mecatronica facil ntqertº44

Upload: weslley-faria

Post on 07-Jul-2018

229 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    1/40

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    2/40

    iíndice

    34

    24

    Editor e Diretor Responsável

    Hélio Fittipaldi

    Conselho EditorialLuiz Henrique C. Bernardes,Newton C. Braga

     Auxiliar de RedaçãoErika M. Yamashita

    ProduçãoDiego M. Gomes

    Design GráficoCarlos C. TartaglioniEdimáldia Ferreira

    PARA ANUNCIAR: (11)[email protected] 

    Colaboradores Jeff Eckert, Newton C. Braga, Renato Paiotti

    Capa Arquivo Editora Saber 

     ASSINATURAS www.mecatronicafacil.com.br Fone: (11) 2095-5335/Fax: (11) 2098-3366

     Atendimento das 8:30 às 17:30 h

     Associado da:

     Associação Nacional dos Editores de Revistas

     Associação Nacional das Editoras de

    Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas.

      Editora Saber Ltda.

    Diretores

    Hélio Fittipaldi

    Thereza M. Ciampi Fittipaldi

    www.mecatronicafacil.com.br

    MECATRÔNICA

    FÁCIL

    2Robonews

    Notícias4

    Monta-trekoExperimentos práticos para completar seus

    trabalhos acadêmicos 

    10

    Sintonia dos servosComo sintonizar um servo e qual a sua utilidade 

    18

    Controle remoto por Laser PointerConfira as utilidades deste dispositivo para

    montagens eletrônicas 

    22

    SupercondutoresVeja o que suas tecnologias poderão nos

    oferecer no futuro 

    30

    A história dos rolamentosQuais os motivos que levaram sua criação e

    como criar um rolamento axial 

    34

    Uso de RelésMonte um relé experimental e ainda aumente a

    sensibilidade dos relés 

    24

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    3/40

    n notícias

    Mecatrônica Fácil nº442

    Robo  Jeef Eckert

    Ano passado a Honda teveuma queda prevista de 78,8% nas

    vendas em relação a 2007. Con-sequentemente o famoso ASIMO esuas outras invenções tecnológicas

    sofreram com o corte de custos,mas recentemente foi decidido queuma réplica de 15 metros estarádisponível para a Rose Parade da

    California. O objetivo é celebrar os50 anos da Honda em operação naAmérica.

    Esta versão faz uma homena-

    gem as pessoas ecologicamenteconscientes, sendo construída in-teiramente com materiais naturais.

    Estes materiais incluem sementes

    de alface, arroz e flores podendo serconsiderada uma salada agradável

    para depois da parada. Tambémestá na mostra uma moto HondaSuper Cub e um carro FCX Claritymovido a hidrogênio.

    Asimo ganha versãocomemorativa

    Réplica do ASIMO para

    Rose Parade 2009

    Cortesia da Honda

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    4/40

    notícias n

    Mecatrônica Fácil nº443

    De volta a época em que o galãode gasolina foi vendido a 4 dólares

    e os bancos americanos ainda pare-ciam ter dinheiro, T. Boone Pickensanuncia o projeto de uma fazenda

    de vento de 10 bilhões de dólares. Ainovação trabalha com cerca de 2.700turbinas eólicas para gerar 4.000 MWde energia e é o primeiro robô pro-

     jetado especificamente para inspe-cionar equipamento de geração deenergia eólica.

    Criado por engenheiros do Frau-nhofer Institute for Factory Operation

    and Automation, o novo robô autô-nomo RIWEA inspeciona as lâminasdos rotores centímetro por centíme-

    tro, detectando rachaduras e delami-nações causadas por forças inerciais,erosão colisão com pássaros, aero-naves ultra-leves etc. Na operação

    básica, o robô irradia calor na super-fície da lâmina e utiliza uma câmeratérmica de alta resolução para regis-

    Inspeçãoautomática de

    lâminas

    trar padrões de temperatura afim dedetectar anormalidades.

    Ele também carrega um sistemaultrassônico para detectar objetosque o equipamento térmico não con-

    segue, tornando-o mais preciso que oolho humano. De acordo com a Frau-nhofer, o RIWEA pode cumprir suatarefa em qualquer tipo de gerador,

    independente do tamanho ou loca-lização. Para maiores informaçõesacesse: www.iff.fraunhofer.de.

    Os ganhadores do prêmio realiza-do pela Feira Internacional de ProjetosCapstone foram os robôs escaladores

    de postes. O HyDRAS (Hyper-redun-dant Dsicrete Robotic ArticulatedSerpentine) Ascent I e Ascent II, jun-tamente com o CURCA (Climbing In-

    spection Robot with Compressed Air),levaram o prêmio de 1 milhão de wonCoreanos (aproximadamente 2.000

    reais) pela honraria.Os escaladores autônomos, desen-

    volvidos pelo Laboratorio de Robôticae Mecanismo do Virginia Tech, foram

    projetados para escalar postes e con-struções enrolando-se e movimentan-do-se para cima via uma junção osci-

    lante móvel.Usando sensores e câmeras os

    robôs podem inspecionar as estrutu-ras ou realizar outras tarefas perigo-

    sas. “A finalidade geral é deixar ostrabalhadores das construções civisem segurança e livrando-os de que-

    das já que as quedas foram respon-sáveis por 809 mortes em 2006” eo que afirma o U.S. Bureu of LaborStatistics.

    Trabalhadoressão substituídospor máquinasescaladoras

    Robô em forma de serpentinacapaz de escalar postes

    Cortesia do Virginia Tech

    Robô inspeciona as lâminas e pás do

    rotor de conversores de energia eólica

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    5/40

    n notícias

    Mecatrônica Fácil nº444

    Robo

    Las Vegas foi palco do CES- Consumer Electronics Show, even-to mundial de eletrônicos, que acon-

    teceu entre os dias 8 e 11 de janeiro.A feira apresentou novas tendênciaspara o mercado tecnológico.

    A abertura oficial contou com odiscurso do diretor-executivo da Mi-crosoft, Steve Ballmer. Ele, que ocu-pou pela primeira vez o lugar de BillGates na abertura do evento, noticiouque a versão de testes do Windows7 foi oferecida ao público a partir dodia 9 de janeiro. Ele ainda completouque o sistema é mais simples, rápido

    e confiável.Mas as apostas para este ano es-tavam em tecnologias móveis e emtelevisores. A LG, por exemplo, lan-çou o telefone de pulso LG-GD910.Ele realiza videochamadas com co-nexão 3G, reconhecimento de voz,além de todos os serviços comunscomo mensagens instantâneas eMP3. De acordo com o presidente daLG, Woo Paik, a novidade estará dis-ponível ainda em janeiro deste ano.É so aguardar!

    A Motorola também anunciouseu modelo Moto Renew W233. Otelefone, na cor verde, é fabricado

    a partir de garrafas recicladas.O telefone promete utili-

    zar menos energia,garantindo ao

    usuário

    nove horas de conversação. Suaembalagem é feita de material reci-clado e sua tinta composta à base

    de soja. Aos interessados, ele tam-bém estará à venda no primeiro tri-mestre deste ano.

    Já os televisores chamaram aatenção em seus stands devido-atecnologia 3D. A exibição mais im-pressionante foi feita pela Panasoniccom o “3D Full HD Plasma TheaterSystem”. Ela chegou a montar umcinema com tela de 103 polegadas.Com capacidade de 20 pessoas aempresa exibiu desenhos, games

    e jogos de futebol americano. O di-ferencial, no entanto, foram as ima-gens tridimensionais da abertura dasOlimpíadas de Pequim.

    A Panasonic também optou por in-vestir em monitores finos para HDTVsde Plasma (PDPs) e LCD, obtendomaiores avanços em qualidade deimagem e desempenho ambiental.A NeoPDP, tecnologia recém desen-volvida pela empresa, está integradaa um monitor LCD de consumo deenergia de 90 kWh ao ano, altamente

    eficiente, que alcança boa resoluçãode imagem em movimento de 1000 li-nhas, próxima a de um PDP. Ela pos-sui o mais baixo consumo de energiaentre todas as LCD HDTVs do mundo,baixando a necessidade de energia aquase a metade quando comparadaao seu modelo anterior.

    Maior feira de eletrônicos do mundoapresenta novas tendências

    Durante a feira, também tiveramdestaque as TVs com integração àinternet. As marcas Samsung e LG,

    por exemplo, mostraram a adoção deserviços do Yahoo. Esses aparelhospermitem que informações on-linecheguem ao telespectador. Com ocontrole remoto em mãos, o usuáriose tornará um internauta e acessaráem sua tela as notícias minuto-a-mi-nuto do Yahoo News.

    Outros serviços como os vídeosdo Youtube, MySpace, eBay e Flickrtambém estarão a sua disposição.Outra aposta alta da LG foi a locação

    de filmes através da Netflix, onde oscompradores poderão baixar o conte-údo digital diretamente no televisor.

    Neste ano os especialistas acredi-taram que o foco estava voltado aosprodutos menores, ecologicamen-te corretos e mais conectados, quepudessem ajudar os consumidores aeconomizar.

    Co n s u m e r El ec t r o n i cs Sh o w 2 0 0 9 a p o s t a e m n o v i d a d e s

    p a r a c e lu l a r e s e t e l e v i s o r e s  

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    6/40

    notícias n

    Mecatrônica Fácil nº445

    O Prêmio Jovem Cientista já estáem sua XXIV edição e para esteano propõe o tema “Energia e MeioAmbiente – soluções para o futuro”. Oobjetivo do concurso organizado peloCNPq é buscar soluções para os pro-blemas ligados a população. Aos inte-ressados, a inscrição pode ser feita atéo dia 31 de julho através do site www.jovemcientista.cnpq.br.

    Nesta edição, o foco é o estudo,desenvolvimento e uso de energiasalternativas para estimular a produ-ção e consumo de fontes de energiade maneira sustentável, ou seja, aten-der às necessidades do presente semcomprometer a possibilidade das futu-

    ras gerações atenderem também àssuas próprias.

    A premiação é dividida em cincocategorias: Graduado, Estudantede Ensino Superior, Estudante deEnsino Médio, Orientador e MéritoInstitucional. Há ainda uma MençãoHonrosa para um pesquisador comtítulo de doutor que se destaque porsua trajetória na área relacionada aotema do prêmio. Ele é indicado pelassociedades científicas selecionadaspreviamente pelo CNPq.

    Os estudantes de ensino médiopoderão escolher os temas: Energia:geração e uso; Impactos ambientais;Impactos sociais e Soluções: susten-tabilidade e energia. Os três primeirosclassificados desta categoria recebe-rão um computador e uma impres-sora, e essa mesma premiação serádada aos orientadores e às escolasdos três alunos.

    Já os alunos de ensino superiore os graduados poderão optar pelos

    seguintes tópicos para seus traba-

    Pa r t i c i p a n t e s d e níve l m éd i o , s u p e r i o r e o r i e n t a d o r e s

    co n co r r e r ão às p r em ia ções

    lhos: Fontes Alternativas de energiasnão poluentes; Exploração Racionalde recursos energéticos; Impactosocioambiental da geração de ener-gia hidrelétrica e da produção de bio-combustíveis; Controle da emissão depoluentes e efeito estufa no setor ener-gético; Edificações inteligentes ; Efici-ência das diferentes fontes de energia;Uso de sistemas isolados para geraçãode energia elétrica; Ampliação e efici-ência do uso de fontes renováveis deenergia; Produção sustentável de bio-diesel; Tecnologias energéticas apro-priadas a pequenos produtores ruraise Impactos da geração de energiasobre os recursos biológicos e a bio-

    diversidade.A premiação dos participantes

    graduados será de R$ 20 mil para ovencedor; R$ 15 mil para o segundocolocado e R$ 10 mil para o terceiro.Já para Estudantes de Ensino Supe-rior os valores serão de R$ 10 milpara o primeiro lugar, R$ 8.500 para osegundo e R$7 mil para o terceiro.

    Os orientadores dos graduadose estudantes de ensino superioragraciados também ganharão com-putadores e impressoras. No Mérito

    Institucional, serão pagos R$ 30 milpara cada uma das duas institui-ções – uma de Ensino Médio e umade Ensino Superior - que tiveremo maior número de trabalhos commérito científico inscritos.

    O pesquisador que for indicadopara Menção Honrosa ganhará R$15 mil e uma placa alusiva. Além dapremiação relacionada, os três pri-meiros colocados de cada uma dascategorias ainda ganharão bolsa de

    estudo do CNPq.

    Jovem Cientistaestá com inscriçõesabertas até o dia

    31 de julho

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    7/40

    n notícias

    Mecatrônica Fácil nº446

    A Siemens entregou 150 kits ‘Dis-

    covery Box’ para escolas públicas deJundiaí em 2008. A ação, que benefi-ciará cerca de quatro mil crianças, fazparte do programa Generation21 que

    visa contribuir para o desenvolvimentode estudantes. A cerimônia de entregaaconteceu no Parque da Uva, em Jun-

    diaí, com a presença do prefeito AryFossem e do presidente da Siemensdo Brasil, Adilson Primo.

    O presidente da empresa fez o dis-

    curso de abertura do evento e desta-cou o compromisso da Siemens como desenvolvimento sustentável. Esta

    foi a primeira iniciativa no país e osplanos da empresa são de estendê-los agora em 2009. “A escassez derecursos naturais e a busca por fontes

    alternativas de energia são exemplosresultantes de tendências já enfrenta-

    das mundialmente e que necessitam

    de soluções urgentes. Por isso, essekit ajudará as crianças a vivenciaremsua realidade na prática e colaborará

    para ativar o hábito do consumo cons-ciente, além de estimular a curiosidadedesses alunos”, comentou Primo.

    Cada kit é composto por duas cai-xas com 22 experimentos científicos. A

    primeira caixa tem experimentos nasáreas de Meio Ambiente e Saúde e a

    outra, Energia e Eletricidade. Eles ain-da podem ser reaproveitados de umano para outro bastando apenas repor

    os componentes de baixo custo, assimcomo velas, carvão, anilina e etc. Oscomponentes de maior valor poderãoser reutilizados como o dínamo, so-

    quetes, tubos e termômetros.O kit é voltado para crianças de 6

    anos, que estão na idade pré-escolar,

    e foi criado para utilização em sala de

    aula. Dentro de cada pacote o profes-

    sor encontrará o seguinte material deapoio: um DVD, um livro com o conte-údo do DVD, pôsteres, além de fichas

    que descrevem cada experimento, jo-gos e outras atividades educativas.

    Na caixa de Meio Ambiente e Saú-

    de, o estudante aprenderá desde ummétodo simples de purificar a água

    até a identificar partes do corpo huma-no e reconhecer quais alimentos são

    mais saudáveis. Já a caixa Energia eEletricidade estimulará atividades quedespertam o interesse das crianças

    por temas como circuitos elétricos,condutores e isolantes, calor, energiasalternativas etc. Primo completou quea Siemens tem como objetivo promo-

    ver a formação dos estudantes nasáreas da ciência e da tecnologia, as-sim como estimular o desenvolvimento

    de talentos e ampliar as oportunidades

    educacionais.

    Em p r e s a p r e t e n d e am p l i a r e n t r e g a d e “ D i s co v e r yBo x ” p a r a d em a i s e s c o l a s p úb l i c a s d o p aís 

    Siemens desenvolve Kits paraformação de “pequenos cientistas”

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    8/40

    notícias n

    Mecatrônica Fácil nº447

    I n o v ação a rm a n e z a m a i o r e n e r g i a em u m m e sm o

    e s p aço p a r a s u b s t i t u i r b a t e r i a s d e c e l u l a r e s

    Com três milímetros de com-

    primento e um de espessura, a novatecnologia criada por pesquisadoresdos Estados Unidos poderá ser utiliza-

    da no desenvolvimento de minúsculosgeradores de eletricidade a partir do

    hidrogênio, que substituirá as atuaisbaterias de aparelhos portáteis.

    A célula combustível do grupoSaeed Moghaddam, na Universidadede Illinois em Urbana-Champaign, é

    um pequeno dispositivo que gera en-ergia sem consumi-la. E, embora asbaterias já façam este serviço, a célulacombustível é capaz de armazenar

    mais energia no mesmo espaço.Ela é composta por apenas quatro

    componentes. Uma fina membrana

    separa um reservatório de água deuma compartimento localizado abaixo,que contém um metal hídrido. Aindamais abaixo estão montados os ele-

    trodos.Minúsculos furos na membrana fa-

    zem com que as moléculas de água

    atinjam o compartimento adjacente naforma de vapor. Uma vez lá, o vaporreage com o metal hídrido para formar

    hidrogênio. O gás preenche o compar-timento e empurra a membrana paracima, bloqueando a água.

    O hidrogênio é gradualmente es-gotado à medida que reage com oseletrodos para criar um fluxo de ele-

    tricidade. Quando a pressão do hi-drogênio cai, mais água pode entrarpara manter o processo. Como o ta-manho do dispositivo é pequeno, a

    tensão superficial controla o fluxo deágua pelo sistema. Isso significa que acélula funciona mesmo quando movidaou girada, o que é perfeito para aplica-

    ções em celulares.O dispositivo empregado no es-

    tudo foi capaz de gerar 0,7 volts em

    uma corrente de 0,1 miliampères du-

    rante 30 horas até que o combustívelutilizado acabasse. Mas o grupo contaque uma nova versão da tecnologia

    obteve uma corrente de 1 miliampèrena mesma voltagem.

    Até o momento não foi possível

    fazê-la funcionar em um tocador deMP3, mas, segundo o pesquisador,é o suficiente para alimentar micror-robôs.

    Pesquisadoresanunciam a menorcélula combustível

    do mundo

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    9/40

    Siemens elege os vencedores doPrêmio Werner von Siemens

    n notícias

    Mecatrônica Fácil nº448

    A Siemens premia pela terceira

    vez os melhores colocados nas ca-tegorias Estudantil - Novas Idéias eCiência & Tecnologia com o PrêmioWerner von Siemens. A cerimôniade entrega aconteceu em dezembrode 2008 e o Museu da Língua Por-tuguesa, em São Paulo, foi o localescolhido.

    Para o presidente da Siemensno Brasil, Adilson Primo, fomentara inovação e a busca pelo conhe-cimento são os principais objetivosda iniciativa. “O Prêmio Werner vonSiemens é uma contribuição da em-

    presa ao desenvolvimento de inova-

    ções no Brasil. Recursos naturaissão finitos e, ao mesmo tempo, es-tão sujeitos aos ciclos econômicos.O conhecimento, não”, disse Primo.

    Em 2008, os vencedores ganha-ram R$ 10 mil para as modalidadesIndústria, Energia e Saúde da ca-tegoria Estudantil - Novas Idéias,além de telefones Gigaset Siemense certificados da premiação. Seusorientadores também foram hon-rados com os mesmos prêmios. Epara Ciência & Tecnologia foram R$15 mil, além do certificado.

    De um total de 238 projetos ins-

    critos, apenas 20 foram seleciona-dos e concorreram ao primeiro lu-gar das três categorias. “A Siemensobservou o potencial de benefíciosque os projetos inscritos poderiamgerar para a sociedade brasileira.Essa avaliação traduz a iniciativada companhia em investir cada vezmais no crescimento da pesquisa eda inovação tecnológica no País”,afirmou Primo.

    Entre os vencedores da áreaestudantil em Energia estava o tra-balho “Nanotubos de carbono: Re-

    P r em i ação a c o n t e c e u em d e z em b r o d e 2 0 0 8 n o

    Mu se u d a Líng u a Po r t u g e s a  

    Pela primeira vez um trio de pes-quisadores liderado pelo professorda Escola de Engenharia e CiênciaAplicada na Universidade Harvard,Federico Capasso, descobriram umaforma de obter a Levitação Quântica.Este efeito quântico, também conhe-cido como força de Casimir, poderátrazer importantes aplicações para afísica mundial.

    Já em 1948, pesquisas foramrealizadas pelo físico holandês Hen-drik Casimir que previu que duasplacas condutoras perfeitas nãocarregadas eletricamente atrairiamuma à outra no vácuo, por contadas flutuações quânticas no campoeletromagnético no vácuo entre asplacas. Desde então, a previsãofoi verificada diversas vezes, massempre de forma atrativa.

    D e s co b e r t a p o d e r a s er em p r e g a d a em i n úm e r a s ap l i -  cações na n o t e cn o l óg i c a s 

    Capasso e seus colegas substitu-íram uma das superfícies metálicasimersas em um fluido por uma de sílicae verificaram que a força entre elasmudou de atração para repulsão.

    Para medir esta repulsão, os pes-quisadores colocaram uma microes-fera coberta de ouro em um cantilévermecânico imerso em um líquido cha-mado bromobenzeno e mediram seu

    desvio conforme variavam a distânciaaté a placa de sílica.

    “Forças de Casimir repulsivas sãode grande interesse, uma vez quepodem ser usadas em sensores deforça ou de torque ultrassensíveis paralevitar um objeto imerso em um fluidoem distâncias nanométricas da super-fície. Dessa forma, esses objetos setornam livres para realizar movimentosde rotação ou de translação em rela-

    Estudo prova que força Casimirpode manifestar-se demaneira repulsiva

    ção a outros com o mínimo de fricçãoestática”, disse Capasso.

    O diferencial é que as Forças deCasimir atrativas limitam a miniaturiza-ção de dispositivos conhecidos comoMems (Micro Electromechanical Sys-tems), utilizados nas mais diversasaplicações, como no acionamento deairbags em automóveis. O motivo éque a atração faz com que as partes

    de um mecanismo se grudem umasàs outras, tornando-as inoperantes. Jácom a repulsão, o mesmo não ocorre.

    Os autores do estudo apontam odesenvolvimento de peças nanomé-tricas para situações em que é neces-sária a fricção estática ultrabaixa entrepeças mecânicas micro ou nanométri-cas. Especificamente, os pesquisado-res destacam a fabricação de bússolas,acelerômetros e giroscópios.

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    10/40

    notícias n

    Mecatrônica Fácil nº449

    duzindo as perdas em sistemas de

    transmissão de energia” do alunode engenharia elétrica do CentroUniversitário da Fundação Educa-cional Inaciana - FEI, Eric Costa.

    Seu trabalho consiste de um caboelétrico formado por nanocamadasde carbono depositadas sobre fios

    de alumínio que oferece maior con-dutividade que as tecnologias con-vencionais.

    Na modalidade Indústria quem

    obteve destaque foi o estudante deengenharia elétrica Rafael GuedesAbreu, da Pontifícia Universida-

    de Católica do Rio Grande do Sul(PUC/RS), com o “Sistema de moni-toramento remoto de desmatamento

    em tempo real”. A idéia do projetistafoi transmitir as informações via sa-télite para um setor central em prol

    de obter ações imediatas contra ocrime.

    Para Saúde, ainda na categoriaEstudantil, o primeiro lugar ficou

    para “Idéia e desenvolvimento de

    um dosímetro indicador de acúmu-

    lo de radiação à base de semicon-dutores orgânicos para uso em fo-toterapia neonatal”, da futura físicada Universidade Federal de Ouro

    Preto, Cláudia Karina Barbosa deVasconcelos. Ela desenvolveu umdosímetro capaz de reduzir a quan-

    tidade de exames de sangue rea-lizados em recém-nascidos. Umade suas funções é diminuir o lixohospitalar.

    Ja em Ciência & Tecnologia, namodalidade Energia, o prêmio prin-cipal foi para o trabalho “Redução

    do atrito em dispositivos eletrome-cânicos: melhoria da eficiência nouso e geração da energia elétrica”,

    de Ane Cheila Rovani, Carlos Ale- jandro Figueira e Felipe Cemin, doCentro de Ciências Exatas e Tec-

    nologia da Universidade de Caxiasdo Sul (RS). Este projeto objetivaaumentar a eficiência de consumoenergético em dispositivos eletro-

    mecânicos.

    Em Indústria, o primeiro lugar

    foi para o projeto da mestranda emTecnologia Nuclear do Instituto dePesquisas Energéticas e Nuclea-res (Ipen), Thais de Oliveira, inti-

    tulado “Recuperação e reciclagemdos ácidos nítrico e sulfúrico e domolibdênio do rejeito líquido das in-

    dústrias de lâmpadas”. Segundo apesquisadora, todos esses elemen-tos, depois de recuperados, apre-sentam condições satisfatórias de

    reutilização.Por fim, a “Avaliação ultrasso-

    nométrica da consolidação e da

    densidade óssea cortical” contem-plada em Saúde. Este trabalho foidesenvolvido pelo doutorando em

    Ortopedia da Faculdade de Medici-na de Ribeirão Preto (USP), Giulia-no Barbieri. O equipamento ainda

    encontra-se em fase experimentale até o momento demonstra po-tencial de aplicação clínica. Seudiferencial está na portabilidade de

    fácil operação.

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    11/40

    e

    Mecatrônica Fácil nº44

    escola

    10

    Monta-treko

    Ne s t a sér ie v ocê en con t r a d i ve r sa s sug es t ões de ex pe r i -  m e n t o s p rát i c o s p a r a c om p l e t a r s e u s c u r s o s e t r a b a l h o s

    d e C iên c ias . Fen ôm en o d a in d u ção, ba lan ça d e A m père ,m on t a g em de u m z um b i d o r e e l e t r oím ã são ap e n a s a l g u n s

    e x em p l o s q u e v o cê c o n f e r e a s e g u i r .

    Projetos e experimentoscom fos esmaltados

    Os os de cobre esmaltados en-

    contrados em motores, transforma-

    dores e muitos outros dispositivos

    elétricos e eletrônicos podem ser

    utilizados em uma boa quantidade

    de experimentos didáticos e traba-

    lhos escolares.

    Muitos dispositivos tais como

    transformadores, bobinas, campai-

    nhas, motores, solenóides e relés

    fazem uso de um tipo de o de cobre

    que é recoberto por uma na capa de

    esmalte que serve de isolante. Com

    estes os são enroladas bobinas que,

    ao serem percorridas por uma cor-

    rente elétrica, criam um campo mag-

    nético. Este campo magnético é o

    responsável pelos efeitos que fazem

    o dispositivo funcionar.

    Os os esmaltados podem ter es-

    pessuras que variam desde os maisnos que um o de cabelo até os

    mais grossos, que podem ter alguns

    milímetros de diâmetro. Tecnica-

    mente pode-se indicar o o por sua

    espessura em milímetros ou ainda

    através de um número “AWG”, e este

    número será mais alto quanto mais

    no for o o.

    Nas experiências que descreve-

    mos e na maioria dos dispositivos que

    encontramos em eletrodomésticos e

    aparelhos eletrônicos os os têm nú-

    meros tipicamente entre 18 e 34.

    Para saber o número do o utili-

    zado devemos observar a tabela que

    demonstra o diâmetro corresponden-

    te. No entanto, nos mais nos ca di-

    fícil medir este diâmetro diretamente.

    Assim, o que se faz é enrolar 10 ou 20

    voltas em um lápis, conforme mostra

    a fgura 1, e depois dividir o valor me-

    dido por este número de voltas.

    Por exemplo, se enrolarmos

    20 voltas de o e medirmos 3 mmsaberemos que cada volta corres-

    ponde a aproximadamente 0,15 mm

    e que portanto esta é a espessura

    do o. Basta consultar o valor mais

    próximo da tabela para o correspon-

    dente AWG.

    Apesar de não parecer, os os

    esmaltados são isolados, isto é, re-

    cobertos por uma na camada de es-

    malte isolante.

    Isso signica que, se quisermos

    soldar ou ligar um desses os a qual-

    quer outro componente ou a uma

    placa de circuito impresso, ou ponte

    precisaremos remover a camada de

    esmalte isolante. Isto pode ser feito

    raspando-se com uma lâmina para o

    caso dos mais grossos e mesmo mais

    nos (com muito cuidado), ou ainda

    com uma lixa, veja a fgura 2.

    Se tentarmos soldar um o esmal-

    tado ou ligá-lo a uma pilha, por exem-

    plo, sem raspar o local de contato, a

    corrente elétrica não poderá passar

    caso não seja removido o esmalte.

    1Medição da espessura de um

    fio esmaltado

    2Como tirar o esmalte para poder

    soldar ou ligar um fio esmaltado

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    12/40

    escola e

    Mecatrônica Fácil nº4411

    Lista de Materiais: Projeto 1

    2 metros de fio esmaltado entre 28 e 32

    1 prego pequeno (2 a 3 cm)

    1 pilha média ou grande

    Questionário: Projeto 1

    1) O que é o efeito magnético da cor-

    rente elétrica?

    2) Como funciona o eletroímã?

    3) Cite aplicações práticas para os

    eletroímãs.

    Quando aproveitamos os os es-

    maltados de algum aparelho é preciso

    ter cuidado em vericar se ele ainda

    está em bom estado. O que ocorre

    é que muitas vezes o dispositivo é

    abandonado porque queima, ou seja,

    sua temperatura eleva-se antes dele

    sofrer um dano que o impeça de fun-cionar. Quando isso acontece, o o

    tem sua capa de esmalte enegrecida

    e danicada, passando a “descascar”

    em diversos pontos.

    Um bom o, conforme indica a

    fgura 3, deve ser marrom claro e

    não apresentar sinais de queima. O

    aparelho de onde ele for retirado não

    deve “cheirar a queimado”.

    Diversos são os dispositivos de

    onde o leitor poderá retirar os os es-

    maltados. Na fgura 4 você pode ver

    alguns deles.Os transformadores, por exemplo,

    podem possuir dois enrolamentos com

    os de espessuras diferentes. Des-

    montando suas lâminas com cuidado

    você terá acesso ao carretel de onde

    pode-se tirar muito o esmaltado para

    nossas experiências e montagens.

    Campainhas de casa, relés e até

    mesmo motores de eletrodomésticos

    (abandonados por emperramento ou

    quebra de partes, por exemplo) forne-

    cem este tipo de o.

    Projeto 1: EletroímãTrata-se de um simples eletroímã

    que pode ser construído com um pe-

    daço de o esmaltado e um pregui-

    nho.

    Enrole de 50 a 200 voltas de

    o esmaltado no prego e raspe as

    pontas do o no local que deve fa-

    zer contato com a pilha, conra na

    fgura 5.

    Segurando os os em contato com

    a pilha, a corrente que circula pela

    bobina de o esmaltado cria um forte

    campo magnético que se concentra

    no prego. O prego passa então a

    atrair pequenos objetos de metal co-

    mo alnetes, clipes, pregos, lâminas

    de barbear etc.

    Exemplo de explicaçãoExplique como uma corrente elé-

    trica cria campos magnéticos e eles

    podem ser concentrados por materiais

    ferrosos. Mostre na experiência que ti-pos de materiais podem ser atraídos.

    Use diferentes materiais como: clipes,

    pregos, objetos de plástico, madeira

    e papel, alumínio etc, separando os

    que podem e não podem ser atraídos

    pelo eletroímã. Peça aos alunos que

    expliquem porque.

    Não mantenha o eletroímã por

    muito tempo ligado, mas apenas al-

    guns segundos (até 10) de cada vez.

    A corrente intensa tende a esgotar a

    pilha rapidamente e a aquecer a bobi-

    na de o esmaltado.

    Experimentos adicionais• Monte um pequeno guindaste

    controlado por um interruptor

    para atrair pequenos pedaços

    de metal, conforme mostra a

    fgura 6.

    • Tente aproximar o eletroímã de

    pequenos ímãs permanentes e

    verique em qual caso obtém-se

    atração e repulsão. Explique o

    que ocorre com base no sentido

    de circulação da corrente pelabobina do eletroímã.

    3Identificação de um fio

    esmaltado bom

    4Dispositivos de onde podem ser

    retirados fios esmaltados

    5Um eletroímã construído com um

    prego e fio esmaltado.

    6Guindaste com eletroímã capaz de

    levantar pequenos objetos de metal

    ~

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    13/40

    e

    Mecatrônica Fácil nº44

    escola

    12

    CompetiçãoUma maneira de se tornar um

    projeto atraente é propor um desafo

    ou competição para os alunos. Nestecaso, pode-se:

    • Montar uma varinha de pescarcom o eletroímã e propor umacompetição em que quem ga-

    nha é o que consegue “pescar”mais peixinhos magnéticos deuma bacia. Os peixinhos são depapelão com clipes presos e a

    bacia contém areia.• Ver quem consegue levantar

    mais peso. Utilize pesos pro-

    gressivos de materiais metálicosou ainda uma cestinha com umclipe, colocando gradativamentemais areia.

    Projeto 2:

    Galvanômetro experimentalConfra um galvanômetro simples

    que pode ser montado com base noefeito magnético da corrente elétrica.O galvanômetro é um instrumento

    que indica a passagem de corrente

    elétrica por um circuito.Na fgura 7  indicamos como o

    galvanômetro pode ser montado com

    seu circuito.

    Exemplo de explicação

    O fo esmaltado é enrolado de mo-do a formar uma bobina em uma for-ma de papelão ou cartolina. Quando acorrente elétrica (que deve ser detec-

    tada) circula pela bobina, um campomagnético é criado. Este campo atuasobre o clipe pendurado na linha, mu-dando sua posição.

    Pelo movimento do clipe pode-mos avaliar a intensidade da correntecirculante: uma forte corrente causa

    uma movimentação maior do clipe.

    ExperiênciaNo circuito da fgura 8 usamos um

    potenciômetro para ajustar a intensi-dade da corrente e assim determinara sensibilidade do galvanômetro.

    Inicialmente colocamos o poten-ciômetro na posição de mínima re-sistência (todo para a esquerda ouno sentido anti-horário). Com isso acorrente no galvanômetro é maior.

    Tocando-se com os fos os ter-minais da pilha, a movimentaçãodo clipe deve ser maior. Depois,

    aumente um pouco a resistência do

    potenciômetro, girando um pouco o

    cursor dele. A corrente diminui e amovimentação do clipe, ao se tocarcom os fos na pilha, é menor. Au-mente a resistência gradualmente

    até o ponto em que, ao tocar com osfos na pilha, o clipe não se movimen-te mais. Podemos então determinar

    a sensibilidade do galvanômetro, ouseja a menor corrente que ele podedetectar, de duas formas:

    Primeiro, pelo ângulo do gi-

    ro do eixo em relação ao máximo.Por exemplo, se a detecção termi-nar com 50% do giro, isso signifca

    22 500 ohms (47 k ohms = 47 000ohms). Isso nos dá uma correnteque é calculada dividindo a tensãoda pilha (1,5 V) pelos 22500 ohms,

    ou seja, 0,0000666 A. Convertendopara milionésimos de ampère (mi-

    croampères) temos: 66,6 mA.

    Lista de Materiais: Projeto 2

    2 a 4 metros de fio esmaltado fino (28 oumais fino)1 pilha média ou grande1 potenciômetro de 47 k ohms

    1 resistor de 100 ohms

    1 clipe de prender papel1 pedaço de fo rígido 18 a 22

    1 pedaço de linha comum1 pedal de papelão ou cartolina

    Multímetro (opcional)

    Questionário: Projeto 2

    1) Explique o funcionamento do galvanô-metro.

    2) De que modo o sentido de circulaçãoda corrente influi no movimento doclipe?

    3) É possível aumentar a sensibilidade doaparelho usando uma agulha imantada

    em lugar do clipe?

    7 Montagem de um galvanômetro

    8Determinando a sensibilidade dogalvanômetro

     ^ 

     ^ 

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    14/40

    escola e

    Mecatrônica Fácil nº4413

    A segunda forma se dá medindo aresistência com o multímetro, confor-me ilustra a fgura 9.

    Basta também dividir a tensão da pi-

    lha (1,5 V) pela resistência encontrada.

    Sugestões• Veja qual dos alunos consegue

    montar o galvanômetro maissensível.

    • Procure mostrar de que modo onúmero de voltas da bobina in-ui na sensibilidade.

     Competição

    Faça uma competição para verquem consegue montar o galvanôme-tro mais sensível.

    Projeto 3:Experiência de Oersted

    Veja o efeito magnético da cor-rente elétrica que Hans ChristianOersted, professor secundário naDinamarca, descobriu numa experi-ência simples.

    Na fgura 10 mostramos o experi-mento pronto para ser utilizado.

    ExplicaçãoQuando uma corrente elétricacircula por um meio condutor, porexemplo um fo, um campo magnético

    é criado. Este campo possui linhasde força tais que tendem a envolvero fo. Isso signifca que uma agulha

    imantada (ou um material ferroso emforma de agulha) colocado nas pro-ximidades do fo tende a se orientarsegundo as linhas de força do campoproduzido. Esta orientação faz comque o clipe ou agulha imantada fque

    perpendicular ao fo.

    ExperiênciaBasta encostar os fos nos ter-

    minais da pilha para que a correntecircule por um momento (a pilha não

    deve fcar permanentemente ligadaao fo pois sendo a corrente intensa,

    ela se esgotaria rapidamente). Coma circulação da corrente, o campomagnético criado atua sobre a agulhaou clipe movimentando-o. A agulhatende a fcar perpendicular ao fo por

    onde passa a corrente.

    SugestõesPode utilizar uma bússola em lu-

    gar da agulha imantada ou clipe. Autilização de uma bobina como no ex-perimento (2) aumenta a intensidadedo campo e o sistema pode ser usadopara detectar correntes, ou seja, co-mo galvanômetro.

    CompetiçãoDesafe seus alunos para ver

    quem mede com mais precisão umaintensidade conhecida de corrente,utilizando a balança de Ampère.

    9Utilização do multímetro para determinar a

    sensibilidade do galvanômetro

    Lista de Materiais: Projeto 3

    1 pilha grande1 pedaço de fio esmaltado

    1 clipe ou agulha imantada

    1 pedaço de fio rígido 18 a 22

    1 pedaço de linha

    2 pregos

    1 tábua pequena

    Questionário: Projeto 3

    1) De que modo o sentido da corrente

    influi no campo magnético criado?

    2) Qual a diferença entre o campo criado

    pela corrente e o campo criado por

    um ímã permanente?

     Projeto 4:Construção de um solenóide

    Um solenóide é uma bobina ci-líndrica sem núcleo no seu interior.

    Quando uma corrente elétrica circulapor um solenóide cria-se um campomagnético, que é mais intenso noseu interior.

    É possível construir facilmenteum solenóide e mostrar que objetosde metais ferrosos colocados nassuas extremidades são atraídos pa-ra seu interior quando a corrente éestabelecida.

    Na fgura 11, o solenóide é cons-truído e utilizado num pequeno ca-nhão.

    Exemplo de explicaçãoMostre através de desenhos

    como é o campo magnético criadopor um solenóide. Parta da expe-riência de Oersted para explicarporque o campo se concentra noseu interior.

    ExperiênciaColoque pregos, alfinetes ou

    outros pequenos objetos nas ex-

    tremidades do solenóide e, de-pois, encoste os fios do solenóidepor um momento nos terminais daspilhas.

    O campo criado vai “puxar” paradentro do solenóide os pequenos ob-

     jetos de metal. Mostre que somenteobjetos de metais ferrosos são atraí-dos para o seu interior.

    Não mantenha o solenóide ligadopor mais do que alguns segundos decada vez. A corrente intensa tende aaquecê-lo e a esgotar rapidamente

    as pilhas.

    10Experimento de Oersted

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    15/40

    e

    Mecatrônica Fácil nº44

    escola

    14

    Sugestões• Monte o canhão eletromagnético

    conforme a fgura 11.

    • Um toque nos terminais do supor-te de pilhas vai fazer com que oêmbolo seja puxado fortemente

    para o interior do solenóide ati-rando longe a “bala”, que nadamais é do que um grão de feijão

    ou uma pelotinha de papel. Fa-ça uma competição entre seusalunos para ver quem monta ocanhão que atira mais longe.

    • Mostre que o campo criado é damesma natureza que o de ìmãspermanentes, podendo atrair

    ou repelir conforme o pólo doímã próximo.

    Competição• Veja quem monta o solenóide

    com mais força.• Monte o canhão e faça uma

    competição para ver quem atira

    o projétil mais longe.

    Projeto 5:Transformador experimental

    Os transformadores são disposi-tivos que podem converter energiaelétrica mudando-se a tensão e a cor-

    rente. Está é uma versão experimetalpara você verifcar como este tipo de

    dispositivo funciona. 

    Como funcionaUm transformador tem duas bobi-

    nas enroladas com fos esmaltados emum núcleo comum. Quando aplicamos

    uma tensão em uma das bobinas (de-nominada enrolamento primário) um

    campo magnético é produzido, crian-

    do linhas de força que se expandem.Ao expandir-se, estas linhas cortamas espiras da segunda bobina (deno-

    minada enrolamento secundário). Oresultado será a indução no segundoenrolamento de uma tensão.

    Quando a corrente se estabiliza na

    primeira bobina, as linhas não maiscortam a segunda e com isso a indu-ção para.

    Se a corrente na primeira bobinafor interrompida, as linhas de forçado campo magnético se contraem ecortam novamente as espiras da se-

    gunda bobina. O resultado disso é aindução de uma tensão mas agoracom polaridade invertida. Veja então

    que se uma corrente for estabelecidae desligada rapidamente no enrola-mento primário, haverá a presença depicos ou pulsos de tensão no secun-

    dário com polaridade que se inverteconstantemente, conforme ilustra afgura 12.

    Este fato da corrente precisarvariar constantemente num dos en-rolamentos para haver indução nooutro, faz com que o transformador

    seja um dispositivo que funciona so-mente em circuitos de corrente alter-nada ou ainda corrente que varie de

    outra forma.

    ExperiênciaNa fgura 13 temos o modo de se

    enrolar o transformador experimental.Os enrolamentos são formados

    por aproximadamente 50 a 100 voltas

    de fo fno na argola. Assim o campo

    magnético criado por uma bobina temsuas linhas percorrendo a argola, que

    as concentra na segunda bobina.

    Lista de Materiais: Projeto 4

    4 pilhas pequenas, médias ou grandes

    1 tubinho de papelão de 1 cm de diâ-

    metro e de 5 a 6 cm de comprimento.

    20 ou mais metros de fio esmaltado fino

    (28 ou mais fino)

    Pequenos objetos de metal como clipes,

    preguinhos, alfinetes, etc.

    Questionário: Projeto 4

    1) As linhas de força do campo de um

    solenóide são abertas ou fechadas?

    2) Do que depende a intensidade do

    campo magnético criado?

    3) Por que os objetos de metal fer-

    roso são puxados para o interior do

    solenóide?

    Lista de Materiais: Projeto 5

    1 pilha pequena ou média

    1 argola de metal ferroso ou ferrite

    40 metros de fio esmaltado fino (30 a 34)1 multímetro

    1 lima

    Questionário: Projeto 5

    1) Explique o funcionamento do trans-

    formador.

    2) Por que não há indução com corrente

    contínua pura aplicada ao enrolamento

    primário?

    3) Dê exemplos de uso prático de trans-

    formadores.

    4) Qual a diferença entre corrente con-

    tínua e alternada?

    11Construção do canhão com solenóide

    12Indução de tensão no enrolamento

    secundário de um transformador

    13Enrolando o transformador

    experimental

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    16/40

    escola e

    Mecatrônica Fácil nº4415

    O circuito completo para a experi-

    ência é visto na fgura 14.

    O que fazemos é esfregar a pon-

    ta do o ligado à pilha na lima demodo que a corrente que circula pe-

    la bobina sofra variações bruscas,

    fato fundamental para que ocorra a

    indução conforme vimos. O resulta-

    do disso é que ao fazer esta opera-

    ção, a tensão induzida será acusada

    pela agulha do multímetro (ou porum galvanômetro, como o que mon-

    tamos em experimento anterior, veja

    sugestões). Observe que o multíme-tro deve ser colocado numa escala

    de tensões alternadas.

    Mostre que se deixarmos o oencostado na lima sem esfregá-lo,

    de modo que a corrente se estabilize

    na bobina, não haverá indução. Paraque o transformador funcione é pre-

    ciso ter variações da corrente.Nesta última fase da experiência

    não deixe o o encostado por muitotempo, pois a corrente intensa pode

    esgotar rapidamente a pilha além deaquecer a bobina.

     

    Sugestões• Um LED em série com um resis-

    tor de 470 ohms pode ser usadopara acusar a corrente induzida

    no secundário.

    • Um galvanômetro também pode

    ser usado para esta nalidade,desde que em série tenhamoscolocado um diodo como o

    1N4148.

    • A mesma experiência pode ser

    realizada com um transformador

    comum, conforme indicamos na

    fgura 15.

    CompetiçãoUtilize um LED em série com um

    resistor de 1 kW para ver quem con-

    segue fazer um transformador que oacende com mais força. Pode ser uti-lizado o multímetro para medir o picode corrente gerado.

    Projeto 6: ZumbidorImportante aplicação dos eletro-

    ímãs que pode ser realizada combase num simples pedaço de oesmaltado. O mesmo princípio é en-contrado nas buzinas de carro e em

    outros dispositivos. Para construirum simples zumbidor você precisará

    do seguinte material:(Veja na LM)

    A montagem do zumbidor e de seucircuito pode ser vista na fgura 16.

    Observe o ponto em que as la-

    tinhas encostam uma na outra. Émuito importante raspar a tinta das

    latinhas neste ponto para que o con-tacto elétrico seja perfeito.

    ExplicaçãoQuando as latinhas se mantêm em

    contato a corrente pode circular pela

    bobina enrolada no prego, produzin-

    do assim um forte campo magnético

    que atrai uma das latinhas. Ao atrair

    esta latinha a corrente é interrompida.Com isso, cessa a força de atração ea latinha tende a voltar à sua posiçãonormal encostando na outra. O resul-

    tado é o restabelecimento da corrente

    e uma nova atração. A corrente caentão sendo estabelecida e interrom-

    pida rapidamente, levando a latinha auma vibração. A consequência dessa

    vibração é a produção de um som se-

    melhante ao de um zumbido. As cam-painhas e buzinas de carro funcionamdesta forma. A rigidez e o tamanho das

    latinhas determinam o som produzido.

    14Circuito completo para a experiência

    15Utilização de um transformador

    comum no mesmo experimento

    16Montagem do zumbidor

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    17/40

    e

    Mecatrônica Fácil nº44

    escola

    16

    ExperiênciaNa montagem ajuste as latinhas

    para que encostem uma na outra.

    Ligue a pilha ao circuito (raspe aspontas do o esmaltado para haver

    contacto). Deve haver a vibração dalatinha maior, produzindo som. Tente

    usar duas ou mais pilhas, se o som

    produzido for muito fraco. Não deixe

    o zumbidor muito tempo ligado, pois

    a corrente intensa tende a aquecer asua bobina.

    Sugestões• Ligue um alto-falante comum em

    série com o circuito para obter a

    reprodução do som amplicado,

    conforme exibe a fgura 17.

    • Ligando um manipulador emsérie com a pilha podemos terum telégrafo experimental para

    demonstrações.

    CompetiçãoFaça uma competição para ver

    qual zumbidor toca mais alto.

    Projeto 7:Balança de Ampère

    Os campos magnéticos produzi-

    dos pela corrente que circula por doiscondutores elétricos paralelos são

    responsáveis por forças de repulsãoque tende a afastá-los, se tiverem

    o mesmo sentido, veja a fgura 18.Usando esta força pode-se fazer uma

    “balança” que, pela intensidade da

    força exercida entre condutores, pos-sibilita a medição da intensidade de

    uma corrente elétrica.Esta balança, denominada “ba-

    lança de ampère” pode ser cons-truída facilmente utilizando-se o

    esmaltado comum e mais algunscomponentes de fácil obtenção. O

    seguinte material será necessáriopara a construção dessa balança:

    (veja na LM)

    Na fgura 19 observamos a mon-

    tagem dessa balança.

    Na montagem, duas bobinas, de

    umas 10 espiras de o cada, são

    colocadas na posição indicada. O

    ponto em que os os esmaltados são

    emendados deve ser descascado

    (raspado) para que haja bom contato

    elétrico. Para maior conabilidade

    será interessante soldar todas asligações ou usar terminais de para-

    fusos.

    Exemplo de explicaçãoSão enroladas duas bobinas que

    cam lado a lado. Quando uma cor-

    rente elétrica circula pelas duas bobi-nas, são criados campos magnéticos

    com tal orientação que entre as bobi-

    nas surge uma força de repulsão. O

    resultado é que, sendo uma das bobi-nas móvel, ela tende a se afastar da

    bobina xa.

    Lista de Materiais: Projeto 6

    5 a 10 metros de fio esmaltado fino 30

    a 34.

    1 prego ou parafuso de 3 a 4 cm decomprimento

    1 base de madeira de 1,5 x 5 x 12 cm

    2 pedaços de lata cortados conforme

    mostra a figura 16

    4 pregos pequenos

    1 pilha comum pequena, média ou

    grande

    Questionário: Projeto 6

    1) Por que ligando a pilha diretamente à

    bobina não são produzidas vibrações?

    2) Como funciona uma campainha de

    corrente alternada?

    O ângulo de afastamento será tão

    maior quanto a intensidade do cam-

    po magnético e, portanto a intensida-

    de da corrente circulante. Pode-se

    então avaliar a intensidade da cor-rente pelo afastamento das bobinas.

    No experimento é possível variar a

    intensidade da corrente através do

    potenciômetro, mostrando os diver-sos ângulos obtidos.

    ExperiênciaEncoste os os no terminal da pi-

    lha inicialmente com o potenciôme-

    tro na posição de menor resistência.

    A bobina móvel deve afastar-se de

    um certo ângulo (se a bobina tender

    a aproximar-se basta inverter sua

    17Uso de um alto-falante para obter

    som amplificado

    18Princípio da Balança de Ampère

    19Montagem da Balança de Ampère

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    18/40

    escola e

    Mecatrônica Fácil nº4417

    ligação). Depois abra o potenciô-

    metro gradualmente, repetindo a

    experiência. A corrente vai sendo

    reduzida, e o afastamento da bobina

    vai ocorrer com ângulos cada vez

    menores.

    Não mantenha a pilha ligada

    ao circuito por muito tempo, pois acorrente é intensa podendo descar-

    regá-la.

    Sugestões• Ligue um amperímetro em sé-

    rie com o circuito para medir a

    corrente nas diversas fases da

    experiência.

    • Faça um gráco associando

    os ângulos de abertura das

    bobinas com a intensidade da

    corrente.

    • Premiar a balança mais sen-sível ou a que proporcionar a

    indicação mais precisa de uma

    corrente conhecida.

     

    Projeto 8 - InduçãoLinhas de força de um campo

    magnético cortando as espiras de

    uma bobina induzem uma tensão

    nesta bobina. Se esta bobina for

    ligada a um circuito externo ocorre

    a circulação de uma corrente. A in-

    dução é um fenômeno dinâmico que

    pode ser demonstrado através da

    experiência descrita a seguir. Para

    ela precisaremos do seguinte mate-

    rial: (veja na LM)

    Na fgura 20 vemos o modo como

    deve-se fazer a ligação dos diversos

    elementos para esta experiência e

    detalhes da construção.

    A bobina enrolada no tubinho

    de papelão tem de 30 a 100 voltas

    de fio. A agulha é pendurada junto

    à segunda bobina de modo a ficar

    sujeita a seu campo. Esta bobina

    tem de 10 a 20 espiras do mesmo

    fio.

    Exemplo de explicaçãoQuando movimentamos rapida-

    mente o imã de modo que ele en-

    tre e saia do tubinho com a bobina,

    uma tensão é induzida nesta bobina

    e com isso uma corrente que circula

    pela segunda bobina. O resultado é

    que a corrente na segunda bobina

    atua sobre a agulha imantada que

    se movimenta. Veja que se o ímã

    permanecer parado as linhas de for-

    ça não cortam as espiras de forma

    dinâmica e não há indução. A indu-

    ção só acontece quando o ímã semovimenta.

    A bobina com o tubinho deve

    car bem afastada da bobina que

    atua sobre a agulha para que a in-

    uência na movimentação da agulha

    seja apenas do campo desta segun-

    da bobina.

    ExperiênciaPrenda o ímã num pedaço de pau

    ou num lápis de modo a haver maior fa-

    cilidade de movimentação. Rapidamen-

    te introduza e retire o ímã do tubinho. A

    agulha indicadora deve movimentar-se

    mostrando que corrente elétrica foi pro-

    duzida. Mostre que se o ímã car pa-

    rado no interior do tubinho ou fora, não

    haverá indução de corrente.

    Sugestões• Use um multímetro para mostrar a

    corrente induzida em lugar da segun-

    da bobina.

    • Mostre que se a bobina se mo-

    vimentar em relação ao ímã haverá

    também a indução de corrente.

    CompetiçãoPremie quem acender um LED

    com maior brilho ou gerar maior pulsode tensão indicada por um multímetro.

    Lista de Materiais: Projeto 7

    20 metros de fio esmaltado de espessura

    22 a 28.

    1 base de madeira

    2 metros de fio rígido 16 ou 18

    1 pedaço de linha

    1 pilha comum

    1 potenciômetro de 100 ohms

    Questionário: Projeto 71) Explique porque as bobinas se repelem.

    Por que ocorre atração se uma das bo-

    binas tiver sua ligação invertida?

    Lista de Materiais: Projeto 8

    20 metros de fio esmaltado fino 28 a 32

    1 pequeno ímã permanente

    1 agulha imantada ou clipe para papel

    1 pedaço de madeira ou cartão de 15 x

    15 cm

    1 tubinho de papelão de 1 cm de diâmetro

    ou pouco mais (que caiba o ímã no seu

    interior) e de 3 a 5 cm de comprimento

    1 pedaço de linha comum

    30 cm de fio rígido 16 a 20

    Questionário: Projeto 8

    1) Explique o fenômeno da indução

    eletromagnética.

    2) Como energia elétrica pode ser pro-

    duzida por dínamos e alternadores?

    3) Por que o fenômeno da indução é

    dinâmico?

    20Fenômeno da indução

    ´

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    19/40

    robóticar 

    Mecatrônica Fácil nº4418

    Newton C. Braga

    Todos os sistemas  de

    servomotores que funcionam em laçofechado (com realimentação), quersejam analógicos ou digitais, preci-sam passar por um processo de sin-

    tonia. A nalidade deste processo é

    fazer com que o servo siga da manei-

    ra mais próxima quanto seja possível,o sinal de comando externo.

    Necessidade de Sintonia

    As características de funciona-

    mento dos servos fazem com queseu movimento seja gerado por umatensão de erro. Somente quando

    existe uma diferença entre a tensãoaplicada na entrada e a tensão de re-ferência dada pela posição do servo

    é que ele se movimenta para reduzir

    este “erro”.O ganho do sistema determina

    quanto rápido ou duro é o sistema

    para tentar reduzir este erro.Um sistema que tenha um ganho

    elevado pode gerar um torque eleva-do para corrigir a posição do servo,

    mesmo quando a tensão de erro é

    muito pequena. Um sistema deste

    tipo é fundamental para corrigir rapi-

    damente as posições do servo quan-do se exige isso.

    Entretanto, os servos e suas car-

    gas movimentadas possuem umacerta inércia que exige que o servo

    acelere e desacelere de modo aacompanhar as variações dos sinais

    de entrada. A existência desta inér-cia tende a fazer com que o sistematenha uma característica de auto-correção que o faz oscilar em torno

    da posição eu deve ser atingida, con-forme ilustra a fgura 1.

    Isso acontece se não houver

    amortecimento, o que leva o sistemaa atingir o equilíbrio depois de diver-

    sas oscilações em torno deste ponto.

    Sintonia de ServosNe s t e a r t i g o m o s t r a m o s o q u e és i n t o n i z a r um s e r v o ,

    p o r q u e i s s o éne ce s sár i o e c om o éfe i t o e s t e p r o c e d i -  

    m e n t o p a r a q u e e s se d i sp o s i t i v o s i g a o m a is p r óx i m op o s sív e l o s i n a l d e c om a n d o e x t e r n o .

    limentação e na saída estão sempredefasados de 180 graus nas frequên-cias mais baixas, isso não acontece

    quando a frequência aumenta.Pode até acontecer que, em

    frequências mais elevadas, o sinaltenha polaridade tal que represente

    uma realimentação positiva, e comisso o circuito entraria em oscilaçãoou apresentaria outras anomalias de

    funcionamento.

    Se o sistema for dotado de umamortecimento, conforme mostra amesma curva, não teremos esta os-

    cilação, mas isso pode levá-lo a umaresposta mais lenta.

    Na prática, sintonizar um servoconsiste em ajustar o potenciômetro

    de ganho de modo que possa ter umcomportamento que evite as oscila-ções em torno do ponto de equilíbrio

    nas mudanças de posição e que leveà posição desejada o mais rápidopossível.

    Se bem que existam cálculos

    complexos que levem a sintonia cor-reta de um servo, na prática pode sernecessário um procedimento mais

    simples (ou mais empírico), pois ovelho chavão que bem se aplica à

    eletrônica e a mecatrônica também é

    válido: “Na prática, a teoria é outra.”

    Examinando o Funciona-

    mento de um Servo

    Um servomotor é um sistema que

    opera em um circuito fechado de re-alimentação negativa. Se a realimen-tação fosse positiva, teríamos um

    oscilador, observe a fgura 2.Por realimentação negativa en-

    tendemos o fato de que o sinal obti-

    do na saída é aplicado à entrada de

    realimentação com a fase invertida.Em outras palavras, o sinal de saídae o sinal de realimentação estão em

    antifase ou defasados de 180 graus.Isso é conseguido com facilidade

    bastando que o sinal de saída sejaaplicado à entrada inversora do cir-

    cuito usado para esta nalidade, que

    normalmente a possui.Na prática, entretanto, temos de

    considerar que o comportamento deum circuito deste tipo varia com afrequência. Assim, se podemos ga-

    rantir que o sinal na entrada de rea-

    1Características de resposta de um

    sistema de servos

    2Circuito fechado de um servo

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    20/40

    robótica

    Mecatrônica Fácil nº44

    19

    Assim, é muito importante, ao seprojetar um sistema de servo, saberqual é a margem de frequências

    que pode ser usada nos sinais decomando de modo a se manter aestabilidade.

    Isso envolve não só um cuidado-

    so projeto e sintonia dos elementosdo circuito, mas também do própriosistema mecânico que ele o servo

    deve acionar.Uma das maiores diculdades

    que encontramos na análise de umsistema com realimentação (closed

    loop) é que todos os elementos sãointerativos.

    A entrada é aplicada à saída, que

    então é cancelada, e assim não so-bra nada para ser medido!

    Para se estudar um circuito deste

    tipo o que se faz é interromper a rea-

    limentação, abrindo-a, e então anali-sar o que ocorre com o circuito.

    Com a análise do circuito nas

    condições sem realimentação (ga-nho máximo), podemos saber o queacontece com seu ganho e com sua

    fase em função da frequência do si-nal de entrada. Na fgura 3 temos ascaracterísticas típicas de um circuitousado no controle de servos.

    Observe que a escala de ga-nhos é logarítmica (dB) e que umaredução de ganho de apenas 6 dB

    signica uma redução no ganho detensão de 50%.

    O ponto de 0 dB é o ponto em quetemos o ganho unitário de tensão, ou

    seja, aquele em que a tensão de saí-da tem o mesmo valor que a tensãode entrada. Podemos dizer que nes-

    te ponto temos a máxima frequênciaem que teoricamente o dispositivopode ser usado como amplicador.

    No gráco de fase, a escala é em

    graus e mostra como a diferença de

    fase entre o sinal de entrada e o sinalde saída se alteram com o aumento

    da frequência.Veja que, se chegarmos ao ponto

    em que a realimentação se atrasa em180 graus, com o desvio adicional de

    180 graus que obtemos aplicamoseste sinal na entrada negativa, volta-mos a ter a mesma fase do sinal ori-ginal (360 graus). Isso signica que a

    realimentação introduzida no circuitose torna positiva e não negativa, coma produção de oscilações, instabili-

    dades e outros problemas.

    Em nenhum ponto da operaçãodo servo deve ocorrer este problema,devido a alteração de fase introduzi-da pelo circuito.

    Na maioria dos casos, entretan-to, é possível prever tanto o ganhocomo as variações de fase que ocor-

    rem quando se usa um sistema deservos, o que permite eliminar pro-blemas deste tipo.

    Na prática, só é necessário fazer

    um exame apurado destas caracte-

    rísticas caso aconteça problemasque nos levem a desconfiar que

    sua origem resida na variação deganho, ou na mudança de fase dosinal de realimentação introduzidano circuito.

    Neste caso, uma solução a seradotada é manter o ganho inferior aum quando o deslocamento de fase

    é de 180 graus. Veja na fgura 4 oque ocorre.

    Um Servo na Prática

    Levando em conta as caracterís-ticas que analisamos, a resposta deum servo na prática, é bem diferente

    daquela que a teoria poderia indicarcomo linear. Na fgura 5  é possívelobservar estas características, para ocaso de um servo não carregado.

    Analisando estes grácos, é pos-sível notar algumas diferenças entreo que é um servo na teoria e o que

    esperar na prática.O primeiro ponto que salta à vis-

    ta é o ganho elevado do circuito nu-

    3Ganho e deslocamento de fase com

    frequência de um servo comum

    4Resposta com ganho baixo

    5Características reais de um servo

    não carregado

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    21/40

    robóticar 

    Mecatrônica Fácil nº4420

    ma frequência de aproximadamente2 kHz, para este exemplo.

    Nesta frequência temos a resso-nância do eixo acoplado ao sensor,causando uma oscilação por torção.

    Observe que, nesta mesma fre-qüência, o deslocamento de fasedos sinais de controle e de entradamuda abruptamente, chegando aos360 graus que vão causar a altera-ção de realimentação negativa parapositiva.

    Num projeto que use este siste-ma, na freqüência de ressonânciado eixo, o ganho deve ser menor doque 1 para que não tenhamos osci-lações.

    O controle da constante de tempodo circuito determina em que ponto oganho começa a se deslocar. Pode-se fazer uma analogia deste controlecom o controle de agudos de um am-plicador de áudio, o qual atua sobre

    o ganho das altas frequências.Devemos ajustar este controle

    para manter o ganho do circuito emmenos do que 1 quando a frequênciase aproxima de 2 kHz.

    Um outro ponto de interesse nes-tes grácos é o de cruzamento ou

    “crossover”. Trata-se do ponto da

    curva de frequência que passa peloganho de 0 dB ou ganho unitário de

    tensão.Para os servos comuns, usados

    em aplicações industriais, a frequên-cia em que isso acontece está tipica-mente entre 40 e 300 Hz.

    No gráco de fase, observe que

    o ponto beta (β) é denominado “mar-gem de fase na freqüência de cru-zamento”.

    Se este beta for muito pequeno, osistema tende a oscilar e sobredispa-rar na frequência de cruzamento. Is-so signica que beta pode ser usado

    para representar o amortecimento.Um sistema que tenha um beta

    elevado tem um fator de amorte-cimento alto. O controle de amor-tecimento (damping) atua sobre amargem de fase possibilitando seuaumento na freqüência de cruza-mento (crossover).

    Este controle atua sobre o circuitode realimentação produzindo o queé denominado “aceleração da reali-mentação”.

    Uma rede de compensação criauma derivação para o sinal de reali-mentação na freqüência de crossover,

    aumentando assim a margem de fase.

    Considerando aInércia da Carga

    No momento em que o servotem de atuar sobre algum siste-ma mecânico, que possui certainércia, seu comportamento pode

    mudar mais ainda. Tanto as carac-terísticas de fase como de ganhosão alteradas quando o servo é

    carregado.Devemos considerar neste caso

    não apenas a redução de ganhodevido à inércia da carga, como

    também o aparecimento de um pi-co adicional devido à oscilação doeixo acoplado à carga. Na fgura 6 mostramos os grácos que levam

    em conta a adição de uma carga aum servo.

    Observe que o ganho pode até

    ser maior do que o que ocorre na fre-

    qüência natural de ressonância de 2kHz. Em um caso como este o motorpode começar a vibrar ou “apitar” comfrequências de controle ainda maisbaixas, quando a constante de tempoé ajustada.

    A amplitude deste pico adicio-nal de ganho depende da formacomo o servomotor é acoplado à

    carga.Um acoplamento por mola, por

    exemplo, aumenta em muito estepico, exigindo a atuação sobre ocontrole de ganho para que não hajainstabilidades de funcionamento. Éclaro que um ganho menor vai terefeitos sobre a resposta do sistema,além de outros fatores que devem

    ser considerados.

    ConclusãoNeste artigo demos uma idéia

    dos fatores que devem ser levadosem conta ao se ajustar ou “sintoni-zar” um servo. Como um circuito ele-

    trônico sensível, o servo deve estarcorretamente sintonizado com ascaracterísticas do sistema mecânicoque ele deve acionar.

    Entendendo como isso acon-tece o profissional, além de me-lhor instalar e ajustar servos emequipamentos industriais, também

    estará apto a localizar falhas de

    funcionamento de um equipamen-to que, em muitos casos, não sãoprovocadas por defeitos de com-ponentes, mas sim por um ajuste

    mal feito. f 

    6Sistema de servo com carga inercial

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    22/40

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    23/40

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    24/40

    projeto p

    Mecatrônica Fácil nº44 23

    Lista de materiais:

    Este componente também po-de ser instalado longe do receptor,caso a aplicação exija. Até mesmo

    uma lente convergente na parte

    frontal do tubinho pode ser previstapara aumentar a sua diretividade e

    sensibilidade. 

    Prova e usoPara provar o aparelho basta ligar

    na sua saída uma carga qualquer co-mo, por exemplo, um abajur ou outroeletrodoméstico.

    Ligue o aparelho e ajuste P1 para

    obter o limiar do disparo. Volte umpouco o controle de sensibilidade e,com um laser pointer, teste a ação

    do relé.Se o relé tender a repicar (fechan-

    do e abrindo mais de uma vez comos pulsos de luz emitidos) aumente

    o valor de C2. Este capacitor, depen-

    dendo da aplicação, pode assumirvalores de até 2,2 µF.

    Comprovado o funcionamento ésó fazer a instalação denitiva.

    Se houver a tendência ao disparocom relâmpagos (no caso de uso ex-

    terno), um capacitor de 100 nF a 1 µF

    pode ser ligado em paralelo com oLDR para aumentar a inércia. Esco-

    lha um valor que não afete também asua sensibilidade ao laser pointer.

    Semicondutores:

    CI1 - 555 - circuito integrado - timer 

    CI2 - 4013 - Duplo Flip-flop tipo D CMOS

    Q1 - BC548 - transistor NPN de uso geral

    D1 - 1N4148 ou equivalente - diodo de

    silício de uso geral

     

    Resistores: (1/8 W, 5%)

    R1 - 10 k ohms

    R2 - 47 k ohms

    R3 - 100 k ohms

    R4 - 4k7 ohms

    P1 - 1 M ohms - trimpot  ou potenciômetro

    Importante:

    Muito cuidado deve ser tomado com o

    uso do Laser Pointer em lugares com mui-

    tas pessoas. O feixe de laser nunca deve

    ser apontado para as vistas das pessoas, já que sua radiação é perigosa. Posicione

    o sensor de tal forma, que ao ser usado,

    nunca haja o perigo de pessoas cortarem

    o feixe de luz de modo acidental.

     

    Capacitores

    C1 - 47 nF - poliéster ou cerâmico

    C2 - 100 nF - poliéster ou cerâmico

    C3 - 100 µF x 16 V - eletrolítico

     

    Diversos

    LDR - LDR redondo comum de qualquertamanho

    K 1 - 12 V x 50 mA - relé sensível

    Placa de circuito impresso, laser pointer,

    material para fonte de alimentação, caixa

    para montagem, fios, solda etc.

    2Circuito completo do receptor

    3Placa do receptor do controleremoto usando Laser Pointer

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    25/40

    dispositivosd

    Mecatrônica Fácil nº 4424

    O r e lééum com po n e n t e

    d e g r a n d e u t i l i d a d e e

    a p a r e c e em b o a p a r t e n o s

    p r o j e t o s d e e l e t r ôn i c a ,

    m e c a t r ôn i c a , r o b ó t i ca ,

    a u t o m ação e co n t r o l e ee l e t r ôn i c a a u t om o t i v a .

    V e r e m o s n e st e a r t i g o s e u

    f u n c i o n am e n t o , u t i l i d a -  

    d e s e co m o a u m e n t a r a

    s e n s i b i l i d a d e d e s t e d i s -  

    p o s i t i v o .

    O l e it o r p o d e r á m o n t a r

    u m r e lée x p e r i m e n t a l

    p a r a d em on s t r açõe s

    d i d át i c a s e p e q u e n o s

    p r o j e t o s . Ev i d e n t e m e n t e ,d a s m i l h a r e s ap l i c ações

    p o s síve i s v e r em o s a l g u -  

    m a s , m a s d a r e m o s e l e -  

    m e n t o s p a r a q u e o le i t o r

    d e s e n v o l v a t a n t a s o u t r a s

    q u an t o su a im ag i n ação

    p e r m i t i r  

    Com frequência nos circuitosaparecem relés, que em alguns casos

    por falta de conhecimento dos leitores,

    ou mesmo por alguma dificuldade de

    obtenção, consistem em um impedi-

    mento para sua realização prática.

    Conhecendo melhor os relés, o

    leitor verá que são componentes in-

    dispensáveis em muitas aplicações e

    é conveniente ter sempre alguns dis-

    poníveis no seu estoque de material.A finalidade do artigo é forne-

    cer elementos para facilitar o uso e

    a escolha de relés para eletrônica,

    principalmente os que envolvem as

    aplicações comuns.

    Analisaremos as características de

    um relé e como fabricá-lo ou improvi-

    sá-lo a partir de outros recursos.

    O ReléUm relé consiste em uma chave ou

    comutador eletromagnético, cuja es-

    trutura básica é mostrada na figura 1.

    Nas proximidades de uma bobina

    (eletroímã) existe uma armadura de

    metal ferroso, que pode movimentar

    um contato elétrico.

    Quando não circula corrente pela

    bobina, não há campo magnético e,

    portanto, a armadura se mantém fixa

    em sua posição, com os contatos 3 e

    4 separados.

    Ao circular uma corrente pela bobi-

    na, é criado um campo magnético queatrai a armadura e, com isso, faz com

    que os contatos 3 e 4 encostem um

    no outro.

    Em outras palavras, sem corrente

    na bobina, os contatos 3 e 4 estão

    abertos e não pode fluir corrente pelo

    circuito que controla. Com a circulação

    de corrente pela bobina, os contatos 3

    e 4 fecham, e uma corrente pode pas-

    sar pelo circuito que controla.

    Ligando um circuito externo, como

    ilustra a figura 2, ele pode ser total-

    mente controlado apenas pela corrente

    Uso de Relés Newton C. Braga

    1Estrutura de um Relé

    que circula pela bobina do relé. Com a

    bobina sem corrente (desenergizada),

    a lâmpada permanece apagada.

    Com a bobina energizada a lâm-

    pada acenderá.

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    26/40

    dispositivos d

    Mecatrônica Fácil nº 44 25

    12, 24, 48 ou mesmo 110 volts) e pelacorrente (100 mA, 50 mA, etc).

    Se dividir a tensão de acionamentopela corrente correspondente, facil-mente encontrará a resistência da bo-bina. Por exemplo, um relé de 6 voltspara 100 mA tem uma resistência debobina de 6/0,1 = 60 ohms (0,1 ampé-

    re é o mesmo que 100 mA).Pode-se, por outro lado, indicar a

    tensão de acionamento e a resistênciada bobina. Para calcular a corrente,basta dividir a tensão pela resistência.Um relé de 6 volts com 60 ohms debobina é acionado com uma correntede 6/60 = 0,1 A ou 100 mA).

    É preciso observar, entretanto,que os valores de tensão indicamqual a maneira ideal de usar o relénum circuito.

    Na prática o relé pode funcionarcom uma tensão ligeiramente menor etambém com tensões até 50% maio-res. As tensões maiores até assegu-rarão uma atração maior da armaduraque proporciona eficiência e rapidezde contato.

    A tensão apenas não pode sermuito maior que estes 50% porquea bobina tende então a esquentar ecausar a queima do relé. Neste casoé a dissipação máxima que deve serlevada em conta, observe a figura 5.

    Existem tipos de relés cujas bobi-nas são projetadas para acionamentocom corrente contínua e tipos de relésque podem operar com corrente alter-nada. Em geral, os tipos para correntealternada são aqueles cujas bobinassão indicadas para tensões elevadascomo as encontradas na rede de ali-mentação de 110 V ou 220 V.

    Na tabela 1 dada a seguir vemosas características dos relés comu-mente encontrados em aplicações co-muns, para servir de orientação parao leitor. A pinagem destes relés serávista posteriormente.

    com microrrelés, uma corrente fraca,como a que obtemos de um transistor,ou mesmo diretamente de um sen-sor, pode fechar os contatos do relé,e com isso controlar aparelhos queexigem correntes maiores como, porexemplo, lâmpadas, motores, etc.

    Num microrrelé típico precisamos

    de uma corrente de apenas 0,05 am-pères para fechar os contatos, e comisso controlar uma corrente externade até 2 ampères, ou seja, 40 vezesmaior!

    O relé pode então ser utilizadocomo sensível dispositivo de controlecom características adicionais impor-tantes, que são:

    Existe um isolamento completoentre o circuito que controla a

    sua bobina e o circuito ligadoaos contatos.O circuito de controle pode tercaracterísticas completamentediferentes daquele que é con-trolado.Um relé pode ter muitos contatos,e com isso controlar diversoscircuitos simultaneamente.Tipos especiais de relés podemter ações temporizadas ou travas,eliminando a necessidade de

    circuitos para esta finalidade.Características

    Para usar um relé numa determi-nada aplicação, precisa-se interpretarsuas características.

    Assim, em primeiro lugar é precisoconhecer as características de suabobina, que determinarão que tipo decircuito de disparo ou acionamentopode-se empregar.

    Para os relés sensíveis, estas bo-binas são formadas por milhares de

    espiras de fios finos. Para o aciona-mento da bobina, existem três gran-dezas elétricas que entram em jogo.

    Para obter a corrente necessáriaao disparo, precisamos aplicar umacerta tensão na bobina, e esta tensãoé função da resistência que o fio doenrolamento apresenta. (Figura 4)

    Os relés podem então ser espe-cificados por duas destas três gran-dezas, pois o conhecimento de duasdelas nos permite calcular facilmentea terceira. Pode-se especificar um re-lé pela tensão de acionamento (3, 6,

    2Circuito externo controlado

    através de um relé

    3Carga de 2 A controlada com

    apenas 0,05 A

    4Aplicação de tensão na bobina

    Uma característica importante dorelé é que o circuito controlado podeter características totalmente distintasdo circuito que controla a bobina. As-sim, se a bobina for feita com muitasespiras de fio muito fino, como ocorre

    5A dissipação é fundamental no

    acionamento de um relé

    Tensão(v)

    Corrente(mA)

    Resistência(ohms)

    5 111 45

    6 92 65

    12 43 280

    24 22 1070

    48 12 4000

    T1

    Tabela 1

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    27/40

    dispositivosd

    Mecatrônica Fácil nº 4426

    Outro tipo de especificação impor-

    tante para um relé é a que se refere

    às características dos contatos.

    No relé tomado como exemplo tí-

    nhamos dois contatos que permane-

    ciam desencostados quando a bobina

    estava desenergizada e encostavam

    quando fluía corrente pela bobina.

     Confira na figura 6 que, temos um

    contato fixo, denominado (comum), e

    um contato que na condição de dese-

    nergização está aberto, ou seja, é o

    contato normalmente aberto ou abre-

    viado por NA. Quando energizamos a

    bobina este contato fecha.

    Existem relés que podem ter os

    contatos dispostos de outra forma e

    também em um número maior. Uma

    possibilidade interessante é mostrada

    na figura 7.

    Neste tipo de disposição, eles es-

    tão fechados ou ligados quando a bo-bina está desenergizada. Dizemos que

    trata-se de um relé com um contato

    normalmente fechado ou abreviada-

    mente NF. Quando energiza-se o relé,

    os contatos abrem, desligando um cir-

    cuito externo. Veja então que um relé

    com contatos NF pode ser usado para

    desligar alguma coisa com a energiza-

    ção de sua bobina, e não somente pa-

    ra ligar, conforme sugere a figura 8.

    E, é claro, pode-se combinar os

    dois tipos de contatos num único relé.

    Observe a figura 9. Trata-se de umrelé com contatos reversíveis NA e

    NF, como os tipos comuns encontra-

    dos no mercado especializado para

    as versões denominadas microrreles

    com invólucros para soldagem direta

    em placas de circuito impresso.

    Estes pequenos relés possuem

    dois contatos reversíveis, o que quer

    dizer que é possível controlar inde-

    pendentemente dois circuitos tanto

    utilizando as funções NA como NF.

      Na figura 10  temos a identifica-ção destes contatos para os microrre-

    les comuns usados nos projetos.

    Os contatos de um relé são estru-

    turas mecânicas bastante delicadas.

    Quando eles abrem ou fecham, con-

    trolando correntes intensas, ocorrem

    faiscamentos que, com o tempo, vão

    gastando e queimando os contatos.

    Assim uma especificação impor-

    tante é a corrente máxima que os

    contatos do relé podem controlar. Pa-

    ra os microrreles esta corrente é da

    ordem de 2 ampères.

    6Contato de um relé

    7 Relé com contato NF

    8Desligando uma carga com o

    acionamento do relé

    9Relé com contatos NA e NF

    10Identificação dos contatos NA e

    NF para microrelés comuns

    11Utilização de um relé

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    28/40

    dispositivos d

    Mecatrônica Fácil nº 44 27

    Usando Relés

    Para utilizar um relé, é importan-

    te saber qual o tipo de acionamento

    que ele pode ter, e que tipo de carga

    controlar. De posse de um circuito de

    acionamento de um relé, conforme

    indica figura 11, podemos usar tanto

    seus contatos NA como NF para con-trolar uma carga ou circuito externo.

    Assim, em (a) temos a alimentação

    de um circuito externo, uma lâmpada

    ou uma cigarra, por exemplo, quando

    o relé fecha seus contatos, ou seja,

    quando sua bobina é percorrida por

    uma corrente.

    Já, em (b) temos a utilização dos

    contatos NF, quando então o circuito

    externo é desligado quando a bobina

    é percorrida por uma corrente.

    Veja, porém, que nesta segunda

    aplicação, estando o circuito externodesligado, o relé estará sendo percor-

    rido por uma corrente, o que significa

    um consumo de energia por seu cir-

    cuito de disparo.

    Uma aplicação interessante para

    um relé de dois contatos reversíveis é

    exibida na figura 12. Esta consiste na

    inversão de polaridade de uma fonte

    de corrente contínua.

    Pode-se inverter a rotação de um

    motor simplesmente energizando o

    relé. Este tipo de circuito encontrauma grande quantidade de aplica-

    ções em robótica e mecatrônica além

    de automação industrial, substituindo

    as denominadas pontes H.

    Os leitores já devem ter notado

    que nos projetos que fazem uso de

    transistores disparando um relé, sem-

    pre é empregado um diodo em parale-

    lo com a bobina. Este diodo é do tipo

    de silício de uso geral como o 1N4148

    ou mesmo 1N4002. (Figura 13)

    Quando um relé é energizado, o

    campo magnético de sua bobina está

    totalmente expandido com as linhas

    de força se espalhando por todo o es-

    paço que envolve o componente. No

    momento em que o relé é desativado,

    ou seja, a corrente de sua bobina é

    cortada, ocorre um fenômeno: as li-

    nhas de força do campo magnético

    se contraem rapidamente e cortam as

    espiras da bobina induzindo uma altatensão.

    Esta tensão tem polaridade inversa

    daquela que disparou o relé e, aplica-

    da a um transistor, poderia facilmente

    causar sua queima. Num simples relé

    de 6 ou 12 V com corrente de bobi-

    na de 50 a 100 mA, esta tensão pode

    ser superior a 100 volts enquanto um

    transistor como o BC548 suporta no

    máximo, entre o coletor e o emissor,

    uma tensão de 30 volts.

    Colocando um diodo em parale-lo com a bobina, mas polarizado de

    modo inverso em relação à tensão de

    acionamento, ele oferece um percurso

    de baixa resistência para a circulação

    da corrente gerada pela tensão indu-

    zida na abertura que, então, não pode

    causar dano ao transistor.

    Se preferir aumentar a sensibili-

    dade de um relé, disparando-o com

    correntes muito menores que as exi-

    gidas pelas suas bobinas é possível

    fazer uso de circuitos excitadores ou

    drivers  com transistores.

    12Inversão de polaridade com um

    relé de contatos reversíveis

    13Utilização de um diodo em

    paralelo com um relé

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    29/40

    dispositivosd

    Mecatrônica Fácil nº 4428

    16Circuitos utilizados para acionar

    relés a partir de fototransistores

    17Utilizando os contatos adicio-

    nais de um relé como trava

    18Disparo de um relé com ten-

    sões alternadas

    19Montagem de um relé experimental

    14Excitação de um relé a partir do

    555 ou de integrados TTL

    15Disparo de relés a partir

    de LDRs.

    da luz no LDR, ou seja, temos um

    alarme de sombra.

    Como os fototransistores tem me-

    nos sensibilidade precisamos de uma

    amplificação maior e podemos fazer

    uso dos circuitos apresentados na fi-

    gura 16. Um é o alarme de luz, e o

    outro de sombra, e os potenciômetros

    fazem o ajuste da sensibilidade.

    O disparo a partir de foto-sensores

    como LDRs pode ser feito conforme

    ilustra a figura 15.

    No circuito da figura (a) temos o

    acionamento do relé pela incidência

    de luz no LDR. Trata-se de um alarme

    de luz. O potenciômetro faz o ajuste

    da sensibilidade. Já o circuito (b) faz o

    acionamento do relé pela diminuição

    Para excitar um relé a partir de

    um 555 ou de um integrado TTL, a

    configuração ideal é a mostrada na

    figura 14.

    O resistor ligado na base do tran-

    sistor tem valores típicos entre 1k e

    4k7, mas se houver bom ganho até

    mesmo um resistor de 10 k / ohms

    pode ser usado.

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    30/40

    dispositivos d

    Mecatrônica Fácil nº 44 29

    20Circuito de acionamento do relé experimental.

    Os contatos extras de relés que

    possuam dois reversíveis de 6 e 12

    V com correntes de acionamento de

    50 a 100 mA podem ser utilizados nu-

    ma função importante que é a trava.

    Quando o relé fecha seus contatos,

    mesmo que ativado por uma corrente

    de curta duração, os contatos extras

    podem ser utilizados para manter in-definidamente o relé energizado.

    Confira a figura 17. Estes con-

    tatos extras são usados para “rea-

    limentar” sua bobina, mantendo-o

    travado. Para desligar o relé, é pre-

    ciso interromper por um momento a

    sua alimentação. Esta aplicação é

    interessante quando os relés forem

    usados em circuitos de alarmes.

      O disparo com tensões alter-

    nadas pode ser conseguido com a

    utilização de um circuito retificador,conforme mostra a figura 18.

    O diodo retifica a corrente e C1,

    cujo valor estará entre 100 µF e

    1 000 µF, faz a filtragem, evitando a

    vibração dos contatos como no caso

    de um relé de corrente contínua.

    Relé ExperimentalPara demonstrar o princípio de

    funcionamento de um relé, damos

    uma montagem experimental bastan-

    te simples e interessante. Trata-se de

    um relé improvisado com material de

    fácil obtenção, e que a partir de uma

    simples pilha, controla uma lâmpada

    de alta potência.

    Pode-se acender ou apagar uma

    lâmpada de 25 a 60 watts usando

    uma simples pilha. Na figura 19  te-

    mos a montagem do relé.

    O fio esmaltado fino (28 a 32) po-

    de ser obtido de transformadores ve-lhos, campainhas ou mesmo outros

    relés que estejam fora de uso. O fio

    esmaltado aproveitado deve ser de

    cor marrom brilhante, pois se possuir

    cor escura é sinal que foi “queimado”

    e não danificado por interrupção ou

    curto, e o fio perdeu seu isolamento.

    A parte metálica dos contatos é

    feita com pedaços de lata em conser-

    va que deve ser cortada e raspada

    para que a tinta, isolante, não impeça

    a passagem da corrente.O circuito de acionamento é ilus-

    trado na figura 20.

    Quando o interruptor de pressão

    é apertado o relé deve fechar seus

    contatos (o prego deve atrair a arma-

    dura móvel), e o circuito da lâmpada

    será fechado com seu acendimento.

    Este mesmo circuito pode servir

    de sugestão para o acionamento

    remoto de uma campainha usando

    pilha em um circuito seguro de baixa

    tensão que, de modo algum, apre-

    senta perigo de choque.

  • 8/19/2019 Mecatronica Facil Ntqertº44

    31/40

    dispositivosd

    Mecatrônica Fácil nº 4430

    Todo material, por me-lhor condutor que seja, apresenta umacerta resistência à passagem da correnteelétrica, ou seja, uma oposição à movi-mentação dos portadores de cargas.

    É justamente para vencer esta opo-sição que energia tem de ser dispendidano estabelecimento de uma corrente, eesta energia se converte em calor.

    O material será tanto melhor con-dutor quanto menos oposição ele ofe-recer à passagem da corrente e estacaracterística é inerente a este mate-rial, não dependendo do seu formatoou das suas dimensões.

    Esta característica é dada pelo quedenominamos “condutividade elétrica”e varia de material para material. As-sim, o ouro, a prata e o