPRESARIAL
Artigo apresentado como Trabalho de Graduação do Curso de Tecnologia em Gestão Empresarial da Faculdade de Tecnologia de São Sebastião – FATEC, para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial, sob orientação da Professora Mestre Alciene Ribeiro Feitoza da Silva
São Sebastião 2012
RESUMO
Ao atuar como Professora no ensino de Inglês com fim específico em um curso superior de educação tecnológica e em discussões com uma aluna-monitora de Inglês foi possível perceber lacunas no processo de ensino-aprendizagem da língua em questão, por parte de muitos alunos, assim, pudemos destacar as principais dificuldades e demonstrar possíveis ações para minimizar as dificuldades. Nesta perspectiva, esta pesquisa tem por objetivo apresentar e demonstrar as experiências e contribuições no processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa em um curso superior tecnológico de Gestão Empresarial.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem. Língua inglesa. Curso superior tecnológico. .
ABSTRACT
Acting as Professor and teaching English for a specific purpose in a college of technology education and in discussions with a student-monitor of English, was revealed gaps in the teaching-learning process of the language acquisition by many students, so, we highlight the main difficulties and demonstrate possible actions to minimize the difficulties. In this perspective, this research aims to present and demonstrate the experiences and contributions in the teaching-learning process of English in a technological college of Business Management. Key-words: Teaching-learning. English language. Technological college.
SUMÁRIO
Introdução .............................................................................................. 1
1. Referencial Teórico .......................................................................... 4
1.1 A Língua Estrangeira no cenário empresarial atual ..................... 4
1.2 A Língua Estrangeira com fim específico .................................... 6
1.3 Estratégias de Aprendizagem...................................................... 9
1.4 A construção da aprendizagem por meio da autonomia ............ 11
2. Metodologia .................................................................................... 13
3. Resultados e Discussão ................................................................. 16
3.1 A grade curricular de um curso superior tecnológico de gestão
empresarial........................................................................................ 16
3.2 O processo de avaliação de proficiência da LI .......................... 17
3.3 Principais dificuldades no aprendizado de ESP ......................... 18
3.4 Desafios no processo de ensino-aprendizagem da LI num curso
de Gestão Empresarial ...................................................................... 19
3.5 Os mecanismos de contribuição da faculdade no processo de
ensino-aprendizagem da LI ............................................................... 21
3.6 Experiências e contribuições: visão de uma aluna-monitora ..... 22
4. Conclusões .................................................................................... 24
Referências .......................................................................................... 25
Anexo ................................................................................................... 26
Apêndice .............................................................................................. 27
1
Introdução
Diante de um cenário empresarial totalmente competitivo e globalizado,
somente aqueles profissionais que estiverem capacitados e prontos para exercer
suas funções de maneira efetiva serão selecionados e terão a oportunidade de
participar deste ambiente. Preparar-se para o ambiente turbulento de negócios é
principalmente atender às exigências demandadas por este, atualizando-se
constantemente no sentido de adquirir novas técnicas e conhecimento para estar
capacitado.
Tal descrição faz menção ao contexto empresarial encontrado na região de
São Sebastião - São Paulo, que busca no recurso humano, habilidades que se
apresentem no desenvolvimento de atividades e funções do cotidiano empresarial,
principalmente no que diz respeito à comunicação.
Uma ferramenta importante para a comunicação dentro deste ambiente é o
domínio de pelos menos uma língua estrangeira (LE), fator facilitador de suas
possíveis negociações. Com esta visão, surgiu a preocupação de como o processo
de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa para fins específicos (LinFE), neste
caso, aplicada ao ambiente de negócios, possa ser fator vantajoso e determinante
para que os futuros profissionais possam se destacar neste mercado competitivo.
Baseado neste ambiente e voltando-se para a necessidade de melhorias
dentro do processo de ensino-aprendizagem de uma LinFE, este trabalho buscou
identificar quais contribuições para este processo que a Instituição de Ensino
superior (IES), neste caso, a Faculdade de Tecnologia de São Sebastião (Fatec)
podem propiciar, ou seja, quais as ferramentas disponíveis na instituição para que o
graduando em Tecnologia de Gestão Empresarial possa usar efetivamente o Inglês
como LE em seu currículo.
Assim, esta pesquisa procurou demonstrar que ao final da aprendizagem, o
resultado pode ser positivo se associado a mecanismos de contribuições para este
processo, como turmas de nivelamento para tornar este grupo de alunos o mais
2
homogêneo possível, monitorias e plantões de dúvidas como forma de auxílio às
aulas da grade.
Devido à relevância do tema, o propósito fundamental deste trabalho foi
apresentar e demonstrar as experiências e as contribuições de uma professora e
uma monitora de Inglês, no processo de ensino-aprendizagem da Língua Inglesa
com fim específico (LinFE), em um curso superior tecnológico de Gestão
Empresarial.
Como forma de atingir o objetivo citado, pretendeu-se, identificar e destacar
qual o impacto social da Língua Inglesa no processo de ensino aprendizagem dos
graduandos de Tecnologia em Gestão Empresarial; identificar quais são as
dificuldades comuns encontradas, elencar possíveis ações para saná-las ou
minimizá-las, e demonstrar quais as vantagens proporcionadas pelas aulas de
nivelamento e de monitoria.
Buscou-se também discutir como se dá a construção da aprendizagem por
meio da autonomia; demonstrar os desafios ligados ao ensino-aprendizagem da LI
no contexto empresarial (como os alunos chegam até a faculdade e o que se espera
destes), além de correlacionar com o conteúdo programático do curso numa
perspectiva evolucional.
Dentre os objetivos também estão elencar e demonstrar quais as ferramentas
disponíveis na Fatec São Sebastião, para que o graduando possa usar efetivamente
a LE em seu currículo e relatar as experiências e as contribuições do ponto de vista
de uma aluna-monitora de forma pragmática (por meio das aulas-auxílio).
Como embasamento teórico, para justificar e valorizar o tema delimitado
foram elencados autores que proporcionaram conhecimentos relevantes para
compor esta pesquisa, na perspectiva da LI no contexto empresarial, encontrou-se
principalmente os trabalhos de Ribeiro (2008) e Kobayashi (2010), no qual o primeiro
aborda a temática do ponto de vista dos desafios do professor de LI diante de um
cenário empresarial globalizado, e o segundo, do ponto de vista de como as
empresas avaliam o conhecimento acerca da LI, dos funcionários e candidatos a
funcionários da empresa.
3
Quanto à construção do conceito de língua estrangeira para fim específico e
sua aplicação no mundo dos negócios, encontrou-se o trabalho de Vian Jr (1999),
que alerta os seus leitores para a escassez de pesquisas voltadas a este tema,
sendo esse um dos motivos que levou as pesquisadoras a desenvolver esse
trabalho.
Para fundamentar os conceitos de estilos de aprendizagem e suas principais
estratégias, Paiva (2007) aborda a existência de diferentes estilos e preferências de
acordo com cada indivíduo; já Vilaça (2010) reconhece que as estratégias de
aprendizagem são como ferramentas peculiares de escolha particular e sua
identificação deve permitir melhor desempenho neste processo.
Com relação à construção do conhecimento de uma língua estrangeira por
meio da autonomia, Vilaça (2010) ainda afirma que aprendizes autônomos tendem a
empregar melhor suas estratégias de aprendizagem, adequando-as ao seu perfil,
preferência, necessidade e metodologia de estudo.
O desenvolvimento da presente pesquisa construiu-se por meio de pesquisa
de campo, bibliográfica e documental. Para a coleta de dados, usou-se como
instrumento questionário composto por questões fechadas e de múltipla escolha,
aplicado aos alunos participantes das aulas de suporte de Inglês, cedidas pela IES
escolhida. Deste processo, originaram-se ricas informações para compor esta
pesquisa, que foram devidamente selecionadas e organizadas, facilitando a ações
posteriores a análise e discussão.
4
1. Referencial Teórico
1.1 A Língua Estrangeira no cenário empresarial atu al
O cenário empresarial encontrado nos dias atuais é oriundo da globalização e
da internacionalização dos negócios, que por consequência, tornou as relações
interculturais algo mais comum para as pessoas e as organizações (RIBEIRO,
2008).
Partindo desse princípio, de acordo com o autor, as empresas que não
respeitarem tais diferenças culturais estarão cometendo grave erro, impossibilitando
a realização de negócios internacionais ou até mesmo a utilização de um sistema
operacional, o que pode levar a prejuízos consideráveis, tanto monetários quanto na
qualidade relativa à comunicação entre clientes e colaboradores (idem).
Pode-se afirmar então que o sucesso de um profissional no âmbito
empresarial corresponde às habilidades de comunicação que o permitam
estabelecer, com qualidade, relações de negócios e lidar com os mais variados
clientes de sua empresa. Assim, diante deste cenário empresarial globalizado surge
a preocupação, do ponto de vista do professor de LI, de como lidar com os desafios
que a ascensão deste ambiente trouxe às relações empresa/cliente (RIBEIRO,
2008).
Um exemplo destes desafios encontra-se no processo de seleção e
contratação de pessoal, no qual o mercado de trabalho vem impondo cada vez mais
regras para a escolha de profissionais baseadas principalmente na facilidade de que
5
a LI oferece no acesso ao conhecimento, tecnologia, cultura e comunicação
(KOBAYASHI, 2010, p. 3).
Com destaque entre as línguas estrangeiras (LE) utilizadas nas relações
comerciais do mundo, a Língua Inglesa é a mais usada, segundo Crystal apud
Ribeiro (2008) a LI é:
Usada como oficial ou semi-oficial em mais de 60 países e ocupa posição importante em outros 20. Ela é dominante ou está firmemente estabelecida em todos os seis continentes. É a língua mais usada em livros, jornais, aeroportos e controle aéreo, negócios internacionais e conferências acadêmicas, ciências, tecnologia, medicina, diplomacia, esporte competições internacionais, música popular e propaganda (...). Todos os anos o Conselho Britânico ajuda 25 milhões de estudantes estrangeiros a aprender a língua inglesa em vários países do mundo.
Considerada como fator fundamental para o estabelecimento de uma
comunicação de sucesso entre culturas, a LI, não deve ser interpretada apenas pela
sua boa fluência ou conhecimento gramatical, mas sim abrangendo os aspectos
culturais nela inseridos, ou seja, a adaptação do profissional perante a diversidade
de culturas (RIBEIRO, 2008).
Assim, o autor identifica o desafio de trazer tais diversidades culturais para
dentro do processo de ensino-aprendizagem de LI, que justifica as mudanças
necessárias quanto à inserção de conceitos e troca de experiências voltadas ao
aprofundamento destas questões. Isso acarretará na percepção por parte dos
aprendizes de que diferenças entre povos existem e que precisam ser entendidas e
respeitadas, tornando-os capazes de lidar e amenizar certas questões que poderão
surgir em futuros relacionamentos.
Por outro lado, o autor contrasta que os formadores de futuros gestores
empresariais possuem a responsabilidade de qualificar esses profissionais e
necessitam estar em constante atualização, buscando nas mais diversas áreas, as
mudanças e suas adaptações relevantes ao âmbito empresarial.
Como principal exigência de grande parte das organizações, o conhecimento
a cerca da LI é fator fundamental para a inserção dos profissionais no mercado de
trabalho, segundo Kobayashi (2010) as empresas são os principais locais de
6
investigação sobre o aproveitamento e o uso efetivo desta língua, visto que em
muitos casos, é tal habilidade que viabiliza o emprego de muitos indivíduos.
Dentro destas empresas, Kobayashi (2010) identifica três momentos onde os
colaboradores devem demonstrar a capacidade de uso da LI, sendo eles:
O primeiro seria o processo de seleção de emprego, no qual o candidato realiza testes que podem ser escritos e/ou orais. Já o segundo momento englobaria as tarefas desempenhadas no dia a dia. A situação seguinte seria consequência de uma promoção ou mudança de funções, quando o profissional, que não utilizava a língua em sua posição anterior, passa a utilizá-la devido ao novo posto. Nesse caso, o inglês torna-se uma exigência anteriormente não existente.
Entretanto, a identificação desta capacidade faz parte de um processo
avaliativo de proficiência errôneo, pois, de acordo com Kobayashi (2010), as
organizações, em sua grande maioria, carecem de parâmetros estimados relativos a
sua visão de comunicação e linguagem, e não estão avaliando apropriadamente
seus funcionários e futuros candidatos a funcionários para assumirem tais cargos e
funções.
A partir deste contexto apresentado, busca-se maneiras para atender às
necessidades demandas dos profissionais ingressantes neste mercado, como a
constante atualização acadêmica e o aperfeiçoamento de ferramentas de
comunicação. Nesta perspectiva, a Fatec São Sebastião, no curso de Gestão
Empresarial, ambiente foco desta pesquisa, busca qualificar seus graduandos
através de um conteúdo programático de seis períodos direcionado à LI com fim
específico: o mundo dos negócios.
1.2 A Língua Estrangeira com fim específico
Partindo de um breve histórico do ensino de uma LinFE, no Inglês chamada
de Language for Specific Purposes (LSP), que a partir de agora denominamos
7
English for Specific Purposes (ESP), podemos então defini-lo, como o ensino da LI
com uma abordagem específica que vai ao encontro das necessidades do aprendiz
e que permite que este desempenhe funções comunicativas nos mais diferentes
aspectos, seja oral, escrita ou interpretativa (VIAN JR, 1999).
Num breve histórico podemos dizer que o ensino de uma LinFE começou a
ser classificado como tal, por volta dos anos 60, por Swales apud Vian Jr (1999), ou
seja, a partir desse período, começam as publicações a respeito do tema. No Brasil,
dá-se o crescimento do assunto, por volta dos anos 70, por meio de programas que
atendessem às necessidades dos alunos de programas de mestrado em Linguística
Aplicada e culmina com o período atual, no qual o ensino do Inglês, em cursos como
o de Gestão Empresarial, se dá por meio de uma abordagem acerca dos aspectos
profissionais do meio.
Assim, podemos dizer que o termo ESP permite uma melhor interpretação em
relação ao termo mais comumente usado nas ruas: Inglês Instrumental, o qual é
marcado pelo aspecto voltado apenas para a leitura, o que diferencia do ESP, uma
vez que este aborda funções comunicativas com foco nos propósitos do aprendiz
(SWALES apud VIAN JR, 1999), que tem uma duração previamente determinada e
os aprendizes normalmente são adultos, que segundo Robinson apud Vian Jr (1999,
p. 441):
An ESP course is purposeful and is aimed at the successful performance of occupational or educational roles. It is based on a rigorous analysis of students’ needs and should be ‘tailor-made’. (...) It is likely to be of limited duration. Students are more often adults and may be at any level of competence.
Esse aspecto demonstra bem o que acontece no curso de Gestão
Empresarial, uma vez que os alunos são adultos com foco na empregabilidade da
região e passam por vestibular, o qual inclui questões de Inglês, mas estudam na
mesma sala com níveis dos mais diferenciados possíveis. Apesar de passarem por
exame de proficiência no início do 1º semestre, o que pode dispensá-los ou não da
disciplina, mesmo assim, permanecem na mesma sala, porém com níveis diferentes
e com o mesmo objetivo.
8
De acordo com Dudley-Evans & St John (apud VIAN JR, 1999), o ESP tem
algumas características fixas, sendo elas o fato do curso ser preparado para atender
às necessidades do aprendiz, usa metodologia e atividades que atendam à
disciplina em questão, tem o foco na língua, em habilidades, estratégias, discurso e
gêneros apropriados às atividades.
Já como características variáveis, o ESP pode ser delineado para atender
disciplinas específicas, pode usar metodologias diferenciadas às aplicadas no
ensino do Inglês de forma geral, pois pode estar envolvida em situações do dia a dia
do aprendiz. Normalmente é aplicado ao ensino profissionalizante de adultos, que
pode ser no ensino superior ou técnico, o aprendiz precisa ter um conhecimento
básico da língua em questão, pois o foco será nas situações específicas da área de
atuação.
Assim, podemos definir como características essenciais do ESP, o ensino que
envolva a análise de necessidades, os objetivos claramente definidos, e por fim o
conteúdo específico, pois ainda segundo Vian Jr (1999, p. 444), os:
Aprendizes no contexto empresarial têm objetivos claramente definidos e os querem atingir em curto prazo, além do fato de que tais objetivos devem contemplar a equação custo/benefício.
Com o desenvolvimento do Inglês como língua internacional e a globalização,
tornou-se necessário a utilização de ferramentas que pudessem mensurar e conferir
ao aprendiz uma documentação formal que refletisse o nível de utilização da língua
em questão, com isso, vários certificados de proficiência passaram a ser utilizados,
entre eles podemos citar o TOEIC (Test of English for International Communication),
o qual vem sendo aplicado nos alunos do 6º semestre da Fatec, desde dezembro de
2012, sendo considerado também uma ferramenta de contribuição no processo de
ensino-aprendizagem de uma LInFE.
Portanto, percebemos que os aprendizes do curso de Gestão Empresarial,
precisam ter, além do conhecimento em LI, o conhecimento da língua aplicado às
situações relativas ao meio empresarial, que Vian Jr (1999, p. 452), denomina de
“performance skills”, que podem ser “atender telefone, participar de reuniões, fazer
9
apresentações, negociações, entre outras”, (idem), para tanto, essa pesquisa busca
mostrar, como ferramentas, do tipo nivelamento e a monitoria de LI, podem
contribuir para a melhora nessas “performance skills”, desenvolvidas nas aulas que
compõem a grade de ensino.
1.3 Estratégias de Aprendizagem
Dentro deste ambiente de troca de informações, com relação aos estilos de
aprendizagem e suas estratégias voltados à aquisição de conhecimento acerca de
uma LE, Paiva (2007, p. 12) aborda a existência de diferentes estilos e preferências
de acordo com cada indivíduo. Em sua tese, a autora afirma que:
Na mesma sala de aula temos alunos de temperamentos diferentes: introvertidos e extrovertidos; os que agem mais pela emoção e os que utilizam mais a razão. Quanto à percepção há os alunos que aprendem melhor ouvindo; outros utilizando a visão; outros usando as mãos ou fazendo movimentos com o corpo. (grifos do autor)
Quanto à cognição, Paiva (2007, p.12) ainda afirma que existe a possibilidade
de dividir este estilo de aprendizagem em dois tipos básicos: 1º - “aprende passo a
passo, gosta de ver o conteúdo em uma sequência e de analisar os fatos. Aprende
melhor de forma individual”. No 2º tipo - O aprendiz adquire conhecimento de
maneira global, contextualizada e a partir de experiências significantes, interagindo
com os outros indivíduos.
A partir desse pensamento, afirma-se que com a existência de diferentes
estilos de aprendizagem, como mencionados acima, deve-se, portanto estabelecer
ações que estimulem a aprendizagem de cada indivíduo. Nas palavras de Paiva
(2007, p. 13), essas ações são caracterizadas como “estratégias de aprendizagem”.
10
Como forma de contribuição para a construção do conhecimento acerca de
uma nova língua, as estratégias de aprendizagem, conforme afirma Oxford citada
por Vilaça (2010, p. 22) são:
Passos dados pelos estudantes para melhorar sua aprendizagem. As estratégias são especialmente importantes na aprendizagem de línguas porque elas são ferramentas para um envolvimento ativo e autodirigido, o que é essencial para o desenvolvimento da competência comunicativa. Estratégias de aprendizagem de línguas apropriadas resultam em proficiência aperfeiçoada e maior autoconfiança.
Como afirma a pesquisadora citada, as estratégias de aprendizagem como
ferramentas peculiares são de escolha particular, as quais o próprio aprendiz
adéqua-as ao percurso de seu aprendizado. Para isso, faz-se necessário à
identificação de qual ou quais estratégias se deve fazer uso.
Segundo Oliveira & Chadwick (apud VILAÇA, 2010) este processo de
identificação de estratégias de aprendizagem permite melhor compreensão do
desempenho dos aprendizes na construção deste conhecimento, transparecendo a
maneira com que estes agem durante o processo de ensino-aprendizagem de
línguas.
Outro conceito originado pela adaptação dessas ferramentas efetivas aos
passos da aprendizagem de um graduando é chamado de “estratégias produtivas”
(RUBIN apud VILAÇA, 2010, p. 24). Segundo o trabalho desta autora, o objetivo era
dirigir o emprego positivo de diversas estratégias pelos bons aprendizes de línguas
estrangeiras para aqueles menos competentes, por meio da instrumentalização
deste conceito, buscando a igualdade de níveis motivacionais e comportamentais
dentro desta aprendizagem, tão diferenciada e que ocorre em um mesmo espaço,
ou seja, em uma mesma sala de aula.
Partindo deste interesse voltado aos bons alunos, existem ainda outros dois
aspectos importantes dentro do contexto de estratégias de aprendizagem, como
afirma Vilaça (2010): a autonomia do aprendiz e o ensino de estratégias de
aprendizagem.
11
1.4 A construção da aprendizagem por meio da autono mia
Atualmente tem-se observado que aprendizes autônomos tendem a empregar
melhor suas estratégias de aprendizagem, adequando-as ao seu perfil, preferência,
necessidade e metodologia de estudo. De acordo com Vilaça (2010), o principal
resultado disso é a diminuição da dependência do professor, que por outro lado, é a
característica fundamental em alunos passivos para o percurso do aprendizado.
Este importante fator deve-se a mudança de foco, do professor para o
aprendiz, dentro do processo ensino-aprendizagem, o qual tem sido amplamente
aceito no contexto de aprendizagem linguística (ibidem).
Tal foco pôde ser identificado a partir de avanços no processo de
aprendizagem de LE nos anos 70, que segundo as pesquisas de Brown (apud
MOURA FILHO, 2005, p. 6), observou-se que não há apenas um método que possa
garantir sucesso dessa aprendizagem, mas que devido a diferenças individuais,
alguns aprendizes conquistavam a meta independente da metodologia de ensino
aplicada.
O ensino de estratégias de aprendizagem busca transmitir maior autonomia
ao aprendiz na construção de seu conhecimento acerca de uma nova língua, Vilaça
(2010) expõe que este aprendizado ou treinamento estratégico dá-se de diversas
formas e critérios, basta selecioná-los de acordo com o interesse do próprio
aprendiz.
Dessa forma, a atual pesquisa terá o enfoque voltado para as contribuições
da Faculdade no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, ou seja, quais as
ferramentas disponíveis na instituição para que o graduando em Tecnologia de
Gestão Empresarial possa usar efetivamente o Inglês como LE em seu currículo e
também aplicá-lo em situações de um ambiente empresarial que necessitem de
12
certo conhecimento específico desta língua, dentro da perspectiva de uma aluna-
monitora de Inglês.
13
2. Metodologia
Para o desenvolvimento da presente pesquisa utilizou-se o método
Hipotético-dedutivo, classificado como um dos métodos de abordagem, que podem
ser definidos como um “[...] conjunto de procedimentos utilizados na investigação de
fenômenos ou no caminho para chegar-se à verdade.” (ANDRADE, 2009, p. 120).
Após o processo de formulação de hipóteses que buscou solucionar a
questão a seguir levantada: “Como desenvolver mecanismos de contribuições que
possibilitem expressar qualitativamente o real aproveitamento de alunos formados
no curso acima citado, em relação ao aprendizado da Língua Inglesa como um todo
(aulas presentes na grade curricular juntamente com aulas-auxílio cedidas pela
faculdade)?”, estas foram verificadas por meio de técnicas de pesquisa de campo,
bibliográfica e documental.
A aplicação desta pesquisa ocorreu em uma parcela da população do corpo
discente da Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, ou seja, neste trabalho o
campo de pesquisa foi uma amostra deste universo, pois apenas foram analisados
os alunos participantes das aulas de auxílio (nivelamentos e monitorias), foco de
estudo deste projeto, que de acordo com Lakatos (2009) amostra é “uma porção ou
parcela, convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto
do universo”.
Com relação à forma de levantamento de dados ou o objeto de estudo, os
tipos de pesquisa mais adequados são: pesquisa de campo, bibliográfica e
documental. A pesquisa de campo aborda o objeto em seu próprio ambiente,
segundo Severino (2007, p. 123) “a coleta de dados é feita nas condições naturais
em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados, sem
intervenção e manuseio por parte do pesquisador”.
Como técnica comumente utilizada e considerada indispensável para
qualquer pesquisa científica, a pesquisa bibliográfica, conforme ainda afirma
Severino (2007), designa a investigação através de registros disponíveis resultantes
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de pesquisas realizadas anteriormente sobre um determinado fato ou fenômeno
similar, em documentos impressos.
Por fim, a pesquisa documental, no qual o estudo e a análise foram feitos a
partir de documentos de fonte primária. De acordo com Rampazzo (2005), além de
prover ao pesquisador, baixos custos em relação aos outros tipos de pesquisa,
também proporcionam melhor visão do problema identificado.
Como forma de coleta de dados, o instrumento questionário foi aplicado,
como já mencionado, aos alunos participantes das aulas de suporte da LI cedidas
pela IES escolhida. Segundo Severino (2007, p. 125), um questionário é o:
Conjunto de questões, sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados, com vista a conhecer a opinião dos mesmos sobre os assuntos em estudo. As questões devem ser pertinentes ao objeto e claramente formuladas, de modo a serem bem compreendidas pelos sujeitos. As questões devem ser objetivas, de modo a suscitar respostas igualmente objetivas, evitando provocar dúvidas, ambiguidades e respostas lacônicas.
A coleta de dados para esta pesquisa foi realizada por meio de um
questionário aplicado à amostra constituída pelos alunos participantes das aulas
auxílio-suporte (monitoria e nivelamento) dos períodos vespertino e noturno, no final
do primeiro semestre e começo do segundo no ano letivo de 2012. A amostra foi
devidamente orientada, tomando conhecimento de que tal pesquisa poderá ser
novamente solicitada no segundo semestre deste ano. O cenário desta pesquisa
encontrava-se em certa tensão, pois neste período geralmente ocorrem as
divulgações de notas e realizações de avaliações substitutivas e de exames.
O processo da coleta de dados foi realizado a partir da explicação do
preenchimento do questionário e de suas particularidades, como o termo de sigilo e
de privacidade quanto aos dados recolhidos1. Neste questionário não há a
necessidade de identificação do aluno, pois ambos serão tratados por meio de
nomenclaturas e siglas, ambas também inseridas no termo citado.
1 Buscando manter o sigilo quanto à privacidade dos participantes na pesquisa, estes serão identificados por meio de siglas e números, como: aluna-pesquisadora (AP) e os alunos participantes das aulas de suporte à LI (AAS). Com o acréscimo de um número, o código resulta em AP1, AAS1, AAS2, etc. Quanto ao uso de todos os dados resultantes dessa pesquisa, estes apenas serão única e exclusivamente utilizados para a elaboração deste Trabalho de Graduação.
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Após a devida coleta e seleção destes dados, a organização dos mesmos
deu-se a partir de recursos como tabelas e gráficos, evidenciando o resultado obtido.
Essa representação ocorreu de forma clara e objetiva, facilitando a ação posterior de
análise e discussão destes dados, e proporcionando uma ferramenta efetiva de
tomada de decisão para o graduando.
16
3. Resultados e Discussão
3.1 A grade curricular de um curso superior tecnoló gico de gestão
empresarial
Diante do ambiente foco desta pesquisa, o curso superior de Gestão
Empresarial: processos gerenciais, da Fatec São Sebastião, que possui em sua
grade curricular seis períodos de ensino da LI, a partir desta observação, criou-se a
preocupação relativa ao acompanhamento e principalmente à identificação de
questões que necessitem de melhorias.
Partindo da visão estratégica da instituição que busca a qualificação de seus
aprendizes para o mercado empresarial, que abrange principalmente as relações de
negócios que serão estabelecidas pelos graduandos com parceiros globais, para
suprir a demanda de tal cenário, surge a necessidade de capacitar estes futuros
profissionais e de avaliá-los ao final deste processo, garantindo assim o êxito do
ensino.
Tal percepção estratégica pode ser confirmada por meio da Matriz Curricular
do curso citado, encontrada no Anexo I deste trabalho, permitindo também a
identificação do alto grau de constância da disciplina de Língua Inglesa presente
durante todos os semestres deste curso. Tal língua está contida no grupo de
disciplinas básicas do curso, na área de Comunicação em LE, juntamente com a
língua espanhola, totalizando 11,5% dos 39% referentes a este eixo, estando
apenas atrás de disciplinas como Administração, Contabilidade, Economia,
Sociologia e Direito (12,5%).
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3.2 O processo de avaliação de proficiência da LI
O processo avaliação da LI é composto pelo exame de proficiência inicial que,
segundo o Núcleo de Ensino-aprendizagem e Pesquisa em Línguas Estrangeiras
(NEPLE)2, busca compreender e avaliar o nível de conhecimento linguístico dos
alunos ingressantes na instituição, e pelo exame de proficiência final, o qual se dá
por meio do TOEIC.
A avaliação de proficiência da instituição é fundamentada nas instruções
definidas pelo NEPLE, e sua aplicação estrutura-se da seguinte maneira: Exame
escrito (online) ocorre no ato da matrícula ou até a primeira semana de aula. A
segunda chamada desta avaliação acontece até a primeira semana depois do dia da
matrícula final do semestre; e o exame oral ocorre do primeiro dia de aula até a
primeira semana depois do dia da matrícula final do semestre e é aplicado somente
aos alunos que se classificarem do nível três em diante, no exame escrito.
O objetivo da aplicação da avaliação de proficiência em LI é formar classes de
acordo com cada nível atingido com uma infraestrutura personalizada, ou seja,
turmas compostas de alunos heterogêneos que precisem de orientações relativas
aos níveis alcançados no teste, com recursos didáticos apropriados.
Outro objetivo identificado neste tipo de avaliação de conhecimento
linguístico, é a dispensa de alunos, eliminando disciplinas em que este aluno já
esteja hábil para exercer as habilidades nela requeridas. Dessa forma, o aluno não
precisará participar das aulas desta disciplina, pois já possui o conhecimento que ali
será ministrado, mensurado através do exame de proficiência. Este aluno terá a
disciplina registrada em seu histórico escolar, com código específico, sendo-lhe
atribuída à carga horária correspondente.
A avaliação final dá-se por meio do TOEIC, constituído de duzentas questões
de múltipla escolha em um teste impresso, com a finalidade de avaliar as
2 O NEPLE foi criado por um grupo de professores de Línguas Estrangeiras (Inglês e Espanhol) e de Informática do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, e tem por objetivo divulgar pesquisas realizadas pelos integrantes do grupo e desenvolver pesquisas conjuntas sobre questões relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem de LE
18
habilidades de leitura e compreensão auditiva presentes no progresso da
aprendizagem dos profissionais que buscam a certificação internacional.
Esta avaliação é aplicada para os quartos e últimos semestres da instituição.
A estrutura de aplicação baseia-se na percepção de que um aluno do quarto
semestre deve apresentar um conhecimento mais solidificado ao longo de quatro
períodos de aprendizado e em contato com a LI, tanto em sala de aula como
participando das aulas de auxílio-suporte. E no último período serão avaliados o
desempenho e progresso desse aluno após dois semestres da primeira avaliação.
Este último instrumento de avaliação apresentado não proporciona somente o
resultado do desempenho do aluno durante o seu processo de aprendizado de LI,
mas também fornece uma certificação válida em territórios nacional e internacional,
como forma de diferencial no mercado de trabalho.
3.3 Principais dificuldades no aprendizado de ESP
Após a realização desta pesquisa acadêmica por meio do instrumento
questionário, conforme Apêndice I – Questionário para pesquisa científica: Avaliação
das aulas de suporte de língua inglesa – Fatec S. Sebastião / SP, e a organização
dos dados resultantes, podem-se observar algumas peculiaridades quanto às
dificuldades no processo de ensino-aprendizagem da LI com fim específico.
De acordo com a terceira questão do questionário, correspondente a
identificação destas dificuldades em relação às quatro habilidades linguístico-
comunicativas: compreensão oral (audição e assimilação), produção oral (fala e
pronúncia), compreensão escrita (compreensão na leitura) e produção escrita
(escrita), os alunos participantes das aulas de suporte à LI (AAS) puderam
selecionar pelo menos uma dessas alternativas, ilustrando seus pontos fracos
perante tal LE.
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Neste caso, a maioria dos AASs relacionou a sua maior dificuldade quanto à
habilidade de compreensão oral, que envolve o entendimento e a assimilação tanto
de conteúdo quanto na oralidade. Em seguida, foram selecionadas as habilidades de
produção escrita e de produção oral, e por fim a alternativa de compreensão escrita,
respectivamente.
3.4 Desafios no processo de ensino-aprendizagem da LI num curso de
Gestão Empresarial
O processo de ensino-aprendizagem desenvolvido ao longo do curso de
Gestão Empresarial baseia-se em um conteúdo programático estruturado de forma
que o aluno ingressante na instituição possa progredir e evoluir quanto ao uso das
habilidades da LI na comunicação com outras culturas ou em situações rotineiras,
como uma atividade operacional, buscando, ao final deste curso, capacitá-los para o
uso efetivo de tal LE.
Ao se estabelecer uma comparação entre o Ementário de cada semestre,
presente na Matriz Curricular do curso citado (anexo I), e uma perspectiva
evolucional dos alunos, podem-se identificar pontos gramaticais de referência que
funcionam como metas, buscando, ao final do curso, superar tais desafios e atender
plenamente o objetivo maior: a capacitação efetiva do aluno quanto à LI.
Deve-se estar atento que se o aluno somente atingir tais pontos referenciais
não será o suficiente para garantir a excelência em seu desempenho, pois o
conteúdo programático desta disciplina é composto de habilidades linguísticas e
culturais, ambas voltadas ao mundo dos negócios.
De acordo com a ementa do primeiro semestre, objetiva-se que o aluno
desenvolva competências relativas à: apresentação pessoal, interpretação e
respostas a questões de sua vida cotidiana e profissional, descrição de locais,
pessoas e produtos, etc. Neste período, o conteúdo programático inicia-se com
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ênfase na oralidade, atendendo as peculiaridades do âmbito empresarial, por meio
de estruturas simples da língua.
Já no segundo semestre, busca capacitar os aprendizes quanto à
comunicação em contextos pessoais e profissionais, estabelecimento de
comparações, realização de atividades rotineiras (ex: atender uma ligação telefônica
e anotar recados), etc. Neste momento, busca-se a consolidação da compreensão e
produção oral e escrita desenvolvidas no semestre anterior.
Partindo para a expansão do conteúdo já apreendido, no terceiro semestre, o
aluno deve ser capaz de participar de discussões em contextos sociais e
empresariais usando linguagem apropriada de polidez e formalidade, entender
diferenças de pronúncia, expressar opiniões e necessidades, utilizar números para
descrever preços e dados, compreender informações de documentos técnicos
específicos da área empresarial, redigir cartas e e-mails comerciais simples, etc.
Neste momento, a bagagem linguística do aluno quanto à LI está
parcialmente preenchida, proporcionando-lhe confiança e ferramentas para a
comunicação no âmbito empresarial. Assim, no quarto semestre o objetivo principal
é que o aprendiz seja competente para participar de negociações, entrevistas de
emprego presenciais ou por telefone, redigir currículos e relatórios, etc.
Já no quinto semestre, o aluno deve ser capaz de utilizar: as habilidades
linguístico-comunicativas com maior espontaneidade e confiança; e as estratégias
argumentativas. No contexto empresarial, este aluno deve estar preparado para
acompanhar e encabeçar reuniões e apresentações orais simples e tomar nota de
informações; redigir correspondências em geral, entre outros. No âmbito acadêmico,
o mesmo pode compreender informações em artigos e textos técnicos específicos
da área, aprimorando e atualizando os seus conhecimentos.
E por fim, no último semestre, o aluno deve ser capaz de fazer uso de tais
habilidades linguístico-comunicativas com mais autonomia, efetividade e postura
crítico-reflexiva. O aperfeiçoamento de suas habilidades é crucial neste momento,
permitindo-o lidar com conflitos, discutir planejamentos, redigir textos técnicos e
acadêmicos, tomar decisões, etc. Neste período final e decisivo, a instituição termina
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o seu ciclo de seis semestres direcionados à capacitação e atualização deste aluno
para que este possa usar com efetividade a LI num ambiente competitivo de
negócios.
3.5 Os mecanismos de contribuição da faculdade no p rocesso de ensino-
aprendizagem da LI
A Faculdade de Tecnologia de São Sebastião – SP apresenta como suporte à
disciplina de Língua Inglesa alguns mecanismos de contribuição no processo de
ensino-aprendizagem de uma LE, de forma a possibilitar vantagem competitiva
quanto à comunicação para o graduando em tecnologia em Gestão Empresarial.
A instituição oferece como forma de auxílio, os seguintes mecanismos: livros
acadêmicos no acervo de sua biblioteca, programas instalados nos
microcomputadores de seu laboratório de informática, aulas de nivelamento durante
a semana, voltadas para o período vespertino e noturno, e uma monitora a
disposição dos alunos para esclarecimento de dúvidas pertinentes as aulas de LI.
A biblioteca da instituição oferece fontes de pesquisa acerca da LI, que
podem ser utilizadas, respeitando as regras de empréstimos e de conservação da
instituição. Outra possível referência para pesquisas são os dicionários também
disponibilizados na biblioteca. Há também a possibilidade de praticar os conceitos
estudados em sala de aula no laboratório de informática, pois muitas dessas
referências citadas acima possuem atividades disponíveis em CD-ROM e instalados
no laboratório.
Deste modo, a interação com esses programas torna o aprendizado e a
aquisição do conhecimento mais dinâmico, por ser um mecanismo de interface mais
agradável e divertida.
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O projeto de nivelamento e monitoria é desenvolvido pela Professora Mestre
Alciene Ribeiro3, tem como objetivo principal propiciar aos aprendizes um tempo
maior de contato com a LI. As aulas de nivelamento ocorrem na própria instituição
às quartas e quintas-feiras, das 18h às 19h e das 17h às 18h, as quais são
desenvolvidas com a presença da aluna-monitora, e busca uma homogeneização
dos alunos.
Outro mecanismo de contribuição para aprendizagem da LI é a monitoria, que
ocorre nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 17h às 19h, realizada por uma
aluna do 6º período da própria instituição, que fica disponível aos alunos para
esclarecimento de dúvidas. Essa monitoria também acontece na forma de aulas,
todas às quartas-feiras, das 17h às 18h, com um conteúdo mais básico, direcionado
aos alunos com maiores dificuldades quanto a esta língua, onde são trabalhados
problemas mais pontuais e específicos, identificados pela Professora e pelos
próprios alunos durante as aulas regulares.
Todos os mecanismos facilitadores do processo de ensino-aprendizagem de
LI citados até aqui buscam incentivar os aprendizes a implementarem a aquisição da
LI, devido a grande importância no cenário globalizado dos negócios.
3.6 Experiências e contribuições: visão de uma alun a-monitora
A oportunidade para participar do programa de nivelamento e monitoria
ofertado pela instituição contribuiu não apenas para partilhar o meu conhecimento
em conjunto com os meus colegas de faculdade, mas também para aprimorar e
expandir os meus conceitos, principalmente culturais, acerca da LI aplicada ao
ambiente de negócios.
Auxiliar nas aulas de LI não foi tão simples quanto imaginei, enfrentei alguns
obstáculos, muitos deles pessoais, como: aceitação, medo de falar em público,
3 Responsável pelas disciplinas de Inglês I, III e IV.
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nervosismo, adequação ao conteúdo e ao programa, entre outros, mas que
influenciou muito no meu crescimento profissional.
Ao atuar no esclarecimento de dúvidas e nas aulas de LI de nível básico,
pude perceber tamanha dificuldade existente no aprendizado desta língua por parte
dos alunos do curso, principalmente em relação às habilidades de audição, algo
essencial para a comunicação com outras culturas. Com o desafio de minimizar ao
máximo esta questão, buscamos focar em pontos essenciais tanto da gramática
como na oralidade, que pudessem, ao final de cada exercício do programa progredir
no aprendizado desses alunos.
Com este trabalho, através do questionário de pesquisa, podemos notar itens
que ainda precisam ser trabalhados, alguns com maior atenção, mas principalmente
o avanço e a aceitação que tal projeto alcançou. O papel de troca de conhecimento
acerca de uma LE juntamente com o esclarecimento de possíveis dúvidas pôde ser
atingido durante as aulas de nivelamento e monitoria. Esse feedback só nos mostra
o quanto este programa é importante para a formação destes graduandos e que sua
permanência é essencial.
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4. Conclusões
A finalidade principal desta pesquisa acadêmica foi buscar elencar e
demonstrar os mecanismos de contribuição no processo de ensino-aprendizagem da
LI com fim específico: ambiente empresarial, de forma que outras novas ideais de
melhorias pudessem surgir para o aprimoramento dos mecanismos já existentes,
mas também como meio de divulgação do trabalho realizado por esta instituição,
como exemplo de incentivo, motivação e aprimoramento da aprendizagem de uma
LE que vem obtendo resultados positivos.
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Referências
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PAIVA, V.L.M.O. 2007. Práticas de ensino e aprendizagem de inglês com foc o na autonomia . 2. ed. Campinas: Pontes.
RAMPAZZO, L. 2005. Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. 3. ed. São Paulo: Loyola.
RIBEIRO, M.M.S. 2008. Aspectos culturais no contexto empresarial globaliz ado: novos desafios para o professor de língua estrangeira (inglês). Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba - FATEC – ID. Disponível em: <http://www.fatecindaiatuba.edu.br/reverte_online/6aedicao/Artigo9.pdf>. Acesso em 19 mar. 2012.
SEVERINO, A.J., 2007. Metodologia do trabalho científico . 23. ed. rev. e atualizada. São Paulo: Cortez.
TOGNETTI, M.A.R. 2006. Metodologia da pesquisa . Disponível em: <[email protected]>. Acesso em 23 abr. 2012.
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Apêndice
Questionário para pesquisa científica: Avaliação da s aulas de suporte de língua inglesa – Fatec São Sebastião
1. Em que momentos a Língua Inglesa tem feito parte de sua vida?
� Profissional; � Aquisição de conhecimento; � Lazer; � Apenas como parte da grade curricular da Instituição.
2. Para você, qual é o grau de necessidade da Língua Inglesa em sua vida? � 0 a 3 (baixo); � 4 a 7 (médio); � 8 a 10 (alto).
3. Quais são as dificuldades encontradas durante o processo de aprendizagem da Língua Inglesa? Assinale pelo menos uma das alternativas abaixo:
� Escrita; � Fala e pronúncia; � Audição e assimilação; � Compreensão na leitura.
4. Com que frequência você tem participado das aulas de auxílio-suporte
cedidas pela Instituição (nivelamento + monitoria)? � Sempre; � Geralmente; � Raramente; � Apenas em véspera de avaliação; � Nunca.
5. Após a participação das aulas de auxílio-suporte, qual foi o resultado atingido?
� Total solução do problema; � Entendimento parcial; � Resultado não esperado; � Sem resultados observados.
Buscando manter o sigilo quanto à privacidade dos participantes na pesquisa, estes serão identificados por meio de siglas e números, como: aluna-pesquisadora (AP) e os alunos participantes das aulas de suporte à LI (AAS). Com o acréscimo de um número, o código resulta em AP1, AAS1, AAS2, etc. Quanto ao uso de todos os dados resultantes dessa pesquisa, estes apenas serão única e exclusivamente utilizados para a elaboração deste Trabalho de Graduação. Sua contribuição é de grande valor, e caso seja necessário, sua participação será novamente solicitada. Obrigado.
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6. Na sua opinião, o papel de troca de conhecimento acerca de uma língua estrangeira juntamente com o esclarecimento de possíveis dúvidas têm sido atingido durante as aulas de nivelamento e monitoria?
� Sim; � Não; Sugestões:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________