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  • Federao Esprita Brasileira

    Estudo e Prtica da MEDIUNIDADE

  • Federao Esprita Brasileira

  • CATALOGAO DE APOSTILAS

    Curso de Estudo e Prtica da Mediunidade. Programa I. 4a Tiragem Revisada. 27a Tiragem. Braslia [DF]: Federa-o Esprita Brasileira, janeiro de 2010.

    38.500 a 39.500 exemplares

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    Apresentao

    Em maro de 1998, atendendo a inmeras solicitaes de companheiros espritas, colocamos disposio do Movimento Esprita o Programa I do Curso de Mediunidade.

    Elaboramos uma segunda edio em julho de 2001, substancialmente revisada, editada trs anos aps a primeira publicao.

    Apresentamos, agora, aos espritas, em geral, e aos estudiosos da mediunidade, em particular, a terceira edio do Programa I do Curso, utilizando nova denominao Estudo e Prtica da Mediunidade. Os seus contedos programticos foram revisados e mais bem adequados realidade cotidiana das atividades da Casa Esprita.

    Nesta terceira edio destacamos os fundamentos citados nos pontos abaixo relacionados necessrios ao desenvolvimento, srio e responsvel do estudo e prtica da mediunidade nas nossas instituies espritas:

    a excelncia do pensamento de Allan Kardec, evidenciado nas obras da Codifi cao Esprita e nas suplementares a estas, de autoria de Espritos fi is s orientaes do Espiritismo;

    a necessidade do aprimoramento da conduta esprita, tendo como base a tica e a moral do Evangelho de Jesus;

    a importncia de se resgatarem os conceitos de mdium e de mediunidade, existentes em O Livro dos Mdiuns, captulo XIV, item 159: Todo aquele que sente num grau qualquer, a infl uncia dos Espritos , por esse fato, mdium. Essa faculdade inerente ao homem; no constitui, portanto, um privilgio exclusivo. A correta compreenso deste ensinamento evita o encaminhamento de pessoas despreparadas aos grupos medinicos ou sem sintonia com as atividades a desenvolvidas.

    Braslia (DF), 4 de julho de 2005

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    MDULO INTRODUTRIO: PONTOS PRINCIPAIS DA DOUTRINA ESPRITA

    Fundamentao Esprita1. Conceito e objeto da Doutrina Esprita2. O trplice aspecto da Doutrina Esprita3. Pontos principais da Doutrina Esprita4. A perfeio moral

    Atividade Complementar Resumo informativo de O Livro dos Espritos, de Allan Kardec, parte primeira

    e parte segunda. Edio FEB. Veja nas Consideraes Gerais, 3a parte, as orientaes referentes elaborao

    e apresentao de resumo informativo.

    Culminncia do Mdulo Conduta Esprita: Princpios doutrinrios espritas Veja nas Consideraes Gerais, as orientaes referentes aplicao dos

    exerccios de culminncia.

    Mdulo n. 1: INTRODUO AO ESTUDO DA MEDIUNIDADE

    CONTEDO PROGRAMTICO - ESTUDO E PRTICA DA MEDIUNIDADE - PROGRAMA I

    Fundamentao Esprita

    1. Esprito, matria e fl uidos2. Perisprito e princpio vital3. O passe esprita4. A prece: importncia, benefcios e a maneira correta de orar5. A faculdade medinica: conceito e classifi cao da mediunidade 6. Fenmenos de emancipao da alma.

    Prtica

    Exerccios sobre prece.

    Veja, no anexo do Mdulo, explicaes e exerccios referentes prece.

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    Atividade Complementar

    Resumo Informativo de:

    A Gnese, de Allan Kardec, captulos X e XIV. Edio FEB. O Livro dos Mdiuns, de Allan Kardec, segunda parte, captulos I a V e

    VII. Edio FEB. Veja nas Consideraes Gerais, as orientaes referentes elaborao e apre-

    sentao de resumo informativo.

    Culminncia do Mdulo

    Conduta Esprita: A formao do mdium segundo os parmetros ditados pelo Esprito de Verdade: amai-vos e instru-vos.

    Veja nas Consideraes Gerais, as orientaes referentes aplicao dos exerccios de culminncia.

    Fundamentao Esprita

    1. Ecloso da mediunidade2. O papel da mente e do perisprito nas comunicaes medinicas3. Transes psquicos4. Concentrao medinica5. A infl uncia moral do mdium e do meio ambiente nas comunicaes medinicas6. Educao e desenvolvimento da faculdade medinica

    Prtica

    Irradiao mental: Con-ceito e importncia.

    Veja, no anexo do M-dulo, explicaes e exer-ccios referentes irra-diao mental.

    Atividade Complementar

    Resumo Informativo de:

    O que o Espiritismo, de Allan Kardec, captulo II, vide pg. 167. Edio FEB. O Livro dos Mdiuns, de Allan Kardec, segunda parte, vide pg. 167, cap-

    tulos XIX, XX e XXI. Edio FEB. Veja nas Consideraes Gerais, as orientaes referentes elaborao e apre-

    sentao de resumo informativo.

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    Culminncia do Mdulo Culminncia do Mdulo: A prtica da caridade e do perdo como norma de

    conduta esprita.

    Veja nas Consideraes Gerais, as orientaes referentes aplicao dos exerccios de culminncia.

    Mdulo n. 3: MEDIUNIDADE. OBSESSO. DESOBSESSO

    Fundamentao Esprita1. As manifestaes medinicas de efeitos fsicos2. As manifestaes medinicas de efeitos intelectuais3. As manifestaes medinicas de efeitos visuais4. Obsesso: o obsessor, o obsidiado, o processo obsessivo5. Obsesso: tipos e graus. Mediunidade e loucura6. Desobsesso

    Prtica

    Harmonizao psqui-ca: Importncia e meios de auto-conhecimento e equilbrio espiritual.

    Veja, no anexo do Mdulo, explicaes e exerccios referentes harmoni-zao psquica.

    Atividade Complementar Resumo Informativo de:

    O Livro dos Mdiuns, de Allan Kardec, segunda parte, captulos VI, XIV e XXIII. Edio FEB.

    O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, captulos XI, XII e XXVI. Edio FEB.

    A Gnese, de Allan Kardec, captulo XIV, itens 45 a 49. Edio FEB. Veja nas Consideraes Gerais, as orientaes referentes elaborao e

    apresentao de resumo informativo.

    Culminncia do Mdulo Conduta Esprita: O exerccio gratuito e devotado da mediunidade como

    instrumento de progresso espiritual.

    Veja nas Consideraes Gerais, as orientaes referentes aplicao dos exerccios de culminncia.

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    Mdulo n. 4: A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL

    Fundamentao Esprita

    1. A desencarnao2. A vida no alm-tmulo: os Espritos errantes3. As regies de sofrimento no plano espiritual4. As comunidades espirituais devotadas ao bem

    Prtica

    Percepo psquica: De-senvolvimento de per-cepes, com vistas captao de sentimentos, idias e imagens oriundas do Mundo Espiritual.

    Veja, no anexo do Mdulo, explicaes e exerccios referentes percepo psquica.

    Atividade Complementar Resumo Informativo de:

    O Cu e o Inferno, de Allan Kardec, captulos I e II, da primeira parte e o captulo I, da segunda parte. Edio FEB.

    Obreiros da Vida Eterna, de Francisco Cndido Xavier, pelo Esprito Andr Luiz. Edio FEB.

    Voltei, de Francisco Cndido Xavier, pelo Esprito Irmo Jacob. Edio FEB.

    Veja nas Consideraes Gerais, as orientaes referentes elaborao e apresentao de resumo informativo.

    Culminncia do Mdulo Conduta Esprita: O mdium e a sua reforma moral.

    Veja nas Consideraes Gerais, as orientaes referentes aplicao dos exerccios de culminncia.

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    CONSIDERAES GERAIS SOBRE O ESTUDO E PRTICA DA ME-DIUNIDADE

    I. NECESSIDADE DO ESTUDO DA MEDIUNIDADE As seguintes palavras de Allan Kardec justifi cam a necessidade de um estudo

    contnuo e sistematicamente organizado da mediunidade na Casa Esprita: Todos os dias a experincia nos traz a confi rmao de que as difi culdades e os desenganos, com que muitos topam na prtica do Espiritismo, se originam da ignorncia dos princpios desta cincia [...]. Se bem cada um traga em si o grmen das qualidades necessrias para se tornar mdium, tais qualidades existem em graus muito diferentes e o seu desenvolvimento depende de causas que a ningum dado conseguir se verifi quem vontade. As regras da poesia, da pintura e da msica no fazem que se tornem poetas, pintores, ou msicos os que no tm o gnio de alguma dessas artes. Apenas guiam os que as cultivam, no emprego de suas faculdades naturais. O mesmo sucede com o nosso trabalho. Seu objetivo consiste em indicar os meios de desenvolvimento da faculdade medinica, tanto quanto o permitam as disposies de cada um, e, sobretudo, dirigir-lhe o emprego de modo til, quando ela exista. [...] De par com os mdiuns propriamente ditos, h, a crescer diariamente, uma multido de pessoas que se ocupam com as manifestaes espritas. Gui-las nas suas observaes, assinalar-lhes os obstculos que podem e ho de necessariamente encontrar, lidando com uma nova ordem de coisas, inici-las na maneira de confabularem com os Espritos, indicar-lhes os meios de conseguirem boas comunicaes, tal o crculo que temos de abranger, sob pena de fazermos trabalho incompleto. [...] A essas consideraes ainda aditaremos outra, muito importante: a m impresso que produzem nos novatos as experincias levianamente feitas e sem conhecimento de causa, experincias que apresentam o inconveniente de gerar idias falsas acerca do mundo dos Espritos e de dar azo zombaria e a uma crtica quase sempre fundada. De tais reunies, os incrdulos raramente saem convertidos e dispostos a reconhecer que no Espiritismo haja alguma coisa de srio. Para a opinio errnea de grande nmero de pessoas, muito mais do que se pensa tm contribudo a ignorncia e a leviandade de vrios mdiuns. Desde alguns anos, o Espiritismo h realizado grandes progressos: imensos, porm, so os que conseguiu realizar, a partir do momento em que tomou rumo fi losfi co, porque entrou a ser apreciado pela gente instruda. Presentemente, j no um espetculo: uma doutrina de que no mais riem os que zombavam das mesas girantes. Esforando-nos por lev-lo para esse terreno e por mant-lo a, nutrimos a convico de que lhe granjeamos mais adeptos teis, do que provocando a torto e a direito manifestaes que se prestariam a abusos.1

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    II. CONCEITO, OBJETIVO, PR-REQUISITO E CONSEQNCIAS DO ESTUDO DA MEDIUNIDADE

    O Curso de Estudo e Prtica da Mediunidade, realizado na Casa Esprita,

    uma reunio privativa que prioriza a participao efetiva dos inscritos, por meio de atividades grupais e plenrias.Tem como objetivo estudar de forma metdica, contnua e sria, a teoria e a prtica da mediunidade, luz da Doutrina Esprita e dos ensinamentos morais do Cristianismo. Os participantes do estudo da mediunidade devem ter concludo o Curso de Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita/ESDE, proposta da FEB, ou cursos equivalentes.

    O estudo da mediunidade tem, segundo Kardec, as seguintes conseqncias: [...] provar materialmente a existncia do mundo espiritual. Sendo o mundo espiritual formado pelas almas daqueles que viveram, resulta de sua admisso a prova da existncia da alma e a sua sobrevivncia ao corpo. As almas que se manifestam, nos revelam suas alegrias ou seus sofrimentos, segundo o modo por que empregaram o tempo de vida terrena; nisto temos a prova das penas e recompensas futuras. Descrevendo-nos seu estado e situao, as almas ou Espritos retifi cam as idias falsas que faziam da vida futura [...]. Passando assim a vida futura do estado de teoria vaga e incerta ao de fato conhecido e positivo, aparece a necessidade de trabalhar o mais possvel, durante a vida presente [...] em proveito da vida futura [...]. A demonstrao da existncia do mundo espiritual que nos cerca e de sua ao sobre o mundo corporal, a revelao de uma das foras da Natureza e, por conseqncia, a chave de grande nmero de fenmenos at agora incompreendidos, tanto na ordem fsica quanto na ordem moral. 2

    III. ESTRUTURAO DO CURSO DE ESTUDO E PRTICA DA MEDIU- NIDADE NA CASA ESPRITA

    DA ORGANIZAODe acordo com a estrutura administrativa da Casa Esprita, poder cons-

    tituir um Departamento, ou um Setor de outro Departamento (comumente do Doutrinrio) da Instituio. Em ambos os casos, sua organizao segue um es-quema administrativo-pedaggico bsico.

    1. ORGANIZAO DOUTRINRIA E PEDAGGICA DO CURSOO programa doutrinrio e pedaggico do Curso , em geral, defi nido pela

    direo do Centro Esprita, ouvindo a coordenao do Curso. Este Programa deve ser, necessariamente, compatvel com o objetivo e com as diretrizes da Doutrina Esprita. importante tambm a defi nio de critrios para a avaliao das aes

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    desenvolvidas no Curso.

    2. ORGANIZAO ADMINISTRATIVA DO CURSO Coordenador geral e coordenador adjunto Monitores Participantes Pessoal de apoio (secretaria, biblioteca etc.)

    2.1 Atribuies do Coordenador Geral: Administrar as atividades do Departamento ou Setor (superviso, acom-

    panhamento e avaliao de tarefas). Coordenar as reunies programadas para o Curso delegando-as ao coor-

    denador adjunto, se necessrio. Elaborar, em conjunto com o coordenador adjunto, o plano anual de ati-

    vidades, cronologicamente especifi cadas. Acompanhar, em conjunto com o coordenador adjunto, a execuo do

    plano anual de atividades, sugerindo medidas de avaliao e de replane-jamento.

    Elaborar relatrio anual das atividades do Curso, encaminhando-o di-reo da Casa Esprita.

    Constituir o quadro de monitores de acordo com o nmero de turmas, em trabalho conjunto com o coordenador adjunto.

    Fazer parte de uma reunio medinica da Casa Esprita. Participar, junto com a equipe que coordena, dos cursos de capacitao

    doutrinrio-pedaggica.

    O Coordenador Adjunto trabalha em conjunto com o coordenador geral, em regime de parceria, substituindo-o nas suas ausncias e impedimentos. Nas casas espritas onde o Curso possui vrias turmas, o coordenador ajunto substitudo por uma equipe ou conselho diretivo.

    2.2 Atribuies dos Monitores: Executar o plano anual de atividades, com assiduidade e pontualidade,

    seguindo o programa doutrinrio defi nido pela direo da Casa Espri-ta.

    Participar dos cursos de capacitao doutrinrio-pedaggica e das reunies programadas pela coordenao do Curso.

    Seguir as diretrizes doutrinrias, pedaggicas e administrativas do Curso, pr-estabelecidas.

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    Manter atualizado o registro de freqncia de sua turma, assim como anotar as causas de evaso dos participantes.

    Fazer parte de uma reunio medinica da Casa Esprita. Comunicar ao coordenador ou, na ausncia deste, ao coordenador adjunto,

    as difi culdades encontradas na execuo das suas atividades. Comunicar impedimentos com antecedncia.

    2.3 Atribuies dos participantes: Freqentar as reunies de estudo com assiduidade e pontualidade. Justifi car, junto ao seu monitor, as faltas e os atrasos. Expor ao monitor as difi culdades de aprendizado. Seguir as orientaes de funcionamento do Curso. Participar de atividades extraclasse. Participar de reunies indicadas no plano anual de atividades.

    2.4 Atribuies do Pessoal de apoio:2.4.1 Secretaria

    Elaborar fi chas de inscrio e efetuar a matrcula dos participantes. Manter atualizados os dados cadastrais e de freqncia dos matriculados

    no Curso. Informatizar dados e arquivar documentos relativos ao Curso. Elaborar quadros demonstrativos de freqncia dos participantes do

    Curso. Elaborar a listagem dos integrantes do Curso (coordenadores, monitores,

    pessoal de apoio e matriculados) com os seguintes dados: nome, endereo e telefone.

    Entregar ao coordenador, monitores e pessoal de apoio a listagem com os dados dos integrantes do Curso.

    Participar das reunies indicadas pela coordenao. Atender s solicitaes dos monitores, relativas reserva e instalao de

    equipamentos, fotocpias de materiais, entre outros.

    2.4.2 Biblioteca: Organizar o acervo bibliogrfi co, de acordo com as referncias indicadas

    no programa do Curso. Organizar e manter atualizados os dados cadastrais dos usurios, elabo-

    rando, se for o caso, fi chas de emprstimo. Arquivar materiais didticos utilizados nas aulas, colocando-os dispo-

    sio da coordenao e dos monitores do Curso.

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    Organizar espao fsico adequado, no caso de opo pelo sistema de con-sulta por parte dos usurios.

    3. DA AVALIAO importante a defi nio de critrios para a avaliao das aes desenvolvidas

    no Curso. Como a avaliao no um fi m, mas um meio que permite verifi car at que ponto os objetivos do Curso esto sendo alcanados, deve envolver coor-denadores, monitores, pessoal de apoio e participantes (alunos). A avaliao do Estudo e Prtica da Mediunidade deve ser concebida, tendo em vista as vrias habilidades e competncias envolvidas na aprendizagem: desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social dos participantes. No processo de ensino-aprendizagem esprita, a avaliao focaliza tambm os aspectos moral e espiritual dos partici-pantes do Curso. A avaliao realizada por meio de instrumentos de avaliao, tais como: questionrios, questes de mltipla escolha, instrues para escrever, resumir, desenhar; dissertaes, relatos, ilustraes por meio de exemplos; estudo de caso, anlise de situaes-problema etc.

    IV. CAPACITAO DE MONITORES DO CURSO DE ESTUDO E PRTICA DA MEDIUNIDADE

    Os monitores do Curso devem ser continuamente capacitados, tendo em vista a necessidade de atualizao doutrinrio-pedaggica e a execuo de ativi-dades decorrentes do replanejamento do Curso. As reunies de capacitao de monitores tm como objetivos:

    Aprofundar o conhecimento de temas espritas. Desenvolver o gosto pelo estudo esprita, integrando o conhecimento

    adquirido nas aes cotidianas. Identifi car e corrigir erros e obstculos aprendizagem. Apoiar a construo, o planejamento e o replanejamento de dispositivos

    e seqncias didticas necessrias melhoria do Curso. Desenvolver projetos de atividades extraclasse; de avaliao do ensino-

    aprendizagem e de auto-avaliao; de seminrios, simpsios, painis, entre outras.

    Auxiliar a integrao dos participantes dos cursos nas atividades da Casa Esprita.

    Saber dinamizar as aulas por meio da utilizao de tcnicas pedaggicas, de recursos audiovisuais e de instrumentos de multimdia.

    As reunies de capacitao de monitores so, basicamente, de duas mo-

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    dalidades: uma semanal, voltada para o aprendizado contnuo, outra semestral, decorrente do processo avaliativo e de replanejamento.

    CAPACITAO SEMANAL DE MONITORESUm dia na semana deve ser reservado para uma reunio de educao

    continuada com os monitores e estagirios dos Curso, prevenindo, desta forma, os inconvenientes do ensino estereotipado ou padronizado. O programa desta reunio, previamente elaborado pela coordenao do Curso atendendo, tanto quanto possvel, s sugestes dos monitores , deve abranger contedos espri-tas, pedaggicos e administrativos, que sero abordados, seqencialmente, em reunies especfi cas.

    CAPACITAO SEMESTRAL A capacitao semestral dos monitores, em geral ocorrida no incio do se-

    mestre letivo, idealizada sob a forma de mini-cursos ou simpsios. So encontros direcionados para a resoluo de difi culdades surgidas no processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, pode-se planejar a realizao de um simpsio, ou de uma ofi cina pedaggica, para analisar e sanar difi culdades de relacionamento existentes entre monitores e participantes do Curso.

    Os futuros monitores, na categoria de estagirios, so tambm capacitados nesses cursos.

    V. CURSO DE ESTUDO E PRTICA DA MEDIUNIDADE PROGRAMA DA FEDERAO ESPRITA BRASILEIRA / FEB

    DOS FUNDAMENTOS O Curso est assentado em dois fundamentos bsicos, que constituem os

    seus referenciais: a) conhecimento doutrinrio, extrado das obras codifi cadas por Allan Kardec, e, das suplementares a estas, de autoria de Espritos fi is s orientaes da Doutrina Esprita; b) conduta esprita, tica e moral, segundo as orientaes de Jesus, contidas no seu Evangelho. As suas diretrizes esto, pois, fundamentadas em Kardec e em Jesus, compreendendo-se que a prtica medi-nica, sem orientao doutrinria esprita e sem o esclarecimento do Evangelho, no conduz aos objetivos propostos para o Curso.

    DAS FINALIDADES Seguir, na medida do possvel, a orientao de O Livro dos Espritos, questo

    685: No nos referimos, porm, educao moral pelos livros e sim que consiste na arte de formar os caracteres, que incute hbitos, porquanto a

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    educao o conjunto dos hbitos adquiridos. Preparar o trabalhador para exercer a mediunidade de forma natural, como

    preconizada pela Codifi cao Esprita, em qualquer situao e plano da vida, e no apenas nas reunies medinicas. Neste sentido, importante resgatar o seguinte conceito de mdium, existente em O Livro dos Mdiuns: Todo aquele que sente, num grau qualquer, a infl uncia dos Espritos , por esse fato, mdium. Essa faculdade inerente ao homem; no constitui, por-tanto, um privilgio exclusivo. Por isso mesmo, raras so as pessoas que dela no possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos so, mais ou menos, mdiuns. 3

    DOS OBJETIVOS Programa I

    Propiciar conhecimento aprofundado da Doutrina Esprita, com enfoque no estudo da mediunidade.

    Favorecer o desenvolvimento natural das faculdades psquicas do partici-pante, por meio de exerccios especfi cos.

    Programa II Ensejar um estudo mais aprofundado da mediunidade, tendo em vista a

    formao tica, moral e intelectual dos participantes. Favorecer o desenvolvimento e a educao das faculdades medinicas do

    candidato prtica medinica.

    DA ORGANIZAOO Curso do Estudo e Prtica da Mediunidade, proposto pela FEB, est or-

    ganizado em dois programas de estudo: Programa I e Programa II. O contedo terico e prtico dos dois programas est estruturado em Mdulos de Estudo, subdivididos em quatro partes, didaticamente coordenadas entre si:

    a) Fundamentao Espritab) Prticac) Atividade Complementard) Culminncia do Mdulo

    Esta subdiviso apresenta as seguintes caractersticas:

    Fundamentao Esprita. Trata-se do referencial doutrinrio em termos de con-hecimento esprita, considerado necessrio ao estudo e pratica da mediunidade, e ao desenvolvimento psquico da pessoa.

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    Prtica. No Programa I esta parte constituda de exerccios voltados para o aperfeioamento afetivo, emocional e comportamental (maneira correta de orar, irradiao mental, harmonizao e percepo psquica). Como no Programa II h reunies medinicas, propriamente ditas, a prtica supervisionada por mo-nitores e colaboradores mais experientes neste gnero de tarefa.

    Atividade Complementar (facultativa). uma atividade desenvolvida pelos parti-cipantes com a fi nalidade de: a) ampliar o conhecimento doutrinrio por meio de apresentaes que caracterizem o desenvolvimento do hbito de ler e estudar obras espritas; b) aprender elaborar resumos de textos e livros.

    Culminncia do Mdulo. uma atividade de fechamento dos assuntos estudados no Mdulo, procurando compatibilizar a fundamentao esprita estudada e os exerccios de desenvolvimento psquico.

    Os contedos tericos e prticos dos Mdulos de Ensino, em ambos os programas, podem ser observados na tabela abaixo.

    FUNDAMENTAOESPRITA DOS MDULOS

    Pontos Principais da Doutrina Esprita

    Introduo ao estudo da mediuni-dade

    A prtica medinica

    Mediunidade, obsesso, desob-sesso

    A vida no mundo espiritual

    PARTE PRTICA(EXERCCIOS)

    ________________

    Prece: conceito, benefcios e manei-ra correta de orar

    Irradiao: conceito e benefcios

    Harmonizao psquica: impor-tncia e requisitos necessrios para promover o equilbrio espiritual

    Percepo psquica de sensaes, sentimentos e emoesSo oferecidas condies para o desenvolvimento harmnico: a) da faculdade medinica, em quem possua condies naturais para tal; b) de outras faculdades psquicas, tais como: percepo es-piritual; irradiao do pensamento; concentrao mental; sintonia com benfeitores; equilbrio espiritual etc.

    As reunies medinicasAllan Kardec e a Codifi cao Es-prita

    A experimentao medinica

    Os tipos comuns de mediu-nidade

    Faculdades medinicas incomuns

    Os Espritos comunicantes

    Programa I

    Vide ndice e texto pg. 259 Programa II

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    PR-REQUISITOS PARA INSCRIO E FREQNCIA AO CURSO

    Conhecimento doutrinrio esprita bsico, obtido em cursos sistematiza-dos da Doutrina Esprita, ou em outros equivalentes.

    Idade acima de 18 anos.

    ENTREVISTA

    Todos os interessados em participar do Curso so, previamente, entre-vistados pela Coordenao, para verifi car se os pr-requisitos para a inscrio e freqncia esto sendo atendidos. tambm uma oportunidade para esclarecer os inscritos sobre os objetivos e as condies de funcionamento do Curso.

    _________________________1 O Livro dos Mdiuns. Traduo de Guillon Ribeiro. 73. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Introduo,

    p. 13-16.2 O Que o Espiritismo. 50. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. II (Noes Elementares do Espi-

    ritismo), item 100 (Conseqncias do Espiritismo), p. 186-189.3 O Livro dos Mdiuns. Traduo De Guillon Ribeiro. 73. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. XIV

    (Dos Mdiuns), item 159, p. 203.

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    ESTUDO E PRTICA DA MEDIUNIDADE

    PROGRAMA I

    SUMRIO

    Contedo Programtico ..................................................................................6Consideraes Gerais .......................................................................................10

    Mdulo IntrodutrioCaracterizao .........................................................................................25 Plano de Estudos .....................................................................................26

    Fundamentao Esprita: Pontos Principais da Doutrina Esprita .......27Roteiro 1: Espiritismo ou Doutrina Esprita: conceito e objetivo .................. 27Roteiro 2: Trplice Aspecto da Doutrina Esprita ..........................................31Roteiro 3: Pontos principais da Doutrina Esprita ........................................37Roteiro 4: Da perfeio moral ..........................................................................41Atividade Complementar: resumo informativo ...........................................47Culminncia ......................................................................................................49Mdulo de Estudo n 1 ...................................................................................53Caracterizao ...................................................................................................55Plano de Estudo .................................................................................................56Fundamentao Esprita: Introduo ao Estudo da MediunidadeRoteiro 1: Esprito, matria e fl uidos ...............................................................57Roteiro 2: Perisprito e princpio vital .............................................................67Roteiro 3: O passe esprita ................................................................................73Roteiro 4: A prece: importncia, benefcios e maneira correta de orar ........79Roteiro 5: A faculdade medinica: conceito e classifi cao da mediunidade ....................................................................................85Roteiro 6: Fenmenos de emancipao da alma ...........................................91

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    Prtica: Exerccios sobre prece .........................................................................99Atividade Complementar: resumo informativo ...........................................105Culminncia do Mdulo .................................................................................107Mdulo de Estudo n 2 ............................................................................115Caracterizao ............................................................................................117Plano de Estudo ..........................................................................................118

    Fundamentao Esprita: A Prtica MedinicaRoteiro 1: Ecloso da mediunidade..........................................................119Roteiro 2: O papel da mente e do perisprito nas comunicaes medinicas .................................................................................123Roteiro 3: Transes psquicos ......................................................................129Roteiro 4: Concentrao medinica ........................................................139Roteiro 5: A infl uncia moral do mdium e do meio ambiente nas comunicaes medinicas ........................................................149Roteiro 6: Educao e desenvolvimento do mdium .............................155

    Prtica: Exerccios sobre irradiao mental .........................................163Atividade Complementar: resumo informativo ....................................167Culminncia do Mdulo...........................................................................169Mdulo de Estudo n 3 ............................................................................177Caracterizao ............................................................................................179Plano de Estudo ..........................................................................................180Fundamentao Esprita: Mediunidade. Obsesso. DesobsessoRoteiro 1: As manifestaes medinicas de efeitos fsicos ....................181Roteiro 2: As manifestaes medinicas de efeitos intelectuais ...........189Roteiro 3: As manifestaes medinicas de efeitos visuais ...................195Roteiro 4: Obsesso: o obsessor, o obsidiado, o processo obsessivo ....199Roteiro 5: Obsesso: tipos e graus ............................................................209Roteiro 6: Desobsesso ..............................................................................221Prtica: Harmonizao psquica .............................................................233Atividade Complementar: resumo informativo ....................................243Culminncia do Mdulo ..........................................................................245Mdulo de Estudo n 4 .............................................................................255 Caracterizao ..................................................................................257

    Plano de Estudo .........................................................................................258

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    Fundamentao Esprita: A Vida no Mundo EspiritualRoteiro 1: A desencarnao ........................................................................259Roteiro 2: A vida no alm-tmulo: os Espritos errantes .......................271Roteiro 3: As regies de sofrimento no plano espiritual ........................283Roteiro 4: As comunidades espirituais devotadas ao bem .....................297Prtica: Contedo: Percepo psquica .................................................311Atividade Complementar: resumo informativo .....................................319Culminncia do Mdulo............................................................................321

  • ESTUDO E PRTICA DA MEDIUNIDADE

    MDULO INTRODUTRIO

    OBJETIVO GERAL

    Rever pontos principais do Espiritismo

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    FEDERAO ESPRITA BRASILEIRAESTUDO E PRTICA DA MEDIUNIDADE

    PROGRAMA I

    PONTOS PRINCIPAIS DA DOUTRINA ESPRITA OBJETIVO GERAL Rever os pontos principais do Espiritismo. TOTAL DE AULAS PREVISTAS Tericas ............................................................................... 4Prticas ................................................................................ Atividade complementar ................................................. 1

    Culminncia ...................................................................... 1

    TEMPO PARA APLICAO DAS AULAS Tericas: at uma hora e trinta minutos.

    * Fundamentao Esprita: Pontos Principais da Doutrina Esprita.* Prtica: -------------* Atividade complementar: Resumo de O Livro dos Espritos, de

    Allan Kardec, partes primeira e segunda. * Culminncia do mdulo: Princpios doutrinrios espritas.

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    REVISO DE PRINCPIOS ESPRITAS(1 PARTE) (2 PARTE) (3 PARTE) (4 PARTE)

    FUNDAMENTAO ESPRITA PRTICA ATIVIDADE COMPLEMENTAR CULMINNCIA DO MDULO

    Pontos Principais da Doutrina Esprita

    1. Conceito e objeto da Dou-trina Esprita.

    2. O trplice aspecto da Doutri-na Esprita.

    3. Pontos principais da Dou-trina Esprita.

    4. A perfeio moral.

    Resumo e apresentao

    O Livro dos Espritos, de Allan Kardec, partes primeira e se-gunda.

    Os alunos devero elaborar e apresentar um resumo do contedo doutrinrio selecio-nado em dia, hora e local pr-estabelecidos.

    A organizao e a elaborao desse trabalho devem seguir as instrues dadas nas Conside-raes Gerais.

    Conduta Esprita

    Os princpios doutrin-rios espritas.

    Os alunos devero ler os textos sugeridos e fazer os exerccios pro-postos.

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    PROGRAMA I MDULO INTRODUTRIO

    ROTEIRO 1 Espiritismo ou Doutrina Esprita: conceito e objetivo

    Objetivo especfi co

    Conceituar Doutrina Esprita, destacando o seu objeto.

    1. CONCEITO DE ESPIRITISMO

    O termo Espiritismo foi criado por Allan Kardec pelas razes que ele mesmo aduz na Introduo de sua obra O Livro dos Espritos:

    Para se designarem coisas novas so precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confuso inerente variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocbulos espiritual, espiritualista e espiritualismo tm acepo bem defi nida. Dar-lhes outra, para aplic-los doutrina dos Espritos, fora multiplicar as causas j numerosas de anfi bologia. Com efeito, o espiritualismo o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matria, espiritualista. No se segue da, porm, que creia na existncia dos Espritos ou em suas comunicaes com o mundo invisvel. Em vez das palavras espi-ritual, espiritualismo, empregamos, para indicar a crena a que vimos de referir-nos, os termos esprita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligveis, deixando ao vocbulo espiritualismo a acepo que lhe prpria. Diremos, pois, que a doutrina esprita ou o Espiritismo tem por princpio as relaes do mundo material com os Espritos ou seres do mundo invisvel. Os adeptos do Espiritismo sero os espritas, ou, se quiserem, os espiritistas. 4

    O Espiritismo , ao mesmo tempo, uma cincia de observao e uma doutrina fi losfi ca. Como cincia prtica ele consiste nas relaes que se estabelecem entre ns e os Espritos; como fi losofi a, compreende todas as conseqncias morais que dimanam dessas mesmas relaes. Podemos defi ni-lo assim: O Espiritismo uma cincia que trata da natureza, origem e destino dos Espritos, bem como de suas relaes com o mundo corporal. 5

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    Programa I Pontos Principais da Doutrina Esprita 1a Parte Roteiro 1

    O Espiritismo a cincia nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusveis, a existncia e a natureza do mundo espiritual e as suas relaes com o mundo corpreo. Ele no-lo mostra, no mais como coisa sobrenatural, porm, ao contrrio, como uma das foras vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenmenos at hoje incompreendidos e, por isso, rele-gados para o domnio do fantstico e do maravilhoso. [...] O Espiritismo a chave com o auxlio da qual tudo se explica de modo fcil. 1

    2. OBJETO DO ESPIRITISMO

    Assim como a Cincia propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princpio material, o objeto especial do Espiritismo o conhecimento das leis do princpio espiritual. Ora, como este ltimo princpio uma das foras da Natureza, a reagir incessantemente sobre o princpio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um no pode estar completo sem o conhecimento do outro. O Espi-ritismo e a Cincia se completam reciprocamente, a Cincia, sem o Espiritismo,se acha na impossibilidade de explicar certos fenmenos s pelas leis da matria; ao Espiritismo, sem a Cincia, faltariam apoio e comprovao. O estudo das leis da matria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matria que primeiro fere o sentidos. Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas cientfi cas, teria abortado, com tudo quanto surge antes do tempo. 2

    Mais adiante, na mesma obra, (A Gnese), acrescenta Kardec:

    A Cincia moderna abandonou os quatro elementos primitivos dos antigos e, de observao em observao, chegou concepo de um s elemento gerador de todas as transformaes da matria; mas, a matria, por si s, inerte; carecendo de vida, de pensamento, de sentimento, precisa estar unida ao princpio espiritual. O Espiritismo no descobriu, nem inventou este princpio; mas, foi o primeiro a demonstrar-lhe, por provas inconcussas, a existncia; estudou-o, analisou-o e tornou-lhe evidente a ao. Ao elemento material, juntou ele o elemento espiritual. Elemento material e elemento espiritual, esses os dois princpios, as duas foras vivas da Natu-reza. Pela unio indissolvel deles, facilmente se explica uma multido de fatos at ento inexplicveis. O Espiritismo, tendo por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo, toca forosamente na maior parte das cincias; s podia, portanto, vir depois da elaborao delas; nasceu pela fora mesma das coisas, pela impossibilidade de tudo se explicar com o auxlio apenas das leis da matria. 3

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    Em suma, os [...] fatos ou fenmenos espritas, isto , produzidos por espritos desencarnados, so a substncia mesma da Cincia Esprita, cujo objeto o estudo e conhecimento desses fenmenos, para fi xao das leis que os regem. [...] 6

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    1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Traduo de Guillon Ri-beiro. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. I, item 5, p. 56-57.

    2. ______. A Gnese. Traduo de Guillon Ribeiro. 46. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. I, item 16, p. 21.

    3. ______. Item 18, p. 22.4. ______. O Livro dos Espritos. Traduo de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Ja-

    neiro: FEB, 2003. Introduo. Item I, p. 13.5. ______. O que o Espiritismo. 50. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Prembulo,

    p. 50.6. BARBOSA, Pedro Franco. Espiritismo Bsico. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002.

    Segunda parte (Postulados e Ensinamentos). Item: O Espiritismo Cientfi co, p. 103.

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    1. O TRPLICE ASPECTO DA DOUTRINA ESPRITAO trplice aspecto da Doutrina Esprita ressalta da prpria conceituao

    que lhe d Allan Kardec:O Espiritismo , ao mesmo tempo, uma cincia de observao e uma doutri-

    na fi losfi ca. Como cincia prtica ele consiste nas relaes que se estabelecem entre ns e os Espritos; como fi losofi a, ele compreende todas as conseqncias morais que dimanam dessas mesmas relaes. 7

    O Espiritismo se apresenta sob trs aspectos diferentes: [ ainda Kardec quem afi rma] o das manifestaes, o dos princpios e da fi losofi a que delas decorrem e o da aplicao desses princpios. Da, trs classes, ou, antes, trs graus de adeptos: 1. Os que crem nas manifestaes e se limitam a comprov-las; para esses, o Espiritismo uma cincia experimental; 2. Os que lhe percebem as conseqncias morais; 3. Os que praticam ou se esforam por praticar essa moral. Qualquer que seja o ponto de vista, cientfi co ou moral, sob que considerem esses estranhos fenmenos, todos compreendem constiturem eles uma ordem, inteiramente nova, de idias que sur-ge e da qual no pode deixar de resultar uma profunda modifi cao no estado da Humanidade e compreendem igualmente que essa modifi cao no pode deixar de operar-se no sentido do bem. 4

    Assim, consoante as palavras de Kardec, podemos identifi car o trplice aspecto do Espiritismo: a) cientfi co concernente s manifestaes dos Espritos; b) fi losfi co respeitante aos princpios, inclusive morais, em que se assenta a sua doutrina; c) religioso relativo aplicao desses princpios.

    2. O ASPECTO CIENTFICO

    O aspecto cientfi co da Doutrina Esprita enfatizado por Allan Kardec

    SUBSDIOS

    PROGRAMA I MDULO INTRODUTRIO

    ROTEIRO 2 Trplice Aspecto da Doutrina Esprita

    Objetivo especfi co

    Identifi car os aspectos cientfi co, fi losfi co e religioso do Espiritismo.

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    quando assim defi ne o Espiritismo:

    O Espiritismo uma cincia que trata da natureza, origem e destino dos Espritos, bem como de suas relaes com o mundo corporal. 7

    O Espiritismo a cincia nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusveis, a existncia e a natureza do mundo espiritual e as suas relaes com o mundo corpreo. Ele no-lo mostra, no mais como coisa sobrenatural, porm, ao contrrio, como uma das foras vivas e sem cessar atuantes da Natureza como a fonte de uma imensidade de fenmenos at hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domnio do fantstico e do maravilhoso. [...] 1

    Nenhuma cincia existe que haja sado prontinha do crebro de um homem. Todas, sem exceo de nenhuma, so fruto de observaes sucessivas, apoiadas em observaes precedentes, como em um ponto conhecido, para chegar ao desconhe-cido. Foi assim que os Espritos procederam, com relao ao Espiritismo. Da o ser gradativo o ensino que ministram. 2

    O carter cientfi co defl ui ainda das seguintes concluses de Allan Kar-dec:

    O Espiritismo, pois, no estabelece com o princpio absoluto seno o que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta logicamente da observao. [...] Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais ser ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modifi caria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitar. 3

    Gabriel Delanne, em sua obra O Fenmeno Esprita, tambm salienta o papel cientfi co do Espiritismo, quando diz:

    O Espiritismo uma cincia cujo fi m a demonstrao experimental da existncia da alma e sua imortalidade, por meio de comunicaes com aqueles aos quais impropriamente tm sido chamados mortos. 11

    Sendo assim, a [...] Cincia Esprita se classifi ca [...] entre as cincias posi-tivas ou experimentais e se utiliza do mtodo analtico ou indutivo, porque observa e examina os fenmenos medinicos, faz experincias, comprova-os. 10

    3. O ASPECTO FILOSFICO

    O aspecto fi losfi co do Espiritismo vem, primeiramente, destacado na folha de rosto de O Livro dos Espritos, a primeira obra do Espiritismo, quando Allan Kardec classifi ca a nova doutrina de Filosofi a Espiritualista.

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    Ainda, na concluso dessa mesma obra, Kardec enfatiza:

    Falsssima idia formaria do Espiritismo quem julgasse que a sua fora lhe vem da prtica das manifestaes materiais e que, portanto, obstando-se a tais manifestaes, se lhe ter minado a base. Sua fora est na sua fi losofi a, no apelo que dirige razo, ao bom senso. [...] 5

    De fato, o [...] Espiritismo uma doutrina essencialmente fi losfi ca, embora seus princpios sejam comprovados experimentalmente, o que lhe confere tambm o carter cientfi co. Quando o Homem pergunta, interroga, cogita, quer saber o como e o porqu das coisas, dos fatos, dos acontecimentos, nasce a FILOSOFIA, que mostra o que so as coisas e porque so as coisas o que so. Em verdade, o Homem quer justifi car-se a si mesmo e ao mundo em que vive, ao qual reage e do qual recebe contnuos impactos, procura compreender como as coisas e os fatos se ordenam, em suma, deseja conhecer sempre mais e mais. O carter fi losfi co do Espiritismo est, portanto, no estudo que faz do Homem, sobretudo Esprito, de seus problemas, de sua origem, de sua destinao. Esse estudo leva ao conhecimento do mecanismo das relaes dos Homens, que vivem na Terra, com aqueles que j se despediram dela, temporariamente, pela morte, estabelecendo as bases desse permanente rela-cionamento, e demonstra a existncia, inquestionvel de algo que tudo cria e tudo comanda, inteligentemente DEUS. Defi nindo as responsabilidades do Esprito quando encarnado (Alma) e tambm do desencarnado, o Espiritismo Filosofi a, uma regra moral de vida e comportamento para os seres da Criao, dotados de sentimento, razo e conscincia. 9

    4. O ASPECTO RELIGIOSO

    O Espiritismo [diz Allan Kardec] uma doutrina fi losfi ca de efeitos reli-giosos, como qualquer fi losofi a espiritualista, pelo que forosamente vai ter s bases fundamentais de todas as religies: Deus, a alma e a vida futura. Mas, no uma religio constituda, visto que no tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem recebeu o ttulo de sacerdote ou de sumo-sacerdote [...] 6

    No discurso de abertura da Sesso Anual Comemorativa dos Mortos, na Sociedade de Paris, publicado na Revista Esprita de dezembro de 1968, Allan Kardec, respondendo pergunta O Espiritismo uma Religio?, afi rma, a certa altura:

    O lao estabelecido por uma religio, seja qual for o seu objetivo, , pois, es-

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    sencialmente moral, que liga os coraes, que identifi ca os pensamentos, as aspiraes, e no somente o fato de compromissos materiais, que se rompem vontade, ou da realizao de frmulas que falam mais aos olhos do que ao esprito. O efeito desse lao moral o de estabelecer entre os que ele une como conseqncia da comunho de vistas e de sentimentos, a fraternidade e a solidariedade, a indulgncia e a be-nevolncia mtuas. nesse sentido que tambm se diz: a religio da amizade, a religio da famlia.

    Se assim, perguntaro, ento o Espiritismo uma religio? Ora, sim, sem dvida, senhores! No sentido fi losfi co, o Espiritismo uma religio, e ns nos van-gloriamos por isto, porque a Doutrina que funda os vnculos da fraternidade e da comunho de pensamentos, no sobre uma simples conveno, mas sobre bases mais slidas: as prprias leis da Natureza.

    Por que, ento, declaramos que o Espiritismo no uma religio? Em razo de no haver seno uma palavra para exprimir duas idias diferentes, e que, na opinio geral, a palavra religio inseparvel da de culto; porque desperta exclusi-vamente uma idia de forma, que o Espiritismo no tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religio, o pblico no veria a mais que uma nova edio, uma variante, se se quiser, dos princpios absolutos em matria de f; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimnias e de privilgios; no o separaria das idias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinio se levantou. No tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religio, na acepo usual da palavra, no podia nem devia enfeitar-se com um ttulo cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina fi losfi ca e moral. 8

    Em suma, concluimos com Emmanuel:

    Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado [...] como um tringulo de foras espirituais. A Cincia e a Filosofi a vinculam Terra essa fi gura simblica, porm, a Religio o ngulo divino que a liga ao cu. No seu aspecto cientfi co e fi losfi co, a doutrina ser sempre um campo nobre de investigaes humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual que visam o aperfeioamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restaurao do Evangelho de Jesus-Cristo, estabelecendo a renovao defi nitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual. 12

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    1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Traduo de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. I, item 5, p. 56-57.

    2. ______. A Gnese. Traduo de Guillon Ribeiro. 46. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. I, item 54, p. 42.

    3. ______. Item 55, p. 44.4. ______. O Livro dos Espritos. Traduo de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Janeiro:

    FEB, 2003. Concluso VI, p. 484.5. ______. Concluso VII, p. 486-487.6. ______. Obras Pstumas. Traduo de Guillon Ribeiro. 34. ed. Rio de Janeiro:

    FEB, 2004. Primeira parte. Item: Ligeira resposta aos detratores do Espiritismo, p. 260-261.

    7. ______. O que o Espiritismo. 50. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Prembulo, p. 50.

    8. ______. Revista Esprita. Jornal de Estudos Psicolgicos. Ano 1868. Traduo de Evandro Noleto Bezerra; poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Dcimo Primeiro Volume, dezembro de 1868, n 12. Item: Sesso Anual Comemorativa dos Mortos, p. 490-491.

    9. BARBOSA, Pedro Franco. Espiritismo Bsico. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Segunda Parte (Postulados e Ensinamentos). Item: O Espiritismo Cientfi co, p. 101.

    10. ______. p. 104.11. DELANNE, Gabriel. O Fenmeno Esprita. Traduo de Francisco Raymundo

    Ewerton Quadros. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1998. Prefcio, p. 13.12. XAVIER, Francisco Cndido. O Consolador. Pelo Esprito Emmanuel. 25. ed.

    Rio de Janeiro: FEB, 2005. Defi nio, p. 19-20.

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    Allan Kardec, na Introduo de O Livro dos Espritos, item VI, trata dos pontos principais dos ensinos transmitidos pelos Espritos Superiores. Ressalta, primeiramente, que [...] os prprios seres que se comunicam se designam a si mesmos pelo nome de Espritos ou Gnios, declarando, alguns, pelo menos, terem pertencido a homens que viveram na Terra. Eles compem o mundo espiritual, como ns cons-titumos o mundo corporal durante a vida terrena. 1

    Passa, em seguida, a resumir esses pontos principais:

    Deus eterno, imutvel, ima terial, nico, onipotente, soberanamente justo e bom. Criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais. Os seres materiais constituem o mundo visvel ou corpreo, e os seres imateriais, o mundo invisvel ou esprita, isto , dos Espritos. O mundo esprita o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo. O mundo cor-poral secundrio; poderia deixar de existir, ou no ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essncia do mundo esprita. Os Espritos revestem temporariamente um invlucro material perecvel, cuja destruio pela morte lhes restitui a liberdade. Entre as diferentes espcies de seres corpreos, Deus escolheu a espcie humana para a encarnao dos Espritos [...]. 1

    A alma um Esprito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltrio. H no homem trs coisas: 1, o corpo ou ser material anlogo aos animais e animado pelo mesmo princpio vital; 2, a alma ou ser imaterial, Esprito encarnado no corpo; 3, o lao que prende a alma ao corpo, princpio intermedirio entre a matria e o Esprito. [...] O lao ou perisprito, que prende ao corpo o Esprito, uma espcie de envoltrio semimaterial. A morte a destruio do invlucro mais grosseiro. O Esprito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etreo, invisvel para ns no

    SUBSDIOS

    PROGRAMA I MDULO INTRODUTRIO

    ROTEIRO 3 Pontos principais da Doutrina Esprita

    Objetivo especfi co

    Apresentar os pontos principais da Doutrina Esprita, de acordo com o resumo existente na Introduo de O Livro dos Espritos.

    FUNDAMENTAO ESPRITA: PONTOS PRINCIPAIS DA DOUTRINA ESPRITA

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    estado normal, porm que pode tornar-se acidentalmente visvel e mesmo tangvel, como sucede no fenmeno das aparies. 2

    O Esprito no , pois, um ser abstrato, indefi nido, s possvel de conceber-se pelo pensamento. um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna aprecivel pela vista, pelo ouvido e pelo tato. Os Espritos pertencem a diferentes classes e no so iguais, nem em poder, nem em inteligncia, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem so os Espritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeio, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: so os anjos ou puros Espritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeio, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixes: o dio, a inveja, o cime, o orgulho, etc. 3

    Os Espritos no ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se me-lhoram passando pelos diferentes graus de hierarquia esprita. Esta melhora se efetua por meio da encarnao, que imposta a uns como expiao, a outros como misso. A vida material uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, at que hajam atingido a absoluta perfeio moral. 3

    Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espritos, donde sara, para passar por nova existncia material, aps um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Esprito errante. 3

    Tendo o Esprito que passar por muitas encarnaes, segue-se que todos ns temos tido muitas existncias e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeioa-das, quer na Terra, quer em outros mundos. 4

    A encarnao dos Espritos se d sempre na espcie humana; seria erro acre-ditar-se que a alma ou Esprito possa encarnar no corpo de um animal. As diferentes existncias corpreas do Esprito so sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforos que faa para chegar perfeio. [...] Os Espritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo. Os no encarnados ou errantes no ocupam uma regio determinada e circunscrita; esto por toda parte no espao e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contnuo. toda uma populao invisvel, a mover-se em torno de ns. Os Espritos exercem incessante ao sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo fsico. Atuam sobre a matria e sobre o pensamento e constituem uma das potncias da Natureza, causa efi ciente de uma multido de fenmenos at ento inexplicados ou mal explicados e que no

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    encontram explicao racional seno no Espiritismo. 4

    As relaes dos Espritos com os homens so constantes. Os bons Espritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suport-las com coragem e resignao. Os maus nos impelem para o mal; -lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles. 5

    As comunicaes dos Espritos com os homens so ocultas ou ostensivas. As ocultas se verifi cam pela infl uncia boa ou m que exercem sobre ns, nossa revelia. Cabe ao nosso juzo discernir as boas das ms inspiraes. [...] Os Espritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocao. [...] Os Espritos so atrados na razo da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espritos Superiores se comprazem nas reunies srias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compem, de se instrurem e melhorarem. A presena deles afasta os Espritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frvolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Distinguir os bons dos maus Espritos extremamente fcil. Os Espritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta morali-dade [...]. A dos Espritos inferiores, ao contrrio, inconseqente, amide, trivial e at grosseira. 6

    A moral dos Espritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta mxima evanglica: Fazer aos outros o que quereramos que os outros nos fi zessem, isto , fazer o bem e no o mal. Neste princpio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores aes. [...] Ensinam [os Espritos Superi-ores] [...] que, no mundo dos Espritos, nada podendo estar oculto, o hipcrita ser desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas; que a presena inevitvel, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos esto reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra. Mas, ensinam tambm no haver faltas irremissveis, que a expiao no possa apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existncias que lhe permitem avanar, conformemente aos seus desejos e esforos, na senda do progresso, para a perfeio, que o seu destino fi nal. 7

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    1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espritos. Traduo de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Introduo, item VI, p. 23.

    2. ______. p. 23-24.3. ______. p. 24.4. ______. p. 25.5. ______. p. 25-26.6. ______. p. 26.7. ______. p. 27.

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    Os caracteres da perfeio, apresentados por Jesus, no Evangelho, desdo-bram-se em trs pontos fundamentais: amar os nossos inimigos; fazer o bem aos que vos odeiam, e orar pelos que vos perseguem e caluniam. 2 E isso porque explica o Mestre Divino se somente amarmos os que nos amam, que recompensa teremos disso? No fazem o mesmo os publicanos? Se somente saudarmos os nossos ir-mos, que fazemos com isso mais do que outros? No fazem o mesmo os pagos? Concluindo o seu ensinamento, diz Jesus: Sede, pois, vs outros, perfeitos, como perfeito o vosso Pai celestial. 2

    Comentando esse ensino, assinala Kardec:

    Pois que Deus possui a perfeio infi nita em todas as coisas, esta proposio: Sede perfeitos, como perfeito o vosso Pai celestial, tomada ao p da letra, pressu-poria a possibilidade de atingir-se a perfeio absoluta. Se criatura fosse dado ser to perfeita quanto o Criador, tornar-se-ia ela igual a este, o que inadmissvel. [...] Aquelas palavras, portanto, devem entender-se no sentido da perfeio relativa, a de que a Humanidade suscetvel e que mais a aproxima da Divindade. Em que consiste essa perfeio? Jesus o diz: Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem. Mostra ele desse modo que a essncia da perfeio a caridade na sua mais ampla acepo, porque implica a prtica de todas as outras virtudes. Com efeito, se se observam os resultados de todos os vcios e, mesmo, dos simples defeitos, reconhecer-se- nenhum haver que no altere mais ou menos o sentimento da caridade, porque todos tm seu princpio no egosmo e no orgulho, que lhes so a negao; e isso porque tudo o que sobreexcita o sentimento da personalidade destri, ou, pelo menos, enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que so: a benevolncia, a indulgncia, a abnegao e o devo-tamento. No podendo o amor do prximo, levado at ao amor dos inimigos, aliar-se a nenhum defeito contrrio caridade, aquele amor sempre, portanto, indcio de

    SUBSDIOS

    PROGRAMA I MDULO INTRODUTRIO

    ROTEIRO 4

    Da perfeio moral

    Objetivo especfi co

    Dizer quais os caracteres da perfeio moral. Identifi car os obstculos que difi cultam a conquista da

    perfeio moral, bem como dos recursos para vencer esses obstculos.

    FUNDAMENTAO ESPRITA: PONTOS PRINCIPAIS DA DOUTRINA ESPRITA

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    maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau da perfeio est na razo direta da sua extenso. 3

    Pode dizer-se, em decorrncia disso, que a [...] virtude, no mais alto grau, o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sbrio, modesto, so qualidades do homem virtuoso. [...] No virtuoso aquele que faz ostentao da sua virtude, pois que lhe falta a quali-dade principal: a modstia, e tem o vcio que mais se lhe ope: o orgulho. A virtude, verdadeiramente digna desse nome, no gosta de estadear-se. Advinham-na; ela, porm, se oculta na obscuridade e foge admirao das massas. 6

    Entretanto, de todas as virtudes, qual a mais meritria? Os Espritos Su-periores respondem:

    Toda virtude tem o seu mrito prprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. H virtude sempre que h resistncia voluntria ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porm, est no sacrifcio do interesse pessoal, pelo bem do prximo, sem pensamento oculto. A mais meritria a que assenta na mais desinteressada caridade. 7

    Freqentemente, as qualidades morais so como, num objeto de cobre, a douradura que no resiste pedra de toque. Pode um homem possuir qualidades reais, que levem o mundo a consider-lo homem de bem. Mas, essas qualidades, conquanto assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas e s vezes basta que se fi ra a corda do interesse pessoal para que o fundo fi que a descoberto. [...] O apego s coisas materiais constitui sinal notrio de inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrrio, demonstra que encara de um ponto mais elevado o futuro. 8

    Dizem os Espritos Superiores que, dentre os vcios, o egosmo aquele que se pode considerar radical. [...] Da deriva todo mal. Estudai todos os vcios e vereis que no fundo de todos h egosmo. Por mais que lhes deis combate, no chegareis a extirp-los, enquanto no atacardes o mal pela raiz, enquanto no lhe houverdes destrudo a causa. 9

    Note-se entretanto que, fundando-se o egosmo no interesse pessoal, s poder ser extirpado do corao medida que o homem se instrui a respeito das coisas espirituais, o que o levar a dar menos valor aos bens materiais. 10

    Com efeito, ensinam os Orientadores Espirituais que de [...] da infl uncia da matria, infl uncia de que o homem, ainda muito prximo de sua origem, no

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    pde libertar-se e para cujo entretenimento tudo concorre: suas leis, sua organizao social, sua educao. O egosmo se enfraquecer proporo que a vida moral for predominando sob re a vida material e, sobretudo, com a compreenso, que o Espiri-tismo vos faculta, do vosso estado futuro, real e no desfi gurado por fi ces alegricas. Quando, bem compreendido, se houver identifi cado com os costumes e as crenas, o Espiritismo transformar os hbitos, os usos, as relaes sociais. O egosmo assenta na importncia da personalidade. Ora, o Espiritismo, bem compreendido, repito, mostra as coisas de to alto que o sentimento da personalidade desaparece, de certo modo, diante da imensidade. Destruindo essa importncia, ou, pelo menos, reduzindo-a s suas legtimas propores, ele necessariamente combate o egosmo. 11

    O egosmo irmo do orgulho e procede das mesmas causas. uma das mais terrveis enfermidades da alma, o maior obstculo ao melhoramento social. Por si s ele neutraliza e torna estreis quase todos os esforos que o homem faz para atingir o bem. 14

    Portanto, o [...] egosmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo est reservada a tarefa de faz-la ascender na hierarquia dos mundos. O egosmo , pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas foras, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. 1 Essa coragem, porm, vai sendo por ns adquirida medida que despertamos para o sentimento do dever, inserto na prpria conscincia.

    Todos ns trazemos gravados no ntimo do ser [...] os rudimentos da lei moral. neste mundo mesmo que ela recebe um comeo de sano. Qualquer ato bom acarreta para o seu autor uma satisfao ntima, uma espcie de ampliao da alma; as ms aes, pelo contrrio, trazem, muitas vezes, amargores e desgostos em sua passagem. 12 Por sua vez, o [...] dever o conjunto das prescries da lei moral, a regra pela qual o homem deve conduzir-se nas relaes com seus semelhantes e com o Universo inteiro. Figura nobre e santa, o dever paira acima da Humanidade, inspira os grandes sacrifcios, os puros devotamentos, os grandes entusiasmos. Risonho para uns, temvel para outros, infl exvel sempre, ergue-se perante ns, apontando a escadaria do progresso, cujos degraus se perdem em alturas incomensurveis. 13

    Afi rma o Esprito Lzaro, em comunicao inserida em O Evangelho segundo o Espiritismo que: O dever a obrigao moral da criatura para consigo mesma, primeiro, e, em seguida, para com os outros. O dever a lei da vida. Com ele deparamos nas mais nfi mas particularidades, como nos atos mais elevados. Quero aqui falar apenas do dever moral e no do dever que as profi sses impem. Na ordem

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    dos sentimentos, o dever muito difcil de cumprir-se, por se achar em antagonismo com as atraes do interesse e do corao. No tm testemunhas as suas vitrias e no esto sujeitas represso suas derrotas. O dever ntimo do homem fi ca entregue ao seu livre-arbtrio. O aguilho da conscincia, guardio da probidade interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes, mostra-se impotente diante dos sofi smas da paixo. Fielmente observado, o dever do corao eleva o homem; como determin-lo, porm, com exatido? Onde comea ele? Onde termina? O dever principia, para cada um de vs, exatamente no ponto em que ameaais a felicidade ou a tranqili-dade do vosso prximo; acaba no limite que no desejais ningum transponha com relao a vs. 4

    Assim fi naliza o referido Instrutor Espiritual: O dever cresce e irradia sob mais elevada forma, em cada um dos estgios superiores da Humanidade. Jamais cessa a obrigao moral da criatura para com Deus. Tem esta de refl etir as virtudes do Eterno, que no aceita esboos imperfeitos, porque quer que a beleza da sua obra resplandea a seus prprios olhos. 5

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    1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Traduo de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. XI, item 11, p. 191.

    2. ______. Cap. XVII, item 1, p. 271.3. ______. Cap. XVII, item 2, p. 271-272.4. ______. item 7, p. 278.5. ______. p. 279.6. ______. item 8, p. 279.7. ______. O Livro dos Espritos. Traduo de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Ja-

    neiro: FEB, 2003. Questo 893, p. 411.8. ______. Questo 895, p. 412.9. ______. Questo 913, p. 418-419.10. ______. Questo 914. p. 419.11. ______. Questo 917, p. 420.12. DENIS, Lon. Depois da Morte. Traduo de Joo Loureno de Souza. 24. ed.

    Rio de Janeiro: FEB, 2005. Quinta parte (O Caminho Reto), cap. XLII (A vida moral), p. 251.

    13. ______. Cap. XLIII (O dever), p. 254.14. ______. Cap. XLVI (O egosmo), p. 268.

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    PROGRAMA I ATIVIDADE COMPLEMENTAR

    Resumo Informativo

    Objetivos especfi cos

    Realizar resumo informativo da obra esprita selecionada.

    Fazer apresentao do resumo em dia, hora e local pr-estabelecidos.

    O resumo informativo da obra esprita abaixo relacionada deve seguir as Consideraes Gerais para a realizao das atividades complementares.

    RESUMO INFORMATIVO DE:

    O Livro dos Espritos, de Allan Kardec. Edio FEB.> Parte Primeira: Das Causas Primrias. Questes

    1 a 75.> Parte Segunda: Do Mundo Esprita ou Mundo

    dos Espritos. Questes 76 a 613.

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    PROGRAMA I CULMINNCIAConduta Esprita: A importncia dos princpios espritas para a formao do mdium.

    Objetivo especfi co

    Reconhecer a importncia dos principios espritas para a formao do mdium

    Este roteiro representa a culminncia da Reviso de Pontos Principais da Doutrina Esprita, do Programa I deste Curso. Por isso mesmo, deve ser aplicado aps a concluso dos estudos tericos, dos exerccios sobre prece e da realizao das atividades complementares.

    Sugestes ao instrutor para aplicao do roteiro de conduta esprita

    a) Iniciar a aula fazendo uma sntese dos principais pontos da Doutrina Esprita estudados. Utilizar recursos audiovisuais para dinamizar a apresentao.

    b) Pedir aos participantes que leiam os textos constantes do anexo e realizem os exerccios propostos. O trabalho pode ser conduzido em grupo ou individualmente.

    c) Fazer a correo dos exerccios, esclarecendo possveis dvidas.

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    TEXTO NO 1J se disse que duas asas conduziro o esprito humano presena de Deus.Uma chama-se Amor, a outra, Sabedoria.Pelo amor, que, acima de tudo, servio aos semelhantes, a criatura se

    ilumina e aformoseia por dentro, emitindo, em favor dos outros, o refl exo de suas prprias virtudes; e, pela sabedoria, que comea na aquisio do conhecimento, recolhe a infl uncia dos vanguardeiros do progresso, que lhe comunicam os refl exos da prpria grandeza, impelindo-a para o Alto.

    Atravs do amor valorizamo-nos para a vida.Atravs da sabedoria somos pela vida valorizados.Da o imperativo de marcharem juntas a inteligncia e a bondade.Bondade que ignora assim como o poo amigo em plena sombra, a desse-

    dentar o viajor sem ensinar-lhe o caminho.Inteligncia que no ama pode ser comparada a valioso poste de aviso, que

    traa ao peregrino informes de rumo certo, deixando-o sucumbir ao tormento da sede.

    Todos temos necessidades de instruo e de amor.Estudar e servir so rotas inevitveis na obra de elevao. (*)

    ANEXO

    Estudo e Prtica da MediunidadePrograma I - Mdulo IntrodutrioCulminncia do Mdulo: Conduta EspritaTextos para estudo individual ou em grupo

    Roteiro: A importncia dos princpios espritas para a formao do mdium

    Exerccio

    1. D o sentido das palavras amor e sabedoria, constantes do texto.

    2. A prtica medinica pode ser considerada um servio aos se-melhantes ? Explique.

    _______________(*) XAVIER, Francisco Cndido. Pensamento e Vida. Pelo Esprito Emmanuel 13. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 4 (Instruo), p. 23-24.

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    Programa I Culminncia do Mdulo: Conduta Esprita ANEXO

    TEXTO NO 2

    Ora, a misso da Doutrina dos Espritos precisamente essa: esclarecer, iluminar a mente do homem, de modo que ele descortine, com clareza, o roteiro que o conduzir realizao do destino maravilhoso que lhe est reservado. 1

    A fi nalidade da Doutrina Esprita despertar na Humanidade as foras do bem, completar a obra de Jesus, regenerando os homens, ligando o mundo visvel ao invisvel, preparar a Terra para o advento da verdadeira era de fraternidade. 2 Faz-se necessrio, portanto, compreender que o verdadeiro esprita, assim defi nido, aquele que vivencia o Evangelho, ou que se esfora para tal.

    _______________

    1) VINCIUS, Pedro de Camargo. O Mestre na Educao. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 17 (A necessidade do momento), p. 80.

    2) VALENTE, Aurlio A. Sesses Prticas e Doutrinrias do Espiritismo. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002.Cap. IV (Sesses prticas e Doutrinrias do Espiritismo), p.68.

    Exerccio

    Com base no texto lido, cite trs problemas que podero ocorrer ao mdium esprita que no estuda a Doutrina, nem se esfora por combater suas imperfeies morais.

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    Programa I Culminncia do Mdulo: Conduta Esprita ANEXO

    TEXTO NO 3

    Cu com CuMas ajuntai para vs tesouros do cu, onde nem a traa nem a

    ferrugem os consomem, e onde os ladres no penetram nem roubam. Jesus. (Mateus, 6:20)

    Em todas as fi leiras crists se misturam ambiciosos de recompensa que presumem encontrar, nessa declarao de Jesus, positivo recurso de vingana contra todos aqueles que, pelo trabalho e pelo devotamento, receberam maiores possibilidades na Terra.

    O que lhes parece confi ana em Deus dio disfarado aos semelhantes.Por no poderem aambarcar os recursos fi nanceiros frente dos olhos, lanam

    pensamentos de crtica e rebeldia, aguardando o paraso para a desforra desejada.Contudo, no ser por entregar o corpo ao laboratrio da natureza que

    a personalidade humana encontrar, automaticamente, os planos da Beleza Res-plandecente.

    Certo, brilham santurios imperecveis nas esferas sublimadas, mas imperioso considerar que, nas regies imediatas atividade humana, ainda en-contramos imensa cpia de traas e ladres, nas linhas evolutivas que se estendem alm do sepulcro.

    Quando o Mestre nos recomendou ajuntssemos tesouros no cu, aconse-lhava-nos a dilatar os valores do bem, na paz do corao. O homem que adquire f e conhecimento, virtude e iluminao, nos recessos divinos da conscincia, possui o roteiro celeste. Quem aplica os princpios redentores que abraa, acaba conquistando essa carta preciosa; e quem trabalha diariamente na prtica do bem, vive amontoando riquezas nos Cimos da Vida.

    Ningum se engane, nesse sentido.Alm da Terra, fulgem bnos do Senhor nos Pramos Celestiais, entre-

    tanto, necessrio possuir luz para perceb-las. da Lei que o Divino se identifi que com o que seja Divino, porque nin-

    gum contemplar o cu se acolhe o inferno no corao.

    Exerccio

    Identifi car, no texto, caracteres da perfeio moral.

    _______________XAVIER, Francisco Cndido. Po nosso. Pelo Esprito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Item 156, p. 323-324.

  • ESTUDO E PRTICA DA MEDIUNIDADE

    MDULO I

    OBJETIVOS GERAIS

    Compreender os ensinamentos bsicos da mediunidade, necessrios formao do mdium. Esclarecer a respeito da importncia e be-nefcios da prece, explicando a maneira correta de orar, segundo o Espiritismo. Refl etir sobre a vivncia do amai-vos e instru-vos.

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    FEDERAO ESPRITA BRASILEIRAESTUDO E PRTICA DA MEDIUNIDADE

    PROGRAMA I

    MDULO DE ESTUDO N 1 OBJETIVOS GERAIS Compreender os ensinamentos bsicos de mediunidade, necess-rios formao do mdium. Esclarecer a respeito da importn-cia e benefcios da prece, explicando a maneira correta de orar, segundo o Espiritismo. Refl etir sobre a vivncia do amai-vos e

    instru-vos.

    TOTAL DE AULAS PREVISTAS Tericas ............................................................................... 6Prticas ................................................................................ 6Atividade complementar ................................................. 1Culminncia ...................................................................... 1

    TEMPO PARA APLICAO DAS AULAS Tericas: at uma hora e trinta minutos. Prticas: at trinta minutos.

    * Fundamentao Esprita: Introduo ao Estudo da Mediunidade.* Prtica: Exerccios sobre prece.* Atividade complementar: Resumo de A Gnese (captulos X e

    XIV) e de O Livro dos Mdiuns, segunda parte, (captulos I, II, III, IV, V e VII).

    * Culminncia do mdulo: A formao do mdium segundo os par-metros ditados pelo Esprito de Verdade: amai-vos e instru-vos.

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    PLANO DE ESTUDO MDULO N 1(1 PARTE) (2 PARTE) (3 PARTE) (4 PARTE)

    FUNDAMENTAO ESPRITA PRTICA ATIVIDADE COMPLEMENTAR CULMINNCIA DO MDULO

    Introduo ao Estudo da Mediunidade

    1. Esprito, matria e fl uidos.

    2. Perisprito e princpio vital.

    3. O passe esprita.

    4. A prece: importncia, bene-fcios e a maneira correta de orar.

    5. A faculdade medinica: conceito e classifi cao da mediunidade.

    6. Fenmenos de emancipao da alma.

    Resumo e Apresentao

    A Gnese, de Allan Kardec, captulos: X e XIV.

    O Livro dos Mdiuns, de Allan Kardec, segunda parte, captu-los: I a V e VII.

    Os alunos devero elaborar e apresentar resumo do contedo doutrinrio sele-cionado, em dia, hora e local pr-estabelecidos.

    A organizao e a elaborao deste trabalho devem seguir as instrues dadas nas Consi-deraes Gerais.

    Conduta Esprita

    A formao do mdium segundo os parmetros ditados pelo Esprito de Verdade: amai-vos e instru-vos.

    Os alunos devero ler os textos sugeridos e fazer os exerccios pro-postos.

    A Prece

    Esclarecer a respeito da importncia e dos bene-fcios da prece. Explicar sobre a maneira correta de orar, segundo o Espi-ritismo.

    Realizar exerccios sobre prece nas reunies, favo-recendo a participao de todos.

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    PROGRAMA I MDULO I

    ROTEIRO 1 Esprito, matria e fl uidos

    Objetivos especfi cos

    Explicar, luz da Doutrina Esprita, Esprito, matria e fl uidos.

    Reconhecer a importncia desses conhecimentos para a prtica medinica.

    Segundo O Livro dos Espritos, h dois elementos gerais no Universo: Esprito e matria e, acima de tudo Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. Deus, Esprito e matria constituem o princpio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material se tem que juntar o fl uido universal, que desempenha o papel de intermedirio entre o Esprito e a matria propriamente dita, por demais grosseira para que o Esprito [desencarnado] possa exercer ao sobre ela. 10

    1. ESPRITOSegundo a Doutrina Esprita, o Esprito o princpio inteligente do Uni-

    verso, que tem como atributo essencial a inteligncia. 8, 9Os Espritos so a individualizao do princpio inteligente, assim como os

    corpos so a individualizao do princpio material. So desconhecidos, porm, o modo e a poca em que essa formao se operou, mas a criao dos Espritos constante. 11, 12

    Muitas pessoas pensam que os Espritos so seres vagos e indefi nidos. No entanto, o Espiritismo nos explica que so seres humanos que vivem no plano es-piritual, tendo como ns um veculo de manifestao, fl udico e invisvel no estado normal, denominado perisprito. 17 Este veculo serve de molde para a elaborao do corpo fsico.

    A existncia dos Espritos no tem fi m, pois, a partir do momento em que fomos criados, viveremos eternamente. 13 Todo Esprito tem uma forma defi nida, com colorao e brilho especfi cos, conforme o seu grau evolutivo. 15 A matria no oferece obstculos ao Esprito, que passa atravs de tudo: ar, gua, terra, fogo etc. 17 Os Espritos no esto todos num mesmo plano evolutivo, pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeio que tenham alcanado. 16

    oportuno recordar que o Esprito, antes de atingir o estado de huma-nizao, com pensamento contnuo, individualidade dotada de razo, transitou

    SUBSDIOS

    FUNDAMENTAO ESPRITA: Introduo ao Estudo da Mediunidade

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    pelos reinos da natureza onde, sob a forma de princpio espiritual (ou mnada), desenvolveu o aprendizado, lento e necessrio, para cumprir a sua destinao. A evoluo, nos dois planos da vida, ocorreu ao longo dos milnios, permitindo que o princpio inteligente pudesse transitar, livremente, nos reinos da natureza e se transformar em individualidade espiritual, dotada de razo.

    Acredita-se que o princpio inteligente, sob ao dos Espritos Anglicos, originou os elementos precursores da vida no Planeta. Surgem, ento, as primei-ras molculas que produziram aglomerados microscpicos, estveis e capazes de autoduplicar. A partir da organiza-se a vida mineral sob o impulso do princpio espiritual, determinando os traos futuros da vida orgnica, uma vez que, nos cristais, as molculas esto orientadas por uma ordenao geomtrica indicadora dos primeiros vestgios de reproduo, necessrios formao dos microrganismos celulares, dos vegetais e dos animais.

    As reaes proporcionadas pelo princpio inteligente nas molculas primiti-vas resultaram na formao do protoplasma, estrutura essencial manifestao da vitalidade nos seres vivos. 18 O protoplasma, constitudo basicamente de protenas, sendo de natureza geleifi cada, favorece o surgimento dos vrus, considerados o campo primacial da existncia. Os vrus, formados de uma capa de protena e de um cdigo gentico elementar, fornecem as bases para a organizao unicelular de outros microrganismos. Surgem, ento, as bactrias e as algas verde-azuladas, consideradas os primeiros microrganismos, formadas de clulas primitivas (pro-cariotas), que, num passo evolutivo seguinte, deram condies para o surgimento de seres possuidores de organizao celular mais evoluda (seres eucariotas), uni e pluricelulares, tais como os microrganismos protozorios e fungos, as algas plu-ricelulares, os vegetais, os animais, inclusive o homem, de acordo com o esquema abaixo.

    Fazendo uma breve anlise do processo evolutivo do ser humano, podemos identifi car aquisies evolutivas que marcam a passagem do princpio inteligente nos reinos da natureza, nos planos fsico e espiritual. Os quadros, inseridos a seguir, nos fornecem melhor entendimento do assunto:

    Princpio inteligente ou mnada

    Formao de molculas primitivas

    Organizao dos minerais

    Formao do protoplasma

    Bactrias e algas verde-azuladas

    HOMEM Protozorios, fungos e algas

    pluricelulares; vegetais e animais

    Vrus

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    QUADRO 1: O Processo de Humanizao *

    * As informaes constantes na coluna central deste quadro foram retiradas das obras citadas na bibliografi a deste roteiro.

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    QUADRO 2: A Evoluo Humana

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    2. MATRIA

    O Esprito para atuar, para agir, precisa de matria, mesmo que seja sob 2. MATRIA

    O Esprito para atuar, para agir, precisa de matria, mesmo que seja sob a forma de energia. Matria o lao que prende o Esprito; o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ao. Desse ponto de vista, pode-se dizer que a matria o agente, o intermedirio com o auxlio do qual e sobre o qual atua o Esprito. 7

    Este conceito precisa ser devidamente entendido, porque a concepo que temos de matria est fortemente relacionada com aquilo que os nossos sentidos corporais captam. No entanto, os Espritos desencarnados, a despeito de no possurem corpo fsico, esto rodeados por matria e atuam sobre ela. Trata-se de uma matria cujas molculas vibram em outra dimenso.

    Mesmo no mundo fsico observamos que h grande dessemelhana, sob os aspectos da solidez, da compressibilidade, do peso e das mltiplas propriedades dos corpos, entre os gases atmosfricos e um fi lete de ouro, entre a molcula aquosa da nuvem e a do mineral que forma a carcaa ssea do globo! Que diversidade entre o tecido qumico das variadas plantas que adornam o reino vegetal e o dos representan-tes no menos numerosos da animalidade na Terra! Entretanto, podemos estabelecer como princpio absoluto que todas as substncias, conhecidas e desconhecidas, por mais dessemelhantes que paream, quer do ponto de vista da constituio ntima, quer pelo prisma de suas aes recprocas, so, de fato, apenas modos diversos sob que a matria se apresenta; variedades em que ela se transforma sob a direo das foras inumerveis que a governam. 1

    A Doutrina Esprita nos esclarece que toda criao tem origem no fl uido csmico, que podemos entender como sendo o plasma divino, hausto do Criador ou fora nervosa do Todo-Sbio. 20 A partir das modifi caes ocorridas no fl uido csmico que surgem os corpos, substncias e outras matrias existentes, tendo como origem uma matria primitiva, tambm chamada de ter, cosmos, matria csmica ou matria csmica primitiva. 2, 3

    Nessa substncia original, ao infl uxo do prprio Senhor Supremo, operam as Inteligncias Divinas a Ele agregadas, em processo de comunho indescritvel [...], extraindo desse hlito espiritual os celeiros da energia com que constroem os sistemas da Imensidade, em servio de Co-criao em plano maior, de conformidade com os desgnios do Todo-Misericordioso, que faz deles agentes orientadores da Criao

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    Excelsa. Essas Inteligncias Gloriosas tomam o plasma divino e convertem-no em habitaes csmicas, de mltiplas expresses, radiantes ou obscuras, gaseifi cadas ou slidas, obedecendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por mil-nios e milnios, mas que se desgastam e se transformam, por fi m, de vez que o Esprito Criado pode formar ou co-criar, mas s Deus o Criador de Toda a Eternidade. 19

    Em anlogo alicerce, as Inteligncias humanas que ombreiam conosco utilizam o mesmo fl uido csmico, em permanente circulao no Universo, para a Co-criao em plano menor, assimilando os corpsculos da matria com a energia espiritual que lhes prpria, formando assim o veculo fi siopsicossomtico em que se exprimem ou cunhando as civilizaes que abrangem no mundo a Humanidade Encarnada e a Humanidade Desencarnada. Dentro das mesmas bases, plasmam tambm os lugares entenebrecidos pela purgao infernal, gerados pelas mentes desequilibradas ou criminosas nos crculos inferiores e abismais, e que valem por aglutinaes de durao breve, no microcosmo em que estagiam, sob o mesmo prin-cpio de comando mental com que as Inteligncias Maiores modelam as edifi caes macrocsmicas, que desafi am a passagem dos milnios. 20

    3. FLUIDOS

    H um fl uido etreo que enche o espao e penetra os corpos. Esse fl uido o ter ou matria csmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. So-lhe inerentes as foras que presidiram s metamorfoses da matria, as leis imutveis e necessrias que regem o mundo. Essas mltiplas foras, indefi nidamente variadas segundo as combinaes da matria, loca